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Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Programa de Pós-graduação em Bioengenharia BRUNO DE MORAES PRIANTI INFLUÊNCIA DA BANDAGEM FUNCIONAL RÍGIDA E ELÁSTICA DE TORNOZELO NA ATIVIDADE ELÉTRICA MUSCULAR E NA OSCILAÇÃO POSTURAL DE ATLETAS DURANTE A EXECUÇÃO DO CHUTE FUTEBOLÍSTICO São José dos Campos, SP 2014

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Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento

Programa de Pós-graduação em Bioengenharia

BRUNO DE MORAES PRIANTI

INFLUÊNCIA DA BANDAGEM FUNCIONAL RÍGIDA E ELÁSTICA DE TORNOZELO NA ATIVIDADE ELÉTRICA MUSCULAR E NA OSCILAÇÃO

POSTURAL DE ATLETAS DURANTE A EXECUÇÃO DO CHUTE FUTEBOLÍSTICO

São José dos Campos, SP

2014

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BRUNO DE MORAES PRIANTI

INFLUÊNCIA DA BANDAGEM FUNCIONAL RÍGIDA E ELÁSTICA DE TORNOZELO NA ATIVIDADE ELÉTRICA MUSCULAR E NA OSCILAÇÃO

POSTURAL DE ATLETAS DURANTE A EXECUÇÃO DO CHUTE FUTEBOLÍSTICO

São José dos Campos, SP

2014

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação em Bioengenharia, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica Orientadora: Profª. Drª. Fernanda Pupio Silva Lima Co-Orientador: Prof. Dr. Alderico Rodrigues de Paula Júnior

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Ficha Catalográfica

Autorizo exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial

desta dissertação, por processos fotocopiadores ou transmissão eletrônica, desde que citada à

fonte.

Assinatura do aluno:

Data da defesa:

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BRUNO DE MORAES PRIANTI

INFLUÊNCIA DA BANDAGEM FUNCIONAL RÍGIDA E ELÁSTICA DE TORNOZELO NA ATIVIDADE ELÉTRICA MUSCULAR E NA OSCILAÇÃO POSTURAL DE

ATLETAS DURANTE A EXECUÇÃO DO CHUTE FUTEBOLÍSTICO

Dissertação de mestrado aprovada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em

Bioengenharia, do Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e

Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP, pela

seguinte banca examinadora:

Presidente: Profª Dra. RENATA AMADEI NICOLAU (UNIVAP)____________________

Orientador: Profª Dra. FERNANDA PUPIO SILVA LIMA (UNIVAP)_________________

Co-orientador: Prof. Dr. ALDERICO RODRIGUES DE PAULA JR (UNIVAP)_________

Membro externo: Prof. Dr. EDUARDO FERRO DOS SANTOS (USP)_________________

Profa. Dra. Sandra Maria Fonseca da Costa

Diretora do IP&D – Univap

São José dos Campos, 12 de Dezembro de 2014.

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Agradecimentos

A Deus, que me sustenta, me dá graça, que abre as portas e que

acima de tudo, me ama incondicionalmente, com um amor

humanamente impossível de mensurar ou se expressar. Que todos

que leiam esse agradecimento, possam ter dimensão do quanto

somos dependentes dEle e o quanto as conquistas de nossa vida

são pela sua graça, seu amor e sua misericórdia. Te amo meu

Pai!

A minha esposa, a menininha mais linda e especial que já

conheci. Poderia escrever uma dissertação de qualidades e de

motivos para te amar. Meu porto seguro durante todo esse

período de mestrado. Toda e qualquer conquista, só tem

sentido, se tiver você para compartilhar. Esse trabalho também

é seu!

Aos meus pais, Francisco e Maria, por tudo que me ensinaram e

me deram sem querer nada em troca, pelo grande amor a mim

dedicado. Parecer-me com vocês, nos trejeitos, nas convicções,

me enche de orgulho e honra. Nessa batalha, a vitória é nossa!

Amo vocês!

Aos orientadores, Profª Fernanda Pupio Silva Lima e Prof.

Alderico Rodrigues de Paula Júnior, por toda a atenção e

apoio, contribuindo para meu sucesso e crescimento pessoal e

profissional.

Aos grandes professores que tive até aqui, Rodrigo Silva

Santos, Sérgio Takeshi, Rubens Araújo e Renata Amadei. Vocês

são inspiração para mim e cada um com sua característica e

conhecimento ímpar, contribuiu imensamente para minha

formação.

Aos meus sogros, Benedito e Ana Moreira, por toda ajuda e

carinho. Meu respeito, amor e gratidão para com vocês é

enorme, vocês são presente de Deus na minha vida.

Aos amigos Izabela Mendes e Felipe Souza. Amigos também são

presentes de Deus e nessa vida contamos nos dedos às pessoas

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que realmente nos ajudam, nos querem bem e onde podemos

depositar total confiança. Obrigado por tudo.

A professora Márcia Momesso, por toda ajuda e apoio durante

esse período.

Aos colegas do Laboratório de Engenharia de Reabilitação

Sensório Motora, pela contribuição nas etapas da pesquisa.

As voluntárias da pesquisa, pela colaboração e empenho durante

as coletas.

A Fundação Valeparaíbana de Ensino, pela bolsa de estudos a

mim concedida.

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“Seja quem você for, qualquer posição que você tenha

na vida - Nível altíssimo ou mais baixo - tenha

sempre como meta muita força, muita determinação e

sempre, faça tudo com muito amor e com muita fé em

Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira

você chega lá”.

Ayrton Senna

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Resumo

Diversos fatores podem interferir na execução do chute futebolístico. Sabe-se que para sua execução é necessária a manutenção do equilíbrio corporal, que possui como base de sustentação a articulação do tornozelo. Os atletas podem utilizar bandagens para promover melhora da estabilidade articular e do desempenho durante os gestos esportivos. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de dois tipos de bandagem funcional de tornozelo, sendo elas rígidas e elásticas, na oscilação postural e na atividade elétrica de músculos do membro inferior de apoio durante o chute, assim como o número de acertos de chutes no alvo. Participaram do estudo 36 atletas profissionais de futebol feminino, divididas igualmente em três grupos: Grupo Sem Bandagem (SB), Grupo Bandagem Rígida (BR) e Grupo Bandagem Elástica (BE). Foram avaliadas a oscilação postural, a atividade mioelétrica do tibial anterior, fibular longo e glúteo médio e o número de acertos no alvo durante a execução do gesto do chute, sendo eles executados com o membro dominante. As bandagens foram aplicadas no tornozelo do membro inferior de apoio. Verificou-se que o Grupo BE apresentou resultados positivos tanto na resposta elétrica muscular quanto na oscilação postural (p<0,01), sendo que o Grupo BE acertou 51,11% dos chutes realizados no alvo, mostrando resultados significativos quando comparado com o Grupo BR (p<0,05) e com o Grupo SB (p<0,01). O uso da bandagem funcional elástica quando comparado com os outros grupos do estudo, mostrou resultados positivos tanto na oscilação postural, como na atividade elétrica muscular e no número de acertos de chutes no alvo.

Palavras Chave: Kinesio Taping, Bandagem Funcional, Futebol, Chute, Equilíbrio

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Influence of rigid and elastic functional bandages of the ankle in muscle electrical activity and postural oscillation of athletes while kicking a football

Abstract Several factors can interfere with the execution of the football kick. It is known that for its implementation is necessary for maintaining body balance, which has as a basis of support to the ankle joint. Athletes can use bandages to improve joint stability and performance during sporting gestures. The objective of this study was to evaluate the influence of two types of functional ankle bandages, stiff and elastic, on postural oscillation, electrical activity of muscles of the supporting lower limb during the kick and number of on target kicks. 36 professional athletes from the women's national football team participated in the study. They were divided into three groups: without bandage (WB), Rigid Bandage (RB), and Elastic Bandage (EB). The postural oscillation, myoelectric activity of tibialis anterior, fibularis longus, and gluteus medius, and the number of kicks on target during the execution of the kick with the dominant member were measured. The bandages were applied on the lower limb for ankle support. It was found that the Group EB presented positive results both in electrical response of the muscle in postural oscillation (p < 0.01). The EB Group performed 51.11% of kicks on target, showing significant results when compared with the RB (p < 0.05) and WB (p < 0.01) Groups. The use of functional elastic bandage when compared with the other groups in the study, showed positive results in postural oscillation, muscle electrical activity, and number of kicks on target. Keywords: Kinesio Taping, Functional Bandage, Football, Kick, Balance.

.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação dos ligamentos da face medial do tornozelo. O ligamento deltóide está representado pelos seus feixes: ligamento tíbio talar anterior (1); ligamento tíbio navicular (2); ligamentotíbio calcâneo (3) e ligamento tíbio talar posterior (4). ......................................................... 22

Figura 2 - Representação dos ligamentos da face lateral do tornozelo. O ligamento colateral lateral está representado pelos seus feixes: ligamento talo fibular posterior (1); ligamento calcâneo fibular (2) e ligamento talo fibular anterior (3). ........................................................................................................ 22

Figura 3 – Modelos de aplicação de Bandagens Funcionais. ................................................................ 26

Figura 4 – Plataforma de simulação de entorse de tornozelo. ............................................................. 28

Figura 5 - Ambiente das coletas ............................................................................................................ 36

Figura 6 – Simulação: Gesto controlado do chute ................................................................................. 37

Figura 7 – Coleta com uma das atletas voluntárias ............................................................................... 38

Figura 8 - Equipamentos utilizados para instrumentação: Eletromiográfo e seus respectivos acessórios (eletrodos, cabos, eletrodo de referência e eletrodos). .......................................................................... 39

Figura 9 - Ponto motor dos músculos segundo o protocolo Surface-EMG for the Non Invasive Assessment of Muscle (SENIAM). ....................................................................................................... 40

Figura 10 - Representação dos sinais obtidos de eletromiografia de superfície durante o GCC dos músculos glúteo médio (a), tibial anterior (b) e fibular longo (c). ........................................................ 41

Figura 11 – Plataforma de força: Marca EMG System .......................................................................... 42

Figura 12 - Representação do sinal obtido por meio da plataforma de força. ....................................... 43

Figura 13 - Esparadrapo da marca Cremer®, utilizado para a bandagem rígida. .................................. 44

Figura 14 - Representação da aplicação das fitas de esparadrapo para a bandagem rígida. .................. 44

Figura 15 - Tape Elástico da marca Kinesio Sport, utilizado para a bandagem elástica. ...................... 45

Figura 16 - Representação da aplicação das fitas de Tape Elástico para a bandagem elástica .............. 46

Figura 17 - Boxplot da média e dois erros padrões dos valores em porcentagem obtidos por meio da plataforma de força vertical dos Grupos SB, BR e BE. ........................................................................ 50

Figura 18 - Boxplot da média e dois erros padrões dos valores em porcentagem do sinal mioelétrico durante os chutes dos Grupos SB, BR e BE. ......................................................................................... 51

Figura 19 - Boxplot da média e dois erros padrões dos valores em porcentagem do sinal mioelétrico durante os chutes dos Grupos SB, BR e BE. ......................................................................................... 51

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Figura 20 - Boxplot da média e dois erros padrões dos valores em porcentagem do sinal mioelétrico durante os chutes dos Grupos SB, BR e BE. ......................................................................................... 53

Figura 21 - Boxplot da média e dois erros padrões do número de acertos de chutes no alvo dos Grupos SB, BR e BE. ......................................................................................................................................... 54

Figura 22 - Boxplot do padrão da atividade mioelétrica do MMII de apoio e do comportamento postural, durante a execução dos chutes – 1: grupo SB, 2: grupo BR, 3: grupo BE. ............................ 55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 : Dados sobre a caracterização da amostra, separada por grupos. .......................................... 49

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 19

2.3 Articulação do tornozelo .................................................................................................. 21

2.4 Principal lesão da articulação do tornozelo ...................................................................... 23

2.5 Bandagens Funcionais ...................................................................................................... 24

2.6 Mecanismo de ação das bandagens funcionais ................................................................ 26

2.7 Bandagens funcionais na articulação do tornozelo .......................................................... 27

3 OBJETIVO .................................................................................................................. 32

3.1 Objetivo geral ................................................................................................................... 32

3.2 Objetivos específicos ........................................................................................................ 32

4 METODOLOGIA ........................................................................................................ 34

4.1 Aspectos éticos ................................................................................................................. 34

4.2 Caracterização do estudo e da amostra ............................................................................. 34

4.3 Grupos de estudo .............................................................................................................. 34

4.4 Local e data da realização do estudo ................................................................................ 35

4.5 Protocolo de pesquisa - Materiais .................................................................................... 35

4.6 Bancada Experimental: ambiente do gesto controlado do chute ...................................... 35

4.7 Procedimento ................................................................................................................... 36

4.8 Instrumentos de avaliação ................................................................................................ 39

4.8.1 Eletromiografia de superfície ........................................................................................ 39

4.8.2 Plataforma de Força Vertical ......................................................................................... 41

4.9 Protocolos de intervenção ................................................................................................ 43

4.9.1 Bandagem funcional rígida ........................................................................................... 43

4.9.2 Aplicação – Bandagem funcional rígida ....................................................................... 44

4.9.3 Bandagem funcional elástica ......................................................................................... 45

4.10 Análise estatística ................................................................................................... 47

5 RESULTADOS ........................................................................................................... 49

6 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 57

7 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 62

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 64

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........ 70

APÊNDICE B – TRABALHOS DESENVOLVIDOS .................................................. 73

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ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA ............................................... 75

ANEXO B – REGISTRO CLINICAL TRIALS ............................................................ 79

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Introdução

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1 INTRODUÇÃO

O futebol é uma das modalidades esportivas mais praticadas no mundo. Fatores como a

motricidade e seus componentes mecânicos podem interferir na prática deste esporte

(NILSTAD et al., 2014). O movimento do chute é utilizado com grande frequência durante a

partida, por meio do qual, na maioria das situações, é que se consegue o principal objetivo,

marcar o gol (NUNOME et al., 2002; AMADIO, SERRÃO, 2007).

Durante o chute, o comportamento do membro inferior de apoio é de grande relevância,

considerando sua função de estabilizador do controle postural antes, durante e após a

realização deste movimento (NUNOME et al., 2002; BARBIERI et al., 2008).

O controle postural está diretamente relacionado ao equilíbrio que, no caso específico do

chute, trata-se de um equilíbrio postural dinâmico (ROSA, AMORIM, HIRATA, 2010), onde

a base é a articulação do tornozelo, responsável pelo senso de posição e movimento do corpo.

O déficit desta articulação pode interferir significativamente no desempenho funcional do

indivíduo, podendo até mesmo causar lesões (KAMINSKI, HARTSELL, 2002; DOCHERTY

et al., 2005; NAKASA et al., 2008).

As disfunções de tornozelo correspondem a aproximadamente 20% das lesões

musculoesqueléticas. Na prática esportiva, onde há um aumento desse índice para 30%, a

lesão geralmente ocorre na posição de inversão de tornozelo (BARBANERA et al., 2012). A

fisiologia articular local é fator primordial para a maior incidência das lesões por inversão,

pois esse movimento está associado ao movimento de flexão plantar, que é a posição de maior

instabilidade do talús dentro da pinça bimaleolar (MARCONDES; JESUS; GUALBERTO,

2011). Entre os fatores etiológicos desse acometimento, incluem a disfunção do suporte

articular, muscular e/ou alteração proprioceptiva durante a atividade funcional (NELSON et

al., 2007; FONG et al., 2007; BARBANERA et al., 2012).

Barbieri et al. (2008) realizaram a análise cinemática do membro inferior de apoio durante

a execução do chute futebolístico, realizado tanto com o membro dominante, como com o

membro não dominante. Os resultados mostraram maior variabilidade da articulação do

quadril em relação às articulações do joelho e tornozelo, sendo que, quando o membro de

apoio era o não dominante, a variabilidade apresentou-se reduzida em todas as articulações

mensuradas, com consequente acerto maior no alvo.

Considerando à alta incidência de lesões e o tempo, muitas vezes prolongado, de

afastamento das atividades específicas, intervenções preventivas e terapêuticas podem ser

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realizadas no âmbito do esporte (BARBANERA et al., 2012; TRÉGOUET, MERLAND,

HORODYSKI, 2013).

Dentre as ações preventivas, estão desde medidas com o propósito de identificar fatores de

risco como a alteração da posição dos pés, déficits proprioceptivos e fraquezas musculares

(BONNEL et al., 2010; LIN; HILLER; BIE, 2010; VRIES et al, 2010), até intervenções

específicas na articulação, com intuito de proporcionar maior suporte, sem que sua função

seja prejudicada (BRIEM et al., 2011).

Equipamentos como o eletromiógrafo e a plataforma de força, que identificam a atividade

elétrica muscular e a força de reação ao solo, respectivamente, podem ser utilizados para

avaliar os músculos da região do tornozelo e possíveis alterações estabilométricas,

influenciadoras do controle postural dinâmico (MEURER et al., 2010; ROSA, AMORIM,

HIRATA, 2010).

Sabe-se que as bandagens funcionais são amplamente utilizadas com o objetivo de

proporcionar maior estabilidade para a articulação e consequentemente prevenir lesões

(BRIEM et al., 2011). Os estudos com bandagens funcionais de tornozelo concentram-se em

sua grande maioria, nas bandagens rígidas e elásticas, com o propósito de verificar a

propriocepção e a resposta eletromiográfica da musculatura que cruza esta articulação

(RAYMOND et al., 2012). Trégouet, Merland e Horodyski (2013) observaram, comparando

dois tipos de bandagens funcionais de tornozelo, uma com pouca elasticidade e a outra com

maior elasticidade, que, ao simular uma entorse de tornozelo, somente a bandagem com

menor elasticidade mostrou efeitos significativos na contenção do movimento de inversão da

articulação e na resposta muscular imediata.

Evidências científicas relatam os benefícios das bandagens funcionais na articulação do

tornozelo (TRÉGOUET, MERLAND, HORODYSKI, 2013), sendo elas inelásticas, limitando

consideravelmente os movimentos da articulação, utilizando esparadrapo como material

(MEURER et al., 2010), ou elásticas, respeitando um principio de ativação muscular,

aplicadas em cima do músculo específico que cruza a articulação (BRIEM et al., 2011).

Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar e comparar os efeitos de diferentes

tipos de bandagem funcional de tornozelo, sendo uma rígida e outra elástica, na atividade

elétrica de músculos que estabilizam a articulação do tornozelo e do quadril, na oscilação

postural e na consequente interferência desses aspectos na precisão dos chutes, verificando

assim, qual tipo de bandagem pode vir a ser um método preventivo de lesões locais e de

melhora no desempenho da tarefa específica.

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Revisão Bibliográfica

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Na revisão sistemática de literatura foram abordados temas pertinentes ao trabalho

executado, com a busca da interação dos aspectos mais relevantes sobre a pesquisa.

2.1 Sistema sensório-motor

As informações advindas do sistema somatosensorial exercem direta influência nos

padrões de motricidade. Isso pode acontecer, por decorrência de estímulos do nosso sistema

ascendente e também descendente, ou seja, do sistema somatosensorial periférico, visual e

vestibular (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2003).

O sistema somatosensorial deve-se encontrar em homeostase, isto é, sob um contexto

dinâmico, o organismo deve controlar o meio interno diante das perturbações das forças

externas. Para que esse controle do meio interno se mantenha, existem dois sistemas motores

que são comumente utilizados, o controle Feedback e o controle Feedforward (LEPHART;

RIEMANN; FU, 2000).

O controle Feedback trata-se da estimulação da resposta corporal de correção, após a

detecção do sistema sensorial. Já o controle Feedforward é a ação corporal antecipatória que

antecede a detecção do sistema sensorial. As informações para esses controles motores são

advindas do sistema somatosensorial, seja ele periférico, visual ou vestibular (LEPHART;

RIEMANN; FU, 2000; BRAYAN; LEPHART, 2002).

Os receptores do sistema somatosensorial periférico são denominados de proprioceptivos e

possuem funções muito específicas e diferenciadas, podendo ser de adaptação rápida como os

de Pacini, que respondem principalmente a aceleração no inicio e no final do movimento

articular; ou de adaptação lenta, como as terminações de Ruffini e os receptores de Golgi, que

controlam a posição e o deslocamento articular. A capacidade de promover a consciência da

posição articular tanto passiva como ativa, e a habilidade de prever os movimentos

subsequentes, também são capacidades desses receptores, pois eles possuem uma bem

estabelecida representação cortical, com um alto grau de representação espacial (ENOKA,

2000; MORINI JR, 2013).

Porém, o controle motor não depende unicamente dos receptores proprioceptivos. Eles

agem em conjunto com os receptores musculares, como o fuso muscular e os tendíneos como

o órgão tendinoso de Golgi, que detectam as informações em relação ao comprimento das

fibras musculares, além dos receptores cutâneos da região da derme. Todos eles agem em

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20

sinergismo, fornecendo informações sensoriais ao Sistema Nervoso Central (SNC) para

auxiliar na regulação e controle do movimento (ENOKA, 2000, SHUMWAY-COOK;

WOOLLACOTT, 2010).

Todo o sistema somatosensorial periférico, com seus receptores específicos, é associado

ao sistema visual e também ao sistema vestibular. O sistema visual contribui com as

informações externas, como os objetos que estão em volta, a posição do corpo no ambiente e

como se comportam os movimentos corpóreos no espaço. Já o sistema sensorial denominado

de vestibular, contribui fornecendo informações sobre o posicionamento da cabeça no espaço

e das alterações rápidas e inesperadas nas direções do movimento cefálico (SHUMWAY-

COOK; WOOLLACOTT, 2003).

Os mecanismos de homeostase corporal dependem de todos esses sistemas de informações

sensoriais. A integração do sistema sensorial e do controle neuromuscular vai constituir o

sistema sensório-motor, que controla a postura e os movimentos corporais (LEPHART,

RIEMANN; FU, 2000; SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).

Portanto, nosso controle postural e a nossa motricidade está diretamente relacionada às

informações sensoriais que captamos do ambiente e do nosso próprio corpo. Nosso SNC

recebe e organiza essas informações, para que após uma regulação, os movimentos sejam

direcionados com um controle motor adequado (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT,

2010).

2.2 Influência do estímulo tátil no sistema sensório-motor

Os estímulos táteis influenciam de forma significativa o sistema sensório-motor, seja na

percepção consciente da orientação das partes do corpo no espaço, ou na percepção da

alteração do posicionamento corpóreo e consequente movimento de reação (JEKA;

LACKNER, 1994; GUYTON; HALL, 2002).

Um simples estímulo pode até mesmo, interferir nas oscilações posturais de um individuo

(ALCANTARA; PRADO; DUARTE, 2012). Evidentemente que não é somente esse estímulo

que define um padrão postural estático ou dinâmico, os receptores visuais também fornecem

informações para os nossos sistemas, porém pesquisas mostram que é possível, por exemplo,

manter a posição de ortostatismo, com os olhos fechados (SOARES; COHEN; ABDALLA,

2003; ALCANTARA; PRADO; DUARTE, 2012). Jeka e Lackner (1994) salientam que a

informação tátil é tão ou mais importante para o controle postural que a informação visual.

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21

A percepção da informação tátil ocorre a partir de uma sensação captada por receptores

periféricos. Os estímulos são conduzidos para o córtex sensorial, e em seguida, são

processados e interpretados nos lobos parietal, occipital e temporal. Esses estímulos são

encaminhados para o córtex pré-frontal e outras áreas de associação de nível superior, onde a

partir dessas estruturas, são transmitidos para o córtex motor suplementar, para elaboração de

uma estratégia de execução, seguindo para o córtex motor primário e executando uma ação

motora por meio dos motoneurônios, interferindo significativamente na ação dos músculos e

articulações (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).

Portanto, qualquer intervenção que exerça algum tipo de estímulo tátil no corpo humano,

como por exemplo, em nosso captor podal, que é a base do equilíbrio corporal em

ortostatismo, influenciará no sistema sensorial e motor, consequentemente alterando a

motricidade e os padrões posturais (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010;

ALCANTARA; PRADO; DUARTE, 2012).

2.3 Articulação do tornozelo

A articulação do tornozelo envolve a extremidade distal da tíbia e fíbula e a extremidade

proximal do tálus, articulados entre si, e com a presença de uma tróclea em sua face superior.

Esta articulação realiza os movimentos de dorsi e planti-flexão (NORKIN; LEVANGIE,

2001). Os ligamentos colateral tibial, colateral fibular e deltóide posterior estão presentes

nesta região e oferecem estabilidade articular. O ligamento colateral tibial é frequentemente

chamado de ligamento deltóide, sendo composto pelo ligamento tíbio talar anterior, tíbio

calcâneo, tíbio talar posterior e tíbio navicular (NETTER, 2000). O ligamento do

compartimento lateral do tornozelo é o colateral fibular, que se divide em três feixes,

denominados talo-fibular anterior, talo-fibular posterior e calcâneo-fibular (NETTER, 2000).

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Figura 1 - Representação dos ligamentos da face medial do tornozelo. O ligamento deltóide está representado pelos seus feixes: ligamento tíbio talar anterior (1); ligamento tíbio navicular (2); ligamentotíbio calcâneo (3) e ligamento tíbio talar posterior (4).

Fonte: Netter (2000)

Figura 2 - Representação dos ligamentos da face lateral do tornozelo. O ligamento colateral lateral está representado pelos seus feixes: ligamento talo fibular posterior (1); ligamento calcâneo fibular (2) e ligamento talo fibular anterior (3).

Fonte: Netter (2000)

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Os movimentos de inversão e eversão incidem abaixo dessa articulação, ou seja, abaixo do

tálus, pertencendo à articulação subtalar, a qual é composta pelo osso calcâneo e pelo tálus.

No tálus se inserem os ligamentos colateral tibial, colateral fibular, talo-calcâneo, talo-

navicular e ligamento talo-cubóide (KAPANDJI, 1990; NETTER, 2000).

O tornozelo e o pé são praticamente indivisíveis, seus movimentos são totalmente inter-

relacionados, sendo que eles apresentam papel importante na sustentação do peso corporal e

na fase de apoio da marcha (KAPANDJI, 1990).

2.4 Principal lesão da articulação do tornozelo

As lesões de tornozelo são muito comuns em indivíduos fisicamente ativos, sendo que a

maior incidência se concentra em atividades esportivas que requerem saltos ou mudanças de

direção continuas e bruscas (MARCONDES; JESUS; GUALBERTO, 2011).

Nesse contexto, destacam-se as entorses de tornozelo, correspondendo a 20% das lesões

musculoesqueléticas. As entorses por sua vez, ocorrem na maioria das vezes pelo movimento

de inversão da articulação, juntamente com uma flexão plantar e estiramento do ligamento

talofibular anterior, que é o ligamento mais acometido neste tipo de condição clínica

(BARBANERA et al., 2012).

As entorses em inversão de tornozelo são mais comuns, porque esse movimento está

associado a flexão plantar, que é a posição de maior instabilidade do talús dentro da pinça

bimaleolar. Outro fato relevante é a anatomia do complexo articular, onde o maléolo lateral é

mais baixo que o medial, favorecendo uma maior amplitude de movimento para inversão. Os

ligamentos do compartimento lateral, que mecanicamente são tensionados durante o

movimento de inversão, têm menor capacidade de estabilização em relação ao ligamento

deltóide do compartimento medial, que limita o movimento de eversão da articulação. Esses

fatores fazem com que esse tipo de entorse seja predominante na articulação (KAPANDJI

1990; MARCONDES; JESUS; GUALBERTO, 2011).

Existem diversas pesquisas científicas sobre esse tipo de lesão, mas isso não impede a

reincidência das mesmas. Vários registros mostram que os episódios se repetem com 70% dos

atletas (LIN; HILLER; BIE, 2010; JANSSEN; MECHELEN; VERHAGEN, 2011;

BARBANERA et al., 2012). Após a ocorrência de uma entorse, a articulação fica mais

suscetível à outra lesão parecida, pois os ligamentos do tornozelo e a cápsula articular podem

se tornar frouxos, aumentando assim, a instabilidade articular (HUBBARD; HICKS-LITTLE,

2008; TOURNÉ; BESSE; MABIT, 2010).

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Existem vários métodos de tratamento para os sinais e sintomas presentes nessa condição

clínica, assim como, intervenções preventivas que visam proporcionar um suporte adequado

para a articulação nas atividades funcionais (ESPEJO; APOLO, 2011; BARBANERA et al.,

2012).

2.5 Bandagens Funcionais

A bandagem é definida como um sistema de estabilização de um segmento corporal, por

meio de uma contensão a partir de fitas adesivas colantes que são aplicadas na pele

(ROUILLON, 1987).

As bandagens funcionais tiveram origem nos Estados Unidos por volta de 110 anos atrás,

sendo criada para ser aplicada especificamente no meio esportivo, na otimização da

reabilitação de atletas e também na prevenção de lesões. Foi difundida para o mundo por meio

de campeonatos mundiais, sendo sua utilização adotada por outros países, assim como os

estudos sobre seus benefícios (MILLER; HERGENROEDER, 1990).

O material utilizado na aplicação das fitas da bandagem é um dos fatores que vai definir a

indicação da mesma. As fitas podem ser de material não elástico, normalmente indicado para

estabilizar e proteger uma articulação, ou elásticos, indicados para propiciar suportes

musculares, tendíneos e melhora do senso posicional de uma articulação (KASE; WALLIS;

KASE, 2003; MEURER et al., 2010). Outros fatores que podem interferir na indicação e no

efeito terapêutico da aplicação, como a sequência empregada das fitas, ou seja, a técnica de

aplicação, tempo de utilização, anatomia do local que receberá a aplicação e a atividade

exercida pelo individuo que recebe a intervenção (ALT; LOHER; GOLLHOFER, 1999).

Em 1973, Kenso Kase denominou as bandagens funcionais como Kinesio Taping, técnica

que consiste em um sistema de programação sensório-motora por estimulação tegumentar,

utilizando fitas elásticas adesivas (ESPEJO; APOLO, 2011).

Basicamente as bandagens podem ser divididas em dois tipos, bandagens funcionais

rígidas ou inelásticas e bandagens funcionais elásticas. O material normalmente empregado

nas fitas das bandagens rígidas é o esparadrapo, material esse que é hipoalergênico e

impermeável, desenvolvido com resina acrílica e algodão com adesivo a base de borracha

natural (TRÉGOUET; MERLAND; HORODYSKI, 2013). Já a bandagem elástica tem na

composição de suas fitas um polímero elástico envolvido por fibras de algodão, que permite a

evaporação do suor. Sua espessura se assemelha com a espessura da epiderme, sendo que a

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fita pode ser estirada longitudinalmente em até 140% de seu comprimento inicial (THELEN;

STONEMAN; DAUBER, 2008).

No que diz respeito às bandagens elásticas, Kase, Wallis e Kase (2003) sugerem que os

conceitos básicos de aplicação são os de inibição e ativação muscular. A aplicação na direção

da inserção para origem de um músculo tem o objetivo de inibir a ação muscular e a aplicação

da origem para inserção do músculo tem o objetivo de facilitar a função muscular. As tiras da

bandagem podem ter diversos formatos, ficando a critério do terapeuta, dependendo do

tamanho da região a ser tratada e do objetivo de tratamento. Os cortes podem ser feitos, por

exemplo, na forma de “Y” e “I”. Adicionalmente, a tensão aplicada à bandagem é também

opção terapêutica, estando relacionada ao objetivo quisto, podendo variar entre 0% (sem

tensão) e 100% (tensão máxima), onde tensões maiores são utilizadas para dar suporte a um

segmento.

Dentre os benefícios descritos na literatura das bandagens funcionais rígidas, está a

estabilização e melhora do senso posicional das articulações, e a minimização dos efeitos da

imobilização completa de um segmento corporal (MEURER et al., 2010; TRÉGOUET;

MERLAND; HORODYSKI, 2012). As bandagens funcionais elásticas, de acordo com a

forma de aplicação, fornecem estímulos proprioceptivos às articulações, podendo auxiliar na

remoção de edemas, aliviar algias locais, além de fornecer estímulos específicos para os

músculos (KASE; WALLIS; KASE, 2003; MORINI JR, 2013).

A utilização das bandagens por profissionais da área da saúde durante a reabilitação já é

considerada como um importante recurso terapêutico, principalmente em atletas de alto

rendimento. Diversos estudos fornecem informações que visam fundamentar o uso desse tipo

de técnica no tratamento ou prevenção de condições clínicas musculoesqueléticas, no entanto,

sua utilização também é contestada na literatura científica atual (ESPEJO; APOLO, 2011;

BRIEM et al., 2011; MORINI JR, 2013; TRÉGOUET; MERLAND; HORODYSKI, 2013).

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Figura 3 – Modelos de aplicação de Bandagens Funcionais.

Fonte: Meurer et al. (2010); Nakajima, Baldridge (2013)

2.6 Mecanismo de ação das bandagens funcionais

Vários benefícios decorrentes da aplicação da bandagem funcional têm sido investigados e

descritos na literatura, mas o mecanismo pelo qual a fita pode fornecer efeitos positivos em

diferentes situações ainda é bastante discutido (THACKER et al., 1999; MEURER et al.,

2010; ESPEJO; APOLO, 2011). Especula-se que o mecanismo de ação é dependente da

estimulação do sistema tegumentar, ou seja, dos mecanorreceptores presentes na pele

(MURRAY; HUSK, 2001; BRIEM et al., 2011).

Essa estimulação tegumentar, ativa receptores de estiramento do tecido que tendem a

iniciar um reflexo de proteção para que ele volte ao estado normal, o que evita danos que

podem ser causados pelo estiramento exacerbado. Especificamente as bandagens elásticas,

podem encorajar o músculo a deslizar em direção ao encurtamento ou deslizar em direção ao

estado de relaxamento muscular, dependendo do quanto é estirada a fita e também da direção

de aplicação. Esse é o conceito básico desse tipo de aplicação, sendo onde se tem mais

pesquisas e aplicação clínica (KASE; WALLIS; KASE, 2003; NAKAJIMA; BALDRIDGE,

2013).

Sabe-se que alguns receptores fornecem informações exclusivas sobre eventos externos

que afetam nosso organismo, fornecendo ao sistema musculoesquelético as habilidades para

detectar estímulos aplicados à pele, sobre pequenas e grandes áreas. As bandagens agem

estimulando esses receptores, promovendo constantes estímulos mecânicos na pele, o que

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permite a comunicação com os tecidos mais profundos por meio dos mecanoreceptores que se

situam na epiderme e na derme (KASE; WALLIS; KASE, 2003; MORINI JR, 2013).

As fitas, se bem aplicadas, proporcionam um melhor desenvolvimento neuropsicomotor

aos indivíduos que a utilizam. Seu processo terapêutico visa à estimulação constante das vias

aferentes e eferentes, melhorando a integração sensorial corporal com o ambiente e com suas

funções específicas, obtendo assim um ganho no controle da postura e do movimento

(TRÉGOUET; MERLAND; HORODYSKI, 2013; MORINI JR, 2013).

Em um contexto geral, dois aspectos são considerados para explicação dos efeitos destas

intervenções, o efeito mecânico das fitas, que podem limitar a amplitude do movimento

articular, resistindo a estresses externos, reduzindo assim, sobrecargas nos tecidos

subjacentes; e o efeito neurofisiológico das fitas, que podem aumentar os estímulos sensoriais

e consequentemente motores, originados dos receptores nervosos da pele (TRÉGOUET;

MERLAND; HORODYSKI, 2013; MORINI JR, 2013).

2.7 Bandagens funcionais na articulação do tornozelo

Estudos com os mais variados tipos de aplicação são realizados a fim de verificar o efeito

das bandagens em todo o sistema músculo esquelético (KARATAS et al., 2012; NAKAJIMA,

BALDRIDGE, 2013).

Tendo como maior incidência dentre as lesões de tornozelo, a entorse sob o movimento de

inversão da articulação, são simuladas situações parecidas com o movimento que leva a essa

condição clínica, para que se possa testar o real efeito das bandagens na proteção dessa

articulação. Os estudos se concentram em bandagens rígidas para estabilizar e posicionar

melhor a articulação, e em bandagens elásticas, com o intuito de ativar músculos que são

primordiais para estabilização da mesma (MEURER et al., 2010; BRIEM et al., 2011;

TRÉGOUET; MERLAND; HORODYSKI, 2013).

Dentre os achados da literatura científica, se destacam a maior ativação e consequente

diminuição do tempo de reação do músculo fibular longo, principal antagonista ao movimento

de inversão de tornozelo, parâmetro esse, que é mensurado por meio da eletromiografia de

superfície. Assim como uma menor amplitude do movimento articular de inversão,

propiciando maior estabilidade para a articulação (MEURER et al., 2010). Porém os

resultados estatisticamente significativos se concentram nas bandagens com pouca

elasticidade, quando em comparação com os testes em indíviduos sem qualquer bandagem, ou

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com fitas de bandagem elástica para ativação da musculatura que cruza a articulação

(MEURER et al., 2010; BRIEM et al., 2011).

Trégouet, Merland e Horodyski (2013) estudaram o efeito das bandagens rígidas e

elásticas em uma simulação de entorse de tornozelo em inversão, avaliando o tempo de

ativação dos músculos e a amplitude de movimento da articulação. Sua amostra foi de 12

indivíduos, onde todos passavam pela simulação da entorse em três situações: sem bandagem,

com bandagem rígida e com bandagem elástica. Os resultados mostraram ganhos

significativos apenas com a bandagem rígida. Isso reforça os achados de outros estudos

semelhantes (MEURER et al., 2010; BRIEM et al., 2011) que perceberam melhoras na

resposta muscular com o uso de bandagens funcionais de tornozelo, sendo que essa melhora

foi encontrada com valor estatisticamente significante, somente no uso de bandagem

funcional rígida.

Figura 4 – Plataforma de simulação de entorse de tornozelo.

Fonte: Trégouet, Merland e Horodyski (2013)

2.8 Investigações da motricidade dos gestos no futebol

O esporte mais praticado pela população mundial é o futebol. Com isso existe um grande

interesse em investigar fatores intrínsecos ou extrínsecos, que interfiram em sua prática, seja

para os praticantes do âmbito amador ou profissional (ROSA; AMORIM; HIRATA, 2010).

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São encontrados na literatura diversos tipos de modalidades de investigação da

motricidade dos gestos específicos desse esporte, mostrando suas eficiências mecânicas,

principalmente no chute, porque por meio dele é que na maioria das vezes se chega ao

principal objetivo, marcar o gol (BARROS; GUERRA, 2004; AMADIO; SERRÃO, 2007;

BARBIERI et al., 2008).

O chute é um gesto básico do futebol, podendo implicar um número grande de lesões

relacionadas a ele, pois se trata de um movimento de alta energia, que necessita de diversas

estruturas funcionais ativas e passivas para sua execução (COHEN; ABDALLA, 2003).

Existem diversas variações na execução do chute, como o tipo de bola, velocidade e posição

do atleta e até mesmo a intenção do gesto executado, porém, são os parâmetros biomecânicos

do chute que tem recebido maior atenção da literatura especializada (BARROS; GUERRA,

2004; BARBIERI et al., 2008). Contudo, os dados concretos em relação aos parâmetros

biomecânicos desse gesto, ainda são discutidos (AMADIO; SERRÃO, 2007; KELLIS;

KATIS; GISSIS, 2004).

Desta forma, é no chute futebolístico que se concentram a maioria dos estudos dos gestos

técnicos do futebol, onde a forma de mensuração é feita na maioria das vezes por meio de

registros cinemáticos. Dentre os segmentos analisados, o membro inferior de apoio é bastante

investigado, pois tem papel estabilizador para o controle postural e é quem realiza o

movimento de balanço desse gesto técnico. Esses estudos se concentram em analisar a

variabilidade das articulações do membro de apoio, verificando o deslocamento, a velocidade

linear e angular dos segmentos (NUNOME et al., 2002; KELLIS; KATIS; GISSIS, 2004;

BARBIERI et al., 2008).

O membro inferior de apoio é de suma importância no momento em que se realiza o chute

no futebol, pois quanto menor a variabilidade das articulações que o compõem, melhor esse

gesto é executado. Essa menor variabilidade das articulações, está diretamente ligada ao

controle postural, que é um importante agente na execução do chute (BARROS; GUERRA,

2004; BARBIERI et al., 2008).

A abordagem do controle postural no momento do chute futebolístico é pouco estudada,

pois as pesquisas são realizadas por meio de outros gestos do futebol, ou simplesmente na

captação desse controle sem a simulação de nenhuma atividade específica da modalidade

esportiva (GIOFTSIDOU et al., 2006; BRESSEL et al., 2007; GUALTIERI et al., 2008).

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2.9 Métodos de avaliação

A eletromiografia de superfície é um recurso de monitoramento não invasivo que permite

o registro dos sinais mioelétricos gerados pelas células musculares, possibilitando a análise da

atividade muscular durante o movimento ou em repouso (AL-MULLA; SEPULVEDA;

COLLEY, 2011).

É uma técnica amplamente utilizada na área de reabilitação e da engenharia, auxiliando o

entendimento das propriedades eletrofisiológicas e condições patológicas, de forma a

complementar o diagnóstico das alterações musculoesqueléticas e também avaliar efeitos de

intervenções terapêuticas (REAZ; HUSSAIN; MOHD-YASIN; 2006; MORAES et al., 2010).

Os sinais captados são registrados por meio de eletrodos ativos posicionados na superfície

do músculo-alvo, assim como um eletrodo de referência posicionado sobre uma proeminência

óssea, para minimização da captação de ruídos. O equipamento possui um amplificador, que

permite a visualização gráfica dos dados (AMORIM, 2009).

O método normalmente empregado para análise do sinal captado é o RMS (abreviação do

inglês “Root Mean Square”), que corresponde matematicamente à obtenção da raiz quadrada

da média dos quadrados dos valores instantâneos. Para o sinal mioelétrico os valores de RMS

estão relacionados com o recrutamento de unidades motoras, sendo que o aumento do sinal

significa em maior ativação destas unidades (FERREIRA; GUIMARAES; SILVA; 2010).

A plataforma de força vertical é designada para estudos onde o centro de pressão e as

variações da força de reação vertical são de interesse. Ela tem a capacidade de registrar e

calcular os parâmetros estabilométricos de uma análise postural (ALCANTARA; PRADO;

DUARTE, 2012; AMORIM, 2012).

É empregada basicamente em estudos que quantificam a força de reação vertical de saltos

e também em pesquisas do equilíbrio corporal humano (GUALTIERI et al., 2008; ROSA,

AMORIM, HIRATA, 2010). Sua constituição se dá por uma placa sob a qual sensores de

força do tipo célula de carga são ajustados para mensurar as variáveis estabilométricas

(AMORIM, 2012).

Os métodos empregados para análise dos sinais captados se concentram no centro de

pressão (COP) e seu respectivo deslocamento (ROSA, AMORIM, HIRATA, 2010) e no

RMS, que para o sinal estabilométrico está relacionado com a variação da força de reação

vertical, sendo que o aumento do sinal significa uma maior variação (ALCANTARA;

PRADO; DUARTE, 2012).

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Objetivos do estudo

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3 OBJETIVO

3.1 Objetivo geral

Avaliar a influência de diferentes tipos de bandagens funcionais de tornozelo na oscilação

postural e na atividade elétrica dos músculos do membro de apoio durante o gesto esportivo

do chute futebolístico.

3.2 Objetivos específicos

Mensurar a atividade elétrica dos músculos que cruzam a articulação do tornozelo e quadril

do membro inferior de apoio durante a realização do chute, por meio da eletromiografia de

superfície;

Avaliar a oscilação postural durante o chute, por meio da plataforma de força vertical;

Verificar o número de acertos no alvo durante a realização do chute;

Comparar a atividade elétrica de músculos do membro inferior de apoio, a oscilação

postural e o número de acertos de chutes realizados com o membro dominante;

Verificar o efeito de uma inovadora forma de aplicação de bandagem elástica, com o

intuito de estabilizar a articulação de tornozelo;

Comparar todos os resultados supracitados nos três grupos estudados: sem bandagem, com

bandagem rígida e com bandagem elástica.

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Metodologia

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4 METODOLOGIA

4.1 Aspectos éticos

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade do Vale

do Paraíba, sob o CAAE 20559113.0.0000.5503 (ANEXO A), no dia 18 de novembro de

2013, onde as participantes foram previamente esclarecidas e orientadas sobre os objetivos da

pesquisa e os procedimentos a que seriam submetidas. Após aceitação plena, assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). O trabalho também se

encontra registrado no Clinical Trials sob o número: NCT02083497 (ANEXO B).

4.2 Caracterização do estudo e da amostra

O estudo se caracteriza por ser transversal do tipo experimental randomizado e controlado.

Para esta pesquisa, 36 mulheres participaram do estudo, sendo todas atletas profissionais da

modalidade esportiva do futebol a pelo menos 2 anos, com idade média de 22,33±3,10 anos,

com contratos profissionais em vigência.

O recrutamento seguiu os critérios de inclusão estabelecidos, sendo eles: possuir

integridade ligamentar, intra-articular e muscular de membros inferiores, sem a presença de

procedimento cirúrgico ou algum tipo de lesão nos últimos seis meses e possuir ao menos

dois anos de atuação profissional na modalidade esportiva do futebol.

Foram considerados como fatores de exclusão os seguintes aspectos: indivíduos que

relataram possuir alergia ao material utilizado nas bandagens, que tivessem frouxidão

ligamentar global e com histórico de entorse de tornozelo.

4.3 Grupos de estudo

Este estudo foi constituído por três grupos, sendo eles:

Grupo 1 - Sem bandagem (SB): Composto por 12 voluntárias, que realizaram 9 chutes

com o membro inferior dominante, sem aplicação de qualquer bandagem.

Grupo 2 - Com bandagem rígida (BR): Composto por 12 voluntárias, que realizaram 9

chutes com o membro inferior dominante, utilizando bandagem rígida. A bandagem foi

composta por fitas de esparadrapo, da marca Cremer® sendo aplicada no tornozelo do

membro de apoio da voluntária, no intuito de limitar o movimento de inversão da

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articulação. A bandagem foi aplicada sempre pelo mesmo pesquisador, devidamente

habilitado e treinado sobre a técnica.

Grupo 3 - Com bandagem elástica (BE): Composto por 12 voluntárias, que realizaram 9

chutes com o membro inferior dominante, utilizando bandagem elástica. A bandagem foi

composta por fitas de tape elástico da marca Kinesio Sport®, aplicada no membro

inferior de apoio da voluntária, com o intuito de também limitar o movimento de inversão

da articulação. A bandagem foi aplicada sempre pelo mesmo pesquisador, devidamente

habilitado e treinado sobre a técnica.

4.4 Local e data da realização do estudo

A coleta de dados foi realizada nas dependências do Laboratório de Engenharia de

Reabilitação Sensório Motora (LERSM) pertencente ao Instituto de Pesquisa &

Desenvolvimento (IP&D) da Universidade do Vale do Paraíba, situado na Av. Shishima

Hifumi, 2911, Urbanova, bloco 9, no período compreendido entre março e agosto de 2014.

4.5 Protocolo de pesquisa - Materiais

O ambiente da coleta foi composto por uma bola oficial de futebol de campo da marca

Adidas® modelo Cafusa, uma plataforma de força vertical da marca EMG System do Brasil,

um eletromiógrafo de superfície da marca EMG System do Brasil, um alvo de cartolina de 60

cm de lado, 6 colchonetes da marca ISP® com 1 m² cada, uma cunha da marca ISP®, 2

escadas de 40 cm de altura da marca Legno®, marcações de 15 cm de lado de fita adesiva

branca da marca Flax® e 2 canos de PVC da marca Tigre® de 70 cm altura e 4 cm de

diâmetro.

4.6 Bancada Experimental: ambiente do gesto controlado do chute

O alvo ficou fixo na parede a uma distância de 3,20 metros da plataforma de força, onde o

centro do alvo estava a 1,30 metros do chão. O cano de PVC ficou a 2 metros do chão e 20

centímetros a frente da plataforma de força, sendo que a distância entre o cano de PVC e o

alvo foi de 3 metros.

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Figura 5 - Ambiente das coletas

Fonte: Arquivo Pessoal

4.7 Procedimento

Após seleção das voluntárias de acordo com os critérios de inclusão e exclusão e da

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, as 36 voluntárias foram divididas

nos três grupos de execução, sendo distribuídas de forma aleatória, por meio de sorteio,

compondo então os grupos do gesto controlado do chute (GCC).

Primeiramente, as voluntárias foram instruídas a respeito de todos os procedimentos da

tarefa, onde foram orientadas a sempre responder aos comandos do pesquisador responsável

no intuito de excluir possíveis fatores que interfeririam nos resultados.

Em seguida, foi dado inicio ao procedimento, colhendo os dados que serviram de base

para a normalização do sinal eletromiográfico e estabilométrico, com a contração voluntária

máxima (CVM) dos músculos glúteo médio, tibial anterior e fibular longo, por meio do

eletromiógrafo de superfície, além da oscilação postural base, com a voluntária em posição de

chute em cima da plataforma de força vertical, com o olhar fixo no alvo.

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Após a coleta dos dados base, foi feita a simulação da tarefa, executando o gesto do chute

por quatro vezes, porém sem quantificação dos parâmetros mensurados. Após esse

procedimento prévio, os chutes foram realizados, sendo feita a captação da atividade

mioelétrica do glúteo médio, tibial anterior, fibular longo em sincronismo com a captação da

oscilação postural da voluntária.

O GCC constituiu-se das seguintes fases:

• Ao sinal de um dos pesquisadores, o indivíduo se dirigia até o centro da plataforma e

ao chegar, permanecia sobre apoio unipodal do membro não dominante para execução

do chute, ficando assim durante todo o ciclo do GCC;

• Após a bola ser solta na vertical, o participante esperarava ela atingir o chão e chegar a

uma altura conveniente para acertar o alvo, executando o chute com o membro que

não estava apoiado na plataforma;

• Os chutes foram realizados com a região medial do pé;

• A meta da tarefa era acertar a bola no alvo, com precisão;

• Após o contato do pé com a bola para a execução do chute, o individuo

permanecia em apoio unipodal, com o foco visual direcionado para o alvo, até o

instante em que um dos pesquisadores sinalizava para que ela descesse da plataforma,

com o pé que realizou o chute e na sequência com o pé que estava em contato com a

plataforma de força vertical;

• O Ciclo da tarefa era finalizado.

Cada ciclo da tarefa teve a duração dez segundos, desde o instante em que o individuo se

coloca em apoio unipodal na plataforma, até o momento em que se retira da mesma. A bola

foi solta por um dos pesquisadores sempre quatro segundos após o inicio do ciclo, sendo que

o intervalo entre um ciclo e outro, foi de vinte segundos. A tarefa descrita se repetiu em todos

os 9 chutes da coleta, realizados com o membro dominante da voluntária.

Em todas as coletas o mesmo pesquisador foi responsável pelos comandos verbais e

registro dos sinais captados, assim como outro pesquisador foi responsável por soltar a bola,

quatro segundos após o inicio do ciclo, respeitando o pesquisador responsável pelos

comandos verbais.

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Figura 6 – Simulação: Gesto controlado do chute

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 7 – Coleta com uma das atletas voluntárias

Fonte: Arquivo Pessoal

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39

4.8 Instrumentos de avaliação

Foram utilizados alguns instrumentos da bioengenharia com objetivo de quantificar os

resultados coletados durante a execução do gesto controlado do chute. Seguem maiores

informações sobre os instrumentos utilizados.

4.8.1 Eletromiografia de superfície

O sinal mioelétrico foi adquirido por um eletromiográfo da marca EMG System do Brasil

Ltda., modelo EMG830 WF de oito canais, composto por um conversor A/D (conversor

analógico-digital) de dezesseis bits de resolução. Os sinais foram adquiridos a uma taxa de

2000 Hz, unidade µV, calibrado segundo especificação do fabricante com Ymin: -2000,

Ymáx: 2000, Coef.A: 0 e Coef.B: 500. (Figura 8).

Figura 8 - Equipamentos utilizados para instrumentação: Eletromiográfo e seus respectivos acessórios

(eletrodos, cabos, eletrodo de referência e eletrodos).

Fonte: Arquivo pessoal.

Para aquisição de sinais foram utilizados eletrodos reutilizáveis de Ag/AgCl (prata/cloreto

de prata) com borda plástica e centro de metal, em forma de disco, bipolares ativos (pré-

amplificado) com tamanho de dez milímetros e distância entre o centro do eletrodo de vinte

milímetros entre eles. Os eletrodos foram untados com gel condutor e aderidos à pele,

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constituindo uma superfície de detecção que capta corrente por meio da interface pele-

eletrodo, sendo fixados com discos adesivos descartáveis após a higienização da área com

algodão embebecido de álcool a 70% a fim de minimizar a impedância da pele.

Os eletrodos de superfície foram posicionados aos pares sobre os músculos glúteo médio,

tibial anterior e fibular longo, conforme o protocolo Surface-EMG for the Non Invasive

Assessment of Muscle (SENIAM), no sentido longitudinal das fibras musculares, representado

pela figura 9.

Figura 9 - Ponto motor dos músculos segundo o protocolo Surface-EMG for the Non Invasive Assessment

of Muscle (SENIAM).

Fonte: Seniam (2014)

O eletrodo de referência do tipo pregador, untado com gel, foi posicionado sobre o

processo estiloide da ulna no lado contralateral ao que realizaria o chute.

Os dados foram coletados primeiramente com as voluntárias sentadas em uma cadeira,

com a região lombar apoiada sobre a mesma e o joelho em extensão. Nessa posição era

coletada a CVM dos músculos tibial anterior e fibular longo, por 10 segundos. Em seguida foi

coletado a CVM do glúteo médio também por 10 segundos, onde a voluntária era posicionada

em uma maca em decúbito lateral, com o lado a ser testado para cima. Após a coleta dos

dados base de CVM, foi coletada a atividade mioelétrica especificamente desses músculos

citados durante os ciclos do GCC, pelo período de 10 segundos cada.

Todos os registros foram realizados no membro inferior não dominante das voluntárias.

Após a coleta, os dados foram processados pelo software EMGWorks Analysis da Delsys®,

utilizando filtro band pass de 4ª ordem Butterworth, ajustado para frequência de corte de

20Hz a 400Hz para diminuir ruídos residuais e frequência de amostragem de 2000Hz.

Glúteo médio Fibular longo Tibial anterior

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Para a análise dos dados, considerando o tempo total para todas as coletas de 10 segundos,

foi excluído o primeiro e o último segundo, relacionados à atividade mioelétrica, obtendo-se o

valor médio quadrático – Root Mean Square (RMS) de cada ciclo (Figura 10).

Os dados foram agrupados em uma planilha do Microsoft Office Excel® 2013, onde foram

calculadas as médias de todos os chutes realizados, para comparar com os valores de base da

CVM e verificar a porcentagem de ativação mioelétrica de cada músculo na execução da

tarefa, sendo posteriormente feita a análise estatística.

Figura 10 - Representação dos sinais obtidos de eletromiografia de superfície durante o GCC dos músculos glúteo médio (a), tibial anterior (b) e fibular longo (c).

Fonte: Arquivo Pessoal

4.8.2 Plataforma de Força Vertical

O sinal referente à variação da aplicação de força de reação vertical foi adquirido por uma

plataforma de força, que concedeu os parâmetros estabilométricos e a consequente oscilação

postural das participantes. A plataforma utilizada foi da EMG System do Brasil Ltda, modelo

BIOMEC400 (figura 11), com ajuste de offset e ganho de amplificação ajustados por

software, com conversor analógico digital integrado com resolução de 16 bits, com quatro

sensores de força e dimensões de 500 x 500 mm. A frequência de aquisição do sinal foi de

2000 Hz, unidade Kgf, calibrado segundo especificação do fabricante com Ymin: 0, Ymáx:

200, Coef.A: -1,794 e Coef.B: 56,83.

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Figura 11 – Plataforma de força: Marca EMG System

Fonte: Arquivo Pessoal

Foi utilizado um eletrodo de referência do tipo pregador, untado com gel, posicionado

sobre o processo estilóide da ulna no lado contralateral ao que realizou o chute.

Primeiramente os dados foram coletados com o participante em apoio unipodal, com o

membro inferior não dominante na plataforma, em posição de chute e olhar fixo no alvo por

10 segundos, para mensuração dos dados de base, referentes à oscilação postural.

Após a coleta dos dados base, foi coletada a oscilação postural durante os ciclos do GCC,

pelo período de 10 segundos.

Todos os registros foram realizados no membro inferior não dominante das voluntárias.

Após a coleta, os dados foram processados pelo software EMGWorks Analysis da Delsys®,

utilizando uma frequência de amostragem de 2000 Hz.

Para a análise dos dados, considerando o tempo total para todas as coletas de 10 segundos,

foram excluídos o primeiro e o último segundo, obtendo-se o valor médio quadrático – Root

Mean Square (RMS) de cada ciclo (Figura 12).

Os dados foram agrupados em uma planilha do Microsoft Office Excel® 2013, onde foram

calculadas as médias de todos os chutes realizados, para comparar com os valores de base da

oscilação postural e verificar a porcentagem de oscilação na execução da tarefa, sendo

posteriormente feita a análise estatística.

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Figura 12 - Representação do sinal obtido por meio da plataforma de força.

Fonte: Arquivo Pessoal

4.8.3 Número de acertos no alvo

Foi anotado por um dos pesquisadores, em uma tabela, o número de acertos no alvo em

cada um dos 9 chutes realizados. Esses dados foram posteriormente tabulados para

quantificação dos resultados e correlação com os outros parâmetros mensurados.

Os dados foram agrupados em uma planilha do Microsoft Office Excel® 2013, onde foram

feitas as médias de todos os chutes realizados e posteriormente a análise estatística.

4.9 Protocolos de intervenção

Seguem os protocolos de intervenção, onde são descritos como foram as aplicações das

bandagens utilizadas na pesquisa.

4.9.1 Bandagem funcional rígida

O material utilizado para realização dessa bandagem foi o esparadrapo da marca

Cremer®. Sua composição é de tecido 100% algodão com resina acrílica impermeabilizante,

massa adesiva de borracha natural, óxido de zinco e resina.

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Figura 13 - Esparadrapo da marca Cremer®, utilizado para a bandagem rígida.

Fonte: Arquivo pessoal.

4.9.2 Aplicação – Bandagem funcional rígida

A aplicação foi realizada sempre pelo mesmo pesquisador, com a voluntária sentada em

uma cadeira com a lombar encostada na mesma, joelho extendido e com o tornozelo em dorsi-

flexão e eversão, respeitando a seguinte sequência de colocação das fitas:

1. Duas tiras de base, sendo que uma 4 cm acima do maléolo lateral e a outra em região

de médio pé, 5 cm proximal ao hálux;

2. Três tiras saindo e terminando na tira de base, do lado medial para o lateral (uma

anterior, uma medial e outra posterior).

3. Três tiras de fechamento, uma em baixo da outra, começando 4 cm acima do maléolo

lateral.

4. Todas as tiras tinham 5 cm de largura.

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Figura 14 - Representação da aplicação das fitas de esparadrapo para a bandagem rígida.

Fonte: Arquivo Pessoal

4.9.3 Bandagem funcional elástica

O material utilizado para realização dessa bandagem foi o tape elástico da marca Kinesio

Sport®, sendo que sua composição é de tecido 100% algodão, enrolados por polímeros

elásticos, além de adesivo acrílico.

Figura 15 - Tape Elástico da marca Kinesio Sport, utilizado para a bandagem elástica.

Fonte: Arquivo pessoal

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4.9.4 Aplicação – Bandagem funcional elástica

A aplicação foi realizada sempre pelo mesmo pesquisador, com a voluntária sentada em

uma cadeira com a lombar encostada na mesma, joelho extendido e com o tornozelo em dorsi-

flexão e eversão, com tensão máxima das fitas utilizadas, respeitando a seguinte sequência de

colocação:

1. A primeira fita foi medida sempre 1 cm acima de cada maléolo, sendo aplicada com

tensão máxima, saindo 2 cm acima do maléolo medial em direção ao maléolo lateral;

2. A segunda fita foi medida sempre da região de médio pé, 5 cm proximal ao hálux,

passando pela região medial de médio pé e também região plantar, terminando no

maléolo medial. Sendo aplicada com tensão máxima, saindo da região de médio pé, 5

cm proximal ao hálux, passando, pela região medial de médio pé e também região

plantar, em direção ao maléolo medial.

Todas as tiras tinham 5 cm de largura e após a aplicação eram friccionadas com intuito de

ativar a cola da mesma.

Figura 16 - Representação da aplicação das fitas de Tape Elástico para a bandagem elástica

Fonte: Arquivo pessoal.

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4.10 Análise estatística

A análise estatística e os gráficos foram realizados por meio do programa estatístico

BioEstat® versão 5.0. A metodologia utilizada na análise foi descritiva e paramétrica, visto

que todas as variáveis apresentaram distribuição normal de acordo com o teste de normalidade

D’Agostino.

Para a verificação de existência de diferenças estatísticas entre as médias dos dados,

utilizou-se o teste de análise Anova, um critério, com pós-teste Tukey e nível de significância

definido como estatisticamente significativo para o valor de p ≤0,05. Foram comparados entre

si, os três grupos do estudo, sendo mensurada a oscilação postural, a atividade

eletromiográfica e o número de acertos de chutes no alvo.

Para verificação da correlação entre os dados da oscilação postural e o número de acertos

dos chutes no alvo, foi utilizada a correlação de Pearson, fazendo uma comparação entre

grupos.

Os dados estão apresentados em forma de tabela e figuras nos quais os valores estão

expressos em média, desvio padrão, porcentagem, valores de p, gráficos de caixa (boxplots)

com valores de média e dois erros padrões.

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Resultados

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5 RESULTADOS

Foram concluídas as coletas de 36 participantes, que tinham a idade média de 22,33±3,10

anos, onde 16,7% tinham o membro inferior esquerdo como dominante e 83,3% relataram ter

o membro inferior direito como dominante. Dentro da divisão feita em grupos a média da

idade e membro dominante, ficou conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 : Dados sobre a caracterização da amostra, separada por grupos.

Grupo

Sem Bandagem

Grupo

Bandagem Rígida

Grupo

Bandagem Elástica

Idade (anos) 20,8 23,3 22,8

Membro Dominante (%) 16,7% Esquerdo

83,3% Direito

25% Esquerdo

75% Direito

8,3% Esquerdo

91,7¨% Direito

Fonte: Arquivo Pessoal

Os resultados referentes à captação da variação da força de reação vertical sob a plataforma

mostram o quanto o individuo oscilou posturalmente para execução da tarefa. Esse resultado

foi dado sobre a forma do valor de RMS, onde quanto mais o indivíduo se desequilibrava,

maior era a variação da força aplicada sobre o solo e consequentemente, era obtido um maior

valor de RMS.

Ao analisar a oscilação postural base e a oscilação postural no momento do chute do Grupo

Sem Bandagem (SB), foi observado que as participantes oscilaram 15,42% a mais. O Grupo

Bandagem Rígida (BR) apresentou aumento de 13,25% enquanto que o Grupo Bandagem

Elástica (BE) de apenas 3,67%. Foi observado resultado estatisticamente significativo,

p<0,01, ao comparar o Grupo SB com o Grupo BE e o Grupo BR com o Grupo BE,

mostrando uma menor oscilação postural durante o chute no grupo BE, conforme observado

na figura 17.

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Figura 17 - Boxplot da média e dois erros padrões dos valores em porcentagem obtidos por meio da plataforma de força vertical dos Grupos SB, BR e BE.

Legenda: (SB) Sem Bandagem; (BR) Bandagem Rígida; (BE) Bandagem Elástica

Em relação à análise eletromiográfica, verificou-se que, durante o movimento de chute, o

fibular longo no Grupo BE apresentou maior atividade mioelétrica, com 59,50% em relação a

CVM, seguido pelo Grupo BR com 43,33% e o Grupo SB com 31,33% de ativação muscular

durante a tarefa. Comparando os grupos, foram observados resultados estatisticamente

significativos, com p<0,01 na comparação do Grupo SB tanto com o Grupo BR como com o

Grupo BE; e do Grupo BR com o Grupo BE, evidenciando assim, que o grupo BE ativou de

forma mais efetiva o principal músculo estabilizador e, consequentemente, protetor da

articulação de tornozelo.

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Figura 18 - Boxplot da média e dois erros padrões dos valores em porcentagem do sinal mioelétrico durante os chutes dos Grupos SB, BR e BE.

Legenda: (SB) Sem Bandagem; (BR) Bandagem Rígida; (BE) Bandagem Elástica.

Em relação ao músculo tibial anterior, a atividade mioelétrica foi maior no Grupo SB,

sendo ativado 47,67% de sua capacidade em relação a CVM, enquanto que no Grupo BR a

ativação foi de 30,50% e no Grupo BE de 29,83%. Ao realizar a comparação entre os grupos,

verificaram-se resultados estatisticamente significativos com valor de p<0,01 no Grupo SB

em relação ao Grupo BR e no Grupo SB em relação ao Grupo BE. Esses resultados

evidenciam que ambas as bandagens limitaram a inversão da articulação, movimento pelo

qual o tibial anterior é responsável e que se realizado além dos limites fisiológicos do

tornozelo, causa entorses, condição clínica muito comum entre as atletas.

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Figura 19 - Boxplot da média e dois erros padrões dos valores em porcentagem do sinal mioelétrico durante os chutes dos Grupos SB, BR e BE.

Legenda: (SB) Sem Bandagem; (BR) Bandagem Rígida; (BE) Bandagem Elástica.

Quanto ao músculo glúteo médio, o Grupo SB apresentou uma ativação mioelétrica de

49,58% em relação a sua capacidade máxima, enquanto que no Grupo BR a ativação foi de

41,33% e no grupo BE de 17,75%, sugerindo então, com base nos resultados já apresentados

de uma menor oscilação postural do Grupo BE, que esse importante estabilizador de quadril,

precisou ser menos ativo para manutenção do equilíbrio e execução do gesto do chute. Ao

comparar os resultados entre os grupos, foi visto resultado estatisticamente significante, com

p<0,01 na comparação do Grupo BE tanto com o Grupo SB, como com o Grupo BR.

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Figura 20 - Boxplot da média e dois erros padrões dos valores em porcentagem do sinal mioelétrico durante os chutes dos Grupos SB, BR e BE.

Legenda: (SB) Sem Bandagem; (BR) Bandagem Rígida; (BE) Bandagem Elástica.

Quando analisado o número de acertos de chutes no alvo, observou-se que o Grupo BE

acertou mais chutes, sendo que o percentual médio de acertos foi de 50,89%, enquanto que no

Grupo BR o percentual foi de 36,11% e no Grupo SB de 26,89%, obtendo assim resultados

estatisticamente significativos comparando os grupos, com valor de p<0,01 para o Grupo BE

em relação ao Grupo SB e p<0,05 para o Grupo BE em relação ao Grupo BR. Esse dado pode

ser atribuído a maior ativação do fibular longo, com consequente menor ativação do seu

antagonista, tibial anterior e também de glúteo médio, além de uma menor oscilação postural

para a execução dos chutes. Na figura 21, observa-se a média de acertos de cada grupo.

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Figura 21 - Boxplot da média e dois erros padrões do número de acertos de chutes no alvo dos Grupos SB, BR e BE.

Legenda: (SB) Sem Bandagem; (BR) Bandagem Rígida; (BE) Bandagem Elástica.

Na figura abaixo, observam-se os padrões de movimento do membro inferior de apoio, no

que diz respeito ao padrão de ativação elétrica muscular e oscilação postural, mostrando

grupo a grupo os resultados obtidos.

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Figura 22 - Boxplot do padrão da atividade mioelétrica do MMII de apoio e do comportamento postural, durante a execução dos chutes – 1: grupo SB, 2: grupo BR, 3: grupo BE.

Legenda: (F. Longo) Fibular Longo; (T. Anterior) Tibial Anterior; (G. Médio) Glúteo Médio.

O teste de correlação de Pearson (r) mostrou em todos os grupos do estudo, quando

comparados à oscilação postural e o número de acertos de chutes no alvo, uma correlação

baixa, porém negativa, evidenciando que as duas situações são inversamente proporcionais,

ou seja, quanto menor a oscilação, maior o número de acertos de chutes no alvo, com valor de

r de -0,3158 para o grupo SB, -0,1286 para o grupo BR e -0,1656 para o grupo BE.

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Discussão

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6 DISCUSSÃO

A execução e precisão do gesto técnico do chute futebolístico dependem da ativação dos

músculos do membro inferior de apoio, da qualidade técnica, estratégia de execução e do

controle postural do atleta (NUNOME et al., 2002; GSTOTTNER et al., 2009). As bandagens

funcionais proporcionam benefícios tanto sobre a percepção do membro no espaço, como

sobre o tempo de reação de músculos estabilizadores do tornozelo (MEURER et al., 2010;

TRÉGOUET; MERLAND; HORODYSKI, 2013).

O músculo tibial anterior tem a função de promover a inversão de tornozelo, movimento

pelo qual ocorre a maior parte das entorses desta articulação (VRIES et al., 2010;

BARBANERA et al., 2012). No presente estudo, foi observado o aumento da atividade

elétrica desse músculo durante a realização dos chutes no grupo sem bandagem em

comparação com os outros grupos que a utilizaram, o que pode ser explicado pela falta de um

agente externo que fornecesse suporte para a articulação do tornozelo. O músculo antagonista

é o fibular longo, responsável pelo movimento de eversão. Trata-se do principal protetor e

estabilizador da articulação do tornozelo, desempenhando o papel de fornecer estabilidade

funcional à articulação (LIN; HILLER; BIE, 2010). A velocidade da sua ativação é primordial

para a manutenção da integridade articular, porque limita o movimento de inversão

(MEURER et al., 2010; BARBANERA et al., 2012).

Nesse trabalho, o músculo fibular longo obteve uma maior ativação nas atletas que

executaram a tarefa com a estabilização das bandagens. O grupo que realizou os chutes com a

bandagem elástica, apresentou aumento significativo da atividade eletromiográfica, quando

comparado ao grupo que utilizou a bandagem rígida de tornozelo. Estudos evidenciam a

eficácia da bandagem funcional na resposta muscular do fibular longo e na estabilidade da

articulação, porém os resultados significativos se concentram em bandagens com pouca

elasticidade, como as bandagens rígidas com fitas de esparadrapo (MEURER et al., 2010;

TRÉGOUET; MERLAND; HORODYSKI, 2013). Quando avaliados os resultados por meio

das bandagens elásticas, as evidências científicas mostram que a atividade dessa musculatura,

não apresenta resultados significativos de aumento de ativação, consequentemente, não

ofertando o suporte articular esperado (RAYMOND et al., 2012; TRÉGOUET; MERLAND;

HORODYSKI, 2013).

A pesquisa realizada apresentou achados que corroboram com a literatura atual, mas

também divergiu em algumas situações, em relação ao efeito das diferentes bandagens e sua

ação específica na articulação do tornozelo. Durante o movimento do chute, proposto no

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estudo, o grupo que utilizou a bandagem rígida apresentou aumento da ativação do principal

músculo estabilizador da articulação de tornozelo, em comparação com as atletas que

executaram a tarefa sem bandagem. Esses dados reforçam os achados de Meurer et al. (2010),

que analisou a resposta eletromiográfica do fibular longo em uma plataforma que simulava

uma entorse de tornozelo.

A atividade elétrica do músculo fibular longo foi maior no grupo que chutou com a

bandagem elástica proposta na pesquisa, aplicada em duas tiras com tensão máxima, que

limitava o movimento de inversão, contradizendo o estudo de Trégouet, Merland, Horodyski

(2013) que comparou dois tipos de bandagem com elasticidades diferentes, e obteve resposta

significativa na atividade elétrica muscular somente com a bandagem rígida, na simulação de

uma entorse, com um movimento súbito de inversão.

Briem et al. (2011), verificaram em um estudo com atletas profissionais da liga inglesa de

futebol, a velocidade de ativação do fibular longo, sob as condições, de nenhuma intervenção

na articulação de tornozelo, bandagem rígida e o método tradicional de bandagem elástica,

com uma fita sob o músculo fibular longo, no intuito de ativar o mesmo. Os resultados foram

significativos somente para o grupo bandagem rígida, sugerindo que a bandagem elástica de

estabilização articular, proposta na presente pesquisa, se mostra mais eficaz que o método

tradicional de ativação muscular, no que diz respeito à resposta eletromiografica do fibular

longo.

A articulação do quadril, também desempenha uma importante função no equilíbrio

corporal durante a execução do chute (BARBIERI et al., 2008). Os resultados obtidos

mostraram que o glúteo médio, considerado um importante estabilizador de quadril

(KENDALL, 2007; WILLY; DAVIS, 2013), apresentou uma aumento da atividade elétrica

muscular semelhante entre as atletas que chutaram sem a bandagem (49,58%) e as atletas que

chutaram com a bandagem rígida (41,33%), diferentemente das atletas que chutaram com a

bandagem elástica, que ativaram essa musculatura 17,75% em relação a sua capacidade

máxima, apresentando uma significante diferença na comparação entre grupos. Esses achados

podem estar relacionados ao aumento da atividade mioelétrica do principal músculo

estabilizador de tornozelo, que consequentemente, promoveu a melhora da estabilidade da

base de apoio, exigindo menos da articulação proximal.

Pesquisas sobre os efeitos das bandagens funcionais de tornozelo são realizadas,

entretanto, considerando somente os músculos que participam da funcionalidade desta

articulação (MEURER et al., 2010; RAYMOND et al., 2012; TRÉGOUET; MERLAND;

HORODYSKI, 2013). A verificação da resposta eletromiográfica do glúteo médio, realizada

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nessa pesquisa, vem complementar o estudo sobre o real efeito de um agente externo, como

estabilizador podal, em um padrão muscular do membro inferior de apoio durante a atividade

específica do chute futebolístico. No caso da bandagem rígida, a limitação do movimento de

inversão e estabilização da articulação do tornozelo é maior (BRIEM et al., 2011;

RAYMOND et al., 2012). Esse fato pode explicar o aumento da atividade mioelétrica do

glúteo médio durante a tarefa, pois devido a quase imobilização podal, a articulação do

quadril oscilou mais, o que pode ser atribuído a necessidade da manutenção do equilibrio

corporal.

Em relação à variação da força de reação vertical ao solo, constatou-se que as atletas que

utilizaram a bandagem elástica, apresentaram menor oscilação postural durante o chute, em

relação às atletas que utilizaram a bandagem rígida e as que não utilizaram bandagem.

Barbieri et al. (2008) constataram que quanto menor a variabilidade das articulações do

membro inferior de apoio, melhor será o controle corporal e do gesto, ou seja, quanto menor a

oscilação postural durante o gesto, melhor o desempenho final.

A resposta dos músculos estabilizadores do membro inferior de apoio mostrou um padrão

de comportamento, que se tornou relevante e passivo de correlação com os achados referentes

à oscilação postural.

O grupo sem bandagem e o grupo bandagem rígida apresentaram uma média de oscilação

postural semelhante e significativamente maior que a do grupo que realizou os chutes com a

bandagem elástica. O comportamento muscular do membro inferior de apoio para os grupos

supracitados demonstraram, maior atividade mioelétrica do glúteo médio, diferentemente do

grupo bandagem elástica, que apresentou uma menor atividade elétrica muscular tanto de

glúteo médio como de tibial anterior, além de uma maior ativação do fibular longo, sugerindo

que a maior estabilidade da articulação de base, influenciou positivamente no equilíbrio do

individuo para execução da tarefa proposta.

Nakajima e Baldridge (2013), em um estudo com indíviduos sem histórico de lesão na

articulação do tornozelo, verificaram os efeitos da aplicação tradicional de bandagens

elásticas no intuito de ativar os músculos que cruzam a articulação, constatando resultados

significativos no controle postural dinâmico em comparação com o grupo placebo, por meio

de um teste dinâmico de membros inferiores.

A verificação feita na pesquisa, por meio da simulação de um chute futebolístico, que é

uma atividade funcional dos atletas da modalidade, torna os resultados relevantes, pois, dentre

outras situações, constata o efeito de uma nova forma de aplicação de bandagem funcional

elástica com o intuito de estabilizar a articulação de tornozelo, em uma situação próxima da

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realidade do grupo de estudo.

As atletas que utilizaram as bandagens elásticas apresentaram a melhor média de acertos

de chutes no alvo. Esse achado reforça a hipótese de que quanto menor a oscilação em apoio

unipodal, mais preciso tende a ser o gesto (BARBIERI et al., 2008; GSTOTTNER et al.,

2009).

Estudos futuros com indivíduos que já sofreram entorse na articulação e que possuam uma

diminuição da resposta da atividade elétrica da musculatura protetora poderão ser realizados

para aprimorar os resultados obtidos e verificar assim, se a bandagem elástica proposta nesta

pesquisa, também produzirá efeitos significativos na resposta muscular, oscilação postural e

precisão de chute, nessas condições.

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Conclusão

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7 CONCLUSÃO

A bandagem funcional elástica de tornozelo pode ser considerada uma intervenção eficaz

para o membro inferior de apoio durante a realização do chute futebolístico, quando

comparada com a bandagem rígida e com a não utilização de qualquer bandagem,

promovendo melhora na ativação muscular e na oscilação postural das atletas. Esse fato pode

beneficiar a execução do gesto esportivo e consequentemente, aumentar o número de acertos

de chutes no alvo.

Em relação a bandagem elástica e sua aplicabilidade, o presente estudo foi pioneiro pois

não há na literatura comprovação da eficácia desse tipo específico de aplicação nas condições

e ambientes descritos. Podendo vir a ser uma importante intervenção para o público alvo

dessa pesquisa, tanto para otimização no desempenho, quanto como um método preventivo de

lesões na articulação.

No decorrer desta pesquisa foram identificados pontos a serem desenvolvidos em futuros

estudos, os quais validarão mais os resultados descritos. Entre eles destacam-se a

aplicabilidade de uma bandagem placebo para um controle maior do experimento e uma

plataforma que verifique mais variáveis estabilométricas e consequentemente forneça dados

mais precisos quanto ao equilíbrio postural.

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Referências

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Apêndice e anexos

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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Dados de identificação:

Título do Projeto: Comparação entre bandagem funcional rígida e elástica para

estabilização de tornozelo do membro de apoio durante o chute futebolístico.

Pesquisador Responsável: Bruno de Moraes Prianti.

Equipe Executora: Bruno de Moraes Prianti, Fernanda Pupio Silva Lima, Alderico

Rodrigues de Paula Júnior.

Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Universidade do Vale do

Paraíba (UNIVAP) – Laboratório de Engenharia de Reabilitação Sensório Motora.

Telefones e e-mails para contato: (12) 3947-1000 ramal: 2066;

[email protected], tel. (12) 9207-1330; [email protected] tel. (12) 9770 – 0096.

Nome do voluntário: ________________________________________________

Idade: ___________________________________

R.G.: ____________________________________

O (A) Sr. (ª)_______________________________________________________ está

convidado(a) a participar sem qualquer custo financeiro, do projeto de pesquisa de

mestrado tendo como título: “Comparação entre bandagem funcional rígida e elástica para

estabilização de tornozelo do membro de apoio durante o chute futebolístico”, de

responsabilidade do pesquisador Bruno de Moraes Prianti.

A pesquisa justifica-se por ser um estudo pioneiro na utilização de bandagens

funcionais, ou seja, faixas de tornozelo no momento específico em que se realiza o gesto

do chute futebolístico, buscando analisar a perna de apoio, verificando a influência de

diferentes tipos de faixas na articulação do tornozelo, ressaltando a importância de um

melhor equilíbrio e também da prevenção de possíveis lesões da articulação que é base da

sustentação do corpo humano.

O objetivo desse estudo é avaliar a atividade muscular e o equilíbrio da perna de apoio

durante o chute, antes e após aplicação de diferentes tipos de faixas de tornozelo.

O indivíduo será submetido à avaliação da atividade de alguns músculos da perna

(fibular longo, fibular curto e tibial anterior) e um do quadril (glúteo médio), pela

eletromiografia de superfície e do equilíbrio pela plataforma de força, durante a execução

dos chutes.

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Neste estudo, a participação do voluntário se dará em executar 18 chutes em um dia.

Os chutes serão realizados em cima de uma plataforma, onde o indivíduo ficará apoiado

em uma perna, realizando o chute com a outra perna, após a bola ser disparada por um

disparador vertical que ficará a frente da plataforma, no intuito de acertar um alvo de 60

cm², localizado 3 metros a frente do local do chute. Serão realizados 9 chutes com a perna

dominante e 9 chutes com a perna não dominante. Este estudo será realizado no

Laboratório de Engenharia de Reabilitação Sensório Motora, na Universidade do Vale do

Paraíba (UNIVAP), situado a Av. Shishima Hifumi, 2911, Urbanova, bloco 9.

Os fatores de risco estão relacionados ao risco de queda se tratando de uma atividade

que necessita de equilíbrio, contudo o piso da plataforma será antiderrapante, para

minimizar este risco.

Podem ocorrer também desconfortos ou dores musculares, assim como cansaço físico

durante a execução do gesto controlado do chute. Para minimizar esse fato, existirão

pausas de 20 segundos entre um chute e outro, sendo que a atividade poderá também ser

interrompida imediatamente quando for relatado desconforto ou exaustão à atividade

exercida.

Os benefícios desse esse estudo se concentram em mensurar mais fidedignamente a

influência de diferentes tipos de bandagem funcional de tornozelo no momento em que se

executa o chute, a fim de verificar e indicar qual tipo de aplicação seria mais eficaz para o

uso na modalidade, pensando não somente na possível melhora de desempenho, mas

também em uma possível prevenção de lesões e melhor estabilidade da articulação.

Sempre que necessário o voluntário poderá entrar em contato para obter informações

sobre o projeto de pesquisa, sua participação no mesmo ou outros assuntos relacionados à

pesquisa, com o pesquisador responsável, equipe executora ou o CEP – Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), pelo telefone (12) 3947-

1111, ou pessoalmente na Av. Shishima Hifumi, 2911, Urbanova, bloco 11- Instituto de

Pesquisa e Desenvolvimento II, sala 19, de segunda a sexta feira, 8:00hs-12:00hs e

13:00hs-17:00hs.

Fica ciente deste termo, que ao concordar em participar desta pesquisa o voluntário

poderá se retirar a qualquer momento antes ou durante o estudo, sem penalidades, prejuízo

a sua saúde ou perda de qualquer benefício para seu acompanhamento, ou sofrer quaisquer

sanções ou constrangimentos.

O voluntário terá assistência integral e indenização no caso de qualquer dano causado

pela pesquisa, de forma imediata ou tardia pela instituição responsável pela pesquisa.

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Os dados obtidos do voluntário não poderão ser utilizados para outras finalidades não

descritas no termo, terão sigilo, confidencialidade e privacidade de acordo com as normas

éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética

em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.

Para a participação nesta pesquisa, se houver necessidade por parte do voluntário, a

instituição responsável pelo estudo fornecerá auxílio transporte e alimentação.

Eu, ______________________________________________________________, RG

nº _________________________________, fui informado (a) e concordo em participar,

como voluntário (a), do projeto de pesquisa acima descrito.

São José dos Campos, _____ de ______________________ de 2014.

Assinatura do paciente/represente legal:___________________________________

Data:____/_____/_______.

Assinatura da testemunha: _____________________________________________

Data: ____/_____/_______.

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e

Esclarecido deste voluntário ou representante legal para a participação neste estudo.

Assinatura do responsável pelo estudo: ___________________________________

Data: ____/_____/_______.

Assinatura da testemunha:_____________________________________________

Data: ____/_____/_______.

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APÊNDICE B – TRABALHOS DESENVOLVIDOS

o Trabalhos apresentados em Congressos:

PRIANTI, B. M.; PRIANTI, T. S. M.; MENDES, I. S.; LIMA, F. P. S. Análise comparativa

entre as bandagens funcionais elástica e rígida no equilíbrio dinâmico e na atividade

muscular do membro de apoio durante o chute - Projeto de pesquisa. In: XI Congresso de

Saúde e Qualidade de Vida do Cone Leste Paulista, 2013, São José dos Campos.

PRIANTI, B. M.; PRIANTI, T. S. M.; LIMA, M. O.; LIMA, F. P. S. Efeito da bandagem

funcional elástica na estabilização de tornozelo do membro de apoio durante o chute

futebolístico. In: XII Congresso de Saúde e Qualidade de Vida do Cone Leste Paulista, 2014,

São José dos Campos.

PRIANTI, B. M.; PRIANTI, T. S. M.; MENDES, I. S.; JÚNIOR, A. R. P.; LIMA, M. O.;

LIMA, F. P. S. Efeito da Bandagem Funcional de tornozelo no equilíbrio e na atividade

mioelétrica durante o chute futebolístico. In: XXIV Congresso Brasileiro de Engenharia

Biomédica CBEB, 2014, Uberlândia.

o Artigo submetido:

PRIANTI, B. M.; PRIANTI, T. S. M.; JÚNIOR, A. R. P.; LIMA, M. O.; LIMA, F. P. S. Influence of rigid and elastic functional bandage ankle in muscle electrical activity and postural oscillation of athletes while running the football kick. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy – A2 em Engenharias IV.

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o No prelo:

PRIANTI, B. M.; PRIANTI, T. S. M.; JÚNIOR, A. R. P.; LIMA, M. O.; LIMA, F. P. S. Influence of rigid and elastic functional bandage ankle in muscle electrical activity and postural oscillation of athletes while running the football kick. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy – A2 em Engenharias IV.

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ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

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ANEXO B – REGISTRO CLINICAL TRIALS