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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E ENGENHARIA DE PESCA ALIS CORREIA BITTARELLO Gérmen de Milho Integral em Dietas para Tilápia do Nilo: Digestibilidade Aparente, Desempenho Produtivo e Composição Corporal Toledo 2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E

ENGENHARIA DE PESCA

ALIS CORREIA BITTARELLO

Gérmen de Milho Integral em Dietas para Tilápia do Nilo:

Digestibilidade Aparente, Desempenho Produtivo e Composição Corporal

Toledo

2013

ALIS CORREIA BITTARELLO

Gérmen de Milho Integral em Dietas para Tilápia do Nilo:

Digestibilidade Aparente, Desempenho Produtivo e Composição Corporal

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Recursos Pesqueiros e

Engenharia de Pesca – Nível de Mestrado, do Centro

de Engenharias e Ciências Exatas, da Universidade

Estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial

para a obtenção do título de Mestre em Recursos

Pesqueiros e Engenharia de Pesca.

Área de concentração: Recursos Pesqueiros e

Engenharia de Pesca.

Orientador: Prof. Dr. Wilson Rogério Boscolo

Coorientador: Prof. Dr. Arcangelo Augusto Signor

Toledo

2013

FOLHA DE APROVAÇÃO

ALIS CORREIA BITTARELLO

Gérmen de Milho Integral em Dietas para Tilápia do Nilo:

Digestibilidade Aparente, Desempenho Produtivo e Composição Corporal

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Recursos

Pesqueiros e Engenharia de Pesca – Nível de Mestrado, do Centro de Engenharias e Ciências

Exatas, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial para a obtenção

do título de Mestre em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, pela Comissão Julgadora

composta pelos membros:

COMISSÃO JULGADORA

____________________________________________

Prof. Dr. Wilson Rogério Boscolo

Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Presidente)

____________________________________________

Prof. Dr. Fábio Meurer

Universidade Federal do Paraná

____________________________________________

Prof. Dr. Fabio Bittencourt

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Aprovada em: 28 de junho de 2013.

Local de defesa: Sala de 15 Prédio de Engenharia de Pesca - Unioeste/Campus de Toledo.

AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos especiais aos colegas do Gemaq. Principalmente aos professores

Wilson Rogério Boscolo, Aldi Feiden, Altevir Signor e Fabio Bittencourt. Também aos

professores Arcangelo Augusto Signor, Pitágoras Augusto Piana, Robie Allan Bombardelli,

Sergio Makrakis e Maristela Makrakis.

Aos colegas da Unesp Botucatu, professor Luiz Edivaldo Pezzato, Professora

Margarida Maria Barros, Gisele Setznagl, Mariucha Rocha, Flávia M. Damasceno, Lara

Genovez, Renan M. Botelho, Eric Portilho, Carol P. Teixeira, enfim todos que me receberam

e trataram maravilhosamente bem.

Aos colegas de trabalho e amigos Edionei M. Fries, Deividy M. Silva (Frango), Joana

Finkler, Vinícius P. Sividanes (Titanic), Ana Karina Marquioro, Junior A. Decarli (Gaúcho),

Juliana Lösch (Modelo), Dihego Fernandes (Pibic) e Evandro Moro (Bila). Sem vocês

nenhuma pesquisa seria possível, obrigada pelo trabalho em equipe e pela boa conversa.

Obrigada também ao Luizinho pela infinita paciência.

À empresa Rei do Milho pela doação do ingrediente testado.

E a Capes pela concessão da bolsa de estudos.

Enfim, meu mais sincero agradecimento a todos que de forma direta ou indireta

contribuíram para mais esta etapa cumprida.

EPÍGRAFE

“Jesus tomou os pães e, tendo dado graças,

distribuiu-os pelos que estavam sentados, tal

como os peixes...” (João 6,11).

Iesous Xristos, Theou Uiós, Soter

Gérmen de Milho Integral em Dietas para Tilápia do Nilo:

Digestibilidade Aparente, Desempenho Produtivo e Composição Corporal

RESUMO

Este estudo teve o propósito de avaliar a inclusão do gérmen de milho integral em rações para

alevinos de tilápia do Nilo. Para avaliação da digestibilidade aparente, foram distribuídos

aleatoriamente 270 juvenis de tilápia (Oreochromis niloticus) com peso inicial de

aproximadamente 61,25±1,5g em 12 tanques de digestibilidade (Guelph modificado). O

arraçoamento foi ad libitum, com fornecimento de três rações práticas (ração referência, ração

teste com 15% e com 30% de gérmen de milho). Então, para determinar até que nível este

ingrediente pode ser incluído na dieta, um ensaio de desempenho produtivo foi estruturado,

com a distribuição de 320 alevinos de tilápia do Nilo, de peso médio inicial de 15,7 ± 0,2 g,

em 16 tanques-redes com volume de 350 l. Estes peixes receberam rações isoproteicas e

isoenergéticas contendo 0, 10, 20 ou 30% de inclusão do gérmen de milho, em arraçoamento

ad libitum, quatro vezes ao dia. No final do período experimental foram avaliados ganho de

peso, fator de condição, conversão alimentar aparente, rendimento de carcaça, índice

hepatossomático, gordura visceral, valor produtivo de proteína, valor de retenção de energia

bruta e composição bromatológica da carcaça. Tanto para o experimento de digestibilidade

como para o de desempenho produtivo, foi utilizado o delineamento experimental casualizado

em blocos. Os dados obtidos foram submetidos a à análise de variância de efeitos principais a

um nível de significância de 5% e para identificação das fontes de variação, quando

detectadas, foi utilizado o teste de comparação de médias de Tukey. Os coeficientes de

digestibilidade aparente médios para matéria seca, proteína, lipídeo e matéria mineral do

gérmen de milho foram 74,6; 83,16; 93,96 e 66,24%, respectivamente. Para a energia foi

encontrado valores de 85,59 e 77,88% para as dietas contendo 15 e 30% do gérmen de milho

integral, respectivamente. Não houve diferença estatística para a maioria dos resultados de

desempenho produtivo, apenas a retenção de proteína na carcaça foi maior para o nível de

inclusão de 10% do gérmen de milho. Pelos resultados obtidos se pode inferir que o gérmen

de milho integral não trás prejuízos ao desempenho produtivo para a tilápia nesta fase, mesmo

quando substituindo completamente o milho integral.

Palavras-chave: nutrição, performance, resíduo, sucedâneo, tanque-rede.

Germ Corn Meal in Feeding Nile Tilapia:

Apparent Digestibility, Productive Performance and Body Composition

ABSTRACT

This study aimed to evaluate the inclusion of corn germ in diets for Nile tilapia. To evaluate

the apparent digestibility, 270 juvenile tilapia (Oreochromis niloticus), with an initial weight

of approximately 61.25 ± 1.5 g, was randomly assigned in 12 tanks digestibility (modified

Guelph). The ration giving was ad libitum, with the supply of three diets practices (reference

diet, ration test with 15 % and 30 % corn germ). Then, to determine to what extent this

ingredient can be included in the diet, a trial of productive performance was structured, with

the distribution of 320 fingerlings of Nile tilapia, average initial weight of 15.7 ± 0.2 g in 16

net cages with a volume of 350 l. These fishe was fed isonitrogenous and isocaloric diets,

containing 0, 10, 20 or 30 % inclusion of corn germ in ad libitum feeding, four times a day. At

the end of the experimental period were evaluated weight gain, condition factor, feed

conversion, carcass yield, hepatosomatic index, visceral fat, protein productive value, value

retention of gross energy and chemical composition of the carcass. So much for the

digestibility experiment as for the productive performance, was used the experimental design

in randomized blocks. Data were subjected to analysis of variance main effects at a

significance level of 5 % and for the identification of sources of variation, when detected, was

used Tukey test. The average apparent digestibility coefficients for dry matter, protein, lipid

and ash of corn germ were 74.6, 83.16, 93.96 and 66.24%, respectively. For energy values

was found 85.59 and 77.88 % for diets containing 15 and 30% corn germ, respectively. There

was no statistical difference for most performance data, only the retention of protein in the

carcass was higher for the inclusion level of 10 % of the corn germ. From the results obtained

it can be inferred that the corn germ is not behind the performance losses for tilapia

production at this stage, even when completely replacing the whole corn.

Keywords: nutrition, fish, performance, waste, succedaneous, cages.

Dissertação elaborada e formatada conforme as

normas da publicação científica Journal of the

World Aquaculture Society. Disponível em:

<http://onlinelibrary.wiley.com/journal/10.111

1/(ISSN)1749-7345/>.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 9

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 10

TILAPICULTURA ................................................................................................................ 10

ALIMENTOS ALTERNATIVOS NA AQUICULTURA ......................................................... 11

Digestibilidade dos Alimentos .......................................................................................... 12

GÉRMEN DE MILHO .......................................................................................................... 14

Processamento e Obtenção .............................................................................................. 14

Valor Nutricional .............................................................................................................. 15

Ácido Fítico ...................................................................................................................... 18

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 19

Ensaio de Digestibilidade Aparente ..................................................................................... 19

Ensaio de Desempenho Produtivo ........................................................................................ 22

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 24

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 30

9

INTRODUÇÃO

Um dos maiores gargalos dos sistemas produtivos está relacionado ao alto custo com

alimentação dos animais. Na aquicultura a situação é semelhante, o que acaba proporcionando

uma busca constante por ingredientes alternativos, principalmente subprodutos das indústrias

de processamento animal e vegetal.

Vários alimentos têm sido investigados quanto ao valor nutricional e possibilidade de

substituição de ingredientes convencionais na composição das rações. O amplo conhecimento

do valor nutritivo destes alimentos é necessário, pois permite a complementação dos

nutrientes deficitários ou ausentes na composição das dietas, especialmente àqueles limitantes

ao crescimento animal, como aminoácidos, vitaminas e minerais. Bem como, substituir

eficientemente ingredientes convencionais de maior custo. Estes alimentos alternativos não

podem proporcionar efeitos negativos sobre o desempenho e saúde dos peixes, nem tão pouco

interferir na qualidade da água (Pezzato et al., 2009), portanto, os níveis ideais de inclusão

devem ser cuidadosamente avaliados.

Os peixes possuem grande facilidade em utilizar a proteína da dieta como fonte de

energia, liberando nitrogênio como produto do catabolismo proteico (Pezzato et al., 2004).

Logo, as rações precisam conter lipídeos e carboidratos, otimizando assim a utilização da

proteína e reduzindo a poluição ambiental pelas altas taxas de excreção de nitrogênio na água

(Hisano e Portz, 2007).

Um dos subprodutos que poderia ser utilizado para alimentação animal,

principalmente como fonte energética, é o gérmen de milho integral, derivado do

processamento do milho na indústria alimentícia humana. O milho é a principal fonte

energética da maioria das dietas animais, inclusive para algumas espécies de peixe, e

importante fonte de aminoácidos (Furuya et al., 2001). Possui estruturas bem definidas que

determinam sua composição nutricional. A membrana externa é a casca ou pericarpo, formada

em sua maioria por frações fibrosas. Na parte interna do grão é possível observar duas regiões

distintas: o endosperma e o gérmen (Brito et al., 2005a).

O gérmen representa de 10 a 14% do grão do milho e é um componente com elevado

teor de lipídeos (15 a 30%), proteína (10 a 18%), considerável conteúdo de amido (48,6%) e

minerais (Hernández, 1999). Este alimento já vem sendo estudado como sucedâneo do milho

em rações para monogástricos, principalmente para aves e suínos (Moreira et al., 2002;

10

Brunelli et al., 2006; Brunelli et al., 2010), porém para peixes as informações ainda são

incipientes. Algumas avaliações sobre a digestibilidade aparente dos nutrientes deste

ingrediente para tilápia já foram realizadas anteriormente (Pezzato et al., 2002, Vásquez-

Torres et al., 2010 e Dong et al., 2012), porém com grandes variações na composição

nutricional do gérmen de milho utilizado, principalmente em teor de lipídeos.

O crescimento da tilapicultura intensiva é dependente de rações nutricionalmente

balanceadas, que atendam as exigências dos animais. A habilidade da tilápia em aproveitar

lipídeos e carboidratos vegetais, principalmente o amido, como fonte de energia (Furuya et

al., 2010), a torna uma espécie potencial para utilização do gérmen de milho como uma de

suas fontes nutricionais.

Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o nível de inclusão do gérmen de milho

integral para tilápia do Nilo, em substituição ao milho, com base em valores de proteína e

energia digestíveis.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

TILAPICULTURA

A aquicultura se desenvolve de forma notória em relação à pesca no mundo todo. A

piscicultura, no Brasil, obteve um crescimento bastante importante entre os anos de 2007 e

2009 (60,2%) e grande parte deste aumento se deve a expansão da tilapicultura que teve um

aumento de 105% no mesmo período (MPA, 2011).

Foi a partir da década de 90 que o cultivo de tilápia alcançou novas perspectivas no

Brasil, com a implantação de técnicas de reprodução, melhorias no processo de reversão

sexual e aquisição de novas linhagens mais produtivas (Hisano e Portz, 2007).

A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é uma espécie de importância econômica e

compõem o grupo de peixes que mais cresce em termos de produção e comercialização em

diversos países e em vários sistemas de produção, principalmente em tanques-rede e viveiros

(Zimmermann e Fitzsimmons, 2004; Furuya et al. 2010).

O rápido crescimento em sistemas intensivos de produção, quando comparado a outras

espécies, é um dos pontos de destaque no cultivo da tilápia. Assim como sua habilidade de

reprodução natural em ambientes confinados, o sucesso com a reversão sexual (possibilitando

11

a obtenção de populações monossexo masculinas), as características organolépticas da sua

carne (que lhe permitem ampla aceitação pelo mercado consumidor), e a ausência das

espinhas em “Y” (possibilitando a obtenção de filés de grande funcionalidade industrial)

(Kubitza, 2000; Hussain, 2004; Furuya et al., 2010).

Esta espécie se alimenta em níveis primários da cadeia trófica quando em ambiente

natural. Filtradora e onívora, aceita grande variedade de alimentos e responde com a mesma

eficiência à ingestão de proteína de origem vegetal e animal (Furuya et al. 2010). São

resistentes a doenças, superpovoamentos e baixos teores de oxigênio dissolvido (Takishita et

al., 2009).

A tilápia, pelo seu papel econômico, tem um lugar de destaque nas investigações

científicas, sendo uma das espécies mais estudadas nos campos da nutrição, reprodução e

manejo. Quanto à nutrição se pode afirmar que o crescimento da tilapicultura intensiva é

dependente de rações nutricionalmente balanceadas, que atendam as exigências dos animais,

mas também precisam ser economicamente viáveis e ambientalmente corretas. E, por pensar

na sustentabilidade dos sistemas de produção que a pesquisa sobre avaliação de ingredientes

alternativos tem se intensificado, reduzindo a dependência das fábricas de rações por

alimentos convencionais e muitas vezes limitados.

ALIMENTOS ALTERNATIVOS NA AQUICULTURA

O ingrediente alvo dos estudos envolvendo sucedâneos é a farinha de peixe, alimento

de grande demanda na produção animal e principal componente proteico e fornecedor de

aminoácidos essenciais para nutrição de peixes (Furuya et al., 2010). Mas alguns cereais,

principalmente o milho, que é bastante procurado para alimentação humana, pode tornar-se

suscetível de pesquisas envolvendo alimentos alternativos. Pois, a baixa produção em

determinadas épocas do ano ou a obtenção de grãos de baixa qualidade, leva os fabricantes de

ração animal a investirem em substitutos, principalmente em coprodutos e subprodutos da

indústria de processamento.

A avaliação de alimentos alternativos é fundamental para o contínuo avanço da

aquicultura. E neste processo há componentes importantes que devem ser compreendidos

antes que se possa utilizá-los satisfatoriamente na formulação de dietas para organismos

12

aquáticos. O que inclui informações sobre a composição química, digestibilidade,

palatabilidade e funcionalidade do ingrediente avaliado (Glencross et al., 2007).

Conhecer o valor nutritivo dos alimentos é o primeiro passo na obtenção de rações

nutricionalmente completas. Porém, o conhecimento da capacidade de aproveitamento dos

nutrientes pelo peixe também é essencial, pois diversos fatores podem afetar a digestibilidade,

incluindo a aptidão fisiológica para assimilar os nutrientes (Pezzato et al. 2009).

A palatabilidade, combinação da atractabilidade e ingestão de uma ração, é outro fator

de grande relevância para alimentação e nutrição dos peixes. Pois, independentemente do alto

valor biológico e digestível do alimento, se ele reduz o consumo de ração, seja pela falta de

palatabilidade ou pela presença de fatores antinutricionais, então terá valor nutritivo limitado

(Glencross et al., 2007).

Muitas vezes, mesmo contendo características organolépticas pouco favoráveis,

fatores antinutricionais ou alto teor de fibras, alguns alimentos podem ser utilizados em níveis

de inclusão menores, o que torna muito importante os ensaios de substituição de ingredientes

ao se avaliar um alimento sucedâneo.

Na busca de alimentos alternativos, para viabilização das substituições, outros fatores

também precisam ser analisados, como a pronta disponibilidade do ingrediente, baixo custo,

fácil manuseio, transporte e estocagem (Gatlin III et al., 2007). Entre estes ainda podemos

citar sua funcionalidade no processamento das rações, como na extrusão, já que alguns

ingredientes podem dificultar o processo de expansão do amido reduzindo a estabilidade dos

grânulos na água.

Digestibilidade dos Alimentos

A digestibilidade de uma dieta é definida como a habilidade com que o animal digere

e absorve os nutrientes e a energia contidos no alimento (Andrigueto et al., 1990), ou seja, ela

descreve a fração nutricional e energética que não é excretada nas fezes (NRC, 2011).

Cada espécie tem uma aptidão fisiológica própria para aproveitar os alimentos, e

fatores como as condições ambientais; quantidade, qualidade e proporção relativa dos

nutrientes e processamento do alimento podem interferir neste processo (Pezzato et al., 2004).

13

Estudos de digestibilidade são fundamentais para formulação de dietas nutricional,

econômica e ambientalmente eficientes (Fracalossi et al., 2012). E podem ser realizados de

por dois métodos nos peixes in vivo: direto e indireto.

Pelo método direto, há a coleta total das fezes, geralmente através do uso de gaiola

metabólica e alimentação forçada do peixe, e a digestibilidade é calculada pela quantidade

total de alimento ingerido e fezes produzidas (Glencross et al., 2007).

Já o método indireto envolve o uso de indicador inerte na dieta e permite a

alimentação voluntária e coleta parcial das fezes (Fracalossi et al., 2012). O marcador pode

ser interno, quando é um componente naturalmente presente na dieta (fibra bruta, por

exemplo), ou e externo, quando é uma substância inerte que passa uniformemente pelo

aparelho digestório (óxido de cromo III, polietileno, cinzas insolúveis em ácido, entre outros)

(Pezzato et al., 2004).

Os dados obtidos, pelos dois métodos, são de digestibilidade aparente e não

verdadeira, já que a presença de material endógeno ou metabólico nas fezes é de difícil

aferição, porém, estima-se que a contribuição desses materiais seja pequena, não interferindo

nas práticas de alimentação (NRC 2011).

A forma de coleta das fezes no método indireto pode ser realizada de várias maneiras,

podendo ser colhidas diretamente do peixe (sucção anal, dissecação do intestino e extrusão

por pressão abdominal) ou por sedimentação na água (Fracalossi et al., 2012).

Para as coletas por sedimentação, foi desenvolvido por Cho e Slinger (1979) o sistema

Guelph, que se destacou pela praticidade e tem sido usada por diversos pesquisadores com

algumas modificações. Trata-se basicamente de um conjunto de aquários, interligados, com

fluxo continuo de água, fundo inclinado para facilitar a coleta de fezes e uma coluna externa

para concentração deste material (Pezzato et al., 2004).

Todo alimento passível de integrar a dieta de qualquer espécie precisa, logo a após a

análise de composição bromatológica, passar pela análise de digestibilidade, para que seus

níveis de inclusão supram realmente as exigências nutricionais requeridas. Um ensaio de

desempenho, após a digestibilidade, vai propiciar conhecimento sobre o nível adequado de

inclusão de qualquer ingrediente alternativo a ser avaliado.

Nestes ensaios várias variáveis respostas podem ser coletadas, envolvendo

principalmente crescimento, eficiência na utilização do alimento e sobrevivência. O

crescimento é a medida de maior aplicabilidade em sistemas de produção, pois tem grande

relação com produção e lucratividade (Fracalossi et al., 2012).

14

GÉRMEN DE MILHO

Processamento e Obtenção

O milho é um cereal cultivado nas mais diversas regiões brasileiras e em diferentes

sistemas de produção. É utilizado para consumo humano e principalmente para confecção de

ração animal (70 a 85%), tanto no país quanto aquele destinado a exportação (Landau et al.,

2011). Sua utilização na alimentação animal em 2011, no Brasil, foi da ordem de 36.678.448

toneladas, dos quais aproximadamente 93% foram destinados à nutrição de frangos,

poedeiras, suínos, gado leiteiro e gado de corte. Outros 7% foram direcionados a alimentação

de outros animais de interesse zootécnico, incluído aqueles da piscicultura, que tiveram neste

período uma demanda de aproximadamente 500 mil toneladas de ração (Sindicato Nacional

da Indústria de Alimentação Animal, 2012).

Classificado como alimento concentrado energético, o milho é, assim como diversos

outros ingredientes de origem vegetal, eficientemente utilizado pela tilápia do Nilo,

caracterizando-se como um alimento comum em rações para esta espécie e também para uma

série de outros organismos aquáticos.

O grão de milho é formado por quatro estruturas principais, o endosperma, gérmen,

pericarpo e ponta, os quais diferem largamente em composição química. O endosperma

concentra a maior parte do amido e é onde se encontra os pigmentos carotenoides que

conferem cor ao grão; o gérmen possui a maior fração lipídica; o pericarpo é uma camada de

células que protege contra a umidade e ataque de insetos, fungos e outros microrganismos; e a

ponta é o ponto de fixação do grão ao sabugo (Delcour e Hoseney, 2010).

Na indústria de beneficiamento do milho para produção de alimento e outros produtos

existem basicamente dois processos (Figura 1): a moagem por via seca, que não requer muita

tecnologia e gera produtos de menor valor agregado, e a moagem por via úmida, requer ampla

aplicação tecnológica e é realizado por grandes empresas (Cardoso et al., 2011).

A partir do processamento origina-se uma série de produtos e coprodutos destinados

aos mais variados segmentos industriais, servindo à alimentação humana, ao setor têxtil,

farmacêutico, químico, papeleiro e produção de biocombustível (Paes, 2006). E há também

alguns subprodutos, como farelo de glúten de milho e água de maceração, com alto conteúdo

de proteína, e o gérmen de milho integral ou desengordurado, com características energéticas

(Lima e Ludke, 2011), com potencial para inclusão na alimentação animal.

15

Figura 1. Fluxograma de processamento do milho por via seca e úmida.

Adaptado de Cardoso et al. (2011).

Valor Nutricional

O gérmen de milho se destaca em relação ao milho integral em teor de lipídeos,

proteína bruta e proteína digestível para tilápias. Porém, pode-se destacar valores inferiores de

digestibilidade da matéria seca e energia, além de um conteúdo de amido menor e maiores

teores de fibra bruta (Tabela 1).

16

Tabela 1. Valor nutricional do milho integral e do gérmen de milho (base na matéria natural).

Nutriente/Energia Milho, grão

1,2,3

Milho, gérmen

desengordurado 2

Milho, gérmen

integral 3

Milho, gérmen

integral 4

Matéria seca (MS) (%)

87,50 89,10 89,71 99,7

MS Digestível 57,12 48,60 --- 45,6

Extrato Etéreo (%)

1,01 9,6 8,5

Energia Bruta kcal.kg

-1

3826 4924 4250 6084

Energia Digestível 2901 2153 --- 3352

Proteína Bruta (%)

8,36 10,18 10,38 19,44

Proteína Digestível 7,47 8,83 --- 15,09

Fibra bruta (%)

1,73 --- 4,48 ---

Amido 62,66 --- 48,56 --- 1Furuya et al. (2001);

2Pezzato et al. (2002);

3Rostagno et al. (2011);

4Vásquez-Torres et al. (2010).

A fração fibra bruta dos alimentos está relacionado a matéria vegetal não digerível

como a celulose, hemicelulose, lignina, pentosanas e outros carboidratos complexos (NRC,

2011). Este elevado teor de fibra contido no gérmen de milho pode se apresentar como um

fator limitante aos altos níveis de inclusão nas dietas, pois esta fração interfere na motilidade

do trato gastrointestinal dos animais, exercendo influência na velocidade do trânsito do bolo

alimentar, na digestibilidade das rações e no desempenho produtivo (Lanna et al., 2004).

O aumento dos níveis de fibra bruta em rações para alevinos de tilápia pode causar

decréscimo da velocidade de passagem da digesta (Meurer et al., 2003) e o tempo que o

alimento permanece no trato digestivo influenciará na eficiência de digestão e absorção dos

nutrientes.

O amido, encontrado em menor quantidade no gérmen de milho comparativamente ao

milho integral, além de ser uma fonte de energia barata e relativamente bem utilizada pela

tilápia (Pezzato et al., 2002) é requerido em quantidade mínima para que ocorra o processo de

extrusão dos grânulos de ração. O que pode vir a apresentar-se como um problema no

processamento das dietas.

Porém, apesar dos valores mais altos de fibra e menores de amido, o gérmen de milho

se destaca pela melhor digestibilidade da proteína e maior concentração de todos os

aminoácidos essenciais (Tabela 2).

17

Tabela 2. Conteúdo total de aminoácidos essenciais (incluindo cistina e tirosina) no milho integral e gérmen de

milho (base na matéria natural).

Aminoácidos (%) Milho, grão 1,2

Milho, gérmen integral 3

Arginina 0,38 0,65

Histidina 0,23 0,31

Isoleucina 0,23 0,33

Leucina 0,86 0,90

Lisina 0,20 0,45

Metionina 0,12 0,19

Metionina+Cistina 0,24 0,41

Fenilalanina 0,38 0,43

Fenilalanina+Tirosina 0,68 0,71

Treonina 0,26 0,39

Triptofano 0,04 0,11

Valina 0,33 0,50 1Furuya et al. (2001);

2Gonçalves et al. (2009);

3Rostagno et al. (2011)

Dong et al. (2010) em um estudo sobre alimentos alternativos disponíveis na China e

sua digestibilidade aparente para tilápias híbridas, encontraram para o gérmen de milho local

(baixa gordura) valores altos de digestibilidade para a maioria dos aminoácidos essenciais

(Tabela 3). Porém, o ingrediente utilizado por eles continha maior teor de proteína bruta, e

consequentemente aminoácidos, que aquele descrito por Rostagno et al. (2011) (Tabela 2).

Tabela 3. Conteúdo de nutrientes no gérmen de milho para juvenis de tilápias híbridas (base na matéria natural).

Nutriente (%) Total Digestível

Matéria Seca 91,84 59,14

Cinzas 2,60 2,56

Proteína Bruta 16,88 16,78

Extrato Etéreo 2,87 2,14

Aminoácidos (%)

Arginina 1,00 1,00

Histidina 0,48 0,46

Isoleucina 0,49 0,47

Leucina 1,39 1,36

Lisina 0,69 0,68

Metionina 0,18 0,18

Cistina 2,93 2,91

Fenilalanina 0,67 0,66

Tirosina 0,47 0,45

Treonina 0,65 0,63

Valina 0,85 0,83

Fonte: Dong et al. (2010).

18

Outro fato interessante em relação ao gérmen de milho é que por se tratar do ponto

onde germinará a planta, além de concentrar a maior parte dos lipídeos, ele também acumula

grande parte da matéria mineral do grão (Tabela 4).

Tabela 4. Conteúdo total de minerais no milho integral e gérmen de milho (base na matéria natural).

Minerais Milho, grão 1,2

Milho, gérmen

integral 2

Magnésio (%) 0,09 0,31

Manganês (mg.kg-1

) 5,30 19,60

Ferro (mg.kg-1

) 23,50 116,40

Cobre (mg.kg-1

) 2,10 10,00

Zinco (mg.kg-1

) 21,50 45,90

Selênio (mg.kg-1

) 0,07 0,10

Enxofre (g.kg-1

) 5,30 2,20

Potássio (%) 0,29 0,62

Sódio (%) 0,02 0,02

Cloro (%) 0,06 0,08

Cálcio (%) 0,03 0,04

Fósforo total (%) 0,20 0,51

Fósforo disponível (%) 0,11 0,19 1Gonçalves et al. (2007);

2Rostagno et al. (2011)

Ácido Fítico

Muitos ingredientes de origem vegetal possuem componentes que têm efeito negativo

sobre o consumo e utilização dos nutrientes quando adicionados às rações, são os chamados

fatores antinutricionais. Dentre estes fatores podemos destacar o ácido fítico ou mioinositol

hexafosfato, substância antioxidante, que é encontrado principalmente na porção do gérmen

no milho (Bohn et al., 2008).

O ácido fítico é o componente primário de estocagem de fósforo nas sementes,

representando até 80% do total de fósforo e contribuindo com aproximadamente 1,5% do

peso seco da semente, e tem como função primária estocar fosfatos como fonte de energia e

antioxidante para a germinação da semente (Raboy, 2003).

O valor médio deste composto encontrado para o gérmen de milho integral é de 4,87%

(Fukuji et al., 2008). Ele tem a propriedade de induzir a quelação de minerais, com alta

afinidade pelos cátions polivalentes como cálcio, ferro, zinco, cobre e manganês (Jariwalla et

al., 1990), podendo afetar a biodisponibilidade destes minerais.

19

Mas esta ação sequestrante de minerais também tem sido descrita como benéfica em

alguns casos, como na diminuição da toxicidade por metais pesados (Minihane e Rimbach,

2002) e dos níveis de colesterol e triglicérides no plasma (Jariwalla et al., 1990).

Ainda, o potencial para inibição da oxidação lipídica deste composto, pode ter efeito

positivo sobre a vida de prateleira de produtos com maior teor de gordura. Harbach et al.

(2007) encontraram uma inibição substancial da oxidação lipídica da carne de suínos com a

adição de 40% de gérmen de milho na dieta e isto sem acarretar prejuízos de desempenho

produtivo.

MATERIAL E MÉTODOS

Ensaio de Digestibilidade Aparente

O ensaio de digestibilidade foi realizado no Laboratório de Digestibilidade do Grupo

de Estudos de Manejo em Aquicultura – GEMAq, da Universidade Estadual do Oeste do

Paraná, Campus de Toledo-PR.

Foram utilizadas 12 tanques de digestibilidade com forma afunilada e tubo coletor de

fezes na extremidade inferior (sistema de Guelph modificado), onde se distribuiu

aleatoriamente 270 juvenis de tilápia (Oreochromis niloticus) com peso inicial de

aproximadamente 61,25±1,5g. Seis destes tanques tinham capacidade de 150 litros e os outros

seis de 300 litros de água, e receberam respectivamente 15 e 30 peixes cada. Estes foram

providos de sistema de aeração constante por meio de sopradores de ar e abastecimento com

água aquecida a 28,5±0,4 °C. O oxigênio dissolvido foi mantido a 5,47±0,51 mg.L-1

, o pH a

7,65±0,32 e a condutividade elétrica a 94,87±5,63 μS.cm-1

(aferição diária) durante o período

experimental.

Para evitar a possível influência do tamanho diferenciado dos tanques de

digestibilidade, o delineamento experimental escolhido foi o aleatório em blocos, com dois

blocos, três tratamentos e quatro repetições (Figura 2).

20

Figura 2. Delineamento experimental do ensaio de digestibilidade do gérmen de milho.

Uma ração referência prática foi elaborada de maneira a suprir as exigências

nutricionais da tilápia. A partir desta, outras duas rações teste foram compostas contendo 15 e

30% de inclusão do gérmen de milho integral em 85 e 70% da ração referência (Tabela 5).

Foram usados dois níveis de gérmen para verificar se o teor de fibra bruta não exerceria

influência sobre a digestibilidade de algum componente nutricional. O óxido de crômio III

(Cr2O3) foi utilizado como indicador inerte na proporção de 0,1%.

Tabela 5. Composição da dieta referência e do gérmen de milho utilizado nas dietas teste.

Ingredientes (%) Nutrientes (%) e Energia (Mcal.kg-1

) Gérmen de Milho (Base na MS)

Soja, Farelo 48% 33,24

Amido 30,00

Matéria Seca 91,62

Milho, Grão 31,36

Cálcio 1,13

Proteína Bruta 8,13

Arroz, Quirera 10,00

Energia Digestível 3,04

Extrato Etéreo 10,14

Peixe, Farinha 55% 10,00

Fibra Bruta 2,96

Fibra Bruta 5,10

Trigo, Farelo 7,26

Fósforo Total 1,00

Cinzas 2,24

Vísceras Aves, Farinha 6,16

Gordura 3,30

Energia 3,55

Premix* 1,00

Lisina Total 1,70

Fosfato Bicálcico 0,45

Metionina Total 0,54

Sal 0,30

Proteína Bruta 29,73

Antifúngico**

0,20

Treonina Total 1,19

Antioxidante***

0,02 *Premix = Suplemento mineral e vitamínico;

**Ácido propiônico;

***BHT = Butil hidroxitolueno.

21

Os ingredientes foram finamente moídos em moinho do tipo martelo (peneira de 0,5

mm), misturados até homogeneização e umedecidos (18% umidade). A seguir as dietas foram

processadas por meio da extrusão (extrusora Ex-Micro®).

Os peixes foram alimentados cinco vezes ao dia (8:00, 11:00, 14:00, 17:00 e 19:00) a

vontade. A limpeza dos tanques foi feita duas vezes ao dia, 30 minutos após a última

alimentação do dia e pela manhã após a coleta das fezes, com renovação de 50% do volume

de água.

Após um período de adaptação de sete dias as instalações e a dieta, deu-se início a

coleta de fezes, que foi realizada diariamente, pela manhã, 12 horas após a última

alimentação, durante um período de 15 dias. As amostras coletadas de cada tanque foram

armazenadas a -20ºC e posteriormente secas em estufa de ventilação forçada a 55ºC por 72

horas e moídas para análise de conteúdo de óxido de crômio.

As análises de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo, matéria mineral e conteúdo

de crômio da dieta referência, dieta teste e fezes foram realizadas no Laboratório de Análises

Bromatológicas e Laboratório de Nutrição e Saúde de Organismos Aquáticos (AquaNutri), da

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP, Botucatu. O conteúdo de óxido de

crômio foi determinado, após digestão nitroperclórica das amostras, pelo método

colorimétrico da s-difenilcarbazida (Graner, 1972).

O coeficiente de digestibilidade aparente da proteína, lipídeo, matéria mineral e

matéria seca do gérmen de milho foi calculado com base no teor de óxido de crômio das

rações e das fezes, de acordo com Pezzato et al. (2002):

em que, Da(n) = digestibilidade aparente; Cr2O3R = % de óxido de crômio na dieta; Cr2O3F = %

de óxido de crômio nas fezes; NF = % nutriente nas fezes; ND = % nutrientes na dieta.

em que, CDA(Ing) = coeficiente de digestibilidade aparente do ingrediente; CD(DT) =

coeficiente de digestibilidade aparente da dieta com o gérmen de milho; CD(RR) = coeficiente

CDa(Ing) =

CD(DT) - b * CD(DR)

a

Da(n) = 100 – 100 x

%Cr2O3D %NF

%Cr2O3F %ND

22

de digestibilidade aparente da dieta referência; b = porcentagem da dieta referência; a =

porcentagem do gérmen de milho.

Os valores de digestibilidade aparente encontrados para matéria seca, proteína, lipídeo

e matéria mineral do gérmen de milho nas dietas com 15 e 30% de inclusão foram submetidos

à análise de variância de efeitos principais a um nível de significância de 5%, com a

checagem dos pressupostos de normalidade dos resíduos pelo teste de Shapiro-Wilk e

homocedasticidade de variância pelo teste de Levene.

Ensaio de Desempenho Produtivo

O ensaio de desempenho produtivo foi realizado no Centro de Difusão e

Desenvolvimento Tecnológico para o Rio Iguaçu (CDT-Iguaçu), na área aquícola do

reservatório da Usina Hidroelétrica Governador José Richa (Salto Caxias), localizada no

Município de Boa Vista da Aparecida, Paraná.

Em um sistema de cultivo em 16 tanques rede (volume de 350 litros cada) foram

distribuídos aleatoriamente 320 alevinos de tilápia do Nilo, revertidos sexualmente, com

valores médios de peso de 15,7±0,2 g, de comprimento total de 9,18±0,51cm e comprimento

padrão de 7,19±0,44 cm.

As variáveis limnológicas se mantiveram relativamente estáveis durante o período

experimental, dentro da faixa de conforto e máxima produtividade da espécie (Boyd, 1990;

El-Sayed, 2006). O valor médio de temperatura foi 30,4 ± 0,75 ºC (aferição diária), de

oxigênio dissolvido 6,56 ± 0,55 mg.L-1

, de pH 7,99 ± 0,69 e de condutividade elétrica 6,8 ±

0,14 μS.cm-1

(aferição semanal para os três últimos itens).

Para evitar a possível influência de fatores ambientais, o delineamento experimental

escolhido foi aleatório em blocos, com quatro tratamentos e quatro repetições (Figura 2). Os

tratamentos foram alocados dentro de cada bloco de forma randômica, com 20 peixes

formando cada unidade experimental.

Figura 3. Delineamento experimental com a distribuição dos tratamentos (0, 10, 20 e 30% de inclusão de

gérmen de milho).

23

Foram elaboradas quatro dietas experimentais, uma controle (sem a inclusão do

gérmen de milho) e outras três contendo 10, 20 e 30% de inclusão do gérmen de milho

integral (Tabela 6) em substituição ao milho.

Os ingredientes foram finamente moídos em moinho do tipo martelo (peneira de 0,5

mm), misturados até homogeneização e umedecidos (20% umidade). A seguir as dietas foram

processadas por meio da extrusão (extrusora Ex-Micro®).

As exigências nutricionais foram baseadas nos valores estimados para tilápias na fase

de pós-reversão sexual até 100 g, conforme descrito nas tabelas brasileiras para nutrição de

tilápias (Furuya et al., 2010).

O arraçoamento foi feito ad libitum, quatro vezes ao dia (8, 11, 14 e 17 horas) por um

período experimental de 63 dias.

Tabela 6. Fórmula das dietas experimentais.

Ingredientes (%) Tratamento

Controle 10 20 30

Milho, gérmen 0,00 10,00 20,00 30,00

Milho, grão 18,75 12,50 6,25 0,00

Soja, Farelo 28,59 28,66 28,73 28,80

Arroz, quirera 15,00 15,00 15,00 15,00

Peixe, Farinha 15,00 15,00 15,00 15,00

Vísceras, Farinha 7,00 7,29 7,58 7,88

Trigo, Farelo 14,03 9,35 4,68 0,00

Óleo de soja 0,00 0,60 1,20 1,80

Premix* 1,00 1,00 1,00 1,00

Calcário 0,0770 0,0513 0,0257 0,00

L-Lisina 0,0446 0,0291 0,0145 0,00

DL-Metionina 0,0055 0,0037 0,0018 0,00

Antifúngico 0,20 0,20 0,20 0,20

Antioxidante 0,02 0,02 0,02 0,02

Sal 0,30 0,30 0,30 0,30

Energia (kcal kg-1

) ou Nutriente (%)

Amido 30,67 30,24 29,83 29,41

Energia Digestível 3.107,2 3.083,7 3.059,7 3.036,0

Gordura 3,57 4,80 6,00 7,22

Proteína Bruta 30,52 30,43 30,35 30,27

Proteína Digestível 26,81 26,87 26,81 26,81

Fibra Bruta 3,59 3,50 3,42 3,33

Cálcio 1,37 1,37 1,37 1,37

Fósforo total 1,12 1,12 1,12 1,12

Lisina 1,80 1,80 1,80 1,80

Metionina 0,60 0,60 0,60 0,60

Treonina 1,22 1,22 1,23 1,23 *Premix = Suplemento mineral e vitamínico.

As análises de composição bromatológica dos peixes (inicial e final) foram realizadas

no Laboratório de Qualidade de Alimentos (LQA) da Universidade Estadual do Oeste do

Paraná, conforme as técnicas descritas pelo Instituto Adolfo Lutz (2008). Os métodos

utilizados foram a secagem direta para umidade, extração em Soxlet com éter de petróleo para

24

extrato etéreo, método de Kjeldhal para determinação de proteína e incineração em mufla para

a quantificação das cinzas, com amostras em triplicata.

Ao final do período experimental, após um jejum prévio de 24 horas, os peixes foram

capturados e anestesiados em solução de benzocaína a 190 mg.L-1

(Okamura et al., 2010).

Todos os animais foram pesados (g) e medidos (cm) quanto ao comprimento total e padrão.

Uma amostra de 25% de cada unidade experimental foi sacrificada para determinação do peso

do fígado, da gordura visceral, da carcaça eviscerada e para análises de composição

bromatológica.

A partir dos dados acima foram calculados os valores de ganho de peso médio, taxa de

crescimento específico, fator de condição de Fulton, conversão alimentar aparente,

rendimento de carcaça, índice hepatossomático e índice de gordura viscerossomática.

Também foram determinados valores de sobrevivência dentro de cada unidade experimental.

Com a obtenção dos valores de composição corporal em proteína e lipídeos após

análise bromatológica, foram calculados ainda o valor de retenção de energia bruta aparente

((ganho de energia corporal/total de energia ingerida)*100) e o valor produtivo de proteína

aparente ((ganho de peso em proteína corporal/total de proteína ingerida)*100) (WILSON,

2002).

Para o cálculo do valor de energia bruta retida foi considerado que a cada 1,0 g de

proteína na carcaça equivale a 5,7 kcal de energia e cada 1,0 g de gordura a 9,5 kcal de

energia bruta (Steffens, 1989).

As variáveis encontradas foram submetidas à análise de variância de efeitos principais

a um nível de significância de 5%, com a checagem dos pressupostos de normalidade dos

resíduos pelo teste de Shapiro-Wilk e homocedasticidade de variância pelo teste de Levene.

Para identificar as fontes de variação detectadas foi utilizado o teste de comparação múltipla

de médias de Tukey.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não foi verificada diferença estatística entre os coeficientes de digestibilidade das

dietas contendo 15 e 30% de gérmen de milho, para os nutrientes analisados. Apenas os

valores de energia foram afetados pelo nível de inclusão deste ingrediente (Tabela 7).

25

Tabela 7. Coeficientes de digestibilidade aparente do gérmen milho integral.

Nutriente (%) Gérmen de Milho (%)

15 30 p valor*

Proteína 81,88±3,9 84,44±4,7 0,680239

Lipídeo 92,41±4,2 95,51±0,8 0,169548

Energia 85,59±2,8a 77,88±1,4

b 0,005559

Matéria Seca 73,67±4,0 75,52±2,7 0,409278

Matéria Mineral 66,88±4,2 65,59±1,4 0,821858

Médias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,05).

A inclusão crescente do gérmen de milho aumenta proporcionalmente ao teor de fibra

bruta na dieta, o que pode afetar negativamente a digestibilidade da fração energética deste

ingrediente.

Os coeficientes de digestibilidade encontrados neste estudo para proteína são

condizentes com os descritos por Pezzato et al. (2002) que observaram um valor de 86,8% em

um gérmen de milho de baixo teor de lipídeos. Porém, são ligeiramente superiores aos

descritos por Vásquez-Torres et al. (2010) (77,6%) em testes com gérmen de milho de maior

conteúdo proteico (Tabela 8). Estas diferenças podem estar relacionadas ao tipo de

processamento pelo qual foi obtido o ingrediente, que faz com que existam diferenças de

composição nutricional.

Tabela 8. Coeficientes de digestibilidade aparente do gérmen de milho para peixes encontrados na literatura.

Matéria Seca Proteína Bruta Lipídeos Matéria Mineral Energia

54,5 86,8 -- -- 74,9 Pezzato et al. (2002)

45,7 77,6 -- -- 55,1 Vásquez-Torres et al. (2010)

64,4 99,4 74,6 98,6 71,50 Dong et al. (2012)

74,6 83,16 93,96 66,24 77,88 e 85,59* Este estudo

*15 e 30% de inclusão de gérmen de milho integral respectivamente.

Os valores de matéria seca digestível do gérmen são mais elevadas que aquelas

encontradas por Furuya et al. (2001) e Pezzato et al. (2002) para o milho. Já os valores de

proteína digestível são menores (Tabela 9).

Apesar do menor conteúdo de proteína digestível, o gérmen de milho possui maior

conteúdo de aminoácidos e lipídeos que o milho (Furuya et al., 2001; Pezzato et al., 2002;

Gonçalves et al., 2009; Rostagno et al., 2011). O alto teor de fibra pode ser um limitante de

26

altas inclusões deste ingrediente em dietas para tilápia, entretanto o maior conteúdo de

aminoácidos importantes como a lisina e a metionina permite a redução de alimentos

proteicos na composição das rações.

Tabela 9. Comparativo do valor nutricional do milho e gérmen milho integral.

Nutriente/Energia Milho, grão 1, 2, 3

Milho, gérmen*

Matéria seca (MS) (%)

87,50 91,62

MS Digestível 57,12 68,34

Lipídeo Total (%)

3,65 10,14

Lipídeo Digestível -- 9,53

Proteína Bruta (%)

8,36 8,13

Proteína Digestível 7,47 6,76

Matéria Mineral Total (%)

1,27 2,24

Matéria Mineral Digestível -- 1,48

Fibra Bruta (%) 1,73 5,10

Energia Bruta Mcal.kg-1

3,83 3,55

Energia Digestível Mcal.kg-1

2,90 2,77 a 3,04**

1Furuya et al. (2001);

2Pezzato et al. (2002);

3Rostagno et al. (2011);

*Estudo atual.

**30 e 15 % de inclusão de

gérmen de milho integral respectivamente.

Neste estudo, para as variáveis de desempenho produtivo, não foram encontradas

diferenças estatísticas significativas nos diferentes níveis de inclusão do gérmen de milho na

dieta (Tabela 10).

Tabela 10. Valores médios de desempenho de tilápia do Nilo em função do nível de inclusão do gérmen de

milho.

Variável Dietas (%)

p valor CV (%) 0 10 20 30

Peso Inicial (g) 15,8 15,7 15,8 15,7 0,656 1,24

Ganho de Peso Médio (g) 82,83 90,26 82,67 86,32 0,390 8,30

Rendimento Corporal (%) 89,76 89,89 89,99 90,21 0,825 0,97

Taxa de Crescimento específico (%) 2,91 3,03 2,91 2,97 0,288 3,52

Fator de Condição (%) 2,04 2,11 2,08 2,05 0,344 3,57

Conversão Alimentar Aparente 1,20 0,98 1,12 1,20 0,108 12,31

Índice Hepatossomático (%) 0,83 0,77 0,80 0,94 0,624 15,99

Índice de Gordura Viscerossomática (%) 2,39 2,33 2,14 2,18 0,814 11,24

Sobrevivência (%) 88,75 90,0 96,25 86,25 0,151 6,85

Estudos envolvendo a inclusão do gérmen de milho em dietas para peixes ainda são

escassos na literatura. Para outras espécies de monogástricos existem estudos de inclusão

27

deste ingrediente, porém a maioria utiliza o farelo de gérmen de milho desengordurado, que é

um produto nutricionalmente diferente do gérmen de milho integral, principalmente em teores

de energia (Brito et al. 2005b).

Estudos sobre inclusão de gérmen de milho desengordurado para galinhas poedeiras

de 28 a 44 semanas de idade, mostraram que níveis de até 21,2% na dieta não prejudicam a

conversão alimentar e as características de coloração dos ovos (Brunelli et al., 2010). Já para

frangos de corte, Brunelli et al. (2006) destacaram uma inclusão de até 20% deste ingrediente

sem comprometer desempenho produtivo e características de carcaça. Valores semelhantes de

inclusão foram encontrados por Brito et al. (2005a) para frangos de corte, (22,5%) utilizando

no entanto o gérmen de milho integral. Neste experimento, o gérmen de milho foi capaz de

substituir o milho, até o nível de 30% de inclusão, sem influenciar negativamente o

desempenho produtivo de alevinos de tilápia.

A avaliação da análise bromatológica dos peixes ao final do experimento demonstrou

diferença estatística no conteúdo de proteína bruta na carcaça (Tabela 11). Os peixes que

receberam dietas contendo 10% de inclusão do gérmen de milho apresentaram maior

percentual de proteína bruta. A dieta controle teve o menor valor deste nutriente e as demais

(20 e 30%) não diferiram estatisticamente entre si.

Tabela 11. Composição bromatológica de carcaças de tilápias do Nilo alimentadas com dietas contendo

diferentes níveis de inclusão do gérmen de milho (base na matéria natural).

Variável (%) Tratamentos (%)

p valor CV (%) Amostra Inicial 0 10 20 30

Umidade 74,94 73,75 73,09 73,77 73,14 0,892079 1,73

Lipídeos Totais 6,01 6,80 7,09 7,03 7,25 0,643664 5,63

Proteína Bruta 14,48 15,09b 16,88

a 15,22

ab 15,73

ab 0,042820 5,95

Matéria Mineral 3,44 4,08 3,93 4,56 4,49 0,061889 8,6

Médias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,05). CV = Coeficiente de variação.

O valor produtivo da proteína (VPP), que indica quanto da proteína bruta consumida

na dieta foi convertida em proteína corporal, variou de 43,05% a 63,44% (Figura 4). O grupo

de peixes que recebeu a dieta com nível de inclusão de 10% do gérmen de milho foi mais

eficiente na deposição de proteína corporal, obtendo valor mais elevado de VPP. Isto significa

que para estes peixes, a cada 1 g de proteína ingerida resultou em um incremento de 0,63 g de

proteína no corpo, e deste modo, os outros 0,37 g ingeridas foram utilizados para produção de

energia, deposição de gordura e/ou foram parcialmente excretadas com as fezes.

28

A retenção de energia bruta (REB), que está relacionada ao quanto da energia bruta

presente na dieta é convertida em energia bruta corporal, variou de 30,54% a 45,5% (Figura

4). Os peixes que receberam a dieta contendo 10% de inclusão do gérmen de milho se

mostraram superiores para esta variável. Os demais tratamentos não diferiram entre sim

estatisticamente.

VPP

REB0 10 20 30

Nível de inclusão de gérmen de milho (%)

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

(%)

a

bb

b

Figura 4. Valor produtivo de proteína (VPP) e retenção de energia bruta (REB) em função do nível de inclusão

do gérmen de milho na dieta de alevinos de tilápia do Nilo (p valor de 0,000275 e 0,000035 para VPP e REB

respectivamente).

O valor energético do gérmen de milho é inferior ao do milho integral, o que levou a

necessidade da correção energética das dietas experimentais com a adição do óleo de soja,

gerando assim variações no conteúdo de lipídeos totais (tabela 5). Esta diferença pode ser

responsável em partes pelo efeito na composição corporal, com diferença no teor de proteína

entre os peixes que receberam as dietas contendo os diferentes níveis de inclusão do gérmen

de milho, e consequentemente nos valores de retenção de energia bruta e valor produtivo de

proteína. Boscolo et al. (2004) relatam um aumento linear do rendimento do filé da tilápia

com o aumento do teor de lipídeos na dieta, até uma inclusão de 5,9%, sem afetar a

porcentagem de gordura corporal e desempenho dos peixes.

29

CONCLUSÃO

Os coeficientes de digestibilidade aparente médios do gérmen de milho para matéria

seca, proteína, lipídeo e matéria mineral foram 74,6; 83,16; 93,96 e 66,24%, respectivamente.

A digestibilidade da energia é influenciada pelo nível de inclusão deste ingrediente, sendo

maior para o nível de inclusão de 15% (CDA = 85,59%). O gérmen de milho integral pode

substituir completamente o milho integral em dietas para alevinos de tilápia do Nilo. O valor

de negociação e a disponibilidade sazonal e regional podem ser a única limitação a sua

inclusão nas rações para tilapicultura.

30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Andrigueto, J. M., L. Perly, I. Minardi, A. Gemeal, J. S. Fleming, G. A. Souza e A. Bona Filho.

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