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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA PAULO ROBERTO SANTOS LOPES GEOFÍSICA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA NO MAPEAMENTO GEOLÓGICO E PROSPECÇÃO DE OCORRÊNCIA DE FERRO PARA AS CARTAS DE ESPINOSA E GUANAMBI, BAHIA. Salvador 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOLOGIA

PAULO ROBERTO SANTOS LOPES

GEOFÍSICA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA NO

MAPEAMENTO GEOLÓGICO E PROSPECÇÃO DE OCORRÊNCIA DE FERRO PARA AS CARTAS DE ESPINOSA E GUANAMBI,

BAHIA.

Salvador 2013

PAULO ROBERTO SANTOS LOPES

GEOFÍSICA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA NO MAPEAMENTO GEOLÓGICO E PROSPECÇÃO DE OCORRÊNCIA DE FERRO PARA AS CARTAS DE

ESPINOSA E GUANAMBI, BAHIA.

Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia. Orientador: Prof. Dr. Johildo Salomão Figueirêdo Barbosa Co-orientador: Profª Drª. Simone Cerqueira Pereira Cruz

Salvador 2013

TERMO DE APROVAÇÃO

PAULO ROBERTO SANTOS LOPES

Salvador, 15 de abril de 2013

GEOFÍSICA, SENSORIAMENTO REMOTO, GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA NO

MAPEAMENTO GEOLÓGICO E NA PROSPECÇÃO DE OCORRÊNCIA DE FERRO PARA AS CARTAS DE

ESPINOSA E GUANAMBI, BAHIA

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:

________________________________________________________________

Prof. Dr. Johildo Salomão Figueiredo Barbosa - Orientador

Universidade Federal da Bahia

________________________________________________________________

Dr. Eron Pires Macêdo

Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

________________________________________________________________

Prof. Danilo Heitor Caires Tinoco Bisneto Melo

Universidade Federal da Bahia

Meu filho, minha vida.

“Quando me vi tendo de viver comigo apenas e com o mundo, você me veio com um sonho

bom e me assustei, não sou perfeito” Renato Russo

AGRADECIMENTOS

Este é o trecho da monografia que mais me inspirava e com a mesma intensidade

preocupava. Lembrava-me como o pai ao filho para não cometer injustiças e não

percebia o que estava diante de mim, evidentemente as cometeria. Contudo, existe

um ser iluminado que de forma alguma poderia deixar de homenagear, minha

querida mãe, que mesmo diante de todas as dificuldades que a vida lhe impôs, lutou

com honra, coragem, força e fé por sua vida e a de seus filhos. Certamente

fraquejou em alguns momentos, mas não se abateu e manteve-se altiva para todas

as injustiças impostas a um semianalfabeto que não abria mão da educação dos

seus filhos.

Lágrimas vem aos meus olhos ao lembrar-me de ti, minha querida mãezinha, do teu

sorriso mágico, do teu olhar forte, de sua fortaleza e sim, de sua fragilidade. Nunca

hei de superar a tua falta. Tento seguir, muitas vezes sem sucesso, teus

ensinamentos. Espero ansiosamente pelo dia do nosso encontro. Como nem tudo

na vida é tristeza, a bondade divina me deu uma irmã maravilhosa, a que tenho

como mãe, um filho que redefiniu, reinventou e deu um novo sustento a minha vida.

No entanto a vida surpreende muitas vezes e novamente fui agraciado com uma

afilhada linda, minha princesinha Bruna Rafaela, uma namorada especial que tem

sido, sobretudo minha melhor amiga nestes anos difíceis, com quem desejo dividir

tudo de bom e de ruim que a vida tem a me proporcionar. Te amo meu amor.

Agradeço Também a meus irmãos Caio e Binho e a meus lindos sobrinhos Luan,

Caique e Catarina.

Agradeço também ao professor Johildo por ter aceitado esse desafio de me orientar,

numa situação complexa por conta do concurso da CERB. Não teria como conseguir

sem você e carregarei a admiração e ensinamentos pela vida profissional a fora,

servindo-me sempre como exemplo. Não menos importante agradeço a professora

Simone pela co-orientação do trabalho e a dedicação que tem como professora, a

professora Angela e professor Danilo por se disponibilizar a ajudar em momentos

tão difíceis, e a todos os outros professores que fizeram parte de longa jornada,

afinal 8 anos de UFBA não é pra qualquer um.

A minha madrinha Lana, Carleci, Angela Miranda, Fernando, Erodiano, Ronaldo e

Mere por terem incentivado tanto meus estudos e ter enxergado potencial em mim.

À Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), pela oportunidade de

estágio e posteriormente a contratação como terceirizado, dando destaque a João

Henrique, Maria Angélica, Elias Bernard (um grande professor), Reginaldo Leão,

Rosangela, Jackson Fernandes, Leonardo, Ricardo Hagge, Fábio, Tatiana,

Fernanda, Eduardo, Eliana, Amilton, Cristovaldo, Ritinha, Nalva e tantos outros que

fizeram parte desse período mágico de minha vida.

Por fim aos meus amigos, Paulinho (meu cunhado), Ronaldo, Jailson, Eduardo,

Laércio, Rogério, Nilma, Nelize, Tio Dito, Ricardo, Edemilto, Nadson e muitos outros,

por serem irmão em todas as horas, aos meus amigos e colegas da UFBA, Iarinha,

Zé e Cabeça, foi muito bom trabalhar com vocês. Enaldo, Dan e Luana, Maria Clara,

Daniel, Deise, Marcus Vinicius, Mário, Anderson Coelho, Aline, Carol, Renato (Japa)

e Andreia, Richard, Pedro Mendonça, Peu, Betão, Paulo Marques, Cipri,

Vanderlucia, Leticia e Edmar, Ana Paula, Binha, Dário, Caroço, Natalia, Peço

desculpas ao que esqueci o nome, mas a memória a essa altura já foi embora.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12

2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 13

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 13

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 13

3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14

4. METODOLOGIA ................................................................................................. 15

4.1 AEROGEOFÍSICA ............................................................................................. 15

4.1.1 Magnetometria ............................................................................................. 15

4.1.2 Radiometria .................................................................................................. 18

4.2 SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO .......................................... 18

5. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL .............................................................. 20

5.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO ................................................................................. 20

5.2 GEOLOGIA REGIONAL E TRABALHOS ANTERIORES ............................................. 21

5.3 BLOCO GAVIÃO .............................................................................................. 23

5.4 COMPLEXO SANTA ISABEL ............................................................................... 23

5.5 SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR URANDI ............................................ 24

5.6 SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR CAETITÉ-LICÍNIO DE ALMEIDA ............. 25

5.7 BATÓLITO GUANAMBI ...................................................................................... 25

5.8 SUPERGRUPO ESPINHAÇO............................................................................... 25

5.9 SUPERGRUPO SÃO FRANCISCO ....................................................................... 26

6. GEOLOGIA DAS CARTAS GUANAMBI E ESPINOSA ...................................... 27

6.1 COMPLEXO SANTA ISABEL ............................................................................... 27

6.2 SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR URANDI ............................................ 29

6.3 SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR CAETITÉ-LICÍNIO DE ALMEIDA ............. 31

6.4 GRANITÓIDE LAGOA DAS ALMAS....................................................................... 32

6.5 BATÓLITO GUANAMBI ...................................................................................... 33

6.6 SUPERGRUPO ESPINHAÇO............................................................................... 35

6.7 SUPERGRUPO SÃO FRANCISCO ....................................................................... 37

7. AEROGEOFÍSICA .............................................................................................. 38

7.1 MAGNETOMETRIA ........................................................................................... 38

7.1.1 CAMPO MAGNÉTICO TOTAL ............................................................................. 38

7.1.2 AMPLITUDE DO SINAL ANALÍTICO ...................................................................... 42

7.2 RADIOMETRIA ................................................................................................. 45

7.2.1 CANAL DE POTÁSSIO ....................................................................................... 45

7.2.2 CANAL DE URÂNIO .......................................................................................... 48

7.2.3 DISTRIBUIÇÃO TERNÁRIA DOS CANAIS K, U E TH ............................................... 51

8. SENSORIAMENTO REMOTO ............................................................................ 54

8.1 RELEVO SOMBREADO ..................................................................................... 54

8.2 MODELO DIGITAL DE TERRENO ........................................................................ 54

8.3 LANDSAT 5 ..................................................................................................... 57

9. CONCLUSÕES ................................................................................................... 60

10. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 63

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa de localização do projeto, situado a sudoeste do Estado da Bahia com representação dos municípios baianos abrangidos e principais vias de acesso.

20

Figura 2 Situação da área de estudo em relação ao cráton do São Francisco. Observam-se os compartimentos tectônicos e as faixas orogênicas.

21

Figura 3 Mapa geológico regional simplificado com a localização da área de estudo, abrangendo os ortognaisses, o Complexo Santa Isabel, as Sequências Metavulcanossedimentares, Supergrupo Espinhaço e as coberturas detrícicas e depósitos aluvionares. As cores utilizadas estão em conformidade com o padrão da Carta Estratigrafica Internacional

22

Figura 4 Distribuição do Complexo Santa Isabel no Mapa Geológico Preliminar Carta de Guanambi. Destacam-se as rochas que compõe este complexo: ortognaisse, granitoides metatexitose diatexitos, bem como sua distribuição na área de estudo.

28

Figura 5 Distribuição do Complexo Santa Isabel no Mapa Geológico Preliminar Carta Espinosa. Destacam-se as rochas que compõe este complexo: ortognaisse, granitoides metatexitose diatexitos, bem como sua distribuição na área de estudo

29

Figura 6 Distribuição da Sequência Metavulcanossedimentar Urandi no Mapa Geológico Preliminar da Carta Guanambi. Os litotipos apresentam-se alongados com direção NE-SW.

30

Figura 7 Distribuição da Sequência Metavulcanossedimentar Caetité-Licínio Almeida, ocupando a borda leste a Carta de Guanambi.

31

Figura 8 Distribuição da Sequência Metavulcanossedimentar Caetité-Licínio Almeida, ocupando a borda leste a Carta de Espinosa.

32

Figura 9 Distribuição do Granitóide Lagoa das Almas, no extremo sudeste da Carta Espinosa.

33

Figura 10 Distribuição do Complexo Santa Isabel na Carta Guanambi, destacando os sienitos, monzonitos e monzogranitos, além do Maciço Ceraima que ocorre na parte central da Carta.

34

Figura 11 Distribuição do Complexo Santa Isabel na Carta Espinosa, destacando Maciço Estreito, com forma alongada na direção N-S.

35

Figura 12 Distribuição do Supergrupo Espinhaço na Carta Guanambi, destacando os Grupos São Marcos e Santo Onofre, orientados na direção N-S.

36

Figura 13 Distribuição do Supergrupo Espinhaço na Carta Espinosa, destacando os Grupos São Marcos e Santo Onofre, orientados na direção N-S. O Grupo Santo Onofre Indiviso aflora na Serra de Palmas de Monte Alto.

36

Figura 14 Distribuição do Supergrupo São Francisco na Carta Espinosa, destacando os Grupos Macaúbas e Bambuí, localizados a sudoeste da área de estudo.

37

Figura 15 Mapa de Anomalia do Campo Magnético Total da Carta Guanambi. Observam-se as anomalias destacadas para as unidades das Sequências Metavulcanossedimentares Urandi e Caetité-Licínio de Almeida. Vale resaltar que os “corpos” mapeados como Sequência Metavulcanossedimentar Urandi apresentam características similares às da Carta Espinosa. À direita o resultado da interpretação da imagem

40

Figura 16 Mapa de Anomalia do Campo Magnético Total da Carta Espinosa. Observam-se as anomalias destacadas para as Sequências Metavulcanossedimentares Urandi e Caetité-Licínio de Almeida. À direita o mapa resultante da interpretação da imagem.

41

Figura 17 Mapa de Amplitude do Sinal Analítico da Carta de Guanambi, utilizada na cartografia dos lineamentos estruturais. Ao lado direito o mapa resultante da interpretação da imagem.

43

Figura 18 Mapa de Amplitude do Sinal Analítico da Carta de Espinosa, utilizada na cartografia dos lineamentos estruturais. Ao lado direito o mapa resultante da interpretação da imagem.

44

Figura 19 Mapa Radiométrico do Canal de Potássio para a Carta Guanambi. Destaque para as unidades do Complexo Santa Isabel e do Batólito Guanambi. À direita o resultado da interpretação da imagem.

46

Figura 20 Mapa Radiométrico do Canal de Potássio para a Carta Espinosa. Destaque para as unidades do Complexo Santa Isabel, do Batólito Guanambi e da Sequencia Metavulcanossedimentar Urandi. À direita o resultado da interpretação da imagem.

47

Figura 21 Mapa Radiométrico do Canal de Urânio para a Carta Guanambi. Com destaque para as unidades do Complexo Santa Isabel e do Batólito Guanambi. À direita o resultado da interpretação da imagem.

49

Figura 22 Mapa Radiométrico do Canal de Urânio para a Carta Espinosa. Destaque para as unidades do Complexo Santa Isabel, do Batólito Guanambi, do Granitóide Lagoa das Almas e do Supergrupo Espinhaço destacadas pelo método. À direita o resultado da interpretação da imagem.

50

Figura 23 Mapa de Distribuição Ternária dos Canais de K, U e Th para a Carta Guanambi. Destacando-se as unidades do Grupo Santo Onofre destacadas pelo método. À direita o resultado da interpretação da imagem.

52

Figura 24 Mapa de Distribuição Ternária dos Canais de K, U e Th para a Carta Espinosa. Destacando-se as unidades do Batólito Guanambi e do Grupo Santo Onofre. À direita o resultado da interpretação da imagem.

53

Figura 25 Modelo Digital de Terreno como ferramenta no mapeamento de lineamentos estruturais para a Carta Guanambi. À direita o resultado da interpretação da imagem.

55

Figura 26 Modelo Digital de Terreno como ferramenta no mapeamento de lineamentos estruturais para a Carta Espinosa. À direita o resultado da interpretação da imagem.

56

Figura 27 Imagem de sensor Landsat 5 TM (Thematic Mapper) para a Carta Guanambi. Observam-se os lineamentos estruturais bem marcados. À direita o resultado da imagem interpretada.

58

Figura 28 Imagem de sensor Landsat 5 TM (Thematic Mapper) para a Carta Espinosa. Observam-se os lineamentos estruturais bem marcados. À direita o resultado da imagem interpretada.

59

Figura 29 Mapa Geológico da Carta Guanambi. À direita resultado da interação dos métodos e a concepção de um novo mapa geológico para área de estudo.

61

Figura 30 Mapa Geológico da Carta Espinosa. À direita resultado da interação dos métodos e a concepção de um novo mapa geológico para área de estudo.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Susceptibilidade magnética de alguns minerais e algumas rochas. Adaptado de Garrido (2005).

17

Tabela 2 Características espectrais do sensor TM (Thematic Mapper) do Landsat 5, apresentando suas respectiva bandas espectrais, resolução espectral e espacial.

19

RESUMO

A área de estudo está localizada no extremo sudoeste do Estado da Bahia,

em fronteira com o Estado de Minas Gerais. Compreende as Cartas topográficas de

Guanambi (SD-23-Z-B-II) e Espinosa (SD-23-Z-B-V), mapeadas pelo NGB - Núcleo

de Geologia Básica – Mapemento Geológico e Metalogênese do Instituto de

Geociências da Universidade Federal da Bahia, sem recursos tecnológicos e

imagens geofisica e de sensores remotos. Portanto, através de ferramentas como

imagens magnetométricas (Campo Magnético Total e Amplitude do Sinal Analítico),

radiométricas (Canal de Potássio, Canal de Urânio e Distribuição Ternária dos

Canais de Potássio, Urânio e Tório), associados a Sensoriamento Remoto e

Geoprocessamento, obteve-se um novo mapa geológico reinterpretado para as duas

Cartas em questão, apresentando mudanças nos litotipos do Complexo Santa

Isabel, Batólito Guanambi, Granitóide Lagoa das Almas, Supergrupo São Francisco

e Espinhaço, sobretudo nas Sequências Metavulcanossedimentares Urandi e

Caetité-Licínio de Almeida que hospedam mineralizações de ferro e manganês.

12

1. INTRODUÇÃO

Localizada no extremo sudoeste do estado da Bahia, em zona de fronteira

com Estado de Minas Gerais, a área de estudo compreende as Cartas topográficas

de Guanambi (SD-23-Z-B-II) e Espinosa (SD-23-Z-B-V), que somadas estão

limitadas pelas coordenadas 43º 00’ W e 42º 30’ W de longitude e 14º 00’S e 15º 00’

S de latitude.

O mapeamento geológico de campo dessas Cartas já realizado por

professores e alunos do NGB - Núcleo de Geologia Básica – Mapeamento

Geológico e Metalogenese do Instituto de Geociências da Universidade Federal da

Bahia, entretanto não foram utilizados por menorizadamente ferramentas geofísicas

visando a melhoria da cartografia geológica e estrutural. Isso foi feito através de

imagens geofísicas (magnetometria e radiometria) e suas anomalias, sensoriamento

remoto e geoprocessamento, bem como a prospecção de ocorrência de ferro

associadas às Sequências Metavulcanossedimentares Urandi e Caetité-Licínio de

Almeida.

Esse estudo visa complementar os dados colhidos no campo,

compatibilizando-os com as anomalias magnetométricas e radiométricas, associada

ao geoprocessamento das imagens Landsat 5, Relevo Sombreado e Modelo Digital

de Terreno modelados a partir de SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), essa

interação é de fundamental importância para o desenvolvimento do trabalho na

construção dos mapas geológicos das duas Cartas em foco.

13

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Com o objetivo mais amplo esse trabalho visa melhorar a cartografia

geológica e estrutural das Cartas,Guanambi e Espinosa, bem como das indicações

sobre a prospecção de ocorrências de ferro, associadas às Sequências

Metavulcanossedimentares de Urandi e Caetité-Licínio de Almeida, ambas situadas

no Sudeste da Bahia.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Esse documento correspondente a um trabalho final de graduação do curso

em geologia da UFBA, tendo os seguintes objetivos específicos:

Analisar as imagens de Magnetometria (Campo Magnético Total e Amplitude

do Sinal Analítico) alem da Radiometria (Canais de U, K e Distribuição Ternária

dos Canais U, K e Th), aplicando métodos de geoprocessamento para

cartografia geológica, estrutural e prospecção de ocorrências de ferro;

Utilizar as imagens Landsat 5 e interagir com Amplitude do Sinal Analítico no

mapeamento dos lineamentos estruturais;

Utilizar imagens de Modelo Digital de Terreno e Relevo Sombreado para

auxiliar o mapeamento geológico e estrutural;

Interagir os métodos e propor possíveis modificações no mapa geológico da

região;

Sugerir áreas potenciais para prospecção de ocorrência de ferro e,

Gerar um novo mapa geológico e compará-lo com os resultados obtidos com

o mapeamento geológico de campo.

14

3. JUSTIFICATIVA

Como resultado preliminar do mapeamento realizado pelo NGB - Núcleo de

Geologia Básica do Instituto de Geociência – dentro do PRONAGEO (Programa

Nacional de Geologia da CPRM – Companhia de pesquisa e Recursos Minerais),

obteve-se um mapa geológico das Cartas topográficas de Guanambi (SD-23-Z-B-II)

e Espinosa (SD-23-Z-B-V), na escala de 1:100.000; nesse trabalho serão realizados

também o cadastramento das ocorrências minerais, foram processados os dados de

afloramento, fotointerpretação e lineamentos estruturais, extraído de imagem de

relevo sombreado. Esse trabalho se justifica visto que, apesar dos dados

preliminares de campo coletados até então, as Cartas em foco, carecem da inclusão

de dados aerogeofísicos e de sensoriamento remoto, os quais poderão melhorar a

geologia em desenvolvimento na área.

Com o auxilio das imagens magnetométricas e radiométricas, pré-

processadas em formato de imagem TIFF (Tagged Image File Format), com base

planimétrica ajustada à imagem geocover e relevo sombreado, todas cedidas pela

CPRM, procura-se-a gerar dois novos mapas geológicos das Cartas em foco,

baseados em técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto,(com objetivo

de realizar uma analise comparativa entre os resultados obtidos).

Com isso pretende–se que esses recursos tecnológicos auxiliem na

interpretação dos dados geológicos inclusive possibilitando sugerir áreas potenciais

para prospecção de ocorrência de ferro.

15

4. METODOLOGIA

Visando conseguir os objetivos propostos anteriormente, levando em conta o

mapeamento geológico preliminar 1:100 000 das Cartas de Espinosa e Guanambi,

são descritas a seguir, de forma resumida, a metodologia usada nesse trabalho, no

que diz respeito à aerogeofísica, sensoriamento remoto e geoprocessamento.

4.1 AEROGEOFÍSICA

O levantamento aerogeofísico das Cartas em questão, contempla os métodos

magnéticos e radiométricos, pré-processados no formato de arquivo TIFF (Tagged

Image File Format), juntamente com suas respectivas legendas em formato de

arquivo BMP (Bitmap).

Segundo Garrido (2004), a prospecção aerogeofísica apresenta vantagens

em relação ao levantamento terrestre: (i) pela velocidade de prospecção mais

rápida; (ii) pela maior sensibilidade dos equipamentos sendo as medidas

registradas automaticamente de forma contínua; (iii) pela praticidade dos

levantamentos superando as diversidades naturais como terrenos irregulares,

florestas e etc; (iv) pela cobertura de áreas mais amplas de forma efetiva e

econômica representando uma ferramenta valiosa no apoio ao mapeamento

geológico. As desvantagens relacionam-se: (i) à atenuação da intensidade dos

campos devido a medidas efetuadas a alturas maiores que 30 metros, apesar de ser

possível sua compensação e, (ii) à proximidade entre dois corpos fato que pode

gerar uma anomalia integrada, e que pode evitar a escolha da malha.

4.1.1 Magnetometria

O fenômeno físico de um material, quando colocado na presença de um

campo magnético, este adquire uma magnetização que promove a orientação dos

seus dipolos resultando numa magnetização induzida. A susceptibilidade magnética

é um dos parâmetros fundamentais do Método Magnético. Para um mesmo valor do

16

campo, os materiais com maior susceptibilidade estão aptos a se magnetizarem

mais fortemente. Em alguns materiais ela pode ser positiva e, em outros, negativa,

refletindo o sentido da intensidade de magnetização em relação ao campo.

Os materiais geológicos apresentam propriedades magnéticas diversificadas,

em relação à intensidade de magnetização, sendo classificados da seguinte forma:

Diamagnéticos, sendo o diamagnetismo uma propriedade de alguns minerais

de adquirirem magnetização de intensidade fraca e cujos momentos magnéticos

tendem a se opor à polaridade de um campo indutor aplicado. A fraca intensidade da

magnetização provém do pequeno valor da susceptibilidade magnética destes

materiais, enquanto que o sentido contrário do campo resulta em valores negativos

de susceptibilidade. Como exemplos pode-se citar o: quartzo, a calcita e a halita.

Paramagnético sendo o paramagnetismo uma propriedade de alguns

minerais, cujos momentos atômicos tendem a se alinhar com a polarização do

campo indutor, embora a magnetização ainda seja fraca em função de sua baixa

susceptibilidade, embora seja positiva. Como exemplos pode-se citar os: silicatos, as

olivinas, os piroxênios e os anfibólios.

Ferromagnéticos, sendo o ferromagnetismo, as substâncias ferrosas que têm

susceptibilidade magnética muito elevada e positiva, o que lhes permite uma

magnetização com intensidade muito forte, no mesmo sentido do campo. Os valores

da susceptibilidade nestas substâncias dependem da intensidade do campo externo.

Suportam 3 classificações: (i) ferromagnetismo verdadeiro que apresentam momento

magnético com a mesma orientação (ferro, níquel, cobalto); (ii) antiferromagnetismo

onde, os momentos magnéticos não são igualmente orientados e possuem uma

resultante nula (hematita, troilita, ilmenita) e (iii) ferrimagnetismo onde, os momentos

não são igualmente orientados mas, existe uma resultante em alguma direção

(magnetita, titanomagnetita, maghemitae pirrotita). Para a prospecção magnética

este é o grupo mais importante.

Em geral, as rochas ígneas possuem magnetismo mais forte do que as

rochas sedimentares. Nas rochas vulcânicas os valores da susceptibilidade variam

entre 100x10-6 e 10.000x10-6 (cgs – centímetro-grama-segundo) e nas rochas

plutônicas varia entre 100x10-6 e 5.000x10-6 (cgs – centímetro-grama-segundo). As

rochas ígneas básicas e ultrabásicas por conterem maior quantidade de ferro

17

apresentam maiores valores de susceptibilidade, com um valor típico da ordem de

5.000x10-6 (cgs – centímetro-grama-segundo). As rochas metamórficas possuem

magnetização muito variável com valores entre 10x10-6 e 500x10-6 (cgs –

sentímetro-grama-segundo). As rochas sedimentares apresentam os menores

valores, em geral, inferiores a 50x10-6 (cgs – centímetro-grama-segundo)

(GARRIDO, 2005). A seguir as susceptibilidades magnéticas dos minerais mais

importantes paramagnéticos, ferrimagnéticos e diamagnéticos e as susceptibilidades

magnéticas de algumas rochas. (Tabela 1).

Tabela 1. Susceptibilidade magnética de alguns minerais e algumas rochas. Adaptado de Garrido (2005).

MINERAL

SUSCEPTIBILIDADE K x 106

(Unidade c.g.s.)

Magnetita 200,000 a 1.300,000

Ilmenita 135,000 a 252,000

Pirrotita 125,000

Franklinita 36,000

Jacobsita 2,000

Hematita (especular) 426 - 3,200

Hematita (amorfa) 40 - 528

Limonita 57 – 220

Serpentina 1,300

Cromita (depende do conteúdo de Fe) 44 – 9,400

Hausmanita 132 – 318

Pirita 4 – 420

Calcopirita 32

Calcita - 0.6 - 1.04

Diamante - 1.80

Grafita - 8.00

Quartzo - 1.07 a – 1.2

Rochas salinas - 0.82 a – 1.3

Anidrida - 1.1 a –1.2

18

4.1.2 Radiometria

Segundo Mané (1998) apud Gomes (2003), existem duas formas específicas

de levantamento radiométrico do fóton gama: (i) cintilometria que se baseia na

propriedade de certas substâncias de gerar cintilações ao receberem impactos de

fótons gama, ou de partículas beta, onde válvulas fotomultiplicadoras convertem

estas cintilações em impulsos elétricos que são convertidos em contagem total e (ii)

espectrometro que mesmo tendo o mesmo principio de detecção, ocorre a

discriminação das energias de radiação, permitindo a visualização do espectro de

energia do decaimento dos elementos químicos K (potássio) e das séries U (urânio)

e Th (tório), sendo possível a identificação dos radio elementos presentes através da

técnica de Análise Espectral por Canal de Radiação Específica.

A emissão gama (y) é uma radiação de natureza puramente eletromagnética, onde o

núcleo exilado pode emitir um ou mais fótons gama com energia definida. Os

elementos radiativos naturais 40 K, 238 U e 232 Th desempenham papel predominante

no estudo da radioatividade natural das rochas e dos materiais da crosta terrestre

devido a sua abundância, ordem de grandeza de suas meias vidas e a possibilidade

de detectá-los diretamente, ou através de um de seus elementos filhos.

(NORDEMANN, 1996 apud GOMES, 2003)

4.2 SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO

Entende-se por geoprocessamento, um conjunto de tecnologias voltadas ao

tratamento de informações espaciais para um objetivo específico, tratados em

ambiente SIG (Sistema de Informações Geográficas), onde é possível armazenar,

tratar e exibir informações, constituindo assim um Banco de Dados espacial.

Sensoriamento Remoto é uma ciência que visa o desenvolvimento da

obtenção de imagens da superfície terrestre por meio da detecção e medição

quantitativa das respostas das interações da radiação eletromagnética com os

materiais terrestres.

19

A Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) foi uma missão realizada em

conjunto pela National Aeronautics and Space Administration (NASA), a National

Geospatial-Intellingence Agency (NGA), o Departamento de Defesa dos Estados

Unidos (DoD) e as agências espaciais alemã Deustches Zentrum für Luft- und

Raumfahrt (DLG) e a italiana Agenzia Spaziale Italiana (ASI) em fevereiro de 2000,

essa missão visou mapear o relevo da área continental da Terra com interferometria

de radar de abertura sintética (InSAR), entre 60º de latitude norte e 54º de latitude

sul, o que corresponde à aproximadamente 80% das áreas emersas do planeta. Os

dados brutos foram processados pela NASA e, apesar de obtidos com resolução

espacial de 1 segundo de arco (aproximadamente 30m no equador), estão

disponíveis com este nível de detalhe apenas para a área dos Estados Unidos. Para

os outros países, houve uma reamostragem dos dados para 3 segundos de arco

(aproximadamente 90m) de resolução espacial. (GROHMANN, 2008).

A série LANDSAT teve início na segunda metade da década de 60, a partir de

um projeto desenvolvido pela Agência Espacial Americana e dedicado

exclusivamente à observação dos recursos naturais terrestres. Essa missão foi

denominada Earth Resources Technology Satellite (ERTS) e em 1975 passou a se

chamar Land Remote Sensing Satellite (Landsat). Com sensor Thematic Mapper

(TM), o Landsat 5 entrou em órbita em 1984 e se encontra ativo até hoje, oferecendo

continuidade aos trabalhos e metodologias desenvolvidas com os produtos do

Landsat, operando com 7 bandas. (Tabela 2). (EMBRAPA, [s.d.])

Tabela 2. Características espectrais do sensor TM (Thematic Mapper) do Landsat 5, apresentando suas respectiva bandas espectrais, resolução espectral e espacial. Fonte: EMBRAPA, ([s.d.])

SENSOR BANDAS ESPECTRAIS RESOLUÇÃO

ESPECTRAL RESOLUÇÃO ESPACIAL

TM (Thematic Mapper)

(B1) AZUL 0.45 - 0.52 µm

30m

(B2) VERDE 0.50 - 0.60 µm

(B3) VERMELHO 0.63 - 069 µm

(B4) INFRAVERMELHO PRÓXIMO

0.76 - 0.90 µm

(B5) INFRAVERMELHO MÉDIO

1.55 - 1.75 µm

(B6) INFRAVERMELHO TERMAL

10.4 - 12.5 µm 120m

(B7) INFRAVERMELHO MÉDIO

2.08 - 2.35 µm

20

5. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

5.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO

A área de estudo está localizada no extremo sudoeste do Estado da Bahia,

em zona de fronteira com Estado de Minas Gerais e abrange os municípios baianos

de Caculé, Caitité, Candiba, Guanambi, Igaporã, Jacaraci, Licínio de Almeida,

Mortugaba, Palmas de Monte Alto, Pindaí, Sebastião Laranjeira e Urandí. O acesso

pode ser realizado saindo de Salvador pela Rodovia BR-324 sentido à Feira de

Santana, seguindo pela BR-116 até a BA-250 sentido Maracás, depois segue pela

BA-026, passando da entrada de Tanhaçu segue pela BA-030 passando pelos

municípios de Brumado, Caetité e Guanambi (Figura 1).

Figura 1. Mapa de localização do projeto, situado a sudoeste do Estado da Bahia com representação dos municípios baianos abrangidos e principais vias de acesso.

Fonte: (IBGE, 2006).

21

5.2 GEOLOGIA REGIONAL E TRABALHOS ANTERIORES

A área de estudo está regionalmente inserida na porção sul do Cráton do São

Francisco (CSF) que, somado às suas faixas de dobramento, se estende, além do

Estado da Bahia, pelos Estados de Sergipe, Pernambuco, Goiás e Minas Gerais.

Constitui entidade geológica consolidada no evento termotectônico que ocorreu no

Paleoproterozóico (1,8 a 2,4 Ga). (BARBOSA et al., 2003). (Figura 2 e 3).

Área de Estudo

Figura 2. Situação da área de estudo em relação ao cráton do São Francisco. Observam-se os compartimentos tectônicos e as faixas orogênicas.

Fonte: (ALKIMIN et al. 1993).

22

Figura 3. Mapa geológico regional simplificado com a localização da área de estudo, abrangendo os ortognaisses, o Complexo Santa Isabel, as Sequências Metavulcanossedimentares, Supergrupo Espinhaço e as coberturas detrícicas e depósitos aluvionares. As cores utilizadas estão em conformidade com o padrão da Carta Estratigráfica Internacional

Fonte: (Adaptado da CPRM, 2013).

23

A seguir encontram-se descritas de forma resumida as unidades tectônicas e

algumas litologias mais importantes que ocorrem na região.

5.3 BLOCO GAVIÃO

O Bloco Gavião (BG) situado na porção setentrional do Cráton do São

Francisco expõe um dos mais bem preservados segmentos de crosta arqueana

TTG, de idade 3.2-3.4 Ga (U-Pb SHRIMP) (MARTIN & SABATÉ, 1990 apud

BARBOSA et al., 2003), composto por uma associação de ortognaisses, leptinitos e

anfibolitos, sequências supracrustais, equilibradas nas fácies anfibolito a xisto-verde,

apresentando associações Tonalíticas, Trondhjemíticas e Granodioríticas (TTGs)

equilibrados na fácies anfibolito. (MARTIN & SABATÉ 1990 apud BARBOSA at al.,

2003).

As rochas do Bloco Gavião exibem esporádica migmatização que deve estar

ligada principalmente ao arqueano visto que granitos e granodioritos dessa região

possuem idades Rb-Sr em torno de 2.9–2.8 Ga (MARINHO 1991, SANTOS PINTO

et al. 1993). Vale registrar que em determinadas áreas, principalmente as adjacentes

às sequências supracrustais, os gnaisses possuem componentes ortoderivados e

paraderivados (CUNHA et al. 1996) de difícil separação durante os mapeamentos,

face à intensa deformação e recristalização a que foram submetidos. Nessas áreas,

além de corpos restritos de rochas básicas e ultrabásicas, também ocorrem lentes

de rochas cálcio-silicáticas e quartzitos.

5.4 COMPLEXO SANTA ISABEL

O Complexo Santa Isabel foi originalmente descrito como uma faixa de rochas

gnáissicas, de grande variação composicional-textural-estrutural, e migmatíticas de

alto grau metamórfico-fácies granulito e anfibolito alto.

As unidades predominantes são os ortognaisses da fácies anfibolito, cinza-

esverdeadas, granulação média, aspecto homogêneo maciço e composição

24

tonalítica a granodiorítica, localmente granítica, sempre com hiperstênio. Abrigam

enclaves de anfibolitos, gabro/dioritos e noritos e, muito raramente, de rochas

calcissilicáticas e ultrabásicas. No caso dos migmatitos granulíticos, eles são

caracterizados pela expressiva associação de ortognaisses migmatíticos, também

tonalíticos, granodioríticos e graníticos, com hiperstênio, e contendo frequentes

enclaves de rochas máficas (dominantes), calcissilicáticas e ultrabásicas.

(ARCANJO et al, 2000)

5.5 SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR URANDI

A Seqüência Metavulcanossedimentar Urandi (SMVU), está localiza-se na

porção centro-sul do Bloco Gavião, no domínio meridional do Corredor do

Paramirim. A leste encontra-se cavalgada pelas rochas do Complexo Santa Isabel,

de idade arqueana (ROSA, 1999) tendo suas rochas sido intrudidas por granitos de

idade riaciana-orosiriana.

Segundo Figueiredo (2009) ocorrem metabásicas milonitizadas em variados

graus de alteração intempéricas, as vezes sem desenvolvimento de bandamento

composicional com granulação fina e média e raramente destacando pórfiros de

plagioclásio, por vezes, apresentando porfiroblastos de granada. Ainda nas

metabásicas ocorrem minerais do grupo dos sulfetos disseminados e possivelmente

relacionados ao hidrotermalismo. Metapelitos e metaritimitos indiferenciados,

representados por biotita xistos, quartzo-biotita xistos, quartzo-sericita-biotita xistos,

biotita-sericita xistos, granada-biotita xistos, anfibólio-granada-biotita xistos e

quartzo-sericita xistos. As formações ferríferas apresentam-se nas litofácies

dominadas por quartzitos ferruginosos, itabiritos (fáceis óxido) e itabiritos

anfibolíticos (fácies silicato). Essas formações ferríferas apresentam um bandamento

clássico, intercalando níveis hematíticos com níveis quartzosos. Os minerais de

minério principais são a hematita e a magnetita nos minérios da fácies óxido e

hematita, magnetita e anfibólio no minério da fáceis silicato.

25

5.6 SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR CAETITÉ-LICÍNIO DE ALMEIDA

O Complexo Licínio de Almeida corresponde a uma Sequência

Metavulcanossedimentar alojada na borda leste da Serra do Espinhaço, seguindo

uma faixa larga e descontínua, dispostas segundo um trend N–S. É constituído por

gnaisses bandados, por vezes migmatizados, apresentando camadas preservadas

de quartzitos, formações ferromanganesíferas, xistos, mármores, anfibolitos e rochas

calcissilicáticas. A formação ferrífera é constuitida pela facies óxido, silicato e em

menor proporção carbonática sendo a unidade hospedeira dos depósitos

econômicos de manganês. (ROCHA, 1998)

5.7 BATÓLITO GUANAMBI

Abrangendo uma área de cerca de 6000km² esse batólito é constituído por

rochas predominantemente leucocráticas de composição sienítica e monzonítica,

tendo subordinadamente termos máficos e graníticos. Estando em contato intrusivo

com o Complexo de Santa Isabel (ROSA, 1996). São compostos de dois grupos: as

intrusões múltiplas e as intrusões tardias.

5.8 SUPERGRUPO ESPINHAÇO

O Supergrupo Espinhaço é constituído na base por rochas metavulcânicas

ácidas a intermediárias, que são sobrepostas por rochas metassedimentares de

origem terrígena (INDA & BARBOSA, 1978; BARBOSA & DOMINGUEZ, 1996).

Compreende uma bacia tipo rifte de caráter intracratônico, de idade

paleoproterozóica, cuja geração iniciou-se no estateriano (1,75 Ga), (BRITO NEVES

et. AL. 1980 apud BORGES, 2008). Guimarães, et al (2005) discorre sobre a

evolução da Bacia do Espinhaço segundo três fases: (i) uma pré-rifte representada

pela Formação Serra da Gameleira composta predominantemente por depósitos

sedimentares eólicos, (ii) uma fase sin-rifte com representante do vulcanismo ácido

26

da Formação Novo Horizonte, seguida por uma sedimentação lacustre, fúlvio

deltaicos e eólicos da Formação Rio dos Remédios e (iii) a fase pós-rifte que

corresponde aos sedimentos eólicos da Formação Mangabeira e marinho raso da

Formação Açuruá, que juntas integram o Grupo Paraguaçu. Decorrentes de um

regime termoflexural, a bacia sofre uma subsidência gerando a Bacia da Chapada

Diamantina que armazena uma sedimentação continental e marinha rasa do tipo

quartzito, pelito e carbonato. Para Rocha, (1998), o Espinhaço Setentrional

compreende ao Grupo Borda Leste composto pela Formação Mosquito com xistos

granadíferos, cianita xistos, formações ferromanganesíferas. Por sua vez o Grupo

Serra Geral abrange as Formações Salto, Sitio Novo e Santo Onofre.

5.9 SUPERGRUPO SÃO FRANCISCO

Segundo Pflug & Renger (1973), o Supergrupo São Francisco engloba todas

as sequências que foram depositadas durante o Neoproterozóico, ou sejam a

Formação Jequitaí e os Grupos Macaúbas e Bambuí em Minas Gerais, a devida

Formação Bebedouro e o Grupo Una, na Bahia. O Supergrupo São Francisco

recobre quase todo o segmento centro-sul do cráton homônimo, marcando o que

alguns autores denominam “Bacia Sedimentar do São Francisco” (MARTINS NETO

& ALKMIM, 2001), e que ocorre na região da Chapada Diamantina. As unidades

estratigráficas que compõem este supergrupo distribuem-se como coberturas

sedimentares sobre o cráton (Formação Jequitaí, e parte do Grupo Bambuí, em

Minas Gerais, Bahia e Goiás alem da Formação Bebedouro e Grupo Una, na

Chapada Diamantina), ou como metassedimentos na Faixa de Dobramentos Araçuaí

(Grupo Macaúbas e parte do Grupo Bambuí em Minas Gerais). Na Bacia do São

Francisco, a sedimentação do Grupo Macaúbas teve inicio em cerca de 920 Ma

(TACK et al, 2001 apud MARTINS NETO & ALKMIM, 2001), sendo este formado por

uma associação de diamictitos, arenitos e pelitos, na parte interior do Cráton do São

Francisco (Unidade Proximal) e uma associação vulcanossedimentar bem

representadas ao longo da porção norte da Faixa Araçuaí constituída

essencialmente pelas formações Ribeirão da Carta e Capelinha (Unidade Distal).

Recobrindo o Grupo Macaúbas tem-se o Grupo Bambuí, que é dominado por

27

sequências carbonáticas com intercalações de unidades pelíticas (ALMEIDA

ABREU, 1995). Na Bacia do São Francisco, o Grupo Bambuí é formado pelas

Formações Carrancas (ruditos), Sete Lagoas (margas, calcilutitos, calcarenitos e

biolititos), Samburá (conglomerados e pelitos), Serra de Santa Helena (pelitos),

Lagoa do Jacaré (calcarenitos e pelitos), Serra da Saudade (pelitos) e Três Marias

(pelitos e arenitos) (MARTINS NETO & ALKMIM, 2001). Como representante do

Supergrupo São Francisco na Serra do Espinhaço, ocorre o Grupo Santo Onofre

(Schobbenhaus, 1996), que é constituído por metarenitos, filitos carbonosos e

metaconglomerados polimíticos basais. Por sua vez, na Chapada Diamantina tem-se

como correlato o Grupo Una (INDA & BARBOSA, 1978), que é constituído pelas

Formações Bebedouro e Salitre. Para Guimarães, (1996) e Dominguez (1993 e

1996), a Formação Bebedouro é formada por diamictitos, ardósias laminadas,

arenitos argilosos e arenitos finos formados sobre influência glaciogênica. A

Formação Salitre, por sua vez, é constituída por litofácies carbonáticas, intercaladas

com pelitos, todas depositadas, ou em ambiente marinho raso, com constante

agitação de ondas, ou em ambiente do tipo planície de maré (LEÃO et al, 1992).

6. GEOLOGIA DAS CARTAS GUANAMBI E ESPINOSA

6.1 COMPLEXO SANTA ISABEL

Esse complexo ocorre tanto na Carta Guanambi quanto na Carta Espinosa

(Figuras 4 e 5).

No complexo Santa Isabel predominam ortognaisses e migmatitos, podendo

ocorrer enclaves máficos em ambos os casos, vez ou outra penetrados por granitos

de anatexia. Os ortognaisses são de composição quartzo-monzonítica, quartzo-

monzodiorítica, tonalítica, granodiorítica, monzogranítica e, subordinadamente,

sienítica. Em geral apresentam mineralogia composta de plagioclásio, microclima,

quartzo, hornblenda, biotita, clinopiroxênio, moscovita/mica branca, titanita, zircão,

apatita e minerais opacos. Quanto aos migmatitos, os metatexitos e diatexitos têm

composição mineralógica e aspectos macroscópicos bastante semelhantes à dos

ortognaisses descritos anteriormente, podendo também conter enclaves máficos e

28

proeminente bandamento gnáissico. Esse bandamento associa-se com uma foliação

marcada pela orientação preferencial, de minerais como biotita e hornblenda, e pelo

estiramento do quartzo e feldspatos. Os granitóides ocorrem intrudindo os

ortognaisses e migmatitos. Sua composição modal variam entre quartzo-monzonito,

monzogranito e granodiorito. A mineralogia principal é constituída por feldspato

alcalino pertítico, plagioclásio e quartzo, tendo como máficos mais importantes a

hornblenda e a biotita. Os minerais acessórios são: titanita, minerais opacos, apatita,

zircão. A mineralogia secundária é composta de epidoto, clorita, sericita e,

esporadicamente, carbonato (nos plagioclásios alterados). (Figura 4 e 5)

Figura 4. Distribuição do Complexo Santa Isabel no Mapa Geológico Preliminar Carta de Guanambi. Destacam-se as rochas que compõe este complexo: ortognaisse, granitoides metatexitose diatexitos, bem como sua distribuição na área de estudo.

29

6.2 SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR URANDI

Essa sequência ocorre somente na Carta Espinosa, na sua parte sul. Ela é

constituída por intercalações de rochas metabásicas/anfibolitos e,

subordinadamente, itabiritos e xistos aluminosos (metapelitos), essas litologias

compondo a unidade basal. Mais acima na sequência ocorre intercalações de

itabiritos, xistos aluminosos (metapelitos), quartzitos ferruginosos e micáceos, além

de rochas carbonato-silicato e queluzitos. As metavulcânicas foram classificadas

como metabasaltos, composta por anfibólio, plagioclásio, quartzo, biotita, piroxênio,

Figura 5. Distribuição do Complexo Santa Isabel no Mapa Geológico Preliminar Carta Espinosa. Destacam-se as rochas que compõe este complexo: ortognaisse, granitoides metatexitose diatexitos, bem como sua distribuição na área de estudo.

30

titanita, apatita. Magnetita, pirita, calcopirita e bornita aparecem ligadas à alteração

hidrotermal preenchendo de fraturas juntamente com epídoto e mica branca. Essa

última, produto da alteração do plagioclásio. Os Itabiritos apresentam bandamento

composicional com níveis de quartzo e níveis de óxido de ferro. A composição

mineralógica do itabirito apresenta hematita, quartzo, grunerita-cummingtonita e

magnetita. Pirita e calcopirita são encontradas às vezes fraturas. Ocorrem ainda

anfibólio matassomático, microclina, turmalina, plagioclásio, apatita e biotita. Os

quartzitos e xistos aluminosos aparecem intercalados a quartzitos brancos,

quartzitos ferruginosos, quartzitos micáceos e xistos aluminosos (metapelitos). São

rochas que possuem variadas quantidades de biotita, quartzo, mica branca, granada

e às vezes, observa-se a presença de turmalina. Figura 6.

Figura 6. Distribuição da Sequência Metavulcanossedimentar Urandi no Mapa Geológico Preliminar da Carta Guanambi. Os litotipos apresentam-se alongados com direção NE-SW.

31

6.3 SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR CAETITÉ-LICÍNIO DE ALMEIDA

Essa sequência ocorre tanto na Carta Guanambi quanto na Carta Espinosa

(Figuras 6 e 7). Nela ocorrem xistos aluminosos com proporções variadas de

granada, moscovita, quartzo e cianita, intercalados com quartzitos e quartzitos

micáceos. Subordinadamente ocorrem gonditos e xistos máficos (metavulcânicas

máficas). Os xistos são constituídos de sericita/muscovita, quartzo, biotita, minerais

opacos, granada e estaurolita. Os gonditos são ricos em quartzo e espersatita que

vêm sendo explotados dos depósitos de manganês ali existentes. Os xistos máficos

apresentam composição modal de hornblenda, plagioclásio, biotita, piroxênio,

quartzo, apatita e minerais opacos.

Figura 7. Distribuição da Sequência Metavulcanosedimentar Caetité-Licínio Almeida, ocupando a borda leste a Carta de Guanambi.

32

6.4 GRANITÓIDE LAGOA DAS ALMAS

As rochas que compõem esse granitoide que aparecem na Carta Espinosa

são anisotrópicas apresentando uma foliação deformacional. Ocorrem duas facies:

uma fanerítica média e outra porfirítica com matriz fanerítica média. Na fáceis

porfirítica os pórfiros de feldspato alcalino estão orientados, possivelmente segundo

uma foliação de fluxo magmático. Segundo Cruz, et al (submetido) estudos

geoquímicos permitiram classificar esse granitoide como formado a partir de um

magma cálcio-alcalino associada com a presença de um arco magmático continental

de idade paleoproterozóica. A mineralogia principal é formada por feldspato alcalino,

Figura 8. Distribuição da Sequência Metavulcanosedimentar Caetité-Licínio Almeida, ocupando a borda leste a Carta de Espinosa.

33

plagioclásio e quartzo, tendo a biotita como mineral máficos. Os acessórios são

zircão, apatita e opacos. (Figura 9).

6.5 BATÓLITO GUANAMBI

Este batólito aparece nas duas Cartas em estudo. Foi subdividido nos

domínios das intrusões múltiplas das intrusões tardias, encontra-se em contato

intrusivo com o Complexo Santa Isabel, descrito anteriormente. As intrusões

múltiplas compreendem aos sienitos, monzonitos e monzogranitos, com composição

mineralógica representada por feldspato alcalino, plagioclásio, quartzo, biotita,

anfibólio e, menos comumente, piroxênio. Entre os minerais acessórios ocorrem

apatita, zircão, minerais opacos e titanita. As intrusões tardias constituem granitoides

cuja composição modal é formada de feldspato alcalino, plagioclásio e quartzo,

Figura 9. Distribuição do Granitóide Lagoa das Almas, no extremo sudeste da Carta Espinosa.

34

tendo como máficos a biotita, e a hornblenda. Ocorre ainda titanita, minerais opacos,

apatita e zircão como minerais acessórios. Sericitização e cloritização aparecem

como minerais secundários. Entre as intrusões tardias destacam-se: Maciço

Ceraima que compreende três fácies principais; (i) sienítica porfieítica com matriz

máfica, (ii) sienítica monzonítica traquitóides e, (iii) sienítica monzonitica fanerítica

com rochas sienograníticas porfiríticas subordinadas. (Figuras 10 e 11).

Figura 10. Distribuição do Complexo Santa Isabel na Carta Guanambi, destacando os sienitos, monzonitos e monzogranitos, além do Maciço Ceraima que ocorre na parte central da Carta.

35

6.6 SUPERGRUPO ESPINHAÇO

Esse supergrupo aparece nas duas Cartas em foco, sempre nas suas

porções orientais. Compreende o Grupo Santo Onofre e o São Marcos. No Grupo

São Marcos ocorre a Formação Bom Retiro cuja unidade basal é formada de

metarenitos com estratificação cruzada acanalada e, subordinadamente,

metaconglomerados. O arcabouço dos conglomerados é constituído por seixos de

formações ferríferas, gnaisses e granitoides. Na unidade superior aparecem

metarenitos com estratificações plano-paralelas e estratificações cruzadas de

grande porte, além de estratificação plana paralela e cruzada tangencial. No Grupo

Santo Onofre a Formação Serra do Boqueirão compreende metarenitos e

metarritimitos (metarenitos, metassiltitos, metargilitos). (Figura 12 e13).

Figura 11. Distribuição do Complexo Santa Isabel na Carta Espinosa, destacando Maciço Estreito, com forma alongada na direção N-S.

36

Figura 13. Distribuição do Supergrupo Espinhaço na Carta Espinosa, destacando os Grupos São Marcos e Santo Onofre, orientados na direção N-S. O Grupo Santo Onofre Indiviso aflora na Serra de Palmas de Monte Alto.

Figura 12. Distribuição do Supergrupo Espinhaço na Carta Guanambi, destacando os Grupos São Marcos e Santo Onofre, orientados na direção N-S.

37

6.7 SUPERGRUPO SÃO FRANCISCO

Ocorrendo em ambas as Cartas o Supergrupo São Francisco está

representado pelo Grupo Macaubas e o Bambuí. No primeiro destaca-se a

Formação Jequitaí que compreende diamictitos com clastos angulosos, constituídos

por quartzitos, gnaisses e granitoides. Esta formação exibe também siltitos, arenitos

impuros, maciços ou laminados, e pelitos laminados. No segundo Grupo destaca-se

a Formação Sete Lagoas que compreende calcarenitos, por vezes, oncolíticos e

intraclásticos, podendo ser maciço ou estratificado. Calcissiltitos, calcilutitos,

laminitos algais, siltitos e argilitos também fazem parte dessa Formação. (Figura 14).

Figura 14. Distribuição do Supergrupo São Francisco na Carta Espinosa, destacando os Grupos Macaúbas e Bambuí, localizados a sudoeste da área de estudo.

38

7. AEROGEOFÍSICA

A seguir é feita uma análise e compatibilização da geologia das Cartas de

Guanambi e Espinosa, com os dados de aerogeofísica através dos métodos

magnetométricos (Campo Total e Amplitude do Sinal Analítico) e de Radiometria

(canais e K e U, além da distribuição ternária dos canais de K, U e Th).

7.1 MAGNETOMETRIA

Nesta etapa do trabalho utilizaram-se imagens de Magnetometria Campo

Magnético Total e Amplitude do Sinal Analítico.

7.1.1 CAMPO MAGNÉTICO TOTAL

Na Carta Guanambi (SD.23-Z-B-II) as anomalias do Campo Magnético Total

variam de 106,5 nT a -219,2 nT. Ao combinar com o mapa geológico preliminar se

observou que os domínios magnéticos com anomalia fortemente positiva concordam

com os “corpos” das Sequencias Metavulcanossedimentares Urandi e Caetité-Licínio

de Almeida. Nessa sequência as anomalias são alongadas na direção NE-SW com

uma quebra significativa na intensidade do Campo Magnético Total atingindo valores

negativos da ordem de -95,7 nT. Sua forma sugere a ocorrência de dobramentos

demarcando claramente os flancos de dobras, reforçada pelas direções das

foliações do mapa geológico preliminar. Ao norte da Carta ocorrem anomalias

alongadas na mesma direção, procedendo então a sua cartografia no mapa. Em

alguns momentos, ao interagir os métodos se observa que áreas com anomalias

altas para o Campo Magnético Total apresentam também valores médios para

potássio. A explicação é que na Sequência Metavulcanossedimentar Urandi,

ocorrem quartzitos e xistos aluminosos, que possuem variadas quantidades de

biotita, quartzo, mica branca, granada e magnetita na matriz, por vezes associado a

39

veios, ou seja, estes minerais que tem potássio na sua composição, elevando a

anomalia do elemento. Figura 15

Na Carta Espinosa (SD.23-Z-B-V), os valores variam de 69 nT a -199 nT,

ainda com formas alongadas na direção NE-SW, quando corresponde a Sequência

Metavulcanossedimentar Urandi, propriamente dita. Sua forma também lembra

dobramentos devido a orientação dos corpos com intensidade do campo próximo a

69 nT e quebra brusca para -199 nT, sendo possível então redefinir a unidade

aumentando sua área. Em relação à Sequência Metavulcanossedimentar Caetité-

Licínio de Almeida as anomalias apresentam-se com forma alongadas na direção N-

S, por vezes semi esférica, localizadas na borda leste das duas Cartas. Não foram

realizadas modificações na cartografia geológica, pois a ausência de afloramentos

no mapa preliminar não permite uma interpretação segura. Figura 16

40

Figura 15. Mapa de Anomalia do Campo Magnético Total da Carta Guanambi. Observam-se as anomalias destacadas para as unidades das Sequências Metavulcanossedimentares Urandi e Caetité-Licínio de Almeida. Vale resaltar que os “corpos” mapeados como Sequência Metavulcanosedimentar Urandi apresentam características similares às da Carta Espinosa. À direita o resultado da interpretação da imagem.

41

Figura 16. Mapa de Anomalia do Campo Magnético Total da Carta Espinosa. Observam-se as anomalias destacadas para as Sequências Metavulcanosedimentares Urandi e Caetité-Licínio de Almeida. À direita o mapa resultante da interpretação da imagem.

42

7.1.2 AMPLITUDE DO SINAL ANALÍTICO

Neste trabalho as imagens de Amplitude do Sinal Analítico foram utilizadas no

mapeamento de lineamentos estruturais de ambas as Cartas.

Na Carta de Guanambi foram mapeadas estruturas com direção NW-SE, por

vezes, N-S nos domínios do Complexo Santa Isabel e do Batólito de Guanambi. Os

resultados obtidos através da aplicação deste método, quando associado aos

lineamentos mapeados a partir do Modelo Digital de Terreno (MDT) e da imagem de

sensor Landsat 5 (item 8) forneceu dados importantes a cerca de uma possível zona

de cisalhamento, além de demarcar o contato a leste com as rochas do Supergrupo

Espinhaço. (Figura 17).

Na Carta Espinosa, destaca-se ainda que o método foi eficiente ao delimitar o

contato entre os corpos do Batólito de Guanambi e o Grupo Santo Onofre, que

apresenta uma forma semicircular com concavidade voltada para o quadrante NW,

apresentando anomalias negativas da ordem de -0,15 nT/m. (Figura 18).

43

Figura 17. Mapa de Amplitude do Sinal Analítico da Carta de Guanambi, utilizada na cartografia dos lineamentos estruturais. Ao lado direito o mapa resultante da interpretação da imagem.

44

Figura 18. Mapa de Amplitude do Sinal Analítico da Carta de Espinosa, utilizada na cartografia dos lineamentos estruturais. Ao lado direito o mapa resultante da interpretação da imagem.

45

7.2 RADIOMETRIA

Utilizou-se imagens radiométricas dos canais de K (Potássio), U (Urânio) e

distribuição ternária nos canais de K, U e Th (Tório).

7.2.1 CANAL DE POTÁSSIO

Na Carta de Guanambi as anomalias variam de 0,4% a 6,7%. Os corpos que

se destacaram foram os metatexitos e diatexitos da fácies anfibolito e os granitóides,

ambos do Complexo Santa Isabel, com valores anômalos variando de 0,8% a 2,6%

e 2,0% a 2,6%, respectivamente, esses valores caracterizam uma anomalia

moderada, explicada pela ocorrência relativa de minerais que apresentam K

(potássio) em sua estrutura cristalina. Para o Batólito Guanambi os valores são

elevados, variando de 3,0% a 6,7%, fato que permitiu a correção dos contatos

geológicos destas unidades segundo características destes parâmetros. Figura 19

Na Carta Espinosa as anomalias variam de 0,2 a 6,8% e são apresentadas na

forma alongada com direção NE-SW. Os valores mais relevantes estão na faixa de

3,1% a 6,8%, correlacionáveis com corpos cartografados dentro do Batólito

Guanambi como Maciço Estreito, que apresentam teores altos de microclima. Ao sul

da área ocorre um corpo com anomalia baixa, com valores de 0,2% a 1,9%, onde se

acredita estar relacionado aos granitoides do Complexo Santa Isabel. Outra

informação relevante é que a Sequência Metavulcanossedimentar Urandi apresenta

anomalia baixa e com forma alongada concordante com a mapeada pelo Campo

Magnético Total. Figura 20

46

Figura 19. Mapa Radiométrico do Canal de Potássio para a Carta Guanambi. Destaque para as unidades do Complexo Santa Isabel e do Batólito Guanambi. À direita o resultado da interpretação da imagem.

47

Figura 20. Mapa Radiométrico do Canal de Potássio para a Carta Espinosa. Destaque para as unidades do Complexo Santa Isabel, do Batólito Guanambi e da Sequencia Metavulcanossedimentar Urandi. À direita o resultado da interpretação da imagem.

48

7.2.2 CANAL DE URÂNIO

Na Carta Guanambi a variação é de 0,4 ppm a 2,9 ppm. A análise das

imagens reforça a forma das unidades que configuram o Batólito Guanambi,

melhorando o contorno dos seus contatos. Outra característica obitida com o canal

de urânio são os baixos valores anômalos para os metatexitos e diatexitos da fácies

anfibolito, que compõem o Complexo Santa Isabel onde os valores se situaram entre

0,4 ppm a 1,3 ppm. (Figura 21)

Na Carta Espinosa a imagem do Canal de Urânnio reforça a interpretação

obtida através da análise da imagem do Canal de Potássio. Destaca-se a melhoria

na cartografia dos limites do Complexo Santa Isabel e do Batólito Guanambi, com as

Formações Bom Retiro (Grupo São Marcos) e Serra do Boqueirão (Grupo Santo

Onofre). Em relação ao Granitóide Lagoa das Almas foi o método que apresentou

melhor resposta. (Figura 22)

49

Figura 21. Mapa Radiométrico do Canal de Urânio para a Carta Guanambi. Com destaque para as unidades do Complexo Santa Isabel e do Batólito Guanambi. À direita o resultado da interpretação da imagem.

50

Figura 22. Mapa Radiométrico do Canal de Urânio para a Carta Espinosa. Destaque para as unidades do Complexo Santa Isabel, do Batólito Guanambi, do Granitóide Lagoa das Almas e do Supergrupo Espinhaço destacadas pelo método. À direita o resultado da interpretação da imagem.

51

7.2.3 DISTRIBUIÇÃO TERNÁRIA DOS CANAIS K, U E TH

Na Carta Guanambi foram realizadas ajustes nos contatos entre as

Formações Serra do Boqueirão e Serra da Garapa, pertencentes ao Grupo Santo

Onofre. (Figura 23).

O uso da imagem com distribuição ternária apresentou resultados

satisfatórios na Carta de Espinosa, melhorando o contato entre o Maciço Estreito do

Batólito Guanambi e o Grupo Santo Onofre, a sudoeste da área, certificando a

coerência da aplicação e interação dos outros métodos na etapa de

geoprocessamento. (Figura 24).

52

Figura 23. Mapa de Distribuição Ternária dos Canais de K, U e Th para a Carta Guanambi. Destacando-se as unidades do Grupo Santo Onofre destacadas pelo método. À direita o resultado da interpretação da imagem.

53

Figura 24. Mapa de Distribuição Ternária dos Canais de K, U e Th para a Carta Espinosa. Destacando-se as unidades do Batólito Guanambi e do Grupo Santo Onofre. À direita o resultado da interpretação da imagem.

54

8. SENSORIAMENTO REMOTO

Utilizando imagem SRTM, através do software ENVI 4.4, modelou-se o

Relevo Sombreado da área que envolve as duas Cartas em estudo inclusive

realizando ao mesmo tempo a fusão com os mapas geológicos e as imagens

geofísica. Com o software Global Mapper, criou-se o Modelo Digital de Terreno

(MDT) com resolução espacial de 90m, sendo reamostrada para 30m.

Vale colocar que a imagem de sensor TM (Thematic Mapper) Landsat 5 foi

adquirida no portal do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), pré-

processada com composição das bandas 3, 4 e 5. (IBAMA, 2007)

8.1 RELEVO SOMBREADO

Apesar da possibilidade de se obter lineamentos estruturais a partir da

interpretação das imagens de relevo sombreado, neste trabalho foi usado apenas

para serem sobreposta pelos mapas geológicos e às imagens geofísicas, aplicando

uma transparência de 50% para visualização das feições do terreno.

8.2 MODELO DIGITAL DE TERRENO

Modelados a partir de SRTM com resolução espacial de 90m sendo

reamostrada para 30m, além de representar a topografia do terreno, o Modelo Digital

de Terreno (MDT) realça os lineamentos estruturais, facilitando o mapeamento. Na

Carta de Guanambi foram observados lineamentos extensos com direção NW-SE,

que compreendem a zonas de cisalhamento com cinemática aparente sinistral.

Observou-se também lineamentos estruturais com direção N-S, porém com

densidade inferior. (Figura 25).

Na Carta de Espinosa os lineamentos estruturais contornam o Grupo Santo

Onofre, em forma de semicírculo com concavidade voltada para o quadrante NW.

Foram cartografadas também zonas de cisalhamento com direção NW-SE. Figura 26

55

Figura 25. Modelo Digital de Terreno como ferramenta no mapeamento de lineamentos estruturais para a Carta Guanambi. À direita o resultado da interpretação da imagem.

56

Figura 26. Modelo Digital de Terreno como ferramenta no mapeamento de lineamentos estruturais para a Carta Espinosa. À direita o resultado da interpretação da imagem.

57

8.3 LANDSAT 5

A utilização das imagens de sensor TM (Thematic Mapper) Landsat 5 reforça

os lineamentos estruturais e complementam zonas que não foram possíveis

cartografá-las, pois apresentam uma resolução espacial de 30m. Os resultados

foram similares do ponto de vista estrutural, mas na Carta Guanambi uma zona de

cisalhamento com cinemática aparente sinistral também foi demarcada, reforçada

também com a interação dos dados pelos lineamentos geofísicos e lineamentos

extraídos do MDT, foi possível interpretar uma estrutura do tipo pull apart. (Figura 27

e 28).

58

Figura 27. Imagem de sensor Landsat 5 TM (Thematic Mapper) para a Carta Guanambi. Observam-se os lineamentos estruturais bem marcados. À direita o resultado da imagem interpretada.

59

Figura 28. Imagem de sensor Landsat 5 TM (Thematic Mapper) para a Carta Espinosa. Observam-se os lineamentos estruturais bem marcados. À direita o resultado da imagem interpretada.

60

9. CONCLUSÕES

A partir da analise dos resultados obtidos pela interação dos métodos e

técnicas desenvolvidas, notou-se modificações relevantes no mapeamento

geológico e estrutural, com enriquecimento das informações, melhoria entre os

contatos das unidades cartografadas e delimitação de novos corpos com potencial

para ocorrência de ferro, uma vez que estas ocorrências encontram-se associadas

às sequências Metavulcanossedimentares, de modo que foi elaborado um novo

mapa geológico para a área de trabalho, comparando com o mapa preliminar.

Na Carta Guanambi, a utilização da magnetometria (Campo Magnético Total),

permitiu a interpretação de novos “corpos” da Sequência Metavulcanossedimentar

Urandi, que não consta no mapeamento preliminar, dobradas, reforçada pela analise

da foliação do mapa preliminar; A radiometria com o Canal de Potássio e Urânio

ofereceu boas respostam, sendo possível a redefinição dos contatos do Complexo

Santo Isabel e do Batólito Guanambi, além da distribuição ternária dos canais de

potássio, urânio e tório que auxiliaram a redefinir o Grupo Santo Onofre na porção

oriental. A magnatometria (Amplitude do Sinal Analítico), o Modelo Digital de Terreno

e a imagem Landsat permitiu mapear uma zona de cisalhamento com cinemática

aparente sinistral formando uma estrutura do tipo pull apart. (Figura 29).

Na Carta Espinosa com a utilização da magnetometria (Campo Magnético

Total) permitiu a extrapolação da área da Sequência Metavulcanossedimentar

Urandi bem como a interpretação de uma dobra com orientação dos seus flancos. A

radiometria com o Canal de Potássio destacou o Batólito Guanambi e os Granitóides

do Complexo Santa Isabel, além de reforçar a forma da Sequência

Metavulcanossedimentar Urandi, localmente negativa. A distribuição ternária dos

canais de potássio, urânio e tório permitiram corrigir os contatos entre o Complexo

Santa Isabel e o Grupo Santo Onofre Indiviso. A magnetometria (Amplitude do Sinal

Analítico), o Modelo Digital de Terreno e a imagem Landsat permitiram a cartografia

do enriquecimento de dados estruturais. (Figura 30).

61

Figura 29. Mapa Geológico da Carta Guanambi. À direita resultado da interação dos métodos e a concepção de um novo mapa geológico para área de estudo.

62

Figura 30. Mapa Geológico da Carta Espinosa. À direita resultado da interação dos métodos e a concepção de um novo mapa geológico para área de estudo.

63

10. REFERÊNCIAS

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