a farra do boi na amazônia

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www.greenpeace.org.br A FARRA DO BOI NA AMAZôNIA EDIÇÃO RESUMIDA

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Uma investigação de 3 anos do Greenpeace revela como a parceria perversa entre a indústria do gado e o governo brasileiro estão resultando em mais desmatamento, trabalho escravo e invasão de terras indígenas. Grandes marcas reconhecidas mundialmente, como Nike, Adidas, Timberland, Unilever e Carrefour parecem acreditar que seus produtos excluem matéria-prima da Amazônia. A investigação do Greenpeace expõe pela primeira vez como o consumo leviano de matéria-prima está alimentando o desmatamento e, consequentemente, o aquecimento global.

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  • 1www.greenpeace.org.br

    A FARRA DO BOI

    NA AMAZNIA

    Edio REsumida

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    Assim como nenhum pas sozinho pode resolver o problema do aquecimento global, promover a riqueza de uma floresta distribuda por oito pases requer cooperao internacional. Por essa razo, o Brasil lanou, em 2008, o Fundo Amaznia. Mais de US$20 bilhes sero levantados para financiar a conservao e o desenvolvimento sustentvel. Estes recursos sero usados para coibir a madeira ilegal, mas tambm para desenvolver alternativas de subsistncia. A Noruega j se comprometeu com a doao de US$1.1 bilho para o fundo ao longo de dez anos. Esperamos que outros sigam o exemplo.

    Luiz Incio Lula da Silva, Presidente do Brasil, The Guardian, 28/03/2008

    3 Sumrio executivo A farra do boi na Amaznia

    10 Os 5 maiores exportadores de carne Mercado, recursos e capacidade

    12 O tour du monde

    15 Greenpeace investiga Como o Brasil legaliza a carne bovina da Amaznia fornecendo s grandes marcas

    22 Mato Grosso Fazendas identificadas como fornecedoras dos frigorficos da Bertin, JBS ou Marfrig no Mato Grosso

    29 Greenpeace investiga Como o Brasil legaliza o couro da Amaznia fornecendo s grandes grifes

    34 Desmatamento ilegal Marab

    37 Cowboys e ndios Como a Bertin conduz expanso ilegal nas fronteiras

    40 Greenpeace investiga Escravos da moda

    42 Referncias

    NDIce

  • 3SuMRIO executIvO

    cOMBAte S MuDANAS cLIMtIcAS ReQueR AO GLOBAL

    O Brasil o quarto maior emissor mundial de gases do efeito-estufa (GEE) 1, principalmente por causa do desmatamento e das queimadas na Amaznia. Globalmente, a destruio das florestas tropicais responsvel por cerca de 20% das emisses de GEE2. Zerar o desmatamento um passo essencial na estratgia global de combate s mudanas climticas e de proteo biodiversidade.

    O maior desafio, conforme identificado pelo Banco Mundial, combater os principais vetores econmicos de desmatamento nas reas de fronteiras agrcolas, como a Amaznia3.

    Diferentes governos, agncias multilaterais de financiamento como o Banco Mundial e corporaes globais todos tm um papel a desempenhar.

    A Conveno de Clima de Copenhague, que ser realizada na Dinamarca em dezembro de 2009, a melhor oportunidade que os governos tm de estabelecer medidas para reduzir drasticamente as emisses de GEE. Qualquer acordo, para ser efetivo, deve incluir aes e financiamento para combater o desmatamento.

    INDStRIA DA PecuRIA NA AMAZNIA O MAIOR vetOR DO DeSMAtAMeNtO DO MuNDO

    eSFOROS PARA ReDuZIR AS eMISSeS GLOBAIS De DeSMAtAMeNtO DeveM INcLuIR MuDANAS NO MODO De PRODuO DA INDStRIA PecuRIA NA AMAZNIA

    A indstria da pecuria na Amaznia brasileira o maior vetor de desmatamento do mundo4, responsvel por um em cada oito hectares destrudos globalmente5. Esforos para reduzir as emisses globais de desmatamento devem incluir mudanas no modo de produo deste setor.

    ZErAr O DESMAtAMEntO uMA nECESSiDADE SOCiAl E ECOlGiCA.

    As florestas mantm sistemas ecolgicos essenciais para a manuteno da vida. A sobrevivncia cultural de muitas comunidades ribeirinhas depende da sade de suas florestas. tambm desempenham papel fundamental na preservao da biodiversidade

    quase metade das espcies terrestres de fauna e flora encontrada ali6.

    ZErAr O DESMAtAMEntO uMA nECESSiDADE CliMtiCA.

    As florestas desempenham papel vital na estabilizao do clima global, armazenando grandes quantidades de carbono que, se liberadas, agravariam o aquecimento global.

    Estima-se que entre 80-120 bilhes de toneladas de carbono estejam estocados na Amaznia7. Se destruda, a floresta liberaria o equivalente a 50 vezes as emisses anuais de GEE dos Estados unidos8.

    A DEStruiO DA AMAZniA, O MAiS iMpOrtAntE EStOQuE DE CArBOnO FlOrEStAl DO MunDO, ESt SEnDO iMpulSiOnADA pElO SEtOr pECuriO.

    A Amaznia brasileira apresenta, em rea, maior mdia anual de desmatamento do que qualquer outro lugar do mundo9.

    O setor da pecuria o principal vetor de desmatamento na Amaznia brasileira10. De acordo com o governo brasileiro: A pecuria responsvel por cerca de 80% de todo o desmatamento na regio Amaznica11. nos anos recentes, a cada 18 segundos, um hectare de floresta Amaznica, em mdia, convertido em pasto12.

    O setor pecurio na Amaznia brasileira responsvel por 14% do desmatamento global anual13. isso o torna o maior vetor de desmatamento do mundo, responsvel por mais floresta destruda que o total desmatado em qualquer pas, com exceo da indonsia14.

    GOveRNO BRASILeIRO QueR DOMINAR O cOMRcIO GLOBAL De cARNe

    O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo15 e o maior exportador mundial de carne16. Com a China, divide a posio de maior exportador de couro curtido17. O governo brasileiro planeja dobrar a participao brasileira no comrcio global de carne at 201818.

    na ltima dcada, o setor pecurio brasileiro tem apresentado rpido crescimento voltado para a exportao19. Exportaes de carne e vitela do Brasil aumentaram quase seis vezes em volume entre 1998 e 200820. Em 2008, uma em cada trs toneladas de carne comercializada internacionalmente vinha do Brasil21. neste mesmo ano, o comrcio de produtos bovinos do Brasil movimentou uS$ 6,9 bilhes22 (cerca de r$ 14,2 bilhes), sendo que o couro representou mais de 25% deste valor23.

    At 2018, o governo pretende que o Brasil fornea quase duas em cada trs toneladas de carne comercializada internacionalmente24.

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    GOveRNO BRASILeIRO FINANcIA A exPANSO DO GADO NA AMAZNIA

    para auxiliar a indstria pecuria brasileira a dominar o mercado global, o governo federal est investindo em todos os elos da cadeia de abastecimento desde a produo na fazenda at o mercado internacional.

    nos ltimos seis anos, o governo lula destinou r$ 340,3 bilhes ao apoio da agricultura e da pecuria no Brasil. 83% desse total, ou r$ 283,9 bilhes, foram destinados agropecuria empresarial25.

    ExpAnSO DA pECuriA nO BrASil ESt COnCEntrADA nA rEGiO AMAZniCA, OnDE A FAltA DE GOvErnAnA SiGniFiCA tErrA E MO-DE-OBrA BArAtAS.

    Diversos relatrios do Banco Mundial, do governo brasileiro e de institutos de pesquisa, e anlises do Greenpeace mostram de forma consistente que a pecuria ocupa cerca de 80% de todas as reas desmatadas na Amaznia brasileira26.

    O maior incentivo econmico para a expanso do setor pecurio na Amaznia a falta de governana27: corrupo, desorganizao, capacidade limitada e falta de coordenao entre diferentes setores do governo.

    O Greenpeace analisou dados de satlite e autorizaes de desmatamento entre 2006-2007 e constatou que mais de 90% da destruio florestal no perodo eram ilegais28.

    GOvErnO E COnGrESSO prOMOvEM O DESMOntE DA lEGiSlAO AMBiEntAl pArA AuMEntAr A prODuO A QuAlQuEr CuStO.

    A grilagem um dos principais problemas da Amaznia. no h controle sobre os ttulos de posse e propriedade, sendo incerto o estado legal de quase metade das terras da regio29.

    Em vez de solucionar o problema, o governo federal e o Congresso cedem presso dos ruralistas para minar a legislao ambiental do pas e incentivar o desmatamento. Exemplo disso uma medida provisria30 apresentada pelo governo lula para beneficiar pequenos posseiros. piorada pelo Congresso, a Mp, na prtica, privatiza 67 milhes de hectares da Amaznia, premiando a grilagem.

    Deputados e senadores da bancada ruralista, apoiados por setores do governo, querem mudar o Cdigo Florestal para mais do que dobrar a porcentagem de floresta que pode ser desmatada legalmente dentro de uma propriedade privada na Amaznia31.

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    eMISSeS BRASILeIRAS De cO2 POR SetOR

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    Quantidade de cabeas de gado

    por municpio entre 19952006

    Reduo Pequeno aumento

    Aumento significativo

    Bioma Amaznia

    Fonte: IBGE (2006a)

  • 5GOveRNO BRASILeIRO ScIO DAS eMPReSAS FRIGORFIcAS eM exPANSO NA AMAZNIAGOveRNO BRASILeIRO AcIONIStA De eMPReSAS FRIGORFIcAS GLOBAIS.

    Atravs do Banco nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BnDES), rgo financeiro vinculado ao Ministrio de Desenvolvimento, indstria e Comrcio Exterior (MDiC), o governo brasileiro tem formado alianas estratgicas com as cinco maiores empresas da indstria pecuria.

    Entre 2007 e 2009, estas empresas responsveis por mais de 50% das exportaes brasileiras de carne receberam uS$ 2,65 bilhes (cerca de r$ 5,5 bilhes) do BnDES32, em troca de aes para o governo brasileiro.

    Os trs frigorficos que receberam a maior parte do investimento pblico foram: Bertin, uma das maiores comercializadoras de couro do mundo33; JBS, empresa que controla pelo menos 10% da produo global de carne34, e Marfrig, a quarta maior comercializadora mundial de carne35.

    A expanso destes grupos , efetivamente, um empreendimento conjunto ( joint-venture) com o governo brasileiro.

    Estas empresas veem a crise financeira como uma oportunidade para aumentar sua participao no mercado global. Sem o dinheiro do governo brasileiro, sua habilidade de continuar construindo um imprio comercial global, voltado para a exportao de produtos pecurios da Amaznia, poderia ter sido reduzida.

    para reforar a participao brasileira no mercado global36, o governo est disponibilizando recursos para expandir a infra-estrutura de processamento de produtos pecurios na regio Amaznica37.

    Em uma avaliao de concesso de crdito para a Bertin, o international Finance Corporation (iFC), o brao para emprstimos privados do Banco Mundial, alertou para os riscos de aumentar o desmatamento ao expandir a capacidade dos frigorficos na regio. um auditor do Banco Mundial concluiu: O projeto [de expandir o frigorfico Bertin em Marab] representa um grave risco ao meio ambiente e reputao do Banco. Mesmo assim, o iFC investiu uS$ 90 milhes (r$ 185,4 milhes) no projeto da Bertin em um dos lugares mais arriscados da Amaznia38.

    GReeNPeAce exPe O cONSuMO S ceGAS De PRODutOS DA DeStRuIO DA AMAZNIAPARceRIA eNtRe O GOveRNO BRASILeIRO e A INDStRIA DA PecuRIA SuSteNtA O tRABALhO eScRAvO e O DeSMAtAMeNtO

    O Greenpeace rastreou o comrcio de produtos pecurios partindo das indstrias de processamento voltadas para exportao da Bertin, JBS e Marfrig no sul do Brasil at as fazendas no Arco do Desmatamento na Amaznia.

    Embora marcas reconhecidas mundialmente paream acreditar que a Amaznia est excluda de seus produtos39, o Greenpeace expe, pela primeira vez, como o consumo s cegas de matria-prima est alimentando o desmatamento e as mudanas climticas.

    investigaes sigilosas revelaram a complexa teia do comrcio global de produtos bovinos envolvendo os frigorficos brasileiros Bertin, JBS e Marfrig. O Greenpeace identificou centenas de fazendas no bioma Amaznia fornecendo gado para esses frigorficos na regio. todas as vezes em que foi possvel obter os mapas das propriedades, anlises de satlite revelaram que fornecimento significativo de gado vinha de fazendas envolvidas em desmatamento recente e ilegal. Dados comerciais tambm mostraram negcios com fazendas envolvidas em trabalho escravo. Alm disso, um frigorfico da Bertin recebeu gado de uma fazenda instalada ilegalmente dentro de uma terra indgena.

    Antes de exportar, os frigorficos da regio Amaznica embarcam carne ou pele para fbricas processadoras a milhares de quilmetros de distncia no sul do pas. Em diversos casos, processamento adicional realizado nos pases importadores antes que o produto final chegue ao mercado. De fato, fornecimentos de gado ilegais ou contaminados so esquentados ao longo da cadeia at chegar a um mercado global indiferente ao cumprimento da lei.

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    MARcAS GLOBAIS SO PARceIRAS SILeNcIOSAS DO cRIMe

    nossas evidncias ligam a cadeia contaminada de produtos amaznicos aos fornecedores de muitas marcas reconhecidas mundialmente, incluindo uma longa lista das chamadas empresas Blue Chip (que possuem aes de primeira linha, de maior rentabilidade): Adidas, BMW, Carrefour, EuroStar, Ford, Honda, Gucci, iKEA, Kraft, nike, tesco, toyota, Wal-Mart. O setor pblico tambm est envolvido: nossas descobertas ligam a cadeia contaminada a fornecedores do Servio nacional de Sade do reino unido (nHS)40 e a fornecedores no Oriente Mdio, cujos clientes incluem as foras militares britnica, holandesa, italiana, espanhola e norte-americana41.

    O tOuR Du MONDe PRODutOS BOvINOS DA AMAZNIA DO A vOLtA AO MuNDO De 80 jeItOS

    nossas investigaes nos levaram por um tour mundial:

    china: Globalmente, cerca de metade da produo de couro destinada a confeco de sapatos42. A China o maior produtor e exportador de sapatos do planeta, responsvel por cerca de 60% do volume total mundial em 200643. A Bertin a maior exportadora de couro para a China. investigaes do Greenpeace revelam que fabricantes de tnis da nike e Adidas/reebok usam couro acabado de compradores diretos da Bertin.

    euA: A segunda maior utilizao do couro se d na fabricao de mveis e estofamento para automveis44. A produo de couro para interiores de veculos terceirizada para empresas processadoras, como a norte-americana Eagle Ottawa, que consome 20% do couro utilizado em estofamentos de veculos no mundo45. A Bertin fornecedora exclusiva da Eagle Ottawa46, que absorve 30% de suas exportaes de couro47. A Eagle Ottawa fornece para a BMW, Ford, Honda, toyota e muitas outras48.

    Itlia: A itlia o segundo maior exportador mundial, em valor, de sapatos de couro49 e um importante centro de produo de couro de alta qualidade para o mercado da moda. As bolsas ocupam lugar de destaque na indstria italiana de exportao, responsvel por quase dois teros do comrcio de produtos de couro do pas50. Os dois maiores processadores italianos de couro, o rino Mastrotto Group (rMG) e o Gruppo Mastrotto (GM), recebem fornecimentos regulares de couro da Bertin51. Os dois grupos processadores fornecem matria-prima para Boss, Geox, Gucci, Hilfiger, louis vuitton e prada52.

    A JBS possui 50% da diviso de produo de carne e subprodutos do Gruppo Cremonini. Entre seus clientes, o Gruppo Cremonini fornecedor exclusivo da empresa ferroviria italian railway (trenitalia, EuroStar Group, Cisalpino AG) e fornece tambm

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    EUA

    Itlia

    Reino UnidoO mercado ingls de comidas

    prontas o mais avanado da

    Europa. As vendas de refeies

    prontas, tanto congeladas quanto

    refrigeradas, representam 7% de

    todas as refeies do Reino Unido.

    A segunda maior utilizao do couro se d na fabricao de mveis e estofamento para automveisi. A produo de couro para interiores de veculos terceirizada para empresas processadoras, como a norte-americana Eagle Ottawa, que consome 20% do couro comercializado no mercado global para estofamentos de veculos.

    As bolsas ocupam lugar

    de destaque na indstria

    italiana de exportao,

    responsvel por quase

    dois teros do comrcio de

    produtos de couro do pas.

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    o toUR dU mondE As investigaes do Greenpeace sobre o mercado de produtos bovinos da Amaznia nos levaram a uma verdadeira volta ao mundo, que vai das grandes corporaes internacionais at marcas globais de alimentos e calados.

    China

    BrasilO Brasil um mercado emergente. De acordo com a multinacional Unilever, O poder do consumidor est crescendo mais rapidamente em mercados [em desenvolvimento e emergentes] do que em mercados desenvolvidos.

    A China o maior produtor e exportador de sapatos do planeta, responsvel por cerca de 60% do volume total mundial em 2006.

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  • 7CONCLUSO: QUE TIPO DE LDER MUNDIAL O BRASIL?

    PARTE DO PROBLEMA OU DA SOLUO?

    O Brasil se apresenta como lder mundial no combate ao desmatamento. Na Conferncia de Clima realizada em Poznan, na Polnia, em 2008, o governo brasileiro anunciou seu Plano Nacional de Mudanas Climticas, incluindo o compromisso de reduzir em 72% a taxa de desmatamento at 2018. Este corte, que pretende impedir a emisso de 4.8 Gt de CO2

    65, seria alcanado principalmente pelo combate ao desmatamento ilegal66.

    No entanto, o governo brasileiro financia e acionista das maiores empresas do setor pecurio que operam na Amaznia67 o maior vetor de desmatamento do mundo. O governo brasileiro possui US$ 2,65 bilhes (R$ 5,46 bilhes) em aes de empresas frigorficas, que se beneficiam do abastecimento barato de gado criado em reas da Amaznia destrudas ilegalmente. A projeo de crescimento para as exportaes nas prximas dcadas deve aumentar a presso sobre a regio.

    O Brasil no o nico responsvel pelo desmatamento da Amaznia, j que o mercado global um indutor da destruio da floresta. Por isso no pode ser atribuda ao pas a responsabilidade isolada de resolver o problema.

    O Banco Mundial identifica os vetores econmicos do desmatamento nas fronteiras agrcolas, como a Amaznia, como o maior desafio no combate s mudanas climticas70.

    J que o comrcio global de commodities agrcolas e produtos pecurios resulta em desmatamento, uma responsabilidade considervel pela mudana de atitude recai sobre as chamadas empresas Blue Chip, responsveis por marcas reconhecidas internacionalmente, cujo consumo cego de matria-prima alimenta o desmatamento.

    Responsabilidade adicional em desencorajar atividades que resultam em alta emisso de carbono recai sobre as instituies financeiras multilaterais, como o prprio Banco Mundial, que tem financiado, atravs do IFC, a expanso da Bertin na Amaznia.

    para as empresas ferrovirias francesas SnCF e thalys international53. A JBS e Marfrig fornecem para o Gruppo Cremonini na itlia54.

    Reino unido: O mercado de lojas de convenincia e a indstria de servios de alimentos esto mudando o que comemos, onde comemos e onde compramos. O mercado ingls de comidas prontas o mais avanado da Europa55. As vendas de refeies prontas, tanto congeladas quanto refrigeradas, representam 7% de todas as refeies do reino unido56. O pas importa 40% de sua carne processada (pronta, cozida ou enlatada) do Brasil57. Quase 90% deste total vem da Bertin, JBS ou Marfrig 58.

    Brasil: O Brasil um mercado emergente. De acordo com a multinacional unilever, O poder do consumidor est crescendo mais rapidamente nos mercados [em desenvolvimento e emergentes] do que em mercados desenvolvidos59.

    no Brasil, trs gigantes da indstria de supermercados Carrefour, Wal-Mart e Grupo po de Acar60 (afiliada ao Grupo Casino, da Frana) controlam quase 40% do setor61. A Bertin, JBS e Marfrig fornecem diversos produtos frescos e processados para o Brasil e outros mercados emergentes.

    A unilever a maior empresa de produtos de bens de consumo nos mercados em desenvolvimento e emergentes, incluindo o Brasil62, onde as vendas de produtos de higiene e cuidados pessoais e produtos de limpeza esto em ascenso. Muitos deles contm subprodutos bovinos processados, como a glicerina. De acordo com a Bertin, o mercado global de higiene pessoal est estimado em uS$ 269 bilhes (r$ 554,1 bilhes) e o Brasil possui a terceira maior fatia63. unilever, Colgate palmolive e Johnson & Johnson so grandes clientes dos produtos de higiene e beleza da Bertin no Brasil64.

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    O Que FAZeR

    FINANcIAR A PROteO DAS FLOReStAS cRucIAL PARA cOMBAteR AS MuDANAS cLIMtIcAS

    O governo brasileiro pressupe que sua capacidade de cumprir as metas de reduo do desmatamento depender da disponibilidade de recursos internacionais oferencidos pelos pases ricos. para isso, o governo estabeleceu o Fundo Amaznia, que de acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, espera arrecadar uS$ 21 bilhes at 202171.

    Mas, em maio de 2009, apenas uS$ 110 milhes haviam sido disponibilizados para o fundo parte do pacote de uS$ 1 bilho anunciado pelo governo da noruega em 2008, a serem liberados at 2015. no final de maro de 2009, a Alemanha era o nico outro doador comprometido com o fundo, anunciando a contribuio de 18 milhes72.

    O retrato devastador da destruio da Amaznia delineado neste relatrio apenas uma das trgicas realidades que as florestas enfrentam todos os dias. A indstria da pecuria na regio o maior vetor de desmatamento do mundo, mas outros vetores tambm devem ser combatidos.

    O Carbon Disclosure project (CDp, ou projeto de Divulgao do Carbono) parceria de vrias empresas Blue Chips identificadas neste relatrio

    j concluiu: Apenas atravs da ao global colaborativa com viso de longo prazo73 que o desafio climtico poder ser vencido.

    Seguindo o princpio do poluidor-pagador, o Greenpeace prope que, alm de cortes significativos em suas emisses, os pases industrializados financiem um mecanismo internacional de reduo de Emisses por Desmatamento e Degradao (rEDD) em pases em desenvolvimento. Este fundo, chamado de Florestas pelo Clima74 poderia fornecer incentivos econmicos para combater o desmatamento, aumentar a governana, pagar por servios ambientais prestados pelas florestas e valorizar a mata em p. Ele poderia recompensar aqueles pases que apresentem redues verificadas de desmatamento. O fundo teria como objetivo proteger as reas de floresta com alto valor de conservao da biodiversidade e preservar atividades sustentveis de comunidades tradicionais e povos indgenas. O Florestas pelo Clima pretende assegurar que os pases com florestas tropicais adotem compromissos nacionais de reduo de emisses de desmatamento em vez de acordos locais ou regionais. Com isso, procura enfrentar a questo do vazamento (o chamado leakage) que nada mais do que a transferncia do desmatamento de uma determinada regio protegida para outra no protegida.

    INDStRIAS cONSuMIDORAS e FRIGORFIcOS:

    Parar de negociar com fazendas ou empresas envolvidas no desmatamento recente da

    Amaznia.

    Apoiar uma moratria imediata no desmatamento.

    Impulsionar a incluso de critrios ambientais no atual sistema de rastreabilidade da cadeia

    produtiva.

    Influenciar governos a criar um fundo internacional de proteo das florestas tropicais.

    GOveRNO BRASILeIRO:

    Fortalecer a presena do estado na Amaznia brasileira.

    Parar de autorizar novos desmatamentos.

    Parar de financiar empresas envolvidas com o desmatamento.

    Implementar polticas pblicas para zerar o desmatamento na Amaznia brasileira at 2015.

    Implementar um sistema de rastreabilidade de toda a cadeia produtiva da pecuria, incluindo

    critrios ambientais.

    GOveRNOS DOS PASeS DeSeNvOLvIDOS:

    Apoiar a criao de um mecanismo global de financiamento de proteo s florestas na

    conveno do clima em copenhague, em 2009, e

    colocar o dinheiro sobre a mesa.

    um acordo global para proteger o clima precisa incluir o financiamento, no longo prazo, da proteo das florestas ao redor do mundo. A Conveno do Clima em Copenhague, em dezembro de 2009, a melhor oportunidade de fixar medidas e mecanismos que incluem o financiamento do combate ao desmatamento.

    Se os lderes mundiais falharem, a prxima crise poder no ser uma desacelerao econmica temporria, mas uma catstrofe climtica irreversvel.

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  • 9Ns colocamos o homem na lua, criamos a era industrial e tecnolgica, construmos fantsticos projetos de engenharia e temos a capacidade de desenvolver solues contra as mudanas climticas perigosas. Apenas atravs da ao global colaborativa que tenha viso de longo prazo, em vez de se concentrar no lucro a curto prazo, que poderemos enfrentar este desafio mas devemos solucion-lo, e devemos trabalhar para solucion-lo hoje.

    Carbon Disclosure Project

    empresas que pertencem ao carbon Disclosure Project mencionadas neste relatrio incluem:

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    O tOuR Du MONDe As investigaes do Greenpeace sobre o mercado de

    produtos bovinos da Amaznia nos levaram a uma verdadeira

    volta ao mundo, pesquisando de grandes corporaes

    internacionais a marcas globais de alimentos e calados.

    china

    BrasilO Brasil um mercado emergente. De acordo com a multinacional Unilever, O poder do consumidor est crescendo mais rapidamente em mercados [em desenvolvimento e emergentes] do que em mercados desenvolvidos.

    A China o maior produtor

    e exportador de sapatos do

    planeta, responsvel por

    cerca de 60% do volume

    total mundial em 2006.

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  • 13

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    Reino unido

    O mercado ingls de comidas

    prontas o mais avanado da

    Europa. As vendas de refeies

    prontas, tanto congeladas quanto

    refrigeradas, representam 7% de

    todas as refeies do Reino Unido.

    A segunda maior utilizao do couro se d na fabricao de mveis e estofamento para automveis. A produo de couro para interiores de veculos terceirizada para empresas processadoras, como a norte-americana Eagle Ottawa, que consome 20% do couro comercializado no mercado global para estofamentos de veculos.

    As bolsas ocupam lugar

    de destaque na indstria

    italiana de exportao, que

    responsvel por quase

    dois teros do comrcio de

    produtos de couro do pas.

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    Santana do Araguaia

    Par

    A maior instalao da Bertin voltada para exportao de derivados de carne fica em lins (Sp) (SiF: 337). Os frigorficos de redeno (pA) (SiF: 807), Santana do Araguaia (pA) (SiF: 1110) e gua Boa (Mt) (SiF: 4121) fornecem para essa unidade.BeRtIN cONectA FAZeNDAS De GADO

    NA AMAZNIA cARNe veNDIDA PeLO MuNDO

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    conceio do Araguaia

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    rea de fornecimento de gado no Par para os frigorficos da Bertin

    Paranagu

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    rea de fornecimento de gado no Mato Grosso para o frigorifico da Bertin em gua Boa

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    800 km

    Frigorficos

    unidades de processamento

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    Andradina So Paulo (SIF: 385)

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    (SIF: 2837)

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    Mato Grosso (SIF: 42)

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    Barra doGaras

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    (SIF: 2837)

    CceresMato Grosso

    (SIF: 2837)

    Araputanga Mato Grosso

    (SIF: 2979)

    Barretos, So Paulo

    PresidenteEpitcio,So Paulo

    Barra doGaras

    Mato Grosso(SIF: 42)

    Kraft Foods IT

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    As maiores instalaes da JBS voltada

    s

    para exportao de carne processada

    ficam em Andradina (Sp) (SiF: 385),

    Barretos (Sp) (SiF: 76), So paulo (Sp)

    (SiF: 3327) e presidente Epitcio (Sp)

    (SiF: 458). Os frigorficos de Barra do

    Garas (Mt) (SiF: 42) e Cceres (Mt) (S

    iF:

    2837) fornecem para estas unidades. D

    a

    unidade de Araputanga (Mt) (SiF: 2979

    ), a

    JBS abastece diretamente a Europa co

    m

    carne da Amaznia.

    jBS cONectA FAZeNDAS De GADO

    NA AMAZNIA cARNe veNDIDA PeLO MuNDO

  • 19

    Showing connections between the processing plants is tough. They're very close, unless we zoom in a lot.

    Paranagu

    Itaja

    Santos

    Rio de janeiro

    Presidente epitcio

    Andradina Barretos

    rea de fornecimento de gado no Mato Grosso para o frigorfico da jBS em Barra do Garas

    rea de fornecimento de gado no Mato Grosso para os frigorficos da jBS em Araputanga e cceres

    cceresAraputanga

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    Frigorficos

    Unidades de processamento

    Barra do Garas

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    Tangar da SerraMato Grosso

    (SIF: 1751)

    ParanatingaMato Grosso(SIF: 2500)

    Bataguassu

    Mato Grosso do Sul (SIF: 4238)

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    As maiores instalaes da Marfrig voltadas para exportao ficam em Bataguassu (MS) (SiF: 4238), promisso (Sp) (SiF: 2543) e Hulha negra (rS) (SiF: 226). O frigorfico de tangar da Serra (Mt) (SiF: 1751) tambm fornece para essas unidades. MARFRIG cONectA

    FAZeNDAS De GADO NA AMAZNIA cARNe veNDIDA PeLO MuNDO

  • 21

    Showing connections between the processing plants is tough. They're very close, unless we zoom in a lot.

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    hulha Negra

    Promisso

    rea de fornecimento de gado no Mato Grosso para o frigorifico da Marfrig em tangar da Serra

    rea de fornecimento de gado no Mato Grosso para o frigorifico da Marfrig em Paranatinga

    tangar da Serra

    0

    800 mi

    0

    800 km

    Frigorficos

    unidades de processamento

    Paranatinga

  • A F

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    AM

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    22

    Santa Amlia do tangar

    eunice

    Brinco de OuroSanta Maria do Guapor

    Paturi

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    Austrlia

    jubaGM

    entre Rios

    jacutinga

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    4

    6

    tangar da Serra

    Araputang

    a

    Fazendas Bertin Marfrig JBS pasto em reas desmatadas at 2006 Outros desmatamentos at 2006 Desmatamento a partir de 2006 reas protegidas* limite do Mato Grosso Bioma Amaznia *terras indgenas e unidades de Conservao

    ALGuMAS DAS FAZeNDAS IDeNtIFIcADAS cOMO FORNeceDORAS DOS FRIGORFIcOS DA BeRtIN, jBS Ou MARFRIG NO MAtO GROSSO

    Showing connections between the processing pl

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    OEStE DO MAtO GrOSSO

    cceres

  • 23

    Agropecuria Lima

    Santa Fabrcia

    Roxo

    Bela vista

    chapu 1 & 2

    Gleba Ribeiroand Gleba Groto

    Roncador

    14

    11

    16

    17

    1819

    15

    gua Boa

    Barra do Garas

    ParanatingalEStE DO MAtO GrOSSO

    0

    300 mi

    0

    450 km

    ALGuMAS DAS FAZeNDAS IDeNtIFIcADAS cOMO FORNeceDORAS DOS FRIGORFIcOS DA BeRtIN, jBS Ou MARFRIG NO MAtO GROSSO

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    1 Austrlia

    0 2000 M

    IMAGeNS De SAtLIte: FAZeNDAS FORNeceDORAS DOS FRIGORFIcOS DA jBS Ou DA MARFRIG NO OeSte DO MAtO GROSSO

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    2 Brinco de Ouro0 2000 M

    3 entre Rios

    0 2800 M

    4 eunice

    0 8000 M

    5 GM

    0 2400 M

    6 jacutinga

    0 4000 M

    Desmatamento at 2000

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 lago limite da fazenda Floresta

  • 25

    tABeLA 3: ANLISe DO DeSMAtAMeNtO eM FAZeNDAS IDeNtIFIcADAS NO OeSte DO MAtO GROSSO

    Nome da fazenda Dono da fazenda

    Localizao no Mato Grosso

    tamanho da fazenda (hectares)

    Desmatamento (% da fazenda)

    Frigorfico que abastece (Grupo / local)

    comrcio identificado jan-Ago 2008 (cabeas de gado)

    1 Austrlia Braulino Baslio Maia Filho

    vila Bela da Santssima trindade

    2.448 90-100 JBS, Araputanga 1.620

    Marfrig, tangar da Serra 255

    2 Brinco de Ouro Sidney Gasques Bordoni

    vila Bela da Santssima trindade

    2.738 50-60 JBS, Araputanga 2.056

    3 entre Rios Manoel Jorge ribeiro

    rio Branco 757 90-100 Marfrig, tangar da Serra 832

    4 eunice Donato lemos Beraldo

    vila Bela da Santssima trindade

    7.570 50-60 JBS, Araputanga 3.605

    5 GM Manoel Jorge ribeiro

    lambari dOeste 757 90-100 JBS, Araputanga 72

    Marfrig, tangar da Serra 339

    6 jacutinga Fernanda Aufiero Figueirpolis d'Oeste 2.532 90-100 JBS, Araputanga 1.377

    Marfrig, tangar da Serra 442

    7 jauquara rene Barbour Barra do Bugres 1.236 90-100 Marfrig, tangar da Serra 2.240

    8 juba Manoel Jorge ribeiro

    rio Branco 1.560 90-100 Marfrig, tangar da Serra 357

    9 Paturi Jos reis pereira Filho

    vila Bela da Santssima trindade

    1.729 90-100 JBS, Araputanga 3.410

    10 Santa Amlia do tangar

    renato Junqueira Meirelles

    tangar da Serra 8.466 90-100 JBS, Araputanga 180

    Marfrig, tangar da Serra 1.572

    11 Santa Maria do Guapor

    Sidney Gasques Bordoni

    vila Bela da Santssima trindade

    3.201 60-70 JBS, Araputanga 636

    0 6000 M

    11 St Maria do Guapor

    0 3000 M

    9 Paturi

    0 2400 M

    8 juba

    0 3000 M

    7 jauquara

    0 3000 M

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    FAZeNDAS FORNeceDORAS DOS FRIGORFIcOS DA jBS Ou DA MARFRIG NO LeSte DO MAtO GROSSO

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  • 27

    15 Bela vista

    0 2400 M

    16 chapu 1 & 2

    0 2400 M

    17 Gleba Ribeiro

    0 3000M

    18 Roncador

    0 28000 M

    19 Roxo

    0 6000 M

    tABeLA 4: ANLISe DO DeSMAtAMeNtO eM FAZeNDAS IDeNtIFIcADAS NO LeSte DO MAtO GROSSO

    Nome da fazenda Dono da fazenda

    Localizao no Mato Grosso

    tamanho da fazenda (hectares)

    Desmatamento (% da fazenda)

    Frigorfico que abastece (Grupo / local)

    comrcio identificado jan-Ago 2008 (cabeas de gado)

    14 Agropecuria Lima Antnio roberto de lima

    Querncia 2.982 80-90 JBS, Barra do Garas 195

    Bertin, gua Boa 71

    15 Bela vista Aldo pedreschi Canarana 1.278 80-90 Marfrig, paranatinga 136

    16 chapu I & II Milton vilela de Carvalho

    Bom Jesus do Araguaia / ribeirao Cascalheira

    17.091 80-90 JBS, Barra do Garas 2.174

    independncia, nova xavantina 2.338

    Marfrig, paranatinga 17

    17 Gleba Ribeiro luciana Selmi ribeiro Cascalheira

    1.694 40-50 JBS, Barra do Garas 442

    Marfrig, paranatinga 255

    18 Roncador Agropecuria roncador

    Querncia 149.095 50-60 JBS, Barra do Garas 15.708

    independncia, nova xavantina 54

    19 Roxo Adecrscio pedro de Aguiar

    Querncia 6.140 60-70 JBS, Barra do Garas 168

    Marfrig, paranatinga 1.801

    FAZeNDAS FORNeceDORAS DOS FRIGORFIcOS DA jBS Ou DA MARFRIG NO LeSte DO MAtO GROSSO

    Showing connections betw

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    s tough. They're very close

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    0 3000M

    14 Agropecuria Lima

    Desmatamento at 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 lago limite da fazenda Floresta

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  • 29

    O GReeNPeAce INveStIGA

    cOMO O BRASIL LeGALIZA

    O cOuRO DA AMAZNIA

    FORNeceNDO S GRANDeS GRIFeS

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    30

    BeRtIN cONectA FAZeNDAS De GADO NA AMAZNIA A uSuRIOS De cOuRO PeLO MuNDO

    As principais unidades da Bertin voltadas

    exportao de couro esto em lins (Sp)

    e em Cascavel (CE).

    Em 2008, os curtumes da Bertin em

    redeno (pA) e Conceio do Araguaia

    (pA) forneceram couro a estas unidades.

    As peles provm dos abatedouros da

    Bertin em Marab (pA), Santana do

    Araguaia (pA) e tucum (pA).

    A unidade da Bertin de gua Boa (Mt)

    tambm supre a fbrica de rao para

    ces da Bertin em Guaiara (Sp).

    Lin

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    (SIF

    : 337

    )

    Conceio do Araguaia

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    Lins So Paulo (SIF: n/a)

    Cascavel

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    IF: n/a)

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    : n/a)

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    Conceria Priante IT

    Santana do Araguaia

    Par (SIF: 1110)

    TucumPar

    gua BoaMato Grosso

    (SIF: 4121)

    MarabPar

    RedenoPar

    (SIF: 807)

    Santana do Araguaia

    Par

  • 31

    Paranagu

    Santos

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    Rio de janeiroSo Paulo

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    Santana do Araguaia

    conceio do Araguaia

    tucum

    Rendeno

    rea de fornecimento de gado no Par para os frigorficos da Bertin

    O projeto (de expanso do frigorfico da Bertin em Marab) representa um grave risco ao meio ambiente e reputao do Banco.

    World Bank IEG

    0

    800 mi

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    Frigorficos

    unidades de processamento

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    Shenzhen Sheng Feng Footware, China

    Singtak Footware, China

    Dona Pacific, Vietn

    Freetrend, Vietn

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    Natuzzi, Itlia

    tong hongGroup

    China e Vietn

    eagle OttawaEUA, China, Mxico e Hungria

    A cADeIA De FORNecIMeNtO De cOuRO PARA GRANDeS MARcAS MuNDIAIS

  • 33

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    MARAB

    DeSMAtAMeNtO ILeGAL:

    Mais de 180 fazendas dentro do municpio embargado de Marab forneceram mais de 30.000 cabeas de gado.

    NMeRO De FAZeNDAS IDeNtIFIcADAS Que FORNeceM PARA O FRIGORFIcO De MARAB

    Marab

    Showing connections between the processing plants is tough. They're very close, unless we zoom in a lot.

    21

    Maria Bonita

    colorado

    esprito Santo

    Gameleira

    Itaipavas

    20

    24

    23

    22

    Frigorfico limite do par limite da rea de influncia Direta do

    Frigorfico (AiD) limite do municpio Municpio embargado Desmatamento at 2000 Desmatamento de 200105 Desmatamento a partir de 2006

    110 1125 2650

    51100

    101150

    151200

    imagens de satlite de seis fazendas que fornecem gado para a unidade da Bertin em Marab. Essas fazendas desmataram reas at julho de 2005; em quatro delas, o desmatamento continuou aps julho de 2007.

    Em todas as fazendas, as reas desmatadas excedem o limite legal de 20% definido pelo Cdigo Florestal.

  • 3535

    Nome da fazenda

    Dono da fazenda Localizao no Par

    tamanho da fazenda (hectares)

    Desmatamento(% da fazenda)

    Frigorfico que abastece (Grupo / local)

    comrcio identificado (cabeas de gado/data) *

    20 Gameleira Joo luis Avancini / Aroldo pinto Amorim Filho

    Marab 3.292 70-80 Bertin, Marab 67 (agosto/2008)

    21 Maria Bonita Agropecuria Santa Brbara Eldorado dos Carajs

    6.727 90-100 Bertin, Marab 2.912 (maio/ 2008) + 4 (janeiro/2009)

    22 itaipavas Companhia Agropecuria do Arame

    piarra 27.066 60-70 Bertin, Marab 1.056 (janeiro-junho/2008)

    23 Esprito Santo Agropecuria Santa Brbara xinguara 13.898 70-80 Bertin, Marab 76 (maio/2008) + 380 (janeiro/ 2009)

    24 Colorado roque Quagliato e outros Sapucaia 14.282 90-100 Bertin, Marab 330 (maro/2008)

    nOtA: * Acesso aos dados limitado

    24 colorado

    0 5000 M

    22 Itaipavas

    0 5000 M

    23 esprito Santo

    0 5000 M

    21 Maria Bonita

    0 5000 M

    20 Gameleira

    0 10000 M

    MARAB

    DeSMAtAMeNtO ILeGAL:

    tABeLA 5A: ANLISe DO DeSMAtAMeNtO eM FAZeNDAS IDeNtIFIcADAS NA ReGIO De MARAB

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    0 5000 M

    25 Itacaiunas

    Anlise de imagem de satlite mostra nesta fazenda o maior desmatamento ocorrido em Marab em 2008.

    Nome da fazenda

    Dono da fazenda Localizao no Par

    tamanho da fazenda (hectares)

    Desmatamento (% da fazenda)

    Frigorfico que abastece (Grupo/ local)

    comrcio identificado (cabeas de gado / data) *

    25 Itacaiunas Agropecuria Santa Barbara xinguara S.A.

    Marab 10.066 65-75 venda de bezerros para a fazenda So roberto, Santana do Araguaia

    26 So Roberto Agropecuria Santa Barbara xinguara S.A.

    Santana do Araguaia

    sem informaes

    sem informaes

    Bertin, Marab 880 (janeiro/2009)

    nOtA: * Acesso limitado aos dados

    Antes 2008

    Desmatamento at 2000

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 lago limite da fazenda Floresta

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    tABeLA 5B: ANLISe DO DeSMAtAMeNtO eM FAZeNDAS IDeNtIFIcADAS NA ReGIO De MARAB

  • cOMO A BeRtIN cONDuZ exPANSO ILeGAL NAS FRONteIRAS

    A Bertin concorda em somente processar gado na unidade de Tucum proveniente dos fornecedores da sua unidade de Marab, que esto includos, atualmente, no

    procedimento para compra de gado em fase de implementao naquela unidade.

    Carta da IFC a Douglas Oliveira, Diretor Financeiro da Bertin, 3 de maro de 2008

    A criao de gado se caracteriza pelo uso intensivo da terra e, portanto, a m gesto das atividades de pasto pode levar expanso nas reas fronteirias floresta, podendo causar impactos sobre habitats naturais e stios culturais, e/ou sobre comunidades indgenas. O problema especialmente srio se considerarmos a cadeia de suprimento da Bertin e o potencial de desmatamento ilegal futuro/passado por alguns de seus fornecedores de gado. Esta uma preocupao principalmente no caso das atividades pecurias da Bertin associadas a unidades de processamento de alimentos e curtumes localizados no Par, que fica na regio amaznica. Alm disso, h diversas reservas de povos indgenas na rea de influncia das operaes da Bertin []. As preocupaes aumentam quando consideramos a extensa cadeia de suprimento da Bertin.

    Banco Interamericano de Desenvolvimento (IADB) Bertin capital expenditure and refinancing program environmental and social strategy 2007

    O relatrio de Avaliao do impacto Social e Ambiental 2006 da iFC sobre a Bertin destaca o municpio de So Flix do xingu (pA) como sendo mais suscetvel a desmatamento j que faz parte das novas fronteiras do estado e tem muitas reas de floresta no protegida.75

    O estudo assinala que o aumento da demanda por animais para abate, principalmente depois da abertura para os mercados externos, exercer presso no sentido de aumento das reas de pastagem em [So Flix do xingu]. portanto, espera-se, no futuro, uma extenso do desmatamento na [] direo oeste [So Flix do xingu].76

    So Flix do xingu um municpio embargado para desmatamentos pelo governo federal. A anlise das imagens de satlite conduzida pelo Ministrio do Meio Ambiente revela que So Flix tinha, em 2008, a maior rea de desmatamento de todos os municpios da Amaznia: cerca de 76.300 hectares.77 Anlise feita pelo Greenpeace de imagens de satlite mostra reas de desmatamento no municpio aps a decretao do embargo governamental.78

    Em setembro de 2007, a Bertin informou ao iFC que estava em negociao para alugar (com opo de compra) o frigorfico de tucum (capacidade de abate de 500 cabeas por dia), prximo a So Flix do xingu.79

    Considerando-se os riscos conhecidos, sociais e ambientais, associados ao processamento de carne na regio,80 a iFC e a Bertin assinaram um protocolo que estipula medidas a serem tomadas pela Bertin para mitigar o impacto ambiental do frigorfico.

    O ponto crucial desse protocolo a concordncia da Bertin em s processar, na unidade de tucum, gado proveniente de fornecedores que estivessem cadastrados na cadeia de suprimento da unidade de Marab, cumprindo o procedimento para compra de gado imposto como condio para o emprstimo da iFC.81

    O Greenpeace obteve dados sobre os limites registrados da Eldorado do xingu, uma das maiores fazendas e fornecedores de gado na regio de So Flix do xingu. Embora esteja fora da AiD (rea de influncia direta) do frigorfico da Bertin de Marab, dados do governo sobre o setor indicam que essa fazenda forneceu muitas centenas de cabeas de gado a tucum em novembro e dezembro de 2008.82 Quase 27% dos 127.560 hectares da fazenda foram desmatados.83 Em 2006, a Eldorado do xingu foi multada por desmatamento ilegal.84 Em um recente vo de reconhecimento, o Greenpeace documentou vrias reas recm-desmatadas dentro dessa fazenda.85

    Cowboys e NDIOS:

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    38

    A BeRtIN ReceBe SuPRIMeNtO De FAZeNDAS De GADO LOcALIZADAS eM ReAS PROteGIDAS.

    As leis brasileiras probem a pecuria por no-ndios em terras indgenas; probem tambm que qualquer pessoa no-indgena ocupe terras dentro de terras indgenas.88 portanto, a presena de fazendas de gado dentro de terras indgenas ilegal.

    O processo investigativo do Greenpeace, baseado em dados do governo sobre o setor, auditorias governamentais e vos de reconhecimento, documentou o comrcio entre uma fazenda ilegal de gado, localizada dentro da terra indgena Apyterewa, e o frigorfico da Bertin em tucum.89

    Dados do governo sobre o setor90 obtidos pelo Greenpeace revelam que a fazenda paragois forneceu gado, em setembro de 2008, unidade da Bertin de tucum. A fazenda de 374 hectares, controlada por Edson Amrico de Melo, situa-se na terra indgena Apyterewa.91

    Segundo auditorias feitas em 2006, 2007 e 2008 pela Fundao nacional do ndio (FunAi), agncia governamental responsvel pela gesto dos assuntos relativos aos povos indgenas, h 1159 reas ocupadas dentro da terra indgena Apyterewa.92

    A anlise do inpE mostra que mais de 55.500 hectares da terra indgena Apyterewa (cerca de 7% da rea total) foram desmatados. A anlise dos dados de satlite mostra que a maior parte desse desmatamento recente.93

    vos do Greenpeace sobre a regio mostram que a maior parte da rea desmatada est ocupada por fazendas de gado.

    Desmatamento at 2000

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 lago limite da fazenda Floresta

    Fazendo a conexo dos dados oficiais do governo sobre o setor com publicaes oficiais das listas de multas por desmatamento ilegal, o Greenpeace conseguiu determinar a localizao aproximada de outros fornecedores, mas no os limites das propriedades, que permitiriam a anlise do desmatamento.

    O maior dos fornecedores identificados da unidade de tucum, localizado no municpio sob embargo de So Flix do xingu, a fazenda vale verde, que forneceu mais de 3.000 cabeas de gado no segundo semestre de 2008 e incio de 200986. A vale verde, que est fora da AiD, foi multada por desmatamento ilegal pelo menos uma vez desde 2003.87

    Alm disso, por meio de pesquisas de campo e vos de reconhecimento, o Greenpeace pde documentar fazendas que fornecem gado unidade, criado em reas florestais desmatadas ilegalmente.

    Nome da fazenda

    Dono da fazenda

    Localizao no Par

    tamanho da fazenda (hectares)

    Desmatamento (% da fazenda)

    Fora da rea de

    fornecimento

    acordado pela

    IFc (AID)

    Frigorfico que abastece

    comrcio identificado (cabeas de gado/data) *

    32 eldorado do xingu

    Eldorado do xingu S.A. Agrcola pastorial e industrial / Agropecuria Santa Barbara xinguara S.A.

    tucum 133,228 20-30 Bertin, tucum 396 (dezembro/2008-janeiro/2009)

    33 vale verde rafael Saldanha de Camargo

    So Flix do xingu

    n/d n/d Bertin, tucum 1557 (junho/2008-janeiro/2009)

    34 tapete verde Helio Moreira Alves

    So Flix do xingu

    n/d n/d Bertin, tucum 49 (outubro-dezembro/2008)

    nOtA: * Acesso limitado a dados.

    32 eldorado do xingu0 15000 M

    tABeLA 6: ANLISe DAS FAZeNDAS IDeNtIFIcADAS NO PAR

  • 39

    Frigorfico limite do par limite da AiD limite do municpio Municpio embargado

    cerca de 80 fazendas no municpio embargado de So Flix do xingu forneceram mais de 20.000 cabeas de gado

    Showing connections between the processing plants is tough. They're very close, un

    less we zoom in a lot.

    NMeRO De FAZeNDAS IDeNtIFIcADAS Que FORNeceM PARA O FRIGORFIcO De tucuM

    110 1125 2650

    51100

    13

    eldorado do xingu

    vale verde

    tapete verde

    tucum

    34

    33

    32

    terra indgena Desmatamento

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    40

    O GReeNPeAce INveStIGA

    eScRAvOS DA MODA

    tABeLA 6: FRIGORFIcOS NO MAtO GROSSO e FORNeceDOReS IDeNtIFIcADOS ASSOcIADOS A tRABALhO ANLOGO AO eScRAvO94

    Frigorfico Fornecedor Nome da fazenda cidade, estado Data de entrada na Lista Suja

    Data das vendas para o frigorfico

    compradores diretos do frigorfico (somente Brasil)

    Independncia (juna)

    Gilson Mueller Berneck

    paran Brasnorte, Mt julho/2008 maro-novembro/ 2007, julho e novembro/2008

    Sadia (varzea Grande/Mt), international Food Company (itupeva/Sp)

    Independncia (juna)

    Gilson Mueller Berneck

    So Bernardo Brasnorte, Mt julho/2008 abril a novembro/2007, julho e outubro/2008

    Sadia (varzea Grande/Mt), international Food Company (itupeva/Sp)

    Marfrig (tangar da Serra)

    Antenor Duarte do valle

    Maring Comodoro, Mt junho/2004 janeiro a dezembro/2007

    Carrefour Brasil, Makro Brasil

    Marfrig (tangar da Serra)

    renato Bernardes Filgueiras

    Santa Eullia tapurah, Mt dezembro/2006 junho/2007, dezembro/2007

    Carrefour Brasil, Makro Brasil

    Bertin (gua Boa) Daniel de paiva Abreu

    Santa terezinha Santa terezinha, Mt

    dezembro/2008 abril/2007, janeiro/2008

    Bertin (lins, SiF 337); Bertin (Guaiara - fbrica de ossinhos de cachorro)

    jBS (Barra do Garas)

    Daniel de paiva Abreu

    Santa terezinha Santa terezinha, Mt

    dezembro/2008 junho-outubro/2008

    Carrefour Brasil, Makro Brasil

    Durante o rastreamento das empresas e de sua ligao com o desmatamento ilegal, a investigao do Greenpeace descobriu o comrcio entre fazendeiros envolvidos em casos de trabalho anlogo ao escravo e os principais exportadores de carne bovina e couro.

    O governo brasileiro lanou um plano de ao nacional contra o trabalho escravo em 2003. Em maio de 2005, foi assinado, por vrias empresas pblicas e privadas, um pacto nacional contra o trabalho Escravo, coordenado pela international labour Organisation (ilO) e pelo instituto Ethos de responsabilidade Social, no qual todas concordaram em no comprar produtos envolvidos com mo-de-obra anloga escrava.95 Bertin, independncia, JBS e Marfrig so todas membros da ABiEC,96 Associao Brasileira de Exportadores de Carne signatria do pacto.97 Bertin e JBS tambm so signatrias individuais.98

  • 41

    LIGAeS DA INDePeNDNcIA cOM MO-De-OBRA ANLOGA eScRAvIDO

    Em julho de 2008, Gilson Mueller Berneck passou a integrar a lista Suja. Ele foi indiciado por manter 47 trabalhadores em condies de escravido em duas de suas fazendas: paran e So Bernardo, ambas em Brasnorte (Mt).99 A fazenda paran tem 40.000 ha e 20.000 cabeas de gado, alm de uma plantao de teca.100 A rea da fazenda So Bernardo e seu rebanho no foram documentados. Entretanto, a fazenda foi multada em r$ 2,77 milhes pelo desmatamento ilegal de 1.850 hectares.101

    A inspeo do Ministrio do trabalho foi feita em abril de 2007.102 Segundo consta, alguns dos trabalhadores se encontravam nas fazendas sem receberem salrios regulares desde 2005.103

    informaes do governo revelam que a independncia continuou comprando gado de Berneck at novembro de 2008.104

    Dados sobre as exportaes indicam que, em 2008, a unidade da independncia de Juna supriu as unidades de processamento de couro para exportao, em nova Andradina (MS), que fornecem couro ao Gruppo Mastrotto, tantec leather, natuzzi, Htl e prime Asia. Em 2008, a unidade da independncia de Juna supriu as unidades de processamento de carne bovina de exportao em Cajamar (Sp), que forneceram carne bovina diretamente s empresas Cremonini (inalca & Marr russia) e international Food Company, cujos clientes incluem o fabricante de charque Jack links.105

    LIGAeS DA MARFRIG cOM MO-De-OBRA ANLOGA eScRAvIDO

    Em junho de 2004, Antenor Duarte do valle passou a integrar a lista Suja. Ele foi indiciado por manter 188 trabalhadores em condies de escravido em fazendas em Maring.106

    Antenor Duarte do valle continua na lista Suja at hoje.107

    Sabe-se que a unidade da Marfrig de tangar da Serra compra gado das fazendas de Antenor Duarte do valle no Mato Grosso. Entre janeiro e dezembro de 2007, ele forneceu 3.689 cabeas de gado de Maring Marfrig de tangar da Serra.108

    Dados do governo sobre o setor109 revelam que em 2007, a unidade da Marfrig de tangar da Serra recebeu gado de renato Bernardes Filgueiras.

    Em dezembro de 2006, a fazenda de renato Bernardes Filgueiras Santa Eullia, em tapurah (Mt), entrou na lista Suja. Ele acusado de manter 10 pessoas em condies de trabalho forado em sua fazenda.110

    LIGAeS DA BeRtIN e DA jBS cOM MO-De-OBRA ANLOGA eScRAvIDO

    Em dezembro de 2008, Daniel de paiva Abreu passou a integrar a lista Suja. Ele foi acusado de manter nove trabalhadores em condies de escravido em sua fazenda de gado Santa terezinha, em Santa terezinha (Mt).111

    A inspeo do Ministrio do trabalho foi feita em julho de 2006.112

    Dados do governo sobre o setor113 revelam que a unidade da Bertin em gua Boa (Mt) e a unidade da JBS em Barra do Garas (Mt) compram gado de Daniel de paiva Abreu. Em abril de 2007, ele forneceu 308 cabeas de gado Bertin de gua Boa. Em janeiro de 2008, ele forneceu 52 cabeas de gado Bertin de gua Boa. Entre junho e outubro de 2008, ele forneceu 889 cabeas de gado JBS de Barra do Garas.

    Dados do governo sobre o setor114 revelam que a unidade da Bertin em Marab (pA) compra gado de fornecedores que no figuram na lista Suja de fevereiro de 2009, mas sim em listas anteriores.115

    Em 2008, o frigorfico da Bertin em Marab comprou gado da fazenda Colorado, controlada por roque Quagliato e outros.116 Em 2003, roque Quagliato foi acusado de manter 81 pessoas em condies de trabalho escravo em sua fazenda.117

    O GReeNPeAce INveStIGA

    eScRAvOS DA MODA

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    42

    1 Wri CAit version 6.0 nmeros de 2000 (os

    dados disponveis mais recentes)

    2 ipCC (2007c)

    3 Banco Mundial (2006)

    4 A pecuria na Amaznia brasileira causa

    mais desmatamento que o total de qualquer

    outro pas, exceto a indonsia, onde h muitos

    elementos causadores de desmatamento:

    a) A indonsia tem o segundo maior ndice de

    desmatamento, por rea, depois do Brasil (1,87

    milhes ha/ano, 2000-2005). Fonte: FAO (2009)

    tabela 2 ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/011/i0350e/

    i0350e04b.pdf

    b) O desmatamento na indonsia tem vrios

    fatores determinantes. por exemplo:

    O iiED estima que os percentuais de uso da terra

    aps desmatamento sejam: leo de palma (32%),

    borracha (30%), arroz (19%) e mandioca (19%).

    Fonte: Grieg-Gran, M (2006): 13

    A Wetlands international estima que as

    concesses feitas para explorao do leo

    de palma e da madeira (principalmente para

    a indstria de papel) tenham sido os grandes

    determinantes do desmatamento na indonsia,

    particularmente na turfa: 42% (7,48 milhes ha)

    para leo de palma e 58% (10,34 milhes ha)

    para madeira. Fonte: Hooijer et al (2006) tabela 4

    Concesses na turfa da indonsia.

    5 A pecuria na Amaznia responde por cerca

    de 14% do desmatamento anual (1,72 milhes ha/

    ano de desmatamento da Amaznia atribuveis

    aos criadores de gado e 12,57 milhes ha/ano de

    desmatamento mundial bruto):

    a) Mdia de desmatamento da Amaznia 2000-2005,

    2,15 milhes ha/ano. Fonte: inpE prODES (2009)

    b) 80% do desmatamento da Amaznia (mdia de

    1,72 milhes ha/ano em 2000-2005) so atribuveis

    pecuria. Fonte dos 80%: Chomitz & thomas

    (2001): 14; Grieg-Gran (2006): 13; presidncia

    da repblica (2004): 10; Barreto et al. (2008): 20

    citando iBGE (2006b); Greenpeace (2008a)

    c) Desmatamento mundial bruto 2000-2005,

    12,57 milhes ha/ano. (12,57 milhes ha

    desmatados - 5,26 milhes ha de reflorestamento

    = 7,31 milhes ha de desmatamento lquido).

    Fonte: FAO (2009) tabela 2 ftp://ftp.fao.org/

    docrep/fao/011/i0350e/i0350e04b.pdf

    6 Wri (2005)

    7 Saatchi et al (2007)

    8 uma tonelada de carbono (C) corresponde

    a 3,6667 toneladas de CO2. portanto, o CO2 dos

    depsitos estimados de carbono na Amaznia

    293440Gt. As emisses de GEE dos EuA no ano

    2000 incluindo luluC e bunkers internacionais

    foi de 6,57Gt CO2e. Fonte: Wri CAit verso 6.0.

    9 Mdia de desmatamento da Amaznia 2000-

    2005 (dados do prODES): 21.550,7km2. resto

    do mundo (total): 7.317.000 hectares/ano do total

    do mundo. Maior desmatamento por rea depois

    do Brasil = indonsia 1,871,000 hectares. Fonte:

    FAO State of the worlds forests 2009 www.fao.

    org/docrep/011/i0350e/i0350e00.HtM. tabela 2

    ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/011/i0350e/i0350e04b.pdf

    10 Estima-se que 80% do desmatamento da

    Amaznia (1,72 milhes ha/ano) sejam atribuveis

    pecuria. Fonte dos 80%: Chomitz & thomas

    (2001): 14; Grieg-Gran (2006): 13; presidncia

    da repblica (2004): 10; Barreto et al. (2008): 20

    citando iBGE (2006b); Greenpeace (2008a)

    11 presidncia da repblica (2004): 10

    12 Mdia de desmatamento da Amaznia

    2000-2005 (dados do prODES): 21.550,7km2;

    80% atribuveis pecuria: 17.241km2 (1.724.100

    hectares).

    13 A pecuria na Amaznia responde por cerca

    de 14% do desmatamento anual (1,72 milhes ha/

    ano de desmatamento da Amaznia atribuveis

    aos criadores de gado e 12,57 milhes ha/ano de

    desmatamento mundial bruto):

    a) Mdia de desmatamento da Amaznia 2000-2005,

    2,15 milhes ha/ano. Fonte: inpE prODES (2009)

    b) 80% do desmatamento da Amaznia (mdia de

    1,72 milhes ha/ano em 2000-2005) so atribuveis

    pecuria. Fonte dos 80%: Chomitz & thomas

    (2001): 14; Grieg-Gran (2006): 13; presidncia

    da repblica (2004): 10; Barreto et al. (2008): 20

    citando iBGE (2006b); Greenpeace (2008a)

    c) Desmatamento mundial bruto 2000-2005,

    12,57 milhes ha/ano. (12,57 milhes ha

    desmatados - 5,26 milhes ha de reflorestamento

    = 7,31 milhes ha de desmatamento lquido).

    Fonte: FAO (2009) tabela 2 ftp://ftp.fao.org/

    docrep/fao/011/i0350e/i0350e04b.pdf

    14 A pecuria na Amaznia brasileira causa

    mais desmatamento que o total de qualquer

    outro pas, exceto a indonsia, onde h muitos

    elementos causadores de desmatamento:

    a) A indonsia tem o segundo maior ndice de

    desmatamento, por rea, depois do Brasil (1,87

    milhes ha/ano, 2000-2005). Fonte: FAO (2009)

    tabela 2 ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/011/i0350e/

    i0350e04b.pdf

    b) O desmatamento na indonsia tem vrios

    fatores determinantes. por exemplo:

    O iiED estima que os percentuais de uso da terra

    aps desmatamento sejam: leo de palma (32%),

    borracha (30%), arroz (19%) e mandioca (19%).

    Fonte: Grieg-Gran, M (2006): 13

    A Wetlands international estima que as

    concesses feitas para explorao do leo

    de palma e da madeira (principalmente para

    a indstria de papel) tenham sido os grandes

    determinantes do desmatamento na indonsia,

    particularmente na turfa: 42% (7,48 milhes ha)

    para leo de palma e 58% (10,34 milhes ha)

    para madeira. Fonte: Hooijer et al (2006) tabela 4

    Concesses na turfa da indonsia.

    15 pSDOnline database

    16 pSDOnline database

    17 un (2007)

    18 MApA (2009): 4

    19 de Melo Saab (2008)

    20 1998 304Mt, 2008 1,801Mt. Fonte:

    pSDOnline database

    21 MApA (2009): A base de dados pSDOnline

    mostra nmeros ligeiramente diferentes

    22 neste relatrio, uS$ indica dlares

    americanos, r$ indica real.

    23 O couro representa 27%, carne processada

    12% e carne fresca/congelada 61% do valor das

    exportaes de produtos bovinos. Fonte: SECEx

    (2009) cobrindo o cdigo HS 16025000

    24 uSDA FAS (2008a)

    25 Ministrio da Agricultura, pecuria e

    Abastecimento Crdito rural no Brasil,

    planilhas consolidadas por safra

    www.agricultura.gov.br

    26 Chomitz and thomas (2001): 14; atribui at

    90% pastagens, incluindo terras abandonadas;

    Grieg-Gran (2006): 13 extrapola a partir dos

    nmeros obtidos por Chomitz/Banco Mundial

    nos quais 77% das reas desmatadas so

    usadas como pastagens + ~10% reas de pastos

    abandonados; presidncia da repblica (2004):

    10 estabelece que gado responsvel por 80%

    das reas desmatadas na regio Amaznica ;

    Barreto et al. (2008): 20 citando iBGE (2006b)

    conclui que 75%81% das terras desmatadas at

    2005 tm sido ocupadas por gado; e Greenpeace

    (2008a) conclui a partir de analyses de dados de

    satlite que em 2006, a pecuria ocupava cerca

    de 80% das reas j em uso na regio Amaznica

    (77% ou 79.5% se o Maranho for excludo).

    27 por exemplo, Barreto et al (2008) veja o

    relatrio principal

    28 A anlise comparou as imagens de satlite

    que mostram a rea total de desmatamento da

    Amaznia entre julho de 2006 e julho de 2007

    com a rea das licenas de desmatamento

    concedidas pelo iBAMA e agncias locais

    de proteo ambiental na regio amaznica

    (excluindo tocantins e Maranho). O clculo

    exclui casos de posseiros. Fonte: Greenpeace

    (2008c): 7

    29 Brito e Barreto (2009)

    30 Medida provisria 458/09 www.camara.gov.

    br/sileg/integras/632500.pdf

    31 projeto de lei pl 6424/2005

    e projeto de lei pl 5367/2009

    www.camara.gov.br

    32 BnDES (2009) p64, 267-269

    33 Bertin - documento confidencial (dezembro