t&d danielly monteiro bittencourt

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<> quantidade de “enter” <> <> <> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE <> <> <> <> <> T&D: INVESTIMENTO OU DINHEIRO JOGADO FORA? <> <> <> Por: Danielly Monteiro Bittencourt <> <> <> Orientador Prof. Celso Sanchez Rio de Janeiro (ou cidade de origem) 2003 (ano da finalização do trabalho)

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Page 1: T&d   danielly monteiro bittencourt

<> quantidade de “enter”

<>

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

<>

<>

<>

<>

<>

T&D: INVESTIMENTO OU DINHEIRO JOGADO FORA?

<>

<>

<>

Por: Danielly Monteiro Bittencourt

<>

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<>

Orientador

Prof. Celso Sanchez

Rio de Janeiro (ou cidade de origem)

2003 (ano da finalização do trabalho)

Page 2: T&d   danielly monteiro bittencourt

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE <>

<>

<>

<>

<>

T&D: INVESTIMENTO OU DINHEIRO JOGADO FORA?

<>

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<>

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso

de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão de Recursos

Humanos

Por.: Danielly Monteiro Bittencourt

Page 3: T&d   danielly monteiro bittencourt

3

AGRADECIMENTOS

... aos meus pais, ao meu namorado,

aos meus amigos e a todas as pessoas

que direta ou indiretamente

contribuíram para a realização da

mesma.

Page 4: T&d   danielly monteiro bittencourt

4

DEDICATÓRIA

... dedico esta para todas as pessoas que

influenciaram, e aumentaram, no meu

conhecimento a cerca deste tema.

Page 5: T&d   danielly monteiro bittencourt

5

RESUMO

O capital intelectual é formado pelo conhecimento, pela informação,

propriedade intelectual e experiência. Os líderes das Organizações precisam

focalizar e acumular talento onde houver necessidade seja por meio de

contratação, seja por meio do ensino. É neste momento que entra o tema desta

pesquisa: Treinamento e Desenvolvimento.

Num futuro não muito distante, o Departamento de T&D (Treinamento e

Desenvolvimento) será substituído por Universidades Corporativas.

Historicamente, o Treinamento é dividido em 5 fases:

subdesenvolvimento, desenvolvimento, pós-industrialização, avanço da

industrialização e pós-industrialização.

Cabe ao Instrutor de Treinamento a responsabilidade pela transmissão

de conhecimentos profissionais teóricos e práticos. Toda a Organização é

envolvida com as atividades dos instrutores.

Na busca da solução de certos problemas organizacionais, surgiu uma

alternativa interessante e totalmente viável: o e-learning. Que nada mais é do

que a aprendizagem a distância utilizando o computador como mediador do

processo,

Alguns estudiosos discutem a formação profissional enfatizando a

questão dos trainees e estagiários. Os programas de estagiários e trainees

possibilitam a formação dos jovens que, talvez em pouco tempo, irão ocupar

cargos de suma importância dentro das Organizações.

Page 6: T&d   danielly monteiro bittencourt

6

METODOLOGIA

Os métodos que levam do problema proposto a resposta foram:

pesquisa bibliográfica e observação do objeto de estudo.

As instituições que cederam os materiais para pesquisa bibliográfica

foram: Biblioteca da Universidade Estácio de Sá, Biblioteca da Universidade

Gama Filho, Biblioteca da Secretaria Municipal de Educação e Biblioteca da

Secretaria Municipal de Administração.

Foram observadas como objeto de estudo as seguintes organizações:

Zanetti Distribuidora de Gêneros Alimentícios, IplanRio – Empresa Municipal de

Informática, SMU – Secretaria Municipal de Urbanismo e SMAC – Secretaria

Municipal de Meio Ambiente.

Page 7: T&d   danielly monteiro bittencourt

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - CAPITAL INTELECTUAL 10

CAPÍTULO II - TREINAMENTO 18

CAPÍTULO III - E-LEARNING 24

CAPÍTULO IV - PORQUE CONTRATAR ESTAGIÁRIOS E TRAINEES? 33

CAPÍTULO V - O TREINAMENTO DENTRO DA TEORIA DA QUALIDADE TOTAL 37

CAPÍTULO VI - UMA CRÍTICA A T&D E A QUALIDADE TOTAL 44

CONSIDERAÇÕES FINAIS 47

BIBLIOGRAFIA 49

ANEXOS 51

Page 8: T&d   danielly monteiro bittencourt

8

INTRODUÇÃO

O tema da monografia é Treinamento e Desenvolvimento, E-Learning e

Capital Intelectual, cujos objetivos são: demostrar que a parte mais importante

da organização são seus funcionários, ou seja, o capital intelectual que a

mesma possui; o Treinamento e Desenvolvimento atua diretamente na

formação do Capital Intelectual de uma organização visto que funcionários

motivados acabam se interessando em crescer profissionalmente;

as empresas precisam investir na potencialização de seus funcionários,

aumentando sua participação na melhoria dos processos de qualidade e

produtividade.

Os problemas encontrados foram os seguintes: qual a utilidade em

treinar e desenvolver os funcionários para uma organização?

E, será que o setor de Treinamento e Desenvolvimento auxilia no aumento de

produção de uma organização?

No capítulo 1, o assunto abordado é a Universidade Corporativa e a sua

importância dentro da organização. Neste item, encontra-se a sua definição e

um passo-a-passo de como implementar uma Universidade Corporativa em

uma Organização.

Um breve histórico sobre o Treinamento e Desenvolvimento é abordado

no capítulo 2, assim como a importância do Instrutor de Treinamento.

A educação a distância, ou e-learning, é o assunto no capítulo 3, que

fala sobre os desafios corporativos, os fatores que influenciam as

Organizações a adotarem o e-learning, e como implementar este novo conceito

de Treinamento e Desenvolvimento.

O capítulo 4 relata o quão importante deve ser para uma Organização a

contratação de estagiários e trainees.

Page 9: T&d   danielly monteiro bittencourt

9

O Treinamento dentro da teoria da Qualidade Total é o assunto do 5º

capítulo, que aborda, entre outros tópicos, a especificação de metas de

Qualidade Total que os colaboradores devem alcançar.

O último capítulo faz uma crítica ao Treinamento e Desenvolvimento e a

Qualidade Total.

Page 10: T&d   danielly monteiro bittencourt

10

CAPÍTULO I

CAPITAL INTELECTUAL

O Capital Intelectual é o somatório dos conhecimentos de todos os

funcionários, fazendo com que isso se torne uma vantagem competitiva.

Segundo Thomas A. Stewart1, “o capital intelectual constitui a matéria

intelectual – conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência –

que pode ser utilizada para gerar riquezas”.

1 Stewart, Thomas A. Capital Intelectual: a nova competitividade das empresas.

Page 11: T&d   danielly monteiro bittencourt

11

De acordo com Abott Lawrence Lowell2, presidente da Harvard

University, qualquer um que veja a sua própria ocupação simplesmente como

um meio de ganhar dinheiro a degrada; mas aquele que a vê como um serviço

para a humanidade enobrece tanto o seu trabalho quanto a si mesmo.

O talismã do operário da Era Industrial tornou-se um ícone da Era do

Conhecimento, a economia do intangível.

A economia intangível tem hoje praticamente o mesmo tamanho que a

economia tangível, pois a informação sobre o dinheiro torno-se mais valiosa do

que o próprio dinheiro.

Conforme diz Charles Goldfinger3, um especialista e teórico francês da

área de serviços financeiros cujo livro L`utile et le futile: L`economie de

l`immatérial (O útil e o inútil: A economia intangível) é a melhor discussão sobre

o comportamento econômico dos fatores intangíveis: “[A informação] é

estruturalmente abundante. Há sempre informação demais. Toda a atividade

econômica produz mais informação do que consome.”

O talento pode ser escasso, mas não o conhecimento: a humanidade

sabe mais do que nunca.

As economias de escala dominadoras não são o único agente de

rendimentos crescentes nos negócios baseados no conhecimento. Outro fator:

as externalidades da rede. Isto se refere ao fato de que o valor do

conhecimento aumenta porque ele é bastante usado. Um caso prático é o dos

vídeos VHS. Os vídeos VHS expulsaram o Betamax da Sony do mercado pelo

mesmo motivo dos rendimentos crescentes: quando o VHS se tornou líder de

vendas, a indústria cinematográfica começou a lançar mais fitas VHS do que

Beta, o que tornou o VHS ainda mais atraente em relação ao Betamax.

2 Abott Lawrence Lowell Apud Stewart, Thomas A. Capital Intelectual: a nova competitividade das empresas. 3 O útil e o inútil: A economia intangível, Paris: Edições Odile Jacob, 1994

Page 12: T&d   danielly monteiro bittencourt

12

Os líderes precisam focalizar e acumular talento onde necessário seja

por meio de contratação ou do ensino. Como sempre ocorre no caso do capital

intelectual, a ligação com a estratégia é fundamental.

O capital humano se dissipa com facilidade. É preciso concentrá-lo. Isso

significa que a inteligência organizacional, bem como qualquer outro ativo,

deve ser cultivada no contexto da ação: a contratação aleatória de Ph.D.s de

nada adianta. O que você vai fazer com ele? Para fazer diferença, o capital

humano precisa de seus irmãos, o capital estrutural e o capital do cliente.

Peter Drucker4 já advertia em 1983, sobre a importância do trabalhador

intelectual (knowledge worker). A partir de 1994, com Thomas Stewart5 nos

Estados Unidos e Leif Edvinsson6 na Suécia, a idéia vem ganhando cada vez

mais força. Afinal de contas, temos de considerar que algumas coisas

realmente podem ser consideradas fenômenos de ruptura (breakthrough). A

maior indústria de tênis do mundo, a Nike, não tem fábrica. A Microsoft vale em

bolsa cem vezes o seu valor do ativo tangível. A administração tradicional vem

dedicando uma parcela de sua energia, tempo e recursos cada vez menores ao

verdadeiro valor das organizações: sua inteligência competitiva ou, usando

uma expressão de cunho mais tecnológico, o seu ativo intangível.

Todos os empresários, executivos e profissionais de T&D terão de

identificar o impacto e a consistência do conhecimento e do capital intelectual

no setor específico de sua empresa; criar as condições de desenvolvimento,

fluxo e melhoria contínua desse conhecimento; desenhar a rede de

conhecimento, estruturando o capital intelectual de modo a forçar sua

transformação em propriedade da empresa, e não das pessoas; criar os

indicadores de mensuração do capital intelectual com objetivo de tanger o

intangível, tendo como meta maior valorizar financeiramente cada item.

4 Apud Boog, Gustavo G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento. 5 Stewart, A. Thomas. Capital Intelectual. 6 Apud Boog, Gustavo G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento.

Page 13: T&d   danielly monteiro bittencourt

13

O capital intelectual é uma forma de fazer crescer as organizações

desse mundo cada vez mais turbulento.

1.1. Universidade Corporativa

Num futuro não muito distante, o Departamento de Treinamento será

substituído por Universidade Corporativa.

Segundo Jeanne Meister7, da Corporate University Xchange,

Universidade Corporativa “é o guarda-chuva estratégico para o

desenvolvimento e educação de funcionários, clientes e fornecedores,

buscando otimizar as estratégias organizacionais”.

Só nos EUA, existem mais de 2000 Universidades Corporativas. Mas

afinal, no que a Universidade Corporativa difere do Departamento de

Treinamento? O Departamento de Treinamento tende ser mais reativo,

descentralizado, buscando atingir um grande público, com uma razoável

variedade de programas “abertos”, nem sempre voltados para a solução de

problemas do “negócio”.

A Universidade Corporativa centraliza as soluções de aprendizado para

cada “família” de cargos e funções dentro da organização (tracks), utilizando o

treinamento como instrumento de massa crítica, reduzindo custos pela escala

de contratação, definindo padrões comuns para atuação dos consultores

externos etc.

7 Apud Boog, Gustavo G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento.

Page 14: T&d   danielly monteiro bittencourt

14

Área de Treinamento e Desenvolvimento

Estratégia Tradicional Estratégia Competitiva

Missão

• Educar pessoas. • Melhorar a organização através do

aprendizado contínuo e aplicado.

Objetivos

• Cumprir orçamentos. • Aplicar o aprendizado na realidade

da empresa, melhorando

continuamente sua performance.

• Centro de custos. • Centro de lucros.

• Burocrático. • Competitivo.

• Sem vinculação com a cultura. • Melhorando a cultura.

Estratégias

• Concentrada na sala de aula. • Aberta para o mundo.

• Visão endógena. • Visão exógena.

Visitas.

Entrevistas.

Benchmarking.

• Não há exigência de aplicação. • Busca aplicação em projetos.

• Não há vinculação com a

avaliação de desempenho.

• Serve como indicador de

desenvolvimento de carreira.

• Responsabilidade da empresa. • Responsabilidade conjunta entre

colaborador e empresa.

• Avalia os professores. • Avalia a aplicação / Resultados.

• Consultores externos. • Consultores internos e externos.

• Tecnologia tradicional. • Tecnologias avançadas.

Adaptado de CARVALHO, A. V. Treinamento de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira, [s.a.].

Page 15: T&d   danielly monteiro bittencourt

15

1.2. Como implantar uma Universidade Corporativa

As tendências estratégicas externas estão tendo um enorme impacto

sobre a ciência de administração, especificamente no campo da função

humana de treinamento e desenvolvimento. A tentativa de convergência

dessas idéias nos leva a conclusão de que as empresas terão,

obrigatoriamente, de reagir, quebrando paradigmas tradicionais e trazendo

para si a responsabilidade da coordenação do aprendizado e da educação de

seus seres humanos, procurando suprir as deficiências e o timing de correção

do sistema educacional tradicional, seja atrair e reter talentos, seja para

atender à gestão do seu capital intelectual.

Segundo Jeanne Meister8, da Corporate University Xchange, as “regras

de ouro” para implantação de uma Universidade Corporativa são:

1. Unidade de negócio – antes e acima de tudo, uma Universidade Corporativa

é um centro de resultados que vai sensibilizar o stakeholder acionista pelo

aumento do valor agregado do patrimônio líquido da empresa.

2. Mensuração de resultados – os produtos e serviços fornecidos pela

Universidade Corporativa devem ser mensurados tanto no âmbito dos

processos como dos resultados e, no limite, deve haver planejamento e

controle do impacto de suas atividades sobre os fatores críticos de sucesso

e principais indicadores de resultados da organização.

3. Compartilhamento – os colaboradores de uma organização devem ser

estimulados e motivados a dividir entre si o know-how adquirido, criando a

rede interna de conhecimento com ênfase na comunicação permanente das

best pratices.

8 Apud Boog, Gustavo G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento.

Page 16: T&d   danielly monteiro bittencourt

16

4. Consciência financeira – os investimentos físicos deverão ser

criteriosamente analisados em consonância com o porte da empresa e suas

necessidades específicas.

5. Heterodoxia – para atingir a excelência, uma Universidade Corporativa

jamais poderá se restringir ao modelo “sala de aula-professor-aluno”. Seu

objetivo maior é expandir o cérebro dos seres humanos através dos mais

diferentes sistemas de aprendizado.

6. Personalização – o planejamento e o desenvolvimento de cada indivíduo

deverão ser criados e monitorados de modo que sejam construídas as

referências dinâmicas indispensáveis neste ambiente de ambigüidade e

incerteza.

7. Mútuo comprometimento – o planejamento e monitoramento da evolução de

cada colaborador não poderão jamais cair na limitação do paternalismo

unilateral. Caminhos individuais serão traçados para cada pessoa,

assessorados e/ou apoiados pela central de inteligência na Universidade

Corporativa com uma clara visão de direitos, responsabilidades e até idéias.

8. Responsabilidade social – em um ambiente de mudança, não se pode

garantir a segurança do emprego vitalício. A qualquer momento, uma

mudança de mercado, das tecnologias, da gestão ou da própria

concorrência pode obrigar à descontinuidade da relação entre um

colaborador e a empresa. Por isso que as Universidades Corporativas que

desejam cumprir sua missão deverão desenvolver a capacitação

empreendedora em seus clientes, de modo a prepará-los para a vida como

um exercício de melhoria contínua.

9. Tecnologia – a logística do ensino a distância propiciada pelo avanço da

telemática deverá ser ferramenta permanente de gestão, de modo a permitir

melhor utilização do tempo.

Page 17: T&d   danielly monteiro bittencourt

17

10. Homogeneização – uma das funções primordiais da Universidade

Corporativa consiste no preenchimento das lacunas deixadas pelo sistema

tradicional de ensino; por esse motivo, devem fazer parte integrante de seu

escopo de atuação programas que criem um “conteúdo de homogeneização

de conhecimento e inteligência”, para cada um dos estratos e/ou funções

das organizações.

11. Pluralismo – levando em consideração que, cada vez mais, as empresas

trabalharão em networks e em cadeias de operação, a Universidade

Corporativa deve ser um campo aberto a todos os “satélites de negócios” da

empresa, sendo, evidentemente, estabelecidos critérios de justiça financeira

da cobertura dos custos envolvidos. No limite, uma Universidade

Corporativa poderá pertencer à rede de operações e negócios de sua

organização.

Page 18: T&d   danielly monteiro bittencourt

18

CAPÍTULO II

TREINAMENTO

2.1. Breve histórico do T&D

Pontual (1980)9 trata do assunto evolução do treinamento empresarial a

partir de um enfoque educacional, com o objetivo de dividi-lo (o treinamento)

em fases, determinando cada momento da industrialização e sua evolução,

definindo as características da administração e a estratégia existente e o futuro

do treinamento. Este autor afirma que para o desenvolvimento das civilizações

o treinamento tornou-se fundamental, à medida que o homem desenvolveu

9 PONTUAL, M. Evolução do Treinamento Empresarial. São Paulo: Mc Grow Hill, 1980.

Page 19: T&d   danielly monteiro bittencourt

19

uma série de invenções, pois possibilitou a transmissão de conhecimentos que

tais invenções demandaram.

Pontual se utiliza do modelo discutido no Congresso Internacional de

Treinamento e Desenvolvimento realizado na Inglaterra em 1973, no intuito de

analisar e compreender a evolução do treinamento nas empresas. Nesse

modelo, a industrialização é dividida em 5 fases distintas: a primeira fase –

subdesenvolvimento – apresenta 4 características da administração, tais como:

mais ênfase no capital do que na mão-de-obra, mais ênfase na técnica do que

na gerência – pouca capacitação e fácil de ser dirigida, horário longo de

trabalho e baixos ganhos e aumento de produção para satisfazer as mudanças

do mercado. Essa primeira fase possuía como estratégia para o futuro do

treinamento, a plena utilização da mão-de-obra, o início do desenvolvimento de

mão-de-obra qualificada de acordo com a demanda e procura de mão-de-obra

profissional e tecnológica.

A segunda fase – em desenvolvimento – possuía como característica da

administração: ênfase na supervisão, estabelecimento de sistemas de

administração da produção, divisão do trabalho baseado no seu estudo,

provisão de incentivos para estabilização da mão-de-obra, desenvolvimento de

talentos administrativos e estabelecimento de sistema de custos e orçamento e

mais responsabilidades atribuídas ao pessoal administrativo. Como estratégia

existente para o futuro existente, esta Segunda fase, estabelecia padrões de

mão-de-obra e de trabalho, fortalecendo o treinamento de mão-de-obra e de

trabalho com o fortalecimento da estrutura institucional.

A terceira fase – após o início da industrialização – possui como

característica da administração: ênfase nas vendas e desenvolvimento de

novos produtos, estabelecimento de centros de lucro e sistemas de

compensação, estabelecimento de sistemas de administração, promoção e

engenharia industrial e automatização/automação e descentralização e

delegação com a aceitação dos princípios de gerência por exceção. A

estratégia e o futuro do treinamento prevê o aumento da responsabilidade

Page 20: T&d   danielly monteiro bittencourt

20

social interna, mão-de-obra requerida para o planejamento de negócios, ênfase

na eficiência e avaliação da mão-de-obra e na mobilidade interna.

A quarta fase – industrialização avançada – caracteriza-se

administrativamente pela diversificação da produção e das atividades de

negócios pelo estabelecimento de sistemas de planejamento, pela

centralização de sistemas de informação administrativa para fins de avaliação,

pela distribuição racional dos investimentos de capital e pelo estabelecimento

de sistema de participação nos lucros e no capital. A estratégia e o futuro do

treinamento demanda a formulação de planos de negócios a longo prazo para

atender à responsabilidade social, planejamento do desenvolvimento de

recursos humanos a longo prazo, desenvolvimento de potencial de mão-de-

obra na futura força de trabalho, educação através das ciências do

comportamento para fortalecimento do desenvolvimento gerencial e promoção

do bem-estar e benefícios indiretos.

A quinta fase – pós industrialização – possui como características da

administração a atenção a ser dada à responsabilidade social, ênfase na ação

rápida, por pequenos grupos gerenciais, criação de vários grupos de trabalho

integrados por especialistas, motivação no espírito do grupo mais do que na

realização industrial e melhor comunicação para criação de diretrizes. Quanto à

estratégia e o futuro do treinamento fala-se em promoção do desenvolvimento

organizacional e aceleração da inovação gerencial e patrocínio de seminários

de desenvolvimento gerencial.

2.2. Desenvolvimento

Ao observarmos uma chefia de fábrica, vemos profissionais formados na

área de exatas. Profissões técnicas que ensinam muito sobre processos e

pouco sobre pessoas. Pouco lhes é falado sobre o quanto os processos são

determinados por essas pessoas. Eles chegam em uma fábrica e constatam

que conhecem as técnicas, os métodos, mas que pararam pouco para pensar

Page 21: T&d   danielly monteiro bittencourt

21

sobre as pessoas e que são elas que fazem as técnicas e os métodos

acontecerem ou não.

Lidar com pessoas é intervir no processo. É dar feedback, é retornar

tarefas, checar decisões. Hoje falamos de supervisores coach, couselling,

empowered teams, equipes autônomas, reengenharia, qualidade etc. O cenário

exige do chefe que deixe de ser um seguidor de normas e veja sua equipe

como parceira e não como apenas meio para atingir objetivos.

Um chefe educador coach é aquele que ajuda as pessoas a desenvolver

sua maturidade profissional, que dá feedback, oferece o mapa, dá informações

para que o grupo possa tomar decisões sobre seus próprios problemas.

2.3. Instrutor de treinamento

Cabe ao instrutor de treinamento a responsabilidade pela transmissão,

aos treinandos, de conhecimentos profissionais teóricos e práticos.

A atividade do instrutor de treinamento envolve toda a organização.

Segundo Carvalho,

“... a empresa é, pois, uma autêntica escola formadora de

hábitos e atitudes. E seus diretores, gerentes, supervisores e

profissionais habilitados constituem o corpo docente da

organização.”10

Ao meu ver, pouco adianta a uma empresa manter custosas e atraentes

instalações de treinamento, bem como excelentes programas de capacitação e

métodos e técnicas de formação atualizados se, ao mesmo tempo, não contar

com um corpo de instrutores eficientes.

10 CARVALHO, A. V. Treinamento de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira, [s.a.].

Page 22: T&d   danielly monteiro bittencourt

22

Muitas vezes um bom instrutor pode tornar atraente um determinado

assunto que, à primeira vista, é difícil de ser compreendido pelo treinando. Por

outro lado, temas que são atuais, dinâmicos e relativamente fáceis de

transmitir, se tornam pouco ou nada assimilados pelos alunos, simplesmente

porque os instrutores não souberam comunicar suas idéias e experi6encias aos

treinandos.

Desse modo, o instrutor é a peça fundamental e imprescindível ao

sistema de desenvolvimento e crescimento do treinando. Sua ação é tão

importante que não pode ser substituída por outros meios tecnológicos.

Embora os instrutores não precisem, necessariamente, ser diplomados

em Pedagogia ou Psicologia da aprendizagem, certos princípios são

indispensáveis para que possam desenvolver com êxito sua exposições.

Um bom instrutor de treinamento deve ter algumas qualidades

indispensáveis. Qualidades estas que podem ser observadas no quadro a

seguir

É importante ressaltar que os dados citados no quadro a seguir não

fazem parte de uma “receita padronizada” para classificar profissionalmente

bons instrutores de treinamento, mas servem de parâmetros preliminares para

caracterizar certos traços típicos do apresentador do tema.

Page 23: T&d   danielly monteiro bittencourt

23

Formação

X Ter conhecimento da matéria;

X Dominar o idioma;

X Contribuir para o progresso de sua especialidade;

X Estar atualizado;

X Estar interessado no ensino.

Atitudes pedagógicas

X Saber organizar as matérias do curso a fim de conseguir objetivos bem

determinados;

X Estar sempre preparado;

X Despertar o interesse e estimular a curiosidade;

X Apresentar a informação de modo hábil e ilustrado;

X Utilizar uma ampla variedade de métodos;

X Adaptar seus métodos ao nível de sua classe;

X Estar atento às suas necessidades individuais;

X Analisar os erros e corrigir as dificuldades específicas;

X Ser imparcial nos testes;

X Falar claramente, sem sarcasmo e nem ridículos;

X Não possuir cacoetes comprometedores.

Personalidade

X Ser paciente, simpático e amável com os treinandos;

X Apreciar situações sociais;

X Possuir sentidos de humos, tato e entusiasmo;

X Ter sentido de cooperação;

X Ser maduro, autorizado e confiante.

Adaptado de CARVALHO, A. V. Treinamento de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira, [s.a.].

Page 24: T&d   danielly monteiro bittencourt

24

CAPÍTULO III

E-LEARNING

3.1. O e-learning e os desafios corporativos

Os desafios das empresas em todos os ramos de negócios são

inúmeros. Estratégias para tornar a empresa competitiva são adotadas para

que elas possam vencer estes desafios da melhor forma possível.

Para vencer os desafios, as empresas contam com pessoas e a cada

dia, as pessoas precisam produzir mais, em menos tempo e com melhor

qualidade. Este é o desafio das pessoas nas empresas.

Page 25: T&d   danielly monteiro bittencourt

25

Atualmente, as empresas têm buscado manter em seus quadros

profissionais mais produtivos e mais adequados às suas estratégias. As

empresas estão procurando formas de motivar seus colaboradores a vencerem

seus desafios profissionais e, com isso, serem responsáveis pelo vencimento

dos desafios corporativos. Com o intuito de tornar seus profissionais mais

produtivos a cada dia, as empresas têm investido cada vez mais em

treinamento e desenvolvimento.

O treinamento e desenvolvimento de profissionais em uma empresa são

tarefas que envolvem diversas áreas da empresa e uma logística bastante

complexa, gerando um grande investimento no projeto de treinamento,

deslocamento de pessoal, planejamento, execução, fornecedores, etc.

A velocidade com que as informações chegam hoje às pessoas e às

empresas e a rapidez com que acontecem mudanças nas organizações

geraram uma necessidade maior de treinamento do que somente o treinamento

tradicional poderia suprir.

Na busca da solução para estes e outros desafios corporativos, surgiu

uma alternativa bastante interessante e viável: o e-Learning. O e-Learning é

uma forma de aprendizagem à distância que utiliza entre outras mídias, o

computador como mediador do processo.

O e-Learning tem se mostrado a solução ideal para atender às

necessidades corporativas de treinamento e desenvolvimento das empresas e,

diante desta opção as corporações devem conhecer as formas de e-Learning

disponíveis no mercado e compreender quais são as melhores opções para

auxiliá-las a vencer os desafios pelos quais elas estão passando.

Há diversas formas de e-Learning e entre elas, podemos citar:

• CBT – Computer Based Training ou Treinamento Baseado em

computador.

Page 26: T&d   danielly monteiro bittencourt

26

• TBT – Technology Based Training ou Treinamento Baseado em

Tecnologia.

• WBT – Web Based Training ou Treinamento Baseado na Web.

• Síncrono – quando temos colaboração síncrona entre alunos, alunos

e professores, etc. através de chats, videoconferências, etc. Nesta

modalidade, as pessoas estão em tempo real colaborando umas com

as outras.

• Assíncrono – quando não há colaboração online, em tempo real.

Pode ou não haver a figura do instrutor/mediador. Nesta modalidade

encontramos os fóruns, e-mails, etc.

Para adotar o e-Learning em uma empresa, é necessária a colaboração

entre os departamentos de TI, RH e Marketing bem como os níveis decisórios

da empresa. Além disso, o treinamento deve ser incluído no planejamento

estratégico da empresa. Perceber a importância de ligar o investimento em

treinamento com os objetivos estratégicos da empresa é de extrema

importância para o sucesso do investimento. Um planejamento estratégico de

treinamento mostra-se, na realidade atual, tão importante quanto o

planejamento de marketing ou de vendas.

Sem um planejamento estratégico, o programa de e-Learning poderá

correr sérios riscos e a empresa terá feito um investimento sem retorno. Um

bom planejamento de e-Learning envolve assuntos como:

• Cultura corporativa

• Objetivos da empresa

• Objetivos do treinamento

Page 27: T&d   danielly monteiro bittencourt

27

• Mudanças

• Estratégia de Marketing

• Recursos

• Tecnologia

Partindo deste princípio, o treinamento passa a ser uma das estratégias

da empresa para alcançar seus objetivos e vencer seus desafios. O e-Learning

tem muito a colaborar com as corporações no caminho do sucesso.

Nos próximos artigos teremos a oportunidade de mergulhar no mundo

do e-Learning, conhecer as ferramentas disponíveis no mercado, suas

características, pontos fortes e fracos, formas de aplicação, quais as melhores

práticas do mercado, experiências de empresas que já adotam o e-Learning e

como tem sido a aceitação e o retorno, conheceremos relatos de alunos e

conheceremos também os desafios que as empresas encontram na

implementação de um programa de e-Learning.

3.2. Quais fatores influenciam as empresas a adotarem o e-learning

Muitas empresas estão optando por desenvolver seu pessoal através do

e-learning. Estudos do IDC Brasil realizados em 2001, nos dizem que o

mercado de e-learning deve movimentar em 2002 aproximadamente US$ 53

milhões no Brasil e as perspectivas para o ano de 2003 são de um crescimento

de aproximadamente 20%.

O que está levando as empresas a esta decisão de adotar o e-learning

para o desenvolvimento de seu pessoal?

Podemos citar diversos fatores como a mudança da economia da era

industrial para a era do conhecimento ou como alguns autores preferem, a era

Page 28: T&d   danielly monteiro bittencourt

28

da informação. Outro fator importante que está fazendo com que as empresas

optem pelo e-learning é o aumento da competitividade global no ambiente de

negócios (a globalização da economia), que trouxe com ela a necessidade de

que as empresas sejam mais ágeis em seus negócios.

Um fator que também tem levado as empresas a esta decisão é a

rapidez das mudanças tecnológicas no mercado. As empresas têm adotado

diversas soluções tecnológicas e seus funcionários devem saber utilizá-las com

rapidez para atender aos objetivos corporativos.

Existem outros fatores, mas, neste artigo, abordarei especificamente

algumas implantações de tecnologias que têm feito as empresas optarem por

e-learning.

Implantação de sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) é um dos

fatores que tem feito as empresas optarem por e-learning. A implantação de

um sistema como este pode alterar rapidamente as funções de centenas de

funcionários dentro da empresa. Além disso, a implantação de um sistema de

ERP é um investimento extremamente alto para as empresas e a necessidade

de que os funcionários saibam como utilizá-lo é crucial para o sucesso da

utilização deste sistema. Infelizmente, em muitos casos, os sistemas de ERP

falham em suas promessas de aumentar a produtividade por falta de

treinamento adeqüado para os funcionários, o que enfraquece o "poder" destes

sistemas. Treinamento dos funcionários nesta situação é crucial para as

empresas. Mas o treinamento de muitos funcionários espalhados por todo o

país, é uma tarefa difícil e também depende de um alto investimento para que

dê o retorno esperado pelos líderes. Neste cenário, o e-learning fornece uma

solução eficaz e de menor investimento e faz com que o treinamento possa

chegar a todos os funcionários por toda a empresa simultaneamente com muito

sucesso.

Empresas que precisam de funcionários com certificação em TI também

encontram um grande benefício no e-learning. Os cursos tradicionais para

certificações são caros e, muitas vezes, o funcionário precisa viajar para fazer

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29

o curso (dependendo do local onde trabalha). Além disso, a duração destes

cursos é longa. Com o e-learning, as empresas encontram a possibilidade de

treinar seus funcionários para a certificação, em menor tempo e com um

investimento bastante inferior ao feito em cursos tradicionais. O funcionário

poderá treinar quantas horas precisar e poderá testar seus conhecimentos

diversas vezes até sentir-se apto a prestar os exames para certificação.

Certamente é uma opção bastante atrativa para as empresas.

Outro fator eleito para treinamento via e-learning é a implantação de

sistemas de CRM (Customer Relationship Management). Este é mais um

sistema de alto investimento para a empresa e que o treinamento dos

funcionários em sua operação é fator chave, pois é um sistema que dependerá

da utilização correta por muitos funcionários espalhados pela empresa. Além

do treinamento no sistema, as empresas precisam treinar os funcionários em

novos processos. Com o e-learning este treinamento poderá ser simultâneo

para todos os funcionários e poderá tratar dos assuntos ligados aos processos

e aos ligados ao sistema. É uma opção que trará economia no investimento em

treinamento e garantirá o funcionamento do sistema de CRM. Novos

funcionários da empresa podem ser treinados nos sistemas rapidamente antes

de assumirem suas funções, trazendo agilidade para as contratações.

Como podemos verificar, as vantagens de optar por e-learning são

muitas e é justamente por este motivo que tantas empresas têm optado pelo e-

learning.

3.3. Como implementar o e-learning em sua empresa

Organizar as suas análises e criar um projeto de treinamento incluindo o

e-learning é uma etapa extremamente importante para o sucesso de seu

programa.

Criar um projeto será extremamente útil para que você possa:

• Definir as etapas a serem seguidas

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30

• Definir prazos

• Definir prioridades

• Definir responsabilidades

• Definir custos

• Organizar todo o trabalho

• Acompanhar o andamento do projeto

Quando você estiver preparando seu projeto de treinamento, você

deverá verificar quais assuntos poderão fazer parte de um treinamento

presencial, quais assuntos poderão ser tratados através do e-learning e

treinamentos que deverão ser formulados utilizando métodos conciliados

(Blended Learning).

Terminada esta análise, você saberá quais cursos deverão ser

oferecidos via e-learning. Este será o momento para decidir se o curso deverá

ser desenvolvido especialmente para sua empresa (assuntos específicos) ou

se há pacotes prontos de cursos que atendam à sua necessidade. Neste

estágio, você deverá montar um roteiro de avaliação de seus fornecedores e

dos próprios cursos. (Este assunto será tema de um próximo artigo).

Analisar um ambiente para disponibilização do e-learning também é uma

tarefa muito importante. Uma das vantagens do e-learning é que há a

possibilidade de rastreamento do desempenho dos funcionários no treinamento

e serve também para identificação de resistências, entre outras

funcionalidades. Estamos falando dos gerenciadores de aprendizagem (LMS –

Learning Management Systems – também assunto de um próximo artigo).

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31

Caso sua empresa ainda não tenha um programa de e-learning,

provavelmente ainda não tem este sistema. Então esta será uma nova etapa

em seu projeto: montar um roteiro para análise dos gerenciadores disponíveis

no mercado e avaliar os fornecedores e os próprios sistemas.

Lembre-se sempre da importância da qualidade dos conteúdos dos

cursos e da adequação entre os cursos e o gerenciador. Esta adequação é um

ponto chave para o bom funcionamento de seu programa. Se você escolher um

gerenciador X e um curso que não possa ser “rodado” de dentro deste

gerenciador, você estará perdendo a facilidade do e-learning e os alunos terão

que saber abrir os cursos de diversas formas diferentes e o administrador do

treinamento terá relatórios espalhados por diversos lugares diferentes.

Há também a possibilidade de sua empresa ter profissionais dedicados

ao desenvolvimento dos cursos (isto acontece normalmente para os assuntos

extremamente confidenciais e estratégicos da empresa). Neste caso, você

deverá montar uma equipe multidisciplinar para o desenvolvimento dos cursos,

mas isto deverá ser muito bem definido a partir da estratégia de sua empresa,

pois o investimento em uma equipe para desenvolvimento interno do e-learning

é um investimento bastante alto, sem contar os equipamentos, software e

capacitação. A tecnologia muda rapidamente, hoje em dia, e estes profissionais

precisarão estar sempre atualizados.

Para estes assuntos, você poderá solicitar a assinatura de um Termo de

Confidencialidade e a propriedade do curso desenvolvido ao seu fornecedor.

Esta talvez seja uma estratégia mais viável do que montar toda uma equipe

para desenvolvimento em sua empresa.

Bem, como em todo projeto, há muito trabalho a ser feito. É

imprescindível um bom planejamento para a implementação bem-sucedida do

e-learning em uma empresa. Existem também profissionais especializados em

auxiliar as empresas neste momento. Esta é uma outra opção: buscar um

profissional para prestar uma consultoria para sua empresa e auxiliá-lo a seguir

este caminho, o que também poderá ser uma vantagem para a empresa, pois

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32

estes profissionais conhecem profundamente o assunto, as vantagens,

desvantagens, resistências e formas de superá-las.

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33

CAPÍTULO IV

PORQUE CONTRATAR ESTAGIÁRIOS E TRAINEES?

Rittner11 discute a formação profissional tematizando a questão de

estagiários e trainees. O assunto abordado no capítulo é que o Programa de

estagiários e trainees possibilita a formação de jovens que vão galgar, em

pouco tempo, postos de gerentes e diretores de organizações.

É um investimento que vem crescendo a atraindo muitas empresas. A

procura de talentos se dá de várias e variadas formas dos programas de

trainees e estagiários além da busca de executivos disponíveis no mercado.

11 RITTNER, C. L. A. – Estagiários e Trainees. In BOOG, G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo, McGraw, 1994.

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34

Costa12 propõe o desenvolvimento de talentos para suprir o mercado de

Recursos Humanos. Para ela, a década de 90 está navegando em um cenário

onde a mudança virou regra e a estabilidade, exceção. O mercado de trabalho

não escapou ao fato e está assistindo à crescente valorização do ser humano,

onde a sua cabeça pensante ganhou mais importância do que o excessivo

culto às máquinas que imperou neste século 20.

Toda sociedade no contexto geral está passando por uma fase de

mudanças de valores que antes eram considerados importantes como o fato da

carreira não ser mais baseada na idade, e sim no desenvolvimento do

profissional, por entender também que esses profissionais da área de Recursos

Humanos muitas das vezes ao atingir a faixa etária de 40 anos estão relegados

ao mercado de trabalho. Muitas das vezes também estes executivos com mais

de 40 anos de idade estão dedicando-se à função de consultores. Esta

atividade ganha cada vez mais espaço no mercado, porque estes profissionais

possuem conhecimentos específicos em diversas áreas. Este tipo de atividade

vem ganhando cada vez mais força, e hoje é possível encontrar estes

profissionais que exercem esta função nas mais variadas áreas do mercado.

Hoje é bastante conhecido o novo perfil profissional que o mercado

exige: ser generalista, saber trabalhar em equipe, possuir visão global e estar

sempre em busca do aprendizado e conhecimento, é preciso também ter muita

garra, liderança, ter um bom histórico escolar e um bom nível de

relacionamento humano e acima de tudo ser inovador.

A expectativa de ter pessoas mais propensas a aceitar mudanças é um

dos principais motivos que levam às empresas a valorizarem programas de

trainees. Crescem o número de organizações que investem na formação de

profissionais. Essa capacitação de talentos potenciais é feita, em geral, no

programa de trainees que a cada ano atrai mais empresas e garante

oportunidades de início de carreira e muitos jovens profissionais.

12 COSTA. C. (1995). Corrida em busca de talentos. Revista R.H. em síntese, 6-8.

Page 35: T&d   danielly monteiro bittencourt

35

Instituições financeiras, grandes empresas e consultorias realizam

investimentos atos para identificar ente os recém-formados ou estudantes de

diversos cursos aqueles talentos que mais se destacam para fazer parte da

organização e faze-lo deles sua imagem e semelhança, ou seja, as empresas

buscam pessoas que tenham potencial para reproduzir o modelo da empresa.

Nas universidades de primeira linha, é comum a disputa entre empresas

para garimpar os “melhores” talentos, o que já faz parte da estratégia de

inúmeras empresas. Na verdade, as empresas além de utilizarem desses

métodos de capitação de talentos, elas também fazem uso ou realizam um mix

entre trainees, estagiários, profissionais já formados no mercado.

Mas o grande diferencial exigido pelas empresas diz respeito às

características pessoais do futuro trainee. É muito difícil que um universitário

recém-formado tenha o perfil gerencial que as empresas desejam. Os trainees

teem pouco tempo para ganhar esse aprendizado e essa maturidade. Em

geral, os programas levam de um ano e meio a três anos e, findo o período os

trainees devem estar capacitados para assumir um cargo de gerente júnior,

começando a partir daí sei plano de carreira. Um trainee precisa ser nivelado

para se lançar à presidência de uma empresa. Em virtude desse objetivo, o

investimento que as empresas fazem na formação desses profissionais é muito

alto, mas o retorno é, na maioria das vezes, muito bom.

Uma das etapas mais importantes para permitir que o trainee aplique

seus conhecimentos à prática é destinar ao trainee a responsabilidade por um

projeto de complexidade. É proposto um trabalho que será acompanhado por

uma monitoria. Esse projeto fundamenta-se em idéias estratégicas e,

dependendo do resultado, poderá ser implantado nas empresas, criando assim

novas metodologias de trabalho.

Ao adotarem os programas de estagiários e trainees, pensando em suas

necessidades futuras de pessoal diferenciado, as empresas garantem para seu

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36

quadro de pessoal, funcionários qualificados e sem vícios, menos insistentes

às mudanças e que preservam sua cultura e valores.

As mudanças obrigam as empresas a repensarem em seus métodos de

gestão, priorizando sempre a busca de novos talentos. O que será que

aconteceria a essas mesmas empresas se restringissem apenas em

reproduzir? De certo, não evoluiriam. Sem novos talentos estas mesmas

empresas estariam condenadas a mediocridade. Hoje em dia, as pessoas não

se sujeitam mais a serem simplesmente máquinas de produção. Aprender e

manter-se em contínuo desenvolvimento é hoje uma exigência para os

profissionais que almejam permanecer no atual mercado de trabalho

competitivo.

Page 37: T&d   danielly monteiro bittencourt

37

CAPÍTULO V

O TREINAMENTO DENTRO DA TEORIA DA

QUALIDADE TOTAL

A educação é, basicamente, uma contínua reconstrução de nossa

experiência pessoal. Na verdade, essa reconstrução é caracterizada pela

observação e prática do dia-a-dia de nossa existência.

Educando-se continuamente, o indivíduo é profundamente influenciado

pelo meio onde vive, trabalha e se desenvolve através de seus vários grupos

de referência: a escola, o lar, o trabalho, o clube, a igreja, etc.

Page 38: T&d   danielly monteiro bittencourt

38

Torna-se praticamente impossível separar o processo de treinamento da

reconstrução da experiência individual. Isso porque a educação envolve todos

os aspectos pelos quais a pessoa adquire compreensão do mundo que a

cerca, bem como a necessária capacidade para melhor lidar com seus

problemas.

Por sua vez, o treinamento constitui-se, no dizer de Milton Hall, no

“(...)processo de ajudar os empregados a adquirir eficiência no

seu trabalho presente ou futuro, através de apropriados hábitos

de pensamentos e ação, habilidades, conhecimentos e

atitudes”13.

Esse enfoque da atividade de treinamento o identifica como sendo uma

forma de educação especializada, uma vez que seu propósito é preparar o

indivíduo para o desempenho eficiente de uma determinada tarefa que lhe é

confiada.

Seguindo essa linha de raciocínio, o treinamento pode ser caracterizado

como sendo

“(...)um somatório de atividades que vão desde a aquisição de

habilidade motriz até o desenvolvimento de um conhecimento

técnico complexo, à assimilação de novas atitudes administrativas

e à evolução de comportamento face a problemas sociais

complexos”14.

Assim, o treinamento apresenta-se como um instrumento administrativo

de importância vital para o aumento da produtividade do trabalho, ao mesmo

13 HALL, Milton apud in CARVALHO, Antonio Vieira de. “Treinamento de Recursos Humanos”. São Paulo: Pioneira [s.d.], p.4. 14 McGEHEE, William e Paul W. THAYER apud in CARVALHO, Antonio Vieira de. “Treinamento de Recursos Humanos”. São Paulo: Pioneira [s.d.], p.4.

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39

tempo que é um fator de auto satisfação do treinando, constituindo-se num

agente motivados comprovado.

A educação pode ser chamada de instrução quando o indivíduo recebe

formação escolar em seus vários graus de ensino. Mas a instrução continua a

ser parte atuante da educação sob perspectiva formal. E o treinamento, dando

continuidade à educação, prepara o empregado para melhor exercer suas

funções profissionais. É justamente neste ponto que entra o TQC.

O quadro abaixo – Educação, instrução e treinamento no

desenvolvimento integral do indivíduo – ajuda a entender melhor essa relação

entre educação, instrução e treinamento.

Adaptado de CAMPOS, V. F. TQC Controle da Qualidade Total (no estilo japonês)

O planejamento e gerenciamento da educação e treinamento em

controle da qualidade são atribuições do Escritório do TQC e facilitadores. Para

tal deve ser estabelecido um sistema de forma a tornar claro o processo de

treinamento. No treinamento para a qualidade total, o gerente da unidade deve

proporcionar:

• A especificação das metas de qualidade total que os empregados devem

alcançar.

Desenvolvimento integral

Educação

Formalização do processo

educativo

Desempenho adequado de

tarefas profissionais

Contínua reconstrução da

experiência individual

Instrução

Treina

mento

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40

• A aquisição, pelo funcionário, dos meios necessários para tingir suas metas

(procedimentos, técnicas, métodos, processos, etc.).

• O desenvolvimento de novos estímulos (fatores de motivação).

Um programa de Educação e Treinamento em Controle da Qualidade

deve ter o seguinte currículo básico:

a) Alta administração e Gerência Sênior

• Papel da alta administração e Gerência Sênior no Controle da

Qualidade.

• Compreensão do funcionamento do Controle Estatístico da Qualidade.

• Controle da Qualidade na etapa de Planejamento e Projeto.

• Controle da Qualidade na etapa de Produção.

• Controle da Qualidade nas áreas de Marketing e Serviços.

• Garantia da Qualidade.

• Conceito de CCQ.

• Situação mundial da implantação do Conceito do Controle da

Qualidade.

b) Gerência Média

• Relação entre administração e Controle Estatístico da Qualidade.

• Conceitos Gerais de Controle da Qualidade.

• Organização e Administração do Controle da Qualidade.

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41

• Garantia da Qualidade (no desenvolvimento, produção, mercado, serviço

e sistema de Garantia da Qualidade).

• Implantação, Promoção e Educação em Controle da Qualidade.

• Execução do Controle da Qualidade.

• Relacionamento entre Controle da Qualidade e Confiabilidade.

• Controle dos fornecedores.

• Papel da média gerência nas atividades dos Círculos de Controle da

Qualidade.

• Orientação no método estatístico.

c) Staff e Engenheiros

• Orientação no conceito de Controle da Qualidade.

• Como organizar os dados obtidos.

• Probabilidade e Estatística.

• Avaliação estatística de dados variáveis e atributos.

• Cartas de Controle.

• Inspeção por amostragem.

• Análise multivariada.

• Análise de regressão.

Page 42: T&d   danielly monteiro bittencourt

42

• Planejamento de Experiências.

• Método de amostragem.

• Engenharia de confiabilidade.

d) Supervisores

• Orientação em Controle da Qualidade

• Papel do Supervisor no Controle da Qualidade.

• Orientação nas Sete Ferramentas do Controle da Qualidade.

• Manutenção e Melhorias na Fábrica sob o conceito de “controle”

• Garantia da Qualidade.

• Inspeção.

• Conceito de CCQ.

Um programa de treinamento, quando bem implantado, proporciona

inúmeras vantagens como a possibilidade do estudo e análise das

necessidades de treinamento de toda a organização, envolvendo a totalidade

dos níveis hierárquicos da empresa; a definição da prioridade de formação,

tendo em vista os objetivos setoriais da organização; caracterização dos vários

tipos e formas de desenvolvimento de pessoal a serem aplicados,

considerando a sua viabilidade, vantagens e custos; elaboração de planos de

capacitação profissional a curto, médio e longo prazos, integrando-os às metas

globais da empresa.

Page 43: T&d   danielly monteiro bittencourt

43

Paralelamente a essas vantagens estruturais, o processo de treinamento

proporciona, em termos de áreas empresariais, os seguintes benefícios:

definição das características e atribuições dos empregados; melhoria dos

padrões profissionais dos treinandos; maior estabilidade de mão-de-obra;

dignificação do trabalho e elevação do ambiente moral da empresa;

aprimoramento dos produtos e serviços produzidos; economia de custos pela

eliminação dos erros na execução do trabalho; entre outros.

O quadro abaixo – Ciclo do subsistema de treinamento – dá uma visão

geral do ciclo de formação profissional.

Adaptado de CAMPOS, V. F. TQC Controle da Qualidade Total (no estilo japonês)

Sistema de RH

Levantamento de

necessidades

Avaliação de desempenho

Subsistema de

treinamento

Planejamento

da formação

Execução do

treinamento

Avaliação dos

resultados

Execução das

tarefas Repetição do ciclo

Programação

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44

CAPÍTULO VI

UMA CRÍTICA A T&D E A QUALIDADE TOTAL

Missão, uma ova! O objetivo da empresa é o lucro. Se fosse possível

medir o grau de aceitabilidade dessas frases no mundo dos negócios, acredito

que estaríamos diante de um número entre 90 e 100%.

Se algum marciano observasse o quanto o dinheiro motiva a

humanidade, certamente poderia concluir que o objetivo do ser humano é o

dinheiro. O difícil seria convencê-lo de que não é bem assim.

Nada há de errado em buscar o lucro. Ninguém duvida que o lucro é um

fator primordial para a sobrevivência de qualquer organização. Mas isto não

Page 45: T&d   danielly monteiro bittencourt

45

significa que o objetivo da empresa seja o lucro. Mas por que esta idéia se

instalou no inconsciente coletivo dos seres empresariais? Este fenômeno se

explica, em parte, pelo fato de que muito pouco tempo é dedicado ao

aprofundamento de conceitos. O pragmatismo do mundo atual, a avalanche de

novidades, a necessidade de mudanças constantes leva a empresa a uma

ansiedade para implantar sistemas e métodos sem consolidar os fundamentos

em sua cultura organizacional.

O grande argumento dos defensores do lucro como objetivo da empresa

é que, sem ele, a empresa não sobrevive. Quanto a isto estamos todos de

acordo, só que o argumento é míope. O lucro está para a empresa como o

combustível está para o automóvel. Sem combustível, o carro não funciona.

Mas isto não significa que o objetivo do carro é consumir gasolina, e não

atender à necessidade das pessoas em se locomover de um lugar para outro

com rapidez e segurança.

Se o lucro é o objetivo de qualquer empresa, como explicar a

Amazon.com, que nunca deu um centavo de lucro e tem um valor de mercado

da ordem de 22,2 bilhões de dólares? Conclui-se, todavia, que uma empresa

pode existir sem lucro, mas nunca sem demanda.

Via de regra o empresário, ao abrir seu negócio, está interessado em

ganhar dinheiro. Não é errado afirmar que este é o objetivo maior do

empresário ou do acionista.

Por outro lado, instituir uma empresa significa criar uma entidade com

vida própria, uma razão social. As pessoas nunca pararam para pensar no

sentido deste termo jurídico. A empresa precisa ter um motivo social, ou seja,

deve atender a uma demanda da sociedade. Cessando esta demanda, a

empresa deixa de existir.

Na cultura organizacional que preconiza o conceito do lucro pelo lucro,

há pouca estratégia, pouco planejamento de longo prazo e pouca visão, pois

nada faz sentido se não tiver retorno econômico no curtíssimo prazo. Os

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46

empregados, em geral, trabalham motivados exclusivamente pela manutenção

do emprego e não pela sua auto-realização. Por esse motivo, o debate sobre a

missão da empresa é o primeiro passo para a mudança do paradigma. A

missão funciona como uma bússola; é a base recorrente de um sem número de

decisões, que vão desde a delimitação do mercado alvo, passando pela

escolha da logomarca, pelos fundamentos da cultura organizacional, chegando

até a decoração dos escritórios. Tudo passa a ter sentido, coerência,

estratégia. Mudança de conceito representa mudança de foco e pode trazer

grandes alterações na maneira de ser da empresa.

A necessidade e conscientização do funcionário para a Qualidade Total

nos serviços da rotina do dia-a-dia é fundamental para o crescimento da

organização, na atual conjuntura do mercado globalizado. Estar em dia com os

valores e com o perfil do consumidor é adotar uma nova postura para alcançar

reais resultados diante da concorrência e tornar a organização mais produtiva e

lucrativa.

Dentre os símbolos adotados pelas empresas em seus programas de

Qualidade, alguns demonstram uma completa adequação a estes conceitos.

Portanto, uma empresa dentro do conceito amplo de Qualidade é aquela

que consegue estabelecer relações de satisfação em todos os eixos, durante

todo o tempo, adequando-se às constantes mudanças do ambiente que a

cerca. Mas isto está ficando quase impossível no mundo de hoje.

Segundo a teoria de Maslow, os 5 tipos de necessidade inerentes ao

homem ocorrem simultaneamente. Entretanto, se as necessidades mais

simples não forem realizadas, as demais ficam relegadas a segundo plano. O

instinto de sobrevivência é o mais forte e vai absorver toda a energia até que

seja alcançado um nível razoável de satisfação das necessidades básicas. Só

então o homem teria condições de buscar sua auto-realização.

Page 47: T&d   danielly monteiro bittencourt

47

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Treinamento e Desenvolvimento são umas das mais poderosas

ferramentas de transformação no mundo organizacional. Esses novos

referenciais alteram profundamente as ações de T&D, trazendo enormes

desafios aos profissionais da área. Paradigmas são referenciais que usamos

continuamente para balizar nossas decisões. Paradigmas são como “lentes”

que condicionam a nossa “visão de mundo”, dando as cores e as formas

conforme o tipo de lente usado. É preciso te uma visão clara, não-míope, das

realidades em rapidíssima transformação, estando aberto às mensagens

extraídas dos novos paradigmas. Essas mensagens precisam ser

decodificadas para nós com o mínimo de distorção possível.

As novas visões alteram profundamente as maneiras tradicionais de

exercer as atividades de RH e de T&D. O papel passa ser muito mais apoiador

do que executor. O paradigma “mecanicista” é uma visão decadente mas,

infelizmente, ainda é o paradigma dominante. O novo paradigma “holístico” é

crescente e abrange todas as áreas da atuação humana.

T&D deve contribuir para a conquista equilibrada e simultânea dos

resultados da empresa e dos indivíduos que nela trabalham pois o papel do

T&D é coordenar e apoiar os processos de mudança.

Nos próximos anos, a área de T&D será certamente um dos segmentos

que mais sofrerão mudanças. Caberá a ela a gestão do conhecimento, do

capital intelectual, bem como sua mensuração como principal ativo das

organizações.

Haverá grandes mudanças no processo educacional, com ênfase no

ensino a distância e através de meios eletrônicos (internet, teleconferências,

etc.).

Page 48: T&d   danielly monteiro bittencourt

48

O principal instrumento para operacionalização dessa revolução na

educação serão as Universidades Corporativas.

Hoje, não mais se espera que o chefe saia sozinho, resolvendo

problemas, ditando tarefas. Espera-se que ele seja capaz de estimular sua

equipe a ajudá-lo nas soluções. Que trabalhe em equipe, treinando-a e

propiciando sua autonomia. A essa transição, eles devem ser treinados,

desenvolvidos.

O motor do desenvolvimento é o desejo de mudar, de que experimentar

algo novo. As ferramentas vem num segundo momento, como orientadoras

dessa missão. O que devemos buscar são métodos de investigação de

problemas e não fórmulas.

Desenvolver chefes é, na verdade, inquietá-los, instigar suas questões;

ajudá-los a ver modelos novos, outras alternativas para o “fazer”. É colocá-los

diante de sua função, de seu papel, ajudando-os a refletir sobre sua ação.

Page 49: T&d   danielly monteiro bittencourt

49

BIBLIOGRAFIA

BOOG, Gustavo Grueberg (Coord.). Manual de treinamento e

desenvolvimento. 3. ed. São Paulo: Makron, 1999. 667 p.

CAMPOS, V. F. TQC Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). UFMG,

Escola de Engenharia. Fundação Christiano Ottoni. Minas Gerais:1992, p.

187.

CARVALHO, A. V. Treinamento de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira,

[s.a.].

GOLDFINGER, Charles O útil e o inútil: A economia intangível, Paris: Edições

Odile Jacob, 1994 Apud STEWART, Thomas A. Capital intelectual:a nova

vantagem competitiva das empresas. Tradução Ana Beatriz

Rodrigues. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 237 p.

HALL, Milton apud in CARVALHO, Antonio Vieira de. “Treinamento de

Recursos Humanos”. São Paulo: Pioneira [s.d.], p.4.

LOWELL, Abott Lawrence Apud STEWART, Thomas A. Capital intelectual:a

nova vantagem competitiva das empresas. Tradução Ana Beatriz

Rodrigues. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 237 p.

McGEHEE, William e Paul W. THAYER apud in CARVALHO, Antonio Vieira de.

“Treinamento de Recursos Humanos”. São Paulo: Pioneira [s.d.], p.4.

PONTUAL, M. Evolução do Treinamento Empresarial. São Paulo: Mc Grow

Hill, 1980.

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50

STEWART, Thomas A. Capital intelectual:a nova vantagem competitiva

das empresas. Tradução Ana Beatriz Rodrigues. 6. ed. Rio de Janeiro:

Campus, 2000. 237 p.

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ANEXOS

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: T&D: Investimento ou dinheiro jogado fora?

Autor: Danielly Monteiro Bittencourt

Data da entrega: ____ / 09 / 2003

Avaliado por: Professor Celso Sanchez Conceito: __________

Conceito Final: __________