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1 Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PERFIL DO ESTADO MENTAL DE MULHERES IDOSAS COM E SEM CARACTERÍSTICAS DE FRAGILIDADE Fabiana Silveira Costa LONDRINA PARANÁ LONDRINA - PARANÁ 2011

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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PERFIL DO ESTADO MENTAL DE MULHERES IDOSAS COM E SEM CARACTERÍSTICAS DE

FRAGILIDADE

Fabiana Silveira Costa

LONDRINA – PARANÁ

LONDRINA - PARANÁ

2011

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FABIANA SILVEIRA COSTA

PERFIL DO ESTADO MENTAL DE MULHERES IDOSAS COM E SEM CARACTERÍSTICAS DE

FRAGILIDADE

Trabalho apresentado para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

______________________________________

Membro 2 da Banca Prof. Ms. Luis Alberto Garcia Freitas Universidade Estadual de Londrina

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DEDICATÓRIA

A Deus, por guiar meus passos.

Aos meus pais, pela companhia constante e fundamental em minha vida.

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ii

AGRADECIMENTOS

Dedico aos meus pais Wanderley e Marlene, meus verdadeiros alicerces, por

estarem sempre ao meu lado durante esta caminhada, por todo amor, incentivo e

conselhos. Ao meu irmão mais velho Junior, juntamente com sua esposa Janaína,

pelos momentos de cumplicidade entre irmãos e por ver nele o espelho do

profissional que eu espero ser. Ao meu irmão Luiz Fernando e sua esposa Renata,

por serem responsáveis por dois dos melhores presentes que um dia pude ter: meus

sobrinhos Antônio e José.

A minhas grandes amigas Ana Paula Rosseti Gonçalves e Débora Bossa Ferraz,

pelos momentos de descontração dentro e fora da universidade, me dando a certeza

de que parcerias como essa seguirão ―até o final‖.

A todos os colegas de Curso, juntos enfrentamos e superamos todas as dificuldades,

nos divertimos e brigamos como acontece em toda família.

A todos os estagiários do Projeto Idosos em Ação, pela troca de experiências e

aprendizado. E a todos os idosos atendidos neste projeto, por aceitarem colaborar

neste estudo e pelo carinho e respeito demonstrados nestes dois anos em que fiz

parte deste lindo projeto.

Ao professor e orientador Denilson de Castro Teixeira, pela dedicação e conselhos

valiosos a mim ofertados para a realização deste trabalho.

A todos os professores deste Curso, que colaboraram para a minha formação.

Finalmente agradeço a todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização

e finalização deste trabalho direta e indiretamente.

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EPÍGRAFE

"Ninguém baterá tão forte quanto a vida. Porém, não se trata de quão forte pode

bater, trata-se de quão forte pode ser atingido e continuar seguindo em frente. É

assim que a vitória é conquistada."

Sylvester Stallone – ―Rocky Balboa‖

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COSTA, Fabiana Silveira. Perfil do estado mental de mulheres idosas com e sem características de fragilidade. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.

RESUMO

A fragilidade é um importante fator de limitação em idosos, podendo acarretar o declínio das capacidades funcionais, quedas recorrentes, dependência e até mesmo na morte. Há indícios de que a fragilidade está relacionada ao declínio cognitivo em idosos. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo comparar o estado mental de mulheres idosas participantes de um programa de exercícios físicos, com e sem indicativos de fragilidade física. A amostra foi constituída por 57 mulheres idosas participantes do programa de exercícios físicos vinculado ao Projeto ―Envelhecimento ativo: idosos em ação‖ da Universidade Estadual de Londrina. As idosas foram divididas em dois grupos: 22 idosas que pontuaram em algum dos quatro critérios de fragilidade propostos por Fried et al. (2001), denominadas de pré-frágeis (GPF) e 35 idosas que não pontuaram em nenhum dos quatro critérios adotados para avaliar a fragilidade (GNF). Os dados foram coletados mediante o questionário Mini Exame do Estado Mental, para a avaliação do estado mental e o nível de fragilidade foi avaliado por meio de quatro dos cinco testes que avaliam a fragilidade (força de preensão manual, velocidade da marcha, perda de peso não intencional e percepção de fadiga) proposto por Fried et al. (2001). Os dados foram analisados descritivamente pela mediana e valores máximos e mínimos e as comparações das variáveis entre as idosas dos GNF e GPF foram realizadas pelo teste de Mann-Whitney. O índice de significância adotado em todas as análises foi de 6% (p<0,06). As idosas que não apresentaram resultados positivos para a fragilidade possuem melhor desempenho na força de preensão palmar e na velocidade de marcha. As idosas, de maneira geral, apresentaram estado mental dentro da normalidade e não foram encontradas diferenças significativas entre as pré-frágeis e não frágeis.

Palavras-chave: Idosas; Déficit Cognitivo; Minimental.

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COSTA, Fabiana Silveira. Relationship of mental status with levels of frailty in elderly physically active. Completion of course work. Course of Bachelor of Physical Education. Center for Physical Education and Sport. State University of Londrina, 2011.

ABSTRACT The frailty is a major limiting factor in the elderly, which may cause the decline of functional abilities, recurrent falls, dependence and even death. There is evidence that the weakness is related to cognitive decline in older adults.Therefore, this study aimed at comparing the mental state of elderly women participating in an exercise program with and without indications of physical frailty. The sample consisted of 57elderly women participating in the exercise program linked to the Project "Active aging: the elderly in action" at the State University of Londrina. The elderly were divided into two groups: 22 elderly women who scored in any of the four criteria of frailty proposed by Fried et al. (2001), known as pre-frail (GPF) and older than 35 scored in any of the four criteria used to assess the weakness (GNF). Data were collected through a questionnaire Mini Mental State Examination, to assess the mental state and level of frailtywas assessed by four of the five tests that evaluate the weakness(grip strength, walking speed, weight loss does not intentional and perception of fatigue) proposed by Fried et al. (2001). Data were analyzed descriptively through the median and maximum and minimum values of the variables and comparisons betweenthe elderly and GNF GPF were performed using the Mann-Whitney test. The index of significance in all tests was 6% (p<0.06). The elderly women who did not have positive results forthe weakness have better performance in grip strength andrunning speed. The elderly, in general, had the mental state withinnormal limits and no significant differences were found between the pre-frail and not frail.

Keywords: Elderly; Cognitive Impairment; Minimental;

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SUMÁRIO

RESUMO.............................................................................................................iv

ABSTRACT..........................................................................................................v

SUMÁRIO............................................................................................................vi

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................1

2 REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................3

2.1 O envelhecimento biológico........................................................................3

2.2 Sarcopenia..................................................................................................6

2.3 Fragilidade..................................................................................................7

2.4 Aspectos cognitivos..................................................................................11

3 MÉTODOS......................................................................................................13

3.1 Caracterização do estudo.........................................................................13

3.2 Amostra.....................................................................................................13

3.3 lnstrumentos.............................................................................................13

3.4 Coleta de dados........................................................................................15

3.5 Análise estatística.....................................................................................16

4 RESULTADOS .............................................................................................. 17

5 DISCUSSÃO ................................................................................................. 19

6 CONCLUSÃO ................................................................................................ 21

REFERÊNCIAS................................................................................................. 22

ANEXO 1........................................................................................................... 26

APÊNDICE A .................................................................................................... 29

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1 INTRODUÇÃO

O aumento da população idosa é uma tendência mundial. Dados da

Organização das Nações Unidas (ONU, 2011) apontam o período de 1975 a 2025

como a Era do Envelhecimento, com destaque para os países em desenvolvimento,

nos quais o envelhecimento da população está sendo ainda mais significativo e

acelerado, atingindo um crescimento de 123%. Além disso, estima-se que em 2050

a população mundial alcance os dois bilhões de pessoas idosas. No Brasil, o

aumento da população idosa se deu devido ao aumento significativo da expectativa

de vida da população brasileira, que era de aproximadamente de 33,7 anos na

década de 1950/1955, atingiu 66,25 em 1995 e entre 2020/2025 espera-se alcançar

a média de 77,08 anos (CANÇADO, 1996).

O envelhecimento caracteriza-se como um processo biológico lento e gradual

que compreende as transformações ocorridas nos seres humanos após a maturação

sexual. De natureza interacional, o envelhecimento possui épocas e ritmos que

variam de pessoa para pessoa. O organismo humano consegue suportar apenas

uma determinada quantidade de mutações, após exceder esse limite, o organismo

perece (NERI, 2001).

Entre as perdas acarretadas pelo processo de envelhecimento, destaca-se a

sarcopenia, que é definida como o declínio progressivo da massa muscular,

acarretando na perda parcial da função muscular, impossibilitando o idoso de

realizar suas atividades da vida diária (AVD´s) com autonomia, como deslocamentos

rápidos, higiene pessoal, entre outros. Os fatores que desencadeiam esses

processos incluem alterações hormonais, perda de neurônios motores, nutrição

inadequada e a inatividade física (DOHERTY, 2003). Como forma de prevenção e a

fim de minimizar os danos provocados pela sarcopenia, a implantação de programas

de exercício físico tem se mostrado eficiente, uma vez que seus benefícios em longo

prazo são o menor número de quedas, aumento da mobilidade e independência

(ROUBENOFF, 2001).

A sarcopenia aliada a outras doenças, como doenças crônicas incapacitantes,

estado de confusão mental, depressão, quedas, incontinência urinária, desnutrição,

úlceras por pressão e problemas socioeconômicos (WINOGRAD et al., 1991) podem

ocasionar um estado mais grave de perda de autonomia: a síndrome de fragilidade

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em idosos. Ainda não é consenso sobre como esta síndrome é diagnosticada ou

avaliada, necessitando de mais estudos nesta área.

Dentre as perdas decorrentes do envelhecimento, a degeneração do estado

cognitivo é um tema que atualmente vem ganhando destaque por ser um dos

sintomas do mal de Alzheimer. Com isso, lapsos de memória de indivíduos idosos

vem sendo olhados com mais atenção pelos familiares. Mas o envelhecimento não é

o único responsável pela perda cognitiva, há outros fatores influenciadores como as

causas psiquiátricas, doenças orgânicas, isolamento social, uso de fármacos e

drogas, entre elas o álcool (ALMEIDA, 1997).

O exercício físico tem sido apresentado como um importante fator de

prevenção ou até mesmo para combater e/ou amenizar o processo de degeneração

de todas essas funções citadas, sendo assim, a prática de atividade física é

recomendada para todas as idades, principalmente para a população idosa, desde

que sejam respeitados os limites de intensidade e que seja autorizado pelo médico

(FARINATTI, 2008).

A perda da reserva funcional, normalmente, leva o indivíduo idoso aos

estados de fragilidade, que por sua vez pode estar associada a declínios cognitivos.

De acordo com Spirduso (2005), vários estudos mostram associação positiva entre a

diminuição da capacidade física com a capacidade mental de idosos. A autora

ressalta que vários fatores podem influenciar nessa relação como nível cultural, nível

de atividade física, estilo de vida e fatores genéticos. Sendo assim, o estudo da

influência dos estados de fragilidade no estado mental de mulheres idosas,

sobretudo, de participantes de programas de exercícios físicos é relevante, pois a

maioria dos estudos aborda idosos da comunidade geral, que em sua maioria são

sedentários. Os resultados gerados nesse estudo poderão trazer importantes

respostas sobre a relação entre a fragilidade física e o estado mental de mulheres

idosas que participam de programas regulares de exercícios físicos e assim, auxiliar

em medidas preventivas, para que, tanto o declínio físico acentuado, como o

cognitivo, não limitem a autonomia do idoso.

Com base nas considerações apresentadas, esta pesquisa tem como objetivo

comparar o estado mental de mulheres idosas participantes de um programa de

exercícios físicos, com e sem indicativos de fragilidade física.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2007) apontou tendência de crescimento da população idosa brasileira. Em

2006, as pessoas com 60 anos de idade ou mais alcançaram 19 milhões,

correspondendo a 10,2% da população total do país. O crescimento mais acentuado

foi percebido no grupo com 75 anos ou mais. Em 1996, eles representavam 23,5%

da população de 60 anos ou mais. Dez anos depois, eles já eram 26,1%. Segundo

esse mesmo estudo, essa elevação se deve aos avanços da medicina moderna, que

permite melhores condições de saúde à população com idade mais avançada de

uma forma geral. A maior escolaridade também contribui para a maior longevidade,

reforçando a importância da instrução para a melhoria da qualidade de vida da

população.

As pessoas idosas começaram a ser olhadas com mais atenção quando a

Assembleia Geral realizou a primeira Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento

em 1982, na qual foi criada o Plano de Ação Internacional de Viena sobre o

Envelhecimento (ONU, 1982). Este documento aborda as principais necessidades

desta população como saúde, nutrição, habitação, bem-estar social, segurança de

renda, entre outros. Em 1991, esta mesma Assembleia implantou o Princípio das

Nações Unidas em Favor das Pessoas Idosas (ONU, 1991), na qual asseguram 18

direitos da pessoa idosa, tais como independência, participação, cuidado, auto

realização e dignidade.

Continuando a ação em favor do envelhecimento, surge a Segunda

Assembleia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento, realizada em 2002

em Madrid. Com o objetivo de desenvolver uma política internacional para o

envelhecimento no século XXI, onde foram pedidas mudanças de atitudes, políticas

e práticas em todos os níveis, visando satisfazer as enormes potencialidades do

envelhecimento neste século (ONU, 2002).

2.1 O envelhecimento biológico

A idade de um ser humano pode ser calculada de duas maneiras, uma delas

é a partir do conceito de Idade Biológica, que é a idade funcional (metabólica) do

indivíduo, ou através da Idade Cronológica, que é a idade registrada em sua certidão

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de nascimento (RACHID, 2010). Trata-se de conceitos diferentes e importantes para

mensurar a velocidade do envelhecimento com precisão.

Um dos termos relacionados ao envelhecimento mais conhecidos atualmente

é o conceito de senescência, que é o processo natural do envelhecimento no qual

compromete progressivamente aspectos físicos e cognitivos. De acordo com a

Organização Mundial de Saúde (OMS), a terceira idade tem início entre os 60 e 65

anos. No entanto, esta idade é instituída apenas para efeitos de pesquisa, já que o

processo de envelhecimento depende de três fatores principais: biológicos,

psíquicos e sociais. Fatores estes que preconizam a velhice, acelerando ou

retardando o aparecimento e/ou a instalação de sintomas inerentes ao

envelhecimento metabólico.

Entre as alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento,

ocorre o lento e progressivo aumento do peso corporal, como consequência da

redução das atividades físicas e incidência de dores corporais (BAUMGARTNER,

2000). O incremento da massa corpórea comumente se relaciona a uma maior

incidência da hipertensão arterial sistêmica, doenças coronarianas e diabetes do tipo

II (WILLET et al. 2000).

O processo de envelhecimento abrange as modificações nas funções

orgânicas e mentais que surgem em decorrência da idade avançada sobre o

organismo, fazendo com que o mesmo perca a capacidade de manter o equilíbrio

homeostático e assim suas funções fisiológicas comecem a declinar gradualmente.

Tais alterações têm por característica principal a diminuição progressiva da reserva

funcional, ou seja, este organismo envelhecido em condições normais poderá

sobreviver adequadamente, porém, quando submetido a situações de stress físico

ou emocional, pode apresentar dificuldades em manter a homeostase,

sobrecarregando o sistema e culminando em processos patológicos, uma vez que

há comprometimento dos sistemas endócrino, nervoso e imunológico (FIRMINO,

2006).

O envelhecimento fisiológico depende, entre outros fatores, do estilo de vida

que a pessoa assume no decorrer de sua vida. O organismo envelhece como um

todo, enquanto que seus órgãos, tecidos, células e estruturas possuem

envelhecimentos diferenciados.

Dentre as alterações do organismo durante o envelhecimento, Fontaine

(2000) destaca:

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— Diminuição do fluxo sanguíneo para os rins, fígado e cérebro;

— Diminuição da capacidade dos rins e fígado para eliminar toxinas e

medicamentos;

— Diminuição da frequência cardíaca máxima, mas sem alteração da

frequência cardíaca de repouso;

— Diminuição do débito cardíaco máximo;

— Diminuição da tolerância à glicose;

— Diminuição da capacidade pulmonar de mobilização do ar;

— Aumento da quantidade de ar retido nos pulmões após expiração;

— Diminuição da função celular de combate às infecções.

Algumas modalidades sensoriais como o olfato, paladar e cinestesia são

pouco afetadas pela idade, enquanto outras como a audição, visão e equilíbrio são

afetadas de forma significativa.

Há diversas teorias desenvolvidas por cientistas visando explicar a razão pela

qual os seres humanos envelhecem. Dentre elas, a teoria do Envelhecimento

Programado entende o envelhecimento através da velocidade com que uma espécie

envelhece, através da predeterminação genética, ou seja, seus genes que

determinam quanto tempo as células viverão. Os defensores desta teoria acreditam

que as células do organismo estão geneticamente programadas para morrer após

certo número de divisões celulares, as mitoses. Após atingir esse número, é iniciado

o processo de morte, e na medida em que isto ocorre, os órgãos começam a

apresentar mau funcionamento, até o momento em que não é mais possível manter

as funções biológicas necessárias para a manutenção da vida.

Há também a Teoria dos Radicais Livres, criada em 1954 pelo Dr. Denham

Harmon, onde o mesmo propõe que as células envelhecem em decorrência dos

danos acumulados, devido às reações químicas ocorridas no interior das células.

Desta forma, os radicais livres oxidam tudo, além de possuir a capacidade de gerar

novos radicais livres, destruindo enzimas e atacando células, causando sérios danos

estruturais e resultando em mau funcionamento e morte. Esta teoria é assegurada

pelas inúmeras evidências científicas de que os radicais livres estão envolvidos na

maioria das doenças típicas do envelhecimento, como a arteriosclerose, doenças

coronárias, catarata, hipertensão arterial, doenças neuro degenerativas, entre

outras.

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A fim de explicar a degeneração funcional associada a idade, Finch (1994)

descreve uma das teorias genéticas do fenômeno de envelhecimento mais

relevante, denominada Teoria Neuroendócrina, que considera que a incapacidade

fisiológica do organismo associada à idade pode ser explicada com base na

alteração hormonal resultante da modificação da expressão genética. Os hormônios

têm um importante papel trófico e integrativo na manutenção da função dos tecidos,

pelo que a sua deficiência tem como resultado a deterioração dos tecidos. A

constatação de que a alteração hormonal associada à idade e o fenótipo de

envelhecimento são idênticos entre os indivíduos da mesma espécie, reforça a

importância da influência genética na regulação neuroendócrina.

Desta forma, o envelhecimento humano pode ser compreendido como um

processo de degradação progressiva que contém ritmos e velocidades que variam

de pessoa para pessoa. Mesmo se compararmos pessoas com idades iguais, o

processo de envelhecimento metabólico será diferente e individual.

2.2 Sarcopenia

O termo sarcopenia (em grego, sark = carne; penia = perda) foi pioneiramente

utilizado por Irwin H. Rosenberg no início da década de 90 e se tornou comum na

área médica, para se referir à perda de massa muscular relacionada à idade,

juntamente com a perda de função. Trata-se de um processo lento, progressivo e até

o momento, inevitável. Não deve ser considerado como sarcopenia casos de perda

muscular associadas a processos inflamatórios, perda de peso intencional, ou

doenças em estágios avançados (SILVA, 2006).

A sarcopenia está associada ao declínio progressivo da massa e

consequentemente da função muscular (força, potência e resistência). Esse déficit

pode ser relacionado a uma contração muscular inadequada, seja em função de

alterações nas proteínas actina e miosina ou por um estresse oxidativo nas células.

O início e progressão dessa perda muscular estão relacionadas a perda de miócitos

via apoptose, a qual é mais pronunciada nas fibras do tipo II. Em geral, indivíduos

saudáveis começam a ter diminuição da massa muscular a partir dos 45 anos, sendo

essa queda posterior ao pico de desempenho muscular nos primeiros anos da vida

adulta (JANSEN et al. 2002).

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Durante o envelhecimento ocorre diminuição da força muscular que varia

entre 20 a 40% na população entre 70-80 anos. Ao considerar idosos nonagenários,

esta taxa é agravada e a redução da força é maior do que 50%. Esta diminuição da

força dos membros inferiores traz como consequência o aumento da dependência

funcional em idosos, incapacitando-os para a realização das atividades da vida

diária, aumento de quedas e dificuldades para locomover-se com agilidade e maior

disposição a fraturas (GARCIA, 2008).

Dentre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da sarcopenia,

incluem alterações hormonais, perda de neurônios motores, nutrição inadequada e a

inatividade física. Entretanto a sarcopenia pode se manifestar em indivíduos

saudáveis fisicamente ativos, porém de forma mais leve, resultando na perda de

massa muscular de 1 a 2% ano (DOHERTY, 2003).

Os homens possuem maior perda muscular devido ao declínio do hormônio

do crescimento (GH), fator de crescimento relacionado à insulina (IGF-1) e

testosterona. No entanto, apesar da perda muscular ser maior em homens, é

importante ressaltar a sarcopenia em mulheres idosas, uma vez que possuem maior

expectativa de vida e alta prevalência de limitações funcionais (ROUBENOFF,

2000).

Como forma de prevenção e a fim de minimizar os danos provocados pela

sarcopenia, a implantação do exercício físico tem se mostrado eficiente. Seus

benefícios em longo prazo são o menor número de quedas, aumento da mobilidade

e independência. Dentre as opções, a prática do exercício de resistência tem se

mostrado de forma mais efetiva para o aumento e manutenção da massa e da força

muscular em indivíduos idosos. Produtos farmacológicos com fator de crescimento e

testosterona também apresentam benefícios, pois são capazes de produzir o

aumento da massa muscular, porém não apresentam resultados tão significativos

quanto ao treinamento físico efetivo (ROUBENOFF, 2001).

2.3 Fragilidade

O termo fragilidade é empregado quando um indivíduo possui uma redução

na capacidade de executar importantes práticas de atividades instrumentais diárias

(AIVDs) (MORLEY, 2006). A fragilidade está relacionada a um declínio funcional que

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pode resultar na perda da autonomia. Não há um consenso sobre como a fragilidade

é identificada ou avaliada.

Para um idoso ser considerado frágil, deve possuir um ou mais sintomas

como, doença crônica incapacitante, estado de confusão mental, depressão,

quedas, incontinência urinária, desnutrição, úlceras por pressão e problemas

socioeconômicos (WINOGRAD et al., 1991). Mais prevalente em mulheres, a

fragilidade resulta em desfechos clínicos adversos, como quedas, incapacidade,

hospitalização, institucionalização e morte.

Fried e Walston (2003) realizaram uma pesquisa onde foram propostos

critérios para a mensuração da fragilidade em idosos, partindo do pressuposto de

que a mesma representa uma síndrome clínica e pode ser identificada a partir de um

fenótipo. Partindo desta ideia, são três as principais mudanças relacionas à

fragilidade: alterações neuromusculares (sendo a sarcopenia a principal),

desregulação do sistema endócrino e disfunção do sistema imunológico.

Diante disto, Fried et al. (2001) Construíram um fenótipo relacionado à

fragilidade, incluindo cinco componentes com possibilidade de serem mensurados:

1) perda de peso não intencional: maior de 4,5 kg ou superior a 5% do peso

corporal no último ano;

2) fadiga auto referida;

3) diminuição da força de preensão palmar, medida com dinamômetro e

ajustada para gênero e índice de massa corporal (IMC);

4) baixo nível de atividade física medida pelo dispêndio semanal de energia

em kcal (com base no auto relato das atividades e exercícios físicos realizados) e

ajustado segundo o gênero;

5) diminuição da velocidade de marcha em segundos: distância de 4,5 m

ajustada para gênero e altura.

Assim, o fenótipo seria resultado de um ciclo, cujo início ainda não está

claramente especificado. O indivíduo que apresenta três ou mais componentes do

fenótipo enquadra-se em idosos frágeis e aqueles com um ou dois componentes

seriam indicativos de alto risco de desenvolver a síndrome.

O ciclo da fragilidade (Figura 1) apresenta os principais componentes desta

síndrome: desnutrição crônica, sarcopenia, declínio da massa e da força muscular e

tolerância ao exercício; além do declínio da atividade física e do gasto energético

total. Neste modelo os pontos potenciais de entrada são múltiplos, incluindo

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condições fisiológicas subjacentes à síndrome, como estados patológicos,

imobilidade, depressão e medicações, que podem desencadear ou acelerar este

processo. Como se trata de um modelo teórico, não é capaz de explicar a existência

de todos os fatores.

Embora possam ocorrer simultaneamente, a fragilidade, a comorbidade e

incapacidades são condições clínicas distintas. Até o momento não existem exames

laboratoriais específicos para o diagnóstico de fragilidade. Marcadores laboratoriais

estariam relacionados com a fisiopatologia da síndrome, associados ao declínio nu-

tricional, alterações neuroendócrinas, alterações musculoesqueléticas,

hematológicas e imunológicas. Os marcadores laboratoriais que podem estar

presentes na Síndrome da Fragilidade são: albumina; pré-albumina; transferrina,

ceruplasmina, folato, zinco e vitaminas; colesterol total e frações; triglicérides; IGF-1-

GH; insulina de jejum e após teste de tolerância à glicose; IL-6; proteína C-reativa;

dímero D; fibrinogênio; marcadores genéticos: single nucleotide polymorphism (SNP)

e mutação de DNA mitocondrial (FERRUCCI et al., 2004).

Para prevenir ou diminuir os efeitos da fragilidade, o treinamento de força tem

sido cada vez mais indicado para idosos, como uma maneira eficaz e segura de

melhorar a força muscular e a capacidade funcional (FIATARONE et al. 1990). O

aumento da capacidade do músculo de gerar força é explicado a partir do princípio

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de sobrecarga; o grupo muscular é submetido a um trabalho com cargas mais

elevadas do que está acostumado a suportar, gerando aumento de tamanho e força

(OKUMA, 1998).

O treinamento de força deve ser realizado pelo menos duas vezes por

semana, com um mínimo de 48 horas de repouso entre as sessões, para a

recuperação da musculatura e prevenção do over training. Recomenda-se realizar

de oito a dez exercícios com oito a 12 repetições para cada conjunto. A seleção dos

grupos a serem trabalhados deve ser direcionada aos grandes grupos musculares,

sendo que a duração das sessões não deve ultrapassar a 60 minutos. Recomenda-

se inspirar antes de levantar a carga e expirar durante a contração, evitando a

manobra de valsalva (TRIBEES, 2005).

O treinamento da capacidade aeróbia tem se mostrado efetivo para diminuir a

taxa de quedas e também para modificar os seus fatores de risco, em função dos

ganhos de força muscular, mobilidade articular, aumento da velocidade da marcha e

melhora na qualidade do equilíbrio (LORD et al. 2001). A perda da capacidade

aeróbia dificulta a execução das AVD e AIVD (subir escadas, vestir-se, atravessar a

rua), pois para realizá-las é necessário o condicionamento cardiovascular. Com base

nisto, o treinamento da capacidade aeróbia seria uma estratégia de prevenção de

quedas.

Em um estudo realizado por Judge e colaboradores (1993), é relatado

aumento das habilidades funcionais quando o treinamento de força é combinado

com outros tipos de treinamento; sua associação ao treinamento da capacidade

aeróbia e do equilíbrio tem se mostrado mais eficiente para aumentar o controle do

equilíbrio e a velocidade da marcha.

Os exercícios para treino de equilíbrio devem ter duração de dez a 30

segundos com duas a três repetições para cada posição ou exercício, perfazendo

um total de dez a 15 minutos. Os exercícios de equilíbrio podem ser estáticos e/ou

dinâmicos, que envolvam alterações no input visual, mudanças na superfície de

sustentação e redução da base de sustentação, e aumentem gradativamente o nível

de dificuldade e complexidade das posições (BORST, 2004).

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11

2.4 Aspectos cognitivos

No trabalho profissional cotidiano observa-se que o ―esquecimento‖, ―as

falhas da memória‖ são as queixas mais frequentes entre as pessoas que

envelhecem. Esta queixa, em geral, é acompanhada por uma preocupação

subjacente, na maioria das vezes oriundas da família e nem sempre declarada pelo

paciente. Queixas da memória como o ―branco ocasional‖, equivalente a não se

lembrar de onde guardou os óculos ou as chaves, esquecer o nome de uma pessoa

conhecida que não se vê há algum tempo, são ocorrências comuns a todas as

pessoas. Até certa idade, considera-se este fato uma distração. De uma hora para

outra, isto pode ser sentido como um sinal de envelhecimento com repercussões

emocionais sérias que atingem a pessoa idosa (GUILLET, 1989).

Outro fator que se acentua durante o processo de envelhecimento é a perda

cognitiva, que são as funções cerebrais, responsáveis por papéis importantes no

processo de aprendizagem, como memória, associação, comparação raciocínio

abstrato (verbal e quantitativo), manipulação e capacidade espacial e síntese

(SPIRDUSO, 2005). Essas atividades cognitivas são necessárias para permitir que

os indivíduos tomem decisões e tenham atitudes ―inteligentes‖. O desuso ou a

inatividade física podem causar ao longo da vida o comprometimento destas

funções.

Atualmente é muito comentado em todos os meios, a ocorrência de

degeneração cerebral, déficit intelectual, declínio cognitivo, doença de Alzheimer,

entre outros, com isso, a alteração da memória é o sintoma mais enfatizado. Por

esta razão, todo esquecimento é interpretado como algo grave pela população geral,

quando essa informação vem associada ao envelhecimento. Existe, no senso

comum, uma ideia equivocada de que a velhice é uma etapa da vida que evolui

apenas com perdas, uma sequência de problemas e dependência. Este fato ocorre

por não se fazer distinção entre velhice e doença e, no caso, de alterações da

memória com o início de um processo demencial. Outros fatores contribuintes para a

perda cognitiva são: causas psiquiátricas, doenças orgânicas, isolamento social, uso

de fármacos e drogas, entre elas o álcool (ALMEIDA, 1997)

Outro problema cognitivo que atinge a pulação idosa é a demência, que Nitrini

e Caramelli (2003) definiram como uma síndrome caracterizada pela presença de

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declínio cognitivo persistente que interfere nas atividades sociais ou profissionais do

indivíduo e que independe de alterações do nível de consciência.

O processo demencial em idosos tem início com o declínio da memória, onde

o idoso se mostra confuso, desorientado e com déficit de atenção, apresentando

dificuldades em lidar com situações complexas, como fazer uma compra ou manejar

dinheiro. Em alguns casos, pode também apresentar desorientação de tempo e

espaço (NITRINI et al., 2003).

O mesmo estudo realizado por Nitrini, aponta para o aumento dos transtornos

demenciais de acordo com o avançar da idade, com índices de 1,3% em indivíduos

entre 65 a 69 anos, cerca de 17% entre 80 a 84 anos, chegando a alcançar

aproximadamente 37,8% entre idoso com 85 ou mais.

Entre os instrumentos clínicos de avaliação que auxiliam o diagnóstico clínico

do déficit cognitivo está o Mini Exame do Estado Mental criado por Folstein (1975),

que é utilizado na detecção de perdas cognitivas, no seguimento evolutivo de

doenças e no monitoramento de resposta ao tratamento ministrado. Este

instrumento é ainda muito utilizado pelos profissionais da área da saúde e

gerontologia.

Estudos comprovam que quase sempre as funções cognitivas são quase

sempre maiores em indivíduos fisicamente ativos (SPIRDUSO, 2005). Por esta

razão, o exercício físico praticado ao longo da vida se torna um importante aliado

para combater estas perdas.

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13

3 MÉTODOS

3.1 Caracterização do estudo

Tendo em vista os objetivos estabelecidos para a presente pesquisa, foi

utilizado o método descritivo, pesquisa de campo, de natureza quantitativa, através

do qual foram obtidas informações que possibilitaram relatar características de

determinada área de conhecimento (LAKATOS; MARCONI, 1999).

3.2 Amostra

A amostra foi constituída por 57 mulheres idosas participantes do Projeto

―Envelhecimento ativo: idosos em ação‖ da Universidade Estadual de Londrina. As

idosas foram divididas em dois grupos: 22 idosas que pontuaram em algum dos

quatro critérios de fragilidade, denominadas de pré-frágeis (GPF) e 35 idosas que

não pontuaram em nenhum dos quatro critérios adotados para avaliar a fragilidade

(GNF). Os critérios de inclusão foram: participação no projeto há um ano ou mais,

ter idade igual ou superior a 60 anos e frequentar regularmente o programa de

exercícios físicos ―Envelhecimento Ativo‖. Foram excluídas da amostra as idosas

que faltaram em alguma das avaliações e que por ventura apresentaram algum

sintoma ou doença que impediu a realização dos testes físicos.

3.3 Instrumentos

Os dados foram coletados mediante vários instrumentos conforme descrição

a seguir:

B) Avaliação da fragilidade:

Para avaliar a fragilidade foi utilizado quatro dos cinco testes do protocolo que

investiga o fenótipo de fragilidade proposto por Fried et al. (2001): 1) perda de peso

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não intencional no último ano, 2) baixa força de preensão palmar, 3) auto-relato de

exaustão e 4) lentidão na marcha.

A perda de peso não intencional foi verificada a partir da pergunta: ―O (a)

senhor (a) perdeu peso involuntariamente?‖. Foi solicitado ao participante que

restringisse a resposta a ocorrência do fato nos últimos 12 meses e, em caso

afirmativo, o mesmo foi questionado em relação ao número aproximado de quilos

perdidos. A perda de peso deveria ser maior ou igual a 4,54 kg, ou maior ou igual a

5% do peso corporal, nos últimos 12 meses, para ser considerado ―positivo‖ para

critério de fragilidade.

A avaliação da força muscular foi verificada pela Forca de Preensão Palmar

por meio do dinamômetro JAMAR. O procedimento do teste seguiu as

recomendações aprovadas pela American Society of Hand Therapists (ASHT):

paciente posicionado de forma confortável em uma cadeira normal sem apoio para

os braços, com os dois pés apoiados no chão, ombro aduzido, cotovelo flexionado a

90°, antebraço em posição neutra, com polegar apontado para o teto, posição do

punho confortável, com o ajuste do dinamômetro preferencialmente na mão

dominante e ajustado de acordo com o tamanho da mão do participante. Foi dado

um comando verbal pelo examinador, em volume de voz alto, para iniciar o teste em

que o idoso deveria puxar a alça do dinamômetro e mantê-la pressionada por seis

segundos. Foram obtidas três medidas em quilogramas força (Kgf) com um intervalo

de um minuto entre elas, sendo considerado o valor médio das três medidas. Este

item foi considerado positivo para critério de fragilidade para todos as idosas que

obtiveram resultados abaixo de 17 kg (FRIED et al. 2001).

O auto-relato de fadiga foi verificado por meio da aplicação de duas questões

da versão brasileira da Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D)

(BATISTONI; NERI; CUPERTINO, 2007). Os participantes foram interrogados a

respeito de como se sentiram na última semana, a partir das perguntas: ―Sentiu que

teve que fazer esforço para dar conta das suas tarefas habituais?‖ e ―Nao conseguiu

levar adiante suas coisas?‖. As respostas foram obtidas em escala Likert (nunca ou

raramente = 0, às vezes = 1, frequentemente = 2, sempre = 3), e foi considerado

―positivo‖ para critério de fragilidade quando o individuo teve pontuacao 2 ou 3 para

as duas questões citadas acima (FRIED et al. 2001).

A velocidade da marcha foi avaliada a partir do desempenho ao andar uma

distância de 8,6 metros livres, excluindo dois metros para a aceleração e dois metros

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para a desaceleração, sendo o tempo final cronometrado quando o voluntário

tivesse percorrido 4,6 metros (GURALNIK et al, 1994). Foi dado um comando verbal

para o idoso iniciar o teste, no qual ele ao usar seu calçado habitual e seu

dispositivo de auxílio à marcha (quando necessário) e deambular com a sua

velocidade de marcha usual. Foram realizadas três medidas, apresentadas em

segundos, e foi considerado o valor médio das mesmas. Foram adotados os pontos

de corte proposto por Fried et al. (2001), ajustados pelo sexo e altura. O resultado foi

considerado ―positivo‖ para critério de fragilidade nas idosas que completaram o

teste num tempo igual ou superior a 6 segundos. Pontuaram para o critério de

fragilidade as idosas que tiveram resultados negativos em pelo menos em um dos

quatro testes.

c) Avaliação do Estado Mental:

O estado mental das idosas foi avaliado pelo Mini Exame do Estado Mental –

―Minimental‖ (Anexo A), criado por Folstein et al. (1975) e traduzido para o português

por Bertolucci et al. (1994). O instrumento é uma escala de rastreamento cognitivo,

chamado screening (o mais popular entre médicos geriatrias e neurologistas) com

boa correlação com a evolução do processo demencial, desde que levado em conta

o nível educacional do indivíduo para o ajuste dos pontos de corte. O teste busca

avaliar a Orientação Temporal e Espacial, Memória Imediata, Atenção e Cálculo,

Evocação, Linguagem e Praxia. É o mais utilizado para detectar demências pela sua

praticidade e simplicidade. A pontuação máxima do questionário é de 30 pontos e

são adotados os seguintes pontos de corte de acordo com o nível de escolaridade:

analfabetos: 13 pontos; 1 a 8 anos incompletos de estudo: 18 pontos; 8 anos ou

mais de estudo: 26 pontos.

3.4 Coleta de dados

Os dados foram coletados as terças e quintas-feiras das 14:00 às 16:00 horas

nas dependências do curso de Educação Física da Universidade Estadual de

Londrina, nos meses de agosto a outubro de 2011. As avaliações foram realizadas

pelo próprio aluno e estagiários do curso de Educação Física colaboradores do

projeto, todos devidamente treinados. Após a explicação sobre os procedimentos da

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pesquisa, as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Apêndice A).

Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade

Estadual de Londrina.

3.5 Análise estatística

Os dados foram analisados descritivamente pela mediana e valores máximos

e mínimos e as comparações das variáveis entre as idosas dos GNF e GPF foram

realizadas pelo teste de Mann-Whitney.

O pacote estatístico utilizado foi o Gaphpad 5.2 e foi realizado o Shapiro Wilk

para o teste de normalidade dos dados.

O índice de significância adotado em todas as análises foi de 6% (p<0,06).

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4 RESULTADOS

Os resultados ilustrados na Figura 2 indicam que a maior parte das idosas

avaliadas não possuem estados de fragilidade. As idosas que apresentaram

resultado positivo para um desses critérios (perda de peso involuntária, auto relato

de exaustão, força de preensão palmar e velocidade da marcha) compreenderam

32% e as que apresentaram dois ou mais critérios representaram apenas 7% da

amostra. Todas as idosas que pontuaram para fragilidade foram consideradas pré-

frágeis, segundo o critério de classificação adotado.

Figura 2 – Nível de fragilidade das idosas participantes do Projeto ―Idosos em Ação‖.

Na Tabela 1 são descritos os resultados das comparações entre os grupos

nos testes de força de preensão palmar e velocidade da marcha, indicadores de

fragilidade em indivíduos idosos. Como era esperado, o GNF obteve desempenho

significativamente melhor nos testes de força de preensão palmar e velocidade da

marcha do que as idosas do GPF. Em relação à idade, diferenças estatisticamente

significantes não foram encontradas entre os dois grupos.

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Tabela 1 - Comparação das variáveis: Idade, Força de Preensão Palmar e

Velocidade da marcha das idosas pré-frágeis (GPF) e não frágeis (GNF).

Variáveis PRÉ-FRÁGEIS (GPF)

M = 22

NÃO FRÁGEIS (GNF)

M = 35

p

Idade (anos)

69 (65-73) 68 (64-70) 0,37

Preensão Manual (kgf)

19,8 (17-25) 24,3 (22-27) < 0,01

Velocidade da marcha (s) 3,4 (3,2-4,2) 3,1 (2,7-3,3) < 0,01

Na Tabela 2, que são apresentados os resultados do estado mental das

idosas de ambos os grupos, verifica-se que as idosas do GPF e GNF obtiveram

desempenhos semelhantes em todos os domínios do questionário e na pontuação

geral. Os resultados indicam que as idosas de ambos os grupos apresentaram

estado mental normal, segundo a classificação do questionário.

Tabela 2 – Pontuação e comparação das variáveis: Orientação, Memória Imediata,

Atenção e Cálculo, Evocação, Linguagem e Total de pontos no Mini Mental.

Variáveis PRÉ-FRÁGEIS

(GPF) M= 22

NÃO FRÁGEIS

(GNF) M = 35

p

Orientação 9 (9-10) 9 (8-9) 0,05

Memória Imediata 3 (3-3) 3 (3-3) 0,75

Atenção e Cálculo 2 (0,75-4) 2 (0-4) 0,78

Evocação

Linguagem

Total

3 (2-3)

8 (8-9)

25 (23-27)

3 (2-3)

8 (7-9)

24 (22-27)

0,63

0,42

0,59

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5 DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo indicaram que as mulheres idosas, independente

do seu estado de fragilidade apresentaram um bom estado cognitivo. Essa condição

pode estar relacionada ao fato das idosas estarem engajadas em um programa

regular de exercícios. Segundo Boxtel et al. (1996), indivíduos moderadamente

ativos possuem um processamento cognitivo mais rápido do que indivíduos

sedentários, reduzindo assim o risco de sofrerem desordens mentais. Heyn et al.

(2004), em um estudo realizado com idosos, verificaram um aumento significativo no

desempenho cognitivo em pessoas idosas com déficit cognitivo e demência após a

realização de exercícios, comprovando assim que o exercício físico pode ser um

importante aliado contra o declínio cognitivo resultante do envelhecimento.

Um rastreamento cognitivo realizado na população idosa de Santo Antônio de

Pádua, Rio de Janeiro, Laks et al. (2003) apontontaram para uma prevalência de

transtornos cognitivos de 16,51%, índice este próximo ao encontrado em estudos

epidemiológicos anônimos (1998) realizados em países desenvolvidos com o mini

mental, que é em torno de 20%. É importante ressaltar que a baixa prevalência de

distúrbios cognitivos nas idosas deste estudo deve-se ao fato de fazerem parte de

uma população selecionada, que participa de programas de exercícios físicos e,

consequentemente são mais ativas e com maior autonomia.

Em estudo brasileiro realizado em Catanduva, São Paulo, foram avaliados

1660 idosos acima de 65 anos, deste total, 243 eram analfabetos. Dados do estudo

de Quesada e colaboradores (1997), apontam para a influência da escolaridade no

desempenho do mini mental. Acreditamos que para a realização deste presente

estudo esse fator não teve influência, pois o índice de analfabetos na amostra era

reduzido, contando com apenas três, em uma amostra de 57 indivíduos.

No que diz respeito à fragilidade, o exercício físico tem se mostrado eficiente

no combate a esta síndrome. Em artigo de revisão de Macedo de colaboradores

(2008), foi apontado que o exercício físico tem se mostrado como importante fator

para a preservação da mobilidade e prevenção do declínio funcional em idosos.

Neste contexto se insere o profissional de educação física, a fim de auxiliar o idoso

quanto à realização dos exercícios de forma correta.

A realização de exercícios físicos parece ser um dos fatores de proteção

contra a fragilidade das idosas participantes deste estudo. A prática regular de

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exercícios mostra como benefícios em longo prazo, dentre outros, o menor número

de quedas, aumento da mobilidade e autonomia. (ROUBENOFF, 2011). As idosas

participantes deste estudo estão engajadas em um programa regular de exercícios a

um ano ou mais. Algumas participam de outros projetos em paralelo ao oferecido

pela Universidade.

O fato de este estudo ter avaliado somente mulheres idosas fisicamente

ativas, não o credencia a extrapolar seus resultados a todas as realidades da

população idosa. Apesar disso, os resultados aqui levantados são importantes para

elucidar questões relacionadas à fragilidade física e estado mental de idosos que se

mantém em programas de exercícios físicos. Por meio dos resultados encontrados é

possível pensar em estratégias que possam preservar a funcionalidade física e a

condição cognitiva de idosos que estão inseridos em programas de exercícios

físicos.

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6 CONCLUSÃO

Conclui-se com este estudo que as mulheres idosas participantes de um

programa de exercícios físicos possuem moderada prevalência de pré-fragilidade.

As mulheres que não apresentaram resultados positivos para a fragilidade possuem

melhor desempenho na força de preensão palmar e na velocidade de marcha. As

idosas, de maneira geral, apresentaram estado mental dentro da normalidade e não

foram encontradas diferenças significantes entre as pré-frágeis e não frágeis.

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ANEXOS

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ANEXO A - Mini Exame do Estado Mental (Mini mental)

NOME:______________________________________________________________

ORIENTAÇÃO

Marque 1 ponto para cada resposta correta

Dia da semana Dia do mês Mês Ano Hora

aproximada

Instituição (Faculdade/

Universidade)

Local específico (sala)

Bairro ou rua próxima

(na dúvida anote o

nome da rua)

Cidade

Estado

TOTAL pontos

MEMÓRIA IMEDIATA

Fale as três palavras seguintes e pergunte ao idoso por elas: PENTE – RUA – SAPATO

Atribua 1 ponto para cada palavra correta

PENTE RUA SAPATO TOTAL

pontos

Repita as três palavras novamente e certifique-se que o idoso as aprendeu, pois adiante você irá

pergunta-las novamente

ATENÇÃO E CÁLCULO

Subtrair (100-7) cinco vezes consecutivas – Atribua 1 ponto para cada cálculo correto

93 86 79 72 65

TOTAL

pontos

EVOCAÇÃO

Pergunte pelas três palavras ditas anteriormente – 1 ponto por palavra

PENTE RUA SAPATO TOTAL

pontos

LINGUAGEM

Nomear um relógio e uma caneta / 1 ponto cada RELÓGIO CANETA

Repetir “nem aqui, nem ali, nem lá” 1 ponto para a resposta correta

Comando: “peque este papel com a mão direita dobre ao meio e coloque no chão” 1 ponto para cada etapa

Mão direita Dobre ao meio Coloque no chão

Ler e obedecer: “feche os olhos” 1 ponto

Escreva uma frase 1 ponto

Copiar o desenho 1 ponto

TOTAL Pontos

TOTAL GERAL: pontos

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Leia e obedeça

“Feche os olhos”

_____________________________________________________________________________

Copie o desenho abaixo

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APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Titulo da pesquisa:

“RELAÇÃO DO ESTADO MENTAL COM NÍVEIS DE FRAGILIDADE DE INDIVÍDUOS IDOSOS FISICAMENTE ATIVOS”

Prezado(a) Senhor(a):

Gostaríamos de convidá-lo a participar da pesquisa “Prevalência de fragilidade,

indicadores sociodemográficos. Estado cognitivo e estilo de vida de mulheres

idosas fisicamente ativos”, realizada na “Universidade Estadual de Londrina”.

O objetivo da pesquisa é “Identificar a prevalência de fragilidade física e sua

relação com indicadores sociodemográficos, estado cognitivo e estilo de vida

de mulheres idosas participantes do Projeto de Envelhecimento da UEL”. A sua

participação é muito importante e ela se daria da seguinte forma (os dados serão

coletados mediante três questionários, um para informações sociodemográficas,

outro questionário para aferir o estilo de vida e o outro para capacidade cognitiva.

Serão aplicados mais dois testes: um de preensão manual e outro de velocidade de

marcha). Gostaríamos de esclarecer que sua participação é totalmente voluntária,

podendo você: recusar-se a participar, ou mesmo desistir a qualquer momento sem

que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa. Informamos ainda que as

informações serão utilizadas somente para os fins desta pesquisa e serão tratadas

com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a preservar a sua

identidade.

Os benefícios esperados são trazer contribuições positivas aos estudos na área do

envelhecimento e melhorar as intervenções no Projeto Envelhecimento Ativo.

Informamos que o senhor (a) não pagará nem será remunerado (a) por sua

participação. Garantimos, no entanto, que todas as despesas decorrentes da

pesquisa serão ressarcidas, quando devidas e decorrentes especificamente de sua

participação na pesquisa.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE - CEFE

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Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode nos

contactar (Denilson de Castro Teixeira. Rua Albino Scotton, 429 – Jd. Burle

Marx, Londrina, Paraná. Telefone: 9941-8625).

Londrina, ______ de ______ de 2011.

Pesquisador Responsável

____________________________

_____________________________________ (nome por extenso do sujeito de

pesquisa), tendo sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa,

concordo em participar voluntariamente da pesquisa descrita acima.

Assinatura (ou impressão dactiloscópica):____________________________

Data:___________________