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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA RENDIMENTO E QUALIDADE DO INHAME EM FUNÇÃO DO ESTERCO BOVINO E BIOFERTILIZANTE JANDIÊ ARAÚJO DA SILVA AREIA – PARAÍBA - BRASIL JULHO - 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

RENDIMENTO E QUALIDADE DO INHAME EM FUNÇÃO DO ESTERCO BOVINO

E BIOFERTILIZANTE

JANDIÊ ARAÚJO DA SILVA

AREIA – PARAÍBA - BRASIL

JULHO - 2010

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JANDIÊ ARAÚJO DA SILVA

RENDIMENTO E QUALIDADE DO INHAME EM FUNÇÃO DO ESTERCO BOVINO

E BIOFERTILIZANTE

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JANDIÊ ARAÚJO DA SILVA

RENDIMENTO E QUALIDADE DO INHAME EM FUNÇÃO DO ESTERCO BOVINO

E BIOFERTILIZANTE

Tese apresentada ao programa de Pós-

Graduação em Agronomia da Universidade

Federal da Paraíba, Área de concentração

Agricultura Tropical, em cumprimento às

exigências para obtenção do título de Doutor em

Agronomia.

COMITÊ DE ORIENTAÇÃO: Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante Prof. Dr. Walter Esfrain Pereira

AREIA - PARAÍBA – BRASIL

JULHO – 2010

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Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da

Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia – PB. Bibliotecária:

Elisabete Sirino da Silva CRB-4/905

S586r Silva, Jandiê Araújo da.

Rendimento e qualidade do inhame em função do esterco bovino e

biofertilizante / Jandiê Araújo da Silva- Areia: UFPB/CCA, 2010.

80 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias.

Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2010.

Bibliografia.

Orientador: Ademar Pereira de Oliveira

Co-orientador: Lourival Ferreira Cavalcante

1. Inhame (Dioscorea cayennensis ham)- fertilização orgânica

2. Inhame (Dioscorea cayennensis ham)- produção 3. Inhame

(Dioscorea cayennensis ham)-teores de amido 4. Inhame (Dioscorea

cayennensis ham )-nutrientes foliares I. Oliveira, Ademar Pereira de

(Orientador) II. Cavalcante, Lourival Ferreira (Co-orientador) III. Título.

CDU: 633.685:631.8

CDU: 581.5(813.3)

UFPB/CCA

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iv

Jandiê Araújo da Silva

RENDIMENTO E QUALIDADE DO INHAME EM FUNÇÃO DO ESTERCO BOVINO

E BIOFERTILIZANTE

Tese aprovada em 16/07/2010

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________

Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira

Orientador – CCA/UFPB

___________________________________________________

Prof. Dra Raunira da Costa Araújo

Examinadora - CCHSA/UFPB, Bananeiras-PB

___________________________________________________

Prof. Dr. João Felinto dos Santos

Examinador – EMEPA-PB

________________________________________________

Prof. Dr. Leossávio César de Souza

Examinador – CCA/UFPB

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DEDICAÇÃODEDICAÇÃODEDICAÇÃODEDICAÇÃO À meus pais EdiEdiEdiEdilma Gonçalves &lma Gonçalves &lma Gonçalves &lma Gonçalves & Jurandi SuassunaJurandi SuassunaJurandi SuassunaJurandi Suassuna pela dedicação,

amor e carinho, pelas orações e ensinamentos.

Aos meus irmãos Jânio Jânio Jânio Jânio Claúdio Araújo, Juliete Araújo eClaúdio Araújo, Juliete Araújo eClaúdio Araújo, Juliete Araújo eClaúdio Araújo, Juliete Araújo e Juranildo Juranildo Juranildo Juranildo

PedrosaPedrosaPedrosaPedrosa, pelo carinho e apoio em todos os momentos.

A minha esposa Maria AparecidaMaria AparecidaMaria AparecidaMaria Aparecida de Mourade Mourade Mourade Moura pelo amor, carinho,

amizade, paciência, dedicação, incentivo, compreensão e ensinamento

da fidelidade.

Aos meus tios e tias Lúcia & Neto, Geraldo & Tereza, Juraci & Odecy,

Francisco Gonçalves & Tereza, Aristô, Manoel & Nêga, João & Nega,

Lurdinha; Ezilda, Ezi e Severino e suas respectivas famílias, bem como

os demais que estiveram comigo, obrigado pelo apoio efetivo.

Aos meus primos e primas Alberto Gonçalves, Gerlândio Suassuna,

Alexandro Gonçalves, Silvio Suassuna, Francisco Suassuna, Geraldo

Suassuna, Juraci Marcos Suassuna, Silvano Gonçalves (in memoriam),

Luana Araújo, Pedro Adriano Gonçalves, Fernando Gonçalves,

Roniete Gonçalves, Roberta Gonçalves, obrigado pelo apóio, respeito,

incentivo e confiança.

Aos amigos conterrâneos, Sula & Roniete, Alexandro e esposa, Pedro

Vandemberg, Francisco Matias e esposa, Járison, obrigado pela

amizade.

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vi

AGRADECIMENTOAGRADECIMENTOAGRADECIMENTOAGRADECIMENTOSSSS

A Deus, pelo dom da vida, companheiro de todas as horas, por sempre

me proporcionar o que tornou sonhos em realidades, conceder-me

amizades verdadeiras, e pela capacidade intelectual para realização

desta pesquisa.

A Universidade Federal Paraíba, em especial ao Centro de Ciências

Agrárias, por proporcionar as condições para execução deste trabalho,

e oportunidade de cursar o Doutorado em Agronomia.

Ao Prof. Dr. Ademar Pereira de OliveiraAdemar Pereira de OliveiraAdemar Pereira de OliveiraAdemar Pereira de Oliveira meu amigo e conselheiro,

obrigado pela amizade, orientação, paciência, incentivo,

profissionalismo e ensinamentos de extrema contribuição para minha

conduta e formação profissional.

Ao Prof. Dr. Lourival Ferreira CavalLourival Ferreira CavalLourival Ferreira CavalLourival Ferreira Cavalcantecantecantecante, pela orientação,

ensinamentos e valiosa ajuda na condução dessa pesquisa.

Ao Programa de PósPrograma de PósPrograma de PósPrograma de Pós----Graduação em Agronomia da Universidade Graduação em Agronomia da Universidade Graduação em Agronomia da Universidade Graduação em Agronomia da Universidade

Federal da ParaíbaFederal da ParaíbaFederal da ParaíbaFederal da Paraíba, por conceder-me a qualificação profissional, em

especial, o doutorado considerado o maior grau de formação

profissional que um ser humano pode alcançar. Pois, essa qualificação

proporciona habilidade de conduzir e produzir trabalhos acadêmicos,

aprimorar a capacidade de escrever e expressar-se oralmente, dar

autoconfiança e proporciona independência, melhorando a capacidade

de ensinar com talento criativo e inovador.

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vii

Ao CNPq, pela concessão de bolsa, a qual foi fundamental na condução

do Curso.

A todos os professores do Programa de Pós-graduação em Agronomia,

que com responsabilidade e dedicação, souberam transmitir os

conhecimentos necessários à minha vida profissional.

Aos funcionários do Programa de Pós-graduação em Agronomia, em

especial a Eliane Araújo, Francisco (Seu Francisco), José Ribeiro

Dantas Filho (Zezinho).

Aos funcionários do setor de Olericultura (chã de Jardim): Francisco

de Castro Azevedo (Fã), José Barbosa de Souza, Genival Gomes da

Silva, Francisco Lopes de Brito e Francisco Silva Nascimento, pela

amizade, apoio, boa convivência e pela inestimável ajuda na condução

dos trabalhos.

Aos funcionários do laboratório de análise de solo, em especial a

Edinaldo, pela ajuda, orientação e realização das análises.

Aos funcionários da Biblioteca, Elisabete, Heronides (heron), Seu João,

Paulinho, pela importante ajuda na pesquisa bibliográfica.

Aos amigos que participaram ativamente auxiliando na execução

deste trabalho: Gibran da Silva AlvesGibran da Silva AlvesGibran da Silva AlvesGibran da Silva Alves e Mácio Farias de Mourae Mácio Farias de Mourae Mácio Farias de Mourae Mácio Farias de Moura,

“amigos preciosos que conquistei na Pós-graduação”; Arnaldo Nonato

P. de Oliveira, Rodolfo R. do Santos, Damiana Ferreira, Natália V. da

Silva, Francisca Joseanny Maia.

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viii

Aos amigos dos cursos de graduação e de pós-graduação, pelo

companheirismo e apoio na caminhada acadêmica, proporcionando

momentos alegres, felizes e marcantes.

A minha grande amiga Antônia BarbosaAntônia BarbosaAntônia BarbosaAntônia Barbosa, pelo grande vínculo de

afeto, amizade, companheirismo e sinceridade.

Aos ilustres amigos do famoso grupo de café, sem hora para acabar da

Casa do Mestrado Masculino, Jeandson S. Viana, Jopson Carlos, Irmão

Mácio Farias, Geocleber Gomes, Farnésio Cavalcante, Klerton R. F.

Xavier, Edivânia Santana, Nelson Vieira, Gerlândio Suassuna,

Anchieta Araújo, Rummeninge, Tony Anderson, Lécio Resende, Lucas

Borchartt, Francisco Mesquita, Reinaldo Medeiros, e Renato.

Enfim, a todos que de uma forma ou de outra, contribuíram para

execução deste trabalho.

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ix

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS................................................................................................x

LISTA DE FIGURAS...............................................................................................xii

RESUMO................................................................................................................xiv

ABSTRACT............................................................................................................xvi

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 4

2.1. O inhame ........................................................................................................... 4

2.2. Importância econômica ..................................................................................... 6

2.3. Matéria orgânica ................................................................................................ 8

2.3.1. Esterco bovino .............................................................................................. 10

2.3.2. Biofertilizante ................................................................................................ 12

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 16

3.1. Instalação e condução do experimento ........................................................... 16

3.2. Características avaliadas................................................................................21 3.2.1. Comprimento e diâmetro de túberas... ......................................................... 21

3.2.2. Peso médio de túberas comerciais ............................................................... 21

3.2.3. Produtividade total, comercial não-comercial de túberas ............................. 21

3.2.4. Percentagem de túberas de inhame infectadas por nematóides..................21

3.2.5. Qualidade de túberas ................................................................................... 22

3.2.6. pH e matéria orgânica do solo pós-colheita do inhame ................................ 22

3.2.7. Teores de NPK foliar .................................................................................... 22

3.2.8. Análise estatística ......................................................................................... 22

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 24

4.1. Comprimento e diâmetro de túberas comerciais ............................................. 24

4.2. Peso médio de túberas comerciais.................................................................. 27

4.3. Produtividade total, comercial e não-comercial ........ .......................................29

4.4. Percentagem de túberas de inhame infectadas por nematóides......................35

4.5. Qualidade de túberas ...................................................................................... 37

4.6. pH e Matéria Orgânica do solo após a colheita do inhame............................. 40

4.7. Teores de N, P e K nas folhas ......................................................................... 44

5. CONCLUSÕES .................................................................................................. 50

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 51

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x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características químicas e físicas do solo na profundidade de 0 – 20 cm, e

características químicas do esterco bovino e do biofertilizante, utilizados no

experimento. CCA-UFPB, Areia - PB, 2010...............................................................17

Tabela 2. Resumo das análises de variância e de regressão para o comprimento

(COMP), diâmetro (DT) e peso médio (PM) de túberas de inhame em função do

esterco bovino e do biofertilizante. Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.............................25

Tabela 3. Comprimento (COMP), diâmetro (DIAM) e peso médio (PM) de túberas de

inhame em função da adubação convencional e orgânica. Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................29

Tabela 4. Resumo das análises de variância e de regressão para produtividade total (PTT),

comercial (PTC) e não-comercial (PTNC) e, percentagem de túberas de inhame infectadas

por casca seca (CAS), em função do esterco bovino e biofertilizante. Areia-PB, CCA -

UFPB,

2010......................................................................................................................................30

Tabela 5. Produtividade total (PTT) comercial (PTC), não-comercial (PNC) e

percentagem de túberas infectadas por nematóide (%) em função da adubação

convencional e esterco bovino. Areia-PB, CCA – UFPB. ............................................34

Tabela 6. Resumo das análises de variância e de regressão para teores de amido e

de cinzas em túberas de inhame, em função do esterco bovino e do biofertilizante.

Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.......................................................................................38

Tabela 7. Teores de amido e cinzas em túberas de inhame em função da adubação

convencional e orgânica. Areia-PB, CCA - UFPB, 2010..............................................40

Tabela 8. Resumo das análises de variância e de regressão para pH e teor de matéria

orgânica no solo após a colheita do inhame, em função do esterco bovino e do biofertilizante.

Areia-PB, CCA - UFPB, 2010...................................................................................................41

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xi

Tabela 9. Valores de pH e matéria orgânica (MOS) no solo obtidos após a colheita

do inhame em função da adubação convencional e orgânica. Areia-PB, CCA -

UFPB, 2010................................................................................................................44

Tabela 10. Resumo das análises de variância e de regressão para os teores de N, P

e K em folhas de inhame, em função do esterco bovino e do biofertilizante. Areia-PB,

CCA - UFPB, 2010.....................................................................................................45

Tabela 11. Teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) nas folhas de inhame,

em função da adubação convencional e orgânica. Areia-PB, CCA - UFPB, 2010....49

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xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Comprimento de túberas de inhame em função do esterco bovino (y1) e do

biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................26

Figura 2. Diâmetro de túberas de inhame em função do esterco bovino (y1) e do

biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................27

Figura 3. Peso médio de túberas de inhame comercial em função do esterco bovino

(y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................28

Figura 4. Produtividade total de túberas de inhame em função do esterco bovino (y1)

e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................31

Figura 5. Produtividade de túberas de inhame comercial em função do esterco

bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e via foliar (y3). Areia-PB, CCA -

UFPB, 2010................................................................................................................32

Figura 6. Produtividade de túberas de inhame não-comercial em função do esterco

bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA -

UFPB, 2010..................................................................................................................35

Figura 7. Percentagem de túberas de inhame infectadas por nematóides em função

do esterco bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-

PB, CCA - UFPB, 2010..............................................................................................36

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xiii

Figura 8. Teores de amido em túberas de inhame em função do esterco bovino (y1)

e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................39

Figura 9. pH no solo após a colheita do inhame, em função do esterco bovino (y1) e

do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................42

Figura 10. Teor de matéria orgânica (g kg-1) no solo em função do esterco bovino

(y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................43

Figura 11. Teor de N na folha de inhame em função do esterco bovino (y1) e do

biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................46

Figura 12. Teor de P na folha de inhame em função do esterco bovino (y1) e do

biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................47

Figura 13. Teor de K na folha de inhame em função do esterco bovino (y1) e do

biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB,

2010............................................................................................................................48

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xiv

SILVA, J. A. Rendimento e qualidade do inhame em função do esterco bovino e

biofertilizante. Areia - PB, 2010. 82 f. Tese (Doutorado em Agronomia). Programa de

Pós-Graduação em Agronomia. Área de concentração: Agricultura Tropical.

Universidade Federal da Paraíba.

RESUMO

O trabalho foi realizado no município de Pitimbu-PB, no período de outubro de

2007 a agosto de 2009, com o objetivo de avaliar o rendimento e a qualidade do

inhame em função do esterco bovino e do biofertilizante. O delineamento

experimental utilizado foi de blocos casualizados, em parcelas subdivididas, 6 x 2 +

1 em três repetições. Nas parcelas foram testadas seis doses de esterco bovino (0;

6; 12; 18; 24 e 30 t ha-1), combinadas fatorialmente com a presença e ausência de

biofertilizante e, nas subparcelas, duas formas de aplicação do biofertilizante no solo

e na folha e um tratamento adicional com adubação convencional (esterco bovino e

NPK). O esterco bovino e o biofertilizante aplicado no solo e na folha aumentaram o

comprimento e diminuiu o diâmetro de túberas de inhame. As doses de 30 t ha-1 de

esterco bovino e o biofertilizante aplicado na folha e no solo produziram túberas com

peso médio ideais para o comercio. As produtividades total de 24,9; 25,8 e 27,6 t ha-

1 foram obtidas na dose de 30 t ha-1 de esterco bovino sem e com o biofertilizante

aplicado no solo e na folha, respectivamente. A adubação com esterco bovino e

biofertilizante foi responsável pela produtividade de túberas comerciais acima da

média para o estado da Paraíba. A adubação orgânica foi responsável por apenas

4,8% de túberas com casca seca. O teor de amido nas túberas comerciais de

inhame foi afetado pela adubação orgânica e pela adubação convencional. As doses

de 30; 23,8 e 30 t ha-1 de esterco bovino sem o biofertilizante e com sua presença no

solo e na folha foram responsáveis pelos teores de 26,1; 23,9 e 20,3% de amido no

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xv

inhame, respectivamente. O teor de cinzas não foi alterado pelos tratamentos. Nas

doses de 16,8; 13,7 e 11,3 t ha-1 de esterco bovino obteve-se pH no solo de 6,23;

6,21 e 6,05, na ausência e na presença de biofertilizante no solo e na folha,

respectivamente. Os teores de 29,4; 24 g kg-1 de N nas folhas foram alcançados

com 30 t ha-1 de esterco bovino sem biofertilizante e na dose de 25 t ha-1 com o

biofertilizante aplicado no solo, respectivamente, e média de 26,5 g kg-1 de N, com

as doses esterco bovino e o biofertilizante na folha. A dose de 30 t ha-1 de esterco

bovino com o biofertilizante no solo e na folha proporcionaram, respectivamente,

teores de 2,50; 2,30 e 2,72 g kg-1 de P nas folhas. A dose de 17 t ha-1 de esterco

bovino foi responsável pelo teor de 21,5 g kg-1 de K em folhas de inhame. Para o

biofertilizante no solo e na folha, obteve-se valores médios de 17,11 e 17,43 g kg-1,

de K na folha, respectivamente. A adubação convencional foi mais eficiente quando

comparada a fertilização orgânica, para as variáveis analisadas.

Palavras-chave: Dioscorea cayennensis, fertilização orgânica, produção, teores de

amido e cinzas, nutrientes foliares.

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xvi

SILVA, J. A. Yield and the yam quality fertilized with bovine manure and biofertlizer.

Areia - PB, 2010. 82 f. Tese (Doctorate in Agronomy). Programa de Pós-Graduação

em Agronomia. Área de concentração: Agricultura Tropical. Universidade Federal da

Paraíba.

ABSTRACT

Yield and quality of yam depending on bovine manure and biofertilizer

This study was carried out in Pitimbú – PB, from October 2007 to August 2009,

aiming to evaluate the yield and quality of yam depending on bovine manure and

biofertilizer. The experimental design used was randomized blocks, in subdivided

plots, 6 x 2 + 1 in three repetitions. In the plots have been tested six doses of bovine

manure (0; 6; 12; 18; 24 and 30 t ha-1 ), factorially combined with the presence and

absence of biofertilizer and, in the subplots, two ways of biofertilizer application in the

soil and in the leaf and a additional treatment with conventional fertilization (bovine

manure and NPK). The bovine manure and the biofertilizer applied in the soil and in

the leaf have increased the length and have decreased the yam tubers diameter. The

doses of 30 t ha-1 of bovine manure and biofertilizer appliked in the leaf and in the

soil have produced tubers with average weight ideal for trade. The total productivity

of 24,9; 25,8 and 27,6 t ha-1 have been obtained in the doses of 30 t ha-1 of bovine

manure with and without the biofertilizer applied in the soil and in the leaf,

respectively. The fertilization with bovine manure and biofertilizer has been

responsible by productivity of commercial tubers over the average to Paraíba state.

The organic fertilization has been responsible for just 4,8% of tubers with

nematoides. The starch content in the yam commercial tubers has been affected by

organic fertilization and conventional fertilization. The doses of 30; 23,8 and 30 t ha-1

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xvii

of bovine manure without the biofertilizer and with its presence in the soil and in the

leaf have been responsible by contents of 26,1; 23, and 20,3% of starch in yam,

respectively. The ashes content was not altered by treatments. In the doses of 16,8;

13,7 and 11,3 t ha-1 of bovine manure obtained a pH in the soil of 6,23; 6,21 and

6,05, in the absence and in the presence of biofertilizer in the soil and in the leaf,

respectively. The contents of 29,4; 24 g Kg-1 of N in the leaves have been reached

with 30 t ha-1 of bovine manure without biofertilizer in the dose of 25 t ha-1 with the

biofertilizer applied in the soil, respectively, the average of 26,5 g Kg-1 of N, with the

doses of bovine manure and biofertilzer in the leaf. The dose of 30 t ha-1 of bovine

manure with biofertilizer in the soil and in the leaf have provided, respectively,

contents of 2,50; 2,30 and 2,72 g Kg-1 of P in the leaves. The dose of 17 t ha-1 of

bovine manure has been responsible by the content of 21,5 g Kg-1 of K in the yam

leaves. To the biofertizer in the soil and in the leaf, it was obtained medium values of

17,11 and 17,43 g Kg -1 of K in the leaf, respectively. The conventional fertilization

has been more efficient when compared to organic fertilization, to the analyzed

variables.

Key words: Dioscorea cayennensis, organic fertilization, production, ashes and

starch contents, leaf nutrients.

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1. INTRODUÇÃO

O inhame (Dioscorea cayennensis ham), conhecido também por cará-da-

costa, cará-inhame, inhame da costa ou simplesmente cará, alcança na região

Nordeste do Brasil grande importância sócio-econômica, principalmente nos estados

de Pernambuco e Paraíba, considerados os maiores produtores nacionais. Essa

espécie deve merecer especial atenção por ser uma planta tropical de grande

potencial que poderá contribuir na solução do problema da demanda reprimida de

alimentos, sobretudo, nas regiões em desenvolvimento, nas quais o inhame é

amplamente utilizado na alimentação de todas as classes sociais. Do ponto de vista

nutricional suas túberas são ricas em vitaminas do complexo “B” e amido, com baixa

percentagem de gordura.

No estado da Paraíba, as áreas produtoras de inhame estão concentradas no

litoral Paraibano e na Microrregião do Agropastoril do Baixo Paraíba, com 90%

oriunda de pequenos produtores, carentes de informações tecnológicas capazes de

elevar o rendimento e reduzir o custo de produção. Mesmo com condições

climáticas ideais para produção de inhame, o rendimento médio é baixo, variando de

6 a 10 t ha-1. De acordo com Santos (2002), esse rendimento pode ser atribuído,

dentre outros fatores, a baixa fertilidade dos solos onde é cultivado.

Na agricultura os adubos orgânicos são usados nas formas sólida e/ou

líquida. No cultivo do inhame, o uso de adubos orgânicos sólidos é uma prática

constante e, se converte num forte aliado para minimizar a degradação dos solos

onde é cultivado, aumentar a produção de túberas pelo fornecimento de macro e

micronutrientes, oriundo dos processos de mineralização desses adubos.

Dentre os adubos orgânicos utilizados na fertilização do inhame, destaca-se o

esterco bovino que atua nas propriedades físicas do solo, promovendo a melhoria da

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sua estrutura através da redução da densidade aparente, do equilíbrio entre macro e

microporos, da melhoria da aeração, permeabilidade, infiltração e retenção de água,

minimizando o fendilhamento de solos argilosos e a variação de temperatura dos

solos (CARDOSO e OLIVEIRA, 2002), proporcionando acúmulo de nitrogênio

orgânico, auxiliando no aumento do seu potencial de mineralização e disponibilidade

de nutriente para as plantas, e reduzindo o uso de fertilizantes (TEJADA et al.,

2008). Também melhora a qualidade do inhame pelo aumento dos teores de amido

e cinzas (OLIVEIRA et al., 2002).

Com relação aos adubos orgânicos na forma líquida, o biofertilizante bovino,

tem se convertido em prática eficiente e de baixo custo de fertilização não-

convencional em diversas culturas, por garantir a nutrição mineral equilibrada das

plantas, prevenir contra o ataque das pragas e controlar doenças, a um custo muito

baixo (KHATOUNIAN, 2001; ALTIERI, 2002). De acordo com Santos (1992), o

biofertilizante deve ser aplicado no solo ou na folha, por meio de pulverizações para

permitir um perfeito desenvolvimento das plantas, principalmente daquelas que

apresentam ciclo vegetativo e reprodutivo curto, exigindo uma complementação

mais rápida e eficiente.

Em algumas hortaliças tais como: pepino, berinjela, tomate, alface e

pimentão, obtiveram elevação na produção comercial em função de pulverizações

com biofertilizante bovino, tanto em estufa como em condições de campo aberto

(PINHEIRO e BARRETO, 2000). Para o inhame, entretanto, não existem

informações em nível nacional sobre seu uso, o que justifica a necessidade de se

realizar pesquisas para viabilizar seu emprego como fertilizante alternativo

A cultura do inhame é exigente em nutrientes e, principalmente NPK.

Entretanto, nas áreas produtoras dessa espécie, estes nutrientes, especialmente N e

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P encontram-se geralmente em baixa disponibilidade, necessitando de adubações

pesadas para aumento de produção (PEREZ-MARIN et al., 2007). Desta forma, o

emprego intensivo desses nutrientes na forma mineral, pode acelerar o processo de

degradação dos solos das áreas produtoras de inhame (PEREZ-MARIN et al.,

2006).

Objetivou-se com este trabalho, avaliar o rendimento e a qualidade do inhame

em função do esterco do bovino e biofertilizante.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. O inhame

O inhame ou cará-da-costa, terminologia em alusão à Costa africana, seu

principal centro de dispersão, apresenta maior parte das espécies cultivadas

originada das zonas tropicais da Ásia e do Oeste da África (MESQUITA, 2002).

Pertencente à classe Liliatae (monocotiledônea), família das Dioscoreaceas, contém

cerca de seis gêneros e 600 a 900 espécies, ocorrendo no Brasil cinco gêneros e

625 espécies. A maioria dessas espécies não serve para alimentação humana.

Entretanto, em muitas espécies as túberas possuem taninos, alcalóides, substâncias

alergênicas, mucilagem e diosgenina que é a matéria-prima utilizada para síntese de

esteróides, resultando em apreciável valor farmacêutico (PEDRALLI, 2003).

Existem controvérsias em relação à diferenciação terminológica dos termos

inhame e cará. No Brasil, diferentes denominações vulgares para a cultura ocorrem

por regionalização. Por exemplo, a palavra inhame, no sul e centro sul do Brasil, é

aplicada à espécie comestível, de valor econômico apreciável, Colocasia esculenta

(L) Schott, pertencente à família Araceae, também referida por taro. Em São Paulo,

particularmente, cultiva-se muito Dioscorea alata, que é conhecida por cará, palavra

de origem Tupi (ká rá). Inicialmente o termo cará era referente às túberas de

Dioscorea trifida L. (MESQUITA, 2002).

Na região Nordeste, a palavra inhame também, é substituído por cará,

especialmente em referência às túberas de D. alata (cará São Tomé e cará Nambu).

Para evitar duplicidade de termos, ficou estabelecido por ocasião do I Simpósio

Nacional sobre as culturas do inhame e do cará em 2001, que no meio técnico-

científico nacional, a partir daquela data, o termo cará seria substituído

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definitivamente por inhame e o inhame (Colocasia esculenta) denominado

definitivamente de taro (CARMO, 2002).

As espécies Dioscorea cayennensis (inhame amarelo); Dioscorea rotundata

(inhame branco); Dioscorea alata e Dioscorea trifida se caracterizam por apresentar

a túbera como o principal produto de exploração, devido aos expressivos teores de

minerais (Ca, P e Fe), carboidratos (amido, principalmente), aminoácidos essenciais,

pro-vitamina A, pro-vitamina D, vitaminas C e do complexo B e suas propriedades

medicinais, que garantem o uso na farmacologia, mormente na síntese de cortisona

e hormônios esteróides (PEDRALLI, 2003).

A cultura do inhame constitui na região Nordeste e principalmente na Paraíba,

alternativa agrícola para ampliar o consumo no mercado interno e atender a

demanda do mercado externo, bem como fonte de renda para os pequenos e

médios agricultores familiares (SANTOS, 2002). Essa planta se desenvolve

satisfatoriamente em clima tropical quente e úmido, sob condições de regime pluvial

de 1.000 a 1.600 mm anuais, com temperatura ótima diária de 24 a 39 ºC e umidade

relativa do ar de 60 a 70%. Produzem bem em solos de textura arenosa e média,

profundos, bem drenados e arejados, férteis e ricos em matéria orgânica, com pH de

5,5 a 6,0 (SANTOS et al., 2007).

O ciclo do inhame é anual e uma planta pode produzir dois tipos de túberas

as comerciais colhidas aos seis meses após o plantio, e as sementes, colhidas três

meses após as túberas comerciais. Estas se constituem em produto agrícola de

apreciável valor comercial no mercado interno e externo, sendo um alimento rico em

carboidratos, especialmente amido, sais minerais e vitaminas do complexo B. As

túberas sementes, conhecidas pelos agricultores como mamas ou sementes

“capadas”, são produzidas por meio de uma técnica denominada de capação, que

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consiste em cavar lateralmente os matumbos ou leirões, descobrindo

cuidadosamente a túbera comercial e separando-a da planta por um corte

exatamente no ponto de ligamento entre a protuberância e a túbera comestível,

mantendo-se algumas raízes da planta. Retira-se a túbera comercial para consumo

e enterra-se a planta novamente, a qual emitirá novas raízes e produzirá túberas

menores e arredondadas, que podem ser colhidas cerca de 90 dias após a

"capação” (SANTOS et al., 2007).

2.2. Importância econômica

Nos últimos anos, a cultura do inhame vem apresentando nível considerável

de evolução, assumindo uma nova dimensão na cadeia alimentar e marcando

participação no desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil. Mesmo assim, a

expansão do seu cultivo é ainda limitada, principalmente em função da escassez e

disponibilidade de informações técnico-científicas que venham propiciar a

sustentabilidade e a eficiência competitiva dessa cultura (SANTOS e MACÊDO,

2002).

A cultura do inhame, explorada na dimensão do agronegócio, constitui-se em

expressiva atividade geradora de emprego e renda, cujos negócios anuais no mundo

superam US$ 150 milhões. O Brasil, a despeito da imensa aptidão para exploração

plena das potencialidades dessa cultura, ainda não se deu conta dos negócios

integrados frente à cadeia produtiva que podem ser viabilizados, mediante a

verticalização da produção, como importante e estratégica fonte de geração de

emprego e renda (MESQUITA, 2002).

A exploração da cultura do inhame constitui uma alternativa viável para a

agricultura nordestina porque nas zonas produtoras dessa região encontram-se

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condições ambientais favoráveis para seu desenvolvimento e produção, em caráter

altamente econômico. Soma-se a isso o grande potencial que apresenta para

expansão de sua área de cultivo, possibilitando maior produção e exportação para

os grandes centros consumidores do centro-sul, além do mercado externo

(SANTOS, 1996).

De acordo com dados da FAO (2005) a produção mundial de inhame em

2004 foi de 40 milhões de toneladas anuais, sendo 90% originária de três países

africanos: Nigéria, Gana e Costa do Marfim. A Nigéria é o maior produtor, sempre

com médias anuais correspondentes a três quartos do total mundial.

O Brasil no período de 1995 até junho de 2000 exportou um total de 16 mil

toneladas de inhame, que foram destinadas basicamente (98,59%) para os Estados

Unidos, Reino Unido, Países Baixos, Canadá e França. Contudo, sua participação

no agronegócio internacional de inhame ainda é muito tímida, em torno de 0,6%,

mesmo assim, o saldo da balança comercial do inhame é sempre superavitário, já

que a corrente de comércio dessa cultura tem sido crescente ao longo desta década,

superando a casa dos 11 milhões de dólares em 2000, representando um

crescimento de 155% em relação a 1995 (MESQUITA, 2001).

A região Nordeste é responsável por 90% de todo o inhame produzido no

Brasil (Mesquita, 2001) e tem apresentado crescimento nas exportações, sendo os

Estados de Pernambuco e Bahia, os que mais cresceram com elevação de 34% no

ano de 2001. Em contraposto, o estado da Paraíba, maior produtor do Brasil (33%

da produção brasileira), viu sua participação percentual nas exportações reduzidas

em praticamente 48% e, consequentemente, ocorreu redução na geração de

emprego e renda (MESQUITA, 2002).

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Com relação à geração de emprego e renda, por ocasião da condução da

cultura, a colheita do inhame absorve elevada ocupação produtiva, já que permite

duas colheitas/ano, uma em julho ou agosto (inhame imaturo) e outro em novembro

ou dezembro (inhame maduro). Essa atividade é extremamente importante para a

fixação do homem no campo porque para cada tonelada de inhame colhido, significa

mais de três empregos gerados (SANTOS, 1996).

Os estados com maiores taxas de produção no nordeste são Paraíba,

Pernambuco, Bahia, Alagoas e Maranhão. A grande maioria dos plantios ainda

constitui uma atividade tipicamente familiar, mas que gera renda e trabalho,

empregando, em media, 1,25 homem/hectare/ano. Além dos empregos diretos, a

cadeia produtiva do inhame envolve outros setores como armazenamento,

transporte e comercialização. Dessa forma, pode-se afirmar que a cultura do inhame

apresenta grande importância econômica e social para o desenvolvimento dessa

região (SANTOS e MACÊDO, 2002).

2.3. Matéria orgânica

A matéria orgânica é importante fonte de carbono e energia para os

microrganismos do solo, influenciando no aumento da eficiência de aproveitamento de

elementos químicos (nutrientes) fornecidos para as plantas através de adubações. No

entanto, a disponibilidade de nutrientes às plantas depende da taxa de mineralização

da matéria orgânica, que vai depender da quantidade desses nutrientes imobilizados e

disponíveis, como também da temperatura, da umidade, do pH, da aeração do solo,

das perdas do nitrogênio por lixiviação e da relação C/N do material (FERREIRA et al.,

2003).

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A matéria orgânica promove diretamente uma série de benefícios para o solo e,

consequentemente, para as plantas cultivadas, dentre os quais se destacam: a

melhoria da estrutura e da fertilidade do solo; a redução da acidez do solo e do Al

trocável, o Mn tóxico e a densidade aparente do solo; promove o aumento da CTC, do

transporte e disponibilidade de micronutrientes; melhora a aeração, permeabilidade,

retenção de água e regulação da temperatura, favorecendo o desenvolvimento

vegetativo adequado à obtenção de produtividade economicamente viável, além de

favorecer a atividade dos microrganismos no solo (RAIJ, 1991; PIRES e JUNQUEIRA,

2001; CARDOSO e OLIVEIRA, 2002).

A matéria orgânica incorpora ao solo principalmente dois elementos químicos

essenciais que não existem no material de origem: carbono e nitrogênio. O último é o

nutriente mais importante do ponto de vista quantitativo, e só este fato, já seria

suficiente para justificar a sua importância como fonte de nitrogênio. A matéria orgânica

também é a única forma de armazenamento de nitrogênio que não volatiliza e, ainda

responsável por 80% do fósforo total encontrado no solo (RAIJ, 1991; PIRES e

JUNQUEIRA, 2001).

Quando adicionada no solo em quantidades adequadas, a matéria orgânica, de

acordo com o grau de sua decomposição, pode ter efeito imediato ou residual, por meio

de um processo mais lento de decomposição (RODRIGUES, et al., 2008). Dessa

forma, ela possibilita a liberação dos nutrientes à planta de acordo com a sua

exigência, favorecendo os agricultores pelo fato de ser um insumo de baixo custo e de

ótima qualidade, proporcionando economia no consumo de fertilizantes minerais

(MELLO et al., 2000).

Nas áreas produtoras de inhame, predominam os solos arenosos com baixos

teores de matéria orgânica e limitada capacidade de retenção de água e íons, contudo,

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a adição da matéria orgânica em quantidade excessiva nesses solos pode provocar o

acúmulo de nutrientes, favorecendo o potencial elevado de perdas por lixiviação, como

também, pode causar prejuízos às plantas em algumas situações de solos muito ácidos

e argilosos, onde os benefícios da adubação orgânica não são muito evidentes (SILVA,

et al., 2000; SHARPLEY et al., 2004; MITCHELL e TU, 2006).

De forma geral, as hortaliças são beneficiadas pelo emprego de adubos

orgânicos, tanto em produtividade como em qualidade dos produtos obtidos, quando

comparada à adubação mineral, sendo o esterco bovino a fonte mais utilizada,

especialmente em solos pobres em matéria orgânica, atuando como poderoso agente

beneficiador do solo, capaz de melhorar substancialmente muitas de suas

características físicas, químicas e biológicas (FILGUEIRA, 2008).

2.3.1. Esterco bovino

A utilização de adubos orgânicos de origem animal torna-se prática útil e

econômica para os pequenos e médios produtores de hortaliças, uma vez que

melhora a fertilidade e a conservação do solo (ARAÚJO et al., 2007). A utilização de

esterco é uma alternativa amplamente adotada para o suprimento de nutrientes,

principalmente nitrogênio e fósforo, em áreas de agricultura familiar no Nordeste do

Brasil (MENEZES e SALCEDO, 2007).

Dentre os adubos orgânicos, o esterco bovino ou de curral, é considerado um

dos insumos com grande potencial como fertilizante. É um subproduto da excreção de

bovinos, que exerce importância para a agricultura, uma vez que quando devidamente

mineralizado melhora as condições físicas, químicas e biológicas do solo. Sua

utilização como adubo, vem se observando desde a antiguidade com a finalidade de

melhorar a estruturação do solo (PRAXEDES, 2000).

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Quando há a adição de estercos no solo, à decomposição promovida pela

biomassa microbiana do solo que faz com que ocorra mineralização, e o acúmulo de

alguns nutrientes se dê preferencialmente nas formas inorgânicas. Por outro lado, se

o resíduo for de difícil decomposição, nutrientes como o fósforo pode permanecer

em formas orgânicas. Esse acúmulo, também pode ocorrer quando os estercos

bovinos contém um teor médio acima de 14% de lignina, substância de lenta

decomposição e precursora de substâncias húmicas (VANLAUWE et al., 2005),

contribuindo para o acréscimo de C ao longo do tempo.

A aplicação de esterco na maioria das propriedades que utilizam desta fonte

para manter a fertilidade do solo é anual. Não há um acompanhamento da relação

entre as doses aplicadas e a retirada de nutrientes pelas culturas, e isto pode

resultar em doses menores ou maiores que as necessárias. Este último caso foi

observado por Silva et al. (2007) que estudaram o efeito da aplicação de esterco em

um Neossolo Regolítico e constataram que a aplicação anual de 15 t ha-1 de esterco

levou a um aumento significativo nas concentrações de N e P total e nas de P e K

disponíveis no solo, ao longo de cinco anos de cultivo da batata em experimento de

campo.

Em algumas olerícolas, vários autores verificaram efeitos positivos do

emprego da adubação com esterco bovino, entretanto, Nunes (2002), utilizando

esterco bovino, afirmou que esse adubo orgânico foi mais eficiente sobre o

rendimento da batata quando associado aos adubos químicos.

Em batata-doce, Santos, et al., (2009) observaram produtividades máxima de

13 t ha-1 de raízes comercial, quando aplicou 40 t ha-1 de esterco bovino. Andrade e

Veiga (2001) verificaram aumento da produtividade da batata-doce, quando

aplicaram esterco bovino. Oliveira et al., (2007), obtiveram 20 t ha-1 e 17,01 t ha-1 de

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raízes de batata-doce em função das doses de esterco bovino na presença do

biofertilizante aplicado na folha e no solo, respectivamente. Santos et al. (2006 b)

constataram produções total e comercial de raízes de batata-doce de 18,5 e 14,2 t

ha-1, obtidas com 32 e 30 t ha-1 de esterco bovino, respectivamente.

Em cenoura, Praxedes (2000) registrou maiores incrementos na produção nos

tratamentos que receberam esterco bovino e esterco mais biofertilizante. Margarido

e Lavorenti (2000), também, obtiveram resposta significativa na produção de

cenoura em virtude da adubação com esterco bovino.

Na região Nordeste, principalmente no estado da Paraíba, é constante a prática

da adubação com estercos pelos produtores de inhame, isso porque as áreas utilizadas

para a sua produção apresentam solos com características arenosas e com baixo teor

de matéria orgânica. No entanto, as informações até então relacionando a adubação

orgânica com a produção e a qualidade das túberas do inhame ainda são incipientes e

conflitantes (OLIVEIRA, 2002). Ensaios conduzidos com a aplicação de esterco bovino

na cultura do inhame no Brasil e em outras partes do mundo, como África e Ásia

revelaram efeitos positivos sobre o seu rendimento (SILVA, 1983). Segundo Oliveira et

al. (2001a e 2001b) verificaram que as doses de 13,3 e 12,6 t ha-1 de esterco bovino

mais NPK foram responsáveis pela máxima produtividade de inhame (18 t ha-1) colhido

aos sete meses e 20 t ha-1 aos nove meses após o plantio, respectivamente.

2.3.2. Biofertilizante

Os biofertilizantes são componentes líquidos, bioativos oriundos da

fermentação de compostos orgânicos e água, sob condições aeróbicas ou

anaeróbicas, contendo células vivas ou latentes de microrganismos (bactérias,

leveduras, algas e fungos filamentosos). Caracterizam-se, também, por seus

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metabólitos e quelatos organo-minerais, antibióticos, aminoácidos, vitaminas,

enzimas e hormônios, gerando a produção de gás metano (CH4) e gás carbônico

(CO2) durante o processo fermentativo (PENTEADO, 1999; PINHEIRO e BARRETO,

2000; BETTIOL, 2001; MARTINS, 2000; ALVES et al., 2001; SANTOS, 2001).

O uso de produtos alternativos como os biofertilizantes tem se difundido como

uma forma de reciclagem de estercos e resíduos orgânicos e sua re-utilização.

Servem como adubo orgânico e defensivo para o controle de fitomoléstias que

infestam as plantas. Além disso, esses produtos podem ser produzidos pelo próprio

agricultor, gerando economia de insumos importados e, ainda, promovendo

melhorias no saneamento ambiental, diminuindo a degradação do solo, o descarte

de resíduos e a emissão de gases de efeito estufa (MEDEIROS et al., 2007).

O uso de biofertilizantes líquidos na forma de fermentados microbiano comum

tem sido um dos processos empregados no controle de algumas doenças e

repelente a pragas, e na composição mineral das plantas, estratégia baseada no

equilíbrio nutricional e biodinâmico do vegetal. A maior importância do biofertilizante

como fertilizante, não está nos quantitativos dos seus nutrientes, mas na diversidade

da composição mineral, que pode formar compostos quelatizados e serem

disponibilizados pela atividade biológica e como ativador enzimático do metabolismo

vegetal (PRATES e MEDEIROS, 2001).

O processo de fabricação do biofertilizante líquido, na ausência de ar

(anaeróbio ou metanogênico) é obtido a partir da fermentação, em sistema fechado

do esterco fresco de gado durante aproximadamente 30 dias para que ocorra o

metabolismo de alterações nos componentes do esterco, mediante ação de

microrganismo, liberando os macros e micronutrientes e formando proteínas,

vitaminas e hormônios, aumentando sua disponibilidade para promover o

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crescimento das plantas. O período para aplicação do biofertilizante varia de 30 dias

(depois da fermentação) até os 60 dias após, desde que volte ao mesmo sistema

fechado (SANTOS, 1992; BURG e MAYER, 1999).

Os biofertilizantes funcionam como promotores de crescimento e como

elicitores na indução de resistência sistêmica da planta contra o ataque de pragas,

por ação repelente, fagodeterrente (inibidores de alimentação) ou afetando seu

desenvolvimento e reprodução. A potência biológica de um biofertilizante pode ser

definida pela quantidade de microrganismos nele existentes e que são responsáveis

pela liberação de metabólitos e entimetabólitos, entre eles vários antibióticos e

hormônios vegetais (BETTIOL et al., 1998).

Quanto aos aspectos nutricionais, os biofertilizantes líquidos quando aplicado

em plantas frutíferas, a partir de pulverizações mensais em concentrações de 10 a

30%, contribuem para um suprimento equilibrado de macro e micronutrientes e

permitem que o vegetal desenvolva todo o seu potencial genético e traduza em

produtividade e resistência/tolerância aos ataques fitopatogênicos (PINHEIRO e

BARRETO, 1996; PENTEADO, 1999; BETTIOL, 2001; SANTOS, 2001).

A riqueza nutricional e biológica que os compostos orgânicos conferem ao

solo e às plantas auxiliam sobremaneira no cultivo de plantas, permitindo melhorar

as qualidades químicas, físicas e biológicas do solo e promover um desenvolvimento

vegetativo adequado à obtenção de produtividade técnica e economicamente viável

(VIGLIO, 1999; WILLER, 2001).

Em olerícolas, os biofertilizantes líquidos vêm sendo utilizados como forma

alternativa de suplementação de nutrientes na produção orgânica (SOUZA e

RESENDE, 2003). Quando aplicados no solo, proporcionam melhoria nas

propriedades físicas (estrutura e porosidade), químicas e biológicas do solo e

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quando aplicado sobre as folhas podem contribuir para um suprimento equilibrado

de macro e micronutrientes, permitindo que o vegetal desenvolva todo o seu

potencial genético e produtivo (TRATCH e BETTIOL, 1997; MARTINS, 2000;

BETTIOL, 2001; SANTOS, 2001; FIGUEIREDO, 2003; COSTA et al., 2004;

MEDEIROS et al., 2004; SANTOS 2004; ALVES, 2009).

Para Pinheiro e Barreto (2000), o uso de biofertilizante na concentração de

5%, além de fornecer nutrientes, adiciona ao solo metabólitos intermediários como

enzimas, vitaminas e hormônios de crescimento, o que favorece a disponibilidade de

nutrientes, pela ação de microrganismos. Medeiros (2000) constatou que

pulverizações de biofertilizante líquido proveniente de fermentação aeróbica,

produzido à base do composto orgânico Microgeo ®, em concentrações de 0,5 a

1%, manejada com uso concomitante da rocha moída MB-4 (mistura de micaxisto e

serpentinita) e esterco bovino sobre o solo, produziu resultados significativos na

sanidade e na produção de pepino, berinjela, tomate, alface e pimentão, tanto em

estufas como em condições de campo.

Em batata-doce, Barbosa (2005) encontrou 20 t ha-1 e 17,01 t ha-1 de raízes

em função das doses de esterco bovino na presença do biofertilizante aplicado na

folha e no solo, respectivamente. Oliveira et al. (2007) afirmaram que as máximas

produtividades total de raízes de batata-doce foram 21,4 e 21,2 t ha-1 alcançadas

com as doses de 25,6 e 24,4 t ha-1 de esterco bovino, na presença e ausência de

biofertilizante, respectivamente.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Instalação e condução do experimento

O trabalho foi conduzido no período de outubro de 2007 a agosto de 2009, e

constou de um experimento em condições de sequeiro, em área de produção de

inhame no Assentamento Rural Andreza, do município de Pitimbú-PB, localizado a

uma altitude média de 50 metros, cujas coordenadas geográficas são de: latitude

07°28'14''S e longitude 34° 48' 31'' W, a uma distância linear de 68 km de João

Pessoa, limitando-se ao Norte com o município do Conde; ao Sul com o município

de Goiana; ao Leste com o Oceano Atlântico e ao Oeste com os municípios de

Caaporã e Alhandra (IBGE, 2009).

Conforme classificação de Köppen, o clima local é do tipo As’, que se

caracteriza como quente e úmido, tipo tropical com chuvas de fevereiro a agosto,

com precipitação pluvial média anual de 1.600 mm e período de estiagem

compreendido entre setembro a janeiro. A amplitude térmica anual é baixa, com

valores médios anuais de temperatura oscilando entre 25 a 29o C (BRASIL, 1972). O

solo da área experimental foi classificado por Brasil (1972), enquadrando-se na nova

classificação proposta por EMBRAPA (2006) como Latossolo Vermelho Amarelo

Distrófico.

Na tabela 1 encontram-se os dados referentes à caracterização física e

química do solo antes do preparo da área, e as características químicas do esterco

bovino e do biofertilizante.

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Tabela 1. Características químicas e físicas do solo na profundidade de 0 – 20 cm, e

características químicas do esterco bovino e do biofertilizante utilizados no experimento.

CCA-UFPB, Areia - PB, 2010.

Características químicas Teores obtidos

Matéria orgânica (g/kg) 9,95 pH em água (1:2,5) 4,95 P - Mehlich (mg dm-3) 4,77 K+ (mg dm-3) 12,0 Na+ (cmolc dm

-3) 0,00 Ca (cmolc dm

-3) 0,50 Mg (cmolc dm

-3) 0,15 Al+ (cmolc dm

-3) 0,40 H+Al (cmolc dm

-3) 3,63

Características físicas

Areia (g kg-1) 570 Silte (g kg-1) 54 Argila (g kg-1) 215 Argila dispersa (g kg-1) 52 Grau de floculação (g kg-1) 758 Densidade do solo (g cm-3) 1,22 Densidade de partículas (g cm-3) 2,66 Porosidade total (m3 m-3) 0,54

Características químicas do esterco bovino

Matéria orgânica (g dm-3) 182,07 Nitrogênio (g dm-3) 7,20 Carbono (g dm-3) 105,85 Relação C/N 14,70 P2O5 (g kg

-1) 3,60 K2O (g kg

-1) 4,10

Características químicas do biofertilizante

M.O (g L-1) 19,02 N (g L-1) 0,41 P (g L-1) 0,10 K (g L-1) 0,36 S (g L-1) 0,66 Ca (g L-1) 0,14 Mg (g/L-1) 0,15 B (mg/L-1) 1,70 Cu (mg/L-1) 1,13 Mn (mg/L-1) 19,06 Zn (mg/L-1) 2,11

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O delineamento experimental empregado foi o de blocos casualizados, em

parcelas subdivididas 6 x 2 + 1 em três repetições. Nas parcelas foram testados 12

tratamentos formados por seis doses de esterco bovino (0; 6; 12; 18; 24 e 30 t ha-1),

combinadas fatorialmente com a presença e ausência de biofertilizante e, nas

subparcelas duas formas de aplicação do biofertilizante (no solo e na folha). Além

disso, foi avaliado um tratamento adicional com adubação convencional (esterco

bovino e NPK), conforme recomendação do laboratório de Química e Fertilidade do

Solo do Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias

da Universidade Federal da Paraíba

A área experimental constou de 2635 m2 e um número de 3360 plantas. Cada

parcela foi composta por 40 plantas e as subparcelas por 20 plantas, espaçadas de

1,20 m x 0,60 m. A área experimental foi preparada por meio de aração, gradagem e

confecção de leirões com aproximadamente 40 - 50 cm de altura, com o objetivo de

propiciar condições favoráveis para o plantio e desenvolvimento das túberas.

O plantio foi realizado empregando-se porções de túberas-semente, cultivar

Da Costa com peso médio de aproximadamente 250 g, as quais foram enterradas a

10 cm de profundidade no topo do leirão.

A adubação constou do fornecimento das doses de esterco bovino, definidas

no delineamento experimental, fornecidas seis dias antes do plantio, aliada a

presença e ausência de biofertilizante. Nos tratamentos que receberam

biofertilizante, o mesmo foi aplicado no solo e na folha na concentração de 20%

(dois litros de biofertilizantes para 10 litros de água) aos 60; 90; 120; 150 e 180 dias

após o plantio. Os períodos de aplicação do biofertilizante foram definidos a partir

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dos 60 dias em função do inhame apresentar brotação inicial desuniforme e lenta, e

após esse período já existem mais de 90% das plantas em crescimento.

No tratamento adicional, conforme recomendação laboratorial, a adubação

constou do fornecimento de 20 kg ha-1 de N (sulfato de amônio); 100 kg ha-1 de P2O5

(superfosfato simples) e 30 kg ha-1 de K2O (cloreto de potássio), no plantio,

associada ao esterco bovino. Em cobertura, 40 kg ha-1 de N e 30 kg ha-1 de K2O,

parcelados em partes iguais, aos 30; 60 e aos 90 dias após o plantio.

O biofertilizante foi preparado conforme Santos (1992), e foi obtido pela

fermentação por 30 dias, em recipiente plástico, na ausência de ar, de uma mistura

contendo esterco bovino fresco e água na proporção de 50% (volume/volume). Para

se obter o sistema anaeróbico, a mistura foi colocada em uma bombona plástica de

240 litros deixando-se um espaço vazio de 15 a 20 cm no seu interior, fechada

hermeticamente, e adaptada uma mangueira à tampa, mergulhando a outra

extremidade, num recipiente com água com altura de 20 cm, para a saída dos gases

(Figura 1).

Gás

Figura 1. Esquema da obtenção do biofertilizante.

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Durante a condução do experimento foram executadas capinas manuais com

o auxílio de enxadas, visando manter a área livre de plantas daninhas. Por ocasião

das capinas foram realizadas amontoas, com o objetivo de manter os leirões bem

formados e proteger as túberas contra o efeito dos raios solares.

Nos períodos de ausência de chuvas foram efetuadas irrigações

suplementares pelo sistema de aspersão convencional, procurando manter a cultura

com disponibilidade de umidade suficiente para o seu desenvolvimento normal. Não

foi necessária a aplicação de defensivos em virtude da indução de resistência e

repelência da planta promovida pelo biofertilizante, contra o ataque de pragas e

doenças que pudessem causar danos econômicos. Para a orientação do

crescimento da planta foi adotado o sistema de tutoramento tradicional, com um

tutor (vara), medindo aproximadamente 1,50 m de altura.

As colheitas foram realizadas aos sete meses após o plantio, época em que

as túberas encontravam-se imaturas, caracterizada pelo término da floração e

secamento das flores, denominada de colheita precoce ou “capação” e, aos nove

meses, quando as túberas encontravam-se maduras, caracterizados pelo

secamento dos ramos e folhas das plantas, indicando a maturidade fisiológica das

mesmas e fim do ciclo vegetativo do inhame.

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3.2. CARACTERÍSTICAS AVALIADAS

3.2.1. Comprimento e diâmetro de túberas

O comprimento e o diâmetro de todas as túberas comerciais em cada

tratamento foram tomados com o auxílio de régua e paquímetro digital,

respectivamente.

3.2.2. Peso médio de túberas comerciais

Determinado mediante a relação estabelecida entre a produção da parcela e

o número de plantas avaliadas, expresso em kg. Foram consideradas túberas

comerciais aquelas com peso variando de 1,5 a 3,0 kg (SANTOS e MACEDO, 2002).

3.2.3. Produtividade total, comercial e não-comercial de túberas

A produtividade total correspondeu ao peso de todas as túberas colhidas aos

sete e aos nove meses, enquanto que a produção de túberas comerciais

correspondeu ao peso das mesmas variando de 1,5 a 3,0 kg. Para determinação da

produtividade não-comercial foram consideradas as túberas com peso inferior a 0,8

kg e superior a 3,0 kg, e as túberas infectadas por nematóides, estimando-se os

resultados para t ha-1.

3.2.4. Percentagem de túberas de inhame infectadas por nematóides

Por ocasião da avaliação da produção de túberas comerciais em galpão, foi

efetuada a contagem de túberas com sintomas de ataque de nematóides

Scutellonema bradys e/ou Meloidogyne incognita, com os dados transformados para

percentagens.

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3.2.5. Qualidade de túberas

Foram tomadas ao acaso amostras de túberas imaturas e maduras em estado

fresco, e transportadas para o Laboratório de Bioquímica do Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, onde se determinou os teores de

cinzas, conforme Lanara (1981) e de amido de acordo com as normas analíticas do

Instituto Adolfo Lutz (1985).

3.2.6. pH e matéria orgânica do solo pós-colheita do inhame

No final do experimento foram coletadas amostras de solo de todos os

tratamentos e repetições a 20 cm de profundidade, sendo levadas para o

Laboratório de Química e Fertilidade do Solo do Departamento de Solos e

Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da

Paraíba, onde foram determinados pH e os teores de matéria orgânica do solo.

3.2.7. Teores de NPK foliar

Aos 150 dias após o plantio, época em que a planta atingiu o estádio de

maturidade fisiológica e o maior índice de exportação de nutrientes via foliar foram

coletadas aproximadamente 30 folhas por tratamento, da parte mediana das plantas,

e conduzidas ao Laboratório de Química e Fertilidade do Solo do Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal da Paraíba para determinação dos teores de NPK

foliar, conforme metodologia de Tedesco et al. (1995).

3.2.8. Análise estatística

Os resultados foram submetidos a análises de variância, utilizando-se o teste

F para a comparação de quadrados médios e o teste Tukey para comparação das

médias, ao nível de 5% de probabilidade. Também foram realizadas análises de

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regressão polinomial para comparar os efeitos das doses de esterco bovino sobre as

características avaliadas, testando-se os modelos linear e quadrático, sendo

escolhido para explicar os resultados a significância do modelo e o maior coeficiente

de determinação (R2). As duas formas de aplicação do biofertilizante foram

comparadas pelo teste F e o tratamento adicional (NPK), foi comparado pelo

contraste do fatorial. Nas análises estatísticas foi empregado o programa software

SAEG (SAEG, 2000), desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa (MG).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Comprimento e diâmetro de túberas comerciais

De acordo com os resumos das análises de variância, pode-se verificar que o

comprimento e o diâmetro de túberas de inhame sofreram alterações significativas

das formas de aplicações do biofertilizante, não sendo influenciados pelas doses de

esterco bovino. Conforme análise de regressão, as médias do comprimento e do

diâmetro ajustaram-se a modelo quadrática em função da aplicação do biofertilizante

aplicado no solo e apenas linear para o diâmetro de túberas, quando se aplicou o

biofertilizante na folha (Tabela 2).

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Tabela 2. Resumo das análises de variância e de regressão para o comprimento

(COMP), diâmetro (DT) e peso médio (PM) de túberas de inhame em função do

esterco bovino e do biofertilizante. Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

Fonte de variação Quadrados médios

GL COMP DIAM PM

BLOCO 2 0,0032895ns 0,7324701ns 0,266403ns

Doses de esterco (DE) 5 5,894406 ns 2,971251ns 0,900752**

Erro (a) 10 7,248137 ns 2,282871 ns 0,115009ns

Aplicação (A) 2 11,91791* 13,81902** 0,4096286*

DE vs A 10 6,149916 ns 2,343464ns 0,110112ns

Erro (b) 24 3,814860 1,969268 0,1277808

Testemunha vs fatorial 10,9616ns 7,8195ns 0,0373ns

Erro (c) 36 4,669398 1,955026 0,1257082

CV (%) 8,02 17,17 19,65

D/Esterco bovino

Efeito Linear 1 2,315248 ns 1083493 ns 1,972522**

Efeito Quadrático 1 1,395089 ns 1,294295 ns 0,258890ns

D/Bio no solo

Efeito Linear 1 2,674689 ns 4,200442 ns 1,401516**

Efeito Quadrático 1 22,86035 * 10.06000* 0,103529ns

D/Bio na folha

Efeito Linear 1 7,926807* 15,89773** 0,576940**

Efeito quadrático 1 4,321423 ns 2057130 ns 0,003164ns

Resíduo combinado 5,52 2,06 0,12

Por meio de derivação da equação de regressão calculou-se a dose de 29 t ha-

1 de esterco bovino, como aquela responsável pelo comprimento máximo de túberas

comerciais de 26 cm, na presença do biofertilizante no solo. O biofertilizante

aplicado na folha proporcionou comprimento máximo de 27,6 cm na dose de 30 t ha-

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1 de esterco bovino, enquanto que na ausência do biofertilizante não houve alteração

significativa dos tratamentos sobre o comprimento de túberas (Figura 1).

Figura 1. Comprimento de túberas de inhame em função do

esterco bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na

folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

Com relação ao diâmetro de túberas houve comportamento inverso, em

relação ao comprimento, isso porque quando o biofertilizante foi aplicado no solo, à

dose de 18 t ha-1 de esterco bovino propiciou a formação de túberas com menor

diâmetro (6,6 cm), e quando o biofertilizante foi aplicado na folha o aumento das

doses de esterco bovino reduziu o diâmetro das túberas com valor mínimo de 7,8

cm, na dose de 30 t ha-1. Na ausência do biofertilizante, obteve-se diâmetro médio

de túberas de 7,9, em função das doses de esterco bovino (Figura 2).

Ŷ1 Esterco bovino = 25,6

y2

y3

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O esterco bovino fornecido isolado ou associado com o biofertilizante,

independente de sua forma de aplicação, proporcionou a produção de túberas com

comprimento e diâmetro adequados para o comércio interno e exportação, segundo

(OLIVEIRA et al., 2007).

Figura 2. Diâmetro de túberas de inhame em função do esterco

bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3).

Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

4.2. Peso médio de túberas comerciais

Conforme o resumo da análise de variância, o peso médio de túberas

comerciais foi influenciado significativamente pelas doses de esterco bovino (Tabela

2). De acordo com a análise de regressão, o peso médio aumentou de forma linear

com a elevação das doses de esterco bovino e com as formas de aplicações do

biofertilizante no solo e na folha, com pesos máximos de 2,1; 2,1 e 2,2 kg,

respectivamente, na dose de 30 t ha-1 de esterco bovino (Figura 3).

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A exemplo do comprimento e do diâmetro de túberas comerciais, os valores

obtidos para o peso médio também se situam dentro da faixa de túberas de inhame

tipos exportação, definida por (SANTOS 1996; OLIVEIRA et al., 2007), entre 1,5 a

2,0 kg, o que pode indicar que o esterco bovino e o biofertilizante desempenham

papéis importantes na qualidade comercial do inhame.

A pequena diferença verificada entre os tratamentos pode indicar que o uso

do esterco bovino isolado ou associado com biofertilizante na fertilização do inhame

pode ser suficiente para aumentar o peso médio de túberas, porque são capazes de

melhorar as condições físicas do solo (PEREIRA e MELLO, 2002) e o suprimento

das necessidades das plantas em macro e micronutrientes (MALAVOLTA, 2006),

induzidos pela composição química desses insumos (Tabela 1).

Figura 3. Peso médio de túberas de inhame comercial, em função do

esterco bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha

(y3). Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

y2

y3

y1

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Verificou-se que não houve diferença significativa entre a adubação orgânica

e a convencional (esterco bovino e N, P e K), para comprimento, diâmetro e peso

médio de túberas de inhame (Tabela 3). Era de se esperar superioridade da

adubação convencional sobre essas características, pois o inhame responde de

forma positiva ao emprego de NPK (FILGUEIRA, 2008), o que indica que apenas a

adubação orgânica atende as exigências do inhame. Possivelmente, os nutrientes

presentes no esterco bovino e no biofertilizante foram responsáveis por estes

resultados.

Esses resultados corroboram os de Santos et al. (2006 a) e de Oliveira et al.

(2007), os quais verificaram efeitos positivos do esterco bovino sobre o peso médio

de raiz comercial de batata-doce. Em inhame, Oliveira et al. (2001) encontraram

incremento do peso médio de túberas, quando comparados aos tratamentos com e

sem adubo orgânico.

Tabela 3. Comprimento (COMP), diâmetro (DIAM) e peso médio (PM) de túberas de

inhame em função da adubação convencional e orgânica. Areia-PB, CCA - UFPB,

2010.

Tratamento COMP (cm) DIAM (cm) PM (kg)

Adubação convencional 28,80 a 6,57 a 2,21 a

Adubação orgânica 26,84 a 8,23 a 2,10 a

CV (%) 8,02 17,17 19,65

Médias seguidas de mesma letra não diferem a 5% de probabilidade pelo teste F.

4.3. Produtividade total, comercial e não-comercial de túberas

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As análises de variância revelaram efeitos significativos ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste F, das doses de esterco bovino, das formas de aplicações

do biofertilizante e da interação entre eles para as produtividades total, comercial e

não-comercial de túberas. Pela análise de regressão, as doses de esterco bovino

proporcionaram efeito linear para a produtividade total e quadrática para as

produtividades comercial e não-comercial. Para aplicação do biofertilizante no solo e

na folha, as médias ajustaram-se ao modelo linear para a produtividade total e

comercial, e ao modelo linear e quadrática para a produtividade não-comercial

(Tabela 4).

Tabela 4. Resumo das análises de variância e de regressão para produtividade total (PTT),

comercial (PTC) e não-comercial (PTNC) e, percentagem de túberas de inhame infectadas

por casca seca (CAS), em função do esterco bovino e biofertilizante. Areia-PB, CCA -

UFPB, 2010.

Fonte de variação

GL

Quadrados médios

PTT PTC PTNC CAS

BLOCO 2 6,286493ns 5,248419ns 0,124386ns 47,77213ns

Doses de esterco (DE) 5 34,62029* 57,73364** 13,08474** 47,23130ns

Erro (A) 10 5,645739 ns 3,198185* 0,206407ns 45,49565ns

Aplique (A) 2 23,44574* 80,76962** 9,485741** 1,903544ns

A vs DE 10 24,71108** 23,89207** 8,294851** 43,39822ns

Erro (B) 24 9,335185 1,629447 0,1488892 28,44703

Testemunha vs fatorial 4,7486ns 12,1390ns 1,7030ns 64,2920ns

Erro (C) 36 8,164453 2,105264 0,1569786 31,74982

CV (%) 12,52 7,55 54,028 125,053

D/Esterco bovino

Efeito Linear 1 16,97174* 139,2430ns 49,54283** 89,80148ns

Efeito Quadrático 1 27,60139ns 126,7209** 58,38762** 97,28453*

D/Bio no solo

Efeito Linear 1 15,09375* 29,41876** 0,021000* 29,05743ns

Efeito Quadrático 1 0,834330ns 1,749998ns 0,223213** 10,12444ns

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D/Bio na folha

Efeito Linear 1 16,35206* 28,82291** 3,048042** 21,59613**

Efeito quadrático 1 28.67060ns 2,191461ns 1,343492** 198,0028ns

Resíduo combinado 7,32 6,73 0,1688 22,68

A dose de 30 t ha-1 de esterco bovino proporcionou valores máximos para

produtividade total de túberas de 24,9; 25,8 e 27,6 t ha-1, na ausência do

biofertilizante e com esse insumo aplicado no solo e na folha, respectivamente

(Figura 4).

Para a produtividade de túberas comerciais, a dose de 19,2 t ha-1 de esterco

bovino na ausência do biofertilizante proporcionou produtividade máxima de 20,3 t

ha-1 de túberas. Na presença do biofertilizante aplicado no solo e na folha, a dose de

30 t ha-1 de esterco bovino, foi responsável pelas produtividades máximas de 22,8 e

24 t ha-1 de túberas, respectivamente (Figura 5).

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Figura 4. Produtividade total de túberas de inhame em função do

esterco bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha

(y3). Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

Figura 5. Produtividade de túberas de inhame comercial em função

do esterco bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na

folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

As produtividades comerciais de túberas de inhame superaram a média para

a produtividade do inhame no estado da Paraíba encontrada por Santos (1996) em

12 t ha-1, demonstrando os benefícios do uso desses fertilizantes orgânicos no seu

cultivo. Oliveira et al. (2001) verificaram efeito significativo do emprego de esterco

bovino sobre a produtividade de inhame. Entretanto, altas produtividades somente

podem ser obtidas quando os nutrientes estão disponíveis às plantas em todos os

estádios de crescimento e nas quantidades adequadas (OLIVEIRA et al, 2002).

y2

y3

y1

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33

A fertilização do inhame com esterco bovino e biofertilizante aplicado na folha

propiciou produtividade comercial superior em 2,7 t ha-1 em relação ao uso do

esterco bovino na forma isolada, e em 1,8 t ha-1 em relação aplicação do esterco

bovino e biofertilizante aplicado no solo (Figura 5), ressaltando a superioridade da

associação do esterco bovino e biofertilizante fornecido na folha. A presença do

biofertilizante na folha e no solo proporcionou ganhos adicionais de 10 e 15,4%,

respectivamente, na produtividade de túberas comerciais, em relação ao tratamento

apenas com esterco bovino.

Os efeitos positivos da adição do esterco bovino sobre a produtividade de

inhame devem-se, além do fornecimento de nutrientes, à sua ação na melhoria da

capacidade de troca catiônica, promovendo maior disponibilidade de nutrientes para

a planta por um longo período. Esses efeitos são mais acentuados em solos de

baixa CTC, (ALVES, et al., 2008). Freitas Neto (1999) verificou um ganho adicional

na produtividade de túberas comerciais de inhame de 6,4 t ha-1 em função do

emprego do esterco bovino, em relação a sua ausência. Entretanto, Oliveira et al.

(2001) verificaram que o esterco bovino foi mais eficiente em elevar a produtividade

do inhame quando associado ao NPK.

A eficiência do biofertilizante no aumento da produtividade comercial do

inhame, possivelmente está relacionada à sua composição química (Tabela 4),

melhorando a nutrição das plantas, e as propriedades físicas, químicas e biológicas

do solo (BETTIOL et al., 1998; FILGUEIRA, 2008).

Estudando a fertilização orgânica de batata-doce com esterco bovino e com

biofertilizante, Santos (2008) encontrou maior produtividade de raízes comerciais

11,01 e 9,70 t ha-1, aplicados no solo e via foliar, respectivamente, obtendo-se,

incrementos de 29,43 e 25,26% em relação aos tratamentos não fertilizados com

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biofertilizante. Quando o biofertilizante foi aplicado no solo, a produtividade de raízes

comerciais de batata-doce foi superior em 11,90% em relação à sua aplicação via

foliar. Oliveira et al. (2007) obteveram valores superiores de 11,6 e 14,72 t ha-1 de

túberas de inhame quando aplicaram biofertilizante no solo e na folha,

respectivamente. No entanto, a literatura não menciona benefícios do uso de

biofertilizante no cultivo do inhame.

A adubação convencional proporcionou aumento na produtividade comercial

de túberas, com incremento de 17,7%, em relação à fertilização orgânica, e foi

responsável pela redução da produtividade de túberas fora do padrão comercial e da

percentagem de casca seca no inhame (Tabela 5).

Tabela 5. Produtividade total (PTT) comercial (PTC), não-comercial (PNC) e

percentagem de túberas infectadas por nematóide (%) em função da adubação

convencional e esterco bovino. Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

Tratamentos PTT (t ha-1) PTC (t ha-1) PNC (t ha-1) CAS (%)

Adubação convencional 24,03 a 23,07 a 0,00 b 0,00 b

Adubação orgânica 22,74 a 18,99 b 0,77 a 4,76 a

CV (%) 12,52 7,55 54,02 125,05

Médias seguidas de mesma letra não diferem a 5% de probabilidade pelo teste F.

O inhame respondeu com tendências positivas ao emprego de adubos

minerais. Souto (1989) detectou resposta positiva em termos de produção de

túberas à aplicação de fertilizantes nitrogenados, porém não evidenciou aumento

quando aplicou o fósforo e potássio, enquanto Oliveira et al. (2001) observaram

elevação no rendimento de túberas, em função da adubação mineral com NPK e

Oliveira et al. (2007) em função da adubação com N.

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35

Para a produtividade não-comercial de túberas foi verificada, por meio das

derivações das equações de regressão que as doses de 18 e 22,5 t ha-1 de esterco

bovino, foram responsáveis por quase totalidade ausência de túberas não-comercial

quando não se aplicou o biofertilizante e quando fornecido na folha,

respectivamente. Quanto ao biofertilizante aplicado no solo, apesar de se constatar

efeitos significativos para o modelo quadrático, a representação gráfica do fenômeno

não foi possível, em função do baixo coeficiente de determinação (R2), com média

de produtividade de 0,27 t ha-1 de túberas não-comercial (Figura 6). Desta forma,

pode-se observar que as maiores produtividades de túberas não-comercial foram

encontradas nos tratamentos que não foram aplicados as doses do esterco bovino.

Figura 6. Produtividade de túberas de inhame não-comercial, em

função do esterco bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2)

e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

y3

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36

4.4. Percentagem de túberas de inhame infectadas por casca seca

As máximas percentagens de túberas infectadas por nematóides

Scutellonema bradys e Meloidogyne incognita foram de 1,2 e 1,0%, obtidas com o

uso das doses crescente de 19,2 e 16,4 t ha-1 de esterco bovino, na presença do

biofertilizante aplicado no solo e via foliar, respectivamente. Os maiores percentuais

de túberas infectadas com esses nematóides (4,8%) foram verificados quando se

utilizou o esterco bovino de forma isolada, independentemente da forma de

aplicação do biofertilizante.

Figura 7. Percentagem de túberas de inhame infectadas por

nematóides, em função do esterco bovino (y1) e do biofertilizante,

aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

A incidência desses fitonematóides no Nordeste brasileiro, afeta a

produtividade e o valor comercial das túberas de inhame (Moura 1997; Garrido et al.,

2003). De acordo com Kwoseh et al. (2002), as perdas no inhame ocasionadas pela

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presença de nematóides nas túberas podem chegar até 20 a 30% do seu peso

fresco, com destaque para o nematóide causador da casca seca (Scutellonema

bradys), por ser considerado o de maior importância devido à sua ampla

disseminação e número de hospedeiro. Já o nematóide Meloidogyne incognita

causador da casca grossa nas túberas de inhame é considerado de menor

importância.

O percentual máximo de túberas infectadas por Scutellonema bradys e

Meloidogyne incognita (4,8%), ficou muito abaixo do intervalo de infecção por esses

nematóide, definida por Kwoseh et al. (2002), evidenciando que possivelmente, o

plantio do inhame adubado com esterco bovino e biofertilizante poderá se converter

em alternativa para reduzir a percentagem de ocorrência de nematóides na colheita

aos seis ou sete meses.

O menor percentual de casca seca no inhame fertilizado com adubação

convencional (Tabela 5), pode se constituir numa excelente alternativa para os

produtores de inhame, pois o uso de matéria orgânica de forma sólida é uma prática

constante no seu cultivo, adicionada a formulação comercial, a base de NPK.

4.5. Qualidade de túberas

Foram observados efeitos significativos das doses de esterco bovino apenas

para o teor de amido. Conforme análises de regressão, as doses de esterco bovino

proporcionaram efeito linear apenas para o teor de amido, e na aplicação do

biofertilizante no solo e na folha, as médias ajustaram-se ao modelo quadrático de

regressão (Tabela 6).

O teor de amido aumentou linearmente com elevação das doses de esterco

bovino na ausência do biofertilizante, com teor máximo de 26,1% na dose de 30 t ha-

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1. O esterco bovino na dose de 23,8 t ha-1, associado ao biofertilizante aplicado no

solo foi responsável pela percentagem máxima de 23,9% de amido. Porém, o teor

de amido foi reduzido quando as doses de esterco bovino foram aumentadas e

associadas ao biofertilizante aplicado na folha, proporcionando a produção de

túberas com teor de 20,3% na dose de 30 t ha-1de esterco bovino (Figura 8).

Tabela 6. Resumo das análises de variância e de regressão para teores de amido e

de cinzas em túberas de inhame, em função do esterco bovino e do biofertilizante.

Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

Fonte de variação Quadrados médios

GL Amido Cinzas

BLOCO 2 0,358437ns 0,353132ns

Doses de esterco (DE) 5 22,03695** 0,0588592ns

Erro (a) 10 1,705909ns 0,048395ns

Aplicação (A) 2 29,89769** 0,009507ns

DE vs A 10 60,58144** 0,019763ns

Erro (b) 24 2,317136 0,02349982

Testemunha vs fatorial 3,8973ns 0,0061ns

Erro (c) 36 2,113339 0,03312816

CV (%) 6,651 21,427

D/Esterco bovino

Efeito Linear 1 16,07238** 0,001810ns

Efeito Quadrático 1 0,154573ns 0,002194ns

D/Bio no solo

Efeito Linear 1 0,959557ns 0,000147ns

Efeito Quadrático 1 8,200464* 0,038989ns

D/Bio na folha

Efeito Linear 1 53,58459* 0,057751ns

Efeito quadrático 1 9,557059* 0,002668ns

Resíduo combinado 24,3845 0,2369

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Figura 8. Teores de amido em túberas de inhame, em função do

esterco bovino e do biofertilizante, no solo (y2) e na folha (y3). Areia-

PB, CCA - UFPB, 2010.

Todos os teores de amido nas túberas, independentemente do tipo de

fertilização foram considerados aceitáveis para o inhame, pois nessa condição, se

apresentaram dentro do intervalo aceitável de 20 a 40% (MARTIN; THOMPSON,

1972; OLIVEIRA et al., 2002). Do mesmo modo, os teores de amido alcançados com

a fertilização orgânica, encontram-se no intervalo recomendado por Santos (1996),

onde os valores devem estar entre 15 e 25%.

Mesmo não havendo diferenças estatísticas entre os tratamentos para o teor

de cinzas no inhame, o teor médio foi de 0,9%, o qual se encontra dentro do

intervalo ideal para o teor de cinzas nessa espécie, que é de 0,67 à 0,78%

(OLIVEIRA et al., 2002).

Os resultados obtidos para os teores de amido e de cinzas podem indicar que

o inhame colhido aos sete meses já possuía, na sua composição, acumulação

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satisfatória dos teores dos mesmos, independentemente do fertilizante orgânico

utilizado na presente pesquisa. Segundo Freitas Neto (1999) e Oliveira et al. (2002),

a maturidade influencia o conteúdo de amido nas túberas do inhame.

A adubação convencional proporcionou um aumento de 32,29% nos teores de

amido, com aumento de 6,0%, em relação à fertilização orgânica, e não apresentou

diferenças entre as adubações para o teor de cinzas (Tabela 7).

Em colheita realizada aos sete meses, Oliveira et al. (2006) não encontraram

efeitos significativos do N sobre os teores de amido e de cinzas em túberas de

inhame. Os teores obtidos nessa pesquisa encontram-se dentro da faixa de 20 a

40% para o amido e 0,67 a 0,78% para cinzas, observados por Oliveira et al. (2002),

em função da adubação organomineral balanceada.

Tabela 7. Teores de amido e cinzas em túberas de inhame em função da adubação

convencional e orgânica. Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

Tratamento Amido (%) Cinzas (%)

Adubação convencional 32,29 a 1,2 a

Adubação orgânica 26,27 b 0,9 a

CV (%) 6,65 21,42

Médias seguidas de mesma letra não diferem a 5% de probabilidade pelo teste F.

4.6. pH e matéria orgânica do solo após a colheita do inhame

Pela análise de variância o pH e matéria orgânica no solo após a colheita do

inhame, foram influenciados pelas doses de esterco bovino, as formas de aplicação

do biofertilizante e pela interação entre elas. As médias de pH e da matéria

orgânica, se enquadraram aos modelos de regressão linear e quadrático apenas

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com o uso das doses de esterco bovino e aos modelos quadrático e linear quando o

biofertilizante foi aplicado no solo e na folha, respectivamente (Tabela 8).

Tabela 8. Resumo das análises de variância e de regressão para pH e teor de matéria

orgânica no solo após a colheita do inhame, em função do esterco bovino e do biofertilizante.

Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

Fonte de variação Quadrados médios

GL pH Matéria orgânica

BLOCO 2 0,000475ns 1,056338ns

Doses de esterco (DE) 5 0,071254** 7,213107**

Erro (a) 10 0,004078ns 0,635311ns

Aplicação (A) 2 0,0096291* 1,565112**

DE vs A 10 0,023959** 1,315983**

Erro (b) 24 0,03115278 0,3939376

Testemunha vs fatorial 0,1656** 1,8532ns

Erro (c) 36 0,3211111 0,4737976

CV (%) 0,928 5,741

D/Esterco bovino

Efeito Linear 1 0,0244296* 12,88612**

Efeito Quadrático 1 0,140014** 3,814705**

D/Bio no solo

Efeito Linear 1 0,008297ns 5,957305**

Efeito Quadrático 1 0,165858** 1,522889ns

D/Bio na folha

Efeito Linear 1 0,014918** 5,275660**

Efeito quadrático 1 0,033950** 0,457729ns

Resíduo combinado 0,4003 0,724

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As doses estimadas de 16,8; 13,7 e 11,3 t ha-1 de esterco bovino foram

responsáveis pelos máximos valores para o pH, em 6,23; 6,21 e 6,05, em função

das doses de esterco bovino e das formas de aplicações do biofertilizante no solo e

na folha, respectivamente (Figura 9).

Figura 9. Valores de pH no solo após a colheita do inhame, em função

do esterco bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na

folha (y3). Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

O pH do solo antes do plantio era de 4,95, portanto, todos os valores obtidos

para o pH foi superior aquele verificado antes do plantio. A fertilização orgânica foi

eficaz no aumento do pH, com destaque para o uso apenas do esterco bovino.

Segundo Filgueira (2008), essa hortaliça tuberosa se comporta bem nessa faixa de

variação de pH de 5,5 a 6,0.

O aumento de pH com a utilização do esterco bovino pode está relacionado à

liberação de amônia durante a sua decomposição ou possivelmente a presença de

y2

y1

y3

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Ca e Mg proveniente desse resíduo, que neutraliza e desloca elementos

responsáveis pela acidez como o H+ (AMARAL et al., 2004).

O aumento do teor da matéria orgânica do solo causa, entre outros efeitos, o

aumento do pH, assim como a complexação e a precipitação do alumínio da solução

do solo (FRANCHINI et al., 1999; MELLO e VITTI, 2002). Também a redução dos

níveis de Al influenciados pela aplicação de biofertilizante e de esterco bovino, pode

ocorrer por hidrólise, devido à complexação por ácidos orgânicos liberados por estes

materiais (MIYAZAWA et al., 2000).

Com relação ao teor de matéria orgânica no solo após a colheita do inhame o

maior valor foi de 12,8 g kg-1 (1,28%), obtido com 22,3 t ha-1 de esterco bovino. O

esterco bovino associado ao biofertilizante aplicado no solo e na folha induziu ao

aumento linear do teor, com valores de 12, 7 (1,27%) e 12,4 (1,24%) kg-1,

respectivamente, na dose de 30 t ha-1 de esterco bovino (Figura 10).

Figura 10. Teor de matéria orgânica (g kg-1) no solo, em função do

esterco bovino (y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha

(y3). Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

y2

y1

y3

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Mesmo havendo diferenças estatísticas entre a adubação convencional e a

adubação orgânica após a colheita do inhame, apenas para o pH, obteve-se um

incremento de 15,8% no pH e de 16,93% na matéria orgânica e em relação às

condições iniciais de cultivo (Tabela 9). Embora os adubos orgânicos tenham

aumentado os teores de matéria orgânica no solo, os mesmos apresentaram níveis

baixos de acordo com Kiehl (1985). Santos (2008), estudando a fertilização orgânica

em batata-doce, encontrou teor de 20,66 g kg-1 de matéria orgânica após a sua

colheita com 40,3 t ha-1 de esterco bovino.

Tabela 9. Valores de pH e matéria orgânica (MOS) no solo obtidos após a colheita

do inhame em função da adubação convencional e orgânica. Areia-PB, CCA -

UFPB, 2010.

Tratamento pH Matéria orgânica (g kg-1)

Adubação convencional 5,88 b 12,76 a

Fertilização orgânica 6,12 a 11,95 a

CV (%) 0,92 5,74

Médias seguidas de mesma letra não diferem a 5% de probabilidade pelo teste F.

4.7. Teores de N, P e K nas folhas

Os teores de N e K nas folhas do inhame sofreram alterações das doses de

esterco bovino, das aplicações e da interação entre eles. As médias para o teor de N

em função do esterco bovino se ajustaram aos modelos linear e quadrático de

regressão; linear para o teor P e linear e quadrático para o teor de K. Para as formas

de aplicação do biofertilizante no solo houve efeito linear e quadrático para o teor de

N e linear para o teor de P. Quando o biofertilizante foi aplicado na folha houve efeito

linear e quadrático apenas para P (Tabela 10).

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Tabela 10. Resumo das análises de variância e de regressão para os teores de N, P

e K em folhas de inhame, em função do esterco bovino e do biofertilizante. Areia-PB,

CCA - UFPB, 2010.

Fonte de variação Quadrados médios

GL N P K

BLOCO 2 7,989847ns 0,023275ns 3,493563ns

Doses de esterco (DE) 5 13,60714** 0,221296** 13,75946**

Erro (a) 10 0,002698ns 0,062988ns 0,002728ns

Aplicação (A) 2 19,07263** 0,012279ns 6,709099**

DE vs A 10 5,715357** 0,439249** 22,67931**

Erro (b) 24 0,0015738 0,03525138 0,0039691

Testemunha vs fatorial 102,8879** 0,1979ns 3,6533**

Erro (c) 36 0,00292968 0,05038051 0,3441705

CV (%) 0,20 9,69 0,33

D/Esterco bovino

Efeito Linear 1 10,23927** 0,4026088* 6,354841**

Efeito Quadrático 1 7,791409** 0,168175ns 95,16148**

D/Bio no solo

Efeito Linear 1 28,91232** 0,344454** 0,003786ns

Efeito Quadrático 1 4,152611** 0,007557ns 0,028400ns

D/Bio na folha

Efeito Linear 1 0,000288ns 0,577235** 0,151489ns

Efeito quadrático 1 0,047911ns 0,572857ns 3,865670**

Resíduo combinado 0,0029 0,05038 0,003441

O teor máximo de N nas folhas de inhame foi de 29,4 g kg-1, obtido com 30 t

ha-1 de esterco bovino na ausência do biofertilizante. Quando o biofertilizante foi

fornecido no solo alcançou o teor foliar máximo de N de 26 g kg-1 na dose de 25 t ha-

1. No biofertilizante aplicado na folha, obteve-se média de 26,5 g kg-1 de N nas folhas

(Figura 11). A aplicação do esterco bovino superou em média 9,8% o teor de N nas

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folhas em relação ao biofertilizante. Os teores de N (7,20 g kg-1), P (3,60 g kg-1) e K

(4,1 g kg-1) presentes no esterco bovino e no biofertilizante de N (0,41 g L-1), P (0,10 g

L-1) e K (0,36 g L-1) aliado aqueles inicialmente no solo, estão dentro da faixa esperada

nas folhas de inhame.

Figura 11. Teor de N na folha do inhame em função do esterco bovino

(y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB,

CCA - UFPB, 2010.

Pesquisas demonstraram efeitos da adubação com esterco bovino sobre teor

de N foliar em algumas hortaliças tuberosas. Santos (2008), em batata-doce

encontrou 36,58 g kg-1 de N, com 23,38 t ha-1 de esterco bovino e teores de N de

33,34 e 29,46 g kg-1, com biofertilizante aplicado no solo e via foliar,

respectivamente, em concentrações de 28 e 29%. Por outro lado, Barbosa (2005),

encontrou valores médios N de (32,3 g kg-1 e 34 g kg-1) nas doses de 40 e 50 t ha-1

de esterco bovino na ausência e presença de biofertilizante, respectivamente.

y1

y2

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Os teores de P no inhame em função do esterco bovino e do biofertilizante

fornecido no solo e na folha foram, respectivamente, 2,50; 2,30 e 2,72 g kg-1

alcançados com 30 t ha-1 de esterco bovino (Figura 12). Em batata-doce Barbosa

(2005) e Santos (2008) com dose de esterco bovino (50 t ha-1), obtiveram valores

superiores (3,98 e 4,55 g kg-1), respectivamente.

Figura 12. Teor de P na folha de inhame em função do esterco bovino

(y1) e do biofertilizante, aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB,

CCA - UFPB, 2010.

Através da derivação da equação de regressão, foi possível calcular a dose

de 17 t ha-1 de esterco bovino como aquela responsável pelo teor máximo de 21,5 g

kg-1 de K em folhas de inhame. Para o biofertilizante aplicado no solo, as médias não

se ajustaram a nenhum modelo de regressão, porém houve efeito quadrático para o

y1

y3

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biofertilizante nas folhas, obtendo valores médios de K na folha de 17,11 e 17,43 g

kg-1, respectivamente (Figura 13).

A elevação no teor de K nas folhas, possivelmente deve-se ao fato desse

nutriente na forma iônica se mover no solo por difusão, não dependendo da

mineralização para se tornar solúvel, e o mais importante, está facilmente disponível

nos adubos orgânicos (RODRIGUES e CASALI, 1999).

Figura 13. Teor de K na folha de inhame em função do esterco bovino

(y1) e do biofertilizante aplicado no solo (y2) e na folha (y3). Areia-PB,

CCA - UFPB, 2010.

Os teores de N, P e K na folha foram aumentados em função da adubação

convencional, superando em 18,6; 10,5 e 6,1%, respectivamente, a fertilização

orgânica. Esses acréscimos ocorreram possivelmente devido a uma maior e mais

rápida disponibilização desses nutrientes pelos adubos químicos. Além disso, o fato

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desses nutrientes terem a característica de ser facilmente absorvidos pelo inhame

pode também ter contribuído para esses resultados (Tabela 11).

Embora a literatura não disponha de informações sobre teores de nutrientes

foliares no inhame, os teores de N, P e K obtidos em função dos tratamentos

orgânicos e químicos, podem indicar que essa hortaliça é eficiente no acúmulo

desses nutrientes nas folhas, porque os teores verificados nessa pesquisa são

semelhantes às médias para os teores médios foliar de N (40 a 45 g kg-1); de P (2,5

a 3,5 g kg-1) e de K (25 a 50 g kg-1), em espécies tuberosas, conforme Walworth e

Muniz (1993); e Malavolta (1997).

Tabela 11. Teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) nas folhas de inhame,

em função da adubação convencional e orgânica. Areia-PB, CCA - UFPB, 2010.

Tratamentos N (g kg-1) P (g kg-1) K (g kg-1)

Adubação química 32,29 a 2,57 a 18,66 a

Adubação orgânica 26,27 b 2,30 a 17,52 b

CV (%) 0,20 9,69 0,33

Médias seguidas de mesma letra não diferem a 5% de probabilidade pelo teste F.

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5. CONCLUSÕES

1. A adubação com esterco bovino e biofertilizante no inhame proporcionou

comprimento, diâmetro, peso médio e produtividade total e comercial de

túberas com características adequadas para a exportação;

2. O biofertilizante aplicado na folha e no proporcionou ganhos adicionais de 10

e 15,4%, respectivamente, na produtividade de túberas comerciais, em

relação ao esterco bovino;

3. A aplicação do biofertilizante aplicado na folha associado ao esterco bovino

proporcionou melhores resultados para as características de produção de

túberas deinhame.

4. Os teores de amido e cinzas nas túberas, independente do tipo de fertilização

são considerados aceitáveis para o inhame;

5. A fertilização orgânica aumentou o pH e melhorou o teor de matéria orgânica

no solo e os teores de N, P e K nas folhas do inhame, em relação aos seus

valores inicialmente no solo;

6. A adubação convencional foi mais eficiente em melhorar as características

produtivas do inhame, e reduzir o percentual de túberas com casca seca;

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