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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL JOABE DE SOUZA SILVA A ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO SIMPLES: ESTUDO DE CASO DE EDIFICAÇÃO EM FEIRA DE SANTANA/BA Feira de Santana, BA 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

JOABE DE SOUZA SILVA

A ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO

SIMPLES: ESTUDO DE CASO DE EDIFICAÇÃO EM FEIRA DE

SANTANA/BA

Feira de Santana, BA

2012

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JOABE DE SOUZA SILVA

A ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO

SIMPLES: ESTUDO DE CASO DE EDIFICAÇÃO EM FEIRA DE

SANTANA/BA

Monografia, versão final, para apresentação

de trabalho de conclusão de curso como

requisito à disciplina projeto final 2 do curso

de Engenharia Civil.

Orientador: Antonio Freitas Filho

Co Orientador: Elvio Antonino Guimarães

Feira de Santana, BA

2012

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A ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO

SIMPLES: ESTUDO DE CASO DE EDIFICAÇÃO EM FEIRA DE

SANTANA/BA

Aprovado em, _____ de _________ de 2012.

____________________________________________________________

Orientador: Prof. Antonio Freitas Filho

Mestre em Engenharia Civil

Universidade Estadual de Feira de Santana

____________________________________________________________

Prof. Elvio Antonino Guimarães

Mestre em Engenharia Civil

Universidade Estadual de Feira de Santana

____________________________________________________________

Prof. Eduardo Costa

Mestre em Engenharia Civil

Universidade Estadual de Feira de Santana

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Aos meus Pais, Gregório e Célia

Aos irmãos e a Vanessa

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela sua infinita bondade.

Aos meus pais Gregório e Célia que sempre me incentivaram e apoiaram durante minha vida e

toda a trajetória acadêmica.

A minha namorada Vanessa pelo seu amor, carinho e companheirismo.

Aos professores Elvio Antonino Guimarães e Antonio Freitas pela atenção, dedicação e

compreensão para a elaboração desse trabalho.

Ao Departamento de Tecnologia, e à Universidade Estadual de Feira de Santana, pela sua luta em

prol da melhoria do ensino da Engenharia Civil na Bahia

E todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente para o meu crescimento

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RESUMO

A indústria da construção civil vem crescendo e buscando cada vez mais medidas que garantam à

eficiência e qualidade dos serviços. O presente trabalho tem por objetivo analisar a utilização da

alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto simples em edificação, através das exposições

das vantagens e limitações do sistema, unindo assim princípios de racionalização, modulação e

integração de projetos, com isso gerando rapidez nos serviços executados de forma eficiente,

correta, econômica, com diminuição de custos e geração de resíduos na construção. O estudo de

caso demonstra essa aplicação do sistema de alvenaria estrutural como sistema construtivo além

do levantamento fotográfico das etapas do processo, os projetos do empreendimento e as

conclusões e percepções obtidas durante todo o trabalho de pesquisa.

Palavras chave: Alvenaria estrutural, racionalização, blocos de concreto

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ABSTRACT

The industry of measured the civil construction comes growing and searching each time more

than they guarantee to the efficiency and quality of the services. The present work has for

objective to analyze the use of the structural masonry of leaked blocks of simple concrete in

construction, through the expositions of the advantages and limitations of the system, thus joining

principles of rationalization, modulation and integration of projects, with this generating rapidity

in the executed services of efficient, correct, economic form, with reduction of costs and

generation of residues in the construction. The case study it demonstrates this application of the

structural masonry system as constructive system beyond the photographic survey of the stages of

the process, the projects of the enterprise and the conclusions and perceptions gotten during all

the research work.

Keywords: Masonry structural, rationalization, concrete blocks

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Valorize os seus limites, e por certo não se livrará mais deles!

Richard Bach

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Catedral de Notre Dame ................................................................................................ 15

Figura 2- Pirâmide de Quéops ....................................................................................................... 16

Figura 3- Coliseu ........................................................................................................................... 16

Figura 4- Edifício Monadnock, Chicago ....................................................................................... 17

Figura 5-Exemplos de estrutura de alvenaria armada com treliça e armadura ordinária .............. 23

Figura 6- Dimensão dos blocos de concreto .................................................................................. 28

Figura 7- Espessura mínima das paredes dos blocos ..................................................................... 29

Figura 8- Família 39 ...................................................................................................................... 29

Figura 9- Família 29 ...................................................................................................................... 30

Figura 10- Bisnaga ........................................................................................................................ 35

Figura 11- Escantilhão ................................................................................................................... 36

Figura 12-Esquadro ....................................................................................................................... 36

Figura 13-Andaime ........................................................................................................................ 37

Figura 14- Prumo ........................................................................................................................... 37

Figura 15-Limpeza do terreno ....................................................................................................... 39

Figura 16-Nivelamento do terreno ................................................................................................ 39

Figura 17 - Terraplanagem ............................................................................................................ 40

Figura 18 - Gabarito para marcação do radier ............................................................................... 40

Figura 19- Radier executado.......................................................................................................... 41

Figura 20- Marcação da 2° fiada ................................................................................................... 42

Figura 21-Execução em forma de escalonamento (parte superior) ............................................... 42

Figura 22-Amarração das paredes ................................................................................................. 43

Figura 23- Elevação das paredes junto com os projetos elétricos e hidráulicos sendo executado. 44

Figura 24- Instalações elétricas e hidráulicas sendo executado nas paredes. ................................ 44

Figura 25-Cortes desnecessários ................................................................................................... 45

Figura 26-Verga sendo executada no vão de porta em bloco canaleta .......................................... 46

Figura 27-Verga sendo executada no vão de porta em bloco canaleta .......................................... 46

Figura 28-Blocos em forma de paletes .......................................................................................... 47

Figura 29-Lajes pré- moldadas ...................................................................................................... 48

Figura 30-Tubulações hidráulicas pronta ...................................................................................... 49

Figura 31-Conclusão da execução das paredes térreas e 1° tipo ................................................... 49

Figura 32-Obra limpa .................................................................................................................... 50

Figura 33-Vista superior ................................................................................................................ 51

Figura 34-Rejeitos gerados ............................................................................................................ 51

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 12

1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 12

1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 13

1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 13

1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 13

1.3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................... 15

2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL ........................................................................................... 15

2.2 UTILIZAÇÕES DA ALVENARIA ESTRUTURAL NO BRASIL .................................... 18

3. ASPECTOS ECONÔMICOS DA ALVENARIA ESTRUTURAL ........................................... 20

3.1 VANTAGENS ...................................................................................................................... 20

3.2 DESVANTAGENS .............................................................................................................. 21

4. ALVENARIA ESTRUTURAL – PROCESSO CONSTRUTIVO ............................................ 23

4.1 CLASSIFICAÇÕES QUANTO AO PROCESSO CONSTRUTIVO: ................................. 23

4.2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS: ......................................................................................... 24

4.2.1Fundações ......................................................................................................................... 24

4.2.2 Lajes ................................................................................................................................ 24

4.2.3 Vergas e Contra vergas .................................................................................................... 25

4.2.4 Cintas de amarração ........................................................................................................ 25

4.2.5 Juntas de dilatação ........................................................................................................... 26

4.3 COMPONENTES DA ALVENARIA ESTRUTURAL: ...................................................... 26

4.3.1 Bloco de concreto ............................................................................................................ 27

4.3.2 Argamassa ....................................................................................................................... 30

4.3.4 Graute .............................................................................................................................. 31

4.3.5 Aço .................................................................................................................................. 31

4.4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO ...................................................................................... 32

4.4.1 Otimização do projeto ..................................................................................................... 32

4.4.2 Modulação ....................................................................................................................... 32

4.4.3 Simetria: .......................................................................................................................... 33

4.4.4 Coordenação modular:..................................................................................................... 33

4.4.4.1 Modulação horizontal: .................................................................................................. 34

4.4.4.2 Modulação vertical: ...................................................................................................... 34

4.5 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS.............................................................................. 35

5. ESTUDO DE CASO – PROCESSO EXECUTIVO .................................................................. 38

5.1 DESCRIÇÕES DA OBRA REFERIDA: .................................................................................. 38

5.2 SEQUÊNCIA EXECUTIVA: ................................................................................................... 38

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 52

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 53

ANEXO 1- PLANTA DE IMPLANTAÇÃO .................................................................................. 56

ANEXO 2- LEGENDA ................................................................................................................... 57

ANEXO 3- PLANTA DE LOCALIZAÇÃO DO TÉRREO ........................................................... 58

ANEXO 4- PLANTA EIXO DAS PAREDES ................................................................................ 59

ANEXO 5- MARCAÇÃO 1° FIADA ............................................................................................. 60

ANEXO 6- ELEVAÇÃO DA PAREDE P01 ................................................................................. 61

ANEXO 7- ELEVAÇÃO DA PAREDE P07 ................................................................................. 61

ANEXO 8- PAGINAÇÃO DA PISTA ........................................................................................... 62

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1. INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

A grande necessidade de investimentos públicos para construção de moradias de interesse

social, fez com que um programa de aceleração do crescimento de caráter social do governo

federal que tem como um dos seus objetivos norteadores o programa Minha Casa Minha Vida

que busca garantir habitação para a população de baixa renda através de uma maior oferta de

créditos e financiamentos. Neste contexto a alvenaria estrutural ressurge como um sistema

alternativo nas construções de grande interesse social por se tratar de uma opção eficiente de

economia, rápida e que venha a suprir as necessidades do mercado consumidor, sem exigir um

alto grau de complexidade construtiva, e com isso ganhando mercado pela praticidade e pela

grande quantidade de utilização de materiais de baixo custo.

Com o avanço da construção civil busca-se o emprego de técnicas de construção que

facilitem a execução de obras em curto prazo e ao mesmo tempo se utilize de orçamento de baixo

custo sem perder a qualidade das obras, porém se utilizando de tecnologias menos complexas, faz

com que este tipo de sistema cada vez mais se torne um método de economia de serviços e

produtos.

A utilização de um sistema mais racional de alvenaria estrutural é determinada pela

eficiência na execução e pela inexistência de pilares e vigas, com isso essas paredes funcionam

para transferir as cargas uniformemente distribuídas para a fundação, chamado de paredes

portantes. A grande qualidade destes blocos produzidos sobre normas garantem um padrão sobre

os serviços executados garantindo a correta e eficaz execução.

Esse tema desperta a curiosidade de ter um sistema que faz efeito e que pode evitar os

gastos das obras além de dispensar uma estrutura convencional, reduz etapas de mão de obra,

desperdício de materiais e diminui tempo e custo mostrando ser um sistema economicamente

viável com suas vantagens e desvantagens.

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Segundo Tauil (2010), e de acordo com estudos realizados em universidades tais qual

Escola Politécnica da USP, Universidade Federal de São Carlos-SP comprovam a diminuição dos

custos em ate 30% sendo executada da forma correta.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo desse trabalho é analisar a utilização da tecnologia de construção da alvenaria

estrutural em blocos de concreto como sistema construtivo de um conjunto residencial.

1.2.2 Objetivos específicos

Estudar as vantagens e desvantagens do sistema de construção empregada na

execução do residencial.

Analisar os conceitos básicos da utilização da alvenaria estrutural além da

integração de projetos no residencial.

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1.3 METODOLOGIA

Este trabalho é dividido em três etapas:

Levantamento Bibliográfico: Na primeira etapa será apresentada a revisão de literatura

com objetivo de reunir informações sobre o tema a fim de facilitar a compreensão do

estudo e o processo construtivo da alvenaria estrutural de blocos de concreto além dos

princípios técnicos para utilização da tecnologia em estudo e suas utilizações atuais.

Estudo de Caso: Na segunda etapa será feito um estudo de caso de uma obra de interesse

social na cidade de Feira de Santana, mostrando a aplicação do sistema de alvenaria

estrutural, e o levantamento fotográfico das etapas do processo construtivo e os projetos

do empreendimento.

Considerações Finais: Na terceira etapa reunimos as conclusões e percepções obtidas

durante todo o trabalho de pesquisa no tema desenvolvido.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL

A alvenaria estrutural é um dos sistemas de construção mais antigo que existe. Até o

inicio do século XX a alvenaria era a forma de construção mais utilizada, na intenção de construir

abrigos duradouros e resistentes. Eram utilizados conhecimentos empíricos sobre a alvenaria

auto-portante. Intuitivamente os construtores percebiam como era aplicada a transferência de

cargas nas construções de alvenaria. Na antiguidade foram erguidas construções que desafiaram o

tempo e perduraram até os dias atuais como herança de grande importância histórica das

civilizações. A alvenaria estrutural vem sendo utilizada desde as civilizações Persas e Assírias,

10.000 a.C, aponta Camacho (2006). Podemos citar como construções marcantes que se

utilizaram da alvenaria estrutural as pirâmides do Egito (2600 a 2480 a.C), a Muralha da China

(215 a.C), o Coliseu (82 d. C), e a Catedral de Notre Dame mostrado na Figura 01, monumentos

que impressionam até hoje pela sua imponência, dimensões e durabilidade ao longo dos anos.

Figura 1- Catedral de Notre Dame

Fonte: http://www.lepanto.com.br/dados/PapeisP.html

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Entre as pirâmides do Egito, a maior e mais famosa é a de Quéops, considerada uma das

sete maravilhas do mundo, com 146 metros de altura e 230 metros de base conforme a Figura 2 e

com base na Figura 3 podemos observar a presença do coliseu provavelmente o mais importante

monumento da cidade de Roma demonstrando a grandeza o qual o império atingiu.

Figura 2- Pirâmide de Quéops

Fonte: http://lugaresextraordinarios.blogspot.com/2009_09_01_archive.html

Figura 3- Coliseu

Fonte: http://www.blogdare.com.br/moda-cultural

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Segundo Coelho (1998), além de a alvenaria estrutural ser um dos mais antigos sistemas

há de se observar que depois da revolução industrial com o desenvolvimento de máquinas houve

a possibilidade de produção de materiais em grande escala, portanto os elementos que compôs a

alvenaria estrutural foram substituídos por tecnologias mais avançadas, e isso possibilitou o

desenvolvimento de técnicas estudadas cientificamente como a formulação de equações, onde

esforços solicitados e resistentes foram relacionados através de coeficientes de segurança para o

cálculo das paredes, dando inicio uma nova era para as construções. As técnicas de execução já

não se baseavam mais no empirismo e sim em técnicas previamente estudadas.

As edificações em alvenaria estão entre as construções que têm maior aceitação pelo

homem, não somente hoje, como também nas civilizações antigas. Um dos mais famosos

exemplos dessa tecnologia é o Monadnock Building, de Chicago, nos Estados Unidos.

Inaugurado em 1894, foi considerado um marco da engenharia para a época. Com 16 pavimentos

de altura, as paredes do térreo apresentam 1,80 m de espessura dimensionadas através de métodos

empíricos afirma Coelho (1998), conforme pode ser observado na Figura 4 a seguir. Se fosse

dimensionado pelos procedimentos atuais e com novos materiais mais resistentes, essa espessura

seria inferior a 30 cm conclui (RAMALHO E CORRÊA 2003).

Figura 4- Edifício Monadnock, Chicago

Fonte: http://www.chicagoarchitecture.info/Building. php?ID=1619&CL=es

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A alvenaria estrutural passou a ser tratada como uma tecnologia de construção civil por

volta do século XVII quando os princípios de estatística foram aplicados para a investigação da

estabilidade de arcos e domos. Embora no período entre os séculos 19 e 20 tivessem sido

realizados testes de resistência dos elementos da alvenaria estrutural em vários países, ainda se

elaborava o projeto de alvenaria estrutural de acordo com métodos empíricos de cálculo,

apresentando, assim, grandes limitações.

A perda de espaço e baixa velocidade de construção evidenciam a baixa aceitação de

edifícios altos em alvenaria portante na época frente à emergente alternativa de estruturas de

concreto armado. Assim, os edifícios em alvenaria estrutural tiveram pouca aplicação durante um

período de 50 anos.

Somente na década de 50 houve novamente um aumento no interesse pela construção de

edifícios em alvenaria estrutural afirma Silvia (2008), pois a segunda guerra mundial (1939 –

1945) causou uma escassez dos materiais de construção na Europa, principalmente do aço.

Assim, nesta época foram construídos alguns edifícios em alvenarias estruturais, principalmente

na Suíça, pela inexistência de indústrias de aço na região.

Nas décadas seguintes (60 e 70) o interesse pela alvenaria estrutural avançou para outros

países da Europa, como, por exemplo, a Inglaterra, onde foram construídos diversos edifícios em

alvenaria estrutural promovidos principalmente por programas públicos conclui (SILVIA, 2008).

2.2 UTILIZAÇÕES DA ALVENARIA ESTRUTURAL NO BRASIL

A alvenaria estrutural no Brasil vem desde o inicio do sec. XVI quando portugueses

desembarcaram. Por volta de 1952 chega o primeiro equipamento para produzir blocos de

concretos de qualidade, sendo que o Brasil passava por um cenário ruim, pois a sua técnica

construtiva era bastante deficiente. Em 1966 foi introduzida a alvenaria estrutural no Brasil, com

isso surgiram edifícios de quatro pavimentos, e a fabricação dos blocos silico- calcários,

utilizando alvenaria não armada com edifícios de ate 13 andares e altura de 41,4 metros, paredes

de 38 cm. Os primeiros edifícios em alvenaria estrutural armada foram construídos em São Paulo

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em 1966, no Conjunto Habitacional “Central Parque da Lapa” com 4 pavimentos, apresentavam

blocos de concreto com 19 cm de espessura.

No inicio dos anos 80 a alvenaria estrutural passa a se expandir com construções de

sistemas habitacionais tornando- se bastante eficiente e racional. Vale ressaltar que ainda assim

era tido como processo construtivo de prédios de baixa renda, surgem também algumas

patologias.

Ramalho e Corrêa (2003) afirmam que com a solução gradualmente das patologias que

surgiram nas edificações construídas antes dos anos 80, a alvenaria estrutural acabou sendo

apontada no mercado como um sistema que poderia voltar a ser competitivo.

A verificação dessa valorização no mercado garantiu vantagens pertinentes para o melhor

gerenciamento de obra trazendo melhorias e benefícios relacionados com os resultados do

sistema reduzindo cada vez mais o custo total da obra.

Conforme Coelho (1998) muitos engenheiros questionaram o processo de construir

pequenas edificações com paredes autoportantes, aos poucos constatando que de fato é esta uma

grande alternativa construtiva, diante de uma tradicional estrutura de concreto armado já tão

familiarizada com os calculistas e gerenciadores de obras. Além do mais, tornou-se ela uma

solução para os projetos de pequenos prédios, pela simplicidade do processo. Isto, porém,

contribuiu, satisfatoriamente, em diversos fatores para a abertura de uma aceitação por parte do

publico alvo, e dando, por conseguinte, maior empenho por partes de construtoras na opção pelo

processo construtivo que parece ser novo mais é uma técnica bastante antiga ressurgida no Brasil.

Conclui Coelho (1998) entendendo que a utilização de alvenaria estrutural é viável nos dias

atuais os torna uma vitória marcante para nossa época.

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3. ASPECTOS ECONÔMICOS DA ALVENARIA ESTRUTURAL

A alvenaria estrutural é um sistema que vem desempenhando um importante papel no

setor da construção civil priorizando projetos, o planejamento e a industrialização dos

empreendimentos, é um sistema que possui aspectos econômicos e técnicos bastantes

diferenciados. Em relação às obras convencionais de concreto armado a parede de vedação

exerce um peso morto, ou seja, na alvenaria estrutural a parede passa fazer parte da estrutura com

a inexistência de pilares, vigas. As paredes executadas com blocos estruturais onde as formas são

padronizadas com vazados na vertical, não são um sistema sofisticado e sim um sistema que vem

sendo aprimorado ao longo do tempo.

Segundo especialistas, existe um ganho em relação às estruturas de concreto armado de

10% a 30% isso a depender da forma de como será executada e de acordo com a complexidade

da obra, ou seja, essas transições de concreto com alvenaria por servir de estrutura e de vedação

traz vantagens e limitações ao processo, com isso gerando a limitações de reformas e

modificações a projetos.

Segundo Ramalho e Corrêa (2003), o numero de pavimentos limite é de 15 a 16 sendo o

ideal para alvenaria estrutural, acima desse limite influencia diretamente na resistência a

compressão dos blocos encontrados no mercado assim não permitindo que o sistema seja

executado sem um sistema de grauteamento generalizado, o que prejudica muito a economia, e

sendo assim às ações horizontais começariam a produzir tensões de tração significativas exigindo

uma utilização de armadura e graute, comprometendo economicamente o sistema.

3.1 VANTAGENS

A seguir apresentam-se as vantagens:

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Baixo custo na execução

A racionalização de processo pela redução do consumo de materiais e desperdício

relacionado a obras de concreto armado verificou uma diminuição significativa de 50% até 10%

nas fôrmas utilizando lajes pré- moldadas, a diminuição de armadura e diminuição de mão de

obra.

Redução no desperdício de Materiais e Mão de Obra

Como as paredes não admitem intervenções posteriores às utilizações de peças específicas

para modulação amarração de paredes, para instalações elétricas e hidráulicas simplificam as

instalações, eliminando as necessidades de “rasgos” nas paredes reduzindo assim os desperdícios

e retrabalhos, pois estas improvisações encarecem o preço de uma construção, tornando - se uma

obra mais limpa sem entulhos.

Diminuição do Tempo de Execução

Com técnicas de construção simplificadas gera uma maior rapidez dos serviços,

diminuindo os tempos de execução, pois existe uma menor diversidade de materiais empregados

e uma mão de obra mais qualificada.

3.2 DESVANTAGENS

A seguir apresentam-se as desvantagens:

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Impossibilidade de modificação do projeto arquitetônico

Como as paredes fazem parte da estrutura existe uma limitação em relação às

modificações de natureza arquitetônicas, podendo acarretar problemas sérios, a edificação tende a

sofrer mudanças e com isso gerando novas necessidades dos usuários. Em edificações de

alvenaria estrutural isso é tecnicamente impossível na maioria dos casos.

Utilização de mão de obra qualificada como exigência para execução

Há uma necessidade de mao de obra qualificada, portanto existe um treinamento

prévio para estes operários. Eles utilizarão ferramentas e instrumentos para a execução que além

de aumentar a sua capacidade produtiva servirá de base para auxiliar com novas tecnicas.

Interferência entre projetos de arquitetura/estrutura/instalações

Há um fluxo grande de interferência de projetos, pois a manutenção da coordenação modular

afeta projetos arquitetônicos e impossibilita de furar paredes essa obtenção do controle cuidadoso

limita e condiciona os projetos de elétrica e hidráulica.

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4. ALVENARIA ESTRUTURAL – PROCESSO CONSTRUTIVO

Segundo Camacho (2006), conceitua-se de Alvenaria Estrutural o processo construtivo no

qual, os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos

projetados, dimensionados e executados de forma racional em um sistema que alia alta

produtividade com economia, desde que executado de maneira correta.

4.1 CLASSIFICAÇÕES QUANTO AO PROCESSO CONSTRUTIVO:

Alvenaria estrutural armada: é um processo construtivo por necessidade estrutural existe

uma parcela de aço, armaduras dispostas nas cavidades dos blocos onde é colocado micro

concreto (graute).

Figura 5-Exemplos de estrutura de alvenaria armada com treliça e armadura ordinária

Fonte: http://www.civil.uminho.pt/alvenaria/docs/103_128.pdf

Alvenaria estrutural não armada: é alvenaria simples com componentes, argamassa e

armadura com finalidade construtiva e de amarração não considerados em esforços.

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Alvenaria estrutural parcialmente armada: é o processo onde a necessidade de ter

componentes mistos (armado e não armados), sendo incorporada na sua seção uma

armadura mínima por motivos construtivos a fim de evitar fissuras por movimentos

internos, ou evitar a ruptura frágil.

Alvenaria estrutural protendida: é o processo onde existe uma parcela de aço contida no

elemento resistente.

4.2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS:

4.2.1Fundações

O projeto das fundações deve considerar o tipo de carga que será distribuída e o tipo

de solo onde será executada a edificação. A forma com que as cargas chegam ás fundações

beneficia a utilização de fundações continua, pois elas chegam de forma distribuída, portanto as

paredes em alvenaria estrutural portantes são apoiadas em todo o seu comprimento.

4.2.2 Lajes

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As lajes absorvem as cargas transferindo às paredes portantes da edificação, além de

desempenhar um papel importante na absorção e transmissão das cargas horizontais às paredes. A

escolha por lajes pré-fabricadas e a melhor opção, pois existe um ganho enorme em rapidez e

economia ao projeto.

4.2.3 Vergas e Contra vergas

Vergas: Tem a função de absorver as reações das lajes e as cargas distribuídas por ela na

parede. Utilizam- se blocos canaletas ou pré-fabricados com comprimento maior que o

vão a ser protegido deverá ser alongado ate uma unidade de bloco e deverá ser calculado.

Contra vergas: É executada na fiada imediatamente inferior á abertura das janelas,

distribuindo suas cargas nas paredes em zona de descontinuidade. Utilizam-se blocos

canaletas ou pré- fabricados com comprimento até uma unidade de bloco canaleta e

deverá ser calculado.

4.2.4 Cintas de amarração

Segundo Reis (2008) são elementos estruturais apoiados nas paredes que distribuem e

uniformizam as cargas atuantes sobre as mesmas. São utilizadas principalmente em paredes onde

existem duas ou mais aberturas. Auxiliam no contraventamento e amarração das paredes e podem

ser concretadas in loco ou executadas em blocos canaletas preenchido com graute e armadura.

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4.2.5 Juntas de dilatação

Segundo Reis (2008) são juntas de controle horizontais, executadas nas lajes. São

necessárias para absorver os movimentos que possam ocorrer nas edificações em conseqüência

da variação de temperatura e devem estar presentes nas edificações sempre que essa

movimentação puder comprometer a integridade da mesma. Se não for feito um estudo do

comportamento térmico, aplicam-se as juntas a cada 20 m da edificação em planta.

4.3 COMPONENTES DA ALVENARIA ESTRUTURAL:

A segurança da edificação é garantida pela qualidade do bloco, argamassa, graute e aço

sendo estes responsáveis pelo grande desempenho da edificação. Com isso a execução de ensaios

ao qual será submetido a cada um desses componentes será fundamental para observar e verificar

se atende os pré- requisitos da norma e por meio de características físicas e mecânicas dos

materiais poderão analisar tais fatores: resistência do bloco, geometria do bloco, resistência da

argamassa, deformação característica de alvenaria e argamassa, grau de retenção de água na

argamassa e taxa de absorção inicial do bloco para garantir a resistência da parede definida no

projeto.

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4.3.1 Bloco de concreto

Segundo NBR 6136 -2007(Bloco vazado de concreto simples para alvenaria estrutural)

caracterizam-se como bloco vazado de concreto simples para alvenaria estrutural o componente

de alvenaria de concreto cuja área liquida é igual ou inferior a 75% da área bruta, sendo Área

líquida: Área média da seção perpendicular aos eixos dos furos descontadas as áreas máximas

dos vazios e a Área bruta: Área média da seção perpendicular aos eixos dos furos, sem desconto

das áreas dos vazios.

Classificação quanto ao uso NBR 6136 -2007(Bloco vazado de concreto simples para

alvenaria estrutural)

Classe A - blocos com função estrutural para uso em paredes acima ou abaixo do nível do

solo.

Classe B - blocos com função estrutural para uso em paredes acima do nível do solo.

Classe C - blocos com função estrutural para uso em paredes acima do nível do solo.

Classe D – blocos de vedação

Classificação quanto às características técnicas NBR 6136-2007(Bloco vazado de

concreto simples para alvenaria estrutural):

• Aspecto: os blocos devem ter arestas viva não apresentar trincas ou outras imperfeições

que possam comprometer a resistência e durabilidade da construção ou prejudicar o seu

assentamento.

• Absorção de água: no caso de uso de agregado normal, para todas as classes de uso, a

absorção média de água deve ser menor ou igual a 10%.

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Caso tenha sido utilizado agregado leve, para todas as classes de uso, a absorção média

deve ser menor ou igual a 13% e a absorção individual deve ser menor ou igual a 16%, retração

por secagem: menor ou igual a 0,065% para todas as classes de uso.

• Tolerâncias dimensionais: são de ± 2 mm para a largura e ± 3 mm para a altura e

comprimento.

Classificação quanto a resistência NBR 6136 -2007(Bloco vazado de concreto simples

para alvenaria estrutural)

Classe A – Fbk

>= 6 MPa

Classe B – Fbk

>= 4 MPa

Classe C - Fbk

>= 3 MPa

Classe D - Fbk

>= 2 MPa

Classificação quanto dimensão NBR 6136 -2007(Bloco vazado de concreto simples para

alvenaria estrutural)

Figura 6- Dimensão dos blocos de concreto

Fonte: Alternativas tecnológicas para edificações-pdf

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Figura 7- Espessura mínima das paredes dos blocos

Fonte: Alternativas tecnológicas para edificações-pdf

Dimensões comercialmente encontradas:

As dimensões padronizadas dos blocos admitem tolerâncias de ± 2 mm para a largura e ±

3 mm para a altura e comprimento.

A família 39 é mais utilizada devida ter maiores dimensões e conseqüentemente uma maior

produtividade e tem designada por M15. Possui as dimensões modular do comprimento (20 cm),

diferente da largura (15 cm). Tal diferença exige a introdução de blocos complementares com o

objetivo de restabelecer a modulação nos encontros das paredes: o 14x19x34, para a amarração

nos cantos, e o 14x19x54, para amarrações em “T“, conforme exemplo da Figura 8.

Figura 8- Família 39

Apesar de seu comprimento ainda não constar nas dimensões padronizadas da norma de

blocos estruturais, existe no mercado a “familia 29“, que se enquadra na designação M-15,

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presente nos blocos de vedação. Os elementos que a compõem são o 14x19x29, 14x19x14, e

14x19x44. Observa-se que a familia 29 possui dimensão modular no comprimento igual a da

largura (15 cm), não necessitando de bloco complementar para as amarrações nos cantos,

conforme exemplo da Figura 9.

Figura 9- Família 29

4.3.2 Argamassa

São constituídos de cimento, cal e areia sendo o elemento de ligação entre os blocos da

alvenaria, boa trabalhabilidade e capacidade de reter água sem alterar as suas funções primárias,

apresentar aumento de resistência significativo nas primeiras horas para resistir aos esforços da

própria construção, adequada aderência para absorver esforços de cisalhamento, durável, e tem os

seguintes objetivos.

• Solidarizar as unidades transferindo as tensões de maneira uniforme entre as unidades;

• Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede;

• Absorver pequenas deformações que a alvenaria está sujeita;

• Compensar as irregularidades dimensionais das unidades de alvenaria;

• Selar as juntas contra a entrada de água e vento nas edificações

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4.3.4 Graute

O graute é uma argamassa ou micro concreto constituído de cimento, água e agregados,

com elevada fluidez para que possa preencher os vazios dos blocos. Ajuda a aumentar a

resistência da parede contra os esforços de compressão. A resistência será determinada pelo

calculista e deve ser duas vezes maior que a resistência do bloco e deve seguir à norma NBR

10837(Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto).

Segundo Ramalho & Corrêa (2003) a influência do graute na resistência das paredes deve

ser computada levando-se em conta duas situações distintas. Quando o grauteamento ocorre em

blocos vazados de concreto, esse preenchimento, realizado com um material muito semelhante ao

material do próprio bloco, pode ser avaliado de forma relativamente simples. A utilização do

graute leva a um simples aumento da área líquida da unidade, podendo o acréscimo de

capacidade portante ser quantificado sem grandes complicações. Trata-se, na verdade, de se

promover um aumento na resistência da unidade, proporcional à área grauteada, obtendo-se por

conseqüência um aumento da resistência da parede, sempre se considerando a já mencionada

eficiência bloco-parede.

4.3.5 Aço

O aço combate os esforços de tração. As principais propriedades para alvenaria estrutural

é sua resistência, alongamento, escoamento, dobramento e aderência sendo o ultimo de bastante

especialidade, pois transmite os esforços entre a armadura e o graute, prevenindo fissuras e

distribuindo uniformes as tensões.

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4.4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO

4.4.1 Otimização do projeto

O projeto de alvenaria estrutural demonstra a forma a qual será executada a sua obra. A

concepção vem a partir do projeto arquitetônico. A rede de contatos é de fundamental

importância entre os projetistas, pois eles discutem a forma da compatibilização de projetos nas

etapas preliminares fazendo desta etapa primordial para a redução do máximo de interferências

ocasionadas e que irão fornecer subsídios para um ótimo processo construtivo diminuindo os

desperdícios, retrabalhos, e conseqüentemente os custos .

4.4.2 Modulação

Os elementos da edificação são múltiplos ou submúltiplos, resultando em um sistema

coordenado dimensionalmente. A concepção dos espaços exige uma exata precisão perante as

medida dos blocos utilizados na construção adequando a uma correta modulação. A necessidade

do trabalho conjunto do arquiteto com o projetista estrutural é essencial para que não haja

interferência entre os projetos (LEAL, 2009).

Conforme afirma Leal (2009), a adoção de coordenação dimensional tem diversas

vantagens, como:

Simplificação da atividade de elaboração do projeto;

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Padronização dos materiais e componentes;

Facilidade na utilização de técnicas pré-definidas, facilitando inclusive o controle da

produção;

Redução de desperdícios com adaptações;

Maior precisão dimensional;

Diminuição de erros de mão-de-obra, com conseqüente aumento da qualidade e da

produtividade.

A primeira definição a ser feita é o tipo e a dimensão do bloco que será utilizado. A

escolha do tipo de bloco depende da altura da edificação, existência de fornecedores locais, custo,

mão de obra, entre outros (SONDA, 2007).

4.4.3 Simetria:

Conforme Sonda (2007), a simetria das edificações é de fundamental importância, pois os

projetos arquitetônicos devem ter um equilíbrio na distribuição das paredes resistentes por toda a

área a ser utilizada na construção. A estabilidade dos edifícios em relação ás cargas horizontais

sendo distribuídas igualmente as paredes estruturais nas duas direções faz com que o projetista

tenha cuidados para que possa garantir esse fenômeno.

4.4.4 Coordenação modular:

Coordenação modular é definida como a técnica que permite relacionar as medidas de

projeto com as medidas das unidades de alvenaria por meio de um reticulado de referência. A

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modulação é a base do sistema de coordenação dimensional utilizado nos edifícios em alvenaria

estrutural (SONDA, 2007).

Sonda (2007), afirma que a coordenação modular é conseqüência da compatibilização dos

projetos só serão possível se houver uma padronização dos blocos e demais elementos e se as

juntas forem devidamente arranjadas. Outro fator importante para a fase de execução é a

definição de medidas eficazes para garantir as juntas com as tolerâncias adequadas à modulação

adotada.

4.4.4.1 Modulação horizontal:

No mercado existem tamanhos diferentes de blocos, geralmente utilizam as dimensões

das famílias comercialmente utilizadas tais quais 14 x 39 (denominada de família 39) e 14 x 29

(família 29) sendo cada uma com suas restrições e podendo optar para criação da modulação. A

modulação utilizando blocos de 14 x 39 tem a desvantagem do comprimento do bloco não ser

proporcional à sua largura, o que exige o emprego de blocos especiais para amarração ou

utilização de encontro de paredes. No caso de modulação com blocos de 14 x 29 o comprimento

do bloco é proporcional à sua largura, o que permite uma melhor amarração entre paredes por

escalonamento de blocos e facilita o trabalho de modulação da planta (SONDA, 2007).

4.4.4.2 Modulação vertical:

É definida como o detalhamento das paredes em elevação, mostrando todos os blocos e

todas as paredes e com a representação de todas as aberturas de portas, janelas e vãos além das

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instalações. Nestas elevações são definidas as aberturas, vergas, contra vergas, eletrodutos, caixas

de passagem, interruptores e tubulações hidráulicas (SONDA, 2007).

Esses detalhamentos devem ser lançados pelo arquiteto para a elaboração dos projetos

hidráulico, elétrico e estrutural. Tanto a primeira fiada como as elevações das paredes exigem

detalhamentos em escalas não inferiores a 1:50, com a escala 1:25 sendo a mais recomendável

para esta finalidade (SONDA,2007).

4.5 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS

A correta execução do sistema construtivo de alvenaria estrutural é necessária, pois sua

eficácia é referente à utilização de uma mão de obra qualificada e com ferramentas e

equipamentos próprios para este sistema que propiciam um ganho produtivo além da organização

dos serviços, seguem abaixo exemplos de algumas destas ferramentas e equipamentos mais

utilizadas na construção:

Régua: Utilizada na aplicação da linha de argamassa de assentamento nas bordas dos

blocos.

Bisnaga: Pouco empregada, pois se utiliza de uma maior força podendo provocar dores,

porém provoca grande produtividade e pouca perda de material.

Figura 10- Bisnaga

Fonte: http://www.selectablocos.com.br/alvenaria_estrutural_detalhes_construtivos_24.html

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Régua de bolhas: Serve para verificar o prumo, o nível e planicidade das paredes

Escantilhão: Defini o prumo de alvenaria e o nível das fiadas é fixado sobre as lajes com

auxilio e parafusos e buchas.

Figura 11- Escantilhão

Fonte: http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/verProduto.php?cdcatalogoproduto=17

Esquadro: utilizado para conferir e determinar a marcação durante a execução da primeira

fiada e a perpendicularidade entre paredes.

Figura 12-Esquadro

Fonte: http://www.scanmetal.com.br/equipamentos.php?opcao=Esquadro de Alumínio

Soldado&foto=171&filtro=#gopict

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Andaime: Facilita o assentamento de blocos, a partir da sétima fiada proporciona o

aumento da produtividade, sendo que as montagens dos sistemas demandam de mais

tempo.

Figura 13-Andaime

Fonte: http://www.lokandaimes.com.br/about.html

Prumo: Garante o prumo das paredes auxiliando a colocação dos blocos

Figura 14- Prumo

Fonte: http://www.mjscabos.com.br/produtos.asp?categoria=045

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5. ESTUDO DE CASO – PROCESSO EXECUTIVO

5.1 DESCRIÇÕES DA OBRA REFERIDA:

O empreendimento escolhido foi uma edificação em de Feira de Santana- Ba. É composta

de 17(dezessete) blocos com 16(dezesseis) apartamentos cada, totalizando 272 (duzentos e

setenta e dois) apartamentos de dois quarto, com uma área total construída dos blocos de

13.340,07 m² e área útil de 38,30m². Possui um sistema construtivo de alvenaria estrutural e

vedação de blocos de concretos, fundação em radier e as lajes pré- moldadas de concreto. Neste

capitulo será apresentado à seqüência executiva do processo de alvenaria estrutural aplicado na

obra.

5.2 SEQUÊNCIA EXECUTIVA:

A obra inicia-se com o Levantamento Planimétrico que segundo o responsável pela obra

foi efetuado pelo método "caminhamento”, os cálculos analíticos foram processados

eletronicamente e a área calculada pelo método de GAUSS. O equipamento utilizado foi o GPS

PRO-XR TRIMBLE. A partir da obtenção desses dados foi delimitada a área para construção do

empreendimento. Começou com a limpeza do terreno onde foram verificadas as condições do

terreno e as possíveis variações (inclinação, cotas) do terreno, podemos observar conforme a

Figura 15,16 e 17 com base no acervo de engenharia do empreendimento.

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Figura 15-Limpeza do terreno

Figura 16-Nivelamento do terreno

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Figura 17 - Terraplanagem

Após o nivelamento do terreno e as verificações das cotas topográficas foram feitos os

aterros necessários e a partir dai na obra começou a marcação dos gabaritos dos radiers com base

na planta de marcação de eixos no anexo 4 para a posterior elevação das paredes portantes da

edificação .Podemos verificar na Figura 18 e 19 o radier .

Figura 18 - Gabarito para marcação do radier

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Figura 19- Radier executado

Após a conferência do esquadro do radier e com base na planta de 1° e 2° fiada foi

liberada para começar a marcação as paredes da edificação, foram aplicadas juntas horizontais e

verticais de 1 cm para assentamento dos blocos.A execução foi iniciada pelos cantos feito como

forma de escalonamento já que não foi utilizado na obra escantilhão fundamental para definir o

prumo e o nível das fiadas , podemos observar na Figura 20 e 21 a marcação da 2° fiada já

pronta e a execução pelos cantos e no anexo 5 o projeto de marcação de 1° fiada.

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Figura 20- Marcação da 2° fiada

Figura 21-Execução em forma de escalonamento (parte superior)

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A elevação das paredes segue com base nos projetos de paginação no anexo 5

estabelecido e fornecidos pela obra a Figura 22 demonstra a preocupação da amarração das

paredes, pois elas juntos com os pontos de grauteamento é que garantem a uma maior rigidez da

estrutura.

Figura 22-Amarração das paredes

Podemos observar em relação das paredes os diversos serviços de instalações sendo

executados ao mesmo tempo, tais quais estas verificações de compatibilidade antes da execução

eliminam cortes desnecessários, como não teve uma preocupação em criar uma central de cortes

de blocos na obra para o adequamento de tubulações e instalação elétrica pode observar com base

nas Figuras 23, 24 e 25 alguns desperdícios que poderiam ser dispensados diminuindo o índice de

quebra desses blocos e rejeitos dos mesmos.

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Figura 23- Elevação das paredes junto com os projetos elétricos e hidráulicos sendo executado.

Figura 24- Instalações elétricas e hidráulicas sendo executado nas paredes.

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Figura 25-Cortes desnecessários

Foram utilizados nas janelas e portas vergas e contra vergas com bloco canaleta sendo

executada no local com presença de graute , pois o custo benefício da utilização dos recursos pré-

moldado não foi eficaz devido a ter seu custo inicial elevado, conforme as Figuras 26 e 27:

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Figura 26-Verga sendo executada no vão de porta em bloco canaleta

Figura 27- Verga sendo executada no vão de porta em bloco canaleta

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A entrega de blocos como pode- se observar foi em forma de paletes , pois esta maneira

de tranporte evita a quebra de blocos durante a entrega ,e foram deslocamentos até o local com o

manipulador telescópico assim diminuindo a geração de resíduos proveniente deste processo. A

seguir a Figura 28 mostra o armazenamento dos blocos.

Figura 28- Blocos em forma de paletes

As lajes utilizadas foram lajes pré- moldados seguindo corretamente todos os padrões,

foram feitas no local apropriado perto da obra em pistas de concretagem com toda a preocupação

com a resistência e o correto adequamento dos projetos seguindo fielmente as plantas de lajes a

seguir podemos observar na Figura 29 as lajes e as estruturas metálicas para içamento das

mesmas .

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Figura 29- Lajes pré-moldadas

Abaixo podemos observar as tubulações hidrosanitárias prontas do pavimento 1° tipo já

colocado nas aberturas das lajes pré-fabricadas na Figura 30 e as paredes de alvenaria do térreo e

1° tipo prontas, tudo de acordo com os projetos de paginação da obra com presença de vergas e

contra vergas janelas e portas na Figura 31.

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Figura 30-Tubulações hidráulicas prontas

Figura 31-Conclusão da execução das paredes térreas e 1° tipo

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As obras de alvenaria estrutural geram rejeitos de canteiro menores comparado com outras

obras se forem corretamente aplicadas às técnicas construtivas, podemos observar com base nas

Figuras 32 e 33 o canteiro antes e depois na Figura 34 a quantidade de resíduos gerados da

incorreta utilização dos blocos, provenientes da inexistência de central de corte de blocos.

Portanto tornou-se um fator preponderante, houve um desperdício significativo que poderia ser

evitado se houvesse a correta e eficaz preocupação dos serviços e compatibilização dos projetos

para que resíduos da construção não fossem gerados em grande quantidade.

Figura 32-Obra limpa

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Figura 33-Vista superior

Figura 34-Rejeitos gerados

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção civil tem demandado um nível muito alto de subsistemas que facilitam e

diminuem de uma forma significativa os desperdícios ocasionados pelas obras e fazendo com que

aumentem a produtividade através de uma mão de obra cada vez mais eficiente. O sistema de

alvenaria estrutural está sendo eficaz nesta obra parcialmente, pois deverá existir uma

preocupação em relação à diminuição dos desperdícios ocasionados pela falta de controle e por

não ter a devida preocupação com a compatibilização dos projetos que trabalham

simultaneamente, como podemos observar houve uma preocupação na forma de como foi

fornecido os materiais e o seu correto armazenado além do seu deslocamento no canteiro de obra,

mas não da correta execução dos mesmos, ou seja, inexistência de central de corte de blocos

fundamental na obra em questão.

Inicialmente a mão de obra aplicada na obra não foi eficaz, pois não tinham profissionais

qualificados para execução deste tipo de estrutura foram qualificadas algumas equipes de

pedreiros e ajudantes e que deram o andamento a obra, mas devidos a alguns problemas foram

substituídas por serviços terceirizados de mão de obra de pedreiro e ajudantes realmente

qualificados melhorando e padronizando os serviços da obra. Além disso, podemos observar a

inexistência de escoras e madeira na obra proveniente das formas já que as lajes eram pré-

fabricadas e não demandavam de tais medidas, as vergas e contra vergas utilizadas foram

moldadas em loco por decisão dos responsáveis sendo economicamente viável para o

empreendimento.

De acordo com os objetivos propostos no trabalho, conclui-se que foi alcançado o

entendimento perante a execução de técnicas de alvenaria estrutural. Vantagens e desvantagens

que poderiam a ter com o sistema construtivo além da forma de como conduzir e preocupar-se

com a integração dos diversos projetos para que de uma forma eficiente pudesse diminuir os

custos e sim aumentar os lucros de uma forma correta e sensata.

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REFERÊNCIAS

http://www.abcp.org.br/comunidades/recife3/PDFs/Apresentacao_Carlos_Alberto_Tauil_blocos_

de_concreto.pdf <acesso 22 de setembro de 2010>

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6136/2007 – Bloco

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ANEXOS

ANEXO 1- PLANTA DE IMPLANTAÇÃO

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ANEXO 2- LEGENDA

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ANEXO 3- PLANTA DE LOCALIZAÇÃO DO TÉRREO

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ANEXO 4- PLANTA EIXO DAS PAREDES

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ANEXO 5- MARCAÇÃO 1° FIADA

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ANEXO 6- ELEVAÇÃO DA PAREDE P01

ANEXO 7- ELEVAÇÃO DA PAREDE P07

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ANEXO 8- PAGINAÇÃO DA PISTA