universidade federal da paraÍba centro de ciÊncias … · see (suddenly i see); why the hell it...

128
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO SÉRGIO RODRIGUES DE SANTANA INFORMAÇÃO ÉTNICO-RACIAL NO ÂMBITO DOS PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA JOÃO PESSOA 2016

Upload: others

Post on 15-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

SÉRGIO RODRIGUES DE SANTANA

INFORMAÇÃO ÉTNICO-RACIAL NO ÂMBITO DOS PROGRAMAS DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

JOÃO PESSOA

2016

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

SÉRGIO RODRIGUES DE SANTANA

INFORMAÇÃO ÉTNICO-RACIAL NO ÂMBITO DOS PROGRAMAS DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Ciência da Informação da

Universidade Federal da Paraíba – Linha de

Pesquisa "Informação, Memória e

Sociedade" como requisito para obtenção do

título de Mestre em Ciência da Informação.

Orientador: Prof. Dr. Henry Pôncio Cruz de Oliveira

JOÃO PESSOA

2016

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

S232i Santana, Sérgio Rodrigues de.

Informação étnico-racial no âmbito dos programas de pós-

graduação em psicologia / Sérgio Rodrigues de Santana.- João

Pessoa, 2016. 124 f. : il.-

Orientador: Prof. Dr. Henry Poncio Cruz de Oliveira.

Dissertação (Mestrado) – UFPB/CCSA

1. Ciência da Informação. 2. Disseminação da Informação. 3.

Informação Étnico-Racial. 4. Programas de Pós-graduação em

Psicologia. 5. Negro. I. Título.

UFPB/BC CDU – 02(043)

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

SÉRGIO RODRIGUES DE SANTANA

INFORMAÇÃO ÉTNICO-RACIAL NO ÂMBITO DOS PROGRAMAS DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Ciência da Informação da

Universidade Federal da Paraíba – Linha de

Pesquisa "Informação, Memória e

Sociedade" como requisito para obtenção do

título de Mestre em Ciência da Informação.

APROVADO EM: 31 março de 2016.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Henry Pôncio Cruz de Oliveira

Orientador – PPGCI/UFPB

Profa. Dra. Maria de Fátima Pereira Alberto

Examinadora Externa – PPGPS/UFPB

Profa. Dra. Izabel França de Lima

Examinadora Interna– PPGCI/UFPB

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

AGRADECIMENTOS

Optei por fazer os agradecimentos de forma diferente aos sujeitos que

foram e são importantes no meu processo acadêmico. Para isso dediquei a cada

pessoa uma canção que represente os meus pares acadêmicos, familiares, amigos e

amigas e amores.

Em primeiro lugar, agradeço...

À Mirian de Albuquerque Aquino – professora, educadora, amiga e

orientadora da maior parte deste trabalho escrito. She may be the face I can't

forget; A trace of pleasure or regret; May be my treasure or, The price I have to pay.

She may be the song that summer sings, May be the chill that autumn brings, May

be a hundred different things, Within the measure of a day…(She cantada por

Charles Aznavour, 1974).

À Maria de Fátima Alberto – She works hard for the money. So hard for it,

honey. She works hard for the money. So you better treat her righ […] (She Works

Hard For The Money cantanda por Donna Summer, 1989).

Ao Henry Poncio Cruz de Oliveira – pela disponibilidade em orientar este

trabalho. For all those times you stood by me; For all the truth that you made me

see; For all the joy you brought to my life; For all the wrong that you made right;

For every dream you made come true; For all the love I found in you; I'll be forever

thankful baby; You're the one who held me up; Never let me fall; You're the one

who saw me through, through it all; You were my strength when I was weak; You

were my voice when I couldn't speak; You were my eyes when I couldn't see; You

saw the best there was in me; Lifted me up when I couldn't reach; You gave me faith

'cause you believed; I'm everything I am; Because you loved me […]. (Because you

loved me, cantada por Celine Dion, 1996).

Aos (às) Doutores (as)

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

À Izabel França – Deixa o sol girar No palco desse imenso céu; Vem ouvir

uma voz amiga; Partilhar a dor; Na chuva fria ser calor; Ser a noite que se acendeu;

Para que a vida real não amedronte; Sentimento meu; Irriquieto fogaréu;

Esperança que não me deixa; Se passou assim; O rio alegre da paixão; Minha amiga

apenas sou; Sobrevivente feliz de mil tormentas . (Izabel cantada por Beto Guedes)

À Bernardina Maria Juvenal Freire – Frightened by a dream, you're not the

only one; Running like the wind, thoughts can come undone; Dancing behind

masks, just sort of pantomime; But images reveal whatever lonely hearts can hide;

Lady, lady, lady, lady, don't walk this lonely avenue; Lady, lady, lady, lady, let me

touch that part of you, you want me to; Lady, lady, lady, lady, I know it's in your

heart to stay; Lady, lady, lady, lady, when will I ever hear you say, I love you […]

(Lady, Lady, Lady, cantada por Joe Esposito, 1983).

Ao Carlos Xavier de Azevedo Netto - Desde os primórdios; Até hoje em

dia;O homem ainda faz; O que o macaco fazia; Eu não trabalhava, eu não sabia;

Que o homem criava e também destruía; Homem primata; Capitalismo selvagem

[...] (Homem Primata, cantada por Titãs, 1987).

Familiares e amores

À Damiana Rodrigues de Santana – A minha Irmã Querida – When you call

my name it's like a little prayer; I'm down on my knees, I wanna take you there; In

the midnight hour I can feel your power; Just like a prayer you know I'll take you

there; I hear your voice, it's like an angel singing; I have no choice, I hear your voice;

Feels like flying; I close my eyes, Oh God I think I'm falling; Out of the sky, I close

my eyes; Heaven help me… (Like A Prayer cantada por Madonna, 1989).

À Amanda Cristina Perigo de Freitas – A minha Prima/Irmã – “Work Bitch

You wanna; You wanna; You want a hot body?; You want a Bugatti?; You want a

Maserati?; You better work bitch; You want a Lamborghini?; Sip martinis?;Look hot

in a bikini?; You better work bitch; You wanna live fancy?; Live in a big mansion?;

Party in France?;You better work bitch […]; You better work bitch; Now get to work

bitch![…]”. (Work Bitch canta por Britney Spears, 2013).

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

À Ananda Shirley Perigo de Freitas – Her face is a map of the world, is a map

of the world; You can see she's a beautiful girl, she's a beautiful girl; And everything

around her is a silver pool of light; People who surround her feel the benefit of it; It

makes you calm; She'll hold you captivated in her palm; Suddenly I see (suddenly I

see); This is what I wanna be; Suddenly I see (suddenly I see); Why the hell it means

so much to me; Suddenly I see (suddenly I see); This is what I wanna be; Suddenly I

see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See

cantada por KT Tunstall, 2005).

Ao David Vitor de Araújo – sobrinho – Shout, shout, let it all out; These are

the things I can do without; Come on, I'm talking to you, come on; Shout, shout, let

it all out; These are the things I can do without; Come on, I'm talking to you, come

on; In violent times; You shouldn't have to sell your soul; In black and white; They

really really ought to know; Those one track minds; That took you for a working

boy; Kiss them, goodbye; You shouldn't have to jump for joy; Shout, shout, let it all

out; These are the things I can do without; Come on, I'm talking to you, come on

[…]. (Shout cantada por Tears For Fears, 1984).

À Maria de Fátima de Freitas Perigo – A minha Tia/Mãe – Woman In Chains;

You better love loving and you better behave; You better love loving and you better

behave; Woman in chains; Woman in chains; Calls her man; "The Great White

Hope"; Says she's fine; She'll always cope; Ooh Woman in chains; Woman in chains

[...] (Woman In Chains cantada por Tears For Fears, 1989).

Ao Laelson Felipe – O Parrudo – I want every single piece of you; I want your

heaven and your oceans too; Treat me soft but touch me cruel; I want to teach you

things you never knew baby; Bring the floor up to my knees; Let me fall into your

gravity; Then kiss me back to life to see; Your body standing over me; Baby don't let

the lights go down; Baby don't let the lights go down; Baby don't let the lights go

down; Lights go down lights go down; Lights go down lights go down; Down down

down; I miss you when the lights go out; It illuminates all of my doubts; Pull me in

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

hold me tight don't let go; Baby give me light; Baby give me light […]. (I Miss You

cantada por Adele, 2015).

Aos (às) colegas/amigos e amigas

À Ozilma Freire – Minha Amiga/Colega. - SOS she's in disguise; SOS she's in

disguise; There's a she wolf in disguise; Coming out; Coming out; Coming out; A

domesticated girl that's all you ask of me; Darling it is no joke, this is lycanthropy;

The moon's awake now with eyes wide open; My body is craving, so feed the

hungry; I've been devoting myself to you ; Monday to Monday and Friday to Friday;

Not getting enough retribution; or decent incentives to keep me at it; I'm starting to

feel just a little abused; like a coffee machine in an office; So I'm gonna go

somewhere closer; to get me a lover and tell you all about it […].(She Wolf cantada

por Shakira, 2009).

À Patrícia Duarte – Over the sea and far away; She's waiting like an iceberg;

Waiting to change; But she's cold inside; She wants to be like the water; All the

muscles tighten in her face; Buries her soul in one embrace; They're one and the

same; Just like water; The fire fades away; But most of everyday; Is full of tired

excuses; But it's too hard to say; I wish it were simple; But we give up easily; You're

close enough to see that; You're... the other side of the world to me […]. (Other Side

Of The World cantada por KT Tunstall, 2005).

Ao Estanislau Brito – amigo de residência universitária - You! Why do they

always send the poor?; Barbarisms by barbaras; With pointed heels; Victorious

victories kneel; For brand new spankin' deals; Marching forward hypocritic and;

Hypnotic computers; You depend on our protection; Yet you feed us lies from the

tablecloth... (B.Y.O.B. cantada por System Of a Down, 2005).

Ao Neilson Alves de Medeiros - How I wish I could surrender my soul. Shed

the clothes that become my skin. See the liar that burns within my needing. How I

wish I'd chosen darkness from cold. How I wish I had screamed out loud. Instead I've

found no meaning. I guess it's time I run far, far away; find comfort in pain. All

pleasure's the same: it just keeps me from trouble. Hides my true shape, like Dorian

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

Gray. I've heard what they say, but I'm not here for trouble. It's more than just

words: it's just tears and rain (Tears & Rain - cantada por James Blunt, 2004).

Aos (às) amigos e amigas

Ao Sandro Paulino – J'ai compris tous les mots, j'ai bien compris, merci;

Raisonnable et nouveau, c'est ainsi par ici; Que les choses ont changé, que les fleurs

ont fané; Que le temps d'avant, c'était le temps d'avant; Que si tout zappe et lasse,

les amours aussi passent; Il faut que tu saches; J'irai chercher ton coeur si tu

l'emportes ailleurs; Même si dans tes danses d'autres dansent tes heures; J'irai

chercher ton âme dans les froids dans les flames;Je te jetterai des sorts pour que tu

m'aimes encore [...].(Pour Que Tu M'Aimes Encore, cantada por Céline Dion, 1995).

Ao Jhunho Barbalho Renor - It's not time to make a change; Just relax, take

it easy; You're still young, that's your fault; There's so much you have to know; Find

a girl, settle down; If you want, you can marry; Look at me, I am old; But I'm happy;

I was once like you are now; And I know that it's not easy; To be calm when you've

found; Something going on; But take your time, think a lot; I think of everything

you've got; For you will still be here tomorrow; But your dreams may not [...].

(Father And Son cantada por Boyzone, 1995).

Simone Costa - I heard there was a secret chord; That David played, and it

pleased the Lord; but You don't really care for music, do ya? Well it goes like this,

the fourth, the fifth; The minor fall and the major lift; The baffled king composing

Hallelujah; Hallelujah, Hallelujah; Hallelujah, Hallelujah […] (Hallelujah cantada

por Alexandra Burke, 2008).

À Deise Santos - Listen as your day unfolds; Challenge what the future holds;

Try and keep your head up to the sky; Lovers, they may cause you tears; Go ahead

release your fears; Stand up and be counted; Don't be ashamed to cry; You gotta be;

You gotta be bad; You gotta be bold; You gotta be wiser; You gotta be hard; You

gotta be tough; You gotta be stronger; You gotta be cool; You gotta be calm; You

gotta stay together; All I know, all I know, love will save the day […]. (You Gotta Be,

cantada por Des'ree, 1995).

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

A Fábio Rodrigues - We go waiting for the stars; To come showering down;

From Moscow to Mars; Universe falling down;You got to look real hard; There's a

fiery star;Hidden out there somewhere; Not the satellite of love; But a laser;

Shooting out its shiny tongue there; God is love, God is war; TV preacher tell me

more; Lord redeem me am I pure? Pure as pure as heaven; Sent you money sent you

flowers; Could I worship you for hours; In whose hands are we anyway?[…]. (Star,

cantada por Erasure, 1990).

Aos (às) colegas do mestrado

À Carlita Girard - Eu cheguei a deixar; Vestígios pra você me achar; Foi

assim; Que entreguei meu coração devagar; Eu tentei te roubar; Aos poucos pra

você notar; Que fui eu; Te guardei onde ninguém vai tirar; No fundo dos meus

olhos (dos meus olhos); Pra dentro da memória te levei; Amor você me tentou; Oh!

Carla! [...]. (Carla cantada por LS Jack, 2002).

À Camila Augusta Lima Alves – Depois da última noite de festa; Chorando e

esperando amanhecer, amanhecer; As coisas aconteciam com alguma explicação;

Com alguma explicação; Depois da última noite de chuva; Chorando e esperando

amanhecer, amanhecer; Às vezes peço a ele que vá embora... Camila Camila.

(Camila Camila cantada por Nenhum de Nós, 1987).

À Kaliandra de Oliveira Andrade - Sometimes I feel like I don't have a

partner; Sometimes I feel like my only friend; Is the city I live in, the city of angels;

Lonely as I am, together we cry; I drive on her streets 'cause she's my companion; I

walk through her hills 'cause she knows who I am; She sees my good deeds and she

kisses me windy; I never worry, now that is a lie…. (Under The Bridge cantada por

Red Hot Chili Peppers, 1992).

À Shara Rachel Silva Dutra de Medeiros – Whatever happened to my garden

of black roses; Oh nurturing years of so long; When I was a boy I planted a garden;

That meant so much to me; One of reality, yeah; A garden of Love, none like this

before; One of a kind quality, yeah; A prayer for you and me; Whatever happened to

my garden of black roses; Oh nurturing years of so long [so long]; Whatever

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

happened to my garden of black roses; They say a stranger treated them wrong […]

. (Black Roses cantada por Inner Circle, 1995).

À Ismaelly Batista dos Santos Silva – 1-2-3-4 walking like a man; Hitting like

a hammer; She's a juvenile scam; Never was a quitter; Tasty like a raindrop; She's

got the look; Heavenly bound cause heaven's got a number; When she's spinning

me around ; Kissing is a colour; Her loving is a wild dog; She's got the look; She's

got the look; She's got the look; What in the world can make a brown-eyed girl turn

blue; When everything i'll ever do i'll do for you and I go; Na na na na na she's got

the look.. (The Look cantada por Roxette, 1988).

À Walqueline Araújo – I thought I saw a man brought to life; He was warm

he came around like he was dignified; He showed me what it was to cry; Well you

couldn't be that man I adored; You don't seem to know-or seem to care; what your

heart is for; But I don't know him anymore; There's nothin' where he used to lie; My

conversation has run dry; That's what's goin' on; Nothing's fine; I'm torn; I'm all out

of faith, this is how I feel; I'm cold and I'm ashamed; Lying naked on the floor;

Illusion never changed; Into something real; I'm wide awake and I can see; the

perfect sky is torn; You're a little late; I'm already torn […]. (Torn, cantada por

Natalie Imbruglia, 1997/1998).

À Anna Carollyna de Bulhões – I call you when I need you, my heart's on fire;

You come to me, come to me wild and wild; When you come to me; Give me

everything I need; Give me a lifetime of promises and a world of dreams; Speak a

language of love like you know what it means; And it can't be wrong; Take my

heart and make it strong baby; You're simply the best, better than all the rest;

Better than anyone, anyone I've ever met; I'm stuck on your heart, and hang on

every word you say; Tear us apart, baby I would rather be dead; In your heart I see

the star of every night and every day; In your eyes I get lost, I get washed away; Just

as long as I'm here in your arms; I could be in no better place; You're simply the

best, better than all the rest […]. (Simply The Best, cantada por Tina Turner, 1989-

1990).

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

Ao GEINCOS/NEPIERE

À Leyde Klebia Rodrigues da Silva – Lady - you bring me up when I’m down;

Maybe youre gonna change my life around; You came to me when I was lonely and

no one cared; You made me see that I was only just runnin scared; I saw your face

and somethin told me you were the one; You smiled at me and now I see: My lifes

begun; Lady - you brought me in from out the rain; Maybe me life will never be the

same. […]. (Lady - you bring me up, cantada por Simply Smooth, 1996).

À Alba Cleide Calado Wanderley; à Lígia Luis de Freitas; à Alba Lígia Silva; à

Ana Roberta Sousa Mota; à Alcilene da Costa Andrade; ao Jobson Francisco da

Silva Júnior; à Lebiam Tamar Silva Bezerra; à Thais Helen do Nascimento Santos; à

Stella Márcia de Morais Santiago; à Luciana Augusto Barreto; à Vanessa Alves

Santana...

We are family; I got all my sisters with me; We are family; Get up ev'rybody

and sing; Ev'ryone can see we're together; As we walk on by; (FLY!) and we fly just

like birds of a feather;I won't tell no lie; (ALL!) all of the people around us they say;

Can they be that close; Just let me state for the record; We're giving love in a family

dose… (We Are Family, cantada por Sister Sledge)

Às professoras

À Maria José Nunes Gadelha – She moves like she don't care; Smooth as silk,

cool as air; Ooh it makes you wanna cry; She doesn't know your name; And your

heart beats like a subway train; Ooh it makes you wanna die; Ooh, don't you wanna

take her?; wanna make her all your own?; Maria, you've gotta see her; Go insane

and out of your mind; Latina, Ave Maria; A million and one candle lights […]. (Maria

Cantada por Blondie em 1999).

À Lidiane Araújo - Good night my angel time to close you eyes; And save

these questions for another day; I think i know what you've been asking me; I think

you know what i've been trying to say; I promised i would never leave you; And you

should always know; Where ever you may go […]. (Lullaby Good Night My Angel,

cantada por Céline Dion, 2011).

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

What's the time, seems it's already

morning; I see the sky, it's so beautiful

and blue; The tv's on but the only thing

showing is a picture of you; Oh I get up

and make myself some coffee; I try to

read a bit, but the story is too thin; I

thank the Lord above you're not here to

see me; In this shape I'm in; Spending my

time… (ROXETTE, 1991/1992).

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

RESUMO

A produção científica no contexto da Sociedade da Informação e do Conhecimento

pode se apresentar como um subsídio prático que reforça a ideologia do

paradigma sócio técnico. A Informação disponível para ser acessada, usada,

apropriada e assimilada pelos sujeitos, possibilita o crescimento cognitivo e

individual, bem como o crescimento econômico e social. Neste contexto de

disseminação da informação a produção de conhecimento deve estar articulada ao

contexto multicultural na perspectiva da promoção da diversidade e da igualdade

étnico-racial. No que se refere à Informação Étnico-Racial com o foco na

população negra, ela se revela como qualquer processo, conhecimento ou coisa

inscrita, registrado ou acomodado em um suporte físico ou digital, passivo de

significação linguística (psicológica) por parte do sujeito que a utiliza. Esse tipo de

informação tem o potencial de produzir conhecimento sobre os elementos

históricos e culturais de um determinado grupo étnico-racial. O presente estudo

investiga a produção da IER no contexto da pós-graduação em Psicologia no

recorte 2010 a 2015. Traçaram-se os seguintes objetivos específicos: a) Identificar

os programas de pós-graduação em Psicologia no Brasil; b) Identificar os

ambientes digitais utilizados para armazenar e disseminar as dissertações e teses

dos programas brasileiros de Pós-Graduação em Psicologia; c) Mapear as temáticas

étnico-raciais sobre pessoas negras nas dissertações e teses dos programas

brasileiros de Pós-Graduação em Psicologia no período entre 2010 a 2015. A

pesquisa é compreendida a partir do método fenomenológico, que consiste em

demonstrar e investigar a essência dos fenômenos. Posiciona-se na abordagem

mista, quantitativa-qualitativa, e para tratamento de dados foi utilizado o software

Alceste. Este estudo torna-se relevante, pois contribui com a continuidade das

investigações sobre a população negra no Brasil que tem se intensificado nos

últimos cinco anos. Sua importância para Ciência da Informação se figura a partir

da responsabilidade social da CI como sistema de conhecimento. Os resultados

apontam que do total de 48 programas que atenderam os critérios desta pesquisa,

a produção de IER foi encontrada em 17 PPGP. A busca nos 17 PPGP resultou no

total de 52 trabalhos que tratam acerca da IER, consistindo assim em 32

dissertações e 14 teses. A produção científica de dissertações e teses nos

Programas de Pós-Graduação em Psicologia do Brasil produzem IER cuja essência

trata dos sujeitos negros no contexto educacional, no contexto da políticas de

cotas raciais e ainda de elementos da cultura, identidade e memória do negro.

Palavras-chave: Ciência da Informação. Disseminação da Informação. Informação

Étnico-Racial. Programas de Pós-graduação em Psicologia. Negro.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

ABSTRACT

The information available to be accessed, used, and properly assimilated by the

subject, enable cognitive growth and individual as well as the economic and social

growth too. In this context of dissemination of information to produce of the

knowledge must be articulated to the multicultural context through of the

promotion of diversity and ethnic and racial equality. Regarding to ethnic and

racial information, focusing the black population, it reveals as any process,

knowledge or registered thing, registered or accommodated in a physical or digital

support, passive of the significance linguistic (psychological) of the subjects which

uses it. This kind of information has the potential to produce knowledge about the

historical and cultural elements of a particular ethnic and racial group. This study

investigates the production of ethnic and racial information in the context of

postgraduate in Psychology among years 2010 and 2015. The specifics objectives

this search are outlined: a) Identify the programs of postgraduate in psychology in

Brazil; b) Identify the digital environments used to store and disseminate theses

and dissertations of Brazilian programs of postgraduate in Psychology; c) Mapping

ethnic and racial themes about black population in dissertations and theses of

Brazilian programs of postgraduate in Psychology in the period 2010-2015.

Research is understood from the phenomenological method that demonstrate to

investigate the essence of the phenomena. Is positioned in the quantitative and

qualitative mixed approach and to process the data was used the Alceste software.

This study is relevant, therefore, it contributes to the continuation of investigations

into the black population in Brazil that has intensified in the last five years. Its

importance to field of the Information Science to figure from the social

responsibility of IC as a knowledge system. The results show that the scientific

production of theses and dissertations in the programs of postgraduate in

Psychology in Brazil, producing ethnic and racial information whose essence is of

black people subjects in the educational context, in the context of racial quota

policies, and culture elements , identity and African and afrodescent memory.

Keywords: Information Science. Dissemination of information. Ethnic and racial

information. Programs of postgraduate in Psychology. Black Person.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

LISTA DE FIGURAS

Figura

01:

Delimitações e simbioses entre dados, informação, conhecimento

e memória

51

Figura

02:

Dendograma 89

Figura

03:

As temáticas-eixo são as essências da produção científica de

dissertações e teses nos Programas de Pós-Graduação em

Psicologia do Brasil no que versa a IER

111

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

LISTA DE QUADROS

Quadro

01:

Programas de Pós-graduação em Psicologia no Brasil 63

Quadro

02:

Programas de Pós-graduação em Psicologia com nota 4 66

Quadro

03:

Programas de Pós-graduação em Psicologia com nota 5 66

Quadro

04:

Programas de Pós-graduação em Psicologia com nota 6 e 7 67

Quadro

05:

Terminologias utilizadas para se referir ao ambiente que

custodia as teses e dissertações

69

Quadro

06:

PPG PSICOLOGIA CLÍNICA - USP SP 70

Quadro

07:

Pós Graduação em PSICOLOGIA ESCOLAR E DO

DESENVOLVIMENTO HUMANO - USP

70

Quadro

08:

PPG PSICOLOGIA SOCIAL - USP/SP 71

Quadro

09:

PPG PSICOLOGIA – UCDB 72

Quadro

10:

PPG PSICOLOGIA – UFPE 74

Quadro 11: PPG PSICOLOGIA – UFF 74

Quadro

12:

PPG PSICOLOGIA - UNIVERSO RJ 75

Quadro

13:

PPG PSICOLOGIA - UFBA BA 75

Quadro

14:

PPG PSICOLOGIA - UFES ES 76

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

Quadro

15:

PPG PSICOLOGIA - UFMG MG 76

Quadro

16:

PPG PSICOLOGIA - UFSCAR SP 77

Quadro

17:

PPG PSICOLOGIA - USP/RP SP 78

Quadro

18:

PPG PSICOLOGIA - PUCCAMP SP 78

Quadro

19:

PPG PSICOLOGIA CLÍNICA - PUC/SP 79

Quadro

20:

PPG PSICOLOGIA SOCIAL - UERJ RJ 79

Quadro

21:

PPG PSICOLOGIA - UFRGS RS 80

Quadro

22:

PPG PSICOLOGIA SOCIAL - UFPB/JP PB 80

Quadro

23:

Lista de trabalhos com recorte proposto por esta pesquisa 83

Quadro

24:

Temáticas-chave 107

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

LISTA DE SIGLAS

CI Ciência da Informação

IER Informação étnico-racial

PPG Programas de Pós-Graduação

PPGP Programas de Pós-Graduação em Psicologia

SIC Sociedade da Informação e do Conhecimento

SIERB Sistema Inter Étnico-Racial Brasileiro

UCE Unidade de Contexto Elementar

UCI Unidade de Contexto Inicial

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico

01:

Porcentagens da Produção da temática IER encontrada nos

Pós-graduação em Psicologia no Brasil.

82

Gráfico

02:

Linha do tempo - Produção da temática étnico-racial nos

Programas de Pós-graduação em Psicologia no Brasil.

87

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

18

2 ASPECTOS METODOLÓGICOS

25

3 NAVEGANDO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO

CONHECIMENTO

34

3.1 Ciência da Informação 37

3.2 Informação Étnico-Racial 40

3.3 Disseminação da Informação

44

4 MEMÓRIAS, MUDANÇAS E RUPTURAS NA PSICOLOGIA 47

4.1 Traços de memória para a Psicologia 53

4.2 Anomalias, Críticas e Crises Científicas 56

4.2 Psicologia Contemporânea e Pós-Graduação em Psicologia

59

5 A INFORMAÇÃO ÉTNICO-RACIAL EM DISSERTAÇÕES E TESES EM

PSICOLOGIA

63

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

102

REFERÊNCIAS 116

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

18

1 INTRODUÇÃO

A produção de informação científica na Sociedade da Informação e do

Conhecimento (SIC) tem sido impactada pelo paradigma sócio-tecnológico e tem

se configurado como um mecanismo de construção das memórias da Ciência nos

diversos campos do conhecimento. Neste contexto, o processamento de dados1

oriundos de pesquisas científicas tem contribuído na produção de informação2 que

pode ser acessada, usada, apropriada e assimilada pelos sujeitos, potencializando a

aquisição de conhecimentos3 e construção de memórias individuais e coletivas.

Ademais, proporcionam o crescimento econômico e social, alargando as noções de

ciência e cidadania.

No contexto brasileiro, os principais produtores de conhecimento científico

são as Instituições de Ensino Superior (IES) (SOUZA; SANTIN; SCHARDONG, 2012).

A disseminação da produção do conhecimento é feita, cada vez mais, por meio dos

ambientes de informação digital que para Oliveira (2014) são produtos do engenho

tecnológico com ampla tipologia, de modo que englobam as bibliotecas digitais,

os repositórios institucionais, os periódicos eletrônicos, as bases de dados, entre

outros.

Abreu et al (2001) argumenta que essa produção de informação e de

conhecimento é configurada como mecanismo essencial para o desenvolvimento

da coletividade, de uma região e de uma nação, como também contribui para a

melhoria da qualidade de vida dos sujeitos.

1 Uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis (SETZER, 1999).

2 É um conhecimento [...] inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica), oral ou

audiovisual (LE COADIC, 1996). 3 É uma abstração interior, pessoal, de alguma coisa que foi experimentada por alguém. No nosso

exemplo, alguém tem algum conhecimento de Paris somente se a visitou. Nesse sentido, o

conhecimento não pode ser descrito inteiramente - de outro modo seria apenas dado (se descrito

formalmente e não tivesse significado) ou informação (se descrito informalmente e tivesse

significado) (SETZER, 1999).

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

19

A produção científica brasileira tem crescido consideravelmente nas

últimas décadas. Esse crescimento está relacionado, em grande

parte, à expansão da pós-graduação no Brasil, que, por sua vez, tem

resultado no incremento da ciência e da comunicação dos

resultados das pesquisas, especialmente por meio das teses e

dissertações defendidas (SOUZA; SANTIN; SCHARDONG, 2012, p. 2).

No atual cenário sócio-tecnológico, a produção científica impacta na vida

dos sujeitos, por meio de ideologias que perpassam a produção, comunicação e

divulgação científica. Os diversos campos do conhecimento produzem suas

temáticas de interesse e os pesquisadores constroem suas pesquisas dentro de

temáticas consolidadas que tratam de demandas científicas geralmente universais.

Neste sentido, Cunha Júnior (2008) nos adverte que a universalidade na

forma que foi introduzida e compreendida no Brasil deu margem à expansão

eurocêntrica do conhecimento. Sobre os sistemas de produção do conhecimento

científico no Brasil, a pesquisa realizada por Aquino (2008) aponta que a maioria

dos pesquisadores são sujeitos brancos e se articulam para produzir um

conhecimento universal que venha essencialmente contribuir com as demandas

sociais e científicas da maioria da população (AQUINO, 2008).

Para além dos interesses de construção de conhecimentos universalizados,

observa-se uma inclinação de pesquisas científicas voltadas para grupos

vulnerabilizados dentro de um processo histórico e social. Paulatinamente, temos

visto crescer as pesquisas que contemplam demandas sociais e científicas voltadas

às populações compostas por pessoas LGBT, mulheres, indígenas, portadores de

necessidades especiais e pessoas idosas, quebrando a manutenção da normalidade

social, estética, subjetiva e científica. (AQUINO, 2008).

Embora o discurso da produção de conhecimento universal se paute em

uma normalidade social e tenha produzido barreiras quanto ao desenvolvimento

das temáticas de interesse específico das pessoas negras (AQUINO, 2008; CUNHA

JÚNIOR, 2008), as temáticas étnico-raciais também tem sido evidenciadas em

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

20

diversas áreas de pesquisa apoiadas por diversos enfoques teóricos e

metodológicos. Mesmo assim, Aquino (2008) adverte que existem temáticas pouco

exploradas no entorno dos interesses científicos sobre a população LGBT, as

mulheres, os ciganos, as crianças e adolescentes, os idosos, os deficientes e

especialmente os negros (AQUINO, 2008).

Vale destacar que a universalidade de temas na produção científica reflete

na memória social e na identidade de grupos minoritários. Candau (2012, p. 16)

enfatiza que os laços fundamentais entre memória e identidade argumentando

que “[...] é a memória, faculdade primeira, que alimenta a identidade”. Assim,

construir uma memória científica e social acerca dos grupos minoritários pode

contribuir na construção das identidades destes grupos.

O papel da memória na construção da identidade de um sujeito se articula

para que haja reaproximação e negociação entre o sujeito e seu passado, e

consequentemente para chegar a sua própria individualidade. Assim, a memória se

figura como a capacidade que o sujeito utiliza para permanecer consciente de suas

vivências (CANDAU, 2012).

No que se refere à manutenção da memória através da disseminação da

produção científica, se destacam dois processos que às vezes são confundidos: a

divulgação científica e a comunicação científica (BUENO, 2010). A divulgação

científica objetiva atingir a população geral, por vezes, com poucas competências

informacionais e científicas, difunde informação por meio de veículos como a TV

aberta, jornais, rádio difusão entres outros meios que são mais acessíveis à

população. Por outro lado, a comunicação científica é a disseminação de

informação da comunidade científica para a comunidade científica (BUENO, 2010).

O autor supracitado acredita que ambos os processos esbarram em

problemáticas de transmissão de dados, sobretudo na divulgação científica, visto

que é feita geralmente pela imprensa televisiva e de radiodifusão em processos

mediados por profissionais jornalistas. Bueno (2010) sinaliza que o jornalista ou o

divulgador, em função de uma formação abrangente ou da falta de formação

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

21

especializada, pode não estar capacitado para o processo de intepretação e

disseminação do discurso especializado.

Apesar da preocupação dos profissionais jornalistas e das mídias em se

apropriar dos conteúdos científicos, assim surgindo o jornalismo científico, ainda

ocorrem problemas derivados da falta de domínio das terminologias científicas

especializadas (BUENO, 2010).

A comunicação científica, interesse específico desta pesquisa, não é

largamente disseminada nos meios de comunicação de massa e por isso atinge um

público mais limitado, ou seja, a própria comunidade científica em seus círculos de

pares, nos eventos técnico-científicos e também por meio dos periódicos

científicos que, no contexto da cultura sócio-tecnológica, tem se ajustado ao

formato digital.

Os processos de divulgação científica e comunicação científica são

demarcados pelas terminologias científicas. A Terminologia diz acerca dos termos

utilizados por cientistas e técnicos que constituem seus discursos, ou seja, o léxico

especializado das áreas especificas do conhecimento. São um mecanismo de

expressão e comunicação que permite disseminar o pensamento especializado e

sedimentar a memória da ciência (DIAS, 2000; KRIEGER, FINATTO, 2004; ZANETTE;

SANTIAGO, 2014).

No contexto da Sociedade da Informação e do Conhecimento a memória é

construída pela oralidade e pela escrita, processos especialmente mediados por

Tecnologias de Informação e Comunicação. Para DIEHL (2005, p. 116):

a memória pode constituir-se de elementos individuais e coletivos,

fazendo parte de perspectivas de futuro, de utopias, de

consciências do passado e de sofrimentos. Ela possui a capacidade

de instrumentalizar canais de comunicação para a consciência

histórica e cultural, uma vez que pode abranger a totalidade do

passado num determinando corte temporal. (DIEHL, 2002, p. 116)

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

22

A memória é o lugar onde a história se desenvolve, procurando guardar o

passado para servir o presente e o futuro, é a memória que alimenta a história (LE

GOFF, 1996). Por sua vez, a memória é sedimentada pela informação, na base da

tríade história-memória-informação estão os conteúdos informacionais

armazenados para recuperação, acesso e uso.

A Informação se configura um bem simbólico que pode ser acessado e

utilizado por grupos específicos situados no epicentro social. Porém, às margens

do epicentro, alguns grupos e sujeitos ainda desconhecem conteúdos

informacionais básicos relacionados à cidadania, aos direitos, aos aspectos

históricos, memorialísticos e indenitários, como também o acesso às fontes nas

quais elas se assentam.

Neste contexto estão as ideologias que permeiam as cosmovisões dos

teóricos, cientistas e pesquisadores, as condições de produção da informação, os

discursos científicos validados, o interesse por determinadas temáticas científicas,

as fontes de informação utilizadas e as regras institucionais das agências de

fomento como vetores que influenciam a produção científica e memória da ciência.

O panorama aqui delineado nos provocou no sentido de investigar como os

sujeitos negros estão presentes na produção científica da Psicologia Brasileira,

especialmente na produção de Teses e Dissertações. A Psicologia foi escolhida por

ser a formação de base do autor deste trabalho, neste sentido, esta dissertação se

apresenta como um conhecimento produzido no âmbito da Ciência da Informação

e utiliza as bases da Ciência da Informação para investigar a presença de temáticas

e implicações memorialísticas relacionadas aos sujeitos negros na produção de

Teses e Dissertações da Psicologia no Brasil.

Diante do exposto adotamos o seguinte problema de pesquisa: Quais

temáticas estão relacionadas aos sujeitos negros na produção de informação e

memória científica da Pós-Graduação em Psicologia no Brasil?

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

23

O objetivo geral desta pesquisa versa em investigar a produção da

informação étnico-racial (IER) sobre pessoas negras na produção e memória

científica da Pós-Graduação brasileira em Psicologia (PPGP) no recorte 2010 a 2015.

São objetivos específicos:

a) Identificar os programas de pós-graduação em Psicologia no Brasil;

b) Visualizar os recursos tecnológicos utilizados para armazenar e

disseminar as dissertações e teses dos programas brasileiros de Pós-

Graduação em Psicologia;

c) Mapear as temáticas étnico-raciais sobre pessoas negras nas

dissertações e teses dos programas brasileiros de Pós-Graduação em

Psicologia no período entre 2010 a 2015;

Do ponto de vista social, a pertinência deste estudo dá-se pela continuidade

da investigação e construção de novas representações acerca da população negra

Brasil.

Sua relevância para Ciência da Informação (CI) se estabelece a partir da

responsabilidade social da CI como sistema de conhecimento que atenta para

construção da memória científica que contempla os diversos grupos sociais.

Em relação à Linha de Pesquisa "Memória, Organização, Acesso e Uso da

informação", esta pesquisa se estabelece na ressignificação da memória social e

identidade da população negra brasileira, uma vez que memória e identidade são

interfaces de uma mesma moeda (CANDAU, 2012).

Do ponto de vista pessoal, fazer a interseção entre a psicologia e a Ciência

da Informação, em um primeiro momento, se estabelece através de minha

formação como psicólogo. Como psicológico acredito que essa inclinação para

temáticas étnico-raciais focando o negro diz acerca de minha experiência de

leituras no âmbito da graduação em psicologia e pelos estudos sobre o traçado da

memória da psicologia e o papel da população negra.

Para uma melhor compreensão das discussões empreendidas nesta

pesquisa, a estrutura e organização do texto apresenta a seguinte configuração: o

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

24

primeiro capítulo denominado “Introdução” delineia os aspectos mais

fundamentais desse estudo situando a justificativa, o problema de pesquisa, o

objetivo geral e os específicos. No segundo capítulo, denominado “Aspectos

Metodológicos”, ocorre a discussão teórica que fundamenta os procedimentos,

técnicas, ferramentas e a análises. O terceiro capitulo intitulado “Navegando na

Sociedade da Informação e do Conhecimento” é de base teórica e articula os

principais autores que sedimentam a presente pesquisa científica, trata da Ciência

da Informação como sistema de conhecimento que investiga a informação e suas

fenomenologias, sobretudo, por meio dos processos de produção, disseminação,

aceso, uso e apropriação da informação. No capítulo quinto ‘Memórias, Mudanças

e Rupturas na Psicologia’ abordamos traços que possam compor uma memória

para a Psicologia, bem como os processos de Anomalias, Críticas e Crises

Científicas que propiciaram a evolução da Psicologia até os dias atuais. O sexto

capítulo trata da ‘A Informação Étnico-Racial em Dissertações e Teses em

Psicologia’, apresentando os resultados e análise da produção da IER no contexto

dos PPGP. As representações, as temáticas entre outros aspectos dos estudos na

Pós-graduação em Psicologia sobre a população negra brasileira também são

tratadas neste tópico. Os elementos textuais deste documento dissertativo são

encerrados no tópico denominado Considerações Finais.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

25

2 ASPECTOS METODOLÓGICOS

O percurso metodológico desta pesquisa foi embasado no método

fenomenológico, que consiste em buscar as essências de um fenômeno e

evidenciar os elementos constituintes do fenômeno. A fenomenologia mostrou-se

adequada nesta pesquisa, pois, ao investigar as temáticas relacionadas aos sujeitos

negros na produção e memória científica da Pós-Graduação em Psicologia no

Brasil, estamos identificando a essência da IER sobre pessoas negras no contexto

da produção de teses e dissertações em Psicologia. Assim, a referida produção é o

fenômeno sobre o qual a pesquisa se desdobra para capturar uma essência

fenomenológica.

A Fenomenologia data do fim do século XIX e tem como precursor e

pensador o alemão Franz Brentano, sendo uma das correntes filosóficas que se

sedimentaram durante o século XX. As principais investigações são atribuídas ao

Husserl que tinha preocupações em relação à consciência enquanto elemento

principal do existir humano. Além de Husserl, outros dois expoentes

existencialistas são mencionados: Heidegger e Merleau-Ponty (MARCIANO, 2006).

A Fenomenologia se debruça sobre as intencionalidades da consciência humana

por meio dos fenômenos dispostos à percepção (OLIVEIRA, 2014).

[...] fazer fenomenologia não é aplicar um conjunto de regras

estabelecidas previamente, mas consiste em “se dirigir ao

fenômeno como o que se mostra a si mesmo”. Trata-se de

reorientação que objetiva desvendar o fenômeno além da

aparência, transcendendo qualquer descrição passiva e

direcionando-se para uma ação interpretativa que põe em

descoberto os sentidos menos aparentes (OLIVEIRA, 2014, p. 32).

Neste sentido, a Fenomenologia é um aparato metodológico que intermedia

as experiências humanas e investiga as essências dos fenômenos que emergem da

relação entre sujeito e objeto. As essências podem ser perspectivas, prismas,

percepções que emergem das experiências humanas. Assim, recebem o status de

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

26

sentido ideal, como também status de sentido verdadeiro de alguma coisa que se

observa ou analisa. A Fenomenologia não trata de uma interpretação única das

coisas - algo estanque e imutável - as essências existem de acordo com as

interpretações de quem se debruça sobre o fenômeno (OLIVEIRA, 2014, p.31).

O método fenomenológico se contorna como uma unidade de

conhecimento descritivo, uma vez que a observação incide em nossas vivências e

nas de nossos semelhantes para nos fornecer essências morfológicas (FORGHIERI,

2004).

Em seu discurso acerca dos fundamentos, métodos e pesquisas, Forghieri

(2004) agrega questões quanto aos percursos clássicos para captura das essências

morfológicas de um corpus, objeto ou fenômeno de uma determinada pesquisa.

Para este autor, o retorno às coisas mesmas e à intencionalidade, à redução

fenomenológica e à intuição das essências, bem como a reflexão fenomenológica e

a intersubjetividade são aspectos relevantes para se alcançar as essências

morfológicas no Método Fenomenológico.

Para Struchiner (2007), as coisas são percebidas de um ponto de vista

subjetivo, sendo essa uma característica humana. Mas, as necessidades cotidianas

nos inserem dentro dos parâmetros intersubjetivos que nos levam a uma

linguagem comum, ou seja, uma maneira de ver ou codificar o mundo de uma

forma grupal.

Neste sentido, o retorno às ‘coisas mesmas’ é o ponto de partida para a

construção do conhecimento fenomenológico. Por sua vez as essências são

capturadas por meio da “[...] consciência e/ou da experiência, indo além dos

padrões e estruturas convencionais de pensamento e ação a fim de identificar suas

raízes comuns” (MARCIANO, 2006, p. 103).

Deste modo, as essências são as percepções únicas que não se revelam

verdadeiras nem falsas, mas apenas únicas, uma perspectiva possível da realidade.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

27

Neste sentido, o conhecimento não é construído no sujeito nem tampouco no

objeto observado, ele emerge na concepção ou imagem do objeto formulada pelo

sujeito. Assim, há uma concordância produzida entre o significado (formulado pelo

sujeito) e o que é dado (o objeto) (MARCIANO, 2006, p. 103).

O retorno às “coisas mesmas”, e suas intencionalidades, constitui a

ressignificação de um mesmo fenômeno. Trata-se de investigar uma:

[...] realidade do mundo (o conjunto das entidades físicas e

perceptíveis), colocando-o “entre parênteses” (Einklammerung),

método por ele denominado epoché fenomenológica: uma vez que

o mundo e todas as suas entidades estão sempre presentes, quer

sejam ou não experienciadas pelo observador, ele (o mundo) não

deve interferir no processo de formulação do raciocínio, o qual, por

sua vez, determina a realização da consciência (MARCIANO, 2006,

p. 103).

Forghieri (2004) revela que a ligação entre fenômeno, objeto e a consciência

que se estabelece a partir desta suspensão da aparente realidade, é um mergulho

na experiência singular daquilo que se desponta a cada instante. Sendo assim uma

experiência singular daquilo que se expõe em cada momento, em cada

acontecimento, suspendendo todo e qualquer julgamento apriorístico (MARIANO,

2011).

Trata-se de uma análise intencional, pois a intencionalidade impele o

pesquisador a ver o mundo da pesquisa com dois olhares, um para o exterior e

outro para o interior. Essa questão está situada dentro da fenomenologia de

Merleau-Ponty (1971 apud MARCIANO, 2006, p.185), “[...] nem o mundo determina

a percepção nem a percepção constitui o mundo.”

No presente trabalho, o retorno às coisas mesmas foi realizado,

procedimentalmente, quando nos debruçamos sobre as dissertações e teses em

Psicologia que abordam temáticas relacionadas às pessoas negras. Ao

selecionarmos os elementos constituintes do nosso fenômeno, a saber: título,

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

28

palavras-chave, resumos e, em alguns casos, a íntegra do texto dissertativo ou

tese.

Forghieri (2004) revela que a redução fenomenológica não é a relação entre

o mundo e o sujeito, mas a mudança da forma natural de pensar do sujeito e de

perceber o mundo fenomenologicamente. É uma estratégia para se chegar ao

fenômeno em si, ou seja, a essência dele. A redução fenomenológica transita entre

as estéticas postas e as estéticas mentais e particulares de cada sujeito. Trata-se de

um processo pelo qual aquilo que era informado pelos sentidos sofre uma

reconfiguração na consciência. Assim, redução fenomenológica requer a suspensão

das estéticas, dos rótulos, dos estereótipos, dos pré-conceitos e das teorias

apriorísticas para buscar o algo ainda não visto ou ainda não percebido.

No que se refere à redução fenomenológica, o pesquisador recorre à

intuição enquanto visão direta, não necessariamente uma visão sensível, empírica,

mas a visão em geral, como fundamento último de todas as afirmações racionais

(OLIVEIRA, 2014).

Na presente pesquisa, a redução fenomenológica aconteceu quando o

pesquisador submeteu o corpus de dados para ser tratado no software Alceste e

produzir as classes que se tornaram eixos temáticos.

A reflexão fenomenológica diz acerca do sujeito que se debruça sobre o

objeto e que:

[...] vive no mundo, mas não se encontra delimitado aquilo que

vivencia no momento atual, pois pode, também, dirigir seu

pensamento para o que vivenciou anteriormente, assim como para

as prospecções que faz em relação a coisas que tem a expectativas

de vir a vivenciar (FORGHIERI, 2004, p. 17).

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

29

Marciano (2006), dialogando com Martin Heidegger, alega que o sujeito é

autoconsciente e caracterizado exatamente por sua forma de se colocar no mundo,

a partir de suas experiências individuais e coletivas.

Sendo assim, a fenomenologia forma um sujeito pesquisador que avista o

mundo indefinido e problemático, busca os fenômenos que constituem esse

mundo e os analisa gerando percepções, novas intuições e significados próprios.

Assim, o que se investiga na fenomenologia se figura a experiência vivida pelos

sujeitos, pelos grupos sociais e pelas instituições (FORGHIERI, 2004; MARCIANO,

2006).

A base fenomenológica norteou os caminhos metodológicos desta pesquisa.

Neste sentido, fundamentou o ato de construir uma pesquisa que se debruça

sobre outras pesquisas já realizadas para procurar a essência do que está sendo

produzido sobre os sujeitos negros nas pesquisas científicas desenvolvidas nos

Programas de Pós-Graduação em Psicologia do Brasil.

A pesquisa científica pode ser entendida como o resultado das práticas

desenvolvidas pela comunidade científica. Estes resultados são registrados e

disseminados por meio de Trabalhos de Conclusão de Curso de Graduação,

Dissertações de Mestrado, Teses de Doutorado, artigos publicados em revistas

científicas; livros ou capítulos; resumos (às vezes expandidos) publicados em anais

de congressos; trabalhos completos publicados em anais de congressos; palestras,

conferências, mesas-redondas e cursos proferidos na graduação ou pós-

graduação. Para Schweitzer e Rodrigues (2013), a produção científica permite que

o conhecimento produzido seja difundido e democratizado.

O presente estudo se posiciona na abordagem mista quantitativa-

qualitativa. De acordo com Souza, Santin e Schardong (2012), quando se pretende

fazer avaliação da ciência e de sua produção, estas duas grandes vertentes devem

ser levadas em conta.

Günther (2006) define que as pesquisas qualitativas:

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

30

[...] apontam a primazia da compreensão como princípio do

conhecimento, que prefere estudar relações complexas ao invés de

explicá-las por meio do isolamento de variáveis. Uma segunda

característica geral é a construção da realidade. A pesquisa é

percebida como um ato subjetivo de construção. [...] a descoberta e

a construção de teorias são objetos de estudo desta abordagem.

Um quarto aspecto geral da pesquisa qualitativa [...] é que apesar

da crescente importância de material visual, a pesquisa qualitativa é

uma ciência baseada em textos, ou seja, a coleta de dados produz

textos que nas diferentes técnicas analíticas são interpretados

hermeneuticamente (GÜNTHER, 2006, p. 5).

Neste sentido, a pesquisa qualitativa se debruça sobre questões

essencialmente subjetivas como contributo para representação da essência dos

fenômenos que surgem dos aspectos compreensivo e interpretativo (GUNTERT,

2000). A pesquisa quantitativa foi utilizada basicamente, para construção do

corpus, considerando que a produção científica é quantificável.

Do ponto de vista procedimental, e para atender ao primeiro objetivo

específico, de identificar os PPGP brasileiros, utilizamos a base de dados do Portal

da Capes, fonte de informação sobre todos os Programas de Pós-Graduação do

Brasil, disponibilizando as seguintes informações: a) nível da pós-graduação –

mestrado e/ou doutorado; b) links que remetem aos sítios de cada Programa de

Pós-Graduação e c) nota quando quanto à qualidade na escala Capes de avalição4.

Para esta pesquisa, coletamos dados dos PPGP classificados com notas 4, 5, 6 e 7

da escala Capes de avalição.

A partir dos dados coletados sobre os PPGP portal da Capes, procedemos

com a coleta de dados sobre os ambientes onde cada programa disponibiliza as

teses e dissertações defendidas, para atender ao segundo objetivo específico de

4 A escala CAPES de avalição é estruturado de 1 a 7, que agrega os seguintes valores: Entre 1 e 2,

são os níveis que descredenciam o programa; 3 caracteriza desempenho regular, sendo esta nota o

padrão mínimo de qualidade da Capes; a nota 4 é analisado como um bom desempenho e 5 é a

nota máxima para programas com apenas o nível mestrado. No que versa às notas 6 e 7, elas

indicam desempenho que corresponde ao padrão internacional (BRASIL, 2013).

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

31

identificar os recursos tecnológicos utilizados para armazenar e disseminar as

dissertações e teses dos programas brasileiros de Pós-Graduação em Psicologia.

No interior de cada ambiente que custodia as teses e dissertações

realizamos buscas no intuito de encontrar recursos informacionais que abordam

problemáticas relacionadas aos sujeitos negros. A busca foi feita utilizando dois

conjuntos de descritores relacionados aos seguintes aspectos de identificação de

grupo étnico-racial:

a) aspectos bio/fisiológicos: negro, negra, etnia, raça, racial, étnico, étnico-

racial e negritude, preto

b) aspectos sociais e históricos: África, africano, africana, afro, afro-

brasileiro, afro-brasileira, afrodescendentes, preconceito, racismo e escravidão,

cotas, identidade, violência, quilombo, quilombolas, capoeira e favela.

Para compor o corpus de análise a ser examinado, coletaram-se todos os

títulos, as palavras-chaves, os resumos e os textos completos das dissertações e

teses que retornaram como resposta aos descritores. No intuito de preparar o

corpus para ser processado no Alceste, formataram-se os dados coletados em um

único arquivo de texto em formato txt com fonte Courier New, tamanho 10, sem

espaçamento. Na formatação do texto txt para que o Alceste reconheça todo os

vocábulos, colocou-se tudo em letras minúsculas. Foram suprimidos todos os

acentos e usou-se o traço underline para os vocábulos compostos (POMBO-DE-

BARROS, 2011).

Para separar os resumos das dissertações e teses no corpus utilizamos linhas

de comando5 digitadas sempre antes do conteúdo semântico de cada resumo de

dissertação e/ou tese, com o intuito de separar cada Unidade de Contexto Inicial

(UCI6) que se figuram as partes que vai compor o todo corpus. Nesta pesquisa a

UCI é cada resumo da dissertação ou da tese, que somada se constitui o corpus,

5 **** *nivelppg_ *ano_1 *persc_

6 É uma unidade, assim sendo um capítulo de livro, uma matéria jornalística, uma resposta de

entrevista. Nos exemplos utilizados no presente texto trata-se de uma letra de música.

(NASCIMENTO; MENANDRO, 2006).

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

32

embora elas estejam separadas no corpus por linhas de comando, as quais são

constituídas das variáveis descritivas estabelecidas e pertinentes à pesquisa, sendo

elas: nível do programa de pós-graduação, ano de publicação e perspectiva da

psicologia7. Por sua vez as Unidades de Contexto Elementar (UCE8) são os

fragmentos das UCI que foram selecionados pelo Alceste quando se deu o

processamento do corpus, é a parte significante que ajudou a estrutura a classe.

Para processamento dos dados foi utilizado o software Alceste (Análise

Léxica por Contexto de um Conjunto de Segmentos de Texto) que requer os

procedimentos supracitados. Esse software foi Desenvolvido por Max Reinert em

1998. Ele conjuga um conjunto de procedimentos estatísticos aplicados a um banco

de dado, sendo ele textual, conjunto de entrevistas, conjunto de obras literárias,

artigos e também de jornais e revistas, entre outras fontes (NASCIMENTO;

MENANDRO, 2016).

Em sua base, o programa encontra as ideias de relação que se estabelece

entre o argumento linguístico e a representação coletiva ou entre unidade de

contexto e contexto típico. A Unidade de contexto se caracteriza a representação

elementar, uma representação ou um pronunciado básico de um discurso. Por sua

vez, o pronunciado se figura um postulado como uma ideia, a subjetividade de um

sujeito quanto a um objeto, mas ao mesmo tempo diz acerca deste sujeito. Essas

duas referências irão admitir a concepção da representação de um objeto. Por

extensão, a regularidade de representações entre os sujeitos pode gerar

representação coletiva, um determinado mundo, ou seja, a existência de um

contexto típico de um grupo (NASCIMENTO; MENANDRO, 2016).

Cada resumo de dissertação e/ou tese é composto por conteúdos

semânticos. Assim, apenas os resumos das dissertações e teses foram tratados pelo

Alceste. Este instrumento de tratamento de dados textuais permite uma análise

7 Psicologia, Psicologia Social, Psicologia Clínica, Psicologia Escolar, Psicologia Cognitivo

Comportamental, Psicologia das Organizações e do Trabalho, entre outras perspectivas. 8 É uma das partes de uma unidade, assim sendo um fragmento de um capítulo de livro, uma

matéria jornalística, uma resposta de entrevista.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

33

lexical quantitativa que configura a palavra como unidade, além de apresentar a

sua contextualização no corpus.

Assim, após o processamento, a Alceste nos forneceu o Rapport9, e dele foi

tomado o dicionário de formas reduzidas, compostas por fragmentos de vocábulos

recorrentes nas UCEs. Por exemplo, a forma reduzida “nordest+” foi identificada

nos vocábulos: nordeste (1) nordestino (2) nordestinos (14). O Alceste faz o

levantamento das co-ocorrências a partir dessas formas reduzidas e, em seguida,

sugere as classes por meio de um dendograma (POMBO-DE-BARROS, 2011). Nesta

pesquisa as classes são denominado de temas-eixo e que são as essências do

corpus. Cada classe (temáticas-eixo) é constituída por sua vez por um conjunto e

radicais e suas frequências, exemplo: χ2 = 81 (tipo). Ou seja, o radical tipo aprece 81

vezes. Nesta pesquisa os radicas serão denominados de temáticas-ancora, uma vez

que elas são as palavras que dão sentido a cada classe, ou seja, dão sentido aos

temas-eixo.

Contudo, a análise do corpus não residiu apenas nos resultado do

processamento do Alceste, um olhar fenomenológico foi feito em cima dos títulos,

palavras-chaves e resumos das dissertações e teses. Isso possibilitou a construção

de um conjunto denominado de temáticas-chaves que estão não base das temas-

âncora, que por sua vez estão na base das temáticas-eixos.

9 Relação dos resultados.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

34

3 NAVEGANDO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO

A compreensão dos fenômenos sociais tem recebido contribuições analíticas

e críticas, assim o sujeito procura entender a si mesmo e o tecido social em que

está inserido, principalmente nas universidades e centros de pesquisa por meio da

produção científica. Este pressuposto coaduna com a noção de SIC, pautada em

políticas para uma disseminação da informação e uso intenso de Tecnologias de

Informação e Comunicação no cotidiano dos sujeitos.

Em 1973, o sociólogo estadunidense Daniel Bell inseriu a noção da

‘sociedade de informação’ no livro intitulado ‘O advento da sociedade pós-

industrial, advertindo que o eixo principal desta sociedade será́ o conhecimento

teórico e que os serviços baseados no conhecimento se tornarão a estrutura

central da nova economia e de uma sociedade sustentada na informação (BURCH,

2005).

A expressão sociedade de informação reaparece com força nos anos 90, em

função do desenvolvimento da Internet e das TIC. Burch (2005, p. 2) sinaliza que a

expressão foi incluída:

[...] na agenda das reuniões do G7 (depois, G8, onde se reúnem os

chefes de Estado ou governos das nações mais poderosas do

planeta). Foi abordada em fóruns da Comunidade Europeia e da

OCDE (os trinta países mais desenvolvidos do mundo) e foi adotada

pelo governo dos Estados Unidos, assim como por várias agências

das Nações Unidas e pelo Banco Mundial. Tudo isso com uma

grande repercussão mediática. A partir de 1998, foi escolhida,

primeiro na União Internacional de Telecomunicações e, depois, na

ONU para nome da Cúpula Mundial programada para 2003 e 2005.

O que se expôs permite apreender que o conceito de sociedade da

informação tem bases políticas e ideológicas, se desenvolveu no contexto da

globalização neoliberal, objetivando acelerar a instauração de um mercado

mundial aberto e autorregulado (BURCH, 2005). A autora supracitada ainda

defende que esta política contou com a colaboração de organismos multilaterais

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

35

como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário

Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Em tese o projeto denominado Sociedade da Informação ganha contornos

mais definidos no Brasil a partir de 2000 por meio do projeto Livro Verde. Ele teve

a pretensão de construir uma unidade nacional e uma sociedade mais justa, como

também a preservação de nossa identidade cultural, desenvolvimento sustentável

e o equilíbrio regional, e a efetiva participação social para uma democracia política

(TAKAHASHI, 2000). Porém, o alcance de seus objetivos não depende apenas das

questões técnicas e tecnológicas. Sobretudo, eles demandam, a partição de

sujeitos sensíveis nas esferas que venham dar continuidade, fazendo a manutenção

das ideologias que sustentam o projeto. Neste sentido, se destacam os

governantes, professores/educadores, psicólogos, assistentes sociais,

bibliotecários, e especial os profissionais da informação que estão preocupados

como o acesso, uso e reflexos da informação no referidos paradigma social

conhecido também como sociedade do conhecimento.

A noção de ‘sociedade do conhecimento’ (knowledge society) surgiu no final

da década de 90. Empregada, especialmente, nos meios acadêmicos e para refutar

o uso do termo ‘sociedade da informação’. Com relação “ao debate em torno da

‘sociedade do conhecimento’, quem o defende considera que evoca, justamente,

uma visão mais integral e um processo essencialmente humano.” (BURCH, 2005, p.

6).

Neste trabalho, optou-se por se referir ao atual arranjo de sociedade por

meio da terminologia Sociedade da Informação e do Conhecimento, integrando as

duas perspectivas distintas mas que se complementam. A primeira voltada para o

acesso e uso da informação dos artefatos tecnológicos de informação e

comunicação, e o segundo que põe os sujeitos no centro do debate sócio-

cognitivo e se preocupa com o processo de construção dos conhecimentos dentro

de um contexto histórico e social.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

36

Os discursos de Castells (2002) destacam as características que definem este

paradigma social vigente, que tem a informação como matéria-prima e sua relação

simbiótica entre as TIC com intensa capacidade de penetração na vida social,

econômica e política dos sujeitos e da sociedade; destaca ainda a lógica de redes,

que se refere à interação por meio dos computadores pelos sujeitos; a

flexibilidade, que tange os fenômenos de reconfigurar, alterar e reorganizar as

informações e a convergência de tecnologias, que diz acerca de um sistema

totalmente integrado em que diferentes campos tecnológicos derivam da sua

dialética comum de produção da informação (COUTINHO; LISBOA, 2011).

Segundo Coutinho e Lisboa (2011), as características citadas estão

inteiramente ligadas ao processo de disseminação da informação, fazendo emergir

novos espaços para compartilhar, sobretudo, o acesso, a busca e o uso da

informação. O que implica para Coutinho e Lisboa (2011), na importância nesta

Sociedade da Informação e do Conhecimento das possibilidades de interação que

as TIC têm proporcionado.

Entretanto, para Demo (2000), na Sociedade da Informação e do

Conhecimento se desenha um paradigma social ambíguo, em que seu papel vai

além da postura altruísta de informar os sujeitos. Esse paradigma se fortalece

também através do objetivo de (des) informar os sujeitos nela inseridos, uma vez

que o fluxo de informação é vertiginoso, imperioso, duvidoso e às vezes

manipulador. O capitalismo também está nos entornos de seus fenômenos de

produção, disseminação da informação na SIC, em que o paradigma, dependendo

do prisma sob o qual se observa, se transforma na economia da informação

(DEMO, 2000).

Além disso, o termo Sociedade da Informação e do Conhecimento nos

permite conectar às formas culturais ou grupos caracterizados por culturas

específicas na sociedade, o que inclui, sobretudo, os grupos étnico-raciais, em foco

a população negra (SANTOS, 2003).

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

37

As premissas básicas e estratégicas, teorizadas pelo Estado,

independentemente da situação do gênero, classe, grupo étnico-racial ou credo

religioso, garantem por meio de políticas públicas e mecanismos práticos direitos

aos serviços básicos - saúde, segurança, lazer, o direto de ir e vir e direito de

expressão (de forma responsável) e educação (informação e conhecimento) - aos

homens e mulheres, mas a efetivação desses direitos ainda não ocorrem

adequadamente.

A produção de conhecimento que visibiliza os sujeitos somente se torna aceitável,

quando articulada ao contexto multicultural na perspectiva da promoção da

igualdade étnico-racial. Para esta pesquisadora, a produção de conhecimento deve

ter como objetivo primeiro alcançar todos os grupos que compõem a atual

sociedade e, principalmente, os negros, uma vez que o preconceito, a

discriminação e o racismo ainda são problemáticas da atualidade. Quando essa

produção de conhecimento não atende às demandas desses grupos, certamente

perde sua qualidade de conhecimento prático e libertador em sua capacidade de

entretecer as amarras simbólicas sociais (AQUINO;LEITE, 2012).

3.1 Ciência da Informação

A Ciência da Informação (CI) emerge da revolução científica e técnica que se

seguiu à Segunda Guerra Mundial. Sendo assim, a utilização do termo “Ciência da

Informação” surge pela primeira vez em 1955 (RAYAWRD, 1997).

Quando se discursa acerca dos aspectos históricos, memorialísticos, teóricos

e práticos da CI, um mosaico de áreas e conhecimentos científicos se forma. A

historiografia da CI aponta as áreas da Administração, Arquivologia, Artes Gráficas,

Biblioteconomia, Cibernética, Ciência da Computação, Ciência Cognitiva, Ciência

Política, Comunicação, Direito, Documentação, Economia, Economia da

Informação, Engenharia da Produção, Engenharia de Sistemas, Educação, Filosofia,

Filosofia da Ciência, Gramática Transformacional, Lógica, Linguística, Matemática,

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

38

Lógica Matemática, Museologia, Reprografia, Semiótica, Sociologia, Sociologia da

Informação, Teoria da Comunicação, Tecnologia da Informação, Teoria do

Conhecimento Automático, Teoria Matemática da Comunicação e a Psicologia -

que inclui a Psicologia da Informação, Ciência Cognitiva – incluindo a Inteligência

Artificial – IA. (BORKO, 1968; SARACEVIC, 1996; RAYAWRD,1997; MERTA, 1969;

WERSIG; NEVELLING, 1975; FOSKETT, 1980; SHERA, 1980). Estas áreas com suas

teorias, metodologias e técnicas (procedimentos) influenciam a identidade fluida e

pós-moderna da CI. Analisando o mosaico, Saracevic (1996, p. 42) menciona três

características que marcam a identidade da CI:

Primeira, a CI é, por natureza, interdisciplinar, embora suas relações

com outras disciplinas estejam mudando. A evolução

interdisciplinar está longe de ser completada. Segunda, a CI está

inexoravelmente ligada à tecnologia da informação. O imperativo

tecnológico determina a CI, como ocorre também em outros

campos. Em sentido amplo, o imperativo tecnológico está impondo

a transformação da sociedade moderna em sociedade da

informação, era da informação ou sociedade pós-industrial.

Terceira, a CI é, juntamente com muitas outras disciplinas, uma

participante ativa e deliberada na evolução da sociedade da

informação (SARACEVIC, 1996, p. 42, grifo nosso).

Neste sentido, interdisciplinaridade, como também multidisciplinaridade e

transdisciplinaridade; a íntima ligação com as Tecnologias da Informação e

Comunicação (TIC) e a participação ativa e deliberada na evolução da SIC.

Saracevic (1996) e Borko (1968) apontam também a natureza de Ciência

aplicada e Ciência pura da CI. Por sua vez, Oliveira (2014) defende a natureza pós-

moderna da CI, para este autor a Pós-modernidade se alinha à Ciência da

Informação pois permite:

[...] contrapor, desconstruir, desamarrar, (re) pensar as noções de

tempo e espaço, sujeito e objeto, técnica e tecnologia, objetividade

e subjetividade, identidade, arte, ciência e senso comum e revisar o

modo binarista de categorizar o que se apresenta como realidade.

(OLIVEIRA, 2014, p. 44).

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

39

Ou seja, a conjuntura social em que a ciência, em especial a CI, deve

produzir, pensar e refletir por meio da lógica da diversidade de fenômenos que

constitui não apenas o sujeito e suas estéticas e subjetividades, mas, também suas

realidades.

Os discursos dos teóricos da CI nos fazem entender que a informação é seu

objeto de estudo, as noções de informação presentes nos estudos em CI subjazem

a Informação-como-processo; Informação-como-conhecimento e/ou Informação-

como-coisa (BUCKLAND, 2010).

Para Buckland10 (2010, on line) a CI trata da:

Informação-como-processo – corresponde ao ato de informar,

quando alguém é informado, o que se sabe é modificado;

Informação-como-conhecimento – é aquilo que é percebido na

informação-como-processo, ou seja, é a informação que é

assimilada, compreendida. É intangível porque é algo subjetivo

(convicções, opiniões) que pertence ao indivíduo, não pode ser

tocado ou medido; Informação-como-coisa – é a informação

registrada. Por isso é tangível, porque é algo expresso, descrito ou

representado de alguma forma física. (BUCKLAND, 2010, on line)

Neste sentido, olhar para a informação como processo, conhecimento e/ou

coisa nos aproxima dos estudos fenomenológicos, mais especificamente de uma

fenomenologia da informação, que considera também a fenomenologia da técnica

e a fenomenologia cognitiva.

No interior da CI, o fenômeno da técnica agrega os processos que vão da

produção até os processos de disseminação da informação. No entorno da técnica,

Saracevic (1996, p. 47) afirma que a CI, como campo do conhecimento, se dedica

também às questões relacionadas à expressiva “[...] comunicação do conhecimento

e de seus registros entre os seres humanos, no contexto social, institucional ou

individual do uso e das necessidades de informação [...]”.

Esboçar uma fenomenologia da informação requer considerar o plano de

10 Artigo eletrônico, sem paginação.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

40

fundo cognitivo, que leva em consideração os aspectos subjetivos, grupais, sociais

e culturais dos sujeitos. Neste eixo, essencialmente se destacam os processos de

acesso, uso, apropriação e efeitos da informação sobre o sujeito. De acordo com Le

Coadic (1996, p. 26), a CI tem também por “objetivo o estudo das propriedades

gerais da informação ‘natureza, gênese e efeitos’”. O verbete “efeitos” ao qual Le

Coadic (1996) faz referência, transcende a instância da técnica para dar sentido ao

papel da informação na vida efetiva das pessoas, considerando o compromisso

ético e social.

Os efeitos da informação dizem acerca do acesso, do uso, da apropriação e

estão intimamente ligados aos diversos contextos situacionais, subjetivos e

cognitivos, temporais e espaciais, o que envolve a interação cíclica entre sujeito e

objetos informacionais, esboçando a informação como fenômeno tangível e

intangível.

O que ora dizemos converge com o pensamento de Borko (1968), ao revelar

que a CI atenta para as diversas estruturas de forças que perpassam a Informação

como por exemplo: a organização, o armazenamento, a recuperação, o acesso, o

uso, a disseminação, a democratização, a interpretação, a transmissão, as

transformações, as propriedades e as forças da informação. Processos que, por sua

vez, se configuram as premissas básicas da CI (BORKO, 1968).

Neste cenário, vale destacar que o papel social da CI se fortalece, pois além

de levar em consideração o fenômeno da técnica, leva também a cognição, a

subjetividade e os aspectos sociais e culturais. Segundo Oddone (1998, p. 84), a CI

também procura sua legitimidade incorporando em seus programas de estudos

suas inquietações e análises contextuais, uma vez que essas análises permitem

entender sua posição estratégica em relação aos produtos culturais e também sua

posição acerca dos saberes humano.

3.2 Informação Étnico-Racial

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

41

As terminologias e seus conceitos constroem os discursos que se revelam a

partir do contexto do conhecimento científico ou técnico. Contexto onde se

constituem as intenções e as relações políticas direcionadas aos métodos teóricos

e práticos na investigação de um dado fenômeno social.

A informação tem o efeito polissêmico como característica mais relevante.

Neste sentido, quando o conceito de informação entra em pauta, não

conseguimos construir uma definição universal ou conceito único (LARA; CONTI,

2003). Para Rafael Capurro e Birger Hjørland (2007, p. 193), “existem muitos

conceitos de informação e eles estão inseridos em estruturas teóricas mais ou

menos explícitas.” Em diálogo com Capurro e Hjørland (2003, p. 356), Matheus

(2005, p. 165) considera que a informação apresenta-se como um conceito

interdisciplinar que “[...] tem significados diferentes para sujeitos diferentes, que

têm diferentes interesses.”

Neste sentido, levamos em conta a interdisciplinaridade da informação, o

próprio fenômeno informacional como coisa, processo, conhecimento e sua

natureza social (DUARTE, AQUINO, 2012).

Considerando que a informação se constitui das relações que partem dos

diferentes contextos sociais e culturais, dos diferentes interesses, dos diferentes

significados, e, sobretudo, dos diferentes sujeitos, a informação está presente na

comunicação do senso comum, presente nos diálogos dos círculos acadêmicos,

seja na comunicação formal e informal; acomodada em uma biblioteca física ou

digital; representada em uma simples fotografia ou até mesmo contida em um

objeto utilizado pelo homem nos primórdios de sua história (PINHEIRO, 2004).

Pode-se inferir a informação como um fenômeno cíclico, mutável, complexo

e nunca estanque. E que ela se constitui a partir da tríade interacional entre um

objeto (fenômeno), usuário e o lugar de informação. Segundo Marteleto (2011, p.

105), ela vai se constituir:

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

42

[...] como processo de elaboração de sentidos sobre as coisas e os

sujeitos no mundo, o que a associa, de imediato, às formas de

representação e de conhecimento, configurando-se como um

fenômeno da esfera da cultura. (MARTELETO, 2011, p. 105).

No que se refere à IER, ela se revela como qualquer processo e/ou coisa

(fenômeno) inscrito, registrado ou acomodado em um suporte – sendo às vezes o

próprio suporte ou a estrutura física ou digital - passivo de significação linguística

(psicológica) por parte do(s) sujeito(s) de um determinado grupo étnico-racial que

a utiliza. Esse tipo de informação tem o potencial de produzir conhecimento sobre

os elementos memorialísticos e culturais de um determinado grupo étnico-racial

(OLIVEIRA, 2010). A IER se configura um conhecimento prático e específico que

pode nortear os sujeitos no sentido da consciência, reflexão, compreensão e

discussão acerca de um fenômeno social e do próprio sujeito.

Neste sentido, a IER promove a força de atração entre o sujeito e seu grupo

étnico-racial, em que esta força tem base à tomada de consciência, reflexão,

compreensão e o senso crítico acerca dos mecanismos de denominação.

Neste trabalho, damos especial atenção à IER que trata de conhecimentos,

processos e coisas relacionadas aos sujeitos negros. No âmbito das identidades

negras, vamos inserir a IER no contexto das tonalidades de pele como fenômenos a

serem considerados, especialmente quando a cor, como caraterística estética do

sujeito, o desvaloriza e pode potencializar a negação de elementos relevantes da

sua identidade em função do preconceito e racismo decorrentes das estéticas

normativas. Neste sentido, a IER tem o potencial de reconfigurar positivamente a

identidade negra a partir da aceitação das características específicas da pele do

sujeito negro, na perspectiva da diversidade (SANTANA; OLIVEIRA; LIMA, 2016).

A construção das memórias envolve as forças que repelem e/ou atraem os

sujeitos no âmbito do Sistema Inter Étnico-Racial Brasileiro – (SIERB) que promove

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

43

os conflitos entre o Self11 e o Ideal de Self12, que por sua vez podem afligir a

autoestima, a autoaceitação dos sujeitos negros em relação a sua estética e

subjetividade, assim fragilizando a identidade étnico-racial negra e produzindo

sofrimento (LOUREIRO, 2004).

Neste sentido, a IER tem o potencial de romper com todas essas forças,

objetivos e intenções no âmbito do SIERB (LOUREIRO, 2004; SANTANA; OLIVEIRA;

LIMA, 2016).

A IER tem o potencial de reverter o falso narciso, em que ser branco ou ter

tonalidades mais claras se figura como desejável. Loureiro (2004) argumenta que

no SIERB existem dois polos que interagem, o polo representado pela cor branca é

ideal, aceitável e belo, a figura narcísica a ser copiada. Enquanto o outro polo pode

ser qualquer etnia, geralmente são as camadas às margens do núcleo e com

tonalidades de pele mais escuras. O polo branco exerce a força de atração quando

pretende transformar qualquer sujeito que não é branco em um novo sujeito

branco.

Em suma, quando a IER é acessada, utilizada, apropriada, assimilada e

acomodada pelo sujeito, ela tem o potencial de reverter o fenômeno que

transforma os sujeitos amarelos, morenos, morenos claros, pardos, mulatos,

mestiços, cabra, indígena, e em último caso o negro e preto em pretensos sujeitos

brancos. Uma vez que IER representa cada etnia de forma positiva no âmbito da

estética, subjetividade e da memória do grupo. Quando o conteúdo de uma

informação distorce, diminui e invisibiliza a estética, a subjetividade e a memória

de qualquer grupo étnico-racial, ela não se figurara como informação IER e sim

discursos normalizadores.

11 O conceito central da personalidade de Rogers é o self, ou autoconceito (Rogers utiliza os termos

como sinônimos). O Self (ou eu real) consiste de todas as ideias e percepções e valores que se

caracteriza o” eu”; ele inclui a percepção “do que sou” e “do eu posso fazer”. (ATKINSON et al.,

2002, p. 491). 12

O ideal Self é a insatisfação de todas as ideias e percepções e valores que se caracteriza o” eu”; ele

inclui a percepção “do que sou” e “do eu posso fazer”. (ATKINSON et al., 2002, p.491).

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

44

3.3 Disseminação da Informação

Na relação entre produção científica, IER e o sujeito negro, os processos de

disseminação são importantes para a memória da população negra. Ao disseminar

IER que trata positivamente a estética e as subjetividades negras, a apropriação da

informação pela população pode se efetivar mais eficazmente.

A noção de disseminação é comumente interpretada como

equivalente à de difusão, ou mesmo de divulgação. Assume formas

variadas, dirigidas ou não, que geram inúmeros produtos e serviços,

dependendo do enfoque, da prioridade conferida às partes ou aos

aspectos da informação e dos meios utilizados para sua

operacionalização. (LARA; CONTI, 2003, p. 26).

É também por meio da disseminação que os sujeitos podem conhecer os

elementos históricos, culturais e políticos (leis, direitos, deveres) úteis ao

público/grupo socialmente discriminado e situado à margem, pois o contato com a

IER pode implicar em uma mudança de comportamentos e atitudes, pondo os

sujeitos negros como protagonistas nos discursos (AQUINO, 2010).

Para Wersig e Nevelling (1975), a disseminação da informação, como

também os processos de democratização se constituem questão de

responsabilidade ético-social da ciência. Assim, afirmam que o problema de

transmissão do conhecimento para aqueles que dele necessitam é uma

responsabilidade social e o real fundamento da CI.

Porém, é preciso que as políticas de disseminação da informação sejam

construídas visando também todos os grupos sociais. Não basta pôr em prática

estratégias, formulações, políticas e mecanismos dos serviços de disseminação da

informação pensados de forma genérica, construídos e postos em práticas

ignorando os aspectos específicos que decorrem da diversidade cultural, social e

humana (LARA; CONTI, 2003).

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

45

Tendo as TIC como mediadoras da disseminação, por sua vez, a

democratização pode tornar a disseminação mais eficaz e expandir sua

abrangência (LARA; CONTI, 2003). Segundo Escobar (2005, p. 2) “[...] um processo

democrático pressupõe um grau elevado de participação do maior número

possível de pessoas em determinado processo [...].” e “[...] contribuiu para a

democratização dos principais processos de comunicação: a produção e a recepção

de informações.” (ESCOBAR, 2005, p. 2).

Aquino (2010) acredita que o processo de disseminação voltado para a

democratização da IER é fundamental para um projeto de sociedade mais justa e

democrática, pois, apenas disseminá-la não é suficiente para atingir os objetivos da

responsabilidade ético-social das instâncias governamentais, das comunidades, das

universidades e dos demais setores da sociedade.

Sendo assim, o processo de disseminar voltado para a democratização da

informação constitui o sentido de uma sociedade democrática educada, instruída e

informada. A democratização da informação é a condição fundamental para

mobilizar os grupos excluídos. Para Aquino e Duarte (2012) “[...] a democratização

da informação tem como finalidade ampliar o acesso de cidadãos aos diversos

tipos de informação, a fim de que se apropriem dos conteúdos materiais e

culturais produzidos pela humanidade ao longo da vida”, e do arcabouço cultural

democrático, que Touraine (1996, p. 29) define “[...] como um esforço de

combinação entre unidade e diversidade, liberdade e integração.”.

A relação entre processo de democratização e IER implica uma série de

eventos. Em primeiro plano, supomos que possa dar visibilidade e oportunidades a

diversos grupos étnico-raciais, sobretudo, a população negra para que os sujeitos

deste grupo se apropriem de sua própria história de forma positiva. Segundo

Aquino e Duarte (2012) “[...] a inserção do conceito democratização da informação

étnico-racial pode expandir e proporcionar a formação de sujeitos e sua inclusão

de grupos sociais etnicamente desiguais”. Essa democratização facilitará a

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

46

comunicação e a reflexão entre estes sujeitos no sentido de articulação de

divulgação de encontros, nas manifestações públicas e manutenção como na

criação de novas memórias coletiva e individual que vão sendo construídas ao

longo do tempo e da história, sendo visibilizadas (DUARTE; AQUINO, 2011).

Entendemos que a disseminação, o acesso e o uso da informação, ocorrendo

efetivamente podem resultar em formas eficazes no processo de educar. Essa

educação também poderá contribuir para construção ou reconfiguração de

subjetividades no sentido de tornar o sujeito consciente de sua condição de

cidadão sujeito autônomo. Essa subjetividade, que torna um sujeito cidadão e

autônomo, somente é alcançada quando o sujeito se percebe situado dentro de

um contexto coletivo em que todos se apropriam dos dispositivos sociais, culturais,

políticos existentes. Nesse sentido, Coimbra (1995, p. 76) revela que a subjetividade

humana é algo congruente ao tempo e espaço em que cada sujeito está inserido.

Essa ideia é compartilhada por Bacha, Figueiredo Neto e Schaun (2013, p. 381)

quando revelam que a subjetividade cidadã “[...] exige dos indivíduos

conhecimento de ciência e tecnologia, especialmente daquelas tecnologias

relativas ao cotidiano”.

A disseminação e a democratização da informação têm o potencial de

contribuir para que os sujeitos negros se apropriem da sua história, facilitando,

assim, a comunicação e a divulgação de encontros, manifestações públicas e

criação de novas memórias que vão sendo registradas com o decorrer do tempo

(DUARTE, AQUINO, 2011). As informações disseminadas, seus acesos e usos no

âmbito de uma instituição ou até mesmo de um grupo étnico-racial servem para

construir uma memória positiva tanto individual como coletiva.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

47

4 MEMÓRIAS, MUDANÇAS E RUPTURAS NA PSICOLOGIA

A busca por conhecimento é tão antiga quanto o próprio homem e se

apresenta na história com objetivos como: resolver problemas, desenvolver

atividades, fazer a manutenção da identidade, mas sobretudo, para manter viva

através dos tempos a memória individual e coletiva.

A construção de conhecimentos e consequente manutenção dos artefatos

de Memória ocorre na trajetória da humanidade por meio da oralidade, da escrita

em suportes analógicos e digitais (LÉVY, 1993).

Na construção de conhecimentos pela oralidade os dados, as informações e

os conhecimentos eram armazenados na memória individual, guardados nas

estruturas cognitivas dos sujeitos e externalizados pelo discurso oral. Assim, a

memória oral era disseminada por gerações (SILVA; ARAÚJO 2003). Mesmo

sofrendo alterações ao longo das gerações, essa era a maneira de perpetuar a

cultura, valores e memória dos sujeitos e grupos sociais.

A construção de conhecimentos e memórias por meio da escrita nos remete

ao povo Sumério como o grupo étnico-racial idealizador de fixar a linguagem em

suportes palpáveis como tábuas de argila. Neste sentido, o conhecimento

produzido já não era somente disseminado por meio da oralidade, mas registrado

em suportes físicos, desde as paredes das cavernas até os suportes digitais

contemporâneos, dando caráter tangível à produção de informações (LÉVY, 1993;

SILVA; ARAÚJO 2003).

Na Sociedade da Informação e do Conhecimento o compromisso social e a

conduta das instituições ganham aspectos mais contornados no que se refere a

memória e patrimônio. O que se efetiva por meio das políticas de tombamentos,

tratamento, armazenamento, organização e conservação em Arquivos, Bibliotecas

e Museus e outras unidades de informação. Para Marc Guillaume (2012 apud

CANDAU, 2012) o patrimônio funciona como um aparelho ideológico da memória

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

48

que promove a conservação sistemática dos vestígios, relíquias, testemunhos,

impressões e traços, servindo de reservatório para alimentar a história que se

constrói a respeito do passado.

Para pensar o momento atual da escrita digital, como uma marca da SIC,

recorremos aos argumentos de Lévy (1993). Para esse autor a forma tradicional da

comunicação, as maneiras de se relacionar, de se informar e de construir memória

mudaram significativamente. Negroponte (1995) afirma que os sujeitos passaram a

acessar a informação, comunicar-se e , ao nosso ver, construir memórias por meio

dos fluxos de bits. Na Sociedade da Informação e do Conhecimento há uma série

de fontes de informação que possibilitavam a interação humana para além das

fronteiras, no sentido mais amplo da palavra.

Candau (2012) chama atenção para este momento, no que se refere ao fluxo

vertiginoso de informação e a diversidade de símbolos e ícones que potencializam

o esquecimento. Para Candau (2012), a profusão de traços e a profusão de ícones

do momento digital revela que:

[...] paradoxalmente, tanto a profusão de traços quanto a iconorreia

contemporânea produzem a confusão e o esquecimento e são a

expressão de um transtorno identitário provocador pela

incapacidade de controlar a angústia da perda que acompanha toda

a vida humana. (CANDAU, 2012, p. 111).

As memórias, os silenciamentos e os esquecimentos também têm base bio-

fisiológica, no sentido do recalque individual. Mas, sobretudo, pelo

bombardeamento de imagens, símbolos de forma rápida, fugaz e vertiginosa a

estrutura cognitiva necessita selecionar e memorizar o que é de fato relevante.

De forma intangível por meio da oralidade, de forma tangível por meio da

escrita analógica, e tangível e intangível por meio da escrita digital, percebe-se que

o homem retém, registra e constrói suas memórias de forma plural, imerso na

cultural, de forma subjetiva, política e tecnológica.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

49

Para Candau (2012), a Memória ignora a cronologia rigorosa da história.

Fazer história é dar fisionomias

[...] aos acontecimentos considerados pelos indivíduos como

significativos do ponto de vista de sua identidade. Quando opera a

memória, o acontecimento rememorado está sempre em relação

estreita com o presente do narrador, quer dizer, com o tempo de

instância da palavra, enquanto a anunciação histórica é o

acontecimento que se constitui o marco temporal pelo sujeito da

anunciação (quer dizer, o historiador). (CANDAU, 2012, p. 101).

O autor supracitado ainda afirma que:

A história busca revelar as formas do passado, enquanto a memória

modela, um pouco como faz a tradição. [...] A história pode via a

legitimar, mas a memória é fundadora. Ali onde a história se esforça

em colocar o passado a distância, a memória busca fundir-se nela.

(CANDAU, 2012, p.131-132).

Para Candau (2012), a Memória compreende uma reconstrução

continuamente atualizada do passado e um enquadramento do que um conteúdo,

um objetivo sempre alcançável, um conjunto de estratégias, um ‘estar aqui’.

Há diversos tipos de Memória, como também há diversos conceitos de

Memória e suas peculiaridades. Estas peculiaridades são traços marcados pelo

campo do saber, como pelo sujeito que usa a Memória e que produz estes

conceitos. Contudo, Segundo Oliveira e Rodrigues (2011, p. 315), a Memória tem

três naturezas, em que todos os tipos e os conceitos partem destas três raízes:

[...] Memória humana: [...] dirigem seu foco para a faculdade humana de

conservar, recordar e transmitir informações, sentimentos e experiências,

bem como sua relação com os processos cognitivos. [...] Memória artificial:

[...] têm como foco a memória exteriorizada como extensão da memória

humana, uma memória adicional possibilitada por recursos tecnológicos,

ou um procedimento técnico que permite sua fixação e facilita sua

recuperação, seja uma técnica mnemônica, um registro escrito ou um

disco rígido. [...] Memória social: [...] foco recai sobre os registros da

informação como memória socialmente construída, representada e

compartilhada por um grupo, estejam eles institucionalizados (compondo

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

50

os acervos de arquivos, bibliotecas e museus) ou não. (OLIVEIRA;

RODRIGUES, 2011, p. 315).

As três naturezas da Memória de certo ponto convergem com os três

momentos de produção oral, escrita analógica e escrita digital (LÉVY, 1993). A

Memória humana, que é intangível, se encaixa na oralidade; a Memória artificial,

de forma tangível e intangível, por sua vez se encaixa nos momentos da escrita

analógica e digital. E no que se refere à Memória Social, essencialmente intangível,

é um fenômeno que perpassa a oralidade, a escrita e o digital.

A memória implica duas condições básicas: a primeira delas é a

conservação/retenção ou constância de conhecimentos passados. A segunda

condição diz acerca da possibilidade de evocação/recordação do conhecimento

passado. A conservação/retenção seria como um ato e ‘escrever’, por sua vez a

evocação/recordação seria um ato de ‘reler’ o que a priori foi ‘escrito’ (MONTEIRO,

CARELLI, PICKLER, 2006).

Glassman e Hadad (2006, p.505), de forma mais abrangente, configuram a

Memória como “[...] a retenção de uso da aprendizagem anterior.” (p.505). Neste

sentido, eles elencam vários tipos de memória, e suas forças:

Memória de Curto Prazo [...]: é um componente da memória que lida com

a retenção durante intervalos de tempo relativamente breves de

aproximadamente 15 segundos. Memória de Longo Prazo [...]: é um

componente que esta envolvida com retenção a retenção durante

períodos relativamente longos (horas, dias, semana, ou períodos de tempo

mais longo). Memória Episódica: É a porção da Memória de longo prazo

que contem experiências pessoais, organizadas segundo onde e quando

eventos acontecem como o que aconteceu em seu ultimo aniversário.

Memória Processual: é aquele componente da Memória de longo prazo

que armazena as informações “como”, por exemplo, escutar um

instrumento musical ou resolver um quebra-cabeças. Memória Semântica:

é um componente da Memória de longo prazo que envolve um

conhecimento geral do mundo. Memória Sensorial: É uma forma de

memória transitória, especifica da modalidade, que serve como uma área

de armazenamento entre sentidos e a memória de curto prazo.

(GLASSMAN, HADAD, 2006, p. 505).

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

51

No contexto da Ciência da Informação, os estudos sobre informação e

memória têm um papel significativo, sobretudo para estabelecer as relações e

distinções entre as instâncias dados, informação, conhecimento e memória.

Objetivamente o que diferencia estas instâncias são os processos de significação e

subjetivação. De certa forma, os dados servem de matéria-base para a informação,

que alimenta a memória nos processos de construção individual e social do

conhecimento. Para melhor compreensão apresentamos a Figura 01, que esboça o

processo de delimitação e simbiose entre dados, informação, conhecimento,

Memória e História.

Figura 01: Delimitações e simbioses entre dados, informação, conhecimento e memória.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Com base na Figura 01 podemos inferir que o dado pode se transformar em

informação à medida que é reconhecido e compreendido pelo sujeito a partir de

suas vivências e experiências. Por sua vez, a informação estruturada no suporte

físico pode ser apreendida na cognição do sujeito se tornando parte de vivências e

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

52

experiências, ou seja, torna-se conhecimento idiossincrático. Esse processo do

conhecimento construído socialmente pode ser retido na memória do sujeito e se

constituir uma lembrança, uma reconstrução, uma interpretação no presente do

vivido no passado.

Dados, informação, conhecimento e memória são fenômenos

eminentemente flexíveis, por isso foram representados na Figura 01 por meio de

círculos. Na História, o historiador produz simulacros do passado com base em

cronologias, inferências e documentos históricos. Para Candau (2012), a história é

filha da memória.

No contexto da CI, os artefatos da memória figuram tangivelmente a

medida podem ser apresentadas e representadas em suportes, documentos,

monumentos e objetos, ela não é rígida e nem estanque.

Na visão de Le Goff (2003, p. 423), estudar a memória social é fundamental

para compreender a história do homem, da sociedade e da constituição do

presente.

A memória, como propriedade de conservar certas informações,

remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas,

graças às quais o homem pode atualizar impressões ou informações

passadas, ou que ele representa como passadas. Deste ponto de

vista, o estudo da memória abarca a psicologia, a psicofisiologia, a

neurofisiologia, a biologia e, quanto às perturbações da memória,

das quais a amnésia é a principal, a psiquiatria. (LE GOFF, 2003,

p.419).

A conexão que liga informação e memória - e que interessa a este trabalho -

é predita por Izquierdo (2004, p. 15), para quem a “memória é a aquisição,

conservação e evocação de informações”. Portanto, só podemos vislumbrar a

memória por meio da evocação, a falta desta denomina-se esquecimento e uma

falha geral da evocação de muitas memórias denomina-se amnésia (OLIVEIRA,

2010).

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

53

4.1 Traços de memória para a Psicologia

Desde os primórdios da civilização humana já se fazia Psicologia. A memória

da Psicologia coincide com a busca ancestral humana, da ânsia do sujeito humano

de conhecer a si, por meio de questionamentos acerca da vida mental (SANTANA,

2012).

De acordo com os manuais de História da Psicologia, pode-se

inferir que a Psicologia fora gestada e nascida no epicentro dos

discursos filosóficos, e batizada no século XVI, época renascentista,

por teólogos, professores, educadores e outros filósofos modernos.

Uma vez que estes foram os primeiros a utilizar o termo Psicologia

como Philipp Schwarzerd, Johann Thomas Freigius, Rudolph

Goclenius, Marko Marulik [...]. Entretanto, a Psicologia só teria seu

registro de nascimento redigido no Iluminismo por meio do

Positivismo, assim sendo reconhecida como instituição a partir de

1879. Em que a historiografia psicológica insiste afirmar que o

reconhecimento da filha Psicologia do Clã Saberes Humanos,

situada como a primeira 1ª Classe da CDU [...], se daria por meio de

fatos ocorridos ao longo dos anos até 1879. Mas em especial pelo

trabalho do médico Wundt, o padrinho da ciência psicológica

(SANTANA, 2012, p.18).

No Brasil colonial, as teorias e práticas psicológicas estavam situadas nos

domínios dos jesuítas. Sendo utilizadas na tentativa de reconfiguração da

subjetividade indígena e negra, que eram as duas realidades étnico-raciais que

perturbavam uma elite branca que já situava em terras brasileiras (SANTANA,

2012).

Nas primeiras décadas do século XIX, as práticas e as teorias passam a

fundamentar o projeto de construção de um modelo social parecido como o

modelo eurocêntrico. Masiero (2005, p. 2000) argumenta que o Brasil foi um

terreno fértil para os teóricos racistas, pois o país era acometido pelo fenômeno da

“miscigenação racial promíscua”. Sendo assim, as minorias sociais como índios e

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

54

negros, como os descendentes destes dois grupos étnico-raciais, e também com a

interação com os brancos, assim, resultando os pardos e crioulos. Minorias como

índios e negros sofreram as consequências da representação equivocada e às vezes

reducionista a partir do conhecimento produzido e disseminado pela Psicologia.

A Medicina e a Educação se figuram como áreas responsáveis pela utilização

das práticas e teorias psicológicas fundamentadas no eurocentrismo. No século

XIX, a ciências médicas se autodenominavam responsáveis por orientar os sujeitos

a percorrer os caminhos da felicidade. Assim, as atividades dos profissionais da

medicina do século XIX eram postas em práticas a partir das exigências da elite

brasileira, uma vez que a saúde pública do país vivia uma situação de proliferação

de inúmeras doenças infectocontagiosas (GÓIS JUNIOR, 2003; MASSIMI, 2007;

SANTANA, 2012; SOARES, 2010).

No que se refere à Medicina, em especial a psiquiatria, as teorias e práticas

psicológicas são articuladas a eugenia criada pelo psicólogo naturalista e

estatístico Francis Galton, o fundador da ciência do melhoramento humano

(MASIERO, 2005). As teorias e práticas racistas passam ser associadas ao

Movimento Higienista e as campanhas sanitárias que vão potencializar as teorias e

práticas raciais no âmbito do Brasil. Pois, com o inchaço das cidades, devido ao o

fim da escravização e chegada dos imigrantes europeus. No que tange à Educação,

ela articula as teorias e práticas psicológicas aos ideais da Escola Nova, que sugeria

a formação de valores e virtudes sociais na formação dos sujeitos

(WANDERBROOCK JÚNIOR; BOARINI, 2015; SANTANA, 2012).

Na era Vargas (1930-1945), as teorias e práticas psicológicas são utilizadas

ainda visando o avanço dos resultados educacionais por educadores e pedagogos.

Nos anos 70, período do Regime Militar, as teorias e as práticas psicológicas

articuladas pela Psicanálise, pelo Psicodrama e pela Psicologia Humanista passam a

ser utilizadas como mecanismos de controle social e ideológico (SCARPARO;

GUARESCHI, 2007). Bock (2010, p. 247) revela que nesse período o papel da

psicologia brasileira e dos psicólogos estava comprometido com os interesses da

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

55

elite braseira. Porém, nesta mesma década, a Psicologia no Brasil se constrói em

outra perspectiva, tornando-se também crítica e engajada com as problemáticas

da população do Brasil (SANTANA, 2012).

O reflexo desta psicologia crítica e engajada dos anos 70 é fortalecida pela

pós-graduação, que vem construir várias áreas de concentração dentro de algumas

perspectivas como Psicologia Social, Psicologia Clínica, Psicologia das organizações

e do trabalho, Psicologia cognitivista-comportamental, Psicanálise, Psicologia da

Educação entre outras. Por sua vez as diversas perspectivas vão implicar na

diversidade de temáticas que articula diversos pressupostos teóricos,

metodológicos, procedimentos e, sobretudo, as necessidades da sociedade mais

multiculturalista e diversificada.

Em virtude da expansão dos programas de pós-graduação, que também são

responsáveis pela construção da memória da ciência, a produção científica no

Brasil cresceu consideravelmente nas últimas décadas (SOUZA; SANTIN;

SCHARDONG, 2012).

Segundo Tourinho e Bastos (2010), a história da Pós-graduação no Brasil se

confunde com história da criação da CAPES, em 1951. Sendo assim, os Programas

de Pós-graduação no contexto nacional são um empreendimento relativamente

recente (TOURINHO; BASTOS, 2010).

No que tange à produção científica, é preciso averiguar não somente a

quantidade, mas sua qualidade e a sua responsabilidade social. Neste sentido,

Tourinho e Bastos (2010) acreditam que é preciso refletir, sobretudo, acerca do

futuro, desafios e do papel dos Programas de Pós-graduação no país.

Em novembro de 2008, o Seminário ‘Horizontes da Psicologia’ levantou

questões importantes no que versa o papel da Psicologia, bem como da pós-

graduação para o desenvolvimento do país. Ele foi estruturado em três grandes

eixos: 1) Lacunas, Metas e Condições para a Expansão da Pós-Graduação em

Psicologia no País; 2) Perfil e Metas de Qualificação e Internacionalização dos

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

56

Programas de Pós-Graduação em Psicologia; 3) Perfil, Avaliação e Metas de

Produção Intelectual dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia.

No último eixo, em tese pode ser encaixada uma preocupação no que se

refere à produção de conhecimento. Segundo Tourinho e Bastos (2010), pode ser

um movimento de transformação que se espera da Pós-Graduação em Psicologia.

Uma possível transformação pautada no crescimento da PGP, no atendimento das

necessidades sociais, na visibilidade que pode ser alcançada pela produção gerada

nos PPGP, em como essa produção científica poderia ser considerada no sistema

de avaliação. E por fim entender como os PPGP devem se organizar internamente

para dar respostas específicas às temáticas menos universais e mais multiculturais.

Na atual conjuntura, de acordo com dados da Plataforma CAPES há 82 PPGP

que comtemplam os níveis Mestrado, Doutorado e Mestrado Profissional.

4.2 Anomalias, Críticas e Crises Científicas

A partir de uma breve descrição memorialística acerca do surgimento,

institucionalização, avanços e expansão da Psicologia no Brasil, como também das

preocupações de Tourinho e Bastos (2010) no que versa o lugar e papel da

Psicologia, em especial dos PPGP no Brasil, se percebem duas questões: a) as

teorias e aplicações da Psicologia eram utilizadas como mecanismos para ajustes

dos sujeitos à ideologia e projeto social pensado e posto em prática por uma elite;

b) há uma preocupação que configura a Psicologia como sistema de conhecimento

na atual conjuntura que atenda as exigências das problemáticas sociais e

multiculturais.

As questões supracitadas, em especial a segunda, vão de encontro aos

fenômenos que emergem dentro de um sistema de conhecimento que sofre

perturbações, anomalias, críticas, crises e quebra de paradigmas.

Por sistema de conhecimento se entende um conjunto metódico de

proposições que agregam as práticas investigativas, estudos e reflexões técnicas,

métodos e experiências; regras, normas e princípios – e às vezes dogmas;

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

57

conhecimentos epistemológicos, teóricos, técnicos e práticos legitimados por

sujeitos situados em um campo do saber (FERREIRA, 2001).

A ciência Psicológica dentro de sua evolução como sistema de

conhecimento tem passado por processos de reconfigurações, o que inclui

perturbações e anomalias que podem implicar em crises e rupturas teóricas e

metodológicas.

De acordo com Minayo (1996), as críticas podem ser entendidas como a

alma, consciência ou psique de uma ciência. Para Bachelard (1996, p. 29) a crítica é

“[...] necessariamente, elemento integrante do espírito científico.” E ainda afirma

que “[...] nenhuma crítica pode dissolver certas afirmações primeiras. No máximo,

as experiências primeiras podem ser retificadas e explicitadas por novas

experiências.” (BACHELARD, 1996, p. 52). Ainda com Minayo (1996), entendemos

que as contribuições das críticas são importantes para o processo de validade de

um uma determinada área do conhecimento pois, no campo científico, as críticas

sempre emergem por quatro pontos, seja em qualquer paradigma científico: a)

coerência – a propriedade do discurso logicamente construído no sentido teórico-

metodológico e do afastamento de uma determinada ciência da natureza

especulativa; b) consistência – a qualidade argumentativa do discurso que vai

situar a pesquisa no campo científico; c) originalidade – que são as contribuições

para o avanço científico e para própria área em questão e; por fim, a d) objetivação

- que são as teorias e metodologias e tecnologias que dão conta do fenômeno

(objeto de pesquisa) (MINAYO, 1996).

Uma crítica pertinente no âmbito da Psicologia é feita por Leitão e Nicolaci-

Da-Costa (2003) no texto ‘Psicologia no novo contexto mundial’. Os autores

revelam que a produção científica no campo da Psicologia continua utilizando as

teorias clássicas na interpretação dos impactos ou fenômenos psicológicos

originados na atual conjuntura. Para estes autores, os psicólogos analisam novos

construtos comportamentais como distintas manifestações de velhas e conhecidas

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

58

tendências. Assim, deixando de buscar o novo que está intrínseco na subjetividade

do sujeito da atualidade. Sugere ainda que os psicólogos atentem para correntes

teóricas contemporâneas como as teorias pós-modernas, as teorias da

modernização reflexiva e a teoria da Revolução da Tecnologia da Informação.

Neste sentido, a crítica pode suscitar a crise no epicentro das relações científicas.

Alguns psicólogos atentam para uma reconfiguração no que refere as teorias e

práticas psicológicas. Vale destacar que a crítica em relação à utilização das teorias

clássicas não implica o abandono das mesmas.

As crises têm seu papel fundamental na ordem de uma unidade científica,

uma vez que elas podem implicar nos insights quanto a uma ‘configuração

paradigmática’ que não dá mais conta de um contexto social, ideológico e

epistemológico. Para Bachelard (1996, p.20):

[...] as crises de crescimento do pensamento implicam uma

reorganização total do sistema de saber. Ela muda de espécie.

Opõe-se à espécie anterior por uma função decisiva. Pelas

revoluções espirituais que a invenção científica exige [...].

(BACHELARD, 1996, p. 20).

Destacando a crise como uma das perturbações da unidade identitária

científica, Kuhn (2016, p. 107) afirma que ela é uma pré-condição, sobretudo, para a

emergência de novos discursos teóricos dentro de um contexto científico em crise.

O autor vai mais além, levantado uma questão sobre anomalias prolongadas e

graves que promovem as crises. Quando os cientistas percebem ou detectam

anomalias no seu habitat científico, tendem em não renunciar o paradigma

científico onde eles estão situados, pois:

Rejeitar um paradigma simultaneamente substituí-lo por outro é

rejeitar a própria ciência. Esse ato se refere não no paradigma mas

no homem. Inevitavelmente ele será visto por seus colegas com o

“carpinteiro que culpa suas ferramentas pelo seu fracasso”. (KUHN,

2016, p. 109-110).

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

59

Portanto, concordamos com o autor, em que não se deve abandonar ou

tornar inválido, mas sim fazer as reflexões acerca do fato e buscar as alternativas,

estratégias, propostas de uma reconfiguração identitária. Não obstante, as

referidas reflexões sejam em relaçãoàs teorias, procedimentos e também dos

conhecimentos epistemológicos, implicam, sobretudo, na reconfiguração de uma

unidade identitária científica.

Vale ressaltar que naturalmente as perturbações, anomalias, críticas e crises

são inevitáveis. Elas sempre surgiram de diversas naturezas, dimensões e forças,

pois uma unidade orgânica, institucional, organizacional não são instâncias

estáticas. Transcender as perturbações, anomalias, críticas e crisessignifica,

sobretudo, fechar as Gestalts científicas, não apenas no sentido da reestruturação

das teorias absolutas e fechadas, mas, sobretudo, na reestruturação da unidade

identitária científica. Esboçar novos contornos uma unidade identitária científica,

significa fazer reflexões em tempos em tempos.

4.3 Psicologia Contemporânea e Pós-Graduação em Psicologia

A ciência Psicológica dentro de sua evolução como sistema de

conhecimento tem passado por processos de reconfigurações. Os argumentos

desta mudança incidem além das questões teóricas e práticas, políticas, relações de

poder, mas também a partir de questões de infraestrutura e tecnológicas

(CASTAÑON, 2004).

A Psicologia de base teórica contemporânea é tratada por Gergen (1989), no

artigo ‘Pós-modernismo e política científica na psicologia contemporânea: uma

revisão crítica’. Nele o autor cita os pressupostos epistemológicos abraçados pelo

Construcionismo Social. Apoiado no discurso de Gergen (1989), Castañon (2004)

configura a psicologia contemporânea no âmbito da Epistemologia Social. Para

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

60

Gergen (1989), o Construcionismo Social é um achado para a Psicologia, pois, ele

se opõe ao Cognitivismo cuja epistemologia é comprometida com as premissas

básicas de uma metafísica dualista cartesiana em que a psique funciona como

espelho do mundo.

A mudança das práticas da psicologia se dá através de três argumentos:

Como o abandono da teoria de que a localidade do conhecimento não é mais visto

como sendo a mente individual. Assim o foco se incide nas proposições de nossa

psique que são elaboradas por meio da linguagem escrita e falada.

Uma vez que a linguagem não é privada, mas por definição deve

permitir a comunicação e, portanto, é social, Gergen conclui que as

proposições de conhecimento não são conquistas da mente

individual, mas conquistas sociais. (CASTAÑON, 2004, p. 41)

O segundo argumento incide na crítica à epistemologia dualista cartesiana,

a qual indica não haver resposta para a questão de como a psique pode fazer as

reflexões com garantias acerca da natureza da realidade. Portanto, para Gergen

(1989), não existem meios de verificar como o sujeito se estabelece no processo de

aquisição de conhecimento apurado, e como ele poderia eleger entre duas teorias

mais adequadas para compreender a verdade. A partir deste argumento, Gergen

(1989) acredita que se modifica o foco da mente para a linguagem.

O significado não se baseia nos objetos, nem no processo mental

ou em entes ideais; adquire-se através do contato social com outros

membros da cultura em questão. Como nós denominamos e

classificamos as coisas, e mesmo o que nós elegemos como coisas,

em qualquer ocasião não é uma questão de fidelidade com o

mundo como ele é, é antes uma questão de que relações sociais

particulares nós queremos coordenar eficientemente. (GERGEN,

1989, p.158)

Para Gergen (1989), as teorias científicas não representam a forma mais

apurada da realidade elaborada por um sujeito.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

61

Teorias científicas não derivam sua utilidade da sua capacidade

para estocar informações úteis sobre o mundo e por fazê-las

disponíveis para predições futuras. Antes, essas teorias derivam sua

utilidade da sua posição dentro das práticas da comunidade

científica. Elas habilitam os membros dessas comunidades a

coordenar suas ações umas com as outras. (GERGEN, 1989, p.473)

A mudança do local do conhecimento da mente para os padrões das

narrativas sociais é discutida na terceira questão. Com a adoção da epistemologia

social, os pontos referentes à verdade, objetividade e realidade imergem na

escuridão. Pois, a objetividade é figurada como qualidade de representar de forma

válida, clara e apurada a realidade, por meio das experiências de qualidade. No

que versa à verdade e objetividade Gergen (1989) assevera que são estratégias

retóricas e úteis para ceder aprovações ou provocar culpa.

Gergen (1989) abraça a Epistemologia Social que é uma espécie de

Pragmatismo Epistemológico da obra de Richard Rorty (1979). Ele avalia essa

posição como emancipatória, discursada em favor da retórica da pesquisa

empírica,pois ela pode fornecer os caminhos da força literária que concerne às

diversas representações da realidade, que por sua vez é utilizada no sentido de

abrir as possibilidades para mudança. Gergen (1989) acredita que se apropriar das

questões no que versa à Epistemologia Social significa ter o domínio dos valores

humanos. Neste sentido, a questão epistemológica fundamental não diz respeito a

como a realidade é representada, e sim como ela deve ser; não se figura

epistemológica, mas axiológica. Sendo essa uma das premissas básica da

Psicologia Social, enquanto prática transformadora da sociedade.

Contudo, mesmo situado no contexto atual de corte e escassez de recursos

de infraestrutura e tecnológicos, Tourinho e Bastos (2010) revelam que existem

vários indicadores quantitativos de crescimento da pós-graduação em Psicologia

no Brasil que acompanha os avanços qualitativos. Assim, os PPGP têm narrado

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

62

uma produção mais expressiva em periódicos bem avaliados no âmbito nacional e

estrangeiro. O intercâmbio para o Brasil e, sobretudo, para o exterior com maior

atuação, tem sido também importante seja no aspecto quantitativo e qualitativo.

Outro avanço da pós-graduação em Psicologia o movimento de classificação de

conceitos dos Programas da área e de criação de um número significativo de

cursos que começam suas atividades (TOURINHO, BASTOS, 2010).

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

63

5 A INFORMAÇÃO ÉTNICO-RACIAL EM DISSERTAÇÕES E TESES EM PSICOLOGIA

No primeiro momento a busca dos PPGP foi realizada na base de dados do

Portal da Capes, atendo-se ao objetivo especifico a): Identificação dos programas

de pós-graduação em Psicologia no Brasil. Assim, foram localizadas as informações

mais detalhadas sobre cada PPGP. A busca feita no Portal da Capes se deu pela

segurança da informação, uma que vez Portal da Capes reúne todos os PPG do

Brasil e detalha as características, critérios de qualidade de cada programa, além de

fornecer os links que direcionam o usuário para o site de cada PPG, além de links

com informações tanto de nível quantitativo e qualitativo de cada programa.

Quanto à tipologia dos PPG, destacam-se os níveis mestrado, doutorado e

mestrado profissional. Quanto às informações disponíveis sobre cada programa

estão: unidade da federação, área e grande área. No que se refere aos critérios de

qualidade de cada programa, destaca-se a nota com base na Escala Capes de

avaliação estruturada de 1 a 7. Neste sentido, agrega os seguintes valores: entre 1 e

2, são os níveis que descredenciam o programa; 3 caracteriza desempenho regular,

sendo esta nota o padrão mínimo de qualidade da Capes; a nota 4 é analisada

como um bom desempenho e a 5 compreende a nota máxima para programas

com apenas o nível mestrado. No que diz respeito às notas 6 e 7, elas indicam

desempenho que corresponde ao padrão internacional (BRASIL, 2013). A escolha

dos PPGP utilizados nesta pesquisa atenderam aos níveis das notas 4, 5, 6 e 7 da

escala Capes de avaliação.

A busca na base de dados do Portal da Capes nos forneceu um quantitativo

de 77 PPGP em níveis de Mestrado (M), Doutorado (D) e Mestrado Profissional (F)

como demostra o Quadro 01.

Quadro 01: Programas de Pós-graduação em Psicologia no Brasil

Programas de Pós-Graduação em Psicologia no Brasil IES UF NOTA

PSICOSSOCIOLOGIA DE COMUNID.E ECOLOGIA SOCIAL UFRJ RH M D F

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

64

3 3 -

CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO UNB DF 4 4 -

NEUROCIÊNCIAS E COMPORTAMENTO USP SP 4 4 -

PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E SAÚDE UNB DF 4 4 -

PSICANÁLISE UERJ RJ 4 4 -

PSICOLOGIA UFC CE 4 4 -

PSICOLOGIA UNIFOR CE 4 4 -

PSICOLOGIA UCB DF 4 4 -

PSICOLOGIA PUC-GOIÁS GO 4 4 -

PSICOLOGIA UFJF MG 4 4 -

PSICOLOGIA PUC/MG MG 4 4 -

PSICOLOGIA UCDB MS 4 4 -

PSICOLOGIA UFPA PA 4 4 -

PSICOLOGIA UFPE PE 4 4 -

PSICOLOGIA UFF RJ 4 4 -

PSICOLOGIA UNIVERSO RJ 4 4 -

PSICOLOGIA UNISINOS RS 4 4 -

PSICOLOGIA UNESP/ASS SP 4 4 -

PSICOLOGIA (PSICOLOGIA CLÍNICA) PUC/SP SP 4 4 -

PSICOLOGIA (PSICOLOGIA SOCIAL) PUC/SP SP 4 4 -

PSICOLOGIA CLÍNICA UNICAP PE 4 4 -

PSICOLOGIA CLÍNICA USP SP 4 4 -

PSICOLOGIA COGNITIVA UFPE PE 4 4 -

PSICOLOGIA DA SAÚDE UMESP SP 4 4 -

PSICOLOGIA EDUCACIONAL UNIFIEO SP 3 4 -

PSICOLOGIA ESCOLAR E DO DESENVOLVIMENTO

HUMANO USP SP 4 4 -

PSICOLOGIA SOCIAL USP SP 4 4 -

PSICOLOGIA UFBA BA 5 5 -

PSICOLOGIA UFES ES 5 5 -

PSICOLOGIA UFMG MG 5 5 -

PSICOLOGIA UFRJ RJ 5 5 -

PSICOLOGIA UFRN RN 5 5 -

PSICOLOGIA UFSC SC 5 5 -

PSICOLOGIA UFSCAR SP 5 5 -

PSICOLOGIA USP/RP SP 5 5 -

PSICOLOGIA PUCCAMP SP 5 5 -

PSICOLOGIA (PSICOLOGIA CLÍNICA) PUC-RIO RJ 5 5 -

PSICOLOGIA (TEORIA E PESQUISA DO

COMPORTAMENTO) UFPA PA 5 5 -

PSICOLOGIA CLÍNICA E CULTURA UNB DF 5 5 -

PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO PUC/SP SP 5 5 -

PSICOLOGIA SOCIAL UFPB/J.P. PB 5 5 -

PSICOLOGIA SOCIAL UERJ RJ 5 5 -

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

65

PSICOLOGIA SOCIAL E INSTITUCIONAL UFRGS RS 5 5 -

PSICOLOGIA SOCIAL, DO TRABALHO E DAS

ORGANIZAÇÕES (PSTO) UNB DF 5 5 -

TEORIA PSICANALÍTICA UFRJ RJ 5 5 -

PSICOBIOLOGIA UFRN RN 6 6 -

PSICOLOGIA PUC/RS RS 6 6 -

PSICOLOGIA USF SP 6 6 -

PSICOBIOLOGIA USP/RP SP 7 7 -

PSICOLOGIA UFRGS RS 7 7 -

PSICOLOGIA (PSICOLOGIA EXPERIMENTAL) USP SP 7 7 -

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO UEL PR 3 - -

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA PARADIGMA SP - - 3

NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E COMPORTAMENTO UFPB/J.P. PB 3 - -

NEUROCIÊNCIAS E COMPORTAMENTO UFPA PA 3 - -

PSICANÁLISE: CLÍNICA E CULTURA UFRGS RS 3 - -

PSICOGERONTOLOGIA EDUCATIE SP - - 3

PSICOLOGIA UFAL AL 3 - -

PSICOLOGIA UFAM AM 3 - -

PSICOLOGIA UNICEUB DF 3 - -

PSICOLOGIA UFG GO 3 - -

PSICOLOGIA UFMA MA 3 - -

PSICOLOGIA UFU MG 4 - -

PSICOLOGIA UFSJ MG 3 - -

PSICOLOGIA UFMS MS 3 - -

PSICOLOGIA UFPR PR 3 - -

PSICOLOGIA UEM PR 4 - -

PSICOLOGIA UTP PR 3 - -

PSICOLOGIA UFRRJ RJ 3 - -

PSICOLOGIA UCP/RJ RJ 3 - -

PSICOLOGIA UNIR RO 3 - -

PSICOLOGIA UFSM RS 3 - -

PSICOLOGIA DA SAÚDE UEPB PB 3 - -

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM UNESP/BAU SP 4 - -

PSICOLOGIA E SAÚDE FAMERP SP 3 - -

PSICOLOGIA INSTITUCIONAL UFES ES 3 - -

PSICOLOGIA SOCIAL FUFSE SE 3 - -

Fonte: Extraído de Brasil (2015).

Do total de 77 programas encontrados, 48 atenderam ao critério de corte

escolhido nesta pesquisa, ou seja, ter atingido os níveis de notas 4, 5, 6 e 7 da

escala Capes de avalição, conforme os Quadros 2, 3 e 4.

No Quadro 02 são apresentados 25 Programas de Pós-graduação em

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

66

Psicologia avaliados na última avaliação trienal com nota 4.

Quadro 02: Programas de Pós-graduação em Psicologia com nota 4

Programas de Pós-Graduação em Psicologia no Brasil IES UF NOTA

CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO UNB DF

M D F

4 4 -

NEUROCIÊNCIAS E COMPORTAMENTO USP SP 4 4 -

PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E

SAÚDE UNB DF 4 4 -

PSICANÁLISE UERJ RJ 4 4 -

PSICOLOGIA UFC CE 4 4 -

PSICOLOGIA UNIFOR CE 4 4 -

PSICOLOGIA UCB DF 4 4 -

PSICOLOGIA PUC-GOIÁS GO 4 4 -

PSICOLOGIA UFJF MG 4 4 -

PSICOLOGIA PUC/MG MG 4 4 -

PSICOLOGIA UCDB MS 4 4 -

PSICOLOGIA UFPA PA 4 4 -

PSICOLOGIA UFPE PE 4 4 -

PSICOLOGIA UFF RJ 4 4 -

PSICOLOGIA UNIVERSO RJ 4 4 -

PSICOLOGIA UNISINOS RS 4 4 -

PSICOLOGIA UNESP/ASS SP 4 4 -

PSICOLOGIA (PSICOLOGIA CLÍNICA) PUC/SP SP 4 4 -

PSICOLOGIA (PSICOLOGIA SOCIAL) PUC/SP SP 4 4 -

PSICOLOGIA CLÍNICA UNICAP PE 4 4 -

PSICOLOGIA CLÍNICA USP SP 4 4 -

PSICOLOGIA COGNITIVA UFPE PE 4 4 -

PSICOLOGIA DA SAÚDE UMESP SP 4 4 -

PSICOLOGIA ESCOLAR E DO DESENVOLVIMENTO

HUMANO USP SP 4 4 -

PSICOLOGIA SOCIAL USP SP 4 4 -

Fonte: Extraído de Brasil (2015).

O Quadro 03 é composto por 18 Programas de Pós-graduação em Psicologia

avaliados com nota 5 na última avaliação trienal.

Quadro 03: Programas de Pós-graduação em Psicologia com nota 5

Programas de Pós-Graduação em Psicologia no Brasil IES UF NOTA

PSICOLOGIA UFBA BA M D F

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

67

5 5 -

PSICOLOGIA UFES ES 5 5 -

PSICOLOGIA UFMG MG 5 5 -

PSICOLOGIA UFRJ RJ 5 5 -

PSICOLOGIA UFRN RN 5 5 -

PSICOLOGIA UFSC SC 5 5 -

PSICOLOGIA UFSCAR SP 5 5 -

PSICOLOGIA USP/RP SP 5 5 -

PSICOLOGIA PUCCAMP SP 5 5 -

PSICOLOGIA (PSICOLOGIA CLÍNICA) PUC-RIO RJ 5 5 -

PSICOLOGIA (TEORIA E PESQUISA DO

COMPORTAMENTO) UFPA PA 5 5 -

PSICOLOGIA CLÍNICA E CULTURA UNB DF 5 5 -

PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO PUC/SP SP 5 5 -

PSICOLOGIA SOCIAL UFPB/J.P. PB 5 5 -

PSICOLOGIA SOCIAL UERJ RJ 5 5 -

PSICOLOGIA SOCIAL E INSTITUCIONAL UFRGS RS 5 5 -

PSICOLOGIA SOCIAL, DO TRABALHO E DAS

ORGANIZAÇÕES (PSTO) UNB DF 5 5 -

TEORIA PSICANALÍTICA UFRJ RJ 5 5 -

Fonte: Extraído de Brasil (2015).

No Quadro 04 são apresentados 5 Programas de Pós-graduação em

Psicologia avaliados na última avaliação trienal entre nota 6 e 7. O Quadro 4 nos

permite visualizar que apenas 2 Programas de Pós-graduação em Psicologia estão

avaliados com nota 6. Três programas têm a nota 7, que diz respeito aos níveis de

excelência e internacionalização avançadas.

Quadro 04: Programas de Pós-graduação em Psicologia com nota 6 e 7

Programas de Pós-Graduação em Psicologia no Brasil IES UF NOTA

PSICOLOGIA PUC/RS RS

M D F

6 6 -

PSICOLOGIA USF SP 6 6 -

PSICOBIOLOGIA USP/RP SP 7 7 -

PSICOLOGIA UFRGS RS 7 7 -

PSICOLOGIA (PSICOLOGIA EXPERIMENTAL) USP SP 7 7 -

Fonte: Extraído de Brasil (2015).

A partir dos Quadros 2, 3 e 4, percebem-se várias perspectivas como

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

68

Psicologia Social, Psicologia Cognitiva e Comportamental, Psicologia do

Desenvolvimento Humano, Psicologia da Saúde, Psicologia Clínica, Psicologia da

Educação, Psicologia do Trabalho e das organizações, Psicologia da Aprendizagem

e Psicanálise.

Após coletar os dados apresentados nos Quadros 2, 3 e 4, constatamos que

muitos links que direcionam os usuários aos sites dos PPGP estão indisponíveis.

Sendo impossível o direcionamento aos sites de alguns PPGP, revelando deste

modo que os dados da Capes, sobre os endereços eletrônicos dos PPGP, estão

desatualizados.

No segundo momento, se iniciou a busca nos 25 PPGP com nota 4; 18 PPGP

com nota 5, 2 PPGP com 6 e 3 PPGP com nota 7 no intuito de alcançar o objetivo

específico de identificar o tipo de ambiente digital utilizado por cada PPGP para

armazenar e disseminar as dissertações e teses. Assim, a busca das temáticas ético-

raciais foi feita em cada repositório digital dos PPGP, em que cada PPGP utiliza

terminologia diferente para se referir ao seu acervo digital, como demostra o

Quadro 06.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

69

Quadro 05: Terminologias utilizadas para se referir ao ambiente que custodia as

teses e dissertações.

Biblioteca Digital

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Programa de

Pós-graduação

Catálogo de Teses

Catálogo de Dissertações

Site do Programa de Pós-graduação

Repositório Institucional

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Após identificar os ambientes digitais que custodiam as teses e dissertações

dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia, procedemos com a busca em

cada ambiente utilizando os conjuntos de descritores relacionados abaixo:

a) aspectos bio/fisiológicos – negro, negra, etnia, raça, racial, étnico, étnico-

racial e negritude.

b) aspectos sociais e históricos – África, africano, africana, afro, afro-

brasileiro, afro-brasileira, afrodescendentes, preconceito, racismo e escravidão.

Contudo, no processo de busca houve a necessidade de acrescentar os

seguintes descritores: Cotas, Identidade, Violência, Preto, Quilombo, Quilombolas,

Capoeira e Favela. Uma vez que os primeiros trabalhos recuperados tratavam em

segunda perspectiva as temáticas referidas.

No contexto da USP/SP há 5 programas de pós-graduação: “PPG

PSICOLOGIA (PSICOLOGIA EXPERIMENTAL) USP/SP”, “PPG PSICOLOGIA SOCIAL -

USP/SP”, “PSICOLOGIA CLÍNICA - USP SP”, “PSICOLOGIA ESCOLAR E DO

DESENVOLVIMENTO HUMANO - USP SP”, “PPG NEUROCIÊNCIAS E

COMPORTAMENTO - USP/SP ”.

O repositório digital de dissertação e teses da USP custodia as produções do

“PPGP PSICOLOGIA CLÍNICA - USP SP”. A busca também foi feita na base de dados

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

70

Defesas13 no site do programa, porém, não foi encontrado nenhuma tese referente

à temática entico-racial com recorte em pessoas negras como evidencia o Quadro

06.

Quadro 06: PPG PSICOLOGIA CLÍNICA - USP SP

PPG PSICOLOGIA CLÍNICA - USP SP

Titulo Autor Ano Nível

Além do visível: a fotografia e a óptica da

psicanálise

PATRASSO, R. 2012 D

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Na página principal do “PPGP ESCOLAR E DO DESENVOLVIMENTO

HUMANO - USP SP ” Quadro 07. Não se encontram os links referentes às

modalidades Mestrado e Doutorado. Na página do programa apenas um link leva

à subpágina onde estão reunidas as Dissertações e Teses classificadas por ano.

Foram localizados 02 trabalhos, 01 dissertação e 01 tese que trata da IER

relacionadas às pessoas negras.

Quadro 07: Pós Graduação em PSICOLOGIA ESCOLAR E DO DESENVOLVIMENTO

HUMANO - USP

PSICOLOGIA ESCOLAR E DO DESENVOLVIMENTO HUMANO - USP SP

Titulo Autor Ano Nível

Família e deficiência no grupo étnico

linguístico Yao do norte de Moçambique

BINZE, A. D. 2013 D

Racismo contra negros: um estudo sobre o

preconceito sutil

NUNES, S. S. 2010 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Em relação ao “PPG PSICOLOGIA EXPERIMENTAL - USP/SP” não foi

localizado nenhum trabalho.

13

http://www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=category&id=313&Itemid=178&

lang=pt

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

71

O ‘PPG PSICOLOGIA SOCIAL - USP/SP’ Quadro 08 tem o total de 05

trabalhos, sendo 04 dissertações e 01 Tese.

Quadro 08: PPG PSICOLOGIA SOCIAL - USP/SP

PPG PSICOLOGIA SOCIAL - USP/SP

Titulo Autor Ano Nível

Histórias de reencontro: ancestralidade,

pertencimento e enraizamento na descoberta

de ser negra

SANTOS, M. R. 2014 D

Feridas até o coração, erguem-se negras

guerreiras, resiliência em mulheres negras:

transmissão psíquica e pertencimentos

PRESTES, C. R. S. 2013 D

Os sentidos de futuro para jovens negras:

pelos caminhos do Capão Redondo e Jardim

Ângela periferia paulistana

MENDES, C. E. 2014 D

O esquecimento do passado por refugiados

africanos

OLIVEIRA, T. B. 2011 D

Racismo, política pública e modos de

subjetivação em um quilombo do Vale do

Ribeira

COSTA,

E. S.

2012 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

A produção do programa ‘PPG PSICOLOGIA - UFC/CE’ somente disponibiliza

em formato PDF as dissertações. O referente programa não disponibiliza o banco

de Teses, não foram encontrados os links que indiquem a produção referente ao

doutorado. Mesmo no âmbito das dissertações, nenhum trabalho foi localizado

com foco nas pessoas negras.

O programa ‘PPG PSICOLOGIA – UNIFOR/CE’ não disponibiliza repositório

digital, mas, um mecanismo de busca do sistema de sua biblioteca física, onde foi

feita a busca. Contudo, não foi encontrado nenhum material que trate da IER

relacionada às pessoas negras.

O programa “PPG PSICOLOGIA - UCB/DF ” apenas disponibiliza as listagens

de dissertações. Quanto à listagem de teses não foi identificado nenhum link que

leve aos documentos na íntegra. A página do PPGP UCB/DF orienta a busca do

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

72

texto na íntegra se dirigindo ao repositório digital da Universidade Católica de

Brasília (UCB)14 onde está acomodada toda produção da referida universidade.

Neste sentido, a busca das dissertações e teses foi feita no repositório digital da

UCB. Contudo, não foi identificada nenhuma dissertação ou tese que trabalhe a

temática IER no recorte determinado por essa pesquisa.

O ‘PPG PSICOLOGIA - UFJF/MG’ apenas disponibiliza uma listagem das

dissertações. Porém, nenhuma listagem sobre as teses foi encontrada na página do

programa.

O programa ‘PPG PSICOLOGIA – PUC/MG’ não disponibiliza sua produção.

Na página do programa se encontra um link denominado “Produção15”,

curiosamente não estão disponíveis neste local as dissertações e teses, e sim outro

tipo de produção.

Apenas 01 dissertação foi localizada no ‘PPG PSICOLOGIA – UCDB’ Quadro

09, em uma subpágina do site do programa, denominada ‘Dissertações

Defendidas’.

Quadro 09: PPG PSICOLOGIA - UCDB

PPG PSICOLOGIA - UCDB

Titulo Autor Ano Nível

AS COTAS RACIAIS PARA O

AFRODESCENDENTE BRASILEIRO NA

EDUCAÇÃO SUPERIOR

PAULA, J. D. 2010 D

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

No repositório digital do “PPG PSICOLOGIA – UFPA” não foi encontrada

nenhuma dissertação que atenda às demandas da presente pesquisa.

14AS VERSÕES COMPLETAS E RESUMOS DAS DISSERTAÇÕES RELACIONADAS ACIMA ESTÃO

DISPONÍVEIS NO LINK DA BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E DISSERTAÇÕES DA UCB:

http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/processaPesquisa.php?listaDetalhes%5B%5D=1712&proces

sar=Processar 15

http://www.pucminas.br/pos/psicologia/index-padrao.php?pagina=4446

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

73

Quanto aos programas de pós-graduação em Psicologia da UFPE, a

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do “PPP COGNITIVA - UFPE PE” se

encontra com problemas técnicos. Porém, as dissertações e teses estão

depositadas temporariamente no Dropbox, que contém os trabalhos defendidos a

partir de ano de 2012.2. Contudo, não foi encontrado nenhum trabalho nesta

listagem disponível na base Dropbox.

Quanto ao ‘PPG PSICOLOGIA - UFPE” Quadro 10, foi encontrado apenas o

repositório digital de dissertação do programa PSICOLOGIA – UFPE”, porém não

fora encontrado nenhum trabalho.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

74

Quadro 10: PPG PSICOLOGIA - UFPE

PPG PSICOLOGIA - UFPE

Titulo Autor Ano Nível

RELAÇÕES RACIAIS E AÇÕES AFIRMATIVAS

EM TEXTOS

JORNALÍSTICOS DA CIDADE DE RECIFE

COSTA, M. C. 2010 D

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Quanto ao ‘PPG PSICOLOGIA – UFF’ Quadro 11, foi localizado um total de 08

trabalhos, sendo 06 dissertações e 02 teses no repositório digital, intitulado

‘Produção – Dissertações’.

Quadro 11: PPG PSICOLOGIA - UFF

PPG PSICOLOGIA - UFF

Titulo Autor Ano Nível

Políticas do corpo: subjetividades femininas

negras

LONGO, N. L.

2011 D

Violência do Estado nas favelas: quem são os

“perigosos”?

FRAGA, C. F.

2011 D

Sistema socioeducativo: uma falácia? FIGUEIREDO, V.

C.

2011 D

Jovens e pobres e (i) mobilidade urbana : Há

ainda o que se ver quando tudo parece ter se

dado a ver e pensar?

FERNANDES, M.

C. A. B.

2011 D

Comunidade Popular, População Negra,

Clínica e Política: Um Outro Olhar

CHAGAS, A. M. 2010 D

A “Chacina do Pan” e a produção de vidas

descartáveis na cidade do Rio de Janeiro:

“não dá pé não tem pé nem cabeça. Não tem

ninguém que mereça. Não tem coração que

esqueça.”

ALVARENGA

FILHO, J. R.

2010 D

A arte-luta da capoeira angola e práticas

libertárias

CESSE NETO, J.

M. R.

2014 T

Tem dias que a gente se sente como quem

partiu ou morreu, a gente estancou de

repente ou foi o mundo então que cresceu:

memórias e histórias de familiares atingidos

pela violência no Espírito Santo

MATEUS, L. G.

2012 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

75

Foi encontrada apenas uma subpágina intitulada ‘Dissertações’ do ‘PPG

PSICOLOGIA - UNIVERSO RJ’ Quadro 12, apenas 01 dissertação dentro dos critérios

da presente pesquisa.

Quadro 12: PPG PSICOLOGIA - UNIVERSO RJ

PPG PSICOLOGIA - UNIVERSO RJ

Titulo Autor Ano Nível

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO SISTEMA DE

COTAS RACIAIS EM DUAS UNIVERSIDADES

PÚBLICAS DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UM ESTUDO

COMPARATIVO

MATIELO, E. L. S. 2011 D

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Foi localizado o ‘PPGPC UNICAP/PE’, mas, não foi encontrado o repositório

digital de teses do referido programa.

Na página do ‘PPP DA SAÚDE - UMESP SP’ se encontra apenas o repositório

digital de dissertação, contudo, não foi encontrado nenhum trabalho sobre a

temática étnico-racial.

No que se refere ao ‘PPG PSICOLOGIA - UFBA BA’ Quadro 13, existe apenas

um repositório digital que reúne as ‘Dissertações e Teses’ classificadas por ano.

Nele foram localizados 02 trabalhos na modalidade dissertação.

Quadro 13: PPG PSICOLOGIA - UFBA BA

PPG PSICOLOGIA - UFBA BA1

Titulo Autor Ano Nível

Homens negros e brancos soropositivos para o

HIV: representações e crenças na vivência da

sexualidade

SANTOS, M. B. 2012 D

Estratégias de enfrentamento de pessoas

negras e com deficiência frente ao duplo

estigma

MELO, C. V. G. 2014 D

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

76

No repositório digital intitulado ‘Dissertações e Teses’ do ‘PPG PSICOLOGIA

- UFES ES’ Quadro 14, foram localizados 02 trabalhos, 01 dissertação e 01 tese.

Quadro 14: PPG PSICOLOGIA - UFES ES

PPG PSICOLOGIA - UFES ES

Titulo Autor Ano Nível

Representação Social de Juventude para

Jovens Negros em Bairros Populares de

Vitória-ES

ROSSOW, B. B. T. 2010 D

Os Três Tempos da Memória: Aspectos

Psicossociais da Memória Social entre

Quilombolas do Norte do Espírito Santo

VALENTIM, R. P.

F.

2011 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

No repositório digital intitulado ‘Egressos Dissertações e Teses’ do ‘PPG

PSICOLOGIA - UFMG MG’ Quadro 15, estão indexadas por ano e não por título do

trabalho, o que dificultou a busca, contudo, foram localizadas 03 dissertações.

Quadro 15: PPG PSICOLOGIA - UFMG MG

PPG PSICOLOGIA - UFMG MG

Titulo Autor Ano Nível

Entre a negritude e a branquitude: memória,

discurso e relações de poder na construção

da identidade de sujeitos pardos

CARDOSO, T. L.

2012 D

NAS PERIFERIAS DO GÊNERO: Uma mirada

negra e feminista sobre a experiência de

mulheres negras jovens participantes no Hip

Hop e no Funk

BORGES, L. A. 2013 D

PRECONCEITO RACIAL - NOMEAÇÃO E

ENFRENTAMENTOS: UM ESTUDO A PARTIR

DA TRAJETÓRIA DE JOVENS NEGROS

SOUZA L. M. 2012 D

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

77

O ‘PPGP – UFRJ RJ’ tem um link denominado “Defesas16” onde se encontra a

listagem apenas das teses defendidas entre 2006 a 2014. Porém, nenhum link que

se refere a cada ano de publicação não abre. Assim, nenhumas tese foi encontrada.

A UFRN tem 02 programas de pós-graduação em Psicologia, denominado

‘PPG PSICOLOGIA - UFRN RN’ e o ‘PPG PSICOBIOLOGIA – UFRN RN’. Contudo, a

pesquisa somente foi feita no primeiro programa citado, uma vez que o segundo

trata de comportamento animal. No que se refere ao ‘PPG PSICOLOGIA - UFRN

RN’ existe apenas um repositório digital que reúne as dissertações e teses

classificadas por ano, apesar disso, nenhum trabalho foi localizado dentro do

recorte proposto pela pesquisa.

A busca na página de ‘Dissertações e Teses defendidas’ do ‘PPG

PSICOLOGIA - UFSCAR SP’ Quadro 16, localizou 04 trabalhos com a temática

entico-racial, 03 dissertações e 01 tese.

Quadro 16: PPG PSICOLOGIA - UFSCAR SP

PPG PSICOLOGIA - UFSCAR SP

Titulo Autor Ano Nível

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ESTUDANTES

NEGROS: UNIVERSIDADE E TRABALHO

SANTOS, E. F. 2011 D

RESISTÊNCIA À MUDANÇA DE ATITUDE

PRECONCEITUOSA RACIAL AVALIADA PELO

PARADIGMA DE EQUIVALÊNCIA DE

ESTÍMULOS

CARVALHO, M. P. 2010 D

Estabelecimento de Classes de Estímulos

Equivalentes com Estímulos

Significativos:Investigando a Atitude Racial

Preconceituosa

MIZAEL, T. M. 2015 D

DAS MARGENS, ESCRITOS NEGROS:

RELAÇÕES ENTRE LITERATURA PERIFÉRICA E

IDENTIDADE NEGRA

SANTOS, E. F. 2015 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

16 http://site1365611310.provisorio.ws/ppgp/index.php/defesas

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

78

Na página ‘Dissertações e Teses Concluídas’ do ‘PPG PSICOLOGIA - USP/RP

SP’ Quadro 17 foram encontradas 02 dissertações.

Quadro 17: PPG PSICOLOGIA - USP/RP SP

PPG PSICOLOGIA - USP/RP SP

Titulo Autor Ano Nível

Vivências de discriminação racial na escola

pública de um grupo de jovens negro

GUIMARÃES, A.

C.

2010 D

Correntes ancestrais: os pretos-velhos do

Rosário

DARAHEM, G. C. 2011 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

No ‘PPG PSICOLOGIA - PUCCAMP SP’ Quadro 18, foram 02 dissertações

conforme recorte proposto por esta pesquisa.

Quadro 18: PPG PSICOLOGIA - PUCCAMP SP

PPG PSICOLOGIA - PUCCAMP SP

Titulo Autor Ano Nível

Da entrada de serviço ao elevador social”:

racismo e sofrimento

FERNANDES, R.

A.

2013 D

Humilhação social no trabalho: o caso das

advogadas negras

PLATERO, R. A. 2013 D

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

No contexto da UNB existem 04 programas de pós-graduação em

Psicologia, o ‘PPG EM CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO’; ‘PPG EM PROCESSOS DE

DESENVOLVIMENTO HUMANO E SAÚDE’, ‘PPG PSICOLOGIA CLÍNICA E CULTURA’

e o ‘PPG PSICOLOGIA SOCIAL, DO TRABALHO E DAS ORGANIZAÇÕES (PSTO)’.

No repositório digital do programa “PPG CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO

– UNB/DF”, os links para a produção do mestrado e doutorado não levam aos

arquivos da produção.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

79

No âmbito da PUC-SP há 03 programas de pós-graduação em Psicologia:

‘PPG PSICOLOGIA CLÍNICA - PUC/SP’; ‘PPGPSICOLOGIA SOCIAL -PUC/SP’ e o ‘PPG

PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO - PUC/SP SP’.

No que se refere ao ‘PPG PSICOLOGIA CLÍNICA - PUC/SP’ Quadro 19, foram

localizadas 02 teses.

Quadro 19: PPG PSICOLOGIA CLÍNICA - PUC/SP

PPG PSICOLOGIA CLÍNICA - PUC/SP

Titulo Autor Ano Nível

Psicologia crítica africana e descolonização da

vida na prática da capoeira Angola

CIAMPA, A. C. 2013 T

Sobre A tradição e sua apropriação critica:

metamorfoses de uma afro americalatinidade

em luta

CAMPOS, A. O. 2013 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

O repositório digital de dissertação e tese do ‘PPG PSICOLOGIA SOCIAL -

PUC/SP’ e do PPG em ‘PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO - PUC/SP’ não é apenas dos referidos programas da PUC/SP. É

A Biblioteca Digital DA PUC/SP SP, assim, estão acomodados neste espaço todos

os trabalhos da referida universidade, contudo, não foi encontrado nenhum

trabalho.

Há dois ambientes digitais intitulados ‘Catálogo de Teses’ e ‘Catálogo de

Dissertações’ no âmbito do ‘PPG PSICOLOGIA SOCIAL - UERJ RJ’, Quadro 20.

Foram encontrados 04 trabalhos, sendo 03 dissertações e 01 tese.

Quadro 20: PPG PSICOLOGIA SOCIAL - UERJ RJ

PPG PSICOLOGIA SOCIAL - UERJ RJ

Titulo Autor Ano Nível

O corpo, a mente e o espírito do Negro

Brasileiro: raça, loucura e religião na obra de

Nina Rodrigues

RODRIGUES, M.

F.

2011 D

As representações Sociais de estudantes COSTA, S. C. 2010 D

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

80

universitários sobre o sistema de cotas para

negros e alunos de escola pública

A Representação Social da África e africanos VAZ, C. F. 2011 D

AS CORES DO MOVIMENTO NEGRO:

NARRATIVAS, IDENTIDADE E

RECONHECIMENTO NO ESPAÇO PÚBLICO

OLIVEIRA, D. M. 2011 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

No repositório digital ‘Teses e dissertações’ do ‘PPG PSICOLOGIA - UFRGS

RS’ Quadro 21, foi localizada apenas 01 tese.

Quadro 21: PPG PSICOLOGIA - UFRGS RS

PPG PSICOLOGIA - UFRGS RS

Titulo Autor Ano Nível

ORGULHO E PRECONCEITO: O

DESENVOLVIMENTO DE ATITUDES RACIAIS

IMPLÍCITAS E EXPLÍCITAS EM CRIANÇAS DE

PORTO ALEGRE E SALVADOR

SACCO, A. M. 2015 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

A publicação de ‘Dissertações e Teses defendidas’ do ‘PPG PSICOLOGIA

SOCIAL - UFPB/JP PB’, Quadro 22, está disponibilizada na biblioteca Digital de

Teses e Dissertações da UFPB. Neste sentido, foram localizados 10 trabalhos, em

que 07 são dissertações e 03 teses, se configurando como PPGP que tem um

número maior de trabalhos com o recorte proposto por esta pesquisa.

Quadro 22: PPG PSICOLOGIA SOCIAL - UFPB/JP PB

PPG PSICOLOGIA SOCIAL - UFPB/JP PB

Titulo Autor Ano Nível

Do Branqueamento às Cotas Raciais:

Conhecimento Histórico e Memória para a

Tomada de Posição

COSTA JUNIOR,

C. P.

2013 D

Luso-tropicalismo como justificativa para a

discriminação do negro no mercado de

trabalho

MATEUS, K. S. 2013 D

Discursos justificadores sobre ações

afirmativas para negros

TAVARES, T. L. 2012 D

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

81

Violência sexual e discriminação racial:

influência na responsabilização da vítima

ALBUQUERQUE, I

M.

2015 D

Raça Religião: Uma análise psicossocial dos

discursos acerca das religiões afro-brasileiras.

SANTOS,

M. L. O.

2010 D

O Estudante Romântico, o Branco Rico e o

Negro Batalhador: Um estudo dos valores

sociais e preconceito racial.

LINS, S. L. B. 2010 D

Repertórios discursivos sobre cotas raciais e

suas implicações no tratamento de alunos

cotistas

TAVARES, T, L. 2012 D

A influência da cor da pele no tempo de

atendimento de pacientes negros no contexto

do sistema único de saúde SUS.

SILVA, R. P. 2014 T

Os estereótipos e o efeito do contato virtual

no preconceito contra negros e nordestinos

BATISTA, J. R. M. 2014 T

A invenção dos outros: estereótipos étnicos,

raciais e regionais no Brasil e na Espanha

A, J. B. L. 2014 T

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

Assim, este resultado também está ligado ao fato de que no âmbito da

Psicologia UFPB existirem núcleos de pesquisa que têm investigado as temáticas

referente à população negra, como o Grupo de Pesquisa em Comportamento

Político (GPCP)17, coordenado pelos professores Dr. Leôncio Camino e Profª. Drª

Ana Raquel Rosas Torres, com trabalhos significativos na temática e o Núcleo de

Pesquisa Bases Normativas do Comportamento Social (BNCS).

Nenhum trabalho foi localizado nos programas ‘PPG PSICOLOGIA -

UNESP/ASS SP’; ‘PPG PSICANÁLISE - UERJ/RJ’; ‘PPG PSICOLOGIA - UFSC SC’; ‘PPG

PSICOLOGIA CLÍNICA - PUC-RIO RJ’; ‘PPG PSICOLOGIA TEORIA E PESQUISA DO

COMPORTAMENTO - UFPA PA’; ‘PPG EM PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO

HUMANO E SAÚDE 4/4’, ‘PPG PSICOLOGIA CLÍNICA E CULTURA’ e o ‘PPG

PSICOLOGIA SOCIAL, DO TRABALHO E DAS ORGANIZAÇÕES (PSTO)’; “PPG

PSICOLOGIA SOCIAL E INSTITUCIONAL - UFRGS RS’; ‘PPG TEORIA PSICANALÍTICA -

UFRJ RJ’; ‘PPG PSICOLOGIA - PUC/RS RS’; “PPG PSICOLOGIA - USF SP’; ‘PPG

PSICOBIOLOGIA - USP/RPSP’; “PPG PSICOLOGIA - UNISINOSRS”.

De acordo com o Gráfico 1, do total de 48 programas que atenderam os

17 http://www.cchla.ufpb.br/ppgps/index.php?option=com_content&view=article&id=5&Itemid=84

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

82

critérios desta pesquisa, a produção de IER foi encontrada em 17 PPGP que

corresponde a 17, 22 %.

Gráfico 01: Porcentagens da Produção da temática IER encontrada nos Pós-

graduação em Psicologia no Brasil.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Para se chegar ao universo da presente pesquisa se fez necessária a análise

de um total de 77 Programas de Pós-Graduação em Psicologia, dos quais 48

atenderam ao primeiro requisito metodológico previamente definindo: ter obtido

notas 4, 5, 6 e/ou 7 na Escala Capes de Avaliação. Em seguida, a produção

acadêmica destes 48 PPGP foi submetida à devida apreciação inerente ao segundo

requisito metodológico: apresentar IER. Assim 17 PPGP atenderam

concomitantemente aos dois critérios necessários para compor o universo do

estudo.

A busca nos 17 PPGP resultou no total de 52 trabalhos que tratam acerca da

IER, consistindo assim em 32 dissertações e 14 teses, como evidencia o quadro 23.

29; 38% 17; 22% 31; 40% 48; 62%

PPGP´s Que Atenderam ao Critério de Corte 48 ; 62%

PPGP´s Que Não Atenderam ao Critério de Corte 29; 38%

PPGP´s Nos Quais a Produção Étinico-Racial Foi Encontrada 17; 22%

PPGP´s Nos Quais a Produção Étinico-Racial Não Foi Encontrada 31; 41%

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

83

Quadro 23: Lista de trabalhos com recorte proposto por esta pesquisa

Título/autor

Períodos de Produção

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Família e deficiência no grupo étnico linguístico

Yao do norte de Moçambique - BINZE, A. D.

1

Racismo contra negros: um estudo sobre o

preconceito sutil - NUNES, S. S.

1

Além do visível: a fotografia e a óptica da

psicanálise - PATRASSO, R.

1

Histórias de reencontro: ancestralidade,

pertencimento e enraizamento na descoberta

de ser negra - SANTOS, M. R.

1

Feridas até o coração, erguem-se negras

guerreiras, resiliência em mulheres negras:

transmissão psíquica e pertencimentos -

PRESTES, C. R. S.

1

Os sentidos de futuro para jovens negras: pelos

caminhos do Capão Redondo e Jardim Ângela

periferia paulistana - MENDES, C. E.

1

O esquecimento do passado por refugiados

africanos - OLIVEIRA, T. B.

1

Racismo, política pública e modos de

subjetivação em um quilombo do Vale do

Ribeira - COSTA, E. S.

1

AS COTAS RACIAIS PARA O

AFRODESCENDENTE BRASILEIRO NA

EDUCAÇÃO SUPERIOR - PAULA, J. D.

1

RELAÇÕES RACIAIS E AÇÕES AFIRMATIVAS EM

TEXTOS JORNALÍSTICOS DA CIDADE DE RECIFE

COSTA, M. C.

1

Políticas do corpo: subjetividades femininas

negras - LONGO, N. L.

1

Violência do Estado nas favelas: quem são os

“perigosos”? - FRAGA, C. F.

1

Sistema socioeducativo: uma falácia? -

FIGUEIREDO, V. C.

1

Jovens e pobres e (i) mobilidade urbana : Há

ainda o que se ver

quando tudo parece ter se dado a ver e pensar?

- FERNANDES, M. C. A. B.

1

Comunidade Popular, População Negra, Clínica

e Política: Um Outro Olhar - CHAGAS, A. M.

1

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

84

A “Chacina do Pan” e a produção de vidas

descartáveis na cidade do Rio de Janeiro: “não

dá pé não tem pé nem cabeça. Não tem

ninguém que mereça. Não tem coração que

esqueça.” - ALVARENGA FILHO, J. R.

1

A arte-luta da capoeira angola e práticas

libertárias - CESSE NETO, J. M. R.

1

Tem dias que a gente se sente como quem

partiu ou morreu, a gente estancou de repente

ou foi o mundo então que cresceu: memórias e

histórias de familiares atingidos pela violência

no Espírito Santo - MATEUS, L. G.

1

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO SISTEMA DE

COTAS RACIAIS EM DUAS UNIVERSIDADES

PÚBLICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UM

ESTUDO COMPARATIVO - MATIELO, E. L.S.

1

Homens negros e brancos soropositivos para o

HIV: representações e crenças na vivência da

sexualidade - SANTOS, M. B.

1

Estratégias de enfrentamento de pessoas negras

e com deficiência frente ao duplo estigma -

MELO, C. V. G.

1

Representação Social de Juventude para Jovens

Negros em Bairros Populares de Vitória-ES -

ROSSOW, B. B. T.

1

Os Três Tempos da Memória: Aspectos

Psicossociais da Memória Social entre

Quilombolas do Norte do Espírito Santo -

VALENTIM, R. P. F.

1

Entre a negritude e a branquitude: memória,

discurso e relações de poder na construção da

identidade de sujeitos pardos CARDOSO,

T. L.

1

NAS PERIFERIAS DO GÊNERO:Uma mirada

negra e feminista sobre a experiência de

mulheres negras jovens participantes no Hip

Hop e no Funk -BORGES, L. A.

1

PRECONCEITO RACIAL - NOMEAÇÃO E

ENFRENTAMENTOS: UM ESTUDO A PARTIR DA

TRAJETÓRIA DE JOVENS NEGROS - SOUZA L. M.

1

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ESTUDANTES

NEGROS: UNIVERSIDADE E TRABALHO -

SANTOS, E. F.

1

RESISTÊNCIA À MUDANÇA DE ATITUDE

PRECONCEITUOSA RACIAL AVALIADA PELO

PARADIGMA DE EQUIVALÊNCIA DE ESTÍMULOS

1

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

85

- CARVALHO, M. P.

Estabelecimento de Classes de Estímulos

Equivalentes com Estímulos

Significativos:Investigando a Atitude Racial

Preconceituosa -MIZAEL, T. M.

1

DAS MARGENS, ESCRITOS NEGROS: RELAÇÕES

ENTRE LITERATURA PERIFÉRICA E IDENTIDADE

NEGRA - SANTOS, E. F.

1

Vivências de discriminação racial na escola

pública de um grupo de jovens negros -

GUIMARÃES, A. C.

1

Correntes ancestrais: os pretos-velhos do

Rosário - DARAHEM, G. C.

1

Da entrada de serviço ao elevador social”:

racismo e sofrimento - FERNANDES, R. A.

1

Humilhação social no trabalho: o caso das

advogadas negras - PLATERO, R. A.

1

Psicologia crítica africana e descolonização da

vida na prática da capoeira Angola - CIAMPA, A.

C.

1

Sobre A tradição e sua apropriação critica:

metamorfoses de uma afro americalatinidade

em luta - CAMPOS, A. O.

1

O corpo, a mente e o espírito do Negro

Brasileiro: raça, loucura e religião na obra de

Nina Rodrigues - RODRIGUES, M. F.

1

As representações Sociais de estudantes

universitários sobre o sistema de cotas para

negros e alunos de escola pública - COSTA, S. C.

1

A Representação Social da África e africanos -

VAZ, C. F.

1

AS CORES DO MOVIMENTO NEGRO:

NARRATIVAS, IDENTIDADE E

RECONHECIMENTO NO ESPAÇO PÚBLICO -

OLIVEIRA, D. M.

1

ORGULHO E PRECONCEITO: O

DESENVOLVIMENTO DE ATITUDES RACIAIS

IMPLÍCITAS E EXPLÍCITAS EM CRIANÇAS DE

PORTO ALEGRE E SALVADOR – sem arikivo pdf

SACCO, A. M.

1

Do Branqueamento às Cotas Raciais:

Conhecimento Histórico e Memória para a

Tomada de Posição - COSTA JUNIOR, C. P.

1

Luso-tropicalismo como justificativa para a

discriminação do negro no mercado de trabalho

- MATEUS, K. S.

1

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

86

Discursos justificadores sobre ações afirmativas

para negros - TAVARES, T. L.

1

VIOLÊNCIA SEXUAL E DISCRIMINAÇÃO RACIAL:

INFLUÊNCIA NA RESPONSABILIZAÇÃO DA

VÍTIMA - ALBUQUERQUE, I M.

1

Raça Religião: Uma análise psicossocial dos

discursos acerca das religiões afro-brasileiras -

SANTOS,M. L. O.

1

O Estudante Romântico, o Branco Rico e o

Negro Batalhador: Um estudo dos valores

sociais e preconceito racial - LINS, S. L. B.

1

A INFLUÊNCIA DA COR DA PELE NO TEMPO DE

ATENDIMENTO DE PACIENTES NEGROS NO

CONTEXTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SUS

- SILVA, R. P.

1

Os estereótipos e o efeito do contato virtual no

preconceito contra negros e nordestinos -

BATISTA, J. R. M.

1

A invenção dos outros: estereótipos étnicos,

raciais e regionais no Brasil e na Espanha - A, J.

B. L.

1

Preconceito racial – nomeação e

enfrentamentos: um estudos a partir da

trajetória de jovens negros.

1

Repertórios discursivos sobre cotas raciais e

suas implicações no tratamento de alunos

cotistas TAVARES, T, L.

1

Total para cada ano - 10 12 06 09 07 04

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Com base no Quadro 23 construímos uma linha do tempo para visualizar o

quantitativo de produção por ano, conforme apresentamos no Gráfico 02.

Gráfico 02: Linha do tempo - Produção da temática étnico-racial nos Programas de

Pós-graduação em Psicologia no Brasil.

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

87

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Com base no Gráfico 02, percebe-se que a produção da temática étnico-

racial com recorte negro nos Programas de Pós-graduação em Psicologia no Brasil

tem diminuído. Apesar do aumento entre 2010 com 10 trabalhos e 2011 com 12,

houve uma redução considerável de 50% em 2012, com 06 trabalhos. Entre 2013 a

produção aumenta para 09 trabalhos, mas volta a cair nos anos seguintes, em 2014

com 07 trabalhos e 2015 com apenas 04 trabalhos.

Com base no agrupamento dos 52 trabalhos, o corpus desta pesquisa foi

construído em um único arquivo txt para ser processado no Alceste. Após o

processamento do arquivo e análises quantitativas realizadas pelo software como

base nas frequências dos termos e expressões coletados nos títulos, palavras-chave

e resumos, gerou-se o Dendograma18 apresentado na Figura 02 para,

posteriormente se aplicar o método fenomenológico para construir as análises

qualitativas.

18 É um tipo de representação que liga, organiza e ilustra determinadas informações como fatores e

variáveis. O que é um dendograma? In: Support Minitab. Disponível

em:<http://support.minitab.com/pt-br/minitab/17/topic-library/modeling-

statistics/multivariate/item-and-cluster-analyses/what-is-a-dendrogram/>. Acesso em: 05 abr. 2016.

0

2

4

6

8

10

12

14

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

88

A perspectiva quantitativa fora empregada basicamente, para construção do

corpus, considerando o caráter quantificável da produção científica. Embora ela

tenha apoiado os resultados quantitativos produzidos pelo Alceste que se deu em

seguida como o surgimento duas classes que emergiram do processamento. Após

o processamento, os pressupostos da perspectiva qualitativa permitiram evidenciar

as questões que representassem melhor as duas classes surgidas. As classes são

elementos que surgem dos aspectos compreensivos e interpretativos que

(GUNTERT, 2000).

Assim, seus respectivos significados por meio da compreensão e

interpretação neste trabalho se deram a partir dos radicais que compõem ambas

as classes. Pois, ao utilizar o Alceste e ter o resultado do processamento do corpus,

não se pode esperar que as classes temáticas se figurem o resultado final da

pesquisa. Na verdade as classes são apenas uma representação do material contido

no corpus, cabendo ao pesquisador buscar seus respectivos significados (POMBO-

DE-BARROS, 2011).

o pesquisador deve ter noções mais detalhadas acerca do contexto

que perpassa o corpus. Para tanto, deve analisar com calma o

dicionário de formas reduzidas, os “sujeitos típicos” que estão

relacionados a cada classe temática que interessa à questão de

pesquisa, as variáveis que compõem as linhas estreladas, e toda a

produção literária e acadêmica pertinente. Por isso, nem sempre

todas as classes apresentadas pelo ALCESTE são úteis para a

intepretação dos resultados finais, e nem todo gráfico exibe um

dado fácil de ser compreendido, o que torna o método tão

trabalhoso quanto uma Análise Temática de Conteúdo. (POMBO-

DE-BARROS, 2011, p.278).

O que sugere nesta pesquisa que as duas classes que emergiram do

processamento são: Classe 1: trata-se do negro no contexto educacional, estética e

a políticas de cotas raciais, e por sua vez Classe 2: Classe 2, refere-se ao negro,

cultura, identidade e memória, como evidencia a Figura 02: Dendograma.

Figura 02: Dendograma

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

89

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Classe 1: O negro no contexto educacional, estéticas e políticas de cotas raciais

Como pode ser observado na Figura 02, O negro no contexto educacional,

estéticas e políticas de cotas raciais, foi composta por palavras e radicais no

intervalo entre χχ2 = 81 (tipo) e χ2 =16 (índice). Essa classe foi estruturada com o

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

90

número mínimo de U.C.E igual a 78 correspondente a 20,0% do total, sendo

composta por 130 palavras analisáveis.

As variáveis que mais contribuíram com essa classe foram: perspectiva_1

(Psicologia Social), o discurso desta classe tem Psicologia Social como base

predominante; ano_3 (2014) e ano_06 (2015), que seria exatamente período em que

essas temáticas estão em evidência; nivelppg_. A partir do dendograma

apresentado na Figura 02, pode-se perceber que o radical ‘nordeste’ exprime a

ideia de estética que é associada à estética negra: negro e nordestino. Sendo

apresentada com maior valore dessa classe χ2 = 61 depois do radical ‘tipo’ com χ2

= 81. Porém, o último radical citado foi considerado vazio, pois não representa

nenhuma ideia acerca do negro.

Em seguida vem os radicais ‘cotas’ e ‘contato’, que por sua vez explicitam a

ideia de um contato mais efetivo com a educação e, sobretudo, com as políticas

públicas, com χ2 = 52 e χ2 = 51. O que demonstra o grau de relevância das mesmas

para esta classe. Apesar do radical ‘resultado’ também aparecer com uma

frequência grande χ2 = 51, ela também é considerada um radical vazio, visto que

ela amarra a parte das conclusões das pesquisas nos resumos das dissertações e

teses do corpus.

Em relação ao significado emergido nesta classe pelas UCE e pelo

dendograma, observa-se que os radicais: ‘cotas’, ‘cotas raciais’, ‘escola’, ‘ensino’,

‘índice’ e ‘contato’ revelam de forma mais expressiva que nos últimos anos a

produção das temáticas negras nos ‘estudos’ científicos em especial nos anos de

2013 e 2015 tem focado a população negra no âmbito educacional. Assim, estes

resultados ‘indicam’ e são evidenciados por duas perspectivas: da atitude frente ao

‘preconceito’ e da nova reconfiguração dos sujeitos negros neste contexto social

por meio da política de cotas raciais. Sendo o preconceito e cotas/raciais duas

temáticas recorrentes nessa produção do conhecimento em Psicologia que

estrutura essa primeira classe. O radical ‘indicam’ χχ2 = 16 apresenta-se como

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

91

vazio, visto que ele também amarra a parte das conclusões das pesquisas nos

resumos das dissertações e teses do corpus.

Há uma conexão importante que marca esse contexto educacional

ambivalente que podem ser visualizados nessa produção a partir da UCE a seguir:

UCE n° 302 χ2 = 9

[...] esse trabalho [...] teve por objetivo estudar o fenômeno da

discriminação racial presente no ambiente escolar, para que assim,

pudéssemos compreender como as práticas educativas reforçam

ou não, esse processo. [...] os resultados obtidos apontaram [...] a

partir da representação dos próprios jovens participantes, como as

práticas racistas presentes no cotidiano escolar impactaram as

relações interpessoais entre estes e os demais estudantes. a

ausência de ações pedagógicas planejadas pela escola como forma

de mediar os conflitos raciais [...].

Quanto aos radicais ‘aluno’, ‘estereótipos’, ‘preconceito’, ‘grupo’,

‘posicionamento’, ‘nordeste’ e ‘negros’ na produção do conhecimento científico

em Psicologia descreve esse novo sujeito e grupo negro inserido no contexto

universitário. Representado tanto por sua estética que se distancia do padrão da

estética inserida nas universidades públicas. Estética que ora se apresenta com

estigmas e outras vezes se apresenta como atributos. É agregada a essa estética

negra o traço regional, ou seja, da região nordeste. Os estudos do preconceito

frente ao negro nordestino podem ser evidenciados na UCE n° 465 χ χ2 = 36:

os estereótipos e o efeito do contato virtual no preconceito contra

negros e nordestinos. [...] o papel do contato mantido na internet

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

92

com os negros e nordestinos na relação entre o preconceito e à

discriminação contra esses grupos.

Quanto ao radical “discursivos” ele vem associado, sobretudo, na associação

do traço negritude e regionalismo do sujeito, que são figuradas como deduções

nefastas acerca do negro.

UCE n° 474 χ2 = 24

o resultado demonstrou uma similaridade nos repertórios

discursivos tanto para a condição do personagem negro, quanto

para a condição do personagem nordestino[...].

Estes mesmos estudos em Psicologia que focam o traço regional associada à

figura do negro e as deduções nefastas, também foca o ‘contato’ dos sujeitos

negros e não negros com representações da cultura, estética e subjetividade negra.

Em psicologia é comum utilização de ‘testes’ em seus estudos/pesquisas, por isso

esse radical aparece de forma considerável χ2 = 8, visto que ele amarra a parte dos

instrumentos usados em alguns estudos em Psicologia.

A busca da verificação da relação entre os traços/estigmas negritude,

regionalismo é estendido ao ciberespaço, pois ele é uma simulação do mundo real,

onde o preconceito perpassa a estética negra, como demostra a UCE n° 478 χ2 =

23 e ainda as UCE n° 465 χ2 = 36, UCE n° 479 χ2 = 26 e UCE n° 477 χ2 = 23 que vem

em seguida:

foram estabelecidas as similaridades e diferenças entre o

preconceito racial e regional. [...] os resultados do estudo um

apontaram para uma forte similaridade na atribuição de adjetivos

para o grupo dos nordestinos e negros. Esse processo de

estereotipia foi similar ao encontrado em pesquisas realizadas dez

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

93

anos antes com grupos de negros, o que demonstra uma

constância do conteúdo destes estereótipos. [...].

investigar o papel dos tipos de contato, mantido na internet,

presencial e estendido, na percepção do preconceito contra os

grupos dos negros e dos nordestinos, além de suas funções

mediadoras na relação entre o preconceito e a discriminação.

os resultados do estudo quatro apresentaram o contato mantido

na internet com os negros e nordestinos como melhor preditor da

percepção da discriminação cometida contra esses grupos. o

resultado do estudo cinco indicou que o contato mantido na

internet com negros e nordestinos mediava a relação entre

preconceito e discriminação, de forma que quanto maior o contato

mantido com negros e nordestinos na internet, menores eram os

índices de discriminação contra esses grupos.

os resultados do estudo quatro apresentaram o contato mantido

na internet com os negros e nordestinos como melhor preditor da

percepção da discriminação cometida contra esses grupos.

O radical “índice” refere-se à resistência da sociedade em relação a essa

política de cotas que foi pensada em 2000, e posto em prática pela Universidade

de Brasília (UnB) que foi a primeira no Brasil a adotar o sistema de cotas raciais no

ano de 2004. Esse “índice” de resistência que a priori diz acerca política de cotas na

verdade se figura a resistência ao sujeito negro seja ele inserido nos contextos

digitais e contextos sociais, em especial, inseridos no contexto universitário.

Há algumas conexões importantes que marca o radical “índice”, que se

referem à esta questão que podem ser visualizados a partir das UCE a seguir:

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

94

UCE n° 368 χ2 = 28

Em relação às cotas para alunos de escola pública, apresenta os

elementos justo e qualidade ensino ruim, como possíveis

constituintes do núcleo central. A representação foi mais

consensual nesse tipo de cota, apontando para a importância da

melhoria da qualidade do ensino público. na avaliação dos diversos

tipos de cotas, ocorreram diferenças nos posicionamentos diante

dos aplicadores. Frente ao aplicador branco, três tipos de cotas não

foram rejeitadas, as cotas para indígenas, escola pública e

portadores de necessidades especiais PNE. Entretanto, frente ao

aplicador negro, observa-se que as cotas para indígenas e PNE se

transformaram radicalmente. No caso das cotas para indígenas,

esta atitude se justificaria pela impossibilidade de se recusar as

cotas para negros e aceitar as outras modalidades de cotas com

critérios raciais.

UCE n° 414 χ2 = 26

ademais, é possível afirmar que o posicionamento da amostra

pesquisada se organizou baseado no critério de pertença social,

sendo que aqueles que possuem melhores condições financeiras se

encontram vinculados a instituições particulares e mostram

elevados índices de rejeição às cotas raciais.

UCE n° 364 χ2 = 18

Aplicou-se a técnica das evocações livres, tendo como termos

indutores cotas para negros na universidade e cotas para alunos de

escola pública. [...] os resultados mostram que os estudantes têm

uma atitude estruturada em torno da dimensão normativa da

representação, abrangendo os aspectos desfavoráveis ao sistema

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

95

de cotas para negros, com os elementos racismo e preconceito

como possível núcleo central.

UCE n° 402 χ2= 18

[...] analisar as relações entre o conhecimento histórico sobre o

lugar do negro na sociedade brasileira e o posicionamento dos

participantes no tocante às políticas de ações afirmativas. Não foi

suficientemente forte para provocar uma maior adesão e aceitação

das cotas raciais. Em contrapartida, a grande maioria dos

estudantes do GE se mostrou favorável ao pedido de desculpas

formais pelo sofrimento causado à população negra. [...].

Já o radical “branco” marca um sentimento de contraponto vivido pelo

negro no contexto universitário e escolar. Isso é perceptível na UCE n° 406 χ2= 39,

que:

[...] os resultados indicam que, embora os participantes que se auto

identificaram como brancos estejam distribuídos igualmente nos

dois tipos de escola, os participantes que se auto identificaram

como negros ou morenos se concentram nas escolas públicas. De

modo geral, observou-se a manutenção do sistema que nega

possibilidade de acesso e ascensão profissional aos negros

brasileiros. Ademais, é possível afirmar que o posicionamento da

amostra pesquisada se organizou baseado no critério de pertença

social, sendo que aqueles que possuem melhores condições

financeiras se encontram vinculados a instituições particulares e

mostram elevados índices de rejeição às cotas raciais. [...] a amostra

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

96

do estudo foi composta por duzentos estudantes do terceiro ano

do ensino médio de escolas públicas e privadas [...].

Neste sentido, se considera a Classe 1: O negro no contexto educacional,

estética e a políticas de cotas raciais como eixo, o fenômeno em si da produção de

IER no âmbito do PPGP. Essa classe sugere que os processos como a

democratização, recuperação, acesso, uso, interpretação, propriedades e forças da

informação são mais ou menos concretizados (BORKO, 1968). Tendo os conteúdos

educacionais e as políticas publicas como IER resultante dos conjuntos de processo

citados que direcionam e situa o negro no contexto da SI como cidadão.

No que se refere à democratização, recuperação, acesso o uso da

informação com contexto educacional que se destaca como fonte ou unidade da

informação, que atualmente está permeado pelas políticas publica que se refere à

pulação negra e que a reconfigura na sociedade com sujeito e sua estética e direito

a cidadania e educação, que por sua vez são findados pela interpretação e forças

da IER. No caso das propriedades da informação. O fenômeno se estabelece a

partir da informação que embasa estas políticas publicas que configura o negro

como o foco a ser beneficiado (BORKO, 1968).

E as essências que estão em torno deste fenômeno são representadas pelas

temáticas-âncora que constitui esse eixo: contas/raciais, preconceito, estereótipos

que aparecem de forma significativa. Em segundo plano vêm ‘Representações

sociais’ χ2= 5 e ‘educação’ χ2= 3 que estão incluídos como radicais na Classe 1, mas

que na Figura 2 (Dendograma) não estão evidenciadas devido a sua baixa

frequência.

Classe 2 – Negro, cultura, identidade e memória

Como pode ser observado na Figura 01, a Classe 2 – negro, cultura,

identidade e memória foi composta por palavras e radicais no intervalo entre χ2 =

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

97

85 (política) e χ2 =19 (sujeito). Essa classe foi estruturada com o número mínimo de

U.C.E igual a 307 correspondente a 80,0% do total, sendo composta por 92

palavras analisáveis.

As variáveis que mais contribuíram com essa classe foi o perspectiva_2

(Psicologia), com fortes influências da perspectiva Psicologia Escolar e do

Desenvolvimento Humano; ano_2 (2012) e ano_05 (2011). A partir do Dendograma

apresentado na Figura 02, pode-se perceber que o radical ‘políticas’, juntamente

com ‘experiências’ dão ideia de novas vivências do sujeito negro ocupando assim

novos espaços, apresentaram maiores valores dessa classe, com χ2 = 85 e 127

respectivamente. O que faz delas as palavras mais representativas, seguidas dos

radicais ‘memória’ e ‘racismo’, que por sua vez figura a trajetória do sujeito negro,

assim, com χ χ2 = 58 e χ2 = 43. O que demonstra o grau de relevância das mesmas

para esta classe.

Em relação ao significado emergido nesta classe pelas UCE e o dendograma,

observa-se que os radicais: ‘Experiência’, ‘memória’, ‘história’, ‘passado’ e ‘cultura’

revelam de forma mais expressiva que a Classe 2 diz acerca da Memória Negra. Há

algumas conexões importantes que marcam esse grupo de radicais que podem ser

visualizados a partir das UCE a seguir:

UCE n° 343 χχ2 = 19

A análise das experiências vividas pelas participantes na prática da

capoeira angola demonstra que esta cultura tem o potencial de

promover uma autorreflexão crítica da pessoa na sociedade a partir

da oportunidade de vivenciar e encarnar novas formas se ver,

pensar, sentir e viver no mundo. Esta experiência crítica criou

condições para que as participantes empreendessem processos de

autodeterminação pessoal e coletiva na sociedade. Elas não só

descolonizaram suas vidas como aprenderam a desenvolver uma

práxis comunitária e libertária nas suas relações pessoais e em seus

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

98

trabalhos profissionais. psicologia crítica africana, descolonização

da vida, capoeira angola e educação das relações étnico raciais.

UCE n° 165 χ2 = 9

Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a

gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu:

memórias e histórias de familiares de atingidos pela violência no

espírito santo. A problemática sobre a qual trata este trabalho

refere-se às práticas de extermínio e violação de direitos humanos

no estado do Espírito Santo, a partir da narrativa de mães e

familiares de atingidos pela violência.

UCE n° 302 χ2 = 9

A partir da representação dos próprios jovens participantes, como

as práticas racistas presentes no cotidiano escolar impactaram as

relações interpessoais entre estes e os demais estudantes. A

ausência de ações pedagógicas planejadas pela escola como forma

de mediar os conflitos raciais também foi alvo de problematização

de nossa pesquisa, discriminação racial, história de vida, jovens

negros, práticas educativas e trajetória escolar.

UCE n° 133 χ2 = 6

a evidência a ser afirmada, no entanto é a de que, entre as práticas

operadas nesse sistema, novas possibilidades podem ser forjadas

pelo investimento em encontros que aumentem a potência

inventivo criativa de ser e estar no mundo de profissionais, jovens,

contadores de histórias, militantes, professores, pesquisadores,

leitores. Todos nós.

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

99

UCE n° 250 χ2 = 6

Ao nos aproximar dessas experiências percebemos que os

entrevistados têm suas relações marcadas pela inferiorização e

negação da legitimidade das origens, trajetórias e histórias e que

persiste a estética branca como a beleza universalmente aceita e

desejada. o caráter de sutileza que prevalece nos relatos surge em

meio a violências marcantes do racismo e as formas de

identificação do preconceito se estabelece pela racialização das

relações seja por meio de uma experiência coletiva de partilha de

experiências seja pela atribuição de legitimidade às experiências de

subordinação propiciadas pelo discurso científico.

Porém, essa memória do negro é marcado por fenômenos socais, aspectos

estéticos/indentitários e por aspectos culturais como “religião”, “capoeira”.

No caso fenômenos socais como o “racismo”, “violência”, “preconceito

racial” e “enfrentamento” as conexões importantes que marcam esse grupo de

radicais que podem ser visualizados a partir das UCE a seguir:

UCE n° 245 χ2 = 9

um estudos a partir da trajetória de jovens negros. o racismo no

brasil se constitui de forma ambígua e seu reconhecimento assim

como suas nuances sempre foram um tema polêmico no país.

UCE n° 495 χ2 = 15

Nesse trabalho entendemos que as dificuldades em nomear o

racismo se relacionam a mecanismos que incidem no campo das

relações sociais, invisibilizando a hierarquia racial e seu caráter

contingente e histórico. Discutimos a invisibilização do racismo a

partir das dinâmicas do preconceito racial, partindo de uma

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

100

concepção psicossocial desse fenômeno. Esse estudo buscou

localizar as dinâmicas do preconceito racial questionando a

sofisticações de suas dinâmicas como fruto da visibilidade pública e

práticas de enfrentamento ao racismo. [...] ao nos aproximar dessas

experiências percebemos que os entrevistados têm suas relações

marcadas pela inferiorização e negação da legitimidade das

origens, trajetórias e histórias e que persiste a estética branca como

a beleza universalmente aceita e desejada.

UCE n° 316 χ2= 6

da entrada de serviço ao elevador social: racismo e sofrimento. o

presente trabalho investiga os efeitos do racismo na experiência

emocional de negros brasileiros, que conheceram relativa ascensão

social. [...] a partir da percepção de que características físicas,

notadamente a cor da pele, causam impacto instantâneo nas

pessoas, gerando reações imediatas de julgamento e avaliação que

apreendem, classificam, discriminam, inferiorizam e humilham. O

segundo campo se define pela crença de que o desenvolvimento

de aptidões pessoais pode ser um caminho para obtenção de

reconhecimento e respeito. O quadro geral indica que o racismo é

uma realidade presente na experiência emocional da pessoalidade

coletiva estudada, gerando impactos importantes em sua

subjetividade e modo de ser.

UCE n° 387 χ2 = 6

o movimento negro coloca em cena a discussão sobre o

preconceito racial no brasil, tema fundamental para mudar a

situação socioeconômica desfavorável da população negra, por

outro lado, o radicalismo de suas ações afasta aqueles que não

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

101

sejam totalmente favoráveis à sua visão de luta contra o racismo e

a exclusão social. os debates atuais opõem as lideranças e os

simpatizantes do movimento negro favoráveis a políticas de

inserção social pautadas por parâmetros raciais e aqueles que

alertam para o perigo de leis raciais em um país miscigenado,

defendendo que as políticas de inclusão devem ser edificadas por

parâmetros socioeconômicos.

UCE n° 248 χ2 = 15

esse estudo buscou localizar as dinâmicas do preconceito racial

questionando a sofisticações de suas dinâmicas como fruto da

visibilidade pública e práticas de enfrentamento ao racismo.

Exploramos por meio de entrevistas abertas essa articulação a

partir da trajetória de seis jovens negros que participaram no

programa conexões de saberes e por isso estiveram envolvidos

com discussões acadêmicas e políticas da temática racial.

Quanto aos aspectos culturais como ‘religião’ e ‘capoeira’ as conexões

importantes que marcam esse grupo de radicais que podem ser visualizados a

partir das UCE a seguir:

UCE n° 312 χ2 = 10

etnopsicologicamente, os pretos velhos mostraram-se espíritos

fundamentalmente mediadores e integradores, subsidiando

articulações e processos diacrônicos de significância entre passado

e presente; vida e morte; adolescência e vida adulta; emoção e

razão; corpo e espírito; ação e consequência. Em suma, os pretos

velhos são, no nível das vivências religiosas dos adeptos

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

102

umbandistas, a mais contundente manifestação daquilo que em

psicanálise implica o processo de assunção do desejo do outro

como desejo próprio, característico da conciliação do homem com

seu próprio inconsciente, consubstanciado em marcas de filiação e

pertencimento contidas na tradição e na cultura de seu povo.

UCE n° 75 χ2 = 6

Buscamos investigar se é possível elaborar o passado.

compreendemos as levas de refugiados ao redor do mundo como

resultado da crise do capitalismo global, como nos mostrou Robert

Kurz. Não se trata de povos obrigados a sair de sua pátria desde a

antiga história religiosa da humanidade, tão pouco de vítimas de

perseguição ou vítimas de violação dos direitos humanos, como

concebe a cáritas arquidiocesana de São Paulo no atendimento aos

refugiados.

UCE n° 356 χ2 = 6

O corpo, a mente e o espírito do negro brasileiro: raça, loucura e

religião na obra de Nina Rodrigues. No final do Século xix, a

preocupação em torno da ‘raça’ e com os possíveis impactos que a

composição racial do povo brasileiro traria ao futuro da nação,

notadamente a mestiçagem enquanto causa da degenerescência da

população, marcou profundamente o pensamento da

intelectualidade brasileira.

UCE n° 343 χ2 = 19

[...] a análise das experiências vividas pelas participantes na prática

da capoeira angola demonstra que esta cultura tem o potencial de

promover uma autorreflexão crítica da pessoa na sociedade a partir

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

103

da oportunidade de vivenciar e encarnar novas formas se ver,

pensar, sentir e viver no mundo. Esta experiência crítica criou

condições para que as participantes empreendessem processos de

autodeterminação pessoal e coletiva na sociedade. Elas não só

descolonizaram suas vidas como aprenderam a desenvolver uma

práxis comunitária e libertária nas suas relações pessoais e em seus

trabalhos profissionais.

UCE n° 159 χ2 = 16

A arte luta da capoeira angola e práticas libertárias. O propósito

desta tese de doutoramento é apresentar a arte luta da capoeira

angola a partir de uma análise libertária de sua trajetória histórica,

seu estilo e sua prática no presente.

UCE n° 334 χ2 = 15

Psicologia crítica africana e descolonização da vida na prática da

capoeira angola. Esta investigação [...] buscou produzir uma análise

dessa prática social a partir das suas expressões culturais africanas

com vistas a identificar o seu potencial enquanto uma práxis

comunitária que pode promover descolonização mental e

libertação pessoal e coletiva. [...] A partir da perspectiva africana,

[...] processos históricos, políticos, filosóficos e práticos da capoeira

angola, bem como a maneira que eles foram experiências por duas

mulheres, uma branca aprendiz e uma negra mestra de capoeira

angola.

UCE n° 341 χ2 = 12

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

104

a pesquisa demonstra que a prática da capoeira angola perpetua

conhecimentos linguísticos, ritualísticos, orais, musicais e corporais

oriundos de culturas ancestrais africanas. Esses conhecimentos

possuem múltiplos sentidos e são articulados de forma

multifacetada proporcionando aprendizados sobre a vida em seus

aspectos físicos, mentais e espirituais.

UCE n° 161 χ2 = 10

a capoeira angola é constituída como um jogo, no qual a dança, a

brincadeira e a luta estão implicadas junto com outros elementos,

compondo uma extraordinária expressão cultural. formada a partir

de um vasto mosaico de povos da diáspora africana, o negro

escravizado utilizou seu corpo como veículo de resistência diante

de realidades duras e desfavoráveis, típicas da escravidão.

UCE n° 166 χ2 = 9

memórias e histórias de familiar es de atingidos pela violência [...].

a problemática sobre a qual trata este trabalho refere-se às práticas

de extermínio e violação de direitos humanos no estado do espírito

santo, a partir da narrativa de mães e familiares de atingidos pela

violência. esta pesquisa buscou dar visibilidade aos processos que

tentam singularizar as diferentes instituições que atravessam o dia

a dia do cotidiano de pessoas atingidas pela violência. Da

emergência dessas narrativas procuramos analisar os diversos

discursos práticas desses familiares, assim como entender as

construções que estas histórias nos fazem visualizar, como os

grupos de extermínio que agem desde as décadas de sessenta e

setenta no espírito santo, os conceitos de justiça e

responsabilização, assim como as estratégias de luta que

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

105

transformam dor, angústia e ressentimento, em instrumento de

apoderamento ativo, de defesa e de afirmação da diferença e do

vivido. o caminhar junto aos familiares de atingidos pela violência

através de suas narrativas [...].

UCE n° 142 χ2 = 6

comunidade popular, população negra, clínica e política: um outro

olhar. As comunidades populares, ocupadas majoritariamente pela

população negra, são historicamente descritas como ameaças à

sociedade. a partir desta visão, justificou-se a segregação desses

espaços da cidade, sempre relacionadas aos riscos à saúde, à

marginalidade e à violência.

Neste sentido, se considera a Classe 2 – Negro, cultura, identidade e

memória como eixo, o fenômeno em si na produção de IER no PPGP. A memória, a

identidade e a cultura se entrelaçam e se completam quando o foco das discussões

principal é uma delas. Assim, converge ao pensamento de Candau (2012) quando

ele entrelaça e completa as discussões em que a memória é uma ligação básica

que alimenta a identidade. Pois, se constrói a memória por meio da identidade e

também da cultura, como também se faz o inverso entre a identidade e cultura

tendo a memória como a ligação básica.

Neste sentido, a Classe 2 – Negro, cultura, identidade e memória, evidencia

a produção de IER no PPGP focando a memória, identidade e cultura que se figura

além da educação realidades muito importantes para população negra brasileira,

pois a memória se refere à afirmação dessa parcela da população negra. Aquino

(2012) acredita que a produção de conhecimento deve ter como objetivo primeiro

alcançar todos os grupos que compõem a atual sociedade. No âmbito da PPGP há

pesquisas que fazem uma reconfiguração por meio da memória que focam o

sujeito negro na perspectiva de desconstruir e amenizar o preconceito, a

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

106

discriminação e o racismo, em que segundo Aquino (2012) se faz necessários, pois

estes ainda são problemáticas da atualidade.

Sendo assim, o PPGP produz um conhecimento que alcança a população

negra. E se há uma produção de IER no âmbito da PPGP no Brasil, ainda que

considerada tímida. Implica dizer que há também que o PPGP contribui para

manutenção da memória do sujeito negro. E consequentemente há também a

disseminação dessa IER por meio da comunicação científica por meio da

democratização e disseminação da informação (BORKO, 1968; BUENO, 2010).

Aquino (2012) argumenta que a produção, democratização e disseminação do

conhecimento que visibiliza os sujeitos apenas se tornam admissível quando estes

três processos são articuladas ao contexto multicultural na perspectiva da

promoção da igualdade. A produção, democratização e disseminação do

conhecimento pelo PPGP tendo o fundamento, em que se destaca a

democratização pode potencializar processos como a recuperação, acesso, uso,

forças da informação e os efeitos da informação se entrelaçam para pôr em prática

uma das premissas básica do contexto SI, de informar, instruir, libertar no contexto

social e econômico ideologicamente justo, independentemente da condição

econômica, social e étnico-racial (BORKO, 1968; AQUINO, 2012; TAKAHASHI, 2000).

A construção de uma unidade nacional e uma sociedade mais justa, como também

a preservação de nossa identidade cultural, desenvolvimento sustentável e o

equilíbrio regional (TAKAHASHI, 2000). Tendo os psicólogos como agentes sociais

que estão preocupados como o acesso, uso e reflexos da informação no referidos

paradigma social conhecido também como sociedade do conhecimento.

Assim, a Classe 2 – Negro, cultura, identidade e memória não se destacam

apenas como IER, mas como memória que figura o lugar onde a história se

desenvolve tanto de uma Psicologia pós-moderna que se reconfigura a cada dia

para atender a demanda social que se apresenta multicultural. Como

reconfiguração a população negra por meio do protagonismo. Conteúdos

temáticos produzidos que instiga o acesso e uso desse bem simbólico como

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

107

conteúdos informacionais básico que é relacionado à cidadania, aos direitos, aos

aspectos históricos, memorialísticos e indenitários. E no entorno dessa produção a

disseminação voltado para a democratização da IER é basilar para manutenção da

ideologia do projeto de sociedade mais justa e democrática pautada no Livro

Verde. Apenas disseminá-la não é suficiente para atingir os objetivos da

responsabilidade ético-social das instâncias governamentais, das comunidades, das

universidades e dos demais setores da sociedade.

E as temáticas que estão em torno da Classe 2 – Negro, cultura, identidade e

memória, são representadas pelas temáticas-âncora que constituem esse eixo:

racismo, preconceito/racial, religião, capoeira, violência, políticas, cultura e

enfretamento, que aparecem de forma significativa.

Em segundo plano vem ‘mulheres negras’ χ2= 12 e ‘juventude’ χ2= 3 que

estão incluídos como radicais na Classe 2, mas que na Figura 2 (Dendograma) elas

não estão evidenciadas devido a sua baixa frequência.

Com auxílio de uma leitura fenomenológica do título, texto e palavras-chave

de cada resumo, percebe que as temáticas-eixo e temáticas-ancora por sua vez são

amarradas por outras temáticas-chave, que se figuram os discursos básicos na

construção do conhecimento sobre o negro na Pós-graduação em Psicologia no

Brasil, como evidência o Quadro 24:

Quadro 24: Temáticas-chave

Temáticas-ancoragem e temáticas-chave Dissertação

Frequência

Tese

Frequência Total

África 1 - 01

Capoeira- Memória, da Memória Social;

capoeira Angola 1 2 03

Cotas - cotas raciais; educação superior,

UNIVERSIDADES PÚBLICAS; o sistema de

cotas para negros e alunos de escola

pública; Cotas Raciais.

4 - 04

Estética - Fotografia; Políticas do corpo: O

corpo; A INFLUÊNCIA DA COR DA PELE NO

TEMPO DE ATENDIMENTO DE PACIENTES

NEGROS NO CONTEXTO DO SISTEMA

3 3 06

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

108

ÚNICO DE SAÚDE SUS; Os estereótipos;

estereótipos étnicos, raciais e regionais no

Brasil e na Espanha

Estigma - deficiência 1 - 01

Educação - Linguístico; cotas raciais,

educação superior; Sistema

socioeducativo,discriminação racial, escola

pública, jovens negros; de estudantes

universitários

7 - 07

Humilhação social - jovens negras 1 - 01

Juventude - jovens negras; Jovens e pobres;

Representação Social; PRECONCEITO

RACIAL

4 - 04

Literatura Negra - LITERATURA PERIFÉRICA,

IDENTIDADE NEGRA, ESCRITOS NEGROS: - 1 01

Luta - A tradição, afro americalatinidade - 1 01

Memória (estudos teóricos) - Histórias de

reencontro; esquecimento do passado;

Memória Social; identidade; Conhecimento

Histórico e Memória para a Tomada de

Posição

4 1 05

Memória dura/forte negativa - Chacina do

Pan; Preguiçosos(as), morreu/morte;

estigma

3 1 04

Movimento Negro - AS CORES DO

MOVIMENTO NEGRO; 1 - 01

Mulher Negra - Ancestralidade;

pertencimento; enraizamento; jovens

negras; subjetividades femininas; feminista;

5 - 05

Música - Hip Hop, Funk 1 - 01

Identidade - memória, feminista,

LITERATURA PERIFÉRICA, ESCRITOS

NEGROS: IDENTIDADE E

RECONHECIMENTO NO ESPAÇO PÚBLICO

3 1 04

Intelectuais Negros (as) - escritos negros;

literatura periférica e identidade negra - 1 01

Políticas Publicas - ações afirmativas para

negros 1 - 01

População Negra - Comunidade Popular; 1 - 01

Psicologia crítica africana

Clínica e Política; LABORATÓRIOS DE UMA

TERAPIA ANARQUISTA: Experiências

estrangeiras como soma e capoeira angola

2 - 02

Pertencimento - Ancestralidade;

pertencimento; enraizamento; africanos 2 - 02

Preconceito sutil - Racismo; - 1 01

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

109

Preconceito - preconceito sutil;

PRECONCEITO RACIAL, MUDANÇA DE

ATITUDE, Atitude Racial Preconceituosa;

escola pública; jovens negros; ORGULHO E

PRECONCEITO: discriminação do negro no

mercado de trabalho; preconceito racial.;

preconceito contra negros e nordestinos

6 3 09

Quilombos - quilombo do Vale do Ribeira; - 1 01

Raça 1 -

Racismo - preconceito sutil; política pública;

modos de subjetivação; sofrimento.

1

2

03

Religião - os pretos-velhos; religião;

religiões afro-brasileiras.

3 03

Representação Social (estudos teóricos) -

universidades públicas, Juventude,

ESTUDANTES NEGROS, UNIVERSIDADE E

TRABALHO; A Representação Social da

África e africanos.

5

- 05

Subjetividade - Pertencimento; modos de

subjetivação; subjetividades femininas; a

mente e o espírito do Negro;

Resiliência, raça; loucura, religião.

3 1 04

Saúde - HIV, sexualidade; Experiências

estrangeiras como soma e capoeira angola.

2 - 02

Violência - Favelas; vidas descartáveis;

VIOLÊNCIA SEXUAL E DISCRIMINAÇÃO

RACIAL.

3 1 04

Vulnerabilidade social e econômica -

Favelas; Jovens e pobres; Comunidade

Popular.

3 - 03

Sexualidade - VIOLÊNCIA SEXUAL; Saúde;

Soropositividade/HIV.

2 - 03

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Neste sentido, com base nos dados extraídos da Figura 02 (Dendograma),

que fornece as temáticas-eixo e as temáticas-ancora bem como da leitura

fenomenológica dos títulos, palavras-chave e resumos dos 52 textos coletados

para compor o corpus da pesquisa como demostra o Quadro 24. Infere-se que a

produção científica de dissertações e teses nos Programas de Pós-Graduação em

Psicologia do Brasil produz IER cujas essências tratam basicamente dos sujeitos

negros no contexto educacional, no contexto das políticas de cotas raciais e ainda

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

110

de elementos da cultura, identidade e memória do negro. Em que estas essências

(círculos azul) que tem em suas bases as temáticas-ancoras, esta por sua vez são

atravessadas por temáticas-chave como demostra a Figura 3:

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

111

Figura 03: As temáticas-eixo são as essências da produção científica de

dissertações e teses nos Programas de Pós-Graduação em Psicologia do Brasil no

que versa a IER

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Neste sentido, qualquer que seja a temática discutida no campo da ciência

psicológica é possível ser encontradas em sua base de As temáticas-chaves pode

ser caracterizado como o fenômeno em si, outras vezes podem se apresentarem

como temáticas-ancora. Sua colocação nos discursos sobre o negro na psicologia

diz acerca do foco que o outro se propõe discutir.

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

112

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde a sua implantação no contexto brasileiro, o conhecimento cientifico

priorizava uma produção de temáticas universais (AQUINO, 2008; CUNHA JÚNIOR,

2008). Porém, a produção científica na atual conjuntura tem abordado temáticas e

questões sociais relacionadas aos grupos específicos, em especial, étnico-raciais.

Essa reconfiguração tem evoluído a partir de muitas questões que inclui também a

revisão de paradigmas acadêmicos; a entrada de sujeitos sensíveis às causas pouco

trabalhadas nas confrarias acadêmicas; as políticas públicas; leis que coagem o

preconceito e discriminação e, sobretudo a mudança de atitude da sociedade em

relação em relação aos fenômenos que constituem a vida cotidiana.

A CI como ciência transdisciplinar tem como papel social também

compreender essa nova reconfiguração social através de seus discursos, métodos,

técnicas, teorias e epistemologias que abrangem as propriedades gerais da

informação. O que inclui nesta fenomenologia a natureza, gênese e os efeitos da

informação (LE COADIC, 1996).

Neste sentido, os fenômenos organização, armazenamento, recuperação,

acesso, uso, disseminação, democratização, interpretação, transmissão,

transformações, propriedades e forças da informação, e os efeitos da informação

se entrelaçam constituindo assim a Memória em suas perspectivas diversas

(BORKO, 1968).

A memória na Sociedade da Informação e do Conhecimento por sua vez se

apresenta com importante na manutenção da sociedade, pois ela é o lugar que

alimenta a história para que ele se desenvolva, e por sua vez venha salvar o

passado para servir o presente e o futuro. Assim, a CI trabalha também a Memória

de forma que a produção cientifica venha fornecer a coletividade subsídios para

promover a liberdade e não para a servidão dos sujeitos (LE GOFF, 1996).

A relação entre a CI e Psicologia transcende as questões que fundamentam

o campo epistemológico e memorialístico da CI. A transdisciplinaridade marca esse

Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

113

encontro, tendo a informação (e seus processos) como objeto que marca esse

ponto de intersecção e a memória, associada em especial aos processos acesso,

uso, disseminação, democratização e os efeitos da informação que se entrelaçam e

constituindo assim a Memória em sua perspectivas diversas no campo da CI,

fortalecendo assim essa relação. Dá-se por que a CI tem o conhecimento, métodos,

procedimentos e conceitos que a configura como ciência que dá conta destas

questões seja elas situados em qualquer âmbito cientifico. Neste sentido, a CI tem

o papel fundamental e se propôs buscar esse nova perspectiva da Psicologia

quanto a sua memória, mediante sua produção acadêmica. Sendo possível rever os

laços fundamentais entre memória e identidade. Pois, como afirma Candau (2012)

a memória é um dos fenômenos que alimenta a identidade.

Na atual conjuntura, os PPGP e seus (suas) teóricos /pesquisadores têm

produzido temas diversos o que inclui nesse corpus científico as temáticas entico-

raciais, com o foco na população negra. Essa produção tem contribuído para

ressignificação da identidade da ciência psicológica, uma vez que as perspectivas

têm colocado o sujeitos negro como protagonistas.

No que se refere às temáticas étnico-raciais que somam um conjunto de IER

que por sua vez diz acerca da memória do sujeito negro na ciência psicológica. A

perspectiva Alceste forneceu duas temáticas-eixo: o negro no contexto

educacional, que por sua vez está amarrada às temáticas-âncoras que foca a

estética e a as políticas de cotas raciais. A segunda temática-eixo na perspectiva se

esboço no contexto da cultura, que por sua vez está vinculada as temáticas

identidade e memória.

Com auxílio de um olhar fenomenológico que se deu por meio da leitura do

título, texto e palavras-chave de cada resumo das dissertações e teses, foram

identificadas as temáticas: cultura, Identidade, hip hop, funk, capoeira, literatura

negra, literatura periférica, identidade negra, escritos negros, Preconceito,

preconceito/racial, racismo, preconceito sútil, mudança de atitude, escola pública,

luta, jovens negros, orgulho, violência, Movimento Negro, discriminação do negro

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

114

no mercado de trabalho, preconceito contra negros nordestinos, violência sexual,

favelas, vidas descartáveis, discriminação racial, estereótipos, mudança de atitude,

escola pública, orgulho, fotografia, políticas do corpo, influência da cor da pele,

religião ,os pretos-velhos, religiões afro-brasileiras, memória social, capoeira,

capoeira Angola, Políticas, cotas raciais, educação superior, universidades públicas,

Estética, o sistema de cotas para negros e alunos de escola pública, saúde, HIV,

sexualidade, educação superior, Universidades Públicas, estudantes universitários,

Mulheres negras, ancestralidade, pertencimento, enraizamento, jovens negras,

subjetividades femininas, feminista, juventude, jovens e pobres, estigma, Memória

(estudos teóricos). Quilombos, raça, África, população negra, resiliência e

representação social.

Destacamos que o objetivo geral desta pesquisa foi investigar a produção

da IER sobre pessoas negras no contexto da Pós-Graduação brasileira em

Psicologia (PPGP) no recorte 2010 a 2015. Assim, o objetivo foi atingido e

apresentado no capítulo que trata da IER em dissertações e teses em Psicologia. O

primeiro objetivo específico que versava em identificar os programas de pós-

graduação em Psicologia no Brasil foi atendido. Além do objetivo: b) Identificar os

recursos tecnológicos utilizados para armazenar e disseminar as dissertações e

teses dos programas brasileiros de Pós-Graduação em Psicologia. Como também

do objetivo: c) Mapear as temáticas étnico-raciais sobre pessoas negras nas

dissertações e teses dos programas brasileiros de Pós-Graduação em Psicologia no

período entre 2010-2015;

Embora os trabalhos contemplem todas as temáticas supracitadas, o negro é

representado nos discursos da pós-graduação na psicologia no Brasil pela

temática-eixo: ‘O negro no contexto educacional, estética e a políticas de cotas

raciais’ estão localizados no que se refere à democratização, recuperação, acesso,

uso, interpretação, propriedades e forças da informação. (BORKO, 1968). Uma vez

que os conteúdos educacionais e as políticas públicas são figurados como IER que

direcionam e situa o negro no contexto da SI como cidadão. Quanto à temática-

Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

115

eixo: ‘O Negro, cultura, identidade e memória’ por sua vez está situando na

Memória, que se figura uma variável de reconfiguração do sujeito negro na

Sociedade da Informação e do Conhecimento. Temáticas que por vez são as

essências encontradas na produção da IER com o foco no negro, na pós-graduação

em Psicologia.

Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

116

REFERÊNCIAS

ABREU, I. C. et al. Significado do controle da produção científica na universidade: o

caso da UFSM. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

(ENEGEP), 21., 2001, Salvador. Anais eletrônicos... Salvador: ABREPRO, 2001.

Disponível em:

<http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2001_TR91_0844.pdf>. Acesso em:

13 abr. 2015.

AQUINO, M. A. Memória da ciência: a (in) visibilidade dos/as negros/as

representadas na produção do conhecimento da Universidade Federal da Paraíba.

2008. (Projeto de Pesquisa)– Centro de Ciências Sociais aplicadas, Universidade

Federal da Paraíba, João Pessoa, 2008.

______. Políticas de informação para inclusão de negros afrodescendentes a partir

de uma nova compreensão da diversidade cultural. Inclusão Social, v. 3, n. 2, p. 25-

35, jan./jun., 2010. Disponível em:

<http://revista.ibict.br/inclusao/index.php/inclusao/article/view/108>. Acesso em:

22 abr. 2015.

______. Processos de apropriação, organização, disseminação e democratização da

informação no movimento negro da Paraíba. 2010. (Projeto de Pesquisa) – Centro

de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2010.

AQUINO, M. A; DUARTE,F.F. A democratização da informação etnicorracial no

Movimento Negro da Paraíba (MNPB) In: Informação, Conhecimento e Memória:

processos de apropriação, organização, disseminação e democratização da

Informação no Movimento Negro da Paraíba (MNPB)”. Relatório de Pesquisa

PIBIC/CNPq, 2012.

AQUINO, M. A; LEITE, M.V. A disseminação da informação étnico-racial no

Movimento Negro da Paraíba (MNPB). In: Informação, Conhecimento e Memória:

processos de apropriação, organização, disseminação e democratização da

Informação no Movimento Negro da Paraíba (MNPB)”. Relatório de Pesquisa

PIBIC/CNPq, 2012.

AQUINO, M. A. Informação, Conhecimento e Memória: processos de apropriação,

organização, disseminação e democratização da Informação no Movimento Negro

da Paraíba (MNPB)”. Projeto de Pesquisa) – Centro de Ciências Sociais Aplicadas,

Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012.

Page 121: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

117

ATKINSON, L. R. et al. Introdução à psicologia de Hilgard. Porto Alegre: Artes

Médicas, 2002.

BACHELARD, G. A formação do espírito científico: contribuição para uma

psicanálise do conhecimento -1884-1962. Tradução E. S. Abreu. Rio de Janeiro:

Contraponto, 1996.

BACHA, M. L. ; FIGUEIREDO NETO, C.; SCHAUN, A. Celular: o gadget da

inclusãosocial para a baixa renda

In: Rev. Estud. Comun., Curitiba, v. 14, n. 35, p. 377-397 set./dez. 2013. Disponível

em: < file:///C:/Users/S%C3%A9rgio%20Kaf%C3%A9/Downloads/comunicacao-

12389.pdf>. Acesso em: 21 set. 2016.

BOCK, A. A psicologia como profissão: entrevista com Ana Bock. Psicologia: ciência

e profissão, v. 30, n. esp., p. 8-41, 2010. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/pcp/v30nspe/v30speca13.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2015.

BORKO, H. Information science: what is it? American Documentation, v. 19, n. 1,

p.3-5, jan. 1968. Disponível em:

<http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/164799/mod_resource/content/1/BO

RKO_Information%20science%20what%20is%20it%20.pdf >. Acesso em: 14 jun.

2014.

BRASIL. Capes/CNPq: relação de cursos recomendados e reconhecidos. 2015.

Disponível em:

<http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/ProjetoRelacaoCursosServlet?ac

ao=pesquisarIes&codigoArea=70700001&descricaoArea=&descricaoAreaConhecim

ento=PSICOLOGIA&descricaoAreaAvaliacao=PSICOLOGIA#>. Acesso em: 11 mai.

2015.

______. Resultados da avaliação da capes revelam que pós-graduação teve

crescimento de 23% no triênio. 2013. Disponível em:< http://www.capes.gov.br/36-

noticias/6689-resultados-da-avaliacao-da-capes-revelam-que-pos-graduacao-

teve-crescimento-de-23-no-trienio>. Acesso em: 1 abr. 2015.

BUCKLAND, M.K. Information as thing. Journal of the American Society for

Information Science(JASIS), v.45, n.5, p.351-360, 1991.

Disponível em: <http://www.uff.br/ppgci/editais/bucklandcomocoisa.pdf>. Acesso

em 22 abr. 2015.

BUENO, W. C. Comunicação científica e divulgação científica: aproximações e

rupturas conceituais. Informação & Informação, Londrina, v. 15, n. esp, p. 1-12, 2010.

Page 122: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

118

Disponível em:

<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/viewArticle/6585 >.

Acesso em: 13 abr. 2014.

BURCH, S. Sociedade da informação / Sociedade do conhecimento 2005.

Disponível em: <http://vecam.org/archives/article519.html>. Acesso em: 21 mar.

2016.

CANDAU, J. Memória e identidade. Tradução Maria Letícia Ferreira. São Paulo:

Contexto, 2012.

CAPURRO, R.; HJØRLAND, B. O conceito de informação. Perspectiva em Ciência da

Informação, Belo Horizonte, v. 12, n. 1, p. 148-207, jan./abr. 2007. Disponível em:

<http://bogliolo.eci.ufmg.br/downloads/CAPURRO.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2016.

______. The concept of Information. ARIST, v.37, p.343-411, 2003.

CASTAÑON, G. A. Pós-modernismo e política científica na psicologia

contemporânea: uma revisão crítica. Temas Psicologia, v. 12, n. 2, 2004. Disponível

em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

389X2004000200007>. Acesso em: 21 mar. 2016.

CASTELLS, M. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 1. Lisboa:

Fundação Calouste Gulbenkian, 2002).

COIMBRA, C. M. B. Guardiães da ordem: uma viagem pelas práticas psi no Brasil do

“Miligagre”. Rio de Janeiro: Oficina do autor, 1995.

COUTINHO, C.; LISBÔA, E. Sociedade da informação, do conhecimento e da

aprendizagem: desafios para educação no século XXI. Revista de Educação, v. 18, n.

1, 2011. Disponível em:

<http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/14854/1/Revista_Educa%C3

%A7%C3%A3o,VolXVIII,n%C2%BA1_5-22.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2015.

CUNHA JÚNIOR, H. A. Metodologia afrodescendente de pesquisa. Ethnos Brasil,

ano 6, p. 69-80, 2008.

DIEHL, A. A Cultura Historiográfica – Memória, identidade e representação, Bauru,

Editora Universidade do Sagrado Coração, 2002.

DEMO, P. Ambivalências da sociedade da informação. Ciencia & Informação,

Brasília, v. 29, n. 2, p. 37-42, maio/ago. 2000. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n2/a05v29n2>. Acesso em: 08 fev. 2014.

Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

119

DIAS, C. A. Terminologia: conceitos e aplicações. Ciência da Informação, Brasília, v.

29, n. 1, jan./abr. 2000. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-

19652000000100009&script=sci_arttext>. Acesso em: 20 abr. 2015.

DUARTE, F. F.; AQUINO, M. A. A democratização da informação no movimento

negro da paraíba. Relatório de Pesquisa (Iniciação Científica)- Centro de Ciências

Sociais Aplicadas, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2011.

ESCOBAR, J. L. A Internet e a Democratização da Informação – proposta para um

estudo de caso 2005. Disponível em: <

http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R1363-1.pdf>. Acesso

em: 24 abr. 2015.

FERREIRA, A. B. H. Mini Aurélio Século XXI Escolar: o minidicionário de língua

portuguesa. 4ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

FORGHIERI, Y. C. Psicologia fenomenológica: fundamento, métodos e pesquisas.

São Paulo: Pioneira Thompsom Learning, 2004.

GERGEN, K. (1989). Social psychology and the wrong revolution. European Journal

of Social Psychology, 19 (5), 463-484, 1989.

GLASSMAN, W. E.; HADAD, M. Psicologia: abordagens atuais. 4. Ed. Porto Alegre:

Artmed, 2006.

GÓIS JUNIOR, E. Higienismo e positivismo no Brasil: unidos e separados nas

campanhas sanitárias (1900 - 1930). Dialogia, v. 2, p. 21-32, out. 2003. Disponível

em:

<https://www.researchgate.net/profile/Edivaldo_Junior7/publication/272815151_Hi

gienismo_e_Positivismo_no_Brasil_unidos_e_separados_nas_campnhas_sanitarias_19

00-1930/links/54ef34a80cf25f74d721bee8/Higienismo-e-Positivismo-no-Brasil-

unidos-e-separados-nas-campnhas-sanitarias-1900-1930.pdf>. Acesso em: 24 abr.

2015.

GUNTERT, A. E. V. A. Técnicas projetivas: o geral e o singular da avaliação

psicológica, 2000. p.77-84. In: SISTO, F.; SABARDELINI, E. T. B.; PRIMI, R. Contextos

e questões da avaliação psicológica. São Paulo: Casa do Psicológico, 2000.

GÜNTHER, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão?

Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 22, n. 2, p. 201-210, maio/ago. 2006, Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2>. Acesso em: 02 mai. 2016.

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

120

IZQUIERDO, I. Questões Sobre memória. São Leopoldo, Unisinos, 2004.

KRIEGER, M. G.; FINATTO, M. J. B. Introdução a terminologia. São Paulo: Contexto,

2004.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. 9 ed. São Paulo: Perspectiva,

2016.

LARA, M. L. G.; CONTI, V. L. Disseminação da informação e usuários. São Paulo Em

Perspectiva, v. 17, n. 3-4, p. 26-34, 2003. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/spp/v17n3-4/a04v1734.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2015.

LE COADIC, Y. F. A ciência da informação. Brasília: Briquet de Lemos, 1996.

LE GOFF, J. Memória. In: ______. História e memória. Campinas: Ed. Unicamp, 2003.

p. 419-476.

LE GOFF, J. História e Memória. Campinas, SP: Ed. UNICAMP, 1996.

LEITÃO, C. F.; NICOLACI-DA-COSTA, A. M. A Psicologia no novo contexto mundial.

Estudos de Psicologia, v. 8, n. 3, p. 421-430, 2003. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/epsic/v8n3/19964.pdf>. Acesso em: 05 mai. 2015.

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na área da

informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.

LOUREIRO, S. A. G. Identidade étnica em re-construção: a ressignificação da

identidade étnica de adolescentes negros em dinâmica de grupo, na perspectiva

existencial humana. Belo Horizonte: O Lutador, 2004.

MARCIANO, J. L. Pereira abordagens epistemológicas à ciência da informação:

fenomenologia e hermenêutica. TransInformação, Campinas, v. 18, n. 3, p. 181-190,

set./dez., 2006. Disponível em:

<http://periodicos.puccampinas.edu.br/seer/index.php/transinfo/article/view/666/

646>. Acesso em: 20 jan. 2016.

MARIANO, A. P. R. “Voltar às coisas mesmas”, como propõe Husserl, e o ato de

ressignificar uma experiência são a mesma coisa? 2011. Disponível em:

<http://www.espacocuidar.com.br/psicologia/blog/%E2%80%9Cvoltar-as-coisas-

mesmas%E2%80%9D-como-propoe-husserl-e-o-ato-de-ressignificar-uma-

experiencia-sao-a-mesma-coisa>. Acesso em: 22 jan. 2016.

Page 125: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

121

MARTELETO, R. M. Conhecimento e sociedade: pressupostos da antropologia da

informação. In: AQUINO, M. A. (Org.). O Campo da ciência da informação. João

Pessoa: Editora Universitária da UFPB. 2011. p. 105-114.

MASIERO, A. L. A Psicologia racial no Brasil (1918-1929). Estudos de Psicologia,

Natal, v. 10, n. 2, p. 199-206, maio/ago. 2005. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/epsic/v10n2/a06v10n2.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2016.

MASSIMI, M. O processo de institucionalização do saber psicológico no Brasil do

século XIX In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. História da

psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau, 2007.

MATHEUS, R. F. R. Capurro e a filosofia da informação: abordagens, conceitos e

metodologias de pesquisa para a Ciência da Informação. Perspectiva em Ciência da

Informação, Belo Horizonte, v. 10 n. 2, p. 140-165, jul./dez. 2005.

MINAYO, M. C. S. A fase de análise de dados. In: ______. O desafio do

conhecimento. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 197-247.

MINITAB. O que é um dendograma? 2016. Disponível em: <

http://support.minitab.com/pt-br/minitab/17/topic-library/modeling-

statistics/multivariate/item-and-cluster-analyses/what-is-a-dendrogram/>. Acesso

em: 05 abr. 2016.

MONTEIRO, S.; CARELLI, A.; PICKLER M. E. Representação e memória no

ciberespaço. Ciência da Informação, Brasília, v. 35, n. 3, set./dez. 2006. Disponível

em: <http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1118/1254>. Acesso em: 22 abr. 2015.

NASCIMENTO, A. R. A.; MENANDRO, P. R. M. Análise lexical e análise de conteúdo:

uma proposta de utilização conjugada. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de

Janeiro, v. 6, n. 2, dez. 2006. Disponível em:

<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/epp/v6n2/v6n2a07.pdf>. Acesso em: 05 mai. 2016.

NEGROPONTE, N. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras,1995.

ODDONE, N. E. Atividade editorial e ciência da informação: convergência

epistemológica. 1998. 226 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação e

Documentação)– Departamento de Ciência da Informação, Universidade de

Brasília, Brasília, 1998.

OLIVEIRA, H. P. C. Afrodescendência, memória e tecnologia: uma aplicação do

conceito de informação etnicorracial ao projeto “A Cor da Cultura”. João Pessoa,

Page 126: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

122

2010. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)– Centro de Ciências Sociais

Aplicadas, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2010.

______. Arquitetura da informação pervasiva: contribuições conceituais. 2014. 220 f.

Tese (Doutorado em Ciência da Informação)– Faculdade de Filosofia e Ciências,

Universidade Estadual Paulista “Júlio De Mesquita Filho”, Marília, 2014.

OLIVEIRA, E. B.; RODRIGUES, G. M. O conceito de memória na ciência da

informação: análise das teses e dissertações dos programas de pós-graduação no

Brasil. Liinc, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 311-328, mar. 2011. Disponível em:

<http://revista.ibict.br/liinc/index.php/liinc/article/viewFile/416/298>. Acesso em:

22 jul. 2014.

SHERA, J. Sobre Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação. In:

GOMES, H. E.(org.). Ciência da Informação ou Informática? Rio de Janeiro: Calunga,

1980. p. 91-105.

POMBO-DE-BARROS, C. F. Análise textual com o programa ALCESTE: uma

aplicação em pesquisa de representações sociais no campo da política. In:

MATTOS, R. A.; BAPTISTA, T. W. F. Caminhos para análise das políticas de saúde.

Porto Alegre: Rede Unida, 2011. Cap. 12, p. 275-278. Disponível em:

<http://www.ims.uerj.br/ccaps/wp-content/uploads/2011/10/Capitulo-12.pdf>.

Acesso em: 21 abr. 2016

RAYAWRD, W. B. The origins of information science and the international institute

of bibliography. Journal Of The American Society For Information Science. v. 48, n.

4, p. 289-300, 1997. Disponível em:

<http://people.lis.illinois.edu/~wrayward/OriginsofInfoScience.pdf>. Acesso em: 10

jul. 2014.

SANTANA, S. R. História do curso de graduação em psicologia da UFPB. 2012.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia)– Centro de Ciências

Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012. 85 p.

SANTANA, S. R. OLIVEIRA, H. P. C.; LIMA, I. F. INFORMAÇÃO ÉTNICO-RACIAL NA

MEMÓRIA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA

DO GRUPO NEPIERE. In: XVII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da

informação (XVII ENANCIB), 2016, Bahia. Anais eltrônicos... Bahia: UFBA, 2016.

Disponível em: < file:///C:/Users/S%C3%A9rgio%20Kaf%C3%A9/Downloads/4136-

12027-1-PB.pdf>. Acesso em: 29 mai. 2017.

SANTOS, B. S. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo

multicultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

Page 127: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

123

SARACEVIC, T. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectivas

em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 41-62, jan./jun. 1996.

Disponível em:

<http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/235/22>.

Acesso em: 10 jul. 2014.

SCARPARO, H. B. K.; GUARESCHI, N. M. de F. Psicologia social comunitária e

formação profissional. Psicologia & Sociedade, v. 19, n. 2 (especial), p. 100-108,

2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19nspe2/a2519ns2.pdf>.

Acesso em: 13 abr. 2015.

SCHWEITZER, F. RODRIGUES, R. S. Produção científica em áreas multidisciplinares:

educação a distância no Brasil. Revista da Faculdade de Biblioteconomia e

Comunicação da UFRGS, Porto Alegre, v. 19, n.1, p. 156-172, jan./jun. 2013.

Disponível em:

<http://www.seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/viewFile/30924/31548>. Acesso em:

13 abr. 2015.

SETZER, V. W. Dado, informação, conhecimento e competência. DataGramaZero:

Revista de Ciência da Informação, dez. 1999. Disponível em:

<http://www.dgz.org.br/dez99/Art_01.htm>. Acesso em: 13 abr. 2015.

SILVA, D. A.; ARAÚJO, I. A. Auxiliar de biblioteca. 5. Ed. Brasília: Thesuros, 2003.

SOARES, A. R. A psicologia no Brasil. Psicologia: ciência e profissão, v. 30, n. esp., p.

8-41, 2010. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/pcp/v30nspe/v30speca02.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2015.

SOUZA, A. R. SANTIN, D. M. SCHARDONG, S. Z. Mapeamento temático da

produção científica do programa de pós-graduação em neurociências da UFRGS:

1998-2010. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS (SNBU),

17., 2012, Gramado. Anais eltrônicos... Gramado: UFRGS, 2012. Disponível em:

<http://www.snbu2012.com.br/anais/pdf/4QBG.pdf>. Acesso em: 07 mai. 2015.

SHERA, J. Sobre biblioteconomia, documentação e ciência da informação. In:

GOMES, H. E.(org.). Ciência da informação ou informática? Rio de Janeiro: Calunga,

1980. p. 91-105.

STRUCHINER, C. D. Fenomenologia: de volta ao mundo-da-vida. Revista da

Abordagem Gestáltica, Goiânia, v. 13 n. 2, dez. 2007. Disponível em:

<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-

68672007000200009>. Acesso em: 15 abr. 2015.

Page 128: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS … · see (suddenly I see); Why the hell it means so much to me […].(Suddenly I See cantada por KT Tunstall, 2005). Ao David

124

TAKAHASHI, T. (Org.). Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília:

Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000.

TOURAINE, A. O retorno do actor: ensaio de sociologia. Tradução Armando Pereira

da Silva. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.

TOURINHO, E. Z.; BASTOS, A. V. B. Desafios da pós-graduação em psicologia no

Brasil. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 23, p. 35-46, 2010. Suplemento 1. Disponível

em: <http://www.scielo.br/pdf/prc/v23s1/v23s1a05.pdf>. Acesso em: 05 mai. 2015.

WANDERBROOCK JUNIOR, D.; BOARINI, M. L. Educação higienista, contenção

social: a estratégia da liga brasileira de hygiene mental na criação de uma

educação sob medida (1914-45). In: JORNADA DO HISTEDBR: “O trabalho didático

na história da educação”, 7., 2007, Campo Grande. Anais eletrônicos... Campo

Grande: Uniderp, 2007. Disponível em:

<http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT1%20PD

F/EDUCA%C7%C3O%20HIGIENISTA%20GT1.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2015.

WERSIG, G., NEVELING, U. The phenomena of interest to information science. The

Information Scientist, v. 9, n. 4, p. 127-140, dec. 1975.

ZANETTE, R. I. C. SANTIAGO, M. S. Léxico comum e léxico especializado:

perspectivas de estudos teóricos e práticos. In: ENCONTRO DO CÍRCULO DE

ESTUDOS LINGUÍSTICOS DO SUL (CELSUL), 11., 2014, Chapecó. Caderno de

resumos... Chapecó: Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), 2014. p. 163-163.

Disponível em: <http://www.celsul.org.br/wp-content/uploads/2014/04/20.pdf>.

Acesso em: 21 set. 2014.