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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO ARABELA VIEIRA CLEMENTINO AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE NEFROLOGIA EM JOÃO PESSOA-PB João Pessoa PB 2014

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0

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

ARABELA VIEIRA CLEMENTINO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL

CRÔNICA SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE

NEFROLOGIA EM JOÃO PESSOA-PB

João Pessoa – PB

2014

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ARABELA VIEIRA CLEMENTINO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL

CRÔNICA SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE

NEFROLOGIA EM JOÃO PESSOA-PB

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para

obtenção do Grau de Graduado em Nutrição do

Departamento de Nutrição do Centro de Ciências da

Saúde da Universidade Federal da Paraíba.

Orientadora: Drª. Maria da Conceição Rodrigues

Gonçalves

João Pessoa – PB

2014

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C626aClementino, Arabela Vieira.

Avaliação nutricional de pacientes com insuficiência renal

crônica submetidos à hemodiálise em uma clínica de nefrologia

em João Pessoa - PB/ Arabela Vieira Clementino.- - João

Pessoa: [s.n.], 2014. 55f. : il.

Orientadora:Maria da Conceição Rodrigues Gonçalves.

Monografia (Graduação) – UFPB/CCS.

1. Avaliação nutricional.2. Insuficiência renal crônica. 3.

Hemodiálise.

BS/CCS/UFPB CDU: 612.39(043.2)

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ARABELA VIEIRA CLEMENTINO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL

CRÔNICA SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE EM UMA CLÍNICA DE

NEFROLOGIA EM JOÃO PESSOA-PB

APROVADO EM 15/07/2014

COMISSÃO EXAMINADORA

_________________________________________________________

Profª. Drª Maria da Conceição Rodrigues Gonçalves

Departamento de Nutrição/ CCS/UFPB

(Orientadora)

_________________________________________________________

Profª. Pamela R. Martins Lins

Departamento de Nutrição/CCS- UFPB

(Examinadora)

________________________________________________________

Profª Sônia Cristina Pereira de Oliveira

Departamento de Nutrição/CCS- UFPB

(Examinadora)

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AGRADECIMENTOS

A DEUS que sempre esteve comigo nessa caminhada, iluminando meus passos e me

abençoando. Agradeço a ti Senhor por ter me dado força, esperança e saúde durante esses

quatro anos de trajetória, superando obstáculos através da fé e do desejo de realizar os meus

sonhos. Nada sou sem ti meu Pai.

Aos meus pais Margareth Vieira e Joseilson Clementino a gratidão eterna! Por tudo

que fizeram e vem fazendo por mim e pelo meu irmão. Muito Obrigado meus amores pela

confiança, dedicação e apoio para me ver feliz e realizada. Sem vocês não teria chegado aqui.

Ao meu irmão Vicente Neto por todo amor e companheirismo, um irmão que sempre

me apoiou dando força, confiança e conselhos durante toda essa jornada.

A minha avó Severina Vieira e meu avô Vicente Manoel, que apesar de estarem ao

lado de Deus, agradeço por todos os ensinamentos e conselhos, no qual foram essenciais para

construção dos meus sonhos. Vovó e vovô queria a presença de vocês nesse momento tão

especial, mas sei que estão no céu orgulhosos por mim.

Ao meu namorado Raiff Pacheco por toda dedicação, apoio, companheirismo e

conselhos. Sou muito grata a você Raiff que além de namorado é um amigo que sempre

esteve ao meu lado me ajudando superar os obstáculos durante esses quatros anos, me dando

força nas situações difíceis e compartilhando comigo momentos de conquista.

A minha orientadora, professora Maria da Conceição Rodrigues Gonçalves por ter

aceitado me orientar nessa pesquisa, pela paciência e dedicação nos momentos de toda

construção e conclusão do projeto. Foi uma honra ter a senhora como minha orientadora, uma

professora que tenho maior admiração.

A querida professora Sônia Cristina por ter me ajudado a conseguir o local para

coletar os dados da pesquisa, que foi essencial para obtenção dos resultados e conclusão do

projeto, por toda atenção nos momentos de dúvidas durante essa trajetória do curso, e por ter

aceitado a participar da Banca Examinadora.

Agradeço também a professora Pamela Martins por ser tão atenciosa comigo, sempre

me ajudando nos momentos de dúvidas, uma professora admirável, muito obrigada pela

disponibilidade em participar da Banca Examinadora.

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À minhas amigas e amigos que fiz durante o curso, em especial Flávia Mantovani,

Ingrid Gianny, Keyth Sulamita, Edjeyse, Natália Lívia, Amanda França, Luciana

Maria, Pamela Alexandria, Jéssica Vick, Reidene Simplício e Vitória Ramalho que já era

minha amiga antes de começar o curso, por todos os momentos que compartilhamos de

aperreios, de alegria, de conhecimentos, de dúvidas, em fim por tudo que vivenciamos juntos.

Amo vocês.

A minha amiga Rafaela Andrade, por ser essa pessoa que me transmite força, apoio,

motivação, confiança e alegria, sendo muito especial em minha vida.

A minha cunhada Jamile Pacheco e ao meu concunhado Petrusis Morais pelo apoio

e força durante esses quatros anos de curso, sempre me motivando a nunca desistir dos meus

sonhos.

A Nutricionista Alessandra Patrício por ter sido essencial para coleta dos meus

dados, por ter me recebido muito bem na clínica de nefrologia, acreditando no meu projeto e

me ajudando em todos os momentos de coleta e pela sua disponibilidade de tempo, sei que

sem ela não teria conseguido concluir a pesquisa. Muito obrigada Alessandra.

A todos os que participaram espontaneamente da pesquisa, sabendo que sem eles a

mesma não teria sido concretizada.

A todo Corpo Docente da Universidade Federal da Paraíba, que foram meus

professores, levarei os conhecimentos passado por toda minha carreira profissional, todos

foram essenciais para minha formação no curso de Nutrição.

E a todos que de alguma forma contribuíram para minha formação profissional e

concretização deste trabalho.

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RESUMO

Tem-se observado que mudanças de ordem nutricional em pacientes com Insuficiência Renal

Crônica submetidos à hemodiálise devem ser precocemente diagnosticadas e corrigidas, no

qual sua presença pode piorar a evolução clínica da doença. Avaliar e caracterizar o perfil

nutricional desses pacientes é fundamental para a prevenção e tratamento dos distúrbios

nutricionais, no qual se deve acompanhar periodicamente o estado nutricional com finalidade

de reduzir o risco de infecções e outras complicações. Caracterizar o estado nutricional dos

pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise de uma clínica de

nefrologia em João Pessoa- PB. A amostra foi composta por 43 pacientes de ambos os sexos

submetidos à hemodiálise em uma clínica de nefrologia em João pessoa. Para coleta dos

dados foi utilizada uma ficha clínica com dados socioeconômicos; informações sobre a

doença como etiologia e tempo de tratamento; dados antropométricos e bioquímicos. Para

análise dos resultados foi realizado teste de associações pelo Qui quadrado, utilizando o

software SPSS 21. De acordo com os resultados apresentados, 56 % dos pacientes eram do

sexo masculino, sendo 23 % com media de idade entre 21-40 anos. Foi identificado que 23%

dos pacientes avaliados tinham o ensino fundamental completo, seguido por 21% de

analfabetos, no qual 37 % possuíam um salário mínimo. Foi evidenciado que os homens

apresentaram maior tempo de tratamento hemodialitico com média de 88,19±73,52 meses.

Quanto a etiologia da IRC à Glomerulonefrite crônica e a Nefroesclerose Hipertensiva foram

às doenças mais prevalentes em ambos os sexos. Identificou-se que 63% das mulheres e 54 %

dos homens apresentaram-se eutróficos segundo o IMC, sendo também classificados como

eutroficos de acordo com DCT. Com relação à CB, CMB e AMBc os homens foram

classificados com desnutrição, revelando um déficit de massa muscular. Constatou-se que

58% das mulheres encontrava-se com desnutrição leve segundo a albumina. Em relação aos

outros indicadores bioquímicos apenas a ureia e cálcio apresentaram médias não aceitáveis

tanto para o sexo feminino como para o masculino. Embora não tenha sido encontrada

significância estatística entre as associações realizadas no presente estudo, observou-se que o

acompanhamento e o monitoramento nutricional de rotina em pacientes com IRC são

fundamentais para prevenção de distúrbios nutricional comumente observado nesses

pacientes.

Palavras-chaves: Avaliação Nutricional; Insuficiência Renal crônica; Hemodiálise.

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ABSTRACT

It has been observed that changes in nutritional policy in patients with chronic renal failure

undergoing hemodialysis should be diagnosed early and corrected, where their presence may

worsen the clinical course of the disease. Evaluate and characterize the nutritional profile of

these patients is essential for the prevention and treatment of nutritional disorders, which

should regularly monitor the nutritional status and purpose of reducing the risk of infections

and other complications. In this context the research investigation aims to characterize the

nutritional status of patients with chronic renal failure undergoing hemodialysis clinical

nephrology in João Pessoa-PB. The sample consisted of 43 patients of both sexes undergoing

hemodialysis in a nephrology clinic in John person. For data collection a clinical record with

socioeconomic data was used; information about the disease as the etiology and treatment

time; anthropometric and biochemical data. For analysis of the results was performed by Chi

square test associations using SPSS 21 software. According to the results, 56% of patients

were male, and 23% with mean age between 21-40 years. It was identified that 23% of

patients had completed primary education, followed by 21% illiteracy, in which 37% had a

minimum wage. It was shown that men had longer hemodialysis averaging 88.19 ± 73.52

months. When the etiology of the IRC Hypertensive nephrosclerosis and chronic

glomerulonephritis were the most prevalent in both sexes. It was identified that 63% of

women and 54% of men had to be eutrophic according to IMC, is also classified as eutrophic

according to DCT. Regarding CB, CMB, and AMBc men were classified as malnutrition,

revealing a deficit of muscle mass. It was found that 58% of women met with mild

malnutrition according to albumin. In relation to other biochemical indicators only urea and

calcium showed no acceptable range for both females as for males. Although no statistical

significance between the associations made in this study was found, it was noted that

monitoring and nutritional routine monitoring in patients with IRC are key to preventing

nutritional disorders commonly observed in these patients.

Keywords: Nutrition Assessment; Chronic renal failure; Hemodialysis.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1-Classificação do estado nutricional de adultos, segundo o índice de Massa

Corporal....................................................................................................................................25

TABELA 2- Classificação do estado nutricional segundo adequação de Circuferência do

braço..........................................................................................................................................26

TABELA 3 - Classificação do estado nutricional segundo adequação da Dobra cutânea

tricipital............................................................................................................... ......................26

TABELA 4 - Classificação do estado nutricional segundo adequação da Circuferência

muscular do braço.....................................................................................................................26

TABELA 5 – Classificação do estado nutricional segundo a Área muscular do braço

corrigida....................................................................................................................................27

TABELA 6-Classificação do estado nutricional segundo albumina........................................27

TABELA 7- Exames laboratoriais para a qualificação metabólica e nutricional do paciente

renal...........................................................................................................................................28

TABELA 8-Distribuição por gênero, idade, grau de instrução e renda familiar de pacientes

com Insuficiência Renal Crônica submetidos à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em

João Pessoa...............................................................................................................................30

TABELA 9- Média do tempo de tratamento hemodialítico das mulheres e dos homens

portadores de insuficiência renal crônica de uma clínica de nefrologia em João Pessoa.........30

TABELA 10- Classificação nutricional a partir do índice de massa corporal das mulheres e

dos homens com Insuficiência Renal Crônica submetidas à hemodiálise de uma clínica de

nefrologia em João Pessoa........................................................................................................32

TABELA 11- Classificação nutricional segundo a adequação da dobra cutânea tricipital,

circunferência do braço, circunferência muscular do braço e da área muscular do braço

corrigida das mulheres e dos homens com Insuficiência Renal Crônica submetidas à

hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João Pessoa.......................................................34

.

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TABELA 12 - Classificação Nutricional da amostra por gênero a partir da reserva da

Albumina...................................................................................................................................35

TABELA 13 – Exames Bioquímicos dos homens e das mulheres com Insuficiência Renal

Crônica submetidos à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João

Pessoa........................................................................................................................................36

TABELA 14- Aplicação do Teste Qui-quadrado entre os valores de uréia e do Índice de

Massa Corporal e valores de creatinina e do Índice de Massa Corporal de pacientes com

Insuficiência Renal Crônica submetidas à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João

Pessoa*.....................................................................................................................................36

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Prevalência da etiologia da Insuficiência Renal Crônica nas mulheres

submetidos à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João Pessoa.................................31

GRÁFICO 2: Prevalência da etiologia da Insuficiência Renal Crônica nos homens

submetidos à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João

Pessoa........................................................................................................................................31

GRAFICO 3- Distribuição em percentual das mulheres que apresentaram valores aceitáveis e

valores não aceitáveis dos parâmetros bioquímicos (ureia, cálcio, fósforo, potássio)...........37

GRAFICO 4- Distribuição em percentual dos homens que apresentaram valores aceitáveis e

valores não aceitáveis dos parâmetros bioquímicos (ureia, cálcio, fósforo, potássio)..............37

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LISTA DE ABREVIATURAS

IRC Insuficiência Renal Crônica

HD Hemodiálise

DM Diabetes Mellitus

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

IMC Índice de Massa Corporal

CB Circunferência do Braço

CMB Circunferência Muscular do Braço

AMBc Área Muscular do Braço Corrigida

DCT Dobra Cutânea Tricipital

SM Salário Mínimo

LISTA DE SIGLAS

OMS Organização Mundial de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13

2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................15

2.1 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA..............................................................................15

2.1.1 Etiologia..........................................................................................................................16

2.1.1 Manifestações clínicas....................................................................................................17

2.2 HEMODIÁLISE.................................................................................................................18

2.2.1 Riscos nutricionais.........................................................................................................19

2.2.1.1 Desnutrição...................................................................................................................19

2.2.1.2 Obesidade......................................................................................................................20

2.3 AVALAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL..................................................................21

2.3.1 Antropometria ...............................................................................................................21

2.3.2 Exames bioquímicos ......................................................................................................22

3 METODOLOGIA................................................................................................................23

3.1 TIPO DE ESTUDO.............................................................................................................23

3.2 AMOSTRA.........................................................................................................................23

3.3 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE..................................................................................23

3.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS.............................................................................................24

3.5 COLETA DE DADOS........................................................................................................24

3.5.1 Dados pessoais e antropométricos................................................................................24

3.5.2 Dados bioquímicos.........................................................................................................27

3.6 ANÁLISE DOS DADOS....................................................................................................28

4 RESULTADOS.....................................................................................................................29

5 DISCUSSÃO.........................................................................................................................38

6 CONCLUSÃO......................................................................................................................43

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................44

APÊNDICE A..........................................................................................................................51

APÊNDICE B..........................................................................................................................53

ANEXO....................................................................................................................................54

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1 INTRODUÇÃO

A doença renal crônica constitui atualmente um problema de saúde pública. (RYAN et

al., 2007). É uma doença decorrente da perda progressiva e irreversível das funções dos rins,

tanto em nível glomerular quanto em nível tubular e endócrino, que conduz ao desequilíbrio

homeostático do meio interno do organismo em sua fase mais avançada (ROMÃO JUNIOR et

al., 2004).

No Brasil, dados do Censo 2013 da Sociedade Brasileira de Nefrologia revelam que

100.397 pacientes são submetidos a tratamento dialítico, sendo que 25% encontram-se na

Região Nordeste. A grande maioria destes pacientes (90,7%) é submetida à hemodiálise como

terapia renal substitutiva. Apesar dos marcantes avanços no tratamento dialítico e no

entendimento da fisiopatologia das doenças renais crônicas, os índices de mortalidade

permanecem elevados, sejam eles tratados com hemodiálise ou diálise peritoneal (PECOITS

et al., 2002).

A Insuficiência renal crônica pode ser tratada inicialmente por meio de medidas

terapêuticas conservadoras, como: tratamento dietético, medicamentoso e controle da pressão

arterial. A indicação do programa dialítico será feita quando o tratamento conservador não é

capaz de manter a qualidade de vida do paciente renal e quando há o surgimento de sinais e

sintomas importantes de uremia (THOMÉ et al.,2007). Mudanças de ordem nutricional em

pacientes submetidos à hemodiálise devem ser precocemente diagnosticadas e corrigidas, no

qual sua presença pode piorar a evolução clínica da doença, favorecendo o aparecimento de

quadros infecciosos e inflamatórios, dificultando a realimentação do paciente,

consequentemente aumentando o tempo de permanência hospitalar, morbidades e mortalidade

e piorando a sua qualidade de vida (ZAMBOM et al., 2001).

Cerca de 40% dos pacientes em diálise apresentam desnutrição protéico-energética,

que está associada ao aumento do risco de morbi-mortalidade (MEHROTA; KOPPLE,

2006).O aporte adequado de nutrientes é essencial na manutenção do balanço nitrogenado

positivo, melhorando os resultados do tratamento dialítico e a qualidade de vida dos mesmos

(RAO et al., 2000). A nutrição adequada é essencial para a saúde e o gerenciamento da

doença (DUARTE; CASTELLANI, 2002).

A causa da desnutrição é multifatorial e inclui ingestão alimentar deficiente, distúrbios

hormonais e gastrointestinais, restrições dietéticas, uso de medicamentos que podem

influenciar na absorção de nutrientes, diálise insuficiente e presença constante de

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enfermidades associadas. Além disso, a uremia, a acidose metabólica procedimento de

hemodiálise, por si só, são hipercatabólicos e estão associados à presença de estado

inflamatório (SHAH et al., 2009).

Para avaliação do estado nutricional, podem-se utilizar métodos clínicos, bioquímicos

e antropométricos, porém, a junção de vários parâmetros se faz necessária para que

diagnóstico preciso seja realizado (MAITO et al., 2003). A caracterização do estado

nutricional desses enfermos é importante tanto para prevenir a má nutrição quanto para

indicar adequada intervenção nutricional nos desnutridos submetidos à diálise (SEGALL et

al., 2009).

Avaliar e caracterizar o perfil nutricional dos pacientes com Insuficiência Renal

Crônica submetidos à hemodiálise é fundamental para a prevenção e tratamento dos distúrbios

nutricionais, no qual se deve acompanhar periodicamente o estado nutricional destes pacientes

para reduzir o risco de infecções e outras complicações.

Neste contexto a pesquisa teve como objetivo geral caracterizar o estado nutricional

dos pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise de uma clínica de

nefrologia em João Pessoa- PB. Como objetivos específicos: avaliar se os pacientes em

tratamento dialítico apresentam riscos nutricionais; avaliar o estado nutricional e a função

renal a partir dos indicadores bioquímicos; identificar e analisar a etiologia da insuficiência

renal crônica; detectar as condições socioeconômicas dos pacientes submetidos à hemodiálise.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

Define-se insuficiência renal quando os rins não são capazes de remover os produtos

de degradação metabólica do corpo ou de realizar as funções reguladoras. As substâncias

normalmente eliminadas na urina são acumuladas nos líquidos corporais em consequência da

excreção renal prejudicada, e levam a uma ruptura nas funções endócrinas e metabólicas, bem

como a distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos. É uma doença sistêmica e consiste na via

final comum de muitas diferentes doenças do rim e do trato urinário (SMELTZER et al.,

2002). Essa doença provoca vários efeitos na vida dos pacientes e é de difícil tratamento, com

sérias implicações físicas, psicológicas e socioeconômicas não apenas para o indivíduo, mas

também para a família e a comunidade (TALAS; BAYRAKTAR; KIDNEY, 2004).

A expressão Insuficiência Renal Crônica é uma síndrome clínica causada pela perda

progressiva e irreversível das funções renais. Caracteriza-se pela deterioração das funções

bioquímicas e fisiológicas de todos os sistemas do organismo, secundária ao acúmulo de

catabólitos (toxinas urêmicas), alterações do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico,

hipovolemia, hipercalemia, hiperfosfatemia, anemia e distúrbio hormonal,

hiperparatireoidismo, infertilidade, retardo no crescimento, entre outros (RIELLA, 2003). Do

ponto de vista prático, considera-se IRC quando a depuração de creatinina encontra-se abaixo

de 50 ml/ minuto e IRC terminal quando a depuração da creatinina estiver menor que 10 ml/

minuto. Nesse ponto, faz-se necessário a terapia de substituição da função renal para

sobrevivência do paciente (ABENSUR, MARTINS citado por RIELLA, MARTINS, 2001).

Nas formas avançadas da insuficiência renal crônica, virtualmente todos os órgãos e

tecidos do corpo sofrem seus efeitos, ocorrendo um acúmulo de substâncias tóxicas no meio

interno, seja por excreção deficiente, seja por excesso de produção devido a distúrbios

metabólicos, podendo acarretar alterações e complicações, entre elas anasarca, alterações

ósseas, alterações da acuidade mental e ritmo do sono, alterações da pressão intraocular,

cardíacas e hipertensão (RICHTMANN et al., 1997).

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16

2.1.1 Etiologia

As causas ou etiologias da IRC podem ser divididas em três grupos: 1) doenças

primárias dos rins; 2) doenças sistêmicas que também acometem os rins; e 3) doenças do trato

urinário ou urológico. A frequência das etiologias varia de acordo com a faixa etária e com a

população de pacientes renais crônicos estudados (em diálise ou não). A IRC pode ser

causada por várias doenças sistêmicas como diabetes mellitus; glomerulonefrite crônica;

pielonefrite; hipertensão não controlada; obstrução do trato urinário; lesões hereditárias

(doença renal policística); distúrbios vasculares; infecções; medicamentos; agentes tóxicos;

agentes ambientais e ocupacionais (chumbo, cádmio, mercúrio e cromo). No Registro

Americano de todos os pacientes com IRC, a principal causa apontada é o Diabetes Mellitus

(DM), seguido pela Hipertensão arterial sistêmica (HAS) e as glomerulonefrites

(ANDOROGLO; SARDENBERG; SUASSUNA, 1998; GIANNINI et al., 2000).

Várias nefropatias progridem para insuficiência renal crônica, como a

glomerulonefrite crônica, a nefropatia diabética, a doença renal policística. Estudos

experimentais e em humanos demonstram que a insuficiência renal aguda progride devido a

outros fatores independentes da atividade da doença inicial. Os principais fatores responsáveis

são: hipertensão intraglomerular e sistêmica, hipertrofia glomerular, precipitação intra-renal

de cálcio e fosforo, hiperlipidemia, alterações no metabolismo das prostaglandinas,

proteinúria, a retenção do fosfato, acidose metabólica e a retenção do fosfato GIANNINI et

al., 2000).

As complicações da Diabetes são devastadoras, podendo ocasionar a ocorrência de

retinopatia, neuropatia e nefropatia, no qual a nefropatia é caracterizada pela perda da função

renal e por distúrbios adicionais, como a hipertensão arterial e síndrome nefrotica e várias

outras sequelas da insuficiência renal crônica (DE FRONZO; KURTZMAN, 1999). Nos

países desenvolvidos a nefropatia diabética é a principal causa da insuficiência renal crônica.

Segundo o Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2013 a diabetes mellitus possui

uma prevalência de 30% em pacientes com IRC.

Hipertensão arterial (HAS) e função renal estão intimamente relacionadas, podendo a

hipertensão ser tanto a causa como a consequência de uma doença renal. A hipertensão

arterial pode provocar um quadro de lesão renal, também de natureza microvascular,

caracterizado por arteriosclerose hialina, porém de evolução mais lenta e menos agressiva,

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conhecidas como nefroesclerose benigna, mas que também pode levar à IRC terminal

(CAETANO et al., 2001).

2.1.2 Manifestações clínicas

A Insuficiência Renal crônica pode apresentar-se de maneira insidiosa e ser

assintomática, mesmo em estágios mais avançados. Com a progressão da IRC, as alterações

metabólicas do estado urêmico começam a manifestar-se comprometendo o estado

cardiovascular, gastrointestinal, hematopoiético, imunológico, nervoso e endócrino (THOMÉ

et al., 2007) . Tem sido descrito em vários estudos que os pacientes renais crônicos procuram

tardiamente o nefrologista, fato que pode ser explicado tanto pelo desconhecimento da sua

presença, como por negação da doença e dificuldades econômicas (DREY et al., 2003;

NUNES et al., 2005).

Os primeiros sintomas da IRC podem demorar anos para ser notados, o mesmo ocorre

com a síndrome urêmica, típica da IRC terminal, o que demonstra grande capacidade

adaptativa dos rins, permitindo que seres humanos mantenham-se vivos com apenas 10% da

função renal (FERNANDES et al., 2000).Os sintomas são: nictúria, poliúria, oligúria, edema,

hipertensão arterial, fraqueza, fadiga, anorexia, náuseas, vômito, insônia, cãibras, prurido,

palidez cutânea, xerose, miopatia proximal, dismenorréia, amenorréia, atrofia testicular,

impotência, déficit cognitivo, déficit de atenção, confusão, sonolência, distúrbios

hemorrágicos obnubilação e coma (PORTO,1998).

Nas fases iniciais da insuficiência renal, quando as manifestações clínicas e

laboratoriais são mínimas ou ausentes, o diagnóstico pode ser sugerido pela associação de

manifestações inespecíficas como fadiga, anorexia, emagrecimento, prurido, náusea ou

hemólise, anorexia, vômitos, cãibras, confusão mental, sede, hipertensão, poliúria, nictúria,

hematúria ou edema (PORTO, 1998). As manifestações da IRC não poupam nenhum sistema

orgânico, a poliúria progride para anúria e alteram-se os padrões diurnos normais de diurese,

todas as funções renais normais declinam, evoluindo para a perda da função (BLACK, et al.,

1997).

Os pacientes com doenças renais crônicas devem ser encaminhados ao nefrologista

precocemente para que a implantação de medidas terapêuticas nefro e cardioprotetoras e para

o aconselhamento sobre a modalidade de terapia substitutiva da função renal (NATIONAL

KIDNEY FOUNDATION, 2002).

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2.2 HEMODÍALISE

A hemodiálise (HD) é o tratamento dialítico mais utilizado na atualidade. O Censo da

Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) realizado no ano de 2009 registrou prevalência de

405 pacientes por milhão de habitantes, sendo a HD a modalidade predominante 89,6%

(SESSO et al., 2010). As primeiras hemodiálises foram realizadas, na década de 40, com a

finalidade terapêutica para a Insuficiência Renal Aguda. Em 1962 e início de 1963 tanto a

diálise peritoneal como a hemodiálise foram utilizadas como modalidades terapêuticas de

intervenção para a insuficiência renal crônica (ROCHA, 1993).

Define-se hemodiálise como um processo de filtragem e depuração de substâncias

indesejáveis do sangue como a creatinina e a uréia através de uma membrana semipermeável

denominada dialisador. A HD é realizada em pacientes portadores de doença renal crônica ou

aguda, já que nesses casos o organismo não consegue eliminar tais substâncias devido à

falência dos mecanismos excretores renais, sendo esta responsável por algumas reações

indesejadas. Esse processo requer acesso permanente à corrente sanguínea por meio de uma

fístula criada por cirurgia para conectar uma arterial a uma veia. As fistulas são feitas

próximas ao punho, o que aumenta consideravelmente o calibre das veias do antebraço. Se os

vasos sanguíneos dos pacientes forem frágeis, um vaso artificial denominado enxerto pode ser

cirurgicamente implantado. As agulhas grossas são introduzidas na fístula ou no enxerto antes

de cada diálise e removidas quando o procedimento estiver completo (WILKENS; JUNENA,

2011; CHALLINOR, 2008).

A prescrição da hemodiálise convencional é em média três sessões semanais, por um

período de três a cinco horas por sessão (RIELLA, 2003). Além do método convencional ou

padrão, existem outros como o de alto fluxo. Nesse método são utilizadas máquinas e

hemodialisadores específicos e a duração da diálise é mais curta (2 a 2,5 horas por sessão).

Outra possibilidade da hemodiálise é ser realizada diariamente, com menos horas de duração

em cada sessão. Com base nas necessidades de cada paciente, são selecionados o tipo de

hemodialisador, a composição do dialisato, a taxa de fluxo de sangue do hemolisador e o

tempo da duração da diálise (MARTINS; RIELLA, 2001).

O processo de HD pode levar à remoção de 1 a 4 litros de fluido no período médio de

4 horas, dependendo do paciente e da eficiência da diálise as alterações no volume do fluido

corporal podem resultar em situações que variam desde edema e congestão pulmonar até

hipotensão e desidratação (KUSHNER et al., 1996).

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19

2.2.1 Riscos nutricionais

Apesar dos benefícios da hemodiálise, que permitem prolongar a vida dos pacientes

com doenças renais crônicas, as condições impostas pela doença e pelo próprio tratamento

dialítico resultam em uma série de alterações orgânicas, com complicações agudas e crônicas,

e nutricionais (ARAÚJO et al., 2006) .

Esforços vêm sendo realizados no sentido de melhor compreender os fatores

envolvidos na condição nutricional desses pacientes e contribuir não somente para a redução

das taxas de mortalidade, mas também para a melhoria da qualidade de vida desses enfermos

(KAMIMURA et al., 2005; PUPIM et al., 2006).

2.2.1.1Desnutrição

Os pacientes com IRC, em tratamento de hemodiálise, são acometidos frequentemente

por complicações nutricionais, principalmente pela desnutrição energético-proteica que pode

variar de leve a moderada e grave, que constitui uma complicação fortemente preditora à

morbimortalidade, no qual tem sido amplamente estudada (KOPPLE, 1997; NUNES, 2005).

Em virtude dessa perda do controle do meio interno pela lesão renal, os pacientes com IRC

passam a sofrer uma série de anormalidades metabólicas e nutricionais que conduzem à

desnutrição energético-proteica, consequentemente, a inúmeros fatores como anorexia,

sintomas gastrintestinais causados pela toxicidade urêmica, citocinas inflamatórias, desordens

endócrinas, acidose metabólica, uso de medicamentos.

O estado nutricional dos pacientes se associa inversamente ao risco de hospitalização e

de mortalidade aumentados. Logo, constitui fator de risco importante na evolução clinica

desses pacientes (PUPIM et al., 2006). A desnutrição energética proteica descreve o estado

de perda das reservas corporais de proteína e energia na IRC e está presente em 18% a 75%

destes pacientes. De acordo com essa definição, ela é caracterizada por três características:

baixos níveis séricos (albumina, transferrina ou colesterol), massa corporal reduzida (baixa ou

reduzida massa gorda ou corporal ou perda de peso com reduzida ingestão de proteína ou

energia) e massa muscular reduzida (perda muscular ou sarcopenia e reduzida circunferência

muscular do braço) (FOUQUE et al., 2008; SEGALL et al., 2009).

Stenvinkel et al. (2000), Locatelli et al. (2002) e Basile et al. (2003) sugeriram que há

pelo menos dois tipos diferentes de desnutrição na população em hemodiálise. O tipo 1 está

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associado à síndrome urêmica que pode apresenta na ausência de comorbidades importantes e

inflamação, não possuindo níveis elevados de citocinas, caracteriza-se por níveis normais ou

modesta redução nos níveis séricos de albumina (nesse caso, causada por ingestão

insuficiente) e também pelo gasto energético não alterado. O tipo 2 tem a presença de

comorbidades significativas e resposta inflamatória evidenciada pelos níveis séricos elevados

de citocinas pró-inflamatórias e Proteína C Reativa (PCR). É frequente o aumento do

catabolismo protéico e o aumento do gasto energético.

A anorexia é um dos fatores mais significativos associada à desnutrição nos pacientes

submetidos a HD. Ela pode ocorrer devido à toxicidade urêmica, aos efeitos debilitantes da

doença crônica, à depressão emocional, e as enfermidades associadas, como infecções que

podem tanto reduzir o apetite como aumentar o catabolismo do paciente (YONG, 1991).

Muitos pacientes tornam-se anoréticos, desnutridos e pioram o estado clínico geral antes do

inicio da dialise, particularmente quando a taxa de filtração glomerular está próxima de 5 a 10

ml/ minuto (MARTINS; RIELLA, 2001).

A diálise inadequada pode gerar um estado urêmico, provocando náuseas, vômitos, e

anorexia. No paciente subdialisado, a anorexia com consequente redução da ingestão protéica,

pode resultar em formação de uréia, refletida em seus níveis séricos. A uréia permite

quantificar a eficácia da diálise, a ingestão protéica e a toxicidade da uremia. A etiologia dos

distúrbios de aminoácidos na uremia ainda não está claramente entendida. A desnutrição pode

ser um fator contribuinte para esses distúrbios, ou a desnutrição pode ocorrer devido ao

metabolismo alterado dos aminoácidos (MARTINS; RIELLA, 2001).

2.2.1.2 Obesidade

A prevalência de obesidade vem aumentando na população com IRC. De modo geral,

valores indicativos de sobrepeso e obesidade avaliados pelo IMC estão presentes em cerca de

50% a 60% dos pacientes na fase não dialítica, 40% a 60% dos pacientes em diálise peritoneal

e em uma menor proporção nos pacientes em hemodiálise 20% a 30% (CUPPARI;

KAMIMURA, 2009).

Alguns estudos sugerem que o excesso de peso, considerado um fator de risco para

mortalidade em indivíduos saudáveis, apresenta uma influência positiva na sobrevida de

pacientes em hemodiálise, os achados são controversos e dependem de alguns fatores como a

modalidade de terapia (na diálise peritoneal, está associada com risco), o tempo de

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seguimento (o efeito parece não ser benéfico em longo prazo), a etnia e com a quantidade de

massa magra corporal (o efeito protetor parece ser restrito aos pacientes com maior reserva de

massa magra) (KAMIMURA et al., 2003; JOHANSEN El al., 2004).

O paradoxo da obesidade na hemodiálise poderia ser explicado pelo estado

hemodinâmico mais estável, alteração nas citocinas circulantes e diferente conjunto neuro-

hormonal (BEBERASHVILI et al., 2009). Além disso, sabe-se que a reserva de gordura

corporal é vantajosa para o paciente em hemodiálise, pois em situações de maior necessidade

energética como nas infecções, nas operações repetidas para obtenção do acesso vascular ou

no transplante renal, a gordura armazenada pode ser utilizada para suprir o déficit energético e

poupar a utilização das reservas protéicas (ISHIMURA et al., 2001; FRIEDMAN, 2006). A

obesidade, entretanto, não pode ser recomendada para os pacientes em HD. Porém dentro de

evidências mostradas através de estudos, um IMC mais próximo do limite da normalidade

pode trazer benefícios a essa população (MARTINS; RIELLA, 2001).

2.3 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

Avaliar corretamente o estado nutricional dos pacientes com IRC é uma medida de

grande importância, pois o reconhecimento precoce, com rápida intervenção no suporte

nutricional, permite minimizar o impacto, levando a benefícios clínicos, mesmo na ausência

de um efetivo tratamento da doença de base (ZAMBOM et al., 2001). O objetivo da avaliação

é identificar distúrbios nutricionais, possibilitando intervenção adequada de forma a auxiliar

na recuperação e/ou na manutenção do estado de saúde do indivíduo (YAMADA et al., 2008).

Essa avaliação e o acompanhamento desses pacientes podem retardar a evolução da

doença e as complicações, contribuindo principalmente para a prevenção de má nutrição

(NUNES et al., 2005).

2.3.1 Antropometria

Apesar das inúmeras técnicas de aferição dos compartimentos corporais existentes, a

maioria apresenta limitações na sua aplicação. A identificação de uma técnica simples, de

baixo custo, que não ofereça riscos e que possa medir adequadamente os compartimentos

corporais seria de grande utilidade para o acompanhamento nutricional de pacientes em

hemodiálise (KAMIMURA et al., 2004).A antropometria é uma medida válida e clinicamente

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útil de avaliar o estado nutricional calórico-protéico de pacientes renais crônicos. A

antropometria presta-se bem para avaliar o grau de adiposidade e de massa magra do paciente,

e inclui estatura, peso corporal, percentual do peso atual em relação ao ideal, IMC, espessura

das pregas cutâneas, circunferência do braço, área muscular do braço e outras (RIELLA,

MARTINS 2001).

A antropometria também não identifica alterações nutricionais em períodos curtos de

tempo, nem a deficiência específica de um nutriente. Além disso, o estado de hidratação pode

influenciar significativamente a avaliação antropométrica. O peso e a altura são as medidas

mais utilizadas na avaliação nutricional pela fácil disponibilidade de equipamentos,

determinação fácil, precisa e de boa aceitação pelos pacientes. É importante que o peso seco

seja avaliado regulamente. Este é definido sem a presença de edema, hipertensão ou outro

sinal de sobrecarga hídrica (RIELLA, MARTINS 2001).

2.3.2 Exames bioquímicos

Os indicadores bioquímicos são auxiliares na avaliação do estado nutricional,

fornecendo medidas objetivas das alterações do mesmo, tendo como vantagem, possibilitar

seguimento ao longo do tempo e de intervenções nutricionais. A diminuição da concentração

sérica das proteínas de prevalente síntese hepática pode ser um bom índice de desnutrição

protéico-energética. É importante, porém, considerar que existem numerosos fatores, além

dos nutricionais, que podem modificar a concentração das proteínas séricas (variações do

estado de hidratação, hepatopatias, aumento do catabolismo, infecção ou inflamação), não se

devendo utilizar o método isoladamente para estabelecer o diagnóstico nutricional

(MONTEJO, CULEBRAS-FERNANDES, MATEOS 2006; KAMIMURA, 2006).

Os métodos bioquímicos são mais sensíveis do que os antropométricos, e podem

detectar os problemas nutricionais mais precocemente. Eles também possuem algumas

limitações, e podem ser afetados por doenças hepáticas e renais. Os níveis de albumina,

transferrina, pré- albumina são os mais frequentes utilizados para avaliar as reservas de

proteínas viscerais (RIELLA, MARTINS 2001).

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3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Constitui-se de um estudo descritivo e transversal, com abordagem quantitativa. Estes

estudos detectam a “causa” e o “efeito” simultaneamente. São muito utilizados por serem de

baixo custo, terem alto potencial descritivo, simplicidade analítica e objetividade na coleta

dos dados (PEREIRA, 1995).

A pesquisa é considerada descritiva, pois tem como objetivo primordial a descrição

das características de determinada população, além da utilização de técnicas padronizadas e

coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002). O fato de o

pesquisador não intervir ou modificar qualquer aspecto estudando é caracterizado também

como observacional. Quanto à abordagem, classificou-se como uma pesquisa quantitativa,

pois utilizou instrumentos de medidas (SILVA, 2008).

3.2 AMOSTRA

A amostra foi composta por 43 pacientes com insuficiência renal crônica que são

submetidos ao tratamento de hemodiálise em uma clínica de nefrologia em João Pessoa- PB, a

partir da demanda espontânea do serviço durante o período de agosto a dezembro de 2013,

que concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido- TCLE

(APÊNDICE A).

3.3 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

Os critérios de inclusão foram os indivíduos entre idade de 20- 59 anos considerados

adultos segundo a Organização Mundial de Saúde, com Insuficiência Renal Crônica em

programa de hemodiálise, sem intercorrências clínicas ou interrupção no tratamento e em

condições plenas de comunicar-se e informar o estado de saúde. Foram excluídos os pacientes

amputados, os hospitalizados, com doenças inflamatórias, infecções recentes e insucessos de

transplante renal nos últimos seis meses.

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3.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Os procedimentos para a realização desta pesquisa respeitaram as diretrizes e normas

que regulamentam as pesquisas envolvendo seres humanos, aprovadas pela Resolução nº

466/12, do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de

Ética do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, sendo o número do

protocolo 0238/13.

3.5 COLETA DE DADOS

3.5.1 Dados Pessoais e antropométricos

Os dados foram coletados na própria Clínica de Nefrologia a partir de uma ficha

clínica elaborada. Na ficha clínica (APÊNDICE B) foram anotados os dados

socioeconômicos como a idade, sexo, renda e escolaridade; informações sobre a doença como

etiologia e tempo de tratamento; dados antropométricos e os dados bioquímicos.

A avaliação antropométrica foi realizada após a sessão de hemodiálise, quando

estavam próximo ao peso seco. Foram obtidos peso e altura utilizando balança mecânica

Filizola de capacidade até 150 kg com estadiômetro fixado. Foram mensuradas a

circunferência do braço (CB) e a prega cutânea tricipital (DCT) no braço oposto ao da fístula

arteriovenosa, no qual foram aferidas em triplicata para a obtenção da média.

A partir das medidas aferidas foram calculados os seguintes parâmetros: índice de

Massa Corporal (IMC), circunferência muscular do braço (CMB), área muscular do braço

corrigida (AMBc), adequação de DCT (%PCT) e adequação de CB (%CB).

O IMC foi calculado por meio da razão do peso corporal e o quadrado da altura, sendo

classificado segundo a Organização Mundial da Saúde (2000).

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TABELA 1 – Classificação do estado nutricional de adultos, segundo o índice de Massa

Corporal.

IMC (Kg/m²) CLASSIFICAÇÃO

<18,5 kg/m2 Desnutrição

18,5 a 24,99 kg/m2 Eutrofia

25,0 a 29,99 kg/m2 Sobrepeso

30,0 a 34,99 kg/m2 Obesidade grau I

35,0 a 39,99 kg/m2 Obesidade grau Il

>40,0 kg/m2 Obesidade grau III

FONTE: OMS, 2000.

A mensuração CB foi utilizada para estimar a proteína somática e tecido adiposo. O

paciente se manteve em pé com o braço estendido ao lado do corpo, sendo medido o ponto

médio entre o processo acromial da escápula (ombro) e o processo do olecrano da uma

(cotovelo), com uma fita métrica inelástica ao redor do braço.

A aferição da DCT foi utilizada para estimar a gordura corporal, sendo obtida a partir

da utilização do adipômetro Cescof. Para sua mensuração o paciente manteve-se com o braço

estendido ao longo do corpo; com a fita métrica inelástica foi medido o comprimento entre o

acrômio e o olecrano sendo determinado o ponto médio entre as duas referências;

aproximadamente 1 cm acima deste ponto segurando a dobra com polegar e indicador foi

pinçada a pele sobre o tríceps, sentindo destacar o tecido muscular; sendo a leitura da medida

feita em milímetros.

A CMB foi determinada a partir da circunferência do braço (CB) e dobra cutânea

tricipital pela seguinte fórmula:

CMB (cm) = CB (cm) – π x [PCT(mm) ÷ 10]

Os resultados obtidos da DCT, CB e CMB foram comparados aos valores propostos

por Frisancho. Depois de efetuadas as adequações das mesmas, o estado nutricional foi

classificado de acordo com Blackburn e Thornton, sendo considerado dentro dos parâmetros

da normalidade valores entre 90 - 110%, como mostram as TABELAS 2,3 e 4.

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O cálculo das adequações para a classificação do estado nutricional por meio da CB,

DCT E CMB foram realizados a parti das fórmulas 1,2 e 3.

1. Adequação CB (%) = (CB obtida (mm) / CB percentil 50) x 100

TABELA 2 - Classificação do estado nutricional segundo adequação de circunferência do

braço.

CB Desnutrição

Grave

Desnutrição

Moderada

Desnutrição

Leve

Eutrofia Sobrepeso Obesidade

% <70 % 70 a 80% 80 a 90% 90 a 110% 110 a

120%

>120%

Fonte: Blackburn; Thornton, 1979.

2. Adequação da PCT (%) = PCT obtida (mm) x 100/ PCT percentil 50

TABELA 3 - Classificação do estado nutricional segundo adequação da dobra cutânea

tricipital.

DCT Desnutriç

ão

Grave

Desnutrição

Moderada

Desnutriçã

o

Leve

Eutrofia Sobrepeso Obesidade

% <70 % 70 a 80% 80 a 90% 90 a

110%

110 a

120%

>120%

Fonte: Blackburn; Thornton, 1979.

3. Adequação de CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100/ CMB percentil 50

TABELA 4 - Classificação do estado nutricional segundo adequação da circunferência

muscular do braço

CMB Desnutrição

Grave

Desnutrição

Moderada

Desnutrição

Leve

Eutrofia Sobrepeso Obesidade

% <70 % 70 a 80% 80 a 90% 90 a 110% 110 a

120%

>120%

Fonte: Blackburn; Thornton, 1979.

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A AMBc foi calculada para avaliar a reserva de tecido muscular corrigindo a área

óssea , sendo obtida de acordo com o gênero a partir das seguintes fórmulas:

Homens: AMBc (cm²) = [CB (cm) – π x PCT (mm) ÷ 10]² - 10 ÷ 4 x π.

Mulheres: AMBc (cm²) = [CB (cm) – π x PCT (mm) ÷ 10]² - 6,5 ÷ 4 x π

Para interpretar os resultados usou-se a tabela de percentil de Frisancho, sendo o

estado nutricional classificado a partir da TABELA 5.

TABELA 5 – Classificação do estado nutricional segundo a área muscular do braço.

AMBc Normal Desnutrição

leve/moderada

Desnutrição grave

Percentil > 15 5-15 < 5

Fonte: Riela; Martins, 2001.

3.5.2 Dados bioquímicos

A avaliação bioquímica foi utilizada para determinar o estado nutricional e a função

renal dos pacientes submetidos à hemodiálise a partir dos níveis séricos de albumina, uréia,

creatinina, potássio, cálcio e fósforo. Os resultados dos exames foram obtidos por meio dos

prontuários de cada paciente, com a data mais próxima da avaliação antropométrica, sendo os

resultados interpretados de acordo com os valores mostrados na TABELA 6 e 7.

TABELA 6-Classificação do estado nutricional segundo albumina

Grau de Desnutrição

Dados

laboratoriais

Valores

Desejáveis

Leve Moderado Grave

g/dl ≥ 4 3,1-3,9 2,1-3 < 2,1

Fonte: Martins, 2001.

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TABELA 7- Exames laboratoriais para a qualificação metabólica e nutricional do paciente

renal.

Exames Valores aceitáveis p/ paciente renais

Uréia 130-200mg / dl

Creatinina 7-12mg/dl

Cálcio 9,0-11mg/dl

Fósforo 4,5-6,0mg/dl

Potássio 3,5-5.5 mg/dl

Fonte: Martins; Cardoso, 2000.

3.6 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados referentes à ficha clínica foram analisados no Microsoft Office Excel® 2010,

com propósito de mensurar a frequência absoluta (n), e a frequência relativa (%), sendo

realizada a média e desvio padrão para indicar a variabilidade dos dados. Foi realizado

também o Teste de associações pelo Qui quadrado, utilizando o software SPSS 21.

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4 RESULTADOS

O estudo envolveu um universo de 43 pacientes portadores de Insuficiência Renal

Crônica submetidos à hemodiálise, distribuídos em 24 (56%) homens com média de 39,79±

11,42 anos de idade e 19 (44%) mulheres com média de 38,53 ±11,47 anos de idade,

(TABELA 8).

Em relação ao grau de instrução podemos perceber na TABELA 8 que 23% dos

pacientes apresentavam ensino fundamental completo ou ensino médio incompleto, 12%

ensino fundamental completo ou ensino médio completo e 9 % ensino superior. Identificou-se

que 21% da amostra eram pacientes analfabetos.

Foi realizado o teste de Qui quadrado associando a escolaridade dos pacientes

avaliados com a classificação do índice massa corporal e a classificação da circunferência

muscular do braço, no qual não foi observada diferença estatística, obtendo-se

respectivamente p = 0,846 e p= 0,566.

Quanto à renda familiar podemos evidenciar na TABELA 8 que 37% dos pacientes

possuíam um salário mínimo, 35 % três ou mais salários mínimos. Na associação feita pelo

teste do Qui quadrado não foi verificado diferença estatística entre a renda e classificação do

IMC, sendo obtido um p =0,852.

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TABELA 8-Distribuição por gênero, idade, grau de instrução e renda familiar de pacientes

com Insuficiência Renal Crônica submetidos à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em

João Pessoa.

SEXO N %

Feminino 19 44

Masculino 24 56

IDADE

21-40 anos 23 53,6

41-59 anos 20 46,4

GRAU DE INSTRUÇÃO

Ens. Fund. Completo 10 23

Ens. Fund. Incompleto 5 12

Ens. Méd. completo 5 12

Ens. Méd. Incompleto 10 23

Ensino Superior 4 9

Analfabeto 9 21

RENDA FAMILIAR

1 salário mínimo 16 37

2 salários mínimos 12 28

3 ou mais salários

mínimos

15 35

Fonte: Própria

Como demonstra a TABELA 9 à média do tempo de tratamento hemodialítico das

mulheres do estudo foi de 48,74 ±59,61 meses e dos homens foi de 88,19±73,52 meses.

TABELA 9- Média do tempo de tratamento hemodialítico das mulheres e dos homens

portadores de Insuficiência Renal Crônica de uma clínica de nefrologia em João Pessoa.

Sexo Média do tempo de

tratamento (meses)

Desvio Padrão

Masculino 88,19 ±73,52

Feminino 48,74 ±59,61

Fonte: Própria.

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31

Na amostra de mulheres foram identificadas 7 patologias que correspondia a etiologia

da IRC, entretendo observou-se que as pacientes apresentavam principalmente como doença

prévia a Glomerulonefrite 32%, Nefroesclerose Hipertensiva 26% e Diabetes Mellitus 16%,

como podemos observar no GRÁFICO 1.

GRÁFICO 1: Prevalência da etiologia da Insuficiência Renal Crônica nas mulheres

submetidos à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João Pessoa.

Fonte: Própria.

Como enfatiza o GRÁFICO 2, na amostra dos homens foram identificadas 4

patologias referentes a doença de base dos pacientes, no qual encontravam-se a

Glomerulonefrite crônica e Nefroesclerose Hipertensiva 33%, Pielonefrite e outras causas

desconhecidas 13% e Diabetes Mellitus 8%.

Quanto ao teste de associação do Qui quadrado da amostra dos 43 pacientes avaliados

não foi observado diferença estatística entre a etiologia da IRC e os valores de classificação

como aceitável e não aceitável da uréia, obtendo-se p = 0,397.

GRÁFICO 2: Prevalência da etiologia da Insuficiência Renal Crônica nos homens

submetidos à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João Pessoa.

Fonte: Própria

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32

Quanto o Índice de Massa Corporal dos pacientes avaliados, podemos observar

TABELA 10 à classificação nutricional, de acordo com OMS (2000) para mulheres e homens

de 20 a 59 anos de idade.

Desse modo, é possível perceber na TABELA 10 que a média do Índice de Massa

Corporal das mulheres foi de 22,38 ± 4,09 kg/m², representando que 63% destas foram

classificadas como eutróficas, 16% com desnutrição e sobrepeso e 5 % com obesidade Grau I.

De acordo com os valores de IMC dos homens 54 % apresentaram-se eutróficos, 17%

com desnutrição, 13% com sobrepeso e 8% com obesidade grau I e obesidade grau II. Desta

amostra a média para o IMC foi de 24,18 kg/m²±5,76 kg/m².

No teste do Qui quadrado associando a classificação do IMC com classificação da

CMB e com o valor aceitável e não aceitável de creatinina não foi verificado diferença

estatística, no qual essas associações apresentaram respectivamente o valor de p = 0,108 e

p=0,742.

TABELA 10- Classificação nutricional a partir do Índice de Massa Corporal das mulheres e

dos homens com Insuficiência Renal Crônica submetidas à hemodiálise de uma clínica de

nefrologia em João Pessoa.

ESTADO NUTRICIONAL DE 20-

59 ANOS

MUHERES

N

% HOMENS

N

%

IMC

Desnutrição 3 16 4 17

Eutrofia 12 63 13 54

Sobrepeso 3 16 3 13

Obesidade Grau I 1 5 2 8

Obesidade Grau II 0 0 2 8

Fonte : OMS, 2000.

Quanto à classificação nutricional das mulheres a partir da adequação da DCT

(TABELA 11) observou-se que 32% destas apresentavam eutróficas, 26 % com desnutrição

leve e 21% com desnutrição grave e desnutrição moderada, no qual a média do percentual de

adequação foi de 78,19% ±0,18.

Segundo o percentual de adequação da DCT (TABELA 11) os homens foram

classificados sendo 42% eutroficos, 17% com obesidade e desnutrição leve e 12 % com

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33

desnutrição moderado e desnutrição grave. A média do percentual de adequação apresentado

pelos homens avaliados foi de 100,11% ± 0,37.

De acordo com o percentual de adequação da CB (TABELA 11) que avalia a reserva

de massa magra e tecido adiposo, observamos que 63% das mulheres apresentaram eutróficas,

27% com desnutrição leve e 5% com desnutrição moderada e grave. Desse modo, obtivemos

uma média do percentual de adequação de 91,24%± 0,12. Em relação ao percentual de

adequação da CB os homens foram classificados: 29% com desnutrição leve, 25% com

eutrofia e desnutrição moderada, 13% com desnutrição grave e 4% com sobrepeso e

obesidade. Sendo obtida uma média do percentual de adequação de 86,4%± 0,16.

A partir dos valores da CB e PCT foi possível calcular a CMB (TABELA 11), no

qual é utilizada para avaliar o compartimento proteico- somático. Para as mulheres a média do

percentual de adequação da CMB foi de 97,65± 0,11, revelando que 74% destas estavam

eutroficas, 16 % com desnutrição leve e 5% com desnutrição grave e sobrepeso. Quanto a

classificação nutricional dos homens segundo a adequação da CMB percerbemos que 34%

destes estavam com desnutrição moderada, 25% eutroficos e com desnutrição leve (n=6) e 8%

com desnutriçao grave e sobrepeso. Desta amostra a média do percentual de adequação foi da

CMB de 85,87%±0,14.

A média da AMBc das mulheres avaliadas foi de 29,21 cm± 8,37, destas 74 %

apresentaram eutroficas, 16 % com desnutrição leve/moderada e 10% com desnutrição grave

como mostra a TABELA 11. Segundo a classificação nutricional dos homens segundo a

AMBc (TABELA 11) percerbemos que 54% destes foram classificados com desnutrição

grave, 29% eutroficos e 17% com desnutrição leve/ moderada. A média da AMBc dos

homens foi de 37,37cm±15,74,.

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34

TABELA 11- Classificação nutricional segundo a adequação da dobra cutânea tricipital,

circunferência do braço, circunferência muscular do braço e da área muscular do braço

corrigida das mulheres e dos homens com Insuficiência Renal Crônica submetidas à

hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João Pessoa.

ESTADO NUTRICIONAL MUHERES

N

% HOMENS

N

%

DCT

Desnutrição grave 4 21 3 12

Desnutrição moderada 4 21 3 12

Desnutrição leve 5 26 4 17

Eutrofia 6 32 10 42

Obesidade 0 0 4 17

CB

Desnutrição grave 1 5 3 13

Desnutrição moderada 1 5 6 2

Desnutrição leve 5 27 7 29

Eutrofia 12 63 6 25

Sobrepeso 0 0 1 4

Obesidade 0 0 1 4

CMB

Desnutrição grave 1 5 2 8

Desnutrição moderada 0 0 8 34

Desnutrição leve 3 16 6 25

Eutrofia 14 74 6 25

Sobrepeso 1 5 2 8

AMBc

Desnutrição grave 2 10 13 54

Desnutrição leve/moderada 3 16 4 17

Eutrofia 14 74 7 29

Fonte :Própria

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35

Os valores de albumina obtidos a partir dos exames bioquímicos foi utilizado como

critério laboratorial de reserva proteica para classificação do estado nutricional dos pacientes

em hemodiálise.

Os valores de albumina das mulheres revelaram que 58% destas apresentavam

desnutrição leve com valores entre 3,1-3,9 mg/dl, sendo que 45 % estavam dentro dos valores

considerados adequados (≥ 4 mg/dl). As mulheres obtiveram média do valor de albumina de

3,73±0,36 mg /dl, (TABELA 12).

Quanto aos homens, 63 % destes apresentaram dentro do valor adequado≥ 4 mg/dl, no

qual 33 % foi classificado com desnutrição leve e 4% com desnutrição moderada

apresentando valor de albumina entre 2,1- 3mg/dl. A média do valor de albumina dos homens

foi semelhante à média obtidas das mulheres sendo de 3,8 mg /dl±0,51.

TABELA 12 - Classificação Nutricional da amostra por gênero a partir da reserva da

Albumina.

CLASSIFICAÇÃO

NUTRICIONAL

(ALBUMINA)

FEMININO

n %

MASCULINO

n %

TOTAL

n %

Adequado 8 42 15 63 23 54

Desnutrição leve 11 58 8 33 19 44

Desnutrição moderada - - 1 4 1 2

Total geral 19 100 24 100 43 100

Fonte: Própria.

Os parâmetros bioquímicos (ureia, creatinina, cálcio, fósforo e o potássio) foram

utilizados para avaliar o estado nutricional e a função renal dos pacientes avaliados.

Como podemos observar na TABELA 13 os níveis de ureia e cálcio das mulheres e

dos homens apresentaram valores abaixo do recomendado, enquanto os níveis de creatinina,

fósforo e potássio estão dentro dos valores aceitáveis para os pacientes renais.

Analisando a associação dos indicadores bioquímicos (ureia e creatinina) com o IMC,

não foi observada diferença estatística, sendo os valores respectivamente de p =0,99 e p=0,74,

como demonstra a TABELA 14.

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36

TABELA 13 – Exames Bioquímicos dos homens e das mulheres com Insuficiência Renal

Crônica submetidos à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João Pessoa.

EXAMES

BIOQUÍMICOS

FEMININO

Média Desvio±Padrão

MASCULINO

Média Desvio±Padrão

VALOR

ACEITÁVEL

Uréia( mg/dl) 129,15±28,42 128,5±39,24 130-200 mg/dL

Creatinina( mg/dl) 9,19±2,39 10,06±3,98 7-12 mg/dl

Cálcio (mg/dl) 8,9±0,76 8,42±0,86 9-11 mg/dl

Fósforo (mg/dl) 5,08±0,99 5,10±0,9 4,5-6 mg/dl

Potássio (mg/dl ) 5,4 ±1,34 5,5± 0,74 3,5-5,5 mg/dl

Fonte: Própria.

TABELA 14- Aplicação do Teste Qui-quadrado entre os valores de uréia e do Índice de

Massa Corporal e valores de creatinina e do Índice de Massa Corporal de pacientes com

Insuficiência Renal Crônica submetidas à hemodiálise de uma clínica de nefrologia em João

Pessoa*.

Desnutrição Eutrofia Sobrepeso Obesidade

Grau I

Obesidade

Grau II

Uréia

Valor

aceitável

Contagem

%

4

20,0%

11

55,0%

3

15,0%

1

5,0%

1

5,0%

Valor não

aceitável

Contagem

%

4

7,4%

13

56,5%

3

13,0%

2

8,7%

1

4,3%

Total Contagem

%

8

18,6%

24

55,8%

6

14,0%

3

7,0%

2

4,7%

Creatinina

Valor

aceitável

Contagem

%

3

13,0%

14

60,9%

4

17,4%

1

4,3%

1

4,3%

Valor não

aceitável

Contagem

%

5

25,0%

10

50,0%

2

10,0%

2

10,0%

1

5,0%

Total Contagem

%

8

18,6%

24

55,8%

6

14,0%

3

7,0%

2

4,7%

Fonte : *Associação dos indicadores bioquímicos, ureia e creatinina, com o IMC, não foi

observada diferença estatística, p= 0,99 e p=0,74, ao se aplicar o Teste Qui-quadrado.

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37

A partir da análise dos valores dos exames bioquímicos, nos GRÁFICOS 3 e 4

observa-se que o percentual das mulheres e dos homens que apresentaram valores aceitáveis e

não aceitáveis de acordo com os resultados dos parâmetros bioquímicos.

O percentual das mulheres e dos homens foram maiores nos valores aceitáveis de

creatinina, fósforo e potássio.

GRAFICO 3- Distribuição em percentual das mulheres que apresentaram valores aceitáveis e

valores não aceitáveis dos parâmetros bioquímicos (ureia, cálcio, fósforo, potássio).

Valor aceitável Valor não aceitável

Fonte: Própria

GRAFICO 4- Distribuição em percentual dos homens que apresentaram valores aceitáveis e

valores não aceitáveis dos parâmetros bioquímicos (ureia, cálcio, fósforo, potássio).

Valor aceitável Valor não aceitável

Fonte: Própria.

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38

5 DISCUSSÃO

De acordo com o que se pôde observar no estudo, houve um predomínio da

participação dos indivíduos do sexo masculino, representando 56 % da amostra, assim

corroborando com os resultados da pesquisa de Calado et al. (2007) realizada com 64

pacientes portadores com IRC submetidos à hemodiálise e o de Silva et al (2010) realizada

com 115 pacientes de uma Clínica Nefrológica de Caruaru, no qual ambos os autores

avaliaram o estado nutricional dos pacientes com IRC submetidos à hemodiálise. Estes

resultados sugerem que o sexo masculino torna-se mais suscetíveis à doença do que o sexo

feminino, uma vez que os homens procuram menos os serviços de saúde do que as mulheres

(MASCARENHAS et al. , 2010).

Em relação à faixa etária dos pacientes avaliados os homens e as mulheres

apresentaram média de idade semelhante, o que também mostra a pesquisa de Fausto et al.

(2006), que avaliou 17 pacientes com predominância do sexo masculino com IRC em duas

Unidade de Hemodiálise, no qual a idade das mulheres variavam entre 18 – 57 anos com

média de 35±15 anos de idade e de homens entre 19- 59 anos de idade com média de 38 ±17

anos.

De acordo com Santos (2006) essa faixa etária representa uma etapa da vida

potencialmente produtiva, o que torna esse achado estratégico, tornando esta população alvo

de máxima atenção por parte dos profissionais de saúde envolvidos no cuidado desses

pacientes.

Quanto ao grau de instrução os achados obtidos no presente estudo diferem dos

resultados obtidos por Pivatto e Abreu (2010), que ao analisarem as características dos

pacientes renais crônicos submetidos a tratamento hemodialítico segundo variáveis sócio

demográficas verificaram percentuais menores de pacientes analfabetos e com ensino médio

incompleto, tendo a maioria destes ensino médio completo.

De acordo com Marcelino (2008), as informações sobre o grau de escolaridade dos

pacientes podem ser utilizadas como um instrumento no auxílio à comunicação, ou seja, são

indicadores de alerta para que os profissionais de saúde utilizem uma linguagem compatível

que permita um entendimento ideal, no que diz respeito à orientação nutricional e clínica,

educação e prevenção de complicações decorrentes do próprio tratamento.

Segundo a renda familiar o percentual dos pacientes que possuía uma salário mínimo

foi semelhante ao que possuía 3 ou mais SM, sendo esse resultado divergente ao verificado

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por Madeiro et al (2010) que apresentou maior percentual (71%)de pacientes que possuíam de

um a dois SM.

Oliveira (2010) ao avaliar 575 pacientes com IRC submetidos à hemodiálise

demonstrou a partir do teste de Kappa que os indivíduos com renda inferior ou igual a um SM

tiveram 1,6 a 4,2 vezes mais probabilidade de ter desnutrição do que aqueles com renda maior

que um SM, obtendo um valor de p<0,05(significativo), no qual no presente estudo a partir do

teste do Qui quadrado não foi verificado diferença estatística quanto à associação da renda e a

classificação do IMC (p=0,852).

Outro fator relevante para este estudo é média do tempo de tratamento que foi maior

nos homens quando comparado o das mulheres. Lanza et al. (2008) ao estudarem 40 pacientes

renais crônicos sob tratamento hemodialítico com idade superior a 18 anos verificou também

maior tempo de tratamento para os homens, com média de 40,9 meses, no qual segundo o

autor não há justificativas plausíveis para tal fenômeno. Esse resultados não foi semelhante ao

estudo de Mascarenhas et al. (2010) que evidenciou tempo de tratamento semelhante entre

homens e mulheres.

O Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2013 estabeleceu como principal

causa da insuficiência renal a hipertensão arterial sistêmica (35 %), seguido da diabetes

mellitus (30%) e glomerulonefrite crônica (12%). No presente estudo, as patologias que mais

prevaleceram como fator causal da IRC corroboram com os resultados de Calado et al. (2007)

e Valenzuela et al. (2003) que apresentaram como principais doenças de base a

glomerulonefrite crônica, nefroesclerose hipertensiva e diabetes mellitus. Esses dados

diferem em partes do estudo de Mascarenhas et al. (2010) que obteve maior frequência da

doença policística como causa da IRC.

Na literatura, mais de 30% dos pacientes que iniciam diálise são diabéticos. A

morbidade e mortalidade são substancialmente maiores em pacientes diabéticos do que nos

demais pacientes não diabéticos, sendo as doenças cardiovasculares e as infecções as

principais causas de morte (THOMÉ et al., 2007). Segundo Murissi et al. (2003)a nefropatia

diabética já é a principal causa de terapia de substituição renal nos países desenvolvidos.

Em relação à antropometria realizada, o IMC é um dos indicadores mais utilizados na

pratica clínica, por causa da estreita associação com a morbimortalidade da população em

diversas condições clínicas. Nos pacientes com IRC é recomendável que a interpretação do

IMC seja feita em associação com outros marcadores nutricionais, pois seus valores podem

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40

ficar “mascarrados” em situações de retenção hídrica (CUPARRI, AVESANI, KAMIMURA

2013).

Com base na média do IMC a maioria dos pacientes avaliados tanto do sexo masculino

como sexo feminino apresentaram dentro do limite da normalidade, com predomínio dos

pacientes eutróficos seguidos daqueles com desnutrição e sobrepeso, bem como a média

encontrada no estudo de Cardozo et al. (2006) que foi de 24,28 ± 4,38 kg/m2 para as mulheres

e de 24,62 ± 4,51 kg/m2 para os homens, realizado com 148 indivíduos com IRC mantidos

em hemodiálise com idade média de 51 ± 15,63 anos, no qual destes 60,14% eram do sexo

masculino corroborando com o presente estudo.

Assim como o estudo de Calado et al. (2007) que observou que 68,5% dos pacientes

em tratamento hemodiálitco apresentaram eutróficos, 15,9 % com desnutrição e sobrepeso

para ambos os sexos. Portanto diferem dos dados encontrados no estudo de Piratelli (2009)

que utilizou parâmetros de classificação do IMC diferente ao presente estudo. Pois observou

uma maior prevalência de desnutrição grave nas mulheres, sendo de 41,18%.

Segundo Cuppari (2002) vários trabalhos na literatura demonstram uma ampla

variação na prevalência de desnutrição em pacientes hemodialisados. Na maioria desses

relatos a prevalência varia de 10% a 70%. Esta ampla variação deve-se, provavelmente, às

diferenças nas populações estudadas e aos critérios utilizados na avaliação do estado

nutricional.

Dentre os fatores que podem contribuir para o bom estado nutricional da população é a

ingestão alimentar, o nível sócio econômico, as condições clínicas, o tempo e a frequência de

diálise, a adequação dialítica e o tipo de membrana podem em menor ou maior grau

influenciar nos parâmetros de avaliação nutricional (CARDOZO et al., 2006).

Segundo adequação da circunferência do braço que é um indicador antropométrico

que avalia a massa muscular e o tecido adiposo podemos observar que os homens obtiveram

um percentual maior de desnutrição leve, enquanto as mulheres obtiveram um percentual

superior para eutrofia. Esse fato é semelhante ao estudo de Silva et al. (2010) que ao

avaliarem 71 pacientes do sexo masculino submetidos a hemodiálise observaram que 88,1%

destes apresentaram com desnutrição leve, 11,3% com eutrofia, 4,2 % com sobrepeso e 1,4 %

com obesidade.

De acordo com a adequação da circunferência muscular do braço que é uma medida de

avaliação do compartimento protéico somático e da média da área muscular do braço que

avalia a reserva de tecido muscular corrigindo a área óssea, podemos observar que os

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41

pacientes do sexo masculino obtiveram uma média inferior à faixa de eutrofia, evidenciando

maior perda de massa muscular nos homens. Enquanto as mulheres apresentaram maior

percentual de eutrofia de acordo com AMBc os homens apresentaram percentual superior de

desnutrição grave.

A média de adequação da CMB obtidos por Valenzuela et al. (2003) ao avaliarem 165

pacientes maiores de 18 anos de idade em hemodiálise, na Clínica Renal de Manaus,

corrobora com o presente estudo, demonstram que os homens apresentaram média de 88,7 %±

8,6, evidenciando um grau de desnutrição leve. Esse fato se diferencia dos resultados obtidos

por Marculino (2004) onde 66,67% dos pacientes avaliados de ambos os sexos apresentavam-

se eutróficos, 22,22 % com excesso de peso e 11,11 % com desnutrição grave.

Em relação à AMBc, Silva et al. (2010) evidenciaram que 81,7% dos pacientes do

sexo masculino encontravam-se com desnutrição grave e 18,3 % com entrofia, corroborando

com os dados do presente estudo. Esses resultados não foram semelhantes ao estudo de

Koehnlein et al. (2008) que demonstrou que 54,17 % dos homens apresentavam eutroficos.

Os resultados do presente estudo segundo AMBc demonstraram que a maioria dos

pacientes do sexo masculino encontravam-se abaixo do percentil 5 indicando uma elevado

grau de desnutrição energética proteica.

Os pacientes avaliados de ambos os sexos não apresentaram depleção de gordura

corporal através da PCT, esse fato se diferencia do estudo de Piratelli (2009) cuja que a perda

de gordura corporal entre as mulheres foi quatro vezes mais frequente em relação aos homens.

Segundo Kamimura et al. (2004), a manutenção de uma reserva adequada de gordura

corporal é indicada para o paciente em hemodiálise, pois em situações de maior demanda

energética às quais o paciente está exposto como em casos de cirurgias de acesso vascular,

infecções, ou até transplante renal a gordura reservada pode ser utilizada para suprir o déficit

energético e poupar a utilização das reservas proteica.

No que se diz respeito aos indicadores bioquímicos, estes são parte importante da

avaliação nutricional dos pacientes com IRC, mas podem se alterar na presença dos vários

distúrbios decorrentes da enfermidade e do processo de diálise. Assim esses marcadores

devem ser interpretados com cautela e sempre em conjunto com demais parâmetros que fazem

parte da avaliação nutricional (KAMIMURA, CUPARRI, AVESINI, 2013).

Constatou-se por meio dos resultados obtidos a partir da albumina que as mulheres

apresentaram maior percentual de desnutrição leve, enquanto a maioria dos homens obtiveram

valores adequados, diferenciando do estudo de Silva et al. (2010) no qual foram identificados

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42

níveis de albumina iguais ou maiores que 4,0g/dL em 60% dos paciente de ambos os sexos,

sendo esses valores considerado normais.

De acordo com Draibe et al. (2004) o valor prognóstico e/ou diagnóstico da albumina

sérica em pacientes submetidos à hemodiálise é atualmente o foco de discussões, já que as

suas concentrações podem sofrer influências de uma gama de condições clínicas e

nutricionais. Já está bem estabelecida que a hipoalbuminemia é um importante determinante

da morbidade e mortalidade em pacientes com IRC.

Em relação aos outros indicadores bioquímicos do presente estudo, apenas os níveis

séricos de ureia e cálcio em ambos os sexos não estavam dentro dos valores aceitáveis. Esses

resultados diferenciam em parte do estudo de Marculino (2004) que apresentou médias dos

parâmetros bioquímicos gerais (cálcio, fósforo, potássio, ureia, creatinina) dentro do esperado

para pacientes em hemodiálise.

Vários estudos demonstraram que baixas concentrações de ureia se associam a uma

sobrevida reduzida, presumivelmente porque baixos níveis de ureia se refletem diminuição da

massa muscular esquelética e uma baixa ingestão de proteínas, sendo assim um indicador de

desnutrição (KOPPLE; MASSRY, 2006).

Segundo Helou (2004) a hipocalcemia na IRC não é frequente e decorre basicamente

da má absorção intestinal pela carência de vitamina D, do efeito quelante do fósforo, e do uso

excessivo de diuréticos espoliadores de potássio.

Calado et al. (2007) ao analisar a associação dos indicadores bioquímicos (uréia e

creatinina) com o estado nutricional, considerando o IMC, não observou associações

significativa (p > 0,05), conforme observado no presente estudo.

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43

6 CONCLUSÃO

Verificou-se no presente estudo que a maioria dos pacientes com IRC submetidos à

hemodiálise é do sexo masculino, em idade entre 21 a 59 anos, com uma parcela maior

daqueles que concluíram o ensino fundamental e dos que não concluíram o ensino médio,

sendo a maioria com renda familiar de um salário mínimo.

Em se tratando da etiologia da IRC a Glomerulonefrite crônica e a Nefroesclerose

Hipertensiva foram às doenças mais prevalentes em ambos os sexos.

A partir das medições antropométricas realizados no presente estudo percebemos que

a maioria das mulheres apresentaram-se eutróficas em todos os indicadores de medidas

corporais utilizados, enquanto a maioria dos homens encontravam-se desnutridos de acordo

com a CB, CMB e AMBc, revelando um déficit de massa muscular.

No que se refere aos exames laboratoriais observamos que a maioria das mulheres

apresentou desnutrição leve de acordo com a albumina sérica. Em relação aos outros níveis

séricos apenas a ureia e cálcio apresentaram valores não aceitáveis tanto para o sexo feminino

como para o masculino, estando os valores dos outros indicadores bioquímicos dentro da

faixa de normalidade.

Embora não tenha sido encontrada significância estatística entre as associações

realizadas no presente estudo, observou-se que o acompanhamento e o monitoramento

nutricional de rotina em pacientes com IRC são fundamentais para prevenção de distúrbios

nutricional comumente observado nesses pacientes. Como não existe um parâmetro que

forneça de forma completa o estado nutricional, é necessário utilizar diversos indicadores em

conjunto que permitam identificar riscos ou anormalidades nutricionais já instalados.

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51

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDARAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Prezado(a),

A pesquisa com o título “Avaliação Nutricional de pacientes com Insuficiência Renal

Crônica submetidos à hemodiálise em uma Clínica de Nefrologia em João Pessoa-PB, está

sendo desenvolvida por Arabela Vieira Clementino, aluna do curso de Nutrição na

Universidade Federal da Paraíba para elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, sob a

orientação da Professora Maria da Conceição Rodrigues Gonçalves.

Essa pesquisa possui como objetivo caracterizar o estado nutricional dos pacientes

com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise em um clinica de nefrologia em

João Pessoa- PB. Para tanto se faz necessário que o (a) senhor(a) responda algumas perguntas

em relação ao nível de escolaridade, renda familiar e a idade, para que em seguida seja

avaliado o peso, a altura, prega cutânea tricipital e circunferência do braço. Informamos que

sua participação nesta pesquisa não será obrigatória e caso o (a) senhor(a) se recuse a

participar não terá nenhum prejuízo em sua relação conosco e nem trará nenhum problema no

atendimento diário da Clínica de Nefrologia em João Pessoa, no qual(a) senhor(a) realiza o

tratamento hemodialítico.

Comunicamos que não há riscos previsíveis para o(a) senhor(a), bem como o seu nome não

será anunciado no estudo, uma vez que o questionário não apresenta informações sobre o

nome, assegurando assim a sua privacidade. Os benefícios relacionados com sua participação

poderão contribuir no esclarecimento das causas de problemas nutricionais na insuficiência

renal crônica e apontar possibilidades de prevenção.

Atenciosamente,

______________________________________

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52

Assinatura do Pesquisador Responsavél

__________________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa ou

responsável legal

Caso necessite de informações s, por favor, entre em contato, com a pesquisadora : Arabela

Vieira Clementino. Fone (83) 8771-8853 ou com a orientadora : Maria da Conceição

Rodrigues Gonçalves. Fone (83) 8844-6602 ou CEP: 3216-7791

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53

APÊNDICE B

DADOS SOCIOECONOMICOS

Turno da diálise: Dia : Sexo ( ) F ( ) M

Escolaridade: Idade : Renda familiar:

INFORMAÇÕES DA DOENÇA

Etiologia : Inicio do tratamento:

DADOS ANTROPOMÉTRICOS

Peso : Altura : IMC :

PCT: CB :

AMC : CMB :

DADOS BIOQÍMICOS

Albumina: Creatinina: Ureia

Cálcio: Fosforo: Potássio:

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Anexo