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.ya UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA INGRID ESTEFANIA MANCIA DE GUTIÉRREZ MICROPROPAGAÇÃO DE Bauhinia cheilantha (BONG.) STEUD. (FABACEAE) Feira de Santana, BA 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

INGRID ESTEFANIA MANCIA DE GUTIÉRREZ

MICROPROPAGAÇÃO DE Bauhinia cheilantha (BONG.)

STEUD. (FABACEAE)

Feira de Santana, BA

2010

INGRID ESTEFANIA MANCIA DE GUTIÉRREZ

MICROPROPAGAÇÃO DE Bauhinia cheilantha (BONG.)

STEUD. (FABACEAE)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em

Biotecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana como

requisito para o título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. José Raniere Ferreira de Santana

Feira de Santana, BA

2010

AGRADECIMENTOS

À Deus por ter me dado os pais e companheiro que tenho, pois deles recebi sempre apoio,

cuidado, carinho e compreensão durante toda essa trajetória para mais uma conquista.

À Deus por ter me aproximado de todas as pessoas que me orientaram e compartilharam seus

conhecimentos e experiências comigo, contribuindo para a conclusão de mais uma etapa na

minha formação profissional.

E mais uma vez à Ele, por ter conquistado todas as amizades que fiz, nas quais pude dividir

muitos momentos de alegria e de dificuldade, durante o período do mestrado.

Obrigada mais umas vez!

RESUMO

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. é uma leguminosa típica do semiárido com relevante

importância sócio-econômica e medicinal. Suas sementes apresentam dormência o que

dificulta a obtenção de plantas uniformes e em curto período de tempo, diante disso, a

micropropagação promete ser uma alternativa a propagação da espécie. Objetivou-se nesse

trabalho estabelecer um protocolo de micropropagação para B. cheilantha. Avaliou-se os

efeitos de diferentes reguladores vegetais (BAP, KIN, TDZ e ANA) sobre a morfogênese in

vitro de diversos explantes (hipocótilo, segmento cotiledonar, cotilédone, epicótilo, segmento

nodal e internodal), obtidos de plântulas in vitro com 20 dias de idade. Na fase de

enraizamento, foram testadas diferentes auxinas (AIB, ANA e AIA) sob a influência do

carvão ativado. Avaliou-se a interferência do fechamento dos tubos de ensaio no percentual

de sobrevivência das mudas, durante a aclimatização. O meio de cultura utilizado em todos os

experimentos foi o WPM acrescido de 30,0 g L-1

de sacarose e 6,0 g L-1

de ágar. O segmento

nodal apresentou uma capacidade organogênica 2,4 vezes maior que o segmento cotiledonar.

O maior número de brotos (2,84) foi obtido em 2,0 mg L-1

de BAP. A utilização de ANA não

favoreceu a taxa de multiplicação. A utilização de 0,5 mg L-1

de AIA ou 1,0 mg L-1

de ANA

ou 0,25 mg L-1

de AIB promoveu o maior percentual de enraizamento (cerca de 65,0%). Em

relação ao carvão ativado, na concentração de 0,5 g L-1

houve efeito benéfico na maioria das

características analisadas. Os brotos enraizados foram transferidos para casa de vegetação e

aclimatizadas com sucesso.

Palavras-chave: Lenhosa medicinal. Cultivo in vitro. Organogênese. Reguladores vegetais.

ABSTRACT

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. is a legume typical of the semi-arid region with the socio-

economic and medical relevance. Its seeds have a dormancy period which makes it difficult to

obtain uniform plants in a short period of time. As such, micropropagation is a promising

alternative for the propagation of the species. The objective of this work was to establish a

micropropagation protocol for B. cheilantha. This was undertaken through an evaluation of

the effects of different plant growth regulators (BAP, KIN, TDZ and NAA) on the

morphogenesis in vitro of different explants (hypocotyls, cotyledonary segment, cotyledon,

epicotyl, nodal and internodal segment), from 20 day old seedlings grown in vitro. In the

rooting phase, different auxins (IBA, NAA and IAA) were tested under the influence of

activated charcoal. The interference of the culture tube closure type in the percentage of

seedling survival during the acclimatization was also evaluated. The culture medium used in

all experiments was WPM plus 30.0 g L-1

sucrose and 6.0 g L-1

agar. The nodal segments

showed an organogenic capacity 2.4 times greater than the cotyledonary segment. The highest

number of shoots (2.84) was obtained at 2.0 mg L-1

BAP. The use of NAA did not favor the

multiplication rate. The use of 0.5 mg L-1

IAA or 1.0 mg L-1

NAA or 0.25 mg L-1

IBA

promoted the highest percentage of rooting (about 65.0%). As for the activated carbon at a

concentration of 0.5 g L-1

, there was a beneficial effect in most of the analyzed characteristics.

The rooted shoots were transferred to greenhouse and successfully acclimatized.

Keywords: Medicinal Woody. In vitro culture. Organogenesis. Plant growth regulators

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Distribuição das patentes identificadas com a palavra-chave

Bauhinia, nos campos de título e resumo, nos bancos de patentes

gratuitos (Fonte: INPI, EPO, USPTO, nov. 2009).

4

Figura 2 B. cheilantha: (A) Aspecto da casca; (B) Folha; (C) Sementes

maduras; (D) Inflorescência; (E) Fruto maduro (Fonte: Autora,

2010).

5

Figura 3 Distribuição geográfica de B. cheilantha () no Brasil. (Fonte:

Autora, adaptado de Vaz e Tozzi, 2003).

6

Figura 4 Número de Patentes depositadas com as palavras-chaves Cultura de

Tecidos Vegetais, Micropropagação, Embriogênese, Organogênese,

Enraizamento in vitro e Aclimatização, relacionada à área de

Reprodução de plantas por meio de técnicas de Cultura de Tecidos

(A01H 4/00) (Fonte: INPI, EPO e USPTO, nov., 2009).

9

Figura 5 Sementes de B. cheilantha, sob ocular 2X de esterescópico, seta

apontando o hilo (A) e sementes escarificadas (B) (Barra = 0,5 cm).

Feira de Santana, BA, 2010.

14

Figura 6 Esquema do seccionamento realizado para obtenção dos explantes

utilizados na etapa de multiplicação in vitro: (A) plântula de B.

cheilantha germinada in vitro em meio WPM; (B) segmento

internodal; (C) segmento nodal; (D) epicótilo; (E) cotilédone; (F)

segmento cotiledonar e (G) hipocótilo. Feira de Santana, BA, 2010.

15

Figura 7 Esquema da aclimatização das plantas enraizadas in vitro. (A) 1º dia

na casa de vegetação – garrafa pet tampada; (B) 7º dia – garrafa pet

desenroscada; (C) 16º dia – tampa retirada; (D) 30º dia – garrafa pet

retirada.

21

Figura 8 Crescimento da plântula de B. cheilantha germinada em meio de

cultura WPM durante 20 dias.

22

Figura 9 Porcentagem de explantes responsivos de B. cheilantha, aos 30 dias

de inoculados em meio de cultura WPM (A- Fator ANA; B- Fator

Explante; SC- segmento cotiledonar e SN- segmento nodal). Feira

de Santana, BA, 2010.

24

Figura 10 Aspecto dos calos nos explantes de hipocótilo (A), cotilédone (B),

epicótilo (C) e segmento internodal (D) aos 30 dias de inoculados

em meio de cultura WPM acrescido de 2,0 mg L-1

de BAP e 0,5 mg

L-1

de ANA. Feira de Santana, BA, 2010.

25

Figura 11 Número de brotos obtidos a partir do segmento nodal (A) e do

segmento cotiledonar (B) de B. cheilantha, aos 30 dias de

inoculados em meio de cultura WPM com diferentes concentrações

de ANA e BAP ( 0,0 mg L-1

ANA; 0,25 mg L-1

ANA; 0,5

27

mg L-1

ANA). Feira de Santana, BA, 2010.

Figura 12 Número de gemas dos maiores brotos obtidos a partir de segmento

cotiledonar () e de segmento nodal () de B. cheilantha, aos 30

dias de inoculados em meio de cultura WPM suplementado com

diferentes concentrações de BAP (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

).

Feira de Santana, BA, 2010.

29

Figura 13 Comprimento de parte aérea (cm) obtida dos brotos de B.

cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM com

diferentes concentrações de ANA e BAP (** Significativo ao nível

de 1% de probabilidade pelo Teste F; * Significativo ao nível de 5%

de probabilidade pelo teste F; ns – não significativo) (A – Interação

BAP X ANA, () 0,0 mg L-1

, () 0,25 mg L-1

e () 0,5 mg L-1

de

ANA ; B- Interação BAP X EXP, segmento cotiledonar () e de

segmento nodal () ). Feira de Santana, BA, 2010.

32

Figura 14 Número de folhas obtido dos brotos a partir do segmento cotiledonar

() e segmento nodal () de B. cheilantha, aos 30 dias de

inoculados em meio de cultura WPM em função de BAP (*

Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns – não

significativo). Feira de Santana, BA, 2010.

33

Figura 15 Matéria seca da parte aérea advindas do segmento cotiledonar (SC)

e segmento nodal (SN) na fase de multiplicação de B. cheilantha,

aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM em função de

BAP (* Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F;

ns- não significativo). Feira de Santana, BA, 2010.

34

Figura 16 Brotos de B. cheilantha em meio de multiplicação WPM

suplementado com 2,0 mg L-1

de regulador vegetal, aos 30 dias de

inoculados. (A) Segmento cotilenodar em BAP; (B) Segmento nodal

em KIN; (C) Segmento nodal em BAP; (D) segmento cotiledonar

em TDZ; (E) segmento nodal em TDZ. (Barra = 1,0 cm) Feira de

Santana, BA, 2010.

38

Figura 17 Número de gemas obtidas dos brotos advindos de segmento

cotiledonar () e segmento nodal () e de B. cheilantha, aos 30

dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes

concentrações de reguladores vegetais (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-

1) (* Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F).

Feira de Santana, BA, 2010.

39

Figura 18 Comprimento dos brotos advindos de segmento cotiledonar () e

segmento nodal () de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em

meio de cultura WPM com diferentes concentrações de reguladores

vegetais (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) (* Significativo ao nível de

5% de probabilidade pelo teste F; ** Significativo ao nível 1% de

probabilidade pelo teste F). Feira de Santana, BA, 2010.

41

Figura 19 Porcentagem de enraizamento dos brotos de B. cheilantha, aos 45

dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes

concentrações de AIB e acrescidos com diferentes concentrações de

carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

; 1,0g L-1

e 2,0 g L-1

CA) (**

Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; ns – não

singificativo). Feira de Santana, BA, 2010.

44

Figura 20 Número de raízes adventícias nos brotos de B. cheilantha, aos 45

dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes

concentrações de AIB e acrescidos em diferentes concentrações de

carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

; 1,0g L-1

e 2,0 g L-1

CA) (**

Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; ns – não

significativo). Feira de Santana, BA, 2010.

45

Figura 21 Brotos de B. cheilantha em meio de enraizamento WPM, aos 45 dias

de inoculados em (A) 0,0 mg L-1

de AIB; (B) 0,0 mg L-1

de AIB e

2,0 g L-1

de carvão ativado; (C) 1,0 mg L-1

de AIB e (D) 2,0 mg L-1

de AIB. (Barra = 1,0 cm) Feira de Santana, 2010.

46

Figura 22 Número de raízes secundárias nos brotos de B. cheilantha, aos 45

dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes

concentrações de AIB (0,0; 0,5; 1,0 e 2,0 mg L-1

) e acrescidos em

diferentes concentrações de carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

; 1,0

g L-1

e 2,0 g L-1

CA) (** Significativo ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste F; ns – não significativo). Feira de Santana,

BA, 2010.

47

Figura 23 Porcentagem de enraizamento dos brotos de B. cheilantha, aos 45

dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes

concentrações (0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg L-1

) e tipos de auxinas (A-

AIB; B- ANA e C- AIA), acrescidos com diferentes concentrações

de carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

; 0,5 g L-1

e 1,0 g L-1

CA)

(** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; *

Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns – não

singificativo). Feira de Santana, BA, 2010.

50

Figura 24 Número de raízes adventícias de B. cheilantha, aos 45 dias de

inoculados em meio de cultura WPM com diferentes concentrações

(0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg L-1

) e tipos de auxinas (A- AIB; B- ANA e

C- AIA), acrescidos com diferentes concentrações de carvão ativado

(CA) ( 0,0 g L-1

; 0,5 g L-1

e 1,0 g L-1

CA) (** Significativo

ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F;* Significativo ao nível

de %% de probabilidade pelo teste F; ns – não singificativo). Feira

de Santana, BA, 2010.

53

Figura 25 Brotos de B. cheilantha em meio de enraizamento WPM, aos 45 dias

de inoculados em (A) 0,0 mg L-1

de regulador; (B) 0,0 mg L-1

de

regulador e 0,5 g L-1

de carvão ativado; (C) 1,0 mg L-1

de AIB; (D)

1,0 mg L-1

de AIB + 0,5 g L-1

de carvão ativado; (E) 1,0 mg L-1

de

ANA; (F) 1,0 mg L-1

de ANA + 0,5 g L-1

de carvão ativado; (G) 0,5

54

mg L-1

de AIA; (H) 0,5 mg L-1

de AIA + 0,5 g L-1

de carvão ativado.

(Barra = 1,0 cm) Feira de Santana, BA, 2010.

Figura 26 Número de raízes secundárias nos brotos de B. cheilantha, aos 45

dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes

concentrações (0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg L-1

) e tipos de auxinas (A-

AIB; B- ANA e C- AIA), acrescidos em diferentes concentrações de

carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

; 0,5 g L-1

e 1,0 g L-1

CA) (**

Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; *

Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns – não

significativo). Feira de Santana, BA, 2010.

56

Figura 27 Comprimento da maior raiz de B. cheilantha, aos 45 dias de

inoculados em meio de cultura WPM com diferentes concentrações

(0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg L-1

) e tipos de auxinas (A- AIB; B- ANA e

C- AIA), acrescidos em diferentes concentrações de carvão ativado

(CA) ( 0,0 g L-1

; 0,5 g L-1

e 1,0 g L-1

CA) (** Significativo

ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; * Significativo ao

nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns – não significativo).

Feira de Santana, BA, 2010.

57

Figura 28 Percentual de sobrevivência das mudas de B. cheilantha, aos 30 dias

de aclimatização, referentes às condições de tamponamento durante

a etapa de enraizamento in vitro: filme de PVC, tampa plástica sem

PVC e tampa de algodão. Feira de Santana, BA, 2010.

60

Figura 29 Mudas de B. cheilantha (A) durante a aclimatização em casa de

vegetação e (B) após 30 dias de aclimatização. Feira de Santana,

BA, 2010.

60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Estado Biotecnológico a respeito do Gênero Bauhinia (Fonte: INPI,

EPO, USPTO, nov. 2009).

4

Tabela 2 Atividades biológicas testadas para a espécie B. cheilantha.

7

Tabela 3 Tratamentos utilizados na indução de brotos em hipocótilo,

segmento cotiledonar, cotilédone, epicótilo, segmento nodal e

internodal de B. cheilantha, inoculados em meio WPM, acrescido de

diferentes concentrações de 6-benzilaminopurina (BAP) e ácido

naftaleno acético (ANA). Feira de Santana, BA, 2010.

16

Tabela 4 Tratamentos utilizados na indução de brotos em segmento

cotiledonar e segmento nodal de B. cheilantha, inoculados em meio

WPM, acrescido de diferentes concentrações de 6-

benzilaminopurina (BAP) ou cinetina (KIN) ou tidiazuron (TDZ).

Feira de Santana, BA, 2010.

17

Tabela 5 Tratamentos utilizados no enraizamento in vitro de B. cheilantha,

inoculados em meio WPM, acrescido de diferentes concentrações de

ácido indolbutírico (AIB) e acrescido de carvão ativado. Feira de

Santana, BA, 2010.

18

Tabela 6 Tratamentos utilizados no enraizamento in vitro de B. cheilantha,

inoculados em meio WPM, acrescido de diferentes concentrações de

ácido indolbutírico (AIB), ácido naftaleno acético (ANA) e ácido

indolacético (AIA). Feira de Santana, BA, 2010.

20

Tabela 7 Resumo da análise de variância para porcentagem de explantes

responsivos (% ER), número de brotos (NB), número de gemas do

maior broto (NG), número de folhas do maior broto (NF),

comprimento da parte aérea (CPA) (cm) e matéria seca da parte

aérea (MSPA) (mg) de plântulas de B. cheilantha, advindos de

segmento cotiledonar e nodal em diferentes concentrações de BAP

(0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) e ANA (0,0; 0,25 e 0,5 mg L-1

) em

meio WPM aos 30 dias de inoculação in vitro. UEFS. Feira de

Santana, BA, 2010.

23

Tabela 8 Número de gemas obtidas do maior broto na fase de multiplicação

de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura

WPM em função de ANA e explante. Feira de Santana, BA, 2010.

30

Tabela 9 Número de gemas a obtidas do maior broto na fase de multiplicação

de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura

WPM em função de BAP e ANA. Feira de Santana, BA, 2010.

30

Tabela 10 Comprimento da parte aérea na fase de multiplicação de B.

cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM em

31

função de ANA e Explante (SC- segmento cotiledonar e SN-

segmento nodal). Feira de Santana, BA, 2010.

Tabela 11 Matéria seca da parte aérea na fase de multiplicação de B.

cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM em

função de BAP e ANA. Feira de Santana, BA, 2010.

34

Tabela 12 Resumo da análise de variância para a porcentagem de explantes

responsivos (% ER), número de brotos (NB), número de gemas do

maior broto (NG), número de folhas do maior broto (NF),

comprimento da parte aérea (CPA) (cm) e matéria seca da parte

aérea (MSPA) (mg) de plântulas de B. cheilantha, advindos de

segmento cotiledonar e nodal em diferentes concentrações de KIN,

BAP ou TDZ (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) em meio WPM aos 30

dias de inoculação in vitro. UEFS. Feira de Santana, BA, 2010.

36

Tabela 13 Porcentagem de explantes responsivos de B. cheilantha, aos 30 dias

de inoculados em meio de cultura WPM em função da concentração

das citocininas testadas (KIN; BAP e TDZ) e do tipo de explante

(SC-segmento cotiledonar e SN- segmento nodal). Feira de Santana,

BA, 2010.

37

Tabela 14 Número de brotos obtidos a partir de segmento cotiledonar (SC) e

segmento nodal (SN) de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em

meio de cultura WPM com diferentes concentrações de citocininas

(0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

). Feira de Santana, BA, 2010.

37

Tabela 15 Número de gemas obtidas dos brotos advindos de segmento

cotiledonar (SC) e segmento nodal (SN) de B. cheilantha, aos 30

dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes

citocininas (KIN; BAP e TDZ). Feira de Santana, BA, 2010.

40

Tabela 16 Comprimento dos brotos advindos de segmento cotiledonar (SC) e

segmento nodal (SN) de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em

meio de cultura WPM suplementado com diferentes citocininas

(KIN; BAP e TDZ). Feira de Santana, BA, 2010.

40

Tabela 17 Comprimento dos brotos de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados

em meio de cultura WPM suplementado com diferentes

concentrações (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) e tipos de citocininas

(KIN; BAP e TDZ). Feira de Santana, BA, 2010.

41

Tabela 18 Matéria seca da parte aérea (mg) de B. cheilantha, aos 30 dias de

inoculados em meio de cultura WPM suplementado com diferentes

concentrações (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) e tipos de citocininas

(KIN; BAP e TDZ). Feira de Santana, BA, 2010.

42

Tabela 19 Matéria seca da parte aérea (mg) de B. cheilantha, aos 30 dias de

inoculados em meio de cultura WPM em função da concentração

dos reguladores testados e do tipo de explante. Feira de Santana,

42

BA, 2010.

Tabela 20 Resumo da análise de variância para % de enraizamento dos brotos

(%ENR), número de raízes adventícias por broto (NRA), número de

raízes secundárias da maior raiz (NRS), comprimento da maior raiz

(CMR) (cm) e % de sobrevivência dos brotos (%SOBR) de B.

cheilantha, em diferentes concentrações de AIB (0,0; 0,5; 1,0; e 2,0

mg L-1

) e carvão ativado (CA) (0,0; 1,0 e 2,0 g L-1

) em meio de

cultura WPM aos 45 dias de inoculação in vitro. UEFS. Feira de

Santana, BA, 2010.

43

Tabela 21 Comprimento da maior raiz (cm) de B. cheilantha, aos 45 dias de

inoculados em meio de cultura WPM suplementado com diferentes

concentrações de AIB (0,0; 0,5; 1,0; e 2,0 mg L-1

) e carvão ativado

(CA) (0,0; 1,0 e 2,0 g L-1

). Feira de Santana, BA, 2010.

48

Tabela 22 Resumo da análise de variância para % de enraizamento dos brotos

(%ENR), número de raízes adventícias por broto (NRA), número de

raízes secundárias da maior raiz (NRS), comprimento da maior raiz

(CMR) (cm) e % de sobrevivência dos brotos (%SOBR) de B.

cheilantha, em diferentes concentrações (C) (0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg

L-1

) e tipos de auxinas (A) (AIB; ANA e AIA), em diferentes

concentrações de carvão ativado (CA) (0,0; 0,5 e 1,0 g L-1

) em meio

de cultura WPM aos 45 dias de inoculação in vitro. UEFS. Feira de

Santana, BA, 2010.

49

Tabela 23 Resumo da análise de variância para porcentagem de sobrevivência

das mudas (%SOBR) de B. cheilantha após um período de 30 dias

de aclimatização, pré-acondicionadas em diferentes condições de

tamponamentos (filme de PVC; tampa plástica sem filme de PVC e

tampão de algodão) durante o enraizamento in vitro. Feira de

Santana, BA, 2010.

59

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1

2 REVISÃO DA LITERATURA 2

2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESPÉCIE Bauhinia cheilantha 5

2.2 CULTURA DE TECIDOS VEGETAIS 7

2.2.1 Micropropagação 9

3 MATERIAL E MÉTODOS 13

3.1 MEIO DE CULTURA E CONDIÇÕES DE CULTIVO 13

3.2 ESTABELECIMENTO IN VITRO 14

3.3 MULTIPLICAÇÃO IN VITRO 15

3.3.1 Experimento 1 - Efeito da citocinina 6-benzilaminopurina (BAP) e da

auxina ácido naftaleno acético (ANA) na indução de brotações em

diferentes tipos de explantes de B. cheilantha.

15

3.3.2 Experimento 2 - Efeito do tipo de citocininas na indução de brotações

em diferentes tipos de explantes de B. cheilantha.

16

3.4

3.4.1

ENRAIZAMENTO IN VITRO

Experimento 3 – Efeito da auxina ácido indolbutírico (AIB) e carvão

ativado no enraizamento in vitro de brotos de B. cheilantha.

17

18

3.4.2 Experimento 4 - Efeito das auxinas ácido indolbutírico (AIB) ou ácido

naftaleno acético (ANA) ou ácido indolacético (AIA) e carvão ativado

no enraizamento in vitro de brotos de B. cheilantha.

18

3.5

3.5.1

ACLIMATIZAÇÃO

Experimento 5 – Efeito da aeração in vitro sob a aclimatização

19

19

3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

21

4

4.1

4.1.1

RESULTADOS E DISCUSSÃO

MULTIPLICAÇÃO IN VITRO

Experimento 1 - Efeito da citocinina 6-benzilaminopurina (BAP) e da

auxina ácido naftaleno acético (ANA) na indução de brotações em

diferentes tipos de explantes de B. cheilantha.

21

22

22

4.1.2

4.2

4.2.1

4.2.2

4.3

4.3.1

5

Experimento 2 - Efeito do tipo de citocininas na indução de brotações

em diferentes tipos de explantes de B. cheilantha.

ENRAIZAMENTO IN VITRO

Experimento 3 - Efeito da auxina ácido indolbutírico (AIB) e carvão

ativado no enraizamento in vitro de brotos de B. cheilantha.

Experimento 4 - Efeito das auxinas ácido indolbutírico (AIB) ou ácido

naftaleno acético (ANA) ou ácido indolacético (AIA) e carvão ativado

no enraizamento in vitro de brotos de B. cheilantha. ACLIMATIZAÇÃO

Experimento 5 – Efeito da aeração in vitro sob a aclimatização

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

35

43

43

48

59

59

61

1 INTRODUÇÃO

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud., conhecida popularmente como mororó ou pata-

de-vaca, é uma leguminosa típica da Caatinga, principal ecossistema existente no semiárido

brasileiro. Estima-se que cerca de 40% da área desse ecossistema nunca tenha sido coletada e

80% dela subamostrada (TABARELLI; VICENTE, 2004). Segundo Leal et al. (2005), a

Caatinga é, dentre todos os biomas brasileiros, o que registra menor número e menor extensão

de área protegida.

Para o nordeste brasileiro, a espécie em estudo tem uma importância sócio-econômica

relevante, devido ao seu vasto potencial como lenhosa forrageira sendo fonte alternativa de

renda para as comunidades, além do seu uso etnofarmacológico, para a produção de remédios

caseiros. São atribuídas as suas folhas ação antiinflamatória, antidiabética, sedativa,

antiparasitária, digestiva e expectorante, sendo comprovada cientificamente sua atividade

antioxidante, antinociceptiva e hipoglicemiante (LORENZI; MATOS, 2008).

Diversos países agregam esforços para investigar plantas medicinais com potente ação

hipoglicemiante, pois é sabido que a prevalência da diabetes em 2010 irá atingir 6,4% da

população mundial (285 milhões de adultos) e essa estimativa irá aumentar para 7,7% (439

milhões de adultos) em 2030 (SHAW; SICREE; ZIMMET, 2010). Sendo assim, a espécie é

uma planta de potente valor medicinal, utilizada pela população do semiárido brasileiro e

portanto, também pode ser utilizada no tratamento da doença em outras partes do mundo. A

espécie já possui uma metodologia de controle de qualidade para produção de fitoterápicos

que poderão ser desenvolvidos a partir de suas folhas (PEIXOTO-SOBRINHO et al., 2007,

2008), o que é de grande valia para o incremento do arsenal terapêutico no combate a

diabetes, uma vez que os medicamentos disponíveis hoje apresentam diversos efeitos

indesejáveis aos pacientes (HAMZA et al., 2010).

Nesse contexto, a produção de mudas de B. cheilantha é de relevante importância para

a indústria farmacêutica, pois o cultivo de plantas medicinais permite um controle maior dos

fatores extrínsecos (climáticos; edáficos-climáticos e edáficos) à cultura, fornecendo assim

uma matéria-prima vegetal de maior qualidade para a obtenção de fitoterápicos,

diferentemente da matéria-prima advinda de vegetais silvestres.

Desse modo, a Cultura de Tecidos Vegetais, através da micropropagação, permite a

multiplicação rápida de genótipos selecionados com maior produtividade, uniformidade e

desempenho no campo. A micropropagação ou propagação in vitro constitui uma alternativa

para a propagação de mudas sadias, em tempo e espaço físico reduzido, com alta fidelidade

genética (GEORGE, 2008). A aplicação da técnica pode ser vantajosa para a propagação da B.

cheilantha, pois suas sementes apresentam dormência tegumentar, o que dificulta a obtenção

de plantas uniformes e em curto período de tempo.

A micropropagação de espécies lenhosas tem se mostrado um método viável para a

produção de mudas em escala comercial, o que é de grande valia para a conservação de

espécies nativas e recuperação de áreas degradadas (MERKLE; NAIRN, 2005). Contudo,

diversas dificuldades durante o processo de cultivo in vitro tem sido relatadas, sendo comum a

contaminação por microorganismos endófíticos não removidos durante a desinfestação

superficial do tecido (HARRY; THORPE, 1994), a oxidação fenólica do meio de cultura e

explante (OLIVEIRA; NINO, 2009), a baixa taxa de multiplicação dos brotos (NHUT et al.,

2008), a abscisão foliar e o alongamento excessivo dos entrenós, o que reduz o número de

explantes para a fase de multiplicação (NEPOMUCENO et al., 2009) e a dificuldade no

enraizamento de partes aéreas (SOUZA; PEREIRA, 2007), o que pode interferir na

sobrevivência das mudas durante a fase de aclimatização.

Considerando a necessidade de produção de mudas de B.cheilantha para o

fornecimento de matéria-prima de qualidade para a produção de fitoterápicos e visto que até o

momento não há relatos com a espécie na área de propagação in vitro, objetivou-se com a

realização desse trabalho estabelecer um protocolo de micropropagação e aclimatização para

B. cheilantha.

2 REVISÃO DA LITERATURA

O gênero Bauhinia é composto por, aproximadamente, 300 espécies (VAZ ; TOZZI,

2005). Em 2008, a International Union for Conservation of Nature (IUCN) apontou 12

espécies do gênero em sua lista vermelha, nas seguintes categorias: 2 CR - Critically

Endangered – criticamente em perigo, 5 EN – Endangered- Perigo, 4 VU –Vulnerable-

vulneráveis, 1 LC - Least Concern (inclui LR/lc - Lower Risk, least concern)- baixo risco.

Sendo que destas espécies, 10 são nativas da América Latina e uma delas é nativa da Bahia, a

B. interregima. No Brasil ocorrem 91 espécies do gênero (VAZ; TOZZI, 2003), sendo três

destas consideradas raras: B. candelabriformis, B. leptantha e B. malacotrichoides

(QUEIROZ et al., 2009a).

Espécies desse gênero são classificadas na escala de sucessão vegetal como pioneiras

tardias, pois apresentam crescimento moderadamente rápido (LORENZI, 1992). Contudo, foi

demonstrado que suas sementes apresentam dormência tegumentar (ALVES et al., 2000,

2004). Seus exemplares são utilizados na recomposição vegetal, no reflorestamento de áreas

degradadas e também na arborização de ruas (ARAÚJO et al., 2009).

As plantas do gênero são comumente chamadas, no Brasil, de „mororó‟ (palavra de

origem tupi), „unha-de-vaca‟ ou „pata-de-vaca‟, devido as suas folhas fendidas lembrarem o

rastro da pata dos bovinos. Algumas espécies de Bauhina são utilizadas pela população para

fins medicinais e ritualísticos (ALONSO, 2004; MACEDO; FERREIRA, 2004; LORENZI;

MATOS, 2008; PIRES, 2009).

Os usos tradicionais dos „mororós‟ têm encontrado respaldo na literatura. Atividades

antifúngicas, antibacterianas, analgésicas, antiinflamatórias, antidiarréicas e especialmente

hipoglicemiante são relatadas em vários modelos experimentais, comprovando e justificando

o uso destas espécies na medicina popular (OLIVEIRA et al., 2001; SILVA; CECHINEL-

FILHO, 2002; SOSA et al., 2002; LINO et al., 2004; BARBOSA-FILHO et al., 2005).

Concomitantemente a esses estudos, foram isoladas diferentes classes de compostos orgânicos

de interesse medicinal: lactonas, flavonóides, terpenóides, esteróides, triterpenos, taninos e

quinonas (SILVA; CECHINEL-FILHO, 2002; DUARTE-ALMEIDA; NEGRI; SALATINO,

2004).

O gênero Bauhinia apresenta relevante potencial biotecnológico, uma vez que foram

encontradas diversas patentes depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual

(INPI), European Patent Office (EPO) e United States Patent and Trademark Office (USPTO)

classificadas nas seguintes seções: Necessidades Humanas (A), Químicas e Metalúrgicas (C),

Têxteis e Papel (D) e Físicas (G) (Tabela 1), segundo a Classificação Internacional de

Patentes (CIP).

Foram identificadas 18 classificações para as patentes depositadas com a palavra-

chave Bauhinia, distribuídas em 564 grupos, sendo que a maior parte das patentes (52%) está

na seção de preparações com finalidades médicas, odontológicas ou higiênicas. Na seção de

microorganismos ou enzimas; propagação, preservação ou manutenção de tecidos e

engenharia genética, apenas sete patentes (1%) são encontradas (Figura 1).

Através de levantamento de patentes é possível visualizar as áreas de pesquisa que

estão incipientes em estudos. No que diz respeito ao gênero em estudo, é percebido que as

informações abrangendo o cultivo e a propagação de Bauhinia estão aquém da real

potencialidade do gênero.

Tabela 1 - Estado Biotecnológico a respeito do Gênero Bauhinia (Fonte: INPI, EPO, USPTO, nov. 2009).

Espécie Patentes Classificação Internacional

INPI EPO USPTO

Bauhinia spp. 8 11 - A61K, A61P, A61 Q, A47 K, A23 L, C12 N, C12 G, D21 H

B. bauhinioides 1 1 - A61 K, A61 P, C07 K

B. corymbosa - 1 - A01 C, A01 G

B. aculeata - 1 - A61 K, A61 P, A61 Q

B. purpurea - 4 2 A61 K, A61 P, A01 N, A01 H, C12 N, C07 K, C25 C, G01 F

B. esculenta - 1 A61 K

B. variegata - 8 1 A61 K, A61 P, A61 Q

B. championii - 15 - A61 K, A61 P, A61 Q, A23 L, A21 D, A23 F

B. splendens - 1 - A61 K, A61 P

B. raddiana - 1 - A61 K

B. forficata - 7 - A61 K, A61 P, A61 Q, C07 C

B. hupehara - 1 - A 61 K, A61 P

Total 9 51 4 18 subclasses

Figura 1 - Distribuição das patentes identificadas com a palavra-chave Bauhinia, nos campos de título e resumo,

nos bancos de patentes gratuitos (Fonte: INPI, EPO, USPTO, nov. 2009).

2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESPÉCIE Bauhinia cheilantha

Bauhinia cheilantha (Fam. Fabaceae ou Leguminosae) é uma árvore de caule duro,

com cascas fibrosas e com ausência de espinhos (LORENZI; MATOS, 2008). Possui um

porte pequeno, chegando atingir até 3,5 m de altura, folhas com lóbulos arredondados,

cartáceas a subcoriáceas, apresentando pecíolo com 2-3 cm de comprimento, suas

inflorescências chegam a atingir cerca de 5,0 cm de comprimento, apresentando pétalas

brancas e os frutos são do tipo legume deiscente (QUEIROZ, 2009b) (Figura 2).

Figura 2 – B. cheilantha: (A) Aspecto da casca; (B) Folha; (C) Sementes maduras; (D) Inflorescência; (E) Fruto

maduro (Fonte: Autora, 2010).

A B. cheilantha é típica da Caatinga do semiárido brasileiro, podendo ser encontrada

com menos freqüência em áreas de Cerrado, na área centro-oeste/Paraguai e também na

vegetação arbustiva próxima a Cuiabá (VAZ; TOZZI, 2003) (Figura 3).

A

B

D E

C

A espécie é usada na produção de remédios caseiros com ação antiinflamatória,

antidiabética, sedativa, antiparasitária, para distúrbios digestivos, asma e tosse (ALMEIDA et

al., 2005; ALBUQUERQUE et al., 2005, 2007; AGRA et al., 2007), e para uso alimentar

como bebida, a partir de suas sementes torradas (ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002;

LUCENA et al., 2007). Suas folhas são consumidas por bovinos, caprinos e ovinos, em

pastejo direto ou na forma de feno, pelo seu alto teor de proteínas (BATISTA; AMORIM;

NASCIMENTO, 2005; GUIMARÃES-BELEEN et al., 2006a, 2006b). Enquanto sua madeira

é utilizada em construção e como combustível (LUCENA et al., 2007).

Figura 3 - Distribuição geográfica de B. cheilantha () no Brasil. (Fonte: Autora, adaptado de Vaz e Tozzi,

2003).

Da espécie B. cheilantha foram isoladas do extrato etanólico diferentes classes de

compostos orgânicos de interesse medicinal: alcalóides, antraquinonas, esteróides livres,

flavonas, flavonóides e xantonas (folhas, madeira e raízes), fenóis (caule, folha), flavononas

(caule, raiz) (LUNA et al., 2005). Da fração metanólica da solução aquosa liofilizada das

folhas isolou-se dois flavonóides: quercitrina e afzelina, além da detecção de constituintes

voláteis nas folhas, como o óxido de cariofileno e trans-cariofileno. O óleo de suas sementes

apresentou 57,7 % de constituintes insaturados e 42,3 % de ácido linoléico (BRÍGIDO, 2001).

A atividade hipoglicemiante e antioxidante tem sido verificada em diversos extratos de

suas folhas (ALMEIDA et al., 1997; OLIVEIRA et al., 2002, 2008a, 2008b). O extrato

aquoso da entre-casca apresentou atividade antinociceptiva não sendo detectado toxicidade

aguda até a dose de 3g/Kg para a espécie (SILVA et al., 2005). O extrato etanólico de suas

raízes (100 ppm) apresentou alta toxicidade para Artemia salina (ca. 100% mortalidade),

enquanto o extrato etanólico de sua madeira (500 ppm) mostrou potente atividade larvicida

contra Aedes aegypti (LUNA et al., 2005) (Tabela 2).

Tabela 2 - Atividades biológicas testadas para a espécie B. cheilantha.

Parte da planta / extrato Atividade biológica

testada

Referência

Folhas / ext. metanólico Hipoglicemiante ALMEIDA; XAVIER; GUEDES, 1997.

Folhas / ext. bruto e fração

aquosa

Hipoglicemiante

Antioxidante

OLIVEIRA et al., 2002, 2008a, 2008b.

Folhas / ext. hidroalcoólico Anticolinesterásica TREVISAN; MACEDO, 2003.

Entre-casca / ext. aquoso Antinociceptiva SILVA et al., 2005.

Raiz / ext. etanólico Toxicidade LUNA et al., 2005.

Madeira / ext. etanólico Larvicida LUNA et al., 2005.

No que se refere a propagação da espécie, ela só ocorre a partir de suas sementes ou do

transplante de plantas jovens. Contudo suas sementes apresentam dormência tegumentar

(MAIA, 2004; SEIFFERT, 2006; LORENZI, MATOS, 2008). Diante disso, a Cultura de

Tecidos Vegetais, através da micropropagação, promete ser uma alternativa para a propagação

da espécie, possibilitando a obtenção de plantas uniformes e em curto período de tempo que

poderão ser utilizadas como matéria-prima para a produção de fitoterápicos.

2.2 CULTURA DE TECIDOS VEGETAIS

O termo Cultura de Tecidos Vegetais é geralmente utilizado para designar a cultura de

células, tecidos e órgãos isolados sob condições específicas in vitro. O conceito é baseado na

capacidade latente da célula vegetal poder regenerar um indivíduo completo, ou seja, a

totipotencialidade das células. As técnicas que envolvem cultura de tecidos, seja ela de tecidos

desorganizados ou organizados, são uma das mais importantes contribuições para a

propagação de plantas, possibilitando uma multiplicação clonal de indivíduos superiores com

rápido crescimento (GEORGE, 2008).

A micropropagação, uma das diversas técnicas de cultura de tecidos vegetais pode ser

dividas em dois grupos: organogênese e embriogênese somática (PASQUAL et al., 1997).

Este último, que consiste do desenvolvimento de embriões a partir de células somáticas, não

será abordado neste trabalho.

A organogênese é definida como a formação de estruturas a partir de tecidos e/ou

células, podendo ocorrer por duas vias: via direta, através da regeneração de plantas

provenientes de tecidos não meristemáticos, sem passar pela fase de calo, apresentando alta

fidelidade genética; e, por via indireta, quando o processo de regeneração é precedido pela

formação de calo (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998). Entretanto, a regeneração via

calo, às vezes, resulta em aparecimento de variação somaclonal, tornando essa estratégia

questionável para multiplicação clonal (GEORGE, 2008).

A cultura de tecidos possui significativa aplicabilidade em diversas áreas, tais como a

indústria farmacêutica, com a produção de metabólitos de interesse a partir do cultivo de

suspensões celulares ou órgãos isolados (JEDINÁK et al., 2004); a horticultura e a

silvicultura, com o uso do DNA recombinante para o melhoramento genético e a propagação

vegetativa in vitro (SOUZA; COSTA; SILVA-NETO, 2006). Além das contribuições para a

indústria, essa técnica pode permitir uma melhor compreensão da fisiologia e do metabolismo

vegetal (DORAN, 2009).

Muitos protocolos de regeneração vegetal utilizando técnicas de cultura de tecidos

passaram a ser patenteados, ou seja, os resultados de investimentos em P&D foram

privatizados, passando então a serem comercializados dentro dos diferentes segmentos na área

dos agronegócios, tais como florestal, ornamental e hortigranjeijos, assim como da indústria

farmacêutica (CID, 2000).

A análise exploratória das patentes, abrangendo a área de reprodução de plantas por

meio de técnicas de cultura de tecidos (Seção A01H 4/00, segundo a CIP), revela uma

quantidade inexpressiva de 97 patentes nacionais (INPI) comparando-se com as quantidades

encontradas no exterior, USPTO com 892 depósitos e EPO com 9.277. Dentro dessa seção

(A01H 4/00) foi realizada uma busca intercalada com as seguintes palavras chaves: Cultura de

Tecidos Vegetais, Micropropagação, Embriogênese, Organogênese, Enraizamento in vitro e

Aclimatização (Figura 4). O baixo número de concessões de patentes no país se contrapõe ao

expressivo número de publicações nacionais reportadas com igual temática. Diante do

exposto, é notória a negligência dos pesquisadores, empresas e universidades em proteger o

conhecimento gerado nas suas pesquisas.

No país, apenas uma única patente registra o protocolo de regeneração vegetal, sendo

esta para Acacia mangium (Fabaceae), sob o número BR0009112 (A), as demais patentes são

relacionadas a sistemas que facilitam o desenvolvimento da técnica. Enquanto que no exterior

diversos protocolos de propagação vegetativa in vitro são concedidos.

O fato é que, o Brasil possui grande parte da sua biodiversidade inexplorada e

enorme potencial na geração de produtos e processos que podem ser patenteáveis na área que

tange as técnicas de Cultura de Tecidos Vegetais. Apesar do processo de proteção e

comercialização das criações de pesquisas nacionais terem sido estimuladas por políticas

recentes (OLIVEIRA; VELHO, 2009), é necessário que as universidades e empresas

brasileiras atentem-se para a importância da utilização de patentes como instrumento competi-

Figura 4 – Número de Patentes depositadas com as palavras-chaves Cultura de Tecidos Vegetais,

Micropropagação, Embriogênese, Organogênese, Enraizamento in vitro e Aclimatização,

relacionada a área de Reprodução de plantas por meio de técnicas de Cultura de Tecidos (A01H

4/00) (Fonte: INPI, EPO e USPTO, nov., 2009).

tivo frente ao mercado globalizado (FERREIRA; GUIMARÃES; CONTADO, 2009),

principalmente nessa relevante área para a economia que é a Cultura de Tecidos Vegetais.

2.2.1 Micropropagação

A micropropagação ou cultivo in vitro é umas das áreas de maior aplicabilidade da

Cultura de Tecidos Vegetais e compreende o cultivo asséptico de partes da planta em

condições controladas de nutrição, luminosidade, fotoperíodo e temperatura, com redução de

tempo e de área necessária à propagação (FETT, 2005). No entanto, o sucesso da aplicação

desta técnica depende de vários fatores intrínsecos ao material propagativo e ao processo,

como o genótipo, estado fisiológico e manejo da planta matriz, idade e posição dos explantes,

esterilização dos meios de cultura, condições de incubação, concentrações dos sais do meio de

cultura, manipulação de subculturas, microambiente dentro dos frascos de cultura e balanço

quantitativo dos reguladores vegetais cabendo ao pesquisador controlá-los adequadamente

durante toda a manipulação (COSTA; SOUZA; ALMEIDA, 2006).

As células vegetais respondem aos estímulos físico, químico ou biológico, o que torna

possível o controle da morfogênese in vitro na cultura de tecidos. A depender das

interferências no ambiente, as células podem ser induzidas a tornar-se competentes, isto é, de

responder aos estímulos extra-celulares diferenciando ou regenerando-se, caso contrário são

chamadas de recalcitrantes. Uma vez competentes, inicia-se o processo da indução, onde uma

série de eventos, regulatórios do processo morfogenético celular, estabelece a expressão de

genes pré existentes. Posterior à etapa de indução vem a determinação, onde, em resposta aos

estímulos, a célula torna-se comprometida com uma rota específica, podendo acarretar a

organogênese. Sendo assim, a determinação precede aos eventos da diferenciação, onde uma

célula comprometida expressa suas características especializadas. Este último evento, nada

mais é que o processo de mudança bioquímica, anatômica, morfológica e fisiológica no qual

as células atingem sua função e forma final (HARTMANN et al., 1997; ALBERTS et al.,

1997; KLUG; CUMMINGS, 2000; PERES, 2002; GAHAN; GEORGE, 2008). No caso do

tecido vegetal possuir células meristemáticas, as células ganham novas competências se

tornando diferenciadas, apresentando alta fidelidade genética; e com células não

meristemáticas pode ocorrer a desdiferenciação do tecido, com a conseqüente formação de

calo, dando capacidade as células de iniciar uma resposta particular de diferenciação, ou então

ocorrer a rediferenciação que envolve a mudança da competência das células, onde em

condições apropriadas irá formar células competentes capazes de desenvolver novas

estruturas (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998; PERES, 2002).

Os meios de cultura utilizados na micropropagação fornecem as substâncias essenciais

para o crescimento dos tecidos, suprindo as necessidades metabólicas, energéticas e

estruturais das células (CALDAS, HARIDASAN; ELIAS, 1998). O meio de cultura WPM

(Wood Plant Medium), elaborado por Lloyd e McCown em 1981 para a cultura de Kalmia

latifolia (Ericaceae), tem sido utilizado com sucesso para muitas lenhosas, em razão da sua

menor força iônica total em relação a outros meios empregados no cultivo in vitro

(PASQUAL, 2001; JHA; GHOSH, 2006). Na tentativa de otimizar o crescimento in vitro dos

tecidos vegetais, diversos estudos propõem a redução ou incremento de alguns macro e/ou

micronutrientes que compõem o meio de cultura, suprindo melhor as exigências nutricionais

de cada espécie, à exemplo dos meios modificados para amoreira-preta (Rubus sp.) e videira

(Vitis sp.) (VILLA et al., 2008, 2009).

A suplementação do meio de cultura com reguladores vegetais (substâncias sintéticas)

supre prováveis deficiências das quantidades de fitormônios (substâncias naturais) nos

explantes da planta matriz, induzindo os processos de desdiferenciação e rediferenciação, com

conseqüente formação de tecidos e órgãos (TERMIGNONI, 2005). Os reguladores vegetais

destacam-se como os principais controladores da morfogênese in vitro (TAIZ; ZEIGER,

2009). No campo biotecnológico, na ausência dessas substâncias chaves não haveria

viabilidade comercial para as biofábricas ou laboratórios comerciais que utilizassem os

protocolos de regeneração de plantas oriundas de condições in vitro.

As citocininas e auxinas são conhecidas por estimular ou inibir inúmeros processos

fisiológicos. Dentre as citocininas, está o 6-benzilaminopurina (BAP), que tem sido o mais

indicado para promover a proliferação de partes aéreas e indução de gemas adventícias in

vitro (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998), mostrando-se bem eficiente na formação de

brotos em explantes de diversas espécies lenhosas. Outras substâncias com atividade

citocinica são a cinetina (KIN) e o tidiazuron (TDZ). Embora tenha sido desenvolvido para

ser utilizado como desfoliante para o algodoeiro, existem indicações de que o TDZ seria mais

efetivo para induzir multibrotações de gemas axilares de plantas lenhosas, quando utilizado

em pequenas concentrações. Entretanto, seu uso requer cautela, já que problemas como

hiperidricidade de brotações, brotações curtas e compactas, folhas com morfologia anormal e

dificuldades no alongamento e enraizamento têm sido observados na sua presença (CID,

2000).

Enquanto as citocininas promovem divisão celular nas partes aéreas e raízes, as

auxinas atuam no alongamento celular, sobretudo na promoção de raízes laterais e adventícias

(TAIZ; ZEIGER, 2009). Dentre as auxinas, o ácido indolbutírico (AIB) é o mais empregado

na indução de raízes em brotos originários da fase de multiplicação, por possuir maior

fotoestabilidade e menor degradação oxidativa que o ácido indolacético (AIA) e menor

conversão enzimática nos tecidos da planta que o ácido naftaleno acético (ANA)

(MACHAKOVA; ZAZIMALOVA; GEORGE, 2008). Segundo Gahan e George (2008), os

reguladores vegetais influenciam as diferentes fases do ciclo celular, as auxinas exercendo

efeito na replicação do DNA, enquanto as citocininas controlam os eventos da mitose. Desse

modo um balanço auxina/citocinina favorável às citocininas induz a formação in vitro de

brotos adventícios (PERES; KERBAUY, 2008).

Outra substância frequentemente adicionada ao meio de cultura é o carvão ativado,

com o intuito de otimizar o crescimento e desenvolvimento celular nas diferentes fases da

cultura de tecidos (VIEITEZ et al., 2009). O efeito benéfico do carvão se deve, em parte, a

sua grande área de superfície e volume o que lhe fornece a capacidade de adsorção. Desse

modo, ele modifica a composição e o pH do meio de cultura podendo melhorar ou regular o

crescimento in vitro (THOMAS, 2008). Além do efeito químico, o carvão fornece uma

condição de escuro favorável ao desenvolvimento das raízes adventícias, simulando as

condições do solo (MOSHKOV et al., 2008). Segundo Santos-Serejo et al. (2006), a

dificuldade no enraizamento pode estar ligada ao efeito residual de citocininas requeridas para

induzir a proliferação de brotações, na etapa de multiplicação, podendo o carvão ativado ser

utilizado, em etapa posterior, pela sua capacidade de adsorver concentrações excessivas

desses reguladores e composto tóxicos que inibem a morfogênese.

Na micropropagação convencional, as plantas crescem sob condições heterotróficas ou

mixotróficas devido à presença de açúcar no meio e ao uso de recipientes fechados. Nessas

circunstâncias, há pouca funcionalidade dos estômatos e uma deficiente formação de cera

cuticular nas plantas, além do reduzido desenvolvimento do mesofilo foliar, especialmente os

parênquimas clorofilianos e feixes vasculares (ZIV; CHEN, 2008). Desse modo, os órgãos

fotossintetizantes não operam normalmente e as plantas não desenvolvem capacidade

fotoautrotófica, o que facilita a rápida desidratação da planta quando transferida para o

ambiente normal, causando a morte de mudas durante a fase de aclimatização (NGUYEN;

KOZAI, 2001).

A aclimatização pode ser considerada a fase final da micropropagação e sua

importância é tal, que pode significar a limitação de todo processo de multiplicação in vitro de

plantas (SOUZA; COSTA; SILVA-NETO, 2006). Contudo, é possível estimular a planta

propagada in vitro à nutrição autotrófica, através da redução de sacarose no meio de cultura

e/ou do aumento da aeração dos recipientes, utilizando-se tamponamentos alternativos,

originando plantas anátomo-fisiológicas mais adaptadas ao processo de aclimatização

(THORPE et al., 2008).

Apesar das crescentes pesquisas abordando lenhosas, essas espécies enfrentam

diversas dificuldades durante várias etapas do processo de cultivo in vitro, tais como:

contaminação (HANDA; SAMPAIO; QUISEN, 2005), devido aos microorganismos

endófíticos desses vegetais não serem removidos com a desinfestação superficial do tecido

(HARRY; THORPE, 1994); oxidação fenólica do meio de cultura e explante (XAVIER,

OTONI, PENCHEL, 2007; OLIVEIRA; NINO, 2009), devido a produção frequente de

polifenóis e taninos, escurecendo rapidamente os tecidos, seguido da deterioração celular com

consequente necrose do explante; dificuldade no enraizamento de partes aéreas, que está

relacionado a uma gama de fatores endógenos e exógenos que ainda não estão completamente

elucidados (SOUZA; PEREIRA, 2007); a baixa taxa de multiplicação dos brotos (NHUT et

al., 2008); a abscisão foliar, causada pelo acúmulo de etileno nos frascos onde são mantidos o

material vegetal e o alongamento excessivo dos entrenós, o que reduz o número de explantes

para a fase de multiplicação (NEPOMUCENO et al., 2009).

No gênero Bauhinia, a B. purpurea foi a primeira espécie a ser regenerada in vitro via

brotos axilares (KUMAR, 1987) e posteriormente por organogênese indireta (KUMAR,

1992). B. variegata (MATHUR; MUKUNTHAKUMAR, 1992) e B. vahlii (DHAR; UPRETI,

1999; BHATT; DHAR, 2000) também tem sido propagadas via brotos axilares. No Brasil, a

B. forficata é a única representante do gênero com registro na área de cultivo in vitro

(CARVALHO, 1998), inclusive com o cultivo de células em suspensão (MELLO et al., 2001;

APPEZZATO-DA-GLÓRIA; MACHADO, 2004).

Com o intuito de superar as dificuldades encontradas no cultivo in vitro de lenhosas e

a insuficiência de protocolos para espécies de Bauhinia, é necessário a realização de estudos

mais específicos para a micropropagação e o desenvolvimento de metodologias que atendam

às exigências de cada espécie.

3 MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram realizados no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais

(LCTV), pertencente à Unidade Experimental Horto Florestal (UEHF) da Universidade

Estadual de Feira de Santana (UEFS), localizado no município de Feira de Santana, região do

semiárido da Bahia.

Foram utilizadas sementes de B. cheilantha, que estavam armazenadas em sacos de

plásticos, no Banco de Sementes do Horto Florestal - UEFS, sob temperatura ambiente. Os

frutos maduros da espécie em estudo foram coletados manualmente no Campo Experimental

da Caatinga, da EMBRAPA Semiárido, localizado no submédio São Francisco, no município

de Petrolina – PE e fornecidos por esta instituição.

3.1 MEIO DE CULTURA E CONDIÇÕES DE CULTIVO

O meio de cultura utilizado foi o WPM (LLOYD; McCOWN, 1980), solidificado

com 0,6% de ágar (Himedia®). A sacarose foi utilizada como fonte de carbono na

concentração de 3%. O pH do meio de cultura foi ajustado para 5,7 ± 0,1 com hidróxido de

sódio (NaOH) ou ácido clorídrico (HCl) a 0,1 N antes da autoclavagem. Os reguladores

vegetais e o carvão ativado utilizados foram adicionados ao meio antes da sua esterilização.

O meio de cultura foi distribuído em tubos de ensaio (25x150 mm) vedados com tampa

plástica e esterilizados por autoclavagem durante 15 min à temperatura de 121 ºC e pressão de

1 atm.

As inoculações foram realizadas em câmara de fluxo laminar para a manutenção de

condição asséptica e os recipientes fechados com filme de Poli Cloreto de Vinila (PVC). As

culturas foram mantidas em sala de crescimento com temperatura de 25 ± 2ºC, sob

fotoperíodo de 16 horas, com umidade relativa de 60% e radiação fotossintética ativa de 60

µmol.m-2

.s-1

, fornecida por lâmpadas fluorescentes branco-frias.

3.2 ESTABELECIMENTO IN VITRO

Inicialmente as sementes de B. cheilanta foram submetidas à escarificação mecânica,

utilizando lixa de acabamento (nº 03), danificando o tegumento até o aparecimento do

endosperma no lado oposto ao hilo (Figura 5). Logo em seguida, as sementes escarificadas

foram lavadas com água estéril autoclavada e detergente e levadas para câmara de fluxo

laminar.

Figura 5 – Sementes de B. cheilantha, sob ocular 2X de esterescópico, seta apontando o hilo (A) e sementes após

escarificação (B) (Barra = 0,5 cm). Feira de Santana, BA, 2010.

Em câmara de fluxo laminar foram desinfestadas com imersão em etanol a 70% por 1

minuto, seguido de solução de hipoclorito de sódio - NaOCl [água sanitária comercial (Qboa

®) - 2,5% de cloro ativo] com 2 gotas de detergente neutro (Ypê ®) por 15 minutos e lavadas

8 vezes com água estéril. Em seguida foram inoculadas 10 sementes por placa de Petri

contendo papel germtest, previamente esterilizados, umedecidos com água estéril e então

vedadas com filme de PVC.

Após 72 horas de semeadura, quando as sementes já haviam emitido a radícula (com

aproximadamente 1,0 cm de comprimento), as plântulas foram transferidas para tubos de

ensaio, contendo 15 mL do meio de cultura WPM.

3.3 MULTIPLICAÇÃO IN VITRO

Para a multiplicação in vitro foram utilizadas plântulas oriundas da germinação in

vitro (Figura 6A). A indução de brotos foi realizada em seis tipos diferentes de explantes:

hipocótilo, segmento cotiledonar, cotilédone, epicótilo, segmento nodal e internodal (Figura

6B-6G).

Figura 6 - Esquema do seccionamento realizado para obtenção dos explantes utilizados na etapa de multiplicação

in vitro: (A) plântula de B. cheilantha germinada in vitro em meio WPM, com 15 dias de idade; (B)

segmento internodal; (C) segmento nodal; (D) epicótilo; (E) cotilédone; (F) segmento cotiledonar e

(G) hipocótilo. Feira de Santana, BA, 2010.

3.3.1 Experimento 1 - Efeito da citocinina 6-benzilaminopurina (BAP) e da auxina ácido

naftaleno acético (ANA) na indução de brotações em diferentes tipos de explantes de B.

cheilantha.

Neste experimento foram utilizadas plântulas de B. cheilantha com 15 a 20 dias de

idade. A indução de brotos foi realizada em hipocótilo, segmento cotiledonar, cotilédone,

epicótilo, segmento nodal e internodal, em diferentes concentrações de BAP (0,0; 0,5; 1,0;

1,5; 2,0 mg L-1

) combinado com ANA (0,0; 0,25; 0,5 mgL-1

) (Tabela 3).

Os explantes foram inoculados verticalmente em tubos contendo 5 mL de meio de

cultura por tubo. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em esquema

fatorial 6 x 5 x 3 (seis tipos de explantes x cinco doses de citocinina x três dose de auxina),

totalizando 90 tratamentos. Cada tratamento foi constituído de cinco repetições, sendo cada

repetição composta por cinco tubos contendo um explante cada.

Tabela 3 – Tratamentos utilizados na indução de brotos em hipocótilo, segmento cotiledonar, cotilédone,

epicótilo, segmento nodal e internodal de B. cheilantha, inoculados em meio WPM, acrescido de

diferentes concentrações de 6-benzilaminopurina (BAP) e ácido naftaleno acético (ANA). Feira de

Santana, BA, 2010.

3.3.2 Experimento 2 - Efeito do tipo de citocininas na indução de brotações em diferentes

tipos de explantes de B. cheilantha.

Neste experimento foram utilizadas plântulas de B. cheilantha com 35 a 40 dias de

idade. A indução de brotos foi realizada em segmento cotiledonar e nodal, em diferentes

concentrações de 6-benzilaminopurina (BAP) ou cinetina (KIN) ou tidiazuron (TDZ) (0,0;

0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) (Tabela 4).

Tratamentos Concentrações dos Reguladores (mg L-1

)

BAP ANA

T 1 0,00 0,00

T 2 0,50 0,00

T 3 1,00 0,00

T 4 1,50 0,00

T 5 2,00 0,00

T 6 0,00 0,25

T 7 0,50 0,25

T 8 1,00 0,25

T 9 1,50 0,25

T 10 2,00 0,25

T 11 0,00 0,50

T 12 0,50 0,50

T 13 1,00 0,50

T 14 1,50 0,50

T 15 2,00 0,50

Os explantes foram inoculados verticalmente em tubos contendo 7 mL de meio de

cultura por tubo de ensaio. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em

esquema fatorial 2 x 3 x 5 (dois tipos de explantes x três tipos de citocininas x cinco

concentrações de citocinina), totalizando 30 tratamentos. Cada tratamento foi constituído de

cinco repetições, sendo cada repetição composta por cinco tubos de ensaio contendo um

explante cada.

Tabela 4 – Tratamentos utilizados na indução de brotos em segmento cotiledonar e segmento nodal de B.

cheilantha, inoculados em meio WPM, acrescido de diferentes concentrações de 6-

benzilaminopurina (BAP) ou cinetina (KIN) ou tidiazuron (TDZ). Feira de Santana, BA, 2010.

Aos 30 dias da inoculação, para os dois experimentos de multiplicação realizados, os

explantes foram avaliados, sendo observadas as seguintes variáveis: frequência de explantes

responsivos, isto é, a porcentagem de explantes que formaram brotos, número de brotos por

explante, número de gemas do maior broto, número de folhas do maior broto, comprimento da

parte aérea e matéria seca da parte aérea.

3.4 ENRAIZAMENTO IN VITRO

Tratamentos Citocinina Concentração (mg L-1

)

T 1

BAP

0,0

T 2 0,5

T 3 1,0

T 4 1,5

T 5 2,0

T 6

KIN

0,0

T 7 0,5

T 8 1,0

T 9 1,5

T 10 2,0

T 11

TDZ

0,0

T 12 0,5

T 13 1,0

T 14 1,5

T 15 2,0

Para a indução de raízes, foram utilizados brotações provenientes do meio de cultura

suplementado com 2,0 mg L-1

de BAP, baseados nos resultados do experimento anterior,

medindo entre 1,5 a 5,0 cm de comprimento.

3.4.1 Experimento 3 – Efeito da auxina ácido indolbutírico (AIB) e carvão ativado no

enraizamento in vitro de brotos de B. cheilantha.

Os brotos foram transferidos para meio de cultura WPM suplementado com diferentes

concentrações de ácido indolbutírico (AIB) (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) e acrescido de

carvão ativado (0,0; 1,0 e 2,0 g L-1

), sendo que cada tubo continha 14 mL de meio de cultura

(Tabela 5).

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 x 3

(quatro concentrações de auxinas x três concentrações de carvão ativado) totalizando 12

tratamentos. Cada tratamento foi constituído de quinze repetições, sendo cada repetição

composta por sete tubos contendo um broto cada.

Tabela 5 – Tratamentos utilizados no enraizamento in vitro de B. cheilantha, inoculados em meio WPM,

acrescido de diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB) e acrescido de carvão ativado.

Feira de Santana, BA, 2010.

Tratamentos

Concentração de AIB

(mg L-1

)

Carvão Ativado

(g L-1

)

T 1 0,0 0,0

T 2 0,0 1,0

T 3 0,0 2,0

T 4 0,5 0,0

T 5 0,5 1,0

T 6 0,5 2,0

T 7 1,0 0,0

T 8 1,0 1,0

T 9 1,0 2,0

T 10 2,0 0,0

T 11 2,0 1,0

T 12 2,0 2,0

3.4.2 Experimento 4 - Efeito das auxinas ácido indolbutírico (AIB) ou ácido naftaleno

acético (ANA) ou ácido indolacético (AIA) e carvão ativado no enraizamento in vitro de

brotos de B. cheilantha.

Os brotos foram transferidos para meio de cultura WPM suplementado com diferentes

tipos de auxinas: ácido indolbutírico (AIB), ácido naftaleno acético (ANA) e ácido

indolacético (AIA) em diferentes concentrações (0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg L-1

) e acrescido de

carvão ativado (0,0; 0,5 e 1,0 g L-1

), sendo que cada tubo continha 14 mL de meio de cultura

(Tabela 6).

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 4 x

3 (três tipos de auxinas x quatro concentrações de auxinas x três concentrações de carvão

ativado) totalizando 36 tratamentos. Cada tratamento foi constituído de seis repetições, sendo

cada repetição composta por cinco tubos contendo um broto cada.

Aos 45 dias de inoculação, para os dois experimentos de enraizamento in vitro

realizados, os brotos foram avaliados, sendo observadas as seguintes variáveis: a porcentagem

de enraizamento dos brotos, o número de raízes adventícias por broto, o número de raízes

secundárias da maior raiz, o comprimento da maior raiz e a taxa de sobrevivência dos brotos.

3.5 ACLIMATIZAÇÃO

3.5.1 Experimento 5 – Efeito da aeração in vitro sob a aclimatização

No período de enraizamento in vitro, as plantas foram, concomitantemente, mantidas

em diferentes condições de tamponamento (filme de PVC; tampa plástica sem filme de PVC e

tampão de algodão) durante 45 dias e em seguidas transferidas para sacos de polietileno

contendo terra vegetal e mantidas em casa de vegetação. As plantas foram cobertas com uma

garrafa tipo pet com tampa para a manutenção da umidade relativa no microambiente e

mantida em casa de vegetação a 70% de luminosidade durante a aclimatização. Durante esse

período, a tampa da garrafa pet foi desenroscada no 7º dia para a redução da umidade relativa

e retirada no 16º dia, sendo a garrafa retirada no 30º dia (Figura 7).

Aos 30 dias de experimento foi avaliado o percentual de sobrevivência das mudas nos

três tratamentos, sendo cada tratamento constituído de dez repetições e cada repetição

composta por seis sacos contendo uma muda cada.

Tabela 6 – Tratamentos utilizados no enraizamento in vitro de B. cheilantha, inoculados em meio WPM,

acrescido de diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB), ácido naftaleno acético (ANA)

e ácido indolacético (AIA). Feira de Santana, BA, 2010.

Tratamentos

Auxina Concentração

de Auxina (mg L-1

)

Carvão Ativado

(g L-1

)

T 1

AIB

0,0 0,0

T 2 0,25 0,0

T 3 0,5 0,0

T 4 1,0 0,0

T 5 0,0 0,5

T 6 0,25 0,5

T 7 0,5 0,5

T 8 1,0 0,5

T 9 0,0 1,0

T 10 0,25 1,0

T 11 0,5 1,0

T 12 1,0 1,0

T 13

ANA

0,0 0,0

T 14 0,25 0,0

T 15 0,5 0,0

T 16 1,0 0,0

T 17 0,0 0,5

T 18 0,25 0,5

T 19 0,5 0,5

T 20 1,0 0,5

T 21 0,0 1,0

T 22 0,25 1,0

T 23 0,5 1,0

T 24 1,0 1,0

T 25

AIA

0,0 0,0

T 26 0,25 0,0

T 27 0,5 0,0

T 28 1,0 0,0

T 29 0,0 0,5

T 30 0,25 0,5

T 31 0,5 0,5

T 32 1,0 0,5

T 33 0,0 1,0

T 34 0,25 1,0

T 35 0,5 1,0

T 36 1,0 1,0

A B C D

Figura 7 - Esquema da aclimatização das plantas enraizadas in vitro. (A) 1º dia na casa de vegetação – garrafa pet

tampada; (B) 7º dia – garrafa pet desenroscada; (C) 16º dia – tampa retirada; (D) 30º dia – garrafa pet

retirada.

3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados obtidos das variáveis analisadas, nos diferentes experimentos, foram

submetidos à análise de variância (ANAVA) testando-se as médias pelo teste de Tukey em

nível de 5% de significância para os fatores qualitativos e ajuste de equações de regressão

polinomial para os fatores quantitativos, utilizando o software SISVAR (FERREIRA, 2008).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A fase de estabelecimento in vitro da espécie não foi influenciada pela

contaminação fúngica e bacteriana do material vegetal utilizado, sendo essa taxa irrelevante

(< 2,0%) (Figura 8). A superfície lisa do tegumento da semente pode ter favorecido a baixa

taxa de contaminação. Diferentemente de outros trabalhos com lenhosas, em que o índice de

contaminação bacteriana e fúngica foi alto, como o caso da oliveira (Olea europaea) com

93% (DONINI et al., 2008), do cultivo de Quercus rubra 46% (VIEITEZ et al., 2009), ou das

sementes de mogno (Swietenia macrophylla) com 31% de contaminação (COUTO et al.,

2004).

Figura 8 – Crescimento da plântula de B. cheilantha germinada em meio de cultura WPM durante 20 dias.

4.1 MULTIPLICAÇÃO IN VITRO

4.1.1 Experimento 1 - Efeito da citocinina 6-benzilaminopurina (BAP) e da auxina ácido

naftaleno acético (ANA) na indução de brotações em diferentes tipos de explantes de B.

cheilantha.

Observou-se efeito altamente significativo (p < 0,01) e significativo (p < 0,05) do fator

explante e do fator ANA para a variável explante responsivo, respectivamente. Para a variável

número de brotos por explante foi observado efeito altamente significativo (p < 0,01) da

interação tripla (tipo de explante x concentração de BAP x concentração de ANA), enquanto

que para a variável número de gemas do maior broto, todas as interações duplas (tipo de

explante x concentração de BAP; tipo de explante x concentração de ANA; concentração de

BAP x concentração de ANA) foram altamente significativas (p < 0,01). Foi observado efeito

significativo (p < 0,05) da interação dupla (tipo de explante x concentração de BAP) para a

variável número de folhas do maior broto e efeito altamente significativo (p < 0,01) de todas

as interações duplas para a variável comprimento da parte aérea. Para a variável matéria seca

da parte aérea as interações duplas (concentração de BAP x concentração de ANA; tipo de

explante x concentração de BAP) apresentaram efeito significativo (p < 0,05) (Tabela 7).

Tabela 7 - Resumo da análise de variância para porcentagem de explantes responsivos (% ER), número de brotos (NB), número de gemas do maior broto (NG), número de

folhas do maior broto (NF), comprimento da parte aérea (CPA) (cm) e matéria seca da parte aérea (MSPA) (mg) de plântulas de B. cheilantha, advindos de

segmento cotiledonar e nodal em diferentes concentrações de BAP (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) e ANA (0,0; 0,25 e 0,5 mg L-1

) em meio WPM aos 30 dias de

inoculação in vitro. UEFS. Feira de Santana, BA, 2010.

QUADRADOS MÉDIOS

FV GL % ER X NB

Z NG

Z NF

Z CPA

Z MSPA

Y

EXP (E) 1 23,175211** 45,342006** 246,221016** 138,739651** 62,133144** 2,148447**

BAP (B) 4 0,057806 NS

5,389976** 3,294778** 2,842482** 1,449039** 0,993199**

ANA (A) 2 0,142749* 3,000333** 8,580913** 4,834854** 14,600259** 1,468546 **

E X B 4 0,069781NS

2,616313** 4,738864** 1,601046* 6,930227** 0,371138*

E X A 2 0,117509 NS

0,192866 NS

3,696966** 0,742781NS

6,344168** 0,149801NS

B X A 8 0,086072 NS

1,468731** 2,486203** 0,897745 NS

2,178975** 0,392813*

E X B X A 8 0,042449 NS

1,075648** 0,679089 NS

0,735963 NS

0,559741NS

0,132329 NS

RESÍDUO 120 0,044339 0,342721 0,705598 0,603237 0,361689 0,139520

CV (%) 19,69 40,89 31,61 41,19 44,70 19,20

** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. * Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F. NS

Não significativo ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste F. X Dados transformados em arco-seno ;

Y Dados transformados em (x + 1)

0,5; Z

Dados não transformados.

Os explantes segmento cotiledonar e segmento nodal foram responsivos à formação de

brotos em todas as concentrações de BAP e ANA testadas (dados não mostrados) (Figura 9A).

O segmento nodal apresentou maior capacidade morfogenética (94,6%) que o

segmento cotiledonar (39,87%) (Figura 9B). Esse resultado difere do encontrado para angico-

vermelho (Parapiptadenia rigida), em que a porcentagem de explante responsivo, quando

utilizado segmento cotiledonar foi superior (98,8%) às taxas obtidas com o explante segmento

nodal (80%) (KIELSE et al., 2009). Os valores observados para B. cheilantha são superiores

aos reportados por Borchetia et al. (2009) em Camellia sinensis, em que a porcentagem

máxima de regeneração de brotos a partir de segmento nodal foi igual a 32,8% em meio de

cultura WPM suplementado com 3,0 mg L-1

de BAP, ou ainda a taxa de 84% de segmentos

nodais responsivos de Searsia dentata independente da dose de BAP acrescida no meio de

cultura MS (PRAKASH; STADEN, 2008).

Figura 9 – Porcentagem de explantes responsivos de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de

cultura WPM (A- Fator ANA; B- Fator Explante) (SC- segmento cotiledonar e SN- segmento

nodal) (Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5%, em

A, e 1%, em B, de probabilidade pelo teste de Tukey). Feira de Santana, BA, 2010.

A

Em B. cheilantha não foi possível observar, diante dos tratamentos testados, o

desencadeamento do processo morfogenético formando brotos nos explantes hipocótilo,

cotilédone, epicótilo e segmento internodal. Contudo, a formação de calo nos explantes foi

verificada (Figuras 10), mostrando ser diretamente proporcional à adição de BAP no meio de

cultura (dados não mostrados).

Figura 10 – Aspecto dos calos nos explantes de hipocótilo (A), cotilédone (B), epicótilo (C) e segmento

internodal (D) aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM acrescido de 2,0 mg L-1

de

BAP e 0,5 mg L-1

de ANA. Feira de Santana, BA, 2010.

Segundo Ezura et al. (2000), a regeneração in vitro de muitas leguminosas é

considerada difícil. Provavelmente as combinações e/ou tipos de reguladores vegetais

utilizados no cultivo in vitro de B. cheilantha não foram suficientes para sinalizar essa

resposta específica de desenvolvimento ao nível celular. Na maioria das vezes, inúmeros

estudos laboriosos são necessários para que as células dos tecidos diferenciados adquiram

competência, como é o caso de Prunus salicina cv. Bruce, no qual uma taxa de regeneração

de brotos de 60% foi obtida para os cotilédones em meio de cultura QL (QUOIRIN;

LEPOIVRE, 1977) suplementado com 2,6 mg L-1

de TDZ e 0,5 mg L-1

de AIB, com

incubação de 10 dias no escuro com posterior transferência para fotoperíodo (CANLI; TIAN,

2009). Já em culturas de Psoralea coryfolia, os segmentos de hipocótilo mostraram-se com

alta capacidade organogênica (48,5 brotos/explante) quando inoculados em meio de cultura

combinando-se 0,66 mg L-1

de TDZ, 0,11 mg L-1

de BAP, 0,11 mg L-1

de KIN e 0,37 mg L-1

de ANA (BASKARAN; JAYABALAN 2009).

Em contra partida, há espécies lenhosas em que a alta freqüência de regeneração de

brotos a partir de tecidos não meristemáticos é facilmente obtida em meio suplementado com

uma única citocinina, a exemplo de Citrus spp. (MOURA et al., 2001; MOREIRA-DIAS et al.

2001; COSTA et al., 2004; ZENG et al., 2009). Essa maior capacidade morfogenética de

alguns tecidos pode ser causada pela variabilidade genética de cada cultura (GEORGE;

DEBERGH, 2008). Em Citrus reticulata é reportado uma taxa de regeneração de brotos de

72% a partir de epicótilo inoculado meio MT (MURASHIGE; TUCKER 1969) suplementado

com 2,0 mg L-1

de BAP (ZENG et al., 2009) e 93% a partir de epicótilo de citrange „Carizo‟

(Poncirus trifoliata x C. sinensis) inoculados no mesmo meio de cultura com 1,0 mg L-1

BAP

(SCHINOR et al., 2006). Para C. volkameriana, uma taxa de 77% de regeneração de brotos

foi registrada a partir de hipocótilo inoculado em meio de cultura EME (GROSSER;

GMITTER, 1990) suplementado com 1,0 mg L-1

de BAP, incubados por 30 dias no escuro e

em seguida transferidos por 15 dias em fotoperíodo (TAVANO et al., 2009).

A análise de regressão indicou um modelo quadrático (p < 0,01) das concentrações de

BAP para a variável número de brotos oriundos do explante segmento nodal, quando o meio

foi suplementado com 0,5 mg L-1

de ANA, ao passo que com 0,25 mg L-1

de ANA ou na sua

ausência, a tendência das brotações para segmento nodal apresentou um comportamento

linear (p < 0,01) (Figura 11 A).

A curva de resposta em 0,5 mg L-1

de ANA indica que a utilização de BAP na

concentração estimada de 1,23 mg L-1

atinge o maior valor estimado (3,11 brotos/explante)

para número de brotos. Incrementos de BAP superior a concentração estimada (1,23 mg L-1

)

tendem a desfavorecer a formação das brotações. Provavelmente, a presença de ANA na

maior dosagem testada sugere ter provocado uma diminuição nos níveis de substâncias

endógenas naturais que promoveriam a divisão celular. Em contrapartida, em uma

concentração menor de ANA (0,25 mg L-1

) ou na sua ausência, a indução dos brotos foi

crescente em função do aumento na concentração de BAP (Figura 11A).

O maior número de brotos observados (2,84) para o segmento nodal foi registrado

quando inoculado em meio de cultura WPM suplementado com 2,0 mg L-1

de BAP, tanto na

presença de 0,25 mg L-1

de ANA ou na sua ausência (Figura 11A). Como houve incremento

linear para esta variável, concentrações acima de 2,0 mg L-1

de BAP ainda podem ser testadas,

o que pode ser corroborado por Tamta et al. (2008) em cultivo in vitro de Quercus

semecarpifolia, e em S. dentata (PRAKASH; STADEN, 2008), que obtiveram uma média de

5,3 brotações a partir de segmento nodal em meio de cultura acrescido de 4,50 e 2,25 mg L-1

de BAP, respectivamente. Os resultados obtidos em B. cheilantha são semelhantes aos obtidos

por Mathur e Mukunthakumar (1992), quando obtiveram a partir de segmento nodal de B.

variegata uma média de 3,2 brotos em meio de cultura MS suplementado com 3,2 mg L-1

de

BAP. Já para B. vahlii, apenas um broto por segmento nodal foi observado na presença de

BAP (0,56 mg L-1

) (DHAR; UPRETI, 1999).

Os resultados obtidos para B. cheilantha são superiores aos reportados para outras

espécies lenhosas. Em goiaba-preta (Alibertia edulis), uma média máxima de 2,0 brotos foram

obtidos do segmento nodal inoculado em meio de cultura MS ¼ suplementado com 0,5 mg L-1

Figura 11 – Número de brotos obtidos a partir do segmento nodal (A) e do segmento cotiledonar (B) de B.

cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes concentrações de

ANA e BAP ( 0,0 mg L-1

ANA; 0,25 mg L-1

ANA; 0,5 mg L-1

ANA) (** Significativo ao

nível de 1% de probabilidade pelo teste F; * Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo

teste F; NS

Não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F). Feira de Santana, BA,

2010.

de BAP (SILVA; PEREIRA; SILVEIRA, 2008). Gomes et al. (2009), estudando a

multiplicação in vitro de Arbutus unedo, observaram a formação de 1,75 brotos a partir do

mesmo explante inoculado em meio de cultura contendo 2,0 mg L-1

de BAP, e concluíram que

a interação BAP e ANA não favorecia a taxa de multiplicação da espécie. Para Populus

trichocarpa, Kang et al. (2009) não verificaram diferença significativa no número de brotos

(2,4 brotos/segmento nodal) formados em meio WPM suplementado ou não com BAP.

Bopana e Saxena (2008), reportaram uma média máxima de 1,45 brotos em segmento nodal

de Asparagus racemosus, utilizando meio MS suplementado com 0,5 mg L-1

de BAP. Já

Iapichino e Airò (2008), concluíram que o segmento nodal de Metrosideros excelsa

inoculados em meio de cultura MS suplementado com 2ip (0,40 mg L-1

) e AIA (0,20 mg L-1

)

registraram uma maior taxa de multiplicação de brotos (2,2 brotos/segmento nodal) que os

observados com BAP (0,8 mg L-1

) e AIA (0,20 mg L-1

).

Todavia, os resultados encontrados para B. cheilantha são inferiores aqueles

reportados por Balaraju et al. (2008), que obtiveram média de 4,7 brotações por segmento

nodal de Vitex agnus-castus em meio de cultura MS enriquecido com 1,5 mg L-1

de BAP e 0,1

mg L-1

de ANA. Segundo esses mesmos autores, uma média superior para número de brotos

de V. agnus-castus foi obtida combinando-se BAP com KIN (5,7 brotos/segmento nodal) ao

invés da interação BAP e ANA. Em Camellia assamica, quando o segmento nodal foi

inoculado em meio de cultura MS ½, suplementado com BAP (6,0 mg L-1

), GA3 (1,0 mg L-1

)

e AIB (0,5 mg L-1

), a formação de brotos foi 8,5 vezes superior àquela encontrada em meio

WPM suplementado apenas com BAP (2,2 brotos/explante) (BORCHETIA et al., 2009).

Diante disso, percebe-se que é difícil predizer como a interação de dois ou mais reguladores

vegetais irão afetar o sistema fisiológico da planta. Segundo Staden, Zazimalova e George

(2008), a interação pode atuar sinérgica ou antagonicamente a depender de inúmeras

circunstâncias, uma vez que a presença de um determinado regulador pode afetar a biosíntese

ou metabolismo de um outro regulador, alterando os níveis das substâncias endógenas, ou

ainda os fatores ambientais inerentes ao processo podem modificar as respostas dos

reguladores ou até mesmo inativá-los.

Para o explante segmento cotiledonar, registrou-se comportamento quadrático (p <

0,05) das concentrações de BAP para a variável número de brotos na ausência de ANA. Essa

curva de resposta atingiu um valor máximo estimado de brotos (1,34) quando o meio foi

acrescido 1,26 mg L-1

de BAP. A partir dessa concentração houve uma tendência à diminuição

na formação de brotos para o explante segmento cotiledonar. Nos meios de cultura

suplementados com ANA, nas duas concentrações testadas, não foi possível o ajuste de uma

equação significativa com significado biológico, porém, é observado em 0,5 mg L-1

de BAP

uma tendência maior na formação das brotações (1,32 brotos/explante) quando o meio foi

suprido com igual concentração de ANA (Figura 11B).

Para as culturas de Dalbergia sissoo e Prosopis laevigata, ambas leguminosas, o

explante segmento cotiledonar da primeira obteve uma média de 2,8 brotos/explante em meio

de cultura MS acrescido de 1,0 mg L-1

de BAP (PRADHAN et al., 1998), enquanto que o

segmento cotiledonar da segunda espécie não ultrapassou uma taxa de 2,12 brotos/explante,

independente da concentração de BAP aplicada ao meio de cultura (BUENDÍA-GONZALEZ

et al. 2007). Enquanto que para o segmento cotiledonar de Albizia odoratissima uma média de

3,6 brotos/explante foi obtida em meio de cultura suplementado com 2,25 mg L-1

de BAP

(RAJESWARI; PALIWAL, 2006).

A equação matemática que melhor se ajustou para a variável número de gemas dos

maiores brotos oriundos do segmento cotiledonar, em função das concentrações de BAP

utilizadas, foi a linear (p < 0,01) decrescente. Os brotos advindos desse explante apresentaram

um maior número de gemas (1,85) na ausência de regulador, sendo esse valor inferior ao

número de gemas máximo encontrado nos brotos advindos do segmento nodal (4,85) quando

o meio foi acrescido de 0,5 mg L-1

de BAP (Figura 12). Esse resultado é superior ao

observado em segmento nodal de pitangueira (Eugenia uniflora), onde o maior número de

gemas (3,9) foi favorecido quando inoculado em meio de cultura WPM suplementado com

concentrações acima de 2,0 mg L-1

de BAP (SOUZA et al., 2008).

Figura 12 – Número de gemas do maior broto obtido a partir de segmento cotiledonar () e de segmento nodal

() de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM suplementado com

diferentes concentrações de BAP (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

). Feira de Santana, BA, 2010.

Quando considerada interação dupla ANA e explante, a produção de gemas, a partir

do segmento nodal, foi inversamente proporcional ao aumento das concentrações do

regulador utilizadas, havendo uma maior produção de gemas (4,57) quando o meio de cultura

encontrava-se isento do regulador, enquanto que para o segmento cotiledonar, a presença de

auxina no meio não influenciou significativamente o número de gemas (Tabela 8). Quando se

combinou BAP e ANA, independente do explante utilizado, a maior produção de gemas

(3,73) foi encontrada na presença de 0,5 mg L-1

de BAP e igual concentração de ANA (Tabela

9).

Tabela 8 – Número de gemas obtidas do maior broto na fase de multiplicação de B. cheilantha, aos 30 dias de

inoculados em meio de cultura WPM em função de ANA e explante. Feira de Santana, BA, 2009.

ANA (mg L-1

) EXPLANTE

SC SN

0,0 1,64 A b 4,57 A a

0,25 1,17 A b 3,99 B a

0,5 1,32 A b 3,26 C a

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na mesma coluna, ou minúscula, na mesma linha, não diferem

estatisticamente entre si ao nível de 1% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Tabela 9 – Número de gemas a obtidas do maior broto na fase de multiplicação de B. cheilantha, aos 30 dias de

inoculados em meio de cultura WPM em função de BAP e ANA. Feira de Santana, BA, 2010.

BAP (mg L-1

) ANA (mg L-1

)

0,0 0,25 0,5

0,0 2,78 a 2,06 a 2,5 a

0,5 3,52 a 3,73 a 2,48 b

1,0 2,69 ab 2,86 a 1,86 b

1,5 3,68 a 1,92 b 2,15 b

2,0 2,86 a 2,34 a 2,45 a

Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não diferem estatisticamente entre si ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

As concentrações de BAP mostraram tendência quadrática (p < 0,05) ascendente para

a variável comprimento da parte aérea na ausência de ANA e comportamento quadrático

descendente (p < 0,05) quando o meio foi suplementado com 0,5 mg L-1

de ANA. Em meio

com 0,5 mg L-1

de ANA, estima-se que o comprimento dos brotos tende a ser desfavorecido

com o uso crescente de concentrações até 1,18 mg L-1

de BAP, em que atingi-se o valor

mínimo estimado (0,6 cm) e em concentrações superiores a estimada, o comprimento das

brotações tende a ser favorecido. Em meio de cultura isento de ANA, o maior comprimento

dos brotos estimado (2,28 cm) tende a ocorrer em meio suplementado com 1,08 mg L-1

de

BAP. O aumento da concentração a partir do valor estimado (1,08 mg L-1

de BAP), tende a

desfavorecer o comprimento das brotações (Figura 13A). Os brotos obtidos a partir de

segmento nodal apresentaram os maiores comprimentos da parte aérea em função das

concentrações de BAP utilizadas, sendo observado um valor máximo (2,47 cm) em 0,5 mg L-1

de BAP, enquanto que para o segmento cotiledonar o maior valor (1,38 cm) é observado na

ausência de regulador (Figura 13B). As citocininas podem favorecer o alongamento de brotos,

contudo, é necessário que se adicione ao meio a concentração adequada, sendo esta específica

para cada espécie (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998).

Esses resultados são semelhantes aqueles reportados por Tilkat et al. (2009) em que

brotações de Pistacia vera atingem a 2,11 cm de comprimento no meio de cultura MS com

1,0 mg L-1

de BAP, porém, em P. trichocarpa, as brotações com semelhante comprimento

(2,2 cm) só foram obtidas quando inoculadas em meio MS na ausência de reguladores

vegetais (KANG et al., 2009). As médias de comprimento das brotações para B. cheilantha

foram superiores quando comparadas aos 0,43 cm obtidos por Kielse et al. (2009) em angico

vermelho (P. rigida), ou 0,39 cm obtidos por Souza et al. (2008) em pitangueira (E. uniflora),

ou 1,0 cm obtidos por Raghu et al. (2006), em guduchi (Tinospora cordifolia),

independentemente da concentração de citocinina utilizada no meio de cultura. Bopana e

Saxena (2008), estudando a multiplicação in vitro de A. racemosus reportaram uma média de

1,8 cm de comprimento das brotações mantidas em meio MS acrescido de 1,0 mg L-1

de BAP

e Vieitez et al. (2009), em Quercus Alba, obtiveram o maior comprimento dos brotos (1,7 cm)

em meio de cultura GD (GRESSHOFF; DOY 1972) suplementado com 0,2 mg L-1

de BAP.

Observou-se diferença significativa nos comprimentos dos brotos advindos do

segmento nodal em todas as concentrações de ANA utilizadas em relação aos do segmento

cotiledonar. Em meio de cultura isento de ANA foi detectada a maior altura dos brotos (2,92

cm) para o segmento nodal e com o aumento das concentrações de ANA utilizadas o

comprimento das brotações foi desfavorecido (Tabela 10).

Tabela 10 – Comprimento da parte aérea na fase de multiplicação de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em

meio de cultura WPM em função de ANA e Explante (SC- segmento cotiledonar e SN- segmento

nodal). Feira de Santana, BA, 2010.

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na mesma coluna, ou minúscula, na mesma linha, não diferem

estatisticamente entre si ao nível de 1% de probabilidade pelo teste de Tukey.

ANA (mg L-1

) Explante

SC SN

0,0 0,88 A b 2,92 A a

0,25 0,71 A b 1,91 B a

0,5 0,51 A b 1,14 C a

Figura 13 – Comprimento de parte aérea (cm) obtida dos brotos de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em

meio de cultura WPM com diferentes concentrações de ANA e BAP (** Significativo ao nível de

1% de probabilidade pelo Teste F; * Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns

– não significativo) (A – Interação BAP X ANA, () 0,0 mg L-1

, () 0,25 mg L-1

e () 0,5 mg L-1

de ANA ; B- Interação BAP X EXP, segmento cotiledonar () e de segmento nodal () ). Feira de

Santana, BA, 2010.

Com relação ao número de folhas do maior broto oriundo do segmento cotiledonar,

observou-se comportamento linear (p < 0,05) decrescente das concentrações de BAP

utilizadas, enquanto que para o explante segmento nodal não houve modelo matemático

representativo. Para o segmento cotiledonar, o maior número de folhas (1,33) por broto

ocorreu na ausência de regulador vegetal e o menor número (0,66) foi encontrado com a

maior concentração (2,0 mg L-1

) da citocinina utilizada. Os números de folhas observados em

brotações provenientes de segmento nodal foram superiores aos obtidos a partir do segmento

cotiledonar em todas as contrações de BAP utilizadas, sendo o maior valor (3,6) observado

em meio de cultura enriquecido com 0,5 mg L-1

de BAP (Figura 14). Esses resultados diferem

dos encontrados por Kielse et al. (2009) em culturas de P. rigida, em que esses autores

verificaram o maior número médio de folhas (2,9) em segmento cotiledonar, inoculado em

meio de cultura contendo 0,50 mg L-1

de BAP, sendo o valor reportado da variável em

análise, superior ao explante segmento nodal da espécie.

Figura 14 – Número de folhas do maior broto obtido a partir do segmento cotiledonar () e segmento nodal

() de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM em função de BAP (*

Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns – não significativo). Feira de

Santana, BA, 2010.

Observou-se comportamento quadrático (p < 0,05) descendente das concentrações de

BAP para a variável matéria seca da parte aérea dos brotos oriundos do segmento cotiledonar.

Na ausência de regulador, os brotos apresentaram o maior incremento de matéria seca (5,37

mg), tendendo a um declínio em concentrações crescentes do regulador, até a concentração

estimada de 1,53 mg L-1

de BAP, em que se atingiu o menor peso seco estimado para a parte

aérea (2,74 mg). Em relação ao segmento nodal, não houve um modelo matemático

representativo para a variável analisada, sendo observada uma maior contribuição à matéria

seca dos brotos (3,52 mg) quando, o meio de cultura foi acrescido de 0,5 mg L-1

de BAP

(Figura 15). Em relação aos tratamentos de ANA e BAP, a maior contribuição na matéria seca

da parte aérea (5,06 mg) foi verificado na ausência de ambos os reguladores no meio de

cultura, enquanto que o menor peso seco das brotações foi observado em 0,5 mg L-1

de ANA

acrescido de 1,5 mg L-1

de BAP (Tabela 11).

Figura 15 – Matéria seca da parte aérea (MSPA) (mg) advindas do segmento cotiledonar (SC) e segmento nodal

(SN) na fase de multiplicação de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM

em função de BAP (* Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns- não

significativo). Feira de Santana, BA, 2010.

Tabela 11 – Matéria seca da parte aérea na fase de multiplicação de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em

meio de cultura WPM em função de BAP e ANA. Feira de Santana, BA, 2010.

BAP (mg L-1

) ANA (mg L-1

)

0,0 0,25 0,5

0,0 5,06 a 3,01 b 4,09 ab

0,5 4,59 a 4,33 a 1,71 b

1,0 2,47 a 2,80 a 1,78 a

1,5 3,30 a 2,97 a 1,19 b

2,0 2,77 a 2,31 a 2,59 a

Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Em resumo, verificou-se que o número de brotos estimados e observados formados a

partir do segmento nodal, nos tratamentos testados, foi duas vezes superior aos encontrados

no segmento cotiledonar, e o uso da citocinina isolada favoreceu o melhor desenvolvimento

de todas as variáveis analisadas na multiplicação. Diferentemente do reportado por Balaraju et

al. (2008), no qual a combinação de BAP (1,5 mg L-1

) e ANA (0,1 mg L

-1) favoreceu uma

média três vezes maior para o número de brotos de V. agnus-castus do que a observada com a

mesma concentração de BAP isolado.

4.1.2 Experimento 2 - Efeito do tipo de citocininas na indução de brotações em diferentes

tipos de explantes de B. cheilantha.

Observou-se efeito altamente significativo (p < 0,01) da interação dupla (tipo de

explante x concentração de citocinina) para a variável porcentagem de explantes responsivos

e efeito altamente significativo (p < 0,01) da interação tripla (tipo de explante x tipo de

citocinina x concentração de citocinina) para a variável número de brotos por explante. Efeito

significativo (p < 0,05) da interação dupla (tipo de explante x tipo de citocinina) foi observado

para a variável número de gemas do maior broto e efeito altamente significativo (p < 0,01) da

interação dupla (tipo de explante x concentração de citocinina) para a mesma variável e para a

variável número de folhas do maior broto. Todas as interações duplas (tipo de explante x tipo

de citocinina; tipo de explante x concentração de citocinina; tipo de citocinina x concentração

de citocinina) foram altamente significativas (p < 0,01) para a variável comprimento da parte

aérea, enquanto que, apenas duas interações duplas (tipo de citocinina x concentração; tipo de

explante x concentração de citocinina) influenciaram de modo altamente significativo (p <

0,01) a variável matéria seca de parte aérea (Tabela 12).

Com relação à porcentagem de explantes responsivos, mais uma vez o segmento nodal

apresentou uma taxa superior ao segmento cotiledonar, independente do tipo e concentração

dos reguladores testados. A maior capacidade organogênica observada (97,33%) ocorre

quando o segmento nodal foi inoculado em meio de cultura acrescido da maior concentração

dos reguladores testados (2,0 mg L-1

) (Tabela 13). A taxa de explantes responsivos encontrado

para o segmento cotilenodar de B. cheilanta, é semelhante ao reportado por Nayak et al.

(2007), no qual uma média inferior a 56% foi observada para o segmento cotiledonar de

Aegles marmelos, independente da concentração de BAP ou KIN adicionada ao meio de

cultura MS, ou ainda as taxas inferiores a 30% encontradas para o segmento cotiledonar da

leguminosa Pterocarpus marsupium, independente da concentração de KIN utilizada no meio

de cultura (CHAND; SINGH, 2004). Contudo, Buendía-González et al. (2007) registraram

uma média acima de 90% de explantes responsivos para o segmento cotiledonar de P.

laevigata (Fabaceae), independente da concentração de BAP adicionada ao meio de cultura.

Tabela 12 - Resumo da análise de variância para a porcentagem de explantes responsivos (% ER), número de brotos (NB), número de gemas do maior broto (NG), número de

folhas do maior broto (NF), comprimento da parte aérea (CPA) (cm) e matéria seca da parte aérea (MSPA) (mg) de plântulas de B. cheilantha, advindos de

segmento cotiledonar e nodal em diferentes tipos (KIN, BAP ou TDZ) e concentrações de citocininas (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) em meio WPM aos 30 dias

de inoculação in vitro. UEFS. Feira de Santana, BA, 2010.

QUADRADOS MÉDIOS

FV GL % ER X NB

Z NG

Z NF

Z CPA

Z MSPA

Y

EXP (E) 1 14,112801 ** 9,835521** 67,281411** 28,732817 ** 5,464513 ** 1,584188 **

CIT (CT) 2 0,274488 ** 15,995001** 3,122574 * 4,561550 ** 6,951733 ** 2,021859 **

CONC (C) 4 0,037328 NS

2,592871** 0,285909 NS

1,051267 NS

1,393044 ** 0,214992 NS

E X CT 2 0,049443 NS

2,002761** 2,647321* 0,350617 NS

2,867245 ** 0,145374 NS

E X C 4 0,156252 ** 1,244671** 7,707402 ** 3,544733 ** 11,784583 ** 0,710198 **

CT X C 8 0,013934 NS

2,884301** 0,785887 NS

0,790092 NS

0,684651 ** 0,981487 **

E X CT X C 8 0,049882 NS

0,856361** 0,725700 NS

0,289658 NS

0,273050 NS

0,208960 NS

RESÍDUO 120 0,041102 0,287374 0,677271 0,482050 0,256375 0,116212

CV (%) 17,86 38,74 30,80 41,01 40,35 16,71

** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. * Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F. NS

Não significativo ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste F. X Dados transformados em arco-seno ;

Y Dados transformados em (x + 1)

0,5; Z

Dados não transformados; EXP = explante; CIT = Citocinina;

CONC = concentração.

Tabela 13 - Porcentagem de explantes responsivos de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de

cultura WPM em função da concentração dos reguladores testados e do tipo de explante. Feira de

Santana, BA, 2010. Concentração dos reguladores (mg

L-1

)

EXPLANTE

SC SN

0,0 62,67 b 86,67 a

0,5 44,00 b 94,67 a

1,0 56,00 b 94,67 a

1,5 51,00 b 96,00 a

2,0 56,33 b 97,33 a

Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não diferem estatisticamente entre si ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

O segmento nodal emitiu maior número de brotos (4,32) em meio de cultura

suplementado com 1,0 mg L-1

de TDZ, formando 1,6 vezes mais brotos que a maior média

observada em segmento cotilenodar (2,6) nas mesmas condições (Tabela 14). Esse resultado é

superior ao reportado para B. vahlii, em que igual concentração de TDZ o número médio de

brotos obtidos foi de 0,9 brotos/segmento nodal (DHAR; UPRETI, 1999).

Comparando-se o meio de cultura suplementado com BAP e KIN, as maiores médias

de número de brotos foram observadas para o segmento nodal em meio incrementado com

BAP, apresentando diferença significativa das concentrações de BAP e KIN utilizadas em

meio de cultura WPM suplementado com 1,5 mg L-1

dos reguladores vegetais (Tabela 14).

Tabela 14 – Número de brotos obtidos a partir de segmento cotiledonar (SC) e segmento nodal (SN) de B.

cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes tipos (KIN, BAP e

TDZ) e concentrações de citocininas (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0). Feira de Santana, BA, 2010.

Médias seguidas pela mesma letra, na mesma coluna, não diferem estatisticamente entre si ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Esses resultados estão de acordo com os de Balaraju et al. (2008), em que a formação

de brotos por explante de V. agnus-castus foi superior 1,5 vezes mais em meio de cultura MS

Explante Citocinina Concentração (mg L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

SC

KIN 1,0 A 0,68 B 1,12 AB 0,92 A 0,96 A

BAP 0,96 A 0,48 B 0,68 B 1,33 A 0,78 A

TDZ 1,00 A 2,60 A 1,80 A 1,29 A 1,32 A

SN

KIN 0,91 A 0,96 B 0,96 B 1,12 B 1,00 B

BAP 1,00 A 1,36 B 1,64 B 2,08 A 1,36 AB

TDZ 0,97 A 2,88 A 4,32 A 2,00 A 2,08 A

suplementado com BAP ao invés do incremento com KIN. Em M. excelsa (IAPICHINO;

AIRÒ, 2008) e em T. cordifolia (RAGHU et al., 2006), a melhor resposta da multiplicação in

vitro também foi relatada em meio de cultura suplementado com BAP em comparação a KIN.

Ao passo que em figueira “Roxo de Valinhos”, uma média superior a 2,0 brotos/explante foi

obtida em segmento nodal inoculado em meio de cultura WPM suplementado com 1,0 e 2,0

mg L-1

de KIN (FERREIRA; PASQUAL, 2008). Já em Stryphnodendron adstringens, à

medida que se aumentou a concentração de cinetina no meio de cultura, o número de brotos

formados a partir do segmento nodal foi favorecido, sendo registrada uma melhor resposta

(3,0 brotos/explante) quando se utilizou 5,0 mg L-1

de cinetina (NICIOLI et al., 2008). Para as

culturas de Rauvolfia tetraphylla, um elevado número de brotos (9,2) foi observado quando se

inoculou o segmento nodal em meio de cultura suplementado com 1,1 mg L-1

de TDZ

(FAISAL; AHMAD; ANIS, 2005).

Pode-se observar que na base dos explantes ocorreu formação de calo, que mostrou ser

diretamente proporcional ao aumento das concentrações dos reguladores vegetais no meio de

cultura, exceto para o TDZ, no qual independente da concentração utilizada, 100% dos

explantes apresentaram calos na sua base (dados não mostrados). O uso do TDZ revelou uma

ação tóxica nos brotos, apresentando-se hiperídricos e com brotações curtas, o mesmo sendo

detectado . Já os brotos cultivados em KIN possuíam uma coloração menos intensa de verde

que as brotações cultivadas em BAP, aparentando estarem menos vigorosos em meio de

cultura acrescido com KIN (Figura 16).

Figura 16 - Brotos de B. cheilantha em meio de multiplicação WPM suplementado com 2,0 mg L-1

de regulador

vegetal, aos 30 dias de inoculados. (A) Segmento cotilenodar em BAP; (B) Segmento nodal em KIN;

(C) Segmento nodal em BAP; (D) segmento cotiledonar em TDZ; (E) segmento nodal em TDZ.

(Barra = 1,0 cm). Feira de Santana, BA, 2010.

Com relação à variável número de gemas, as concentrações de reguladores vegetais

utilizados mostraram tendência quadrática (p<0,05) ascendente para o explante segmento

nodal e descendente para o segmento cotiledonar. O maior número de gemas estimado nas

brotações advindas de segmento nodal (3,70) tende a ocorrer em meio de cultura

suplementado com 1,35 mg L-1

de regulador vegetal. O aumento da concentração a partir do

valor estimado (1,35 mg L-1

) tende a desfavorecer a produção de gemas nesses explantes

(Figura 17).

Figura 17 - Número de gemas obtidos dos maiores brotos advindos de segmento cotiledonar () e segmento

nodal () e de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes

concentrações de reguladores vegetais (* Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste

F). Feira de Santana, BA, 2010.

Em função das citocininas testadas, os brotos advindos do explante segmento

cotiledonar apresentaram um menor número de gemas que as do segmento nodal, não

havendo diferença significativa entre os reguladores vegetais utilizados. Para o segmento

nodal a maior produção de gemas (3,78) foi observada com o meio de cultura suplementado

com BAP diferindo significativamente do reguladores vegetal TDZ (Tabela 15). O menor

número de gemas encontrado em meio acrescido com TDZ (2,94) para B. cheilantha, todavia

é superior ao reportados por outras espécies, como é o caso do barbatimão (S. adstringens)

onde uma média de 0,96 gemas/broto foi observada em meio suplementado com KIN

independente da concentração testada (NICIOLI et al., 2008).

O meio de cultura WPM acrescido de BAP favoreceu o maior comprimento dos

brotos, para ambos os explantes, segmento nodal (2,13 cm) e segmento cotiledonar (1,23 cm),

(Tabela 16). O mesmo foi observado com relação às concentrações testadas dos reguladores

vegetais, o meio de cultura suplementado com BAP, independente da concentração utilizada,

apresentou o maior valor no comprimento das brotações (1,83 cm) superiores aquelas

mantidas em meio de cultura acrescido de KIN (1,20 cm) e TDZ (0,88 cm) (Tabela 17). Já na

multiplicação in vitro de B. vahlii, comparando-se BAP, KIN, ZEA e TDZ, o maior

comprimento dos brotos (2,30 cm) foi alcançado em meio de cultura suplementado com KIN

(DHAR; UPETRI, 1999).

Tabela 15 – Número de gemas obtidos dos maiores brotos advindos de segmento cotiledonar (SC) e segmento

nodal (SN) de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes

citocininas (KIN, BAP e TDZ). Feira de Santana, BA, 2010.

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na mesma coluna, ou minúscula, na mesma linha, não diferem

estatisticamente entre si ao nível de 1% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Os resultados encontrados para B. cheilantha diferem dos reportados por Bopana e

Saxena (2008), em A. racemosus e por Raghu et al. (2006), em T. cordifolia, em que as

médias de comprimento das brotações foram melhor favorecidas em meio de cultura

suplementado com KIN ao invés de BAP. Gomes et al. (2009), comparando KIN, TDZ, ZEA

e BAP no cultivo in vitro de Arbustus unedo, observaram brotos mais alongados (2,5 cm) em

meio de cultura contendo de 0,52 mg L-1

de KIN. Já em M. excelsa, Iapichino e Airò (2008)

obtiveram uma média do comprimento dos brotos 1,4 vezes maior em meio de cultura

incrementado com BAP comparando-se com o meio suplementado com KIN.

Tabela 16 – Comprimento dos maiores brotos advindos de segmento cotiledonar (SC) e segmento nodal (SN) de

B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM suplementado com diferentes

citocininas (KIN, BAP e TDZ). Feira de Santana, BA, 2010.

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na mesma coluna, ou minúscula, na mesma linha, não diferem

estatisticamente entre si ao nível de 1% de probabilidade pelo teste de Tukey.

A equação matemática que melhor se ajustou para a variável comprimento da parte

aérea, em função das concentrações de reguladores vegetais utilizados, foi a quadrática

Citocininas Explante

SC SN

KIN 2,26 A b 3,30 AB a

BAP 1,91 A b 3,78 A a

TDZ 1,84 A b 2,94 B a

Citocininas Explante

SC SN

KIN 1,10 AB a 1,05 B a

BAP 1,23 A b 2,13 A a

TDZ 0,86 B b 1,15 B a

(p<0,05) ascendente para o segmento nodal e quadrática (p<0,01) descendente para o

segmento cotiledonar (Figura 18). O maior comprimento dos brotos estimado (1,78 cm) tende

a ocorrer em meio de cultura suplementado com 1,66 mg L-1

de regulador vegetal, acima

desse valor estimado de concentração, o comprimento das brotações tende a ser

desfavorecido. Um alto suprimento exógeno de citocininas aumenta a atividade da enzima

citocinina oxidase o que tende a desfavorecer a indução de brotações no explante,

provavelmente devido ao aumento da atividade da enzima citocinina oxidase, e com isso a

citocinina deixaria de promover a divisão celular (CID, 2000; GEORGE 2008).

Tabela 17 – Comprimento dos brotos de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM

suplementado com diferentes concentrações (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) e tipos de citocininas

(KIN, BAP, TDZ). Feira de Santana, BA, 2010.

Concentração (mg L-1

) Citocininas

KIN BAP TDZ

0,0 1,63 a 1,61 a 1,59 a

0,5 0,61 b 1,83 a 0,87 b

1,0 1,00 b 1,68 a 0,78 b

1,5 1,20 b 1,77 a 0,87 b

2,0 0,96 b 1,53 a 0,88 b

Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não diferem estatisticamente entre si ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Figura 18 – Comprimento dos brotos advindos de segmento cotiledonar () e segmento nodal () de B.

cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura WPM com diferentes concentrações de

reguladores vegetais (* Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ** Significativo

ao nível 1% de probabilidade pelo teste F). Feira de Santana, BA, 2010.

O maior ganho de matéria seca (7,04 mg), nas partes aéreas de B. cheilantha,

ocorreu em meio de cultura suplementado com a 0,5 mg L-1

da citocinina BAP. Em todas as

concentrações testadas dos fitorreguladores, KIN e TDZ não diferiram significativamente no

acúmulo de matéria seca pelos brotos de B. cheilantha (Tabela 18). Analisando a mesma

variável, com relação ao tipo de explante utilizado, constatou-se que em todas as

concentrações testadas de citocininas, o segmento cotiledonar proporcionou um ganho

significativo maior à matéria seca da parte aérea, exceto quando o meio de cultura foi

acrescido de 2,0 mg L-1

de regulador vegetal. Nessa condição as brotações advindas do

segmento nodal apresentaram maior matéria seca (4,0 mg) de suas partes aéreas do que as

brotações advindas do segmento cotiledonar (Tabela 19).

Tabela 18 – Matéria seca da parte aérea (mg) de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura

WPM suplementado com diferentes concentrações (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) e tipos de

citocininas (KIN, BAP, TDZ). Feira de Santana, BA, 2010.

Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não diferem estatisticamente entre si ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Tabela 19 - Matéria seca da parte aérea (mg) de B. cheilantha, aos 30 dias de inoculados em meio de cultura

WPM em função da concentração das citocininas testadas (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg L-1

) e do tipo

de explante (SC- segmento cotiledonar e SN- segmento nodal). Feira de Santana, BA, 2010.

Concentração das citcininas

(mg L-1

)

EXPLANTE

SC SN

0,0 4,56 a 2,81 b

0,5 4,87 a 2,51 b

1,0 3,32 a 2,33 a

1,5 4,01 a 2,75 b

2,0 2,68 b 4,00 a

Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não diferem estatisticamente entre si ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Concentração das

citocininas (mg L-1

)

Citocinina

KIN BAP TDZ

0,0 3,50 a 4,06 a 3,50 a

0,5 2,84 b 7,04 a 1,20 b

1,0 2,54 b 4,60 a 1,34 b

1,5 2,94 a 3,30 a 3,90 a

2,0 3,09 a 3,12 a 3,82 a

4.2 ENRAIZAMENTO IN VITRO

4.2.1 Experimento 3 – Efeito da auxina ácido indolbutírico (AIB) e carvão ativado no

enraizamento in vitro de brotos de B. cheilantha.

De acordo com a análise de variância, observou-se efeito altamente significativo (p <

0,01) da interação dupla (concentrações de AIB e de carvão ativado) para todas as variáveis

analisadas: porcentagem de enraizamento dos brotos, número de raízes adventícias por broto,

número de raízes secundárias da maior raiz e comprimento da maior raiz, exceto para a

variável taxa de sobrevivência dos brotos, em que apenas o fator AIB influenciou de modo

significativo (p < 0,05) (Tabela 20).

Tabela 20 - Resumo da análise de variância para porcentagem de enraizamento dos brotos (%ENR), número de

raízes adventícias por broto (NRA), número de raízes secundárias da maior raiz (NRS),

comprimento da maior raiz (CMR) (cm) e porcentagem de sobrevivência dos brotos (%SOBR) de

B. cheilantha, em diferentes concentrações de AIB (0,0; 0,5; 1,0; e 2,0 mg L-1

) e carvão ativado

(CA) (0,0; 1,0 e 2,0 g L-1

) em meio de cultura WPM aos 45 dias de inoculação in vitro. UEFS. Feira

de Santana, BA, 2010.

Quadrados Médios

FV GL % ENR Z

NRA Y NRS

Y CMR

Y % SOBR

Z

AIB 3 0,297464** 0,601023** 0,331966 NS

0,056688 NS

0,083471*

CA 2 1,507754** 3,783546** 17,826969** 1,461211** 0,057741 NS

AIB X CA 6 0,313392** 0,580219** 3,077362** 0,458864** 0,049540 NS

RESÍDUO 120 0,005723 0,016251 0,447915 0,073132 0,026423

CV (%) 13,70 10,15 33,32 18,31 10,83

** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. * Significativo ao nível de 5% de probabilidade

pelo teste F. NS

Não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F. Y Dados transformados em arco-

seno ; Z Dados transformados em (x + 1)

0,5.

Para porcentagem de enraizamento dos brotos, a curva de regressão indicou um

comportamento quadrático (p < 0,01) ascendente em função das concentrações de AIB

utilizadas, na ausência de carvão ativado. Esse modelo matemático explica 98,02% de toda a

variação dos pontos no experimento. O valor estimado máximo (63,71%) da taxa de

enraizamento tende a ocorrer quando se adiciona 1,68 mg L-1

de AIB ao meio de cultura.

Concentrações do regulador superior a esta tendem a desfavorecer a formação de raízes em B.

cheilantha. Com a adição de carvão ativado ao meio de cultura, não foi possível o ajuste de

um modelo matemático significativo para a variável em análise, sendo observado que todos os

valores da porcentagem de enraizamento, na presença de carvão ativado, foram inferiores aos

encontrados na ausência de carvão ativado (Figura 19).

Figura 19 – Porcentagem de enraizamento dos brotos de B.cheilantha, aos 45 dias de inoculados em meio de

cultura WPM com diferentes concentrações de AIB e acrescidos com diferentes concentrações de

carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

; 1,0g L-1

e 2,0 g L-1

CA) (** Significativo ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste F; ns – não singificativo). Feira de Santana, BA, 2010.

As porcentagens de enraizamento encontradas para B. cheilantha são superiores as

reportadas em cultura de P. salicina inoculadas em meio de cultura ½ MS utilizando

concentrações mais altas (3,0 mg L-1

) de AIB, 43,3% e 50,0% para „Shiro‟ e „Early Golden‟ ,

respectivamente (CANLI; TIAN, 2009). Em P. rigida (KIELSE et al., 2009), foi reportado

taxa de enraizamento de 15% independente da concentração de AIB utilizada, enquanto que

para Cicer arietinum, Patil et al. (2009) registraram nos brotos dessa leguminosa uma taxa de

indução de raízes menor que 5%. Entretanto, a porcentagem de enraizamentoda espécie em

estudo é baixa quando comparada aquela de 90% obtida em brotos de V. agnus-castus

inoculados no meio cultura ½ MS contendo uma concentração de 0,1 mg L-1

de AIB

(BALARAJU et al., 2008), ou ainda as taxas de 84,0% e 86,5% de enraizamento reportados

por Tilkat et al. (2009) e Iapichino e Airò (2008), respectivamente para P. vera e M. excelsa,

em meio de cultura suplementado com 2,0 mg L-1

de AIB e 1,16 mg L-1

de AIB .

Em B. cheilantha foi possível a formação de raízes adventícias sem a adição de

auxinas ao meio de cultura, sendo observadas as menores taxas de enraizamento (cerca de

20%) nessa condição (Figura 19). No entanto, a suplementação do meio de cultura com

auxina aumenta consideravelmente a taxa de enraizamento. Esse resultado está de acordo com

o reportado por Iapichino e Airò (2008), para culturas de M. excelsa, na qual uma taxa de

enraizamento de 33% foi obtida em meio de cultura sem regulador vegetal. Segundo Souza e

Pereira (2007), o processo de indução e iniciação de raízes adventícias é regulado pela relação

quantitativa entre os níveis de auxina e citocinina na planta, sendo esses teores endógenos

variantes para cada genótipo. Em culturas de P. vera (TILKAT et al., 2009), Q.

semecarpifolia (TAMTA et al., 2008), A. edulis (SILVA et al., 2008) e A. racemosus

(BOPANA; SAXENA, 2008) mantidas em meio de cultura sem regulador vegetal, os níveis

endógenos de auxinas não foram suficientes para promover a rizogênese. Contudo, há

lenhosas que possuem a capacidade natural de enraizarem, como é o caso da cultura de

Hippophae rhamnoides na qual a maior taxa de enraizamento (65,0%) foi obtida por

Sriskandarajah e Lundquist (2009) na ausência de auxinas no meio de cultura.

Observou-se comportamento quadrático (p < 0,01) ascendente das concentrações de

AIB para a variável número de raízes adventícias dos brotos, na ausência de carvão ativado.

Estima-se que a parte radicular dos brotos apresentem um aumento no número de raízes

adventícias em concentrações crescentes de AIB ao meio de cultura, até a concentração

estimada de 2,66 de mg L-1

de AIB, onde se atinge o maior número de raízes adventícias

estimado (2,88). Nas concentrações de 1,0 e 2,0 g L-1

de carvão ativado, não houve modelo

matemático significativo para a variável analisada, sendo que o número de raízes adventícias

por broto não ultrapassou o valor de 0,5, independente da concentração de AIB utilizada

(Figuras 20 e 21).

Figura 20 – Número de raízes adventícias nos brotos de B. cheilantha, aos 45 dias de inoculados em meio de

cultura WPM com diferentes concentrações de AIB e acrescidos em diferentes concentrações de

carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

; 1,0g L-1

e 2,0 g L-1

CA) (** Significativo ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste F; ns – não significativo). Feira de Santana, BA, 2010.

Figura 21 - Brotos de B. cheilantha em meio de enraizamento WPM, aos 45 dias de inoculados em (A) 0,0 mg L

-

1 de AIB; (B) 0,0 mg L

-1 de AIB e 2,0 g L

-1 de carvão ativado; (C) 1,0 mg L

-1 de AIB e (D) 2,0 mg L

-

1 de AIB. (Barra = 1,0 cm). Feira de Santana, 2009.

Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Iapichino e Airò (2008), em M.

excelsa, e por Du e Pijut (2008), em Fraxinus pennsylvanica, em que constataram uma média

de 2,8 raízes/broto quando inoculados em meio de cultura contendo cerca de 1,0 mg L-1

de

AIB. Já para framboeseira „Batum‟ uma média de 1,82 raízes/broto foi reportada por Leitzke,

Damiani e Schuch (2009), quando este explante foi inoculado em meio WPM independente

da concentração de AIB utilizada. O número de raízes adventícias por broto de B. cheilantha é

superior quando comparada a média de 0,5 em culturas de P. rigida obtidas por Kielse et al.

(2009), independente da concentração de AIB adicionada ao meio de cultura, e inferior

quando comparada a média de 4,3 raízes adventícias/broto em culturas de S. dentata obtidas

por Prakash e Staden (2009), em meio acrescido de 2,0 mg L-1

de AIB, ou ainda a média de

9,2 em Rubus híbrido cv. Black Satin em meio de cultura ½ MS com 0,5 mg L-1

de AIB

(GUPTA; MAHALAXMI, 2009).

A equação matemática que melhor se ajustou para a variável número de raízes

secundárias da maior raiz em função das concentrações de AIB utilizadas foi a quadrática

(p<0,01) ascendente, na ausência de carvão ativado (Figura 22). O maior número de raízes

secundárias estimado (9,12) tende a ocorrer em meio de cultura suplementado com 1,16 mg L-

1 de AIB, acima desse valor estimado de concentração, o número de raízes secundárias tende a

ser desfavorecido. Já em F. pennsylvanica, o maior número de raízes secundárias (19,1) foi

observado em meio de cultura suplementado de 1,0 mg L-1

de AIB (DU; PIJUT, 2008).

Com o incremento de 2,0 g L-1

de carvão ativado ao meio de cultura, observou-se

comportamento linear (p < 0,01) decrescente das concentrações de AIB utilizadas para a

mesma variável. Na presença de carvão ativado o maior número de raízes (4,81) foi

observado em meio de cultura sem regulador vegetal, na presença de 2,0 g L-1

de carvão

ativado (Figura 22).

Figura 22 – Número de raízes secundárias dos maiores brotos de B. cheilantha, aos 45 dias de inoculados em

meio de cultura WPM com diferentes concentrações de AIB e acrescidos em diferentes

concentrações de carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

; 1,0 g L-1

e 2,0 g L-1

CA) (** Significativo

ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; ns – não significativo). Feira de Santana, BA, 2010.

Com relação ao comprimento da maior raiz, o maior valor (2,02 cm) foi observado em

meio de cultura suplementado com 1,0 mg L-1

de AIB, na ausência de carvão, diferindo

significativamente quando o meio de cultura foi suplementado na mesma concentração

acrescido de carvão ativado (Tabela 21). O resultado encontrado para a espécie em estudo foi

superior ao reportado por Damiani e Schuch (2009), no qual as raízes de Vaccinium spp. não

ultrapassaram a 1,0 cm de comprimento em meio de cultura WPM suplementado com 1,84

mg L-1

de AIB. Em framboeseira „Batum‟ e amoreira-preta „Xavante‟, as raízes não atingiram

a 1,0 cm de comprimento independente da concentração de AIB acrescida ao meio de cultura

WPM (LEITZKE, DAMIANI, SCHUCH, 2009). Ao passo que as raízes de F. pennsylvanica

(DU; PIJUT, 2008) e de S. dentata (PRAKASH; STADEN, 2008) atingiram 3,0 e 3,5 cm de

comprimento, respectivamente, em meio de cultura suplementado com 1,0 e 2,0 mg L-1

de

AIB.

A taxa de sobrevivência dos brotos de B. cheilantha, ao final da etapa de enraizamento

foi alta, superior a 95% em todos os tratamentos testados, independente da suplementação ou

não de carvão ativado ao meio de cultura (dados não mostrados). O que difere do observado

por Vieitez et al. (2009), em que a taxa de sobrevivência dos brotos de Quercus spp. foi maior

com a adição de carvão ativado ao meio de enraizamento. Contudo, o resultado observado

para B. cheilantha é superior ao reportado por Sudha et al. (2005), no qual taxas de

sobrevivência dos brotos de Decalepis arayalpathra não ultrapassam a 28%, independente da

concentração de AIB adiconada ao meio de cultura ½ MS na ausência de carvão ativado.

Tabela 21 – Comprimento da maior raiz (cm) nos brotos de B. cheilantha, aos 45 dias de inoculados em meio de

cultura WPM suplementado com diferentes concentrações de AIB e carvão ativado. Feira de

Santana, BA, 2010.

Concentração AIB

(mg L-1

)

Carvão ativado (g L-1

)

0,0 1,0 2,0

0,0 1,35 ab 0,50 b 1,95 a

0,5 1,72 a 1,14 a 1,50 a

1,0 2,02 a 0,71 b 0,67 b

2,0 1,88 a 1,28 ab 0,68 b

Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não diferem estatisticamente entre si ao nível de 1% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Diante do experimento realizado, pode-se inferir que a suplementação de carvão

ativado ao meio de cultura não foi eficiente para melhorar a etapa de enraizamento de B.

cheilantha. Provavelmente, a presença do carvão ativado deve ter alterado significativamente

o pH e a composição do meio de cultura, devido ao seu poder de adsorção de cátions,

nutrientes e reguladores vegetais, essenciais ao enraizamento dos brotos.

4.2.2 Experimento 4 - Efeito das auxinas ácido indolbutírico (AIB) ou ácido naftaleno

acético (ANA) ou ácido indolacético (AIA) e carvão ativado no enraizamento in vitro de

brotos de B. cheilantha.

De acordo com a análise de variância, a interação tripla (tipos, concentrações de

auxinas e carvão ativado) influenciou de modo altamente significativo (p < 0,01) as variáveis

porcentagem de enraizamento dos brotos, número de raízes adventícias por broto e número de

raízes secundárias da maior raiz, e de modo significativo (p < 0,05) as variáveis comprimento

da parte radicular e taxa de sobrevivência dos brotos (Tabela 22).

Com relação à porcentagem de enraizamento dos brotos, a curva de regressão indicou

comportamento quadrático (p < 0,01) descendente em função das concentrações de AIB e

ANA utilizadas na presença de 0,5 g L-1

(Figura 23 A e B) e uma tendência quadrática (p <

0,01) ascendente para as concentrações de AIA testadas (Figura 23 C). É interessante ressaltar

que o modelo matemático encontrado em função das concentrações de ANA utilizadas

explica 100% da variação da resposta analisada. Na ausência e na presença da maior

concentração de carvão ativado no meio de cultura, não foi possível o ajuste de um modelo

matemático significativo para a variável em análise independente da auxina utilizada, com

exceção da auxina AIB na presença de 1,0 g L-1

de carvão ativado no meio de cultura, em que

se observou uma tendência linear (p < 0,01) descendente para a porcentagem de enraizamento

dos brotos (Figura 23 A-C).

Tabela 22 - Resumo da análise de variância para porcentagem de enraizamento dos brotos (%ENR), número de

raízes adventícias por broto (NRA), número de raízes secundárias da maior raiz (NRS), comprimento

parte radicular (CPR) (cm) e porcentagem de sobrevivência dos brotos (%SOBR) de B. cheilantha,

em diferentes concentrações (0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg L-1

) e tipos de auxinas (AIB, ANA e AIA), em

diferentes concentrações de carvão ativado (CA) (0,0; 0,5 e 1,0 g L-1

) em meio de cultura WPM aos

45 dias de inoculação in vitro. UEFS. Feira de Santana, BA, 2010.

Quadrados Médios

FV GL % ENR Z

NRA Y NRS

Y CPR

Y % SOBR

Z

AUX (A) 2 0,185474** 0,068964** 1,989495 * 1,502961** 0,136439 NS

CON (C) 3 0,161453** 0,154996** 0,652367 NS

0,059545 NS

0,237147 *

CA 2 0,067159 * 0,166241** 0,486994 NS

0,366622* 0,243731 *

A X C 6 0,243038** 0,077885** 3,724064** 0,523805** 0,087544 NS

A X CA 4 0,282404** 0,208279** 6,646924** 0,707690** 0,174409 *

C X CA 6 0,370795** 0,168774** 2,733871** 1,212440** 0,156011 *

A X C X CA 12 0,044556** 0,035688** 1,519747** 0,246035* 0,133319 *

RESÍDUO 180 0,017699 0,011801 0,614182 0,112370 0,069082

CV (%) 20,81 8,63 30,95 19,23 18,66

** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; * Significativo ao nível de 5% de probabilidade

pelo teste F; NS

Não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; Y Dados transformados em arco-

seno e Z Dados transformados em (x + 1)

0,5.

A taxa de enraizamento máxima no meio de cultura suplementado com AIB foi de

63,33%, observada na ausência de carvão ativado e 0,25 mg L-1

do regulador, porém

concentrações superiores a 1,0 mg L-1

de AIB na presença de 0,5 mg L-1

de carvão ativado

podem ser testadas, já que é estimado que concentrações superiores a 0,31 mg L-1

do

regulador tendem a favorecer o aumento da taxa de enraizamento nos brotos. Na presença de

1,0 mg L-1

de carvão ativado, o aumento das concentrações de AIB no meio de cultura não

Figura 23 – Porcentagem de enraizamento dos brotos de B. cheilantha, aos 45 dias de inoculados em meio de

cultura WPM com diferentes concentrações (0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg L-1

) e tipos de auxinas (A-

AIB; B- ANA e C- AIA) e acrescidos com diferentes concentrações de carvão ativado (CA) ( 0,0

g L-1

; 0,5 g L-1

e 1,0 g L-1

CA) (** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F;

* Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns – não singificativo). Feira de

Santana, BA, 2010.

favoreceu a formação de raízes adventícias nos brotos de B. cheilantha (Figura 23A). Com

relação às concentrações de ANA testadas, a maior taxa de enraizamento dos brotos foi de

66,67% quando o meio de cultura foi suplementado e 0,5 mg L-1

de carvão ativado e 1,0 mg

L-1

de ANA, sendo possível a adição de concentrações maiores do regulador, uma vez que a

taxa de enraizamento tende a ser favorecida em concentrações superiores a 0,25 mg L-1

de

ANA (Figura 23B). Na presença de AIA, estima-se que a maior porcentagem de enraizamento

dos brotos 65,7% tende a ocorrer em meio de cultura suplementado com 0,83 mg L-1

do

regulador e 0,5 mg L-1

de carvão ativado (Figura 23C). Diante desses resultados, inferi-se que

a taxa de enraizamento para B. cheilantha não foi significativamente influenciada pelos

diferentes reguladores vegetais, contrariamente, em V. agnus-castus, a porcentagem de

enraizamento dos brotos mantidos em meio de cultura incrementado com AIB foi superior

2,25 vezes a taxa obtida em meio suplementado com ANA ou AIA, independente da

concentração utilizada desses reguladores (BALARAJU et al. 2008).

As porcentagens de enraizamento obtidas para B. cheilantha são semelhantes aquelas

reportadas por Peternel et al. (2009), em culturas de Populus tremula, na qual a taxa de 60%

foi obtida em meio de cultura ½ MS suplementado com 1,0 mg L-1

de AIA na ausência de

carvão ativado, ou ainda a taxa de 65,5% de enraizamento em P. salicina cv. Bruce cultivado

em meio de cultura ½ MS suplementado com 3,0 mg L-1

de AIB (CANLI; TIAN, 2009).

Os valores encontrados para B. cheilantha são superiores as taxas de 38,8 e 30,4% de

enraizamento observada para B. vahlii em meio de cultura suplementado com 1,0 mg L-1

de

ANA e AIB, respectivamente (DHAR; UPRETI, 1999), ou ainda às taxas de 0,0-25,0%

obtidas em culturas de A. racemosus, independente da concentração de regulador (AIB, ANA

e AIA), individualmente ou em combinação, acrescido ao meio de cultura (BOPANA;

SAXENA, 2008). Para a leguminosa P. marsupium, a melhor taxa de enraizamento 30,0% e

21,6% foi registrada, respectivamente, em meio de cultura ½ MS suplementado com 2,0 mg

L-1

de AIB ou com 4,0 mg L-1

de AIA (CHAND; SINGH, 2004b). Já em culturas de Cornus

canadendis (FENG et al., 2009) e de Persea americana (NHUT et al., 2008), independente da

concentração de ANA adicionada ao meio de cultura, não foi possível induzir a formação de

raízes adventícias, contudo a taxa de enraizamento de 48% foi possível em brotos de C.

canadensis mantidos em meio de cultura suplementado com 1,0 mg L-1

de AIB na ausência de

carvão ativado. Para P. salicina, Canli e Tian (2009) não observaram enraizamento nos brotos

de „Shiro‟ e „Bruce‟ quando inoculados em meio de cultura acrescido de ANA,

diferentemente de „Early Golden‟ e „Gladstone‟ na qual a taxa de enraizamento foi de 40,0 e

46,7%, respectivamente, em meio de cultura suplementado com ANA, ou ainda a taxa de

67,2% obtida por Shan et al. (2009), em brotos de A. hypogaea mantidos em meio de cultura

suplementado com 0,5 mg L-1

de ANA.

Resultado superior foi registrado por Oliveira e Nino (2009), em que todos os brotos

de R. ideaus foram enraizados in vitro, quando inoculados em meio de cultura semissólido

MS com metade da concentração dos sais e 0,1 mg L-1

de ANA. Em B. variegata, 96% de

enraizamento foi reportado por Mathur e Mukunthakumar (1992), quando seus brotos foram

inoculados em meio MS suplementado com 1,0 mg L-1

de AIB, enquanto que para B. vahlii a

maior taxa (83,3 %) foi observada em meio de cultura MS com a concentração do seus sais

reduzidas à quarta parte acrescida de 0,2 mg L-1

de ANA (BHATT; DHAR, 2000).

Um comportamento quadrático (p < 0,05) descendente das concentrações de AIB e

ANA foi observado para a variável número de raízes adventícias dos brotos, na presença de

0,5 g L-1

de carvão ativado e tendência quadrática (p < 0,01) ascendente nas concentrações de

AIA. O maior valor (1,47) observado para o número de raízes adventícias ocorreu em meio de

cultura suplementado com 0,25 mg L-1

de AIB na ausência de carvão ativado, enquanto que

para as concentrações de ANA testadas o maior valor (1,10) observado foi verificado em 1,0

mg L-1

do regulador e 0,5 mg L-1

de carvão ativado. Estima-se que o sistema radicular dos

brotos apresentem um aumento no número de raízes adventícias em concentrações crescentes

acima de 0,25 mg L-1

de AIB e ANA, na presença de 0,5 mg L-1

de carvão ativado (Figura 24

A e B). Para as concentrações utilizadas do regulador AIA, o maior número de raízes

adventícias (1,19) estimado tende a ocorrer em meio de cultura suplementado com 0,74 mg L-

1 do regulador e 0,5 mg L

-1 de carvão ativado (Figura 24C). Machakova, Zazimalova e

George (2008) afirmaram que concentrações altas de auxinas in vitro tendem a desfavorecer a

formação das raízes adventícias, o que pode ser devido ao aumento da oxidação e da atividade

da peroxidase, reduzindo as concentrações de ácido indolacético endógeno.

Na ausência ou presença da maior concentração de carvão ativado, não foi possível o

ajuste de um modelo matemático significativo para a variável analisada, independente da

auxina utilizada, com exceção de AIB na presença de 1,0 g L-1

de carvão ativado no meio de

cultura, em que se observou uma tendência linear (p < 0,01) descendente para a variável

analisada (Figura 24C).

A rizogênese de B. cheilantha não induziu a formação de calos na base dos brotos

(Figura 25), sendo esse fato também relatado para outra espécie do gênero, B. variegata

(MATHUR E MUKUNTHAKUMAR, 1992). Esse comportamento pode ter facilitado a

formação de raízes nos brotos mesmo na ausência de auxinas exógenas (Figuras 23 e 24).

Figura 24 – Número de raízes adventícias de B. cheilantha, aos 45 dias de inoculados em meio de cultura WPM

com diferentes tipos (A – AIB; B – ANA; C – AIA) e concentrações (0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg L-1

) de

auxinas e acrescidos com diferentes concentrações de carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

; 0,5 g L-1

e 1,0 g L-1

CA) (** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F;* Significativo ao

nível de %% de probabilidade pelo teste F; ns – não singificativo). Feira de Santana, BA, 2010.

Figura 25 - Brotos de B. cheilantha em meio de enraizamento WPM, aos 45 dias de inoculados em (A) 0,0 mg L

-

1 de regulador; (B) 0,0 mg L

-1 de regulador e 0,5 g L

-1 de carvão ativado; (C) 1,0 mg L

-1 de AIB; (D)

1,0 mg L-1

de AIB + 0,5 g L-1

de carvão ativado; (E) 1,0 mg L-1

de ANA; (F) 1,0 mg L-1

de ANA +

0,5 g L-1

de carvão ativado; (G) 0,5 mg L-1

de AIA; (H) 0,5 mg L-1

de AIA + 0,5 g L-1

de carvão

ativado (Barra = 1,0 cm). Feira de Santana, BA, 2010.

No entanto, os teores endógenos de auxinas, presentes nas brotações de B. cheilantha,

não foram suficientes para promover um enraizamento em níveis satisfatórios para a

aclimatização.

Em cultura de H. rhamnoides o número de raízes adventícias foi superior ao

encontrado para B. cheilantha, 1,6 raízes/broto no meio de cultura sem regulador e 5,1

raízes/broto em meio suplementado com AIB (SRISKANDARAJAH; LUNDQUIST, 2009),

assim como a média de 3,15 e 2,50 raízes/broto reportada por Tilkat et al. (2009), em P. vera

na presença de 2,0 mg L-1

de AIB e por Bopana e Saxena (2008), em A. racemosus, na

presença de 0,3 mg L-1

de ANA, ambos na ausência de carvão ativado. Comparando-se com

outras espécies do gênero em estudo, culturas de B. vahlii, mantidas em meio de cultura ½

MS suplementado com 0,2 mg L-1

de ANA, obtiveram uma média de 2,6 (UPRETI; DHAR,

1996) e 3,0 raízes/broto (BHATT; DHAR, 2000). Para a mesma espécie, em estudo reportado

por Dhar e Upreti (1999), 1,86 mg L-1

do regulador ANA teve uma influência significativa

maior sob a variável em análise (4,5 raízes/broto) do que igual concentração do regulador AIB

(4,0 raízes/broto). Já para B. variegata o maior número de raízes adventícias (4,6) foi

observado em meio MS suplementado com 1,0 mg L-1

de AIB. Contudo, os resultados

encontrados para B. cheilantha são semelhantes aos reportados por Canli e Tian (2009), para

P. salicina „Early Golden‟ e „Gladstone‟, no qual uma média de 1,4 raízes/broto foi obtida na

presença do regulador ANA.

A equação matemática que melhor se ajustou para a variável número de raízes

secundárias da maior raiz foi a linear (p < 0,05) descendente em função das concentrações de

AIB utilizadas na presença de 1,0 mg L-1

de carvão ativado (Figura 26 A) , quadrática (p <

0,05) descendente para as concentrações de ANA (Figura 26 B) e quadrática (p < 0,01) ascen-

te para as concentrações de AIA (Figura 26 C), ambas na presença de 0,5 mg L-1

de carvão

ativado. O maior número de raízes secundárias (15,83) foi observado em meio de cultura

suplementado com 0,25 mg L-1

de AIB, na ausência de carvão ativado (Figura 26 A).

Enquanto que para F. pennsylvanica o maior número de raízes secundárias (19,0) foi

registrado em meio de cultura suplementado com maior concentração de AIB (1,0 mg L-1

)

(DU; PIJUT, 2008). No meio de cultura suplementado com 1,0 mg L-1

de carvão ativado, a

variável analisada foi desfavorecida com o aumento da concentração de AIB. Assim

concentrações mais baixas ou a ausência deste regulador são fundamentais para promover

uma maior emissão de raízes secundárias nessa condição. Nas concentrações de ANA

testadas, estima-se que concentrações superiores à 0,25 mg L-1

de ANA, na presença de 0,5

mg L-1

de carvão ativado, tendem a favorecer a variável em análise, sendo observado o maior

valor (12,23) para o número de raízes secundárias na maior concentração de ANA utilizada.

Para o regulador AIA, estima-se que a maior produção de raízes secundárias (13,07) ocorra

em meio de cultura WPM suplementado com 0,64 mg L-1

de AIA e 0,5 mg L-1

de carvão

ativado (Figura 26 A-C).

Percebe-se que a suplementação de baixas concentrações de carvão ativado ao meio de

cultura foi eficiente na promoção do enraizamento de B. cheilantha.

Com relação ao comprimento da maior raiz, observou-se comportamento quadrático (p

< 0,05) descendente para as concentrações de AIB e ANA utilizadas na presença de 0,5 mg L-

1 de carvão ativado. Para essas auxinas testadas, na ausência ou presença de 1,0 mg L

-1 de

carvão ativado no meio de cultura, não foi possível o ajuste de uma equação matemática

significativa. Sendo que em 0,5 mg L-1

de ANA e ausência de carvão ativado foi registrado o

menor comprimento (0,35 cm) das raízes para B. cheilantha (Figura 27 A e B). Na presença

de 0,5 e de 1,0 mg L-1

de carvão ativado, observou-se um modelo quadrático ascendente nas

concentrações de AIA utilizadas (Figura 27 C).

Figura 26 – Número de raízes secundárias nos brotos de B. cheilantha, aos 45 dias de inoculados em meio de

cultura WPM com diferentes concentrações (0,0; 0,25; 0,5 e 1,0) e tipos de auxinas (A – AIB; B –

ANA e C – AIA), acrescidos em diferentes concentrações de carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

;

0,5 g L-1

e 1,0 g L-1

CA) (** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; *

Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns – não significativo). Feira de Santana,

BA, 2010.

Figura 27 – Comprimento da parte radicular de B. cheilantha, aos 45 dias de inoculados em meio de cultura

WPM com diferentes tipos (A – AIB; B – ANA e C – AIA) e concentrações de auxinas (0,0; 0,25;

0,5 e 1,0 mg L-1

), acrescidos em diferentes concentrações de carvão ativado (CA) ( 0,0 g L-1

;

0,5 g L-1

e 1,0 g L-1

CA) (** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; *

Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; ns – não significativo). Feira de

Santana, BA, 2010.

O maior valor (4,72 cm) estimado tende a ocorrer em meio de cultura suplementado

com 0,70 mg L-1

de AIA, na presença de 0,5 mg L-1

de carvão, concentrações do regulador

superior a estimada tendem a desfavorecer o comprimento das raízes (Figura 27 C). Efeito

inibitório exercido por altas concentrações de auxinas pode estar correlacionado a indução da

produção de etileno, inibidor do crescimento de raiz (MOSHKOV et al., 2008; TAIZ;

ZEIGER, 2009).

Em igual concentração de ANA testada para B. cheilantha (1,0 mg L-1

), na ausência de

carvão ativado, um comprimento de 0,04 cm das raízes de S. adstringens foi obtido por

Nicioli et al. (2008). Já em culturas de A. racemosus o comprimento de 0,20 cm de suas raízes

foi obtido em meio suplementado com 0,3 mg L-1

de ANA (BOPANA; SAXENA, 2008).

Enquanto que Iapichino e Airò (2008) reportaram os maiores comprimentos (1,3 e 1,0 cm)

para as raízes de M. excelsa, em meio de cultura suplementado com 0,58 mg L-1

de AIB e 1,0

mg L-1

de AIA, respectivamente. Para V. agnus-castus, o regulador AIB favoreceu o maior

comprimento das raízes (4,4 cm) com a suplementação de 0,1 mg L-1

de AIB no meio de

cultura, sendo 11,0 e 8,8 vezes maior o seu comprimento do que aquele obtido em igual

concentração de AIA e ANA, respectivamente (BALARAJU et al. 2008).

O enraizamento de B. cheilantha em meio de cultura suplementado com a menor

concentração de carvão ativado influenciou positivamente todas as variáveis analisadas. Silva

et al. (2008) constataram que a adição de carvão ativado era requerida para induzir o

enraizamento em brotações de A. edulis. Esse fato pode ser devido ao escurecimento do meio

de cultura favorecendo a indução e crescimento das raízes de B. cheilantha, pois na ausência

de luz há a promoção de reações fisiológicas que só ocorrem no escuro (MOSHKOV et al.,

2008). Além do que, a luz contribui para a diminuição dos teores endógenos de AIA, assim

como o acúmulo de fenóis e seus subprodutos, que inibem o enraizamento

(GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998). Contudo, o efeito da maior concentração de carvão,

adicionado ao meio de cultura, não favoreceu o processo de enraizamento de B. cheilantha, o

que pode ser explicado pela sua capacidade de adsorver parte de todos os elementos que

compõem o meio, o que pode ter acarretado deficiência nutricional e/ou uma menor

disponibilidade de auxina livre para os brotos (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998),

prejudicando o enraizamento da espécie.

A taxa de sobrevivência dos brotos de B. cheilantha ao final da etapa de enraizamento,

foi alta, superior a 70% em todos os tipos de auxinas testadas, independente da suplementação

ou não de carvão ativado ao meio de cultura (dados não mostrados). Em D. arayalpathra, a

taxa de sobrevivência dos brotos não ultrapassou 46%, independente da concentração de AIB

e AIA utilizada ao meio de cultura, enquanto que a adição de ANA permitiu uma taxa de

sobrevivência superior a 70% dos brotos (SUDHA et al., 2005).

Inúmeros fatores podem ter influenciado as diferentes respostas no enraizamento dos

brotos de B. cheilantha. Segundo Machakova, Zazimalova e George (2008), a depender da

concentração e do tipo de auxina aplicada, esta pode sofrer influência da inativação no meio

de cultura ou dentro do explante, da sensibilidade dos tecidos, da sua taxa de transporte até o

tecido alvo, da síntese dos reguladores endógenos dentro do explante, da interação dos

reguladores exógenos e os níveis naturais das substâncias endógenas, ou até mesmo as

influências das condições ambientais, inerentes ao processo, sob a resposta e estabilidade das

mesmas.

4.5 ACLIMATIZAÇÃO

4.5.1 Experimento 5 – Efeito da aeração in vitro sob a aclimatização

Aos 30 dias de aclimatização, o percentual de sobrevivência das plantas pré-

acondicionadas, durante o enraizamento in vitro, em tubos fechados com tampa plástica e

algodão, não diferiram significativamente entre si, porém diferiram significativamente (p <

0,05) daquelas fechadas com filme de PVC (Tabela 23). As maiores taxas de sobrevivência

(86,5% e 78,33%) na aclimatização ocorreram quando os tubos de ensaio foram fechados com

tampa de plásticos e de algodão, respectivamente. Enquanto a menor taxa (61,0%) foi

observada nos tubos velados com filme de PVC (Figura 28).

Tabela 23 - Resumo da análise de variância para porcentagem de sobrevivência das mudas (%SOBR) de B.

cheilantha após um período de 30 dias de aclimatização, pré acondicionadas em diferentes

condições de tamponamentos (filme de PVC; tampa plástica sem filme de PVC e tampão de

algodão) durante o enraizamento in vitro. Feira de Santana, BA, 2010. FV GL Quadrado Médio

% SOBR Z

TRAT 2 1635,140163 *

RESÍDUO 27 438,771221

CV (%) 27,77

* Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F e Z Dados não transformados.

A maior aeração promovida pelas tampas de plástico e de algodão pode ter favorecido

uma maior funcionalidade dos estômatos, formação de cera cuticular e/ou um

desenvolvimento mais acentuado do mesofilo foliar (Ziv; Chen, 2008), propiciando um

crescimento mais vigoroso, tanto da parte aérea quanto da parte radicular do que aquelas

cultivadas em recipiente fechado (PVC). Sendo assim, as plantas mantidas em condições

fotoautrotóficas testadas durante o enraizamento in vitro podem ter sofrido uma desidratação

menos intensa, quando transferidas para o ambiente ex vitro, promovendo uma maior taxa de

sobrevivência dessas mudas durante a fase de aclimatização.

Figura 28– Percentual de sobrevivência das mudas de B. cheilantha, aos 30 dias de aclimatização, referentes às

condições de tamponamento durante a etapa de enraizamento in vitro: filme de PVC, tampa plástica

sem PVC e tampa de algodão (Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre

si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knot). Feira de Santana, BA, 2010.

Figura 29 - Mudas de B. cheilantha (A) durante a aclimatização em casa de vegetação e (B) após 30 dias de

aclimatização. Feira de Santana, BA, 2010.

Diferentemente do reportado por Bhatt e Dhar (2000), a taxa de sobrevivência das

mudas de B. vahlii não apresentou diferença significativa quando os brotos enraizados foram

pré-acondicionados em condições fotoautrotóficas (diferentes concentrações de sacarose: 0,0;

10,0; 20,0; 30,0; 40,0 e 50,0 g L-1

). Os resultados obtidos para B. cheilantha são semelhantes

aos obtidos em B. variegata, no qual o percentual de sobrevivência foi maior que 80% quando

as mudas foram transferidas para terra vegetal e regadas com os nutrientes do meio de cultura

MS diluídos 10 vezes (MATHUR; MUKUNTHAKUMAR, 1992). Já para as mudas de B.

purpurea uma taxa entre 33 a 60% de sobrevivência foi observada nos brotos enraizados

mantidos em substrato terra vegetal:areia (1:1) (KUMAR, 1992). Segundo Ziv e Chen (2008),

a baixa taxa de sobrevivência de algumas espécies, durante a aclimatização, deve-se a

deficiente vascularização entre a parte aérea e radicular em tecidos de plantas regeneradas in

vitro.

5 CONCLUSÃO

A propagação in vitro de B. cheilantha é possível utilizando-se o segmento nodal

como fonte de explante, em meio de cultura WPM suplementado com 2,0 mg L-1

de BAP. A

citocinina BAP demonstrou resposta superior à KIN e TDZ, na etapa de multiplicação da

espécie. O TDZ, apesar de ter proporcionado um maior número de brotos, estes se

apresentaram hiperídricos.

O enraizamento in vitro é possível na ausência de auxinas no meio de cultura. No

entanto, os níveis endógenos de auxinas não foram suficientes para promover uma rizogênese

adequada para a aclimatização. As maiores taxas de enraizamento, obtidas nos brotos de B.

cheilantha, foram semelhantes nas diferentes auxinas: AIA, ANA e AIB. No entanto, a

presença de ANA e AIA melhoraram alguns aspectos do enraizamento, como o número de

raízes adventícias, secundárias e comprimento da parte radicular. A presença de baixa

concentração de carvão ativado proporcionou maior porcentagem de enraizamento dos brotos,

assim como maior número e comprimento das raízes adventícias, independente do tipo de

auxinas adicionada ao meio de cultura.

É possível a aclimatização de B. cheilantha multiplicada e enraizada in vitro. A

aeração dos frascos de cultivo, durante o enraizamento in vitro, melhora a taxa de

sobrevivência durante a sua aclimatização.

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