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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE BACHARELADO EM FARMÁCIA GABRIELLE EMILY BOAVENTURA TAVARES PRÁTICA DOCENTE ASSOCIADA À SÍNDROME DE BURNOUT BARRA DO GARÇAS - MT 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

BACHARELADO EM FARMÁCIA

GABRIELLE EMILY BOAVENTURA TAVARES

PRÁTICA DOCENTE ASSOCIADA À SÍNDROME DE BURNOUT

BARRA DO GARÇAS - MT

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

BACHARELADO EM FARMÁCIA

GABRIELLE EMILY BOAVENTURA TAVARES

PRÁTICA DOCENTE ASSOCIADA À SÍNDROME DE BURNOUT

Monografia apresentada à banca

examinadora do Curso de Farmácia do

Campus Universitário do Araguaia/UFMT,

como requisito parcial para obtenção do

título de Bacharel em Farmácia.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Olegário Rosa de Toledo.

BARRA DO GARÇAS - MT

2018

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GABRIELLE EMILY BOAVENTURA TAVARES

PRÁTICA DOCENTE ASSOCIADA À SÍNDROME DE BURNOUT

Monografia apresentada à banca

examinadora do Curso de Farmácia do

Campus Universitário do Araguaia/UFMT,

como requisito parcial para obtenção do

título de Bacharel em Farmácia.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Profº Dr. Olegário Rosa de Toledo

Orientador

______________________________________________

Profª Drª. Eliane Aparecida Suchara

Examinadora

______________________________________________

Profª Drª Flávia Lúcia David

Examinadora

Nota final: _____

Barra do Garças – MT

2018

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Dedico este trabalho à pessoa mais

importante de minha vida, meu porto

seguro, alicerce e inspiração de vida, à

minha mãezinha Núbia.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família que me apoiou nesta jornada, em especial à minha

linda mãe Núbia, que permitiu que isto fosse possível ao me apoiar na decisão de

cursar farmácia, sendo meu porto seguro em todos os momentos. Ao meu tio

Alessandro e meu padrasto Luciano, que me apoiaram sempre que precisei durante

este período.

Aos meus amigos que torceram por mim à todo momento e me ajudaram,

fortalecendo-me nos dias ruins, trazendo-me fé e esperança para continuar, tornando

este processo menos solitário e mais divertido. Em especial agradeço a Ana Cláudia,

Angélica, Bruno, Derly, Dhyéssica, Karine, Klis, Nayara, Ramány e Rebecca.

Ao meu namorado e amigo Juan, com quem compartilho os devaneios de vida

e que esteve sempre comigo neste caminho incerto.

Meus agradecimentos a todos os professores que contribuíram para minha

formação acadêmica e pessoal durante este período, em especial ao meu orientador

Profº. Olegário Rosa de Toledo, que foi fundamental na constituição deste trabalho.

Agradeço particularmente à Profª. Danny Laura G. F. Triches e Fernanda Giachini

Vitorino, pelas quais tenho grande admiração e que se tornaram inspiração para que

eu siga o caminho científico.

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“A educação é a arma mais poderosa que

você pode usar para mudar o mundo”.

Nelson Mandela

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SUMÁRIO

1 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 8

2 ARTIGO ....................................................................................................... 14

3 COMPROVANTE DE ENVIO DO ARTIGO CIENTÍFICO ............................ 32

4 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DO PERIÓDICO ESCOLHIDO ................. 33

4.1 Título do periódico escolhido para publicação ...................................... 34

4.2 ISSN ...................................................................................................... 34

4.3 Endereço eletrônico .............................................................................. 34

4.4 Qualis .................................................................................................... 34

5 REFERÊNCIAS DA REVISÃO DE LITERATURA ...................................... 35

APÊNDICE I ................................................................................................... 38

ANEXO I ......................................................................................................... 40

ANEXO II ........................................................................................................ 41

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1 REVISÃO DE LITERATURA

A educação no Brasil começa no século XVI com a chegada dos padres jesuítas

que durante 200 anos foram os únicos educadores no país (MORAIS, 2017) e a partir

do século XVIII, passou a ser de responsabilidade da coroa portuguesa que instaurou

um ensino pelo estado, com objetivos e métodos pedagógicos autoritários e

disciplinares. As aulas eram ministradas por professores mal preparados, iniciando

um processo de organização e normatização da profissão docente (COSTA et al.,

2014).

A expansão escolar ocorreu no século XIX, com o acúmulo de críticas em

relação ao ensino. Neste contexto, criaram-se as Escolas Normais, instituições que

representavam uma conquista importante dos professores e eram responsáveis pela

preparação dos docentes. Inicialmente, era proibida a admissão de mulheres por

estas escolas (COSTA et al., 2014; LIMA & ALEXANDRINO, 2012) e ao longo da

segunda metade do século XIX, houve uma crescente saída dos homens do ofício de

professor devido à expansão do capitalismo, e a partir desse período ocorreu o

processo de feminização na docência (COSTA et al., 2014).

No contexto do ensino superior, no século XX a coroa portuguesa implantou

cursos para atender a demanda de profissões como médicos e professores. Desta

forma, foram criadas escolas profissionalizantes, mas que estavam longe de serem

consideradas universidades (DAVID et al., 2014). Mais tarde, em 1920, a primeira

universidade de fato foi a do Universidade do Rio de Janeiro, hoje Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (OLIVEIRA, 2014).

A organização da carreira docente se efetivou a partir da obrigatoriedade

escolar, instituída no século na constituição de 1934 (FLACH, 2011; LIMA &

ALEXANDRINO, 2012) e durante o governo de Getúlio Vargas, aumentou-se o

número de instituições universitárias pelo Brasil, entretanto a partir de 1964, com a

instauração do regime militar, perdeu-se qualidade no ensino, diminuiu-se recursos

para educação e houve expansão da iniciativa privada no ensino superior (COSTA et

al., 2014; FLACH, 2011).

Assim, as transformações que ocorreram não só na carreia docente foram uma

tentativa de reestruturação do capitalismo a partir da crise instaurada nos anos 1970-

1980 na República Velha devido ao período da ditadura, e ocorreu desta forma, uma

transição no período de ditadura militar que preparou o país para uma política

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neoliberal na década de 1990, que foi vista como solução ao problema, reforçando o

ideal da competitividade no mercado livre e a retirada da influência do estado sobre a

economia. Desta forma, o trabalho precisou ser reorganizado (LEITE, 2015;

ANDRIOLI & SANTOS, 2005; MULLER, 2003), também neste século houve a

implantação da educação a distância (EAD) primeiramente através de programas de

rádio (KENSKI, 2002).

No século XXI a educação se mostra diferente de outros momentos, pois no

passado a escola tinha como objetivo educar as elites, assim não era necessário

acompanhar os alunos até o fim do percurso escolar. Além da expansão da educação

a distância, as escolas e os professores agora são avaliados de acordo com os

resultados obtidos pelos alunos (RODRIGUES, 2012; KENSKI, 2002).

Ademais, a política neoliberal utiliza a educação como ferramenta para o

desenvolvimento do mercado de trabalho e o progresso da economia, focando em

trabalhadores rápida capacidade de aprendizagem, que saibam trabalhar em equipe,

competitivos e criativos (NETO; CAMPOS, 2017). Desta maneira a política atual,

defende a escola universal, laica, gratuita e obrigatória a todos com a proposta de

uma formação geral e polivalente visando a qualificação de mão-de-obra para o

mercado (ANDRIOLI & SANTOS, 2005).

As exigências apresentadas aos profissionais da educação no contexto destas

reformas educativas parecem induzir a uma maior responsabilidade dos

trabalhadores, demandando maior autonomia destes, capacidade de resolver

localmente os problemas encontrados, refletir sobre a sua realidade, trabalhar de

forma coletiva e cooperativa (ASSUNÇÃO & SOUZA, 2009).

Entretanto, os valores ético-culturais não são priorizados, pois o ensino está

voltado para conteúdos que irão ajudar o aluno a ingressar numa universidade ou no

campo de trabalho. Assim é necessário cumprir um programa preestabelecido pela

instituição como um fim, e não como um meio para a aquisição do conhecimento da

cidadania do aluno (OLIVEIRA, 2016).

Desta maneira, os professores atuam em um ambiente marcado pelo

surgimento de novas metodologias e novos recursos essenciais na motivação dos

alunos pela aprendizagem, porém o profissional docente vem enfrentando problemas,

já que não existe uma formação que prepare o professor para trabalhar com essas

mudanças. Além disso, o trabalho do professor e a relação deste com seus alunos no

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convívio em sala de aula, é mais um dos fatores que interferem no exercício de sua

profissão (COSTA et al., 2014).

Nos últimos anos, houve um significativo aumento nas exigências em relação

ao trabalho do professor, atribuindo-lhes um número de responsabilidades cada vez

maior, dessa forma, parte da educação que era de responsabilidade da família, foi

transferido para a escola. Outro problema que marca o trabalho do professor é a falta

de valorização, ou seja, a sociedade não reconhece nem valoriza o trabalho do

professor como um profissional de grande importância para a formação social,

intelectual e moral dos sujeitos (COSTA et al., 2014).

A educação básica ou superior em tempos de transitoriedade como este,

desempenha variados papéis, tendo na figura do professor o elemento propulsor de

mudanças que venham de encontro aos novos desafios apontados na arte de formar

um ensino que seja capaz de superar as dicotomias entre o conhecimento e o fazer

(SILVEIRA, 2013).

Mesmo com aspectos do seu trabalho diferente, sabe-se que professores de

níveis de básico ou superior enfrentam problemas semelhantes quanto a profissão e

tem apresentado sua saúde mental comprometida (KOGA et al., 2015; COSTA et al.,

2013 ANDRADE & CARDOSO, 2012; CARLOTTO & CÂMARA, 2008).

O professor do ensino básico é consciente do quão importante é sua atuação

na formação de pessoas, contudo o programa curricular preestabelecido pelas

escolas básicas tem o propósito de preparar o aluno para ingressar em uma faculdade

e o educador perde a liberdade para conduzir suas aulas, assim o ensino volta-se para

a transmissão de conteúdos em que os alunos permanecem no papel de repetidores

(OLIVEIRA, 2016).

Este profissional, além de saber o conteúdo de sua matéria deve executar

outras tarefas como, atender ao aluno individualmente, controlar a turma

coletivamente, preencher múltiplos instrumentos e formulários de controle, o que gera

uma situação de sobreposição de tarefas e podem gerar um cansaço físico e mental

no docente (OLIVEIRA, 2016; ASSUNÇÃO & OLIVEIRA, 2009).

Outros fatores como baixos salários, recursos escassos de materiais didáticos,

classes superlotadas, tensão na relação com alunos, excesso de carga horária,

inexpressiva participação nas políticas e no planejamento institucional, falta de

segurança no contexto escolar e ausência de plano de carreia também são

prejudiciais para saúde deste docente (SILVA & CARLOTTO, 2003).

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A reforma educacional no âmbito universitário mostra um perfil profissional

cujas características marcantes são a competitividade, gestão por metas e a

precarização do trabalho, que culminam em uma despersonalização destes (LEITE,

2015). Além do domínio de uma série de saberes, o professor universitário

contemporâneo, atua na chamada era do conhecimento, na qual a informação surge

em grande volume e alta velocidade, o que aumenta as exigências em relação a este

professor sobre o domínio das tecnologias da informação presentes de forma especial

na vida dos jovens estudantes (PEREIRA & ANJOS, 2014).

No todo, as micropolíticas da reforma universitária geraram uma intensificação

no trabalho docente, que resultou em um ambiente profissional marcado pela

competição e pressões pelo desempenho, como desenvolvimento de projetos e

eventos, publicações em periódicos, além de suas aulas na graduação. Isto tudo

aliado a baixa remuneração, exigências de produtividade no campo da pesquisa e

pós-graduação: ao publique ou pereça que invadiu a residência dos docentes,

assumindo seus dias de descanso e férias (LEITE, 2017).

Diante disto, nos últimos anos o uso de ansiolíticos e antidepressivos está em

ascensão entre estes docentes, além de afastamentos, decorrentes de estresse, que

encobrem o alcoolismo, dependência química e transtornos de humor (LEITE, 2017).

Neste contexto, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconhece a

profissão docente como uma das atividades mais estressantes que acomete a saúde

física, mental e desempenho profissional destes, e os afastamentos de serviço desta

classe se devem maioritariamente aos transtornos psíquicos (GASPARINI et al.,

2005).

Percebeu-se que este profissional se encontrava desanimado e sem prazer em

sua profissão há algumas décadas atrás, porém estes sentimentos foram

negligenciados até a década de 1970, quando se iniciou a associação destas

emoções com a Síndrome de Burnout (SB) (CODO & VASQUEZ-MENEZES, 2000).

A SB pode ser descrita como uma resposta a fatores estressores aos quais o

indivíduo está exposto cronicamente no trabalho (MASLACH, 2007). Assim, o trabalho

se torna descartável e ocorre desmotivação na profissão. A Síndrome se dá quando

o profissional atingir a exaustão emocional, ver a si mesmo de modo negativo, e

possuir um sentimento de infelicidade consigo próprio e suas realizações laborais.

Este problema afeta especialmente pessoas com contato direto com indivíduos que

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dependam dela. Um exemplo são os profissionais de educação, saúde e serviços

sociais (CODO & VASQUEZ-MENEZES, 2000; MASLACH & JACKSON, 1981).

A Síndrome foi primeiramente descrita por Freudenberger (1974), o termo burn

out, está associado a queimar-se, esgotar-se. É uma doença resultante do

esgotamento, decepção e da perda do interesse pelas atividades profissionais que

lidam direta ou indiretamente com pessoas. A Síndrome é composta por 3 dimensões:

exaustão emocional (EE), despersonalização (DP) e baixa realização pessoal (RP)

(SILVA et al., 2017; CARLOTTO, 2014).

A exaustão emocional caracteriza-se por uma falta ou carência de energia e

um sentimento de esgotamento emocional, seus principais antecedentes são a

sobrecarga de trabalho e conflito interpessoal. Os trabalhadores sentem que não

podem dar mais de si mesmos a nível afetivo (SOUSA & MENDONÇA, 2009;

MASLACH et al., 2001; CODO & VASQUES-MENEZES, 2000).

A despersonalização ocorre quando o indivíduo se distancia emocionalmente

de suas relações com o trabalho, desenvolvendo atitudes negativas e cinismo,

gerando uma resposta insensível em relação as pessoas deste ambiente. Assim,

deixam de dar o melhor de si e passam a fazer apenas o estritamente necessário para

a sua sobrevivência no trabalho (SOUSA & MENDONÇA, 2009; CODO & VASQUES-

MENEZES, 2000; LEITER & MASLACH, 1988).

A baixa realização pessoal se revela como um sentimento de inadequação

pessoal e profissional. É a tendência do trabalhador em se auto avaliar de forma

negativa, sentindo-se insatisfeito com seu desenvolvimento profissional (LEITE, 2017;

MASLACH et al., 2001).

Nas pesquisas feitas sobre SB todas ressaltam, alguns elementos em comuns:

predominância de sintomas relacionados à exaustão mental e emocional, fadiga e

depressão; ênfase nos sintomas comportamentais e mentais e não nos sintomas

físicos sendo que este são relacionados ao trabalho; manifestação em pessoas que

não sofriam de distúrbios psicológicos antes do surgimento da síndrome e diminuição

no desempenho laboral (CARLOTTO & CÂMARA, 2008).

Algumas literaturas ainda utilizam perfis para classificar o Burnout nos

indivíduos, dividindo-se em perfil 1 e 2. O perfil 1 é caracterizado pela presença de

baixa realização com altos níveis exaustão emocional e despersonalização, que

origina uma forma moderada de mal-estar, mas não incapacita o indivíduo para o

trabalho. O perfil 2 é caracterizado por casos clínicos mais graves devido ao

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desenvolvimento da Síndrome de Burnout, incluindo além dos sintomas do perfil 1,

sentimento de culpa. (GIL-MONTE et al., 2005).

Na Síndrome, ocorre um fenômeno complexo e multidimensional resultante da

interação entre aspectos individuais e o ambiente de trabalho. Este ambiente não diz

respeito somente à sala de aula ou ao contexto institucional, mas sim a todos os

fatores envolvidos nesta relação, incluindo os fatores macrossociais, como políticas

educacionais e fatores sócio históricos (CARLOTTO, 2002).

Portanto, a SB é considerada um problema social de grande relevância e vem

sendo investigada em diversos países como Espanha, Croácia, Itália, China, Estados

Unidos, em todos os níveis de ensino uma vez que se encontra vinculada a grandes

custos organizacionais. Alguns destes custos devem-se à rotatividade de pessoal,

absenteísmo, problemas de produtividade e qualidade e também por associar-se a

vários tipos de disfunções pessoais, como o surgimento de graves problemas

psicológicos e físicos podendo levar o trabalhador a incapacidade total para o trabalho

(ZHANG et al., 2014; RODRÍGUEZ-MANTILLA & FERNÁNDEZ-DÍAZ, 2017; HOZO et

al., 2015; CARLOTTO & CÂMARA, 2008; MASLACH & JACKSON, 1981).

No Brasil, a SB também se mostra um problema em profissões que exigem um

alto gasto de energia emocional. Em relação aos docentes, 48% destes possuem ao

menos umas das dimensões de Burnout elevadas. Além de tudo, por causar desgaste

emocional, a Síndrome gera absenteísmo nestes docentes, havendo casos de

abandono da profissão (FREITAS & CRUZ, 2008; CODO & VASQUEZ- MENEZES,

2000).

Considerando a gravidade do tema, esclarecer a fisiopatologia da SB pode ser

importante para o planejamento dos tratamentos. Portanto, ao elucidar o papel dos

fatores causais, contribui-se para a construção do conhecimento sobre os desafios da

classe docente, enquanto oferece soluções estratégicas para melhor lidar com as

variáveis desencadeadoras do transtorno nessa população.

Diante do exposto, objetivou-se verificar a presença de sintomas da Síndrome

de Burnout em professores do ensino básico e superior e analisar comparativamente

as possíveis variáveis desencadeadoras dessa doença.

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2 ARTIGO

PRÁTICA DOCENTE ASSOCIADA À SÍNDROME DE BURNOUT

TEACHING PRACTICE ASSOCIATED WITH BURNOUT SYNDROME

PRÁCTICA DOCENTE ASOCIADA AL SÍNDROME DE BURNOUT

Gabrielle Emily Boaventura Tavares1

Olegário Rosa de Toledo2

Resumo Os docentes sofrem influência das reformas educacionais advindas das políticas

atuais, que os afeta negativamente, gerando intensificação no trabalho e deixando-os

susceptíveis à Síndrome de Burnout. Objetivou-se avaliar a Síndrome de Burnout em

professores do ensino básico e superior e comparar quais fatores se associam ao seu

desenvolvimento. Para tanto, realizou-se um estudo transversal com 171 docentes de ensino

básico e superior entre 2017 e 2018. Utilizou-se o Cuestionario para la evaluación del síndrome

de quemarse por el trabajo para mensurar a Síndrome. Os resultados encontrados não

mostraram diferenças significativas da Síndrome em relação às duas classes docentes. Dos

fatores associados, a variável “interferência da profissão na qualidade de vida” e a “falta de

suporte da instituição” mostraram associação negativa para as duas classes. Fatores como

“estado civil” e “vínculo de trabalho”, mostraram-se protetivos para professores de ensino

superior. Para os professores de ensino básico se associaram “falta de apoio de colegas” e

“problemas com alunos”. Observa-se que existem problemas nas duas classes docentes que

parecem divergir quanto à causa, mas que apontam para um mesmo desfecho, a piora da saúde

destes profissionais.

Palavras-chave: Esgotamento profissional; Saúde docente; Educação; Saúde ocupacional.

Estresse ocupacional

Abstract Teachers are influenced by the educational reforms that come from current policies,

which affect them negatively, generating work intensification and leaving them susceptible to

Burnout Syndrome. The aim of this study was to evaluate Burnout Syndrome in primary and

higher education teachers and compare which factors are associated with their development. A

cross-sectional study was carried out with 171 primary and higher education teachers between

2017 and 2018. The Cuestionario para la evaluación del síndrome de quemarse por el trabajo

was used to measure the syndrome. The results did not show significant differences of the

Syndrome in relation to the two teaching classes. Of the associated factors, the variable

"profession interference in quality of life" and "lack of support from the institution" showed a

negative association for both classes. Factors such as "marital status" and "work link" have

proved to be protective for higher education teachers. For elementary school teachers they

associated themselves with "lack of peer support" and "problems with students". It is observed

that there are problems in the two teaching classes that seem to differ on the cause, but that

point to a same outcome, the worsening of the health of these professionals.

Keywords: Professional exhaustion; Teaching health; Education; Occupational health;

Occupational stress

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Introdução

A docência está inserida na sociedade desde a antiguidade, onde houve necessidade de

repassar aquilo que era considerado importante para as demais gerações, e fez com que o ser

humano produzisse variadas maneiras de se relacionar com o mundo que o cercava. Desta

forma, a educação e a profissão docente sofreram mudanças desde seu início até os dias atuais,

exceto ao que se refere à sua importância (Costa et al., 2014).

Logo, ser professor é uma profissão importante para construção da identidade do

indivíduo, pois através dele as pessoas sentem-se realizadas ao exercer uma função a qual

consideram relevante. Os valores do mundo moderno modificaram o perfil deste trabalho e

consequentemente destes trabalhadores para que se adaptassem às inovações tecnológicas, em

decorrência disso, intensificou-se esta rotina, pois aumentou-se o ritmo, responsabilidade e

complexidade (Andrade e Cardoso, 2012).

Neste novo local de trabalho, marcado pela ideologia neoliberal, a principal

característica é a competição e a produtividade e estas podem interferir diretamente na saúde

docente. Este ambiente exige grande esforço físico e psicológico, e para se manter empregado

o profissional se submete às exigências da instituição em grande parte dos casos (Martinato et

al., 2010). Assim, estas políticas têm reestruturado o ambiente laboral, sem oferecer a estrutura

necessária para realizá-lo, além de que, os docentes consideram estas como ineficazes e uma

dificuldade a mais para exercer a profissão (Guedes et al., 2013).

Nesta perspectiva, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) admite que o

ambiente laboral pode ser capaz de deteriorar a saúde das pessoas e seu desempenho (Gil-

Monte, 2011), além disso reconhece a profissão docente como uma das mais estressantes do

mundo, capaz de acometer a saúde física e mental destes profissionais (Gasparini, Barreto e

Assunção, 2005).

Ocorrem muitos afastamentos de serviço e casos de abandono da profissão devido aos

transtornos psíquicos. Desta forma, são encontrados problemas na saúde mental do professor

em maior ou menor escala em todos os níveis de ensino (Gontijo, Silva e Inocente, 2013; Freitas

e Cruz, 2008; Gasparini, Barreto e Assunção, 2005). Os fatores que convergem ao abandono da

profissão são múltiplos e tendem a aumentar com passar dos anos. Porém, os transtornos

psíquicos permanecem em primeiro lugar as causas de afastamento (Santana e Neves, 2017;

Antunes, 2014; Gasparini, Barreto e Assunção, 2005).

Certos problemas são comuns às duas classes docentes, como organização do trabalho,

falta de reconhecimento, problemas comportamentais dos alunos e deficiências no ambiente

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16

físico, tornando ambos os grupos susceptíveis aos transtornos mentais (Diehl e Marin, 2016).

Entretanto, diferenças cotidianas entre estes professores, como a maior representatividade dos

professores universitários, o que lhes confere maior status que professores de escolas básicas,

cria uma dicotomia socioeconômica. Aliado a isto, estes docentes realizam mais pesquisas

científicas, além de estarem mais envolvidos com programas de pós-graduação (Andrade e

Cardoso, 2012). Os docentes do ensino básico possuem maior contato com familiares de alunos,

se mostram mais dependentes da direção escolar (Borba et al., 2015), e mantêm uma rotina

mais rígida do que os outros docentes, por se tratar de um nível de ensino com crianças e

adolescentes.

Os docentes universitários se deparam com o despreparo dos alunos que chegam em um

curso de graduação, muitas vezes com lacunas deixadas pela baixa qualidade de escolas da rede

pública (Vargas, Simon e Werle, 2014). As reformas envolvendo a educação universitária

geraram uma intensificação no trabalho docente, que se mostra um ambiente competitivo e com

pressões pelo desempenho quantitativo e o cumprimento de metas. Isto, aliado à compressão

salarial, ampliação das exigências de produção no campo da pesquisa e pós-graduação, ao

produtivismo acadêmico: publish or perish (publique ou pereça), faz com que o docente se

preocupe de tal maneira com suas atividades da pós graduação que pode levar a uma

desvalorização do ensino da graduação (Leite, 2017; Vargas, Simon e Werle, 2014).

A destituição da autoridade dos professores de ensino básico, o desinteresse discente

generalizado, a banalização da agressividade e da violência na escola, parecem ser um dos

principais fatores a prejudicar a saúde mental (Pereira, 2017). Ademais, estes profissionais

encaram a política como um fator que exerce grande influência no exercício da docência e

possuem ainda altas cargas horarias, muitas vezes atuando em mais de uma escola (Nunes et

al., 2013).

Apesar de apresentarem problemas antigos, apenas na década de 1970 deu-se início a

associação destes sentimentos com a Síndrome de Burnout (SB) que afeta especialmente

pessoas com contato direto com indivíduos que dependam dela. Um exemplo são os

profissionais da educação, saúde e serviços sociais (Codo e Vasques-Menezes, 2000).

A Síndrome de Burnout é uma resposta ao estresse crônico (Andrade e Cardoso, 2012)

e se dá quando o profissional atinge a exaustão emocional, passando a ver a si mesmo de modo

negativo e possuir um sentimento de infelicidade para consigo mesmo e com suas realizações

no trabalho (Maslach, 2007, Codo e Vasques-Menezes, 2000; Maslach e Jackson, 1981).

A SB é composta por três elementos essenciais, relacionados entre si, porém

independentes: a despersonalização, que pode ser descrita como uma insensibilidade

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emocional, onde o indivíduo trata o outro com certo nível de cinismo, chegando ao ponto de

tratá-lo como objeto. A exaustão emocional, que pode ser descrita como a perda da capacidade

de doação de si mesmo ao outro, perda de energia para realizar sua função e falta de motivação,

sendo acompanhada por um sentimento de esgotamento emocional. E a realização pessoal no

trabalho, que pode ser descrita como a perda da motivação laboral, levando o indivíduo a

sensações de infelicidade, a uma avaliação negativa de si mesmo no campo profissional, isto

pode levar a um decaimento no desempenho das funções desta pessoa, predominando

sentimentos de inadequação pessoal e profissional (Leite, 2017; Carlotto e Palazzo, 2006).

O profissional atingido traz ações negativas para escola e seus alunos, devido a

constantes faltas, necessitando de substituições e aulas suplementares para a complementação

dos conteúdos. Dentre os sintomas da Síndrome, observa-se a tendência de que o professor

esteja fisicamente presente, mas executando suas atividades de forma mecânica. Assim, ocorre

a diminuição do autocontrole e do respeito próprio, aumento na irritabilidade que, e a longo

prazo, podem gerar depressão, probabilidade de úlcera, hipertensão, alcoolismo, ansiedade,

depressão, inquietação, desânimo, repulsa pela vida e outras reações negativas (Benevides-

Pereira, 2012; Yong e Yue, 2007).

Na educação básica brasileira a nível nacional, sabe-se que a incidência de pelo menos

uma das dimensões de Burnout está presente em 48% desta população (Codo e Vasques-

Menezes, 2000). Esta Síndrome afeta toda a classe docente, sendo atingidos professores do

ensino básico ou universitários, diferenciando-se pelos fatores que a causam (Carlotto, 2004).

Diante disso, pode-se argumentar que os professores são potencialmente vulneráveis à

Síndrome de Burnout e podem estar emocionalmente afetados. Assim, objetivou-se avaliar a

presença de sintomas da Síndrome de Burnout em professores do ensino básico e superior para

verificar se existe diferença entre eles e verificar as possíveis variáveis associadas.

Métodos

Realizou-se um estudo populacional descritivo de corte transversal com professores de

ensino básico universitário nas escolas e universidades públicas e privadas no período de

setembro de 2017 à abril de 2018 na cidade de Barra do Garças. Primeiro obteve-se a

autorização do secretário de educação da cidade. Nas escolas foi pedida autorização do

coordenador ou diretor, enquanto nas universidades, dos diretores de cada instituto.

Os instrumentos utilizados foram: Cuestionario para la evaluación del síndrome de

quemarse por el trabajo- (CESQT – PE) (Anexo I) e um questionário sociodemográfico

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(Apêndice I) feito pelos pesquisadores do trabalho que incluíram variáveis como: idade, sexo,

estado civil e outros

Para a avaliação da Síndrome de Burnout na amostra, foi utilizado o Cuestionario para

la evaluación del síndrome de quemarse por el trabajo- versão para professores (CESQT-PE)

traduzido e validado por Gil-Monte, Carlotto e Câmara (2010), possuindo valor de alfa de

Cronbach para todas as subescalas maior que 0,70. O questionário é composto por 20 itens

distribuídos em quatro dimensões: realização pessoal (cinco itens), exaustão emocional (quatro

itens), despersonalização (seis itens) e culpa (cinco itens). Os itens são avaliados por uma escala

de frequência de cinco pontos, de 0 (Nunca) a 4 (Muito frequente: todos os dias). Cada

dimensão é calculada pela média da pontuação dos itens que as compõem. Baixas pontuações

na realização pessoal (< 2) e altas pontuações em exaustão emocional, despersonalização e

culpa (≥ 2) supõe altos níveis da Síndrome de Burnout. A dimensão culpa não é contabilizada

para o diagnóstico da SB, mas é utilizada para fazer distinção entres dois perfis de profissionais

com a Síndrome (Gil-Monte, Carlotto e Câmara, 2010; Gil-Monte, 2005).

Do ponto de vista do diagnóstico, tanto a pontuação total do CESQT-PE quanto cada

uma de suas dimensões são consideradas variáveis contínuas. Assim, neste trabalho, usou-se a

pontuação total do CESQT-PE e seus percentis (Gil-Monte, 2011).

O instrumento elaborado pelos pesquisadores e utilizado para a coleta de dados foi

previamente aplicado a cinco professores universitários para verificação da validade e

reprodutibilidade. O intuito foi detectar possíveis erros nas questões criadas pelos autores,

assim como ambiguidades no inquérito, dificuldades de compreensão e necessidade de

alterações das variáveis que poderiam acarretar vieses. Verificados os erros, realizaram-se as

devidas correções.

Os questionários foram deixados para aqueles que se dispuseram juntamente com o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) na hora do intervalo no caso das escolas

e nas universidades na sala dos professores em horários alternativos e foram recolhidos em data

combinada com cada instituição. Fundamentou-se a representação amostral na seleção

probabilística.

Respeitaram-se os requisitos quanto à confidencialidade e sigilo das informações, todos

os objetivos da pesquisa foram explicados aos participantes no TCLE que foi assinado em duas

vias, de acordo com as determinações da Resolução nº 466/12 do Comitê de Ética em Pesquisa

(Brasil, 2012), o trabalho foi aprovado pelo comitê de ética com o processo “Perfil da Saúde

Mental na Amazônia Legal: Transtornos Mentais Menores e suas associações” sob o parecer nº

975.413 (Anexo II). Os participantes da pesquisa não foram submetidos a qualquer tipo de

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intervenção. Os dados obtidos foram utilizados exclusivamente para este estudo e serão

arquivados por cinco anos. Após este período, incinerados.

Os dados foram analisados pelo programa EPI-INFO® versão 7.2.2.2. Realizou-se uma

análise estatística dos dados com valores percentuais. As variáveis qualitativas foram

apresentadas em frequências absolutas e relativas simples. Utilizaram-se para análise de

correlação das variáveis os testes Exato de Fisher, Mantel-Haenszel e Razão de Prevalência,

considerando de significância estatística o valor p-associado inferior ou igual a 0,05 (p≤0,05)

com um intervalo confiança de 95% (IC 95%). Representaram-se os resultados em tabelas para

melhor visualização. Os “sintomas” da Síndrome de Burnout foram considerados como variável

dependente (Callegari-Jacques, 2009).

Resultados

A amostra foi composta por 171 docentes, sendo 59,6%, pertencentes ao ensino básico

privado ou público e 40,3% pertencentes ao ensino superior privado ou público. A Tabela 1

apresenta as características socioeconômicas dos participantes. O gênero predominante no

ensino superior foi o masculino e no ensino básico o feminino. Em relação ao estado civil, a

maioria relatou estar vivenciando um relacionamento no momento da entrevista. Os

profissionais universitários afirmaram praticar mais atividades físicas e ingerirem mais bebidas

alcoólicas do que seus colegas do ensino básico. Em relação ao vínculo empregatício, a maioria

dos docentes universitários é concursada, entretanto, no ensino básico a realidade é oposta. No

ensino básico apenas 26% realiza pesquisa científicas e orienta alunos, enquanto no ensino

superior isso é feito por grande parte dos profissionais.

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Tabela 1 – Frequência das características nos grupos.

Características

Nível de ensino

Ensino básico

102 (59%)

Ensino Superior

69 (40%)

Gênero Masculino 8 (7,8%) 38 (55,0%)

Feminino 94 (92,1%) 31 (44,9%)

Estado Civil Com companheiro 74 (75,5%) 49 (72,0%)

Sem companheiro 24 (24,4%) 19 (27,9%)

Vínculo Empregatício Contrato 58 (57,4%) 24 (34,7%)

Concurso 43 (42,5%) 45 (65,2%)

Religião Não 9 (9,2%) 12 (17,6%)

Sim 88 (90,7%) 56 (82,3%)

Consumo de Bebida

Alcoólica

Não 61 (63,5%) 31 (45,5%)

Sim 35 (36,4%) 37 (54,4%)

Possui outra Profissão Não 89 (87,2%) 51 (73,9%)

Sim 13 (12,7%) 18 (26,0%)

Realiza Atividade

Física/Lazer

Não 50 (51,5%) 23 (33,3%)

Sim 47 (48,4%) 46 (66,6%)

Pesquisa científica/

orienta alunos

Não 69 (76,6%) 12 (17,3%)

Sim 21 (23,3%) 57 (82,6%)

A Tabela 2 exibe algumas variáveis importantes relacionadas ao exercício da profissão

docente.

Tabela 2 – Médias e Desvios Padrões das características dos professores pesquisados,

conforme seus níveis de ensino.

Características Média Nível de Ensino

Ensino Básico

102 (59,6%)

Ensino Superior

69 (40,3%)

Tempo docente (anos) 12,1 ± 8,4 10,1 ± 8,2

Faixa Etária (anos) 41,2 ± 9,8 40,7 ± 10,0

Horas de sono (por noite) 6,7 ± 1,0 6,7 ± 1,3

Horas de trabalho (por semana) 33,5± 11,8 20,6 ± 16,0

Número de alunos (por semana) 125,7 ± 94,8 73,0 ± 35,6

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É possível observar que quando a médias dos grupos não se iguala, as médias dos

docentes de ensino básico é maior, mostrando, principalmente nos casos de horas de trabalho

de números de alunos uma sobrecarga maior sobre o ensino básico.

Em relação à Síndrome de Burnout, analisou-se os níveis em cada classe docente e

obteve-se os resultados na tabela 3:

Tabela 3 – Nível da Síndrome de Burnout de acordo com o percentil burnout e o nível

de ensino.

Percentil Burnout Ensino básico

102 (59,6%)

Ensino superior

69 (40,3%)

Muito baixo (<11) 13 (12,7%) 5 (7,2%)

Baixo (11-33) 15 (14,7%) 14 (20,2%)

Intermediário (34-66) 38 (37,2%) 21 (30,4%)

Alto (67-89) 20 (19,6%) 20 (28,9%)

Crítico (90-99) 16 (15,6%) 9 (13,0%)

Em ambos os casos, percebe-se que há maior concentração no Nível Intermediário de

Burnout. Em análise mais acurada, no entanto, os professores universitários apresentam o Nível

Alto de Burnout aproximadamente 10% maior que os professores de ensino básico, mas no

geral, ambas as classes apresentaram mais de 70% de sua população presentes nos graus

Intermediário, Alto ou Crítico.

Foi realizada uma associação entre a presença da Síndrome e variáveis qualitativas

(Tabela 4). A variável que se destacou em ambas as categorias foi “Interferência do Trabalho

na Qualidade de Vida” e “Falta de Suporte da Instituição”.

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Tabela 4 – Associação entre o Percentil Burnout e variáveis independentes por

categoria de trabalho.

Ensino Básico Ensino Superior

Variáveis RP (IC 95%) p valor RP (IC 95%) p valor

Receber Feedback

no trabalho

0,732 (0,4321-1,2413) 0,267

0,740 (0,4216-1,3014) 0,325

Falta de Suporte de

Instituição

2,145 (1,0933- 4,2092) 0,015* 2,888 (0,9993-8,3517) 0,016*

Problemas com

aluno

2,509 (1,3167-4,7813) 0,002* 1,350 (0,7684- 2,3719) 0,325

Vínculo de trabalho 1,251 (0,7357-2,1305) 0,411 1,959 (0,9302-4,1267) 0,050*

Falta de Apoio de

colegas

1,699 (0,9751-2,9631) 0,054* 1,754 (0,9397-3,2754) 0,062

Interferência do

trabalho na

qualidade de vida

4,250 (1,1136 – 16,2194) 0,007* 2,4528 (0,8595 – 7,000) 0,046*

Estado civil 0,9132 (0,4980 – 1,6749) 0,773 0,4872 (0,2945 – 0,8059) 0,009*

Tempo de docência 0,7283 (0,4180- 1,2690) 0,256 0,8063 ( 0,4390- 1,4807) 0,478

Idade 0,9256 (0,5431 – 1,5773) 0,777 1,0500 (0,6051 – 1,8220) 0,863

RP: Razão de Prevalência. IC: Intervalo de confiança a 95%

*apresentou p ≤ 0,05

É possível observar que “Receber feedback no trabalho”, “Tempo de Docência” e

“Idade” não apresentaram estatisticamente significativos para nenhuma das classes. No que diz

respeito a “Problema com Alunos”, e “Falta de Apoio de Colegas”, os professores de ensino

básico possivelmente têm uma tendência maior que os professores universitários a desenvolver

a SB. O “Vínculo de Trabalho” tem importância para o ensino superior e mostra que os

concursados estão mais propensos a desenvolver a síndrome.

Discussão

Observa-se a predominância do gênero masculino no ensino superior, o que contraria os

estudos de Prado e colaboradores (2017) e Dalagasperina e Monteiro (2014), onde há presença

maior de mulheres, assim como no ensino básico, o que foi predominante neste estudo e

confirmam os achados por Lopes e Pontes (2009) e Carlotto (2011), fato este que pode ser

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influência do processo de feminização da profissão no século XIX como em Costa e

colaboradores. (2014). Todos estes estudo citados corroboram com o realizado em relação ao

estado civil, em que a maioria dos participantes estão em um relacionamento, o que ainda é

afirmado por Silva e Carlotto (2003).

Em relação a orientação e pesquisa científica os educadores de nível superior mostraram

fazê-las com mais frequência, o que está de acordo com Leite (2017) que ainda afirma que a

universidade tomou esta configuração nas últimas décadas, onde o produtivismo é priorizado,

como exemplo as Bolsas de Produtividade (CNPq) que com a geração de maior status para

estes professores tornam-se mais competidas e resultam em um esforço físico e mental do

docente. A bebida alcoólica também se mostra apontada por Leite (2017) aumentada nestes

profissionais devido a esta rotina intensificada. Neste estudo os professores do ensino superior

mostraram maior consumo de bebidas alcoólicas, o que pode ser explicado devido à esta rotina.

A maioria dos professores nas duas classes possui religião e em estudo realizado por estudo de

Ribeiro, Barbosa e Soares (2015) esta atua como fator protetivo na SB.

Percebe-se que as médias dos dois grupos se assemelham em vários aspectos (tabela 2)

sendo discrepante em relação ao número de alunos por semana, onde professores de ensino

básico possuem maior número de discentes. Na literatura, o número de alunos influencia na SB

(Carlotto e Palazzo, 2006), bem como o número de hora de trabalho que pode influenciar

negativamente na Síndrome (Ribeiro, Barbosa e Soares, 2015; Andrade e Cardoso, 2012). Em

estudo realizado por Prado e colaboradores (2017) encontrou-se associação com a SB com uma

média de número de alunos semelhante ao visto neste estudo. Observou-se também em

resultado de Koga e colaboradores (2015) que professores do ensino básico que trabalham mais

de 20 horas por semanas estão mais sujeitos a SB, e no presente estudo encontrou-se uma média

de horas de trabalho por semana maior que 20 horas.

Avaliando o nível de Burnout (tabela 3) visualizou-se a quantidade de professores que

podem estar sofrendo com a Síndrome, o que constatou-se foi que independentemente do nível

de ensino, a maioria dos professores encontra-se no nível intermediário, não apresentando

diferenças relevantes entre eles. Da mesma forma, um estudo realizado por Borba e

colaboradores (2015) comparando professores de escolas públicas e particulares também não

revelou diferença significativa quanto a prevalência da síndrome nas duas classes,

possibilitando a reflexão de que essa síndrome pode estar mais relacionada à categoria

profissional do que ao setor de atuação. Com o mesmo raciocínio, infere-se que o nível de

ensino também não seja relacionado com o desenvolvimento da SB e assim como no estudo,

seja inerente à categoria no geral.

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Os fatores com tendência a se associarem a SB (tabela 4) mostram-se em sua maioria

diferente para as duas classes, o que mostra que ambas estão susceptíveis ao adoecimento,

diferenciando-se quanto ao fatores que as causam como mostrado em Diehl e Marin (2016).

Ainda, em Andrade e Cardoso (2012) percebe-se que mesmo dentro de uma mesma categoria

profissional, existem indivíduos que se apresentam marcadamente diferentes, o que envolve

diversas razões, inclusive o histórico de vida, o que torna-se uma dificuldade para identificação

dos transtornos. Desta maneira, é importante considerar as características de trabalho do

professor e as especificidades de suas instituições de ensino (Carlotto, 2002)

Observou-se que o relacionamento com os colegas se mostrou significativo para a SB

nos casos de professores do ensino básico corroborando com pesquisas realizadas (Rodríguez-

Mantilla e Fernández-Días, 2017; Benevides-Pereira, 2012). Em estudo de Salami (2011)

apontou-se que o apoio social de colegas de trabalho ajudaria a minimizar o estresse emocional,

melhorar habilidades em lidar de forma eficaz com problemas relacionados ao trabalho, em

contrapartida, a falta de apoio ajuda a piorar e intensificar os casos de estresse. Uma forma de

suporte poderia ser o uso de diálogos sobre as dificuldades encontradas, como pontou Nunes e

colaboradores (2013), em estudo que acrescenta que estes momentos seriam propícios para a

construção de reflexões dos métodos pedagógicos utilizados e de crianças com dificuldades de

aprendizagem, melhorando assim o trabalho docente.

No presente estudo o relacionamento com os colegas não se mostrou significativo no

caso dos professores universitários, o que diverge com outros estudos onde os relacionamentos

interpessoais no trabalho são considerados fontes de estresse e a relação tende a ser um fator

protetivo para síndrome, pois essa relação oferece suporte para o profissional (Silva et al, 2017;

Dutra et al., 2016). Tal diferença se deve, possivelmente, ao ambiente de trabalho onde foram

realizadas as pesquisas citadas. Em instituições menores de cidades interioranas como as

encontradas neste estudo, possuem ambientes menos insalubres com melhores relações sociais

Os professores universitários concursados mostraram-se mais sujeitos a SB do que os

contratados o que corrobora com estudo realizado na Colômbia, por Rojas e Grisales (2011),

Os resultados aqui encontrados podem ser explicados pelo fato que o professor concursado

muitas vezes assume carga horária maior que a estipulada nos regulamentos institucionais e

precisa atuar em diversas atividades administrativas que não seriam de suas competências, além

disso, estes professores são mais envolvidos com as atividades de pesquisa do que professores

contratados contribuindo assim para o adoecimento mental (Leite, 2017; Massa et al., 2016).

Em contrapartida, o vínculo com o trabalho não mostrou associação com a SB nos

docentes de ensino básico, o que diverge com o encontrado em Gatti (2012) que afirma que a

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condição dos professores contratados gera instabilidade e retrocesso profissional afetando a

qualidade do ensino, pois a fragilidade dos contratos gera um rodízio de professores e a

inconstância das equipes escolares, atuando de forma negativa no desempenho escolar e por

ventura dos docentes. Nota-se que esta forma de contratação cresceu nos últimos anos, pois

nesta lógica, o professor concursado é uma despesa permanente para o estado, além de que o

docente temporário demanda salários menores (Lourenção, 2010)

Este trabalho encontrou associação entre problemas com alunos e a presença da

síndrome em professores de ensino básico. Este resultado pode ser visto em outros estudos, o

que demonstra a confiabilidade dos achados desta autora pois, na medida em que piora o

relacionamento, a chance de desenvolver a síndrome aumenta (Rodríguez-Mantilla e

Fernández-Días, 2017; Koga et al., 2015; Carlotto e Palazzo, 2006). Neste contexto, observa-

se que para muitos professores, é na relação professor-aluno que se estabelece a busca do

sucesso da aprendizagem e é essa relação a principal razão de escolha da profissão e umas das

principais causas de satisfação ou insatisfação com o trabalho. Relações tensas com os alunos

têm sido apontadas como um dos principais estressores dos docentes (Diehl e Carlotto, 2014).

Nos professores universitários não houve associação de problemas com alunos com a

síndrome, o que é um achado diferente de demais estudos como em Prado e colaboradores

(2017), Dutra e colaboradores (2016). Todavia, isto pode ser explicado pela acessibilidade ao

professor, na relação dialógica que faz com que o aluno participe do processo de ensino

aprendizagem, tendo uma relação melhor. Professores universitários que já ministraram aulas

no ensino básico alegam que como na universidade, o ensino, pesquisa e extensão estão

articulados, a aprendizagem se torna mais efetiva, desta forma, eles percebem a relação com os

alunos de uma forma mais flexível e de respeito mútuo. O fato de terem essa forma de

relacionamento não significa que a sua autoridade como professor deixe de existir, o que

desaparece, nesse tipo de relação, é o autoritarismo (Roncaglio, 2004).

Além disso, não se observou associação com receber feedback (retorno) em nenhuma

das classes docentes, o que difere do encontrado na literatura, pois é este feedback que permite

ao profissional obter informações sobre a eficácia de seu desempenho e fazer adequações

necessárias, gerando uma motivação para o trabalho (Diehl e Marin, 2016; Diehl e Carlotto,

2014; Hackman e Oldham, 1976). A falta de estímulo no trabalho já é vista como um

antecedente antigo da SB (Burke e Greenglass, 1989), e em trabalho realizado em Porto Alegre

com professores universitários de uma universidade particular, encontrou-se associação

negativa entre a realização profissional e o feedback, ressaltando sua importância (Carlotto,

2004). Uma possível explicação para o resultado encontrado é que por se tratar de uma cidade

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pequena onde as pessoas tendem a ser mais afetuosas umas com as outras, estes profissionais

tendem a receber este feedback de alguma forma através de colegas ou superiores e assim

mostram-se mais motivados.

Sobre essa questão, é importante destacar que os professores geralmente têm uma

motivação interna que os fazem realizar seu trabalho gerando expectativa e ideais, e esperam

que seus esforços ajudem no desenvolvimento dos alunos. Entretanto, muitas vezes estes

docentes sentem que seus esforços não trouxeram mudanças nos estudantes ou não foram

reconhecidos. A quebra de expectativas faz com que se censurem, sentindo que devem suportar

grande parte da responsabilidade, o que acaba por contribuir com a SB (Yong e Yu, 2007).

Assim como neste estudo, outros não encontraram associação entre SB e gênero

(Nascimento et al., 2018; Andrade e Cardoso, 2012; Salami, 2011; Silva e Carlotto, 2003) e

nem com o tempo docente (Koga et al., 2015). Isto corrobora os resultados desta investigação

e confirma que a SB se dá a partir de fatores laborais e é um processo em resposta ao estresse

crônico ocupacional, trazendo consigo consequências negativas em todos os aspectos da vida.

Portanto, não é a idade, gênero ou tempo de profissão, que dirá se existe a SB, mas sim, a

maneira singular que cada um tem de relacionar-se com o meio em que vive e como percebe o

mesmo que o influenciará diretamente (Machado, 2016; Andrade e Cardoso, 2012; Benevides-

Pereira, 2002).

Os professores de ensino superior apresentaram associação do estado civil com a SB, o

que evidencia que estar em um relacionamento pode ser um fator protetor para desenvolvimento

da síndrome. Este resultado corrobora com estudos realizados por Abacar, Tarcísio e Aliante

(2017) e por Massa e colaboradores (2016), em que os professores universitários não casados

apresentaram maior chance de desenvolver a Síndrome, assim, Hoffmann e colaboradores

(2017) explicam esse achado com a hipótese de que pessoas solteiras se dedicam com mais

exclusividade ao trabalho e, desta forma criam expectativas e percepções distintas sobre a

organização do trabalho, o que os deixam mais susceptíveis ao adoecimento mental. Entretanto,

para os professores de ensino básico não houve relevância estatística nesta variável, o que

corrobora o estudo de Carlotto e Palazzo (2006), onde foi reafirmada a característica laboral da

Síndrome de Burnout. Entretanto este resultado difere do estudo de Ribeiro, Barbosa e Soares

(2016), onde foi evidenciado que o relacionamento indica certo grau de estabilidade, o que seria

protetivo para SB.

Houve associação da interferência da profissão na qualidade de vida com a SB para as

duas classes de professores, o que corrobora o encontrado na revisão por Diehl e Marin (2016).

Estar dentro da sala de aula é apenas uma parte do trabalho dos professores, existem mais

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responsabilidade de natureza acadêmica e administrativa que compõem seu trabalho tais como:

elaboração e correção de provas, trabalhos; participação em reuniões; coordenação de projeto

de pesquisa; orientação de alunos, entre outras. Desta forma, muitas vezes é necessário estender

o horário de trabalho, atender aluno fora do horário de expediente, o que leva a prejuízo no

sono, abuso de medicamentos e pode acarretar ao desenvolvimento de transtornos mentais

(Diehl e Marin, 2016; Dutra et al., 2016; Reis, 2013).

A falta de suporte da instituição também se mostrou um fator significante para as duas

classes de professores. As instituições se mostram afetadas em grande parte pelas políticas

adotadas, que interferem no exercício docente. Os professores do ensino básico requerem

melhor capacitação, não somente no sentido de uma formação continuada, mas também uma

reforma geral nas condições de trabalho (Nunes et al., 2013). Por outro lado, a educação

superior se viu transformada em um grande nicho para as empresas investirem com a reforma

universitária. Acrescenta-se a isso, o fato de que as micropolíticas institucionais geraram uma

intensificação no trabalho docente, caracterizadas pela prática produtivista, através da exigência

de aumento da produção científica e das atividades de ensino concomitantemente à perda de

benefícios vinculados à carreira acadêmica (Leite, 2017; Aquino et al. 2014).

Este trabalho abordou um tema importante para a classe docente e apresentou múltiplos

pontos fortes como a inclusão de um grande número de variáveis independentes para avaliação

de possíveis associações, o uso de instrumento reconhecido internacionalmente e validado no

Brasil e de piloto. Como limitações, cita-se o uso de um estudo transversal que não permite a

associação de causa e efeito e o fato de não ser possível generalizar os resultados para o setor

de saúde privado. Porém, essas limitações metodológicas não suprimiram a relevância do

estudo.

Conclusão

Neste estudo, os docentes se mostraram em grau semelhante da SB, sendo assim, ambas

as classes estão expostas a fatores estressores que possuem alguns pontos em comum, como as

reformas educacionais que modificaram o trabalho, interferindo na qualidade de vida do

professor, e existem causas específicas a cada um dos níveis de ensino, pois são instituições

cada quais com suas particularidades, desta forma percebe-se que a Síndrome de Burnout se

mostrou, no presente estudo, constituída por fatores individuais e laborais, apoiando a teoria de

que a SB é multifatorial.

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Resumen Los docentes sufren influencia de las reformas educativas derivadas de las políticas

actuales, que los afecta negativamente, generando intensificación en el trabajo y dejándolos

susceptibles al Síndrome de Burnout. Se objetivó evaluar el Síndrome de Burnout en profesores

de enseñanza básica y superior y comparar qué factores se asocian a su desarrollo. Para ello, se

realizó un estudio transversal con 171 docentes de enseñanza básica y superior entre 2017 y

2018. Se utilizó el Cuestionario para la evaluación del síndrome de quienarse por el trabajo para

medir el Síndrome. Los resultados encontrados no mostraron diferencias significativas del

Síndrome en relación a las dos clases docentes. De los factores asociados, la variable

"interferencia de la profesión en la calidad de vida" y la "falta de soporte de la institución"

mostraron asociación negativa para las dos clases. Factores como "estado civil" y "vínculo de

trabajo", se mostraron protectores para profesores de enseñanza superior. Para los profesores

de enseñanza básica se asociaron "falta de apoyo de colegas" y "problemas con alumnos". Se

observa que existen problemas en las dos clases docentes que parecen divergir en cuanto a la

causa, pero que apuntan a un mismo desenlace, el empeoramiento de la salud de estos

profesionales.

Palabras clave: Agotamiento professional; Salud docente; Educación; Salud ocupacional;

Estrés ocupacional

Notas

1 Universidade Federal de Mato Grosso, Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil.

Graduação em Farmácia

<[email protected]>

2 Universidade Federal de Mato Grosso, Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil.

Doutor em Biologia Geral e Aplicada pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

Correspondência: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde – Campus Universitário do Araguaia, CEP

78600-000, Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil.

<[email protected]>

3A pesquisa fez parte de trabalho de conclusão de curso e não contou com nenhum financiamento

externo.

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3 COMPROVANTE DE ENVIO DO ARTIGO CIENTÍFICO

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4 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DO PERIÓDICO ESCOLHIDO

Artigos: apresentação de resultado de pesquisa de natureza empírica ou

conceitual. Tamanho: 4.000 a 7.000 palavras, sem contar referências bibliográficas,

figuras e notas.

Apresentação do manuscrito: Colaborações devem ser digitadas no Word, na

fonte Times New Roman, em corpo 12, em espaço duplo. Artigos, ensaios e debates

devem ainda conter um resumo em português e em inglês (abstract) de, no máximo,

200 palavras, e título em inglês, além do título na língua original. Os manuscritos

podem ser apresentados em português, espanhol, inglês e francês. O título deve ser

conciso e representativo do conteúdo do texto. O(s) autor(es) deve(m) indicar se a

pesquisa é financiada, se é resultado de dissertação de mestrado ou tese de

doutorado, se foi aprovada por Comitê de Ética da área e se há conflitos de interesse.

Palavras-chave: Mínimo de três e máximo de cinco palavras-chave descritoras

do conteúdo do trabalho, apresentadas na língua original, em espanhol e em inglês

(keywords).

Figuras: Tabelas, quadros, diagramas, fotografias, gráficos e ilustrações não

devem ultrapassar o máximo de seis por artigo, salvo exceções específicas ao campo

temático do manuscrito, caso em que o autor deverá manter uma comunicação prévia

com os editores. Todas as figuras, com exceção de fotografias, devem ser numeradas

e ter título, estando apenas as iniciais do título em maiúsculas. As referências devem

ser feitas por números (ex. gráfico 3) e não por expressões como "a figura abaixo"

Notas: As notas devem vir ao fim do texto, numeradas de forma consecutiva.

As notas não devem ser utilizadas para referências bibliográficas.

Grifos: Solicita-se a não utilização de sublinhados e negritos. As aspas simples

podem ser usadas para chamar a atenção para um item particular do texto. Palavras

de outras línguas, que não o português, devem ser italicizadas, assim como títulos de

obras mencionadas.

Citações: Citação no corpo do texto deve vir marcada com aspas duplas, com

sobrenome do autor, ano e página, como no exemplo (Bourdieu, 1983, p. 126); citação

com autor incluído no texto deve vir Gramsci (1982); citação com autor não incluído

no texto será (Frigotto e Ciavatta, 2001). No caso de citação com mais de três autores,

somente o sobrenome do primeiro deverá aparecer no texto, como em Spink et al.

(2001).

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Referências: Para elaboração das referências, Trabalho, Educação e Saúde,

adota a norma NBR 6023, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Todas as referências citadas, inclusive nas notas, nos quadros e nas figuras, deverão

compor as referências bibliográficas ao fim do texto, em ordem alfabética, sem

numeração de entrada e sem espaço entre elas. Nas referências serão citados, no

máximo, até três autores com todos os nomes. No caso de mais de três autores, citar

apenas o primeiro, seguido da expressão et al. O primeiro nome dos autores deve ser

escrito por extenso nas referências. Diferentes títulos de um mesmo autor publicados

no mesmo ano deverão ser distinguidos, adicionando-se uma letra (a, b, c.) em

minúscula após a data, tanto nas citações no corpo do texto quanto na lista de

referências bibliográficas.

4.1 Título do periódico escolhido para publicação

Trabalho, educação e saúde

4.2 ISSN

ISSN 1981-7746 versão online

4.3 Endereço eletrônico

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1981-7746&lng=pt&nrm=iso>

4.4 Qualis

Educação A2

Ensino A2

Farmácia B5

Interdisciplinar B1

Psicologia B1

Saúde coletiva B1

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APÊNDICE I

CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Data de nascimento:_____/_____/______

Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

Peso:______Kg Altura________m

Estado civil:

( ) Com companheiro ( ) Sem companheiro

Possui filhos?

( ) Não ( ) Sim. Quantos? ______ filhos

FORMAÇÃO ACADÊMICA

Graduação (cursos concluídos):

a) Curso:_______________________

b) Curso:_______________________

Pós-Graduação (anote apenas a mais

elevada)

( ) Especialização

( ) Mestrado

( ) Doutorado

TRABALHO

Trabalha em qual ambiente?

( ) Universidade ( ) Ensino básico

Tempo de exercício docente: _______anos

Reside a que distância da

escola:________Km

Que tipo de vínculo possui com a escola?

( ) Concurso Público ( ) Contrato

Além de professor possui outra profissão?

( ) Não ( ) Sim. Se sim qual?

___________________________________

Exerce a profissão docente em mais de uma

escola: ( ) Não ( ) Sim. Se sim quantas?

_______escolas

Em quais períodos ministra suas aulas?

( ) Matutino ( ) Vespertino ( ) Noturno

Quantas horas trabalha por dia (relacionado

a atividade de ensino)? ________ h

Assinale o tipo de ambiente em que você

trabalha e por quantas horas trabalha em

cada um deles.

( ) Ambiente Público _______ h/ semanais

( ) Ambiente Privado ________h/semanais

Com que frequência é necessário trabalhar

durante os finais de semana para

complementar o trabalho escolar?

( ) Todos os finais de semana

( ) Em média dois finais de semana por mês

( ) Apenas em períodos específicos durante o

semestre/bimestre.

( ) Raramente

( ) Nunca

Quantas horas trabalha durante o final de

semana para complementar o trabalho da

escola? ______ h

Número total de alunos que tem contato por

semana __________ alunos/ semana

Realiza pesquisas científicas/orientação de

alunos? ( ) Não ( ) Sim

Para quais séries/semestres ministra aulas:

_____________________série/semestre

Já teve problemas com alunos:

( ) Não ( ) Sim. Qual o tipo de problema:

( ) Agressão verbal

( ) Agressão física

( ) Intimidação

( ) Chantagem

( ) Processos acadêmicos

ASPECTOS MOTIVACIONAIS DA

PROFISSÃO

Qual o grau de satisfação com o trabalho

docente?

( ) Muito satisfeito

( ) Satisfeito

( ) Pouco satisfeito

Recebe algum feedback (retorno) pelo

trabalho realizado?

( ) Não ( ) Sim

Pensa em mudar de profissão?

( ) Não ( ) Às vezes ( ) Sim

Sente falta de suporte da instituição para

realizar seu trabalho ou para implementar

novas ideias?

( ) Não ( ) Às vezes ( ) Sim

Sente falta de apoio de seus colegas de

trabalho?

( ) Não ( ) Às vezes ( ) Sim

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Com que frequência sua atividade docente

interfere na sua qualidade de vida:

( ) Pouca ( ) Às vezes ( ) Muita

Você acha a profissão menos interessante do

que quando começou?

( ) Não ( ) Sim. Se sim com que

frequência?

( ) Pouca

( ) Às vezes

( ) Muita

Com que frequência pensa na

aposentadoria?

( ) Pouca ( ) Às vezes ( ) Muita

SITUAÇÃO SOCIOECONÔMICA

Número de pessoas residentes na mesma

casa:______ pessoas

Habitação

( ) Residência própria (quitada ou financiada)

( ) Residência não própria (alugada ou cedida)

Além de você, outras pessoas contribuem

para a renda familiar?

( ) Não ( ) Sim

Renda mensal em reais, somando todos da

família no último mês: R$____________

Você realiza os trabalhos domésticos

sozinho(a)?

( ) Não ( ) Sim

SAÚDE/ BEM ESTAR

Quantas horas por noite você dorme em

média? _______ h/ por noite

Como você avalia sua saúde?

( ) Excelente

( ) Boa

( ) Regular

( ) Ruim

( ) Muito ruim

Já ficou de licença médica por conta do

trabalho?

( ) Não ( ) Sim

Com que frequência se afasta do trabalho

por motivo de saúde:

( ) Pouca ( ) Às vezes ( ) Muita

Apresenta algum problema de saúde

diagnosticado por um médico:

( ) Não ( ) Sim. Se sim, qual(is)?

___________________________________

___________________________________

Toma algum medicamento de uso

contínuo?

( ) Não ( )Sim. Se sim, qual(is)?

__________________________________

__________________________________

Realiza alguma atividade física ou de

lazer?

( ) Não ( ) Sim

ASPECTOS COMPORTAMENTAIS

Tem religião?

( ) Não ( ) Sim. Se sim, qual?

______________________________

Você fuma?

( ) Não ( ) Sim

Faz uso de bebidas alcoólicas?

( ) Não ( ) Sim. Se sim, qual a

frequência de consumo?

( ) Diariamente

( ) 3 a 5 vezes na semana

( ) 1 a 2 vezes na semana

( ) Apenas socialmente

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ANEXO I

CESQT- PE

CUESTIONARIO PARA LA EVALUACIÓN DEL SÍNDROME DE QUEMARSE

POR EL TRABAJO”. VERSÃO BRASILEIRA PARA PROFISSIONAIS DA

EDUCAÇÃO. Assinale o número que corresponde a frequência com que você sente

cada uma das situações abaixo:

0 1 2 3 4

Nunca Raramente: Às vezes: algumas vezes algumas vezes

por ano por mês

Frequentemente: algumas vezes por

semana

Muito frequentemente: todos os dias

1. O meu trabalho representa para mim um desafio estimulante. 0 1 2 3 4

2. Não me agrada atender algumas pessoas em meu trabalho 0 1 2 3 4

3. Acho que muitas pessoas com as quais tenho que lidas em meu

trabalho são insuportáveis

0 1 2 3 4

4. Preocupa-me a forma como tratei algumas pessoas no trabalho 0 1 2 3 4

5. Vejo meu trabalho com fonte de realização pessoal 0 1 2 3 4

6. Acho que as pessoas com as quais tenho que lidar em meu trabalho

são desagradáveis

0 1 2 3 4

7. Penso que trato com indiferença algumas pessoas com as quais tenho

que lidar em meu trabalho

0 1 2 3 4

8. Penso que estou saturado(a) pelo meu trabalho. 0 1 2 3 4

9. Sinto-me culpado(a) por alguma das minhas atitudes no trabalho. 0 1 2 3 4

10. Penso que o meu trabalho me dá coisas positivas. 0 1 2 3 4

11. Gosto de ser irônico(a) com algumas pessoas no meu trabalho 0 1 2 3 4

12. Sinto-me pressionado(a) pelo trabalho. 0 1 2 3 4

13. Tenho remorsos por alguns dos meus comportamentos no trabalho. 0 1 2 3 4

14. Rotulo ou classifico as pessoas quais tenho que lidar no meu trabalho

segundo o seu comportamento.

0 1 2 3 4

15. O meu trabalho me é gratificante. 0 1 2 3 4

16. Penso que deveria pedir desculpas a alguém pelo meu

comportamento no trabalho.

0 1 2 3 4

17. Sinto-me cansado(a) fisicamente no trabalho. 0 1 2 3 4

18. Sinto-me desgastado(a) emocionalmente. 0 1 2 3 4

19. Sinto-me encantado(a) pelo meu trabalho. 0 1 2 3 4

20. Sinto-me mal por algumas coisas que disse no trabalho. 0 1 2 3 4

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ANEXO II

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