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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE COMUNICAÇÃO TURISMO E ARTES
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO
CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS
ANY KAROLLINY BRITO DE ANDRADE
ARYMA ADÁ DE AGUIAR BRAGA
DAYANA VALÉRIA GUEDES CALHEIROS
PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA A CONGREGAÇÃO HOLÍSTICA
DA PARAÍBA – ESCOLA VIVA OLHO DO TEMPO
JOÃO PESSOA
2014
ANY KAROLLINY BRITO DE ANDRADE
ARYMA ADÁ DE AGUIAR BRAGA
DAYANA VALÉRIA GUEDES CALHEIROS
PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA A CONGREGAÇÃO HOLÍSTICA
DA PARAÍBA – ESCOLA VIVA OLHO DO TEMPO
Trabalho apresentado à Universidade Federal
da Paraíba como requisito para obtenção do
título de Bacharel em Relações Públicas,
orientado pela Professora Mestra Andréa
Karinne Albuquerque Maia.
JOÃO PESSOA
2014
ANY KAROLLINY BRITO DE ANDRADE
ARYMA ADÁ DE AGUIAR BRAGA
DAYANA VALÉRIA GUEDES CALHEIROS
PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS PARA A CONGREGAÇÃO HOLÍSTICA
DA PARAÍBA – ESCOLA VIVA OLHO DO TEMPO
Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Relações Públicas, da
Universidade Federal da Paraíba.
Banca Examinadora:
Orientadora: Nota:
______________________________________ _____________
Profª Ma. Andréa Karinne Albuquerque Maia
Examinadores: Nota:
______________________________________ _____________
Prof° Dr. Severino Alves de Lucena
Nota:
______________________________________ _____________
Prof° Me. Gustavo David Araújo Freire
Média: ____________
João Pessoa/PB, ______ de _____________ de 2014.
Aos meus pais, razão do meu esforço e dedicação.
Any Karolliny Brito de Andrade
Ao meu avô, Milton Mariano, que tão bravamente vive
mesmo com as adversidades do tempo.
Aryma Adá de Aguiar Braga
Dedico a todas as pessoas que amo, em especial as que
estão junto à Deus e as que zelam por minha vida aqui na terra.
Dayana Valéria Guedes Calheiros
AGRADECIMENTOS
Any Karolliny Brito de Andrade
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, pela inspiração, proteção
e sabedoria para concluir mais essa etapa, superando os desafios que surgiram ao
longo do caminho. Aos meus pais, que acreditam no meu potencial e me apoiam em
todas as escolhas.
A minha irmã Klycia, que suportou dormir com a luz do quarto acessa por
diversas noites, respeitando meus momentos de dedicação ao projeto. Aos meus
familiares, em especial aos meus avós, tia Gilene e meus padrinhos, que
compreenderam minhas ausências e por colaborarem com a realização desse
sonho.
Aos meus colegas de trabalho, que torceram e me apoiaram durante esses
anos de curso, se colocando sempre à disposição para ajudar no que fosse preciso.
Em especial agradeço aos amigos de graduação, representados aqui por Jéssica
Pimentel e Larissa Lima, com os quais pude construir uma amizade solidificada nos
altos e baixos da vida acadêmica.
As minhas companheiras de projeto, Aryma e Dayana, por toda dedicação e
empenho para a realização desse trabalho, com as quais pude compartilhar
conhecimentos e experiências, e fortalecer ainda mais nosso vínculo de amizade.
Também aos amigos Thales Balbino e Eudes Lopes, que colaboraram com a
construção das peças, como forma de execução do projeto.
A equipe da Escola Viva Olho do Tempo, na pessoa de Walter, Raquel e
Thiago, o meu sincero agradecimento, pela contribuição durante todo o processo de
desenvolvimento deste projeto, pelo acolhimento, disponibilidade e confiança em
nosso trabalho.
Aos meus professores que repassaram os conhecimentos necessários para
conclusão desta jornada, e em especial a orientadora Andréa Karinne, que foi uma
verdadeira parceira, contribuindo e acompanhando o desenvolvimento e conclusão
deste trabalho.
Aryma Aguiar
De 2009 pra cá muitas pessoas participaram da minha vida. Algumas já de
longas datas, outras mais recentemente. Agradecê-las por tudo é muito pouco.
À minha mãe e ao meu pai que sempre fizeram todos os esforços possíveis, e
às vezes impossíveis, para dar o melhor para mim. E, claro, aos meus irmãos que,
mesmo entre brigas, estavam sempre prontos a me ajudar. A toda minha família que
de alguma forma sempre esteve presente, mesmo os mais distantes.
Ao meu companheiro na vida, Livio, por todos esses anos de aprendizados,
afetos e muito amor, onde construímos nosso próprio caminho. Que perdure... que
dure. Sempre e para sempre.
Às amigas-irmãs de longas datas, quem eu quero sempre presente na minha
vida. Aquelas com quem “ri e chorei”, as de sempre. Minhas amadinhas, Giu, Laís,
Suenya, Cecília, Marília, Vanessa, Germana e Dayana.
Aos (às), antes colegas de turma e hoje amigos (as), que fizeram esses anos
de academia leves e de muitas risadas. Em especial Carol, Breno, Eudes e Rafael
pela amizade e o carinho desde o início do curso.
Às minhas amigas de TCC, discussões e longas noites de trabalho, Any e
Dayana, sem vocês nada disso seria possível, e, aos amigos Thales e Eudes por
todo o suporte e colaboração dados ao nosso trabalho.
A todos (as) os (as) nossos (as) professores (as) que são os (as) maiores
responsáveis por estarmos concluindo esta etapa da vida, compartilhando a cada
dia os seus conhecimentos conosco, especialmente à nossa orientadora Andréa
Karinne que nunca deixou de acreditar que tudo daria certo. Obrigada pela atenção
e dedicação ao longo deste período.
A toda equipe que faz parte da Congregação Holística da Paraíba – Escola
Viva Olho do Tempo, pela confiança e colaboração e por nos ter aberto as portas e
acolhido a nossa proposta.
Enfim, a todos e a todas que de algum modo contribuíram para meu
desenvolvimento, acadêmico e pessoal.
Muito obrigada!
Dayana Valéria
Agradeço em especial aos meus amigos do céu, primeiramente ao Deus Pai,
ao Filho e ao Espírito Santo. Em seguida a minha intercessora fiel, Maria, e aos
santos e anjos que junto a Ela zelam por minha vida. Sem essa ajuda do alto jamais
eu conseguiria chegar a qualquer lugar.
Louvo a Deus também pela família linda e abençoada que tenho, sem vocês
como guias pai Ângelo e mãe Regina, eu teria trilhado caminhos que não me levarão
a felicidade e ao sucesso. Agradeço de coração a toda minha família pelo apoio.
Como também ressalto a compreensão e o amor doado pelo meu namorado, Igor,
nesta conquista profissional. Pelas noites e finais de semanas longes, mas juntos
pelo amor, meu muito obrigado!
Aos meus amigos de caminhada e fé, também meus agradecimentos.
Independente de qualquer paróquia, todos são muito amados por mim. Vocês me
fazem enxergar uma vida eterna com mais propriedade e garra de conquista-la.
Cada um representa um pedaço de céu que o senhor tem reservado pra mim.
Sou grata a Escola Viva Olho do Tempo por nós ter dado a oportunidade de
desenvolver esse trabalho. Aos amigos Thales Balbino e Eudes Lopes que
colaboraram de forma significativa com a concretização desse projeto. Aos meus
professores da graduação e a excelente orientadora, Andréa Karinne, por toda
paciência e atenção com este trabalho. Aos meus amigos Power Rangers: Eudes,
Carol, Breno, Aryma e Rafael, por me acompanharem durante toda graduação.
Aos meus companheiros de trabalho que fazem parte da Fecomércio Paraíba,
cada um ajudava da sua forma e contribuía para que cada vez mais eu estivesse
estimulada a finalizar essa etapa profissional, em especial a Dennise Vasconcelos e
Diego Lins. Vocês são de suma importância para mim, “Caras”! A oportunidade que
recebi de fazer o que gosto em um ambiente que amo, não tem preço.
Tem também as amizades delas, as eternas Rebeldes. Amigas que de
revoltadas não tem nada, mas de amor e fofoca elas transbordam. Não menos
importante, as minhas amigas Any e Aryma, por empreitarem esta comigo e
aturarem várias TPM’s. Obrigada pela força que me passaram durante esses meses
de intenso trabalho. Quando o desespero e o sono batiam, vocês estavam lá.
“A menos que modifiquemos a nossa
maneira de pensar, não seremos capazes
de resolver os problemas causados pela
forma como nos acostumamos a ver o
mundo”.
Albert Einstein
RESUMO
A comunicação acerca das organizações do terceiro setor se faz necessária para
atrair e fidelizar seus públicos. Assim, este trabalho teve como objetivo a criação de
um Programa de Relações Públicas para a Congregação Holística da Paraíba –
Escola Viva Olho do Tempo, localizada em João Pessoa, Paraíba. Partindo da
elaboração do briefing e da aplicação de pesquisa de opinião, foi realizado um
diagnóstico que possibilitou o desenvolvimento de ações planejadas baseadas na
solução dos principais problemas a serem resolvidos na EVOT. Foi criado
instrumento de comunicação com o objetivo de ampliar a visibilidade da ONG na
sociedade civil, que serviu também, para demonstrar a importância das Relações
Públicas para as instituições.
Palavras-chave: Relações Públicas. Programa de Relações Públicas. Organização
Não-Governamental. Comunicação. Públicos.
ABSTRACT
The communication about Third Sector organizations is necessary to attract and
engage its audiences. In that way, this study aimed to the creation of a Public
Relations Program for Congregação Holística da Paraíba – Escola Viva Olho do
Tempo, located at João Pessoa, Paraíba. Starting from the preparation of briefing
and implementation of survey, a diagnosis that enabled the development of planned
actions based on the solution of the main problems to be solved in EVOT was
prepared. Communication tool with the objective of increasing the visibility of the
NGO in civil society who served, as well, was designed to demonstrate the
importance of public relations to the institutions.
Keywords: Public Relations. Public Relations Program. Non-Governmental
Organization. Communication. Public.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Organograma .......................................................................................... 19
Figura 2 – Logotipo EVOT ......................................................................................... 37
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Análise dos Públicos .............................................................................. 32
Quadro 2 – Análise SWOT ........................................................................................ 37
Quadro 3 – Cronograma ........................................................................................... 41
Quadro 4 – Classificação dos Direitos....................................................................... 56
Quadro 5 – Orçamento das ações..............................................................................65
Quadro 6 – Cronograma de ações ........................................................................... 66
Quadro 7 – Cronograma de atividades ..................................................................... 69
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Faixa Etária ............................................................................................. 42
Gráfico 2 – Sexo ........................................................................................................ 42
Gráfico 3 – Contribuição à ONGs .............................................................................. 43
Gráfico 4 – Interesse em contribuir com uma ONG com que tipos de causa? .......... 43
Gráfico 5 – Conhece a ONG Escola Viva Olho do Tempo? ...................................... 44
Gráfico 6 – Como tomou conhecimento sobre a ONG? ............................................ 45
Gráfico 7 – Interesse em contribuir com a ONG ........................................................ 45
Gráfico 8 – Ação para contribuir com a ONG ............................................................ 46
Gráfico 9 – Valor enviado, caso a ajuda seja “Doação em Dinheiro” ........................ 47
Gráfico 10 – Frequência das doações ....................................................................... 47
LISTA DE SIGLAS
CHP – Congregação Holística da Paraíba
EJA – Ensino para Jovens e Adultos
EVOT – Escola Viva Olho do Tempo
FIES – Fundo de Incentivo à Excelência Social
FMI – Fundo Monetário Internacional
MinC – Ministério da Cultura
ONG – Organização Não-Governamental
ONU – Organização das Nações Unidas
OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 15
2 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16
3 BRIEFING .............................................................................................................. 17
3.1 HISTÓRICO ........................................................................................................ 17
3.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL...................................................................... 19
3.2.1 Dados Cadastrais ........................................................................................... 19
3.2.2 Organograma .................................................................................................. 19
3.2.3 Resumo da Estrutura Organizacional ........................................................... 20
3.3 PRINCÍPIOS OPERACIONAIS ........................................................................... 23
3.3.1 Diretrizes Organizacionais ............................................................................ 23
3.3.2 Análise do Comportamento Ético da Organização ..................................... 23
3.3.3 Cultura Organizacional .................................................................................. 24
3.3.3.1 Artefatos Visíveis ........................................................................................ 24
3.3.3.2 Nível de ruídos e poluição .......................................................................... 25
3.3.3.3 Organização do ambiente de trabalho ....................................................... 25
3.3.3.4 Sistema de símbolos ................................................................................... 26
3.4 SITUAÇÃO AUTAL.............................................................................................. 26
3.4.1 Serviços .......................................................................................................... 28
3.4.2 Descrição Econômica da Organização e de seu Mercado de Atuação ..... 28
3.4.3 Formas de Articulação com a Sociedade ..................................................... 28
3.4.4 Concorrência .................................................................................................. 31
3.5 RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS ...................................................................... 33
3.6 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO E PROMOÇÃO INSTITUCIONAL ..................... 34
3.6.1 Estratégia de Comunicação .......................................................................... 34
3.6.2 Planos e Projetos de Comunicação e Marketing ......................................... 35
3.6.3 Identidade Visual ............................................................................................ 36
3.6.4 Análise SWOT ................................................................................................. 37
4 PESQUISA DE OPINIÃO ....................................................................................... 39
4.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 39
4.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 39
4.3 OBJETIVOS E HIPÓTESES ............................................................................... 40
4.3.2 Objetivo geral.................................................................................................. 40
4.3.3 Objetivos específicos ..................................................................................... 40
4.3.1 Hipóteses ........................................................................................................ 40
4.4 METODOLOGIA .................................................................................................. 40
4.4.1 Identificação do Universo e Seleção da Amostra ........................................ 40
4.4.2 Método para a coleta de dados ..................................................................... 41
4.5 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO ...................................................................... 42
4.6 TABULAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................ 42
4.7 RELATÓRIO FINAL............................................................................................. 49
5 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 50
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 52
6.1 SURGIMENTO DO TERCEIRO SETOR ............................................................. 53
6.2 TERCEIRO SETOR: ONGS NO BRASIL ............................................................ 55
6.3 CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL ................................................... 55
6.4 CIDADANIA PLANETÁRIA .................................................................................. 57
6.5 MOVIMENTOS SOCIAIS .................................................................................... 58
6.6 RELAÇÕES PÚBLICAS COMUNITÁRIAS NO BRASIL ...................................... 59
6.7 TERCEIRO SETOR E O USO DA COMUNICAÇÃO........................................... 60
6.8 RELAÇÕES PÚBLICAS E ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS, NA
CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA .............................................................................. 61
7 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS ............................................................ 62
7.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 62
7.2 OBJETIVO: GERAL E ESPECÍFICOS ................................................................ 62
7.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 62
7.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 62
7.3 PÚBLICO ALVO .................................................................................................. 62
7.4 PROPOSTAS DE AÇÃO .................................................................................... 63
7.5 ORÇAMENTO ..................................................................................................... 65
7.6 CRONOGRAMA DE TODAS AS AÇÕES ........................................................... 66
8 PLANEJAMENTO DA PROPOSTA DE AÇÃO EXECUTADA .............................. 67
8.1 PROJETO DE AÇÃO N°1 ................................................................................... 67
8.1.1 Tema ................................................................................................................ 67
8.1.2 Justificativa ..................................................................................................... 67
8.1.3 Público-Alvo ................................................................................................... 67
8.1.4 Objetivos ......................................................................................................... 68
8.1.4.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 68
8.1.4.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 68
8.1.5 Estratégias ...................................................................................................... 68
8.1.6 Cronograma .................................................................................................... 69
8.1.7 Orçamento ...................................................................................................... 69
8.1.7.1 Recursos necessários ................................................................................ 69
9 AVALIAÇÃO .......................................................................................................... 70
10 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 71
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 72
APÊNDICES ............................................................................................................. 76
ANEXOS ................................................................................................................... 91
15
1 APRESENTAÇÃO
Este trabalho se configura como um Programa de Relações Públicas para
Organização Não-Governamental Congregação Holística - Escola Viva Olho do
Tempo (EVOT), que atua na cidade de João Pessoa, mais precisamente na região
que compreende o Vale do Gramame, com diversas ações voltadas para o
desenvolvimento social de crianças e adolescente das imediações. Uma
oportunidade que possibilitou por em prática o conhecimento teórico adquirido na
academia.
A equipe idealizadora do projeto foi composta pelas graduandas Any Karolliny
Brito de Andrade, Aryma Adá de Aguiar Braga e Dayana Valeria Guedes Calheiros.
Um trabalho estritamente pedagógico sob a orientação da Prof.ª Mestra Andréa
Karinne Albuquerque Maia, do curso de Relações Públicas da Universidade Federal
da Paraíba (UFPB).
O programa executado teve como base a análise do diagnóstico da
organização, para então, serem desenvolvidas as ações comunicacionais. A
principal foi a criação de um site institucional. Planejado estrategicamente, o site foi
desenvolvido no intuito de constituir uma importante ferramenta de divulgação da
ONG, canal de consolidação de novas parcerias e vitrine de apresentação das
ações que a entidade realiza.
16
2 INTRODUÇÃO
Neste trabalho é possível encontrar as etapas realizadas para construção de
um Programa de Relações Públicas para Congregação Holística da Paraíba - Escola
Viva Olho do Tempo, Organização Não-Governamental que trabalha com ações
voltadas em prol do desenvolvimento humano igualitário. São expostas as propostas
comunicacionais elaboradas com o objetivo de dar visibilidade à entidade perante à
sociedade civil.
No primeiro momento, através da coleta de dados apresentados no briefing, é
possível conhecer a organização como um todo. Sua missão, visão, valores, as
ações desenvolvidas com seus públicos, as atividades realizadas que contribuem
para o crescimento da ONG e os trabalhos aplicados com foco na comunicação.
Posteriormente, apresenta-se a pesquisa executada com foco na identificação
do grau de conhecimento que a população, em âmbito estadual, tem da Escola,
como também a metodologia utilizada para realizá-la. Incluindo o processo de
abordagem e instrumentos utilizados para o reconhecimento da ferramenta de
comunicação que melhor correspondesse às necessidades comunicacionais da
organização.
Para finalizar, mediante os levantamentos colhidos na pesquisa, elaborou-se
um Programa de Relações Públicas contendo estratégias e ações de comunicação
que proporcionassem o alcance de visibilidade desejável para que a ONG pudesse
ser reconhecida e novas parcerias fossem firmadas. Em seguida, foi identificado que
a criação de um site seria a melhor ferramenta para solucionar parte do problema
comunicacional diagnosticado, o qual foi estruturado estrategicamente.
17
3 BRIEFING
3.1 HISTÓRICO
A Congregação Holística da Paraíba - Escola Viva Olho do Tempo, instituição
sem fins lucrativos, foi criada em 2004 tendo primordialmente dois focos: a
preservação de olhos d’água1 e atender a crianças e adolescentes da região que
compõe o Vale do Gramame, em João Pessoa-PB.
Maria dos Anjos Mendes Gomes, conhecida como mestra Doci, é a fundadora
da Escola Viva Olho do Tempo que leva cultura popular a mais de 150 crianças e
adolescentes, transmitindo os ensinamentos de poetas, repentistas e contadores de
histórias, fortalecendo assim, a identidade e a herança do povo brasileiro.
A ideia de fundar a ONG surgiu de um grupo de amigos formado por alguns
professores e estudantes da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, que se
reuniam na casa da Doci para estudar assuntos ligados à filosofia, pedagogia entre
outros. Com o passar do tempo alguns integrantes do grupo foram saindo e os seis
que permaneceram decidiram fazer algo diferente que pudesse beneficiar a
sociedade de alguma forma.
Na infância, a Doci morou em uma comunidade carente no Estado da Bahia.
Sua casa era uma palafita e embaixo dela existia um olho d’água o qual foi
soterrado, primeiro pelo lixo doméstico, depois pelo concreto, por iniciativa política,
visando à urbanização do local para evitar o avanço do mar naquela localidade.
Depois desse acontecimento e principalmente na sua fase adulta, Doci
sempre teve o desejo de fazer algo que pudesse preservar a natureza, pois a
lembrança daquele momento vivido na infância sempre esteve em sua memória.
Assim, o grupo decidiu desenvolver algo que pudesse beneficiar a sociedade,
juntamente com o desejo da Doci de preservar a natureza e também de trabalhar
com crianças e adolescentes, e em 1998 surgiu o projeto da ONG.
Por fim, para fundação do projeto, dos seis membros envolvidos
permaneceram quatro (Doci, Margareth, Maria Bernadete e Luís Augusto), os quais
estudaram sobre ONGs e iniciaram a busca por um local onde pudessem ser
1 Olhos d’água, nascente de água que oriunda do solo.
18
desenvolvidos projetos de sustentabilidade com foco no meio ambiente e na
educação de crianças e adolescentes.
Após dois anos de estruturação do projeto com a montagem do estatuto e
toda a documentação necessária, no ano 2000 chegaram ao Vale do Gramame2,
mais precisamente no local em que hoje é a sede da Escola, uma área verde que
possui oito olhos d’água, e também encontraram ali uma realidade bem parecida
com a que Doci viveu na Bahia, uma comunidade carente de infraestrutura e de
oportunidades de crescimento pessoal e profissional para seus moradores.
Para a compra do local, dois dos integrantes da equipe (Doci e Bernadete)
tiveram que vender uma casa e um apartamento, respectivamente. A Doci já havia
sido dona de uma escola particular, e também foi diretora do Centro Cultural Piollin,
uma ONG localizada em João Pessoa/PB com foco na cultura artística, experiências
que lhe serviram de base para desenvolver o projeto.
Antes de começar as atividades a equipe visitou as escolas, lideranças e
associações locais com o objetivo de identificar os projetos realizados na
comunidade e então oferecer algo diferenciado, mas sempre com a proposta da
preservação ambiental e a educação de crianças e adolescentes. E perceberam que
não existia muitas atividades com esse foco, o que favoreceu a implantação das
propostas para a criação da instituição.
Para poder iniciar as práticas das ações propostas, os dirigentes convidaram
toda a comunidade para conhecer o espaço e apresentar o projeto. Mesmo assim,
inicialmente a equipe enfrentou alguns problemas, pois pelo fato da Doci ter vindo da
Bahia, os moradores da região achavam que o novo espaço ali construído seria um
Terreiro de Macumba, além de também pensarem que fosse um movimento político,
atividades essas que eram de difícil aceitação para a comunidade.
Com o passar dos anos, a ONG pôde ter algumas pessoas da comunidade
ligadas a sua administração, o que diminuiu consideravelmente a imagem negativa
que a comunidade tinha da EVOT, fazendo com que suas atividades tivessem cada
vez mais aceitação por parte da comunidade.
2 Vale do Gramame, região com aproximadamente 14 quilômetros de extensão, localizada na zona
rural de João Pessoa, formada pelas comunidades de Gramame, Engenho Velho, Mituaçu e os conjuntos habitacionais Colinas do Sul e Gervásio Maia.
19
3.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
3.2.1 Dados Cadastrais
Razão social e nome fantasia da organização: Congregação Holística da Paraíba -
Escola Viva Olho do Tempo.
CNPJ: 02.517.619/0001-01
Endereço: Rua Telegrafista Geraldo Fagundes de Araújo, 10 – Gramame, João
Pessoa/PB.
Horário de Atendimento: Das 07h30m às 17h00m
Setor de atuação: Terceiro Setor
Telefone: (83) 3220-1138
E-mail: [email protected]/ [email protected]
Página Web: www.olhodotempo.org.br
Facebook: facebook.com/escolavivaolhodotempo
YouTube: Escola Viva Olho do Tempo
Flickr: flickr.com/photos/olhodotempo
Trabalham atualmente na ONG aproximadamente quinze pessoas, sendo a maioria
mulheres, que atuam na equipe de trabalho e nove voluntários (maioria).
3.2.2 Organograma
20
Figura 1 - Organograma EVOT
Fonte: Organograma elaborado pelas pesquisadoras (2014).
3.2.3 Resumo da Estrutura Organizacional
Trata-se de uma Organização não Governamental (ONG) ou do Terceiro
Setor. ONG não se encaixa perfeitamente na classificação do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) quanto ao porte, pois ele faz essa
distinção apenas para empresas.
O modelo de gestão empregado na EVOT é o de gestão compartilhada, onde
a gerência ocorre a partir de uma equipe composta por 13 pessoas, que ocupam os
cargos administrativos, alguns assumindo mais de uma função. O perfil
administrativo da ONG é considerado moderno, pois não existe um chefe que
“manda” funcionários executarem funções. O que existe é um grupo gestor, uma
coordenação composta por membros com mais experiência e/ou tempo na ONG,
que tomam as decisões mais importantes acerca do curso que a organização deve
seguir, mas todos os demais membros são consultados.
O corpo funcional é composto por duas equipes, a Gestora e a Técnica:
21
CONSELHO ADMINISTRATIVO – Responsável por preservar a filosofia da
Instituição:
Presidência: Maria Bernadete Gonçalves (Aposentada), qualificada como
psicóloga e assistente social;
1° Vice-Presidente: Maria dos Anjos Mendes Gomes (conhecida como Mestra
Doci), formada em Letras e especializada em Ensino para Jovens e Adultos -
EJA;
2º Vice-Presidente: Margarethe Belaniza Fernandes, contadora e terapeuta
holística3;
3º Vice-Presidente: Ana Caroline Oliveira dos Santos, advogada.
MEMBROS DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Aloisio da Silva Lima, engenheiro de produção;
Thiago Oliveira dos Santos, biólogo.
CONSELHO FISCAL
Presidente: Ronaldo Maia
Vice-Presidente: Antônio Gomes Filho
Secretário: Danilo Saler Jersi
Suplentes:
Edgley Luiz Santos
Walter Aguiar
DIRETORIAS
Diretoria Executiva: Cristina Martins
3 A Terapia Holística é uma alternativa de tratamento de saúde que faz uso das mais variadas
técnicas de trabalhos naturais. Esse tipo de terapia busca despertar na pessoa o auto equilíbrio corpóreo/psico/social através da correção e harmonização de seus próprios recursos físicos, emocionais e energéticos, transformando assim a desarmonia em saúde e autoconhecimento. Dentre as técnicas mais divulgadas no Brasil estão: DO-IN, SHIATSU, YOGA, ACUPUNTURA, TAI-CHI-CHUAN, FLORAIS, REIKI, MASSAGEM BIOENERGÉTICA, dentre outras.
22
Diretoria Administrativa e Financeira: Marsicano Rodrigues
Diretoria de Educação, Cultura e Desporte: Aloisio da Silva Lima
Diretoria de Relacionamento e Marketing: Ana Caroline Oliveira dos Santos
Diretoria de Ecologia, Saúde e Meio Ambiente: Maria Bernadete Gonçalves
Presidente da Diretoria Executiva: Maria Bernadete Gonçalves
EQUIPE TÉCNICA – Responsável pela coordenação de projetos e execução das
oficinas e cursos.
Coordenadora de Projetos: Raquel Carvalho do Anjos
Elaboradora de Projetos: Rosana Figueiredo Pinto
Consultora Pedagógica: Maria Dea Limeira
Secretária, Auxiliar Administrativa e Educadora Social: Rossana Pinheiro dos
Santos
Educadora Social, Griô aprendiz, Coordenadora do Museu e da Biblioteca
Olho do Tempo: Maria da Penha Teixeira de Souza (Penhinha)
Coordenadora da Estação Digital, Educadora e Design: Jaqueline Eloy do
Espírito Santo
Coordenadora Pedagógica: Francerlânia da Silva Ribeiro (Lane)
Educador Social e Coordenador de Trilhas e Caminhadas: Ivanildo Santana
Duarte
Educadora Social: Flavia Araújo dos Santos
Educadora Social: Sthefany Silva Nascimento
Educadora Alimentar: Elizabete da Silva Moreira
Educadora Alimentar: Maricelia Maria da Conceição
Educadora Ambiental: Daniele Francisca Ramalho
Educador de Artes Circense: Walter Oliverio Junior
Essa equipe já faz parte da EVOT há bastante tempo, um, seis, oito e onze
anos de permanência e atividades desenvolvidas na ONG.
As atividades e horários das equipes são distribuídos entre os membros
respeitando aquilo que cada um pode desenvolver, nenhuma delas é imposta
forçando sua execução. Pelo contrário, os envolvidos têm abertura para expor seus
23
interesses. Quanto às atividades dos voluntários, são definidas de maneira a
respeitar a quantidade de horas que cada um pode doar a instituição.
A equipe sempre participa de cursos e treinamentos com o objetivo de
aprimorar-se em suas respectivas áreas de atuação, bem como, abrir espaço para
adquirir conhecimento em outras. Esses cursos e treinamentos geralmente são
oferecidos por parceiros das áreas públicas e privadas.
A EVOT não possui planejamento estratégico. Existe apenas um
planejamento para reuniões quinzenais e uma anual, esses encontros são
chamados de “rodas”. As rodas quinzenais são para discutir e planejar as
prioridades do momento, mas elas acabam acontecendo quase que diariamente por
causa das diversas atividades desenvolvidas na ONG. Já a roda anual, é realizada
entre os dirigentes com a intenção de discutir e organizar as propostas e objetivos a
serem desenvolvidos no ano seguinte.
As atividades da EVOT acontecem sempre de segunda-feira a sexta-feira, das
07h30 às 17h00, salvo algumas exceções quando é necessário realizar algum
evento no sábado e/ou domingo.
3.3 PRINCÍPIOS OPERACIONAIS
3.3.1 Diretrizes Organizacionais
MISSÃO: “Oferecer instrumentos aos moradores das comunidades do Vale do
Gramame para a realização de seus sonhos de aprendizado empírico e aprendizado
profissionalizante, melhorando a qualidade de vida por meio de ações
compartilhadas, as quais fortalecem o ser humano na sua caminhada de
autoconhecimento e consequente descoberta e aplicação de suas potencialidades”.
VISÃO: “A Visão da Congregação Holística da Paraíba - Escola Viva Olho do
Tempo é ser até 2015, modelo nacional de ação concreta em prol do
desenvolvimento comunitário sustentável.”.
3.3.2 Análise do Comportamento Ético da Organização
24
O comportamento ético da organização é demonstrado através do
relacionamento com os usuários e nas práticas socialmente responsáveis. A
Instituição acredita que desenvolvendo trabalhos de educação ambiental, social e
cultural fortalecerá a sua identidade.
São repassadas aos alunos regras básicas de convivência com o objetivo de
manter um ambiente organizado e agradável a todos.
3.3.3 Cultura Organizacional
Sobre as formas de recrutamento, na maioria das vezes quando surge a
necessidade de se contratar um novo funcionário, a diretora Maria Bernadete e a
coordenadora Raquel Carvalho entram em contato com amigos para pedirem
algumas indicações. Como a EVOT possui uma rede de contatos fortalecida, tanto
no meio cultural, quanto educacional e ecológico, facilita esse processo que não é
tão formal quanto em empresas privadas de outros segmentos. Em alguns casos, é
necessário divulgar a vaga através de alguns meios eletrônicos como o facebook e
site, por exemplo, para dar maior visibilidade.
Todos os candidatos a voluntários são sempre bem vindos e aceitos pela
ONG, a única restrição é de não coloca-los em funções e atividades que dependam
unicamente deles para sua execução, pois os mesmos podem vir a ter outras
oportunidades de trabalho, principalmente remunerado, fora da ONG e a ausência
não prevista desse voluntário pode comprometer a continuidade de determinadas
ações.
Na EVOT existe alguns ex-alunos na administração e também como
voluntários. Mas em sua maioria, os voluntários são de outros locais e não da
comunidade. O grau de formação da equipe técnica e voluntários varia entre os
níveis de escolaridade, médio e superior.
3.3.3.1 Artefatos Visíveis
Arquitetura: A ONG encontra-se instalada em um prédio construído
especialmente para ela, dividido em dois blocos, direito e esquerdo, com
vários ambientes: No andar de cima do bloco da esquerda fica instalado o
dormitório da Mestra Doci (fundadora da ONG). No andar de baixo, a sala de
25
informática, banheiros (um masculino e outro feminino), a sala de arquivo e
sala para aulas de dança, com parede espelhada (também utilizada para
algumas reuniões) e por trás desse bloco fica instalado o refeitório. No bloco
direito, fica a sala de leitura, a sala de atendimento psicológico e de contos, e
está sendo construída uma sala multimídia. Por trás desse bloco fica o
auditório. Na fachada externa existem duas placas, afixadas uma em cada
prédio (direito e esquerdo), uma com a identidade visual da EVOT e a outra
com os logotipos de algumas empresas parceiras. O portão de entrada está
em boas condições, bem como toda estrutura da ONG e um jardim bem
cuidado. Por trás de toda essa estrutura física, existe uma grande área verde
na qual esta os oito olhos d’água. Um espaço bem preservado e cuidado pela
instituição.
Mobiliário: Os móveis são diversos, alguns adquiridos com recursos próprios,
outros provindos de doações. Onde são servidas as refeições tem mesas
grandes e bancos de madeira, e também algumas cadeiras de plástico. Todos
em bom estado de conservação.
Equipamentos: A maioria dos computadores são novos, e os mais antigos
estão sendo trocados.
3.3.3.2 Nível de ruídos e poluição
A rua onde está instalada a ONG não é muito povoada e também não é
pavimentada. Não possui muitos ruídos ao redor, e sua vizinhança é composta por
casas de família.
3.3.3.3 Organização do ambiente de trabalho
Os móveis estão dispostos de maneira a aproveitar os espaços, como alguns
deles são pequenos, acaba gerando a poluição visual. A decoração é simples e
colorida, remetendo a alegria. Não existe placas padronizadas de sinalização interna
(secretária, recepção etc), em entrevista, nos foi informado que essa “não
26
sinalização” é por escolha dos gestores mesmos, não percebendo a necessidade
desse tipo de sinalização padronizada.
3.3.3.4 Sistema de símbolos
Heróis: Em conversa, percebemos a existência de algumas pessoas que
fazem parte da história da ONG. Uma delas é a mestra Doci, ela é
considerada um modelo de conhecimento e dedicação, um exemplo a ser
seguido pelos demais membros da EVOT.
Ritos, festas, confraternizações e cerimônias: Aniversariantes do mês;
reunião mensal com as mães dos alunos; Dia das Crianças; Carnaval; Festa
Junina; encerramento do ano; uma vez no ano mostra das atividades;
Caminhada de São José; Anda Brasil; Encontro de amigos em prol da Escola
Viva Olho do Tempo.
3.4 SITUAÇÃO ATUAL
Atualmente, a EVOT desenvolve projetos de educação, cultura e meio
ambiente, trabalhando ações compartilhadas, buscando o crescimento pessoal e
comunitário através do diálogo permanente, da construção coletiva e da convivência
entre gerações. Essas atuações envolvem cursos, encontros de formação, oficinas,
seminários, parcerias, articulações, mostras culturais, trilhas ecológicas, vivências
com os griôs4 e mestre de tradição oral.
A escola conta com uma equipe de educadores/as e coordenadores/as
composta, também, por jovens da comunidade que chegaram na EVOT para
participar dos projetos, oficinas e cursos, e hoje assumem a gestão compartilhada
da Instituição. Alguns educadores são cedidos pela prefeitura, oriundos do programa
de erradicação do trabalho infantil – PETI5, que funciona na sede EVOT mas, as
4 Griôs são pessoas que passam adiante a tradição oral de um povo. Ensinamentos de curandeiros,
repentistas e contadores de histórias, que são passadas para as novas gerações. 5 O PETI é um Programa do Governo Federal que tem como objetivo retirar as crianças e
adolescentes, de 07 a 14 anos, do trabalho considerado perigoso, penoso, insalubre ou degradante, ou seja, aquele trabalho que coloca em risco a saúde e segurança das crianças e adolescentes.
27
atividades são direcionadas pela coordenação da própria ONG. Ou seja, toda a
proposta de oficinas para as crianças matriculadas nesse programa são organizadas
pela equipe pedagógica da Instituição. Além de disponibilizar educadores, a
prefeitura contribui com o pagamento da conta de luz e com a alimentação para os
matriculados no projeto. A quantia para a alimentação é pouca e a ONG sempre
precisa completar.
Desde 2004 a ONG possui a certificação da Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público - OSCIP6, estando então credenciada pelo Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente. Certificação essa que permite estabelecer
parcerias com a Prefeitura Municipal sem precisar de editais. Em contrapartida, a
EVOT precisa anualmente deixar disponível no site do Ministério da Justiça toda a
sua contabilidade, como forma de transparência dos projetos realizados na
Instituição.
Ao longo dos anos a EVOT tem conquistado prêmios de reconhecimento pelo
trabalho desenvolvido. Alguns deles são:
2007 – Prêmio Destaque da Cultura em 2007 em João Pessoa;
2008 – Reconhecimento de utilidade pública Municipal e Estadual;
2009 – Pontinho de cultura no Ministério da Cultura (MinC);
2010 – Pontão de cultura pelo Ministério da Cultura (MinC);
2011 – Fundo de Incentivo a Excelência Social – FIES;
2013 – Fundo de Incentivo a Excelência Social – FIES;
2013 – Prática do Saber – Criança Esperança.
Com a conquista desse último prêmio em 2013, trazendo o apoio do Criança
Esperança7, possibilitou adquirir uma carroça para biblioteca itinerante,
equipamentos eletrônicos (copiadora, impressora e scanner), motocicleta, material
pedagógico e de consumo, contratar serviços de internet e atividades de divulgação
do projeto, confeccionar camisetas, financiar despesas com deslocamento, financiar
o pagamento de educadores para as oficinas e profissionais para o projeto.
6 OSCIP é uma qualificação outorgada no âmbito federal pelo Ministério da Justiça a associações e
fundações de direito privado e instituídas pelo particular, que a requerem, atendidos os requisitos da Lei Federal nº.9.790/99, à qual se submetem. 7 Uma campanha da Rede Globo de Televisão que busca arrecadar recursos financeiros e distribuir
para diversos projetos educativos de todo Brasil.
28
3.4.1 Serviços
Os serviços oferecidos pela ONG são de Educação informal (música, dança,
esporte, leitura, trilhas educativas); Cultura popular (festas juninas, quadrilhas
juninas, ciranda, cordel) e Turismo Rural (trilhas ecológicas, sensibilização
ambiental, replantio de plantas nativas, revitalização do rio Gramame).
3.4.2 Descrição Econômica da Organização e de seu Mercado de Atuação
O faturamento da organização circula em aproximadamente R$ 200 mil por
ano, provenientes dos editais que a ONG conquista, tornando sua situação
econômica variável, isso porque sua verba é basicamente oriunda dos editais e
convênios com o setor público. As verbas fixas giram em torno dos depósitos via
debito automático, pelos quais aproximadamente 70 pessoas físicas, geralmente
amigos dos dirigentes e da equipe técnica, fazem doação nos valores entre R$13,00
e R$100,00.
São poucas as empresas privadas que fazem doações mensais para a EVOT,
apenas algumas empresas locais são parceiras diretas da instituição, doando
valores financeiros e/ou serviços. O relacionamento da ONG com os comerciantes
locais, por opção da mesma, é apenas de fornecimento. A ONG prefere contratar o
serviço deles (pedreiro, mercearias etc) a retirar recurso local de alguma forma. No
geral, o faturamento é de 80% oriundos editais e parcerias com o governo. As trilhas
ecológicas e passeios ciclísticos também fazem parte de um conjunto de ações que
tem o objetivo de captar recursos para a EVOT. Bem como a venda de produtos
artesanais confeccionados pelos alunos e pequenos serviços de gráfica (fotocópia,
digitação, impressão e etc).
Os diretores e voluntários não recebem remuneração financeira para
exercerem tal função, esta é feita apenas para os educadores e coordenadores.
3.4.3 Formas de Articulação com a Sociedade
A Escola Viva Olho do Tempo possui uma rede de relacionamento no meio
cultural do Estado da Paraíba e de outros Estados do Brasil. A EVOT tem
participação na Elaboração da Lei Griô Nacional; preparação do II Fórum
29
Metropolitano das Culturas Populares e Tradicionais; 2ª Conferência Municipal de
Cultura de João Pessoa; Conferência Ibero Americana; participação nas
Conferências Municipais do Direito da Criança e do Adolescente e Conferência
Municipal de Assistência Social. Reuniões com parceiros privados e Grupos de
Trabalho do Fórum da Agenda 21Local do Baixo Gramame.
A EVOT desenvolve diversas ações voltadas à educação de crianças e
adolescentes da região local, que são atendidas no contra turno da escola formal
trabalhando a cultura e memória do Vale do Gramame com atividades cultural, de
meio ambiente, inclusão digital, esporte/lazer e leitura.
As atividades são desenvolvidas considerando como eixo central a identidade
e a ancestralidade, levando em conta a história viva, o meio ambiente, a tradição
oral do Vale do Gramame, através da construção de conhecimentos, trocas de
experiências e práticas que possibilitem uma maior apropriação da realidade local,
buscando alternativas para transformá-las, com o objetivo de melhorar a qualidade
de vida pessoal e coletiva. Para melhor participação do educando, a escola oferece
alimentação durante o período que eles permanecem na EVOT.
As ações contemplam, também, atividades destinadas à comunidade e
familiares, através de vivências educativas e de reflexões, fazendo com que todos
os envolvidos sintam-se protagonistas de um processo construído coletivamente,
considerando a integralidade do ser humano, seus desejos, saberes e fazeres. As
atividades são:
Ecoturismo: São atividades sustentáveis na perspectiva do despertar da
conscientização da preservação do Patrimônio Natural e cultural no que diz respeito
à valorização dos mestres detentores dos saberes das plantas, das danças e da
história local que é contada em poesias, promovendo de forma vivencial a
interpretação do ambiente aos visitantes causando o bem estar dos participantes. O
Ecoturismo no Vale do Gramame visa potencializar o turismo rural e cultural através
das trilhas, caminhadas ecológicas e Griôs que ocorre através da Escola Viva Olho
do Tempo juntamente com as escolas públicas e privadas, grupos organizados com
visitas vivenciais nas comunidades de Engenho Velho, Gramame e Mituaçu/Conde
reconhecida como Remanescentes Quilombola.
30
Estação Digital: Desde 2005, a Estação promove a inclusão digital gratuita,
priorizando, os moradores do Vale do Gramame, através de cursos de informática
básica e acesso livre à internet, qualificando-os para o mercado de trabalho. As
aulas acontecem duas vezes por semana, com um aluno por microcomputador e o
acesso à internet é feito através de agendamentos seguindo os horários
disponibilizados para o mesmo. Também são realizadas palestras com temas
ligados à informática e à tecnologia da informação. Ao todo são doze
microcomputadores, e recentemente houve a troca de seis micros antigos e a
aquisição de um data show e um servidor.
Museu: Busca promover ações de memória em diálogo com as escolas e
as comunidades do Vale do Gramame, desenvolvendo ações de educação
patrimonial com base na pedagogia griô, pautada no reconhecimento e na
valorização da cultura, na identidade local e todo patrimônio cultural da região. Os
diálogos são através de rodas com a contação de história nos quintais dos mestres
Griôs do Vale, os quais partilham suas experiências de saberes e fazeres, apoiando
a produção artística e cultural dos griôs da comunidade, por meio de rodas e
vivências, trilhas, brincadeiras que acontecem na sede da instituição, bem como em
salas de aula da escola formal, praças e em outros espaços de memória da
comunidade.
Reflorestamento: O Reflorestamento do Vale do Gramame é uma ação
desenvolvida pela Escola Viva Olho do Tempo, que fortalece as comunidades do
Vale do Gramame e todo o seu contexto socioambiental e sociocultural, sobretudo
os saberes e fazeres dos mestres de tradição oral que transmitem os conhecimentos
das plantas e suas propriedades, dos valores que cada planta representa nestas
comunidades, para as gerações de agora e as próximas, valorizando sempre o
ambiente no qual estão inseridas essas comunidades. Já foram plantadas mais de
900 mudas de árvore nativas da mata atlântica, através das crianças envolvidas com
o projeto. Em 2013 a ação ocorreu nas praças das comunidades urbanas do Vale do
Gramame e mobilizou muitos tutores que adotaram suas árvores no compromisso de
cuidar da planta que adotou criando assim uma rede de preservação e garantindo a
sobrevivência da fauna e flora local.
São João Rural: O São João Rural tem o objetivo de fortalecer as tradições
do Vale do Gramame, que envolvem as festividades juninas, desde seu aspecto
31
religioso até os traços culturais enraizados como a culinária, o figurino, a música, a
dança, enriquecendo a vida e a cultura local, valorizando o meio ambiente e o
turismo rural. O projeto também visa promover a revitalização do São João
tradicional nas comunidades de Gramame, Engenho Velho e Mituaçú, através de
intercâmbio socioeconômico e cultural entre essas comunidades. A ação começa no
dia 19 de março, dia de São José, com a caminhada ecumênica que passa nas
comunidades do Vale e finaliza na Ponte dos Arcos com uma celebração coletiva,
onde passa o Rio Gramame, assim é dado início a programação do São João Rural.
A partir daí, realiza-se uma festa a cada dia percorrendo as comunidades do Vale do
Gramame que enfeitam seus arraiais para receber as outras comunidades,
explorando as expressões culturais da região.
3.4.4 Concorrência
Por estar inserida no Terceiro Setor, o termo concorrência não é adequado
em decorrência da função e papel social que a EVOT exerce, se considerarmos que
o interesse final é a melhoria das condições de vida de crianças e dos adolescentes.
Outras instituições como a Casa Pequeno Davi que desenvolvem um trabalho
parecido com o da EVOT só podem ser vistas como parceiras e nunca como
concorrentes. As escolas de tempo integral da região é que podem ser vistas como
possíveis concorrentes, uma vez que buscam ter os alunos por dois turnos na
escola, o que pode impossibilita-los de participar das atividades na ONG no contra
turno da mesma.
3.5 RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS
A função do Relações Públicas dentro de uma instituição não tem por
finalidade relacionar-se com o público em geral, mas com cada público em
particular, cujas especificidades os tornam parte do universo da instituição, de
maneira que as mensagens e os veículos sejam dirigidos a cada público de
interesse de modo adequado e eficaz.
32
Diante da necessidade de se conhecer em profundidade os públicos para os
quais são direcionados seus projetos de comunicação, as organizações devem ter
precisão quanto às particularidades de maneira a trabalhar com competência. No
entanto, segundo França (2012, p.105) muitas ONGs apresentam uma estrutura
organizacional simples “[...]. Não podem, portanto, ser equiparadas a uma empresa
privada.”
O mapeamento dos públicos da EVOT foi elaborado a partir dos conceitos
estudados durante o curso e baseado na conceituação lógica sobre públicos de
Fabio França (2004), sendo classificados como essenciais, não essenciais e redes
de interferência. Os essenciais estão diretamente ligados à instituição, realizando
atividades operacionais e administrativas para a sua manutenção e sobrevivência;
os não essenciais são os responsáveis por intermediar as relações e suas
promoções institucionais; já as redes de interferência, compõem os relacionamentos
externos da empresa influenciando a opinião publica e seu posicionamento do
mercado. Assim, pudemos identificar e classificar os públicos da EVOT de acordo
com suas características e seu grau de importância para a Instituição.
Quadro 1 – Análise dos Públicos
Públicos Situação do
Relacionamento
Canais de
comunicação
utilizados
Essenciais:
Constitutivos Dirigentes Administrativo /
operacional
E-mail, telefone,
reuniões.
Não constitutivos
(primários/secundários)
Crianças e
adolescentes da
comunidade
Contínuo
Aulas, cartaz,
cartilha, quadro de
avisos.
Equipe Técnica Contínuo E-mail, telefone,
reuniões.
Familiares Contínuo Cartaz, reuniões.
Voluntários Contínuo E-mail, telefone,
reuniões.
Educadores Contínuo E-mail, telefone,
33
Fonte: Elaborado pelas pesquisadoras a partir de levantamento de dados e pesquisas (2014), com base no referencial teórico do prof. Fábio França.
Crianças e adolescentes: De baixa renda e em vulnerabilidade social,
sendo estes os públicos de interesse da instituição.
Familiares e comunidade: De baixa renda e em vulnerabilidade social.
Dirigentes: Profissionais envolvidos com a Instituição, de administração
flexível, disponíveis ao diálogo com todos os públicos.
Equipe técnica: Profissionais com experiência em trabalhos de base e em
educação popular que acompanham públicos específicos de acordo com as linhas
dos projetos, como por exemplo, família, criança e adolescentes.
Voluntários: Pessoas advindas de diversos segmentos da sociedade,
alguns ex-alunos, não ficam por muito tempo devido à necessidade de recursos para
a sobrevivência. Quando a EVOT é contemplada com algum projeto, esses
educadores são contratados e mantidos.
cedidos pela
prefeitura
reuniões.
Parceiros Contínuo Folder, E-mail,
telefone, reuniões.
Fornecedores Esporádico Pessoalmente, E-
mail, telefone.
Governo Esporádico Pessoalmente, E-
mail, telefone.
Não Essenciais:
Comunidade
Esporádico
Folder, cartaz,
banner, reuniões,
redes sociais.
Redes de Interferência:
ONG’s locais
Esporádico
E-mail, telefone,
Reuniões.
Imprensa
Esporádico
Pessoalmente, E-
mail, telefone.
34
Educadores cedidos pela prefeitura: Geralmente educadores artísticos
que oferecem oficinas de música, teatro, dança, entre outras atividades oferecidas
pela EVOT, advindos do Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI.
Parceiros: Contribuem com doações financeiras e/ou com parcerias em
alguns projetos.
Fornecedores: São determinados de acordo com a necessidade da
Instituição. Dividem-se em fornecedores para compra de materiais, manutenção
predial e operacional, mercados e padaria, entre outros.
Governo: O contato geralmente ocorre através das parcerias e convênios
com os órgãos estatais.
Imprensa: Possuem alguns contatos com jornalistas e radialistas, que
costumam publicar e divulgar os eventos culturais promovidos pela Instituição.
3.6 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO E PROMOÇÃO INSTITUCIONAL
Apesar de ter uma Diretoria de Relacionamento e Marketing na EVOT, a
Instituição não possui um departamento ou setor de comunicação estruturado. Há
uma conscientização de que isso é importante, porém não há ações planejadas. O
que existe são pessoas que desenvolvem as atividades de planejamento e
direcionamento da comunicação para os públicos de interesse, tendo alguns
parceiros que a ajudam pontualmente na criação de peças gráficas.
Existe uma verba que é destinada para esta área, porém ela vai de acordo
com a necessidade e prioridade, como por exemplo, para produzir materiais
rotativos e etc.
3.6.1 Estratégia de Comunicação
Comunicação Institucional: Existe vários vídeos que contam parte da
história da ONG e de suas atividades, disponíveis em diversas contas no
canal YouTube e apenas um oficialmente criado pela EVOT, que apesar de
ter um conteúdo satisfatório, é aparentemente amador e pouco divulgado nas
mídias da ONG.
35
Comunicação Interna: A ONG não possui uma comunicação interna
sistematizada, mas quando precisam se comunicar fazem uso das reuniões,
telefone e e-mail.
3.6.2 Planos e Projetos de Comunicação e Marketing
A EVOT não possui nenhum plano de comunicação nem de marketing,
direcionando os instrumentos de comunicação para seus públicos em potencial.
Mesmo não usando de forma estratégica a EVOT quando precisa se
comunicar com seus públicos utilizam os seguintes meios:
Público Interno
Telefone;
E-mail: Todo o corpo funcional da EVOT possui uma conta do e-mail
corporativo;
Regra de Conduta: funciona como regimento interno direcionado aos
alunos;
Reuniões: Geralmente acontecem de acordo com a necessidade;
Avisos nos murais: Possui comunicação satisfatória, e sua atualização é
feita pelo voluntário Thiago Nozi que tem formação em Design Gráfico, e é
ele quem executa essas atividades mediante sua disponibilidade de tempo
Público Externo
Carro de som com a finalidade de divulgar algum evento;
Folders/cartazes: geralmente são utilizadas como divulgação das ações e/ou
projetos e serviços oferecidos pela EVOT e são confeccionadas pelo
voluntário Thiago Nozi;
FanPage do Facebook: é utilizada como um meio de difundir a EVOT e suas
ações através de uma das redes sociais mais influentes, e é constantemente
atualizada pelo voluntário Thiago Nozi;
36
Conta e perfil no Google+: uma rede social da Google. A ONG possui
cadastro mas não utiliza essa mídia;
Conta no Flickr: rede social utilizada para publicação de fotos dos eventos
realizados pela EVOT, mas não é usada com frequência;
Website na internet; a maioria dos conteúdos estão desatualizados (a última
atualização foi feita em Janeiro de 2014), e não possui informações
satisfatórias para promoção e divulgação da EVOT;
Canal no YouTube: possuem vídeos institucionais e documentais da EVOT,
porém é um canal pouco divulgado nas demais mídias. Não existe link na
FanPage e no site.
Parceiros
E-mail e telefone: através de um mailing list constantemente atualizado.
3.6.3 Identidade Visual
A Identidade Corporativa é um conjunto de atributos capaz de diferenciar as
organizações entre si. Esses atributos se referem ao propósito da organização
(missão, visão e valores). Sendo assim, a EVOT como uma Instituição em
expansão vivencia variações ao longo do tempo.
Até 2012 a EVOT possuía dois tipos de logotipos, no site era um, e no
material gráfico outro. Foi então que o voluntário Thiago Nozi apresentou à ONG a
necessidade de padronizar e regularizar a identidade visual da Escola, visto que a
mesma era utilizada de forma inadequada, com distorções e fora das regras de
manual de marca. A proposta foi aceita e o logotipo foi redesenhado para uma
forma mais limpa e ajustada.
37
Figura 2 - Logotipo EVOT
ANTIGA NOVA
Fonte: Disponibilizado pela ONG (2014).
A imagem do olho e a imagem de uma pessoa à frente, retrata a esperança à
frente do seu tempo. As cores representam a grande ligação que a escola tem com
o meio ambiente e sua história, sua identidade em junção com a natureza.
O objetivo é transparecer o trabalho consistente da ONG, visando o futuro de
uma formação diferenciada e voltada para a natureza.
3.6.4 Análise SWOT
Quadro 2 – Análise SWOT Potencialidades Fragilidades
A percepção da importância da comunicação
em suas atividades;
A dedicação dos gestores e da equipe técnica
com suas atividades e a busca da melhoria
contínua das mesmas;
A atual gestão participativa;
A rede de conhecimento com diversos tipos
de públicos potencias que os ajudam de
diversas formas.
A Escola Viva Olho do Tempo possui uma
vasta rede de relacionamentos;
A credibilidade pelo trabalho e ações
A falta de recurso suficiente para pagar
um profissional que desenvolva um
planejamento estratégico para a Instituição;
A falta de comunicação estratégica;
A necessidade de profissionalizar suas
atividades comunicacionais e externá-las de
maneira estratégica, para poder se destacar
e arrecadar recursos;
A pouca quantidade de recursos
financeiros regulares que possam suprir
todas as suas demandas.
38
executadas;
Oportunidades Ameaças
A ascensão do Terceiro Setor que pode vir a
gerar maior visibilidade para a Instituição;
As novas possibilidades de parceria, através
da busca das empresas em promover a
responsabilidade social.
Atraso no repasse financeiro dos editais
já aprovados;
As escolas de tempo integral com
projetos que mantem os alunos os dois
turnos na escola.
Fonte: Elaborado pelas pesquisadoras a partir de levantamento de dados e pesquisas (2014).
39
4 PESQUISA DE OPINIÃO
4.1 JUSTIFICATIVA
O projeto de pesquisa assume uma responsabilidade relevante sobre os
conhecimentos prévios e informações de uma organização. Na EVOT houve a
necessidade de descobrir os possíveis interesses dos públicos. Quando o
profissional de Relações Públicas assume a função de pesquisador, ele busca
informações que são essenciais para o desenvolvimento de suas atividades.
Às Relações Públicas está reservado o trabalho de conhecer e analisar os componentes do cenário estratégico de atuação das empresas, com a finalidade de conciliar os diversos interesses. Para isso, procura identificar, nas pessoas e nos grupos organizados, comportamentos e formas de contato que venham a facilitar o estabelecimento do processo de relacionamento das unidades consideradas. (FORTES, 2002, p. 21)
Esta pesquisa tem por finalidade identificar o nível de conhecimento que a
sociedade civil tem sobre a ONG. A partir das informações levantadas será possível
conhecer como a organização se comporta no cenário comunicacional e como as
mídias utilizadas auxiliam na visibilidade das ações desenvolvidas pela entidade.
Diante disto, os resultados da pesquisa fornecerão apoio estratégico ao processo de
Relações Públicas, tornando possível conhecer a opinião pública, e assim, justificar
a utilização das ferramentas de comunicação dirigida que favoreça o relacionamento
deste público com a instituição.
4.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
Com a realização da pesquisa e diante de observações realizadas em
reuniões com dirigentes da EVOT, foi possível identificar alguns problemas que
podem ser caracterizados como falhas na comunicação entre a Instituição e a
sociedade civil. Como por exemplo, a escolha e utilização das ferramentas de
comunicação para divulgação dos trabalhos desenvolvidos pela ONG, de modo a
facilitar a visibilidade da mesma perante esses públicos. Para que de fato os
problemas sejam confirmados é necessário uma pesquisa de opinião, concretizando
ou não estas suspeitas.
40
4.3 OBJETIVOS E HIPÓTESES
4.3.2 Objetivo geral
Analisar os públicos em potencial residentes na cidade de João Pessoa/PB.
4.3.3 Objetivos específicos
Identificar o nível de conhecimento da ONG perante a sociedade civil da
cidade de João Pessoa;
Verificar a viabilidade de implementação de novos meios de comunicação;
Identificar os meios mais eficientes para promover a visibilidade da ONG junto
à sociedade civil.
4.3.1 Hipóteses
Pouca visibilidade da ONG na sociedade civil;
A sociedade não tem interesse conhecer em organizações não
governamentais;
A sociedade tem interesse em ajudar ONGs.
4.4 METODOLOGIA
Neste projeto, adotamos a pesquisa em virtude de “contribuir para fins
práticos, visando à solução mais ou menos imediata do problema encontrado na
realidade” (BARROS; LEHFELD, 2000, p.78), viabilizando o real conhecimento da
sociedade civil em relação à comunicação desenvolvida pela EVOT.
A pesquisa teve como finalidade a obtenção de dados para analisar os
doadores em potencial na sociedade civil. Essa avaliação contribuiu para a
elaboração de futuras ações de aprimoramento e/ou de continuidade para que haja
melhorias no relacionamento instituição-sociedade.
4.4.1 Identificação do Universo e Seleção da Amostra
41
O universo é bastante amplo, pois, a pesquisa busca conhecer a opinião da
sociedade civil em relação à EVOT. Em virtude da dificuldade de delimitar esse
universo, optou-se por realizar um recorte a partir das pessoas físicas que possuem
perfil no Site de Rede Social Facebook.
Sendo assim, a amostra se caracteriza como não-probabilística, pois é
embasada na avaliação do pesquisador sobre a quantidade de entrevistados que
devem ou não ser incluídos.
Uma vez que esse procedimento consiste em simplesmente contatar unidades convenientes da amostragem, é possível recrutar respondentes tais como estudantes em sala de aula, mulheres no shopping, alguns amigos e vizinhos, entre outros. (AAKER; KUMAR; DAY, 1995, p. 376).
Nesse sentido, encerramos a pesquisa quando foi obtida uma amostragem de
50 questionários respondidos.
4.4.2 Método para a coleta de dados
Para a realização da pesquisa foi utilizado o método quantitativo, que analisou
por meio de dados estatísticos, o nível de conhecimento e interesse da sociedade
civil em relação à ONG. Escolhida como via de obtenção de resultados rápidos foi
empregada a pesquisa online.
O uso da Internet para coletar dados de natureza quantitativa em pesquisas de opinião tende a aumentar gradativamente em substituição aos métodos face-to-face e telefônico. Um dos motivos é
que a pesquisa online pode resultar numa economia de 30% em relação ao processo tradicional (OLIVEIRA; PAIVA, 2011).
Dessa forma, para conhecer a opinião do público e/ou o seu conhecimento
sobre os meios de comunicação utilizados pela EVOT, foi necessário realizar uma
pesquisa de opinião. Segundo Kunsch (2002, p.289) “a pesquisa de opinião se
constitui em um dos tipos de pesquisas mais relevantes para a área de Relações
Públicas” podendo ser realizada para analisar as relações com todos os seus
públicos.
42
Para a coleta dos dados realizou-se a aplicação de um questionário, com 10
perguntas fechadas e de múltipla escolha, através de formulários eletrônicos do
Google Docs8, por meio de um link disposto no Facebook entre os dias 21 e 22 de
julho de 2014.
4.5 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO
Quadro 3 - Cronograma
CRONOGRAMA DE AÇÕES PARA A PESQUISA DE OPINIÃO
19/07 20/07 21/07 22/07 23/07 24/07 25/07
Análise do Universo da Pesquisa
Elaboração do questionário
Teste do questionário
Envio via web do questionário
Encerramento da pesquisa
Tabulação e análise dos dados
Elaboração do relatório final
Fonte: Dados das ações da pesquisa de opinião (2014).
Com o método de pesquisa online escolhido como forma de obtenção de
resultados rápidos, não se fez necessário um orçamento programado para os custos
da mesma, uma vez que a ferramenta do Google Docs é gratuita e disponível para
qualquer pessoa com acesso a internet.
4.6 TABULAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Conforme os dados apresentados nos Gráficos 1 e 2, podemos verificar qual
o perfil dos entrevistados na pesquisa de opinião.
8 Google Docs é um processador de textos, planilhas e apresentações gratuito, baseado na web. A
ferramenta permite que seus usuários criem e editem documentos online ao mesmo tempo, colaborando em tempo real com outros usuários.
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Gráfico 1 – Faixa Etária
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
A partir dos dados apresentados no Gráfico 1, percebe-se que na grande
maioria dos entrevistados, 80% são jovens com idade entre 18 e 30 anos, os que
tem a faixa etária entre 30 e 50 anos representam 14%, de 50 a 70 anos são
contabilizados em 6% e os que têm mais de 70 anos representam 0%.
Gráfico 2 – Sexo
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
De acordo com os dados apresentados no Gráfico 2, tem-se que 68% das
entrevistadas são do gênero feminino, 32% são do masculino e 0% optaram por
outra identidade de gênero.
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Gráfico 3 – Contribuição à ONGs
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
Seguindo os dados apresentados no Gráfico 3, os entrevistados que já
contribuem com alguma ONG correspondem a 12%, já 16% deles afirmam que a
doação é apenas ocasionalmente e a grande maioria, 72%, informa que não
contribuem com qualquer instituição.
Gráfico 4 – Interesse em contribuir com ONG com qual tipo de causa
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
Tomando como base os dados apresentados no Gráfico 4, os entrevistados
que tem interesse em ONG’s relacionadas ao meio ambiente representam 18%, os
que preferem a educação e a promoção da qualidade de vida de criança e
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adolescente representam 24% cada um, 5% optam pela geração de emprego, os
que priorizam a questão voltada para a saúde formam 20% e 9% indicam que
preferem como base da instituição outro tipo de ação.
Para aqueles que responderam “Outra” em resposta ao gráfico 4, pôde-se
observar, após análise dos dados, que das pessoas que justificaram sua escolha
33% optou pela causa LGBT, 16% informaram que ajudariam a questão dos animais
e contabilizando 17%, cada um, os outros entrevistados indicaram que suas
contribuições seriam instituições que tratam do câncer, para o empoderamento
feminino e questões de gênero e direitos humanos.
Gráfico 5 – Conhece a ONG Escola Viva Olho do Tempo
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
Com base nos dados coletados, no gráfico 5 é possível observar que a
maioria dos entrevistados, contabilizados em 76%, não conhecem a ONG, apenas
8% dizem conhecer e 16% afirmam que já ouviram falar.
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Gráfico 6 – Como tomou conhecimento sobre a ONG?
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
A partir dos dados levantados pelo gráfico 6, pode-se perceber que 76% dos
entrevistados alega não conhecer a ONG, e que 10% deles tomaram conhecimento
sobre a Instituição através da internet, e outros 10% por outro meio. O conhecimento
através de outra ONG resulta em 4% e a televisão e o jornal ficam com 0%, cada.
Ainda no gráfico 6, através das respostas obtidas com a questão “outro”, pôde-se
verificar que 67% dos respondentes alegam ter tido conhecimento sobre a ONG
através de amigos, e 33% dizem que conheceram a instituição porque já visitaram
sua sede.
Gráfico 7 – Interesse em contribuir com a ONG
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
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Em se tratando de contribuir com a ONG, o gráfico 9 mostra que 50% dos
entrevistados têm interesse, 50% não têm, enquanto aqueles que já contribuem não
pontuam, ficando com 0%.
Gráfico 8 – Ação para contribuir com a ONG
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
No gráfico 10 observa-se que 34% dizem que a contribuição para a ONG
seria através de voluntariado, 10% alegam que fariam doação em dinheiro e 8%
doação de materiais. Os que responderam que fariam outro tipo de ação
correspondem a 4% enquanto os que não têm interesse em contribuir são
representados por 44% dos entrevistados. Os entrevistados que responderam
“outro”, justificaram suas respostas em 50% alegam que promoveriam oficinas e
50% dizem que precisam conhecer a ONG.
48
Gráfico 9 – Valor enviado, caso a ajuda seja “Doação em Dinheiro”
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
No gráfico 9 pode-se visualizar que 16%, disseram que a quantia a ser doada
para a ONG seria de até R$ 10 reais, os que falaram entre R$ 10 e R$ 30 reais
foram 12% e os que falaram entre R$ 30 e R$ 60 reais contabilizam 2%. Com 0% do
percentual ficaram os valores entre R$ 60 e R$ 100 reais e mais de R$ 100 reais, já
aqueles que alegaram não contribuir com dinheiro foram representados por 30%
enquanto a maioria dos entrevistados, 40% alegaram não existir interesse em
contribuir.
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Gráfico 10 – Frequência das doações
Fonte: Dados da pesquisa de opinião (2014).
Levando em consideração os dados obtidos no gráfico 10 pode-se apontar
que 0% dos entrevistados fariam as doações semanalmente, já 4% deles fariam
quinzenalmente enquanto 42% escolheriam por fazer mensalmente. Apenas 2%
alegam doações anuais, enquanto em sua grande maioria, 52%, não tem interesse
em contribuir.
4.7 RELATÓRIO FINAL
Para a elaboração do relatório final do projeto de pesquisa foi levado em
consideração o processo adotado para a sua realização, as técnicas utilizadas além
da apresentação e análise dos resultados obtidos. Partindo desse princípio, a
escolha do tipo da pesquisa como sendo a de opinião nos dá uma vantagem, pois é
a coleta de dados que é voltada para conhecer o público, suas opiniões e vontades.
Os resultados das pesquisas de opinião ajuízam o nível da informação recebida dos públicos de uma organização, as suas reações diante das medidas por ela adotadas e a hierarquia dos desejos e anseios das pessoas relativos à empresa ou a algum setor específico (FORTES, 2003, p. 104).
50
Seguindo os dados apresentados, pôde-se perceber que os entrevistados que
já contribuem com alguma ONG correspondem a uma minoria, se compararmos com
os que não contribuem com alguma instituição. Porém, quando perguntado sobre o
interesse em entidades voltadas a uma ação específica, a educação e trabalho com
crianças e adolescentes tiveram os maiores índices, deixando assim a EVOT em
maior evidência, uma vez que o trabalho da escola tem exatamente esse foco.
De modo geral, pôde-se constatar que a EVOT sofre com a ausência de uma
estratégia de comunicação voltada, principalmente, para a sua visibilidade perante a
sociedade civil, pois, analisando os dados, observamos que existe uma grande
maioria de entrevistados que não conhece a instituição. O modo através do qual a
ONG ficou conhecida pelo público também mostra fraquezas/falhas na área de
comunicação uma vez que poucos deles obtiveram essa noção através da internet.
Levando em consideração que a maioria desconhece completamente a
instituição, ainda é possível afirmar que existe um público de interesse em potencial
em relação à ONG. De todos os entrevistados, a metade diz que tem vontade em
contribuir, o que é contabilizado como positivo, pois o público que não conhece a
instituição também entra nesses números e não somente aqueles que já a
conhecem, desse modo dá para constatar que existe o desejo em ajudar por parte
dos entrevistados.
Partindo do princípio que apenas metade dos entrevistados tem interesse,
nos chamou a atenção que a doação em dinheiro ainda é um problema. A pesquisa
nos mostra exatamente isso, a grande maioria dos entrevistados afirmam que
preferem “se doar” em forma de ações voluntariadas dentro da ONG, significando
dizer que o interesse que elas têm em ajudar seria adotar um modo para chegar
mais junto das crianças e adolescentes da EVOT e fazer parte da mudança daquela
realidade vivida por eles todos os dias, de uma forma mais presente e não apenas
enviando uma quantia em dinheiro.
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5 DIAGNÓSTICO
A partir de dados descritos no briefing, informações coletadas durante as
visitas feitas a ONG e da pesquisa de opinião, principalmente no que diz respeito,
também, a análise da cultura organizacional e auditoria da comunicação, foi possível
elaborar o diagnóstico que permite uma visão geral do funcionamento da EVOT e do
seu sistema de comunicação. Dessa forma, será possível propor o planejamento
com ações que viabilizem a utilização das técnicas de Relações Públicas.
As placas dispostas na fachada da ONG estão em más condições e
desatualizadas. Ambas as placas estão com falhas na pintura e a maioria das
empresas ali mencionadas já não fazem parte do grupo de parceiros.
Existe vontade por parte da equipe gestora em tentar aumentar o faturamento
fixo, oriundo dos débitos automáticos, e já realizaram algumas ações para isso,
como a gravação de vídeos intitulado “Campanha Financeira Olho do Tempo”, que
estão disponíveis apenas no canal YouTube. No entanto, comprovamos através da
pesquisa, que o público desejado pela Instituição que possa contribuir, também, com
o aumento das doações, não conhece a ONG.
Os gestores reconhecem a importância do planejamento sistematizado em
comunicação e se mostram abertos a novas possibilidades, pois a EVOT é bem
conhecida no meio cultural municipal, porém a falta de um planejamento de
comunicação com ações bem direcionadas, não permite que a instituição alcance
visibilidade também nos demais níveis da sociedade civil.
O vídeo institucional não é divulgado nas mídias da ONG, possui um bom
conteúdo, mas a imagem não é de boa qualidade.
O conteúdo veiculado na FanPage do Facebook são bem direcionados a
esse tipo de mídia e é constantemente atualizado, além de já possuírem um grande
número de seguidores. Porém, percebemos a rejeição dessa mídia por parte de um
membro da ONG o qual, também, tem poder de decisão. Na verdade a pessoa não
aceita a filosofia empresarial do Facebook, bem como da empresa Google, e prefere
ter o site como único meio de divulgação via internet. No entanto, os demais
membros, principalmente dirigentes, não demostraram serem contra as mídias já
utilizadas, pelo contrário, reconhecem-nas como canais de divulgação com grande
alcance de público, tanto que a maioria deles possuem contas pessoais na rede
social.
52
A falta de atualização no site da ONG e a baixa qualidade de conteúdo não
permite a disseminação da Instituição através de uma ferramenta de grande
extensão, o que gera falta de transparência, ou seja, a falta de credibilidade. Ao
fazer uma busca em sites de pesquisa com o nome “Escola Viva Olho do Tempo”, os
links iniciais não direcionam as mídias sociais (redes sociais, site, vídeos no
YouTube e etc) da Instituição, e sim a links de blogs que citam algum tipo de projeto
desenvolvido na e/ou para a EVOT.
Apesar de a “roda anual” ser realizada entre os dirigentes buscando organizar
as propostas e objetivos para o ano seguinte, suas ações acontecem de maneira
pontual e aleatória, não estratégica, isso pela falta de um planejamento com esse
fim.
Independente do porte da instituição, o planejamento estratégico é um
processo gerencial de grande importância, pois um planejamento bem feito contribui
com a diminuição de riscos, auxiliando na antecipação das ameaças e evidenciando
as oportunidades de melhoria, podendo também otimizar os recursos disponíveis o
que ajuda a desenvolver métodos e estratégias eficientes.
53
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Na sociedade contemporânea é de suma importância que as empresas,
instituições e organizações tenham a consciência da importância e utilização da
comunicação. Sendo bem executada, dentro de tantas outras funções, ela atua
como uma ferramenta de desenvolvimento, mola propulsora que contribui para o
alcance de boas posições no mercado, um melhor relacionamento com os públicos e
uma postura mais comprometida com a opinião da sociedade.
É nesse sentido que se busca desenvolver junto a Congregação Holística da
Paraíba - Escola Viva Olho do Tempo ações comunicacionais que contribuam para
que seja adquirida uma postura mais assertiva em relação ao gerenciamento dos
meios de comunicação utilizados pela EVOT, e a partir disso, consiga firmar
parcerias que ofereçam insumos para manutenção das atividades desenvolvidas
pela instituição.
Para tanto, será necessário um estudo histórico do caminho percorrido pelas
organizações não governamentais no âmbito internacional e nacional, as atividades
desenvolvidas que proporcionaram a estrutura que atualmente as mantém erguidas
e todos os fatores que interferiram na sua consolidação. Apoiado na base histórica,
o profissional de Relações Públicas utiliza desses dados para obter informações que
proporcionem uma visão geral da situação, onde aos poucos, consegue delimitar
esta visão no intuito de elaborar um processo de tomada de decisão estratégico em
relação às ações que irá desenvolver perante o que foi analisado.
6.1 SURGIMENTO DO TERCEIRO SETOR
A definição de Terceiro Setor surgiu nos Estados Unidos a partir da primeira
metade do século XX para designar o grupo de organizações que não se
enquadrava dentro dos outros dois setores existentes, o Estado e o Mercado. Desde
então, a expressão “Terceiro Setor” vem sendo utilizada para se referir às
organizações formadas pela sociedade civil que tem por objetivo a luta pela
satisfação de um interesse social comum.
O chamado primeiro setor diz respeito ao Estado, que administra os recursos,
serviços e bens que são públicos, garantindo o acesso aos mesmos por parte da
54
população, que gera receita por meio do pagamento de impostos. O segundo setor é
composto pelo Mercado, baseado na iniciativa privada, o lucro assim como, a
provisão dos bens e serviços vêm de indivíduos particulares e de recursos
particulares. Já o chamado Terceiro Setor teve sua origem marcada pela filantropia,
sobretudo proporcionada pela Igreja Católica.
Ao partir desse eixo teórico filantrópico o Terceiro Setor surge como uma
ponte entre o privado e o público, na intenção de garantir o cumprimento dos direitos
civis para a construção da cidadania, agindo de certo modo diante da incapacidade
do Estado de atender a tais necessidades de assistência. E dentro dessa
perspectiva pode-se considerar que o Terceiro Setor tem como premissa a
mobilização dos recursos privados para fins públicos (KISIL, 1997).
No processo de gerenciamento desses recursos aparecem como auxílio
diversas iniciativas realizadas em prol do desenvolvimento. Uma destas são os
programas sociais oficiais que entram neste cenário como um dos meios de
civilização de projetos que evoluem a prestação de serviços proporcionados por
parte das entidades do Terceiro Setor. Esses programas são datados da Segunda
Guerra Mundial, “quando são criados o Fundo Monetário Internacional (FMI), o
Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas, assim como suas exigências
especializadas” (BEDREGAL, 2002, p.46).
Nesse período a população estava sem subsídio por parte do Estado,
defasada pós-guerra, no entanto, continuava com suas necessidades sociais ativas
e a carência de algum poder que pudesse supri-las. Constituindo uma ótima
oportunidade para o Terceiro Setor intermediar esta situação, e buscando a melhoria
dos menos assistidos, já que também se iniciava o papel participativo das ONU no
cenário mundial. Fato que abriu as portas para as Organizações Não-
Governamentais existirem.
Nós, os povos das Nações Unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que, por duas vezes no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes de direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla. (ONU, s.d.)
55
Buscando dar continuidade a estes princípios aplicados pela Organização das
Nações Unidas de reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade
e no valor do ser humano, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres,
incluindo novos princípios e, por vezes, reformulando as bases, propicia a criação do
“novo tipo de instituição que combina de maneira curiosa a tensão entre o grande e
o pequeno, o público e o privado. São pequenas e privadas, mas se comportam
como se fosses grandes e públicas.” (FERNANDES; CARNEIRO apud RODRIGUES
1998, p.39)
Mas, o terceiro setor não surgiu apenas para suprir carências do Estado ou da
iniciativa privada. Com o tempo ele foi criando corpo, estruturando-se e trazendo em
seus princípios o foco de não apenas trabalhar com ações pautadas em insumos
representados pelo dinheiro, pondo em prática uma estrutura de execução de
preceitos que estimulavam os indivíduos a também procurarem por sua melhoria de
vida. Despertá-los ao potencial pessoal para:
[...] a qualidade ou virtudes sociais, o aprimoramento das aptidões e habilidades profissionais, o amadurecimento da cidadania. Voluntariado, iniciativa beneficentes, cooperativismo, independência,
humanismo, partilha, etc. (CHUERI; XAVIER, 2008, p.3)
6.2 TERCEIRO SETOR: ONGS NO BRASIL
No Brasil, as organizações não governamentais sem fins lucrativos ganham força a partir do processo de redemocratização política que se deu após o período da Ditadura Militar (1964-1985). Mas foi a partir da década de 90 que surgiram as principais organizações não governamentais no país como o Instituto Ethos (1998) e a Rede de ONGs da Mata Atlântica (1992). (INFOESCOLA, 2010)
As ONGs surgiram como um apoio no processo de reversão das
consequências causadas pelo fim de ditadura militar. Momento em que os brasileiros
foram massacrados pelas atitudes repressivas do governo ditador, com as ações de
desrespeito ao indivíduo e a invasão das particularidades do ser humano. Para dar
uma esperança de novos rumos promissores, surgiu uma solução que não precisava
do apoio do governo para existir, mas da livre iniciativa de grupos formados por
56
pessoas da sociedade civil que se uniram em prol de melhorias sociais sem usar da
contrapartida financeira para corresponder suas ações.
Vale ressaltar que os primeiros passos foram dados pelas Igrejas, tanto
católicas como protestantes, como prática de assistencialismo por estarem dentro
dos seus princípios de práticas cristãs. As iniciativas de auxílio ao indivíduo e as
ações que os incluíam ao meio social, aconteciam como processos humanitários
que tinham maior atenção em propor uma conscientização e mudança social
(COUTINHO, 2004)
6.3 CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL
O contexto da cidadania e do desenvolvimento social são fundamentais para
dar o norte a esta abordagem, pois eles auxiliam na compreensão em quais
segmentos o terceiro setor pode atuar. Ao partir da afirmação que cidadania é
desenvolvimento social com igualdade:
Para haver desenvolvimento, é necessário que haja alteração do capital humano e do capital social. […] Combater a pobreza e a exclusão social não é transformar pessoas e comunidades em beneficiárias passivas e permanentes de programas assistenciais, mas significa, isto sim, fortalecer as capacidades de pessoas e comunidades de satisfazer necessidades, resolver problemas e melhorar sua qualidade de vida. (FRANCO, 2002, p.47)
Promover o desenvolvimento social vai além de apenas oferecer serviços que
contribuam para melhoria da qualidade de vida, é despertar o indivíduo a buscá-los
através de práticas que os estimule, capacite e apresente estas oportunidades de
crescimento, acontecendo mais que um assistencialismo. Para orientá-los nesta
caminhada, Vieira, apud Kunsch (2007, p.63) “analisando os direitos de cidadania
com base no pensamento de Marshall, classifica-os em direitos de primeira,
segunda, terceira e quarta geração”.
Quadro 4 – Classificação dos Direitos
Direito Definição
57
Primeira
geração
Direitos civis
(século XVIII) e
Direitos
políticos
(século XIX),
Representados pelos direitos individuais de
liberdade, igualdade, propriedade, ir e vir, vida e
segurança, entre outros. Como também os quais é
responsável o sistema judiciário; representados
pelos direitos individuais exercidos coletivamente, de
liberdade de associação e reunião, organização
política e sindical, participação política e eleitoral,
cuja salvaguarda cabe às organizações
parlamentares.
Segunda
geração Século XX
Sãos os direitos sociais, representados pelos direitos
individuais de trabalho, saúde, educação,
aposentadoria, seguro-desemprego, ou seja, a
garantia de acesso aos meios de vida e bem-estar
social. Exigem uma presença maior do Estado, e são
os direitos que se relacionam com o nível de vida e
patrimônio social, cuja promoção compete aos
serviços para isso existentes e à estrutura
educacional.
Terceira
geração
Segunda
metade do
século XX
São os direitos que têm como titular não o indivíduo,
mas grupos humanos como o povo, a nação,
coletividades éticas ou a própria humanidade:
autodeterminação dos povos, desenvolvimento, paz,
meio ambiente; por eles são responsáveis
organismos internacionais como ONU.
Quarta
geração Atualmente
São os direitos relativos à bioética: impedir a
destruição da vida, regular à criação de novas
formas de vida em laboratório pela engenharia
genética etc. São, assim, muitas as dimensões que
poderão ser trabalhadas quando nos referimos à
cidadania
Fonte: Direitos de cidadania com base no pensamento de Marshall (VIEIRA 1997, p.22)
Levando em consideração que a cada momento acontecem novas mudanças
mundiais, novas políticas públicas são criadas, entram no cenário social, político e
58
econômico, transformações que interferem de forma direta e indireta no crescimento
humano. Nem todas chegam ao alcance de toda população assim que são
desenvolvidas, são benefícios contemporâneos que acompanham a evolução da
humanidade, mas não a multiplicação de alguns homens, que por vezes, se
encontram nas classes sociais menos favorecidas.
De um lado, convivemos com os benefícios dos avanços da sociedade em rede e, de outro, deparamo-nos com uma imensa parcela da população mundial sem acesso à tecnologia digital e de redes e mesmo à educação básica. Tais fatos têm impulsionado reações e novas formas de luta da sociedade civil organizada em nível local, nacional, regional e global. (KUNSCH. 2007, p.67)
6.4 CIDADANIA PLANETÁRIA
Este é o momento que se torna oportuno falar de cidadania planetária, como
diz Kunsch (2007, p.67) “surge exatamente para se opor à globalização autoritária e
assimétrica que assola as sociedades menos favorecidas do mundo”. Uma
“mobilização social em torno de objetivos comuns e em defesa dos direitos humanos
e da cidadania, que ultrapassam as fronteiras nacionais. Daí assumirem um caráter
de cidadania planetária.” (KUNSCH, 2007, p.67).
Iniciativa que ultrapassa as limitações territoriais em procura do bem comum.
É uma junção de recursos oriundos de diferentes partes, tanto nacionais como
internacionais, em prol do desenvolvimento social que excede a parcela da
sociedade que tem livre acesso aos mesmos, transpondo as barreiras pré-
conceituais, e assim, chegando aos menos favorecidos.
A cidadania planetária se refere a lutas para que os avanços tecnológicos,
culturais, em relação à saúde e à educação também possam existir para aqueles
que não têm acesso, trata-se de uma junção de iniciativas que reúne diversos
pensamentos em um mix de ações para se fazer frente ao mercado. Para HIGGINS
(2012, p.69) “os teóricos da cidadania estão desligando o conceito da ideia de
território geográfico e ampliando-o para contemplar as necessidades das minorias,
dos indefesos e dos povos prejudicados pela exploração histórica.”.
59
Educar para a cidadania planetária implica uma reorientação de nossa visão de mundo da educação como espaço de inserção do indivíduo não numa comunidade local, mas numa comunidade que é local e global ao mesmo tempo. (Instituto Paulo Freire, s.d.)
6.5 MOVIMENTOS SOCIAIS
Para Piotr Sztmpka, apud Kunsch (2007, p.61) “Os movimentos sociais
constituem agrupamentos coletivos francamente organizados que atuam juntos de
maneira não institucionalizada para produzir uma mudança na sociedade.” A palavra
de ordem para eles é ação. Uma mobilidade grupal oriunda de diferentes classes e
camadas da sociedade, que visam sair da inércia diante, principalmente, de
situações de conflitos sociais.
A sociedade civil assume hoje papel preponderante nos processos de participação social em defesa da democracia, dos direitos humanos e da cidadania, graças, sobretudo, à atuação dos movimentos sociais organizados, das ONGs e do terceiro setor como um todo, que extrapolam a relação de oposição ao Estado para fazer frente também ao mercado. (KUNSCH, 2007, p.59)
Verdadeiros agentes participativos em processos de reversão de
desigualdades. Os movimentos sociais fazem parte da construção do direito que
todos os indivíduos possuem, onde os mesmos lhes garantem a participação na vida
política. No início de sua formação precisaram de alinhamento e direcionamento nas
tomadas de decisão, por não possuírem um projeto político próprio (GOHN, 2005).
Este fato proporcionou a “criação de assessorias especializadas para atender esses
movimentos, mais tarde concebidos pelas Organizações Não-Governamentais, que
hoje ocupam o lugar das ações populares” (KUNSCH, 2007, p. 85)
6.6 RELAÇÕES PÚBLICAS COMUNITÁRIAS NO BRASIL
Para falar de Relações Públicas comunitárias e seu contexto nacional, tomou-
se como base a ordem cronológica oferecida no artigo de Waldemar Luiz Kunsch
sobre o Resgate Histórico das Relações Públicas Comunitárias no Brasil. Em 1980,
o IX Congresso da União Cristã Brasileira de Comunicação Social, ofereceu aos
60
profissionais da área uma oportunidade de debate sobre as temáticas dos
movimentos sociais e sua atuação, aqui citado em alguns fatos.
Esta abordagem refletiu em um pensamento mais exigente sobre o trabalho
que o profissional deveria desenvolver. O mesmo se tratava de orientá-los a “sacudir
a passividade política; aprender a atuar grupalmente; e pôr à disposição das classes
subalternas as suas técnicas, dentro de uma “metodologia de troca”” (PERUZZO,
1986, p.126). Tal metodologia compreendia não limitar o profissional de Relações
Públicas a ser apenas um emissor, transmissor de informações, mas como
Margarida Kunsch afirma “longe de querer dar receitas prontas, deviam muito mais
pensar em uma ação conjugada.”
Outra contribuição para constituição do marco das relações públicas
comunitárias, assim considerado pelos profissionais participantes do congresso, veio
da autora Cicilia Peruzzo ao pôr em confronto a “essência”, a forma correta de agir,
da “aparência”, de como estavam agindo os RP’s. Ela pôs as claras a coerência da
teoria com a prática, fato que expôs uma realidade não muito satisfatória, por
estarem em oposição. Em seguida, participando com suas defesas que vão a
complementar os argumentos de Perruzo, Margarida Kunsch (2007, p.86) afirma
que:
No trabalho comunitário o profissional de Relações Públicas deve se posicionar como alguém que se integra no grupo e não como um transmissor de conhecimentos […] com soluções prontas para aquele grupo. […] o importante é que se trabalhe com o grupo e não para o grupo.
Afirmação que expressa claramente a importância de estar presente de forma
mais participativa na elaboração de planos, projetos e ações que sevem para as
decisões na hora de trabalhar com comunidades. Uma postura que cobra uma
inserção do profissional no meio que se vai trabalhar, não como numa relação de
distintos, mas uma interação hegemônica em busca dos mesmos interesses.
6.7 TERCEIRO SETOR E O USO DA COMUNICAÇÃO
A comunicação serve para o terceiro setor como uma porta de interação
midiática com a sociedade. Um instrumento que auxilia na transparência das ações
61
que as ONGs desenvolvem, o que contribui para a credibilidade perante o mercado,
pois proporciona o conhecimento, por exemplo, das ações que a instituição realiza,
os segmentos que presta assistência, área de atuação, entre outros pontos. Os
meios de comunicação devem criar espaços que possibilitem uma visibilidade
pública aos movimentos. (KUNSCH, 2007)
Como qualquer tipo de organização contemporânea, os movimentos […] necessitam posicionar-se publicamente e entrar no espaço de visibilidade definido pelo sistema de mídia, por meio de produção estratégica de enquadramentos (frames). (SIMEONE, apud KUNSCH 2007, p.100)
Comunicar para o terceiro setor é ter o compromisso de oferecer um
posicionamento de uma comunidade na sociedade perante a utilização da mídia,
sabendo adequar os veículos de comunicação que correspondam as suas
necessidades.
Assim sendo, a comunicação comunitária diz respeito a um processo comunicativo que requer o envolvimento das pessoas de uma comunidade, não apenas como receptora de mensagens, mas como protagonista dos conteúdos e da gestão dos meios de comunicação. (PERUZZO, 2003, p. 82)
6.8 RELAÇÕES PÚBLICAS E ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS, NA
CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA
O Relações Públicas, ao trabalhar com o terceiro setor, põem em prática as
habilidades que lhe competem de pesquisa, assessoria, consultoria, planejamento,
execução e avaliação como em qualquer outra atividade que venha a desenvolver
com os outros setores da sociedade. Um diferencial do profissional em relação às
ONGs é de não simplesmente cumprir seu papel profissional e aplicar suas técnicas,
ele deve se inserir como parte do todo que é a organização, pois é necessário sair
dos modelos prontos de intervenções comunicacionais.
É preciso conhecer mais a fundo a realidade destas instituições, que muitas
vezes fogem do padrão convencional de funcionamento, por não estarem inseridas
no padrão capitalista empresarial. “Ele não deve ser mero consultor, que não
vivencia as necessidades da comunidade. As relações públicas comunitárias
implicam sua participação na comunidade, dentro dela e em função dela” (KUNSCH,
62
2007, p.100). Um papel que realmente requer uma atenção maior, ainda por estar
diante de uma das responsabilidades primordiais que é de fissionar o paradigma de
assistencialismo que as ONGs possuem e mostrar que elas também fazem parte do
mercado de forma ativa.
Para isso, o profissional deve antes de tudo conhecer a situação
organizacional da entidade que vai trabalhar, para assim aplicar suas funções com
mais eficácias. Adequar os instrumentos necessários ao fato que vai lidar, onde
“tudo dependerá das realidades sociais com as quais depararemos”. (KUNSCH,
2007, p.172). Um trabalho que requer uma sensibilidade de saber agir em prol da
apresentação da organização à sociedade, dar-lhe um lugar no cenário social
usando dos instrumentos de comunicação e preocupando-se com a comunidade
local assistida pela ONG.
63
7 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS
7.1 JUSTIFICATIVA
Este Programa de Relações Públicas foi desenvolvido com base nos dados
que foram levantados no briefing e na pesquisa de opinião, que gerou o diagnóstico,
identificando assim, problemas presentes na EVOT.
O principal problema encontrado na instituição foi a ausência de estratégias
de comunicação, o que resulta a falta de visibilidade da ONG perante a sociedade
civil. Além desse, alguns outros problemas também foram encontrados e que
poderão ser resolvidos através do Programa, o qual será orientado por um
planejamento de ações que propõem a criação de novos instrumentos de
comunicação dirigida, visando melhorar o processo de comunicação com o público.
7.2 OBJETIVO: GERAL E ESPECÍFICOS
7.2.1 Objetivo Geral
Executar um Programa de Relações Públicas que vise melhorar a visibilidade
da EVOT na sociedade civil.
7.2.2 Objetivos Específicos
Estreitar o relacionamento com o público;
Criar estratégias de comunicação;
Fortalecer a imagem da EVOT.
7.3 PÚBLICO ALVO
Imprensa;
Empresas;
64
Sociedade civil;
Voluntários;
Fornecedores;
Dirigentes;
Equipe técnica;
Crianças e adolescentes.
7.4 PROPOSTAS DE AÇÃO
a) Site
Público-alvo: Sociedade civil, empresas e imprensa.
Objetivo: Estabelecer um meio de comunicação que atinja a sociedade civil como
um todo.
Justificativa: A criação de um site funcionará para organização como vitrine das
atividades desenvolvidas que proporciona o alcance de diferentes públicos. A
sociedade terá acesso a informações que permitam conhecer e ajudar a entidade,
como também, um meio de transparência e credibilidade de tudo aquilo que ela
pratica.
Avaliação: Através dos dados fornecidos pelo Google Analitycs.
b) Fachada
Público-alvo: Sociedade civil, imprensa e público de interesse.
Objetivo: Fortalecer a identidade institucional da ONG.
Justificativa: Com a fachada estruturada, qualquer pessoal poderá identificar o que
funciona no local, como também terá acesso aos meios de contato disponíveis para
mais informações sobre a entidade.
Avaliação: Por meio de pesquisa de opinião realizada com a comunidade local e
visitantes.
c) Papelaria
Público-alvo: Dirigentes, voluntários, equipe técnica, crianças, adolescentes e
parceiros.
65
Objetivo: Padronizar o material gráfico utilizado pela EVOT.
Justificativa: Com todo material de papelaria padronizado com a marca da
entidade, a organização terá sua identidade visual mais exposta, o que facilitará a
credibilidade nas relações burocráticas e de trabalho.
Avaliação: Pesquisa de opinião sobre a receptividade da identidade institucional da
ONG.
d) Material para revenda
Público-alvo: Sociedade civil, imprensa, voluntários e empresas.
Objetivo: Produzir material personalizado com a marca da ONG para venda, e
assim, arrecadação de mais recursos financeiros.
Justificativa: Com a produção de canetas, pastas, camisetas, estojos e skeezy, a
EVOT terá mais um meio de conseguir recursos para dar continuidade às ações
desenvolvidas. Além disso, a cada compra, mais pessoas conhecerão o trabalho da
ONG, o que possibilitará uma divulgação boca-a-boca considerável.
Avaliação: Através da demanda de produtos solicitados.
e) Agendamento de visitas
Público-alvo: Sociedade civil, imprensa e empresa.
Objetivo: Proporcionar maior interação com a sociedade.
Justificativa: Através de agendamentos, o público que tiver interesse em conhecer
mais sobre a instituição terá a oportunidade de fazer isso presencialmente, orientado
por um dos integrantes da ONG. O que contribui para que novas parcerias sejam
firmadas e mais pessoas físicas e jurídicas saibam da existência da EVOT.
Avaliação: Baseada na quantidade de visitas agendadas.
f) Treinamento sobre o uso de mídias digitais
Público-alvo: Público interno.
Objetivo: Capacitar a equipe responsável pelo gerenciamento das mídias digitais da
ONG.
Justificativa: Ao qualificar as pessoas que estão à frente da gestão das mídias
sociais, recurso que a ONG utiliza como forma de estar presente na internet, eles
estarão mais capacitados a desenvolver as funções básicas requisitadas pelos
mesmos, como também ficarem por dentro de tudo que há de novo nesse segmento.
66
Sendo assim, sempre atualizados e bem preparados para cumprir com o papel de
tornar a entidade cada vez mais conhecida.
Avaliação: Análise do alcance das publicações realizadas nas mídias e pelos likes,
compartilhamentos e interações.
g) Criação de um novo vídeo institucional
Público-alvo: Todos os públicos.
Objetivo: Produzir um novo vídeo aproveitando o conteúdo já gravado.
Justificativa: A ONG possui um bom conteúdo no atual vídeo, mas as imagens não
são de boa qualidade e algumas das novas iniciativas não constam na produção.
Avaliação: Por meio das visualizações contabilizadas no site e YouTube, likes e
comentários obtidos nessas mídias.
h) Criação de um planejamento estratégico para a EVOT
Público-alvo: Interno.
Objetivo: Planejar estrategicamente as ações da ONG.
Justificativa: A ONG desenvolve diversas atividades e ações, porém sem
direcionamento de continuidade a curto, médio e longo prazo, o que interfere
significativamente na otimização de seus recursos.
Avaliação: Avaliação das ações e verificação do cumprimento do que foi planejado.
i) Criação de um projeto para prospectar recursos advindos da iniciativa
privada
Público: Imprensa; Empresas; Sociedade civil; Fornecedores;
Objetivo: Desenvolver ações planejadas para firmação de parcerias
Justificativa: Em vista da necessidade que a ONG possui de angariar recursos para
realização das atividades da entidade, através de um projeto especifico pra este fim,
decisões e ações assertivas serão elaboradas.
Avaliação: Se dará por meio dos dados de prospecção de recursos.
7.5 ORÇAMENTO
67
Quadro 5 – Orçamento das ações Material Quantidade Valor Fornecedor
Bloco de anotações 50 Uni R$ 507,24 Click Impresso
Envelope 1000 Uni R$ 633,33 Click Impresso
Folha Timbrada 500 Uni R$ 384,44 Click Impresso
Cartões de visita 1.000 Uni R$ 84,90 Prudente Empresas
Caneta 100 Uni R$ 160,00 Prudente Empresas
Caneca 10 Uni R$ 250,00 Prudente Empresas
Site 1 Uni R$ 98,44 WordPress
Fachada 1 Uni R$ 425,00 Magia Plotada
Vídeo Institucional 1 Uni R$ 2000,00 Parceria com a Sin
Comunicação
Planejamento
Estratégico -
Apenas ajuda
com
combustível
Parceria com um profissional
de Administração
Treinamento de Mídias
Digitais - Sem custo
Parceria com um profissional
da área
Projeto para captação
de recursos - R$ 1500,00
Any Karolliny, Aryma Aguiar e
Dayana Valéria - Relações
Públicas
TOTAL R$ 6043,35 +
combustível
7.6 CRONOGRAMA DE TODAS AS AÇÕES
Quadro 6 – Cronograma de Ações
Atividades Meses
Abril Maio Junho Julho Agosto
Planejamento
Execução
Aplicação
68
8 PLANEJAMENTO DA PROPOSTA DE AÇÃO EXECUTADA
8.1 PROJETO DE AÇÃO N°1
8.1.1 Tema
Criação do Site Institucional.
8.1.2 Justificativa
A sociedade está a cada dia mais exigente, tanto, que para qualquer
acontecimento, a internet atualmente se configura como a primeira porta de
interação social do indivíduo. Por vezes, complementa o papel de folders, livros,
jornais, panfletos. Está mais comum as pessoas pararem em frente à tela de um
computador, smartphones, tablet, entre outras tecnologias, para buscar informações,
do que ler o panfleto que recebeu na rua, prestar atenção na notícia que ouviu no
rádio ou assistir uma televisão.
Pensando nesses critérios, a EVOT precisa está mais presente na internet e
ter um posicionamento assertivo em suas condutas comunicacionais. O site será de
suma importância nesta inserção.
Na época contemporânea, as redes digitais redesenham uma nova forma de sociabilidades fluidas e interativas, onde as instituições, as empresas e a sociedade civil são chamadas à integração e a contínua reinvenção de suas fronteiras e de seus significados. (FELICE, 2007, p.29)
Ele contribuirá com o fortalecimento do caráter institucional da ONG, ao
proporcionar uma participação na sociedade de forma mais ativa, contribuindo
assim, com a credibilidade os trabalhos realizados pela EVOT em prol do
desenvolvimento social.
8.1.3 Público-Alvo
Todos os públicos.
69
8.1.4 Objetivos
8.1.4.1 Objetivo Geral
Construir a marca institucional da ONG na internet.
8.1.4.2 Objetivos Específicos
Dar transparência as ações da ONG;
Ser canal de informação com diferentes públicos;
Expor as atividades e projetos desenvolvidos;
Divulgar serviços oferecidos.
8.1.5 Estratégias
Com o trabalho do Relações Públicas, Thales Balbino, foi possível encontrar
uma estrutura de plataforma digital compatível com todos os conteúdos que a ONG
precisava apresentar para sociedade em forma de site. Quanto à arquitetura da
informação, o site se apresenta da seguinte forma: um Banner na página principal
com fotos de algumas ações; logo abaixo abas intituladas: “Projetos”, “Prêmios”,
“Visite-nos” e “Colabore”.
Ainda na página principal encontram-se as notícias sobre iniciativas,
realização de projetos e ações diárias; um vídeo institucional e depoimentos. Já na
parte superior do lado direito encontram-se o menu Sobre: “Quem Somos”,
“Prêmios”, “Serviços”, “Parceiros” e “Transparência”; ao lado a aba de Projetos;
Notícias e Contato: “Entre em contato”, “Como ajudar”, “Agende sua visita”. Existem
também os links que direcionam para as páginas do Facebook, Flick e Youtube.
Cada função dessa foi selecionada no intuito de alcançar a visibilidade
desejável para EVOT ter uma participação mais ativa na sociedade. O site será uma
ferramenta de apresentação, divulgação e aproximação com o público.
Todas essas informações descritas acima podem ser acompanhadas através
do link http://www.olhodotempo.org.br/
8.1.6 Cronograma
70
Quadro 7 – Cronograma de atividades
Atividades Meses
Junho Julho Agosto
Planejamento
Execução
Aplicação
Fonte: Dados das ações feitas pelas pesquisadoras (2014).
8.1.7 Orçamento
8.1.7.1 Recursos necessários
a) Recursos Humanos
Thales Balbino (Relações Públicas e Design);
Any Karolinny Brito de Andrade (Coleta de informações).
b) Recursos materiais
Computador;
Acesso à internet.
c) Recursos financeiros
Não foi necessário custo com o domínio e a hospedagem do site, pois os
mesmos foram aproveitados do antigo. A única despesa foi o valor de R$
98,00 reais referente ao pagamento de um tema do WordPress para
construção do site atual.
71
9 AVALIAÇÃO
Nesta etapa do trabalho pode-se analisar tudo aquilo que foi realizado durante
o processo de concretização do Plano de Relações Públicas para Congregação
Holística - Escola Viva Olho do Tempo (EVOT). Ao desenvolver este programa, em
todas suas etapas, percebe-se a importância de um profissional de comunicação
como gestor da informação e do conteúdo. Diante disto, a partir da análise
organizacional realizada, da coleta de informações apresentadas no briefing e do
resultado da pesquisa de opinião, é que foram propostas as ideias de ações
voltadas para o melhor posicionamento da organização em relação ao uso da
comunicação.
A análise do programa permitiu constatar se tais propostas alcançariam os
resultados comunicacionais pretendidos. Entre estas, a ação escolhida para ser
executada foi a criação de um site institucional para EVOT. Selecionado por ser o
instrumento de comunicação capaz de corresponder às necessidades apresentadas
na pesquisa de opinião realizada com a sociedade civil. Por meio de pesquisa com
os públicos, feedback nas mídias sociais e do Google Analytics, serviço gratuito
oferecido pela Google no qual estatísticas de visitação são disponibilizadas ao
gerenciador do site, onde dados de navegação estão sendo monitorados.
Mas devido ao curto prazo para avaliação do mesmo, não foi possível
levantar dados que realmente correspondessem aos que seriam obtidos se o tempo
execução da avaliação fosse maior. No entanto, apesar do tempo ter sido restrito, o
site foi estruturado de forma a receber um feedback positivo do público que pretende
atingir, pois nele contém as informações necessárias para que a ONG tenha a
possibilidade de firmar sua credibilidade institucional.
72
10 CONCLUSÃO
Este trabalho nos proporcionou o conhecimento prático da atuação do
profissional de Relações Públicas em uma área de grande expansão, o terceiro
setor, criando um programa de comunicação para uma instituição que prioriza a
construção do saber através da preservação dos costumes locais da região do Vale
do Gramame, e do meio ambiente, a Escola Viva Olho do Tempo.
Desenvolver um planejamento estratégico de comunicação para a ONG foi de
início um desafio, pois sua sede está instalada em uma comunidade de difícil
acesso. Porém, não nos limitou a desenvolver o trabalho, uma vez que os dirigentes
foram acessíveis e se dispuseram a interagir com a equipe não apenas nas visitas
presenciais, mas também através de outros meios de comunicação como e-mail,
telefone e reuniões externas.
Encontramos na ONG a necessidade de planejar ações dirigidas a sua
realidade de investimentos limitados e nos desafiando a estabelecer um
relacionamento mais estratégico com um público ainda pouco explorado por ela,
contribuindo para melhorar sua imagem institucional, onde pudesse aumentar sua
visibilidade na sociedade como um todo, aproveitando as novas oportunidades e se
posicionando de forma favorável no mercado em que atua.
A equipe teve dificuldade na execução da ação proposta, pois dependia da
aprovação de grande parte dos dirigentes e disponibilidade de um voluntário da
ONG o qual tinha acesso a migração do site antigo para a nova proposta feita pela
equipe.
Por fim, foi possível compreender que a atuação no mercado de trabalho vai
do prazer da implantação das ações à sabedoria em lidar com situações que
dificultem sua realização. E que o Relações Públicas é o profissional melhor
qualificado para compreender as necessidades de relacionamento com os diversos
públicos da instituição.
.
73
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77
APÊNDICES
APÊNDICE A – Questionário da pesquisa de opinião
78
79
APÊNDICE B – Fotos da fachada da EVOT
Fonte: Imagens feita pela equipe de pesquisa (2014).
80
APÊNDICE C – Proposta para a nova fachada da EVOT
81
82
APÊNDICE D – Proposta para a papelaria da EVOT
83
APÊNDICE E – Foto de placa de sinalização usada na área verde da ONG
Fonte: Imagens feita pela equipe de pesquisa (2014).
84
APÊNDICE F – Imagens do site atual, desenvolvido pelas pesquisadoras
Pagina Principal:
85
Projetos:
Prêmios:
86
Serviços:
Parceiros:
87
Transparência:
88
Notícias:
89
Visite-nos / Agende sua visita:
Colabore / Como ajudar:
90
Entre em contato:
91
APÊNDICE G – Recibo de pagamento do tema WordPress
92
ANEXOS
ANEXO A – Fotos da fachada da EVOT
Fonte: Imagem disponibilizada pela ONG na internet.
ANEXO B – Imagens de divulgação das ações desenvolvidas pela EVOT
Fonte: Imagens disponibilizadas pela ONG na internet
93
ANEXO C – Imagens do antigo site da EVOT
94
95
96
97
98
99
ANEXO D – Postagem sobre novo site na fanpage da ONG