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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PETROLOGIA, METALOGÊNESE E EXPLORAÇÃO MINERAL DISSERTAÇÃO DE MESTRADO O POTENCIAL MINERAL DAS ROCHAS ALCALINAS: ESTUDO DE CASO NO BATÓLITO SIENÍTICO ITARANTIM, PROVÍNCIA ALCALINA DO SUL DO ESTADO DA BAHIA JOSÉ DIÓGENES PEREIRA TORRES SALVADOR - BAHIA 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:

PETROLOGIA, METALOGÊNESE E EXPLORAÇÃO MINERAL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

O POTENCIAL MINERAL DAS ROCHAS ALCALINAS:

ESTUDO DE CASO NO BATÓLITO SIENÍTICO ITARANTIM,

PROVÍNCIA ALCALINA DO SUL DO ESTADO DA BAHIA

JOSÉ DIÓGENES PEREIRA TORRES

SALVADOR - BAHIA

2017

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O POTENCIAL MINERAL DAS ROCHAS ALCALINAS:

ESTUDO DE CASO NO BATÓLITO SIENÍTICO ITARANTIM,

PROVÍNCIA ALCALINA DO SUL DO ESTADO DA BAHIA

José Diógenes Pereira Torres

Orientadora Profa. Dra. Débora Correia Rios

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Geologia

da Universidade Federal da Bahia, como

requisito para a obtenção do Grau de

Mestre em Geologia na área de

concentração em Petrologia, Metalogênese

e Exploração Mineral.

SALVADOR

2017

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Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Universitário de Bibliotecas (SIBI/UFBA), com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

T693 Torres, José Diógenes Pereira O potencial mineral das rochas alcalinas: estudo de caso no

batólito sienítico Itarantim, província alcalina do sul do Estado da Bahia / José Diógenes Pereira Torres. – Salvador, 2017.

123 f.

Orientador: Prof. Dra. Débora Correia Rios Dissertação (Mestrado - Geologia) – Universidade Federal da

Bahia, Instituto de Geociências, 2017.

1. Rochas ígneas alcalinas. 2. Petrologia – Itarantim (BA). I. Torres, José Diógenes Pereira, orient. II.Título.

CDU: 552.3(813.8)

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DEDICATÓRIA

Eu dedico este trabalho especialmente para duas pessoas. A primeira delas, minha

companheira de todas as horas, Susane Knuppel. Em segundo lugar, à primeira PresidentA do

Brasil, Vossa Excelência Dilma Vana Rousseff, pela hombridade apresentada diante da

plateia de ‘juízes’ que a julgava, em nome da lei e da ética, resultando no surreal

Impeachment de 31/08/2016.

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AGRADECIMENTOS

À Deus pela vida, família e amigos.

Obrigado Senhor pelo amanhecer, ele me mostra que sempre posso recomeçar. Obrigado

também pelo anoitecer ele me faz lembrar que tudo nessa vida é passageiro e que nenhum

momento da vida, seja bom ou ruim, durará para sempre.

Agradeço a Deus pelos agentes que foram colocados na minha vida neste período, sobretudo

pelas ações diretamente positivas que intercederam ao meu favor, em especial para minha

companheira e futura geóloga Susane Knuppel, minha tia/mãe Nayra, minha sogra/mãe Saira,

minha mãe Rosemary Pereira, minha orientadora Débora Rios além do meu amigo e geólogo

Muriel Figueiredo.

No entanto, gostaria também de agradecer aos leitores desta pesquisa, os convidando para a

seguinte reflexão:

“O egoísmo pessoal é que excita e estimula o homem a abusar de seus conhecimentos e

poderes. O egoísmo é um edifício humano, cujas janelas e portas estão sempre escancaradas

para que toda espécie de iniquidade entre na alma humana” (Helena Petrovna Blavatsky).

Gratidão.

Om Mani Padme Hum.

(Mantra do Hinduísmo)

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RESUMO

No sul do Estado da Bahia afloram, encaixados em rochas arqueanas a mesoproterozoicas,

corpos ígneos alcalinos anorogênicos datados do Neoproterozoico, e pertencentes à Província

Alcalina do sul da Bahia – PASEBA. Itarantim, o município sede do estudo, localiza-se no

extremo sul da Província, estando localizado nos limites entre dois domínios tectônicos

denominados por Cráton do São Francisco e a Faixa de Dobramento Neoproterozoica

Araçuaí. O presente trabalho visa o estudo litogeoquímico (através da análise de elementos

maiores, traços e terras raras) e a caracterização petrográfica da porção norte do Maciço

Itarantim, a qual abrange a Fácies Sienito Rancho Queimado, a Fácies Fenito e o

Embasamento não fenitizado do Complexo Itapetinga. As rochas do embasamento são

ortognaisses e predominantemente granitos peralcalinos potássicos, e os sienitos e fenitos

apresentam um caráter sódico. Na petrografia, constatou-se para o nefelina sienito a

ocorrência de nefelina sericitizada nos interstícios dos feldspatos alcalinos, além de agregados

máficos com presença de magnetita titanífera. No embasamento foram classificados dois

litotipos nomeados muscovita gnaisse e monzogranito; para os fenitos identificaram-se dois

litotipos diferenciados de acordo com a orientação ou não dos cristais de biotita. Analisando o

manto residual, os feldspatóides são os primeiros minerais a serem atingidos pela alteração,

podem apresentar uma fase direta na formação das albitas, bem como indireta gerando a

caulinita, que por sua vez é pratìcamente obrigatória na evolução das muscovitas e biotitas.

No caso dos feldspatos, a formação de albita em geral, é direta. Para a geoquímica, levou-se

em consideração a mobilidade geoquímica envolvendo a distribuição dos elementos nestas

rochas e como eles se comportam no ciclo geoquímico, relacionando suas concentrações em

rocha fresca e manto de intemperismo. Geoquimicamente, a saprolitização é marcada pela

perda de sílica associada com considerável perda de álcalis. Avaliando-se o comportamento

da alumina, são apresentados teores superiores a 26% para os sienitos alterados, contrastando

com os 15-18% no foid-sienito, e similar ocorre para as rochas feníticas. Sendo assim, indica-

se um enriquecimento supergênico para Al, bem como potencial para Nb e Cu nos sienitos

saprolitizados, para Ba, Sr, Cs nos alteritos do fácies fenitos, e para Ba e Zr em alteritos do

embasamento.

Palavras-chave. Rochas Intrusivas Alcalinas, Supergênese, Sienitos, Paseba, Geoquímica.

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ABSTRACT

Alkaline anorogenic igneous bodies crop out at southern Bahia State (Brazil), these intrusive

rocks have been dated as Neoproterozoic, are emplaced in Archean and Upper

Mesoproterezoic rocks, and belong to the Alkaline Province of Southern Bahia (PASEBA).

The study is focused on Itarantim city area, located at the southern border of the province,

between two tectonic domains namely the São Francisco Craton and the Neoproterozoic

Araçuaí fold belt. This study aims to study the lithogeochemistry (major, trace, and rare earth

elements) and the petrography of the northern sector of the Itarantim Massive (MI), which

includes the Rancho Queimado Syenite Facies (FSRQ), the Fenite Facies (FF), and the

unfenitized Basement (E) of the Itapetinga Complex. The basement rocks are orthogneisses

and peralkaline potatssic granites, while the syenites and fenites display a sodic signature. The

presence of sericitized nepheline among alkaline feldspars interstices in nepheline syenite,

and the presence of titaniferous magnetite in mafic aggregates, have been described over the

petrographic studies. The basement rocks were classified in two lithotypes namely muscovite

gneiss and monzogranite. The fenites are divided in two groups, which differ each other from

the presence or the lack of biotite orientation. Regarding the weathering mantle, the early

weathered minerals are the feldspathoids that can be altered to albite or directly to kaolinite,

the main result of muscovite and biotite weathering. The albite formation after feldspars is

generally direct. Geochemically, the saprolitization is marked by a widespread silica loss

associated to a considerable alkalis leaching. Alumina grades of over 25% occur in weathered

syenites, contrasting to the 15-18% foid-syenite grades, which is similar to the fenitic rocks.

Hence, an alumina supergenic enrichment is indicated, as well as Nb and Cu mineral potential

related to syenite saprolites, and Ba, Sr, and Cs in fenite facies alterites, additionally Ba and

Zr in basement alterites.

Keywords. Alkaline Intrusive Rocks, Supergenesis, Syenite, Paseba, Geochemistry.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ............................................................ 14

1 Introdução .......................................................................................................................... 15

1.1 Objetivos .................................................................................................................... 18

1.2 Justificativas .............................................................................................................. 19

1.3 Aspectos Fisiográficos ............................................................................................... 20

1.3.1 Localização e Acessos ........................................................................................ 20

1.3.2 Clima e Vegetação ............................................................................................. 21

1.3.3 Aspectos Socio-econômicos ............................................................................... 21

1.3.4 Geomorfologia e Recursos Hídricos .................................................................. 21

1.3.5 Águas Superficiais .............................................................................................. 21

1.3.6 Águas Subterrâneas - Domínios Hidrogeológicos ............................................. 22

1.4 Metodologia ............................................................................................................... 22

1.4.1 Pesquisa Bibliográfica ........................................................................................ 23

1.4.2 Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto .................................................... 23

1.4.3 Etapa de Campo ................................................................................................. 24

1.4.4 Estudos Litogeoquímicos e Mineraloquímicos .................................................. 24

1.4.5 Análise Petrográfica ........................................................................................... 25

1.5 Estrutura da Dissertação ............................................................................................ 25

CAPÍTULO 2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................... 31

2.1 CARACTERIZAÇÃO DE ROCHAS ALCALINAS ................................................ 32

2.2 Petrologia e Ambientes Geotectônicos ...................................................................... 32

2.3 Metalogênese Associada ............................................................................................ 33

2.4 Mineralizações Associadas às Rochas Alcalinas/ Carbonatíticas no Brasil .............. 35

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2.4.1 Síntese da Mineralização de Araxá-MG ............................................................ 36

2.5 Potencial Metalogenético da PASEBA ..................................................................... 38

2.6 Contexto Geológico Regional da Área de Estudo ..................................................... 39

2.6.1 Cráton do São Francisco .................................................................................... 40

2.6.2 Faixa Araçuaí ..................................................................................................... 41

2.6.3 Zonas de Cisalhamento ...................................................................................... 43

2.7 Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia .......................................................... 43

2.7.1 Geologia da Área de Estudo ............................................................................... 45

2.8 Maciço Sienítico Itarantim (MSI) .............................................................................. 45

2.8.1 Fácies Sienito Rancho Queimado (FSRQ) ......................................................... 45

2.8.2 Fácies Sienito Serra do Felícimo (FSSF) ........................................................... 46

2.8.3 Fácies Fenito (FF) .............................................................................................. 46

CAPÍTULO 3. ARTIGO .................................................................................................... 51

3.1 Introdução .................................................................................................................. 53

3.2 Área, materiais e métodos ......................................................................................... 54

3.2.1 Contextualização Geológica ............................................................................... 54

3.2.2 Área de Estudo ................................................................................................... 57

3.2.3 Materiais e Métodos ........................................................................................... 58

3.3 Resultados .................................................................................................................. 60

3.3.1 Aspectos Geológicos, Petrográficos e Mineraloquímicos .................................. 60

3.3.1.1 Fácies Sienito Rancho Queimado (FSRQ) ..................................................... 60

3.3.1.2 Fácies Fenito (FF) ........................................................................................... 64

3.3.1.3 Embasamento (E) ........................................................................................... 68

3.3.2 Litogeoquímica ................................................................................................... 73

3.3.2.1 Ambiente Hipogênico ..................................................................................... 73

3.3.2.2 Ambiente Supergênico ................................................................................... 82

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3.4 Discussão dos resultados ........................................................................................... 85

3.5 Conclusões ................................................................................................................. 86

CAPÍTULO 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 92

4.1 Considerações Finais ................................................................................................. 93

APÊNDICES ........................................................................................................................... 97

ANEXOS ............................................................................................................................... 113

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Mapa de Situação. A) Limites do Cráton do São Francisco no Brasil. (B) Cráton do São Francisco e suas faixas de dobramentos marginais Neoproterozoicas, com destaque para a região de estudo. Modificado de Cruz (2004). ................................. 16

Figura 2: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o CSF e a localização da PASEBA em destaque. (C). Mapa geológico simplificado da PASEBA, com destaque para área de estudo. Modificado de Rosa et. al.(2003). ................................................................. 17

Figura 3: Localização da área de estudo no extremo sul da PASEBA. Porção Norte do Batólito Sienítico Itarantim (BSI). Mapa geológico do Estado da Bahia, modificado de CPRM (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais) 2013. .............................. 17

Figura 4: Ambientes Geotectônicos e Magmatismo associado. Modificado de Winter (2001). .................................................................................................................................... 33

Figura 5: Principais substâncias associadas a complexos alcalino-carbonatíticos mundiais, por número total de ocorrências, incluindo depósitos, prospectos e ocorrências não estudadas ou não-econômicas Fonte: Pell (1996), Orris & Grauch (2002), Chernoff & Orris (2002), Woolley & Kjarsgaard (2008) apud Ribeiro et. al. (2014). ................. 35

Figura 6: Localização das principais ocorrências de rochas alcalinas no Brasil (Berbert 1984, Gomes et. al. 1990, Biondi 2005, apud Ribeiro et. al., 2014), com indicação das províncias e complexos alcalino-carbonatíticos. ....................................................... 37

Figura 7: Perfil Laterítico do complexo alcalino-carbonatítico de Barreiro em Araxá (MG). Fonte: Torres (1996). ................................................................................................. 38

Figura 8: Coluna estratigráfica do Orógeno Araçuaí segundo Pedrosa-Soares et. al. (2007). 1. Conglomerados; 2. Arenito; 3. Pelitos; 4. Diamictitos; 5. Formação Ferrífera Diamictítica; 6. Basalto transicional; 7. Calcário dolomítico; 8. Sedimentos exalativos (chert sulfetado, sulfeto maciço, formações ferríferas e outros); 9. Rochas máficas e ultramáficas oceânicas; 10. Wackes e Pelitos; 11. Rochas piroclásticas e vulcanoclásticas dacíticas; 12. Seixos e Blocos pingados. ........................................ 42

Figura 9: Mapa de Situação. A) Limites do Cráton do São Francisco no Brasil. (B) Cráton do São Francisco e suas faixas de dobramentos marginais Neoproterozoicas, com destaque para a região de estudo. Modificado de Cruz (2004). ................................. 55

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o CSF e a localização da PASEBA em destaque. (C). Mapa geológico simplificado da PASEBA, com destaque para área de estudo. Modificado de Rosa et. al. (2003). ................................................................ 58

Figura 11: Localização da área de estudo no extremo sul da PASEBA. Porção Norte do Batólito Sienítico Itarantim (BSI). Mapa geológico do Estado da Bahia, modificado de CPRM (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais) 2013. .............................. 59

Figura 12: Mosaico de macro/microfotografias do FSRQ. A) Afloramento do FSRQ. B) Aglomerado de minerais máficos com apatita (Ap). C) Detalhe da titanomagnetita (Mag-Ilm) com borda de reação de biotita (Bt) e a nefelina (Nph) sericitizada (Ser). D) Detalhe para fenocristais de feldspato alcalino (KFd), nefelina intersticial e hornblenda (Hbl). ....................................................................................................... 62

Figura 13: Imagem de Elétrons Secundários (SEI) através do MEV. A) e B) Microfotografia da titanomagnetita apresentando lamelas de exsolução de ilmenita (listras escuras). 63

Figura 14: Mosaico de macro/microfotografias dos alteritos da FSRQ. A) Macrofotografia do saprólito. B) e C) Alteração do anfibólio formando goethita e hematita. D) Alteração destacada para os agregados máficos. Abreviaturas utilizadas para discriminar a hornblenda (Hbl), goethita (Gth), hematita (Hem), feldspato alcalino (Kfd.), albita (Alb), titanita (Ti), caolinita (Kao), quartzo (Qtz), feldspato (Fds), silica amorfa (Asi), gibbsita (Gbs). .................................................................................................. 65

Figura 15: Macro e microfotografias do FF. A) Limite norte do FF, indicado pela Serra das Três Pontas. B) e C) Textura em flâmulas indicando atuação de fluidos. D) Alinhamento mineral dos cristias de biotita (Bt). Abreviaturas para plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), qpaco (Opq). ....................................................................................... 66

Figura 16: Macro e microfotografias dos alteritos do FF. A) Afloramento do Fenito e indicação da amostragem no estágio inicial da alteração. B) Formação de Caolinita residual. C) e D) Alteração preferencial segundo planos de fraqueza mineral. Lista de abreviaturas para quartzo (Qtz), hematita (Hem), caolinita (Kao), feldspato (Fds), plagioclásio (Pl), goethita (Gth). ................................................................................ 69

Figura 17: Microfotografias do Embasamento (E). A) Alinhamento dos cristais de mica. B) Textura anisotrópica. C) Microfotografia em luz plana. D) Grão de plagioclásio sericitizado. Lista de abreviatura usada para plagioclásio (Pl), minerais opacos (Opq), biotita (Bt), feldspato alcalino (KFd), feldspato (Fsp), quartzo (Qtz), hornblenda (Hbl), muscovita (Msc). ............................................................................................. 71

Figura 18: Macro e microfotografias dos alteritos do Embasamento (E). A) Afloramento do monzogranito alterado. B) C) e D) Fase inicial de alteração, utilizando-se preferencialmente nas estruturas minerais com formação de argilominerais secundários. Lista de abreviaturas para quartzo (Qtz), plagioclásio (Pl), feldspato (Fsp), hematita (Hem), goethita (Gth), caolinita (Kao), feldspato (Fds). .................. 72

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

Figura 19: Diagrama de classificação R1 - R2(De la Roche et. al., 1980), com as plotagens das rochas da porção norte do BSI [E, FF e FSRQ, onde para este inclui-se também os campos de Oliveira (2002) e Rosa et. al. (2005),] além do saprólito associado a cada litofácies. ............................................................................................................ 78

Figura 20: Diagrama de Harker (SiO2 x Maiores) aplicado a rochas frescas do BSI e o saprólito associado a cada litotipo. ............................................................................ 79

Figura 21: Aranhograma multielementar para rochas frescas e saprolitizadas da porção norte do BSI (E, FSRQ e FF), normalizadas para Manto Primordial (Wood,1979). .......... 80

Figura 22: Diagrama de ETR para rochas frescas e saprolitizadas da porção norte do BSI (E, FSRQ e FF), normatizadas para Condrito (Boynton, 1984). ..................................... 82

Figura 23: Diagrama binário com as médias aritiméticas de SiO2 e Al2O3, para os fácies da porção norte do BSI (E, FSRQ e FF), e dos seus respectivos saprólitos. .................. 84

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Análises litogeoquímicas para elementos maiores, menores, traços e ETR das rochas do embasamento estudadas. *Sap: Saprólito. ................................................. 74

Tabela 2: Análises litogeoquímicas para elementos da FSRQ. *nd: não dosado. ................... 75

Tabela 3: Análises litogeoquímicas para elementos da FF. .................................................... 76

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CAPÍTULO 1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

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15 1 INTRODUÇÃO

O contexto geológico no qual está inserida boa parte do estado da Bahia abrange

majoritariamente a unidade geotectônica denominada de Cráton do São Francisco (CSF -

Almeida, 1977). Este cráton estabilizado ao final do Proterozóico é bordejado por algumas

faixas de dobramentos de idade Brasiliana. Dentre elas, destaca-se especificamente neste

estudo, a faixa Araçuaí localizada na porção sudeste do estado (Almeida, 1978). O atual limite

entre esta faixa orogênica e o Cráton (Figura 1), foi um importante sítio favorável ao

alojamento e deformação de corpos ígneos plutônicos anorogênicos (Côrrea-Gomes, 2002).

Trata-se de corpos intrusivos descontínuos, alinhados preferencialmente na direção NE-SW,

os quais correspondem predominantemente a batólitos (Floresta Azul, Itabuna, Itarantim,

Serra das Araras), e stocks (Itajú do Colônia, Rio Pardo, Serra da Gruta – Figura 2). Estas

rochas, foram primeiramente identificadas por Fujimori (1967), e agrupadas por Silva Filho

et. al. (1974) na “Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia – PASEBA”. O município de

Itarantim, sede da pesquisa, localiza-se na porção meridional da província alcalina, onde o

objeto de estudo (batólito sienítico Itarantim) situa-se no extremo sul da PASEBA, e onde

será analisado mais precisamente a porção setentrional do batólito, abrangendo o fácies

sienito rancho queimado (FSRQ), o fácies fenito (FF) e o embasamento gnáissico (E) não

fenitizado do complexo Itapetinga (Figura 3), bem como os saprólitos associados.

Esta dissertação intitulada “O Potencial Mineral das Rochas Alcalinas: Estudo de caso

no Batólito Sienítico Itarantim, Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia” propõe-se à

realização de estudos petrográficos, mineraloquímicos e litogeoquímicos em rochas sieníticas

, bem como no manto intempérico desenvolvido sobre essas rochas. O estudo realizado para

os sienitos de Itarantim e seus derivados, trás à tona novos dados petrográficos,

mineraloquímicos e litogeoquímicos dos materiais geológicos pertencentes à porção norte do

maciço, buscando contribuir para o entendimento evolutivo dos processos magmáticos

associados ao tipo de ambiente no qual estão inseridos, investigando as relações entre as

diferentes fases minerais presentes nos litotipos ao tempo em que se correlaciona suas

possíveis alterações intempéricas à formação de ambientes favoráveis à mineralizações de

metais raros. Para isto, se faz necessário uma fundamentação teórica acerca dos processos

petrológicos e metalogenéticos atrelados a este tipo de rocha, bem como das ocorrências e dos

depósitos minerais mais bem estudados no Brasil e no mundo, facilitando assim a

compreensão dos processos envolvidos desde a cristalização magmática (avaliando o

comportamento dos elementos litófilos/incompatíveis associados com este tipo de magma e a

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

16 sua interação metassomática com a rocha encaixante), além ainda de assimilar o

comportamento destas rochas quando submetidas aos fatores exógenos, analisando assim o

potencial mineral relacionado aos processos supergênicos, em um estudo pioneiro na região.

Na última década diversos estudos petrológicos e geoquímicos vem sendo feitos sobre

os sienitos da PASEBA por pesquisadores do Grupo de Petrologia Aplicada a Pesquisa

Mineral da UFBA. Esta província é um expoente em território nacional para explotação de

rocha ornamental, sobretudo dos aegerina-nefelina-sienitos e sienitos com sodalita azul,

conhecidas no mercado ornamental como o “Azul Bahia”, “Blue Bahia” e “Cobalt Blue”. A

excepcionalidade repousa no fato de que o mineral sodalita comumente ocorre na cor branca e

depósitos de sodalita azul só ocorrem em 4 localidades em todo o mundo: Rússia, Canadá,

Bolívia e Brasil (Conceição, 1990).

Figura 1: Mapa de Situação. A) Limites do Cráton do São Francisco no Brasil. (B) Cráton do

São Francisco e suas faixas de dobramentos marginais Neoproterozoicas, com destaque para a

região de estudo. Modificado de Cruz (2004).

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

17

Figura 2: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da

Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o CSF e a localização da PASEBA em destaque. (C).

Mapa geológico simplificado da PASEBA, com destaque para área de estudo. Modificado de

Rosa et. al.(2003).

Figura 3: Localização da área de estudo no extremo sul da PASEBA. Porção Norte do

Batólito Sienítico Itarantim (BSI). Mapa geológico do Estado da Bahia, modificado de CPRM

(Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais) 2013.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

18 1.1 OBJETIVOS

O estudo das rochas alcalinas anorogênicas do extremo sul da PASEBA, foi baseado

na amostragem geológica, buscando contribuir para o entendimento evolutivo dos processos

magmáticos associados ao tipo de ambiente no qual está inserido, buscando ampliar os

estudos que visam à prospecção mineral através dos processos primários e secundários. Para

isso, foram coletadas amostras analisadas à luz do estudo petrográfico, mineraloquímico e

geoquímico do batólito sienítico de Itarantim, mais precisamente da sua porção norte, onde se

leva em consideração a mobilidade dos elementos dentro do ciclo geoquímico, desde o

processo primário de cristalização com a fenitização associada, até os processos secundários

resultando no manto de intemperismo destas rochas. Neste aspecto reside o objetivo principal

do presente trabalho, que é contribuir no entendimento da colocação de corpos alcalinos

intracontinentais anorogênicos, além de analisar o comportamento dessas rochas quando

submetidas aos processos de alteração ocorrentes em superfície. Para esta finalidade, se faz

necessário um amadurecimento teórico científico envolvendo conceitos sobre o magmatismo

alcalino e ambientes geotectônicos a ele relacionados, bem como do entendimento acerca dos

processos metalogenéticos associados. Busca-se aplicar esta fundamentação teórica ao

conjunto litológico da PASEBA, para facultar a compreensão dos processos envolvidos de

cristalização magmática, e avaliação do comportamento de elementos litófilos/incompatíveis

neste magma, bem como a interação metassomática com as rochas encaixantes. Além dos

processos transformadores hipógenos, busca-se realizar o estudo dos processos supergênicos

aos quais esses corpos foram submetidos.

Os estudos aqui propostos têm como alvo a porção norte do Batólito Sienítico de

Itarantim (Figura 1). Apesar dos avanços sobre o entendimento petrológico destas rochas, o

enfoque metalogenético dentro da província carece de estudos mais aprofundados. Sendo

assim, o objetivo geral desta dissertação é a compreensão:

(i) Da distribuição dos elementos menores e traços nestas rochas, incluindo os

ETR, e como eles se comportam no ciclo geoquímico, relacionando suas concentrações em

rocha fresca e manto intempérico.

Buscando alcançar este meta, os objetivos específicos incluem:

(i) Compreender a evolução de rochas alcalinas subsaturadas e mineralizações a

elas relacionadas

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19

(ii) Estudar o conjunto litológico específico referente às rochas alcalinas da

PASEBA, englobando desde seu processo inicial de cristalização magmática, acompanhada

de elementos litófilos/incompatíveis, bem como a interação metassomática com as rochas

encaixantes.

(iii) A partir da caracterização petrográfica das rochas mais representativas,

contribuir para o entendimento da evolução a qual esses corpos foram submetidos ao longo do

tempo geológico.

(iv) Avaliar os processos supergênicos aos quais esses corpos foram submetidos.

(v) Efetuar estudos litogeoquímicos para elementos traços em amostras da rocha e

do manto intemperizado, sobretudo para os litófilos.

(vi) Caracterizar a química de fases minerais específicas. Buscando compreender

como os elementos químicos de interesse se distribuem nestes materiais, e se reconcentram

nas etapas do ciclo geoquímico.

1.2 JUSTIFICATIVAS

Tendo em vista o potencial metalogenético associado às rochas alcalinas, bem como

ao manto intempérico oriundo das mesmas, além ainda de saber da carência de estudos

voltados para pesquisa mineral relacionada aos processos supergênicos, é que nos motivou a

buscar na prática aquilo que foi adquirido com a teoria. Dessa forma, busca-se contribuir com

o atual estágio de conhecimento acerca da evolução petrogenética e metalogenética de rochas

alcalinas/carbonatíticas no Brasil e no mundo, servindo assim de embasamento teórico para a

prospecção de metais raros na região da Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia

(PASEBA), submetendo os resultados obtidos para publicação na revista Pesquisas em

Geociências, do instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

(UFRGS).

O estudo proposto refere-se a um magmatismo anorogênico, intraplaca continental, de

colocação na Era Neoproterozóica, datado segundo Rosa et. al. (2005) com idade Rb-Sr de

727 ± 49 Ma. Essa injeção magmática, bem como seus fluidos residuais, estão atrelados a

domínios tectono-estruturais desenvolvidos no evento colisional Neoproterozóico.

Potencialmente, este evento pode ter remobilizado alguns elementos na forma iônica (sob a

forma de complexos), concentrando-os de forma a se obter um valor potencialmente

econômico para explotação, sobretudo em zonas de cisalhamento, as quais oferecem melhores

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20 condições de transporte para os fluidos, por onde migram e precipitam os minerais que

estavam em solução. Outra questão a ser observada na PASEBA e que justifica esta pesquisa,

refere-se ao possível enriquecimento supergênico do qual o intemperismo e erosão/lixiviação

são os principais fatores de modificação das rochas, podendo gerar importantes depósitos

minerais, tornando-se assim um dos alvos potenciais na prospecção, sendo este um estudo

pioneiro na região da PASEBA. Portanto, a pesquisa proposta tem enfoque metalogenético, e

busca compreender e interpretar os processos de formação e alteração dos litotipos

relacionados ao magmatismo alcalino.

1.3 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS

1.3.1 Localização e Acessos

As ocorrências que serão estudadas localizam-se na porção sul do estado da Bahia, e

distam cerca de 610 km da cidade de Salvador, capital do estado. A área de estudo está

delimitada entre as latitudes 15°45’59.98” Sul e 39°59’33.01” Oeste, abrangendo a zona rural

do município de Itarantim, localizado no extremo sul da Província, onde o objeto de estudo

corresponde à porção norte do Maciço Itarantim. (Figura 3).

O acesso rodoviário a região de estudo, partindo da cidade de Salvador pode ser feito

pela BR-324 até as proximidades da cidade de Feira de Santana, seguindo pela BR-101, na

direção sul até a cidade de Itabuna. Posteriormente, utiliza-se a BR-415 até o entroncamento

com a BA-270, a qual proporcionará o ingresso às cidades de Potiraguá e Itarantim. Uma rota

rodoviária alternativa pode ser traçada partindo de Salvador pela BR-324 até Feira de

Santana, seguindo na BR-116 sentido Sul até a cidade de Vitória da Conquista, utilizando em

seguida a BR-415 sentido Sudoeste até o entroncamento, e logo após a BA-270 até os

municípios de destino.

A cidade de Vitória da Conquista, no entanto, pode ser acessada através do seu

terminal aéreo, e para localizar as vias acesso aos municípios sedes da área de estudo, utiliza-

se o percurso anteriormente descrito através de rodovias Federais e estaduais, encurtando

dessa forma o período entre o tempo de partida e chegada.

Outra forma de acesso é pela via marítima partindo de Salvador pelo sistema Ferry-

Boat até Bom Despacho, onde se segue por trecho rodoviário através da BA-001 sentido Sul

até o município de Travessão, e ingressando posteriormente pelo trecho da BR-101 até o

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

21 município de Itabuna, acessando em seguida a BR-415 até o entroncamento com a BA-270,

que corta os municípios sede da pesquisa.

1.3.2 Clima e Vegetação

A região possui clima seco subúmido, úmido subúmido e úmido, apresentando

temperatura média anual variando entre 20,6 a 23,4 ºC, o período chuvoso está concentrado

nos meses de outubro a janeiro e de março a abril e precipitação média anual de 500 - 900

mm. Em decorrência da variação do clima, a região apresenta vegetação do tipo Floresta

Estacional Decidual, que quase inexiste devido à ocorrência expressiva de pastagens. Os solos

são classificados como Chernossolos, Argissolos Vermelho- Amarelo Eutróficos e Latossolos

Vermelho-Amarelo, (Lima 1981).

1.3.3 Aspectos Socio-econômicos

O Município de Itarantim tem área geográfica de 1.784 km², população estimada em

17.615 habitantes e densidade demográfica de 8,89 hab/km² (IBGE 2007). As principais

atividades econômicas desenvolvidas na região são agricultura, pecuária e mineração de rocha

para fins ornamental. Na pecuária se verificam efetivos de bovinos, galináceos e suínos. Os

principais produtos agrícolas gerados são laranja e banana, e na atividade de mineração

explotação de sodalita sienito de cor azul (IBGE 2007).

1.3.4 Geomorfologia e Recursos Hídricos

As feições geomorfológicas são caracterizadas pela presença de relevo ondulado e

montanhoso no município de Itarantim, inserido na unidade geomorfológica da Depressão

Itabuna – Itapetinga, que por sua vez está situada na Região Geomorfológica da Depressão do

Sudoeste Baiano, e englobada pelo Domínio Geomorfológico das Depressões Interplanálticas.

1.3.5 Águas Superficiais

A região pertence à bacia Hidrográfica do Rio Pardo, cujos principais afluentes são os

córregos do Nado, Jundiá e Laranjeiras e o rio Maiquinique. A rede de drenagem apresenta

padrão paralelo e localmente circular. A densidade da drenagem é baixa (CPRM 2005). As

principais drenagens são os córregos do Nado, Jundiá e Laranjeiras e o rio Maiquinique. A

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

22 rede de drenagem apresenta um padrão paralelo, devido à estruturação regional NW-SE,

direção do contato entre os gnaisses dos Complexos Itapetinga e Ibucuí- Ipiaú, observável em

diversos trechos do córrego Laranjeiras e do rio Pardo. Localmente ocorre padrão circular no

contato das suítes alcalinas com o Complexo Itapetinga. A densidade de drenagem é baixa.

1.3.6 Águas Subterrâneas - Domínios Hidrogeológicos

No município de Itarantim podem-se distinguir dois domínios hidrogeológicos: o dos

terrenos cristalinos compostos pelas rochas metamórficas do Arqueano e Paleoproterozóico,

pelas rochas granitóides neoproterozóicas pré-colisionais e pela suíte alcalina sin a

tardicolisional, e o das aluviões do Quaternário. O domínio cristalino encerra o sistema

aqüífero fissural. É caracterizado pela ausência de porosidade primária, onde a ocorrência de

água subterrânea está condicionada a uma porosidade secundária. Esta porosidade é

representada por descontinuidades (estruturas tectônicas rúpteis) como fissuras, fraturas e

fendas. O potencial hidrogeológico é dependente da densidade e intercomunicação dessas

descontinuidades, aspecto que geralmente se traduz em reservatórios aleatórios e de pequena

extensão. Este sistema é representado pelo aqüífero fissural granito-gnáissico. O aqüífero

granito-gnáissico é composto pelos gnaisses dos Complexos Ibicaraí, Itapetinga e Ibicuí-

Ipiaú, pelo granitóide foliado, pré-colisional Salto da Divisa–Itagimirim e pela Suíte Alcalina

Itarantim-Potiraguá, sin a tardicolisional. Estas rochas, que sofreram deformação, apresentam

uma possibilidade maior de possuírem descontinuidades o que teoricamente torna seu

potencial hidrogeológico mais elevado. As vazões produzidas pelos poços nos aqüíferos

fissurais em geral são pequenas, e a água, devido à baixa velocidade de circulação e aos

efeitos do clima semi-árido possui, freqüentemente, elevado teor de sais. Essas condições

atribuem um potencial hidrogeológico baixo para este domínio, sem diminuir sua importância

como alternativa de abastecimento em pequenas comunidades ou como reserva estratégica em

períodos prolongados de estiagem.

1.4 METODOLOGIA

O presente trabalho visa o estudo petrográfico, litogeoquímico (através da análise de

elementos maiores, traços e terras raras) e mineraloquímico (através da difratometria de raios-

x e microscopia eletrônica de varredura) envolvendo as rochas do maciço Itarantim (MI) mais

especificamente a porção norte do maciço Itarantim, a qual abrange a fácies sienito rancho

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23 queimado (FSRQ), a fácies fenito (FF), o embasamento gnássico (E), além do manto de

intemperismo oriundos dessas rochas. Busca-se obter informações através de amostragens

representativas de rocha sã e do manto intempérico, visando obter respectivamente um perfil

longitudinal e vertical, a fim de compreender a mobilidade geoquímica dentro destes sistemas,

hipogênico e supergênico. Para isso planeja-se utilizar-se do banco de dados catalogado pelo

projeto, bem como amostragem em campo, a fim de estudar os alvos selecionados visando

caracterizar a petrologia dos litotipos, bem como o seu potencial metalogenético.

Para alcançar êxito em relação aos objetivos principais da presente pesquisa, estão

sendo elaborados os seguintes procedimentos: pesquisa bibliográfica, geoprocessamento e

sensoriamento remoto, etapa de campo, estudos litogeoquímicos e mineralógicos, análise

petrográfica.

1.4.1 Pesquisa Bibliográfica

Nesta etapa foi imprescindível a atualização de toda publicação científica da área,

através de consultas bibliográficas em trabalhos sobre rochas alcalinas e mineralizações

associadas, enfatizando trabalhos referentes à PASEBA, abordando desde a evolução

tectônica e petrogenética, bem como as características faciológicas, mineralógicas e

geoquímicas, além ainda da influência das zonas de cisalhamento associadas à colocação dos

corpos.

1.4.2 Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto

Durante esta etapa estão sendo catalogadas imagens SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) da folha SD-24-Y-D, além de imagens do satélite Landsat 5 do sensor

Thermal Mapper, ambas em escala aproximada 1:350.000 (disponíveis no site do INPE

(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) . Da mesma forma estão sendo catalogadas

imagens de satélite LANDSAT 7, bem como ainda busca-se fotografias aéreas no intuito de

se fazer um reconhecimento aerofotogramétrico de maior detalhe para realização de

amostragens de forma sistemática. Dessa forma, as imagens serão geoprocessadas em

softwares específicos como ENVI 4.7, como o ARCGis 10.1 além do Global Mapper 11, com

o intuito de gerar mapas planialtimétricos bem como imagens de relevo sombreado

(hillshade), e posterior sobreposição de camadas para visualização em 3D, e auxiliar a vistoria

de campo.

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24 1.4.3 Etapa de Campo

Na etapa inicial do trabalho, gozamos de uma saída de campo, realizada em uma única

expedição que ocorreu entre os dias 18/10/2013 (saída) e 27/10/2013 (retorno) para

mapeamento e coleta de amostras, totalizando 9 dias, com efetivos 7 dias de mapeamento,

visto que somaram-se dois dias para os trajetos de ida e volta. Dessa forma, através de uma

reconceituação baseada na análise do banco de dados obtidos, se faz necessário uma nova

saída de campo com a finalidade de obter melhores alvos para a pesquisa, ao mesmo passo em

que se fará necessária a expansão das amostragens para áreas possivelmente mais

promissoras, sobretudo no ponto de vista metalogenético.

Os corpos que serão amostrados, bem como as rotas de acesso a tais pontos foram

previamente planejadas com base no sensoriamento remoto, sobretudo através de estudos

aerofotogramétricos.

1.4.4 Estudos Litogeoquímicos e Mineraloquímicos

O banco de dados do projeto consta com informações de análises químicas de

amostras coletadas em superfície (afloramentos in situ, blocos rolados, e saprólito). Foi

realizado um reestudo das análises litogeoquímicas já existentes a fim de caracterizar as

mineralizações e auxiliar na interpretação da formação/gênese dos corpos, bem como análises

complementares em novas amostras através dos métodos de Fluorescência de Raios-X para

elementos maiores, e de ICP-MS para elementos menores, traços e ETR.

Os resultados das análises são tratados através do MS Excel 2010, e confeccionados

através do software GCDKit. Os gráficos gerados são os de Harker (elementos maiores),

diagramas multielementares para elementos traços (segundo Wood, 1979) e aranhogramas

para elementos terras raras (segundo Boyton, 1974). Busca-se realizar uma análise

mineralógica, através da microscopia eletrônica de varredura (MEV) e da difratometria de

Raios-X (DR-X).

O Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) se tornou um instrumento

imprescindível nas mais diversas áreas, principalmente, para a geologia já que os sinais que

derivam das interações elétron-amostra revelam informações sobre a amostra, como:

morfologia externa (textura), composição química e estrutura cristalina e orientação dos

materiais que compõem a amostra. À medida que o feixe de elétrons primários vai varrendo a

amostra, os sinais gerados vão sofrendo modificações de acordo com as variações existentes

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25 na superfície. Nesse tipo de microscopia, os sinais de maior interesse para a formação da

imagem são os elétrons secundários e os retroespalhados (“backscattering elétron” - BSE). Os

elétrons secundários fornecem imagem de topografia da superfície da amostra e são os

responsáveis pela obtenção das imagens de alta resolução, já os retroespalhados fornecem

imagem característica de variação de composição (GALLETI, 2003). O MEV tem grande

profundidade de foco. Esse equipamento é capaz de produzir imagens de alta ampliação (até

300.000 vezes) e com alta resolução. A incidência do feixe de elétrons no mineral promove a

emissão de elétrons secundários, retroespalhados, auger e absorvidos, assim como de raios X

característicos e de catodoluminescência (Reed, 1996). Suas imagens são visualizadas em um

monitor, a partir da energia emitida no contato elétron- amostra. A topografia superficial de

objetos sólidos pode ser examinada com grande facilidade, e as micrografias têm aspecto

tridimensional. Os minerais não condutores de corrente elétrica para serem analisados no

MEV devem ser previamente metalizados. A metalização consiste na precipitação, a vácuo,

de uma película micrométrica de material condutor (muito comum a grafita) sobre a superfície

do mineral, possibilitando a condução da corrente elétrica (Duarte et. al., 2003).

1.4.5 Análise Petrográfica

Busca-se complementar o estudo petrográfico através da atualização do banco de

dados do GPA, selecionando aquelas amostras mais favoráveis no estudo metalogenético.

Busca-se também complementar através de inéditas amostragens, o manto residual

correspondente das rochas do maciço Itarantim (MI).

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

O primeiro capítulo trás uma introdução ao tema, usando argumentos científicos que

justifiquem a pesquisa, podendo traçar os objetivos a serem alcançados e a metodologia para

tal. Neste capítulo é também contextualizado os aspectos fisiográficos da região de estudo.

O segundo capítulo visa abordar aspectos teóricos relacionados à ocorrência de rochas

alcalinas/carbonatíticas, bem como o potencial metalogenético associado, visando criar

subsídios teóricos para a dissertação de mestrado sobre as rochas alcalinas do Sul da Bahia. O

assunto teórico ao qual iremos tratar neste texto, refere-se à compilação dos principais estudos

realizados referentes a petrologia e metalogenia das rochas alcalinas/carbonatíticas, bem como

a relação entre estes conceitos teóricos e exemplos estudados no Brasil. Será apresentado o

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26 estudo de caso acerca da petrologia e metalogenia do depósito de P e Nb de Araxá (MG),

tendo em vista o grande volume de informações geradas na exploração e lavra de seis grandes

jazidas minerais naquela região, a partir da década de 1980. Na sequência será apresentado o

contexto geológico regional e local referentes à PASEBA.

O terceiro capítulo trás os resultados obtidos a partir dos estudos realizados durante

esta dissertação, e que envolve as amostragens realizadas nas vistorias de campo, e os dados

tratados juntamente com a metodologia seguida. O enfoque principal é a petrologia e

metalogênese associada ao ambiente hipogênico e supergênico associado com as rochas

alcalinas da porção norte do batólito itarantim, situado na Província Alcalina do Sul do Estado

da Bahia. Estes resultados foram submetidos em forma de artigo para a revista intitulada

pesquisa em geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O quarto capítulo foi reservado para algumas considerações, trazendo de forma

sistemática, as principais conclusões e sugestões obtidas a partir deste estudo.

Ao final de cada capítulo o leitor dispõe da completa listagem de referências

bibliográficas utilizadas para os mesmos. Ao final do volume o lente poderá ter acesso aos

Apêndices que incluem: (A) Justificativa da Participação dos Autores; (B) Fichas

Petrográficas; (C) Tabela de Coordenadas dos Pontos Amostrados; bem como o Anexo que

inclui; (D) Regras de Formatação da Revista de Geociências da Universidade Federal do rio

Grande do Sul.

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de Curso, Curso de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

30 Torres, M.G. & Gaspar, J.C. 1995. Geoquímica do Manto de Intemperismo da Mina de

Fosfato do Complexo Alcalino – Carbonatítico do Barreiro, Araxá – MG. In: V

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Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

CAPÍTULO 2. REFERENCIAL TEÓRICO

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32

2.1 CARACTERIZAÇÃO DE ROCHAS ALCALINAS

A alcalinidade correponde ao teor relativo de álcalis, sílica e alumina presentes numa

rocha. Na cristalização das rochas magmáticas, os álcalis se ligam ao alumínio e ao silício na

proporção 1:1:3, na formação dos feldspatos potássico (KAlSi3O8), sódico (NaAlSi3O8) e

micas (muscovita e biotita). Na quebra desta regra geral, as rochas são denominadas de

alcalinas, com o desenvolvimento de minerais específicos, a exemplo dos feldspatóides, onde

a proporção de silício alumínio é 1:1:1, cristalizando minerais como a nefelina (NaAlSiO4

2.2 PETROLOGIA E AMBIENTES GEOTECTÔNICOS

).

De acordo com Torres (2013), as rochas alcalinas são classificadas quanto à alcalinidade em

rochas equiríticas (deficientes em sílica, gerando minerais máfico sódicos como egirina,

riebeckita), miasquíticas (deficientes em sílica, cristalizando feldspatóides), e agpaíticas

(deficiencência em sílica e alumínio).

De acordo com (Ribeiro et. al., 2014), a origem dos magmas alcalinos é

frequentemente atribuída a pequenas frações de fusão parcial em níveis relativamente

profundos de um manto modificado por metassomatismo. Suas características dependem do

grau de fusão parcial, pressão e conteúdo de voláteis como H2O e CO2

As rochas alcalinas ocorrem em diversos ambientes tectônicos (

. O caráter alcalino

aumenta com a profundidade da fonte mantélica, com a espessura da litosfera, e com menor

quantidade de fusão parcial.

Figura 4), a exemplos

dos basaltos alcalinos de ilha oceânica (em bacias oceânicas), aos shoshonitos (em margem

convergente de placa), às series alcalinas-carbonatíticas-foscorítica em rift (margem

divergente de placas), aos kimberlitos, lamproitos e as rochas continentais da série alcalina

(ambos de áreas intraplaca continental). No entanto, as principais ocorrências de rochas

alcalinas mineralizadas do mundo estão associadas a ambiente intraplaca continental

divergente. Dessa forma, o ambiente intraplaca torna-se um controle metalogenético para

estes metais raros, mais especificamente no estágio de riftamento crustal em comunhão com a

ação de plumas, como é o caso do Graben de Oslo (Noruega), a província do alto Parnaíba

(Brasil). Os magmas alcalinos são gerados no manto litosférico, e sofrem processos de

ascensão, instalação e diferenciação em câmara magmática, gerando complexos alcalino-

carbonatíticos plutônicos (carbonatitos, foscoritos, dunitos, piroxenitos, bebedouritos, ijolitos,

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33 sienitos), e vulcânicos (nefelinitos, kamafugitos, fonolitos, lamprófiros, melilitos). A evolução

dos complexos alcalinos carbonatíticos geralmente está associada a múltiplos estágios de

intrusão e envolve processos petrogenéticos como cristalização fracionada e/ou imiscibilidade

de líquidos, a partir de magmas primitivos alcalinos, sódicos ou potássicos. Os magmas

primitivos de composição sódica, geralmente nefelinitos, originam as rochas silicáticas da

série Ijolítica (jacupirangito,-meteigito-ijolito-urtito), enquanto magmas primitivos

ultrapotássicos tendem a produzir sequencias plutônicas bimodais, compostas por litotipos

ultramáficos (dunitos, clinopiroxenitos, bebedouritos) e félsicos (sienitos).

Figura 4: Ambientes Geotectônicos e Magmatismo associado. Modificado de Winter (2001).

2.3 METALOGÊNESE ASSOCIADA

Rochas alcalinas são raras (menos de 1% das rochas magmáticas por volume e área de

ocorrência) e a maioria delas se concentram em regiões de crosta continental estável, que

sofreu desbaste e extensão, especialmente com formação de graben/horst (Laznicka, 2010).

Esta combinação de fatores envolvendo ambiente geotectônico e magmatismo possui

potencial metalogenético para diamante (associado a kimberlitos e lamproitos), nefelina,

feldspato, rochas ornamentais, gemas, U, Th, Zr, Nb, Al ( associado aos sienitos), e fosfato,

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34 nióbio, terras raras, titânio, níquel, vermiculita, barita, fluorita, nefelina, cobre, molibdênio,

zircônio, urânio, tório, ferro ( associado aos complexos carbonatíticos). Magmas alcalinos são

enriquecidos predominantemente em elementos incompatíveis, elementos litófilos e metais

raros como Nb, Ta, Zr, ETR + Y, Th, U, Be, Hf (Laznicka, 2006). Portanto, sabe-se que o

magmatismo alcalino carrega consigo elementos de afinidade geoquímica peculiar, com

elevada concentração em elementos incompatíveis (Cs, Rb, K, Ba, Pb, Sr, Th, U, Ce, Zr, Hf,

Nb, Ta, Ti, P e ETR). Rochas alcalinas, ocorrentes ao redor do mundo, possuem potencial

metalogenético comprovados, como é o caso do rift Paleozóico do Baikal na Rússia, o graben

de Oslo (Permiano), Noruega, a província ígnea do alto Parnaíba ( Brasil) com destaque para

o depósito de fosfato de Jacupiranga, o Nb de Araxá, dentre outras. O Brasil possui as

maiores reservas de nióbio do mundo com uma participação de 88,0%, seguido do Canadá

com 9,0%, e é o líder mundial na produção desta commodity, com 94,5%, seguido pelo

Canadá com participação de 5,1%. Em termos de reservas brasileiras Minas Gerais detém

cerca de 96 % (Araxá), Amazonas 3% (Seis Lagos) e Goiás 1,0% (Catalão I e II), sendo que

em termos de produção interna, Minas Gerais responde por 78,3% e Goiás por 21,6%

restantes (DNPM-GO).

De acordo com Ribeiro et. al. (2014), as províncias alcalinas, sobretudo quando

associadas com rochas carbonatíticas e/ou foscoríticas contabilizam reservas, recursos e um

grande número de mineralizações não avaliadas ou não econômicas de 31 substâncias

associadas a carbonatitos e rochas alcalinas. ETR, P, Nb, Fe, Ti, Ba, F, Zr, vermiculita, U,

carbonato, Th, Sr, Cu e Ta, nessa ordem, respondem por cerca de 95% das ocorrências

(Figura 5). No universo das rochas alcalinas, as associações de rochas silicáticas e/ou

foscoritos com carbonatitos são de longe as que detêm maior potencial para mineralização em

substâncias estratégicas como nióbio, titânio e terras raras. Os minérios de ETR, Ti e Nb são

considerados commodities estratégicas, com aplicação em produtos de alta tecnologia, no

entanto, com exceção do nióbio, ainda não são explotados no país a partir de complexos

alcalinos, por falta de tecnologia de beneficiamento, apesar dos imensos recursos já definidos.

Somado a esta concentração primária, existe o potencial adquirido através da

remobilização secundária por meio dos processos supergênicos atuantes sobre este tipo de

material rochoso, favorecendo a concentração de elementos residuais como Nb, Al e ETR no

manto intempérico, a exemplo dos depósitos de Catalão, Araxá e Tapira localizadas na

Província Ígnea do Alto do Parnaíba. O chamado enriquecimento supergênico, do qual o

intemperismo e erosão/lixiviação são os principais fatores de modificação das rochas, podem

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35 gerar importantes depósitos minerais, tornando-se assim um dos alvos potenciais na

prospecção. O manto de intemperismo em complexos alcalinos/carbonatíticos possui uma

grande importância econômica, por ser formador de depósitos residuais de vários elementos

como Nb, P, U, Cu, Ti, ETR, entre outros (TORRES & GASPAR, 1995). Na jazida de nióbio

e fosfato em Araxás (MG), segundo Paraiso & Fuccio (1981), apud Torres e Gaspar (1995), o

intemperismo favoreceu a formação da maior jazida de nióbio do mundo.

Figura 5: Principais substâncias associadas a complexos alcalino-carbonatíticos mundiais, por

número total de ocorrências, incluindo depósitos, prospectos e ocorrências não estudadas ou

não-econômicas Fonte: Pell (1996), Orris & Grauch (2002), Chernoff & Orris (2002),

Woolley & Kjarsgaard (2008) apud Ribeiro et. al. (2014).

2.4 MINERALIZAÇÕES ASSOCIADAS ÀS ROCHAS ALCALINAS/

CARBONATÍTICAS NO BRASIL

Registros mais antigos relacionados aos complexos alcalino-carbonatíticos do Brasil,

são datados do precambriano, e correspondem a ocorrências restritas como o depósito de

Maicurue Mutum, no Pará, e Angico dos Dias, na Bahia, valendo destacar a PASEBA,

atualmente explotada através dos sodalititos como rocha ornamental. Os complexos de Seis

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36 Lagos (AM) e Planalto da Serra (MT), ainda não têm idade absoluta definida (Ribeiro et. al.,

2014). Contudo, no intervalo do Eocretáceo ao Eoceno ocorreu intensa atividade magmática

na porção central e sul do Brasil e no Paraguai oriental, incluindo os basaltos da Formação

Serra Geral (Sistema Paraná-Etendeka) e diversas províncias alcalinas que ocorrem nas

margens da Bacia do Paraná (Ribeiro et. al., 2014). A Província Alcalino-Carbonatítica

Cretácica do Alto Paranaíba (APIP) faz parte do magmatismo alcalino que ocorreu durante o

cretáceo superior nas margens da bacia do Paraná (Figura 6), devido ao impacto da pluma de

Trindade (Barbosa & Dominguez, 1996). Outras ocorrências de rochas alcalinas-

carbonatíticas do Brasil são conhecidas em Poços de Caldas (MG), Serra do Mar setor sul,

depósitos de Lages (SC), setor central referente ao depósito de Mato Preto (PR) a província

do alto de Góias ( GAP) com seus diversos depósitos, a Província do Arco de Ponta Grossa

(Ribeiro et. al., 2014).

A Província Ígnea do Alto Paranaíba abrange Catalão I, Catalão II, Salitre, Serra

Negra, Tapira e Araxá. Em sequência será feita uma abordagem para a mineralização de

Araxá, por conter um dos depósitos mais bem conhecidos e explorados no Brasil.

2.4.1 Síntese da Mineralização de Araxá-MG

O complexo carbonatítico do Barreiro situa-se a oeste do Estado de Minas Gerais, na

região do Triângulo Mineiro, no município de Araxá, a 6 km a sul do centro urbano,

possuindo as seguintes coordenadas geográficas; 19°38’de latitude Sul e 46° 56’ de longitude

Oeste. A região de Araxá faz parte do setor meridional da Faixa de Dobramentos Brasília,

setor oriental da Província Estrutural Tocantins, um cinturão orogênico que se desenvolveu na

borda oeste do Cráton do São Francisco durante o neoproterozóico. Existem na região cinco

unidades estratigráficas (período pré-cambriano): Complexo Granito-Gnáissico, Grupo Araxá,

Grupo Canastra, Formação Ibiá e Grupo Bambuí, posicionadas cronologicamente nesta ordem

da mais antiga para a mais nova, e de idade mesozóica: grupo bauru, complexo alcalino,

formação serra geral, bacia do paraná.

Consiste em intrusões ultramáficas-carbonatíticas de idade em torno de 70 Ma K/Ar

(HASUI & CORDANI, 1968 apud FERRARI, 2000) que intrudem rochas metamórficas

neoproterozóicas dos domínios interno e externo da Faixa Brasília, as quais são tipicamente

deformadas em estruturas dômicas, resultado da colocação destes corpos intrusivos (Gibson

et. al., 1995; BROD et. al., 2004 apud Bezerra & Brod, 2011).

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

37

Figura 6: Localização das principais ocorrências de rochas alcalinas no Brasil (Berbert 1984,

Gomes et. al. 1990, Biondi 2005, apud Ribeiro et. al., 2014), com indicação das províncias e

complexos alcalino-carbonatíticos.

De idade cretácea e intrudidos em quartzitos e xistos de idades proterozóicas

pertencentes ao Grupo Araxá, o complexo do Barreiro é constituído por rochas ultramáficas

metassomatizadas (glimeritos constituídos essencialmente por flogopita, possuem

subordinadamente apatita e magnetita e relictos de olivina e diopsídio), cortadas por

carbonatitos e foscoritos (Issa Filho et. al., 1984). De acordo com Issa Filho et. al.(1984) estas

rochas são intrudidas por carbonatitos do tipo beforsítico, de granulação grosseira com barita,

apatita, magnetita, perovskita, quartzo secundário, pirita e flogopita ocorrendo como

acessórios e diques de composição beforsítica e sovítica na porção central do complexo. A

gênese das mineralizações é considerada como o resultado de enriquecimento supérgeno

causado pela alteração intempérica dessas rochas durante o Neógeno. O clima tropical foi

favorável para gerar essas mineralizações. Durante o processo de intemperismo os elementos

Ti, Nb, P e ETR sã fixados, enquanto K, Na, Mg e Ca são lixiviados. Dessa forma, o controle

para a extração do minério é dado pela laterização, valendo destacar que a auréola de

quartzito fez com que o minério se concentrasse apenas no corpo ígneo, sendo dessa forma,

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38 também é um controle da mineralização. Os minerais de minério são Apatita (P), Pirocloro

(Nb, ETR), Anatásio (Ti). Derivado do minério primário, o minério residual contém cerca de

4% de bariopirocloro. Figura 7.

Figura 7: Perfil Laterítico do complexo alcalino-carbonatítico de Barreiro em Araxá (MG).

Fonte: Torres (1996).

2.5 POTENCIAL METALOGENÉTICO DA PASEBA

Barbosa de Deus (1976) realizou trabalhos de cartografia geológica do Batólito

Sienítico de Itarantim, ao qual ele denominou naquela época como Complexo de Itarantim. Já

nesta época este autor chamava a atenção para a potencialidade metalogenética destas rochas

em Ti, Nb, Ta, U, Th e terras raras, além de fósforo e bauxita, pois as associações destas

mineralizações a complexos alcalinos são muito frequentes na literatura.

Essa injeção magmática bem como seus fluidos residuais, estão intrudidos no

embasamento gnáissico do Complexo Itapetinga e cristalino do Cráton do São Francisco,

ambos de idade arqueana. Estes eventos podem ter remobilizado alguns elementos na forma

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39 iônica (sob a forma de complexos), concentrando-os de forma a se obter um valor

potencialmente econômico para explotação. Eventos posteriores à colocação do magma

alcalino, como o evento orogênico Brasiliano ao final do Neoproterozóico, podem ter

favorecido, da mesma forma, a realocação de determinados elementos,sobretudo, em

importantes zonas de cisalhamento de dimensões kilométricas (zonas de cisalhamento de

potiraguá e Itabuna-itajú do colônia), as quais oferecem melhores condições de transporte por

onde os fluidos possam migrar e precipitar os minerais que levados em solução. A reativação

de estruturas relacionadas a grandes lineamentos precambrianos têm sido considerada

essencial para o estabelecimento das províncias alcalinas brasileiras (Ribeiro et. al., 2014).

No que se refere ao manto de intemperismo, vale destacar que o projeto desenvolvido

pelo proponente, é um projeto de pesquisa pioneiro na região. Esta província é ainda, um

expoente em território nacional para explotação de rocha ornamental, sobretudo dos Sienitos

com Sodalita conhecido como “Azul Bahia”, e do Aegerina-Nefelina-Sienito, conhecido

como “Marron Bahia”.

2.6 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL DA ÁREA DE ESTUDO

O contexto geológico no qual está inserida boa parte do Estado da Bahia abrange

majoritariamente a unidade geotectônica denominada de Cráton do São Francisco (CSF,

Almeida, 1977). O CSF é bordejado por algumas faixas de dobramentos de idade Brasiliana.

Dentre elas, destaca-se especificamente neste estudo, a faixa localizada na porção sudeste do

estado, denominada faixa Araçuaí (Almeida, 1978). O atual limite entre esta faixa orogênica e

o Cráton é uma zona que foi favorável ao alojamento e à deformação de corpos ígneos

(Côrrea-Gomes, 2002), os quais correspondem a granitos, tonalitos e, sobretudo, sienitos

alcalinos saturados a insaturados em sílica, identificados primeiramente por Fujimori (1967),

e agrupados por Silva Filho et. al. (1974) como Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia

(PASEBA - Figura 1 e Figura 2).

Este contexto geotectônico envolvendo a faixa móvel do orógeno Araçuaí e o CSF

engloba também os processos responsáveis pelo desenvolvimento da Bacia do Rio Pardo e

hospeda zonas de cisalhamento de grande relevância dentro do CSF, sobretudo a Zona de

Cisalhamento Itabuna - Itaju do Colônia - ZCIIC, bem como a Zona de Cisalhamento de

Potiraguá – ZCP, a qual marca o limite tectônico entre a Faixa de Dobramentos Araçuaí, a

sul, e o Cráton do São Francisco, a norte (Lima et. al. 1981).

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40 2.6.1 Cráton do São Francisco

O Cráton do São Francisco definido por Almeida (1977) constitui uma porção

continental consolidada no Paleoproterozóico, cujo substrato não foi afetado pelas

deformações Brasilianas, durante a Neoproterozóico. Esta unidade tectônica compreende

grande parte dos terrenos metamórficos do Estado da Bahia com idade maior do que 1.8 Ga e

inclui porções dos estados de Minas Gerais, Goiás, Pernambuco e Sergipe. Também é

possível reconhecer, além do substrato mais antigo do que 1.8 Ga, um conjunto de rochas

metassedimentares de idade pré-cambriana, que estão alojadas no Aulacógeno Paramirim.

Neste contexto podem ser reconhecidos o Supergrupo Espinhaço, São Francisco e unidades

sedimentares Fanerozóicas. Em seus limites, Almeida (1977), reconheceu os orógenos

Brasília, a sul e oeste, Rio Preto, a noroeste, Riacho do Pontal, a norte, Sergipana, a nordeste e

Araçuaí, a sudeste (Figura 1).

Recentemente, Barbosa & Sabaté (2003) redefinem o embasamento do Cráton do São

Francisco na Bahia como produto da colisão de quatro segmentos crustais durante o ciclo

orogenético orosiriano – riaciano, em torno de 2.0 Ga. Estes segmentos crustais são

denominados por estes autores:

(i) Bloco Gavião, composto de rochas graníticas, granodioríticas e migmatíticas,

com remanescentes de suítes TTG de idade aproximada 3.4 Ga (método U-Pb), e idade Rb-Sr

de 2,8-2,9 Ga reequilibradas na fácies anfibolito;

(ii) Bloco Jequié, composto de migmatitos com enclaves de supracrustais e

intrusões graníticas-granodioríticas, além de sequências vulcanossedimentares, todas

reequilibradas na fácies granulito;

(iii) Bloco Serrinha, composto por ortognaisses migmatizados arqueanos, além de

sequencias vulcanossedimentares estabilizados na fácies xisto-verde, intrudidos por

numerosos corpos granitícos no Paleoproterozóico, e

(iv) Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá (ISC), composto por tonalitos-trondhjemitos e

faixas de rochas supracrustais associadas à gabros/basaltos de back-arc ou fundo oceânico,

reequilibrados na fácies granulito.

O cinturão Paleoproterozóico corresponde ao Embasamento da porção NE da

PASEBA, referente ao CSF, separado do Embasamento gnáissico/migmatitico do Complexo

Itapetinga (Faixa Araçuaí), pela zona de cisalhamento de Potiraguá (Côrrea-Gomes, 2002). O

Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá é constituído, principalmente, por rochas metamorfisadas na

fácies granulito sob condições de 5-7 kbar e 850ºC (Barbosa 1990).

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41

Considera-se como coberturas do Cráton, as rochas supracrustais mais jovens que 1.8

Ga que foram armazenadas no Aulacógeno do Paramirim (Pedrosa-Soares et. al., 2007),

resultando concomitantemente nas Bacias da Chapada Diamantina e do Espinhaço

Setentrional, orientadas preferencialmente na direção N-S truncando o Cráton São

Franciscano.

2.6.2 Faixa Araçuaí

O Cráton do São Francisco é delimitado por faixas de dobramentos Neoproterozóicas

(Ciclo Brasiliano), que correspondem à faixa Brasília, a sul e oeste, Rio Preto a noroeste,

Riacho do Pontal e Sergipana, a norte, e Araçuaí a sudeste. A Faixa de Dobramentos Araçuaí

(FDA, Almeida, 1978) localiza-se na porção SW da área de estudo (Figura 1e Figura 2).

Nesta área, o evento orogenético do Neoproterozóico propiciou a inversão do Aulacógeno do

Paramirim, formando cadeias de montanhas e estruturas orogenéticas como dobramentos,

cisalhamentos e falhas de empurrão (Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos, 2000).

A FDA corresponde ao substrato rochoso das intrusões na porção sul da PASEBA,

abrangendo, sobretudo o maciço Itarantim. As unidades que compõem a FDA registram os

principais estágios de um orógeno, o qual evoluiu a partir de um rift continental, iniciado por

volta de 1,0 – 0,9 Ga, juntamente com o enxame de diques máficos (Oliveira, 2003), estes

corpos graníticos anorogênicos são registro do orógeno no interior do paleocontinente São

Francisco – Congo. O limite entre a FDA e o CSF é dado pelo traçado da zona de

cisalhamento Potiraguá - ZCP (Figura 2).

Segundo Pedrosa-Soares et. al. (2007), os principais estágios evolutivos da bacia

precursora da FDA (Figura 8) são:

i) Rifte continental - associação rudito-arenito-pelito com magmatismo bimodal tipo A;

ii) Margem continental passiva - associação arenito-pelito-carbonato, turbiditos areno-

pelíticos. Caracteriza-se pela ausência de magmatismo;

iii) Drift – Desenvolvimento de crosta oceânica marcada pela presença de rochas

magmáticas ofiolíticas, sedimentação pelágica e químico-exalativa.

Os estágios orogênicos identificados na geologia regional são (Figura 8):

i) Pré-colisional - subducção de litosfera oceânica ativa, geração de arco magmático

cálcio-alcalino;

ii) Sin-colisional - interação direta entre partes em colisão, clímax da tectônica tangencial

ou “horizontal”, espessamento crustal, fusão parcial e geração de magma tipo S;

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42 iii) Tardi-colisional - tectônica tangencial cessante, escapes laterais, geração de granito S

por fusão parcial sob descompressão adiabática, e;

iv) Pós-colisional - colapso gravitacional, plutonismo tipo I e A2.

A porção da área de estudo inserida na FDA (Figura 2) corresponde ao Complexo

Itapetinga, de idade Neoarqueana a Paleoproterozóica, composto principalmente por gnaisses

e migmatitos. Este complexo pertence ao domínio da Faixa de Dobramento Araçuaí,

adjacente à zona de contato com o Cráton. Caracteriza-se por um conjunto de ortognaisses

migmatizados de composição sieno–granitica, monzo-granitica e álcali-feldspato granitica

(Paixão, 2008). Segundo Rosa et. al. (2004) este complexo é constituído por hornblenda-

biotita ortognaisses com níveis de anfibolito e biotítito e por hornblenda-biotita ortognaisse

migmatítico, com afinidades com a suíte tonalito, trondhjemito e granodiorito, TTG.

Figura 8: Coluna estratigráfica do Orógeno Araçuaí segundo Pedrosa-Soares et. al. (2007). 1. Conglomerados; 2. Arenito; 3. Pelitos; 4. Diamictitos; 5. Formação Ferrífera Diamictítica; 6.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

43 Basalto transicional; 7. Calcário dolomítico; 8. Sedimentos exalativos (chert sulfetado, sulfeto maciço, formações ferríferas e outros); 9. Rochas máficas e ultramáficas oceânicas; 10. Wackes e Pelitos; 11. Rochas piroclásticas e vulcanoclásticas dacíticas; 12. Seixos e Blocos pingados.

2.6.3 Zonas de Cisalhamento

Segundo Motta (1981), a ZCP teve sua estruturação inicial relacionada ao

Mesoproterozóico com a abertura do Aulacógeno do Paramirim. Esses metassedimentos se

encontram fracamente deformados e metamorfizados. Essas coberturas englobam as unidades

litoestratigráficas dos supergrupos Espinhaço e São Francisco, de idades Meso e

Neoproterozóico, respectivamente.

A Zona de Cisalhamento de Potiraguá (Almeida 1978) corresponde a um sistema de

falhas tido como contemporâneo à instalação do Rift do Paramirim no Mesoproterozóico

(Motta et. al. 1981), e reativada no Brasiliano (aproximadamente a 0,6Ga), com direção

N140°, demarca o atual limite entre CSF e Orógeno Araçuaí (Figura 2).

A Zona Cisalhante Itabuna – Itajú do Colônia (Lima et. al. 1981), de orientação NE-

SW, é dominantemente intracratônica (Figura 2). Acredita-se que esta zona tenha sido

instalada no final do Paleoproterozóico (Rosa 2012) e reativada no Neoproterozóico (~0,6Ga),

com direção aproximadamente perpendicular ao sistema de falhas de Potiraguá.

Os complexos plutônicos alcalinos, geralmente estão concentrados em sistemas de

falhas e lineamentos frequentemente formam domos circulares-ovalados, circundados por

uma auréola de metassomatismo (fenitos), e apresentam alto grau de intemperismo, devido à

rápida dissolução de seus componente (Barker, 1989). Segundo Côrrea-Gomes (2002), o

contexto tectônico “limite Cráton x Orógeno” é o encontrado para os corpos ígneos da

PASEBA, que afloram nas áreas de influência das Zonas de Cisalhamento de Potiraguá

(Almeida, 1978) e de Itabuna-Itajú do Colônia (Lima et. al. 1981).

2.7 PROVÍNCIA ALCALINA DO SUL DO ESTADO DA BAHIA

As rochas alcalinas da região Sul do Estado da Bahia foram primeiramente

identificadas por Fujimori (1967) e posteriormente agrupadas por Silva Filho et. al.(1974) na

denominada “Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia” (PASEBA). Estas rochas

plutônicas intrusivas ocorrem no limite tectônico entre o CSF e a Faixa de Dobramento

Neoproterozóica Araçuaí (Figura 2). Estes corpos são representados por diversos maciços,

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44 alguns stocks e grande número de diques (Rosa et. al., 2003), formados principalmente por

sienitos saturados e/ou subsaturados em sílica. Segundo Côrrea-Gomes (2002), este contexto

tectônico “limite Cráton x Orógeno” encontrado para os corpos ígneos da PASEBA, é

evidenciado pelo seu afloramento nas áreas de influência das zonas de cisalhamento de

Potiraguá e de Itabuna-Itajú do Colônia. Por entender que a PASEBA constitui parte de um

cinturão-móvel, no contexto deste trabalho, iremos adotar as divisões do CSF conforme a

proposta de Mascarenhas et. al., 1975.

Nos últimos anos pesquisadores vinculados ao Grupo de Petrologia Aplicada a

Pesquisa Mineral da UFBA aprofundaram-se na caracterização petrológica das rochas desta

província (Conceição 1990, Rosa 2004, Rosa, 2005, Oliveira 2003). Conceição (1990)

admitiu a existência de dois grupos de rochas com evoluções distintas no que se refere à

sílica, onde um evolui enriquecendo, e outro evolui empobrecendo nesta molécula. As

pesquisas recentes têm ratificado esta observação, evidenciando que nos mais expressivos

maciços da PASEBA coexistem rochas sub-saturadas e supersaturadas em SiO2

Do ponto de vista econômico, estas rochas tem sido extensivamente explotadas como

granito ornamental. Os belos e exóticos padrões do sodalita sienito azul, comercialmente

conhecido como “Blue Bahia” ou “Azul Bahia” é a rocha ornamental de maior valor do país e

uma das mais caras do mundo, com praticamente toda a sua produção voltada para a

exportação. Contudo, rochas alcalinas com as características da PASEBA são em todo o

mundo tidas como importantes fontes econômicas de elementos terras-raras e metais raros.

Apesar disto, a avaliação metalogenética detalhada neste ambiente ainda não foi realizada.

(ROSA et. al.

2005). As várias idades atualmente disponíveis na literatura indicam que este magmatismo é

Brasiliano (Cordani 1972, Cordani et. al. 1974, Lima et. al. 1981, Arcanjo 1993, Martins &

Santos 1993, Teixeira et. al. 1997, Corrêa-Gomes & Oliveira 2002 e Rosa et. al. 2003, 2004a

- 2004b, apud Oliveira, 2010).

As rochas foco do presente estudo, ocorrem na PASEBA e constituindo corpos ígneos

alcalinos anorogênicos datados do Neoproterozóico, que estão encaixados em rochas

Arqueanas a Mesoproterozóicas Superiores. Estes corpos intrusivos e descontínuos, formam

batólitos (Floresta Azul, Itabuna, Itarantim, Serra das Araras), stocks (Itajú do Colônia, Rio

Pardo, Serra da Gruta), além de inúmeros diques alcalinos associados.

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45 2.7.1 Geologia da Área de Estudo

A área objeto do presente estudo localiza-se no extremo sul da PASEBA, mais

precisamente na zona rural do município de Itarantim, abrangendo o batólito sienítico de

Itarantim. O mapa geológico simplificado da área de estudo (Figura 3) permite observar a

distribuição espacial e as inter-relações entre os diferentes litotipos que serão avaliados neste

trabalho.

2.8 MACIÇO SIENÍTICO ITARANTIM (MSI)

O batólito sienítico de Itarantim, está localizado na extremidade Sudoeste da Província

alcalina em estudo, onde são individualizadas apenas as Fácies Sieníto Rancho Queimado

(FSRQ), Fácies Sienito Serra do Felicimo (a qual não será abordada neste estudo) e Fácies

Fenito (FF). Na porção nordeste do maciço observa-se o contato entre o embasamento

(Complexo Itapetinga) (Figura 2 e Figura 3).

Segundo Conceição et. al. (2009) admite-se no MSI a presença de dois grupos de

rochas com evoluções distintas no que se refere ao teor de sílica, onde um evolui

enriquecendo, e outro evolui empobrecendo neste óxido. Estes estudos petrológicos

permitiram individualizar 3 fácies petrográficos: (i) Fácies Sieníto Rancho Queimado

(FSRQ), (ii) Fácies Sienito Serra do Felicimo (FSSF) e, (iii) Fácies Fenito (FF). Segundo

Oliveira (2003), o MSI é constituído por 6 grupos de rochas: fenitos, biotita nefelina sienito,

aegirina nefelina sienito, diques fonolíticos, pegmatitos nefelina sienitos e diques basálticos.

2.8.1 Fácies Sienito Rancho Queimado (FSRQ)

A FSRQ (Figura 3) está restrita a porção noroeste do MSI, localizando-se a

aproximadamente 8 km a Sul do município de Itarantim. No aspecto topográfico, estes

sienitos têm sua erosão favorecida pela composição mineralógica pouco resistente ao

intemperismo, como é o caso dos feldspatóides, resultando em uma ondulação côncava

característica e cotas em torno de 350 m. Seus afloramentos em geral correspondem a

pedreiras que explotam esse material, sobretudo para aproveitamento como rocha ornamental.

A FSRQ está associada a um magmatismo primário com contribuição mantélica e

pouca influência da crosta continental, possuindo baixo teor em sílica. De acordo com a

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

46 análise química dos elementos maiores (Torres, 2013) nota-se para a FSRQ um

enriquecimento em silica com o fracionamento magmático.

A FSRQ faz contato a sul com sienitos com sodalita azul (Fácies Serra do Felícimo), e

a norte com fenitos (Fácies Fenito, Figura 3).

2.8.2 Fácies Sienito Serra do Felícimo (FSSF)

A Serra do Felícimo destaca-se na topografia com cotas de até 600 m. As rochas

homônimas do FSSF, similarmente ao que ocorre no FSRQ, se apresentam dispostas segundo

um alinhamento de direção aproximadamente NE-SW. Esse trend preferencial reforça a

influência da tectônica regional de colisão, que gerou as falhas, os cisalhamentos e

dobramentos, na colocação destes magmas, sugerindo que esta granitogênese pertence a uma

fase sin-tarde orogenética.

Não abrangida neste estudo, a FSSF ocupa a porção sul do MSI, e de acordo com

Moreira et. al. (2004) corresponde a litotipos sieníticos sub-saturados em sílica. As rochas

incluem aegirina-biotita-nefelina-sienitos, que dominam na parte sudoeste, a mais larga da

serra, e biotita-nefelina-sienitos, dominantes na parte nordeste. A gradação entre estes dois

conjuntos rochosos, com e sem aegirina, apresenta certo imbricamento e feições transicionais

(Moreira et. al., 2004).

A presença no FSSF de sienitos com ocorrência de sodalita e/ou nefelina, sugere que

estas rochas representam um magmatismo residual/secundário. Nestes magmas enriquecidos

em elementos incompatíveis é comum a formação de uma fase rica em vapor e líquido, o que

aumenta a pressão e temperatura promovendo faturamento e preenchimento através de

vênulas, veios, aplitos, dentre outros.

2.8.3 Fácies Fenito (FF)

A fenitização é um processo que resulta da interação de uma magma rico em fluidos

com a rocha encaixante fria, gerando, portanto, modificações na composição química e,

consequentemente, mineralógica, de ambos os corpos.

No MSI, o FF (Figura 3) ocorre na porção mais a oeste da cidade de Itarantim,

distanciando-se cerca de 2 km do seu centro comercial. A área aflorante e uma topografia que

se caracteriza pelas mais elevadas altitudes da região, com cotas variando de 400 a 1090m, e

média de 800m. Isto ocorre devido à presença de minerais como o quartzo, que por serem

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

47 mais resistentes ao intemperismo propiciam uma maior resistência ao longo do tempo

geológico. Este relevo elevado é principalmente observado na porção extremo Norte do

Maciço, que corresponde ao Embasamento Fenitizado da Serra das Três Pontas.

Segundo Oliveira (2003), a presença do FF coloca em evidência a riqueza de fluidos

deste magma alcalino do MSI. Os fenitos ocorrem na forma de auréolas de dimensões

kilométricas no contato entre o MSI e o embasamento gnáissico. A migração deste

magmatismo mantélico se deu a partir das fissuras regionais, ascendendo juntamente com as

isotermas, as quais propiciaram a fenitização da crosta continental. Estes fenitos são

igualmente observados sob a forma de xenólitos presentes na FSRQ (Nascimento, 2012).

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CAPÍTULO 3. ARTIGO

Torres, J.D.P., Rios, D.C., Garcia, P.M.P., Knuppel, S.S., 2017. Potencial Mineral das Rochas Alcalinas Neoproterozoicas do Sul da Bahia – Batólito Itarantim. Revista Pesquisa em Geociências, UFRGS. Submetido.

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52 Potencial mineral das rochas alcalinas Neoproterozoicas do sul da Bahia –

Batólito Itarantim

Mineral potential of Neoproterozoic alkaline rocks in Southern Bahia –

Itarantim Batholith

José Diógenes Pereira TORRES1, Débora Correia RIOS1, Pedro Maciel de Paula GARCIA1 &

Susane Silva KNUPPEL

1

(1)

Laboratório de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral e Grupo de Metalogênese e Exploração Mineral. Centro de Pesquisas em Geologia e Geofísica, Curso de Pós-Graduação em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia. Rua Caetano Moura 123, 40.210-340, Salvador, BA, Brasil. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected].

Resumo. Este artigo se propõe a avaliar a petrologia e o potencial metalogenético da porção norte do batólito sienítico Itarantim, localizado no sul da Bahia, além do manto intempérico desenvolvido sobre estas rochas classificadas como sienitos, fenitos e gnaisses da encaixante. As rochas do embasamento são predominantemente granitoides alcalinos potássicos, e os sienitos e fenitos apresentam um caráter sódico. Na petrografia constatou-se para o nefelina sienito a ocorrência de nefelina sericitizada nos interstícios dos feldspatos alcalinos, além de agregados máficos com presença de magnetita titanífera. No embasamento verificaram-se dois litotipos nomeados muscovita gnaisse e monzogranito. Para os fenitos identificaram-se dois litotipos diferenciados de acordo com a orientação ou não dos cristais de biotita. Analisando o manto residual, os feldspatoides são os primeiros minerais a serem atingidos pela alteração, podem apresentar uma fase direta na formação das albitas, bem como indireta gerando a caulinita, que por sua vez é pratìcamente obrigatória na evolução das muscovitas e biotitas. No caso dos feldspatos alcalinos, a formação de albita em geral, é direta. Geoquimicamente, a saprolitização é marcada pela perda de sílica associada com considerável lixiviação de álcalis. Avaliando-se o comportamento da alumina, são apresentados teores superiores a 26% para os sienitos intemperizados, contrastando com os 15-18% no foid-sienito, e similar ocorre para as rochas feníticas. Sendo assim, indica-se um enriquecimento supergênico para Al, bem como potencial para Nb e Cu nos sienitos saprolitizados, para Ba, Sr, Cs nos alteritos do fácies fenitos, e para Ba e Zr em alteritos do embasamento. Palavras-chave. Intrusivas Alcalinas, Supergênese, Sienitos, Fenitos, Geoquímica. Abstract. This paper aims to characterize the petrology and evaluate the mineral potential of the north portion of the Itarantim’s syenitic batholiths, located in southern Bahia state, Brazil. The intrusions comprise syenites, fenites and are emplaced in basement’s granitoid rocks and orthogneisses. The overlying weathered rocks and saprolites were characterized, as well. The basement rocks show a potassic signature while the syenites and fenites are predominantly sodic. The occurrence of sericitized nepheline in alkaline feldspar interstices was described by nepheline syenite petrographic studies. Two distinct lithotypes were described in the basement rocks, namely muscovite gneisse and monzogranite. The fenites were classified in two lithotypes that differ by the presence or lack of biotite crystals orientation. Regarding the weathering mantle, the early weathered minerals are the feldspathoids that can be altered to albite or directly to kaolinite, which is practically obligatory in the evolution of. The albite formation after alkaline feldspars is

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53

generally direct. Geochemically, the saprolitization is marked by a widespread silica loss associated to a considerable alkalis leaching. Alumina grades of over 25% occur in weathered syenites, contrasting to the 15-18% foid-syenite grades, which is similar to the fenitic rocks. Hence, an alumina supergenic enrichment is indicated, as well as Nb e Cu mineral potential related to syenite saprolites, and Ba, Sr, and Cs in fenite facies alterites, additionally Ba and Zr in basement alterites. Keywords. Alkalines Intrusive, Supergenesis, Syenites, Fenites, Geochemistry.

3.1 INTRODUÇÃO

Rochas alcalinas são raras (menos de 1% das rochas magmáticas por volume e área de

ocorrência) e a maioria delas se concentra em regiões de crosta continental estável, que sofreu

desbaste e extensão, especialmente com formação de graben/horst (Laznicka, 2010). Magmas

alcalinos são enriquecidos predominantemente em elementos incompatíveis, elementos

litófilos e metais raros como Nb, Ta, Zr, ETR + Y, Th, U, Be, Hf (Laznicka, 2006). De acordo

com Brod et. al. (2004), esta combinação de fatores envolvendo ambiente geotectônico e

magmatismo alcalino possibilita a exploração econômica de diamantes (associados a

kimberlitos e/ou lamproítos), nefelina, feldspato, rochas ornamentais, fosfatos, vermiculita,

barita, fluorita e gemas, além de possuir potencial metalogenético para U, Th, Zr, Nb, ETR,

Ti, Al, Ni, Cu, Mo, e Fe. No Brasil, um exemplo bem estudado é a Província Alcalino-

Carbonatítica Cretácica do Alto do Parnaíba (Brod et. al., 2000), a qual abrange os depósitos

de Catalão I, Catalão II, Salitre, Serra Negra, Tapira e Araxá, com exploração voltada,

sobretudo para fósforo, nióbio, elementos terras raras (ETR) e titânio.

Somado a esta concentração primária, rochas alcalinas possuem também potencial

econômico que pode ser adquirido através da remobilização secundária por meio dos

processos supergênicos atuantes sobre este tipo de material, favorecendo a concentração de

elementos residuais como Nb, Al, Ti, P, U, Cu e ETR no manto intempérico. Isto se dá

através do enriquecimento supergênico, no qual o intemperismo e erosão/lixiviação são os

principais fatores de modificação das rochas. Estes processos secundários podem gerar

importantes depósitos minerais, tornando-se assim um dos alvos potenciais na prospecção de

complexos alcalinos. Em Araxá (MG) encontra-se a maior jazida de nióbio do mundo (Torres

& Gaspar, 1995). Nesta ocorrência as rochas alcalinas possuem pirocloro como mineral de

minério primário (teor de 1,5% Nb2O5), e o intemperismo favoreceu a formação do

bariopirocloro, mineral de minério residual (teor de 2,3% de Nb2O5), ambos portadores de Nb

e ETR (Brod et. al., 2004). Casos similares de enriquecimento supergênico a partir de rochas

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54 alcalinas/carbonatíticas ocorrem nos depósitos do Morro Seis Lagos, em São Gabriel

Cachoeira (AM), nas minas de Catalão e Ouvidor (GO), e na mina de Tapira (MG), onde o

pirocloro é o portador primário do nióbio, e nos depósitos de Ariquemes e Jamari (RO) onde

o mineral de minério é a columbita – tantalita. De acordo com Marfil (2013), a ocorrência de

concentrações econômicas formadas a partir do enriquecimento supergênico em rochas

alcalinas, pode ser atribuída à presença de soluções aquosas capazes de transportar e

reconcentrar o minério, geralmente oriundo da dissolução de minerais comuns a estas rochas

tais como feldspatos ou argilas (alumínio), apatita (fósforo e ETRs), monazita e allanita

(ETRs).

No sudeste do Estado da Bahia ocorre uma importante expressão deste magmatismo

alcalino conhecida como Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia (PASEBA). São

rochas alcalinas anorogênicas, subsaturadas em sílica, de idade Neoproterozoica, incluindo

corpos de nefelina-sienitos e sodalita-sienitos associados a sienogranitos e a ocorrências

subordinadas de sodalititos, carbonatitos e lamprófiros/kimberlitos/lamproítos (Rosa et. al.,

2005, Oliveira 2010). Nos últimos anos os estudos desenvolvidos por pesquisadores (Rosa et.

al., 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2012, Conceição et. al., 2006, 2009, 2016, Menezes 2005,

Oliveira 2003, Oliveira 2010, Nascimento 2012, Torres 2013, Santos et. al., 2014, Pimenta et.

al., 2015, Santos 2015) levaram à caracterização petrogenética desta província, permitindo

que o aspecto metalogenético passe a ocorrer a avançar de uma forma mais estruturada.

Portanto, o estudo de caso proposto neste trabalho envolve os litotipos alcalinos

pertencentes à PASEBA, mais especificamente a porção norte do Batólito Sienitico Itarantim

(BSI), e visa contribuir para o entendimento evolutivo dos processos magmáticos associados à

colocação destes magmas em ambiente anorogênico, bem como ampliar a compreensão dos

aspectos econômicos a ele relacionados através da avaliação dos processos primários

(hipogênicos) e secundários (supergênicos) que afetaram estas rochas.

3.2 ÁREA, MATERIAIS E MÉTODOS

3.2.1 Contextualização Geológica

O contexto geológico no qual está inserida boa parte do Estado da Bahia abrange

majoritariamente a unidade geotectônica denominada de Cráton do São Francisco (CSF,

Almeida, 1977). Este cráton – estabilizado ao final do Proterozoico – é bordejado por faixas

de dobramentos de idade Brasiliana dentre as quais se destaca especificamente neste estudo a

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

55 faixa orogenética Araçuaí (FDA), localizada na porção SSE do Estado (Almeida, 1978). A

FDA é representada na Bahia pelo Complexo Itapetinga o qual, segundo Paixão (2008), é

constituído por gnaisses, geralmente migmatizados, de composição sieno-granítica, monzo-

granítica e álcali-feldspato granítica. Na interface entre estas duas unidades que se encontra

atualmente inserida a PASEBA (Figura 9).

Figura 9: Mapa de Situação. A) Limites do Cráton do São Francisco no Brasil. (B) Cráton do

São Francisco e suas faixas de dobramentos marginais Neoproterozoicas, com destaque para a

região de estudo. Modificado de Cruz (2004).

Figure 9: São Francisco Craton placement in Brazil (A). São Francisco Craton and its

marginal neoproterozoic folding belts, highlighting the studied region (B). Modified from

Cruz (2004).

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

56

Os corpos ígneos da PASEBA apresentam-se predominantemente alinhados segundo a

direção NE-SW (Figura 10), sendo este controle estrutural atribuído a um conjunto de falhas

profundas associadas a eventos Paleo-Mesoproterozoicos (Silva Filho et. al., 1974). Os

complexos plutônicos alcalinos, geralmente estão concentrados em sistemas de falhas e

lineamentos frequentemente formando domos circulares-ovalados, circundados por uma

auréola de metassomatismo (fenitos), e apresentam alto grau de intemperismo, devido à

rápida dissolução de seus componentes (Barker, 1989). Segundo Côrrea-Gomes & Oliveira

(2002), o contexto tectônico “limite Cráton x Orógeno” é o encontrado para os corpos ígneos

da PASEBA, que afloram nas áreas de influência das Zonas de Cisalhamento de Potiraguá

(Almeida, 1978) e de Itabuna-Itajú do Colônia (Lima et. al., 1981). Acredita-se que a

migração deste magmatismo alcalino mantélico se deu a partir das fissuras regionais,

ascendendo juntamente com as isotermas, as quais propiciaram a fenitização da crosta

continental (Torres, 2013). As rochas alcalinas da PASEBA correspondem aos batólitos

Floresta Azul, Itabuna, Itarantim e Serra das Araras e aos stocks de Itajú do Colônia, Rio

Pardo e Serra da Gruta e a inúmeros diques, formados principalmente por sienitos saturados

e/ou subsaturados em sílica (Figura 10, Rosa et. al., 2003). Este importante episódio de

magmatismo alcalino, bem como seus fluidos residuais, estão intrudidos no embasamento

gnáissico do Complexo Itapetinga e no embasamento cristalino do Cráton do São Francisco,

ambos de idade arqueana. Rosa et. al. (2007) interpretaram a PASEBA como produto de

rifteamento neoproterozoico que coincide com o quebramento do supercontinente Rodínia.

Em termos econômicos, esta província é um expoente em território nacional para

explotação de rocha ornamental de alto valor econômico, sobretudo dos aegerina-nefelina-

sienitos e sienitos com sodalita azul, conhecidas no mercado ornamental como o “Azul

Bahia”. A excepcionalidade desta rocha ornamental repousa no fato de que o mineral sodalita,

o qual comumente ocorre na cor branca, tem tons azuis intensos na PASEBA. Depósitos de

sodalita azul só são conhecidos em 4 localidades em todo o mundo: Rússia (depósito de

Oural), Canadá (depósito de Ontário), Bolívia (Depósito de Cerro Sapo) e Brasil (depósitos da

PASEBA). O sodalitito é explorado como gema e exportado em sua quase totalidade, exceto

os resíduos da extração que são vendidos para o artesanato mineral.

Na última década diversos estudos petrológicos e geoquímicos que vem sendo feitos

sobre os sienitos da PASEBA. As pesquisas têm evidenciado que nos mais expressivos corpos

da província coexistem rochas subsaturadas e supersaturadas em SiO2 (Rosa et. al., 2005). As

rochas subsaturadas em sílica são expressões de um magmatismo mantélico anorogênico

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

57 intraplaca continental que pouco sofreu influência da crosta continental supersaturada em

sílica, proporcionando o desenvolvimento de feldspatoides como nefelina, cancrinita, leucita e

sodalita. Recentemente, pesquisadores do Laboratório de Petrologia Aplicada da

Universidade Federal de Sergipe trabalhando no detalhamento mineraloquímico da PASEBA,

identificaram pela primeira vez a presença de gorceixita em nefelina sienitos do Stock Rio

Pardo, um raro fosfato de bário aluminoso comumente descrito em perfis de alteração de

rochas alcalinas, o qual encontra-se associado com cristais de apatita, monazita e barita

(Conceição et. al., 2016). Resultados igualmente importantes estão associados à identificação

pela primeira vez no Estado da Bahia de minerais como ancilita (batólito Floresta Azul,

Santos et. al., 2014), pirocloro (stock Itajú do Colônia, Pimenta et. al., 2015) e zirconolita

(batólito Floresta Azul, Santos et. al., 2015), todos com relevância para a avaliação do

potencial econômico desta província.

3.2.2 Área de Estudo

A região de estudo está situada na zona rural do município de Itarantim (15°45’59.98”

Sul e 39°59’33.01” Oeste), sul do Estado da Bahia, abrangendo a porção norte do BSI (Figura

10).

O BSI possui cerca de 220 km², e localiza-se no extremo sul da PASEBA. Barbosa de

Deus (1976) foi o primeiro a realizar trabalhos de cartografia geológica no BSI, o qual

denominou de Complexo Itarantim. Já nesta época este autor chamava a atenção para a

potencialidade metalogenética destas rochas em Ti, Nb, Ta, U, Th e Terras Raras, além de

fósforo e bauxita, fazendo referência às frequentes associações destas mineralizações a

complexos alcalinos na literatura. Estudos mais recentes (Oliveira, 2003) levaram à

identificação de três litofácies principais, sendo duas magmáticas referentes aos sienitos

Rancho Queimado (FSRQ) e Serra do Felíssimo (FSSF), e a terceira de natureza

metassomática, formando a fácies fenito (FF). Os estudos litogeoquímicos realizados por

Oliveira (2003) indicam que os dois tipos de sienitos (FSRQ e FSSF) do BSI são cogenéticos

e interpretados por este mesmo autor como a expressão de um magma anorogênico associado

a um ambiente de rifteamento. Segundo Oliveira (2003), a presença do FF coloca em

evidência a riqueza de fluidos deste magma alcalino do BSI. Desta forma, é que se propõe a

realização de um diagnóstico do potencial econômico. As pesquisas estão limitadas à porção

norte do BSI (Figura 11), a qual abrange as fácies FSRQ e FF, o embasamento gnássico (E), e

os mantos de intemperismo (MI) oriundos dessas rochas (MIFSRQ, MIFF e MIE).

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

58

Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da

Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o CSF e a localização da PASEBA em destaque. (C).

Mapa geológico simplificado da PASEBA, com destaque para área de estudo. Modificado de

Rosa et. al. (2003).

Figure 10: Location Map. (A) Bahia State limits on the map of South America. (B) Bahia

State Map comprising SFC and emphasizing PASEBA area. (C) Simplified geological map of

PASEBA, highlighting the studied area. Modified from Rosa et al. (2003).

3.2.3 Materiais e Métodos

Esta pesquisa buscou obter informações através de amostragens representativas de

rocha fresca e do saprólito, visando obter respectivamente um perfil vertical, a fim de

compreender a mobilidade geoquímica envolvendo estes dois sistemas (hipogênico e

supergênico), bem como as fases minerais a eles relacionadas.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

59

Para tanto foram realizados trabalhos de campo análises petrográficas,

mineraloquímicas e litogeoquímicas distribuídas nos diferentes tipos litológicos estudados, os

quais incluem amostras de rocha fresca (sienitos, fenitos e embasamento metamórfico), além

dos saprólitos delas derivados. Os afloramentos visitados, em geral, correspondem a pedreiras

que explotam esse material, sobretudo para aproveitamento como rocha ornamental.

Figura 11: Localização da área de estudo no extremo sul da PASEBA. Porção Norte do

Batólito Sienítico Itarantim (BSI). Mapa geológico do Estado da Bahia, modificado de CPRM

(Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais) 2013.

Figure 11: Studied area limits at PASEBA south end. Northern portion of Syenitic Batholith

of Itarantim (BSI). Bahia State Geological Map, modified from CPRM (2013).

Para os estudos foram selecionadas 26 amostras sendo: 07 referentes à FSRQ (JT07,

07A, 09, 10, 12, 90, 91); 11 do FF (JT05, 35, 36, 40, 41, 43, 79, 87, 101, 102, 103), e 08

provenientes do embasamento cristalino (JT01, 02, 03, 77, 82, 83, 88, 96). As amostras foram

agrupadas (Figura 11) de acordo com o ambiente de coleta em: hipogênico (H) e supergênico

(S).

Lâminas delgado-polidas (06) foram confeccionadas no Laboratório de Laminação da

Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O estudo petrográfico foi realizado

com o auxilio do microscópio Nikon (modelo Japan Opthiphot-Pol), no Laboratório de

Metalogênese do Instituto de Geociências – UFBA, objetivando identificar e estabelecer as

paragêneses e/ou associações minerais constituintes e as relações texturais.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

60

Utilizou-se para registro das imagens, a câmera fotográfica digital Sony de 12.1 mega

pixels, e o software Adobe Ilustrator © para edição das imagens.

Os estudos petrográficos foram complementados com análises por microscopia

eletrônica de varredura (MEV) em (5) lâminas polido-delgadas (JT01, JT09, JT09S, JT12,

JT79). Foram realizadas análises qualitativas e semi-quantitativas com base em espectros de

EDS (Energy Dispersive Spectrometry). Essas atividades foram desenvolvidas no Laboratório

Multi-Usuário de Microscopia Eletrônica da UFBA (LAMUME) utilizando um equipamento

Jeol (modelo JSM-6610LVno).

Os estudos litogeoquímicos foram baseados na dosagem dos elementos maiores,

menores/traços e ETR, realizados respectivamente através de fluorescência de raios-x e ICP-

MS, nos laboratórios do consórcio Geosol/Lakefield. No tratamento destes dados optou-se

pela descrição de cada fácies separadamente, no intuito de compreender a distribuição

geoquímica na fase de colocação desses corpos intrusivos (rocha fresca) e como os espécimes

se reconcentram nas etapas do ciclo geoquímico (manto intempérico). Para tratamentos foram

utilizados os softwares MS Excel 2010 © e GCDKit 4.0 ©.

3.3 RESULTADOS

3.3.1 Aspectos Geológicos, Petrográficos e Mineraloquímicos

3.3.1.1 Fácies Sienito Rancho Queimado (FSRQ)

A FSRQ está restrita a porção noroeste do BSI, localizando-se a aproximadamente 8

km a sul do município de Itarantim (Figura 11), em contato a sul com sienitos com sodalita

azul (FSSF) – não estudados neste trabalho – e a norte com os fenitos (FF). Em campo, estas

rochas correspondem a sienitos de coloração amarronzada (Figura 12A), com textura

holocristalina, inequigranular, com grandes cristais de feldspato alcalino de granulação

fanerítica média (1 a 10 mm) a grossa (3 a 5 cm), intercalados por cristais de nefelina e

agregados de minerais máficos que incluem anfibólio, biotita e aegirina-augita de menor

granulometria (5 mm a 1 cm). A nefelina pode ocorrer como vênulas que cortam a rocha

(Figura 12D). No aspecto topográfico, os sienitos da FSRQ têm sua erosão favorecida pela

composição mineralógica pouco resistente ao intemperismo, como é o caso dos feldspatoides,

resultando em uma ondulação côncava característica e com cotas em torno de 350 m. Por

vezes é possível caracterizar a estrutura de fluxo magmático (N055/30 SE) dada pelo

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

61 alinhamento de cristais de feldspato alcalino, onde a meteorização da rocha torna essa

estrutura ainda mais notável macroscopicamente (Figura 14A). Pode-se também

contextualizar dentro da FSRQ, a presença de zona de cisalhamento orientada

preferencialmente SW-NE, a qual modela a forma do batólito (Fig. 2). Essa zona cisalhante

aparente sinistral com atitude do plano de foliação (Sn=N055/75SE) medida no ponto JT07

(Figura 11), possui direção aproximada da zona de cisalhamento Itabuna – Itaju do Colônia

(N045, segundo Correa-Gomes & Oliveira, 2002).

Os estudos petrográficos permitiram caracterizar as rochas sieníticas preservadas da

FSRQ como holocristalinas, inequigranulares, porfiríticas, hipidiomórficas, constituídas

predominantemente por feldspato alcalino formando grãos subeuedrais porfiríticos com cerca

de 4 cm.

Os fenocristais (60%) de microclina apresentam geminação do tipo albita e albita

periclina, a qual se encontra por vezes difusa, dada a percolação de fluidos. Os grãos

apresentam-se sob a forma de cristais euédricos a subédricos, predominando a granulação

grossa. Os contatos são retos com a nefelina e o piroxênio, e contato irregular com os

anfibólios sódicos e a biotita. Ocorrem inclusões de nefelina, apatita, biotita e opacos.

A matriz (40%) é constituída predominantemente por albita (15%), nefelina (5%), e

agregados máficos (Figura 12B) de piroxênio (7%), anfibólio (5%), biotita (5%), minerais

opacos (5%) e apatita (3%). A albita (An = 12%) apresenta-se como cristais subédricos com

tamanhos variando de 0,2 a 2 mm, resultando em uma relação inequigranular entre os grãos, e

possui contatos retos entre si e entre opacos e biotitas. A geminação típica observada é a do

tipo Albita – Carlsbad.

O feldspatoide característico nesta fácies é a nefelina que ocorre em coloração cinza,

apresentando-se intensamente sericitizada (Figura 12C), e posicionada preferencialmente nos

interstícios dos feldspatos alcalinos (Figura 12D). Por vezes, a albita e a nefelina encontram-

se sericitizadas devido à atuação de fluidos tardios. Nos agregados máficos, notam-se reações

de alteração metassomática dos piroxênios (aegirina-augita, aegirina) formando grãos

subédricos a anédricos (1,0 mm a 1,7 mm) de hornblenda.

A biotita é fruto da alteração potássica de piroxênios, minerais opacos, e anfibólios, e

ocorrendo comumente no entorno dos grãos desses minerais, formando uma espécie de borda

de reação ou franjas de biotita, resultado da fase final de alteração (Figura 12C).

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

62

A

B

C

D

Figura 12: Mosaico de macro/microfotografias do FSRQ. A) Afloramento do FSRQ. B)

Aglomerado de minerais máficos com apatita (Ap). C) Detalhe da titanomagnetita (Mag-Ilm)

com borda de reação de biotita (Bt) e a nefelina (Nph) sericitizada (Ser). D) Detalhe para

fenocristais de feldspato alcalino (KFd), nefelina intersticial e hornblenda (Hbl).

Figure 12: Macro- and microphotographs from FSRQ. A) FSRQ outcrop. B) Mafic minerals

and apatite (Ap) agglomerate. C) Titanomagnetite (Mag-Ilm) with biotite (Bt) reaction border

in detail, and associated sericitized (Ser) nepheline (Nph). D) Alkaline feldspar (KFd)

phenocrysts, interstitial nepheline and hornblende (Hbl).

Como fases acessórias primárias deste sienito vale destacar a presença da apatita (3%),

óxidos (magnetita, 5%) e sulfetos (pirita, 0,5%). Estas fases estão geralmente limitadas em

ocorrência aos aglomerados de minerais máficos, apesar da apatita ocorrer também como

inclusões nos fenocristais de feldspatos. A apatita comumente com forma subédrica e

tamanho predominantemente em torno de 0,3 mm, e ocorre inclusa/associada aos nos

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

63 piroxênios e óxidos, e em menor concentração associadas aos feldspatos alcalinos. Em geral,

possui hábito prismático alongado, subédrica, sendo por vezes possível visualizá-la em sua

seção basal mostrando hábito hexagonal. A magnetita titanífera (Figura 12C) apresenta-se

comumente euédrica a subédrica, com grãos variando entre 0,1 a 0,2 mm, rica em Ti

(15,16%), possuindo lamelas com exsolução de ilmenita formada pelo resfriamento (Figura

13A).

A

B

Figura 13: Imagem de Elétrons Secundários (SEI) através do MEV. A) e B) Microfotografia

da titanomagnetita apresentando lamelas de exsolução de ilmenita (listras escuras).

Figure 13: SEM-obtained Secondary Electron Image (SEI). A) and B) SEI image from

titanomagnetite showing ilmenite exsolution lamellae (dark strips).

A análise petrográfica de amostras de sienitos saprolitizados do fácies FSRQ (alteritos,

Fig. 6A) revelou macroscopicamente um alinhamento de fluxo magmático dada pelo

alinhamento dos cristais de feldspato. Microscopicamente notou-se que os feldspatoides são

os primeiros minerais a serem atingidos pela alteração, resultando em uma rede de substâncias

amorfas silico-aluminosas e/ou caoliníticas, as quais por vezes evoluem para albita,

conservando o traçado das clivagens, fissuras e limites dos cristais, analogamente ao que

ocorre nos feldspatos alcalinos. A albita apresenta formas euédricas – especialmente quando

expostas em seções basais. O tamanho dos cristais alcança até 0,1 mm. A alteração da

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64 hornblenda primária gera óxidos/hidróxidos de ferro, hematita e goethita, respectivamente

(Figura 14B). Quanto mais intensa a alteração, mais afetado é o interior do cristal, restando

em alguns casos preservado apenas um “esqueleto” poroso característico, preenchido pelos

óxidos/hidróxidos de ferro, resultando na cristalização de hematita – predominantemente – e

goethita (Figura 14C). Nas periferias dos anfibólios observa-se o desenvolvimento de mica –

possivelmente vermiculita. Em alguns cristais percebe-se que a mica é apenas uma fase

transitória, e que o avanço da alteração faz com que também ela seja modificada e resulte em

óxidos de ferro. Os cristais de feldspatos alcalino – albita e microclina - isolados entre sì por

essa rede silico-aluminosa e ferruginosa neoformada, também sofrem dissolução e lixivìação

e são transformados em substâncias amorfas síIico-aluminosas, restando apenas preservados

fragmentos destes minerais (Figura 14D). Os fragmentos moderadamente preservados de

albita apresentam birrefrigência muito elevada, possivelmente por já estarem afetados

parcialmente por processos de dissolução/alteração sendo, contudo, identificáveis por

preservarem suas geminações características do tipo albita–carlsbad. Como produto desta

alteração, por vezes ocorre formação de quartzo devido à reconcentração da sílica liberada

com o avanço do intemperismo. Posteriormente, com os processos de hidrólise, sugere-se

uma tendência a novas remobilizações no sistema, com lixiviação da sílica e cristalização de

minerais aluminosos residuais secundários tais como a gibbsìta. Em meio aos aglomerados de

minerais neoformados foram identificados com o auxílio do MEV cristais de ilmenita (Ti =

34-37%, Fe = 31-35% com inclusões de Mn ~ 2,5%, Nb = 0,9%, V ~0,4%, e Br = 0,33%)

(Figura 13B). Nestes cristais observam-se localmente indícios de intensa remobilização de

ferro nos contatos entre grãos.

3.3.1.2 Fácies Fenito (FF)

A fenitização é um processo que resulta da interação de um magma rico em fluidos

com a rocha encaixante fria, gerando, portanto, modificações na composição química e,

consequentemente, mineralógica, de ambos. No BSI, o fácies fenito (FF) está representado

por auréolas de dimensões quilométricas nos contatos entre o sienito e o embasamento

gnáissico. As rochas do FF refletem as mais elevadas altitudes da região, com cotas variando

de 400 a 1090 m, e média de 800m. Este relevo elevado é principalmente observado na parte

extremo norte do maciço, que corresponde aos fenitos da Serra das Três Pontas (Figura 15A).

Os fenitos são igualmente observados sob a forma de xenólitos no FSRQ (Nascimento, 2012).

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

65

A

B

C

D

Figura 14: Mosaico de macro/microfotografias dos alteritos da FSRQ. A) Macrofotografia do

saprólito. B) e C) Alteração do anfibólio formando goethita e hematita. D) Alteração

destacada para os agregados máficos. Abreviaturas utilizadas para discriminar a hornblenda

(Hbl), goethita (Gth), hematita (Hem), feldspato alcalino (Kfd.), albita (Alb), titanita (Ti),

caolinita (Kao), quartzo (Qtz), feldspato (Fds), silica amorfa (Asi), gibbsita (Gbs).

Figure 14: Macro- and microphotographs of FSRQ alterites. A) Saprolite at an outcrop. B)

and C) Goethite and hematite alteration after amphibole. D) Intense alteration to mafic

aggregate. Used abbreviation: hornblende (Hbl), goethite (Ght), hematite (Hem), alkaline-

feldspar (Kfd), albite (Alb), titanite (Ti), kaolinite (Kao), quartz (Qtz), feldspar (Fds),

amorphous silica (Asi), gibbsite (Gbs).

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66

A

B

C

D

Figura 15: Macro e microfotografias do FF. A) Limite norte do FF, indicado pela Serra das

Três Pontas. B) e C) Textura em flâmulas indicando atuação de fluidos. D) Alinhamento

mineral dos cristias de biotita (Bt). Abreviaturas para plagioclásio (Pl), quartzo (Qtz), qpaco

(Opq).

Figure 15: Macro- and microphotographs from FF. A) FF northern boundary, represented by

Serra das Três Pontas (Três Pontas Hill). B and C) Flame-like texture, indicative of fluid

action. D) Mineral alignment of biotite (Bt) crystals. Abbreviations for plagioclase (Pl),

quartz (Qtz), opaque minerals (Opq).

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67

É possível descrever uma variação modal, textural e estrutural na caracterização dos

fenitos à medida que se avança do interior do BSI em direção ao embasamento. Próximo aos

sienitos da FSRQ os fenitos apresentam coloração cinza clara e textura isotrópica, sendo

constituídos predominantemente por feldspatos alcalinos, anfibólios, biotitas e quartzo com

arranjo estrutural incipiente (Figura 15B). Já na proximidade do contato com o embasamento,

os fenitos apresentam as estruturas metamórficas pretéritas do embasamento fenitizado

(Figura 15C). A partir da análise petrográfica das rochas mais preservadas, percebe-se uma

textura inequigranular, holocristalina, hipidiomórfica, e a assembleia mineral característica

destas rochas é descrita como microclina (50%), albita (25%), biotita (15%), quartzo (7%),

minerais opacos (principalmente ilmenita, 2%), e diopsídio (1%). Predomina o plagioclásio

oligoclásio (An = 13%), o qual é caracterizado por cristais anédricos a subédricos com

tamanhos variando entre 0,2 a 4 mm. São pertíticos, com texturas de exsolução em formas de

flâmulas para os fenitos mais próximos aos sienitos (Figura 15B e C). Os indivíduos

geminados seguem a lei albita – periclina. As fases mais tardias de cristalização do

plagioclásio tem composição de albita (An = 9%), sendo caracterizados por grãos subédricos

e tamanhos variando de 0,2 a 2 mm e os grãos geminados seguem a lei albita. Os contatos em

geral são retos entre os plagioclásios e com a biotita, enquanto com os minerais opacos, por

vezes apresentam-se interlobados. Ocasionalmente os plagioclásios encontram-se

sericitizados, indicando a atuação de fluidos. A biotita apresenta coloração castanho

avermelhada, forma euédrica a subédrica, e tamanho dos cristais entre 0,2 a 1,7 mm. Para os

fenitos mais próximos ao embasamento a orientação da mica é bem marcada (Figura 15D),

diferentemente dos fenitos próximos aos sienitos (Figura 15C), onde o litotipo se aproxima da

anisotropia. O quartzo apresenta-se na forma de cristais anédricos a subédricos, com

dimensões variando entre 0,2 a 1 mm. Exibe extinção ondulante e o contato com outros grãos

se dá de forma irregular a interlobada. O diopsídio possui baixo pleocroísmo e birrefrigência,

resultando em uma cor verde claro em luz plana. Os grãos são anédricos e apresentam

tamanhos variando de 0,4 a 1,5 mm, predominando cristais com cerca de 0,7 mm. Apresenta

contatos irregulares com plagioclásios, biotita e minerais opacos. Os minerais opacos formam

cristais euédricos e apresentam tamanhos em torno de 0,1 mm, estando associados com as

biotitas e quartzo, ou dispostos entre os grãos de plagioclásio. Os contatos são interlobados

em todos os contatos.

Nos termos mais saprolitizados do FF (alteritos, Figura 16A) observa-se, de uma

maneira geral, o preenchimento do sistema fissural por concentrações ferruginosas ou

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68 argilosas, com óxidos-hidróxidos de ferro (Figura 16C e D). A análise petrográfica destas

revelou que para o oligoclásio ocorreu uma degradação moderada a intensa, sendo ainda

possível observar a modificação progressiva no retículo cristalino e nas propriedades óticas,

resultado desde uma destruição da geminação do cristal até o seu total desaparecimento,

quando é substituído completamente por caulinita (Figura 16B). O mesmo ocorre com os

cristais de quartzo, onde alguns grãos estão apenas trincados, podendo sofrer alguma

dissolução ou corrosão, até grãos afetados por intensa atuação dos agentes do intemperismo,

dificultando a sua identificação (Figura 16D). A presença de elevado percentual de biotita nas

rochas desta fácies favorece a degradação, favorecendo a formação de argilo minerais

(caulinita, neste caso), mais estáveis nas condições superficiais. A caulinita também se origina

a partir da alteração dos plagioclásios, os quais resultam em uma substância silico-aluminosa,

associada com quartzo e albita.

3.3.1.3 Embasamento (E)

As rochas do embasamento gnáissico (E) associado ao BSI correspondem ao

Complexo Itapetinga, que por sua vez pertencem à Faixa de Dobramentos Araçuaí (FDA).

Nas proximidades do BSI, as foliações regionais do embasamento gnáissico tendem a se

mostrar arqueadas ou acomodadas à forma do maciço ou, ainda, truncadas pela direção da

foliação magmática interna no BSI (Rosa, 2005). Estas rochas alcançam cotas topográficas de

1000m, sobretudo na região norte do BSI, quando em contato com o FF, mas no geral, as

cotas são mais rebaixadas (média de 190 m), tendendo a um relevo aplainado, notável na

porção ao Sul do BSI. As rochas do E apresentam macroscopicamente uma coloração

acinzentada e textura holocristalina, isotrópica, inequigranular, fanerítica fina a grossa. Nota-

se o bandamento metamórfico composicional, constituído por bandas félsicas de composição

granítica e máficas, onde se constata a presença de cristais de biotita e muscovita orientados

(Figura 17A) segundo a direção geral N230/50NW. O estudo microscópico possibilitou

identificar uma assembleia mineral composta por microclina (30%), quartzo (20%),

oligoclásio (15%), biotita (13%), hornblenda (10%), muscovita (5%) e minerais opacos (5%).

Como mineralogia acessória foram identificados cristais de clorita (1%) e sericita(1%). A

microclina é caracterizada por cristais xenoblásticos a subidioblásticos medindo entre 0,5 a 2

mm. Apresentam-se geminados segundo a lei Albita-Periclina.

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69

A

B

C

D

Figura 16: Macro e microfotografias dos alteritos do FF. A) Afloramento do Fenito e

indicação da amostragem no estágio inicial da alteração. B) Formação de Caolinita residual.

C) e D) Alteração preferencial segundo planos de fraqueza mineral. Lista de abreviaturas para

quartzo (Qtz), hematita (Hem), caolinita (Kao), feldspato (Fds), plagioclásio (Pl), goethita

(Gth).

Figure 16: Macro- and microphotographs of FF alterites. A) Fenite outcrop e and sampling

indication of early alteration stages. B) Residual kaolinite formation. C) and D) Preferential

alteration along mineral weakness plans. Abbreviation list: quartz (Qtz), hematite (Hem),

kaolinite (Kao), feldspar (Fds), plagioclase (Pl), goethite (Gth).

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O quartzo ocorre na forma de cristais xenoblásticos com tamanho de grãos variando

entre 0,2 e 3 mm os quais, por vezes, apresentam extinção ondulante (Figura 17B). O

plagioclásio é do tipo oligoclásio (An = 20-25%), e ocorrem como cristais xenoblásticos a

subidioblásticos. Seus grãos variam em tamanho de 0,3 mm a 1,5 mm, resultando em uma

relação inequigranular. Apresentam geminação albita, por vezes em cunha, sugerindo a

influência de deformação mecânica durante a sua formação. Muitas vezes estes cristais de

plagioclásio encontram-se sericitizados evidenciando atuação de fluidos (Figura 17D). A

análise destes cristais de biotita permite observar a sua íntima associação aos minerais opacos,

sendo esta fase mineral interpretada como resultado da reação dos mesmos com os fluidos

potássicos.

A moscovita é composta por cristais euédricos com dimensões variando de 0,2 a 4

mm, orientados (Figura 17A) segundo a foliação regional e dispostos nas bandas mais claras

do gnaisse. A orientação da mica já é visível macroscopicamente. A biotita é xenoblástica e

seus grãos variam de 0,1 a 0,3 mm (Figura 17C). Os minerais opacos são subidioblásticos,

com granulometria variando entre 0,1 e 2 mm, e de composição predominantemente

ilmenítica.

A hornblenda apresenta-se na coloração marrom, apresentando fraco pleocroísmo

variando de marrom claro a verde. Apresenta-se como cristais xenoblásticos com granulação

de 0,40 a 0,9 mm, limites interlobado com opacos, quartzo, oligoclásio e microclina.

Apresenta-se comumente substituída por biotita, e por vezes, para clorita. A clorita ocorre

como cristais xenoblástico, de coloração verde, com pleocroísmo variando de verde claro a

verde escuro e tamanho predominantemente de 0,5 mm, exibem limites curvos com o quartzo

e interlobado com a microclina, estando geralmente associada a hornblenda e por vezes a

biotita.

No saprólito do embasamento (Figura 18A), o quartzo é o mineral mais abundante,

seguido pela biotita e caulinita imersos em uma matriz predominantemente formada por

hematita e goethita (Figura 18B). Este saprólito do E é bastante poroso e consiste em uma

matriz argilo-ferruginosa constituída por massas de goethita e hematita (Figura 18C).

Observou-se que os óxi-hidróxidos de ferro começam a preencher as descontinuidades

presentes na rocha (espaços intergranulares e espaços interlamelares nas micas), o que

contribui para a destruição da textura primária, e para o isolamento dos grãos de quartzo, que

acabam envolvidos em uma matriz caolinítica rica em Fe e muito porosa. Os feldspatos

originais da rocha estão quase que totalmente alterados para caulinita.

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71

A

B

C

D

Figura 17: Microfotografias do Embasamento (E). A) Alinhamento dos cristais de mica. B)

Textura anisotrópica. C) Microfotografia em luz plana. D) Grão de plagioclásio sericitizado.

Lista de abreviatura usada para plagioclásio (Pl), minerais opacos (Opq), biotita (Bt),

feldspato alcalino (KFd), feldspato (Fsp), quartzo (Qtz), hornblenda (Hbl), muscovita (Msc).

Figure 17: Macro- and microphotographs of Basement (E) rocks. A) Mica crystals alignment.

B) Anisotropic texture. C) Plane-polarized microphotograph of ilmenits D) Sericitized

plagioclase grain. Abbreviation list: plagioclase (Pl), opaque minerals (Opq), biotite (Bt),

alkaline feldspar (KFd), feldspar (Fsp), quartz (Qtz), hornblende (Hbl), muscovite (Msc).

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A

B

C

D

Figura 18: Macro e microfotografias dos alteritos do Embasamento (E). A) Afloramento do

monzogranito alterado. B) C) e D) Fase inicial de alteração, utilizando-se preferencialmente

nas estruturas minerais com formação de argilominerais secundários. Lista de abreviaturas

para quartzo (Qtz), plagioclásio (Pl), feldspato (Fsp), hematita (Hem), goethita (Gth),

caolinita (Kao), feldspato (Fds).

Figure 18: Macro- and microphotographs of basement rocks (E) alterites. A) Altered

basement monzogranite outcrop. B), C and D) Early alteration stage, preferentially developed

under mineral structures, resulting in secondary clay minerals. Used abbreviations: quartz

(Qtz), plagioclase (Pl), feldspar (Fsp), hematite (Hem), goethite (Gth), kaolinite (Kao),

feldspar (Fds).

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73

Nas micas observam-se modificações nas propriedades óticas, resultando em

mudanças no relevo (que se torna mais baixo) e no pleocroísmo (cores de interferência altas

são substituídas por tonalidades mais acinzentadas), indicando transição pseudomórfica

também para caulinita (Figura 18D).

3.3.2 Litogeoquímica

Para os estudos litogeoquímicos do BSI levou-se em consideração a mobilidade

geoquímica, analisada sobre dois aspectos: (i) O primeiro, relacionado ao ambiente

hipogênico, envolve a intrusão sienítica e a fenitização da encaixante, ou seja, busca-se

avaliar longitudinalmente – em relação ao contato – o comportamento geoquímico das rochas

frescas na transição FSRQ – FF – E. (ii) O segundo aspecto envolve a distribuição original

dos elementos nestas rochas (espécimes não alterados) e como eles se comportam no ciclo

geoquímico (manto residual), o que foi feito analisando em um perfil vertical as variações

geoquímicas de amostras de rocha fresca e do manto intempérico. Foram dosados elementos

maiores (SiO2, Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, Na2O, K2O, H2O), menores/traços (MnO, TiO2,

P2O5

3.3.2.1 Ambiente Hipogênico

, Hg, Ba, Sr, Zr, Zn, V, Co, Cs, Cu, Ga, Hf, Mo, Nb, Ni, Rb, Sn, Ta, Th, TI, U, W, S, F)

e Elementos Terras Raras (ETR: La, Ce, Pr, Nd, Sm, Eu, Gd, Tb, Dy, Ho, Er, Tm, Yb, Lu).

Os resultados geoquímicos são apresentados nas tabelas 1, 2 e 3, onde especificamente na

tabela 2, também foram utilizados dados da bibliografia segundo Oliveira (2002) e Rosa et.

al. (2005).

Rochas alcalinas no geral, tais como as aqui estudadas são caracterizadas por valores

elevados de álcalis e teores de sílica intermediários. Quando intemperizadas, a tendência

destas rochas é sofrer perda de álcalis e empobrecimento em sílica.

Quimicamente as rochas do embasamento são predominantemente granitos alcalinos

potássicos (K2O ≥ 5%, K 2O+Na2O ≥ 8.6%, 1.4% > K 2O/Na2O < 5% 0.01% ≤ MgO ≤

0.26%). Os sienitos do FSRQ apresentam tendência sódica (K2O ≥ 4.1%, K2O+Na2O ≥ 10%,

K2O/Na2O =0.8%, 0.6% ≤ MgO ≤ 1.4%) e os fenitos dominantemente apresentam termos

ricos em magnésio e com tendência sódica (K2O ≥ 1.9%, K 2O+Na2O ≥ 5.1%,0.6% >

K2O/Na2

O < 0.9%, 0.04% ≤ MgO ≤ 5.4%).

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74 Tabela 1: Análises litogeoquímicas para elementos maiores, menores, traços e ETR das

rochas do embasamento estudadas. *Sap: Saprólito.

Table 1: Lithogeochemical data for major, minor, trace and Rare Earth (REE) elements of

basement rocks. *Sap: Saprolite. Amostra JT96 JT02 JT01 JT83 JT88 JT87 JT77 JT03 JT82

Fácies E E E E E E E E E Grau de

Alteração Fresca Fresca Fresca Fresca Fresca Fresca Fresca Sap Sap

SiO 62,41 2 69,33 69,83 70,03 71,54 74,14 75,19 51,79 69,80 TiO 0,44 2 0,43 0,39 0,41 0,35 0,34 0,24 1,85 0,49

Al2O 15,88 3 14,08 13,55 13,62 11,16 10,97 11,64 10,31 13,21 Fe2O3 7,46 T 5,22 6,07 4,75 6,07 5,54 3,53 28,19 7,39 FeOT 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 MnO 0,25 0,04 0,07 0,07 0,14 0,16 0,09 6,10 0,08 MgO 0,12 0,22 0,15 0,26 0,05 0,02 0,01 0,14 0,21 CaO 1,21 0,76 0,30 1,48 0,26 0,29 0,43 0,18 0,28 Na2 6,87 O 2,82 1,57 3,13 5,45 3,55 3,33 0,20 1,02 K2 5,32 O 6,97 7,90 6,27 4,98 5,00 5,51 0,86 7,48 P2O 0,05 5 0,12 0,16 0,01 0,01 0,01 0,04 0,37 0,04

Cr2O 0,01 3 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Sum 100,02 100,01 100,01 100,02 100,03 100,02 100,01 100,01 100,01 Ag I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. Ba 404 1315 938 1192 57 68 44 3730 1481 Co 0,9 2,6 2,8 2,4 0,6 2,2 0,6 235,0 3,0 Cs 0,28 1,28 1,49 0,98 0,30 0,08 0,83 0,80 1,50 Cu 10 <5 7 <5 13 10 10 18 <5 F

841

782

579

Ga 43,2 25,5 30,5 25,8 36,5 38,2 41,7 20,3 30,5 Hf 6,79 17,64 23,19 16,20 22,71 27,74 28,78 34,13 19,33 Hg 0,002 0,004 0,003 0,002 0,002 0,030 0,003 0,270 0,116 Mo <2 <2 3 4 <2 <2 <2 8 6 Nb 45,20 145,92 145,32 132,31 192,83 125,04 245,35 144,28 168,41 Ni 6 8 6 <5 <5 9 8 18 8 Rb 99,7 212,1 229,6 177,4 145,8 154,1 217,2 24,4 237,8 Sn 2,2 9,3 14,3 7,3 10,6 8,7 4,9 4,9 9,0 Sr 34 164 59 129 <10 12 11 29 93 Ta 1,87 8,17 10,37 8,12 11,80 5,82 12,48 9,92 10,19 Th 6,0 32,8 28,3 32,7 34,5 13,3 36,4 14,1 41,1 Tl 0,7 <0.5 <0.5 <0.5 0,7 <0.5 1,0 3,6 <0.5 U 0,37 7,03 4,33 7,80 5,61 1,98 5,80 4,23 7,62 V <5 <5 <5 <5 <5 <5 <5 177 17 W <0.1 6,3 7,0 6,1 <0.1 0,2 0,4 1,4 8,5 Y 42 59 33 57 57 13 97 15 15

Zn 142 32 88 125 245 224 261 230 128 Zr 238 639 730 643 876 1250 1006 1316 746 La 107,9 200,6 33,9 172,4 100,4 60,9 159,5 51,8 15,7 Ce 219,8 373,5 175,3 335,0 195,3 508,5 338,6 545,1 34,9 Pr 29,20 38,63 7,27 35,20 20,80 13,58 38,10 7,43 3,78 Nd 114,3 130,0 24,6 119,7 77,4 47,0 141,5 25,0 13,1 Sm 20,2 21,8 4,6 19,4 13,6 8,1 27,8 4,1 2,4 Eu 3,68 3,43 1,43 3,21 0,93 0,74 1,03 1,11 0,81 Gd 15,65 15,68 3,83 14,98 13,23 5,68 24,28 3,04 2,35 Tb 2,23 2,57 0,88 2,21 2,65 0,74 3,85 0,66 0,49 Dy 11,42 11,62 5,58 11,57 15,41 3,88 21,10 3,46 3,28 Ho 2,00 2,38 1,19 2,21 3,01 0,58 4,01 0,67 0,63 Er 5,65 7,09 3,49 6,07 9,00 2,15 11,14 2,38 2,04 Tm 0,88 0,93 0,59 0,83 1,40 0,47 1,65 0,41 0,34 Yb 6,1 6,7 4,2 6,1 9,2 3,7 10,1 3,0 2,7 Lu 1,21 0,95 0,70 0,92 1,31 0,56 1,39 0,49 0,40

ΣETR 540,2 815,9 267,6 729,8 463,6 656,6 784,1 648,7 82,9 Na2O + K2 12,19 O 9,79 9,47 9,39 10,43 8,55 8,85 1,07 8,50 K2O/Na2 0,8 O 2,5 5,0 2,0 0,9 1,4 1,7 4,3 7,3

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75 Tabela 2: Análises litogeoquímicas para elementos da FSRQ. *nd: não dosado.

Table 2: Lithogeochemical data for elements of FSRQ samples. *nd: not analyzed.

Amostra JT07A JT07 JT90 JT010 JT09 JT12A JT012 JT91 AEO2008

AEO2011

LR1990

LR2045

Fácies FSRQ FSRQ FSRQ FSRQ FSRQ FSRQ FSRQ FSRQ FSRQ FSRQ FSRQ FSRQ Grau Alteração Fresca Fresca Fresca Fresca Fresca Fresca Sap Sap Fresca Fresca Fresca Fresca SiO 43,34 2 51,72 56,85 56,99 57,25 59,08 58,23 55,47 57,40 59,70 57,00 56,50 TiO 4,57 2 2,96 1,30 1,61 1,46 1,26 0,90 2,65 1,10 1,10 1,50 1,40 Al2O 14,94 3 16,11 18,39 16,61 18,16 17,36 25,69 26,32 18,20 17,50 17,70 17,50 Fe2O3 17,25 T 11,58 7,41 8,13 7,61 7,70 5,64 9,63 1,70 2,10 2,50 4,40 FeOT 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,70 3,60 5,30 2,60 MnO 0,44 0,38 0,25 0,28 0,22 0,22 0,04 0,28 0,19 0,17 0,22 0,27 MgO 5,30 3,19 1,10 1,36 1,15 0,69 0,34 0,36 1,10 1,10 0,59 1,20 CaO 4,33 2,46 3,59 3,58 3,32 2,12 0,20 0,38 3,30 2,50 1,80 3,40 Na2 4,05 O 7,48 5,95 5,96 5,58 6,32 4,78 2,06 6,80 6,10 5,90 6,00 K2 3,20 O 2,54 4,63 4,93 4,69 4,95 4,16 2,76 4,20 4,80 5,60 4,10 P2O 2,59 5 1,58 0,52 0,55 0,56 0,30 0,03 0,09 0,54 0,40 0,38 0,68 Cr2O 0,01 3 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 nd nd nd nd Sum 100,01 100,01 100,01 100,01 100,01 100,01 100,01 100,01 99,23 99,07 98,49 98,05 Ag I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. nd nd nd nd Ba 2044 1397 1951 1436 2116 1980 1785 1474 nd nd 628 1487 Co 57,9 24,7 4,3 4,6 5,4 3,8 1,8 4,3 nd nd 6,0 7,0 Cs 4,27 5,10 0,76 0,51 0,45 0,28 0,84 1,19 nd nd nd nd Cu 44 40 9 16 9 11 388 1074 nd nd 5 9 F 1119 1202 906 181 1100 800 800 6800 Ga 22,2 30,6 31,8 31,9 33,4 33,4 43,3 44,5 nd nd 32,0 29,0 Hf 4,07 20,62 12,02 13,28 7,89 8,96 11,22 37,71 nd nd <8 13,00 Hg 0,007 0,004 0,002 0,004 0,009 0,009 0,035 0,117 nd nd nd nd Mo 3 4 7 6 3 6 3 7 nd nd nd nd Nb 62,96 145,56 119,81 127,03 76,61 96,65 110,62 258,58 nd nd 74,00 116,00 Ni 37 21 5 8 8 6 52 8 nd nd 2 3 Rb 150,3 205,5 86,8 86,3 66,6 94,9 109,5 80,8 nd nd 100,0 58,0 S nd nd <50 706,0 Sn 7,1 11,8 3,8 4,1 4,5 2,7 9,8 5,0 nd nd <5 7,0 Sr 726 441 579 359 563 404 431 209 nd nd 138 374 Ta 3,32 7,98 7,60 8,07 4,87 5,93 6,41 16,48 nd nd <5 13,00 Th 23,5 56,6 9,5 7,1 5,1 4,0 8,2 14,6 nd nd <5 <5 Tl 0,6 1,1 <0.5 <0.5 <0.5 <0.5 <0.5 <0.5 nd nd nd nd U 3,24 4,03 2,45 2,02 1,39 0,87 2,37 3,95 nd nd <10 <10 V 196 124 <5 16 <5 <5 21 7 nd nd 13 13 W 2,1 9,2 3,0 3,2 2,8 <0.1 2,5 5,1 nd nd <10 25,0 Y 770 324 44 47 36 225 12 46 nd nd 26 65 Zn 188 261 127 155 105 105 56 103 nd nd 109 174 Zr 134 645 495 443 321 284 438 1642 nd nd 166 427 La 148,4 205,3 87,8 89,6 66,1 73,4 91,2 115,7 nd nd 25,6 64,1 Ce 380,6 421,8 176,4 180,7 131,7 154,7 148,6 224,4 nd nd 49,6 114,0 Pr 44,12 54,26 19,35 21,55 15,95 18,76 17,99 25,52 nd nd nd nd Nd 231,3 231,9 70,6 80,4 60,1 86,4 55,6 91,7 nd nd 17,4 35,5 Sm 59,2 46,6 13,1 15,2 10,4 18,6 8,0 14,4 nd nd 3,4 6,3 Eu 23,44 14,56 6,00 5,95 6,16 9,15 4,09 6,84 nd nd 1,50 1,81 Gd 91,19 53,99 10,67 12,87 9,16 25,07 5,33 12,67 nd nd 2,28 3,62 Tb 15,77 8,55 1,73 1,96 1,55 4,01 0,89 1,87 nd nd nd nd Dy 107,04 49,57 8,95 10,13 8,02 25,78 3,89 10,45 nd nd 1,04 1,51 Ho 24,99 11,22 1,79 2,15 1,45 6,34 0,66 1,95 nd nd 0,18 0,27 Er 76,42 33,01 4,94 5,88 4,34 20,04 1,46 5,31 nd nd 0,34 0,49 Tm 11,28 4,60 0,76 0,82 0,53 2,94 0,22 0,87 nd nd nd nd Yb 69,3 30,9 5,3 5,3 3,8 17,9 1,6 5,9 nd nd 0,2 0,3 Lu 10,49 4,41 0,78 0,88 0,53 2,87 0,33 0,74 nd nd 0,06 0,06 ΣETR 1293,5 1170,7 408,2 433,4 319,8 466,0 339,9 518,3 nd nd 101,6 228,0 Na2O + K2 7,24 O 10,02 10,58 10,89 10,27 11,27 8,94 4,83 11,00 10,90 11,50 10,10 K2O/Na2 0,8 O 0,3 0,8 0,8 0,8 0,8 0,9 1,3 0,6 0,8 0,9 0,7

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76 Tabela 3: Análises litogeoquímicas para elementos da FF.

Table 3: Lithogeochemical data for elements of FF samples. Amostra JT102 JT35 JT43 JT41 JT101 JT79 JT05 JT103 JT36 JT40 Fácies FF FF FF FF FF FF FF FF FF FF Grau de Alteração Fresca Fresca Fresca Fresca Fresca Fresca Sap Sap Sap Sap

SiO 52,87 2 57,86 59,82 70,70 73,99 83,38 57,76 60,67 77,03 77,18 TiO 2,13 2 1,76 0,94 0,54 0,08 1,75 1,44 1,42 0,21 1,29 Al2O 16,88 3 12,57 17,85 13,93 14,17 8,94 19,38 17,96 11,85 11,34 Fe2O3 14,89 T 10,69 6,42 3,38 1,18 5,19 10,55 9,70 2,02 4,49 FeOT 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 MnO 0,19 0,18 0,17 0,05 0,02 0,03 0,25 0,48 0,02 0,07 MgO 2,38 5,40 0,74 0,49 0,04 0,11 0,39 0,21 0,14 0,31 CaO 0,84 5,99 3,56 1,39 0,16 0,02 0,52 0,63 0,97 0,31 Na2 5,13 O 3,18 5,77 4,09 5,28 0,06 5,18 3,58 3,61 1,17 K2 4,15 O 1,97 4,36 5,37 5,00 0,44 4,35 5,29 4,08 3,82 P2O 0,53 5 0,36 0,36 0,07 0,07 0,07 0,19 0,06 0,06 0,02 Cr2O 0,01 3 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Sum 100,01 99,96 100,01 100,01 100,01 100,01 100,01 100,01 100,01 100,01 Ag I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. Ba 1921 343 2390 998 816 356 1587 1583 602 320 Co 11,3 34,5 4,8 4,7 0,5 2,1 4,0 3,2 3,2 5,9 Cs 2,53 3,80 0,55 0,62 0,28 0,36 0,77 0,80 0,60 1,03 Cu 22 61 14 14 7 14 12 11 14 18 Ga 33,0 21,4 29,5 21,8 22,8 13,9 49,6 39,8 22,4 22,0 Hf 6,76 5,30 3,27 10,32 1,09 37,05 24,96 28,83 20,56 38,20 Hg 0,038 0,006 0,001 0,002 0,007 0,010 0,058 0,103 0,004 0,039 Mo 4 3 <2 <2 <2 2 4 4 4 6 Nb 135,89 44,03 35,29 31,86 24,65 30,62 152,91 177,59 121,11 177,15 Ni 8 86 7 12 <5 12 6 6 16 14 Rb 149,3 117,9 46,7 165,9 70,5 30,4 108,6 87,8 89,9 108,7 Sn 6,2 10,3 1,6 3,2 0,5 3,6 4,3 4,8 7,1 7,0 Sr 469 231 460 202 152 19 107 102 132 67 Ta 7,70 2,48 2,10 1,80 2,36 2,16 8,76 11,35 5,83 12,01 Th 10,5 10,5 3,5 11,5 1,7 37,4 10,8 13,1 19,5 14,4 Tl 0,5 <0.5 <0.5 0,7 0,8 0,8 0,5 <0.5 <0.5 0,5 U 4,76 2,03 0,62 1,92 0,57 3,31 2,51 3,93 3,89 6,31 V 23 160 <5 22 <5 21 5 6 <5 58 W <0.1 30,8 <0.1 <0.1 <0.1 2,2 <0.1 1,5 <0.1 3,4 Y 109 134 24 32 <10 17 69 108 103 44 Zn 241 180 79 41 27 25 185 193 36 65 Zr 270 179 119 392 22 1486 1083 1122 279 1174 La 141,7 50,5 39,1 49,4 4,0 71,4 176,1 156,6 164,6 91,5 Ce 222,1 74,9 84,3 141,3 11,3 140,3 338,2 263,8 518,2 213,8 Pr 40,38 10,53 9,09 11,08 0,29 14,04 36,11 36,49 34,47 14,54 Nd 164,6 45,5 40,4 44,5 4,2 48,2 139,8 141,3 119,9 49,8 Sm 26,1 8,3 8,0 8,5 0,6 6,6 22,7 25,5 21,1 7,9 Eu 9,41 2,82 6,61 1,78 0,86 1,02 6,33 9,95 1,61 0,89 Gd 24,31 11,82 7,13 7,21 0,58 5,62 19,13 24,53 19,51 8,11 Tb 3,70 2,36 1,01 1,16 0,16 0,79 2,75 3,53 3,31 1,42 Dy 20,37 16,74 5,23 5,88 0,75 4,00 15,13 19,72 18,95 8,93 Ho 4,14 4,44 1,08 1,27 0,23 0,85 2,89 3,61 3,89 1,92 Er 11,80 13,76 2,63 3,39 0,46 1,88 8,40 10,89 11,73 5,67 Tm 1,74 1,74 0,35 0,52 0,20 0,32 1,23 1,50 1,51 0,82 Yb 10,4 9,3 2,3 3,0 0,4 2,1 8,1 10,2 10,4 5,9 Lu 1,59 1,50 0,36 0,43 0,15 0,38 1,30 1,38 1,42 1,00 ΣETR 682,3 254,2 207,6 279,4 24,2 297,5 778,2 709,0 930,6 412,2 Na2O + K2 9,28 O 5,15 10,13 9,46 10,28 0,50 9,53 8,88 7,69 4,99 K2O/Na2 0,8 O 0,6 0,8 1,3 0,9 7,3 0,8 1,5 1,1 3,3

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Uma amostra de gnaisse (JT79) coletada em área atribuída ao fácies fenito apresenta-

se muito empobrecida em álcalis e magnésio e com caráter ultra potássico (K2O/Na2O =

7,3%) de acordo com a classificação de Mitchell e Bergman (1991), correspondendo

provavelmente ao embasamento não mais afetado pela fenitização. Para os elementos

maiores, as amostras analisadas apresentam valores mais baixos de SiO2 e K2

Observando-se o comportamento da sílica em relação aos álcalis em diagrama do tipo

TAS (Middlemost et. al., 1985,

O no centro do

maciço (intrusão sienítica), com enriquecimento nestes elementos à medida que o fenito

aproxima-se da encaixante, de natureza granítica.

Figura 19) percebe-se que nos sienitos os processos

intempéricos levam à perda de sílica associada com perda de álcalis, enquanto os fenitos

perdem álcalis mais abruptamente e as rochas graníticas do embasamento sofrem perdas

menos acentuadas nestes elementos.

Neste sentido, as rochas coletadas no centro da intrusão tendem também a ser mais

ricas em Al2O3, CaO, MgO, Na2O, P2O5 e TiO2

Figura 20

, com relativo empobrecimento à medida que

se afasta do centro da intrusão em direção ao embasamento ( ).

Nos diagramas multielementares normalizados por Wood et. al., (1979) as rochas do

E, FF e FSRQ apresentam anomalias negativas em Sr, P, Ti (Figura 21), ainda mais

pronunciadas nos alteritos, exceto para o embasamento gnáissico alterado JT03 que é

relativamente enriquecido em Ti e P.

Anomalias negativas de Sr, P, Ti sugerem o fracionamento magmático com resíduo

rico em plagioclásio, apatita e ilmenita/rutilo (Teixeira 2005 e Lopes et. al., 2012). A

diferenciação magmática a partir de magmas silicáticos alcalinos podem gerar magmas

carbonatíticos/foscoríticos ricos em apatita (Depósitos de Catalão e Araxá – Minas Gerais), e

ainda com cristalizações de apatita e perovskita em cumulatos bebedouríticos, como é o caso

dos depósitos de P e Ti de Tapira e Salitre – Minas Gerais (Brod et. al., 2000).

As rochas mais preservadas tendem ainda a ser empobrecidas em Th, U, La e Ce em

relação aos alteritos e às amostras coletadas na zona de cisalhamento. A exceção é o fenito

JT79, com expressiva anomalia negativa em K, Ba, anomalias positivas de Th , La, e relativo

empobrecimento em Rb. Observou-se ainda marcante enriquecimento em Hf e Zr nas

amostras do embasamento e nos alteritos do FF (amostra JT79). Estes elevados teores de Hf e

Zr não foram observados nas rochas do FSRQ ou nas amostras mais preservadas do FF.

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Figura 19: Diagrama de classificação R1 - R2(De la Roche et. al., 1980), com as plotagens

das rochas da porção norte do BSI [E, FF e FSRQ, onde para este inclui-se também os

campos de Oliveira (2002) e Rosa et. al. (2005),] além do saprólito associado a cada

litofácies.

Figure 19: TAS Classification diagram R1 – R2 (De la Roche et. al., 1980), comprising rocks

of BSI northern portion (E, FF, and FSRQ), including fields of Oliveira (2002) and Rosa et al.

(2005) samples. The associated saprolite related to different lithofacies were plotted, as well.

.

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Figura 20: Diagrama de Harker (SiO2

x Maiores) aplicado a rochas frescas do BSI e o

saprólito associado a cada litotipo.

Figure 20: Harker diagram plots (SiO2 vs Major Element) of fresh rocks and associated

saprolite from BSI unities.

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Figura 21: Aranhograma multielementar para rochas frescas e saprolitizadas da porção norte

do BSI (E, FSRQ e FF), normalizadas para Manto Primordial (Wood,1979).

Figure 21: Spider-diagram for fresh rocks and saprolites of BSI northern portion lithofacies

(E, FSRQ and FF), normalized for Primordial Mantle (after Wood, 1979).

Para o Nb, nota-se que no contexto do BSI a FF é a que hospeda os menores valores

(24-44 ppm), enquanto as médias do embasamento (45-245 ppm) e do FSRQ (63-146 ppm)

são mais elevadas. Ressalta-se contudo que a amostra JT102 (136 ppm) e os alteritos da FF

(136-178 ppm) e FSRQ (111-256 ppm) são relativamente enriquecidos em Nb, enquanto que

as amostras alteradas do E (144<Nb<168 ppm) tendem a sofrer perdas neste elemento em

relação aos termos mais preservados (Figura 21). Paixão (2008), estudando as rochas do

Complexo Itapetinga propõe um protólito de natureza ígnea e caráter cálcio-alcalino de alto K

a alcalino. Isto pode estar relacionado com a composição predominantemente granítica a

álcali-feldspato granito (Figura 19).

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Nas rochas mais preservadas do E foram também observadas teores elevados de Cs,

Rb e Ba, sugerindo substituições com o K na estrutura dos feldspatos e das biotitas, muito

abundantes nestas rochas.

O flúor não foi analisado em todas as amostras estudadas, contudo, elevados

conteúdos foram observados sobretudo no FSRQ, os quais sugerem que o enriquecimento

neste elemento é mais expressivo nos sienitos primários. Estes elevados valores de fluór no

FSRQ estão de acordo com os valores apresentados na literatura (Rosa et. al., 2005, Oliveira,

2002) que reporta valores de até 6800 ppm para uma amostra do FSRQ. O Zr apresenta teores

elevados e variáveis em todos os fácies, com destaque para os sienitos alterados (1642 ppm -

tabela 2). Torres (2013) descreve também elevados teores de Zr (4073 ppm) para o stock

sienítico Serra da Gruta, e sugere a existência potencial de uma anomalia relevante em Zr na

PASEBA. Vale destacar que para a zona de cisalhamento que corta o corpo sienítico da FSRQ

(amostras JT07 e JT07A) há uma notável concentração de Th (56,6 ppm), V (160 ppm), Cu

(42 ppm), Cs (4,7 ppm), Co (41,3 ppm), Y (547 ppm), que contrastam com os respectivos

teores médios de Th (6,4 ppm) e V (7 ppm), Cu (11 ppm), Cs (0,5 ppm), Co (4,5 ppm), Y (8,8

ppm) encontrado para as rochas frescas, sugerindo uma alta mobilidade/concentração destes

elementos através destas zonas cisalhantes (Figura 21 e Tabela 2).

Os padrões de ETRs das rochas estudadas (Figura 22) deixam claro o enriquecimento

em ETR leves em relação aos pesados. Nota-se no E anomalias negativas para o európio e o

mesmo ocorrendo de forma generalizada para as rochas feníticas frescas, contrastando com o

aranhograma do sienito que apresenta anomalia positiva neste elemento, e pode estar

associada com a presença abundante de feldspatos alcalinos (60%) e albita (15%) na rocha

sieníticas. Segundo Rollinson (1993), anomalias de Eu bivalente são controladas pelos

feldspatos, pois Eu2+ é compatível nestes minerais, sendo incorporado preferencialmente nos

plagioclásios como substituição do Ca2+

Figura 22

. Vale destacar as amostragens referentes aos

milonitos, os quais apresentam um padrão caracterizado por um trend contínuo ( ),

porém com níveis mais elevados, sendo, portanto, as zonas cisalhantes um canal para

reconcentração destes elementos.

O estudo de elementos traços baseado nos diagramas multielementares (Wood, 1979)

associado à observação do comportamento dos elementos terras raras, normalizados pelo

condrito (Boynton, 1984), permite uma melhor avaliação das trocas geoquímicas já que estes

elementos tendem a ser menos movéis.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

82

Figura 22: Diagrama de ETR para rochas frescas e saprolitizadas da porção norte do BSI (E,

FSRQ e FF), normatizadas para Condrito (Boynton, 1984).

Figure 22: REE plots for fresh rocks and saprolites of BSI northern portion lithofacies (E,

FSRQ and FF), normalized for Chondrite (Boynton, 1984).

3.3.2.2 Ambiente Supergênico

A análise do manto intempérico foi aplicada às rochas saprolitizadas do BSI. Os

estudos abrangem a FSRQ, FF e E (Figura 11), e teve como objetivo avaliar a mobilidade

química em perfil verticalizado sentido base – topo (lê-se rocha sã - saprólito).

Nota-se em todos os litotipos avaliados no referido perfil um decréscimo de SiO2

As rochas frescas do FSRQ, caracterizadas como subsaturadas em sílica (56-59%),

diferem pouco em sílica do saprólito (55-58%) e percebe-se que K

à

medida que a meteorização avança.

2O e Na2O não apresentam

muita mobilidade durante os processos intempéricos que afetaram estas rochas, já que apesar

de haver uma pequena redução, os teores médios nos saprólitos são similares aos observados

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

83 na rocha fresca (Figura 20). Contudo, analisando-se a sílica em conjunto com os teores de

álcali-total constata-se que a perda de sílica está associada com uma notável redução no

conteúdo de álcalis (fresca >10%, saprólito 4-9%). A perda de álcalis marca o início da

alteração do sienito, sendo também perceptível nos fenitos cuja sílica varia de 52-79% e

álcalis de 5-10%, com teor de apenas 0,5% de álcalis quando a sílica atinge seu valor máximo

de 83% nas rochas frescas. Nos alteritos do FF a sílica é 57-77% para conteúdos de álcalis de

7-9%. Nas rochas do embasamento os teores de sílica variam de 62-75% para álcalis de 9-

12%. Contudo, nos saprólitos o comportamento é desproporcional ao observado nos sienitos e

fenitos, com queda expressiva de álcalis ao passo em que a sílica é reduzida. (Figuras 10 e

11). Avaliando-se o comportamento da alumina, nota-se nas amostras saprolitizadas da FSRQ

valores superiores a 25%, em contraste com os 15-18% no foid-sienito fresco. Estes teores

sugerem um enriquecimento supergênico favorecido pela meteorização das rochas com

precipitação de hidróxidos de Al e lixiviação da sílica do sistema. O mesmo ocorre para as

rochas feníticas (Figura 23). Vale destacar os estudos de Torres (2013) para outros corpos da

PASEBA, mais especificamente o batólito sienítico serra das araras, o qual apresenta teor de

29% em rocha fresca, ampliando o potencial mineral para alumínio naquele corpo, com

possibilidade de reconcentração intempérica muito superior a 30%.

No manto residual do FSRQ os processos intempéricos levam a um considerável

empobrecimento em CaO (de 2.1-4.3% em rocha fresca, para 0.2-0.4% no saprólito), MgO

(0.7-3.2% para 0.3-0.4%), P2O5 (0.30-1.58% para 0.03-0.09%), ou seja, os alteritos

empobrecem consideravelmente nestes elementos quando comparados aos teores originais

apresentados pela rocha sã. Nas rochas do FF e embasamento, apesar de haver uma leve

redução nestes elementos, o comportamento não é tão bem marcado. Em relação ao Fe2O3

Figura 20

t,

apenas uma amostra em particular (JT03), um saprólito do embasamento gnáissico, rico em

minerais máficos e de composição álcali-granitica, apresentou valor diferenciado (26%), e

bastante enriquecido em relação à média deste grupo (3.5-7.5%, ).

A análise do manto intempérico, é aplicada para as rochas do BSI e da encaixante,

onde foi possível notar no referido perfil do FSRQ o comportamento de alguns elementos,

dentre eles o cobre, indicando um enriquecimento tendo em vista a média ponderada de 11

ppm encontrada para os sienitos, e teor médio de 731 ppm para os seus alteritos, chegando a

alcançar valor de 1074 ppm (JT91 – tabela 2).

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

84

Figura 23: Diagrama binário com as médias aritiméticas de SiO2 e Al2O3

, para os fácies da

porção norte do BSI (E, FSRQ e FF), e dos seus respectivos saprólitos.

Figure 23: Binary plot with weighted arithmetic mean of SiO2 and Al2O3 values, for fresh

rocks and saprolites of BSI northern portion lithofacies (E, FSRQ and FF).

Similar ocorre com o Zr passando de uma média de 386 ppm para uma média 1040

ppm com a alteração dos sienitos, e passando de uma média de 411 ppm para 914 ppm com a

alteração dos fenitos. Analisando o comportamento do Ba, verifica-se que os maiores teores

hospedados no manto de alteração para as três fácies estudadas, em especial para o

embasamento (de uma média de 574 ppm em rocha fresca, para uma média de 2605 ppm nos

alteritos, alcançando até 3730 ppm), mas também para FF e FSRQ, chegando a alcançar

respectivamente 1583 e 1785 ppm, sugerindo assim, alta mobilidade nesta etapa do ciclo

geoquímico. Para FSRQ, nota-se uma anomalia positiva em Ba, bem como uma notória

concentração positiva de Nb atingindo aproximadamente 260 ppm, contrastando com a média

de 110 ppm para rocha fresca. Similar ocorre para a FF, onde os processos supergênicos

atuam com a capacidade de concentrar o Nb (180 ppm) quando comparado com a rocha sã

(JT87 – 60 ppm).

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

85

Para o manto intempérico da FF, nota-se uma anomalia positiva significante em Sr e

Cs, sugerindo ampla mobilidade destes elementos dentro do ciclo geoquímico, apresentando o

Sr um teor maior (431 ppm) que o protólito (12 ppm). Vale destacar o cobalto (Co)

intempérico do embasamento que alcança 235 ppm, em contraste com os baixos valores (0.6 a

2.6 ppm) encontrados para as demais amostras (Tabela 3).

3.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O estudo das rochas primárias e secundárias, submetidas aos processos atuantes nos

dois grandes ambientes geológicos (endógeno e exógeno) ao longo do tempo, foi estruturado

com base nos dados geoquímicos, petrográficos e mineraloquímicos. Foram investigadas as

relações entre as diferentes fases minerais presentes nestes litotipos além das possíveis

correlações com os fenômenos de intemperismo químico relacionados à formação de

ambientes favoráveis à mineralizações de elementos litófilos, metais raros e elementos terras

raras (ETR).

Do ponto de vista metalogenético, o embasamento teórico atual acerca das

mineralizações associadas a complexos alcalinos carbonatíticos foi o principal motivador para

esta pesquisa, buscando investigar o potencial atrelado às rochas da província alcalina do sul

do Estado da Bahia. Este incentivo foi ampliado com a constatação de que o modelo

metalogenético aplicado neste estudo passaria a ser pioneiro na região, caracterizada

predominantemente por litotipos subsaturados em sílica, o que favorece a meteorização do

material e amplia as possibilidades de enriquecimento supergênico associado, como foi

constatado nesta pesquisa para alguns elementos, em especial para o alumínio.

Os resultados obtidos a partir deste estudo se deram de forma restrita à porção norte do

batólito Itarantim, mas ampliam os horizontes de pesquisa mineral para outros corpos já

amostrados da província, a exemplo do Batólito Sienítico Serra das Araras, onde de acordo

com Torres (2013) apresenta ainda em rocha fresca, um teor de 29% para o Al2O3, sugerindo

um potencial supergênico superior a 30% (teor médio de corte da mina de alumínio explorada

pela empresa Rio Tinto Alcan, situada no município de Jaguaquara, Bahia). Assim como o

Al2O3, o Zr apresenta teores elevados (superiores a 5.000 ppm) dentro do maciço Itarantim,

como indicado por Rosa et. al. (2005). A caracterização da mobilidade geoquímica é de

fundamental importância no entendimento, sobretudo, dos processos supergênicos.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

86

Do ponto de vista petrológico, a caracterização feita a partir dos dados litoquímicos e

petrográficos das rochas frescas da região (sienitos e fenitos), apresentam-se de tendência

sódica compatível com os resultados publicados por Rosa et. al. (2005), Oliveira (2003),

Conceição et. al. (2009) e Nascimento (2012), e os fenitos são dominantemente ricos em

MgO. Destaca-se, o registro da magnetita titanífera associada ao FSRQ, implicando em um

indicativo de resfriamento lento no sistema magmático. Foram verificadas anamolias

negativas de Sr, Ti e P sugerindo fracionamento magmático, e anomalias positivas em Eu para

os sienitos, relacionando com a presença abundantes de plagioclásios e indicando a

substituição do Ca2+ com o Eu2+. A mesma compatibilidade de resultados foi observada para a

análise promovida para as rochas do embasamento gnáissico monzogranítico de filiação

potássica (Complexo Itapetinga), quando comparadas aos estudos de Paixão (2008), a qual

caracterizou geoquímica e petrograficamente, o referenciado Complexo nos municípios de

Potiraguá e Itarantim. Para estes litotipos foram verificados teores elevados de Cs, Rb e Ba

sugerindo substituições com o K na estrutura de feldspatos e biotitas. Nota-se que K2O e

Na2

3.5 CONCLUSÕES

O apresentam baixa flutuação no ciclo geoquímico, e a perda de álcalis marca o início da

alteração dos sienitos e fenitos.

Através das análises petrográficas e geoquímicas foi possível gerar resultados

atrelados aos aspectos petrogenéticos e metalogenéticos para as rochas alcalinas do sul da

Bahia. Os estudos petrográficos trouxeram uma parcela de contribuição considerável no

entendimento da evolução sob a qual esses corpos foram submetidos ao longo do tempo, bem

como associações relacionadas a ambientes geológicos distintos (endógeno/exógeno). A partir

da análise petrográfica das rochas sieníticas frescas, caracterizou-se uma assembleia mineral

composta predominantemente por feldspatos alcalinos e agregados de minerais máficos

sódicos, associado com a presença de magnetita titanífera, indicando um resfriamento lento

durante a cristalização. A fenitização trouxe à tona a cristalização de piroxênios

cálcico/sódicos tais como diopsídio, aegirina-augita, e a encaixante não afetada pela

fenitização foi classificada como hornblenda biotita gnaisse. Através da análise petrográfica

do saprólito, estudo pioneiro na região, constatou-se que os minerais primários começam a se

alterar a partir das descontinuidades dos cristais, tais como seus contatos. Os alteritos

oriundos de rochas alcalinas subsaturadas em sílica, evidenciam que entre os feldspatoides e

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

87 plagioclásios, existe uma diferença em termos de resistência, pois existem ainda fragmentos

preservados de plagioclásios, enquanto todos os feldspatoides já foram transformados em

fases sílico-aluminosas bem como caoliníticas e albíticas neoformadas. Sugere-se assim, uma

tendência a novas remobilizações no sistema, com lixiviação da sílica e cristalização

secundária de minerais aluminosos residuais secundários tais como a albita. A alteração da

hornblenda primária gera óxidos/hidróxidos de ferro, hematita e goethita, respectivamente.

Da mesma forma, os resultados obtidos a partir dos dados químicos nos permite

compreender de que forma os elementos se distribuem nestes materiais, e se reconcentram nas

etapas do ciclo geoquímico. As rochas do embasamento foram classificadas como de

tendência potássica, e os sienitos e fenitos de tendência sódica. Registros importantes indicam

a diferenciação magmática para os sienitos, que se reflete na fenitização da encaixante, a qual

pode ser constatada também tanto na química dos demais elementos – maiores, traços e terras

raras - como na petrografia, visto que esses elementos são, respectivamente, formadores e

fases acessórias dos minerais constituintes das rochas. Sendo assim, a FSRQ está associada a

um magmatismo primário com contribuição mantélica e pouca influência da crosta

continental, possuindo baixo teor em sílica, os quais são justificados, respectivamente, pela

caracterização de anomalias negativas em Ti, P e Sr, bem como sugere o fracionamento

magmático para o a intrusão sienítica do BSI. O segundo aspecto envolve o ambiente

supergênico, onde de acordo com os dados litogeoquímicos, notou-se que para todos os

litotipos avaliados há um decréscimo de SiO2 associado com uma notável redução no

conteúdo de álcalis (fresca >10%, saprólito 4-9%) à medida que a meteorização avança.

Destacam-se, sobretudo, valores elevados de Al2O3

(>26%) quando comparados aos

encontrados em rocha fresca dos sienitos e fenitos, apresentando um enriquecimento

supergênico considerável, ainda que fase inicial de alteração. Nota-se também um potencial,

ainda que em teores não economicamente viáveis, porém valores que sugerem que os

horizontes mais intemperizados e evoluídos da região, apresentem a tendência e potencial em

Nb e Cu para os sienitos saprolitizados, em Ba, Sr, Cs para os alteritos do fácies fenito, e em

Ba e Zr para o embasamento alterado.

Agradecimentos. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), pela concessão de bolsa de mestrado (ou financiamento do projeto) ao primeiro autor, o que possibilitou a realização desta pesquisa. Agradecemos ainda ao GPA (Grupo de Petrologia Aplicada a Pesquisa Mineral), a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral) e CPRM (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais) / Serviço Geológico do Brasil pelo apoio logístico, agradecemos ao LAMUME - Laboratório Multiusuário de Microscopia Eletrônica, do Instituto de Física Nuclear da UFBA pela utilização do MEV.

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

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CAPÍTULO 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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93

4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo das rochas alcalinas anorogênicas do extremo sul da PASEBA, foi baseado

na amostragem geológica de rochas frescas e saprolitizadas de sienitos, fenitos e granitos

gnaissificados do embasamento que circunda o batólito sienítico de Itarantim (Bahia),

buscando contribuir para o entendimento evolutivo dos processos magmáticos associados ao

tipo de ambiente no qual estes corpos estão inseridos, bem como ampliar os estudos que

visam à prospecção mineral através dos processos primários e secundários. Buscou-se levar

em consideração o comportamento dos elementos dentro do ciclo geoquímico, ou seja, desde

o processo primário de cristalização com a fenitização associada, até os processos secundários

resultando no manto de intemperismo destas rochas, onde este aspecto relaciona a distribuição

dos elementos nestas rochas, relacionando suas concentrações em rocha fresca e manto

intempérico, visando a potencialidade mineral relacionada aos processos supergênicos.

Para isto, se fez necessário a fundamentação teórica acerca dos processos petrológicos

e metalogenéticos envolvidos, bem como das ocorrências e dos depósitos minerais mais bem

estudados no Brasil e no mundo, facilitando a compreensão dos processos envolvidos na

cristalização magmática, avaliando o comportamento dos elementos litófilos/incompatíveis

neste magma, bem como a sua interação metassomática com as rochas encaixantes, além

ainda do seu comportamento quando submetido aos fatores exógenos.

Os principais autores que fundamentaram esta pesquisa foram responsáveis pela

publicação de livros na área da metalogênese, como é o caso do Laznicka (2006, 2010) e

Ribeiro et. al., (2014), bem como autores que se dedicaram à fundamentação petrogenética de

províncias Alcalinas no Brasil, como é o caso da Província Alcalina do sul do Estado da

Bahia estudada, sobretudo, por Conceição (1990), Conceição et. al. (2006, 2009, 2016), Rosa

et. al. (2002, 2003, 2004, 2005a, 2055b, 2007, 2012), Menezes (2005), Oliveira (2003, 2010),

Nascimento (2012), Torres (2013). Outro estudo relacionado com a petrogênese, bem como

metalogênese do ponto de vista hipogênico como supergênico, refere-se à Província Alcalino

– Carbonatítica Cretácica do Alto Paranaíba, que abrange os corpos Catalão I, Catalão II,

Salitre, Serra Negra, Tapira e Araxá, de acordo com estudos de Ribeiro et. al. (2014), Brod

(1999), Brod et. al. (2000, 2004).

No que se refere à parte logística da pesquisa, a mesma contou com apoio do CNPQ

(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) através da bolsa de

estudo, apoio da CBPM (Companhia Bahiana de Pesquisa Mineral) para a execução da

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94 expedição de campo cedendo veículo e motorista além do subsídio para a confecção de dados

litoquímicos e petrográficos, onde para este teve-se o apoio conjunto da CPRM (Companhia

de Pesquisa e Recursos Minerais) confeccionando algumas lâminas petrográficas. Sendo

assim, foram coletadas nesta expedição de campo (cinco dias de amostragem) um total de 26

amostras selecionadas, visando a pesquisa mineral através dos estudos petrográficos e

geoquímicos relacionados com a porção norte do Maciço Itarantim. A pesquisa também teve

apoio do LAMUME (Laboratório Multiusuário de Microscopia Eletrônica, do Instituto de

Física Nuclear da UFBA) pela utilização do MEV. Com a análise dos resultados obtidos, foi

planejada uma segunda expedição de campo, custeada integralmente pelo proponente da

pesquisa, em um total de dois dias de campo, a fim de complementar algumas amostragens

consideradas necessárias para a interpretação dos estudos petrográficos atrelados com o manto

intempérico.

O estudo das rochas primárias e secundárias submetidas ao longo do tempo, aos

processos imperantes nos dois grandes ambientes geológicos (endógeno e exógeno), foram

estudados à luz dos dados geoquímicos, petrográficos e mineraloquímicos, com a finalidade

de contribuir com a ampliação do atual estágio de conhecimento na formação, bem como

transformação das rochas, investigando as relações entre as diferentes fases minerais

presentes nestes litotipos ao tempo em que se correlaciona suas possíveis alterações

intempéricas à formação de ambientes favoráveis à mineralizações de elementos litófilos,

metais raros e elementos terras raras (ETR). Os resultados obtidos a partir dos dados químicos

nos permite compreender de que forma os elementos se distribuem nestes materiais, e se

reconcentram nas etapas do ciclo geoquímico. Da mesma forma, os resultados da

caracterização petrográfica trouxe uma parcela inicial na contribuição para o entendimento da

evolução sob a qual esses corpos foram submetidos ao longo do tempo, e em ambientes

geológicos distintos (endógeno/exógeno). Vale destacar a análise petrográfica, a qual se

tornou obstáculo que levou o proponente a se dedicar ainda mais na análise e possíveis

interpretações, visto que o contato direto com este tipo de rocha dentro da maioria das

Universidades do País se dá de forma restrita ou até mesmo ausente. Trata-se de minerais de

baixa ocorrência, de baixa popularidade e acesso, tanto em amostras de mão como em lâminas

petrográficas.

A partir daí, um longo caminho de dedicação para compreensão e caracterização

desses litotipos foi se dando de forma independente e motivadora, visto que ao mesmo tempo

em que sua correlação com a química ia se dando de forma complementar, auxiliando nas

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

95 interpretações. De maneira análoga, e ainda mais restrita, a busca por estudos destes litotipos

inteperizados, passou a ser um desafio ainda maior do que o relacionado com a análise das

rochas frescas. Esses resultados são ainda muito discretos na bibliografia em geral, e mais

ainda para a PASEBA onde essa análise passa a ser pioneira para a região, tanto do ponto de

vista litoquímico quanto petrográfico. Estes desafios de caracterização, somados com a

possibilidade real de alavancar a pesquisa mineral na PASEBA através do modelo

metalogenético proposto neste trabalho, passaram a ser os grandes propulsores do andamento

da pesquisa, bem como a partir da análise dos resultados obtidos, passam a ser objeto de

análise para o Maciço Itarantim, bem como para os demais corpos da Província Alcalina do

Sul da Bahia, a qual hoje é reconhecida apenas como um potencial para investimento e

extração de rochas ornamentais, conhecidas no mercado como o “Azul Bahia”, “Blue Bahia”

e “Cobalt Blue”, dada a ocorrência de sodalita azul nos sienitos sub-saturados em sílica da

região.

De acordo com as metodologias, justificativas e objetivas adotadas e expostas no

capítulo introdutório desta dissertação, as quais foram teoricamente embasadas ao longo do

segundo capítulo deste volume, é que foi possível idealizar um modelo com aplicação prática,

fundamentado através do estudo bibliográfico exposto ao longo da dissertação, a qual conta

com referências voltadas especificamente para o tema deste trabalho, a petrologia,

metalogênese e pesquisa mineral. Levando em consideração as dificuldades encontradas ao

longo deste pequeno espaço de tempo, somada com as limitações encontradas para se exercer

a pesquisa, acredita-se que tenham sido produzidos dados relevantes do ponto de vista

geoquímico e petrográfico relacionado aos ambientes endógeno e exógeno, bem como foram

gerados resultados satisfatórios do ponto de vista metalogenético, sobretudo para alumínio, o

qual pode alavancar a possibilidade de novos investimentos para produção de novos dados

cada vez mais refinados e voltados, sobretudo, para a pesquisa mineral.

Os resultados da amostragem geológica integrada tornaram para algumas ocorrências

decorrentes, possível fonte para um estudo mais aprofundado para todos os corpor alcalinos

da PASEBA, no que diz respeito às zonas de alteração intempérica e as camadas mais

desenvolvidas do solo, e não somente o estágio incial de saprolitização nem apenas a porção

norte do batólito sienítico de Itarantim, como foi o foco deste estudo. Ainda sobre o BSI, vale

registrar a possibilidade de elaboração de um estudo detalhado acerca da auréola fenítica deste

bloco possuir dimensões quilométricas e que de acordo com algumas amostragens, em nada

se diferenciava do embasamento cristalino (Complexo Itapetinga).

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

96

Outra sugestão de pesquisa mais aprofundada diz respeito às ocorrências de sulfeto

(pirita), que pode estar associada com uma mineralização magmática primária bem como

associada a fluidos magmáticos injetados para além do front orogenético Araçuaí, alcançando

os litotipos do interior do Cráton do São Francisco, bem como os metassedimentos da bacia

do rio Pardo, que bordeja a região situada no limite entre orógeno e escudo cristalino. Sugere-

se também um estudo mineraloquímico detalhado para as magnetitas titaníferas, bem como

para a mineralogia acessória, sobretudo àquelas presentes nas bordas de reações dos minerais

opacos, dos piroxênios e das biotitas Outro fator preponderante dado o contexto tectono-

estrutural cisalhante associado à região da PASEBA, onde duas grandes zonas de

cisalhamento (Zona de cisalhamento de Potiraguá e Zona de Cisalhamento Itabuna – Itajú do

Colônia) encontram-se instaladas e modelam a maioria dos corpos ígneos alcalinos da

província, e dessa forma também ampliam a possibilidade de estudos prospectivos do ponto

de vista mineral ao longo destas zonas, por serem caracterizadas por conduzir e remobilizar

fluidos magmáticos sin a tarde tectônicos.

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APÊNDICES

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98

APÊNDICE A

Justificativa da Participação dos Autores

Autor (a) Contribuição

José Diógenes Pereira Torres

Responsável pela execução da pesquisa,

obtenção dos dados, interpretação dos

resultados, participação nas discussões e

redação do artigo.

Débora Correia Rios

Orientadora da pesquisa com foco na

obtenção de grau de mestre em geologia

pelo proponente. Promoção de

aprendizado e confecção do artigo através

da devida orientação com discussões,

correções, avaliações, análise petrográfica,

análise litoquímica.

Pedro Marciel Garcia de Paula

Discussões e análises com interpretações

litoquímicas, petrográficas e

metalogenéticas. Vistoria de Campo.

Susane Silva Knuppel

Discussões e análises com interpretações

petrográficas, litoquímicas e

mineraloquímicas.

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99

APÊNDICE B

Tabela de Coordenadas dos Pontos Amostrados.

Amostra Symbol Color Nome de Campo Fácies Grau de

Alteração Latitude Longitude

JT96 4 1 Gnaisse E Fresca -15.66407 -4009080

JT02 4 1 Gnaisse E Fresca -1569525 -4006669

JT01 4 1 Gnaisse E Fresca -1569454 -4006749

JT83 4 1 Gnaisse E Fresca -1566876 -4009134

JT88 4 1 Gnaisse E Fresca -1569403 -4013985

JT87 4 1 Gnaisse E Fresca -1568225 -4012180

JT77 4 1 Gnaisse E Fresca -1571348 -4008366

JT03 8 1 Alterito E Saprólito -1569701 -4006586

JT82 8 1 Alterito E Saprólito -1566606 -4009015

JT102 17 1 Fenito FF Fresca -1569638 -4010378

JT35 17 1 Fenito FF Fresca -1569896 -4004928

JT43 17 1 Fenito FF Fresca -1573100 -4001048

JT41 17 1 Gnaisse FF Fresca -1572293 -4001102

JT101 17 1 Fenito FF Fresca -1569633 -4010425

JT79 17 1 Gnaisse FF Fresca -1571083 -4008364

JT05 2 1 Alterito FF Saprólito -1572781 -4008317

JT103 2 1 Alterito FF Saprólito -1569638 -4010378

JT36 2 1 Alterito FF Saprólito -1570089 -4004412

JT40 2 1 Alterito FF Saprólito -1571469 -4008784

JT07A 20 1 Milonito FSRQ Fresca -1574588 -40091900

JT07 20 1 Milonito FSRQ Fresca -1574588 -40091900

JT90 19 1 Sienito FSRQ Fresca -1573265 -4004328

JT010 19 1 Sienito FSRQ Fresca -1574701 -4008644

JT09 19 1 Sienito FSRQ Fresca -1574667 -4009252

JT12A 19 1 Sienito FSRQ Fresca -1575841 -4014448

JT012 1 1 Alterito FSRQ Saprólito -1575841 -4014448

JT91 1 1 Alterito FSRQ Saprólito -1573265 -4004328

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100

APÊNDICE C

Fichas de Descrições Petrográficas

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101

Ficha de Descrição

PETROGRÁFICA

Nº da Amostra / Laboratório

JT01

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No

JT01

de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

-15,694542 -40,067497 Folha Itarantim (1:100.000)

Nº do Ponto Referências do Ponto

01

Tipo Litológico Nome do Corpo

Embasamento Complexo Itapetinga

2- DADOS SOBRE A AMOSTRA

BRA LD LP Brita PO AMin AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X X X BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, Amin = Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS

Esta rocha apresenta como característica macroscópica, uma coloração em geral acizentada, textura

fanerítica fina a grossa. Nota-se um bandamento metamórfico composicional, constituídos por bandas

félsicas e máficas, onde para esta constata-se presença de cristais de biotita/muscovita e hornblenda

orientados, segundo a direção geral N230/50NW.

Como característica microscópica é caracterizada como uma rocha holocristalina fanerítica com

grãos variando de 0,1 a 1,5 mm, apresentando tamanho relativo inequigranular entre os cristais, que

traçam contatos irregulares entre si, devido a geometria dos mesmos ser predominante xenomórfica.

O litotipo apresenta textura granoblástica, em geral, tem-se relação inequigranular entre os grãos,

com granulação variando de fina a média, predominando cristais de plagioclásio seguido da

microclina, quartzo, biotita, moscovita, opacos.

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

102

4 - ANÁLISE MODAL

5 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Microclina: ocorre em volume modal aproximado de 30% da lâmina. Composta por cristais xenoblásticos a

subidioblásticos medindo entre 0,5 a 2 mm, resultando em uma relação inequigranular. Apresentam-se

geminados segundo a lei Albita-Periclina.

Quartzo: ocorre na forma de cristais xenoblásticos ocupando cerca de 20%, com grãos variando entre 0,2 e 3

mm, que por vezes apresentam extinção ondulante.

Plagioclásio: classificado como tipo labradorítico (teor de Anortita de 25%), segundo o método Michel-Lévy,

ocorrem como cristais xenoblásticos a subidioblásticos que compreendem cerca de 15% de todos os minerais

da lâmina. Seus grãos variam em tamanho de 0,3mm a 1,5mm, resultando em uma relação inequigranular.

Apresentam geminação albita, por vezes encontram-se com geminação em cunha, indicando ação mecânica na

sua formação. Muitas vezes encontram-se sericitizados evidenciando atuação de fluidos.

Biotita: encontra-se em geral associada aos minerais opacos, resultado de reação dos mesmos com os fluidos

potássicos. A biotita encontra-se na forma xenoblástica e seus grãos variam de 0,1 a 0,3mm.

Moscovita: presente predominantemente nos moscovita gnaisse, ocupando cerca de 17% composta por cristais

euédricos com dimensões variando de 0,2 a 4mm, resultando em uma relação inequigranular. Os cristais de

moscovita encontram-se orientados e compõem as bandas claras orientadas visíveis a olho nú, como em

lâmina.

Opacos: nota-se presença intermediária (cerca de 5%), os quais são formados por cristais subidioblásticos,

com granulação variando entre 0,1 e 2mm, resultando em uma relação inequigranular.

6 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA

Anfibolito

7– NOME DA ROCHA

Hornblenda Biotita Ortognaisse

Local Data de elaboração Data da última revisão Analista

Itarantim,BA 01/03/2016 15/09/2016 José Torres

Fenocristais (X%) % Plagioclásio 45 Quartzo 20 Labradorita 15 Moscovita 15 Hornblenda 10 Biotita 5

Matriz (Y%) % Opaco 5

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103

Ficha de Descrição

PETROGRÁFICA

Nº da Amostra /

Laboratório

JT05

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No

de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

JT05 -15,75842 -40,14449

Folha Itarantim (1:100.000)

Nº do Ponto Referências do Ponto

05

Tipo Litológico Nome do Corpo

SAPRÓLITO BATÓLITO ITARANTIM (SAPRÓLITO DESENVOLVIDO SOBRE O FÁCIES

FENITO)

2- DADOS SOBRE A AMOSTRA

BRA LD LP Brita PO AMi

n

AQ

M

AQM

e ETR

Rb/S

r Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X X X BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, Amin = Análise de Minerais, AQM= Análise

Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS

O saprólito é caracterizado pela alteração parcial da maioria dos minerais. A rocha apresenta-se ainda

compacta, porém com maior porosidade e menor densidade aparente. Os feldspatos estão em

avançado estágio de decomposição, e são os primeiros a serem intemperizados juntamente com a

muscovita e biotita.

4 - ANÁLISE MODAL

Fenocristais (X%) % Plagioclásio 30 Caolinita 15 Biotita 5 Quartzo 5

Matriz (Y%) % Porosidade 8 Hematita 20 Goethita 10 Opaco 5 Gibsita 2

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104 5 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

O Plagioclásio (Ortoclásio) O ortoclásio apresenta textura de exsolução com lamelas de albita-

oligoclásio no ortoclásio pertítico, indicando uma fase de resfriamento associada. Foi observada a

modificação progressiva no retículo cristalino e nas propriedades ópticas, destruindo a geminação até

o total desaparecimento sendo substituída por caolinita.

A Gibsita Apresenta-se como resultado da alteração indireta dos plagioclásios, e direta das

caolinitas. Os grãos encontram-se no contatos intertíciais, nos planos de clivagem, e demais

descontinuidades dos grãos dos minerais primários. Nestas superfícies ocorrem a ferruginização

proveniente da alteração dos cristais de biotita.

A Biotita encontra-se desestabilizada, formando complexos ferruginosos compostos de hematita e

goethita. Da mesma forma como a muscovita e o plagiocláio, a biotita evolui para caolinita, em geral

pseudomórfica e mantendo-se estável nas condições presentes.

O Quartzo apresentam-se com birrefrgência elevada. Os minerais apresentam-se na forma de cristais

anédricos a subédricos, com dimensões variando entre 0,2 a 1mm. Exibe extinção ondulante.O

quartzo sofre alguma dissolução ou corrosão, pela intensa atuação dos agentes do intemperismo.

Nota-se o aumeto do número de grãos trincados e corroídos, no entanto ele permanece inalterado,

permitindo, por vezes, o preenchimento dessas descontinuidades por material ferruginoso.

6 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA

7– NOME DA ROCHA

Saprólito

Local Data de

elaboração

Data da última revisão Analista

Itarantim,BA. 01/03/2016 13/07/2016 José Torres

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

105

Ficha de Descrição

PETROGRÁFICA

Nº da Amostra /

Laboratório

JT09

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No

de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

JT09 -15,74667 -40,09252

Folha Itarantim (1:100.000)

Nº do Ponto Referências do Ponto

09

Tipo Litológico Nome do Corpo

SIENITO BATÓLITO ITARANTIM (FÁCIES SIENITO RANCHO QUEIMADO)

2- DADOS SOBRE A AMOSTRA

BRA LD LP Brita PO AMi

n

AQ

M

AQM

e ETR

Rb/S

r Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X X X X BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, Amin = Análise de Minerais, AQM= Análise

Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS

Rocha plutônica isotrópica porfirítica apresentando textura compacta indicativa de resfriamento

lento, desenvolvendo cristais de feldspato, piroxênio, anfibólio, biotita, plagioclásio. Litotipo

holocristalino inequigranular megaporfirítico hipidiomórfico.

4 - ANÁLISE MODAL

Fenocristais (X%) % Microclina 60% Albita 15% Hornblenda 5% Egirina / Augita 7% Biotita 5%

Matriz (Y%) % Nefelina 5% Magnetita 5% Apatita 3%

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

106 5 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Feldspato Alcalino.: Correspondete a 60%dos minerais da lâmina e composto por grãos subhedrais

megaporfirítica com grãos cerca de 4cm. Sua geminação em geral albítica, encontra-se por vezes

difusa, dada percolação de fluidos. A albita é constituída, em geral, por cristais subédricos com

tamanhos variando de 0,2 a 2mm, resultando em uma relação inequigranular entre os grãos, que em

suma, apresentam contatos retos entre si e entre opacos e biotitas. Apresenta geminação tipo albita.

Por vezes, os minerais encontram-se sericitizados, dado a atuação de fluidos.

Hornblenda: Corresponde a 20% dos minerais da lâmina, e comumente associada ao agregado de

opacos,piroxênios e biotitas, sendo resultado provável da reação do piroxênio.

Egirina-augita: Corresponde a cerca de 5% dos minerais da lâmina, e comumente com inclusões de

opacos. Altera-se para anfibólio devido percolação de fluidos.

Nefelina: Encontra-se em geral subedrica, ocupando interstícios dos feldspatos alcalinos, referente

portanto a uma fase tardia no evento primário de cristalização.

Biotita: ocorre associada como resultado de transformação dos piroxênios, e sendo portanto a série

final da cadeia de reação, sendo resultado da transformação dos anfibólios. Os minerais apresentam-

se sob a forma de minerais euédricos a subédricos com tamanho dos cristais entre 0,2 a 1,7mm.

Encontram-se orientadas e espaçadas em bandas, com coloração marron.

Magnetita:

Apatita: Ocorre comumente em toda lâmina, inclusas tanto nos feldspatos alcalinos, como nos

agregados(py-anf-biot-opaco). Em geral encontra-se com grãos anédricos a subédricos, e corresponde

a fase inicial de cristalização da rocha.

A magnetita titanífera apresenta-se comumente euédrica a subédrica com grãos variando

entre 0,1 a 0,2 mm.Comumente associada com os aglomerados máficos, a magnetita foi classificada

como do tipo titanífera, e apresenta exsolução de ilmenita, identificado á luz do microscópio

eletrônico de varredura.

6 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA

-

7– NOME DA ROCHA

Aegirina- Nefelina Sienito

Local Data de elaboração Data da última revisão Analista

Itarantim,BA. 01/03/2016 18/07/2016 José Torres

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

107

Ficha de Descrição

PETROGRÁFICA

Nº da Amostra /

Laboratório

JT010

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No

de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

JT010 -15,74701 -40,08644

Folha Itarantim (1:100.000)

Nº do Ponto Referências do Ponto

010

Tipo Litológico Nome do Corpo

SIENITO BATÓLITO ITARANTIM (FÁCIES SIENITO RANCHO QUEIMADO)

2- DADOS SOBRE A AMOSTRA

BRA LD LP Brita PO AMi

n

AQ

M

AQM

e ETR

Rb/S

r Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

x X X X X X BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, Amin = Análise de Minerais, AQM= Análise

Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS

Macroscopicamente trata-se de uma rocha plutônica compacta (resfriamento lento), de coloração

cinza amarronzada (Feldspato alcalino) com aglomerados de minerais máficos. Corresponde a um

litotipo holocristalino fanerítico com textura grossa. O corpo é cortado por vênulas (espessura 1 a

2mm) de material esbranquiçado, constatado neste estudo como nefelina. Microscopicamente, é uma

litotipo holocristalino inequigranular megaporfirítico hipidiomórfico.

4 - ANÁLISE MODAL

Fenocristais (X%) % Feldspato Alcalino 60 Hornblenda 15 Biotita 10 Clinopiroxinêio 5

Matriz (Y%) % Carbonato 2 Magnetita 5 Apatita 3

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108 5 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA Felds. Alc.: Corresponde a 60%da assembleia mineral, é composto por grãos euhédricos a subédricos com

tamanho cerca de 10mm. Sua geminação em geral é do tipo albíta e albita-periclina, encontra-se por vezes

difusa, dada percolação de fluidos. Os feldspatos, por vezes, apresentam estruturas em flâmulas, indicativo de

exsolução. Os contatos entre os grãos em geral são retos entre os feldspatos, biotitas como também com os

opacos, que por vezes apresentam contatos interlobados.

Hornblenda: Corresponde a 20% dos minerais da lâmina, e comumente associada ao agregado de

opacos,piroxênios e biotitas, sendo resultado provável da reação do piroxênio. Em dimensão, os grãos

subhédricos a anédricos variam de 1mm a1,7mm. Associada com a assembleia de minerais máficos,

comumente com inclusões de apatita, e associadas aos clinopiroxênios.

Clinopiroxênio: Apresenta coloração verde acastanhada a verde escura, forte absorção, ângulo de extinção

cerca de 11° a média, e sinal de elongação negativa. Identificado como aegirina-augita, corresponde a cerca de

5% dos minerais da lâmina, ocorrendo como grãos subédricos a anédricos associados com opacos, e

apresentando reações de alteração para Hornblenda e carbonato, dada a atividade magmática hidrotermal

tardia. Apresentam alta cor de interferência, e é um dos principais constituintes da assembleia de minerais

máficos.Corresponde a cerca de 5% dos minerais da lâmina, e comumente com inclusões de opacos.

Apresenta borda de reação alterando-se para anfibólio

Nefelina: Encontra-se em ocupando interstícios dos feldspatos alcalinos formando contatos regulares.

Referente ,portanto a uma fase tardia no evento primário de cristalização. Seus grãos em geral são de 0,6mm.

Biotita: ocorre associada como resultado de transformação dos piroxênios, e sendo portanto a série final da

cadeia de reação, sendo resultado da transformação dos anfibólios.

Magnetita:

Apatita: Ocorre comumente inclusas nos agregados(py-anf-biot-opaco), sobretudo aos opacos, indicando ser

da fase incial de cristalização da rocha. Os minerais apresentam-se euheédricos a subédricos.

A magnetita titanífera apresenta-se comumente euédrica a subédrica com grãos variando entre 0,1

a 0,2 mm.Comumente associada com os aglomerados máficos, a magnetita foi classificada como do tipo

titanífera, e apresenta exsolução de ilmenita, identificado á luz do microscópio eletrônico de varredura.

6 – GRAU METAMÓRFICO/FÁCIES METAMÓRFICA

7– NOME DA ROCHA

Biotita Nefelina Sienito

Local Data de elaboração Data da última revisão Analista

Itarantim, BA. 01/03/2016 02/08/2016 José Torres

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109

Ficha de Descrição

PETROGRÁFICA

Nº da Amostra /

Laboratório

JT91

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No

de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

JT91 -15,72781 -40,08318

Folha Itarantim (1:100.000)

Nº do Ponto Referências do Ponto

09#

Tipo Litológico Nome do Corpo

Saprólito

(Sienito)

BATÓLITO ITARANTIM

(SAPRÓLITO DESENVOLVIDO SOBRE O FÁCIES SIENITO)

2- DADOS SOBRE A AMOSTRA BRA LD LP Brita PO AMin AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X X X BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, Amin = Análise de Minerais, AQM= Análise

Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS

Saprólito friável coletado in situ, dentro de um perfil de alteração local e autóctone, é caracterizado por ainda preservar os alinhamentos dos cristais de feldspato (fluxo magmático) das rochas sieníticas. Destaca-se nesta análise para os argilominerais secundários e resultantes da meteorização dos minerais primários constituintes. Os grãos analisados apresentam baixa esfericidade, arredondamento angular a sub-angular, Foram identificados em lâminas uma assembleia mineral formada por minerais primários (plagioclásio) e secundários (goethita, hematita, gibbsita, caolinita, substância sílico amorfa). 4 - ANÁLISE MODAL

Fenocristais (X%) %

Plagioclásio 45

Hornblenda 10

Matriz (Y%) % Hematita 10 Goethita 10 Porosidade 10 Sìlica Amorfa 5 Opacos 5 Caolinita 3 Gibbsita 2

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110

5 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Plagioclásio: Os minerais de plagioclásio, preservam ainda algumas de suas geminações mais

importantes (Albita, Carls Bard), sendo fundamental na identificação do grão. As cores de

interferência encontra-se mascaradas, bem como as características primárias marcantes, esses minerais

encontram-se alterados, fraturados e cominuídos, além de possivelmente recoberto por alguma solução

homogênea, a qual por sua vez não foi capaz nesta fase de mascarar/alterar o grão por completo.

Ocorre sob a forma de crosta, associada principalmente com substâncias sílicosas secundárias, como

reação de minerais primários como nefelina.

Hornblenda: A hornblenda é alterada deixando um resíduo ferruginoso, alternando entre hematita e

goethita

Caolinita: Microcristalina, Intragranular secundário, substituindo plagioclásio e feldspatóide, e em

menor frequência a biotita.

Substância Silico-Amorfa: Resultado da dissolução dos minerais primários (plagioclásio e

feldspatóide).

Gibsita: Ocorre como mineral secundário oriundo da dissolução dos feldspatóides, sendo o estágio

final da evolução após passar por caolinita/substância silico aluminosa amorfa, até formar a gibbsita

em pequena escala.

Goethita: Resultado da alteração da hornblenda e biotita, ocupando os intertícios dos grãos

dissolvidos.

Hematita: Resultado da alteração da hornblenda e biotita, ocupando os interstícios dos grãos

dissolvidos, juntamente com a goethita.

7– NOME DA ROCHA

Saprólito

Local Data de elaboração Data da última revisão Analista

Itarantim, BA 01/03/2016 23/07/2016 José Torres

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111

Ficha de Descrição

PETROGRÁFICA

Nº da Amostra /

Laboratório

JT79

1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO

No

de Campo Latitude Longitude Nome da Folha Geográfica (IBGE)

JT079 -15,71083 -40,08364

Folha Itarantim (1:100.000)

Nº do Ponto Referências do Ponto

079

Tipo Litológico Nome do Corpo

FENITO

BATÓLITO ITARANTIM (FÁCIES FENITO)

2- DADOS SOBRE A AMOSTRA

BRA LD LP Brita PO AMi

n

AQ

M

AQM

e ETR

Rb/S

r Sm/Nd Pb/Pb U/Pb SP

X X X X X BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, Amin = Análise de Minerais, AQM= Análise

Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP=

Separação de Minerais

3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS

Litotipo caracterizado por aspectos aparentemente similares ao embasamento gnáissico, mas a

ocorrência do diopsídio constatada em lâmina, foi interpretado como parcela de contribuição no

processo de fenitização.

4 - ANÁLISE MODAL

Fenocristais (X%) % Oligoclásio 50 Quartzo 30 Albita 7

Matriz (Y%) % Biotita 5 Diopsidio 5 Ilmenita 3

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112 5 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

O Oligoclásio (An = 13%) é caracterizado por cristais anédricos a subédricos com tamanho variando

entre 0,2 a 4mm. O oligoclásio é pertítico, e os indivíduos geminados seguem a lei albita – periclina,

e apresenta texturas de exsolução em formas de flâmulas para os fenitos mais próximos aos sienitos.

Os contatos entre os grãos em geral são retos entre os feldspatos, biotitas como também com os

opacos, que por vezes apresentam contatos interlobados.

A Albita é caracterizada por grãos subédricos e tamanho variando de 0,2 a 2mm, resultando em uma

relação inequigranular entre os grãos, que em suma, apresentam contatos retos entre si e entre opacos

e biotitas. Os grãos geminados seguem a lei albita. Por vezes, os minerais encontram-se sericitizados,

indicando atuação de fluidos.

A Biotita apresenta as primeiras transformações causadas pelo intemperismo e são caracterizadas por

uma baixa birrefrigência, interferências nas propriedades ópticas e aparecimento de extinção

ondulante. Suas lamelas apresentam-se deformadas e segregadas abrindo espaços que são ocupados

por materiais não identificáveis, como também deixando poros sem preenchimento. Neste espaços,

principalmente, se transformam por degradação, favorecendo a formação de argilo minerais como

hematita e por vezes caolinita apresenta-se sob a forma de minerais euédricos a subédricos com

tamanho dos cristais entre 0,2 a 1,7mm e coloração amarronzada. Para os fenitos mais próximos ao

embasamento a orientação é bem marcada, diferentemente dos fenitos próximos aos sienitos, onde o

litotipo se aproxima da anisotropia.

O quartzo apresenta-se na forma de cristais anédricos, com dimensões variando entre 0,2 a 1mm.

Exibe extinção ondulante e o contato com outros grãos se dá de forma irregular interlobado.

O diopsídio possui baixo pleocroísmo e birrefrigência, resultando em um verde claro em luz plana.

Os grãos são anédricos e apresentam tamanhos variando de 0,4 a 1,5 mm, predominando cristais com

cerca de 0,7 mm. Apresenta contatos irregulares com albita, oligoclásio, biotita e ilmenita.

A ilmenita é euédrica, e apresenta tamanho em torno de 0,1mm e encontra-se associada com com a

biotita, o quartzo e entre os grãos de oligoclásio. Os contatos são interlobados em todos os contatos.

7– NOME DA ROCHA

Saprólito

Local Data de elaboração Data da última revisão Analista

Itarantim,BA 01/03/2016 21/09/2016 José Torres

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ANEXOS

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114

ANEXO A

Regras de Formatação da Revista Pesquisa em geociências da UFRGS

Instruções aos Autores

Os manuscritos devem ser cuidadosamente preparados pelos autores observando as

instruções aqui apresentadas. Um modelo de documento (template) está disponível para

acesso no sítio da revista e utilização como padrão na confecção do arquivo de texto,

incluindo quadros e tabelas.

Considerações gerais

Os manuscritos devem ter temática relacionada às Geociências, conforme tabelas de

áreas de conhecimento do CNPq e da CAPES.

Os manuscritos devem estar em consonância com os códigos de nomenclatura

estratigráfica, zoológica e/ou botânica (nos casos dos manuscritos em paleontologia), bem

como devidamente redigidos observando as normas de redação da língua mãe.

Língua

Línguas aceitas para submissão e publicação: português, espanhol ou inglês.

Textos e ilustrações devem ser preparados em uma só língua.

Manuscritos redigidos em português: além do resumo, devem conter abstract.

Manuscritos redigidos em espanhol: além do resumen, devem conter abstract.

Manuscritos redigidos em inglês: além do abstract, devem conter resumo. Conservar a

homogeneização da língua inglesa no formato americano ou britânico.

Termos não traduzidos de outra língua, distinta daquela a que se refere o manuscrito,

devem constar em itálico.

Forma de submissão

Cada manuscrito deve ser submetido na forma de um arquivo pdf (Portable Document

Format) utilizando o endereço eletrônico [email protected].

Na submissão, o autor correspondente deverá anexar uma carta endereçada ao Editor

Chefe declarando que (i) o trabalho não foi publicado anteriormente (exceto na forma de um

resumo ou como parte de uma palestra ou de um trabalho de conclusão de curso, tese ou

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115 dissertação); (ii) o trabalho não está sendo avaliado para publicação em outro órgão de

divulgação; (iii) todas as informações apresentadas no manuscrito são de responsabilidade do

autor correspondente, bem como dos demais coautores, se houver; e, (iv) se aceito, não será

publicado na mesma forma por outro meio. Sugere-se redigir a carta, assinar, digitalizar em

formato pdf, e anexar à mensagem juntamente com o arquivo pdf do manuscrito.

Na carta de encaminhamento, o autor correspondente deve sugerir até três nomes de

pesquisadores relacionados à temática do manuscrito submetido para atuação, se necessário,

como examinador ad doc. As indicações devem contemplar pesquisadores com grau de

doutor, e que não estejam vinculados à(s) instituição(ões) do(s) autor(es). Os nomes devem

ser acompanhados de e-mail, instituição com endereço completo para correspondência.

Formatação

1. Cada manuscrito pode conter um total de até 40 páginas, incluindo referências,

ilustrações e apêndices (quando houver). Páginas excedentes poderão ser

publicadas mediante consulta prévia.

2. Utilizar o software Microsoft Word para produção do texto, com todas as margens

ajustadas em 2,5 cm, espaço 1,5 entre linhas, fonte Times New Roman. Manter a

formatação do texto o mais simples possível.

3. Todas as páginas do texto devem ser sequencialmente numeradas na margem

superior direita.

4. As linhas devem estar numeradas de modo contínuo do início ao fim do texto.

5. Título do trabalho: alinhado à esquerda, em negrito, fonte tamanho 14.

Manuscritos redigidos em português ou espanhol deverão ter o título vertido para

língua inglesa e posicionados logo abaixo do título original em uma nova linha.

Manuscritos em inglês deverão ter o título vertido para a língua portuguesa,

também posicionado abaixo do título original.

6. Nome dos autores: tamanho 12, com a margem alinhada à esquerda, escritos em

sequência, separados por vírgulas e “&”; o último sobrenome de cada autor deverá

ser escrito em caixa alta; exemplo: Carla Amaral RITTER1, Pedro Luiz

MENDONÇA1,2 & Adam SMITH3 (os números sobrescritos referem-se aos

vínculos institucionais explicitados a seguir).

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116

7. Vínculo institucional dos autores: fonte 11, alinhado à esquerda, espaço simples

(1), segunda linha com deslocamento da segunda linha em 0,63 cm; adaptar

estritamente conforme os exemplos que seguem; não utilizar abreviações nos

nomes das instituições.

(1) Programa de Pós-graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade

Federal do Rio Grande do Sul. Av. Bento Gonçalves, 9.500, CEP 91.540-000, Porto Alegre,

Brasil. E-mail: xxxx@xxx.

(2) Centro de Ciência do Sistema Terrestre, Instituto Nacional de Pesquisa Espacial. Av.

dos Astronautas, 1.758, CEP 12.227-010, São José dos Campos, SP, Brasil. E-mail:

xxxx@xxx, yyyy@yyyy.

1. Resumo, resumen e abstract: devem abordar de forma clara e concisa a

problemática, os objetivos, os métodos, os resultados e as conclusões, nesta ordem;

comportar até 20 linhas, em fonte 11, parágrafo único (recuo de 1 cm à direita e à

esquerda), espaço entre linhas simples, sem citações bibliográficas.

2. Palavras-chave (para manuscritos em português e inglês), Palabras clave

(manuscritos em espanhol) e Keywords (manuscritos em português, espanhol e

inglês): lista de até seis termos, separados por vírgula, fonte 11, espaço entre linhas

simples, recuo de 1 cm à direita e à esquerda; não utilizar termos já descritos no

título.

3. Organizar o texto nas seguintes seções: 1 Introdução; 2 Área; material e métodos

(inserir nesta seção informações sobre o estado de arte: p. ex. caracterização

geológica, estratigráfica, fundamentação teórica); 3 Resultados; 4 Discussão dos

resultados; 5 Conclusões; Agradecimentos (opcional); e Referências bibliográficas.

Em manuscritos com características particulares, formas distintas de divisão

poderão ser aceitas, mediante consulta prévia.

4. Todo o texto, a partir da seção 1 Introdução (excetuando-se os

agradecimentos),deve ser confeccionado em fonte 12, justificado, com primeira

linha de cada parágrafo com recuo do lado esquerdo de 1,25 cm.

5. Os títulos das seções deverão constar ordenadamente com algarismos arábicos, em

negrito, alinhados à esquerda, sem recuo, fonte 12.

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

117

6. Os subtítulos devem ser ordenados com algarismos arábicos, alinhados à esquerda,

sem recuo, em itálico (p. ex.: 2.1 Localização da área, 2.2 Estratigrafia, 2.3

Métodos), assim sucessivamente, até a terceira ordem (p. ex.: 3.2.1), fonte 12.

7. Agradecimentos: sem numeração, fonte 11, espaço simples entre linhas, alinhado à

esquerda, sem recuo, incluindo, quando cabíveis, números de projetos/processos,

agências de fomento, esclarecimento sobre a relação do manuscrito como parte

constituinte de dissertações ou teses de doutoramento etc. Os autores não devem

fazer agradecimentos às suas próprias instituições.

8. As ilustrações (coloridas ou preto e branco) devem ser inseridas no arquivo

Microsoft Word, para conversão em pdf, na posição desejada, centralizadas, com a

respectiva legenda na posição superior (no caso de tabelas e quadros) ou inferior

(figuras). A primeira citação de uma ilustração no texto deve ser feita antes de sua

inserção. Ordenar as ilustrações de modo fluido, de modo a facilitar a leitura do

texto e sua posterior e imediata visualização.

9. Materiais suplementares vinculados ao manuscrito (tais como mapas e figuras em

formatos distintos, listas, tabelas com dados detalhados) poderão ser publicados

somente na forma online.

10. Recomendações gerais sobre a formatação: (i) não usar hifenização no processador

de texto; (ii) usar negrito, itálico, subscrito, sobrescrito etc., somente quando

pertinente; (iii) não importar tabelas e equações de programas gráficos (use o

processador de texto para criá-las); (iv) não utilizar notas de rodapé; (v) utilizar

sempre os símbolos internacionais de medidas ao invés dos nomes completos (p.

ex.: 7 m ao invés de 7 metros).

Ilustrações

1. Ilustrações: figuras, tabelas e quadros são considerados ilustrações.

2. Figuras: são ilustrações gráficas, imagens fotográficas ou fotomicrográficas, com

extensão jpg, ou jpeg, ou tiff; em resolução compatível para publicação (mínima

de 300 dpi).

3. Tabelas: compreendem ilustrações que armazenam informações numéricas,

construídas com bordas laterais abertas; não devem ultrapassar uma página em

extensão; editadas em Word ou Excel.

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118

4. Quadros: são ilustrações contendo elementos textuais, construídos com bordas

fechadas; não devem ultrapassar uma página em extensão; editados em Word ou

Excel.

5. Em casos excepcionais, apêndices poderão compor o manuscrito, alocados após as

referências.

6. Numeração das ilustrações: o número das figuras, tabelas e quadros é independente

(p. ex.: figura 1, figura 2, quadro 1, quadro 2, tabela 1), constituindo numeração e

ordenamento próprios para cada tipo de ilustração, de forma sequencial.

7. Para figuras compostas (contendo várias partes), cada subdivisão deve ser indicada

por letras maiúsculas (p. ex.: figura 7A, 7B), no canto superior esquerdo, em

tamanho de fonte não maior que 14.

8. No texto, as ilustrações deverão ser citadas conforme os exemplos apresentados:

“A coluna estratigráfica do intervalo estudado é apresentada na figura 5.”

“Dos táxons registrados, somente G. occidentalis (Figura. 7A) e G. obovata (Figura. 7B e C)

correspondem….”

“As características pluviométricas da área estão listadas, por município, no quadro 2,

enquanto os valores das temperaturas médias e precipitação são presentados separadamente

(Tab. 3 e 4).’’

1. Todas as ilustrações devem ser preparadas e inseridas no texto de modo a não

necessitar ampliações ou reduções, com legibilidade e dimensões compatíveis a

uma largura máxima de 8 ou 16,5 cm (para uma coluna ou para a largura da

página, respectivamente) e altura máxima de 24 cm, considerando o uso

econômico dos espaços disponíveis. Evitar espaços internos em branco.

2. Ilustrações coloridas poderão ser publicadas na versão eletrônica da revista, desde

que a mesma seja apresentada também na versão em preto e branco, com conteúdo

equivalente para publicação na versão impressa. No caso de utilização de

gradientes de cor (ex. tons de cinza), garantir que os tons escolhidos sejam

discerníveis no formato eletrônico e impresso.

3. Legendas dos manuscritos redigidos em português: todas as legendas das

ilustrações devem vir acompanhadas de sua versão integral na língua inglesa.

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119

4. Legendas dos manuscritos redigidos em espanhol: todas as respectivas legendas

das ilustrações devem vir acompanhadas de sua versão integral na língua inglesa.

5. Legendas dos manuscritos redigidos em inglês: todas as respectivas legendas das

ilustrações devem vir acompanhadas de sua versão integral na língua portuguesa.

6. Nos casos de figuras compostas, organizar a legenda tal como exemplificado a

seguir.

Figura 1. Mapa de localização. A) Bacia de Campos; B) Localização da área de mapeamento

(polígono azul).

Figure 1. Location map. A) Campos Basin; B) Location of mapping area (blue polygon).

1. Recomendações adicionais: (i) não usar qualquer tipo de arquivo otimizado para

tela (tais como GIF, BMP, PICT, WPG); (ii) molduras das figuras devem ter

espessura compatível com os caracteres internos; (iii) escalas gráficas devem ser

expressas nas áreas das ilustrações; (iv) todos os símbolos devem ser explicados

convenientemente nas legendas gráficas (dentro da figura) ou na legenda textual;

(v) os menores símbolos ou letras devem ter uma altura mínima de 1 mm); (vi)

sugere-se o uso da fonte Arial narrow para as ilustrações; (vii) no modelo de

documento disponível no sítio da revista é apresentada uma tabela e um quadro,

rigorosamente preparados conforme o padrão da revista.

2. Cada mapa ou imagem de localização deve comportar: seta Norte; escala de barra

em quilômetros (km) ou metros (m); grade/malha e informação do sistema de

coordenadas; fuso; datum.

Referências bibliográficas

1. Ao longo do texto e nas legendas, as citações devem seguir os formatos dos

seguintes exemplos: Santos (1970), Smith & McGregor (1956), Lange (1947a,

1947b), e para três ou mais autores: Lange et al. (1951). Quando entre parênteses,

referenciar os vários artigos primeiramente em ordem cronológica e, como

segundo critério, em ordem alfabética, conforme os seguintes exemplos: (Lange,

1947a, 1947b; Lange et al., 1951; Smith & McGregor, 1956; Axel, 1970; Smith,

1970).

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120

2. O emprego do termo apud como recurso à citação de obras não consultadas

diretamente pelo autor é desencorajado, salvo em casos excepcionais.

3. As referências devem ser listadas ao final do texto, separadas entre si por um

espaço simples, ordenadas em alfabeticamente pelo sobrenome do primeiro autor,

seguido dos demais autores, conforme, criteriosamente, os exemplos fornecidos.

4. Formatar o parágrafo com recuo especial (deslocamento) de 1 cm.

Livros:

Passchier, C.W., Myers, J.S. & Kroner, A. 1990. Field geology of high-grade gneiss terrains.

Berlin, Springer-Verlag, 150p.

Capítulos de livro:

Brown, G.C. 1982. Calc-alcaline intrusive rocks: their diversity, evolution and relation to

volcanic arcs. In: Thorpe, R.S. (Ed.). Andesites: orogenic andesites and related rocks.

London, John Wiley, p. 437-460.

Artigos em periódicos:

Andrés, M.F. 2008. Modelización del flujo em acuífero confinado sin discretización temporal.

Boletín Geológico y Minero, 119(2): 273-282.

Russo, R.W. 1997. Facies and facies models. Palaeogeography, Palaeoclimatology,

Palaeoecology, 256(3/4): 7-34.

Russo, R.W. & Silver, P.J. 1996. Cordillera formation, mantle dynamics, and the Wilson

cycle. Geology, 24(1): 5-35.

Russo, R.W., Silver, P.J. & Ramos, V. 1994. Fluvial responses to climate and sea-level

change: a review and look forward. Sedimentology, 33(supl.): 4-27.

Sommer, F.W. 1959. Introdução ao estudo sistemático dos gêneros paleozóicos de esporos

dispersos. II - Pollenites. Boletim do Departamento Nacional da Produção Mineral, Divisão

de Geologia e Mineralogia, 197: 5-91.

Trabalhos publicados em anais de eventos:

Schneider, R.L., Mühlmann, H., Tommasi, E., Medeiros, R.A., Daemon, R.F. & Nogueira,

A.A. 1974. Revisão Estratigráfica da Bacia do Paraná. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

GEOLOGIA, 28., 1974, Porto Alegre. Anais… Porto Alegre, SBG, v. 1, p. 41-66.

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121

Trabalhos acadêmicos:

Macedo, F.P. 1982. Petrologia do complexo granítico de São Gabriel, RS. Porto Alegre, 193p.

Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Geociências, Instituto de Geociências,

Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Massoli, M. 1991. Relação entre o embasamento cristalino e os sedimentos basais do

Subgrupo Itararé na região de Salto de Pirapora, SP. São Paulo, 94p. Dissertação de

Mestrado, Programa de Pós-graduação em Geologia Sedimentar, Instituto de Geociências,

Universidade de São Paulo.

Silva, W.G. 2008. Bioestratigrafia e variações relativas do nível do mar na Planície Costeira

do Rio Grande do Sul: estudo da seção neogênica/quaternária do poço 2-CA-1-RS com base

em registros palinológicos. Porto Alegre, 84p. Monografia de Conclusão de Curso, Curso de

Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Relatórios internos e outras produções institucionais:

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2004. Vocabulário básico de recursos

minerais e meio ambiente. 2a. ed., Rio de Janeiro, IBGE, 332p.

IPT. Instituto de Pesquisas Tecnológicas. 2002. Diagnóstico das condições das encostas

marginais dos reservatórios dos rios Tietê e Paranapanema. São Paulo, IPT, 440p. (Relatório

23.302).

Malcom, H.J. 1979. Report on biostratigraphical results of samples from Colorado Basin.

Houston, EXXON/SIEXF, 152p. (Internal Report).

Mapas:

IPT. Instituto de Pesquisas Tecnológicas. 1981. Mapa geomorfológico do Estado de São

Paulo. São Paulo, Secretaria da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, 2 v., escala

1:1.000.000.

Documentos em meio eletrônico:

Frater, H. 1998. Landforms of the Earth. Berlin, Springer, 1 CD-ROM.

Hinrichs, R. & Soares, A.P.P. 2001. Análise de metais pesados em pilhas e baterias. In:

CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOQUÍMICA, 8., 2001, Curitiba. Anais... Curitiba,

SBGq. 1 CD-ROM.

Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

122 Micheels, A., Bruch, A. & Mosbrugger, V. 2009. Miocene climate modeling sensitivity

experiments for different CO2 concentrations. Palaeontologia Electronica, 12(2): 1-19.

Disponível em: <http://palaeo-electronica.org/2009_2/172/index.html>. Acesso em: 05 out.

2009.

Camargo, K.C. & Spoladore, A. 2009. Considerações geológicas e geomorfológicas sobre a

distribuição de cavernas carbonáticas ao primeiro planalto paranaense. In: CONGRESSO

BRASILEIRO DE ESPELEOLOGIA, 30., 2009, Montes Claros. Anais... Montes Claros. p. 1-

17. Disponível em: < http://www.sbe.com.br/anais30cbe/30cbe_011-017.pdf >. Acesso em:

30 set. 2009.

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE …...Figura 10: Mapa de Localização. (A) Mapa da América do Sul com localização do Estado da Bahia. (B) Mapa da Bahia abrangendo o

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ANEXO B

Resumos publicados em eventos da área durante o desenvolvimento da Dissertação