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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ATHOS FARIAS MENEZES ANÁLISE DA VULNERABILIDADE À EROSÃO COSTEIRA NO ESTADO DE PERNAMBUCO ATRAVÉS DE INDICADORES AMBIENTAIS E ANTRÓPICOS RECIFE/2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS

PROGRAMA DE POacuteS GRADUACcedilAtildeO EM GEOCIEcircNCIAS

ATHOS FARIAS MENEZES

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE

Agrave EROSAtildeO COSTEIRA

NO ESTADO DE PERNAMBUCO

ATRAVEacuteS DE INDICADORES

AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS

RECIFE2015

ATHOS FARIAS MENEZES

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO

DE PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E

ANTROacutePICOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias do

Centro de Tecnologia e Geociecircncias da

Universidade Federal de Pernambuco

orientada pelo Prof Dr Pedro de Souza

Pereira e coorientada pelo Prof Dr

Rodrigo Mikosz Gonccedilalves em

preenchimento parcial dos requisitos para

obter o grau de Mestre em Geociecircncias

aacuterea de concentraccedilatildeo Geologia

Sedimentar e Ambiental

RECIFE2016

Catalogaccedilatildeo na fonte

Bibliotecaacuteria Valdicegravea Alves CRB-4 1260

M543a Menezes Athos Farias

Anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco

atraveacutes de indicadores ambientais e antroacutepicos Athos Farias Menezes -

2016

95folhas Il e Tabs

Orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira

Coorientador Prof Dr Rodrigo Mikosz Gonccedilalves

Dissertaccedilatildeo ( Mestrado) ndash Universidade Federal de Pernambuco CTG

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Geociecircncias 2016

Inclui Referecircncias

1 Geociecircncias 2 Erosatildeo Costeira 3 Geoindicadores 4

Geotecnologia I Pereira Pedro de Souza (Orientador) II Gonccedilalves

Rodrigo Mikosz (Coorientador) IIITiacutetulo

UFPE

551 CDD (22 ed) BCTG2016-134

ATHOS FARIAS MENEZES

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO DE

PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias da

Universidade Federal de Pernambuco

Como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de mestre em Geociecircncias

Aprovada em 23032016

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

Prof Dr Pedro de Souza Pereira (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________________________________________________

Prof Admilson da Penha Pacheco (Examinador Interno)

Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________________________________________________

Prof Dr Paulo Henrique Gomes de Oliveira Sousa (Examinador Externo)

Universidade de Satildeo Paulo

Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e

Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim

ldquoNatildeo sou mais estranho eu

sou um filho eu sou Teurdquo

(Os Arrais)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a

ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez

Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande

profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou

um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um

encorajador

Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo

Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro

Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees

Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo

Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho

duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria

conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila

em minha vida

Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari

Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos

sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias

Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha

que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos

momentos de tristeza

A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim

nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que

sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute

Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas

que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros

sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo

Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por

ser sempre muito eficaz e soliacutecito

RESUMO

A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em

todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo

erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute

localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta

problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas

de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente

pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e

Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas

atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60

de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um

bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na

segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral

pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo

metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram

destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos

valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da

interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos

na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de

Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a

presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de

meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados

orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas

acerca dos ambientes litoracircneos

Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia

ABSTRACT

The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide

One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example

of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco

State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments

extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the

coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal

erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution

satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the

vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city

of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in

Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity

Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic

interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately

55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale

along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in

the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The

first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the

northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh

resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-

automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte

Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de

Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of

alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed

methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can

be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal

environments

Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

ATHOS FARIAS MENEZES

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO

DE PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E

ANTROacutePICOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias do

Centro de Tecnologia e Geociecircncias da

Universidade Federal de Pernambuco

orientada pelo Prof Dr Pedro de Souza

Pereira e coorientada pelo Prof Dr

Rodrigo Mikosz Gonccedilalves em

preenchimento parcial dos requisitos para

obter o grau de Mestre em Geociecircncias

aacuterea de concentraccedilatildeo Geologia

Sedimentar e Ambiental

RECIFE2016

Catalogaccedilatildeo na fonte

Bibliotecaacuteria Valdicegravea Alves CRB-4 1260

M543a Menezes Athos Farias

Anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco

atraveacutes de indicadores ambientais e antroacutepicos Athos Farias Menezes -

2016

95folhas Il e Tabs

Orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira

Coorientador Prof Dr Rodrigo Mikosz Gonccedilalves

Dissertaccedilatildeo ( Mestrado) ndash Universidade Federal de Pernambuco CTG

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Geociecircncias 2016

Inclui Referecircncias

1 Geociecircncias 2 Erosatildeo Costeira 3 Geoindicadores 4

Geotecnologia I Pereira Pedro de Souza (Orientador) II Gonccedilalves

Rodrigo Mikosz (Coorientador) IIITiacutetulo

UFPE

551 CDD (22 ed) BCTG2016-134

ATHOS FARIAS MENEZES

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO DE

PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias da

Universidade Federal de Pernambuco

Como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de mestre em Geociecircncias

Aprovada em 23032016

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

Prof Dr Pedro de Souza Pereira (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________________________________________________

Prof Admilson da Penha Pacheco (Examinador Interno)

Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________________________________________________

Prof Dr Paulo Henrique Gomes de Oliveira Sousa (Examinador Externo)

Universidade de Satildeo Paulo

Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e

Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim

ldquoNatildeo sou mais estranho eu

sou um filho eu sou Teurdquo

(Os Arrais)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a

ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez

Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande

profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou

um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um

encorajador

Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo

Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro

Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees

Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo

Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho

duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria

conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila

em minha vida

Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari

Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos

sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias

Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha

que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos

momentos de tristeza

A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim

nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que

sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute

Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas

que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros

sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo

Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por

ser sempre muito eficaz e soliacutecito

RESUMO

A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em

todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo

erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute

localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta

problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas

de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente

pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e

Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas

atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60

de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um

bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na

segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral

pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo

metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram

destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos

valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da

interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos

na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de

Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a

presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de

meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados

orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas

acerca dos ambientes litoracircneos

Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia

ABSTRACT

The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide

One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example

of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco

State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments

extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the

coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal

erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution

satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the

vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city

of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in

Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity

Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic

interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately

55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale

along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in

the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The

first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the

northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh

resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-

automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte

Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de

Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of

alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed

methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can

be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal

environments

Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade

Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996

SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio

do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993

SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S

Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De

Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013

SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic

Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal

Research v 64 p 319-323 2011

SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias

Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004

SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie

costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto

Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008

SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003

TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos

meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias

Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011

TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z

SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated

Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS

v115 2015

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

Catalogaccedilatildeo na fonte

Bibliotecaacuteria Valdicegravea Alves CRB-4 1260

M543a Menezes Athos Farias

Anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco

atraveacutes de indicadores ambientais e antroacutepicos Athos Farias Menezes -

2016

95folhas Il e Tabs

Orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira

Coorientador Prof Dr Rodrigo Mikosz Gonccedilalves

Dissertaccedilatildeo ( Mestrado) ndash Universidade Federal de Pernambuco CTG

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Geociecircncias 2016

Inclui Referecircncias

1 Geociecircncias 2 Erosatildeo Costeira 3 Geoindicadores 4

Geotecnologia I Pereira Pedro de Souza (Orientador) II Gonccedilalves

Rodrigo Mikosz (Coorientador) IIITiacutetulo

UFPE

551 CDD (22 ed) BCTG2016-134

ATHOS FARIAS MENEZES

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO DE

PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias da

Universidade Federal de Pernambuco

Como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de mestre em Geociecircncias

Aprovada em 23032016

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

Prof Dr Pedro de Souza Pereira (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________________________________________________

Prof Admilson da Penha Pacheco (Examinador Interno)

Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________________________________________________

Prof Dr Paulo Henrique Gomes de Oliveira Sousa (Examinador Externo)

Universidade de Satildeo Paulo

Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e

Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim

ldquoNatildeo sou mais estranho eu

sou um filho eu sou Teurdquo

(Os Arrais)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a

ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez

Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande

profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou

um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um

encorajador

Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo

Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro

Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees

Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo

Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho

duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria

conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila

em minha vida

Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari

Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos

sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias

Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha

que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos

momentos de tristeza

A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim

nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que

sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute

Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas

que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros

sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo

Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por

ser sempre muito eficaz e soliacutecito

RESUMO

A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em

todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo

erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute

localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta

problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas

de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente

pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e

Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas

atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60

de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um

bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na

segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral

pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo

metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram

destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos

valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da

interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos

na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de

Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a

presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de

meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados

orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas

acerca dos ambientes litoracircneos

Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia

ABSTRACT

The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide

One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example

of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco

State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments

extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the

coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal

erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution

satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the

vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city

of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in

Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity

Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic

interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately

55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale

along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in

the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The

first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the

northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh

resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-

automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte

Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de

Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of

alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed

methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can

be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal

environments

Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

ATHOS FARIAS MENEZES

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO DE

PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias da

Universidade Federal de Pernambuco

Como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de mestre em Geociecircncias

Aprovada em 23032016

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

Prof Dr Pedro de Souza Pereira (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________________________________________________

Prof Admilson da Penha Pacheco (Examinador Interno)

Universidade Federal de Pernambuco

___________________________________________________________________________

Prof Dr Paulo Henrique Gomes de Oliveira Sousa (Examinador Externo)

Universidade de Satildeo Paulo

Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e

Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim

ldquoNatildeo sou mais estranho eu

sou um filho eu sou Teurdquo

(Os Arrais)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a

ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez

Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande

profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou

um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um

encorajador

Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo

Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro

Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees

Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo

Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho

duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria

conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila

em minha vida

Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari

Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos

sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias

Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha

que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos

momentos de tristeza

A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim

nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que

sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute

Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas

que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros

sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo

Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por

ser sempre muito eficaz e soliacutecito

RESUMO

A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em

todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo

erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute

localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta

problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas

de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente

pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e

Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas

atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60

de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um

bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na

segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral

pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo

metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram

destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos

valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da

interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos

na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de

Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a

presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de

meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados

orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas

acerca dos ambientes litoracircneos

Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia

ABSTRACT

The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide

One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example

of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco

State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments

extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the

coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal

erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution

satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the

vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city

of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in

Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity

Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic

interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately

55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale

along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in

the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The

first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the

northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh

resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-

automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte

Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de

Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of

alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed

methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can

be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal

environments

Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias

Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004

SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie

costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto

Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008

SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003

TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos

meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias

Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011

TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z

SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated

Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS

v115 2015

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e

Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim

ldquoNatildeo sou mais estranho eu

sou um filho eu sou Teurdquo

(Os Arrais)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a

ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez

Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande

profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou

um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um

encorajador

Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo

Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro

Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees

Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo

Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho

duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria

conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila

em minha vida

Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari

Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos

sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias

Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha

que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos

momentos de tristeza

A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim

nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que

sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute

Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas

que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros

sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo

Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por

ser sempre muito eficaz e soliacutecito

RESUMO

A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em

todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo

erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute

localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta

problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas

de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente

pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e

Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas

atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60

de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um

bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na

segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral

pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo

metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram

destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos

valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da

interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos

na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de

Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a

presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de

meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados

orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas

acerca dos ambientes litoracircneos

Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia

ABSTRACT

The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide

One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example

of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco

State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments

extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the

coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal

erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution

satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the

vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city

of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in

Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity

Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic

interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately

55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale

along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in

the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The

first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the

northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh

resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-

automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte

Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de

Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of

alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed

methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can

be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal

environments

Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

ldquoNatildeo sou mais estranho eu

sou um filho eu sou Teurdquo

(Os Arrais)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a

ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez

Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande

profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou

um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um

encorajador

Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo

Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro

Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees

Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo

Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho

duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria

conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila

em minha vida

Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari

Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos

sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias

Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha

que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos

momentos de tristeza

A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim

nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que

sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute

Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas

que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros

sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo

Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por

ser sempre muito eficaz e soliacutecito

RESUMO

A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em

todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo

erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute

localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta

problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas

de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente

pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e

Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas

atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60

de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um

bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na

segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral

pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo

metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram

destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos

valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da

interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos

na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de

Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a

presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de

meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados

orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas

acerca dos ambientes litoracircneos

Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia

ABSTRACT

The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide

One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example

of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco

State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments

extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the

coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal

erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution

satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the

vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city

of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in

Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity

Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic

interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately

55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale

along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in

the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The

first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the

northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh

resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-

automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte

Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de

Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of

alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed

methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can

be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal

environments

Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a

ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez

Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande

profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou

um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um

encorajador

Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo

Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro

Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees

Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo

Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho

duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria

conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila

em minha vida

Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari

Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos

sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias

Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha

que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos

momentos de tristeza

A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim

nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que

sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute

Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas

que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros

sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo

Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por

ser sempre muito eficaz e soliacutecito

RESUMO

A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em

todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo

erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute

localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta

problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas

de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente

pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e

Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas

atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60

de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um

bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na

segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral

pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo

metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram

destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos

valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da

interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos

na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de

Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a

presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de

meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados

orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas

acerca dos ambientes litoracircneos

Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia

ABSTRACT

The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide

One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example

of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco

State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments

extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the

coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal

erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution

satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the

vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city

of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in

Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity

Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic

interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately

55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale

along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in

the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The

first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the

northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh

resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-

automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte

Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de

Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of

alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed

methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can

be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal

environments

Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

RESUMO

A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em

todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo

erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute

localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta

problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas

de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente

pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e

Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas

atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60

de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um

bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na

segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral

pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo

metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram

destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos

valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da

interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos

na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de

Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a

presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de

meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados

orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas

acerca dos ambientes litoracircneos

Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia

ABSTRACT

The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide

One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example

of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco

State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments

extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the

coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal

erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution

satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the

vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city

of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in

Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity

Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic

interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately

55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale

along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in

the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The

first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the

northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh

resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-

automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte

Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de

Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of

alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed

methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can

be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal

environments

Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No

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Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

ABSTRACT

The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide

One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example

of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco

State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments

extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the

coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal

erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution

satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the

vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city

of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in

Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity

Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic

interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately

55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale

along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in

the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The

first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the

northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh

resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-

automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte

Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de

Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of

alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed

methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can

be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal

environments

Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000

18

Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 27

Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo

dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso

25 S 29

Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de

Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38

Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42

Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47

Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52

Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55

Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57

Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59

Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65

Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66

Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68

Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO …...UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS ... Mapa de Localização das Praias do Paiva e

Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81

Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82

Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH

(2014)85

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25

S 19

Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S

19

Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22

Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 201040

Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41

Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45

Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48

Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49

Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50

Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76

Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 12

11 INTRODUCcedilAtildeO 12

12 JUSTIFICATIVA 14

13 OBJETIVOS 14

131 OBJETIVO GERAL 14

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16

21 INTRODUCcedilAtildeO 16

2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23

233 IacuteNDICE 23

24 RESULTADOS 24

241 PRAIA DE PIEDADE 24

25 DISCUSSAtildeO 30

26 CONCLUSAtildeO 33

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

GEOGRAacuteFICAS 35

31 INTRODUCcedilAtildeO 35

32 AacuteREA DE ESTUDO 36

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46

341 LITORAL NORTE 51

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56

343 LITORAL SUL 60

35 CONCLUSOtildeES 69

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO

COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71

41INTRODUCcedilAtildeO 71

42 AacuteREA DE ESTUDO 72

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75

432 GEOINDICADORES 76

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79

44 CONCLUSAtildeO 84

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89

APRESENTACcedilAtildeO

Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas

apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse

da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na

zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda

populacional nessas regiotildees em todo o mundo

Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes

costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser

humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este

trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos

Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do

litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que

afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos

Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias

com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos

ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia

identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo

Agostinho)

Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do

estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e

cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees

geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite

Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de

meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros

capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um

meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a

serem analisados

Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da

utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes

escalas

12

CAPIacuteTULO 1

11 INTRODUCcedilAtildeO

O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se

destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses

econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de

atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)

Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos

tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)

geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de

morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al

2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos

ecossistemas costeiros

O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como

estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo

verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo

metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)

Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees

governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados

procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas

em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos

para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )

No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma

intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes

costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo

(Nascimento e Dominguez 2009)

Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de

estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais

referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis

pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade

Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos

como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50

13

iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os

ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade

De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade

ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de

potencial destrutivo

As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um

aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves

maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto

de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)

O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a

diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que

tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira

Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de

Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem

como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica

Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco

Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no

estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees

relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo

importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro

e Ferreira (2010)

Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial

integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base

cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)

Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para

uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de

sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e

feiccedilotildees arenosas

Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do

ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao

iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)

14

12 JUSTIFICATIVA

O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no

entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um

intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo

o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e

descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)

Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da

erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia

retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo

do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua

importacircncia na economia e nos aspectos ambientais

A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do

planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a

importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser

desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos

O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova

perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco

em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva

et al (2013)

13 OBJETIVOS

131 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do

Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores

132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de

informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo

de mapas temaacuteticos

Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e

15

Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade

agrave erosatildeo costeira

16

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS

GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL

21 INTRODUCcedilAtildeO

A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta

(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se

necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir

de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos

(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)

(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes

do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser

mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado

ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios

criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos

ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)

Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na

costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco

no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo

de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados

referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais

Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um

elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do

ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)

Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e

paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o

estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em

modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como

17

visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo

(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre

outros

Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados

para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo

Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar

informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo

custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)

A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)

tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente

utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de

sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al

2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light

Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o

GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b

Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total

(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e

analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)

Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer

excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste

ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da

superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees

geograacuteficas

A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias

de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma

contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os

seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a

metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento

remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da

vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o

planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros

18

2 2 AacuteREA DE ESTUDO

Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo

Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000

19

Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum

SIRGAS 1984 zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087

Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905

Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709

Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor

norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio

Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de

alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila

coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)

A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na

porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas

diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de

arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos

socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade

demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)

Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum

SIRGAS zona 25 S

SetoresCoordenadas UTM Y UTM X

Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960

Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546

Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186

Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores

delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de

intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de

20

recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de

engenharia costeira e a presenccedila de Recifes

23 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos

indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os

indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de

dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia

linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e

recifes

Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e

anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no

software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre

os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto

De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de

alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior

acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para

representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas

imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao

sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral

por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro

vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial

para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas

gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)

231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)

AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS

Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)

apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores

A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis

21

(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa

presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo

estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)

Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a

vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores

envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute

descrito

1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os

processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos

hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na

ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)

2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser

intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para

avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como

indicam Cowel e Thom (1994)

3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira

de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias

adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante

eficaz na proteccedilatildeo praial

4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa

para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo

ao longo da linha de costa

5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave

instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos

metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas

abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia

6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel

do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por

sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m

satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos

7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma

aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso

quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com

22

pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas

sugerem processo de erosatildeo em curso

8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas

na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na

linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de

instabilidade no cenaacuterio futuro

9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos

mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar

10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de

ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico

22

Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta

Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento

de areia e praia

robusta em sua

morfologia

Potencial interrupccedilatildeo de

suplementos

sedimentares e

moderado estreitamento

do perfil da praia

Praia estreita com suplementos

sedimentares interrompidos

2 Posiccedilatildeo da linha de

costa

3 Campos de Dunas

Acresccedilatildeo

Presenccedila da

extensatildeo e grande

atuaccedilatildeo da aacuterea de

dunas

Estaacutevel

Presenccedila de pequenas e

dunas com baixa

elevaccedilatildeo

Erosatildeo

Sem dunas

4 Exposiccedilatildeo agrave onda

5 Distacircncia da foz de

Rios

Presenccedila natural

de barreiras

gt100m

Presenccedila de bancos de

areia

Entre 50 e 100 m

Ondas com efeitos natildeo naturais

com obstaacuteculos minimizando a

energia

lt50m

Continental 6 Elevaccedilatildeo do

terreno

7 Vegetaccedilatildeo

gt6m

Vegetaccedilatildeo densa

com florestas

maduras sem

presenccedila de

erosatildeo

3-6m

Estabelecida com

gramas e Arbustos

lt3m

Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo

8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno

porte

Presenccedila de diques muros de

contenccedilatildeo quebra-mares entre

outros

9 Percentual de

ocupaccedilatildeo

10 Permeabilidade do

solo

lt30

Solo com

ocupaccedilatildeo ausente

ou esparsa

Entre 30 e 70

Moderada

permeabilidade devido a

ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo

gt70

Permeabilidade afetada pela

presenccedila urbana e assentamentos

bem desenvolvidos

23

232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL

Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram

necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo

de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade

demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e

aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do

IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas

como descrito na equaccedilatildeo 1

119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21

Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo

percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)

119875119900 =119860119900119909100

119860119906

(2) eq 22

Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam

baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores

intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada

233 IacuteNDICE

Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros

satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos

que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira

individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila

atuando como agente protetor ou agente erosivo

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas

amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade

Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

24

numeacuterico

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada

do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a

possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo

assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados

atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 23

24 RESULTADOS

241 PRAIA DE PIEDADE

2411 Setor Norte

O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo

onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo

dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de

Pernambuco

A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no

mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos

com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e

crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada

Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea

de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda

sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste

setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural

25

Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e

grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total

avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano

de 2014

A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da

vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para

este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela

alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo

2412 Setor Central

O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como

zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor

norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas

Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta

diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes

redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de

poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na

figura 2

Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife

de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave

praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada

para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva

foi classificada como 07

2413 Setor Sul

Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um

grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada

contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos

ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo

impermeaacutevel

No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira

tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este

espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da

cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira

26

fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no

ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de

aacuterea avaliada

A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de

18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste

setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21

da aacuterea analisada

O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7

classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os

principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice

27

Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

28

242 Praia do Paiva

2421 Setor Norte

O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade

media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do

Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de

forma contiacutenua

A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos

meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)

influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma

presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa

exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade

A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa

aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que

fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos

Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente

populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e

19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas

pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas

em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas

2422 Setor Central

A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela

influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de

estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de

condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos

presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36

do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte

29

Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas

2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S

30

Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central

consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute

possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este

setor foi tida como solo exposto

Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave

praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950

UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade

meacutedia

2423 Setor Sul

O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de

ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O

iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada

O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de

chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o

setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da

foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas

(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a

exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da

aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor

A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na

estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do

percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e

assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de

coqueiros

25 DISCUSSAtildeO

As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos

Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)

31

A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a

vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a

urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609

caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente

De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de

edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave

potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar

em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o

avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente

No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o

processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1

milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos

estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo

Agostinho (CPRH 2014)

Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a

morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a

reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento

A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia

para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que

identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica

Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no

Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes

valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de

coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram

observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente

Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a

influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo

do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido

no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios

de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos

empreendimentos

32

As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de

processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A

falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes

nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier

2002)

Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila

iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local

devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises

referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios

Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de

baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo

possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em

meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos

Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de

vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo

costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que

potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa

O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado

para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de

ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser

aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste

estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica

apresentada no presente trabalho

Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas

com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de

sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo

para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida

em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)

Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de

maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de

abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores

classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as

33

consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe

2008 e Fernandez et al 2013)

Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados

eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a

cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave

auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de

paiacuteses em desenvolvimento

No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo

dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de

vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram

observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do

Paiva

26 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva

apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da

Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila

de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com

cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de

Paiva

Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal

que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes

pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de

avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos

comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada

A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de

sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas

evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em

aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que

apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo

costeira

No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a

presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do

34

perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do

sensoriamento remoto orbital

Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de

dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que

estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda

concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de

toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo

As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas

residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes

levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia

costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas

Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de

tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira

como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de

vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas

A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de

especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das

aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a

realidade das praias locais

35

CAPIacuteTULO 3

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE

INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS

31 INTRODUCcedilAtildeO

Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva

soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo

caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre

influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)

Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo

notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas

naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez

2010)

Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios

costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a

urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a

descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams

1996)

As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as

vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e

por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas

problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas

urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)

A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que

destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de

uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)

Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha

36

de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do

terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo

A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que

potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute

preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas

(Bosom e Jimenez 2010)

Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush

(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)

devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo

A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento

remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo

utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo

ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)

Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes

costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e

quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade

32 AacuteREA DE ESTUDO

321 Litoral Pernambucano

O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se

desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio

de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13

municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife

Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute

Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte

Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)

Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas

costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte

37

estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa

densidade demograacutefica

322 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com

chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da

classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem

distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo

Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos

meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE

2002)

323 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma

da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura

paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral

mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz

no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no

Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)

324 Geologia

A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de

acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e

ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute

formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das

formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da

proviacutencia Borborema

38

Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por

setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor

39

Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano

apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O

primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do

mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos

O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5

m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme

Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo

uma idade holocecircnica

Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de

depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo

encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de

Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)

325 Urbanizaccedilatildeo

Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades

antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local

Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que

trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros

A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da

deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada

especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo

populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano

(Manso et al 2012)

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no

nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu

Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades

demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo

nas proximidades da orla das respectivas cidades

40

Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte

IBGECenso 2010

MuniciacutepioSetor

Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente

Densidade

Demograacutefic

a habkm2

Total Urbana Rural

Litoral Norte

1 Goiana 445814 75644 58025 17619

15072

2 Igarassu 305560 102021 93931 8090

33388

3 Ilha de Itamaracaacute

66684 21884 16993 4891

32705

4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876

Nuacutecleo Metropolitano

1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025

249182

2 Olinda 41681 377779 370332 7447

906358

3 Recife 218435 1537704 1537704 0

703964

Litoral Sul

1 Barreiros 233380 40732 33982 6750

17454

2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242

41233

3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918

15298

4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744

26219

5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812

10757

6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545

9666

33 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A

partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na

metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o

produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos

41

As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de

imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo

de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para

anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da

vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores

331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS

Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo

de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais

geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software

QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32

Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte

wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom

Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo

Sateacutelite Fonte

Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral

RGB PAN RGB PAN RGB PAN

Cabo de Santo

Agostinho e Ipojuca

244m 075m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

QuickBir

d 2

LaccosteUFPE

Jaboatatildeo dos

Guararapes e

Recife

Igarassu e Paulista

Olinda

Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

World

View 2

Sirinhaeacutem Barreiros

Tamandareacute e Satildeo Joseacute

da Coroa Grande

Goiana

45m 10m 11 bit 11 bit

450-520

(az)

520-600

(vd)

630-690

(vm)

450-

900

Geo Eye

2 CondepeFiden

332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS

42

A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos

cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o

fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade

cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)

Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da

vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as

imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo

Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open

Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos

geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo

Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas

considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura

topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)

333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES

43

Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees

capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de

recursos (Burrough 1986)

Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de

dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na

interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute

necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a

potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir

1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente

ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos

Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia

causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo

caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos

neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem

intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional

2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a

praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas

altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em

quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo

em curso (Souza e Luna 2008)

3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo

agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica

causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)

4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de

desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo

relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura

aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial

5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da

linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos

geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de

metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)

6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante

feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes

44

sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo

de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas

9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e

lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados

em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de

sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de

bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de

erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao

longo da face de praia (Besnard1950)

11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e

enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como

objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local

fixando a linha de costa

12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando

abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos

principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo

acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al

2011)

334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo

resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada

geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua

presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo

O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como

muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a

anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-

determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor

45

Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa

V Mod

Baixa V Moderada

V Mod

Alta V Alta

Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100

Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1

Valoraccedilatildeo

0 25 5 75 10

Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira

46

Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada

geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no

potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito

alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo

numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 31

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira

satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de

entrada do modelo

Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada

variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica

dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram

verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao

longo de toda a costa do estado de pernambuco

O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira

classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia

vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com

vulnerabilidade alta

Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes

apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de

gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes

O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do

estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54

Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a

47

Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de

Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor

48

Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2

Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Total

Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679

Ilha de

Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363

Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289

Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978

Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522

Recife 1342627 166 49916742

379269 434514

540248 64717 98189 21714594 7449256

Joaboatatildeo dos

Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809

Cabo de Santo

Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802

933656 0 0 0 0 24887339 37621536

Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003

Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585

Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121

Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268

Satildeo Joseacute da

Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083

49

Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores

Municiacutepios Praia

B

Urb I Urb MUrb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Bancos

de Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea

Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204

Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579

Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885

Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356

Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37

Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292

Joaboatatildeo dos

Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10

Cabo de Santo

Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644

Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337

Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34

Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34

Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161

Satildeo Joseacute da Coroa

Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207

50

Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade

Municiacutepios Praia

B

Urb MUrb I Urb

V

Agriacutecola

V

Arbustiva Recifes

Banco

de

Areia Viveiros

E

Riacutegidas Portos

V

Aacuterborea Iacutendice

Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52

Ilha de

Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47

Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44

Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64

Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66

Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69

Joaboatatildeo

dos

Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69

Cabo de

Santo

Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4

Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54

Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54

Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56

Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47

Satildeo Joseacute da

Coroa

Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46

51

caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram

classificados com meacutedia vulnerabilidade

Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34

35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e

antroacutepicos (figura 33)

Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o

objetivo proposto ao trabalho

341 LITORAL NORTE

A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos

municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados

avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi

constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e

21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08

46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente

Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632

Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes

naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios

Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de

Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa

apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a

respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio

Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo

hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o

aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)

Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e

outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura

4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como

Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas

mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)

52

Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

53

Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De

acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda

Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA

Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de

Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de

Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre

Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees

As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do

estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com

destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas

de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de

Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238

A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante

comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao

processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas

porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19

A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo

costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso

representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o

objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As

estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de

alta energia (Melby e Kobayashi 2011)

A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na

regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico

para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde

ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas

destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as

aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas

No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo

como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias

54

aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as

expectativas (Oliveira et al 2012)

Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela

presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes

satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas

A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees

centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em

linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de

Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se

comparado as demais aacutereas do Litoral Norte

Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados

diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria

Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)

(Martins 2015)

Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha

de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na

porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em

direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea

de 13

As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana

(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos

percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para

ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia

Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores

como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a

vulnerabilidade em escala regional

Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados

iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista

que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas

55

Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

56

342 NUacuteCLEO METROPOLITANO

O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios

costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior

contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de

habitantes em uma aacuterea de 518 km2

Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores

percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670

para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a

instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de

decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de

sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)

Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)

Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de

bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato

se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os

estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo

Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a

pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das

aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para

Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir

(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias

aacutereas de praia

O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees

dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de

Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente

robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento

ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes

eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia

No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda

em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do

municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa

57

Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas

UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

58

A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute

necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos

sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a

ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo

granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de

sedimentos

O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km

de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol

Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste

municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os

impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da

costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees

Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda

natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de

engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos

Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram

evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife

modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando

alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo

Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de

edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar

da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife

tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe

As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe

na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que

destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292

59

Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

60

Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados

como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de

Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem

apresentando valores percentuais de 06

De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina

Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de

paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes

de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia

Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que

no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto

na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com

pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute

encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e

Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas

aacutereas proacuteximas a praia

Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins

(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o

mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que

caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira

(figura 36)

Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de

intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com

valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes

A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila

inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia

343 LITORAL SUL

O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias

preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute

a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto

61

os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo

Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute

Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos

percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura

311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o

municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente

costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos

Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam

pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e

residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute

caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al

(2012)

Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de

Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa

uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro

sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle

do uso dos recursos costeiros

De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco

demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo

estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por

ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute

o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219

habkm2

Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo

visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de

maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso

supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo

populacional nas proximidades das aacutereas costeiras

Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como

geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do

Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42

da aacuterea total estudada

62

O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio

Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape

entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de

investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um

ambiente industrial (Rabelo 2015)

A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como

um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo

ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees

ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira

2010)

63

Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

64

O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul

pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os

municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola

Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico

local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como

consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos

mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)

Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de

Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e

Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA

Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata

Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre

161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto

Barreiros e Tamandareacute 34

Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das

constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de

restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas

e estruturas de potencial uso turiacutestico

Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica

costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de

sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas

aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este

ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais

na retenccedilatildeo de sedimentos

Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais

que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais

argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et

al 1990)

Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas

natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam

09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras

65

Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum

SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

66

Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de

Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

67

310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito

proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de

manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina

descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos

avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao

desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees

Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto

da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados

nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente

costeiro (Morais et al 2008)

A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e

147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o

municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por

Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o

Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da

Coroa Grande

Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural

tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a

preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos

em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios

realizados nos ambientes de SIG

Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco

como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e

recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do

municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca

Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de

granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que

constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada

por Dominguez et al (2010)

Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a

vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo

Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome

68

Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande

Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor

69

Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila

antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho

35 CONCLUSOtildeES

O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de

geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos

litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul

Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator

condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo

metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas

costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de

praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida

Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove

cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo

vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas

sobretudo em edifiacutecios de grande porte

Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de

costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a

costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo

apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes

Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa

(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre

pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins

agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco

Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo

apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a

substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela

presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a

anaacutelise proposta

70

Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores

eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes

algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a

costa das ondas de alta energia

A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala

utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias

Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no

entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo

costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia

Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala

regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam

auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a

criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de

desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de

Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para

medidas operacionais e emergenciais

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de

mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de

melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda

de aacutereas de praia sob diversos fatores

Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores

atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando

maiores precisotildees nos dados analisados em setores

71

CAPIacuteTULO 4

USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave

EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-

PE)

41INTRODUCcedilAtildeO

A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas

urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este

processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo

ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural

potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos

elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo

costeira

Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de

patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio

poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de

minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)

A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos

estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos

espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo

consequentes melhoria nestas aacutereas

Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas

como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas

geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees

provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas

temporais

A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de

processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de

ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa

De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita

como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade

72

fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial

destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural

O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta

em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona

costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do

solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral

Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio

identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social

aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas

costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush

1999)

O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados

orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre

os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso

2011)

42 AacuteREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no

municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana

do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela

SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais

apresentadas ao longo do ambiente praial

421 Clima

Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se

aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante

caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no

73

Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

74

veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de

Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos

periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores

valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400

mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual

positivo (Montes 1996)

422 Vegetaccedilatildeo

A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata

Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo

de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica

alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do

Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de

Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira

Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal

se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do

canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)

423 Geologia

De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na

proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo

Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras

Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de

brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais

e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou

fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste

periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)

Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou

aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos

foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo

75

predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam

nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)

424 Urbanizaccedilatildeo

Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute

de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se

caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado

de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2

De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a

populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura

existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo

de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de

excursotildees realizadas durante os fins de semana

43 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um

recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte

Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050

m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda

verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo

radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia

Costeira (LACCOST-UFPE)

Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais

imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos

dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA

O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias

dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a

76

probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em

consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral

De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila

supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O

processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e

covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo

Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas

contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e

miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser

utilizados no processo de classificaccedilatildeo

Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a

licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco

(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do

classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos

geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)

Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram

coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager

afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter

(2004)

Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo

Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados

Vegetaccedilatildeo Densa 46192

Poacutes-Praia e Face de Praia 25055

Residecircncias 8363

Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564

Solo Impermeaacutevel 9548

Terraccedilos de Praia 29401

Solo Exposto 19859

Total 193982

432 GEOINDICADORES

77

O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas

Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo

Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados

(tabela)

Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do

Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a

partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e

meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir

1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo

consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos

e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que

descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa

2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a

qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias

para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e

protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro

ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute

totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente

agrave praia (Calliari et al 2003)

3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes

de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a

presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a

potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua

dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)

4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos

permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam

retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo

urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de

edificaccedilotildees

5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em

ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que

6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo

natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo

78

pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees

nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)

7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo

importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do

ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada

como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de

cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias

satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades

geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a

costa

4321 Iacutendice de Vulnerabilidade

Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo

resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que

estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira

individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando

como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)

O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa

moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor

numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta

vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados

para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

119868 = (1

119899119907) sum

119907

(1

119899119894) sum 119909119894

119894 119890119902 41

Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo

aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do

modelo

Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e

xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos

indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto

79

O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a

vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa

vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade

43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e

anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas

pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo

da aacuterea de estudo

O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de

maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de

acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta

pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus

arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute

Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025

m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem

foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas

residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e

370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa

Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos

aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a

exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na

demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)

A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o

valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da

praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo

bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue

80

Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem

Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem

Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510

Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140

Residecircncias 3881144 970286 1610

Solo Exposto 1836637 459159 770

Asfalto 866021 216505 360

Face de Praia 566056 141514 240

Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370

Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo

da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do

poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela

vegetaccedilatildeo

Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da

praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por

uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para

esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis

(2003)

A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita

desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da

orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas

etc) (CPRH 2014)

81

Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de

Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor

82

Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no

litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo

ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)

Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)

Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados

satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas

vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores

conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer

Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a

permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e

Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue

Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da

vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente

do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros

Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as

aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para

ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da

orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de

sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)

Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)

83

Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas

proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir

de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de

vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo

sedimentar dos ambientes costeiros

Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se

constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de

sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o

segundo menor valor entre os indicadores

Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)

De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta

constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica

em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no

balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas

O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como

sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo

com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso

entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado

De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo

84

satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas

e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas

Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo

problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano

de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por

troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no

registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos

Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)

Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute

desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila

de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a

potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial

44 CONCLUSAtildeO

A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange

foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as

suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes

observados

De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam

um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-

praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um

aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local

85

Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a

praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e

mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange

no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo

uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o

manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia

nesta regiatildeo

A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave

erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um

eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados

atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da

revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade

Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do

Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que

meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS

sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira

O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente

fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor

atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no

que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela

problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial

Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo

gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias

situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao

risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico

Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam

uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto

orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas

operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade

Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a

criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de

abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados

reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos

86

Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em

relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes

de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira

A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes

de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela

gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas

accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira

para uma melhor eficiecircncia

87

CAPIacuteTULO 5

51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO

O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens

orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados

possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco

avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores

A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram

observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo

de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro

preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica

As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano

evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da

perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os

ambientes preservados identificados ao longo deste estudo

Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores

quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma

melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao

longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia

com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano

Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do

litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto

das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como

tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo

natural pelo manejo agriacutecola

Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo

nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos

por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao

longo das aacutereas de poacutes-praia

Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com

accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a

88

intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo

ambiental para a costa do estado

Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram

atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo

integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que

possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior

economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo

Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada

possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para

a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa

Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam

melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto

com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar

um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira

A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma

idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos

problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas

A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil

aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e

determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando

ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral

Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas

para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na

empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo

das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia

Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a

capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores

detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia

As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a

vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados

dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos

estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano

89

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