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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica RENATO CÉZAR WANDERLEY CUNHA SILVA HISTOQUÍMICA COM LECTINAS PARA Tn E IMUNOHISTOQUÍMICA PARA c-erbB-2 NA INVESTIGAÇÃO DO CARCINOMA DUCTAL INVASIVO DE MAMA (CDI). Recife 2011

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

    Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica

    RENATO CÉZAR WANDERLEY CUNHA SILVA

    HISTOQUÍMICA COM LECTINAS PARA Tn E

    IMUNOHISTOQUÍMICA PARA c-erbB-2 NA INVESTIGAÇÃO DO

    CARCINOMA DUCTAL INVASIVO DE MAMA (CDI).

    Recife

    2011

  • RENATO CÉZAR WANDERLEY CUNHA SILVA

    HISTOQUÍMICA COM LECTINAS PARA Tn E

    IMUNOHISTOQUÍMICA PARA c-erbB-2 NA INVESTIGAÇÃO DO

    CARCINOMA DUCTAL INVASIVO DE MAMA (CDI).

    Dissertação apresentada ao Programa de

    Pós-Graduação em Inovação Terapêutica da

    Universidade Federal de Pernambuco, como

    requisito para a obtenção do Título de Mestre

    em Inovação Terapêutica.

    Orientador: Prof. Dr. Eduardo Isidoro Carneiro Beltrão

    Departamento de Bioquímica CCB-UFPE

    Recife

    2011

  • Silva, Renato Cézar Wanderley Cunha Histoquímica com lectinas para Tn e imunohistoquímica para c-erbB-2 na investigação do carcinoma ductal invasivo de mama (CDI) / Renato Cezar Wanderley Cunha Silva. – Recife: O Autor, 2011. 71 folhas, il., fig., tab.

    Orientador: Eduardo Isidoro Carneiro Beltrão Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de

    Pernambuco. Centro de Ciências Biológicas. Inovação Terapêutica, 2011. Inclui bibliografia e anexos.

    1. Câncer de mama 2. Lectinas 3. Histoquímica I. Título.

    616.994 CDD (22.ed.) UFPE/CCB-2011-149

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

    Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica

    REITOR

    Prof. Dr. Amaro Henrique Pessoa Lins

    VICE-REITOR

    Prof. Dr. Gilson Edmar Gonçalves e Silva

    PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

    Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

    DIRETORA DO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

    Prof.ª Dr.ª Ângela Maria Isidro Farias

    VICE- DIRETORA DO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

    Prof.ª Dr.ª Silvia Regina Arruda de Moraes

    COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

    EM INOVAÇÃO TERAPÊUTICA

    Prof.ª Dr.ª Suely Lins Galdino

    VICE- COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

    EM INOVAÇÃO TERAPÊUTICA

    Prof.ª Dr.ª Ana Cristina de Almeida Fernandes

  • FOLHA DE APROVAÇÃO

    Nome: Renato Cézar Wanderley Cunha Silva

    Título: Histoquímica com lectinas para Tn e imunohistoquímica para c-erbB-2

    na investigação do carcinoma ductal invasivo de mama (CDI).

    Dissertação apresentada à Universidade Federal de Pernambuco para

    obtenção do título de Mestre em Inovação Terapêutica.

    Aprovada em: 15/04/2011

    Banca Examinadora

    _______________________________________________________________

    Prof. Dr. Eduardo Isidoro Carneiro Beltrão

    Departamento de Bioquímica – UFPE

    _______________________________________________________________

    Prof.ª Dr.ª Paloma L. Medeiros

    Departamento de Histologia – UFPE

    _______________________________________________________________

    Prof. Dr. Luiz Bezerra de Carvalho Júnior

    Departamento de Bioquímica – UFPE

    RECIFE

    2011

  • DEDICATÓRIA

    Aos meus pais, Auxiliadora e

    Manoel, pelo esforço que sempre

    fizeram pela minha formação

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus, pela força me dada nos momentos difíceis e iluminação nos momentos

    obscuros da vida.

    Ao Professor Eduardo Beltrão, um verdadeiro amigo, pela oportunidade que me

    deu, pela sua orientação e apoio para o desenvolvimento desse trabalho.

    A Moacyr Rêgo, pelos conselhos e ajuda durante todo o período do mestrado,

    meus verdadeiros agradecimentos.

    Aos Meus pais Manoel e Auxiliadora, por todo amor, educação dada, apoio

    incondicional e confiança depositada na minha pessoa, meu muito obrigado,

    sem eles eu nada seria.

    Aos Meus irmãos Hemanuelly e Augusto, pelo companheirismo de sempre e ao

    meu sobrinho Murilo, por mostrar a beleza da vida.

    A todos os meus familiares, com especial a Tia Lucy, por contribuir de forma

    tão próxima em minha formação.

    A Carlos Santos, meu companheiro de Mestrado e um grande amigo, pelos

    momentos de aprendizado e divertimento que dividimos.

    Aos Amigos do BmC Amanda Lucena, Ana Rosa Galindo, Arthur Clark,

    Carmelita Cavalcanti, Diego Albuquerque, Elisabete Enriqueta, Gabriela Souto,

    Gilberto Tenório, Juliana Brandão, Juliana Vasconcelos, Petra Barros, Raphael

    Douglas e Steffany Ferreira, pelo conhecimento dividido, pela amizade e

    companheirismo.

  • Aos meus amigos da graduação Amanda Aliança, Douglas Holanda, Iana

    Rafaela, Isabella Macário, Isabelle Viana, Jana Messias, Julliana Ribeiro, Lívia

    Bandeira, Luís Cláudio, Maria Carolina, Natália Moraes, Pollyana Pessoa,

    Rafael Silva, Steffany Ferreira, Veridiana Sales e Wheverton Ricardo, pelos

    quatro anos de amizade, cada vem mais firme e pelo tempo que ainda

    passamos juntos na UFPE.

    Aos meus amigos do mestrado, principalmente Andresa Oliveira, Eryvelton

    Franco e Helena Bastos, por todos os momentos de estudos e pesquisas e

    mesmo no cansaço, as alegrias nos deram forças.

    Aos meus amigos Armando Monteiro, Júlia Rodrigues, Marcelle Guedes e

    Rosário Medeiros, pela amizade desde o tempo do Salesiano.

    A todos que fazem o LIKA, que em suas diferentes atividades, tiveram

    importância para o desenvolvimento deste trabalho.

    As pessoas e amigos aqui não citados, mas que tiveram também importância

    direta e indireta para a realização desse trabalho.

  • Fica Proibido

    Fica proibido chorar sem aprender,

    Levantar-se um dia sem saber o que fazer,

    Ter medo das tuas recordações.

    .

    Fica proibido não sorrir ante os problemas,

    Não lutar pelo que queres,

    Abandonar tudo por medo, Não transformar em realidade teus sonhos.

    .

    Fica proibido não demonstrar o teu amor,

    Fazer com que alguém pague pelas tuas

    dúvidas e pelo teu mau humor.

    . Fica proibido deixar os teus amigos,

    Não tentar compreender aquilo que

    viveram juntos,

    Chamá-los somente quando precisa deles.

    .

    Fica proibido não seres tu perante todos, Fingir para as pessoas que não te

    importas,

    Esquecer todos os que te querem.

    .

    Fica proibido não fazeres as coisas para ti

    mesmo,

    Não fazeres o teu destino, Ter medo da vida e dos teus

    compromissos,

    Não viver cada dia como se fosse o último.

    Pablo Neruda

  • RESUMO

    O câncer de tecido mamário é o segundo tipo de câncer mais freqüente no

    mundo e o mais comum entre as mulheres. Dentre os tumores malignos de

    mama, o carcinoma ductal invasivo (CDI) representam o maior grupo,

    constituindo cerca de 65 a 80% dos carcinomas mamários. O perfil morfológico

    e molecular desse carcinoma é bastante heterogêneo, apresentando

    características bastante variáveis. Uma célula cancerosa não expressa

    erroneamente apenas proteínas e DNA, mas carboidratos também, o que

    impulsiona a glicobiologia voltada para dignóstico, prognóstico e terapêuica,

    sendo as lectinas, uma ferramenta auxiliar. Outra molécula de valor diagnóstico

    e prognóstico é c-erbB-2 que tem papel chave na proliferação, adesão,

    diferenciação e motilidade celular. O trabalho objetivou avaliar o perfil de N-

    aceti-galactosamina em glicoconjugados celulares empregando a histoquímica

    com lectinas e o perfil imunohistoquímico para c-erbB-2 no CDI. Foram

    utilizadas 61 biópsias do Setor de Anatomia Patologia do Hospital das Clínicas

    da Universidade Federal de Pernambuco. Na histoquímica com lectinas os

    tecidos foram tratados com tripsina e incubados com as lectinas Dolichos

    biflorus agglutinin (DBA) e Vicia villosa agglutinin (VVA), específicas para N-

    acetilgalactosamina (GalNAc), conjugadas a biotina (de 80µg/mL). Para a

    investigação da proteína c-erbB-2 foi utilizado o método da estreptavidina-

    biotina-peroxidase. Para a revelação, foi utilizada uma solução de

    diaminobenzidina (DAB) e H2O2. O perfil de c-erbB-2 apresentou correlação

    entre a sua superexpressão e o grau histológico e a observação de invasão

    linfonodal. O CDI apresentou um perfil de reconhecimento para GalNAc

    diferente para as lectinas estudadas. Não se verificou nenhuma relação entre

    os achados histoquímicos para VVA e DBA e imunohistoquímicos para c-erbB-

    2. Resultados demonstram a histoquímica com Lectina como uma técnica

    auxiliar para avaliação do perfil de glicoconjugados no câncer de mama.

    Palavras-chave: Histoquímica com Lectinas, c-erbB-2, CDI.

  • ABSTRACT

    Mammary cancer is the second most prevalent female cancer in the world.

    Among the malignant ones invasive ductal carcinoma (IDC) represents the

    major group corresponding to 65 to 80% of all mammary carcinomas. Its

    morphologic and molecular profiles are quite heterogeneous. A cancer cell does

    not wrongly express its DNA and proteins but also its carbohydrate array which

    brings the glycobiology to the diagnosis and prognosis application where the

    lectins are used as auxiliary tools. C-erbB-2 is one protein with importance to

    routine diagnosis and prognosis being a key molecule in cel proliferation,

    adhesion, differentiation and motility. This work aimed to evaluate the

    carbohydrate glycoconjugate cell surface profile using lectin histochemistry and

    the c-erbB-2 expression in IDC. Sixty one mammary biopsies diagnosed as ICD

    were obtained at the Patholocic Anatomy Service at University Hospital of

    Federal University of Pernambuco. Tissue slices were treated with a trypsin and

    with a methanol-hydrogen peroxidase solutions and incubated with Dolichos

    biflorus agglutinin (DBA) and Vicia villosa agglutinin (VVA), specifics to N-

    acetyl-Galactosamine (GalNAc), conjugated to biotin (80µg/mL). c-erbB-2 was

    evaluated using the streptavidin-biotin-peroxidase method. Diaminobenzidine-

    H2O2 solution was used for staining visualization in both methods. c-erbB-2

    presented a correlation between its overexpression and the IDC histologic

    grade of dedifferentiation and also with linfonode invasion. DBA and VVA

    presented different GalNAc recognition patterns. No correlation was observed

    between lectin histochemistry and c-erbB-2 immunehistochemistry. Results

    indicate that lectin histochemistry is a actractive auxiliary tool for glycoconjugate

    profile in mammary tumours.

    Keywords: lectin histochemistry, c-erbB-2, IDC.

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1: Estágios do crescimento anormal das células, desde as células

    normais, até o câncer invasivo. (Fonte: www.cienciahoje.uol.br). 18

    FIGURA 2: Capacidades adquiridas do câncer. Hanahan e Weinberg (2000)

    propôseram um modelo para definir as seis propriedades que caracterizam um

    tumor: ilimitado potencial de replicação, angiogênese, evasão da apoptose,

    auto-suficiência na sinalização de fatores de crescimento, insensibilidade aos

    inibidores de crescimento e invasão de tecidos e metástase. Contudo estudos

    indicam que este modelo deve ser revisto para incluir a inflamação como mais

    uma caracteristica relacionada ao câncer (Mantovani, 2009). 19

    FIGURA 3: Migração celular via corrente sanguínea. Esta capacidade de

    tumores malignos permite a semeadura de tecidos distantes do tecido original

    para desenvolvimento de metástase. (Fonte: www.livingmedicaltestbook.

    org). 20

    FIGURA 4: Esquema representativo de uma membrana celular e uma camada

    rica de carboidratos, formando assim o glicocálice. Fonte:

    http://www.tudomaisumpouco.com/images/dna/prot_memb3.jpg 22

    FIGURA 5: Migração de células neoplásicas acompanhadas de modificações

    moleculares e induções angiogênicas, que resultam em um extravasamento

    das mesmas de um ponto localizado fazendo uso dos vasos para obter novos

    sítios patológicos. (Thomas e Peeper, 2009). 24

    FIGURA 6: Trastuzumab se ligando a dois receptores c-erbB-2, impedindo a

    sua ativação. Fonte: www.livingmedicaltestbook.org. 30

    http://www.cienciahoje.uol.br/

  • FIGURA 7: Imunohistoquímica para c-erbB-2 em CDI. A cor castanha indica a

    expressão desta proteína. A seta indica área de necrose (comum neste tipo de

    tumor). A: umento de 100X, B: aumento de 400X. 38

    FIGURA 8: Histoquímica com Lectinas para VVA. A: marcação de membrana e

    citoplasma das células transformadas (aumento de 100X). B: marcação positiva

    visualizada com aumento de 400X. C: controle negativo da reação (aumento de

    100x). 43

    FIGURA 9: Histoquimica com Lectinas para DBA. A: marcação de membrana e

    citoplasma das células transformadas (aumento de 100X), B: marcação positiva

    visualizada com aumento de 400X. 44

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 01: Dados clínicos e histopatológicos das biópsias usadas no

    estudo. 37

    Tabela 02: Histoquímica com lectinas para carcinoma ductal invasivo de

    mama. 40

  • LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

    ASCO American Society of Clinical Oncology - Sociedade Americana de

    Oncologia Clínica

    CCB

    CCS

    CDI

    CDis

    Centro de Ciências Biológicas

    Centro de Ciências da Saúde.

    Carcinoma Ductal Invasivo

    Carcinoma Ducta in situ

    cDNA Complementary DNA – Fita complementar de DNA

    CISH Chromogenic in situ Hybridization – Hibridização cromogênica in

    situ

    CK Citoqueratina

    ConA Concavalina A

    CRD Carbohydrate-Recognition Domain – Domínio de Reconhecimento

    de Carboidrato

    DBA Dolichos biflorus Aglutinina

    DNA Deoxyribonucleic acid – Ácido desoxirribonucleico

    EBIT Encontro Brasileiro de Inovação Terapêutica

    EGFR Epidermal growth factor receptor – Receptor de Fator de

    Crescimento Epidermal

    FISH Fluorescence in situ hybridization – Hibridização Fluorescente in

    situ

    GalNAc N-Acetil-galactosamina

    GLUT-1 Glucose transporter 1- Transportador de Glicose 1

    GS-I Griffonia simplicifolia – I

    HC Hospital das Clínicas

    HER-2 Human Epidermal growth factor Receptor 2 – Receptor de Fator de

    crescimento Epidermal Humano 2

    HqL Histoquímica com Lectinas

    INCA Instituto Nacional do Câncer

    IHQ Imunohistoquímica

    PAAF Punção Aspirativa por Agulha Fina

  • PBS Phosphate buffered saline – Tampão Fosfáto

    PPGIT Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica

    RE Receptor de Estrógeno

    RP Receptor de Progesterona

    SBBq Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular

    SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

    UFPE Universidade Federal de Pernambuco

    VEGFR Vascular Endothelial Growth Factor Receptor – Receptor do Fator

    de Crescimento Endotelial Vascular

    VVA Vicia villosa aglutinina

  • SUMÁRIO

    1 REVISÃO DE LITERATURA 17

    1.1 Câncer: Considerações Gerais 17

    1.2 Câncer: Aspectos Bioquímicos 21

    1.3 Câncer de Mama 24

    1.4 c-erbB-2/HER-2 28

    1.5 Lectinas 30

    2 OBJETIVOS 33

    2.1 Geral 33

    2.2 Específicos 33

    3 METODOLOGIA 34

    3.1 Materiais 34

    3.2 Seleção de Casos 34

    3.3 Aspéctos Éticos 34

    3.4 Histoquímica com Lectinas 35

    3.5 Imunohistoquímica 35

    3.6 Controle Negativo 36

    3.7 Análise de Imagens 36

    4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 37

    5 CONCLUSÕES 47

    6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48

    7 ANEXOS 58

    7.1 Trabalhos Apresentados em Congressos 58

  • 7.2 Resumos Expandidos Publicados em Revistas 60

    7.3 Instruções para Autores 61

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    18

    1 REVISÃO DE LITERATURA

    1.1 CÂNCER: CONSIDERAÇÕES GERAIS

    O câncer é definido como um grupo de doenças caracterizado por um

    crescimento descontrolado de células anormais e, embora haja muitos tipos de

    câncer, todos eles iniciam dessa mesma forma (INCA, 2010).

    A carcinogênese inicia-se a partir de uma alteração do DNA celular ou

    da atividade anormal de genes presentes em células sadias, como os que

    coordenam a proliferação, a diferenciação, a morte celular por apoptose e

    outras funções primordiais para a célula (Conde et al., 2005). Também ocorrem

    mudanças da expressão de proteínas celulares que levam a alterações nas

    vias de sinalização, induzindo, frequentemente, mudanças no microambiente

    tumoral, causando inflamação, o que resulta em mudanças no perfil das

    proteínas teciduais que podem ser secretadas (Kopf e Zharhary, 2007).

    De acordo com Brevik (2005), o tempo, o meio ambiente e a herança

    são os principais aspectos que devem ser unidos para formar um modelo da

    carcinogênese. A formação do câncer é dependente do tempo, pois a

    incidência de câncer aumenta com a idade. Em países com alta expectativa de

    vida, aproximadamente 40% da população desenvolveu algum tipo de câncer

    na vida.

    Os tumores benignos comumente assemelham-se aos seus tecidos de

    origem e as células podem apresentar ou não suas relações normais. Em

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    19

    geral, os tumores benignos são envoltos por uma cápsula de tecido conjuntivo

    fibroso que os separam do tecido normal. Apresentam um crescimento lento e

    expansivo que permite uma formação de estruturas capilares em torno do

    tumor para nutri-lo e adquirem um padrão morfológico do tipo nodular

    (Brasileiro-Filho et al, 2000).

    O desenvolvimento do câncer segue um processo de múltiplos estágios

    (Figura 1), a partir da célula normal, e é caracterizado pelo acumulo de

    alterações genéticas que interferem no controle normal do crescimento e

    diferenciação celular, ou seja, células normais passar a serem hiperplásicas ou

    displásicas que podem se transformar em um câncer localizado e talvez

    posteriormente mestatizar-se (Peterson, 2005).

    Figura 1: Estágios do crescimento anormal das células, desde as células normais, até o câncer invasivo. (Fonte: www.cienciahoje.uol.br).

    Hanahan e Weinberg (2000) sugeriram que dentre os eventos de

    transformações neoplásicas, seis alterações são consideradas essenciais e

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    20

    que direcionam o crescimento para malignidade: 1 - alta suficiência nos sinais

    de crescimento; 2 - potencial replicativo ilimitado; 3 - indução angiogênica; 4 -

    insensibilidade para os sinais inibitórios do crescimento, 5 - evasão da

    apoptose e 6 - invasão tecidual e metastática. No entanto Mantovani (2009)

    demonstra que o aumento dessas evidências sugere o processo inflamatório

    como sétimo elemento integrante das alterações causadoras do câncer (Figura

    2).

    Figura 2: Capacidades adquiridas do câncer. Hanahan e Weinberg (2000) propôseram um modelo para definir as seis propriedades que caracterizam um tumor: ilimitado potencial de replicação, angiogênese, evasão da apoptose, auto-suficiência na sinalização de fatores de crescimento, insensibilidade aos inibidores de crescimento e invasão de tecidos e metástase. Contudo estudos indicam que este modelo deve ser revisto para incluir a inflamação como mais uma caracteristica relacionada ao câncer (Mantovani, 2009).

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    21

    O que leva a malignidade no câncer é sua habilidade em quebrar a

    arquitetura tecidual, invadir fronteiras teciduais e metastizar (Figura 3). Em

    termos simples, câncer é uma doença de desenvolvimento, ou seja, resultante

    da perda dos controles normais da célula (Ingber, 2008). Em um mesmo tumor

    suas células tendem a ser heterogêneas com relação a sua capacidade

    proliferativa ou metastizante, quantidade de receptores, sensibilidade à

    resposta imunológica ou tratamento e grau de autonomia do crescimento. Essa

    heterogeneidade genética e epigenética são elementos chave na progressão

    do tumor e sua resistência às drogas (Heng et al, 2009).

    Figura 3: Migração celular via corrente sanguínea. Esta capacidade de tumores malignos permite a semeadura de tecidos distantes do tecido original para desenvolvimento de metástase. (Fonte: www.livingmedicaltestbook.org).

    No mundo desenvolvido, o câncer é uma das principais causas de

    morte, geralmente excedido por apenas doenças cardiovasculares (De Meija et

    al., 2003). A expectativa quanto ao numero de pessoas diagnosticadas com

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    22

    câncer dentro dos próximos 30 anos é de o dobro da atual implicando um

    aumento da necessidade quanto a diagnósticos e terapias. Em países com alta

    expectativa de vida, aproximadamente 40% da população sofreu algum tipo de

    câncer na vida (Song et al., 2010). No Brasil, as estimativas para o ano de

    2010 e de 2011, apontam para a ocorrência de 489.270 casos de novos de

    câncer. Os tipos mais incidentes, à exceção do câncer de pele do tipo não

    melanoma, serão no sexo masculino, os canceres de próstata e de pulmão, e

    no sexo feminino, os canceres de mama e de colo do útero, acompanhando o

    mesmo perfil da magnitude observada para a América Latina (INCA, 2010).

    1.2 CÂNCER: ASPECTOS BIOQUÍMICOS

    Durante o percurso de iniciação e progressão tumoral, é necessário que

    as células cancerígenas reprogramem suas vias metabólicas em resposta ao

    seu próprio crescimento. Esta reprogramação é acompanhada por ambas as

    alterações, genéticas e epigenéticas de vários genes metabólicos. A

    desregulação desses genes está diretamente envolvida na parada de

    transformação inicial (célula normal-neoplasia), enquanto outros contribuem

    com a manutenção e a aceleração do fenótipo maligno. A mudança no

    comportamento metabólico das células cancerígenas está diretamente

    relacionada com o padrão de expressão de biomoléculas responsáveis pelos

    mecanismos de sinalização, adesão entre célula-célula e célula-matriz

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    23

    extracelular, que são fundamentais no controle de vários processos fisiológicos

    e patobioquímicos do organismo (Phipps et al, 2005).

    Estas alterações são evidentes durante o desenvolvimento dos

    processos patológicos, sendo acompanhada de modificações decorrentes do

    processo de glicosilação aberrante em componentes da superfície celular, além

    de ser um fator de alta relevância quanto à capacidade metastática e

    prognóstico pobre em pacientes com câncer (Kawaguchi , 2005).

    A superfície externa das células é composta por um glicocálice (Figura

    4), uma camada rica em carboidratos, a qual está envolvida na interação

    célula-célula e célula-matriz (Cazet et al., 2010), desempenhando na superfície

    celular funções no controle de vários processos fisiológicos e patobioquímicos

    no organismo (Phipps et al., 2005).

    Figura 4 – Esquema representativo de uma membrana celular e uma camada rica de carboidratos, formando assim o glicocálice. Fonte: http://www.tudomaisumpouco.com/images/dna/prot_memb3.jpg

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    24

    A glicosilação é uma das modificações mais importantes de proteínas e

    lipídios. A estrutura dos glicanos é muito diversificada e sua biossíntese requer

    uma maquinaria enzimática específica envolvendo um elevado número de

    glicosiltransferases (Cazet et al., 2010).

    As alterações nos padrões de glicosilação são frequentes, resultantes de

    modificações na atividade das glicosiltransferases e glicosidases (Blomme et

    al., 2009; Rek et al., 2009). Essas alterações no padrão de glicoconjugados de

    células tumorais têm sido relevantes para o reconhecimento de um

    desenvolvimento anormal e metástase. Certos tipos de modificações nos

    glicanos tem relação direta com o processo de agressividade em canceres de

    mama, como a progressão, invasão e metástase (Kawaguchi et al., 2006). A

    maioria das glicosilações aberrantes frequentemente resulta num encurtamento

    das cadeias de glicanos ou uma superexpressão dessas estruturas nas células

    (Guilot et al., 2004). As alterações no glicocódigo das células tumorais têm sido

    relacionadas, também, com a tentativa de fuga do reconhecimento pelas

    células do sistema imune e migração de seu tecido de origem para outros sítios

    teciduais no corpo (Figura 5) (Chambers et al, 2002; Nangia-Makker et al,

    2002; Fidler, 2003; Gupta & Massague, 2006; Eccles & Welch, 2007).

    Com o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, do uso de

    fármacos inteligentes, da tecnologia anticorpos monoclonais e do avanço das

    pesquisas com a histoquímica com lectinas, baseado no seu potencial

    biotecnológico no emprego do diagnóstico, inúmeros epítopos (tumor-

    específicos), dentre os quais carboidratos, foram decifrados sendo expressos

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    25

    em estágios de diferenciação/desdiferenciação e metástase (Beltrão et al,

    2003; Campos et al, 2006). Além de que, estes eventos de glicosilação alterada

    e seu prognóstico aumentam os interesses para analisar estas modificações

    patobioquímicas especificas (Granovsky et al, 2000; Beltrão et al, 2001; Melo-

    Júnior et al, 2006).

    Figura 5: Migração de células neoplásicas acompanhadas de modificações moleculares e induções angiogênicas, que resultam em um extravasamento das mesmas de um ponto localizado fazendo uso dos vasos para obter novos sítios patológicos. (Thomas e Peeper, 2009).

    1.3 CÂNCER DE MAMA

    O câncer de tecido mamário é o segundo tipo de câncer mais frequente

    no mundo e o mais comum entre as mulheres. A cada ano, cerca de 22% dos

    novos casos de câncer em mulheres são de mama. A incidência de câncer no

    Brasil vem aumentando a cada ano e as descobertas/desenvolvimento de

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    26

    novos tratamentos não acompanham esse aumento de incidência. Este câncer

    ocupa o primeiro lugar em incidência nas regiões Nordeste, Sul e Sudoeste, na

    proporção de 22,84%, 24,14% e 23,83%, respectivamente (INCA, 2009).

    Dentre os tumores malignos de mama, o carcinoma ductal invasivo (CDI)

    representa o maior grupo, constituindo cerca de 65 a 80% dos carcinomas

    mamários. A morfologia desses carcinomas é bastante heterogênea, tendo sido

    caracterizadas algumas variáveis como fatores histológicos de prognóstico

    (Dantas et al., 2003). O CDI se desenvolve durante longos períodos de tempo e

    pode culminar em formas metastáticas. Métodos mais sensíveis de

    avaliação/diagnóstico como a mamografia digital e a ressonância magnética de

    imagem as quais tem proporcionado um aumento dramático no diagnóstico de

    carcinomas ductais in situ e invasivos. O carcinoma ductal invasivo tem uma

    taxa de progressão de 43%, estimada por oito estudos independentes de

    referência (Leonard e Swain, 2004). Um risco aumentado de recorrência de

    CDI foi associado ao grau de atividade nuclear moderado ou alto podendo levar

    a metástase (Kerlikowske et al., 2003). O grau nuclear foi utilizado como um

    determinante importante para a decisão do diagnóstico e posterior tratamento

    (Chapman et al., 2007).

    Apesar do aumento da incidência no Brasil e em outros países, os

    grandes estudos internacionais mostram que a maior eficiência nos programas

    de rastreamento, a melhor definição das imagens ao diagnóstico e o uso

    adequado de terapias medicamentosas adjuvantes, melhoraram a sobrevida

    das pacientes nas últimas décadas (Smigal et al., 2006).

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    27

    Perou e colaboradores (2000) analisaram 65 amostras de 42 pacientes,

    utilizando a técnica de expressão gênica de microarrays de DNA complementar

    (cDNA), representando 8.102 genes humanos. Eles demonstraram que a

    diversidade fenotípica dos tumores de mama estava associada a uma

    diversidade na expressão gênica. Sorlie e colaboradores (2001) analisaram 85

    experimentos com 78 carcinomas, três fibroadenomas e quatro tecidos

    mamários normais, com a mesma estratégia para validar os primeiros achados.

    Estes experimentos definiram a classificação molecular do carcinoma de

    mama, dividindo os tipos em cinco grandes grupos baseados na expressão de

    poucos genes. Mais importante do que isto foi que esta classificação se

    mostrou de valor prognóstico e validava comportamentos clínicos bem

    conhecidos. Estes tipos foram chamados de luminais (A e B), super-expressor

    de HER-2, basal e aqueles semelhantes à mama normal.

    Os tumores luminais representam 45% dos tumores de mama e menos

    de 20% deles apresentam a proteina p53 mutada (Sotiriou et al., 2003). Os

    luminais A apresentam, além da expressão de RE, podem ou não apresentar

    positividade do RP, expressam as citoceratinas (CK) e têm expressão negativa

    para HER-2 (Nielsen et al., 2004). São tumores que costumam apresentar

    baixa expressão de ki67 e um baixo índice mitótico. São tumores usualmente

    de baixo grau histológico, bem diferenciados e com poucas mitoses. O grupo

    luminal B tem também o mesmo padrão de expressão de RE, RP, CK, mas co-

    expressam os genes ligados à proliferação celular, podendo apresentar alta

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    28

    expressão de ki67 e alto índice mitótico. Podem apresentar a expressão de

    HER-2, embora ocorram casos com expressão negativa (Brenton et al., 2005).

    Os tumores super-expressores de HER-2 são aqueles que

    invariavelmente têm a expressão imunohistoquímica (IHQ) positiva para HER-2

    e que, ao ter seu estado gênico avaliado por testes de hibridação in situ

    fluorescente (FISH) ou cromogênica (CISH) apresentam amplificação do

    número de cópias deste gene. Apresentam expressão negativa do RE e do RP

    (Brenton et al., 2005). Correspondem a cerca de 20-25% dos carcinomas de

    mama. Não há associação entre este subtipo com idade, raça ou outros fatores

    de risco (Carey et al., 2006).

    Os carcinomas mamários que super-expressam HER-2 têm um

    comportamento biológico agressivo, o que resulta em uma maior taxa de

    recorrência após o tratamento inicial, uma sobrevida livre de doença curta e um

    pior prognóstico, além disso, este grupo de tumores costuma apresentar maior

    probabilidade de metástase cerebral (Brenton et al., 2005).

    O subtipo basal representa 15% dos tumores de mama. Não expressa

    ou tem baixa expressão de receptores hormonais para estrógeno (RE) e

    progesterona (RP) e HER-2; e expressa proteínas comumente presentes nas

    células progenitoras ou células basais/luminais. Embora apresente

    negatividade para os três marcadores, há tipos histológicos que são triplo-

    negativos, mas não são basais (Haupt et al., 2010).

    O câncer de mama triplo-negativo apresenta características patológicas

    e moleculares únicas. Este termo refere-se à classificação IHQ dos tumores de

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    29

    mama aonde não se observa a expressão de RE, RP e HER-2 (Nielsen et al.,

    2004). A maioria dos estudos publicados mostra, além dos dados acima, que

    este grupo de tumores apresenta expressão negativa de p-caderina e de p63,

    expressão positiva de HER-1, expressão positiva das citoqueratinas (CK),

    expressão positiva de c-kit e vimentina (Rakha et al., 2009). Carey e

    colaboradores (2006) mostraram que os tumores triplo-negativos se associam

    a um perfil tumoral mais agressivo.

    1.4 c-erbB-2/HER-2

    O c-erbB-2 ou HER-2 é uma glicoproteína transmembrana pertencente à

    família de receptores do fator de crescimento epidermal (Gown, 2008). Essa

    família é composta por quatro receptores, (HER-1 ou EGFR, HER-2, HER-3 e

    HER-4), que usam a atividade da tirosinoquinase na sinalização celular. Outros

    membros da família dos receptores de fator de crescimento tirosino-quinase

    são o c-Kit e o receptor do fator de crescimento endotelial vascular (VEGFR),

    fatores que inicialmente foram estudados na avaliação do prognóstico do

    câncer de mama, e hoje já se é sabido que usam as mesmas vias de ativação

    que o HER-2 (Konecny et al., 2003).

    O protooncogene c-erbB-2/HER-2/neu (human epidermal growth factor

    receptor 2) está presente no cromossomo 17q11-21 (Duffy, 2005). Sua

    expressão é regulada por fatores de crescimento e a sua transformação até

    oncogene ocorre geralmente por amplificação gênica (ocorrência de 10 cópias

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    30

    ou mais do gene por célula), o que origina a superexpressão de sua proteína

    (Gown, 2008).

    A expressão aumentada do HER-2 é uma das anormalidades genética

    mais associada ao carcinoma de mama. Os tumores que expressam essa

    proteína teriam um pior prognóstico, possivelmente pela perda de um

    mecanismo de controle inibidor da proliferação celular e pelo ganho de um

    ativador de potencial maligno (Eisenberg, 2001).

    A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) com o Painel de

    orientação de marcadores tumorais recomenda o teste rotineiro de HER-2 no

    câncer de mama metastático e recém-diagnosticados desde 2001 (Lombardo,

    2007).

    Diferentes técnicas têm sido utilizadas para avaliar o perfil de Her-2 em

    biópsias e produtos cirúrgicos. Atualmente os métodos mais utilizados são a

    imunohistoquímica (IHQ) para avaliar a superexpressão da proteína HER-2 e

    hibridização in situ para avaliar a amplificação do gene HER-2 (Lambros et al.,

    2006).

    c-erbB-2/HER-2 é superexpresso em 10-34% dos canceres de mama e

    está associado ao aumento na resistência a quimioterapia hormonal (Hussein

    et al., 2008). Talvez o mais importante, é que os canceres de mama com

    alteração no status de HER-2 são alvos para o tratamento com trastuzumab

    (Figura 6), um anticorpo monoclonal humanizado, que tem demonstrado

    melhorar sensivelmente a taxa de resposta e sobrevida quando adicionado à

    quimioterapia ou utilizado como monoterapia (Gown, 2008). Estudos recentes

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    31

    tem demonstrado que o tratamento adjuvante com trastuzumab pode reduzir o

    risco de recorrência na metade e a mortalidade em um terço em estados

    iniciais de canceres de mama (Romond et al., 2005).

    Figura 6 – Trastuzumab se ligando a dois receptores c-erbB-2, impedindo a sua ativação. Fonte: www.livingmedicaltestbook.org.

    1.5 LECTINAS

    Lectinas são proteínas ligadoras de diversos carboidratos de origem não

    imunologica, capazes de aglutinar células e reconhecer carboidratos livres ou

    em oligossacarídeos e glicoconjugados nos quais a hidrofobicidade é a

    principal força de interação (Sobral et al., 2010; Thoma et al., 2007).

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    32

    O estudo de lectinas teve como marco inicial a descoberta de fatores

    tóxicos protéicos em extrato de Ricinus communis por Stillmark (1888). Ele

    constatou que tais fatores eram responsáveis por causar aglutinação em

    células sangüíneas. O termo lectina (do Latim lectus que significa escolher,

    selecionar) foi utilizado pela primeira vez por Boyd (1954) para enfatizar a

    habilidade exibida por algumas hemaglutininas em discriminar células do grupo

    sanguíneo ABO (Gabius, 2002). Outro Marco na história das lectinas ocorreu

    em 1919 quando Summer em 1919 purificou e isolou em forma de cristal a

    lectina concavalina A (Con-A), a partir de Canavalia ensiformeis (Sharon e Lis,

    2004).

    As lectinas são ubíquas. As de origem vegetal normalmente são obtidas

    de sementes, principalmente nas leguminosas, as quais são acumuladas

    durante a maturação e desaparecem após a germinação. Representam cerca

    de 10% das proteínas totais nas sementes, porém as quantidades isoladas são

    muito pequenas. Também já foram identificadas em células animais, sendo

    algumas solúveis no citosol, nucleoplasma ou líquidos do corpo, e outras

    presentes na membrana plasmática. As lectinas da membrana estão

    envolvidas tanto no transporte celular como também no reconhecimento célula-

    célula (Brooks et al., 2007).

    A ligação das lectinas com os carboidratos acontece em locais

    específicos. Em 1988, Kurt Drickamer chamou esses sítios de “domínio de

    reconhecimento de carboidrato” (CRD – Carbohydrate-recognition domain), os

    quais eram formados por uma limitada sequencia polipeptídica. Quanto à

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    33

    estrutura molecular, as lectinas foram classificadas em merolectinas, onde só

    apresenta um grupo de ligantes para carboidrato; hololectinas, as que possuem

    dois ou mais ligantes homólogos para carboidratos; e quimerolectinas, que

    possuem sítios de ligação distintos, com especificidade para carboidratos

    diferentes (Sharon e Lis, 2004).

    Por causa de sua especificidade a carboidratos de glicoconjugados de

    superfície ou de organelas citoplasmáticas, as lectinas representam

    ferramentas valiosas na identificação e monitoração de aberrações na

    glicosilação de carboidratos durante diferenciação celular e transformação

    neoplásica (Fusker & Esko, 2005). Estes biomarcadores já têm sido

    empregados no auxilio de diagnóstico histopatológico, para o mapeamento dos

    estágios de diferenciação/desdiferenciação, nível de malignidade e capacidade

    de metástases em tecidos da cavidade oral (Rego et al., 2005; Sobral et al.

    2010), cérebro humano (Beltrão et al., 2003), colo de útero (Li et al., 2010),

    mama (Beltrão et al. 2001; Korourian et al., 2008; Potapenko et al., 2010), pele

    (Melo-Junior et al., 2006), próstata (Lima et al., 2010), pulmão (Thoma et al.,

    2007) entre outros.

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    34

    2 OBJETIVOS

    2.1 GERAL

    Investigar tumores mamários diagnosticados como carcinoma ductal

    invasivo (CDI) através da histoquímica com lectinas e imunohistoquímica.

    2.2 ESPECÍFICOS

    - Estabelecer o perfil de GalNAc em glicoconjugados de superfície

    celulares empregando lectinas conjugadas a biotina;

    - Estabelecer o perfil imunohistoquímico para c-erbB-2;

    - Correlacionar os achados histoquímicos e imunohistoquímicos para a

    caracterização de CDI;

    - Avaliar o padrão de imuno e histo-marcação e correlacionar com os

    dados clínico-histológicos dos tumores de CDI.

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    35

    3 METODOLOGIA

    3.1 Materiais

    Lectinas Dolichos biflorus, DBA (Sigma-Aldrich, USA) e Vicia villosa,

    VVA (VectorLab, USA) conjugadas à Biotina. O anticorpo policlonal anti-c-erbB-

    2, o kit estreptavidina-biotina peroxidase e a diaminobenzidina foram obtidos da

    DAKO (USA). Todos os demais reagentes foram obtidos em grau analítico.

    3.2 Seleção de Casos

    Foram selecionadas 61 biopsias de Carcinoma Ductal Invasivo de mama

    (CDI) do setor de Anatomia Patológica do Hospital das Clinicas da

    Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE), previamente diagnósticas

    pelos patologista do setor, no período entre 2006 e 2008. Os tecidos que

    apresentaram apenas um bloco, e os de Punção Aspirativa por Agulha Fina

    (PAAF) foram retirados da amostragem Foram utilizadas as bordas livres de

    tumor como tecido normal.

    3.3 Aspéctos Éticos

    O presente projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética do Centro de

    Ciências da Saúde (CCS) da Universidade federal de Pernambuco (UFPE) e

    aprovado (SISNEP FR – 272931, CEP/CCS/UFPE Nº 195/09).

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    36

    3.4 Histoquímica com Lectinas

    Cortes histológicos com 4µm de expessura fixados em lâminas

    albuminizadas foram desparafinizados em xilol e hidratados em álcool etílico

    (100% e 70%). Em seguida os cortes foram tratados com uma solução de

    tripsina 0,1% (p/v) a 37°C por 2 minutos e incubados com as lectinas (DBA e

    VVA) na concentração de 80µg/mL por 2 horas à 4°C. A visualização da

    ligação lectina-carboidrato foi realizada com o kit estreptavidina-biotina

    peroxidase e revelada com uma solução de diaminobenzidina e peróxido de

    hidrogênio (H2O2). Os cortes foram contra-corados com hematoxilina e

    montados com entellan®. Todas as lavagens realizadas entre as etapas

    descritas utilizaram tampão fosfato de sódio 100mM, pH 7,2, suplementado

    com NaCl 150mM (PBS).

    3.5 Imunohistoquímica

    Lâminas silanizadas receberam cortes histológicos (4µm), que após

    fixação, foram desparafinizados em xilol e hidratados em álcool etílico (100% e

    70%). Em seguida foi feita a recuperação antigênica em tampão citrato 100mM,

    pH6.0 em câmara de vapor d´água (STIMER) por 30 minutos. Após o

    resfriamento, os cortes foram incubados em solução de peróxido de hidrogênio

    (H2O2) em metanol (1:1) por 30 minutos a 25ºC seguido de incubação com

    solução de leite desnatado a 10% por 1 hora a 25ºC. Foi, então, realizada a

    incubação dos tecidos com o anticorpo policlonal anti-c-erbB-2 (1:400) por 16

    horas à 4°C. A localização do anticorpo foi feita com o kit estreptavidina-biotina

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    37

    peroxidase e sua revelação com DAB-H2O2. Todas as lavagens realizadas

    entre as etapas descritas utilizaram tampão fosfato de sódio 100mM, pH 7,2,

    suplementado com NaCl 150mM (PBS).

    3.6 Controle Negativo

    O controle negativo de marcação para as lectinas foi realizado com a

    inibição das mesmas com N-acetil-galactosamina (100 a 300 mM) na

    histoquímica com lectinas e o anticorpo anti-c-erbB-2 foi substituído por PBS na

    imunohistoquímica.

    3.7 Análise de Imagens

    Foi usado o sistema interativo de análise de imagens com microscópio e

    câmera digital da Nikon (USA), disponíveis no Setor de Patologia do LIKA. Os

    parâmetros morfométricos adotados foram o número de células marcadas por

    campo captado na lâmina histológica. Foram consideradas positivas as

    preparações histológicas que apresentaram mais de 20% de marcação em

    contagem de células por campo (1 cm2). A análise quantitativa das células das

    marcadas foi feita analisando três campos em cada caso

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    38

    4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Foram avaliadas 61 biópsias de carcinoma ductal invasivo (CDI) de

    mama puro ou associado ao carcinoma ductal in situ (CDis). Os dados clínico-

    histopatológicos característicos desta amostragem são apresentados na Tabela

    1.

    Tabela 01: Dados clínico-histopatológicos das biópsia usadas no estudo.

    Parâmetros Categoria Número Percentagem

    Tamanho ≤ 4,33 cm* 35 57,38%

    > 4,33 cm* 26 42,61%

    Linfonodo Positivo Sim 24 39,34%

    Não 37 60,66%

    Grau Bloom Richardson

    I 14 22,95%

    II 22 36,06%

    III 25 40,98%

    Componente in situ Sim 16 26,23%

    Não 45 73,77%

    * Média do tamanho dos tumores.

    Neste estudo observou-se que a proteína c-erb-2 apresentou expressão

    aumentada em 14,75% dos casos de CDI (Figura 7). Essa superexpressão

    ocorreu nos tumores com graus II e III de diferenciação histológica segundo a

    escala de gradação de Bloom e Richardson. O sistema de graduação

    histológica mais utilizado é a classificação de Bloom-Richardson, que leva em

    consideração o grau nuclear, a arquitetura tumoral e o número de mitoses.

    Tumores graduados como de alto grau apresentam pior sobrevida

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    39

    (Soerjomataram et al., 2008). Em todos estes casos observou-se envolvimento

    linfonodal positivo. Não foram observadas relações entre as demais

    características clínico-histopatológicas e o status de c-erbB-2. Os tecidos

    mamários normais (bordas livres) foram negativos para c-erbB-2.

    Marcadores tumorais em câncer de mama podem ser empregados como

    marcador prognóstico e como marcador preditivo de resposta a terapia

    particular (Gown, 2008).

    Figura 7: Imunohistoquímica para c-erbB-2 em CDI. A cor castanha indica a expressão desta proteína. A seta indica área de necrose (comum neste tipo de tumor). A: aumento de 100X, B: aumento de 400X.

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    40

    O aumento da expressão de c-erbB-2 em lesões mamárias está

    associado com um reforço na angiogênese, hipóxia e aumento na degradação

    de fibrina além de ser apontado como indicador de prognóstico ruim. Pacientes

    que apresentam expressão aumentada de c-erbB-2 tem uma sobrevida livre de

    doença menor e também sobrevida geral menor (Almeida et al., 2007;

    Blackwell et al., 2004).

    Hussein (2008) observou que a amplificação do gene e/ou a

    superexpressão de c-erbB-2 pacientes com câncer de mama ocorre numa taxa

    variando entre 10 e 34% dos casos. A amplificação do gene de c-erbB-2 no

    câncer de mama tem sido associado com o aumento da proliferação e

    mobilidade celulares, invasividade, metástase regional ou distante,

    angiogênese e redução da apoptose. Quando classificados pelos parâmetros

    clínico-histopatológicos de rotina e comparados com tumores c-erbB-2

    negativos, os cânceres mamários c-erbB-2 positivos são frequentemente

    observados em tumores com os maiores graus (II e III) de diferenciação

    histológica pela graduação de Bloom-Richardson, bem como com a

    negatividade para os receptores de estrógeno e progesterona (Ariga et al.,

    2005; Huang et al., 2005; Al-Ahwal, 2006; Hussein et al.,2008).

    A invasão linfonodal também esta associada ao aumento da expressão

    de c-erbB-2. Estudos tem demostrado que os níveis de expressão desta

    proteína estão relacionados ao risco de metástases distantes em pacientes

    com câncer de mama (Hussein, 2008; Zidan et al., 2005; Maru et al., 2005).

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    41

    O gene do c-erbB-2 também se encontra superexpresso em outras

    neoplasias humanas, como adenocarcinoma de pulmão (Almeida et al., 2007).

    Esta proteína apresenta também importância no tratamento de pacientes com

    câncer de mama; pacientes cujos tumores exibem expressão aumentada

    desses marcadores podem ter um maior benefício com altas doses de

    quimioterapia alvo-específica (Press et al., 2005).

    A partir da histoquímica com lectinas empregando VVA (Figura 8)

    observou-se que esta proteína marcou 31,15% dos casos de CDI analisados

    enquanto a DBA (Figura 9) marcou 13,11% do total de casos (Tabela 2). Os

    tecidos normais avaliados não apresentaram nenhuma positividade.

    De todos de casos analisados (n=61) apenas em 3 casos foram duplo

    positivos para as lectinas usadas, contudo não se observou alguma relação

    entre eles quanto as sua características clínico-histopatológicas.

    Não se verificou correlação entre os dados clínico-histopatológicos e o

    padrão de positividade de ambas as lectinas estudadas.

    Tabela 02: Histoquímica com lectinas para carcinoma ductal invasivo de mama.

    Lectina Número Percentagem

    DBA

    Positiva 8 13,11%

    Negativa 53 86,89%

    VVA

    Positiva 19 31,15%

    Negativa 42 68,85%

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    42

    Os tecidos normais (bordas livres) foram negativos para amarcação com

    as lectinas e o protocolo de inibição, com N-acetil-galactosamina, aboliu a

    marcação das mesmas na concentração de 300 mM.

    Glicosilação é uma modificação pós-tradução importante em muitas

    moléculas biológicas relevantes. Uma mudança na estrutura de glicanos

    adicionadas a glicoproteínas e glicolipídios é uma característica comum na

    malignidade. A maioria das glicoproteínas que carregam glicanos O-ligados

    envolvem a adição de N-acetil-galactosamina (GalNAc) a resíduos de serina ou

    treonina na cadeia peptídica. Este resíduo é observado, e recebe destaque, no

    determinante antigênico Tn (GalNAc-α-O-Ser/Thr), normalmente oculto no core

    do peptídeo de O-glicoproteínas, é expresso de forma desmascarada em torno

    de 90% dos carcinomas humanos. Uma relação direta tem sido demonstrada

    entre a agressividade do carcinoma e a densidade desse antígeno, inclusive da

    propagação do tecido e invasão dos vasos. Dessa forma o Antígeno Tn foi

    considerado a estrutura associada a tumor humano mais específico (Burchel et

    al, 2001).

    Segundo Korourian (2008) a iniciação do tumor e o crescimento está

    associada a modificações na estrutura de glicanos pertencentes as

    glicoproteínas, glicolipídeos e proteoglicanos presentes na membrana celular.

    Glicosilações aberrantes, oriundas de uma disfunção de glicosiltransferases

    e/ou glicosidases, resultam em uma diminuição na cadeia de glicanos ou de

    uma superexpressão dessas estruturas na membrana celular, que nas células

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    43

    normais são escassas ou inexistentes, sendo a alteração na expressão de

    carboidratos relevante para a metástase tumoral e para um prognóstico ruim

    para pacientes com câncer (Kawaguchi, 2006).

    Em estudos com pacientes com carcinoma ductal in situ (CDIS) de

    mama, Korourian (2008) observou correlação positiva entre a marcação de

    VVA e GS-I, ambas específicas para GalNac, com a estrutura e o grau deste

    tumor. Essa correlação positiva sugere um fenótipo da doença relacionada a

    possibilidade de progressão do CDIS para o CDI.

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    44

    Figura 8: Histoquímica com Lectinas para VVA. A: marcação de membrana e citoplasma das células transformadas (aumento de 100X). B: marcação positiva visualizada com aumento de 400X. C: controle negativo da reação (aumento de 100x).

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    45

    Figura 9: Histoquimica com Lectinas para DBA. A: marcação de membrana e citoplasma das células transformadas (aumento de 100X), B: marcação positiva visualizada com aumento de 400X.

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    46

    A VVA reconhece os resíduos terminais α-GalNac e β-GalNac

    (Kawaguchi et al., 2006), enquanto a DBA o faz para α-GalNac (Zhanq et al.,

    2009). Em nosso estudo estas duas lectinas marcaram diferentemente os

    mesmos tumores de CDI. A diferença de marcação pode ser relacionada tanto

    a disponibilidade de uma ou ambas as formas, α e β, dos resíduos de GalNAc

    quanto a acessibilidade das lectinas a estes carboidratos. Observe-se que a

    VVA foi positiva para mais do que o dobro dos casos de CDI marcados pela

    DBA.

    Poucos estudos correlacionam a expressão de c-erbB-2 e a marcação

    com lectinas. Korourian (2008) observou uma correlação entre a expressão da

    proteína c-erbB-2 e a marcação positiva para a VVA em tumores

    diagnosticados com CDIS, contudo ele não observou este comportamento para

    CDI.

    Nossos resultados apresentaram uma marcação de VVA e DBA para o

    carcinoma ductal invasivo também. Este resultado pode ser interpretado a luz

    de que a expressão de GalNAc esteja relacionada a uma condição de

    malignidade (CDI em relação a CDIS) de um tumor. Ao mesmo tempo não se

    observou um padrão de correlação entre a expressão de c-erbB-2 e a

    marcação com as lectinas usadas.

    A histoquímica com lectinas é uma ferramenta experimental que se

    mostra auxiliar no diagnóstico e prognóstico de tumores mamários humanos

    (Rêgo et al, 2010, Rêgo et al, 2009). Desta forma ela agrega informações

    quanto a arquitetura dos glicoconjugados de superfície celular podendo ser

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    47

    utilizadas no screening por modificações bioquímicas no ambiente extracelular

    formado pelo glicocálice.

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    48

    5 CONCLUSÕES

    - A proteína c-erbB-2 apresentou correlação entre a sua

    superexpressão, o grau histológico e a invasão linfonodal;

    - O carcinoma ductal invasino de mama, apresentou um perfil de

    positividade diferente para VVA e DBA utilizadas na histoquímica com lectinas;

    - A imunohistoquímica para c-erbB-2 e a histoquímica com lectinas para

    VVA e DBA não apresentou correlação entre si nem com os dados clínico-

    histopatológicos.

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

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    Blonskic K.; Kuglerd C.; Edlerb L.; Bokemeye C.; Lectin histochemistry of

    metastatic adenocarcinomas of the lung. L Cancer, 2007, 56:391-397.

    Thomas R. Geiger, Daniel S. Peeper; Metastasis mechanisms; Biochem

    Biophys Acta, 2009, 1796:293–308.

    Zhang, J. H.; Yamada, A. T.; Croy, B. A. DBA-lectin Reactivity Defines Natural

    Killer Cells that have Homed to Mouse Decidua. Placenta, 2009; 30: 968-973.

    Zidan, J.; Dashkovsky, I.; Stayerman, C.; Basher, W.; Cozacov, C.; Hadary, A.

    Comparison of Her-2 overexpression in primary breast cancer and metastatic

    sites and its effect on biological targeting therapy of metastatic disease.

    Brazilian Journal of Cancer, 2005; 93(5): 552-556.

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    59

    7 ANEXOS

    7.1 Trabalhos Apresentados em Congressos

    Silva, R. C. W. C.; Santos, C. A. S.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.

    Expressão de Glicoconjugados e p53 no Carcinoma Ductal in situ Associado ao

    Invasivo na Mesma Mama. In: 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de

    Pesquisa Científica - SBPC, 2010, Natal, RN, Brasil.

    Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.

    Histoquímica com Lectinas para PNA e UEA-I no Carcinoma Ductal in situ da

    Mama. In: 62 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Científica -

    SBPC, 2010, Natal, RN, Brasil.

    Silva, R. C. W. C.; Santos, C. A. S.; Rêgo, M. J. B. M.; Cavalcanti, C. L. B.;

    Beltrão, E. I. C. Invasive Ductal Carcinama Glycoconjugates Evaluation Using

    Lectin Histochemistry. In: XXXIX Annual Meeting of the Brazilian Society for

    Biochemistry and Molecular Biology (SBBq), 2010, Foz do Iguaçu, PR, Brasil.

    Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Cavalcanti, C. L. B.;

    Beltrão, E. I. C. Lectin Histochemistry of Cell Surface Glycocode of in situ

    Ductal Carcinoma in Patients with Invasive Ductal Carcinoma. In: XXXIX Annual

    Meeting of the Brazilian Society for Biochemistry and Molecular Biology (SBBq),

    2010, Foz do Iguaçu, PR, Brasil.

    Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Cordeiro, M. F.; Santos, C. A. S.; Beltrão,

    E. I. C. Avaliação do Valor Diagnóstico e Prognóstico da Histoquímica com

    Lectinas no carcinoma ductal invasivo mamário. In: 1° Encontro Brasileiro de

    Inovação Terapêutica - EBIT, 2009, Recife, PE, Brasil.

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    60

    Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.

    Histoquimica com UEA - I e Imunohistoquimica para p53 no Carcinoma Ductal

    in situ da Mesma Mama. In: 1° Encontro Brasileiro de Inovação Terapêutica -

    EBIT, 2009, Recife, PE, Brasil.

    Silva, R. C. W. C.; Santos, C. A. S.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.

    Conparison of Lectin Histochemistry with HER-2 Status in Patients with Breast

    Invasive Ductal Carcinomas. In: II Simpósio Nacional em Diagnóstico e

    Terapêutica Experimental, V Jornada Científica do LIKA e II Fórum Brasileiro

    de Genética em Neuropsiquiatria, 2009, Recife, PE, Brasil.

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    61

    7.2 Resumos Expandidos Publicados em Revistas

    Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Cavalcanti C. B. L.; Lima

    M. C. C. A.; Beltrão, E. I. C. Analysis of Cell Surface Carbohydrate Expression

    of in situ Ductal Carcinoma Using Lectin Histochemistry and

    Immunohistochemistry for p53., Applied cancer research, 2010:16.

    Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C. Análise

    Histológica da Expressão de L-fucose e p53 no Carcinoma Ductal in situ e

    Invasivo da Mesma Mama. Revista Brasileira de Mastologia, 2009; 19: 49-53.

    Silva, R. C. W. C.; Santos, C. A. S.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.

    Histoquimica com Lectinas e Imunohistoquimica para c-erbB-2 em Carcinoma

    Ductal Invasivo de Mama. Revista Brasileira de Mastologia, 2009; 19: 49-53.

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    62

    7.3 Instruções para Autores

    Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

    The Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Rev Bras Ginecol Obstet.

    ISSN 0100 7203), a monthly publishing of scientific diffusion by Federação das

    Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), is directed to obstetricians,

    gynaecologists and kindred professionals, with the purpose of publishing original contributions on relevant themes about Gynaecology, Obstetrics and related areas.

    It is open to national and international contributions.

    The material sent to analysis cannot be concurrently submitted for publication to

    other journals, or been previously published. Originality, theme relevance and quality of methodology, besides the adequacy to editorial instructions adopted by

    the journal, are assessed in the selection of manuscripts. Material of declined

    articles will not be returned to the authors.

    All the submitted articles are assessed by anonymous reviewers and confidentiality

    is maintained throughout the review process. Copies of the reviewers’ assessment are sent to the authors. The accepted and conditionally accepted manuscripts are

    sent back to the authors, so that they get acquainted with the alterations that

    should be made; only then the paper will be accepted for publication. The authors

    must return the paper with the required changes as soon as possible, accompanied by a letter that justifies, when needed, the non-acceptance of the suggestions. If

    the paper is not returned within a period of three months, it is assumed that the

    authors have no longer interest in publishing it. If the answer is sent after this time

    limit, it will be considered a new submission and, therefore, the paper will be submitted to a new analysis.

    The concepts and declarations stated in the articles are the authors’ responsibility,

    and the submitted paper should be written in Portuguese.

    This journal publishes contributions in the following categories:

    1. Original Articles, complete prospective, experimental and retrospective studies. Manuscripts containing original results of clinical or experimental researches have

    priority in publication;

    2. Previous Notes of studies in final phase of data collection, but with original and

    relevant results which justify the publication;

    3. Case Reports of great interest and well documented from the clinical and

    laboratorial points of view. The text must be based on updated bibliographical

    review, and the number of references may be the same of complete studies;

    4. Techniques and Equipment, which are presentations of innovations in diagnosis, surgery and treatment techniques, as long as they are not, clearly or subtly,

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    63

    merchandise of drugs or other products;

    5. Review and Updating Articles, including critical and systemized literature

    assessment. The selection of themes is based on established planning of associated

    editors; the chosen authors must have previous publications about the referred theme. The number of review authors may vary from one to four, depending on the

    type of text and on the applied methodology. The methods and procedures adopted

    for the preparation of the paper must be described, and techniques to obtain

    updating, meta-analysis or systematic reviews can be employed. The text must be

    based on updated literature review. When the theme is still under investigation, the review must discuss all current tendencies and lines of investigation and present,

    besides the review text itself, abstract in Portuguese and in English, and

    conclusions. See the section “Preparing the manuscript” for more information on the

    text, cover page and abstracts. Spontaneous contributions may be accepted. In this case, a summary or draft of the paper must be sent primarily, as well as the list of

    authors and respective publications on the theme. If the journal is interested, the

    authors are invited to write and submit the final text. In the case of spontaneous

    contributions, the abovementioned requirements are applied to the invited authors;

    6. Editorial Comments, when invited by the editor;

    7. Thesis Abstracts presented and approved in the last 12 months, counting from

    the submission date. It must contain approximately 250 words, following the

    requirements of the journal concerning structure and content. Titles in Portuguese and English should be included and, at least, three keywords. The abstract must be

    sent in CD or DVD with a printed copy. In a separated file, it should be informed the

    complete name of the author and advisor, members of the assessment table, date

    of presentation and identification of the service or department where the research

    was carried out and presented;

    8. Letters to the editor about editorial material or not, but with information that is

    relevant to the reader. The letters can be summarized by the editors, being

    highlighted the mains passages. When the letters are critical to publish articles,

    they are sent to the authors so that their answers are published together.

    General information

    1. This journal does not accept editorial material with commercial objectives.

    2. Conflict of interest: situations that may interfere inadequately in the

    development and conclusions of the study must be mentioned. Among these

    situations, it is emphasized the participation in companies that produce drugs or equipment cited or used in the study, as well as in contestant companies. Financial

    supports, subordination relations at work, consultancy, among others, are also

    considered as conflict sources.

    3. In the text, the submission and approval by the Ethics Committee of the

  • Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.

    64

    institution where the study was carried out must be mentioned.

    4. Articles that cover clinical researches on human beings must include a

    declaration that assures the signature of informed consent by the participants.

    5. From August 2007, the journals indexed in the database Lilacs and SciELO started to demand that randomized controlled and clinical trials submitted to

    publication have a registration in a database of clinical trials. This decision was due

    to the orientations of International Clinical Trial Registry Platform (ICTRP) from

    World Health Organization (WHO), of the International Committee of Medical

    Journal Editors (ICMJE). The instructions for the registration are available at the electronic address of ICMJE (http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), and can be

    made through the baseline of clinical trials of National Library of Medicine, available

    at http://clinicaltrials.gov/ct/gui.

    6. The number of authors in each manuscript is limited to seven. Papers of collective authorship (institutional researches) must have the responsible authors

    indicated. Multicentric works and studies may have the number of authors

    compatible with the number of participant institutions (each case is assessed by

    the editors and reviewers). The investigators that are responsible for the applied protocols must be indicated at the end of the article. The co-authorship concept is

    based on substantial contribution for the outset and planning of the research,

    analysis and interpretation of data, or for the production and critical review of the

    text. The inclusion of names whose contribution does not comply with the cited criteria is not justifiable. All the authors should approve the final version of the

    paper for publication.

    7. The authors are informed, by letter, of the receiving of the papers and the

    protocol number of the journal. The articles that are in concordance with the

    Instructions to the Authors and comply with the editorial politics of the journal are submitted to analysis by reviewers indicated by the authors.

    8. The manuscripts that do not respond to the requirements are returned to the

    authors for the necessary adaptations before the assessment of the Editorial

    Counseling.

    9. Together with the original, the submission letter, signed by all the authors on

    separate letters, must be sent by each author. In this letter, the authors should

    explicit the agreement with the editorial requirements, the process of review and

    the conveyance of copyright to the journal. The published material will be property of Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia and of Febrasgo, and its total or

    partial reproduction will only be made with acquiescence of such entities.

    10. The original man