UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO.

EDUCAÇÃO DO CAMPO.DOCENTE: LUDMILA CAVALCANTE

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Maior movimento social popular organizado do Brasil.

Lutar pela terra, pela Reforma Agrária e pela construção de uma sociedade mais justa, sem explorados nem exploradores.

Reunião de vários movimentos populares de luta pela terra.

O MST teve sua gestação no período de 1979 a 1984 - Primeiro Encontro Nacional de Trabalhadores Sem Terra.

21 a 24 de janeiro de 1984, em Cascavel, no estado do Paraná.

23 estados - e segue com os mesmos objetivos definidos em 84 e ratificados no I Congresso Nacional realizado em Curitiba, em 1985.

Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul

Sem Terra - um novo sujeito social que participa ativamente da luta de classes, com sua identidade e seu nome próprio.

identidade, herança, memória histórica, cultura de luta e de contestação social. Chamados hoje: lutadores do povo

Construir uma sociedade sem exploradores e na qual o trabalho tenha supremacia;

Colocar a terra a serviço de toda a sociedade, visto que é um bem de todos;

garantir trabalho a todos, com justa distribuição da terra, da renda e das riquezas;

Buscar permanentemente a justiça social e a igualdade de direitos econômicos, políticos, sociais e culturais;

Difundir os valores humanistas e socialistas nas relações sociais;

Combater todas as formas de discriminação igualitária da mulher (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, 2001).

Acampamento; Ocupação de fazendas, sedes de

organismos públicos e de multinacionais; Distribuição de plantações

transgênicas; Marchas; Greves de fome e outras ações políticas.

A questão da função social da terra está no inciso XXIII do artigo 5.º e nos artigos 184 e 186 da Constituição Federal. De acordo com eles:

O proprietário da terra deve fazer dela um uso racional e adequado, preservando os recursos naturais e o meio ambiente, observando as leis trabalhistas e que a produção favoreça tanto a ele como aos trabalhadores.

A propriedade que não cumprir qualquer dos requisitos citados, será desapropriada e destinada ao Programa nacional de Reforma Agrária.

A ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO

SETOR DE FORMAÇÃO

FRENTE DE MASSA

FINANÇAS

SETOR DE PRODUCAÇÃO

SETOR DE EDUCAÇÃO

SETOR DOS ASSENTADOSPROJETOS

COMUNICAÇÃO

GÊNERORELAÇÕES

INTERNACIONAIS

DIREITOS HUMANOS

NACIONAL

SECRETARIASESTADUAIS

Outros Setores

Sistema Cooperativista

dos Assentados

FRENTE DE MASSA: realiza trabalhos de base e conscientização, responsável pelo desenvolvimento do processo de expansão do movimento.

SETOR DE FORMAÇÃO: inicialmente em parceria com a CUT através da organização de cursos periódicos de formação política (escolas sindicais), depois espaço próprio de formação (Escola Nacional); publicação de cadernos, boletins e livros.

SETOR DE EDUCAÇÃO: Preocupação desde as primeiras ocupações- crianças jovens e adultos.

SETOR DE PRODUÇÃO: estabelecer novas relações de produção.

Três princípios fundamentais do modelo de cooperação agrícola do Movimento:

Não separar, nas lutas pela terra e pela reforma agrária, a dimensão econômica da dimensão política;

A luta não termina na conquista da terra; ela continua na organização simultânea da cooperação agrícola e das ocupações;

Investir sempre na formação dos sem-terra e dos assentados para sua qualificação profissional, tendo em vista as transformações da estrutura produtiva

A luta pela cidadania A resistência

OS DESAFIOS DO MST: Luta contra o capitalismo, expropriação e a

exploração Desenvolvimento econômico dos assentados

através das cooperativas Não reproduzir o modelo de cooperativismo

tradicional.

São fóruns de decisão do movimento, que acontecem nos encontros estaduais e nacionais.

• Congresso Nacional• Encontro Nacional• Coordenação Nacional• Direção Nacional• Encontros Estaduais• Coordenações Estaduais• Direções Estaduais• Coordenações Regionais• Coordenações de Assentamentos e Acampamentos • Grupos de Base

Por que a educação é prioridade do MST? Escola do MST: tem que ser uma escola

diferente:• Professores que fossem simpatizantes da

luta pela reforma agrária;• Conteúdos incluindo a história do MST;• Livros contendo as experiências dos sem-

terra;• Relação professor-aluno constituindo

uma relação de companheiros.

O setor Nacional de Educação do MST foi formalizado em 1987, no 1º Encontro Nacional de Educação, em São Mateus, Espírito Santo.

QUESTÕES CENTRAIS DEBATIDAS NESSE 1º ENCONTRO:

• O que se pretende com as escolas dos assentamentos?

• Como deve ser uma escola de assentamento?

O trabalho de educação é uma atividade política importante para o processo de transformação da sociedade.

A educação nos assentamentos é um processo de produção e reprodução de conhecimento a partir de sua própria realidade.

A escola é parte integrante da vida e do conjunto da organização dos assentados, sendo essencial a participação das famílias.

Desenvolver a consciência crítica dos alunos;

Desenvolver atividades que visem à capacitação técnica dos alunos para a experiência de trabalho produtivo;

Erradicar o analfabetismo de nossas áreas de acampamento e assentamento;

Conquistar condições reais para que toda criança e adolescente esteja na escola;

Capacitar e habilitar professores para que seja respeitados enquanto sabedores das necessidades e portadores da novidade de construir uma proposta alternativa de educação popular;

Pensar, repensar e elaborar constantemente a proposta pedagógica voltada para o fortalecimento da culturas camponesa com rosto e características próprias.

Conquistar mais apoio de entidades e pessoas que comunguem com os princípios educacionais do MST.

“Para o MST, investir em educação é tão importante quanto o gesto de ocupar a terra, um gesto, aliás, que se encontra no cerne da pedagogia do movimento. Aqui, educar é o aprendizado coletivo das possibilidades da vida. As dores e as vitórias são face e contraface do mesmo processo”.

(Pedro Tierra, em viagem a Eldorado dos Carajás no Pará, após o massacre de 17 de abril de 1996)

CALDART, Roseli Salete. Educação em movimento: Formação de educadoras e educadores no Movimento dos Sem-Terra. Petrópolis: vozes, 1997.

COMPARATO, Bruno Konder. A ação política do MST, 2001 http://www.scielo.br/scielo.php? Acessado em 16/12/09

FERNANDES, Bernardo Maçano. A formação do Movimento dos Sem-Terra no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2000.

MORISSAWA, Mitsue. A história da luta pela terra e o Movimento dos Sem-Terra. Expressão popular: São Paulo, 2001.

RI, Neuza Maria Dal; VIEITEZ, Candido Gilradez. A educação do movimento dos sem-terra.

http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n26/n26a03.pdf. acessado em 16/12/09 SOUZA, Maria Antonia de. Educação do campo:propostas e práticas

pedagógicas do Movimento dos Sem-Terra. Petrópolis: Vozes, 2006.

QUESTÕES NORTEADORAS:

MST e a imprensa;MST e a opinião pública;Educação no MST.

O movimento dos sem causa Por que protestam os manifestantes do MST,que receberam

área equivalente ao território de quatro países europeus? O Movimento dos Sem-Terra (MST) decidiu "comemorar" os

500 anos de descobrimento do Brasil com um mutirão de protesto. Seus militantes organizaram invasões de terra em treze Estados... Em Salvador, numa demonstração de que limites existem para ser desrespeitados, os manifestantes ocuparam o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e mantiveram como reféns durante algum tempo o diretor do órgão e oito funcionários. Em Belém do Pará, um grupo de baderneiros foi mais longe e depredou instalações da Secretaria de Segurança do Estado. Com foices, pedras e porretes, destruiu nove carros, virou uma viatura e quebrou computadores, impressoras e máquinas de escrever.

“De um ponto de vista estritamente agrícola, portanto, a reforma agrária não tem mais nenhuma razão de ser. No Brasil, ela se transformou numa questão diferente: pode evitar que as metrópoles sejam inchadas por desempregados do campo e também funciona na esfera da justiça social ao conceder terra a quem precisa dela para tirar o sustento da família. Isso na teoria. Na prática, quem observa a trajetória do MST verifica que, pouco a pouco, ele modifica sua visão a respeito desses objetivos. Numa palavra, o MST não quer mais terra. O movimento quer toda a terra, quer tomar o poder no país por meio da revolução e, feito isso, implantar por aqui um socialismo tardio. É o próprio MST que diz isso. Sem constrangimento algum”.

Entrevista feita com alguns estudantes do curso de pedagogia.

O QUE VOCÊ SABE SOBRE O MST?

ESTUDANTE DE PEDAGOGIA 3º SEMESTRE SÃO UM MONTE DE VAGAMBUNDO, QUE GOSTAM DE

BADERNA, DE INVADIR AS TERRAS DOS OUTROS, ALGUNS SÃO SÉRIOS, MAS A MAIORIA É TUDO CHARLATÃO QUE TEM INTERESSES E PEGAM AS TERRAS DOS OUTROS E DESTROEM...

ESTUDANTE DE PEDAGOGIA 5º SEMESTRE EU SEI QUE É UM MOVIMENTO FORMADO POR

PESSOAS QUE SE ORGANIZAM DE MANEIRA POLÍTICA PARA ENGENDRAR A LUTA EM PROL DA REFORMA AGRÁRIA E DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA.

ESTUDANDE DE PEDAGOGIA DO 6º EU SEI QUE SÃO UM GRUPO ORGANIZADO, ESTRUTURADO QUE

BUSCAM DIREITOS QUE ELES ACHAM QUE TEM E TEM. LUTAM POR TERRA, PELA EDUCAÇÃO, TEM UMA EDUCAÇÃO ESTRUTURADA DE ACORDO COM A REALIDADE DELES E PREPARADA PARA SUPRIR AS NECESSIDADES DELES. AGORA, TEM UNS QUE SÃO DESORGANIZADOS.

ESTUDANTE DE PEDAGOGIA 7º SEMETRE

SEI QUE SÃO PESSOAS... NÃO SEI PRATICAMENTE NADA, SÃO PESSOAS QUE LUTAM, BUSCAM UM PEDAÇO DE TERRA PARA AS CONTRUÇÕES DE SUAS MORADIAS.

ESTUDANTE DE PEDAGOGIA FORMADO(A)

SÃO PESSOAS QUE ESTÃO EM BUSCA DE TERRA, QUE VISAM A REFORMA AGRÁRIA...

DIANTE DOS SEUS

CONHECIMENTOS SOBRE O MST E O QUE É PASSADO NA MÍDIA, VOCÊ TEM ALGUM POSICIONAMENTO SOBRE O MST?

ESTUDANTE DE PEDAGOGIA 3º SEMESTRE TEM MUITO CHARLATÃO NO MEIO EU NÃO CONCORDO NÃO, TEM

GENTE QUE ESTÁ NO MEIO DO MOVIMENTO SÓ PARA SE BENEFICIAR, COMO POR EXEMPLO EU VI UM CASO DE PESSOAS QUE CONSEGUIRAM AS TERRAS E VENDERAM E VOLTARAM PRO MOVIMENTO, O INDICE DE CRIMINALIDADE, E MARGINALIDADE É MUITO GRANDE ENTRE OS SEM – TERRA...

ESTUDANTE DE PEDAGOGIA 5º SEMESTRE SE FOSSE PRA BASEAR NA MÍDIA A MINHA OPINIÃO SERIA

DETURPADA, POIS A MÍDIA TEM INTERESSES PARTICULARES E SÓ PASSA O QUE É DE INTERESSE DELA, POR ISSO, A MINHA OPINIÃO VAI DE ENCONTRO A MÍDIA, EU VEJO QUE A LUTA DO MST VALE MUITO A PENA, DE QUALQUER MOVIMENTO SOCIAL, PRINCIPALMENTE QUANDO CARREGA UMA BANDEIRA DE LUTA QUE É NECESSÁRIA COMO ELES FAZEM. A LUTA É NECESSÁRIA PORQUE NÃO SOMOS CIDADÃOS COMPLETOS DE DIREITOS, POR ISSO, TEMOS QUE LUTAR SIM PELOS NOSSOS DIREITOS, PARA RECUPERAR O DIREITOS QUE FORAM HISTORICAMENTE NEGADOS. 

ESTUDANTE DE PEDAGOGIA 6º SEMESTRE  EU ACHO O MST UM GRUPO MUITO BOM PORQUE SE TODO

MUNDO FOSSE ORGANIZADO COMO O MST AS COISAS NÃO SERIAM ASSIM...

ESTUDANTE DE PEDAGOGIA 7º SEMETRE A MÍDIA PASSA QUE O MST SÃO BAGUNCEIROS, VIOLENTOS,

MAS A REALIDADE É OUTRA, ELES BUSCAM OS DIREITOS, MAS NÃO DA MANEIRA CORRETA. BUSCAM COM ARMAS, VIOLÊNCIA. E A CULPA DISSO É MÁ DISTRIBUIÇÃO DE TERRA.

ESTUDANTE DE PEDAGOGIA FORMADO(A) SÃO PESSOAS QUE DEFENDEM A REFORMA AGRÁRIA, E ELES

COSTUMAM FAZER OCUPAÇÕES DE TERRAS, MAS SÃO TERRAS IMPRO TORNAR FÉRTIL...E ASSENTAR FAMÍLIAS, É UM MOVIMENTO GRANDE QUE EXISTE A MAIS DE VINTE ANOS SE EU NÃO ME ENGANO, UM MOVIMENTO QUE RESISTE E LUTA, TÁ ENTENDENDO? NÃO É SÓ PRA BAGUNÇAR, MAS A MÍDIA PASSA A IDÉIA DE QUE ELES SÃO O PROBLEMA E NÃO É BEM ASSIM!

Nas palavras de um militante:

“ Foi como a descoberta de uma mina de ouro, que exigiria muito trabalho para cavar,, uma pedagogia a ser criada, milhares de analfabetos a serem alfabetizados, um número de crianças sem fim pedindo para conhecer as letras, ler o mundo...”