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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA SUBSTITUIÇÃO DE MINERAIS INORGÂNICOS POR QUELATADOS EM DIETAS PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO MAÍNNE XAVIER REIS Belo Horizonte Escola de Veterinária UFMG 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE VETERINÁRIA

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

SUBSTITUIÇÃO DE MINERAIS INORGÂNICOS POR QUELATADOS EM DIETAS

PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

MAÍNNE XAVIER REIS

Belo Horizonte

Escola de Veterinária – UFMG

2015

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MAÍNNE XAVIER REIS

SUBSTITUIÇÃO DE MINERAIS INORGÂNICOS POR QUELATADOS EM DIETAS

PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

Belo Horizonte

Escola de Veterinária – UFMG

2015

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Zootecnia da Escola

de Veterinária da Universidade Federal

de Minas Gerais como requisito parcial

para obtenção do grau de Mestre em

Zootecnia.

Área de concentração: Nutrição Animal

(Não ruminantes)

Orientador: Dalton de Oliveira Fontes

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela vida e saúde; pela minha família, amigos e colaboradores que

foram colocados em minha vida; e por iluminar meus caminhos.

Aos meus pais, Suely e Omar, pelos exemplos pessoal, espiritual e profissional; pelo

incentivo e apoio financeiro nessa minha escolha; pelo carinho, compreensão e paciência

durante esse período.

Ao meu irmão, Duanner, pela convivência, compreensão e risadas.

Aos meus avós, Zito e Tereza, pelas orações, torcida e preocupações.

Ao Prof. Dalton de Oliveira Fontes, pela oportunidade de ser sua orientada, pela sabedoria

passada e amizade.

A todos os professores da graduação e pós-graduação, pelo amor à Zootecnia e incentivo.

À empresa Alltech Inc.® pelo financiamento da pesquisa.

À Fazenda São Paulo, pela oportunidade de realização do experimento, e em especial a todos

os funcionários do Sítio 3, por toda colaboração, atenção e carinho.

Ao Frigorífico Nutrili e seus funcionários, pela disponibilidade e auxílio no experimento.

Ao Prof. Peter Bitercourt Faria e seus alunos do Laboratório de Qualidade de Carne – UFLA,

pela disponibilidade e ajuda nas análises.

Ao Bruno Oliver, por toda orientação, atenção e ajuda durante o experimento.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, pela concessão

da bolsa de estudos.

Aos amigos do Grupo de Estudos NUTRISUI e agregados, por todas as conversas, reuniões e

apoio; obrigada pela amizade construída. Agradeço em especial à Clarice e Andreia.

Às minhas “irmãs de coração” (Thamyle, Danyane, Thaiza, Marina e Isabela), por

colaborarem para que as dificuldades sejam superadas com tantas risadas e momentos

inesquecíveis, estando perto ou longe.

Ao Arthur, pelo companheirismo e apoio.

A banca examinadora pela disposição.

A todos aqueles que diretamente ou indiretamente contribuíram para que eu alcançasse mais

esse degrau na minha vida.

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Senhor fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais

Consolar, que ser consolado;

Compreender, que ser compreendido;

Amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que se vive para a vida eterna.

(São Francisco de Assis)

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RESUMO

Para avaliar os efeitos dos níveis de suplementação de microminerais durante as fases de

crescimento e terminação sobre o desempenho e características da carcaça e qualidade da

carne suína foram utilizados 1200 suínos provenientes de cruzamentos industriais, com peso

inicial de 20,7±0,3 kg. Os animais foram distribuídos em um delineamento inteiramente ao

acaso, com seis tratamentos e dez repetições, sendo cada baia, composta por 20 animais,

considerada uma unidade experimental. A dieta comercial usada foi suplementada com: T1 =

Premix micromineral inorgânico; T2 = Premix micromineral quelatado, Se e Cr levedura –

Bioplex TR® 133%; T3 = Premix micromineral quelatado, Se e Cr levedura – Bioplex TR

®

100%; T4 = Premix micromineral quelatado, Se e Cr levedura – Bioplex TR® 66%; T5 =

Premix micromineral quelatado, Se e Cr levedura – Bioplex TR® 33%; T6 = Sem premix

micromineral. Os animais foram abatidos no final do período experimental em frigorífico

comercial. O desempenho, conversão alimentar e características de carcaça não foram

afetados pelos tratamentos. A substituição do premix inorgânico comercial pelo premix

orgânico Bioplex TR®, na proporção de 33%, proporcionou os mesmos resultados nas

características avaliadas, demonstrando ser suficiente para que os animais pudessem ter

obtido as mesmas medidas de desempenho dos animais nos quais as dietas foram

suplementadas com 100% de inclusão do premix inorgânico.

Palavras-chave: suínos, microminerais orgânicos, desempenho, características de carcaça,

qualidade de carne.

ABSTRACT

To evaluate the effects of the sources and trace mineral supplementation levels during

growing and finishing on performance and swine carcass characteristics ,were used 1200

animals of indurtrial crosses, with initial weight 20.7 ± 0.3 kg. The animals were allotted in a

completely randomize design with six dietary treatments and ten replicates, each stall with 20

animals an experimental unit. The commercial diet used was supplemented with: T1 =

Inorganic trace mineral premix; T2 = Organic trace mineral premix, Se and Cr yeast - Bioplex

TR® 133%; T3 = Organic trace mineral premix, Se and Cr yeast - Bioplex TR® 100%; T4 =

Organic trace mineral premix, Se and Cr yeast - Bioplex TR® 66%; T5 = Organic trace

mineral premix, Se and Cr yeast - Bioplex TR® 33%; T6 = No trace mineral premix. The

animals were slaughtered at the end of the trial period in a packing house. The performance,

gain:feed and carcass characteristics were not affected by treatments (P>0,05). The

replacement of inorganic commercial premix by Bioplex TR® at a ratio of 33% provides the

same results in the evaluated characteristics.

Key-words: pigs, organic trace minerals, performance, carcass characteristics, pork quality.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 4

RESUMO................................................................................................................................... 6

LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. 9

INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................................... 10

REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................. 11

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11

1.2. Microminerais: atuação, fontes e biodisponibilidade ................................................ 14

1.2.1. Cobre (Cu) ................................................................................................................. 15

1.2.2. Cromo (Cr) ............................................................................................................. 18

1.2.3. Ferro (Fe)................................................................................................................ 21

1.2.4. Iodo (I).................................................................................................................... 23

1.2.5. Manganês (Mn) ...................................................................................................... 25

1.2.6. Selênio (Se) ............................................................................................................ 27

1.2.7. Zinco (Zn) .............................................................................................................. 28

1.3. Biodisponibilidade ..................................................................................................... 30

1.4. Suplementação micromineral Orgânica vs. Inorgânica ............................................. 30

2. CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA E CARNE SUÍNAS ........................................ 38

2.1. Características de carcaça .......................................................................................... 38

2.2. Qualidade da carne suína ........................................................................................... 40

2.2.1. Atributos para uma carne suína de qualidade......................................................... 41

2.2.1.1. pH ........................................................................................................................... 42

2.2.1.2. Temperatura ........................................................................................................... 44

2.2.1.3. Cor .......................................................................................................................... 44

2.2.1.4. Perda por exsudação (PE) e Perda por cozimento (PC) ......................................... 45

2.2.1.5. Maciez .................................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 48

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 59

3.1. Análises Estatísticas .......................................................................................................... 65

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 66

4.1. Desempenho ...................................................................................................................... 66

4.2. Avaliação de carcaça ......................................................................................................... 69

4.3. Avaliação da qualidade de carne ....................................................................................... 72

5. CONCLUSÕES................................................................................................................... 77

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 78

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Exigências de microminerais (mg/kg de ração) para suínos em crescimento. ......... 14

Tabela 2: Atributos mínimos para uma carne suína de qualidade. ........................................... 42

Tabela 3. Características da carne suína Normal, PSE e DFD ................................................. 44

Tabela 4. Tratamentos experimentais e especificações. ........................................................... 59

Tabela 5. Composição percentual das rações utilizadas no experimento ................................. 61

Tabela 6. Composição nutricional calculada das rações das fases de recria e terminação.......62

Tabela 7. Níveis de inclusão (kg/ton) de minerais nas rações utilizadas para os seis testes ... 62

Tabela 8. Concentração (mg/kg) dos microminerais adicionados às dietas ......................... 6363

Tabela 9. Valores de referência para classificação da carne suína ... ........................................65

Tabela 10. Efeito da suplementação de premix micromineral sobre o desempenho de suínos

de 20 a 100Kg.......................................................................................................................... 66

Tabela 11. Efeitos dos tratamentos sobre as características de carcaça dos suínos

suplementados com microminerais inorgânicos e orgânicos, e sem minerais.......................... 69

Tabela 12. pH e temperatura post mortem das carcaças de suínos suplementados com

diferentes fontes e níveis de microminerais..............................................................................72

Tabela 13. Efeito das fontes e níveis de suplementação de microminerais na fase de

crescimento e terminação na cor da carne suína.......................................................................74

Tabela 14. Efeito da fonte e nível de suplementação de microminerais durante as fases de

crescimento e terminação sobre as características da carne de suínos. .................................... 75

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INTRODUÇÃO GERAL

Ao longo dos últimos anos houve grandes avanços na nutrição de suínos com o intuito de

melhorar a eficiência de produção e rentabilidade da produção suinícola. São esses desafios

que mantêm o setor dinâmico e em busca constante por lucratividade e competitividade.

Outro grande desafio é garantir a qualidade do produto e produzi-lo de forma sustentável. A

eficiência da produção deve estar relacionada à sustentabilidade do sistema suinícola.

Fatores relacionados à produção tais como melhoramento genético (resultando em animais

com maior velocidade de ganho de peso), leitegadas numerosas, animais mais precoces,

retirada de farinhas de origem animal nas rações (fontes de minerais) influenciaram para

aumentar os cuidados no fornecimento mineral para uma nutrição adequada dos suínos

modernos (Bertechini, 2012).

A mineralização é usualmente fornecida sob as formas salinas inorgânicas, que de forma geral

apresenta custo mais baixo. Entretanto, a biodisponibilidade desses minerais é variável, pois

na forma de íons livres, bastante reativos, competem com outros minerais pelo sítio de

absorção, formando complexos insolúveis com outras moléculas da dieta, o que os torna

indisponíveis e fazendo com que sejam excretados em grande quantidade. Isso faz com que

seja crescente o interesse por determinar e estudar fatores que aumentem a absorção ou a

metabolização dos elementos minerais. Neste sentido, um aspecto a ser considerado sobre

suplementação mineral diz respeito ao uso de minerais na forma orgânica, cuja estrutura

molecular permite absorção diferenciada, garantindo melhor aproveitamento dos

microminerais (Close, 1998).

Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi o de avaliar o efeito da substituição do premix

micromineral inorgânico em níveis industriais por diferentes níveis de minerais orgânicos,

Selênio e Cromo levedura (Bioplex TR

) sobre o desempenho e as características de carcaça e

carne de suínos em crescimento e terminação (20 aos 100kg).

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REVISÃO DE LITERATURA

1. INTRODUÇÃO

Na suinocultura muito já se evoluiu em questão de tecnologias e utilização de nutrientes, mas

ainda faltam pesquisas na área dos minerais. O NRC (National Research Council) traz

exigências muito baixas de microminerais ou minerais traços para as linhagens de suínos

atuais e para contornar essa situação, os nutricionistas recomendam níveis mais elevados a

fim de suprir quaisquer carências e também pela possibilidade de haver exigências diferentes

entre genéticas, sem pensar no aumento da excreção dos mesmos ou de interações entre

minerais ou outros nutrientes que possam ocorrer. Além disso, têm-se relatos de

contaminação de fontes de minerais inorgânicos com minerais pesados ou dioxina.

Uma solução para este problema é a modificação da dieta. Formulação de dietas mais

próximas das necessidades nutricionais de um suíno minimiza a excreção de nutrientes. No

entanto, a biodisponibilidade de certos sais inorgânicos é ainda uma preocupação. Kornegay e

Harper (1997) encontraram que, do total ingerido, a quantidade de Cu, Fe e Zn inorgânicos

retidos pelo suíno em terminação foi de 10 a 20, 5 a 35, e 10 a 20 %, respectivamente.

Devido aos microminerais possuírem baixa biodisponibilidade, existe um interesse em

explorar fatores e tecnologias que aumentem a absorção ou metabolização desses elementos.

Uma alternativa é a utilização de fontes orgânicas ou quelatadas de minerais. O mineral

quelatado é obtido através da hidrólise de uma fonte proteica e posterior exposição do mineral

a esta, formando complexos de íons metálicos ou por processo biossintético usando leveduras.

A molécula formada tem melhor disponibilidade quando comparada aos minerais tradicionais

na forma de sulfatos, óxidos ou carbonatos. Isto se deve a maior estabilidade elétrica do

mineral na forma orgânica no lúmen intestinal e transporte imediato para os tecidos, onde

permanecem por períodos mais longos que aqueles na forma tradicional (Kiefer, 2005).

Normalmente, os elementos minerais são fornecidos aos suínos sob formas salinas

inorgânicas e, mais recentemente, também nas formas de fontes orgânicas. O uso de minerais

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de fontes orgânicas ou quelatados tem sido crescente na nutrição animal e de acordo com

Maletto (1984), apresenta vantagens em relação às fontes inorgânicas como maior absorção,

alta estabilidade, alta disponibilidade, maior tolerância pelo organismo animal (menos tóxico),

ausência de problemas de interações com outros macros e microminerais da dieta e com

componentes como gordura e fibra.

Os microminerais orgânicos que são ligados a aminoácidos ou proteinatos, ficam mais

disponíveis para a absorção por várias razões : 1) a hidroxipolimerização é evitada,

permitindo ao metal atravessar a camada de muco; 2) a carga positiva do metal é disfarçada, o

que acelera a sua passagem através da camada de muco negativamente carregada; e 3) o metal

é protegido e não tem de competir com íons metálicos desprotegidos por locais de ligação nas

mucinas, o que reduz os antagonismos entre cobre e zinco, por exemplo (Power , 2006) .

1.1. Exigências de microminerais para suínos em crescimento e terminação

Os minerais são necessários aos animais para manutenção, crescimento, reprodução, lactação

e função imunológica, portanto, uma estimativa precisa de suas necessidades diárias se torna

importante. A oferta limitada de um mineral pode causar deficiência e comprometer a atuação

dos outros minerais devido as suas interações. Por outro lado, o excesso pode causar uma

diminuição no desempenho e possível toxicidade, além de aumentar a poluição ambiental

(Hernandéz, 2006).

Os suínos possuem exigência dietética de macrominerais como cálcio (Ca), fósforo (P),

potássio (K) e enxofre (S), e de microminerais como cromo (Cr), cloro (Cl), iodo (I), ferro

(Fe), magnésio (Mg), manganês (Mn), selênio (Se), cobre (Cu) e zinco (Zn) (NRC, 2012). São

todos igualmente importantes, pois compõem tecidos e enzimas, além de desempenharem

papel importante na regulação fisiológica e processos biológicos.

Microminerais e vitaminas são incorporados numa dieta, pois os alimentos que utilizamos não

possuem concentração suficiente e/ou a disponibilidade neles é variável. Essa adição

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representa menos de 3% da alimentação, sendo que os macrominerais são colocados

separadamente (Gaudré e Quiniou, 2009).

Também tem sido sugerido que as exigências minerais dos genótipos atuais podem ser mais

elevadas do que as recomendações, uma vez que a maior parte dos trabalhos relacionados com

exigências minerais foram realizados entre 1960 e 1970. Van Lunen e Cole, em 1998,

disseram que as exigências naquela data estariam duas vezes maiores do que as então

recomendadas. O avanço genético e a necessidade de aumento da produtividade tornam as

exigências nutricionais dos animais cada vez maiores.

A forma mais cientificamente precisa para estimar as exigências de minerais para suínos seria

desenvolver modelos matemáticos que levariam em conta o peso corporal, deposição de

tecido magro (proteína), gênero e fatores ambientais que interferem nessa deposição, como

tem sido feito para a energia e exigências de aminoácidos (Hernandéz, 2006).

Exigências de minerais são difíceis de estabelecer e a maioria das estimativas baseiam-se no

mínimo requerido para não haver deficiência e não necessariamente para contribuir na

produtividade e aumentar a imunidade (Close, 2003). Há uma escassez de informações sobre

os requisitos de minerais para genótipos de suínos atuais (Van Lunen e Cole, 1998). Como

forma de comparação, na Tabela 1 estão apresentadas as exigências de microminerais

publicadas no National Research Council (NRC) dos anos de 1988, 1998 e 2012, e nas

Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (2011).

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Tabela 1. Exigências de microminerais (mg/kg de ração) para suínos em crescimento.1,2

MIN

ER

AL

PESO (kg)

<20 20-50 50-120

NRC

1988

NRC

1998

NRC

2012

TB

2011

NRC

1988

NRC

1998

NRC

2012

TB

2011

NRC

1988

NRC

1998

NRC

2012

TB

2011

Cu 5,0 6,0 6,0 13,4 4,0 4,0 5,0 12,0 3,0 3,5 3,5 8,4

Cr - - - - - - - - - - - -

Fe 80,0 100,0 100,0 90 60,0 60,0 100,0 80,0 40,0 50,0 50,0 56,0

I 0,14 0,14 0,14 1,12 0,14 0,14 0,14 1,0 0,14 0,14 0,14 0,70

Mn 3,0 4,0 4,0 45,0 2,0 2,0 3,0 40,0 2,0 2,0 2,0 28,0

Se 0,25 0,30 0,30 0,41 0,15 0,15 0,30 0,36 0,10 0,15 0,15 0,26

Zn 80,0 100,0 100,0 123,0 60,0 60,0 80,0 110,0 50,0 50,0 50,0 77,0

1 Valores colocados na tabela representam os maiores encontrados.

2 Valores com base em 90% matéria seca.

Para uma boa produtividade é necessário que o animal receba quantidades adequadas de

nutrientes, incluindo-se os minerais, a fim de que se possa evitar o comprometimento da sua

saúde e do seu desempenho produtivo (Figueiredo Jr. et al., 2013). Existem vários fatores que

influenciam a exigência de minerais para suínos que devem ser levados em conta para a

formulação de dietas, como a biodisponibilidade do mineral, o teor de outros minerais na

dieta, quantidade de fitato, nível e fonte de proteína (Mateos et al., 2005a; NRC, 1998).

1.2. Microminerais: atuação, fontes e biodisponibilidade

De acordo com as funções que exercem no organismo animal, os minerais são classificados

em dois grandes grupos, aqueles relacionados com a construção e manutenção dos tecidos

duros e moles, e aqueles relacionados com a regulação dos processos biológicos e fisiológicos

(Suttle, 2010), como as ações catalisadoras em sistemas enzimáticos (Vieira, 2005)

associando-se às proteínas para formar as metaloenzimas que possuem atividade catalítica nas

reações metabólicas.

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Outro papel importante no organismo animal desempenhado por alguns minerais é a ação

antioxidante. Nesse caso, fazendo parte de enzimas que reagem com radicais livres e evitam

danos celulares. A enzima Superóxido Dismutase (SOD) é possivelmente a que possui maior

presença nos organismos animal e vegetal apresentando-se de duas formas: Superóxido

Dismutase cobre–zinco dependente (CuZnSOD) e a Superóxido Dismutase manganês

dependente (MnSOD). Outras enzimas como as catalases e a glutationa peroxidase

apresentam como constituintes o ferro e o selênio, respectivamente, e junto com as

superóxidos dismutases constituem as principais defesas do organismo contra oxidação

(KUSS, 2005).

As necessidades orgânicas reais de minerais dependem de vários fatores, sendo a eficiência da

absorção de fundamental importância. De maneira geral, a barreira intestinal (condições

físico-químicas, pH e viscosidade intestinal) dificulta a absorção da maioria dos minerais,

consequentemente, os níveis dietéticos normalmente se apresentam além das necessidades

reais, resultando em baixa taxa de aproveitamento mineral, com consequente poluição do

ambiente pelo excesso de excreção (Bertechini, 2006).

Zinco, cromo, ferro, cobre, manganês e selênio estão entre os microelementos minerais

identificados como importantes para a função imune normal e a resistência às doenças, pois a

deficiência em um ou mais desses elementos pode comprometer a imunocompetência do

animal (Costa, 2005). O zinco, manganês e o cobre estão diretamente associados ao

crescimento e ao desenvolvimento do tecido ósseo (Underwood e Suttle, 1999). O ferro, iodo

e o selênio participam de reações de síntese de inúmeros compostos importantes no

organismo, como a hemoglobina e os hormônios tireoidianos e na manutenção da integridade

das membranas biológicas (McDowell, 1992).

1.2.1. Cobre (Cu)

A essencialidade do cobre é justificada por estar ligado à formação do sangue (síntese de

hemoglobina), na síntese e ativação de diversas enzimas, na reprodução, funcionamento do

sistema nervoso, crescimento e desenvolvimento ósseo e de tecidos conjuntivos, pigmentação

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de pelos, síntese de colágeno (Cooper Development Association, 1984). Jondreville et al.

(2002) atribuem seu envolvimento na defesa do organismo contra o estresse oxidativo e no

sistema imune. Também está associado ao metabolismo do ferro, sendo no intestino delgado

onde ocorre sua absorção e o fígado o principal órgão de metabolismo e armazenamento do

cobre (Furlan e Pozza, 2014).

De acordo com o NRC (2012), a exigência de suínos em crescimento e terminação é de

aproximadamente 5 a 6 ppm, como também é para leitões recém nascidos; para porcas

gestantes e lactentes o valor já não é tão definido.

Esse microelemento, em níveis acima do recomendado (250ppm), tem a propriedade de

melhorar o desempenho animal, atuando como promotor de crescimento para aves e suínos,

com ação semelhante a de antibióticos, sendo esse efeito atribuído a ação antimicrobiana ou

melhoradora da flora intestinal que ele exerce. Em frangos de corte, além de atuar como

melhorador de desempenho, a utilização de 125 ou 250 ppm de cobre na dieta pode aumentar

o ganho de peso e reduzir o colesterol do plasma e do músculo de frangos, por reduzir o nível

de triglicerídeos no sangue (Pesti e Bakalli, 1996).

O cobre também estimula a secreção de peptídeos promotores de crescimento e aumenta o

consumo voluntário de alimento por estimular a secreção de neuropeptídeo Y, que é

reconhecido como estimulante de consumo (Zhou et al., 1994a). Esses mesmos autores em

outro trabalho, administraram cobre por via intravenosa em leitões recém desmamados e

observaram um aumento na concentração de mRNA do hormônio do crescimento na hipófise

(Zhou et al., 1994b), validando os resultados de LaBella et al. em 1973.

O uso do cobre como melhorador de desempenho se justifica pelo baixo custo em relação aos

demais agentes antimicrobianos. Além disso, vários países principalmente os pertencentes à

União Europeia, restringem o uso de aditivos antimicrobianos em níveis subterapêuticos em

dietas de suínos, devido à possibilidade do desenvolvimento de resistência bacteriana aos

antibióticos e quimioterápicos (Best, 1997).

O cobre é um substrato para ativação de enzimas dessaturases que possuem especificidade

para diferentes comprimentos de cadeia de ácidos graxos, nesse caso especificamente pelos

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insaturados (Berg, 2001). Sendo assim, a adição de elevados níveis de cobre para suínos com

a função de promotor de crescimento mostra um efeito negativo sobre a qualidade da gordura

na carcaça, por resultar numa gordura mais mole que é mais insaturada e com menor ponto de

fusão (Pettigrew e Esnaola, 2001). De acordo com Berg (2001), esse aumento no teor de

gordura insaturada torna a carne mais susceptível à rancificação, reduzindo o tempo de

prateleira.

Por participar do complexo citocromo-oxidase (complexo IV) da cadeia transportadora de

elétrons, consequentemente o cobre também está envolvido no metabolismo oxidativo.

Quantidade mínima desse micromineral é requerido para esse processo, como também para a

absorção e mobilização do ferro, e síntese de mioglobina e hemoglobina (McDowell, 1992).

Níveis acima do recomendado de cobre pode potencializar a ação do transporte de elétrons na

oxidação post-mortem resultando numa perda de cor da carne (Berg, 2001).

Em não ruminantes, em geral, o cobre é pouco absorvido, em torno de 15-30% em animais

jovens e 5-10% nos adultos (McDowel, 1992). Lima e Miyada (2003) atestaram que essa taxa

é regulada pela necessidade do organismo, pela forma química que está o elemento, a

disponibilidade biológica e pela quantidade de outros minerais que podem exercer efeitos

antagônicos, como o ferro e zinco. Esse percentual de absorção é maior quando o animal está

submetido a uma condição de deficiência ou quando as exigências são maiores, como no caso

de fêmeas gestantes (Hill e Spears, 2001).

Segundo Ortolani (2002), o cobre proveniente dos alimentos apresenta pequena

disponibilidade, ao redor de 4%. Grãos de cereais e produtos lácteos possuem baixas

concentrações de cobre (2 a 10 mg/kg), já os farelos de oleaginosas são boas fontes (15 a

30mg/kg). Mateos et al. (2005b) concluíram que animais de produção suplementados com 5 a

10mg/kg desse micromineral não apresentarão deficiência. Nível de suplementação esse

próximo ao proposto por Rostagno et al (2011) que é entre 6,0 a 13,4mg/kg de ração. Sendo

assim, o excesso de cobre ingerido é excretado (Jondreville et al., 2002).

Nos últimos anos devido à preocupação com o impacto ambiental decorrente do excesso de

nutrientes (incluindo o cobre) no solo advindos dos dejetos animais, estudos foram

desenvolvidos na busca de fontes orgânicas (cobre lisina, cobre proteinato e citrato cúprico)

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como substituição das inorgânicas de cobre (sulfato, óxido ou carbonato), diminuindo a

excreção no meio ambiente devido à maior disponibilidade (Furlan e Pozza, 2014; Kiefer,

2005; Hahn & Baker, 1993). Maior biodisponibilidade para fontes orgânicas de cobre foram

observadas por Guo et al (2001) para Cu-lisina (111%) e Cu-propionato (109%), quando

comparado com o sulfato de cobre (100%).

1.2.2. Cromo (Cr)

As formas inorgânicas de cromo são poucos absorvidas pelos animais (0,4 a 3,0 %) e as

concentrações nos alimentos são baixas e variáveis, vindo daí o interesse na suplementação de

cromo pelo uso de fontes orgânicas como o cromo-metionina, picolinato, nicotinato,

leveduras, que possuem maior biodisponibilidade reconhecida (Kiefer, 2005; Lukaski, 1999).

Podem ser suplementados também nas formas tradicionais de sais inorgânicos encontrados

como óxidos, sulfatos, cloretos e carbonatos. Devido à sua baixa taxa de absorção, o Cr

inorgânico vem sendo utilizado como marcador em estudos de digestibilidade.

A porcentagem de absorção parece ser inversamente proporcional à quantidade de cromo

ingerida pelo animal (Hossain, Barreto e Silva, 1998). A razão desta pobre absorção é em

virtude da formação de complexos insolúveis durante processo digestivo, bem como a

aderência de íons de cromo livres a carboidratos presentes na dieta (Silva, 2007). Metionina,

histidina e vitamina C favorecem a absorção do cromo (Garcia e Garns, 2004), enquanto que

fitatos e excesso de minerais no intestino com zinco, ferro e vanádio o inibem (Gomes,

Rogero e Tirapegui, 2005).

Ao cromo são atribuídas funções no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas,

participando do composto organometálico denominado Fator de Tolerância à Glicose (GTF),

potencializando a ação da insulina, principalmente nos tecidos musculares e adiposos (Fakler

e Cuarón, 2004; Jacela et al., 2009). Segundo Morris et al. (1993), a ação potencializadora da

insulina é feita facilitando a ligação insulina-receptor na membrana celular, estimulando sua

capacidade de usar glicose como combustível metabólico ou armazenando-a na forma de

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glicogênio, proporcionando uma melhor absorção do carboidrato. Principalmente na forma

trivalente (Cr+3

), o cromo parece ser essencial na ativação de algumas enzimas, além de

estabilizar proteínas e ácidos nucléicos (Borel & Anderson, 1984). Na prática, o cromo

facilita a união glicose/insulina, necessária para a penetração da glicose no interior das

células, onde será utilizada como fonte de energia para as funções vitais do organismo,

portanto, reduz-se a concentração de glicose na corrente sanguínea.

É interessante em situações de estresse pois há aumento dos níveis sanguíneos de glicose e,

simultaneamente, do hormônio cortisol, provocando mobilização das reservas de cromo nos

tecidos, contribuindo com o decréscimo de glicogênio no músculo, limitando a quantidade de

lactato formado no post-mortem e interferindo na qualidade da carcaça e carne e também por

aumentar a perda deste pela urina (Mateos, Valencia e Moreno, 2004).

Almeida (2010) ao suplementarem suínos em crescimento com 400ppb de cromo-metionina,

constatou redução no consumo diário de ração dos animais sem afetar a conversão alimentar

dos mesmos, o que pode ser consequência do aumento da digestibilidade da matéria seca,

ocasionando maior aproveitamento dos nutrientes dietéticos. Oliveira et al. (2007) obtiveram

o mesmo resultado usando 200ppb de cromo-metionina. Essa melhora na digestibilidade

ainda não é bem explicada, porém autores como Lindemann et al. (1995) e Kornegay et al.

(1997) sugeriram que isto pode estar relacionado a uma melhor adequação de energia e

nitrogênio na dieta, com a interação do cromo com outros nutrientes ou, na atuação sobre

enzimas ou mecanismos de transporte na mucosa.

No trabalho de Oliveira et al. (2007) a suplementação de cromo aumentou a digestibilidade da

matéria seca e, com isso, os valores de energia digestível e metabolizável destas rações foram

superiores. Houve também aumento no nitrogênio retido, quando expresso em percentagem

do nitrogênio ingerido. A menor quantidade de nitrogênio excretada nas fezes pode estar

associada ao aumento do nitrogênio absorvido. Já a menor concentração de nitrogênio

eliminada na urina ocorreu devido à utilização mais eficiente do nitrogênio absorvido. Este

resultado talvez possa ser explicado pela ação do cromo na potencialização da atividade da

insulina e que, consequentemente, estimula o transporte ativo de glicose e aminoácidos para

as células musculares e aumenta a síntese proteica (Mertz, 1993).

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Os efeitos do cromo sobre a qualidade da carne suína têm sido estudados em menor grau do

que seu efeito no desempenho e características de carcaça. As pesquisas de Matthews et al.

(2003) e Shelton et al. (2003) indicaram que o cromo-propionato melhorou o marmoreio e a

capacidade de retenção de água na carne fresca ou congelada. O'Quinn et al., (1998)

informaram que o picolinato de cromo diminuiu perda por gotejamento e marmoreio.

Ao estudarem efeitos produtivos, qualitativos e econômicos, Oliveira et al. (2013) obtiveram

resultados positivos sobre a quantidade de carne magra na carcaça ao usar picolinato de

cromo, porém, não houve qualquer efeito sobre a profundidade de músculo, corroborando

com diversos autores que utilizaram qualquer forma de cromo quelatado (Almeida et al.,

2010). Jacela et al., (2009) ao analisarem vários estudos, concluíram que a adição de cromo

orgânico em dietas de suínos em crescimento e terminação pode melhorar o crescimento ou o

rendimento de carcaça.

A melhora no crescimento e rendimento de carcaça pode ser explicada pelo fato de que no

metabolismo proteico a insulina apresenta um efeito direto, promovendo a captação de

aminoácidos pelas células e formando proteína. A insulina compartilha com o hormônio do

crescimento a capacidade de aumentar a captação de aminoácidos para dentro das células e

age diretamente sobre os ribossomos, aumentando a tradução do RNA mensageiro e formando

novas proteínas. Na ausência de insulina, os ribossomos cessam a síntese de proteína, o

catabolismo proteico aumenta e grandes quantidades de aminoácidos são liberadas para o

plasma sanguíneo (Gyton e Hall, 1996). O cromo, quando presente na dieta, aumenta a

atividade da insulina (Anderson, 1998).

Mesmo tendo efeitos diferenciados, a melhoria na porcentagem de carne, o aumento da área

de olho de lombo (AOL) e a diminuição da espessura de toucinho são relacionadas à

suplementação com cromo. Ele promove o aumento da absorção de glicose pelas células alvo,

impedindo o excesso de glicose plasmática que poderia ser convertida em gordura (Gomes et

al., 2005). Porém, Lemme e Wenk (2000) sugeriram que a disponibilidade de energia na dieta

é um dos fatores na eficácia do cromo em reduzir a gordura das carcaças. Renteria e Cuarón

(1998) disseram que também deve ser levado em consideração, que animais mais pesados e

com maior deposição de gordura (espessura de toucinho de 3, 14cm) tem chances de serem

beneficiados com níveis elevados de Cr suplementar (Fávero e Bellaver, 2001).

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Também como efeito na qualidade da carne suína, atribui-se ao cromo a redução na oxidação

lipídica. No trabalho de Peres et al. (2014) a suplementação com cromo-metionina não

diferenciou da de sulfato de cromo na oxidação lipídica da carne nas primeiras 24 horas de

refrigeração, porém os animais que receberam 200pb de cromo quelatado (cromo-metionina)

tiveram carcaças com menor oxidação após 72 horas do abate e sob refrigeração comparando

tanto com o grupo controle (sem cromo) como com aquele que recebeu 200pb de cromo

inorgânico (sulfato). Também foi verificado que o grupo de animais que não receberam

cromo tiveram a taxa de glicose mais elevada. Schneider e Oliveira (2004) explicam que isso

está relacionado pois o metabolismo aumentado de glicose está associado a uma alta formação

de radicais livres. Os radicais livres pertencem ao AGE (Advanced Glycation End-products,

ou produtos finais da glicação avançada) formados durante a glicação ou Reação de Maillard,

que é uma reação em que açúcares redutores ou lipídeos em excesso aderem

permanentemente a uma molécula de proteína (colágeno, elastina, entre outras) sem atuação

de enzimas, modificando, irreversivelmente, as propriedades químicas e funcionais das mais

diversas estruturas biológicas (Barbosa, Oliveira e Seara, 2008).

1.2.3. Ferro (Fe)

O ferro é o mais abundante dos microminerais no organismo animal (Pozza e Furlan, 2014).

Estima-se que 60% do ferro esteja nos tecidos dos animais na forma de hemoglobina (Suttle,

2010). Obviamente, uma das principais funções de ferro é o transporte de oxigênio dos

pulmões para os tecidos através da hemoglobina via circulação arterial e o retorno do dióxido

de carbono via circulação venosa. Além disso, o ferro desempenha um papel importante no

armazenamento de oxigênio dentro de mioglobina. Outras funções incluem: componente de

enzimas metabólicas, transporte de elétrons na cadeia de transportadora de elétrons,

metabolismo lipídico através dos citocromos b5 e P-450 (NRC, 2012; Suttle, 2010; Hill e

Spears, 2001).

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Ferro para o organismo é classificado como essencial primeiro por estar associado a

componentes com funções fisiológicas específicas, segundo pelo seu armazenamento regular

a sua homeostase (Hill e Spears, 2001).

De acordo com Mateos et al. (2005b), a deficiência de ferro em suínos é limitada a leitões

recém-nascidos mantidos em confinamento pois o ferro tem dificuldade em transpor as

barreiras da placenta e da glândula mamária, devendo a suplementação ser realizada por meio

de injeção intramuscular de ferro dextrano (100 a 200mg de ferro). Porém, Monteiro (2006)

concluiu que a substituição da injeção por um suplemento rico em ferro quelatado a partir do

segundo dia de vida, em dias alternados, até o décimo dia foi efetiva no controle da anemia

ferropriva nos leitões, aumentando as concentrações sanguíneas de hemoglobina e glicose, e

reduzindo a mortalidade e problemas sanitários durante a amamentação.

O ferro é absorvido no estado de Fe3+

, porém ao se ligar à transferrina presente na parede da

borda em escova, ele é reduzido a Fe2+

. A maior parte da absorção ocorre no intestino delgado

proximal, sendo que os animais apresentam limitada capacidade de excretar o ferro (Pozza e

Furlan, 2014). O ferro é transportado através das células da mucosa através de complexos de

baixo peso molecular ou ligados a aminoácidos, tais como cisteína, ornitina, lisina, histidina

(Hill e Spears, 2001); ele também pode ficar estocado ligado à ferritina.

Segundo Underwood e Suttle (1999), a absorção de ferro em não ruminantes varia de acordo

com a idade, status de ferro no organismo, condições do trato gastrointestinal (principalmente

o intestino delgado devido aos sítios de absorção), quantidade e forma química do ferro

ingerido, quantidade e proporção de outros minerais e compostos na dieta que podem interagir

ou competir pelo mesmo sítio de absorção com o ferro, como é o caso do cobre, manganês,

cobalto e cádmio.

O ferro dietético está disponível em duas formas: ferro-heme, derivado da hemoglobina e da

mioglobina (elevada biodisponibilidade); e ferro não-heme, presente principalmente nos

vegetais. O ferro não-heme ocorre na valência férrica (Fe3+

), com baixa biodisponibilidade e

susceptível à influência de outras substâncias da dieta, devendo ser primeiro reduzido à

valência ferrosa (Fe2+

), que é solúvel no pH do lúmen intestinal, para torná-lo mais

biodisponível.

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O ferro não heme é considerado o mais importante promotor de oxidação de sistemas cárneos

e sabe-se que proporciona formas químicas de ferro de grande importância. O aumento da

quantidade de ferro não heme em carnes é considerado um reflexo da diminuição de ferro

heme como consequência da quebra da molécula heme durante o cozimento ou estocagem

(Estévez e Cava, 2004). Essa susceptibilidade à oxidação lipídica é influenciada pela

capacidade antioxidante do animal, mais precisamente o status de vitamina E, e pela ingestão

de fontes lipídicas, principalmente os ácidos graxos poli-insaturados (PUFA) por serem

prontamente peroxidados (Suttle, 2010).

A maioria dos grãos de cereais contêm de 30 a 60mg Fe/kg MS, embora 10 e 20 mg/kg MS

foram registrados para o milho e cevada, respectivamente. Os valores mais elevados

encontrados para subprodutos de cereais foram 480 mg/kg MS em farelo de glúten de milho,

220 mg/kg MS no trigo e 2.600 mg/kg MS no de farelo de arroz (Suttle, 2010). Esses valores

refletem tanto a distribuição desigual de ferro nos grãos como a contaminação que pode

ocorrer durante o processamento. Sementes de leguminosas e seus farelos normalmente

contêm de 100 a 200 mg Fe/kg MS (Suttle, 2010), sendo que no farelo de soja (p.ex.) somente

38% está biodisponível (NRC, 2012). O ferro em grãos e farelos estão amplamente

complexados ao fitato, fibra ou proteínas (Baker, 2001).

Segundo Rostagno (2011) as fontes de ferro utilizadas para suplementar as rações de aves e

suínos no Brasil são o carbonato de ferro (FeCO3), sulfato ferroso (FeSO4.H2O) e sulfato

ferroso (FeSO4.7H2O), contendo respectivamente 43%, 30% e 20% de ferro. As formas

orgânicas mais usadas são ferro-metionina e ferro-glicina, tendo o ferro 180% de

biodisponibilidade contra 30% do sulfato ferroso (NRC, 2012). Essa biodisponibilidade das

formas orgânicas ainda é questionada por alguns autores, que defendem a ideia de que atacar

as formas antagônicas do ferro seja mais eficiente para aumentar a sua absorção.

1.2.4. Iodo (I)

A maior parte do iodo nos suínos está presente na tireoide, onde existe como componente dos

hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). Esses hormônios são responsáveis pela

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regulação da taxa metabólica, e são essenciais para o crescimento, termorregulação,

reprodução, circulação, contração muscular e desenvolvimento dos fetos e animais jovens

(Furlan e Pozza, 2014; Hill e Spears, 2001).

Para suínos e aves, as exigências foram definidas para o mínimo aumento do peso da tireoide,

sendo que processos como extrusão e peletização interferem nesses requisitos (Suttle, 2010).

Estudos feitos por Cromwell et al. (1975) estabeleceram um nível de exigência entre 0,9 a

0,14mg/kg de iodo em dietas baseadas em milho e soja para prevenir a hipertrofia da tireoide

em suínos em crescimento. Esse cuidado deve-se ao fato de que certos alimentos como colza,

canola, linhaça, lentilhas, amendoim e soja possuírem compostos goitrogênicos que podem

produzir anticorpos que interferem na função da tireoide ou interferem na absorção do iodo, e

a presença deles aumenta a exigência desse micromineral. Schone et la. (1988) trabalhando

com suínos em terminação alimentados com rações contendo 8% de colza, concluíram que

deveriam suplementar com no mínimo 0,5mg de iodo/kg para que não houvesse impacto tanto

na produção de hormônios tireoidianos quanto no desempenho dos animais.

As recomendações de iodo apresentadas por Rostagno (2011) para suínos nas fases

crescimento I, crescimento II, terminação I e terminação II os níveis de 0,80, 0,70, 0,60 e

0,50mg/kg, respectivamente. Mas segundo o NRC (2012), a incorporação de sal iodado

(0,007% iodo), numa concentração de 0,2% na dieta, fornece quantidade suficiente de iodo

(0,14mg/kg) para atender as exigências de suínos em crescimento alimentados à base de

milho e soja.

As concentrações de iodo em plantas são altamente variáveis devido à espécie, as diferenças

climáticas, as condições sazonais e da capacidade do solo para fornecer iodo (Suttle, 2010).

Cereais e farelos de oleaginosas são pobres em iodo, contendo em média 0,05mg/kg desse

microelemento por kg de matéria seca, sendo assim, ele deve ser suplementado na dieta. As

fontes mais utilizadas na suplementação e a quantidade de iodo presente nelas são o iodato de

cálcio contendo 62%, óxido de cobre com 66%, iodato de potássio com 59% e iodeto de

potássio com 76%, estando o iodo 100% disponível (Rostagno, 2011; Baker, 2001). A fonte

orgânica é o diidroiodeto de etilenodiamina (EDDI) que contém 78 a 80% do elemento com

alta disponibilidade.

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Alimentos alternativos, como o farelo de soja expulso e extrusado (EESM) e grãos secos por

destilação com solúveis (DDGS) apesar de terem sido incluídos com sucesso na dieta de

suínos, influenciam na quantidade de gorduras insaturadas na dieta e consequentemente na

qualidade da gordura na carcaça, já que sua composição é afetada pelos ácidos graxos da dieta

(Benz et al, 2011; Gatlin et al, 2002). Esse aumento da concentração de ácidos graxos

insaturados na carcaça deixam a carne suína com uma gordura mais macia e mais sujeita à

rancificação, alterando as características necessárias para o processamento e a capacidade de

atender às exigências para exportação (Benz et al, 2011; Hugo e Roodt, 2007).

Como todos os elementos aniônicos, o iodo é absorvido de forma muito eficiente no trato

gastrointestinal e isso permite que qualquer iodo secretado antes dos locais de absorção sejam

extensivamente reciclados (Suttle, 2010).

1.2.5. Manganês (Mn)

O manganês está envolvido na manutenção do tecido conjuntivo, no crescimento ósseo, em

funções reprodutivas e no metabolismo de carboidratos e lipídios como cofator da enzima

piruvato carboxilase, além de diversas outras (Apple et al., 2005; Kiefer, 2005). É um

componente obrigatório da enzima superóxido dismutase mitocondrial (SOD), responsável

pela correta metabolização dos radicais livres nas mitocôndrias e é essencial para a síntese de

sulfato de condroitina, um componente dos mucopolissacarídeos da matriz orgânica dos ossos

(NRC, 2012). Tem sido demonstrado ainda que o manganês exerce papel importante na

função imunológica, interagindo com a atividade de neutrófilos e macrófagos (Furlan e Pozza,

2014; Mateos et al, 2005a). O manganês também é necessário para a fosforilação oxidativa na

mitocôndria, para síntese de ácidos graxos e incorporação de acetato no colesterol (Leeson e

Summers, 2001).

A ativação da enzima superóxido dismutase pelo manganês desencadeia a quebra de radicais

livres e consequentemente pode proporcionar uma redução nos valores de TBARS em cortes

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de carne suína e auxiliar na prevenção da descoloração da carne na prateleira. Quando em

deficiência desse elemento há aumento na deposição de gordura (Furlan e Pozza, 2014).

A absorção do manganês é baixa, sendo assim a excreção relativa nas fezes é alta (Furlan e

Pozza, 2014). Sua biodisponibilidade nos principais alimentos também se mostra baixa

(Leeson e Summers, 2001). Fatores que afetam essa absorção não foram bem estudados em

suínos, mas sabe-se que a deficiência de ferro (Fe) melhora a absorção do manganês,

enquanto que altos níveis de cálcio (Ca) e fósforo (P) prejudicam, assim como ocorre em aves

(Hill e Spears, 2001).

A absorção e excreção parecem ser dependentes da formação de um quelato natural

especialmente com sais biliares e mudanças marcantes têm sido notadas na distribuição do

manganês no organismo com o uso de quelatos artificiais (Leeson e Summers, 2001).

Segundo Andriguetto et al. (2002), o manganês é encontrado em pequena quantidade na

maioria dos tecidos, em níveis de 2 a 4ppm nos ossos, fígado, hipófise, glândulas mamárias,

rins, pâncreas e nos músculos em níveis de 1ppm.

As exigências de manganês para suínos são baixas, o NRC (2012) apresenta recomendações

em manganês numa média de 4,11mg/kg de ração para suínos dos 35 aos 135kg.

Ammermam et al. (1995) trabalhando com biodisponibilidade de fontes de manganês

observaram que a disponibilidade relativa para o Mn-metionina e Mn-proteinato foram 120 e

110%, respectivamente, quando comparado com o sulfato de manganês.

As fontes proteicas vegetais contêm normalmente de 30 a 50mg/kg de manganês e os animais

entre 5 e 15 mg/kg (Hill e Spears, 2001). Além disso, esse mineral traço é altamente

concentrado nas camadas exteriores dos grãos, isto significa que a inclusão de farelo dos

alimentos pode aumentar o manganês dietético (Suttle, 2010). Porém, Baker (2001) sugere

que no milho, soja, farelo de trigo e farinha de peixe o manganês deve ser considerado

praticamente indisponível para frangos e suínos, enquanto que no farelo de arroz a

biodisponibilidade é mínima.

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1.2.6. Selênio (Se)

O selênio é cofator de enzimas e proteínas de importância na defesa antioxidante, função nos

hormônios da tireoide e insulina, regulação do crescimento celular e manutenção da

fertilidade (Furlan e Pozza, 2014). Dentre essas funções, destaca-se a participação na enzima

glutationa-peroxidase, uma selenoproteína cuja função é proteger a célula em processos

oxidativos, trabalhando sinergicamente com a vitamina E, um antioxidante específico de

lipídeos solúveis na membrana (Suttle, 2010). A manutenção da integridade da membrana

celular é fundamental para evitar a perda de água e preservar a cor da carne (Dunshea et al,

2005; Mateos et al., 2004).

As concentrações de selênio nos alimentos e forragens variam muito e está ligada às espécies

de plantas e a concentração no solo. A forma dominante de selênio nos alimentos é ligada à

proteína selenometionina, que representa 55-65% do micromineral nos cereais, podendo esse

valor ser maior em concentrados proteicos. Outras formas incluem a selenocisteína numa

proporção entre 5 e 15% e outros seleno-compostos (Whanger, 2002).

As formas comuns de suplementação de selênio inorgânico no Brasil tem sido o selenato de

sódio (Na2SeO4) que contém cerca de 42% de selênio e o selenito de sódio (Na2SeO3) com

45% do elemento (Rostagno et al., 2011). Na forma orgânica, o selênio-levedura é a mais

eficiente para suplementar esse micromineral (NRC, 2012).

Rutz e Murphy (2009) concluíram que o selênio orgânico é mais retido no organismo que o

inorgânico, o que reduz sua excreção no meio ambiente e melhora seu uso, principalmente em

condições de estresse, situação na qual as exigências de antioxidantes aumentam para proteger

os tecidos dos radicais livres. Segundo Kiefer (2005), a inclusão de selênio na forma orgânica

na dieta de suínos melhora a atividade da glutationa peroxidase (GSH-Px), enzima que atua na

prevenção da oxidação de membranas celulares, diminuindo a vulnerabilidade da membrana

celular a oxidação e precipitação de água da carne.

Para a maioria dos elementos, o valor nutricional de certa fonte é dependente da eficiência

com o qual ele é absorvido. No entanto, para o selênio não depende só disso. A forma

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inorgânica de suplementação como o selenito, pode ser passivamente absorvida, enquanto

como selenato a absorção segue as mesmas vias do molibdato e sulfato (SO4) e podem ser

vulneráveis ao antagonismo entre estes ânions (Suttle, 2010). Em contrapartida,

selenometionina e selenocisteína seguem as rotas de absorção da metionina e cisteína, sendo

absorvidas como moléculas intactas através da mucosa do intestino delgado (Vendeland et al.,

1992). O valor de uma fonte de selênio também pode ser influenciado pela oferta de proteína

na dieta e pela síntese de proteína microbiana (Gaudré e Quiniou, 2009).

A maior absorção do selênio nos suínos ocorre no íleo, no ceco e no cólon, não havendo

absorção no estômago e na primeira porção do intestino delgado (McDowell, 2003).

Rostagno et al. (2011) recomendam níveis de 0,29, 0,26, 0,22 e 0,18mg Se/kg de ração,

respectivamente para as fases de crescimento I (30-50kg PV) e II (50-70kg PV), e terminação

I (70-100 kg PV) e terminação II (100-120kg PV).

1.2.7. Zinco (Zn)

O zinco é um dos constituintes da metaloenzima anidrase carbônica (0,3%) que atua no

equilíbrio ácido-base, no desenvolvimento de cartilagens e ossos, nos processos de replicação

celular, na expressão gênica do ácido nucléico (Mateos et al., 2005b; Leeson e Summers,

2001). Ele ainda é componente de outras metaloenzimas tais como superóxido dismutase,

álcool-desidrogenase, carboxipeptidase, fosfatase alcalina, DNA e RNA polimerases, estando,

portanto, envolvido o metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas (NRC, 2012; Gaudré

e Quiniou, 2009; NRC, 2001). Desempenha um papel importante na reparação tecidual e

cicatrização, na síntese de proteínas e digestão, e na otimização da ação da insulina (Vilar da

Silva e Pascoal, 2014).

O processo de absorção do zinco ocorre predominantemente no duodeno e jejuno (Suttle,

2010). Esse processo é influenciado por vários fatores, incluindo status de zinco no animal,

idade, estado fisiológico, componentes da dieta, estado de saúde e espécie (Furlan e Pozza,

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2014). Dos fatores dietéticos, os níveis de ácido fítico, fitato nos vegetais, cálcio, cobre,

cádmio, cobalto, ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA), histidina e, porcentagem e fonte

da proteína, podem interferir na absorção do zinco (NRC, 2012). No entanto, o zinco presente

no intestino não é proveniente apenas da dieta, mas também das secreções salivares,

intestinais, biliares e pancreáticas (Hill e Spears, 2001).

Para suínos nas fases de crescimento e terminação, Rostagno et al. (2011) recomendam de 88

a 55 mg Zn/kg de ração para atender às exigências nutricionais dos animais nessas duas fases

para um ótimo desempenho. Valores esses que corroboram com as recomendações de Jacela

et al. (2010) e NRC 2012 para animais alimentados com dieta a base de milho e soja, por

possuir quantidade significativa de fitato.

Níveis farmacológicos de óxido de zinco (2000 a 3000 mg/kg) administrados por 14 a 21 dias

após o desmame podem ser incluídos em dietas para leitões com o intuito de diminuir a

incidência de diarreia, aumentar o consumo e o ganho de peso, sugerindo um efeito

antibacteriano desse mineral traço, podendo também ser explicado pela participação na

proliferação celular e aumento da altura das vilosidades do intestino delgado., atuando assim

como melhorador de desempenho (Furlan e Pozza, 2014; Hauschild et al., 2012; NRC, 2012;

Gaudré e Quiniou, 2009).

As formas mais comuns de suplementação de zinco na dieta de suínos na forma inorgânica

são o óxido de zinco (ZnO, com cerca de 73% de disponibilidade desse elemento segundo

Rostagno et al., 2011) e o sulfato de zinco (ZnSO4,), sendo que dessa forma o micromineral

está 100% disponível (NRC, 2012). Essa mesma publicação informa que a porcentagem de

zinco absorvido e retido é geralmente superior a 50% do total ingerido. Na forma orgânica, o

zinco-lisina parece ter biodisponibilidade equivalente ao sulfato de zinco para suínos; zinco-

metionina e sulfato de zinco possuem a mesma eficiência para promover o crescimento em

frangos; o sulfato de zinco e o ácido picolínico de zinco são igualmente eficazes na redução

dos efeitos do estresse térmico em codornas (Suttle, 2010). Apesar das equivalências, as

formas orgânicas são também recomendadas pelo fato da baixa qualidade das fontes de zinco

inorgânico e por serem mais biodisponíveis, diminuindo a excreção fecal do micromineral.

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O teor de zinco em grãos de cereais varia pouco entre espécies de plantas, mas é muito

influenciado pelo estado de zinco do solo. Trigo, aveia, cevada e milheto contém entre 26 e

35mg Zn/kg MS em média, com valor ligeiramente mais baixo no milho. Cereais cultivados

em solos com baixa concentração de zinco podem conter menos de 20 mg Zn/kg MS.

Leguminosas e fontes de proteína animal são superiores em zinco do que os cereais, sendo a

farinha de penas com o maior teor (Suttle, 2010).

1.3. Biodisponibilidade

Muitas definições estão disponíveis para o termo ‘biodisponibilidade’. Forbes e Erdman

(1983) fizeram referência a ele como a eficiência com que os nutrientes são absorvidos e,

portanto, disponíveis para o armazenamento ou utilização. Para Fairweather-Tait (1992), a

biodisponibilidade é definida como a proporção do total de minerais em um alimento utilizada

para as funções corporais normais. Essas definições excluíram os dois aspectos importantes da

biodisponibilidade: absorção e utilização. Esses termos foram mais tarde utilizados por

Ammerman et al. (1995), que definiu a biodisponibilidade como o "grau em que um nutriente

ingerido de uma fonte particular é absorvido numa forma que pode ser utilizado no

metabolismo de um animal". A utilização é o processo de transporte, assimilação celular e

conversão a uma forma biologicamente ativa (O'Dell, 1984).

Um fato relevante em relação à biodisponibilidade mineral foi feito por Dreosti (1993):

"fatores físico-químicos que reduzem a absorção de nutrientes minerais do lúmen intestinal

são a influência predominante sobre a biodisponibilidade mineral". Esta declaração é

relevante ao compararmos a biodisponibilidade de minerais inorgânicos e orgânicos.

1.4. Suplementação micromineral Orgânica vs. Inorgânica

Para se obter uma boa nutrição, é necessário que o animal receba quantidades adequadas de

nutrientes, incluindo os minerais, a fim de evitar o comprometimento da sua saúde e do seu

desempenho produtivo (Kiefer, 2005). Os minerais são considerados de grande importância

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na alimentação de suínos e aves, pois participam de uma série de processos bioquímicos

essenciais a mantença e produção.

De acordo com McDowell (1992), os minerais podem ser classificados em macrominerais

(cálcio, fósforo, potássio, magnésio, sódio, enxofre e cloro) que são exigidos em quantidades

maiores pelo organismo do suíno e, microminerais (cobalto, cobre, iodo, ferro, manganês,

molibdênio, selênio, flúor e zinco) que são exigidos em quantidades muito pequenas.

Os macrominerais atuam como componentes dos ossos, tecidos e fluídos orgânicos, e também

intervêm na regulação da pressão osmótica e na mantença do equilíbrio ácido-base. Por outro

lado, os microminerais integram os sistemas enzimáticos em uma série de processos

metabólicos essenciais (Zardo e Lima, 1999), resposta imune, reprodução e crescimento

(Oliveira, 2004).

Vieira (2005) atribui a esses elementos a participação em ações catalisadoras de sistemas

enzimáticos, associando-se as proteínas para formar as metaloenzimas, além disso, participam

na formação do tecido conectivo, na manutenção da homeostase dos fluídos orgânicos e do

equilíbrio da membrana celular; possuem efeito direto ou indireto sobre as funções das

glândulas endócrinas, sobre a microflora simbiótica do trato gastrintestinal e participam no

processo de absorção e transporte dos nutrientes no organismo (Bertechini, 2012).

Tradicionalmente, a suplementação mineral é feita através da adição de sais inorgânicos tais

como cloretos, sulfatos, carbonatos e óxidos. Em geral, os cloretos e sulfatos são considerados

mais disponíveis do que os carbonatos, sendo os óxidos com a menor biodisponibilidade entre

eles (NRC, 1998). Apesar dessa menor biodisponibilidade, óxidos e carbonatos são muitas

vezes escolhidos como fonte de minerais devido à baixa reatividade no premix micromineral e

por conterem uma maior porcentagem de mineral, permitindo uma taxa de inclusão inferior

(Romeo, 2006). Essas formas salinas inorgânicas também são mais usadas devido ao baixo

custo, entretanto, a biodisponibilidade dos minerais é variável pois estão na forma de íons

livres, sendo bastante reativos, competindo com outros minerais pelo sítio de absorção e

formando complexos insolúveis com outras moléculas da dieta, tornando-se indisponíveis

(Condé et al, 2014).

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A baixa absorção de alguns minerais de fontes inorgânicas e, consequentemente, seus efeitos

poluentes nos dejetos, levaram a pesquisas com fontes alternativas, como os minerais de

fontes orgânicas, visando melhorar o desempenho e reduzir a capacidade poluente dos dejetos

suínos (Fremaut, 2003). Outra finalidade, é a de garantir a absorção do mineral no trato

intestinal sem entrar no processo de competição iônica (pressão iônica da mucosa intestinal),

normalmente determinada pela presença de maior concentração dos íons minerais (Wedekind

et al., 1994).

Os minerais na forma orgânica ou quelatada proporcionam maior rapidez na absorção e seu

transporte é facilitado, além de melhorarem a qualidade de carcaça e ovos (Maciel et al.,

2010). Partindo do pressuposto de que são mais facilmente absorvidos e retidos pelos animais,

esses minerais podem ser adicionados a uma concentração muito mais baixa na dieta do que

os minerais inorgânicos, sem qualquer efeito negativo sobre o desempenho produtivo, e

podem, potencialmente, reduzir a excreção de minerais (Nollet et al., 2007), diminuindo a

poluição ambiental.

Em geral, as fontes orgânicas de minerais podem ter várias origens e o que diferencia um

composto do outro, além da complexidade do processo industrial, é o tamanho da molécula e

a estrutura molecular na qual o mineral está ligado (Kiefer, 2005).

Minerais orgânicos ou quelatos são compostos formados por íons metálicos sequestrados por

aminoácidos, peptídeos ou complexos polissacarídeos que proporcionam a esses íons alta

disponibilidade biológica, alta estabilidade e solubilidade (Embrapa, 2005). A palavra quelato

é derivada do grego “che’le” que significa “garra em forma de pinça”, como observada na

lagosta e no caranguejo (Albion Research Notes, 2001), sugerindo a conotação de que o

mineral estaria “agarrado” à molécula orgânica e desse modo seriam absorvidos em conjunto.

Ensminger e Oldfield (1990) definiram quelatos como sendo estruturas cíclicas na quais um

elemento mineral é ligado a agentes carreadores ou quelantes através de ligações covalentes,

de modo que esses quelantes tem o papel de aumentar a absorção e a disponibilidade desse

mineral no organismo, além de aumentar a sua estabilidade física

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Quelato é um mineral da primeira série de transição da cadeia periódica (Cr, Mn, Co, Ni, Cu,

Zn) que se liga a aminoácidos via ligação coordenada covalente, formando uma substância

estável e eletricamente neutra (Vandergrift, 1993). Os minerais quelatados também são

definidos por Leeson e Summers (2001) como uma mistura de elementos minerais que são

ligados a algum tipo de carreador, o qual pode ser um aminoácido ou polissacarídeo, que

possui a capacidade de se ligar ao metal por ligações covalentes, formando uma estrutura

cíclica.

Outra definição de quelatos seria o produto resultante do compartilhamento de elétrons entre

um metal e um ligante, de modo que os minerais quelatados possuem ligantes não metálicos,

sendo desta forma denominados de orgânicos (Vieira, 2005). Segundo Kratzer e Vohra (1996)

o quelato é um complexo metálico onde o metal apresenta mais ligações do que sua valência,

e este é ligado a um ligante doador. O complexo possui um átomo de mineral no centro da

molécula e um ligante ao seu redor. Quando o ligante possui mais de um átomo doador o

complexo se torna um anel heterocíclico que é o anel quelato.

A AAFCO (Association of American Feed Control Official) em 2001 lançou uma definição

para estes minerais orgânicos com algumas diferenciações entre metais complexados e

quelatados, sendo:

Complexo metal-aminoácido - produto resultante da complexação de um sal de metal solúvel

com aminoácido(s). O conteúdo mínimo de metal deve ser declarado. Quando utilizado em

alimentos comerciais, ele deverá ser expresso especificamente como complexo metal e

aminoácido.

Complexo metal-aminoácido específico - produto resultante da complexação de um sal de

metal solúvel com um aminoácido específico. O conteúdo mínimo de metal deve ser

declarado. Quando utilizado em alimentos comerciais, ele deve ser expresso como complexo

metal e aminoácido.

Quelato metal-aminoácido - produto resultante da reação de um íon metálico de um sal

solúvel com aminoácidos em uma relação molar de um mol de metal para um a três

(preferencialmente dois) moles de aminoácidos formando ligações coordenadas covalentes. O

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peso médio dos aminoácidos hidrolisados deve ser aproximadamente 150 dáltons e o peso

molecular do quelato não deve exceder a 800 dáltons. O conteúdo mínimo do metal deve ser

declarado. Quando utilizado em alimentos comerciais, ele deve ser expresso especificamente

como quelato metal-aminoácido.

Complexo metal-polissacarídeo - produto resultante da complexação de um sal solúvel com

uma solução de polissacarídeos, declarado como um ingrediente do complexo específico.

Metal proteinado - produto resultante da quelação de um sal solúvel com aminoácidos e/ou

proteína parcialmente hidrolisada. Deve ser declarado como um ingrediente metal proteinado

específico.

Segundo Kincaid (1989), os quelatos podem adquirir notável estabilidade e se tornam tão

estáveis que o íon metálico é liberado com grande dificuldade, enquanto outros agentes

sequestrantes apresentam fácil liberação e alta absorção. Existem três tipos de quelatos de

importância nutricional: 1) os quelatos que não modificam as propriedades físico-químicas do

ligante e não afetam a capacidade de absorção e transporte pelas membranas celulares,

propiciando melhor eficiência de aproveitamento do mineral, como aminoácidos ou

polipeptídios, mono ou polissacarídeos, leveduras enriquecidas com minerais e outros; 2)

quelatos metabólicos que existem naturalmente nos animais como hemoglobina,

metaloenzimas, citocromos, entre outros; e 3) quelatos que interferem na utilização de

minerais essenciais chamados acidentais sem função ou valor biológico (fitatos/oxalatos)

indisponibilizando de certa forma os minerais (Patton, 1990).

Na forma inorgânica, os minerais são geralmente ionizados no estômago e posteriormente

absorvidos no intestino delgado, onde se ligam a proteínas e posteriormente são incorporados

pela membrana das células da mucosa intestinal, sendo que a passagem para o interior das

células poderá ocorrer por difusão passiva ou transporte ativo (Herrick, 1993). Durante a

digestão podem ocorrer interações do mineral com outros componentes da digesta, reduzindo

a absorção através do intestino (Acda e Chae, 2002), ocorrendo geralmente devido a formação

de precipitados insolúveis ou competição pelos sítios de absorção entre os elementos

minerais, com interações antagônicas que inibem a absorção (Cabell e Earle, 1965; Vohra et

al., 1965; Souza e Boin, 2002).

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A absorção dos minerais também depende da solubilização das suas moléculas no lúmen

intestinal, possibilitando que os metais ionizados possam ser transportados pelas proteínas

carreadoras através da membrana celular dos enterócitos. Este processo depende do pH do

meio, de modo que, em pH mais ácido, aumenta a solubilização e em pH mais básico, reduz a

solubilização (Vieira, 2005).

Reddy et al. (1992) sugeriram que as formas orgânicas dos microelementos aumentam a

biodisponibilidade dos minerais em relação às formas inorgânicas, podendo trazer vários

benefícios ao animal, tais como: maior taxa de crescimento, maior ganho de peso, melhora na

qualidade da carne, redução da taxa de mortalidade e do efeito do estresse.

De acordo com Power e Horgan (2000) e Acda e Chae (2002), as principais características de

um mineral quelatado seriam: possuir elevada capacidade de transpor a parede intestinal,

atingindo a circulação; baixa toxicidade; facilidade de ligação nos locais e nas moléculas

específicas onde exercem suas funções; capacidade de transpor eficientemente as barreiras

placentárias, tornando-se disponível ao feto; ativar os microrganismos da microbiota

intestinal, melhorando o aproveitamento dos ingredientes da dieta; liberar as moléculas

orgânicas ligadas ao metal nos processos metabólicos no interior da célula; ativar e aumentar

a secreção de enzimas digestivas e regular a absorção mais eficiente dos nutrientes da dieta.

Souza e Boin (2002) afirmaram que novas técnicas têm possibilitado a produção de

compostos orgânicos semelhantes às moléculas responsáveis pelo transporte de minerais no

organismo animal, resultando em maior biodisponibilidade, porém depende de três condições:

Forma de ligação com o metal: nos quelatos formados com dois ou três aminoácidos, o íon

metálico fica inerte na molécula, entrando com facilidade nas vias metabólicas, pois assume a

característica da molécula orgânica.

Peso molecular da forma quelatada: o baixo peso molecular é a chave para absorção como

uma molécula intacta. Se o peso molecular de um quelato for maior que 800 dáltons,

certamente sofrerá prévia hidrólise na luz do trato digestivo e a absorção pela mucosa não será

garantida.

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Constante de estabilização do quelato: deve ser constituído de dois ou três anéis de

aminoácidos quelantes para serem estáveis. Se a constante de estabilização for grande, estes

irão resistir à ação das peptidases que quebram as ligações peptídicas internas liberando o

átomo de metal do quelato. Essa constante, segundo Chitolina e Glória (1991), é a medida da

estabilidade dos complexos, determinada pela energia de ligação entre o metal e o ligante.

Smits e Henman (2000), estudando desempenho de suínos alimentados com dietas contendo

fontes de cobre (20 ppm de cobre, 150 ppm de sulfato de cobre e 40 ppm complexo de cobre

orgânico), verificaram melhora da taxa de crescimento de suínos na fase de crescimento

suplementados com complexo de cobre orgânico, mas não no período de terminação. Por

outro lado, Close (1999) verificou que o desempenho de suínos alimentados com cobre

orgânico e inorgânico foi similar. Contudo, tem-se observado considerável redução da

excreção de cobre com a utilização de fontes orgânicas de cobre (Smits e Henman, 2000; Lee

et al., 2001).

Burkett et al. (2006) conduziram um experimento para estudar os efeitos da suplementação de

microminerais (Cu, Fe e Zn) na forma inorgânica e orgânica nas fases de crescimento e

terminação. O ensaio consistia de 528 suínos mestiços e 4 tratamentos dietéticos, sendo: T1)

tratamento com 100% de suplementação com fonte inorgânica; T2) com 100 %

suplementação de fonte orgânica (Bioplex®); T3) com 75% de fonte orgânica, e o T4) com

50%. Não houve diferença para as características ganho médio diário e de carcaça entre os

tratamentos. A excreção fecal de Cu, Fe e Zn foi mais elevada em todas as fases de coleta

para o tratamento com 100% de suplementação inorgânica.

As avaliações do zinco possuem resultados variados. Carlson et al. (2004), avaliando níveis

inferiores de zinco na forma orgânica (0, 500 e 800 ppm) e inorgânica (óxido de zinco, 2500

ppm) durante o período de creche, não conseguiram diferença no desempenho dos suínos, mas

houve menor excreção nas fezes de zinco quando na forma orgânica. Muniz et al. (2010)

tiveram respostas positivas no desempenho de leitões com o aumento dos níveis de zinco na

forma orgânica (300, 600 e 900 ppm), justificado pelo aumento do consumo de ração e ganho

de peso até 21 dias pós-desmame, porém, não houve redução na incidência de diarreia se

comparado ao uso do zinco inorgânico (2400 ppm). Na pesquisa de Hernández et al. (2008)

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foi reduzido em um terço a inclusão de zinco quando na forma orgânica sem alterar a taxa de

crescimento e níveis do mineral no organismo de suínos em crescimento e terminação.

Mahan et al. (1999) compararam duas fontes de selênio (orgânica e inorgânica) e diferentes

níveis de suplementação desse mineral (0,05; 0,10; 0,20 e 0,30 ppm) nas rações de suínos nas

fases de crescimento e terminação, não observando respostas significativas das fontes de

selênio em relação aos parâmetros de desempenho; características de carcaça e na atividade da

glutationa peroxidase, porém, observaram concentrações superiores de selênio no pâncreas e

no lombo quando usaram selênio de fonte orgânica.

Ao avaliarem níveis de inclusão de manganês orgânico e tempo de prateleira da carne suína,

Apple et al. (2005) observaram que o nível de 350 ppm deste diminui a incidência de carne

PSE (pálida, flácida e exsudativa), além de melhorar a cor e capacidade de retenção de água

na carne fresca. Em trabalho semelhante, Sawyer et al. (2007) não observaram diferença no

desempenho entre os suínos suplementados ou não com manganês orgânico na fase de

crescimento e terminação, porém houve melhora na qualidade de carcaça e na cor da carne

após dois dias embalada e exposta em prateleira refrigerada.

Ao suplementar suínos em crescimento com 400 ppb de cromo-metionina, Almeida (2010)

constatou redução no consumo diário de ração dos animais sem afetar a conversão alimentar

dos mesmos, o que pode ser consequência do aumento da digestibilidade da matéria seca,

ocasionando maior aproveitamento dos nutrientes dietéticos. Oliveira e colaboradores (2007)

obtiveram o mesmo resultado usando 200ppb de cromo-metionina. Ao estudar efeitos

produtivos, qualitativos e econômicos, Oliveira e demais pesquisadores (2012) obtiveram

resultados positivos sobre a quantidade de carne magra na carcaça ao usar picolinato de

cromo, porém, não houve qualquer efeito sobre a profundidade de músculo, corroborando

com diversos autores que utilizaram qualquer forma de cromo quelatado (Almeida et al.,

2010). Jacela e colaboradores (2009), ao analisarem vários estudos, concluíram que a adição

de cromo orgânico em dietas de suínos em crescimento e terminação pode melhorar o

crescimento ou o rendimento de carcaça.

Rutz e Murphy (2009) concluíram que o selênio orgânico é mais retido no organismo que o

inorgânico, o que reduz sua excreção no meio ambiente e melhora seu uso, principalmente em

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condições de estresse, situação na qual as exigências de antioxidantes aumentam para proteger

os tecidos dos radicais livres. Para machos reprodutores, Martins et al. (2010) confirmaram

melhora na motilidade espermática e produção de espermatozoides normais com o uso de

selênio orgânico e vitamina E. Segundo Kiefer (2005), a inclusão de selênio orgânico na dieta

de suínos melhora a atividade da glutationa peroxidase (GSH-Px), enzima que atua na

prevenção da oxidação de membranas celulares, diminuindo a vulnerabilidade da membrana

celular a oxidação e precipitação de água da carne.

Muitos estudos descobriram benefícios tanto no desempenho quanto na qualidade de carcaça

e carne quando se substitui minerais inorgânicos pelas formas orgânicas, mas ainda faltam

ajustes quanto aos níveis de inclusão. No entanto, a principal vantagem é a redução da

excreção nas fezes devido ao aumento da biodisponibilidade de microminerais orgânicos.

2. CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA E CARNE SUÍNAS

2.1. Características de carcaça

A suinocultura está constantemente buscando métodos econômicos para aumentar a eficiência

de produção e, ao mesmo tempo, a qualidade da carcaça, de modo a manter a sustentabilidade

da atividade e atender às exigências do consumidor (Cantarelli at al., 2009).

Silva et al. (2013) afirmaram que a qualidade e a segurança dos alimentos representam uma

das características mais exigidas pelo mercado consumidor atualmente. Neste sentido, estes

conceitos estão bem sedimentados na cadeia da carne suína, sendo foco a produção de animais

precoces, eficientes e que apresentem carcaças com elevada relação carne: gordura associada

a um ótimo padrão de qualidade.

Durante a produção do suíno, muitos fatores influenciam a composição e a qualidade das

carcaças, e a qualidade da carne final. As características da carcaça também podem ser

afetadas pela nutrição. A base da literatura atual indica que a fonte dos microminerais podem

impactar na habilidade de se produzir carcaças de qualidade.

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A influência da nutrição na qualidade da carcaça tem sido demonstrada em criações de

bovinos, suínos e aves. Muitas dessas pesquisas têm seu foco no impacto da energia

(principalmente lipídios), proteínas (aminoácidos) e melhoradores de crescimento

(ractopamina) na deposição de proteína (músculo) e rendimento e composição de carcaça

(Sainz e Araújo, 2001). Esses mesmos autores evidenciam que outros nutrientes também

influenciam a qualidade final da carne, como as vitaminas e os microminerais. Alcançar uma

eficiência econômica na qualidade final do produto demanda mais do que uma simples análise

do processamento e pós-processamento, isto requer uma avaliação total do sistema. Construir

um status nutricional ideal dos microminerais é essencial para toda a cadeia.

Segundo Sainz e Araújo (2001), podemos distinguir duas características de maior importância

quanto a qualidade da carcaça: o rendimento e a qualidade da carne. O rendimento implica

num retorno financeiro direto ao frigorífico, já que está diretamente relacionado com a

quantidade de carne comercializável. A qualidade é um conceito mais complicado, porque

inclui os fatores de interesse ao setor varejista (ex., supermercados, açougues), bem como

para o consumidor. Entre os primeiros se encontram a aparência, vida de prateleira, etc.,

enquanto que os segundos incluem também o sabor, a maciez, e a suculência da carne.

De acordo com Bellaver (2005), vários produtos que promovem melhorias nas características

das carcaças têm sido lançados no mercado com o objetivo de melhorar a relação carne

magra:gordura nas carcaças. O cromo na forma de complexos orgânicos é um deles. Dentre os

vários experimentos conduzidos, destaca-se os de Renteria e Cuarón (1998), testando 558

suínos em crescimento e terminação com 200 ppb de picolinato de cromo, sendo que não

encontraram efeitos no desempenho. Porém, as carcaças dos animais apresentaram

diminuição da espessura de toucinho de 3,14 para 2,95 cm. Xi Gang e colaboradores. (2001)

mostraram acentuada melhoria na porcentagem de carne magra (7,58%) e área de olho de

lombo (15,55%) e diminuição da espessura de toucinho (10,90%). A controvérsia se

estabelece quando o trabalho de Mooney e Cromwell (1999), indicou em dois experimentos

que 200 ppm de picolinato de Cr não modifica a composição das carcaças de suínos de 21 aos

104 kg.

Outro micromineral estudado é o cobre. No experimento de Dove (1992), a adição de 250

mg/kg de CuSO4 na dieta tendeu a diminuir a espessura de toucinho em suínos em

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crescimento (aos 21, 28 e 35 dias -55,6 kg) e reduziu significativamente espessura de

toucinho em suínos em terminação (aprox. 98 kg) no experimento de Kawas e colaboradores,

em 1996. O uso de cobre orgânico (Bioplex®) tendeu a diminuir a profundidade do toucinho

(16mm inorgânico vs. 14,6 mm orgânico) em suínos em crescimento alimentados com 7, 20,

40 mg/kg de cobre em relação aos níveis similares na forma inorgânica (Fremaut, 2003). Em

outro estudo utilizando o mesmo mineral, não houve qualquer efeito da alimentação de 100

mg/kg em comparação com Bioplex® Cu 20 ou 200 mg/kg de CuSO4 (Henman, 2001).

2.2. Qualidade da carne suína

Qualidade é um termo muito amplo e tem diferentes significados dependendo onde na cadeia

alimentar o termo é usado. Pode significar a cobertura de gordura na carcaça suína ou a

qualidade ao comer a carne, que é determinada pelo consumidor. O consumidor é o avaliador

final de qualidade; e a análise das necessidades dos consumidores é fundamental para a

melhoria da qualidade e, no final, os preços recebidos pelo produto (Silva et al, 2013).

De modo geral, pode-se dizer que a qualidade da carne depende da interação de fatores

intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos mais influentes são a genética, o manejo

alimentar, a idade e o sexo. Entre os fatores extrínsecos, as condições de abate, o tipo de

cozimento e os métodos de conservação são os mais importantes. A qualidade da carne suína

é consequência de fatores ambientais e genéticos juntos. Textura, cor, sabor, suculência e

aroma são características da carne suína influenciadas pelo processo bioquímico que acontece

durante a conversão do músculo em carne (Sarcinelli et al, 2007).

Dentro do manejo alimentar, pesquisas foram desenvolvidas para avaliar a resposta ao uso de

minerais orgânicos na produção de suínos. O desempenho dos animais alimentados com

rações suplementadas com minerais orgânicos não é sempre diferente daquele de suínos

alimentados com dietas contendo minerais inorgânicos (Creech et al., 2004; Martin et al.,

2011), mas os efeitos dos minerais sobre as características de carcaça e qualidade da carne

ainda são pouco investigados.

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Adicionalmente à melhora no desempenho, alguns estudos com microminerais, como o

selênio e o cromo, encontraram efeitos na qualidade da carne suína. No trabalho de Peres et

al. (2014), foi verificado que a suplementação de cromo foi eficiente na redução da oxidação

lipídica de carnes provenientes de suínos suplementados na terminação com diferentes fontes

de cromo. Os autores verificaram que a carne oriunda de animais sem a suplementação de

cromo, mostrou-se mais oxidada (0,43mg de malonaldeído/kg) que a carne dos animais

suplementados com cromo inorgânico (0,36mg de malonaldeído/kg) ou quelatado (0,32mg de

malonaldeído/kg).

2.2.1. Atributos para uma carne suína de qualidade

O National Pork Producers Council (1998) estabeleceu alguns parâmetros mínimos para uma

carne suína fresca de qualidade, tendo como corte padrão o lombo, avaliado 24 horas após o

abate (Tabela 2). Estes parâmetros atingem interesses diretos da indústria e do consumidor,

dois importantes segmentos da cadeia, considerando que vários países, como também o

Brasil, submetem amplamente a carne suína ao processamento industrial.

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Tabela 2: Atributos mínimos para uma carne suína de qualidade.

Atributo Alvo Comentário

Cor 3,0 a 5,0

Valor de L* entre 49 a 37

Utilizando escala de 6

pontos

Sistema CIELAB

pH Inicial maior que 5,8

Final menor que 5,9

Maciez Menor que 3,2kgf

Utilizando o Warner

Bratzler Shear, maturada por

7 dias

Flavor Odor característico da carne

suína

Ausência de off-flavors

Gordura intramuscular 2 a 4%

Perda de água Não exceder a 2,5%

Fonte: National Pork Producers Council (1998) adaptado por Bridi e Silva [s.d.].

2.2.1.1. pH

A queda do pH no músculo devido ao acúmulo de ácido lático é uma das mais significativas

mudanças que ocorrem no músculo durante sua conversão em carne. A velocidade da queda

do pH e sua extensão são altamente variáveis. Uma diminuição normal do pH no músculo

suíno é representada por um declínio de pH 7 no músculo vivo para pH 5,6-5,7 entre 6 a 8

horas post mortem e um pH final, 24 horas post mortem, em torno de 5,3-5,7 (Forrest, 1975;

Pardi et al., 1993).

O pH é uma das características mais importantes quando se fala em qualidade de carne, pois

está ligado diretamente à capacidade de retenção de água, à cor e à estrutura dos músculos.

Vários fatores como a temperatura, umidade, luz, espaço, ruídos genética e nutrição,

determinam a velocidade da queda do pH, o início e a duração do rigor mortis (Forrest, 1975;

Silveira, 1997).

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Fatores pré-abate, como a genética, nutrição e manejo podem modificar o metabolismo

muscular post mortem, levando a uma intensa glicólise muscular antes ou depois do abate,

gerando carnes de qualidade deficiente. Estas carnes são denominadas PSE (pale, soft and

exsudative – pálida, mole e exsudativa) e DFD (dark, firm and dry – escuras, firmes e secas),

e apresentam variações em suas colorações e alterações de suas propriedades funcionais,

sendo um dos maiores problemas enfrentados pela indústria processadora (Maganhini et al,

2007).

A carne PSE, segundo Garrido e Bañon (2000), é a mais comum nos suínos. Eles afirmaram

que animais estressados no momento do abate geram esse tipo de carne. A glicólise post

mortem é acelerada, havendo uma brusca queda do pH (de 7,2 para 5,8 em 45 minutos) antes

do completo resfriamento da carcaça. A rápida queda do pH associada à temperatura muscular

ainda elevada (>30ºC) desnatura as proteínas musculares resultando na flacidez e a

mioglobina, gerando uma palidez, características apresentadas por esse tipo de carne. Essa

carne tem também baixa capacidade de retenção de água, aumentando sua exsudação,

havendo perdas no seu valor nutritivo, sensorial e no processamento.

As carnes DFD são provenientes de animais que sofreram um estresse crônico antes do abate,

não tendo tempo suficiente para recuperar seu estoque de glicogênio muscular, resultando em

escassas reservas deste no momento do sacrifício. A glicólise após o abate se torna lenta, com

menor produção de ácido lático e, consequentemente, um pH final mais elevado (vide Tabela

3). Devido à maior integridade das proteínas musculares, essas carnes tem uma elevada

capacidade de retenção de água, apresentando-se firmes e refletindo menos luz (Garrido e

Bañon, 2000).

Boiago (2010) ao avaliar os efeitos da suplementação de zinco, selênio e manganês nas

formas orgânica e inorgânica para frangos de corte submetidos ao estresse térmico, encontrou

que a suplementação orgânica influenciou o pH e a porcentagem de perdas por gotejamento

das amostras de peito de frango, sendo que as amostras da carne das aves do grupo tratado

com a fonte orgânica apresentaram pH superior ao do grupo controle, que não recebeu

suplementação dos microminerais. Já o parâmetro perdas por gotejamento foi menor na carne

das aves que receberam a suplementação, reforçando a hipótese da importância dos

microminerais, principalmente o selênio, na preservação da integridade da parede celular e na

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prevenção da oxidação lipídica, diminuindo assim a porcentagem de líquido exsudado.

Tabela 3. Características da carne suína Normal, PSE e DFD

pH inicial pH final Cor L* Perda por

exsudação (PE)

Normal Igual ou > 5,8 < 6,0 > 43 e < 49 < 5%

PSE < 5,8 Igual ou < 5,6 > 50 > 5%

DFD > 6,0 < 42 < 5%

2.2.1.2. Temperatura

As reações catalisadas por enzimas nos músculos são sensíveis à temperatura. Sendo assim, a

temperatura na qual as carcaças recém abatidas são armazenadas pode interferir na velocidade

das reações químicas que ocorrem no tecido muscular. Geralmente, menores temperaturas de

estocagem durante a maturação resultam em carne menos macia e maiores temperaturas

aceleram a ação enzimática natural da carne fresca e a extensão do amaciamento. É desejável

reduzir a temperatura muscular o mais rápido possível para minimizar a desnaturação das

proteínas e inibir o crescimento microbiano, porém, essa redução não pode ser extremamente

rápida ao ponto de encurtas as fibras musculares (Forrest, 1975).

2.2.1.3. Cor

A cor da carne é devida, principalmente, a presença de dois pigmentos: mioglobina, que é o

pigmento dos músculos, e da hemoglobina, que é o pigmento do sangue, mas presente em

menor quantidade. Ela é um indicativo da qualidade da carne por estar relacionada à

atratividade, tanto para a indústria de carnes quanto para o consumidor, sendo a cor

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classificada como o mais importante defeito de qualidade pelos varejistas (Brewer e McKeith,

1999).

Em seu trabalho, McDowell (1992) concluiu que apesar do cobre ser necessário para a

oxidação do ferro, permitindo sua ligação à transferrina, a adição de cobre em níveis muito

acima do recomendado, como é feito nos Estados Unidos, potencializa as ações da cadeia

transportadora de elétrons na oxidação post mortem resultando numa carne de cor pobre e

com maior concentração de ácidos graxos insaturados.

Ren et al. (2008) ao adicionarem 100ppm de ferro quelatado na dieta de suínos de várias

raças, observaram uma melhora na cor da carne durante sua exposição no varejo. Concluíram

também que, zinco, manganês, cobre e ferro são ingredientes importantes da enzima

superóxido desmutase (SOD), que atua diminuindo os efeitos nocivos dos radicais livres

sobre a integridade da membrana celular, que influencia a cor da carne, melhorando sua

qualidade. Mas altos níveis, esses elementos aceleram a oxidação lipídica.

Roberts et al. (2002) observaram melhoria na cor e menor oxidação lipídica com o aumento

na dieta de manganês até 350mg/kg, mas a adição de 700mg/kg não teve efeitos benéficos.

Em um estudo posterior, acrescentou manganês na dieta de até o nível de 320mg/kg não teve

nenhum efeito sobre a cor de carne de porco ou perda por gotejamento (Roberts et al., 2003).

2.2.1.4. Perda por exsudação (PE) e Perda por cozimento (PC)

Cerca de 65 a 80% da massa muscular do animal vivo contém água. Ela atua como

lubrificante, solvente, carreadora de substâncias, mantém a turgidez das células e é um meio

onde ocorrem as reações químicas. A maior parte da água está fortemente ligada às proteínas,

que se não sofrerem intensa desnaturação, mantém a água ligada a elas durante a conversão

do músculo em carne. Esta retenção da água contribui para uma maior suculência e

palatabilidade da carne, assim como na cor, textura e maciez (Forrest, 1975).

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No experimento realizado por Ma et al. (2012) para avaliar os efeitos da suplementação de

Cu, Zn, Fe, Mn, I e Se nas formas orgânicas e inorgânicas e sua retirada da ração seis semanas

antes do abate, não encontrou diferença na perda por gotejamento entre os tratamentos com

microminerais orgânicos e inorgânicos, porém a retirada destes diminuiu a perda por

gotejamento com o passar do tempo. O mesmo resultado foi achado por Tian et al. (2001).

Neste trabalho também, não houve diferença entre os tratamentos na perda por cozimento.

No trabalho de D.Mikulsk et al (2009), foi estudado o efeito de fontes de selênio na qualidade

da carne de perus (tratamentos: sem selênio, com selenito de sódio e selênio enriquecido com

levedura). Nos resultados, houve uma diminuição (de 12.7% depois de 24h para 11.1% depois

de 48h) na perda de água por exsudação e também por cozimento (cerca 5.5%) na carne dos

perus alimentados com selênio enriquecido com levedura.

Saddoris et al. (2003), concluíram que o pH do músculo longissimus dorsi e a cor após 24h (L

*, a *), o marmoreio e escores de firmeza não foram afetados pela suplementação de 90mg/kg

de sulfato de Fe ou ferro quelatado (além de 40mg/kg de sulfato de Fe no premix de

microminerais), mas adição de ferro de qualquer uma das fontes reduziu a perda por

gotejamento de 10 a 15%.

Mahan et al. (1999) encontraram uma tendência ao aumento da perda por gotejamento do

lombo com o aumento a suplementação da dieta com selenito de sódio, mas não com uma

levedura enriquecida com selênio. Isto foi associado com o aumento dos valores de L * para o

lombo com o nível de selenito de sódio aumentado na dieta. No entanto, Wolter et al. (1999)

não encontraram diferença entre a suplementação com as duas fontes de selênio sobre a perda

por gotejamento, L *, ou outras medidas de qualidade da carne suína.

2.2.1.5. Maciez

A estrutura, consistência e textura são propriedades físicas difíceis de serem mensuradas

objetivamente, são então avaliadas pelos consumidores através da visão, tato e paladar, sendo

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as propriedades organolépticas que mais os interessam (Forrest, 1975).

A maciez da carne pode ser influenciada por fatores ante mortem (espécie, idade, sexo,

genética, alimentação, manejo pré-abate) e post mortem (resfriamento, taxa de glicólise e

velocidade da queda do pH, quantidade de colágeno, extensão da degradação das proteínas

miofibrilares). Outras características que causam variação na maciez são decorrentes dos

tratamentos tecnológicos aplicados às carcaças no período que segue ao abate (Pardi et al.,

1995).

Matthews et al. (2003) trabalhando com cromo propionato (CrProp), relataram que uma

pontuação combinada de firmeza-umidade tende a ser melhorada em suínos alimentados

CrProp; mas os dados de Matthews e outros pesquisadores em 2006, indicaramm que a

firmeza e umedecimento não foram afetados por CrProp. Além disso, estudos têm indicado

que o cromo não afeta a força de cisalhamento (Page et al., 1992; Matthews et al., 2003),

corroborando com os dados encontrados pelos últimos autores em 2006.

No experimento de Tian et al. (2001) avaliando 50 ou 200% de inclusão de microminerais

com base no grupo controle, além de premix de vitaminas, não constataram diferença entre os

níveis suplementados e a força de cisalhamento das amostras. Outras características de

qualidade da carne também não foram afetadas. Apesar de não apresentar diferença entre os

tratamentos, pôde-se concluir nesse estudo que a inclusão de 50% do total recomendado

comercialmente de microminerais continua garantindo qualidades de desempenho e da carne.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no setor de crescimento e terminação da Fazenda São Paulo®,

munícipio de Oliveira/MG, entre os meses de junho a setembro de 2012. Os animais foram

abatidos no Frigorífico Nutrili, localizado na cidade de Lavras/MG, distante 70 km da

Fazenda. As análises da qualidade da carne foram realizadas no Laboratório de Análises de

Alimentos da Universidade Federal de Lavras.

Foram utilizados 1200 suínos, 600 machos castrados e 600 fêmeas provenientes de

cruzamentos das genéticas AGROCERES PIC®

E DAN-BRED®, divididos em grupos de 20

animais por baia, sendo a baia considerada uma unidade experimental. Foram utilizados 10

machos e 10 fêmeas por baia com peso inicial 20,7±0,3 kg distribuídos em delineamento

inteiramente casualizado, com seis tratamentos, 10 repetições e 20 animais por unidade

experimental. Os tratamentos foram divididos conforme tabela abaixo.

Tabela 4. Tratamentos experimentais e especificações.

Tratamento Especificações

1 Dieta com premix mineral inorgânico (Indústria)

2 Dieta com premix mineral quelatado, Se e Cr levedura* – 133%

3 Dieta com premix mineral quelatado, Se e Cr levedura* – 100%

4 Dieta com premix mineral quelatado, Se e Cr levedura* – 66%

5 Dieta com premix mineral quelatado, Se e Cr levedura* – 33%

6 Dieta sem premix mineral

*Bioplex TR - Premix micromineral Alltech Inc.®

Os animais foram alojados em dois galpões de alvenaria, cobertos com telhas coloniais, piso

de concreto e pé direito de 2,8 metros, abrigando 30 baias cada. As baias continham

comedouros semiautomáticos e bebedouros tipo chupeta. Foi utilizado um termômetro de

registro de temperatura máxima e mínima, colocado no interior de cada galpão, para

monitorar a temperatura diária durante todo o período experimental. As temperaturas máxima

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e mínima do período foram, respectivamente, 9,5ºC e 35,4ºC no Galpão 1; 8,9ºC e 37ºC no

Galpão 2.

Durante o período experimental os animais foram pesados por baia aos 64 (dia do

alojamento), 99 (término da fase de recria) e 148 dias de idade (abate) e receberam quatro

tipos de rações: Recria I dos 64 aos 84 dias, Recria II dos 85 aos 99 dias, Terminação I dos

100 a 121 dias e Terminação II dos 122 dias de idade até o abate. As rações foram formuladas

para atender as exigências nutricionais propostas por Rostagno et al. (2011) para as fases de

crescimento e terminação (tabela 5), exceto para as exigências de microminerais, e foram

fornecidas à vontade.

A água também foi fornecida à vontade nos bebedouros tipo chupeta durante todo o período.

Não houve fornecimento de água nos comedouros para evitar o desperdício de ração.

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Tabela 5. Composição percentual das rações utilizadas no experimento.

INGREDIENTES Recria 1 Recria 2 Termin. 1 Termin. 2

64 a 84d 85 a 99d 100 a 121d 122 a 145d

Milho Grão 671,45 725,57 746,93 741,99

Farelo de Soja 212,51 189,17 170,14 194,27

Soja Integral Extr. 79,33 52,33 49,33 34,00

Fosfato Bicálcico 16,00 14,67 12,00 10,67

Calcário 38% 6,00 5,50 5,00 5,67

Sal Comum 4,39 4,40 4,44 4,46

L-Lisina 80% 3,39 3,42 3,41 3,45

Treonina 98% 1,15 1,09 1,23 1,26

DL-Met. 98% 1,41 1,16 1,14 1,23

Premix vitamínico¹

Ractopamina

0,60 0,60 0,50 0,50

0,00 0,00 0,00 0,40

Triptofano 98% 0,10 0,15 0,17 0,27

Colina 60% 0,27 0,27 0,20 0,20

Lincomicina 44% 0,00 0,00 0,00 0,13

Sulfato de Colistina 50% 0,20 0,16 0,00 0,00

Tiamulina 80% 1,20 0,00 0,00 0,00

Amoxicilina 50% 0,50 0,00 0,00 0,00

Florfenicol 4% 0,00 0,00 4,00 0,00

Inerte 1,50 1,50 1,50 1,50

¹ Suplemento vitamínico, suprindo as seguintes quantidades por kg do produto: 550.000 UI de vit. A, 150.000 UI

de vit. D3, 2.500mg de vit. E, 550mg de vit. K3, 175mg de vit. B1, 750mg de vit. B6, 3.000 mcg de vit. B12,

3.750mg de pantotenato de cálcio, 5.500mg de niacina, 2,25g de antioxidante, 6,25g de promotor de crescimento

e 75g de cloreto de colina.

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Tabela 6. Composição nutricional calculada das rações das fases de recria e terminação¹.

INGREDIENTES Recria 1 Recria 2 Termin. 1 Termin. 2

64 a 84d 85 a 99d 100 a 121d 122 a 145d

Proteína Bruta% 18,33 16,67 15,85 16,39

Gordura Total% 4,39 4,08 4,08 3,81

Cálcio% 0,70 0,64 0,55 0,55

Fósforo Total% 0,60 0,56 0,50 0,48

Fósforo Disponível% 0,38 0,35 0,30 0,28

Em. Met. Kcal/Kg 3.250,00 3.250,00 3.250,00 3.250,00

Lisina Dig. % 1,0500 0,9500 0,9000 0,9300

Met+Cis Dig. % 0,6195 0,5605 0,5400 0,5600

Treonina Dig. % 0,6825 0,6175 0,6030 0,6230

Triptofano Dig. % 0,1890 0,1710 0,1620 0,1770

Sódio% 0,2000 0,2000 0,2000 0,2000

¹ Valores calculados com base nos níveis nutricionais apresentados por Rostagno et al. (2011) ou pelos

fabricantes das matérias primas.

As inclusões dos microminerais em kg/tonelada, em substituição ao inerte, nas diferentes

fases de crescimento e terminação estão apresentadas na Tabela 7.

Tabela 7. Níveis de inclusão (kg/ton) de minerais nas rações utilizadas para os seis testes

Premix

micromineral Trat. 1 Trat. 2 Trat. 3 Trat. 4 Trat. 5 Trat. 6

Inorgânico 1,00 - - - - -

Bioplex TR - 1,33 1,00 0,66 0,33 -

Os níveis de inclusão dos microminerais em mg/kg (ppm) nas dietas que foram avaliadas nas

fases de crescimento, terminação 1, 2 e 3 estão apresentados na Tabela 8.

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Tabela 8. Concentração (mg/kg) dos microminerais adicionados às dietas.

MINERAL Premix

inorgânico

Bioplex TR

133%

Bioplex TR

100%

Bioplex TR

66%

Bioplex TR

33%

Sem

premix

Cobre 20 6,65 5 3,3 1,65 0

Cromo 0 0,133 0,1 0,066 0,033 0

Ferro 80 53,2 40 26,4 13,2 0

Iodo 1 1,33 1 0,66 0,33 0

Manganês 50 13,3 10 6,6 3,3 0

Selênio 0,4 0,199 0,15 0,099 0,045 0

Zinco 80 66,5 50 33 16,5 0

Para o abate e avaliação da carcaça e carne, foram escolhidos por tratamento um macho e uma

fêmea com pesos aproximados ao peso médio da baia, aos 148 dias de idade. No dia anterior

ao abate, a ração foi retirada às 20 horas, e os animais permaneceram em dieta hídrica e jejum

alimentar. Os animais foram embarcados às cinco horas da manhã, com duração do transporte

de aproximadamente uma hora e meia. No frigorífico os animais permaneceram em baias com

acesso irrestrito a água, sendo abatidos no horário das treze às quatorze horas. Os suínos

foram contidos em limitadores do tipo V e insensibilizados via corrente elétrica, com o uso de

dois eletrodos. O abate ocorreu pelo corte da veia jugular e a sangria realizada com os animais

na horizontal. Após o abate, escaldagem e evisceração, as carcaças foram divididas ao meio

no sentido longitudinal e resfriadas à temperatura de 2 ± 2ºC por 24 horas.

As carcaças foram pesadas logo após o abate (peso da carcaça quente) e 24 horas depois do

resfriamento (peso da carcaça resfriada).

As medidas de pH foram realizadas nos músculos Semimenbranosus e Longissimus dorsi, na

altura da última costela, aos 45 minutos após o abate (pH inicial) e após um período de 24

horas de resfriamento a 2 ± 2ºC (pH final). A leitura do pH foi realizada dentro da câmara de

resfriamento utilizando-se um aparelho portátil com eletrodo de inserção.

Após o resfriamento em câmara frigorífica durante 24 horas, as meia-carcaças esquerdas

foram medidas desde a borda cranial da sínfise pubiana até a borda cranial da primeira

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costela. Em seguida, cortadas na altura da última costela, na região de inserção da última

vértebra torácica com a primeira lombar, para obtenção da área de olho de lombo (AOL) e

espessura do toucinho (ET). O comprimento da carcaça é dado em centímetros, a AOL em

centímetros quadrados e a espessura de toucinho em milímetros. Fez-se então a coleta de

amostras de cerca de 400 gramas do músculo Longissimus dorsi, sendo embaladas em sacos

plásticos, identificadas e acondicionadas em caixa de isopor forrada com papel alumínio.

No laboratório as amostras foram cortadas transversalmente, obtendo-se cortes (subamostras)

de aproximadamente 2,5 centímetros de espessura. No sentido craniocaudal, a primeira

subamostra foi utilizada para análise da perda de água por gotejamento e a segunda para

avaliar a cor, perda de água por cocção e maciez (força de cisalhamento e textura), sendo as

três primeiras medidas realizadas no dia da coleta das amostras.

A capacidade de retenção de água na carne foi avaliada pela perda de líquido por gotejamento

e pela cocção. Para avaliar a perda de água por gotejamento retirou-se da subamostra os

tecidos ósseo e adiposo e os músculos espinhais e multifídios, permanecendo somente a fáscia

que recobre o músculo Longissimus dorsi. As amostras foram pesadas uma a uma em balança

analítica, colocadas suspensas por sacos raschel em embalagens plásticas e permaneceram por

48 horas sob refrigeração a 4ºC em geladeira doméstica. Após esse período, as amostras

foram retiradas das embalagens e pesadas novamente.

A cor foi determinada na carne resfriada 24 horas após o abate utilizando-se um colorímetro

portátil baseado no sistema de cor CIELAB. As amostras ficaram expostas ao ar por um

período de aproximadamente 30 minutos, para permitir a oxigenação do músculo. Em cada

amostra foram realizadas duas leituras com três pontos cada (correspondendo às letras L, a e

b), sendo o resultado de L*, a* e b* o valor médio de cada leitura.

As carnes foram classificadas como PSE (pálida, mole e exsudativa), normal e DFD (dura,

seca e escura) utilizando-se os valores de pH final, os valores de L* e a perda de água por

gotejamento, segundo metodologias propostas por Warner et al. (1997) e Channon et al.

(2000) e exemplificadas na tabela 9.

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Tabela 9. Valores de referência para classificação da carne suína.

VALORES Carne Normal Carne PSE Carne DFD

pH final < 6,0 < 6,0 > 6,0

L* 42-50 > 50 < 42

Perda de água por exsudação < 5% > 5% < 5%

Para avaliação da perda de água por cocção, as amostras foram pesadas e embaladas

individualmente em papel alumínio e identificadas. A chapa foi previamente aquecida por 20

minutos até atingir a temperatura de 170ºC. As amostras foram assadas, sem adição de

qualquer condimento, até atingirem a temperatura interna de 72ºC, quando foram retiradas.

Aguardou-se até que atingissem a temperatura ambiente, retirou-se o excesso de água e todas

as amostras foram colocadas na geladeira por 24 horas para serem então pesadas novamente.

A perda de líquido por cocção foi expressa em porcentagem de água perdida em relação ao

peso original da amostra segundo metodologia descrita por Bridi e Silva (2006).

A maciez da carne foi avaliada através das subamostras, previamente assadas, obtidas através

da secção do músculo paralelo ao sentido da fibra muscular. A força de cisalhamento foi

obtida pelo aparelho Warner-Bratzler Shear, conforme metodologia descrita por Whipple et

al. (1990).

3.1. Análises Estatísticas

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância utilizando-se o pacote

computacional SAEG (UFV, 2007). As médias dos tratamentos foram comparadas através do

teste de SNK a 5% de probabilidade, considerando-se o tratamento 1 (mineral inorgânico) o

controle positivo e o tratamento 6 (sem inclusão de premix) como o negativo.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Desempenho

O desempenho dos animais foi avaliado por meio do ganho de peso diário, consumo de ração

diário e conversão alimentar. Os resultados obtidos estão apresentados na Tabela 10.

Tabela 10. Efeito da suplementação micromineral sobre o desempenho de suínos de 20 a

100Kg.

Tratamentos n PI 1(kg) PF

2 (kg) GPD

3(kg) CRD

4(kg) CA

5(kg/kg)

T1 (MI6) 200 20,68 102,65 A 0,981 A 2,28 2,34 A

T2 (133%) 200 20,45 103,21 A 0,991 A 2,27 2,30 A

T3 (100%) 200 20,48 103,41 A 0,993 A 2,19 2,21 A

T4 (66%) 200 20,89 102,41 A 0,976 A 2,24 2,29 A

T5 (33%) 200 20,89 102,10 A 0,972 A 2,23 2,29 A

T6 (0%) 200 20,55 96,68 B 0,911 B 2,24 2,45 B

CV (%) 2,78 3,20 4,49 5,56

*letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste SNK (P< 0,05). 1PI: Peso Inicial;

2PF: Peso Final:

3GPD: ganho de peso diário;

4CRD: consumo de ração diário,

5CA: conversão

alimentar; CV: coeficiente de variação; 6MI: microminerais inorgânicos.

Os animais alimentados com a dieta sem fonte de microminerais (T6) tiveram menor ganho

de peso e peso final quando comparados com os animais dos demais grupos experimentais.

Apesar do consumo dos animais do T6 não diferir (P>0,05) dos demais tratamentos contendo

minerais, a eficiência no ganho de peso não foi a mesma, tendo esse tratamento uma

conversão alimentar pior (P<0,05).

A deficiência de microminerais, principalmente a de zinco, provavelmente resultou na

redução do ganho de peso dos animais. Uma das justificativas é fato do zinco ser componente

de várias metaloenzimas que estão associadas à síntese de DNA, RNA e proteínas. Sem o

suprimento necessário de zinco a síntese de ácidos nucleicos diminui, a timina (base

nitrogenada que compõe o nucleotídeo) não é conservada e o catabolismo do RNA é alterado.

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Além disso, também é observada diminuição da resposta à insulina e alteração na tolerância a

glicose nos animais (Hill e Spears, 2001).

A biodisponibilidade do Zn pode ser limitada por altos níveis de Ca na dieta. Quando o cálcio

é adicionado na ração que só possui o zinco dos alimentos aumenta a incidência de

paraqueratose (Luecke et al., 1956). Foi observada a ocorrência de paraqueratose em vinte e

três animais do T6 (19% do total), fato que pode ter levado a uma redução no consumo e

retardo do crescimento. Também nesse tratamento, alguns animais tiveram sinais clínicos de

ileíte, havendo aumento da excreção fecal de sangue e consequentemente de ferro. Isso

possivelmente aumentou a deficiência também desse mineral gerando perda de apetite e de

peso (Hill e Spears, 2001). Os animais dos demais tratamentos por receberem suplementação

mineral, mantiveram-se saudáveis ao longo do experimento.

Inflamações como a ileíte, não apenas levam à redução do consumo de alimentos mas

promovem a liberação de citocinas em resposta à inflamação, o que provocará uma alteração

em como e com qual prioridade os nutrientes serão utilizados pelo corpo. Quando uma

resposta inflamatória é sinalizada, o metabolismo do animal altera o destino dos nutrientes,

priorizando órgãos do sistema imune, fígado, pulmões e cérebro (Spurlock, 1997). Sendo

assim, os efeitos da inflamação no consumo de ração e partição de nutrientes pode ter

impactado negativamente a composição e condição corporal dos animais, porém essa partição

dos nutrientes ainda não está bem definida.

A ativação do sistema imune pode afetar o desempenho dos animais por aumentar a demanda

de aminoácidos devido ao aumento nas concentrações plasmáticas de proteínas de fase aguda

e em reações metabólicas desencadeadas por esta ativação (Oliveira Júnior et al., 2013).

Existe ainda aumento no catabolismo protéico, na gluconeogênese, proteólise e lipólise, além

de aumento na excreção de nitrogênio e inibição na síntese de hormônios anabólicos

decorrentes dos processos inflamatórios originados pelas citocinas inflamatórias,

principalmente pela ação das interleucinas 1 e 6, e fator de necrose tumoral (Machado e

Fontes, 2005). Estas citocinas afetam o desempenho por meio de reações antagônicas ao

crescimento, alterando a partição de nutrientes, favorecendo a resposta imune e resistência a

doenças. Em contrapartida, o ganho de peso, o consumo alimentar e a conversão alimentar são

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afetados negativamente; proporcionando pior desempenho em animais desafiados (Machado e

Fontes, 2005).

O ganho de peso diário e o consumo de ração não foram afetados pelas fontes de

microminerais usadas (P>0,05). Porém, os animais do T1 consumiram 4% a mais de ração

que os animais do T3, quando se faz a comparação dos dois testes que tiveram 100% de

inclusão de premix. Os animais que receberam a inclusão de 100% do Bioplex TR® tiveram

maior ganho de peso (82,93kg) em relação aos que receberam a dieta com microminerais

orgânicos (81,97kg), o que pode indicar maior biodisponibilidade dos microminerais e

consequentemente melhor aproveitamento dos mesmos. Resultados esses semelhantes aos

encontrados por Burkett et al. (2006) e Wolfe (2006) ao compararem o consumo dos animais

alimentados com o premix inorgânico adicionados em quantidades usualmente utilizadas pela

indústria de alimentação animal e a mesma ou menor inclusão do orgânico, concluindo que

apesar do maior consumo os animais não cresceram mais rápido que os demais.

Nesse estudo, o desempenho dos animais alimentados com o Bioplex TR®

não foi diferente

daqueles que consumiram a ração com os níveis de microminerais inorgânicos de acordo com

as recomendações de Rostagno et al. (2011) para as fases de crescimento e terminação. Essas

observações estão de acordo com Schiavon et al. (2000) e Creech et al. (2004) ao trabalharem

com diferentes fontes (sulfato vs. proteinatos) e níveis de inclusão de microminerais, 20 até

50% do recomendado pelo NRC 1998, observaram crescimento similar entre os animais dos

tratamentos.

Yu et al. (2000) e van Heugten et al. (2003) usaram as concentrações indicadas pelo NRC

1998 e níveis abaixo nas fontes orgânica e inorgânica para suínos, não observando melhora no

desempenho dos animais suplementados com a primeira fonte. Porém, Coffey et al. (1994) e

Zhou et al. (1994) relataram que os leitões suplementados com altos níveis de microminerais

orgânicos tiveram melhor desempenho do que aqueles alimentados com fontes inorgânicas.

Os animais suplementados com premix orgânico na dieta tiveram peso final semelhante

(P>0,05) aos animais que receberam o inorgânico (média de 102,78kg vs. 102,65kg,

respectivamente), porém a conversão alimentar daqueles com suplementação orgânica foi, em

média, 2,20% melhor considerando o período total do experimento. Resultado também obtido

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por Ma et al. (2012) ao avaliarem esses dois tipos de suplementação do desmame aos 98kg, e

Van Heughten et al. (2003) ao suplementarem com microminerais orgânicos com

concentrações igual ou inferiores aos requisitos para microminerais do NRC (1998) também

durante as fases de crescimento e terminação.

De acordo com as recomendações propostas por Rostagno et al. (2011), somente o tratamento

com a suplementação inorgânica e os níveis de Cr, Fe, I e Zn do T2, atenderam aos requisitos

propostos pelos autores. Os resultados obtidos podem indicar que ao utilizar fontes orgânicas,

os níveis de microminerais recomendados comercialmente (representados pelo T1) podem ser

reduzidos a 33% (P<0,05) sem afetar o desempenho dos animais na fase de crescimento e

terminação.

4.2. Avaliação de carcaça

Os dados referentes ao rendimento de carcaça, espessura de toucinho, profundidade do

músculo Longissimus dorsi e comprimento da carcaça estão representados na tabela 11.

Tabela 11. Efeitos dos tratamentos sobre as características de carcaça dos suínos

tratados com microminerais inorgânicos e orgânicos, e sem minerais.

Trat. n ET1 (P1) ET

1 (P2) PL

2 (mm) CC

3(cm)

T1 (MI4) 20 10,94 11,88 63,95 94,42

T2 (133%) 20 12,79 13,80 59,40 92,75

T3 (100%) 20 12,63 13,89 67,07 94,35

T4 (66%) 20 13,54 15,61 61,84 93,50

T5 (33%) 20 15,01 17,97 64,16 94,25

T6 (0%) 20 12,86 15,15 61,07 92,75

CV (%) 120 26,15 27,37 11,21 2,25

*letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo teste SNK (P< 0,05).

ET¹: espessura de toucinho no ponto P1 e P2 da linha dorsal, em milímetros; ²PL: Profundidade do músculo

Longissimus dorsi (lombo); ³CC: Comprimento de carcaça; MI4: Microminerais inorgânicos; CV: Coeficiente de

variação.

T2 a T5: Premix micromineral orgânico - BioplexTR® Alltech Inc.

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Não houve diferenças (P>0,05) entre os tratamentos quanto ao comprimento da carcaça,

espessura de toucinho e profundidade do lombo, sugerindo que a substituição de

microminerais inorgânicos pelas formas orgânicas tem pouco ou nenhum impacto sobre as

características de carcaça.

Kim et al. (1997) e Mavromichalis et al. (1999) não encontraram efeitos nas características de

carcaça quando o premix de microminerais (Cu, Fe, Mn, Zn, I e Se) foi retirado das dietas de

suínos até 35 dias antes do abate. Ma et al. (2012) também não encontraram efeitos na carcaça

ao testarem fontes inorgânicas e orgânicas de microminerais, e a exclusão destas por 2, 4 e 6

semanas antes do abate.

Os resultados obtidos nesse experimento estão de acordo com os de Lima et al. (1989) e

Nunes et al. (2001), que ao analisarem as características de carcaça de suínos alimentados

com dieta sem suplementação de microminerais e vitaminas não detectaram diferenças quanto

aos parâmetros de avaliação de carcaça.

Shelton et al. (2004) encontraram efeitos negativos, como aumento da espessura de toucinho e

diminuição do comprimento da carcaça quando foram removidos os microminerais da dieta

durante o período de crescimento e terminação (22 a 110kg PV). Nesse trabalho, o

comprimento de carcaça dos animais do T6 foi 1,77% menor quando comparados com os

tratamentos T1, T3 e T5. Uma justificativa para isso é o fato dos minerais estarem envolvidos

no crescimento ósseo e desenvolvimento do animal (principalmente Cu, Mn e Zn), sendo

assim, a mínima quantidade de minerais (vindos somente dos alimentos, pois não houve

inclusão de premix) do tratamento 6 contribuiu para um crescimento menor dos ossos

resultando em menor comprimento de carcaça quando comparado aos demais tratamentos.

Nesse trabalho, a espessura de toucinho nos pontos 1 e 2 dos animais tratados com Bioplex

TR®

(T2 a T5) e sem suplementação (T6) foram maiores que as dos animais com premix

inorgânico na ração. A deficiência de manganês aumenta a deposição de gordura (Hill e

Spears, 2001) e pode ter ocorrido deficiência de manganês nos tratamentos 2 ao 6. De acordo

Rostagno et al. (2011), a necessidade de microminerais suplementar em dietas de suínos de

alto padrão genético é em média 26mg/kg desse micromineral (Cresc. I: 32mg/kg; Cresc. II:

28mg/kg; Term. I: 24mg/kg; Term. II: 20mg/kg) durante o período de crescimento e

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terminação de suínos, sendo que esse valor foi alcançado somente no tratamento com

microminerais inorgânicos. Mesmo no tratamento com 133% de premix orgânico, a inclusão

do Mn foi de 13,3mg/kg, quantidade abaixo da recomendada. Nesse tratamento (T1), a

espessura de toucinho não foi alterada em relação à suplementação com mineral inorgânico.

De acordo com Fávero e Bellaver (2001) o cromo, sob forma de complexos orgânicos, vem

sendo testado na última década com relação a sua efetividade na melhoria da qualidade de

carcaça. Renteria e Cuarón (1998) testaram 558 suínos em crescimento e terminação

suplementados com 200 ppb de picolinato de Cr, não encontrando efeitos no desempenho dos

animais. Porém, em relação às carcaças, os animais apresentaram diminuição (P<0,01) da

espessura de toucinho de 3,14 para 2,95 cm, resultados também encontrados por Lien et al.

(2001) e Xi Gang et al. (2001). Em contrapartida, Mooney e Cromwell (1999) indicaram em

dois experimentos, que 200 ppm de picolinato de Cr não modifica a composição das carcaças

de suínos de 21 aos 104 kg.

Uma das explicações para efeitos diferenciados é o que foi indicado por Lemme et al. (2000),

sugerindo que a disponibilidade de energia na dieta é um dos fatores na eficácia do Cr em

reduzir a gordura das carcaças. Também o que foi proposto por Renteria e Cuarón (1998)

deve ser levado em consideração, que é a interação do Cr com o peso de abate: animais mais

pesados e com maior deposição de gordura tem chances de serem beneficiados com níveis

elevados de Cr suplementar. O fato de não termos os níveis de exigência desse micromineral

definidos, nem nas Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (2011) e nem nos NRC’s (1988,

1998 e 2012), não dá base para a suplementação e para comparações em experimentos como

esses que o nível deve ser mais elevado. No caso desse estudo, a suplementação do Cr ocorreu

somente na forma orgânica sendo o maior nível encontrado no T2 (0,133mg/kg na forma

orgânica) e sem efeito (P>0,05) na espessura de toucinho.

Van Heughten el al. (2004) ao analisarem a suplementação de Cu, Fe, Mn e Zn nos níveis

indicados pela indústria e a redução dos mesmos em dietas para suínos em crescimento e

terminação, também não encontraram efeitos nas características de espessura de toucinho,

rendimento de carcaça e profundidade do lombo, independente do sexo dos animais;

sugerindo que os níveis de minerais suplementados sob condições comerciais podem ser

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reduzidos para níveis próximos aos recomendados pelo NRC sem impacto negativo sobre o

desempenho de suínos, características ou valor econômico da carcaça.

Alguns experimentos foram realizados para investigar o efeito de zinco dietético sobre as

características de carcaça de novilhos. Spears e Kegley (2002) concluíram que o rendimento

de carcaça e espessura de toucinho foram aumentados quando o nível de suplementação de Zn

aumentou, mas não foram afetados pela fonte (inorgânica ou orgânica). Malcolm-Callis et al.

(2000) relataram que a suplementação de Zn pode aumentar o rendimento da carcaça, e a

espessura do toucinho foi maior em bovinos suplementados com complexos de Zn-

aminoácido ou Zn-polissacarídeos do que nos animais suplementados com ZnSO4. Apesar das

diferenças entre as espécies, no presente trabalho o nível de zinco exigido por Rostagno et al.

(2011) foi alcançado somente no T1 (premix inorgânico) podendo explicar o fato da

suplementação com microminerais orgânicos não influenciar no rendimento de carcaça. Por

outro lado, pode ter contribuído também no aumento da espessura de toucinho dos suínos

tratados com diferentes níveis de Bioplex TR®.

4.3. Avaliação da qualidade de carne

Os resultados referentes à mensuração do pH e temperatura encontram-se na tabela 12.

Tabela 12. pH e temperatura post mortem das carcaças de suínos suplementados com

diferentes fontes e níveis de microminerais.

Trat. n pHIn 1

pHF 2

TIn 3

TF 4

T1 (MI5) 20 5,88 5,68 AB 26,82 A 17,74

T2 (133%) 20 5,93 5,61 AB 25,85 AB 18,40

T3 (100%) 20 6,06 5,61 AB 25,68 AB 17,66

T4 (66%) 20 6,17 5,56 B 25,19 BC 17,34

T5 (33%) 20 6,12 5,70 AB 23,68 C 18,25

T6 (0%) 20 6,02 5,73 A 24,63 BC 17,23

CV (%) 120 3,47 1,79 4,78 12,11

*letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo teste SNK (P< 0,05). 1pH Inicial;

2pH Final;

3Temperatura Inicial (ºC);

4Temperatura Final (ºC);

5Minerais inorgânicos; CV:

Coeficiente de variação.

T2 a T5: Premix micromineral orgânico - BioplexTR® Alltech Inc.

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O pHInicial, medido 45 minutos após o abate, não foi afetado (P>0,05) pela fonte de

microminerais ou pelo nível de inclusão na dieta, assim como a temperaturaFinal. Analisando

os valores de pH obtidos, todos os tratamentos tiveram subamostras do músculo Longissimus

dorsi com pHInicial acima de 5,8 , indicando que não houve uma rápida queda do mesmo pela

decomposição acelerada do glicogênio após o abate enquanto a temperatura do músculo ainda

estava próxima do estado fisiológico (>38ºC), caso contrário poderia ser um dos indícios de

carne PSE.

A velocidade da queda do pH post mortem pode ser influenciada pela genética (presença do

gene halotano), manejo ante mortem e nutrição. Em relação à nutrição e nesse caso quanto aos

microminerais, o cromo pode ter participação nessa velocidade de queda, pois ao aumentar a

sensibilidade das células à insulina aumenta também a deposição de proteína e carboidrato

(glicose) dentro das células musculares, influenciando diretamente no potencial glicolítico por

fornecer mais carboidrato para conversão em ácido lático no post mortem, não havendo uma

queda brusca do pH (Berg, 2001).

Comparando a menor inclusão do cromo na forma orgânica (0,03% T5) com o tratamento T1

que não tinha suplementação do cromo, o pHInicial das amostras de lombo dos animais do T5

foi 4% maior. Outra questão é que a velocidade de queda e o pHFinal afetam outras

características da carne como as características organolépticas (cor, suculência, flavor,

textura) e tecnológicas (capacidade de retenção de água, estabilidade microbiológica)

(Sarcinelli et at., 2007).

O pHFinal foi diferente (P<0,05) somente entre os tratamentos 4 (66% de inclusão do premix de

microminerais orgânicos) e 6 (sem inclusão de premix). Passado 24 horas, se o pH estivesse

superior a 6,2 , a carne suína iria reter grande quantidade de água, o que implicaria em curto

tempo de conservação e coloração escura, fenômeno que caracterizaria o tipo DFD (dark,

firm, dry – carne escura, dura e seca) (Sarcinelli et al., 2007).

Os valores de cor das amostras mensuradas encontram-se na tabela 13.

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Tabela 13. Efeito das fontes e níveis de suplementação de microminerais na fase de

crescimento e terminação na cor da carne suína.

Trat. n L*1

a*2

b*3

C4 H

5

T1 (MI6) 20 50,07 B 0,68 8,98 B 9,00 52,35

T2 (133%)

T3 (100%)

20

20

52,96 A

52,63 A

0,26

0,63

9,91 AB

9,62 AB

9,93 86,95

9,67 17,10

T4 (66%) 20 53,99 A 0,19 10,26 A 10,29 10,73

T5 (33%) 20 52,70 A 0,30 9,96 AB 9,99 -28,00

T6 (0%) 20 53,20 A 0,52 9,74 AB 9,81 -29,84

CV (%) 120 3,36 7,95 7,77

*letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo teste SNK (P< 0,05). 1Luminosidade - 0 (branco) a 100 (preto);

2Saturação;

3 Tonalidade;

4Índice de saturação (C* = (a*2 + b*2)1/2);

5Ângulo de tonalidade (H* = tan-1 (b*/a*)), segundo Ramos & Gomide (2007);

6Minerais inorgânicos; CV:

Coeficiente de variação.

T2 a T5: Premix micromineral orgânico - BioplexTR® Alltech Inc.

Conforme recomendações de Channon Payne et al. (2000) e Warris e Brown (1987), o valor

de L* pode também ser utilizado como parâmetro para classificação das amostras de lombos.

Aquelas com valores de L*24h > 53 podem ser classificadas como PSE, com L*< 45 como

DFD e com valores intermediários 45 L*24h 53 como Normal. Houve diferença (P<0,05)

do tratamento 1 (com minerais inorgânicos) com os demais tratamentos, mas de acordo com

os resultados obtidos, as amostras dos tratamentos 1,2,3,5 e 6 se enquadram como “normais”,

com a luminosidade dentro do padrão. Somente aquelas do T4 se classificam como

potencialmente PSE por estarem somente 0,99 acima do índice dos autores.

Podemos inferir que houve uma correlação negativa entre o valor de L*24h e o pH*24h: quanto

menor o pH (5,56) maior o L* (53,99), ou seja, mais pálidas foram as subamostras do T4. O

valor de L*24h pode ter uma correlação positiva com o b*24h, significando que um aumento da

luminosidade está associado com o aumento no valor de b*24h, indicando que lombos mais

pálidos são também mais amarelos, resultados esses semelhantes aos obtidos por Maganhini

et al. (2007) e Leach et al. (1996).

O valor de a*24h (vermelho) não diferiu significativamente (P>0,05) entre as amostras dos seis

tratamentos. Os escores de cor (L*, a* e b*) 24 horas post-mortem não foram afetados pela

remoção dos microminerais na dieta, corroborando com os achados de Ma et al. (2012),

Shelton et al. (2004) e Mavromichalis et al. (1999).

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Dois dos microminerais contidos nos premixes estão mais diretamente relacionados com a cor

da carne suína: o cromo e o cobre. Berg (2001) e Pettigrew e Esnaola (2000) relatam que uma

alta suplementação de cromo (como promotor de crescimento, p.ex.) altera a sensibilidade à

insulina, aumentando a deposição de proteína e carboidratos (glicogênio) nas células

musculares. Esse glicogênio aumenta o potencial glicolítico promovendo mais carboidrato

para a conversão em ácido lático no post-mortem podendo a carne ficar mais pálida.

Quanto ao cobre, está diretamente relacionado à absorção e mobilização do ferro que é

necessário para a síntese de mioglobina e hemoglobina, os pigmentos musculares, através da

sua oxidação. Em níveis elevados na dieta, o cobre potencializa o transporte de elétrons

durante a oxidação post-mortem resultando numa cor mais pobre e numa gordura mais

insaturada. Mas como nesse experimento não houve doses elevadas desses microminerais na

dieta, alterações quanto à cor da carne não foram achadas significando que mesmo a menor

inclusão do BioplexTR®

(T5) e consequentemente dos microminerais, ou a ausência (T6) não

foi suficiente para alterar a cor da carne.

Os resultados referentes às médias dos valores das perdas de água por gotejamento e cocção, e

força de cisalhamento encontram-se na tabela 14.

Tabela 14. Efeito das fontes e níveis de suplementação de microminerais durante as fases

de crescimento e terminação sobre características da carne de suínos.

Trat. n PE1 PC

2 FC

3

T1 (MI4) 20 4,66 30,31 8,04

T2 (133%) 20 7,13 30,60 7,85

T3 (100%) 20 5,85 27,26 8,37

T4 (66%) 20 7,59 32,95 7,78

T5 (33%) 20 5,99 27,31 9,16

T6 (0%) 20 6,09 30,31 9,04

CV (%) 120 43,29 15,41 25,05

*letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo teste SNK (P< 0,05). 1Perda de água por exsudação (%);

2Perda de líquido por cozimento (%);

3Força de cisalhamento (kgf) – maciez

(WBSF – Warner-Bratzler Shear Force); 4Minerais inorgânicos. CV: Coeficiente de variação

T2 a T5: Premix micromineral orgânico - BioplexTR® Alltech Inc.

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Não houve efeito (P<0,05) dos tratamentos sobre a perda de água por exsudação (PE) e a

perda de água por cozimento (PC). Mavromichalis et al. (1999) e Shelton et al. (2004) não

observaram nenhum efeito sobre a qualidade da carne suína ao remover Cu, Fe, Mn, Zn, I e

Se da dieta. Tian et al. (2001) não encontraram efeitos na qualidade da carne mesmo nos

animais que receberam 50% do recomendado pelo NRC 1998, resultados também

encontrados por Ma et al. (2012).

Nesse estudo, a perda por exsudação quando observados os números absolutos na tabela 10,

reduziram com a diminuição da suplementação de minerais orgânicos. Diversos fatores como

condutividade elétrica, estresse pré-abate, velocidade e extensão da queda do pH e

temperatura, influenciam na perda por exsudação.

A perda de água tanto por cocção (5,99) quanto exsudação (37,31) foram percentualmente

menores no tratamento com 33% de inclusão de Bioplex TR® ao compararmos com os

tratamentos que receberam microminerais inorgânicos ou nenhuma fonte destes (MI: 4,66 e

30,31; T6: 6,09 e 30,31, respectivamente). Mesmo com menor nível de inclusão e

possivelmente devido à maior disponibilidade dos minerais para os animais, os resultados

mostram a importância dos microminerais, principalmente o selênio, na preservação da

integridade da parede celular e na prevenção da oxidação lipídica, diminuindo assim a

porcentagem de líquido exsudado.

Ao Cr e Se são atribuídos a característica de capacidade de retenção de água pela carne suína

por participarem da manutenção da integridade da membrana celular, sendo fundamental para

evitar a perda de água (Dunshea et al, 2005), porém a influência desses dois elementos na

redução da perda de água na carne suína ainda não está bem definida como é em frangos de

corte. Na revisão de Lyons (1997) foi mostrado que a suplementação dietética de selênio-

levedura em conjunto com outros antioxidantes, como a vitamina E e C, reduziu a perda por

gotejamento do lombo em comparação com suínos alimentados com uma dieta controle

contendo selenito de sódio.

Brossi et al. (2009) afirmam que a força de cisalhamento pode ser afetada pela suculência da

carne: quanto maior a quantidade de água fixada no músculo, maior a sua maciez. De fato,

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isto pôde ser percebido neste experimento, conforme pode ser observado na tabela 10, pois

quanto menor a perda de água da carne, mais macia ela ficou (maior força de cisalhamento).

5. CONCLUSÕES

A substituição do premix inorgânico comercial pelo premix orgânico Bioplex TR®

, na

proporção de 33%, proporciona os mesmos resultados de desempenho, conversão alimentar,

características de carcaça e qualidade de carne para suínos em crescimento e terminação (20

aos 100 kg).

Baseado nos resultados encontrados, podemos sugerir que os níveis de inclusão usados pela

indústria de nutrição animal podem ser reduzidos em até 66% ao usar minerais de fontes

orgânicas, diminuindo os custos com suplementação mineral além de reduzir a excreção de

nutrientes no ambiente por terem maior biodisponibilidade, tendo benefícios econômicos e

ambientais.

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