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1 Eduardo Bastianetto HELMINTOSES DE BUFALINOS NO MUNICÍPIO DE DORES DO INDAIÁ – MINAS GERAIS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Veterinária, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Medicina Veterinária. Área de concentração: Medicina Veterinária Preventiva. Orientador: Prof. Dr. Romário Cerqueira Leite. Belo Horizonte Escola de Veterinária da UFMG 2006

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Eduardo Bastianetto

HELMINTOSES DE BUFALINOS NO MUNICÍPIO DEDORES DO INDAIÁ – MINAS GERAIS

Dissertação apresentada à Universidade Federal deMinas Gerais, Escola de Veterinária, como requisitoparcial para a obtenção do grau de Mestre em MedicinaVeterinária.

Área de concentração: Medicina Veterinária Preventiva.

Orientador: Prof. Dr. Romário Cerqueira Leite.

Belo HorizonteEscola de Veterinária da UFMG

2006

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B326h Bastianetto, Eduardo, 1979-Helmintoses de bufalinos no município de Dôres do Indaiá – Minas Gerais /

Eduardo Bastianetto – 2006.63p. : il.

Orientador: Romário Cerqueira LeiteDisseratação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola deVeterináriaInclui bibliografia

1. Búfalo – Parasito – Doenças – Testes. 2. Helmintologia veterinária – Teses.3. Parasitologia veterinária – Teses. 4. Helminto – Teses. I. Leite, Romário Cerqueira.II. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Veterinária. III. Título.

CDD – 636.293 089

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Dedico este trabalho a todos que confiaram e acreditaram na suaimportância e me motivaram a superar dificuldades para concluí-lo.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que fizeram e fazem parte de minha vida, familiares, amigos, PatriciaCarolina C. Chaves, e animais, que viveram e vivem momentos tristes e alegres ao meu lado.

A todos os professores que fazem parte de minha formação, em especial: Prof. RomárioCerqueira Leite, , Denise A. A. de Oliveira, Rômulo Cerqueira Leite Carolina Maria Viana deFreitas e Patrizia G. E. C. Bastianetto.

Agradeço aos Professores, Marcos Pezi Guimarães e a equipe de trabalho de seu laboratório,Maria e Udson, pela agradável convivência e oportunidade de identificar os nematóidescoletados. Agradeço também a ajuda e interesse dos professores José Oswaldo Costa eWalter Santos Lima pelo trabalho que foi realizado.

Com muito carinho à todos os funcionários do Departamento de Medicina VeterináriaPreventiva,.com especial atenção à Dna. Sônia e Sr. Ricardo Canesso, que fazem da rotinalaboratorial um momento alegre.

Agradeço os proprietários Antônio Pinto Fiúza e Wanderley pinto Fiúza pela hospitalidade,oportunidade de realizar este trabalho em suas propriedades e disposição de seus funcionáriosno momento da coleta do material

“...sinto que seguir a vida seja simplesmenteconhecer a marcha, ir tocando em frente.”

Tocando em frente: Almir Sater

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SUMÁRIO

Pág.

RESUMO ........................................................................................................... 11

ABSTRACT ....................................................................................................... 11

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12

2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 122.1 Principais helmintoses dos bufalinos................................................................. 122.1.1 Toxocara vitulorun ............................................................................................. 132.1.2 Strongyloides papillosus .................................................................................... 142.1.3 Tricostrongilose ................................................................................................. 152.2 Imunidade .......................................................................................................... 202.3 Hemograma e leucograma ................................................................................ 232.4 Proteína total sérica........................................................................................... 252.5 Período de ação das drogas utilizadas ............................................................. 25

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 263.1 Localização........................................................................................................ 263.2 Animais avaliados.............................................................................................. 263.3 Delineamento Experimental............................................................................... 263.4 Exame de fezes ................................................................................................. 273.5 Hemograma e Leucograma............................................................................... 283.6 Dosagem de proteína sérica total...................................................................... 283.7 Necropsia........................................................................................................... 283.8 Informações climáticas ...................................................................................... 293.9 Análise estatística.............................................................................................. 31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 334.1 Toxocara vitulorum ............................................................................................ 354.2 Strongiloydes papillosus .................................................................................... 364.3 Trichostrongilídeos ............................................................................................ 364.4 Hematologia....................................................................................................... 414.5 Leucograma....................................................................................................... 464.6 Proteína total sérica........................................................................................... 494.7 Desenvolvimento ponderal ................................................................................ 51

5 CONCLUSÕES ................................................................................................. 53

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 53

7 ANEXOS

Anexo 1a Valores médios em milímetros de estruturas dos helmintos machos daespécie Paracooperia nodulosa isolados do trato gastrointestinal do animalnecropsiado. ...................................................................................................... 58

Anexo 1b Valores médios em milímetros de estruturas dos helmintos machos daespécie Ostertagia trifurcata isolados do trato gastrointestinal do animalnecropsiado ....................................................................................................... 58

Anexo 2 Concentração média de proteína sérica total dos animais submetidos adiferentes tratamentos na fazenda A................................................................. 59

Anexo 3 Concentração média de proteína sérica total dos animais submetidos adiferentes tratamentos na fazenda W................................................................ 60

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Ocorrência, localização, distribuição geográfica de tricostrongilídeosparasitas de búfalos no Brasil e respectivas referências ................................... 16

Tabela 2 - Distribuição sazonal de nódulos e intensidade de parasitos livres de P.nodulosa. ............................................................................................................ 20

Tabela 3 Valores médios e desvio padrão do número de hemácias, hemoglobina,volume globular, volume corpuscular, hemoglobina corpuscular média econcentração da hemoglobina corpuscular média de animais da raçaJafarabadi. .......................................................................................................... 24

Tabela 4 Médias e desvio padrão do eritrograma de bufalinos (Bubalus bubalis) daraça Murrah do nascimento até um ano de idade. ............................................. 24

Tabela 5 Média com transformação logarítmica do número de ovos por grama defezes em bezerros da mesma idade, pertencentes a diferentes tratamentosdistribuídos nas duas propriedades.................................................................... 34

Tabela 6 Média com transformação logarítmica da concentração de ovos de Toxocaranas fezes dos bezerros submetidos a diferentes tratamentos nas duaspropriedades. ...................................................................................................... 35

Tabela 7 Média com transformação logarítmica da concentração de ovos de S.papillosus nas fezes dos bezerros submetidos a diferentes tratamentos nasduas propriedades. ............................................................................................. 36

Tabela 8 Média com transformação logarítmica do número de ovos por grama defezes de material coletado em meses diferentes de animais das duaspropriedades, e média logarítmica do número de ovos deTrichostrongilídeos nas fezes dos bezerros em diferentes idades submetidosa diferentes tratamentos nas duas propriedades. .............................................. 37

Tabela 9 Idade média de diagnóstico de larvas de gêneros de Trichostrongilídeos emanimais submetidos aos tratamentos 1 (T1), 2 (T2) e 3 (T3) na Fazenda A...... 38

Tabela 10 Idade média de diagnóstico de larvas de gêneros de Trichostrongilídeos emanimais submetido aos tratamentos 1 (T1), 2 (T2) e 3 (T3) na Fazenda W. ..... 38

Tabela 11 Localização e número de helmintos encontrados no animal necropsiado aos270 dias de idade................................................................................................ 41

Tabela12 Valores médios e desvio padrão dos índices hematológicos de bufalinospuros e mestiços da raça Jafarabadi de 7 a 300 dias de idade submetidosaos tratamentos T1, T2 e T3 da Fazenda W...................................................... 42

Tabela 13 Valores médios e desvio padrão dos índices hematológicos de bufalinospuros e mestiços da raça Jafarabadi de 7 a 300 dias de idade submetidosaos tratamentos T1, T2 e T3 da Fazenda A. ...................................................... 44

Tabela 14 Médias e desvio padrão dos índices hematológicos de bufalinos puros emestiços da raça Jafarabadi saudáveis e parasitados pertencentes àsfazendas W e A do nascimento até os 300 dias de idade.................................. 45

Tabela 15 Contagem média de leucócitos e hemácias, concentração de hemoglobina(Hb), volume celular médio (VCM), hemoglobina celular média (HCM),concentração hemoglobínica corpuscular média (HCMC) nos animais dasFazendas W e A submetidos aos tratamentos T1, T2 e T3 aos 300 dias deidade. .................................................................................................................. 45

Tabela 16 Médias e desvio padrão das contagem diferencial de leucócitos de bufalinosda raça Jafarabadi e mestiços de 7 a 300 dias de idade submetidos aostratamentos 1, 2 e 3 da Fazenda W ................................................................... 47

Tabela 17 Médias e desvio padrão da contagem diferencial de leucócitos de bufalinosda raça Jafarabadi e mestiços de 7 a 300 dias de idade submetidos aostratamentos 1, 2 e 3 da Fazenda A .................................................................... 48

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Tabela 18 Valores da concentração média de proteína total sérica de búfalos da RaçaJafarabadi e mestiços submetidos aos tratamentos 1, 2 e 3 daspropriedades A e W dos 7 a 300 dias de vida em diferentes faixa etárias ........ 49

Tabela 19 Valores médios da concentração total de proteína sérica de búfalos da RaçaJafarabadi e mestiços submetidos aos tratamentos 1, 2 e 3 dos 7 aos 300dias de vida 49

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QUADRO

Quadro 1 Distribuição dos bezerros nos diferentes tratamentos avaliados e idademédia dos animais no momento da medicação. ................................................

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Curva acumulada mensal e número de dias com chuva no Município deBambuí – Minas Gerais no ano de 2003. ...........................................................

29

Figura 2 Variação média anual da temperatura no Município de Bambuí – MinasGerais..................................................................................................................

31

Figura 3 Variação na contagem média de O.P.G. nas fezes de bezerros submetidosaos tratamentos 1, 2 e 3 na Fazenda A com idade entre sete e 300 dias deidade. ..................................................................................................................

34

Figura 4 Variação na contagem média de O.P.G. nas fezes de bezerros submetidosaos tratamentos 1, 2 e 3 na Fazenda W com idade entre os sete e 300 diasde idade. ............................................................................................................

35

Figura 5 Nascimentos e contagem com transformação logarítmica do número de O.P. G. de nematóides encontrados nos animais do A3. ......................................

39

Figura 6 Nascimentos e contagem com transformação logarítmica do número de O.P. G. de nematóides encontrados nos animais do W3. .....................................

39

Figura 7 Desenvolvimento ponderal dos bezerros submetidos aos tratamentos 1, 2 e3 na Fazenda A...................................................................................................

51

Figura 8 Desenvolvimento ponderal dos bezerros submetidos aos tratamentos 1, 2 e3 na Fazenda W..................................................................................................

51

Figura 9 Corte histotológico de nódulo de nematóide na mucosa do intestino delgado. ...........................................................................................................................

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Figura 10 Corte histológico do nódulo com larva de Paracooperia nodulosa (aumento100x). ..................................................................................................................

61

Figura 11 Mucosa do intestino delgado com nódulos de Paracooperia nodulosa ............. 61Figura 12 Serosa do duodeno com nódulos de Paracooperia nodulosa............................ 61Figura 13 Extremidade anterior de Paracooperia nodulosa ............................................... 63Figura 14 Linfonodo mesentérico........................................................................................ 63Figura 15 Mucosa do ceco com lesões causadas por Oesophagostomum radiatum ........ 63

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RESUMO

Foi pesquisado o curso das helmintoses em bezerros bufalinos durante 11 meses a partir donascimento do primeiro animal no ano de 2003. Foram estudados três grupos experimentais: oprimeiro grupo foi tratado com ivermectina, o segundo com fenbendazole e o terceiro gruposerviu como testemunha. Verificaram-se o desenvolvimento ponderal e a influência dasparasitoses no perfil hematológico dos animais. No final do experimento, à necropsia de umanimal, foram encontradas as seguintes espécies de helmintos: Toxocara vitulorum,Strongyloides papillosus, Cooperia punctata, Haemonchus similis, Haemonchus contortus,Oesophagostomum radiatum, Ostertagia trifurcata e Paracooperia nodulosa. Verificou-se aevolução do número de ovos por grama de fezes (O.P.G.) durante o período experimental.Diferenças estatisticamente significativas foram encontradas, entre os tratamentos epropriedades, em relação a alguns dos parâmetros hematológicos, desenvolvimento ponderal ena evolução do numero de O.P.G., durante o período de avaliação.

Palavras-chaves: Bufalinos (Bubalus bubalis), Helmintos, Hemograma e Tratamento

ABSTRACT

The course of helminthosis in bubaline calves was researched for 11 months as of the birth ofthe first animal in 2003. Three experimental groups were studied: the first group was treatedwith irvermectin , the second with phenbendazole and the third group was used as the controlgroup. The ponderal development and the influence of parasitoses were verified in thehematological profile of the animals. At the end of the experiment, at the time of the necropsy ofone of the animals, the following species of helminth species were found: Toxocana vitulorum,Strongyloides papillosus, Cooperia punctata, Haemonchus similes, Haemonchus contortus,Oesophagostornnum radiatum, Ostertagia trifurcata and Paracooperia nodulosa. The evolutionof the number of eggs per gram of feces ( O.P.G.) was verified during the experimental period.Significant statistical differences were found, among the treatment and properties with regard tosome of the hematological parameters, ponderal development and the evolution of the numberof O.P.G. during the period of evaluation.

Key words: Water Buffaloes (Bubalus bubalis), Helmintoses, Hemogram, Treatment

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1. INTRODUÇÃO

A espécie bufalina (Bubalus bubalis)representa uma importante fonte protéica naalimentação humana em várias partes domundo. Esses animais destacam-se pelacapacidade de produção em locais em queos bovinos não se adaptam, além dissoapresentam melhor conversão alimentar dealimentos fibrosos, boa produtividade,docilidade e força na tração animal. AOrganização das Nações Unidas paraAlimentação (FAO), em 2003, considerou obúfalo como o animal doméstico mais dócildo planeta.

A população mundial de búfalos é de165.597 milhões de animais, dos quais97,03% estão concentrados no continenteAsiático (FAO, 2003). O búfalo chegou aoBrasil em 1895 na Ilha de Marajó, Pará, eposteriormente foram feitas importaçõespara outras regiões brasileiras. O Brasil élíder no continente Americano, com 1.15milhão, do qual 63% localizam-se na regiãoNorte do Brasil. Em Minas Gerais apopulação bufalina cresceu de 32,9% noperíodo de 1998 a 2003, com 29.555animais em 2003 (MAPA, 2005), o quedemonstra a importância da atividade.Dentro de Minas Gerais se destacam asregiões do Alto Paranaíba (8951 animais),Metropolitanas de Belo Horizonte (4460animais), Norte de Minas (2356 animais) eVale do Rio Doce (2323 animais) de acordocom Garcia et al. (2005).

O comércio dos produtos derivados do leiteda búfala tem subsidiado este crescimento.No momento, pecuaristas têm investido nobúfalo em busca da complementação darenda através do comércio da carne e daadição do leite da búfala ao leite bovinopara melhorar a quantidade de sólidos totaise receber uma melhor remuneração.

A exemplo do que ocorre em outrascriações, as doenças parasitárias sãoresponsáveis pela redução dodesenvolvimento de búfalos e pelamortalidade de jovens e adultos (Bhatia,1992; Griffiths; 1974).

O estudo detalhado do curso dasparasitoses em sistemas de produção deleite de búfala no Estado de Minas Gerais éindispensável para propor práticaspreventivas de controle dos agentesenvolvidos.

Uma vez que no Brasil existem poucasreferências sobre as doenças parasitáriasde búfalos, foi realizado o presente trabalho,cujo objetivo foi contribuir para oconhecimento do impacto das helmintosesem bufalinos.

Os objetivos citar os objetivos deste trabalhoforam:

• Estudar a dinâmica das infecções porendoparasitas em bufalinos no primeiroano de vida.

• Avaliar diferentes protocolos detratamento em comparação com umgrupo de animais não tratado.

• Avaliar o impacto dos nematódesgastrointestinais identificados sobre osíndices do hemograma, leucograma, daproteína sérica total e dodesenvolvimento ponderal dos animais.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Principais helmintoses dosbufalinos

Bufalinos e bovinos são acometidos por umgrande número de parasitos de espéciescomuns a esses hospedeiros. Ocorremdiferenças na prevalência, sintomatologia,intensidade das infecções e espéciesexclusivas para cada hospedeiro. Este fatotorna necessária a identificação e o estudodas doenças parasitárias separadamente(Griffthis, 1974; Bhatia, 1992).

O número de parasitas que interferem naprodutividade dos búfalos éproporcionalmente pequeno em relação àquantidade de espécies a que ele éexposto. O ambiente alagadiço ao qual obúfalo se adapta em função das

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características fisiológicas de sua pele e dohábito gregário da espécie favorecem asinfecções por helmintos (Griffiths, 1974; Láu,1999). Estas se agrupam em função desuas características biológicas, fisiológicas,e do local de parasitismo, que no conjuntocausam a gastroenterite verminosa descritaa seguir. A principal alteração fisiológica queocorre no organismo dos animaisparasitados por nematóides é a diminuiçãodo apetite, que se apresenta como aprincipal causa de queda na produtividade.Sugere-se que o aumento na produção dedeterminados hormônios intestinais,particularmente a colecistoquinina, frente apresença de nematóides, é importante nadiminuição do apetite do animal parasitado(Hammenberg, 1986). As principais doençasparasitárias que acometem os búfalos são aascaridiose, paracooperiose, coccidiose efasciolose (Bhatia, 1992).

2.1.1 Toxocara vitulorum

O Toxocara vitulorum (Goeze, 1782),sinonimizado por Travassos (1927) comoNeoascaris vitulorum, é um ascarídeopertencente à ordem Ascarida e famíliaAscarididae de ampla distribuição em áreastropicais. Esta espécie parasita a porçãoinicial do intestino delgado de bezerrosbovinos e bufalinos.

A prevalência e a intensidade de infecçãotendem a ser maiores nos bufalinos emrelação aos bovinos (Connan, 1985). Oíndice de mortalidade pode variar de 30 a50% nos búfalos parasitados (Láu, 1999),sendo a presença do T. vitulorum um fatorlimitante para a exploração dabufalinocultura em algumas áreas tropicais(Griffiths, 1974; Santija, 1973).

O ciclo de vida e as formas de transmissãopara os bezerros ocorrem da seguinteforma: em temperaturas de 27 a 30ºCdesenvolve-se a larva de 2º estágio nointerior do ovo, tornando o mesmo infectanteaos 17 dias (Levine, 1980). Temperaturas eumidade inferiores a 27,5ºC e 80% deumidade relativa (UR) são críticas e os ovosmorrem antes de tornarem-se infectantesEnynihi (1969), citado por, Connan (1985).

A larva de T. vitulorum desenvolve-se dosegundo para o terceiro estágio na búfala,tornando-a fonte de infecção para o bezerrobufalino. A infecção do bezerro ocorre pelaingestão de larva de 3º estágio presente noleite materno (Mia et al, 1975; Starke et al.,1992a) ou através de infecçãotransplacentária (Refuerzo, 1954; Connan,1985). Vidotto (1980) confirmou que a larvainfectante está no terceiro estágio dedesenvolvimento, durante o qual éconservada a cutícula das duas mudasrealizadas. A infecção de bezerros atravésda ingestão forçada de ovos embrionadossó ocorre quando é realizada em animaisnascidos a poucas horas (Connam, 1985).

O trabalho de Herlich e Porter, citado porRefuerzo (1954), comprovaexperimentalmente a infecção pré-natalapós a administração de grandequantidades de ovos embrionados embúfala. Ovos larvados de toxocara ingeridospelas búfalas geram larvas que migram paraos tecidos somáticos, entram em dormênciae posteriormente são transmitidas atravésdo colostro (Warren, 1971). A ativação dalarva, o crescimento e a migração para asglândulas mamárias ocorrem oito dias antesdo parto. A grande maioria destas éeliminada nos primeiros seis dias delactação (Roberts, 1990). Quando as larvasestão localizadas nos tecidos somáticos deanimais adultos do sexo masculino estastendem a morrer e calcificar-se. No intestinoas larvas atravessam a parede intestinal emigram para os rins, fígado, e outrosórgãos, onde não completam seudesenvolvimento. As que atingem o pulmãochegam ao esôfago e são deglutidas após atosse, causada pelo movimento das larvasque irritam a traquéia. As larvas queatingem o intestino delgado transformam-seem adultos.

O período pré-patende médio do T.vitulorum é de 22,3 ± 1,6 para bezerrosbufalinos que ingerem todo o leite produzidoe de 27,7 ± 2,2 dias para bezerros quesofrem restrição alimentar. O aumento noperíodo pré-patente do toxocara embezerros que sofrem restrição de leite podeser explicado pela diminuição de nutrientesdisponíveis para seu crescimento (Roberts,

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1990). A presença de ovos de T. vitulorumnas fezes pode ser diagnosticada da 2ª a20ª semana de idade com maiorconcentração entre a 3ª e 4ª semanas(Connan, 1985). Após os quatro meses deidade ocorre a expulsão natural destesnematóides e, conseqüentemente, a quedabrusca na contagem de ovos presentes nasfezes. Os ovos deste helminto podem seridentificados nas fezes dos bezerros do 6ºao 29º dia de vida. (Starke et al., 1992a).

Starke et al., (1992a) demonstraram a via detransmissão transmamária do T. vitulorumpela presença de larvas no colostro/leite doparto até o 26º dia pós-parto. A maioria dasbúfalas do estudo realizado (54,8%)encontrava-se positivas com presença delarvas no leite, durante os primeiros 10 diaspós-parto. Exames de fezes quinzenais noperíodo pré-parto diagnosticaram presençade ovos de T. vitulorum nas fezes de 24,4%das búfalas. Warren (1970) demonstrouexperimentalmente a infecção de bezerrosatravés da ingestão de larvas presentes noleite de mães infectadas com ovos no pré-parto.

O T. vitulorum pode causar pneumoniaverminosa durante a migração, além deprovocar, eventualmente, perfuração eobstrução intestinal (Levine, 1980). Búfalosjovens parasitados apresentamsintomatologia de inapetência, fraqueza,pelagem áspera, abdome flácido e dilatado,podendo apresentar diarréia com coloraçãoescura de odor butírico (Satija, 1973;Griffiths, 1974; Levine, 1980; Láu 1999,Bhatia, 1992).

Starke et al. (1983) ao analisarem acontagem média de O.P.G. de bezerrosbufalinos em Andradina – SP nascidos emdois períodos diferentes, maio a julho 1978,e julho a janeiro de 1979, concluíram que osnematóides T. vitulorum e Strongyloidespapillosus foram mais freqüentes em búfalosde um a quatro meses de idadeindependentemente da estação do ano.

Láu (1985) demonstrou a diminuiçãosignificativa do número de eritrócitos, dataxa de hemoglobina e do volume globularmédio, aumento do número de leucócitos

com aumento de linfócitos e eosinófilos emanimais parasitados por T. vitulorum emrelação a animais clinicamente normais.

2.1.2 Strongyloides papillosus

O nematóide Strongyloides papillosus(Wedl, 1856) pertence à ordemRhabdiasidea, família Strongyloididae.Parasita o intestino delgado, duodeno ejejuno, causando enterite catarral embúfalos jovens. (Bathia, 1992). Este parasitaé citado por muitos autores como o de maiorprevalência em bezerros jovens.

Starke et al. (1983) verificaram que os ovosde S. papillosus estavam presentes nasfezes dos bezerros até os 10 meses deidade, com pico máximo de concentração deovos entre o 30º e 50º dia de vida.Posteriormente Starke et al. (1994)demonstraram a presença de larvas de S.papillosus através de análises de fezes dasbúfalas no pré-parto e pós-parto e do leitede 32 búfalas nos anos de 1989 e 1990, nos30 dias subseqüentes ao parto. Foramrealizados também exames de fezes nosbezerros. A presença de larvas de S.papillosus no leite foi detectada em 59,4%entre o 2º e 29º dia pós-parto, e de ovos deS. papillosus nas fezes em 4,4% das búfalasno pré-parto e 5,9% no pós-parto. Foidiagnosticada a presença de ovos de S.papillosus nas fezes de todos os bezerros,tanto em 1989 quanto em 1990.Permaneceram positivos 40% em 1989 e47,3% em 1990 até os primeiros 10 dias deidade, 100% em 1989 e 1990 até os 20 diasde idade, e 93,3% em 1989 e 100% em1990 até os 30 dias de idade.

A transmissão transcutânea do S. papillosusem bezerros bovinos ocorre através dapenetração de larvas infectantes (L3) napele através de fissuras, feridas e folículospilosos. Ao penetrar no animal, as larvaschegam aos pulmões através de vasossangüíneos. Nos pulmões as larvas rompemos alvéolos, migram na traquéia e passampara o esôfago onde são deglutidas. Osovos produzidos pelas fêmeas adultas nointestino são eliminados nas fezes. Noambiente estes podem dar origem a larvashaplóides, diplóides ou triplóides que

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originarão respectivamente adultos machosde vida livre, fêmeas de vida livre e fêmeastriplóides com capacidade de realizarreprodução partogenética no ciclo direto. Osmachos haplóide e fêmeas diplóides farão ociclo indireto, se reproduzirão no ambientedando origem a ovos triplóides (Freitas,1976).

Após serem ingeridas as larvas triplóidesatingem o intestino delgado e chegam àforma adulta 120 horas após a infecção. Nointestino delgado as fêmeas realizam areprodução através de partenogênese(Levine, 1980). É possível que o S.papillosus realize a infecção transcutâneaem búfalos, entretanto não foramencontradas citações bibliográficas.

O S. papillosus causa enterite catarral comhemorragias petequiais no duodeno ejejuno, levando o animal à diarréia e àredução no ganho de peso. (Morgan, 1949;Vergos e Porter (1950) e Vergors (1954),citados por Levine (1980); Griffths, 1974;Bhatia, 1992).

2.1.3 Tricostrongilídeos

A tricostrongilose é uma infecção comumem ruminantes, é causada por nematóidesbiologicamente semelhantes, pertencentesà ordem Strongylidae, famíliaTrichostrongilídae. Os tricostrongilídeos sãoos nematóides mais importantes epatogênicos que infectam os bovinos(Levine, 1980; Benz, 1985).

O ciclo dos nematóides pertencentes àfamília Trichostrongilidae é similar, segundoGibbs, (1986); Benz, (1985) e Levine,(1980). As fêmeas realizam a postura dosovos no trato gastrointestinal, que sãoeliminados através das fezes para o meioambiente. As células embrionárias de cadaovo evoluem L1 em um dia, esta eclodeperde sua cutícula e evolui para L2. A larvade 2º estágio realiza a muda para L3, maspermanece com a cutícula de L2. Emcondições ambientais favoráveis odesenvolvimento do ovo até a formação deL3 pode ocorrer em 7 a 10 dias, segundoBenz (1985), e em 2,5 a 14 dias segundoLevine (1980). O 3º estágio larval é a forma

infectante para o outro hospedeiro atravésda ingestão de alimentos ou água. Apósserem ingeridas, as L3 penetram na mucosado abomaso, perdem a cutícula do 2ºestágio larval e depois penetram nointestino delgado ou intestino grosso. Nointerior das glândulas digestivas as L3realizam a muda para o 4º estágio larval emum a dois dias. O helminto adulto eclodeaproximadamente 10 dias após a ingestãode L3. Muitas espécies de tricostrongilídeosalcançam a maturidade sexual e iniciam aprodução de ovos três semanas após aingestão de L3 (Freitas, 1976; Benz, 1985).

O desenvolvimento de processospatológicos a partir da infecção dohospedeiro varia em função da espécie dehelminto, severidade e localização dainfecção. As espécies de helmintosencontradas neste trabalho causamprejuízos ao hospedeiro através dacompetição pelo alimento, obstruçãointestinal, ingestão de sangue e hemorragia,ingestão de parte dos tecidos dohospedeiro, destruição tecidual com ainfecção secundária, secreção de toxinas,formação de nódulos, perfuração demucosa (Morgan, 1949).

A forma aguda da tricostrongilose émundialmente reconhecida há muitasdécadas e recentemente vem sendoreconhecida a importância econômica deformas subclínicas ou inaparentes desteparasitas na produtividade animal (Benz,1985). Conforme a descrição de algunsautores, já foram descritas várias espéciesde tricostrongilídeos parasitando búfalos noBrasil (tabela 1).

Os tricostrongilídeos agridem o organismodo animal parasitado, causam alterações naárea e no número de vilosidades dotratogastrointestinal, redução no numero deglândulas funcionais do intestino e permitema infiltração de linfócitos e outros leucócitosna lâmina própria. Ocorre um aumento dapermeabilidade vascular e diminuição daatividade das enzimas digestivas (Benz,1985). Estas lesões são mais freqüentes namucosa do duodeno e na região proximal dojejuno devido à maior concentração dostrichostrongilídeos nesta região (Symons,

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1969). As espécies animais susceptíveisaos trichostrongilídeos, quando parasitados,manifestam diarréia, anorexia, mucosas emembranas conjuntivas pálidas, perda debrilho dos pêlos, diminuição da conversãoalimentar com emagrecimento progressivo,

debilidade e edema submandibular (Benz,1985; Gibbs, 1986; Freitas, 1976). Na formaaguda da doença, os bufalinos apresentamdiarréia escura, anemia e inapetência (Láu,1999).

Tabela 1 – Ocorrência, localização, distribuição geográfica de tricostrongilídeos parasitas debúfalos no Brasil e respectivas referências.

Helminto Localização no TGI Cidade AutorSkjabinagia boevi Abomaso São Paulo Starke et al (1980)

Starke et al (1983)Skjabinagia sp Abomaso São Paulo Costa et al (1980)Trichostrongylus axei Abomaso Paraná Busetti et al (1983)Trichostrongylus axei Abomaso São Paulo Starke et al (1980)

Starke et al (1983)Trichostrongylus columbriformis Intestino delgado Paraná Busetti et al (1983)Trichostrongylus columbriformis Intestino delgado São Paulo Starke et al (1980)

Starke et al (1983).Cooperia curticei Intestino delgado Pará Freitas e Costa (1967)Cooperia curticei Intestino delgado Paraná Busetti et al (1983)Cooperia curticei Intestino delgado São Paulo Costa et al (1983)Cooperia pectinata Intestino delgado Paraná Busetti et al (1983)Cooperia oncophora Intestino delgado Paraná Busetti et al (1983)Cooperia punctata Intestino delgado São Paulo Starke et al (1980)

Starke et al (1983)Cooperia sp Intestino delgado Pará Silva (1969)Ostertagia cincuncincta Abomaso Paraná Busetti et al (1983)Ostertagia trifurcata Abomaso Pará Silva (1969)Paracooperia nodulosa Intestino delgado São Paulo Costa (1980)

Oba (1981)Starke et al (1980)Starke et al (1983)

Haemonchus contortus Abomaso Paraná Busetti et al (1983)São Paulo Costa (1980)

Starke et al (1980)Starke et al (1983)

Haemonchus similis Abomaso Paraná Busetti et al (1983 )Costa (1980)Starke et al (1980)Starke et al (1983)

Haemonchus sp. Abomaso Pará Costa (1969)Nematodirus spatigher Intestino delgado Paraná Busetti et al (1983)

Modificado de Costa (1986)

Os animais adultos com infecçõessubclínicas mantém a contaminação daspastagens. Epidemiologicamente devem-seconsiderar positivos todos os animais dorebanho. O desencadeamento desintomatologia clínica resulta da interaçãoparasito-hospedeiro. As atuais técnicas deprodução de forrageiras estão determinandoum aumento da densidade animal e,conseqüentemente, a maior probabilidadede o animal ingerir as larvas infectantespresentes na pastagem (Freitas, 1976).

O diagnóstico da tricostrongilose através davisualização microscópica dos ovoscaracterísticos a esta família é simples. Emcondições naturais de criação prevalecemas infecções mistas, portanto, a açãoindividual das espécies sobre oshospedeiros dificilmente é avaliada (Levine,1980; Freitas, 1976). A interpretação dagravidade da infecção não pode ser feitasomente pela análise do número de ovospor grama de fezes, devido àimpossibilidade de correlacionar o númerode ovos com o número de helmintos adultos

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presentes no trato gastrintestinal do animal.A identificação dos muitos gêneros denematóides parasitas de ruminantesutilizando como parâmetro as característicasdos ovos é impossível. (Freitas, 1976). Aidentificação dos gêneros dos helmintospresentes pode ser feita mediante necropsiaou cultura das fezes.

Existem épocas do ano em que ascondições de meio ambiente são favoráveisao desenvolvimento e à migração de larvasnematóides nas pastagens em paises declima tropical e temperado. A disseminaçãodos tricostrongilídeos entre os ruminantes éfacilitada pela umidade durante a estaçãochuvosa (Freitas, 1976; Melo, 1977;Willians, 1986). A variação anual dodesenvolvimento e a disponibilidade daslarvas nas pastagens causam uma flutuaçãoestacional da população de helmintos,determinando épocas de maior prevalênciadas fases parasitárias em determinadosmeses do ano.

A eliminação de ovos nas fezes econtaminação das pastagens ocorre durantetodo o ano. Willians (1986) demostrou ainfluência das condições clímáticas e domanejo dos animais sobre a populção dehelmintos, classificando numericamente asetapas do cilclo evolutivo da seguinte forma:o estágio de vida livre presente no bolo fecalapresenta a maior quantidade , seguidapelas larvas infectantes disponíveis napastagem, e em último lugar o número dehelmintos presentes no tratogastrointestinal.Nos períodos de pluviosidade mais intensaocorre uma maior eliminação de ovos pelasfezes, que resulta em grande quantidade delarvas disponíveis para a infecção dosanimais na pastagem e na maior cargaparasitária de helmintos adultos no intestino.

Láu (1993), em um estudo sobre a variaçãoda quantidade de ovos presentes nas fezese das espécies de trichostrongilídeosparasitas de bezerros búfalos no estado doPará encontrou picos de O.P.G. nos mesesde junho e dezembro, respectivamenteinício e final dos períodos com menorpluviosidade.

Os manejos dos animais e da pastagemutilizados na propriedade também interferemdiretamente na disponibilidade de larvasinfectantes e na reinfecção dos animais. Odesenvolvimento e eclosão da larva deprimeiro estágio (L1) são influenciadosprincipalmente pela temperatura e umidade.Geralmente o processo fermentativo queocorre no bolo fecal garante a temperaturanecessária para o desenvolvimento e aeclosão larval. Os ovos e larvas presentesem um bolo fecal não evoluem emcondições desfavoráveis, porém podempermanecer vivos por um longo período.Baixas temperaturas e exposição à luz solardireta matam ovos e larvas. A água é umimportante veículo utilizado pelas larvaspara a migração nas pastagem e infecçãodos animais. As larvas também podem sercarreadas por tratores, patas de animais,transporte de esterco tornando-sedisponíveis para infectar outros animais oureinfectar o hospedeiro precedente(Greeve, 1985; Willians, 1986).

Nos países tropicais ocorrem duas geraçõesanuais de larvas infectantes, havendoaumento destas no início e final do períodochuvoso (primavera e outono), intercaladopor um decréscimo e ausência de larvasinfectantes no período seco (inverno) (Melo,1977; Greve, 1985).

Starke et al. (1992b), avaliando odesenvolvimento de ovos e larvas deestrongilídeos em búfalos jovens,concluiram que nos períodos secos houveuma maior permanência do ovos nasmassas fecais sem a evolução para larvasinfectantes. Em um estudo realizado noMato Grosso do Sul Starke et al. (1991)observaram um período de sobrevivência delarvas infectantes no capim de 10 a 17semanas para os gêneros Cooperia sp.,Haemonchus sp. e Paracooperia sp., einferiores a nove semanas para os gênerosBunostomum sp. , Trichostrongylus sp. eOesophagostomum sp.no período seco. Naépoca das chuvas a sobrevivência daslarvas no capim variou de três a 11semanas para os gêneros Cooperia sp.,Haemonchus sp. e Paracooperia sp., einferiores a três semanas para os gênerosBunostomum sp., Trichostrongylus sp. e

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Oesophagostomum sp. A menorsobrevivência e a reduzida presença delarvas no período chuvoso foram atribuídasà intensidade de chuvas, que amoleceram ecarrearam as larvas, e à presença debesouros coprófogos que removiam o bolofecal na primeira semana após suadeposição. A temperatura e pluviosidademédia no local possibilitaram a migraçãodas larvas para o capim, mesmo nas épocassecas do período em que foi realizado estetrabalho.

Com exceção do gênero Paracooperia sp.todos os demais gêneros, que de acordocom Gibbs (1986) acometem os bovinos,foram descritos em búfalos em diversospaíses. (Bhatia, 1992; Griffths, 1974; Láu,1993 e Láu, 1999).

As espécies de Cooperia, C. punctata(Linstow, 1907) e C. pectinata (Ransom,1907) são mais patogênicas dentre asdemais pertencentes ao gênero Cooperiasp. Gibbs (1986). Após a primeira infecçãopor Cooperia sp. os animais desenvolvemboa resistência a reinfecções. O temponecessário para o desenvolvimento dasfases larvais até a forma infectante L3difere entre as espécies pertencente a estegênero. De maneira geral, a temperaturaambiental ótima de desenvolvimento é de25 ºC. O período pré-patente de 17 a 22dias para a C. oncophora, de 11 a 16 diaspara C. punctata e de 13 a 17 dias para C.pectinata. Quatro dias após a ingestão deL3 as larvas já se desenvolvem na mucosaintestinal para o 4º estágio (Levine, 1980).

As larvas de 4º estágio penetram nas criptasentre as vilosidades intestinais na região doduodeno, as espécies C. punctata e C.pectinata penetram na mucosa esubmucosa do intestino delgado. Quandoinfectados por C. pectinata os animaisapresentam na primeira infecção sintomasde diarréia, anorexia e redução do ganho depeso após 12 a 14 dias pós-infecção.Experimentalmente a infecção de bezerroscom mais de 250.000 larvas de C. pectinatacausou a diminuição da ingestão de água ealimentos além da redução em 32% dovolume médio celular. Os animais infectadosnão apresentaram diarréia, perderam menos

água e sódio, eliminaram mais potássio e25% a mais de líquido no interstício, emrelação ao tratamento de bezerros nãoparasitados (Gibbs, 1985).

As espécies do gênero Haemonchus sp.(Cobb, 1898) se alimentam de sangue ecausam anemia hemorrágica nos animaisparasitados. Nematóides adultos destegênero podem consumir por dia 0,05 ml desangue, de acordo com Clark et al. (1962),ou 0,08 ml de sangue, segundo Freitas(1976). As formas adultas se fixam nasuperfície da mucosa do abomasocausando lacerações com o aparelho bucal.Para evitar a coagulação do sangue, asfases L4 e adulta de Haemonchus sp.injetam substância anticoagulante na feridaformada pelo aparelho bucal. Mesmo após amudança do nematóide para uma outraporção na mucosa do abomaso ohospedeiro continua perdendo sangue naferida aberta em função da ação local doanticoagulante. A quantidade de sangueque o animal pode perder é considerável epode causar uma redução substancial nosníveis séricos de hemoglobina. A ingestãode água para a reposição do volume desangue perdido causa uma diminuição napressão osmótica e acúmulo de líquido nointerstício, facilmente notados na regiãointermandibular dos animais parasitados. Aausência de edema intermandibular nãoexclui a presença da infecção, responsávelpor importantes perdas econômicas. Oabomaso de animais parasitados apresentaà necropsia petéquias hemorrágicas elesões visíveis no epitélio. (Morgan 1949;Benz, 1985; Gibbs, 1986).

Os nematóides adultos pertencentes aogênero Oesophagostomum sp. (Molin, 1861)parasitam o intestino grosso e ceco,podendo formar nódulos com hemorragia ereação inflamatória. Infecções graves efreqüentes podem causar anemia (Gibbs,1986). As formas infectantes de L3 deOesophagostomum radiatum (Rudolphi,1803) se desenvolvem em cinco ou seisdias. As larvas de Oesophagostomum sp.ingeridas pelo animal penetramprofundamente na mucosa do intestinodelgado e no intestino grosso atingindo alâmina própria onde realizam a muda para

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4º estágio. Após 5 a 7 dias esta emerge nolume intestinal, permanecendo por maisduas s emanas na superfície da mucosaintestinal e posteriormente realiza a mudapara a forma adulta. Oesophagostomum spatingem a maturidade sexual seis semanasapós a ingestão da larva infectante (Morganet al., 1949; Levine, 1980; Benz, 1985).

O nematóide Ostertagia ostertagi (Stiles,1892) é considerado o mais importante naTricostrongilose em bovinos, mesmoquando outros gêneros estão envolvidos. Alarva de 3º estágio das espécies deOstertagia sp está presente no ambiente 5 a6 dias após a saída dos ovos nas fezesquando a temperatura no ambiente épróxima a 25ºC, temperatura ótima dedesenvolvimento embrionário e larval. A L3realiza a muda para L4 na mucosa doabomaso três a oito dias após ter sidoingerida pelo animal (Morgan 1949; Levine,1980).

A larva de 4º estágio causa diversasalterações na mucosa do abomaso antes deemergir na superfície da mucosa (Benz,1985). Nesta fase de desenvolvimento esteparasita ocupa uma grande área junto àscélulas parietais responsáveis pelaprodução de ácido clorídrico localizadas naregião proximal do abomaso. As áreassuperficiais da porção glandular doabomaso são cobertas por célulasprodutoras de muco, único tipo celular quepossui capacidade de divisão (Cunningham,2004) (figura 16). As lesões causadas pelaL4 de Ostertagia sp determinam umahiperplasia mucóide no orifício glandularque em condições extremas de infecçãotornam toda a superfície glandular rugosa(Benz, 1985). As células principais,localizadas na base das glândulas gástricas,produzem o pespsinogênio que é oprecursor da enzima digestiva pepsinaenvolvida na digestão protéica. A ativaçãodo pespsinogênio ocorre após a clivagemde uma pequena porção da moléculaprotéica em ambiente ácido (Cunningham,2004). A quantidade de ácido clorídricoproduzido pelas células parietais sobinterferência das L4 de Ostertagia sp. podenão ser suficiente para a ativação dopepsinogênio em pepsina, interferindo desta

forma na digestão da fração protéica doalimento. A ocorrência de anemia em casosde infecções por Ostertagia sp ocorredevido à incapacidade de digestão normaldas proteínas ingeridas e é acentuada pelaperda protéica que ocorre com a destruiçãodo epitélio abomasal. Nestes casos pode-seobservar nos animais edemas nas partesbaixas, especialmente na regiãointermandibular (Benz, 1985).

A Ostertagia sp. pode realizar o ciclo de vidadireto ou entrar facultativamente emhipobiose quando o ambiente externo nãoapresentar condições favoráveis para odesenvolvimento das larvas. Estas podempermanecer por até três meses no interiordas glândulas gástricas. Em determinadasépocas do ano, as larvas infectantes da O.ostertagi são altamente resistentes acondições adversas do ambiente. Éconsiderada o nematóide mais patogênico ede maior importância econômica nos E.U.A.O período pré-patente é de 16 a 23 dias(Morgan 1949; Gibbs, 1986; Levine, 1980).Freitas (1976) descreve a espécie O.trifurcata em bufalinos.

Paracooperia nodulosa (Swartz, 1928) é umnematóide específico de bufalinos (Skrjabin,1954). A P. nodulosa, helminto responsávelpela formação de extensas nodulações namucosa intestinal, é considerado o parasitamais patogênico do intestino delgado debufalinos. Três espécies de Paracooperiasp. foram descritas, P. nodulosa, P. maltoffie P. petrowi, sendo a P. nodulosa a maiscomum (Bhatia, 1992). Chauhan et al.(1972c) descrevem uma maior concentraçãode nódulos de P. nodulosa, estruturaformada durante o desenvolvimento até afase adulta, na mucosa do íleo, jejuno eduodeno. Macroscopicamente os nódulosapresentam diâmetro de dois a cincomilímetros com distribuição difusa na serosae mucosa do intestino delgado. O estudohistopatológico do corte transversal(imagens 1, 2 e 3) demonstrou a presençade larva da P. nodulosa de 300 micrômerosde diâmetro com acúmulo intenso demacrófagos epitelióides, linfócitos einfiltração multifocal de eosinófilos(Chauhan, 1972c; Bastianetto et al., 2005)com intensa proliferação de fibroblastos e

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substituição das áreas danificadas portecido conjuntivo (Chauhan, 1972c) (Figs 1e 2).

Apesar da Paracooperia sp. ter sido descritaem muitos países, Filipinas, Bulgária, ex-Iugoslávia, Paquistão, Ex-URSS, África,Índia, Burma e Malásia, ainda não existemtrabalhos que descrevam o ciclo de vida e otratamento deste parasita (Bhatia, 1992). Apresença da P. nodulosa no Brasil foidescrita por Costa et al. (1980) no municípiode Sertãozinho, SP, e por Starke et al.(1991) em Selvíria, MS.

Chauhan (1972a) descreve uma variaçãosazonal da incidência das formas adultasnos animais e do desenvolvimento das

fazes não parasitária da P. nodulosa, apartir da análise do conteúdo e mucosa deintestinos coletados no abatedouro dacidade de Uthar-Pradesh, Índia, no períodode novembro de 1967 a novembro de 1969.O menor número de nódulos e o maiornúmero de helmintos adultos no lúmenintestinal foram encontrados no inverno,época em que ocorre produção e eliminaçãode ovos de P. nodulosa pelas fezes (tabela2). A produção e eliminação de ovos nesteperíodo determina o desenvolvimento e apresença de formas parasitárias infectantesque causam infecções maciças no final doinverno e na primavera (Chauhan, 1972a).O inverno indiano é caracterizado pela boadisponibilidade de forragem e concentraçãodos partos das búfalas.

Tabela 2-Distribuição sazonal de nódulos e intensidade de parasitos livres de P. nodulosa

Intestinos avaliados Total de parasitosadultos recuperados

Estação do ano

Total % positivopara nódulos

Percentual positivoadultos

Macho Fêmea

Verão (Março – Junho) 13 100,0 15,38 4 8Chuvosa (Julho-Outubro) 41 85,36 17,07 39 58Inverno (Novembro-Fevereiro) 35 60,0 57,14 116 194Total 89 32,58 159 260

Adaptado de Chauhan (1972a)

Starke et al. (1992) avaliaram o período desobrevivência de larvas de tricostrongilídeosde búfalos no Mato Grosso do Sul, nosperíodos secos e chuvosos de abril de 1984a abril de 1987, e encontraram umavariação de três a oito semanas para aslarvas de P. nodulosa.

2.2 Imunidade

A imunidade desenvolvida por ruminantescontra os nematóides tricostrongilídeos émenos vigorosa que aquela desenvolvidacontra outros microrganismos. A grandecomplexidade e variedade de estímulosantigênicos no organismo do animalparasitado por nematóides a partir daingestão de L3 até a fase adulta dificulta aprodução de anticorpos específicos. Épossível detectar diversas classes deimunoglobulinas semanas após aprimoinfecção do animal, porém estesanticorpos produzidos não são específicos

para as reinfecções. A imunidadedesenvolvida pelo hospedeiro contraparasitas localizados no intestino é inferioràquela desenvolvida contra os parasitosintracelulares. (Levine, 1980; Benz, 1985).Para que ocorram o desenvolvimento e amanutenção de mecanismos específicos deimunidade adaptativa, visando uma rápidaresposta ao agente infectante, é necessárioum estímulo freqüente do agente sobre oorganismo animal. Esta rápida identificaçãodos epítopos das células B e T é necessáriapara a seleção de células T apropriadas queirão organizar a resposta imunológica (Scott,2002). A resistência que os animaisdesenvolvem contra as infecçõesparasitárias determina uma redução dacarga parasitária de tricostrongilídeos apartir dos 16 meses de idade (Guimarães,1975).

Tradicionalmente considerou-se que ocontrole das infecções parasitárias era feito

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através da imunidade adquirida, mas nasúltimas décadas tem-se reconhecidotambém a importância da imunidade inata. Aimunidade inata atua sobre os helmintos,previamente ao início da resposta imuneadquirida, limitando o número de larvasinfectantes e atrasando o desenvolvimento(Hunter, 2002).

O organismo do animal parasitado ativa asrespostas humoral e celular durante odesenvolvimento de imunidade paraparasitas específicos. O tamanho dosnematóides envolvidos nas infecçõesimpede a completa destruição e remoçãoatravés da resposta imune celular. Ostecidos linfáticos e o sistema retículoendotelial produzem anticorpos quedificultam a ação das larvas infectantes noprocesso de reinfecção do animal, atravésda formação de precipitados após o contatoda abertura oral, poro excretor, sistemadigestivo e ânus da larva com a mucosa dotrato gastrointestinal. Após a ação dosanticorpos, as larvas se tornam imóveis einicia a ação de fagócitos sobre as larvas(Morgan, 1949).

Os diversos estímulos antigênicos dosnematóides durante a fase parasitaria sãooriginários do esôfago, ânus e vulva,produzidos no momento da alimentação,excreção do material ingerido e reprodução.As secreções produzidas pelas larvasdurante o desenvolvimento das fases larvais(L3 até L5) são os estímulos antigênicosmais importantes. É necessário o contatoconstante dos animais jovens comnematóides para garantir estímuloantigênico. A introdução de animaispreviamente não parasitados em áreasendêmicas de Tricostrongilose causa amanifestação clínica ou subclínica dadoença (Gibbs, 1986). Morgan (1949)sugere que os antígenos produzidos pelometabolismo dos helmintos são maisimportantes que a presença destes para odesenvolvimento da resposta imune. Ainoculação de nematóides macerados noorganismo do animal não estimula aprodução de nenhuma forma de respostaimune, ao contrário da reinfecção do animal.

Um aspecto importante no processoimunológico contra nematóides é ofenômeno de autocura observado eminfecções por H. contortus e em outrostricostrongilídeos que ocorre na primavera.Neste processo os animais adquirem acapacidade de se defender através daingestão de uma grande quantidade delarvas infectantes de H. contortus queestimula a eliminação dos nematóidesadultos presentes no abomaso. Os animaisapresentam, após o estímulo larval, umagrande quantidade de eosinófilos e quedaacentuada na contagem de ovos por gramade fezes após a primoinfecção. A respostaimune é insuficiente para eliminar todas aslarvas ingeridas; após um mês o número deovos nas fezes e a concentração deeritrócitos e eosinófilos voltam ao valorinicial. Existe uma correlação inversa entre aquantidade de ovos nas fezes e a deanticorpos no soro dos animais parasitados.O estímulo antigênico no processo de selfcure em ovinos origina-se durante amudança da 3ª para a 4ª fase larval eminfecção por H. contortus. Esta respostaocorre após a ingestão de L3 de H.contortus se o animal estiver com oabomaso parasitado por esta espécie dehelminto. Tentativas de induzir estefenômeno através de estímulo antigênico delarvas mortas falharam (Lloyd, 1987). Omesmo ocorre com infecções intestinais porTrichostrongylus sp. (Levine, 1980).

Outro fenômeno imunológico que ocorre nafase parasitária do ciclo de algunsnematóides gastrointestinais é conhecidocomo fase hstotrófica. O fenômeno ocorredurante a formação de nódulos para odesenvolvimento da fase larval até a formaadulta nos tecidos do intestino ou naperiferia da mucosa do trato gastrointestinal.O primeiro contato do animal com a larvasensibiliza-o, e contatos posterioresestimulam a sua resposta imune. Apósestes estímulos são formados nódulosencapsulados em torno da larva, o quepermite a ação de leucócitos do hospedeiro(Levine, 1980).

A hipobiose é a adaptação do parasita àscondições ambientais que permita odesenvolvimento da fase não parasitária e

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transmissão para diferentes hospedeiros. Ahipobiose está ligada à reação imunológicae fisiológica do hospedeiro, estímulosambientais, predisposição genética einteração da população parasitária. Mais de30 espécies de nematóides parasitasrealizam a hipobiose, dos quais destacam-se a O. ostertagi e Haemonchus sp., dentreos gêneros de importância veterinária(Gibbs, 1986).

O tempo de espera das larvas de Ostertagiasp., para chegar à forma adulta, estárelacionado também com a quantidade deanticorpos produzidos pelo hospedeiro .

Dunsmore (1961), citado por Levine (1980),coletou uma maior quantidade de Ostertagiasp. em ovinos infectadosexperimentalmente, que foram previamenteimunodeprimidos através de radiação oumedicação com cortisona, em comparaçãocom um tratamento controle infectado.

A utilização de vacinas para a prevenção daTricostrongilose ainda está em fase dedesenvolvimento. No momento o tratamentoprofilático com medicamentos anti-helmínticos associado a um programadelineado de acordo com a epidemiologiada doença, com dinâmica da populaçãoparasitária, e com a resposta imunológicado hospedeiro, é a melhor forma de controle(Gibbs, 1986). Para maximizar a eficiênciada droga devem-se considerar, no momentodo controle, os aspectos epidemiológicos dadoença e as características da droga. Estaforma de controle deve ser flexível eadaptar-se às diversas circunstâncias(Gibson, 1980).

É sabido que o neutrófilo é o primeiro tipocelular a chegar no local de inflamação eapresenta excelente habilidade fagocítica,que é limitada pelo tamanho dos agentesenvolvidos em infecções parasitárias. Osneutrófilos são classificados comosegmentados e bastonetes, de acordo como número de segmentos de seu núcleo, osneutrófilos segmentados são células velhas.Os linfócitos são classificados com linfócitostipo B e T. Os linfócitos tipo B setransformam em plasmócitos e sãoresponsáveis pela produção de

imunoglobulinas após estímulosantigênicos, imunidade humoral. Oslinfócitos tipo T realizam a imunidadeconhecida como imunidade celular, migramaté o local da inflamação e liberamcitoquinas. A diferenciação do tipo delinfócito é realizada de acordo com oestímulo antigênico que ocorre após aprimeira atuação de neutrófilos na faseaguda do processo inflamatório.

Os eosinófilos apresentam uma capacidadefagocítica inferior aos neutrófilos mas atuamde forma diferente. A migração deeosinófilos para o local da inflamação éimuno estimulada por anticorpos tipo IgE emprocessos alérgicos e parasitários. Aeusinofilia normalmente está presente emindivíduos parasitados por helmintos. Ainterleucina 5 (IL-5) é o fator necessáriopara a ativação e desenvolvimento doseosinófilos in vivo. O aumento daquantidade de eosinófilos é importante nocontrole de infecções parasitárias, reaçõesinflamatórias e alérgicas. O tamanho doshelmintos inviabiliza sua fagocitose,mecanismo de defesa utilizado paracombater outros parasitas. Os eosinófilosliberam sobre os parasitas grandequantidade de moléculas tóxicas, presentesem seus grânulos citoplasmáticos, quandoestimulado antigenicamente. Aconcentração sanguínea de eosinófilosaumenta substancialmente acima daconcentração normal nas infecçõesparasitárias (Wynn, 1997).

A reduzida habilidade fagocítica doseosinófilos é compensada pela altaconcentração de peroxidase, com melhoratividade metabólica no processo oxidativo,pela grande quantidade de proteína básicaem seus grânulos, pelo envolvimento nosprocessos da peroxidase e pela oxigenaçãode radicais. Estes mecanismos de proteçãorealizados pelos eosinófilos podemefetivamente destruir e matar várioshelmintos. A diminuição da quantidade deeosinófilos limita a resistência do indivíduo àinfecção parasitária (Jain, 1986).

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2.3 Hemograma e leucograma

Muitos parasitas hematófagos podemcausar anemia nos animais parasitados.Quadros de anemia e hipoproteinemiapodem ser observados em infecçõesagudas e crônicas por helmintos.Aparentemente a hemorragia causada pelohelminto é o fator primário que desencadeiao quadro anêmico, como ocorre na infecçãopor H. placei em bovinos. Nematóides nãohematófagos, como o Tricostrongylus sp.,também podem estar envolvidos nodesenvolvimento de anemia em quadroscrônicos de infecção. Estes atuam atravésda inibição da eritropoiese por meio dacompetição por nutrientes e interferência nadigestão, absorção e disponibilidade denutrientes dos alimentos, como o cobre,ferro e aminoácidos específicos. Ovinoscom alta carga parasitária de H. contortusdesenvolvem quadro agudo de anemianormocítica-hipocrômica com evidenteaumento da eritropoiese. Animais cominfecções crônicas por Haemonchus sp.,hemonchoses, apresentam anemianormocitica-normocrômica ou microcítica-hipocrômica, com pouca ou nenhumapresença de reticulócitos (Jain, 1986).

A presença de sangue nas fezes pode serdiagnosticada a partir do 6º dia pós-infecção, precedendo a presença do ovosnas fezes (Clark et al., 1962). Um estudorealizado por Dargie e Allonby (1975) emovelhas da raça Merino demonstrou que aanemia decorrente da hemonchose severase desenvolve em três fases. Na primeirafase, do 7º ao 25º dia pós-infecção, aanemia resulta da perda sanguínea direta, aresposta erotropoiética está ausente e aconcentração sérica de ferro é normal. Nasegunda fase, 6ª a 14ª semana pós-infecção, persiste um quadro de anemiacompensatória devido ao aumento daeritropoiese frente à contínua perdasanguínea. Nesta fase, a absorção e adisponibilidade de ferro para o organismocomeça a diminuir e observa-se o aumentode sua concentração nas fezes. A terceirafase é marcada pela severidade do quadrode anemia decorrente da diminuição daeritropoiese por causa da indisponibilidadede ferro no sangue e na medula óssea,

associada à possível redução na síntese deglobina, aminoácido com produção reduzidoem distúrbio da digestão protéica. Ahemonchose progressiva culmina emanemia não regenerativa, decorrente dadeficiência de ferro.

A contagem total de eritrócitos, leucócitos ea distribuição dos tipos celulares no sangueperiférico podem ser influenciados pelaliberação de hormônio corticosteróide pelaglândula adrenal em momentos de agitaçãoe inquietação dos animais. A liberação degrande quantidade de hormôniocorticosteróide no momento do partodetermina uma grande liberação deleucócitos com predominância de neutrófilossobre os linfócitos (Jain, 1986).

Os valores médios de constituintessanguíneos variam significativamente com aidade dos animais e de forma menosintensa com relação aos fatores sexo esistema de criação. (Oscar, 1965; Jain,1986).

A concentração de hemoglobina nasespécies animais varia de acordo com aatividade muscular realizada e aconseqüente demanda metabólica deoxigênio. O tamanho e a quantidade deeritrócitos de cada espécie tambémapresentam variações. Quanto menor otamanho celular, maior é a concentraçãosanguínea. A distribuição da hemoglobinaem pequenas unidades celulares resulta emaumento da superfície da área eritrocítica, oque favorece a troca de gases. (autor)

Silva et al. (1992) avaliaram o eritrogramade três raças de búfalos saudáveispertencentes a rebanhos localizados noVale do Ribeira, SP. Os valoreshematológicos médios encontrados nãoapresentaram variação entre as raças, masvariaram significativamente com relação àidade do animal no momento da coleta.Com o avançar da idade dos animais osvalores médios do número total dehemácias, hemoglobina e volume globulardiminuíram, enquanto os valores médiosreferentes ao volume corpuscular médio,hemoglobina corpuscular média econcentração hemoglobínica corpuscular

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média aumentaram. Sharma et al. (1985)encontraram resultados semelhantes aosdescritos por Silva et al. (1992) em animaisda raça Murrah até os 12 meses de idade.(tabela 3)

Bomfim (1995) realizou hemogramas embufalinos, de ambos os sexos da raçaMurrah, do nascimento até um ano deidade. Foram observados a redução dosvalores médios da concentração dehemácias, hemoglobina e volume globular

após os 90 dias. A redução foi atribuída àdiminuição do tamanho das hemácias nostrês primeiros meses, seguida pelo aumentogradativo e conseqüentemente redução donúmero. Este trabalho concluiu que osfatores etários exercem influênciasignificativa sobre os valores de hemácias,hemoglobina, volume globular, hemoglobinacorpuscular média, concentraçãohemoglobínica corpuscular média,leucócitos totais, neutrófilos segmentados,linfócitos, eosinófilos e basófilos (Tabela 4).

Tabela 3-Valores médios e desvio padrão do número de hemácias, hemoglobina, volumeglobular, volume corpuscular, hemoglobina corpuscular média e concentração da hemoglobinacorpuscular média de animais da raça Jafarabadi.

Idade(meses)

HEMÁCIASx106/Mcl

Hb(g/dc)

VGM(%)

VCMflts

HCM(pcg)

CHCM(%)

0 a 4 9,34±1,35 13,78±1,63 43,10±3,54 46,63±4,14 14,84±1,18 31,98±2,765 a 8 9,40±1,03 12,56±1,03 39,90±3,21 42,78±4,52 13,79±1,50 32,24±0,929 a 12 9,61±0,84 13,38±0,92 40,60±2,01 42,47±3,36 14,00±1,38 32,95±1,3013 a 24 7,95±0,73 13,02±1,17 39,90±3,18 50,43±4,60 16,45±1,63 33,98±0,96

Adaptado de Silva et al. (1992)

Tabela 4- Médias e desvio padrão do eritrograma de bufalinos (Bubalus bubalis) da raçaMurrah do nascimento até um ano de idade.

Idade (dias) Hemáciax 106/ml

Hbg/dl

VG(%)

VCM(fl)

HCM(pg)

CHCM(%)

2 9,18±1,15bcde 12,9±2,2abc 39±7 abcde 42,0±3,4 a 14,0±1,1 bcd 33,4±1,4 ef

15 9,69±1,50abcd 13,1±2,0 abc 39±6 abcde 40,7±4,1 a 13,6±1,3 d 33,4±1,3 ef

30 9,96±1,48abc 13,6±2,0 abc 41±6 abc 41,7±3,0 a 13,7±1,1 cd 33,0±2,1 f

60 10,39±0,87ª 14,1±1,5 a 42±4 ab 40,3±2,4 a 13,6±1,0 d 33,7±1,0 def

90 10,06±1,12ab 14,4±1,4 a 42±4 a 42,7±3,8 a 14,4±1,3 bcd 33,9±2,0 def

120 9,59±0,76abcd 14,0±1,1 abc 41±3 abcd 42,6±2,4 a 14,5±0,8 abcd 34,2±1,3 cdef

150 8,87±1,13cde 13,1±1,1 abc 38±3 abcde 43,0±2,4 a 14,9±1,0 abc 34,5±0,9 cdef

180 8,89±0,92cde 12,9±1,3 abc 37±3 cde 41,4±1,8 a 14,5±0,8 abcd 35,1±2,1 bcde

210 8,90±0,78cde 13,1±1,2 abc 37±3 bcde 42,1±2,5 a 14,8±1,0 abcd 35,0±1,4 bcde

240 8,98±1,02bcde 14,0±1,4 ab 38±4 abcde 42,4±2,5 a 15,7±1,3 a 37,0±2,0 a

270 9,00±0,97bcde 13,4±1,1 abc 38±3 abcde 42,2±3,1 a 15,0±1,5 ab 35,5±1,7 abcd

300 8,69±0,96de 13,2±1,5 abc 36±4 de 41,9±2,6 a 15,2±1,1 ab 36,4±1,6 ab

330 8,47±0,84e 12,4±1,1 c 35±3 e 41,4±3,5 a 14,7±1,2 abcd 35,5±2,4 abcd

360 8,59±0,82de 12,5±1,0 bc 35±2 e 41,0±3,8 a 14,6±1,5 abcd 35,7±1,9 abc

Bomfim (1995)

Na mesma coluna, médias e respectivosdesvios padrão seguidos de mesma letraminúscula não diferem estatisticamente, navariável em consideração.

Láu (1985), avaliou o perfil hemático debezerros búfalos naturalmente parasitadospelo Neoascaris vitulorum e encontrou umasignificativa diminuição do número deeritrócitos, da taxa de hemoglobina e dovolume globular. Os animais parasitados

também apresentaram uma elevação donúmero de leucócitos com eusinofilia.

Patel (1971) estudou a variação sazonal dealguns parâmetros bioquímicos ehematológicos de animais saudáveispertencentes ao Animal Nutrition Station eArtificial Insemination Centre of Kaira MilkUnion, ambos os institutos localizados emAnand, Índia. A concentração dehemoglobina e a contagem total de

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eritrócitos nos touros aumentaram durante overão e foi maior em relação aos demaisanimais do rebanho. Em bezerros bufalinos,a quantidade total de eritrócitos, aconcentração de hemoglobina e contagemtotal de leucócitos, com diferençaestatisticamente significativa paraeosinófilos, e a quantidade de linfócitos foimaior e se manteve constante durante todasas estações climáticas do ano.

Santos (1984) estudou os parâmetroshematológicos de bezerros búfalosnaturalmente infestados por nematóides econcluiu que não foram encontradasdiferenças significativas em função do sexoou idade dos animais. O número total deleucócitos foi menor do 1º ao 15º dia de vidae aumentou consideravelmente até adesmama (180 dias de vida). A relaçãoneutrófilo: linfócito no intervalo de 0 a 15dias foi de 1,29 nos bufalinos machos e de1,02 nas fêmeas; a mesma relação aos 180dias foi de 0,28 nos machos e 0,24 nasfêmeas. Com relação aos valores médios deproteína total, albumina e globulinas séricasnão houve diferenças estatisticamentesignificativas (P < 0,05) entre sexo e idade.Não foi observada eosinofilia,principalmente durante os picos de infecçãohelmíntica nos bezerros, ou alteração noquadro bioquímica atribuível ao parasitismo.

Os trabalhos citados acima, Bomfin (1995) eSantos (1984) utilizaram a câmara deNeubauer para fazer a contagem total dehemácias e leucócitos. A contagemrealizada com a referida metodologia podeapresentar uma variação de até 20%, sendopouco confiável e menos precisa em relaçãoa contagens realizadas em equipamentoseletrônicos (autor câmara Newbauer).

2.4 Proteína total sérica

Os valores médios de albumina sérica deanimais parasitados podem variar emfunção da intensidade de infecção e espéciede nematóide envolvidas. Cornelius et al.(1962), citados por Symons (1969),encontraram uma redução na síntese dealbumina com aumento de seu catabolismoem animais com infecções graves portricostrongilídeos.

A diminuição da concentração de albumina,quando é analisada a concentração total deproteína plasmática, pode ser mascaradapelo incremento de globulinas (Symons,1969). A hiperproteinemia está ligadanormalmente a um aumento daconcentração de globulinas. A desidrataçãotambém é responsável pela normalizaçãoda concentração sérica protéica em animaiscom hipoproteinemia. Avaliar aconcentração sérica de proteína total é útilna interpretação do hemograma de animaissaudáveis, pois indica o grau de hidrataçãodo indivíduo (autor).

Santos (1984) avaliou a concentração totalde proteínas sérica e a relação dealbumina/globulina de animais parasitadosmachos e fêmeas da raça Murrah. Nesseestudo não foram encontradas variaçõesestatisticamente significativas nos valoresmédios da concentração total de proteínasérica em função do sexo e da idade dosanimais. A concentração total de proteínasérica e globulina mostraram uma tendênciapara a redução com o avançar da idade. Aalbumina apresentou acréscimo até os 105dias de vida com posterior tendência àredução. A maior concentração de proteínasérica total encontrada foi em animais até o15º dia de vida.

2.5 Período de ação das drogas utilizadas

Cada medicamento confere diferenteperíodo de proteção contra reinfecção porhelmintos, permitindo que em cada regiãosejam propostos diferentes intervalos deutilização dos medicamentos em diferentesépocas do ano. Lima (1980) observou oaumento da contagem de O.P.G. embezerros bovinos tratados com 7,5 mg/Kgde PV de Fenbendazol a partir da segundasemana após o tratamento. A reinfecçãodos bezerros após o tratamento com 7,5mg/Kg de PV via oral de Fenbendazol pornematóides do gênero Cooperia sp. ocorreuapós uma semana, enquanto a do gêneroHaemonchus sp. ocorreu após quatrosemanas. Barth (1983) demonstrou aeficiência da ivermectina (200 mcg/ Kg PVSC) de até 14 dias para controlarreinfecções experimentais por larvasinfectantes de L3 de C. oncophora, C.

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punctata e Ostertagia sp. em bezerros daraça holandesa com cinco a sete meses deidade. Armour et al. (1985) descrevem aeficiência superior a 99% da ivermectina(200 mcg/ Kg PV SC) até sete dias após atratamento para impedir a reinfecçãoexperimental de larvas de C. oncophora eO. ostertagi, e de 21 dias para larvas deDictyocaulus viviparus. Prichard (1986)considera que a ivermectina (200 mcg/ KgPV SC) possui um período de ação de 14dias contra a maioria dos nematóides.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1-Localização

O estudo foi realizado em animaispertencentes às propriedades FazendaCanoas e Fazenda Canoas do JorgeGrande, identificadas respectivamentecomo A e W, localizadas no município deDôres do Indaiá Minas Gerais, localizado a240 km de Belo Horizonte.

O município de Dôres do Indaiá estálocalizado na região do Triângulo Mineiro epossui uma pecuária expressiva de bovinosda raça Nelore e vacas leiteiras mestiçasGirolando. Os bufalinos, quando presentes,estão inseridos nos rebanhos bovinos e sãocriados no mesmo ambiente.

O sistema de produção de leite daspropriedades em que o estudo foi realizadoé do tipo semi-intensivo, comsuplementação das búfalas em lactação noinverno e dos bezerros durante todo o anocom capim Napier e farelo de milho. Aspropriedades eram vizinhas, com relevolevemente acidentado, pastagem mista comforragem nativa e Braquiaria decumbens,instalações e manejo bastantesemelhantes.Os búfalos e bovinos eramcriados simultaneamente, sem divisão em

função da idade dos animais nas duaspropriedades.

3.2 Animais avaliados

Neste trabalho 53 búfalos (Bubalus bubalis)da raça Jafarabadi, com idade de 0 a 330dias foram acompanhados. Destes, 23bezerros perteinciam à fazenda A, sendo 11machos e 12 fêmeas, e 30 pertenciam àfazenda W, sendo 10 machos e 20 fêmeas.Todos os animais foram avaliadosmensalmente através de visitas àspropriedades, com intervalos regulares de30 dias, no período de janeiro de 2003 ejaneiro de 2004. Os bezerros de ambas asespécies conviviam no mesmo ambientecom bezerros bovinos durante grande partedo dia e eram apartados somente nomomento da ordenha para facilitar otrabalho dos funcionários. Bezerros bovinose bufalinos eram apartados de suas mãesàs 14 horas do dia precedente à ordenha.

3.3 Delineamento experimental

À medida que nasciam, os animais eramdistribuídos aleatoriamente. Receberam trêsdiferentes tratamentos em cadapropriedade, da seguinte maneira:tratamento ivermectina (T1), foramvermifugados nas primeiras semanas devida e posteriormente a cada 60 dias com200mcg de ivermectina (Ivomec®), viasubcutânea; tratamento fenbendazol (T2),os animais foram vermifugados (Panacur®)com idade próxima dos 15, 30, 60 e 180dias com 10 mg/Kg de peso vivo defenbendazol administrado via oral;tratamento controle (T3): os animais nãoforam vermifugados (quadro 1). Ostratamentos 1, 2 e 3 são apresentados notexto e nas tabelas como WT1, WT2 e WT3para os tratamentos realizados na fazendaW e AT1, AT2 e AT3 para os tratamentosrealizados na fazenda A.

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Quadro 1 – Distribuição dos bezerros nos diferentes tratamentos avaliados e idade média dosanimais no momento da medicação.

Fazenda A Fazenda WTratamentosNúmero debezerros

Idade média(dias)

Número debezerros

Idade média(dias)

Medicação 11ª 5 14,66±13,4 10 25,32±15,112ª 5 74,33±14,57 10 67,77±19,623ª 5 157,33±18,00 10 128,22±19,995ª 5 200,03±11,15 10 191,44±18,746ª 5 259,00±17,43 10 254,90±22,487ª 5 315±2,82 10 309,57±21,15

Medicação 21ª 7 16,25±3,20 11 12,90±5,682ª 7 41,33±12,54 11 38,81±7,833ª 7 65,71±13,07 11 66,72±8,194ª 7 188,57±13,58 11 181,36±10,43

Tratamento 3 11 - 9 -Total de animais 23 30

Os bezerros foram contidos individualmentepara aplicar brincos identificadores nopavilhão externo das duas orelhas após onascimento e mensalmente para realizar otratamento, a pesagem, a análise clínicavisual e a coleta de material.

A pesagem dos animais foi realizadaatravés de fita de pesagem para bezerrosbovinos Todas as informações observadas(data de nascimento, data da coleta dematerial, vermifugação, peso, presença dediarréia e outras manifestações clinicas dosanimais) e eventuais infestações porcarrapatos (Boophilus microplus) e piolhos(Haematopinus tuberculatus) foramanotadas em fichas individuais etransferidas para um banco de dados.

3.4 Exame de fezes

As amostras de fezes foram coletadasdiretamente da ampola retal dos animais,utilizando luva de borracha e sacosplásticos, armazenadas em caixas de isoporcom gelo reciclável e transportadas para oLaboratório de Parasitologia da Escola deVeterinária da UFMG.

Foi realizada a contagem de ovos porgramas de fezes (O.P.G.) em câmaraMcMaster de acordo com Gordon e Whitlock(1939), modificada por Whitlock (1948) deacordo com Ueno e Gonçalves (1998).

Posteriormente à homogeneização,realizada dentro do saco plástico utilizadopara a coleta, quatro gramas de fezes foramretiradas e misturadas a 56 ml de água,homogeneizadas e peneiradas. Quatro mlda solução de água e fezes foramadicionadas a quatro ml de soluçãosaturada de açúcar (Sheater),homogeneizadas e colocadas em CâmaraMcMaster para realizar a contagem donúmero de ovos, o número de ovosencontrados no interior da câmara foimultiplicado por 100.

Foram realizadas coproculturas para aidentificação dos gêneros de helmintospresentes nas amostras de fezes positivasao exame de O.P.G. de acordo com ametodologia de Roberts o O’Sullivan (1950),descrita por Ueno e Gonçalves (1998). Asfezes foram misturadas em menorproporção ao carvão vegetal, moído emfragmentos de aproximadamente 0,3 cm, eacondicionadas em vasilhames de vidrolimpos e identificados, cobertos com gaze ecolocados em estufa tipo B.O.D. da marcaFanem a 27ºC e umidade relativa de 75º. Amistura de fezes e carvão foi mantida naestufa por sete dias.

As larvas dos nematóides foram coletadasutilizando a técnica de Baermann, citado porUeno e Gonçalves (1998). A identificaçãodas larvas foi realizada sobre lâminas de

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vidro após a adição de uma gota de lugol;para cada coprocultura foram identificadas100 larvas. Nas amostras de fezes em quenão foi possível coletar as 100 larvasnecessárias, foi calculado o percentual dosgêneros de helmintos presentes.

3.5 Hemograma e leucograma

Para realizar o hemograma, foram coletadasamostras de sangue, através de punção daveia jugular, em tubos tipo vacuntainer de5ml contendo o anticoagulante ácidoetilenodiamonotetracético (EDTA). Asamostras de sangue foram transportadaspara o Laboratório de Patologia Clínica daEscola de Veterinária da UFMG em até 20horas após o início da coleta de material.

Os hemogramas foram realizados noaparelho eletrônico ABC Vet (Automated(Blood Counter / Animal Counter®1), queutiliza o método da impedância paraclassificar o diferentes tipos celulares. Odiâmetro das hemácias é utilizado peloaparelho como referência para aidentificação dos diferentes tipos celularesdas diferentes espécies animais. O diâmetrodas hemácias de búfalos é semelhante aodos bovinos (Jain, 1986).

Foram estudados o número de leucócitos(LEUCÓCITOS), plaquetas (PLT), eritrócitos(HEMÁCIAS), volume médio individual doseritrócitos (VCM), concentração dehemoglobina (HB), hematócrito (HCT),hemoglobina corpuscular média (HCMC).Para tanto, ao chegar ao laboratório, osfrascos de sangue com EDTA foramhomogeneizados durante 5 minutos.

Após a homogeneização foramconfeccionados esfregaços sanguíneospreviamente à realização do hemograma.Os esfregaços foram corados com a técnicaMay Grunwald para posterior contagemdiferencial de leucócitos. A contagemdiferencial dos leucócitos foi realizada emmicroscópio ótico com lente objetiva(aumento de 100 vezes) com óleo deimersão. Foram contados 100 leucócitos da

1 ABX Diagnostics

borda de cada esfregaço sanguíneo,identificando-os como linfócito, monócito,neutrófilo segmentado, neutrófilo bastonete,eosinófilos e basófilo de acordo com Nemi(1986).

3.6 Dosagem de proteína sérica total

Foram coletadas amostras de sangue naveia jugular em tubos tipo vacuntainer de 10ml sem anticoagulante para a coleta de soroe posterior dosagem de proteína sérica total.Estas amostras de foram centrifugadas a2500 rotações por minuto durante cincominutos para separar o soro. O soro obtidofoi armazenado em ependorf de 1000microlitros e estocados a -20º C. Aquantidade de proteína total no soro dosbezerros búfalos foi determinada através deteste colorimétrico in vitro com metodologiado Biureto.

3.7 Necropsia

Um bezerro pertencente ao tratamentocontrole da fazenda W com 270 dias deidade que apresentava um maior número degêneros de helmintos foi destinado ànecropsia na Escola de Veterinária daUniversidade Federal de Minas Gerais.

Algumas lesões na mucosa do intestinodelgado e no ceco foram visualizadasmacroscopicamente, além do aumento doslinfonodos mesentéricos. Segmentos dotrato gastrointestinal que apresentavamlesões macroscópicas foram coletados efixados em formalina tamponada a 10%.Posteriormente estes fragmentos foramprocessados pela técnica rotineira deinclusão em parafina, cortados nomicrótomo com 5 micrômetros de espessurae coloração pela Hematoxilina-Eosina.

O conteúdo dos diversos segmentos dotrato gastrointestinal foi separado,identificado e fixado em solução de formol10% à temperatura próxima de 90º Celsius.A contagem do número de helmintospresentes foi realizada em placas de Petricom auxílio de microscópio estereoscópioem todo o conteúdo do abomaso, 20% doconteúdo presente no segmento inicial, 20%

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do conteúdo presente no segmento medial etodo o conteúdo presente no segmento finaldo intestino delgado. Também foramexaminados todo o conteúdo do ceco e 10%do conteúdo total do intestino grosso.

Os helmintos coletados foram separados emfunção da localização no momento dacoleta, colocados em frascos de vidro de 10ml com solução de formol 10% eidentificados através das característicasmorfológicas dos machos utilizando comoreferência as descrições de Chauhan(1972b) e Skarjabin (1954). Os helmintosadultos foram colocados sobre lâminas,clarificados com lactofenol e visualizadosem microscópio ótico Olympus® com lenteobjetiva de 10x.

Para a classificação específica foramutilizados 11 helmintos machos adultos dogênero Paracooperia sp. e 4 do gêneroOstertagia sp. (anexo 2), nos quais foramvisualizadas as características específicas e

mensurados os espículo, vesícula cefálica eo comprimento total.

3.8 Informações climáticas

O índice pluviométrico mensal e a variaçãomédia da temperatura foram obtidas,respectivamente, junto ao instituto deMeteorologia da Companhia Energética doEstado de Minas Gerais das estações deBambuí e Dôres do Indaiá. No período emque a parte experimental foi realizada, aestação meteorológica localizada em Dôresdo Indaiá não registrou as informaçõesreferentes à pluviosidade. Tendo em vista aproximidade dos dois municípios, nadiscussão foram utilizados os índicespluviométricos obtidos na estação deBambuí.

A variação dos índice pluviométrico e datemperatura durante o período em que foirealizado o experimento estão expressosnas figuras 1 e 2.

Figura 1 - Curva acumulada mensal e número de dias com chuva no Município de Bambuí –Minas Gerais no ano de 2003

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0

3

6

9

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36

39

janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro janeiro

Meses do ano - 01/2003 a 01/2004

ºC

Máxima Media Mínima

Figura 2 - Variação média anual da temperatura no Município de Bambuí – Minas Gerais noano de 2003.

3.9 Análise Estatística

Numa primeira etapa, procedeu-se aoestudo da consistência dos dados por meiodos procedimentos MEANS e FREQ doaplicativo SAS (1998). Verificaram-se:médias, desvios-padrão, valores máximos emínimos e coeficiente de variação de cadavariável estudada.

As fazendas foram classificadas comoFazenda W = 1 e fazenda A=2

Os meses de observação foram osseguintes:

*Ano 2003 = fevereiro, março, abril, maio,junho, julho, agosto, setembro, outubro,novembro e dezembro.

*Ano 2004= janeiro.

Sexo do animal: 1= machos e 2 = fêmeas.

Os tratamentos: 1- ivermectina, 2-Fenbendazol e 3 tratamento controle

As idades (em dias), foram agrupadasdentro das seguintes classes:

Idade < = 7 dias :�,G ��Idade entre 7,01 a idade <= 17 :�,G� ����Idade entre 17,01 a idade <= 31 :�,G� ����Idade entre 31,01 a idade <= 61 :�,G� ����Idade entre 61,01 a idade <= 91 :�,G� ����Idade entre 91,01 a idade <= 121 :�,G� �����Idade entre 121,01 a idade <= 151 :�,G� �����Idade entre 151,01 a idade <= 181 :�,G� ����Idade entre 181,01 a idade <= 211 :�,G� �����Idade entre 211,1 a idade <= 241 :�,G� �����Idade entre 241,01 a idade <= 271 :�,G� �����Idade entre 271,01 a idade <= 301 :�,G� �����

Para a análise dos parasitas procedeu-se àtransformação dos dados encontrados para:Toxocara vitulorum, Strongyloidespapillosus, Trichostrongilídeos sp, Cooperiasp, Haemonchus sp, Oesophagostomum sp,Paracooperia sp., Ostertagia sp., usando-se

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a transformação log (X + 1), onde X é aresposta medida no animal.

Foram realizadas análises de variânciapreliminares e foram testados efeitos fixosque podem influenciar o peso, a intensidadede infecção, as características associadasao hemograma e à contagem diferencial deleucócitos, tais como: fazenda (Faz), mês de

coleta e observação dos animais (MC), sexodo animal (Sx), tratamento aplicado (Trat),idade do animal (Id) e as interações simplese triplas entre os efeitos fixos, peloprocedimento GLM do SAS (1998). Asmédias foram comparadas pelo teste “SNK”com 5% de significância.

O modelo de análise final foi:

Yijklmn = µ + Fazi + MOj + Sxk + Tratl + Idm + eijklmn

Yijklmn = variável estudada (Toxoc, Strong, Trich, Coop, Haemon, Oesoph, Paraco, Oster, Linf,Monoc, Segm, Baston, Eusin, Basof, WBG, HEMÁCIAS, HB, HCT,PLT, VCM, HCM, HCMC)

µ = média geralFazi = efeito fixo da iésima fazenda (Faz - i: 1,2)MOj = efeito fixo do jésimo mês de observação dos animais (MC - j: 1 a 12)Sxk = efeito fixo do késimo sexo do animal (Sx - k: 1,2)Tratl = efeito fixo do lésimo tratamento (Trat - l: 1, 2, 3)Idm = efeito fixo da mésima idade do animal (Id - m: 7,15,30,60,90,120,150,180,210,240,270,300)eijklmn = erro aleatório associado a cada observação (N~0,1)

Quando foram observados efeitossignificativos para a interação Faz*MO*Trat,o modelo de análise foi realizado para cadafazenda, mês de observação e idade doanimal.

Para Proteína (Prot), o modelo de análiseincluiu, além dos efeitos fixos (fazenda, mêsde observação, sexo do animal, tratamento

e idade) as covariáveis (Toxocara vitulorun,Strongyloides papillosus, Trichostrongilídeossp, Cooperia sp, Haemonchus sp,Oesophagostomum sp, Paracooperia sp.,Ostertagia sp.) As médias foramcomparadas pelo teste “SNK” com de 5% designificância.

O modelo de análise foi:

Yijklmno = µ + Fazi + MOj + Sxk + Tratl + Idm + Covn + eijklmno

Yijklmno = variável estudada (Prot)µ = média geralFazi = efeito fixo da iésima fazenda (Faz - i: 1,2)MOj = efeito fixo do jésimo mês de observação dos animais (MC - j: 1 a 12)Sxk = efeito fixo do késimo sexo do animal (Sx - k: 1,2)Tratl = efeito fixo do lésimo tratamento (Trat - l: 1, 2, 3)Idm = efeito fixo da mésima idade do animal (Id - m: 7,15,30,60,90,120,150,180,210,240,270,300)Covn = covariável Toxocara vitulorun, Strongyloides papillosus, Trichostrongilídeos sp, Cooperiasp, Haemonchus sp, Oesophagostomun sp, Paracooperia sp., Ostertagia speijklmno = erro aleatório associado a cada observação (N~0,1)

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O primeiro e o último bezerro avaliado daspropriedades A e W nasceramrespectivamente nos dias 21/01/2003,26/04/2003, e 10/01/2003, 02/05/2003. Amaior concentração de partos na fazenda Aocorreu no mês de Março e na fazenda Wno mês de Fevereiro. A concentração departos neste período está de acordo com ascaracterísticas reprodutivas dos bufalinos(Baruseli, 1993; Zicarelli, 1997).

Ao iniciar o trabalho, parte dos animais dafazenda A já tinha nascido, esse fatocausou um aumento da idade média dosanimais que faziam parte do AT2. Porexigência do proprietário, a inclusão destesanimais no tratamento controle não foipossível.

Os animais da fazenda A apresentaram umamaior quantidade de O.P.G. durante todo oexperimento. Estes animais sofriam maioresrestrições alimentares e eram criados emdensidade superior em comparação com osbezerros da Fazenda W. Bezerros bovinos ebufalinos independentemente da faixa etáriaeram criados juntos. Guimarães et al. (1989)demonstraram, em bovinos, que a forma domanejo interfere em programas de controlede helmintos. Além de outros fatores, amaior taxa de lotação e a exploração mistafavoreceu o aumento da infecção dosanimais.

Um animal do sexo macho, nascido em10/03/2003 pertencente ao AT3 morreu aos115 dias com sintomatologia de infecçãoparasitária grave. Nas coletas de fezesprecedentes à morte do animal foidiagnosticada a presença de ovos de S.papillosus com contagens de 2800, 3300,500 e 200 O. P. G, respectivamente, aos 57,65, 72 e 94 dias de vida.

Os gêneros de helmintos encontrados nosbezerros pertencentes às propriedades A eW foram Toxocara sp., Strongyloides sp.,Cooperia sp. e Haemonchus sp.

As espécies de helmintos encontradas nosbezerros pertencentes à propriedade Wforam Toxocara vitulorum, Strongyloidespapillosus, Cooperia punctata, Haemonchussimilis, Haemonchus contortus,Oesophagostomum radiatum, Ostertagiatrifurcata e Paracooperia nodulosa. Comexceção de Skjabinargia sp, os demaisgêneros de tricostrongilídeos encontradosnesta propriedade coincidem com aquelesdescritos por Starke et al. (1983).

A influência dos tratamentos anti-helminticosem comparação com os grupos controle foifator determinante para a grande variaçãona contagem de O. P. G. encontrada. Houvediferença estatisticamente significativa (p<0,01) entre os fatores fazenda e tratamentosutilizados e na interação dos fatoresfazenda, tratamento e idade a coleta .

A contagem logarítmica e a variação donúmero de ovos por grama de fezes detodos os animais, durante o período em queforam avaliados, estão presentes na tabela5.

As figuras abaixo (figs. 3 e 4) sintetizam asinformações contidas na tabela acima erealçam a alta concentração de O.P.G. compredominância das espécies T. vitulorum eS. papillosus, nos primeiros três meses devida dos animais submetidos aos diferentestratamentos utilizados, conforme jáobservado por vários autores, entre elesLáu (1993), Connan (1985), Roberts (1990)e Starke et al.(1992b).

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Tabela 5 – Média com transformação logarítmica do número de ovos por grama de fezes embezerros da mesma idade, pertencentes a diferentes tratamentos distribuídos nas duaspropriedades.

Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3Idade a coleta(dias) FazendaA FazendaW FazendaA FazendaW FazendaA FazendaW

7 0 2,65±3.75 0 2,66±4.62 0 1,53±2.6615 0 0 0 0 2,64±4.58 030 0 0 7,03±0.59 0 4,13±4.77 2,26±3.1860 1,15±2.30 0,97±2.91 0,86±2.44 0 5,62±3.47 3,14±4.5690 0,88±2.16 0 2,13±2.68 1,01±2.29 5,37±2.89 1,59±3.17120 1,84±2.52 0 2,50±3.13 0 4,63±2.80 1,95±2.71150 1,15±2.30 0 0,81±2.15 0 3,01±2.61 0,51±1.53

180 0 0,57±1.63 2,60±2.87 0 1,03±2.19 0,46±1.45210 0 0 0,65±1.74 0 2,02±2.63 0240 0 0 0 0 2,05±2.43 0270 0 0 1,32±2.65 0 1,12±2.38 2,56±3.02300 0 0,51±1.53 0 1,31±2.42 0,76±1.88 1,17±2.36

Figura 3 – Variação na contagem média de O.P.G. nas fezes de bezerros submetidos aostratamentos 1, 2 e 3 na Fazenda A com idade entre sete e 300 dias.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

7 15 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300

Idade (dias)

O.P

.G.

A1 A2 A3

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Figura 4 – Variação na contagem média de O.P.G. nas fezes de bezerros submetidos aostratamentos 1, 2 e 3 na Fazenda W com idade entre os sete e 300 dias.

4.1 Toxocara vitulorum

A presença de ovos de Toxocara vitulorunnas fezes dos bezerros deste estudo foidetectada do 5º ao 120º dia de idade. A

maior concentração de ovos de T. vitulorumnas fezes ocorreu no segundo mês de vidanos bezerros do T3 (tabela 6), os valoresencontrados estão de acordo com Connan(1985).

Tabela 6 – Média com transformação logarítmica da concentração de ovos de Toxocara nasfezes dos bezerros submetidos a diferentes tratamentos nas duas propriedades.

Tratamentos na Fazenda A Tratamentos na Fazenda WIdade acoleta AT1 AT2 AT3 WT1 WT2 WT3

7 0 0 0 2,65±3,75ª 0 1,53±2,66 ab

15 0 0 0 0 0 030 0 1,55±3,10 0 0 0 2,263±0,18 ab

60 0 0 2,30±3,61 ab 0 0,41±1,39 b 2,44±4,52ab

90 0 0 1,33±2,96 ab 0,97±0ª 0 0,84±2,53 ab

120 0,92±2,06ª 0 0,58±1,76 ab 0 0 0150 0 0 0 0 0 0180 0 0 0 0 0 0210 0 0 0 0 0 0240 0 0 0 0 0 0270 0 0 0 0 0 0300 0 0 0 0 0 0

Médias seguidas por letras iguais na mesma linha ou letras diferentes na mesma coluna apresentamdiferença estatisticamente significativa (p<0,01)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7 15 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300

Idade (dias)

O.P

.G.

W1 W2 W3

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Houve diferença estatisticamentesignificativa (p<0,01) na contagem média deovos de T. vitulorum entre os animaissubmetidos aos T1 de T2 em relação aosanimais do T3. Não houve diferençasignificativa entre os T1 e T2 para acontagem de ovos de T. vitulorum.

Nos animais do T1 das fazendas A e Wforam diagnosticados ovos de T. vitulorunaté os 120 e 90 dias de idade. Osresultados encontrados estão de acordocom o que foi descrito por Starke et al.(1983).

A presença de ovo de T. vitulorun pode serexplicada pelo intervalo entre avermifugação precedente, mais de 60 diaspara AT1 e 15 e 30 dias para WT2, e acoleta de fezes em que foram encontradosos ovos. O fenbendazol administradoprovavelmente não eliminou todas as larvasem desenvolvimento presentes no momentoda medicação. O período pré-patente do T.

vitulorun em bezerros bufalinos que ingerempouco leite é de 27,7 ± 2,2 (Roberts, 1990),situação semelhante à dos animais emestudo. Um baixo percentual de animais doT3 apresentou manifestações clínicas dainfecção por T. vitulorun no momento dacoleta de fezes.

4.2 Strongyloides papillosus

A presença de ovos S. papillosus nas fezesfoi diagnosticada nos bezerros do 5º ao270º dias. A contagem O.P.G. foi mais altados 60 aos 150 dias de vida (tabela 7).

O coeficiente de variação (234,58) entre asduas propriedades pode ser explicado pelavariação no período de eliminação de larvasno leite e pela diferença na densidade daspropriedades. Houve diferençaestatisticamente significativa na contagemde O.P.G. de S. papillosus entre ostratamentos T1 e T3, e T2 e T3 nas duaspropriedades.

Tabela 7 – Média com transformação logarítmica da concentração de ovos de S. papillosus nasfezes dos bezerros submetidos a diferentes tratamentos nas duas propriedades.

Tratamentos na Fazenda A Tratamentos na Fazenda WIdade acoleta AT 1 AT 2 AT 3 WT 1 WT 2 WT 3

7 0 0 0 0 1,14±1,98 015 0 0 2,64±4,58 0 0 030 0 5,43±3,63 3,27±4,10 0 0 060 1,53±2,66 0,85±2,40 4,09±4,07 0 0 1,77±3,4190 0,88±2,16 2,13±2,68 4,25±3,46 0 0,59±1,97 1,36±2,71

120 0,92±2,06 2,50±3,13 4,58±2,76 0 0 1,90±2,63150 0 0,75±2,00 2,97±2,57 0 0 0180 0 0,88±2,16 0,57±1,80 0,57±1,63 0 0,46±1,45210 0 0 0 0 0 0240 0 0 0,51± 0 0 0270 0 0 0 0 0 0,48±1,59300 0 0 0 0 0 0

Os trabalhos de Starke et al (1983, 1994) jáhaviam demonstrado o longo período deeliminação de ovos de S. papillosus nasfezes dos bezerros, com pico máximo deinfecção semelhante ao encontrado.

4.3 Tricostrongilídeos

A maior concentração média de O.P.G. detodos os animais avaliados neste trabalho

também ocorreu no início e no final doperíodo seco, (meses de junho–agosto enovembro-janeiro), havendo diferençaestatisticamente significativa (p< 0,05) entreo período dezembro-janeiro e todos osoutros meses do ano (tabela 8).

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Tabela 8 – Média com transformação logarítmica do número de ovos por grama de fezes dematerial coletado em meses diferentes de animais das duas propriedades, e média logarítmicado número de ovos de Trichostrongilídeos nas fezes dos bezerros em diferentes idadessubmetidos a diferentes tratamentos nas duas propriedades.

Tratamentos na Fazenda A Tratamentos na Fazenda WMês decoleta

Média deO.P.G. dos

trêstratamentos

Idade acoleta

AT 1 AT 2 AT 3 WT 1 WT 2 WT 3

2/2003 1.91±3.17 7 0 0 0 0 0 03/2003 1.84±3.39 15 0 0 0 0 0 04/2003 1.21±2.55 30 0 1,32±2,65 2,00±4,00 0 0 05/2003 1.81±2.95 60 0 0,57±1,63 0,71±1,73 0 0 06/2003 2.08±3.16 90 0 0 1,32±2,26 0 0 0,51±1,537/2003 1.04±2.15 120 0 0 0,51±1,53 0 0 0,57±1,638/2003 0.88±1.95 150 1,15±2,30 0,65±1,74 0,46±1,45 0 0 0,51±1,539/2003 0.38±1.33 180 0 1,72±2,68 0,46±1,45 0 0 010/2003 0.42±1.48 210 0 0,65±1,74 2,02±2,63 0 0 011/2003 0.53±1.54 240 0 0 2,05±2,43 0 0 012/2003 1.57±2.49 270 0 1,32±2,65 1,12±2,38 0 0 2,53±2,971/2004 1.91±2.71 300 2,12±2,90 0 0,76±1,88 0,51±1,53 1,31±2,42 1,17±2,36

Médias seguidas de letras minúsculas iguais na mesma coluna apresentam diferença estatisticamentesignificativa (p<0,05)

Esta observação sobre a variação daquantidade de ovos presentes nas fezes edas espécies de tricostrongilídeos parasitasde bezerros búfalos coincide com adescrição de Láu (1993) no Pará, que relataa ocorrência de picos de O.P.G. nos mesesde junho e dezembro, respectivamenteinício e final dos períodos com menorpluviosidade. A variação do número deO.P.G. durante o ano reflete a menorquantidade ou a ausência de larvasinfectantes em determinado período, sobcondições ambientais desfavoráveis para odesenvolvimento, e a eclosão das larvasinfectantes, assim como a migração destaspara a pastagem (Costa, 1974; Melo, 1977;Willians, 1986; Starke et al., 1991).

Starke et al. (1992b) atribuíram a menorsobrevivência e a reduzida presença delarvas no verão ao excesso de chuvas, queamoleceram as fezes e carrearam as larvas,e ainda, à presença de besouros coprófogosque removiam o bolo fecal na primeirasemana após sua deposição.

As contagens de O.P.G. dos animais daFazenda A (tabela 8), independente dotratamento, sempre foram maiores daquelasda fazenda W (tabela 8).

Os nematóides pertencentes aos gênerosCooperia sp. e Haemonchus sp. foramidentificados mais precocemente na fazendaA. Possivelmente esses achados podemser explicados pelos diferentes manejosadotados, uma vez que se constatouestatisticamente que o fator “fazenda” foisignificante.

A idade média (em dias) que os gênerosCooperia, Haemonchus, Paracooperia eOesophagostomum foram identificados nosanimais foram respectivamente, 60, 60, __ e270 dias para a Fazenda A (tabela 9), e150, 270, 270 e 240 para a Fazenda W(tabela 10). A presença de Paracooperia foidiagnosticada somente em uma pequenaquantidade de animais da Fazenda W nosanimais do grupo controle a partir dos 240dias.

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38

Tabela 9 – Idade média dos animais ao diagnóstico de larvas de gêneros de Tricostrongilídeosem animais submetidos aos tratamentos AT 1, AT 2 e AT 3, e freqüência logarítimica das larvasem búfalos dos 7 aos 300 em Dores do Indaiá, Minas Gerais.

Idade acoleta

Cooperia Haemonchus Paracooperia Oesophagostomum

T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T37 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 015 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 030 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 060 0 0 0,33 0 0 0,22 0 0 0 0 0 090 0 0 0,81 0 0 0,39 0 0 0 0 0 0120 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0150 0 0,62 0,45 0 0,42 0,22 0 0 0 0 0 0180 0 1,42 0,86 0 0,65 0,64 0 0 0 0 0 0210 0 0 1,34 0 0 0,35 0 0 0 0 0 0240 0 0 1,51 0 0 0,34 0 0 0 0 0 0270 0,92 0 1,19 0 0 0,81 0 0 0 0 0 0,16300 0,82 0 0,61 0,73 0 0,68 0 0 0 0 0 0

Para a identificação das larvas detricostrongilídeos, não foi possível fazer acoprocultura das fezes dos animais dotratamento 3 da fazenda A aos 30 dias, porcausa da pouca quantidade de fezescoletadas e da baixa contagem de O.P.G.

Com base na literatura consultada sobre aepidemiologia da infecção dos animais enos resultados encontrados na fazenda W,espera-se que os ovos diagnosticados nasfezes dos animais sejam do gêneroCooperia sp.

Tabela 10 – Idade média dos animais ao diagnóstico de larvas de gêneros deTricostrongilídeos em animais submetido aos tratamentos WT 1, WT 2 e WT 3, e freqüêncialogarítimica das larvas em búfalos dos 7 aos 300 em Dores do Indaiá, Minas Gerais no períodode Janeiro de 2003 a Janeiro de 2004.

Idade acoleta

Cooperia Haemonchus Paracooperia Oesophagostomum

T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T37 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 015 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 030 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 060 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 090 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0120 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0150 0 0 0,51 0 0 0 0 0 0 0 0 0180 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0210 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0240 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,97270 0 0 1,06 0 0 1,44 0 0 0,34 0 0 0300 0 0 0,51 0 0,72 0 0 0,30 0 0 0 0

A espécie bufalina é poliéstrica estacionalde dia curto (Zicarelli, 1997), dadodemonstrado nas figuras 5 e 6, que ilustram

a coincidência do período normal dedesmama dos bezerros (mês de novembro)com o início da primavera no Brasil.

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39

Figura 5 – Nascimentos e contagem com transformação logarítmica do número de O. P. G. denematóides encontrados em búfalos do AT3 dos 7 aos 300 dias de idade em Dores do Indaiá,Minas Gerais no período de Janeiro de 2003 a Janeiro de 2004.

Figura 6 – Nascimentos e contagem com transformação logarítmica do número de O.P.G. denematóides encontrados em búfalos do WT3 dos 7 aos 300 dias de idade em Dores do Indaiá,Minas Gerais no período de Janeiro de 2003 a Janeiro de 2004.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

Jane

iro

Fever

eiro

Mar

çoAbr

ilM

aio

Junh

oJu

lho

Agosto

Setem

bro

Outub

ro

Novem

bro

Dezem

bro

Jane

iro

Mês de coleta

O.P

.G. (

Lo

g)

Toxocara Strongiloydes Trichostrongilídeos Nascimentos

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

Jane

iro

Fever

eiro

Mar

çoAbr

ilM

aio

Junh

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lho

Agosto

Setem

bro

Outub

ro

Novem

bro

Dezem

bro

Jane

iro

Mês de coleta

O.P

.G. (

Lo

g)

Toxocara Strongilóydes Trichostrongilídeos Nascimentos

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40

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41

Sabe-se que na região Sudeste, sem ainterferência no manejo reprodutivo dosbufalinos, há uma concentração de partosnos meses de fevereiro e março (Baruseli,1993) tornando possível planejar-se

tratamentos anti-helmínticos estratégicospara essa espécie. As espécies, localização,sexo e quantidades de helmintosencontrados no animal necropsiado estãodescritos na tabela 11.

Tabela 11 - Localização e número de helmintos encontrados no animal do WT3 necropsiadoaos 270 dias de idade.

Segmento do TGI Espécie de helminto Número de machosna amostra coletada

Número de fêmeasna amostra coletada

Total noanimal

Haemonchus similis 2 0 2Haemonchus contortus 1 0 1

Abomaso

Ostertagia trifurcata 8 17 25Paracooperia nodulosa 35 58 465Intestino Delgado

(porção anterior) Cooperia punctata 17 28 157Paracooperia nodulosa 13 24 185Intestino Delgado

(porção média) Cooperia punctata 5 4 45Paracooperia nodulosa 9 14 23Intestino Delgado

(porção posterior) Cooperia punctata 19 30 49Ceco Oesophagostomum radiatum 16 35 51Intestino Grosso Oesophagostomum radiatum 18 76 940

A patogenia das espécies de nematóidesencontradas, com exceção da P. nodulosa,é conhecida. O diagnóstico de larvas de P.nodulosa na coprocultura foi limitado apoucos animais do tratamento W3. Oachado de Paracooperia sp. no grupocontrole da fazenda W não foi constante,esta alternância de positividade pode serexplicada pela provável baixa produção deovos nesta espécie.

A redução da capacidade de digestão eabsorção, demonstrada através de corteshistológicos, e o estudo das lesõesintestinais causadas nos nódulos presentesno intestino, descritas por Chauhan (1972c)e Bastianetto et al. (2005), sugerem que apresença de P. nodulosa é um fator limitante

para o desenvolvimento ponderal dosanimais. Não se pôde avaliar o impacto dapresença da P. nodulosa nos animais nopresente experimento, em função damultiespecificidade parasitária que foidiagnosticada.

4.4 Hematologia

A literatura disponível para a avaliação dosparâmetros sanguíneos de búfalos élimitada. A interpretação de valores e asvariações encontradas neste trabalho serão,em parte, baseadas nos fenômenosdescritos para outras espécies animais. Osvalores médios dos parâmetros analisadosestão expressos nas tabelas 12 e 13.

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42Tab

ela

12 -

Val

ores

méd

ios

e de

svio

pad

rão

dos

índi

ces

hem

atol

ógic

os d

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os p

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amen

tos

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T2

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ógic

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Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

11

71

7,16

10,8

044

,00

1533

,80

31.8

048

1.00

11

153

8,67

±0,5

912

,20±

1,17

44,3

3±2,

0814

,06±

1,06

31,6

3±1,

6638

.53±

2.20

689.

66±2

41.7

21

130

39,

03±1

,61

11,9

0±2,

2641

.66±

0,57

13,1

6±0,

2331

,56±

0,87

37.5

6±6.

3711

57.0

0±25

9.89

11

609

10,1

0±0,

9512

,86±

0,76

39,4

4±3,

4612

,82±

1,04

32,5

2±1,

9439

.61±

2.34

642.

44±1

77.0

21

190

810

,30±

1,39

12,7

7±1,

5539

,25±

3,49

12,5

0±1,

1831

,97±

2,42

39.9

6±3.

4350

7.50

±337

.49

11

120

610

,32±

2,07

12,6

8±1,

3439

,33±

4,54

12,4

8±1,

2431

,60±

1,73

35.2

1±13

.30

820.

16±1

63.6

81

115

08

9,16

±1,0

011

,60±

0,48

39,7

5±3,

1912

,75±

1,09

32,0

8±1,

4936

.18±

1.86

771.

42±2

85.6

21

118

08

8,35

±1,0

110

,57±

0,80

40,8

7±3,

6812

,85±

1,49

31,4

8±1,

6233

.60±

2.69

782.

37±3

17.8

91

121

011

8,76

±0,8

411

,10±

1,02

40,6

3±2,

9712

,72±

1,12

31,2

7±1,

8435

.56±

2.96

690.

60±3

23.2

51

124

08

8,67

±0,9

110

,42±

1,61

41,3

7±3,

3712

,13±

1,97

29,2

3±3,

9735

.75±

3.41

620.

87±1

51.3

51

127

09

9,17

±1,0

211

,78±

1,04

41,7

7±3,

7012

,92±

1,24

30,9

8±0,

9038

.00±

2.76

555.

88±2

73.0

71

130

010

8,53

±0,7

411

,42±

0,94

43,1

0±43

,47

13,4

3±1,

1031

,14±

0,88

36.6

6±2.

8755

6.50

±281

.75

12

72

8,33

±1,0

812

,15±

1,48

46,5

0±0,

7014

,65±

0,21

31,6

5±0,

0738

.50±

4.66

800.

001

215

48,

03±0

,67

11,1

5±0,

9144

,25±

1,70

13,9

2±0,

9631

,35±

1,39

35.5

2±2.

0580

2.50

±235

.37

12

304

9,42

±0,4

312

,50±

1,16

40,2

5±1,

2513

,27±

0,60

32,9

5±1,

3938

.00±

2.61

581.

00±4

08.9

71

260

119,

50±0

,96

12,0

8±0,

9440

,00±

2,72

12,7

9±0,

6032

,13±

1,70

37.6

0±2.

7482

2.20

±238

.23

12

9010

9,65

±1,1

211

,88±

1,24

39,8

7±2,

2912

,31±

0,65

30,9

2±1,

7838

.36±

3.09

751.

87±2

13.4

31

212

08

9,41

±0,7

912

,25±

0,68

41,8

3±1,

7213

,06±

0,75

31,1

6±1,

1939

.30±

1.82

892.

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99.1

21

215

06

8,00

±1,1

610

,87±

0,60

41,4

2±2,

6913

,02±

1,14

31,4

2±1,

1434

.75±

2.87

736.

71±2

12.8

01

218

07

7,85

±1,2

910

,49±

1,30

42,4

5±2,

1613

,47±

1,14

31,6

3±1,

9133

.31±

5.18

871.

81±1

56.0

01

221

011

8,30

±0,6

610

,50±

0,72

42,3

3±1,

9612

,71±

1,10

29,1

8±3,

3935

.02±

2.39

852.

58±3

70.7

81

224

012

9,76

±3,0

610

,13±

2,71

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6±1,

1110

,76±

2,89

25,1

2±6,

4337

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2.88

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33±3

15.8

61

227

09

8,77

±0,8

311

,50±

0,98

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2±1,

1013

,10±

0,41

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1±0,

7937

.41±

3.63

589.

90±1

97.1

71

230

011

8,21

±0,5

211

,23±

0,48

44,4

1±1,

7213

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0,65

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6±0,

9436

.40±

1.46

660.

27±2

93.4

21

37

127,

85±1

,16

10,3

0±2,

0839

,33±

2,08

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0±0,

8132

,96±

0,68

31.1

3±5.

8546

7.33

±99.

279

13

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,10±

0,14

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0±0,

7014

,80±

0,56

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0±0,

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1.20

559.

00±1

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21

330

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06±0

,45

10,1

8±0,

7538

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2,58

12,6

2±0,

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,50±

1,86

31.3

4±2.

5186

8.00

±284

.68

13

605

9,28

±1,0

911

,54±

1,41

39,4

2±1,

9012

,42±

0,17

31,4

7±1,

0936

.68±

4.42

712.

00±1

94.8

21

390

79,

82±0

,96

11,5

0±1,

1336

,25±

2,62

11,7

2±0,

2632

,52±

2,58

35.4

5±3.

4863

1.00

±128

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13

120

49,

01±1

,01

11,2

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,57±

3,04

12,5

8±1,

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,00±

1,18

36.4

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13

150

78,

70±1

,23

11,1

5±1,

0840

,00±

3,22

12,8

8±1,

1232

,20±

0,72

34.6

0±3.

1790

2.33

±116

.68

13

180

68,

33±0

,71

10,1

4±0,

603,

70±2

,05

12,2

2±0,

9030

,86±

1,88

32.9

6±3.

0881

0.80

±208

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13

210

108,

30±0

,81

10,7

8±1,

1841

,00±

2,56

13,0

1±0,

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,81±

1,61

33.9

0±2.

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4.37

±303

.49

13

240

89,

09±0

,70

8,35

±3,7

340

,00±

1,54

9,33

±3,9

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,30±

9,93

35.6

0±2.

4966

0.16

±174

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13

270

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50±0

,43

11,2

8±0,

4642

,54±

2,33

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0±0,

6734

,06±

9,29

36.1

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±244

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13

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118,

51±0

,58

11,2

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,00±

1,73

13,2

3±0,

5530

,83±

1,02

36.5

3±2.

0962

7.87

±228

.02

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43

A análise estatística dos valores médios dosíndices hematológicos dos animaissubmetidos aos três tratamento com idadeaos 7, 15, 30, 60, 90, 120, 150, 180, 210,140, 170 e 300 dias de idade demonstrou ainfluência significativa do fator fazenda paraa contagem de hemácias (p<0,01),hemoglobina (p<0,05), volume celular médio(p<0,05), hemoglobina celular média,concentração hemoglobínica corpuscularmédia (p<0,01), hematócrito (p<0,01) eplaquetas (p<0,05). O fator sexo influenciousignificativamente (P<0,01) somente ovolume celular médio; enquanto o mês decoleta e a idade a coleta influenciaramsignificativamente (p<0,01) todos osparâmetros analisados.

Os tratamentos a que os animais foramsubmetidos influenciaram significativamente(p<0,01) a concentração de hemácias,hemoglobina, hemoglobina celular média, eno hematócrito.

Em ambas as propriedades os animaissubmetidos ao T2 apresentaram uma

tendência à diminuição da concentraçãomédia de eritrócitos após a interrupção damedicação aos 180 dias de vida. Estadiminuição da concentração média deeritrócitos não é estatisticamentesignificativa, contudo, representa uma maiorsensibilidade dos animais a reinfecçãopelas larvas infectantes ingeridas. Estesanimais receberam um menor estímuloimunogênico em relação aos animais do T3e, no momento da interrupção damedicação, meses de setembro/outubro,foram expostos a um grande desafio delarvas infectantes na pastagem, (chuvaacumulada no período de 120 mm,temperatura média 24ºC). Os animais do T3apresentaram um aumento na concentraçãomédia de O.P.G. no mês de outubro (figuras5 e 6), o que reflete o desafio a que osanimais foram submetido em setembro. Emfunção da proteção que recebiam domedicamento utilizado, os animais do T1não apresentaram a tendência para adiminuição do número de eritrócitos.

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44Tab

ela

13 -

Val

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méd

ios

e de

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rão

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7 a

300

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tos

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DP

Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

Méd

ia ±

DP

21

72

9.09

±0.1

812

.80±

0.28

42.5

0±2.

1214

.10±

0.00

33.3

0±1.

4138

.35±

0.91

546.

50±1

33.6

42

115

28.

63±0

.48

12.0

5±0.

2142

.50±

0.70

14.0

0±0.

4232

.95±

0.07

36.5

5±0.

9136

7.00

±45.

254

21

302

7.32

±1.3

010

.40±

2.54

39.5

0±4.

9414

.10±

0.98

35.8

0±2.

5429

.25±

9.26

645.

002

160

48.

99±1

.02

11.6

5±1.

8640

.00±

2.16

12.9

5±0.

7832

.05±

0.95

36.3

0±4.

9063

0.50

±459

.34

21

904

9.93

±1.0

413

.12±

0.81

38.5

0±2.

3813

.50±

0.67

34.8

5±0.

8637

.70±

2.63

519.

50±1

43.2

02

112

05

8.92

±1.4

611

.58±

1.67

40.6

0±1.

5113

.02±

0.46

32.0

2±1.

1336

.18±

5.65

755.

00±2

73.6

12

115

01

7.87

10.5

040

.00

13.4

033

.60

31.3

011

02.0

02

118

05

7.79

±1.2

510

.48±

1.08

41.2

0±4.

3213

.68±

1.84

33.0

6±1.

0531

.90±

2.59

634.

40±3

81.4

42

121

04

8.55

±1.4

911

.10±

0.66

40.0

0±4.

2413

.22±

2.01

32.7

0±1.

8334

.02±

2.91

849.

00±1

98.1

92

124

06

8.72

±1.2

211

.18±

0.86

41.6

6±3.

8213

.01±

1.88

31.1

6±2.

1836

.00±

2.64

532.

50±2

63.4

82

127

05

8.62

±0.8

211

.54±

1.42

42.2

0±1.

6413

.38±

0.85

31.8

0±1.

0636

.28±

4.43

594.

60±5

0.22

22

130

05

8.28

±0.7

311

.38±

0.65

43.4

0±1.

6713

.78±

0.80

31.8

2±1.

5435

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2.77

680.

25±3

30.4

02

215

27.

83±0

.35

11.9

5±0.

2144

.50±

2.12

15.2

5±0.

9134

.10±

0.28

35.0

0±0.

2848

9.50

±163

.34

22

304

6.54

±0.5

79.

57±0

.71

44.2

5±2.

5014

.65±

0.36

33.3

5±2.

4628

.75±

2.93

462.

50±2

31.6

02

260

77.

80±1

.84

10.5

2±2.

6039

.85±

3.02

13.4

8±0.

8834

.08±

1.14

30.9

7±7.

8060

0.33

±271

.23

22

907

8.46

±0.5

711

.37±

0.68

40.2

8±2.

0513

.47±

0.88

33.4

8±2.

3234

.05±

2.78

746.

28±2

97.0

92

212

04

8.37

±0.6

911

.30±

0.51

42.2

5±0.

5013

.57±

0.84

31.8

5±1.

8335

.60±

2.82

680.

66±4

01.4

32

215

04

8.09

±0.6

710

.82±

0.73

41.7

5±2.

7513

.42±

1.12

32.0

5±1.

3133

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1.57

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25±4

26.9

62

218

04

7.09

±0.3

910

.36±

0.29

44.3

3±1.

3614

.65±

0.58

33.0

0±1.

1431

.48±

1.42

691.

00±3

22.2

82

221

06

7.56

±1.1

110

.17±

0.43

42.7

1±2.

9213

.67±

1.73

31.9

0±2.

3032

.11±

3.08

683.

71±2

90.7

82

224

07

8.28

±0.4

811

.01±

0.98

43.1

6±1.

6013

.28±

1.01

30.9

0±1.

6035

.66±

2.48

522.

66±2

74.3

22

227

03

7.96

±0.5

511

.20±

0.40

44.3

3±1.

1514

.10±

0.52

31.9

6±1.

2635

.16±

2.56

562.

66±1

72.8

72

230

07

6.89

±0.6

010

.20±

0.45

46.0

0±1.

8214

.87±

0.88

32.3

5±0.

9331

.58±

1.99

534.

28±1

62.9

12

37

47.

38±0

.91

10.4

5±1.

4744

.75±

1.25

14.1

2±0.

5131

.55±

1.79

33.1

0±4.

5238

4.75

±59.

302

315

28.

80±0

.64

11.7

5±1.

3438

.50±

2.12

13.3

5±0.

6334

.65±

0.63

33.9

5±4.

5970

8.50

±140

.71

23

304

6.42

±0.8

99.

02±1

.26

41.2

5±2.

6214

.05±

0.36

34.0

5±2.

2426

.47±

2.49

456.

75±3

26.0

42

360

98.

67±1

.10

11.5

1±1.

7840

.00±

4.03

13.2

6±1.

0533

.26±

2.31

34.7

6±5.

4779

3.11

±354

.39

23

907

7.81

±1.9

310

.40±

2.27

40.0

0±3.

6013

.45±

1.24

33.7

1±1.

3730

.84±

6.14

691.

85±3

12.1

42

312

07

8.01

±0.9

210

.90±

1.24

41.8

5±2.

9113

.62±

0.85

32.7

0±0.

9633

.41±

4.60

837.

42±2

64.0

32

315

07

8.17

±0.9

710

.37±

1.00

40.0

0±2.

5112

.72±

1.34

31.8

0±1.

8332

.57±

2.87

966.

85±2

15.5

22

318

08

8.61

±0.7

110

.88±

0.66

41.1

2±3.

0912

.72±

1.38

30.9

5±2.

2335

.26±

1.79

663.

25±2

38.0

02

321

010

8.44

±0.9

911

.28±

0.53

41.4

0±2.

9813

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1.38

32.4

1±1.

3134

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2.18

608.

30±1

95.7

32

324

09

8.33

±0.7

010

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0.60

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6±2.

1213

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0.90

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2.56

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23.0

72

327

010

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±0.6

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0.63

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0±1.

9313

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0.77

31.9

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2.13

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7

23

300

68.

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11.6

8±1.

2043

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2.63

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1±1.

0331

.78±

1.03

36.7

5±3.

1188

7.00

±301

.35

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45

Aos 240 dias de idade todos os animaisapresentaram contagem média de eritrócitossemelhantes. Os animais não apresentaramanemia durante o experimento.Provavelmente o reduzido período deexposição à infecção/avaliação e a baixacarga parasitária não foram suficientes paraque os animais desenvolvessem anemiacrônica ou aguda.

Os resultados encontrados nestes animaisnão excluem a possibilidade de bufalinosjovens desenvolverem anemia, em funçãodo parasitismo pelas espécies denematóides presentes na região. Os valoresmédios dos índices hematológicosencontrados em todos os animais sãoapresentados (tabela 14) com base naidade dos animais.

Tabela 14 - Médias e desvio padrão dos índices hematológicos de bufalinos puros e mestiçosda raça Jafarabadi saudáveis e parasitados pertencentes às fazendas W e A do nascimentoaté os 300 dias de idade.

Idade(dias)

Hemáciasx 106/ml

HB g/dl VCM fm3 HCM Pg HCMC g/dl HCT PLT

7 7,92±1,01 11,11±1,62 43,25±2,95 14,0±0,80 32,40±1,38 34,27±4,88 483,18±140,0115 8,42±0,60 11,92±0,95 43,20±2,45 14,18±0,9 32,78±1,64 36,37±2,49 635,13±200,9630 7,80±1,40 10,53±1,74 40,95±2,85 13,57±0,88 33,19±2,05 31,85±5,67 688,42±369,3060 9,12±1,33 11,77±1,65 39,78±2,92 12,95±0,85 32,61±1,72 36,20±5,21 716,66±274,6690 9,27±1,51 11,79±1,62 39,31±2,92 12,83±1,08 32,71±2,26 36,14±4,86 651,15±271,80120 9,02±1,39 11,65±1,23 41,02±2,81 13,03±0,97 31,71±1,37 35,97±6,35 801,76±268,08150 8,45±1,07 10,97±0,85 40,45±2,78 12,93±1,10 31,94±1,33 34,37±2,75 847,56±251,88180 8,06±1,02 10,48±0,87 41,50±3,01 13,15±1,39 31,65±1,86 33,23±3,34 762,10±260,55210 8,34±0,95 10,82±0,87 41,46±2,80 13,07±1,30 31,28±2,48 34,45±2,77 740,33±300,35240 8,83±1,59 10,34±2,11 41,79±2,47 11,93±2,57 28,50±5,72 35,76±2,75 607,22±238,46270 8,64±0,78 11,46±0,84 42,57±2,23 13,31±0,82 31,98±4,47 36,62±2,84 618,63±230,06300 8,17±0,81 11,20±0,84 43,93±2,41 13,76±0,94 31,33±1,12 35,77±2,82 644,21±275,10

A análise dos parâmetros hematológicosanalisados sem a separação dostratamentos em função do fator “fazenda”demonstra que os animais do T3apresentaram uma tendência à redução daconcentração média de hemoglobina (Hb) ede hemoglobina corpuscular média (HCM).

A tendência pode ter ocorrido em função dacompetição pelo alimento, do menor apetitee capacidade de digestão e da limitadaabsorção de proteínas e ferro, fatoresdecorrentes da presença dos parasitas notrato gastrointestinal, associados àespoliação sanguínea dos mesmos.

Tabela 15 - Contagem média de hemácias, concentração de hemoglobina (Hb), volume celularmédio (VCM), hemoglobina celular média (HCM), concentração hemoglobínica corpuscularmédia (HCMC) nos animais das Fazendas W e A submetidos aos tratamentos 1, 2 e 3 aos 300dias de idade.

TratamentoNúmero

deanálises

HemáciasX 106/mm3

Média ±DP

Hbg/dl

Média ±DP

VCMfl

Média ±DP

HCMPg

Média ±DP

CHCMg/dl

Média ±DP

1 129 8.97±1.25 11.60±1.33 40.98±3.30 13.04±1.26 31.82±1.992 154 8.36±1.36 11.03±1.31 42.43±2.58 13.30±1.39 31.30±2.913 161 8.42±1.00 10.88±1.43 41.03±2.92 12.98±1.44 31.85±3.77

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46

4.5 Leucograma

Na contagem diferencial de leucócitos foiobservado que houve diferençaestatisticamente significativa (p<0,01) emrelação ao mês de coleta do material para opercentual de linfócitos, monócitos,neutrófilos segmentados, neutrófilosbastonetes e eosinófilos (tabelas 16 e 17).

A variação da quantidade de leucócitos e aproporção dos diferentes tipos celularesdurante o desenvolvimento dos animais éuma resposta normal para todas asespécies animais. Os resultadosencontrados no presente trabalho, com

exceção de eosinófilos, estão de acordocom os valores médios reportados parabufalinos com a mesma idade (Santos,1984; Jain, 1986; Bomfim, 1995).

A concentração de eosinófilos apresentoudiferenças estatisticamente significativas(p<0,01) quando analisada em relação aosfatores fazenda, mês de coleta e interaçãodos fatores fazenda, mês de coleta etratamento. Os animais do AT3apresentaram uma maior concentração deeosinófilos, atingindo o percentual6.33±11.01 aos 60 dias e 6.22±5.51 aos 240dias de idade, idades que estavem com altacarga parasitária.

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47

Tab

ela

16 -

Méd

ias

e de

svio

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dife

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Jaf

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7 a

300

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de

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1.00

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160

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11

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01.

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12

270

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±1.7

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31.

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±1.2

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37

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315

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072.

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39.5

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±0.7

01

330

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3,39

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0±14

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3.00

±2.1

632

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16.3

31.

00±1

.41

1.00

±1.4

10.

25±0

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13

607

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7.37

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±1.5

232

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±1.4

62.

14±1

.46

0.28

±0.4

81

390

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2,80

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0±7.

111.

25±1

.25

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291.

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25±0

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±1.1

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61.

42±1

.13

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±1.1

10.

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.37

13

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±1.9

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33±1

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01

318

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13

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1,70

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±2.6

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14,6

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4.00

±2.3

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.05

0.42

±0.7

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327

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5±3,

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±1.7

334

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7.12

2.22

±2.3

81.

33±1

.50

0,00

Page 48: Universidade Federal de Minas Gerais...2 B326h Bastianetto, Eduardo, 1979-Helmintoses de bufalinos no município de Dôres do Indaiá – Minas Gerais / Eduardo Bastianetto – 2006

48Tab

ela

17 -

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21

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21

152

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±0.0

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50±1

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±1.8

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±3.5

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112

05

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±1.4

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21

150

115

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1.00

0.00

0.00

21

180

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002

121

04

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±1.4

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2.75

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25±0

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21

240

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±2.0

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1.83

±1.4

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16±0

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±1.6

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130

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00±0

.00

1.00

±1.4

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230

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50±1

.91

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±1.5

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00±1

.41

22

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10.0

71.

71±1

.25

26.4

2±15

.09

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±2.2

25.

71±1

2.52

0.00

22

907

18.1

1±2.

8063

.57±

13.4

22.

42±2

.87

26.5

7±11

.35

3.42

±2.4

33.

57±3

.10

0.42

±0.7

82

212

04

17.6

5±1.

9055

.25±

18.5

03.

50±4

.35

35.2

5±10

.21

4.25

±7.1

81.

75±2

.36

0.00

22

150

313

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2.57

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520.

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24.6

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00±1

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±1.0

01.

00±1

.00

22

180

513

.30±

1.28

64.8

0±12

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3.60

±2.5

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.00±

13.6

13.

20±4

.54

1.80

±1.0

91.

60±2

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22

210

714

.27±

2.59

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1±17

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±3.8

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17.1

71.

00±1

.41

1.71

±1.8

80.

14±0

.37

22

240

814

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2.50

57.0

0±11

.16

2.12

±1.8

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.12±

9.64

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±0.7

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37±2

.44

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±0.7

42

227

03

13.2

0±2.

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±5.6

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6.02

2.33

±4.0

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33±1

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0.00

22

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2.29

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5±9.

543.

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0±10

.44

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±1.0

61.

42±0

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1.00

±1.0

02

37

412

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3.29

49.7

5±17

.95

5.00

±3.4

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.50±

15.2

62.

75±2

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1.00

±1.1

50.

002

315

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3.04

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240.

50±0

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947.

00±7

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2.00

±2.8

20.

002

330

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635.

00±2

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14.6

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654.

00±2

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0.33

±0.5

70.

33±0

.57

23

609

16.6

1±4.

8356

.00±

8.88

2.88

±3.1

732

.77±

13.8

91.

44±1

.66

6.33

±11.

010.

55±1

.33

23

905

16.1

8±4.

4264

.20±

13.9

13.

00±2

.54

21.4

0±12

.09

4.00

±3.3

15.

60±4

.82

1.80

±2.6

82

312

05

14.4

5±4.

8268

.20±

14.1

43.

20±1

.92

21.0

0±13

.92

1.60

±1.8

15.

40±5

.54

0.60

±0.5

42

315

07

15.7

8±2.

3160

.14±

12.2

33.

42±1

.81

28.8

5±10

.62

2.42

±2.2

94.

14±1

.86

1.00

±1.1

52

318

010

14.6

5±2.

8565

.00±

8.70

2.60

±2.1

127

.00±

9.04

1.50

±0.9

73.

40±2

.22

0.50

±0.7

02

321

010

15.5

6±1.

8065

.90±

11.4

72.

00±1

.05

27.4

0±11

.09

1.80

±1.8

72.

40±2

.41

0.50

±0.8

42

324

09

17.2

8±1.

7953

.11±

13.2

13.

00±2

.00

33.3

3±8.

662.

88±2

.47

6.22

±5.5

11.

44±1

.81

23

270

1015

.82±

2.66

56.3

0±14

.35

2.10

±2.7

232

.00±

12.1

93.

40±5

.37

5.80

±3.9

90.

40±0

.84

23

300

615

.48±

3.61

58.5

0±12

.53

4.33

±4.0

328

.33±

11.3

64.

00±3

.84

4.33

±1.6

30.

50±0

.83

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4.6 Proteína total sérica

Os animais dos tratamentos 1, 2 e 3,independente da fazenda a que pertenciam,apresentaram respectivamente umaconcentração média da proteína sérica totalde 7,21, 7,03 e 6,86 g/dl, sendo aconcentração média dos animais dotratamento 1 estatisticamente diferente(p<0,05) dos animais do tratamento 3 esemelhante ao tratamento 2. Os fatores queinfluenciaram significativamente (p<0,05) naconcentração sérica de proteína foram:fazenda, mês de coleta e interação dosfatores fazenda, tratamento e idade acoleta.

Não houve diferença estatisticamentesignificativa entre animais da mesmapropriedade em relação aos fatores sexo etratamento. A maior concentração sérica deproteínas totais nos animais jovens, até o

15º dia de vida, ocorreu provavelmente emfunção da ingestão e absorção deanticorpos através do colostro ingerido. Adiminuição da concentração sérica deproteína total com o aumento da idade dosanimais foi influenciada pela presença deinfecções mistas de H. similis e O. ostertagi.Estas espécies de nematóides causamhipoproteinemia respectivamente através daespoliação sanguínea (hemorragia) einterferência no processo de digestão eabsorção das proteínas de origem alimentar(Freitas, 1976; Levine, 1980; Benz, 1985;Gibbs, 1986). Não foi observada a presençade manifestação clínica de hipoproteinemia,edema submandibular e abdominal nosanimais parasitados.

Tabela 18 - Valores da concentração médiade proteína total sérica de búfalos da RaçaJafarabadi e mestiços submetidos aostratamentos 1, 2 e 3 das propriedades A eW dos 7 a 300 dias de vida em diferentesfaixa etárias.

Idade acoleta

Nº animais Média

7 8 9.0338b15 12 9.6758a30 16 8.3950c,b60 35 8.5443c,b90 23 8.2178c120 20 7.5095d150 29 7.1807d,e180 48 6.8515d,e,f210 49 6.5612d,e,f240 47 6.1385g,f270 45 6.0067g300 43 5.9716g

Médias seguidas de letras minúsculas diferentesna mesma coluna apresentam diferençaestatisticamente significativa (p<0,05)

Os valores médios da concentração total deproteína sérica encontrados neste trabalho(anexo 3) foram maiores que aquelesdescritos por Santos (1984), masapresentaram uma variação semelhante. Aanálise dos valores médios da concentraçãoplasmática de proteínas totais dos animaissubmetidos aos tratamentos 1, 2 e 3 aos300 dias sem a separação em função dofator “fazenda” demonstra uma diminuiçãosignificativa na concentração sérica deproteínas totais dos animais submetidos aoT3 em ralação ao T1.

Tabela 19 - Valores médios daconcentração total de proteína sérica debúfalos da Raça Jafarabadi e mestiçossubmetidos aos tratamentos 1, 2 e 3 dos 7aos 300 dias de vida.

Tratamento Nº deanálises

Média

1 109 7.2197 a

2 131 7.0345 b,a

3 135 6.8643 b

Médias seguidas de letras minúsculas diferentesna mesma coluna apresentam diferençaestatisticamente significativa (P > 0,05)

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4.7 Desenvolvimento ponderal

O desenvolvimento ponderal dos animais,analisado através do peso vivo aos 300 diasde vida, do W3 na propriedade foisignificativamente inferior em relação aosdemais animais da Fazenda W (figura 6)enquanto os animais do A2 da fazendaapresentaram um peso inferior aos demaisda fazenda A (figura 5) e também dafazenda W. Atribui-se às infecções pelosnematóides encontrados o menor

desenvolvimento dos animais citados acima,tendo em vista que todos os animais decada propriedade foram criados juntos emmesmo ambiente sem a possívelinterferência de demais fatoresrelacionados, tais como a alimentação, raça,idade, manejo e ambiente. A média de pesoaos 300 dias dos animais foi: A1160,40±26,93; A2 131,57±27,24; A3164,00±14,22; W1 187,11±28,15; W2179,33±21,54 e W3 170,55±25,14.

Figura 7 – Desenvolvimento ponderal dos bezerros submetidos aos tratamentos 1, 2 e 3 naFazenda A.

Figura 8 – Desenvolvimento ponderal dos bezerros submetidos aos tratamentos 1, 2 e 3 naFazenda W.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

7 15 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300

Idade (dias)

Pes

o v

ivo

(K

g)

A1 A2 A3

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

7 15 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300

Idade (dias)

Pes

o v

ivo

(kg

)

W1 W2 W3

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O resultado da análise do desenvolvimentoponderal, ganho de peso, aos 300 dias detodos os animais, sem considerar o fator“fazenda”, demonstra claramente que oparasitismo é um fator limitante para odesenvolvimento dos animais. O pesomédio dos animais submetidos ao T1 foi de113.13±45.21; T2 106.84±40.52 e T3104.78±40.59.

O desenvolvimento ponderal dos animais foiinfluenciado significativamente pelotratamento a que foram submetidos(P<0,05), mês e idade à coleta (p<0,01). Asdiferenças observadas em função do mês eidade a coleta eram esperadas. Não houvediferença estatisticamente significativa(p>0,05) no peso aos 300 dias entre osanimais dos tratamentos 2 e 3 das duaspropriedades.

A ausência de diferença pode ser explicadapela coincidência do período em que osanimais do AT2, AT3, WT2 e WT3 nãoforam medicados, 120 dias, com a época doano, junho a setembro, quando os animaisainda estavam expostos às larvasinfectantes de Tricostrongilídeos presentesna pastagem.

Considerando o período pré-patende médiodos tricostrongilídeos de 21 dias (Benz,1985) e o período residual de ação dosmedicamentos utilizados, fenbendazol eivermectina, poderemos estimar o momentoda infecção pelos nematóides, nos animaisde AT1, WT2, AT1 e WT 2, a partir daidentificação dos diferentes gênerosencontrados.

A reinfecção dos animais está estreitamenterelacionada às condições climáticas (Lima,1983; Melo, 1977). A reinfecção dosbezerros integrantes dos tratamentos 2 e 3,demonstrada pela variação na contagem deO.P.G., acompanhou o aumento dapluviosidade (figuras 1, 3 e 4).

5 CONCLUSÕES

Os resultados encontrados neste trabalhopermitem concluir que:

• As técnicas de manejo e densidadeanimal contribuem para o aumento da cargaparasitária.

• O desenvolvimento ponderal debufalinos jovens, em propriedadeslocalizadas na região de Dores do Indaiá –Minas Gerais, é afetado por nematóidesparasitas do trato gastrointestinal.

• É confirmada o parasitismo pelasespécies Toxocara vitulorum, Strongyloidespapillosus, Cooperia punctata, Haemonchussimilis, Haemonchus contortus,Oesophagostomum radiatum, Ostertagiatrifurcata e Paracooperia nodulosa, embufalinos criados em Dores do Indaiá, MinasGerais.

• Ocorre um aumento da concentraçãode eosinófilos em búfalos com maior cargaparasitária.

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ANEXO 1

Anexo 1a. Valores médios em milímetros de estruturas dos helmintos machos da espécieParacooperia nodulosa isolados do trato gastrointestinal do animal necropsiado.

Fonte: Adaptado de Chauhan (1972b)

Anexo 1b. Valores médios em milímetros de estruturas dos helmintos machos da espécieOstertagia trifurcata isolados do trato gastrointestinal do animal necropsiado.

Fonte: Freitas (1976); Solsby (1982)

Estrutura Medidas em milímetros dosnematóides encontrados

Valores de referência

Comprimento 8,05 6,96 – 9,37Vesícula cefálica 0,067 0,057 – 0,068Espículo direito 0,2845 0,269-0,292Espículo esquerdo 0,2838 0,266-0,289

Estrutura Medidas em milímetros dos nematóidesencontrados

Valores de referência

Comprimento 6,90 6,5-7,0Espículo 0,18 0,18

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ANEXO 2

Concentração média de proteína sérica total dos animais submetidos a diferentes tratamentosna fazenda A.

Fazenda Tratamento Idade (dias) Número Proteína total g/dl

2 1 7 2 8.93±0.042 1 15 2 8.70±2.262 1 30 2 9.01±1.282 1 60 2 7.10±0.282 1 90 4 9.11±1.992 1 120 2 7.59±0.432 1 150 1 7.752 1 180 5 7.510±2.182 1 210 3 7.05±0.832 1 240 6 6.27±0.942 1 270 5 6.21±0.892 1 300 4 5.76±0.222 2 15 2 8.10±0.142 2 30 7 7.05±3.042 2 60 4 7.96±2.022 2 90 8. 81±1.482 2 120 1 9.912 2 150 3 6.82±1.052 2 180 6 7.36±1.032 2 210 7 6.84±1.202 2 240 8 6.14±0.272 2 270 4 6.11±0.662 2 300 7 5.53±0.222 3 7 1 5.002 3 15 2 11.70±0.512 3 30 3 7.74±0.532 3 60 6 8.15±2.292 3 90 5 7.25±1.562 3 120 5 6.82±1.012 3 150 6 7.25±2.292 3 180 10 6.59±0.902 3 210 10 6.77±0.732 3 240 9 5.71±0.562 3 270 9 5.80±0.482 3 300 5 5.54±0.27

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ANEXO 3

Concentração média de proteína sérica total dos animais submetidos a diferentes tratamentos nafazenda W.

Fazenda Tratamento Idade (dias) Número Proteína totalmg/ml

1 1 7 1 11.201 1 15 1 7.101 1 30 3 8.67±1.121 1 60 8 9.03±1.151 1 90 4 7.28±1.511 1 120 4 8.53±2.451 1 150 7 7.19±0.711 1 180 8 6.95±0.741 1 210 11 6.22±0.871 1 240 8 6.56±1.411 1 270 7 6.03±0.561 1 300 9 6.72±1.741 2 7 2 8.20±0.141 2 15 3 11.23±0.151 2 30 4 8.49±1.191 2 60 8 9.29±1.361 2 90 3 8.00±2.061 2 120 4 6.73±0.901 2 150 6 7.56±1.001 2 180 10 6.79±0.971 2 210 10 6.31±1.071 2 240 9 5.90±0.311 2 270 11 5.84±0.781 2 300 10 6.20±0.351 3 7 2 10.90±0.981 3 15 2 9.15±2.331 3 30 2 9.48±1.151 3 60 4 8.37±1.401 3 90 3 9.29±0.961 3 120 4 7.47±0.711 3 150 6 6.78±1.951 3 180 9 6.41±0.591 3 210 8 6.63±0.901 3 240 7 6.37±0.451 3 270 9 6.22±0.581 3 300 8 5.58±1.02

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Figura 9 –Corte histotológico de nódulo de nematóide na mucosa do intestino delgado(aumento 3,12x)

Figura 10 –Corte histológico do nódolo com larva de nematóide (aumento 100x).

Figura 11 – Mucosa do intestino delgado com nódulos de Paracooperia nodulosa eOesophagostumum radiatum

Figura 12 – Serosa do duodeno com nódulos de Paracooperia nodulosa e Oesophagostumumradiatum.

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Figura 13 - Extremidade anterior de Paracooperia nodulosa (aumenta 275x)

Figura 14 – Linfonodo mesentérico (6,5 cm).

Figura 15 – Mucosa do ceco com lesões causadas por Oesophagostomum radiatum.