hell divine - nº 22 - fev 15 - download

25

Upload: sergio-andrade

Post on 16-Aug-2015

246 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

hell divine

TRANSCRIPT

Editor Chefe: Pedro HumangousDesigner: Fernando MonteiroReviso: Marcela Zaccari e Flvia PaisWeb Designer: William VilelaColaboradores: Augusto Hunter, Joo Messias Jr., Thiago Rahal, Jnior Frasc, Leandro Fernandes e Marcos GarciaColaboraram nesta edio: Rybanna Monturil e Mario LinharesNota do Editor Chefe.Conhea quem faz a Hell Divine.Evergrey, Korzus, Traumer, Zaltana, Uganga e Gyula HavangskA nova safraEDITORIALEQUIPEENTREVISTASSECRET GARDENStoner rock/MetalAo Direta, MX e NecromanciaEVOLUIU PRA PIOREdguyPILARES DO ABCLancer OH, DAT ARTWORK!Com a era digital, o que mais se reclama da falta de tempo. E falta pra tudo realmente. Perdemos tanto tempo conectados, consumindo contedo muitas vezes ftil e irrelevante, fcando em segundo plano o qu realmente importa. No se preocupe, normal. Tenho diversas sries e flmes para assistir, livros e quadrinhos para ler. Isso sem falar nas dezenas de discos que ainda compro e mal consigo parar para ouvi-los. Chega a ser controverso, ter acesso a tudo ao mesmo tempo e no conseguir consumir na mesma velocidade. Somos bombardeados com milhares de informaes, desde o primeiro acesso pelo celular ao acordarmos, passando pelo trabalho durante o dia, terminando nas demais tarefas que fazemos antes de fnalmente dormir. O ano de 2014 passou. Qual foi o saldo musical pra voc? Conseguiu ouvir muita coisa? Descobriu bandas novas? Superou suas expectativas em termos de lanamentos? Confesso que ouvi pouca coisa, ou muito menos do que em anos anteriores. E sinceramente senti falta de ter mais horas no fm do meu dia. Grandes discos de grandes bandas foram simplesmente ignorados por mim, mas no por escolha e sim, pela falta dela. Muita gente confunde, mas a lista dos melhores do ano so os melhores que aquela pessoa ouviu, algo bastante pessoal, no quer dizer que os lbuns escolhidos foram necessariamente os melhores. legal pra ver o estilo de cada um, a percepo da pessoa dentro do Heavy Metal e tambm poder descobrir novos sons. Nessa edio voc pode conferir os escolhidos da equipe, alm de entrevistas diferenciadas, matrias interessantes e resenhas inspiradas. Dedicamos nossas horas extras escrevendo para essa edio. Neste ano, aparentemente, teremos outros grandes lanamentos como Slayer, Iron Maiden, Metallica, quem sabe o aguardado DVD do King Diamond, Monsters Of Rock, Rock In Rio, entre tantas coisas legais. Que venha ento 2015, com a expectativa eterna de que seja um ano melhor em todos os sentidos. Desejo a todos mais tempo para que, enfm, possamos curtir nosso to amado Metal! GO TO HELL!Por Pedro Humangous.EquipeEDITORIAL010102Por Mario Linhares2830313334Resenhas 35Melhores do ano 2014 441HELL DIVINE: Como est a repercusso de Hymns For The Broken na mdia especializada e com os fs em geral?Jonas Ekdahl: A repercusso, tanto na mdia como atravs dos fs, est incrvel, realmente surpreendente, pois no espervamos tanta aceitao. Ns fzemos um grande lbum, claro, mas em todos os lugares s recebemos elogios e isso nos deixou muito animados. Vrias resenhas foram bastante precisas e gratas com a produo e as msicas. Os fs de todo mundo e que escrevem nas redes sociais tm ajudado bastante, pois hoje em dia isso tudo tem se tornado um grande feedback para o Evergrey e fazem a banda melhorar.HELL DIVINE: Voc acredita que a banda recarregou as energias nesse lbum?Jonas Ekdahl: Sim, defnitivamente. Eu e o Henrik Danhage estvamos fora da banda por outros motivos, mas agora nos sentimos muito bem e felizes novamente. O clima entre ns est excelente. Acredito que para o nosso vocalista Tom S. Englund tenha sido assim tambm. Percebemos que muitas das coisas que fazamos no comeo do Evergrey estamos fazendo novamente, pois existe um clima de camaradagem e amizade novamente. HELL DIVINE: O que voc fez musicalmente enquanto esta-va fora da banda e quem teve a ideia de traz-lo de volta ao Evergrey?Jonas Ekdahl: Eu tinha uma banda chamada Death Destruction e estava focado nela at voltar ao Evergrey. A ideia inicial partiu do Tom, j que o baterista anterior, Hannes Van Dahl, recebeu uma oferta para fazer uns shows com a banda Sabaton na mesma poca em que o Evergrey tambm tinha eventos marcados para fazer, ou seja, a banda estava sem baterista. Tom ligou para minha casa, conversamos bastante e disse: por que no voltar? Desde ento, senti que a coisa estava fuindo bem e aproveitamos o momento para ofcializar. A partir de ento, resolvemos compor novas ideias. O que ajudou muito nessa volta foi exatamente essa vontade de fazer msica novamenteHELL DIVINE: Hymns For The Broken demorou bastante para sair. Por qu?Jonas Ekdahl: Ns no queramos apressar apenas para sair logo ou agradar um certo grupo de pessoas. Queramos que sasse da nossa maneira e corretamente, ENTREVISTARETORNO EM GRANDE ESTILOOs suecos do Evergrey passaram por momentos gloriosos nos seus quase vinte anos de carreira, mas tambm tiveram muitos problemas com sadas inesperadas de integrantes a ponto de quase encerrar as atividades da banda. O lder, o vocalista e guitarrista Tom S. Englund, teve que encontrar foras para fazer o grupo voltar a gravar e tocar, o que no foi fcil, j que os problemas com empresrios e gravadoras eram grandes. Ento, sozinho, ele resolveu trazer de volta os msicos Henrik Danhage (guitarra) e Jonas Ekdahl (bateria) e, ao lado de Rikard Zander (teclados) e Johan Niemann (baixo), trabalharam duro para que o nono lbum de estdio, Hymns For The Broken, se tornasse o novo clssico do Evergrey em muitos anos. Nessa entrevista exclusiva, o baterista Jonas Ekdahl deu respostas bem interessantes e falou sobre o atual momento do Evergrey e seu novo trabalho de estdio.Por Thiago Rahal Mauro com a qualidade de sempre do Evergrey. Para voc ter uma ideia, at sair nosso primeiro videoclipe, eu e Henrik Danhage ramos integrantes secretos da banda, ento foi bem complicado esconder tudo. Desejvamos focar na composio como banda e acredito que conseguimos perfeitamente isso em Hymns For The Broken. HELL DIVINE: Qual o conceito por trs desse novo lbum?Jonas Ekdahl: estranho responder isso, pois as letras so experincias vividas por Tom S. Englund. Em resumo, ele fala sobre o que viveu nesses anos, desde depresso, angstias, at as maiores alegrias possveis. No sou a pessoa certa para responder sobre o conceito, mas basicamente isso.HELL DIVINE: Na minha opinio, esse novo lbum soa bas-tante introspectivo. Voc acredita que isso infuencia em suas vidas ou nas msicas?Jonas Ekdahl: No exatamente, s vezes sim, s vezes no. Eu posso criar uma linha meldica bastante pesada e densa, mas, ao mesmo tempo, estar em um momento feliz e alegre em minha vida. Ns somos msicos alegres, brincamos o tempo todo, inclusive com os fs. Isso no signifca que a msica ser sempre feliz. Compomos de acordo com o que a msica pede, e se tiver que ser densa, pesada e at mesmo dark ns vamos fazer. HELL DIVINE: E quem a pessoa que grita no comeo do lbum? Ela est saindo de um pesadelo ou acordando para algo novo?Jonas Ekdahl: (risos). Foi uma experincia que fzemos, nada muito fora do normal. Queramos passar uma ideia de uma pessoa desesperada para encontrar algo e o grito seria a melhor maneira. De certo modo, foi uma chance de mostrar uma atitude mais Rock logo de cara. Acho que funcionou legal. HELL DIVINE: Duas faixas mostram bastante o novo traba-lho. A New Dawn e The Grand Collapse. Fale um pouco mais sobre elas, por favor.Jonas Ekdahl: Nesse lbum, focamos bastante em linhas mais dinmicas. Nessas duas faixas, em especial, voc consegue perceber isso claramente. Elas tm as caractersticas principais do Evergrey, ou seja, so pesadas, tem passagens mais lentas, partes com piano e linhas mais picas. Mesmo que esse lbum tenha um 2 3qu mais denso, as composies possuem pensamentos positivos no fnal, ento essa coisa de focar em linhas mais dinmicas deu certo de certa maneira. HELL DIVINE: Vocs gravaram o videoclipe para a m-sica King of Errors. Como foi a gravao e porque a escolheram?Jonas Ekdahl: Para mim foi bem fcil e divertido ao mesmo tempo. Tom e o diretor fcaram na foresta por dez dias para realizar algumas flmagens, ento para eles no foi to fcil assim (risos). Mas pra mim, que gravei apenas algumas cenas com a bateria, foi mais tranquilo e bem divertido. HELL DIVINE: Eu li em alguns sites estrangeiros que vocs tiveram algum tipo de ajuda do governo sueco para fazer o videoclipe. verdade?Jonas Ekdahl: No diretamente, apenas a companhia que fez o videoclipe precisava de autorizao para gravar em uma das locaes e o governo ajudou com isso, mas somente esse fato, nada com dinheiro, etc.HELL DIVINE: Vocs tiveram uma ao de marketing bem legal que foi gravar a introduo do lbum em vrias lnguas e disponibilizar em diversos vdeos, inclusive o portugus. Como foi isso?Jonas Ekdahl: Realmente, tivemos vrios vdeos com diversas lnguas. uma coisa legal de se fazer, pois voc torna especial e faz o f se conectar com o Evergrey por causa da lngua.HELL DIVINE: Eu sei que na Europa muitos msicos tm outros trabalhos e no vivem somente de msica. No seu caso, voc tem outro trabalho fora a msica?Jonas Ekdahl: Sim, realmente, eu tenho trabalho fora da msica. Como sempre falamos, precisamos pagar as contas. Mas eu sempre deixo algumas horas do dia dedicado somente para compor e ensaiar. Eu meio que gosto dessa coisa de ter um trabalho fora e ao mesmo tempo ser msico. gratifcante e no me incomoda nem um pouco. HELL DIVINE: Em resumo, como est a cena Metal na Sucia agora?Jonas Ekdahl: A cena Metal daqui muito boa. Temos bastantes estdios para tocar e praticar com as bandas. O governo d um suporte bem legal com as crianas que querem comear a tocar e ter uma banda. Na Sucia, temos vrias casas de shows, bares, ento, de certo modo, a cena bem divertida.HELL DIVINE: Vocs tm planos de se apresentar no Brasil em 2015?Jonas Ekdahl: Queremos muito, mas dependemos de uma oferta dos produtores locais. Os fs brasileiros so muito alegres e sempre nos mandam mensagens de apoio e falando que gostaram do novo lbum. Ns amamos vocs e queremos sempre voltar. Espero tocar em breve no Brasil!4ENTREVISTATRINTA ANOS EM ALTO ESTILOTrabalhar por trs dcadas atuando no Metal nacional uma virtude, mas, ao mesmo tempo, tambm uma conquista. Quando o trabalho feito com prazer e muito empenho, os fs percebem isso e abraam a causa sem pensar duas vezes. A banda Korzus trabalha dessa maneira, por isso aps trinta anos de carreira ela ainda relevante no mercado e segue lanando lbuns com muita qualidade. Em 2014, o grupo lanou o seu mais recente lbum de estdio, Legion, que mais uma vez colocou o Korzus no topo do metal nacional. Em entrevista exclusiva, Marcello Pompeu fala sobre o momento atual da banda, curiosidades sobre o disco e planos para o futuro. Confra!Por Thiago Rahal Mauro Hell Divine: O lbum Legion foi lanado em 2014 e ob-teve excelentes crticas dos fs e da mdia especializada. Quo importante para a banda receber esse feedback de todo mundo na poca do lanamento?Marcello Pompeu: sempre muito bom ter essa resposta positiva tanto do pblico, dos fs e da imprensa. Ficamos extremamente felizes por Legion fgurar na lista dos melhores lanamentos de 2014 de muita gente importante e isso uma grande satisfao. No entanto, o importante para ns, saber que, mesmo depois de 30 anos de carreira, nos mantemos no caminho certo.Hell Divine: Legion marca mais um lbum com esta formao bem estabilizada com Marcello Pompeu (vocal), Heros Trench e Antonio Arajo (guitarras), Dick Siebert (baixo) e Rodrigo Oliveira (bateria). Vocs acham que essa ser a formao fnal do Korzus para os prximos anos?Marcello Pompeu: Apesar desse fm estar bem longe, esperamos que sim! Somos muito amigos e formamos um time matador. A grande prova disso tem sido os nossos ltimos discos e os nossos shows. O problema de cada mudana de formao que sempre se perde tempo e tempo para ns muito precioso nesse momento!Hell Divine: O lbum foi produzido Heros Trench e gravado no estdio Mr. Som, em So Paulo. Quanto isso ajuda no resultado fnal?Marcello Pompeu: Todos da produo trabalharam um pouco sob a coordenao do Heros. Gravar o disco do nosso estdio bom pelo fato de ser o nosso habitat natural, a nossa casa, mas no descartamos uma mudana no futuro.Hell Divine: Legion tem algum conceito por trs das letras ou cada msica fala sobre um assunto especifco? Marcello Pompeu: No! Cada msica fala sobre um assunto diferente. No h nenhum conceito. O nosso nico conceito perpetuar o Thrash Metal de maneira plena, absoluta e com qualidade. Legion foi um disco bem lapidado, que demorou dois anos da composio a masterizao. Este disco foi feito com amor e paixo pelo metal, indiferente se o melhor ou apenas mais um. Fizemos este lbum com verdade cravada no nosso estilo, fzemos para ns e para os nossos fs.Hell Divine: Musicalmente, o que o Korzus buscou de sonoridade nesse novo trabalho? Marcello Pompeu: Se voc ouvir direito o disco, voc vai perceber que mantivemos a nossa pegada, mas tambm conseguimos evidenciar a nossa evoluo musical. Um dos pontos primordiais foi colocar um pouco mais de musicalidade ao nosso peculiar estilo. Acredito que conseguimos isso sem descaracterizar a banda.Hell Divine: Pompeu, seus vocais esto muito melhores do que em qualquer trabalho do Korzus. A sua experincia contribuiu para o resultado fnal desse novo trabalho?Marcello Pompeu: Muito obrigado pelo elogio. Fico muito lisonjeado por isso! Legion um disco sensacional e pode crer que dei o meu melhor. Na verdade, acredito que cada trabalho tem sua histria e seu limite. Gosto de tudo que j fz, o nico que tenho um pouco o p atrs o Pay For Your Lies, pois o ingls meio tosco e a voz com pouca personalidade, mas gosto bastante das msicas, gostaria muito de regrav-lo.Hell Divine: A dupla de guitarristas Heros Trench e Antonio Arajo fzeram um trabalho espetacular na criao de riffs 7e hits de guitarra. Quo importante a qumica dos dois atualmente para a banda?Marcello Pompeu: Ter uma dupla integrada o que toda banda busca. O trabalho fui e no s musicalmente, a amizade aqui fantstica! Quem convive com a gente sabe muito bem o que estou dizendo!Hell Divine: A msica Lifeline abre os trabalhos com um riff bem marcante. Esta deve ser uma das mais pedidas pelos fs ao vivo. Conte um pouco mais sobre ela e o que fala a letra.Marcello Pompeu: Tomara que seja, porque eu particularmente gosto muito dela! A letra fala de uma pessoa com dons especiais que v coisas que a maioria no v e em um determinado momento da vida est vendo um futuro com o fm dos bons e o domnio da escravido humana. Basicamente isso, todos indo para o corredor da morte.Hell Divine: Bleeding Pride tem tudo para ser o novo clssico da banda. Voc concorda? Comente mais sobre ela, por favor.Marcello Pompeu: Particularmente, tenho convico disso! uma composio muito forte, dinmica, pesada... Essa foi uma msica que me deu um trabalho extra para fazer o refro, porque tem uma melodia especifca e eu tinha que encaixar o meu estilo, sem fugir da minha histria... Foi foda, mas gostamos muito do resultado!Hell Divine: Uma composio, em especial, me agradou bastante. Vampiro cantada em portugus e tem uma letra bem forte. Vocs pensam em lanar, l na frente, um lbum cantado em portugus?Marcello Pompeu: No, o que fazemos sempre pr uma ou duas em portugus para as pessoas sacarem corretamente o estilo que est sendo cantado nas outras faixais. Aqui no Brasil, nem todos sabem ou entendem ingls. Ento, para ns, muito importante nem que seja uma msica estar na nossa lngua.Hell Divine: Quem seria o Vampiro da cena Metal na atualidade?Marcello Pompeu: A desinformao, a falta de entendimento reto nas coisas, as mentiras e fofocas. A inveja, o no comprometimento com a cena, a falta de respeito e a falta de profssionalismo.Hell Divine: A banda Korzus celebra 31 anos de carreira. Para vocs, qual a maior contribuio da banda para o metal no Brasil e mundo?Marcello Pompeu: Sermos feis ao que fazemos, ter amor pelo metal, mostrar que a perseverana sobrepe a ansiedade, mostrar que possvel viver do heavy metal no Brasil.Hell Divine: O Korzus sempre foi uma banda de atitudes fortes e que nunca deixou a peteca cair mesmo com as mudanas de formao. O que vocs podem falar sobre isso e qual dica voc daria para uma banda iniciante no cenrio do metal nacional?Marcello Pompeu: Sonhar, acreditar, lutar, investir, perseverar e defender seus ideais!Hell Divine: Vocs pretendem gravar um DVD com show profssional e um show completo? Isso algo que os fs da banda pedem direto. Quais os planos da banda para 2015?Marcello Pompeu: Olha, em termos de DVD temos esse projeto em mente, mas ainda no decidimos o formato. Ns somos muito caprichosos e no vamos lanar um material apenas por lanar. Estamos estudando essa ideia, sim! Agora a hora de pr o p na estrada! Queremos fazer o mximo de shows possveis pelos quatro cantos do pas e quem sabe algo no exterior, ainda este ano. No h outro foco alm deste: tocar, tocar e tocar!Hell Divine: Por fm, deixe um recado para os leitores da Hell Divine. Marcello Pompeu: Muito obrigado pelo espao e pelo excelente trabalho que a Hell Divine vem desenvolvendo em apoiar principalmente o metal nacional. Pessoal, curtam muito Legion em alto e bom som. Vejo vocs no mosh pit mais perto da sua casa!ENTREVISTAO METAL MELDICO DE VOLTA E REALIZANDO PROEZASEntre 1990 e 2000, o Melodic Metal viveu seus anos de glria no mundo todo (em especial no Japo), perodo em que grupos como Angra, Stratovarius, Gamma Ray e Helloween brindavam o globo com apresentaes memorveis e lbuns no mnimo excelentes. S que a mquina gira e at poucos anos atrs o estilo passou por perodos de ostracismo e incertezas, fazendo com que muitas bandas (inclusive as citadas) agregassem novas nuances e sonoridades em sua msica para oferecer algum atrativo aos fs. Mas, como nada para sempre, o estilo vem ressurgindo. De forma tmida, o estilo vem mostrando ao mundo bons nomes como o brasileiro Traumer. Formada por Guilherme Hirose (vocal), Fbio Polato (guitarra), Nelson Hamada (teclados), Regis Lima (baixo) e Felipe Santos (bateria), a banda faz bonito no debut The Great Metal Storm. Nessa entrevista, feita com o vocalista Guilherme Hirose, o msico fala sobre a histria do grupo, a repercusso e os frutos colhidos at agora com o trabalho.Por Joo Messias Jr.HELL DIVINE: Com cinco anos de estrada, o grupo possui dois trabalhos, dos quais falaremos no decorrer desta en-trevista. Comeando do EP, chamado Eleazar, de 2012. O que acharam da repercusso desse trabalho?Guilherme Hirose: O Eleazar o primeiro registro of-cial gravado de nossas msicas e representa o ponto de incio de nossa carreira profssional. Junto com este EP foi gravado o videoclipe da Gates Of Freedom, lanado na mesma poca em que as msicas foram colocadas na rede, disponveis para download gratuito e, posteriormen-te, quem quisesse a cpia fsica, ns fzemos uma peque-na tiragem, de forma totalmente independente para venda e distribuio. Esse EP teve uma repercusso at maior do que espervamos. Fomos convidados para tocar em um dos maiores festivais do sul do Brasil, o Orqudea Rock Festival, onde tocamos por dois anos consecutivos. HELL DIVINE: Dois anos depois, a banda lanou seu pri-meiro lbum The Great Metal Storm. Em qual momento decidiram partir para um disco completo em vez de um novo EP?Guilherme Hirose: Depois que conclumos um ano inteiro dedicado divulgao de nosso EP, vimos que as pesso-as sempre comentavam conosco que o trabalho deveria 8continuar e que gostariam de ver a banda lanando um trabalho completo. E foi exatamente o que fzemos no ano de 2013. Paramos com os shows para nos dedicar-mos a compor as msicas e posteriormente grav-las. Como se trata de uma banda independente, isso tomou um pouco mais de tempo que o usual. Reuni com o Po-lato (guitarra) e colocamos em prtica todos os esquele-tos de msicas que j tnhamos, alguns deles inclusive com a participao direta do nosso baixista, Regis, e posteriormente seriam enviadas aos nossos companhei-ros de banda, Nelson (teclados), e Felipe (bateria), para que cada um construsse e/ou corrigisse sua parte sem nossa interveno. E isso foi feito quase que 90% a dis-tncia, por meio de redes sociais, sites para comparti-lhamento de arquivos, etc. Em menos de um ano aps a fnalizao das gravaes, o disco foi assinado para ser lanado mundialmente pela gravadora estrangeira, Total Steel Records, em maio do ano passado. Ficamos muito felizes, e posso dizer em nome de todos, realizados por ter o nosso trabalho, feito com tanto suor e carinho, reconhecido internacionalmente.HELL DIVINE: O trabalho apresenta um metal meldi-co de alto nvel, em que todos os instrumentos esto nivelados e o mais importante, todos jogam para o time, sem agudos desnecessrios e virtuosismos gratuitos, demonstrando maturidade para um grupo que ainda est no primeiro disco. Conte-nos como foi o processo de lapidao das canes?Guilherme Hirose: Nesse processo moderno de com-posio, fcou a cargo de cada um ser o total respons-vel por suas melodias e harmonias. Eu tenho um grande prazer e a sorte de trabalhar com os melhores msicos do mundo. E quando eu digo msicos, no estou falando apenas de tcnica, mas de qualidades que considero es-senciais para que uma banda consiga transmitir o maior de todos os propsitos em suas msicas, o sentimento. Todos os msicos da Traumer, sem exceo, trabalham em prol de um produto, e trabalham em plena harmonia, mesmo distncia. Hoje em dia muito fcil achar pes-soas que esto interessadas em tocar na noite, lanar CDs medianos, apenas para sentirem-se melhores que os outros ou por outras razes, as quais os msicos da Traumer no compactuam. Cada msica feita com um sentimento real vindo de ns, coloridos em abundncia para que sejam claramente dramatizados e reconheci-dos pelos ouvintes, e para que se tornem canes fami-liares, permitindo se sentirem at mesmo coautores das msicas.HELL DIVINE: Antes de falar das msicas, vocs, em meio semana da Black Friday, fzeram um preo promocional do lbum, reduzindo o valor pela metade do preo e frete incluso. Como surgiu a ideia da estratgia de alavancar o nome do grupo? Quais os resultados obtidos?Guilherme Hirose: Essa uma ideia que surgiu logo aps o lanamento do disco, pois percebemos que algumas pessoas, que gostavam muito da banda, no conseguiam comprar o CD, pois o valor era um pouco alto para eles, porm, nessa poca, estvamos seguindo a mdia de preos da prpria gravadora em lojas pelo mundo todo e refns do valor que os correios do Brasil cobram nos fretes, tanto nacionais (que j bem caro) como nos inter-nacionais (que um absurdo para o tempo que demora). E para sermos justos com os fs, amigos e admiradores da banda, decidimos por manter a mdia mundial at novem-bro, ms em que ocorreu a Black Friday. Essa iniciativa foi bastante arriscada, devido ao frete e outros gastos relacionados, fcamos at com uma faixa de prejuzo nas vendas, porm, a ideia era permitir que qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo comprasse o CD a preo de banana, e nos conhecesse melhor. A procura foi to grande nesse ms que decidimos por voltar o CD a um valor que no nos causasse prejuzo, porm, continuasse acessvel, e est disponvel para todo o Brasil por R$25 (incluindo o frete) pelo nosso site.HELL DIVINE: Vamos falar um pouquinho das canes. Em The Great Metal Storm se apresenta um lbum calcado no Metal Meldico da dcada de 1990/2000, em que temos msicas rpidas como a faixa-ttulo e Enjoy Your Paradise, que devem estar entre as mais pedidas dos shows. Qual a reao do pblico na execuo dessas msicas?Guilherme Hirose: A melhor possvel! The Great Metal Storm a faixa que abre o CD e tambm os shows nessa fase de divulgao do lbum. A reao do pblico ao nosso momento de fazer a contagem e comear a tocar a msica, propriamente dita, imediata. E algo que mui-tas vezes, no meu caso, me faz emocionar antes mesmo de caminhar at a frente do palco para comear a cantar. Quando voc caminha no palco em direo ao pblico, nos primeiros minutos do show e v pessoas desconhecidas e amigos completamente ensandecidos, com as mos para o alto, gritando muito alto, jogando toda aquela energia boa para todos ns, pura magia! Durante essa primeira msica do show, h tambm as primeiras interaes com o pblico presente e um momento em que acaba por se passar quase em cmera lenta aos nossos olhos, de to especial que , pois o momento em que, pela primeira vez no show, as pessoas esto ali, batendo palmas junto com voc. Cada segundo ali marcado para sempre em nossas memrias. A Enjoy Your Paradise, msica mais rpida do CD, realmente um dos pontos altos dos shows. As pessoas participam MUITO dessa msica, cantam o refro, mesmo sem saber a letra, batem palmas, pulam, e muitas vezes olham para ns com aquele olhar que ns olhvamos e ainda olhamos para nossos dolos em shows. Isso, realmente, no tem preo e algo muito especial e individual em cada show.HELL DIVINE: Em meio s msicas rpidas que citei, h baladas e canes mais Hard, como Pandora e Nights Of Babylon. Qual a importncia de msicas desse estilo no repertrio?Guilherme Hirose: Quando se fala em um produto fonogr-fco completo, no podemos esquecer, de forma alguma, que ele deve agradar a gregos e troianos. Mas mais do que isso, deve-se levar em considerao que ningum mais quer ou aguenta ouvir solos interminveis, agudos desnecessrios, arranjos estratosfricos de bateria e pou-ca melodia. Existem muitas msicas boas e bons artistas surgindo a cada instante, msicas medianas ou cheias de virtuosismos desnecessrios so simplesmente ignora-das. J ouvimos de muitas pessoas a opinio de que The Great Metal Storm um CD muito bom e que no enjoa, mesmo sendo de Metal Meldico. Pandora uma m-sica que se baseia no mal que uma pessoa possui dentro de si, que acaba cegando-a de alguma forma em meio aos medos, etc. Mas essa pessoa consegue se livrar des-se mal voar (como escrito na msica) livremente, mundo afora, sem que esse mal saiba onde essa pessoa foi parar, para que nunca mais a incomode novamente. Nights Of Babylon foi baseada no pouco tempo que temos em vida, onde cada um uma divindade em forma peregrina, va-gando pela vida, encontrando seus propsitos, seus reinos e crescendo, um dia aps o outro, melhor dizendo, uma noite aps a outra. E surpreendentemente, esse tempo to curto que quando nos damos conta, nosso destino j foi modifcado sem que pudssemos sequer perceber. Msicas como essas, pedem um clima mais cadencia-do, mais sentimental, para que ns tambm consigamos expressar esse sentimento na execuo dos instrumentos, e levar esse cenrio ao imaginrio do ouvinte.HELL DIVINE: Outra caracterstica do grupo reside no clima positivo que reina no lbum, principalmente na ltima faixa, Ride My Way. Esse clima mais feliz foi algo pensado ou quando viram o disco j estava dessa forma?1112Guilherme Hirose: Posso dizer que o disco foi sim pensa-do segundo a segundo, porm, de uma forma to natural que ns quase no percebemos que estvamos realmen-te buscando este claro objetivo. Ride My Way uma msica que leva a imaginao das pessoas ao limite, pelo menos levou a minha (risos). HELL DIVINE: O lbum foi lanado pela gravadora gringa Total Steel Records. Por que assinaram com um deles em vez de um selo nacional? O que esto achando dessa parceria?Guilherme Hirose: Por incrvel que parea, enquanto os selos nacionais nos enrolavam, diziam que iriam escutar e depois dar um parecer (obviamente que era uma grande mentira), a Total Steel Records se mostrou muito interes-sada em lanar nosso primeiro lbum. No comeo, acha-mos que seria algo local, mas aps algumas conversas, vimos que eles queriam lanar o disco no mundo todo, o que nos fez aceitar a proposta sem pensar duas vezes. In-felizmente, tenho que reconhecer que fazer business com nossos amigos estrangeiros algo muito, mas muito mais srio e profssional do que qualquer conversa que tive com gravadoras nacionais. Mas ainda tenho esperanas de encontrar, no futuro, alguma gravadora sria, interes-sada em lanar o disco de forma nacional, o que reduzi-ria muito o custo do CD para nossos queridos amigos e admiradores. Essa parceria com a Total Steel Records no poderia ter sido melhor para o primeiro CD,obtivemos resultados que ns nunca imaginaramos obter. Nosso encarte foi muito bem pensado e trabalhado, assim como a arte impressa no CD e vrios outros pontos grfcos que s podem ser percebidos e consumidos nas cpias fsicas.HELL DIVINE: O Metal Meldico um estilo em alta, prin-cipalmente no mercado asitico. E o Traumer conseguiu uma proeza por l, The Great Metal Storm esteve entre os mais vendidos do Japo. Como foi pra banda receber esta notcia e se isso pode facilitar uma turn pela terra do sol nascente no futuro?Guilherme Hirose: Foi uma das melhores notcias que recebemos em 2014! Recebemos um e-mail de nossa gravadora com o ranking japons de CDs importados e l estvamos ns, frente de Epica, Edguy, Soundgarden e muitas outras bandas que so mundialmente aclamadas. Essa notcia se tornou uma grande festa para a banda e para todos os nossos amigos e acredito que tenha nos dado um lugar especial no corao dos nossos amigos da terra do sol nascente e tambm de todo o mundo. Creio que isso tenha sim colocado a Traumer diante dos olhos de promotores japoneses para uma futura turn. Enquanto isso, estamos fazendo uma forte promoo do nosso CD mundo afora e recebendo um excelente feedback at o momento.HELL DIVINE: Para encerrar, o que acham dos trabalhos mais recentes de bandas como Angra, Andre Matos e Stratovarius?Guilherme Hirose: Sou bastante suspeito para falar de Stratovarius, pois sou muito f dessa banda e todo mundo sabe disso. Para mim, os trabalhos recentes refetem uma banda mais feliz. A meu ver, a sada de Timo Tolkki acabou sendo um grande problema no incio, mas que no ltimo disco prova que a banda est to forte quanto sempre foi. E eu particularmente prefro o Jrg na bateria, mas gostei bastante do Rolf executando as msicas no show em que estive presente ano passado. O Angra em sua nova em-preitada com o Fabio Lione leva a banda para um padro diferente do que o pblico em geral estava acostumado. Posso dizer que algo que devo muito respeito, inclusive j trabalhei com ele e sei o quo profssional ele . Po-rm, no foi algo que eu achei que combinou bem e nem que me agradou. Andre Matos tem meu eterno respeito e admirao, mesmo eu no acompanhando assiduamente seus trabalhos atuais, sei que so de bonssimo gosto e alto requinte, como sempre.HELL DIVINE: Muito obrigado pela entrevista. Deixem uma mensagem aos leitores da Hell Divine!Guilherme Hirose: Ns que agradecemos Hell Divine, especialmente ao Joo, ao Pedro, ao Thiago, a todos os demais colaboradores e profssionais e a todos os leitores dessa magnfca revista, que sem dvidas, vem crescendo a cada edio. Aos nossos amigos e admiradores, gosta-ramos de deixar o nosso abrao carinhoso e esperamos v-los em breve nos shows! Para aqueles que querem conhecer um pouquinho mais da banda, dos integrantes, fcar por dentro dos shows e novidades e tambm para quem quiser comprar o nosso CD, acessem nosso site, l vocs encontraro tudo isso e muito mais! facebook.com/traumeroffcialENTREVISTAGYULA HAVANCSK - HJULES ILLUSTRATION AND DESIGN INSPIRANDO-SE NO COTIDIANOHELL DIVINE: um prazer t-lo em nossas pginas Gyula! Como nosso primeiro contato, conte-nos como comeou essa paixo pela arte e como deu incio aos trabalhos com bandas de Metal.Gyula Havancsk: Comecei bem cedo, aos 2 ou 3 anos de idade eu j fazia alguns desenhos. Sempre desenhei mui-to. Desde pequeno eu assistia a flmes de horror e fco cientfca, creio que isso infectou meu crebro de alguma forma (risos)!Minha primeira arte para bandas foi para a hngara Pokolgep (era uma das mais populares daqui), mas a gravadora cancelou minha verso, pois era metal demais. Finalmente, consegui fazer a primeira arte valen-do para a, tambm hngara, Evensong. Quando terminei a faculdade de arte, me mudei para Budapeste e comecei a entrar em contato com bandas do mundo todo. Mesmo sendo no ano 2000, tudo fcava mais fcil com o uso da Um dos melhores artistas grficos da atualidade, o hngaro Gyula Havancsk, vem apresentando trabalhos cada vez mais incrveis para as mais diversas bandas de Heavy Metal. J trabalhou com bandas como Annihilator, Tyr, Grave Digger, Destruction, Stratovarius, entre tantas outras de renome. Estranhamente, seu nome ainda pouco difundido, porm, tenho certeza que voc j viu a arte dele em algum lbum da sua banda favorita. Fomos atrs dele, ento, para batermos um papo e saber mais sobre seu trabalho. Confiram:Por Pedro Humangousinternet e hoje em dia est ainda mais simples. Certa vez, decidi enviar uma de minhas artes para Jeff Waters. Fiquei surpreso quando ele respondeu meu e-mail dizendo que queria que eu fzesse a arte para o disco All For You. Na poca eu ainda era um garoto jovem e vivia sonhando em ir a um show do Annihilator, mas fazer a capa de cinco discos e dois EPs para eles, certamente, foi alm das minhas expectativas!HELL DIVINE: Seu material to diversifcado, que vai des-de imagens lindas como as capas do Stratovarius a coisas mais tenebrosas como as artes para o Destruction. Isso mostra que seu trabalho no tem limites.Gyula Havancsk: Muito obrigado, fco feliz em ouvir isso! Trabalho com diversas bandas e preciso entender, sempre, qual o estilo de cada uma, o que combina com elas. Quan-13do fz a arte de Polaris do Stratovarius, lembrei da arte que o Derek Riggs fez para o disco Infnity. Era uma imagem bem detalhada, fquei espantado com a qualidade da pintura e ento queria seguir algo similar. Fiz a arte do novo disco deles j tem um ano e posso garantir que vai ter muitos detalhes! Estou feliz pela confana que a banda depositou em mim, me deram bastante liberdade para trabalhar nessa nova capa. Mal posso esperar para poder mostrar aos fs! Sobre as artes para o Destruction, a gente se fala bastante via Skype quando estou montando a capa, pois ele tem vrias ideias para as ilustraes. Ele mais criterioso quando o assunto a capa, os demais desenhos eu fao como surpresa para ele (risos)!HELL DIVINE: Conte-nos como comea o seu pro-cesso de criao. Voc chega a ouvir as msicas do disco antes para se inspirar? As bandas do liberda-de para criar ou costumam guiar voc dando dicas do que querem?Gyula Havancsk: Se a banda me manda o material com antecedncia, gosto sim de ouvir enquanto penso e desenvolvo a arte. Porm, meu trabalho vai muito alm disso, procuro me inspirar nas coisas do cotidiano, como por exemplo vendo um flme, pegan-do um nibus, etc. Algumas bandas gostam de dar instrues demais e isso acaba prendendo o proces-so. Quando tenho liberdade, creio que o resultado fnal seja o mais prximo do que chamamos de arte, verdadeiramente.HELL DIVINE: Voc fez uma das minhas capas fa-voritas, The Scythe da banda Elvenking! De onde inspirao pra esse tipo de cenrio que voc cria?Gyula Havancsk: Muito obrigado! Aquela mulher que voc v na capa minha esposa! Ela foi minha modelo quando desenhei a personagem. Na poca eu estava ouvindo muito King Diamond, ento resolvi tirar algumas fotos e incluir uns tmulos no fundo. Antes de rabiscar a primeira linha do desenho, gosto de me acalmar, limpar a mente e fazer um brains-torm. A vida a minha maior inspirao, porm, estamos constantemente cegos para a realidade.HELL DIVINE: Voc nasceu na Hungria, certo? Ainda mora por a? Como a cena do heavy metal no seu pas?Gyula Havancsk: Exatamente, vivo em Budapeste atualmente. A Hungria um pas pequeno, temos menos de dez milhes de habitantes. Porm, temos timas bandas por aqui. No temos programas de TV dedicados ao metal e muito difcil para as bandas daqui conseguirem destaque internacional. Posso mencionar algumas como Ektomorf, Wisdom, Sear Bliss, Galopping Coroners, Attila Csihar (vocalist do Mayhem), e muitos outros.HELL DIVINE: Falando sobre bandas, voc toca baixo em uma banda chamada Bornholm. Fale um pouco sobre isso.Gyula Havancsk: Sim, toco no Bornholm desde 2008. Quem comanda a banda o guitarrista e vocalista Peter Sallai. Ele tambm mexe com design grfco, fez inclusive umas capas para o Sabaton! ramos colegas de trabalho em uma empresa de de-senvolvimento de games quando o baixista da banda saiu, foi quando me chamaram para integrar o gru-po. Gravei com eles o lbum Inexorable Defance em 2012. Logo aps, fzemos uma turn europeia ao lado de bandas como Thyrfng, Arkona, Ex Deo, Ales-torm, Wolfchant e Varg. O novo lbum j est pronto, estamos apenas esperando fechar um contrato com uma gravadora para lan-lo. O material est mata-dor! Enquanto isso, Peter est trabalhando no nosso novo videoclipe e lyric videos promocionais.HELL DIVINE: Voc trabalhou com bandas mundial-mente conhecidas. Existe alguma que ainda no trabalhou e gostaria muito? Como esto seus proje-tos futuros?Gyula Havancsk: Sou f do Annihilator desde a infncia, quando lanaram o Alice In Hell. Hoje tenho 37 anos, trabalhei com bandas como Arkona, Tyr, Glenn Hughes, Nightingale, Accept, etc. Gostaria de trabalhar com o King Diamond, Fates Warning, Arcturus, Ulver, Kings X, etc. No momento estou tra-balhando com os prximos discos do Tyr e Sirenia.HELL DIVINE: Alm de trabalhar com arte, o que mais gosta de fazer no tempo livre? Curte videogames, quadrinhos, coisas do tipo?Gyula Havancsk: Trabalho tambm com o desenvol-vimento de jogos de computador desde 2011, mas no gosto de games (risos)! No tenho tempo para jogar. No leio tanto quadrinhos, prefro ler os livros tradicionais, de histria, fotos ou artes. Quando te-nho um tempo livre, gosto de estar com meu flho e ver flmes. Tento, s vezes compor algumas msicas, espero conseguir grav-las ainda esse ano.HELL DIVINE: Pra fnalizar, quais bandas de Heavy Metal voc anda ouvindo ultimamente e que possa nos recomendar?Gyula Havancsk: Gosto de vrios tipos de msica, mas obviamente ouo mais metal. Quando estou trabalhando, gosto de ouvir trilhas sonoras de flmes. Posso ir facilmente de uma Bjork para um Limbonic Art. Enquanto respondia essa entrevista, estive ou-vindo o novo disco do Nightingale. Posso recomen-dar pra vocs o novo trabalho do Anaal Nathrakh, Witherscape, Wardruna, Red Dragon Cartel, Triptykon, Twilight Of The Gods e os mais recentes do Ulver, Accept e Marty Friedman!14 15ENTREVISTAO Zaltana mostrou esse ano, com seu lbum de estreia, que leva o nome da banda que veio para chacoalhar com rtulos e dogmas dentro do metal. Apostando em uma maneira diferenciada de se fazer msica, Mischa Marmade (vocal), Dann Feltrin e Hilton Torres (guitarras) e Tito Falaschi (bateria), alm de gravar o baixo no CD mostram uma forma que foge do ponto comum e aponta para novas direes dentro do metal. E l fomos ns, aproveitando que o momento timo, j que a banda acaba de encontrar um baixista fixo em Caio Pamplona, bater um papo com o grupo.Por Marcos Big Daddy GarciaALM DE FRONTEIRAS E DOGMASHELL DIVINE: Primeiramente, queremos agradecer por nos conceder essa entrevista, e logo de cara a pergunta: como foi que surgiu o Zaltana? Como vocs se reuniram e como surgiu a ideia para uma nova banda? J se conheciam de outros trabalhos musicais? E de onde veio o nome Zaltana?Mischa Marmade: Ns que agradecemos o convite da Hell Divine, somos muito gratos pelo espao que esto nos dando e aproveitamos para elogiar o trabalho de vocs com as bandas nacionais. O Zaltana surgiu em 2012 entre os amigos Mischa Marmade, Dann Feltrin e Hilton Torres que levaram o projeto de gravao para o Tito Falaschi, que inicialmente seria o produtor musical. Nunca tocamos juntos antes, mas j nos conhecamos. Atuando na cena, a gente vai conhecendo o pessoal (risos). Enfm, fomos mostrando o trabalho pro Tito, que gostou muito. Como estvamos sem baterista, e ele sempre teve o sonho de tocar bateria, ensaiamos juntos um dia e a qumica aconteceu na hora! Ele acabou atuando como baterista e produtor. O nome Zaltana um nome indgena e signifca montanha alta. Gostamos da sonoridade e o que ela nos remete. Acredito que nos permiteenxergar afrente e, ao mesmo tempo, reverenciar o passado e encontrar nossas razes. HELL DIVINE: Um dos aspectos mais legais de Zaltana, em termos musicais, justamente que o trabalho espon-tneo que fzeram resultou em uma msica nova, vibrante, cheia de energia. algo novo e bem diferente, logo, a pergunta : como chegaram at esse nvel to rapidamen-te? O primeiro CD j se mostra algo fantstico, o prximo ento deve ser algo fabuloso.Mischa Marmade: Bem, cada um de ns j passou por diversas bandas de vrias regies do Brasil, tocando, pro-duzindo e fazendo arranjos tambm para outros grupos e artistas. Cada um trouxe boa experincia e certos diferen-ciais e infuncias. Juntando tudo com a produo do Tito, chegamos ao Zaltana. HELL DIVINE: Ainda falando das msicas, como se d o processo de composio entre vocs? Como as ideias surgem? Ao ouvirmos Zaltana, torno a afrmar, tudo soa extremamente espontneo, sem nenhum tipo de presso para que seja seguido esse ou aquele padro ou rumo.Mischa Marmade: O processo de composio bem rpi-do e dinmico. Cada um traz algumas ideias pr-gravadas e com a qumica que temos, trabalhamos em cima, modi-fcando ou criando linhas complementares e em poucas semanas conseguimos um lbum completo.HELL DIVINE: Essa para o Tito: voc j se mostrava um multi-instrumentista h tempos, mas em Zaltana se dedicou ao baixo e bateria ena poca do SYMBOLS voc era baixista. Por que preferiu fcar na bateria dessa vez? E como tem sido a experincia de se dedicar apenas bateria na banda? Chega a ser um novo desafo? E o que o levou a gravar baixo no CD, sem buscar um baixista para a banda ou mesmo um msico contratado?Tito Falaschi: Foi sempre um grande sonho tocar bate-ria pois os meus maiores dolos sempre foram o Nicko McBrain, Vinny Appice e o Stewart Copeland, do The Police. Porm, o instrumento era muito caro e antigamen-te no tinha condies de comprar. Mas hoje, graas a Deus, eu consigo ter o instrumento do jeito que eu quero e atuando junto com o Zaltana, que tem um estilo bem legal de tocar na batera, eu estou me realizando. Na verda-de, tnhamos um baixista na poca, que por problemas pessoais no pde gravar. Ele tocou conosco por bastante tempo mas acabou saindo alguns meses atrs. Ento para agilizar a gravao, o Tito e o Hilton se revezaram no baixo.HELL DIVINE: Mischa, outro ponto bem diferente do traba-lho do grupo est justamente na sua forma de cantar, que vai de vocais mais macios e melodiosos a timbres mais rspidos e agressivos. Como surgem as ideias de usar nuances e timbres to diferentes em cada cano? E j que escreve boa parte das letras, como surgem as ideias para elas? E me permita elogiar: a letra de Heartstrings realmente emociona o ouvinte.Mischa Marmade: As ideias surgem enquanto vou es-crevendo as letras, j tento ir pensando na rtmica e nas intenes que quero transmitir em cada trecho. Depois levamos tudo pro estdio, vamos ouvindo e modifcan-do. Algumas frases vo se transformando ao longo dos ensaios tambm, de acordo com o que sentimos que a msica pede. E assim vamos at gravarmos. As letras vm de certos temas que queremos trabalhar, assim como as questes sociais do pas. Outras vm do que leio, dos flmes que assisto, de algumas experincias pessoais. Tento detalhar o mximo possvel, trabalhar os signifca-dos de algumas frases chave, at sentir uma coeso, um comeo, um meio e um fm. Em particular, Heartstrings totalmente pessoal, coloquei todos os sentimentos e even-tos que passei na poca do acontecido. Foi muito duro e ainda , me emociono muito com a msica, e acredito que acabo transmitindo isso ao ouvinte.HELL DIVINE: Tudo bem que Zaltana foi gravado e produzido aqui, no Brasil, mas qual o motivo de mandar o trabalho para Jochem Jacobs mix-lo na Holanda? Poxa, Tito, existem trabalhos timos seus nesse aspecto.Tito Falaschi: Dei a ideia de mixar l fora, pois o Jochem j tinha feito o trabalho com o Almah e era um resultado que a banda inteira, e eu tambm, por ter produzido o disco, gostei bastante. E o fato de ter feito l fora foi sim-plesmente porque em 15 anos de carreira como msico profssional eu nunca tinha feito nenhum trabalho mixado ou gravado l fora comigo na banda. Foi mais pelo quesito tambm de ter essa conquista na carreira, muito mais do que pelo fator de qualidade.HELL DIVINE: Voltando a falar em baixista, agora vocs fnalmente acharam Caio Pamplona. Mas como chegaram at ele? Chegaram a existir audies para ocupar a vaga?Mischa Marmade: A vaga estava em aberto h alguns meses e vnhamos conversando com diversas pessoas interessadas no posto. O Caio foi uma indicao de Hilton, j que ambos vieram para So Paulo da mesma cidade da Bahia. Ele se mostrou bem proativo e fzemos um ensaio onde ele se encaixou perfeitamente com o nosso som. Acredito que outro diferencial nele o fato de ele gostar muito das msicas e querer trabalhar conosco no cresci-mento do Zaltana.HELL DIVINE: O ZALTANA cria bastante expectativa nes-se momento, e muitos esto esperando por um show de vocs. J existem previses de shows, e mesmo convites para outros lugares do Brasil ou at mesmo para tocarem no exterior? Mischa Marmade: Sim, recebemos muitos convites, tanto daqui quanto de alguns lugares na Europa. Mas vamos um passo de cada vez, estamos analisando todas as propostas. Fizemos um show de lanamento no dia 12 de dezembro do ano passado em So Paulo, espero que o pblico tenha curtido o nosso som ao vivo.HELL DIVINE: Bem, agora vocs esto no clube das bandas que lanam CDs e precisam, de certa forma, lutar contra a pirataria e compartilhamento de msicas pela internet que andam causando problemas severos. E acreditamos que vocs, como autores do trabalho, possuem direito de falar sua opinio. O espao de vocs:Mischa Marmade: um assunto bem complexo. Incenti-vamos todos os fs a buscarem os meios legais de ouvir nossas msicas. Alm de vendas de CDs fsicos e arquivos digitais, disponibilizamos todas as msicas nas maiores plataformas de streaming do mercado. bem simples de cada um criar sua playlist com todas as bandas que curtem, sem precisar desembolsar um centavo, mas ainda apoiando os artistas. Claro que sabemos que ainda h muita pirataria, parte da soluo mostrar para os fs o quanto isso difculta o crescimento das bandas que ele gosta.HELL DIVINE: Desejamos um futuro timo para vocs, mas quais os planos, a curto e longo prazo, para o ZALTANA? Mischa Marmade: Agora vamos fazer shows e trabalhar num clipe ofcial. Temos planos de comear a compor nesse prximo semestre tambm. Sentimos que o nos-so lbum foi bem recebido, esperamos poder continuar agradando!HELL DIVINE: Bem, mais uma vez agradecemos demais pela entrevista e deixamos o espao para suas considera-es fnais.Mischa Marmade: Obrigada Marcos e Hell Divine pela amizade e apoio que vm nos dando. Nesse pouco tempo j nos ajudaram bastante na divulgao da banda e do nosso lbum. Agradecemos tambm aos leitores e fs que nos acompanham sempre mandando mensagens e fotos. muito bom poder receber essa energia e carinho do pbli-co e esperamos poder retribuir nos shows. Espero poder encontrar todos por a.ENTREVISTAVIVENDO SUA MELHOR FASE18 19HELL DIVINE: Opressor o nome do novo trabalho lana-do recentemente. Como est sendo o resultado desse belo trabalho e qual a reao do pblico sobre ele?Manu Joker: A reao tem sido excelente, tanto nos shows quanto nas audies que fzemos com imprensa, amigos, etc. Acho que o lbum se tornou unanimidade en-tre os que apreciam nosso trabalho. Realmente creio que demos alguns passos alm com o Opressor.HELL DIVINE: Ultimamente as bandas nacionais vm inves-tindo em letras em portugus e o resultado realmente excelente. Qual o motivo dessa diversifcao?Manu Joker: No sei, acho que em alguns casos mais por modismos, por momento, assim como quando muitos quiseram ser o novo Sepultura no fnal dos anos 80. Fico feliz em ver que o som cantado em portugus est tendo mais abertura. Fazemos isso h mais de 20 anos, numa poca onde no era algo to comum. No vejo o Uganga de outra maneira que no seja cantando na nossa lngua, falando da nossa maneira, na linguagem das ruas. Gra-vamos Who Are The True? do Vulcano e j cogitamos escrever alguma letra em espanhol, mas seria algo pontu-al. Uganga canta em portugus e vai continuar assim.HELL DIVINE: O Uganga natural de Minas Gerais, terra que um grande bero do som pesado e que possui grandes bandas conhecidas mundial-mente como Sepultura, Sarcfago e os excelentes Irmos Cavalera (Max e Iggor), hoje, com o Cavalera Conspi-racy. Com essa fora toda, o pblico enxerga a banda de uma maneira diferente ou hoje no necessria essa comparao?Manu Joker: Eu gosto dessa compa-rao, nos motiva a fazer nossa parte cada vez melhor para honrar essa safra to foda dos anos 80, na qual me incluo, j que estou na ativa desde 1986. Minas Gerais tem um nome muito forte no mundo todo e esta-mos aqui pra mostrar que nem s de Belo Horizonte vive a cena pesada do nosso estado. O Tringulo Mineiro vem mostrando sua fora no de hoje e bandas como Uganga, Seu Juvenal, Krow, Scourge e tantas outras esto aqui pra no deixar a peteca cair. Ago-ra, que fque claro que no vejo nada de produtivo em tentar ser o novo Sepultura ou o novo Sarcfago. Essas bandas chegaram onde esto por no tentarem copiar ningum, criaram sua assinatura a partir de suas referncias e isso que fazemos no Uganga.HELL DIVINE: O Metal nacional vive um grande momento com o surgimento de grandes bandas e at mesmo timas reformulaes em bandas j consagradas como o Angra, que conta com um vocalista italiano (Fabio Lione). Como vocs enxergam essa mistura de nacionalidades?Manu Joker: Acho da hora, msica no tem fronteiras nem bandeiras. No Metal e no Hardcore somos todos irmos. HELL DIVINE: A arte da capa do disco Opressor bastan-te chamativa e interessante, quem foi o responsvel pela mesma e qual mensagem ela passa?Manu Joker: Capa e contracapa foram criadas pelo Beto Andrade, um artista de BH, que j tinha trabalhado com a gente no merchandise da segunda turn europeia, que rolou em 2013. O cara mandou muito bem e captou exatamente o que a gente queria. O encarte fcou com meu irmo Marco, batera do Uganga, que tambm fez belo trabalho. Acho que tanto capa quanto encarte deixam bem Sabemos que o terreno mineiro sempre teve grande expresso no som pesado em nosso pas e essa saga continua se prolongando a cada ano. O Uganga est a tambm para mostrar essa fora do Metal mineiro e, tambm, nacional. Manu Joker conversou conosco sobre a banda e tambm falou um pouco sobre seu passado como membro do Sarcfago e sobre os projetos para a banda nesse ano. Confiram!Por Leandro Fernandesclaros o conceito do Opressor.HELL DIVINE: Essa experincia que voc traz dos primr-dios do Sarcfago ajuda na produo e composio das msicas?Manu Joker: Eu acredito que sim. Sou baterista e penso nos arranjos desse ponto de vista. Algumas vezes a ideia inicial parte de uma jam acstica somente comigo e o Christian, e nesses casos, eu fao um esboo inicial do groove. Mas mesmo nesse tipo de situao, o Marco acrescenta o estilo dele depois. O Uganga uma demo-cracia organizada e todos colaboram com as msicas. Sem a unio dos cinco no soaramos como soamos, disso tenho certeza.HELL DIVINE: Vocs gravaram um disco ao vivo na Europa. O novo debut j chegou por l? Existe j alguma proposta para uma turn da banda pelo continente?Manu Joker: At agora lanamos na Europa o Vol. 03: Caos Carma Conceito pela Metal Soldiers de Portugal e eles esto pra soltar uma prensagem do Eurocaos por l tambm. Quanto ao Opressor ainda estamos defnindo quem ir lanar, mas com certeza sair no velho mundo. Em 2016 voltaremos para a nossa terceira tour, j que em 2015 o foco Brasil e Amrica Latina.HELL DIVINE: Sabemos que difcil viver de msica em nosso pas. A banda est na ativa desde 1993 e o cami-nho sempre rduo. Encontramo-nos hoje em uma era tecnolgica bastante avanada e para isso possumos as redes sociais, que ajuda e muito a divulgar, de forma mais rpida, os trabalhos das bandas. Sabemos tambm que a pirataria caminha junto a tudo isso, atrapalha de certa forma?Manu Joker: Por um lado, hoje em dia muito mais fcil voc armar uma tour com as mdias digitais e toda essa onda de internet, mp3, etc. O leque de possibilidades para divulgar seu trabalho infnito. Por outro lado, ruim, pois as pessoas no pagam mais pela msica e as bandas tm que diversifcar os produtos para fazer grana, alm de tocar o mximo possvel. Acho que estamos numa fase de transio onde ainda no temos tudo claro, no sabemos ao certo como a msica poder ser comercializada no fu-turo. Eu sou da velha guarda e continuo comprando CDs e principalmente vinis, mas quem quiser fcar nessa de pen drive, est tudo certo, cada um na sua (risos). Pode baixar nossas msicas na boa, s no venha piratear nosso CD e ganhar grana nas nossas costas, porque a o bicho vai pegar legal. HELL DIVINE: Como foi o ano de 2014 para a banda e o que esperam para o ano de 2015.Manu Joker: O ano de 2014 foi de muito trabalho e, em alguns momentos, de dor tambm. Creio que todos os integrantes do Uganga passaram por momentos difceis nesse ano, em especial o Christian e o Rs, pois alm de perderem o pai, teve o lance do tratamento do Christian que j foi inclusive divulgado na imprensa. Lidamos com problemas de trabalho, contuses, separaes e outras coisas que nos testaram, mas acho que tudo isso s nos deixou mais fortes e unidos. Vejo 2014 como um ano de treino e plantio, agora em 2015 queremos voltar no gs e colher o que est guardado pra ns, com humildade e trabalho srio.20ENTREVISTARENASCENDO DAS CINZASHell Divine: Secret Garden o primeiro disco do Angra com essa nova formao e lanado cinco anos aps o ltimo lbum de estdio. Qual a principal mudana de mentalidade na banda aps todas essas mudanas?Felipe Andreoli: O lbum Secret Garden representa uma mudana no Angra de diversas maneiras, mas a principal delas foi a entrada de novos integrantes como o baterista Bruno Valverde e o vocalista Fabio Lione. S por causa disso, trouxe uma dinmica nova e maneiras diferentes de compor uma msica. A segunda mudana na mentalida-de da banda foi que ns queramos levar o som do Angra para outro nvel, algo que nunca tnhamos feito antes. Ento claro que ns temos toda essa bagagem, quando comeamos a compor aparecem elementos brasileiros, o Power Metal, mas tentamos trazer o som do Angra para 2015 mais moderno, atual e com as caractersticas princi-Depois de muito tempo sem lanar uma msica indita, o momento que os fs do Angra mais esperavam finalmente chegou com o novo lbum Secret Garden - oitavo trabalho de estdio do grupo. Esse lbum traz uma renovao de mentalidade e estilo do Angra, como se fosse uma libertao de todos os dogmas criados em cima dos msicos em todos esses anos. Com a pr-produo do renomado produtor Roy Z (Judas Priest, Bruce Dickinson, Halford) e produzido e gravado na Sucia pelo talentoso Jens Bogren (Kreator, Arch Enemy, Opeth), Secret Garden rene uma roupagem contempornea e composies interessantes a arte grfica foi criada pelo desenhista Rodrigo Bastos Didier. Nessa entrevista exclusiva revista Hell Divine, o baixista Felipe Andreoli conta detalhes do novo lbum, fala sobre Fabio Lione (vocal), Bruno Valverde (bateria) e sobre o futuro da banda. Confira!Por Thiago Rahal Mauropais da banda. Acredito que conseguimos isso, pois tenho lido vrias resenhas e as pessoas tem comentado exata-mente esse ponto, o que me deixa muito feliz.Hell Divine: Qual o conceito lrico por trs de Secret Garden? Ele conceitual? Se sim, poderia contar sobre a sua histria.Felipe Andreoli: Sim, ele lbum conceitual. A histria fala sobre um personagem que passa por diversas mudanas de mentalidade no decorrer dos anos. No caso do Secret Garden, contamos sobre um cientista bastante ctico sobre religio que sofre um acidente de carro ao lado de sua esposa. Ele perde a esposa nesse acidente e fca meses em coma no hospital. Ento, quando ele acorda do coma e percebe que perdeu o emprego em seu laboratrio e sua mulher morreu comea a ter alucinaes com anjos ou elementos paranormais e comea a perceber que possvel, que existe vida ou algo no palpvel alm do que vemos com nossos olhos. Ele comea a fazer perguntas se o que ele est vendo algo do crebro dele ou de outro mundo. E basicamente essa discusso que o lbum traz. Abordamos diversas maneiras de observar a vida, seja de forma ctica ou sobrenatural. Hell Divine: Ouvindo Secret Garden percebemos que a banda quis trazer algo de novo para o som dela. Moderno, progressivo, mas ao mesmo tempo bastante musical e elementos pop. Foi intencional essa mudana caracterstica na sonoridade do Angra? Felipe Andreoli: Sim, foi intencional. Como compositores, gostamos de tra-zer elementos novos e misturar com a nossa caracterstica. claro que no mudaramos totalmente as estruturas musicais da banda, mas foi intencional, sim, essa questo de buscar novas maneiras de compor e atrair o pblico. Hell Divine: Nos vdeos divulgados pela banda mostrando a pr-produo do novo lbum fcou claro que vocs estavam buscando msicas mais fortes, com refros marcantes, etc. O que fzeram vocs a pensar nisso?Felipe Andreoli: Sem dvida, mas no somente o Angra busca isso, prati-camente todas as bandas dentro do Rock e Heavy Metal buscam um refro marcante e que tenha impacto. Todo mundo sempre busca o refro perfeito, que tem uma melodia boa, que faa o f cantar. Tentamos buscar esse tipo de melodia com um bom equilbrio, sem forar nada.Hell Divine: Qual a premissa principal de Secret Garden?Felipe Andreoli: A premissa principal a liberdade que ns msicos tivemos para compor, alm de explorar novas infuncias, de mostrar o quanto ga-nhamos em todos esses anos com experincias vividas com outros msicos sejam eles brasileiros ou estrangeiros. Desde o Temple Of Shadows ns buscamos isso, a diferena que eu vejo agora que temos mais unidade como banda, pois nos sentimos mais livres para compor sem ter de pensar em tudo. Hell Divine: O lbum teve a pr-produo de Roy Z. Qual o motivo para a esco-lha dele e qual a importncia de pr-produo bem planejada?Felipe Andreoli: A pr-produo a parte principal de um disco bem gravado, isso sem contar a gravao em si. A parte de composio algo mais ldico, onde o msico se sente mais livre para fazer o que quiser. Na pr-produo, o que fazemos ali tudo mais objetivo, com o foco nas melodias e de achar o melhor som possvel para determinadas msicas. O Roy Z um amigo da banda e do Paulo Baron, nosso empresrio. Ele tem muita bagagem por j ter traba-lho com nomes como Judas Priest, Bruce Dickinson, etc, portanto tudo que ele falou nos ajudou muito. Ele dava toques para arranjos de bateria, por exemplo, o que fez com a msica se tornasse mais forte ainda. Sem contar que ele conseguia ler o clima da banda, entender o que estava passando com todo mundo e dar a tranquilidade necessria para cada um dar o melhor. Foi bem legal ele ter aceitado o convite para participar de alguns ensaios conosco.Hell Divine: Secret Garden foi gra-vado na Europa e produzido e mixado por Jens Bogren. Por que escolheram ele e como foi o trabalho em geral?Felipe Andreoli: O Jens foi o primei-ro nome que ns pensamos para a produo do lbum e fcamos muito felizes quando ele aceitou o trabalho. Ele ns escolhemos porque todos os seus trabalhos recentes mostraram o que ns pensamos ser uma produo moderna. Alm disso, todas as bandas que trabalharam com ele tiveram seus grandes lbuns graas produo e gravao feitas por ele. Outro fator importante foi que ele entendeu, per-feitamente, o som da banda, pois alm de tudo conhece muito progressivo e a sonoridade do Angra, ento nesse ponto foi muito tranquilo. Quando ele mandou a primeira mix para a banda eu j queria aprovar logo de cara, de to competente que ele foi. claro que mudamos algumas coisas, mas boa parte do que ele fez primeiro est no lbum. Ele , realmente, muito bom.Hell Divine: O baterista Bruno Valverde entrou no meio da turn de comemo-rao de 20 anos do Angels Cry. Por que Ricardo Confessori saiu da banda e qual o motivo da escolha de Bruno? 22 23Felipe Andreoli: Depois de tantos anos tocando em ban-das e vivendo o metal, o Ricardo queria fcar mais com a famlia e fazer outros projetos. Por mais chato que seja a troca de um integrante to importante como ele, ns que-ramos fazer da maneira correta e digna. E foi exatamente o que aconteceu. Ele foi muito legal com a banda tocando o restante da turn com o Angra. Ele tem o seu legado e isso nunca ser apagado. Quanto ao Bruno, acho que foi a escolha mais bvia possvel, j que ele toca comigo na banda do Kiko Loureiro. Ele assustadoramente bom em todos os estilos. Toca Thrash Metal, Death, Power, msica brasileira, Jazz, enfm, por todos esses motivos ele foi o escolhido. Hell Divine: Bruno Valverde no um baterista da cena metal, mas sim do Fusion, apesar de ser conhecido dos fs do Angra por conta de seu trabalho com Kiko Loureiro. O que ele trouxe de novo para a banda?Felipe Andreoli: Sim, realmente ele um baterista do Fusion. Existem vrios tipos de Fusion, como o Rock com Jazz, por exemplo. Ele tem uma facilidade muito grande de tocar qualquer tipo de msica e aprende muito rpido. O fato de ele ter trabalhado na noite tocando diversos estilos ajuda na hora de compor, pois ele traz novos ele-mentos que s vezes no tnhamos pensado para determi-nada msica. Ele um baterista fantstico e muito fcil de trabalhar.Hell Divine: Toda mudana de vocalista se torna dramtica em uma banda, ainda mais no Angra que teve dois voca-listas muito importantes como Andre Matos e Edu Falas-chi. Fabio Lione parece ter ajudado para que essa transi-o ocorresse mais naturalmente. A aceitao por parte dos fs e da crtica foi bem mais fcil. Como foi trabalhar as msicas de Secret Garden especifcamente para a voz de Fabio Lione?Felipe Andreoli: O Fabio Lione outra pessoa muito fcil de trabalhar. Muito talentoso. Na verdade, ele tem um talento muito natural. Ele ajudou muito com a questo da melodia vocal e, de certa maneira, foi legal ver ele ten-tando criar coisas novas e diferentes do que ele fez em outras bandas que ele trabalhou. Ele tem uma legio de fs, tanto no Brasil como no mundo todo, ento foi bem mais fcil essa transio. Ter ele conosco agora est sen-do muito importante. Hell Divine: O que Fabio Lione mudou na concepo origi-nal do que o Angra? Vocs tiveram que se adaptar a ele ou foi o contrrio?Felipe Andreoli: Na verdade, ele no mudou nada nesse quesito. Quem comps as msicas fomos eu, o Kiko e o Rafael. E ns, claro, fzemos as msicas pensando na voz dele, mas ele no mudou a estrutura das composies, apenas deu umas ideias aqui e ali. De todo modo, ele foi muito tranquilo e tentamos deixar as coisas mais coeren-tes possveis com a banda.Hell Divine: A faixa Newborn Me bem diferente para os padres do Angra. Fale um pouco mais sobre ela, por favor.Felipe Andreoli: Eu no acho ela to diferente assim, ela tem toda uma estrutura caracterstica do Angra. Esta faixa poderia estar no Aurora Consurgens facilmente, por exemplo. Na verdade, nela vemos bastante o progressi-vo e o que temos feito atualmente na banda. Se prestar ateno, todos os riffs so baseados no maracatu, o que bem do Angra. Se eu escutasse essa msica e no fosse da banda no iria estranhar, pelo contrrio. Hell Divine: A msica Storm of Emotions foi escolhida para ser videoclipe. Dois fatos so bem diferentes nela: o uso do baixo como parte principal da composio e a participao do guitarrista Rafael Bittencourt nos vocais ao lado de Fabio Lione. De quem foi essa ideia?Felipe Andreoli: Eu tinha o riff inicial dessa msica j pron-to, s no sabia em qual projeto iria usar. Dessa maneira, mostrei para o Rafael e o Kiko e eles gostaram bastante. Ela tem esse lado mais progressivo, que bem legal. A ideia de o Rafael cantar j algo mais antigo, queramos explorar mais isso, pois ele canta muito e tem um timbre bem peculiar. Ele tem se tornado um cantor melhor a cada dia mais e isso tem ajudado a banda. O fato de termos o Fabio na banda ajudou tambm, j que ele da Itlia e se precisarmos nos apresentar sem ele, o Rafael tem dado conta do recado. A interpretao tambm foi um fator importante, pois o Fabio poderia ter cantado ela sozinho, mas o Rafael deu um toque diferente e tornou tudo mais especial. Hell Divine: Na msica Crushing Room a vocalista Doro Pesch fez uma participao especial cantando ao lado do Rafael Bittencourt. De quem foi a ideia e como foi gravar com ela?Felipe Andreoli: Essa era uma msica que o Rafael queria cantar desde o processo de composio, ento foi meio que natural. Em todos os ensaios ele j cantava essa conosco e realmente fcou bem legal com ela. Ter a Doro Pesch nessa msica foi muito importante e deu outro toque para a composio.Hell Divine: Os fs podem fcar tranquilos quanto a conti-nuidade de Fabio Lione no Angra aps a turn de divulga-o de Secret Garden?Felipe Andreoli: Sim, podem fcar tranquilos. O Fabio Lione a voz da banda, inclusive temos muitos planos para ele em um futuro prximo. Com diz o velho ditado popular, em time que est ganhando, no se mexe. Portanto, teremos o Fabio conosco por muitos e muitos anos.Hell Divine: Por fm, quais os planos da banda para 2015? Felipe Andreoli: Temos muitos planos, mas o principal deles sair em turn e tocar no mundo todo. Temos datas marcadas em vrios festivais europeus, no Japo e inclusive vamos tocar no festival ProgPower dos EUA. Enfm, a ideia chegar o mais perto possvel dos fs. Peo que escutem o lbum sem pretenses ou comparaes. Pensem no momento atual da banda e curtam o lbum por ele mesmo. Obrigado pelo apoio de sempre e nos vemos na estrada!24 2527SECRET GARDEN POR MARIO LINHARES (VOCALISTA DA BANDA DARK AVENGER)Talento, boas composies, tcnica e bom gosto, elementos que tornam o Angra um grupo musical de qualidade indiscutvel. Desde o multiplatinado Angels Cry e o indefectvel Temple Of Shadows a banda presenteia seus fs com canes bem escritas, tanto instrumental quanto poeticamente. As caractersticas nacionais que a banda adiciona ao seu trabalho desde o acla-mado Holy Land tornaram-se a marca registrada de quem no tem medo de ousar e evidenciar a sua brasilidade.E era isso que se esperava no novo disco da banda, o to aguardado Se-cret Garden, uma vez que este contaria com a voz de Fabio Lione, cantor com timbre operstico forte e conhecido por seus inmeros trabalhos musicais, em especial com o Rhapsody of Fire da Itlia.Fabio Lione mais uma grande voz a dar suporte s canes do grupo. Ressalte-se que a banda sempre teve excelentes cantores e, as alternn-cias de vocalistas na banda, sempre seguidas de traumticas reaes por parte dos fs do grupo, s serviram para evidenciar algo s possvel de se perceber na esteira do tempo, que seja, Rafael Bittencourt a alma da banda, quer pelo percentual de participao nas composies do grupo, quer por sua relevncia na parte potica das msicas, onde este escreve a maioria dos conceitos e letras, quer por sua tcnica elevada advinda de muito estudo e conhecimento musical, quer pela perseverana em manter o grupo nos momentos mais difceis, mas principalmente pela entrega nas atividades que este comea a tomar para si nos novos rumos da banda, haja visto este colocar voz em vrias composies do novo disco, seara bem difcil para um gui-tarrista mas que, uma vez efetuada com xito, servir para alavancar ainda mais sua carreira, como j o faz Lenny Kravitz, Richie Kotzen, entre outros.E o disco no decepciona. Todos os elementos que legi-timam a banda e seus instrumentistas esto ali: tcnica, preciso, esttica musical aprumada e uma histria a ser contada, de novo por Rafael Bittencourt.Mas algo salta aos ouvidos de quem ouve o disco como em cima de uma base new metal, desfla e interpreta os sentimentos da msica melhor que Fabio.Uma caracterstica que se evidenciou em vrias msicas foram a execuo de solos sempre aps uma pausa ou si-lncio, uma repetio de modus operandi muito alheio s carac-tersticas da banda, incerto se foi acidental ou intencional.A pesadssima Violet Sky re-pete a frmula inicial de Storm of Emotions s que com a voz de Rafael e minha opinio que sua interveno fcou formi-dvel. Embora a msica seja simples Rafael consegue impor com sua interpretao os picos e vales necessrios fuidez de sentimentos. Aqui mais uma vez se repete a frmula siln-cio-solo e a melodia do verso fnal em italiano o diferencial da cano... a cereja do bolo.A impresso que a banda tenta se parecer mais World ao se aproximar de artistas que tem se destacado no merca-do mundial como Rhapsody, Nightwish, Kamelot, etc. Essa sensao fca mais evidenciada na fraqussima Secret Garden, de composio de Maria Ilmoniemi, que parece uma cano rejeitada pelo Nightwish e, de to deslocada do conjunto de to simplria em termos musicais, parece mais uma imposio que uma escolha.As levadas de baixo de Upper Levels evidenciam tudo que eu quis dizer com Identidade Angra... Ali est a ban-da em toda sua capacidade compositiva, seja nas mudan-as de movimentos que servem de base para as melodias de vocais, sejam nas levadas e quebradas que tornam necessria uma melodia rica em mtrica e semntica para que se tenha um resultado fnal satisfatrio. E o Angra en-trega o produto com maestria em Upper Levels. Os vo-calizes ao estilo Yes nos versos de The farther the star... so a prova de que a banda no esqueceu suas razes e no tem medo de arriscar e mostrar toda a sua capacida-de tcnica, embora a frmula silncio-solo tambm se repita aqui e uma teimosia em querer soar Dream Theater fosse totalmente dispensvel. Em Upper Levels v-se o equilbrio instrumental/melodia caracterstico do Angra.Em Crushing Room pode-se dizer que est se ouvindo uma msica da Tarja Turunen da poca My Winter Storm tamanha semelhana de estrutura e ambientao. Uma msica bonita mas simples e cuja participao de Doro acrescenta nenhum diferencial.Perfect Symmetry um mix de Rhapsody (evidenciada na voz alta de Lione) e o Angra. como se houvessem emprestado os instrumentistas da banda para uma das obras orquestrais e megalomanacas da banda italiana. A todo momento eu fquei esperando entrar a voz do Chris-topher Lee (que ainda bem no apareceu).E eis que fnalmente aparece a mais bela composio da banda para este disco, seja pela parte potica, seja pelas inmeras camadas de vocalizes que complementam a necessariamente simples harmonia.Silent Call remete imediatamente s composies de Simon & Garfunkel do incio dos anos 70 como The Only Living Boy in New York e sua simplicidade esconde uma riqueza de arranjos com harmonds passeando aqui e ali, e generosas camadas de vocalizes graves (coisa rara de se ver) e a voz espetacular de Rafael Bittencourt que interpreta magistralmente uma letra de uma construo semntica formidvel.Os diferentes registros vocais que Rafael apresenta na interpretao nessa msica, e no disco como um todo, apresentam um amadurecimento que, na minha opinio, o capacitam totalmente a assumir os vocais da banda, solidifcando e legitimando de vez o necessrio resgate da identidade da banda.Secret Garden um bom disco. Daqueles que pode-se colocar na playlist sem medo de errar, com exceo da faixa ttulo de to obtusa, chata e deslocada que no deveria dar nome ao lbum que, no entanto, carece ainda de ter em seu DNA o carimbo de 100% An-gra, muito embora tenha sido composto pelo binmio Rafael/Kiko, ou quase.um todo: a ausncia da unicidade de elementos que serve de alicerce para a identidade da banda e que a tornou reconhecvel e reconhecida.As composies da banda sempre tiveram como pice de rsistence o instrumental rebuscado, to rico em elemen-tos e informaes que nunca permitiu uma soberania das linhas meldicas, a no ser que intencional.Ao ouvir ao disco at a glance (se que possvel en-xergar a msica de relance) o ouvinte pode optar em se deixar levar pela alta qualidade das composies como Newborn Me, Black Hearted Soul e se esquecer que estas remetem imediatamente a trabalhos de outras ban-das como Athena e Rhapsody (todas ex-bandas de Fbio Lione), sendo que a pesada Final Light parece mais ser um trabalho solo de Fbio, haja vista a simplicidade ins-trumental desta. A jazzstica Storm of Emotions repete a frmula anterior com a introduo da voz de Rafael que, 28 29Como assim no conhecem a histria bblica da Ema Encantada que abriu as guas dos mares? Papiros antigos diziam que o mito era verdadeiro. A ave, enviada do futuro para exterminar John Connor, era uma criatura de raros poderes. Veloz como o The Flash (reparem nas fechas do uniforme), olhar penetrante como o do Ciclope (dos X-Men) e garras fuorescentes capazes de fazer o cho estremecer! Certamente os adereos de couro, correntes e spikes (emprestados por Rob Halford) davam-lhe mais poderes e mais estilo, claro. Incrvel mesmo conseguir abrir um mar de almas malignas, revelando inscries egpcias importantssimas para a histria o olho que tudo v, do Sauron. Pelo visto, tem algum l em cima que no est muito contente com toda essa audcia. Ser a Ema capaz de abrir os cus tambm? Cenas do prximo lbum da banda Lancer.Pra voc que se interessou, a banda Lancer foi formada, na Sucia, em 2009. Lanaram uma Demo, um EP e esse lbum autointitulado, todos voltados para o Power Metal. Apesar da capa de pssimo gostoa, o som at que legal. Quem quiser conferir e conhecer mais, acesse: www.facebook.com/lancermetalOH, DAT ARTWORK! ESPECIAL: PILARES DO ABCACAO DIRETA, MX E NECROMANCIA~Hoje em dia fcil perambular pelos bares, ca-sas de shows do ABC Paulista e nos depararmos com shows dos mais variados estilos dentro do Rock. Desde festivais mesclando Death/Thrash at algo mais voltado ao Alternativo e Hardco-re. Mas como eram as coisas antigamente? Que bandas as pessoas ouviam? Bom, essa no uma tarefa muito simples de explicar, pois quem acompanhou o circuito nes-ses 20 ou 30 anos viu muitas bandas que, para muitos, estourariam com certeza porm, do mesmo jeito que apareciam nos shows, desapa-reciam como num passe de mgica. Vem men-te diversos nomes como Karisma, Acid Storm, Tormenta, Cova, Blasphemer e muitas outras. Isso s do segmento mais pesado. Hoje o papo ser sobre trs bandas que, de certa, forma esto na boca dos caras das antigas (e da molecada) daqui: Ao Direta, MX e Necromancia.Na estrada desde o fnal dos anos 80 e tendo sempre frente o vocalista Gepeto, o Ao Dire-ta unia em sua msica elementos do Hardcore (letras) e Thrash (instrumental), sempre de forma direta e sem rodeios, possuindo clssicos como Entre A Beno e o Caos (1997), Mas-sacre Humano (2006) e o mais recente lana-mento, o lbum World Freak Show (2012), que receber uma verso em vinil neste ano. Interes-sante comparar que, atravs dos anos, a banda foi se aproximando cada vez mais do Metal em seus ltimos trabalhos, como no ltimo registro de estdio que, graas produo esmerada de Marcello Pompeu (Korzus), alm de msicas defnitivas como Zeitgeist, Useless Complex e Forced Needs. A energia do quarteto que, alm de Gepeto, conta hoje com Pancho (guitar-ra), Pancho (baixo) e Marco (bateria, Dead Fish), pode ser conferida nos palcos, local que a banda se apresenta regularmente, alm de terem pre-senteado fs de todo o pas e Europa com seus shows cheios de raiva e msica boa.www.acaodiretabrasil.com.brMais diretos e bebendo diretamente na veia Thrash, o MX, entre algumas idas e vindas, possui 30 anos de estrada sendo que no fm da dcada de 80 era tratado como o novo Sepultu-Por Joo Messias Jr.Por Pedro Humangous30 31ra. Mas a msica do quarteto era mais direcionada para o Hardcore, com coros e inteligentes divises vocais de Morto (guitarra) e Alexandre (bateria), fcando assim sua msica conhecida nacionalmente graas ao lanamento do LP Headthrashers Live, um split que contou tambm com as bandas Cova, Necromancia e Blasphemer. Com o lanamento dos LPs Simoniacal (1988) e Mental Sla-very (1989), coroaram essa primeira fase da banda, que chegou ao fnal no incio dos anos 90. Aps uma pausa, houve um retorno do grupo que contava com Morto (gui-tarra), Alexandre (bateria), CM (guitarra) e Dumbo (baixo), soltando o lbum Again (1995), que contou com msicas que nunca haviam sido lanadas mais a clssica Dirty Beach e o lbum Mental Slavery. Trs anos depois lan-am The Last File, que mantm a veia Thrash, pecando pela falta de um selo maior de divulgao. Aps um sumio, a banda retorna em 2012 com Dcio (guitarra), Dumbo (guitarra/baixo), Morto (guitarra/baixo/vocal) e Alexandre (bateria/vocal), com vrios shows pelo pas e Amrica do Sul, lanando em 2014 o lbum Re--Lapse, que conta com regravaes dos lbuns Simo-niacal e Mental Slavery, cuja escolha foi feita pelos fs atravs de uma enquete nas redes sociais. O trabalho citado mostra o poder de fogo dos thrashers, aliado a uma tima gravao, alm de uma inusitada verso para Figh-ting For the Bastards, que conta com os vocais de Joo Gordo (Ratos de Poro).Um excelente retorno que nos deixa animados quanto ao futuro!www.bandamx.com.brTambm parte da Headthrashers Live, o Necromancia teve suas atividades iniciadas em 1984 e, dentre outras coisas, est com a mesma formao h mais de duas dcadas, contando com Marcelo ndio DCastro (guitar-ra/vocal), Roberto Fornero (baixo) e Kiko DCastro (bateria) e esse time gravou os lbuns Necromancia (1996), dona do clssico No Way Out, Check Mate (2001) e Back From the Dead (2012). Interessante de ouvir a discogra-fa do trio ver a transio de estilos, desde a linha mais metal tradicional do debut, linha mais variada do segun-do disco at a mais recente fase, brutal e mais voltada ao Thrash oitentista.Outro fator que chama a ateno do som do Necroman-cia so as linhas de guitarra. Diretamente infuenciada por caras como Alex Skolinck (Testament) e Paul Gilbert (Mr. Big), o que faz que as canes soem diferentes do que estamos ouvindo por a, alm da triste constatao de termos um msico subestimado pelos guitarreiros, assim como o saudoso Hlcio Aguirra (Golpe de Estado), falecido em 2014.A inteno aqui no foi fazer uma biografa cheia de deta-lhes, mas sim, buscar os pilares do estilo na regio, algo que penso que muitos fs de msica, independentemente do estilo que curtem, deveriam fazer, ao invs de fcarem sempre na mesma pedida de Iron Maiden, Metallica e Judas Priest. No que devamos virar as costas para esses grupos, mas devemos valorizar DE VERDADE o que acon-tece na sua regio.www.necromancia.com.brEVOLUIU PRA PIORSabemos que Tobias Sammet um poo de talento sim. Fim! Porm, ultima-mente, sua banda Edguy vem lanando discos bem fracos e o ltimo debut da banda Space Police: Defenders of the Crown mostrou que realmente a banda se perdeu no tempo, a comear pela capa que bastante fraca, fugindo temtica da banda e msicas com pouca empolgao, cansativas. Hoje eles tem mostrado certa preguia ao criar belas canes como as passado e a forma clich e bem previsvel ao fnalizar os trabalhos chegam a ser hilrias.A banda obteve momentos de glrias quando surgiram com grandes petardos como Vain Glory Opera, o excelente, perfeito, Mandrake e tambm com o timo Hellfre Club, que possui a pica We Dont Need a Hero; valendo lembrar tambm de seu projeto Avantasia, que carimba um dos melhores momentos do frontman com os dois primeiros lanamentos, que so de cair o queixo! Aps isso, a banda se mostra imatura e fraca. No sabemos ao certo a que se deve criar msicas sem inspirao alguma; o calibre de talento que possuem fcou preso ao passado. Podemos sim esperar algo de bom ainda, pois a banda pouco mudou sua formao e sabemos que os mesmos podem mostrar algo que realmente poder impactar e trazer de volta aquela energia e vigor que outrora existiram. Por mais obsoleto que o famoso metal meldico possa estar, bandas que ainda vivem dele conseguem mostrar sempre que pode se inovar sem perder a magia.Por Leandro Fernandes32 33RESENHASUnmasked BrainsMachinaIndependentePor Pedro Humangous9,0O Rio de Janeiro ferve! Seja pelas altas temperaturas ou simplesmente pela forte cena Heavy Metal, que ressurge com fora total! E o Unmasked Brains no s vem para fortalecer esse grupo de bandas cariocas, como vem para trazer sangue novo ao Metal brasileiro e por que no mundial!? Hoje em dia muito difcil ser inovador, mas o grupo formado por Reinaldo Leal (vocal e guitarra), LGC (guitarra), Denner Campolina (baixo) e Elcio Pineschi (bateria), defnitivamente conseguiu! Machina traz de tudo um pouco, um liquidifcador de estilos, misturando Prog, Thrash, Jazz e toda a modernidade possvel, sem soar pasteurizado ou genrico. Tudo aqui tem seu propsito, tudo muito bem costurado e encaixado em seu devido lugar. incrvel a capacidade desses msicos de criar algo cativante, intenso e acessvel. Estou em contato com todo tipo de lanamento h anos e confesso que poucas bandas me surpreenderam tanto com seu primeiro trabalho ofcial como este aqui. O Unmasked Brains traz uma essncia diferenciada, preocupados tanto com a parte esttica visual quanto musical os msicos se apresentam ao vivo uniformizados, tudo baseado na temtica futurista do disco, arte da capa e encarte (arte feita por Jobert Mello, inspirada no mestre H.R. Giger). O lbum uma viagem pura, te leva a lugares inusitados e desvia o caminho a todo momento, tornando sua audio no mnimo surpreendente. A produo do disco fcou muito boa, com extrema qualidade de gravao, mixagem e masterizao, as msicas ganharam mais punch, soando cristalinas e extremas ao mesmo tempo, tudo muito bem equalizado. Difcil e injusto apontar algum destaque nesse belo conjunto de composies, porm, diria que minha preferida foi a longa Controversies Of The War - complexa, de difcil digesto, mas estranhamente viciante. No deixe de ouvir essa banda, um lbum surpreendente de um expoente do Metal nacional que merece ganhar o reconhecimento mundial. Despretensioso e certeiro!SymptomenInto the FutureDie Fight Records Por Leandro Fernandes8,0Segundo disco da banda e j mostrando que realmente esto preparados para o mundo, o Symptomen conseguiu um belo feito em suas msicas: identifcar realmente o som em que investem. Encontramos um Heavy Metal oitentista e bem original, apresentando tambm uma grande evoluo com relao ao primeiro trabalho. Podemos destacar aqui, com unanimidade o trabalho de guitarras, bastante limpo e muito bem produzido; vocais potentes com infuncias claras de uma das lendas do Heavy Metal Rob Halford; baixo e bateria fazendo uma cozinha bem variada e coesa, trazendo muito peso e habilidade. A potncia que a banda mostra logo percebida na faixa de abertura Into The Future, com uma pegada realmente pesada e homognea.2 Lives 2 Live te leva diretamente aos anos 80, com belos coros e um refro bem manjado. Grande msica! About To Blow esbarra facilmente no Mtley Crue: rpida, contagiante, e as guitarras fazendo um show parte. Com riffs completamente limpos e bem produzidos, Payback Time bastante cadenciada e, ao mesmo tempo, intensa, assim como The Eye of The Universe podendo arriscar a dizer ser a melhor msica do compilado. A produo intensa de riffs continua em Heavy Metal in Blood; o nome diz tudo. Excelente msica! Partindo para o fnal do disco, temos duas grandes canes. Glory Night e Freedom War, podem ser percebidas um peso diferente das demais e, nas mesmas, o Heavy Metal mais inovado prioridade. Encerrando com Goodbye, A NOVA SAFRASTONER ROCK/METAL Bom, resolvi escrever um texto sobre o Stoner Rock por se tratar de um dos estilos de maior ascenso no Under-ground atual pois nunca tal gnero da msica pesada teve tantos representantes, lanando discos de tamanha qualidade, como hoje em dia.Com uma sonoridade bem intensa e trazendo elementos de outros estilos, como Hard Rock, Doom, Space Rock e Rock Psicodlico, com muitas variaes junto a outros estilos, como o Thrash Metal, o Sludge e o Southern Rock, o Stoner caracterizado especialmente pela pre-sena de riffs marcantes e classudos, cheios de vibrao e groove, que grudam instantaneamente na cabea do ouvinte. Alm disso, uma cozinha diretona e agressiva, com baixo bem presente e grave, linhas vocais meldicas e cidas, alm de um contexto todo retr (incluindo a pro-duo suja e sem muita frescura), so marcas presentes no som da maioria das bandas que se aventura por seus meandros.Muitos datam o incio do movimento Stoner ao incio da dcada de 90, com bandas como KYUSS e SLEEP, mas, na realidade, o estilo surgiu com o prprio advento do Heavy Metal, com o BLACK SABBATH e outras bandas obscuras do fnal da dcada de 60 em diante como BLUE CHEER, BLUE YSTER CULT, dentre vrias outras. Posteriormente, bandas como CATHEDRAL, MONSTER MAGNETIC, SPIRITU-AL BEGGAR, KARMA TO BURN, FU MANCHU, WO FAT, THE MUSHROOM RIVER BAND, alm dos j citados KYUSS e SLEEP, foram dando continuidade ao movimento Stoner.Ou seja, trata-se de uma vertente da msica pesada que sempre teve uma grande quantidade de admiradores e, embora algumas das bandas mais recentes que podem ser enquadradas no estilo possuam uma ateno maior da mdia (como QUEENS OF THE STONE AGE, BLACK STONE CHERRY e WOLFMOTHER, por exemplo), a esmagadora maioria est adstrita ao Underground e, mesmo assim, sem tanto destaque como outros estilos, Thrash, Hard Rock e Power Metal, por exemplo.Porm, como dito no incio deste texto, atualmente h uma nova safra de bandas do estilo que tem feito um trabalho excelente, fazendo deste um dos perodos mais prolfcos do estilo em anos.Apenas para citar alguns nomes dessa nova leva de bandas, e sem a inteno de citar todas as melhores, para quem curte um som mais viajado, retro e psicodlico, RADIO MOSCOW, THE CRYSTAL CARAVAN, TORCHE e THE VINTAGE CARAVAN (formada por um trio de garotos islan-deses) so indicaes certeiras; j quem procura por algo mais obscuro e com forte ligao com o Sludge, LORD DYING, BLACK TUSK, HOWL e RED FANG so bandas que vem conseguindo um grande destaque no cenrio; mas se voc procura por novas bandas mais caractersticas do Stoner, com uma pegada mais direta e crua, SASQUAT-CH, KYNG, LONELY KAMEL, STONEWALL NOISE ORCHES-TRA, BAND OF SPICE, CROBOT, MALIGNO (tima banda Mexicana), MOTHERSHIP, TRUCKFIGHTERS, FREEDOM HAWK, VALIENT THORR, MOS GENERATOR, CHURCH OF MI-SERY (direto do Japo, com letras tratando de assassinos famosos), ROBOT LORDS OF TOKYO e BLACK SPIDERS so bons nomes para voc se aventurar pelo o qu de melhor o estilo pode proporcionar atualmente.Portanto, como voc pode ver, nenhuma das bandas cita-das possui um grande sucesso, ou mesmo um destaque maior na cena, por vrios motivos quais no valem a pena ser citados, mas jamais pela falta de competncia e boa msica criada por elas.Assim, o Stoner Metal/Rock um estilo interessantssi-mo, cheio de possibilidades para os amantes da msica pesada. Se voc ainda no conhece, vale muito a pena ao menos dar uma chance s bandas citadas, dentre vrias outras. Difcil que isso no se torne um caminho sem volta, tornar-se f. Com isso, meu caro amigo leitor, abra uma boa cerveja, aumente o som e divirta-se!Por Junior Frasc34 35temos uma balada que no incio soar um pouco estranha, mas logo se torna fcil sua aceitao. O Symptomen produziu um bom disco e com toda certeza iro crescer muito mais. Oua e tire suas concluses!ClamusIIIRising RecordsPor Cupim Lombardi8,0Hail ao Death Metal brasileiro! foi o que pensei na hora em que me peguei bangueando ouvindo esse EP dos Cearenses do Clamus. Apesar de ser um EP com somente trs msicas, valeu muito a pena! A produo est muito boa e pesada, todos os instrumentos bem dosados, resultando em um Death Metal de alto nvel. A banda, que no soltava nada desde 2009, vem com nova formao e violncia. A primeira msica Colnia, nica em portugus, tem uma boa lrica, porm achei que foge um pouco da proposta das msicas posteriores ao utilizarem elementos de Death Metal mais modernos, mas no tira nem um pouco a vontade apreci-la. Cabe destacar que quem assume os vocais so o baixista Felipe Ferreira e o guitarrista Lucas Gurgel, que conseguiram dar um timo rumo na proposta da banda. Sonzeira que deve deixar curiosos para um full lenght. NoWay Rise Of InsanityWarlock ProduesPor Rybanna Monturil9,0Rise Of Insanity, primeiro lbum do NoWay, que tem sua arte assinada por Joo Duarte, mixagem e masterizao por Tito Falaschi (Do It Studios), foi lanado em 2014 pela Warlock Produes com distribuio da Eternal Records. Contando com dez faixas, o lbum apresenta velocidade e preciso, onde os vocais de Diana Arnos podem se destacar lindamente. Embora se apresente como um lbum de Thrash Metal, a faixa We Will Take You Down comea mais amena e lembra muito o jeitinho da banda Vixen, dando um charme ao lbum e contribuindo tambm para uma variedade maior que o grupo pode trazer, no se limitando. Leading Way To Suicide o tiro certeiro do lbum; daquelas faixas que voc gosta de primeira. Gates to Hell no fca atrs da faixa anteriormente citada, com riffs rpidos, vocais rasgados e um baixo preciso; uma tima pedida juntamente com Let the Blood Run, que tem um solo melodioso e preciso. Quem gosta de msica rpida e brutal, vai amar este lbum, que mescla Heavy e Thrash Metal numa boa, sem soar datado meramente comum. Amen CornerChrist Worldwide CorporationCogumelo RecordsPor Pedro Humangous8,0Comemorar vinte anos de carreira no pra qualquer banda. O mais legal que quem ganha o presente so os fs: CD + DVD em um digipack de luxo, todo caprichado! Falar da histria do Amen Corner ou de sua importncia para o underground nacional chover no molhado. O que realmente importa que esto na ativa e lanando mais um belo trabalho. Christ Worldwide Corporation mantm a essncia do grupo intacta, aquele som caracterstico to difcil de ser rotulado. A linha mestre o Black Metal, porm a banda mistura com maestria diversos outros estilos como Death, Doom, e Thrash. Os vocais de Sucoth Benoth so um destaque parte, indo desde sussurros malfcos a urros engasgados pelo dio ao vociferar suas letras a performance e efeitos usados em The Death That Comes From The Sky so assustadoras. O instrumental consegue misturar bem os momentos mais meldicos e os mais sombrios, dosando entre a velocidade e a cadncia, deixando as composies bem variadas e, conseqentemente, uma audio agradvel e no cansativa. Chegaram a um equilbrio legal entre a pegada old school e a gravao limpa e mais moderna, sem perder identidade. No espere por nada tcnico demais, a ordem aqui dar o recado de forma simples e reta, mas bastante efetiva. A arte da capa fcou muito bem feita, e deixa explcita o