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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS DE PATOS ANNI MABELLY FELIPE QUEIROGA CONHECIMENTO E USO DE PLANTAS MEDICINAIS EM COMUNIDADES RURAIS E URBANA DO MUNICÍPIO DE CONDADO-PB PATOS PB 2015

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · Figura 10 - Partes das plantas utilizadas na produção de remédios caseiro pelos moradores da comunidade de Condado, Paraíba

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CAMPUS DE PATOS

ANNI MABELLY FELIPE QUEIROGA

CONHECIMENTO E USO DE PLANTAS MEDICINAIS EM

COMUNIDADES RURAIS E URBANA DO MUNICÍPIO DE CONDADO-PB

PATOS – PB

2015

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ANNI MABELLY FELIPE QUEIROGA

CONHECIMENTO E USO DE PLANTAS MEDICINAIS EM

COMUNIDADES RURAIS E URBANA DO MUNICÍPIO DE CONDADO-PB

Orientadora: Profa. Dra. Maria das Graças Veloso Marinho

PATOS – PB

2015

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do Curso de Licenciatura em

Ciências Biológicas do Centro de Saúde e

Tecnologia Rural da Universidade Federal de

Campina Grande, como requisito para obtenção

do título de Licenciada Plena em Ciências

Biológicas.

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR

Q3c

Queiroga, Anni Mabelly Felipe

Conhecimento e uso de plantas medicinais em comunidades rurais e

urbana do município de Condado-PB / Anni Mabelly Felipe Queiroga. –

Patos, 2015.

51f.: il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) - Universidade

Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2015.

“Orientação: Profa. Dra. Maria das Graças Veloso Marinho”

Referências.

1. Levantamento etnobotânico. 2. Tradição. 3. Enfermidades.

I. Título.

CDU 633.88

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Dedico este trabalho a Deus, que sem Ele nunca teria dado um

passo à frente, me deu saúde, força e fé de chegar até aqui e ao

meu avô Djalma Queiroga (in memoriam) que sempre esteve

presente na minha vida e é dono da minha maior saudade.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e da sabedoria de trilhar esta longa

caminhada.

Aos moradores das zonas urbana e rurais do município de Condado-PB, que calorosamente

me recepcionaram e concordaram em me ajudar dando informações de grande valia

Aos meus pais Fabia e Djalma por tudo que fizeram por mim durante meu curso até hoje, e

por serem meus melhores amigos, minha eterna gratidão.

Aos meus irmãos por estarem sempre presente.

Ao meu namorado Dilson Vasconcelos por tanto apoio, principalmente nos momentos de

tensão pré-prova.

Á minha orientadora, Maria das Graças Veloso Marinho, por sempre ter acreditado na minha

capacidade e por todos os trabalhos desenvolvidos junto a ela, onde me ajudou no

conhecimento que tenho hoje.

Aos membros da banca examinadora, por aceitar participar da avaliação do meu trabalho.

A todos os professores dessa instituição, que mostraram a importância de todas as disciplinas

desse curso.

Aos amigos Géssica Victoria, Jacielly Rodrigues e Rafael Lopes por terem contribuído na

minha pesquisa, vocês foram essenciais.

Aos meus grandes amigos, principalmente os que estiveram comigo em toda minha

caminhada.

A todos, muito obrigada!

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“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si

mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados

pelo mundo.”

(Paulo Freire)

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RESUMO

Este trabalho foi realizado na zona urbana e rural do município de Condado, no estado da

Paraíba. A pesquisa teve como principal objetivo, realizar um levantamento etnobotânico das

plantas medicinais mais utilizadas pelos moradores da região. Este estudo foi do tipo

exploratório descritivo com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no período de

dezembro de 2014 a janeiro de 2015, através de um questionário semiestruturado com

perguntas objetivas e subjetivas. Foram totalizadas 100 pessoas entrevistadas, onde 50

informantes foram da zona urbana e 50 da zona rural. Na zona urbana 66% dos participantes

da pesquisa são do sexo feminino e 34% do sexo masculino, e na zona rural 60% são do sexo

feminino e 40% do sexo masculino. A faixa etária dos entrevistados variou de 18 a 88 anos

na zona urbana e 19 a 91 na zona rural. Quanto ao nível de escolaridade, na zona urbana 60%

dos entrevistados sabem ler e escrever, já na zona rural esse número é de 48%. Dos

informantes 86% da zona urbana costumam usar plantas medicinais contra enfermidades, já

na zona rural 90%. Os pais foram ás principais fontes de conhecimento sobre as plantas com

60% na zona urbana e 56,4% na zona rural. O modo de preparo das plantas medicinais mais

utilizadas foi o chá com 63,8% na zona urbana e 64,6% na zona rural. A folha é a parte da

planta mais usada com 56,3% das citações na zona urbana e 54% na zona rural. Foram citadas

43 espécies de plantas distribuídas em 25 famílias, descrevendo quais partes utilizadas, as

formas de uso e indicações. (Lippia alba Mill) Erva-cidreira foi a planta medicinal mais

citada, com 18,1% na zona urbana e na zona rural a maior representatividade foi

(Plectranthus amboinicus Lour.) Hortelã da folha grossa com 17,7 % das citações. Pode-se

afirmar que a população desta região possui um amplo conhecimento sobre as espécies

medicinais e a diversidade vegetal ao seu redor. Demonstrando assim a grande importância

deste conhecimento passado através de gerações, onde além de manter uma tradição se torna

uma alternativa a mais para o tratamento de enfermidades.

Palavras-chave: Levantamento Etnobotânico, tradição, enfermidades.

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ABSTRACT

This study was conducted in urban and rural area of the municipality Condado, in the state

of Paraiba. The research aimed to, conduct an ethnobotanical survey of medicinal plants most

used by residents. This study was exploratory and descriptive with quantitative approach.

Data were collected from December 2014 to January 2015, through a structured questionnaire

with objective and subjective questions. 100 people were surveyed, where 50 were in urban

areas and 50 in rural areas. In urban areas 66% of participants were female and 34% were

male, and in the countryside 60% were female and 40% were male. The age of respondents

ranged from 18 to 88 years in urban areas and 19-91 in rural areas. The education level was

that, in urban áreas, 60% of respondents can read and write and in rural areas the amount is

48%. Of responders 86% typically used medicinal plants against diseases in urban areas,

although in the countryside it was 98%. Parents were the main sources of knowledge about

plants 60% in urban areas and 56.4% in rural areas. The main method of preparation was the

tea which was 63.8% in urban areas and 64.6% in rural areas. The leaves was the main part of

the plant used, with 56.3% in urban areas and 54% in rural areas. 43 plant species distributed

in 25 families were cited, describing which parts used, the different uses and indications.

Lemon balm (Lippia alba Mill) was the most cited medicinal plant, with 18,1% in urban areas

and Mint thick sheet (Plectranthus amboinicus Lour.) 17% in rural areas. The population of

this region has a broad knowledge of medicinal plants and plant diversity. Thus demonstrating

the great importance of this knowledge passed down through generations, where in addition to

maintaining a tradition becomes an alternative to more for the treatment of diseases.

Keywords: Ethnobotanical Survey, Tradition, Disease

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa do Brasil com localização do Estado da Paraíba e o mapa do Estado da

Paraíba destacando o município de Condado, e o mapa de Condado –PB juntamente com

suas cidades circunvizinhas 23

Figura 2 – Foto aérea da cidade de Condado – PB 24

Figura 3 – Entrevistas nas Comunidade Urbana e rural, município de condado, Paraíba 24

Figura 4 – Quanto ao sexo dos informantes 26

Figura 5 - Número de indivíduos por faixa etária e gênero da população entrevistada na

comunidade Condado, Paraíba 27

Figura 6 - Tempo de residência nas comunidades da população entrevistada 28

Figura 7 – Nível de escolaridade dos moradores da comunidade de Condado, Paraíba 29

Figura 8 - Frequência das plantas medicinais utilizadas como remédios caseiros pelos

moradores da comunidade de Condado, Paraíba 30

Figura 9 - Fontes de conhecimento do uso de plantas pelos moradores da comunidade de

Condado, Paraíba 31

Figura 10 - Partes das plantas utilizadas na produção de remédios caseiro pelos moradores da

comunidade de Condado, Paraíba 32

Figura 11 – Partes das plantas utilizadas na produção de remédios caseiros pelos moradores da

comunidade de Condado, Paraíba 33

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Plantas medicinais citadas pelos informantes das Comunidades urbana e rural do

município de Condado, contendo a família botânica, o nome científico, o nome popular, a

parte utilizada, a forma de uso e a indicação 34

Tabela 2 - Frequências absolutas e relativas das espécies de plantas medicinais utilizadas

pelos informantes das Zonas Urbana e Rural do município de Condado – PB. 38

Tabela 3. Frequências absoluta e relativa das famílias com maior número de espécies citadas

. 41

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

2 OBJETIVOS 17

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 17

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18

3.1 PLANTAS MEDICINAIS 18

3.2 ETNOBOTÂNICA 19

3.3 FITOTERAPIA 20

4. MATERIAL E MÉTODOS 22

4.2 TIPO DE ESTUDO 23

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA 23

4.4 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS 25

4.5 ANÁLISES DE DADOS 25

4.6 PROCEDIMENTOS ÉTICO DA PESQUISA 25

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 26

5.1 SEXO E FAIXA ETÁRIA DOS INFORMANTES 26

5.2 FAIXA ETÁRIA DOS INFORMANTES 26

5.3 TEMPO DE RESIDÊNCIA NO LOCAL DE ESTUDO 27

5.4 NÍVEL DE INSTRUÇÃO 28

5.5 COSTUME E FREQUÊNCIA DE USO DE PLANTAS COMO REMÉDIOS 29

5.6 DE ONDE VEM O CONHECIMENTO SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS 30

5.7 PARTE DA PLANTA MAIS UTILIZADA PELOS ENTREVISTADOS 31

5.8 FORMA DE PREPARAÇÃO DOS REMÉDIOS CASEIROS 33

5.9 ESPÉCIE UTILIZADAS PELOS INFORMANTES 33

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5.10 FREQUÊNCIA ABSOTULA E RELATIVA DAS PLANTAS MEDICINAIS USADAS

PELOS INFORMANTES 37

5.11 FREQUÊNCIA ABSOTULA E RELATIVA FAMÍLIAS BOTÂNICAS 41

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 42

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO 46

ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 48

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1 INTRODUÇÃO

Desde os tempos remotos, os homens buscam na natureza meios para melhorar suas

próprias condições de vida, aumentando assim sua longevidade (LORENZI; MATOS, 2008).

O ser humano foi um instrumento que desde a pré-história faz manipulação das plantas para

sobreviver, fazendo seu uso não apenas para suprir as necessidades mais urgentes, mas

também na medicina, na utilização empírica ou simbólica (ALBUQUERQUE, 2005). O

homem percebeu desde o início da sua existência que poderia retirar do solo muito mais que

alimentos.

A humanidade carrega um vasto grau de informações sobre o ambiente onde vive,

permitindo trocar informações diretamente com o meio, saciando assim suas necessidades de

sobrevivência (ARGENTA et al., 2011). O conhecimento popular sobre o uso das plantas é

passado de uma geração para outra ao longo de milhares de anos, e utilizada até os dias atuais.

O aparecimento de uma medicina popular com uso das plantas como remédio no

Brasil deve-se aos índios, com colaboração dos negros e europeus; no período que era colônia

portuguesa, os médicos para cuidar da população recorriam ao uso das plantas medicinais

(REZENDE; COCCO, 2002). Desde muito cedo, a população notou que poderia utilizar-se de

plantas para curar enfermidades, e durante muito tempo as pessoas faziam o uso das ervas

como única alternativa de tratamento.

Em relação a vegetação do nordeste, a cultura popular é forte quando a finalidade das

plantas é terapêutica. Nesse ambiente são encontradas comunidades que possuem uma boa

farmacopeia empírica, proveniente dos recursos vegetais encontrados nos meios naturais

ocupados por estas populações. (AMOROZO, 2002).

A Caatinga é o único bioma encontrado exclusivamente no Brasil, onde grande parte

da sua fauna e flora não é encontrada em outro lugar do mundo além do Nordeste brasileiro,

apesar dessa posição única dentre os biomas brasileiros, não consegue ganhar o destaque que

merece (BRASIL, 2002). A vegetação típica do sertão do estado da Paraíba é a caatinga, onde

possui uma ampla diversidade, permitindo várias linhas de pesquisa nesse ambiente.

Atualmente, mesmo com o avanço da indústria farmacêutica, estima-se que cerca de

80% da população não tem acesso aos medicamentos industrializados, e, destes, 85% adotam

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as plantas medicinais nos cuidados básicos de saúde (OMS, 2000). Dados que demonstram a

enorme confiança da população nas ervas medicinais.

Segundo Badke et al. (2012), muitos fatores têm colaborado para o aumento do uso de

plantas como recursos terapêuticos, entre eles, o alto valor dos medicamentos

industrializados, a dificuldade de acesso da população à assistência médica, bem como a

tendência ao uso de produtos de origem natural. A comunidade encontra saída para algumas

enfermidades recorrendo ao uso de plantas medicinais, pelo fácil acesso que muitas vezes tem

disponível nos quintais de suas casas e principalmente pelo baixo custo. Fazer a utilização de

plantas medicinais para cura de enfermidades requer um grande conhecimento de qual parte

da planta utilizar, a forma e com que finalidade, para assim conseguir resultados satisfatórios.

Muitos estudos etnobotânicos são desenvolvidos no Brasil, onde os conhecimentos

populares são passados de uma geração para outra continuamente. Segundo Hamilton et al.

(2003), a pesquisa etnobotânica se desenvolveu visivelmente na última década em diversas

partes do mundo, com destaque na América Latina e, principalmente, em países como o

México, a Colômbia e o Brasil.

Sendo assim, fazer o resgate deste conhecimento e de sua utilização, se torna uma

forma de registrar o aprendizado informal que contribui para valorização da medicina popular,

ao mesmo tempo que se obtém de informações sobre a saúde da comunidade local. (PILLA;

AMOROZO; FURLAN, 2006). A preservação do conhecimento popular a partir das plantas é

de extrema importância, não só para preservar a cultura, como também abrir espaço para

possíveis estudos farmacológicos levando em consideração as informações obtidas no local

estudado.

Considerando a importância do conhecimento popular em relação ás plantas, dos

benefícios que esse tipo de pesquisa propõe e dos recursos disponíveis na área, esse estudo foi

desenvolvido com o objetivo de realizar um levantamento etnobotânico de plantas medicinais

na comunidades rurais e urbana do município de Condado - PB, fazendo o comparativo do

conhecimento popular nos dois espaços e ao mesmo tempo “manter viva” essa cultura.

A escolha do local para o estudo, foi devido a diversidade vegetacional presente no

mesmo, levando em consideração que não existe nenhuma pesquisa do gênero na região,

pode-se realizar o estudo do conhecimento popular acerca das plantas medicinais e também

contribuir como base para futuros estudos farmacológicos a partir dos dados empíricos.

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Este trabalho contribuiu para o resgate e fortalecimento do conhecimento tradicional de

plantas medicinais no local e servindo de incentivo este tipo de estudo onde pode manter viva

essa cultura popular que é tão antiga e vem sendo passada através de gerações.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Realizar um levantamento etnobotânico de plantas medicinais nas comunidades rurais

e urbana no município de Condado - PB, preservando o conhecimento no contexto

sociocultural e ambiental.

2.2 Objetivos específicos

Fazer uma abordagem do conhecimento popular dos habitantes do local acerca das plantas

medicinais;

Analisar a forma de preparo de remédios caseiros com as plantas;

Identificar as plantas medicinais mais usadas pelos moradores, tais como sua forma de cultivo,

as partes usadas e suas finalidades terapêuticas;

Constatar de onde vem o conhecimento sobre a utilização e preparo dos remédios;

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 PLANTAS MEDICINAIS

Segundo a OMS (2000) planta medicinal é definida como “todo e qualquer vegetal

que dispõe, em um ou mais órgãos, substâncias que podem ser utilizadas com fins curativos

ou que sejam antecessores de Fármacos semissintéticos.

Para Campelo; Ramalho, (1989) planta medicinal é aquela que detém de um ou mais

princípio ativo que lhe atribui atividades terapêuticas.

Na história do Brasil, há registros de que os primeiros médicos portugueses, diante da

carência na colônia de remédios empregados na Europa, muito cedo começaram a perceber a

importância dos remédios de origem vegetal que os povos indígenas utilizavam (BRASIL,

2012). Segundo Lorenzi; Matos (2008) “Tais conhecimentos foram prontamente absorvidos

pelos europeus que passaram a viver no país principalmente através daqueles que faziam

incursões mais prolongadas no interior (“sertões”)”.

Os alemães J. B. Von Spix e Carl F. P Von Martius no século XIX efetuaram notas

acerca do uso de plantas medicinais pela população indígenas. No entanto, bem antes, no

século XVII, no Nordeste do Brasil, os holandeses Guilherme Piso e Georg Markgraf

coletaram plantas e catalogaram suas utilidades (ALBUQUERQUE, 2002).

Segundo Costa (2013) grande parte da região Nordeste do Brasil é coberta por uma

vegetação chamada caatinga, no qual os recursos florestais têm sido intensamente utilizados

para satisfazer as necessidades humanas dessa região semiárida.

Gomes et al. (2007) diz que na caatinga nordestina estas plantas são amplamente

utilizadas na medicina popular pelas comunidades locais. Onde é comum no Brasil, e

principalmente nessa região, encontrar pessoas que utilizam plantas com finalidades

terapêuticas.

É grande o número de adeptos a este método curativo considerando a grande riqueza

vegetal brasileira e o fácil acesso a tais plantas. Sendo assim, plantas são usadas como a única

maneira de tratamento de uma parcela da população brasileira e de mais de 2/3 da população

do mundo e os fatores dominantes na utilização desta prática são os poucos recursos da

população e o alto custo dos medicamentos industrializados. (ARGENTA et al. 2011).

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Embora muito ampla a diversidade vegetal do Brasil, novas plantas foram trazidas de

vários lugares do mundo como Europa, Ásia, Índia e África, onde hoje essas plantas integram

nossa flora formando um grupo de plantas exóticas (BRITO; DANTAS; DANTAS, 2009).

É de grande benefício uma comunidade utilizar-se das plantas com finalidade curativa,

mas ao mesmo tempo é de grande valia analisar seus fatores antes de fazer seu uso, como

afirma Gomes et al. (2007).

A utilização de plantas com o objetivo de tratamento de moléstias dificilmente está

associado à comprovação de sua eficácia. O que é comum no caso do uso popular. Assim seu

poder não é comprovado porque não existem preocupações científicas no uso informal das

plantas (MACHADO, 2009).

3.2 ETNOBOTÂNICA

Para Amorozo (1996), a etnobotânica conceitua-se como o estudo do conhecimento e

das definições desenvolvidas por qualquer sociedade a respeito do mundo vegetal,

abrangendo tanto a forma como o grupo social classifica as plantas, quanto a maneira que elas

são usadas.

A origem da etnobotânica ocorreu simultaneamente com o surgimento da própria

espécie humana, ou melhor, com o início dos primeiros contatos entre esta espécie e o Reino

Vegetal (SCHULTES; REIS 1995).

A melhor caracterização desse estudo é o contato direto com as populações

tradicionais, buscando uma aproximação e vivência permitindo conquistar a confiança das

mesmas, recuperando, assim, o conhecimento sobre a relação de similitude entre o homem e

as plantas de uma comunidade (RODRIGUES; CARVALHO, 2001).

Estudos etnobotânicos de registro de plantas, suas utilizações e formas terapêuticas por

grupos humanos têm gerado um grande auxilio para planos de preservação e manejo de

ecossistemas (PRANCE, 1995). Compreender a forma como as espécies de plantas são

utilizadas pode ser muito importante para o homem, tendo em vista que muitas comunidades

conservam um contato duradouro e recíproco com os vegetais, desenvolveram um sistema

próprio de manejo (ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002). Sendo assim, de maneira

empírica o próprio homem ao longo do tempo consegue aperfeiçoar as formas de cultivo e

utilização das plantas, tornando cada vez mais benéfica sua utilização.

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O estudo sobre os recursos medicinais em comunidades tradicionais vem se tornando

uma necessidade urgente, tendo em vista o risco de perder não apenas as espécies nativas

potencialmente úteis, mas também o conhecimento que propõe sua utilização (BRITO;

VALE, 2011).

Desta forma, fazer o resgate deste conhecimento e suas técnicas terapêuticas é uma

forma de deixar registrado um modo de conhecimento informal que contribui para a

valorização da medicina popular, além de conceber informações sobre a saúde da comunidade

local (PILLA; AMOROZO; FURLAN, 2006).

3.3 FITOTERAPIA

Fitoterápicos possuem a definição de produtos originados a partir de plantas e utilizados

com funções medicinais e para promover a saúde (BAUER, 2000).

A fitoterapia está presente nas antigas e atuais civilizações, e desempenha papel

relevante no cuidado da saúde dos povos não somente como recurso terapêutico, como

também por coexistir com crenças, valores e conveniências da humanidade (BRASIL, 2012).

A fitoterapia abrange todas as formas de utilização de plantas com a finalidade de cura de

doenças.

Na Grécia antiga, algumas plantas medicinais já eram valorizadas. Hipócrates,

considerado o "Pai da Medicina", já direcionava um remédio vegetal para cada doença

(REZENDE; COCO, 2002; MANTINS et al. 2000). Tendo em vista, as poucas possibilidades

de tratamento em épocas passadas, essa seria em muitos lugares uma única fonte de

tratamento.

A partir do conhecimento sobre a fitoterapia, no Brasil, até o século XX, se fazia

grande uso das plantas medicinais para a cura de diversas enfermidades, sendo esta prática

uma tradição que foi sendo transmitida ao longo dos tempos (TOMAZZONI; NEGRELLE;

CENTA, 2006). Mesmo com a diminuição de seu uso por conta da tecnologia, esta prática

ainda é utilizada.

A Organização Mundial da Saúde OMS (2000) atualmente reconhece, a importância

da fitoterapia, onde propõe ser uma alternativa viável e importante também às populações dos

países em desenvolvimento, já que seu custo é baixo.

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Ainda de acordo com Campelo; Ramalho (1989) a vegetação do Brasil é muito rica em

plantas utilizadas na medicina caseira. Segundo Rezende; Coco (2002) A fitoterapia faz a

utilização das diversas partes das plantas, como raízes, cascas, folhas, frutos e sementes, de

acordo com a planta utilizada. Com a diversidade existente nesse país, praticamente todas as

partes das plantas são aproveitadas.

O aumento do consumo de fitoterápicos pode ser associado ao fato de que as

populações estão questionando os perigos do uso desordenado de produtos farmacêuticos e

procuram substituí-los por plantas medicinais (TOMAZZONI; NEGRELLE; CENTA, 2006).

No entanto em relação ao uso das plantas medicinais, um fator importante chama atenção,

muitos usuários fazem o uso e tem a falsa ideia que por ser um produto natural não apresenta

potencial tóxico, o uso precisa ser feito de maneira correta (OLIVEIRA; GONÇALVES,

2006).

Os estudos etnofarmacológicos permitem vários avanços na ciência farmacêutica e no

descobrimento de novos fármacos, promovendo também a preservação da biodiversidade

(CORDEIRO; FELIX, 2014). Então, além de proporcionar um método curativo de baixo

custo, o estudo da fitoterapia pode também possibilitar base para futuros remédios

industrializados.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 ÁREA DE ESTUDO

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o município de

Condado situa-se na região oeste do Estado da Paraíba, Meso-Região Sertão Paraibano e

Micro-Região de Sousa. Limita-se ao norte com Paulista e Vista Serrana; leste com Malta, Sul

com Catingueira e oeste com Pombal, Cajazeirinhas e São Bentinho. Localiza-se a 377 Km da

capital paraibana João Pessoa. O acesso ao município é possível a partir de João Pessoa,

através da rodovia federal BR-230, leste-oeste, até Condado, passando por Campina Grande,

Soledade, Juazeirinho, Santa Luzia, Patos e Malta (Figura 1).

O município apresenta uma área total de 280,916Km² e população de 6.584 habitantes,

sendo 3215 homens e 3369 mulheres.

Sua densidade demográfica é de 23,44 hab./km². O clima é quente, com temperatura

máxima 34ºC e mínima 28ºC. Possui um de Desenvolvimento Humano de 0,59 médio

PNUD/2000. As principais atividades econômicas estão ligadas à agricultura, pecuária

(representada em atividades privada ou no trabalho informal), e comércio.

A economia do município de Condado é baseada predominantemente em atividades

do setor primário (75 a 100%). Seguem-se as atividades do setor secundário, e, com

participação modesta, o setor de serviços com O a 10%. A agricultura participa com a

produção de algodão, feijão, milho e, com pequena parcela, o arroz. Na pecuária destaca-se a

criação de bovinos e na avicultura a criação de galináceos com produção de ovos. Conta ainda

com uma pequena parcela do Serviço Público, Federal, Estadual e Municipal.

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Figura 1 – Mapa do Brasil com localização do Estado da Paraíba e o mapa do Estado

da Paraíba destacando o município de Condado, e o mapa de Condado –PB juntamente

com suas cidades circunvizinhas.

4.2 TIPO DE ESTUDO

A pesquisa foi do tipo exploratório descritivo, com abordagem quantitativo-qualitativa

e seu critério foi realizar um levantamento etnobotânico das plantas medicinais na zona

urbana e rural do município de Condado – PB.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A pesquisa foi realizada na zona urbana e rural do município de Condado – PB (Figura

2), sendo escolhido um membro de cada família, com mais de dezoito anos e disponível para

participar da pesquisa mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE).

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24

Figura 2 – Foto aérea da cidade de Condado – PB

Fonte: http://www.condado.pb.gov.br/

Foram realizadas visitas em 08 (oito) sítios na zona rural, onde cada sítio foi

visitado uma média de 06 (seis) casas e na zona urbana foram visitadas 10 (dez) ruas, com o

total de 05 (cinco) casas por rua, a entrevista foi feita com 01 (um) membro de cada casa

visitada, totalizando assim 100 (cem) pessoas entrevistadas (Figura 3).

Figura 3 – Entrevistas nas Comunidade Urbana e rural, município de condado, Paraíba

Fonte: Queiroga, 2015.

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25

4.4 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

As coletas dos dados etnobotânicos foram feitas no período de dezembro de 2014 e

Janeiro de 2015 através de visitas as comunidades. Na comunidade urbana foram realizadas

50 (cinquenta) entrevistas e na comunidade rural 50 (cinquenta), totalizando 100 pessoas

entrevistadas.

O instrumento de coleta adotado foi o de entrevistas semiestruturadas, com perguntas

objetivas e subjetivas, constituídas de questões socioculturais e ambientais que foram

direcionadas a um chefe familiar de cada domicílio visitado (APÊNDICE 1).

As coletas de material botânico não foram possíveis em razão das condições muito

secas do ambiente, no entanto, as identificações foram feitas com literatura especializada

(LORENZI; MATOS, 2008) onde foi levada e confirmada pelos moradores da região.

4.5 ANÁLISES DE DADOS

A identificação das plantas ocorreram baseado nos nomes populares citados pelos

informantes, e em seguida confirmados por literatura especializada.

Os dados analisados foram apresentados na forma de porcentagem. Os dados obtidos

na coleta foram agrupados, no programa Microsoft Excel® (2013), e subsequente

apresentados em gráficos e tabelas para definição da amostra, empregando frequências

absolutas e relativas. A frequência foi calculada onde a frequência relativa (FR) é igual ao

número de citações por planta, dividido pelo número total (N), em seguida multiplicado por

100 (cem) para o resultado percentual (FR = FA/N x 100).

4.6 PROCEDIMENTOS ÉTICO DA PESQUISA

O presente estudo foi desenvolvido com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

com Seres Humanos (CEP) do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal

de Campina Grande, parecer nº 1.253.926. Conforme instruções da Resolução nº 466/12,

todos os participantes da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (ANEXO 1).

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26

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 SEXO DOS INFORMANTES

Constatou-se que 60% da contribuição na zona rural e 66% na zona urbana foram das

mulheres, resultado que demonstra uma predominância feminina nas respostas, onde na hora

da entrevista alguns homens preferiram chamar sãs esposas para que respondessem as

perguntas. Embora ambos terem demonstrado bastante conhecimento sobre a flora medicinal

do local (Figura 4).

Figura 4. Quanto ao sexo dos informantes.

No estudo de Silva et al. (2015) em uma área da Caatinga na comunidade do sítio

Nazaré, no município de Milagre, Ceará, foi constatado resultado similar, onde observou-se

que 67% dos entrevistados eram do sexo feminino e 33% do sexo masculino. Semelhantes

também foram os resultados obtidos no estudo de Silva et al. (2010) em uma população de

Nova Xavantina-MT, onde 59,4 % das entrevistas foram feitas com mulheres.

5.2 FAIXA ETÁRIA DOS INFORMANTES

A média de idade foi de 18 a 90 anos, mas o predomínio da idade dos entrevistados foi

no intervalo de 51 a 60 anos nas duas comunidades, totalizando 28% na comunidade urbana, e

24% na rural. Já a menor frequência foi dos entrevistados até 20 anos, com apenas 2% em

ambas as comunidades (Figura 5).

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27

Figura 5: Número de indivíduos por faixa etária e gênero da população entrevistada

na comunidade Condado, Paraíba

Resultados equivalentes foram encontrados em Soares et al. (2009), no estudo feito

sobre as plantas medicinais no Município de Gurinhém – Paraíba, onde a faixa etária variou

entre 13 e 88 anos. No trabalho de (LIPORACCI; SIMÃO, 2013) nos quintais do Bairro Novo

Horizonte, Ituiutaba, MG, também obtiveram resultados semelhantes onde, faixa etária ficou

na variação de 27 a 88 anos e a prevalência da idade dos entrevistados foi de 50 a 60 anos.

5.3 TEMPO DE RESIDÊNCIA NO LOCAL DE ESTUDO

Em relação ao tempo de moradia dos informantes no local, houveram resultados

distintos. O maior índice na zona urbana foi entre 30 e 50 anos com 54% do total, já na zona

rural a maior representatividade foi entre 0 a 10 anos, totalizando 28%. Já na área urbana, esse

último índice citado foi o de menor representação com apena 6 % do total, diferentemente da

zona rural onde o menor índice foi exatamente o de maior da zona urbana, entre 30 e 50 anos,

com 20% do universo amostral (Figura 6).

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28

Figura 6. Tempo de residência nas comunidades da população entrevistada.

5.4 NÍVEL DE INSTRUÇÃO

Com relação ao nível de escolaridade dos entrevistados, 60%na área urbana sabem ler

e escrever e 38% na rural. Uma parcela de 20% possui o 2º grau completo na zona urbana e

apenas 10 % conseguiram concluir o ensino médio na rural. Dados ainda mais inquietantes

são em relação ao superior dos informantes, apenas 12% na zona urbana e 4% na zona rural

conseguiram fazer faculdade (Figura 7).

Figura 7. Nível de escolaridade dos moradores da comunidade de Condado,

Paraíba

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29

Resultados consternadores também são encontrados na pesquisa desenvolvida por

Rodrigues; Andrade, 2014) no levantamento etnobotânico na comunidade de Inhamã,

Pernambuco, onde o nível de escolaridade é muito baixo e apenas 10,7% têm o ensino médio

completo. No trabalho de Chaves; Barros (2012), também apresentou um grupo com baixo

nível de escolaridade, onde 70% dos entrevistados possuem ensino fundamental incompleto,

enquanto 10% sabem ler e 20% são analfabetos.

Partindo do princípio que a maior parte dos entrevistados possuem uma faixa etária

acima de 40 anos, e quando questionado sobre a falta de estudo, podemos compreender alguns

fatores que contribuíram para essa realidade, como a dificuldade de acesso a uma escola

décadas atrás, e a necessidade de trabalhar cedo, foram os principais motivos apontados por

eles de não terem começado ou dado continuidade a conclusão dos estudos.

No Brasil, intercalam-se com problemas sociais jamais resolvidos como a imensa

desigualdade da distribuição da renda, o analfabetismo que sempre esteve presente e os baixos

índices de escolaridade que culminam boa parte da população (SEGINI, 2000). Dados esses

que nos mostram ainda a dificuldade da população em frequentar a escola e concluir os

estudos.

De acordo com dados do IBGE, em 2010 o Censo apontou 9% da população brasileira

não são alfabetizados, o que equivale a 18 milhões de pessoas. Comparando com os

resultados do Censo de 2000, a situação da alfabetização melhorou no país, pois a taxa de

analfabetismo diminuiu de 12,8% para 9% em 2010.

Também de acordo com o IBGE, apesar dos avanços, o número de pessoas que não

sabem ler e escrever ainda é grande em algumas regiões do Brasil. Onde o Nordeste lidera o

ranking com 17,6% do total.

5.5 COSTUME E FREQUÊNCIA DE USO DE PLANTAS COMO REMÉDIOS

Do total de entrevistados da zona urbana, 86% acreditam no poder das plantas para

cura de enfermidades, e na zona rural esse total é de 90%. Desse universo amostral 78% tem o

costume de sempre fazer uso dessa prática na área urbana e 62% na rural (figura 8).

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30

Figura 8. Frequência das plantas medicinais utilizadas como remédios

Caseiros pelos moradores da comunidade de Condado, Paraíba.

Semelhantes resultados foram encontrados no trabalho de Andrade et al. (2013) no

município Poço José de Moura-PB, onde 94% dos entrevistados acreditam e utilizam algum

tipo de planta medicinal para o tratamento de doenças. Pilla; Amorozo; Furlan (2006) no

estudo sobre o uso de plantas medicinais no distrito de Martim Francisco, Município de

Mogi-Mirim, SP, obtiveram um resultado onde 100% dos entrevistados utilizam

frequentemente remédios feitos a partir das plantas medicinais.

Embora a medicina tenha tido um grande avanço, uma parte considerável da

população não só utilizam o tratamento com plantas medicinais, como ainda constitui a

principal alternativa para diversos tratamentos, e em alguns casos sendo o único recurso

terapêutico de tratamento para diversas comunidades (VEIGA; PINTO; MACIEL, 2005). É

muito comum o uso de plantas para tratar os males da saúde, levando em conta que não é

sempre que a população tem acesso a medicamentos industrializados, então socorrer-se da

natureza torna-se uma opção fácil e na maioria das vezes eficaz.

5.6 DE ONDE VEM O CONHECIMENTO SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS

Na questão relacionada a procedências dos conhecimentos sobre a utilidade das

plantas, em ambas as comunidades os pais são a fonte mais citada, com 60% na zona urbana e

56,4% na zona rural, seguidos pelos avós que também simultaneamente foram bastante

citados juntamente com os pais, totalizando 30% na zona urbana e 36,4% na rural (Figura 9).

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31

Figura 9. Fontes de conhecimento do uso de plantas pelos moradores da

Comunidade de Condado, Paraíba.

No estudo de Cavalcante; Silva (2014) no levantamento etnobotânico na comunidade

Moura, Bananeiras-PB, foram registrados resultados similares, onde 77% afirmaram ter sido

os pais a fonte do conhecimento adquirido sobre as plantas com finalidades terapêuticas. Um

índice ainda maior de demonstração dos pais serem os maiores responsáveis pelos

ensinamentos sobre as plantas foram encontrados no trabalho de Marinho; Silva; Andrade

(2011) no levantamento etnobotânico do município de São José de Espinharas, PB, onde 85%

dos informantes tiveram os ensinamentos dos pais acerca de remédios baseados nas plantas.

No decorrer dos tempos, o homem acumulou informações sobre o ambiente em que

vive e esse acervo consistiu na observação dos eventos e características da natureza e na

experimentação empírica desses recursos (PATZLAFF, 2007). A partir dessas

experimentações empíricas, o próprio homem foi adquirindo sua própria comprovação dos

efeitos da fitoterapia, onde assim vem passando desde muito cedo o conhecimento obtido

através de gerações.

5.7 PARTE DA PLANTA MAIS UTILIZADA PELOS ENTREVISTADOS

Nas duas comunidades estudadas, a população faz um bom proveito de todas as partes

das plantas disponíveis na região, porém 56,3% dos informantes da zona urbana, e 54% da

zona rural utilizam as folhas como principal subsidio obtido a partir das plantas para produção

de remédios caseiros (Figura 10).

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32

Na zona urbana não houveram citações de utilização de sementes e entrecascas,

diferentemente da zona rural onde 6,8% e 2,7% fazem o uso respectivamente.

Figura 10 - Partes das plantas utilizadas na produção de remédios caseiros pelos

moradores da comunidade de Condado, Paraíba.

No levantamento etnobotânico no município de Gurinhém – PB, realizado por Soares

(2009) as folhas também predominaram nas entrevistas feitas, com um total de 73%.

Resultados similares também encontrado nos trabalhos de Rodrigues; Andrade (2014),

Andrade et al. (2013), Azevedo; Kruel (2007).

Na opinião de Guerra et al. (2010), as folhas demonstram predomínio nas citações

devido a sua disponibilidade na planta a maior parte do ano e por apresentar maiores

quantidades de princípios ativos que causam a cura de enfermidades. As folhas demonstram

predomínio na preferência das populações, muitas vezes pela maior facilidade de obtenção e

do preparo dos remédios.

Diferentemente são os resultados encontrados em um estudo na comunidade do sítio

Nazaré, município de Milagres, Ceará, por Silva, et al. 2015) onde a parte mais utilizada

foram citadas raízes com 33,8% do total do público masculino e 29,5% do público feminino

utilizam na maioria das vezes as cascas.

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33

5.8 FORMA DE PREPARAÇÃO DOS REMÉDIOS CASEIROS

Existem diversas maneiras de utilização das plantas para cura das enfermidades, o chá

obteve 63,8% da maioria dos informantes da zona urbana e 64,6% da maioria na zona rural

(Figura 11). Onde pode ser preparado por infusão, maceração e decocção, assim sendo a

forma mais prática de utilização para preparação de remédios caseiros.

Figura 11- Formas de utilização das preparações caseiras pelos moradores

da comunidade de Condado, Paraíba.

Resultados análogos foram encontrados por Costa (2013) no estudo de etnobotânica de

plantas medicinais em comunidades rurais e urbanas no município de Picuí, Paraíba, onde a

maioria de 59,6% dos informantes utilizam chás como principal subsídio para cura de suas

enfermidades.

Simultaneamente diversos trabalhos também utilizam o chá como principal forma de

preparo de medicamentos, como Baptistel et al. (2014), Pinto, Amorozo e Furlan (2006),

Chaves e Barros (2012) e Lucena et al. (2013).

5.9 ESPÉCIE UTILIZADAS PELOS INFORMANTES

Nas duas comunidades foram encontradas nas citações espécies similares, e

totalizaram 45 espécies de plantas citadas, dentro de 25 famílias diferentes (Tabela 1).

Resultados semelhantes foram encontrados no trabalho de Cavalcante e Silva (2014) no

Levantamento etnobotânico na comunidade Moura, Bananeiras-PB, onde apresentou 45

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34

citações de espécies medicinais, pertencentes a 31 família botânicas. No estudo etnobotânico

de plantas medicinais utilizadas pela comunidade do Sisal, no município de Catu, Bahia, de

acordo com Neto et al. (2004) houveram as citações de 54 espécies botânicas, distribuídas em

28 famílias.

Diferentemente do citado, foram os resultados que ocorreram no estudo de Baptistel

et. al. (2014) sobre plantas medicinais utilizadas em na comunidade de Santo Antônio,

Currais, Sul do Piauí, no qual foram citadas 118 espécies, distribuídas em 54 famílias.

Também no resultado de Rodrigues; Andrade, (2014) no levantamento etnobotânico pela

comunidade de Inhamã, Pernambuco, onde houve a citação de 155 espécies, distribuídas em

59 famílias.

Tabela 1 – Plantas medicinais citadas pelos informantes das Comunidades urbana e rural do

município de Condado, contendo a família botânica, o nome científico, o nome popular, a

parte utilizada, a forma de uso e a indicação.

Família Nome científico Nome

Popular

Parte

Utilizada

Forma de

uso Indicação

ACANTHACEAE

Justicia pectoralis

var. stenophylla

Leonard

Anador Folhas e

talos Decocto

Dor de

cabeça,

cefaleia

ADOXACEAE Sambucus australis

Cham. & Schltdl. Sabugueiro

Sementes,

folhas e

flores

Decocto,

infuso

Febre, fastio,

ansiedade,

problemas

respiratórios,

gripe

AMARANTHACEAE Chenopodium

ambrosioides L. Mastruz Folhas

Compressa,

infuso,

banho

Gastrite,

ferimentos,

bronquite,

gripe, tosse

ANACARDIACEAE

Myracrodruon

urundeuva Allemão Aroeira

Cascas e

entrecascas

Decocto,

banho,

maceração

Inflamação,

adstringente

Anacardium

occidentale L. Cajueiro

Frutos e

cascas

Decocto,

lambedor,

compressa

Inflamação,

ferimentos

APIACEAE Foeniculum vulgare

Mill. Erva- doce Folhas Decocto

Dores

intestinais

APOCYNACEAE

Aspidosperma

dispermum

Müll.Arg.

Catingueira Flôr Infuso

Problemas no

útero, ovário e

próstata

ASPHODELACEAE Aloe vera (L.) Burm.

F. Babosa

Sumo das

folhas

frescas

Uso tópico

Queimaduras,

ferimentos,

hemorroidas

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · Figura 10 - Partes das plantas utilizadas na produção de remédios caseiro pelos moradores da comunidade de Condado, Paraíba

35

ASTERACEAE

Baccharis

arassatubaensis

Malag.

Alecrim Folhas Infuso Renite

alérgica

Baccharis

altimontana G.Heiden

et al.

Carqueja Folhas Infuso Diabetes

Achyrocline alata

(Kunth) DC. Macela Sementes

Infuso,

decocto,

maceração

Gastrite,

diarreia,

inflamação

BORAGINACEAE Heliotropium indicum

L. Fedegoso

Raízes e

folhas

Decocto,

Infuso, uso

tópico

Feridas, aftas,

estomatite

CACTACEAE Cereus jamacaru DC. Mandacarú Raíz Decocto,

infusão

Cálculos

renais,

colesterol alto

CUCURBITACEAE Momordica charantia

L.

Melão

Caetano Folhas Maceração

Vermes,

diarreia

FABACEAE

Parkia nitida Miq. Angico Cascas Decocto,

xarope

Bronquite,

tosse

Abarema

cochliacarpos

(Gomes) Barneby &

J.W.Grimes

Barbatimão Cascas Maceração Inflamação,

diarréia,

Amburana cearensis

(Allemão) A.C. Sm. Cumaru Cascas

Decocto,

banho,

balas

Constipação,

gripe, tosse,

ferimentos,

inflamação

Hymenaea courbaril

L. Jatobá

Casca,

folhas e

frutos

Decocto,

lambedor

Impotência

sexual,

inflamação,

cólicas

intestinais

Caesalpinia férrea

var. cearencis Huber Jucá

Casca e

frutos

Maceração,

xarope

Diabete,

inflamação

Chloroleucon

mangense var.

mathewsii (Benth.)

Barneby &

J.W.Grimes

Jurema

Cascas,

folhas e

raíz

Maceração,

decocto,

uso tópico

Cólicas,

queimaduras,

feridas

Bauhinia glabra Jacq. Mororó Cascas e

folhas

Decocto,

infuso

Diabetes,

Cálculos

renais

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · Figura 10 - Partes das plantas utilizadas na produção de remédios caseiro pelos moradores da comunidade de Condado, Paraíba

36

Erythrina amazonica

Krukoff Mulungu

Cascas e

folhas Infuso

Ansiedade,

insônia

Cariniana estrellensis

(Raddi) Kuntze Mussambê Folhas

Infuso, uso

tópico Asma

Bauhinia acreana

Harms Pata de vaca

Folhas,

cascas Decocto Diabetes

LAMIACEAE

Hyptis suaveolens (L.)

Poit.

Alfazema –

brava

Folhas,

flores Infuso

Dor de

barriga, mal

estar, cólicas

menstruais

Plectranthus

amboinicus (Lour.).

Spreng.

Hortelã da

folha grossa Folhas Lambedor

Bronquite,

gripe, dor de

garganta,

tosse

Mentha x villosa

Huds.

Hortelã da

folha miúda Folhas

Decocto,

infuso, uso

tópico

Dor de

cabeça,

tontura,

enxaqueca,

conjuntivite

Ocimum basilicum L. Manjericão Folhas Decocto,

infuso

Febre, gases

intestinais,

constipação

Origanum vulgare L. Manjerona Folhas

Decocto,

infuso,

maceração

Dor de

cabeça,

constipação,

estimulante

sexual

LYTHRACEAE Punica granatum L. Romã

Frutos e

cascas dos

frutos

Decocto,

infuso,

maceração,

in natura,

xarope

Inflamação na

garganta,

tosse

MALPIGHIACEAE Malpighia emarginata

DC. Acerola Frutos

Lambedor,

suco, in

natura

Renite

alérgica, gripe

MYRTACEAE Eucalyptus globulus

Labill. Eucalipto Folhas Inalação

Congestão

nasal, gripe,

resfriado

OLACACEAE Ximenia americana L. Ameixa do

mato Entrecascas

Decocto,

uso tópico

Inflamação,

ferimentos

PHYLLANTHACEAE Phyllanthus niruri L. Quebra-pedra Folhas Decocto Pedras nos

rins

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37

POACEAE Cymbopogon citratus

(DC.) Stapf Capim-santo Folhas Infuso

Ansiedade,

dor de

barriga,

cólicas

intestinais

RHAMNACEAE Ziziphus joazeiro

Mart. Juazeiro Frutos In natura Mau-hálito

RUBIACEAE

Carapichea

ipecacuanha (Brot.)

L. Anderson

Papaconha Raiz Decocto

Gripe,

bronquite,

insônia

RUTACEAE

Pilocarpus

microphyllus Stapf ex

Wardlew.

Arruda Folhas Infusão Cólicas

menstruais

Citrus x aurantium L. Laranjeira

Folhas,

cascas e

frutos

Infuso,

decocto, in

natura,

lambedor

Gripe, tosse,

constipação,

insônia

Citrus limon (L)

Burm. f. Limão Frutos

Decocto, in

natura

Gripe, tosse,

resfriado

SAPOTACEAE

Sideroxylon

obtusifolium (Roem.

& Schult.) T.D.Penn.

subsp. obtusifolium

Quixabeira Casca Uso tópico Ferimentos

URTICACEAE Laportea aestuans

(L.) Chew Urtiga

Folhas e

raíz

Decocto,

infuso

Problemas

renais,

estimulante

sexual, rinite

alérgica

VERBENACEAE Lippia alba (Mill.)

N.E.Br. ex P. Wilson Erva- cidreira Folhas Decocto

Pressão alta,

constipação,

ansiedade,

insônia, dor

de cabeça,

enxaqueca

5.10 FREQUÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA DAS PLANTAS MEDICINAIS

USADAS PELOS INFORMANTES

Em relação as espécies de plantas medicinais utilizadas pelos entrevistados, a maior

representatividade das frequências absolutas e relativas na área urbana foi de (Lippia alba

Mill.) Erva-cidreira com 18,1%, seguida de (Plectranthus amboinicus Lour.) Hortelã da folha

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · Figura 10 - Partes das plantas utilizadas na produção de remédios caseiro pelos moradores da comunidade de Condado, Paraíba

38

grossa com 10,4% das citações. Na zona rural, o resultado foi inverso, (Plectranthus

amboinicus Lour.) Hortelã da folha grossa foi a mais citada com 17,7%, seguida de (Lippia

alba Mill.) Erva-cidreira com 16,1%, e (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf) Capim-sando foi o

terceiro mais citado nas duas comunidades, com 7,1% das citações da zona urbana urbana e

9,4% na rural. Em seguida temos (Mentha x villosa Huds.), Hortelã da folha miúda com 6,6%

das citações da área urbana e (Punica granatum L.) Romã com 4,7% da representatividade na área

rural. As demais plantas apresentaram um menor índice de frequências (Tabela 2).

Tabela 2 – Frequências absolutas e relativas das espécies de plantas medicinais utilizadas

pelos informantes das Zonas Urbana e Rural do município de Condado – PB.

Zona

Urbana

Zona

Rural

Família Nome Científico Nome

Popular FA

FR

(%) FA

FR

(%)

ACANTHACEAE Justicia pectoralis var.

stenophylla Leonard Anador 3 1,6 1 0,5

ADOXACEAE

Sambucus australis

Cham. & Schltdl.

Sabugueiro

4

2,2

2

1,0

AMARANTHACEAE Chenopodium

ambrosioides L. Mastruz 3 1,6 2 1,0

ANACARDIACEAE

Myracrodruon urundeuva

Allemão Aroeira 2 1,1 2 1,0

Anacardium occidentale

L. Cajueiro 4 2,2 6 3,1

APIACEAE Foeniculum vulgare Erva- doce 1 0,5 1 0,5

APOCYNACEAE

Aspidosperma dispermum

Müll. Arg. Catingueira 2 1,1 1 0,5

ASPHODELACEAE Aloe vera (L.) Burm. F. Babosa 4 2,2 2 1,0

ASTERACEAE

Baccharis

arassatubaensis Malag. Alecrim 1 0,5 2 1

Baccharis altimontana

G.Heiden et al. Carqueja 9 4,9 5 2,6

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39

Achyrocline alata

(Kunth) DC. Macela 10 5,5 8 4,2

BORAGINACEAE Heliotropium indicum L. Fedegoso 4 2,2 2 1

CACTACEAE Cereus jamacaru DC. Mandacarú 1 0,5 1 0,5

CUCURBITACEAE Momordica charantia L. Melão Caetano 1 0,5 1 0,5

FABACEAE

Parkia nitida Miq. Angico 2 1,1 1 0,5

Abarema cochliacarpos

(Gomes) Barneby &

J.W.Grimes

Barbatimão 1 0,5 2 1

Amburana cearensis

(Allemão) A.C. Sm. Cumaru 5 2,7 4 2,1

Hymenaea courbaril L Jatobá 3 1,6 2 1,0

Caesalpinia férrea

var.cearencis Huber Jucá 1 0,5 1 0,5

Chloroleucon mangense

var. mathewsii (Benth.)

Barneby & J.W.Grimes

Jurema 1 0,5 2 1

Bauhinia glabra Jacq. Mororó 1 0,5 2 1

Erythrina amazonica

Krukoff Mulungu 1 0,5 2 1

Cariniana estrellensis

(Raddi) Kuntze Mussambê 1 0,5 1 0,5

Bauhinia acreana Harms Pata de vaca 4 2,2 5 2,6

LAMIACEAE

Hyptis suaveolens (L.)

Poit.

Alfazema –

brava 3 1,5 8 4,2

Plectranthus amboinicus

(Lour.). Spreng.

Hortelã da

folha grossa 19 10,4 34 17,7

Mentha x villosa Huds. Hortelã da

folha miúda 12 6,6 6 3,1

Ocimum basilicum L. Manjericão 2 1,1 1 0,5

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40

Origanum vulgare L. Manjerona 3 1,6 2 1

LYTHRACEAE Punica granatum L. Romã 7 3,8 9 4,7

MALPIGHIACEAE Malpighia emarginata

DC. Acerola 1 0,5 2 1,0

MYRTACEAE Eucalyptus globulus

Labill. Eucalipto 5 2,7 6 3,1

OLACACEAE Ximenia americana L. Ameixa do

mato 1 0,5 3 1,6

PHYLLANTHACEAE Phyllanthus niruri L. Quebra-pedra 1 0,5 1 0,5

POACEAE Cymbopogon citratus

(DC.) Stapf Capim-santo 13 7,1 18 9,4

RHAMNACEAE Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 1 0,5 2 1,0

RUBIACEAE Carapichea ipecacuanha

(Brot.)L. Anderson Papaconha 1 0,5 2 1,0

RUTACEAE

Pilocarpus microphyllus

Stapf ex Wardlew. Arruda 3 1,6 1 0,5

Citrus x aurantium L. Laranjeira 3 1,6 1 0,5

Citrus limon (L) Burm. f. Limão 2 1,1 3 1,6

SAPOTACEAE

Sideroxylon obtusifolium

(Roem. & Schult.)

T.D.Penn. subsp.

obtusifolium

Quixabeira 1 0,5 1 0,5

URTICACEAE Laportea aestuans (L.)

Chew Urtiga 2 1,1 3 1,6

VERBENACEAE Lippia alba (Mill.)

N.E.Br. ex P. Wilson Erva- cidreira 33 18,1 31 16,1

182 % 192 %

FR – Frequência Relativa; FA – Frequência Absoluta.

Resultados similares foram encontrados por Lacerda et al. (2013) no Conhecimento

popular sobre plantas medicinais e sua aplicabilidade em três segmentos da sociedade no

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · Figura 10 - Partes das plantas utilizadas na produção de remédios caseiro pelos moradores da comunidade de Condado, Paraíba

41

município de Pombal-PB, onde a espécie mais representativa foi (Plectranthus amboinicus

Lour.) Hortelã com 34% das citações, seguida de Erva cidreira Lippia alba (Mill.) utilizada

por 27% dos entrevistados.

Similaridade supostamente explicada pela proximidade das regiões dos dois estudos, e

por serem regiões mais secas, com poucas chuvas e temperaturas elevadas, as plantas com

maior representatividade conseguem adaptar-se melhor nesse tipo de ambiente.

5.11 FREQUÊNCIA ABSOTULA E RELATIVA FAMÍLIAS BOTÂNICAS

Com referência a família com maior número de espécies citadas, nas duas

comunidades, Fabaceae foi a que obteve o resultado mais expressivo com (dez espécies) o que

equivale a 23,3% do total, seguido de Lamiaceae com (cinco espécies) equivalente a 11,6% e

Asteraceae e Rutaceae ambas com (três espécies), totalizando 7% , e Anacardiaceae com

4,7%.(Tabela 3). As outras obteveram apenas 1 espécie por família.

Tabela 3 – Frequências absoluta e relativa das famílias com maior número de espécies citadas

Famílias Botânicas Frequência Absoluta

Número de espécies citadas Frequência Relativa (%)

ANACARDIACEAE 2 4,7

ASTERACEAE 3 7,0

FABACEAE 10 23,3

LAMIACEAE 5 11,6

RUTACEAE 3 7,0

%

No trabalho de Costa (2013), Estudo etnobotânico de plantas medicinais em

comunidades rurais e urbanas do município de Picuí, Paraíba, os resultados foram análogos,

onde a família com maior destaque também foi a Fabaceae, com um total de (oito espécies)

citadas nessa família.

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42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que a maior parte das comunidades é

representada pelo público feminino, com uma extensa faixa etária e um grau de escolaridade

baixo.

Constatou-se que grande parte da população da referida comunidade possui um bom

conhecimento acerca do uso das plantas para o tratamento de enfermidades e que grande parte

faz uso dos mesmo, o que demonstra que essa prática ainda é grandemente aceita.

O maior conhecimento relacionado as plantas veio da faixa etária acima de 40

quarenta anos, e que de acordo com a origem dos conhecimentos dos informantes, os pais e

avós são os responsáveis, demonstrando que a essa cultura está fortemente presente nas

gerações mais antigas, porém enfraquecendo com o passar do tempo.

As comunidades estudadas possui uma boa farmacopeia natural, onde a população

retira do solo e faz um grande proveito do que ele disponibiliza, no qual grande parte das

vezes não tem de remédios industrializados.

Por fim, concluímos que esse estudo será de grande valia, onde podemos resgatar essa

cultura popular local, fortalecendo esse conhecimento tradicional, podendo incentivar também

esse tipo de estudo em outras áreas, servindo de base para futuros estudos farmacológicos e

ainda ser uma alternativa a mais de tratamento para a população com baixo poder aquisitivo.

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43

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APÊNDICE 1 - Instrumento de Coleta de Dados

Data: ____ / ____ / 2013

ROTEIRO PARA ENTREVISTAS

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS DOS PARTICIPANTES

1 – Nome: _____________________________________________________

2 - Sexo: M ( ) F ( )

3 - Faixa etária:

( ) até 20 anos ( ) de 21 a 30 anos ( ) de 31 a 40 anos

( ) de 41 a 50 anos ( ) de 51 a 60 ( ) de 61 a 70 anos

( ) de 71 a 80 anos ( ) de 81 a 90 anos ( ) mais de 90

3 - Tempo de residência no local?

( ) de 0 a 10 anos ( ) entre 10 a 30 anos ( ) mais de 50 anos

( ) entre 30 a 50 anos

4 - Escolaridade:

( ) Não sabe ler, nem escrever ( ) Sabe apenas assinar o nome

( ) Sabe ler e escrever ( ) 2° Grau completo

( ) 3° Grau completo

DADOS ACERCA DAS PLANTAS

1 - Costuma usar remédios feitos com plantas medicinais?

( )Sim ( ) Não

2 - Acredita na cura de doenças a partir do uso de plantas medicinais?

( ) Sim ( ) Não

3 - De onde vem o conhecimento sobre as plantas medicinais?

( ) Pais ( ) Avós ( ) TV ( ) Jornal ( ) Experiência própria

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4 - Parte da planta que você mais utiliza?

( ) Raízes ( ) Cascas ( ) Folhas ( ) Flores ( ) Frutos ( ) Sementes (

) Entrecascas

5 – Qual a de preparação dos remédios caseiros?

( ) Chá ( ) Lambedor ( ) Banho ( ) Uso tópico ( ) outros

6 – Responda o quadro abaixo:

NOME POPULAR PARTE DA PLANTA

UTILIZADA

INDICAÇÕES

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ANEXO 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Nome da Pesquisa: Conhecimento e uso de plantas medicinais em Comunidades rurais e

urbana no Município de Condado-Pb

Pesquisadora responsável: Dra Maria das Graças Veloso Marinho.

Aluna pesquisadora: Anni Mabelly Felipe Queiroga

Informações sobre a Pesquisa: Estamos realizando um estudo sobre o conhecimento e

utilização de plantas medicinais, e para isso, solicitamos a sua colaboração respondendo

algumas questões sobre este assunto. O objetivo dessa pesquisa será realizar um levantamento

etnobotânico de plantas medicinais nas zonas urbanas e rurais do município de Condado-PB.

A sua participação é muito importante, pois trará contribuição em relação ao tema abordado

tanto para as participantes do estudo como também para o ensino e a pesquisa.

Eu, ____________________________________, portador(a) de RG: ________________,

abaixo assinado, tendo recebido as informações acima, concordo em participar da pesquisa,

pois estou ciente de que terei de acordo com a Resolução 196/96 Cap. IV inciso IV.1 todos os

meus direitos abaixo relacionados:

– A garantia de receber todos os esclarecimentos sobre as perguntas do questionário antes e

durante o transcurso da pesquisa, podendo afastar-se em qualquer momento se assim o

desejar, bem como está assegurado o absoluto sigilo das informações obtidas.

– A segurança plena de que não serei identificado(a), mantendo o caráter oficial da

informação, assim como está assegurado que a pesquisa não acarretará nenhum prejuízo

individual ou coletivo.

– A segurança de que não terei nenhum tipo de despesa material ou financeira durante o

desenvolvimento da pesquisa, bem como, esta pesquisa não causará nenhum tipo de risco,

dano ou mesmo constrangimento moral e ético ao entrevistado.

– A garantia de que toda e qualquer responsabilidade nas diferentes fases da pesquisa é dos

pesquisadores, bem como, fica assegurado que poderá haver divulgação dos resultados finais

em órgãos de divulgação científica em que a mesma seja aceita.

– A garantia de que todo o material resultante será utilizado exclusivamente para a construção

da pesquisa e ficará sob a guarda dos pesquisadores, podendo ser requisitado pelo

entrevistado em qualquer momento.

Tenho ciência do exposto acima e desejo participar da pesquisa.

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50

Condado, _____ de __________________ de 2015.

Pesquisadora responsável: Maria das Graças Veloso Marinho. Endereço: Inácio Fernandes,

220. Bairro: Jardim Queiróz, Patos-PB. Telefone: (83) 88069352.

______________________________________________

Atenciosamente,

________________________________________

Assinatura da Pesquisadora Responsável

Digital do(a) participante

Assinatura do(a) participante