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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS – PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
MONOGRAFIA
Avaliação da reparação óssea em ostectomias produzidas em tíbias de coelhos
utilizando cimento ósseo à base de fosfato de cálcio.
Mateus Gonzaga Barbosa Batista Moraes
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
MONOGRAFIA
Avaliação da reparação óssea em ostectomias produzidas em tíbias de coelhos
utilizando cimento ósseo à base de fosfato de cálcio.
Mateus Gonzaga Barbosa Batista Moraes
Graduando
Prof. Dr. Marcelo Jorge Cavalcanti de Sá
Orientador
Patos-PB
Fevereiro de 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
MATEUS GONZAGA BARBOSA BATISTA MORAES
Graduando
Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para
obtenção do grau de Médico Veterinário.
ENTREGUE EM ....../....../....... MÉDIA: ____
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________ ____
Prof. Dr. Marcelo Jorge Cavalcanti de Sá Nota
__________________________________________ ____
Prof. Dr. Sérgio Ricardo Araújo de Melo e Silva Nota
_________________________________________ ____
Méd. Veter. Francisco Alípio de Sousa Segundo Nota
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
MATEUS GONZAGA BARBOSA BATISTA MORAES
Graduando
Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para
obtenção do grau de Médico Veterinário.
APROVADO EM ....../....../...... EXAMINADORES
Prof. Dr. Marcelo Jorge Cavalcanti de Sá
Prof. Dr. Sérgio Ricardo Araújo de Melo e Silva
Prof. Dr. Sérgio Ricardo Araújo de Melo e Silva
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela sua graça superabundante, sua misericórdia
infinita, e amor incondicional para com a minha vida, me concedendo o privilégio em
poder desfrutar desta vida com saúde, paz, segurança e ricas bênçãos, na certeza de que
até aqui o Senhor me ajudou e continuará me ajudando.
A minha família pelo suporte em todas as áreas da minha vida, desde o meu
nascimento. Especialmente aos meus avós maternos Walter e Gizelda Moraes, aos meus
irmãos João Neto e Davi, aos meus pais Marcos Gianny e Tirza, e a minha avó materna
Amparo Batista.
Aos meus guias espirituais Pr. Diogo e Narjara, e também ao Pr. Nivam e sua
esposa Jocélia, Pr. Marcos e sua esposa Zilmar, Pr. Leonildo e sua esposa Sheila Kelly,
Pr. Isaías e sua esposa Ana Fábia, que sempre trouxeram ensinamentos e conselhos a luz
da palavra.
A todos os professores e colegas de profissão que contribuíram e continuam
contribuindo para o meu crescimento profissional como os professores Fernando Borja,
Gildenor Xavier, Fernando Vaz, Pedro Isidro, Francisco Pupo, e especialmente ao
professor Marcelo Sá (meu orientador e amigo) que dedicou grande parte do seu tempo
me auxiliando em todo este experimento desde a parte teórica a prática. À Mônica
(mestranda da UFCG do CSTR) que foi fundamental e parte principal neste experimento
partilhando da sua dissertação de mestrado para a realização desta monografia. E a toda
equipe da “Cuidar Clínica Veterinária”, de Campina Grande-Pb.
Aos meus grandes amigos Jhonny Watson (Irmão da vida e eterno timóteo 2),
Alexandre Peixoto (só chega na hora certa para ajudar), Jobson Brito (do futebol, para a
vida), Lucas Meira (da vizinhança, para a vida), João e Jéssica (casal puxão de orelha)
Andrew e Thaísa (casal referência, que recentemente deram vida a sua primogênita
Valentina), Luiz (tiozão da alegria), Walisson (menino bruto) e Edlayne (faz os melhores
bolos Brasil), Everton e Tereza (casal 20), e a minha amiga Vanessa Nóbrega (proprietária
do melhor ateliê de doces do mundo!).
Além dos meus amigos e amigas que conheci na universidade e que certamente
terei por toda a vida. Começando pelo grupo “GDF” (Grupinho da frente, finado GSGB,
e vulgo U-F-P-B) composto por: Andressa Krízia (Mateus, me rexxpeita que eu não sou
as tuas negas!), Isa Maria (Vem cá Enzo!), Nathalia Brito (Todos pensavam que era a
mais “madura”), Lettícia Brito (Com dois “tt”, vet raíz e conterrânea) e o meu parceiro
Lucas Marques (empresário forte de bananeiras). E o grupo “TCHÊ” (Se o limite não é o
céu, então continuamos voando) composto por: Thiago Brandão (30 anos de experiência),
Luiz Gonzaga (supera os azilados, na arte de azilar), Joel Camboim (Joly boy, o cachorro
louco), Agrício Moreira (o chefe da med vet) e Vinícius Nunes (conseguiu ser o primeiro
papai do grupo na graduação), todos os funcionários da universidade como Jáilson (O
homem que “quebra todo e qualquer galho”) e a todos os colegas que fiz durante a
graduação.
Enfim, a todas as pessoas que eu já conheci não somente durante estes 5 anos em
patos, mas durante toda a minha vida e em todos os lugares em que já estive até hoje pelo
mundo, que de alguma forma contribuíram com o meu crescimento pessoal, profissional,
humano e espiritual.
Meu muito obrigado à todos, e que Deus os abençoem rica e abundantemente!
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... 8
LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................. 9
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 10
RESUMO ....................................................................................................................... 11
ABSTRACT ................................................................................................................ 120
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 13
2.1. Tecido ósseo ............................................................................................................ 13
2.1.1. Células Ósseas ...................................................................................................... 13
2.1.2. Propriedades elétricas do osso .............................................................................. 14
2.2. Consolidação de fraturas e falhas ósseas ............................................................. 14
2.3. Enxertos ósseos ...................................................................................................... 15
2.4. Biomateriais ........................................................................................................... 16
2.4.1. Cimento à base de Fosfato de Cálcio (CFC) ........................................................ 18
2.4.2. Beta Fosfato Tricálcico (β-TCP) .......................................................................... 19
2.4.3. Hidroxiapatita (HA) .............................................................................................. 20
2.4.4. Quitosana .............................................................................................................. 21
2.4.5. Polietilenoglicol (PEG)......................................................................................... 22
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 23
3.1. Composição do cimento ósseo ............................................................................... 23
3.1.1 Biomaterial injetável a base de fosfatos de cálcio ................................................. 23
3.2. Animais ................................................................................................................... 24
3.3. Procedimento cirúrgico ......................................................................................... 24
3.3.1 Pré-Operatório ....................................................................................................... 24
3.3.2. Trans-operatório ................................................................................................... 25
3.3.3. Pós-operatório ....................................................................................................... 25
3.4. Avaliação radiográfica .......................................................................................... 30
3.5. Avaliação clínica e microscópica .......................................................................... 30
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 32
5.CONCLUSÃO.............................................................................................................35
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 36
LISTA DE TABELAS
Pág.
Tabela 1: Média e desvio padrão da área de radiopacidade óssea em mm............ 33
LISTA DE GRÁFICOS
Pág.
Gráfico 1: Dados relativos aos escores de edema na área de ostectomia e
implantação do cimento ósseo...............................................................
32
LISTA DE FIGURAS
Pág.
Figura 1: Tricotomia do membro pélvico direito e esquerdo desde a porção média
do fêmur até a articulação tibio-tarsica......................................................
26
Figura 2: Tricotomia para anestesia epidural............................................................
26
Figura 3: Incisão de 2 cm na porção proximal da tíbia do membro pélvico
direito.........................................................................................................
27
Figura 4: Ostectomia com broca de 2 mm sob irrigação constante com solução de
cloreto de potássio.....................................................................................
27
Figura 5: Ostectomia de 2 mm na porção proximal da tíbia.....................................
28
Figura 6: Cimento ósseo............................................................................................
28
Figura 7: Cimento ósseo preenchendo a ostectomia.................................................
29
Figura 8: Miorrafia com fio poligactina 910 3.0, em padrão “X”............................
29
Figura 9: Dermorrafia com fio nylon 2.0, em padrão “Wolf”..................................
30
Figura 10: Raio-x de ostectomia em tíbia de coelho...................................................
33
Figura 11: Fotomicrografia do interior da ostectomia em tíbias de coelhos...............
34
RESUMO
MORAES, MATEUS GONZAGA BARBOSA BATISTA. Avaliação da reparação
óssea em ostectomias produzidas em tíbias de coelhos utilizando cimento ósseo, à
base de fosfato de cálcio. 2018. 47 f. TCC (Graduação) – Curso de Medicina Veterinária,
UFCG, Patos, 2018.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia do uso de cimento ósseo (a base de fosfato
de cálcio, Beta Fosfato Tricálcico (β-TCP), Hidroxiapatita (HA), Quitosana,
Polietilenoglicol (PEG)). Neste experimento foram utilizados 6 coelhos (Oryctolagus
cuniculus) que foram submetidos a ostectomias na região metafisária das tibias do
membro direito de cada animal, posteriormente preenchidas com cimento ósseo. Os
animais foram avaliados clinicamente, radiograficamente e histologicamente. No exame
clínico não foi observado nenhum sinal de infecção ou rejeição do implante. Nas
avaliações radiográficas se observou evolução concêntrica da radiopacidade óssea com
formação do calo ósseo. Posteriormente todos os animais foram eutanasiados para
confecção das lâminas histológicas onde foi observado no interior das trabéculas ósseas
proliferação de osteoblastos e presença de material amorfo semelhante ao cimento ósseo.
Concluindo que o implante serviu como elemento osteocondutor uma vez que propiciou
o crescimento ósseo, desta forma o cimento ósseo pode ser utilizado como substituto
ósseo em tíbias de coelhos.
Palavras chaves: Ostectomia; Tíbas; Cimento ósseo; Coelhos.
ABSTRACT
MORAES, MATEUS GONZAGA BARBOSA BATISTA. Evaluation of bone repair
in ostectomies produced in rabbit tibia using bone cement based on calcium
phosphate. 2018. 47 p. TCC (Undergraduate) - Veterinary Medicine Course, UFCG,
Patos, 2018.
The objective of this study was to evaluate the efficacy of bone cement (calcium
phosphate, Beta-phosphate (β-TCP), hydroxyapatite (HA), chitosan, polyethylene glycol
(PEG)). In this experiment were used 6 rabbits (Oryctolagus cuniculus) that were
submitted to ostectomies in the metaphyseal region of the tibia of the right limb of each
animal. The animals were evaluated clinically, radiographically and histologically. No
signs of infection or implant rejection were observed at the clinical examination. The
radiographic evaluation showed a concentric evolution of the bone radiopacity with
formation of the bone callus. Afterwards all the animals were euthanized to make the
histological slides where osteoblast proliferation and presence of amorphous material
similar to the bone cement was observed inside bone trabeculae. In conclusion, the
implant served as an osteoconductive element as it provided bone growth, in this way the
bone cement can be used as a bone substitute in rabbit tibiae.
Key words: Ostectomy; Tibiae; Bone Cement; Rabbits.
11
1. INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas, o homem tem-se preocupado em restaurar ou substituir partes
danificadas do tecido ósseo humano. Em meados do século XVII, Falloppio implantou uma
placa de ouro para restaurar um defeito craniano e, a partir daí, tem-se usado os implantes para
a substituição de partes danificadas do sistema ósseo (SANAN; HAINES, 1997). Dentre as
diversas áreas que norteiam a medicina, estudos direcionados sobre a consolidação óssea, cada
vez mais ganham ênfase dentro da ortopedia, principalmente no que concerne à diminuição no
tempo de reparo (CROCI et al. 2003). Relativamente à ortopedia veterinária esta necessidade
mostra-se mais evidente em função da dificuldade de se promover um pós-operatório adequado
aos pacientes e, dessa forma impedir sobrecarga precoce ao osso fraturado, mesmo após a
osteossíntese (MORAES et al. 2007).
Atualmente, observa-se uma alta de incidência de lesões provocadas
por traumas e choques mecânicos causados por diferentes fatores, sendo que
pelo menos 2/3 das lesões que acometem o homem envolvem o sistema
músculo-esquelético. Essas lesões são caracterizadas principalmente por
fraturas ósseas e são responsáveis por grandes investimentos no setor da
saúde (SALTER, 2001). Desta maneira, existe um interesse no
desenvolvimento e aperfeiçoamento de biomateriais que possam ser utilizados
na substituição do tecido ósseo, e mais ainda, que atuem como indutores do
processo de reparação óssea. Grande interesse se apresenta também no
desenvolvimento de metodologias que possibilitem uma melhor regeneração do
osso lesado. Dentre essas novas tecnologias, a engenharia de tecidos tem
obtido destaque (CUNHA et al, 2005).
As aplicações da bioengenharia de tecidos vêm permitindo a utilização
de células autógenas (do próprio paciente) cultivadas sobre moldes de
materiais biocompatíveis, os quais são posteriormente reimplantadas ao tecido
lesado. Essa metodologia abre grandes perspectivas de aplicação na área
médica, permitindo a realização de implantes de enxertos em tecidos lesados
com maior benefício ao paciente, pois pela utilização desta metodologia, apenas um pequeno
número de células serão necessárias inicialmente, as
quais serão expandidas in vitro, e também pelo fato de que evitará problemas
12
imunológicos como a rejeição dos transplantes não autógenos (TEMENOFF E
MIKOS, 2000).
Estudos sobre a consolidação óssea, cada vez mais ganham ênfase na
ortopedia, principalmente no que concerne à diminuição no tempo de
consolidação, fato que ainda é um desafio (CROCI et al., 2003). Relativamente à Ortopedia
Veterinária, esta necessidade se torna ainda maior, pela dificuldade de se promover repouso
adequado aos pacientes e, dessa forma, impedir sobrecarga precoce ao osso fraturado, mesmo
após a osteossíntese (MORAES, 2006).
Nesse contexto, a área de pesquisa relacionada à engenharia de biomateriais vem
crescendo significativamente, na busca de materiais que facilitem a regeneração óssea em
fraturas ou em casos de falhas ósseas decorrentes de não uniões e neoplasias. Apesar do grande
número de estudos relacionados a estes materiais, ainda não foi descrito um produto que seja
ideal, quando utilizado isoladamente. O cimento de fosfato de cálcio tem sido empregado em
diversos estudos para esta finalidade, sendo comprovada sua biocompatibilidade em diferentes
modelos experimentais (ARINZEH et al., 2003; MORAES et al., 2004; ORIÁ, 2005).
Neste experimento, não foi estabelecido o grupo controle, pois, é comprovado
cientificamente que o tecido ósseo é capaz de cicatrizar nos defeitos ósseos não críticos.
O objetivo deste experimento foi avaliar a eficácia do uso de cimento ósseo em
ostectomias, realizadas na região metafisária, em tíbias de coelhos.
13
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Tecido ósseo
O tecido ósseo pode ser considerado uma forma altamente especializada de tecido
conjuntivo, no qual a matriz extracelular é mineralizada conferindo-lhe rigidez e mantendo
algum grau de elasticidade. Além de sua função de suporte, o osso é a maior reserva primária
de cálcio do organismo, íon que participa intensamente da manutenção do pH interno do corpo,
assim como da transmissão e condução do impulso elétrico em nervos e músculos, incluindo o
músculo cardíaco (DEMPSTER, 1999).
A matriz óssea consiste de substâncias orgânicas, principalmente colágeno tipo I, sendo
a menor parte composta por proteoglicanas e proteínas não colágenas. A porção inorgânica é
basicamente constituída por sais de cálcio e fosfato na forma de cristais de hidroxiapatita
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1990; LIRANI, 2004).
Macroscopicamente o osso compõe-se de porção cortical e porção esponjosa. O osso
cortical é denso, presente no eixo de ossos longos, em que a matriz de colágeno está organizada
em forma de lamelas concêntricas, geralmente ao redor de um canal vascular central
constituindo o sistema de Havers. Os canais centrais contendo nervos e vasos sanguíneos
comunicam-se entre si e com a cavidade medular óssea através dos canais de Volkmann. A
superfície óssea externa é revestida por uma membrana denominada periósteo e a superfície
interna, pelo endósteo. Ambas têm a função de nutrir o osso, além de servir como fonte de
osteoblastos para a osteogênese (KAPLAN et al., 1994; LIRANI, 2004).
O osso esponjoso ou trabecular apresenta uma matriz mais porosa, organizada em
trabéculas preenchidas por medula óssea vermelha, na qual há produção ativa de células
sanguíneas a partir de células mesenquimais, possuindo, assim, metabolismo mais intenso que
o osso cortical (BETTI, 2004).
2.1.1. Células Ósseas
Os tipos principais de células ósseas são osteoblastos, osteoclastos e osteócitos, todas
derivadas da mesma linha de células osteoprogenitoras (LIRANI, 2004).
Os osteoblastos são responsáveis pela osteogênese, ou seja, pela síntese e secreção da
matriz orgânica, além de armazenarem minerais e revestirem a maioria das superfícies ósseas.
14
Quando em atividade, os osteoblastos se hipertrofiam e o núcleo (com nucléolo evidente) se
desloca para a extremidade mais distante da superfície óssea (BANKS, 1992).
Os osteoclastos são células gigantes multinucleadas derivadas dos macrófagos e
responsáveis pela remoção do osso, processo denominado osteoclasia. Possuem os mecanismos
celulares necessários para dissolução dos materiais ósseos e para a digestão da matriz orgânica.
Estas células têm numerosos núcleos no interior do citoplasma acidófilo e vacuolizado. São
polarizadas, e os núcleos deslocados para a periferia celular oposta ao osso. A borda adjacente
ao osso é composta por numerosos processos celulares – “borda em escova” (BANKS, 1992).
Acredita-se que o osteoclasto bombeie íons hidrogênio (H+) e cloro (Cl–) através da borda em
escova, originando ácido clorídrico (HCl) que dissolve a hidroxiapatita e secrete colagenase e
outras proteases que degradam a matriz orgânica óssea (BETTI, 2004).
Os osteócitos são osteoblastos maduros incorporados à matriz óssea mineralizada, e
provavelmente participam da sua manutenção, isto é, sua síntese e absorção em extensão
limitada (LIRANI, 2004).
2.1.2. Propriedades elétricas do osso
O tecido ósseo vivo, da mesma forma que outros sistemas tissulares biológicos,
apresenta potenciais estáveis de repouso, registrados na faixa de micro volts (CARRO, 1998).
Em estudo com ossos humanos, Fukada e Yasuda (1957) constataram a piezoeletricidade do
osso quando uma força de cisalhamento foi aplicada às fibras de colágeno. A piezoeletricidade
do material foi observada quando este produziu, sob ação de carga mecânica, uma polarização
elétrica, convertendo então energia mecânica em elétrica (XAVIER; DUARTE, 1983; CARRO,
1998; LIRANI, 2004). Os potenciais elétricos funcionam como um sistema sinalizador para as
células adjacentes (osteoblastos e osteoclastos), instruindo-as a aumentar ou diminuir a
formação ou absorção de tecido ósseo (KODAMA, 2003).
2.2. Consolidação de fraturas e falhas ósseas
A consolidação óssea é um processo extremamente complexo que pode ser dividido em
três estágios principais: fase inflamatória, reparo e remodelação (SOUSA, 2003).
A fase inflamatória começa imediatamente após a fratura e ocorre aproximadamente nas
primeiras duas a três semanas. No período de 48 horas o exsudato do hematoma contém vários
15
mediadores inflamatórios, fatores angiogênicos e do crescimento liberados pelas plaquetas,
células locais, mastócitos, macrófagos, neutrófilos e linfócitos (SOUSA, 2003).
Os estágios de reparo após fratura ou osteotomia e sua relação com o suprimento
sanguíneo são fundamentais. Os leitos circulatórios tanto medulares quanto periosteais
proliferam muito, mas o sistema arterial medular representa um papel fundamental no
suprimento sanguíneo para a formação do calo ósseo. O predomínio desse suprimento medular
aumenta à medida que progride a fase de reparação (GUIRRO, 1995; CROCI et al., 2003;
SOUSA, 2003). Este calo é posteriormente reabsorvido e remodelado, pelas forças que atuam
no osso em função (BETTI, 2004).
A característica mais evidente nos estágios iniciais do processo de reparo é a
proliferação de células do periósteo próximo à fratura. Tais células são precursoras de
osteoblastos, que posteriormente sedimentarão a substância intercelular (CROCI et al., 2003).
Neste processo, atuam os osteoclastos e osteoblastos, removendo e depositando osso
respectivamente (SOUSA, 2003). Essas células são conhecidas como Unidade Óssea
Multicelular (BMU- Bone Multicelular Unit), e a interação de suas atividades é responsável
pela remodelação óssea. “In vitro”, os osteoclastos reabsorvem osso em resposta a fatores
liberados por osteoblastos estimulados. Por outro lado, a reabsorção óssea libera fatores que
recrutam e ativam os osteoblastos (BETTI, 2004).
A falha destes processos biológicos, bem como violação dos princípios da cirurgia
ortopédica podem causar distúrbios na reparação de fraturas, tendo como conseqüência a
ocorrência de união retardada ou não-união (PERKA et al., 2000; SCHMAEDECKE, et al.,
2003).
2.3. Enxertos ósseos
O tecido ósseo é considerado ideal para enxertos, uma vez que pode ser transplantado
com sucesso de um local para outro ou de um indivíduo para outro (PENHA, 2000). Pode atuar
apenas como suporte mecânico (EIMANTAS, 1997), fornecendo vários graus de sustentação
(FOSSUM, 1997).
O enxerto ósseo pode cooperar com três funções para o processo de consolidação:
osteogênese, osteoindução e osteocondução (STEVENSON, 1993; COSTA, 1996; PARKER,
1996; MOORE et al., 2001).
16
A osteogênese envolve formação de tecido ósseo no local da implantação, sendo
necessário que células ósseas vivas sejam transplantadas com o enxerto. Esta característica é
única dos enxertos autógenos esponjosos colhidos a fresco, que permitem a nutrição das células
através da difusão e micro anastomoses entre os vasos da região e o enxerto (STEVENSON,
1993; COSTA, 1996; PARKER, 1996). A osteoindução é a capacidade do enxerto ósseo de
recrutar e estimular células multipotenciais do tecido mesenquimal a se diferenciarem em
células osteogênicas. Este processo não é inteiramente conhecido; entretanto, sabe-se que a
matriz e as células ósseas, através da proteína morfogênica óssea (BMP) e de outras proteínas,
estimulam esta função (STEVENSON, 1993; COSTA, 1996; PARKER, 1996; PARIKH,
2002).
A osteocondução é o processo no qual o enxerto serve como arcabouço para migração
de vasos sangüíneos e deposição de osso novo, conhecido como “tellis formation”. O enxerto
é lentamente reabsorvido e substituído por osso neoformado através do processo de “creeping
substituition”. Os osteoclastos reabsorvem gradualmente o enxerto e há a substituição por osso
novo. Radiograficamente ocorre aumento inicial na radiopacidade do enxerto transplantado
seguido por redução na densidade e mistura com o osso adjacente. O processo de substituição
óssea é lento, podendo levar meses, anos ou nunca ocorrer em sua plenitude (STEVENSON,
1993; COSTA, 1996; PARKER, 1996; SILVA et al., 2003).
Numerosos materiais têm sido utilizados, porém poucos apresentam resultados
satisfatórios já que a maioria provoca, em maior ou menor grau, uma resposta imunológica do
organismo receptor. Dentre os materiais biológicos encontram-se os enxertos autógenos, que
utilizam tecido ósseo do próprio indivíduo, e os enxertos alógenos, que consistem na utilização
de tecido ósseo de outro indivíduo, da mesma espécie, para a reconstituição da parte danificada
(MORAES, 2006).
Destes materiais, os enxertos autógenos são mais utilizados devido à resposta
imunológica, sendo sempre compatíveis, favorecendo os processos de revascularização e
reparação (STEVENSON, 1993; PARKER, 1995; FITCH et al., 1997; KEATING; Mc
QUEEN, 2001).
2.4. Biomateriais
O termo enxerto implica transferência de tecido vivo, enquanto implante refere-se ao
material não vivo (conservado) aplicado ao leito receptor. Os implantes também podem ser
constituídos de materiais não biológicos, como metais e cerâmicas, ou ainda polímeros,
17
denominados implantes aloplásticos (ALEXANDER, 1987; STEVENSON, 1993). A procura
por um material moldável para promover a reparação óssea tem sido a busca de vários
pesquisadores e cirurgiões interessados em acelerar a regeneração de fraturas ou reconstruir
defeitos ósseos (SCHIMITZ et al., 1999; KIRSCHNNER et al., 2002).
Vários estudos têm sido realizados na busca de um método eficaz para preenchimento
de falhas ósseas segmentares, ou seja, quando existe perda muito grande de tecido ósseo
(MORAES, 2006). Barros et al. (2001) utilizaram auto-enxerto percutâneo de medula óssea em
falhas segmentares produzidas no rádio de coelhos e concluíram que há formação de tecido
ósseo mais precocemente. Diversos trabalhos foram realizados utilizando-se o mesmo modelo
experimental, alterando somente o material de preenchimento. Para tanto, foram relatados
sucessos na utilização de biovidros e biocerâmicas (GUIRRO, 1995; ALBAROVA et al., 2005),
matriz óssea desmineralizada (CARRO, 1998; SILVA et al., 2003) e polímero de mamona
adicionado à células de medula óssea (DEL CARLO et al., 2003).
Os biomateriais podem ser definidos como substâncias de origens naturais ou sintéticas
que são toleradas de forma transitória ou permanente pelos diversos tecidos que constituem os
órgãos dos seres vivos (WILLIAMS, 1987; SANTOS et al., 1999).
A principal vantagem dos biomateriais à base de cerâmica (biocerâmicas) é sua baixa
reatividade química, sendo geralmente inertes e biocompatíveis (VALLET-REGÍ, 1997). As
biocerâmicas podem ser classificadas como inertes, quando o material é química e
mecanicamente estável e não libera moléculas, íons ou partículas como resultado da ação
combinada dos fluidos do organismo, da atividade celular e dos esforços mecânicos a que seja
submetido o implante. Nestes materiais, a formação de uma cápsula de tecido fibroso ao redor
do implante ocorre como resposta biológica, sendo esta tanto mais espessa quanto menos inerte
for o material implantado (VALLET-REGÍ, 1997).
Além de inertes, as biocerâmicas podem ser classificadas como bioativas, quando o
tecido vivo é capaz de interagir intimamente com o material, depositando-se diretamente sobre
a superfície do mesmo sem a intervenção de uma camada de tecido fibroso. A natureza dessa
ligação entre o osso e o implante, no caso destes materiais, parece ser do tipo química, sendo
que, nessa ligação, o papel fundamental parece ser feito pelos componentes orgânicos e
minerais presentes nos fluidos do corpo humano. Os materiais bioativos, por excelência, são os
mais empregados, como os biovidros (ALBAROVA et al., 2005), as vitrocerâmicas bioativas
e as cerâmicas de fosfato de cálcio, entre as quais, a mais difundida é a Hidroxiapatita (HA)
(VALLET-REGÍ, 1997).
18
2.4.1. Cimento à base de Fosfato de Cálcio (CFC)
Os CFC são a segunda geração da HA. Eles têm sido desenvolvidos com o objetivo de
se empregar um material que seja moldável e se ligue quimicamente ao osso hospedeiro,
restaurando contornos e aumentando as propriedades biomecânicas da região acometida
(SCHMITZ et al., 1999). A popularidade destes materiais vem crescendo devido à promessa de
um substituto osteocondutivo para enxertos ósseos (KEATING; Mc QUEEN, 2001; FINI et al.,
2002; OOMS et al., 2002).
Os CFC são materiais constituídos por um pó e um líquido, os quais, ao serem
misturados, formam uma pasta que endurece espontaneamente à temperatura ambiente ou
corporal como resultado da precipitação de um ou vários fosfatos de cálcio (DRIESSENS et
al., 1998; CARRODÉGUAS et al., 1999; YUAN et al., 2000).
O comportamento biológico "in vivo" dos CFC tem sido exaustivamente estudado em
diversos modelos animais. Observa-se que os estudos envolvendo grandes falhas ósseas se
restringem a um grupo menor de espécies, diferente do que ocorre em testes de
biocompatibilidade dos mais diversificados materiais (MUNTING et al., 1993; YOSHIMINE
et al., 1993; FUJIKAWA et al., 1995; OHURA et al., 1996; FINI et al., 2002; LU et al., 2002;
OOMS et al., 2002; MORAES et al., 2004; ORIÁ, 2005).
Genericamente, os CFC comportam-se “in vivo” de maneira semelhante às
biocerâmicas de fosfato tricálcico, ou seja, são reabsorvidos devido à atividade osteoclástica,
formando ao mesmo tempo novo tecido ósseo na interface ossoimplante, devido à atividade
osteoblástica (CARRODÉGUAS et al., 1999). Desta forma, os CFC não atuam como
substitutos permanentes do osso, sendo apenas temporários e lentamente substituídos por tecido
ósseo neoformado, comportamento esse denominado osteotransdutividade. A velocidade em
que esse fenômeno ocorre, depende fortemente do tipo de CFC, do sítio de implantação e da
idade do paciente receptor (CARRODÉGUAS et al., 1999).
Segundo Lu (2002), a biodegradação do cimento à base de fosfato de cálcio pode ser
explicada pela combinação de vários processos físicos, químicos e biológicos. Os fatores físicos
incluem a forma, tamanho, porosidade e cristalinidade do implante. Dentre os fatores químicos
estão a composição e ionização do material. Já os fatores biológicos são principalmente a área
de contato com o osso, tipo de osso, espécie animal, idade e predisposição genética.
De acordo com Driessens et al. (1997), existem sete diferentes tipos de cimentos de
fosfato de cálcio, em função da possibilidade de precipitação dos compostos de fosfato de cálcio
19
pelo sistema ternário de Ca(OH) 2-H3PO4-H2O. Os cimentos, de uma forma geral, são
constituídos de uma parte sólida e uma liquida que pode ser água ou uma solução, que formam
uma pasta ao serem misturadas, perdendo sua plasticidade com o tempo e ganhando resistência
mecânica, progressivamente (ALONSO, 2000).
Alguns requisitos são básicos para o cimento ósseo, destacando-se a adesão e
endurecimento in vivo em tempo satisfatório, a resistência mecânica apropriada durante o
período requerido, o pH próximo da faixa de neutralidade (6,5-8,5) durante e após a adesão
para evitar os efeitos citotóxicos, a fácil manipulação, a moldabilidade, a ausência de
toxicidade, a adesão ao tecido ósseo e a ausência de características alergênicas e cancerígenas
(LEMAITRE et al., 1992; DRIESSENS et al., 1997). Estes cimentos comportam-se in vivo de
maneira semelhante às biocerâmicas de β-TCP, ou seja, são absorvidos devido a atividade
osteoclástica, formando ao mesmo tempo novo tecido ósseo na interface osso-implante
(DRIESSENS et al., 1998).
Os CFC não atuam como substitutos permanentes do osso, apenas temporários, sendo
lentamente substituídos por tecido ósseo de nova formação. Este comportamento típico tem
sido denominado de osteotransdutividade. A velocidade em que esse fenômeno ocorre depende
de sobremaneira do tipo de CFC, do sítio de implantação e da idade do indivíduo receptor, entre
outros fatores (DRIESSENS et al., 1998).
As cerâmicas de fosfato de cálcio têm merecido lugar de destaque entre as biocerâmicas.
Cerâmicas reabsorvíveis, como o fosfato de cálcio, seja na forma particulada ou porosa, tem
sido usadas para regeneração óssea em situações clínicas. Dentre as cerâmicas compostas por
fosfato de cálcio, a hidroxiapatita (HA) e o β-tricálcio fosfato (β-TCP), despertam grande
interesse como materiais substitutos para o tecido ósseo, pois são biocompatíveis e
reabsorvíveis (ORÉFICE, 2006).
2.4.2. Beta Fosfato Tricálcico (β-TCP)
Os TCP’s tem se destacado como enxertos biocerâmicos. Podem ser obtidos por
diferentes técnicas de síntese possuindo três formas polimórficas: β-TCP, α-TCP e α’-TCP
(DORNAS, 2013). Os fosfatos tricálcico podem se apresentar em três fases polimórficas, o de
baixa temperatura β-TCP e os de alta temperatura, α-TCP e α’-TCP (AZA et al., 2005; AZA &
AZA, 2004). Atualmente, o fosfato tricálcico (TCP) é um dos fosfatos de cálcio mais utilizados
como biomateriais devido à sua biocompatibilidade, bioatividade in vivo, biorreabsorbilidade
20
e osteocondutividade (ESLAMINEJAD et al., 2013; LEUCHT et al., 2013; STEFANIC et al.,
2013).
Segundo Albuquerque (2012), a fase β é a que possui taxas de reabsorção mais
adequadas a este tipo de aplicação. Segundo Daculsi (1998), comparado à hidroxiapatita, o β-
TCP apresenta maior velocidade de reabsorção, sendo que a sua presença em cerâmicas
bifásicas constituídas por β-TCP e HA é a responsável pelo aumento das taxas de reabsorção
do sistema. O β-TCP é estável à temperatura ambiente e se transforma em α-TCP a partir de,
aproximadamente, 1165ºC, que pode ser retido durante o resfriamento até a temperatura
ambiente. Essas transformações podem ser observadas no diagrama de fases do sistema CaO-
P2O5 (Óxido de cálcio – Pentóxido de fósforo), (THÜRMER, 2014).
O β-TCP é um fosfato de cálcio que apresenta uma resistência à compressão idêntica à
do osso esponjoso, mas inferior relativamente à hidroxiapatita (HA), sofre uma rápida
reabsorção (6 a 12 meses), sendo a sua porosidade ideal de 150-500 μm (GIANNOUDIS et al.
2005, GUTIERRES et al. 2006, JUDAS et al. 2009). Está comercializado especialmente sob a
forma de biocompósitos pela sua associação à HA, sendo a combinação ideal a de 60% HA
com 40% β-TCP (ex. OrthograftTM, SynthoGraftTM) ou sob a forma de compósitos de β-TCP-
colagénio (ex. Collagraft®, ZimmerTM) que se utilizam associados a MO autógena (DIAS et
al. 2013).
Tanto o β-TCP como o α-TCP já são utilizados em aplicações clínicas nas áreas de
odontologia, reconstruções maxilofaciais e ortopedia. O β-TCP é o componente de vários
blocos cerâmicos mono ou bifásicos e alguns compósitos, já o α-TCP é o componente principal
de vários cimentos ósseos hidráulicos (CARRODEGUAS et al., 2011).
2.4.3. Hidroxiapatita (HA)
A hidroxiapatita (HA) é um fosfato de cálcio hidratado, componente majoritário (cerca
de 95%) da fase mineral dos ossos e dentes humanos (SANTOS, 2002) e sua fórmula química
é representada por Ca10(PO4)6(OH)2 (MARIOLANI et al., 1993; DONG et al., 2003). O termo
hidroxiapatita é formado pela junção das palavras “hidroxi” e “apatita”. “Hidroxi” refere-se ao
grupo hidroxila (OH) e apatita corresponde ao parte mineral. A palavra “apatita” é oriunda do
grego e significa “decepciono”, em função de ser confundida com turmalina, berilo e outras. A
hidroxiapatita é o material utilizado pelos vertebrados para compor o esqueleto, pela capacidade
de atuar como reserva de cálcio e fósforo. Além disso, a hidroxiapatita biológica é, ainda,
21
composta por íons em concentrações diversas, tais como Ca2+, Mg2+, Na+ , CO3 2--, entre
outros, permitindo o controle destes importantes íons nos líquidos corporais através da sua
liberação ou armazenamento (SANTOS, 2002).
A hidroxiapatita (HA) é um fosfato de cálcio que apresenta uma resistência à
compressão idêntica à do osso esponjoso e reabsorção e remodelação óssea lenta ou inexistente,
podendo ser de origem coralífera (ex. ProOsteon®, Interpore International) ou sintética (ex.
Calcitite®, Calcitek Inc.), sendo utilizada frequentemente associada a medula óssea (MO)
autógena (GIANNOUDIS et al. 2005, GUTIERRES et al. 2006, JUDAS et al. 2009).
As cerâmicas de fosfato de cálcio como a hidroxiapatita possuem propriedades
inigualáveis de biocompatibilidade, bioatividade e osteocondução, que permitem a sua
implantação no sítio ósseo, sem induzir resposta imunológica. São capazes, ainda, de ligar-se
diretamente ao tecido ósseo, permitindo o desenvolvimento do osso ao longo da superfície
(LEGEROS, 1991).
As cerâmicas mais utilizadas são a hidroxiapatita (HA) e o fosfato tricálcico (TCP)
(BURG et al., 2000), por serem osteocondutoras e capazes de promover uma interação direta
com o tecido ósseo, sem interposição de tecido fibroso, propriedades de extrema importância
para formação óssea (LE GUEHENNEC et al., 2004; CORSETTI et al., 2008). A
hidroxiapatita, principal componente presente na fase mineral dos ossos, é a mais estudada e
mais utilizada com finalidades clínicas (SINGH, et al., 2010; NOTODIHARDJO et al., 2012).
Entretanto, sua lenta taxa de biodegradação limita sua utilização (GUASTALDI e
APARECIDA, 2010).
A hidroxiapatita sintética, o fosfato tricálcico, ou a combinação dos dois são os
substitutos sintéticos do enxerto ósseo de escolha (GRIFFON, 2002). Estas cerâmicas possuem
similaridade química com a fase mineral do tecido ósseo e tornam estes biomateriais ideais
(BLOKCHUIS et al., 2000).
2.4.4. Quitosana
A quitosana é extraída da quitina, que é um dos biopolímeros mais abundantes na
natureza e vem ganhando destaque em pesquisas médicas nos últimos anos, por sua possível
capacidade reparadora tecidual (KHAN & PEH, 2003; AZEVEDO et al., 2007). Apresenta-se
como um material biocompatível,atóxico e biodegradável (GE et al., 2004).
22
Experimentos realizados apontam que a quitosana tem capacidade de favorecer
neoformação óssea por estimular a liberação de citocinas, favorecendo a angiogênese e
osteogênese (MUZZARELI et al., 1994; UENO et al., 2001; WANG et al., 2002;
GORZELANNY et al., 2010.
Assim, a versatilidade e biocompatibilidade da quitosana despertam interesse de
inúmeros pesquisadores que visam o desenvolvimento de novos produtos, baseados em suas
aplicações tecnológicas e biomédicas, a fim de obter curativos que atuem diretamente no
processo de cicatrização de feridas (FRÁGUAS et al., 2015).
2.4.5. Polietilenoglicol (PEG)
O polietilenoglicol (PEG), HO-(CH2-CH2-O)n-H, é um polímero sintético, hidrofílico,
não iônico (MURRELL e JENKINS, 1994). Devido ao seu caráter atóxico, pode também ser
utilizado em cosméticos, alimentos e produtos farmacêuticos (OLIVEIRA, 2006). Pode ser
considerado o melhor agente precipitante na produção de cristais de proteínas, etapa
fundamental na determinação da estrutura molecular das mesmas (ANNUNZIATA et al.,
2002). A macromolécula de PEG é formada por apenas um tipo de unidade repetida e por isto
é chamado de homopolímero (MURRELL e JENKINS, 1994).
Tem sido reportado que estes polímeros inibem a adsorção não seletiva de proteínas
devido ao seu alto grau de hidratação (MATSUMOTO, FUKUDA, e MIURA, 2011), isto tem
levado à fabricação de superfícies com propriedades bioinertes, as quais reduzem a adsorção de
proteínas mediante o recobrimento da superfície com cerdas de polímeros hidrofílicos, tais
como polietilenoglicol (PEG) (FERREIRA, 2012).
O polietilenoglicol (PEG), devido ao seu elevado peso molecular, quando aplicado
topicamente na medula espinhal, este polímero é capaz de reparar as membranas de células
danificadas, e pensa-se que: restabelece os gradientes iónicos; restabelece algumas funções
neurológicas próprias da substância branca; e inibe a destruição de axónios durante o processo
da lesão secundária interagindo com as mitocôndrias (KUBE & OLBY, 2008; ARIAS et al,
2007; LAVERTY et al., 2004; AMSELLEM et al, 2003).
Segundo Fletcher (2012), o polietilenoglicol (PEG) é um polímero que quando
administrado intravenoso, possui um efeito protetor do tecido nervoso, para além de efeito
antioxidante, parecendo ser potencialmente benéfico para o tratamento do trauma crânio-
encefálico, no entanto, ainda são necessários mais estudos.
23
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi realizado no setor de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário (HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG) campus de Patos, após aprovação pelo Comitê de Ética do Uso de
Animais, desta instituição, sob protocolo n º059/2017.
3.1. Composição do cimento ósseo
3.1.1 Biomaterial injetável a base de fosfatos de cálcio
Biomaterial injetável (substituto ósseo injetável) composto por uma mistura de duas
fases, uma fase sólida na forma de grânulos esféricos de fosfatos de cálcio (CaPs) de
hidroxiapatita (HA) e beta fosfato tricálcico (β-TCP), e uma fase líquida na forma de um
hidrogel composto por quitosana (CHI) e polietilenoglicol (PEG).
Formulação do Biomaterial
- Grânulos de Fosfatos de Cálcio (Parte Sólida)
Beta Fosfato Tricálcico (75%);
Hidroxiapatita (25%).
- Hidrogel (Parte Líquida)
Quitosana;
Polietilenoglicol.
Proporção β-TCP/HA (Grânulos) 3:1 (75/25)
Distribuição Granulométrica (2 tipos) 250-500 µm
500-710 µm
Tamanho Médio dos Poros entre Grânulos
250-500 µm (Tamanho Médio de 72,76
µm)
500-710 µm (Tamanho Médio de 89,90
µm)
Reologia (Hidrogel) Solução não-newtoniana pseudoplástica
Injetabilidade (Hidrogel) à 5°C, 25°C e 37°C
Força Compressiva (N)
Máximo 2,5 N
Mínimo 1,7 N
24
Injetabilidade (Força Compressiva - Produto
Final)
Com Grânulos de 250-500 µm - Máximo
5,5 N
Com Grânulos de 500-710 µm - Máximo
11,5 N
Citotoxicidade (Produto Final) 100 % Viabilidade Celular
± 14 U (VIAB)
Fonte CERTBIO, 2017.
3.2. Animais
Foram utilizados 06 coelhos mestiços, adultos, 4 (quatro) machos e 2 (duas) fêmeas,
com aproximadamente 2,43 Kg de peso vivo, provenientes de um criatório situado na cidade
de Patos – PB. Os animais foram alocados em gaiolas individuais previamente higienizadas, e
vermifugados com ivermectina na dose de 0,4 mg/Kg, por via subcutânea e permanecendo por
um período de sete dias para aclimatação, antes do início do experimento, recebendo ração
balanceada duas vezes ao dia e água potável ad libitum durante todo o experimento. Os 06
animais foram submetidos ao procedimento cirúrgico nos membros pélvicos direitos. Foi
confeccionado um orifício em cada meáfise proximal da tíbia direita e preenchimento da
perfuração com cimento ósseo.
Neste experimento, não foi estabelecido o grupo controle, pois, é comprovado
cientificamente, que o tecido ósseo, é capaz de cicatrizar nos defeitos ósseos não críticos, sem
o uso de qualquer tipo de biomaterial, implante ou intervenção ortopédica. Segundo Ostrum
(1994), a própria diferenciação de células osteoprogenitoras em condrócitos e osteoblastos,
resultam na regeneração do tecido ósseo danificado.
3.3. Procedimento cirúrgico
3.3.1 Pré-Operatório
Os animais foram anestesiados com a associação de cloridrato de xilazina a 2% na dose
de 5 mg/kg e cloridrato de cetamina a 5% na dose de 30 mg/kg ambos por via intramuscular.
Administração de fluido terapia a base de cloreto de sódio a 0,9% via intravenosa, durante todo
o procedimento cirúrgico. Após tricotomia do membro pélvico direito na região metafisária da
tíbia se prolongando até a diáfise proximal do fêmur, realizou-se a anestesia epidural com
25
lidocaína a 2% na dose de 0,3 ml/kg, associado com o tramadol na dose de 1 mg/kg em todos
os animais.
Cerca de 30 minutos antes do procedimento cirúrgico foi administrado enrofloxacina
como antibioticoterapia profilática na dose de 10 mg/ kg via intravenosa. Em seguida foi feita
a antissepsia de toda a área tricotomizada com clorexidina a 0,5%, e posterior colocação dos
panos de campo.
3.3.2. Trans-operatório
Foi realizada a incisão cutânea de 2 cm de extensão na margem craniomedial da tíbia,
divulsão do tecido subcutâneo e muscular com elevação do periósteo expondo a região
metafisária, proximal da tíbia. Posteriormente, foi confeccionado a ostectomia no membro
pélvico direito na região metafisária proximal da tíbia, com auxílio de uma furadeira ortopédica
utilizando uma broca 2 mm, sob irrigação constante de solução fisiológica, a base de cloreto de
sódio a 0,9% para evitar lesão térmica nas bordas do defeito.
Implantação do cimento ósseo preenchendo toda a ostectomia. Os implantes foram
fixados às áreas receptoras através da sutura da musculatura com padrão de sutura em ‘x’
utilizando fio poliglactina 910, 3.0 e dermorrafia com padrão de sutura em “Wolf” utilizando
fio nylon 3.0.
3.3.3. Pós-operatório
Os animais receberam tramadol na dose de 10 mg/kg/SID durante 3 dias, por via
intramuscular. O tratamento da ferida cirúrgica foi feito diariamente com uso de solução de
cloreto de sódio a 0,9% e uso tópico de pomada antibiótica, durante 10 dias. Durante este
período realizou-se a avaliação da ferida cirúrgica quanto ao surgimento de inflamação,
claudicação ou deiscência e infecção da sutura, ao final deste período os pontos foram
removidos.
Foram realizadas radiografias simples na projeção craniocaudal (CC), do membro
pélvico direito de todos os animais, logo após o procedimento cirúrgico e aos 30 dias do pós-
cirúrgico, para acompanhar o processo de reparação óssea, com relação ao grau de
radiopacidade óssea.
26
Figura 1: Tricotomia do membro pélvico direito
e esquerdo desde a porção média do fêmur até a
articulação tíbio- társica
Fonte: Setor de clínica e cirurgia de pequenos
animais, HV.
Figura 2: Tricotomia para anestesia epidural.
Fonte: Setor de clínica e cirurgia de pequenos
animais, HV.
27
Figura 3: Incisão de 2 cm na região proximal da
metáfise tíbial, do membro pélvico direito.
Fonte: Setor de clínica e cirurgia de pequenos
animais, HV.
Figura 4: Ostectomia com broca de 2 mm sob
irrigação constante com solução de cloreto de
potássio.
Fonte: Setor de clínica e cirurgia de pequenos
animais, HV.
28
Figura 5: Ostectomia de 2 mm na porção
proximal da metáfise tíbial.
Fonte: Setor de clínica e cirurgia de pequenos
animais, HV.
Figura 6: Cimento ósseo.
Fonte: Setor de clínica e cirurgia de pequenos
animais, HV.
29
Figura 7: Cimento ósseo preenchendo a
ostectomia.
Fonte: Setor de clínica e cirurgia de pequenos
animais, HV.
Figura 8: Miorrafia com fio poligactina 910 3.0,
em padrão “X”.
Fonte: Setor de clínica e cirurgia de pequenos
animais, HV.
30
3.4. Avaliação radiográfica
A avaliação radiográfica foi realizada de forma objetiva, em que se mediu com auxílio
de um paquímetro a espessura do osso em uma linha reta entre as duas margens do córtex ósseo,
a qual compreendeu desde o final da ostectomia da margem do córtex do osso, que foi
introduzido o implante até a margem contralateral (Figura 10), sendo utilizada à projeção
craniocaudal (CC) dos membros pélvicos direitos, imediatamente no pós-cirúrgico, e com 30
dias, para a obtenção das medidas. Os valores obtidos com a medição em cada animal foram
somados e calculados para obtenção da média para cada lesão óssea que foi introduzida os
implantes por dois avaliadores e submetido à análise estatística através do teste “T” de Student.
3.5. Avaliação clínica e microscópica
Os animais foram avaliados clinicamente, seguindo o modelo proposto por Carlo et al.
(2010), quanto a infecção cirúrgica, deiscência de sutura, claudicação, sensibilidade dolorosa e
edema, durante os dez primeiros dias após a cirurgia. Durante as avaliações clínicas, cada
Figura 9: Dermorrafia com fio nylon 2.0, em
padrão “Wolf”.
Fonte: Setor de clínica e cirurgia de pequenos
animais, HV.
31
animal foi retirado da gaiola e colocado em um espaço apropriado, com o objetivo de deixá-lo
o mais à vontade possível.
A infecção cirúrgica, foi avaliada pela presença ou não de secreção purulenta no sítio
cirúrgico, assim como a deiscência da sutura que foi avaliada em presente ou ausente.
A avaliação de claudicação ocorreu num intervalo de 5-10 minutos e os escores de
claudicação foram anotados, com base no apoio da extremidade do membro operado e a
locomoção e movimentação de cada animal, do seguinte modo: 0 - sem claudicação, 1 - apoio
com claudicação, 2 – ausência completa de apoio.
A sensibilidade dolorosa foi avaliada mediante a reação do animal ao toque da ferida
cirúrgica e flexão e extensão da articulação femor-tibio-patelar, atribuindo-se os escores: 0 -
Ausente, quando os animais não demonstrarem nenhum tipo de reação ao toque da área
operada; 1 - discreta, quando houver manifestação de dor após o toque da área operada; 2-
moderada, quando o animal relutar em se movimentar; e 3- intensa, quando, além das
características de dor discreta e moderada, o animal se apresentar prostrado e sem interesse pelo
alimento.
O edema do membro foi avaliado e classificado como: 0- ausente; 1- discreto, quando
limitado ao local da incisão cirúrgica; 2- moderado, quando se observar aumento de volume
também na face medial do membro, envolvendo o diâmetro da tíbia; 3- intenso, quando se
difundir por todo o membro.
Para a avaliação microscópica, os 06 (seis) animais foram eutanasiados aos 30 dias de
experimento, com uso do tiopental sódico via intravenosa até a perda total dos reflexos, com
posterior aplicação de cloreto de potássio na dose de 1 ml/kg endovenoso. Em seguida as tíbias
foram retiradas, seccionadas em torno de 1 cm acima e abaixo em relação ao implante. Desta
forma os fragmentos contendo os implantes foram colocados em formol a 10 % por 10 dias,
após este período o material foi descalcificado em solução de ácido nítrico a 10 % durante 10
dias, incluídos em parafina líquida e, posteriormente, montados em lâminas de vidro e coradas
com hematoxilina-eosina para visualização histológica, avaliando-se a interface osso-implante,
a regeneração endosteal e periosteal, proliferação e diferenciação celular no tecido cicatricial e
presença de tecido conjuntivo.
32
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O período trans-operatório transcorreu normalmente sem complicações. No pós
operatório os animais apresentaram evolução clínica normal, não se observando quaisquer
sinais de infecção ou deiscência de sutura ocorrendo cicatrização por primeira intenção em
todas as feridas cirúrgicas, possivelmente devido a rigorosa assepsia e técnica cirúrgica
adequadas durante o procedimento, concordando com os resultados relatados por Bürguer
(2010) em que nenhum dos animais apresentou reação tecidual adversa tendo excelente
regeneração da ferida cirúrgica.
Com relação à claudicação, todos os animais apoiaram o membro já no dia seguinte ao
procedimento e não apresentaram sensibilidade dolorosa à palpação, provavelmente devido ao
procedimento cirúrgico preciso, o pequeno diâmetro da ostectomia tibial e ao uso da analgesia
empregada, resultados similares foram relatados por Vital et al. (2006) que realizou ostectomias
em ulna de coelhos utilizando o implante de hidroxiapatita.
Na avaliação de edema foi observado que todos os animais obtiveram níveis normais
de fluído intersticial no local da ferida cirúrgica (Gráfico 1), visto que todos permaneceram
entre os escores de nível 1 (66.7%) e 2 (33.3%) durante todo o período de avaliação, este fato
supostamente ocorreu devido a antibioticoterapia e manejo da dor adequado, similares aos
resultados encontrados por Azevedo (2011) que utilizou fosfatos de cálcio, quitosana e medula
óssea no reparo ósseo em coelhos e os mesmos apresentaram edema de grau leve.
escore 0
escore 1
escore 2
escore 366.7%
33.3%
Gráfico 1: Dados relativos aos escores de edema na área de ostectomia e
implantação do cimento ósseo em ostectomias na região metafisária de
tíbias de coelhos (Oryctolagus cuniculus).
Fonte: Dados de pesquisa.
33
Em relação aos resultados radiográficos, observou-se evolução concêntrica da
radiopacidade óssea (Tabela 1), evidenciando-se diferença estatística significativa entre os raio-
x imediatamente no pós-cirúrgico (0.47 ± 0.23) e aos 30 dias após a cirurgia (0.64 ± 0.17),
podendo este fato ser atribuído as características do fosfato de cálcio, do trifosfato de cálcio e
hidroxiapatita, que são excelentes osteocondutores e favorecerem a um processo de cicatrização
óssea mais rápido, resultados semelhantes foram encontrados nos estudos de Miranda et al.
(2005) em que todos os animais do seu experimento completaram o processo de reparação óssea
com formação de calo ósseo.
BIOMATERIAL Raios-X pós-cirúrgico imediato
(Média ± desvio padrão)
Raios-X aos 30
dias (Média ±
desvio padrão)
Cimento Ósseo 0.47 ± 0.23 0.64 ± 0.17
Tabela 1: Média e desvio padrão da área de radiopacidade óssea em mm, obtidos pelo uso do
substituto ósseo à base de fosfato de cálcio em defeitos ósseos induzidos em tíbias de coelhos
(Oryctolagus cuniculus), nos pós-operatório imediato e 30 dias após o procedimento
cirúrgico.
Figura 10: Raio-x de ostectomia em tíbia de coelho
(Oryctolagus cuniculus), realizado imediatamente
ao pós-cirúrgico (A) e 30 dias após a cirurgia (B),
com o uso de cimento ósseo à base de fosfato de
cálcio H&E.40 X. Observa-se aumento da
radiopacidade na região metafisária proximal da
tíbia, aonde foi realizado a ostectomia e colocado o
implante (indicação vermelha).
Fonte: Setor de diagnóstico por imagem, HV.
34
Na avaliação histológica aos 30 dias de pós-operatório observou-se, na interface osso-
implante irregularidade do periósteo e endósteo com reação celular discreta, raros osteoclastos
e moderados osteoblastos ativos e neovascularização. Trabéculas ósseas irregulares, contendo
em seu interior a presença de material levemente eosinófilico irregular, finamente granular e
amorfo, em volta de todo o implante, semelhante ao cimento ósseo à base de fosfatos de cálcio
(Figura 11) e ainda presença de tecido ósseo imaturo, presumivelmente este fato ocorreu devido
à ação osteocondutiva dos biomateriais, concordando com os resultados observados por
Azevedo et al. (2012) onde os implantes de hidroxiapatita e quitosana associados a medula
óssea proporcionaram maior neoformação óssea ao redor dos implantes. Segundo Borges et al.
(2000) os substitutos ósseos são degradados e reabsorvidos pelos osteoclastos, sendo
substituídos por tecido ósseo neoformado.
5.CONCLUSÃO
O uso de cimento ósseo promove a reparação de ostectomias óseas, sem s oust c
Figura 11: Fotomicrografia do interior de ostectomia em tíbias de coelhos
(Oryctolagus cuniculus), aos 30 dias de pós-operatório H&E.40 X. Observa-se
proliferação de osteoblastos nas margens das trabéculas ósseas (seta preta) e presença
de material amorfo (cimento ósseo) entre as trabéculas ósseas (seta azul).
Fonte: Laboratório de patologia animal, HV.
35
5. CONCLUSÃO
O uso de cimento ósseo promove a reparação de ostectomias ósseas sem sinais de
infecção ou rejeição, podendo ser utilizado como substituo ósseo em tíbias de coelhos.
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