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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CÍCERO DE ALENCAR LEITE FATORES QUE LIMITAM A PRÁTICA DA MANUTENÇÃO EFICAZ NAS PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR CALÇADÍSTA DA REGIÃO DO CARIRI JOÃO PESSOA 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CÍCERO DE ALENCAR LEITE

FATORES QUE LIMITAM A PRÁTICA DA MANUTENÇÃO EFICAZ NAS PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR

CALÇADÍSTA DA REGIÃO DO CARIRI

JOÃO PESSOA 2007

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CÍCERO DE ALENCAR LEITE

FATORES QUE LIMITAM A PRÁTICA DA MANUTENÇÃO EFICAZ NAS PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR

CALÇADÍSTA DA REGIÃO DO CARIRI

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção do Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba. Área de concentração: Manutenção Industrial. Sub-área: Gerência da Produção de Bens e Serviços. Orientador: Prof° Omar Emir Alvarez, Dr.

JOÃO PESSOA 2007

CÍCERO DE ALENCAR LEITE

FATORES QUE LIMITAM A PRÁTICA DA MANUTENÇÃO EFICAZ NAS PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR CALÇADÍSTA DA REGIÃO DO CARIRI

Esta dissertação foi julgada adequada e aprovada em 22 de dezembro de 2007 para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) do Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Profº. Omar Emir Alvarez, Dr.

Orientador Universidade Federal da Paraíba - UFPB

___________________________________________

Profº. Márcio Botelho da Fonseca Lima, Dr. Examinador

Universidade Federal da Paraíba - UFPB

____________________________________________ Profº. Rogério Teixeira Masih, Dr.

Examinador externo Universidade Federal do Ceará - UFC

Aos meus pais

Manoel e Maristela Pela perseverança e luta incansável.

Aos meus filhos Paula Karinny e Paulo Henrique

Presentes de Deus.

Enfim a Deus Pela força na busca de meus objetivos.

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Dr. Omar Emir Alvarez pela grande e inestimável contribuição na realização deste trabalho.

Ao meu amigo Dr. Rogério Masih pela dedicação e ajuda para que este fosse

concluído com êxito. Aos meus amigos José Façanha Gadelha, Antonio Amauri Oriá Fernandes, Antonio

Belfort Dantas Cavalcante, João Tavares de Medeiros, João Tercio Fontenele Ribeiro e Nemias Figueiredo pelo incentivo maior.

Aos meus colegas professores da FATEC – Cariri, especialmente os professores

Cícero Emerson e Reginaldo Vaz pelo apoio. Ao Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC pelo apoio e oportunidade de

realizar este curso. Ao professores e funcionários do PPGEP da UFPB por compartilharem dos momentos

em que tive os aprendizados em Engenharia de Produção.

“Talvez não tenhamos conseguido fazer o

melhor. Mas lutamos para que o melhor fosse

feito. Não somos o que deveríamos ser, não

somos o que iremos ser, mas graças a Deus

não somos o que éramos”.

Martin Luther King

RESUMO

As pequenas empresas do setor calçadista representam o segmento industrial que mais se desenvolveu na Região do Cariri ao longo dos últimos vinte anos e apesar de sua importância faz pouco ou quase nenhum uso das modernas técnicas de gestão da manutenção. Sabe-se que a organização da manutenção para estas empresas é fator chave de sucesso. Neste sentido o presente trabalho se propôs a investigar as principais barreiras à prática da manutenção eficaz por estas empresas. Para tanto foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa através da aplicação de um questionário com foco em questões que permitissem elucidar o problema a solucionar. Com o desenvolvimento da pesquisa constatou-se uma série de barreiras que impedem a correta utilização da manutenção eficaz nas empresas, dentre as quais merecem destaque: a manutenção é entendida pelas empresas como um custo e, portanto não traz lucros, apresenta baixo nível de organização, não existe planejamento para os custos de manutenção, existe um único nível de subordinação, adoção de uma política de operar as máquinas até a falha ou quebra, enfim a própria cultura das empresas e seus diretores constituem-se em uma barreira. Assim com o desenvolvimento deste trabalho chegou-se a conclusão que a manutenção nas empresas do setor calçadista da Região do Cariri é praticamente inexistente, sendo necessária uma série de ações voltadas para o desenvolvimento de um modelo de gestão que permita a estas empresas o pleno desenvolvimento da manutenção eficaz. Palavras-chave: Manutenção Eficaz. Indústrias de Calçados. Gestão da manutenção.

ABSTRACT

Small shoe factories are the segment which have had the greatest degree of development in

the Cariri region during the past twenty years. Despite its importance to the economy of the

region, very little or none of the modern maintenance management techniques has been

utilized in this industry. It is known that the maintenance management is a key factor for the

success of these companies. In this sense, the present work was proposed to investigate the

main barriers to the utilization of efficient maintenance management techniques by these

companies. With this objective a qualitative investigation was developed through the

application of a questionnaire focused in ways that allowed one to solve the problem. With

the development of the research a series of barriers that impede the correct utilization of an

efficient maintenance program was detected, among the which some deserve to be

highlighted: the maintenance is understood by the companies as a cost and, therefore does

not bring profits, presents low organization level and planning for the cost of maintenance

does not exist. Also, adoption of a policy to operate the machinery until breakage or failure is

commonly used and also, on the end, the culture of the board of directors constitutes itself a

barrier. This work has lead to a conclusion that the maintenance in the shoe companies from

the Cariri Region is practically nonexistent. A series of actions are necessary for the

development of management model that permit to these companies the full development of the

efficient maintenance management program.

Keywords: Efficient maintenance. Shoe industries. Maintenance management.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Evolução da Manutenção .........................................................................................31

Quadro 2: Famílias de custos ....................................................................................................49

Quadro 3: Exemplos de Itens de Controle relacionados à TPM................................................56

Quadro 4: Passos para aplicar a metodologia RCFA ................................................................69

Quadro 5: Relação entre variáveis e indicadores.......................................................................79

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Gerenciamento pelas diretrizes .................................................................................48

Figura 2: Origem e significado dos cinco sensos .....................................................................60

Figura 3: Mapa da região do Cariri ..........................................................................................82

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição das MPE industriais por tipo de atividade..........................................82

Gráfico 2: Número de empregados da empresa........................................................................86

Gráfico 3: Distribuição de pessoal lotado por setor .................................................................87

Gráfico 4: Principais formas de treinamento oferecidas na empresa .......................................88

Gráfico 5: Áreas em que há necessidade de treinamento ........................................................89

Gráfico 6: Principais dificuldades com o quadro de funcionários............................................90

Gráfico 7: Grau de especialização da equipe de manutenção ..................................................91

Gráfico 8: Participação do pessoal da produção nos serviços de manutenção.........................92

Gráfico 9: Forma de atuação da manutenção ...........................................................................93

Gráfico 10: Subordinação da manutenção................................................................................94

Gráfico 11: Atividades sob a responsabilidade da manutenção e terceirizadas .......................95

Gráfico 12: Previsão orçamentária anual para manutenção .....................................................97

Gráfico 13: Composição dos custos de manutenção ................................................................98

Gráfico 14: Conceito da qualidade dos serviços contratados ...................................................99

Gráfico 15: Critério de contratação de serviços terceirizados de manutenção.......................100

Gráfico 16: Tendência da contratação de serviços de manutenção ........................................101

Gráfico 17: Utilização de ordem de serviço pelas empresas ..................................................102

Gráfico 18: Acompanhamento da manutenção através de indicadores pelas empresas.........103

Gráfico 19: Indicadores de manutenção utilizados nas empresas ..........................................103

Gráfico 20: Rotatividade do estoque da manutenção .............................................................104

Gráfico 21: Utilização de computador para fazer controle da manutenção ...........................105

Gráfico 22: Utilização de bancos de dados informatizados na manutenção ..........................106

Gráfico 23: Softwares utilizados na manutenção ...................................................................107

Gráfico 24: Principais aplicações da informática na manutenção..........................................108

Gráfico 25: Utilização de técnicas de controle de qualidade na manutenção ........................109

Gráfico 26: Uso de técnicas de controle de qualidade na manutenção ..................................110

Gráfico 27: Ferramentas utilizadas para promover a qualidade na manutenção....................111

Gráfico 28: Monitoramento dos equipamentos ......................................................................112

Gráfico 29: Idade média de equipamentos e instalações........................................................113

Gráfico 30: Estado de conservação de equipamentos e instalações .......................................114

Gráfico 31: Idade média dos instrumentos e ferramentas utilizados na manutenção.............115

Gráfico 32: Estado de conservação dos instrumentos e ferramentas da manutenção ............116

Gráfico 33: Programação anual de treinamento para o pessoal de manutenção ....................117

Gráfico 34: Total de horas de treinamento por funcionário (h/ano).......................................118

Gráfico 35: Identificação e aplicação de novas tecnologias relacionadas à atividade de

manutenção.............................................................................................................................119

Gráfico 36: Conhecimento das técnicas de manutenção ........................................................120

Gráfico 37: Técnicas de manutenção utilizadas na empresa ..................................................121

Gráfico 38: Técnicas que deveriam ser utilizadas ..................................................................122

Gráfico 39: Motivos pelos quais as técnicas não são utilizadas .............................................123

Gráfico 40: Principais dificuldades encontradas para melhorar a eficiência da manutenção 124

Gráfico 41: Tempo de atividade da empresa ..........................................................................125

Gráfico 42: Função/cargo do entrevistado na empresa ..........................................................125

Gráfico 43: Tempo médio que o entrevistado trabalha na empresa .......................................126

Gráfico 44: Modelos de gestão das empresas.........................................................................127

Gráfico 45: Escolaridade do sócio majoritário .......................................................................128

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Serviços de Manutenção centralizada x descentralizadas ........................................39

Tabela 2: Tipos de Instalações..................................................................................................39

Tabela 3: Forma de Atuação da manutenção............................................................................39

Tabela 4: Tradução do nível da qualidade para partes defeituosas por milhão........................73

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção

ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção

AFNOR – Associação Francesa de Manutenção

CBM – Condition Based Maintenance

CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica

CENTEC – Instituto Centro de Ensino Tecnológico

EP – Engenharia de Produção

FMEA – Análise do Modo e Efeito de Falhas

GQT – Gestão da Qualidade Total

IPECE – Instituto de Pesquisas Econômicas do Estado do Ceará

MCC – Manutenção Centrada na Confiabilidade

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

ONU – Organização da Nações Unidas

PNQC – Programa Nacional de Qualificação e Certificação

PPEG – Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção

SEBRAE – Serviço Nacional de Apoio a Pequena e Média Empresa

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

TMEF – Tempo Médio Entre Falhas

TMPF – Tempo Médio Para Falhar

TMPR – Tempo Médio Para Reparo

TPM – Manutenção Produtiva Total

UFPB – Universidade Federal da Paraíba

UFC – Universidade Federal do Ceará

15

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ..........................................................................................19

1.1 OBJETIVOS.......................................................................................................................22

1.1.1 Objetivo geral ..................................................................................................................22

1.1.2 Objetivos específicos.......................................................................................................22

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .........................................................................................23

1.3 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................24

1.4 ETAPAS DA PESQUISA ..................................................................................................26

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .......................................................................................26

1.6 RESULTADOS ESPERADOS ..........................................................................................27

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO .....................................................................28

2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS DE MANUTENÇÃO.........................................................28

2.2 EVOLUÇÕES DA FUNÇÃO MANUTENÇÃO...............................................................29

2.3 MISSÃO E ATIVIDADES DA MANUTENÇÃO ............................................................33

2.3.1 Mantenabilidade ..............................................................................................................34

2.4 FORMAS, TIPOS E TENDÊNCIA ...................................................................................36

2.4.1 Formas de Manutenção....................................................................................................37

2.4.2 Tipos de manutenção .......................................................................................................39

2.4.3 Tendência.........................................................................................................................41

2.5 MANUTENÇÃO EFICAZ.................................................................................................44

2.5.1 Importância da manutenção eficaz para um desempenho ótimo da empresa..................45

2.6 GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ...............................................................47

2.6.1 Qualidade total na manutenção........................................................................................51

2.6.2 Manutenção produtiva total .............................................................................................53

2.6.3 Programa 5S ....................................................................................................................59

2.6.4 Programa SOL .................................................................................................................61

2.6.5 Programa “LUA E SOL”.................................................................................................62

2.6.6 Terceirização ...................................................................................................................62

2.7 MÉTODOS E FERRAMENTAS DE CONFIABILIDADE..............................................65

2.7.1 Manutenção centrada na confiabilidade – MCC .............................................................66

2.7.2 Análise do modo e efeito de falhas – (FMEA)................................................................67

2.7.3 Análise das causas raízes de falha – (RCFA) ..................................................................68

2.7.4 Método da análise da árvore de falha – FTA...................................................................69

2.8 INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA MANUTENÇÃO..............................................70

2.9 SEIS SIGMAS....................................................................................................................72

2.10 MANUTENÇÃO ORGÂNICA........................................................................................74

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA ......................................................................................76

3.1 ESCOLHAS METODOLÓGICAS ....................................................................................76

3.2 INSTRUMENTO DA PESQUISA E COLETA DE DADOS ...........................................77

3.3 AMBIENTES FÍSICOS DA PESQUISA ..........................................................................80

3.4 PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO.........................84

CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .........................86

4.1 RECURSOS HUMANOS DA EMPRESA E CENTROS DE TRABALHO ....................86

4.1.1 Número de empregados da empresa................................................................................86

4.1.2 Distribuição do pessoal lotado por setor .........................................................................87

4.1.3 Principais formas de treinamento oferecidas na empresa................................................88

4.1.4 Áreas em que há necessidade de treinamento .................................................................89

4.1.5 Principais dificuldades encontradas com o quadro de funcionários................................90

4.1.6 Grau de especialização da equipe de manutenção...........................................................91

4.1.7 Participação do pessoal da produção nos serviços de manutenção .................................92

4.1.8 Rotatividade do pessoal de manutenção..........................................................................92

4.2 ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO...........................................................................93

4.2.1 Forma de atuação da manutenção....................................................................................93

4.2.2 Subordinações da manutenção.........................................................................................94

4.3 PERFIL DE ATIVIDADES DA ÁREA DE MANUNTEÇÃO.........................................95

4.3.1 Atividades sob a responsabilidade da manutenção e terceirizadas..................................95

4.4 CUSTOS.............................................................................................................................96

4.4.1 Faturamento anual médio das empresas ..........................................................................96

4.4.2 Valor médio do capital imobilizado das empresas ..........................................................96

4.4.3 Previsão orçamentária anual para manutenção................................................................97

4.4.4 Percentual médio de gastos com manutenção .................................................................97

4.4.5 Composição dos custos de manutenção...........................................................................98

4.5 MANUTENÇÃO CONTRATADA ...................................................................................99

4.5.1 Conceito da qualidade dos serviços de manutenção........................................................99

4.5.2 Critérios de contratação dos serviços terceirizados de manutenção..............................100

4.5.3 Tendência de contratação dos serviços de manutenção.................................................101

4.6 CONTROLE DA MANUTENÇÃO.................................................................................101

4.6.1 Utilização de ordem de serviço pelas empresas ............................................................101

4.6.2 Desempenho da manutenção acompanhado por indicadores ........................................102

4.6.3 Indicadores de manutenção utilizados pelas empresas..................................................103

4.6.4 Rotatividade de estoque de manutenção........................................................................104

4.7 INFORMÁTICA NA MANUTENÇÃO ..........................................................................105

4.7.1 Utilização de computador no controle da manutenção..................................................105

4.7.2 Utilização de banco de dados informatizados na manutenção ......................................106

4.7.3 Softwares utilizados na manutenção..............................................................................106

4.7.4 Principais aplicações da informática na manutenção ....................................................107

4.8 QUALIDADE NA MANUTENÇÃO ..............................................................................109

4.8.1 Utilização de técnicas de controle de qualidade na manutenção...................................109

4.8.2 Usos das técnicas de controle de qualidade relacionadas..............................................110

4.8.3 Ferramentas utilizadas para promover a qualidade na manutenção ..............................110

4.9 EQUIPAMENTOS ...........................................................................................................111

4.9.1 Monitoramento de equipamentos e máquinas ...............................................................111

4.9.2 Idade média dos equipamentos e instalações ................................................................112

4.9.3 Estado de conservação dos equipamentos e instalações................................................113

4.9.4 Idade média dos instrumentos e ferramentas utilizados na manutenção .......................114

4.9.5 Estado de conservação dos instrumentos e ferramentas da manutenção.......................115

4.10 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO..................................116

4.10.1 Programação anual de treinamento para o pessoal de manutenção.............................116

4.10.2 Total de horas/ano de treinamento por funcionário.....................................................117

4.10.3 Identificação e aplicação de novas tecnologias relacionadas à atividade de manutenção.............................................................................................................................118

4.11 MANUTENÇÃO EFICAZ.............................................................................................119

4.11.1 Conhecimento das técnicas de manutenção ................................................................119

4.11.2 Técnicas de manutenção utilizadas pelas empresas ....................................................120

4.11.3 Técnicas que deveriam ser utilizadas pelas empresas .................................................121

4.11.4 Motivos pelos quais as técnicas não são utilizadas .....................................................122

4.11.5 Principais dificuldades encontradas para a melhoria da eficiência da manutenção ....123

4.12 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .........................................................................124

4.12.1 Tempo de atividade da empresa ..................................................................................124

4.12.2 Função/cargo da pessoa entrevistada...........................................................................125

4.12.3 Tempo médio que a pessoa entrevistada trabalha na empresa ....................................126

4.12.4 Modelos de gestão das empresas .................................................................................127

4.12.5 Escolaridade do sócio majoritário ...............................................................................127

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS

FUTUROS .............................................................................................................................129

5.1 CONCLUSÕES................................................................................................................129

5.1.1 Conclusão quanto ao trabalho de campo .......................................................................129

5.1.2 Conclusão quanto aos objetivos ....................................................................................131

5.1.3 Conclusão quanto à metodologia...................................................................................134

5.2 RECOMENDAÇÕES PARA ATINGIR A MANUTENÇÃO EFICAZ .........................134

5.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...............................................135

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................137

APÊNCICE A – INSTRUMENTO DA PESQUISA .........................................................151

19

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

A excelência empresarial representa o estado de sucesso que uma empresa alcança

quando seus objetivos são atingidos, sejam eles econômicos (lucro, lucratividade,

faturamento, etc.), sociais (clima, otimismo e nível de satisfação dos colaboradores e clientes)

e ambientais (reconhecimento pelo mercado e sociedade).

Não se pode conceber a indústria moderna sem uma devida política de manutenção,

pois dela dependem a funcionalidade, a disponibilidade e conservação de sua estrutura

produtiva, representando desta forma um incremento significativo na vida dos equipamentos e

instalações (CRUZ; PEREZ, 2001).

No contexto da manutenção como fator-chave para a excelência empresarial surge o

conceito de Manutenção Eficaz.

Kardec e Lafraia (2002 apud RUCHINSKI 2006) definem manutenção como:

A manutenção, para ser estratégica precisa estar voltada para os resultados

empresariais da organização. É preciso, sobretudo, deixar de ser apenas eficiente para se

tornar eficaz; ou seja, não basta, apenas, reparar o equipamento ou instalação tão rápido

quanto possível, mas é preciso, principalmente, manter a função do equipamento disponível

para a operação reduzindo a probabilidade de uma parada de produção ou o não fornecimento

de um serviço.

Para Picanço (2003) o procedimento para busca da manutenção eficaz compreenderia:

a) A integração da manutenção com a engenharia de processo na seleção e aplicação dos

equipamentos;

b) Já com os equipamentos montados e operando, deve-se buscar a manutenção pró-ativa, ou

seja, agindo antes da quebra ocorrer através das manutenções preventivas e preditivas, e

das modificações de projeto.

A Manutenção Eficaz, portanto, pode ser definida como uma combinação de ações

técnicas, administrativas e de supervisão, que utilizam modernas ferramentas de gestão, com o

objetivo de garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações.

Quando utilizada de maneira adequada, a Manutenção Eficaz proporciona

produtividade, disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos utilizados nos sistemas

produtivos, otimização dos custos operacionais e de manutenção, além de contribuir para a

preservação do meio ambiente.

Os princípios que norteiam a manutenção eficaz são:

20

a) Qualidade: implica na realização das coisas de forma acertada, ou seja, a manutenção

auxiliando a produção no ajuste perfeito dos equipamentos do sistema produtivo;

b) Rapidez: Prontidão no atendimento, ou seja, a manutenção através do seu saber

(conhecimento) pode auxiliar no aprimoramento do processo produtivo, com foco na

redução dos tempos de fila, setup, processamento e transporte. Ou ainda traçando planos

de atendimento personalizado no sentido de aperfeiçoar a mantenabilidade;

c) Confiabilidade: segundo Slack et al. (1997) seria “fazer as coisas em tempo para manter

os compromissos de entrega assumidos com seus consumidores”. Nesse caso a

manutenção pode contribuir significativamente, principalmente não interferindo o

processo produtivo com paradas indesejáveis;

d) Flexibilidade: a flexibilidade pode ser entendida como a capacidade de adaptar-se às

novas necessidades do consumidor mudando sua atividade produtiva, assim a manutenção

deve contar sempre com uma equipe treinada para reagir rapidamente aos sinais de

mudança;

e) Custo: quando bem planejada e executada, a manutenção pode contribuir

significativamente para a redução de custos, de forma que o preço final dos produtos seja

uma vantagem competitiva para as empresas.

Para que as empresas operem com produtividade é preciso contar com equipamentos e

instalações em adequadas condições operacionais. Cabe à manutenção criar essas condições

de uso dos equipamentos e proporcionar a devida disponibilidade dos mesmos para a

produção, cumprindo assim seu objetivo maior: disponibilidade operacional. Então, a empresa

pode ter volume de produção, custos unitários reduzidos, ser produtiva e competitiva.

No entanto, apesar de todas as vantagens relacionadas à Manutenção Eficaz, percebe-

se que grande parte das empresas não consegue executá-la de maneira adequada.

As barreiras relacionadas ao exercício da manutenção eficaz nas empresas de pequeno

porte se confundem com as próprias particularidades destas empresas (MOURA, 2000),

notadamente em que:

a) Normalmente são empresas familiares comandadas por um grupo de pessoas da mesma

família;

b) Estas empresas surgem normalmente da evolução de um pequeno negócio, baseada na

habilidade de comercialização de seus fundadores;

c) Apresentam crescimento de modo desordenado e não planejado, aproveitando

oportunidades de mercado;

21

d) Baixo nível de profissionalização com a gestão da empresa centrada na pessoa e presença

do seu proprietário;

e) Resistência ao uso de métodos mais modernos de gestão;

f) Pouco intensiva na capacitação de seus colaboradores;

g) Praticamente inexistência de registros de dados e uso de informações para controle das

atividades;

h) Preocupação da gestão está centrada no curto prazo, com enfoque apenas financeiro.

Essa é a realidade das pequenas indústrias de calçados da Região do Cariri: apesar da

grande importância para a economia da região, não se observa grande preocupação com a

modernização de sua gestão.

As instalações normalmente não são planejadas e na maioria das vezes inadequadas

para uma expansão ou aquisição de equipamentos modernos, quase nenhum uso dos métodos

modernos de gestão, pessoal pouco especializado, o nível gerencial atuando como operação,

falta de meios de controle e planejamento deficiente.

Além dos fatores supracitados, tem-se ainda a lacuna relacionada à manutenção

inadequada de suas plantas industriais, o que prejudica diretamente sua lucratividade e

competitividade.

A utilização da Manutenção Eficaz ainda se faz mais necessária se for considerado que

a tecnologia utilizada por estas empresas é obsoleta, quando comparada as empresas de

grande porte. Além disso, muitas máquinas adquiridas são usadas e compradas de empresas

também da região, o que faz com que sua manutenção seja fator determinante para o ritmo de

trabalho e qualidade do produto, fatores que afetam diretamente sua produtividade e

competitividade.

Destaca-se ainda a ausência de indicadores ou histórico de resultados. Os indicadores

possibilitam o monitoramento dos resultados e direcionam a ação gerencial. Os históricos e

relatórios possibilitam o acompanhamento da vida dos equipamentos e seus componentes.

Portanto a inexistência destas ferramentas gera dificuldades no acompanhamento das ações

ligadas à manutenção.

Assim sendo, o presente trabalho busca identificar as principais barreiras à prática da

Manutenção Eficaz nas pequenas empresas de calçados da Região do Cariri.

22

1.1 OBJETIVOS

Ao se utilizar da manutenção eficaz como ferramenta essencial para a melhoria da

gestão dos ativos físicos das empresas, equipamentos/instalações, devem ser focados os

objetivos a serem atingidos. Pretende-se com este trabalho verificar como as pequenas

empresas do setor calçadista da Região do Cariri tratam as questões relacionadas com a

manutenção industrial, identificando as principais dificuldades e buscando fazer uma relação

direta com as melhores práticas de manutenção.

1.1.1 Objetivo geral

Identificar as principais barreiras à prática da Manutenção Eficaz nas pequenas

empresas de calçados da Região do Cariri.

1.1.2 Objetivos específicos

O alcance do objetivo geral se fará ao atingir-se o conjunto de objetivos específicos

apresentados a seguir:

a) Definir manutenção eficaz e as características necessárias para sua correta utilização;

b) Caracterizar o tipo de manutenção praticada pelas pequenas empresas do setor de calçados

da Região do Cariri;

c) Estabelecer os principais fatores que limitam a pratica da manutenção eficaz nas empresas

pesquisadas.

23

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

As paradas não programadas geralmente são o resultado de um processo de quebra do

equipamento, o qual atravessa três fases distintas: anomalia, falha e quebra. Na fase da

anomalia os primeiros sintomas já podem ser observados e identificados por manutenções

planejadas como, por exemplo, por inspeção, preventiva ou preditiva. A fase seguinte, de

falha, já tem como resultado uma perda de produção e, caso não haja uma intervenção,

desencadeará a quebra e a necessidade de manutenção corretiva. Essa intervenção implica

necessariamente em maiores tempos de parada, aumento de custos, perda de produção, entre

outros.

Além das quebras, tem-se que máquinas desreguladas ou defeituosas são responsáveis

pela má qualidade dos produtos fabricados, gerando altos índices de rejeição e

comprometendo a produtividade e a lucratividade das empresas. Uma manutenção inadequada

também se reflete em níveis de produção bem abaixo da Capacidade de Produção.

Outra questão interessante relacionada à manutenção inadequada está no custo

excessivo com o reparo de máquinas e equipamentos, os quais podem sofrer aumentos

significativos em função do tamanho da equipe de manutenção ou da necessidade de

aquisição de peças de reposição de maneira urgente e sem planejamento.

Como se pode observar, a falta de planejamento e de uma gestão eficiente da

manutenção implica diretamente na falta de peças de reposição, excessivo tempo de máquinas

paradas, alto custo de peças sobressalentes, alto índice de intervenções corretivas. Estes

fatores, invariavelmente, implicam em indisponibilidade de equipamentos, redução da

produtividade e custos excessivos com manutenção.

Uma particularidade da gestão da manutenção em empresas de pequeno porte está na

subordinação desta aos profissionais responsáveis pelo gerenciamento da produção. Assim,

tem-se que normalmente o encarregado ou o gerente de produção é também o responsável

pela manutenção, sem o conhecimento técnico necessário para administrar as atividades de

planejamento e execução da manutenção.

Além disso, as instalações de manutenção quando existem se limitam a uma oficina

com equipamentos básicos para pequenos reparos. Para se realizar a manutenção eficaz é

preciso, além de se pautar nos seus princípios básicos, é preciso também contar com uma

infra-estrutura adequada no suporte à realização das ações da manutenção.

24

A manutenção deve ser muito bem planejada, organizada e executada, atuando como

uma função de apoio ao processo produtivo da empresa. De acordo com os objetivos da

empresa é definida uma política de manutenção, estabelecendo os seus objetivos e meios para

executar as atividades previstas.

Assim, em função da importância da manutenção para a correta operação de sistemas

produtivos e conseqüentemente para a competitividade empresarial, o presente trabalho

propõe-se a desenvolver uma pesquisa para identificar as principais barreiras que limitam a

atuação da manutenção em pequenas empresas industriais. A referida pesquisa será

desenvolvida junto às pequenas empresas produtoras de calçados instaladas na Região do

Cariri Cearense, mais especificamente nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha.

1.3 JUSTIFICATIVA

O setor calçadista da Região do Cariri representa o segmento industrial mais

importante para a economia local, haja vista, que na atualidade este setor é responsável pela

maior quantidade de indústrias de micro, pequeno, médio e grande porte instaladas, absorve a

maior quantidade de mão de obra, gera o maior número de empregos diretos e também conta

com a maior quantidade de máquinas em operação.

A escolha deste setor, especificamente das empresas de pequeno porte se deu em

função do potencial apresentado, como descrito anteriormente, do número de empresas, da

quantidade de máquinas instaladas nestas empresas e ainda de observação da ausência de

estudos científicos sobre o desempenho técnico operacional da manutenção industrial destas

empresas. Assim sendo, busca-se neste trabalho desenvolver uma pesquisa para identificar as

principais barreiras à manutenção eficaz.

O desenvolvimento da pesquisa proposta neste trabalho trará resultados interessantes

para pelo menos 03 grupos distintos. São eles:

a) EMPRESÁRIOS: permitiria identificar as principais barreiras à prática da manutenção

eficaz, possibilitando a promoção de ações no sentido superar as barreiras identificadas.

Conforme já mencionado, a implantação/utilização da manutenção eficaz possibilita

ganhos em termos de lucratividade, produtividade e competitividade.

b) ACADÊMICOS: o resultado da pesquisa pode ser utilizado como base para o

desenvolvimento de trabalhos acadêmicos relacionados com o tema, como monografias e

25

dissertações. Também facilitaria a definição de objetivos de projetos de extensão e de

pesquisas voltadas tanto para o aumento da competitividade do setor em estudo como a

implementação de melhorias no gerenciamento da manutenção industrial dos mais

diversos setores industriais.

c) SEBRAE / SENAI: com a identificação das barreiras à utilização da manutenção eficaz,

instituições de apoio ao desenvolvimento das indústrias, como o SEBRAE e o SENAI,

poderia desenvolver programas alinhados com essas necessidades/barreiras, o que

aumentaria o interesse dos empresários e a impacto/representatividade dos resultados

desses programas.

A primeira contribuição está em evidenciar a relação existente entre o desempenho

(custo, tempo, qualidade e produtividade) de um sistema produtivo e a qualidade/eficácia dos

serviços de manutenção desse sistema, ou seja, o trabalho promove a relação entre a gestão

da manutenção como um fator chave para a Gestão da Produção e a Gestão da

Qualidade.

De acordo com a classificação estabelecida pela ABEPRO para as áreas e sub-áreas

da EP, verifica-se que o trabalho tem forte relação com a sub-área Gestão da Manutenção, a

qual faz parte da área Gestão da Produção. Além disso, percebe-se a relação do mesmo com

a subárea Confiabilidade de Equipamentos, Máquinas e Produtos, a qual pertence à área

Gestão da Qualidade.

No entanto, mais do que simplesmente evidenciar esta relação, o trabalho pretende

desenvolver uma pesquisa que aponte os reais motivos que impedem a plena utilização da

manutenção eficaz no setor mais importante da economia da Região do Cariri: as indústrias de

calçados.

Nesse contexto, podem ser consideradas contribuições deste trabalho:

a) Identificar e divulgar informações sobre o setor de calçados e suas ações de manutenção,

notadamente suas limitações e oportunidade de melhorias;

A partir do resultado da pesquisa, diversas instituições (empresas, prefeituras,

SEBRAE, SENAI, entre outros) podem idealizar projetos e desenvolver ações no sentido de

superar as barreiras identificadas e promover o desenvolvimento do setor.

b) Caracterizar a manutenção eficaz;

Assim, o desenvolvimento do presente trabalho justifica-se tanto pela importância da

manutenção eficaz fator determinante para a competitividade das empresas, como pela

necessidade de identificação de barreiras que possam impedir sua correta utilização.

26

1.4 ETAPAS DA PESQUISA

Para o desenvolvimento desta pesquisa serão seguidas as etapas listadas abaixo:

a) Caracterizar a manutenção eficaz;

b) Construir questionário a partir da revisão bibliográfica para identificar os reais motivos

que impedem a utilização da manutenção eficaz nas pequenas indústrias de calçados da

Região do Cariri;

c) Apresentar no capítulo 3 as características que permitem determinar se uma empresa está

apta a participar da pesquisa;

d) Identificar um grupo de empresas com interesse em participar do desenvolvimento da

pesquisa e que reúna as características necessárias para a correta aplicação do

questionário;

e) Aplicar questionário, tabular e analisar resultados;

f) Apresentar as conclusões obtidas com o desenvolvimento da pesquisa.

g) Identificar possíveis barreiras à utilização da manutenção eficaz;

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em cinco capítulos, numa seqüência elaborada de forma

a permitir que as informações proporcionem um bom entendimento de seu propósito.

O primeiro capítulo tem características introdutórias. Trata da introdução, dos

objetivos, definição do problema, da justificativa, etapas da pesquisa e da estrutura do

trabalho.

O segundo capítulo traz a revisão da literatura pertinente à gestão manutenção,

abordando os aspectos conceituais e a evolução da função de manutenção. Trata ainda do

aspecto relacionado à missão e as atividades da manutenção, quais sejam: manutenção

corretiva, manutenção preventiva, manutenção preditiva, manutenção centralizada,

descentralizada, mista e matricial, formas tipos e tendência. Enfatiza a importância da

manutenção eficaz para um bom desempenho da empresa. E por fim, faz uma abordagem

sobre as novas técnicas de manutenção e os indicadores de avaliação da manutenção.

27

O terceiro capítulo descreve a metodologia aplicada a desenvolver de forma científica,

retratando a natureza e classificação da pesquisa, o ambiente explorado, planejamento e

programação da pesquisa de campo, coleta de dados e o instrumento da pesquisa.

No quarto capítulo são apresentados e analisados os resultados obtidos. Será

obedecida a ordem em que os tópicos são apresentados no instrumento da pesquisa: os

recursos humanos da empresa, a organização da manutenção, o perfil das atividades da área

de manutenção, os custos de manutenção, manutenção contratada, controle de manutenção,

informática aplicada na manutenção, qualidade na manutenção, qualificação de pessoal,

equipamentos, treinamento, desenvolvimento tecnológico, manutenção eficaz e caracterização

da empresa.

O quinto e último capítulo é formado pelas considerações finais do trabalho, as

descrições e comentários dos pontos mais representativos pesquisa.

Encerrando o trabalho, são apresentadas as referências bibliográficas utilizadas e

apêndices referentes ao desenvolvimento da pesquisa.

1.6 RESULTADOS ESPERADOS

Dentre os diversos resultados esperados com o desenvolvimento do trabalho, merecem

destaque:

a) Sensibilizar os empresários da região para a importância da gestão da manutenção para o

aumento da lucratividade, produtividade e competitividade das empresas;

a) Comprovar a necessidade de um adequado gerenciamento da manutenção para garantir a

obtenção de benefícios reais;

b) Identificar e disponibilizar informações sobre a atividade de manutenção nas indústrias de

calçados da Região do Cariri;

c) Apresentar as principais barreiras que precisam ser superadas para melhorar a eficácia da

manutenção nas indústrias pesquisadas.

28

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO

O presente capítulo faz a revisão da literatura pertinente à manutenção, abordando

aspectos conceituais, uma breve retrospectiva histórica e a evolução da função de

manutenção. Trata ainda do aspecto relacionado à missão e as atividades da manutenção,

quais sejam: manutenção corretiva, manutenção preventiva, manutenção preditiva,

manutenção centralizada, descentralizada, mista e matricial. Enfatiza a manutenção eficaz e

sua importância para um desempenho ótimo da empresa. E por fim, faz uma ampla

abordagem sobre as novas técnicas, métodos e programas de suporte à manutenção e os

indicadores de avaliação.

2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS DE MANUTENÇÃO

O termo “manutenção”, na literatura especializada, tem origem no vocabulário militar,

cujo sentido é manter, nas unidades de combate, o efetivo e o material em um nível constante.

Já a definição sobre ‘manter’ é indicada, em vários dicionários, como causar continuidade ou

reter o estado atual. Isto sugere que ‘manutenção’ significa preservar algo. A esse respeito,

Monchy (1989) apresenta a conceituação da Associação Francesa de Normalização, na qual a

“manutenção é o conjunto de ações que permite manter ou restabelecer um bem, dentro de um

estado específico ou na medida para assegurar um serviço determinado”.

O dicionário Aurélio define a manutenção como as medidas necessárias para a

conservação ou permanência de alguma coisa ou de uma situação ou ainda como os cuidados

técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de motores e máquinas.

De acordo com a ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2004), a definição de manutenção é a combinação de ações técnicas, administrativas e de

supervisão, com o objetivo de manter ou recolocar um item em um estado no qual possa

desempenhar uma função requerida, ou seja, fazer o que for preciso para assegurar que um

equipamento ou máquina opere dentro de condições mínimas de requerimentos e

especificações.

29

Segundo a Associação Francesa de Manutenção – AFNOR, na NF X 60 -010 apud

Monchy (1989, p. 1), a manutenção é “um conjunto de ações que permitem restabelecer um

bem para um estado específico, ou medidas para garantir um serviço determinado”.

Sobre o assunto, cabe também observar o posicionamento de Moubray (2000), para o

autor, “manter significa continuar em um estado existente, ou seja, a manutenção é o conjunto

de técnicas de atuação para que os ativos físicos (equipamentos, sistemas, instalações)

cumpram ou preservem sua função ou funções específicas”.

Segundo Nepomuceno (1989), a manutenção tem como finalidade precípua conservar

o equipamento, maquinário, instrumentos, e, eventualmente, prédios e fornecimento de

utilidades em condições satisfatórias, para permitir a fabricação de artigos e produtos, cujo

resultado final nada mais é que o lucro proveniente do trabalho executado.

De acordo com Pinto e Xavier (1999), a manutenção pode ser conceituada da seguinte

forma:

a) A organização da manutenção de qualquer empresa deve estar voltada para a gerência e a

solução dos problemas na produção, de modo que a empresa seja competitiva no mercado;

b) A manutenção é uma atividade estruturada da empresa e integrada às demais atividades,

fornecendo soluções e buscando maximizar os resultados.

Autores como Slack et al. (1997), por sua vez, observam que a manutenção é o termo

usado para abordar a forma pela qual as organizações tentam evitar as falhas, cuidando de

suas instalações físicas. Esta abordagem enfatiza a prevenção e a recuperação de falhas, uma

importante área de atuação da manutenção, embora se entenda que não envolve a sua

completa amplitude.

2.2 EVOLUÇÕES DA FUNÇÃO MANUTENÇÃO

Os primeiros registros de manutenção datam do século X, quando os Vikings

dependiam fortemente da manutenção para manter seus navios em perfeitas condições para as

batalhas.

Neste contexto a conservação de instrumentos e ferramentas é uma prática observada,

historicamente, desde os primórdios da civilização, mas, efetivamente, foi somente quando da

invenção das primeiras máquinas têxteis, a vapor, no século XVI, que a função manutenção

emerge.

30

Naquela época, aquele que projetava as máquinas, treinava as pessoas para operarem e

consertarem, intervindo apenas em casos mais complexos. Até então, o operador era o

mantenedor - mecânico. Somente no ultimo século, quando as máquinas passam a serem

movidas, também, por motores elétricos, é que surge a figura do mantenedor eletricista.

Assim, com a necessidade de se manter em bom funcionamento todo e qualquer equipamento,

ferramenta ou dispositivo para uso no trabalho, em épocas de paz, ou em combates militares

nos tempos de guerra, houve a conseqüente evolução das formas de manutenção.

Na era moderna, após a Revolução Industrial, Fayol propôs seis funções básicas na

empresa, destacando a função técnica, relacionada com a produção de bens ou serviços, da

qual a manutenção é parte integrante.

Observa-se que a história da manutenção acompanha o desenvolvimento técnico-

industrial da humanidade e seu crescimento é verificado a partir da revolução industrial,

quando a demanda de serviços de manutenção foi intensificada.

Segundo Tavares (1999), em 1914 a manutenção era executada pelo próprio pessoal

da operação tendo uma importância secundária. Com a primeira guerra mundial, Henry Ford

desenvolveu e criou equipes para atender as exigências do sistema produtivo, garantindo

assim o funcionamento dos equipamentos.

Tomando-se os anos trinta como parâmetro, tem-se a evolução da manutenção como

sendo divididas em três períodos distintos, quais sejam:

a) Primeira Geração: este período acontece antes da Segunda Guerra Mundial, onde se

tinha um cenário industrial pouco mecanizado, equipamentos simples e na sua grande

maioria, superdimensionados. A conjuntura econômica da época não priorizava a

produtividade, logo não havia necessidade de se desenvolver uma manutenção

sistematizada. Bastava colocar os equipamentos apenas para serviços de limpeza,

lubrificação e reparo em caso de quebra ou mau funcionamento. Assim, caracterizava-se a

primeira geração de manutenção;

b) Segunda Geração: conta-se este período a partir da Segunda Guerra Mundial até meados

dos anos sessenta. Aqui se percebe a redução do contingente de mão-de-obra em

contrapartida da demanda por todo tipo de produtos. Em conseqüência da guerra, houve

uma aceleração da indústria mecanizada e uma adequação das imitações industriais para o

aumento da produtividade. Tal produtividade desencadeou o processo de manutenção de

forma a manterem as máquinas em perfeito funcionamento para não prejudicar a

produtividade. Essa intervenção de caráter periódico fixo caracteriza a geração de

manutenção neste momento, como preventiva. Neste mesmo período, paralelamente,

31

ocorria o aumento dos sistemas de custos da manutenção em relação aos custos

operacionais, a partir daí surge o sistema de planejamento e controle de manutenção;

c) Terceira Geração: na década de setenta o mundo vive grandes mudanças na área

industrial como: crescimento da automação e da mecanização, aumento dos custos

operacionais, comprometimento da qualidade dos produtos e etc.

Consideram-se nesta época, os efeitos dos períodos de paralisação com a implantação

do sistema “just-in-time”, onde os estoques reduzidos para a produção em andamento

significavam que pequenas pausas na produção poderiam comprometer a produção das

fábricas.

Em conseqüência da automação, poderia sentir-se que as falhas que passavam a

ocorrer mais freqüentemente, comprometiam os padrões de qualidade de produção como

também, os padrões dos serviços ofertados. O efeito de falha não se restringe tão somente à

indústria, se reflete também no meio ambiente e na segurança social de forma que,

atualmente, se tem uma política de preservação ambiental associada à produção industrial.

Dessa forma, a terceira geração veio a corroborar com a manutenção preditiva onde se

evidenciam a disponibilidade e confiabilidade.

De acordo com Pinto e Xavier (1999, p.7), a evolução da manutenção pode ser vista de

forma esquematizada como demonstra o quadro 1 a seguir:

Quadro 1: Evolução da Manutenção

Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração

1930-1940 1970 2000 AUMENTO DA EXPECTATIVA EM RELAÇÃO À MANUTENÇAO

Conserto após a falha.

- Disponibilidade Crescente. - Maior vida útil do Equipamento.

- Maior disponibilidade/ confiabilidade. - Melhor Custo-benefício. - Melhor qualidade dos produtos. - Preservação do meio ambiente.

MUDANÇAS NAS TÉCNICAS DE MANUTENÇÀO

- Conserto após a Falha.

- Computadores grandes e lentos - Sistemas manuais de planejamento e controle do trabalho - Monitoração por tempo

- Monitoração de condição. - Projetos voltados para confiabilidade e manutenibilidade. - Análise de risco. - Computadores pequenos e rápidos. - Softwares potentes. - Análise de modos e efeitos de falha (FMEA). - Grupos de trabalho multidisciplinares.

1930-1940 1970 2000 Primeira Geração

Segunda Geração Terceira Geração

Fonte: Pinto e Xavier (1999, p.7).

32

Conforme Pinto e Xavier (1999), nos últimos 20 anos a atividade de manutenção tem

passado por mais mudanças do que qualquer outra atividade.

No estágio atual, Tavares (1999), defende a manutenção como um elemento tão

importante no desempenho dos equipamentos quanto ao que vinha sendo praticado na

operação.

A estrutura organizacional necessária a o desempenho satisfatório da função

manutenção nas indústrias de produção está sempre em constante evolução. O paradigma

ultrapassado que a boa manutenção é aquela que executa um bom reparo, evoluiu para um

novo conceito de que uma boa manutenção é aquela que consegue evitar ao máximo as perdas

não planejadas.

Neste sentido a função manutenção nas empresas modernas é suportada por uma

gerencia de manutenção, que é reconhecida como contribuinte para o lucro da empresa.

Considerando-se a manutenção como inserida no processo produtivo, e com tal,

consciente da necessidade de a empresa maximizar seus lucros, minimizando os custos de

produção, cabe a gerencia desta atividade as seguintes funções:

a) Maximizar a produção com o menor custo e a mais alta qualidade sem infringir as normas

de segurança e sem causar danos ao meio ambiente;

b) Aperfeiçoar níveis de estoques de peças;

c) Estabelecer uma logística adequada para aquisição de materiais, peças e serviços;

d) Manter os registros de manutenção por equipamento: cadastro, histórico, formulários,

fichas de controle, etc.;

e) Continuamente identificar e recomendar reduções de custos, tais como: racionar energia,

modernizar equipamentos, etc.;

f) Conhecer a matriz de custos da manutenção, assim como os custos de parada de produção.

O desenvolvimento da função manutenção deve aliar o aprimoramento de técnicas e

métodos de gerenciamento que promovam a diminuição da probabilidade de falhas

antecipando-se a sua ocorrência, com a importância relativa ao tratamento das falhas

ocasionais remanescentes.

Palmer (1999 apud PICANÇO, 2003), afirma que o propósito da manutenção é

permitir uma capacidade confiável da planta industrial. Para o autor, as organizações devem

enfatizar a aplicação de equipamentos industriais que precisem cada vez menos de atenção.

Ainda é seu ponto de vista que este enfoque deve ser preferido em relação à busca de ser

eficiente e reativo na execução das tarefas de reparo em equipamentos que se encontram no

33

estado de falha.

Portanto as atividades de manutenção são indispensáveis para o setor produtivo, tendo

como objetivo dar apoio e sustentação à produção com materiais, informações e serviços, de

forma que esta possa cumprir a sua finalidade sem paralisações ou danos ao seu processo,

possui importância estratégica (MUASSAB, 2002).

Neste sentido, a estrutura organizacional necessária para um desempenho satisfatório

da função da manutenção em uma indústria de produção está em constante evolução. O

paradigma ultrapassado que a boa manutenção é aquela que executa um bom reparo, evoluiu

para um novo conceito de que uma boa manutenção é aquela que consegue evitar extremas

perdas não planejadas.

2.3 MISSÃO E ATIVIDADES DA MANUTENÇÃO

A manutenção começa muito antes do primeiro defeito. Deve atuar desde a concepção

do equipamento através dos conceitos de manutenabilidade, disponibilidade e confiabilidade.

Sua missão tem que estar ligada obrigatoriamente à missão da empresa e deve ser, de forma

geral, responsável pelo funcionamento das instalações, dentro de condições que garantam a

qualidade dos produtos finais e a produtividade dos processos. Pinto e Xavier (2001) afirmam

que os termos confiabilidade, mantenabilidade e disponibilidade fazem parte do cotidiano da

manutenção.

Para Pinto e Xavier (2001), confiabilidade é a probabilidade de que um item possa

desempenhar sua função requerida por um intervalo de tempo estabelecido, sob condições

definidas de uso.

Segundo Lafraia (2001), para melhorar a confiabilidade dos sistemas industriais, é

necessário trabalhar a filosofia da manutenção no que se refere a: política, práticas, estrutura

organizacional, treinamentos entre outros.

34

2.3.1 Mantenabilidade

O conceito de Mantenabilidade foi formalmente reconhecido pelos serviços militares

dos Estados Unidos em 1954, em função dos programas de confiabilidade nos fins dos anos

40. As normas (Militar Standards) MIL-STD-470-B (1983); STD 471-A (1983) e MIL-

HDBK- 472 (1984) permitiram uma melhor definição de Mantenabilidade, de seus

parâmetros e de sua mensuração, onde é definida como uma característica de projeto e

instalação que expressa a probabilidade de como um item de um equipamento ou sistema se

conformará às condições especificadas dentro de um período de tempo determinado, quando a

ação de manutenção é praticada de acordo com recursos e procedimentos prescritos

(ALVAREZ, 2001).

A mantenabilidade de um sistema estrutural esta representada pelas suas

características intrínsecas e extrínsecas (aqui chamadas de indicadores), que lhe conferem

propriedades para facilitar sua manutenção. Estas características devem ser concebidas

durante o projeto do sistema para que o custo do ciclo de vida seja atrativo, quando

comparado a outros produtos (BLANCHARD, 1995).

A necessidade de incluir características de mantenabilidade específicas para cada

atividade de manutenção como lubrificação, detecção de falhas, desmontagem/ montagem

para manutenção, entre outras, esta na procura de sistemas aptos para atividades mínimas de

manutenção, ou com tempos médios de reparo (MTR) reduzidos e previsíveis.

Segundo a ABNT (2004), mantenabilidade é a facilidade de um item em ser mantido

ou recolocado no estado no qual ele pode executar suas funções requeridas, sob condições de

uso especificadas, quando a manutenção é executada sob condições determinadas e mediante

os procedimentos e meios prescritos.

Pinto e Xavier (1999) afirmam que: “mantenabilidade é a característica de um

equipamento ou conjunto de equipamentos que permita em maior ou menor grau de

facilidade, a execução dos serviços de manutenção”.

Conforme Pinto e Xavier (1999, p.106), para se analisar a mantenabilidade de um

equipamento devem-se levar em conta os seguintes requisitos:

a) Requisitos qualificados: são requisitos para orientar os operadores nas execuções das

atividades, informando-os sobre métodos, materiais, ferramentas, disponibilidade,

procedimentos para execução;

b) Requisitos quantificados: são números utilizados para quantificar tempos de execução,

35

médias de paradas, tempos de indisponibilidade e quantidades de materiais sobressalentes;

c) Suporte logístico: trata-se de todas as condições necessárias para dar suporte a

alojamentos, transporte, produção, distribuição, viagens, manutenção de meios e

ferramentas;

d) Capacitação do pessoal de manutenção: trata-se do desenvolvimento das habilidades

profissionais e capacitação do pessoal de manutenção.

Segundo Alvarez (2001), a necessidade de incluir características de mantenabilidade

específicas para cada atividade de manutenção como lubrificação, detecção de falhas,

desmontagem/ montagem para manutenção, entre outras, esta na procura de sistemas aptos

para atividades mínimas de manutenção, ou com tempos médios de reparo (MTR) reduzidos e

previsíveis.

O autor afirma ainda que no Brasil existam, pelo menos, três denominações deste

conceito: Manutenabilidade, Manutenibilidade e Mantenabilidade.

Monchy (1989) afirma que um equipamento disponível está apto para ser utilizado.

Partindo-se desta afirmativa, a disponibilidade do equipamento depende do número de falhas

ocorridas (confiabilidade), da velocidade com que as falhas são reparadas (mantenabilidade)

e das atividades de apoio (logística).

Pinto e Xavier (2001) definem a disponibilidade como sendo a probabilidade do

equipamento estar apto a produzir, no momento em que é solicitado. Resumindo, é a relação

entre o tempo de operação e o tempo total.

Segundo Pinto e Xavier (1999), há bem pouco tempo, o conceito predominante era de

que a missão da manutenção era restabelecer as condições dos equipamentos/sistemas. De

acordo com os autores, hoje a missão da manutenção é: “garantir a disponibilidade dos

equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção e a preservação do

meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custo adequados”.

Em 1975 a Organização das Nações Unidas (ONU) caracterizou a atividade fim de

uma organização como sendo “Produção = Operação + Manutenção” reconhecendo a

importância de suas atividades para o processo produtivo (TAVARES, 1999).

Para Tavares (1999), a redução da paralisação dos equipamentos, o reparo em tempo

hábil das ocorrências que reduzem o potencial de execução dos serviços e a garantia de

funcionamento das instalações são atribuições básicas de manutenção que se extrapola para

outras atividades, de acordo com sua importância.

Na concepção de Xenos (1998), as atividades de manutenção existem para evitar a

degradação natural ou não de quaisquer equipamentos ou instalações. Esses desgastes se

36

manifestam de diversas formas, desde a má aparência, perdas parciais e até perda total das

funções requeridas, causando paradas de produção, fabricação, perda da qualidade dos

produtos ou serviços, poluição e desastres ambientais. Como essa área tem uma forte relação

com os setores produtivos, principalmente quanto à qualidade e produtividade, ela acaba

desempenhando um papel estratégico fundamental na melhoria dos resultados operacionais e

financeiros dos negócios.

De acordo com Xenos (1998), as atividades de manutenção devem ter um escopo

muito mais abrangente do que simplesmente manter as condições originais dos equipamentos.

Muitas vezes, somente manter estas condições é insuficiente e a introdução de melhorias que

visam a aumentar a produtividade também deve fazer parte do trabalho dos departamentos de

manutenção. Assim, as atividades de manutenção de equipamentos em qualquer empresa

podem ser divididas em dois tipos, quais sejam:

a) Atividades de Manutenção;

- Como o próprio nome indica, as atividades de manutenção dos equipamentos visam a

manter suas condições originais de operação e seu desempenho através do restabelecimento

de eventuais deteriorações dessas condições.

b) Atividades de Melhoria.

- Neste tipo de atividade, assume-se que qualquer serviço de manutenção somente poderá

restabelecer o equipamento às suas condições originais de desempenho e confiabilidade

intrínseca, nunca exceder estas condições.

De acordo com Monchy (1989), também fazem parte das ocupações e

responsabilidades da atividade de manutenção: melhoria e modernização, renovação e

construção, gerência de trabalhos subcontratados, estudos de novos projetos e conservação

das instalações.

2.4 FORMAS, TIPOS E TENDÊNCIA

A seguir serão apresentadas as principais formas de manutenção (centralizada,

descentraliza, mista e matricial), os principais tipos de manutenção (corretiva, preventiva,

preditiva, detectiva e engenharia de manutenção) e também a tendência.

37

2.4.1 Formas de Manutenção

Segundo Alvarez (1988, p.78), os custos das instalações e equipamentos de produção

e a diminuição dos períodos de parada, para reparos, eficientes e seguros, justificam

suficientemente os investimentos de recursos e capital para dimensionar e estruturar

corretamente as instalações necessárias à manutenção.

Na tomada de decisão para se adotar uma determinada forma de manutenção, há que

se considerar as vantagens e desvantagens a serem obtidas em cada caso particular.

A manutenção centralizada pode apresentar vantagens e desvantagens:

a) Vantagens:

- A eficiência global é maior do que na descentralizada pela maior flexibilidade na alocação

da mão-de-obra em vários locais de plantas, os quais acabam desenvolvendo maiores

habilidades;

- O efetivo de manutenção tende a ser bem menor;

- A utilização de equipamentos e instrumentos é maior e normalmente pode ser adquirido

em menor número.

b) Desvantagens:

- A supervisão costuma ser mais difícil, pelas necessidades de deslocamento das várias

frentes de serviços, por vezes distantes umas das outras;

- O desenvolvimento de especialistas que entendam os equipamentos com a necessária

profundidade exige mais tempo do que na descentralizada;

- Maiores custos com facilidades como transportes em plantas que ocupam maiores áreas;

- Favorece a aplicação da polivalência;

A manutenção descentralizada também apresenta suas vantagens e desvantagens:

a) Vantagens:

- Possibilita atendimento rápido, reduzindo o tempo de deslocamento do operário até o local

do serviço;

- Proporciona melhor integração do pessoal de manutenção com os objetivos da unidade

produtiva;

- Facilita as condições de supervisão;

- Assegura melhor qualidade dos serviços, devido à maior conhecimento, melhor

supervisão e maior interesse.

b) Desvantagens:

38

- Os supervisores de produção não possuem qualificação para dirigir os trabalhos de

manutenção;

- Os supervisores de produção não possuem conhecimentos técnicos para orientar os

mecânicos e encarregados da manutenção;

- Os supervisores de produção estão interessados na produção e não em manutenção;

- A responsabilidade da manutenção fica diluída, inexistindo responsável;

- Torna-se impraticável verificar o custo da manutenção, assim como controlá-la;

- Os problemas com a distribuição do pessoal e suas funções tornam-se maiores quando

comparados com outras estruturas.

Ainda é praticada a forma mista da manutenção que combina as duas formas

anteriores. È muito bem aplicada em plantas grandes ou muito grandes, proporcionando as

vantagens da manutenção centralizada e descentralizada.

No sistema matricial, o atendimento aos postos de trabalho é realizado por equipes

multidisciplinares, com ênfase na integração da Manutenção com a Produção.

Pinto e Xavier (1999) comentam que a estrutura matricial privilegia a formação de um

grupamento preocupado com o funcionamento daquela unidade, gerando um grau maior de

cooperação entre as operações e a manutenção, podendo apresentar algumas distorções tais

como:

a) Descentralização dos arquivos de manutenção;

b) Resistência do pessoal de manutenção em adaptar-se à dupla gestão;

c) Maior inércia na ajuda mútua entre grupos de unidades diferentes, provocando uma forte

tendência do efetivo global da planta;

d) Procedimentos diferentes para serviços iguais (falta de padronização de procedimentos).

Segundo Pinto e Xavier (1999), as manutenções atualmente buscam por estruturas

cada vez mais leves, ou seja:

a) Eliminar níveis de chefia e supervisão;

b) Adotar polivalência, tanto na área de manutenção, como na área de operação;

c) Contratação de serviços por parceria;

d) Fusão de especialidades como, por exemplo, eletricidade e instrumentação.

Fazendo um resumo do exposto, apresentam-se os quadros abaixo, os quais ajudam a

visualizar as vantagens de cada sistema em função da forma de manutenção.

39

Tabela 1: Serviços de Manutenção centralizada x descentralizadas

Tipos de Serviço Manutenção Centralizada

Manutenção Descentralizada

Serviços de emergência com atendimentos rápidos

X

Serviços corretivos de Manutenção planejada X Serviços especializados de manutenção. X X Atendimento de equipamentos críticos quanto à importância da produção

X

Fonte: Adaptado de Alvarez (1988, p. 80). Tabela 2: Tipos de Instalações

Tipos de Instalação Manutenção Centralizada Manutenção Descentralizada Grande Indústria X Pequenas Instalações X Grandes reparos X Serviços de rotina X Indústrias de Porte Médio X X

Fonte: adaptado de Alvarez (1988, p.81). Tabela 3: Forma de Atuação da manutenção

% Forma de Atuação da manutenção 1997 1999 2001 2003 2005

Centralizada 42,50 40,52 36,62 42,52 36,14 Descentralizada 15,83 21,55 21,13 21,26 27,20 Mista 41,67 37,93 42,25 36,22 35,96 Unidade de Negócio - - - - -

Fonte: Associação Brasileira de Manutenção (2005).

Nepomuceno (1989) conclui que a manutenção é organizada para atender uma

necessidade da instalação ou então por uma atitude ou filosofia da alta direção que conhece os

problemas e pretende resolvê-los de maneira adequada. Portanto, a manutenção deve ser

organizada e gerenciada de forma coerente, de forma que cada funcionário tenha sua função

especifica.

2.4.2 Tipos de manutenção

Os vários tipos de manutenção se caracterizam através do modo como é realizada a

intervenção nos equipamentos, sistemas ou instalações. As nomenclaturas adotadas nas

intervenções são inúmeras, e quando não são bem definidas, em alguns casos, causam

40

confusão.

Entretanto, segundo Xavier (2003), é considerada bastante adequada a seguinte

classificação em função dos tipos de manutenção:

a) Manutenção Corretiva;

b) Manutenção Preventiva;

c) Manutenção Preditiva;

d) Manutenção Detectiva;

e) Engenharia de Manutenção.

Manutenção Corretiva é a atuação para correção de falha ou do desempenho menor

que o esperado. É oriunda da palavra “corrigir”. Pode ser dividida em duas fases:

a) Manutenção Corretiva não Planejada – correção da falha de maneira aleatória, ou seja, é a

correção da falha ou desempenho menor que o esperado após a ocorrência do fato. Esse

tipo de manutenção implica altos custos, pois causa perdas de produção e, em

conseqüência, os danos aos equipamentos é maior;

b) Manutenção Corretiva Planejada – é a correção que se faz em função de um

acompanhamento preditivo, detectivo ou até mesmo pela decisão gerencial de se operar

até ocorrer a falha. Pelo seu próprio nome “planejada”, indica que tudo o que é planejado,

tende a ficar mais barato, mais seguro e mais rápido.

Manutenção Preventiva é a atuação realizada para reduzir falhas ou queda no

desempenho, obedecendo a um planejamento baseado em períodos estabelecidos de tempo.

De acordo com Xavier (2003), um dos segredos de uma boa manutenção preventiva está na

determinação dos intervalos de tempo. Como na dúvida temos a tendência de sermos mais

conservadores, os intervalos normalmente são menores que o necessário, o que implicam

paradas e troca de peças desnecessárias.

Manutenção Preditiva é um conjunto de atividades de acompanhamento das

variáveis ou parâmetros que indicam a performance ou desempenho dos equipamentos, de

modo sistemático, visando a definir a necessidade ou não de intervenção. Para Xavier (2003),

quando a intervenção, fruto do acompanhamento preditivo, é realizada, estamos fazendo uma

Manutenção Corretiva Planejada. Esse tipo de manutenção é conhecido como CBM —

Condition Based Maintenance — ou Manutenção baseada na condição. Essa manutenção

permite que os equipamentos operem por mais tempo e a intervenção ocorra com base em

dados e não em suposições.

Manutenção Detectiva é a atuação efetuada em sistemas de proteção ou comando,

buscando detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção.

41

Um exemplo clássico é o circuito que comanda a entrada de um gerador em um hospital. Se

houver falta de energia e o circuito tiver uma falha, o gerador não entra. À medida que

aumenta a utilização de sistemas automatizados nas operações, mais importante e mais

utilizado será, garantindo a confiabilidade dos sistemas (XAVIER, 2003).

Engenharia de Manutenção - Xavier (2003) afirma que Engenharia de Manutenção

“é o conjunto de atividades que permite que a confiabilidade seja aumentada e a

disponibilidade garantida”. Ou seja, é deixar de ficar consertando — convivendo com

problemas crônicos —, mas sim de melhorar padrões e sistemáticas, desenvolvendo a

manutenibilidade, de dar feedback ao projeto e de interferir tecnicamente nas compras. Quem

só faz a manutenção corretiva continua “apagando incêndio”, e alcançando péssimos

resultados. Desta forma, a organização que utilizar a manutenção corretiva, mas incorporando

a preventiva e a preditiva, rapidamente estará executando a Engenharia de Manutenção.

2.4.3 Tendência

Fazendo uma análise das empresas de sucesso, percebe-se que essas organizações

adotam, cada vez mais, técnicas preditivas e a prática da engenharia de manutenção. A

manutenção, assim, é considerada estratégica para as organizações, pois ela garante a

disponibilidade dos equipamentos e instalações com confiabilidade, segurança e dentro de

custos adequados.

A ABRAMAN (2006) afirma que a Manutenção Preditiva em larga escala foi iniciada

em 1985, com evolução em ondas, incluindo o desenvolvimento da instrumentação eletrônica

e dos softwares de gerenciamento de dados.

Na primeira Onda (1985 a 1994) ocorreu a implantação da Manutenção Preditiva em

grandes empresas, interessadas em identificar o tipo de falha e o período estimado para ela

ocorrer. A primeira Onda apresentava foco no diagnóstico, ocorrendo grande

desenvolvimento de técnicas de medição e mão-de-obra. Surgiram então os primeiros

analisadores FFT (Fast Fourier Transform) de campo, operados a bateria e comunicados com

os embrionários PC (Personal Computer), a exemplo do Brüel Kjaer BK2515 e, daí, uma

rápida e decisiva evolução para os coletores de espectros de Vibração.

Na segunda Onda (1994 a 2003), em função dos resultados publicados da primeira

Onda, ocorreu um investimento vertiginoso das empresas em sistemas de Manutenção

42

Preditiva, muitas vezes sem o correspondente investimento em desenvolvimento de recursos

humanos necessários para a obtenção de resultados consistentes. A segunda Onda continuava

a apresentar foco no diagnóstico e desenvolvimento da instrumentação, sendo marcada pela

redução da qualidade da mão-de-obra em função de sua rápida expansão.

Na terceira Onda (desde 2003), o diagnóstico é considerado uma ferramenta do

processo e o foco foi alterado para o gerenciamento de ativos, o aumento da disponibilidade e

a disponibilização da informação para outras áreas da empresa.

Ainda segundo a ABRAMAN, a Manutenção Pró-Ativa para Confiabilidade (PRM) é

o passo seguinte a um bom programa de Manutenção Preditiva. Algumas empresas de classe

mundial e de diferentes segmentos descobriram que este sistema, bem implantado, é o mais

efetivo método de gerenciamento de risco, aumentando a confiabilidade e ajudando a obter o

melhor retorno para os ativos.

Definimos a Manutenção Pró-Ativa para a Confiabilidade como uma estratégia que

identifica a falha e implementa os processos necessários para prevenir a sua repetição. A

fundação do processo é baseada numa metodologia sistemática de benchmark da

produtividade de ativos e implementação de ações corretivas que irão reduzir custos do ciclo

de vida total e aumentar a disponibilidade dos ativos.

Segundo um artigo publicado na revista NEI (AS TRÊS..., 2005), os principais

benefícios da manutenção preditiva são a redução dos custos e dos imprevistos. Ela permite

aos profissionais do setor um maior domínio sobre o futuro. Além destas vantagens, ela

possibilita a redução dos estoques de peças sobressalentes, a redução de perdas de produto

decorrentes de paradas na linha de produção e a otimização da confiabilidade e da vida útil do

equipamento. A NEI afirma ainda que os benefícios possíveis ainda são mais significativos

quando se estudam as repercussões da manutenção sobre os ativos das empresas e se adota o

conceito dos lucros cessantes. Análises feitas pela Datastream Systems, empresa especializada

em prestação de serviços de manutenção, garantem que o retorno sobre o investimento nos

ativos pode aumentar em até 14% o balanço da empresa, os ganhos em 10% e o fluxo de caixa

em 14%, como resultado de uma melhor gestão da manutenção.

Para Vieira (2007), a Engenharia de Manutenção busca o desenvolvimento e a

implementação de soluções de forma rápida e eficiente, efetuando reparos e desenvolvendo a

equipe através dos melhores métodos de trabalho, com o objetivo de manter a produção

adequada e diminuir as falhas nos equipamentos.

Assim, percebe-se que as empresas líderes e de sucesso adotam cada vez mais técnicas

preditivas e a prática de engenharia de manutenção (CHIOCHETTA, 2004).

43

A organização da manutenção de hoje, como muitos departamentos, está sob pressão

continuada para cortar custos, mostrar resultados, e suportar a missão da organização. Apesar

de tudo, é uma expectativa lógica do ponto de vista do negócio (INGALLS, 2008).

E segue o autor: “De fato, não obstante quem faz a manutenção, se é um tradesperson

hábil/ polivalente/ especializado ou um operador/mecânico altamente treinado, as práticas de

manutenção contínuas são a peça fundamental para a manutenção classe mundial, o que

conduz às operações classe mundial”.

O autor afirma ainda que de acordo com Paul Thomlingson, “na manutenção eficaz”,

os objetivos da função manutenção são:

a) Os serviços de manutenção devem conservar os equipamentos de produção em boas

condições de modo que as metas da produção possam ser atingidas;

b) Manter o local da planta, seus edifícios e equipamentos em um bom estado funcional;

c) Os projetos da engenharia devem ser flexíveis às modificações, de construção, de

instalação, e de localização do equipamento;

d) Desenvolver um programa para a realização dos serviços;

e) Organizar-se para lidar com as necessidades da manutenção dos equipamentos é essencial

na fase de planejamento e concepção do projeto;

f) Executar os programas utilizando seus recursos produtivos;

g) Executar o trabalho com qualidade;

h) Antecipar-se e preparar-se para trabalhos futuros;

i) Obter a melhoria continua avaliando o desempenho, através da melhoria das ações

corretivas e da medição (indicadores).

Prepare-se para as mudanças futuras antecipando necessidades e uma organização

flexível, isto seria ir além da condução daquelas atividades dinâmicas para impedir que as

falhas ocorram. A melhor manutenção tem sua fundamentação nas melhores práticas. Estas

práticas incluem as 12 áreas a seguir:

a) Liderança e política;

b) Estrutura de organizacional;

c) Controle de inventário;

d) Sistemas de gestão informatizada da manutenção;

e) Manutenção preventiva;

f) Manutenção preditiva;

g) Planejamento e Programação;

h) Fluxo de trabalho;

44

i) Controle financeiro;

j) Participação operacional;

k) Pessoal e desenvolvimento;

l) Melhoria contínua.

De acordo com esta tendência, entender qual o tipo de manutenção será adequada para

cada organização é fator de sucesso, de garantia de melhoria nos processos e, por conseguinte,

de permitir à atividade auferir lucros, não apenas garantindo a sobrevivência das

organizações, mas também possibilitar-lhes crescimento e expansão.

2.5 MANUTENÇÃO EFICAZ

Em toda evolução tecnológica dos equipamentos, processos e técnicas de manutenção,

há a necessidade de controles cada vez mais eficientes e de ferramentas de apoio à decisão, de

desenvolvimento de estudos relativos ao desgaste e controle das falhas e suas conseqüências e

da dependência de equipes treinadas e motivadas para enfrentar esses desafios. O

desenvolvimento de novas técnicas e, conseqüentemente, os custos de manutenção em termos

absolutos e proporcionalmente às despesas globais, transformaram a gestão da manutenção

em um segmento estratégico para o sucesso empresarial (NUNES, 2004).

Em se tratando de manutenção, torna-se importante que os indicadores acompanhem

os processos principais. É através deles que o gestor de equipamentos realiza suas tarefas com

eficácia, sintonizado com os objetivos e metas da empresa (XAVIER, 2006).

Kardec e Lafraia (2002 apud RUCHINSKI, 2006) comentam: Não mais se pagam

serviços, mas soluções. Esta mudança estratégica da manutenção tem um reflexo direto nos

resultados empresariais, tais como: aumento de disponibilidade, aumento do faturamento e do

lucro, aumento da segurança pessoal e das instalações, redução da demanda de serviços,

otimização de custos, redução de lucros cessantes e preservação ambiental.

A gestão de equipamentos eficaz é obtida com a criação e a implantação da cultura de

confiabilidade de desempenho (LUCATELLI, 2002).

A função manutenção sendo desenvolvida de forma eficaz, para Palmer (1999 apud

PICANÇO, 2003), contribui para o crescimento da confiabilidade na capacidade da planta

estar disponível quando demandada e, desta forma, para a redução dos custos totais de

produção.

45

Já para Tenner e De Toro (1997 apud PICANÇO, 2003), a performance de um

processo, como a função manutenção industrial, deve englobar, além da eficácia, a eficiência

em promover a mesma ou, até, a melhor manutenção, com menos custos. Adicionando e

mantendo uma capacidade adicional sem acrescentar novos custos.

Segundo Ruchinski (2006), a manutenção eficaz dos equipamentos é de vital

importância na estratégia de obtenção de resultados. Segundo o autor, a interação entre os

executantes de manutenção e os equipamentos deve ser tal que, após uma intervenção,

devemos sempre buscar o não reserviço e, muito mais do que isto, o equipamento deve estar

sempre que possível em condições de utilização.

Uma manutenção eficaz reduz perdas porque assegura a continuidade da produção,

sem paradas, atrasos, perdas, entregando os produtos em tempo hábil. Significa promover a

revolução junto à linha de produção, através da incorporação de metas como "Quebra Zero",

"Defeito Zero" e "Acidente Zero" (SUMITA, 2006).

Para Saltorato (1999), a mesma inovação tecnológica que simplificou os processos de

manufatura e aprimorou o projeto, a qualidade da produção e a engenharia de equipamentos

induz à necessidade crescente de manutenção eficaz; pois com máquinas e equipamentos

tornando-se mais avançados, o número de peças cresce, aumentando a importância da

manutenção da eficiência do equipamento e da prevenção de avarias.

Kardec e Carvalho (2002 Apud Watanabe, 2004) explicitam essa idéia, citando que até

há pouco tempo, o conceito predominante era de que a missão da Manutenção era a de

restabelecer as condições originais dos equipamentos ou sistemas. Hoje, a missão da

Manutenção, segundo os autores seria: “Garantir a disponibilidade da função dos

equipamentos e instalações de modo a poder atender a um processo de produção ou de

serviço, com confiabilidade, segurança, preservação do meio ambiente e custos adequados.”

2.5.1 Importância da manutenção eficaz para um desempenho ótimo da empresa

A capacidade de produzir de uma unidade fabril está intimamente associada ao melhor

aproveitamento do tempo de produção. Esse aproveitamento será mais eficiente quanto menor

forem os tempos de parada de máquina para troca de ferramenta, limpeza, manutenção e

movimentação de materiais.

Esses tempos são conhecidos como “tempos mortos” ou tempos que “não agregam

46

valor” ao produto e à empresa, pois não há a efetiva transformação da matéria-prima em

produto acabado.

Muitas empresas desperdiçam tempo em função de não realizarem a manutenção

preventiva em suas máquinas e equipamentos, fazendo apenas a manutenção corretiva.

Normalmente a alegação para esse fato é que a fábrica não pode parar, pois os pedidos seriam

entregues com atraso.

As seis grandes perdas caracterizam este caso, onde através destas perdas se derivam a

redução e a eficiência global do equipamento.

As seis grandes perdas e a forma com que as perdas agem no equipamento/instalação,

no sentido da redução do tempo disponível para a produção, e conseqüente queda da

produtividade, são:

a) Perda por parada devido à quebra/falha;

b) Perda por mudança de linha e regulagens;

c) Perda por operação em vazio, pequenas paradas;

d) Perda por queda de velocidade;

e) Perda por defeitos gerados no processo de produção;

f) Perda no início da operação e por queda de rendimento.

Outro componente importante com influência direta na performance da manutenção

são os custos. Os custos de manutenção representam um custo indireto de produção. O

conhecimento desses custos torna-se fundamental na determinação da eficácia da manutenção,

que contribuirá em muito para uma melhor produtividade da empresa.

Para Alvarez (1998, p.26), os custos totais de manutenção que dependem do tipo da

indústria, localização e idade da instalação, representam em média 4% do faturamento da

empresa. E, como continua dizendo o autor da referência citada, o vulto destas despesas para

um país pode ser calculado do Produto Nacional Bruto (PNB).

O mesmo autor considera que a 80% do PNB brasileiro correspondem matérias

primas, construção e produtos semi-acabados e industrializados, e, por dedução lógica,

continua dizendo que, cerca de U$ 3,2 bilhões são gastos em manutenção anualmente no país,

para cada U$ 100 bilhões de PNB. Isto nos dá uma idéia clara das implicações da manutenção

nos custos da empresa.

Segundo Kardec e Nascif (2001), a contribuição da manutenção dentro de um sistema

produtivo pode ser resumida como a maior disponibilidade confiável da planta industrial ao

menor custo. Para os autores, quanto maior esta disponibilidade menor a demanda de serviços

e, conseqüentemente, de custo, favorecendo o crescimento da produtividade da função da

47

manutenção.

Neste sentido, a manutenção industrial muda sua imagem, passa a receber atenção

especial da alta administração, conquista objetivos mais desafiadores e transforma-se em um

dos importantes pilares para garantir a competitividade das empresas.

A manutenção adquire status de negócio dentro da organização, deixa de ser apenas

operacional passando a ter função estratégica. Em uma visão moderna a atividade se vincula

ao sucesso do negócio e não se transforma em um fim em si mesmo.

Pinto (2001) comenta que para que a manutenção possa contribuir efetivamente para

que a empresa caminhe rumo à excelência empresarial, é preciso que a sua gestão seja feita

com uma visão estratégica.

2.6 GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

A gestão da manutenção era conceituada, até bem pouco tempo, como planejamento e

administração dos recursos para a adequação à carga de trabalho esperada. Este conceito, no

entanto, atualmente adquiriu maior amplitude, como vemos a seguir:

a) A gestão da manutenção de qualquer empresa deve estar voltada para a gerência global e a

solução dos problemas na produção, de modo que a empresa seja competitiva no mercado;

b) A manutenção é uma atividade estruturada da empresa, integrada às demais atividades que

fornecem soluções buscando maximizar os resultados.

Assim, configuram-se como exemplos de resultados da uma gestão efetiva:

a) Auto-gestão plena: os operadores assumem as responsabilidades pelos equipamentos;

b) Confiança: pela eliminação de falhas e defeitos;

c) Ambiente de trabalho: limpo e agradável;

d) Melhoria da imagem da empresa.

Xavier (2004) comenta que não há dúvida que a Tecnologia é a base, mas a Gestão é o

mais importante fator de êxito de uma organização. E acrescenta, a Gestão é fundamental,

pois:

a) Orienta, indica a direção;

b) Lidera o processo;

c) Fornece os recursos necessários;

d) Faz as auditorias;

48

e) Faz as correções necessárias.

Atualmente o processo de gerenciamento pelas diretrizes é muito utilizado pelas

empresas de sucesso e apresenta uma sistemática de Gestão orientada desde a alta

administração, que é desdobrada através dos vários níveis hierárquicos da empresa. Esse

processo está ilustrado na figura 1.

Figura 1: Gerenciamento pelas diretrizes Fonte: Adaptado de Xavier (2004).

Dentro da função gestão da manutenção, um fator relevante é o controle de custos e

percebe-se que, antigamente, quando se falava em custos de manutenção a maioria dos

gerentes achava que: não havia meios de controlar os custos da manutenção; a manutenção,

em si, tinha um custo muito alto; os custos e a manutenção oneravam muito o produto final.

Porém, atualmente existe a consciência de que é fundamental que cada especialidade

da manutenção faça um controle de custos, independente do modo que a estrutura

organizacional as agrupa ou divide.

O acompanhamento de custos, um dos itens da gestão da manutenção, deve ser

colocado para que se possa facilmente mostrar pelo menos: previsão de custos mês a mês;

realização – quanto foi efetivamente gasto em cada mês; realizado no ano anterior (ou anos

anteriores); Benchmarks – qual a referência mundial, isto é, valores da empresa que tem o

menor custo de manutenção no tipo de instalação.

Pinto e Xavier (1999) recomendam que o acompanhamento dos custos de manutenção

seja feito através de gráficos de fácil visualização, mostrando os seguintes aspectos:

a) Previsão de custos mês a mês;

b) Realização do quanto foi efetivamente gasto em cada mês;

VISÃO MISSÃO

DIRETRIZES DA DIRETORIA

MANUTENÇÃO: Projetos e Programas Planos de ação: Responsáveis, Indicadores

METAS

49

c) Realização no ano anterior ou anteriores;

d) Benchmarking: qual a referência mundial em termos de custos em instalações

semelhantes?

Outro aspecto a ser considerado nos custos de manutenção para fins de controle é a

sua classificação em três famílias, são elas:

Quadro 2: Famílias de custos

CUSTOS DIRETOS

São aqueles necessários para manter os equipamentos em operação. Incluem-se ai: manutenção preventiva, inspeções regulares, manutenção preditiva, detectiva, custos de reparos ou revisões e manutenção corretiva de modo geral.

CUSTOS DE PERDAS

São os custos oriundos de perda de produção causados: pela falha do equipamento principal sem que o equipamento de reserva, quando existir, esteja disponível para manter a unidade produzindo; pela falha do equipamento cuja causa determinante tenha sido ação imprópria da manutenção.

CUSTOS INDIRETOS

São aqueles relacionados com a estrutura gerencial e de apoio administrativo, custos com análises e estudos de melhoria, engenharia de manutenção, supervisão, dentre outros.

Fonte: Centro de Tecnologia da UFRN

Segundo Pinto e Xavier (1999), os componentes dos custos diretos de manutenção são

os seguintes:

a) Custos de Mão-de-Obra: mão-de-obra própria – número de horas alocadas ao serviço x

salário médio mensal, incluindo encargos sociais;

b) Custos de Materiais: custo de sobressalentes (custo da peça aplicada que pode ser dado

pela nota fiscal, se a compra for para aplicação imediata) e custo de materiais de consumo

(óleo, graxa, produtos químicos, lixa e similares);

c) Custos de Serviços de Terceiros: são serviços comprados externamente e realizados por

terceiros.

Xenos (1998), afirma que toda empresa tem oportunidades de reduzir custos de

manutenção, entretanto alguns gerentes levam estas reduções de custos longe de mais e

acabam comprometendo a capacidade produtiva da empresa. Abaixo seguem algumas

instruções para redução dos custos de manutenção:

a) Praticar a prevenção de manutenção;

b) Melhorar continuamente os equipamentos e a manutenção;

c) Rever as condições de operação dos equipamentos;

d) Promover uma maior cooperação entre as equipes de manutenção e produção;

e) Avaliar a possibilidade de substituir os equipamentos mais antigos por outros mais novos;

f) Introduzir melhorias no processo de manutenção;

50

g) Padronizar os equipamentos, seus componentes e peças;

h) Considerar a possibilidade de terceirizar serviços;

i) Melhorar a qualidade da compra de peças e materiais;

j) Evitar estoques excessivos de peças e materiais;

k) Trabalhar para reduzir as falhas dos equipamentos;

l) Controlar rigorosamente o orçamento de manutenção;

m) Promover o treinamento do pessoal de manutenção.

Nenhum estudo de implantação de programas de manutenção em qualquer empresa

pode ser devidamente efetuado sem se considerar os custos envolvidos. Eles são na verdade,

os fatores mais importantes a serem examinados para se decidir diferentes programas de

manutenção. Os custos envolvidos são fundamentais para a decisão de realizar, ou não,

atividades de manutenção.

A questão principal a discutir é a forma como os custos são analisados. Somente

quando os custos de um programa de manutenção são comparados com os custos gerais,

originados pela falta de manutenção, é que se consegue persuadir os gerentes de empresas e

implementá-los. Cabe mostrar que o dinheiro aplicado em programas de manutenção é, na

verdade, um investimento que proporciona redução não somente nos custos de reparo de

máquinas, mas também nos de parada de máquinas. Seus benefícios são comparados também

aos custos decorrentes de reparos e paradas de máquinas quando de adota uma política de não

manutenção.

O enfoque na busca da melhoria contínua da gestão da manutenção, segundo Shenoy e

Bhadury (1998 apud PICANÇO, 2002) deve ser efetuado através do tratamento das tarefas de

manutenção como processos que podem ser controlados, medidos e melhorados. Processo aí

definido como uma relação de tarefas que, bem executadas, produzirão os resultados

esperados. Desta forma, o processo de manutenção eficiente e eficaz deve considerar as

relações entre todas as tarefas, as ferramentas e os procedimentos utilizados além das

habilidades, conhecimentos e motivações do pessoal envolvido.

Partindo das concepções acima, a gestão da manutenção tem papel fundamental no

resultado das empresas, principalmente nas empresas nas quais a automação está em alto nível

de desenvolvimento. Atualmente na gestão da manutenção é comum a adoção de práticas tais

como: “GQT” – Gestão da Qualidade Total,“TPM” – Total Productive Maintenance,

Programa “5S”, SOL, LUA E SOL, Terceirização e “MCC” – Manutenção Centrada na

Confiabilidade entre outras.

51

Segundo a Miit Serviços de Engenharia (2004), implementar um sistema

informatizado de suporte à Gestão da Manutenção significa obter informação que permita

quantificar e caracterizar, dos pontos de vista técnico e de custeio, o desempenho operacional

dos equipamentos bem como as Intervenções de Manutenção neles realizadas. Na prática há

que recorrer a sistemas de informação, suportados por metodologias de estruturação e de

análise de informação, que permitam dar uma resposta concreta à necessidade de tornar a

manutenção eficaz. Definir, configurar e implementar um sistema de informação confiável

que permita suportar a gestão e a análise da informação, são condições para fornecer dados

relevantes para as tomadas de decisão necessárias a uma Manutenção eficaz.

2.6.1 Qualidade total na manutenção

Segundo Crosby (1985), as organizações não sabem quanto gastam em qualidade seja

para consertarem o que fazem de errado ou para fazerem certo. Afirmou que as organizações

que mensuram seus custos dizem que estes representam 30% do valor das vendas. Crosby

(1985) procurou destacar os custos e benefícios da implementação de programas de qualidade

através do programa “zero defeito”.

Deming (1990) argumenta que a satisfação dos clientes é um dever de todo

profissional. O profissional de manutenção tem como obrigação atender adequadamente seus

clientes, ou seja, os equipamentos, obras ou instalações sob suas responsabilidades, e qualquer

tarefa que desempenhem terão impacto direto ou indireto no produto ou nos serviços que a

empresa oferece a seus clientes.

Segundo Tavares (1999), qualidade na Manutenção são todas as ações necessárias para

que um item (equipamento, obra ou instalação) seja conservado ou restaurado, de modo a

poder permanecer de acordo com uma condição especificada. Em relação aos equipamentos,

significa promover a revolução junto à linha de produção, através da incorporação da “Quebra

Zero”, “Defeito Zero” e “Acidente Zero”.

Pinto e Xavier (2001) afirmam que a Manutenção tem um papel preponderante dentro

do sistema de qualidade, decorrente de sua missão, que é garantir a disponibilidade da função

dos equipamentos e das instalações de modo a atender a um programa de produção ou de

serviço com preservação do meio ambiente, confiabilidade, segurança e custos adequados.

52

A obtenção da qualidade advém de um esforço de todos através da participação, do

trabalho em equipe, da adoção de uma metodologia eficiente e de muito treinamento. A

valorização do funcionário com vistas a sua maior capacitação, adjunto da polivalência de

funções, por exemplo, é fator incontestável para a melhoria da qualidade na manutenção

(PINTO; XAVIER, 2001).

Segundo (HITT et al., 2002), qualidade envolve satisfazer e ultrapassar as expectativas

dos clientes quanto aos bens e serviços oferecidos.

A norma técnica NBR ISO 9000:2000 – Sistemas de gestão da qualidade –

Fundamentos e vocabulário fornecem o conjunto de definições essenciais para a qualidade,

entre as quais destacamos as seguintes:

a) Qualidade – Grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos;

b) Característica – Propriedade diferenciadora;

c) Requisito – Necessidade ou expectativa que é expressa, geralmente, de forma implícita ou

obrigatória;

d) Classe – Categoria ou classificação atribuída a diferentes requisitos da qualidade para

produtos, processos ou sistemas que têm o mesmo uso funcional.

Para os técnicos em manutenção, qualidade significa que os produtos e serviços de

uma empresa satisfazem os padrões estabelecidos na organização. As expectativas e

exigências podem se aplicar á qualidade técnica de um produto ou serviço. Mas elas também

podem se aplicar ao aspecto humano da qualidade, isto é, atitude e ao comportamento das

pessoas que produzem um produto ou prestam um serviço.

A gestão da qualidade para o setor de manutenção é uma ferramenta eficaz para

alcançar a competitividade empresarial.

A Qualidade Total, Gestão da Qualidade Total – GQT ou Controle da Qualidade Total

– TQC, envolve inúmeras teorias, programas e técnicas. Pressupõe a definição de qualidade,

que gira em torno dos conceitos de conformidade, adequação ao uso e satisfação do cliente

(WOOD JÚNIOR, 1995).

Assim, a GQT indica um modo de organização de empresas para ofertar serviços ou

fornecer produtos que atendam às necessidades e expectativas dos clientes, buscando a plena

satisfação dos diversos públicos envolvidos na empresa, sejam acionistas, empregados,

fornecedores, clientes e comunidade (MOURA, 2003).

A evolução das formas de manutenção com objetivo do aumento da produtividade e da

qualidade ocorre da necessidade de se manter em bom funcionamento em todo e qualquer

equipamento, ferramenta ou dispositivo para uso no trabalho.

53

Dentre as novas formas de manutenção surge então a Total Productive Maintenance ou

Manutenção Produtiva Total (TPM), o programa 5S, a Manutenção Centrada na

Confiabilidade (MCC), entre outras.

2.6.2 Manutenção produtiva total

Fazendo uma análise específica pós-segunda guerra mundial, as empresas japonesas

lançaram-se na busca de alcançar metas governamentais de reconstrução nacional, tendo

como objetivo principal recompor as indústrias que estavam, até então, bastantes envolvidas

na produção militar.

Por questões de sobrevivência, o Japão precisava produzir e exportar, tendo para isso

que vencer o principal desafio de reverter a reputação de produtor de segunda categoria,

devido a exportação de bens de má qualidade antes da Segunda Grande Guerra.

Foi dentro desse grande movimento japonês em busca da qualidade que se

desenvolveu a manutenção produtiva total (TPM), que ao longo dos últimos cinqüenta anos,

vem evoluindo de uma metodologia de manutenção para um completo sistema de gestão da

manutenção.

Segundo Yoshicazem (2002), o TPM ou Manutenção Produtiva Total surgiu no Japão,

por volta de 1971, através do aperfeiçoamento de técnicas de manutenção preventiva,

manutenção do sistema de produção, prevenção da manutenção e engenharia de

confiabilidade, visando à falha zero e quebra zero dos equipamentos paralelamente com o

defeito zero nos produtos e perda zero no processo.

A manutenção produtiva total (TPM) foi implementada na indústria japonesa a partir

de 1971, na Nippon Denso (pertencente ao grupo Toyota) e seus conceitos foram trazidos para

o Brasil em 1986. Tem como objetivo a eficácia da empresa através de maior qualificação das

pessoas e melhoramentos introduzidos nos equipamentos.

O conceito sobre TPM, proposto em 1971 pela JIPM (Japan Institute of Plant

Maintenance), foi revisado em 1989, estabelecendo-se assim uma nova abordagem, que se

constitui de cinco elementos, quais sejam:

a) Tendo como o objetivo a constituição de uma estrutura empresarial que busca a máxima

eficiência do sistema de produção (eficiência global);

b) Construindo, no próprio local de trabalho, mecanismos para prevenir as diversas perdas,

54

atingindo "zero de acidente, zero de defeito e zero de quebra/falha", tendo como objetivo

o ciclo total de vida útil do sistema de produção;

c) Envolvendo todos os departamentos, começando pelo departamento de produção, e se

estendendo aos setores de desenvolvimento, vendas, administração, etc;

d) Contando com a participação de todos, desde a alta cúpula até os operários de primeira

linha;

e) Atingindo a perda zero por meio de atividades sobrepostas de pequenos grupos.

Segundo Oliveira (2007), a TPM busca a falha e quebra zero das máquinas, ao lado do

defeito zero nos produtos e perda zero no processo. Representando um incremento da

produtividade e, por conseqüência, uma maior competitividade para a empresa.

De acordo com Miyake (1995), a busca pelo aprimoramento contínuo, na visão dos

japoneses, é realizada através da procura pelos “zeros” do processo produtivo. Para eles, a

nomenclatura “zero” tem significado de minimização visando a otimização do sistema. Dessa

forma, as metas estabelecidas pelo JIT são: zero defeitos, zero estoques, zero de lead time, zero

papéis e zero de tempos de set up e de movimentação.

A busca pelos “zeros” é marcada pela intensa eliminação de todas as perdas do processo.

O JIT entende essas perdas como excesso de tempo gasto no transporte e na espera, desperdícios

de superprodução e desperdícios no processo. Essas perdas podem ser eliminadas através da

minimização de estocagem durante e após o processo, manutenção de equipamentos, capacitação

dos funcionários, aumento da flexibilidade do processo, produção balanceada, adaptação do

layout, rápido set up, melhoria contínua da qualidade (Kaizen), e uso do Kanban (sistema visual

de “puxar” materiais para a produção de acordo com a demanda). (OLIVEIRA; REZENDE,

2005).

Segundo Nakasato (2001, p. 1-5), não é permissível desperdícios oriundos de

equipamentos de vultuosos investimentos, que através de paradas por quebra/falha ou

fabricação de produtos defeituosos originam esses desperdícios.

A Manutenção Produtiva Total é um método de gestão que identifica e elimina as

perdas existentes no processo produtivo, maximizando a utilização do ativo industrial e

garante a geração de produtos de alta qualidade a preços competitivos. Além disso,

desenvolve conhecimentos capazes de reeducar as pessoas para ações de prevenção e

melhoria contínua, garantindo o aumento da confiabilidade dos equipamentos e da qualidade

dos processos, sem investimentos adicionais (CARRIJO, 2001).

55

Estratégia da Qualidade: Estratégia da Produtividade:

� Ouvir o cliente;

� Atender ao cliente com presteza;

� Seguir padrões;

� Acompanhar e melhorar sempre o

desempenho;_

� Solucionar rapidamente os problemas.

� Controlar custos;

� Combater desperdícios;

� Organizar o trabalho;

� Utilizar a criatividade para melhoria

contínua;

� Produzir mais com os mesmos recursos;

� Trabalhar em equipe.

Para Prudenciato (2003), a metodologia do MPT está estruturada por 8 pilares que

possuem os seguintes objetivos:

a) Manutenção Planejada – Quebra zero, aumentar eficiência e eficácia dos

Equipamentos/ instalações;

b) Manutenção Autônoma – Capacitação da mão-de-obra;

c) Melhoria Específica – Reduzir o número de quebras e aumentar a eficiência global do

equipamento;

d) Educação e Treinamento – Elevar o nível de capacitação da mão-de-obra;

e) Controle Inicial – Reduzir o tempo de introdução de produto e processo;

f) Manutenção da qualidade – Zero defeito;

g) TPM nas Áreas Administrativas – Reduzir as perdas administrativas, Escritório de alta

eficiência;

h) Segurança, Higiene e Meio Ambiente – Zero Acidente.

A empresa competitiva está apoiada sobre dois pilares: Qualidade e Produtividade.

Sem Qualidade o cliente fica insatisfeito e não compra mais...

Sem Produtividade os custos ficam elevados e a empresa não terá competitividade.

Assim os desperdícios têm uma influência muito importante no nível de qualidade e

de produtividade das empresas.

Desperdícios Aparentes: São desperdícios tradicionais, facilmente identificáveis: luz, água,

lixo, sucata...

Desperdícios Ocultos: São os desperdícios existentes nos processos de trabalho com os quais

nos acostumamos, não percebendo-os como anormais.

Veja alguns exemplos:

56

a) A tarefa é realizada com equipamento defeituoso, exigindo um tempo maior de operação;

Mantenha os equipamentos em perfeitas condições de uso;

b) Tarefas de retrabalho para recuperar serviços rejeitados; Capacite os processos, os

equipamentos e treine os operadores para fazerem o certo sempre;

c) Tarefas com tempo elevado de preparação, causando longos períodos de espera; Diminua o

tempo de preparação das atividades;

d)Tarefas com grande distância entre os recursos e os equipamentos, causando muita

movimentação; Diminua as distâncias entre equipamentos e recursos;

e)Tarefas realizadas com uso excessivo de recursos, estoques exagerados, equipamentos em

duplicidade ou funcionando sem necessidade; Crie procedimentos, controles e indicadores

visuais do uso dos recursos e equipamentos;

f)Tarefas realizadas com esforços elevados, repetitivos, causando cansaço físico; Melhore

processos, automatize as tarefas cansativas e promova rotatividade no trabalho.

No quadro 3, são listados os fatores que são os objetivos do programa TPM e os seus

respectivos itens de controle.

FATOR ITENS DE CONTROLE

QUALIDADE Redução do nível de produtos defeituosos Redução do número de reclamações internas e externas

PRODUTIVIDADE Aumento do volume de produção por operadores Aumento da disponibilidade operacional das máquinas Redução de paradas acidentais das máquinas

CUSTO

Economia de energia Redução do custo de manutenção ao longo do tempo Simplificação do processo (redução de etapas) Redução do volume estocado

ATENDIMENTO Aumento do cumprimento dos prazos

MORAL Aumento do número de sugestões Redução do absenteísmo Redução/eliminação dos acidentes de trabalho

MEIO-AMBIENTE Redução/eliminação da poluição e de gastos com tratamento de rejeitos

Quadro 3 - Exemplos de Itens de Controle relacionados à TPM Fonte: Ribeiro (2005, p. 9)

Em sintonia com a abordagem relacionada sobre TPM (manutenção produtiva total),

cada uma das letras possui um significado próprio como segue:

a) A letra "T" significa "TOTAL". Total no sentido de eficiência global, no sentido de ciclo

total de vida útil do sistema de produção e no sentido de todos os departamentos e de

participação;

b) A letra "P" significa "PRODUCTIVE". A busca do sistema de produção até o limite

57

máximo da eficiência, atingindo "zero acidente, zero defeito e quebra/falha zero", ou seja,

a eliminação de todos os tipos de perda ate chegar ao nível zero;

c) A letra "M" significa "MAINTENANCE". Manutenção no sentido amplo, que tem como

objeto o ciclo total de vida útil do sistema de produção e designa a manutenção que tem

como objeto o sistema de produção de processo único, a fábrica e o sistema de vendas.

Takahashi e Osada (1993) reforçam o significado do TPM como "uma MP

(manutenção preventiva) mais ampla, baseada na aplicabilidade econômica vitalícia de

equipamentos, matrizes e gabaritos que desempenham os papeis mais importantes na

produção".

Segundo Tavares (1999, p.51), o conceito básico do TPM é a reformulação e a

melhoria da estrutura empresarial a partir da reestruturação e melhoria das pessoas e dos

equipamentos, com envolvimento de todos os níveis hierárquicos e a mudança da postura

organizacional.

Xenos (1998) afirma que o TPM é uma estratégia simples e prática de envolvimento

dos operadores dos equipamentos nas atividades de manutenção diária, tais como a inspeção,

limpeza e lubrificação, com o objetivo de evitar a deterioração dos equipamentos, detectando

e tratando suas anomalias num estágio inicial antes que resultem em falhas.

Pinto e Xavier (1999), afirmam que o TPM deve adequar o perfil de seus empregados

através de treinamentos e capacitação, ou seja:

a) Operadores realizam as atividades de manutenção de forma espontânea (lubrificação,

regulagens, limpeza, entre outros);

b) O pessoal de manutenção executará tarefas na área de mecatrônica;

c) Os engenheiros irão planejar, projetar e desenvolver equipamentos que não exijam

manutenção.

Para os autores a Manutenção Produtiva total (TPM) está apoiada em oito pilares,

quais sejam:

a) Melhoria focada;

b) Manutenção autônoma;

c) Manutenção planejada;

d) Educação e treinamento;

e) Controle inicial;

f) Manutenção da qualidade;

g) TPM Office ou controle administrativo;

h) Sistema de segurança, saúde e meio ambiente.

58

Conforme Tavares (1999, p.52), a implantação do TPM deve ocorrer em 12 etapas, a

saber:

a) Comprometimento da alta gerência;

b) Campanha de difusão do método;

c) Definição dos coordenadores;

d) Definição da política básica;

e) Elaboração do plano piloto;

f) Início da implantação;

g) Treinamento de operadores;

h) Preparação dos procedimentos;

i) Estruturação do setor de manutenção;

j) Desenvolvimento e capacitação do pessoal;

k) Medição dos resultados (“follow-up”);

l) Implantação completa – auditoria.

Na visão de Xenos (1998, p.253), ao contrario do que muitos acreditam, o TPM é um

sistema de gerenciamento da produção em que o principal papel da manutenção é treinar os

operadores nas ações preventivas.

Tsang e Chan (2000) descrevem duas formas de implementação do TPM da seguinte

forma:

a) Mudança Revolucionária: Propõe uma drástica e rápida quebra nos paradigmas e mudança

nos processos utilizados. O objetivo é imprimir instantaneamente nos funcionários o senso

de urgência e necessidade das mudanças.

b) Mudança Evolucionária: Propõe uma forma gradual de conscientização doa funcionários a

respeito das deficiências do método atual. Desta forma, os conceitos e detalhes do novo

processo são passados de forma gradual, através de educação e treinamento.

Para Fernandes (2005), seja qual for o método adotado, a implantação do TPM deve

partir da alta direção da empresa, pois demanda investimentos iniciais que tornaria o processo

inviável sem seu apoio. Antes de seus resultados serem “visíveis”, deve-se investir muito em

treinamento teórico e prático em vários níveis. A empresa deve formar um grupo de liderança

de TPM, conhecido em muitas companhias como Secretaria de TPM, a qual deve gerenciar o

processo de implantação e treinamento. Este grupo deve ter um alto grau de conhecimento

conceitual da ferramenta, assim como, operacional.

O mesmo autor afirma que a Secretaria de TPM forma então os times de Manutenção

Autônoma (MA), os quais têm alto nível conhecimento prático e devem ser treinados de

59

forma a conhecer e multiplicar os conceitos necessários para a aplicação do TPM. Estes

grupos são formados por líderes e funcionários das células de trabalho pré-definidas como

críticas para o processo produtivo.

Fernandes (2005) afirma ainda que a TPM se apresenta como uma ferramenta

poderosa para a redução dos desperdícios inerentes aos processos produtivos. Sua

implantação, apesar de demandar grande investimento inicial, em médio prazo, apresenta

resultados efetivos e satisfatórios. Estes resultados são cruciais para a sobrevivência das

empresas na atual conjuntura dos mercados mundiais.

Ainda segundo Oliveira (2007), pode-se listar como fatores críticos de sucesso para a

TPM:

a) Boa comunicação;

b) Política de gerenciamento de mudanças;

c) Flexibilidade organizacional;

d) Mudança e adequação de processos;

e) Envolvimento e manutenção da participação da Alta Diretoria;

f) Manutenção da credibilidade do programa;

g) Recursos humanos devidamente alocados, disponíveis, qualificados e motivados;

h) Recursos orçamentários compatíveis com a necessidade do programa;

i) Possuir política transparente e comunicação adequada;

j) Compromisso de realização das ações programadas;

k) Realizar parcerias com empresas que já implantaram o programa;

l) Definição clara de papéis e responsabilidades;

m) Treinamento e capacitação de pessoal.

2.6.3 Programa 5S

Segundo Pinto e Xavier (1999), o programa “5S” é à base da qualidade e antes de ser

uma prática, é uma cultura sem a qual dificilmente teremos um ambiente que proporcione

trabalhos com qualidade, conforme abordam.

Na concepção de Campos (1999), o 5S promove o aculturamento das pessoas a um

ambiente de economia, organização, limpeza, higiene e disciplina, fatores fundamentais à

elevada produtividade.

60

Figura 2: Origem e significado dos cinco sensos Fonte: Elaborado pelo autor.

De acordo com Tavares (1999, p.55-56), o programa 5S constitui-se de práticas

originárias do Japão, que derivam de cinco palavras que se iniciam com a letra S em japonês,

palavras estas que têm os seguintes significados:

a) Seiri: organização (utilização, seleção): separar coisas necessárias das que são

desnecessárias, dando um destino para aquelas que deixaram de ser úteis para aquele

ambiente;

b) Seiton: ordenamento (sistematização, arrumação): guardar as coisas necessárias, de

acordo com a facilidade de acessá-las, levando-se em conta a freqüência de utilização, o

tipo e o peso do objeto, segundo uma seqüência lógica já praticada, ou de fácil

assimilação. Quando se ordenam as coisas o ambiente fica mais arrumado, mais agradável

para o trabalho e, conseqüentemente, mais produtivo;

c) Seiso: limpeza (inspeção, zelo): eliminar a sujeira, inspecionando para descobrir e atacar

as fontes de problemas. A limpeza deve ser encarada como uma oportunidade de inspeção

e reconhecimento. Para tanto, é de fundamental importância que ela seja feita pelo próprio

pessoal usuário do ambiente, ou pelo operador da máquina ou equipamento;

d) Seiketsu: asseio (padronização, saúde, aperfeiçoamento): conservar a higiene, tendo

cuidado para que os estágios de organização, de ordem e limpeza já alcançados, não

retrocedam. Isto é executado através da padronização de hábitos, normas e procedimentos;

e) Shitsuke: disciplina (autocontrole, educação): cumprir rigorosamente as normas e tudo o

que for estabelecido pelo grupo. A disciplina é um sinal de respeito ao próximo.

1. Seiri

2. Seiton

3. Seiso

4. Seiketsu

5. Shitsuke

1. Organização

2. Ordenamento

3. Limpeza

4. Asseio

5. Disciplina

61

Segundo Ribeiro (2003), O foco principal do 5S é o ser humano e muito embora

muitos só vejam aplicações no chamado mundo mecânico ou mundo das coisas e utensílios,

os cinco sensos têm aplicação no mundo intelectual, ou no mundo dos métodos e no mundo

espiritual, ou no mundo das relações humanas.

O programa 5S deve ser implantado com a participação e envolvimento de todos os

níveis hierárquicos da empresa. Segundo Pinto e Xavier (1999), a experiência indica que por

maiores que sejam os esforços dos escalões inferiores, quando o programa não é abraçado

pela alta administração, suas chances de sucesso e perenidade são baixas.

Os japoneses aperfeisoaram a técnica 5S de melhoria no ambiente de trabalho

acrescentando mais um senso Shikari Yaro (determinação e união). Esta técnica chama-se

6S's e significa sensos de melhoria. São seis palavras fundamentais para a Qualidade e

Produtividade no trabalho: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke e Shikari Yaro.

Objetivando complementar e adequar a filosofia do 5S ao Brasil, são propostos 3

novos Sensos Shikari Yaro (determinação e união) , Shido (treinamento) e Setsuyaku (senso

de economia e combate ao desperdício) de forma a torná-lo um êxito e de uso contínuo. É

importante ressaltar que a grande vantagem do programa 8S é que ele não contempla o

investimento em máquinas e sistemas automáticos, tratando-se de uma metodologia de gestão

de recursos humanos e materiais, baseado totalmente na capacidade intelectual e criativa dos

funcionários (ABRANTES, 1997).

2.6.4 Programa SOL

Trata-se de um conjunto de propostas criadas para instituir e manter o ambiente de

trabalho simplificado, seguro, organizado, limpo e saudável.

Segundo Correia (2006), o SOL (segurança, ordem e limpeza) é a base da padronização,

da qualidade, do processo de melhorias contínuas e da manutenção produtiva total e que nada

mais é do que o 5S da Qualidade Total.

Já para Szyszka (2001), o Programa SOL (Segurança, Ordem e Limpeza) objetiva

manter um ambiente organizado e limpo em toda a empresa, baseando-se em inspeções

mensais, pontuação associada e premiação.

62

2.6.5 Programa “LUA E SOL”

É uma técnica utilizada em Programas de Gestão da Qualidade a que tem como

finalidade apresentar um trabalho de incentivo aos funcionários para desenvolver trabalhos

que propiciem qualidade na sua vida e qualidade no desempenho profissional perante a

empresa (MARQUES, 2007).

Ainda segundo o autor, este programa tem como finalidade proporcionar que o ser

humano possa movimentar seu senso crítico tanto no desempenho familiar como no

desempenho profissional. A utilização deste programa leva o ser humano a descobrir de forma

adequada a sua qualidade de vida e o relacionamento com seu semelhante interno e externo

em relação à empresa evidenciada.

Este programa tem como discriminação, representando cada letra um significado,

identificar na conduta do profissional e do ser humano, sendo eles: Liderança, União,

Amizade, Ética, Segurança, Ordem e Limpeza.

2.6.6 Terceirização

A terceirização iniciou-se em 1940, dividindo-se em dois estágios:

a) Dumb sourcing: Neste estágio, eram repassadas as atividades com maior facilidade de

terceirização;

b) Smart sourcing: É neste estágio que se encontra a atividade de terceirização de

Manutenção Industrial.

Até a década de 1970 poucas empresas terceirizavam. Na década de 1980 inicia-se a

terceirização na área industrial, introduzindo novas tecnologias de manutenção. Já na década

de 1990 ocorre a grande fase da terceirização e da quarteirização, difundindo novas

tecnologias de manutenção.

Pinto e Xavier (1999) abordam que a terceirização é uma ferramenta estratégica que

veio para o Brasil para resolver os problemas das empresas, tendo como objetivo a estratégia

global dos resultados, porém virou modismo visando apenas à redução de custos.

63

Segundo Teixeira (2003), é comum a contratação de pessoal para a complementação

de mão-de-obra em serviços, cuja demanda excede os recursos disponíveis, ou para a

realização de trabalhos de baixa especialização.

A terceirização é uma realidade na manutenção atual, decorrente, principalmente, da

preocupação das empresas com os custos, entre outros aspectos a serem considerados.

De acordo com Tavares (1999), a terceirização tem como principio básico:

a) Liberação da empresa para cuidar de sua atividade principal;

b) Obtenção de especialização (tecnologia);

c) Melhoria da qualidade de serviços;

d) Redução dos custos operacionais.

Pinto e Xavier (1999) abordam que há uma diferença entre empreiteirização e

terceirização, pois a empreiteirização é uma situação tradicional, não tendo uma relação de

parceria e confiança, onde não há compromisso da contratada com os resultados, tendo assim

uma baixa produtividade. A terceirização é o antônimo de empreiteirização.

Segundo Pinto e Xavier (1999), as vantagens da terceirização são as seguintes:

a) Aumento da qualidade;

b) Redução de custos;

c) Transferência de processos suplementares a quem os tenham como atividade-fim;

d) Aumento da especialização;

e) Redução de estoques, quando se contrata com fornecimento de material;

f) Flexibilidade organizacional;

g) Melhor administração do tempo para gestão do negócio;

h) Diminuição do desperdício;

i) Redução de áreas ocupadas;

j) Melhor atendimento.

A terceirização apresenta também desvantagens, que na concepção de Pinto e Xavier

(1999) são:

a) Aumento da dependência de terceiros;

b) Aumento do custo, quando simplesmente se empreiteiriza;

c) Aumento do risco empresarial pela possibilidade de queda na qualidade;

d) Redução da especialização própria;

e) Aumento do risco de acidentes pessoais;

f) Aumento do risco de passivo trabalhista, dependendo da qualidade da contratação.

64

Pinto e Xavier (1999) consideram que as empresas devem contratar somente técnicos,

legal e administrativamente idôneos, visto que não há contrato perfeito sustentável quando

qualquer das partes não for confiável.

Tavares (1999) lista as seguintes etapas caso a empresa deseje efetuar a terceirização:

a) Desenvolvimento gerencial: tem por finalidade o envolvimento de gerentes no processo,

eliminação das resistências às mudanças e desenvolvimento de novas habilidades

inerentes ao foco gerencial;

b) Implantação: é a identificação das áreas possíveis de terceirizar e formulação de critérios

que serão exigidos por terceiros;

c) Estratégia: é o acompanhamento da execução do contrato e verificação do cumprimento

dos padrões de qualidade exigidos.

Para Pinto e Xavier (1999), há três tipos de terceirização, quais sejam:

a) Contrato de mão de obra: é a forma mais antiga e incorreta de se efetuar a contratação,

pois tem a finalidade de mascarar a relação de emprego com a mão de obra. Neste tipo de

contratação as empresas fornecem mão de obra não qualificada para a função, sendo a

mais barata. Com isso os índices de produtividade, qualidade, atendimento e

comprometimento tendem a cair;

b) Contratação por serviço: é a melhor forma de se conseguir contratos por resultados. É a

forma de contratação que mais evoluiu até o momento, e tem como principais

características a contratação da mão de obra qualificada, maior produtividade,

responsabilidade técnica, melhor qualidade e melhor atendimento;

c) Contrato por resultados: nesse tipo de contrato a maior disponibilidade é da contratante;

responsabilidade técnica total é da contratada, que terá maior lucro com menor

faturamento, decorrente da demanda de serviços. O objetivo estratégico não é contratar

serviços de manutenção, mas sim contratar soluções de manutenção. No contrato de risco

deve-se, inicialmente, estabelecer os parâmetros de disponibilidade mínima dos

equipamentos e um teto dos recursos contratados e, com base nestes indicadores, a

contratada será remunerada, se o teto estabelecido não for atingido, inclusive com parte da

diferença que sobrar.

Conforme Tavares (2001), as terceirizações baseadas unicamente no aspecto de custo

podem levar a distorções, tais como: subemprego, improvisação, alta rotatividade de mão-de-

obra, decepção, descrédito, etc.

65

No Brasil já se pratica a “quarteirização” em que a administração das empresas

contratadas é feita através de uma “quarta” empresa que oferece a garantia do suporte

necessário ao bom resultado das prestadoras dos serviços finais (TAVARES, 2001).

Para evitar os mesmos riscos dos processos indevidos de terceirização, as seleções das

“quartas” devem ser feitas segundo um processo de parceria seguindo os seguintes critérios

(TAVARES, 1999):

a) Obtenção de referências quanto à experiência da administradora nessa atividade;

b) Conhecimento dos valores e da cultura organizacional;

c) Ter o foco no cliente final;

d) Pagamento em função do resultado (contrato de risco);

e) Ausência da cláusula da exclusividade;

f) Obrigatoriedade de efetuar concorrência das terceiras;

g) Previsão de encerramento a qualquer momento, desde que não cumpra a exigência de

nível de serviços diferentes do existente, compatibilidade de preços com o mercado. Deve

haver convergência de esforços/objetivos e a possibilidade de crescimento em todos os

sentidos, para não ocorrer o encerramento do contrato.

É importante ressaltar que todos os fatores mencionados no texto são importantes ao

se efetuar um bom processo de terceirização, ou seja, deve haver um bom planejamento e a

empresa contratada deve ser técnica, legal e administrativamente idônea, fazendo com que o

processo de contratação tenha sucesso.

2.7 MÉTODOS E FERRAMENTAS DE CONFIABILIDADE

A seguir apresenta-se alguns dos principais métodos e das ferramentas utilizados nos

setores de manutenção para o aumento da confiabilidade dos equipamentos e dos sistemas

industriais, focalizando a segurança operacional, a preservação do meio ambiente e a

otimização dos recursos.

66

2.7.1 Manutenção centrada na confiabilidade – MCC

A Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC) é uma das ferramentas de

manutenção utilizada para aumentar a confiabilidade dos sistemas.

Segundo Pinto e Xavier (1999), a MCC (manutenção centrada na confiabilidade) é um

processo usado para determinar os requisitos de manutenção de qualquer item físico no seu

contexto operacional. Em outras palavras, é o processo que visa determinar o que deve ser

feito para que um sistema da empresa continue a fazer aquilo que a produção necessita que ele

faça, no tempo necessário e dentro das condições operacionais deste momento.

Para a implementação da MCC, recomenda-se a aplicação das sete perguntas básicas,

conforme colocado por Pinto e Xavier (1999):

a) Quais são as funções e padrões de desempenho do item no seu contexto operacional atual?

b) De que forma ele falha em cumprir suas funções?

c) O que causa cada falha operacional?

d) O que acontece quando ocorre a falha?

e) De que forma cada falha tem importância?

f) O que pode ser feito para prevenir cada falha?

g) O que deve ser feito, se não for encontrada uma tarefa preventiva apropriada?

Segundo os autores deve-se considerar no processo de manutenção centrada na

confiabilidade os conceitos básicos de confiabilidade tais como:

a) Seleção do sistema;

b) Definição das funções e padrões de desempenho;

c) Determinação das falhas funcionais e de padrões de desempenho;

d) Análise dos modos e efeitos das falhas;

e) Histórico de manutenção e revisão da documentação técnica;

f) Determinação de ações de manutenção – política, tarefas, freqüência.

Tavares (1999) enfatiza que a diminuição das quebras não programadas, com a

predição do estado dos equipamentos, aliado ao uso dos recursos de lubrificação, da

organização, padronização, planejamento das intervenções, além da quase obrigatoriedade de

um planejamento computadorizado do sistema de manutenção, é a tônica atual dentro da

manutenção centrada na confiabilidade.

Conforme o autor citado anteriormente, a manutenção centrada na confiabilidade traz

em sua cultura uma abrangência que vai além das simples ações diretas de manter o

67

equipamento, considerando, também, como o equipamento é operado. O conceito de

manutenção proativa está presente na medida em que problemas repetitivos devem ser

resolvidos e eliminados com a utilização de métodos de detecção da causa na sua origem, com

o emprego sistemático de sistemas e metodologias que permitam o acompanhamento, controle

e a efetivação da aplicação da solução adequada.

2.7.2 Análise do modo e efeito de falhas – (FMEA)

A metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha, conhecida como FMEA (do

inglês Failure Mode and Effect Analysis), é uma ferramenta que busca, em princípio, evitar,

por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, que ocorram

falhas no projeto do produto ou do processo. Este é o objetivo básico desta técnica, ou seja,

detectar falhas antes que se produza uma peça e/ou produto. Pode-se dizer que, com sua

utilização, se está diminuindo as chances do produto ou processo falhar, ou seja, estamos

buscando aumentar sua confiabilidade (CAPALDO, 1999).

Esta metodologia pode ser aplicada tanto no desenvolvimento do projeto do produto

como do processo. As etapas e a maneira de realização da análise são as mesmas, ambas

diferenciando-se somente quanto ao objetivo. Assim as análises FMEA´s são classificadas em

dois tipos:

a) FMEA DE PRODUTO: na qual são consideradas as falhas que poderão ocorrer com o

produto dentro das especificações do projeto. O objetivo desta análise é evitar falhas no

produto ou no processo decorrente do projeto. É comumente denominada também de

FMEA de projeto.

b) FMEA DE PROCESSO: são consideradas as falhas no planejamento e execução do

processo, ou seja, o objetivo desta análise é evitar falhas do processo, tendo como base as

não conformidades do produto com as especificações do projeto.

Pode-se aplicar a análise FMEA nas seguintes situações:

a) Para diminuir a probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos produtos ou

processos;

b) Para diminuir a probabilidade de falhas potenciais (ou seja, que ainda não tenham

ocorrido) em produtos/processos já em operação;

68

c) Para aumentar a confiabilidade de produtos ou processos já em operação por meio da

análise das falhas que já ocorreram;

d) Para diminuir os riscos de erros e aumentar a qualidade em procedimentos

administrativos.

Segundo Pinto e Xavier (2001 apud AZEVEDO, 2007) é fundamental a medida do

risco de falha. Desse modo, quanto mais pessoas estiverem envolvidas na definição da taxa de

risco, mais preciso será o resultado. Estes autores orientam que o grupo deve adotar a seguinte

seqüência de trabalho: isolar e descrever o modo de falha potencial, respondendo a seguinte

indagação: Sob que condições o equipamento falha?

a) Descrever o efeito potencial da falha, analisando as seguintes questões: ocorre parada ou

redução de produção?

A qualidade do produto é afetada?

Quais os prejuízos?

b) Determinar a freqüência e a gravidade da falha, verificando:

Qual a freqüência de ocorrência da falha?

Qual o grau de gravidade da falha?

Para indicar a gravidade da falha, Pinto e Xavier (2001) sugerem uma escala de 1 a 10,

sendo 10 para as falhas mais graves. Idem para a freqüência.

c) Determinar o Número da Prioridade do Risco – NPR -, que é o resultado do produto da

freqüência da falha pela gravidade da falha.

d) Desenvolver planos de ação para eliminar ou corrigir o problema potencial.

2.7.3 Análise das causas raízes de falha – (RCFA)

A RCFA (Root Cause Failure Analysis, ou análise de falha por causa raiz) é um

método amplamente aceito para investigar e acompanhar falhas em equipamentos.

Este método de análise de falha costumava ser reservado para equipamentos mais

importantes ou críticos. Atualmente, pelo potencial de ganho que apresenta na manutenção,

recomenda-se seu uso mais generalizado, principalmente em problemas crônicos, que podem

chegar a consumir até 50% do orçamento da manutenção, significando que custam muito mais

do que falhas em equipamentos importantes. É baseado no sucessivo questionamento (Por

que?) a cada etapa da análise. A análise se inicia co a pergunta “por que o equipamento

69

falhou?” e a cada resposta nova a pergunta é dirigida para a causa apresentada, seguindo este

procedimento até que a pergunta não faça mais sentido (PINTO; Xavier, 2001).

O processo de Análise das Causas-Raízes de Falha (RCFA) segue os passos descritos

no Quadro 4.

Principais Passos Passo Responsável

Análise do Modo e Efeito da Falha – FMEA 1 Operação / Manutenção Preservação da informação da Falha 2 Manutenção Organização do grupo de Análise 3 Gerencia de Manutenção Análise 4 Relatar as descobertas 4 Fazer as recomendações 4 Acompanhar os resultados 4

Grupo de Análise

Quadro 4 - Passos para aplicar a metodologia RCFA Fonte: Pinto e Xavier (2001).

O processo de Análise das Causas-Raíses de Falha (RCFA) deve ser documentado

para servir de apoio à decisão de implementação de melhorias e modificações e servir também

de referência futura, seja para memória, seja para revisão do processo.

2.7.4 Método da análise da árvore de falha – FTA

O método de análise da árvore de falha é uma técnica dedutiva formalizada que

permite a investigação das possíveis causas da ocorrência de estados pré-identificados do

sistema. Esses estados, referidos como eventos de topo, estão associados com o

comportamento anormal do sistema, causados por uma falha do equipamento, ou erros

humanos e/ou perturbações externas (SAKURADA, 2001).

Segundo Helman e Scapin (1999 apud ZAIONS, 2003), os benefícios do FTA são:

a) Auxiliar na identificação dos modos de falha do sistema;

b) Apontar os aspectos mais relevantes do sistema em relação a uma falha de interesse;

c) Facilitar uma maior compreensão do comportamento do sistema;

d) Facilitar a elaboração do FEMEA através do encadeamento lógico das falhas do sistema;

e) Permitir definir planos de manutenção de equipamentos centrados em confiabilidade;

f) Permitir identificar procedimentos de manutenção com o objetivo de diminuir a

probabilidade de quebra;

70

g) Permitir que o analista concentre-se em uma falha do sistema por vez;

h) Possibilitar análises qualitativas e quantitativas.

2.8 INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA MANUTENÇÃO

Para um bom andamento da produção, é fundamental e indispensável ter um conjunto

dos indicadores das avaliações das manutenções das máquinas e ferramentas destinadas a

produzir.

Além de conhecer a situação existente, ter a visão da situação futura e planos de ação,

a indústria de produção deverá ter meios de medir se os resultados das ações estão

compatíveis com as metas propostas. Para tanto, são utilizados indicadores das manutenções

que medem e avaliam: a disponibilidade e a confiabilidade; a redução da demanda de

serviços; o faturamento; a otimização dos custos; a segurança pessoal e das instalações; a

preservação ambiental; a moral e a motivação dos colaboradores.

Segundo Tavares (1999), para facilitar a avaliação das atividades de manutenção, e

permitir tomada de decisões e o estabelecimento de metas, devem ser gerados relatórios

concisos e específicos formado por tabelas de índices, alguns dos quais acompanhados com

seus respectivos gráficos, projetados de forma que sejam de fácil análise e adequados a cada

nível gerencial.

De acordo com Kardec, Flores e Seixas (2002), há diversos indicadores de avaliação

de manutenção e que devem ser cuidadosamente analisados, no tocante as suas

especificidades pelas empresas de produção, mão-de-obra, tipo de negócio, condição

operacional, etc. São definidas das seguintes formas:

a) Indicadores Corporativos: são indicadores estratégicos de longo prazo que a alta gerência

utiliza para o planejamento empresarial;

b) Indicadores financeiros: são utilizados para assegurar que os setores afins de uma empresa

estão indo ao encontro de um conjunto de objetivos financeiros definidos no plano

estratégico;

c) Indicadores eficiência e eficácia: são utilizados para examinar a eficiência e a eficácia das

funções táticas presentes na manutenção;

d) Indicadores táticos: monitora os indicadores que funcionais numa base, períodos de tempo

e fazem uma avaliação global da manutenção;

71

e) Indicadores Funcionais: são os indicadores que mostram como as funções são

desempenhadas. Sejam elas: Manutenção preventiva, inventário e aquisição, sistema de

ordens de serviços, sistema computadorizado para o gerenciamento da manutenção,

treinamento técnico e interpessoal, manutenção preditiva, envolvimento operacional,

manutenção centrada na confiabilidade, manutenção produtiva total, otimização financeira

e melhoramento contínuo.

Tavares (1999) afirma que são utilizados mundialmente 6 indicadores de performance

na manutenção, sendo assim chamados de indicadores classe mundial. São eles: tempo médio

entre falhas - TMEF, tempo médio para reparo - TMPR, tempo médio para falhar - TMPF,

disponibilidade – DISP, ou seja, a razão entre o TMEF e a diferença TMEF e TMPR obtendo-

se o resultado em percentual, custo de manutenção por equipamento e custo de manutenção

pelo valor de reposição. Cita ainda vários outros indicadores de manutenção, estes

relacionados à gestão de equipamentos, gestão de custos e gestão de mão-de-obra.

Xenos (1998) enfatiza que os resultados da manutenção podem ser medidos através

dos seguintes itens de controle:

a) Número de falhas por período de tempo;

b) Tempo de interrupção da produção por período de tempo;

c) Custo de manutenção por período de tempo.

Já para Takashima e Flores (1996, p. 69-70), os indicadores devem ser trabalhados de

forma a evitar ações, interpretações, conotações que não levem ao aumento da produtividade,

ou seja, devem evitar ser usados:

a) Apenas para monitoração;

b) Para descobrir erros;

c) Sem associação com a estratégia global da empresa;

d) Apenas cortar custos em vez de melhorar a produtividade e a qualidade;

e) Sem enfoque na satisfação das pessoas.

Takashima e Flores (1996) concluem que os indicadores devem ser utilizados para

fornecer ao gestor de manutenção informações que possibilitem a melhoria do processo

produtivo, o atendimento às perspectivas dos clientes e a descentralização de informações.

No Brasil a Associação Brasileira de Manutenção (ABRAMAN) fornece uma visão

geral do desempenho dos órgãos de manutenção de diversos setores da economia brasileira e

abrange as seguintes áreas: organização da manutenção; perfil das atividades de manutenção;

recursos humanos na empresa; custos; contratação de serviços; controle da manutenção;

informática na manutenção; PNQC – Programa Nacional de Qualificação e Certificação de

72

Pessoal na Área de Manutenção; qualidade na manutenção; equipamentos; treinamentos e

desenvolvimento tecnológico; segurança Industrial.

Percebe-se que as empresas brasileiras estão acordando para as necessidades de

investimentos na área da manutenção como garantia de uma produtividade contínua.

A aplicabilidade da manutenção preventiva e preditiva analisará e concorrerá para a

minimização de falhas, através de exames lógicos e sistemáticos de um item / equipamento ou

de seus diagramas, identificando a probabilidade, causas e conseqüências de falhas reais ou

potenciais.

Para qualquer organização, o interesse principal é a melhoria contínua de seus

processos produtivos no desejo de obter níveis de excelência em desempenho e a manutenção

dos meios de produção. Em virtude de sua essencialidade, tal manutenção torna-se mais

preponderante.

Ao se trabalhar em prol da vida útil de equipamentos, de sistemas, de instalações, de

comunidades, do meio, estar-se-á colaborando com a preservação e manutenção da espécie.

Por essa razão, a melhoria e investimento nas organizações de manutenção devem ter

caráter eficaz e eficiente de acordo com dois paradigmas, segundo Kardec, Arcuri e Cabral

(2001):

a) Projetos de mudança radical, que levam à revisão e reformulação amplas, a qual se

completa nos processos existentes ou à implementação de novos recursos, sendo

usualmente executados por equipes multifuncionais externos às operações rotineiras

(Gerência de Diretrizes).

b) Atividades de otimização paulatina e sustentada, efetuadas em pequenos passos existentes,

normalmente pelas equipes envolvidas no dia-a-dia operacional (Gerência de Rotina).

2.9 SEIS SIGMA

A estratégia gerencial Seis Sigma nasceu na Motorola, em 15 de janeiro de 1987, com

o objetivo de tornar a empresa capaz de enfrentar os concorrentes estrangeiros, que estavam

fabricando produtos de melhor qualidade a um custo mais baixo.

Para Sacomano e Melo (2004), o Seis Sigma é uma estratégia gerencial e altamente

quantitativa, que tem como objetivo aumentar a lucratividade das empresas por meio da

redução de custos e melhoria da qualidade dos produtos, utilizando-se de uma metodologia de

73

investigação rígida e estruturada das variáveis que influenciam os custos, qualidade e tempo

de ciclo, e da aplicação de ferramentas estatísticas conhecidas. As equipes de Black Belts

procuram resolver problemas, tendo como ponto de partida a perspectiva do cliente.

Ainda segundo Sacomano e Melo (2004), as empresas enfrentam muitos desafios

precisando aumentar sua produtividade e tornarem-se competitivas. Esta necessidade

impulsiona às organizações na busca por novas metodologias e técnicas de gestão. Todas as

metodologias e técnicas disponíveis para uso têm seu valor. Dentre elas, Seis Sigma e

Pensamento Enxuto destacam-se como as mais procuradas pelas empresas nacionais.

Os autores afirmam ainda que os benefícios resultantes de se alcançar padrão Seis Sigma

são traduzidos do nível da qualidade para a linguagem partes defeituosas por milhão (ppm),

conforme tabela a seguir.

Tabela 4: Tradução do nível da qualidade para partes defeituosas por milhão

NÍVEL DA QUALIDADE DEFEITOS POR MILHÃO (PPM)

Dois Sigma 308.537

Três Sigma 66.807

Quatro Sigma 6.210

Cinco Sigma 233

Seis Sigma 3,4

Fonte: Werkema (2002).

Segundo Blauth (2003), a Estratégia Seis Sigma é uma extensão dos conceitos da

Qualidade Total com foco na melhoria contínua dos processos, iniciando por aqueles que

atingem diretamente o cliente. A estratégia Seis Sigma não é uma proposta inovadora. Ela

aproveita todas as iniciativas de qualidade que estão em andamento ou que já foram

implantadas na instituição, harmonizando-as e estabelecendo metas desafiadoras de redução

de desperdício. A filosofia que sustenta o Seis Sigma é a da melhoria contínua e pode ser

aplicada a empresas de todos os tamanhos, nos vários ramos de prestação de serviços ou de

manufatura, seja de capital público ou privado.

Ainda segundo o autor o ciclo DEMAIC tem as mesmas características do ciclo

PDCA, ou seja, esse ciclo é formado pelas seguintes etapas:

a) “D” DEFINIR. Nesta etapa é necessário definir com precisão:

- as necessidades e desejos dos clientes;

- transformar as necessidades e desejos dos clientes em especificações do processo,

considerando a disponibilidade de fornecimento de insumos, a capacidade produtiva e o

74

posicionamento do serviço ou produto no mercado, tendo em conta as ofertas dos

concorrentes.

b) “M” MEDIR. Nesta etapa é necessário medir com precisão o desempenho de cada etapa

do processo, identificando os pontos críticos e passíveis de melhoria. Todas as vezes em

que ocorrem defeitos no processo, acontecem gastos adicionais de recursos para repor o

nível de produção: insumos, tempo, mão de obra para executar a atividade. Esses custos

precisam ser mensurados.

c) “A” ANALISAR. Analisar os resultados das medições permite identificar as “lacunas”, ou

seja, determinar o que falta nos processos para atender e encantar os clientes. A busca da

causa-raiz dos problemas leva ao desenvolvimento de hipóteses e à formulação de

experimentos, visando à eficácia dos processos. Para realizar as melhorias nos processos

são elaborados projetos ou planos de ação acompanhados de cronogramas,

dimensionamento de recursos necessários, custos e retorno do investimento.

d) “I” IMPLEMENTAR. O sucesso da implementação das melhorias está relacionado com a

forma de venda do plano às pessoas, que deve contemplar a demonstração das vantagens

que a mudança vai trazer e, sempre que possível, aproveitar suas contribuições na forma

de operacionalizar a estratégia.

e) “C” CONTROLAR. O estabelecimento de um sistema permanente de avaliação e controle

é fundamental para garantia da qualidade alcançada e identificação de desvios ou novos

problemas, os quais devem exigir ações corretivas e padronizações de processos.

2.10 MANUTENÇÃO ORGÂNICA

Manutenção Orgânica ou Arquitetura de Manutenção são termos criados pelos autores

para exprimir requisitos arquitetônicos, construtivos, de instalação e de equipamentos, que a

arquitetura deve prever e incorporar ao edifício, para viabilizar, facilitar e tornar econômica e

racional a manutenção futura e, principalmente, para assegurar a imprescindível

“Continuidade Operacional” (sem interrupção) de setores vitais e críticos (KARMAN, 1995).

Ainda segundo o autor, a Manutenção Orgânica encontra-se vinculada à Arquitetura, à

Construção, às Instalações, aos Equipamentos e à Funcionalidade. Os Espaços Técnicos,

imprescindíveis à Manutenção Operacional, presente e futura, devem ser contemplados em

75

projeto, segundo provisão da Manutenção Orgânica. O campo de abrangência da Manutenção

Orgânica é amplo e variado.

A Manutenção Operacional é a que sucede e é a que dá continuidade à Manutenção

Orgânica, prevenindo, conservando, reparando, preservando e assegurando a operacionalidade

(KARMAN, 1995).

A manutenção orgânica é a manutenção “antecipativa” por preceder à manutenção

preventiva e inicia-se no planejamento e projeto da edificação. Trata-se do diligenciamento do

projeto com intuito de fornecer informações técnicas de prevenção a problemas futuros

(AZEVEVEDO, 2007).

Ainda segundo o autor, a principal finalidade da manutenção orgânica é garantir alto

grau de mantenabilidade aos sistemas produtivos, contribuindo desta maneira para que a

organização torne a atividade manutenção fonte geradora de vantagem competitiva. O

principal objetivo da manutenção orgânica é gerar mecanismos para que o Departamento de

Manutenção trabalhe dentro de padrões ideais de logística, confiabilidade, recursos humanos e

custos.

Qualquer organização terá um alto grau de mantenabilidade, quando a manutenção

orgânica se relacionar de modo eficaz com fatores, como: recursos humanos, logística,

confiabilidade e custos.

76

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA

3.1 ESCOLHAS METODOLÓGICAS

A partir da descrição de Vergara (2004), considerando a natureza e objetivo deste

trabalho, a presente investigação segue as seguintes orientações:

a) Quanto à natureza: é classificada como pesquisa aplicada, pois objetiva gerar

conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos de

interesse local. No caso da pesquisa proposta neste trabalho, pretende-se investigar os

principais fatores que limitam a utilização da manutenção eficaz nas empresas de calçados

instaladas na Região do Cariri.

b) Quanto à forma de abordagem do problema: é uma pesquisa quantitativa, pois

transformará os dados coletadas em informações quantificáveis, ou seja, buscar-se-á a

tradução de opiniões e informações em números para em seguida classificá-las e analisá-

las. Neste sentido, serão utilizadas ferramentas estatísticas, como média, desvio padrão,

percentuais e histogramas, por exemplo.

c) Quanto aos objetivos: neste caso, é classificada como exploratória e descritiva uma vez

que:

- Exploratória porque será buscada uma maior proximidade com o problema no sentido de

torná-lo explícito e construir hipóteses. O desenvolvimento da pesquisa exploratória

envolve levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas que tiveram experiências

práticas com o problema pesquisado. No caso desta pesquisa, será buscado o

detalhamento e a construção de pressupostos que buscam explicar os motivos pelos quais

as empresas em estudo não utilizam a manutenção eficaz. Para o seu desenvolvimento

será necessário identificar previamente, através de levantamento bibliográfico, os

principais fatores associados ao problema em estudo, barreiras à manutenção eficaz, e

desenvolver uma pesquisa de campo para verificar e validar os pressupostos inicialmente

estabelecidos.

- Descritiva, uma vez que visa descrever as características de um fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de

coleta de dados, normalmente sob a forma de questionário ou observação sistemática.

Assume, em geral, a forma de levantamento. Neste sentido, a pesquisa a ser desenvolvida

77

tem o objetivo de caracterizar os fatores limitantes ao uso da manutenção eficaz em

empresas produtoras de calçados da Região do Cariri. O levantamento será realizado

através de aplicação de questionários nas empresas selecionadas.

d) Quanto aos procedimentos: será utilizada a pesquisa bibliográfica, documental e

levantamento de campo. A pesquisa documental será realizada a partir da consulta a

material já publicado sobre o tema, o qual é constituído principalmente de livros, artigos

de periódicos e materiais disponibilizados na Internet. Os principais temas a serem

trabalhados na pesquisa bibliográfica e documental estão relacionados com a definição,

tipologia e particularidades da manutenção, bem como com a identificação e

caracterização das barreiras relacionadas a sua correta utilização. A pesquisa de campo,

por sua vez, será utilizada visando a coleta dados diretamente no local da ocorrência dos

fatos. Neste caso, será aplicado um questionário nas empresas de calçados instaladas na

Região do Cariri, especificamente nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha,

visando validar os pressupostos estabelecidos a partir da pesquisa bibliográfica.

3.2 INSTRUMENTO DA PESQUISA E COLETA DE DADOS

A presente pesquisa terá a etapa de levantamento de dados realizada através da

aplicação de um questionário. Segundo Almeida e Botelho (2006), o questionário é um dos

instrumentos mais importantes de coleta de dados em pesquisas quantitativas e consiste num

conjunto formal de perguntas utilizadas para obter informações dos entrevistados. Seu

principal objetivo é responder o problema de pesquisa.

Considerando que o objetivo desta pesquisa é identificar as principais barreiras à

prática da Manutenção Eficaz nas pequenas empresas de calçados da Região do Cariri,

o questionário a ser utilizado foi desenvolvido de maneira a contemplar as variáveis

necessárias, através de perguntas alinhadas com o tema e linguagem adequada.

As perguntas são estruturadas (fechadas) com opção de múltipla escolha. Com este

tipo de pergunta espera-se obter respostas rápidas e objetivas. Somente a última pergunta, que

trata diretamente das barreiras à prática da manutenção eficaz, é do tipo aberta, possibilitando

que o entrevistado expresse sua opinião sem as limitações impostas pelas alternativas

utilizadas nas perguntas estruturadas.

78

A coleta de dados será realizada através de levantamento (survey), o qual, segundo

Almeida e Botelho (2006), é o método de entrevista que se refere ao uso de um questionário

estruturado aplicado a uma amostra de população e destinado a coletar informações

específicas dos entrevistados. No caso desta pesquisa, a amostra será obtida a partir do

universo de empresa de pequeno porte, fabricantes de calçados, instaladas nas cidades de

Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha.

O background do pesquisador é de grande importância para a pesquisa. Segundo

Gunther (2003), nesta dimensão entram as considerações: imagem e afiliação do pesquisador,

inclusive a imagem da organização à qual o pesquisador é afiliado; a distância social e

cultural pesquisador/organização e respondente; relevância do assunto para o respondente;

viés do pesquisador/organização.

As entrevistas serão realizadas pelo próprio pesquisador, o qual possui bons

conhecimentos sobre o tema explorado, manutenção eficaz, e sobre os sistemas produtivos em

estudo, fábricas de calçados. Na concepção de Günther (2003), a aplicação pessoal dos

questionários, quando comparado aos instrumentos auto-aplicáveis, apresenta a vantagem de

apresentar explicitamente os objetivos, tirar dúvidas e realizar a coleta das informações

adicionais.

Ressalte-se que o questionário a ser utilizado na pesquisa foi desenvolvido com base

no instrumento utilizado pela Associação Brasileira de Manutenção (ABRAMAN) no

desenvolvimento de seu diagnóstico bianual da manutenção no Brasil. Essa base favoreceu a

adequação da linguagem, uma vez que o instrumento foi construído originalmente com termos

técnicos e expressões comuns aos profissionais ligados à atividade de manutenção.

Na adaptação do questionário da ABRAMAN para o instrumento desta pesquisa foram

realizadas diversas modificações com o intuito de alinhar as perguntas com o objetivo da

pesquisa.

Nesse sentido, a nova versão do questionário passou a ter 12 variáveis, as quais são

trabalhadas em 48 indicadores conforme o Quadro 5, a seguir.

79

Variáveis Definição Indicadores 1. Recursos Humanos e Centros de Trabalho

Relaciona-se aos quantitativos do pessoal próprio e as

divisões setoriais das empresas

Número de empregados geral e por setor; Formas de treinamento; Setores carentes de treinamento; Grau de especialização do pessoal de manutenção; participação do pessoal de produção na manutenção; Turn-Over.

2. Organização da Manutenção

Relaciona-se a organização estrutural e ao nível hierárquico da manutenção

Tipo de estrutura; Nível hierárquico.

3. Perfil das Atividades de Manutenção

Relaciona-se a forma de execução dessas atividades

Pessoal próprio, contratado ou ambos.

4. Custos

Relacionam-se as informações financeiras

Faturamento bruto; Valor do Imobilizado; Previsão orçamentária para manutenção; Relação de custos.

5. Manutenção contratada

Relaciona-se a formas e tendências de contratação

Homem/hora; Tarefas; Serviço fechado; Responsabilidade; Tendência para os próximos anos; Critérios adotados.

6. Controle da Manutenção

Relaciona-se a apropriação dos serviços de manutenção em relação ao número de horas/homem trabalhadas em %

Tipo de Manutenção; Manutenção corretiva; Preventiva por tempo; Preventiva por estado.

7. Informática na Manutenção

Relaciona-se aos sistemas informatizados de gestão da manutenção

Softwares; hardwares; aplicações

8. Qualidade na Manutenção

Relaciona-se a aplicação de algum sistema de qualidade

Quais serviços; Programa; Ferramentas.

9. Equipamentos Relaciona-se à idade e conservação dos equipamentos

Tipo de monitoramento; Idade média e conservação de equipamentos, instrumentos e ferramentas;

10. Treinamento e desenvolvimento tecnológico

Relaciona-se ao treinamento do pessoal de manutenção e a preservação e desenvolvimento da tecnologia relacionada à manutenção

Treinamento anual do pessoal de manutenção; Tecnologia na manutenção; Carência de formação do pessoal; Horas aplicadas em treinamento; Atividade de engenharia de manutenção.

11. Manutenção eficaz Relacionam-se as barreiras à manutenção eficaz

Causas determinantes e principais dificuldades

12. Identificação e Caracterização das Empresas Estudadas

Relaciona-se à identificação das empresas que farão parte

do estudo.

Razão social; Sigla; CGF; Endereço; Telefone; Município; Setor de atividade; Contato; E-mail; Ano de fundação; Tipo de sociedade; Classificação; Escolaridade do sócio majoritário; Tipo de gestão.

Quadro 5: Relação entre variáveis e indicadores Fonte: elaborado pelo autor.

80

Durante esta atividade buscou-se a eliminação de perguntas desnecessárias e a

adequação daquelas tendenciosas ou com duplo efeito (duas variáveis em uma única

pergunta).

Seguindo as recomendações de Gunther (2003), o conjunto de itens que trata das

características socioeconômicas do respondente foi apresentado somente ao final da pesquisa,

pois, para o referido autor, “um erro mais que comum é começar um instrumento com o

levantamento de dados pessoais, às vezes até chamando seção de ‘identificação’” (os grifos

são do autor).

A versão final do questionário da pesquisa está disponível no Apêndice A. Após sua

elaboração, o questionário foi submetido a um pré-teste. Esta avaliação permitiu ajustar o

instrumento no sentido de torná-lo mais objetivo e direcionado para os resultados esperados

da pesquisa. Ao final do pré-teste foram realizados pequenos ajustes de nomenclatura, pois se

percebeu que nem todos os entrevistados têm familiaridade com termos técnicos específicos

da manutenção. Também foi realizada uma reordenação na seqüência das perguntas, de forma

a aproximar assuntos correlatos e tornar a entrevista breve e agradável.

3.3 AMBIENTES FÍSICOS DA PESQUISA

Segundo Galvão (2001), na história da expansão da indústria de calçados no Brasil,

três fases foram percorridas:

d) A primeira, que se inicia nos anos 60 e se encerra na metade da década de 70, quando a

indústria era praticamente constituída por pequenas e médias empresas, a maioria

produzindo em regime quase artesanal;

e) A segunda, quando ocorre o boom das exportações, entre o início dos anos 70 e o final

dos anos 80, quando as empresas crescem de tamanho e algumas se tornam empresas

gigantes, passando a manifestar várias características da produção em massa de bens

padronizados;

f) A terceira, de crise (que se inicia na segunda metade dos anos 80), marcada pela

ocorrência de uma nova reorganização produtiva do setor, mais voltada para o sistema de

produção flexível, com maior ênfase na qualidade e na produção de bens mais

diferenciados. Esta fase também é fortemente marcada pelo início de um amplo processo

81

de relocalização geográfica da indústria no sentido das regiões Sul e Sudeste para o

Nordeste.

Entre as empresas do setor calçadista, houve clara tendência de relocalização de

unidades produtivas para a região Nordeste do País, especialmente para os Estados do Ceará e

Bahia. Segundo esse autor, entre os anos de 1990 e 1996, houve aumento de 200% no total de

empregos gerados pela indústria calçadista no Nordeste, particularmente no Ceará (GARCIA,

2001 apud FRANCISCHINI; AZEVEDO, 2003).

De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados

(Abicalçados), o Ceará ocupava, em 31 de dezembro de 2005, a posição de terceiro estado no

País na produção de calçados, com 44,2 mil vagas, representando 14,8% dos empregos

ocupados naquele estado. Na mesma época, Minas era o quarto colocado na produção de

calçados do Brasil, com 23,5 mil empregos – 7,8% dos empregos do estado. Paraíba, com 8,4

mil empregos (2,8% dos empregos do estado), ocupava a quinta posição. O Rio Grande do

Sul ocupa a primeira posição, com mais de 126 mil empregos no setor. São Paulo, segundo

lugar, com mais de 54 mil colocações. No estado do Ceará, podem-se identificar como pólos

calçadistas, a região metropolitana da grande Fortaleza e a Região do Cariri com ênfase as

cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha (AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS RS,

2007).

A Região do Cariri Cearense (figura 3), estrategicamente localizada no centro do

Nordeste, estando eqüidistante de praticamente todas as capitais da região, é hoje um dos

principais pólos de desenvolvimento do estado do Ceará. O parque industrial da região

concentra em torno de 90% de suas empresas nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato e

Barbalha.

82

Figura 3: Mapa da região do Cariri Fonte: CETEM (2007).

A economia da Região é, predominantemente, constituída de Micro e Pequenas

Empresas - MPE’s, conforme dados da FIEC (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO

ESTADO DO CEARÁ, 2004). As Micro e Pequenas Empresas industriais formalmente

constituídas na Região do Cariri e cadastradas na FIEC (2004) são de: calçados e artigos de

couros e plásticos, confecções e artigos de vestuários, produção de cerâmica vermelha e pré-

moldado, folheados e lapidados de jóias, artefatos de alumínio. Ainda, em número reduzido,

encontram-se as indústrias farmacêuticas, de alimentos e de extração mineral, entre outras. A

distribuição das MPE industriais por tipo de atividade é mostrada no Gráfico 1.

Gráfico 1: Distribuição das MPE industriais por tipo de atividade Fonte: Federação das Indústrias do Estado do Ceará (2004).

Focando no setor de calçados, a origem do pólo está associada ao dinamismo do

comércio de Juazeiro do Norte. A cidade despontou como o segundo maior centro comercial

do Ceará, durante a década de 60, originando por meios próprios algumas empresas

83

produtoras de sandálias micro porosas e de placas de borracha de EVA, matéria-prima básica

para a fabricação dos calçados. Atualmente, a região se destaca como maior produtora de

EVA do Brasil, contando com 9 empresas do setor, (CEARÁ, 2004).

Ainda segundo a Secretaria de Desenvolvimento Local e Regional (CEARÁ, 2004),

com a existência de matéria-prima básica no local, alguns comerciantes de calçados passaram

a montar suas fábricas para produzir os calçados, passando seus conhecimentos de pai para

filho.

Outras empresas, de maior porte, foram atraídas para região devido à aglomeração que

estava se formando e pela subvenção fiscal oferecida pelo Estado. Atualmente, vários elos da

cadeia produtiva de calçados já estão localizados na região, identificando o local como um

“pólo calçadista”. Por sua vez, o pólo passou a atrair profissionais técnicos da área que

também resolveram abrir unidades fabris.

Não há uma estatística oficial, mas estima-se a existência de 300 a 400 produtores

ativos e 200 inativos no setor de calçados, empregando aproximadamente 8.000 pessoas em

posto formais e informais. Deste total, estima-se quanto ao porte das empresas que: 70% são

micro, 25% pequenas e 5% grandes empresas. O número crescente de fechamento de

empresas se acentuou nos últimos 5 anos, tendo como justificativa a alta concorrência e falta

de qualidade do produto frente às grandes indústrias (CEARÁ, 2004).

A produção varia muito de fábrica para fábrica, dependendo do porte da empresa. As

maiores empresas chegam a produzir até 90 milhões de pares/ano, enquanto que as micro

fabricam em torno de 92mil pares/ano e as pequenas 650mil pares/ano. As grandes empresas

utilizam processos mais automatizados e esteiras rolantes. Já as pequenas, utilizam processos

mais manuais, onde a mão-de-obra é fator determinante para o ritmo de trabalho e qualidade

do produto (CEARÁ, 2004).

Os calçados tipicamente fabricados neste setor são sandálias surf com borracha de

EVA (Copolímero de etileno e vinil acetato), injetados em PVC (Policloreto de vinila), TR

(Borracha termoplástica) e uma pequena quantidade em PU (Poliuretano). São produzidas

ainda sandálias de rabicho feitas artesanalmente com couro.

As micro e pequenas empresas utilizam o mercado local, regional e pequeníssima

parte do nacional, tendo inserções ocasionais no internacional. As médias e as grandes já têm

os mercados local, regional, nacional e internacional (SERVICO BRASILEIRO DE APOIO

AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2005).

Portanto, é neste cenário que a pesquisa será desenvolvida, com foco nas principais

barreiras à prática da Manutenção Eficaz pelas pequenas empresas do setor calçadista da

84

região, especificamente nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, setor

cuidadosamente selecionado pelo seu potencial econômico, de geração de renda, quantidade

de empresas, máquinas e equipamentos instalados.

3.4 PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO

Assim para finalizar o planejamento e programação da pesquisa de campo, foi

delimitada a região, as cidades, o segmento empresarial e definidas as empresas a serem

estudadas.

A classificação do porte das empresas foi realizada seguindo o enquadramento proposto

pelo SEBRAE, o qual se baseia no número de funcionários:

a) Micro Empresa - ME as empresas industriais com até 19 empregados;

b) Empresa de Pequeno Porte - EPP aquelas que tenham em seu quadro de funcionários entre

20 e 99 empregados;

c) Empresa de Médio Porte - EMP aquelas que tenham em seu quadro de funcionários entre

100 e 499 empregados; e,

d) Empresa de Grande Porte - EGP aquelas que tenham em seu quadro de funcionários acima

de 500 empregados.

Com base na classificação das empresas pelo SEBRAE, optou-se por desenvolver

a pesquisa nas Empresas de Pequeno Porte, haja vista que diante do cenário

apresentado são aquelas que permitem ao pesquisador uma melhor acessibilidade as

informações necessárias.

Conforme já mencionado neste trabalho, não existe uma estimativa confiável acerca

do número de empresas de calçados estabelecidas na região. Assim, como fonte inicial de

referencia, solicitou-se ao SEBRAE, escritório regional do Cariri, uma relação das Pequenas

Empresas do setor calçados localizadas na região. Foi fornecida uma lista com razão social,

endereço, telefone e contato de 40 empresas. Destas verificou-se que 16 estavam fora da

classificação estabelecida pelo SEBRAE para empresas de pequeno porte; 3 já haviam

encerrado suas atividades; 4 não foram localizadas, mesmo recorrendo a outras fontes de

informação e 7 se negaram a participar da pesquisa.

Assim sendo, a amostra utilizada para o desenvolvimento desta pesquisa é

composta por 10 empresas de pequeno porte produtoras de calçados localizadas nas

85

cidades de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte, representando 25% do universo das

empresas de pequeno porte cadastradas no SEBRAE.

O pesquisador entrou em contato com cada uma das empresas selecionadas e

estruturou o cronograma com a programação das visitas. Na ocasião também foram fornecidas

informações sobre os objetivos da pesquisa e sobre o perfil do profissional a ser indicado para

responder a pesquisa.

Para Gunther (2003), no que diz respeito às características do respondente, deve-se

buscar um profissional capaz de expressar a sua opinião particular e não apenas reproduzir a

opinião de outros. Nesse sentido, é importante que o respondente indicado pela empresa seja

capaz de opinar sobre todos os assuntos no questionário. O autor ressalta ainda que uma

experiência anterior com participante em pesquisa é desejável, mas não é condição sine qua

non.

A identificação das empresas encontra-se em sigilo, objetivando resguardar as

informações fornecidas. Isto se deve ao acordo firmado com as empresas participante do

trabalho de pesquisa de campo.

86

CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O presente capítulo realiza a apresentação e análise dos principais resultados obtidos

com a aplicação do questionário nas empresas selecionadas para participar da pesquisa.

Estes resultados foram organizados em 12 diferentes grupos, os quais correspondem às

variáveis contempladas pelo questionário.

Durante a análise dos resultados buscou-se, além da simples análise destes, a

identificação de sua relação com os resultados obtidos nos demais grupos.

4.1 RECURSOS HUMANOS DA EMPRESA E CENTROS DE TRABALHO

4.1.1 Número de empregados da empresa

Levando-se em consideração o número de funcionários, verificou-se que em 90% das

empresas pesquisadas o quadro de funcionários é formado por mais de 80 pessoas e apenas

10% apresentou uma média entre 61 e 80. O gráfico 2 mostra ainda que nas outras faixas o

percentual de repostas foi nula.

Gráfico 2: Número de empregados da empresa

0,00% 0,00%

10,00%

90,00%

20-40 41-60 61-80 81-99

87

De acordo com a Gráfico 2, tem-se que a média de funcionários das empresas

selecionadas se aproxima do limite superior da classificação do SEBRAE para empresas de

pequeno porte, mostrando que estas empresas tendem em um curto espaço de tempo

transformar-se em empresas de médio porte.

A seleção das empresas foi realizada de forma a contemplar aquelas que

apresentassem uma estrutura mais adequada à proposição do trabalho, haja vista que em

empresas muito pequenas as dificuldades para a identificação das barreiras à Manutenção

Eficaz seriam maiores em virtude de uma menor quantidade de equipamentos e pessoal

envolvido com as atividades da manutenção.

4.1.2 Distribuição do pessoal lotado por setor

Em relação ao pessoal envolvido com as atividades de manutenção, a distribuição

apresentada na Gráfico 3 mostra que o setor de manutenção é o que apresenta menor

quantidade de pessoas, com apenas 2,70% dos funcionários das empresas entrevistadas. A

produção, por sua vez, é aquele onde a maior parte do pessoal está lotado, apresentando um

índice de 92,42%.

Gráfico 3: Distribuição de pessoal lotado por setor

Os índices apresentados no Gráfico 3 indicam que nas empresas pesquisadas a

distribuição de pessoal por setor não acompanha a tendência das empresas em nível nacional,

92,42%

4,87%

2,70%

PRODUÇÃO ADMNISTRAÇÃO MANUTENÇÃO

88

haja vista que a pesquisa da ABRAMAN realizada em 2005 apresentou um índice de 21,74%

de pessoas lotadas no setor de manutenção, em comparação com o número total de

funcionários das empresas.

Portanto, tem-se um indicativo de que as empresas pesquisadas tendem a

subdimensionar o tamanho da equipe de manutenção. Esta decisão, no entanto, pode

interferir na qualidade da manutenção praticada, aumentando os tempos de reparo e

comprometendo diretamente a produção.

4.1.3 Principais formas de treinamento oferecidas na empresa

Quanto às formas de treinamento oferecidas pelas empresas para os profissionais da

manutenção, contatou-se que 50% não oferecem nenhum tipo de treinamento, 50% treinam os

funcionários na própria empresa, 20% fazem treinamento através de instituições

especializadas e os 20% restantes realizam os treinamentos através de fornecedores e clientes.

Estes resultados encontram-se apresentados no Gráfico 4.

Gráfico 4: Principais formas de treinamento oferecidas na empresa

Assim sendo, constata-se a necessidade de investimentos em treinamentos para o

pessoal da manutenção, já que 50% das repostas indicam que as empresas não oferecem

nenhum tipo treinamento.

Mesmo considerando o grupo de empresas que realiza treinamentos, tem-se ainda que

a grande maioria quando faz é dentro da própria empresa, o que de certa forma impede que os

profissionais da manutenção tenham uma visão externa das melhores práticas exercidas por

outras empresas.

50,00% 50,00%

20,00% 20,00%

NÃO OFERECE NA PRÓPRIA EMPRESA

EM INSTITUIÇÕES ESPECIALIZADAS

FORNECEDORES / CLIENTES

89

Essa necessidade de treinamento é confirmada pelos próprios entrevistados, uma vez

que ao serem questionados sobre as áreas com maior necessidade de capacitação, 90% das

empresas consultadas afirmaram que o referido setor necessita que sejam desenvolvidas

atividades de capacitação para os profissionais que atuam na área.

4.1.4 Áreas em que há necessidade de treinamento

Verificou-se ainda que a área de produção foi citada por 80% dos entrevistados e a

área de administração por 20%. Por fim, tem-se 10% dos entrevistados indicando que

nenhuma das áreas precisa de treinamento. O histograma apresentado no Gráfico 5 mostra

este resultado.

Gráfico 5: Áreas em que há necessidade de treinamento

Dessa forma, com base nos resultados apresentados no Gráfico 5, constata-se que a

área com maior necessidade de treinamento é a manutenção.

Considerando que o treinamento é de fundamental importância para o aporte de

conhecimentos e tecnologias essenciais para o aprimoramento dos processos de manutenção

e, consequentemente, para o aumento da qualidade e produtividade desses serviços, tem-se

que esta deficiência funciona como uma barreira para que a manutenção eficaz possa ser

adequadamente desenvolvida, ou seja, que os serviços de manutenção ocorram com

qualidade, rapidez, flexibilidade e custos adequados.

Ampliando a discussão da questão sobre necessidade de treinamentos para a gestão de

pessoas na manutenção de uma forma mais ampla, foi realizada uma pergunta fechada com

quatro alternativas.

90,00% 80,00%

20,00% 10,00%

MANUTENÇÃO PRODUÇÃO ADMNISTRAÇÃO NENHUMA

90

4.1.5 Principais dificuldades encontradas com o quadro de funcionários

Dentre as possibilidades apresentadas, a principal dificuldade, apontada por 50% dos

participantes, foi a pontualidade/ assiduidade. Em seguida apareceu a falta de treinamento,

com um índice de 40%. Os 10% restantes afirmaram não saber indicar a principal dificuldade.

Este resultado encontra-se apresentado no Gráfico 6, a seguir.

Gráfico 6: Principais dificuldades com o quadro de funcionários

Conforme relatado, verifica-se no Gráfico 6 que os principais gargalos para a gestão

de pessoas na manutenção é a impontualidade e a falta de treinamento do pessoal da

manutenção. Este dois itens são muito importantes para a qualidade e a eficácia da

manutenção, com reflexo direto na eficiência da produção.

A falta ao trabalho gera lacunas que interferem na capacidade da manutenção em

prestar serviços ágeis e de qualidade, prejudicando o processo de produção em função de

perdas por falta de cumprimento prazos na entrega dos serviços. Este fator ainda é agravado

pelo subdimensionamento das equipes de manutenção, conforme discutido anteriormente. A

falta de treinamento, por sua vez, provoca serviços de má qualidade e dificuldades no

desenvolvimento das tarefas da manutenção.

50,00%

40,00%

10,00%

0,00% 0,00% PONTUALIDADE /

ASSIDUIDADETREINAMENTO NÃO SABE ESCOLARIDADE MOTIVAÇÃO

91

4.1.6 Grau de especialização da equipe de manutenção

Em relação ao nível de especialização das atividades realizadas pelos profissionais da

área de manutenção, conforme apresentado no Gráfico 7, constatou-se que 80% das empresas

pesquisadas afirmam que o pessoal de manutenção executa tarefas de mais de uma

especialidade. O grupo de empresas nas quais esse profissionais realiza apenas tarefas

especializadas corresponde a 10% da amostra. Por fim, aqueles que executam tarefas

especializadas em conjunto com tarefas complementares representam os 10% restantes.

Gráfico 7: Grau de especialização da equipe de manutenção

O perfil generalista, apontado por 80% das empresas, é exatamente o reflexo prático

da falta de treinamentos relatada anteriormente. Sem as atividades de capacitação, os

profissionais ligados à manutenção acabam não desenvolvendo nenhuma competência ou

especialização mais específica, ficando encarregados apenas pela solução de pequenos

problemas nas mais diversas áreas da empresa, o que implica em um desempenho negativo no

resultado global da manutenção.

80,00%

10,00%

10,00%

MULTIPLAS ESPECIALIDADE SOMENTE TAREFAS ESPECIALIZADAS ESPECIALIZADAS E COMPLEMENTARES

92

4.1.7 Participação do pessoal da produção nos serviços de manutenção

O gráfico 8 mostra que somente em 20% das empresas consultadas o pessoal da

produção auxilia nos serviços de manutenção. Os demais, ou seja, 80% da amostra

responderam que não há participação dos profissionais do setor de produção nas atividades de

manutenção.

Gráfico 8: Participação do pessoal da produção nos serviços de manutenção

Assim, conforme apontado no Gráfico 8, verificou-se nas empresas consultadas uma

forte tendência à gestão departamentalizada. Com isso, perde-se desempenho em função de

não se utilizar práticas comuns à qualidade total, onde há uma estreita colaboração entre todos

os setores da empresa. Nesse caso, independente do departamento onde o funcionário está

lotado, todos possuem um objetivo maior, que é produzir com qualidade e produtividade. Para

que os funcionários trabalhem alinhados com essa tendência, é necessário que sejam

realizados investimentos em capacitação visando desenvolver sua polivalência e sua pró-

atividade.

4.1.8 Rotatividade do pessoal de manutenção

A pesquisa apontou uma rotatividade (turnover) anual do pessoal de manutenção nula,

ou seja, nas empresas pesquisadas não há rotatividade significativa entre os profissionais

80,00%

20,00%

NÃO SIM

93

lotados no setor de manutenção. A pesquisa realizada pela ABRAMAN (2005) revela que em

média o turnover do pessoal de manutenção no Brasil é de 1,98%.

Apesar de existir uma diferença significativa entre os valores apresentados por esta

pesquisa e pela pesquisa da ABRAMAN, verifica-se que ambos são relativamente baixos.

Acredita-se que este resultado exista em função de uma combinação de fatores: tamanho

reduzido das equipes de manutenção; dificuldade que as empresas enfrentam para conseguir

mão-de-obra qualificada para atuar na manutenção; e a pequena quantidade de empresas na

região para onde os profissionais mais capacitados poderiam se transferir.

4.2 ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO

4.2.1 Forma de atuação da manutenção

A forma de atuação da manutenção, conforme apresentado no Gráfico 9, é centralizada

em 100% das empresas pesquisadas.

Gráfico 9: Forma de atuação da manutenção

Este fato se explica principalmente pelo tamanho das empresas, que por serem de

pequeno porte apresentam linhas de produção reduzidas, layouts simples, pequenas distâncias

100,00%

0,00%

0,00%

CENTRALIZADA DESCENTRALIZADA MISTA

94

entre o início o fim do processo produtivo, não comportando, portanto, outras formas de

atuação da manutenção, tais como descentralizada ou mista, estas adequadas principalmente

para plantas maiores e de maior complexidade.

4.2.2 Subordinações da manutenção

Outra particularidade identificada foi que em 100% das empresas pesquisadas a

manutenção está subordinada diretamente ao diretor da empresa. Esta consulta foi realizada

através de uma pergunta fechada com quatro alternativas. Conforme esquematizado na

Gráfico 10, nenhuma das empresas afirmou que a área de manutenção está subordinada a um

gerente, chefe de departamento ou outro cargo/função diferente daquele exercido pelos

diretores.

Gráfico 10: Subordinação da manutenção

Esta peculiaridade está justificada pelo fato de as empresas pesquisadas apresentarem

estrutura simplificada e um modelo de gestão familiar, conforme será apresentado ao logo

desta pesquisa, onde todas as decisões importantes, sejam estas de ordem econômica,

administrativa ou operacional, estão centralizadas na figura do diretor da empresa, reduzindo

desta forma os níveis de subordinação da manutenção.

100,00%

0,00%0,00%0,00%

DIRETORIA GERENCIA CHEFE DE DEPARTAMENTO OUTRA

95

4.3 PERFIL DE ATIVIDADES DA ÁREA DE MANUNTEÇÃO

4.3.1 Atividades sob a responsabilidade da manutenção e terceirizadas

As principais atividades desenvolvidas pelo setor de manutenção estão apresentadas

no Gráfico 11. Ao serem questionados sobre quais destas estão sob a responsabilidade do

setor de manutenção, constatou-se que nas empresas pesquisadas 100% das atividades de

administração de almoxarifado, compras, limpeza da área industrial, gestão dos resíduos,

manutenção das instalações de tratamento e efluentes, operação de utilidades e segurança do

trabalho, segurança no trabalho de manutenção, e da manutenção dos equipamentos e

instrumentos utilizados na manutenção são realizadas pelas equipes próprias de manutenção.

Além disso, verificou-se também que 80% das empresas entrevistadas têm na

manutenção a responsabilidade pelas atividades de operação da oficina de apoio à

manutenção, 30% pelas atividades de manutenção das instalações industriais/operacionais,

20% pela manutenção das instalações prediais e 10% pela operação da ferramentaria e a

realização de pequenos projetos de melhoria.

Gráfico 11: Atividades sob a responsabilidade da manutenção e terceirizadas Notas: 1 - Administração do almoxarifado da manutenção; 2 - Administração das compras da manutenção; 3 - Operação da Ferramentaria; 4 - Limpeza da área industrial / operacional; 5 - Manutenção de área para depósito de resíduos de processo; 6 - Gestão dos resíduos da manutenção; 7 - Manutenção de equipamentos e instrumentos utilizados na manutenção; 8 - Manutenção de instalações de tratamento de efluentes; 9 -Manutenção de instalações industriais / operacionais; 10 - Manutenção de instalações prediais; 11 - Operação da oficina de apoio à manutenção; 12 - Operação de utilidades (caldeira, grupo, gerador, etc); 13 - Pequenos projetos de melhoria; 14 - Segurança do trabalho na manutenção.

96

Analisando os dados apresentados no gráfico 11, verifica-se que o pessoal próprio da

manutenção está envolvido com muitas atividades não inerentes ao setor, o que de certa forma

gera uma sobrecarga e ocasiona um desvio do foco principal que é manter as maquinas e

equipamentos em bom estado de funcionamento, gerando como conseqüência uma

manutenção ineficaz.

Estes resultados permitem concluir que esta opção gerencial, de sobrecarregar as

equipes de manutenção com atividades de apoio, compromete o desempenho global da

manutenção, a qual, conforme salientado anteriormente, já opera com equipes reduzidas.

Observa-se também que as atividades mais especializadas são terceirizadas, o que evidencia

que a capacidade de produção da manutenção está limitada a tarefas pouco especializadas.

4.4 CUSTOS

4.4.1 Faturamento anual médio das empresas

A pesquisa mostrou em pergunta aberta que as empresas apresentam um faturamento

anual médio de R$1.690.000,00, mostrando a importância do setor para o fortalecimento da

econômica de região e ainda que, apesar deste faturamento, os recursos aplicados na

manutenção são pequenos em relação à média nacional.

4.4.2 Valor médio do capital imobilizado das empresas

Verificou-se também através de pergunta aberta que o capital imobilizado das

empresas em média é de R$ 854.000,00, sinalizando os baixos investimentos das empresas

em máquinas, equipamentos e instalações.

97

4.4.3 Previsão orçamentária anual para manutenção

Em relação à gestão dos custos de manutenção, verificou-se que a totalidade das

empresas pesquisadas não realiza previsão orçamentária anual para a manutenção das

máquinas e equipamentos (Gráfico 12).

0

100%

SIM NÃO

Gráfico 12: Previsão orçamentária anual para manutenção

O quadro reduzido de funcionários no setor de manutenção e a falta de investimentos

em treinamentos são indicativos de que estas empresas não vêem a manutenção como função

estratégica e, portanto, nestas empresas prevalece o entendimento de que não há necessidade

da previsão de orçamento para despesas e gastos com manutenção. Conforme será relatado ao

longo desta pesquisa, esta falta de previsão de orçamento está relacionada com a falta de

planejamento para as atividades de manutenção.

4.4.4 Percentual médio de gastos com manutenção

Em relação aos custos com manutenção, foi identificado prioritariamente o percentual

médio dos gastos com manutenção em relação ao faturamento anual bruto das empresas.

Neste sentido, a pesquisa apresenta como resultado um percentual médio de 1,7%, o

qual se encontra muito abaixo do resultado obtido pela pesquisa Nacional da ABRAMAN

(2005), o qual aponta para 4,1%.

98

Ao contrário do que possa parecer, ter um custo de manutenção baixo não indica que a

empresa está trabalhando de forma eficiente e lucrativa. Na verdade, esta constatação

evidencia uma gestão voltada para ações que contemplam apenas os resultados financeiros de

curto prazo, em detrimentos dos investimentos necessários a uma manutenção eficaz. Esta

prática leva a uma aplicação mínima de recursos no setor de manutenção, evidenciando, mais

uma vez, uma clara prioridade para a produção.

4.4.5 Composição dos custos de manutenção

Ainda em relação aos custos de manutenção, foi possível verificar que somente 10%

das empresas pesquisadas, conforme apresentado no Gráfico 13, fazem a composição dos

custos de maneira adequada, ou seja, consideram os diversos itens, tias como: pessoal próprio,

supervisores, materiais de escritório e despesas com treinamento, relacionados com o

desenvolvimento das atividades de manutenção.

Gráfico 13: Composição dos custos de manutenção

Apesar da importância fundamental do acompanhamento e controle dos custos dentro

do contexto da gestão da manutenção, observa-se através deste levantamento de dados que

apenas 10% das empresas pesquisadas estão preocupadas em apurar e obter de maneira

acurada o total dos gastos com as diversas atividades de manutenção, permitindo assim a

realização de um planejamento na aplicação dos recursos e sua correta apropriação na

avaliação dos resultados.

10%

90%

SIM

NÃO

99

É ainda importante salientar que, uma vez que uma série de itens de custos não estão

sendo corretamente alocados na composição dos custos de manutenção, o grupo que

representa 90% das empresas pesquisadas, ao não fazerem a correta composição dos seus

custos com a manutenção, sinalizam de que podem estar incorrendo em prejuízos com gastos

excessivos ou aplicando mal os recursos disponíveis.

4.5 MANUTENÇÃO CONTRATADA

4.5.1 Conceito da qualidade dos serviços de manutenção

Outro aspecto abordado pela pesquisa foi a avaliação dos serviços de manutenção

contratada. Nesse contexto, o primeiro item pesquisado foi a qualidade dos serviços

contratados.

A pesquisa mostra que 80% das empresas consideram a qualidade dos serviços

contratados como regular e 20% a consideram de qualidade boa (Gráfico 14).

Gráfico 14: Conceito da qualidade dos serviços contratados

Estes indicativos evidenciam a falta de qualificação do pessoal que trabalha com

manutenção também nas empresas terceirizadas. Este resultado se contrapõe aos resultados da

pesquisa nacional da ABRAMAN (2005), na qual se constatou um nível de satisfação

80%

20%

0 0 0 0 REGULAR BOA EXCELENTE MUITO BOA DEFICIENTE INSUFICIENTE

100

considerado como bom por parte de 56,04% da empresas pesquisadas e como regular por

22,41% dos entrevistados.

4.5.2 Critérios de contratação dos serviços terceirizados de manutenção

Quando consultados sobre os principais critérios adotados na contratação de serviços

terceirizados para as atividades de manutenção, 90% dos entrevistados afirmaram que baseia a

escolha da empresa terceirizada através de sua experiência. Os 10% restantes apontaram para

o critério qualidade. Apesar de o questionamento ter sido realizado por meio de uma pergunta

fechada, nenhum das demais alternativas foi selecionada pelos entrevistados, conforme

apresentado no Gráfico 15.

Gráfico 15: Critério de contratação de serviços terceirizados de manutenção

Os resultados da enquete sobre os critérios adotados na contratação dos serviços

terceirizados apontam para uma direção onde as empresas levam em conta principalmente a

experiência da empresa contratada e um percentual pequeno das empresas deram ênfase à

qualidade. Verificou-se não haver nenhuma preocupação com o nível tecnológico da empresa

contratada, bem como em relação ao preço e o prazo para entrega dos serviços.

A falta de atenção nos critérios supracitados contribui para que o nível de satisfação

com os serviços contratados, conforme apresentado anteriormente (Gráfico 14), seja

classificado apenas como regular, haja vista que itens importantes a serem observados quando

da realização de um contrato de prestação de serviços não são considerados.

0 10%

90%

PREÇO TECNOLOGIA PRAZO QUALIDADE EXPERIÊNCIA

101

4.5.3 Tendência de contratação dos serviços de manutenção

Ainda em relação à contratação de serviços terceirizados de manutenção, a pesquisa

revelou que em 60% das empresas consultadas existe uma tendência de manter o nível de

contratação atual e 40% pretendem aumentar o nível de contratação. Nenhuma das empresas

afirmou ter a intenção de diminuir a contratação deste tipo de serviço (Gráfico 16). Este

resultado provavelmente tem forte relação com o índice de satisfação apresentado em relação

a qualidade desses serviços.

Gráfico 16: Tendência da contratação de serviços de manutenção

4.6 CONTROLE DA MANUTENÇÃO

4.6.1 Utilização de ordem de serviço pelas empresas

Em relação aos procedimentos de controle da manutenção, conforme apresentado no

Gráfico 17, verificou-se que nenhuma das empresas pesquisadas realiza a emissão de ordens

de serviços na manutenção.

40%

60%

0

AUMENTAR MANTER O NÍVEL DIMINUIR

102

Gráfico 17: Utilização de ordem de serviço pelas empresas

Assim sendo, percebe-se que mesmo ferramentas mais elementares, como as ordens de

serviço, não são utilizadas. O extremo foi verificar que 100% das respostas foram negativas,

evidenciando que as práticas de manutenção são realizadas de forma empírica e voltadas para

a solução de problemas sempre após a ocorrência da falha.

Sabe-se, no entanto, que as ordens de serviços permitem que se faça um

acompanhamento das atividades de manutenção de forma consistente, pois normalmente

disponibilizam informações sobre: a máquina ou equipamento sujeito à intervenção; tipo de

atividade realizada; sua prioridade; falha ou defeito encontrado; duração do serviço; recursos

humanos e materiais utilizados; bem como outros tipos de dados que permitam avaliar a

eficiência da manutenção.

4.6.2 Desempenho da manutenção acompanhado por indicadores

Apesar de serem considerados como uma importante ferramenta para a melhoria da

manutenção foi constatado que apenas 10% das empresas entrevistadas afirmam utilizar

indicadores na manutenção (Gráfico 18).

0

100%

SIM NÃO

103

Gráfico 18: Acompanhamento da manutenção através de indicadores pelas empresas

4.6.3 Indicadores de manutenção utilizados pelas empresas

As empresas que afirmaram utilizar indicadores para a manutenção apontaram

unicamente para o indicador Freqüência de Falhas. Assim, conforme apresentado no Gráfico

19, se for considerada a totalidade da amostra, ter-se-á que apenas 10% das empresas

pesquisadas utilizam o indicador Freqüência de Falhas, sendo que os demais indicadores

apresentados como alternativas não foram sequer citados pelas demais empresas participantes

da pesquisa.

Gráfico 19: Indicadores de manutenção utilizados nas empresas

10%

90%

SIM

NÃO

10%

0 0 0 0

FREQUENCIA DE FALHAS

CUSTOS SATISFAÇÃO DO CLIENTE

RE - SERVIÇOS DISPONIBILIDADE OPERACIONAL

104

Esta constatação evidencia a falta de controles mais eficientes no processo de

gerenciamento da atividade de manutenção, pois, mesmo quando adotado, o que não acontece

com 90% das empresas entrevistadas, um único indicador não é suficiente para apontar e

prover a solução para os principais problemas inerentes à eficientização da manutenção. Neste

caso específico, percebe-se que o único indicador utilizado caracteriza apenas a freqüência

com que as falhas ocorrem.

4.6.4 Rotatividade de estoque de manutenção

Outra questão importante abordada durante a investigação sobre as atividades e

procedimentos de controle da manutenção foi o gerenciamento do estoque utilizado pela

manutenção. Constatou-se que a totalidade das empresas participantes desconhece a

rotatividade do estoque de peças e sobressalentes disponíveis para a manutenção.

Gráfico 20: Rotatividade do estoque da manutenção

Sabe-se que o controle de estoque para a manutenção é de suma importância, uma vez

que o correto dimensionamento auxilia em sua logística operacional através, principalmente,

da disponibilidade de materiais e peças de reposição no lugar certo, no momento certo, na

condição desejada e com um custo aceitável.

Quando não se conhece a rotatividade do estoque algumas questões importantes ficam

sem resposta, como por exemplo: quais as quantidades a repor? Quando a reposição deverá

ser feita? Quanto manter em estoque de segurança? onde encontrar os produtos que faltam no

estoque?

100%

0 0 0 0

NÃO SABE < 1 MÊS 1 A 3 MESES 3 A 6 MESES 6 A 12 MESES

105

Deixar estes questionamentos sem a devida resposta influencia diretamente no

desempenho da manutenção e, conseqüentemente, dos sistemas produtivos que dependem da

eficácia das atividades de manutenção.

4.7 INFORMÁTICA NA MANUTENÇÃO

4.7.1 Utilização de computador no controle da manutenção

Conforme apresentado no Gráfico 21, verificou-se que na totalidade das empresas

pesquisadas não se utiliza de computadores para controlar a manutenção.

Gráfico 21: Utilização de computador para fazer controle da manutenção

A não existência de sistemas informatizados direcionados para a programação e o

controle da manutenção nas empresas de pequeno porte é causa determinante do não uso do

computador por estes departamentos. Pode-se afirmar que os sistemas hoje em uso são caros e

direcionados para os complexos sistemas das grandes empresas. Embora os computadores

sejam baratos e esteja ao alcance das empresas, o mesmo não se pode afirmar com relação aos

sistemas de programação e controle da manutenção.

106

4.7.2 Utilização de banco de dados informatizados na manutenção

Também se constatou que nenhuma das empresas que participou da pesquisa utiliza

bancos de dados para armazenamento de informações relacionadas aos serviços de

manutenção (Gráfico 22).

Gráfico 22: Utilização de bancos de dados informatizados na manutenção

Como foi abordado anteriormente, a pesquisa não detecta nas empresas estudadas o

uso de computadores como ferramenta de auxilio ao bom desempenho da manutenção, neste

sentido, obviamente, é de se esperar que as empresas não utilizem também bancos de dados

voltados para as atividades de manutenção.

4.7.3 Softwares utilizados na manutenção

Além de informações sobre a utilização de bancos de dados, a pesquisa também

procurou identificar os principais softwares utilizados pela manutenção. Assim sendo, foi

0

100%

SIM NÃO

107

diagnosticado que nenhuma das empresas pesquisadas utiliza software para gestão da

manutenção, conforme apresentado no Gráfico 23.

100%

0 0 0 0 0

NÃO U

TILIZA

PRÓPR

IOS

EXTERNOS A

DAPTA

DOS

EXTERNOS(P

ACOTE

)

PRÓPR

IOS E

EXT

ERNOS

PLA

NILHAS E

LETRÔNIC

AS

Gráfico 23: Softwares utilizados na manutenção

O resultado aqui apresentado se justifica em decorrência dos comentários feitos

anteriormente, ou seja, vários fatores contribuem para a não utilização de softwares de gestão

de manutenção, uma vez que os custos dos programas são elevados e sua complexidade está

fora do entendimento e das necessidades das empresas de pequeno porte.

4.7.4 Principais aplicações da informática na manutenção

Quando consultados sobre a utilização da informática na manutenção, apenas 10% das

empresas pesquisadas afirmaram utilizar a informática como suporte à manutenção, nesse

caso especificamente para atividades de controle de custos. Todas as demais empresas

consultadas afirmaram que não aplicam a informática na manutenção, conforme apresentado

no Gráfico 24.

108

90%

10%0 0 0

NENHUMA

CONTROLE D

E CUSTOS

MANUTENÇÃO PRO

GRAMADA

HISTÓ

RICO/E

STATÍSTI

CA DE F

ALHAS

GERENCIA D

E ESTO

QUE

Gráfico 24: Principais aplicações da informática na manutenção

A informática é uma ferramenta através da qual se consegue agilizar os processos de

programação e controle da manutenção, além do que facilita a compreensão da dinâmica das

atividades relacionadas à manutenção. Assim sendo, quando se opta por sua não utilização,

como é o caso de 90% das empresas entrevistadas, cria-se dificuldades para o desempenho

eficaz das tarefas inerentes à manutenção.

Com a utilização da informática, uma série de questões importantes pode ser resolvida,

como, por exemplo, a programação e execução dos serviços, elaboração estatística de falhas,

controle de custos, gestão de estoques, entre outras.

A pesquisa mostra que o pequeno número de empresas (apenas 10%) que utiliza a

informática na gestão da manutenção, o faz somente para o controle de custo. Esta atenção em

custos se deve, provavelmente, à exigência do setor de contabilidade, ou similar, que tem

interesse na alocação dos custos a centro de custos e/ou na apuração dos resultados

financeiros do período.

109

4.8 QUALIDADE NA MANUTENÇÃO

4.8.1 Utilização de técnicas de controle de qualidade na manutenção

Em relação à gestão da qualidade na manutenção, verificou-se que 90% das empresas

responderam que não utilizam técnicas de controle de qualidade na manutenção (Gráfico 25).

Gráfico 25: Utilização de técnicas de controle de qualidade na manutenção

A qualidade, conforme abordada no Capitulo 1 deste trabalho, pressupõe a realização

das coisas de forma acertada para que o resultado obtido seja similar àquele inicialmente

esperado. Assim sendo, é fundamental que se tome posse das técnicas de controle e que as

mesmas sejam utilizadas de maneira adequada.

No entanto, verifica-se que apenas 10% das empresas entrevistadas utilizam alguma

técnica de controle de qualidade. Portanto, a baixa utilização pelas empresas das técnicas de

controle compromete a qualidade da manutenção e pode levar a reflexos na produtividade da

empresa e na qualidade dos produtos fabricados.

10%

90%

SIM NÃO

110

4.8.2 Usos das técnicas de controle de qualidade relacionadas

Nesse contexto, como era de se esperar em função da resposta anterior, a totalidade as

empresas afirmou não utilizar nenhuma das técnicas relacionadas pela pesquisa sobre de

controle de qualidade na manutenção, conforme apresentado no Gráfico 26.

Gráfico 26: Uso de técnicas de controle de qualidade na manutenção

4.8.3 Ferramentas utilizadas para promover a qualidade na manutenção

O resultado obtido nas questões anteriores acaba se justificando quando se observa o

comportamento das empresas entrevistadas em relação ao uso das principais ferramentas

utilizadas para promover a qualidade: todas as empresas pesquisadas afirmaram não utilizar

nenhuma das modernas ferramentas para promover a qualidade. Este resultado encontra-se

esquematizado no Gráfico 27.

100%

0 0 0

NENHUMA ISO9000 GQT OUTROS

111

Gráfico 27: Ferramentas utilizadas para promover a qualidade na manutenção

Finalmente, o fato de as empresas não se utilizarem de nenhuma das ferramentas para

promover a qualidade é um forte indício de que a manutenção praticada não esteja sendo

desenvolvida dentro dos padrões desejáveis e que este fato comprometa de fato a sua eficácia.

É oportuno lembrar que sempre que as atividades de manutenção não são realizadas a

contento, a produtividade e competitividade das empresas acabam sendo prejudicadas.

4.9 EQUIPAMENTOS

4.9.1 Monitoramento de equipamentos e máquinas

Outra constatação da pesquisa foi a de que nenhuma das empresas pesquisadas realiza

o monitoramento de seus equipamentos (Gráfico 28). Assim sendo, sem o monitoramento, as

atividades da manutenção passam a ter uma abordagem que privilegia apenas a atuação

corretiva, sem procurar se antecipar aos possíveis problemas e quebras que poderiam ser

previamente identificados através do monitoramento de máquinas e equipamentos.

100%

0 0 0 0 0

NENHUMA MCC 5 S CCQ TPM OUTRA

112

Gráfico 28: Monitoramento dos equipamentos

Esta decisão tem impacto direto no desempenho dos equipamentos, em seu estado de

conservação e conseqüentemente no resultado da produção. Isto acontece porque quando o

monitoramento não é realizado da maneira adequada é muito difícil prever quando o

equipamento vai falhar. Nos casos em quem o monitoramento sequer é realizado, essa

capacidade de predição deixa realmente de existir.

O que se observa é que estas empresas enfrentam vários problemas ao se abster da

utilização do monitoramento de equipamentos. Entretanto, varias técnicas de manutenção,

desde as mais simples e baratas até as complexas, podem ser implementadas e proporcionar

grande auxílio na gestão da manutenção, notadamente na manutenção preventiva e preditiva.

Neste sentido podem ser citados: inspeção visual, análise de ruído, análise de vibração,

sistemas automatizados de inspeção, etc. Todas estas técnicas trazem resultados satisfatórios

para o bom desempenho da manutenção eficaz.

4.9.2 Idade média dos equipamentos e instalações

Em relação à idade média dos equipamentos e instalações industriais, conforme

apresentado no Gráfico 29, nas empresas pesquisadas 70% dos equipamentos e instalações

possuem idade média entre 11 e 20 anos, enquanto que 30% possuem idade entre 6 e 10 anos.

100%

0 0 0

NÃO UTILIZA MONITARAMENTO MANUAL

COLETA DE DADOS E PROGRAMAS

AUTOMÁTICO EM LINHA

113

Gráfico 29: Idade média de equipamentos e instalações

Observa-se através dos dados certa obsolescência dos equipamentos instalados nas

empresas, uma vez que a idade da maioria destes varia entre 11 e 20 anos. Essa obsolescência

e causada prioritariamente pela velocidade com que as tecnologias têm sido desenvolvidas,

sendo necessário, portanto, que as empresas acompanhem as novas tecnologias como forma

de melhorar seus processos e produtos, obtendo assim mais qualidade e melhor produtividade.

4.9.3 Estado de conservação dos equipamentos e instalações

A pesquisa indica ainda que em 90% das empresas pesquisadas afirmam que o estado

de conservação dos equipamentos e instalações é bom, enquanto 10% afirmam ser regular.

(Gráfico 30).

0

30%

70%

0

0 A 5 ANOS 6 A 10 ANOS 11 A 20 ANOS 21 A 40 ANOS

114

Gráfico 30: Estado de conservação de equipamentos e instalações

Os dados apresentados no Gráfico 30 indicam que as empresas pesquisadas

consideram, em sua grande maioria, que os equipamentos e instalações mesmo com idade

acima dos dez anos se encontram em bom estado de conservação. Na verdade, o que se

percebe é que este julgamento é realizado apenas pela aparência externa do equipamento, não

levando em conta a sua confiabilidade e disponibilidade.

Entretanto, mesmo considerando que os equipamentos realmente estejam com um

bom estado de conservação, não se pode afirmar que estes apresentem a eficiência desejada

dentro do processo produtivo, porque, como foi comentado anteriormente, a aquisição e

implantação de novas tecnologias agilizam os processos e permitem uma produção mais

eficiente.

4.9.4 Idade média dos instrumentos e ferramentas utilizados na manutenção

Abordando somente os instrumentos e ferramentas utilizadas pela manutenção,

conforme apresentado no Gráfico 31, a pesquisa revelou que em 70% das empresas

pesquisadas a idade média destes equipamentos está entre 6 e 10 anos, enquanto em 30%

possui entre 0 e cinco anos.

90%

10% 0

BOM REGULAR INDESEJÁVEL

115

Gráfico 31: Idade média dos instrumentos e ferramentas utilizados na manutenção

Os resultados aqui apresentados indicam que os instrumentos e ferramentas estão

compatíveis com a realidade das empresas em termos de interesse de renovação e

modernização de máquinas e equipamentos, ou seja, enquanto a maior parte apresenta fortes

sinais de obsolescência, uma pequena parcela afirma estar utilizando instrumentos e

ferramentas novos ou semi-novos, portanto parcialmente aptos para o desempenho das

atividades de manutenção.

4.9.5 Estado de conservação dos instrumentos e ferramentas da manutenção

O estado de conservação desses instrumentos e ferramentas, por sua vez, é

considerado bom por 60% das empresas e regular por 40% (Gráfico 32).

30%

70%

0 0 0

0 A 5 ANOS 6 A 10 ANOS 11 A 20 ANOS 21 A 40 ANOS ACIMA DE 40ANOS

116

Gráfico 32: Estado de conservação dos instrumentos e ferramentas da manutenção

Em função dos resultados apresentados, pode-se inferir que os instrumentos e

ferramentas utilizados pelas empresas pesquisadas, na média, devem estar cumprindo suas

funções dentro do contexto das necessidades das empresas em termos de manutenção.

Entretanto a pesquisa indica também que parte destes instrumentos e ferramentas se encontra

no fim de sua vida útil. Esta condição implica em uma série de inconvenientes junto ao

desempenho das atividades de manutenção, afastando-a gradativamente de uma condição de

manutenção eficaz. Evidentemente o ideal seria que todos os instrumentos e ferramentas

utilizados pela manutenção estivessem em ótimo estado de conservação.

4.10 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

4.10.1 Programação anual de treinamento para o pessoal de manutenção

Conforme apresentado nº Gráfico 33, constatou-se que não existe por parte das

empresas pesquisadas nenhuma programação para treinamento do pessoal de manutenção.

117

Gráfico 33: Programação anual de treinamento para o pessoal de manutenção

A falta de programação dos treinamentos pode levar a uma série de desdobramentos: a

empresa não realiza treinamentos; não existe planejamento para esta atividade; os

treinamentos acontecem desvinculados das necessidades dos funcionários; os treinamentos

realizados não estão alinhados com as necessidades da empresa. Independente do

desdobramento relacionado com a falta de programação, é fácil afirmar que quando não existe

programação, os resultados acabam não contribuindo em toda sua plenitude para melhorar os

resultados de uma empresa.

4.10.2 Total de horas/ano de treinamento por funcionário

No contexto dos treinamentos para o pessoal de manutenção, o resultado não é

diferente, pois é sabido que só os bons resultados somente são obtidos quando se trabalha com

pessoas bem treinadas e capacitadas para o exercício de suas funções.

Em relação aos treinamentos realizados, nenhuma das empresas pesquisadas soube

informar a quantidade horas de treinamento investidas por ano com os funcionários ligados ao

setor de manutenção. Este resultado encontra-se apresentado no Gráfico 34.

0

100%

SIM NÃO

118

Gráfico 34: Total de horas de treinamento por funcionário (h/ano)

Observa-se que além da falta de programação e planejamento anual para os

treinamentos, o acompanhamento destes também não está sendo realizado de maneira

satisfatória. Assim sendo, não se tem como mensurar a quantidade horas investidas no

aperfeiçoamento profissional dos funcionários. Esta falta de acompanhamento aparece

indicada por 100% das empresas pesquisadas, uma vez que todas afirmaram não saber a

quantidade de horas/ano de treinamento realizadas para cada funcionário da manutenção.

Quanto ao processo de identificação e aplicação de novas tecnologias, conforme

apresentado no Gráfico 35, percebeu-se que 10% dos entrevistados identificam e aplicam

novas tecnologias através de participação em congressos, 10% por meio de intercâmbio com

empresas congêneres, 10% através de publicações técnicas e 70% das empresas afirmaram

não realizar este procedimento.

4.10.3 Identificação e aplicação de novas tecnologias relacionadas à atividade de manutenção

Este resultado indica que a maior parte das empresas realiza pouco ou quase nenhum

investimento na identificação e aplicação de novas tecnologias que podem ser utilizadas nas

atividades de manutenção. Essa falta de investimentos afasta a manutenção de uma condição

eficaz e contribui diretamente para que as empresas percam a competitividade no mercado.

0 0 0 0 0

100%

< 20 ENTRE 20 E 39 ENTRE 40 E 59 ENTRE 60 E 80 MAIS DE 80 NÃO SABE

119

70%

10% 10% 10%

0 0

O É

RE

ALI

ZA

DO

PA

RT

ICIP

ÃO

EM

CO

NG

RE

SS

OS

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M.

INT

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ON

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S

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CN

ICA

S

AT

RA

S D

EE

MP

RE

SA

SE

SP

EC

IALI

ZA

DA

S

OU

TR

OS

Gráfico 35: Identificação e aplicação de novas tecnologias relacionadas à atividade de manutenção

4.11 MANUTENÇÃO EFICAZ

4.11.1 Conhecimento das técnicas de manutenção

Ao se analisar o nível de conhecimento das técnicas que levam à prática da

manutenção eficaz, como mostra a Gráfico 36, verifica-se que 100% das respostas indicam

que as empresas conhecerem as técnicas corretivas e preventivas, e que somente 10 % dos

entrevistados conhecem as técnicas preditivas. Constatou-se também que 100% das empresas

entrevistadas não conhecem as técnicas da engenharia da manutenção.

120

Gráfico 36: Conhecimento das técnicas de manutenção

Observa-se ainda que o nível de conhecimento na grande maioria das empresas

pesquisadas em relação às técnicas da manutenção abrange somente as básicas, a corretiva e a

preventiva, pois apenas 10% afirmam ter algum conhecimento sobre as técnicas de manutenção

preditiva. Esta realidade indica que estas empresas desconhecem completamente as modernas

técnicas e metodologias de gestão, tais como: “GQT” – Gestão da Qualidade Total,“TPM” – Total

Productive Maintenance, Programa “5S”, Terceirização e “MCC” – Manutenção Centrada na

Confiabilidade, Optimized Production Tecnology, Pensamento Enxuto (Lean Thinking), Business

Process Re-engineering, Melhoria Contínua, Benchmarking, Balanced Scorecard, Seis Sigma,

Word Class Manufacturing aplicáveis à manutenção e hoje utilizadas por empresas de todo o

mundo.

4.11.2 Técnicas de manutenção utilizadas pelas empresas

Os resultados apresentados no Gráfico 37 indicam que as empresas pesquisadas se

utilizam em 100% das técnicas da manutenção corretiva e em 40% das técnicas da

manutenção preventiva e que nenhuma empresa se utiliza das técnicas de manutenção

preditiva e engenharia de manutenção.

121

Gráfico 37: Técnicas de manutenção utilizadas na empresa

Estes resultados evidenciam que por desconhecerem as modernas técnicas de gestão

da manutenção, alinhado à decisão de não investir, as empresas acabam adotando uma política

de uso das técnicas convencionais de manutenção. Sabe-se, entretanto, que esta política não é

suficiente para competir em um mercado globalizado. Estas empresas acabam esquecendo que

a manutenção, desde que bem gerenciada, é um dos pilares para o sucesso dos

empreendimentos.

4.11.3 Técnicas que deveriam ser utilizadas pelas empresas

O gráfico 38, a seguir, demonstra que 70% dos entrevistados concordam que as

técnicas de manutenção preventiva deveriam ser utilizadas pelas empresas e 30% afirmaram

que as técnicas de manutenção preditiva também deveriam ser utilizadas.

122

Gráfico 38: Técnicas que deveriam ser utilizadas

Estes resultados indicam que apesar da maioria das empresas se utilizarem

basicamente de técnicas de manutenção corretiva, afirmam que as técnicas de manutenção

preventiva e preditiva poderiam ser utilizadas.

4.11.4 Motivos pelos quais as técnicas não são utilizadas

Dentre os motivos pelos quais as empresas não se utilizam das principais técnicas de

manutenção destacam-se as seguintes, como mostra o Gráfico 39: 50% afirmam que é falta de

recurso financeiro; 30% falta de capacitação da equipe de manutenção; e, 20 % falta de

profissionais. Observa-se que os demais indicadores apresentados como alternativa não foram

assinalados pelos respondentes.

123

Gráfico 39: Motivos pelos quais as técnicas não são utilizadas

4.11.5 Principais dificuldades encontradas para a melhoria da eficiência da manutenção

Ainda se detendo nas barreias que têm que ser enfrentadas para possibilitar a melhoria

da qualidade dos serviços de manutenção em busca da manutenção eficaz, foi realizado uma

pergunta aberta solicitando a indicação das principais dificuldades para melhorar a eficiência

da manutenção.

O resultado obtido com a aplicação desta pergunta encontra-se completamente

alinhando com as indicações apresentadas pela pergunta anterior, uma vez que as principais

dificuldades listadas pela empresas para melhorar a eficácia da manutenção são a falta de

recursos financeiros e falta de capacitação do pessoal, apontadas respectivamente por 20% e

80% das empresas pesquisadas, conforme mostra o Gráfico 40.

124

Gráfico 40: Principais dificuldades encontradas para melhorar a eficiência da manutenção

Neste sentido, concluem-se como principais barreiras à prática da manutenção eficaz,

de acordo com as análises dos resultados apresentados nos Gráficos 33, 36 e 37, são o

desconhecimento das técnicas e metodologias da moderna gestão da manutenção, seguida da

deficiência de mão de obra qualificada e por fim a falta de recursos financeiros.

4.12 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

4.12.1 Tempo de atividade da empresa

A etapa final da pesquisa tem o objetivo de apresentar as principais características das

empresas entrevistadas.

Nesse sentido, tem-se que a maioria das empresas pesquisadas, ou seja, 80% destas,

estão em operação entre 11 e 20 anos, enquanto que 20% possuem entre 6 e 10 anos (Gráfico

41).

125

Gráfico 41: Tempo de atividade da empresa

4.12.2 Função/cargo da pessoa entrevistada

Do total das pessoas indicadas pela empresas para participar da pesquisa, 70% atuam

como gerentes e 30% como diretores das empresas pesquisadas (Gráfico 42).

Gráfico 42: Função/cargo do entrevistado na empresa

0

20%

80%

0 0

0 A 5 ANOS 6 A 10 ANOS 11 A 20 ANOS 21 A 40 ANOS ACIMA DE 40 ANOS

70%

30%

0

0

GERENTE DIRETOR SUPERVISOR OUTRO

126

4.12.3 Tempo médio que a pessoa entrevistada trabalha na empresa

O tempo que estes profissionais trabalham na empresa, conforme apresentado no

Gráfico 43, foi estratificado em: 40% estão na empresa há pelo menos 5 anos, 30% possuem

entre 6 e 10 anos e os 30% restantes possuem entre 11 e 20 anos de atuação na empresa que

eles representaram durante a pesquisa.

Gráfico 43: Tempo médio que o entrevistado trabalha na empresa

Verifica-se que a totalidade dos questionários foi respondida por gerentes ou diretores.

Este resultado reforça a consistência das informações obtidas, a julgar principalmente pela

função e responsabilidades que os entrevistados possuem, bem como pelo domínio que essas

pessoas em relação os mecanismos gerenciais das empresas pesquisadas. Assim sendo, tem-se

um forte indicativo de ter-se procedido corretamente durante a definição dos respondentes.

Além da função na empresa, outro aspecto abordado foi o tempo que o entrevistado

está atuando profissionalmente na empresa. Nesse sentido, constatou-se que 40% possui até

cinco anos na empresa, 30% possui entre 6 e 10 anos e, por fim, os 30% restantes com 11

anos ou mais na empresa.

Este resultado denota que as pessoas entrevistadas, como mostra o Gráfico 43,

trabalham nas empresas há tempo suficiente para ter um domínio satisfatório sobre a realidade

desta em relação aos sistemas produtivos e as atividades de manutenção nessas empresas.

40%

30% 30%

0 A 5 ANOS 6 A 10 ANOS 11 ANOS ou mais

127

4.12.4 Modelos de gestão das empresas

Outra importante verificação foi que a totalidade das empresas afirma ser gerenciada

seguindo um modelo familiar de gestão (Gráfico 44).

Gráfico 44: Modelos de gestão das empresas

Este modelo de gestão pode trazer algumas dificuldades para a gestão da manutenção

nestas empresas, uma vez que, conforme já comentado durante a análise dos resultados

obtidos, as empresas pesquisadas demonstraram pouco uso de planejamento, meios de

controle e métodos modernos de gestão.

4.12.5 Escolaridade do sócio majoritário

Em relação ao nível de escolaridade dos sócios majoritários, normalmente

responsáveis pelas atividades de gestão dessas empresas, constatou-se que 50% possuem nível

superior, 40% nível médio, e 10% apenas o ensino fundamental, conforme apresentado no

Gráfico 45.

100%

000

FAMILIAR PROFISSIONAL DIRIGIDA PELO SOCIO MAJORITÁRIO OUTRO

128

Gráfico 45: Escolaridade do sócio majoritário

A pesquisa mostra ainda a média de escolaridade dos sócios majoritários das empresas

está entre o nível médio e o nível superior, portanto é de se esperar que a gestão dessas

empresas estivesse um pouco mais adiante relativamente aos comentários abordados no item

anterior.

0 10%

0

40%

50%

1o. INCOMPLETO 1o. COMPLETO 2o. INCOMPLETO 2o. COMPLETO SUPERIOR

129

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS

FUTUROS

Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de compreender a forma de atuação da

manutenção nas pequenas indústrias de calcados da Região do Cariri e de identificar as

principais barreiras à Manutenção Eficaz nestas empresas.

O resultado extraído por amostragem retrata momentaneamente o quadro encontrado

na atividade manutenção do setor pesquisado, podendo ser alterado no futuro por pessoas,

mudanças conjunturais, etc.

Espera-se que este trabalho possa contribuir para o aprimoramento das políticas de

manutenção, servindo como fonte de consulta e de referência para ações estratégicas que

visem aperfeiçoar a gestão das empresas deste e de outros setores.

A seguir são apresentadas as principais conclusões obtidas com o desenvolvimento do

trabalho.

5.1 CONCLUSÕES

As conclusões foram organizadas em relação ao trabalho de campo, aos objetivos do

trabalho e à metodologia proposta.

5.1.1 Conclusão quanto ao trabalho de campo

Ao confrontar os resultados obtidos no trabalho de campo, com o referencial teórico

apresentado, identificam-se e destacam-se os seguintes pontos importantes:

a) A manutenção é entendida como custo e não traz lucro;

b) A manutenção é mal organizada, sem planejamento e programação formais;

c) A política adotada é de operar o equipamento até a sua falha ou quebra;

d) Está subordinada diretamente ao nível de diretoria;

e) Não há planejamento dos custos para o setor através de um orçamento anual;

130

f) As empresas classificam como regular os serviços contratados.

Enfim, tem-se que a própria cultura das empresas, especialmente dos diretores, pode

ser considerada como forte barreira à prática da manutenção eficaz, haja vista que as empresas

se desenvolveram sem uma estrutura organizacional definida com objetivos e metas

estabelecidas, prevalecendo uma gestão não profissional baseada no empirismo. Na grande

maioria das empresas, o crescimento se consolidou através de improvisos e arranjos. Além

deste fato, pode-se citar o baixo nível de escolaridade dos gestores como mostram os

resultados obtidos com a pesquisa.

Evidenciou-se, também, que o setor pesquisado necessita desenvolver-se em aspectos

estratégicos para a função manutenção, tais como:

a) Realizar, através de sua mão de obra própria, apenas as tarefas para as quais exista uma

correlação com a sua atividade principal;

b) Verificar se existe mão-de-obra qualificada para a realização dessas atividades, para assim

poder aumentar a base técnica do pessoal na área de manutenção;

c) Aumentar o índice de mão-de-obra qualificada;

d) Diminuir o número de atuações em manutenções corretivas;

e) Implantar softwares de gestão da manutenção, disponibilizando para os usuários do setor

uma rede de computadores interligados;

f) Aperfeiçoar e desenvolver a atividade de manutenção através de treinamentos e

capacitação.

Outro fato importante verificado nesta pesquisa é relativo aos programas, técnicas e

ferramentas das quais se apropria a manutenção moderna, mencionados no referencial teórico

deste trabalho, que não são aproveitados por nenhuma das empresas pesquisadas. Evidencia-

se este fato quando se obtém resposta nula sobre a utilização dos recursos da manutenção

preditiva e da engenharia de manutenção. As empresas não possuem indicadores nem

históricos de resultados que permitam verificar se houve melhoria da qualidade e

produtividade.

Através das considerações apresentadas neste trabalho, conclui-se, finalmente, que a

manutenção praticamente inexiste nas pequenas empresas do setor de calçados da Região do

Cariri e quando existe atua de forma desorganizada, limitando-se a intervenções corretivas e

uma atuação inexpressiva do uso da manutenção preventiva.

Em relação à plena utilização da Manutenção Eficaz, estima-se que seria necessária

uma série de ações voltadas para o desenvolvimento de um modelo de gestão que

contemplasse a divulgação, conhecimento, aplicação e o uso das suas ferramentas e técnicas.

131

Desta forma, as empresas pesquisadas poderiam alcançar um alto nível de competitividade

através de melhorias na manutenção, o que permitiria sair de uma posição desvantajosa para

poder concorrer com igualdade junto àquelas que já fazem uso das modernas técnicas e

ferramentas supracitadas.

5.1.2 Conclusão quanto aos objetivos

O principal objetivo estabelecido para este trabalho foi identificar as principais

barreiras à Manutenção Eficaz nas pequenas empresas do setor de calçados da Região

do Cariri cearense, o que leva às seguintes conclusões.

Para a identificação das barreiras, em primeiro lugar, foi necessária uma definição do

conceito de manutenção eficaz, o que se fez através de uma profunda revisão bibliográfica

sobre o assunto e de modo conclusivo pode-se afirmar que manutenção eficaz é aquela que

através da combinação de ações técnicas operacionais e de supervisão, se utilizam e põem em

prática as modernas ferramentas de gestão da manutenção, com o objetivo de garantir a

disponibilidade da função dos equipamentos e instalações. Portanto, a sua correta utilização se

materializa através do conhecimento e do domínio dessas técnicas e ferramentas, alinhado

com a capacidade de absorção e entendimento dessas novas tecnologias pelos gestores e o

pessoal próprio da manutenção.

Em segundo lugar, através do desenvolvimento do estudo de campo, conseguiu-se

determinar as principais características do tipo de manutenção que é praticado pelas empresas

do setor pesquisado e, por fim, o estabelecimento dos fatores limitantes à prática da

manutenção eficaz.

Assim sendo, o estudo mostra que 90% das empresas pesquisadas possuem entre 81 e

99 funcionários, apenas 2,7 % do total dos funcionários estão lotados nos departamentos de

manutenção, 50% não oferecem nenhum tipo de treinamento aos funcionários e os outros

50% treinam o pessoal dentro da própria empresa. Ademais, as empresas pesquisadas

afirmam que a área com maior necessidade de treinamento é a de manutenção com 90% das

respostas, que as principais dificuldades encontradas com o quadro de funcionários são, em

primeiro, com lugar 50% a falta de pontualidade/assiduidade no trabalho e com 40% a

carência de treinamento, em segundo lugar. O perfil generalista da equipe de manutenção é

132

apontado por 80% das empresas, a participação do pessoal da produção nos serviços de

manutenção é de 20% o turnover é zero.

Verificou-se que em 100% das empresas a forma de atuação da manutenção é

centralizada, existindo apenas um nível de subordinação do pessoal da manutenção em 100%

das empresas.

A pesquisa mostra que 100% das atividades de administração de almoxarifado,

compras, limpeza da área industrial, gestão dos resíduos, manutenção das instalações de

tratamento e efluentes, operação de utilidades e segurança do trabalho, segurança no trabalho

de manutenção, e da manutenção dos equipamentos e instrumentos utilizados na manutenção

são realizadas pelas equipes de próprias de manutenção.

Foi constatado que 100% das empresas não fazem previsão orçamentária anual para

manutenção, que os gastos com manutenção totalizam 1,7% do faturamento bruto e que 90%

não fazem composição de custos.

O conceito de qualidade dos serviços terceirizados para 80% das empresas é

considerado regular e para os restantes 20% é boa, a experiência é o principal critério de

contratação destes serviços para 90% das empresas, 60% afirmam que vão manter o nível e

40% afirmam que vão aumentar o nível de contratação.

Não existe controle da manutenção, pois 100% das empresas não utilizam ordem de

serviço e 90% não fazem acompanhamento da manutenção através de indicadores, 10%

afirmam utilizar o indicador freqüência de falhas e 100% das empresas não controlam a

rotatividade dos estoques de peças e sobressalentes da manutenção.

Com relação ao uso da informática na manutenção, 90% não fazem controle

informatizado da manutenção e 100% não utilizam banco de dados e softwares de

manutenção, sendo que apenas 10% controlam custos usando computador,

As técnicas de controle de qualidade não são utilizadas, pois 90% afirmam não

utilizar nenhuma técnica de controle de qualidade e 100% desconhecem a ISO 9000 e a GQT .

Quando perguntados sobre quais ferramentas são utilizadas para promover a qualidade na

empresa a resposta é nenhuma em 100% das entrevistas.

Os equipamentos não são monitorados em 100% das empresas, a idade média dos

equipamentos e instalações está entre 11 e 20 anos (70%) e 6 a 10 anos (30%). Segundo as

empresas, o estado de conservação dos equipamentos e instalações é bom (90%) e regular

(10%), a idade média dos instrumentos e ferramentas é de 0 a 5 anos (30%) e 6 a 10 anos

(70%) e o estado de conservação é bom (60%) e regular (40%),

133

Não existe um programa anual de treinamento para o pessoal de manutenção o total de

horas gastas em treinamento de funcionários não foi disponibilizado. Além disso, 70% das

empresas não buscam identificar e nem aplicar as novas tecnologias da manutenção, 10% tem

acesso através de congressos, 10% através de intercâmbio com empresas congêneres e 10%

através de publicações técnicas.

Na totalidade das empresas, 100% afirmam conhecer dois tipos de manutenção:

corretiva e preventiva. E apenas 10% conhecem manutenção preditiva, 100% faz uso da

manutenção corretiva e 40% de manutenção preventiva. Quando abordados sobre que tipos de

técnicas de manutenção deveriam usar, a resposta foi: 70% manutenção preventiva e 30%

manutenção preditiva. Os principais motivos pelos quais as modernas técnicas de manutenção

não são utilizadas são: falta de recursos (50%), falta de capacitação do pessoal (30%) e falta

de profissionais (20%). As dificuldades principais para melhorar a eficiência da manutenção

são: falta de recursos (20%) e falta de pessoal capacitado (80%).

O modelo de gestão das empresas é o familiar e a escolaridade do sócio majoritário

consiste em: 50% superior, 40% segundo grau completo e 10% primeiro grau completo.

Como está evidenciada no decorrer deste estudo, a manutenção praticada pelas

empresas de pequeno porte do setor de calçados da Região do Cariri está caracterizada pelos

baixos investimentos no setor, pela prática de técnicas corretivas, apresentando um baixo

nível de organização e de planejamento. Neste sentido, verificou-se que sua condução se dá

de forma empírica por pessoal carente de capacitação e de qualificação profissional.

Sendo assim, identificou-se que os fatores limitantes para a não-prática da manutenção

eficaz por estas empresas, como está demonstrado ao longo do desenvolvimento deste estudo,

estão no fato de as empresas não perceberem ainda a importância da organização da

manutenção, adotando uma política com enfoque apenas financeiro de curto prazo.

Outro ponto importante a destacar é exatamente o desconhecimento das técnicas

modernas da gestão da manutenção, principalmente quando associados a outros fatores

limitantes, como a ausência de mão de obra técnica qualificada e a predominância de

máquinas e equipamentos obsoletos.

134

5.1.3 Conclusão quanto à metodologia

A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho foi determinada

tomando como base a revisão bibliográfica, a qual fundamentou-se no estudo das modernas

técnicas de manutenção eficaz.

A partir dos referenciais estabelecidos durante a revisão bibliográfica, foi idealizada

uma pesquisa de campo. Esta pesquisa foi realizada através da aplicação de um questionário

junto a um grupo de empresas que reunia as características necessárias para corroborar os

objetivos propostos neste trabalho.

Durante o desenvolvimento do questionário, foram inicialmente selecionados os

critérios que permitissem identificar os elementos de interface entre a manutenção eficaz e a

manutenção praticada pelas empresas em estudo, constituindo-se assim de 12 variáveis e 48

indicadores. A validação do referido instrumento se deu através de um pré-teste realizado em

campo, onde foi possível identificar as modificações necessárias para garantir sua eficiência

no cumprimento dos objetivos e na construção dos resultados esperados para o trabalho.

Especificamente no caso deste estudo, buscou-se identificar as principais barreiras à

utilização da manutenção eficaz. Selecionou-se para o desenvolvimento da pesquisa uma

amostra das pequenas indústrias de calçados da Região do Cariri Cearense.

Através deste conjunto combinado de ações foi possível definir claramente as inter-

relações entre os temas abordados, originando assim as interfaces necessárias à construção das

principais inferências e conclusões.

Assim, conclui-se que a metodologia proposta para o desenvolvimento do trabalho foi

aplicada de acordo com o previsto no capítulo 3, podendo-se afirmar que tal metodologia

contribuiu decisivamente para que os resultados obtidos fossem consistentes e confiáveis.

5.2 RECOMENDAÇÕES PARA ATINGIR A MANUTENÇÃO EFICAZ

Para que as empresas possam atingir a manutenção eficaz, apresenta-se a seguir as

seguintes sugestões e recomendações:

a) Definir os objetivos e uma política de manutenção que procure absorver e colocar em

prática os conceitos modernos de manutenção;

135

b) Disponibilizar recursos que permitam operacionalizar os serviços de manutenção;

c) Treinar e capacitar o pessoal. Para isto, deve-se usar a estrutura educacional do ensino

profissionalizante e tecnológico (SENAI, CENTEC e CEFET) da Região;

d) Efetuar o controle dos custos e do desempenho da manutenção;

e) Executar uma adequação das técnicas de manutenção à realidade das empresas;

f) Fazer uma gestão da manutenção baseada em informações e análise de resultados;

g) Interagir de maneira mais eficaz com as instituições: CENTEC, SENAI, SEBRAE,

UNIVERSIDADES, obrigando-as a desempenhar seu papel de formadores de opinião e

soluções de ponta, buscando resgatar a tecnologia e o conhecimento lá existente como

forma de aportar à tecnologia e o conhecimento necessário ao desenvolvimento de que as

empresas tanto precisam.

h) Aproveitar a estrutura do SEBRAE, reconhecidamente atuante neste tipo de empresas para

oferecer soluções na prática da manutenção eficaz, haja vista, que o SEBRAE não é

atuante nesta área.

i) Buscar a transferência da tecnologia através de intercâmbios com empresas top de linha

no setor

j) Procurar os programas de incubação de empresas, como forma de adquirir suporte de

gestão, e de aperfeiçoar as técnicas não só da administração da manutenção como também

da empresa como um todo.

k) Enfim, sair de dentro dos muros das empresas e procurar interagir de forma eficiente e

benéfica com todos os mecanismos que possam dar uma contribuição concreta ao

desenvolvimento pleno das empresas.

l) Acredita-se que com estas e outras propostas, esteja-se dando uma importante

contribuição para que estas empresas atinjam a manutenção eficaz.

5.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Para que haja continuidade deste estudo, recomendam-se como trabalhos futuros os

seguintes temas:

a) Verificar estratégias que possibilitem disseminar a manutenção eficaz nas pequenas

empresas;

136

g) Promover estudos para a verificação dos impactos causados na adoção de uma política de

manutenção eficaz nas pequenas empresas dos diversos segmentos industriais;

h) Desenvolver sistemas informatizados para auxilio e controle da manutenção industrial

para as pequenas empresas;

i) Desenvolver estudos visando avaliar a contribuição das ferramentas da qualidade na

manutenção industrial das pequenas empresas;

j) Elaborar um modelo de gestão para a manutenção industrial voltada para as pequenas

empresas do setor de calçados da Região do Cariri, que contemple a manutenção como

uma atividade estratégica.

137

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151

APÊNCICE A – INSTRUMENTO DA PESQUISA Questionário

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA-UFPB

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção

Pesquisa de Mestrado Sobre Manutenção Industrial Pesquisador: Profº Cícero de Alencar Leite

[email protected] * (88)9933-1340 * (88)3566-4047

INTRODUÇÃO O intuito deste questionário é realizar um levantamento de dados para estabelecimento de um diagnóstico da gestão da manutenção praticada pelas pequenas empresas do setor de calçados da Região do Cariri cearense, objetivando a determinação de parâmetros que possam nos balizar quanto ao controle e melhoria do desempenho da Manutenção Industrial neste setor. Sua participação nesta etapa muito contribuirá para adequada elaboração deste instrumento gerencial. Reiteramos a confidencialidade dos dados apresentados neste questionário. Agradecemos sua dedicação e, tão logo tenha consolidado os resultados, encaminharemos o resultado da pesquisa a todos os que a viabilizaram. ___________________________________________________________________________

Razão Social:

Sigla:

CGC:

Município:

Telefone/Fax:

Setor de Atividade:

Pessoa de Contato:

E-mail:

1. RECURSOS HUMANOS DA EMPRESA E CENTROS DE TRABALHO

1.1 Qual é o número de empregados da empresa?

( _____ ) 20 a 40 ( _____ ) 41 a 60 ( _____ ) 61 a 80 (_____ ) 81 a 99

1.2 Quantas pessoas que estão lotadas nos seguintes setores?

( ____ ) – Produção ( ____ ) – Administração ( ____ ) – Manutenção

1.3 Quais as principais formas de treinamento oferecidas aos funcionários de sua empresa?

( ) – Não oferece treinamento

( ) – Na própria empresa

( ) – Em instituições especializadas

( ) – Promovido por fornecedores ou clientes

1.4 Em que áreas há necessidade de treinamento ?

( ) – nenhuma das áreas ( ) – produção ( ) – administração ( ) – manutenção ( ) – outros

1.5 Indique as principais dificuldades encontrada no quadro de funcionários:

Baixo nível de escolaridade ( ) Falta de treinamento ( )

152

Falta de motivação ( ) Pontualidade/assiduidade ( )

1.6 Qual é o Grau de Especialização do pessoal da Manutenção?

(__) Executa somente tarefas de uma mesma especialidade

(__) Executa tarefas de uma mesma especialidade e algumas atividades complementares

(__) Executa tarefas de mais de uma especialidade

1.7 O pessoal da produção participa dos serviços de Manutenção?

(___)Não (___) Sim

1.8 Qual é o “Turn Over” (rotatividade anual) do pessoal da Manutenção (em %) (_____)

2.1 Qual é a forma de atuação da manutenção em sua empresa?

(_____)Centralizada (Estrutura organizacional com responsável e equipe de trabalho atendendo a todas as áreas)

(_____)Descentralizadas (Estrutura organizacional com responsáveis e equipes de trabalho para cada área)

(_____)Mista (Coexistência dos dois tipos de organização acima)

2.2 Em sua empresa a equipe de manutenção responde diretamente a:

(___)Diretoria

(___)Gerencia

(___)Chefe do departamento

(___)Outras (especificar) ________

Indique as atividades sob a responsabilidade do Órgão de Manutenção da Empresa (ou centro de trabalho), assinalando ao lado se é feita por pessoal próprio, contratado ou ambos (próprio e contratado).

Próprio Contratado

� Administração / operação de almoxarifado � �

� Administração / operação de compra de materiais � �

� Construção civil � �

� Ferramentaria e sua administração � �

� Limpeza da área industrial / operacional � �

� Manutenção de área para depósito de resíduos de processo � �

2. ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO

3. PERFIL DE ATIVIDADES DA ÁREA DE MANUTENÇÃO

153

� Manutenção de equipamentos e instrumentos � �

� Manutenção de instalações de tratamento de efluentes � �

� Manutenção de instalações industriais / operacionais � �

� Manutenção de instalações prediais � �

� Meio ambiente (ecologia) � �

� Oficina de apoio à manutenção � �

� Operação de utilidades (caldeira, grupo, gerador, etc) � �

� Pequenos projetos de melhoria � �

� Segurança do trabalho � �

� Outros (especificar)

4.1 Qual é o faturamento bruto anual da empresa?____________________

4.2 Qual é o valor do imobilizado da empresa? _______________________

4.3 A empresa dispõe de previsão orçamentária anual para Manutenção?

(____) Sim. (____) Não

4.4 Qual o custo anual médio com manutenção? _______________________

4.5 Na composição do custo da Manutenção estão incluídos pessoal próprio, supervisores, material de escritório e despesas com treinamento?

(____) Sim (____) Não

5.1 Qual o conceito, segundo sua experiência, da qualidade dos serviços contratados?

(___)Excelente (___)Muito Boa (___)Boa (___)Regular (___)Deficiente (___) Insuficiente

5.3 Qual o principal critério adotado na contratação de serviços de manutenção?

(___)Preço (___)Tecnologia (___)Prazo (___)Qualidade (___)Experiência (___)Outros

5.4 Qual a tendência da Contratação de serviços de manutenção por sua Empresa?

(___)Aumentar (___)Manter o mesmo nível (___)Diminuir

4. CUSTOS

5. MANUTENÇÃO CONTRATADA

6. CONTROLE DA MANUTENÇÃO

154

6.1 A manutenção utiliza ordem de serviço?

( ) Sim ( ) Não

6.2 O desempenho da Manutenção é acompanhado através de indicadores?

(____) Sim (____) Não

6.3 Quais os indicadores de manutenção utilizados em sua empresa?

(__) Custos

(__) Freqüência entre falhas

(__) Satisfação do Cliente

(__) Re-serviços

(__) Disponibilidade operacional

(__) Não utiliza indicadores

6.4 Qual a rotatividade do estoque: (exceto material estratégico)

� < 1 mês � 1 a 3 meses � 3 a 6 meses � 6 a 12 meses � não sabe

7.1 A empresa usa computador para fazer o controle da manutenção?

( ) Sim ( ) Não

7.2 A manutenção utiliza banco de dados informatizado?

( ) Sim ( ) Não

7.3 Quais os tipos de programas (softwares) utilizados?

� Próprios � Externos adaptados � Externos (pacote) � Próprios e Externos � Só utiliza Planilha Eletrônica / Banco de Dados � Não Utiliza Softwares

7.4 Quais são as principais aplicações da informática na manutenção?

� Programa de execução de serviços (Manutenção programada)

� Acompanha histórico / estatística de falhas e defeitos

� Controla custos (mesmo que em órgão externo à Manutenção)

� Gerencia estoque de material (mesmo que em órgão externo à Manutenção)

� Outros (especificar) ........................................................................................

7. INFORMÁTICA NA MANUTENÇÃO

8. QUALIDADE NA MANUTENÇÃO

155

8.1 Existe alguma técnica de controle de qualidade na manutenção?

( ) Sim ( ) Não

8.2 Dentre as técnicas de controle de qualidade abaixo relacionadas, quais são usadas pela su empresa?

� Norma ISO 9000 � GQT – Gestão da Qualidade Total � Outros (especificar)

8.3 Quais as ferramentas usadas para promover a Qualidade na sua Empresa?

� RCM / MCC (Manutenção Centrada na Confiabilidade) � “5S” (Housekeeping)

� CCQ – Círculos de Controle da Qualidade � TPM – Manutenção Produtiva Total

� Nenhuma � Outros ...............................................................................................

9.1 Sua empresa monitora as máquinas/equipamentos?

� Não utiliza monitoramento

� Monitoramento manual

� Monitoramento através de coletores de dados e programas (softwares) específicos

� Monitoramento automático em linha

9.2 Qual a Idade média dos equipamentos/instalações em operação? (em anos):

� 0 a 5 � 6 a 10 � 11 a 20 � 21 a 40

9.3 Qual o estado de conservação dos equipamentos?

� Bom (dentro da vida útil) � Regular (fim de vida útil) � indesejável (fora da vida útil)

9.4 Qual a Idade média dos instrumentos/ferramentas usados na Manutenção? (em anos):

� 0 a 5 � 6 a 10 � 11 a 20 � 21 a 40 � Acima de 40

9.5 Qual o estado de conservação dos instrumentos / ferramentas ?

� Bom (dentro da vida útil) � Regular (fim de vida útil) � Indesejável (fora da vida útil)

10.1 Existe uma programação anual de treinamento para o pessoal da Manutenção?

� Sim � Não

9. EQUIPAMENTOS

10. TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

156

10.2 Qual o total de horas de treinamento por ano para cada funcionário da manutenção?

� <20 � entre 20 e 39 � entre 40 e 59 � entre 60 e 80 � mais de 80 � Dado não disponível

10.3 Como são identificadas e aplicadas novas tecnologias relacionadas à atividade da Manutenção?

( ) Através da contratação de empresas especializadas

( ) Pela participação de Técnicos em Seminários / Congressos

( ) Intercâmbio com empresas congêneres

( ) Pesquisa as publicações técnicas especializadas

( ) Não é realizado

( ) Outros

11.1 Quais as técnicas de manutenção que você conhece? ( ) Técnicas de Manutenção Corretiva

( ) Técnicas de Manutenção Preventiva

( ) Técnicas de Manutenção Preditiva

( ) Técnicas de Engenharia de Manutenção

( ) Nenhuma

( ) Outras:___________________________________________________________

11.2 Quais as técnicas de manutenção que são utilizadas na empresa? ( ) Técnicas de Manutenção Corretiva

( ) Técnicas de Manutenção Preventiva

( ) Técnicas de Manutenção Preditiva

( ) Técnicas de Engenharia de Manutenção

( ) Nenhuma

( ) Outras:___________________________________________________________

11.3 Quais as técnicas que precisam ser utilizadas? ( ) Técnicas de Manutenção Corretiva

( ) Técnicas de Manutenção Preventiva

( ) Técnicas de Manutenção Preditiva

( ) Técnicas de Engenharia de Manutenção

( ) Nenhuma

( ) Outras:___________________________________________________________

11.4 Baseado na resposta à pergunta anterior por que essas técnicas não são utilizadas? ( )Equipamentos não precisam de manuteção

( )Falta de recursos financeiros

11. MANUTENÇÃO EFICAZ

157

( )Falta de equipamentos

( )Falta de profissionais

( )Falta de capacitação

( )Falta de tempo

( )Ainda não chegou a vez da prioridade, pois a prioridade é dada a produção.

( )Outros: ___________________________________________________________

11.5 Quais as principais dificuldades para melhorar a eficiência da manutenção?

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

12.1 Há quanto tempo sua empresa está em atividade?

( ) 0 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 20 anos ( ) 21 a 40 anos ( ) 41 ou mais

12.2 Qual seu cargo/função na empresa?

( ) Diretor ( ) Gerente ( ) Supervisor ( ) Outro

12.3 Há quanto tempo trabalha na empresa?

( ) 0 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 anos ou mais

12.3 Qual é o modelo de gestão da empresa?

( ) Familiar ( ) Profissional ( ) Dirigida pelo sócio majoritário

( ) Outro (descreva)

12.4 Qual a escolaridade do sócio majoritário da empresa?

( ) Primeiro grau completo incompleto

( ) Primeiro grau completo incompleto

( ) Segundo grau incompleto

( ) Segundo grau completo

( ) Superior

12. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

158

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