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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA UNIVALI PR-REITORIA DE PESQUISA, PS-GRADUAO, EXTENSO E CULTURA CENTRO DE EDUCAO DE CINCIAS SOCIAIS E JURDICAS - CEJURPS CURSO DE PS-GRADUAO STRICTO SENSU EM CINCIA JURDICA CPCJ PROGRAMA DE MESTRADO ACADMICO EM CINCIA JURDICA PMCJ REA DE CONCENTRAO: FUNDAMENTOS DO DIREITO POSITIVO
O PODER NORMATIVO DA JUSTIA DO TRABALHO: PARADIGMA DE POLTICA JURDICA LUZ DA HERMENUTICA
E DA PRINCIPIOLOGIA CONSTITUCIONAL
ANELCIA VERNICA BOMBANA CONSOLI
Itaja, 2009
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA UNIVALI PR-REITORIA DE PESQUISA, PS-GRADUAO, EXTENSO E CULTURA CENTRO DE EDUCAO DE CINCIAS JURDICAS, POLTICAS E SOCIAIS CURSO DE PS-GRADUAO STRICTO SENSU EM CINCIA JURDICA CPCJ PROGRAMA DE MESTRADO ACADMICO EM CINCIA JURDICA PMCJ REA DE CONCENTRAO: FUNDAMENTOS DO DIREITO POSITIVO
O PODER NORMATIVO DA JUSTIA DO TRABALHO: PARADIGMA DE POLTICA JURDICA LUZ DA HERMENUTICA
E DA PRINCIPIOLOGIA CONSTITUCIONAL
ANELCIA VERNICA BOMBANA CONSOLI
Dissertao submetida ao Programa de
Mestrado em Cincia Jurdica da Universidade do Vale do Itaja
UNIVALI, como requisito parcial obteno do Ttulo de Mestre em
Cincia Jurdica. Orientador: Professor Doutor Zenildo Bodnar
Itaja, 2009
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AGRADECIMENTOS
Agradeo a Deus pela ddiva da vida, pela sabedoria e pela fora de vontade, ingredientes essenciais para a concluso deste trabalho.
Ao Professor Doutor Zenildo Bodnar, exemplo de competncia e seriedade, que, como orientador, com muita serenidade, contribuiu com seu conhecimento em inmeras sugestes e orientaes.
Ao Doutor Paulo Marcio Cruz, coordenador deste Programa de Mestrado Acadmico.
Aos demais professores do Programa de Mestrado Acadmico da Universidade do Vale do Itaja UNIVALI, pela amizade e conhecimentos transmitidos.
banca examinadora por todas as construtivas sugestes.
secretria acadmica Jaqueline Moretti Quintero, pelo cordial e prestimoso atendimento.
Aos colegas mestrandos, pela convivncia e sincera amizade.
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DEDICATRIA
Aos meus pais, Jair e Lenira, pessoas essenciais para que esse trabalho pudesse ter sido iniciado e concludo, verdadeiros exemplos de seriedade, honestidade e perseverana.
Ao meu marido Osmar, pelo incessante incentivo, exemplo de determinao e fora de vontade.
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O fato de poder e dever cada homem se realizar de conformidade com o seu ser pessoal, na condicionalidade de sua natureza e do meio histrico a que pertence, no exclui, mas antes exige o reconhecimento de ser ele partcipe de uma tarefa ou empenho comum a toda espcie humana, ou, por outras palavras, de que os seus atos transcendem o crculo de seus interesses, ou dos grupos em que mais imediatamente se inserem, por serem, pura e simplesmente, atos humanos, suscetveis de uma qualificao deontolgica de alcance universal. Donde resulta a emergncia de uma multiplicidade de ideologias, em funo das quais cada um de ns situa e legitima as suas inclinaes e esperanas. (Miguel Reale)
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TERMO DE ISENO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo
aporte ideolgico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do
Vale do Itaja, a coordenao do Programa de Mestrado em Cincia Jurdica, a
Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca
do mesmo.
Itaja, 2009
Anelcia Vernica Bombana Consoli Mestranda
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PGINA DE APROVAO
SER ENTREGUE PELA SECRETARIA DO PROGRAMA DE MESTRADO EM CINCIA JURDICA DA UNIVALI APS A DEFESA EM BANCA.
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ROL DE CATEGORIAS
Rol de categorias que a Autora considera estratgicas
compreenso do seu trabalho, com seus respectivos conceitos operacionais.
Acordos Setoriais de Interesses:
Consistem em uma nova forma da constituio de Direitos por via no-estatal,
expressada informalmente atravs das relaes, representaes e negociaes
entre associaes de interesses e grupos profissionais organizados1.
Conflitos Coletivos:
Configuraes, no mbito do Capitalismo perifrico e dependente, de lutas
histricas de sujeitos sociais que reivindicam necessidades fundamentais capazes
de erradicar a condio de explorao econmica, dominao poltica e excluso
de cultura2.
Conveno Coletiva:
Acordo que cria, num primeiro momento, normas obrigatrias para os sujeitos
coletivos envolvidos (organizaes sindicais), dentro de certos limites mnimos
(salrio), estendendo-se, posteriormente, para outros campos da atividade
produtiva, no que se refere s condies de trabalho e emprego3.
1 WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo Jurdico: O Espao de Prticas Sociais
Participativas. Tese UFSC, Florianpolis, 1992, p. xix. 2 WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo Jurdico: O Espao de Prticas Sociais
Participativas. p. xxii. 3 WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo Jurdico: Fundamentos de uma nova cultura no
Direito. 2 edio. Editora Alfa Omega. So Paulo, 1997. p. 262.
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Descentralizao:
Processo, estratgia ou forma de organizao poltico-social, cujas funes,
competncias e servios so distribudos e atribudos, democraticamente, aos
mais diferentes ncleos de poder comunitrio, do mais complexo ao mais simples
nvel, do centro para a periferia4.
Direitos Sociais:
Direitos sociais se referem proteo social implementada pelo Estado, voltada,
em princpio, para a redistribuio dos benefcios sociais visando diminuio
das desigualdades estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconmico,
tm suas razes nos movimentos populares do sculo XIX, voltadas aos conflitos
surgidos entre capital e trabalho, no desenvolvimento das primeiras revolues
industriais5.
Dissdio Coletivo:
Dissdio coletivo o processo que vai dirimir conflitos coletivos do trabalho, por
meio de pronunciamento do Poder Judicirio, criando ou modificando condies
de trabalho para certa categoria ou interpretando determinada norma jurdica6.
Nos dissdios coletivos, a indeterminao dos sujeitos que so alcanados pela
norma coletiva a caracterstica principal7.
Dogmtica Jurdica:
Condio rigidamente sistemtica e formalista do direito vigente em determinada
sociedade.
4 WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo Jurdico: O Espao de Prticas Sociais
Participativas. p. xxiv. 5http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010132622001000300003&script=sci_arttext&tlng=pt.
10.11.09 6 MARTINS, Srgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 28 ed. (2008). Editora Atlas. p. 602. 7 MARTINS, Srgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. p. 603.
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Estado de Direito:
Estado de Direito o estado em que detentores do poder esto vinculados por
regras gerais, mesmo que essas regras sejam estabelecidas pelos prprios
detentores do poder8.
Fonte do Direito:
Fontes do direito so aqueles fatos ou atos os quais, o ordenamento jurdico faz
depender a produo de normas jurdicas. O conhecimento de um ordenamento
jurdico (e tambm de um setor particular desse ordenamento) comea sempre
pela enumerao de suas fontes9.
Necessidades Humanas Fundamentais:
Envolve o conjunto de sentimentos, intenes e desejos conscientes sobre
exigncias valorativas acerca de bens ou valores considerados indispensveis.
Refere-se, tanto, objetivamente, aos bens materiais e no-materiais inerentes
produo humana em Sociedade, quanto, subjetivamente, aos valores,
interesses, desejos, sentimentos e formas de vida10.
8 UNGER, Roberto Mangabeira. O Direito e o futuro da democracia. Traduo de Caio Farah
Rodriguez, Marcio Soares Grandchamp. So Paulo: Boitempo, 2004. p. 86. 9 O que interessa notar numa teoria geral do ordenamento jurdico no tanto quantas e quais
sejam as fontes do Direito de um ordenamento jurdico moderno, mas o fato de que, no mesmo momento em que se reconhece existirem atos ou fatos dos quais se faz depender a produo de normas jurdicas (as fontes do direito), reconhece-se que o ordenamento jurdico, alm de regular o comportamento das pessoas, regula tambm o modo pelo qual se devem produzir as regras. Costuma-se dizer que o ordenamento jurdico regula a prpria produo normativa. Bobbio, Norberto. Da Norma Jurdica ao Ordenamento Jurdico. p. 45
10 WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo Jurdico: O Espaco de Prticas Sociais Participativas. Tese UFSC, Florianpolis, 1992, p. xxix.
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Norma Jurdica:
Uma norma uma proposio [...] as normas jurdicas pertencem categoria
geral das proposies prescritivas11.
Paradigma:
Trata-se de um modelo de poca, um padro, uma teoria cientifica ou no, que se
torna referncia jurdica e predomina em determinado momento histrico.
Poltica Jurdica:
A Poltica Jurdica vista como uma complexidade de prticas do Direito
vinculadas ao processo de autonomia social e individual. Assim, a Poltica
Jurdica no considerada como um exerccio exclusivamente racional e sim
como um saber que estimula a criao de novos vnculos e valores12.
Poder Normativo:
Poder normativo a competncia atribuda Justia do Trabalho para
estabelecer normas e condies de trabalho nos dissdios coletivos13. De certa
forma, pode-se dizer que o Tribunal do Trabalho vai criar um direito novo, ao
resolver a controvrsia coletiva dos grupos sociais14.
11 BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurdica. Traduo Pavan Baptista e Ariani Bueno
Sudatti. Apresentao Alar Caff Alves, 4 edio revista. p. 72 12 WARAT, Luis Alberto. Prefcio da obra Fundamentos da Poltica Jurdica. Sergio Antonio
Fabris Editor/ CPGD UFSC. Porto Alegre, 1994, p. 12. 13 MARTINS, Srgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 28 ed. (2008). Editora Atlas. p. 605. 14 MARTINS, Srgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. p. 602.
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Sentena Normativa:
A sentena normativa aplicvel erga omnes, ou seja, ser aplicada perante
todos aqueles que pertenam ou venham a pertencer mesma categoria
profissional ou econmica15.
Sujeitos Coletivos:
Compreendem a emergncia daqueles estratos sociais participativos e geradores
de produo jurdica, dando forma e priorizando o que se convencionou chamar
de novos movimentos sociais. O novo sujeito coletivo um sujeito vivo, atuante
e livre, que se autodetermina, participa e modifica a totalidade do processo
histrico-social16.
15 MARTINS, Srgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. p. 603. 16 WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo Jurdico: O Espao de Prticas Sociais
Participativas. p. xxxiv.
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SUMRIO
RESUMO............................................................................................XIV
ABSTRACT.........................................................................................XV
INTRODUO.......................................................................................1
CAPTULO 1..........................................................................................7
PRODUO DE UMA ORDEM NORMATIVA .....................................7 1.1 DIFERENTES CORRENTES............................................................................7 1.2 VIAS DE PRODUO DO DIREITO..............................................................21 1.2.1 VIA LEGISLATIVA ............................................................................................22 1.2.2 VIA JUDICIRIA ..............................................................................................22 1.2.3 PLURALISMO ...................................................................................................26 1.3 FUNDAMENTOS DE UMA ORDEM NORMATIVA ........................................30 1.3.1 LEGALIDADE, LEGITIMIDADE, VALIDADE E EFICCIA............................................33 1.4 NORMA E SUA SIGNIFICAO ..................................................................38 1.4.1 PRINCPIOS E REGRAS .....................................................................................42
CAPTULO 2........................................................................................45
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO: PODER NORMATIVO.........45 2.1 CONTEXTUALIZAO HISTRICA..............................................................45 2.2 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO ..........................................................48 2.3 FONTES DO DIREITO DO TRABALHO ........................................................55 2.3.1 SENTENA NORMATIVA COMO CONCRETIZAO DO PODER NORMATIVO .....60
CAPTULO 3........................................................................................70
PODER NORMATIVO DA JUSTIA DO TRABALHO: UM NOVO PARADIGMA DE CONSCINCIA JURDICA NA PRODUO DE NORMAS SOCIALMENTE TEIS E DESEJVEIS...........................70 3. NORMA SOCIALMENTE DESEJVEL ...........................................................70 3.1.1 NORMA TIL, NORMA VALORADA, NORMA JUSTA, NORMA TICA ..........................76 3.2FLEXIBILIDADE NORMATIVA E PRESERVAO DO ESTADO DEMOCRTICO DE DIREITO .............................................................................81 3.3 FORMAO E PROGRESSO DO DIREITO..................................................89 3.3.1 FUNO SOCIAL DO USO E DOS BONS COSTUMES ..............................................93 3.3.2 CARTER CONSTITUTIVO DA DECISO JUDICIAL .................................................95 3.4 CONSCINCIA JURDICA .............................................................................97
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CONSIDERAES FINAIS ..............................................................100
REFERNCIA DAS FONTES CITADAS ..........................................104
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RESUMO
Ao contrrio do que se pensa, a realidade social demonstra
necessidades de um novo paradigma de utilidade para o direito, a ideia que se
tinha de que regras estatais poderiam prever todas as possibilidades e conflitos,
est sendo superada pela necessidade da construo de um direito engajado ao
constante desenvolvimento social. Sendo o direito um fenmeno social, deve
transcender as limitaes positivistas e jusnaturalistas, importando, sobretudo, na
edificao de um direito humanista que tenha por estrutura possibilidades de
suprir os interesses dos homens, tendo como resultado a produo de normas
socialmente teis e desejveis. Para o trabalho aqui apresentado o referente de
pesquisa utilizado foi a busca de um tipo de pluralismo jurdico capaz de traduzir
em normas as necessidades sociais apontadas por movimentos sociais e sujeitos
coletivos. A partir dessa dinmica interativa em que os sujeitos coletivos tornam-
se sujeitos ativos no impulso produo normativa, ocorre, como conseqncia,
uma descentralizao de poder criativo do Estado para a sociedade, em que as
leis cedem espao aos acordos e convenes coletivas, criando assim, um
cenrio socialmente participativo e democrtico. Atravs da investigao,
realizada sob o mtodo indutivo, a qual se deu pela pesquisa e identificao das
partes e do fenmeno, e o tratamento dos dados, realizado atravs do mtodo
cartesiano, chegou-se a concluso geral que os movimentos sociais so
alternativa legtima na criao de uma nova juridicidade informal que tem como
essencial partcipe, no centro da produo normativa, o Poder Judicirio. O
relatrio da pesquisa, realizado por meio de uma base lgica indutiva, demonstra
que os destinatrios das normas, bem como o poder judicirio so as partes mais
prximas da realidade e necessidade social, por isso apresentam-se em
condies de transpor para a normativa, apontamentos condizentes com o que
vislumbram. O objeto desse trabalho se concentra na justificativa de um sensvel
afastar da tradicional forma de se visualizar a produo normativa, ou seja,
apenas atravs da forma, que traz em seu bojo o Poder Legislativo, mas que seja
uma criao legitimada, resultado do equilbrio entre uma dinmica interativa e
princpios jurdicos.
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ABSTRACT
Contrary to what is commonly believed, the social reality
demonstrates a need for a new paradigm of utility for the law. The idea previously
held, that the state rules could foresee all the possibilities and conflicts, is now
being replaced by a need to construct a law that is engaged in constant social
development. Given that the law is a social phenomenon, it should transcend
positivist and jusnaturalist limitations, concerning itself, above all, with building a
humanist law that is based on a structure of possibilities for meeting peoples
interests, resulting in the production of socially useful and desirable norms. For the
work presented here, the basis of the research was the search for a type of legal
pluralism capable of translating into norms the social needs indicated by social
movements and collective subjects. Based on this interactive dynamic, in which
the collective subjects become active subjects in the production of legislation, a
decentralization occurs, of the creative power of the State towards society in
general, in which the laws give way to collective agreements and conventions,
thereby creating a scenario that is socially participatory and democratic. Through
the investigation, carried out using the inductive method, through research and
identification of the parts and the phenomenon, and the treatment of the data
through the Cartesian method, the general conclusion obtained was that social
movements are a legitimate alternative in the creation of a new informal juridical
scenario, whose essential participant, at the heart of legal production, is the
Judiciary Power. The research report, carried out through an inductive, logical
base, demonstrates that the addressees of the norms, as well as the judiciary
power, are the closest parts to the reality and social need, therefore they are able
to transpose, to the law, indications in keeping with what they observe. The object
of this work is to justify a slight moving away from the traditional way of visualizing
normative production, in other words, only through the form, at the heart of which
is the Legislative Power, but that it will be a legitimate creation, the result of a
balance between an interactive dynamic and juridical principles.
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INTRODUO
Ao se considerar a criao do Direito no s para promover
a disciplina social, mas tambm o bem estar, no se pode subestimar as
necessidades e interesses comuns em uma sociedade, para tanto, o Direito no
se realiza de per si na prpria norma, mas sim se realiza ao atender s
necessidades sociais possibilitando uma ntima aproximao entre o mundo das
prticas e da positivao.
O presente estudo objetiva a anlise crtica de um tipo de
atuao excepcional por parte do poder judicirio trabalhista. luz da poltica
jurdica, intenta-se, de forma especfica, confrontar a legitimidade e a
constitucionalidade do poder normativo que se vislumbra nas sentenas
normativas quanto aos princpios e ditames constitucionais, no que tange
separao dos poderes, face ao Estado Democrtico de Direito.
Valendo-se da proposta de discusso que os limites
constitucionais de atuao do poder judicirio como fonte legisladora pode
ensejar, tem-se na hermenutica e na principiologia constitucional, linha de
pesquisa dessa dissertao, o ensejo e sustento de alcance temtico ao fim
desejado.
Considerando os desencontros que se vislumbram entre a
autonomia das sociedades contemporneas (as avanadas prticas democrticas
e pluralistas) e o voluntarismo do legislador, busca-se no Poder Normativo da
Justia do Trabalho o instrumento de autonomia e transformao para se chegar
a um direito positivo que ao mesmo tempo permevel s mudanas culturais e
s conquistas sociais e preserva a ordem e o Estado de Direito.
O objetivo institucional do presente estudo produzir
Dissertao de Mestrado Acadmico para obteno do Ttulo de Mestre em
Cincia Jurdica pelo Programa de Mestrado em Cincia Jurdica da Universidade
do Vale do Itaja - UNIVALI.
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A produo dessa Dissertao de Mestrado tem por objetivo
cientfico apontar um tipo de atuao excepcional por parte do Poder Judicirio
Trabalhista como centro de produo de normas. Motiva-se pelo fato de que as
decises proferidas pelos juzes e Tribunais do Trabalho possuem carter de
norma.
Justifica-se a escolha do tema por ser este a busca pelo
pluralismo normativo, significa uma preocupao em fundamentar e justificar a
norma, caracterizando a sua validade em estruturas no convencionais, que se
tornem fora persuasiva e impulsionadora captadas pela sensibilidade do juiz,
para instituir direitos no contemplados pela legislao.
Enfim, a inteno do presente trabalho propor uma anlise
de poltica jurdica atravs da hermenutica e principiologia constitucional, em
que se tome uma postura progressista na qual o juiz se torne figura mais liberta
capaz de exercer um papel legislativo construtivo e verdadeiramente eficaz. Por
meio das sentenas normativas, que so as decises proferidas em dissdios
coletivos, o Judicirio Trabalhista prope uma soluo dinmica e interativa ao
caso concreto em exame, e isso s possvel em razo de que as partes
interessadas encontram nesse mbito um judicirio receptivo, aberto a entender
as necessidades e objetivos sociais.
Principiase, no Captulo 1, tratando da Produo de Uma
Ordem Normativa, considerando, de forma inicial, a produo normativa como
diferentes caminhos atravs dos quais se originam os principais elementos que
compe a ideia do direito como ordenamento jurdico. So apresentadas na
sequncia as diferentes correntes de produo do direito: jusnaturalismo,
positivismo e ps-positivismo, ou constitucionalismo como se preferiu utilizar.
Ao tratar das vias de produo, procurou-se contemplar as
vias legislativa, judiciria e o pluralismo, bem como trabalhar a legalidade, a
legitimidade, a validade e a eficcia como fundamentos de uma ordem normativa.
O primeiro captulo se encerra tratando da norma e sua significao, adentrando
na esfera dos princpios e regras.
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No segundo captulo adentra-se nos apontamentos de
Direito do Trabalho, abordando de forma especial a essncia do direito do
trabalho, dos personagens que figuram nas relaes regulamentadas por esse
segmento e da necessidade de uma normatizao tendenciosa, ou at mesmo
protetiva, que se justifica pela tamanha desigualdade e disparidade existente
entre as partes negociantes. Ou seja, neste captulo busca-se demonstrar o quo
til se fazem as negociaes coletivas, ao passo que assim reduzem
consideravelmente as desigualdades, proporcionando uma negociao mais
equilibrada, especialmente por meio das sentenas normativas.
No Captulo 3, o relato da pesquisa aponta o Poder
Normativo do Judicirio Trabalhista como sendo um novo paradigma, pois trata
das normas socialmente desejveis, teis, valoradas, justas e ticas, bem como
aborda a flexibilidade do direito aliado ao princpio da segurana jurdica,
proporcionando assim a formao e o progresso do direito e acima de tudo tendo
como resultado a conscincia jurdica.
O presente Relatrio de Pesquisa se encerra com as
Consideraes Finais, nas quais so apresentados pontos conclusivos
destacados, seguidos da estimulao continuidade dos estudos e das reflexes
sobre esse novo paradigma de avano social que se d com o pluralismo da
produo normativa.
luz da hermenutica e princpios constitucionais intenta-se
correlacionar a poltica jurdica como instrumento que busca sensivelmente
alcanar os interesses sociais, mas em especial, os interesses humanos da
sociedade que se traduzem nas sentenas normativas, enfatizando a legitimidade
e a constitucionalidade que o Poder Normativo possui, por isso, para a presente
Dissertao foram levantadas algumas hipteses:
Considerando a autonomia das sociedades contemporneas
(as avanadas prticas democrticas e pluralistas) e o voluntarismo do legislador,
materializa-se no Poder Normativo da Justia do Trabalho o instrumento de
autonomia e transformao para se chegar a um direito positivo que ao mesmo
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tempo permevel s mudanas culturais e s conquistas sociais, e preserva a
ordem e o Estado de direito, assim, tem, como hipteses:
a) A formao e o progresso do Direito seriam
transformaes sociais e evolues jurdicas advindas da contribuio do Poder
Normativo do Judicirio Trabalhista.
b) Os destinatrios finais das normas desejariam e
necessitariam normas adequadas sua realidade, sendo que para isso, se
mostraria de suma importncia a sua colaborao na produo dessas normas
como partcipes ativos.
Valendo-se da discusso que os limites constitucionais de
atuao do poder judicirio como fonte legisladora pode ensejar, tem-se na
hermenutica constitucional o sustento de alcance temtico ao fim desejado, pois,
como aponta a terceira hiptese:
c) A flexibilidade do direito seria instrumento para a
formao da conscincia jurdica e no estaria contrariando o princpio da
segurana jurdica.
A dificuldade que se encontra em elencar todas as normas
componentes de um ordenamento jurdico se d pelo fato de que essas normas
no so produtos de uma nica fonte, pois a necessidade de regras de conduta
numa sociedade to grande que no existe poder (ou rgo) em condies de
satisfaz-la sozinho. Seria impossvel esperar que o Legislativo formulasse de
forma especfica e na sua totalidade as normas necessrias a um ordenamento
jurdico, assim, a ltima hiptese suscita que:
d) Respeitando os princpios constitucionais, estaria o Direito
do Trabalho proporcionando ao Judicirio Trabalhista a possibilidade de criar
normas mais socialmente desejveis e condizentes com as realidades sociais das
partes que buscam sua tutela, coisa que o Congresso Nacional, por estar to
longe das peculiaridades de cada regio e categoria, no poderia proporcionar
com tamanha preciso e sensibilidade.
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Diante dos objetivos e hipteses expostas, faz-se
necessrio, ao longo do trabalho, um estudo acerca da produo das fontes do
Direito, de modo a deixar parcialmente de lado os moldes tradicionais de
produo e assim justificar as variaes ocorridas com esse modelo que so fruto
da incidncia da sociedade em um estado social e democrtico.
Quanto Metodologia empregada, registra-se que, na Fase
de Investigao17, ou seja, fase de recolhimento dos dados, foi utilizado o Mtodo
Indutivo18, que se deu de modo a pesquisar e identificar as partes do fenmeno
referenciado de modo a chegar a uma percepo geral sobre ele. Na Fase de
Tratamento de Dados foi utilizado o Mtodo Cartesiano19, e, o Relatrio dos
Resultados da pesquisa expresso na presente Dissertao composto na base
lgica Indutiva.
Nas diversas fases da Pesquisa, foram acionadas as
Tcnicas do Referente20, da Categoria21, do Conceito Operacional22, da Pesquisa
Bibliogrfica23 e do Fichamento24.
17 [...] momento no qual o Pesquisador busca e recolhe os dados, sob a moldura do Referente
estabelecido[...]. PASOLD, Cesar Luiz. Prtica da Pesquisa jurdica e Metodologia da pesquisa jurdica. 10 ed. Florianpolis: OAB-SC editora, 2007. p. 101.
18 [...] pesquisar e identificar as partes de um fenmeno e colecion-las de modo a ter uma percepo ou concluso geral [...]. PASOLD, Cesar Luiz. Prtica da Pesquisa jurdica e Metodologia da pesquisa jurdica. p. 104.
19 Sobre as quatro regras do Mtodo Cartesiano (evidncia, dividir, ordenar e avaliar) veja LEITE, Eduardo de oliveira. A monografia jurdica. 5 ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. p. 22-26.
20 [...] explicitao prvia do(s) motivo(s), do(s) objetivo(s) e do produto desejado, delimitando o alcance temtico e de abordagem para a atividade intelectual, especialmente para uma pesquisa. PASOLD, Cesar Luiz. Prtica da Pesquisa jurdica e Metodologia da pesquisa jurdica. p. 62.
21 [...] palavra ou expresso estratgica elaborao e/ou expresso de uma idia. PASOLD, Cesar Luiz. Prtica da Pesquisa jurdica e Metodologia da pesquisa jurdica. p. 31.
22 [...] uma definio para uma palavra ou expresso, com o desejo de que tal definio seja aceita para os efeitos das idias que expomos [...]. PASOLD, Cesar Luiz. Prtica da Pesquisa jurdica e Metodologia da pesquisa jurdica. p. 45.
23 Tcnica de investigao em livros, repertrios jurisprudenciais e coletneas legais. PASOLD, Cesar Luiz. Prtica da Pesquisa jurdica e Metodologia da pesquisa jurdica. p. 239.
24 Tcnica que tem como principal utilidade otimizar a leitura na Pesquisa Cientfica, mediante a reunio de elementos selecionados pelo Pesquisador que registra e/ou resume e/ou reflete e/ou analisa de maneira sucinta, uma Obra, um Ensaio, uma Tese ou Dissertao, um Artigo ou uma
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CONSIDERAES FINAIS
No se pode permitir que os preceitos jurdicos cheguem a
um estado de defasagem em relao sociedade, preciso que suas teorias,
princpios e suposies estejam engajados poca atual.
Infelizmente o que se percebe um maior afastamento do
Direito da realidade social e sua renncia satisfao do que a sociedade dele
espera, ou seja, tem-se o progresso social, no entanto falta o progresso jurdico.
tarefa dos juristas avanar, alm de sua cartesiana rotina,
e adentrar a esfera das necessidades sociais, e a partir dessas inquietudes
apontar as alternativas possveis e a maneira pela qual se pode melhor empregar
o Direito para o bem coletivo.
O Direito do Trabalho ramo do ordenamento jurdico que
tem, acima de tudo, uma importante tarefa: a justia, pois surgiu diante da
necessidade da classe operria em tornar mais humana uma das tarefas mais
dignas que se tm: o trabalho do ser humano.
Com a ajuda desse avano jurdico e econmico, pode-se
ento repensar as formas institucionais estabelecidas de democracias
representativas, econmicas de mercado e sociedades civis livres.
Durante muito tempo a atividade laboral foi vista apenas
como resultado ao empregador, que se considerava o detentor, ou mesmo, dono
da mo de obra e dono da fora que essa mo de obra podia lhe proporcionar.
Sculos se passaram, evoluiu-se da escravido servido,
da servido s corporaes de ofcio, e ento o grande pice da modernidade: a
Revoluo Industrial.
Muito embora tenha deixado de ser uma propriedade, o
trabalhador estava muito aqum de ter respeitada sua condio de ser humano,
tinha sua liberdade, mas no alcanara a igualdade.
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Haja vista sua contratao se dava de acordo com leis civis,
ou seja, a lei em que a economia dita as normas, quem possua melhores
condies de negociao certamente lucrava, e nesse ponto o trabalhador
encontrava-se em tamanha desvantagem, pois, a oferta de mo de obra era muito
grande, ao passo que a oferta de trabalho era menor, assim, o tomador de
servios ditava suas condies e o trabalhador, infelizmente, precisava aceitar.
O Direito do Trabalho tem por proposta reduzir as
desigualdades sociais, diante do real desequilbrio entre as partes, de forma
tendenciosa protege a parte mais vulnervel, ou seja, o Direito do Trabalho impe
limites na negociao com o objetivo de proteger os direitos essenciais do
trabalhador.
Assim, as partes so livres a negociar, no entanto essa
liberdade encontra limites na legislao trabalhista que protege determinados
direitos ditos como indisponveis.
Ocorre que, especialmente diante da peculiar caracterstica
que possuem as relaes laborais, a grande fora que as classes sociais
representam, nem sempre as normas ditadas pelo poder pblico so suficientes,
ou ainda, so realmente teis e aplicveis ao caso concreto.
As classes tm por caracterstica angariar melhores
condies aos trabalhadores que representam, mas isso de nada valeria se a
nica fonte normativa fosse o Congresso Nacional. Assim, desde que acrescendo
os direitos j dispostos pelo Estado, podem as partes de forma autnoma
autorregulamentar-se.
Nesta cena o Poder Judicirio Trabalhista o grande
protagonista, pois traz para si a possibilidade de dirimir os conflitos das lutas de
classe e por consequncia, sua deciso ter fora normativa, ou seja, por tempo
determinado estipular as normas a serem seguidas.
O motivo pelo qual se defende tal atuao justifica-se por
acreditar que o juiz encontra-se to perto das partes, tem a proximidade suficiente
para entender as realidades sociais que motivaram tal litgio, dispe da
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102
sensibilidade necessria para editar normas especialmente adequadas ao caso
concreto.
Diante de tal realidade, busca-se um ordenamento jurdico
atual e eficiente, ou seja, no se buscam apenas normas justas, ticas e
valoradas, se buscam, sobretudo, normas socialmente teis, engajadas ao seu
tempo e necessidade de aplicao.
A cincia se modifica, especialmente quando se trata de
uma cincia social que pretende adaptar-se a realidades novas, ou interpretadas
de forma mais verdadeira, como deveria ser o Direito, assim, mostra-se
necessrio criar novos conceitos que possam substituir queles j obsoletos.
Diante do exposto, demonstra-se no relatrio dos resultados
obtidos, que a investigao proposta foi de fato concluda, ao passo que a
pesquisa teve xito ao identificar o fenmeno do Poder Normativo do Judicirio
Trabalhista como sendo um novo paradigma de produo do direito delineado
pela hermenutica e principiologia constitucional que avanou das doutrinas de
produo jusnaturalista e positivista para um modo de produo denominado ps-
positivista ou constitucionalista.
A pesquisa, que tinha por objetivo comprovar ou no quatro
hipteses, demonstrou em seu relatrio que todas foram confirmadas, podendo
ento, com embasamento doutrinrio, afirmar, que a formao e o progresso do
Direito so transformaes sociais e evoluo jurdica advindas da contribuio
do Poder Normativo do Judicirio Trabalhista, bem como, os destinatrios finais
das normas desejam e necessitam normas adequadas sua realidade, sendo
que para isso, se mostra de suma importncia a sua colaborao na produo
dessas normas como partcipes ativos.
Assim, a flexibilidade e a constitucionalidade do direito se
mostram instrumentos para a formao da conscincia jurdica e no contraria o
princpio da segurana jurdica, pois, respeitando os ditames constitucionais, o
Direito do Trabalho proporciona ao Judicirio Trabalhista a possibilidade de criar
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normas mais socialmente desejveis e condizentes com as realidades sociais das
partes que buscam sua tutela.
Considerando o problema suscitado no incio desse trabalho
de pesquisa, a preocupao em fundamentar e justificar a norma, caracterizando
a sua validade em estruturas no convencionais que se tornem fora persuasiva e
impulsionadora captadas pela sensibilidade do juiz em instituir direitos no
contemplados pela legislao, a Autora acredita estar diante de um longo
caminho de pesquisa que se estende diante desse trabalho e que certamente
servir para justificar e fundamentar ainda mais os apontamentos feitos at ento.
.
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