universidade federal de mato grosso faculdade de … · a minha mãe, pela força, dedicação,...

49
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA ANDREY SÁVIO DE ALMEIDA ASSUNÇÃO NÍVEIS DE SÓDIO NA RAÇÃO DE POEDEIRAS SEMIPESADAS CRIADAS EM CLIMA QUENTE CUIABÁ 2016

Upload: duongkhanh

Post on 11-Feb-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

CURSO DE ZOOTECNIA

ANDREY SÁVIO DE ALMEIDA ASSUNÇÃO

NÍVEIS DE SÓDIO NA RAÇÃO DE POEDEIRAS SEMIPESADAS CRIADAS EM CLIMA QUENTE

CUIABÁ 2016

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

i

ANDREY SÁVIO DE ALMEIDA ASSUNÇÃO

NÍVEIS DE SÓDIO NA RAÇÃO DE POEDIRAS SEMIPESADAS EM CLIMA QUENTE

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Heder José D’Avila

Lima.

CUIABÁ

2016

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável
Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os

momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável como lutar pelos

seus ideais.

A minha madrinha, pelo voto de confiança e, principalmente, pela

demonstração de fé inabalável.

Dedico.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

AGRADECIMENTOS

A Deus pela saúde e força em todos os momentos difíceis, e pelas benções

concedidas.

Ao meu orientador, professor Heder José D’Avila Lima, pela condução do

presente trabalho e, desde o início, pelas orientações que serviram de base para a

aprendizagem científica. A disponibilidade de tempo, atenção e a forma de transmitir

conhecimentos de maneira simples e aberta. As palavras ditas durante suas aulas e

reuniões, que contribuíram para o meu crescimento profissional, e me motivaram a

buscar desafios, que de forma intensa busquei aprimorar-se. Por isto, o meu sincero

agradecimento.

A minha namorada Renata, que foi de fundamental importância na realização

deste trabalho. Pelo amor, companheirismo e atenção, impecáveis. A forma

persistente de lutar diante de uma situação difícil, torna-te única e especial.

A minha mãe Silnéia, pela educação, amor, carinho e, principalmente, pelo

preenchimento da função de “pai” durante todos esses anos. Tudo que sou é graças

à senhora.

Ao meu amigo e padrasto Simão, pela disposição em me levar a

universidade, logo pela manhã, devido às aulas práticas.

A minhas irmãs, Andressa e Andrielly, pela compreensão de silêncio nos

momentos de estudo.

Ao meu sobrinho João Pedro, pela alegria que contagiava os momentos de

lazer.

Ao professor Felipe Gomes da Silva, pelos conhecimentos adquiridos no

início da graduação juntamente com o núcleo de estudos e, de forma distinta, pelas

belas palavras de encorajamento.

À professora Alexandra Potença, durante a graduação em que sanou as

minhas dúvidas de forma carismática e atenciosa.

Ao professor Marcio Aquio Hoshiba, por ter aceitado a compor a banca

examinadora.

A todo o corpo docente do curso de Zootecnia e, especialmente, aos

professores: Carlos, Janaína, Janessa, Joadil, Lisiane, Lívia, Nelcino, Sânia e Vânia,

que contribuíram para a minha formação.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

Aos amigos Georger e Rafael Menegildo, que ajudaram de forma singular,

nos momentos delicados da graduação, e que tornaram o ambiente de estudo mais

agradável.

A Ana Carolina, pela dedicação e esforço durante a realização deste

experimento.

Aos colegas que de alguma forma contribuíram durante a graduação:

Bianca, Camila, Carolinne, Carlos, Cristhian, Cristiane, Daniel, Danny, Elanine,

Edvania, Gabriel, Jackeline, Jayme, Jhean, Kellen, Kênia, Laryssa, Paraná (Ana

Claudia), Paula Rocha, Paulo, Sérgio, Silvio, Thabata e Thuanny.

Aos funcionários da fazenda experimental: Srs. Antônio, Donato, Lourival,

Luiz, Manézinho, Miguel, Orlando e Sandro, dos bate-papos, brincadeiras e risadas

descontraídas ao longo do experimento.

A Universidade Federal de Mato Grosso, por ter proporcionado a realização

deste curso.

MUITO OBRIGADO!

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

“Querem que vos ensine o modo de chegar à ciência verdadeira? Aquilo

que se sabe, saber que se sabe; aquilo que não se sabe, saber que não se

sabe; na verdade é este o saber”.

Confúcio

“Os sonhos abrem as janelas da vida. Assim, você a enxerga com outro

ângulo”.

Augusto Cury

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Os três mecanismos de absorção de sódio no intestino .............................. 8

Figura 2. Porcentagem de gema (A) e casca (B), no final do primeiro ciclo de postura

conforme os níveis de sódio nas rações. .................................................. 21

Figura 3. Peso dos ovos (A), albúmen (B) e casca (C), no final do primeiro ciclo de

postura conforme os níveis de sódio nas rações. ...................................... 23

Figura 4. Espessura de casca (A) e gravidade específica (B), no final do primeiro

ciclo de postura conforme os níveis de sódio nas rações .......................... 25

Figura 5. Consumo de ração (A) no final do primeiro ciclo de postura segundo os

níveis de sódio nas rações. ....................................................................... 27

Figura 6. Produção de ovos (A), massa de ovos (B), conversão alimentar por massa

(C) e dúzia de ovos (D), no final do primeiro ciclo de postura segundo os

níveis de sódio nas rações ........................................................................ 28

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação dos minerais .................................................................................. 4

Tabela 2 - Concentrações de várias substâncias nos líquidos intracelular,

extracelular e plasma sanguíneo........................................................................ 6

Tabela 3 - Fontes e quantidades de sódio na dieta das aves .......................................... 6

Tabela 4 - Composição percentual e calculada das dietas experimentais .................. 15

Tabela 5 - Desempenho produtivo e qualidade de ovos de poedeiras semipesadas

no final do primeiro ciclo de postura, em função dos níveis de sódio na

ração ..................................................................................................................... 20

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

LISTA DE ABREVIATURAS

ABPA = Associação Brasileira de Proteína Animal

ADP = Adenosina Difosfato

ATP = Adenosina Trifosfato

BE = Balanço Eletrolítico

IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

NM = Número de Mogin

NRC = National Research Council

Pi = Fosfato Inorgânico

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 1

2. OBJETIVO ............................................................................................................ 3

3. REVISÃO.............................................................................................................. 4

3.1 Fontes de sódio na dieta de aves ............................................................................. 5

3.2 Metabolismo do sódio ................................................................................................. 7

3.3 Funções do sódio no transporte de nutrientes ........................................................ 9

3.4 Homeostase ácido-básico ........................................................................................ 10

3.5 Estresse calórico nas aves ....................................................................................... 12

4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 14

4.1 Localização e tempo experimental ......................................................................... 14

4.2 Equipamentos e instalações .................................................................................... 14

4.3 Dietas experimentais ................................................................................................. 15

4.4 Manejos das aves ...................................................................................................... 16

4.5 Parâmetros estudados .............................................................................................. 16

4.5.1 Consumo de ração ................................................................................................ 16

4.5.2 Produção de ovos .................................................................................................. 16

4.5.3 Peso médio dos ovos ............................................................................................ 17

4.5.4 Massa de ovos ....................................................................................................... 17

4.5.5 Conversão alimentar por dúzia de ovos ............................................................. 17

4.5.6 Conversão alimentar por massa de ovos .......................................................... 17

4.5.7 Viabilidade das aves.............................................................................................. 17

4.5.8 Variação de peso corporal.................................................................................... 17

4.5.9 Gravidade específica ............................................................................................. 18

4.5.10 Espessura de casca .............................................................................................. 18

4.5.11 Qualidade interna do ovo...................................................................................... 18

4.6 Análise estatística ...................................................................................................... 19

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 20

6. CONCLUSÕES................................................................................................... 31

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 32

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 33

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

RESUMO

Objetivou-se com este trabalho estimar a exigência nutricional de sódio (Na) para

poedeiras semipesadas criadas em clima quente, no final do primeiro ciclo de

postura. Foram utilizadas 120 galinhas da linhagem Hisex Brown, com 48 semanas

de idade. As aves foram distribuídas em delineamento experimental inteiramente

casualizado, com cinco tratamentos, seis repetições e quatro aves por unidade

experimental. As rações experimentais foram formuladas a base de milho e farelo de

soja e os tratamentos foram constituídos por cinco níveis de sódio (0,12; 0,17; 0,22;

0,27 e 0,32%) derivados do sal comum. Foram avaliados: consumo de ração (g),

produção de ovos (%), peso dos ovos (g), massa de ovos (g), conversão alimentar

por massa (kg/kg) e por dúzia (kg/dz) de ovos, gravidade específica (g/cm3),

espessura de casca (mm), elementos dos ovos, tais como, gema (g e %), albúmen

(g e %) e casca (g e %), viabilidade (%) e variação do peso corporal (g) das aves.

Não foi verificado efeito (P>0,05) dos níveis de sódio sobre o peso da gema (g) e

porcentagem de albúmen. Houve efeito linear (P<0,01) decrescente para o consumo

de ração, diminuindo o consumo à medida que aumentou o nível de sódio na ração.

Verificou-se efeito quadrático (P<0,01) para a produção de ovos, peso dos ovos,

conversão alimentar por massa e dúzia de ovos, pesos de albúmen e casca,

gravidade específica, espessura de casca e porcentagem de gema (P<0,05) e

casca. Os níveis de sódio analisados influenciaram os componentes dos ovos e o

desempenho zootécnico das aves acima de 0,27%, negativamente. Recomenda-se

a inclusão de 0,20% de sódio na ração de poedeiras semipesadas criadas em clima

quente, no final do primeiro ciclo de postura para proporcionar melhor qualidade dos

ovos e satisfatório desempenho produtivo.

Palavras-chaves: gallus gallus domesticus, poedeiras comerciais, sal comum.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

1

1. INTRODUÇÃO

No cenário mundial, a produção animal destaca-se pela alta produtividade e

rentabilidade, à medida que o grau de especialização tecnológica aumenta. Desta

forma, gerando alimentos de origem animal de maior qualidade para o consumidor.

Nos últimos anos a avicultura de postura tem-se destacado como um dos setores

responsáveis pela demanda desses alimentos. Segundo o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística – IBGE (2016), no ano de 2015, a produção de ovos anual foi

de 2,92 bilhões de dúzias, os quais 99% foram destinados para o mercado interno e

1% para exportações (Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA, 2016).

As exportações brasileiras de ovos concentram-se em 92 e 8%, in natura e

industrializados, respectivamente e, em 2015, o estado de São Paulo destacou-se

pela maior produção, Minas Gerais como maior exportador e Mato Grosso ocupou a

quarta posição, tanto para exportação (3,70%) quanto para produção de ovos por

estados (6,43%). No mesmo ano, o principal país importador de ovos foi os

Emirados Árabes Unidos, seguidos pelo Japão e República Democrática do Congo

(Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA 2016).

Atualmente, as melhorias alcançadas para o desempenho produtivo, para a

qualidade interna e externa dos ovos de galinhas poedeiras, são em virtude, dos

constantes estudos aplicados em genética, deste modo, conforme Barreto et al.

(2007), torna-se necessário balancear de forma adequada os nutrientes da dieta.

Entre os nutrientes que demandam pesquisas, os minerais exercem funções

importantes no metabolismo, uma vez que os minerais presentes no ovo são em

decorrência de sua concentração no sangue (GOMES et al., 2013; MACARI e

MENDES, 2005).

Elementos como o sódio (Na+), potássio (K+) e o cloro (Cl-) possuem

basicamente função eletroquímica, atuando desta maneira na manutenção do

balanço ácido básico e controle osmótico da distribuição da água no corpo (GOMES

et al., 2013; PETRUCCI et al., 2012; TORRES, 1979).

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

2

O sódio é o principal cátion encontrado nos fluidos extracelulares,

participando nos processos de transmissão de impulsos nervosos, na produção de

sais biliares, na absorção de monossacarídeos, aminoácidos, pirimidinas e na

ativação dos nervos da função muscular (GOFF, 2006; SILVA e PASCOAL, 2014).

Por esta razão, a determinação dos níveis ideais de sódio para cada fase de

produção das aves é de grande importância (MURAKAMI et al., 2003a). No entanto,

pelo fato do sódio estar facilmente disponível através do sal comum (NaCl) e pela

pequena participação no custo total da ração, torna-se para a maioria dos

nutricionistas, motivo de poucos estudos (RODRIGUES et al., 2004).

O primeiro ciclo de postura da poedeira comercial consiste entre 50 a 70

semanas de idade, levando para o produtor, a escolha final de prolongar semanas a

mais, por intermédio da muda forçada, quando se verifica o segundo ciclo de postura

até 130 semanas (COTTA, 2002; MAZZUCO et al., 1997). Todavia, essa decisão, é

influenciada através do preço dos ovos no mercado, dificuldades financeiras,

elevado preço das matérias-primas, idade das aves e pintainhas de um dia de idade.

As exigências nutricionais de sódio para poedeiras no primeiro e segundo

ciclo de postura são menos estudadas, em detrimento de outros nutrientes que

oneram mais as rações. Tanto o excesso quanto o déficit de sódio na ração, tornam-

se prejudiciais para o organismo animal e, principalmente, para o desempenho.

Níveis elevados de sódio na dieta de aves estimula o consumo de água, assim,

aumentando a umidade das excretas e facilitando a produção de gases tóxicos

(amônia e sulfídrico), o que pode comprometer no manejo e gerar perdas

econômicas (LIMA et al., 2015; RIBEIRO et al., 2007).

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

3

2. OBJETIVO

Pelo exposto, objetivou-se estudar a inclusão de níveis crescentes de sódio

na ração, sobre o desempenho produtivo e a qualidade de ovos de poedeiras

semipesadas, criadas em clima quente, no final do primeiro ciclo de postura.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

4

3. REVISÃO

A fração de minerais nos tecidos e fluidos do organismo animal podem

promover mudanças com o consumo de dietas deficientes, desbalanceadas ou em

excesso, sendo assim, a falta de minerais resulta em deficiência prejudicando o

desempenho, do mesmo modo, o excesso causa a redução do desempenho pela

toxidez (DAGHIR, 2008; SILVA e PASCOAL, 2014).

Tanto animais como os vegetais, em sua composição há diversas

quantidades de minerais, que são suficientes para equilibrar o metabolismo

fisiológico. Os minerais são elementos químicos apresentando-se de forma sólida,

cristalina e que não se decompõe (MAIORKA e MACARI, 2002).

De acordo com Bertechini (2012), os minerais são classificados em

macrominerais e microminerais ou elementos traços (Tabela 1). Esta classificação

está conectada com as concentrações dos elementos nos tecidos, que dessa

maneira, indicam as suas necessidades orgânicas. No entanto, cálcio (Ca), fósforo

(P), sódio (Na), enxofre (S), potássio (K), cloro (Cl), e magnésio (Mg), considerados

macrominerais, tornam-se críticos para a nutrição das aves, uma vez que participam

em maiores quantidades nas rações (ARAUJO et al., 2008).

Tabela 1 - Classificação dos minerais

Macrominerais Microminerais

Cálcio (Ca) Cobalto (Co) Molibdênio (Mb)

Cloro (Cl) Cobre (Cu) Níquel (Ni)

Enxofre (S) Cromo (Cr) Selênio (Se)

Fósforo (P) Ferro (Fe) Silício (Si)

Magnésio (Mg) Flúor (F) Zinco (Zn)

Potássio (K) Iodo (I)

Sódio (Na) Manganês (Mn)

Fonte: Araujo et al. (2008) e Bertechini (2014).

O sódio é um elemento químico de símbolo Na+, incluso ao grupo dos metais

alcalinos, de peso anatômico 23 e número anatômico 11 (TABELA PERIÓDICA,

2016), em temperatura ambiente é sólido e de coloração branco. Este mineral

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

5

encontra-se, basicamente, no plasma sanguíneo e líquidos extracelulares

(BERTECHINI, 2014).

O Na+ é um cátion monovalente encontrado nos fluídos extracelular e

fundamental pelos animais para um metabolismo normal (MACARI e MENDES,

2005; BORGES, 2001), o qual desempenha funções extremamente importantes para

o processo de desempenho das aves. Além disso, envolvidos no equilíbrio osmótico

e da manutenção do pH corporal, absorção de glicose, fósforo, cálcio, aminoácidos

como lisina e arginina (FURLAN et al., 2002; MACARI e MENDES, 2005).

Mazzuco et al. (1997), utilizando dados médios dos manuais da Cooperativa

Agrícola de Cotia (s.d.), Ito-Avicultura Indústria e Comércio (1995), H & N

International (s.d.), Poultry Breeding Farms (s.d.), Cooperativa Central Agrícola de

São Paulo (s.d.) e Embrapa (1994), concluíram que a exigência nutricional de sódio

na ração para todo o ciclo de postura, tanto para poedeiras brancas quanto para

poedeiras vermelhas, são de 0,15% e 0,16%, respectivamente. Entretanto, estas

exigências dependem e diferenciam conforme a idade, sexo, clima, linhagem e

alimentação.

3.1 Fontes de sódio na dieta de aves

As fontes minerais comumente utilizadas para formulação de rações na

nutrição de aves são, em geral, originárias de compostos inorgânicos que possuem

origem geológica ou industrial. Tais compostos são frequentemente utilizados para

elaboração de rações em sua forma natural ou através de misturas minerais

(premix), com intuito de adicionar os minerais insuficientes nos ingredientes

empregados na dieta das aves (ARAUJO et al., 2008).

Recentemente, houve uma demanda pelo uso de minerais orgânicos, pelo

fato de trazer maiores benefícios, aumentando assim à absorção dos macro e micro-

minerais. Os minerais orgânicos são moléculas de minerais ligadas a proteínas e/ou

aminoácidos ou produtos de leveduras, o que impede que ocorram interações com

outros minerais ou componentes da dieta ao longo do trato gastrointestinal. Com

isso, há um maior aproveitamento pelo animal e são menores as excreções no meio

ambiente, além de melhor o desempenho produtivo (SCHMIDT, 2013).

As principais fontes de sódio na alimentação das aves são: água, sal comum

(NaCl) e grãos (milho e soja). Enquanto que a concentração de sódio no organismo

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

6

está presente nos líquidos intracelular, extracelular e no plasma sanguíneo (Tabela

2).

Tabela 2 - Concentrações de várias substâncias nos líquidos intracelular, extracelular e plasma sanguíneo

Concentração (mmol/L)

Intracelular Extracelular Plasma sanguíneo

Na+ 15 140 142

K+ 150 05 04

Cl- 10 110 103

Fonte: Adaptado de Cunningham e Klein (2008).

A concentração de potássio (K+) utilizados nas rações dos animais é

relativamente alta, enquanto que o Na+, está presente em quantidades inferiores nos

ingredientes naturais utilizados na nutrição animal (BORGES, 2006). As fontes de

origem vegetal, como os grãos, apresentam baixa concentração de sódio e maiores

níveis de cloro (SUTTLE, 2010). Entretanto, fontes de origem animal, como farinha

de carne e ossos, farinha de peixe e sangue, apresentam maiores níveis de sódio e,

pelo motivo das rações em sua maioria, serem formuladas à base de milho e farelo

de soja, aumenta a relevância da suplementação de sódio, de modo adequado, para

a nutrição das aves (MENDOZA, 2015) (Tabela 3).

Tabela 3 - Fontes e quantidades de sódio na dieta das aves

Ingredientes % de Na+ na matéria natural

Fonte vegetal

Milho (7,88% de PB) 0,02

Milheto 0,01

Farelo de soja (45% de PB) 0,02

Fonte animal

Farinha de carne e osso (46% de PB) 0,72

Farinha de peixe (54% de PB) 0,68

Farinha de sangue 0,48

Fontes inorgânicas

Sal comum 39,70

Bicarbonato de sódio 27,00

Carbonato de Sódio 43,00

Fonte: Rostagno et al. (2011).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

7

3.2 Metabolismo do sódio

Segundo Silva e Pascoal (2014), o processo de absorção dos minerais

acontece normalmente pelo transporte passivo, a favor do gradiente de

concentração em que as moléculas e íons se movimentam, via parede intestinal,

intervindo através de controle hormonal e pela concentração de fluidos

extracelulares. As células epiteliais que compõe a camada do intestino delgado e

grosso e responsável pela absorção, ruptura e transporte de nutrientes para dentro

dos tecidos, denomina-se enterócito (MEGIAS et al. 2015) e na passagem de

absorção dos minerais no enterócito intestinal, macro e microminerais devem estar

em sua forma iônica (cátions e anions) para que seja realizado a absorção e o

transporte.

Muitas células mobilizam moléculas e íons contra seus potenciais

eletroquímicos, ou seja, este transporte exige o gasto de energia por intermédio da

célula, chamado de transporte ativo (CUNNINGHAM e KLEIN, 2008). O sódio é

facilmente transportado devido ser um mineral monovalente e altamente solúvel e

sua absorção acontece por meio de transporte ativo (SILVA e PASCOAL, 2014).

Além disso, considerado um íon que é absorvido pela rápida velocidade no intestino

delgado, visto que a sua absorção pode ocorrer durante todo intestino (MAIORKA e

MACARI, 2002).

Há pelo menos dois tipos de transporte ativos: primário e secundário. No

transporte ativo primário, a quebra de adenosina trifosfato (ATP) em adenosina

difosfato (ADP + Pi) libera uma energia que visa o movimento do soluto contra um

gradiente eletroquímico, enquanto que no transporte ativo secundário, o movimento

do sódio a favor de seu gradiente eletroquímico, oferece energia necessária para

direcionar o cotransporte de um segundo soluto contra seu potencial eletroquímico

(NELSON e COX, 2014).

De acordo com Cunningham e Klein (2008), há três mecanismos diferentes de

absorção de sódio que ocorre no trato intestinal, especialmente, no intestino delgado

(Figura 1).

O primeiro mecanismo de absorção (A) é através das proteínas de

cotransporte de sódio juntamente com moléculas orgânicas como glicose e

aminoácidos, caracterizando-se como transporte ativo secundário e considerado o

principal meio de absorção de sódio.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

8

O segundo mecanismo (B) é a absorção acoplada de sódio ao íon cloreto,

ambos trabalham juntos, para facilitar o transporte dos mesmos na membrana

apical, onde forma-se o ácido carbônico (H2CO3) no interior do enterócito, através da

água (H2O) e dióxido de carbono (CO2). O íon hidrogênio é trocado pelo sódio

luminal através da membrana apical. Durante essa troca haverá a formação do

bicarbonato (HCO3-), através da ação da enzima anidrase carbônica. Na troca de íon

hidrogênio (H+) pelo íon sódio (Na+), aumentará as concentrações de bicarbonato

dentro da célula, juntamente, o gradiente de bicarbonato encaminha a ação da troca

de Cl/HCO3, resultando na troca de bicarbonato intracelular pelo íon cloro luminal, e

devido a retirada de ambos da célula o pH ficará equilibrado.

Figura 1. Os três mecanismos de absorção de sódio no intestino

Fonte: Cunningham e Klein (2008).

O terceiro mecanismo (C) é a difusão simples, considerado um tipo de

transporte passivo. O gradiente eletroquímico pode existir para o sódio, na

membrana apical do enterócito, possivelmente, podendo haver o movimento de

sódio direto não acoplado, por meio da membrana se os canais de íons estiverem

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

9

abertos. Entretanto alguma absorção de sódio talvez possa ocorrer através deste

mecanismo, e a sua importância na homeostase de sódio no organismo animal

certamente não é grande.

No jejuno, parte que compõe o intestino delgado, a absorção de sódio é mais

alta, pela presença de aminoácidos, glicose e galactose, que estão neutros no lúmen

da célula e atravessam a membrana utilizando as proteínas carreadoras, revelando

a importância da absorção de sódio em outras substâncias como carboidratos,

aminoácidos e vitaminas (MAIORKA e MACARI, 2002).

3.3 Funções do sódio no transporte de nutrientes

Conforme Guyton e Hall (2011), as concentrações de sódio no organismo são

maiores no líquido extracelular, ao passo que as maiores concentrações de potássio

estão no líquido intracelular. Segundo os autores, a conservação deste gradiente

não pode ocorrer por difusão simples, pois com o passar do tempo pode equilibrar a

concentração em ambos os lados da membrana celular. Deste modo, alguma fonte

de energia deve ocasionar maior movimento de íons potássio para dentro da célula

e a locomoção mais forte de íons de sódio para fora das células. E para os mesmos

autores, quando a membrana celular transporta moléculas ou íons contra um

gradiente de concentração, o processo denomina-se transporte ativo.

O meio de transporte ativo mais estudado devido suas particularidades é a

bomba de sódio-potássio (Na+-K+), pois é um mecanismo de transporte que bombeia

íons de sódio para fora da célula e, ao mesmo tempo bombeia íons de potássio de

fora para dentro da célula, por meio da membrana celular de todas as células.

Assim, a bomba de sódio-potássio é responsável pela manutenção das diferenças

de concentração entre sódio e potássio através da membrana celular, ou seja,

exercendo papel fundamental no controle do volume celular, pois sem sua função a

maior parte das células iria inchar e estourar (GUYTON e HALL, 2011).

De acordo com Guyton e Hall (2011), a bomba de sódio-potássio conduz dois

íons de potássio para o interior da célula e ao mesmo tempo transporta três íons de

sódio para fora da célula, no entanto, a energia básica para este processo é oriunda

da clivagem de uma molécula de adenosina-trifosfato (ATP), fracionando-a em

difosfato de adenosina (ADP) e liberando uma ligação fosfato de alta energia (Pi).

Esta energia, para os autores, provoca alteração química e conformacional da

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

10

molécula da proteína transportadora, ocasionando assim, o movimento de três íons

de sódio para fora e dois íons de potássio para dentro da célula.

O principal mecanismo pelo qual o sódio é transportado é o cotransporte.

Neste processo, o transporte ocorre com dois compostos através da membrana

celular em mesma direção, com o sódio levando juntamente outras substancias,

como por exemplo, glicose e aminoácidos (GOFF, 2006). Para que o sódio leve junto

outras substâncias, é fundamental um mecanismo de ligação, em que é realizado

através de outra proteína transportadora na membrana celular (GUYTON e HALL,

2011).

3.4 Homeostase ácido-básico

Na composição do organismo animal encontra-se um fluido aquoso, onde

contém íons e várias substâncias. Para Cavalcante et al. 2011, a maior parte deste

fluido aquoso é encontrado dentro das células, ou seja, líquido intracelular (meio

interno), a outra parte, fora da célula, que compreende o líquido extracelular (meio

externo). Os autores esclarecem que a diferença entre ambos os meios, interno e

externo, é a composição química, em que no líquido extracelular encontram-se

grandes quantidades de sódio, ácidos graxos, glicose, cloreto, íons bicarbonato,

aminoácidos e oxigênio. Por outro lado, no líquido intracelular, encontram-se

principalmente íons de potássio, magnésio e fosfato.

A célula para manter-se viva necessita de nutrientes e, para que isso ocorra,

deve haver trocas entre o meio interno e externo, através de transporte como:

osmose, difusão e transporte passivo e ativo. Nesse sentindo, a manutenção do

ambiente interno em condições favoráveis recebe o nome de homeostasia ou

homeostase (CAVALCANTE et al., 2011).

A osmorregulação celular é obtida através da homeostasia entre os minerais

do fluído intracelular (K+) e extracelular (Na+ e Cl-). Em ambientes confortáveis, o

volume de água e de eletrólitos é mantido relativamente constante, porém, a

osmolalidade do fluído intra e extracelular diminui, quando ocorre a perda de Na+ ou

K+ (BORGES, 2001).

Para Silva e Pascoal (2014), na homeostase mineral, os elementos minerais

podem ser divididos em dois segmentos no que diz respeito às rotas de excreção

endógenas. A primeira rota está relacionada com as perdas nas fezes, que são

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

11

contraladas pelo sistema digestivo e glândulas anexas, como o fígado e pâncreas. A

segunda rota é dependente dos rins pela excreção renal, o qual é controlado pela

reabsorção nos túbulos renais.

As dietas dos animais quando ausente de Na+ e Cl-, em condições de

equilíbrio dinâmico, em poucos dias, perdem facilmente esses íons na urina e, logo

após, se estiver constantes outras situações, a urina estará escasso de Na+ e Cl-

(MENDOZA, 2015; RIBEIRO, 2007). Uma vez que a baixa eliminação urinária de

sódio, provavelmente, pode ser um parâmetro de deficiência desse mineral.

Guyton e Hall (2011) relataram que a homeostase de sódio no organismo

animal está envolvida com a síntese de hormônios como aldosterona e renina, que

estimulam sua excreção ou retenção nos túbulos renais e como os rins regulam as

perdas de eletrólitos e água no organismo. Para Maiorka e Macari (2002), a

reabsorção de sódio nos túbulos renais é estimulada pela aldosterona, sendo esta

produzida pelas glândulas adrenais. Quando a concentração plasmática de sódio for

baixa, o rim libera uma enzima chamada de renina, que converte o

angiotensinogênio, circulante no sangue, em angiotensina I, posteriormente, nos

pulmões, é convertido em angiotensina II. A angiotensina II induz a produção e

secreção de aldosterona pelas glândulas adrenais, aumentando assim a eliminação

de K+ e a reabsorção de Na+ pelos rins (GOFF, 2006).

Segundo Bertechini (2012), o balanço eletrolítico relaciona-se ao equilíbrio

iônico dos fluidos orgânicos, que promove a regulação do balanço ácido-básico para

manutenção da homeostase orgânica, em que os cátions, sódio e potássio, e o

ânion cloro são elementos fundamentais para esse equilíbrio. Estes íons são

essenciais para o processo vital dos organismos, quando mantidos de forma

balanceada no sangue.

A homeostase ácido-básico nas aves pode ser influenciada pelo meio

ambiente em que vivem e pela dieta que consomem. O balanço ácido-básico está

relacionado com os mecanismos homeostáticos que mantêm o pH do sangue

constante. Deste modo, é relevante considerar que os desequilíbrios ácidos-básicos

devem ser entendidos como processos fisiológicos anormais que alteram a

homeostase, e não como anormalidades medidas no sangue (FURLAN et al., 2002).

Íons como o Na+, K+ e Cl-, são essenciais para a manutenção do equilíbrio

ácido-base. Na alimentação das aves, tais elementos são exigidos em quantidades

mínimas e para satisfazer suas necessidades nutricionais, é de suma importância

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

12

que a proporção entre eles seja ideal para conservar a homeostase ácido-basico e

alcançar o máximo desempenho (BORGES, 2006).

Segundo Furlan et al. (2002), descreveram que os eletrólitos como Na+, K+,

Cl-, e demais íons como o Ca++, Mg++, fosfatos, sulfato e bicarbonato, participam da

manutenção do pH corporal e equilíbrio osmótico. Os autores citaram que o Na+ e o

K+ são alcalogênicos, pois aumentam o pH sanguíneo e a concentração de

bicarbonato, por sua vez, o Cl- é acidogênico, porque visa reduzir o pH sanguíneo e

a concentração de bicarbonato.

O distúrbio provocado pela adição do excesso de ácido e base no fluido

extracelular alterando o pH sanguíneo, é conhecido como acidose e alcalose

(HOUPT, 2006), respectivamente. Estes distúrbios ácidos-básicos ocasionados,

principalmente, pelo aumento ou diminuição anormal da pressão parcial de dióxido

de carbono (pCO2) no sangue, é na maioria das vezes, devido a algum problema do

sistema respiratório (costelas fraturadas e lesões pulmonares) e, recebem o nome

de acidose e alcalose respiratória (CUNNINGHAM e KLEIN, 2008; FURLAN et al.,

2002), respectivamente.

3.5 Estresse calórico nas aves

A sensibilidade das aves ao estresse calórico aumenta quando a temperatura

e umidade relativa do ar ficam acima da zona de termoneutralidade e, como

consequência, haverá dificuldades em perder calor para o meio externo (Borges et

al., 2003). As aves são animais homeotérmicos, sendo capazes de manter a

temperatura interna constante, independente das variações da temperatura

ambiente externa e de suas atividades (ABREU e ABREU, 2004; SOUZA, 2005).

Poedeiras comerciais em situação de estresse térmico diminuem o consumo

de ração, produção, peso dos ovos e qualidade de casca, pois, o calor excessivo

prejudica o organismo animal comprometendo vários processos fisiológicos

(DONKOH e ATUAHENE, 1988).

A ocorrência da alteração no equilíbrio ácido-básico das aves, quando

submetidas ao estresse calórico, devido à exposição a temperaturas elevadas

denomina-se alcalose respiratória. Com isto, a ave aumenta a frequência

respiratória, o que causa uma hiperventilação e resulta em perdas de CO2 no

sangue. A importância do CO2 reflete na reação com a água (H2O), através da

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

13

intervenção da enzima anidrase carbônica formando o ácido carbônico (H2CO3).

Estas mudanças podem originar uma redução na qualidade da casca do ovo (casca

fina), porque com a perda de CO2 há uma menor disponibilidade do íon carbonato

(CO3-) para a formação do carbonato de cálcio (CaCO3), uma vez que a casca do

ovo é constituída, em sua maioria, pelos cristais de carbonato de cálcio (BORGES,

2006; BRIDI, 2010; MACARI e MENDES, 2005).

A ocorrência de ovos pequenos e de casca fina, em galinhas poedeiras,

geralmente é devido à alcalose respiratória, em virtude de altas temperaturas, que

gera um desequilíbrio eletrolítico e mineral. Isso só ocorre, porque a alcalose diminui

a quantidade de cálcio disponível no sangue na forma livre ou ionizado, que seria

usado para ser depositado na casca do ovo (FURLAN et al., 2002).

Entre as alternativas disponíveis para amenizar esse estresse calórico,

utilizam-se compostos como bicarbonato de sódio (NaHCO3), cloreto de potássio

(KCL), cloreto de cálcio (CaCl2), carbonato de potássio (K2CO3) e cloreto de amônia

(NH4Cl) adicionados na água ou na ração. Além disso, a utilização do conceito de

equilíbrio eletrolítico pode ser empregada como uma estratégia para diminuir a

alcalose respiratória, resultante da exposição das aves a altas temperaturas

(BORGES, 2006; NOBAKHT et al., 2006).

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

14

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Localização e tempo experimental

O experimento foi conduzido no setor de avicultura da fazenda experimental

da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, localizada no município de Santo

Antônio de Leverger – MT. No período de 01 de outubro a 02 de dezembro de 2015,

com duração de 63 dias, divididos em três períodos de 21 dias no primeiro ciclo de

postura. As análises de qualidade interna e externa dos ovos foram realizadas no

Laboratório de Tecnologia de Produto de origem Animal – TPOA, localizado na

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FAMEVZ, da Universidade Federal

de Mato Grosso.

4.2 Equipamentos e instalações

As aves foram alojadas em um galpão experimental de postura com cobertura

em telhas de barro e composta de tela de arame galvanizado nas laterais, nas

dimensões de 35,45 m de comprimento x 3,89 m de largura e corredor interno com

1,20 m de largura. Com gaiolas de arame galvanizado em escada, com as

dimensões de 25 x 46 x 47 cm (largura x profundidade x altura), correspondendo

uma área de 575 cm2/ave alojada, comportando duas aves por gaiola e utilizando 60

gaiolas para o experimento. Foram equipadas com comedouros do tipo calha e

bebedouros do tipo nipple. Cada comedouro foi equipado com divisórias de Eucatex,

ajustadas de acordo com a largura de cada unidade experimental.

Os dados médios de temperatura e umidade relativa do ar foram registrados

duas vezes ao dia (08h00 e 15h00), utilizando-se um termo-higrômetro digital

modelo INCOTERM, posicionado na altura média das gaiolas e disposta no centro

do galpão. Para o programa de iluminação, foi adotada iluminação natural mais

artificial, totalizando 16 horas de luz.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

15

4.3 Dietas experimentais

As rações experimentais foram formuladas à base de milho e farelo de soja

(Tabela 1), com níveis crescente de sódio (0,12; 0,17; 0,22; 0,27 e 0,32%), para

atender as exigências nutricionais de poedeiras semipesadas, utilizando composição

química e energética dos alimentos, segundo recomendações de Rostagno et al.

(2011). O balanço eletrolítico (BE) das rações experimentais foi calculado segundo

Mongin (1980), considerando-se os valores percentuais dos eletrólitos, através da

seguinte fórmula: Numero de Mongin (NM) = %Na+ x 10000/22,990* + %K+ x

10000/39,102* - %Cl- x 10000/35,453* (* Equivalente grama de Na+, K+ e Cl-,

respectivamente).

Tabela 4 - Composição percentual e calculada das dietas experimentais

Ingredientes (%) Níveis de Sódio (%)

0,12 0,17 0,22 0,27 0,32

Milho moído 61,68 61,68 61,68 61,68 61,68

Farelo de soja 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00

Óleo de soja 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50

Calcário calcítico 8,12 8,12 8,12 8,12 8,12

Fosfato bicálcico 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10

Sal comum 0,27 0,40 0,50 0,64 0,75

Núcleo de postura1 1,80 1,80 1,80 1,80 1,80

Inerte 0,530 0,400 0,300 0,160 0,050

Balanço eletrolítico (mEq/kg) 157,37 157,56 158,03 158,98 159,07

Composição Calculada

Energia metabolizável (Kcal/kg) 2900 2900 2900 2900 2900

Proteína bruta (%) 16,17 16,17 16,17 16,17 16,17

Lisina digestível (%) 0,77 0,77 0,77 0,77 0,77

Metionina+Cistina digestível (%) 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70

Triptofano digestível (%) 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18

Treonina digestível (%) 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56

Cálcio (%) 3,90 3,90 3,90 3,90 3,90

Fósforo disponível (%) 0,291 0,291 0,291 0,291 0,291

Sódio (%) 0,120 0,170 0,220 0,270 0,320

Fibra bruta (%) 2,45 2,45 2,45 2,45 2,45 1Composição/kg de produto: Cálcio: 170g, Fósforo: 45g, Metionina: 10g, Vitamina A: 140.000 U.I.,

Vitamina D3: 35.000 U.I., Vitamina E: 140 U.I., Tiamina (B1): 10mg, Riboflavina (B2): 75mg, Piridoxina (B5): 20mg, Vitamina B12: 120mg, Vitamina K3: 30 mg, Ácido Fólico: 6mg, Niacina: 300mg, Pantotenato de cálcio: 120mg, Colina: 5000mg, Manganês: 1600mg, Zinco: 1300mg, Cobre: 160mg, Iodo: 20mg, Selênio: 6mg, Fitase: 10.000 FTU, e Bacitracina de Zinco: 500mg.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

16

4.4 Manejos das aves

Foram utilizadas 120 galinhas semipesadas da linhagem Hisex Brown, com

48 semanas de idade, peso médio inicial de 1,630 kg + 150 g. O delineamento

utilizado foi o inteiramente casualizado, constituído por cinco tratamentos e seis

repetições, com quatro aves por unidade experimental.

O fornecimento de rações e água foram à vontade, sendo o arraçoamento

feito duas vezes ao dia (08h00 e 15h00) durante todo o período experimental. A

coleta de ovos foi realizada, diariamente, no período vespertino (15h00), logo após o

arraçoamento. Durante todo o período, as aves permaneceram com iluminação

artificial de quatro horas e iluminação natural, perfazendo um total de 16 horas de

luz.

4.5 Parâmetros estudados

4.5.1 Consumo de ração

A ração equivalente a cada unidade experimental foi pesada e acondicionada

em baldes plásticos com capacidade de 40 litros com tampas, devidamente

identificados. No final de cada período (três períodos de 21 dias) foi calculado o

consumo de ração, pela diferença entre a quantidade fornecida e as sobras. O

resultado obtido foi dividido pelo número de aves e pelos dias que as aves

consumiram a ração. Em caso de mortalidade efetuaram-se correções nas

respectivas unidades experimentais. O consumo foi expresso em g/ave/dia.

4.5.2 Produção de ovos

Os ovos foram coletados diariamente à tarde e anotados por gaiola para

determinação da produção média de ovos produzidos, compreendendo os

quebrados, trincados e os anormais, sendo representado em porcentagem sobre a

média de aves do período (ovo/ave/dia).

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

17

4.5.3 Peso médio dos ovos

Nos três últimos dias de cada período, foram coletados três ovos por unidade

experimental em cada dia e foram pesados individualmente em balança analítica

modelo FA – 2104N de 0,0001g e o peso total obtido foi dividido pelo número de

ovos utilizados na pesagem, perfazendo-se o peso médio dos ovos em gramas (g).

4.5.4 Massa de ovos

A massa de ovos de cada parcela experimental foi obtida multiplicando-se o

número de ovos pelo peso médio dos ovos. A massa total obtida de cada unidade

experimental foi dividida pelo número de aves por dia do período, sendo

apresentado em gramas de ovo por ave por dia (g ovo/ave/dia).

4.5.5 Conversão alimentar por dúzia de ovos

A conversão alimentar por dúzia de ovos foi calculada pelo consumo total de

ração (kg) dividido pela produção de dúzia por ovos (kg de ração/dúzia de ovos).

4.5.6 Conversão alimentar por massa de ovos

Foi calculada pelo consumo de médio de ração (kg) dividido pela massa de

ovos produzida (kg de ração/kg de ovos).

4.5.7 Viabilidade das aves

Foi considerado o número de aves no final do experimento dividido pelo

número de aves no início, sendo expresso em porcentagem.

4.5.8 Variação de peso corporal

As aves foram pesadas no início e final do referido trabalho para obtenção da

variação de peso corporal.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

18

4.5.9 Gravidade específica

Foi estimada utilizando-se três ovos oriundos de cada unidade experimental

do 19º, 20º, 21º, 40º, 41º, 42º, 61º, 62º e 63º dias, pelo método de flutuação salina,

submetidos em oito soluções de cloreto de sódio (NaCl), com densidade variando de

1,060 a 1,100 g/cm3 e com gradiente de 0,005 g/cm3 entre elas, por intermédio de

um densímetro modelo INCOTERM – OM – 5565, conforme método sugerido por

Hamilton (1982).

4.5.10 Espessura de casca

Após a secagem em temperatura ambiente por 72 horas e pesadas, as

cascas foram anotadas e, posteriormente, registraram-se as medidas de sua

espessura em dois pontos da região equatorial do ovo, através de um paquímetro

digital 150 mm modelo STAINLESS HARDENED, com precisão de 0,02 a 0,001 mm.

Os valores adquiridos nos dois pontos de cada ovo das unidades experimentais

foram convertidos em valores médios por parcela.

4.5.11 Qualidade interna do ovo

Para avaliação da qualidade dos ovos, nos três últimos dias de cada período

(19º, 20º, 21º, 40º, 41º, 42º, 61º, 62º e 63º dias), foram analisados os pesos das

cascas, da gema, do albúmen. Para esse fim, foram utilizados eventualmente três

ovos de cada parcela experimental. Cada ovo foi identificado e pesado

especialmente em balança analítica modelo FA – 2104N de 0,0001g. Sendo assim,

a gema foi pesada e anotada, posteriormente, as cascas foram lavadas em água

corrente e secas em temperatura ambiente por 72 horas, para aquisição do peso da

casca. Para determinação do peso do albúmen, por diferença, utilizou-se o peso do

ovo íntegro, menos o peso da casca e gema.

Para o calculo de porcentagem do albúmen, gema e casca, foram utilizados o

peso destes componentes e divididos pelo peso do ovo e, o resultado final

multiplicado por 100.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

19

4.6 Análise estatística

Os parâmetros avaliados foram realizados utilizando-se o programa

ASSISTAT – Assistência Estatística (SILVA, 2016), onde os dados foram submetidos

a analise de variância a 5% de probabilidade. Em seguida, os efeitos dos níveis de

sódio foram estimados por meio de análise dos parâmetros pelos modelos de

regressão linear e quadrática, considerando o comportamento biológico das aves.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A zona de termoneutralidade para aves adultas, segundo Tinôco (2001),

situa-se entre 15-18°C a 22-25°C e umidade relativa do ar de 50 a 70%. A

temperatura média do ar durante o período experimental foi de 31°C e, as médias de

temperatura e umidade relativa do ar, máxima e mínima, foram de 37,14 ± 3,6 e 24,8

± 3,9°C e 69 ± 13,5 e 29,8 ± 11,6%, respectivamente. Desta forma, verificou-se que

durante o período experimental, as aves ficaram expostas a períodos de estresse

por calor.

Não foi verificado efeito (P>0,05) dos níveis de sódio sobre o peso da gema

(g) e porcentagem de albúmen (Tabela 5).

Tabela 5 - Desempenho produtivo e qualidade de ovos de poedeiras semipesadas

no final do primeiro ciclo de postura, em função dos níveis de sódio na

ração

Variáveis Níveis de Sódio (%)

CV (%) 0,12 0,17 0,22 0,27 0,32

Consumo de ração (g/ave/dia)* 106,74 117,88 100,27 101,24 92,88 8,71

Produção de ovos por ave por dia (%)** 59,69 53,90 61,44 49,54 25,94 12,24

Peso dos ovos (g)** 58,92 61,60 58,03 60,53 53,26 4,91

Massa de ovos (g/ave/dia)** 33,29 33,22 35,72 29,95 11,87 18,20

Conversão alimentar por massa de

ovos (kg/kg)**

3,11 3,48 2,77 3,33 6,16 13,12

Conversão alimentar por dúzia de ovos

(kg/dz)**

2,41 2,51 1,98 2,37 5,52 20,32

Gravidade específica (g/cm3)** 1,088 1,089 1,092 1,093 1,078 0,30

Espessura de casca (mm)** 0,41 0,41 0,41 0,42 0,36 4,56

Peso de gema (g)NS 14,29 14,83 14,05 14,51 13,89 5,58

Peso de albúmen (g)** 38,85 40,66 38,09 39,81 34,90 5,56

Peso de casca (g)** 5,77 6,11 5,89 6,21 4,47 7,30

Porcentagem de gema (%)*** 24,23 24,08 24,21 24,01 26,12 4,25

Porcentagem de albumen (%)NS 65,96 66,00 65,64 65,72 65,49 1,87

Porcentagem de casca (%)** 9,79 9,91 10,15 10,26 8,38 5,11

Viabilidade das aves (%)NS 100 95,83 100 100 100 4,60

Variação de peso corporal (g) 85,62 90,62 100,21 130,21 105,83 -

*Efeito Linear (P<0,01); **Efeito quadrático (P<0,01); ***(P<0,05). CV = coeficiente de variação. NS = não significativo.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

21

A porcentagem de casca (P<0,01) e gema (P<0,05) foram influenciadas de

forma quadrática, sendo estimado o valor de 0,20 e 0,19% de sódio na ração para

as aves, respectivamente (Tabela 5 e Figura 2). A porcentagem de gema foi maior

em decorrência do maior nível de sódio, relacionado ao menor peso do ovo.

Enquanto a porcentagem de casca foi menor ao maior nível de sódio devido ao

menor peso de ovo e casca.

Utilizando níveis de sódio (0,15; 0,18; 0,21 e 0,24%) e cloro (0,14; 0,17; 0,20

e 0,23%) nas rações de poedeiras no primeiro ciclo de postura, Murakami et al.

(2003b), estimaram 0,22 e 0,23% de sódio para a porcentagem de casca e

gravidade específica, respectivamente. Os autores concluíram que para melhor

qualidade de casca, devem-se ajustar níveis de sódio de acordo com o nível de cloro

na ração. Mendoza (2015), ao testar 0,10; 0,14; 0,18; 0,22 e 0,26% de sódio nas

rações de poedeiras comerciais submetidas a temperaturas elevadas, no final do

primeiro ciclo de postura, observou efeito quadrático para a porcentagem de casca,

recomendando 0,21% de sódio na ração.

Figura 2. Porcentagem de gema (A) e casca (B), no final do primeiro ciclo de postura conforme os níveis de sódio nas rações.

A

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

22

B

Houve efeito quadrático para o peso dos ovos (g), albúmen (g) e casca (g)

sendo estimado o valor de 0,19% de sódio na ração (Tabela 5 e Figura 3). Este nível

foi próximo ao teor de 0,18% de sódio recomendado por Bertechini (2014), superior

ao de 0,15% recomendado pelo National Research Council – NRC (1994), e inferior

ao de 0,23% recomendado por Rostagno et al. (2011) para galinhas poedeiras.

Resultados diferentes foram obtidos por Murakami et al. (2003a), ao utilizarem

0,12; 0,15; 0,18; 0,21 e 0,24% níveis de sódio na ração de poedeiras no primeiro

ciclo de postura, pois, não verificaram efeito significativo para o peso do ovo,

gravidade específica, porcentagem e espessura de casca, concluindo que 0,12% de

sódio foi suficiente para promover melhor qualidade externa dos ovos. Por outro

lado, Balnave (1993), utilizou 0,2 e 2 g de sal comum (NaCl) na água de bebida para

poedeiras comerciais e, observou que o peso dos ovos diminuiu ao maior nível de

sal na água. Segundo o autor, o excesso de sódio, reduziu a atividade da enzima

anidrase carbônica na glândula da casca, o que limitou o fornecimento de

bicarbonato de sódio e cálcio para o lúmen da glândula da casca, no processo de

formação da casca do ovo.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

23

Figura 3. Peso dos ovos (A), albúmen (B) e casca (C), no final do primeiro ciclo de postura conforme os níveis de sódio nas rações.

A

B

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

24

C

O peso das cascas foi menor ao maior nível de sódio (0,32%) que coincidiu

com o menor consumo de ração, e que possivelmente pode estar relacionado ao

impacto negativo que a temperatura elevada (31°C) exerceu sobre a qualidade da

casca do ovo. Condizente com Torres (1979), um dos fatores externos responsáveis

pela casca fina é justamente o calor e, à medida que a temperatura se eleva acima

de 25°C, a casca se afina, o que coincide com um menor consumo de ração.

Segundo Macari e Mendes (2005), em temperaturas elevadas, as aves perdem calor

por evaporação e, para aumentar o efeito deste mecanismo elas aumentam a

frequência respiratória e com isso ocorrem perdas de CO2 no sangue, resultando em

alcalose respiratória. De acordo com Bridi (2010), a alcalose em galinhas poedeiras,

exerce um desequilíbrio eletrolítico e mineral e, para compensar este

desbalanceamento eletrolítico, gera uma descarga de ácidos orgânicos (lático e

pirúvico) no sangue. Tais ácidos possuem a capacidade de complexar o cálcio, o

que reduz a quantidade de cálcio livre que seria utilizado para deposição na casca

do ovo e impedindo a sua formação, como resultado, a qualidade da casca será

menor devido à ocorrência de ovos pequenos e de casca fina.

Ao adicionarem 2 g de sal comum (NaCl) na água de bebida de galinhas

poedeiras da linhagem Isa Brown, com 20 e 60 semanas de idade, Chen e Balnave

(2001), não observaram efeito significativo sobre a qualidade dos ovos e

desempenho produtivo nas aves. No entanto, quando foram submetidas a

temperaturas elevadas (30°C), o peso e espessura da casca, consumo de ração,

produção e peso dos ovos, e a conversão alimentar (kg/kg) diminuíram,

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

25

negativamente. Do mesmo modo, Balnave e Muheereza (1997), ao submeterem

poedeiras comerciais em temperaturas altas (30 e 35°C), com 67 e 77 semanas de

idade, constaram redução no peso das cascas, consumo de ração, produção, peso e

massa de ovos. Porém, ao adicionarem bicarbonato de sódio na ração, obtiveram

melhora na qualidade dos ovos e desempenho zootécnico das aves.

Verificou-se que a espessura de casca e a gravidade específica diminuíram

com o maior nível de sódio na ração (Tabela 5 e Figura 4). Conforme Hamilton

(1982), a gravidade específica é um método indireto para mensurar a espessura da

casca, estando altamente correlacionadas, sendo que quanto menor o valor obtido

pelo método menor é a espessura de casca. Da mesma forma, ao testar 0; 0,06;

0,22; e 0,45% de sódio na ração de poedeiras da linhagem Hy-line W-36, com 41

semanas de idade, Junqueira et al. (1984), notaram que a gravidade específica

diminuiu ao maior nível de sódio (0,45%), no entanto, não verificaram efeito sobre o

peso dos ovos. De modo contrário Junqueira et al. (2003), verificaram melhora na

gravidade específica quando aumentou o nível de sódio na ração de poedeiras no

final do primeiro ciclo de postura de 0,17% para 0,28%. Portanto, o excesso de sódio

na ração prejudicou tanto a qualidade dos ovos quanto o desempenho produtivo das

aves, o que se confirmou neste experimento ao nível de 0,32% de sódio na ração.

Figura 4. Espessura de casca (A) e gravidade específica (B), no final do primeiro ciclo de postura conforme os níveis de sódio nas rações.

A

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

26

B

Rodrigues et al. (2004), quando incluíram níveis de sódio (0,15; 0,25 e 0,35%)

na ração de poedeiras comerciais, no segundo ciclo de postura, observaram melhora

na espessura de casca com o nível de 0,25% de sódio. Contudo, não encontraram

efeito significativo para a qualidade dos ovos e desempenho zootécnico, concluindo

que 0,15% de sódio na ração foi suficiente para atender a exigência nutricional de

sódio para as aves.

Não foi observado efeito (P>0,05) dos níveis de sódio sobre a viabilidade das

aves e, em relação à variação de peso corporal das poedeiras, não houve perda de

peso entre os tratamentos (Tabela 5). Resultados divergiram aos encontrados por

Nesbeth et al. (1976), ao realizarem experimento com duas dietas (0 e 0,25%) de sal

comum (NaCl), em poedeiras Leghorn com 16 semanas de idade, revelaram que a

dieta sem sal diminuiu o peso corporal das aves, gravidade específica, consumo de

ração, ovários, produção e peso dos ovos.

Houve efeito linear (P<0,01) decrescente para o consumo de ração,

diminuindo o consumo conforme aumentou os níveis de sódio na ração (Tabela 5 e

Figura 5). Resultado similar foi encontrado por Smith et al. (2000), que observaram

efeito linear decrescente no consumo de ração à medida que o nível de sódio

aumentou na ração, ao avaliarem seis dietas experimentais, sendo 1,6; 5,5; 9,4;

13,3; 17,2 e 21,1 g/kg de sódio e, correspondendo um consumo diário de 0,18; 0,55;

0,88; 0,98; 1,03 e 9,64 g de sódio na ração, respectivamente, em poedeiras

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

27

comerciais da linhagem Isa Brown com 30 e 60 semanas de idade. Do mesmo

modo, Balnave (1993), quando adicionou 0,2 e 2 g de cloreto de sódio (NaCl) na

água de bebida de galinhas poedeiras, verificou que a produção de ovos e o

consumo de ração reduziu ao maior nível de sal na agua.

Figura 5. Consumo de ração (A) no final do primeiro ciclo de postura segundo os níveis de sódio nas rações.

A

A produção de ovos, massa de ovos e a conversão alimentar por massa (kg/kg)

e dúzia (kg/dz) de ovos foram influenciadas de forma quadrática (P<0,01) nos níveis

0,17; 0,18; 0,19 e 0,19% de sódio na ração, respectivamente (Tabela 5 e Figura 6).

Estes níveis foram superiores ao de 0,16% recomendado por Faria et al. (2000) para

poedeiras no final do primeiro ciclo de postura. No entanto, para os autores, níveis

acima de 0,16% de sódio na ração, não surtiram efeitos sobre a qualidade dos ovos

e desempenho produtivo. O que não se confirmou no presente estudo, onde níveis

acima de 0,27% de sódio na ração afetou, negativamente, o desempenho

zootécnico das aves.

Resultados semelhantes aos obtidos neste experimento foram observados por

Ribeiro et al. (2008), que verificaram melhora de forma quadrática para a produção

de ovos, massa de ovos e a conversão alimentar por massa de ovos, ao testarem

níveis (0,08; 0,13; 0,18; 0,23; 0,28; 0,33 e 0,38%) de sódio nas rações de poedeiras

no final do primeiro ciclo de postura. Porém, os autores não observaram efeito

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

28

significativo dos níveis de sódio sobre o consumo de ração e a conversão alimentar

por dúzia de ovos.

Figura 6. Produção de ovos (A), massa de ovos (B), conversão alimentar por massa (C) e dúzia de ovos (D), no final do primeiro ciclo de postura segundo os níveis de sódio nas rações.

A

B

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

29

C

D

Junqueira e al. (1984), por outro lado, constataram uma diminuição do

consumo de ração ao utilizar o maior nível de sódio (0,45%) na ração de poedeiras

no final do primeiro ciclo de postura, o que foi observado neste experimento com a

inclusão de 0,32% de sódio na ração. Os mesmos autores, não verificaram efeito

sobre a produção de ovos e conversão alimentar por dúzia de ovos.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

30

Os valores obtidos para a produção de ovos, massa e conversão alimentar por

massa e dúzia de ovos, foram menores nos maiores níveis de sódio, o que pode

estar relacionado ao impacto negativo, envolvendo a deficiência ou excesso de

sódio (RIBEIRO et al., 2008), que prejudicaram o desempenho das aves. Conforme

Silva e Pascoal (2014), a fração de minerais nos tecidos e fluidos do organismo

animal podem promover mudanças com o consumo de dietas deficientes,

desbalanceadas ou em excesso, ou seja, tanto a falta quanto o excesso de minerais,

causam a redução no desempenho das aves.

Nos menores níveis de sódio não houve falta de apetite e canibalismo, no

entanto, houve redução do consumo de ração quando se utilizou o nível de sódio

acima de 0,27%. Resultados contrários foram obtidos por Hughes e Whitehead

(1979), ao utilizarem níveis crescentes de sódio na ração (0,003; 0,03; 0,13 e 0,18%)

de poedeiras comerciais com 90 semanas de idade, pois, aos menores níveis de

sódio (0,003 e 0,03%) na ração, observaram canibalismo entre as aves e redução na

produção de ovos e consumo de ração. Porém, os autores, não verificaram redução

no consumo, produção de ovos e canibalismo aos níveis de 0,13 e 0,18% de sódio

na ração. A deficiência de sódio na dieta pode ocasionar prejuízos para avicultura de

postura, pois a ausência deste macromineral pode causar redução na produção de

ovos, atraso na maturidade sexual, diminuição do apetite, redução do peso corporal,

além de favorecer o canibalismo (MACARI e MENDES, 2005; TORRES, 1979).

O nível de 0,20% de sódio proporcionou melhor qualidade de casca, ou seja,

porcentagem e espessura de casca e gravidade específica. Com o nível estimado de

0,20% de sódio foram atendidas também às exigências para melhor desempenho

produtivo, estimadas à 0,20% de sódio na ração para poedeiras semipesadas

criadas em clima quente.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

31

6. CONCLUSÕES

O nível de 0,20% de sódio na ração de poedeiras semipesadas criadas em

clima quente, no final do primeiro ciclo de postura, foi suficiente para proporcionar

melhor qualidade dos ovos e melhor desempenho produtivo.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

32

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho proporcionou um melhor desempenho profissional

e social, e que foi de suma importância para a formação acadêmica.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

33

REFERÊNCIAS

ABREU, P.G.; ABREU, V.M.N. Conforto térmico para aves. Concórdia: EMBRAPA SUÍNOS E AVES, 2004. 5 p. (Embrapa Suínos e Aves. Comunicado Técnico, 365).

ARAUJO, J.A.; SILVA, J.H.V.; AMÂNCIO, A.L.L.; LIMA, C.B.; OLIVEIRA, E.R.A. Fontes de minerais para poedeiras. Acta Veterinária Brasílica, v.2, n.3, p.53-60, 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Relatório anual de 2016. Disponível em: http://abpa-br.com.br/storage/files/versao_final_para_envio_digital_1925a_final_abpa_relatorio_anual_2016_portugues_web1.pdf > Acesso em 07 jun. 2016.

BALNAVE, D. Influence of saline drinking water on eggshell quality and formation. World’s Poultry Science Journal, v.49, 1993.

BALNAVE, D.; MUHEEREZA, S.K. Improving eggshell quality at high temperatures with dietary sodium bicarbonate. Poultry Science, v.76, p.588-593, 1997.

BARRETO, S.L.T.; ARAUJO, M.S.; UMIGI, R.T.; MOURA, W.C.O.; COSTA, C.H.R.; SOUSA, M.F. Níveis de sódio em dietas para codorna japonesa em pico de postura. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.5, p.1559-1565, 2007.

BERTECHINI, A.G. Exigências de minerais para aves. In: SAKAMOURA, N. K.; SILVA, J. H. V.; COSTA, F. G. P.; FERNANDES, J. B. K.; HAUSCHILD, L. Nutrição de não ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2014. p. 375-388. BERTECHINI, A.G. Nutrição de monogástricos. 2.ed. Lavras: Editora UFLA, 2012. 373 p. BORGES, S.A.; MAIORKA, A.; SILVA, A.V.F. Fisiologia do estresse calórico e a utilização de eletrólitos em frangos de corte. Ciência Rural, v.33, n.5, p.975-981, 2003. BORGES, S.A. Aplicação do conceito de balanço eletrolítico para aves. In: CONFERÊNCIA APINCO 2006 DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 2006, Santos. Anais... Santos: APINCO, 2006. p. 123-137.

BORGES, Sebastião Aparecido. Balanço eletrolítico (Na+ + K+- Cl-) e sua interrelação com o equilíbrio ácido-base em frangos de corte submetidos a estresse calórico. 2001. 100 f. Dissertação (Doutorado) – Doutorado em Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP, São Paulo, 2001. BRIDI, A.M. Efeito do ambiente tropical sobre a produção animal. 2010. Disponível em: http://www.uel.br/pessoal/ambridi/Bioclimatologia_arquivos/EfeitosdoAmbienteTropicalsobreaProducaoAnimal.pdf > Acesso em 06 set. 2016.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

34

CAVALCANTE, J.S.; LOIOLA, M.I.B.; JUNIOR, E.S.N. Coordenação da vida. 2.ed. Natal: EDUFRN, 2011. CHEN, j.; BALNAVE, D. The influence of drinking water containing sodium chloride on performance and eggshell quality of a modern, colored layer strain. Poultry Science, v.80, p.91-94, 2001.

COTTA, T. Galinha: produção de ovos. Viçosa, MG: Ed. Aprenda Fácil, 2002. 277 p. CUNNINGHAM, J.G.; KLEIN, B.G. Tratado de fisiologia veterinária. 4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 710 p. DAGHIR, N.J. Poultry production in hot climates. 2.ed. Cambridge: CAB international, 2008. p.401.

DONKOH, A.; ATUAHENE, C.C. Management of environmental temperature and rations for poultry production in the hot and humid tropics. International Journal of Biometerology, v.32, p.247-253, 1988.

FARIA, D.E.; JUNQUEIRA, O.M.; SAKOMURA, N.K.; SANTANA, A.E. Efeito de diferentes níveis de sódio e fósforo sobre o desempenho e a qualidade da casca dos ovos de poedeiras comerciais. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n.2, p.458-466, 2000. FURLAN, R.L.; SILVA, A.V.F.; BORGES, S.A. et al. Equilíbrio ácido-básico. In: MACARI, M.; FURLAN, R.L.; GONZALES, E. Fisiologia aviária aplicada a frangos de corte. 2.ed. Jaboticabal: FUNEP/UNESP, 2002. p.51-76.

GOFF, J.P. Minerais. In: REECE, W.O. Dukes, fisiologia dos animais domésticos. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p.532-555.

GOMES, P.C.; REIS, R.S.; BARRETO, S.L.T.; ALMEIDA, R.L. Tópicos em manejo de Matrizes pesadas. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2013. p. 76-94. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 12.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. HAMILTON, R.M.G. Methods and factors that affect the measurement af egg Shell quality. Poultry Science, v.61, p.2022-2039. 1982. HOUPT, T.R. Equilíbrio ácido-básico. In: REECE, W.O. Dukes, fisiologia dos animais domésticos. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p.147-160. HUGHES, B.O.; WHITEHEAD, C.C. Behavioural changes associated with the feeding of low-sodium diets to laying hens. Applied Animal Ethology, v.5, p.255-266, 1979. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatística da produção pecuária março de 2016. Disponível em:

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

35

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/producaoagropecuaria/abate-leite-couro-ovos_201504_publ_completa.pdf > Acesso em 07 jun. 2016.

JUNQUEIRA, O.M.; ANDREOTTI, M.O.; FARIA, D.E.; RODRIGUES, E.A.; ARAUJO, L.F. Fontes e níveis de sódio em rações de poedeiras comerciais. Acta Scientiarum, Animal Sciences, v.25, n.1, p.79-84, 2003. JUNQUEIRA, O.M.; MILLES, R.D.; HARMS, R.H. Interrelationship between phosphorus, sodium and chloride in diet of laying hens. Poultry Science, v.61, p.1229-1236, 1984.

LIMA, H.J.D.; BARRETO, S.L.T.; PAULA, E.; DUTRA, D.R.; COSTA, S.L.; ABJAUDE, W.S. Níveis de sódio na ração de codornas japonesas em postura. Revista Brasileira de saúde e Produção Animal, v.16, n.1, p.73-81 jan/mar., 2015.

MACARI, M.; MENDES, A.A. Manejo de matrizes de corte. Campinas: FACTA, 2005. 421 p.

MAIORKA, A.; MACARI, M. Absorção de minerais. In: In: MACARI, M.; FURLAN, R.L.; GONZALES, E. Fisiologia aviária aplicada a frangos de corte. 2.ed. Jaboticabal: FUNEP/UNESP, 2002. p.167-173.

MAZZUCO, H.; ROSA, P.S.; PAIVA, D.P. de.; JAENISCH, F.; MOY, J. Manejo e produção de poedeiras comerciais. Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, 1997. 67p. (EMBRAPA-CNPSA. Documentos, 44). MEGIAS, M.; MOLIST, P.; POMBAL, M.A. Atlas de histologia vegetal y animal. 2015. Disponível em: http://mmegias.webs.uvigo.es/descargas/tipos-cel-enterocito.pdf > Acesso em 14 jul. 2016. MENDOZA, Edwin Alberto Canas. Teores de sódio em rações com relação cátion-aniônica constante para poedeiras comerciais leves. 2015. 64 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, 2015.

MONGIN, P. Electrolytes in nutrition: a review of basic principles and practical application in poultry and swine. In: IMC NUTRITION CONFERENCE, 3, 1980, Melbourne. Orlando: IMC, 1980. P.1-15. MURAKAMI, A.E.; FIGUEIREDO, D.F.; PERUZZI, A.Z.; FRANCO, J.R.G.; SAKAMOTO, M.I. Níveis de sódio para poedeiras comerciais no primeiro e segundo ciclos de produção. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.1674-1680, 2003a. MURAKAMI, A.E.; SAKAMATO, M.I.; FRANCO, J.R.G.; MARTINS, E.N.; RONDON, E.O.O. Requirements of sodium and chloride by leghorn laying hens. Poultry Science, v.12, p.217-221, 2003b. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requeriments of poultry. 9.ed. Washington: National Academy Press, 1994. 176 p.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

36

NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1259 p. NESBETH, W.G.; DOUGLAS, C.R.; HARMS, R.H. Response of laying hens to a low salt diet. Poultry Science, v.55, p.2128-2133, 1976. NOBAKHT, A.; SHIVAZAD, M.; CHAMANY, M.; SAFAMEHER, A.R. The effects of electrolyte balance on performance of laying hens exposed to heat-stress environment in late laying period. International of Poultry Science, v.5, n.10, p.955-958, 2006. PETRUCCI, F.B.; SCOTTA, B.A.; JUNIOR, J.G.V. Minerais para poedeiras comerciais. In: DEMINICIS, B.B.; MARTINS, C.B.; SIQUEIRA, J.B. Tópicos especiais em ciência animal I. Alegre, ES: Ed. CAUFES, 2012. p. 59-68. RIBEIRO, Marcelo Luís Gomes. Níveis de sódio na ração de frangas e de galinhas poedeiras durante o primeiro e o segundo ciclo de postura. 2007. 128 f. Dissertação (Doutorado) – Programa de Doutorado Zootecnia, Universidade Federal da Paraíba, Paraíba, 2007.

RIBEIRO, M.L.G.; SILVA, J.H.V.; ARAUJO, J.A.; MARTINS, T.D.D.; COSTA, F.G.P.; GIVISIEZ, P.E.N. Exigência de sódio para poedeiras no final do primeiro ciclo e durante o segundo ciclo de postura. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.7, p.1257-1264, 2008.

RODRIGUES, E.A.; JUNQUEIRA, O.M.; VALÉRIO, M.; ANDREOTTI, M.O.; CANCHERINI, L.C.; FARIA, D.E.; FILARDI, R.S. Níveis de sódio em rações de poedeiras comerciais no segundo ciclo de postura. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.2, p.391-396, 2004. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L.; GOMES, P.C.; OLIVEIRA, R.F..; LOPES, D.C.; FERREIRA, A.S.; BARRETO, S.L.T.; EUCLIDES, R.F. Tabelas Brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. E.ed. Viçosa, 2011. 252 p. SCHMIDT, M. Minerais na forma orgânica: uma redefinição na nutrição animal. Ave World. 2013. Disponível em: http://www.aveworld.com.br/noticia/minerais-na-forma-organica-uma-redefinicao-na-nutricao-animal > Acesso em 22 jul. 2016.

SILVA, J. H. V.; PASCOAL, L. A. F. Função e disponibilidade dos minerais. In: SAKAMOURA, N. K.; SILVA, J. H. V.; COSTA, F. G. P.; FERNANDES, J. B. K.; HAUSCHILD, L. Nutrição de não ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2014. p. 127-142. SMITH, A.; ROSE, S.P.; WELLS, R.G.; PIRGOZLIEV, V. Effect of excess dietary sodium, potassium, calcium and phosphorus on excreta moisture of laying hens. British Poultry Science, v.41, p.598-607, 2000. SOUZA, P. Avicultura e Clima Quente: Como administrar o bem-estar às aves? Avicultura Industrial. n. 3, 2005.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE … · A minha mãe, pela força, dedicação, ajuda e coragem durante todos os momentos. Sobretudo, ensinando de forma mais honrável

37

SUTTLE, N.F. Mineral nutrition of livestock. 4.ed. Cambridge: CAB international, 2010. 565 p. TABELA PERIÓDICA. Disponível em: http://www.2016online.com.br/tabela-periodica-atualizada.html > Acesso em 29 jun. 2016. TINÔCO, I.F.F. Avicultura Industrial: novos conceitos de materiais, concepções e técnicas construtivas disponíveis para galpões avícolas brasileiros. Revista Brasileira de Ciência Avícola, v.3, n.1, p.1-26, 2001. TORRES, A.P. Alimentos e nutrição das aves domésticas. 2.ed. São Paulo: Nobel, 1979. 320 p.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE. Francisco de A. S. e Silva. ASSISTAT – Assistência, versão 7.7. 2016.