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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA Qualidade de carne de bovinos suplementados com levedura viva e ureia protegida Tiago Dombroski Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia. Área de concentração: Zootecnia. Sinop, Mato Grosso Março de 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

Qualidade de carne de bovinos suplementados com levedura viva e ureia protegida

Tiago Dombroski

Dissertação apresentada ao Programa de Pós

Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de

Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como

parte das exigências para a obtenção do título de

Mestre em Zootecnia.

Área de concentração: Zootecnia.

Sinop, Mato Grosso

Março de 2015

i

TIAGO DOMBROSKI

Qualidade de carne de bovinos suplementados com levedura viva e ureia protegida

Dissertação apresentada ao Programa de Pós

Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de

Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como

parte das exigências para a obtenção do título de

Mestre em Zootecnia.

Área de concentração: Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Angelo Polizel Neto

Co-Orientador: Prof. Dr. Paulo Sergio Andrade

Moreira

Co-Orientador: Prof. Dr. Eduardo Henrique Bevitori

Kling de Moraes

Sinop, Mato Grosso

Março de 2015

ii

iii

iv

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Miguel Dombroski e Maria Gloria Dombroski,

por me proporcionarem o milagre da vida.

v

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida.

A minha família, principalmente meus pais Miguel Dombroski, Maria Gloria

Dombroski em que sempre tive orgulho por serem meu exemplo de vida, dignidade,

honestidade e humildade, aos meus irmãos Diogo Dombroski e Mariele Cristina

Dombroski por estarem sempre comigo, amo vocês!

A minha esposa Pricilla de Oliveira por estar comigo em todas as ocasiões, me

ensinando me tornar uma pessoa cada dia melhor, e que sempre apesar da distância, um

sempre está pensando no outro. Amo você linda!

A Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop, por possibilitar minha

formação em Medicina Veterinária e o Mestrado em Zootecnia.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) pela

concessão da bolsa de estudo.

Agradeço em especial ao meu Orientador Professor Dr. Angelo Polizel Neto,

por sua dedicação, sabedoria, exemplo de ética profissional. Obrigado Professor, por

não desistir de mim mesmo tendo algumas diferenças.

Aos professores Dr. Eduardo Henrique Bevitori Kling de Moraes e Paulo

Sérgio Andrade Moreira pela co-orientação na execução deste trabalho.

A Alltech do Brasil pela concessão e financiamento do produto avaliado no

presente trabalho, para a realização deste experimento.

A todos os professores, da Pós-Graduação em Zootecnia pelos valiosos

ensinamentos e dedicação.

vi

Aos colaboradores da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

campus de Botucatu-SP, que não mediram esforços para auxiliar a realização das

análises das amostras.

Aos meus amigos Ayman El Farra, Chafic Mustafe de Almeida, Danielly

Cristina Justo Lolatto e Felipe Faria pela oportunidade de sermos colegas de

mestrado onde concretizamos uma amizade para toda a vida.

Ao meu amigo, Prof. Fernando Henrique Furlan, obrigado pelos

ensinamentos, conselhos, o senhor foi muito importante para a minha formação

profissional e pessoal.

Aos meus amigos, que tive a oportunidade de conhecer ao longo desta jornada,

obrigado por se fazerem presente, e pelas confraternizações.

E a todos que, de alguma forma, contribuíram para o sucesso desta conquista.

vii

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas,

alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a

derrota, do que formar fila com os pobres de

espírito que nem gozam muito nem sofrem muito,

porque vivem nessa penumbra cinzenta que não

conhece vitória nem derrota.”

Theodore Roosevelt

viii

BIOGRAFIA

Tiago Dombroski, filho de Miguel Dombroski e Maria Gloria Dombroski, irmão

de Diogo Dombroski e Mariele Cristina Dombroski, nasceu em 21 de Abril de 1988 em

Laranjeiras do Sul, Paraná.

Em 2006 cursou o curso Profissionalizante de Técnico em Zootecnia pela

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.

Em 2008 teve a oportunidade de iniciar sua graduação em Medicina Veterinária

pela Universidade Federal de Mato Groso - UFMT campus Sinop, onde graduou-se em

2012.

Em março de 2013 ingressou como mestrando no Programa de Pós-graduação

em Zootecnia, na Universidade Federal de Mato Grosso, campus Universitário de

Sinop, concentrando seus estudos na linha de pesquisa em Melhoramento Genético e

Reprodução Animal, na área de Morfofisiologia do Crescimento Muscular, sob

orientação do Prof. Dr. Angelo Polizel Neto.

Em outubro de 2013, foi contemplado com bolsa de estudos

(CAPES/FAPEMAT) por meio da 2ª Chamada do Edital 005/2013 da Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – FAPEMAT para concessão de bolsas

individuais na modalidade de Mestrado.

Em março de 2015, apresenta sua Dissertação para obtenção do título de Mestre

em Zootecnia pela Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop.

ix

RESUMO

DOMBROSKI, Tiago. Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal de

Mato Grosso, março de 2015, 49 f. Qualidade de carne de bovinos suplementados com

levedura viva e ureia protegida. Orientador: Prof. Dr. Angelo Polizel Neto.

Coorientadores: Prof. Dr. Paulo Sergio Andrade Moreira e Prof. Dr. Eduardo Henrique

Bevitori Kling de Moraes.

Resumo - Objetivou-se avaliar a qualidade de carne de bovinos terminados sob regime

de pastejo recebendo suplementação protéico-energético com adição de ureia protegida

e leveduras vivas durante o período de transição águas-seca. Para avaliação das

características de carcaça foram utilizados 75 bovinos Nelore, não castrados, com idade

e peso médio de 27 meses e 465,24±2,16 Kg, estruturados em delineamento

inteiramente casualizado sendo 5 tratamentos e 15 repetições. Os tratamentos avaliados

foram: suplemento mineral (SM), protéico-energético (PE), PE com leveduras vivas

(PEL), PE com ureia protegida (PEU) e PE com leveduras vivas e ureia protegida

(PELU). Em parâmetros quantitativos e qualitativos foram selecionadas amostras do

contrafilé (Musculus longissimus thoracis), de 8 animais de cada tratamento escolhidos

aleatoriamente, organizados por meio de análise de variância. Para comparação entre

médias foi utilizada decomposição da soma de quadrados relacionada a esta fonte por

meio de contrastes ortogonais. As suplementações PE elevaram o peso corporal em

comparação a suplementação mineral. Houve influência (P<0,05) nos valores absolutos

dos cortes primários nas carcaças dos animais submetidos a suplementação mineral;

dianteiro, ponta de agulha e traseiro, obtiveram 100,93±1,58; 23,16±0,47; 121,79±1,33

Kg, respectivamente, em relação à média dos demais tratamentos, em que foi observado

104,49±1,61 Kg para dianteiro, 24,28±0,47 Kg para ponta de agulha e 125,54±1,31 Kg

para traseiro. Contudo quando os cortes primários foram expressos em proporção ao

peso de carcaça fria, não foram detectadas diferenças (P>0,05). Os planos nutricionais

impostos aos animais no período das águas, independente da adição de leveduras vivas

e/ou ureia protegida, elevam o peso corporal e de carcaça desses animais comparada a

suplementação mineral, sem alterar a composição e qualidade de carne.

Palavras-chave: carcaça, protéico-energético, suplementação

x

ABSTRACT

Dombroski, Tiago. Master Thesis (Animal Science), Federal University of Mato

Grosso, in March 2015, 49 f. Cattle meat quality supplemented with live yeast and

protected urea. Advisor: Prof. Dr. Angelo Polizel Neto. Co-Advisors: Prof. Dr. Paulo

Sergio Andrade Moreira and Prof. Dr. Eduardo Henrique de Moraes Bevitori Kling.

Abstract - This study aimed to evaluate the quality of beef cattle finished grazing

regime getting protein-energy supplementation with addition of urea protected and live

yeast during the period of transition waters dry. To evaluate the carcass characteristics

were used 75 Nellore bulls, with average weight and age of 27 months and 465.24 ±

2.16 kg, structured in a completely randomized design with 5 treatments and 15

repetitions. The treatments were: mineral supplement (SM), protein-energy (PE), PE

with live yeast (PEL), PE with protected urea (PEU) and PE with yeast and protected

urea (PELU). In quantitative and qualitative parameters sirloin samples were selected

(musculus longissimus thoracis) of 8 animals per treatment randomized, organized by

analysis of variance. For comparison of means was used decomposition of the sum of

squares related to this source through orthogonal contrasts. The PE supplementation

increased body weight compared to mineral supplementation. There was influence

(P <0.05) in absolute values of the primal cuts in the carcasses of animals subjected to

mineral supplementation; front, tipped needle and rear, obtained 100.93 ± 1.58; 23.16 ±

0.47; 121.79 ± 1.33 kg, respectively, compared to the average of other treatments, it was

observed 104.49 ± 1.61 kg for front, 24.28 ± 0.47 kg for needle tip and 125.54 ± 1.31 kg

for rear. However when the primary cuts were expressed in proportion to the cold

carcass weight, no differences were detected (P> 0.05). Nutritional plans imposed on

animals during the rainy season, regardless of the addition of yeast and / or protected

urea, increase the body weight and carcass of such animals compared to mineral

supplementation, without changing the composition and meat quality.

Keywords: carcass, protein-energy, supplementation

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição dos suplementos ...................................................................... 34

Tabela 2 - Composição química dos suplementos e do pasto ....................................... 34

Tabela 3 - Valores médios das características de carcaça de bovinos suplementados

com dieta protéico-energético com ou sem adição de leveduras vivas e ureia protegida

........................................................................................................................................ 35

Tabela 4 - Médias da composição centesimal da carne (Musculus longissimus thoracis)

de bovinos, suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição de

leveduras vivas e ureia protegida.................................................................................... 35

Tabela 5 - Médias de força de cisalhamento, perda por exsudação, perda por cocção,

cor da carne e gordura por avaliação subjetiva de sete cores (1-7) e pH, da carne

(Musculus longissimus thoracis) de bovinos suplementados com dieta protéico-

energético com ou sem adição de leveduras vivas e ureia protegida ............................. 36

Tabela 6 - Médias da composição de ácidos graxos da carne (Musculus longissimus

thoracis) de bovinos suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição

de leveduras vivas e ureia protegida ............................................................................... 37

xii

SUMÁRIO

CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................. 1

1.0 Introdução ................................................................................................................... 2

2.0 Suplementação de bovinos no período das águas ....................................................... 3

3.0 Ureia protegida ........................................................................................................... 5

4.0 Leveduras vivas .......................................................................................................... 6

5.0 Influência da ureia protegida e leveduras vivas na carne bovina em pastejo ............. 7

6.0 Referências bibliográficas ........................................................................................ 10

CAPÍTULO II - Qualidade de carne de bovinos suplementados com levedura viva e

ureia protegida ................................................................................................................ 14

1.0 Introdução ................................................................................................................. 15

2.0 Metodologia .............................................................................................................. 16

2.1 Local, unidades experimentais e tratamento ......................................................... 16

2.2 Características de carcaças .................................................................................... 16

2.3 Características da carne......................................................................................... 17

2.3.1 Avaliação física .............................................................................................. 18

2.3.2 Avaliação química .......................................................................................... 19

2.4 Análise estatística ................................................................................................. 19

3.0 Resultados e Discussão ............................................................................................. 20

4.0 Conclusão ................................................................................................................. 28

5.0 Referências bibliográficas ........................................................................................ 29

1

CAPÍTULO I

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2

1.0 Introdução

Nos últimos anos, importantes mercados mundiais estão exigindo alimentos

mais seguros, incentivando assim a realização de estudos mais amplos das informações

nutricionais da carne bovina, atendendo as exigências do consumidor moderno o qual se

interessa cada vez mais por produtos que possam transmitir confiança.

Neste contexto e com o interesse de conquistar mercados não atendidos,

juntamente com o crescimento das exportações brasileiras, gera a necessidade de melhor

qualidade e o aumento da produção de carne com a mesma área de terra já utilizada,

sem que haja desmatamentos para formações de novas áreas de pastagens, evitando

assim impactos ambientais.

A bovinocultura brasileira caracteriza-se por ser um sistema predominantemente

a pasto, ocupando 169 milhões de hectare de pastagens (ABIEC, 2013) e apresenta a

vantagem de viabilizar custos de produção relativamente baixos (RESENDE et al.,

2008). Sendo assim a aplicação de tecnologias que apresentem potencial para aumentar

a produção de animais nestas áreas, otimizando o desempenho animal sendo

imprescindível para a conquista do mercado de forma sustentável e competitiva.

Uma das formas de aumentar o desempenho dos animais e melhorar o desfrute

das pastagens é a utilização de suplementação, uma vez que os animais mantidos a pasto

não expressam todo o seu potencial, atingindo baixas taxas de ganho de peso ao longo

do ano. Nesse sentido a suplementação protéico-energético tem como objetivo auxiliar e

suprir as exigências nutricionais dos animais, complementando o valor nutritivo da

forragem, a fim de obter o desempenho desejado (EUCLIDES et al., 2005).

A utilização de suplementos contendo nitrogênio não-protéico protegido

(Optigen®) pode ser uma estratégia para diminuir a utilização das fontes de proteína

verdadeira e de nitrogênio não proteico convencional em dietas para ruminantes e tendo

3

como vantagens a capacidade de diminuir os riscos de intoxicação, aumentar o espaço

para inclusão de ingredientes na dieta, substituir fontes de proteína verdadeira de alto

custo e/ou disponibilidade limitada, podendo ainda melhorar o sincronismo de

nutrientes no rúmen sem comprometer o desempenho produtivo dos animais (SOUZA

et al., 2010). Com isso, dietas que proporcionem nitrogênio não-protéico e/ou proteína

verdadeira no rúmen favorecem a nutrição dos diferentes grupos de microrganismos

ruminais, aumentando a síntese de proteína microbiana (SOUZA et al., 2010).

Sendo a proteína microbiana de fundamental importância para os ruminantes,

faz-se uso de leveduras vivas como aditivo probiótico em estudos na nutrição de

ruminantes, tendo em vista que propiciam a redução da concentração de oxigênio e o

consumo de ácido lático, produzindo um ambiente ruminal favorável para os

microrganismos, reduzindo o risco de acidose, melhorando a degradação da dieta,

principalmente a fibra. Favorecendo o consumo de matéria seca, com isso aumenta a

síntese de proteína microbiana para o intestino melhorando o desempenho produtivo do

animal e as características de carcaça (FRANÇA et al., 2012).

Nesse contexto, fazendo uso de ureia protegida e leveduras vivas em suplemento

protéico-energético os índices de característica de carcaça podem ser modificados sem

que haja alterações nos parâmetros qualitativos da carne.

Objetivou-se, avaliar a qualidade de carne dos bovinos terminados a pasto

utilizando ureia protegida e leveduras vivas em suplemento protéico-energético.

2.0 Suplementação de bovinos no período das águas

Durante o período de chuvas, embora as pastagens não sejam consideradas

deficientes em proteína bruta, os ganhos de peso obtidos estão aquém daqueles

observados sob condições similares em regiões temperadas (DETMANN et al., 2005).

4

Conforme Poppi et al., (1995), isso se deve em parte, à alta degradabilidade da proteína

bruta da forragem, o que provoca perda excessiva de compostos nitrogenados no

ambiente ruminal na forma de amônia. Por isso Moore et al., (1999) relatam que o

fornecimento de energia prontamente digestível, diminui a perda de nitrogênio

disponível e a amônia no rúmen, aumentando a síntese de proteína microbiana,

permitindo um melhor desempenho animal.

Entretanto misturas múltiplas podem resultar em ganhos adicionais neste período

e se, o objetivo for durante o período das águas gerar um maior ganho de peso, teores de

proteína também devem ser incluídos nos suplementos. Porém ao contrário do período

seco em que a suplementação protéica atenderia as bactérias ruminais, nas águas as

fontes protéicas deverão ser de menor degradabilidade ruminal, permitindo que essa

proteína seja disponível no intestino, onde será absorvida, atendendo diretamente o

animal (S'THIAGO, 1999).

Barbosa et al., (2004) concluíram que a suplementação protéico-energético a

pasto, nos níveis de ingestão de 0,17 e 0,37 % do peso vivo médio, proporcionou maior

desempenho dos bovinos em relação à suplementação mineral, durante a época de

transição águas-seca e que foram viáveis economicamente, com maiores valores

econômicos quando comparadas à suplementação mineral.

Em estudos realizados por Aberle et al., (1981) observaram que bovinos

alimentados com dieta de baixo teor de energia, tem redução da fragmentação

miofibrilar e da solubilidade do colágeno produzindo carne de menor maciez que a

carne de bovinos alimentados com dieta de alta energia o que pode aumentar a

deposição de gordura subcutânea e intramuscular.

5

3.0 Ureia protegida

Tendo como base a hipótese de sincronizar as taxas de degradação de nutrientes

no rúmen desde a década de 60, pesquisadores buscam novas fontes de nitrogênio que

mantenham os níveis de amônia ruminal constantes ao longo do dia, para que possam

suprir as perdas ocasionadas pela ureia convencional. Esse problema poderia ser

superado usando as fórmulas de nitrogênio não proteico (NNP) protegido ou de

liberação lenta (FERREIRA et al., 2005).

Com os esforços sendo concentrados nas áreas de pesquisas, conclui-se que a

taxa da liberação de nitrogênio amoniacal deve coincidir com a taxa de digestão dos

carboidratos (CASTAÑEDA et al., 2009). Este fato tem levado a indústria a buscar o

desenvolvimento de compostos de liberação lenta do NNP, os quais diminuiriam o risco

de intoxicação dos ruminantes (PIRES et al., 2004).

Os ensaios de liberação de amônia in situ são favoráveis ao uso de ureia

protegida, pois comprovam uma liberação mais gradual (FERREIRA et al., 2005).

Desta forma, a utilização de ureia protegida na alimentação de ruminantes pode

favorecer o melhor aproveitamento do nitrogênio disponível, sendo a liberação deste

para o ambiente ruminal mais lenta e constante, favorecendo a fermentação e síntese de

proteína microbiana ruminal, com reflexos positivos no desempenho produtivo

(GARDINAL, 2011).

A forma de se proteger a ureia para que ocorra a liberação lenta e constante tem

sido o grande desafio para os pesquisadores e indústrias, assim estão sendo

desenvolvidos diversos compostos como: polímeros, poliuretano, ureia fisicamente

encapsulada por ceras vegetais entre outras (TAYLOR-EDWARDS et al., 2009). Esses

produtos têm como objetivo diminuir a velocidade de hidrólise da ureia e otimizar a

6

disponibilidade de energia, com isto, evita-se o maior problema na administração de

ureia e o desequilibro entre a liberação de energia e nitrogênio (SERRANO, 2011).

Nesta linha de investigação, a ureia de liberação lenta de N-NH3, tem

teoricamente, a finalidade de melhorar a funcionalidade do rúmen e modificar o perfil

metabólico. A ureia protegida está na forma de grânulos, de modo a que o N-NH3 é

lentamente liberado dentro de um período de oito horas após a ingestão (XIN et al.,

2010), diferentemente da ureia convencional, a qual é hidrolisada em 20-60 minutos

após a ingestão. De acordo com Broderick (2009), a suplementação de ureia protegida

em dietas para ruminantes alimentados com altos níveis de carboidratos rapidamente

fermentáveis pode melhorar a capacidade de síntese de proteína microbiana.

4.0 Leveduras vivas

Em 2006 a União Européia restringiu a importação de carne bovina as quais

fizessem o uso de quaisquer antibióticos como promotores de crescimento na dieta dos

animais. Essas medidas têm contribuído para intensificar a procura por aditivos

alternativos que satisfaçam às exigências do mercado. Entre os aditivos alternativos

existentes, destacam-se as culturas de leveduras, que atuam como probiótico e possuem

características que atendem às exigências internacionais dos maiores importadores de

carne bovina brasileira (GATTAS et al., 2008).

As leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae, é apontada como um dos

possíveis fatores responsáveis pela melhoria no desempenho animal, pois quando

presentes no rúmen, as leveduras produzem fatores que aumentam a atividade e o

crescimento dos microrganismos, por proporcionar pH ruminal favorável ao seu

desenvolvimento, consumo de oxigênio, maior digestão de frações fibrosas da dieta e

maior consumo alimentar (GATTAS, 2005). Com isso, ocorre aumento da taxa de

7

degradação ruminal e da digestibilidade da fibra, maximizando a utilização de amônia e

maior fluxo de proteína microbiana para o duodeno (NEWBOLD et al., 1996).

Tricarico (2005), em diversos trabalhos de pesquisa demonstra que o aumento da

produtividade animal, seja de carne ou de leite, por meio do uso de leveduras é

resultado da sua capacidade de estimular a multiplicação de bactérias ruminais

anaeróbicas totais, bactérias celulolíticas e bactérias utilizadoras de ácido láctico no

rúmen.

Segundo Martin et al., (1992), no rúmen, os efeitos do probiótico são de maneira

geral benéficas, favorecendo a presença de maior número de bactérias celulolíticas

melhorando a digestão da parede celular, a produção de fatores de crescimento para os

microrganismos do rúmen e o aumento do número de bactérias Selenomonas

ruminantium a produção de propionato, acetato, succinato e do total de ácidos graxos

voláteis no rúmen.

De acordo com Rigobelo et al., (2014) estes motivos contribuem para o maior

consumo e melhor aproveitamento da dieta pelos animais, pois ocorre aumento da

eficiência de utilização dos nutrientes no rúmen, alterando positivamente o metabolismo

do animal e determinando melhores resultados no desempenho produtivo, evidenciando

a importância de estudos com leveduras na dieta de bovinos.

5.0 Influência da ureia protegida e leveduras vivas na carne bovina em pastejo

A carne proveniente de animais criados a pasto tem sido cotada como uma das

mais nutritivas e, segundo Wood et al., (2008) o produto contém níveis maiores de

ácidos graxos Ômega 3, proporção maior e mais desejável de Ômega 3 em relação a

Ômega 6 e níveis altos de ácido linoléico conjugado, todas estas substâncias

sabidamente, tem efeitos favoráveis à saúde humana.

8

A composição das dietas fornecidas aos animais é de extrema importância, mais

especificamente o teor protéico, que pode proporcionar aumento na produção, já que a

concentração e a qualidade da proteína podem afetar o consumo de alimento, as

características de carcaça e a composição química dos tecidos musculares (SILVA et al.,

2002; ZUNDT et al., 2002).

A composição química da carne tem destacada importância, pois afeta a sua

qualidade tecnológica, higiênica, sanitária e sensorial (OLIVÁN et al., 2000). Podendo

ser influenciada por diferentes fatores, como espécie, raça, sexo, nutrição e peso ao

abate (BONAGURIO et al., 2003).

Bovinos que recebem dietas contendo níveis de energia e proteína balanceada

apresentam carcaças de qualidade superior, com adequado desenvolvimento muscular,

deposição de gordura e proporção de ossos (MULLER et al., 1986). O aumento da

energia da dieta através da maior oferta de concentrados pode alterar os aspectos

qualitativos e quantitativos da carcaça (ARTHAUD et al., 1997).

Com a utilização de leveduras na suplementação de bovinos, pode ocorrer

redução da concentração de oxigênio presente no rúmen a qual pode variar de 0,5 a 1%

que por sua vez demonstra alto grau de toxidade aos microrganismos anaeróbios

(VALADARES FILHO et al., 2006). Apresentam a capacidade de promover maior

estímulo das bactérias anaeróbicas totais e das bactérias celulolíticas na degradação da

fibra; isso porque alguns tipos de bactérias apresentam melhor desempenho na presença

de leveduras. Com esta resposta de otimização do meio ruminal, além do aumento do

volume total de fibras digeridas no rúmen, é possível prever aumento na ingestão de

matéria seca, maior ganho de peso e melhor conversão alimentar (DAWSON, 2000).

9

A utilização de ureia protegida eleva a digestibilidade da matéria orgânica e

acelera a digestão da fibra em detergente neutro da forrageira devido ao suprimento de

N-NH3 aos microrganismos ruminais (FRANCO et al., 2004).

O principal fator limitante para digestão da fibra é o baixo teor de nitrogênio

amoniacal (N-NH3) devido à menor atividade bacteriana. A maioria das bactérias é

capaz de usar o N-NH3 como única fonte de nitrogênio, devendo, portanto a dieta conter

concentrações adequadas no rúmen, intensificando a atividade microbiana.

Considerando que a proteína microbiana é de alta qualidade, torna-se importante

maximizar sua síntese no rúmen. A potencialização do aproveitamento de nitrogênio

não somente melhora a oferta de aminoácidos para o intestino delgado, mas também

diminui as perdas de energia (CHERDHTONG et al., 2010). Desta forma, a eficiência

de conversão sera otimizada e o potencial genético do animal demonstrará melhor

desempenho, favorecendo o crescimento muscular e a deposição de tecido adiposo,

antecipando a idade ao abate e melhorando a qualidade de carne. Neste contexto, o uso

tanto de leveduras quanto de fontes de ureia protegida tem potencial para melhorar

desempenho/qualidade de carne.

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6.0 Referências bibliográficas

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14

CAPÍTULO II

Qualidade de carne de bovinos suplementados com levedura viva e ureia protegida

15

1.0 Introdução

A busca por melhores resultados sobre o desempenho e características de

carcaça de animais em pastejo tem exigido esforços na elaboração de dietas que as

satisfaçam. De acordo com Paulino et al., (2004), a suplementação de bovinos em

pastagem é uma das principais estratégias para intensificação dos sistemas. Essa

tecnologia permite aumentar a eficiência de conversão das pastagens, melhorar o ganho

de peso dos animais e em encurta os ciclos de crescimento e de engorda dos bovinos.

É importante identificar os efeitos da suplementação alimentar no desempenho

dos animais, bem como na qualidade da carne, pois animais com maiores taxas de

ganho de peso produzem carnes de melhor maciez (ABERLE et al., 1981).

A utilização de levedura viva, em suplementação de bovinos de corte é apontada

como um dos possíveis fatores responsáveis por melhorar o desempenho animal, por

proporcionar estabilidade do pH ruminal, maior digestão de frações fibrosas, maior

consumo, consequentemente maior aproveitamento da dieta e ainda favorece os fatores

que aumentam a síntese de proteína microbiana (SANTOS et al., 2006).

Considerando que a proteína microbiana é de alta qualidade, torna-se importante

maximizar sua síntese no rúmen. Nesse sentido, a utilização de nitrogênio não protéico

protegido não somente melhora a oferta de aminoácidos para o intestino delgado, mas

também diminui as perdas de energia (CHERDHTONG et al., 2010). Desta forma, a

eficiência da conversão sera otimizada e o potencial genético do animal demonstrará

melhor desempenho, favorecendo o crescimento muscular e a deposição de tecido

adiposo, antecipando a idade ao abate e aperfeiçoando a qualidade de carne

(MANELLA, 2004).

Apesar de estudos (Paula, 2014, Ferreira et al., 2005) demostrarem efeitos

positivos da inclusão de levedura viva e ureia protegida sobre o desempenho de bovinos

16

é notória a necessidade de estudos e linhas de pesquisas que envolvam seus efeitos

sobre a qualidade de carne.

Assim objetivou-se com esta pesquisa avaliar a composição e qualidade de carne

de bovinos terminados a pasto suplementados com ureia protegida e leveduras vivas.

2.0 Metodologia

2.1 Local, unidades experimentais e tratamento

O experimento foi conduzido na Fazenda Uirapuru, localizada no município de

Alta Floresta-MT, em que foram utilizados 75 novilhos Nelore, não castrados, com

idade de 27 meses durante o período de transição águas-seca entre os meses de março a

junho de 2013. A área experimental destinada aos animais foi constituída de cinco

piquetes, contendo 11 ha cada, formados com gramínea Brachiaria brizantha cv.

Marandu, providos de bebedouros e comedouros, onde os animais permaneceram por

um período de 111 dias, obtendo peso corporal final médio de 465,24±2,16 kg.

O experimento foi estruturado em delineamento inteiramente casualizado (DIC)

sendo cinco tratamentos e quinze repetições/tratamento. Os suplementos ofertados aos

animais foram: suplementação mineral à vontade e suplementos protéico-energético

com ou sem a adição de ureia protegida e/ou levedura viva conforme (Tabela 1), que

tem sua composição química descrita na (Tabela 2), ofertados diariamente às 10:00

horas, em quantidade de 1,0 kg/animal aproximadamente, em comedouro conjunto com

acesso aos dois lados, permitindo a alimentação de todos os animais simultaneamente.

2.2 Características de carcaças

Todos os animais foram devidamente identificados embarcados e transportados

até o matadouro-frigorífico, sob Serviço de Inspeção Federal, localizado no município

17

de Sinop-MT, a 350 km da cidade de Alta Floresta-MT. Os animais foram abatidos em

um único dia e no mesmo lote, em que foi cumprido o período de descanso e dieta

hídrica de aproximadamente 12 horas logo após a chegada ao matadouro-frigorifico.

Imediatamente antes da insensibilização com pistola pneumática de penetração os

animais foram pesados para obtenção do peso corporal final (PCF) e logo após foi

realizado os procedimentos de sangria com secção da jugular, esfola, evisceração e

preparo das carcaças para o resfriamento, que envolve a divisão da carcaça

longitudinalmente, toalete, pesagem e lavagem, conforme fluxo padrão adotado pela

indústria.

Após resfriamento de 24 horas, foram coletadas as seguintes medidas: distância

máxima entre a porção anterior medial da primeira costela até o ponto médio da

curvatura do osso púbis, para posteriormente realização do cálculo de índice de

compacidade da carcaça (ICC) = Peso da carcaça fria/comprimento interno da carcaça.

Posteriormente as carcaças foram divididas em cortes primários (dianteiro, ponta de

agulha e traseiro total) e submetidas à pesagem para cálculos de rendimentos.

2.3 Características da carne

Para características físico-química da carne foram utilizados 40 bovinos

escolhidos aleatoriamente, sendo 8 animais por tratamento.

Amostras do contrafilé (Musculus longissimus thoracis) foram coletadas entre a

12º e 13º costela, divididos em três bifes-amostras de 25 mm de espessura, que foi

identificado, embalado a vácuo e transportado em caixa térmica com gelo ao

Laboratório de Alimentos da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Sinop,

para avaliação dos parâmetros qualitativos de carne. Os três bifes-amostras foram

coletados com, os propósitos de avaliar: amostra 1 - pH, cor, espessura de gordura

18

subcutânea do dorso, composição centesimal e perfil dos ácidos graxos; amostra 2 -

força de cisalhamento, perda por exsudação na embalagem á vácuo e perdas por cocção;

amostra 3 - força de cisalhamento, perda por exsudação na embalagem á vácuo e perdas

por cocção após 21 dias de maturação.

2.3.1 Avaliação física

Para avaliação de perda por exsudação e cocção, as amostras foram previamente

descongeladas sob refrigeração durante o período de 24 horas (0-2°C) e que foram

coletados os pesos de amostras embaladas, amostras sem embalagem, somente a

embalagem, somente a amostra in natura e amostra submetida a cocção, pesadas em

balança analítica com precisão de quatro dígitos, e submetido a cálculos de perdas.

A coloração da carne e da gordura subcutânea foi avaliada de forma subjetiva

por técnicos treinados, após a amostra ser removida da embalagem e ser exposta por 30

minutos com atmosfera natural, foram utilizadas escalas estruturadas de sete cores,

variando para carne de 1 = vermelho extremamente claro a 7 = vermelho extremamente

escuro, e para gordura subcutânea de 1 = branco a 7 = amarelo (ouro).

Para mensurar a espessura de gordura subcutânea, fez-se uso de um paquímetro

digital KING TOOLS®.

A maturação tecnológica da carne foi adotada por um período de 21 dias a

temperatura de 3 a 5 ºC em sacos plásticos de Nylon – Poli de cinco camadas, especial

para alto vácuo e com baixa permeabilidade ao oxigênio.

A força de cisalhamento foi determinada segundo método descrito por Savell et

al., (2010) com as amostras submetidas à cocção, em aparelho elétrico grill, até atingir a

temperatura interna de 71ºC, aferida com termômetro digital. Após resfriamento a 4°C

por 12 horas, as amostras foram cortadas em cilindros de 1,25 cm diâmetro, com auxílio

19

de uma furadeira de bancada, evitando-se nervos e gorduras; em seguida foi mensurada

a força de cisalhamento por meio do texturômetro TA XT-Plus Texture Analyser 2i,

marca Stable Micro System (UK), equipado com conjunto de lâmina Warner-Bratzler

(capacidade de 25 kg e velocidade do seccionador de 20cm/min).

2.3.2 Avaliação química

Na composição centesimal foi analisado o teor de umidade (item 950.46);

proteína, pelo método Kjeldahl-micro (item 981.10); extrato etéreo (item 991.36)

resíduo mineral fixo (item 920.153), ambos segundo o método recomendado pela

A.O.A.C. (2007). O perfil dos ácidos graxos foi avaliado por meio de cromatografia

gasosa, sendo os ésteres de ácidos graxos avaliados em cromatógrafo Shimadzu, com

coluna capilar de sílica fundida (FOLCH, 1957; HARTMAN et al., 1973).

Para aferição de pH fez-se uso de um pHmetro termômetro digital portátil marca

SERTON® modelo 1001, com o sensor "Ion Sensitive Field Effect Transistor" (ISFET),

ao qual teve seu elétrodo inserido no centro geométrico das amostras.

2.4 Análise estatística

Os dados foram analisados pelo programa computacional SAS 9.0 (2000) por

meio de análise de variância e à comparação entre médias por intermédio da

decomposição da soma de quadrados relacionada a esta fonte por intermédio de

contrastes ortogonais sendo: C1: suplemento mineral (SM) vs a média (protéico-

energético + protéico-energético com leveduras vivas + protéico-energético com ureia

protegida + protéico-energético com leveduras vivas e ureia protegida); C2: protéico-

energético (PE) vs protéico-energético com leveduras vivas (PEL); C3: protéico-

energético vs protéico-energético com ureia protegida (PEU) e C4: protéico-energético

20

vs a média (protéico-energético com leveduras vivas + protéico-energético com ureia

protegida + protéico-energético com leveduras vivas e ureia protegida (PELU)).

Para todos os procedimentos estatísticos adotou-se à α = 0,05 como limite

máximo tolerável para o erro tipo I. Para as amostras de carne 2 e 3 foram incluídos no

modelo o efeito do processo de maturação tecnológica de 21 dias.

3.0 Resultados e Discussão

As características de carcaças são apresentadas na (Tabela 3), em que o peso

corporal final (PCF), peso carcaça quente (PCQ), e peso carcaça fria (PCFr) foram

significativos (P<0,05), demonstrando que animais que receberam suplementação

mineral foram mais leves que a média dos demais tratamentos. Contudo não foi possível

observar diferenças entre os outros contrastes, demonstrando que animais que

receberam tratamento protéico-energético obtiveram carcaças mais pesadas, sem ter

influência da inclusão de ureia protegida e/ou leveduras vivas.

Mascardi (2007), também não encontrou diferença no peso e rendimento de

carcaça fornecendo ureia protegida na dieta dos animais em confinamento substituindo

fonte de proteína verdadeira, e em estudos realizados por Kuss et al., (2010) também

não relataram diferenças sobre o efeito da inclusão de leveduras com relação às

variáveis de carcaça em novilhos terminados em confinamento.

O peso corporal final foi intimamente relacionado com os pesos de carcaça

quente e fria, refletindo diretamente nos valores absolutos dos cortes primários das

carcaças; dianteiro, ponta de agulha (PA) e traseiro. Contudo quando os cortes primários

foram expressos proporcionais ao peso de carcaça fria, não foram detectadas diferenças

(P>0,05) entre bovinos que receberam suplementação mineral e protéico-energético.

21

Resultados semelhantes foram encontrados por Carneiro et al., (2006) quando

avaliaram os efeitos da suplementação mineral e suplementação completa (mineral,

protéica, energética e vitamínica) sobre as características de carcaça de novilhos Nelore

castrados, terminados a pasto, na estação chuvosa, não havendo influência dos

tratamentos para pesos dos cortes primários expressos em porcentagem.

Os rendimentos de carcaça quente (RCQ) e fria (RCF) obtidos neste

experimento são superiores quando comparados aos encontrados na literatura (Santos et

al., 2002, Carneiro et al., 2006 e Polizel Neto et al., 2009), esses autores trabalharam

com bovinos da raça Nelore com suplementação em pastejo, a justificativa para esses

dados serem superiores é a utilização de uma balança para coletas de dados a fim de

realizar cálculos de rendimento, após o período de descanso e dieta hídrica no

matadouro-frigorifico, instantes antes da insensibilização, para obtenção do peso

corporal final. Essa característica não foi influenciada pelos tratamentos (P>0,05),

apresentando valores médios de 55,73±0,17 e 54,33±0,17 % respectivamente.

Segundo Santos et al., (2002) o comprimento e a profundidade de carcaça estão

intimamente relacionados com o desenvolvimento do tecido ósseo animal. Como os

animais já haviam completado a maior parte do desenvolvimento do tecido ósseo ao

início do experimento, que durou apenas 111 dias, os planos nutricionais não

influenciaram estas características.

Os valores de espessura de gordura subcutânea dos animais de todos os

tratamentos, não atenderam os limites descritos por Müller (1980), em que a espessura

de gordura subcutânea deve ter um limiar mínimo de 3 a 5 mm para melhor conservação

da carne, funcionando como um isolante térmico, contribuindo para que não ocorra

penalização das carcaças no resfriamento como desidratação, escurecimento e a redução

da maciez da carne (LUCHIARI FILHO, 2000; BRIDI et al., 2009).

22

Os possíveis motivos de não terem alcançado os limites mínimos, é que animais

inteiros depositam gordura mais tardiamente do que animais castrados (VAZ et al.,

2000; DE SMET et al., 2004; PRADO et al., 2004 e KUSS et al., 2010), sendo

influenciado pelo sistema de criação e/ou terminação adotado. Sistemas de produção

associado à idade do animal e a genética (RIBEIRO, 2000) interferem na quantidade e

na distribuição da gordura na carcaça (MANÇO, 2002).

Os valores médios de espessura de gordura encontrados nos animais que

receberam leveduras vivas e/ou ureia protegida na suplementação, foram superiores

(P<0,05) aos animais suplementados apenas com protéico-energético, demonstrando

que tanto a ureia protegida e a levedura viva em suplementação protéico-energético

proporcionam melhor acabamento das carcaças.

Os valores de composição centesimal são apresentados na Tabela 4, não

havendo diferença (P>0,05) entre os contrastes.

Os teores de umidade, resíduos de minerais fixo e de proteína bruta descritos

neste estudo são superiores aos encontrados por Moreira et al., (2003), Prado et al.,

(2008) e Cavali, (2010) os quais não observaram efeito de suplementação a pasto em

novilhos terminados até 30 meses, entretanto os valores obtidos ficaram próximos dos

encontrados por Andrade et al., (2010) e Rossato et al., (2010) em estudos com animais

a pasto da raça Nelore.

O valor médio da porcentagem lipídica de carne foi de 0,90 %, este baixo teor de

lipídeos totais pode ser atribuído à menor deposição de gordura intramuscular de

bovinos em pastejo, ficando próximo ao obtido por Polizel Neto et al., (2009) e Cavali,

(2010), utilizando animais da raça Nelore com suplementação terminados a pasto.

23

Luchiari Filho, (2000) relata que gordura de marmorização é a última a se

depositar na carcaça durante a fase de terminação do animal. Por isso o sistema de

produção e a raça interferem consideravelmente nesta variável (MANÇO, 2006).

Na Tabela 5 estão expressos os valores para força de cisalhamento, maiores

valores da força de cisalhamento correspondem a maior força necessária para romper a

amostra de tecido muscular, não havendo diferenças (P>0,05) entre os contrastes.

Vale ressaltar que Alves et al., (2005) e Muchenje et al., (2008) afirmam que a

raça é altamente correlacionada com a maciez de carne, sendo a carne dos zebuínos

(Bos taurus indicus) classificada como tenra, que se da pela quantidade de calpastatina

que possui (RUBENSAM et al., 1998), e pela menor deposição de gordura subcutânea e

intramuscular dos animais criados a pasto e abatidos tardiamente comparados com

animais que recebem dietas de concentrado os quais apresentam carne mais macia

(VESTERGAARD et al., 2000).

Porém neste trabalho as médias da força de cisalhamento das amostras são

inferiores ao valor de 5,0 kg proposto por Felício et al., (2000) como limite entre carne

dura e macia.

Nos valores para amostras não maturadas e maturadas foi notada diferença

significativa (P<0,05), demonstrando os benefícios do processo de maturação em

reduzir a força de cisalhamento.

Independente de fatores como raça, sistema de produção e idade de abate, a

diminuição dos valores de força de cisalhamento ao longo do período de maturação é

encontrada por vários autores (PRINGLE et al., 1997; RUBENSAM et al., 1998;

HADLICH, 2004; MORALES, 2004) em que no processo de maturação a ação de

enzimas endógenas são responsáveis pela maciez. As principais enzimas presentes nesse

24

processo são as calpaínas e as catepsinas capazes de hidrolisar as proteínas miofibrilares

(TAYLOR et al., 1995; HOPKINS et al., 2000).

As amostras dos animais que receberam somente protéico-energético tiveram

valores significativos para perdas por exsudação, sendo superiores quando comparado

aos tratamentos com ou sem leveduras vivas e ureia protegida.

Para as amostras não maturadas e maturadas houve diferença significativa

(P<0,05). Essa diferença pode ser explicada pelo tempo de permanência das amostras

maturadas nas embalagens a vácuo, e esta intimamente ligada com as menores perdas na

cocção.

O valor médio da perda por cocção para amostras dos animais que receberam

suplementação mineral foram inferiores quando comparados com a média dos demais

tratamentos quando a mesma passou pelo processo de maturação, demonstrando que a

utilização de suplementos protéico-energético aumentam as perdas por cocção. Em

relação às amostras que passaram pelo processo de maturação ou não, houve diferença

(P<0,05). A menor perda por cocção das amostras maturadas é explicada pela obtenção

de maiores perdas por exsudação.

A média da perda por cocção das amostras não maturadas ficou próxima ao

resultado obtido por Oliveira, (1993) em que relatou médias de 25,56 % para a carne de

novilhos Nelore. O presente trabalho obteve valores inferiores a estudos realizados por

Abularach et al., (1998), Felício et al., (2000), Canesin et al., (2006) e por Polizel Neto

et al., (2009), utilizando animais da mesma raça em criação a pasto e ou confinamento

com suplementação.

Utilizando o método de escala subjetiva para avaliação da cor da carne e da

gordura subcutânea, não houve diferenciação entre os contrastes. Já na comparação de

carne maturada ou não, foi observada significância de (P<0,05), e as amostras

25

submetidas ao processo de maturação por 21 dias apresentaram coloração mais clara do

que as não maturadas. Peixoto et al., (2002), ao estudarem as características da carne

bubalina maturada, concluíram na avaliação subjetiva da cor, que a carne maturada

obteve a preferência dos julgadores. Demonstrando que a cor da carne maturada após

ser exposta a atmosfera natural, apresenta coloração mais clara que amostras não

maturadas.

No pH da carne não foram observadas diferenças de (P>0,05) entre os

contrastes e entre amostras sem maturação e com maturação cujo valor médio foi de

5,67±0,04 e 5,75±0,04 respectivamente permanecendo no intervalo entre 5,40 e 5,80 o

que é considerado normal segundo Cruz (1997), Roça (2001) e Mach et al., (2008).

Os frigoríficos brasileiros apenas exportam carne que apresentam pH abaixo de

5,80, avaliado diretamente no Musculus longissimus thoracis, 24 horas post-morten,

demonstrando um rigoroso controle de qualidade dos países de importação e que a carne

proveniente do experimento esta apta para exportação.

Na Tabela 6 são apresentados o perfil de ácidos graxos da carne (Musculus

longissimus thoracis). O ácido oléico (C18:1ω9c) é o principal ácido graxo

monoinsaturado da carne bovina relatado por Freitas, (2006) e Wood et al., (2008)

representando 88 % dos ácidos graxos monoinsaturados. No presente trabalho pôde ser

constatada uma porcentagem de 85,84 %. O aumento na concentração do ácido oléico é

altamente desejável, pois, este ácido graxo é reconhecido por apresentar propriedades

hipocolesterolêmicas conforme relatado por Mir et al,. (2003).

A incorporação do ácido Eicosapentaenóico (C20:5ω3) poliinsaturado da classe

dos ômega 3, na composição do perfil dos ácidos graxos na carne de bovinos é de

fundamental importância. Os animais que receberam apenas suplementação mineral

26

obtiveram significância (P<0,05) na porcentagem de Eicosapentaenóico (C20:5ω3) sendo

superior aos demais tratamentos.

É comprovado cientificamente que o ácido Eicosapentaenóico (C20:5ω3) exerce

efeitos benéficos a saúde humana como, prevenção de arteriosclerose, ataque cardíacos,

depressão e câncer (WILLIAMS, 2000; SIMOPOULOS, 2002).

Para os ácidos graxos saturados Heptadenóico (C17:0) e Esteárico (C18:0), houve

significância de (P<0,05) para amostras dos bovinos que receberam como tratamento

protéico-energético comparado ao protéico-energético com adição de leveduras vivas e

também nos tratamentos protéico-energético comparado ao protéico-energético com ou

sem adição de leveduras vivas e/ou ureia protegida. Esse último ácido graxo representa

o terceiro ácido graxo com maior percentual na carne dos bovinos, ficando em níveis

menores que em estudos realizados por Freitas, (2006).

Porém Gill et al., (2008) relataram que o aumento desse ácido graxo não é de

extrema importância, uma vez que não causa alteração do colesterol sanguíneo em

humanos. Ressalta-se que a carne é apenas um dos ingredientes da dieta humana e que

não se deve levar em consideração apenas o seu conteúdo de triglicerídeos e, sim, o

conteúdo total na dieta consumida (MIR et al., 2003).

Em geral, os animais criados a pasto são abatidos com peso mais baixo que os

animais de confinamento, produzindo carcaças mais magras. As carcaças mais magras

têm vantagem de uma menor porcentagem lipídica total e maior proporção de ácidos

graxos insaturados (BRIDI et al., 2009)

As forrageiras são ricas em ácidos graxos polinsaturados, precursores do ácido

linoléico conjugado (CLA). Animais alimentados a pasto possuem 6 vezes mais CLA

que animais confinados com dietas de alto grão (POULSON et al., 2004 e WARREN et

al., 2008). CLA é um grupo de ácidos graxos polinsaturados encontrados na carne de

27

ruminantes e produtos lácteos, são compostos produzidos no rúmen durante a

biohidrogenação dos ácidos linoléico e linolênico pela bactéria anaeróbica do rúmen

Butyrivibrio fibrisolvens.

Estudos realizados por Inostroza et al., (2012) apontaram que níveis elevados de

CLA também estão ligados à presença de ácidos graxos como: miristoleico (C14:1),

palmitoleico (C16:1), cis-10-heptadecanóico (C17:1), elaídico (C18:1n9t) e oleico (C18:1n9c).

O ácido linoléico conjugado tem se mostrado como anticarcinogênico,

antiarteriosclerose, antitrombótico, hipocolesterolêmico, imunoestimulatório, atuando

no aumento de massa muscular, reduzindo a gordura corporal e prevenindo diabetes

(LOBATO et al., 2006).

A somatória das porcentagens dos ácidos graxos saturados (AGS)

monoinsaturados (AGM) e poliisaturados (AGP) estão descritos pelo percentual de

51,09±0,53, 38,62±0,26 e 7,52±0,62 % respectivamente. Em estudos realizados por

Rossato et al., (2010) com 30 animais da raça Nelore em terminação a pasto e

Fernandes et al., (2009) trabalhando com touros Nelore alimentados com dietas à base

de cana-de-açúcar e dois níveis de concentrados, cabe salientar que os valores para AGS

desse trabalho proporcionaram índices maiores do que descrito pelos autores, os AGM

resultaram em valores inferiores e os AGP com valores próximos.

28

4.0 Conclusão

O fornecimento de suplemento protéico-energético para bovinos em pastejo no

período de transição águas-seca, independente da adição de leveduras vivas e/ou ureia

protegida, eleva o peso corporal e de carcaça desses animais comparando com a

suplementação mineral, sem alterar a composição e qualidade de carne.

29

5.0 Referências bibliográficas

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34

Tabela 1 - Composição dos suplementos

Ingredientes

(%)

Suplementos

SM1 PE

2 PEL

3 PEU

4 PELU

5

Mineral 100,0 10,0 10,0 10,0 10,0

Uréia/SA (9:1) --- 2,0 2,0 2,0 2,0

Farelo de soja --- 57,5 57,0 18,0 17,5

Milho --- 30,5 31,0 64,0 64,0

Ureia protegida --- --- --- 6,0 6,0

Levedura --- --- 0,5 --- 0,5 1Suplemento mineral, 2Protéico-energético, 3Protéico-energético com levedura, 4Protéico-energético com ureia de liberação lenta, 5Protéico-energético com levedura e ureia de liberação lenta.

Tabela 2 - Composição química dos suplementos e do pasto

Itens1

Suplementos2

SM PE PEL PEU PELU PASTO

MS - 90,64 91,1 91,33 91,34 44,86

MO - 82,24 82,73 78,24 78,25 92,92

PB - 34,66 34,65 34,62 34,57 8,80

EE - 2,19 2,2 2,79 2,79 1,42

FDA - 7,06 7,04 4,95 4,91 29,71

FDN - 1,15 1,15 1,09 1,09 25,69

MM 100,00 17,76 17,27 21,76 21,75 7,63 1 MS = Matéria seca; MO = Matéria orgânica; PB = Proteína bruta; E.E = Extrato etéreo; FDA = Fibras indigestível em detergente ácido; FDNi = Fibras indigestível em detergente neutro indigestível; MM = Matéria mineral. 2 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético

com ureia protegida; PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida.

35

Tabela 3 - Valores médios das características de carcaça de bovinos suplementados

com dieta protéico-energético com ou sem adição de leveduras vivas e ureia protegida

Variáveis 1

Tratamentos 2

Média

P3

SM PE PEL PEU PELU C1 C2 C3 C4

PCF 455,75 ± 4,15 464,25 ± 4,14 467,85 ± 3,98 468,49 ± 4,31 469,56 ± 3,98 465,24 ± 2,16 0,0136 0,4807 0,5338 0,3617

PCQ 251,06 ± 3,07 260,81 ± 3,06 259,39 ± 2,95 260,95 ± 3,19 264,22 ± 2,95 259,34 ± 1,54 0,0040 0,9740 0,7414 0,8399

RCQ 55,07 ± 0,38 56,16 ± 0,38 55,44 ± 0,37 55,70 ± 0,40 56,27 ± 0,37 55,73 ± 0,17 0,0639 0,4217 0,1899 0,4336

CC cm 134,12 ± 0,83 134,62 ± 0,83 135,22 ± 0,80 135,80 ± 0,87 134,80 ± 0,80 134,90 ± 0,37 0,2920 0,3296 0,6055 0,4986

PC cm 45,10 ± 0,46 45,00 ± 0,46 44,58 ± 0,45 45,08 ± 0,48 44,68 ± 0,45 44,88 ± 0,20 0,6117 0,9001 0,5210 0,6869

Diant 100,93 ± 1,58 103,68 ± 1,57 104,24 ± 1,51 105,10 ± 1,64 104,94 ± 1,71 103,73 ± 0,71 0,0501 0,5341 0,7995 0,5581

Diant % 41,03 ± 0,34 40,84 ± 0,34 41,18 ± 0,33 41,20 ± 0,35 41,27 ± 0,37 41,10 ± 0,15 0,8114 0,4672 0,4778 0,3468

Tras 121,79 ± 1,33 125,69 ±1,32 124,76 ± 1,27 125,48 ± 1,38 126,24 ± 1,27 124,80 ± 0,68 0,0140 0,9127 0,6172 0,8975

Tras % 49,54 ± 0,36 49,50 ± 0,36 49,30 ± 0,34 49,24 ± 0,37 49,05 ± 0,39 49,34 ± 0,16 0,5110 0,6147 0,6852 0,4694

PA 23,16 ± 0,47 24,11 ± 0,49 24,07 ± 0,45 24,32 ± 0,49 24,62 ± 0,47 24,05 ± 0,22 0,0420 0,7604 0,9578 0,6879

PA % 9,41 ± 0,14 9,64 ± 0,14 9,50 ± 0,13 9,54 ± 0,14 9,66 ± 0,15 9,55 ± 0,06 0,2712 0,6232 0,4843 0,6513

PCFr 245,86 ± 2,67 253,90 ± 2,66 253,07 ± 2,56 254,92 ± 2,77 254,26 ± 2,89 252,31 ± 1,32 0,0090 0,7905 0,8241 0,9520

RCF 53,94 ± 0,39 54,71 ± 0,39 54,10 ± 0,37 54,44 ±0,40 54,51 ± 0,42 54,33 ± 0,17 0,2588 0,6316 0,2673 0,4323

PGOT kg 5,28 ± 0,69 5,29 ± 0,72 6,32 ± 0,66 5,92 ± 0,71 6,25 ± 0,74 5,81 ± 0,30 0,4008 0,5420 0,2998 0,2990

PGOT % 2,10 ± 0,26 2,05 ± 0,27 2,44 ± 0,25 2,24 ± 0,27 2,41 ± 0,28 2,25 ± 0,11 0,5285 0,6218 0,3021 0,3231

ICCkg/cm 1,85 ± 0,02 1,88 ± 0,02 1,87 ± 0,02 1,87 ± 0,02 1,88 ± 0,02 1,87 ± 0,01 0,2712 0,7715 0,6293 0,7294

Esp de gord 1,91 ± 0,10 1,68 ± 0,10 2,14 ± 0,10 2,12 ± 0,10 2,37 ± 0,10 2,02 ± 0,08 0,1674 0,0059 0,0040 0,0001

1 PCF = Peso corporal final; PCQ = Peso carcaça quente; RCQ = Rendimento carcaça quente; CC cm = Comprimento carcaça; PC cm = Profundidade carcaça; Diant = Dianteiro; Tras = Traseiro; PA= Ponta de agulha; PCFr = Peso carcaça fria; RCF = Rendimento

carcaça fria; PGOT = perdas por gotejamento Kg e %; ICC = Indice de compacidade da carcaça; Esp de gord = Espessura de

gordura. 2 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético

com ureia protegida; PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida. 3 C1 = Suplemento mineral vs média dos demais tratamentos; C2 = Protéico-energético vs Protéico-energético com ureia protegida; C3 = Protéico-energético vs Protéico-energético com levedura vivas; C4 = Protéico-energético vs a média dos tratamentos Protéico-

energético com levedura vivas + Protéico-energético com ureia protegida + Protéico-energético com levedura vivas e ureia

protegida.

Tabela 4 - Médias da composição centesimal da carne (Musculus longissimus thoracis)

de bovinos, suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição de

leveduras vivas e ureia protegida

Variáveis1 Tratamentos 2

Média P3

SM PE PEL PEU PELU C1 C2 C3 C4

UMI % 76,02 ± 0,23 75,56 ± 0,23 75,88 ± 0,23 76,21 ± 0,23 75,63 ± 0,23 75,86 ± 0,11 0,4529 0,0578 0,3259 0,2027

RMF % 1,13 ± 0,01 1,10 ± 0,01 1,12 ± 0,01 1,14 ± 0,01 1,13 ± 0,01 1,12 ± 0,01 0,7877 0,0963 0,6183 0,2111

E.E % 0,78 ± 0,12 0,92 ± 0,12 0,90 ± 0,12 0,98 ± 0,12 0,90 ± 0,12 0,90 ± 0,05 0,3288 0,7408 0,9048 0,9670

PB % 22,54 ± 0,43 22,87 ± 0,43 22,72 ± 0,43 23,00 ± 0,47 22,93 ± 0,43 22,80 ± 0,18 0,4943 0,8467 0,8036 0,9834 1 UMI = Umidade; RMF = Resíduo mineral fixo; E.E = Extrato etéreo; PB = Proteína bruta. 2 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético com ureia protegida; PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida. 3 C1 = Suplemento mineral vs média dos demais tratamentos; C2 = Protéico-energético vs Protéico-energético com ureia protegida;

C3 = Protéico-energético vs Protéico-energético com levedura vivas; C4 = Protéico-energético vs a média dos tratamentos Protéico-energético com levedura vivas + Protéico-energético com ureia protegida + Protéico-energético com levedura vivas e ureia

protegida.

36

Tabela 5 - Médias de força de cisalhamento, perda por exsudação, perda por cocção, cor da carne e

gordura por avaliação subjetiva de sete cores (1-7) e pH, da carne (Musculus longissimus thoracis) de

bovinos suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição de leveduras vivas e ureia

protegida

Maturação

Tratamentos 1 Média

P2

SM PE PEL PEU PELU C1 C2 C3 C4

Força de Cisalhamento, kg

0 dia 4,54 ± 0,31 5,10 ± 0,31 4,75 ± 0,31 5,10 ± 0,31 4,44 ± 0,31 4,79 ± 0,14 a 0,4070 0,9956 0,4492 0,3767

21 dias 2,92 ± 0,39 3,50 ± 0,39 2,83 ± 0,39 3,75 ± 0,39 2,57 ± 0,39 3,11 ± 0,19 b 0,5895 0,6542 0,2563 0,3479

Perda por exsudação %

0 dia 1,77 ± 0,53 3,60 ± 0,53 2,79 ± 0,53 2,18 ± 0,53 1,75 ± 0,53 2,42 ± 0,27 b 0,1959 0,0783 0,2976 0,0425

21 dias 2,28 ± 0,65 2,99 ± 0,65 4,16 ± 0,65 4,08 ± 0,65 1,80 ± 0,65 3,06 ± 0,34 a 0,1984 0,2564 0,2216 0,6439

Perda por Cocção %

0 dia 25,81 ± 1,52 25,89 ± 1,52 26,62 ± 1,75 24,96 ± 1,52 27,81 ± 1,52 26,19 ± 0,64 a 0,7704 0,6736 0,7587 0,7521

21 dias 19,03 ± 1,67 22,91 ± 1,67 22,34 ± 1,67 25,11 ± 1,67 22,85 ± 1,67 22,45 ± 0,80 b 0,0376 0,3679 0,8118 0,7910

Cor da Carne (1 - 7)

0 dia 4,25 ± 0,61 5,00 ± 0,61 4,25 ± 0,61 3,75 ± 0,61 5,25 ± 0,61 4,50 ± 0,28 a 0,6581 0,1739 0,4052 0,4273

21 dias 3,50 ± 0,47 3,25 ± 0,47 3,50 ± 0,47 2,75 ± 0,47 4,00 ± 0,47 3,40 ± 0,21 b 0,8169 0,4676 0,7146 0,7651

Cor da Gordura (1 - 7)

0 dia 2,25 ± 0,25 2,25 ± 0,25 2,25 ± 0,25 2,25 ± 0,25 2,75 ± 0,25 2,35 ± 0,11 b 0,6611 1,0000 1,0000 0,5723

21 dias 2,50 ± 0,18 2,50 ± 0,18 3,00 ± 0,18 3,00 ± 0,18 3,00 ± 0,18 2,80 ± 0,09 a 0,0861 0,0719 0,0719 0,0315

pH

0 dia 5,62 ± 0,09 5,65 ± 0,09 5,71 ± 0,09 5,82 ± 0,09 5,55 ± 0,09 5,67 ± 0,04 a 0,5814 0,2281 0,6723 0,7239

21 dias 5,72 ± 0,11 5,74 ± 0,11 5,70 ± 0,11 5,77 ± 0,11 5,82 ± 0,11 5,75 ± 0,04 a 0,7686 0,8329 0,8136 0,8434 1 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético com ureia protegida;

PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida. 2 C1 = Suplemento mineral vs média dos demais tratamentos; C2 = Protéico-energético vs Protéico-energético com ureia protegida; C3 = Protéico-energético vs Protéico-energético com levedura vivas; C4 = Protéico-energético vs a média dos tratamentos Protéico-energético com levedura vivas + Protéico-energético

com ureia protegida + Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida.

Médias na mesma coluna seguidas de letras minúsculas diferentes diferem entre si (P<0,05).

37

Tabela 6 - Médias da composição de ácidos graxos da carne (Musculus longissimus thoracis)

de bovinos suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição de leveduras

vivas e ureia protegida

Ácido Graxo % Tratamentos

1

Média P

2

SM PE PEL PEU PELU C1 C2 C3 C4

Saturados Totais 51,60 ± 1,49 51,57 ± 1,49 51,70 ± 1,49 48,72 ± 1,49 51,89 ± 1,49 51,09 ± 0,53 0,7092 0,1863 0,9494 0,6475

C 6:0 Capróico

0,09 ± 0,07 0,04 ± 0,07 0,15 ± 0,07 0,17 ± 0,07 0,25 ± 0,07 0,14 ± 0,04 0,4088 0,2053 0,2942 0,0748

C 8:0

Caprilico 0,16 ± 0,03 0,15 ± 0,03 0,13 ± 0,03 0,19 ± 0,03 0,19 ± 0,03 0,16 ± 0,07 0,9762 0,4952 0,6543 0,6720

C 12:0 Láurico

0,00 ± 0,01 0,00 ± 0,01 0,04 ± 0,01 0,03 ± 0,01 0,02 ± 0,01 0,02 ± 0,07 0,1131 0,1604 0,1032 0,1163

C 13:0

Tridecanóico 0,11 ± 0,16 0,10 ± 0,16 0,46 ± 0,16 0,12 ± 0,16 0,10 ± 0,16 0,18 ± 0,06 0,6351 0,9102 0,1246 0,4900

C 14:0 Mirístico

3,02 ± 0,30 2,67 ± 0,30 2,11 ± 0,30 2,26 ± 0,30 2,55 ± 0,30 2,52 ± 0,05 0,0819 0,3521 0,2026 0,3124

C 16:0

Palmítico 29,56 ± 1,36 30,56 ± 1,36 29,53 ± 1,36 27,11 ± 1,36 28,63 ± 1,36 29,08 ± 0,14 0,6934 0,0832 0,5998 0,1852

C 17:0 Heptadenóico

0,89 ± 0,06 0,66 ± 0,06 0,88 ± 0,06 0,78 ± 0,06 0,81 ± 0,06 0,80 ± 0,14 0,1704 0,2077 0,0259 0,0389

C 18:0

Esteárico 16,28 ± 0,78 14,34 ± 0,78 16,76 ± 0,78 15,55 ± 0,78 16,93 ± 0,78 15,97 ± 0,07 0,6633 0,2837 0,0357 0,0283

C 20:0

Araquidico 1,32 ± 0,15 1,50 ± 0,15 1,39 ± 0,15 1,24 ± 0,15 1,46 ± 0,15 1,38 ± 0,07 0,6525 0,2467 0,6207 0,4521

C 21:0

Heneicosanóico 0,00 ± 0,19 0,00 ± 0,19 0,05 ± 0,19 0,40 ± 0,19 0,12 ± 0,19 0,11 ± 0,11 0,4992 0,1434 0,8504 0,3840

C 22:0 Behênico

0,14 ± 0,63 1,49 ± 0,63 0,17 ± 0,63 0,82 ± 0,63 0,77 ± 0,63 0,68 ± 0,11 0,3547 0,4621 0,1518 0,2281

C 23:0

Tricosanóico 0,00 ± 0,00 0,01 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,01 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,4184 0,6812 0,4732 0,3374

Insaturados Totais 46,49 ± 1,70 45,96 ± 1,70 46,40 ± 1,70 46,69 ± 1,70 44,89 ± 1,70 46,09 ± 0,94 0,7914 0,7659 0,8573 0,9888

Monosaturados Totais 39,54 ± 0,93 39,36 ± 0,93 39,35 ± 0,93 37,45 ± 0,93 37,40 ± 0,93 38,62 ± 0,26 0,2757 0,1558 0,9947 0,2371

C 15:1

Pentadecenóico 0,05 ± 0,03 0,06 ± 0,03 0,06 ± 0,03 0,08 ± 0,03 0,03 ± 0,03 0,05 ± 0,05 0,7816 0,7375 0,9588 0,8497

C 16:1

Palmitoléico 3,31 ± 0,39 3,64 ± 0,39 3,04 ± 0,39 3,62 ± 0,39 3,02 ± 0,39 3,32 ± 0,08 0,9567 0,9684 0,2956 0,3745

C 17:1

Heptadecenóico 0,14 ± 0,03 0,12 ± 0,03 0,16 ± 0,03 0,11 ± 0,03 0,16 ± 0,03 0,14 ± 0,10 0,9384 0,8764 0,4922 0,6311

C 18:1ω9c

Oléico 35,11 ± 1,06 34,26 ± 1,06 35,34 ± 1,06 32,72 ± 1,06 33,01 ± 1,06 34,09 ± 0,07 0,2892 0,3096 0,4773 0,6418

C 18:1ω9t

Elaídico 0,14 ± 0,13 0,18 ± 0,13 0,00 ± 0,13 0,00 ± 0,13 0,35 ± 0,13 0,13 ± 0,01 0,9508 0,3606 0,3606 0,6905

C 20:1

Eicosenoico 0,78 ± 0,09 1,03 ± 0,09 0,73 ± 0,09 0,90 ± 0,09 0,81 ± 0,09 0,85 ± 0,15 0,3948 0,3356 0,0261 0,0484

C 22:1ω9

Erúcico 0,00 ± 0,00 0,04 ± 0,01 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,01 ± 0,15 0,5734 0,1593 0,1248 0,0751

Polinsaturados Totais 7,26 ± 1,24 6,60 ± 1,24 7,05 ± 1,24 9,23 ± 1,24 7,48 ± 1,24 7,52 ± 0,62 0,8146 0,1444 0,8020 0,3654

C 18:2ω6c

Linoléico 2,03 ± 0,35 2,59 ± 0,35 2,30 ± 0,35 2,25 ± 0,35 2,49 ± 0,35 2,33 ± 0,10 0,3516 0,5077 0,5703 0,5631

C 18:2ω6t

Linolelaídico 0,00 ± 0,05 0,04 ± 0,05 0,03 ± 0,05 0,08 ± 0,05 0,10 ± 0,05 0,05 ± 0,08 0,3218 0,7088 0,8226 0,7372

C 18:3ω3 α - Linolênico

1,36 ± 0,32 1,26 ± 0,32 1,61 ± 0,32 1,38 ± 0,32 1,16 ± 0,32 1,35 ± 0,06 0,9855 0,8036 0,4540 0,7489

C 18:3ω6

Gama- linolêico 0,36 ± 0,30 0,57 ± 0,30 0,54 ± 0,30 0,28 ± 0,30 0,73 ± 0,30 0,50 ± 0,06 0,6244 0,5133 0,9470 0,8921

C 20:2 Eicosadienóico

0,46 ± 0,12 0,53 ± 0,12 0,59 ± 0,12 0,68 ± 0,12 0,52 ± 0,12 0,55 ± 0,07 0,3880 0,3888 0,7270 0,6244

C 20:3ω3

Eicosatrienóico 2,23 ± 1,15 0,88 ± 1,15 1,04 ± 1,15 3,72 ± 1,15 1,60 ± 1,15 1,89 ± 0,09 0,7427 0,0891 0,9204 0,3554

C 20:5ω3

Eicosapentanóico 1,02 ± 0,08 0,72 ± 0,08 0,82 ± 0,08 0,83 ± 0,08 0,84 ± 0,08 0,84 ± 0,14 0,0300 0,3815 0,4148 0,2833

C 22:6ω3

Docosahexaenóico 0,00 ± 0,04 0,00 ± 0,04 0,10 ± 0,04 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,02 ± 0,06 0,5758 0,9411 0,1145 0,4707

*NI Total 1,36 ± 1,46 2,52 ± 1,46 1,88 ± 1,46 4,66 ± 1,46 3,25 ± 1,46 2,73 ± 0,16 0,3017 0,3093 0,7621 0,6610

1 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético com

ureia protegida; PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida. 2 C1 = Suplemento mineral vs média dos demais tratamentos; C2 = Protéico-energético vs Protéico-energético com ureia protegida; C3

= Protéico-energético vs Protéico-energético com levedura vivas; C4 = Protéico-energético vs a média dos tratamentos Protéico-energético com levedura vivas + Protéico-energético com ureia protegida + Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida.

NI*= Não identificados total.