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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO FINANÇAS RITA DE CÁSSIA COELHO ALTHOFF AS NECESSIDADES DE TREINAMENTO DOS COLABORADORES NUMA EMPRESA DO SEGMENTO DE EMBALAGENS PLÁSTICAS: UM ESTUDO DE CASO NA C-PACK S.A. São José 2005

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO FINANÇAS

RITA DE CÁSSIA COELHO ALTHOFF

AS NECESSIDADES DE TREINAMENTO DOS COLABORADORES NUMA EMPRESA DO SEGMENTO DE

EMBALAGENS PLÁSTICAS: UM ESTUDO DE CASO NA C-PACK S.A.

São José 2005

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RITA DE CÁSSIA COELHO ALTHOFF

AS NECESSIDADES DE TREINAMENTO DOS COLABORADORES NUMA EMPRESA DO SEGMENTO DE

EMBALAGENS PLÁSTICAS: UM ESTUDO DE CASO NA C-PACK S.A.

Trabalho de Conclusão de Curso - pesquisa teórico-empírica -

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí.

Professor Orientador: Felipe de Faria Monaco

São José

2005

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RITA DE CÁSSIA COELHO ALTHOFF

AS NECESSIDADES DE TREINAMENTO DOS COLABORADORES NUMA EMPRESA DO SEGMENTO DE

EMBALAGENS PLÁSTICAS: UM ESTUDO DE CASO NA C-PACK S.A.

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado em sua forma final

pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação em Finanças da Universidade do

Vale do Itajaí, em 4 de julho de 2005.

Prof (a) MSc. Luciana Merlin Bervian Univali – CE São José

Coordenador (a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof MSc. Felipe de Faria Monaco

Univali – CE São José Professor Orientador

Prof (a) MSc. Evelize Mara de Souza Gomes Martins

Univali – CE São José Membro

Prof (a) MSc. Kellen da Silva Coelho

Univali – CE São José Membro

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Este trabalho eu dedico às pessoas que são importantes em minha vida, que fizeram e

fazem parte desta caminhada de quatro anos que resolvi enfrentar. A compreensão e

paciência que sempre tiveram comigo, assim como o apoio que sempre me deram, não têm

qualquer preço.

Sabendo que teria dificuldades em estudar, eles não pouparam esforços, em todos os

sentidos, desde minhas ausências em passeios e comemorações de família até minhas

incessantes necessidades de ficar sozinha para poder estudar tranqüila.

Eles são o bem mais precioso que possuo, pois em nenhum momento deixaram de

confiar e torcer pelo meu sucesso, no desafio que havia escolhido, em parte para realização

de um sonho, em parte pela necessidade profissional.

Nos livros do autor Chiavenato, encontrei uma dedicatória que expressa todo o meu

sentimento:

A busca incessante da felicidade tem sido a mola mestra de quase toda atividade humana ao longo dos tempos. Mas de nada adiantam o maior sucesso profissional, o melhor emprego, a posição mais elevada ou a melhor empresa. Tudo isso é importante. Tudo isso é necessário. Mas não o suficiente. O amor paira acima de tudo. E é ele o provedor principal de nossa felicidade.

Por todas essas razões tão simples e corriqueiras eu não poderia deixar de dedicar este

trabalho ao meu protetor maravilhoso, um anjo que Deus colocou no meu caminho, meu

amado marido Édio, e aos meus filhos, anjos e companheiros acima de tudo, André, Bruno e

Beatriz.

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Agradeço à minha mãe Ivone, uma mulher lutadora e maravilhosa, pelo amor

incondicional, por todas as suas orações, por suas palavras de carinho sempre me apoiando

e incentivando para que um dos meus sonhos se realizasse.

A meu pai Valdemiro, que onde estiver, tenho certeza que está torcendo por mim.

Ao professor Felipe, um especial “muito obrigada” pelo carinho e amizade,

compreensão e paciência, mas, principalmente, pelo apoio, que em tantos momentos que

pensava em desistir dizendo “não vou conseguir”, me incentivava a continuar, pois o final

estava perto. Uma pessoa que me orgulho de poder dizer que foi meu orientador, um ser

único, um professor digno de respeito e admiração.

À minha irmã Priscila, agradeço por saber ser minha irmã e por sua inteligência e

disponibilidade na correção deste trabalho.

Aos meus irmãos Gonzaga, Mauricio, Vladimir, Flávio, Alysson e João Luiz, minhas

cunhadas Elisabeth, Michele, Flávia, Melanie e Sandra e cunhado Marcio, por

compreenderem minhas ausências em alguns momentos durante esses anos.

Agradeço à minha sogra, D. Nelci por ter sido algumas vezes a avó-mãe de meus

filhos, preocupando-se com eles e compreendendo a minha ausência.

À empresa C-Pack por ter me proporcionado a oportunidade de estudar e realizar

este trabalho, pois tenho a empresa como parte de minha vida.

A todos os professores que participaram da minha formação acadêmica, pois

contribuíram de alguma forma para realização deste trabalho.

E às amigas de curso Fernandinha, Fernanda e Gisele, que nestas últimas fases

tornaram-se minhas companheiras em muitos trabalhos, partilhando das mesmas

preocupações, reclamações e risos. Foi com o seu apoio que consegui concluir a caminhada,

então a elas a minha eterna gratidão.

Este trabalho é individual e na maioria das vezes solitário, mas não se consegue

empreendê-lo sem a ajuda dos que nos cercam e querem bem. A todos, o meu muito obrigada.

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Aproveita todas as oportunidades da

tua vida, porque – quando elas passam –

demoram muito tempo para voltar.

Paulo Coelho

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vii

RESUMO

Este trabalho refere-se ao tema levantamento das necessidades de treinamento. O objetivo é avaliar as necessidades de treinamento dos colaboradores visando o aperfeiçoamento das pessoas e o atendimento das necessidades da empresa. O estudo está baseado numa pesquisa do tipo teórico-empírica com caráter descritivo, terá uma abordagem qualitativa-quantitativa e, como procedimento metodológico, utilizou-se o estudo de caso realizado na empresa C-Pack, uma indústria de embalagens plásticas instalada em São José, Santa Catarina. Os objetivos específicos são: levantar as atividades de treinamento desenvolvidas pela organização; identificar as limitações nas atividades de treinamento e as dificuldades para o aperfeiçoamento dos colaboradores e verificar o interesse dos colaboradores em participar de programas de treinamento. Na empresa a preocupação recai sobre a qualidade e a produtividade, assim como também existe a preocupação com a satisfação e o bem-estar no trabalho. A empresa encontra dificuldades em planejar seus programas de treinamento, em parte por estar implantando um departamento de recursos humanos e por outro lado por não possuir pessoas qualificadas para elaborar estes treinamentos. Concluindo, compreende-se que o levantamento das necessidades de treinamento é uma ferramenta necessária para que a empresa melhore seus resultados, mas também melhore a satisfação de seus colaboradores.

Palavras-chave: necessidades de treinamento, recursos humanos, treinamento.

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viii

ABSTRACT

This work refers to the subject of surveying training needs. The objective is to evaluate the necessities of training of the employees aiming at the perfectioning of people and the attendance of company needs. The study is based on a theoretician-empiricist survey with descriptive character, will have a qualitative-quantitative approach, and as a method was used a case study carried through the C-Pack company, an industry of plastic packings based in Sao Jose, Santa Catarina. The specific goals are: to identify the training activities developed by the organization; to identify the limitations in the training activities and the difficulties for improvement of employees and to verify the interest of employees in joining the training programs. The company concerns is on quality and productivity, as well as there is concern with satisfaction and rejoice in work. The company finds difficulties in planning its training programs, part for being starting a human resources department and on the other hand for not having qualified people to elaborate trainment. Concluding, it is understood that the survey of training needs is a necessary tool so that the company improves its results, but also improves the satisfaction of its collaborators.

Key-words: training needs, human resources, training.�

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ix

Lista de figuras

Figura 01 – Principais personagens da Escola Clássica.......................................................... 9

Figura 02 – Hierarquia das Necessidades Humanas, segundo Maslow................................. 10

Figura 03 – Teoria dos dois fatores: os Motivacionais e os Higiênicos como dois

Continuuns separados ......................................................................................................... 11

Figura 04 – Uma comparação dos Modelos de Motivação de Maslow e Herzberg ............... 11

Figura 05 – A empresa como um sistema aberto: o fluxo de recursos/informações/energia.. 13

Figura 06 – A ARH como responsabilidade de linha e função staff: o exemplo de uma

Requisição de Empregado (RE) .......................................................................................... 22

Figura 07 – O levantamento prévio das necessidades de treinamento .................................. 41

Figura 08 – Conceito de necessidade de treinamento ao nível da análise das tarefas e

operações............................................................................................................................ 42

Figura 09 – Diagnóstico das necessidades de treinamento ................................................... 45

Figura 10 – Os métodos de treinamento .............................................................................. 50

Figura 11 – Organograma da C-pack SA............................................................................. 72

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x

Lista de quadros

Quadro 01 – Teoria X e Teoria Y: diferentes concepções da natureza humana ..................... 12

Quadro 02 – As três etapas das organizações no decorrer do século XX............................... 14

Quadro 03 – Os oito principais desafios da administração de recursos humanos................... 24

Quadro 04 – Classificação das atividades de recursos humanos............................................ 26

Quadro 05 – Os doze princípios para programas de treinamento........................................... 29

Quadro 06 – As principais tendências nos processos de desenvolvimento de recursos humanos

............................................................................................................................................ 34

Quadro 07 – Caracterização dos termos educação, desenvolvimento e treinamento .............. 35

Quadro 08 – Etapas do processo de treinamento................................................................... 37

Quadro 09 – O processo de treinamento............................................................................... 37

Quadro 10 – Categorias para levantamento das necessidades de treinamento ...................... 43

Quadro 11 – Indicadores de necessidades de treinamento..................................................... 46

Quadro 12 – As bases da programação de treinamento ......................................................... 47

Quadro 13 – Métodos de treinamento no local de trabalho ................................................... 53

Quadro 14 – Métodos de treinamento formal mais usados.................................................... 55

Quadro 15 – Vantagens e desvantagens de entrevistas e questionários.................................. 67

Quadro 16 – Atividades de treinamento desenvolvidas pela C-Pack SA ............................... 74

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xi

Lista de tabelas

Tabela 01 – Sexo dos colaboradores..................................................................................... 60

Tabela 02 – Idade dos colaboradores.................................................................................... 61

Tabela 03 – Escolaridade dos colaboradores ........................................................................ 62

Tabela 04 – Tempo de trabalho na empresa.......................................................................... 63

Tabela 05 – Escolaridade versus tempo de empresa.............................................................. 64

Tabela 06 – Área de trabalho................................................................................................ 65

Tabela 07 – Cargo................................................................................................................ 65

Tabela 08 – Ambiente de trabalho........................................................................................ 75

Tabela 09 – Relacionamento com superiores........................................................................ 76

Tabela 10 – Identificação e realização no trabalho ............................................................... 77

Tabela 11 – Rotina de trabalho............................................................................................. 78

Tabela 12 – Satisfação com planejamento e desenvolvimento das atividades de

treinamento.......................................................................................................................... 79

Tabela 13 – Importância do treinamento .............................................................................. 82

Tabela 14 – A C-Pack realiza investimentos necessários no treinamento de seus

colaboradores? ..................................................................................................................... 83

Tabela 15 – Aprendizado em treinamento melhora o desempenho no trabalho?.................... 83

Tabela 16 – Participação em atividades de treinamento na empresa...................................... 84

Tabela 17 – Tempo de empresa versus participação em atividades de treinamento na empresa

............................................................................................................................................ 85

Tabela 18 – Mudança de procedimentos em função dos treinamentos realizados.................. 87

Tabela 19 – Necessidade de treinamento .............................................................................. 90

Tabela 20 – Solicitação de treinamento ao seu superior........................................................ 90

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xii

Tabela 21 – Satisfação com planejamento e desenvolvimento de treinamento versus

solicitação de treinamento.................................................................................................... 92

Tabela 22 – Atendimento a solicitação de treinamento ......................................................... 93

Tabela 23 – Conhece a estrutura organizacional? ................................................................. 94

Tabela 24 – A empresa possui manual de procedimentos técnicos e organizacionais? .......... 95

Tabela 25 – Conhece o processo produtivo?......................................................................... 96

Tabela 26 – Conhece os produtos da empresa?..................................................................... 97

Tabela 27 – Diretrizes, normas e regulamentos são divulgados?........................................... 98

Tabela 28 – Diretrizes, normas e regulamentos possuem linguagem clara?........................... 98

Tabela 29 – Os colaboradores conhecem suas funções, atribuições e responsabilidades?...... 99

Tabela 30 – Satisfação com políticas de treinamento da C-Pack......................................... 100

Tabela 31 – Cargo versus satisfação com políticas de treinamento da C-Pack .................... 102

Tabela 32 – Você está adaptado ao cargo ou função? ......................................................... 103

Tabela 33 – Tempo de empresa versus adaptação ao cargo................................................. 103

Tabela 34 – Participação em atividades de treinamento versus adaptação ao cargo............. 104

Tabela 35 – A C-Pack estimula o aperfeiçoamento profissional para promoção?................ 106

Tabela 36 – Conhece missão e visão de futuro da C-Pack?................................................. 107

Tabela 37 – Conhece objetivos e metas de sua área de trabalho? ........................................ 107

Tabela 38 – Conhece objetivos e metas da C-Pack? ........................................................... 108

Tabela 39 – Tempo de empresa versus conhece objetivos e metas da C-Pack..................... 109

Tabela 40 – Área de trabalho versus conhece objetivos e metas da C-Pack......................... 110

Tabela 41 – Seu trabalho exige conhecimento técnico e capacidade profissional? .............. 111

Tabela 42 – O que o contraria no seu trabalho.................................................................... 112

Tabela 43 – Como avalia seu futuro na C-Pack .................................................................. 113

Tabela 44 – Validade e utilidade do questionário ............................................................... 114

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xiii

Lista de gráficos

Gráfico 01 – Sexo dos colaboradores ................................................................................... 61

Gráfico 02 – Idade dos colaboradores .................................................................................. 61

Gráfico 03 – Escolaridade dos colaboradores ....................................................................... 62

Gráfico 04 – Tempo de trabalho na empresa ........................................................................ 63

Gráfico 05 – Escolaridade versus tempo de empresa ............................................................ 64

Gráfico 06 – Área de trabalho .............................................................................................. 65

Gráfico 07 – Cargo .............................................................................................................. 66

Gráfico 08 – Ambiente de trabalho....................................................................................... 75

Gráfico 09 – Relacionamento com superiores....................................................................... 76

Gráfico 10 – Identificação e realização no trabalho .............................................................. 77

Gráfico 11 – Rotina de trabalho ........................................................................................... 78

Gráfico 12 – Satisfação com planejamento e desenvolvimento das atividades de

treinamento.......................................................................................................................... 79

Gráfico 13 – Importância do treinamento ............................................................................. 82

Gráfico 14 – A C-Pack realiza investimentos necessários no treinamento de seus

colaboradores? ..................................................................................................................... 83

Gráfico 15 – Aprendizado em treinamento melhora o desempenho no trabalho? .................. 84

Gráfico 16 – Participação em atividades de treinamento na empresa .................................... 84

Gráfico 17 – Tempo de empresa versus participação em atividades de treinamento na empresa

............................................................................................................................................ 86

Gráfico 18 – Mudança de procedimentos em função dos treinamentos realizados................. 87

Gráfico 19 – Necessidade de treinamento............................................................................. 90

Gráfico 20 – Solicitação de treinamento ao seu superior....................................................... 91

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xiv

Gráfico 21 – Satisfação com planejamento e desenvolvimento de treinamento versus

solicitação de treinamento.................................................................................................... 92

Gráfico 22 – Atendimento a solicitação de treinamento........................................................ 93

Gráfico 23 – Conhece a estrutura organizacional? ................................................................ 94

Gráfico 24 – A empresa possui manual de procedimentos técnicos e organizacionais? ......... 95

Gráfico 25 – Conhece o processo produtivo? ....................................................................... 96

Gráfico 26 – Conhece os produtos da empresa?.................................................................... 97

Gráfico 27 – Diretrizes, normas e regulamentos são divulgados? ......................................... 98

Gráfico 28 – Diretrizes, normas e regulamentos possuem linguagem clara? ......................... 99

Gráfico 29 – Os colaboradores conhecem suas funções, atribuições e responsabilidades? .. 100

Gráfico 30 – Satisfação com políticas de treinamento da C-Pack........................................ 101

Gráfico 31 – Cargo versus satisfação com políticas de treinamento da C-Pack ................... 102

Gráfico 32 – Você está adaptado ao cargo ou função?........................................................ 103

Gráfico 33 – Tempo de empresa versus adaptação ao cargo ............................................... 104

Gráfico 34 – Participação em atividades de treinamento versus adaptação ao cargo ........... 105

Gráfico 35 – A C-Pack estimula o aperfeiçoamento profissional para promoção?............... 106

Gráfico 36 – Conhece missão e visão de futuro da C-Pack? ............................................... 107

Gráfico 37 – Conhece objetivos e metas de sua área de trabalho?....................................... 108

Gráfico 38 – Conhece objetivos e metas da C-Pack? .......................................................... 108

Gráfico 39 – Tempo de empresa versus conhece objetivos e metas da C-Pack.................... 109

Gráfico 40 – Área de trabalho versus conhece objetivos e metas da C-Pack ....................... 111

Gráfico 41 – Seu trabalho exige conhecimento técnico e capacidade profissional? ............. 111

Gráfico 42 – O que o contraria no seu trabalho................................................................... 113

Gráfico 43 – Como avalia seu futuro na C-Pack................................................................. 114

Gráfico 44 – Validade e utilidade do questionário .............................................................. 115

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xv

SUMÁRIO

Resumo .................................................................................................................................................................vii

Abstract ...............................................................................................................................................................viii

Lista de figuras ..................................................................................................................................................... ix

Listas de quadros................................................................................................................................................... x

Listas de tabelas.................................................................................................................................................... xi

Listas de gráficos ................................................................................................................................................xiii

1 INTRODUÇÃO _________________________________________________ 1

1.1 Tema – Problema de pesquisa ______________________________________ 1

1.2 Objetivos _______________________________________________________ 4

1.2.1 Objetivo geral ______________________________________________ 4

1.2.2 Objetivos específicos ________________________________________ 4

1.3 Justificativa _____________________________________________________ 4

1.4 Apresentação geral do trabalho ____________________________________ 6

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA___________________________________ 8

2.1 Breve histórico da administração de recursos humanos_________________ 8

2.2 A administração de recursos humanos no Brasil _____________________ 15

2.3 Conceituando a administração de recursos humanos e caracterizando seus

processos______________________________________________________ 21

2.3.1 Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos _____________ 27

2.3.2 Conceitos de treinamento e desenvolvimento ____________________ 34

2.3.3 Levantamento das necessidades de treinamento __________________ 40

2.3.4 Programas de treinamento ___________________________________ 46

2.3.5 Técnicas de treinamento _____________________________________ 50

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS _________________________________ 57

3.1 Caracterização da pesquisa _______________________________________ 57

3.2 População do estudo _____________________________________________ 60

3.2.1 Perfil dos entrevistados______________________________________ 60

3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta, tratamento e análise dos dados _ 66

4 RESULTADOS DO ESTUDO_____________________________________ 69

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xvi

4.1 Caracterização da organização: o caso da C-Pack ____________________ 69

4.2 Análise e interpretação dos dados__________________________________ 75

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS_____________________________________ 116

Referências _____________________________________________________________ 123

Apêndice A – questionário __________________________________________________ 125

Apêndice B – Roteiro de entrevista ___________________________________________ 130

Anexos _____________________________________________________________ 131

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema – Problema de pesquisa

Dentre os grandes problemas que se observa nas empresas, um deles é a falta de

qualificação dos empregados e, com a rapidez que as mudanças vêm acontecendo, o

conhecimento é logo superado, necessitando de treinamento contínuo. “Tanto é que, com

freqüência cada vez maior, as empresas vêm desenvolvendo programas de formação,

treinamento e desenvolvimento de pessoas, [...]” (GIL, 2001, p. 118).

Como relata Tachizawa (2001), nesta era da economia digital, da Internet e do

comércio eletrônico, a relação entre empresas e clientes, o comportamento das pessoas, a

gestão do capital intelectual, a gestão de competências e a gestão do conhecimento

representam novos conceitos que vieram transformar a tradicional administração de recursos

humanos.

Para Drucker (2001, p.15), “há apenas uma definição satisfatória de administração,

quer falemos de uma empresa, de uma agência pública, ou de uma organização sem fins

lucrativos: tornar os recursos humanos produtivos.” Isto é, a produtividade do trabalhador do

conhecimento é que determinará o formato das organizações empregadoras bem-sucedidas.

Nessa linha de pensamento, Senge (1990, p.11) escreve que “as habilidades humanas

mínimas serão substituídas por habilidades pessoais e interpessoais tão sofisticadas quanto às

atividades de marketing, produção e finanças da presente era.” São implicações que

contribuirão para tornar o indivíduo e a organização empregadora conscientes da natureza do

trabalho intelectual e do trabalhador do conhecimento.

Enxergar as transformações que ocorrem no ambiente são fundamentais para os

administradores das organizações, pois eles estarão acima das turbulências e tendem a

caractarizar-se como trabalhadores do conhecimento. Para complementar, Tachizawa (2001,

p.21) escreve que “esse trabalhador do futuro, desde que motivado e potencializado pelas

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2

novas tecnologias, aplicaria seus conhecimentos, individual e coletivamente, para agregar

valor ao longo da cadeia produtiva da organização.”

Nesse sentido, no momento em que uma organização busca um trabalhador motivado

e com conhecimentos suficientes para executar suas tarefas é que surge a necessidade de

treinamento. Segundo Tachizawa (2001, p. 219) “nenhuma organização consegue manter um

bom nível de produtividade sem uma equipe de profissionais bem preparados. O fator humano

influi de maneira decisiva no nível de desenvolvimento ou deterioração da organização.”

Para Boog (2001, p.10) treinamento “é a ação sistematizada de educação para a

capacitação, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento do indivíduo.” É um meio de facilitar a

aprendizagem para poder ocupar determinada função ou cargo, ou ainda como um processo

de melhoria contínua.

As pessoas passam a maior parte de seu tempo vivendo ou trabalhando em

organizações. Quanto mais industrializada for a sociedade, tanto mais numerosas e complexas

se tornam essas organizações. A produção de bens e serviços não pode ser desenvolvida por

pessoas que trabalham sozinhas. As organizações passam a criar um tremendo e duradouro

impacto sobre as vidas e sobre a qualidade de vida dos indivíduos. (CHIAVENATO, 2002).

Como relata Chiavenato (2002), sem organizações e sem pessoas, não haveria

administração de recursos humanos. É difícil separar as pessoas das organizações, pois se

ressalta três aspectos fundamentais: pessoas como seres humanos, pessoas não como meros

recursos organizacionais e pessoas como parceiros da organização.

Ter parceiros da organização é o que deseja a direção da empresa C-Pack Creative

Packaging SA (C-Pack). Para tanto, a organização procura criar um ambiente de parceria

entre todos os setores da empresa e de trabalho em conjunto, com objetivo de crescimento

pessoal e conseqüentemente crescimento no mercado.

A C-Pack é uma reunião de esforços entre pessoas, tecnologia, competência e

obstinação para fazer sempre o melhor na direção do atendimento às necessidades do cliente

externo e interno. É uma fábrica moderna que possui os melhores equipamentos disponíveis

no mundo para a produção de tubos e tampas.

A C-Pack possui um quadro de colaboradores formado por pessoas de nível técnico,

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3

tecnológico e gerencial bastante elevado que prima pela qualidade de vida de seus

colaboradores em um ambiente saudável e produtivo, correspondendo às expectativas

crescentes do mercado no que tange à produtividade responsável e eficiente.

Instalada na cidade de São José, Santa Catarina, a C-Pack desenvolve, fabrica e

comercializa embalagens plásticas para indústrias de médio e grande porte, nos segmentos de

cosméticos, produtos alimentícios, farmacêuticos e industriais, abrangendo o mercado interno

e externo.

A atenção aos detalhes é um importante compromisso de ordem humana e tecnológica

que a C-Pack fez questão de assumir desde sua implantação, preocupando-se com o

treinamento e capacitação de seus colaboradores, para tanto, o treinamento com operadores e

ajudantes de produção, foi iniciado logo após a montagem dos equipamentos, em dezembro

de 2002.

Esses mesmos colaboradores já haviam feito cursos de Capacitação Gerencial em 5s,

Conceitos da Qualidade e Curso Básico de Plástico oferecidos pela empresa, enquanto

esperava-se a chegada dos equipamentos.

Como a demanda por seus produtos teve um aumento significativo no 4º trimestre de

2003 e início de 2004, novas contratações foram realizadas e os contratados não passaram por

um programa sistematizado de treinamento, começando a trabalhar de imediato e tendo como

instrutor o próprio colaborador da área.

Dessa forma, as falhas foram aparecendo, as mercadorias foram sendo devolvidas, os

lotes completos sendo inutilizados e foi constatado dentro da própria empresa e no

diagnóstico realizado durante a disciplina de estágio do sexto período, que um dos problemas

era a falta de treinamento e a falta de conhecimento dos colaboradores no manuseio do

material trabalhado.

Diante do exposto, neste trabalho, busca-se responder o seguinte problema de

pesquisa:

Quais as necessidades de treinamento dos colaboradores da C-pack SA?

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar as necessidades de treinamento dos colaboradores da C-Pack SA, visando o

aperfeiçoamento das pessoas e o atendimento das necessidades da empresa.

1.2.2 Objetivos específicos

1. Levantar as atividades de treinamento desenvolvidas pela organização.

2. Identificar as limitações nas atividades de treinamento e as dificuldades para o

aperfeiçoamento dos colaboradores.

3. Verificar o interesse dos colaboradores em participar de programas de treinamento.

1.3 Justificativa

Depois de realizar o estudo diagnóstico durante a disciplina de estágio do sexto

período, foi possível constatar que os problemas decorrentes de devoluções de mercadorias

são um dos pontos a serem melhorados pela C-Pack. Acredita-se que esses problemas são

provenientes da falta de conhecimento e treinamento dos colaboradores.

Nesse sentido, torna-se necessário levantar as necessidades de treinamento dos

colaboradores, procurando meios de manter um quadro funcional qualificado e adequado ao

bom funcionamento da empresa.

Além dos aspectos destacados acima, que podem ser considerados comuns em

qualquer atividade fabril, existem também outras questões importantes que merecem ser

lembradas:

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a) Nicho de mercado altamente exigente: a C-Pack tem atuação em uma seleta e

restrita fatia do mercado de embalagens. É o sub-grupo das embalagens tipo bisnagas

plásticas. Esse produto tem como principais clientes, empresas de cosméticos, alimentos e

medicamentos que, pela própria natureza de suas atividades, são muito exigentes quanto a

qualidade dos insumos que utiliza em seus processos de manufatura, e no nível de

profissionalização que requer na gestão dos relacionamentos pré e pós-comerciais.

b) Parque fabril com alto grau de automatização: pelo fato de atuar em um mercado

altamente competitivo, onde concorre com grandes multinacionais que tendem a tratar o

produto como comoditie, a C-Pack se destaca pelo valor agregado que transfere aos mesmos

produtos. Por isso, investe tanto em inovação tecnológica quanto em tecnologias avançadas de

produção, gestão e controle. Para fazer o bom uso desses recursos, é necessária a formação de

um corpo técnico de colaboradores capazes de absorver e produzir os conhecimentos

fundamentais para o harmônico funcionamento da estrutura instalada e, portanto, para o

alcance do sucesso do empreendimento.

c) Escassez de recursos humanos: apesar de ter a maior fatia de seu mercado

consumidor concentrado na grande São Paulo, a decisão da instalação da C-Pack na região

metropolitana de Florianópolis, em Santa Catarina, foi decorrente de um posicionamento

estratégico de seus investidores que, visando, sobretudo, aspectos relacionados à qualidade de

vida e integração ao meio ambiente, se dispuseram a enfrentar fraquezas da região tais como:

estrutura logística deficiente; falta de incentivos de ordem pública, quando comparados a

outros estados do Brasil; fraca vocação industrial e alta escassez de recursos humanos.

Quanto a essa última fraqueza, vale à pena destacar que se trata tanto de recursos

humanos com experiência no ramo de atuação da C-Pack, quanto da qualidade dos

profissionais encontrados. Nesse ponto, o despreparo pode ser observado dos mais diversos

ângulos, tais como, relacionados a aspectos comportamentais, motivacionais, técnicos, e,

principalmente os que dizem respeito ao comprometimento profissional com a qualidade e o

resultado do serviço prestado nos processos de manufatura, gestão e relacionamento com os

públicos-alvo preferenciais da empresa.

Nesse sentido, a C-Pack, reafirmando o seu compromisso de estabelecer uma relação

consistente, duradoura e socialmente responsável com seus colaboradores e com o meio social

no qual está inserida, carece de um apurado estudo que destaque as reais condições de seus

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recursos humanos e, como conseqüência, forneça condições necessárias para, dentro de um

plano sustentável de investimentos em treinamento e desenvolvimento, elevar o nível de seu

corpo técnico aos padrões exigidos pelo mercado.

Em razão de a autora da presente pesquisa trabalhar na empresa, e constatar, por meio

da observação e aplicação do estudo diagnóstico, a importância de uma análise mais

aprofundada em relação ao tema escolhido, poderá utilizar o conhecimento adquirido , com as

disciplinas de administração, aplicando esse aprendizado no treinamento da empresa.

Para a universidade este trabalho poderá ser fonte de pesquisa para outros alunos do

curso de administração ou direcionados à administração de recursos humanos. O tema

proposto pode ser tratado por outros enfoques, pois possui um referencial teórico que tornará

a pesquisa mais completa.

Com relação à importância do tema proposto, ele trará benefícios para a organização

no sentido do levantamento das necessidades de treinamento para resolver um problema

existente. O presente estudo foi considerado viável tanto pela empresa quanto pela

pesquisadora.

1.4 Apresentação geral do trabalho

Para proporcionar uma visão geral, este trabalho está dividido em cinco capítulos,

assim distribuídos:

a) No primeiro capítulo apresenta-se a introdução da pesquisa onde são enfatizados os

objetivos gerais e específicos, bem como a justificativa para o tema escolhido.

b) No segundo capítulo é apresentada a fundamentação teórica em que são discorridas

a história da administração de recursos humanos e a administração de recursos humanos no

Brasil. Posteriormente comenta-se os conceitos de administração de recursos humanos e seus

processos para, enfim, passar para o tema treinamento e desenvolvimento de recursos

humanos, abordando conceitos de treinamento e desenvolvimento, objetivos do treinamento,

levantamento das necessidades de treinamento, programas de treinamento e as técnicas de

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treinamento.

c) No terceiro capítulo é relatada a metodologia, as técnicas utilizadas para a pesquisa,

onde são definidos os procedimentos e técnicas de coleta de dados da empresa.

d) No quarto capítulo são apresentados os resultados do estudo com a caracterização

da empresa, o perfil dos entrevistados, e a análise e interpretação dos dados.

e) No quinto capítulo são apresentadas as considerações finais.

f) No apêndice estão os modelos de questionário e das entrevistas.

g) No anexo estão alguns cursos e treinamentos realizados pela empresa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Breve histórico da administração de recursos humanos

Apesar de não estar escrito com o nome de administração de recursos humanos ela

está presente em toda a história da Teoria Geral da Administração. Uma conseqüência do

surgimento da administração de recursos humanos é provocada pelo crescimento das

organizações e conseqüentemente pelo aumento de complexidade no gerenciamento das

atividades de gestão de pessoas (GIL, 1994).

Pode-se citar os estudos de Adam Smith, há mais de duzentos anos, quando observou

o trabalho de 10 operários, executando uma tarefa especializada, que poderiam produzir mais

em conjunto do que se estivessem trabalhando separadamente, tendo que realizar a tarefa

completa (ROBBINS, 2002).

Segundo Robbins (2002) estava criada a divisão do trabalho em que a produtividade

da empresa aumentava à medida em que o trabalhador possuía mais habilidade,

economizando tempo e criando novos equipamentos que poupavam mão-de-obra.

Um movimento importante, segundo Robbins (2002) foi a Revolução Industrial, que

nasceu na Inglaterra em meados do século XVIII, e provocou um corte com a implantação de

máquinas para substituir operários, produção em massa, divisão do trabalho e surgiu a

necessidade de que o dono da fábrica desenvolvesse habilidades gerenciais.

Para Chiavenato (2002), nesse período, a administração de recursos humanos tinha o

nome de relações industriais, possuía atividade mediadora entre organizações e pessoas, para

acalmar ou diminuir o conflito industrial entre as partes. Era como se pessoas e organizações

vivessem em fronteiras fechadas e precisassem de um mediador que não pertencesse a

nenhum lado para poderem se entender ou reduzir suas diferenças.

Segundo Maximiniano (2000, p. 55), a partir do século XX, a organização eficiente do

trabalho nas empresas tornou-se a base do desenvolvimento da teoria e da prática da

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administração, onde muitas pessoas e grupos participaram desse processo. “Eram

pesquisadores e estudiosos, como Frederick Taylor, industriais, como Henry Ford; executivos

como Henri Fayol; cientistas como Max Weber”. Estava formada a Escola Clássica da

Administração, como está na figura 01.

FREDERICK TAYLOR Administração científica

HENRY FORD Linha de

montagem

HENRI FAYOL Processo de administração

MAX WEBER Teoria da

burocracia a) Aplicação de métodos de pesquisa para identificar a melhor maneira de trabalhar. b) Seleção e treinamento científicos de trabalhadores.

a) Especialização do trabalhador. b) Fixação do trabalhador no posto de trabalho. c) Trabalho (produto em processo de montagem) passa pelo trabalhador.

a) Administração da empresa é distinta das operações de produção. b) Administração é o processo de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar.

a) Autoridade tem a contrapartida da obediência. b) Autoridade baseia-se nas tradições, no carisma e em normas racionais e impessoais. c) Autoridade burocrática é base da organização moderna.

Figura 01 – Principais personagens da Escola Clássica. Fonte: Maximiniano, 2000, p. 55.

No século XX nasce a moderna teoria da administração com a Administração

Científica de Frederick Winslow Taylor, nos Estados Unidos. Considerado o pai da

administração científica, Taylor procurou a melhor maneira de fazer cada trabalho por meio

da racionalização (GIL, 1994; ROBBINS, 2002).

Por outro lado, Henri Fayol, na França, formulou a doutrina que se exprime nos

seguintes princípios: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Tem-se ainda

Henry Ford, nos Estados Unidos, como um dos pioneiros da indústria automobilística,

afirmando que a melhor produção deveria ser em massa, por meio de um trabalho altamente

especializado (GIL, 1994; ROBBINS, 2002).

Como relata Gil (1994) foi com Elton Mayo, um psicólogo americano, o começo da

Escola das Relações Humanas. Mayo em 1927 iniciou uma experiência que veio demonstrar a

ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

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influência de fatores psicológicos e sociais na produção, fazendo com que houvesse o

refinamento da ideologia da harmonização entre capital e trabalho.

Nessa mesma época, o sociólogo alemão Max Weber descreveu um tipo ideal de

organização que chamou de burocracia. Era caracterizado pela divisão do trabalho, hierarquia

definida, regras e regulamentos detalhados e as relações entre organização e empregados eram

impessoais, pois reconhecia a separação entre donos e gerentes (ROBBINS, 2002).

Em 1943, um psicólogo humanista, Abraham Maslow, formulou uma teoria da

motivação com base no conceito de hierarquia das necessidades que influenciam o

comportamento humano. Ele imaginou essa hierarquia pelo fato de o homem ser uma criatura

que expande suas necessidades no decorrer de sua vida. As cinco categorias são: fisiológicas,

de segurança, sociais, de estima e de auto-realização, como está na figura 02. É considerada a

melhor teoria conhecida sobre motivação geral (CHIAVENATO, 1999; ROBBINS, 2002).

Figura 02 – A hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow. Fonte: Chianenato, 1999, p. 92.

Segundo Chiavenato (1999), enquanto Maslow tem o fundamento de sua teoria na

motivação das diferentes necessidades humanas, Frederick Herzberg alicerça sua teoria no

ambiente externo e no trabalho do indivíduo. Ele verifica a evidência de que dois fatores

distintos devem ser considerados na satisfação do cargo, que são os fatores higiênicos (causas

de insatisfação) que se referem às condições que rodeiam o empregado enquanto trabalha e os

fatores motivacionais (causas de satisfação) que se referem ao conteúdo do cargo, às tarefas e

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aos deveres relacionados com o cargo em si.

Como apresenta a figura 03, Herzberg chegou à conclusão de que os fatores

responsáveis pela satisfação profissional são totalmente desligados e distintos dos fatores

responsáveis pela insatisfação profissional. Por exemplo, os fatores de higiene poderão evitar

que o trabalhador se queixe, mas não farão com que ele queira trabalhar mais ou com maior

eficiência (CHIAVENATO, 1999).

Figura 03 – Teoria dos dois fatores: os motivacionais e os higiênicos como dois continuuns separados. Fonte: Chiavenato, 1999, p. 97.

Segundo Chiavenato (1999), as conclusões de Herzberg coincidem com a teoria de

Maslow no ponto de que os níveis mais baixos de necessidades humanas possuem

relativamente pequeno efeito motivacional quando o padrão de vida é elevado. Estas duas

abordagens apresentam alguns pontos de concordância a respeito da motivação do

comportamento humano e apresentam também importantes diferenças, como apresenta a

figura 04 comparando os dois modelos.

Figura 04 – Uma comparação dos modelos de motivação de Maslow e de Herzberg. Fonte: Chiavenato, 1999, p. 98.

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Outra teoria que surgiu para explicar o comportamento das pessoas dentro das

organizações, foi a de Douglas MCGregor, a Teoria X e a Teoria Y. São baseadas em certas

pressuposições acerca da natureza humana. A teoria X mostra a concepção tradicional da

administração que predominou durante décadas no passado e a teoria Y com uma concepção

moderna da administração, baseada na motivação. O quadro 01 estabelece algumas

comparações entre as duas teorias (CHIAVENATO, 2002; ROBBINS, 2002).

TEORIA X TEORIA Y a) Os seres humanos não gostam do trabalho e o evitarão, sempre que puderem. b) Toda organização tem objetivos e, para atingi-los, as pessoas que nela trabalham devem ser compelidas, controladas e mesmo ameaçadas com punições, para que seus esforços sejam orientados para aqueles objetivos. c) As pessoas, em geral, preferem ser dirigidas a dirigir. d) As pessoas, em geral, procuram evitar as responsabilidades. e) As pessoas médias têm pouca ambição. f) As pessoas preocupam-se, acima de tudo, com a própria segurança e bem-estar.

a) O trabalho pode ser uma fonte de satisfação ou de sofrimento, dependendo das condições. b) O controle externo e as ameaças de punição não são os únicos meios de estimular e dirigir esforços. As pessoas podem ter auto-controle e auto-dirigir-se, desde que convencidas e comprometidas. c) As recompensas no trabalho estão ligadas aos compromissos assumidos. d) As pessoas podem aprender a aceitar e assumir responsabilidades. e) A imaginação, a criatividade e a engenhosidade são largamente encontradas nas pessoas. f) O potencial intelectual do ser humano médio está longe de ser totalmente utilizado.

Quadro 01 – Teoria X e teoria Y: diferentes concepções da natureza humana. Fonte: Chiavenato, 2002, p. 137.

Após a segunda guerra mundial os sindicatos dos trabalhadores ficaram mais fortes e

as empresas passaram a se preocupar mais com as condições de trabalho, concessão de

benefícios aos empregados e até a negociar os aumentos de salário. Foi o movimento das

relações industriais que se expandiu depois da década de 50 (GIL, 1994).

O conceito de relações industriais, para Chiavenato (2002), com o passar do tempo,

mudou para administração de pessoal com o objetivo de administrar as pessoas de acordo com

a legislação trabalhista vigente e administração dos conflitos que surgissem.

Na década de 60 se começa a falar em administração de recursos humanos e esse

termo passou a substituir a expressão administração de pessoal e relações industriais. O termo

administração de recursos humanos se deve aos conceitos advindos da Teoria Geral dos

Sistemas à gestão de pessoal (GIL, 1994).

Por meio da aplicação das idéias, o biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy verificou

que certos princípios de algumas ciências poderiam ser aplicados a outras, desde que seus

objetos pudessem ser entendidos como sistemas. Definir uma empresa como um sistema é

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fácil, pois ela contém elementos que interagem entre si e funcionam como uma estrutura

organizada (GIL, 1994).

Para Robbins (2002, p.498), a abordagem sistêmica tornou-se popular em meados dos

anos 70, dizendo que “Sistema é um conjunto de partes inter-relacionadas e interdependentes

dispostas de uma maneira que produz um todo unificado”.

Há os sistemas fechados que não são influenciados pelo ambiente e não interagem

com ele, como a visão mecanicista que Taylor tinha sobre as pessoas e organizações, e os

sistemas abertos, como apresenta a figura 05, que reconhecem a interação constante do

sistema com o ambiente e que as organizações não são auto-suficientes, elas dependem de seu

ambiente para os insumos necessários à sua sobrevivência (ROBBINS, 2002).

Figura 05 – A empresa como um sistema aberto: o fluxo de recursos/informações/energia. Fonte: Chiavenato, 1999, p. 28.

As pessoas passaram a ser consideradas os recursos fundamentais para o sucesso da

organização, porém, sofrendo de certa miopia em visualizá-las como recursos produtivos em

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que suas atividades devem ser planejadas e controladas conforme as necessidades da

organização (CHIAVENATO, 2002).

Segundo Chiavenato (2002), quando a legislação trabalhista não teve alteração e os

desafios das organizações cresceram sem proporção, o conceito de administração de pessoal

foi alterado para administração de recursos humanos, como apresentam-se no quadro 02. Com

a globalização da economia e o mundo fortemente competitivo, a tendência nas organizações

bem-sucedidas é a de administrar com as pessoas e passa-se a utilizar a expressão

administração de pessoas.

Assim, com esse novo conceito, se ressaltam três aspectos fundamentais:

1. As pessoas como seres humanos;

2. As pessoas não como meros recursos (humanos) organizacionais;

3. As pessoas como parceiros da organização.

INDUSTRIALIZAÇÃO CLÁSSICA

INDUSTRIALIZAÇÃO NEOCLÁSSICA

ERA DA INFORMAÇÃO

PERÍODO 1900-1950 1950-1990 APÓS 1990 ESTRUTURA

ORGANIZACIONAL PREDOMINANTE

Funcional, burocrática, piramidal, centralizadora, rígida e inflexível. Ênfase

nos órgãos.

Matricial enfatizando departamentalização por

produtos/serviços ou unidades estratégicas.

Fluída e flexível, totalmente

descentralizada, redes de equipes multifuncionais.

CULTURA

ORGANIZACIONAL

Teoria X. Foco no passado, nas tradições e nos valores. Ênfase na

manutenção do statu quo. Valor à experiência

anterior.

Transição. Foco no presente e no atual. Ênfase na adaptação ao ambiente.

Teoria Y. Foco no futuro destino. Ênfase na

mudança e na inovação. Valor ao conhecimento e à

criatividade.

AMBIENTE ORGANIZACIONAL

Estático, previsível, poucas e gradativas mudanças. Poucos

desafios ambientais.

Intensificação das mudanças e com maior

velocidade.

Mutável, imprevisível, turbulento, com grandes e

intensas mudanças.

MODO DE LIDAR COM

AS PESSOAS

Pessoas como fatores de produção inertes e

estático, sujeitos a regras e a regulamentos rígidos para serem controlados.

Pessoas como recursos organizacionais que

precisam ser administrados.

Pessoas como seres humanos pro ativos,

dotados de inteligência e habilidades e que devem

ser impulsionados. DENOMINAÇÃO Relações Industriais. Administração de

Recursos Humanos. Administração de Pessoas.

Quadro 02 – As três etapas das organizações no decorrer do século XX. Fonte: Chiavenato, 1999, p. 23.

Seguindo essa linha de pensamento, Bohlander (2003, p. 2) enfatiza que “nunca as

pessoas foram tão importantes nas empresas quanto hoje.” Muitas expressões são utilizadas

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para descrever a importância das pessoas para as empresas, como: recursos humanos – para

dizer que as pessoas possuem capacidades que impulsionam o desempenho empresarial;

capital humano e ativo intelectual – para dizer que as pessoas fazem a diferença no

desempenho de uma empresa.

Para se trabalhar efetivamente com pessoas, é necessário entender o comportamento

humano, e se precisa conhecer os vários sistemas e práticas disponíveis para ajudar a construir

uma força de trabalho qualificada e motivada e ao mesmo tempo atingir as metas e objetivos

organizacionais (BOHLANDER, 2003).

2.2 A administração de recursos humanos no Brasil

Para uma melhor compreensão da evolução da administração de recursos humanos no

Brasil, torna-se necessário o conhecimento de algumas etapas históricas básicas de seu

desenvolvimento.

Como relata Gil (1994), o século XX se inicia com cerca de 80% da população

brasileira habitando o campo e esses números dão idéia do fraco poder de pressão do

proletariado, diz-se que esse período conheceu momentos de notável efervescência

trabalhista.

No pensamento de Aquino (1980), no início do século o movimento trabalhista era

mais intenso do que atualmente e pode ser explicado, em parte, pela influência da imigração

européia. Trabalhadores alemães, italianos e poloneses que se instalaram em São Paulo e em

outras cidades, possuíam um elevado grau de instrução, cultura e politização e sua experiência

no campo sindical foi incorporada ao ambiente de trabalho, indo refletir na mentalidade e

conduta do trabalhador brasileiro.

A partir de 1930, com o governo de Getúlio Vargas, começaram as alterações nas

relações de trabalho, pois ele promoveu extensas intervenções nas questões trabalhistas e

tornou-se impossível querer compreender o trabalhismo brasileiro sem o estudo do getulismo

(AQUINO, 1980; GIL, 1994).

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Segundo Aquino (1980) e Gil (1994), durante o primeiro ano de governo, Getúlio

criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, com o intuito de se ocupar dos

problemas trabalhistas e, ligado a este Ministério, nasceu o sindicalismo brasileiro, para ser

controlado pelo Estado. Durante o segundo ano criou o Departamento Nacional do Trabalho

que promoveria medidas de previdência social e melhoria nas condições de trabalho.

As empresas precisaram criar a Seção de Pessoal, para atender as exigências

trabalhistas. Surge, então, o chefe de pessoal, que cuidava das atividades burocráticas e

mantinha os registros em dia por meio de uma postura disciplinadora e paternalista. Enfim,

administrava papéis e não pessoas (AQUINO, 1980).

Segundo Fleury e Fischer (1992) entre 1937 e 1945 o movimento dos sindicatos

autônomos desaparecem na clandestinidade, aumentando o poder do Ministério do Trabalho

quanto ao reconhecimento e o funcionamento dos sindicatos.

Assim como o Estado Novo foi um período de concessão de benefícios para os

trabalhadores, não é menos verdade que serviu, também na prática, para acabar com o

sindicalismo e com o movimento operário. Além disso, as eleições sindicais se tornam uma

farsa, pois ao Ministério do Trabalho se reservou o direito de reconhecer as diretorias eleitas e

de intervir nos sindicatos (GIL, 1994).

Para Fleury e Fischer (1992) e Gil (1994), com o término da II Guerra e o fim do

Estado Novo deu-se o início da redemocratização do país. O movimento operário começou a

ressurgir, o direito de greve fica assegurado pela Constituição de 1946 e ocorrem mudanças

significativas no campo das relações de trabalho. Os investimentos diretos em setores

produtivos básicos dotaram o país com importantes complexos industriais como: mineração,

petróleo, geração e transmissão de energia elétrica, siderurgia e química básica.

Ainda na década de 40 são criadas a Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia

Siderúrgica Nacional e o Estado faz um convênio com a Federação Nacional das Indústrias e

passa a intervir na questão da formação profissional onde é criado o SENAI, para organizar e

administrar as escolas de aprendizagem industrial e fornecer programas de treinamento para a

indústria e construção civil (FLEURY e FISCHER, 1992).

Na década de 50 foi estabelecido o monopólio estatal de petróleo e criada a Petrobrás,

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começam também as grandes obras como estradas de rodagem e barragens para usinas

(FLEURY e FISCHER, 1992) e em 1956 quando começa o governo de Juscelino, o Brasil deu

um enorme salto desenvolvimentista e abriu as portas ao capital estrangeiro e aos grupos

internacionais, que se instalaram no país e trouxeram maior complexidade tecnológica e

organizacional (AQUINO, 1980).

Para Fleury e Fischer (1992) com a entrada das multinacionais ocorreu a implantação

de modelos de gerenciamento de recursos humanos mais organizados e formalizados do que

os existentes até então e, para Gil (1994), essas mudanças passaram a requerer a presença de

um novo profissional para gerenciar os problemas de pessoal.

Como relata Aquino (1980), o grau de aspiração do trabalhador e o nível de

escolaridade aumentaram consideravelmente, dadas as exigências da nova tecnologia. Os

problemas já não podiam ser resolvidos no âmbito das Seções de Pessoal, então, com base na

experiência americana, as grandes empresas começaram a criar departamentos de Relações

Industriais (GIL, 1994).

Foram os antigos chefes de pessoal que ocuparam os novos cargos, porém, houve

somente uma promoção e eles levaram para a nova função seus antigos hábitos de trabalho e

suas formas de pensamento. Ocupavam posição de destaque na empresa, mas, na prática,

continuavam a executar tarefas de rotinas de pessoal (AQUINO, 1980 e GIL, 1994).

Segundo Aquino (1980) e Gil (1994), o grau de insatisfação da classe trabalhadora

aumentava gradativamente e no início da década de 60 havia uma progressiva aceleração da

politização da classe operária. Os sindicatos agruparam-se em federações e, passando por

cima da legislação, constituem em 1962 uma central sindical: o Comando Geral dos

Trabalhadores (CGT).

Ao mesmo tempo em que a ação dos sindicatos se acentua, o crescimento econômico

do país começa a cair e a inflação a se elevar e acontece a Revolução, um movimento militar

que depôs o então presidente João Goulart, em março de 1964 (GIL, 1994).

Aquino (1980, p. 68) relata desta forma o que pensa do golpe de estado “[...] a

Revolução, planejada e deflagrada sob a doutrina da segurança e do desenvolvimento, que

sepultou as pseudolideranças sindicais e as pretensões da classe. Novamente, os problemas do

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trabalhador foram abafados e adiados.”

Em conseqüência desse ato, os mecanismos unificadores do movimento operário

foram dissolvidos e o governo possuía quase que totalmente o controle econômico e político

da classe trabalhadora, enquanto que os sindicatos passaram a ser tutelados pelo Ministério do

Trabalho e as empresas não tiveram maiores dificuldades para negociar aumentos de salário

com seus empregados (GIL, 1994).

Entre os anos de 1968 e 1973 o país passou por um grande crescimento econômico,

com o presidente Médici – o chamado milagre brasileiro – onde empresas cresceram e se

modernizaram. O administrador de empresas passou a ser valorizado como profissional de

Recursos Humanos (GIL, 1994).

Para Aquino (1980) foi a partir da crise do petróleo que as empresas perceberam que

não eram tão autônomas quanto pensavam e que dependiam dos recursos externos, então, pela

primeira vez, preocuparam-se em administrar melhor seus recursos, o que incluía os recursos

humanos. Como conseqüência, algumas empresas passaram a dar maior atenção à área de

treinamento e desenvolvimento de pessoas, cargos, salários e benefícios (GIL, 1994).

Em 1978, quando o presidente era o general Ernesto Geisel, as relações de trabalho

estavam tensas, as greves tomaram conta de muitos estados industrializados, o processo de

abertura política estimulou os trabalhadores a reivindicar maiores salários e melhores

condições de trabalho. Isso fez com que governo e empresários percebessem a necessidade de

que era preciso negociar com os trabalhadores (AQUINO, 1980; GIL, 1994).

Durante a década de 80 os trabalhadores estavam mais bem organizados e foram

criadas as centrais sindicais: Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983, e a

Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), em 1986. Com a criação desses dois órgãos os

trabalhadores sentiram que estavam sendo ouvidos pelo governo e pelos empresários (GIL,

1994).

Segundo Gil, (1994) a década de 80 foi marcada pela recessão, alto grau de

desemprego e os trabalhadores que mantinham seus empregos ganhavam proporcionalmente

menos. Essa recessão afetou também as atividades de recursos humanos das empresas, onde

em muitas delas foram desativados setores de recursos humanos, como treinamento e

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desenvolvimento.

Em 1990, quando o povo pode escolher seu presidente por meio das eleições diretas, o

escolhido foi Fernando Collor. Nesse momento, o país estava tomado por muito otimismo

pelas propostas de modernidade assumidas pelo presidente. Mas as medidas econômicas se

mostraram ineficazes e além de imporem sacrifícios à população, os níveis de salário e

emprego baixaram e muitas empresas fecharam (GIL, 1994). Junte-se a isso a grande

corrupção dentro do governo que provocou um processo de impeachment realizado pelo

Congresso Nacional em 1992 que afastou o presidente Fernando Collor e assumiu o vice

Itamar Franco.

Durante a segunda metade da década de 90 o Brasil conseguiu a estabilidade

monetária, graças ao Plano Real, com o presidente Fernando Henrique, mas esta não foi

acompanhada pelo crescimento da produção econômica, nem pelo nível de emprego. O

desemprego aumentou, mas em contrapartida houve o crescimento da economia informal, em

que o trabalhador não tinha garantias trabalhistas. O que os trabalhadores queriam era

defender seu emprego (GIL, 2001).

Governo e empresários começam a discutir sobre “pacto social” (grifos do autor) e os

trabalhadores começam a rever suas posições no sentido de não mais planejar greves dos

portões para fora, passaram a procurar entrar nas fábricas e negociar com os patrões. No final

da década de 90 há a surpreendente união entre a CUT e a Força Sindical para pedir reajustes

de salários acima da inflação (GIL, 2001).

Novamente a recessão econômica afeta a área de recursos humanos das empresas.

Segundo Gil (2001, p. 58), “Em virtude da dispensa e da diminuição do fluxo de contratação,

bem como da terceirização de muitas atividades, as empresas passaram a requerer

departamentos de pessoal – e não apenas de pessoal – mais enxutos.” E algumas atividades

desse setor, principalmente o recrutamento e seleção tornaram-se mais simplificadas com o

desenvolvimento da informática.

Durante a década de 90 muitas empresas enxugaram a área de recursos humanos junto

com outras áreas. Houve também mudanças significativas no setor de recursos humanos

decorrentes das mudanças no contexto global. O setor de recursos humanos assumiu

dimensões comparáveis ao setor de finanças ou marketing. Em algumas empresas passou-se a

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exigir dos administradores de recursos humanos atuação estratégica para agregar valor ao

negócio por meio de seus programas (GIL, 2001).

Ainda durante a década de 90, segundo Gil (2001), devem ser reconhecidas que as

lutas em prol da responsabilidade social têm surtido efeito, muito embora os trabalhadores

tenham que lamentar em relação às suas condições atuais, poderia estar pior se não tivessem

ocorrido as manifestações de sindicatos e outras entidades da sociedade civil. Em muitas

empresas observa-se o descompasso entre o discurso e a prática, onde a valorização do

colaborador está presente nos discursos dos profissionais de recursos humanos, mas não

ocorre na maioria das empresas brasileiras.

Segundo Fleury e Fischer (1992, p. 13), após a década de 90 é possível identificar e

avaliar uma fase de transição da administração de Recursos Humanos no Brasil, “na qual os

modelos utilizados até aqui se mostram obsoletos e os novos ainda não estão suficientemente

maduros.”

Esse ritmo lento, com relação às mudanças, provém de alguns fatores conhecidos

como as tendências conservadoras da maioria do empresariado, dos executivos dirigentes e

dos próprios profissionais de Recursos Humanos, e, para reforçá-las, a instabilidade das

condições econômicas do país multiplica as crises conjunturais, com doses de insegurança às

decisões de inovação que possam causar riscos às expectativas de produção e rentabilidade.

A Constituição de 1988 provocou muitos debates e mudanças nas relações entre

capital e trabalho, “nunca foi tão amplo o escopo das discussões sobre condições de trabalho,

organização sindical, direito de greve, participação do trabalhador, tanto nas sessões

parlamentares quanto em diversos fóruns estimulados por associações de classe e imprensa”

(FLEURY e FISCHER, 1992, p. 14). As questões relacionadas às condições de trabalho

referem-se às jornadas de trabalho, proteção da saúde e da segurança que deixaram de ser

encaradas como assunto secundário no relacionamento entre trabalhadores e empregados.

Para Fleury e Fischer (1992, p. 14) “[...] o fato de boa parte das mudanças não se

concretizar é indicativo de que as práticas de gestão continuam apresentando ritmo mais lento

com relação às transformações que agitam os ambientes social e organizacional.” Há a

necessidade de se desenvolver instrumental técnico e vontade política dos profissionais

especializados, para uma mudança de postura e de relações no contexto externo.

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Da mesma forma, os modelos de gestão de recursos humanos terão de redefinir suas

diretrizes e estratégias, incluindo seus instrumentos de implementação, para que o desafio

possa ser superado e aconteça o equilíbrio entre todos os procedimentos de formação,

qualificação e aperfeiçoamento dos profissionais de recursos humanos. Dessa forma esses

profissionais serão alavancadores das pessoas no processo organizacional (FLEURY e

FISCHER, 1992).

2.3 Conceituando a administração de recursos humanos e caracterizando seus processos

A administração de recursos humanos é um assunto fascinante e importante.

Fascinante porque envolve as pessoas no trabalho e importante porque os recursos humanos

são a própria organização. As pessoas tomam decisões, fixam objetivos e planejam, produzem

e vendem os produtos. A forma como as pessoas são administradas faz a diferença

(MILKOVICH, 2000).

Como relata Chiavenato (1999), a administração de recursos humanos está num

contexto de organizações e de pessoas, em que administrar pessoas significa lidar com

pessoas que participam de organizações, é o que o autor chama de administrar com as

pessoas.

Segundo Chiavenato (1999, p. 167), a administração de recursos humanos “é uma

responsabilidade de linha e uma função de staff” (grifos do autor). A administração do

pessoal é de cada gerente ou chefe dentro de sua área de atuação, é ele quem toma decisões a

respeito de seus subordinados (responsabilidade de linha). Para que o chefe atue de maneira

uniforme e padronizada, é necessário um órgão de assessoria e consultoria, para proporcionar

a devida orientação sobre como administrar seus subordinados (função de staff). A figura 06

apresenta a administração de recursos humanos como responsabilidade de linha e função de

staff.

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Figura 06 – A ARH como responsabilidade de linha e função de staff: o exemplo de uma Requisição de empregado (RE). Fonte: adaptado de Chiavenato, 1999, p. 168.

Vieira (2002) relata que um novo conceito de administração de recursos humanos

surgiu quando as pessoas passaram a ser consideradas os recursos fundamentais para o

sucesso da organização e não apenas os recursos produtivos. Atualmente, em organizações

bem-sucedidas, não se administra mais recursos humanos, nem pessoas, administram-se com

RESPONSABILIDADE DE LINHA Órgão requisitante

FUNÇÃO DE STAFF Órgão de Recursos Humanos

Preenche a RE, especificando as características do ocupante do cargo

Efetua aplicação das técnicas de seleção mais indicadas no caso

Efetua entrevistas de triagem dos candidatos que se apresentam

Efetua a aplicação das técnicas de recrutamento mais indicadas no caso

Encaminha os candidatos aprovados nas técnicas de seleção ao chefe requisitante e acompanha o assunto

Entrevista os candidatos encaminhados pelo órgão de staff, verifica seus conhecimentos e/ou capacidades e sua adequação ao cargo

Decide qual candidato a ser admitido, dentre os candidatos apresentados

Encaminha os candidatos aprovados ao setor médico e ao setor de documentação e admissão

Efetua o registro dos candidatos aprovados pelo chefe requisitante

Efetua o programa de integração dos empregados recém-admitidos

Acompanha os empregados recém-admitidos durante seu período experimental

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as pessoas, é a chamada administração participativa.

A administração de recursos humanos é representada pelas organizações e pelas

pessoas que delas participam, essas mesmas organizações são constituídas de pessoas e delas

dependem para atingir seus objetivos e para as pessoas, as organizações são o meio pelo qual

elas podem alcançar os objetivos pessoais (CHIAVENATO, 2002).

A Administração de Recursos Humanos é o ramo especializado da Ciência da Administração que envolve todas as ações que tem como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. É, pois, a área que trata de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle e avaliação de pessoal (GIL, 1994, p. 13).

Para Vieira (2002), a administração de recursos humanos é uma área extremamente

sensível à mentalidade que domina nas organizações, por isso ela é contingencial, estratégica

e situacional, depende muito da cultura da organização, do ambiente, do negócio, das políticas

internas e externas adotadas pela organização e de outras variáveis.

Segundo Chiavenato (2002, p.155),

A administração de recursos humanos produz profundos impactos nas pessoas e nas organizações. A maneira de lidar com as pessoas, de buscá-las no mercado, de integrá-las e orientá-las, de fazê-las trabalhar, de desenvolvê-las, de recompensá-las ou monitorá-las e controlá-las, ou seja, a qualidade da maneira como as pessoas são geridas na organização é um aspecto crucial na competitividade organizacional.

Para Chiavenato (2000), o que distingue a administração de recursos humanos de

outras áreas da empresa é o seu ambiente singular de operações. Administrar recursos

humanos é diferente de administrar qualquer outra área da empresa, como produção, estoque,

financeiro, porque envolve algumas dificuldades específicas que são os verdadeiros desafios,

sobretudo quando a administração de recursos humanos assume uma postura tradicional e

centralizadora.

Segundo Milkovich (2000), a administração de recursos humanos é percebida como

uma série de decisões integradas que compõem as relações de trabalho e a qualidade dessa

decisão influencia inteiramente a capacidade da organização e de seus empregados em atingir

seus objetivos.

Para Stoner e Freeman (1999, p. 276) “a administração de recursos humanos é a

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função da administração que auxilia administradores na seleção, treinamento e

desenvolvimento de membros da organização”. Passa a ser um processo permanente que tenta

manter a organização suprida das pessoas certas, nas posições certas, na hora certa.

Diante do exposto, torna-se necessário identificar os principais desafios da

administração de recursos humanos, que segundo Chiavenato (2000, p. 27), são os seguintes:

1. A administração de recursos humanos lida com meios, com recursos intermediários, e não com fins. 2. A administração de recursos humanos lida com recursos vivos, complexos, diversificados e variáveis:

as pessoas. 3. A administração de recursos humanos é uma responsabilidade de linha e uma função de staff: as

pessoas estão alocadas e espalhadas nos demais órgãos da empresa. 4. A administração de recursos humanos preocupa-se fundamentalmente com a eficiência e muito pouco

com a eficácia. Ela está geralmente voltada para os meios, e quase nunca para os fins. 5. Como as pessoas trabalham nas diversas áreas da empresa, sujeitas às decisões dos respectivos

dirigentes, a administração de recursos humanos trabalha em ambientes e em condições que não foram por ela definidos e sobre os quais possui um grau de poder e de controle muito pequeno.

6. Os padrões de desempenho e de qualidade dos recursos humanos são extremamente complexos e diferenciados, variando de acordo com o nível hierárquico, com a área de atividade, com a tecnologia aplicada e com o tipo de tarefa ou atribuição.

7. Como a administração de recursos humanos não lida diretamente com fontes de receita, ela não proporciona aportes de dinheiro para a organização.

8. Dificuldade de saber se a administração de recursos humanos está fazendo ou não um bom trabalho para a empresa. Quadro 03 – Os oito principais desafios da administração de recursos humanos. Fonte: CHIAVENATO, 2000, p. 27.

Ainda, segundo Chiavenato (2000), com todos esses desafios e dificuldades, a

administração de recursos humanos nem sempre recebe o apoio expressivo da alta direção,

essa atenção é em regra transferida a outras áreas que adquirem, por engano, maior prioridade

e importância para o negócio.

A administração de recursos humanos, segundo Gil (1994), é caracterizada pela

adoção do enfoque sistêmico, o que não significa que desenvolvam de fato a gestão sistêmica

de seu pessoal. Muitas vezes o departamento de recursos humanos pratica somente as rotinas

trabalhistas e disciplinares, mas quando a organização adota o enfoque sistêmico na gestão de

recursos humanos, apresenta algumas características, que para Gil (1994) são:

1. Interdependência das partes: ao conceber uma administração como um sistema,

torna-se possível identificar suas partes como subsistemas interdependentes.

2. Ênfase no processo: a administração sistêmica é dinâmica.

3. Probabilismo: o discurso de uma organização sistêmica não é caracterizado pela

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certeza absoluta, mas pela probabilidade.

4. Multidisciplinaridade: a organização sistêmica busca contribuições dos mais

diversos campos do conhecimento.

5. Concepção multicausal: ao adotar o enfoque sistêmico, os fenômenos observados

em relação aos indivíduos e aos grupos tendem a ser analisados com base na consideração dos

múltiplos fatores que podem determinar ou interferir em sua ocorrência.

6. Caráter descritivo: as organizações sistêmicas procuram compreender os fenômenos

e deixar a escolha dos objetivos e procedimentos aos indivíduos que as compõem.

7. Caráter multimotivacional: os atos humanos podem ser determinados por múltiplos

motivos.

8. Participação: o processo normal de tomada de decisão, requer a participação

daqueles que atuam nas unidades menores, nos subsistemas.

9. Abertura: o adequado funcionamento de uma organização sistêmica requer

permanente abertura em relação ao ambiente, bem como disposição para ajustar-se às

alterações que aí se processam.

10. Ênfase nos papéis: os membros das organizações sistêmicas precisam estar

permanentemente informados acerca do que deles se espera em relação à organização, a seus

colegas de trabalho e ao público externo.

Segundo Gil (2001, p. 121), “o treinamento, de acordo com a concepção tradicional, é

o meio para adequar cada pessoa a seu cargo” e a atual necessidade é de processos capazes de

desenvolver competências nas pessoas, para que se tornem produtivas e inovadoras. Então, ao

abordar o processo de capacitação, se está discorrendo sobre desenvolvimento de pessoas e

em educação no trabalho.

Ainda, segundo GIL (1994, p. 18), “uma das características mais importantes da

administração sistêmica reside no fato de serem as organizações vistas como sistemas dentro

de sistemas.”

Para isso, são apresentados os cinco processos básicos na gestão de pessoas, como

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mostram-se no quadro 04. Segundo Gil (1994) é importante estar atento ao inter-

relacionamento entre as diferentes atividades de recursos humanos:

SUBSISTEMAS ATIVIDADES

SUPRIMENTO a) Identificação das necessidades de pessoal b) Pesquisa de mercado de recursos humanos c) Recrutamento d) Seleção

APLICAÇÃO

a) Análise e descrição dos cargos b) Planejamento e alocação interna de pessoal c) Plano de carreiras

MANUTENÇÃO

a) Administração de salários b) Benefícios c) Higiene e segurança do trabalho

CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

a) Treinamento b) Desenvolvimento do pessoal c) Desenvolvimento organizacional

AVALIAÇÃO E

CONTROLE

a) Avaliação de desempenho b) Banco de dados c) Sistemas de informação d) Auditoria de recursos humanos

Quadro: 04 – Classificação das atividades de recursos humanos. Fonte: Gil 1994, p. 19.

Esses processos formam um conjunto global e dinâmico em que as pessoas são

captadas e atraídas, desenvolvidas e monitorizadas pela organização. São contingentes ou

situacionais e variam conforme a organização. São extremamente variáveis e se um deles

mudar de direção não significa que os outros mudem na mesma direção (CHIAVENATO,

2002).

Um dos processos da administração de recursos humanos é capacitação e não há como

deixar de considerar o capital humano como o mais evidente diferencial competitivo das

organizações e para que as empresas estejam preparadas para esta concorrência elas precisam

de pessoas ágeis, competentes, empreendedoras e dispostas a assumir riscos (GIL, 2001).

Para Malvezzi (1994) o desenvolvimento profissional, longe de ser um problema

administrativo, embute o principal desafio que a condição humana coloca ao administrador da

era industrial: a orientação da existência profissional do trabalhador para o desenvolvimento

da instrumentalidade requerida pela produção, respeitando o projeto de vida de cada sujeito.

Ele é um sujeito que tem como destino criar seu projeto de vida, o qual realiza por meio do

amor e do trabalho.

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2.3.1 Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos

Para Carvalho (1994, p. 67), “a idéia de ensinar pessoas a fazer algo novo existe desde

que o mundo é mundo”, é um mecanismo fundamental para a sobrevivência da espécie. Da

mãe que ensina seu bebê a andar ou a pronunciar o tão esperado primeiro “mãn-mãn”, ao

professor de Harvard que tenta fazer o executivo de uma multinacional aplicar o último

sistema de tomada de decisões estratégicas, todos estão treinando alguém.

O treinamento tornou-se fundamental para o desenvolvimento das civilizações, à

medida que o homem inventou ou criou a roupa, guarida, utensílio, armas, assim como

desenvolveu a linguagem, as comunicações e as atividades comerciais e de serviços. O

treinamento foi importante na medida em que tornou possível a transmissão dos

conhecimentos e das habilidades que tais invenções ou criações demandaram (PONTUAL,

1980).

O significado do termo treinamento tem sofrido consideráveis alterações ao longo do

tempo. Essas alterações podem estar associadas aos princípios gerenciais de maior aceitação

em cada momento, em virtude do interesse das organizações em relação às pessoas utilizadas

por elas (MÂSIH, 1999).

Para Pontual (1980), há uma relação entre treinamento e educação, porque a educação

está encarregada em desenvolver integralmente a personalidade, e o treinamento integrar o

indivíduo em seu trabalho, para atender as necessidades da produção.

Sendo uma forma de educação, o treinamento dela difere em grande parte. Para alguns autores a educação é geral e o treinamento é específico; para outros, a educação se dirige ao homem como um todo, ao passo que o treinamento visa particularmente ao trabalhador; para outros, ainda, a educação prepara para a vida, enquanto o treinamento prepara para o trabalho (PONTUAL, 1980, p. 1).

Segundo Gil (1994) o treinamento nas empresas foi desenvolvido sob enfoques

diferentes ao longo do tempo. Nas primeiras décadas do século, no período da Escola Clássica

de Administração, assumiu a forma de adestramento de recursos humanos, pois preparava o

indivíduo para atingir a maior produtividade possível, o homem era visto como um ser que

trabalhava pelo dinheiro e o treinamento visava o aspecto físico do trabalho.

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Dessa forma, em um primeiro instante, os treinamentos tinham o simples objetivo de

fazer com que o indivíduo estivesse apto para executar de forma mecânica e repetitiva sua

função específica. Nos trabalhos de Taylor o objetivo era o de tornar os trabalhadores mais

produtivos, para que estes recebessem melhores remunerações (MÂSIH, 1999).

Comenta Gil (1994) que, quando surgiu a Escola de Relações Humanas o treinamento

nas empresas passou a ver os aspectos psicossociais do indivíduo e os programas não visavam

somente capacitar os trabalhadores para o desempenho das tarefas, mas passaram a ter

objetivos voltados ao relacionamento interpessoal e sua integração na organização.

O trabalho humano está se tornando cada vez menos braçal e mais intelectual, de

forma que os programas de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos passam a

visar o desenvolvimento e o aperfeiçoamento contínuo das pessoas em função das

necessidades atuais e futuras do negócio, levando em conta, também, as expectativas e

aspirações pessoais (MÂSIH, 1999).

O que há de mais unânime nas organizações é que é preciso treinar as pessoas. Desde

o encarregado, o supervisor, os gerentes e até o presidente não precisam de muito estímulo

para relatar uma série de problemas que não aconteceriam se as pessoas sob sua

responsabilidade estivessem mais bem preparadas (BOOG, 2001). Ajudar as pessoas a

construir seu futuro profissional é ajudar a construir o futuro da própria empresa, pois os

programas de treinamento tendem a dar ênfase ao desenvolvimento da capacitação de parceria

como condição eficaz ao desenvolvimento dos colaboradores e da empresa.

Segundo Bohlander (2003), o treinamento tornou-se parte da coluna vertebral da

implementação de estratégias ao desempenhar papel fundamental no desenvolvimento e no

fortalecimento das competências que as empresas procuram obter – conjuntos básicos de

conhecimentos e experiências que dão a elas uma vantagem sobre os concorrentes.

De acordo com Boog (1980 apud PONTUAL; BOOG, 1973, p. 22), existem 12

princípios que devem guiar os programas de desenvolvimento gerencial, onde a eficácia dos

programas de treinamento e desenvolvimento deve ser avaliada pela extensão na qual as

necessidades da empresa são satisfeitas por meio do encontro com as necessidades dos

colaboradores, que são também aplicáveis ao treinamento em outras funções da empresa,

conforme apresentado no quadro 05:

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1. O DESENVOLVIMENTO É MATÉRIA ALTAMENTE INDIVIDUAL

a) Não há duas pessoas iguais, então, nem todos podem ser desenvolvidos pelo mesmo método. b) Desenvolvimento não pode ser processo do tipo linha de produção.

2. O DESENVOLVIMENTO DO HOMEM É AUTO-DESENVOLVIMENTO

a) Uma empresa não pode desenvolver ninguém. b) A empresa deve prover um clima apropriado ao desenvolvimento e as oportunidades para tal.

3. O DESENVOLVIMENTO NÃO PODE SER BASEADO APENAS EM TRAÇOS ESPECÍFICOS DE PERSONALIDADE

a) Os bons gerentes não tem necessariamente traços de personalidade comuns. b) O desenvolvimento deve basear-se na melhoria da habilidade de fazer as coisas.

4. É NA RELAÇÃO DO DIA-A DIA DO TRABALHO QUE PRINCIPALMENTE SE DÁ O DESENVOLVIMENTO

a) Gerentes que tiveram um bom chefe, em geral, tornam-se também bons gerentes. b) É fácil concluir a influência negativa que um homem desmotivado pode causar em seus subordinados.

5. A OPORTUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO DEVE SER UNIVERSAL

a) Deve estar disponível a todos e não apenas aqueles considerados como tendo potencial. b) O investimento, o voto de confiança, muitas vezes, trazem resultados surpreendentes.

6. A ÊNFASE PRIMÁRIA DEVE SER DADA AO DESENVOLVIMENTO NO TRABALHO ATUAL, MAIS DO QUE AQUELE PARA O QUAL UMA PESSOA POSSA SER PROMOVIDA

a) O inverso irá fazer com que o desenvolvimento se torne irreal, custoso, não produtivo. b) Causará ao participante o pensamento que o trabalho atual é apenas uma fase temporária.

7. GERENCIAR É UMA PROFISSÃO a) O melhor vendedor não será necessariamente um bom gerente de vendas. b) Um sistema adequado de recompensas, reduz as falsas aspirações e cargos por “status” ou prestígio.

8. A TOMADA DE DECISÕES DESCENTRALIZADAS É ESSENCIAL AO DESENVOLVIMENTO

a) A tomada de decisões é uma habilidade que é adquirida tomando-se decisões. b) Sem responsabilidade não há oportunidade de praticar e conseqüentemente não há desenvolvimento.

9. O DESENVOLVIMENTO É RESPONSABILIDADE NÃO DELEGÁVEL DA GERÊNCIA DE LINHA

a) Um gerente de linha é responsável por aqueles que trabalham sob sua direção. b) Quando um gerente de linha faz o desenvolvimento ser parte de seu trabalho, isto o ajuda a obter o trabalho feito, e dá a verdadeira motivação aos subordinados.

10. VALORES MORAIS E ESPIRITUAIS SÃO BÁSICOS NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

a) A qualidade das decisões que envolvem pessoas é vital, pois tem um grande impacto nos indivíduos e coletivamente na sociedade. b) As decisões não podem ser tomadas somente baseadas em fatores materiais. c) Os aspectos morais e espirituais também devem ser incluídos ao se tomar uma decisão.

11. O DESENVOLVIMENTO NÃO PODE SER DESLIGADO DO PROCESSO EMPRESARIAL

a) O desenvolvimento não se dá apenas pelo desenvolvimento. b) Deve ocorrer em função de necessidades atuais ou futuras da empresa. c) O excesso de desenvolvimento é tão perigoso quanto à falta dele.

12. O SUCESSO DO DESENVOLVIMENTO É MEDIDO EM TERMOS DE AUMENTO DA EFICÁCIA

a) Muitas vezes o sucesso é medido pelas atividades de desenvolvimento: número de cursos, número de homem/hora/treinamento, etc. b) Deveria ser medido pelos resultados do desenvolvimento: número de gerentes necessários que são fornecidos à organização e pelo aumento de eficácia gerencial, grupal e organizacional.

Quadro 05 – Os 12 princípios para programas de desenvolvimento. Fonte: Adaptado de Boog 1980, p. 22.

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O que predomina atualmente é o modelo sistêmico, onde o treinamento é visto como

um meio para suprir as carências dos indivíduos em termos de conhecimentos, habilidades e

atitudes, para que estes desempenhem as tarefas necessárias para alcançar os objetivos da

organização. Segundo Gil (2001, p. 21), “fica fácil, pois, definir uma empresa ou qualquer

outra organização como um sistema, pois ela é constituída por elementos que de alguma

forma interagem entre si e funcionam como uma estrutura organizada.”

Esse enfoque sistêmico tem uma vantagem que incorpora as mais diversas

contribuições científicas ao processo de treinamento, porque esses processos passaram a

considerar as necessidades e aspirações do indivíduo, suas motivações, dificuldades de

aprendizagem, etc. A tendência observada em muitas organizações é a de indicar a atividade

de capacitação de pessoal, sob a chancela de desenvolvimento de recursos humanos (GIL,

1994).

A distinção entre treinamento e desenvolvimento muitas vezes não é clara, o que

começa como treinamento freqüentemente desenvolve as pessoas em melhores trabalhadores,

como citam Werther e Davis (1983, p. 203), “Evidentemente, o treinamento pode ter

benefícios para a carreira toda, ajudando a desenvolver os empregados em treinamento para

responsabilidades futuras.” Esses benefícios serão melhores visualizados a seguir, onde o

treinamento auxilia a organização, o indivíduo e as relações humanas do grupo de trabalho:

1. O treinamento como benefícios para a organização, segundo Werther e Davis (1983):

a) Conduz à maior rentabilidade ou atitudes mais positivas para a orientação de lucro.

b) Melhora o conhecimento e as aptidões do cargo em todos os níveis da organização.

c) Ajuda as pessoas a se identificarem com as metas organizacionais.

d) Ajuda a criar uma melhor imagem da empresa.

e) Auxilia o desenvolvimento organizacional.

f) Auxilia a compreensão e execução das políticas organizacionais.

g) Ajuda no desenvolvimento para promoção do pessoal interno.

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h) Auxilia no aumento de produtividade ou qualidade de trabalho.

i) Cria um clima apropriado para crescimento, comunicação.

j) Ajuda os empregados a se ajustarem à mudança.

2. O treinamento como benefícios para o indivíduo, segundo Werther e Davis (1983):

a) Ajuda o indivíduo a tomar melhores decisões na solução efetiva de problemas.

b) Através de treinamento e desenvolvimento, as variáveis motivacionais de

realização, reconhecimento, crescimento, responsabilidade e progresso são aprendidas e

postas em prática.

c) Ajuda a encorajar e conseguir autodesenvolvimento e autoconfiança.

d) Ajuda uma pessoa a tratar de estresse, tensão, frustração e conflito.

e) Proporciona informação para melhorar conhecimento de liderança, aptidões de

comunicação e atitudes.

f) Aumenta a satisfação com o cargo e o reconhecimento.

g) Impele uma pessoa para metas pessoais ao mesmo tempo em que melhora as

aptidões de interação.

h) Satisfaz às necessidades pessoais do treinador (e do treinando!).

i) Proporciona ao treinando um caminho para crescimento e voz ativa a respeito de

seu próprio futuro.

j) Desenvolve um senso de progresso em aprendizagem.

3. O treinamento como benefícios nas relações de pessoal e humanas, segundo Werther e

Davis (1983):

a) Melhora a comunicação entre grupos e indivíduos.

b) Ajuda na orientação de novos empregados e os que estão tendo novos cargos

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através de transferência ou promoção.

c) Proporciona informação sobre igual oportunidade e ação afirmativa.

d) Proporciona informação sobre outras leis governamentais e políticas

administrativas.

e) Melhora as aptidões interpessoais.

f) Torna viáveis as políticas, regras e regulamentos da organização.

g) Melhora o moral.

h) Forma coesão em grupos.

i) Proporciona um bom clima para aprendizagem, crescimento e coordenação.

j) Torna a organização um lugar melhor para se trabalhar e viver.

A melhor maneira de resumir os benefícios de treinamento seria considerá-lo como um

investimento que a organização faz nos empregados, e, este investimento, paga dividendos

para o empregado, para a organização e para os outros trabalhadores (WERTHER e DAVIS

1983).

Segundo Chiavenato (2000, p. 160), “Cada vez mais, a atividade humana dentro das

empresas está se transformando em trabalho intelectual ou voltado para o processamento

simbólico da informação, criando um valor agregado.” Cada atividade envolve um nível

diferente de abstração, o trabalho está se tornando cada vez mais mental e intelectual.

O processamento e geração de informação estão compondo o centro do trabalho das

pessoas. Para que as pessoas estejam preparadas, os processos de desenvolvimento de

recursos humanos envolvem quatro tipos principais de mudanças comportamentais, que

segundo Chiavenato (2000), são:

1. Transmissão de informações: para aumentar o conhecimento e a habilidade das

pessoas.

2. Desenvolvimento de habilidades: treinamento direcionado às tarefas e operações a

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serem executadas.

3. Desenvolvimento ou modificação de atitudes: conscientização para determinados

aspectos do comportamento pessoal, aquisição de novos hábitos ou atitudes.

4. Desenvolvimento de conceitos: treinamento para elevar o nível de abstração e

conceituação de idéias e de filosofias, desenvolvendo pessoas que possam pensar em termos

globais e amplos.

Esses conceitos podem ser utilizados isolados ou em conjunto. Na realidade os

processos de desenvolvimento de recursos humanos estão orientados para a redução da

desarmonia e para a construção da harmonia, por meio da veiculação e distribuição da

informação. Muitas empresas consideram a informação a base fundamental de seus negócios,

além de possuir um forte efeito motivacional (CHIAVENATO, 2000).

Para Carvalho (1994), o que se pretende num processo de desenvolvimento é a

preparação da pessoa para posições mais complexas em termos de abrangência ou para

carreiras diversas da que ela está engajada ou desempenhando. Entretanto, se o processo

parece-se bastante com o conceito de treinamento, o desenvolvimento pressupõe uma visão

mais determinada de futuro (da organização e do indivíduo).

A base de trabalho do processo de desenvolvimento ultrapassa o posto atual para se

fixar numa seqüência histórica de postos ou experiências profissionais, pressupõe uma

percepção acurada do potencial do indivíduo para progredir numa direção ou noutra, segundo

distintos processos de aprendizagem (CARVALHO, 1994).

Para Bastos (1994) é muito clara a importância da compreensão da natureza dos

processos de aprendizagem de treinamento e desenvolvimento, pois torna-se essencial que

conceitos como aprender, ensinar, aprender a aprender e outros, estejam na base da formação

da empresa, quando o tema for treinamento e desenvolvimento.

Segundo Chiavenato (2000), os processos de desenvolvimento de recursos humanos

estão passando por grandes transformações e são determinadas pelas tendências. O quadro 06,

apresenta o quanto o treinamento e desenvolvimento estão se integrando aos negócios da

empresa, ao planejamento estratégico, à contínua busca de qualidade e produtividade e acima

de tudo à competitividade em um ambiente marcado por rápidas mudanças e transformações.

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1. Forte ênfase em agregar valor às pessoas e à organização. 2. Participação ativa dos gerentes e suas equipes. 3. Intensa ligação com o negócio da empresa. 4. Aprimoramento pessoal como aspecto da melhoria da qualidade de vida das pessoas. 5. Contínua preparação da empresa e das pessoas para o futuro e para o destino. 6. Novas abordagens decorrentes da profunda influência da tecnologia da informação. 7. Adequação das práticas às diferenças individuais das pessoas. 8. Ênfase em técnicas grupais e solidárias. 9. Utilização de mecanismos de motivação e de realização pessoal. 10. Busca incessante da excelência. 11. Compartilhamento da informação em substituição aos controles externos. 12. Permanente fonte de retroação e retroinformação. 13. Adoção de técnicas de ensino a distância e educação corporativa aliadas ao autogerenciamento da carreira. 14. As empresas estão se tornando educadoras. 15. Ênfase no aumento do capital intelectual da empresa e das pessoas. Quadro 06 – As principais tendências nos processos de desenvolvimento de recursos humanos. Fonte: Chiavenato 2000, p. 180.

Uma nova realidade nos processos de desenvolvimento de recursos humanos é que as

equipes estão mais envolvidas nos programas de recursos humanos, os gerentes estão

assumindo maior responsabilidade pelo acréscimo de valor de seus subordinados, as pessoas

estão tomando iniciativas pessoais em busca de melhor capacitação profissional. Tudo isso

porque as tendências estão mostrando a inversão das pessoas de meros agentes passivos para

novos empreendedores do conhecimento (CHIAVENATO, 2000).

2.3.2 Conceitos de treinamento e desenvolvimento

Na busca por estabelecer um consenso a respeito do termo treinamento e

desenvolvimento, procurou-se investigar as definições costumeiramente aceitas e os termos

que freqüentemente são utilizados nas discussões sobre o tema. Para Carvalho (1994), tanto

um processo como outro se propõem a suprir a empresa com as competências de que ela

necessita para seu funcionamento (atual num caso, futuro no outro), portanto, ele nomeia os

dois indistintamente sob a sigla de T&D.

De acordo com Boog (1980, p. 15) “é bastante comum encontrarmos quem utilize a

expressão “treinamento” como sinônimo de “desenvolvimento” e vice-versa, quando não é

também usada a palavra “educação”.” (grifos do autor). Para conceituar esses termos, o autor

utiliza referências de Burr, Flippo, Laird, Pontual e Boog, onde apresenta, na forma de um

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quadro: a definição, o objetivo, o enfoque, a responsabilidade, o resultado esperado e o tempo

para se obter tais resultados de cada um desses termos.

EDUCAÇÃO DESENVOLVIMENTO TREINAMENTO DEFINIÇÃO

Processo através do qual a série total de potencial de capacidade do homem é estimulada e aumentada.

Processo de crescimento integral do homem, a expansão de sua habilidade de utilizar totalmente as suas capacidades e aplicar seu conhecimento e experiência para a solução ou resolução de novas e diferentes situações.

Processo de efetuar mudanças no comportamento do homem, aplicado na aquisição de habilidades relacionadas à sua tarefa.

OBJETIVO

Fornecer conhecimentos, habilidades e valores necessários para viver com sucesso, mais a habilidade de manejar com eficácia novos dados e situações mutáveis.

Suprir habilidades, conhecimentos e atitudes específicas para o desempenho de tarefas futuras, num processo de crescimento contínuo.

Suprir habilidades, conhecimentos e atitudes específicas necessárias para desempenhar tarefas específicas, dentro de padrões de produtividade estabelecidos.

ENFOQUE

Homem – prevê a aplicação futura da aprendizagem atual.

Necessidade e potencial do indivíduo + tarefa e cargo fututo – Preventivo-. É um meio de se evitar que apareça um problema de produção.

Necessidade da tarefa/cargo atual – Corretivo-. É um meio de se resolver um problema de produção.

RESPONSABILI – DADES

Sistema escolar – público e privado.

Empresa – através de todos os níveis de chefia, assessorados pelo órgão de treinamento.

Empresa – através de todos os níveis de chefia, assessorados pelo órgão de treinamento.

RESULTADO ESPERADO

Homens que continuamente adquirem e eficazmente processem novas informações.

Homens preparados para ocupar os cargos-chave dentro da organização, na qualidade, quantidade e época necessária.

Homens que desempenham tarefas específicas, atendendo aos padrões de produtividade, de maneira a realizar metas pré-estabelecidas.

TEMPO Longo prazo. Médio/longo prazo. Curto prazo. Quadro: 07 – Caracterização dos termos educação, desenvolvimento e treinamento. Fonte: Boog 1980, p. 16.

Ainda, segundo Boog (1980), a necessidade de diferenciar os termos treinamento e

desenvolvimento deu-se principalmente quando essas atividades começaram a ingressar na

área da gerência. A preferência pelo termo desenvolvimento surgiu no meio profissional de

recursos humanos por ser considerado de mais status, mas os dois termos são atividades

necessárias dentro das empresas. O termo educação, entretanto, pela sua própria natureza, é de

responsabilidade do sistema escolar público e privado, mas quando é necessário atender

objetivos de caráter social, a empresa oferece estudos a seus colaboradores que não deverá ser

confundido com as atividades de treinamento e desenvolvimento.

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Para Chiavenato (2002), o treinamento é o processo educacional de curto prazo

aplicado de maneira sistemática e organizado, por meio do qual as pessoas aprendem e

transmitem conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente aos aspectos da

organização, da tarefa e do ambiente, e desenvolvimento de habilidades em função de

objetivos definidos.

Tachizawa (2001, p. 220) tem a seguinte definição para treinamento e

desenvolvimento:

O desenvolvimento de pessoal representa um conjunto de atividades e processos cujo objetivo é explorar o potencial de aprendizagem e a capacidade produtiva do ser humano nas organizações.

Já o treinamento, um dos muitos recursos utilizados no processo de desenvolvimento, visa ao aperfeiçoamento do desempenho funcional, ao aumento da produtividade e ao aprimoramento das relações interpessoais.

Segundo Boog (2001), se combinar estes três termos: avaliar, validar e treinar, então

pode-se definir que uma das etapas do processo de treinamento é a busca de informações que

levem a uma conclusão sobre o alcance dos objetivos propostos para o evento em si, em que

medida, com que intensidade, e em que circunstâncias, sob a forma de conclusões expressas

em indicadores.

O conceito de treinamento, ainda que simples, possui elementos essenciais que ao

longo da história vem adotando diferentes formas e sendo executados por vários atores: “é

preciso saber o que queremos que alguém aprenda, diagnosticar que alguém precisa aprendê-

lo, preparar situações que possibilitem o aprendizado, verificar os resultados.” (CARVALHO,

1994, p. 67). A palavra treinar vem do latim trahëre, que significa trazer, levar a fazer algo.

O conceito de desenvolvimento sempre existiu na humanidade, segundo Carvalho

(1994), e torna-se impossível separar do conceito de treinamento. Vem também do latim (des

– para ênfase + en – para dentro, interno + volvere – mudar de posição, lugar), que para nós

tomou o significado de fazer crescer, fazer progredir alguém em diferentes direções das que

está acostumado. É a preparação da pessoa para ocupar posições mais complexas em termos

de alcance ou para carreiras diversas da que ela está engajada ou desempenhando.

Para Leocádio (1980), treinamento é uma parte da educação, é uma forma prática da

educação, pois prepara as pessoas para melhor desempenharem suas atribuições em diferentes

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áreas de conhecimentos, habilidades e atitudes.

Segundo Chiavenato (1992, p. 135), o treinamento é um processo cíclico composto de

quatro etapas, são elas:

1. Levantamento das necessidades de treinamento. 2. Programação do treinamento para atender às necessidades. 3. Implementação e execução dos programas de treinamento. 4. Avaliação dos resultados do treinamento. Quadro: 08 – Etapas do processo de treinamento. Fonte: Adaptado de Chiavenato, 1992, p. 135.

Para uma melhor compreensão das etapas do processo de treinamento, o quadro 09

mostrará cada uma delas de forma resumida, porém, dentre essas, interessa, para fins do

presente trabalho, a etapa de levantamento das necessidades de treinamento. Note-se que

todas as etapas são importantes, mas se as necessidades forem identificadas de forma errada

ou distorcida, os esforços e as outras etapas serão direcionadas a um objetivo que não reflete

as reais necessidades da organização, causando desperdício de recursos.

DIAGNÓSTICO DA

SITUAÇÃO

DECISÃO QUANTO À

ESTRATÉGIA

IMPLEMENTAÇÃO OU

AÇÃO

AVALIAÇÃO E

CONTROLE LEVANTAMENTO

DAS NECESSIDADES

PROGRAMAÇÃO DO

TREINAMENTO

EXECUÇÃO DO

TREINAMENTO

AVALIAÇÃO DOS

RESULTADOS a) Objetivos da organização b) Competências necessárias c) Resultados da avaliação do desempenho d) Problemas de pessoal e) Problemas de produção

a) Quem treinar b) Como treinar c) Em que treinar d) Onde treinar e) Quando treinar

a) Aplicação do programa de treinamento pelo gerente, pela RH, pela assessoria, ou ambos

a) Monitoração do processo b) Avaliação e medição c) Comparação da situação atual com a situação anterior

Quadro: 09 – O processo de treinamento. Fonte: Chiavenato, 1992, p. 136.

Oposição entre conhecimentos, habilidades e atitudes do ocupante do cargo e os

requisitos descritos e especificados para o cargo fornecem pistas para o levantamento das

necessidades de treinamento, da mesma maneira que o desenvolvimento de carreira deve

preparar colaboradores para progredir, assumindo cargos em que suas capacidades tenham a

máxima utilização possível (BOHLANDER, 2003).

Para Milkovich (2000, p. 338) a definição de treinamento e desenvolvimento é:

Treinamento é um processo sistemático para promover a aquisição de

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habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais.

Desenvolvimento é o processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira ou outras experiências.

Segundo Stoner e Freeman (1999), treinamento é um processo destinado a manter ou

melhorar o desempenho no trabalho atual ao passo que o desenvolvimento está destinado a

desenvolver as habilidades necessárias para futuras atividades de trabalho.

O treinamento pode ser considerado o processo educacional aplicado de maneira

geralmente sistemática e organizada, por meio do qual as pessoas: adquirem conhecimentos

específicos; adquirem habilidades em função dos objetivos definidos e modificam as atitudes

diante das relações entre pessoas, organização ou ambiente (BASTOS, 1994).

2.3.2.1. Objetivos do treinamento

Segundo Bohlander (2003), a razão das empresas treinarem novos colaboradores é

levar seus conhecimentos, habilidades e atitudes ao nível exigido para um desenvolvimento

satisfatório. Como esses colaboradores continuam no emprego, um treinamento adicional lhes

oferece oportunidades de adquirir conhecimentos e habilidades e, como resultado desse

treinamento, os colaboradores podem ser mais eficientes e capazes de desempenhar cargos em

outros níveis ou áreas superiores.

Leocádio (1980, p. 325) relata que o objetivo do treinamento é o “de aumentar a

produtividade do trabalho humano e proporcionar ao trabalhador maior satisfação e bem-

estar”, conseqüentemente, tornará o trabalho mais produtivo e o trabalhador realizado.

Na visão de Affonso (1980), os objetivos de treinamento possuem três formas:

1. Objetivos da empresa – visando o aumento da eficiência e da produtividade; a

satisfação pelo trabalho realizado; maior respeito mútuo e melhor relacionamento entre os

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níveis administrativos;

2. Desenvolvimento tecnológico – para que mudanças se façam de forma harmônica,

tanto o ambiente em que o homem atua, quanto o próprio homem tenham, a todo instante,

preparação adequada, para que o desenvolvimento tecnológico não ocorra isolado, tendo o

homem como espectador;

3. Objetivos das pessoas – a empresa deve treinar e motivar os colaboradores para que

eles alcancem, por meio do trabalho, suas metas de realização pessoal e profissional.

Quando mais próximos os objetivos da empresa e os objetivos das pessoas estiverem,

melhores serão os resultados tanto para a empresa quanto para as pessoas.

Para Chiavenato (2002, p. 498), os principais objetivos do treinamento são:

1. Preparar o pessoal para execução imediata das diversas tarefas do cargo; 2. Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas em seus cargos atuais, mas também para outras funções para as quais a pessoa pode ser considerada; 3. Mudar a atitude das pessoas, seja para criar um clima mais satisfatório entre empregados, aumenta-lhes a motivação e torna-las mais receptivas às técnicas de supervisão e gerência.

Por ser o treinamento uma responsabilidade de linha e função de staff, do ponto de

vista da administração, ele constitui uma responsabilidade administrativa, está implícito na

tarefa gerencial em todos os níveis (CHIAVENATO, 2002).

Segundo Bastos (1994), para que os objetivos sejam bem definidos, devem ser

consideradas as características dos treinandos e as necessidades da organização. Definir os

objetivos gerais, planejar o que fazer, definir os objetivos intermediários de cada etapa do

processo e como serão medidos e ou avaliados. Esses objetivos devem ter as seguintes

características básicas:

1. Relevância – a importância da necessidade a ser atendida;

2. Coerência – deve estar sintonizada com a missão e os objetivos da organização;

3. Realismo – deve ser viável e pragmático;

4. Ética – o respeito às pessoas envolvidas no seu processo e ao seu ambiente.

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Ainda na visão de Bastos (1994), o treinamento é a educação que visa adequar o

homem à determinada atuação sistemática, e o desenvolvimento seria a educação que visa

ampliar e aperfeiçoar o homem para seu crescimento.

Para fins deste trabalho, será utilizado o termo treinamento para designar o conjunto

de atividades que englobem os processos de educação, desenvolvimento e treinamento, como

descritos anteriormente no quadro 07. O processo denominado treinamento deve ser capaz de

tornar uma pessoa apta a entender e colaborar na busca de se atingir os objetivos gerais da

organização, levando ainda em conta seus interesses particulares e da sociedade onde está

inserida, não se achando necessário tratar dos três processos em separado.

O centro do processo é o homem e dentro desse processo está o treinamento e

desenvolvimento como modo de formação e crescimento das pessoas para que atinjam seus

objetivos pessoais e profissionais, conseqüentemente, deve-se ajustar as ações de treinamento

e desenvolvimento às necessidades da organização por meio do levantamento das

necessidades de treinamento.

2.3.3 Levantamento das necessidades de treinamento

É fundamental ajustar as ações de treinamento e desenvolvimento às necessidades da

organização. A tarefa de identificação de necessidades de treinamento pode não parecer muito

gratificante, mas é preciso escapar da ansiedade de querer ver os resultados em curto prazo e

elaborar um diagnóstico considerando os aspectos individuais, organizacionais e das tarefas

da organização (BASTOS, 1994).

Alguns profissionais pensam que o treinamento é a solução para todos os males

empresariais, quando não é. Baixa produtividade pode ser ferramenta mal preparada ou

material fora da especificação, distorção salarial, chefia e subordinados com problemas de

relacionamento, colaborador com problemas particulares, então, após passar por essas

variáveis, chegar na falta de treinamento (BOOG, 1980).

Para Werther e Davis os levantamentos das necessidades apresentam problemas e

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desafios ambientais que podem ser atendidos por meio de treinamento ou os desafios futuros

podem ser enfrentados por desenvolvimento em longo prazo. Mudanças no ambiente externo

podem oferecer novos desafios a uma organização e, para responderem bem, os empregados

necessitem treinar para enfrentar a mudança.

Empresas prósperas se preocupam mais com a manutenção preventiva se antecipando

em descobrir as carências e promovendo treinamento antes, e não depois, que novos

conhecimentos, habilidades e informações se tornem necessários e indispensáveis, como

apresenta a figura 08. Segundo Chiavenato (1992, p. 137), o levantamento das necessidades

de treinamento, “na realidade, significa um esforço de manutenção corretiva das carências de

conhecimentos, habilidades, destrezas, informações e coisas assim.”

Figura: 07 – O levantamento prévio das necessidades de treinamento. Fonte: Chiavenato, 1992, p. 137.

Uma definição para levantamento das necessidades de treinamento vem de Gil (2001,

p. 124) “como o processo que tem como objetivo identificar as carências de indivíduos e

grupos para a execução das tarefas necessárias para o alcance dos objetivos da organização.”

Como apresenta a figura 07. Após serem identificadas essas carências, será possível

identificar que tipo de treinamento, pois desempenhos deficientes têm origem em várias

causas e uma delas é a falta de treinamento.

Quais as deficiências em capacidades, habilidades ou conhecimentos requeridos para ostentar aqueles

comportamentos?

Quais são os objetivos organizacionais

afetados?

Quais as tarefas que devem ser realizadas

para alcançar os objetivos

organizacionais?

Quais os comportamentos

necessários para cada pessoa poder realizar

as suas tarefas?

Existe alguma necessidade de treinamento?

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Figura 08 – Conceito de necessidade de treinamento ao nível da análise das tarefas e operações. Fonte: Chiavenato, 1992, p. 137.

Para Tachizawa (2001) o primeiro passo para implementação de um programa de

treinamento é o levantamento das necessidades de capacitação e desenvolvimento de recursos

humanos da organização. Um correto trabalho nesse sentido poderá evitar a promoção de

cursos desvinculados dos interesses da organização, os quais representarão um ônus sem o

benefício correspondente. Para o autor o diagnóstico de necessidade de treinamento deve

englobar três níveis de análise complementares: análise organizacional, análise das operações

e tarefas e análise individual e por equipes.

O levantamento das necessidades envolve o exame das metas nos níveis da

organização, do ambiente e do indivíduo. Esse processo serve para identificar as lacunas que

se tornam objetivos instrucionais. Cada estágio é importante para que o treinamento tenha

impulso sobre as metas organizacionais e empregados (MILKOVICH, 2000).

Segundo Gil (2001), essa abordagem é reforçada pela própria natureza do

levantamento das necessidades de treinamento, que deve ser concebido como uma pesquisa

que se desenvolve em três níveis:

1. Análise organizacional: consiste na identificação dos níveis de eficiência e eficácia

da organização, a fim de determinar as formas de treinamento que poderão contribuir para sua

elevação;

2. Análise das tarefas: consiste na identificação das atividades que compõem as

tarefas, bem como dos requisitos pessoais necessários para seu desempenho eficaz;

3. Análise dos recursos humanos: consiste na identificação, junto aos empregados, dos

níveis de conhecimento, habilidades e atitudes requeridas para a execução das tarefas que

executam.

Para um melhor entendimento no quadro 10 mostram-se as categorias e os indicadores

para o levantamento das necessidades de treinamento. Segundo Gil (2001), são elas:

Requisitos exigidos pelo cargo

Habilidades atuais do ocupante

Necessidade de treinamento

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CATEGORIAS INDICADORES

ANÁLISE ORGANIZACIONAL

a) Identificação da organização b) Estrutura organizacional c) Planejamento d) Produção e) Vendas f) Potencial econômico-financeiro g) Recursos humanos h) Imagem da empresa i) Clima organizacional

ANÁLISE DAS TAREFAS

a) Necessidade de capacitação b) Procedimentos técnicos e organizacionais c) Conhecimento do processo produtivo d) Responsabilidade de trabalho

ANÁLISE DOS RECURSOS HUMANOS

a) Conhecimentos b) Habilidades c) Atitudes d) Carências

Quadro: 10 – Categorias para levantamento das necessidades de treinamento. Fonte: Adaptado de Gil, 2001.

Para Gil (2001,) a análise organizacional envolve toda a empresa e identifica as áreas

em que o treinamento torna-se necessário e, como exige uma grande quantidade de

informações, é feita de acordo com as possibilidades e conveniências dos profissionais que a

desenvolvem. Será mostrado a seguir um roteiro para análise organizacional:

a) Identificação da organização: nome, data de fundação, localidade, natureza jurídica,

ramo de atividade, produtos ou serviços, capital social;

b) Estrutura organizacional: organograma, atribuições das unidades, processo de

delegação da autoridade, manuais administrativos;

c) Planejamento: sistema de planejamento, forma de participação, divulgação de

planos, avaliação;

d) Produção: volume de produção, produtos mais importantes, tecnologia de produção;

e) Vendas: faturamento, público consumidor, despesas com propaganda;

f) Potencial econômico-financeiro: previsão de investimentos, índices econômicos;

g) Recursos humanos: número de empregados, sexo, idade, escolaridade, distribuição

por setor e por nível, rotatividade, absenteísmo, acidentes de trabalho, horas extras,

demissões, recrutamento e seleção, descrição de cargos, remuneração, treinamento, avaliação

de desempenho, benefícios, dissídios, sindicalização, conflitos trabalhistas;

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h) Imagem da empresa: perante os empregados, os consumidores, o fisco, os

acionistas, os bancos, os fornecedores e o público em geral;

i) Clima organizacional: motivação, colaboração, calor humano, liderança.

Assim como a análise organizacional esclarece seus objetivos, a análise das tarefas

mostrará o que é necessário para alcançá-los, por meio de estudos que determinam o tipo de

comportamento que os empregados devem apresentar para o desempenho adequado das

respectivas tarefas, por meio dos seguintes dados, Gil (2001, p. 126):

1. Identificação das atividades que compõem a tarefa;

2. Identificação das responsabilidades do executante da tarefa;

3. Identificação das condições de trabalho e riscos;

4. Conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas.

Para obter esses dados são utilizados diversos procedimentos. Os mais comuns são:

a) Questionário: pode ser respondido pelo ocupante do cargo, ou seu superior direto. É

rápido, econômico, de fácil tabulação e aplicável a um grande número de pessoas;

b) Entrevista: possibilita a obtenção de informações mais complexas e acuradas, sem

exigir que o respondente tenha que escrever;

c) Observação: é o procedimento que garante maior confiabilidade às informações

obtidas;

d) Discussão em grupo: é um procedimento que vem sendo cada vez mais utilizado.

Permite a obtenção de dados em profundidade, num curto espaço de tempo.

Na análise dos recursos humanos são verificadas as carências das pessoas quanto ao

desempenho de suas tarefas. Além disso, busca-se levantar quanto os empregados possuem de

conhecimentos, habilidades e atitudes e comportamentos essenciais para realizar as tarefas

necessárias para o alcance dos objetivos da organização (BASTOS, 1994).

Segundo Gil (2001, p. 128) “a análise das pessoas pode ser feita por meios diversos,

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tais como: entrevistas, questionários, testes e simulações. Entretanto, o mais efetivo consiste

na observação direta ou indireta na execução da tarefa.” É essa observação da execução da

tarefa que possibilita identificar a lacuna entre o desempenho desejado e o desempenho real

dos empregados.

Na figura 09 há a comparação entre a análise de recursos humanos com a análise das

tarefas, onde fica evidenciada a necessidade de treinamento.

Figura: 09 – Diagnóstico das necessidades de treinamento. Fonte: Gil, 2001, p. 128.

Depois de efetuado o levantamento das necessidades de treinamento os dados devem

ser analisados para chegar a um diagnóstico, e o que se pretende com essa ferramenta é

verificar se e em que medida o problema é passível de solução via treinamento (BASTOS,

1994). Eventualmente, o diagnóstico pode conter outras informações além das medidas de

correção por meio de treinamento, e apresentar essas sugestões depende muito da cultura da

empresa e de quem foi o responsável pela análise. É importante que, ao fazer o levantamento

das necessidades, considerem-se os aspectos individuais, os aspectos de função ou tarefas e,

principalmente, os aspectos organizacionais.

Segundo Chiavenato (2002, p. 507), além dos indicadores listados acima, existem

outros dois que servem para “apontar eventos que provocarão futuras necessidades de

treinamento (indicadores a priori) ou problemas decorrentes de necessidades de treinamento

já existentes (indicadores a posteriori)”.

Os indicadores a priori são eventos que, se acontecerem, proporcionarão necessidades

futuras de treinamento, facilmente previstas. E os indicadores a posteriori são os problemas

provocados por necessidades de treinamento não atendidas e estão relacionados com a

produção ou com o pessoal (CHIAVENATO, 2002). Estes indicadores estão no quadro 11.

Análise das tarefas

Conhecimentos, habilidades e atitudes

requeridas

Análise dos recursos humanos

Conhecimentos, habilidades e atitudes

disponíveis

Necessidades de

treinamento

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INDICADORES A POSTERIORI INDICADORES A PRIORI

PROBLEMAS DE PRODUÇÃO PROBLEMAS DE PESSOAL

a) Expansão da empresa e admissão de novos empregados. b) Redução do número de empregados. c) Mudança de métodos e processos de trabalho. d) Substituições ou movimentação de pessoal. e) Faltas, licenças e férias do pessoal. f) Expansão dos serviços. g) Mudanças nos programas de trabalho ou de produção. h) Modernização do maquinário e equipamento. i) Produção e comercialização de novos produtos ou serviços.

a) Qualidade inadequada da produção. b) Baixa produtividade. c) Avarias freqüentes em equipamentos e instalações. d) Comunicações defeituosas. e) Tempo de aprendizagem e integração ao cargo muito prolongado. f) Despesas excessivas na manutenção de máquinas e equipamentos. g) Excesso de erros e desperdícios. h) Elevado número de acidentes. i) Pouca versatilidade dos empregados. j) Mau aproveitamento do espaço disponível, etc.

a) Relações deficientes entre o pessoal. b) Número excessivo de queixas. c) Pouco ou nenhum interesse pelo trabalho. d) Falta de cooperação. e) Faltas e substituições em demasia. f) Dificuldades na obtenção de bons elementos. g) Tendência a atribuir falhas aos outros. h) Erros na execução de ordens, etc.

Quadro: 11 – Indicadores de necessidades de treinamento. Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2002, p. 507.

Como mencionado anteriormente, ao fazer o levantamento das necessidades devem ser

considerados os aspectos individuais, das tarefas e organizacionais, ressaltando-se que o

levantamento de necessidades é uma etapa importante no processo de treinamento, pois, se

forem identificadas de forma errada, serão direcionados a um objetivo que não refletirá a real

necessidade da organização.

2.3.4 Programas de treinamento

Após ser efetuado o levantamento das necessidades, deve ser escolhido o meio para

sanar as carências indicadas ou percebidas por meio da programação de treinamento. Stoner e

Freeman (1999, p. 286), fazem a seguinte observação: “Os programas de treinamento são

destinados a manter e a melhorar o desempenho no trabalho atual, enquanto os programas de

desenvolvimento buscam desenvolver habilidades para trabalhos futuros”.

Para Stoner e Freeman (1999), a necessidade de treinar empregados novos ou recém

promovidos é evidente em si, eles precisam aprender novas habilidades, e como sua

motivação é alta, eles podem tomar conhecimento com facilidade das habilidades e

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comportamentos esperados em seu novo cargo.

Porém, o treinamento de empregados experientes pode ser problemático, nem sempre

as necessidades deles são fáceis de ser determinadas, e quando podem ser, as pessoas

envolvidas se ressentem por estar sendo solicitadas que mudem o modo habitual de fazerem o

seu trabalho (STONER e FREEMAN, 1999).

O conteúdo do programa de treinamento procura ensinar aptidões específicas, prover o

conhecimento necessário ou simplesmente procurar influenciar atitudes. Ele deve atender as

necessidades da organização e dos participantes. Ainda, o conteúdo deve considerar: que

sejam significativos e atualizados; que possam ser apreendidos dentro da limitação de tempo e

recursos disponíveis; que despertem interesse dos treinandos; e obviamente, que sejam úteis

para que os objetivos instrucionais sejam atingidos (BASTOS, 1994; WERTHER e DAVIS,

1983).

Segundo Chiavenato (1992) programar treinamento é estabelecer previamente alguns

itens, que devem ser dimensionados para, em conjunto, proporcionar condições de executar

um treinamento da maneira mais eficiente e eficaz possível, e com isso, extrair ou acabar com

as necessidades de treinamento. No quadro 12 são apresentadas as bases da programação de

treinamento:

1. O que deve ser ensinado. 2. Quem deve aprender. 3. Como se deve ensinar. 4. Quem deve ensinar. 5. Onde deve ser ensinado. 6. Quando deve ser ensinado.

1. Conteúdo do treinamento. 2. Treinandos. 3. Métodos e recursos instrucionais. 4. Treinador ou instrutor. 5. Local de treinamento. 6. Época ou periodicidade.

Quadro 12 – As bases da programação do treinamento. Fonte: Chiavenato, 1992, p. 138.

O sucesso dos programas de treinamento, depende de utilizar as informações obtidas

no processo de levantamento de necessidades, para elaborar programas de treinamento de

primeira classe. Todos os programas podem ser úteis e eficazes, o importante é que eles

precisam ser validados, no sentido de comprovadamente contribuir para que os objetivos do

treinamento sejam alcançados (BASTOS, 1994; BOHLANDER, 2003).

Segundo Bohlander (2003), especialistas acreditam que a concepção de treinamento

deve focalizar pelo menos quatro questões relacionadas, que são: objetivos instrucionais,

prontidão e motivação dos treinandos, princípios de aprendizagem e características dos

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instrutores.

1. Objetivos instrucionais: descrevem as habilidades ou os conhecimentos a serem

adquiridos e ou as atitudes a serem mudadas. Os objetivos centrados no desempenho são

usados mais amplamente porque possibilitam uma avaliação não tendenciosa dos resultados.

2. Prontidão e motivação dos treinandos: a prontidão refere-se tanto à maturidade

quanto à experiência do treinando e a motivação é uma precondição para o aprendizado, pelo

fato de que pessoas conscientes, orientadas para metas, autodisciplinadas e perseverantes

possuem maior probabilidade de perceber a ligação entre o esforço que empregam no

treinamento e o desempenho melhor no trabalho. Reconhecer diferenças individuais na

prontidão é tão importante no treinamento da empresa quanto em qualquer outra situação de

ensino.

3. Princípios de aprendizagem: o sucesso ou o fracasso de um programa de

treinamento está relacionado a certos princípios de aprendizado, então tanto os gerentes

quanto os colaboradores devem entender que os métodos ou as técnicas de treinamento

diferentes variam na medida em que eles utilizam esses princípios.

4. Características dos instrutores: o que distingue um bom treinador de um ruim,

muitas vezes é a demonstração de um pouco mais de esforço ou mais preparo instrucional,

entretanto, o treinamento também é influenciado pela maneira e pelas características pessoais

do treinador.

Uma menção de destaque faz Robbins (2002, p. 242), quando relata que “o

treinamento pode incluir tudo, desde o ensino de aptidões básicas de leitura aos operários até

cursos avançados sobre liderança para executivos.” E nos mostra, ainda, quatro categorias

gerais de aptidão, que são:

1. Aptidões de alfabetização básica: a maioria das demandas no local de trabalho exige

um nível de leitura de ensino médio, mas cerca de um milhão de pessoas chegaram ao século

XXI sem saber ler um livro ou assinar o nome, muito menos operar um computador ou

entender um formulário simples.

2. Aptidões técnicas: a maioria dos treinamentos está voltada a atualizar e melhorar as

aptidões técnicas do colaborador. O treinamento técnico se tornou cada vez mais importante

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por duas razões, nova tecnologia e novos projetos de estruturas organizacionais.

3. Aptidões interpessoais: quase todos os colaboradores pertencem a uma unidade de

trabalho. Até certo ponto, o desempenho de seu trabalho depende de sua capacidade de

interagir com eficácia com seus colegas e chefe. Alguns colaboradores possuem excelentes

habilidades interpessoais, mas outros requerem treinamento para melhorá-las.

4. Aptidões de resolução de problemas: os gerentes, bem como muitos colaboradores

que executam tarefas não rotineiras, precisam resolver problemas em seus cargos. Quando as

pessoas precisam dessas aptidões, mas são deficientes, podem participar de um treinamento

para resolução de problemas, com atividades para aguçar a lógica, raciocínio e aptidões para

definição de problemas.

Outro ponto comentado por Robbins (2002) é quanto ao treinamento ético, que ele

pode estimular a reflexão moral, ajudar as pessoas a reconhecerem dilemas éticos, criar um

senso de obrigação moral e ajudar os colaboradores a aprender a tolerar ou reduzir a

ambigüidade, mas os dados não indicam claramente se é possível ensinar ética.

Os críticos argumentam que a ética é baseada em valores e os sistemas de valores são fixados em uma idade precoce. No momento em que os empregadores contratam pessoas, seus valores éticos já se encontram estabelecidos. Os críticos também afirmam que a ética não pode ser formalmente “ensinada”, mas deve ser aprendida pelo exemplo. Os líderes estabelecem exemplos éticos por aquilo que dizem e fazem. Se essa afirmação é verdadeira, o treinamento ético é relevante apenas como parte do treinamento de liderança (ROBBINS, 2002. p. 244).

Segundo Robbins (2002), os defensores do treinamento ético argumentam que os

valores podem ser aprendidos e alterados após a primeira infância, e apontam para resultados

de pesquisa sobre a eficácia de programas de treinamento ético que revela que estes

aumentaram a consciência ética e aptidões de raciocínio dos que passaram pelo treinamento.

Uma importante consideração a ser feita quanto a escolha do método de treinamento é

determinar quais deles são adequados para que o conhecimento, as habilidades e as atitudes

sejam aprendidos. A preparação de um programa de treinamento requer ainda cuidados

detalhados com a infra-estrutura e a logística para que os objetivos tanto da organização

quanto dos colaboradores sejam alcançados (BASTOS, 1994; BOHLANDER, 2003).

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2.3.5 Técnicas de treinamento

Dando continuidade ao processo de treinamento em que realizou-se uma pesquisa,

para fins deste trabalho, sobre o levantamento das necessidades e os programas de

treinamento, o próximo passo será sobre as técnicas a serem utilizadas nos programas de

treinamento no sentido de otimizar a aprendizagem com o menor gasto de esforço, tempo e

dinheiro.

Figura 10 – Os métodos de treinamento. Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2002, p. 511.

Segundo Chiavenato (2002), as técnicas de treinamento podem ser classificadas

quanto ao uso, tempo e local de aplicação, e a figura 10 apresenta os métodos de treinamento,

conforme segue:

1. Técnicas de treinamento quanto ao uso:

a) Técnicas de treinamento orientadas para o conteúdo.

b) Técnicas de treinamento orientadas para o processo.

c) Técnicas de treinamento mistas.

2. Técnicas de treinamento quanto ao tempo:

Métodos de Treinamento

Instrução progra-mada

Confe-rência

Drama-tização

Estudo de casos

Leitura

Outros Apren-dizagem

Simula-ção

Métodos de classe

Demons-trações, exemplos

Vesti- bular

No cargo

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a) Treinamento de indução ou de integração à empresa.

b) Treinamento depois do ingresso no trabalho.

3. Técnicas de treinamento quanto ao local de aplicação:

a) Treinamento no local de trabalho.

b) Treinamento fora do local de trabalho.

Dentre as técnicas de treinamento citadas, dá-se ênfase, a seguir, as técnicas de

treinamento quanto ao local de aplicação.

2.3.5.1.Treinamento no local de trabalho

A maioria dos treinamentos ocorre durante a execução do próprio trabalho, apesar de

que, para Robbins (2002), embora seja simples e o mais baixo, o treinamento no trabalho

pode perturbar o local e os colegas de trabalho, e resultar em um aumento dos erros como

procedimento de ensino.

Com outra visão, Stoner e Freeman (1999, p. 287) asseguram que “geralmente os

métodos de treinamento no trabalho são preferidos nos programas de desenvolvimento

gerencial.” Isso porque o treinamento no trabalho tem muito mais probabilidade de ser

ajustado ao indivíduo, de ser relacionado ao trabalho e de ser convenientemente localizado.

No pensamento de Bohlander (2003), o treinamento no local de trabalho é o método

mais comumente usado para treinamento de colaboradores em cargos não gerenciais. O

treinamento no local de trabalho tem a vantagem de fornecer experiências práticas sob as

condições de trabalho normais e uma oportunidade para o treinador construir bons

relacionamentos com novos colaboradores.

Pelo fato de ser realizado através do trabalho, pode ser feito a qualquer hora, tendo a

vantagem de enfocar o aumento da capacidade individual de cada integrante da organização.

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“À medida que o tempo se torna um recurso fundamental – e o “treinamento just-in-time” é

mais necessário -, o treinamento no local de trabalho é visto por alguns como, o meio mais

efetivo de, potencialmente, facilitar o aprendizado no local de trabalho” (ROTHWELL;

KAZANAS, 1994 apud BOHLANDER, 2003, p. 146).

Segundo Chiavenato (2002), o treinamento no local de trabalho pode ser ministrado

por meio de colaboradores, supervisores ou especialistas de staff. Por não requerer

acomodações ou equipamentos especiais, esse tipo de treinamento, constitui a forma mais

comum de transmitir os ensinamentos necessários aos empregados. Encontra grande acolhida,

em razão de sua praticidade, pois o empregado aprende enquanto trabalha.

O treinamento no trabalho apresenta algumas modalidades que, segundo Chiavenato

(2002), são: admissão de aprendizes a serem treinados em certos cargos; rodízio de cargos;

treinamento em tarefas; enriquecimento do cargo; entre outros.

Conforme Stoner e Freemann (1999), há quatro métodos principais de

desenvolvimento formal no trabalho, que são: tutorial; rotação do trabalho; cargos de

treinamento e atividades de trabalho planejadas.

Para Werther e Davis (1983) são também quatro as técnicas de treinamento no próprio

cargo: treinamento por instrução no próprio cargo; rotação de cargo; aprendizados e

preparação.

Com uma visão semelhante às descritas anteriormente, está Robbins (2002), que

mostra como métodos populares de treinamento no trabalho, quatro opções, que são: rodízio

de cargos; orientação; aprendizado e preparação.

Como mencionado por vários autores, o treinamento no local de trabalho é o método

mais utilizado para o treinamento dos colaboradores. Embora seja utilizado em todos os tipos

de organizações, ele é inadequado, segundo Bohlander (2003, p. 146), [...] “o treinamento no

local de trabalho é freqüentemente um dos métodos de treinamento de implementação mais

inadequada.” Para ele, o treinamento no local de trabalho possui três desvantagens, que são:

falta de um ambiente de treinamento bem-estruturado; pouca habilidade de treinamento dos

gerentes e ausência de critérios de desempenho de trabalho bem definidos.

Segundo Bohlander (2003), para amenizar esses problemas, os especialistas em

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treinamento sugerem que:

1. Sejam desenvolvidas metas realistas ou medidas para cada área de treinamento no

local de trabalho.

2. Planejar um esquema de treinamento específico para cada trainee, estabelecendo

períodos de avaliação e feedback.

3. Auxiliar os gerentes a estabelecer uma atmosfera não ameaçadora, que seja propícia

à aprendizagem.

4. Conduzir avaliações periódicas, após o término do treinamento, para impedir

regressões.

Será mostrado abaixo, no quadro 13, um resumo dos métodos de treinamento no local

de trabalho, segundo os autores mencionados.

TREINAMENTO NO LOCAL DE TRABALHO MÉTODO OBJETIVO

a) Treinamento por instrução no próprio cargo

As demonstrações pelo treinador e a prática pelo treinando são repetidas até que o trabalho seja dominado por este.

b) Rotação de cargo c) Rodízio de cargos

Treinamento cruzado dos empregados em uma variedade de cargos. Transferências laterais, que capacitam os colaboradores a trabalharem em funções diferentes.

d) Rotação do trabalho Trocar os treinandos de um cargo para outro. e) Tutorial Considerada a técnica de desenvolvimento mais eficaz. f) Orientação O treinamento de um subordinado é feito por seu

superior imediato. g) Aprendizado Os treinandos adquirem conhecimento por meio de

empregados mais experientes. h) Preparação O treinador procura proporcionar um modelo para o

treinando copiar. i) Cargos de treinamento Os treinandos recebem postos de staff subordinados

diretamente a um gerente, que serve de modelo para o novato poder imitar.

j) Treinamento em tarefas

Pedir aos treinandos que chefiem uma força-tarefa ou participem de uma importante reunião de comitê.

k) Atividades de trabalho planejadas Designar os treinandos para trabalhos importantes a fim de desenvolver sua experiência e capacidade.

Quadro 13 – Métodos de treinamento no local de trabalho. Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2002; Robbins, 2002; Stoner e Freeman, 1999 e Werther e Davis, 1983.

O treinamento no local de trabalho é geralmente informal e raramente aparece nas

estimativas formais de atividades de treinamento. Freqüentemente é utilizado por não

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envolver custos diretos e, por isso, parece pouco oneroso. Além dos riscos de gerar indivíduos

mal treinados, esse método traz outros perigos durante o próprio treinamento. Os treinandos

podem danificar maquinários, criar produtos de baixa qualidade, aborrecer os clientes e

desperdiçar materiais valiosos.

2.3.5.2.Treinamento fora do local de trabalho

Esta técnica de treinamento retira o colaborador das tensões e das exigências

permanentes do local de trabalho, permitindo que se concentre por inteiro no processo de

aprendizagem. Oferece oportunidade, ao treinando, de encontrar pessoas de outros

departamentos ou de outras organizações onde ficam expostos a idéias e experiências novas e

úteis (STONER e FREEMANN, 1999).

Ainda, segundo os autores, há dois métodos de desenvolvimento fora do trabalho, que

são: - instrução em sala de aula, que inclui: estudos de casos, jogos de empresas ou

dramatizações; e – programas de desenvolvimento gerencial patrocinados por universidades,

que combinam: instrução em sala de aula com estudos de casos, dramatizações e simulações.

Segundo Chiavenato (2002), a maioria dos programas de treinamento processados fora

do serviço não é diretamente relacionada ao trabalho: geralmente é suplementar ao

treinamento em serviço. A vantagem oferecida é a de possibilitar ao treinando a dedicação de

toda atenção ao treinamento, o que não é possível quando o mesmo está envolvido nas tarefas

do cargo.

O autor relata que as principais técnicas de treinamento fora do trabalho são: aulas

expositivas; filmes, dispositivos (slides), videoteipe (televisão); método do caso (estudos de

casos); discussão em grupo, painéis, debates; dramatização; simulação e jogos; instrução

programada; etc.

O treinamento fora do local de trabalho recebe bastante atenção, segundo Milkovich

(2000), em parte porque seus custos são mais diretos e óbvios. Ainda que o treinamento no

local de trabalho seja comum, as atenções e pesquisas das empresas geralmente estão voltadas

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para a administração de um ou mais programas de treinamento. No quadro 14 mostra-se as

técnicas de treinamento fora do local de trabalho mais utilizadas.

MÉTODOS DE TREINAMENTO FORMAL MAIS USADOS

92 9082

6357

50 49 49 49 48

3327

18 169

3

0102030405060708090

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Quadro 14 – Métodos de treinamento formal mais usados. Fonte: Adaptado de Milkovich, 2000, p. 359.

Para Robbins (2002), há uma série de métodos de treinamento fora do trabalho que os

gerentes podem desejar tornar acessíveis aos colaboradores, como por exemplo: palestras,

vídeos, exercícios de simulação e treinamento específico à distância. Nesse último os

colaboradores aprendem sobre seus cargos no mesmo equipamento que estarão utilizando,

com a diferença que o treinamento é realizado longe do local efetivo de trabalho.

Na visão de Werther e Davis (1983), as técnicas de treinamento fora do trabalho são:

preleção e apresentação de vídeo, treinamento vestibular, desempenho de papel, estudo de

caso, simulação, auto-estudo, instrução programada e treinamento de laboratório.

Para Bohlander (2003), os avanços tecnológicos, principalmente em hardware e

software de computador, resultaram em recursos de treinamento mais efetivos e econômicos

do que os métodos tradicionais. Para ele, as técnicas de treinamento fora do local de trabalho

são: instrução de sala de aula, instrução programada, métodos audiovisuais, treinamento

assistido por computador e método de simulação.

Percebe-se que os conceitos sobre treinamento fora do local de trabalho dos autores

citados são parecidos e é ampla a variedade de métodos disponíveis para treinar colaboradores

de todos os níveis, alguns dos métodos possuem longa história de uso. Métodos mais novos

emergiram com os anos, em função de um entendimento maior do comportamento humano,

principalmente nas áreas de aprendizagem, motivação e relacionamento interpessoal.

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Chega-se, portanto, ao final deste capítulo onde buscou-se relatar, dentre outros

tópicos e por meio de vários autores, desde o levantamento das necessidades de treinamento

que é considerado um dos passos mais importantes no desenvolvimento de programas de

treinamento, até as técnicas de treinamento mais utilizadas pelas organizações.

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Para responder ao problema de pesquisa, que se destina este trabalho, é necessário

pesquisar e a única maneira de aprender a pesquisar é fazendo uma pesquisa. Não existe uma

fórmula mágica e única para realizar uma pesquisa ideal e talvez não exista nem existirá uma

pesquisa perfeita. A pesquisa pode ter os seguintes objetivos: resolver problemas específicos,

gerar teorias ou avaliar teorias existentes (RICHARDSON, 1999).

Para Richardson (1999) a pesquisa é utilizada como fonte de informações e exerce

importante papel na vida do homem, desde procurar bibliografia relevante ao tema pesquisado

até transformar uma idéia em um problema de pesquisa. Não se pode esquecer que a

investigação é um produto humano, e seus produtores são seres falíveis. Em termos gerais,

não existe pesquisa sem teoria; seja explícita ou implícita, ela está presente em todo processo

de pesquisa.

Neste trabalho buscou-se responder à questão de pesquisa por meio do confronto de

diferentes opiniões, embasadas pelo referencial teórico, e utilizando entrevistas e

questionários para uma melhor visão das várias interpretações da realidade organizacional

como complemento para os resultados da pesquisa.

3.1 Caracterização da pesquisa

Este trabalho caracteriza-se por ser uma pesquisa do tipo teórico-empírica com caráter

descritivo. Além disso, terá uma abordagem qualitativa-quantitativa e delineamento de

pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

De acordo com Machado; Amboni e Cunha (1989, p.1604), pesquisa teórico-empírica

“são estudos que partem de um quadro de referência teórico tentando, através da coleta,

análise de dados, refutá-lo ou corroborá-lo no todo ou em parte”.

A pesquisa descritiva, procura explicar e analisar as relações de variáveis entre os

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fenômenos. Segundo Richardson (1999, p.71), “[...] propõem-se investigar “o que é”, ou seja,

a descobrir as características de um fenômeno como tal. Nesse sentido, são considerados

como objeto de estudo uma situação específica, um grupo ou um indivíduo.”

Amplamente utilizado na condução da pesquisa, o método quantitativo representa, em princípio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando, conseqüentemente, uma margem de segurança quanto às inferências.É freqüentemente aplicado nos estudos descritivos, naqueles que procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como nos que investigam a relação de casualidade entre fenômenos (RICHARDSON, 1999, p. 70).

Ao conceituar a pesquisa qualitativa como uma metodologia, Richardson (1999, p. 79)

relata que, “o método qualitativo difere, em princípio, do quantitativo à medida que não

emprega um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema, não

pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas.”

Ainda de acordo com Richardson (1999, p. 79) “há autores que não distinguem com

clareza métodos quantitativos e qualitativos, por entenderem que a pesquisa quantitativa é

também, de certo modo, qualitativa.”

Em se tratando de um estudo qualitativo-quantitativo sobre um tema específico, a

pesquisa qualitativa foi empregada por meio de entrevistas com perguntas abertas com os

coordenadores de células de produção, com o gerente de turno e com o gerente industrial,

enquanto que a pesquisa quantitativa foi elaborada por meio de um questionário aplicado com

os colaboradores da produção.

O delineamento de pesquisa bibliográfica é uma das formas mais rápidas e econômicas

de amadurecer ou aprofundar um problema de pesquisa, são por meio do conhecimento dos

trabalhos já feitos por outros, via levantamentos bibliográficos. Esse levantamento deverá

envolver “procura em livros sobre o assunto, revistas especializadas ou não, dissertações e

teses apresentadas em universidades e informações publicadas por jornais, órgãos

governamentais, sindicatos, associações de classe, [...]” (MATTAR, 2001, p. 20).

Com base no levantamento bibliográfico realizado sobre o assunto, identificou-se as

principais categorias que podem caracterizar uma melhor compreensão dos aspectos

relacionados ao tema da pesquisa, como mencionado anteriormente e apresentado no quadro

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10 e reapresentado neste momento, para enriquecimento do presente trabalho. Dessa forma,

para sistematizar a análise dos dados de tal forma que fossem contempladas as questões de

pesquisa, as categorias de análise utilizadas foram as seguintes, segundo Gil (2001):

CATEGORIAS INDICADORES

ANÁLISE ORGANIZACIONAL

a) Identificação da organização b) Estrutura organizacional c) Planejamento d) Produção e) Vendas f) Potencial econômico-financeiro g) Recursos humanos h) Imagem da empresa i) Clima organizacional

ANÁLISE DAS TAREFAS

a) Necessidade de capacitação b) Procedimentos técnicos e organizacionais c) Conhecimento do processo produtivo d) Responsabilidade de trabalho

ANÁLISE DOS RECURSOS HUMANOS

a) Conhecimentos b) Habilidades c) Atitudes d) Carências

Quadro: 10 – Categorias para levantamento das necessidades de treinamento. Fonte: Adaptado de Gil, 2001.

Um estudo de caso, é considerado por Mattar (1999), um método muito produtivo,

pois, envolve o exame de registros existentes, a observação da ocorrência do fato, entrevistas

estruturadas, entre outros. O objeto do estudo pode ser um indivíduo, um grupo de indivíduos,

uma organização, um grupo de organizações ou ainda, uma situação. No caso da C-Pack fez-

se um questionário com os colaboradores e pesquisou-se nos registros da empresa

informações importantes para complementação da pesquisa.

O método de estudos de caso ou por meio de casos começou a ser aplicado em 1910

na Escola de Administração de Harvard, que segundo Medeiros (1994, p. 267), pode ser assim

definido: “talvez pela simplicidade definida na ação de tomar um caso como exemplo, estudar

suas nuanças e implicações, elaborando um plano de ação para, por meio dele, chegar à

solução eficaz.”

O autor afirma ainda que “ser esta a maneira mais exata que podemos encontrar para

nos colocarmos no lugar do administrador de empresas, compreendendo tudo que vivencia

quando precisa resolver problemas organizacionais” (MEDEIROS, 1994, p. 267).

Basicamente, um estudo de caso é composto de pesquisa, desenvolvimento e redação do caso.

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60

3.2 População do estudo

A pesquisa foi realizada nas dependências da C-Pack SA, que no momento está com

137 colaboradores – considerando pesquisa efetuada no banco de dados da empresa, entre os

dias 13 a 16 de maio de 2005. Em virtude do número reduzido de elementos que fazem parte

da população, que segundo Richardson (1999, p. 157) “é o conjunto de elementos que

possuem determinadas características”, optou-se pela realização de um censo.

Com relação a esta população de 137 colaboradores, 110 são colaboradores da

produção, 27 colaboradores são da área administrativa, 5 colaboradores estavam de férias e 1

colaborador não entregou o questionário preenchido. Outros 4 colaboradores não

responderam, pois foram entrevistados. Têm-se um total de 100 questionários respondidos e 4

entrevistas realizadas.

3.2.1 Perfil dos entrevistados

A seguir será apresentado o perfil dos colaboradores que responderam o questionário e

as entrevistas, apontado dados como sexo, idade, escolaridade, tempo de empresa, área de

trabalho e cargo.

De um total de 104 colaboradores pesquisados, 62 (60%) são do sexo masculino e 42

(40%) são do sexo feminino.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO

Feminino 42 40%

Masculino 62 60%

TOTAL 104 100% Tabela 01 – Sexo dos colaboradores. Fonte: Dados primários, 2005.

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61

SEXO DOS COLABORADORES

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Feminino Masculino

Gráfico 01 – Sexo dos colaboradores. Fonte: Dados primários, 2005.

Em relação à idade, dos 104 colaboradores pesquisados, a maioria 48 (46%) têm entre

23 a 27 anos, 27 (26%) tem entre 18 a 22 anos. Entre 28 a 32 anos existem 20 (19%), apenas

5 (5%) tem entre 33 a 37 anos e 4 (4%) tem entre 38 a 53 anos.

Fica evidente, por este dado quanto à idade, a juventude dos colaboradores da C-Pack,

pois 75 (72%) tem entre 18 e 27 anos. Outro fator relevante está no fato de muitos desses

colaboradores estarem em seu primeiro emprego, conforme informações obtidas no

departamento de recursos humanos.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO

De 18 a 22 anos 27 26%

De 23 a 27 anos 48 46%

De 28 a 32 anos 20 19%

De 33 a 37 anos 5 5%

De 38 a 53 anos 4 4%

TOTAL 104 100% Tabela 02 – Idade dos colaboradores. Fonte: Dados primários, 2005.

IDADE DOS COLABORADORES

0%

10%

20%

30%

40%

50%

De 18 a 22 anos De 23 a 27 anos De 28 a 32 anos De 33 a 37 anos De 38 a 53 anos

Gráfico 02 – Idade dos colaboradores. Fonte: Dados primários, 2005.

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62

Quanto à escolaridade, dos 104 colaboradores pesquisados a maioria, 69 (66%) tem o

2º grau completo, 11 (11%) tem o superior incompleto, 9 (9%) tem o 2º grau incompleto, 7

(7%) tem o 1º grau completo, 6 (6%) tem o 1º grau incompleto e apenas 2 (1%) tem o

superior completo.

Percebe-se a preocupação da direção da C-Pack na contratação de colaboradores que

possuam no mínimo o 2º grau completo, dando um total de 82 (78%) entre o 2º grau completo

e o superior completo. Essa exigência vem desde a contratação dos primeiros colaboradores,

no ano de 2002, quando uma empresa terceirizada de recursos humanos foi contratada para

fazer o primeiro recrutamento e seleção de colaboradores para a C-Pack.

Um requisito importante e imposto pela direção era que os primeiros contratados

tivessem um 2º grau em curso técnico, poderia ser de mecânica, elétrica, automação

industrial, entre outros, para que, com a chegada das máquinas, que foi após a contratação dos

colaboradores, esses auxiliassem na montagem das mesmas, juntamente com os técnicos que

vieram para instalá-las.

Essas informações foram obtidas por meio de observação da aluna que elaborou esta

pesquisa, por estar fazendo parte desta empresa desde sua implantação.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO

1º grau incompleto 6 6%

1º grau completo 7 7%

2º grau incompleto 9 9%

2º grau completo 69 66%

Superior incompleto 11 11%

Superior completo 2 1%

TOTAL 104 100% Tabela 03 – Escolaridade dos colaboradores. Fonte: Dados primários, 2005.

ESCOLARIDADE DOS COLABORADORES

0%20%40%60%80%

1º grau incompleto 1º grau completo 2º grau incompleto 2º grau completo Superiorincompleto

Superior completo

Gráfico 03 – Escolaridade dos colaboradores. Fonte: Dados primários, 2005.

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63

Em relação ao tempo de empresa, dos 104 colaboradores pesquisados, a maioria, 67

(64%) está a menos de um ano, 24 (23%) estão entre 1 a 2 anos na empresa e 13 (13%) estão

entre 2 a 3 anos na empresa.

O percentual de 64% de colaboradores que estão a menos de um ano na empresa pode

ser considerado um indicador de necessidade de treinamento. Relaciona-se esse percentual

também ao fato da empresa, em curto espaço de tempo, ter feito contratações de novos

colaboradores para vagas que foram abertas pela necessidade de mais mão-de-obra, em

virtude de seu crescimento ter sido maior com a abertura de novos clientes.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Menos de 1 ano 67 64% De 1 a 2 anos 24 23% De 2 a 3 anos 13 13% TOTAL 104 100% Tabela 04 – Tempo de trabalho na empresa. Fonte: Dados primários, 2005.

TEMPO DE TRABALHO NA EMPRESA

0%10%20%30%40%50%60%70%

Menos de 1 ano De 1 a 2 anos De 2 a 3 anos

Gráfico 04 – Tempo de trabalho na empresa. Fonte: Dados primários, 2005.

No cruzamento das questões escolaridade X tempo de empresa percebe-se que dos 104

colaboradores pesquisados que possuem o 2º grau completo 45 (45%) estão a menos de um

ano na empresa, esse fato pode ser determinante para a necessidade de treinamento, 17 (17%)

estão na empresa entre 1 a 2 anos e 6 (6%) estão na empresa entre 2 a 3 anos.

Dos 104 colaboradores pesquisados que possuem o curso superior incompleto ou

estão cursando 4 (4%) estão entre 2 a 3 anos na empresa, 4 (4%) estão a menos de um ano na

empresa e 3 (3%) estão entre 1 a 2 anos na empresa.

Dos 104 colaboradores pesquisados que possuem o 1º grau completo 4 (4%) estão a

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menos de um ano na empresa, 2 (2%) estão na empresa entre 1 a 2 anos e 1 (1%) está na

empresa entre 2 a 3 anos.

Dos colaboradores pesquisados que possuem o 1º grau incompleto 4 (4%) estão na

empresa a menos de um ano e 2 (2%) estão na empresa entre 1 a 2 anos.

Dentre os colaboradores pesquisados que possuem o 2º grau incompleto 10 (10%)

estão na empresa a menos de um ano e 2 (2%) dos pesquisados possuem o curso superior

completo.

ESCOLARIDADE/TEMPO 1 a 2 anos Relativo 2 a 3 anos Relativo Menos de 1 Relativo

1° grau Completo 2 2% 1 1% 4 4%

1° Grau Incompleto 2 2% 0 0% 4 4%

2° Grau Completo 17 17% 6 6% 45 45%

2° Grau Incompleto 0 0% 0 0% 10 10%

Superior Completo 0 0% 2 2% 0 0%

Superior Incompleto 3 3% 4 4% 4 4% TOTAL 24 24% 13 13% 67 67% Tabela 05 – Escolaridade X Tempo de empresa. Fonte: Dados primários, 2005.

ESCOLARIDADE X TEMPO DE EMPRESA

0%

10%

20%

30%

40%

50%

1° grauCompleto

1° GrauIncompleto

2° GrauCompleto

2° GrauIncompleto

SuperiorCompleto

SuperiorIncompleto

1 a 2 anos

2 a 3 anos

Menos de 1

Gráfico 05 – Escolaridade X Tempo de empresa. Fonte: Dados primários, 2005.

Dos 104 colaboradores pesquisados 29 (28%) trabalham na impressão, 19 (18%)

trabalham na extrusão, 13 (12%) trabalham no heading, 10 (10%) trabalham no hot stamping,

6 (6%) trabalham na inspeção da qualidade, 5 (5%) trabalham no silckscreen, 3 (3%)

trabalham na injetora, 2 (2%) trabalham com tintas e vernizes e 1 (1%) é gerente industrial.

Dos 16 (15%) colaboradores pesquisados que assinalaram a opção outro, fica assim

distribuído: 5 (5%) estão no retrabalho, 5 (5%) trabalham no fechamento de fundo, 5 (5%)

trabalham na expedição, almoxarifado e estoque e 1 (1%) trabalha no laboratório.

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RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Extrusão 19 18% Heading 13 12% Impressão 29 28% Injetora 3 3% Hot Stamping 10 10% Silckscreen 5 5% Inspeção da qualidade 6 6% Tintas/vernizes 2 2% Gerente industrial 1 1% Outros 16 15% TOTAL 104 100% Tabela 06 – Área de trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

ÁREA DE TRABALHO

0%5%

10%15%20%25%30%

Ext

rusã

o

Hea

ding

Impr

essã

o

Inje

tora

Hot

Sta

mpi

ng

Silc

kscr

een

Insp

eção

da

qual

idad

e

Tin

tas/

vern

izes

Ger

ente

indu

stri

al

Out

ros

Gráfico 06 – Área de trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

Dos 104 colaboradores pesquisados a maioria 59 (57%) possui o cargo de auxiliar de

produção, 27 (26%) possuem o cargo de operadores, 6 (6%) são inspetoras da qualidade, 4

(3%) possuem outros cargos.

Os cargos de colorista, auxiliar de expedição, coordenador e gerente são ocupados por

2 (2%) dos colaboradores em cada cargo.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Operador 27 26% Colorista 2 2% Auxiliar de produção 59 57% Auxiliar de expedição 2 2% Inspetora da qualidade 6 6% Coordenador 2 2% Gerente 2 2% Outros 4 3% TOTAL 104 100% Tabela 07 – Cargo. Fonte: Dados primários, 2005.

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CARGO

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Operador Colorista Auxiliar deprodução

Auxiliar deexpedição

Inspetora daqualidade

Coordenador Gerente Outros

Gráfico 07 – Cargo. Fonte: Dados primários, 2005.

3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta, tratamento e análise dos dados

Nesta pesquisa, foram coletados dados em fontes primárias e secundárias.

Os dados secundários, que para Mattar (2001, p. 48) “são aqueles que já foram

coletados, tabulados, ordenados, e às vezes, até analisados e que estão catalogados à

disposição dos interessados”. Neste estudo, foram levantados por meio de pesquisa nos

documentos da empresa, livros e internet.

As fontes de coleta de dados possuem dados primários, que segundo Mattar (2001, p.

48) “são aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisados, e

que são coletados com o propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa em

andamento.”

Os dados primários foram obtidos por meio de questionários (APÊNDICE A) com os

colaboradores da produção e entrevistas (APÊNDICE B), com o nível de administração e

gerência. Além disso, como forma de complementação das informações obtidas por outros

meios, foram realizadas observações pela aluna que está elaborando este trabalho.

A opção pela realização de entrevistas não estruturadas e questionários com perguntas

fechadas viu-se necessária para que se pudesse cumprir com os objetivos do trabalho. Sendo o

questionário considerado o mais comum dos instrumentos de coleta de dados, ele cumpre

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67

duas funções: descreve as características e mede determinadas características de um grupo

social, ao passo que a entrevista é uma técnica importante que permite o desenvolvimento de

uma estreita relação entre as pessoas (RICHARDSON, 1999).

Para Bastos (1994) as entrevistas com supervisores ou gerentes visam obter a

percepção dos possíveis problemas solucionáveis por meio do treinamento e os questionários

podem recorrer uma grande variedade de perguntas e permitem abranger amostras muito

significativas ou até toda a população, que é o caso deste trabalho.

Ele ainda aponta que não existe um meio de levantamento que possa ser considerado

universalmente o melhor. Cada situação exige que sejam examinados os meios disponíveis e

comparadas suas vantagens e desvantagens, como mostra-se no quadro 15.

VANTAGENS DESVANTAGENS ENTREVISTAS a) Podem revelar causas, sentimentos e possíveis soluções para problemas. b) Facilitam a adequação da solução aos indivíduos e grupos. c) Podem alterar a percepção dos indivíduos dando início à solução do problema. d) Podem trazer grande envolvimento dos entrevistados.

ENTREVISTAS a) Exigem entrevistador muito habilitado para que sejam conseguidos dados relevantes. b) Possibilidade de distorções. c) Dificuldade de análise principalmente nas entrevistas não estruturadas. d) Consomem muito tempo. e) Em algumas situações pode haver dificuldade para tirar os entrevistados de suas tarefas.

QUESTIONÁRIOS a) Dados facilmente quantificáveis (principalmente os de questões fechadas). b) Podem atingir grande número de pessoas. c) Custo relativamente baixo. d) Tempo de pesquisa bastante curto. e) Os “anônimos” podem permitir livre expressão de idéias e sentimentos.

QUESTIONÁRIOS a) Exigem tempo e conhecimentos específicos para sua elaboração. b) Podem gerar má vontade para a obtenção de respostas. c) Trazem pouco envolvimento. d) Podem gerar temor e mascarar a expressão de idéias e sentimentos.

Quadro 15 – Vantagens e desvantagens de entrevistas e questionários. Fonte: Adaptado de Bastos, 1994, p. 151 e 152.

Segundo Bastos (1994), o ideal seria combinar alguns meios de levantamento que se

complementariam e daria maior consistência à análise e ao diagnóstico, como por exemplo, a

combinação de entrevista com supervisores e questionários para toda a população envolvida,

que é o que foi realizado na condução desta pesquisa.

Para a análise dos dados dos questionários foi utilizada a tabulação eletrônica. Essa

tabulação foi realizada no Access, para uma melhor visualização das respostas quando do

cruzamento de variáveis, e no Excel para a confecção de gráficos e, conseqüentemente, para

uma melhor interpretação e análise dos dados obtidos.

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Para a análise das entrevistas, que foram gravadas entre os dias 3 a 6 de maio de 2005

no horário das 20:00h com duração de 1 hora aproximadamente cada uma, e posteriormente

transcritas, utilizou-se a análise de conteúdo. Para Richardson (1999, p. 224) a análise de

conteúdo “é, particularmente, utilizada para estudar material de tipo qualitativo (aos quais não

se pode aplicar técnicas aritméticas).” A análise de conteúdo deve ser eficaz, rigorosa e

precisa. Trata-se de compreender melhor um discurso, de aprofundar suas características e

extrair os momentos mais importantes.

A interpretação das entrevistas deu-se a partir da análise das entrevistas, onde foram

destacadas as palavras-chave de cada uma das perguntas feitas aos 4 entrevistados para uma

confrontação de idéias, ou seja, foi feita uma leitura vertical e horizontal das entrevistas.

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4 RESULTADOS DO ESTUDO

Neste capítulo serão apresentados os principais resultados encontrados por meio da

coleta, análise e interpretação dos dados. Dados esses que foram coletados em fontes

primárias e secundárias. Será abordada primeiramente, uma caracterização da organização,

uma empresa de embalagens plásticas, apontando sua missão, visão e alguns aspectos

culturais representativos.

Posteriormente serão apresentadas as interpretações das entrevistas e dos questionários

obtidos junto aos colaboradores sobre o tema objeto de estudo deste trabalho.

4.1 Caracterização da organização: o caso da C-Pack

Oriunda de uma iniciativa suíço/brasileira, a C-Pack conseguiu instalar em Santa

Catarina, no município de São José, uma fábrica moderna, com os melhores equipamentos

disponíveis no mundo para a produção de embalagens plásticas.

Foi na Universidade Federal de Santa Catarina em 1984, que o aluno, empreendedor

desta empresa, ao ouvir atentamente o que um professor lhe dizia a respeito da empresa ideal,

começou a construir a idéia de empresa buscando sistematizá-la nos mínimos detalhes.

A pedido de uma empresa Suíça, fabricante de máquinas e líder mundial em

fabricação de máquinas para produção de tubos plásticos, o empreendedor veio ao Brasil em

1993 propor aos fabricantes de embalagens plásticas uma nova tecnologia para fabricação de

tubos plásticos, bisnagas plásticas para cosméticos e alimentos, fabricada na Suíça por ela

mesma.

Na ocasião constatou-se uma grande defasagem entre as embalagens propostas pelos

fabricantes de cosméticos brasileiros e europeus. Além dessa diferença de tecnologia, os

fabricantes de creme dental, por exemplo, continuavam a utilizar tubos em alumínio por falta

de outras opções.

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70

Naquela época foi proposto, a dois fabricantes de embalagens do estado de Santa

Catarina, as linhas de produção de tubos para creme dental laminados e de tubos plásticos

para cosméticos. Todavia, os industriais contatados não se interessaram e consideraram como

um investimento inviável devido ao risco de propor novos produtos em um mercado que eles

próprios não conheciam.

Do ponto de vista do idealizador, o desinteresse por parte dos fabricantes de

embalagens em investir em novas linhas de máquinas para produção de tubos, demonstrava

uma falta de antecipação e uma subestimação do mercado consumidor.

Matematicamente, essa nova tecnologia de produção seria mais viável e mais

econômica que os métodos utilizados até então, todavia, se cálculos fossem elaborados, o

foram com uma visão de curto prazo, e sem levar em conta as exigências futuras do mercado.

Assim decidiu, o idealizador, desenvolver um projeto para fabricar tubos no Brasil

utilizando as melhores tecnologias disponíveis no mundo.

Paralelamente, partindo do ponto de vista de que o mercado brasileiro estava

subdesenvolvido em termos de ofertas de embalagens para cosméticos, especialmente de

tubos em matéria plástica, foi desenvolvida, desde o mês de dezembro de 1995, uma análise

completa do mercado de embalagens, na intenção de compreender as razões da possível falta

de oferta, ou falta de demanda das mesmas.

Esforços não foram medidos durante esse período. Com uma equipe contratada no

Brasil e uma em Genebra, assim como viagens à Alemanha, Suécia, França, Brasil e Itália,

além de observar a evolução do mercado de embalagens para cosméticos, entrou em contato

com os principais agentes desse setor.

Durante os quatro anos que se seguiram, fabricantes de cosméticos, máquinas, resinas,

empresas de packaging, juristas, universidades e diversas feiras internacionais de plástico e

embalagens foram visitadas e entrevistadas.

Com a globalização da economia e a forte influência européia, as exigências do

mercado de tubos para cosméticos nacionais tendem a uma ascendência provável em termos

de qualidade e quantidade.

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71

As informações recolhidas, conjugadas com a estratégia do empreendedor permitiram

afirmar e demonstrar a viabilidade e a fiabilidade do empreendimento e criar a referência

Latino-Americana para o packaging de cosméticos.

Depois de passar 14 anos na Suíça, estudando e trabalhando, o empreendedor desta

empresa, viu a oportunidade de colocar em prática seu projeto, acalentado desde os tempos de

universidade e que chegou a ser apontado como utópico pelo seu professor. Sendo assim, a C-

Pack foi constituída como pessoa jurídica em 24 de agosto de l999 na cidade de Florianópolis

– estado de Santa Catarina.

No mês de junho de 2001 a C-Pack instalou seu escritório nas dependências da

residência do empreendedor e contava com os dois primeiros colaboradores – um para área

administrativa/financeira e outro para área implantação/qualidade. Na mesma época, juntou-se

a ele um empreendedor suíço, que compartilhava das mesmas idéias de gestão.

Em maio de 2002 a C-Pack teve seu escritório transferido para um imóvel na área

Industrial de São José, à rua: Senador Carlos Gomes Oliveira, 2000 em virtude de que a

compra do terreno estava sofrendo um complexo processo burocrático, pela Prefeitura de São

José e para não atrasar mais a implantação optou-se por um imóvel alugado próximo ao futuro

terreno.

Em 25 de julho de 2002 houve a alteração do Estatuto Social passando a ser uma

Sociedade Anônima de Capital Fechado, tendo como acionistas o empreendedor e uma

Companhia Suíça.

Finalmente, em dezembro de 2002, chegam os equipamentos para uma linha de

produção, onde imediatamente foi iniciado a montagem dos equipamentos por técnicos vindos

da Suíça e da Alemanha e acompanhado por engenheiros e colaboradores da C-Pack

contratados desde outubro de 2002, os quais já haviam feito cursos de Capacitação Gerencial

em 5s, Conceitos da Qualidade e Curso Básico de Plástico oferecidos pela empresa.

O treinamento com operadores e ajudantes de produção foi iniciado logo após a

montagem dos equipamentos e começado então a produção de embalagens para testes dos

equipamentos, amostras para futuros clientes e embalagens piloto para desenvolvimento de

novos produtos.

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72

Em março de 2003 a empresa deu o início de produção definitiva com pequenos

pedidos para o mercado interno e já começando também com sua primeira exportação para os

Estados Unidos.

Com uma proposta inovadora, que esteve presente em todo processo de implantação, é

a que foi idealizada como responsabilidade individual como estímulo à produtividade, em

detrimento de cobranças e exigências por parte de chefias. Desse modo, desde o início

pensou-se em uma estrutura “horizontalizada”, sem chefes de produção ou supervisores, que,

atrelada a uma política de gestão participativa por objetivos, tem o intuito de estimular a

criatividade e a produtividade, respeitando-se a hierarquia das necessidades dos clientes nas

tomadas de decisão.

É necessário ressaltar, no entanto, que tal estrutura, apesar de inovadora e promissora,

pode em alguns casos tornar-se muito arriscada, em virtude das características individuais de

cada membro do quadro de colaboradores. Foi constatado que existem casos em que o

colaborador não se adapta bem a uma “liberdade excessiva”, exatamente em virtude da carga

de responsabilidade que tal condição impõe. Tal análise teve papel significativo, portanto, nos

estudos referentes à formação do quadro de colaboradores da empresa.

O organograma da empresa pode ser visualizado pela figura 11

Figura 11 – Organograma da C-Pack. Fonte: Dados secundários, 2005.

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73

A C-Pack desenvolve, fabrica e comercializa embalagens plásticas para indústria de

médio e grande porte dos segmentos de cosméticos, produtos alimentícios, farmacêuticos e

industriais e abrange o mercado interno e externo.

A C-Pack, como já citado anteriormente, em 3 meses, recebeu equipamentos, os

instalou e iniciou a produção, fazendo sua primeira entrega no mês de março de 2003. Isto é

um diferencial quando se leva em consideração que uma das falhas apontadas pelos clientes é

sempre o atraso na entrega dos pedidos.

A diferenciação entre seus equipamentos com os equipamentos de sua maior

concorrente está na modernidade de suas máquinas. Por serem novas, fazem a troca de

ferramental do diâmetro para produção de outro pedido em menos tempo, cerca de 3 a 4

horas, enquanto que a concorrente faz em média por 8 horas. Essa flexibilidade garante à

empresa a produção de lotes de pedidos menores para clientes pequenos

Um outro diferencial está na qualidade do serviço oferecido com relação aos prazos

sendo cumpridos e a mercadoria chegando ao cliente com a embalagem em bom estado, pois

a mesma vai por via terrestre com uma empresa de transporte que se tornou parceira da C-

Pack.

Com relação aos preços, a C-Pack mantém o equilíbrio com os preços dos

concorrentes. Trabalham praticamente com os mesmos, pois existe na empresa uma grande

facilidade para a negociação, tanto com os clientes que já possui, quanto aos novos.

Por não estar localizada próximo ao pólo consumidor de seus produtos, que é a região

metropolitana de São Paulo, a C-Pack tem algumas desvantagens com relação a seus

concorrentes, principalmente em relação ao custo dos transportes para a distribuição da

produção, pois todos os concorrentes estão localizados em São Paulo.

Entretanto, a proximidade da região de Florianópolis com relação aos portos de Itajaí e

São Francisco do Sul facilitou sobremaneira o escoamento das produções destinadas ao

mercado exterior, um dos alvos prioritários na fase inicial de operação da indústria.

O mercado alvo da C-Pack são, principalmente, grandes empresas de cosméticos,

como Avon, Boticário, Cristian Gray, L’oreal, Niasi, Nívea, Natura, entre outros. Todos esses,

por sua vez, têm um altíssimo nível de exigência em relação aos produtos de seus

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74

fornecedores.

A empresa tem como missão: “Atuar no desenvolvimento, produção e oferta de

soluções em embalagens, através da aplicação inteligente e sustentável de talentos humanos e

de recursos tecnológicos e financeiros no alcance dos objetivos dos clientes internos e

externos.”

Como visão pretende: “Ser, até 2009, líder nacional do segmento de tubos plásticos

extrudados.”

Atualmente a capacidade de produção da C-Pack, com duas linhas de produção

instaladas, está em 200.000 tubos por dia em turnos de vinte e quatro horas assim distribuídos:

doze horas trabalhadas por trinta e seis horas de descanso, os sete dias da semana.

No que se refere ao levantamento das atividades de treinamento desenvolvidas pela C-

Pack pode-se constatar que foram realizados os treinamentos e cursos apresentados no quadro

16, (ANEXO A):

TREINAMENTO/CURSO CARGA HORÁRIA PERÍODO Capacitação Gerencial em 5 S 16h 17 a 18/09/02 Curso Básico de Plástico 28h 03 a 05/10/02 Conceitos da Qualidade 8h 28/10 a 6/11/02 Registro da Qualidade 45min 30/03/04 Manutenção Mecânica Básica 16h 22/06 a 09/08/04 Produtividade X Qualidade 1h 20/12/04 Treinamento de Clichês 4h 22 e 23/03/05 Reintegração dos Colaboradores e Boas Práticas de Fabricação

1h 9 e 10/03/05

Sistema Vortice 3h 12 e 13/05/ 2005 Prevenção e Combate a Incêndios 1h 19 e 20/05/ 2005 Cipa 20h 1, 7 e 9/06/2005 Quadro 16 – Atividades de treinamento desenvolvidas pela C-Pack. Fonte: Dados secundários, 2005.

A empresa possui, como objetivos, por exemplo: fidelizar clientes; aumentar a

produtividade e a eficiência; melhorar a qualidade dos produtos ofertados; melhorar o nível de

conhecimento dos colaboradores e melhorar o índice de satisfação dos colaboradores.

Percebe-se que, para o alcance desses objetivos, é necessário que este trabalho identifique as

necessidades apontadas pelas entrevistas e questionários juntamente com a teoria utilizada

para a pesquisa.

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4.2 Análise e interpretação dos dados

A análise e interpretação dos dados foi baseada nos questionários e nas entrevistas

realizadas com os colaboradores da produção, e será apresentada a seguir em forma de

tabelas, gráficos e a interpretação de cada questão.

Dos 100 colaboradores pesquisados, a maioria, 59 (59%) acredita que o ambiente de

trabalho é bom, 31 (31%) acredita que o ambiente de trabalho é ótimo, e 10 (10%)

classificou o ambiente de trabalho como regular.

O ambiente de trabalho pode ser considerado um dos desafios da administração de

recursos humanos, segundo Chiavenato (2000), como as pessoas trabalham nas diversas áreas

da empresa, sujeitas às decisões dos dirigentes, a administração de recursos humanos trabalha

em ambientes e em condições que não foram por ela definidos e sobre os quais possui um

grau de poder e de controle muito pequeno.

Dos 100 colaboradores pesquisados 90% consideram o ambiente de trabalho

favorável. O ambiente de trabalho deve ser ajustado às pessoas e não o inverso, porque ele

influencia as atitudes das pessoas, afeta as condições de trabalho e promove competições por

recursos e poder.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Ótimo 31 31% Bom 59 59% Regular 10 10% Ruim 0 0% TOTAL 100 100% Tabela 08 – Ambiente de trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

AMBIENTE DE TRABALHO

0%10%20%30%40%50%60%70%

Ótimo Bom Regular Ruim

Gráfico 08 – Ambiente de trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

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Dos 100 colaboradores pesquisados 51 (51%) consideram o relacionamento com seus

superiores bom, 41 (41%) consideram ser ótimo o relacionamento com seus superiores e

apenas 8 (8%) consideram o relacionamento com seus superiores regular.

Esta posição de 92 (92%) dos colaboradores considerarem o relacionamento com seus

superiores entre bom e ótimo pode ser relacionada com uma das tendências dos processos de

desenvolvimento de recursos humanos, que segundo Chiavenato (2000), é a participação ativa

dos gerentes e suas equipes no ambiente de trabalho e na adequação das práticas às diferenças

individuais das pessoas.

Os gerentes estão assumindo maior responsabilidade pelo acréscimo de valor de seus

subordinados, as pessoas estão tomando iniciativas pessoais em busca de melhor capacitação

profissional num ambiente marcado por rápidas mudanças e transformações (CHIAVENATO,

2000).

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Ótimo 41 41% Bom 51 51% Regular 8 8% Ruim 0 0% TOTAL 100 100% Tabela 09 – Relacionamento com superiores. Fonte: Dados primários, 2005.

RELACIONAMENTO COM SUPERIORES

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Ótimo Bom Regular Ruim

Gráfico 09 – Relacionamento com superiores. Fonte: Dados primários, 2005.

Dos 100 colaboradores pesquisados, a maioria, 69 (69%) respondeu que se identifica e

encontra realização do trabalho, 30 (30%) responderam que se identificam e encontram

realização em parte no trabalho, e apenas 1 (1%) respondeu que não se identifica e não

encontra realização no trabalho.

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Essa identificação e realização no trabalho de 69 (69%) dos colaboradores, pode-se

relacionar com a teoria da motivação com base no conceito da hierarquia das necessidades de

Maslow, em que uma das necessidades secundárias é a auto-realização. Segundo Chiavenato

(1999) a teoria dos dois fatores de Herzberg expressa melhor essa necessidade, pois, alicerça

sua teoria no ambiente externo e no trabalho do indivíduo.

Há a evidência de que dois fatores distintos devem ser considerados na satisfação do

cargo, os fatores higiênicos (causas de insatisfação) que referem-se às condições que rodeiam

o empregado enquanto trabalha e os fatores motivacionais (causas de satisfação) que refere-se

ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres com o cargo em si.

Os outros 30 (30%) colaboradores pesquisados, ao responderem que se identificam e

encontram realização em parte no trabalho, pode estar associado ao fato de que o processo de

recrutamento e seleção precisa estar mais atento e esclarecer ao futuro colaborador que ao ser

recrutado para exercer a função de ajudante de produção ele só passará para outra função após

cumprir alguns requisitos estabelecidos no plano de cargos e salários da empresa.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 69 69% Não 1 1% Em parte 30 30% TOTAL 100 100% Tabela 10 – Identificação e realização no trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

IDENTIFICAÇÃO E REALIZAÇÃO NO TRABALHO

0%

20%

40%

60%

80%

Sim Não Em parte

Gráfico 10 – Identificação e realização no trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

Quando os colaboradores foram questionados sobre sua rotina de trabalho, houve um

total de 106 respostas, 46 (43%) consideram a rotina de trabalho normal, 25 (24%)

consideram a rotina de trabalho agitada, 13 (13%) consideram a rotina de trabalho adequada,

9 (8%) consideram a rotina de trabalho cansativa e o mesmo percentual para dinâmica, 2 (2%)

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consideram outra e 1 (1%) consideram a rotina de trabalho mecânica e o mesmo percentual

para estressante.

Os colaboradores da C-Pack trabalham em atividades e movimentos repetitivos,

executando de forma mecânica e repetitiva sua função específica, e é dessa forma que o

resultado desta questão apontou para aspectos positivos da rotina de trabalho e aspectos

negativos.

Segundo Boog (1980) o desenvolvimento do colaborador é altamente individual e não

pode ser um processo tipo linha de produção. Uma empresa não pode desenvolver ninguém,

ela deve sim prover um clima apropriado ao desenvolvimento e as oportunidades para tal. A

análise final cabe ao colaborador, que deve ter o desejo de se desenvolver e aceitar a

responsabilidade e os esforços necessários.

O trabalho realizado pelos colaboradores da C-Pack não é só braçal, pois nesses

movimentos repetitivos que executam, eles precisam e devem estar atentos ao que estão

fazendo, para que não passe problemas de produção, que serão detectados pelas inspetoras da

qualidade.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Adequada 13 13% Cansativa 9 8% Normal 46 43% Mecânica 1 1% Monótona 0 0% Estressante 1 1% Agitada 25 24% Dinâmica 9 8% Outra 2 2% TOTAL 106 100% Tabela 11 – Rotina de trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

ROTINA DE TRABALHO

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Adequada Cansativa Normal Mecânica Monótona Estressante Agitada Dinâmica Outra

Gráfico 11 – Rotina de trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

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Ao serem questionados sobre a satisfação com o planejamento e desenvolvimento das

atividades de treinamento da área ou setor que trabalham, dos 100 colaboradores pesquisados

44 (44%) estão em parte satisfeitos, 43 (43%) dos colaboradores pesquisados estão satisfeitos

e 13 (13%) não estão satisfeitos com planejamento das atividades de treinamento de sua área

de trabalho.

Dos quatro entrevistados, três destacam que é levantada a necessidade de um grupo

para elaboração de treinamento. Com uma opinião contrária aos demais, um entrevistado diz

que “não são planejadas, são realizadas” (E4 – produção/impressão – coordenador de

produção).

Segundo Werther e Davis (1983) o planejamento melhora a utilização de recursos

humanos e combina eficientemente as atividades e os objetivos futuros da organização. Um

bom planejamento pode ser feito tanto de curto prazo quanto de longo prazo, dependendo da

necessidade ou do tamanho da empresa.

O planejamento do treinamento é uma decorrência do levantamento das necessidades

de treinamento e geralmente os recursos colocados à disposição do treinamento estão

relacionados com o problema diagnosticado. Segundo Chiavenato (2002) um planejamento de

treinamento envolve alguns itens, que são: uma necessidade específica de cada vez; definição

clara do objetivo do treinamento; determinação do conteúdo do treinamento; escolha dos

métodos de treinamento; definição dos recursos; definição da população-alvo; entre outros.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 43 43% Não 13 13% Em parte 44 44% TOTAL 100 100% Tabela 12 – Satisfação com planejamento e desenvolvimento das atividades de treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

SATISFAÇÃO COM PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES DE TREINAMENTO

0%10%20%30%40%50%

Sim Não Em parte

Gráfico 12– Satisfação com planejamento e desenvolvimento das atividades de treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

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Ao serem questionados sobre a importância do treinamento, dos colaboradores

pesquisados obteve-se um total de 286 respostas. Observa-se que 55 (19%) dos pesquisados

acreditam que é para evitar erros e desperdícios, segundo Boog (1980) o treinamento irá

suprir habilidades, conhecimentos e atitudes específicas para resolver um problema de

produção. Além disso, 45 (16%) das respostas indicam que o treinamento é importante para

melhoria da qualidade, segundo Werther e Davis (1983) o treinamento é importante e pode ter

benefícios para a organização quando auxilia no aumento da qualidade de trabalho.

Dos colaboradores pesquisados 35 (12%) acreditam que o treinamento é importante

para melhoria da produtividade, segundo Boog (1980) alguns profissionais pensam que

treinamento é a solução para todos os males da empresa, quando não é. Baixa produtividade

pode estar relacionada com ferramenta mal preparada, material fora de especificação, entre

outros problemas. Para Werther e Davis (1983) o treinamento é importante e pode trazer

benefícios para a organização quando auxilia no aumento da produtividade.

Um melhor conhecimento da função é a opção de 32 (11%) dos colaboradores

pesquisados, segundo Werther e Davis (1983) o treinamento é importante para a organização

e trás benefícios no sentido de melhorar o conhecimento e as aptidões do cargo em todos os

níveis da organização. Além disso, é importante para o indivíduo porque é através de

treinamento e desenvolvimento, as variáveis motivacionais de reconhecimento, realização,

crescimento, responsabilidade e progresso são aprendidas e postas em prática.

De um total de 286 respostas observa-se que 20 (7%) dos pesquisados acreditam que o

treinamento é importante para motivação dos colaboradores. Para Affonso (1980) os objetivos

do treinamento possuem três formas: objetivos da empresa, desenvolvimento tecnológico e

objetivo das pessoas e neste último está o ponto em que a empresa deve treinar e motivar os

colaboradores para que alcancem, por meio do trabalho, suas metas de realização pessoal e

profissional.

Dos 286 colaboradores pesquisados, 18 (6%) acreditam que o treinamento é

importante para evitar acidentes de trabalho, segundo Gil (2001) é na análise das tarefas, uma

das categorias para levantamento das necessidades de treinamento, que mostrará o que é

necessário para alcançar os objetivos da análise organizacional. Um objetivo determina o tipo

de comportamento que os empregados devem apresentar para o desempenho adequado das

respectivas tarefas. Um desses dados é a identificação das condições de trabalho e riscos. Para

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obter esses dados são utilizados diversos procedimentos, tais como: questionário, entrevista,

observação, discussão em grupo.

De um total de 286 colaboradores pesquisados 16 (6%) acreditam que o treinamento é

importante para integração entre colaboradores, 14 (5%) acreditam que o treinamento é

importante para aumentar o conhecimento da empresa, igual percentual foi para aumento da

lucratividade e gerar mudança de comportamento.

O treinamento é importante para economia de tempo foi a opção de 13 (5%) dos

colaboradores entrevistados e 10 (3%) dos colaboradores pesquisados acreditam que o

treinamento é importante para sair da rotina de trabalho.

Dentre os quatro entrevistados, todos foram unânimes em dizer que o treinamento é

fundamental para a organização, “é importante para termos a pessoa consciente do que

queremos e precisamos na empresa” (E4 – produção/impressão – coordenador de produção).

Outro entrevistado diz que “treinamento é fundamental, na produção, por exemplo,

apenas através de treinamentos os resultados poderão ser mantidos” (E3 – produção –

gerente industrial). Segundo Bohlander (2003) o treinamento tornou-se parte da coluna

vertebral da implementação de estratégias ao desempenhar papel fundamental no

desenvolvimento e no fortalecimento das competências que as empresas procuram obter.

Um entrevistado diz que “todos vêem como uma oportunidade de crescimento pessoal

e um facilitador no desempenho de suas tarefas” (E2 – produção/transformação –

coordenador de produção). Outro entrevistado diz que “todo treinamento é bem vindo e

importante porque eles (colaboradores) vão trabalhar com mais facilidade em tudo” (E1 –

produção/impressão – gerente de produção). Segundo Boog (2001) o que há de mais unânime

nas organizações, é a necessidade de treinar as pessoas. Desde o encarregado, o supervisor, os

gerentes e até o presidente, não precisam de muito estímulo para relatar uma série de

problemas que não aconteceriam se as pessoas, sob sua responsabilidade, estivessem mais

bem preparadas.

Para Gil (1994), quando surgiu a Escola das Relações Humanas, o treinamento nas

empresas passou a ver os aspectos psicossociais do indivíduo e os programas não visavam

somente capacitar os trabalhadores para o desempenho das tarefas, mas passavam a ter

objetivos voltados ao relacionamento interpessoal e sua integração na organização.

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RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Evitar erros e desperdícios 55 19% Melhoria de produtividade 35 12% Melhoria de qualidade 45 16% Economia de tempo 13 5% Melhor conhecimento da função 32 11% Evitar acidentes de trabalho 18 6% Gerar mudança de comportamento 14 5% Motivação dos colaboradores 20 7% Aumentar conhecimento da empresa 14 5% Integração entre colaboradores 16 6% Aumento de lucratividade 14 5% Sair da rotina de trabalho 10 3% Outro 0 0% TOTAL 286 100% Tabela 13 – Importância do treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO

0%5%

10%15%20%

Evi

tar e

rros

ede

sper

díci

os

Mel

hori

a de

qual

idad

e

Mel

hor

conh

ecim

ento

da fu

nção

Ger

ar m

udan

çade

com

port

amen

to

Aum

enta

rco

nhec

imen

toda

em

pres

a

Aum

ento

de

lucr

ativ

idad

e

Out

ro

Gráfico 13– Importância do treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados se a C-Pack realiza investimentos necessários em treinamento

para seus colaboradores, dos 100 pesquisados 58 (58%) assinalaram que a empresa não

realiza investimentos necessários em treinamento. Esse resultado pode ser explicado em parte

pelo elevado número de colaboradores que estão na empresa a menos de um ano 67 (64%),

como está apresentado na tabela 04. Por outro lado os investimentos em treinamento para seus

colaboradores foram realmente mínimos, conforme pesquisa em dados secundários da

empresa no setor de recursos humanos e apresentado no quadro 16 as atividades de

treinamento desenvolvidas pela C-Pack desde o início de suas atividades.

Dos 100 pesquisados 39 (39%) responderam que a empresa realiza investimentos

necessários em treinamento e apenas 3 (3%) assinalaram não saber.

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RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 39 39% Não 58 58% NDA 3 3% TOTAL 100 100% Tabela 14 – A C-Pack realiza investimentos necessários no treinamento de seus colaboradores? Fonte: Dados primários, 2005.

A C-PACK REALIZA INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS NO TREINAMENTO DE SEUS COLABORADORES ?

0%

20%

40%

60%

80%

Sim Não NDA

Gráfico 14 – A C-Pack realiza investimentos necessários no treinamento de seus colaboradores? Fonte: Dados primários, 2005.

Quanto à questão se consideravam que o aprendizado proporcionado num programa de

treinamento poderia melhorar o desempenho no trabalho dos 100 colaboradores pesquisados,

a grande maioria 95 (95%) responderam que sim. Isto mostra que apesar dos colaboradores 58

(58%) responderem que a empresa não realiza investimentos necessários em treinamento,

tabela 13, eles acreditam que o treinamento melhora o desempenho no trabalho.

Segundo Affonso (1980) o treinamento para a empresa visa o aumento da eficiência e

da produtividade enquanto que o treinamento para as pessoas a empresa deve treinar e

motivar os colaboradores para que eles alcancem, por meio do trabalho, suas metas de

realização pessoal e profissional.

Dos 100 colaboradores pesquisados 4 (4%) responderam que consideram em parte que

o aprendizado em treinamento melhora o desempenho no trabalho e apenas 1 (1%) não

respondeu.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 95 95% Não 0 0% Em parte 4 4% NDA 1 1% TOTAL 100 100% Tabela 15 – Aprendizado em treinamento melhora o desempenho no trabalho? Fonte: Dados primários, 2005.

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APRENDIZADO EM TREINAMENTO MELHORA O DESEMPENHO NO TRABALHO?

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não Em parte NDA

Gráfico 15 – Aprendizado em treinamento melhora o desempenho no trabalho? Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados sobre a quantidade de treinamentos que realizaram na empresa

no último ano, dos 100 colaboradores pesquisados, 57 (57%) assinalaram que não tiveram

nenhuma participação em atividades de treinamento, 39 (39%) assinalaram que participaram

no último ano de 1 a 3 atividades de treinamento, 3 (3%) responderam que participaram de

mais de 6 atividades de treinamento e 1 (1%) assinalou participou de 4 a 6 atividades de

treinamento na empresa.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Nenhuma 57 57% De 1 a 3 39 39% De 4 a 6 1 1% Mais de 6 3 3% TOTAL 100 100% Tabela 16 – Participação em atividades de treinamento na empresa. Fonte: Dados primários, 2005.

PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES DE TREINAMENTO NA EMPRESA

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Nenhuma De 1 a 3 De 4 a 6 Mais de 6

Gráfico 16 – Participação em atividades de treinamento na empresa. Fonte: Dados primários, 2005.

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Dos 100 colaboradores pesquisados, 96 (96%) participaram pouco de atividades de

treinamento ou de nenhum treinamento, esse fato também pode estar relacionado à quantidade

de colaboradores que estão na empresa a menos de um ano 67 (64%).

No cruzamento das questões tempo de empresa X participação em atividades de

treinamento, percebe-se que dos 100 colaboradores pesquisados que estão na empresa menos

de um ano 46 (46%) não participaram de nenhum treinamento, 17 (17%) participaram de 1 a 3

atividades de treinamento, 2 (2%) participaram em mais de 6 atividades de treinamento e 1

(1%) participou entre 4 a 6 atividades de treinamento.

Segundo Leocádio (1980), treinamento é uma parte da educação, é uma forma prática

da educação, pois prepara as pessoas para melhor desempenharem suas atribuições em

diferentes áreas de conhecimentos, habilidades e atitudes. Se 46 (46%) dos colaboradores que

estão na empresa a menos de um ano não participaram de nenhum treinamento, apresenta uma

fragilidade da empresa em relação à integração do novo colaborador.

Como relatado por um entrevistado, que diz “a priori não temos uma integração

eficiente com o colaborador novo. Não temos uma análise das experiências do colaborador e

das necessidades de treinamento do mesmo no decorrer do processo” (E2 –

produção/transformação – coordenador de produção).

Segundo Werther e Davis (1983) o treinamento como benefícios para a organização

ajuda a criar uma melhor imagem da empresa, o treinamento como benefícios para o

indivíduo ajuda a encorajar e conseguir autodesenvolvimento e autoconfiança e o treinamento

como benefícios para as relações de pessoal e humanas ajuda na orientação de novos

empregados.

TEMPO/TREINAMENTO 1 a 3 Relativo 4 a 6 Relativo Mais de 6 Relativo Nenhuma Relativo

De 1 a 2 anos 13 13% 0 0% 1 1% 9 9%

De 2 a 3 anos 9 9% 0 0% 0 0% 2 2%

Menos de 1 ano 17 17% 1 1% 2 2% 46 46% TOTAL 39 39% 1 1% 3 3% 57 57%

Tabela 17 – Tempo de empresa X Participação em atividades de treinamento na empresa. Fonte: Dados primários, 2005.

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TEMPO DE EMPRESA X PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES DE TREINAMENTO NA EMPRESA

0%

10%

20%

30%

40%

50%

de 1 a 3 de 4 a 6 mais de 6 nenhuma

De 1 a 2 anos

De 2 a 3 anos

Menos de 1 ano

Gráfico 17 – Tempo de empresa X Participação em atividades de treinamento na empresa. Fonte: Dados primários, 2005.

Quanto à mudança de procedimentos de trabalho em função dos conhecimentos

adquiridos nos treinamentos realizados, dos 100 colaboradores pesquisados 47 (47%)

assinalaram que mudaram seus procedimentos em função dos treinamentos realizados.

Segundo Gil (2001), o treinamento é o meio para adequar cada pessoa a seu cargo e não há

como deixar de considerar o capital humano como o mais evidente diferencial competitivo

das organizações, e, para que as empresas estejam preparadas para essa concorrência, elas

precisam de pessoas ágeis, competentes, empreendedoras e dispostas a assumir riscos.

Com o mesmo percentual, 47 (47%) de colaboradores pesquisados, assinalaram a

opção de que não participaram de nenhum treinamento, por isso não poderiam mudar seus

procedimentos e 6 (6%) dos colaboradores assinalaram que não mudaram seus

procedimentos.

Os entrevistados quando questionados se os treinamentos oferecidos aos colaboradores

têm surtido o efeito desejado, as respostas foram variadas, como “creio que 30% temos de

aproveitamento, e os outros 70% são perdidos devido à falta de acompanhamento e apoio

dos treinadores” (E4 – produção/impressão – coordenador de produção). Outro relata que

“praticamente não oferecemos treinamento, mas sempre que se propõe a resposta é positiva”

(E2 – produção/transformação – coordenador de produção).

Um entrevistado diz que “os treinamentos têm surtido o efeito desejado em parte. As

pessoas treinadas para ocupar cargos de operação, por exemplo, estão se desenvolvendo e,

com o tempo, tornando-se operadores de fato, mas acredito que o resultado poderia ser

melhor se já tivéssemos uma estrutura para realizar treinamentos” (E3 – produção – gerente

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industrial).

Segundo Werther e Davis (1983) a melhor maneira de resumir os benefícios do

treinamento seria considerá-lo como um investimento que a organização faz nos empregados,

e este investimento, paga dividendos para o empregado, para a organização e para outros

trabalhadores. Pode ser esse um dos pontos relevantes nos problemas que a empresa tem

passado com relação à devolução de mercadorias, a falta de investimentos na formação de

seus colaboradores para desempenharem melhor suas funções.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 47 47% Não 6 6% Não participei de nenhum treinamento 47 47% TOTAL 100 100% Tabela 18 – Mudança de procedimentos em função dos treinamentos realizados. Fonte: Dados primários, 2005.

MUDANÇA DE PROCEDIMENTOS EM FUNÇÃO DOS TREINAMENTOS REALIZADOS

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Sim Não Não participei de nenhumtreinamento

Gráfico 18 – Mudança de procedimentos em função dos treinamentos realizados. Fonte: Dados primários, 2005.

Quando os colaboradores foram questionados sobre que tipo de treinamento considera

mais necessário, de um total de 204 respostas, a maioria, 56 (27%) acredita ser necessário o

treinamento sobre conhecimento técnico e operacional, segundo Chiavenato (2000) é o

desenvolvimento de habilidades, com um treinamento direcionado às tarefas e operações a

serem executadas.

Um entrevistado diz que “uma necessidade de treinamento importante está do

desenvolvimento de tarefas, pois implicará num grande resultado na organização” (E3 –

produção – gerente industrial).

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Dentre as 204 respostas, 29 (14%) dos pesquisados responderam que consideram

necessário um treinamento de capacitação e qualificação de mão-de-obra, para Gil (1994) a

capacitação é um dos processos da administração de recursos humanos que engloba o

treinamento e o desenvolvimento tanto pessoal quanto organizacional.

Das 204 respostas dos colaboradores pesquisados 17 (9%) consideram importante o

treinamento sobre o conhecimento da organização em geral, segundo Werther e Davis (1983)

este treinamento trás benefícios para a organização, pois ajuda as pessoas a se identificarem

com as metas organizacionais e auxilia a compreensão e execução das políticas

organizacionais.

De um total de 204 respostas dos pesquisados, 16 (8%) acreditam ser importante a

integração de equipes de trabalho, segundo Werther e Davis (1983) esse treinamento trará

benefícios nas relações de pessoal e humanas no sentido de melhorar a comunicação entre

grupos e indivíduos e formar coesão em grupos.

Dentre as 204 respostas dos colaboradores pesquisados, 15 (7%) consideram

necessário o treinamento de qualificação a promoção a outros cargos da empresa. Para

Werther e Davis (1983), esse tipo de treinamento trará benefícios para as relações de pessoal e

humanas, pois ajudará na orientação de novos cargos por meio de transferência ou promoção.

O treinamento de desenvolvimento organizacional foi a opção de 14 (7%) dos 204

pesquisados, já o treinamento motivacional foi a escolha de 13 (6%) dos pesquisados. Essa

visão sobre treinamento motivacional é mencionada por dois entrevistados, que dizem “vão se

sentir mais motivados para trabalhar se saberem com que irão trabalhar ou estão

trabalhando” (E1 – produção/impressão – gerente de produção) e “um programa de

treinamento faz com que o colaborador crie um compromisso com a empresa e

permanentemente é motivado fazendo com que seu rendimento aumente” (E2 –

produção/transformação – coordenador de produção).

Das 204 respostas dos colaboradores pesquisados, 12 (6%) acreditam ser importante o

treinamento para elevar a moral dos trabalhadores. Para Werther e Davis (1983) esse

treinamento trás o benefício para a organização quando melhora a moral da força de trabalho,

para o indivíduo quando o ajuda a encorajar e conseguir autodesenvolvimento e autoconfiança

e, por fim, trás o benefício nas relações de pessoal e humanas quando melhora o moral.

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89

A opção de treinamento para maior estabilidade ou menor rotatividade foi a escolha de

9 (5%) das 204 respostas dos colaboradores pesquisados, o treinamento para desenvolvimento

de habilidades pessoais foi a opção de 8 (4%) dos colaboradores pesquisados, o treinamento

como mudança comportamental foi a opção de 7 (3%) dos colaboradores pesquisados, o

treinamento educacional foi a opção de 6 (3%) dos colaboradores pesquisados e a opção outro

foi assinalada por 2 (1%) dos colaboradores pesquisados.

Quando perguntados sobre a necessidade de treinamento dos colaboradores, os

entrevistados foram unânimes em dizer que é importante sobre todos os aspectos, tais como:

conhecimento da organização, comportamento, desenvolvimento de tarefas. Um deles destaca

que os colaboradores “são como engrenagens que precisam estar em harmonia” (E4 –

produção/impressão – coordenador de produção). Outro observa que o treinamento é

necessário “para eles terem uma visão macro da C-Pack e terem consciência da importância

do seu trabalho” (E2 – produção/extrusão – coordenador de produção).

Nas respostas dos entrevistados observa-se duas visões bem antagônicas sobre a

questão, um faz referência ao modelo mecanicista (homem como engrenagem de máquina),

visão taylorista e outro destaca a interdependência (visão sistêmica). Segundo Maximiniano

(2000), Taylor – considerado o pai da Administração Científica – aplicava métodos de

pesquisa para identificar a melhor maneira de trabalhar e procurava a melhor maneira de fazer

cada trabalho por meio da racionalização São os sistemas fechados que não são influenciados

pelo ambiente e não interagem com ele.

Segundo Robbins (2002), a abordagem sistêmica é um conjunto de partes inter-

relacionadas e interdependentes dispostas de uma maneira que produz um todo unificado. São

os sistemas abertos que reconhecem a interação constante do sistema com o ambiente e que as

organizações não são auto-suficientes, elas dependem de seu ambiente para os insumos

necessários à sua sobrevivência.

Segundo Gil (1994), certos princípios de algumas ciências podem ser aplicados a

outras, desde que seus objetos pudessem ser entendidos como sistemas, definir uma empresa

como um sistema, é fácil, pois ela contém elementos que interagem entre si e funcionam

como uma estrutura organizada.

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RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Desenv. Organizacional 14 7% Motivacional 13 6% Conhec. técnico e operac. 56 27% Educacional 6 3% Integração de equipes de trabalho 16 8% Conhec.da organiz. em geral 17 9% Capac. e qualif. de mão-de-obra 29 14% Mudança comportamental 7 3% Desenv. de habilidades pessoais 8 4% Qualif. a promoção a outros cargos 15 7% Maior estabil. ou menor rotatividade 9 5% Elevar a moral dos colaboradores 12 6% Outro 2 1% TOTAL 204 100% Tabela 19 – Necessidade de treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

NECESSIDADE DE TREINAMENTO

0%5%

10%15%20%25%30%

Des

env.

Org

aniz

acio

nal

Con

hec.

técn

ico

e op

erac

.

Inte

graç

ão d

eeq

uipe

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trab

alho

Cap

ac. e

qua

lif.

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ão-d

e-ob

ra

Des

env.

de

habi

lidad

espe

ssoa

is

Mai

or e

stab

il.ou

men

orro

tativ

idad

e

Out

ro

Gráfico 19 – Necessidade de treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados sobre solicitação de atividades de treinamento ao seu superior,

dos 100 colaboradores pesquisados 60 (60%) responderam que não solicitaram atividades de

treinamento e 40 (40%) responderam que solicitaram atividades de treinamento ao seu

superior.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 40 40% Não 60 60% TOTAL 100 100% Tabela 20 – Solicitação de treinamento ao seu superior. Fonte: Dados primários, 2005.

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SOLICITAÇÃO DE TREINAMENTO AO SEU SUPERIOR

0%10%20%30%40%50%60%70%

Sim Não

Gráfico 20 – Solicitação de treinamento ao seu superior. Fonte: Dados primários, 2005.

No cruzamento da questão satisfação com planejamento e desenvolvimento de

treinamento X solicitação de treinamento, dos 100 colaboradores pesquisados 30 (30%) estão

satisfeitos com planejamento e desenvolvimento de treinamento, mas não solicitaram

treinamento, 24 (24%) dos pesquisados estão satisfeitos em parte com o planejamento e

desenvolvimento de treinamento e solicitaram treinamento ao seu superior.

Segundo Boog (1980), é na relação do dia-a-dia do trabalho que principalmente se dá

o desenvolvimento, pois é fácil concluir a influência negativa que um homem desmotivado

pode causar em seus subordinados ou companheiros de trabalho. A oportunidade de

desenvolvimento deve estar disponível a todos e não apenas aqueles considerados como tendo

potencial.

Dos 100 colaboradores pesquisados, 20 (20%) estão em parte satisfeitos com o

planejamento e desenvolvimento de treinamento, mas não solicitaram treinamento, 11 (11%)

dos pesquisados disseram estar satisfeitos com o planejamento e desenvolvimento de

treinamento e solicitaram treinamento ao seu superior.

Para Chiavenato (2000), os processos de desenvolvimento de recursos humanos estão

passando por grandes transformações e são determinados pelas tendências. Estão se

integrando aos negócios da empresa, à contínua busca de qualidade e produtividade e acima

de tudo à competitividade em um ambiente marcado por rápidas mudanças e transformações.

Observa-se que duas destas tendências são: forte ênfase em agregar valor às pessoas e à

organização e a contínua preparação da empresa e das pessoas para o futuro e para o destino.

Dos 100 colaboradores pesquisados 9 (9%) não estão satisfeitos com planejamento e

desenvolvimento de treinamento, mas não solicitaram treinamento ao seu superior, enquanto

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que 6 (6%) não estão satisfeitos com planejamento e desenvolvimento de treinamento, mas

solicitaram treinamento ao seu superior.

De acordo com Boog (1980), ao combinar três termos: avaliar, validar e treinar, pode-

se definir que uma das etapas do processo de treinamento é a busca de informações que levem

a uma conclusão sobre o alcance dos objetivos propostos para o evento em si. Esse evento

pode ser a necessidade de treinamento solicitada por um colaborador, ou a desmotivação

desses colaboradores que não estão satisfeitos nem tampouco solicitaram treinamento.

SATISFAÇÃO TREINAMENTO / SOLICITAÇÃO DE TREINAMENTO Não Relativo Sim Relativo

Sim 30 30% 11 11%

Não 9 9% 6 6%

Em parte 20 20% 24 24%

Total 59 59% 41 41% Tabela 21 – Satisfação com planejamento e desenvolvimento de treinamento X solicitação de treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

SATISFAÇÃO COM PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE TREINAMENTO X SOLICITAÇÃO DE TREINAMENTO

0%10%20%30%40%50%60%70%

Sim Não Em parte

Não

Sim

Gráfico 21 – Satisfação com planejamento e desenvolvimento de treinamento X solicitação de treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

Quando questionados se haviam sido atendidos na solicitação de treinamento, dos 100

colaboradores pesquisados, 56 (56%) responderam que nunca solicitaram treinamento, pode

ser por vários fatores, um deles, que foi mencionado anteriormente, é em virtude de ter na

empresa um número relativamente alto: 67 (64%) de colaboradores que estão na empresa a

menos de um ano. Outro fator pode ser o constrangimento em ter que pedir algo para o

superior, falta de liberdade em dizer o que necessita ou ainda medo de represália, pensando

que se for solicitar treinamento poderá vir a ser discriminado.

A política da empresa e de sua direção desde o início foi a de estar sempre com as

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portas abertas para sugestões, reclamações, solicitações, mas percebe-se o constrangimento

das pessoas em falar, ou até mesmo em perguntar algo quando são realizadas as reuniões de

equipes de trabalho.

Dos 100 colaboradores pesquisados, 23 (23%) responderam que não foram atendidos

em sua solicitação de treinamento e 21 (21%) responderam que foram atendidos na solicitação

de treinamento.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 21 21% Não 23 23% Nunca solicitei 56 56% TOTAL 100 100% Tabela 22 – Atendimento a solicitação de treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

ATENDIMENTO A SOLICITAÇÃO DE TREINAMENTO

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim Não Nunca solicitei

Gráfico 22 – Atendimento a solicitação de treinamento. Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados se conheciam com clareza a estrutura organizacional, dos 100

colaboradores pesquisados, a maioria, 58 (58%) respondeu que conheciam em parte, 24 (24%)

responderam que não conhecem com clareza a estrutura organizacional e 18 (18%)

responderam que conhecem com clareza a estrutura organizacional.

Segundo Stoner e Freeman (1982), a estrutura organizacional de uma empresa refere-

se ao modo como as atividades são divididas, organizadas e coordenadas. Existem seis

elementos fundamentais que os gerentes precisam considerar quando projetam a estrutura de

uma organização: especialização do trabalho, departamentalização, cadeia de comando,

margem de controle, centralização e descentralização e formalização (ROBBINS, 2002).

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Dos 100 colaboradores pesquisados, a maioria, 82 (82%) respondeu que não conhece

ou conhece em parte a estrutura organizacional. Acredita-se, que esta falta de conhecimento

da estrutura organizacional pode estar relacionada ao fato de que, por ser uma empresa

relativamente nova, a direção preocupou-se com a produtividade em si e não com o

conhecimento de como era a empresa e o que ela produz.

Essa informação, a princípio, era passada pelo próprio colega de trabalho, e se ele

quase nada sabia, o novo colaborador entrava na empresa e começava a trabalhar sem ter

informações importantes, como estrutura, direção, clientes, entre outros. A situação está

melhorando com a concretização do departamento de recursos humanos, onde estão

preparando as cartilhas de procedimentos e integração dos novos colaboradores.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 18 18% Não 24 24% Em parte 58 58% TOTAL 100 100% Tabela 23 – Conhece a estrutura organizacional? Fonte: Dados primários, 2005.

CONHECE A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Sim Não Em parte

Gráfico 23 – Conhece a estrutura organizacional? Fonte: Dados primários, 2005.

Quando questionados se a empresa possui um manual de procedimentos técnicos e

organizacionais, dos 100 colaboradores pesquisados, 53 (53%) responderam que possui e 47

(47%) responderam que não possui um manual de procedimentos técnicos e organizacionais.

Desses 47 (47%), apesar de terem respondido que a empresa não possui um manual de

procedimentos técnicos e organizacionais, a resposta pode ser analisada também, utilizando a

perspectiva de um colaborador que está a menos de um ano na empresa, como desconhecer se

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a empresa possui um manual de procedimentos técnicos e organizacionais.

Os manuais permitem que as reuniões de informações dispostas de forma

sistematizada, criteriosa e segmentadas atuem como instrumento facilitador do funcionamento

da organização. Não importa o conteúdo, nem a quem é endereçado, e sim a persistência em

seu uso. Deve ser bem elaborado, claro e lógico, sem ser limitador da criatividade humana. É

aceito que os indicadores para uso de manuais estejam ligados aos processos de divulgação,

coordenação, análise e treinamento (ARAUJO, 2001).

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 53 53% Não 47 47% TOTAL 100 100% Tabela 24 – A empresa possui manual de procedimentos técnicos e organizacionais? Fonte: Dados primários, 2005.

A EMPRESA POSSUI MANUAL DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS E ORGANIZACIONAIS ?

44%

46%

48%

50%

52%

54%

Sim Não

Gráfico 24 – A empresa possui manual de procedimentos técnicos e organizacionais? Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados se conheciam com clareza o processo produtivo da C-Pack,

dos 100 colaboradores pesquisados, a maioria, 50 (50%) respondeu que conhecem em parte,

35 (35%) responderam que conhecem com clareza o processo produtivo e 15 (15%)

responderam que não conhecem o processo produtivo da empresa.

Comparando-se com a questão anterior, se a empresa possui manual de procedimentos

técnicos e organizacionais, onde 47 (47%) responderam desconhecer este manual, e nesta

questão onde 65 (65%) responderam que desconhecem ou conhecem em parte o processo

produtivo da empresa, percebe-se que há uma falta de interesse destes colaboradores.

Em parte, por falha da empresa em não realizar um treinamento no primeiro dia de

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trabalho de um novo colaborador, e em parte pelo desinteresse do próprio colaborador em não

ter curiosidade de conhecer com que produto irá trabalhar, que tipo de matéria-prima é

necessário para desenvolvê-lo, para que cliente será entregue, entre outros.

Esse desinteresse pelo processo produtivo pode estar relacionado com os indicadores a

posteriori, que são os problemas provocados por necessidades de treinamento não atendidas e

estão relacionados com a produção ou com o pessoal. Segundo Chiavenato (2002) alguns

indicadores dos problemas de pessoal são: pouco ou nenhum interesse pelo trabalho, falta de

cooperação, relações deficientes entre o pessoal, erros na execução das ordens, número

excessivo de queixas, entre outros.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 35 35% Não 15 15% Em parte 50 50% TOTAL 100 100% Tabela 25 – Conhece o processo produtivo? Fonte: Dados primários, 2005.

CONHECE O PROCESSO PRODUTIVO?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim Não Em parte

Gráfico 25 – Conhece o processo produtivo? Fonte: Dados primários, 2005.

Dos 100 colaboradores pesquisados se tinham amplo conhecimento sobre os produtos

da empresa, maioria, 59 (59%) respondeu que conhecia em parte sobre os produtos da

empresa, 30 (30%) dos colaboradores responderam que tinham amplo conhecimento sobre os

produtos da empresa e 11 (11%) responderam que não conhecem sobre os produtos da

empresa.

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Desses 70 (70%) colaboradores pesquisados que responderam desconhecer ou

conhecer em parte sobre os produtos da empresa, percebe-se novamente a necessidade de um

programa de integração ou socialização. Segundo Chiavenato (1992), a integração visa fazer

com que o novo participante da organização aprenda e incorpore certos valores, normas e

padrões de comportamento que a organização considera imprescindíveis e relevantes para um

bom desempenho em seus quadros. Dentre os pontos envolvidos na integração está o

conhecimento dos produtos e serviços produzidos pela empresa, seus clientes internos e

externos, os objetivos básicos da organização, os meios preferidos através dos quais os

objetivos serão alcançados, entre outros.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 30 30% Não 11 11% Em parte 59 59% TOTAL 100 100% Tabela 26 – Conhece os produtos da empresa? Fonte: Dados primários, 2005.

CONHECE OS PRODUTOS DA EMPRESA?

0%10%20%30%40%50%60%70%

Sim Não Em parte

Gráfico 26 – Conhece os produtos da empresa? Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados se as diretrizes, normas e regulamentos são amplamente

divulgados entre todos os colaboradores, dos 100 colaboradores pesquisados, 49 (49%)

responderam que são divulgados, 34 (34%) dos colaboradores responderam que são

divulgados em parte e 17 (17%) dos colaboradores responderam que as diretrizes, normas e

regulamentos não são divulgados entre os colaboradores.

Volta-se ao ponto da falta de integração com o novo colaborador, por isso o número

de colaboradores que responderam que são divulgados em parte e não são divulgados é de 51

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(51%), pois a integração apresenta o conjunto de regras ou princípios que asseguram a

manutenção da identidade e integridade da organização.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 49 49% Não 17 17% Em parte 34 34% TOTAL 100 100% Tabela 27 – Diretrizes, normas e regulamentos são divulgados? Fonte: Dados primários, 2005.

DIRETRIZES, NORMAS E REGULAMENTOS SÃO DIVULGADOS?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim Não Em parte

Gráfico 27 – Diretrizes, normas e regulamentos são divulgados? Fonte: Dados primários, 2005.

Quando questionados se as diretrizes, normas e regulamentos são redigidos em

linguagem clara para todos os colaboradores, dos 100 colaboradores pesquisados, a maioria,

70 (70%) respondeu que sim, são redigidos em linguagem clara e 30 (30%) responderam que

não são redigidos em linguagem clara.

Segundo Araújo (2001), existem diversos tipos de manual, dentre eles, o manual de

instruções, o manual de normas e procedimentos, o manual de processo, o manual de

procedimentos e o manual de serviços, eles definem normas, diretrizes e o detalhamento de

como fazer o trabalho de natureza burocrática. A empresa possui manuais das máquinas e

equipamentos que foram traduzidos para auxiliar os operadores em suas atividades rotineiras.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 70 70% Não 30 30% TOTAL 100 100% Tabela 28 – Diretrizes, normas e regulamentos possuem linguagem clara? Fonte: Dados primários, 2005.

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DIRETRIZES, NORMAS E REGULAMENTOS POSSUEM LINGUAGEM CLARA?

0%10%20%30%40%50%60%70%80%

Sim Não

Gráfico 28 – Diretrizes, normas e regulamentos possuem linguagem clara? Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados se conheciam bem suas funções, atribuições e

responsabilidades de trabalho, dos 100 colaboradores pesquisados, 52 (52%) responderam que

conhecem, 34 (34%) dos 100 colaboradores pesquisados responderam que conhecem em parte

suas funções, atribuições e responsabilidades de trabalho e 14 (14%) responderam que não

conhecem suas funções, atribuições e responsabilidades de trabalho.

Dos colaboradores pesquisados, 48 (48%) responderam que desconhecem ou

conhecem em parte suas funções, atribuições e responsabilidades de trabalho, esta informação

é preocupante quando percebe-se que há um equilíbrio entre os que conhecem e os que

desconhecem suas funções.

Para Gil (2001), esse fato revela que é fundamental ajustar as ações de treinamento e

desenvolvimento às necessidades da organização. A tarefa de identificação de necessidades de

treinamento pode não parecer muito gratificante, mas é preciso para identificar as carências

dos indivíduos e grupos para execução das tarefas necessárias para o alcance dos objetivos da

organização.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 52 52% Não 14 14% Em parte 34 34% TOTAL 100 100% Tabela 29 – Os colaboradores conhecem suas funções, atribuições e responsabilidades? Fonte: Dados primários, 2005.

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100

OS FUNCIONÁRIOS CONHECEM SUAS FUNÇÕES, ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim Não Em parte

Gráfico 29 – Os colaboradores conhecem suas funções, atribuições e responsabilidades? Fonte: Dados primários, 2005.

A questão sobre a satisfação com a política de treinamento da C-Pack foi respondida

pelos colaboradores da seguinte forma: de um total de 100 colaboradores pesquisados, a

maioria, 60 (60%) estão em parte satisfeitos com as políticas de treinamento, 22 (22%) dos

colaboradores responderam que não estão satisfeitos com as políticas de treinamento e 18

(18%) responderam que estão satisfeitos com as políticas de treinamento da C-Pack.

O alto índice, 82 (82%) dos colaboradores pesquisados que não estão ou estão

parcialmente satisfeitos é verificado pelo fato de que os treinamentos que são executados pela

empresa surgem da necessidade de ter que aprender a utilizar um produto específico ou um

equipamento novo, não é feito um planejamento nem tampouco diagnosticada as necessidades

dos colaboradores.

O levantamento das necessidades envolve o exame das metas nos níveis da

organização, do ambiente e do indivíduo, onde é desenvolvida em três níveis: análise

organizacional, análise das tarefas e análise dos recursos humanos (GIL, 2001).

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 18 18% Não 22 22% Em parte 60 60% TOTAL 100 100% Tabela 30 – Satisfação com políticas de treinamento da C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

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SATISFAÇÃO COM POLÍTICAS DE TREINAMENTO DA C-PACK

0%10%20%30%40%50%60%70%

Sim Não Em parte

Gráfico 30 – Satisfação com políticas de treinamento da C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

No cruzamento da questão de cargo X satisfação com políticas de treinamento da C-

Pack, observa-se que dos colaboradores pesquisados que tem o cargo de auxiliar de produção,

27 (27%) estão satisfeitos com as políticas de treinamento, 25 (25%) estão em parte satisfeitos

com as políticas de treinamento e 6 (6%) estão insatisfeitos com as políticas de treinamento da

C-Pack. Surge aqui a necessidade de fazer um levantamento das atividades de treinamento

que são realizadas pela empresa, para que se possa alterar este quadro de parcialmente

insatisfeitos.

Dos 100 colaboradores pesquisados que exercem a função de operadores, 13 (13%)

estão em parte satisfeitos com as políticas de treinamento, 9 (9%) estão satisfeitos com as

políticas de treinamento e 5 (5%) não estão satisfeitos com as políticas de treinamento da

empresa.

Dentre os 100 colaboradores pesquisados que exercem a função de inspetora da

qualidade, 4 (4%) responderam estar em parte satisfeitas com as políticas de treinamento e 2

(2%) responderam estar insatisfeitas com as políticas de treinamento da empresa.

Uma pergunta da entrevista que pode ser relacionada também com satisfação com as

políticas de treinamento da C-Pack é se os colaboradores demonstram interesse e estão

comprometidos em participar dos treinamentos oferecidos pela empresa: “a grande maioria

sim, em todos os treinamentos realizados houve uma grande participação dos colaboradores.

Eles entendem que o treinamento é fundamental para o crescimento deles próprios e da

organização” (E3 – produção – gerente industrial).

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102

Segundo Affonso (1980), um dos objetivos do treinamento está no objetivo das

pessoas, onde a empresa deve treinar e motivar os colaboradores para que alcancem, por meio

do trabalho, suas metas de realização pessoal e profissional.

Outro entrevistado diz que, “sempre que algum treinamento é proposto, os

colaboradores demonstram-se motivados e interessados em participar” (E2 –

produção/transformação – coordenador de produção).

CARGO / SATISFAÇÃO COM TREINAMENTO Em parte Relativo Não Relativo Sim Relativo

Auxiliar de expedição 1 1% 0 0% 1 1%

Auxiliar de produção 25 25% 6 6% 27 27%

Colorista 1 1% 0 0% 1 1%

Inspetora da qualidade 4 4% 2 2% 0 0%

Operador 13 13% 5 5% 9 9%

Outro 2 2% 0 0% 3 3%

TOTAL 46 46% 13 13% 41 41% Tabela 31 – Cargo X Satisfação com políticas de treinamento da C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

CARGO X SATISFAÇÃO COM POLÍTICAS DE TREINAMENTO DA C-PACK

0%5%

10%15%20%25%30%

Auxiliar deexpedição

Auxiliar deprodução

Colorista Inspetora daqualidade

Operador Outro

Em parte

Não

Sim

Gráfico 31 – Cargo X Satisfação com políticas de treinamento da C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

Quanto à adaptação ao cargo ou função, dos 100 colaboradores pesquisados, a grande

maioria, 89 (89%) respondeu que estão adaptados ao cargo e apenas 11 (11%) responderam

que não estão adaptados ao cargo ou função. Segundo Chiavenato (2002), embora o equilíbrio

entre os indivíduos e a organização seja constantemente perseguido, ele nunca é

completamente alcançado em virtude das mudanças de necessidade, de objetos e de relações

mutáveis de poder, sendo assim, a adaptação é um processo constante cuja regra é a mudança

e o ajustamento.

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103

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 89 89% Não 11 11% TOTAL 100 100% Tabela 32 – Você está adaptado ao cargo ou função? Fonte: Dados primários, 2005.

VOCÊ ESTÁ ADAPTADO AO CARGO OU FUNÇÃO?

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não

Gráfico 32 – Você está adaptado ao cargo ou função? Fonte: Dados primários, 2005.

Ao cruzar a questão de tempo de empresa X adaptação ao cargo, verificou-se que dos

100 colaboradores pesquisados dos que estão na empresa a menos de um ano, a maioria, 59

(59%) respondeu que estão adaptados ao cargo e 7 (7%) responderam que não estão

adaptados ao cargo. Segundo Chiavenato (2002), todos os membros da organização provocam

um impacto sobre a adaptação e os processos de tomada de decisão da organização.

Dos 100 colaboradores pesquisados que estão na empresa entre 1 a 2 anos, 20 (20%)

responderam que estão adaptados ao cargo e 3 (3%) responderam que não estão adaptados ao

cargo. Dentre os 100 colaboradores pesquisados que estão na empresa entre 2 a 3 anos 10

(10%) responderam que estão adaptados ao cargo e 1 (1%) responderam que não estão

adaptados ao cargo.

TEMPO DE EMPRESA/ADAPTAÇÃO AO CARGO Não Relativo Sim Relativo

De 1 a 2 anos 3 3% 20 20%

De 2 a 3 anos 1 1% 10 10%

Menos de 1 ano 7 7% 59 59% Total 11 11% 89 89%

Tabela 33 – Tempo de empresa X Adaptação ao cargo. Fonte: Dados primários, 2005.

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104

TEMPO DE EMPRESA X ADAPTAÇÃO AO CARGO

0%10%20%30%40%50%60%70%

De 1 a 2 anos de 2 a 3 anos Menos de 1 ano

Não

Sim

Gráfico 33 – Tempo de empresa X Adaptação ao cargo. Fonte: Dados primários, 2005.

No cruzamento de outras questões relevantes à pesquisa, como a participação em

atividades de treinamento X adaptação ao cargo verificou-se que dos 100 colaboradores

pesquisados 48 (48%) estavam adaptados ao cargo, mas não haviam participado de nenhum

treinamento e 9 (9%) não estavam adaptados ao cargo e também não haviam participado de

nenhum treinamento. Os colaboradores estão adaptados ao cargo, o que está faltando é

investimento da empresa em programas de treinamento e capacitação de seus colaboradores.

Dos 100 colaboradores pesquisados que participaram de 1 a 3 treinamentos 37 (37%)

estão adaptados ao cargo e 2 (2%) não estão adaptados ao cargo. Dos colaboradores que

participaram em mais de 6 treinamentos 3 (3%) estão adaptados ao cargo. Dos pesquisados

que participaram de 4 a 6 treinamentos 1 (1%) está adaptado ao cargo.

PARTICIPAÇÃO EM TREINAMENTO / ADAPTAÇÃO AO CARGO Não Relativo Sim Relativo De 1 a 3 2 2% 37 37% De 4 a 6 0 0% 1 1% Mais de 6 0 0% 3 3% Nenhuma 9 9% 48 48% Total 11 11% 89 89% Tabela 34 – Participação em atividades de treinamento X Adaptação ao cargo. Fonte: Dados primários, 2005.

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105

PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES DE TREINAMENTO X ADAPTAÇÃO AO CARGO

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

De 1 a 3 De 4 a 6 Mais de 6 Nenhuma

Não

Sim

Gráfico 34 – Participação em atividades de treinamento X Adaptação ao cargo. Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados se a empresa estimula o aperfeiçoamento profissional do

colaborador como requisito para promoção de carreira, dos 100 colaboradores pesquisados, a

maioria 51 (51%) respondeu que estimula, 38 (38%) dos colaboradores responderam que

estimula em parte e 11 (11%) dos colaboradores responderam que não estimula o

aperfeiçoamento para promoção.

Dentre os colaboradores pesquisados, 49 (49%) responderam que a empresa estimula

em parte o aperfeiçoamento profissional ou não estimula. Apresenta um índice de insatisfação

com relação ao aperfeiçoamento profissional para promoção. O modo como a empresa

promove seus colaboradores é por meio da observação do trabalho do colaborador, sua

habilidade e capacidade em resolver problemas relacionados ao seu trabalho. Esta observação

é realizada pelos coordenadores de célula de produção que informam ao gerente industrial, e

este passa a informação para o departamento de recursos humanos, que a partir de tal data

aquele colaborador estará sendo promovido.

De acordo com Boog (1980), o desenvolvimento de uma pessoa não pode ser baseado

apenas em traços específicos de personalidade, deve basear-se na melhoria da habilidade de

fazer as coisas. O autor comenta ainda que a oportunidade de desenvolvimento deve ser

universal e estar disponível a todos e não apenas aqueles considerados como tendo potencial.

O investimento, o voto de confiança, muitas vezes, trazem resultados surpreendentes.

Essa maneira de promoção que a empresa utiliza, pode ser considerada, por alguns

colaboradores, uma preferência por um ou outro colaborador, acredita-se que esse pode ser o

motivo de insatisfação dos colaboradores 49 (49%) que assinalaram a opção de que a empresa

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106

não estimula ou estimula em parte o aperfeiçoamento profissional para promoção.

A empresa não pode desenvolver ninguém, mas deve fornecer um clima apropriado ao

desenvolvimento e as oportunidades para tal. A decisão final cabe ao colaborador que deve ter

o desejo de ser promovido ou não e aceitar as responsabilidades que virão com a nova função

e dispor dos esforços necessários para o aprendizado. Sem responsabilidade não há

oportunidade de crescimento e conseqüentemente não há desenvolvimento.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 51 51% Não 11 11% Em parte 38 38% TOTAL 100 100% Tabela 35 – A C-Pack estimula o aperfeiçoamento profissional para promoção? Fonte: Dados primários, 2005.

A C-PACK ESTIMULA O APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL PARA PROMOÇÃO?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim Não Em parte

Gráfico 35 – A C-Pack estimula o aperfeiçoamento profissional para promoção? Fonte: Dados primários, 2005.

Quando questionados se conheciam plenamente a missão e a visão de futuro da

empresa, dos 100 colaboradores pesquisados, 59 (59%) responderam que conhecem e 41

(41%) responderam que não conhecem.

Apesar do equilíbrio, esse é um dado preocupante, pois demonstra que a empresa não

tem investido adequadamente em treinamento, principalmente no que se refere aos processos

de socialização dos colaboradores à empresa. Segundo Chiavenato (1992), a integração,

também chamada de socialização, é uma espécie de cerimônia de iniciação, onde é

apresentado ao novo colaborador um pouco da cultura da empresa, sua missão, sua visão, as

práticas e filosofias predominantes na organização. Simultaneamente à apresentação, são

comentados sobre os hábitos e prejuízos indesejados que devem ser banidos do

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107

comportamento do recém-iniciado.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 59 59% Não 41 41% TOTAL 100 100% Tabela 36 – Conhece missão e visão de futuro da C-Pack? Fonte: Dados primários, 2005.

CONHECE MISSÃO E VISÃO DE FUTURO DA C-PACK?

0%10%20%30%40%50%60%70%

Sim Não

Gráfico 36 – Conhece missão e visão de futuro da C-Pack? Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados se conheciam plenamente os objetivos e metas de sua área de

trabalho, dos 100 colaboradores pesquisados, a maioria, 87 (87%) respondeu que conhece os

objetivos e metas e apenas 13 (13%) responderam que não conhecem.

Esse número elevado de colaboradores, 87 (87%) que dizem conhecer plenamente os

objetivos e metas de sua área de trabalho, pode estar relacionado ao trabalho repetitivo que

executam. Por ser processo do tipo linha de produção, cada colaborador sabe o que e como

fazer sua tarefa diária.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 87 87% Não 13 13% TOTAL 100 100% Tabela 37 – Conhece objetivos e metas de sua área de trabalho? Fonte: Dados primários, 2005.

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108

CONHECE OBJETIVOS E METAS DE SUA ÁREA DE TRABALHO?

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não

Gráfico 37 – Conhece objetivos e metas de sua área de trabalho? Fonte: Dados primários, 2005.

Quanto à questão se conheciam plenamente os objetivos e metas da C-Pack, dos 100

colaboradores pesquisados, 54 (54%) responderam que conhecem e 46 (46%) responderam

que desconhecem. Há um equilíbrio nas respostas entre conhecer os objetivos e metas da

empresa e desconhecer estes objetivos. Um ponto importante para este equilíbrio pode ser

novamente a quantidade de colaboradores que estão na empresa a menos de um ano 67 (64%)

e a falta de integração do novo colaborador.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 54 54% Não 46 46% TOTAL 100 100% Tabela 38 – Conhece objetivos e metas da C-Pack? Fonte: Dados primários, 2005.

CONHECE OBJETIVOS E METAS DA C-PACK?

42%

44%

46%

48%

50%

52%

54%

56%

Sim Não

Gráfico 38 – Conhece objetivos e metas da C-Pack? Fonte: Dados primários, 2005.

No cruzamento da questão tempo de empresa X conhece objetivos e metas da C-Pack

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dos 100 colaboradores pesquisados que estão na empresa a menos de um ano, 33 (33%)

responderam que desconhecem os objetivos e metas da empresa e 33 (33%) responderam que

conhecem esses objetivos. Entende-se que falta uma apresentação da empresa para o novo

colaborador, uma integração bem elaborada de forma rápida e direta, utilizando uma

linguagem clara para um bom entendimento do que se deseja dele na empresa e do que ele

pode esperar da empresa com relação ao seu futuro profissional.

Dos 100 colaboradores pesquisados que estão na empresa entre 1 a 2 anos 14 (14%)

responderam que conhecem os objetivos e metas da empresa e 9 (9%) responderam que

desconhecem os objetivos e metas da empresa.

Dentre os 100 colaboradores pesquisados que estão na empresa entre 2 a 3 anos, 8

(8%) responderam que conhecem os objetivos e metas da empresa, enquanto que 3 (3%)

responderam que desconhecem os objetivos e metas da empresa. Percebe-se que a falta de

conhecimento dos objetivos e metas da empresa não é característica somente dos novos

colaboradores, pois 12 (12%) dos que estão na empresa entre 1 a 3 anos responderam que

desconhecem os objetivos e metas da empresa.

TEMPO / CONHECE OBJETIVOS E METAS DA C-PACK Não Relativo Sim Relativo Menos de 1 ano 33 33% 33 33% De 1 a 2 anos 9 9% 14 14% De 2 a 3 anos 3 3% 8 8% Total 45 45% 55 55%

Tabela 39 – Tempo de empresa X Conhece objetivos e metas da C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

TEMPO DE EMPRESA X CONHECE OBJETIVOS E METAS DA C-PACK

0%5%

10%15%20%25%30%35%

Menos de 1 ano De 1 a 2 anos De 2 a 3 anos

Não

Sim

Gráfico 39 – Tempo de empresa X Conhece objetivos e metas da C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

Ao cruzar a questão área de trabalho X conhece objetivos e metas da C-Pack, dos 100

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110

colaboradores pesquisados que trabalham na impressão, 15 (15%) responderam que conhecem

os objetivos e metas da empresa e 12 (12%) responderam que desconhecem. Dos 100

colaboradores pesquisados que trabalham na extrusão 11 (11%) responderam que

desconhecem os objetivos e metas da empresa e 9 (9%) responderam que conhecem os

objetivos e metas da C-Pack.

Mais uma vez fica claro que o enfoque da empresa restringe-se ao trabalho

“mecânico” no âmbito da área de trabalho e poucos investimentos são feitos para valorizar e

desenvolver uma visão mais sistêmica na empresa. Segundo Gil (1994), o modelo sistêmico

tem uma vantagem que incorpora as mais diversas contribuições científicas ao processo de

treinamento, porque estes processos passaram a considerar as necessidades e aspirações do

indivíduo, suas motivações, dificuldades de aprendizagem, entre outros.

Dentre os 100 colaboradores pesquisados que trabalham no heading, 10 (10%)

responderam que conhecem os objetivos e metas da empresa e 3 (3%) responderam que

desconhecem os objetivos e metas da C-Pack. Dos 100 colaboradores pesquisados que

trabalham no hot stamping, 6 (6%) responderam que desconhecem os objetivos e metas da

empresa e 4 (4%) responderam que conhecem os objetivos e metas da C-Pack.

Sabe-se que o interesse em divulgar os objetivos e metas da empresa deve ser dela

própria, fato que não está ocorrendo. Chegam aos colaboradores, após serem passadas pelos

coordenadores e gerente, as metas para produção mensais, são as metas de produtividade,

onde é calculado a quantidade que deverá ser produzida num determinado período de horas, é

o cálculo de hora/máquina.

ÁREA TRABALHO/OBJETIVOS E METAS DA C-PACK Não Relativo Sim Relativo

Extrusão 11 11% 9 9%

Heading 3 3% 10 10%

Hot Stamping 6 6% 4 4%

Impressão 12 12% 15 15%

Injetora 1 1% 2 2%

Inspeção da qualidade 3 3% 3 3%

Silk Screen 3 3% 4 4%

Tintas / vernizes 2 2% 0 0%

Outra 5 5% 7 7% Total 46 46% 54 54% Tabela 40 – Área de trabalho X Conhece objetivos e metas da C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

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ÁREA DE TRABALHO X CONHECE OS OBJETIVOS E METAS DA C-PACK

0%

5%

10%

15%

20%

Ext

rusã

o

Hea

ding

Hot

Stam

ping

Impr

essã

o

Inje

tora

Insp

eção

daqu

alid

ade

Silk

Scre

en

Tin

tas

/ve

rniz

es

Out

ra

Não

Sim

Gráfico 40 – Área de trabalho X Conhece objetivos e metas da C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

Ao serem questionados se o trabalho exige muito de seu conhecimento técnico e de

sua capacidade profissional, dos 100 colaboradores pesquisados a maioria 75 (75%)

responderam que exige conhecimento e 25 (25%) responderam que não exige conhecimento.

Segundo Chiavenato (2000) o treinamento e desenvolvimento estão se integrando aos

negócios da empresa à contínua busca de qualidade e produtividade, as pessoas estão tomando

iniciativas pessoais em busca de melhor capacitação profissional. Algumas tendências nos

processos de desenvolvimento são: aprimoramento pessoal como aspecto da melhoria da

qualidade de vida das pessoas, adequação das práticas às diferenças individuais das pessoas,

busca incessante da excelência, entre outros.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Sim 75 75% Não 25 25% TOTAL 100 100% Tabela 41 – Seu trabalho exige conhecimento técnico e capacidade profissional? Fonte: Dados primários, 2005.

SEU TRABALHO EXIGE CONHECIMENTO TÉCNICO E CAPACIDADE PROFISSIONAL?

0%10%20%30%40%50%60%70%80%

Sim Não

Gráfico 41 – Seu trabalho exige conhecimento técnico e capacidade profissional? Fonte: Dados primários, 2005.

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112

Quando questionados sobre o que contraria o colaborador no seu trabalho, de um total

de 115 respostas 38 (33%) assinalaram a opção carecer de melhor qualificação para minhas

atribuições, segundo Werther e Davis (1983) o treinamento como benefícios para o indivíduo:

através de treinamento e desenvolvimento, as variáveis motivacionais de reconhecimento,

realização, crescimento, responsabilidade e progresso são aprendidas e postas em prática.

Das 115 respostas 26 (23%) responderam não saber quais são as suas possibilidades de

promoção. Se a empresa tivesse um plano de cargos e salários, o mesmo está em elaboração,

certamente esta opção teria um índice menor, pois nele estão sendo esclarecidos todos os

requisitos para que o colaborador seja promovido.

Da mesma forma como a opção desconhecer o que se espera da minha atuação

profissional, foi a escolha de 19 (16%) das 115 respostas, prova que o plano de cargos e

salários, que segundo Chiavenato (2002), é a classificação dos cargos e as faixas salariais para

cada classe de cargos, é documento de extrema importância para uma empresa que se

preocupa com seus clientes internos.

A opção não dispor de autonomia proporcional às minhas atribuições foi à escolha de

12 (10%) das 115 respostas. Para Chiavenato (2002) ocorre falta de autonomia quando os

métodos de trabalho são predeterminados, quando os intervalos de trabalho são rigidamente

controlados, que é o caso da C-Pack.

Das 115 respostas 11 (10%) assinalaram a opção não ter claramente definidas as

minhas responsabilidades. Assim como a empresa não possui um plano de cargos e salários os

colaboradores sentem-se perdidos com relação a função exercida, não sabendo, em alguns

casos, a quem se reportar para resolver um problema de produção.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Carecer de melhor qualificação 38 33% Não ter definida minha responsabilidade 11 10% Não saber possibilidades de promoção 26 23% Não dispor de autonomia 12 10% Desconhecer minha atuação profissional 19 16% Outros 9 8% TOTAL 115 100% Tabela 42 – O que o contraria no seu trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

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113

O QUE O CONTRARIA NO SEU TRABALHO

0%5%

10%15%20%25%30%35%

Car

ecer

de

mel

hor

qual

ific

ação

Não

ter

defi

nida

min

hare

spon

sabi

lidad

e

Não

sab

erpo

ssib

ilida

des

de p

rom

oção

Não

dis

por d

eau

tono

mia

Des

conh

ecer

min

ha a

tuaç

ãopr

ofis

sion

al

Out

ros

Gráfico 42 – O que o contraria no seu trabalho. Fonte: Dados primários, 2005.

Com relação à avaliação do futuro profissional do colaborador na empresa, das 104

respostas 38 (37%) assinalaram a opção com certo otimismo, 27 (26%) assinalaram a opção

com muito otimismo e segurança, 24 (23%) avaliam com esperança seu futuro profissional e

15 (14%) avaliam seu futuro profissional com dúvidas.

Segundo Boog (1980) o desenvolvimento pode ser entendido como o processo de

crescimento integral do homem, a expansão de sua habilidade de utilizar totalmente as suas

capacidades e aplicar seu conhecimento e experiência para a solução ou resolução de novas e

diferentes situações.

Para Werther e Davis (1983) o desenvolvimento e o planejamento de uma carreira

ajuda a desenvolver as ofertas internas de talento que pode ser promovido. É com um

departamento de recursos humanos implantado que a empresa poderá desenvolver estas ações

para com seus colaboradores.

Das 104 respostas 89 (86%) assinalaram positivamente quanto à avaliação de seu

futuro profissional. Este dado é importante, quando está se fazendo um levantamento das

necessidades de treinamento, pois mostra que seus colaboradores têm interesse em progredir

na empresa.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Com pessimismo 0 0% Com dúvidas 15 14% Com esperança 24 23% Com certo otimismo 38 37% Com muito otimismo e segurança 27 26% TOTAL 104 100% Tabela 43 – Como avalia seu futuro na C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

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114

COMO AVALIA SEU FUTURO NA C-PACK

0%5%

10%15%20%25%30%35%40%

Com pessimismo Com dúvidas Com esperança Com certo otimismo Com muito otimismo esegurança

Gráfico 43 – Como avalia seu futuro na C-Pack. Fonte: Dados primários, 2005.

Quando questionados sobre a validade e utilidade do questionário, de um total de 122

respostas 55 (45%) assinalaram a opção uma excelente iniciativa e que deveria ser realizada

constantemente, 39 (32%) assinalaram que certamente servirá para formulação de políticas de

treinamento na C-Pack.

De um total de 122 respostas 21 (17%) assinalaram a opção que poderá trazer

informações importantes para o setor de Recursos Humanos, 5 (4%) assinalaram a opção que

a empresa tem ignorado até agora o que pensam os colaboradores.

Para Bastos (1994) o questionário, assim como outros meios de pesquisa, possui

vantagens e desvantagens. Das vantagens percebidas durante a aplicação deste questionário

foram: que podem atingir um grande número de pessoas, possui um custo relativamente

baixo, o tempo de pesquisa é bastante curto e os anônimos podem permitir livre expressão de

idéias e sentimentos. Quanto às desvantagens, elas são: podem gerar má vontade para a

obtenção de respostas, trazem pouco envolvimento e podem gerar temor e mascarar a

expressão de idéias e sentimentos.

RESPOSTAS TOTAL ABSOLUTO TOTAL RELATIVO Servirá para políticas de treinamento 39 32% Ignorava pensamento dos colaboradores 5 4% Informações importantes para o RH 21 17% Não tem nenhuma utilidade 0 0% Excelente iniciativa 55 45% Outros 2 2% TOTAL 122 100% Tabela 44 – Validade e utilidade do questionário. Fonte: Dados primários, 2005.

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115

VALIDADE E UTILIDADE DO QUESTIONÁRIO

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Servirá parapolíticas detreinamento

Ignoravapensamento dos

funcionários

Informaçõesimportantes para o

RH

Não tem nenhumautilidade

Excelenteiniciativa

Outros

Gráfico 44 – Validade e utilidade do questionário. Fonte: Dados primários, 2005.

A questão 37 do questionário era se o colaborador teria alguma sugestão para melhorar

os procedimentos relacionados ao treinamento dos colaboradores da C-Pack e dos 100

colaboradores que responderam o questionário 53 (53%) fizeram observações e 47 (47%)

deixaram em branco.

Muitas das sugestões vão de encontro com o verificado nas análises realizadas, como

por exemplo: fazer a integração do novo colaborador que foi contratado com a apresentação

da empresa, noções sobre o que ele deve fazer no seu setor, definir claramente as funções e

responsabilidades.

Outros sugerem que seja criado um calendário mensal com uma agenda de

treinamentos para os colaboradores. Os treinamentos poderiam ser em diversos segmentos,

tais como: motivacional, técnico ou organizacional.

A sugestão de outro colaborador é a de um treinamento constante dos colaboradores

de cada célula, visando a melhoria de seu desempenho profissional e a qualidade de seu

serviço, colaborando para o crescimento da empresa e de seus colaboradores.

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116

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como foco o levantamento das necessidades de treinamento dos

colaboradores da C-Pack, no sentido de contribuir com a manutenção de um quadro de

colaboradores qualificado e adequado ao bom funcionamento da empresa. Depois que foram

constatados os problemas advindos de devoluções de mercadorias, observou-se que as

dificuldades eram provenientes da falta de conhecimento com o material trabalhado e viu-se a

necessidade de obter dados para uma avaliação das necessidades de treinamento dos

colaboradores da C-Pack.

A finalidade de concretizar esta pesquisa era no sentido de verificar as reais

necessidades de treinamento, pois a suspeita já se possuía, que eram as devoluções e erros de

produção, mas tornava-se necessário juntar estes problemas com a teoria sobre levantamento

das necessidades de treinamento.

Acredita-se que os objetivos deste estudo foram alcançados, mesmo que tenham sido

encontradas algumas limitações ao longo do desenvolvimento da pesquisa, mas de forma

nenhuma prejudicaram o alcance dos objetivos propostos.

A escolha do tema não pode, de maneira alguma, ser considerada uma dificuldade,

mas representou um grande desafio para a pesquisadora. Apesar de trabalhar na área

financeira da empresa, possui uma relação muito estreita com a área de recursos humanos da

empresa, pois quando esta iniciou, toda parte de recursos humanos passava por ela, para então

ser enviada ao contador. Em virtude do aprofundamento necessário para a compreensão do

tema, acredita-se que o envolvimento da pesquisadora com o assunto é um aspecto

extremamente importante.

Foram encontradas várias dificuldades durante a realização deste trabalho, como a

falta de tempo para realizar uma pesquisa consistente, como era o desejo da pesquisadora.

Quanto às entrevistas a dificuldade foi em conciliar o tempo que se tinha disponível tanto para

a pesquisadora, quanto para o entrevistado. A transcrição destas entrevistas foi relativamente

normal, apesar de ser um processo moroso, foi realizada com muita atenção para que não se

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117

perdesse nenhuma palavra ou expressão abordada.

Quanto aos questionários a dificuldade encontrada foi na sua tabulação, por não se ter

um conhecimento mais avançado em excel, a tabulação tornou-se complicada e prolongada.

Esta demora foi principalmente provocada por três fatores: 37 questões para ser respondidas,

100 questionários foram aplicados e respostas que foram assinaladas mais de uma opção.

Pode ser que estas dificuldades apontadas pela pesquisadora não sejam consideradas

dificuldades para quem possua experiência em elaboração e tabulação de questionários.

Outra dificuldade encontrada com relação aos questionários foi na hora de sua

aplicação, pois os colaboradores sabiam que a pesquisadora faz parte da direção da empresa e

sentiam-se constrangidos em pegar o mesmo para responder. Apesar de ser esclarecido no

momento da entrega do questionário, que era para uma finalização do Trabalho de Conclusão

de Curso e que não precisavam se identificar em momento algum. Acredita-se que, mesmo

com as explicações na entrega do questionário, algumas respostas não são sinceras, por

constrangimento ou até mesmo por medo de represálias.

Na visão dos colaboradores sobre as necessidades de treinamento, em primeiro lugar

ficou a opção do treinamento sobre conhecimento técnico e operacional, para Chiavenato

(2000) é o desenvolvimento de habilidades, com um treinamento direcionado às tarefas e

operações a serem executadas. Em segundo lugar foi a opção de treinamento de capacitação e

qualificação de mão-de-obra, para Gil (1994) a capacitação é um dos processos da

administração de recursos humanos que engloba o treinamento e o desenvolvimento tanto

pessoal quanto organizacional.

Na posição em terceiro lugar ficou o treinamento sobre o conhecimento da

organização em geral, este treinamento traz benefícios para a organização, pois ajuda as

pessoas a se identificarem com as metas organizacionais e auxilia a compreensão e execução

das políticas organizacionais. Em quarto lugar a necessidade de treinamento para integração

de equipes de trabalho, este treinamento trará benefícios nas relações de pessoal e humanas no

sentido de melhorar a comunicação entre grupos e indivíduos e formar coesão em grupos

(WERTHER e DAVIS, 1983).

Em quinto lugar ficou o treinamento de qualificação para a promoção a outros cargos

da empresa. Para Werther e Davis (1983) este tipo de treinamento trará benefícios para as

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relações de pessoal e humanas, pois, ajudará na orientação de novos cargos por meio de

transferência ou promoção. O treinamento de desenvolvimento organizacional foi a opção em

sexto lugar, já o treinamento motivacional foi a escolhida em oitavo lugar.

Em nono lugar ficou o treinamento para elevar a moral dos trabalhadores. Para

Werther e Davis (1983) este treinamento traz benefício para a organização quando melhora a

moral da força de trabalho, para o indivíduo quando o ajuda a encorajar e conseguir

autodesenvolvimento e autoconfiança e, por fim, trás o benefício nas relações de pessoal e

humanas quando melhora o moral.

Em décimo lugar ficou o treinamento para maior estabilidade ou menor rotatividade,

em décimo primeiro ficou treinamento para desenvolvimento de habilidades pessoais, em

décimo segundo o treinamento como mudança comportamental e em décimo terceiro o

treinamento educacional.

Com relação ao levantamento das atividades de treinamento desenvolvidas pela

organização percebe-se que os treinamentos realizados pela empresa são os do início de sua

operação, pois foram realizados no ano de 2002, destaca-se: Curso de 5s, Curso Básico de

Plástico, Conceitos da Qualidade. Neste ano a empresa possuía apenas 20 colaboradores e os

cursos não eram para atividades específicas. Uma definição para levantamento das

necessidades de treinamento vem de Gil (2001, p. 124) “como o processo que tem como

objetivo identificar as carências de indivíduos e grupos para a execução das tarefas

necessárias para o alcance dos objetivos da organização.”

Durante o ano de 2003 a empresa não realizou nenhum curso ou treinamento formal e

terminou o ano com 58 colaboradores, os quais foram entrando na empresa e aprendendo sua

função no próprio local de trabalho com seu superior direto. Foi o ano do lançamento da

empresa no mercado brasileiro e a preocupação da direção estava em mostrar a existência da

C-Pack para os concorrentes. Um dos processos da administração de recursos humanos é

capacitação e não há como deixar de considerar o capital humano como o mais evidente

diferencial competitivo das organizações e para que as empresas estejam preparadas para esta

concorrência elas precisam de pessoas ágeis, competentes, empreendedoras e dispostas a

assumir riscos (GIL, 2001).

Neste momento, não se pensava no cliente interno, em termos de treinamento,

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pensava-se no cliente externo, em termos de produtividade e qualidade. Só que a qualidade do

produto ficou um pouco abalada em virtude das reclamações dos clientes, por erros seguidos e

repetitivos, ou seja, sempre os mesmos erros. Estava a necessidade de treinamento apontada

pela primeira vez. Segundo Chiavenato (1992, p. 137), o levantamento das necessidades de

treinamento, “na realidade, significa um esforço de manutenção corretiva das carências de

conhecimentos, habilidades, destrezas, informações e coisas assim.” Depois de efetuado o

levantamento das necessidades de treinamento os dados devem ser analisados para chegar a

um diagóstico, e o que se pretende com esta ferramenta é verificar se e em que medida o

problema é passível de solução via treinamento (BASTOS, 1994). Eventualmente, o

diagóstico pode conter outras informações além das medidas de correção por meio de

treinamento, e apresentar estas sugestões depende muito da cultura da empresa e de quem foi

o responsável pela análise.

Ao final do ano de 2004 a empresa estava com 90 colaboradores e durante o ano

realizou alguns cursos, como: Registro da Qualidade, Produtividade X Qualidade,

Manutenção Mecânica Básica. Este último foi indicação de um engenheiro da empresa para

que os colaboradores tivessem noções de como utilizar ferramentas certas nas máquinas

quando da realização de set-ups. Os colaboradores que ingressaram na empresa durante este

ano também foram aprendendo sua função no local de trabalho. O treinamento, de acordo

com a concepção tradicional, é o meio para adequar cada pessoa a seu cargo e a atual

necessidade é de processos capazes de desenvolver competências nas pessoas, para que se

tornem produtivas e inovadoras (GIL, 2001).

Neste ano de 2005, até junho, a empresa está com 137 colaboradores e já realizou mais

cursos e treinamentos neste primeiro semestre do que nos anos anteriores, alguns direcionados

às funções e outros para segurança obrigatória, são: Treinamento de Clichês, Reintegração

dos Colaboradores e Boas Práticas de Fabricação, Sistema Vórtice, Prevenção e Combate a

Incêndios, Curso de Instalação da Cipa. Este aumento no número de cursos e treinamentos é

verificado pelo fato de que implantação definitiva do departamento de recursos humanos está

se concretizando este ano.

Os processos de desenvolvimento de recursos humanos estão passando por grandes

transformações e são determinados pelas tendências. Estão se integrando aos negócios da

empresa, à contínua busca de qualidade e produtividade e acima de tudo à competitividade em

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um ambiente marcado por rápidas mudanças e transformações. Observa-se que duas destas

tendências são: forte ênfase em agregar valor às pessoas e à organização e a contínua

preparação da empresa e das pessoas para o futuro e para o destino (CHIAVENATO, 2000).

Quanto à identificação das limitações nas atividades de treinamento e as dificuldades

para o aperfeiçoamento dos colaboradores verificou-se que a empresa promove atividades de

treinamento conforme as necessidades do momento, por problemas de operação de uma

máquina numa célula de produção ou pela chegada de um equipamento novo, entre outros.

É feita a seleção de quem irá participar do treinamento, se operador ou ajudante de

produção, normalmente o coordenador da célula é que promove este treinamento, então é

marcado dia e hora, feito o convite para o treinando e realizado o treinamento. Estes

treinamentos rápidos são realizados na sala de reuniões da empresa, para grupos de até 12

pessoas. Segundo Boog (1980) é na relação do dia-a-dia do trabalho que principalmente se dá

o desenvolvimento, pois é fácil concluir a influência negativa que um homem desmotivado

pode causar em seus subordinados ou companheiros de trabalho. A oportunidade de

desenvolvimento deve estar disponível a todos e não apenas aqueles considerados como tendo

potencial.

Com relação a verificar o interesse dos colaboradores em participar de programas de

treinamento conclui-se que a satisfação com as políticas de treinamento realizadas pela C-

Pack estão deixando a desejar pelo fato de não serem planejadas, são realizadas conforme a

necessidade e este fato comprovou-se com um elevado número de colaboradores que

assinalaram a opção em parte satisfeitos com as políticas de treinamento. De acordo com

Boog (1980) ao combinar três termos: avaliar, validar e treinar, pode-se definir que uma das

etapas do processo de treinamento é a busca de informações que levem a uma conclusão sobre

o alcance dos objetivos propostos para o evento em si.

Este evento pode ser a necessidade de treinamento solicitada por um colaborador, ou a

desmotivação destes colaboradores que não estão satisfeitos nem tampouco solicitaram

treinamento. Segundo Bohlander (2003), o treinamento tornou-se parte da coluna vertebral da

implementação de estratégias ao desempenhar papel fundamental no desenvolvimento e no

fortalecimento das competências que as empresas procuram obter – conjuntos básicos de

conhecimentos e experiências que dão a elas uma vantagem sobre os concorrentes.

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Uma pergunta da entrevista sobre se os colaboradores demonstram interesse e estão

comprometidos em participar dos treinamentos oferecidos pela empresa, foi respondida

positivamente pelos entrevistados. Segundo Affonso (1980) um dos objetivos do

treinamento está no objetivo das pessoas, onde a empresa deve treinar e motivar os

colaboradores para que alcancem, por meio do trabalho, suas metas de realização pessoal e

profissional.

A empresa está em processo de mudanças em virtude das solicitações de grandes

clientes e está buscando a certificação da SA 8000, que é uma norma internacional de

responsabilidade social. Toda parte de recursos humanos está sendo elaborada em busca desta

certificação, e um dos pontos questionados é sobre os programas de treinamento contínuos, se

a empresa possui e quais são. Acreditamos que este trabalho depois de concluído poderá

colaborar com uma parcela para a conquista desta certificação.

Com relação ao objetivo geral desta pesquisa que é avaliar as necessidades de

treinamento dos colaboradores da C-Pack, visando ao aperfeiçoamento das pessoas e ao

atendimento das necessidades da empresa, verificou-se com base nos questionários e nas

entrevistas realizadas que as falhas iniciam no primeiro dia de trabalho de um novo

colaborador, pois não é realizada a integração, onde a empresa deve ser apresentada a ele,

juntamente com sua missão, sua visão, seus valores, seu local de trabalho e o principal as

normas e regras da empresa para bons procedimentos e harmonia no ambiente de trabalho.

O processo de integração procura fazer com que o novo colaborador assimile de

maneira mais intensa e rápida a cultura da organização e se comporte a partir daí como um

membro que veste a camisa da empresa (CHIAVENATO, 1992).

Com base nas análises das respostas dos questionários verificou-se que os

colaboradores têm um conceito positivo com relação ao ambiente de trabalho e no

relacionamento com superiores. A maioria se identifica e encontra realização no trabalho que

realiza. Acreditam que o aprendizado proposto por um programa de treinamento irá melhorar

seu desempenho no trabalho.

Como a C-Pack está com um número elevado de colaboradores que estão na empresa a

menos de um ano, verificou-se que a maioria não participou de nenhum treinamento,

praticamente não conhecem a estrutura organizacional da empresa e a metade não sabe se a

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empresa possui um manual de procedimentos técnicos e organizacionais. Associam-se estas

respostas, um tanto negativas, novamente com a necessidade de integração do novo

colaborador.

Quase todos conhecem os objetivos e metas da área de trabalho, estão plenamente

adaptados ao cargo, e avaliam positivamente o seu futuro profissional na empresa. A maioria

está insatisfeita com a política de treinamento da empresa. Esta resposta se justifica, pois

praticamente não existe um planejamento ou um programa de treinamento na empresa.

Sugere-se que seja elaborado um programa permanente de treinamento para todas as áreas da

empresa para que se minimize as devoluções e reclamações dos clientes.

Conclui-se que, com elaboração de um manual de integração com todas as normas

estabelecidas pela empresa descritas com uma linguagem clara e de fácil entendimento e um

programa permanente de treinamento a ser seguido rigorosamente, a C-Pack poderá ser a

empresa ideal, e sistematizada nos mínimos detalhes, como foi projetada por seu

empreendedor há tantos anos atrás.

Esta pesquisa, juntamente com suas análises e interpretações, será entregue ao

departamento de recursos humanos da empresa, para que elaborem os programas de

treinamento para os colaboradores da empresa.

Como sugestão para trabalhos futuros, indica-se um aprofundamento no referencial

teórico sobre treinamento e elaboração de programas de treinamento. Como parte prática,

sugere-se a elaboração de uma proposta de treinamento para os colaboradores da empresa C-

Pack.

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Apêndice A – questionário

Este questionário faz parte de um estudo sobre o “Levantamento de Necessidades de Treinamento” dos colaboradores da C-Pack. O estudo é parte do meu Trabalho de Conclusão de Curso de Administração na Univali/São José, e por este motivo, gostaria de contar com sua colaboração. Não existem respostas certas ou erradas, porém é importante que você responda às questões com o máximo de sinceridade possível. Todos os colaboradores receberão este questionário. As perguntas são objetivas e você não precisará se identificar em nenhum momento do preenchimento do questionário, visto que seus dados serão reunidos e integrados às respostas dos demais participantes dessa pesquisa. Ao final da pesquisa o setor de Recursos Humanos receberá uma cópia dos resultados gerais do estudo para elaboração de um programa de treinamento para os colaboradores da C-Pack. OBRIGADA!

ASSINALE SOMENTE UMA OPÇÃO EM CADA QUESTÃO.

1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

2. Idade: _____ anos

3. Escolaridade:

( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto

( ) 2º grau completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo

4. Há quanto tempo você trabalha na empresa?

( ) Menos de 1 ano ( ) De 1 a 2 anos

( ) De 2 a 3 anos ( ) Mais de 3 anos

5. Qual área ou setor que você trabalha?

( ) Extrusão ( ) Heading ( ) Impressão ( ) Injetora

( ) Hot Stamping ( ) Silckscreen ( ) Inspeção da qualidade ( ) Tintas / vernizes

( ) Outro.Qual?____________________________________________

6. Qual seu cargo ou função?

( ) Operador ( ) Auxiliar de produção ( ) Colorista

( ) Inspetora da qualidade ( ) Auxiliar de expedição ( ) Outro. Qual?_______________

7. Você considera o ambiente de trabalho em sua célula de produção:

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

8. Você considera o relacionamento com seus superiores:

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( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

9. Você se identifica e encontra realização no trabalho que realiza na C-Pack?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

10. Você considera sua rotina de trabalho:

( ) Adequada ( ) Mecânica ( ) Agitada ( ) Cansativa

( ) Monótona ( ) Dinâmica ( ) Normal ( ) Estressante

( ) Outra. Qual?___________

11. Você está satisfeito com o planejamento e desenvolvimento das atividades de treinamento de sua área ou setor?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

12. Na sua opinião, o treinamento é importante para:

( ) Evitar erros e desperdícios ( ) Melhoria de produtividade

( ) Melhoria de qualidade ( ) Economia de tempo

( ) Melhor conhecimento da função ( ) Evitar acidentes de trabalho

( ) Gerar mudança de comportamento ( ) Motivação dos colaboradores

( ) Aumentar conhecimento da empresa ( ) Integração entre colaboradores

( ) Aumento de lucratividade ( ) Sair da rotina de trabalho

( ) Outro. Qual?______________________________________

13. Na sua opinião, a C-Pack realiza os investimentos necessários em treinamento de seus colaboradores?

( ) Sim ( ) Não

14. Você considera que o aprendizado proporcionado num programa de treinamento pode melhorar seu desempenho no trabalho na empresa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

15. No último ano, você participou de quantas atividades de treinamento promovidas pela empresa?

( ) Nenhuma ( ) De 1 a 3 ( ) De 4 a 6 ( ) Mais de 6

16. Você mudou procedimentos de trabalho em função dos novos conhecimentos que adquiriu nos treinamentos que realizou?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não participei de nenhum treinamento

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17. Dentre os tipos de treinamento listados abaixo, qual você considera mais necessário aos colaboradores da C-Pack?

( ) Desenvolvimento organizacional

( ) Motivacional

( ) Educacional

( ) Conhecimento técnico e operacional

( ) Integração de equipes de trabalho

( ) Conhecimento da organização em geral

( ) Mudança comportamental

( ) Capacitação e qualificação da mão-de-obra

( ) Desenvolvimento de habilidades pessoais

( ) Qualificação à promoção a outros cargos da empresa

( ) Maior estabilidade ou menor rotatividade de mão-de-obra

( ) Elevar a moral dos colaboradores

( ) Outro. Qual?____________________________________________

18. Você alguma vez solicitou atividades de treinamento ao seu superior?

( ) Sim ( ) Não

19. Você foi atendido?

( ) Sim ( ) Não ( ) Nunca solicitei

20. Você conhece com clareza a estrutura organizacional?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

21. A C-Pack possui um manual de procedimentos técnicos e organizacionais?

( ) Sim ( ) Não

22. Você conhece com clareza o processo produtivo da C-Pack?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

23. Você tem amplo conhecimento sobre os produtos da empresa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

24. As diretrizes, normas e regulamentos são amplamente divulgados entre todos os colaboradores da empresa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

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25. As diretrizes, normas e regulamentos são redigidos em linguagem clara para todos os colaboradores?

( ) Sim ( ) Não

26. Os colaboradores da C-Pack conhecem bem suas funções, atribuições e responsabilidades de trabalho?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

27. Você está satisfeito com a política de treinamento da C-Pack?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

28. Você está plenamente adaptado a seu cargo e funções?

( ) Sim ( ) Não

29. A empresa estimula o aperfeiçoamento profissional do colaborador como requisito para promoção de carreira?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em partes

30. Você conhece plenamente a missão e visão de futuro da C-Pack?

( ) Sim ( ) Não

31. Você conhece plenamente os objetivos e metas de sua área de trabalho?

( ) Sim ( ) Não

32. Você conhece plenamente os objetivos e metas da C-Pack?

( ) Sim ( ) Não

33. O seu trabalho exige muito de seu conhecimento técnico e de sua capacidade profissional?

( ) Sim ( ) Não

34. O que o contraria no seu trabalho?

( ) Não dispor de autonomia proporcional às minhas responsabilidades

( ) Não ter claramente definidas as minhas responsabilidades

( ) Não saber quais são as minhas possibilidades de promoção

( ) Carecer de melhor qualificação para as minhas atribuições

( ) Desconhecer o que se espera da minha atuação profissional

( ) Outro. Qual? _______________________________________________

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35. Como você avalia o seu futuro profissional na C-Pack?

( ) Com pessimismo

( ) Com dúvidas

( ) Com esperança

( ) Com certo otimismo

( ) Com muito otimismo e segurança

36. Qual a sua opinião sobre a validade e a utilidade deste questionário, como meio de conhecer o ponto de vista dos colaboradores sobre as necessidades de treinamento na C-Pack?

( ) Não tem nenhuma utilidade prática

( ) Revela que a C-Pack tem ignorado até agora o que pensam os colaboradores

( ) Poderá trazer informações importantes para o setor de Recursos Humanos

( ) Certamente servirá para formulação de políticas de treinamento na C-Pack

( ) Excelente iniciativa que deveria ser realizada constantemente

( ) Outro. Qual? _______________________________________________

37. Você teria alguma sugestão para melhorar os procedimentos relacionados ao treinamento dos colaboradores da C-Pack?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

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Apêndice B – Roteiro de entrevista

Perguntas para entrevista com coordenadores, supervisores e gerentes da C-Pack

1. Você poderia descrever como são planejadas e desenvolvidas as atividades de

treinamento na sua área/organização?

2. Qual a importância do treinamento no contexto organizacional?

3. Quais as principais limitações encontradas pela área/organização no que se refere ao

treinamento dos colaboradores?

4. São encontradas dificuldades quanto à conscientização dos colaboradores em

relação às necessidades de aperfeiçoamento e qualificação?

5. Os colaboradores demonstram interesse e estão comprometidos em participar dos

treinamentos oferecidos pela empresa?

6. Você poderia destacar os principais motivos dos erros, problemas, ineficiência,

baixo nível de produtividade, etc?

7. Na sua opinião, as necessidades de treinamento dos colaboradores da C-Pack são

em relação ao conhecimento da organização, relações humanas (comportamento) ou no

desenvolvimento de tarefas? Por que?

8. Segundo seu ponto de vista, que habilidades e conhecimentos técnicos os

colaboradores de sua área/organização precisariam desenvolver? Como por exemplo:

atendimento ao cliente, comprometimento com o trabalho, habilidades em comunicação, etc.

9. Os treinamentos oferecidos aos colaboradores, têm surtido o efeito desejado?

Como? Por que?

10. Qual a importância do treinamento para os colaboradores e para a organização?

11. Como um programa de treinamento pode melhorar o rendimento dos

colaboradores?

12. Que sugestões você teria para elaboração de um programa de treinamento aos

colaboradores da C-Pack?

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Anexos

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