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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL GILDEIR BRAGA DE SOUZA DOS SANTOS COLEÓPTEROS-PRAGA, INIMIGOS NATURAIS E POLINIZADORES ASSOCIADOS À DENDENZEIROS (Elaeis guineensis Jacq.) E PIAÇAVEIRAS (Attalea funifera Mart.) (ARECACEAE) EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUL DA BAHIA ILHÉUS BAHIA 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

GILDEIR BRAGA DE SOUZA DOS SANTOS

COLEÓPTEROS-PRAGA, INIMIGOS NATURAIS E POLINIZADORES

ASSOCIADOS À DENDENZEIROS (Elaeis guineensis Jacq.) E PIAÇAVEIRAS

(Attalea funifera Mart.) (ARECACEAE) EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUL DA

BAHIA

ILHÉUS – BAHIA

2016

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GILDEIR BRAGA DE SOUZA DOS SANTOS

COLEÓPTEROS-PRAGA, INIMIGOS NATURAIS E POLINIZADORES

ASSOCIADOS À DENDENZEIROS (Elaeis guineensis Jacq.) E PIAÇAVEIRAS

(Attalea funifera Mart.) (ARECACEAE) EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUL DA

BAHIA

ILHÉUS – BAHIA 2016

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.

Linha de pesquisa: Proteção de Plantas

Orientadora: Profª. Dra. Maria Aparecida Leão Bittencourt

Coorientador: Dr. José Inácio Lacerda de Moura

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GILDEIR BRAGA DE SOUZA DOS SANTOS

COLEÓPTEROS-PRAGA, INIMIGOS NATURAIS E POLINIZADORES

ASSOCIADOS À DENDENZEIROS (Elaeis guineensis Jacq.) E PIAÇAVEIRAS

(Attalea funifera Mart.) (ARECACEAE) EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUL DA

BAHIA

Ilhéus, 25 de fevereiro de 2016

Profa. Dra. Maria Aparecida Leão Bittencourt UESC/DCAA (Orientadora)

___________________________________________________________________ Profa. Dra. Aldenise Alves Moreira

UESB/DFZ

___________________________________________________________________ Profa. Dra. Poliane Sá Argolo

Bolsista Pós-Doc PNPD/CAPES - PPGPV

Dra. Zuzinaide Vidal Bonfim Bolsista DCR/CNPq/FAPESB

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal

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Dedico principalmente a DEUS, que esteve presente em todos os momentos desse

trabalho.

Aos meus pais e meu esposo pelo apoio e incentivo; a minha orientadora pelo apoio

e oportunidade.

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AGRADECIMENTOS

A Deus sempre por toda força, coragem.

A minha família, amigos, aos parceiros de laboratório que estiveram comigo

todo esse tempo apoiando; a minha orientadora pela paciência, apoio e pela

oportunidade.

A Universidade Estadual Santa Cruz (UESC) pela estrutura existente e por

estar sempre aberta para o desenvolvimento da pesquisa.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela

concessão da bolsa.

Ao Prof. Dr. Sérgio Antônio Vanin, do Museu de Zoologia do Instituto de

Biociências da Universidade de São Paulo (USP), ao Dr. José Eduardo de

Marcondes Almeida, pesquisador científico do Instituto Biológico de Campinas, a

MSc. Daniela de Cássia Bená, do Museu de Zoologia da USP, e ao Dr. Paschoal

Coelho Grossi pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco, pela

identificação dos coleópteros.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 4

2.1 Espécies de Arecaceae............................................................................ 4

2.2 Amostragens de coleópteros em áreas com Arecaceae.................. 4

2.3 Coleópteros-praga associados à Arecaceae........................................ 7

2.4 Inimigos naturais, predadores e parasitoides, associados a

coleópteros-praga de Arecaceae...........................................................

16

2.5 Coleópteros polinizadores associados à Arecaceae........................... 18

2.6 Fungos entomopatogênicos em coleópteros associados à

Arecaceae.................................................................................................

23

2.7 Análise faunística em Arecaceae............................................................ 24

3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 27

3.1 Áreas de estudo....................................................................................... 27

3.2 Em campo................................................................................................. 29

3.2.1 Instalação de armadilhas do ‘tipo Pet’, adesivo-amarelas e feixes de

cana-de-açúcar..........................................................................................

29

3.2.2 Captura em material vegetal...................................................................... 31

3.3 Em laboratório.......................................................................................... 32

3.4 Índices faunísticos................................................................................... 34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 35

4.1 Coleópteros-praga capturados em armadilhas do ‘tipo Pet’ em

áreas com dendezeiros e piaçaveiras....................................................

35

4.2 Coleópteros capturados em planta-armadilha de dendezeiro

(Igrapiúna) e piaçaveira (Una), Sul da Bahia.........................................

38

4.3 Coleópteros-praga capturados em armadilhas 'tipo-feixe' em áreas

com dendezeiros e piaçaveiras..............................................................

39

4.4 Coleópteros predadores capturados em armadilhas do ‘tipo Pet’ e

do 'tipo-feixe' em áreas com dendezeiros e piaçaveiras......................

41

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vii

4.5 Coleópteros polinizadores associados a dendezeiros e

piaçaveiras................................................................................................

44

4.5.1 Polinizadores capturados em armadilhas adesivo-amarelas alocadas

plantas de dendezeiros e piaçaveiras na região Sul da Bahia...................

44

4.5.2 Polinizadores associados às inflorescências de dendezeiros e de

piaçaveiras na região Sul da Bahia............................................................

46

4.6 Coleópteros capturados em armadilhas adesivo-amarelas

alocadas em piaçaveiras na região Sul da Bahia..................................

48

4.7 Coleópteros capturados em folhas e frutos de dendezeiros e

piaçaveiras na região do Sul da Bahia..................................................

49

4.8 Coleópteros infectados por fungos entomopatogênicos capturados

em áreas de dendezeiros e piaçaveiras na região do Sul da

Bahia.........................................................................................................

50

4.9 Análise faunística..................................................................................... 51

5 CONCLUSÕES.......................................................................................... 57

REFERÊNCIAS......................................................................................... 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Coleópteros-praga capturados em armadilhas ‘tipo Pet’,

instaladas em áreas de dendezeiros (Elaeis guineensis Jacq.) e

de piaçaveiras (Attalea funifera Mart.) localizadas em municípios

da região Sul da Bahia.................................................................

36

Tabela 2 – Coleópteros-predadores capturados em armadilhas do ‘tipo Pet’

alocadas em áreas de dendezeiros e piaçaveiras na região Sul

da Bahia........................................................................................

42

Tabela 3 – Número total de polinizadores capturados em armadilhas

adesivo-amarelas alocadas em plantas de dendezeiros e

piaçaveiras localizadas na região Sul da Bahia............................

49

Tabela 4 – Análise faunística de coleópteros capturados em armadilha ‘tipo

Pet' em área de dendezeiros na região Sul da Bahia.

Junho/2014 a Setembro/2015.......................................................

52

Tabela 5 – Análise faunística de coleópteros capturados em armadilha ‘tipo

Pet' em área de piaçaveiras na região Sul da Bahia.

Setembro/2014 a Setembro/2015.................................................

55

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Municípios onde foi desenvolvido o estudo, localizados na região

Sul da Bahia...................................................................................

27

Figura 2 – Área de dendezeiro localizada na Estação Experimental Lemos

Maia (Esmai) da Comissão Executiva do Plano da Lavoura

Cacaueira (CEPLAC) (A); área de piaçaveira consorciada com

pupunheira - Fazenda Guarujá (B); área de piaçaveira - Fazenda

São Miguel (C); área de dendezeiro - Fazenda Limeira (D) e

Sítio São Jorge (E) região Sul da Bahia, 2014..............................

28

Figura 3 – Armadilhas instaladas em área de dendezeiros e piaçaveiras

para captura de coleópteros-praga e coleópteros-predador.

Armadilha 'tipo Pet' instalada em dendezeiro (A): armadilha

adesivo-amarela alocada próximo a inflorescência de

dendezeiro (B); armadilha 'tipo-feixe' pendurada no estipe de

dendezeiro (C); planta doente de piaçaveira cortada em

pequenas toras (D). Sul da Bahia, 2014........................................

30

Figura 4 – Material vegetal coletado: folha de dendezeiro (A); inflorescência

masculina de dendezeiro em antese (B); inflorescência

masculina de piaçaveira em antese (C); cacho com frutos de

piaçaveira (D). Sul da Bahia, 2014................................................

32

Figura 5 – Percentual de espécies de coleópteros-praga capturados em

armadilhas ‘tipo Pet’ em áreas de dendezeiros e piaçaveiras no

Sul da Bahia..................................................................................

37

Figura 6 – Número total de coleópteros capturados em planta-armadilha de

dendezeiro (Igrapiúna) e piaçaviera (Una), região Sul da

Bahia.............................................................................................

39

Figura 7 – Número total de coleópteros-praga capturados em armadilhas

‘tipo feixe’ em áreas de dendezeiros e piaçaveiras em municípios

da região Sul da Bahia...................................................................

40

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Figura 8 – Número total de coleópteros-predadores capturados em

armadilhas ‘tipo Pet’ e ‘tipo feixe’ em áreas de dendezeiros e

piaçaveiras em municípios da região Sul da Bahia........................

43

Figura 9 – Coleópteros polinizadores capturados em armadilhas adesivo-

amarelas em plantas de dendezeiros e piaçaveiras na região Sul

da Bahia.........................................................................................

46

Figura 10 – Coleópteros capturados em inflorescências de dendezeiros e

piaçaveiras na região Sul da Bahia................................................

47

Figura 11 – Coleópteros capturados em armadilhas adesivo-amarelas em

áreas de piaçaveiras na região Sul da Bahia.................................

49

Figura 12 – Coleópteros capturados em material vegetal (folhas e frutos) em

plantas de dendezeiros e piaçaveiras na região Sul da

Bahia...............................................................................................

50

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COLEÓPTEROS-PRAGA, INIMIGOS NATURAIS E POLINIZADORES

ASSOCIADOS A DENDEZEIROS (Elaeis guineensis Jacq.) E PIAÇAVEIRAS

(Attalea funifera Mart.) (ARECACEAE) EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUL DA

BAHIA

RESUMO

Este estudo teve como objetivo registrar a diversidade de coleópteros e seus inimigos naturais associados a plantios de dendezeiros e piaçaveiras em áreas dos municípios de Una, Itacaré e Igrapiúna, região Sul da Bahia, com enfoque na determinação de espécies pragas, predadores, polinizadores e fungos entomopatógenos a serem considerados no manejo das culturas. As atividades no campo foram realizadas num período de 12 meses. Em áreas dos municípios de Una, Itacaré e Igrapiúna, foram distribuídas 10 armadilhas do ‘tipo Pet’, tendo como atrativos: toletes de cana-de-açúcar (alimentar) e feromônio de agregação (produto comercial RMD-1®). Também foram colocadas três armadilhas adesivo-amarelas próximas às inflorescências para maior captura de polinizadores, e feixes de toletes de cana-de-açúcar para captura de predadores. Nas áreas de estudo, foram realizadas coletas de material vegetal (folhas, inflorescências e frutos), e foram cortadas plantas doentes de dendezeiro (n=1) e piaçaveira (n=1) para avaliar a presença de possíveis coleópteros-praga. Em laboratório, os insetos obtidos em campo foram contados, separados por amostra, família e pelo sexo (quando possível), com auxílio de microscópio estereoscópico. Todos os coleópteros vivos foram acondicionados em potes plásticos com alimento (toletes de cana-de-açúcar) para criação. Os insetos adultos infectados por fungos entomopatogênicos capturados em campo foram separados por gênero e, ou espécie e alocados em placas de Petri forradas com papel filtro umedecido e envoltas com filme plástico, até a esporulação e identificação dos patógenos. Foram calculados os índices populacionais (abundância, constância, dominância e frequência) das principais pragas dos cultivos de dendezeiro e piaçaveira. Das armadilhas do ‘tipo Pet’ alocadas nas áreas de dendezeiros (Una e Igrapiúna) foram capturados exemplares de 5.581 coleópteros, sendo que 4.615 exemplares correspondiam a pragas e 966 exemplares a predadores. Nas áreas com piaçaveiras (Una e Itacaré), o total capturado foi de 1.836 exemplares de coleópteros, sendo que 1.562 exemplares foram pragas e 274 exemplares de predadores. Nas armadilhas 'tipo-feixe' foi capturado menor numero de insetos. Metamasius hemipterus (Linnaeus) (Curculionidae) foi o curculionídeo com maior número de exemplares capturados nas duas culturas, seguido por: R. palmarum (L.), M. canalipes (Gyllenhal) e Dynamis borassi (Fabricius) (Curculionidae). Outros coleópteros capturados foram: Pachymerus nucleorum (Fabr.) (Bruchinae), Rhinostomus barbirostris (Fabr.) (Curculionidae), Hoplopyga ocellata (Gory & Percheron) (Cetoniidae), Leucothyreus sp. e L. suturalis (Castelnau) (Melolonthidae) apenas em dendezeiros, e

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Paradiophorus crenatus (Billberg) (Curculionidae), Deltochilum aff. irroratum (Castelnau) (Scarabaeidae) e Hoplopyga liturata (Olivier) (Cetoniidae) apenas nas piaçaveiras. Exemplares dos gêneros Hololepta Paykull e Omalodes Erichson (Histeridae) ocorreram nas duas culturas, sendo que Dactylosternum sp. (Hydrophilidae) foi capturado apenas em dendezeiros. Exemplares de Calyptocephala (Chevrolat) (Chrysomelidae) foram capturados apenas em folhas de dendezeiro, e Parisoschoenus obesulus Casey (Curculionidae) em armadilha adesivo-amarelas. Foram capturados insetos infectados com o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. Os polinizadores Elaeidobius kamerunicus (Faust.) e E. subvittatus (Faust.) (Curculionidae) foram as espécies de maior ocorrência em dendezeiros, seguidos por espécimes de Mystrops (Nitidulidae), que foi o principal em piaçaveiras. Outros visitantes florais capturados foram: Andranthobius sp., Celetes sp., Celetes bipunctatus (Hustache), Palmocentrinus punctatus (Hustache), Dialomia sp. (Curculionidae), e Cyclocephala distincta (Burmeister) (Scarabaeidae) foi capturado apenas nas inflorescências de piaçaveiras. Metamasius hemipterus foi à única espécie que atingiu os índices máximos de dominância, abundância, frequência e constância em dendezeiros e piaçaveiras.

Palavras-chave: Coleoptera. Hololepta. Metamasius hemipterus. Rhynchophorus palmarum.

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xiii

BEETLE PESTS, NATURAL ENEMIES AND POLLINATORS ASSOCIATED WITH

OIL PALM (Elaeis guineensis Jacq.) AND PIASSAVA PALM (Attalea funifera

Mart.) (ARECACEAE) IN MUNICIPALITIES OF THE SOUTHERN BAHIA STATE

ABSTRACT

The purpose of this study was to record the diversity of species of beetles and

natural enemies in plantations of oil palm and piassava palm in areas of Una, Itacaré and Igrapiuna municipalities, of the Southern region of Bahia state, with a focus on determining pest species, predators, pollinators and entomopathogenic fungi to be considered in crop management. Field activities lasted 12 months. In areas of the municipalities of Una Itacaré and Igrapiúna, 10 ‘Pet type’ traps were distributed, using as attractant stalks of sugarcane (food) and clustering pheromone (commercial product - RMD-1®). Three adhesive yellow traps were also set near inflorescences to capture most of pollinators, and sugarcane stalk bundles for predators. In the study areas, plant material was sampled (leaves, inflorescences and fruits), and sick plants of oil palm (n = 1) and piassava palm (n = 1) were cut for evaluate the presence of possible coleopteran pest. In laboratory, the insects from the field were counted, separated by sample, family and sex (when possible) with stereoscopic microscope. All living beetles were placed in plastic pots with food (sugarcane stalks) for rearing. Adults infected by entomopathogenic fungi captured in field were divided by genus and, either species, being placed in Petri dishes with moist filter paper and wrapped with a plastic film, and left to sporulate and further identification of pathogens. Population indexes (abundance, constancy, dominance and frequency) were calculated for the main pest species found in oil palm and piassava palm crops. In the ‘Pet type’ traps set in oil palm plantations (Una and Igrapiuna), 5,581 beetles were captured, among which 4,615 specimens corresponded to crop pests and 966 predators. In areas with piassava palm (Una and Itacaré), the amount caught was 1,836 specimens of coleopteran, of which 1,562 are pests and 274 predators. Sugarcane ‘stalk type’ traps have captured less insects. Metamasius hemipterus (Linnaeus) (Curculionidae) was the most surveyed curculionidae with the largest number of specimens captured in both crops, being followed by R. palmarum (L.), M. canalipes (Gyllenhal) and Dynamis borassi (Fabricius) (Curculionidae). Other species captured were Pachymerus nucleorum (Fabr.) (Bruchinae), Rhinostomus barbirostris (Fabr.) (Curculionidae), Hoplopyga ocellata (Gory & Percheron) (Cetoniidae), Leucothyreus sp. and L. suturalis (Castelnau) (Melolonthidae), being found only in oil palm, and Paradiophorus crenatus (Billberg) (Curculionidae), Deltochilum aff. irroratum (Castelnau) (Scarabaeidae) and Hoplopyga liturata (Olivier) (Cetoniidae) only in piassava palm. Specimens belonging to the genera Hololepta Paykull and Omalodes Erichson (Histeridae) occurred in both crops, and Dactylosternum sp. (Hydrophilidae) it was captured only in oil palm. Specimens of the Calyptocephala (Chevrolat) (Chrysomelidae) were captured only in oil palm leaves, and Parisoschoenus obesulus Casey (Curculionidae) was trapped in yellow adhesive. Insects infected by the entomopathogenic fungus Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. were captured. The pollinator species Elaeidobius kamerunicus (Faust.) and E. subvittatus (Faust.) (Curculionidae) were the most common in oil palm, followed by specimens of Mystrops (Nitidulidae), which was the main in piassava palm areas. Other flower visitors captured were: Andranthobius sp., Celetes sp., Celetes

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bipunctatus (Hustache), Palmocentrinus punctatus (Hustache), Dialomia sp. (Curculionidae), and Cyclocephala distincta (Burmeister) (Scarabaeidae), which was singly captured piassava palm inflorescences. Metamasius hemipterus was the unique species to reach maximum levels of dominance, abundance, frequency, and constancy in both oil palm and piassava palm crops.

Keywords: Coleoptera. Hololepta. Metamasius hemipterus. Rhynchophorus palmarum.

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1

1 INTRODUÇÃO

A família Arecaceae destaca-se por possuir uma grande diversidade de

espécies conhecidas pelo seu caule do tipo estipe, geralmente lenhoso, sendo

comumente denominadas de palmeiras. Essa família possui cerca de 2000 espécies

e 200 gêneros com distribuição Pantropical, e no Brasil ocorrem cerca 200 espécies

e 43 gêneros presentes em quase todas as formações vegetais (SOUZA; LORENZI,

2008).

Atualmente, na região Sul da Bahia, existem aproximadamente 25 espécies

de Arecaceae, sendo que algumas destas são exploradas pelo seu potencial

econômico, como o coqueiro-da-bahia (Cocos nucifera L.), que está adaptada a todo

litoral brasileiro, sendo os seus frutos verdes e, ou secos e também a sua fibra

utilizados em ampla escala. O palmito-juçara (Euterpe edulis Mart.), a pupunheira

(Bactris gasipaes Kunth), e o açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) são utilizados em

polpas, sucos e na extração do palmito; o dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.) cujo

principal produto é óleo de palma extraído da polpa do fruto, e a piaçaveira (Attalea

funifera Mart.) que produz fibra de importante valor econômico, sendo que outras

espécies apresentam potencial ornamental, utilizadas em paisagismo (BRAZÍLIO et

al., 2012; CASALI, 2012; LORENZI; NOBLICK; KAHN, 2010; OLIVEIRA, 2013). O

dendezeiro e a piaçaveira vêm se destacando na região, sendo explorados

economicamente por produtores locais, proporcionando emprego e renda às famílias

de baixa renda.

O dendezeiro é uma espécie originária da África, sendo introduzida no Brasil

pelos escravos africanos no período colonial. Suas sementes foram dispersas nas

regiões do Litoral e do Recôncavo no Estado da Bahia, que possuem condições

edafoclimáticas ideais para seu desenvolvimento. Os produtos obtidos dessa planta

são utilizados na alimentação humana e animal, na produção de óleos, ceras,

produtos artesanais, construções rústicas e como substrato na agricultura e também

como substituto do óleo diesel (BATISTA, 2009; BRAZÍLIO et al., 2012; LEIRAS;

HAMACHER; SCAVARDA, 2006; LEVERMANN; SOUZA, 2014).

No Brasil a cultura do dendezeiro vem sendo amplamente difundida,

principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O Estado do Pará é o principal

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2

produtor desta cultura, e segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) em 2013 a produção foi de 1.040.538 toneladas de cachos de

coco, superando a produção dos demais Estados produtores. Enquanto a Bahia,

segundo maior produtor nacional, produziu o equivalente a 203.979 toneladas

(IBGE, 2013).

A piaçaveira é uma palmeira nativa, que produz fibra de importante valor

econômico, resistente, rígida, lisa, de textura impermeável e de alta flexibilidade,

está registrada nos Estados da Alagoas, Bahia e Sergipe, sendo a Bahia o principal

Estado produtor, representando 95,2% da produção nacional (43.585 t) e, além de

ser importante economicamente, apresenta importância ecológica, servindo de

abrigo, proteção e alimento para artrópodes, e outros organismos, podendo também

ser plantadas em áreas degradadas, e contribuir na geração de empregos diretos e

indiretos (CASALI, 2012; GUIMARÃES; SILVA, 2012; IBGE, 2014). A sua fibra é

utilizada na fabricação de vassouras, artesanatos, objetos de decoração, cordoaria e

escovões, e o material residual obtido da limpeza da piaçaveira, conhecido como

bagaço, fita ou borra, vem sendo utilizado na cobertura tanto de casas em meios

rurais quanto em meios urbanos (CONAB, 2013). A atividade piaçaveícola ainda é

pouco explorada, sendo considerada extrativista (AQUINO; ALMEIDA; MONTEIRO,

2002; BONELLI, 2005). A produção nacional de fibras de piaçaveira foi de 45.758

toneladas em 2014, com acréscimo de 2,6% em comparação com o ano anterior

(IBGE, 2014). No Estado da Bahia, a exploração comercial ocorre em vários

municípios, sendo que o número de produtores interessados nessa cultura vem

crescendo, tornando-se assim uma boa opção para a diversificação agrícola e

econômica no Sul da Bahia (CASALI, 2012).

A incidência de pragas (insetos e doenças) é um dos principais fatores que

afetam a produção das arecáceas, causando perdas consideráveis nos cultivos de

dendezeiro e da piaçaveira (BRAZÍLIO et al., 2012). O estudo sobre a entomofauna

desses cultivos torna-se importante para ampliar o conhecimento das pragas que

afetam a produção, dos inimigos naturais que são importantes agentes de controle

natural e dos insetos polinizadores são fundamentais e beneficiam o

agroecossistema.

O objetivo deste estudo foi registrar a diversidade de coleópteros e seus

inimigos naturais associados a dendezeiros e piaçaveiras em municípios da regíão

Sul da Bahia, com enfoque na determinação de espécies pragas, predadores,

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3

polinizadores e fungos entomopatógenos a serem consideradas no manejo das

culturas.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Espécies de Arecaceae

A família Arecaceae cujos representantes são popularmente conhecidos

como palmeiras (LORENZI et al. 1996) é constituída de espécies consideradas de

grande utilidade para exploração agrícola, tais como o coqueiro, o dendezeiro, a

pupunheira, a piaçaveira, o açaízeiro, o palmito-juçara e o licurizeiro (Syagrus

coronata (Mart.) Becc.). A maioria das pragas e doenças que ocorrem nos plantios

de coqueiro são as mesmas que ocorrem em plantios de pupunha, dendezeiros e

nas populações de piaçaveira entre outras palmeiras (HOWARD et al., 2001).

A região Sul do Estado da Bahia compreende uma faixa da Mata Atlântica, e

o agronegócio de Arecaceae tem expandido em municípios da região. Cultivos de

Arecaceae, sobretudo do coqueiro, também são muito importantes para os Estados

de Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte (BRAZÍLIO et al., 2012; CASALI, 2012;

LORENZI; NOBLICK; KAHN, 2010; OLIVEIRA, 2013).

2.2 Amostragens de coleópteros em áreas com Arecaceae

No manejo integrado, o monitoramento das pragas deve ser realizado com

objetivo de verificar o nível populacional e as espécies presentes na cultura, além de

ser importante para determinar o nível de controle (NC) ou nível de dano (ND) na

cultura (GALLO et al., 2002). Em plantios de coqueiro e dendezeiro, para captura e

monitoramento de coleobrocas como Rhynchophorus palmarum (L.) e Metamasius

hemipterus (L.) (Coleoptera: Curculionidae), além de outras espécies de

coleobrocas, podem ser utilizadas armadilhas do ‘tipo Balde’ (alçapão), ‘tipo Tanque’

ou ‘tipo Feixe’ (MOURA et al., 1990; TIGLIA et al., 1998). Geralmente, a armadilha

do ‘tipo Balde’ com capacidade de 50 L, deve conter pequenos furos no fundo para

evitar acúmulo de água no interior, e também nas laterais para facilitar a liberação

das substâncias voláteis. No interior da armadilha, são colocados cerca de 20 toletes

de cana de 25 cm cortados ao meio no sentido longitudinal, e a cápsula do

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feromônio de agregação pendurada na tampa. As armadilhas deverão ser colocadas

na superfície do solo ou um pouco enterradas e inspecionadas a cada 15 dias;

deverão ser distribuídas na periferia do plantio, espaçadas 100 m entre si e

localizadas, de preferência, sob arbustos. A troca do feromônio deve ser feita

conforme recomendação do fabricante. Durante a vistoria das armadilhas, os adultos

capturados devem ser eliminados (MOURA et al., 1990; TIGLIA et al., 1998).

Pelas desvantagens do custo do recipiente e da possibilidade de quebra e de

ressecamento (armadilha ‘tipo Balde’), foi desenvolvida a armadilha ‘tipo Pet’,

confeccionada com três garrafas plásticas de polipropileno de 2 L, que é material

reciclável, sendo de baixo custo, eficiente, prática e sem atrativo para roubo; estas

deverão ser penduradas a 80 cm do chão e inspecionadas a cada oito dias, para a

troca da cana (sete a oito toletes de cana-de-açúcar de 10 cm) e a coleta dos

adultos (FERREIRA, 2007). A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(EMBRAPA) Tabuleiros Costeiros recomenda a utilização destas armadilhas com um

feromônio de agregação e, ou o atrativo alimentar para captura de adultos de R.

palmarum. Toletes de cana-de-açúcar têm sido os mais utilizados como atrativos

alimentares, mas abacaxi, mamão, inhame, mandioca, casca de coco verde também

podem ser utilizados, pois apresentam atratividade devido à fermentação (CYSNE et

al., 2013; FERREIRA, 2007; FERREIRA et al, 2003; MOURA et al., 1990; MOURA;

VILELA, 1998; TIGLIA et al., 1998).

Foi avaliado a captura de R. palmarum em armadilhas iscadas com o

feromônio de agregação (Rincoforol) associado à toletes de cana-de-açúcar, à

pedaços de frutos do abacaxi e a seis compostos voláteis isolados de frutos do

abacaxi no Estado de Alagoas. Não foi constatada diferença significativa no número

de besouros capturados nas armadilhas iscadas com o Rincoforol associado a

toletes de cana-de-açúcar e naquelas iscadas com Rincoforol associado a pedaços

de abacaxi, porém ambas apresentaram índices de captura superiores àquelas em

que o Rincoforol foi utilizado em associação com voláteis do abacaxi (DUARTE et

al., 2003).

Gomes (2008) avaliou a eficiência de atraentes na coleta massal de M.

hemipterus e R. palmarum em agroecossistema de pupunheira e dendezeiro nos

municípios de Una e Uruçuca, região Sul da Bahia. Nos experimentos foram

avaliados, duas formulações de feromônio (Combolure e Rincoforol), atrativos

alimentar, e as armadilhas do ‘tipo Balde aberto’, armadilhas do ‘tipo Tanque', e

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armadilhas do tipo ‘Balde com funil’. Foi observado que as armadilhas que

continham o Combolure coletaram um número maior de M. hemipterus e R.

palmarum. O uso de armadilhas do ‘tipo Balde’ e do ‘tipo Tanque’ iscadas com

feromônio associado a toletes de cana-de-açúcar foram mais eficientes na

atratividade de ambos os insetos.

Armadilhas do ‘tipo Pet’ e ‘tipo Balde’ foram utilizadas na captura de

curculionídeos em área de coqueiro em Sinop, Estado do Mato Grosso do Sul, tendo

como atrativo alimentar toletes de cana-de-açúcar amassados. Foram capturadas

várias espécies, com registro de R. palmarum e M. hemipterus (MOLIN; BARRETO,

2012).

No período de 2005 a 2009, foi observada a flutuação populacional de R.

palmarum em plantio comercial de palmeiras oleíferas (E. guineensis e E. oleífera

(HBK) Cortes no Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia (CPAA) – Embrapa.

Foram distribuídas armadilhas iscadas com toletes de cana-de-açúcar e feromônio

de agregação para captura de insetos no entorno dos plantios. Os dados coletados

foram avaliados quanto à captura anual, a captura mensal e quanto à frequência de

captura. Observou-se diferença estatística significativa entre os anos considerados

neste trabalho, sendo que a maior quantidade de insetos coletados ocorreu em 2005

(12,5 insetos/armadilha), e os anos de 2006, 2008 e 2009 apresentaram resultados

semelhantes com valores médios de 7,8, 7,6 e 9,5 insetos por armadilha

respectivamente, diferindo do ano de 2007 (4,5 insetos/armadilha), que apresentou a

menor incidência de coleobrocas nas armadilhas (CYSNE et al., 2013).

Avaliou-se a flutuação populacional de R. palmarum em plantios de

dendezeiros em ecossistemas de savana e floresta no Estado de Roraima, no

período de janeiro/2011 a fevereiro/2012. Para captura dos adultos foram utilizadas

armadilhas do ‘tipo Balde’ (30 L) iscadas com roletes de cana-de-açúcar e feromônio

de agregação (Rinchoforol); quatro armadilhas para cada ecossistema. Houve

diferença significativa na abundância de R. palmarum nos plantios de dendezeiros

nos ambientes de savana e floresta para o período avaliado, sendo que a população

de foi menor em meses de baixa precipitação pluviométrica nos dois ambientes

avaliados (CORREIA et al., 2015).

Armadilhas adesivas de coloração amarela são utilizadas para o

monitoramento ou detecção de insetos associados à parte aérea das plantas, que

são atraídos pela cor. As armadilhas adesivas amarela devem ser penduradas na

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planta na altura de voo dos insetos ou em um suporte, trocadas semanalmente ou a

cada quinze dias, sendo que o número de armadilhas pode variar em função da

praga alvo, da infestação, do hospedeiro e do nível de precisão que os dados

requerem (EMBRAPA, 2004).

Além de armadilhas, pode ser utilizada plantas-armadilha na captura de

insetos em áreas de arecáceas, principalmente quando associada à feromônio. Este

tipo de armadilha mantém a atratividade por maior tempo em comparação a outras

iscas alimentares como, por exemplo, toletes de cana-de-açúcar que é bastante

eficiente na captura de R. palmarum e outras coleobrocas (MOURA et al., 1997).

Além dos insetos-praga, as armadilhas ou métodos de amostragem de

insetos polinizadores deverão ser considerados no manejo do agroecossistema.

Em levantamento da entomofauna de polinizadores em plantios comerciais de

dendezeiros na região Norte do Brasil, 40 inflorescências femininas e 40 masculinas

em estágio de pré-antese, foram selecionadas e identificadas com fitas coloridas, e

acompanhadas até os primeiros sinais de antese. Ao iniciar a antese, armadilhas

adesivas de coloração amarela com 33 cm2 (Biotrap©) foram colocadas no ápice, na

base e no meio das inflorescências até o final da antese. As armadilhas foram

retiradas das inflorescências e levadas para o laboratório para contagem e

identificação do material coletado que foi retirado com removedor a base de

querosene (GOMES, 2011).

2.3 Coleópteros-praga associados à Arecaceae

Os principais insetos associados aos plantios de Arecaceae são os

coleópteros. Rhynchophorus palmarum, comumente denominada de broca-do-olho-

do-coqueiro, é uma das mais importantes, pois suas larvas se alimentam dos tecidos

da planta e o adulto é o principal vetor do nematoide Bursaphelenchus cocophilus

(Cobb) Baujard, causador da doença anel-vermelho (DUARTE; LIMA, 2001;

GERBER; GIBLIN, 1990; NAVARRO et al., 2002; SANCHEZ-SOTO; NAKANO,

2002). Também pode ser vetor da resinose, doença que afeta a produtividade,

causada pelo fungo Ceratocystis paradoxa (Dade) (COSTA-CARVALHO et al., 2011;

PARRA et al., 2003). Moura; Vieira e Bezerra (2007) relataram que na Bahia os

casos de resinose estão associados com maior frequência a Rhinostomus

barbirostris (Fabricius) (Coleoptera: Curculionidae).

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O adulto da broca-do-olho-do-coqueiro possui coloração preta opaca, com

tamanho variando entre 45 a 60 mm de comprimento, de rostro desenvolvido, com

10 a 12 mm de comprimento e recurvado. Os élitros são curtos, não encobrem a

extremidade do abdome e têm oito sulcos longitudinais. Possuem dimorfismo sexual,

onde somente os machos apresentam pêlos no lado dorsal do rostro. As posturas

são realizadas em incisões na base do ráquis, podendo ser de 5 a 6 ovos/dia/fêmea

com total de até 250 ovos durante sua vida. Após 2 a 3 dias, eclodem as larvas

ápodas que fazem galerias nos tecidos das plantas, principalmente na gema apical,

no pecíolo das folhas novas e no estipe mole; são de coloração branca com a

cabeça marrom-escura podendo atingir até 70 mm de comprimento. Na fase de

pupa se abrigam dentro de um casulo de fibras do próprio hospedeiro, que medem

de 70 a 90 mm. O ciclo biológico varia acordo com sua fonte de alimentação,

variando de 132 a 215 dias (CYSNE et al., 2013; GALLO et al., 2002; MOURA;

VILELA, 1998).

A broca-do-olho-do-coqueiro tem sido responsável pela mortalidade de

coqueiros, dendezeiros, piaçaveiras, pupunheiras, açaizeiros e outras arecáceas em

diversas regiões (GOMES, 2008; FERREIRA et al., 1998; MOLIN; BARRETO 2012;

SÁNCHEZ-SOTO; NAKANO 2002; SILVA, 2001; RUIZ; MARTÍNEZ; MEDINA, 2013;

SOLIMAN et al., 2009; YASUDA, 2005). Além das palmeiras, há registro de sua

ocorrência em cana-de-açúcar, abacaxizeiro, mamoeiro, bananeira, cacaueiro e

helicônias sendo esta espécie uma praga polífaga (BATISTA FILHO et al., 2002a;

BROGLIO et al., 2014; NAVARRO et al., 2002; ROCHA, 2012; TORRE et al., 2010).

Há registro de sua ocorrência desde a Argentina até a Califórnia (EUA),

incluindo as Antilhas, e no Brasil há registro nos estados de Alagoas, Amazonas,

Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná,

Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,

Roraima, São Paulo e Sergipe. Possivelmente na Bahia, a ocorrência desse inseto

seja maior que nos demais estados e isso se deve provavelmente a piaçaveira e o

dendezeiro por serem culturas subespontâneas, pois estas palmeiras sofrem um

processo extrativista severo e constante, tornando-se vulneráveis ao seu ataque,

propiciando assim o aumento populacional da praga (AMBROGI et al., 2009;

CORREIA et al., 2015; FERREIRA et al., 1998, 2003; MOLIN; BARRETO, 2012;

MOURA, 2001; MOURA; VILELA, 1998; SÁNCHEZ-SOTO; NAKANO, 2002; SILVA,

2001; TORRE et al., 2010). No Estado de Santa Catarina foi relatada sua ocorrência

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na espécie Archontophoenix alexandrae H. Wendl. & Drude, denominada de

palmeira-real-da-Austrália, que pode ser utilizada como ornamental ou produção de

palmito (YASUDA, 2005).

Rhinostomus barbirostris, comumente denominada de broca-do-estipe-do-

coqueiro ou broca-do-tronco, também é considerada uma praga chave do

coqueiro por seu dano direto e indireto como vetor da doença conhecida como

resinose (WARWICK; PASSOS, 2009), podendo causar diminuição da

produtividade da planta e até morte da mesma (FERREIRA et al., 1998; MOURA;

VILELA, 1998). O adulto apresenta coloração preta, mede de 15 a 45 mm de

comprimento, corpo rugoso e coberto de pontuações; rostro de 5 a 7 mm que no

macho é recoberto de pelos longos e avermelhados; durante o dia ficam

abrigados nas axilas foliares. Os ovos são de coloração branca e são

depositados isoladamente no estipe; as larvas podem atingir 50 mm de

comprimento e tem a coloração branco-amarela, forma cilíndrica e recurvada,

com os últimos quatro segmentos do abdome praticamente atrofiados. A larva

penetra no estipe, fazendo galerias, causando interrupção no fluxo de seiva,

reduções drásticas de produtividade e morte da planta; expelem uma serragem

pelo orifício de entrada e as plantas infestadas apresentam um líquido escuro

no estipe, na base ou próximo à copa. Quando muito infestados, há redução na

taxa de crescimento em diâmetro do estipe, e este pode quebrar pela ação dos

ventos, e também apresentar as folhas penduradas no caso do ataque próximo

à copa (FERREIRA, 2009; JORDÃO; SILVA, 2006; WARWICK; PASSOS, 2009).

A broca-do-estipe-do-coqueiro foi relatada na região Litoral Sul do Estado do

Alagoas (VIVEIROS et al., 2002), e também pode ser encontrada nos Estados do

Amazonas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio

Grande do Sul, Sergipe, São Paulo e em alguns países como Argentina, Uruguai,

México, Trinidad e Tobago, Honduras (FERREIRA et al., 1998).

No Estado do Mato Grosso foi constatada sua ocorrência em área de

coqueiro, no município de Sinop (MOLIN; BARRETO, 2012) e em Cotriguaçu

(SILVA, 2009). Como hospedeiros, há registro de coqueiro, dendezeiro, piaçaveira e

outras palmeiras (FERREIRA et al., 1998). Inspeções devem ser constantes no

coqueiral para detectar os locais de postura e destruí-los mediante raspagem com o

facão. Podem ser feitas também a derrubada e a queima das plantas fortemente

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infestadas e sem condições de recuperação, a fim de reduzir a propagação da praga

(MIRISOLA FILHO, 2002).

Espécies do gênero Metamasius Horn (Coleoptera: Curculionidae) também

são relatadas como pragas de importância econômica das arecáceas. Foi citado por

Silva e Martins-Silva (1991 apud ZORZENON; BERGMANN; BICUDO, 2000) que

insetos deste gênero podem também serem vetores do anel-vermelho em

dendezeiros, sendo significativa a presença dos nematoides tanto internamente

quanto externamente nos insetos. Várias espécies desse gênero estão associadas à

representantes das famílias Arecaceae, Graminaceae e Musaceae.

Metamasius hemipterus, denominado de broca-rajada, mede de 10 a 15 mm

de comprimento e apresenta coloração castanha alaranjada com manchas e faixas

negras distribuídas de forma simétrica. O dimorfismo sexual é determinado através

do rostro e do pigídio. Nas fêmeas o rostro é mais delgado e comprido, e o pigídio é

mais afilado, em formato de ponta com poucas cerdas, enquanto nos machos o

rostro mais grosso e curto, com pigídio ligeiramente arredondado e pubescente. As

fêmeas depositam ovos de coloração branco-leitosa, com forma elíptica, e cerca de

2 mm de comprimento. As larvas são ápodes, de coloração branco-leitosa, com a

cápsula cefálica de coloração amarela a marrom, podendo alcançar mais de 10 mm

de comprimento nos últimos instares, e abrem galerias superficiais e profundas no

estipe da planta, causando danos severos. As pupas ficam protegidas dentro de um

casulo confeccionado, pela própria larva, com fibras da planta hospedeira, sendo o

ciclo biológico (ovo a adulto) de 62 dias (ESTEBAN-DURÁN et al., 1998; LEÓN-

BRITO et al., 2005; VAURIE, 1966; WEISSLING; GIBLIN-DAVIS, 1998;

ZORZENON; BERGMANN; BICUDO, 2000).

Há registro da ocorrência da broca-rajada no Continente Americano, desde os

Estados Unidos até o Brasil, associada a vários hospedeiros, tanto de importância

agrícola como ornamental, por exemplo, açaizeiro, algodoeiro, bananeira, cafeeiro,

cana-de-açúcar, coqueiro, dendezeiro, milho, palmeira-real, palmeira-real-da-

austrália, palmito-juçara, pupunheira, tamareira, entre outros (ESTEBAN-DURÁN et

al, 1998; FANCELLI et al. 2012; GIBLIN-DAVIS; PEÑA; DUNCAN, 1994; GOMES,

2008; GUIMARÃES, 2009; MAES; O'BRIEN, 1990; MAES, 2004; MEXZÓN, 1997;

OQUENDO; MEXZÓN; URPÍ, 2004; PUCHE et al., 2005; SEPÚLVEDA-CANO;

RUBIO-GÓMEZ, 2009; VERGARA; RAMÍREZ, 2000; RUIZ; MARTÍNEZ; MEDINA,

2013; YASUDA, 2005; ZORZENON; BERGMANM; BICUDO, 2000).

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No Brasil, a broca-rajada já foi relatada nos Estados de Alagoas, Bahia, Mato

Grosso, Roraima (BROGLIO et al., 2014; CORREIA, 2012; DIONISIO et al., 2015;

FANCELLI et al. 2012; GUIMARÃES, 2009; ROCHA, 2012).

Segundo Zorzenon, Bergmann e Bicudo (2000) a broca-rajada na maioria das

vezes é encontrada presente nas plantas logo após o ataque da broca-do-olho-do-

coqueiro.

Na Costa Rica, foi observado que M. hemipterus ocorreu durante todo o

experimento em cultivo de pupunheira em maior numero que R. palmarum, tendo

sido considerada como a principal praga da cultura (ARROYO-OQUENDO;

MEXZÓN; MORA-URPÍ, 2004).

Metamasius canalipes (Gyllenhal) e M. hemipterus foram observados

causando danos em plantio comercial de helicônia, na região Sul da Bahia (ROCHA,

2012; CARNEIRO; MELO; BITTENCOURT, 2014), e em plantios de bananeira em

Alagoas e Bahia (BROGLIO et al., 2014; FANCELLI et al. 2012).

Outras espécies deste gênero foram observadas nos seguintes hospedeiros,

M. bisbisignatus (Gyllenhal) em bananeira, M. distortus (Gemminger & Harold) em

coqueiro, paineira e palmeira-imperial, e M. ensirostris (Germar) em açaízeiro,

bananeira, coqueiro, dendezeiro, palmito-juçara, palmeira-imperial e pupunheira

(SEPÚLVEDA-CANO; RUBIO-GÓMEZ, 2009; VAURIE, 1966; ZORZENON;

BERGMANN; BICUDO, 2000). A ocorrência e a disseminação destes insetos na

região Sul da Bahia são favorecidas pela ocorrência de plantas hospedeiras,

comumente cultivadas na região.

A espécie Dynamis borassi (Fabricius) (Coleoptera: Curculionidae) é

comumente denominada de broca-das-palmáceas, pois têm como plantas

hospedeiras várias palmeiras, como espécies do gênero Borassus, açaizeiros,

coqueiros, entre outras palmeiras nativas da floresta tropical, sendo encontrada em

parte do Norte e América do Sul, em ecossistemas de florestas primárias. O adulto

mede de 40 a 45 mm de comprimento, coloração preta brilhante e rostro robusto,

semelhante ao rostro do R. palmarum, porém mais recurvado e menor. Os machos

diferem das fêmeas por apresentar setas longas e densas na tíbia e na fêmea não

tem ou são mais curtas e poucas. Apresenta o hábito de reunir-se em grupos

(COUTURIER; OLIVEIRA; BESERRA, 2000; ESTEBAN-DURÁN et al., 1998;

JORDÃO; SILVA, 2006). Como uma das principais pragas do coqueiro, além de

atacar as inflorescências pode ser vetor do nematoide do anel-vermelho, e provocar

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a morte de palmeiras. Há registro da sua ocorrência em frutos de açaizeiro,

coqueiro, dendezeiro e Astrocaryum standleyanum Bailey (estrela-do-pará) (GIBLIN-

DAVIS et al., 1997; JORDÃO; SILVA, 2006).

Esta espécie destrói as inflorescências ainda não abertas, e foi observada

causando prejuízos em brácteas de Astrocaryum carnosum F. Kahn & B. Millán e A.

chonta Mart., palmeiras nativas da Amazônia peruana (COUTURIER; O'BRIEN;

KAHN, 1998) e em cultivo de bacabeira (Oenocarpus mapora Karsten) no Pará,

principalmente em período chuvoso, época de maior floração, onde os adultos são

atraídos pelas brácteas jovens, alimentado-se e depositando os ovos na inserção

das brácteas no estipe (COUTURIER; OLIVEIRA; BESERRA, 2000).

Conhecido popularmente como bicho-do-coco, Pachymerus nucleorum

(Fabricius) (Coleoptera: Chrysomelidae, Bruchinae), é encontrado em vários Estados

brasileiros, principalmente na região Norte e Nordeste (ANDRADE et al., 2013;

SILVA, 2001). O adulto mede de 9 a 12 mm de comprimento por 4 a 7 mm de

largura e tem coloração castanha, élitros estriados que não cobrem totalmente o

abdome, antenas imbricadas, olhos salientes e fêmures posteriores expandidos. A

larva completamente desenvolvida mede de 15 a 20 mm de comprimento e tem a

coloração branca. Os adultos depositam os ovos nos frutos caídos ao solo, e as

larvas após eclodirem abrem galerias, normalmente é encontrada apenas uma larva

por fruto. Os caroços dos frutos são destruídos e a germinação das sementes

inviabilizadas (COSTA NETO, 2004; GALLO et al., 2002; JORDÃO; SILVA, 2006).

Pachymerus nucleorum é uma importante praga de varias espécies de

palmeiras como o babaçueiro (Orbignya phalerata Mart.), a carnaubeira (Copernicia

cerifera Mart.), o licurizeiro (Syagrus coronata) (Martius) Beccari, o coqueiro, o

dendezeiro e a piaçaveira (ANDRADE et al., 2013; GARCIA; ROSA; COSTA, 1980;

SILVA, 2001).

Há registro do bicho-do-coco predando sementes de Allagoptera arenaria

(Gomes) O’Kuntze (coquinho de guriri), no Parque Nacional da Restinga de

Jurubatiba, Rio de Janeiro. Verificou-se que a oviposição ocorre na infrutescência

ainda em desenvolvimento diferentemente de registros na literatura em outras

espécies de palmeiras, onde a oviposição ocorre nos frutos no chão, e que o ciclo de

vida de P. nucleorum foi bastante longo e com amplitudes bem grandes dentro de

uma mesma amostra, o que sugere uma possível diapausa em alguma fase do seu

ciclo de vida (GRENHA; MACEDO; MONTEIRO, 2008).

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Foi observado a predação de sementes de licurizeiro por larvas de P.

nucleorum no município de Caetés, Estado de Pernambuco. Na análise dos frutos

com orifício de saída e, ou pela presença da larva no processo de liberação da

amêndoa, o nível de infestação alcançou 80%, e nas amêndoas aparentemente

sadias, ou seja, sem danos superficiais ocorreu 18% de emergência de larvas até os

41dias, atingindo o pico da predação entre o décimo e o décimo oitavo dia, com 48%

de toda predação (ANDRADE et al., 2013).

Sementes maduras de Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (jerivá)

foram predadas por P. nucleorum e Pachymerus cardo (Fåhraeus), em Campinas,

Estado de São Paulo, tendo sido encontrado larvas e pupas nos frutos (MAIA, 2013).

Parisoschoenus obesulus Casey (Coleoptera: Curculionidae), o caruncho-do-

coqueiro ou gorgulho-dos-frutos-e-flores, são pequenos coleópteros com cerca de 4

mm de comprimento, coloração variando de castanho a preto, vivem abrigados nas

espatas abertas dos coqueiros; tem hábito saprofítico ou oportunista. Atacam a base

dos frutos, perfurando as brácteas e abrindo galerias no mesocarpo, propiciando a

queda dos frutos (FERREIRA et al. 1998; GALLO et al., 2002; MONTOYA et al.,

2015; MOURA; VILELA, 1998). Há registro da sua ocorrência no coqueiro,

piaçaveira, dendezeiro e licurizeiro (FERREIRA et al. 1998). Sánchez Soto e Nakano

(2003) constataram a presença desta espécie em área de coqueiros no Estado de

São Paulo. Moura et al. (2009) relataram que P. obesulus não é uma praga de frutos

novos de coqueiro, pois estes besouros não atacam frutos sadios, apenas os frutos

já em processo de abortamento.

Parisoschoenus sanguinicollis Hustache e P. obesulus foram coletados em

inflorescência de pupunheira (GARCIA et al., 2013). Parisoschoenus brevipennis

Casey e outras espécies do gênero não identificadas foram obtidas de

inflorescências de Euterpe longibracteata Barb.Rodr. (açaí-da-mata) em área de

transição Amazônia-cerrado no Estado do Mato Grosso (GUIMARÃES, 2009).

Parisoschoenus aff. obesulus foi observado perfurando principalmente a base

dos frutos recém-formados e flores de macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd.

ex Mart., Arecaceae] que está amplamente distribuída no Brasil. Foi relatado que os

indivíduos desta espécie têm atividade diurna, sendo mais ativos entre as 6 h e 8 h

da manhã, e que pelas injúrias no ovário da flor, ocasionavam a queda prematura da

mesma ou do fruto em crescimento (MONTOYA et al., 2015).

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Espécies do gênero Parisoschoenus foram observadas visitando

inflorescências estaminadas de Attalea allenii H. E. Morre ex L. H. Bailey e Wettinia

quinaria (O. F. Cook & Doyle) na Colômbia (NÚÑEZ; BERNAL; KNUDSEN, 2005) e

polinizando e parasitando flores femininas de Butia paraguayensis (Barb. Rodr.) L.

H. Bailey (butiá-do-cerrado) no Estado de São Paulo (SILBERBAUER-

GOTTSBERGER; VANIN; GOTTSBERGER, 2013).

Representantes da família Chrysomelidae alimentam-se principalmente de

flores e folhas e muitos são pragas severas de plantas cultivadas (TRIPLEHORN;

JOHNSON, 2011). Algumas espécies do gênero Calyptocephala Chevrolat são

pragas de dendezeiro (CÓRDOVA-BALLONA; SÁNCHEZ-SOTO, 2008). Larvas e

adultos de Calyptocephala paralutea Buzzi & Miyazaki foi relatada em dendezeiro e

mumbaca (Astrocaryum sp.) no Estado do Amapá (BUZZI; MIYAZAKI, 1992), e C.

gerstaeckeri Boheman no México (CÓRDOVA-BALLONA; SÁNCHEZ-SOTO, 2008).

Espécies do gênero Hoplopyga Thomson (Coleoptera: Melolonthidae:

Cetoniinae) ocorrem da Argentina até o México, e os adultos podem ser encontrados

em frutos caídos, nas folhas, e em cupinzeiros. As larvas são conhecidas por se

alimentarem na madeira podre e detritos orgânicos, e desempenham importante

função na decomposição e reciclagem de nutrientes no meio ambiente. Hoplopyga

liturata (Olivier) tem como hospedeiro Brosimum utile H.B.K (Moraceae) e ocorre na

América do Sul e México (FIERROS-LÓPEZ, 2007; NEITA; OROZCO; RATCLIFFE,

2006; RATCLIFFE, 2012), e a espécie H. ocelata (Gory & Percheron) foi registrada

no México (NOVELO; MARÓN, 2005) e na Colômbia (NEITA; OROZCO;

RATCLIFFE, 2006).

São relatadas no Brasil: H. albiventris (Gory & Percheron), H. boliviensis

(Moser) H. brasiliensis (Gory & Percheron), H. liturata, H. miliaris (Gory &

Percheron), H. monacha (Gory & Percheron), H. multipunctata (Gory & Percheron),

H. ocellata, H. rubida (Gory & Percheron), H. ruteri Antoine e H. singularis (Gory &

Percheron) (EVANGELISTA NETO, 2015; FIERROS-LÓPEZ, 2007; GARCIA et al.,

2013a; PUKER et al., 2012).

Existem muitas espécies de escaravelhos (Scarabaeidae) e o hábito alimentar

destes insetos é muito variado, pois se alimentam de esterco ou de material vegetal

em composição, de fungos, de gramíneas, folhagem, frutas, flores e alguns são

pragas agrícolas (TRIPLEHORN; JOHNSON, 2011).

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A broca-do-bulbo ou broca-das-raízes-e-brotos, Strategus aloeus (L.)

(Coleoptera: Scarabaeidae: Dynastinae), são importantes quando a plantação de

coqueiros é realizada em áreas recém-desmatadas ou próximas delas, pois suas

larvas se desenvolvem em vegetais em processo de decomposição, e o adulto

atraído para a planta jovem (até três anos) pode provocar sua morte pela

alimentação dos tecidos tenros na região do meristema apical (FERREIRA et al.,

1998).

Espécies do gênero Leucothyreus Macleay (Coleoptera: Scarabaeidae:

Rutelinae) ocorrem em várias regiões do Brasil, e países da América do Sul, porém

as espécies desta subfamília são pouco estudadas e algumas são relatadas como

pragas de raízes de espécies vegetais. Há registro em sistemas agroecológicos na

Colômbia e em Buenos Aires (PARDO-LOCARNO et al., 2005) e em algumas

culturas em regiões da América do Sul (PEREIRA, 2012). Leucothyreus femoratus

Burmeister foi registrada na Colômbia em mandioca, cafeeiro, bananeira, ingazeiro,

mangueira e espécies de Brachiaria (PARDO-LOCARNO; MORÓN; MONTOYA-

LERMA, 2006).

Há registro de larvas de Leucothyreus dorsalis Blanchard e de Leucothyreus

sp. associadas com sistemas radicular da palmeira macaúba ou bocaiúva, e de

Leucothyreus albopilosus Ohaus em Eucalyptus citriodora Hook (PUKER et al.,

2009, 2011; RODRIGUES; PUKER; TIAGO, 2010). No Estado de São Paulo, larvas

de Leucothyreus sp. têm atacado os sistema radicular de cana-de-açúcar (LEITE et

al., 2012).

Besouros da subfamília Scarabaeinae, que é um grupo cosmopolita e são

conhecidos popularmente como “rola-bosta”, atuam como importantes

decompositores, sendo extremamente importantes no funcionamento dos

ecossistemas tropicais. Adultos e larvas utilizam matéria orgânica em decomposição

na alimentação, participando ativamente na ciclagem de nutrientes; a maioria das

espécies se alimenta de fezes (coprófagos) e carcaças de animais (necrófagos) ou

são copro-necrófagos; são besouros de corpo robusto, ovais ou alongados,

geralmente convexos e com antenas lameladas (CABRAL-DE-MELO, 2008;

FILGUEIRAS et al., 2009; SILVA, 2012). Conhecer a ecologia e o comportamento de

espécies coexistentes contribui com informações que auxiliam as atividades de

manejo de áreas naturais e as políticas conservacionistas (DUFRÊNE; LEGENDRE,

1997).

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Representantes do gênero Deltochilum Eschschotlz (Coleoptera:

Scarabaeidae: Scarabaeinae) apresentam distribuição Neotropical, e suas espécies

possuem hábito alimentar necrófago ou copro-necrófago, e vivem em matéria

orgânica em decomposição; algumas espécies possuem adaptações singulares e

são relatadas como predadoras de diplópodos e formiga cortadeira (Atta sp.)

(CABRAL-DE-MELO, 2008; COSTA et al., 2013; VAZ-DE-MELLO, 1999; RAMÍREZ;

PARDO-LOCARNO, 2004; SILVA, 2012). De acordo com Pereira e Martinéz1 (1956

apud SILVA, 2012) exemplares de Deltochilum sericeum Paulian foram capturados

em palmitos recém-cortados na Bolívia, e D. mexicanum Burm D. parile Bates e D.

aff. valgum foram capturados em ambiente de floresta úmida na Colômbia

(RAMÍREZ; LOCARNO, 2004). Há registro da ocorrência de Deltochilum irroratum

(Laporte), D. aff. irroratum e D. pseudocairus Balthasar no Estado de Pernambuco

(CABRAL-DE-MELO, 2008; COSTA et al., 2013), e de Deltochilum verruciferum

Felsche no Estado da Bahia (CAMPOS, 2012). Uma espécie não identificada de

Deltochilum foi capturada em plantio comercial de helicônias na região Sul da Bahia

(ROCHA, 2012).

2.4 Inimigos naturais, predadores e parasitoides, associados a coleópteros-

praga de Arecaceae

Os coleópteros-predadores são organismos de vida livre durante todo o ciclo

de vida e que mata a presa. Muitos predadores alimentam-se de presas quando

ainda estão na fase larval ou ninfa e quando estão na fase adulta alimentam-se de

substâncias adocicadas, como néctar, pólen ou líquidos liberados por outros insetos

sobre as plantas, mas há espécies que também predam na fase adulta. Dentre os

predadores das pragas agrícolas, destacam-se as joaninhas (Coccinellidae), os

percevejos (Reduviidae), os lixeiros (Neuroptera), coleópteros (Carabidae),

tesourinhas, vespas, entre outros. Os parasitoides são insetos que se desenvolvem

em outros insetos, causando-lhes a morte. Com exemplo de parasitoides, há

representantes de várias famílias de Hymenoptera e Diptera (Tachinidae),

principalmente (EMBRAPA, 2013; GALLO et al., 2002).

1 PEREIRA, F. S.; MARTINÉZ, A. Os gêneros de Canthorinini americanos (Col., Sacarabaeidae). Revista Brasileira de Entomologia, v. 6, p. 91-192, 1956.

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Os coleópteros da família Histeridae são insetos frequentemente encontrados

em matéria orgânica em decomposição. Porém, tanto os adultos quantos as larvas

são predadores de várias ordens de insetos sendo considerados generalistas. Estes

aproveitam locais na planta onde já foram feitas galerias para se alimentar das

larvas dos insetos presentes e muitas espécies ocorrem nos Estados Unidos e

Canadá (COLETTO-SILVA; FREIRE, 2006; COSTA; VANIN; CASARI-CHEN, 1988;

COSTA LIMA, 1952; LOPES et al., 2006; TRIPLEHORN; JOHNSON, 2011).

Há registro de Hololepta sp. em áreas de bananeiras na Venezuela onde

foram coletados exemplares da broca-rajada e da broca-do-olho-do-coqueiro

(VERGARA; RAMÍREZ, 2000), em plantios de dendezeiro no Estado do Pará

(TINÔCO, 2008), e em plantio comercial de helicônias na região Sul da Bahia

(ROCHA, 2012).

A espécie Hololepta (Leionota) quadridentata (Olivier) (Coleoptera: Histeridae)

apresenta coloração preta, geralmente brilhante, com élitros truncados, expondo um

ou dois segmentos abdominais. Foi relatada como predadora de larvas do moleque-

da-bananeira na Venezuela (BOSCÁN DE MARTÍNEZ; GODOY, 1991; GOITIÁ;

CERDA, 1998; MESQUITA, 2002), e de larvas de Scyphophorus acupunctatus

Gyllenhal (Coleoptera: Curculionidae) que é praga de plantas da família Agavaceae

na Europa (LENCINA; GALLEGO, 2014). No Estado de São Paulo foi capturada em

granjas no esterco de aves (LOPES et al., 2006).

Hololepta reichii Marseul foi registrada em colmeias de abelhas sem ferrão

(Hymenoptera: Apidae) no Estado do Amazonas (COLETTO-SILVA; FREIRE, 2006).

Espécies do gênero Omalodes Erichson, estão distribuídas na região

Neotropical, com registro no Brasil de 28 espécies (MOURA, 2010).

Há registro dos hospedeiros de algumas espécies ou apenas da sua

ocorrência. Omalodes foveola Erichson como predadora de larvas do moleque-da-

bananeira (BOSCÁN DE MARTÍNEZ; GODOY, 1991; FANCELLI; MESQUITA,

2000), na Venezuela e nos Estados da Bahia e Paraná (LEIVAS; GROSSI;

ALMEIDA, 2013). Omalodes lucidus (Erichson) em carcaça em decomposição no

Estado do Amazonas (MISE et al., 2010) e O. laceratus (Marseul) no Estado do

Paraná (LEIVAS; GROSSI; ALMEIDA, 2013). Representantes deste gênero foram

coletados em diferentes espécies vegetais no Brasil: em plantio comercial de

helicônias na região Sul da Bahia (CARNEIRO; MELO; BITTENCOURT, 2014;

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ROCHA, 2012) em área de floresta com presença de Araucaria angustifolia (Bertol.)

Kuntze no Estado do Paraná (LEIVAS; GROSSI; ALMEIDA, 2013).

No Chile, foi descrita uma nova espécie, Omalodes atacamanus sp. nov.

(LEIVAS; DEGALLIER; ALMEIDA, 2015).

A maioria das espécies pertencentes à família Hydrophilidae são aquáticas e

outra parte terrestre (vivem em esterco), sendo que os adultos são detritívoros e

suas larvas predadoras (TRIPLEHORN; JOHNSON, 2011). Como representante

desta família, Dactylosternum abdominale (F.) foi relatado como predador do

moleque-da-bananeira (C. sordidus) (KOPPENHOFER; SIKORA; REDDY, 1995).

Há poucos relatos de parasitóides em insetos-pragas de arecáceas. Na região

do Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, a espécie Diaughia angusta Perty

(Diptera: Tachinidae) foi obtida de pupas de Metamasius, tendo atingido taxas de

parasitismo de até 30% (NIHEI; PAVARINI, 2011).

Foi observada a ocorrência de Billaea rhynchophorae (Blanchard) em larvas

de R. palmarum em plantações de piaçaveiras e dendezeiros no Sudeste da Bahia,

tendo sido observado durante 13 meses, que o índice médio de parasitismo foi 40%

(18% a 57%) (MOURA et al., 2006).

2.5 Coleópteros polinizadores associados à Arecaceae

A polinização é essencial na manutenção da biodiversidade e na

sustentabilidade da agricultura, sendo imprescindível para a propagação de muitas

espécies. Entre os agentes polinizadores os mais abundantes são os insetos que

realizam com as plantas uma relação mutualística, e quando esta é deficiente,

ocorrem problemas como a má formação dos cachos e decomposição de biomassa

(perda) e consequentemente queda na produção (LABARCA et al., 2009;

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2006).

Os polinizadores mais importantes das arecáceas são coleópteros das

famílias Curculionidae e Nitidulidae. Entre muitas, as espécies Elaeidobius

kamerunicus (Faust), E. subvittatus (Faust), E. singularis (Faust) e E. plagiatus

(Fabricius) (Curculionidae) são visitantes florais, mais frequentes nas flores

masculinas, de plantas do gênero Elaeis, no qual está incluído o dendezeiro. Entre

os representantes de Nitidulidae, Mystrops costaricensis Gillogly tem ocorrência na

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América do Sul e Central em dendezeiros (GENTY, 1985; KIREJTSHUK;

COUTURIER, 2009, 2010; LABARCA; NARVÁEZ, 2009; MARIAU; GENTY, 1988;

MOURA et al., 2008; O’BRIEN; WOODRUFF, 1986).

O adulto da espécie E. subvittatus é de coloração amarela, listra escura

longitudinal no meio do élitro, corpo coberto por cerdas dourada e os machos

diferem das fêmeas por apresentar um apêndice trapezoidal na parte anterior do

pronoto. Suas larvas alimentam-se apenas de pólen (GENTY, 1985).

Elaeidobius kamerunicus foi encontrado polinizando dendezeiros na África,

China, Costa Rica, Gana, Indonésia, Papua Nova Guiné e Venezuela (CAUDWELL

et al., 2003; PRADA et al., 1998; TUO; KOUA; HALA, 2011; YUE et al., 2015). Foi

introduzido na Colômbia em 1984, e com o tempo foi dominante em relação à E.

subvitattus e Mystrops sp. que predominavam em inflorescências de dendezeiro

(CHINCHILLA; RICHARDSON, 1990; MARIAU; GENTY, 1988; POLONIA, 1985).

Labarca et al. (2009) estudando a estrutura reprodutiva e a polinização entomófila de

dendezeiro na Venezuela, observou E. kamerunicus e E. subvittatus polinizando

flores, sendo que E. kamerunicus apareceu em maior número.

O polinizador E. kamerunicus foi introduzido no Brasil em 1986 na região

Amazônica, e em 1994 no Sul da Bahia (MOURA, 2008). Em plantios de dendezeiro,

na região Sul da Bahia, foi observado que após introdução de E. kamerunicus, esta

espécie foi dominante em relação a E. subvittatus, e houve aumento na taxa de

fecundação de dendezeiro na região. A atividade de voo e a densidade populacional

de E. subvittatus foi afetada pela temperatura e pela precipitação pluvial (MOURA et

al., 2008).

Moura (2008) observou que exemplares de E. kamerunicus visitam com mais

frequência as inflorescências dos dendezeiros entre 9:00 e 12:00 horas, o mesmo

ocorrendo com E. subvittatus das 16:00 e 18:00 horas, na região Sul da Bahia.

Exemplares do gênero Mystrops Murray (Coleoptera: Nitidulidae), apresentam

um grupo especializado, pois estão associados exclusivamente com inflorescências

de palmeiras, a maioria do sexo masculino e são distribuídos apenas no Hemisfério

Ocidental (KIREJTSHUK; COUTURIER, 2009, 2010).

Adultos e larvas de M. costaricensis vivem e se alimentam do pólen das flores

masculinas do dendezeiro quando no estádio de antese, e o estádio de pupa ocorre

no solo, sendo seu ciclo biológico de aproximadamente 15 dias e a sua atividade é

crepuscular, mas também nas primeiras horas da manhã. O tempo seco é mais

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favorável para o desenvolvimento das populações, mas as altas temperaturas são

limitantes. Apenas adultos de E. subvittatus se alimentam do pólen, sendo o ciclo

biológico de 25 dias, aproximadamente (GENTY, 1985).

As larvas e os adultos de Mystrops vivem e se alimentam de pólen de flores

masculinas em antese, e sua atividade polinizadora é realizada no período da

manhã e da noite. A população desses insetos tem um melhor desenvolvimento em

períodos secos, porém o número de indivíduos e sua atividade polinizadora

aumentam em períodos mais frescos (GENTY, 1985).

Exemplares deste gênero foram observados visitando inflorescências

estaminadas de A. allenii e W. quinaria na Colômbia, desempenhando um

importante papel na polinização (NÚÑEZ; BERNAL; KNUDSEN, 2005), em flores de

butiá-do-cerrado (SILBERBAUER-GOTTSBERGER; VANIN; GOTTSBERGER,

2013), e visitando inflorescências masculinas e femininas da palmeira patauá

(Oenocarpus bataua Mart.) na região dos Andes (NÚÑEZ-AVELLANEDA; ROJAS-

ROBLES, 2008) e Amazônia, na Colômbia (NÚÑEZ-AVELLANEDA; ISAZA;

GALEANO, 2015).

Em inflorescência masculina de dendezeiro na região Amazônica, Brasil,

foram obtidos exemplares de Mystrops sp. (GOMES, 2011; MOURA, 2008), tendo

sido também foram coletados em flores masculinas e flores femininas, em antese, da

palmeira tucumã (Astrocaryum vulgare Mart.) no Estado do Pará (OLIVEIRA;

COUTURIER; BESERRA, 2003), e em inflorescências estaminadas e pistiladas de

Attalea phalerata Mart. ex Spreng. (butiá) no Mato Grosso do Sul (FAVA, 2010;

FAVA; COVRE; SIGRIST, 2011).

Mystrops dalmasi Grouvelle, M. debilis Erichson, M. costaricensis foram

observados visitando flores de macaúba no Estado de Minas Gerais. Exemplares de

M. debilis e M. dalmasi foram os que se apresentaram em maior quantidade, e

permaneceram por um longo período sobre a mesma inflorescência, podendo assim

serem considerados como importantes polinizadores dessa palmeira, sendo que M.

costaricensis foi observado em menor número, podendo ser considerado como

visitante ocasional (BRITO, 2013).

Em levantamento da entomofauna de polinizadores em plantios comerciais de

dendezeiros na região Norte do Brasil foi capturado E. kamerunicus, E. subvittatus e

Elaeidobius sp. no Estado do Pará, e no Estado do Amazonas foi coletado Celetes sp.,

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mais atraído por inflorescências femininas, e Mystrops sp. mais atraído por

inflorescências masculinas (GOMES, 2011).

Espécies do gênero Andranthobius Kuschel (Curculionidae) ocorre na Região

Neotropical e estão associadas especificamente com flores de palmeiras, incluindo

espécies dos gêneros Syagrus, Acrocomia, Bactris, Cocos, entre outros (FRANZ,

2006; VALENTE; SILVA 2014). Andranthobius palmarum (Champion) está relatada

como polinizador da pupunheira na América Central (MORA-URPÍ; SOLIS, 1980), e

espécies ainda não identificadas em inflorescências da castanheira no bioma

Cerrado no Brasil (Acanthococos emensis Toledo) (SILBERBAUER

GOTTSBERGER, 1990), em macaúba (SCARIOT et al., 1991), em buriti (Mauritia

flexuosa L.) no Amazonas (STORTI, 1993), e em patauá (O. bataua) na Colômbia

(NÚÑEZ-AVELLANEDA; ROJAS-ROBLES, 2008), em butiá (A. phalerata) no Estado

do Mato Grosso (BATTIROLA et al., 2014), e em bacabinha (Oenocarpus minor

Mart.) na Amazônia Colombiana (NÚÑEZ-AVELLANEDA; ISAZA; GALEANO, 2015).

Andranthobius aff. bondari foi observado em flores de macaúba em Minas

Gerais, e como utiliza a flor para acasalamento, desenvolvimento, e como fonte de

alimento (pólen) e abrigo, pode ser considerado um polinizador importante para a

cultura (BRITO, 2013).

Exemplares adultos de Andranthobius setirostris sp. nov. foram originalmente

coletados em flores da palmeiras Syagrus vermicularis Noblick e S. cocoides Mart.,

ambas as espécies de palmeiras que são registradas pela primeira vez como plantas

hospedeiras (VALENTE; SILVA 2014).

De acordo com Voeks2 (1987 apud GUIMARÃES; SILVA, 2012) entre os

polinizadores presentes na piaçaveira, são relatados: Celestes bipunctata, C.

planihorax, Cyclocephala distincta (Burmeister), Dialoma campestris (Bondar),

Mystrops sp., além de outras espécies da famílias Apidae, Staphilinidae e

Anthocoridae.

Representantes do gênero Celetes Schoenherr (Curculionidae) ocorrem na

zona de transição Mexicana e região Neotropical, de Durango no México até Buenos

Aires na Argentina. Verificou-se que a associação Celetes x palmeira hospedeira

não é casual, e deve envolver processos históricos comuns a esses organismos. As

espécies estão incluídas em dois grupos grupo binotatus e grupo faldermanni.

2 VOEKS, R. A. A biogeography of the piassava fiber palm (Attalea funifera Mart.) of Bahia, Brasil. University of California, Berkeley, USA, 1987. 288p.

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Celetes faldermanni (Boheman) foi registrada em associação com o gênero

Attalea Kunth, que inclui a piaçaveira, e a coleta de C. cariniceps (Hustache) em

inflorescências de Astrocaryum murumuru Mart. (murumuru) no Estado do Pará,

representa o primeiro registro da espécie para o Brasil e o primeiro registro da sua

planta hospedeira (VALENTE, 2005). Celetes bipunctatus (Hustache) foi associado à

piaçaveira na região Sul da Bahia (VOEKS, 2002), e a indaiá (Attalea geraensis

Barb. Rodr.) no Estado de São Paulo (PAULINO NETO, 2009).

Espécies não identificadas de Celetes foram observadas em flores de buriti no

Amazonas (STORTI, 1993), de butiá (A. phalerata) no Mato Grosso do Sul (FAVA,

2010) e em inflorescência feminina de dendezeiro (E. oleifera ‘Caiaué’) no

Amazonas (GOMES, 2011), tendo sido observado que espécies desse gênero têm

papel muito importante na polinização de ‘Caiaué’ no Brasil (MOURA, 2008).

Espécies do gênero Dialomia Casey (Curculionidae, Baridinae) são pequenos

coleópteros de movimentos rápidos, coloração escura, e visitantes florais de muitas

palmeiras. Exemplares deste gênero foram observados em inflorescências de açaí-

da-mata nos Estados do Mato Grasso (GUIMARÃES, 2009), e de São Paulo

(SILBERBAUER-GOTTSBERGER; VANIN; GOTTSBERGER, 2013), de macaúba

em Minas Gerais (BRITO, 2013), e de butiá-do-cerrado e de Syagrus petraea (Mart.)

Becc. (coco-de-vassoura) no Estado de São Paulo (SILBERBAUER-

GOTTSBERGER; VANIN; GOTTSBERGER, 2013).

Espécies do gênero Cyclocephala Dejean (Scarabaeidae) tem um papel

fundamental na polinização das palmeiras, porém atua apenas como um polinizador

adicional. Mas, para algumas espécies da família Annonaceae espécies deste

gênero têm grande importância como polinizador.

Cyclocephala undata (Olivier) foi considerado um polinizador adicional de

inflorescências de Bactris hirta Martius (Arecaceae), e como polinizador principal de

inflorescências de Duguetia riparia Huber e D. ulei (Diels) R. E. Fries (Annonaceae).

Exemplares desta espécie também foram observados em flores de Annona foetida

Mart., Malmea manausensis Maas & Miralha (Annonaceae). Cyclocephala sarpedon,

C. guianae endrodi, e exemplares não identificados de Cyclocephala foram relatados

em Oenocarpus bacaba (Mart.), conhecida popularmente por bacaba ou bacaba-

açu, e C. rondoniana Ratcliffe em flores de Attalea attaleoides (Barb.Rodr.)

Wess.Boer, Indig. e C. marginalis Kirsch em A. microcarpa Mart. (KUCHMEISTER et

al., 1998).

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23

Adultos de C. distincta Burmeister são visitantes florais de palmas

neotropicais (Arecaceae) e até mesmo são relatados como polinizadores nativos

prováveis de algumas espécies (SOUZA et al., 2015; VOEKS , 2002). Foi registrado

em inflorescências de piaçaveira no Sul da Bahia (VOEKS, 2002), e é comumente

encontrado na Mata Atlântica do Estado de Pernambuco (SOUZA et al., 2015).

Cyclocephala stictica Burmeister e C. fuliginea Burmeister foram observadas

em flores da palmeira patauá localizadas nos Andes Colombiano (NÚÑEZ-

AVELLANEDA; ROJAS-ROBLES, 2008) e C. verticalis Burmeister associada ao

sistema radicular de macaúba no Mato Grosso do Sul (PUKER et al., 2009).

2.6 Fungos entomopatogênicos em coleópteros associados à Arecaceae

O fungo Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. é um dos mais estudados e

utilizados no controle biológico, com a capacidade de mortalidade elevada para

pragas de diferentes ordens de insetos, com destaque para Coleoptera, Hemiptera e

Lepidoptera. Além de minimizar o impacto provocado pelos inseticidas

convencionais, B. bassiana pode ser facilmente produzido a um custo relativamente

baixo. No mercado mundial agrícola, existem alguns produtos comerciais à base de

B. bassiana. Devido à variabilidade genética, variação na patogenicidade e as

condições climáticas necessárias para ação do fungo, a seleção de cepas

adaptadas à região é fundamental em estudos de controle biológico de pragas

(ALVES, 1998; FANCELLI et al., 2004).

Em campo, B. bassiana foi encontrado associado às espécies C. sordidus e

M. hemipterus sericeus (Olivier) em áreas de bananeira. Estas espécies foram

capturadas em iscas de pseudocaule de bananeira, tendo sido constatado que o

aumento da incidência do fungo ocorreu com o acréscimo da população dos insetos.

Foi observada a infecção de até 34% de C. sordidus, e 70% dos espécimes de M.

hemipterus sericeus (FANCELLI; MESQUITA, 2000; PEÑA; GILBIN-DAVIS;

DUNCAN, 1995).

Segundo Magalhães et al. (1998), os entomopatógenos podem atuar de forma

deletéria sobre os predadores por meio da inviabilização de ovos, larvas e adultos,

alteração do ciclo de vida e dificuldades no encontro da presa. Esses autores

relataram que o contato entre predadores e entomopatógenos, em condições de

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campo, ocorre quando os predadores são atingidos diretamente durante as

aplicações do fungo, quando entram em contato com plantas contaminadas ou

quando se alimentam de insetos já infectados.

O fungo B. bassiana tem sido utilizado no controle de ácaros em diversas

culturas, da broca-do-cafeeiro, da mosca-branca, bicuido-do-algodoeiro, do

moleque-da-bananeira, de cochonilhas entre outras pragas (FARIA; MAGALHÃES,

2001; GIOMETTI et al., 2010; MOTA, 2013; OLIVEIRA; ALVES; NEVES, 2002;

POTRICH et al., 2010; PRESTES, 2005; RONDELLI, 2011; ZAMBIAZZI et al., 2011).

Na região Sul da Bahia, em plantio de helicônia foi encontrado M. hemipterus

infectado por B. bassiana (CARNEIRO; MELO; BITTENCOURT, 2014).

2.7 Análise faunística em Arecaceae

Diversidade é a riqueza em espécies de uma determinada comunidade é

medida através de alguns índices, entre os quais o índice de diversidade que

permite a comparação entre comunidades (GALLO et al., 2002; ROLIM;

NASCIMENTO, 1997; SILVEIRA NETO et al., 1976). A caracterização da

comunidade é realizada através da análise faunística, por meio de parâmetros como,

as classes de dominância, de abundância, de frequência, de constância, e os

índices de equitabilidade e de diversidade (GALLO et al., 2002; SILVEIRA NETO et

al., 1976).

A dominância (D) refere-se à ação exercida pelos organismos dominantes de

uma comunidade, e é difícil de ser avaliada quantativamente; as classes de

abundância (a) referem-se ao número de indivíduos de cada espécie por unidade de

superfície e varia no espaço e no tempo, sendo classificadas em: rara (r), dispersa

(d), comum (c) (média de insetos), abundante (a), muito abundante (ma) e

superabundante (sa) (SILVEIRA NETO et al., 1976). A abundância dos insetos está

relacionada com a maior ou menor quantidade de hospedeiros presentes no local

(GALLO et al., 2002).

A frequência (F) trata-se da porcentagem de indivíduos de uma espécie em

relação ao total de indivíduos, sendo: pouco frequente (PF), frequente (F) (média de

insetos), muito frequente (MF) e super-frequente (SF) (SILVEIRA NETO et al., 1976).

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Constância (C) é a porcentagem de espécies presentes nos levantamentos

efetuados, e é calculada pela formula, C = p x 100/N, onde p = número de coletas

contendo a espécie estudada, e N = numero total de coletas efetuadas. Portanto,

espécies constantes (W) estão presentes em mais de 50% das coletas; espécies

acessórias (Y), presentes em 25% a 50% das coletas, e espécies acidentais (Z),

presentes em menos de 25% das coletas (SILVEIRA NETO et al., 1976).

A distribuição e abundância dos insetos são influenciadas por vários fatores

do meio ambiente, como radiação, temperatura, tempo, umidade, luz, vento e

disponibilidade de alimento, entre outros. A temperatura e a umidade são aqueles

que influenciam direta ou indiretamente sobre o desenvolvimento, fecundidade e

mortalidade dos insetos. Além disso, o alimento também é um fator muito importante

a ser considerado, pois tem influencia direta na distribuição e abundancia desses

insetos, podendo afetar os processos biológicos, morfológicos e comportamentais.

Os insetos que se alimentam de um determinado hospedeiro específico, pode ter

sua distribuição limitada e aqueles que se alimentam de vários hospedeiros tem

maior possibilidade de aumentar sua distribuição (GALLO et al., 2002).

Alguns estudos mostraram que algumas espécies alimentam-se de vários

hospedeiros, podendo se causar danos em diferentes culturas de importância

agrícola (BROGLIO et al., 2014; FANCELLI et al., 2012; ROCHA, 2012;

CARNEIRO; MELO; BITTENCOURT, 2014; BATISTA FILHO; TAKADA;

CARVALHO, 2002b). Segundo Gallo et al (2002) e Triplehorn e Johnson (2011)

espécies de coleópteros pertencentes à família Histeridae e Scarabaeidae, utilizam

como alimento, material vegetal e animais em decomposição.

Muitos insetos são atraídos para uma determinada área através de voláteis

(odores) liberados por plantas, pela ação de feromônios naturais ou sintéticos, ou

por outros insetos aumentando a sua população.

Foi observado que R. palmarum é uma espécie abundante e constante em

áreas com dendezeiros na Colômbia (ROJAS; CUESTA, 1997) e no Brasil, em

Roraima (CORREIA et al., 2015). No Estado do Amazonas ocorreu em baixa

frequência de captura, refletindo no baixo nível de infestação da área (CYSNE et al.,

2013).

Gomes (2011) realizou um levantamento de espécies de polinizadores em

plantios comerciais de dendezeiro no Pará, e observou que as espécies E.

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kamerunicus, E. subvittatus e o gênero Celetes foram as mais abundantes em

comparação as demais.

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27

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Áreas de estudo

Figura 1 – Municípios onde foi desenvolvido o estudo, localizados na região Sul da Bahia

Representa os municípios onde foi desenvolvido o trabalho

O estudo foi desenvolvido por um período de 12 meses, em áreas de

dendezeiros e piaçaveiras, localizadas nos municípios de Una, Itacaré e Igrapiúna.

Na Estação Experimental Lemos Maia (Esmai) da Comissão Executiva do

Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) (15º16'S; 39º05'W; 58m), localizada no

município de Una Bahia, há um banco de germoplasma de dendezeiros (E.

guineensis) com área de aproximadamente 16 ha (Figura 2A) onde foram instaladas

as armadilhas, sendo também encontradas outras espécies de palmeiras, dentre

elas: coqueiros, pupunheiras e açaizeiros. Na área com dendezeiros são cultivadas

as variedades: ‘Dura’, ‘Psifera’ e ‘Tenera’ (E. guineensis), ‘Caiaué’ (E. oleifera) e o

híbrido interespecíficos (caiaué x dendezeiro) (MOURA, 2008).

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Figura 2 – Área de dendezeiro localizada na Estação Experimental Lemos Maia (Esmai) da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) (A); área de piaçaveira consorciada com pupunheira - Fazenda Guarujá (B); área de piaçaveira - Fazenda São Miguel (C); área de dendezeiro- Fazenda Limeira (D) e Sítio São Jorge (E) região Sul da Bahia, 2014

Fonte: arquivo pessoal.

Também no município de Una, as armadilhas foram inastaladas na Fazenda

Guarujá (15º14,5'S; 39º04'W; 60m) que possui um total de 66 hectares, sendo 35 ha

de piaçaveiras nativas e 31 ha com cultivos de pupunheiras, de coqueiros e mata

nativa (Figura 2B).

No município de Itacaré (Fazenda São Miguel – 14º23'S; 39º03'W; 109m)

(Figura 2C), as armadilhas foram alocadas em áreas de piaçaveiras nativas (60

anos) e de piaçaveiras cultivadas (20 anos). Com 800 hectares, a área está dividida

em quadras, sendo que a maior parte é ocupada pelas piaçaveiras, sendo que

também há cacaueiros, bananeiras, coqueiros, seringueiras e uma área de reserva

ecológica. Foi implantado um banco de germoplasma com espécies do gênero

Attalea e outros gêneros de palmeiras.

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No município de Igrapiúna, o estudo foi realizado em duas propriedades. Em

uma propriedade de cinco hectares (Fazenda Limeira – 13º52'S; 39º08'W; 22m), em

plantio de dendezeiros (Figura 2D) e piaçaveiras; o solo é bastante encharcado, pois

está situada próxima a área de manguezal. E a outra propriedade (Sítio São Jorge –

13º50'S; 39º08'W; 41m), com cinco hectares, é mais diversificada, com dendezeiros

nativos (Figura 2E), seringueiras, guaraná, cupuaçu, cacau, entre outras.

As áreas onde estudo foi conduzido estão situadas em ambiente de Mata

Atlântica de clima tropical úmido.

3.2 Em campo

3.2.1 Instalação de armadilhas do ‘tipo Pet’, adesivo-amarelas e feixes de cana-de-

açúcar

O estudo foi conduzido em campo por um período de 12 meses em áreas

com dendezeiros e piaçaveiras. No período entre junho e setembro de 2014, foram

distribuídas 10 armadilhas do ‘tipo Pet’ (FERREIRA, 2007) confeccionadas com três

garrafas plásticas de politereftalato de etileno (PET) de 1,5 litros (Figura 3A). Como

atrativos nas armadilhas foram utilizados toletes de cana-de-açúcar (alimentar) e

feromônio de agregação. O feromônio utilizado foi o produto comercial RMD-1® (6-

methyl-2(e)-hepten-4-ol, 2-methyl-4-heptanol, 4-methyl-5-nonanol), distribuído pela

empresa Biocontrole Ltda., que recomenda a utilização de uma armadilha a cada

dois hectares. As armadilhas foram amarradas no tronco de cada planta de forma

suspensa, a 0,80 a 1,0 metros de altura do solo visando à captura de insetos. Em

cada área de estudo, foram alocadas oito armadilhas contendo apenas atrativo

alimentar, e duas armadilhas com atrativo alimentar mais um sachê de feromônio,

devido ao custo do feromônio sintético. O sachê do feromônio foi pendurado

internamente nas armadilhas ou no fundo das mesmas, e quatro toletes de cana-de-

açúcar (20 cm de comprimento) foram amassados e colocados dentro das

armadilhas. Os atrativos alimentares foram trocados a cada 15 dias, no momento

das vistorias/coletas, e o feromônio a cada 60 dias, seguindo as recomendações do

fabricante. As armadilhas foram dispostas no meio da área de forma aleatória, com

distância de ± quatro metros uma das outras.

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Figura 3 – Armadilhas instaladas em área de dendezeiros e piaçaveiras para captura de coleópteros-praga e coleópteros-predador. Armadilha 'tipo Pet' instalada em dendezeiro (A); armadilha adesivo-amarela alocada próximo a inflorescência de dendezeiro (B); armadilha 'tipo-feixe' pendurada no estipe de dendezeiro (C); planta doente de piaçaveira cortada em pequenas toras (D). Sul da Bahia, 2014

Fonte: Arquivo pessoal.

Os insetos capturados nas armadilhas foram acondicionados em potes

plásticos feitos com garrafas plásticas, vedados com fita adesiva transparente para

evitar a fuga dos insetos. Os potes foram identificados de acordo com a espécie

vegetal, data de coleta, e nome do coletor. Também nas áreas de estudo foram

colocadas três armadilhas adesivo-amarelas (Figura 3B) penduradas próximas a

inflorescências de dendezeiros e piaçaveiras em antese para captura de coleópteros

polinizadores. Estas foram substituídas a cada 15 dias, e observadas sob

microscópio estereoscópico (Leica EZ4 – 56x). Em época chuvosa e na ausência de

inflorescências no campo, não foram colocadas as armadilhas adesivo-amarelas.

Além dos dois tipos de armadilhas, também foram colocadas três armadilhas

do 'tipo feixe' (Figura 3C) em cada área para captura de coleópteros predadores.

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Cada feixe foi confeccionado com três toletes de cana-de-açúcar com 50 cm de

comprimento, amarrados com cordas de madeixa, e pendurados a cerca de 0,80

metros de altura no tronco da planta. Os feixes foram coletados e substituídos a

cada 30 dias, colocados em sacos plásticos transparentes (polietileno) para evitar a

fuga dos insetos. Os sacos foram devidamente identificados com o tipo da cultura,

local de coleta, data e coletor.

Todo material de campo foi encaminhado para o laboratório de Controle

Biológico (UESC), para o registro dos dados.

3.2.2 Captura em material vegetal

Durante o período de estudo, foram coletadas de cada cultura (dendezeiro e

piaçaveira), a cada 30 dias, folhas (n=2) e cacho com frutos (n=1) (quando

disponível) para observar a presença de insetos (Figura 4A e D); e apenas três

inflorescências de cada material vegetal foram coletadas neste estudo (Figura 4B e

C). As estruturas (folhas e inflorescências) foram envolvidas por um saco de

polietileno, e os cachos com frutos foram envolvidos por um saco de ráfia (mais

resistente) de forma cuidadosa para evitar a fuga de possíveis insetos presentes. As

folhas, inflorescências e os cachos (dendê e piaçava) foram cortados com o auxílio

de uma tesoura de poda. Cada material coletado foi identificado e levado para

avaliação e triagem em laboratório.

Foram cortadas também apenas duas plantas doentes, sendo uma de

dendezeiro e outra piaçaveira nos municípios de Igrapiúna e Una, respectivamente.

Não foi possível cortar um número maior de plantas doentes, pois não foi permitido

pelos produtores, devido os prejuízos econômicos que acarretaria. Os estipes foram

cortados em pequenas toras (Figura 3D), com auxílio de um machado e deixados

em campo por um período de 15 dias. Após este período, foi feito um corte

longitudinal no estipe para observação e retirada de insetos da parte interna, que

foram alocados em potes plásticos.

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Figura 4 – Material vegetal coletado: folha de dendezeiro (A); inflorescência masculina de dendezeiro em antese (B); inflorescência masculina de piaçaveira em antese (C); cacho com frutos de piaçaveira (D). Sul da Bahia, 2014

Fonte: Arquivo pessoal.

3.3 Em laboratório

No laboratório, foi realizada a triagem dos insetos capturados nas armadilhas

do ‘tipo Pet’. Os coleópteros adultos foram contabilizados e separados por data de

coleta, planta hospedeira, gênero e espécie.

Após triagem, todos os coleópteros vivos foram colocados em gaiolas de

criação (potes plásticos de 3,5L) e como alimento foi oferecido toletes de cana-de-

açúcar e, ou dieta artificial a base de gérmen de trigo, adaptada de Sarro et al.

(2005). O alimento foi substituído a cada três dias ou sempre que necessário. Os

insetos mortos foram armazenados em potes contendo álcool 70% e devidamente

identificados com dados da coleta, até a identificação. Alguns exemplares de

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curculionídeos foram colocados em potes plásticos forrados com papel toalha e

umedecidos com álcool 70% e enviados ao Prof. Dr. Sérgio Antônio Vanin, do

Museu de Zoologia do Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo (USP)

para identificação.

Cada uma das armadilhas adesivo-amarela foi separada em três partes iguais

para facilitar a observação e contagem dos insetos sob microscópio estereoscópico

(56x). Foram contados apenas os insetos polinizadores pertencentes à ordem

Coleoptera. Os demais insetos capturados nas armadilhas (hemípteros, dípteros,

himenópteros, entre outros) não foram contabilizados, devido ao grande número e

pelo fato dos principais polinizadores de arecáceas pertencerem à Coleoptera.

Poucos exemplares foram retirados das armadilhas.

Os feixes de cana-de-açúcar oriundos do campo foram colocados em uma

bandeja plástica, e com o auxílio de uma faca os toletes de cana-de-açúcar foram

abertos ao meio, e avaliado a presença de insetos no seu interior, tanto adultos

quanto larvas e pupas. Os casulos com pupas foram alocados em potes plásticos

(500g) até a emergência dos adultos.

Os insetos adultos infectados por fungos entomopatogênicos capturados em

campo foram separados por gênero e, ou espécie e alocados em placas de Petri

forradas com papel filtro umedecido com água destilada, estas foram envoltas com

filme plástico e identificadas: local e data de coleta, espécie vegetal, coordenadas

geográficas, gênero e, ou espécie e coletor. As amostras foram enviadas ao

pesquisador Dr. José Eduardo de Marcondes Almeida, do Instituto Biológico para

identificação.

Os folíolos das folhas das palmeiras coletadas e os frutos dos cachos,

envoltos em sacos foram colocados em bandejas plásticas, destacados e

observados sob microscópio estereoscópico (56x). As inflorescências de dendezeiro

foram lavadas com água para facilitar a remoção dos polinizadores, pois apenas

com a oscilação das inflorescências dentro do saco plástico (GOMES, 2011) não foi

possível retirar todos os polinizadores, pois os mesmos ficavam aderidos à

inflorescência; o material foi separado com auxílio de uma peneira. Os polinizadores

da piaçaveira foram removidos das inflorescências apenas com auxílio de uma

peneira plástica, sem utilização de água, pois as flores se soltavam facilmente, e os

polinizadores de dentro das flores ficavam retidos na peneira. Os polinizadores

foram contados sob microscópio estereoscópico (56x), e estes e os insetos obtidos

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de dentro do estipe foram armazenados em potes plásticos contendo álcool 70%,

para posterior identificação.

3.4 Índices faunísticos

Os índices populacionais (abundância, constância, dominância, e frequência)

bem como os índices de equitabilidade e diversidade, foram calculados com base no

programa ANAFAU (MORAES et al., 2003) desenvolvido no Departamento de

Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz -

ESALQ/USP, em Piracicaba, SP.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Coleópteros-praga capturados em armadilhas do ‘tipo Pet’ em áreas com

dendezeiros e piaçaveiras

Um total de 4.615 exemplares de coleópteros-praga foi capturado em áreas

de dendezeiros, localizadas em Igrapiúna e Una, e em áreas de piaçaveiras o total

capturado foi de 1.562 exemplares, nos municípios de Itacaré e Una (Tabela 1).

A maior captura de insetos em dendezeiros ocorreu em Una, provavelmente

pelo fato das armadilhas terem sido alocadas no banco de germoplasma de

dendezeiros da CEPLAC, e estarem próximas a outras arecáceas, como coqueiros,

piaçaveiras, açaizeiros e pupunheiras, que são hospedeiros e servem de repositório

natural para estes indivíduos, favorecendo positivamente na alimentação e

oviposição (GOMES, 2008; MOURA, 2008; MOLIN; BARRETO, 2012; ZORZENON;

BERGMANN; BICUDO, 2000).

Em áreas de dendezeiros, a maior percentagem (81,37%) correspondeu a M.

hemipterus (Figura 5). Verificou-se que esta espécie foi predominante nas áreas de

estudo, tendo sido semelhante ao observado em cultivo de pupunheira na Costa

Rica (ARROYO OQUENDO; MEXZÓN; MORA-URPÍ, 2004) em área de coqueiro

(MOLIN; BARRETO, 2012). Os outros exemplares de coleópteros capturados foram:

R. palmarum (12,18%), M. canalipes (5,14%), P. nucleorum (0,95%), R. barbirostris

(0,28%) e apenas um exemplar de D. borassi, de Hoplopyga ocellata (Gory &

Percheron) (Cetoniidae), de Leucothyreus suturalis Castelnau e de Leucothyreus sp.

(Melolonthidae) que também podem causar injúrias nas plantas (Figura 5)

(ANDRADE et al., 2013; BROGLIO et al., 2014; FANCELLI et al. 2012; FERREIRA

et al., 1998; GARCIA; ROSA; COSTA, 1980; GIBLIN-DAVIS et al., 1997; JORDÃO;

SILVA, 2006; LEITE et al., 2012; SILVA, 2001).

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Tabela 1 – Coleópteros-praga capturados em armadilhas ‘tipo Pet’, instaladas em áreas de dendezeiros (Elaeis guineensis Jacq.) e de piaçaveiras (Attalea funifera Mart.) localizadas em municípios da região Sul da Bahia

Dendezeiros Piaçaveiras Espécies Una - Estação

Lemos Maia Igrapiúna - Sítio São

Jorge Igrapiúna - Faz.

Limeira Itacaré - Faz. São

Miguel Una - Faz. Guarujá

15º16'S; 39º05'W; 58m 13º50'S; 39º08'W; 41m 13º52'S; 39º08'W; 22m 14º23'S; 39º03'W; 109m 15º14,5'S; 39º04'W; 60m

Jun./14 a Jun./15 Set./14 a Set./15 Set./14 a Set./15 Ago./14 a Ago./15 Set./14 a Set./15 Metamasius hemipterus 1.743 1.244 768 781 288 Rhynchophorus palmarum 377 108 77 170 133 Metamasius canalipes 158 13 66 72 103 Pachymerus nucleorum 39 3 2 - - Rhinostomus barbirostris 3 10 - - - Dynamis borassi 1 - - 7 - Leucothyreus suturalis 1 - - - - Leucothyreus sp - 1 - - - Hoplopyga ocellata - 1 - - - Hoplopyga liturata - - - 1 - Deltochilum aff. irroratum - - - 4 - Paradiophorus crenatus - - - 3 - Total 2.322 1.380 913 1.038 524 Fonte: dados de pesquisa.

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Figura 5 – Percentual de espécies de coleópteros-praga capturados em armadilhas ‘tipo Pet’ em áreas de dendezeiros e piaçaveiras no Sul da Bahia

Fonte: dados de pesquisa.

Considerada como uma das principais pragas das arecáceas, a broca-do-olho

do coqueiro (R. palmarum) ocorreu tanto em áreas com dendezeiros como em áreas

com piaçaveiras (Tabela 1), porém em menor número que a broca-rajada (M.

hemipterus). Resultado semelhante foi o observado por Arroyo Oquendo, Mexzón e

Mora Urpí (2004) em cultivo de pupunheiras na Costa Rica.

Metamasius canalipes também foi capturada nas duas culturas, mas em

menor número quando comparado à broca-rajada e a broca-do-olho-do-coqueiro

(Tabela 1). Esta coleobroca já foi observada atacando plantios de bananeiras

(BROGLIO et al., 2014) e plantios de flores tropicais (CARNEIRO; MELO;

BITTENCOURT, 2014; ROCHA, 2012).

Nas áreas com piaçaveiras, M. hemipterus (68,66%) também foi a espécie

com maior número de exemplares capturados seguido por R. palmarum (19,46%),

M. canalipes (11,24%), D. borassi (0,45%) e P. crenatus (0,19%). Exemplares de P.

nucleorum e o de R. barbirostris foram capturados apenas em armadilhas instaladas

em áreas de dendezeiro (Figura 5).

Poucos exemplares de D. borassi foram capturados em área de dendezeiros

e de piaçaveiras. Esta espécie foi observada causando perfurações nos estipes e

bainhas foliares, brácteas e inflorescências de palmeiras (COUTURIER et al., 2000),

podendo também estar relacionada a transmissão do nematoide do anel-vermelho

(B. cocophilus) (GERBER et al., 1990).

81,37%

5,14%

0,95%

12,18%

0,28%

0,02%

0,02%

0,02%

0,02%

68,44%

11,20%

19,40%

0,45%

0,19%

0,06%

0,26%

Metamasius hemipterus

Metamasius canalipes

Pachymerus nucleorum

Rhynchophorus palmarum

Rhinostomus barbirostris

Dynamis borassi

Hoplopyga ocellata

Leucothyreus suturalis

Leucothyreus sp.

Paradiophorus crenatus

Hoplopyga liturata

Deltochilum aff. irroratum

Dendezeiro

Piaçaveira

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38

Foram também capturados outros coleópteros em piaçaveiras, Deltochilum

aff. irroratum (Catelnau) (Scarabaeidae, Scarabaeinae) (n=4) e Hoplopyga liturata

(Olivier) (Cetoniidae) (n=1) (Tabela 1). Besouros da subfamília Scarabaeinae atuam

como importantes decompositores, sendo altamente benéficos para o ecossistema

tropical. Utilizando matéria orgânica em decomposição na alimentação de adultos e

larvas, estes insetos participam ativamente na ciclagem de nutrientes, sendo que a

maioria das espécies se alimenta de fezes (coprófagos) e carcaças de animais

(necrófagos) (CAMPOS, 2012; COSTA et al., 2013). Segundo Evangelista Neto

(2015) adultos de Cetoniidae apresentam hábitos alimentares diurnos e diversos,

como néctar, pólen, exsudado de plantas e frutos maduros, sendo algumas espécies

relatadas como pragas agrícolas, hortícolas, ornamentais e polinizadores em muitas

partes do mundo. Existe registro de H. liturata para o Distrito Federal

(EVANGELISTA NETO, 2015) e Mato Grosso (DI IORIO, 2013).

A ocorrência de coleópteros-praga em um plantio está associada à presença

de hospedeiros e as práticas agrícolas adotadas pelo produtor. Restos culturais

(ráquis foliares, pedúnculos, estipe) deixados na área ou corte de cachos na época

da colheita, são práticas que favorecem o aumento da população de insetos-praga,

pois ao realizar a limpeza ou colheita dos cachos, são deixados ferimentos nas

plantas e semioquímicos são liberados, isso faz com que os adultos sejam atraídos

favorecendo o aumento populacional (ZORZENON, BERGAMAN; BICUDO, 2000;

MOURA et al., 2013).

4.2 Coleópteros capturados em planta-armadilha de dendezeiro (Igrapiúna) e

piaçaveira (Una), Sul da Bahia

Na planta-armadilha de dendezeiro cortada, foram encontrados exemplares

de coleópteros-pragas, R. palmarum, R. barbirostris, M. hemipterus, e do predador

H. quadridentata. E na planta-armadilha de piaçaveira foram obtidos apenas

exemplares de R. barbirostris e M. canalipes (Figura 6), e observado a presença de

larvas, possivelmente de R. barbirostris.

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39

Figura 6 - Número total de coleópteros capturados em planta-armadilha de dendezeiro (Igrapiúna) e piaçaviera (Una), região Sul da Bahia

Fonte: dados de pesquisa

Rhinostomus barbirostris, broca-do-estipe-do-coqueiro, foi capturada em

dendezeiro e piaçaveira. As fêmeas de R. barbirostris, deposita seus ovos em várias

plantas hospedeiras da família Arecaceae, e as suas larvas abrem galerias no estipe

(FERREIRA, 2008; JORDÃO; SILVA, 2006; MOLIN; BARRETO, 2012).

As plantas hospedeiras cortadas exalam substancias químicas atrativas

(cairomônios) aos insetos que vão à busca de alimentação ou sitio de oviposição

(FERREIRA, 2008; GALLO et al., 2002; MOURA et al. 1997).

4.3 Coleópteros-praga capturados em armadilhas 'tipo-feixe' em áreas com

dendezeiros e piaçaveiras

Nas armadilhas 'tipo-feixe' (toletes de cana-de-açúcar), foram capturadas as

espécies: M. hemipterus, M. canalipes e P. nucleorum nas áreas de dendezeiros.

Nas áreas com piaçaveiras, foram capturados M. hemipterus, M. canalipes e R.

palmarum (Figura 7).

4

12

2

4

3

1

Rhynchophorus palmarum

Rhinostomus barbirostris

Metamasius hemipterus

Hololepta quadridentata

Matamasius canalipes

Planta-armadilha de piaçaveira

Planta-armadilha de dendezeiro

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40

Figura 7 – Número total de coleópteros-praga capturados em armadilhas ‘tipo feixe’

em áreas de dendezeiros e piaçaveiras em municípios da região Sul da Bahia

Fonte: dados de pesquisa.

Metamasius hemipterus e M. canalipes foram capturadas nas áreas de

dendezeiros e piaçaveiras, sendo que a ocorrência destas espécies já foram

relatadas em plantios de flores tropicais (ROCHA, 2012), bananeira (BROGLIO et

al., 2014), arecáceas (DIONIZIO et al., 2015; ZORZENON; BERGMANN; BICUDO,

2000).

Exemplares de P. nucleorum apenas foram obtidos nos feixes alocados em

áreas de dendezeiro (Figura 7). Há registro de larvas de P. nucleorum predando

sementes das seguintes arecáceas, guriri (Allagoptera arenaria) em área de restinga

no Estado do Rio de Janeiro (Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba - PNRJ)

(GRENHA et al., 2008), de licuri (Syagrus coronata), em Caetés, Estado de

Pernambuco (ANDRADE et al., 2013), e de jerivá (Syagrus romazzofiana) no

campus da UNICAMP (Universidade de Campinas) Estado de São Paulo (MAIA,

2013).

180

4

0

29

155

8

1

0

Metamasius hemipterus

Metamasius canalipes

Rhynchophorus palmarum

Pachymerus nucleorum

Piaçaveira

Dendezeiro

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41

4.4 Coleópteros-predadores capturados em armadilhas do ‘tipo Pet’ e do 'tipo-

feixe' em áreas com dendezeiros e piaçaveiras

Nas armadilhas do ‘tipo Pet’ alocadas em áreas de dendezeiros foram

capturados 966 exemplares de predadores, e em áreas de piaçaveiras o total

capturado foi de 274 exemplares (Tabela 2).

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42

Tabela 2 – Coleópteros-predadores capturados em armadilhas do ‘tipo Pet’ alocadas em áreas de dendezeiros e piaçaveiras na região Sul da Bahia

Dendezeiros Piaçaveiras Espécies Una - Estação Lemos

Maia Igrapiúna - Sítio São

Jorge Igrapiúna - Faz.

Limeira Itacaré - Faz. São

Miguel Una - Faz.

Guarujá 15º16'S; 39º05'W;

58m 13º50'S; 39º08'W;

41m 13º52'S; 39º08'W;

22m 14º23'S; 39º03'W;

109m 15º14,5'S;

39º04'W; 60m Jun./14 a Jun./15 Set./14 a Set./15 Set./14 a Set./15 Ago./14 a Ago./15 Set./14 a Set./15 Hololepta quadridentata 658 114 92 127 44 Hololepta cerdo 2 - - - -

Omalodes foveola 87 8 4 73 26

Omalodes sp. 1 - - - 1 3

Dactylosternum sp. 1 - - - -

Total 748 122 96 201 73 Fonte: dados de pesquisa.

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43

Hololepta quadridentata (Histeridae) foi capturada em maior número em

armadilhas ‘tipo Pet’ alocadas nas áreas de dendezeiros e piaçaveiras,

correspondendo a 83,47% do total de predadores capturados. Apenas dois

exemplares da espécie Hololepta cerdo Marseul e um exemplar de Dactylosternum

sp. (Hydrophilidae) foi capturado em área de dendezeiros em Una. Também foi

capturada nas armadilhas alocadas nas áreas de estudo a espécie O. foveola

(15,97%). Apenas nas armadilhas alocadas em área de piaçaveiras, foi capturado

quatro exemplares de Omalodes sp.1 (Tabela 2).

Nas armadilhas 'tipo-feixe' alocadas em áreas de dendezeiros, foram

capturados exemplares de H. quadridentata e Dactylosternum sp., e naquelas

alocadas em áreas com piaçaveiras houve a captura de H. quadridentata e apenas

um exemplar de O. foveola (Figura 8).

Do total de insetos predadores capturados nos dois tipos de armadilhas,

observou-se que em áreas de dendezeiros houve captura de exemplares de três

espécies de histerideos e um gênero (Figura 8).

Figura 8 – Número total de coleópteros-predadores capturados em armadilhas ‘tipo

Pet’ e ‘tipo feixe’ em áreas de dendezeiros e piaçaveiras em municípios da região Sul da Bahia

Fonte: dados de pesquisa.

0 500 1000

Hololepta quadridentata

Hololepta cerdo

Omalodes foveola

Omalodes sp. 1

Dactylosternum sp.

864

2

99

1

56

9

171

99

4

27

1 Piaçaveira - arm. 'tipo feixe'

Piaçaveira - arm. 'tipo Pet'

Dendezeiro - arm. 'tipo feixe'

Dendezeiro - arm. 'tipo Pet'

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44

Adultos e larvas de espécies de Hololepta são predadores de várias ordens

de insetos (COLETTO-SILVA; FREIRE, 2006; VERGARA; RAMÍREZ, 2000).

Hololepta quadridentata foi capturado nas áreas de dendezeiros e piaçaveiras e em

maior número que os demais predadores. Esta espécie foi registrada como predador

de larvas do C. sordidus em áreas de bananeiras na Venezuela (BOSCÁN DE

MARTÍNEZ; GODOY, 1991), e em área de campos limpos (floresta ombrófila mista)

no Estado do Paraná (LEIVAS; GROSSI; ALMEIDA, 2013).

Omalodes foveola também foi registrado como predador de larvas do

moleque-da-bananeira (BOSCÁN DE MARTÍNEZ; GODOY, 1991; FANCELLI;

MESQUITA, 2000), na Venezuela e nos Estados da Bahia e Paraná (LEIVAS;

GROSSI; ALMEIDA, 2013).

Adultos de Hololepta e Omalodes (Histeridae) foram capturados em

armadilhas alocadas em plantio de flores tropicais na região Sul da Bahia,

provavelmente devido à ocorrência de M. hemipterus e outros coleópteros nas áreas

(MATTOS SOBRINHO et al., 2012; ROCHA, 2012).

Dactylosternum abdominale (F.) foi relatado como predador do moleque-da-

bananeira (C. sordidus) (KOPPENHÖFER et al., 1995).

4.5 Coleópteros polinizadores associados a dendezeiros e piaçaveiras

4.5.1 Polinizadores capturados em armadilhas adesivo-amarelas alocadas plantas

de dendezeiros e piaçaveiras na região Sul da Bahia

Elaeidobius kamerunicus e E. subvittatus ocorreram apenas em áreas com

dendezeiros (Tabela 3). Do total capturado (n=13.357) nas armadilhas, 55,94%

correspondeu à espécie E. kamerunicus que foi introduzida em Una em 1994

(MOURA et al., 2008), e 40,91% à E. subvittatus. Estas duas espécies são relatadas

como os mais importantes polinizadores associados ao dendezeiro em países da

América Central (CHINCHILLA; RICHARDSON, 1990; BULGARELLI; CHINCHILLA,

RODRÍGUEZ, 2002).

Apenas exemplares de Mystrops spp. foram capturados nas duas culturas,

(Tabela 3, Figura 9). Espécies deste gênero são importantes polinizadores de

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45

espécies de Attalea (FAVA, 2010), entre elas a piaçaveira (VOEKS, 2002). Neste

estudo observou-se que Mystrops foi o principal polinizador (87,72%) de piaçaveiras.

Andranthobius sp. (12,04%) (Tabela 3, Figura 9) foi capturado apenas em

armadilhas alocadas em piaçaveiras. Há registro de Andranthobius com flores de

espécies de Syagrus, de Bactris e Cocos, entre outros (FRANZ; VALENTE, 2005).

Exemplares do gênero Celetes foram capturados em armadilhas adesivo-

amarelas instaladas em inflorescências de pupunheiras no Estado de São Paulo,

sendo que neste estudo foram obtidos apenas em piaçaveiras (Tabela 3, Figura 9).

Celetes bipunctatus foi associado à Attalea geraensis (PAULINO NETO, 2009).

Tabela 3 – Número total de polinizadores capturados em armadilhas adesivo-

amarelas alocadas em plantas de dendezeiros e piaçaveiras localizadas na região Sul da Bahia

Dendezeiros Piaçaveiras

Coleópteros polinizadores

Una - Estação

Lemos Maia

Igrapiúna- Faz. Limeira

Igrapiúna – S. São Jorge

Itacaré - Faz. São Miguel

Una - Faz. Guarujá

Elaeidobius kamerunicus 3.892 875 2.705 - -

Elaeidobius subvittatus 1.345 1.689 2.431 - -

Mystrops spp. 110 265 45 80 2.055

Andranthobius sp. - - - 63 230

Celetes bipunctatus - - - 2 -

Celetes sp. - - - 2 2 Fonte: dados de pesquisa.

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46

Figura 9 – Coleópteros polinizadores capturados em armadilhas adesivo-amarelas em plantas de dendezeiros e piaçaveiras na região Sul da Bahia

Fonte: dados de pesquisa.

4.5.2 Polinizadores associados às inflorescências de dendezeiros e de piaçaveiras

na região Sul da Bahia

Nas inflorescências de dendezeiros coletadas, foi capturado um total de

18.135 insetos polinizadores. Do total de polinizadores capturados, 48,27%

correspondeu a exemplares de E. kamerunicus, 51,57% à E. subvittatus e 0,16% à

Mystrops spp. (Figura 10). Elaeidobius subvittatus tem a sua atividade de vôo e a

sua densidade populacional afetada pela temperatura e precipitação pluvial

(MOURA et al., 2008), e foi registrada pela primeira vez em dendezeiros na America

do Sul e nos Estados Unidos da America em 1985 (O’BRIEN; WOODRUFF, 1986).

Em piaçaveiras, foi obtido maior número de espécies associadas às

inflorescências, Andranthobius sp., Celetes sp., C. bipunctatus, Mystrops spp. e

Cyclocephala distincta (Figura 10).

Elaeidobius kamerunicus

Elaeidobius subvittatus

Mystrops spp.

Andranthobius sp.

Celetes bipunctatus

Celetes sp.

7.472

5.465

4202.135

293

2

4

Piaçaveira

Dendezeiro

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47

Figura 10 – Coleópteros capturados em inflorescências de dendezeiros e

piaçaveiras na região Sul da Bahia

Fonte: dados de pesquisa.

Semelhante ao capturado nas armadilhas adesivo-amarelas, apenas

exemplares de Mystrops spp. foram capturados nas áreas de dendezeiros e

piaçaveiras (Figura 10). Espécies de Mystrops são polinizadores especializados e

estão associados principalmente com inflorescências masculinas de diferentes

palmeiras. Há registro de M. debilis Erichson em piaçaveiras e de M. astrocaryi n.sp.,

M. beserrai n.sp. e M. costaricensis Gillogly em dendezeiros (KIREJTSHUK;

COUTURIER, 2010).

Exemplares de Celetes sp. e C. bipunctatus foram obtidos apenas em

piaçaveiras. Há registro de Celetes sp. em inflorescências de pupunheira no Vale do

Ribeira, Estado de São Paulo (GARCIA et al., 2013), e de C. faldermanni foi pela

primeira vez registrada em associação com o gênero Attalea (VALENTE, 2005).

Elaeidobius, Celetes e Andranthobius, insetos da tribo Derelomini, são

visitantes de inflorescências de palmeiras (Arecaceae) envolvendo a polinização e

oviposição em flores masculinas. A maioria de espécies de Celetes ocorre na

America do Sul. Há relato de Andranthobius em flores de espécies de Syagrus, de

Bactris e Cocos (FRANZ; VALENTE, 2005), e de A. setirostris sp. nov. em flores de

Syagrus vermicularis e S. cocoides (VALENTE; SILVA, 2014).

Mystrops spp.

Elaeidobius subvittatus

Elaeidobius kamerunicus

Andranthobius sp.

Celetes bipunctatus

Cyclocephala distincta

Celetes sp.

29

9.352

8.754

34.973

11.974

279

243

76

Piaçaveira

Dendezeiro

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48

Adultos de C. distincta foram capturados apenas em inflorescências de

piaçaveiras. São visitantes florais de palmeiras neotropicais (Arecaceae) e prováveis

polinizadores de algumas espécies, são comumente encontrados na Mata Atlântica

(SOUZA et al., 2014, 2015).

4.6 Coleópteros capturados em armadilhas adesivo-amarelas alocadas em

piaçaveiras na região Sul da Bahia

Além dos polinizadores, poucos exemplares de outros coleópteros foram

capturados nas armadilhas adesivo-amarelas colocadas próximo às inflorescências

das piaçaveiras. Nas armadilhas alocadas próximas às inflorescências de

dendezeiros, apenas foram capturados coleópteros-polinizadores. Parisoschoenus

obesulus foi obtida apenas em Una (Figura 11). A larva desta espécie, relatada

como praga de coqueiro no Brasil, se alimenta de flores femininas e frutos novos.

Além de Estados do Nordeste (FERREIRA et al., 1998) foi também registrada em

São Paulo (SÁNCHEZ; NAKANO, 2003). Além de P. obesulus, Parisoschoenus

sanguinicollis Hustache e Palmocentrinus sp. foram associadas às inflorescências

de pupunheiras no Estado de São Paulo (GARCIA et al., 2013). A ocorrência de P.

obesulus em Una, provavelmente foi pelo fato das armadilhas terem sido instaladas

próximas a plantio de coqueiros.

Foram obtidos seis exemplares de P. punctatus em Itacaré (Figura 11).

Exemplares de P. cf. punctatus foram registrados como visitantes florais dentro de

comunidades de cerrado no Estado de São Paulo (PAULINO NETO, 2009), sendo

que larvas deste gênero broqueiam ráquis floral causando o abortamento de flores

femininas (HOWARD et al., 2001).

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49

Figura 11- Coleópteros capturados em armadilhas adesivo-amarelas em áreas de piaçaveiras na região Sul da Bahia

Fonte: dados de pesquisa.

Exemplares de Dialomia sp. foram obtidos em Una e em Itacaré (Figura 11).

Dialomia polyphaga Bondar foi relatada como visitante floral de plantas do cerrado

no Estado de São Paulo (PAULINO NETO, 2009), e uma espécie deste gênero não

identificada foi encontrada em flores masculinas das arecáceas Syagrus petraea

(coco-de-vassoura) e Butia paraguayensis (butiá do cerrado) (SILBERBAUER-

GOTTSBERGER; VANIN; GOTTSBERGER, 2013).

4.7 Coleópteros capturados em folhas e frutos de dendezeiros e piaçaveiras na

região do Sul da Bahia

Em folhas de dendezeiro, foram capturados exemplares de M. hemipterus e

do gênero Calyptocephala (Figura 12). Adultos e larvas de Calyptocephala são

pragas de folhas de dendezeiros, sendo que as injúrias provocadas pelo inseto

podem favorecer a entrada de patógenos (CÓRDOVA-BALLONA; SÁNCHEZ-SOTO,

2008). Não foi obtido nenhum exemplar de inseto em folhas de piaçaveiras.

Nos frutos de dendezeiros foram capturados exemplares de M. canalipes, P.

nucleorum, e os predadores O. foveola e H. quadridentata, e em frutos de

piaçaveiras foram capturados exemplares de M. hemipterus, P. nucleorum e

exemplares de H. quadridentata (Figura 12).

41

59

6

26

Palmocentinus punctatus

Dialomia sp.

Parisoschoenus obesulus

Piaçaveira - Itacaré

Piaçaveira - Una

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50

Pachymerus nucleorum ocorreu tanto em frutos de dendezeiros como em

frutos de piaçaveiras, porém em maior número em frutos de dendezeiro (Figura 12).

Figura 12 - Coleópteros capturados em material vegetal (folhas e frutos) em plantas

de dendezeiros e piaçaveiras na região Sul da Bahia

Fonte: dados de pesquisa.

Larvas do bicho-do-coco (P. nucleorum) abrem galerias nos frutos,

geralmente uma larva/fruto, e inviabilizam a germinação da semente de espécies de

arecáceas (ANDRADE et al., 2013; JORDÃO; SILVA, 2006).

4.8 Coleópteros infectados por fungos entomopatogênicos capturados em

áreas de dendezeiros e piaçaveiras na região do Sul da Bahia

Nas áreas de estudo com dendezeiros e piaçaveiras, foram capturados

exemplares de insetos infectados por fungos entomopatogênicos.

2

1

4

8

3

5

2

4

6

Metamasius hemipterus

Pachymerus nucleorum

Calyptocephala sp.

Metamasius canalipes

Hololepta quadridentata

Omalodes foveola

Folhas de dendezeiros

Frutos de dendezeiros

Frutos de piaçaveiras

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51

Alguns exemplares de M. hemipterus, R. palmarum, R. barbirostris e H.

quadridentata estavam infectados por B. bassiana em áreas com dendezeiros, e de

C. distincta em áreas de piaçaveira.

O fungo B. bassiana está associado ao controle biológico natural, bem como

ao controle microbiano aplicado, de representantes de diferentes ordens de insetos,

com destaque para Coleoptera, Hemiptera e Lepidoptera (ALVES, 1998; FANCELLI

et al., 2004). Na região Sul da Bahia, há registro de M. hemipterus infectados por B.

bassiana em plantio de helicônias (ROCHA 2012).

Verificou-se pelos resultados obtidos que B. bassiana estava associado à

pragas, bem como à predador e visitante floral. Os fungos entomopatógenos podem

atuar de forma deletéria sobre os predadores, pela inviabilização de ovos, larvas e

adultos, alteração do ciclo de vida ou dificuldades no encontro da presa. Em

condições de campo, o contato entre insetos e entomopatógenos, pode ocorrer

através de predadores ou polinizadores que são atingidos diretamente durante as

aplicações do fungo (controle microbiano aplicado), quando entram em contato com

plantas contaminadas ou quando os predadores se alimentam de insetos já

infectados (MAGALHÃES et al., 1998).

4.9 Análise faunística

Observou-se pelos resultados obtidos das capturas em armadilhas ‘tipo Pet’

em áreas de dendezeiros na região Sul da Bahia, que M. hemipterus, M. canalipes,

e R. palmarum foram as espécies que atingiram os índices máximos de dominância,

abundância, frequência e constância na região Sul da Bahia (Tabela 4).

Pode-se observar que, M. hemipterus destacou-se com um número maior de

exemplares capturados em comparação ao R. palmarum, provavelmente devido ao

seu ciclo biológico ser mais rápido e também por ser polifago, se alimentar de

arecáceas, de bananeiras, de helicônias, entre outros hospedeiros, que favorece

positivamente no aumento da população (BROGLIO et al., 2014; CARNEIRO;

MELO; BITTENCOURT, 2014; CYSNE et al., 2013; LEÓN-BRITO et al., 2005).

Rhynchophorus palmarum tem uma alimentação mais restrita que o M. hemipterus

sendo o coqueiro e o dendezeiro seus principais hospedeiros (FERREIRA, 2007).

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Tabela 4 – Análise faunística de coleópteros capturados em armadilha ‘tipo Pet' em área de dendezeiros na região Sul da Bahia. Junho/2014 a Setembro/2015

Espécies Número Dominância¹ Abundância² Freqüência³ Constância4

Observação

Coleta Metamasius hemipterus 3.755 72 SD sa SF W

Metamasius canalipes 237 39 SD sa SF W

Rhynchophorus palmarum 562 53 SD sa SF W

Rhinostomus barbirostris 13 7 SD sa SF Z

Pachymerus nucleorum 44 19 SD sa SF Y

Hololepta quadridentata 864 57 SD sa SF W

Hololepta cerdo 2 1 ND ma MF Z

Omalodes foveola 99 25 SD sa SF Y

Leucothyreus sp. 1 1 ND c F Z

Leucothyreus suturalis 1 1 ND c F Z

Dynamis borassi 1 1 ND c F Z

Hoplopyga ocellata 1 1 ND c F Z

Índice de Shannon-Weaner = 1.0536; Intervalo de confiança (P = 0,005) = [1.053230; 1.053990]; Índice de uniformidade ou equitabilidade = 0,4240; ¹SD = Super Dominante; D = Dominante; ND = Não Dominante; ²sa = Super Abundante; ma = Muito Abundante; a = Abundante; c = Comum; d = Dispersa; r = Rara; ³SF = Super frequente; MF = Muito Frequente; F = Frequente; PF = Pouco Frequente; 4W = Constante; Y = Acessória; Z = Acidental.

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A espécie R. barbirostris foi classificada como acidental, provavelmente

pelo fato das armadilhas terem sido alocadas próximas à uma área com plantio

de coqueiro, que é um hospedeiro de importância primária para essa praga, na

região Nordeste (MOURA et al., 1997).

Pachymerus nucleorum em relação à constância foi considerada

acessória (Tabela 4). Nas áreas de estudo onde foram distribuídas as

armadilhas, havia uma diversidade de palmeiras, sendo que seus frutos

serviriam como fonte de alimento e como repositório para essa praga. O bicho-

do-coco como é conhecido, é predador de frutos ou sementes de arecáceas

como licuri (Syagrus coronata), guriri-da-praia (Allagoptera arenaria), babaçu,

dendê, piaçava, entre outras (ANDRADE et al., 2013; GRENHA; MACEDO;

MONTEIRO 2008; SILVA, 2001; GARCIA; ROSA; COSTA, 1980).

Foi capturado apenas um exemplar de L. suturalis, D. borassi, H. ocelata

e Leucothyreus sp., sendo estes classificados como não dominantes e

acidentais (Tabela 4), provavelmente pelo fato destas espécies não utilizarem o

dendezeiro e nem piaçaveira como fonte principal de alimento. Em relação à

Leucothyreus e Hoplopyga, deve ter sido pela presença de matéria orgânica

em decomposição e também de outros materiais (fezes de animais) nas áreas

onde foi desenvolvido o estudo, que são utilizados na alimentação (CABRAL-

DE-MELO, 2008; SILVA, 2012; TRIPLEHORN; JOHNSON, 2011). Dynamis

borassi tem como plantas hospedeiras várias palmeiras, principalmente

espécies nativas da floresta tropical. Há registro da sua ocorrência em coqueiro

e açaizeiro no Amapá (JORDÃO; SILVA, 2006).

Além de coleópteros-praga, o predador H. quadridentata foi a única

espécie que atingiu os índices máximos de dominância, abundância, frequência

e constância. Apenas dois exemplares de H. cerdo foram capturados tendo

sido classificada como não dominante (Tabela 4). Omalodes foveola também

atingiu os índices máximos de dominância, abundância e frequência, porém é

uma espécie acessória (Tabela 4).

Nas áreas de captura, a alta população dos insetos-pragas e a presença

de matéria orgânica em decomposição, provavelmente contribuíram para o

crescimento da população desses predadores, bem como a aparente ausência

de outros predadores. Os representantes de Histeridae são predadores de

várias ordens de insetos sendo considerados generalistas (COLETTO-SILVA;

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FREIRE, 2006; COSTA; VANIN; CASARI-CHEN, 1988; COSTA LIMA, 1952;

LOPES et al., 2006; TRIPLEHORN; JOHNSON, 2011).

Foi registrada média diversidade nas áreas de dendezeiros, como ficou

demonstrado pelos valores dos índices de Shannon-Weaner (1,0536) e de

equitabilidade (0,4240) (Tabela 4).

Nas áreas com piaçaveiras, M. hemipterus e R. palmarum também

foram as únicas espécies que atingiram os índices máximos os índices

máximos de dominância, abundância, frequência e constância (Tabela 5). O

resultado obtido refletiu às condições dos locais onde foram instaladas as

armadilhas, local de mata fechada com grande diversidade de arecáceas e

outras espécies vegetais, como bananeiras e pupunheiras que também são

hospedeiras desta praga (BROGLIO et al., 2014; FANCELLI et al., 2012; RUIZ;

MARTÍNEZ; MEDINA, 2013).

Rhynchophorus palmarum é considerado inseto polifago, este se

alimenta preferencialmente de arecáceas (GOMES, 2008; FERREIRA et al.,

1998; MOLIN; BARRETO 2012; SÁNCHEZ-SOTO; NAKANO 2002; SILVA,

2001; RUIZ; MARTÍNEZ; MEDINA, 2013; SOLIMAN, 2009; YASUDA, 2005) e

de outros hospedeiros como cana-de-açúcar, bananeira, cacaueiro e helicônias

(BATISTA FILHO; TAKADA; CARVALHO, 2002b; BROGLIO et al., 2014;

ROCHA, 2012). Metamasius canalipes foi dominante, muito abundante e muito

frequente e constante (Tabela 5), provavelmente devido às condições do local

onde as armadilhas foram alocadas, isto é com diversidade de plantas

hospedeiras.

Deltochilum aff. irroratum, H. liturata e P. crenatus foram capturados em

menor quantidade, tendo sido classificados como não dominantes e acidentais

(Tabela 5). As larvas destas espécies se alimentam na madeira podre e detritos

orgânicos, e desempenham importante função na decomposição e reciclagem

de nutrientes no meio ambiente (CABRAL-DE-MELO, 2008; COSTA et al.,

2013; EVANGELISTA NETO, 2015; GARCIA et al., 2013a; PUKER et al., 2012;

SILVA, 2012).

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Tabela 5 – Análise faunística de coleópteros capturados em armadilha ‘tipo Pet’ em área de piaçaveiras na região Sul da Bahia. Setembro/2014 a Setembro/2015

Espécies Número Dominância¹ Abundância² Freqüência³ Constância4

Observação Coleta Metamasius hemipterus 1.069 31 SD sa SF W Metamasius canalipes 175 22 D ma MF W Rhynchophorus palmarum 303 22 SD sa SF W Hololepta quadridentata 171 24 D a MF W Omalodes foveola 40 14 D c F Y Omalodes sp.1 4 2 ND c F Z Deltochilum aff. irroratum 4 1 ND c F Z

Dynamis borassi 7 4 D c F Z Hoplopyga liturata 1 1 ND c F Z Paradiophorus crenatus 3 1 ND c F Z

Índice de Shannon-Weaner = 1.2105; Intervalo de confiança (P = 0,005) = [1.209414; 1.211656]; Índice de uniformidade ou equitabilidade = 0.5257; ¹SD = Super Dominante; D = Dominante; ND = Não Dominante; ²sa = Super Abundante; ma = Muito Abundante; a = Abundante; c = Comum; d = Dispersa; r = Rara; ³SF = Super frequente; MF = Muito Frequente; F = Frequente; PF = Pouco Frequente; 4W = Constante; Y = Acessória; Z = Acidental

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Paradiophorus crenatus (Billb.) (Coleoptera: Curculionidae) é

denominado comumente de broca-do-colo do abacaxi, sua ocorrência foi

acidental, provavelmente atraído pelos odores liberados do atrativo alimentar

(cana-de-açúcar) nas armadilhas. A broca-das-palmáceas (D. borassi) foi

classificada como dominante, comum, frequente e acidental (Tabela 5),

possivelmente pelo fato deste inseto ter como hospedeiros várias espécies de

palmeiras, presente no local onde as armadilhas estavam alocadas.

Hololepta quadridentata foi dominante, abundante, muito frequente e

constante (Tabela 5), demonstrando sua importância como inseto-predador. Há

registro de espécies não identificadas em plantios de dendezeiro (TINÔCO,

2008) e em plantio comercial de helicônias na região Sul da Bahia (ROCHA,

2012). Outra espécie de predador, O. foveola foi dominante, comum, frequente

e acessória (Tabela 5). A ocorrência e captura de coleópteros-predadores na

área em estudo estão relacionados à disponibilidade de alimento e ao

ambiente, presença de mata nativa, plantio de outras culturas além de

palmeiras, propicio ao aumento de matéria orgânica em decomposição que

libera odores que atraem os adultos (COSTA; VANIN; CASARI-CHEN, 1988;

COSTA LIMA, 1952; TRIPLEHORN; JOHNSON, 2011).

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5 CONCLUSÕES

• Metamasius hemipterus e R. palmarum são espécies que atingem os índices

máximos de dominância, abundância, frequência e constância em áreas de

dendezeiros e piaçaveiras na região Sul da Bahia.

• As áreas com dendezeiros são mais infestadas por coleópteros-pragas e com a

presença de seus inimigos naturais.

• Hololepta quadridentata e Omalodes foveola são os principais predadores em

áreas de dendezeiros e piaçaveiras na região.

• Os mais importantes polinizadores de dendezeiros são Elaeidobius

kamerunicus e E. subvittatus, e em piaçaveiras representantes de Mystrops.

• O fungo entomopatogênico Beauveria bassiana ocorre em coleópteros em

áreas de Arecaceae.

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