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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica
RENATO CÉZAR WANDERLEY CUNHA SILVA
HISTOQUÍMICA COM LECTINAS PARA Tn E
IMUNOHISTOQUÍMICA PARA c-erbB-2 NA INVESTIGAÇÃO DO
CARCINOMA DUCTAL INVASIVO DE MAMA (CDI).
Recife
2011
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RENATO CÉZAR WANDERLEY CUNHA SILVA
HISTOQUÍMICA COM LECTINAS PARA Tn E
IMUNOHISTOQUÍMICA PARA c-erbB-2 NA INVESTIGAÇÃO DO
CARCINOMA DUCTAL INVASIVO DE MAMA (CDI).
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Inovação Terapêutica da
Universidade Federal de Pernambuco, como
requisito para a obtenção do Título de Mestre
em Inovação Terapêutica.
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Isidoro Carneiro Beltrão
Departamento de Bioquímica CCB-UFPE
Recife
2011
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Silva, Renato Cézar Wanderley Cunha Histoquímica com lectinas para Tn e imunohistoquímica para c-erbB-2 na investigação do carcinoma ductal invasivo de mama (CDI) / Renato Cezar Wanderley Cunha Silva. – Recife: O Autor, 2011. 71 folhas, il., fig., tab.
Orientador: Eduardo Isidoro Carneiro Beltrão Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de
Pernambuco. Centro de Ciências Biológicas. Inovação Terapêutica, 2011. Inclui bibliografia e anexos.
1. Câncer de mama 2. Lectinas 3. Histoquímica I. Título.
616.994 CDD (22.ed.) UFPE/CCB-2011-149
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica
REITOR
Prof. Dr. Amaro Henrique Pessoa Lins
VICE-REITOR
Prof. Dr. Gilson Edmar Gonçalves e Silva
PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado
DIRETORA DO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Prof.ª Dr.ª Ângela Maria Isidro Farias
VICE- DIRETORA DO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Prof.ª Dr.ª Silvia Regina Arruda de Moraes
COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM INOVAÇÃO TERAPÊUTICA
Prof.ª Dr.ª Suely Lins Galdino
VICE- COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM INOVAÇÃO TERAPÊUTICA
Prof.ª Dr.ª Ana Cristina de Almeida Fernandes
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Nome: Renato Cézar Wanderley Cunha Silva
Título: Histoquímica com lectinas para Tn e imunohistoquímica para c-erbB-2
na investigação do carcinoma ductal invasivo de mama (CDI).
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Pernambuco para
obtenção do título de Mestre em Inovação Terapêutica.
Aprovada em: 15/04/2011
Banca Examinadora
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Isidoro Carneiro Beltrão
Departamento de Bioquímica – UFPE
_______________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Paloma L. Medeiros
Departamento de Histologia – UFPE
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Bezerra de Carvalho Júnior
Departamento de Bioquímica – UFPE
RECIFE
2011
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Auxiliadora e
Manoel, pelo esforço que sempre
fizeram pela minha formação
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pela força me dada nos momentos difíceis e iluminação nos momentos
obscuros da vida.
Ao Professor Eduardo Beltrão, um verdadeiro amigo, pela oportunidade que me
deu, pela sua orientação e apoio para o desenvolvimento desse trabalho.
A Moacyr Rêgo, pelos conselhos e ajuda durante todo o período do mestrado,
meus verdadeiros agradecimentos.
Aos Meus pais Manoel e Auxiliadora, por todo amor, educação dada, apoio
incondicional e confiança depositada na minha pessoa, meu muito obrigado,
sem eles eu nada seria.
Aos Meus irmãos Hemanuelly e Augusto, pelo companheirismo de sempre e ao
meu sobrinho Murilo, por mostrar a beleza da vida.
A todos os meus familiares, com especial a Tia Lucy, por contribuir de forma
tão próxima em minha formação.
A Carlos Santos, meu companheiro de Mestrado e um grande amigo, pelos
momentos de aprendizado e divertimento que dividimos.
Aos Amigos do BmC Amanda Lucena, Ana Rosa Galindo, Arthur Clark,
Carmelita Cavalcanti, Diego Albuquerque, Elisabete Enriqueta, Gabriela Souto,
Gilberto Tenório, Juliana Brandão, Juliana Vasconcelos, Petra Barros, Raphael
Douglas e Steffany Ferreira, pelo conhecimento dividido, pela amizade e
companheirismo.
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Aos meus amigos da graduação Amanda Aliança, Douglas Holanda, Iana
Rafaela, Isabella Macário, Isabelle Viana, Jana Messias, Julliana Ribeiro, Lívia
Bandeira, Luís Cláudio, Maria Carolina, Natália Moraes, Pollyana Pessoa,
Rafael Silva, Steffany Ferreira, Veridiana Sales e Wheverton Ricardo, pelos
quatro anos de amizade, cada vem mais firme e pelo tempo que ainda
passamos juntos na UFPE.
Aos meus amigos do mestrado, principalmente Andresa Oliveira, Eryvelton
Franco e Helena Bastos, por todos os momentos de estudos e pesquisas e
mesmo no cansaço, as alegrias nos deram forças.
Aos meus amigos Armando Monteiro, Júlia Rodrigues, Marcelle Guedes e
Rosário Medeiros, pela amizade desde o tempo do Salesiano.
A todos que fazem o LIKA, que em suas diferentes atividades, tiveram
importância para o desenvolvimento deste trabalho.
As pessoas e amigos aqui não citados, mas que tiveram também importância
direta e indireta para a realização desse trabalho.
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Fica Proibido
Fica proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer,
Ter medo das tuas recordações.
.
Fica proibido não sorrir ante os problemas,
Não lutar pelo que queres,
Abandonar tudo por medo, Não transformar em realidade teus sonhos.
.
Fica proibido não demonstrar o teu amor,
Fazer com que alguém pague pelas tuas
dúvidas e pelo teu mau humor.
. Fica proibido deixar os teus amigos,
Não tentar compreender aquilo que
viveram juntos,
Chamá-los somente quando precisa deles.
.
Fica proibido não seres tu perante todos, Fingir para as pessoas que não te
importas,
Esquecer todos os que te querem.
.
Fica proibido não fazeres as coisas para ti
mesmo,
Não fazeres o teu destino, Ter medo da vida e dos teus
compromissos,
Não viver cada dia como se fosse o último.
Pablo Neruda
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RESUMO
O câncer de tecido mamário é o segundo tipo de câncer mais freqüente no
mundo e o mais comum entre as mulheres. Dentre os tumores malignos de
mama, o carcinoma ductal invasivo (CDI) representam o maior grupo,
constituindo cerca de 65 a 80% dos carcinomas mamários. O perfil morfológico
e molecular desse carcinoma é bastante heterogêneo, apresentando
características bastante variáveis. Uma célula cancerosa não expressa
erroneamente apenas proteínas e DNA, mas carboidratos também, o que
impulsiona a glicobiologia voltada para dignóstico, prognóstico e terapêuica,
sendo as lectinas, uma ferramenta auxiliar. Outra molécula de valor diagnóstico
e prognóstico é c-erbB-2 que tem papel chave na proliferação, adesão,
diferenciação e motilidade celular. O trabalho objetivou avaliar o perfil de N-
aceti-galactosamina em glicoconjugados celulares empregando a histoquímica
com lectinas e o perfil imunohistoquímico para c-erbB-2 no CDI. Foram
utilizadas 61 biópsias do Setor de Anatomia Patologia do Hospital das Clínicas
da Universidade Federal de Pernambuco. Na histoquímica com lectinas os
tecidos foram tratados com tripsina e incubados com as lectinas Dolichos
biflorus agglutinin (DBA) e Vicia villosa agglutinin (VVA), específicas para N-
acetilgalactosamina (GalNAc), conjugadas a biotina (de 80µg/mL). Para a
investigação da proteína c-erbB-2 foi utilizado o método da estreptavidina-
biotina-peroxidase. Para a revelação, foi utilizada uma solução de
diaminobenzidina (DAB) e H2O2. O perfil de c-erbB-2 apresentou correlação
entre a sua superexpressão e o grau histológico e a observação de invasão
linfonodal. O CDI apresentou um perfil de reconhecimento para GalNAc
diferente para as lectinas estudadas. Não se verificou nenhuma relação entre
os achados histoquímicos para VVA e DBA e imunohistoquímicos para c-erbB-
2. Resultados demonstram a histoquímica com Lectina como uma técnica
auxiliar para avaliação do perfil de glicoconjugados no câncer de mama.
Palavras-chave: Histoquímica com Lectinas, c-erbB-2, CDI.
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ABSTRACT
Mammary cancer is the second most prevalent female cancer in the world.
Among the malignant ones invasive ductal carcinoma (IDC) represents the
major group corresponding to 65 to 80% of all mammary carcinomas. Its
morphologic and molecular profiles are quite heterogeneous. A cancer cell does
not wrongly express its DNA and proteins but also its carbohydrate array which
brings the glycobiology to the diagnosis and prognosis application where the
lectins are used as auxiliary tools. C-erbB-2 is one protein with importance to
routine diagnosis and prognosis being a key molecule in cel proliferation,
adhesion, differentiation and motility. This work aimed to evaluate the
carbohydrate glycoconjugate cell surface profile using lectin histochemistry and
the c-erbB-2 expression in IDC. Sixty one mammary biopsies diagnosed as ICD
were obtained at the Patholocic Anatomy Service at University Hospital of
Federal University of Pernambuco. Tissue slices were treated with a trypsin and
with a methanol-hydrogen peroxidase solutions and incubated with Dolichos
biflorus agglutinin (DBA) and Vicia villosa agglutinin (VVA), specifics to N-
acetyl-Galactosamine (GalNAc), conjugated to biotin (80µg/mL). c-erbB-2 was
evaluated using the streptavidin-biotin-peroxidase method. Diaminobenzidine-
H2O2 solution was used for staining visualization in both methods. c-erbB-2
presented a correlation between its overexpression and the IDC histologic
grade of dedifferentiation and also with linfonode invasion. DBA and VVA
presented different GalNAc recognition patterns. No correlation was observed
between lectin histochemistry and c-erbB-2 immunehistochemistry. Results
indicate that lectin histochemistry is a actractive auxiliary tool for glycoconjugate
profile in mammary tumours.
Keywords: lectin histochemistry, c-erbB-2, IDC.
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Estágios do crescimento anormal das células, desde as células
normais, até o câncer invasivo. (Fonte: www.cienciahoje.uol.br). 18
FIGURA 2: Capacidades adquiridas do câncer. Hanahan e Weinberg (2000)
propôseram um modelo para definir as seis propriedades que caracterizam um
tumor: ilimitado potencial de replicação, angiogênese, evasão da apoptose,
auto-suficiência na sinalização de fatores de crescimento, insensibilidade aos
inibidores de crescimento e invasão de tecidos e metástase. Contudo estudos
indicam que este modelo deve ser revisto para incluir a inflamação como mais
uma caracteristica relacionada ao câncer (Mantovani, 2009). 19
FIGURA 3: Migração celular via corrente sanguínea. Esta capacidade de
tumores malignos permite a semeadura de tecidos distantes do tecido original
para desenvolvimento de metástase. (Fonte: www.livingmedicaltestbook.
org). 20
FIGURA 4: Esquema representativo de uma membrana celular e uma camada
rica de carboidratos, formando assim o glicocálice. Fonte:
http://www.tudomaisumpouco.com/images/dna/prot_memb3.jpg 22
FIGURA 5: Migração de células neoplásicas acompanhadas de modificações
moleculares e induções angiogênicas, que resultam em um extravasamento
das mesmas de um ponto localizado fazendo uso dos vasos para obter novos
sítios patológicos. (Thomas e Peeper, 2009). 24
FIGURA 6: Trastuzumab se ligando a dois receptores c-erbB-2, impedindo a
sua ativação. Fonte: www.livingmedicaltestbook.org. 30
http://www.cienciahoje.uol.br/
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FIGURA 7: Imunohistoquímica para c-erbB-2 em CDI. A cor castanha indica a
expressão desta proteína. A seta indica área de necrose (comum neste tipo de
tumor). A: umento de 100X, B: aumento de 400X. 38
FIGURA 8: Histoquímica com Lectinas para VVA. A: marcação de membrana e
citoplasma das células transformadas (aumento de 100X). B: marcação positiva
visualizada com aumento de 400X. C: controle negativo da reação (aumento de
100x). 43
FIGURA 9: Histoquimica com Lectinas para DBA. A: marcação de membrana e
citoplasma das células transformadas (aumento de 100X), B: marcação positiva
visualizada com aumento de 400X. 44
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LISTA DE TABELAS
TABELA 01: Dados clínicos e histopatológicos das biópsias usadas no
estudo. 37
Tabela 02: Histoquímica com lectinas para carcinoma ductal invasivo de
mama. 40
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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
ASCO American Society of Clinical Oncology - Sociedade Americana de
Oncologia Clínica
CCB
CCS
CDI
CDis
Centro de Ciências Biológicas
Centro de Ciências da Saúde.
Carcinoma Ductal Invasivo
Carcinoma Ducta in situ
cDNA Complementary DNA – Fita complementar de DNA
CISH Chromogenic in situ Hybridization – Hibridização cromogênica in
situ
CK Citoqueratina
ConA Concavalina A
CRD Carbohydrate-Recognition Domain – Domínio de Reconhecimento
de Carboidrato
DBA Dolichos biflorus Aglutinina
DNA Deoxyribonucleic acid – Ácido desoxirribonucleico
EBIT Encontro Brasileiro de Inovação Terapêutica
EGFR Epidermal growth factor receptor – Receptor de Fator de
Crescimento Epidermal
FISH Fluorescence in situ hybridization – Hibridização Fluorescente in
situ
GalNAc N-Acetil-galactosamina
GLUT-1 Glucose transporter 1- Transportador de Glicose 1
GS-I Griffonia simplicifolia – I
HC Hospital das Clínicas
HER-2 Human Epidermal growth factor Receptor 2 – Receptor de Fator de
crescimento Epidermal Humano 2
HqL Histoquímica com Lectinas
INCA Instituto Nacional do Câncer
IHQ Imunohistoquímica
PAAF Punção Aspirativa por Agulha Fina
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PBS Phosphate buffered saline – Tampão Fosfáto
PPGIT Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica
RE Receptor de Estrógeno
RP Receptor de Progesterona
SBBq Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular
SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
VEGFR Vascular Endothelial Growth Factor Receptor – Receptor do Fator
de Crescimento Endotelial Vascular
VVA Vicia villosa aglutinina
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SUMÁRIO
1 REVISÃO DE LITERATURA 17
1.1 Câncer: Considerações Gerais 17
1.2 Câncer: Aspectos Bioquímicos 21
1.3 Câncer de Mama 24
1.4 c-erbB-2/HER-2 28
1.5 Lectinas 30
2 OBJETIVOS 33
2.1 Geral 33
2.2 Específicos 33
3 METODOLOGIA 34
3.1 Materiais 34
3.2 Seleção de Casos 34
3.3 Aspéctos Éticos 34
3.4 Histoquímica com Lectinas 35
3.5 Imunohistoquímica 35
3.6 Controle Negativo 36
3.7 Análise de Imagens 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 37
5 CONCLUSÕES 47
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48
7 ANEXOS 58
7.1 Trabalhos Apresentados em Congressos 58
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7.2 Resumos Expandidos Publicados em Revistas 60
7.3 Instruções para Autores 61
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
18
1 REVISÃO DE LITERATURA
1.1 CÂNCER: CONSIDERAÇÕES GERAIS
O câncer é definido como um grupo de doenças caracterizado por um
crescimento descontrolado de células anormais e, embora haja muitos tipos de
câncer, todos eles iniciam dessa mesma forma (INCA, 2010).
A carcinogênese inicia-se a partir de uma alteração do DNA celular ou
da atividade anormal de genes presentes em células sadias, como os que
coordenam a proliferação, a diferenciação, a morte celular por apoptose e
outras funções primordiais para a célula (Conde et al., 2005). Também ocorrem
mudanças da expressão de proteínas celulares que levam a alterações nas
vias de sinalização, induzindo, frequentemente, mudanças no microambiente
tumoral, causando inflamação, o que resulta em mudanças no perfil das
proteínas teciduais que podem ser secretadas (Kopf e Zharhary, 2007).
De acordo com Brevik (2005), o tempo, o meio ambiente e a herança
são os principais aspectos que devem ser unidos para formar um modelo da
carcinogênese. A formação do câncer é dependente do tempo, pois a
incidência de câncer aumenta com a idade. Em países com alta expectativa de
vida, aproximadamente 40% da população desenvolveu algum tipo de câncer
na vida.
Os tumores benignos comumente assemelham-se aos seus tecidos de
origem e as células podem apresentar ou não suas relações normais. Em
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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geral, os tumores benignos são envoltos por uma cápsula de tecido conjuntivo
fibroso que os separam do tecido normal. Apresentam um crescimento lento e
expansivo que permite uma formação de estruturas capilares em torno do
tumor para nutri-lo e adquirem um padrão morfológico do tipo nodular
(Brasileiro-Filho et al, 2000).
O desenvolvimento do câncer segue um processo de múltiplos estágios
(Figura 1), a partir da célula normal, e é caracterizado pelo acumulo de
alterações genéticas que interferem no controle normal do crescimento e
diferenciação celular, ou seja, células normais passar a serem hiperplásicas ou
displásicas que podem se transformar em um câncer localizado e talvez
posteriormente mestatizar-se (Peterson, 2005).
Figura 1: Estágios do crescimento anormal das células, desde as células normais, até o câncer invasivo. (Fonte: www.cienciahoje.uol.br).
Hanahan e Weinberg (2000) sugeriram que dentre os eventos de
transformações neoplásicas, seis alterações são consideradas essenciais e
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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que direcionam o crescimento para malignidade: 1 - alta suficiência nos sinais
de crescimento; 2 - potencial replicativo ilimitado; 3 - indução angiogênica; 4 -
insensibilidade para os sinais inibitórios do crescimento, 5 - evasão da
apoptose e 6 - invasão tecidual e metastática. No entanto Mantovani (2009)
demonstra que o aumento dessas evidências sugere o processo inflamatório
como sétimo elemento integrante das alterações causadoras do câncer (Figura
2).
Figura 2: Capacidades adquiridas do câncer. Hanahan e Weinberg (2000) propôseram um modelo para definir as seis propriedades que caracterizam um tumor: ilimitado potencial de replicação, angiogênese, evasão da apoptose, auto-suficiência na sinalização de fatores de crescimento, insensibilidade aos inibidores de crescimento e invasão de tecidos e metástase. Contudo estudos indicam que este modelo deve ser revisto para incluir a inflamação como mais uma caracteristica relacionada ao câncer (Mantovani, 2009).
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
21
O que leva a malignidade no câncer é sua habilidade em quebrar a
arquitetura tecidual, invadir fronteiras teciduais e metastizar (Figura 3). Em
termos simples, câncer é uma doença de desenvolvimento, ou seja, resultante
da perda dos controles normais da célula (Ingber, 2008). Em um mesmo tumor
suas células tendem a ser heterogêneas com relação a sua capacidade
proliferativa ou metastizante, quantidade de receptores, sensibilidade à
resposta imunológica ou tratamento e grau de autonomia do crescimento. Essa
heterogeneidade genética e epigenética são elementos chave na progressão
do tumor e sua resistência às drogas (Heng et al, 2009).
Figura 3: Migração celular via corrente sanguínea. Esta capacidade de tumores malignos permite a semeadura de tecidos distantes do tecido original para desenvolvimento de metástase. (Fonte: www.livingmedicaltestbook.org).
No mundo desenvolvido, o câncer é uma das principais causas de
morte, geralmente excedido por apenas doenças cardiovasculares (De Meija et
al., 2003). A expectativa quanto ao numero de pessoas diagnosticadas com
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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câncer dentro dos próximos 30 anos é de o dobro da atual implicando um
aumento da necessidade quanto a diagnósticos e terapias. Em países com alta
expectativa de vida, aproximadamente 40% da população sofreu algum tipo de
câncer na vida (Song et al., 2010). No Brasil, as estimativas para o ano de
2010 e de 2011, apontam para a ocorrência de 489.270 casos de novos de
câncer. Os tipos mais incidentes, à exceção do câncer de pele do tipo não
melanoma, serão no sexo masculino, os canceres de próstata e de pulmão, e
no sexo feminino, os canceres de mama e de colo do útero, acompanhando o
mesmo perfil da magnitude observada para a América Latina (INCA, 2010).
1.2 CÂNCER: ASPECTOS BIOQUÍMICOS
Durante o percurso de iniciação e progressão tumoral, é necessário que
as células cancerígenas reprogramem suas vias metabólicas em resposta ao
seu próprio crescimento. Esta reprogramação é acompanhada por ambas as
alterações, genéticas e epigenéticas de vários genes metabólicos. A
desregulação desses genes está diretamente envolvida na parada de
transformação inicial (célula normal-neoplasia), enquanto outros contribuem
com a manutenção e a aceleração do fenótipo maligno. A mudança no
comportamento metabólico das células cancerígenas está diretamente
relacionada com o padrão de expressão de biomoléculas responsáveis pelos
mecanismos de sinalização, adesão entre célula-célula e célula-matriz
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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extracelular, que são fundamentais no controle de vários processos fisiológicos
e patobioquímicos do organismo (Phipps et al, 2005).
Estas alterações são evidentes durante o desenvolvimento dos
processos patológicos, sendo acompanhada de modificações decorrentes do
processo de glicosilação aberrante em componentes da superfície celular, além
de ser um fator de alta relevância quanto à capacidade metastática e
prognóstico pobre em pacientes com câncer (Kawaguchi , 2005).
A superfície externa das células é composta por um glicocálice (Figura
4), uma camada rica em carboidratos, a qual está envolvida na interação
célula-célula e célula-matriz (Cazet et al., 2010), desempenhando na superfície
celular funções no controle de vários processos fisiológicos e patobioquímicos
no organismo (Phipps et al., 2005).
Figura 4 – Esquema representativo de uma membrana celular e uma camada rica de carboidratos, formando assim o glicocálice. Fonte: http://www.tudomaisumpouco.com/images/dna/prot_memb3.jpg
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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A glicosilação é uma das modificações mais importantes de proteínas e
lipídios. A estrutura dos glicanos é muito diversificada e sua biossíntese requer
uma maquinaria enzimática específica envolvendo um elevado número de
glicosiltransferases (Cazet et al., 2010).
As alterações nos padrões de glicosilação são frequentes, resultantes de
modificações na atividade das glicosiltransferases e glicosidases (Blomme et
al., 2009; Rek et al., 2009). Essas alterações no padrão de glicoconjugados de
células tumorais têm sido relevantes para o reconhecimento de um
desenvolvimento anormal e metástase. Certos tipos de modificações nos
glicanos tem relação direta com o processo de agressividade em canceres de
mama, como a progressão, invasão e metástase (Kawaguchi et al., 2006). A
maioria das glicosilações aberrantes frequentemente resulta num encurtamento
das cadeias de glicanos ou uma superexpressão dessas estruturas nas células
(Guilot et al., 2004). As alterações no glicocódigo das células tumorais têm sido
relacionadas, também, com a tentativa de fuga do reconhecimento pelas
células do sistema imune e migração de seu tecido de origem para outros sítios
teciduais no corpo (Figura 5) (Chambers et al, 2002; Nangia-Makker et al,
2002; Fidler, 2003; Gupta & Massague, 2006; Eccles & Welch, 2007).
Com o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, do uso de
fármacos inteligentes, da tecnologia anticorpos monoclonais e do avanço das
pesquisas com a histoquímica com lectinas, baseado no seu potencial
biotecnológico no emprego do diagnóstico, inúmeros epítopos (tumor-
específicos), dentre os quais carboidratos, foram decifrados sendo expressos
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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em estágios de diferenciação/desdiferenciação e metástase (Beltrão et al,
2003; Campos et al, 2006). Além de que, estes eventos de glicosilação alterada
e seu prognóstico aumentam os interesses para analisar estas modificações
patobioquímicas especificas (Granovsky et al, 2000; Beltrão et al, 2001; Melo-
Júnior et al, 2006).
Figura 5: Migração de células neoplásicas acompanhadas de modificações moleculares e induções angiogênicas, que resultam em um extravasamento das mesmas de um ponto localizado fazendo uso dos vasos para obter novos sítios patológicos. (Thomas e Peeper, 2009).
1.3 CÂNCER DE MAMA
O câncer de tecido mamário é o segundo tipo de câncer mais frequente
no mundo e o mais comum entre as mulheres. A cada ano, cerca de 22% dos
novos casos de câncer em mulheres são de mama. A incidência de câncer no
Brasil vem aumentando a cada ano e as descobertas/desenvolvimento de
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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novos tratamentos não acompanham esse aumento de incidência. Este câncer
ocupa o primeiro lugar em incidência nas regiões Nordeste, Sul e Sudoeste, na
proporção de 22,84%, 24,14% e 23,83%, respectivamente (INCA, 2009).
Dentre os tumores malignos de mama, o carcinoma ductal invasivo (CDI)
representa o maior grupo, constituindo cerca de 65 a 80% dos carcinomas
mamários. A morfologia desses carcinomas é bastante heterogênea, tendo sido
caracterizadas algumas variáveis como fatores histológicos de prognóstico
(Dantas et al., 2003). O CDI se desenvolve durante longos períodos de tempo e
pode culminar em formas metastáticas. Métodos mais sensíveis de
avaliação/diagnóstico como a mamografia digital e a ressonância magnética de
imagem as quais tem proporcionado um aumento dramático no diagnóstico de
carcinomas ductais in situ e invasivos. O carcinoma ductal invasivo tem uma
taxa de progressão de 43%, estimada por oito estudos independentes de
referência (Leonard e Swain, 2004). Um risco aumentado de recorrência de
CDI foi associado ao grau de atividade nuclear moderado ou alto podendo levar
a metástase (Kerlikowske et al., 2003). O grau nuclear foi utilizado como um
determinante importante para a decisão do diagnóstico e posterior tratamento
(Chapman et al., 2007).
Apesar do aumento da incidência no Brasil e em outros países, os
grandes estudos internacionais mostram que a maior eficiência nos programas
de rastreamento, a melhor definição das imagens ao diagnóstico e o uso
adequado de terapias medicamentosas adjuvantes, melhoraram a sobrevida
das pacientes nas últimas décadas (Smigal et al., 2006).
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
27
Perou e colaboradores (2000) analisaram 65 amostras de 42 pacientes,
utilizando a técnica de expressão gênica de microarrays de DNA complementar
(cDNA), representando 8.102 genes humanos. Eles demonstraram que a
diversidade fenotípica dos tumores de mama estava associada a uma
diversidade na expressão gênica. Sorlie e colaboradores (2001) analisaram 85
experimentos com 78 carcinomas, três fibroadenomas e quatro tecidos
mamários normais, com a mesma estratégia para validar os primeiros achados.
Estes experimentos definiram a classificação molecular do carcinoma de
mama, dividindo os tipos em cinco grandes grupos baseados na expressão de
poucos genes. Mais importante do que isto foi que esta classificação se
mostrou de valor prognóstico e validava comportamentos clínicos bem
conhecidos. Estes tipos foram chamados de luminais (A e B), super-expressor
de HER-2, basal e aqueles semelhantes à mama normal.
Os tumores luminais representam 45% dos tumores de mama e menos
de 20% deles apresentam a proteina p53 mutada (Sotiriou et al., 2003). Os
luminais A apresentam, além da expressão de RE, podem ou não apresentar
positividade do RP, expressam as citoceratinas (CK) e têm expressão negativa
para HER-2 (Nielsen et al., 2004). São tumores que costumam apresentar
baixa expressão de ki67 e um baixo índice mitótico. São tumores usualmente
de baixo grau histológico, bem diferenciados e com poucas mitoses. O grupo
luminal B tem também o mesmo padrão de expressão de RE, RP, CK, mas co-
expressam os genes ligados à proliferação celular, podendo apresentar alta
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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expressão de ki67 e alto índice mitótico. Podem apresentar a expressão de
HER-2, embora ocorram casos com expressão negativa (Brenton et al., 2005).
Os tumores super-expressores de HER-2 são aqueles que
invariavelmente têm a expressão imunohistoquímica (IHQ) positiva para HER-2
e que, ao ter seu estado gênico avaliado por testes de hibridação in situ
fluorescente (FISH) ou cromogênica (CISH) apresentam amplificação do
número de cópias deste gene. Apresentam expressão negativa do RE e do RP
(Brenton et al., 2005). Correspondem a cerca de 20-25% dos carcinomas de
mama. Não há associação entre este subtipo com idade, raça ou outros fatores
de risco (Carey et al., 2006).
Os carcinomas mamários que super-expressam HER-2 têm um
comportamento biológico agressivo, o que resulta em uma maior taxa de
recorrência após o tratamento inicial, uma sobrevida livre de doença curta e um
pior prognóstico, além disso, este grupo de tumores costuma apresentar maior
probabilidade de metástase cerebral (Brenton et al., 2005).
O subtipo basal representa 15% dos tumores de mama. Não expressa
ou tem baixa expressão de receptores hormonais para estrógeno (RE) e
progesterona (RP) e HER-2; e expressa proteínas comumente presentes nas
células progenitoras ou células basais/luminais. Embora apresente
negatividade para os três marcadores, há tipos histológicos que são triplo-
negativos, mas não são basais (Haupt et al., 2010).
O câncer de mama triplo-negativo apresenta características patológicas
e moleculares únicas. Este termo refere-se à classificação IHQ dos tumores de
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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mama aonde não se observa a expressão de RE, RP e HER-2 (Nielsen et al.,
2004). A maioria dos estudos publicados mostra, além dos dados acima, que
este grupo de tumores apresenta expressão negativa de p-caderina e de p63,
expressão positiva de HER-1, expressão positiva das citoqueratinas (CK),
expressão positiva de c-kit e vimentina (Rakha et al., 2009). Carey e
colaboradores (2006) mostraram que os tumores triplo-negativos se associam
a um perfil tumoral mais agressivo.
1.4 c-erbB-2/HER-2
O c-erbB-2 ou HER-2 é uma glicoproteína transmembrana pertencente à
família de receptores do fator de crescimento epidermal (Gown, 2008). Essa
família é composta por quatro receptores, (HER-1 ou EGFR, HER-2, HER-3 e
HER-4), que usam a atividade da tirosinoquinase na sinalização celular. Outros
membros da família dos receptores de fator de crescimento tirosino-quinase
são o c-Kit e o receptor do fator de crescimento endotelial vascular (VEGFR),
fatores que inicialmente foram estudados na avaliação do prognóstico do
câncer de mama, e hoje já se é sabido que usam as mesmas vias de ativação
que o HER-2 (Konecny et al., 2003).
O protooncogene c-erbB-2/HER-2/neu (human epidermal growth factor
receptor 2) está presente no cromossomo 17q11-21 (Duffy, 2005). Sua
expressão é regulada por fatores de crescimento e a sua transformação até
oncogene ocorre geralmente por amplificação gênica (ocorrência de 10 cópias
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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ou mais do gene por célula), o que origina a superexpressão de sua proteína
(Gown, 2008).
A expressão aumentada do HER-2 é uma das anormalidades genética
mais associada ao carcinoma de mama. Os tumores que expressam essa
proteína teriam um pior prognóstico, possivelmente pela perda de um
mecanismo de controle inibidor da proliferação celular e pelo ganho de um
ativador de potencial maligno (Eisenberg, 2001).
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) com o Painel de
orientação de marcadores tumorais recomenda o teste rotineiro de HER-2 no
câncer de mama metastático e recém-diagnosticados desde 2001 (Lombardo,
2007).
Diferentes técnicas têm sido utilizadas para avaliar o perfil de Her-2 em
biópsias e produtos cirúrgicos. Atualmente os métodos mais utilizados são a
imunohistoquímica (IHQ) para avaliar a superexpressão da proteína HER-2 e
hibridização in situ para avaliar a amplificação do gene HER-2 (Lambros et al.,
2006).
c-erbB-2/HER-2 é superexpresso em 10-34% dos canceres de mama e
está associado ao aumento na resistência a quimioterapia hormonal (Hussein
et al., 2008). Talvez o mais importante, é que os canceres de mama com
alteração no status de HER-2 são alvos para o tratamento com trastuzumab
(Figura 6), um anticorpo monoclonal humanizado, que tem demonstrado
melhorar sensivelmente a taxa de resposta e sobrevida quando adicionado à
quimioterapia ou utilizado como monoterapia (Gown, 2008). Estudos recentes
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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tem demonstrado que o tratamento adjuvante com trastuzumab pode reduzir o
risco de recorrência na metade e a mortalidade em um terço em estados
iniciais de canceres de mama (Romond et al., 2005).
Figura 6 – Trastuzumab se ligando a dois receptores c-erbB-2, impedindo a sua ativação. Fonte: www.livingmedicaltestbook.org.
1.5 LECTINAS
Lectinas são proteínas ligadoras de diversos carboidratos de origem não
imunologica, capazes de aglutinar células e reconhecer carboidratos livres ou
em oligossacarídeos e glicoconjugados nos quais a hidrofobicidade é a
principal força de interação (Sobral et al., 2010; Thoma et al., 2007).
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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O estudo de lectinas teve como marco inicial a descoberta de fatores
tóxicos protéicos em extrato de Ricinus communis por Stillmark (1888). Ele
constatou que tais fatores eram responsáveis por causar aglutinação em
células sangüíneas. O termo lectina (do Latim lectus que significa escolher,
selecionar) foi utilizado pela primeira vez por Boyd (1954) para enfatizar a
habilidade exibida por algumas hemaglutininas em discriminar células do grupo
sanguíneo ABO (Gabius, 2002). Outro Marco na história das lectinas ocorreu
em 1919 quando Summer em 1919 purificou e isolou em forma de cristal a
lectina concavalina A (Con-A), a partir de Canavalia ensiformeis (Sharon e Lis,
2004).
As lectinas são ubíquas. As de origem vegetal normalmente são obtidas
de sementes, principalmente nas leguminosas, as quais são acumuladas
durante a maturação e desaparecem após a germinação. Representam cerca
de 10% das proteínas totais nas sementes, porém as quantidades isoladas são
muito pequenas. Também já foram identificadas em células animais, sendo
algumas solúveis no citosol, nucleoplasma ou líquidos do corpo, e outras
presentes na membrana plasmática. As lectinas da membrana estão
envolvidas tanto no transporte celular como também no reconhecimento célula-
célula (Brooks et al., 2007).
A ligação das lectinas com os carboidratos acontece em locais
específicos. Em 1988, Kurt Drickamer chamou esses sítios de “domínio de
reconhecimento de carboidrato” (CRD – Carbohydrate-recognition domain), os
quais eram formados por uma limitada sequencia polipeptídica. Quanto à
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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estrutura molecular, as lectinas foram classificadas em merolectinas, onde só
apresenta um grupo de ligantes para carboidrato; hololectinas, as que possuem
dois ou mais ligantes homólogos para carboidratos; e quimerolectinas, que
possuem sítios de ligação distintos, com especificidade para carboidratos
diferentes (Sharon e Lis, 2004).
Por causa de sua especificidade a carboidratos de glicoconjugados de
superfície ou de organelas citoplasmáticas, as lectinas representam
ferramentas valiosas na identificação e monitoração de aberrações na
glicosilação de carboidratos durante diferenciação celular e transformação
neoplásica (Fusker & Esko, 2005). Estes biomarcadores já têm sido
empregados no auxilio de diagnóstico histopatológico, para o mapeamento dos
estágios de diferenciação/desdiferenciação, nível de malignidade e capacidade
de metástases em tecidos da cavidade oral (Rego et al., 2005; Sobral et al.
2010), cérebro humano (Beltrão et al., 2003), colo de útero (Li et al., 2010),
mama (Beltrão et al. 2001; Korourian et al., 2008; Potapenko et al., 2010), pele
(Melo-Junior et al., 2006), próstata (Lima et al., 2010), pulmão (Thoma et al.,
2007) entre outros.
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Investigar tumores mamários diagnosticados como carcinoma ductal
invasivo (CDI) através da histoquímica com lectinas e imunohistoquímica.
2.2 ESPECÍFICOS
- Estabelecer o perfil de GalNAc em glicoconjugados de superfície
celulares empregando lectinas conjugadas a biotina;
- Estabelecer o perfil imunohistoquímico para c-erbB-2;
- Correlacionar os achados histoquímicos e imunohistoquímicos para a
caracterização de CDI;
- Avaliar o padrão de imuno e histo-marcação e correlacionar com os
dados clínico-histológicos dos tumores de CDI.
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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3 METODOLOGIA
3.1 Materiais
Lectinas Dolichos biflorus, DBA (Sigma-Aldrich, USA) e Vicia villosa,
VVA (VectorLab, USA) conjugadas à Biotina. O anticorpo policlonal anti-c-erbB-
2, o kit estreptavidina-biotina peroxidase e a diaminobenzidina foram obtidos da
DAKO (USA). Todos os demais reagentes foram obtidos em grau analítico.
3.2 Seleção de Casos
Foram selecionadas 61 biopsias de Carcinoma Ductal Invasivo de mama
(CDI) do setor de Anatomia Patológica do Hospital das Clinicas da
Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE), previamente diagnósticas
pelos patologista do setor, no período entre 2006 e 2008. Os tecidos que
apresentaram apenas um bloco, e os de Punção Aspirativa por Agulha Fina
(PAAF) foram retirados da amostragem Foram utilizadas as bordas livres de
tumor como tecido normal.
3.3 Aspéctos Éticos
O presente projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética do Centro de
Ciências da Saúde (CCS) da Universidade federal de Pernambuco (UFPE) e
aprovado (SISNEP FR – 272931, CEP/CCS/UFPE Nº 195/09).
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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3.4 Histoquímica com Lectinas
Cortes histológicos com 4µm de expessura fixados em lâminas
albuminizadas foram desparafinizados em xilol e hidratados em álcool etílico
(100% e 70%). Em seguida os cortes foram tratados com uma solução de
tripsina 0,1% (p/v) a 37°C por 2 minutos e incubados com as lectinas (DBA e
VVA) na concentração de 80µg/mL por 2 horas à 4°C. A visualização da
ligação lectina-carboidrato foi realizada com o kit estreptavidina-biotina
peroxidase e revelada com uma solução de diaminobenzidina e peróxido de
hidrogênio (H2O2). Os cortes foram contra-corados com hematoxilina e
montados com entellan®. Todas as lavagens realizadas entre as etapas
descritas utilizaram tampão fosfato de sódio 100mM, pH 7,2, suplementado
com NaCl 150mM (PBS).
3.5 Imunohistoquímica
Lâminas silanizadas receberam cortes histológicos (4µm), que após
fixação, foram desparafinizados em xilol e hidratados em álcool etílico (100% e
70%). Em seguida foi feita a recuperação antigênica em tampão citrato 100mM,
pH6.0 em câmara de vapor d´água (STIMER) por 30 minutos. Após o
resfriamento, os cortes foram incubados em solução de peróxido de hidrogênio
(H2O2) em metanol (1:1) por 30 minutos a 25ºC seguido de incubação com
solução de leite desnatado a 10% por 1 hora a 25ºC. Foi, então, realizada a
incubação dos tecidos com o anticorpo policlonal anti-c-erbB-2 (1:400) por 16
horas à 4°C. A localização do anticorpo foi feita com o kit estreptavidina-biotina
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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peroxidase e sua revelação com DAB-H2O2. Todas as lavagens realizadas
entre as etapas descritas utilizaram tampão fosfato de sódio 100mM, pH 7,2,
suplementado com NaCl 150mM (PBS).
3.6 Controle Negativo
O controle negativo de marcação para as lectinas foi realizado com a
inibição das mesmas com N-acetil-galactosamina (100 a 300 mM) na
histoquímica com lectinas e o anticorpo anti-c-erbB-2 foi substituído por PBS na
imunohistoquímica.
3.7 Análise de Imagens
Foi usado o sistema interativo de análise de imagens com microscópio e
câmera digital da Nikon (USA), disponíveis no Setor de Patologia do LIKA. Os
parâmetros morfométricos adotados foram o número de células marcadas por
campo captado na lâmina histológica. Foram consideradas positivas as
preparações histológicas que apresentaram mais de 20% de marcação em
contagem de células por campo (1 cm2). A análise quantitativa das células das
marcadas foi feita analisando três campos em cada caso
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram avaliadas 61 biópsias de carcinoma ductal invasivo (CDI) de
mama puro ou associado ao carcinoma ductal in situ (CDis). Os dados clínico-
histopatológicos característicos desta amostragem são apresentados na Tabela
1.
Tabela 01: Dados clínico-histopatológicos das biópsia usadas no estudo.
Parâmetros Categoria Número Percentagem
Tamanho ≤ 4,33 cm* 35 57,38%
> 4,33 cm* 26 42,61%
Linfonodo Positivo Sim 24 39,34%
Não 37 60,66%
Grau Bloom Richardson
I 14 22,95%
II 22 36,06%
III 25 40,98%
Componente in situ Sim 16 26,23%
Não 45 73,77%
* Média do tamanho dos tumores.
Neste estudo observou-se que a proteína c-erb-2 apresentou expressão
aumentada em 14,75% dos casos de CDI (Figura 7). Essa superexpressão
ocorreu nos tumores com graus II e III de diferenciação histológica segundo a
escala de gradação de Bloom e Richardson. O sistema de graduação
histológica mais utilizado é a classificação de Bloom-Richardson, que leva em
consideração o grau nuclear, a arquitetura tumoral e o número de mitoses.
Tumores graduados como de alto grau apresentam pior sobrevida
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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(Soerjomataram et al., 2008). Em todos estes casos observou-se envolvimento
linfonodal positivo. Não foram observadas relações entre as demais
características clínico-histopatológicas e o status de c-erbB-2. Os tecidos
mamários normais (bordas livres) foram negativos para c-erbB-2.
Marcadores tumorais em câncer de mama podem ser empregados como
marcador prognóstico e como marcador preditivo de resposta a terapia
particular (Gown, 2008).
Figura 7: Imunohistoquímica para c-erbB-2 em CDI. A cor castanha indica a expressão desta proteína. A seta indica área de necrose (comum neste tipo de tumor). A: aumento de 100X, B: aumento de 400X.
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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O aumento da expressão de c-erbB-2 em lesões mamárias está
associado com um reforço na angiogênese, hipóxia e aumento na degradação
de fibrina além de ser apontado como indicador de prognóstico ruim. Pacientes
que apresentam expressão aumentada de c-erbB-2 tem uma sobrevida livre de
doença menor e também sobrevida geral menor (Almeida et al., 2007;
Blackwell et al., 2004).
Hussein (2008) observou que a amplificação do gene e/ou a
superexpressão de c-erbB-2 pacientes com câncer de mama ocorre numa taxa
variando entre 10 e 34% dos casos. A amplificação do gene de c-erbB-2 no
câncer de mama tem sido associado com o aumento da proliferação e
mobilidade celulares, invasividade, metástase regional ou distante,
angiogênese e redução da apoptose. Quando classificados pelos parâmetros
clínico-histopatológicos de rotina e comparados com tumores c-erbB-2
negativos, os cânceres mamários c-erbB-2 positivos são frequentemente
observados em tumores com os maiores graus (II e III) de diferenciação
histológica pela graduação de Bloom-Richardson, bem como com a
negatividade para os receptores de estrógeno e progesterona (Ariga et al.,
2005; Huang et al., 2005; Al-Ahwal, 2006; Hussein et al.,2008).
A invasão linfonodal também esta associada ao aumento da expressão
de c-erbB-2. Estudos tem demostrado que os níveis de expressão desta
proteína estão relacionados ao risco de metástases distantes em pacientes
com câncer de mama (Hussein, 2008; Zidan et al., 2005; Maru et al., 2005).
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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O gene do c-erbB-2 também se encontra superexpresso em outras
neoplasias humanas, como adenocarcinoma de pulmão (Almeida et al., 2007).
Esta proteína apresenta também importância no tratamento de pacientes com
câncer de mama; pacientes cujos tumores exibem expressão aumentada
desses marcadores podem ter um maior benefício com altas doses de
quimioterapia alvo-específica (Press et al., 2005).
A partir da histoquímica com lectinas empregando VVA (Figura 8)
observou-se que esta proteína marcou 31,15% dos casos de CDI analisados
enquanto a DBA (Figura 9) marcou 13,11% do total de casos (Tabela 2). Os
tecidos normais avaliados não apresentaram nenhuma positividade.
De todos de casos analisados (n=61) apenas em 3 casos foram duplo
positivos para as lectinas usadas, contudo não se observou alguma relação
entre eles quanto as sua características clínico-histopatológicas.
Não se verificou correlação entre os dados clínico-histopatológicos e o
padrão de positividade de ambas as lectinas estudadas.
Tabela 02: Histoquímica com lectinas para carcinoma ductal invasivo de mama.
Lectina Número Percentagem
DBA
Positiva 8 13,11%
Negativa 53 86,89%
VVA
Positiva 19 31,15%
Negativa 42 68,85%
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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Os tecidos normais (bordas livres) foram negativos para amarcação com
as lectinas e o protocolo de inibição, com N-acetil-galactosamina, aboliu a
marcação das mesmas na concentração de 300 mM.
Glicosilação é uma modificação pós-tradução importante em muitas
moléculas biológicas relevantes. Uma mudança na estrutura de glicanos
adicionadas a glicoproteínas e glicolipídios é uma característica comum na
malignidade. A maioria das glicoproteínas que carregam glicanos O-ligados
envolvem a adição de N-acetil-galactosamina (GalNAc) a resíduos de serina ou
treonina na cadeia peptídica. Este resíduo é observado, e recebe destaque, no
determinante antigênico Tn (GalNAc-α-O-Ser/Thr), normalmente oculto no core
do peptídeo de O-glicoproteínas, é expresso de forma desmascarada em torno
de 90% dos carcinomas humanos. Uma relação direta tem sido demonstrada
entre a agressividade do carcinoma e a densidade desse antígeno, inclusive da
propagação do tecido e invasão dos vasos. Dessa forma o Antígeno Tn foi
considerado a estrutura associada a tumor humano mais específico (Burchel et
al, 2001).
Segundo Korourian (2008) a iniciação do tumor e o crescimento está
associada a modificações na estrutura de glicanos pertencentes as
glicoproteínas, glicolipídeos e proteoglicanos presentes na membrana celular.
Glicosilações aberrantes, oriundas de uma disfunção de glicosiltransferases
e/ou glicosidases, resultam em uma diminuição na cadeia de glicanos ou de
uma superexpressão dessas estruturas na membrana celular, que nas células
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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normais são escassas ou inexistentes, sendo a alteração na expressão de
carboidratos relevante para a metástase tumoral e para um prognóstico ruim
para pacientes com câncer (Kawaguchi, 2006).
Em estudos com pacientes com carcinoma ductal in situ (CDIS) de
mama, Korourian (2008) observou correlação positiva entre a marcação de
VVA e GS-I, ambas específicas para GalNac, com a estrutura e o grau deste
tumor. Essa correlação positiva sugere um fenótipo da doença relacionada a
possibilidade de progressão do CDIS para o CDI.
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Figura 8: Histoquímica com Lectinas para VVA. A: marcação de membrana e citoplasma das células transformadas (aumento de 100X). B: marcação positiva visualizada com aumento de 400X. C: controle negativo da reação (aumento de 100x).
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Figura 9: Histoquimica com Lectinas para DBA. A: marcação de membrana e citoplasma das células transformadas (aumento de 100X), B: marcação positiva visualizada com aumento de 400X.
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A VVA reconhece os resíduos terminais α-GalNac e β-GalNac
(Kawaguchi et al., 2006), enquanto a DBA o faz para α-GalNac (Zhanq et al.,
2009). Em nosso estudo estas duas lectinas marcaram diferentemente os
mesmos tumores de CDI. A diferença de marcação pode ser relacionada tanto
a disponibilidade de uma ou ambas as formas, α e β, dos resíduos de GalNAc
quanto a acessibilidade das lectinas a estes carboidratos. Observe-se que a
VVA foi positiva para mais do que o dobro dos casos de CDI marcados pela
DBA.
Poucos estudos correlacionam a expressão de c-erbB-2 e a marcação
com lectinas. Korourian (2008) observou uma correlação entre a expressão da
proteína c-erbB-2 e a marcação positiva para a VVA em tumores
diagnosticados com CDIS, contudo ele não observou este comportamento para
CDI.
Nossos resultados apresentaram uma marcação de VVA e DBA para o
carcinoma ductal invasivo também. Este resultado pode ser interpretado a luz
de que a expressão de GalNAc esteja relacionada a uma condição de
malignidade (CDI em relação a CDIS) de um tumor. Ao mesmo tempo não se
observou um padrão de correlação entre a expressão de c-erbB-2 e a
marcação com as lectinas usadas.
A histoquímica com lectinas é uma ferramenta experimental que se
mostra auxiliar no diagnóstico e prognóstico de tumores mamários humanos
(Rêgo et al, 2010, Rêgo et al, 2009). Desta forma ela agrega informações
quanto a arquitetura dos glicoconjugados de superfície celular podendo ser
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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utilizadas no screening por modificações bioquímicas no ambiente extracelular
formado pelo glicocálice.
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5 CONCLUSÕES
- A proteína c-erbB-2 apresentou correlação entre a sua
superexpressão, o grau histológico e a invasão linfonodal;
- O carcinoma ductal invasino de mama, apresentou um perfil de
positividade diferente para VVA e DBA utilizadas na histoquímica com lectinas;
- A imunohistoquímica para c-erbB-2 e a histoquímica com lectinas para
VVA e DBA não apresentou correlação entre si nem com os dados clínico-
histopatológicos.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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7 ANEXOS
7.1 Trabalhos Apresentados em Congressos
Silva, R. C. W. C.; Santos, C. A. S.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.
Expressão de Glicoconjugados e p53 no Carcinoma Ductal in situ Associado ao
Invasivo na Mesma Mama. In: 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Pesquisa Científica - SBPC, 2010, Natal, RN, Brasil.
Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.
Histoquímica com Lectinas para PNA e UEA-I no Carcinoma Ductal in situ da
Mama. In: 62 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Científica -
SBPC, 2010, Natal, RN, Brasil.
Silva, R. C. W. C.; Santos, C. A. S.; Rêgo, M. J. B. M.; Cavalcanti, C. L. B.;
Beltrão, E. I. C. Invasive Ductal Carcinama Glycoconjugates Evaluation Using
Lectin Histochemistry. In: XXXIX Annual Meeting of the Brazilian Society for
Biochemistry and Molecular Biology (SBBq), 2010, Foz do Iguaçu, PR, Brasil.
Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Cavalcanti, C. L. B.;
Beltrão, E. I. C. Lectin Histochemistry of Cell Surface Glycocode of in situ
Ductal Carcinoma in Patients with Invasive Ductal Carcinoma. In: XXXIX Annual
Meeting of the Brazilian Society for Biochemistry and Molecular Biology (SBBq),
2010, Foz do Iguaçu, PR, Brasil.
Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Cordeiro, M. F.; Santos, C. A. S.; Beltrão,
E. I. C. Avaliação do Valor Diagnóstico e Prognóstico da Histoquímica com
Lectinas no carcinoma ductal invasivo mamário. In: 1° Encontro Brasileiro de
Inovação Terapêutica - EBIT, 2009, Recife, PE, Brasil.
-
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Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.
Histoquimica com UEA - I e Imunohistoquimica para p53 no Carcinoma Ductal
in situ da Mesma Mama. In: 1° Encontro Brasileiro de Inovação Terapêutica -
EBIT, 2009, Recife, PE, Brasil.
Silva, R. C. W. C.; Santos, C. A. S.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.
Conparison of Lectin Histochemistry with HER-2 Status in Patients with Breast
Invasive Ductal Carcinomas. In: II Simpósio Nacional em Diagnóstico e
Terapêutica Experimental, V Jornada Científica do LIKA e II Fórum Brasileiro
de Genética em Neuropsiquiatria, 2009, Recife, PE, Brasil.
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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7.2 Resumos Expandidos Publicados em Revistas
Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Cavalcanti C. B. L.; Lima
M. C. C. A.; Beltrão, E. I. C. Analysis of Cell Surface Carbohydrate Expression
of in situ Ductal Carcinoma Using Lectin Histochemistry and
Immunohistochemistry for p53., Applied cancer research, 2010:16.
Santos, C. A. S.; Silva, R. C. W. C.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C. Análise
Histológica da Expressão de L-fucose e p53 no Carcinoma Ductal in situ e
Invasivo da Mesma Mama. Revista Brasileira de Mastologia, 2009; 19: 49-53.
Silva, R. C. W. C.; Santos, C. A. S.; Rêgo, M. J. B. M.; Beltrão, E. I. C.
Histoquimica com Lectinas e Imunohistoquimica para c-erbB-2 em Carcinoma
Ductal Invasivo de Mama. Revista Brasileira de Mastologia, 2009; 19: 49-53.
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
62
7.3 Instruções para Autores
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
The Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Rev Bras Ginecol Obstet.
ISSN 0100 7203), a monthly publishing of scientific diffusion by Federação das
Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), is directed to obstetricians,
gynaecologists and kindred professionals, with the purpose of publishing original contributions on relevant themes about Gynaecology, Obstetrics and related areas.
It is open to national and international contributions.
The material sent to analysis cannot be concurrently submitted for publication to
other journals, or been previously published. Originality, theme relevance and quality of methodology, besides the adequacy to editorial instructions adopted by
the journal, are assessed in the selection of manuscripts. Material of declined
articles will not be returned to the authors.
All the submitted articles are assessed by anonymous reviewers and confidentiality
is maintained throughout the review process. Copies of the reviewers’ assessment are sent to the authors. The accepted and conditionally accepted manuscripts are
sent back to the authors, so that they get acquainted with the alterations that
should be made; only then the paper will be accepted for publication. The authors
must return the paper with the required changes as soon as possible, accompanied by a letter that justifies, when needed, the non-acceptance of the suggestions. If
the paper is not returned within a period of three months, it is assumed that the
authors have no longer interest in publishing it. If the answer is sent after this time
limit, it will be considered a new submission and, therefore, the paper will be submitted to a new analysis.
The concepts and declarations stated in the articles are the authors’ responsibility,
and the submitted paper should be written in Portuguese.
This journal publishes contributions in the following categories:
1. Original Articles, complete prospective, experimental and retrospective studies. Manuscripts containing original results of clinical or experimental researches have
priority in publication;
2. Previous Notes of studies in final phase of data collection, but with original and
relevant results which justify the publication;
3. Case Reports of great interest and well documented from the clinical and
laboratorial points of view. The text must be based on updated bibliographical
review, and the number of references may be the same of complete studies;
4. Techniques and Equipment, which are presentations of innovations in diagnosis, surgery and treatment techniques, as long as they are not, clearly or subtly,
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Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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merchandise of drugs or other products;
5. Review and Updating Articles, including critical and systemized literature
assessment. The selection of themes is based on established planning of associated
editors; the chosen authors must have previous publications about the referred theme. The number of review authors may vary from one to four, depending on the
type of text and on the applied methodology. The methods and procedures adopted
for the preparation of the paper must be described, and techniques to obtain
updating, meta-analysis or systematic reviews can be employed. The text must be
based on updated literature review. When the theme is still under investigation, the review must discuss all current tendencies and lines of investigation and present,
besides the review text itself, abstract in Portuguese and in English, and
conclusions. See the section “Preparing the manuscript” for more information on the
text, cover page and abstracts. Spontaneous contributions may be accepted. In this case, a summary or draft of the paper must be sent primarily, as well as the list of
authors and respective publications on the theme. If the journal is interested, the
authors are invited to write and submit the final text. In the case of spontaneous
contributions, the abovementioned requirements are applied to the invited authors;
6. Editorial Comments, when invited by the editor;
7. Thesis Abstracts presented and approved in the last 12 months, counting from
the submission date. It must contain approximately 250 words, following the
requirements of the journal concerning structure and content. Titles in Portuguese and English should be included and, at least, three keywords. The abstract must be
sent in CD or DVD with a printed copy. In a separated file, it should be informed the
complete name of the author and advisor, members of the assessment table, date
of presentation and identification of the service or department where the research
was carried out and presented;
8. Letters to the editor about editorial material or not, but with information that is
relevant to the reader. The letters can be summarized by the editors, being
highlighted the mains passages. When the letters are critical to publish articles,
they are sent to the authors so that their answers are published together.
General information
1. This journal does not accept editorial material with commercial objectives.
2. Conflict of interest: situations that may interfere inadequately in the
development and conclusions of the study must be mentioned. Among these
situations, it is emphasized the participation in companies that produce drugs or equipment cited or used in the study, as well as in contestant companies. Financial
supports, subordination relations at work, consultancy, among others, are also
considered as conflict sources.
3. In the text, the submission and approval by the Ethics Committee of the
-
Histoquímica com Lectinas para tn e Imunohistoquímica para c-erbB-2... Silva, R. C. W. C.
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institution where the study was carried out must be mentioned.
4. Articles that cover clinical researches on human beings must include a
declaration that assures the signature of informed consent by the participants.
5. From August 2007, the journals indexed in the database Lilacs and SciELO started to demand that randomized controlled and clinical trials submitted to
publication have a registration in a database of clinical trials. This decision was due
to the orientations of International Clinical Trial Registry Platform (ICTRP) from
World Health Organization (WHO), of the International Committee of Medical
Journal Editors (ICMJE). The instructions for the registration are available at the electronic address of ICMJE (http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), and can be
made through the baseline of clinical trials of National Library of Medicine, available
at http://clinicaltrials.gov/ct/gui.
6. The number of authors in each manuscript is limited to seven. Papers of collective authorship (institutional researches) must have the responsible authors
indicated. Multicentric works and studies may have the number of authors
compatible with the number of participant institutions (each case is assessed by
the editors and reviewers). The investigators that are responsible for the applied protocols must be indicated at the end of the article. The co-authorship concept is
based on substantial contribution for the outset and planning of the research,
analysis and interpretation of data, or for the production and critical review of the
text. The inclusion of names whose contribution does not comply with the cited criteria is not justifiable. All the authors should approve the final version of the
paper for publication.
7. The authors are informed, by letter, of the receiving of the papers and the
protocol number of the journal. The articles that are in concordance with the
Instructions to the Authors and comply with the editorial politics of the journal are submitted to analysis by reviewers indicated by the authors.
8. The manuscripts that do not respond to the requirements are returned to the
authors for the necessary adaptations before the assessment of the Editorial
Counseling.
9. Together with the original, the submission letter, signed by all the authors on
separate letters, must be sent by each author. In this letter, the authors should
explicit the agreement with the editorial requirements, the process of review and
the conveyance of copyright to the journal. The published material will be property of Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia and of Febrasgo, and its total or
partial reproduction will only be made with acquiescence of such entities.
10. The original man