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Janeiro de 2016
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Panorama Macroeconômico
Os mercados globais iniciaram este ano com elevada volatilidade e aumento da aversão ao risco. A correção da
bolsa chinesa, a depreciação do renmimbi, a forte queda dos preços das commodities e, consequentemente, os
riscos de uma desaceleração mais pronunciada da economia chinesa estão por trás desses movimentos, que
afetaram os preços dos ativos em escala global. Entendemos que, somado a isso, a grande maioria das
economias vem perdendo dinamismo. De fato, o FMI atualizou recentemente as suas projeções para a
economia mundial em 2016 e 2017. Segundo o relatório, o PIB global deverá crescer 3,4% neste ano e 3,6% no
próximo, sucedendo expansão de 3,1% em 2015. Apesar da continuidade da recuperação mundial, o reequilíbrio
da economia chinesa, o menor preço das commodities e as dificuldades enfrentadas por importantes economias
emergentes (notadamente o Brasil e a Rússia) levaram o FMI a rever suas expectativas para baixo. Nesse
sentido, os riscos a esse cenário continuam negativos, atrelados, também à normalização monetária nos EUA e
ao recrudescimento das tensões geopolíticas em diferentes regiões do mundo. O fundo projeta expansão de
2,1% das economias desenvolvidas em 2016 e 2017. Quanto aos emergentes, a expectativa é de avanço de
4,3% neste ano e 4,7% no próximo.
As preocupações relacionadas à condução da política fiscal e as incertezas na esfera política continuam
elevadas, mantendo a confiança em patamares baixos. A desaceleração da atividade econômica brasileira ainda
não foi interrompida, com piora do mercado de trabalho. A frustração com a arrecadação e a necessidade de
aumentar a receita e reduzir as despesas elevam os desafios para o ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, os sinais
vindos da economia seguem decepcionando, o que nos levou mais uma vez a ajustar nossas projeções para o
PIB deste ano, para o qual esperamos retração de 3,5%, após o PIB ter recuado 3,9% no passado, lembrando
que o IBGE divulgará esses dados no dia 03 de março. O enfraquecimento da atividade doméstica e a
dificuldade em fazer o ajuste das contas públicas – além da tendência de apreciação do dólar em escala global e
de queda dos preços das commodities – devem manter a taxa de câmbio pressionada, que não tem respondido
aos fundamentos. Acreditamos que a taxa de câmbio encerrará este ano em R$/US$ 4,00. Diante do fraco
desempenho da economia, esperamos que o IPCA mostre alta de 6,9% neste ano. Assim, a descompressão em
relação ao ano passado (10,67%), as incertezas no cenário global e a recessão brasileira sustentam a nossa
expectativa de que a Selic fechará em 13,25% no final deste ano.
AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO
Sumário Executivo
Soja – Preços internacionais devem continuar em baixos patamares dos últimos meses, refletindo os elevados
estoques globais. As cotações domésticas, por outro lado, devem seguir em alta, favorecidas pelo dólar
valorizado.
Milho – Com recuo de produção nos EUA e no Brasil, fruto do desvio de área para a soja, os preços
internacionais devem seguir em alta, mas que deverá ser moderada, já que a relação estoque consumo está
bastante elevada. Preços no mercado doméstico devem continuar em alta, refletindo o recuo de produção no
Brasil, o bom volume a ser exportado e o consumo doméstico forte para atender a ampliação da produção de
carne avícola.
Café – As cotações internacionais devem começar a cair, refletindo as estimativas de safra boa no Brasil. Já
as cotações domésticas devem continuar elevadas, beneficiadas pelo câmbio depreciado. O movimento ainda
deverá continuar volátil, em resposta às próximas notícias sobre o desenvolvimento da lavoura no Brasil e sobre
os possíveis efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da Ásia.
Boi – A combinação de câmbio depreciado com a expectativa de abertura de diversos mercados para a carne
bovina brasileira deverá sustentar o movimento de alta das cotações do boi. Já a demanda doméstica contida e os
efeitos chuvosos do El Niño sobre as pastagens deverão limitar a alta.
Açúcar e Etanol – As cotações internacionais do açúcar e os preços domésticos do etanol devem seguir em
alta moderada até a entrada da nova safra brasileira de cana em abril. Os preços deverão ser sustentados pelo
melhor ajuste entre oferta e demanda global por açúcar e pela demanda doméstica por etanol, diante da elevação
de preços da gasolina.
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Fonte e projeção: Conab
Elaboração: BRADESCO
Produção Nacional
de soja
(em mil toneladas)
1991 – 2016
SO
JA
2
SOJA – Preços internacionais devem continuar nos baixos patamares dos últimos meses, refletindo os elevados estoques globais. As cotações domésticas, por outro lado devem seguir em alta, favorecidas pela valorização do dólar em escala global
15.39419.419
25.934 26.160
31.370 32.345
41.917
52.01849.989
55.027
60.01857.162
68.688
75.324
66.383
81.499
86.121
96.228
102.111
8.000
17.000
26.000
35.000
44.000
53.000
62.000
71.000
80.000
89.000
98.000
107.000
90
/91
91
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92
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/16
*
em mil toneladasFonte e Projeção: CONAB
Elaboração: BradescoProdução Nacional de Soja 1990 - 2012
Fundamentos
O relatório do USDA divulgado neste mês revisou a estimativa de produção dos EUA de 108,4
milhões de toneladas na safra 2015/2016 para 107,0 milhões de toneladas. As estimativas
permaneceram as mesmas para o Brasil e a Argentina, de 100 e de 57 milhões de toneladas, nessa
ordem. Dessa forma, a relação estoque consumo foi reduzida de 26,4% para 25,2%, porém esse
patamar está no mesmo nível da safra passada (26,2%), que é o mais alto das últimas cinco safras.
No 4º levantamento da Conab para a safra 2015/16, a estimativa para a produção de soja foi revisada
para baixo em 0,3% em comparação com o mês anterior, por conta da piora da expectativa para a
produtividade no Mato Grosso, que vem enfrentando clima seco. A produção agora está estimada em
102,1 milhões de toneladas, ainda assim, uma ampliação de 6,1% ante a safra passada. A soja é o
destaque da atual temporada, sendo a única cultura apontada com elevação de área em resposta à
boa rentabilidade favorecida pelo dólar valorizado. Esse será, portanto, o quarto ano consecutivo que
o Brasil deverá colher safra recorde de soja.
A tendência para os preços internacionais de soja é de continuidade dos baixos patamares
observados nos últimos meses, em resposta aos elevados estoques globais. Já as cotações
domésticas, devem seguir em alta, refletindo a valorização do dólar em escala global.
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
491
546507
436
632
567
989
526
689
542
757
1.515
908
1.211
1.143
1.674
1.525
1.287
1.486
1.178
965881
400,0
600,0
800,0
1.000,0
1.200,0
1.400,0
1.600,0
1.800,0
jan
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PREÇOS INTERNACIONAIS DE SOJA - BOLSA DE CHICAGO - CBOT PREÇO FUTURO 1º VENCTO 2000 - 2010
em US$ cents por bushel
em US$ cents por bushel
Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco•Projeção de preço: média dos preços futuros
de
z/1
6
Produtividade da
lavoura de soja
(em kg por ha)
1991 – 2016
Fonte e (*) projeção: Conab
Elaboração: BRADESCO
Fonte: Deral
Elaboração e Projeção: BRADESCO
Preço de soja em grão ao
produtor – Praça Paraná -
(em R$ por saca de 60 kg)
2002 – 2016
3
Fonte: Bloomberg
Elaboração: Bradesco
Soja - Preço Futuro 1º vencimento
(em US$ cents/bushel)
2000 – 2016
Projeção de preço: média
dos preços futuros
1.580
2.027
2.1502.221
2.175
2.2992.367 2.395
2.751
2.567
2.816
2.339
2.245
2.419
2.816
2.629
2.927
3.115
2.651
2.938
2.854
2.998
3.073
1.500
1.700
1.900
2.100
2.300
2.500
2.700
2.900
3.100
3.300
90/9
1
91/9
2
92/9
3
93/9
4
94/9
5
95/9
6
96/9
7
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8
98/9
9
99/0
0
00/0
1
01/0
2
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3
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4
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5
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6
06/0
7
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8
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9
09/1
0
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1
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2
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3
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4
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5
15/1
6*
em kg por ha Fonte e Projeção: Conab Elaboração: Bradesco Produtividade da lavoura de soja - 1990 - 2012
18,04
26,63
19,98
43,93
32,42
48,15
22,57
28,62
27,03
44,37
39,81
30,59
45,68
40,14
73,92
50,53
61,83
53,38
69,98
66,10
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
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SOJA EM GRÃO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA PR
em R$ por saca de 60 kg Fonte: Deral PR Elaboração e Projeção: Bradesco
de
z/1
6
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
MIL
HO
MILHO – Com recuo da produção nos EUA e no Brasil, fruto do desvio de área para a
soja, os preços internacionais devem seguir em alta, mas que deverá ser moderada, já
que a relação estoque consumo está bastante elevada. Preços no mercado doméstico
devem continuar em alta, refletindo o recuo de produção no Brasil, o bom volume a
ser exportado e o consumo doméstico forte para atender a ampliação da produção de
carne avícola
Fonte e (*) projeção: Conab
Elaboração : BRADESCO
Produção Nacional
de milho
(em mil toneladas)
1991 – 2016
4
24.096
30.77133.174
37.44235.716
32.393
42.290
35.281
47.411
42.129
35.007
42.515
51.370
58.652
51.004
56.01857.407
72.980
81.506 80.052
84.67382.328
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
90
/91
91
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92
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93
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94
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95
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97
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04
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05
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06
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07
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08
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/10
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12
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14
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15
/16
*
em mil toneladas Fonte e Projeção: ConabProdução Nacional de Milho - 1991 - 2012
Fundamentos
O USDA revisou para baixo a estimativa de produção de milho nos EUA para a safra 2015/16, passando
de 346,8 milhões de toneladas para 345,5 milhões de toneladas. Assim, a atual safra norte-americana de
milho será menor em 4,3% ante a safra passada, em razão do desvio de área para a soja. O USDA
manteve a expectativa para a produção na Argentina, em 25,6 milhões de toneladas, e no Brasil, em 81,5
milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque consumo, de 21,6% no mês atual, permanece acima
da safra passada, que fechou em 19,8%.
O 4º levantamento da safra 2015/16, divulgado pela Conab, apontou que a área plantada com milho 1ª
safra deverá recuar 7,8% ante a safra passada, cedendo espaço para a soja. Em comparação ao
levantamento do mês anterior, a estimativa de produção de milho na 1ª safra foi revisada para cima em
1,0%, favorecida pela melhora da expectativa para a produtividade. A estimativa para a área a ser
plantada com a 2ª safra não foi alterada, tendo em vista que o plantio só começará em fevereiro. Assim,
a produção total de milho está estimada em 82,3 milhões de toneladas, o que representa recuo de 2,8%
ante a safra passada. A estimativa para a 1ª safra é de 27,8 milhões de toneladas e para a 2ª safra é de
54,6 milhões de toneladas.
Diante da piora do mercado de trabalho e do aperto no orçamento familiar, o consumidor está fazendo a
troca da carne bovina pela de frango, que tem preços mais acessíveis. Esse movimento está ampliando a
demanda por milho, principal grão utilizado na ração de aves. Nesse sentido, a Conab estima elevação
de 4% do consumo doméstico de milho neste ano, devendo alcançar 58,2 milhões de toneladas. Com o
mercado doméstico forte, o volume destinado às exportações deverá cair de 30,9 milhões para 28
milhões de toneladas, queda de 9,3%. De todo modo, ainda é um volume elevado de embarques,
correspondente a 34% da produção brasileira, ante 36,5% registrado na safra passada.
O recuo de produção nos EUA e no Brasil deve favorecer a alta de preços internacionais de milho, mas a
alta deverá ser muito moderada, já que a relação estoque consumo está bastante elevada. As cotações
domésticas devem continuar em alta, refletindo a safra menor no Brasil, o bom volume a ser exportado
(embora menor do que a safra passada), e o consumo doméstico forte para atender a ampliação da
produção de carne avícola.
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Produtividade –
milho
(em kg por ha)
1991 – 2016
Fonte: Conab
Elaboração : BRADESCO
Fonte: Deral
Elaboração e Projeção: BRADESCO
Preço de milho ao
produtor – Praça
Paraná
(em R$ por saca de
60 kg)
2000 – 2016
5
Milho - Preço Futuro 1º vencimento
(em US$ cents por
bushel)
2000 – 2016
Projeção de preço: média
dos preços futuros
Fonte: Bloomberg
Elaboração: Bradesco
217
235
267
215
316
237
413
326
493
711
418
322
347
546
750
598
766
661
440
502
337367
379
160
260
360
460
560
660
760
860
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Milho - Bolsa de Chicago - CBOTPreço futuro 1º vencimento
Em US$ cents por bushelFonte: Bloomberg Elaboração e Projeção: Bradesco
de
z/1
6
1.791
2.1942.3492.344
2.622
2.356
2.5882.6502.5892.480
3.260
2.864
3.585
3.296
2.867
3.279
3.655
3.972
3.599
4.3114.158
4.808
5.1495.057
5.396 5.411
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
5.000
5.500
6.000
90
/91
91
/92
92
/93
93
/94
94
/95
95
/96
96
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97
/98
98
/99
99
/00
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01
/02
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03
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04
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05
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06
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07
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08
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09
/10
10
/11
11
/12
12
/13
13
/14
14
/15
15
/16
*
em kg por ha Produtividade - Milho - 1991 - 2012
11,95
7,05
11,40
22,28
18,96
16,26
10,44
14,14
24,94
13,07
19,96
26,92
17,26
23,29
17,8419,17
24,34
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
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Preço pago ao produtor de milho - Paraná Fonte: DeralElaboração e Projeção:
Em R$ por saca de 60 kg Fonte: DeralElaboração e Projeção:
Em R$ por saca de 60 kg
de
z/1
6
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Fundamentos
O relatório do USDA divulgado em meados de dezembro reduziu a estimativa da produção brasileira
para a safra 2015/16 de 52,4 milhões de sacas, estimadas em junho, para 49,4 milhões de sacas em
dezembro, refletindo os efeitos da estiagem que assolou a região Sudeste no ano passado. Assim, para
a safra global, o USDA reduziu a estimativa de 152,7 milhões de sacas para 150,1 milhões de sacas
entre os levantamentos de junho e de dezembro do ano passado, refletindo principalmente a revisão
baixista para o Brasil. Isso ajudou a sustentar os preços do café. Para o Vietnã, que produz café robusta,
o USDA estimou ampliação da produção de 28,6 para 29,3 milhões de sacas entre os dois
levantamentos. No entanto, a Vicofa, associação local dos cafeicultores estima produção de 18 milhões
de sacas, em resposta aos baixos preços recebidos na safra anterior que desincentivou o cultivo.
Importante lembrar que a safra 2015/16 está em fase de colheita no Vietnã e na Colômbia, ao passo que
no Brasil já está finalizada. A colheita da safra 2016/17 no Brasil terá início em maio. Como apontado
pelos serviços de meteorologia, o El Niño deverá trazer estiagem nas regiões equatoriais, podendo
comprometer a safra de países produtores de café como Vietnã, Indonésia e Colômbia.
A Conab divulgou neste mês o 1º levantamento da safra 2016/17. Esta será safra de alta bienalidade. A
safra total de café no Brasil está estimada em 50,5 milhões de sacas de 60 quilos, uma alta de 16,9%
ante o volume de 43,2 milhões de sacas da safra passada. A produção de arábica está estimada em
38,8 milhões de sacas, com incremento de 21,1% ante a safra passada, que somou 32,1 milhões de
sacas. A ampliação da produção resulta do clima mais favorável e do incremento de área plantada em
6,6% em Minas Gerais, 4,5% no Paraná e 1,0% em São Paulo. Apesar da ampliação de área no Paraná,
a Conab estima queda de 18,6% da produção no estado, já que a safra passada foi muito boa,
beneficiada pela recuperação de produtividade depois de dois anos de quebra. A produção de robusta
está estimada em 11,7 milhões de sacas, um acréscimo de 4,9% ante a safra passada, que alcançou
11,2 milhões de sacas. A ampliação será possível pelo incremento de 6,5% da área plantada na Bahia,
com expansão de 55,1% da produção esperada de robusta no estado. No Espírito Santo, principal
estado produtor de robusta, a área foi reduzida em 7,5%, como resultado das dificuldades enfrentadas
pelos produtos com as variâncias climáticas do ano passado. Mesmo assim, a produtividade será melhor
neste ano e a estimativa da Conab para o estado é de leve recuo de 0,8% da produção.
Nos próximos meses as atenções estarão concentradas no desenvolvimento das plantas no Brasil e na
evolução do El Niño nos países asiáticos. Há risco de quebra para as lavouras de café nas regiões
produtoras da Indonésia e Índia, que estarão em período de desenvolvimento a partir de outubro,
podendo sofrer com os efeitos da estiagem trazidos pelo El Niño para a região.
Com as estimativas de boa safra no Brasil, as cotações internacionais de café devem começar a cair.
Preços em reais devem continuar altos, favorecidos pelo câmbio. A volatilidade seguirá presente, dada
pelas notícias sobre o desenvolvimento da lavoura no Brasil e sobre os possíveis efeitos negativos do El
Niño sobre as lavouras da Ásia.
CAFÉ – As cotações internacionais devem começar a cair, refletindo as estimativas de
safra boa no Brasil. Já as cotações domésticas devem continuar elevadas. A
volatilidade seguirá presente, em resposta às próximas notícias sobre o
desenvolvimento da lavoura no Brasil e sobre os possíveis efeitos negativos do El Niño
sobre as lavouras da Ásia
Produção Nacional de
Café
(em mil sacas de 60 kg)
1995 – 2016
Fonte e projeção (*): Conab
Elaboração: Bradesco
CA
FÉ
6
26,000
16,800
27,500
18,860
34,547
27,170
31,100
28,137
48,480
28,820
39,272
32,944
42,512
36,070
45,992
39,470
48,095
43,484
50,82649,152
45,342
43,235
11,000
21,000
31,000
41,000
51,000
61,000
94/9
5
95/9
6
96/9
7
97/9
8
98/9
9
99/0
0
00/0
1
01/0
2
02/0
3
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4
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5
05/0
6
06/0
7
07/0
8
08/0
9
09/1
0
10/1
1
11/1
2
12/1
3
13/1
4
14/1
5
15/1
6*
Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: BradescoProdução Nacional de Café - 1994 - 2012mil sacas de 60 kg
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Fonte: CEPEA ESALQ Elaboração: Bradesco
Preço Café Arábica
(em R$ por saca de 60 kg)
2000 – 2016
Projeção de preço: média
dos preços futuros BMF
7
Fonte: Bloomberg
Elaboração: Bradesco
Café Arábica - NYBOT Preço Futuro 1º vencimento
(em US$ cents por libra
peso)
2000 – 2016
Projeção de preço: média
dos preços futuros 115,06
63,07 65,95
67,78
99,48
127,53
96,55
131,18
152,04
108,67
142,45
204,99
272,07
180,03
150,03
117,62
197,02
118,14
120,60
25,0
75,0
125,0
175,0
225,0
275,0
325,0
jan
/00
jan
/01
jan
/02
jan
/03
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/04
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/06
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/07
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/08
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/09
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/10
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/11
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/12
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/13
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/14
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/15
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/16
Projeção de preço: média dos preços futurosCafé em grão - Bolsa de Nova York - NYBOT
2000 - 2010Em US$ cents por libra peso
Fonte: Bloomberg Elaboração:
de
z/1
6
223,6239,8
337,0
230,4
291,4
245,8
269,8
247,5
328,0
530,8
457,8408,6
247,7
366,3
480,1
424,0
479,3
537,7
525,0
90,0
140,0
190,0
240,0
290,0
340,0
390,0
440,0
490,0
540,0
590,0
jan
/00
jan
/01
jan
/02
jan
/03
jan
/04
jan
/05
jan
/06
jan
/07
jan
/08
jan
/09
jan
/10
jan
/11
jan
/12
jan
/13
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/14
jan
/15
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/16
Café Arábica - Preço ao Produtor - Praça São Paulo 2000 - 2012Em R$ por saca 60 kg Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco
de
z/1
6
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
104.974
120.133
80.000
90.000
100.000
110.000
120.000
130.000
140.000
150.000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Exportações Brasileiras de carne bovina - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco
2013
2014
2015
BO
I
BOI – A combinação de câmbio depreciado com a expectativa de abertura de
diversos mercados para a carne bovina brasileira deverá sustentar o
movimento de alta das cotações do boi. Já a demanda doméstica contida e
os efeitos chuvosos do El Niño sobre as pastagens deverão limitar a alta
Fundamentos
Em resposta ao câmbio em nível mais depreciado, os volumes embarcados de carne bovina passaram a
expandir a partir do início do segundo semestre do ano passado. Ainda assim, as exportações em
volume caíram 13,3% em 2015, refletindo o recuo de 47,9% e 40,4% das compras por parte da Rússia e
da Venezuela, respectivamente, que sofrem os efeitos da retração dos preços do petróleo e da
desvalorização da moeda local ante o dólar.
Neste ano, a depreciação do Real continuará incentivando a ampliação dos embarques. Some-se a isso
dois aspectos bastante relevantes: (i) a abertura de diversos mercados para a carne bovina brasileira:
EUA, China, Japão, África do Sul, Iraque, Irã, Arábia Saudita e ainda serão foco de negociações países
da América Central e da Ásia, como Tailândia e Indonésia; (ii) o recuo das exportações australianas
para países asiáticos em razão do menor volume de animais prontos para abate. O USDA estima
expansão de 9,2% dos volumes embarcados de carne bovina pelo Brasil neste ano. Já a Abiec, entidade
que reúne os exportadores de carne, estima elevação de 25%.
Se, de um lado teremos demanda por carne, do lado da oferta também poderemos contar com
ampliação. Isso porque a retenção de fêmeas, que já vinha ocorrendo desde 2014 no Brasil, eleva o
potencial de aumento da oferta de bezerros em 2016. Após o pico registrado em maio, os preços do
bezerro passaram a cair, acumulando recuo de 7% até dezembro.
O consumo doméstico por carne tende a arrefecer, em resposta à piora do mercado de trabalho e da
renda. O movimento de preços de carnes no atacado dá indícios de que o consumidor está trocando o
consumo de carne bovina de 2ª pela carne de frango. Desde meados do ano passado até o início de
janeiro, os preços da carne de 2ª caíram em média 5%, ao passo que os preços da carne de frango
subiram 16% no mesmo período.
A expectativa de ampliação das exportações neste ano, impulsionadas pelo câmbio depreciado e pela
abertura de novos mercados, deverá sustentar as cotações do boi gordo em elevados patamares. Em
sentido contrário, outros fatores deverão exercer pressão de baixa, como a fraca demanda doméstica e
o maior regime de chuvas, que contribuirá para a boa manutenção dos pastos.
8
Exportações
brasileiras de carne
bovina
(em mil toneladas)
2013 – 2015
FONTE: SECEX
ELABORAÇÃO: BRADESCO
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Boi Gordo – Preço ao
Produtor – Praça São Paulo
(em R$ por arroba)
2002 – 2016
FONTE: CEPEA
ELABORAÇÃO: BRADESCO
9
Projeção de preço: média
dos preços futuros BMF
BOVESPA
Abate de bois
em mil cabeças
2013 - 2015
FONTE: MAPA
ELABORAÇÃO: BRADESCO
2.294
2.485
2.2562.208
2.079
1.800
2.000
2.200
2.400
2.600
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Abates mensais de boi - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco
2013
2014
2015
42,2
51,7
61,8
93,3
74,5
109,6106,9
90,897,0
108,4
125,2
150,7
149,7
158,8
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
180,0
jan
/02
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/04
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/05
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/06
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/07
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/08
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/09
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/10
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/12
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/13
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/14
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/15
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/16
BOI GORDO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA SP
Em R$ por arroba (15 kg)Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco
de
z/1
6
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
222.429 223.460240.944
287.810
314.969
257.592
320.650
359.316
431.413
474.800
559.432
604.514623.905
560.364
588.916
658.822
634.767
658.702
150.000
250.000
350.000
450.000
550.000
650.000
90
/91
91
/92
92
/93
93
/94
94
/95
95
/96
96
/97
97
/98
98
/99
99
/00
00
/01
01
/02
02
/03
03
/04
04
/05
05
/06
06
/07
07
/08
08
/09
09
/10
10
/11
11
/12
12
/13
13
/14
14
/15
15
/16
*
mil toneladasProdução Nacional de Cana-de-Açúcar - 1990 - 2013
Fonte e projeção : Conab Elaboração. Bradesco
AÇÚCAR E ETANOL – As cotações internacionais do açúcar e os preços
domésticos do etanol devem seguir em alta moderada até a entrada da nova
safra brasileira de cana, em abril. Os preços deverão ser sustentados pelo melhor ajuste entre oferta e demanda global por açúcar e pela demanda
doméstica por etanol, diante da elevação de preços da gasolina
Fundamentos
No último relatório divulgado em dezembro, a Conab apontou que a produção de cana deve atingir 658,7
milhões de toneladas na safra 2015/2016, o que representa alta de 3,8% em relação à safra passada.
Em relação ao levantamento de agosto, houve leve melhora na estimativa de produção, passando de
655,2 milhões para 658,7 milhões de toneladas, refletindo a melhora climática.
Com a forte expansão do consumo doméstico de etanol, em razão da elevação de preços da gasolina, a
moagem de cana está mais voltada para o etanol na atual safra. Entre agosto e dezembro, a estimativa
para a produção de açúcar foi reduzida em 7,2%, passando de 37,3 milhões para 34,6 milhões de
toneladas, enquanto a estimativa de produção de etanol subiu 2,4%, de 28,5 milhões para 29,2 milhões
de litros no mesmo período. Com isso, em relação à safra passada, a produção de açúcar é 2,7% menor
e a produção de etanol total é 1,9% maior. A produção de etanol hidratado é 7,4% maior do que a safra
passada.
O levantamento divulgado pelo USDA em novembro trouxe melhor ajuste entre oferta e demanda
globais, com a relação estoque consumo passando de 26% na safra passada para 22,9% na atual.
Consultorias internacionais especializadas estão apontando que, após cinco anos gerando superávits
globais, a indústria de açúcar deverá apresentar déficit.
Segundo a Unica, faltando três meses para a finalização do processamento da safra 2015/16 de cana,
foram moídos no Centro-Sul 4,6% a mais de cana ante o ano passado. Na mesma comparação a
produção de açúcar está 4,4% menor e a de etanol anidro (misturado na gasolina) está 3,4% mais baixa.
Já a produção de etanol hidratado, usado diretamente nos veículos flex, está 10,9% maior para atender
ao forte incremento de consumo após a elevação do preço da gasolina.
Segundo a ANP, até novembro, as vendas de etanol hidratado cresceram 40,1% ante o mesmo período
do ano passado, enquanto as vendas de gasolina caíram 7,5% no mesma base de comparação.
Os preços internacionais de açúcar começaram a subir a partir de agosto, refletindo uma combinação de
fatores: (i) notícias divulgadas por consultorias especializadas de que a safra atual terá déficit global de
açúcar; (ii) clima mais chuvoso nas regiões produtoras na fase final do processamento, prejudicando a
moagem e (iii) aumento dos preços da gasolina nas refinarias em 6% no final de setembro,
impulsionando a demanda por etanol.
Em resposta à ampliação da demanda por etanol, diante da elevação de preços da gasolina e do melhor
ajuste entre oferta e demanda global por açúcar, as cotações internacionais da commodity devem
continuar em elevação moderada. Os preços do etanol devem seguir pressionados, até a entrada da
nova safra em abril, favorecidos pela demanda robusta e pelo aumento de preços da gasolina.
10
AÇ
ÚC
AR
E
ETA
NO
L
Produção nacional de
cana-de-açúcar
em mil toneladas
1991 – 2016
Fonte e projeção (*): Conab
Elaboração: Bradesco
Safra 15/16 Mil ton Var. Abs. Var. %
1º Levantamento Abr/15 654.613
2º Levantamento Ago/15 655.159 546 0,1%
3º Levantamento Dez/15 658.702 3.543 0,5%
4º Levantamento Abr/16
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Preço de Etanol Hidratado
(em R$ por metro cúbico)
2012 - 2016
FONTE: BMF BOVESPA
ELABORAÇÃO: BRADESCO
11
Preços internacionais de
açúcar
(em US$ cents por
bushel)
2000 – 2016
Projeção de preço: média
dos preços futuros
FONTE: BLOOMBERG
ELABORAÇÃO: BRADESCO
Produção nacional de
açúcar (em mil toneladas)
Produção nacional de
etanol (em mil litros)
1994 – 2016
FONTE: CONAB
ELABORAÇÃO: BRADESCO
Projeção de preço: preços
futuros BMF BOVESPA
11.700
19.380
16.020
27.500
38.168
35.968
37.878
35.56034.613
12.692
13.078
10.518
14.640
23.007
25.763
27.595
23.640
28.660 29.215
8.000
15.000
22.000
29.000
36.000
43.000
93
/94
94
/95
95
/96
96
/97
97
/98
98
/99
99
/00
00
/01
01
/02
02
/03
03
/04
04
/05
05
/06
06
/07
07
/08
08
/09
09
/10
10
/11
11
/12
12
/13
13
/14
14
/15
15
/16
*
Açúcar em mil toneladasEtanol em mil litros
Fonte e (*) Projeção: Conab Elaboração: Bradesco
Produção nacional de açúcar e de etanol 1993 – 2013
AÇÚCAR
ÁLCOOL
5,6
10,7
9,0 8,8
6,3
9,0
8,4
17,9
8,9
13,1
11,3
28,4
14,6
32,1
21,9
29,5
24,9
17,7
15,4
10,7
14,9
13,96
3,0
9,0
15,0
21,0
27,0
33,0
jan
/00
jan
/01
jan
/02
jan
/03
jan
/04
jan
/05
jan
/06
jan
/07
jan
/08
jan
/09
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/10
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/11
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/12
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/13
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/14
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/15
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/16
Preços internacionais de açúcar – NYBOT – Preço futuro 1º Vencto 2000 – 2013Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco
Em US$ cents por libra peso
de
z/1
6
1.062
1.291
1.025
1.146
1.225
1.354
1.150
1.136
1.076
1.316
1.1921.148
1.353
1.590
1.708
1.770
1.455
1.470
920
1.020
1.120
1.220
1.320
1.420
1.520
1.620
1.720
1.820
jan
/12
fev/1
2m
ar/
12
ab
r/12
mai/1
2ju
n/1
2ju
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ag
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2set/
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2d
ez/
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t/13
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3d
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n/1
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t/14
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4d
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15
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n/1
5ju
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o/1
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t/15
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5d
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6ju
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ag
o/1
6set/
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ou
t/16
no
v/1
6
em R$ por metro cúbico
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
FONTE: Bloomberg
ELABORAÇÃO: BRADESCO
Posições não
comerciais e preços
internacionais de soja
2010 - 2016
FONTE: Bloomberg
ELABORAÇÃO: BRADESCO
Posições não
comerciais e preços
internacionais de milho
2010 - 2016
FONTE: Bloomberg
ELABORAÇÃO: BRADESCO
Posições não comerciais
e preços internacionais
de café
2010 - 2016
Acompanhamento das posições não comerciais
-27264
192117
-24414
260.845
46.808
168.209
-130.404
-20775
1.613
940,8 922,5
-160.000
-120.000
-80.000
-40.000
0
40.000
80.000
120.000
160.000
200.000
240.000
280.000
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
1.800
2.000
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ou
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ou
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/16
US$ c / bushel em número de contratos
posição não comercial
preço soja
16-j
un
-09
-66.274
385.009
80.111
149.456
-113.383
-15328
746,8
789,5
545,3
340,5
360
-300000
-200000
-100000
0
100000
200000
300000
400000
500000
150
250
350
450
550
650
750
850
jan
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10
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1
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set/
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3
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5
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US$ cents por bushel
posição não comercial
preço milho
46.478
50.224
38.200
-2147
281,7
208,9
168,3
125,25
-30.000
-20.000
-10.000
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
-20
30
80
130
180
230
280
330
380
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1
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13
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3
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set/
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v/1
3
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14
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4
jul/14
set/
14
no
v/1
4
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/15
mar/
15
mai/1
5
jul/15
set/
15
no
v/1
5
jan
/16
Posições Não Comerciais e Preços Internacionais de café - 2007 - 2014 - Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco
posição não comercial Café
16-j
un
-09
US$ c / libra em número de contratos
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
SO
JA
Complexo Soja
Da soja em grão produzida no Brasil, 43% do volume é exportado e 57% é destinado à moagem. O
processo de moagem resulta em 72% de farelo e 18% de óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas.
Do farelo produzido, 50% são exportados e, do óleo, 20% são embarcados.
A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%.
Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.
No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e
cerca de 80% são utilizados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e
suínos.
Países de destino
Grão: 75% China, 15% Europa, 10% outros países asiáticos.
Farelo: 70% Europa, 20% países asiáticos.
Óleo: 50% China, 20% Índia.
Sazonalidade
Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio.
Regionalização
Centro-Oeste: 49%; Sul 33%; 8% Nordeste; 6% Sudeste
Ranking
O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 30,8%, atrás dos EUA, com 31,5%, mas é o
maior exportador, com 40,7% do total, seguido pelos EUA, com 39,3%.
Retrato do mercado
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O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto
representa:
64% da avicultura
65% da suinocultura
23% da pecuária de leite
Países de destino
As exportações de milho respondem por 32% do volume produzido. Os principais mercados de destino
são: 20% Vietnã, 16% Irã, 7% Taiwan.
Sazonalidade
O milho tem duas safras:
Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e
maio. Representa 40% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45% Sul; 26% Sudeste; 10%
Centro-Oeste; 15% Nordeste.
Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro.
Responde por 60% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,3% Centro-Oeste; 23% Sul
(somente Paraná); 6% Nordeste (somente Bahia); 5% Sudeste.
Ranking
O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 7% de participação no mercado e o segundo maior
exportador, com 18% de participação.
MIL
HO
Retrato do mercado
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O Brasil exporta 67% do café produzido, sendo 90% de café verde e 10% de café solúvel
A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos
totais, pois a maior parte da colheita é manual.
Países de destino
Café verde: 19,3% EUA; 18,8% Alemanha; 10% Japão.
Café solúvel: 16,3% EUA; 13,5% Rússia; 6,4% Ucrânia.
Regionalização
Distribuição regional da produção de café arábica:
71,5% Minas Gerais
10,5% São Paulo
9,1% Espírito Santo
4,3% Paraná
2,8% Bahia
Distribuição regional da produção de café robusta:
75,6% Espírito Santo
12,5% Rondônia
6,7% Bahia
2,6% Minas Gerais
Sazonalidade
A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se
estende até setembro.
Ranking
O Brasil é o maior player global, com participações de 37% na produção e de 27% na exportação. Os
demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que
responde por 15% do consumo mundial. C
AF
É
Retrato do mercado
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O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para
abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais
para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro.
As exportações respondem por 20% da produção nacional de carne bovina.
Países de destino
A Rússia é o principal mercado de destino das exportações brasileiras de carne bovina, com
participação de 22%. Hong Kong responde por 18%.
Regionalização
Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,4% Centro-Oeste; 20,4% Sudeste; 20,1%
Norte; 12,3 Sul; 10,8% Nordeste.
Ranking
O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,9% de participação, antecedido
pelos EUA, que representam 19,1%.
O Brasil é o maior exportador mundial, com 21% do mercado.
Sazonalidade
O ciclo da pecuária bovina é longo – 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do
animal com aproximadamente 15 arrobas.
O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto,
alimentado à base de capim.
O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde
por apenas 5% do total de abates.
A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens
abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são menores.
A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam
as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. No entanto, os preços se elevam
nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No
pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado.
Nos confinamentos há dois turnos:
1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro
2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro
BO
I
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Complexo Sucroalcooleiro
Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 46% se destinam à produção de açúcar e 54% à produção de
etanol.
O açúcar tem a seguinte destinação: 70% exportação e 30% mercado doméstico. O etanol tem a
seguinte destinação: 10% exportação e 90% mercado interno.
Do total de etanol produzido, o hidratado representa 55% (usado como combustível nos carros flex fuel)
e o anidro 45% (misturado à gasolina na proporção de 20% a 25%).
O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de
70%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.
Países de destino
Açúcar Bruto (73% da produção) : 15% China; 8% Bangladesh;
Açúcar Refinado (27% da produção): Principais países: Países árabes e africanos;
Etanol: 60% EUA; Coreia do Sul 13%.
Sazonalidade
A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita da cana é de 18 meses, e da
mesma planta é possível fazer até 6 cortes, em média.
O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas.
Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção.
O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores
relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre.
Regionalização
65% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul.
Ranking
O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 22,2%. Os demais players são:
Índia 15%; União Europeia 9,2%; China 8,5%; Tailândia 6,2%.
O Brasil é o maior exportador, com participação de 46% no mercado global. Os demais exportadores
são: Tailândia 15%; Austrália 5,4%.
Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57% EUA e 27% Brasil.
AÇ
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Economia Internacional: Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Daniela Cunha de Lima / Thomas Henrique Schreurs Pires
Economia Doméstica: Igor Velecico / Andrea Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast / Ariana
Stephanie Zerbinatti
Análise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida
Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi
Estagiários: Gabriel Marcondes dos Santos/ Wesley Paixão Bachiega / Carlos Henrique Gomes de Brito/ Gustavo Assis
Monteiro
Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos
Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo
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Equipe Técnica
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