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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ARIANA REIS MESSIAS FERNANDES DE OLIVEIRA PRODUÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL DE MENTHA X PIPERITA VAR. CITRATA SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE MANEJO ILHÉUS - BA 2011

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

ARIANA REIS MESSIAS FERNANDES DE OLIVEIRA

PRODUO DE LEO ESSENCIAL DE MENTHA X PIPERITA VAR. CITRATA SOB DIFERENTES CONDIES DE MANEJO

ILHUS - BA

2011

ARIANA REIS MESSIAS FERNANDES DE OLIVEIRA

PRODUO DE LEO ESSENCIAL DE MENTHA X PIPERITA VAR. CITRATA SOB DIFERENTES CONDIES DE MANEJO

Dissertao apresentada para obteno do ttulo de Mestre em Produo Vegetal pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Orientadora: Prof Dr Larissa Corra do Bomfim Costa. Co-orientadora: Prof Dr Franceli da Silva

ILHUS - BA

2011

Ao meu av e a minha av, autores da minha vida.

Dedico.

AGRADECIMENTOS

Ao Nosso Deus, pela fora de cada dia.

Ao meu av, meu porto seguro.

Ao meu marido, por ter compreendido que a distncia era necessria e por sempre estar ao meu lado.

Larissa, minha orientadora e amiga pela pacincia, seriedade e humildade.

minha me, que nunca me deixou desistir.

Aos meus irmos, que alimentam minha alma de alegria.

s minhas tias de sangue e de corao, sempre me ensinando coisas boas.

Aos meus familiares e amigos, pelo incentivo sempre.

Aos amigos de Mestrado Paulinho, Dani e Kali pela companhia agradvel nos dias tristes.

minha grande amiga e irm de corao Carol, por tudo de bom que vivenciamos juntas.

Aos amigos do Centro de Microscopia Eletrnica Patrcia, Valria, Alberto, Diego e Dona Jaci por tornarem meus dias mais felizes.

Professora Rosilene, pela amizade e ajuda no processo.

Ao Professor Srgio, pela ajuda imprescindvel em Estatstica.

s meninas do Projeto Plantas Medicinais na Escola e aos meus alunos emprestados, como foi bom estar com vocs!

Aos amigos do campo: Roberto, Adelino, Caranguejo e Torradinha pela simplicidade com que me ensinaram a cuidar da terra.

Universidade Estadual Santa Cruz e CAPES por tornarem meu sonho possvel.

Agradeo.

Delas se originam plantas

Que curam a nossa dor

Caules, folhas, frutos, razes

Sementes de amor

Plante uma em casa

Regue com amor

Cuide de quem nos cuida

Das sementes de amor

(Ariana Oliveira)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Anlise qumica do solo do Horto de Plantas Medicinais da

UESC no municpio de Ilhus BA, UESC, 2009.

37

TABELA 2. Constituintes qumicos do leo essencial da biomassa

seca de folhas de M x piperita var citrata em diferentes

horrios de colheita. Ilhus BA, UESC, 2009.

43

TABELA 3. Constituintes qumicos do leo essencial da biomassa

seca de folhas de Mentha x piperita var citrata em

diferentes idades da planta. Ilhus BA, UESC, 2009.

56

TABELA 4. Biomassa fresca foliar (BFF), biomassa seca foliar (BSF),

teor e rendimento de leo essencial de M. x piperita var

citrata (alevante) na primeira colheita e na rebrota. Ilhus,

BA, UESC, 2010.

57

TABELA 5. Porcentagem de germinao e ndice de velocidade de

germinao (IVG) de sementes de alface, submetidas ao

extrato aquoso de Mentha cf villosa fervido e no fervido e

em diferentes concentraes.

68

TABELA 6. Anlise de solo da rea onde foi instalado o experimento

de consrcio na Universidade Estadual de Santa Cruz, no

municpio de Ilhus BA.

74

TABELA 7. Biomassa fresca da parte area (BFPA), teor e rendimento

de leo essencial de M. x piperita var citrata (alevante) em

relao ao modo de cultivo solteiro e consorciado com

cebolinha e chicria. Ilhus, BA, UESC, 2010.

77

TABELA 8. Constituintes qumicos do leo essencial da biomassa

seca de folhas de M x piperita var citrata solteira (MPSO) e

consorciada com cebolinha (MPCE) e com chicria

(MPCH). Ilhus BA, UESC, 2010.

79

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Mentha x piperita var. citrata (E.) Brinq., conhecida popularmente

como gua-de-alevante.

16

FIGURA 2. Aparelho de Clevenger utilizado na extrao do leo essencial de

Mentha x piperita L. var. citrata (E.) Brinq.

19

FIGURA 3. Principais fatores que podem influenciar o acmulo de metablitos

secundrios. Fonte: Gobbo-Neto & Lopes (2006).

21

FIGURA 4. Teor de leo essencial de Mentha x piperita var. citrata em

relao ao tempo de extrao. Ilhus BA, UESC, 16 de dezembro

de 2009. Mdias seguidas por letras distintas diferem entre si pelo

teste de Tukey ao nvel de 5% de probabilidade. Barras

correspondem ao desvio padro da mdia, n=3.

39

FIGURA 5. Teor de leo essencial de Mentha x piperita var citrata (A).

Temperatura (B), radiao fotossinteticamente ativa (C) e

umidade relativa do ar (D) ao longo do dia. Ilhus BA, UESC,

2009. Mdias seguidas por letras distintas diferem entre si pelo

teste de Tukey ao nvel de 5% de probabilidade. Barras

correspondem ao desvio padro da mdia, n=5.

41

FIGURA 6. Plantio das mudas de Mentha piperita var citrata (E.) Brinq. no

Horto de Plantas Medicinais na Universidade Estadual de Santa

Cruz, Ilhus-BA.

51

FIGURA 7. Teor de leo essencial de Mentha x piperita var citrata em relao

idade da planta. Temperatura mdia (b) e precipitao (c) de

julho a dezembro de 2009. Ilhus BA, UESC.

Julho a dezembro de 2009. Ilhus BA, UESC.

53

FIGURA 8. Efeito dos extratos aquosos fervidos e no fervidos de Ocimum

basilicum, Mentha x piperita var. citrata e Mentha villosa em

diferentes doses (0, 25, 50, 75 e 100%) sobre a porcentagem de

germinao e IVG de sementes de alface.

67

SUMRIO

RESUMO Xi ABSTRACT Xii INTRODUO 13 REVISO DE LITERATURA 15 1. CAPTULO I - DETERMINAO DO TEMPO DE EXTRAO E EFEITO DO HORRIO DE COLHEITA NA PRODUO DE LEO ESSENCIAL DE Mentha x piperita var. citrata.

33

1.1. INTRODUO 35 1.2. MATERIAL E MTODOS 36 1.2.1 Local 36 1.2.2. Condies de cultivo 36 1.2.3. Extrao de leo essencial 37 1.2.4. Anlise qumica do leo essencial 38 1.2.5. Dados climatolgicos 38 1.2.6. Anlise estatstica 38 1.3. RESULTADOS E DISCUSSO 38 1.4. CONCLUSES 44 1.5. REFERNCIAS 44 2. CAPTULO II - INFLUNCIA DA IDADE DA PLANTA E DE COLHEITAS SUCESSIVAS NO TEOR E NA COMPOSIO QUMICA DE LEO ESSENCIAL DE Mentha x piperita var. Citrata

47

2.1. INTRODUO 49 2.2. MATERIAL E MTODOS 50 2.2.1. Local 50 2.2.2. Condies de cultivo 50 2.2.3. Extrao de leo essencial 51 2.2.4. Anlise qumica do leo essencial 52 2.2.5. Dados climatolgicos 52 2.2.6. Anlise estatstica 53 2.3. RESULTADOS E DISCUSSO 53 2.4. CONCLUSES 58 2.5. REFERNCIAS 58 3. CAPTULO III - AVALIAO DO POTENCIAL ALELOPTICO DE EXTRATOS DE Mentha x piperita var citrata, Ocimum basilicum e Mentha cf villosa SOBRE A GERMINAO DE SEMENTES DE Lactuca sativa

62

3.1. INTRODUO 64 3.2. MATERIAL E MTODOS 65 3.2.1. Local 65 3.2.2. Teste de germinao 65 3.2.3. Anlise estatstica 66 3.3. RESULTADO E DISCUSSO 66 3.4. CONCLUSES 68 3.5. REFERNCIAS 69 4. CAPTULO IV - PRODUO DE LEO ESSENCIAL DE Mentha x piperita var. citrata EM CULTIVO SOLTEIRO E CONSORCIADO COM HORTALIAS.

71

4.1. INTRODUO 73 4.2. MATERIAL E MTODOS 74 4.2.1. Local 74 4.2.2. Condies de cultivo 74 4.2.3. Extrao de leo essencial 75 4.2.4. Anlise qumica do leo essencial 75 4.2.5. Anlise do consrcio 76 4.2.5. Anlise estatstica 76 4.3. RESULTADOS E DISCUSSO 76 4.4. CONCLUSES 80 4.5. REFERNCIAS 80 CONSIDERAES FINAIS 83

xi

RESUMO

Mentha x piperita var. citrata uma planta medicinal e aromtica, rica em leo essencial, conhecida popularmente no sul da Bahia como alevante. O cultivo de plantas medicinais e aromticas tem se tornado uma alternativa de mercado promissor na agricultura moderna. Esse fato decorre da crescente demanda dos leos essenciais produzidos por tais plantas, pelas indstrias farmacutica, qumica, alimentcia e de cosmticos. A produo de leos essenciais pelas plantas aromticas est relacionada ao metabolismo secundrio e pode ser influenciada por diversos fatores, como os genticos, ambientais, prticas de cultivo, entre outros. Cinco experimentos foram realizados, objetivando determinar a influncia do horrio de colheita, idade da planta e nmero de colheitas assim como o sistema de cultivo em consrcio sobre o teor e a composio qumica de leo essencial de Mentha x piperita var. citrata, alm de testar o potencial aleloptico do extrato de suas folhas. Com relao ao horrio de colheita verificou-se que ocorre uma variao significativa no teor e na composio qumica do leo essencial ao longo do dia, sendo o maior valor encontrado na colheita realizada s 13:00 horas, assim como maior contedo relativo dos constituintes majoritrios -fenchol e cis-mirtanol. A idade de colheita influenciou a produo de leo essencial, apresentando maior teor de leo essencial e de -fenchol aos 120 dias aps o transplante e para o cis-mirtanol aos 150 dias aps o transplante. A colheita da rebrota possibilitou uma menor produo de biomassa foliar e, portanto, um menor rendimento de leo essencial, quando comparada primeira colheita; j o teor de leo essencial no variou em nenhum dos tratamentos. Os extratos aquosos fervidos e no fervidos das folhas de M. x piperita var. citrata no influenciaram, em nenhuma das concentraes testadas a germinao e a velocidade de germinao de sementes de alface. O consrcio M. x piperita com chicria possibilitou um menor rendimento de leo essencial e biomassa fresca da espcie medicinal, porm o teor de leo essencial e a composio qumica no foram influenciados significativamente pelos tratamentos. Palavras chave: Mentha x piperita var. citrata, alevante, metabolismo secundrio, cultivo, consrcio, alelopatia

xii

ABSTRACT

Mentha x piperita var. citrata is an aromatic and medicinal plant, rich in essential oil, known popularly in southern Bahia as alevante. The cultivation of medicinal and aromatic plants has become a promising alternative market in modern agriculture. This is due to the growing demand for essential oils produced by such plants, by the pharmaceutical, chemical, food and cosmetics. The production of aromatic essential oils by plants is related to secondary metabolism and is influenced by several factors, such as genetic, environmental, cultural practices. Five experiments were conducted, to determine the influence of harvest time, plant age and number of crops and cropping in the cultivation of intercropped on the content and chemical composition of essential oil of Mentha x piperita var. citrata, besides testing the allelopathic potential of extract of its leaves. With respect to the time of harvest it was found that there is a significant variation in concentration and composition of the essential oil throughout the day, with the largest value found in sample taken at 13:00 hours, and higher relative content of major constituents -fenchol and cis- myrtanol. The age of harvest influenced the production of essential oil, with higher content of essential oil and -fenchol at 120 days after transplantation and for cis-myrtanol 150 days after transplantation. The harvest of regrowth allowed a lower leaf biomass production and therefore a lower oil yield compared to the first harvest, since the essential oil content did not change in any treatment. The aqueous boiled and not boiled the leaves of M. x piperita var. citrata not influenced in any of the tested concentrations germination and germination rate of seeds. The cultivation of intercropped M. x piperita with chicory allowed a lower yield of fresh biomass and essential oil of the medicinal species, but the essential oil content and chemical composition were not affected significantly by treatments.

Key-words: Mentha x piperita var. citrata, alevante, secondary metabolism, intercropping, cultivation, alellopathy

13

INTRODUO

O uso de plantas medicinais pela populao mundial tem sido muito

significativo nos ltimos tempos. Dados da organizao Mundial de Sade (OMS)

mostram que cerca de 80% da populao mundial faz uso de algum tipo de erva na

busca de alvio de alguma sintomatologia dolorosa desagradvel (Martins et al.,

1998). Aliado a esse fato, cresce em todo mundo a procura por medicamentos

originrios de plantas medicinais. No Brasil estima-se que este mercado envolva

valores entre 700 a 800 milhes de dlares, despertando assim o interesse de um

nmero cada vez maior de produtores rurais para o cultivo de plantas medicinais e

aromticas (Corra Jnior et al., 2006).

As plantas medicinais so aquelas que produzem princpios ativos que lhe

conferem uma ao teraputica, enquanto as plantas medicinais que produzem

como princpios ativos os leos essenciais com teor maior que 1%, so

denominadas de plantas aromticas. A importncia do cultivo de plantas aromticas

reside justamente na matria-prima produzida pelo metabolismo secundrio de tais

plantas, que so leos essenciais. Estes so demandados principalmente pelas

indstrias farmacuticas, cosmticas e alimentcias, alm da sua crescente procura

pelo setor agrcola para o controle alternativo de pragas e doenas (Monteiro, 2009).

Apesar do mercado internacional de leos essenciais movimentar anualmente cerca

de 1,8 bilhes de dlares, a participao brasileira nesse mercado resume-se a

apenas 0,1% (Biasi e Deschamps, 2009). Contudo, a grande biodiversidade

brasileira, ainda pouco explorada em relao composio qumica da sua flora,

coloca o Brasil numa situao muito promissora para aumentar a sua participao

futura nesse mercado (Biasi e Deschamps, 2009).

As pesquisas com plantas medicinais e aromticas tm avanado na rea

fitoqumica, sem a devida contrapartida agronmica, de tal forma que estudos sobre

os aspectos fitotcnicos tornam-se cada vez mais necessrios (Innecco et al., 2003).

Esses estudos possibilitam a produo de matria-prima para competir no mercado,

com qualidade, quantidade e regularidade obtidas por meio do cultivo racional

dessas espcies.

Mentha x piperita var. citrata, conhecida como alevante, usada

popularmente como medicinal e pouco estudada, apesar de representar grande

potencial econmico. produtora de leo essencial rico em -fenchol, composto

14

demandado principalmente pelas indstrias de cosmtica e alimentcia, na categoria

de fragncia e sabor.

A presente dissertao teve como objetivo avaliar a influncia do horrio de

colheita, da idade da planta e do nmero de colheitas bem como do cultivo

consorciado sobre a produo de leo essencial de M. x piperita var citrata, alm de

verificar o potencial aleloptico do extrato aquoso de suas folhas.

15

REVISO DE LITERATURA

Mentha x piperita var. citrata

A famlia Lamiaceae tem grande importncia econmica devido a sua

abundncia em espcies aromticas (Costa, 2008). A rea estimada cultivada

mundialmente com plantas desta famlia de 500 mil hectares, grande parte

ocupada por Mentha arvensis L., Mentha x piperita L. e Mentha spicata L., com

produo anual de biomassa de 8.600, 2.367 e 880 toneladas, respectivamente.

(Simes e Spitzer, 2000).

O uso de plantas do gnero Mentha amplamente difundido, tendo em vista

sua adaptabilidade a diferentes condies edafo-climticas, ao ciclo vegetativo anual

e quantidade de informaes j existentes sobre suas caractersticas, desde

anatmicas, bioqumicas, taxonmicas e, em alguns casos, at agronmicas

(Monteiro, 2009). O gnero Mentha inclui aproximadamente 30 espcies que se

desenvolvem em diversas regies da Europa, sia, Austrlia e Amrica do Sul

(Dorman et al., 2003). O interesse comercial deste gnero est, sobretudo, nos leos

essenciais produzidos e acumulados em estruturas especializadas encontradas

nestas espcies.

As plantas do gnero Mentha, popularmente denominadas de mentas so

espcies aromticas ricas em leo essencial, so utilizadas como condimentares,

como por exemplo, hortel - mido (Mentha x villosa), medicinais como o alevante

(Mentha x piperita var citrata) e tambm na indstria qumica de aromatizantes como

a hortel japonesa (Mentha arvensis).

As mentas so originrias do Oriente e foram introduzidas na Europa h

vrios sculos. Chegaram ao Brasil juntamente com a colonizao portuguesa,

sendo cultivadas em todos os estados. Segundo a mitologia grega, a ninfa Menthe,

filha do deus do rio era amada por Pluto, e isso enfureceu Prsefone, esposa de

Pluto. A ira de Prsefone transformou a adorvel Menthe numa planta condenada a

se rastejar por todos os tempos (Almassy et al., 2007).

Dentre as mais populares mentas ou hortels destacam-se: a hortel-

japonesa ou vique (Mentha arvensis L.); a hortel-pimenta (Mentha x piperita L. var.

piperita); a hortel-verde ou menta-dos-jardins (Mentha spicata L.); a hortel-rasteira

ou hortel-de-panela (Mentha x villosa Huds.); o mentrasto ou hortel-comum

16

(Mentha suaveolens Ehrh.); a hortel-limo (Mentha x piperita var. citrata (Ehrh)

Briq.) e a menta-do-levante (M. x gracilis Sole) (Garlet, 2007).

Mentha x piperita L. var. citrata (E.) Brinq. (Figura 1), conhecida

popularmente como gua-de-alevante, alevante e hortel-limo, sendo descrita

como: erva aromtica, anual ou perene de mais ou menos 30 cm de altura, semi-

ereta, com ramos de cor verde escura a roxo-prpura. Folhas elptico-acuminadas,

denteadas, pubescentes e muito aromticas. A literatura etnobotnica registra suas

propriedades espamolticas, antivomitivas, carminativas, estomquicas e anti-

helmintcas, por via oral, e antibacterianas, antifngicas e atiprurido em uso tpico

(Lorenzi e Matos, 2008).

A composio do leo essencial de Menta x piperita varia em funo da

variedade, do quimiotipo e dos fatores abiticos, no existindo uma definio exata

de sua composio. Geralmente so encontrados os seguintes compostos

majoritrios: mentofurano, mentol e mentona (David et al., 2006), linalol e acetato de

linalila (Garlet, 2007), todos pertencentes classe qumica dos terpenos, os quais

so sintetizados por complexas reaes do metabolismo secundrio de algumas

plantas (Monteiro, 2009). O teor de leo essencial para a espcie Mentha x piperita

var. citrata, na literatura consultada, variou entre 0,76 a 1,20% em experimento

realizado por Garlet (2007).

Figura 1: Mentha x piperita var. citrata (E.) Brinq., conhecida popularmente como gua -de-alevante.

Fot

o: A

riana

Oliv

eira

17

leos essenciais

O processo sinttico primrio a fotossntese, por meio da qual as plantas

verdes utilizam a energia solar para produo de compostos orgnicos. Os vegetais

produzem uma grande variedade de compostos orgnicos que aparentemente no

possuem funo direta no seu crescimento e desenvolvimento, essas substncias

so conhecidas como metablitos secundrios. Estes diferem dos metablitos

primrios por serem restritos a uma espcie ou grupo de espcies enquanto os

primrios so encontrados em todo o reino vegetal (Taiz e Zeiger, 2006). Sua

produo resultado de complexas interaes entre biossntese, transporte,

estocagem e degradao, sendo cada um desses processos governado por genes e

influenciado por trs fatores principais: hereditariedade, estgio de desenvolvimento

e ambiente (Castro et al., 2004; Santos, 2001). Os metablitos secundrios foram

descritos como material de refugo por muitos anos. Hoje suas funes so

estudadas e esto relacionadas defesa vegetal protegendo as plantas da

herbivoria, contra infeco por microorganismos patognicos, alm de agirem como

atrativos para os animais polinizadores, dispersores de sementes e como agentes na

competio planta-planta (Taiz e Zeiger, 2006) e muitos so fitotxicos, constituindo

uma fonte relativamente inexplorada de novos herbicidas. (Dias e Dias, 2004)

Dentre os compostos produzidos pelo metabolismo secundrio das plantas

esto os terpenos ou isoprenos, os quais so metablitos derivados do mevalonato,

possuindo as propriedades gerais dos lipdios. Esses compostos so classificados

em monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos, sestertepenos, triterpenos e

tetraterpanos, de acordo com o nmero de unidades de isopreno que possui; duas,

trs, quatro, cinco, seis e oito, respectivamente. Os monoterpenos e sesquiterpenos

so os principais constituintes dos leos essenciais das plantas e os diterpenos so

minoritrios (Castro et al., 2004).

Muitos vegetais possuem misturas de monoterpenos e sesquiterpenos

volteis chamados de leos essenciais, os quais conferem aroma carctersticos s

suas folhas (Taiz e Zeiger, 2006). Podem tambm ser chamados de leos volteis,

etreos ou essncias. Possuem caractersticas fsico-qumicas como: aparncia

oleosa temperatura ambiente; volatilidade; aroma agradvel; solubilidade em

solventes orgnicos apolares; geralmente incolores ou ligeiramente amarelados; no

so estveis em presena de luz, ar, calor, umidade e metais; e algumas destas

18

propriedades so usadas na identificao e controle da qualidade dos leos

essenciais (Simes e Spitzer, 2003).

So armazenados em estruturas secretoras internas como as clulas

parenquimticas diferenciadas, bolsas esquizgenas ou lisgenas e em canais

oleferos alm de estruturas externas como os tricomas glandulares (Costa, 1994).

Os tricomas so classificados em glandulares e no glandulares. Os glandulares

podem ser peltados e/ou capitados, que armazenam leos essenciais e que contm

carboidratos de cadeia linear e alcois, respectivamente. Na famlia Lamiaceae

ocorrem predominantemente os tricomas glandulares caracterizando-se por

apresentarem o pedicelo ou pednculo, que pode ser uni ou multi celular, uni ou

multi seriado e a glndula, tambm uni ou multicelular, quando subdividida em

paredes horizontais e verticais (Biasi e Deschamps, 2009). Nos tricomas os terpenos

so armazenados em epaos extracelulares modificados na parede celular (Taiz e

Zeiger, 2006).

O papel biolgico desses metablitos secundrios ainda pouco conhecido

(Garlet, 2007). Acredita-se que estes metablitos e seus constituintes atuem na

defesa da planta contra perda de gua, atividade antibacteriana e antifngica, efeitos

alelopticos, ataques biticos e de herbvoros (Karousou et al., 1998). Apresentam

reconhecidas propriedades como repelentes de insetos (Taiz e Zeiger, 2006), dessa

forma esto sendo cada vez mais estudados e utilizados no manejo integrado de

pragas (Lima et al., 2008) e em estudos de efeito aleloptico inibindo a germinao

de sementes de vrias plantas (Mazzafera, 2003). Alm disso, conforme menciona

Costa (2008), a demanda por leos essenciais derivados de plantas est em franca

ascenso na utilizao na indstria farmacutica, visando produzir medicamentos;

na indstria alimentcia, para conferir sabor aos alimentos; na indstria qumica,

como aromatizante e na indstria cosmtica, para a composio de perfumes.

Diferentes mtodos para a extrao de leos essenciais podem ser usados de

acordo principalmente com o valor comercial do produto e rgo da planta aonde se

concentra o leo essencial, sendo os mtodos mais utilizados a hidrodestilao e

arraste a vapor (Biasi e Deschamps, 2009).

19

Figura 2. Aparelho de Clevenger utilizado na extrao do leo essencial de Mentha x piperita L. var.

citrata (E.) Brinq.

Alm das diferenas morfolgicas Biasi e Deschamps (2009) citam que ocorre

uma grande variabilidade em relao produo e composio qumica do leo

essencial nas espcies de menta, podendo variar em funo da espcie, do

quimiotipo (mesma espcie, porm com composio qumica do leo essencial

diferente) e tambm de fatores abiticos, no existindo definio exata de sua

composio (Souza, 2006). Geralmente, na espcie Mentha x piperita, so

encontrados majoritariamente os compostos: mentol, mentona ou linalol que

pertencem classe qumica dos terpenos, os quais so sintetizados por complexas

reaes do metabolismo secundrio de algumas plantas (Monteiro, 2009).

Valmorbida et al. (2006) identificaram a mentona (42,75%), o mentol (27,77%) e o

mentofurano (11,79%) como constituintes majoritrios do leo essencial de Mentha x

piperita L. cultivada em hidroponia, enquanto Souza et al., (2006) verificaram a

mentona (34-42%), mentofurano (24-30%) e pulegona (14-22%) como principais

constituintes para a mesma espcie. Garlet (2007) trabalhando com a mesma

espcie variedade citrata, concluiu que tal planta possua 84-90% de linalol e acetato

Fot

o: A

riana

Oliv

eira

20

de linalila em contraste com outras espcies do gnero Mentha. Lima et al., (2003)

citam que foi encontrado tambm em um quimiotipo o predomnio do limoneno

(75%), alm da ocorrncia de cineol e de mirceno.

A produo dos leos essenciais determinada geneticamente, mas outros

fatores podem acarretar alteraes significativas na produo dos metablitos

secundrios, os quais representam uma interface qumica entre as plantas e o

ambiente. Estmulos decorrentes do ambiente no qual a planta se encontra, podem

redirecionar a rota metablica, ocasionando a biossntese de diferentes compostos

(Morais, 2009).

Alguns fatores que influenciam a produo de leos essenciais

Os seres vivos resultam da interao da sua constituio gentica com o

ambiente. Dois indivduos geneticamente idnticos, mas crescendo em ambientes

distintos, tero suas particularidades, as quais podem ser traduzidas em compostos

qumicos. (Castro et al, 2004).

O metabolismo secundrio por sua vez pode ser influenciado por fatores

genticos, climticos (temperatura, intensidade de luz, efeito sazonal, etc.) e

edficos. Informaes sobre o efeito de condies ambientais no metabolismo

secundrio de plantas provm principalmente de esforos da pesquisa para

maximizar a produo de constituintes ativos de espcies medicinais e aromticas.

Avanos no sentido de compreender a influncia dos fatores ambientais na

regulao de biossntese de metablitos secundrios, podem contribuir para um

aumento na produo de compostos de interesse nestas espcies (Morais, 2009).

Para Almassy et al., (2007) o fator gentico o principal. Tal autor discorre que a

produo de princpios ativos nas plantas medicinais ocorre atravs do metabolismo

secundrio que por sua vez funo de sua expresso gnica. Isto significa que

plantas geneticamente inferiores no produziro com qualidade satisfatria mesmo

que sejam dadas a elas as melhores condies durante o cultivo. O meio ambiente

outro fator que pode modificar a produo dos metablitos secundrios, pois ele

influencia diretamente na expresso dos genes e os genes responsveis pela

produo de princpios ativos podem ser ativados ou desativados de acordo com as

21

condies climticas, edficas, nutricionais, ataque de pragas, doenas e outros.

(Almassy et al., 2007)

Gobbo-Neto e Lopes (2006) relacionam os principais fatores que podem

coordenar ou alterar a taxa de produo de metablitos secundrios: sazonalidade,

ritmo circadiano, temperatura, disponibilidade hdrica, radiao ultravioleta,

nutrientes, altitude, poluio atmosfrica e induo por estmulos mecnicos ou

ataque de patgenos (Figura 3).

Figura 3. Principais fatores que podem influenciar o acmulo de metablitos secundrios. Fonte:

Gobbo-Neto & Lopes (2006).

Alm destes, Marotti et al., (1994) afirmam que a composio qumica dos

leos essenciais de muitas plantas aromticas tambm, influenciada pelas

condies agronmicas, como poca de colheita, idade da planta e densidade de

plantio. De acordo com Correa Jnior et al., (2006) os fatores tcnicos tambm

merecem destaque, como as tcnicas de cultivo, os tratos culturais e os aspectos

fitossanitrios que determinam o estado geral de desenvolvimento da planta e,

conseqentemente, sua maior ou menor produtividade.

22

Horrio de colheita

O horrio em que uma planta aromtica colhida um fator importante na

produo do leo essencial, j que durante o dia ocorrem variaes na temperatura,

luminosidade, radiao fotossinteticamente ativa e umidade relativa do ar e esses

fatores esto relacionados biossntese de metablitos primrios e secundrios nas

plantas. Presume-se que existam dois padres de resposta do metabolismo

secundrio aos estmulos ambientais, s variaes climticas sazonais e aquelas

causadas pelas flutuaes climticas ao longo do dia (Leal et al., 2001). No perodo

em que o aroma da planta torna-se mais acentuado, possvel acreditar que a

concentrao de leos essenciais seja maior, ou que esteja ocorrendo alterao na

proporo relativa entre os componentes deste mesmo leo essencial, tornando,

dessa forma, o horrio de colheita um aspecto relevante na produo de leos

essenciais (Morais, 2009).

Pesquisas so realizadas para verificar a influncia do horrio de colheita

sobre o teor e a composio qumica do leo essencial e as respostas encontradas

so diferenciadas para cada espcie e ambiente no qual a planta foi cultivada.

Alguns autores discorrem que a maior produo de leo essencial ocorre pela

manh, porm esse fato no padro para todas as espcies. Segundo Marchese e

Figueira (2005) isto deve-se ao fato de existir mais radiao fotossinteticamente

ativa (RFA) disponvel e uma maior taxa fotossinttica, sendo que a produo

terpenos, principalmente os monoterpenos, dependente da fotossntese e ocorre

nos cloroplastos, atravs da via do Metil-eritritol-fosfato. Tal explicao evidencia

que, possivelmente, existe uma relao da produo de leo essencial com a RFA,

dessa forma a maior produo de leos essenciais poder ocorrer no perodo de

maior RFA, no necessariamente no turno matunino.

Silva et al., (2003) estudaram o teor e a composio qumica do leo

essencial de Ocimum basilicum L. em dois horrios (8h e 16h) e em duas pocas de

colheita (agosto e janeiro) e verificaram que no ms de janeiro, no perodo da manh

o teor de leo foi superior ao ms de agosto em ambos os horrios e que, no

entanto, no se observou mudana considervel no perfil cromatogrfico. Blank et

al., (2005) estudando a influncia do horrio de colheita e secagem de folhas no teor

de leo essencial de Melissa officinalis L., observaram que o horrio de colheita

influenciou qualitativamente o leo essencial e que o maior teor de leo no cultivo

23

campo foi obtido de folhas frescas colhidas s 17 horas. Nascimento et al., (2006)

verificaram que o Andropogon sp (capim santo) pode ser colhido entre s 7 h e 13h

para obteno do maior teor de leo essencial e do maior teor de citral. Fonseca et

al., (2007) estudando Porophyllum ruderale, observaram que o teor de leo

essencial foi menor na colheita realizada s 18 horas e no diferiu estatisticamente

das colheitas realizadas s 7h e 13 horas.

Para Cymbopogom citratus (Nascimento et al., 2003), Ocimum selloi

(Gonalves et al., 2009) e Cordia verbenaceae (Souza et al., 2009) confirmou-se que

o perodo de maior teor de leo essencial foi encontrado pela manh, entretanto

para as espcies Lippia alba (Santos et al., 2004) e Rosmarinus officinalis

(Gonalves et al., 2009), assim como para a espcie em estudo, o maior teor de leo

ocorreu no perodo da tarde.

Idade da planta

A idade e o estdio de desenvolvimento da planta podem influenciar

quantitativamente e qualitativamente na produo de metablitos secundrios,

sendo que, geralmente, os tecidos mais jovens apresentam grande atividade

biossinttica, aumentando a produo desses compostos, inclusive dos leos

essenciais. Esses fatores devem ser correlacionados com os fatores abiticos

(luminosidade, temperatura, pluviosidade, horrio de colheita e tcnicas de cultivo) j

que podem exercer influncia conjunta no metabolismo secundrio e na produo de

leos essenciais (Morais, 2009).

Existem ainda poucos estudos com relao influncia da idade da planta na

produo de leos essenciais em plantas aromticas. interessante observar que

em torno deste assunto existe uma grande confuso de termos como: poca de

colheita, fenologia da planta, idade de colheita e idade da planta. importante fazer

uma distino pois se tratam de situaes distintas. A poca de colheita diz respeito

ao ms, estaes do ano, estao seca ou chuvosa (Innecco et al., 2003;

Deschamps et al., 2008). A fenologia est relacionada ao estdio de

desenvolvimento da planta, jovem, adulta, antes ou depois do florescimento (Rohloff

et al., 2005) e a idade de colheita ou idade da planta, refere-se ao espao de tempo

24

no qual a planta esteve no campo e foi colhida, dias aps o transplante ou aps a

semeadura (Figueredo et al., 2009).

Considerando todas estas variaes, Innecco et al., (2003) realizaram

colheitas, com intervalos de sete dias em Mentha villosa, nos perodos secos e

chuvosos e concluram que a colheita, na estao chuvosa, deve ser feita aos 95

dias do transplantio e na seca dos 80 aos 90 dias. Deschamps et al., (2008)

avaliando o rendimento de leo essencial em espcies de menta em duas pocas de

colheita (vero e inverno) concluram que todas as cultivares apresentaram queda

no rendimento de leos essencial quando colhidas no inverno. Rohloff et al., (2005)

observaram que a melhor poca de colheita para caractersticas quantitativas e

qualitativas do leo essencial foi o perodo de pleno florescimento. Ainda

observaram que os teores de mentol e mentona tendem a ser maiores em dias

longos, ao contrrio do mentofurano, que predomina em dias curtos. Figueredo et

al., (2009) estudando o efeito da idade da planta (120, 180, 240, 300, 360 dias aps

o transplantio) verificaram que a produtividade de leo essencial foi maior na colheita

realizada aos 180 dias.

Consrcio

O sistema de cultivo em consrcio utilizado pelos agricultores h sculos,

sendo praticado, sobretudo por pequenos produtores, no intuito de obter o mximo

de benefcios da produo (Souza e Rezende, 2003). Consiste no plantio conjunto

de duas ou mais espcies; tendo como critrio para se obter sucesso nesse tipo de

cultivo, que as espcies envolvidas sejam contrastantes em caractersticas

agrobotnicas, com a finalidade de explorar a complementaridade temporal e/ou

espacial (Ceclio-Filho et al., 2008). Na literatura consultada, alguns autores citam

vantagens do cultivo consorciado em relao ao monocultivo, como: os recursos

gua, dixido de carbono, nutrientes do solo, mo-de-obra e insumos so usados

mais racionalmente; aumento da produtividade e lucro por unidade de rea,

promoo equilbrio ecolgico, elevao da produo de alimentos sem a

necessidade de insumos dispendiosos, o que permite o uso eficiente da terra, a

obteno de duas produes concomitantemente, a reduo de riscos e a

diversificao da dieta alimentar e aumentar a produo para espcies compatveis

25

(Silva, 1983; Montezano e Peil, 2006; Texeira et al., 2005; Carvalho, 1989; Correa

Jnior et al., 2006). Entretanto, o sistema de cultivo em consrcio impede a

utilizao, em maior grau, de tcnicas agrcolas mais eficientes e capazes de

conduzir a altos rendimentos culturais, dificultando o manejo mecanizado das

culturas consorciadas (Vieira, 1998).

O cultivo de plantas medicinais e a produo de hortalias compartilham de

um contexto equivalente, uma vez que possvel associar as duas espcies j que

muitas possuem caractersticas similares como porte herbceo, ciclo de vida curto,

sistema de cultivo em canteiros, alm de j ter estudos comprovando que a

associao de companheiras pode estimular a produo de princpios ativos em

plantas medicinais. A quantidade de pesquisas sobre o consrcio exclusivo entre

hortalias muito grande (Moraes et al., 2005; Rezende, et al., 2005; Zrate, et al.,

2006; Ceclio-Filho et al., 2008), mas ainda so escassos os trabalhos associando as

hortalias com plantas medicinais e aromticas (Rao, 2002; Maia, et al., 2008;

Carvalho et al., 2009; Fonseca, 2009; Ziroldo et al., 2009).

Alelopatia

A alelopatia refere-se interferncia que uma planta ou microorganismo pode

causar para prejudicar ou favorecer o desenvolvimento de outras plantas, atravs da

liberao de substncias qumicas, denominadas de aleloqumicos. Esses

compostos podem afetar o desenvolvimento inicial da plntula (Barreiro et al., 2005),

a porcentagem (Magiero et al., 2009) e a velocidade de germinao de sementes

(Rosado et al., 2009) ou ento, agir de forma contrria favorecendo o

desenvolvimento de algumas plantas. O extrato voltil de leo de jaborandi no

afetou a germinao de sementes de alface e estimulou o crescimento da radcula,

caracterizando segundo os autores, um efeito aleloptico benfico (Alves et al.,

2004). Entretanto, a maior parte dos estudos confirmaram o efeito aleloptico

inibitrio de algumas plantas como Stryphnodendron adstringens (Barreiro et al.,

2005), Azadirachta indica (Frana et al., 2008), Artemisia annua (Magiero et al.,

2009), Phytolocca dioica (Borella & Pastorini, 2009), Ziziphus joazeiro (Oliveira et al,

2009), sobre diferentes espcies.

26

Estudos relacionados ao aleloptica de plantas so teis como alternativa

ao uso intensivo e inadequado de herbicidas, na busca de novas molculas com

ao herbicida ou reguladora de crescimento, menos prejudiciais ao ambiente,

quando comparados aos agroqumicos sintticos (Magiero et al., 2009).

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33

1.CAPTULO I - DETERMINAO DO TEMPO DE EXTRAO E EFEITO DO HORRIO DE COLHEITA NA PRODUO DE LEO ESSENCIAL DE Mentha x piperita var. citrata.

RESUMO

O tempo de extrao e o horrio de colheita so informaes importantes no estudo com plantas aromticas, pois permitem maximizar o processo de extrao e a quantidade de leo essencial produzido. O presente trabalho objetivou determinar o tempo de extrao e a produo de leo essencial de Mentha x piperita var citrata (E.) Brinq. em funo do horrio de colheita. O experimento foi conduzido no Horto de Plantas Medicinais da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhus, Bahia. Os tratamentos constituram-se de cinco horrios de colheita (9:00, 11:00, 13:00, 15:00 e 17:00 hs) com quatro repeties, dispostos em delineamento inteiramente casualizado. Foram coletados dados climticos de temperatura do ar, umidade relativa e radiao fotossinteticamente ativa ao longo do dia. A extrao do leo essencial foi realizada em aparelho de Clevenger e a anlise qumica pela tcnica da cromatografia gasosa acoplada a um espectrmetro de massa (CG-EM). Os resultados obtidos demonstraram que aps 92 minutos de hidrodestilao ocorreu a estabilizao do volume extrado. Em relao ao horrio de colheita, ocorre uma variao significativa no teor de leo essencial ao longo do dia, sendo o maior valor (1,01%) encontrado na colheita realizada s 13:00 h, como tambm o teor relativo dos compostos majoritrios -fenchol e cis-mirtanol.

Palavras-chave: Mentha x piperita var. citrata, plantas medicinais, -fenchol, cis-

mirtanol.

34

HYDRODISTILLATION TIME AND PRODUCTION OF ESSENTIAL OIL OF Mentha x piperita L. var. citrata (E.) Brinq. RELATED TO HARVEST TIME

ABSTRACT

The extraction time and harvest time is important information in the study of aromatic plants, it can maximize the extraction process and the amount of essential oil produced. This study aimed to determine the time of extraction and production of essential oil of Mentha x piperita var citrata (E.) Brinq. depending on the time of harvest. The experiment was conducted at the Horto de Plantas Medicinais of the Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilheus, Bahia. The treatments consisted of five harvest times (9:00, 11:00, 13:00, 15:00 and 17:00) with four replications in a randomized design. We collected climatic data of air temperature, relative humidity and photosynthetic active radiation during the day. The essential oil extraction was performed in Clevenger apparatus and chemical analysis by the technique of gas chromatography coupled with mass spectrometry (GC-MS). The results showed that after 92 minutes hydrodistillation was to stabilize the volume extracted. In relation to harvest time, there was significant variation in essential oil content throughout the day, the highest value (1.01%) found in sample taken at 13:00 h, as well as the relative content of compounds majoritarianism -fenchol and cis-myrtanol.

Key-words: Mentha x piperita var. citrata, medicinal plant, - fenchol, cis-myrtanol.

http://www.google.com.br/dictionary?source=translation&hl=pt-BR&q=&langpair=

35

1.1 INTRODUO

A famlia Lamiaceae tem grande importncia econmica devido sua

abundncia em espcies aromticas (Costa, 2008) reunidas em boa parte no gnero

Mentha. Mentha x piperita var citrata (E.) Brinq., uma planta medicinal e aromtica

conhecida popularmente como alevante, rica em leos essenciais que so

substncias orgnicas e volteis encontradas em plantas de odor marcante

(Almassy et al., 2007). A demanda por leos essenciais derivados de plantas est

em franca ascenso na utilizao pela indstria farmacutica, alimentcia, qumica e

cosmtica (Costa, 2008).

Um grande desafio que envolve o uso de plantas medicinais e aromticas a

obteno de produtividades estveis, em quantidade e qualidade desejadas,

aumentando a confiabilidade na produo de princpios ativos, uma vez que

imensamente varivel nas regies do pas (Arrigoni Blank e Blank, 2009),

justificando dessa forma a importncia dos estudos relacionados ao cultivo destas

plantas, para suprir tais deficincias.

Alguns aspectos influenciam na produo de leos essenciais, como os

fatores genticos e ambientais, como por exemplo, o horrio da colheita, o qual est

relacionado no s ao ambiente como tambm fisiologia da planta. Presume-se

que haja simultaneamente, dois padres de resposta do metabolismo secundrio

aos estmulos ambientais: as variaes climticas sazonais, de maior dimenso, no

entanto, mais lentas, e as flutuaes climticas dirias, modificaes menores e

mais rpidas (Blank et al., 2005). De acordo com Souza et al. (2006), o horrio de

colheita um parmetro relevante para a produo de leo essencial, pois pode

interferir na produo de leos essenciais ao longo do dia. A influncia do horrio de

colheita no teor e na composio qumica de leo essencial j foi investigada em

outras espcies medicinais como: Ocimum basilicum (Carvalho-Filho et al., 2006),

Andropogun sp. (Nascimento et al., 2006), Porophyllum ruderale (Fonseca et al.,

2007), Melissa officinalis (Blank et al., 2007), Ocimum selloi e Rosmarinus officinalis

(Gonalves et al., 2009), encontrando respostas variadas sem um padro de

comportamento padronizado.

O tempo de extrao de leo essencial varia para diferentes espcies

aromticas e tambm dentro da mesma espcie. Para Mentha x piperita a literatura

36

registra uma variao de 60 a 150 minutos de hidrodestilao em aparelho de

Clevenger (Souza et al., 2006; Valmorbida et al., 2006).

Visando a otimizao do rendimento e o estabelecimento de boas prticas de

colheita para Mentha x piperita var citrata, esse trabalho objetivou determinar o

tempo de mxima extrao do leo essencial, bem como avaliar a influncia do

horrio de colheita sobre sua produo.

1.2 MATERIAL E MTODOS

1.2.1 Local

O experimento foi conduzido no Horto de Plantas Medicinais da Universidade

Estadual de Santa Cruz localizada na cidade de Ilhus/BA, Brasil, em dezembro de

2009. O municpio de Ilhus situa-se na regio Sul da Bahia, estando localizado

entre os paralelos de 1426 Sul e a linha da costa e entre os meridianos de 39 02' e

39 30' Oeste.

1.2.2 Condies de cultivo

As mudas foram obtidas atravs do plantio de estacas apicais de 10 cm, em

bandejas de plstico de 150 clulas e aps 30 dias foram transplantadas para os

canteiros em espaamento 20x30cm. A irrigao e capina foram feitas de forma

manual sempre que necessrio. O material vegetal foi devidamente identificado e a

exsicata encontra-se depositada no herbrio da UESC, registrada pelo nmero

14086. Uma amostra do solo foi coletada para anlise no laboratrio de solos do

Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC) da Comisso Executiva do Plano da

Lavoura Cacaueira (CEPLAC) (Tabela 1).

37

TABELA 1 Anlise qumica do solo do Horto de Plantas Medicinais da UESC, no

municpio de Ilhus BA.

pH Al Ca Mg Ca+Mg K P Fe Zn Cu Mn

H20 cmolc / DM mg / dm3

5,8 0,3 1,3 0,6 1,9 0,07 2 271 2,0 0,5 25

1.2.3 Extrao do leo essencial

Para determinar o tempo de mxima extrao de leo essencial utilizou-se o

mtodo de hidrodestilao em aparelho de Clevenger utilizando 100g de biomassa

foliar fresca em balo de 3L contendo 1,5L de gua destilada registrando-se o

volume de leo extrado a cada 30 minutos, pelo tempo necessrio at atingir a

estabilizao. Determinado o tempo ideal, foi utilizado o mesmo procedimento de

extrao para o experimento de horrio de colheita. O leo essencial foi separado do

hidrolato usando diclorometano e em seguida seco com sulfato de sdio anidro (em

excesso) e concentrado. O teor foi determinado com base no volume extrado por

100g de matria vegetal (% p/v).

1.2.4 Anlise qumica do leo essencial

As amostras dos leos foram analisadas no Laboratrio de Fisiologia Vegetal

da UESC, por cromatografia gasosa, utilizando o aparelho Varian Saturno 3800

equipado com detector de ionizao de chama (FID), utilizando coluna capilar de

slica fundida (30 m x 0,25 mm) com fase estacionria VF-5ms (0,25 m de

espessura de filme), tendo hlio como gs arraste, fluxo de 1,2 mL/min. As

temperaturas do injetor e detector foram de 250C e 280C, respectivamente. A

temperatura da coluna para as analises teve inicio a 50C, aumentando 3C at

160C seguido de aumento de 10 C ate 220 C. Foram injetados 1 L de soluo a

10% de leo em clorofrmio, com razes split 1:10. A concentrao dos constituintes

38

volteis foi calculada atravs da rea da integral de seus respectivos picos,

relacionadas com a rea total de todos os constituintes da amostra. As anlises

qualitativas dos leos foram realizadas usando-se um a um espectrmetro de

massas Varian Chromopack 2000 MS/MS, equipado com a mesma coluna capilar de

slica fundida. A temperatura do trap foi de 220 C e da transferline 250 C. O modo

de operao foi impacto eletrnico a 70eV. As programaes de temperatura da

coluna foram s mesmas usadas nas anlises de cromatografia a gs. Os diversos

constituintes qumicos dos leos essenciais foram identificados atravs da

comparao computadorizada com a biblioteca do aparelho, literatura e ndice de

reteno de Kovats (Adams, 1995). Os ndices de reteno de Kovats (IK) foram

calculados atravs da injeo de uma srie de padres de n-alcanos (C8-C26),

injetados nas mesmas condies cromatogrficas das amostras.

1.2.5 Dados climatolgicos

Durante o dia do experimento, das 7:30 s 17:00 horas foi monitorada a

radiao fotossinteticamente ativa (RFA) por meio de um sensor de radiao

luminosa S-LIA-M003, acoplado uma estao climatolgica Hobo Micro Station

Data Logger (Onset, USA), enquanto a temperatura e a umidade relativa do ar foram

registradas utilizando-se um sensor microprocessado Hobo H8 Pro Series (Onset,

USA).

1.2.6 Anlise estatstica

Os resultados foram analisados estatisticamente por meio da anlise de

varincia e as mdias foram comparadas pelo Teste de Tukey, a 5% de

probabilidade. Foi utilizado programa estatstico SISVAR (Ferreira, 2000).

1.3 RESULTADO E DISCUSSO

O volume de leo essencial de Mentha x piperita var. citrata evidenciou um

comportamento quadrtico em relao ao tempo de extrao. Aos 92 minutos de

hidrodestilao em aparelho de Clevenger ocorreu o tempo de mxima extrao do

39

leo essencial alcanando aproximadamente 0,5 mL (Figura 4). Esse tempo est

dentro do intervalo encontrado para a espcie Mentha x piperita que varia de 60

minutos (Souza et al., 2006) a 150 minutos de extrao (Valmorbida et al., 2006).

Ocorre uma grande variao no tempo para mxima extrao de leo essencial

conforme a espcie. Ehlert et al., (2006) estudando sete espcies aromticas

encontrou tempos de extrao diferenciados para cada espcie: 130 minutos de

extrao para Cymbopogon citratus, 150 minutos para as espcies Cymbopogon

winterianus, Aristolochia sp, Hyptis pectinata e Hyptis fruticosa, 160 minutos para

Lippia sidoides e 230 minutos para Eucalyptus globulus. Para as espcies Hyptis

pectinata, Hyptis fruticosa e Lippia sidoides os valores mximos de teores de leos

essenciais foram obtidos nos tempos de 150, 140 e 160 minutos, respectivamente

(Campos et al., 2004). Essa diferena ocorre no apenas entre diferentes espcies,

como tambm dentro da mesma espcie. Para Mentha x piperita, foram encontrados

diferentes tempos de extrao: 60 minutos (Souza et al., 2006), 90 minutos (David e

Borao, 2009), 120 minutos (Garlet, 2009) e 150 minutos de extrao (Valmorbida et

al, 2006).

Figura 4 - Teor de leo essencial de Mentha x piperita var. citrata em relao ao tempo de extrao.

Ilhus BA, UESC, 2009.

Quanto ao efeito do horrio de colheita, verificou-se que houve variao

significativa no teor de leo essencial da M. x piperita ao longo do dia, com os

menores valores obtidos no incio e final do dia. Na colheita realizada s 13:00 h

40

obteve-se o mximo teor de leo essencial (1,01%) sendo que esse tratamento

diferiu estatisticamente dos demais (Figura 5A).

Com relao aos dados climticos, observou-se que a temperatura do ar foi

menor no incio da manh, crescente ao longo do dia seguido de declnio aps as

16:00 h (Figura 5B). A umidade relativa do ar foi mxima no incio da manh com

72,8%, decrescendo at as 15:00 h depois do qual voltou a aumentar (Figura 5C). J

a radiao fotossinteticamente ativa (RFA), variou bastante ao longo do dia, sendo

que no incio da manh e no final da tarde foram encontrados os menores valores

(Figura 5D). Pode-se perceber que o perodo de maior produo de leo essencial

(13:00 hs) coincidiu com os altos valores de temperatura do ar e RFA (32,3C e 1711

mol m-2s-1) e baixa umidade relativa do ar (54,7%). Outros trabalhos j associaram

a produo diurna de leos essenciais aos fatores ambientais como variaes na

temperatura e RFA, j que eles podem influenciar diretamente o metabolismo

primrio afetando assim o metabolismo secundrio e consequentemente a

biossntese de leos essenciais (Santos et al., 2003; Marchese e Figueira, 2005).

Estudos relacionados ao horrio de colheita das plantas aromticas

apresentam respostas diferenciadas conforme a espcie estudada. Pela manh

foram encontrados maiores teores de leo essencial para: Andropogon sp.

(Nascimento et al., 2006), Cymbopogon winterianus (Blank et al., 2007) e Ocimum

selloi (Gonalves et al., 2009). Por outro lado, foi observado maior teor de leo

essencial no perodo da tarde para as espcies: Lippia alba (Santos et al., 2004) e

Rosmarinus officinalis (Gonalves et al., 2009). J para a espcie Cordia verbenacea

houve maior produo de leo essencial no perodo da manh (9:00h s 12:00h) e

s 18:00h (Souza et al., 2009). Esse fato dificulta a definio de um comportamento

padro para a produo de leos essenciais nas plantas aromticas, evidenciando a

necessidade de estudos especficos.

41

Figura 5 - Teor de leo essencial de Mentha x piperita var citrata (A). Temperatura (B), radiao

fotossinteticamente ativa (C) e umidade relativa do ar (D) ao longo do dia. Ilhus BA, UESC, 16 de

dezembro de 2009. Mdias seguidas por letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukey ao nvel

de 5% de probabilidade. Barras correspondem ao desvio padro da mdia, n=5.

Em relao composio qumica do leo essencial possvel afirmar que

houve variao pequena na produo dos constituintes ao longo do dia (Tabela 2).

42

Alguns autores tambm verificaram que houve influncia do horrio de colheita sob a

composio qumica do leo essencial em diferentes espcies aromticas (Blank et

al., 2005; Nascimento et al., 2006; Souza et al., 2006). Por outro lado, em Ocimum

basilicum no foi verificada qualquer variao na composio qumica do leo

essencial durante o dia (Silva et al., 2003).

As anlises permitiram a identificao de treze constituintes, perfazendo cerca

de 94% da composio dos leos. Esses leos so ricos em monoterpenos

oxigenados (91,32 a 86,4%). Os componentes majoritrios foram o -fenchol que

variou de 40,98 a 50,43%, sendo observada a maior quantidade pela manh, e o cis-

mirtanol (25,94 a 29,16%) com a ocorrncia da maior concentrao pela tarde.

Porm, considerando o teor relativo desses compostos -fenchol (64,1%) e cis-

mirtanol (38,7%) em relao ao horrio de maior teor de leo, recomendada a

colheita s 13:00 h, onde possvel conseguir maior teor de leo essencial e maior

teor relativo dos seus compostos majoritrios. Em menor quantidade foram

identificados -terpineol (6,71 a 7,67%), trans-mirtanol (3,38 a 4,94%), guaiol (1,73 a

4,02%), acetato de exo-fenchila (1,24 a 1,64%) e acetato de citronielil (1,52 a

2,04%). No foram detectados os compostos tricicleno s 17:00 h; -pineno nos

horrios 9:00h, 15:00h e 17:00h e -eudesmol s 13:00h (Tabela 2). A composio

qumica dos leos foi mais complexa no horrio de 11:00 h, perodo em que a

radiao fotossinteticamente ativa (RFA) est em ascenso. A possvel explicao

para esta maior produo de terpenos, principalmente os monoterpenos, que essa

produo depende da fotossntese e ocorre nos cloroplastos, atravs da via do Metil-

eritritol-fosfato (Marchese e Figueira, 2005).

43

TABELA 2 Constituintes qumicos do leo essencial da biomassa seca de folhas

de M x piperita var citrata em diferentes horrios de colheita. Ilhus

BA, UESC, 2009.

Constituinte

Horrio de colheita

Teor do constituinte (%)

*IK 9h 11h 13h 15h 17h

Tricicleno 856 0,32 0,36 0,94 0,40 -

-pineno 987 - 0,25 0,60 - -

-fenchol 1114 50,43 47,11 48,20 45,85 40,98

Borneol 1183 0,87 0,99 0,75 0,76 0,67

-terpineol 1202 7,26 7,38 6,71 6,96 7,67

Acetato de exo-fenchila 1230 1,36 1,44 1,24 1,42 1,64

Cis-mirtanol 1255 25,94 26,72 29,16 28,77 28,60

Trans-mirtanol 1258 3,82 4,23 3,38 4,15 4,94

Acetato de citronelil 1361 1,64 1,76 1,52 1,73 2,04

E-cariofileno 1423 0,97 1,08 0,84 1,12 1,13

Valenceno 1550 0,32 0,53 0,61 0,40 0,67

Guaiol 1598 2,21 2,61 1,73 2,83 4,02

eudesmol 1635 0,25 0,25 - 0,28 0,34

Monoterpenos 0,32 0,61 1,54 0,40 -

Monoterpenos Oxigenados 91,32 89,63 90,96 89,64 86,54

Sesquiterpenos 1,25 1,61 1,45 1,52 1,80

Sesquiterpenos Oxigenados 2,46 2,86 1,73 3,11 4,36

Total identificado (%) 95,35 94,71 95,68 94,67 92,70

* IK=ndice de Kovats experimental - = No detectado

44

1.4 CONCLUSES

Nas condies em que foi realizado o experimento possvel concluir para a

espcie estudada que o tempo de mxima extrao do leo essencial em aparelho

de Clevenger de 92 minutos. Houve variao diurna no teor de leo essencial, com

o maior valor obtido s 13:00 h, juntamente com o maior teor relativo dos seus

compostos majoritrios -fenchol e cis-mirtanol, justificando, ento, a colheita nesse

horrio.

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VALMORBIDA, J; BOARO, C. S. F; MARQUES, M. O. M; FERRI, A. F. Rendimento

e composio qumica de leos essenciais de Mentha x piperita L. cultivada em

soluo nutritiva com diferentes concentraes de potssio. Revista Brasileira de

Plantas Medicinais, Botucatu, v. 8, n 4, p. 56-61, 2006.

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2.CAPTULO II - INFLUNCIA DA IDADE DA PLANTA E DE COLHEITAS SUCESSIVAS NO TEOR E NA COMPOSIO QUMICA DE LEO ESSENCIAL DE Mentha x piperita var. citrata

RESUMO

Mentha x piperita var. citrata uma planta medicinal conhecida popularmente como alevante. tambm considerada uma planta aromtica, j que possui leos essenciais, os quais derivam do metabolismo secundrio. O teor de leo essencial uma caracterstica gentica e pode ser influenciada pelo ambiente e pelo estdio de desenvolvimento ou idade da planta. Dessa forma, o presente trabalho objetivou avaliar a influncia da idade da planta e o efeito de colheitas sucessivas sobre a produo e a qualidade do leo essencial de Mentha x piperita var. citrata. Os tratamentos foram constitudos da colheita em seis idades da planta (60, 90, 120, 150, 180 e 210 dias aps o transplante), utilizando o delineamento inteiramente casualizado com quatro repeties. O leo essencial foi obtido por hidrodestilao em aparelho de Clevenger. A identificao dos constituintes qumicos foi realizada por cromatografia gasosa acoplada ao espectmetro de massas (CG-EM). O maior teor do leo essencial (1,0%) e do composto majoritrio -fenchol (49,92%) foi obtido aos 120 dias enquanto o composto cis-mirtanol (30,03%) atingiu seu maior valor aos 150 dias. Os tratamentos para o experimento de colheitas sucessivas constituram-se da primeira colheita aos 60 dias aps o transplante seguido pela colheita sucessiva da rebrota, com um intervalo de 60 dias da primeira. As extraes de leo essencial foram realizadas por hidrodestilao em aparelho de Clevenger durante 60 minutos. Houve diferena significativa entre os dois tratamentos para biomassa fresca e seca foliar e rendimento de leo essencial, sendo os valores da primeira colheita sempre superiores ao da rebrota. O teor de leo essencial no variou entre os tratamentos. Palavras-chave: Mentha x piperita var. citrata, metabolismo secundrio, colheita, rebrota.

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INFLUENCE OF PLANT AGE ON THE ESSENTIAL OIL YIELD AND CHEMICAL COMPOSITION OF Mentha x piperita var. citrata

ABSTRACT

Mentha x piperita var. citrata is a medicinal plant popularly known as alevante. It is also considered an herb, as it has essential oils, which are derived from secondary metabolism. The essential oil content is a genetic trait and can be influenced by the environment and the developmental stage or age of the plant. Thus the present study, the influence of plant age and the effect of successive harvests on production and quality of essential oil of Mentha x piperita var. citrata. The treatments consisted of six harvest dates (60, 90, 120, 150, 180 and 210 days after transplantation) using completely randomized design with four replications. The essential oil was obtained by hydrodistillation in a Clevenger apparatus. The identification of chemical constituents was performed by gas chromatography-mass spectrometry (GC-MS). The highest essential oil content (1.0%) and -fenchol major component (49.92%) was obtained at 120 days while the compound cis-myrtanol (30.03%) reached its peak at 150 days. Treatments for the experiment consisted of successive harvests from the first harvest at 60 days after transplanting followed by the succeeding crop of sprouts, with an interval of 60 days from the first. The extraction of essential oil were obtained by hydrodistillation in a Clevenger apparatus for 60 minutes. There were significant differences between treatments for fresh and dry biomass and leaf essential oil yield, the values of the first harvest always higher than the regrowth. The essential oil content did not vary between treatments. Key-words: Mentha x piperita var. citrata, secundary metabolism, harvest,

http://www.google.com.br/dictionary?source=translation&hl=pt-BR&q=manejo%20%20&langpair=en|pt

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2.1 INTRODUAO

Mentha x piperita var. citrata, famlia Lamiaceae, considerada uma planta

medicinal e aromtica, rica em leo essencial, conhecida popularmente como

gua-de-alevante ou alevante e utilizada na medicina tradicional por suas

propriedades espamolticas, antivomitivas, carminativas, estomquicas, anti-

helmintcas, antibacterianas, antifngicas e antiprurido. (Lorenzi e Matos, 2008).

O interesse comercial das plantas aromticas encontra-se nos leos

essenciais produzidos, os quais constituem um dos mais importantes grupos de

matrias primas para as indstrias alimentcia, farmacutica, perfumaria e afins

(Morais, 2009). Os leos essenciais so fraes lquidas e volteis que contm as

substncias responsveis pelo aroma das plantas, produtos do metabolismo

secundrio e podem ser produzidos e armazenados em tricomas glandulares,

cavidades secretoras, ductos ou clulas oleferas (Simes e Sptizer, 1999).

O teor e a composio qumica dos leos essenciais so determinados por

caracteres genticos, mas alguns fatores podem acarretar alteraes significativas

na produo dos metablitos secundrios como diferentes fatores ambientais e at

mesmo a idade e o estgio de desenvolvimento das plantas. Os estmulos

decorrentes do ambiente no qual a planta se encontra podem redirecionar as rotas

metablicas, ocasionando a biossntese de diferentes compostos (Morais, 2009).

O ponto de colheita varia de acordo com o rgo da planta, poca do ano,

hora do dia, estgio de desenvolvimento (Andrade e Casali, 1999) e idade da planta,

tornando-se dessa forma um aspecto fundamental para estudos com plantas

medicinais, pois sua determinao correta permite o mximo aproveitamento ps-

colheita do produto vegetal por apresentar melhor qualidade e o mnimo de perdas

(Figueredo et al., 2009).

A influncia da idade da planta no momento da colheita sobre a produo de

leo essencial vem sendo estudada em diferentes espcies aromticas como Lippia

sidoides, Porophyllum ruderale, Lippia alba, Cymbopogon citratus e Mentha arvensis

(Figueredo et al., 2009; Fonseca et al., 2007; Santos e Innecco, 2004; Leal e

Carvalho., 2003; Matos e Innecco, 2002) apresentando respostas diferenciadas para

cada espcie.

O aproveitamento da rebrota em colheitas sucessivas no muito utilizado

nos cultivos comerciais, pois geralmente aps a primeira colheita o produtor

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estabelece um novo plantio com a utilizao de novas mudas (Blank et al., 2005),

porm algumas espcies suportam colheitas sucessivas, e quando isto possvel,

deve-se tentar maximizar esta prtica, j que ela possibilita uma economia de tempo

e recursos na implantao de um novo plantio. Existem poucas informaes sobre a

prtica de aproveitamento da rebrota em plantas medicinais, levando em

considerao a produo de leo essencial, contudo, os trabalhos encontrados

apresentam respostas diferenciadas (Monteiro, 2009; May et al., 2008; Blank et al.,

2005; Bergo et al., 2005, Aflatuni, 2005; Innecco et al., 2003).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influncia da idade da planta no

momento da colheita e o efeito de colheitas sucessivas sobre a produo de leo

essencial de M. x piperita var. citrata.

2.2 MATERIAL E MTODOS

2.2.1 Local

Os experimentos foram conduzidos no Horto de Plantas Medicinais da

Universidade Estadual de Santa Cruz. O material vegetal foi devidamente

identificado e a exsicata encontra-se depositada no herbrio da UESC, catalogada

pelo nmero 14086.

2.2.2 Condies de Cultivo

Para a realizao do experimento de idade da planta as mudas foram obtidas

atravs do plantio de estacas apicais de 15 cm, em bandejas de plstico de 128

clulas, contendo solo como substrato. Com cerca de 30 dias foram transplantadas

para os canteiros em espaamento de 20x30 cm. A irrigao e capina foram feitas

de forma manual sempre que necessrio. Os tratamentos consistiram de seis idades

de colheita (60, 90, 120, 150, 180 e 210 dias aps o transplante) sendo a primeira

colheita realizada com 60 dias (23 de julho de 2009), e as seguintes com intervalos

de 30 dias.

No experimento de colheitas sucessivas, as mudas foram transplantadas

aps 20 dias para o local definitivo em espaamento de 20x30cm em uma rea til

de 1m2 por repetio. Duas linhas de contorno foram mantidas como bordadura

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mantendo-se uma rea total de 16m. Os canteiros foram uniformemente adubados

com esterco de gado curtido (5L/m2). As capinas foram realizadas semanalmente e a

irrigao de forma manual sempre que necessrio. Aps cada colheita foi feita uma

adubao de cobertura com 5L/m2 de esterco de gado curtido. Utilizou-se o

delineamento inteiramente casualizado, com quatro repeties, com os tratamentos

constitudos por duas colheitas sucessivas de 1m de plantas realizadas do nvel do

solo: a primeira aos 60 dias aps o transplante, seguida pela colheita da primeira

rebrota, 60 dias aps a primeira. As variveis analisadas foram: produo de

biomassa fresca e seca foliar, teor e rendimento do leo essencial.

Figura 6 - Plantio das mudas de Mentha x piperita var. citrata (E.) Brinq. no Horto de Plantas Medicinais na Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhus-BA.

2.2.3 Extrao do leo essencial

As extraes de leo essencial foram realizadas utilizando o aparelho

Clevenger, com seis repeties compostas por 100g de biomassa fresca foliar em

balo de 3L contendo 1,5L de gua destilada. O hidrolato obtido em uma hora de

extrao foi colocado em funil de separao e adicionou-se diclorometano, visando

separar a fase aquosa da fase orgnica e sulfato de sdio anidro (em excesso), para

retirar a umidade. O hidrolato foi colocado em frasco de vidro previamente coberto

com papel laminado, pesado em balana analtica, e depositado na capela para

evaporao do diclorometano. Com a evaporao deste, restou apenas o leo

essencial, que foi pesado no vidro e por diferena obteve-se apenas o peso do leo.

Fot

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Amostras de folhas para determinao do teor de umidade foram pesadas e

colocadas em sala com desumificador at peso constante. O teor de leo essencial

foi calculado com base na biomassa seca.

2.2.4. Anlise qumica do leo essencial

As amostras dos leos foram analisadas por cromatografia gasosa, utilizando

o aparelho Varian Saturno 3800 equipado com detector de ionizao de chama

(FID), utilizando coluna capilar de slica fundida (30 m x 0,25 mm) com fase

estacionria VF-5ms (0,25 m de espessura de filme), tendo hlio como gs arraste,

fluxo de 1,2 mL/min. As temperaturas do injetor e detector foram de 250C e 2