universidade federal de pernambuco - ufpe centro …...universidade federal de pernambuco - ufpe...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIEcircNCIAS
PROGRAMA DE POacuteS GRADUACcedilAtildeO EM GEOCIEcircNCIAS
ATHOS FARIAS MENEZES
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE
Agrave EROSAtildeO COSTEIRA
NO ESTADO DE PERNAMBUCO
ATRAVEacuteS DE INDICADORES
AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS
RECIFE2015
ATHOS FARIAS MENEZES
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO
DE PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E
ANTROacutePICOS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias do
Centro de Tecnologia e Geociecircncias da
Universidade Federal de Pernambuco
orientada pelo Prof Dr Pedro de Souza
Pereira e coorientada pelo Prof Dr
Rodrigo Mikosz Gonccedilalves em
preenchimento parcial dos requisitos para
obter o grau de Mestre em Geociecircncias
aacuterea de concentraccedilatildeo Geologia
Sedimentar e Ambiental
RECIFE2016
Catalogaccedilatildeo na fonte
Bibliotecaacuteria Valdicegravea Alves CRB-4 1260
M543a Menezes Athos Farias
Anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco
atraveacutes de indicadores ambientais e antroacutepicos Athos Farias Menezes -
2016
95folhas Il e Tabs
Orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira
Coorientador Prof Dr Rodrigo Mikosz Gonccedilalves
Dissertaccedilatildeo ( Mestrado) ndash Universidade Federal de Pernambuco CTG
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Geociecircncias 2016
Inclui Referecircncias
1 Geociecircncias 2 Erosatildeo Costeira 3 Geoindicadores 4
Geotecnologia I Pereira Pedro de Souza (Orientador) II Gonccedilalves
Rodrigo Mikosz (Coorientador) IIITiacutetulo
UFPE
551 CDD (22 ed) BCTG2016-134
ATHOS FARIAS MENEZES
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO DE
PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao programa de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias da
Universidade Federal de Pernambuco
Como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de mestre em Geociecircncias
Aprovada em 23032016
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Prof Dr Pedro de Souza Pereira (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco
___________________________________________________________________________
Prof Admilson da Penha Pacheco (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
___________________________________________________________________________
Prof Dr Paulo Henrique Gomes de Oliveira Sousa (Examinador Externo)
Universidade de Satildeo Paulo
Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e
Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim
ldquoNatildeo sou mais estranho eu
sou um filho eu sou Teurdquo
(Os Arrais)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a
ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez
Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande
profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou
um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um
encorajador
Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo
Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro
Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias
Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees
Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo
Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho
duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria
conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila
em minha vida
Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari
Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos
sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias
Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha
que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos
momentos de tristeza
A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim
nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que
sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute
Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas
que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros
sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo
Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por
ser sempre muito eficaz e soliacutecito
RESUMO
A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em
todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo
erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute
localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta
problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas
de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente
pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e
Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas
atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60
de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um
bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na
segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral
pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo
metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram
destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos
valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da
interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos
na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de
Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a
presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de
meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados
orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas
acerca dos ambientes litoracircneos
Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia
ABSTRACT
The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide
One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example
of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco
State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments
extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the
coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal
erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution
satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the
vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city
of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in
Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity
Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic
interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately
55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale
along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in
the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The
first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the
northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh
resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-
automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte
Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de
Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of
alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed
methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can
be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal
environments
Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
ATHOS FARIAS MENEZES
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO
DE PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E
ANTROacutePICOS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias do
Centro de Tecnologia e Geociecircncias da
Universidade Federal de Pernambuco
orientada pelo Prof Dr Pedro de Souza
Pereira e coorientada pelo Prof Dr
Rodrigo Mikosz Gonccedilalves em
preenchimento parcial dos requisitos para
obter o grau de Mestre em Geociecircncias
aacuterea de concentraccedilatildeo Geologia
Sedimentar e Ambiental
RECIFE2016
Catalogaccedilatildeo na fonte
Bibliotecaacuteria Valdicegravea Alves CRB-4 1260
M543a Menezes Athos Farias
Anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco
atraveacutes de indicadores ambientais e antroacutepicos Athos Farias Menezes -
2016
95folhas Il e Tabs
Orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira
Coorientador Prof Dr Rodrigo Mikosz Gonccedilalves
Dissertaccedilatildeo ( Mestrado) ndash Universidade Federal de Pernambuco CTG
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Geociecircncias 2016
Inclui Referecircncias
1 Geociecircncias 2 Erosatildeo Costeira 3 Geoindicadores 4
Geotecnologia I Pereira Pedro de Souza (Orientador) II Gonccedilalves
Rodrigo Mikosz (Coorientador) IIITiacutetulo
UFPE
551 CDD (22 ed) BCTG2016-134
ATHOS FARIAS MENEZES
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO DE
PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao programa de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias da
Universidade Federal de Pernambuco
Como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de mestre em Geociecircncias
Aprovada em 23032016
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Prof Dr Pedro de Souza Pereira (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco
___________________________________________________________________________
Prof Admilson da Penha Pacheco (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
___________________________________________________________________________
Prof Dr Paulo Henrique Gomes de Oliveira Sousa (Examinador Externo)
Universidade de Satildeo Paulo
Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e
Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim
ldquoNatildeo sou mais estranho eu
sou um filho eu sou Teurdquo
(Os Arrais)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a
ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez
Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande
profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou
um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um
encorajador
Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo
Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro
Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias
Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees
Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo
Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho
duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria
conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila
em minha vida
Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari
Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos
sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias
Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha
que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos
momentos de tristeza
A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim
nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que
sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute
Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas
que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros
sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo
Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por
ser sempre muito eficaz e soliacutecito
RESUMO
A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em
todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo
erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute
localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta
problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas
de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente
pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e
Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas
atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60
de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um
bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na
segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral
pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo
metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram
destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos
valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da
interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos
na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de
Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a
presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de
meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados
orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas
acerca dos ambientes litoracircneos
Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia
ABSTRACT
The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide
One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example
of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco
State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments
extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the
coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal
erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution
satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the
vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city
of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in
Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity
Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic
interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately
55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale
along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in
the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The
first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the
northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh
resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-
automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte
Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de
Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of
alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed
methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can
be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal
environments
Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
Catalogaccedilatildeo na fonte
Bibliotecaacuteria Valdicegravea Alves CRB-4 1260
M543a Menezes Athos Farias
Anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco
atraveacutes de indicadores ambientais e antroacutepicos Athos Farias Menezes -
2016
95folhas Il e Tabs
Orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira
Coorientador Prof Dr Rodrigo Mikosz Gonccedilalves
Dissertaccedilatildeo ( Mestrado) ndash Universidade Federal de Pernambuco CTG
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Geociecircncias 2016
Inclui Referecircncias
1 Geociecircncias 2 Erosatildeo Costeira 3 Geoindicadores 4
Geotecnologia I Pereira Pedro de Souza (Orientador) II Gonccedilalves
Rodrigo Mikosz (Coorientador) IIITiacutetulo
UFPE
551 CDD (22 ed) BCTG2016-134
ATHOS FARIAS MENEZES
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO DE
PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao programa de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias da
Universidade Federal de Pernambuco
Como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de mestre em Geociecircncias
Aprovada em 23032016
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Prof Dr Pedro de Souza Pereira (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco
___________________________________________________________________________
Prof Admilson da Penha Pacheco (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
___________________________________________________________________________
Prof Dr Paulo Henrique Gomes de Oliveira Sousa (Examinador Externo)
Universidade de Satildeo Paulo
Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e
Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim
ldquoNatildeo sou mais estranho eu
sou um filho eu sou Teurdquo
(Os Arrais)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a
ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez
Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande
profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou
um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um
encorajador
Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo
Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro
Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias
Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees
Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo
Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho
duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria
conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila
em minha vida
Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari
Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos
sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias
Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha
que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos
momentos de tristeza
A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim
nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que
sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute
Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas
que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros
sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo
Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por
ser sempre muito eficaz e soliacutecito
RESUMO
A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em
todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo
erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute
localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta
problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas
de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente
pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e
Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas
atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60
de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um
bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na
segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral
pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo
metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram
destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos
valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da
interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos
na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de
Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a
presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de
meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados
orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas
acerca dos ambientes litoracircneos
Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia
ABSTRACT
The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide
One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example
of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco
State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments
extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the
coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal
erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution
satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the
vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city
of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in
Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity
Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic
interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately
55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale
along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in
the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The
first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the
northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh
resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-
automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte
Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de
Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of
alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed
methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can
be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal
environments
Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
ATHOS FARIAS MENEZES
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA NO ESTADO DE
PERNAMBUCO ATRAVEacuteS DE INDICADORES AMBIENTAIS E ANTROacutePICOS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao programa de
Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias da
Universidade Federal de Pernambuco
Como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de mestre em Geociecircncias
Aprovada em 23032016
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Prof Dr Pedro de Souza Pereira (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco
___________________________________________________________________________
Prof Admilson da Penha Pacheco (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
___________________________________________________________________________
Prof Dr Paulo Henrique Gomes de Oliveira Sousa (Examinador Externo)
Universidade de Satildeo Paulo
Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e
Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim
ldquoNatildeo sou mais estranho eu
sou um filho eu sou Teurdquo
(Os Arrais)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a
ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez
Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande
profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou
um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um
encorajador
Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo
Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro
Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias
Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees
Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo
Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho
duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria
conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila
em minha vida
Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari
Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos
sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias
Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha
que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos
momentos de tristeza
A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim
nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que
sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute
Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas
que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros
sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo
Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por
ser sempre muito eficaz e soliacutecito
RESUMO
A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em
todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo
erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute
localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta
problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas
de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente
pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e
Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas
atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60
de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um
bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na
segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral
pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo
metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram
destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos
valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da
interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos
na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de
Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a
presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de
meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados
orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas
acerca dos ambientes litoracircneos
Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia
ABSTRACT
The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide
One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example
of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco
State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments
extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the
coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal
erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution
satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the
vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city
of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in
Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity
Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic
interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately
55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale
along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in
the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The
first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the
northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh
resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-
automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte
Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de
Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of
alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed
methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can
be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal
environments
Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
Dedicado aos meus pais Enilda Menezes e
Reginaldo Farias por tudo o que fizeram e fazem por mim
ldquoNatildeo sou mais estranho eu
sou um filho eu sou Teurdquo
(Os Arrais)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a
ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez
Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande
profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou
um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um
encorajador
Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo
Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro
Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias
Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees
Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo
Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho
duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria
conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila
em minha vida
Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari
Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos
sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias
Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha
que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos
momentos de tristeza
A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim
nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que
sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute
Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas
que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros
sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo
Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por
ser sempre muito eficaz e soliacutecito
RESUMO
A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em
todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo
erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute
localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta
problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas
de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente
pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e
Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas
atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60
de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um
bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na
segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral
pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo
metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram
destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos
valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da
interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos
na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de
Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a
presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de
meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados
orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas
acerca dos ambientes litoracircneos
Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia
ABSTRACT
The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide
One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example
of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco
State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments
extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the
coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal
erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution
satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the
vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city
of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in
Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity
Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic
interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately
55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale
along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in
the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The
first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the
northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh
resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-
automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte
Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de
Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of
alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed
methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can
be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal
environments
Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
ldquoNatildeo sou mais estranho eu
sou um filho eu sou Teurdquo
(Os Arrais)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a
ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez
Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande
profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou
um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um
encorajador
Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo
Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro
Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias
Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees
Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo
Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho
duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria
conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila
em minha vida
Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari
Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos
sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias
Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha
que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos
momentos de tristeza
A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim
nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que
sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute
Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas
que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros
sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo
Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por
ser sempre muito eficaz e soliacutecito
RESUMO
A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em
todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo
erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute
localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta
problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas
de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente
pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e
Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas
atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60
de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um
bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na
segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral
pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo
metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram
destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos
valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da
interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos
na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de
Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a
presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de
meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados
orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas
acerca dos ambientes litoracircneos
Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia
ABSTRACT
The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide
One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example
of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco
State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments
extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the
coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal
erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution
satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the
vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city
of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in
Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity
Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic
interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately
55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale
along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in
the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The
first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the
northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh
resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-
automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte
Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de
Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of
alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed
methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can
be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal
environments
Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por mais uma etapa a
ser concluiacuteda Tenho a plena certeza de quem sem Ele nada do que foi feito se fez
Ao meu orientador Prof Dr Pedro de Souza Pereira que aleacutem de um grande
profissional soliacutecito demonstrando eacutetica grande saber nas ciecircncias e incentivador se mostrou
um verdadeiro amigo natildeo apenas nas horas de alegria mas nas horas de desacircnimo foi um
encorajador
Ao Prof Dr Ademilson Pacheco que conheci atraveacutes de Neison Freire da Fundaccedilatildeo
Joaquim Nabuco Sem o Prof Pacheco eu natildeo teria conhecido o Prof Pedro
Ao Prof Rodrigo Mikosz Gonccedilalves do Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias
Geodeacutesicas pela sua atenccedilatildeo e preciosas sugestotildees
Aacute FACEPE por ter financiado esta pesquisa atraveacutes da bolsa de poacutes graduaccedilatildeo
Aos meus queridos amigos Bruno Herbert Efrain Israel e Pablo Natildeo tenho
duacutevidas que sem vocecircs jamais teria chegado ateacute aqui atraveacutes de laacutegrimas de tristeza e alegria
conversas que sempre duram horas e um apoio fraternal sem igual vocecircs fazem a diferenccedila
em minha vida
Aos meus amigos do LABOGEO-UFPE Ciacutecero Camila Luciana Diego Mari
Karol Anderson Pedrinho e Tuacutelio a quem eu tive um contato diaacuterio sempre com muitos
sorrisos e piadas de mal gosto trocando as mais fantaacutesticas experiecircncias
Aos meus amigos da igreja se fosse citar o nome de cada um natildeo caberia nesta folha
que eacute tatildeo pequena para creditar agraves oraccedilotildees de muitos que estiveram me apoiando mesmo nos
momentos de tristeza
A minha famiacutelia especialmente a minha matildee Enilda que sempre acreditou em mim
nos meus sonhos e objetivos nunca questionando Tambeacutem ao meu Pai Reginaldo que
sempre teve muito orgulho de mim Agradeccedilo tambeacutem ao meu irmatildeo Andreacute
Agradeccedilo a minha querida namorada Mariana que conheccedilo a tatildeo pouco tempo mas
que tem sido uma pessoa mais do que especial me dando atenccedilatildeo respeito e os mais sinceros
sentimentos aleacutem de muito apoio nessa reta final da dissertaccedilatildeo
Por fim agradeccedilo ao PPGEOC pela oportunidade de maneira especial ao Igor por
ser sempre muito eficaz e soliacutecito
RESUMO
A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em
todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo
erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute
localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta
problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas
de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente
pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e
Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas
atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60
de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um
bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na
segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral
pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo
metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram
destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos
valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da
interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos
na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de
Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a
presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de
meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados
orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas
acerca dos ambientes litoracircneos
Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia
ABSTRACT
The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide
One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example
of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco
State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments
extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the
coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal
erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution
satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the
vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city
of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in
Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity
Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic
interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately
55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale
along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in
the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The
first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the
northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh
resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-
automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte
Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de
Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of
alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed
methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can
be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal
environments
Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
RESUMO
A erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno natural encontrado em diversos ambientes litoracircneos em
todo o mundo No entanto a ocupaccedilatildeo antroacutepica desordenada pode potencializar o processo
erosivo como eacute o caso do litoral do estado de Pernambuco onde 438 da populaccedilatildeo estaacute
localizada no ambiente litoracircneo que se estende ao longo de 13 municiacutepios Observando esta
problemaacutetica o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliara vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira atraveacutes do processamento de imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo e sistemas
de informaccedilotildees geograacuteficas (SIG)a partir de indicadores ambientais e antroacutepicos A presente
pesquisa foi dividida em trecircs etapas a primeira visa caracterizar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira em escala local nas praias de Piedade (municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes) e
Paiva (municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho) ressaltando as diferentes caracteriacutesticas
atribuiacutedas as mesmas Na primeira praia destacou-se a intensa urbanizaccedilatildeo com mais de 60
de interferecircncia antroacutepica nos setores avaliados enquanto a segunda se demonstrou conter um
bom desenvolvimento de aacutereas vegetais preservadas mais de 55 do total analisado Na
segunda etapa foi mostrado o uso dos geoindicadores em escala regional para todo o litoral
pernambucano destacando cenaacuterios de intensa vulnerabilidade nas cidades do nuacutecleo
metropolitano enquanto em praias de baixa presenccedila antroacutepica como no setor sul foram
destacados baixos iacutendices de vulnerabilidade enquanto no setor norte foram atribuiacutedos
valores moderados Na terceira etapa deste trabalho trabalho foi apresentado a utilizaccedilatildeo da
interpretaccedilatildeo de imagens de alta resoluccedilatildeo espacial e meacutetodos automaacuteticos e semiautomaacuteticos
na identificaccedilatildeo dos geoindicadores na Praia do Forte Orange (municiacutepio da Ilha de
Itamaracaacute) evidenciando feiccedilotildees sedimentares oriundas do Canal de Santa Cruz mas com a
presenccedila de feiccedilotildees erosivas De forma geral este trabalho visualiza destacar a importacircncia de
meacutetodos alternativos na identificaccedilatildeo de aacutereas com potenciais erosivos a partir de dados
orbitais que acarretaratildeo em uma otimizaccedilatildeo do tempo para na tomada de decisotildees puacuteblicas
acerca dos ambientes litoracircneos
Palavras Chave Erosatildeo Costeira Geoindicadores Geotecnologia
ABSTRACT
The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide
One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example
of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco
State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments
extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the
coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal
erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution
satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the
vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city
of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in
Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity
Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic
interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately
55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale
along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in
the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The
first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the
northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh
resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-
automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte
Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de
Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of
alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed
methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can
be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal
environments
Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
ABSTRACT
The coastal erosion is a natural phenomenon found in many coastal environments worldwide
One of the causes of unorganized human occupation near coastal areas is erosion An example
of erosion caused by anthropogenic activities is found in the coastal areas of Pernambuco
State Brazil where 438 of the state population live nearthe statersquos coastal environments
extending over 13 cities The current study is divided in three chapters and focuses on the
coastal beaches vulnerability evaluation and identification of the vulnerability of coastal
erosion caused by anthropogenic and environmental factors using tools as high resolution
satellite images and geographic information systems First part aims to characterize the
vulnerability of beaches to coastal erosion in a local scaleThe areas of study are Piedade (city
of Jaboatatildeo dos Guararapes) and Paiva beaches (city of Cabo de Santo Agostinho) in
Pernambuco State Brazil with geomorphological and dynamic characteristics variablity
Piedade beach has intensive urbanization indicating more than 60 of anthropogenic
interference in all evaluated sectors while Paiya beachis covered by vegetation approximately
55 of total area In second part several geoindicators were analyzed in a regional scale
along the Pernambucorsquos coastline Different scenarios of high vulnerability were examined in
the cities of the metropolitan area on beaches of low and high anthropogenic activities The
first results showed low indication of vulnerability at the southen sectorcompared to the
northen sector which showed moderate risk of erosion Finally in section threehigh
resolution satellite images were used to identify geoindicators by automaticand semi-
automatic approaches in order to identify erosional features In this chapter the study the Forte
Orange beach (city of Ilha de Itamaraca) highlighting sedimentary features of the Canal de
Santa Cruz and the presence of erosional features This research highlights the importance of
alternative identification methods for areas under potential erosion risk The proposed
methods in this study are very efficient and can produce accurate and fast results which can
be valuable to the public environmental agencies porotection and decision makers of coastal
environments
Keywords Coastal Erosion Geoindicators Geotechnology
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 21 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS2000
18
Figura 22 Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 27
Figura 23 Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens QuickBird e a aplicaccedilatildeo
dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas 2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso
25 S 29
Figura 31 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Sistema de
Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor38
Figura 32 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002) 42
Figura 33 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor 47
Figura 34 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 52
Figura 35 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 55
Figura 36 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Auto 57
Figura 37 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 59
Figura 38 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 63
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 65
Figura 310 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 66
Figura 311 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor 68
Figura 41 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor73
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015
Figura 42 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor 81
Figura 43 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014) 82
Figura 44 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014) 83
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH
(2014)85
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum SIRGAS 1984 zona 25
S 19
Tabela 22 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum SIRGAS zona 25 S
19
Tabela 23 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 22
Tabela 31 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 201040
Tabela 32 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom 41
Tabela 33 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira 45
Tabela 34 Valores dos geoindicadores avaliados em m2 48
Tabela 35 Valores percentuais dos geoindicadores 49
Tabela 36 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade 50
Tabela 41 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo 76
Tabela 42 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem 80
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 12
11 INTRODUCcedilAtildeO 12
12 JUSTIFICATIVA 14
13 OBJETIVOS 14
131 OBJETIVO GERAL 14
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 14
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL 16
21 INTRODUCcedilAtildeO 16
2 2 AacuteREA DE ESTUDO 18
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS 20
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS 20
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL 23
233 IacuteNDICE 23
24 RESULTADOS 24
241 PRAIA DE PIEDADE 24
25 DISCUSSAtildeO 30
26 CONCLUSAtildeO 33
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
GEOGRAacuteFICAS 35
31 INTRODUCcedilAtildeO 35
32 AacuteREA DE ESTUDO 36
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS 40
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS 41
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES 42
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE 44
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 46
341 LITORAL NORTE 51
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO 56
343 LITORAL SUL 60
35 CONCLUSOtildeES 69
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO
COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-PE) 71
41INTRODUCcedilAtildeO 71
42 AacuteREA DE ESTUDO 72
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS 75
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA 75
432 GEOINDICADORES 76
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 79
44 CONCLUSAtildeO 84
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO 87
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 89
APRESENTACcedilAtildeO
Os ambientes costeiros possuem caracteriacutesticas peculiares a outros ecossistemas
apresentando belezas paisagiacutesticas e como consequecircncia satildeo aacutereas que despertam o interesse
da populaccedilatildeo de maneira geral Devido a este fator muitas satildeo as alteraccedilotildees provocadas na
zona litoracircnea atraveacutes da intervenccedilatildeo antroacutepica o que caracteriza a grande demanda
populacional nessas regiotildees em todo o mundo
Diante deste fator o presente estudo torna-se necessaacuterio para a avaliar ambientes
costeiros que possuem distintas caracteriacutesticas devido as mudanccedilas ocasionadas pelo ser
humano Portanto para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo no ambiente costeiro este
trabalho foi estruturado em cinco capiacutetulos
Capiacutetulo 1 O primeiro capiacutetulo faz uma breve descriccedilatildeo acerca do cenaacuterio atual do
litoral pernambucano com seus 187 km de extensatildeo afirmando a necessidade de anaacutelises que
afirmem a proteccedilatildeo nos ambientes litoracircneos
Capiacutetulo 2 Avaliar e comparar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em duas praias
com caracteriacutesticas distintas A primeira de intensa ocupaccedilatildeo e interferecircncia antroacutepica nos
ambiente costeiro (Praia de Piedade - Jaboatatildeo dos Guararapes) Enquanto a segunda praia
identifica-se por ser uma praia de ambiente natural (Praia do Paiva - Cabo de Santo
Agostinho)
Capiacutetulo 3 Identificar indicadores ambientais e antroacutepicos ao longo de toda a orla do
estado de Pernambuco utilizando o iacutendice de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e
cartografia temaacutetica Tais dados foram gerados em ambientes de sistemas de informaccedilotildees
geograacuteficas utilizando imagens de sateacutelite
Capiacutetulo 4 Analisar a presenccedila de indicadores ambientais e antroacutepicos atraveacutes de
meacutetodos semiautomaacuteticos em imagens de sateacutelite de alta resouluccedilatildeo Assim como os outros
capiacutetulos a metodologia da utilizaccedilatildeo de um iacutendice uacutenico para avaliar a vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira eacute utilizada entretanto inveacutes da criaccedilatildeo de bordas este capiacutetulo apresenta um
meacutetodo baseia-se na utilizaccedilatildeo da maacuteximo verossimilhanccedila para quantificaccedilatildeo dos dados a
serem analisados
Capiacutetulo 5 O capiacutetulo 5 realccedila os dados comparativos incluindo a perspectiva da
utilizaccedilatildeo desta mesma metodologia no intuito de avaliar a vulnerabilidade em diferentes
escalas
12
CAPIacuteTULO 1
11 INTRODUCcedilAtildeO
O litoral do estado de Pernambuco em aproximadamente 187 km de extensatildeo se
destaca pela fisiografia peculiar nele encontrada Devido a este fator grandes satildeo os interesses
econocircmicos para a utilizaccedilatildeo deste ambiente creditando este aspecto atual a partir de
atividades turiacutesticas e implantaccedilatildeo de mercado imobiliaacuterio (Manso et al 2012)
Diversos estudos foram realizados no ambiente praial pernambucano Estes estudos
tiveram o intuito da realizaccedilatildeo de anaacutelises sedimentoloacutegica (Manso et al 2012)
geomorfoloacutegica (Dominguez et al 1990) geoquiacutemica (Marques et al 2011) de
morfodinacircmica costeira (Almeida e Schuler 2008) e fatores sociais e antroacutepicos (Costa et al
2008) afim de aprimorar conhecimentos e obtenccedilatildeo do uso sustentaacutevel nos diversos
ecossistemas costeiros
O litoral do estado de Pernambuco apresenta diversidades paisagiacutesticas como
estuaacuterios recifes rochas graniacuteticas e intensas aacutereas de manguezais Entretanto tambeacutem satildeo
verificados intensos contigentes populacionais o que caracteriza a sexta maior regiatildeo
metropolitana no territoacuterio brasileiro como descreve o IBGE (2010)
Devido a intensa histoacuteria de ocupaccedilatildeo da costa pernambucana vaacuterias accedilotildees
governamentais para a proteccedilatildeo de calccediladotildees preacutedios e quiosques foram aplicados
procurando minimizar accedilotildees dos processos costeiros A implementaccedilatildeo de estruturas riacutegidas
em alguns municiacutepios satildeo exemplos da necessidade de intervenccedilotildees pelos oacutergatildeos puacuteblicos
para reduzir os danos locais (Costa et al 2008 )
No contexto atual de uso e ocupaccedilatildeo dos solos a zona de poacutes-praia apresenta uma
intensa valorizaccedilatildeo comercial Este fator potencializa a pressatildeo antroacutepica sobre os ambientes
costeiros em diversos casos relacionados agrave vulnerabilidade costeira em todo o mundo
(Nascimento e Dominguez 2009)
Diversas abordagens referentes a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tecircm sido alvo de
estudos nas aacutereas das ciecircncias ambientais As observaccedilotildees visam a anaacutelise dos riscos naturais
referentes agraves mudanccedilas climaacuteticas e influecircncias antroacutepicas estas sendo variaacuteveis responsaacuteveis
pela definiccedilatildeo do grau de vulnerabilidade
Os iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos satildeo procedimentos analiacuteticos
como descreve Nguyen et al (2016) Na literatura cientiacutefica satildeo encontrados mais de 50
13
iacutendices de vulnerabilidade estes avaliam diversas tipologias e variaacuteveis afim de classificar os
ambientes quanto a sua propensatildeo agrave vulnerabilidade
De acordo com Gouldby e Samuels (2005) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que destacam uma maior fragilidade passividade
ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de uma accedilatildeo de
potencial destrutivo
As belezas paisagiacutesticas das aacutereas costeiras possuem um atrativo que caracteriza um
aumento da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria nestas regiotildees Para estas regiotildees satildeo atribuiacutedas agraves
maiores preocupaccedilotildees devido as construccedilotildees de grandes edifiacutecios atraveacutes do modelo proposto
de verticalizaccedilatildeo (Emrich e Cutter 2011)
O conhecimento aprimorado atraveacutes da leitura de referencial bibliograacutefico e a
diversidade metodoloacutegica satildeo necessaacuterias para uma avaliaccedilatildeo de melhor consistecircncia no que
tange as aacutereas que apresentam potencial vulnerabilidade aacute erosatildeo costeira
Como referecircncia em estudos relacionados a vulnerabilidade o Laboratoacuterio de
Oceanografia Geoloacutegica (LABOGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bem
como o Laboratoacuterio de Cartografia Costeira (UFPE) e Laboratoacuterio de Geologia e Geofiacutesica
Marinha (UFPE) procuram avaliar os cenaacuterios de erosatildeo ao longo do estado de Pernambuco
Com o intuito de realizar uma caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no
estado de Pernambuco realizou-se uma revisatildeo bibliograacutefica reunindo informaccedilotildees
relevantes sobre os ambientes costeiros Aleacutem destes aspectos estudos preteacuteritos de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco foram considerados sendo
importantes fontes de informaccedilatildeo Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo (2010) Raposeiro
e Ferreira (2010)
Para o presente trabalho optou-se utilizar imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo espacial
integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas no intuito de criar uma base
cartograacutefica atribuiacuteda a indicadores ambientais e antroacutepicos propostos por Bush (1999)
Conforme Sousa et al (2011 2013) a utilizaccedilatildeo de geoindicadores contribuem para
uma avaliaccedilatildeo de feiccedilotildees que contribuem para os aspectos de proteccedilatildeo costeira transporte de
sedimentos uso e ocupaccedilatildeo dos solos bem como a caracterizaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo nativa e
feiccedilotildees arenosas
Atraveacutes do uso de geoindicadores como variaacuteveis que identificam a natureza do
ambiente praial eacute proposta a quantificaccedilatildeo destas aacutereas sendo posteriormente integradas ao
iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira descrito por Sousa et al (2013)
14
12 JUSTIFICATIVA
O litoral do Estado de Pernambuco apresenta cerca de 4 do territoacuterio total no
entanto cerca de 438 da populaccedilatildeo vive nesta aacuterea (IBGE 2010) o que representa um
intenso adensamento populacional Tal perspectiva demograacutefica na zona costeira traz consigo
o acompanhamento da ocupaccedilatildeo desordenada explosatildeo das atividades turiacutesticas e
descaracterizaccedilatildeo local (Manso et al 2006)
Neste sentido questotildees naturais e antroacutepicas podem acarretar a potencializaccedilatildeo da
erosatildeo costeira Alguns problemas mais comuns satildeo edificaccedilotildees em aacuterea de poacutes-praia
retirada de vegetaccedilatildeo natural como restinga mata atlacircntica e manguezais e aumento relativo
do niacutevel do mar Todos estes fatores apresentaratildeo adversidades futuras devido a sua
importacircncia na economia e nos aspectos ambientais
A iniciativa da tomada de estudos para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos no auxiacutelio do
planejamento ambiental costeiro eacute sem duacutevidas de muita necessidade tendo em vista a
importacircncia do litoral para a economia local Para isso novas pesquisas e meacutetodos devem ser
desenvolvidos afim de ser ter dados para a tomada de discussotildees e avaliaccedilotildees dos mesmos
O uso do sensoriamento remoto como ferramenta para este estudo viabiliza uma nova
perspectiva de anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o estado de Pernambuco
em escala regional visto que alguns trabalhos locais jaacute foram desenvolvidos como o de Silva
et al (2013)
13 OBJETIVOS
131 OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo do cenaacuterio da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira em todo o litoral do
Estado de Pernambuco atraveacutes dos geoindicadores
132 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Utilizar teacutecnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento na extraccedilatildeo de
informaccedilotildees a cerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Avaliar setores e suas caracteriacutesticas especiacuteficas com o intuito de promover a geraccedilatildeo
de mapas temaacuteticos
Classificar os graus de vulnerabilidade nos setores avaliados e
15
Identificar quais as feiccedilotildees que provocam o aumento ou diminuiccedilatildeo da vulnerabilidade
agrave erosatildeo costeira
16
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE DA VULNERABILIDADE Agrave EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DOS
GEOINDICADORES NAS PRAIAS DE PIEDADE E PAIVA (PE) BRASIL
21 INTRODUCcedilAtildeO
A zona costeira pode ser considerada como uma das aacutereas mais dinacircmicas do planeta
(Muehe 2001) Seu monitoramento aplicado ao gerenciamento costeiro integrado torna-se
necessaacuterio para mitigar impactos da erosatildeo costeira podem ser detectados e avaliados a partir
de fatores naturais (fenocircmenos climaacuteticos geoloacutegicos e oceanograacuteficos) e antroacutepicos
(impermeabilizaccedilatildeo do solo ocupaccedilatildeo desordenada e retirada da vegetaccedilatildeo natural)
(Nascimento e Dominguez 2009 Silva et al 2013)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute um fenocircmeno que pode ser classificado atraveacutes
do uso de modelos analiacuteticos considerando uma seacuterie de paracircmetros que podem ser
mensurados Em vaacuterios lugares do mundo encontram-se exemplos do grau considerado
ldquoaltordquo em uma determinada escala de classificaccedilatildeo para vulnerabilidade chegando a estaacutegios
criacuteticos potencializados pelos fatores antroacutepicos que normalmente ocasionam prejuiacutezos
ambientais econocircmicos e sociais (Muehe 2008 MMA 2006)
Estudos de casos tais como trechos do litoral espanhol (Doody 2001) Delaware na
costa leste dos Estados Unidos da Ameacuterica (Daniel 2001) o litoral do estado de Pernambuco
no nordeste brasileiro (Martins 2015) entre outros satildeo exemplos de trabalhos com o objetivo
de aplicar meacutetodos capazes de classificara vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
O conceito de vulnerabilidade costeira aproxima a susceptibilidade aos dados
referentes a exposiccedilatildeo a capacidade de enfrentamento aos sistemas fiacutesicos e os sociais
Sendo muitas vezes visualizada como uma caracteriacutestica intriacutenseca de um sistema ou de um
elemento estando constantemente ampliado e abrangente a capacidade de adaptaccedilatildeo do
ambiente costeiro agraves mudanccedilas antroacutepicas ocorridas (Birkmann 2007)
Atualmente para a estimativa da vulnerabilidade um conjunto de observaccedilotildees e
paracircmetros qualitativos e quantitativos baseados em geoindicadores que contextualizam o
estudo de tal temaacutetica vecircm se desenvolvendo para a realizaccedilatildeo de diversas anaacutelises em
modelos analiacuteticos com o objetivo de gerar mapas temaacuteticos ao longo de uma aacuterea como
17
visto em Harvey et al (1999) Boruff et al (2005) Mazzer et al (2008) Mallman e Arauacutejo
(2010) Raposeiro e Ferreira (2010) Rudorff e Bonetti (2010) Sousa et al (2011) entre
outros
Os geondicadores apresentam aplicaccedilotildees observadas a partir dos cenaacuterios avaliados
para fins de monitoramento ambiental em escalas correspondentes a necessidade do estudo
Estes satildeo integrados a bancos de dados que apresentam teacutecnicas sofisticadas para avaliar
informaccedilotildees geograacuteficas com fins ambientais caracterizando-se como alternativas de baixo
custo para a gestatildeo costeira integrada no contexto puacuteblico (Bush et al 1999)
A maioria dos trabalhos que abordam monitoramento costeiro e vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira fazem uso de geotecnologias utilizando sensores remotos (Gonccedilalves 2010)
tais como fotografias aeacutereas a partir de aviotildees (Gonccedilalves et al 2012a) ou atualmente
utilizando veiacuteculos moacuteveis natildeo tripulaacuteveis drones ou balotildees (Eulie et al 2013) imagens de
sateacutelites artificiais (Malmann et al 2014) videometria (Pereira et al 2011 Pereira et al
2012) informaccedilotildees de altimetria e modelos digitais do terreno utilizando LIDAR (Light
Detection And Ranging) (Hantson et al 2012) teacutecnicas de posicionamento global como o
GNSS (Global Navigation Satellite System) (Tanajura et al 2011 Gonccedilalves et al 2012b
Mendonccedila et al 2014) e teacutecnicas de levantamentos topograacuteficos utilizando estaccedilatildeo total
(Gonccedilalves et al 2013) Essas informaccedilotildees espaciais integradas passam a ser organizadas e
analisadas de maneira quantitativa (Mazzer et al 2008)
Segundo Amaro et al (2012) a utilizaccedilatildeo do sensoriamento remoto pode trazer
excelentes resultados para anaacutelise da dinacircmica costeira e dos processos que satildeo atuantes neste
ambiente pois permite a obtenccedilatildeo de diversas informaccedilotildees a respeito de extensas aacutereas da
superfiacutecie terrestre facilitando a possibilidade de interpretaccedilotildees e extraccedilatildeo de informaccedilotildees
geograacuteficas
A partir de um estudo de caso no nordeste do Brasil mais especificamente nas praias
de Piedade e do Paiva localizadas no estado de Pernambuco este trabalho apresenta uma
contribuiccedilatildeo para a anaacutelise dos indicadores continentais e costeiros destacando-se os
seguintes objetivos (i) avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na aacuterea de estudo aplicado a
metodologia proposta por Sousa et al (2013) (ii) fazer uso de teacutecnicas de sensoriamento
remoto orbital e geoprocessamento para extrair informaccedilotildees necessaacuterias ao caacutelculo da
vulnerabilidade (iii) fornecer atraveacutes da classificaccedilatildeo encontrada subsiacutedios para o
planejamento e gerenciamento dos recursos costeiros
18
2 2 AacuteREA DE ESTUDO
Figura 2 1 (a) Mapa de Localizaccedilatildeo das Praias do Paiva e Piedade a esquerda (Landsat 8) (b) Regiatildeo
Nordeste (c) Cidades de Jaboatatildeo dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho Datum SIRGAS 2000
19
Tabela 2 1 Limites dos setores da praia do Paiva em coordenadas UTM datum
SIRGAS 1984 zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2847870 - 2899860 9090764 - 9088087
Setor Central 2899860 - 2843600 9088087 - 9085905
Setor Sul 2843600 - 2895610 9085905 - 9083709
Cada setor foi dividido atraveacutes de uma caracteriacutestica especifica em comum O setor
norte foi caracterizado pela vegetaccedilatildeo densa em uma aacuterea proacutexima agrave costa aleacutem da foz do Rio
Jaboatatildeo No setor central eacute encontrada uma dinacircmica residencial de alguns condomiacutenios de
alto padratildeo E o setor sul foi destacado pela presenccedila de um Recife de Arenito com presenccedila
coraliacutenea em sua superfiacutecie (Dominguez et al 1990)
A praia de Piedade estaacute localizada no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes-PE na
porccedilatildeo central da regiatildeo Metropolitana do Recife (Fig1 (a) e (c)) Possui caracteriacutesticas
diferentes da praia do Paiva nos aspectos fiacutesicos devido a existecircncia de duas linhas de
arrecife protegendo a praia da incidecircncia de ondas Diferencia-se tambeacutem pelos aspectos
socioeconocircmicos sendo uma praia completamente urbanizada e obtendo uma densidade
demograacutefica considerada alta com 249182 habkm2 (IBGE 2010)
Tabela 2 2 Limites dos setores da praia de Piedade em coordenadas UTM datum
SIRGAS zona 25 S
SetoresCoordenadas UTM Y UTM X
Setor Norte 2886340 - 2919170 9098163 - 9095960
Setor Central 2919170 - 2879710 9095960 - 9094546
Setor Sul 2879710 - 2916679 9094546 - 9093186
Assim como a praia do Paiva a praia de Piedade tambeacutem foi dividida em 3 setores
delimitadas na tabela 2 O setor norte foi agrupado conforme a caracteriacutestica da ausecircncia de
intervenccedilatildeo de recifes e estruturas costeiras O setor central foi identificado com a presenccedila de
20
recifes de arenito E o setor sul foi avaliado atraveacutes da presenccedila de uma estrutura de
engenharia costeira e a presenccedila de Recifes
23 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Nesta seccedilatildeo seraacute detalhada a aacuterea de estudo bem como a proposta acerca dos
indicadores inseridos no iacutendice para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira Os
indicadores foram introduzidos no banco de dados geograacuteficos atraveacutes do processamento de
dados em SIG a partir da vetorizaccedilatildeo das feiccedilotildees como quadras urbanas vegetaccedilatildeo praia
linha de costa rio solo exposto ruas e avenidas asfaltadas estruturas de engenharia costeira e
recifes
Para cada feiccedilatildeo foram realizados os caacutelculos de aacuterea para os poliacutegonos gerados e
anaacutelise dos comprimentos de linhas Todo o processamento matemaacutetico foi realizado no
software Quantum GIS 26 (QGIS 26) mais detalhes sobre os indicadores presentes e sobre
os materiais utilizados na aplicaccedilatildeo do modelo proposto
De acordo com Fernandez et al (2013) a disponibilidade do sensoriamento remoto de
alta resoluccedilatildeo espacial permite a geraccedilatildeo de mapas e aquisiccedilatildeo da espacializaccedilatildeo com maior
acuraacutecia o que se torna interessante para ser utilizado como fonte de informaccedilotildees e para
representaccedilatildeo temaacutetica do iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
Com o objetivo de realizar o mapeamento das aacutereas de interesse foram utilizadas
imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial As imagens digitais utilizadas pertencem ao
sateacutelite artificial Geoeye do ano de 2013 com as seguintes caracteriacutesticas resoluccedilatildeo espectral
por bandas em (microm) B1 045-052micro - azul B2 052-060micro - verde B3 063 - 069micro
vermelho B4 076-090micro-infravermelho B5 045-090 micro pancromaacutetica e resoluccedilatildeo espacial
para o modo pancromaacutetico de 060cm e 24m para as bandas B1 B2 e B3 cedidas
gentilmente pelo laboratoacuterio de cartografia costeira (LACCOST-UFPE)
231 PARAcircMETRO DE ENTRADA DO MODELO CONSIDERANDO (INDICADORES)
AMBIENTAIS E GEOGRAacuteFICOS
Com o intuito de minimizar os impactos da erosatildeo costeira Bush et al (1999)
apresentam um simples e raacutepido meacutetodo baseado em indicadores ambientais e geoindicadores
A tabela 1 apresenta trecircs principais colunas do iacutendice (baixo moderado e alto) duas variaacuteveis
21
(costeiro e continental) e dez indicadores (morfologia da praia posiccedilatildeo da linha de costa
presenccedila de dunas exposiccedilatildeo agrave onda presenccedila de rios elevaccedilatildeo do terreno vegetaccedilatildeo
estruturas costeiras ocupaccedilatildeo percentual solo permeabilizado)
Este meacutetodo apresenta uma abordagem aos processos erosivos que trazem a
vulnerabilidade a costa considerando as variaacuteveis naturais e antroacutepicas como indicadores
envolvendo os mais significantes agentes praiais A seguir cada um dos indicadores seraacute
descrito
1 Morfologia da praia Este eacute o primeiro e mais importante indicador para compreender os
processos dinacircmicos da linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos
hidrodinacircmicos geoloacutegicos e climatoloacutegicos Podendo ocorrer em longa ou curta duraccedilatildeo na
ordem de metros a quilocircmetros respectivamente (Menezes 2008)
2 A posiccedilatildeo da linha de costa sofre constantes alteraccedilotildees sendo que estas podem ser
intensas ou insignificantes natildeo possuindo um padratildeo indicado em escalas temporais Para
avaliar este indicador eacute necessaacuterio avaliar as alteraccedilotildees histoacutericas do ambiente praial como
indicam Cowel e Thom (1994)
3 Os campos de dunas demonstram-se como barreiras naturais que protegem a zona costeira
de ondas e tempestades aleacutem de funcionarem como fontes de sedimentos para as praias
adjacentes Elas tecircm uma importacircncia elementar pois apresentam uma propensatildeo bastante
eficaz na proteccedilatildeo praial
4 Recife este eacute um paracircmetro que define o grau de exposiccedilatildeo ou proteccedilatildeo da linha de costa
para a accedilatildeo de ondas Eacute necessaacuterio observar a existecircncia ou ausecircncia de obstaacuteculos em direccedilatildeo
ao longo da linha de costa
5 Rios ou canais satildeo verificados atraveacutes da dinacircmica destas feiccedilotildees que tendem agrave
instabilidade em funccedilatildeo de sua migraccedilatildeo ao longo do tempo Rios ou Canais migram muitos
metros durante anos ou operam uma abertura de maneira intermitente causando mudanccedilas
abruptas na linha de costa chegando a provocar inundaccedilotildees nas aacutereas adjacentes a praia
6 A elevaccedilatildeo do terreno estaacute relacionada ao alcance do ataque das ondas e elevaccedilatildeo do niacutevel
do mar Uma regiatildeo com elevaccedilatildeo acima de 6m dificilmente sofreraacute inundaccedilotildees causadas por
sobrelavagem que ocorrem em periacuteodos energeacuteticos Jaacute terrenos com elevaccedilatildeo abaixo de 3m
satildeo bastante suscetiacuteveis agrave accedilatildeo destes eventos
7 A vegetaccedilatildeo na zona costeira eacute um indicador que mostra estabilidade ou instabilidade uma
aacuterea adjacente a praia A vegetaccedilatildeo funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso
quando arboacuterea com copas altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com
22
pedogecircnese avanccedilada em quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas
sugerem processo de erosatildeo em curso
8 Engenharia costeira e estruturas de contenccedilatildeo da erosatildeo costeira satildeo bastante utilizadas
na minimizaccedilatildeo dos impactos Estas satildeo emergecircncias usuais para a reduccedilatildeo de impactos na
linha de costa Embora providencie a proteccedilatildeo em curto prazo elas representam aacutereas de
instabilidade no cenaacuterio futuro
9 A ocupaccedilatildeo pode causar severos danos para a costa intensificando os processos erosivos
mudanccedilas no balanccedilo sedimentar e elevaccedilatildeo do niacutevel do mar
10 ImPermeabilidade do solo este indicador estaacute diretamente relacionado ao percentual de
ocupaccedilatildeo sendo discutido em mais detalhes em um toacutepico especiacutefico
22
Tabela 2 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
Variaacuteveis Indicadores V Baixa V Moderada V Alta
Iacutendice Costeiro 1 Morfologia da praia Bom suprimento
de areia e praia
robusta em sua
morfologia
Potencial interrupccedilatildeo de
suplementos
sedimentares e
moderado estreitamento
do perfil da praia
Praia estreita com suplementos
sedimentares interrompidos
2 Posiccedilatildeo da linha de
costa
3 Campos de Dunas
Acresccedilatildeo
Presenccedila da
extensatildeo e grande
atuaccedilatildeo da aacuterea de
dunas
Estaacutevel
Presenccedila de pequenas e
dunas com baixa
elevaccedilatildeo
Erosatildeo
Sem dunas
4 Exposiccedilatildeo agrave onda
5 Distacircncia da foz de
Rios
Presenccedila natural
de barreiras
gt100m
Presenccedila de bancos de
areia
Entre 50 e 100 m
Ondas com efeitos natildeo naturais
com obstaacuteculos minimizando a
energia
lt50m
Continental 6 Elevaccedilatildeo do
terreno
7 Vegetaccedilatildeo
gt6m
Vegetaccedilatildeo densa
com florestas
maduras sem
presenccedila de
erosatildeo
3-6m
Estabelecida com
gramas e Arbustos
lt3m
Esparsa ou nenhuma vegetaccedilatildeo
8 Estruturas costeiras Ausente Estruturas de pequeno
porte
Presenccedila de diques muros de
contenccedilatildeo quebra-mares entre
outros
9 Percentual de
ocupaccedilatildeo
10 Permeabilidade do
solo
lt30
Solo com
ocupaccedilatildeo ausente
ou esparsa
Entre 30 e 70
Moderada
permeabilidade devido a
ocupaccedilatildeo e urbanizaccedilatildeo
gt70
Permeabilidade afetada pela
presenccedila urbana e assentamentos
bem desenvolvidos
23
232 OCUPACcedilAtildeO PERCENTUAL
Para anaacutelise de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas duas praias avaliadas foram
necessaacuterios estudos no que tange a ocupaccedilatildeo urbana relacionadas ao histoacuterico de construccedilatildeo
de edificaccedilotildees observaccedilatildeo do cenaacuterio atual das imagens de sateacutelite dados de densidade
demograacutefica populacional dos municiacutepios finalizado a partir das aacutereas de ocupaccedilatildeo urbana e
aacutereas naturais atribuiacutedas pela ausecircncia de ocupaccedilatildeo antroacutepica com dados populacionais do
IBGE (2010) O iacutendice de ocupaccedilatildeo (Ao) eacute a soma de todas as variaacuteveis e feiccedilotildees urbanas
como descrito na equaccedilatildeo 1
119860119900=119860119887 + 119860119903+ 119860119899 eq 21
Onde Ab satildeo aacutereas edificadas Ar satildeo aacutereas das estradas e An satildeo n variaacuteveis A ocupaccedilatildeo
percentual eacute definida como (Po) (Eq (2)
119875119900 =119860119900119909100
119860119906
(2) eq 22
Onde Au corresponde ao total da aacuterea em cada setor Porcentagens inferiores a 30 indicam
baixa vulnerabilidade e porcentagens superiores 70 indicam a vulnerabilidade alta Valores
intermediaacuterios indicam vulnerabilidade moderada
233 IacuteNDICE
Segundo Bush et al (1999) e Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros
satildeo resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos
que estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada indicador de maneira
individual detalhada conforme descrito no item anterior e de acordo com sua presenccedila
atuando como agente protetor ou agente erosivo
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores da Tabela 1 Um valor numeacuterico baseado nas
amostras eacute atribuiacutedo para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta vulnerabilidade
Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
24
numeacuterico
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de entrada
do modelo Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto A vantagem deste iacutendice eacute a
possibilidade de trabalhar em diferentes escalas com base na aacuterea de interesse
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade Sendo
assim a anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Central e Sul) preacute-determinados
atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor De acordo com a eq (3) temos
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 23
24 RESULTADOS
241 PRAIA DE PIEDADE
2411 Setor Norte
O setor norte da praia de Piedade se caracteriza por apresentar 578 de ocupaccedilatildeo
onde 289 satildeo quadras urbanas Esta porccedilatildeo representa ser a porccedilatildeo da cidade de Jaboatatildeo
dos Guararapes mais proacuteximo dos limites com da cidade do Recife a capital do estado de
Pernambuco
A partir da deacutecada de 1960 esta aacuterea caracterizou-se por uma intensa valorizaccedilatildeo no
mercado se destacando por ser uma aacuterea de alta especulaccedilatildeo imobiliaacuteria a partir de terrenos
com edifiacutecios e inuacutemeros preacutedios residenciais e empresariais que favorecem a concentraccedilatildeo e
crescimento populacional para esta regiatildeo o qual natildeo ocorreu de forma planejada
Pela anaacutelise da imagem Geoeye possiacutevel constatar que apenas 11 representa aacuterea
de solo exposto regiotildees de aacutereas particulares ainda natildeo edificadas que satildeo inseridas Ainda
sobre os aspectos urbanos 289 da aacuterea total satildeo ruas e avenidas todas asfaltadas Neste
setor natildeo haacute nenhuma estrutura de proteccedilatildeo costeira tanto artificial como natural
25
Na aacuterea avaliada 113 foi considerado vegetaccedilatildeo na forma de aacutervores de meacutedio e
grande porte a vegetaccedilatildeo arbustiva foi de 07 A aacuterea de praia corresponde a 274 do total
avaliado para o setor este valor percentual estaacute atribuiacutedo a engorda de praia concluiacuteda no ano
de 2014
A partir da proposta avaliada por Sousa et al (2011) atraveacutes da analise da
vulnerabilidade pelos geoindicadores por Bush et al (1999) o iacutendice de vulnerabilidade para
este setor foi de 8 ou seja avaliaccedilatildeo de alta vulnerabilidade erosatildeo costeira destacada pela
alta influecircncia antroacutepica na regiatildeo
2412 Setor Central
O iacutendice de vulnerabilidade para este setor foi calculado como 7 classificado como
zona de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo seguindo valores percentuais semelhantes ao setor
norte obtendo 609 de quadras urbanas e estradas asfaltadas
Assim como o a aacuterea norte da praia de piedade esta porccedilatildeo analisada apresenta
diversos serviccedilos agrave populaccedilatildeo local assim como grandes preacutedios agecircncias bancaacuterias grandes
redes de supermercados presentes em 16 de estradas asfaltadas ao longo do ambiente de
poacutes-praia caracterizando um ambiente praial bastante urbanizado como possiacutevel observar na
figura 2
Ao longo da linha de costa satildeo observados 504 de aacuterea correspondente a um recife
de arenito (Dominguez et al 1990) possibilitando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo de ondas agrave
praia A aacuterea de praia para este setor foi de 307 enquanto a quantificaccedilatildeo da aacuterea vegetada
para este setor eacute de 25 de aacutervores de grande e meacutedio porte enquanto a vegetaccedilatildeo arbustiva
foi classificada como 07
2413 Setor Sul
Bem como os setores Norte e Central o setor Sul da praia de Piedade conteacutem um
grande contingente populacional caracteriacutestico de uma praia completamente urbanizada
contendo 407 de ocupaccedilatildeo percentual inseridas em grandes preacutedios provocando impactos
ambientais negativos aleacutem de 157 de estradas asfaltadas totalizando 564 de aacuterea de solo
impermeaacutevel
No ano de 2004 foi construiacutedo neste setor uma estrutura de engenharia costeira
tambeacutem visualizando a minimizaccedilatildeo da exposiccedilatildeo da praia local agraves ondas no entanto este
espigatildeo sofreu uma reduccedilatildeo devido as obras realizadas no ano de 2014 pela prefeitura da
cidade de Jaboaatildeo dos Guararapes Atualmente este espigatildeo corresponde de maneira
26
fracionada a 23 da aacuterea total avaliada possibilitando a deposiccedilatildeo de sedimentos no
ambiente praial que corresponde apoacutes o periacuteodo as obras de engorda de passaram a 258 de
aacuterea avaliada
A morfologia praial dinamiza entre natildeo haver a presenccedila de dunas mas valores de
18 de vegetaccedilatildeo rasteira e 05 de vegetaccedilatildeo de grande porte na linha de costa Neste
setor foram avaliados recifes de arenito (Dominguez et al 1990) que correspondem a 21
da aacuterea analisada
O iacutendice de vulnerabilidade no setor sul da praia de Piedade obteve o resultado de 7
classificado como de alta vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo os fatores antroacutepicos os
principais agentes da quantificaccedilatildeo deste iacutendice
27
Figura 2 2Praia de piedade apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 ndash Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
28
242 Praia do Paiva
2421 Setor Norte
O iacutendice setor norte foi classificado como 5 demonstrando uma vulnerabilidade
media a morfologia da praia neste setor eacute diferenciada pois apresenta-se proacuteximo a foz do
Rio Jaboatatildeo (176 da aacuterea analisada) passando por fenocircmenos de erosatildeo e acresccedilatildeo de
forma contiacutenua
A foz do Rio Jaboatatildeo apresenta eventos de intensa energia causados por eventos
meteoroloacutegicos trazendo consigo uma maior carga sedimentar (Magini et al 2007)
influenciando diretamente a aacuterea de praia que eacute de 37 natildeo sendo identificado nenhuma
presenccedila de estruturas de engenharia costeira ou de recifes naturais ocorrendo uma intensa
exposiccedilatildeo a ondas nesta localidade
A vegetaccedilatildeo corresponde a 572 tendo como caracteriacutestica principal uma extensa
aacuterea de coqueiros e a a presenccedila de uma aacuterea de manguezal cobrindo uma intensa aacuterea que
fica entre a praia e o Rio Jaboatatildeo A proximidade com o municiacutepio de Jaboatatildeo dos
Guararapes-PE e os investimentos feitos em rodovias pedagiadas traz um contingente
populacional em crescimento onde atualmente 104 eacute traduzido como ocupaccedilatildeo percentual e
19 satildeo estradas que se conectam para a microrregiatildeo de Suape sendo todas as estradas
pavimentadas neste setor Ainda na anaacutelise foram identificados 92 de solo exposto aacutereas
em que natildeo existe presenccedila de residecircncias vegetaccedilatildeo ou estradas
2422 Setor Central
A porccedilatildeo central da praia do Paiva eacute sem duacutevidas a aacuterea do Paiva mais atingida pela
influecircncia antroacutepica com 259 referentes a ocupaccedilatildeo em quadras urbanas e 25 de
estradas e rodovias pavimentadas aacuterea natildeo permeaacutevel existindo com a referecircncia de
condomiacutenios de alto valor aquisitivo tendo a estabilizaccedilatildeo de mega empreendimentos
presentes causando grandes alteraccedilotildees ambientais na costa litoracircnea caracterizado por 36
do estudo tendo a semelhanccedila da faixa do setor norte
29
Figura 2 3Praia do paiva apoacutes o processamento da vetorizaccedilatildeo das imagens Geoeye e a aplicaccedilatildeo dos indicadores propostos na metodologia Datum Sirgas
2000 - Sistema de Coordenadas UTM Fuso 25 S
30
Apesar dos dados evidenciarem danos ao meio ambiente 603 do setor central
consiste em uma extensa faixa de vegetaccedilatildeo de coqueiros incluindo a porccedilatildeo costeira como eacute
possiacutevel ver na figura 3 possibilitando a fixaccedilatildeo de sedimentos 32 da anaacutelise para este
setor foi tida como solo exposto
Uma caracteriacutestica deste setor eacute que o Rio Jaboatatildeo (45) corre de maneira paralela agrave
praia O iacutendice de vulnerabilidade para o Setor Central da Praia do Paiva (2886650 ndash 2894950
UTM Y e 9095976 ndash 9094094 UTM X) foi de 55 sendo classificado como vulnerabilidade
meacutedia
2423 Setor Sul
O setor sul da praia do Paiva apresenta-se de maneira bastante singular a presenccedila de
ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute bastante reduzida se comparado aos setores avaliados anteriormente O
iacutendice deste setor eacute 5 classificado como vulnerabilidade moderada
O Rio Jaboatatildeo natildeo apresenta interferecircncia nesta aacuterea da praia apenas nos periacuteodos de
chuvas intensas ou eventos de tempestade quando o mesmo transporta sedimentos para o
setor em evidencia ocasionando a turbidez das aguas por estar apenas 4 km de distacircncia da
foz Ao longo da linha de costa eacute encontrado um recife de corais e de algas coralinas
(Dominguez et al 1990) correspondendo a 227 do setor analisado protegendo a
exposiccedilatildeo de ondas atuando como um obstaacuteculo alcanccedilando a praia que contem 276 da
aacuterea avaliada Natildeo haacute presenccedila de dunas nem estruturas de engenharia costeira neste setor
A permeabilidade do solo natildeo eacute comprometida pela influecircncia antroacutepica apenas na
estrada local asfaltada totalizando 19 Um dos fatores que possibilitam a avaliaccedilatildeo do
percentual de ocupaccedilatildeo neste setor eacute obtido por meio da vegetaccedilatildeo local que eacute de 578 e
assim como nos outros setores da praia do Paiva eacute visiacutevel atraveacutes de uma extensa aacuterea de
coqueiros
25 DISCUSSAtildeO
As anaacutelises realizadas tiveram o intuito de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
em duas praias da regiatildeo metropolitana do Recife sendo elas Piedade (Jaboatatildeo dos
Guararapes) e Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
31
A partir de entatildeo foram observados que nos trecircs setores da praia de Piedade a
vulnerabilidade esteve entre 7 e 8 A influecircncia dos fatores antroacutepicos neste caso a
urbanizaccedilatildeo e a quantificaccedilatildeo dos solos impermeaacuteveis corresponderam entre 578 e 609
caracterizando uma intensa urbanizaccedilatildeo para este ambiente
De acordo com Guerra e Manso (2004) a instalaccedilatildeo de elevados graus percentuais de
edificaccedilotildees e estradas ao longo da regiatildeo de poacutes-praia satildeo fatores condicionantes agrave
potencializaccedilatildeo da perda de sedimentos e balanccedilo sedimentar negativo Outro fator a se levar
em consideraccedilatildeo eacute a ocupaccedilatildeo desordenada que segundo os autores supracitados provocam o
avanccedilo da linha de costa em direccedilatildeo ao continente
No ano de 2014 a prefeitura do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes realizou o
processo de engorda das praias da orla municipal este aumento caracterizou a inserccedilatildeo de 1
milhatildeo de m3 de areia em 56 km2 de aacuterea total modificada A jazida destes sedimentos
estavam localizadas nas proximidades da praia de Calhetas no municiacutepio do Cabo de Santo
Agostinho (CPRH 2014)
Aleacutem da alteraccedilatildeo atraveacutes dos sedimentos inseridos na orla de Piedade a
morfodinacircmica local tambeacutem sofreu modificaccedilotildees com as retiradas de parte de um recife e a
reduccedilatildeo de uma estrutura de engenharia costeira identificada como enrocamento
A interferecircncia do governo municipal na infraestrutura costeira foi de grande serventia
para a populaccedilatildeo local que sofria com o avanccedilo do mar Entretanto os motivos que
identificavam esse avanccedilo do mar satildeo os mesmos que atribuem a questatildeo da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia de Piedade que eacute a interferecircncia antroacutepica
Diferentemente da praia de Piedade os trecircs setores da praia do Paiva (localizada no
Cabo de Santo Agostinho-PE) oscilaram entre 5 e 6 A resposta para a quantificaccedilatildeo nestes
valores estaacute no desenvolvimento da vegetaccedilatildeo local onde existe uma presenccedila massiva de
coqueirais e remanescentes de mata atlacircntica e intensas aacutereas de mangue onde foram
observados 572 603 e 578 nos setores Norte Central e Sul respectivamente
Outro fator que responsabiliza a preservaccedilatildeo do ambiente costeiro estaacute relacionada a
influecircncia antroacutepica que nos trecircs setores apresenta-se de maneira modesta O uso e ocupaccedilatildeo
do solo nos trecircs setores da praia do Paiva natildeo passaram de 259 sendo este valor ocorrido
no setor central Entretanto este setor jaacute apresenta alteraccedilotildees com a criaccedilatildeo de condomiacutenios
de luxo considerando a presenccedila local da especulaccedilatildeo imobiliaacuteria para a construccedilatildeo de novos
empreendimentos
32
As aacutereas litoracircneas da Regiatildeo Metropolitana do Recife passam por uma seacuterie de
processos urbaniacutesticos gerando conflitos que estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do solo A
falta de poliacuteticas puacuteblicas que estabelecessem ocupaccedilotildees ordenadas ao longo dos ambientes
nas proximidades da capital pernambucana vecircm gerando seacuterios conflitos ambientais (Xavier
2002)
Casos como as praias de piedade onde a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira jaacute alcanccedila
iacutendices elevados bem como a praia do Paiva que jaacute passa pelo interesse imobiliaacuterio local
devem ser apresentados atraveacutes da proposta metodoloacutegicas que proporcionem anaacutelises
referentes a suscetibilidade nestes cenaacuterios
Ribeiro et al (2013) afirma que o presente meacutetodo eacute um procedimento raacutepido e de
baixo custo para a avaliaccedilatildeo do cenaacuterio costeiro com potencial vulnerabilidade sendo
possiacutevel aplica-lo a gestatildeo costeira em diversas escalas objetivando possiacuteveis intervenccedilotildees em
meios que se apresentam como vulneraacuteveis aos indicadores propostos
Para Cooper e Mc Laughin (1998) a classificaccedilatildeo da costa em niacuteveis de
vulnerabilidade e risco permite o estabelecimento de diretrizes o que diz respeito a gestatildeo
costeira sendo necessaacuterio estabelecer limites e criteacuterios para a observaccedilatildeo dos fenocircmenos que
potencializam a erosatildeo e regressatildeo da linha de costa
O presente meacutetodo demonstrou ser de simples aplicabilidade e capaz de ser adaptado
para aacutereas que possuem menores acervos de dados preteacuteritos ou ambientes passiveis de
ausecircncia de dados temporais em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
sendo esta uma vantagem da metodologia proposta Entretanto outros meacutetodos podem ser
aplicados incluindo a inserccedilatildeo de pesos especiacuteficos para determinados indicadores Neste
estudo todos os indicadores recebem a mesma consideraccedilatildeo para a proposta metodoloacutegica
apresentada no presente trabalho
Como sugere Sousa et al 2011 o aumento do niacutevel de complexidade das estimativas
com a interseccedilatildeo de outros indicadores relacionados agrave dados de onda transporte de
sedimentos dados socioeconocircmicos e dados orbitais pode apresentar-se como um modelo
para aacutereas de interferecircncia antroacutepica como eacute o caso especifico da praia de Piedade inserida
em um ambiente urbano de alta densidade demograacutefica (IBGE 2010)
Aleacutem desses fatores a escolha da escala precisatildeo e meacutetodos quando escolhidos de
maneira errocircnea podem negligenciar importantes detalhes relacionados a este tipo de
abordagem Mudanccedilas na paisagem e uso de ocupaccedilatildeo do solo satildeo geoindicadores
classificados como antroacutepicos portanto devem estar relacionados a urbanizaccedilatildeo e as
33
consequecircncias que estes fatores podem acarretar para o ambiente costeiro (Neves e Muehe
2008 e Fernandez et al 2013)
Segundo Bush et al (1999) a anaacutelise dos geoindicadores pode fornercer resultados
eficientes para implementar ferramentas de gestatildeo visualizando uma avaliaccedilatildeo emergicial a
cerca da potencializaccedilatildeo natural de risco e de perigos podendo atuar como suplemento agrave
auditoria ambiental que jaacute ocorre em longo prazo ou para a avaliaccedilatildeo inicial costeira de
paiacuteses em desenvolvimento
No contexto do presente trabalho a proposta de Sousa et al (2011) atraveacutes da geraccedilatildeo
dos mapas em ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas obtenccedilatildeo dos dados de
vulnerabilidade atraveacutes de imagens de sateacutelite e a anaacutelise dos geoindicadores foram
observadas como uma melhor possibilidade de avaliaccedilatildeo conjunta das praias de Piedade e do
Paiva
26 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira nas praias de Piedade e do Paiva
apresentaram resultados divergentes devido aos indicadores encontrados nestas duas aacutereas da
Regiatildeo Metropolitana do Recife Onde os fatores de destaque se caracterizam com a presenccedila
de intensas aacutereas de urbanizaccedilatildeo nos trecircs setores da praia do Pidade que contrastam com
cenaacuterios de aacutereas de manguezais e vegetaccedilatildeo arbustiva nos setores central e sul da praia de
Paiva
Um aspecto a se destacar para os cenaacuterios do setor norte da praia do Paiva eacute o Pontal
que apresenta um intenso aporte sedimentar oriundos do Rio Jaboatatildeo aleacutem da fixaccedilatildeo destes
pela presenccedila de vegetaccedilatildeo de mangue evidenciadanesta aacuterea O que traduz a importacircncia de
avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores previamente descritos
comparando com a descriccedilatildeo de outros autores a cerca da mesma aacuterea estudada
A metodologia eacute baseada na identificaccedilatildeo de feiccedilotildees destacadas atraveacutes de imagens de
sateacutelite de alta resoluccedilatildeo Estas feiccedilotildees satildeo rsponsaacuteveis por figurar as aacutereas estudadas
evidenciando aacutereas com potenciais estados de erosatildeo ou proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Em
aacutereas de grante intensidade urbana os graus de erosatildeo seratildeo maiores que praias que
apresentam poucam urbanizaccedilatildeo bem como a presenccedila de vegetaccedilatildeo auxiliaraacute na proteccedilatildeo
costeira
No entanto eacute possiacutevel observar que a metodologia utilizada neste trabalho sugere a
presenccedila de mais materiais como por exemplo dados de altura de mareacute e onda topografia do
34
perfil praial e batimetria Pois a implementaccedilatildeo destes dados qualificaratildeo a anaacutelise da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira devido aos dados in situ validando a anaacutelise atraveacutes do
sensoriamento remoto orbital
Outro fator a ser considerado pela metodologia eacute o auxiacutelio para aacutereas que carecem de
dados como o litoral a costa de Pernambuco podendo ser aplicadas tambeacutem para praias que
estatildeo em estados emergenciais como eram os setores da praia de Piedade antes da enrgoda
concluiacuteda no ano de 2013 pela prefeitura de Jaboatatildeo dos Guararapes realizda ao longo de
toda a orla do municiacutepio perfazendo um total de 58 km de extensatildeo
As problemaacuteticas que surgem em ambientes afetados pela erosatildeo costeira estatildeo nas
residecircncias localizadas no poacutes-praia e nas atividades ligadas ao turismos nestes ambientes
levando em consideraccedilatildeo os aspectos visuais causados por estruturas riacutegidas de engenharia
costeira devido a falta de seguranccedila para os banhistas
Os dados de vulnerabilidde apresentados neste trabalho mostram a necesseidade de
tomadas de medidas preventivas para a reduccedilatildeo de prejuiacutezos causados pela erosatildeo costeira
como o aumento de distacircncia das aacutereas urbanas em relaccedilatildeo as praias e a plantaccedilatildeo de
vegetaccedilatildeo de restinga ou gramiacuteneas
A utilizaccedilatildeo destas medidas devem condizer com os aspectos locais tendo o auxiacutelio de
especialistas que desenvolvam estudos locais mais profundos na tentativa de otimizaccedilatildeo das
aacutereas com potenciais erosivos atravez do evidenciamento dos fatores que correspondem para a
realidade das praias locais
35
CAPIacuteTULO 3
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA ATRAVEacuteS DE IMAGENS DE SATEacuteLITE E SISTEMAS DE
INFORMACcedilOtildeES GEOGRAacuteFICAS
31 INTRODUCcedilAtildeO
Os ambientes costeiros exercem uma importante uma funccedilatildeo dentro da perspectiva
soacutecio-ecocircnomica devido a sua presenccedila como importante fonte de recursos Estes satildeo
caracterizados por seus aspectos de sensibilidade ecossistecircmica e fisiograacutefica estando sobre
influecircncia continental e oceacircnica (Emrich e Cutter 2011)
Em virtude de sua localizaccedilatildeo o ambiente praial torna-se bastante dinacircmico sendo
notaacutevel as alteraccedilotildees temporais que laacute ocorrem impulsionados pelas modelaccedilotildees de forccedilas
naturais (eventos climaacuteticos mareacutes astronocircmicas e correntes costeiras) (Bosom e Jimenez
2010)
Aleacutem destes fatores questotildees antroacutepicas vecircm ganhando relevacircncia nos cenaacuterios
costeiros No crescente demograacutefico em todo o mundo o valor paisagiacutestico potencializou a
urbanizaccedilatildeo nas cidades litoracircneas de paiacuteses em desenvolvimento contribuindo para a
descaracterizaccedilatildeo do ambiente praial submetidos a processos erosivos (Begger e Iams
1996)
As alteraccedilotildees nas proximidades das aacutereas costeiras aceleram a erosatildeo tornando-as
vulneraacuteveis trazendo consigo diversos impactos como alteraccedilotildees no balanccedilo sedimentar e
por consequente retrogradaccedilatildeo da linha de costa Na tentativa de minimizar estas
problemaacuteticas tecircm-se estruturas riacutegidas com o propoacutesito de proteger as infraestruturas
urbanas dos danos causados pelos processos erosivos (Klein et al 2003)
A vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira apresenta-se como um arranjo de variaacuteveis que
destacam uma maior susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento fenocircmeno ou de
uma accedilatildeo de potencial destrutivo (Gouldby e Samuels 2005)
Neste sentido vaacuterios satildeo os indicadores que caracterizam a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira segundo Bush et al (1999) os principais satildeo a morfologia de praia posiccedilatildeo da linha
36
de costa configuraccedilatildeo das dunas exposiccedilatildeo agrave onda distacircncia da foz de rios elevaccedilatildeo do
terreno estrutura costeiras percentual de ocupaccedilatildeo e permeabilidade do solo
A avaliaccedilatildeo vulnerabilidade eacute essencial para identificar e reconhecer os fatores que
potencializam a erosatildeo ou caracterizam a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros Para isso eacute
preciso uma seacuterie de dados que incluam tanto as perspectivas naturais como as antroacutepicas
(Bosom e Jimenez 2010)
Atualmente vaacuterios satildeo as metodologias que compreendem a avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira podendo utilizar como referecircncias os trabalhos de Bush
(1999) Nicholls e Klein (2005) Birkmann (2007) Dominguez (2008) e Martins (2015)
devido a sua aplicabilidade em diversas praias ao redor do mundo
A utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees geograacuteficas obtidas a partir de teacutecnicas de sensoriamento
remoto estaacute em evidecircncia no tocante ao estudo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira sendo
utilizada como fonte de observaccedilotildees temporais capaz de otimizar tempo e custos podendo
ser aplicada em diversas escalas (Amaro Santos e Souto 2012)
Os objetivos deste capiacutetulo satildeo (i) analisar a influecircncia antroacutepica em ambientes
costeiros urbanos como potencial indicador a vulnerabilidade agrave erosatildeo (ii) Observar e
quantificar a influecircncia da proximidade de estuaacuterios sobre a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
(iii) verificar a importacircncia de aacutereas preservadas nas aacutereas costeiras em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade
32 AacuteREA DE ESTUDO
321 Litoral Pernambucano
O litoral do Estado de Pernambuco possui uma extensatildeo de 187 km estendendo-se
desde o municiacutepio de Goiana (Litoral Norte) no limite do estado da Paraiacuteba ateacute o municiacutepio
de Satildeo Joseacute da Coroa Grande (Litoral Sul) limite com o estado de Alagoas Apresenta 13
municiacutepios em sua totalidade (Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu Paulista Olinda Recife
Jaboatatildeo dos Guararapes Cabo de Santo Agostinho Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute
Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande) que estatildeo subdivididos em 3 setores (Litoral Norte
Nuacutecleo Metropolitano e Litoral Sul) (Figura 1)
Segundo Manso et al (2012) 438 da populaccedilatildeo pernambucana ocupa as aacutereas
costeiras que representam apenas 4 do territoacuterio do Estado de Pernambuco onde boa parte
37
estaacute concentrada em aacutereas urbanas como descrito na Tabela 1 apresentando uma intensa
densidade demograacutefica
322 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo o litoral pernambucano apresenta clima tropical uacutemido com
chuvas de inverno antecipadas no outono tendo clima Asrsquo (pseudo tropical) a partir da
classificaccedilatildeo de Koppen (1948) Demonstrando um regime pluviomeacutetrico de chuvas bem
distribuiacutedas ao longo do ano com meacutedias de 2000 mm (Litoral Norte) 2458 mm (Nuacutecleo
Metropolitano) e 2400 mm (Litoral Sul) e temperaturas meacutedias que oscilam entre 24degC nos
meses de Julho e Agosto (meses mais frios) e 27degC em fevereiro (mecircs mais quente) (SRHE
2002)
323 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo do litoral pernambucano caracteriza-se de maneira original pelo Bioma
da Mata Atlacircntica que se encontra em sua totalidade fragmentada pelo grau de ruptura
paisagiacutestico Atualmente essa vegetaccedilatildeo apresenta-se protegida em alguns trechos do litoral
mais especificamente em Unidades de Conservaccedilatildeo como por exemplo a APA de Santa Cruz
no Litoral Norte APA Aldeia-Beberibe no Nuacutecleo Metropolitano e a APA de Guadalupe no
Litoral Sul (Cacircmara 1991 Ranta et al 1998 CPRH 2012)
324 Geologia
A faixa costeira do Estado de Pernambuco eacute descrita a partir de uma sequecircncia de
acumulo de sedimentos na bacia PernambucoParaiacuteba e na Bacia Cabo localizadas ao Norte e
ao Sul do lineamento Pernambuco respectivamente Segundo Morais (1928) este ambiente eacute
formado pelos sedimentos holocecircnicos e pelos afloramentos da formaccedilatildeo barreiras ou das
formaccedilotildees cretaacuteceas repousadas sobre o embasamento formado por rochas do cristalino da
proviacutencia Borborema
38
Figura 3 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco divididos por
setores (CPRH 2012) Sistema de Coordenadas Geograacuteficas Datum SIRGAS 2000 Fonte O Autor
39
Segundo Dominguez et al (1990) os terraccedilos marinhos no litoral pernambucano
apresentam dois tipos de conjuntos de terraccedilos arenosos com caracteriacutesticas marinhas O
primeiro conjunto apresenta terraccedilos mais altos com altitudes de 7 a 11 m acima do niacutevel do
mar encontrando em alguns afloramentos vestiacutegios de antigas cristas de cordotildees litoracircneos
O segundo conjunto difere-se a partir da descriccedilatildeo em altitudes que variam entre 1 e 5
m acima do niacutevel do mar atual encontrado continuamente ao longo da costa Conforme
Carvalho e Coutinho (1979) estess terraccedilos satildeo associados a transgressatildeo Flandriana tendo
uma idade holocecircnica
Ao longo de toda a costa satildeo observados depoacutesitos do periacuteodo quaternaacuterio aleacutem de
depoacutesitos da formaccedilatildeo barreiras nas cidades de Itamaracaacute Igarassu e Siranheacutem tambeacutem satildeo
encontradas Cauacutela 1974)Rochas Efusivas nas proximidades da praia de Gaibuacute no Cabo de
Santo Agostinho (Dominguez et al (1990)
325 Urbanizaccedilatildeo
Historicamente a zona costeira do estado de Pernambuco foi alvo de atividades
antroacutepicas que permeavam os movimentos populacionais como a economia local
Precisamente as cidades de Olinda e Recife lideraram a iniciativa da utilizaccedilatildeo do litoral que
trouxe consigo um padratildeo descontiacutenuo no povoamento da orla dos municiacutepios costeiros
A utilizaccedilatildeo da orla como local de moradia veio a ser potencializada a partir da
deacutecada de 1970 Desde entatildeo esta zona tem sido alvo de intensa procura e elevada
especulaccedilatildeo imobiliaacuteria A situaccedilatildeo se agravou na deacutecada de 1990 onde a concentraccedilatildeo
populacional passou a girar em torno de 44 do valor total estadual no litoral pernambucano
(Manso et al 2012)
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios mais adensados satildeo os presentes no
nuacutecleo metropolitano que satildeo Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes entretanto Igarassu
Paulista (setor norte) e Cabo de Santo Agostinho (setor sul) jaacute apresentam densidades
demograacuteficas acima de 300 habkm2 (Tabela x) sendo as aacutereas mais ocupadas as que estatildeo
nas proximidades da orla das respectivas cidades
40
Tabela 3 1 Dados populacionais dos municiacutepios costeiros do estado de Pernambuco Fonte
IBGECenso 2010
MuniciacutepioSetor
Aacuterea km2 Populaccedilatildeo Residente
Densidade
Demograacutefic
a habkm2
Total Urbana Rural
Litoral Norte
1 Goiana 445814 75644 58025 17619
15072
2 Igarassu 305560 102021 93931 8090
33388
3 Ilha de Itamaracaacute
66684 21884 16993 4891
32705
4 Paulista 97312 300466 300466 0 30876
Nuacutecleo Metropolitano
1 Jaboatatildeo dos Guararapes 258694 644620 630595 14025
249182
2 Olinda 41681 377779 370332 7447
906358
3 Recife 218435 1537704 1537704 0
703964
Litoral Sul
1 Barreiros 233380 40732 33982 6750
17454
2 Cabo de Santo Agostinho 448735 185025 167783 17242
41233
3 Ipojuca 527107 80637 59719 20918
15298
4 Satildeo Joseacute da Coroa Grande 69338 18180 13436 4744
26219
5 Sirinhaeacutem 374611 40296 21484 18812
10757
6 Tamandareacute 214307 20715 15170 5545
9666
33 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Como materiais foram utilizadas imagens de sateacutelite dos anos de 2009 2012 e 2014 A
partir destas imagens foi possiacutevel detectar as feiccedilotildees litoracircneas e continentais baseando-se na
metodologia de Bush (1999) e aplicaccedilotildees de Sousa et al (2011) onde em ambos os casos o
produto final eacute a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos dos indicadores ambientais e antroacutepicos
41
As etapas para obtenccedilatildeo dos indicadores costeiros satildeo (i) importaccedilatildeo de cenas de
imagens de alta resoluccedilatildeo cedidas pela CONDEPEFIDEM e LACCOSTEUFPE (ii) seleccedilatildeo
de partes das cenas e dos limites a serem estudados (iii) vetorizaccedilatildeo das imagens para
anaacutelise (iv) geraccedilatildeo das camadas de informaccedilotildees para toda a costa e (v) avaliaccedilatildeo da
vulnerabilidade costeira agrave erosatildeo para os municiacutepios litoracircneos de atraveacutes dos geoindicadores
331 SELECcedilAtildeO E IMPORTACcedilAtildeO DE CENAS UTILIZADAS
Para a caracterizaccedilatildeo das aacutereas de estudos foram elaborados mosaicos para a extraccedilatildeo
de informaccedilotildees que apresentassem compatibilidade informaccedilotildees paisagiacutesticas espectrais
geomeacutetricas e radiomeacutetricas das imagens Todos os mosaicos foram gerados no software
QuantumGIS 28 Estas cenas foram previamente tratadas e geradas como mostra a tabela 32
Tabela 3 2 Informaccedilotildees gerais dos sateacutelites utilizados no processamento de dados Fonte
wwwdigitalglobecom e wwwgeoeyecom
Cenas dos Municiacutepios Resoluccedilatildeo
Sateacutelite Fonte
Geomeacutetrica Radiomeacutetrica Espectral
RGB PAN RGB PAN RGB PAN
Cabo de Santo
Agostinho e Ipojuca
244m 075m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
QuickBir
d 2
LaccosteUFPE
Jaboatatildeo dos
Guararapes e
Recife
Igarassu e Paulista
Olinda
Ilha de Itamaracaacute 15m 050m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
World
View 2
Sirinhaeacutem Barreiros
Tamandareacute e Satildeo Joseacute
da Coroa Grande
Goiana
45m 10m 11 bit 11 bit
450-520
(az)
520-600
(vd)
630-690
(vm)
450-
900
Geo Eye
2 CondepeFiden
332 VETORIZACcedilAtildeO DE IMAGENS
42
A obtenccedilatildeo sensata de objetos eacute possiacutevel por meio de uma homogeneizaccedilatildeo preacutevia dos
cenaacuterios propostos para anaacutelise Os objetos de imagens iniciais satildeo selecionados para o
fornecimento de informaccedilotildees das quais satildeo criadas bordas para uma representatividade
cartograacutefica correta correspondente com os erros permitidos (Baatz e Mimler 2002)
Para o presente estudo foram gerados a partir da criaccedilatildeo de bordas a partir da
vetorizaccedilatildeo paralela ao arquivo raster (Figura 32 a) (vetorizaccedilatildeo das imagens) Para todas as
imagens propostos das imagens dos municiacutepios litoracircneos (setores Norte Nuacutecleo
Metropolitano e Sul) foram criados arquivos tipo shapefile no software QGIS 28 (Open
Source) a partir da identificaccedilatildeo e criaccedilatildeo da cartografia temaacutetica por meio dos
geoindicadores que seratildeo descritos na proacutexima sessatildeo
Figura 3 2 Passos de vetorizaccedilatildeo a) vetores paralelos ao raster b) bordas idealmente retas
considerando a estrutura topoloacutegica c) bordas de formas generalizadas sem consideraccedilatildeo da estrutura
topoloacutegica (Baatz e Mimler 2002)
333 CARTOGRAFIA COSTEIRA E GEOINDICADORES
43
Os bancos de dados espaciais podem ser considerados conjuntos de informaccedilotildees
capazes de serem processadas e gerarem documentaccedilatildeo cartograacutefica para avaliaccedilatildeo de
recursos (Burrough 1986)
Tendo em vista o auxiacutelio das tecnologias da geoinformaccedilatildeo foi criado um banco de
dados capaz de avaliar em escala regional a presenccedila de diferentes feiccedilotildees que estatildeo na
interface do continente e do oceano para o estado de Pernambuco (tabela 6) Para tanto eacute
necessaacuterio a definiccedilatildeo de cada geoindicador bem como a sua interferecircncia em relaccedilatildeo a
potencializaccedilatildeo ou reduccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira como descrito a seguir
1 Urbanizaccedilatildeo Os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo nos ambientes costeiros estatildeo geralmente
ligados a alteraccedilotildees na dinacircmica natural do processo de transporte e deposiccedilatildeo de sedimentos
Altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo acarretam processos erosivos acentuados e como consequecircncia
causam desiquiliacutebrio sedimentar local (Klein et al 2003) Baixos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo
caracterizam residecircncias de pequeno porte Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo moderados satildeo descritos
neste trabalho como pequenos edifiacutecios Niacuteveis de urbanizaccedilatildeo elevados descrevem
intensamente ocupadas com grandes edifiacutecios e adensamento populacional
2 A vegetaccedilatildeo nos ambientes costeiros eacute um indicador de estabilidade em aacutereas adjacentes a
praia pois funciona como retentora de sedimentos Aleacutem disso quando arboacuterea com copas
altas e bem desenvolvidas indica estabilidade de uma aacuterea com pedogecircnese avanccedilada em
quanto que a vegetaccedilatildeo com raiacutezes expostas e aacutervores inclinadas sugerem processo de erosatildeo
em curso (Souza e Luna 2008)
3 Um dos processos causadores da erosatildeo costeira por interferecircncia antroacutepica eacute a vegetaccedilatildeo
agriacutecola pois a perda de vegetaccedilatildeo natural como manguezais restinga e Mata Atlacircntica
causam modificaccedilotildees na retenccedilatildeo dos sedimentos arenosos (Pires Craveiro e Antunes 2012)
4Viveiros De acordo com Morais et al (2008) a morfodinacircmica costeira nas regiotildees de
desembocaduras dos rios estaacute subordinada aos regimes de vazatildeo fluvial Mudanccedilas de fluxo
relacionadas a atividades consumidoras de aacutegua a exemplo da carcinicultura e piscicultura
aleacutem da irrigaccedilatildeo podem alterar o fluxo de sedimentos a ponto de inferir na dinacircmica praial
5 Praia Este eacute o indicador mais importante para compreensatildeo dos processos dinacircmicos da
linha de costa A morfologia costeira eacute o fator resultante de processos hidrodinacircmicos
geoloacutegicos e climatoloacutegicos podendo ocorrer em escalas espaciais e temporais na ordem de
metros a quilocircmetros e segundos a seacuteculos (Menezes 2008)
6 Recifes (AlgaacutelicoCoraliacuteneoArenito) Manso et al (2012) afirma que uma importante
feiccedilatildeo condicionante para o processo de erosatildeo costeira eacute a presenccedila ou ausecircncia de Recifes
44
sejam eles Algaacutelicos Coraliacuteneos ou Arenosos as quais podem estar associadas na formaccedilatildeo
de feiccedilotildees geomorfoloacutegicas caracteriacutesticas como tocircmbolos ou baiacuteas
9 Bancos de Areia satildeo depoacutesitos sedimentares frequentemente encontrados em mares e
lagos Tambeacutem satildeo descritos como elevaccedilotildees de fundos submarinos tipicamente encontrados
em plataformas continentais ou nas proximidades de uma Ilha (Suguiu 2003) O acuacutemulo de
sedimentos na foz de esturaacuterios e deltas estaacute constantemente sendo retrabalhados na forma de
bancos arenosos No entanto algumas destas feiccedilotildees aumentam a medida que o trabalho de
erosatildeo eacute contiacutenuo devido a correntes que impedem a deposiccedilatildeo de material sedimentar ao
longo da face de praia (Besnard1950)
11 Segundo Melby e Kobayashi (2011) estruturas riacutegidas tais como muros de contenccedilatildeo e
enrocamentos estatildeo associadas a perda de sedimentos na na face de praia tendo como
objetivo amenizar o impacto das ondas de alta energia alterando a dinacircmica sedimentar local
fixando a linha de costa
12 As construccedilotildees de aacutereas portuaacuterias alteram a hidrodinacircmica local proporcionando
abrigos a embarcaccedilotildees trazendo consigo impactos ambientais positivos e negativos
principalmente nas aacutereas costeiras proacuteximas tais como manguezais e estuaacuterios podendo
acarretar um acuacutemulo de sedimentos ou accedilotildees erosivas ao longo da costa (Magini et al
2011)
334 IacuteNDICE DE VULNERABILIDADE
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os subambientes costeiros satildeo
resultantes dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice de vulnerabilidade avaliaraacute cada
geoindicador de maneira individual conforme previamente descrito de acordo com sua
presenccedila atuando como agente protetor ou agente erosivo
O presente iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 33) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 19 considerado como
muito baixa de 2 a 39 baixa 4 a 59 meacutedia 6 a 79 alta e de 8 a 10 muito alta Sendo assim a
anaacutelise proposta foi realizada em trecircs setores (Norte Nuacutecleo Metropolitano e Sul) preacute-
determinados atraveacutes dos indicadores especiacuteficos de cada setor
45
Iacutendice Variaacuteveis Indicadores Pesos V Baixa
V Mod
Baixa V Moderada
V Mod
Alta V Alta
Baixa Urbanizaccedilatildeo 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Urbanizaccedilatildeo Moderada 2 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Antroacutepico Urbanizaccedilatildeo Intensa 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Viveiros 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Aacutereas Portuaacuterias 3 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Vegetaccedilatildeo Arbustiva 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Vegetaccedilatildeo Arboacuterea 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Estruturas Riacutegidas 1 Ausecircncia 01- 25 25-20 20-60 60-100
Ambiental Bancos de Areia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Praia 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Reciacutefes (AlgaacutelicosCoraliacuteneosArenito) 1 60-100 20-60 25-20 1-25 lt1
Valoraccedilatildeo
0 25 5 75 10
Tabela 3 3 Geoindicadores utilizados para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira
46
Considerando os valores em m2 transformados em valores percentuais de cada
geoindicador atribui-se um valor numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel e no
potencial agrave vulnerabilidade 0 = muito baixa 25 = baixa 5 = meacutedia 75 = alta e 10 = muito
alta Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados para o modelo
numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 31
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira
satildeo aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 10 paracircmetros de
entrada do modelo
Onde nv eacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores de uma determinada
variaacutevel e xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica
dos indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
34 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Apoacutes o processamento de vetorizaccedilatildeo das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foram
verificados dados que contribuiacuteram para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao
longo de toda a costa do estado de pernambuco
O municiacutepio de Goiana apresentou o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira
classificado em 52 Ilha de Itamaracaacute com 47 Igarassu 44 apresentando meacutedia
vulnerabilidade enquanto o municiacutepio de Paulista obteve valor de 64 entendido com
vulnerabilidade alta
Para o nuacutecleo metropolitano cidades de Recife Olinda e Jaboatatildeo dos Guararapes
apresentaram respectivamente 66 69 e 69 (alta vulnerabilidade) necessitando atividades de
gestatildeo que objetivem a reduccedilatildeo de interferecircncia antroacutepica nestes ambientes
O iacutendice da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul do
estado de Pernambuco foram Cabo de Santo Agostinho = 4 Ipojuca = 54 Sirinhaeacutem = 54
Tamandareacute = 56 Barreiros = 47 e Satildeo Joseacute da Coroa Grande 46 De maneira que a
47
Figura 3 3 Anaacutelise da Vulnerabilidade agrave erosatildeo Costeira no Estado de Pernambuco Sistemas de
Coordenadas Geograacuteficas Datum Sirgas 2000 Base de Dados IBGE Fonte O Autor
48
Tabela 3 4 Valores dos geoindicadores avaliados em m2
Municiacutepios Praia B Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Total
Goiana 397188 5587795 0 845449 24746083 0 0 0 1011464 0 0 21177547 104055679
Ilha de
Itamaracaacute 1090797 232523 6956214 2059001 879472 388895 302053 629663 873712 0 0 26158271 45163363
Igarassu 73339 269528 0 10778 999497 2183 11806 22167 0 0 0 11587989 13074289
Paulista 604872 0 20000257 11724 104307 1545815 1039639 0 0 716271 0 11300178 317026978
Olinda 241022 20999 22707369 236801 33124 1218685 0 5944 0 190286 0 966301 25809522
Recife 1342627 166 49916742
379269 434514
540248 64717 98189 21714594 7449256
Joaboatatildeo dos
Guararapes 139693 0 35024852 9875915 1069552 1894022 1482946 0 0 10435 0 459157 51213809
Cabo de Santo
Agostinho 1408203 0 0 7506536 2885802
933656 0 0 0 0 24887339 37621536
Ipojuca 1834413 4947774 0 752294 50764035 80729 2177343 516283 0 88038 522618 42261198 125158003
Sirinhaeacutem 414795 1207566 0 1043917 25936796 89523 1194783 0 277703 0 0 1060767 3122585
Tamandareacute 511093 67643 0 4342729 43222507 82243 197604 0 0 0 0 1714302 50138121
Barreiros 645723 0 0 24541 15758882 64401 697081 441781 0 0 0 3716859 21349268
Satildeo Joseacute da
Coroa Grande 279972 429205 0 2974783 17407414 0 1956529 0 19636 0 0 607882 29323083
49
Tabela 3 5 Valores percentuais dos geoindicadores
Municiacutepios Praia
B
Urb I Urb MUrb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Bancos
de Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea
Goiana 04 537 - 08 238 - - - 09 - - 204
Ilha de Itamaracaacute 24 52 154 46 19 85 09 13 19 - - 579
Igarassu 07 21 - 08 76 - 01 02 - - - 885
Paulista 02 - 632 - - 05 03 - - 02 - 356
Olinda 09 08 879 09 02 48 - - - 08 - 37
Recife 18 - 670 - - 04 06 - 08 01 01 292
Joaboatatildeo dos
Guararapes 27 - 683 193 20 37 29 - - 01 - 10
Cabo de Santo
Agostinho 55 - - 199 79 - 23 - - - - 644
Ipojuca 147 39 - 06 406 01 17 041 - 01 42 337
Sirinhaeacutem 13 39 - 34 831 02 38 - 09 - - 34
Tamandareacute 10 01 - 87 862 02 04 - - - - 34
Barreiros 30 21 - 01 730 03 33 21 0 - - 161
Satildeo Joseacute da Coroa
Grande 10 15 - 101 591 - 69 - 07 - - 207
50
Tabela 3 6 Valoraccedilatildeo dos geoindicadores atribuiacutedo aos pesos para o iacutendice de vulnerabilidade
Municiacutepios Praia
B
Urb MUrb I Urb
V
Agriacutecola
V
Arbustiva Recifes
Banco
de
Areia Viveiros
E
Riacutegidas Portos
V
Aacuterborea Iacutendice
Goiana 10 75 25 0 75 10 10 10 0 0 0 25 52
Ilha de
Itamaracaacute 75 5 5 5 25 5 10 75 25 0 0 25 47
Igarassu 10 5 25 0 25 10 10 10 0 0 0 0 44
Paulista 10 25 0 10 0 10 10 10 0 25 0 25 64
Olinda 10 0 25 10 25 5 10 10 0 25 0 5 66
Recife 75 0 0 10 0 10 10 10 25 25 25 25 69
Joaboatatildeo
dos
Guararapes 75 0 5 10 25 5 5 10 0 25 0 75 69
Cabo de
Santo
Agostinho 75 0 5 0 25 10 75 10 0 0 0 0 4
Ipojuca 5 5 25 0 75 10 75 10 0 25 5 25 54
Sirinhaeacutem 75 5 5 0 10 10 5 10 0 0 0 75 54
Tamandareacute 75 25 5 25 10 10 10 10 0 0 0 75 56
Barreiros 75 25 25 0 10 10 5 75 0 0 0 5 47
Satildeo Joseacute da
Coroa
Grande 75 25 0 5 75 10 5 10 0 0 0 25 46
51
caracterizaccedilatildeo da vulnerabilidade a erosatildeo costeira para os municiacutepios do litoral sul foram
classificados com meacutedia vulnerabilidade
Maiores detalhes sobre a classificaccedilatildeo satildeo possiacuteveis observar a partir das tabelas 34
35 e 36 Bem como o mapa de vulnerabilidade obtido a partir dos indicadores ambientais e
antroacutepicos (figura 33)
Os dados descritos no proacuteximo iacutetem satildeo de caracteriacutestica regionalizada como o
objetivo proposto ao trabalho
341 LITORAL NORTE
A anaacutelise realizada no litoral norte do estado de Pernambuco corresponde aos
municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute Igarassu e Paulista De acordo com os dados
avaliados a partir das feiccedilotildees geradas em ambientes de Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica foi
constatado que 537 do municiacutepio de Goiana 52 do municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute e
21 do municiacutepio de Igarassu representam baixa urbanizaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo moderada os valores percentuais correspondem a 08
46 e 08 dos municiacutepios de Goiana Ilha de Itamaracaacute e Igarassu respectivamente
Enquanto o municiacutepio de Paulista se destacou de urbanizaccedilatildeo intensa com valores de 632
Esta avaliaccedilatildeo considera a interferecircncia antroacutepica em relaccedilatildeo a substituiccedilatildeo dos ambientes
naturais por aacutereas de residecircncia condomiacutenios e grandes preacutedios
Um outro destaque em relaccedilatildeo a interferecircncia antroacutepica neste setor eacute a Ilha de
Itamaracaacute que conta com uma intensa urbanizaccedilatildeo em aacutereas proacuteximas a linha de costa
apresentando 327 habkm2 Este municiacutepio tem sido alvo de especulaccedilotildees imobiliaacuterias a
respeito ao uso de ocupaccedilatildeo do solo para atividades de veraneio
Estas aacutereas aleacutem de comprometer a vegetaccedilatildeo local tambeacutem podem alterar o fluxo
hidrodinacircmico para aacutereas adjacentes bem como a dinacircmica sedimentar comprometendo a o
aporte sedimentar de bancos de areia e do ambiente praial (Morais et al 2008)
Um grave problema enfrentado neste setor satildeo as aacutereas de cultivo de cana de accediluacutecar e
outras culturas agriacutecolas chegando aos limites da linha de costa Como possiacutevel ver na figura
4 especificamente no municiacutepio de Goiana a retirada de vegetaccedilatildeo natural como
Manguezais Restinga e Mata Atlacircntica do ambiente costeiro satildeo fatores responsaacuteveis pelas
mudanccedilas morfoloacutegicas como retraccedilotildees na linha de costa(Franccedila e Souza Filho 2003)
52
Figura 3 4 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Goiana e Ilha de Itamaracaacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
53
Apesar destes fatores o litoral Norte conta com algumas unidades de conservaccedilatildeo De
acordo com a CPRH (2010) estas unidades satildeo APA de Santa Cruz RPPN Fazenda
Tabatinga APA Estuarina do Rio Goiana e Megaoacute APA Estuarina do Rio Itapessoca APA
Estuarina do Rio Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz Refuacutegio de
Vida Silvestre da Mata do Engenho Satildeo Joatildeo Refuacutegio de Vida Silvestre da Mata de
Jaguaribe Refuacutegio de Vida Silvestre Mata Engenho Macaxeira Refuacutegio de Vida Silvestre
Mata Lanccedilo dos Caccedilotildees
As unidades de conservaccedilatildeo bem como outras aacutereas vegetadas do litoral norte do
estado de Pernambuco satildeo responsaacuteveis por 565 de vegetaccedilatildeo densa encontrada com
destaque para o municiacutepio de Igarassu com 885 dos municiacutepios analisados Outras formas
de vegetaccedilatildeo encontradas na regiatildeo apresentaram 29 de vegetaccedilatildeo arbustiva 243 de
Vegetaccedilatildeo Agriacutecola sendo estes destacados no municiacutepio de Goiana por 238
A retirada de vegetaccedilatildeo natural para o manejo de viveiros eacute algo presente bastante
comum ao longo dos municiacutepios do litoral norte do estado de Pernambuco devido ao
processo de manejo e uso do solo Neste setor foram identificadas aacutereas com viveiros nas
porccedilotildees setentrionais dos municiacutepios de Goiana com 09 e da Ilha de Itamaracaacute com 19
A perda de faixa de praia acarretou a necessidade de fontes alternativas de proteccedilatildeo
costeira como a utilizaccedilatildeo de estruturas riacutegidas no municiacutepio de Paulista que neste caso
representou 02 da do municiacutepio analisado A utilizaccedilatildeo destas estruturas surge com o
objetivo de fixar a linha de costa afim de reduzir danos nas aacutereas urbanizadas proacuteximas As
estruturas riacutegidas tambeacutem satildeo utilizadas na tentativa de minimizaccedilatildeo de impactos de ondas de
alta energia (Melby e Kobayashi 2011)
A orla do municiacutepio de Paulista eacute alvo problemas devido a ocupaccedilatildeo desordenada na
regiatildeo de poacutes-praia Oliveira et al (2012) destacaram que apoacutes as obras de aterro hidraacuteulico
para a recuperaccedilatildeo da faixa de praia foram iniciados projetos para a urbanizaccedilatildeo da orla onde
ocasionalmente ocorreram pontos de colapso em estruturas Nas intervenccedilotildees realizadas
destaca-se uma ausecircncia de harmonia entre as condiccedilotildees de dinacircmica sedimentar local e as
aacutereas destinadas para infraestruturas urbanas
No municiacutepio de Paulista as estruturas riacutegidas contam com mais de 3 km de extensatildeo
como observa-se na figura 5 Estas obras foram realizadas na tentativa de trazer melhorias
54
aos usuaacuterios da praia do Janga Entretanto os resultados natildeo foram condizentes com as
expectativas (Oliveira et al 2012)
Alguns ambientes do litoral norte do estado de Pernambuco se destacam pela
presenccedila de recifes totalizando 053 da aacuterea total Segundo Dominguez et al (1990) estes
satildeo classificados como Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas
A presenccedila dos Recifes de Corais e Algas Coraliacuteneas satildeo encontrados nas porccedilotildees
centrais e norte dos municiacutepios de Itamaracaacute (figura 4) e Paulista (figura 5) distribuiacutedos em
linhas paralelas agrave costa em alguns casos com mais de 1 km de extensatildeo No municiacutepio de
Igarassu tambeacutem eacute encontrada a presenccedila destes recifes mas de maneira reduzida se
comparado as demais aacutereas do Litoral Norte
Os recifes observados na porccedilatildeo norte do municiacutepio de Paulista estatildeo associados
diretamente a com a proteccedilatildeo de sedimentos arenosos nas praias Nossa Senhora do Oacute e Maria
Farinha onde a orla demonstra claro acumulo ao longo da linha de costa (Manso et al 2012)
(Martins 2015)
Observa-se na figura 4 a existecircncia de aacutereas de bancos de areia no municiacutepio de Ilha
de Itamaracaacute tanto proacuteximos a desembocaruda dos rios como na plataforma interna Na
porccedilatildeo Nordeste da Ilha de Itamaracaacute eacute possiacutevel observar a migraccedilatildeo de bancos de areia em
direccedilatildeo a faixa de praia onde para o trecho analisado os bancos de areia perfazem uma aacuterea
de 13
As praias ocupam uma estreita faixa em alguns pontos dos municiacutepios de Goiana
(04) Igarassu (07) e Paulista (02) podendo verificar ambientes com baixos
percentuais de aacutereas de praia natildeo sendo possiacutevel visualizar a faixa nas escalas projetadas para
ambos os mapas do litoral norte (figuras 34 e 35) Os maiores valores foram encontrados no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute com 24 de aacuterea de praia
Classificando o iacutendice de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes dos geoindicadores
como descrito por Bush (1999) os resultados foram gerados por municiacutepio visando avaliar a
vulnerabilidade em escala regional
Tais iacutendices refletiram bem a presenccedila antroacutepica local e sua influecircncia nos elevados
iacutendices de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira tendo como destaque o municiacutepio de Paulista
que jaacute natildeo possui poacutes-praia cedendo lugar a estruturas riacutegidas
55
Figura 3 5 Mapa dos Geoindicadores do municiacutepios de Paulista e Igarassu Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
56
342 NUacuteCLEO METROPOLITANO
O nuacutecleo metropolitano do litoral pernambucano eacute constituiacutedo por trecircs municiacutepios
costeiros (Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes) Esta regiatildeo apresenta o maior
contingente populacional que de acordo com o IBGE (2010) totalizam 2560103 de
habitantes em uma aacuterea de 518 km2
Ao longo deste setor satildeo observados ambientes de intensa urbanizaccedilatildeo com valores
percentuais elevados sendo 879 de intensa urbanizaccedilatildeo para o municiacutepio de Olinda 670
para Recife e 683 para Jaboatatildeo dos Guararapes Este aspecto se relaciona com a
instabilidade urbaniacutestica nestas regiotildees e consequentemente os constantes problemas de
decorrentes da urbanizaccedilatildeo desordenada sobre poacutes-praia onde passaram a impedir a troca de
sedimentos com os depoacutesitos costeiros ali situados como destacado por Arauacutejo et al (2007)
Costa et al (2008) Malmman et al 2010 e Malman et al (2014)
Diferentemente do litoral norte o nuacutecleo metropolitano natildeo demonstra presenccedila de
bancos de areia pois estes natildeo apresentam valores percentuais a serem considerados Este fato
se daacute pelo baixo aporte de sedimentos nesta regiatildeo que apresenta 4 estuaacuterios sendo estes os
estuaacuterios dos Rios Doce Beberibe Capibaribe e Jaboatatildeo
Um dos fatores que potencializa a erosatildeo nesta regiatildeo aleacutem da intensa urbanizaccedilatildeo eacute a
pouca contribuiccedilatildeo dos rios no aporte sedimentar Consequentemente houveram reduccedilotildees das
aacutereas praiais para os municiacutepios avaliados que corresponderam a 09 18 e 27 para
Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes respectivamente observados nos mapas a seguir
(figuras 36 e 37) onde nem todas as aacutereas das cidades de Recife e Olinda apresentam praias
aacutereas de praia
O histoacuterico de erosotildees no nuacutecleo metropolitanopromoveram a necessidade de accedilotildees
dos governos locais para fins de proteccedilatildeo costeira Um exemplo deste caso eacute o municiacutepio de
Jaboatatildeo dos Guararapes que atualmente apresenta uma faixa de areia consideravelmente
robusta isto se deve a interferecircncia da prefeitura local que resultou no engordamento
ocorrido no ano de 2013 para as praias de Piedade Candeia e Barra de Jangada que antes
eram caracterizadas por forte erosatildeo costeira e ausecircncia de faixa de praia
No ano de 2013 a cidade de Jaboatatildeo dos Guararapes passou por uma obra de engorda
em todas as praias locais onde sedimentos eram dragados de uma jazida a 14 km do
municiacutepio e transportados ateacute as praias locais reconstituindo 58 km de costa
57
Figura 3 6 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepios de Recife e Olinda Sistema de Coordenadas
UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
58
A engorda de praia eacute uma opccedilatildeo de recuperaccedilatildeo nas orlas litoracircneas para isso eacute
necessaacuterio que os sedimentos transpostos apresentem caracteriacutesticas semelhantes aos
sedimentos nativos como aponta Medeiros et al (2014) Dean (2002) afirma que o material a
ser utilizado tambeacutem deve ser livre de contaminantes e o miacutenimo de material na fraccedilatildeo
granulomeacutetrica correspondente a argila e silte evitando assim perdas posteriores de
sedimentos
O municiacutepio com cenaacuterio de erosatildeo costeira mais criacutetico eacute Olinda que possui 105 km
de extensatildeo constituiacutedos pelas praias de Del Chifre Milagres Carmo Satildeo Francisco Farol
Bairro Novo Casa Caiada e Rio Doce (Costa Pontes e Arauacutejo 2008) Boa parte da orla deste
municiacutepio apresenta estruturas riacutegidas que foram implementadas na tentativa de minimizar os
impactos costeiros Estas estruturas contabilizam 08 da aacuterea estudada onde ao longo da
costa eacute possiacutevel encontrar muros de contenccedilatildeo molhes e espigotildees
Conforme a descriccedilatildeo realizada por Martins (2015) praticamente toda a orla de Olinda
natildeo possui poacutes-praia mesmo na mareacute baixa aleacutem da fixaccedilatildeo de estruturas riacutegidas de
engenharia costeira contabilizando um total de 38 espigotildees curtos
Os primeiros registros de erosatildeo costeira no Estado de Pernambuco foram
evidenciados por Ferraz (1914) interligados a construccedilatildeo e ampliaccedilatildeo do Porto do Recife
modificando as correntes litoracircneas que atingem o municiacutepio de Olinda provocando
alteraccedilotildees na dinacircmica do transporte de sedimentos na regiatildeo
Aleacutem deste fator o aterro de manguezais no Rio Beberibe para a construccedilatildeo de
edificaccedilotildees ao longo da deacutecada de 1960 tambeacutem foi um fator inerente no aporte sedimentar
da regiatildeo (Manso 2012) Caso semelhante os cenaacuterios de urbanizaccedilatildeo na cidade do Recife
tambeacutem foram responsaacuteveis pelo aterro de aacutereas de manguezal no Rio Capibaribe
As aacutereas de viveiros ocupam 08 e estatildeo encontradas no estuaacuterio do Rio Capibaribe
na cidade de Recife aacuterea vizinha ao parque dos manguezais uma unidade de conservaccedilatildeo que
destaca-se pela vegetaccedilatildeo a arboacuterea de 292
59
Figura 3 7 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
60
Em contrapartida 29 do municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo quantificados
como Recifes de Corais e Algas Coralinas sobretudo na regiatildeo de Candeias e nas praias de
Piedade Na cidade do Recife estas feiccedilotildees satildeo descritas na praia de Boa Viagem
apresentando valores percentuais de 06
De acordo com Souza (2004) e Arauacutejo (2008) os recifes ao longo das praias do Pina
Boa Viagem e Piedade ficam expostos durante a mareacute baixa resultando um conjunto de
paisagens naturais servindo como forte atrativo turiacutestico aleacutem de serem importantes agentes
de proteccedilatildeo das praias locais em relaccedilatildeo as ondas de alta energia
Um outro fator a se levar em consideraccedilatildeo eacute a presenccedila de vegetaccedilatildeo arbustiva que
no municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes satildeo encontrados 37 de aacuterea analisada enquanto
na cidade do Recife e Olinda satildeo descritos por 04 e 48 de maneira respectiva com
pequenas propensotildees nas proximidades da orla (figuras 36 e 37) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute
encontrada nas praias do Pina Boa Viagem (Recife) e Del Chifre (Olinda) Pires Craveiro e
Antunes (2012) afirmam que esta vegetaccedilatildeo eacute responsaacutevel pela fixaccedilatildeo de sedimentos nas
aacutereas proacuteximas a praia
Um exemplo da referecircncia supracitada eacute praia de Del Chifre Como afirma Martins
(2015) em Olinda esta eacute a uacutenica praia preservada na regiatildeo sendo uma estreita barreira entre o
mar e o Rio Beberibe entretanto nesta aacuterea satildeo encontradas algumas comunidades que
caracterizam uma baixa ocupaccedilatildeo no uso solo aleacutem de uma faixa de vegetaccedilatildeo rasteira
(figura 36)
Diferente deste cenaacuterio as raiacutezes expostas dos coqueiros evidenciam a presenccedila de
intensas atividades erosivas locais no entanto vegetaccedilatildeo de agriacutecola foi observada com
valores de 02 para Olinda e 20 para o municiacutepio de Jaboatatildeo dos Guararapes
A vulnerabilidade para este setor foi classificada como sendo Alto Grau de
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira nas trecircs cidades do nuacutecleo metropolitano visto a presenccedila
inerente de ocupaccedilatildeo antroacutepica em altos niacuteveis de urbanizaccedilatildeo incluindo aacutereas de poacutes-praia
343 LITORAL SUL
O litoral sul do Estado de Pernambuco eacute onde mais se caracteriza a presenccedila de praias
preservadas e poucos ambientes de feiccedilotildees erosiva O fato em destaque para esta ocorrecircncia eacute
a urbanizaccedilatildeo que ocorre de maneira intensa em nenhum dos municiacutepios avaliados enquanto
61
os valores destacados de urbanizaccedilatildeo estatildeo em 199 para o litoral do Cabo de Santo
Agostinho 101 para Satildeo Joseacute da Coroa Grande e 87 para Tamandareacute
Em virtude da baixa urbanizaccedilatildeo o municiacutepio de Barreiros se destaca pelos baixos
percentuais urbanos com 21 de baixa urbanizaccedilatildeo e 01 de moderada urbanizaccedilatildeo (figura
311) Diferentemente de outros municiacutepios do litoral sul do estado de Pernambuco o
municiacutepio de Barreiros ainda natildeo conta com edificaccedilotildees nas aacutereas proacuteximas ao ambiente
costeiro como preacutedios grandes residecircncias e rede de serviccedilos
Entretanto os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca jaacute se caracterizam
pelo uso e ocupaccedilatildeo do solo ao longo do litoral A presenccedila de hoteacuteis luxuosos pousadas e
residecircncias jaacute eacute um fator em destaque devido a especulaccedilatildeo imobiliaacuteria local o que jaacute
caracteriza cenaacuterios erosivos nas aacutereas de ambos os municiacutepios como aponta Manso et al
(2012)
Segundo a descriccedilatildeo de Martins (2015) o turismo nas aacutereas litoracircneas do estado de
Pernambuco apresenta grande potencial econocircmico e que sem duacutevida este fator representa
uma ameaccedila significativa para o ambiente praial bem como para o proacuteprio aspecto financeiro
sendo necessaacuterio a implementaccedilatildeo de programas de planejamento afim de obter um controle
do uso dos recursos costeiros
De acordo com o IBGE (2010) os municiacutepios do litoral sul do Estado de Pernambuco
demonstram baixas densidades demograacuteficas ao longo dos territoacuterios municipais a exceccedilatildeo
estaacute para o municiacutepio do Cabo de Santo Agostinho que possui 41233 habkm2 destacado por
ter a maior densidade demograacutefica fora do nuacutecleo metropolitano outra cidade que se destaca eacute
o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande pois sua densidade demograacutefica eacute de 26219
habkm2
Outras aacutereas de influecircncia antroacutepica mas de baixa e meacutedia vulnerabilidade satildeo
visualizadas nos municiacutepios de Sirinhaeacutem Tamandareacute onde as feiccedilotildees urbanas ocorrem de
maneira dispersas ao longo dos limites municipais e do ambiente costeiro diferente do caso
supracitado do municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande que existe uma concentraccedilatildeo
populacional nas proximidades das aacutereas costeiras
Aleacutem da urbanizaccedilatildeo um outro aspecto de interferecircncia antroacutepica supracitado como
geoindicador e mapeado atraveacutes das imagens de sateacutelite de alta resoluccedilatildeo foi a presenccedila do
Porto de Suape entre os municiacutepios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca ocupando 42
da aacuterea total estudada
62
O Porto do Suape foi construiacutedo em um complexo estuarino na desembocadura do Rio
Ipojuca e atualmente possui uma aacuterea de 13500 hactares A partir de 2000 o Porto de Suape
entrou em uma nova fase de desenvolvimento econocircmico local trazendo consigo uma seacuterie de
investimentos ocasionando uma mudanccedila local de aacutereas de caracteriacutesticas rurais para um
ambiente industrial (Rabelo 2015)
A ampliaccedilatildeo do Complexo Industrial Portuaacuterio de Suape consolidou esta aacuterea como
um dos principais poacutelos de desenvolvimento do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo
ponto atrativo na atraccedilatildeo e fixaccedilatildeo de capital provocando alteraccedilotildees nas relaccedilotildees
ecossistecircmicas e geograacuteficas locais como a perda da vegetaccedilatildeo nativa (Barros e Silveira
2010)
63
Figura 3 8 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Cabo de Santo Agostinho Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
64
O fator da vegetaccedilatildeo na anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o Litoral Sul
pernambucano eacute identificado com aacutereas de vegetaccedilatildeo agriacutecola entre 406 a 862 para os
municiacutepios de Ipojuca Sirinhaeacutem Tamandareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
enquanto o Cabo de Santo Agostinho apresentou 79 de valor percentual agriacutecola
Os cenaacuterios de ocupaccedilatildeo agriacutecola para o litoral sul representa um um fator histoacuterico
local pois boa parte desta vegetaccedilatildeo eacute caracterizada pela vegetaccedilatildeo da Cana de Accediluacutecar como
consequecircncia da retirada de vegetaccedilatildeo de mata atlacircntica e de manguezais evidenciados nos
mapas gerados (figuras 38 39 310 e 311)
Boa parte das aacutereas preservadas do Litoral Sul estatildeo em aacutereas de Unidades de
Conservaccedilatildeo estaduais como a APA de Guadalupe APA Estuarina dos Rios Sirinhaeacutem e
Maracaiacutepe APA estuarina do Rio Formoso APA Estuarina do Rio Carro Quebrado e APA
Estuarina do Rio UNA sendo responsaacuteveis pela proteccedilatildeo dos ecossistemas de Mangue Mata
Atlacircntica e Restinga (CPRH 2012) Os valores percentuais de vegetaccedilatildeo arboacuterea estatildeo entre
161 e 644 para os municiacutepios de Barreiros e Cabo de Santo Agostinho enquanto
Barreiros e Tamandareacute 34
Souza e Luna (2008) retratam que os processos erosivos costeiros satildeo resultantes das
constantes alteraccedilotildees provocadas em estuaacuterios ao longo de deacutecadas conversatildeo das aacutereas de
restingas mata atlacircntica e manguezais em aacutereas agriacutecolas construccedilotildees residenciais pousadas
e estruturas de potencial uso turiacutestico
Batista et al (2008) afirma que as aacutereas de mangue satildeo de fundamentais na dinacircmica
costeira pois este ecossistema atua como estabilizador da costa devido a fixaccedilatildeo de
sedimentos atraveacutes de suas raiacutezes Entretanto como consequecircncia da retirada do mangue nas
aacutereas de estuaacuterio apresentam quadros de erosatildeo marinha potencializados pois este
ecossistema contribui para a progradaccedilatildeo geomorfoloacutegica fornecendo mecanismos adicionais
na retenccedilatildeo de sedimentos
Em diversos pontos do litoral do Estado de Pernambuco satildeo encontrados manguezais
que atuam com regimes de mareacute os depoacutesitos destes ambientes compreendem materiais
argilo-siltosos com muita mateacuteria orgacircnica com restos de madeira e conchas (Dominguez et
al 1990)
Estas aacutereas de vegetaccedilatildeo preservadas estatildeo muito proacuteximas de ambientes agriacutecolas
natildeo apenas no cultivo de culturas mas tambeacutem com a presenccedila de viveiros que contabilizam
09 para o municiacutepio de Sirinhaeacutem e 07 para o municiacutepio de Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Mesmo apresentando um percentual baixo eacute possiacutevel observar estas aacutereas nos mapas (figuras
65
Figura 3 9 Mapa dos Geoindicadores do Municiacutepio de Ipojuca Sistema de Coordenadas UTM Datum
SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
66
Figura 3 10 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Sirinhaeacutem e Tamandareacute Sistema de
Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
67
310 e 311) que estas aacutereas satildeo resultados de alteraccedilotildees dos ambientes locais e estatildeo muito
proacuteximas a orla mariacutetima dos municiacutepios de Sirinhaeacutem e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Os principais problemas causados pelos viveiros estatildeo relacionados com a remoccedilatildeo de
manguezais e o lanccedilamento de efluentes nos estuaacuterios Estudos anteriores na aacuterea estuarina
descrevem mudanccedilas significativas atraveacutes de elevadas cargas de sedimentos finos
avanccedilando cerca de 5 km na plataforma (Morais et al 2005) Fato somado ao
desenvolvimento local agriacutecola e implementaccedilatildeo de atividades turiacutesticas nas regiotildees
Alteraccedilotildees na da dinacircmica sedimentar local podem interferir diretamente no aspecto
da morfodinacircmica costeira devido a diferenciaccedilatildeo caracteriacutestica dos sedimentos depositados
nas praias que sofrem a influecircncia dos viveiros nestes municiacutepios causando no ambiente
costeiro (Morais et al 2008)
A aacuterea de praia foi calculada no sistema de informaccedilotildees geograacuteficas entre 10 e
147 para o total analisado sendo observada a presenccedila de bancos de areia para 04 para o
municiacutepio de Ipojuca e 21 para o municiacutepio de Barreiros Outras aacutereas satildeo descritas por
Arauacutejo et al (2007) que verificam a presenccedila de aacutereas com potencial sedimentaccedilatildeo como o
Pontal do Paiva no Cabo de Santo Agostinho e a praia de Vaacuterzea do Una em Satildeo Joseacute da
Coroa Grande
Aacutereas de acumulo sedimentar apresentam um forte potencial de preservaccedilatildeo natural
tendo sua dinacircmica ajustada as condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo de solo que satildeo favoraacuteveis a
preservaccedilatildeo dos ambientes praiais (Malmman et al 2010 e Malman et al 2014) protegidos
em algumas aacutereas pela presenccedila dos recifes que contabilizam entre 04 e 69 dos cenaacuterios
realizados nos ambientes de SIG
Dominguez et al (2010) classifica os recifes do litoral sul do Estado de Pernambuco
como recifes de corais e algas coraliacuteneas recifes de corais e algas coraliacuteneas submersas e
recifes praias com destaque para a presenccedila de extensas faixas de praia como eacute o caso do
municiacutepio de Ipojuca nas proximidades da desembocadura do Rio Ipojuca
Aleacutem da presenccedila de recifes que se encontram a faixa de areia praial a presenccedila de
granito (24) eacute identificada nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Barreiros que
constitui o embasamento cristalino do Preacute-Cambriano Indiviso conforme a descriccedilatildeo realizada
por Dominguez et al (2010)
Martins (2015) e Arauacutejo et al (2007) descrevem de maneira semelhante a
vulnerabilidade para este setor divergindo nas praias de Enseadas dos Corais (Cabo de Santo
Agostinho) e praia de Satildeo Joseacute da Coroa Grande estando no municiacutepio com o mesmo nome
68
Figura 3 11 Mapa dos Geoindicadores dos Municiacutepios de Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande
Sistema de Coordenadas UTM Datum SIRGAS 2000 Zona 25 S Fonte O Autor
69
Caracterizando os aspectos em referecircncia aos pontos de erosatildeo e vulnerabilidade a presenccedila
antroacutepica como fator potencial como descrito ao longo do trabalho
35 CONCLUSOtildeES
O presente estudo foi desenvolvido atraveacutes de dados orbitais e teacutecnicas de
geoprocessamento e estatiacutestica o que possibilitou a caracterizaccedilatildeo geral da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira no estado de Pernambuco analisando a influecircncia dos geoindicadores nos
litorais norte nuacutecleo metropolitano e sul
Os principais resultados mostraram que a influecircncia antroacutepica foi o principal fator
condicionante na identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos iacutendices nos diferentes cenaacuterios O nuacutecleo
metropolitano apresenta elevada taxa de urbanizaccedilatildeo e adensamento populacional nas aacutereas
costeiras tendo sua maior intensidade no municiacutepio de Olinda onde verifica-se ausecircncia de
praia ao longo da orla sendo estas aacutereas substituiacutedas por estruturas de engenharia riacutegida
Um grave problema histoacuterico eacute a ocupaccedilatildeo desordenada entre outros motivos Nove
cidades da Regiatildeo Metropolitana do Recife satildeo municiacutepios costeiros que ao longo do tempo
vem aumentando sua populaccedilatildeo atraveacutes da fixaccedilatildeo de residecircncias de pequeno porte mas
sobretudo em edifiacutecios de grande porte
Os resultados descritos neste trabalho destacam elevados iacutendices vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira pois a ocupaccedilatildeo desordenada nas aacutereas do poacutes-praia e proacuteximas a linha de
costa como as aacutereas das praias de Paulista Olinda Recife e Jaboatatildeo dos Guararapes onde a
costa foi intensamente urbanizada e atualmente sofre devido aos processos erosivos natildeo
apresentando aacutereas preservadas ou protegidas sendo consideradas aacutereas preocupantes
Em relaccedilatildeo aos setores norte e sul foram verificados substituiccedilotildees da vegetaccedilatildeo nativa
(Manguezais Mata Atlacircntica e Restinga) por vegetaccedilatildeo agriacutecola e coqueiros Este fato ocorre
pelo histoacuterico de uso e ocupaccedilatildeo do solo nestas regiotildees Atualmente o uso de solo para fins
agriacutecolas eacute o maior problema do litoral sul do estado de Pernambuco
Municiacutepios como Sirinhaeacutem Tamndareacute Barreiros e Satildeo Joseacute da Coroa Grande natildeo
apresentam influecircncia urbaniacutestica mas grandes aacutereas agriacutecolas que caracterizam a
substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo local como supracitado Entretanto o litoral norte destaca o
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute por ter o menor valor no iacutendice proposto o que se deve pela
presenccedila da diversidade paisagiacutestica local aumentando a quantidade de variaacuteveis para a
anaacutelise proposta
70
Um aspecto de suma importacircncia observada neste estudo baseado em outros autores
eacute a correspondecircncia da proteccedilatildeo de sedimentos costeiros atraveacutes da presenccedila de recifes
algaacutelicos coraliacuteneos e de arenito sendo entendido como uma barreira natural protegendo a
costa das ondas de alta energia
A metodologia utilizada neste trabalho se mostrou satisfatoacuteria de acordo com a escala
utilizada para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ao longo dos 187 km de praias
Os resultados de extraccedilatildeo de objetos a partir da vetorizaccedilatildeo mostram-se promissores no
entanto este natildeo eacute o uacutenico meacutetodo proeminente capaz de avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo
costeira podendo-se aumentar a eficiecircncia
Este meacutetodo pode ser uma eficiente ferramenta no auxiacutelio a gestatildeo costeira em escala
regional tendo em vista a otimizaccedilatildeo do tempo em relaccedilatildeo a aquisiccedilatildeo de dados que possam
auxiliar a tomada de decisotildees na avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira bem como a
criaccedilatildeo de materiais que possam ser disponibilizados a sociedade com o intuito de
desenvolver a educaccedilatildeo ambiental para as aacutereas costeiras A utilizaccedilatildeo dos Sistemas de
Informaccedilatildeo Geograacuteficas mostra-se uacutetil e aacutegil na integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais para
medidas operacionais e emergenciais
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no estado de Pernambuco carece de
mais avaliaccedilotildees sobretudo em diferentes escalas temporais na tentativa de tomada de
melhores decisotildees e de conhecimento dos cenaacuterios que acarretam a potencializaccedilatildeo da perda
de aacutereas de praia sob diversos fatores
Uma sugestatildeo para trabalhos futuros eacute a classificaccedilatildeo automaacutetica dos geoindicadores
atraveacutes do uso de imagens de alta resoluccedilatildeo analisando escalas locais proporcionando
maiores precisotildees nos dados analisados em setores
71
CAPIacuteTULO 4
USO DE GEOINDICADORES PARA AVALIACcedilAtildeO DA VULNERABILIDADE Agrave
EROSAtildeO COSTEIRA NA PRAIA DO FORTE ORANGE (ILHA DE ITAMARACAacute-
PE)
41INTRODUCcedilAtildeO
A erosatildeo costeira eacute considerado um problema identificado em inuacutemeras costas
urbanizadas e natildeo urbanizadas ao redor do mundo De acordo com Komar (1998) este
processo ocorre quando o balanccedilo sedimentar de um determinado ambiente se torna negativo
ao longo do tempo Em diversos cenaacuterios este evento trata-se de um processo natural
potencializado pela interferecircncia de diversos fatores onde a interferecircncia antroacutepica eacute um dos
elementos mais destacado em estudos relacionados a anaacutelise da vulnerabilidade a erosatildeo
costeira
Os resultados dos processos erosivos satildeo diversos como exemplo a perda de
patrimocircnios puacuteblicos e privado Assim este problema em diversos casos requer o auxiacutelio
poliacutetico atraveacutes da criaccedilatildeo de medidas de intervenccedilatildeo e proteccedilatildeo costeira no intuito de
minimizar os danos ocorridos (Dean 2002)
A partir da necessidade da anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira diversos
estudos tecircm sido realizados para a obtenccedilatildeo de dados que evidenciem os problemas nos
espaccedilos litoracircneos afim de subsidiarem oacutergatildeos governamentais na gestatildeo costeira trazendo
consequentes melhoria nestas aacutereas
Neste aspecto diversas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e naturais satildeo qualificadas
como influecircncia potencial nos ambientes costeiros responsaacuteveis pelas mudanccedilas
geomorfoloacutegicas Tais mudanccedilas fundamentam-se em um conjunto de transoformaccedilotildees
provocadas por uma seacuterie de processos naturais e antroacutepicos que atuam em diversas escalas
temporais
A estimativa da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira ocorre a partir da interaccedilatildeo de
processos conjuntos como eventos climaacuteticos catastroacuteficos processos de mareacute accedilotildees de
ondas ocupaccedilatildeo indevida deslocamento da linha de costa e retirada de vegetaccedilatildeo nativa
De acordo com Mazzer et al (2008) a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute descrita
como um arranjo de atribuiccedilotildees ou variaacuteveis que identificam aacutereas com maior fragilidade
72
fraqueza passividade ou susceptibilidade em relaccedilatildeo a incidecircncia de um evento de potencial
destrutivo seja caracterizado como antroacutepico ou natural
O uso dos geoindicadores para avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira acarreta
em si a possibilidade de conjecturar fatores que potencializam os cenaacuterios atuais da zona
costeira pois de maneira geral os geoindicadores estatildeo relacionados ao uso e ocupaccedilatildeo do
solo neste caso em aacutereas proacuteximas ao litoral
Para a realizaccedilatildeo da identificaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira eacute necessaacuterio
identificar e medir os elementos que contribuem para eventos de natureza antroacutepica e social
aleacutem de medidas mitigadores de prevenccedilatildeo a danos que possam acarretar a perda aacutereas
costeiras ou reduzam a capacidade de recuperaccedilatildeo dos ambientes que ali se encontram (Bush
1999)
O objetivo deste capiacutetulo eacute avaliar a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange (Ilha de Itamaracaacute) atraveacutes de meacutetodos semi-automaacuteticos com o uso de dados
orientados agrave regiatildeo atraveacutes dos geoindicadores Tambeacutem se objetiva realizar um estudo sobre
os potenciais fatores de erosatildeo costeira nesta regiatildeo da Ilha de Itamaracaacute (Almeida e Manso
2011)
42 AacuteREA DE ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido na praia do Forte Orange (Figura) localizada no
municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute no estado de Pernambuco pertencendo a regiatildeo metropolitana
do Recife denominada tambeacutem de litoral norte a partir da classificaccedilatildeo proposta pela
SRHE(2002) sendo esta uma aacuterea de grande atrativo turiacutestico devido as belezas naturais
apresentadas ao longo do ambiente praial
421 Clima
Devido a sua localizaccedilatildeo geograacutefica o clima caracteriacutestico para este ambiente se
aplica como tropical com temperaturas elevadas e umidade relativa do ar constante
caracterizando o clima do tipo Asrsquo com temperaturas acima de 18degC com estaccedilotildees secas no
73
Figura 4 1 Mapa de Localizaccedilatildeo da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
74
veratildeo e chuvas constantes nos meses de marccedilo a agosto de acordo com a classificaccedilatildeo de
Koppen De acordo com Lacerda (1994) o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute eacute identificada pelos
periacuteodos de estiagem (setembro a fevereiro) e chuvosos (marccedilo a agosto) destacando maiores
valores de precipitaccedilatildeo A precipitaccedilatildeo meacutedia eacute superior a mmm podendo atingir 400
mmmecircs tendo a taxa de evaporaccedilatildeo inferior a precipitaccedilatildeo havendo um balanccedilo anual
positivo (Montes 1996)
422 Vegetaccedilatildeo
A vegetaccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute originalmente corresponde a vegetaccedilatildeo de Mata
Atlacircntica Entretanto o histoacuterico de ocupaccedilatildeo dessa regiatildeo demonstra a substituiccedilatildeo deste tipo
de cobertura por cultivo de coqueiros restando apenas os remanescentes de Mata Atlacircntica
alguns protegidos por unidades de conservaccedilatildeo como as APAs de Santa Cruz e Estuarina do
Rio Jaguaribe aleacutem dos Refuacutegios de Vida Silvestre da Mata de Santa Cruz e da Mata de
Jaguaribe e Reserva Ecoloacutegica da Macaxeira
Aleacutem dos remanescentes de Mata Atlacircntica a vegetaccedilatildeo do ecossistema de mangeuzal
se encontra de maneira bem expressiva ocupando aproximadamente 36 km2 agraves margens do
canal de Santa Cruz (Medeiros e Kjerfve 1993)
423 Geologia
De acordo com a o municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute estaacute localizado geologicamente na
proviacutencia da Borborema tendo a sua constituiccedilatildeo formada por litotipos da Formaccedilatildeo
Gramame depoacutesitos Fluacutevio-Marinhos e o Grupo Barreiras
Estes sedimentos satildeo classificados como recentes e abrangem depoacutesitos fluviais de
brejos de mangue de pacircntano e depoacutesitos de praia atuais aleacutem de terraccedilos marinhos pontais
e recifes Satildeo formados por sedimentos quaternaacuterios de origem fluvial marinha ou
fluviomarinha estando diretamente ligados as oscilaccedilotildees do niacutevel do mar ao longo deste
periacuteodo geoloacutegico (Barros 2000)
Outros depoacutesitos encontrados no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute satildeo os aluviais ou
aluviotildees compostos de areias cascalhos e argilas de origem continental Estes sedimentos
foram transportados e depositados ao longo dos canais Nas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo
75
predominantes as areias finas e as argilas enquanto as areias grossas e os cascalhos dominam
nos depoacutesitos de canal (Almeida e Manso 2011)
424 Urbanizaccedilatildeo
Segundo o Censo Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo residente na Ilha de Itamaracaacute eacute
de 21884 habitantes tendo 16993 habitantes na zona urbana e apenas 4891 na zona rural se
caracterizando como um dos menores contingentes populacionais da zona litoracircnea do estado
de Pernambuco entretanto apresenta uma densidade demograacutefica de 32705 habkm2
De acordo com Assis (2003) durante o periacuteodo de alta estaccedilatildeo (setembro a marccedilo) a
populaccedilatildeo flutuante chega a 50 mil habitantes ocasionando uma sobrecarga da infraestrutura
existente Neste aspecto a relaccedilatildeo populacional da Ilha de Itamaracaacute estaacute vinculada ao turismo
de segunda residecircncia e ao pendular comercial bem como o turismo de massas atraveacutes de
excursotildees realizadas durante os fins de semana
43 MATERIAIS E MEacuteTODOS
Para avaliaccedilatildeo da aacuterea de estudo proposta no presente capiacutetulo foi utilizado um
recorte da imagem do sateacutelite WorldView 2 do ano de 2014 correspondendo a aacuterea do Forte
Orange na Ilha de Itamaracaacute com as atribuiccedilotildees descritas a seguir resoluccedilatildeo espacial de 050
m resoluccedilatildeo espectral 450-520micro para a banda azul520-600micro no comprimento da banda
verde 630-690 micro para a banda vermelha e450-900 micro no modo pancromaacutetico A resoluccedilatildeo
radiomeacutetrica da imagem eacute de 11 bits A imagem foi cedida pelo Laboratoacuterio de Cartografia
Costeira (LACCOST-UFPE)
Tambeacutem foram analisadas fotografias aeacutereas obliacutequas dos anos de 2011 e 2014 tais
imagens foram gentilmente cedidas pela CPRH e utilizadas para a validaccedilatildeo externa dos
dados afim de atribuir melhor confiabilidade nas discussotildees acerca da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira na praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
431 MAacuteXIMO VEROSSIMILHANCcedilA
O meacutetodo proposto para este capiacutetulo baseia-se na ponderaccedilatildeo de distacircncias meacutedias
dos niacuteveis digitais das classes atraveacutes de paracircmetros estatiacutesticos seraacute estabelecido a
76
probabilidade de um pixel pertencer ou natildeo a uma determinada classe levando em
consideraccedilatildeo a distribuiccedilatildeo espectral
De acordo com Richards e Jia (2006) o uso do algoritmo de maacutexima verossimilhanccedila
supervisionado destaca-se pela utilizaccedilatildeo do mesmo em diversos trabalhos cientiacuteficos O
processo deste algoritmo se caracteriza pelo exerciacutecio de abrangecircncia da variacircncia e
covariacircncia dos padrotildees associados agraves classes de interesse no processo de classificaccedilatildeo
Nesta classificaccedilatildeo os pixels satildeo coletados a partir da seleccedilatildeo de regiotildees homogecircneas
contiacuteguas da imagem Aleacutem das informaccedilotildees espectrais (meacutedia desvio padratildeo maacuteximo e
miacutenimo) as imagens possuem um grande quantitativo de atributos adicionais que podem ser
utilizados no processo de classificaccedilatildeo
Como plataforma de tratamento de dados utilizou-se o programa ArcGIS 93sob a
licenccedila do laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica da Universidade Federal de Pernambuco
(Labogeo-UFPE) A extensatildeo eacute denominada Image Classification foi utilizada atraveacutes do
classificador Interactive Supervised Classification O processo de coleta se baseou nos
geoindicadores continentais descritos por Bush (1999) e Sousa (2011)
Para a aplicabilidade do meacutetodo e classificaccedilatildeo da imagem WorldView 2foram
coletados 193982 pixels de 050 m observados a partir da janela Training Sample Manager
afim de obter uma melhor acuraacutecia nos resultados desejados conforme a descriccedilatildeo de Walter
(2004)
Tabela 4 1 Quantitativo de pixels coletados para a classificaccedilatildeo
Nome da ClasseGeoindicadores Quantidade de Pixels Coletados
Vegetaccedilatildeo Densa 46192
Poacutes-Praia e Face de Praia 25055
Residecircncias 8363
Vegetaccedilatildeo Rasteira 55564
Solo Impermeaacutevel 9548
Terraccedilos de Praia 29401
Solo Exposto 19859
Total 193982
432 GEOINDICADORES
77
O processo de interpretaccedilatildeo visual classificou todos os pixels em 7 classes distintas
Poacutes-Praia e Face de Praia Terraccedilo de Mareacute Baixa Solo Impermeaacutevel Residecircncias Vegetaccedilatildeo
Rasteira Vegetaccedilatildeo Densa e Solo Expostoestes indicadores foram previamente selecionados
(tabela)
Na presente proposta de avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na praia do
Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute-PE foram observados 7 geoindicadores identificados a
partir da interpretaccedilatildeo da imagem WorldView 2 como descrita na seccedilatildeo de materiais e
meacutetodos Para a construccedilatildeo do iacutendice estes indicadores seratildeo descritos a seguir
1Praia A face de praia se caracteriza por ser o acumulo de sedimentos soltos natildeo
consolidados que variam de tamanho sendo estes muito finos arenosos formados por seixos
e ocasionalmente rochosos Este eacute o principal indicador a ser avaliado pois eacute a feiccedilatildeo que
descreve de maneira quali-quantitativa o fator de vulnerabilidade agrave erosatildeo na costa
2 O Terraccedilo de Mareacute Baixa eacute caracterizada por uma face de praia relativamente iacutengreme a
qual eacute conectada no niacutevel de baixa mar a um terraccedilo plano ou banco As condiccedilotildees ideias
para o desenvolvimento desta feiccedilatildeo morfoloacutegica incluem as partes mais extremas e
protegidas de longas praias Durante a premar as ondas de altura inferior a 1 metro
ultrapassam a aacuterea do terraccedilo enquanto na baixamar especialmente na de siziacutegia o terraccedilo eacute
totalmente exposto podendo apresentar um relevo de bancos e calhas dispostos paralelamente
agrave praia (Calliari et al 2003)
3 Estradas e Rodovias A impermeabilizaccedilatildeo dos solos estaacute associada diretamente a atraveacutes
de estradas e rodovias eacute algo bem caracteriacutestico de praias urbanas sendo bastante comum a
presenccedila de aacutereas calccediladas e asfaltadas na orla mariacutetima Este fator contribui para a
potencializaccedilatildeo da erosatildeo costeira no que tange ao fluxo de sedimentos que passa a ter sua
dinacircmica comprometida (Tresca et al 2014)
4 Solo Exposto A identificaccedilatildeo de aacutereas de solo exposto identifica a presenccedila de solos
permeaacuteveis entretanto devido ao conhecimento preacutevio as aacutereas expostas caracterizam
retirada de vegetaccedilatildeo nativa o que significa a interferecircncia antroacutepica para fins de exploraccedilatildeo
urbana Aacutereas desta natureza satildeo evidecircncias de aacutereas particulares para construccedilatildeo posterior de
edificaccedilotildees
5 Residecircncias A presenccedila de residecircncias de segunda moradia eacute um fator predominante em
ambientes de potencial turiacutestico Este aspecto se caracteriza pelo forte fator especulativo que
6 Vegetaccedilatildeo Densa A presenccedila da vegetaccedilatildeo densa no poacutes-praia estaacute atribuiacuteda a fixaccedilatildeo
natural de sedimentos reduzindo os efeitos da erosatildeo costeira A retirada desta vegetaccedilatildeo
78
pode reduzir de maneira irreversiacutevel a capacidade agrave resiliecircncia causando intensas alteraccedilotildees
nos serviccedilos ecossistecircmicos (Arrow et al 1995)
7 Vegetaccedilatildeo Arbustiva A vegetaccedilatildeo arbustiva oriunda dos ambientes praiais satildeo
importantes aliados contra os processos de erosatildeo costeira impedindo a susceptibilidade do
ambiente De acordo com a Lei Federal 960598 a retirada desta vegetaccedilatildeo eacute determinada
como crime ambiental Aleacutem da vegetaccedilatildeo arbustiva nas zonas costeiras a presenccedila de
cobertura vegetal mesmo que de pequeno porte como as gramiacuteneas em ambientes residecircncias
satildeo importantes nas recargas de aquiacuteferos estando associados agrave presenccedila de unidades
geoloacutegicas permeaacuteveis como os terraccedilos arenosos marinhos na zona costeira adjacente a
costa
4321 Iacutendice de Vulnerabilidade
Segundo Bush et al (1999) Sousa et al (2011) os setores dos ambientes costeiros satildeo
resultados dos processos fiacutesicos e antroacutepicos integrados atraveacutes de agentes patogecircnicos que
estatildeo em constantes alteraccedilotildees Devido a isso o iacutendice avaliaraacute cada geoindicador de maneira
individual e detalhada conforme descrito previamente de acordo com sua presenccedila atuando
como agente protetor ou agente erosivo (Sousa et al 2013)
O indicador apresentaraacute seu potencial para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira (baixa
moderada ou alta) Considerando os valores em m2 de cada geoindicador atribuindo um valor
numeacuterico baseado nas amostras para cada variaacutevel 0 = baixa 5 = moderada e 10 em alta
vulnerabilidade Os mesmos satildeo organizados em planilhas que alimentam a base de dados
para o modelo numeacuterico observados atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo
119868 = (1
119899119907) sum
119907
(1
119899119894) sum 119909119894
119894 119890119902 41
Os resultados obtidos atraveacutes do banco de dados acerca da vulnerabilidade costeira satildeo
aplicados na equaccedilatildeo 3 que resulta no iacutendice (I) de acordo com os 7 paracircmetros de entrada do
modelo
Onde nveacute o nuacutemero de variaacuteveis ni o nuacutemero de indicadores da determinada variaacutevel e
xi eacute a soma dos indicadores Somando as variaacuteveis e realizando a meacutedia aritmeacutetica dos
indicadores obtendo-se o valor do iacutendice proposto
79
O iacutendice eacute um resumo dos indicadores (tabela 23) dada pela avaliaccedilatildeo a
vulnerabilidade sendo os valores numeacutericos encontrados entre 0 a 29 considerado como baixa
vulnerabilidade de 3 a 69 vulnerabilidade moderada e de 7 a 10 alta vulnerabilidade
43 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
Com base na revisatildeo bibliograacutefica dados orbitais cedidos pelo LACCOSTUFPE e
anaacutelise e fotografias aacutereas obliacutequas e terrestres dos anos de 2011 e 2014 gentilmente cedidas
pela CPRH foi possiacutevel o mapeamento dos geoindicadores e a distribuiccedilatildeo espacial ao longo
da aacuterea de estudo
O processamento de imagens orbitais de alta resoluccedilatildeo espacial atraveacutes da teacutecnica de
maximo verossimilhanccedila auxiliou a classificaccedilatildeo de 7 indicadores antroacutepicos e ambientais de
acordo com a proposta de Bush (1999) sendo estes responsaacuteveis de maneira direta e indireta
pela caracterizaccedilatildeo dos cenaacuterios de erosatildeo atuais na orla da praia do Forte Orange e seus
arredores no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute
Como possiacutevel observar na tabela 10 os valores do pixel foram multiplicados por 025
m2 convertidos e avaliados em uma aacuterea total de 598 km2 onde os valores em porcentagem
foram de 2510 para vegetaccedilatildeo densa 4140 de vegetaccedilatildeo rasteira 1610 de aacutereas
residenciais 770 de solo exposto 360 de aacutereas asfaltadas 240 da face de praia e
370 das aacutereas correspondentes aos terraccedilos de Mareacute Baixa
Devido a integraccedilatildeo da Ilha de Itamaracaacute agrave Regiatildeo Metropolitana do Recife aleacutem dos
aspectos econocircmicos as atividades de veraneio e turismo de segunda residecircncia passaram a
exercer um papel significativo entretanto ao fim dos anos de 90 houve uma queda na
demanda de procura de aacutereas residecircncias (Manso 2003)
A vulnerabilidade na Praia do Forte Orange foi identificada como moderada tendo o
valor de 55 entretanto eacute possiacutevel caracterizar ambientes preservados como a aacuterea sul da
praia onde existe baixa interferecircncia antroacutepica com residecircncias e impermeabilizaccedilatildeo do solo
bom aporte sedimentar para a praia e uma presenccedila massiva de vegetaccedilatildeo de mangue
80
Tabela 4 2 Valores otidos em m2 e dados percentuais apoacutes a interpretaccedilatildeo da imagem
Geoindicadores Pixels Aacuterea Porcentagem
Vegetaccedilatildeo Densa 6001196 1500299 2510
Vegetaccedilatildeo Rasteira 9905152 2476288 4140
Residecircncias 3881144 970286 1610
Solo Exposto 1836637 459159 770
Asfalto 866021 216505 360
Face de Praia 566056 141514 240
Terraccedilo de Mareacute Baixa 885741 221435 370
Aleacutem deste fator Albuquerque (2009) destaca a presenccedila de pequenas dunas na regiatildeo
da orla com uma largura de 20m sendo composta por areias finas Nesta regiatildeo a faixa do
poacutes-praia tem uma largura de 25 a 30m com presenccedila de berma e dunas recentes cobertas pela
vegetaccedilatildeo
Um grande quantitativo de concentraccedilotildees residenciais eacute visualizado na proximidade da
praia (figura 44) Este fator se caracteriza de maneira natural para a regiatildeo que passou por
uma intensa ocupaccedilatildeo ocorrida nestas aacutereas ao longo das deacutecadas de 1980 e 1990 onde para
esta aacuterea foi atribuiacuteda a identidade de turismo de segunda residecircncia como descreve Assis
(2003)
A atribuiccedilatildeo dos aspectos socioeconocircmicos e ambientais como queda de receita
desvalorizaccedilatildeo dos imoacuteveis aumento da violecircncia e significativa deterioraccedilatildeo ambiental da
orla (despejo de esgotos invasotildees em faixa de praia desordenamento dos bares e barracas
etc) (CPRH 2014)
81
Figura 4 2 Mapa dos Geoindicadores da praia do Forte Orange ndash Ilha de Itamaracaacute Sistemas de
Coordenadas UTM Datum Sirgas 2000 Fuso 25 S Fonte O Autor
82
Em contrapartida a diversidade paisagiacutestica da Ilha e a saturaccedilatildeo de algumas praias no
litoral sul potencializam a expectativa de crescimento das atividades turiacutesticas de forte apelo
ambiental mesmo atualmente apresentando serviccedilos estagnados (CPRH 2014)
Diversos problemas ambientais na Ilha de Itamaracaacute satildeo descritos por Morais (2000)
Lima (2001) Costa (2002) Barreto Arauacutejo e Manso (2014) e Martins (2015) alguns citados
satildeo intensificaccedilatildeo da erosatildeo costeira perda de atrativos naturais e constante reduccedilatildeo de aacutereas
vegetadas locais Entre outros fatores a ocupaccedilatildeo antroacutepica eacute o que tem gerado maiores
conflitos entre o uso urbano e o turismo de lazer
Outro aspecto interessante eacute a variaacutevel referente ao solo exposto que caracteriza a
permeabilidade onde se verifica a retirada da vegetaccedilatildeo natural que de acordo Medeiros e
Kjerfve (1993) se distinguiam entre Mata Atlacircntica e Mangue
Em relaccedilatildeo a anaacutelise da retirada de vegetaccedilatildeo eacute longo o histoacuterico de alteraccedilotildees da
vegetaccedilatildeo natural no litoral pernambucano devido a atividade de agricultura principalmente
do cultivo da Cana-de-Accediluacutecar e Coqueiros
Cabe ressaltar que atraveacutes da homogeneizaccedilatildeo qualificada no meacutetodo proposto as
aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira podem corresponder a aacutereas com presenccedila de grama para
ornamentaccedilatildeo dos ambientes proacuteximos as aacutereas residenciais Em aacutereas proacuteximas a regiatildeo da
orla esta vegetaccedilatildeo eacute identificada como restinga como possiacutevel observar ao sul da imagem de
sateacutelite classificada e na fotografia aeacuterea (figura 44)
Figura 4 3 Vista aeacuterea do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute Fonte CPRH (2014)
83
Aacutereas de vegetaccedilatildeo rasteira contribuem para a fixaccedilatildeo de sedimentos nas
proximidades dos ambientes praiais e amenizam os impactos da urbanizaccedilatildeo criados a partir
de aacutereas tidas como impermeaacuteveis como residecircncias e estradas asfaltadas pois este tipo de
vegetaccedilatildeo eacute tido como um agente natural de contribuiccedilatildeo para o equiliacutebrio no balanccedilo
sedimentar dos ambientes costeiros
Diferentemente da vegetaccedilatildeo os ambientes impermeaacuteveis como estradas se
constituem como um fator de potencial erosatildeo devido a impossibilidade de trocas de
sedimentos De acordo com o meacutetodo proposto o solo impermeaacutevel foi destacado como o
segundo menor valor entre os indicadores
Figura 4 4 Forte Orange e estruturas riacutegidas observadas em baixa mar Fonte CPRH (2014)
De acordo com Silva e Koening (1993) o ambiente deposicional praial apresenta
constantes alteraccedilotildees devido aos processos erosivos e deposicionais A interferecircncia antroacutepica
em aacutereas proacuteximas ao ambiente costeiro eacute um fator de predominacircncia para alteraccedilotildees no
balanccedilo sedimentar e consequentemente mudanccedilas paisagiacutesticas
O trecho de costa onde se localiza a praia do Forte Orange tem se mostrado como
sendo uma aacuterea de instabilidade para o ambiente litoracircneo da Ilha de Itamaracaacute De acordo
com Manso et al (2012) o Canal de Santa Cruz eacute uma regiatildeo de aporte sedimentar intenso
entretanto esta caracteriacutestica natildeo resulta um balanccedilo equilibrado
De acordo com Albuquerque (2009) e Martins (2015) alguns indicadores de erosatildeo
84
satildeo encontrados nas aacutereas proacuteximas ao Forte Orange como coqueiros caiacutedos raiacutezes expostas
e algumas barracas danificadas pela accedilatildeo de ondas
Aacutereas circunvizinhas ao Forte como o projeto Peixe-Boi tambeacutem passam pelo
problema da erosatildeo costeira onde uma aacuterea edificada foi observada em uma fotografia do ano
de 2011 registrada pela CPRH Esta edificaccedilatildeo continha uma estrutura de proteccedilatildeo feita por
troncos de coqueiros entretanto a edificaccedilatildeo e o muro de contenccedilatildeo jaacute natildeo existiam no
registro feito pelo mesmo oacutergatildeo para o ano de 2014 devido aos processos erosivos
Figura 45 (a) Projeto Peixe Boi (2011) Figura 27 (b) Projeto Peixe Boi (2014) Fonte CPRH (2014)
Neste sentido o uso e ocupaccedilatildeo do solo na Praia do Forte Orange na Ilha de Itamaracaacute
desencadeou um processo de ocupaccedilatildeo desordenada na regiatildeo do poacutes-praia devido a presenccedila
de construccedilotildees fiacutexas Estas ocupaccedilotildees em lugares inadequados contribuem fortemente para a
potencializaccedilatildeo da degradaccedilatildeo do ambiente praial
44 CONCLUSAtildeO
A avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na regiatildeo da Praia do Forte Orange
foi realizada atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos geoindicadores Estes foram quantificados avaliando as
suas aacutereas verificando a maior incidecircncia e analisando a susceptibilidade dos ambientes
observados
De modo generalizado as aacutereas circunvizinhas a praia do Forte Orange apresentam
um moderado potencial a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira evidenciando a ausecircncia do poacutes-
praia contendo apenas terraccedilos de mareacute baixa em alguns pontos da aacuterea avaliada sendo um
aspecto de preocupaccedilatildeo e necessidade de intervenccedilatildeo da gestatildeo puacuteblica local
85
Ao longo de quase toda a costa foram verificadas residecircncias em aacutereas proacuteximas a
praia caracterizando retirada de vegetaccedilatildeo nativa local como as aacutereas de mata atlacircntica e
mangue e vegetaccedilatildeo de restinga Entretanto a porccedilatildeo sul estuarina da praia do Forte Orange
no municiacutepio da Ilha de Itamaracaacute se destacou pela ausecircncia de intervenccedilatildeo antroacutepica sendo
uma regiatildeo preservada Esta regiatildeo se destaca por ser uma aacuterea de proximidade com o
manguezal do canal de Santa Cruz fonte principal de sedimentos para a formaccedilatildeo das praia
nesta regiatildeo
A utilizaccedilatildeo de dados de alta resoluccedilatildeo utilizados na anaacutelise da vulnerabilidade agrave
erosatildeo costeira em ambientes com presenccedila antroacutepica acentuada apresenta-se como um
eficiente meacutetodo a ser utilizado em escala local conforme o proposto A validaccedilatildeo de dados
atraveacutes de fotografias obliacutequas e visitas teacutecnicas nestas aacutereas satildeo indispensaacuteveis aleacutem da
revisatildeo bibliograacutefica para aacutereas de potencial susceptibilidade
Casos de interferecircncia antroacutepica nos ambientes costeiros como ao norte da praia do
Forte Orange satildeo comuns ao longo do litoral brasileiro Nestes casos eacute necessaacuterio que
meacutetodos analiacuteticos como imagens de sateacutelites fotografias aeacutereas ou obliacutequas e dados de GPS
sejam utilizados na identificaccedilatildeo da erosatildeo costeira
O mapa de caracterizaccedilatildeo dos geoindicadores pode ser utilizado como uma excelente
fonte na averiguaccedilatildeo de aacutereas em potencial erosatildeo Estas aacutereas necessitam de uma melhor
atenccedilatildeo do governo devido a utilizaccedilatildeo das aacutereas como residecircncias potencial econocircmico no
que tange o turismo local e a perspectiva ambiental da regiatildeo no espaccedilo local que passa pela
problemaacutetica da erosatildeo costeira perdendo espaccedilo no ambiente praial
Para o ambiente em estudo eacute necessaacuterio que haja um comprometimento do oacutergatildeo
gestor na aplicabilidade de leis especiacuteficas sendo primordial a avaliaccedilatildeo das residecircncias
situadas em aacutereas sob domiacutenio da accedilatildeo das ondas e das mareacutes para fins de remoccedilatildeo devido ao
risco eminente ao patrimocircnio fiacutesico
Abordagens como as do presente trabalho permitem utilizar recursos que caracterizam
uma melhor otimizaccedilatildeo do tempo Os resultados obtidos destacam o sensoriamento remoto
orbital como uma ferramenta uacutetil e de aacutegil integraccedilatildeo nas informaccedilotildees espaciais para medidas
operacionais aleacutem de abordagens especiacuteficas que proponham a interdisciplinaridade
Os dados gerados em ambientes de Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas favorecem a
criaccedilatildeo de bancos de dados que auxiliam no desenvolvimento de novos cenaacuterios afim de
abordar uma maior diversidade de fatores que contribuam para avaliaccedilatildeo de resultados
reduzindo a possibilidade de riscos de impactos ambientais negativos
86
Outros fatores a serem considerados satildeo as introduccedilotildees de planos de informaccedilotildees em
relaccedilatildeo a progradaccedilatildeo ou retraccedilatildeo da linha de costa gerando dados geomorfoloacutegicos capazes
de caracterizar aacutereas de maior probabilidade agrave erosatildeo costeira
A proposta para o monitoramento ambiental a ordenaccedilatildeo da ocupaccedilatildeo urbana atraveacutes
de um planejamento local preacutevio e a priorizaccedilatildeo de propostas devem ser apresentadas pela
gestatildeo local na tentativa de minimizar os impactos ocasionados pela erosatildeo costeira Estas
accedilotildees devem ser tomadas a partir da anaacutelise de dados cientiacuteficos integrados a gestatildeo costeira
para uma melhor eficiecircncia
87
CAPIacuteTULO 5
51 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS E CONCLUSAtildeO
O presente estudo foi realizado atraveacutes de teacutecnicas de interpretaccedilatildeo de imagens
orbitais integrados a ambientes de sistemas de informaccedilotildees geograacuteficas Estes dados
possibilitaram a caracterizaccedilatildeo geral do ambiente costeiro do estado de Pernambuco
avaliando a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira atraveacutes de geoindicadores
A partir da anaacutelise de revisatildeo bibliograacutefica aliado a geraccedilatildeo de dados foram
observados diversos cenaacuterios em diferentes escalas de estudos Os resultados na identificaccedilatildeo
de ambientes suscetiacuteveis ao longo do litoral pernambucano apontam para um futuro
preocupante caso natildeo haja intervenccedilatildeo do governo devido a interferecircncia antroacutepica
As ocupaccedilotildees desordenadas nas maiores cidades do litoral pernambucano
evidenciaram variadas perspectivas acerca da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira aleacutem da
perceptiacutevel diferenccedila entre os diferentes setores visualizados pelas variaccedilotildees antroacutepicas e os
ambientes preservados identificados ao longo deste estudo
Mesmo as praias dos setores norte nuacutecleo metropolitano e sul apresentarem valores
quantitativos semelhantes eacute necessaacuterio averiguar os valores percentuais das aacutereas para uma
melhor compreensatildeo dos resultados Feiccedilotildees de intensa urbanizaccedilatildeo foram destacadas ao
longo do nuacutecleo metropolitano entretanto cidades como Jaboatatildeo apresentam aacutereas de praia
com valores percentuais maiores que outros locais do litoral pernambucano
Os resultados apontaram para a vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na maior parte do
litoral pernambucano devido a interferecircncia antroacutepica Este fator se daacute natildeo apenas no aspecto
das edificaccedilotildees pelo processo de verticalizaccedilatildeo como ocorre no nuacutecleo metropolitano como
tambeacutem na utilizaccedilatildeo de ambientes proacuteximos a praia que tiveram a substituiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo
natural pelo manejo agriacutecola
Um dos grandes problemas visualizados ao longo do estudo foi a retirada de vegetaccedilatildeo
nativa nos ambientes costeiros Aacutereas de mangue mata atlacircntica e restinga foram substituiacutedos
por vegetaccedilatildeo agriacutecola como coqueiros e cana-de-accediluacutecar nos ambientes rurais e edificaccedilotildees ao
longo das aacutereas de poacutes-praia
Por apresentar belezas paisagiacutesticas exuberantes o litoral pernambucano sofre com
accedilotildees antroacutepicas de larga escala em diversas praias ao longo do litoral sendo necessaacuterio a
88
intervenccedilatildeo do estado afim de medidas mitigadoras que abordem perspectivas de proteccedilatildeo
ambiental para a costa do estado
Uma possiacutevel soluccedilatildeo para a proteccedilatildeo dos ambientes costeiros que ainda natildeo foram
atingidos pelas mudanccedilas antroacutepicas eacute a criaccedilatildeo de unidades de conservaccedilatildeo de proteccedilatildeo
integral ou de uso sustentaacutevel Isto impossibilitaria a construccedilatildeo de edificaccedilotildees que
possivelmente trariam a ocupaccedilatildeo desordenada como decorrente nas cidades de maior
economia do litoral pernambucano evitando cenaacuterios futuros de erosatildeo
Outra possiacutevel soluccedilatildeo para tais problemas seria a relocaccedilatildeo da orla urbanizada
possibilitando a ampliaccedilatildeo da praia aumentando a aacuterea do solo permeaacutevel contribuindo para
a dinacircmica sedimentar aleacutem proteccedilatildeo da lenccediloacuteis freaacuteticos proacuteximos a costa
Os dados obtidos atraveacutes deste trabalho verificaram que escalas locais apresentam
melhores resultados de anaacutelise A adequaccedilatildeo de meacutetodos de interpretaccedilatildeo de imagens junto
com maior variabilidade de indicadores podem acarretar informaccedilotildees capazes de apresentar
um suporte teacutecnico mais eficaz para fins de gestatildeo costeira
A anaacutelise da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira demonstra necessidade de uma
idealizaccedilatildeo de medidas preventivas no intuito de minimizar os prejuiacutezos gerados pelos
problemas ambientais caracterizados pela modificaccedilatildeo das zonas litoracircneas
A empregabilidade de mapas de vulnerabilidade pode ser considerada de faacutecil
aplicaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo podendo ser adotados por empresas e oacutergatildeos gestores no auxiacutelio e
determinaccedilatildeo de aacutereas vulneraacuteveis a eventuais perdas de aacutereas costeiras evidenciando
ambientes em potencial erosatildeo ao longo do litoral
Os resultados obtidos revelam a utilidade dos Sistemas de Informaccedilotildees Geograacuteficas
para fins de estudos costeiros Isso se deve a integraccedilatildeo de informaccedilotildees espaciais na
empregabilidade para casos emergenciais como a potencial perda de patrimocircnio pelo avanccedilo
das ondas e da mareacute em ambientes potenciais agrave erosatildeo a partir do curto espaccedilo de praia
Com a metodologia proposta foi verificada que escalas de maior precisatildeo atribuem a
capacidade de analisar melhores resultados Isto se daacute atraveacutes da evidencia de maiores
detalhes na identificaccedilatildeo dos geoindicadores propostos em metodologia
As discussotildees e conclusotildees deste trabalho propotildeem melhores anaacutelises em relaccedilatildeo a
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira para o estado de Pernambuco de forma a serem adotados
dados para construccedilatildeo diversos bancos de dados informacionais que correspondam aos
estudos realizados ao longo dos anos nas diversas praias do litoral pernambucano
89
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ALMEIDA H R R de C e SCHULERCA Avaliaccedilatildeo Da Morfodinacircmica Praial No
Municiacutepio Do Cabo De Santo Agostinho Pe Atraveacutes De Imagens Suborbitais E Orbitais De
Alta Resoluccedilatildeo Espacial Engenharia Ambiental v 6 p 38-54 2009
ALBUQUERQUE J L Caracterizaccedilatildeo morfodinacircmica e vulnerabilidade agrave erosatildeo do Litoral
Leste da Ilha de Itamaracaacute ndash PE Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geociecircncias) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
ALMEIDA T L M MANSO V A V Sedimentologia da Plataforma Interna Adjacente a
Ilha de Itamaracaacute-PE Estudos Geoloacutegicos (UFPE) v 21 p 135-152 2011
AMARO VE SANTOS MST SOUTO MVS Geotecnologias Aplicadas ao
Monitoramento Costeiro Sensoriamento Remoto e Geodeacutesia de Precisatildeo 1ordf Ed Natal
Ediccedilatildeo dos Autores 118p 2012
ARAUacuteJO M C B SOUZA S T CHAGAS BARBOSA S C T COSTA MONICA F
COSTA Anaacutelise da Ocupaccedilatildeo Urbana das Praias de Pernambuco Brasil Revista da Gestatildeo
Costeira Integrada v 7 n 2 p 97-104 2007
ARROW K BOLIN B COSTANZA R DASGUPTA P FOLKE C HOLLING C S
JANSSON B-O LEVIN S MDLER K-G PERRINGS C e PIMENTEL D (1995) Economic
growth carrying capacity and the environment Science v 268 p 520ndash521
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise criacutetica dos Estudos de
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica a agentes diversos no litoral de PE - Brasil Revista
Brasileira de Geografia Fiacutesica v 07 p 1028-1043 2014
BAATZ M MIMLER M Bildobjekt-Primitive als BausteineExtraktion von Objekten of
interest bzw anthropogenen Objekten basierend auf der expliziten Kanteninformation von
Bildobjekt-Primitiven In Blaschke T (Ed) GIS und Fernerkundung Neue Sensoren ndash
Innovative Methoden Wichmann Verlag Heidelberg p 179-188 2002
BARROS HM ESKINAZI-LECcedilA E MACEDO SJ LIMA T Gerenciamento
Participativo de Estuaacuterios e Manguezais Editora Universitaacuteria da UFPE Recife p07-38
2000
BARROS A P E SILVEIRA K A A Produccedilatildeo Do Espaccedilo Rural-Urbano E Seus
Rebatimentos Nos Conflitos Socioambientais Na Aacuterea De Suape Pernambuco ndash Brasil
Cadernos Ceru Seacuterie 2 v 21 n 1 2010
BARRETO E P ARAUacuteJO T C M MANSO V A V Anaacutelise Criacutetica Dos Estudos De
Vulnerabilidade Geomorfoloacutegica A Agentes Diversos No Litoral De Pe - Brasil Revista
Brasileira De Geografia Fiacutesica v 07 p1028-1043 2014
BESNAD WConsideraccedilotildees gerais em tocircrno da regiatildeo lagunar de Cananeacuteia-Iguape I Bol
Inst Paul Oceanogr [online] v1 n1 pp 09-26 1950
90
BIRKMANN J Risk and vulnerability indicators at different scales applicability usefulness
and policy implications Environmental Hazards v 7 p 20ndash31 2007
BOSOM E JIMENEZ J A Storm-induced coastal hazard assessment at regional scale
application to Catalonia (NW Mediterranean) Advances in Geosciences v 26 p 83-87
2010
BORUFF B J EMRICH C amp CUTTER S L 2005 Erosion hazard vulnerability of US
coastal counties Journal of Coastal Research v 21 n 5 p 932-942
BUSH DM NEAL WJ YOUNG RS PILKEY OH - Utilization of geoindicators for
rapid assessment of coastal-hazard risk and mitigation Ocean amp Coastal Management V
42 N 8 p 647-670 1999
BURROUGH PA Principles of Geographic Information Systems for Land Resource
Assessment Monographs on Soil and Resources Survey Oxford Science Publications N 12
New York 1986
Calliari LJ Muehe D Hoefel FG amp Toldo Jr EE Morfodinacircmica praial uma breve
revisatildeo Revista Brasileira de Oceanografia v 50 63-78 2003
CAcircMARA I G Plano de Accedilatildeo para a Mata Atlacircntica Fundaccedilatildeo SOS Mata Atlacircntica Satildeo
Paulo SP p 152 1991
CARVALHO RF amp COUTINHO PN Evoluccedilatildeo da aacuterea da Lagoa Olhos-dagua (Recife
PE) In SIMP REG GEOL 9 Natal Atas Natal SBG p 180-201 1979
COOPER JAG AND MCLAUGHLINSContemporary multidisciplinary approaches to
coastalclassification and environmental risk analysis Journal of Coastal Research v 14 n
2 p 512-524 1998
COSTA JA 2002 Sedimentologia hidrodinacircmica e vulnerabilidade das praias no trecho
entre a foz do Rio Mamucaba (Tamandareacute ndash PE) e a foz do Rio Persinunga (Satildeo Joseacute da
Coroa Grande ndash PE) Recife Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) Universidade Federal
de Pernambuco 79p
COSTA M B S F PONTES P M amp ARAUJO T C M Monitoramento da Linha de
Preamar das Praias de Olinda - PE (Brasil) como Ferramenta agrave Gestatildeo Costeira Revista da
Gestatildeo Costeira Integrada v 8 n 2 p 101-112 2008
CPRH (Agecircncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos de Pernambuco) 2012
Unidades de Conservaccedilatildeo Disponiacutevel em httpwwwcprhpegovbr Acesso em 20 set
2015
DAL CIN R amp SIMEONI U A model for determinining the Classification Vulnerability
and Risk in the Southern Coastal Zone of the Marche (Italy) Journal of Coastal Research
n 10 v 1 p 19-29 1994
91
DEAN RG Beach Nourishment theory and practice World Scientific Publishing
Singapura p399 2002
DANIEL H Replenishment versus retreat the cost of maintaining Delawarersquos beaches
Ocean amp Coastal Management n 44 p 84-104 2001
DEAN R G Coastal Processes With Engineering Applications Cambridge Univ
Press New York 2002
DOMINGUEZ JML BITTENCOURT A C S P LEAtildeO Z M AN AZEVEDO A E
G Geologia do quaternaacuterio costeiro do Estado de Pernambuco Revista Brasileira de
Geociecircncias vol 20 p 208-215 1990
DOODY J P Shoreline management ndash conservation managementor restoration National
Costal Consultants p 407-419 2001
EMRICH C T CUTTER S L Social vulnerability to climate-sensitive hazards in the
southern United States Weather and Climate Society v 3 p 193ndash208 2011
EULIE D O WALSH J P CARBETT D R High-resolution analysis of shoreline change
and application of ballon-based aerial photography Albemarle-Pamlico estuarine system
North Caroline USA Limnology and Oceanography Methods v 11 p 151-160 2013
FERNANDEZ D ARNOTT R D BAUER B O WALKER I J OLLERHEAD J
Evaluation of the optimal resolution for characterizing the effect of beach surface moisture
derived from remote sensing on aeolian transport Irene Journal of Coastal Research v 65
2013
FRANCcedilA C F SOUZA FILHO P W M Compartimentaccedilatildeo Morfoloacutegica Da Margem
Leste Da Ilha De Marajoacute Zona Costeira Dos Municiacutepios De Soure E Salvaterra ndash Estado Do
Paraacute Revista Brasileira de Geomorfologia ano 7 n 1 p 33-42 2006
GONCcedilALVES R M Modelagem de tendecircncia a curto-prazo da linha de costa atraveacutes de
dados geodeacutesicos temporais utilizando regressatildeo linear estimativa robusta e redes neurais
artificiais Tese de Doutorado Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas UFPR
152p 2010
GONCcedilALVES R M AWANGE J KRUEGER C P HECK B COELHO L DOS S A
comparison between three short-term shoreline prediction models Ocean amp Coastal
Management v 69 p 102-110 2012
GONCcedilALVES R M AWANGEJ KRUEGER C P GNSS-based monitoring and
mapping of shoreline position in support of planning and management of MatinhosPR
(Brazil) Journal of Global Positioning Systems v 11 p 156-168 2012
GONCcedilALVES R M PACHECO A D P TANAJURA E L X DA SILVA L M
Urbanizaccedilatildeo costeira e sombreamento na praia de Boa Viagem Recife-PE Brasil Revista de
Geografiacutea Norte Grande v 1 p 241-255 2013
92
GOULDBY B e SAMUELS P Language of risk Project definitions Report T32-04-0
FLOODsite project 2005
GUERRA N C MANSO V DO AV 2004 Beachrocks (Recifes de Arenito)
InESKINAZI-LECcedilAE et al (Orgs) Oceanografia um cenaacuterio tropical Recife Bagaccedilo
p 109-130
HANTSON W KOOISTRA L amp SLIM P A Mapping invasive woody species in coastal
dunes in the Netherlands a remote sensing approach using LIDAR and high-resolution aerial
photographs Applied Vegetation Science International Association for Vegetation
Science p1-12 2012
HARVEY N CLOUSTON B amp CARVALHO P Improving Coastal Vulnerability
Assessment Methodologies for Integrated Coastal Zone Management an Approach from
South Australia Australian Geographical Studies v 37 p 50-69 1999
IBGE 2010 Censo demograacutefico disponiacutevel em
httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=260790ampsearch=pernambuco
acesso em marccedilo de 2015
JEFFREY M A AND KOBAYASHI N Stone Armor Damage Initiation and Progression
Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research v 27 p 110-
119 2011
KLEIN RJT NICHOLLS RJ THOMALLA F Resilience to natural hazards how useful
is this concept Environmental Hazards v 5 n 1-2 p 35-45 2003
LACERDA S R Variaccedilatildeo diurna e sazonal do fitoplacircncton no estuaacuterio do rio Paripe
(Itamaracaacute Pernambuco Brasil) Dissertaccedilatildeo de Mestrado UFPE Recife 146p 1994
MAGINI C HARARI J ABESSA D M S Circulaccedilatildeo recente de sedimentos costeiros
nas praias de santos durante eventos de tempestades dados para a gestatildeo de impactos fiacutesicos
costeiros Revista Brasileira de Geociecircncias v 26 n 4 p 349-355 2007
MALLMANN D L B ARAUacuteJO T C M Vulnerabilidade do Litoral Sul de Pernambuco agrave
erosatildeo Tropical Oceanography v 38 n 2 p 129-151 2010
MALMANN D L B PEREIRA PS NOGUEIRA P F R S M SANTOS F M M
Classificaccedilatildeo morfodinacircmica das praias arenosas de Ipojuca (Pernambuco Brasil) atraveacutes da
anaacutelise semacircntica de imagens de sateacutelite pancromaacuteticas Pesquisas em Geociecircncias v 41 p
169-189 2014
MARTINS K Vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira e mudanccedilas climaacuteticas atraveacutes de
indicadores em Pernambuco Brasil Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de
Tecnologias e Geociecircncias Universidade Federal de Pernambuco 107p Recife 2015
MARQUES JSJ RANGEL TP BRITO FP ALMEIDA MG SALOMAtildeO
MSMB GOBO AAR SOUZA-SANTOS LP ARAUacuteJO-CASTRO CM V MF
COSTA 2 CEREZENDE Geoquiacutemica de Metais em Sedimentos da Zona Estuarina do
93
Complexo Industrial Porto de Suape PE - Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada
v11 n4 p379-387 2011
MANSO V DO A V et al Pernambuco In MUEHE D (Ed) Erosatildeo e Progradaccedilatildeo do
Litoral Brasileiro Brasiacutelia BR Ministeacuterio do Meio Ambiente p 179ndash196 2006
MANSO V A V Macedo R J A Silva E R M E Pereira N S Soares Junior C F
A Arraes M Alves F P Subsiacutedios ao Gerenciamento Costeiro Definiccedilatildeo sa Zona Natildeo
Edificante da Praia do Porto (Pe) para uso e Ocupaccedilatildeo da Orla Estudos Geoloacutegicos v 22 p
21-36 2012
MENDONCA F J B Gonccedilalves Rodrigo Mikosz Awange Joseph SILVA L M
GREGORIO M N TEMPORAL SHORELINE SERIES ANALYSIS USING GNSS
Boletim de Ciecircncias Geodeacutesicas v 20 p 701-719 2014
MAZZER A M DILLENBURG S R SOUZA C R G Proposta de meacutetodo para anaacutelise
de vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira no sudeste da ilha de Santa Catarina Brasil Revista
Brasileira de Geociecircncias v 38 n 2 p 278-294 2008
MEDEIROS E C S PANTALENA A F MIOLA B LIMA R S SOARES M O
Percepccedilatildeo ambiental da erosatildeo costeira em uma praia no litoral do Nordeste do Brasil (Praia
da Taiacuteba CE) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 14 n 3 p 471-482 2014
MENEZES J T Balanccedilo de Sedimento Arenosos da Enseada do Balneaacuterio CamburiuacutendashSC
2008 Tese (Doutorado em Geociecircncias) Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre 2008
MAGINI C GOMES P F VERIacuteSSIMO C U V AGUIAR NETO A B
Avaliaccedilatildeo Ambiental da Praia do Futuro municiacutepio de Fortaleza Cearaacute Revista
de Geologia v 20 n 1 p 91-88 2007
MORAES LJ Estudos geoloacutegicos do Estado de Pernambuco Rio de Janeiro Serv Geol
Min Brasil 57p 1928
MEDEIROS C B KJERFVE M ARAUacuteJO amp S NEUMANN-LEITAtildeO 2001 The
Itamaracaacute Estuarine Ecosystem Brazil p71-81 In U SEELINGER B amp KJERFVE
(Eds) Ecological Studies 144 Coastal Marine Ecosystems of Latin America Berlin
Springer-Verlag 360p
MORAIS J OPINHEIRO L S CAVALCANTE A A PAULA D P SILVA R L
Erosatildeo Costeira em Praias Adjacentes agraves Desembocaduras Fluviais O Caso de Pontal de
Maceioacute Cearaacute Brasil Revista da Gestatildeo Costeira Integrada v 82 p61-76 2008
M JEFFREY A AND KOBAYASHI N 2011 Stone Armor Damage Initiation and
Progression Based on the Maximum Wave Momentum Flux Journal of Coastal Research
v 27 p 110 ndash 119 2011
94
MONTES M J F Variaccedilatildeo nictemeral do fitoplacircncton e paracircmetros hidroloacutegicos no Canal
de Santa Cruz Ilha de Itamaracaacute PE Recife UFPE Centro de Tecnlogia e Geociecircncias
Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Oceanagrafia Bioloacutegica 174p 1996
MUEHE D Criteacuterios morfodinacircmicos para o estabelecimento de limites da orla costeira para
fins de gerenciamento Revista Brasileira de Geomorfologia v 2 n 1 p 35-44 2001
NASCIMENTO DMC amp DOMINGUEZ JML Avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade ambiental
como instrumento de gestatildeo costeira nos municiacutepios de Belmonte e Canavieiras Bahia
Revista Brasileira de Geociecircncias v 39 p 395-408 2009
NEVES CF D MUEHE GOM - Coastal Mamagement and Sea Levei Rise in Recife
Brazil - Anais IX Coastal Zone Management Conference ASCE EUA 1991
NEVES C F MUEHE D Vulnerabilidade impactos e adaptaccedilotildees agraves mudanccedilas do clima a
zona costeira In Parcerias Estrateacutegicas ndash mudanccedila doclima do Brasil vulnerabilidade
impactos e adaptaccedilatildeo n27 Brasiacutelia Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia 2008
NICHOLLS RJ AND KLEIN RJT Climate change and coastal management on Europersquos
coast in Vermaat JE et al (eds) Managing European Coasts Past Present and future
Berlin Springer-Verlag p199-225 2005
Nguyen T Bonetti J Rogers K Woodroffe D C Indicator-based assessment of climate-
change impacts on coasts A review of concepts methodological approaches and vulnerability
indices Ocean amp Coastal Management v 123 p 18-43 2016
OLIVEIRA P F P SILVA H A SANTANA N M G MANSO V A V Avaliaccedilatildeo do
Comportamento do Aterro Hidraacuteulico da Praia do JangaPaulistaPE decorrente da Dinacircmica
Praial e da Urbanizaccedilatildeo Revista Brasileira de Geografia Fiacutesica v 2 p 374-385 2012
PEREIRA PS CALLIARI LJ HOLMAN R HOLLAND KT GUEDES RMC
AMORIN CK Cavalcanti PG Video and field observations of wave attenuation in a
muddy surf zone Marine Geology v 279 p 210-221 2011
PEREIRA PS CALLIARI LJ GUEDES RMC SCHETTINI C A F Variabilidade
temporal dos bancos arenosos da praia do Cassino (RS) uma analise atraveacutes de imagens de
video Pesquisas em Geociecircncias v 39 p 195-211 2012
PIRES IVA CRAVEIRO J ANTUNES O Artificializaccedilatildeo do solo e Vulnerabilidade
Humana em duas zonas sujeitas a processos de erosatildeo costeira casos de estudo da Costa da
Caparica e Espinho (Portugal) Revista de Gestatildeo Costeira Integrada v 12 n 3 2012
RAPOSEIRO PD amp FERREIRA J C R A anaacutelise da vulnerabilidade e do risco de
inundaccedilatildeo como ferramenta de apoio agrave gestatildeo dos territoacuterios litorais sob pressatildeo urbana
Pluris Planejamento urbano regional integrado e sustentaacutevel p 1-12 2010
RANTA P BLON T NIEMELAtilde J JOENSUU E SIITONEN M The fragmented
Atlantic rain Forest of Brazil size shape and distribution of Forest fragments Biodiversity
and Conservation v 7 p 385-403 1998
95
RIBEIRO J S SOUSA P H G O VIEIRA D R SIEGLE E Evoluccedilatildeo da
vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira na Praia de Massaguaccediluacute (SP) Brasil Revista Da Gestatildeo
Costeira Integrada Satildeo Paulo v 13 n 3 p 253-265 2013
RICHARDS J A JIA X Remote Sensing Digital Image Analysis Spring 4Ed 2006
RUDORFF F M amp BONETTI J Avaliaccedilatildeo da suscetibilidade agrave erosatildeo costeira de praias da
ilha de Santa catarina Braz J Sci Technol v 14 n 1 p 9-20 2010
SILVA M S Morfoestratigrafia e evoluccedilatildeo holocecircnica da Plniacutecie Costeira de Salinoacutepolis
Nordeste do Estado do Paraacute 1996 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia) - Universidade
Federal do Paraacute Centro de Geociecircncias Beleacutem 142p 1996
SILVA I G e KOENING M L Variaccedilatildeo sazonal da densidade fitoplanctocircnica no estuaacuterio
do rio Paripe Itamaracaacute Pernambuco Brasil Arq Biol Tecnolv 4 p 645-658 1993
SILVA L M DA GONCcedilALVES R M LIRA M M DA PEREIRA P DE S
Modelagem Fuzzy aplicada na detecccedilatildeo da vulnerabilidade agrave erosatildeo costeira Boletim De
Ciecircncias Geodeacutesicas v 19 n 4 p 746-764 2013
SOUSA PHGO SIEGLE E TESSLER MG Environmental and Anthropogenic
Indicators for Coastal Risk Assessment at Massaguaccediluacute Beach (SP) Brazil Journal of Coastal
Research v 64 p 319-323 2011
SOUZA S T de A sauacutede das praias da Boa Viagem e do Pina Recife (PE) Brasil Brasil
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Oceanografia) - Centro de Tecnologias e Geociecircncias
Universidade Federal de Pernambuco 151p Recife 2004
SOUZA C R DE G LUNA G da C Unidades quaternaacuterias e vegetaccedilatildeo nativa de planiacutecie
costeira e baixa encosta da Serra do mar no litoral norte de Satildeo Paulo Revista do Instituto
Geoloacutegico v 29 n 1 Satildeo Paulo 2008
SUGIU K Geologia Sedimentar Edgar Blucher Satildeo Paulo 395p 2003
TANAJURA E L X KRUEGER C P GONCcedilALVES R M Anaacutelise da acuraacutecia dos
meacutetodos cinemaacuteticos de posicionamento GPS em aplicaccedilotildees costeiras Boletim de Ciecircncias
Geodeacutesicas v 17 p 23-36 2011
TRESCA O DOVER NP COOK N MAHARJAN C POLYANSKIY MN NAJMUDIN Z
SHKOLNIKOV P POGORELSKY IET AL Spectral Modification of Shock Accelerated
Ions Using a Hydrodynamically Shaped Gas Target PHYSICAL REVIEW LETTERS
v115 2015