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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO COMÉRCIO EXTERIOR Marina Elias Os trâmites de uma exportação de frango para a República da Angola através de uma Comercial Exportadora São José 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO COMÉRCIO EXTERIOR

Marina Elias

Os trâmites de uma exportação de frango para a República da Angola através de uma Comercial Exportadora

São José 2006

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Marina Elias

Os trâmites de uma exportação de frango para a República da

Angola através de uma Comercial Exportadora

Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação –

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí.

Professor Orientador: Julio Cesar Schmitt Neto

São José

2006

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Marina Elias

Os trâmites de uma exportação de frango para República da Angola através de uma Comercial Exportadora

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final

pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação em Comércio Exterior da

Universidade do Vale do Itajaí, em março de 2006

Prof (a) MSc. Luciana Merlin Univali – CE São José

Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

Prof (a) MSc. Julio César Schmitt Neto

Univali – CE São José Professor Orientador

Prof (a) Dra. Luciana Merlin

Univali – CE São José Membro

Prof (a) Dr. Amarildo Kanitz

Univali – CE São José Membro

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iii

Dedico este trabalho àqueles que estiveram ao meu

lado, desde o princípio e fizeram com que meu sonho se

tornasse realidade, cooperando com meu crescimento

pessoal e minha felicidade. Em especial aos meus pais,

minha irmã e minha parceira Carolina de Matos, que me

acompanhou em todos os momentos, mesmo quando o

cansaço não nos deixava levantar, e sempre a Deus.

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iv

Agradeço a força que me inspira a continuar lutando,

aos meus amigos que sempre me impulsionaram a crescer, pois

sem eles eu não teria conseguido: minha mãe, meu pai e minha

irmã. Aos meus amigos especiais, que de alguma forma

contribuíram para a minha conquista: Ana Paula Santos,

Carolina de Matos, Daniel Machado, Diovana Menegaz,

Djanira de Andrade, George de Freitas, Josemar Mizael,

Mariana Neves de Jesus e Thyago Haskel, e um agradecimento

especial a uma que se sempre manteve ao meu lado, Leonardo

de Azevedo Dias.

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v

Há momentos na vida, que por mais que o corpo

esteja de pé, a alma está de joelhos.

Autor desconhecido

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vi

RESUMO

Atualmente, o comércio exterior é uma atividade de primordial importância para o

crescimento econômico de um país. Os grandes volumes de negócios são realizados pelas

grandes empresas, porém as pequenas e médias empresas, mostram sua real importância,

quando trata-se comércio internacional. Tal afirmação dá-se devido a boa parcela nas

exportações efetuadas pelo Brasil das mesmas. Tais empresas podem recorrer as trade

companies, quando por um algum motivo, geralmente de financeiro, são impedidas de

concretizar suas operações de exportação. O presente trabalho consiste em evidenciar os

trâmites das exportações de frango para a Angola, através de uma trade company, sendo esta

uma empresa de médio porte. Para concretização deste trabalho alguns objetivos foram

traçados, para melhor estruturar os mesmos, consistindo na caracterização dos procedimentos

desta exportação, documentos necessários, verificação das condições de venda e pagamento

utilizadas, e ao final apresentação de um roteiro sugestivo a empresa. Para tanto, é descrita e

analisada a rotina de procedimentos da empresa, utilizando-se da coleta de dados, pesquisa

documental a fim de dar veracidade ao trabalho. Com base nos dados apresentados pelas

partes, percebe-se a importância das exportações para este destino, apresentando ao final um

roteiro sugestivo de exportação de frango para a Angola, afim de agilizar e esclarecer os

procedimentos a serem tomados.

Palavras-chave: Exportação, Angola, Frango.

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ABSTRACT

Currently, the foreign commerce is a primordial activity for the economic growth of a

country. The major part of the exportations are carried by big companies, however small and

average companies, show their real relevance, when international bussiness is treated. This

informattion can be confirmed, by their great parcel on the brazilians exportations. Such

companies, can appeal trade companies, when for some reason, generally financial, they are

hindered to materialize the exportation’s operations. The present study consists of evidencing

the proceedings of export chicken for Angola, being a average company. In order to

materialize this study, some objectives had been trace, consisting on the characterization of

the procedures of this kind of exportation, necessary documents, terms of sales and payment,

and presenting as a suggestion a script for the company. For in such a way, is described and

analyzed the routine of the procedures of the company, using data collection and documentary

researchs, in order to give veracity to the study. Based on the data presented for the parts, the

importance of the exportations for this destination is perceived it, presenting in the end a

suggestive script for chicken exportation for Angola, in order to speed and clarify the

procedures to be taken.

Key-words: Exportation, Angola, Chicken.

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Lista de ilustrações

Quadro 1 - INCOTERMS.........................................................................................................16

Figura 1 – Porto de Luanda ......................................................................................................42

Figura 2 - Produtos oferecidos pela FIT FOODS.....................................................................47

Figura 3 - Planilha de Custos FIRST S.A.................................................................................55

Figura 4 - Modelo de Lista de Carga........................................................................................62

Figura 5 - Modelo de Draft de BL............................................................................................68

Figura 6 - Modelo de Commercial Invoice...............................................................................71

Figura 7 - Modelo de Packing List...........................................................................................72

Figura 8 - Modelo de Certificado Sanitário..............................................................................74

Figura 9 - Modelo de CNCA.....................................................................................................76

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ix

Lista de tabelas

Tabela 1 – Estados Produtores .................................................................................................33

Tabela 2 - Principais Portos de embarque................................................................................34

Tabela 3- Tabela de Produtos oferecidos pela FIRST..............................................................46

Tabela 4 - Exportações Brasileiras - NCM 01071200..............................................................50

Tabela 5 - Exportações brasileiras por destino.........................................................................51

Tabela 6 - Quantidade exportada pela FIRST .........................................................................53

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x

SUMÁRIO Resumo .................................................................................................................................................................vii

Abstract ...............................................................................................................................................................viii

Lista de ilustrações ............................................................................................................................................... ix

Listas de tabelas..................................................................................................................................................... x

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................1

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA .......................................................................2

1.2 OBJETIVOS.................................................................................................................3

1.2.1. Objetivo geral ...............................................................................................3

1.2.2. Objetivos específicos....................................................................................3

1.3 JUSTIFICATIVA...........................................................................................................3

1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO......................................................................4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................5

2.1 A IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL.....................................5

2.1.1 Princípios do Comércio Internacional e Globalização no Mercado

Internacional .................................................................................................5

2.1 Comércio exterior brasileiro.........................................................................7

2.3 EXPORTAÇÃO ..........................................................................................................11

2.3.1 Vantagens da Exportação ...........................................................................12

2.3.2 Principais erros ao exportar ........................................................................13

2.3.3 Para onde e quando exportar ......................................................................14

2.4 ÁREAS DO COMÉRCIO EXTERIOR..............................................................................15

2.4.1 Área Negocial .............................................................................................15

2.4.2 Área logística..............................................................................................21

2.4.3 Área cambial...............................................................................................24

2.4.4 Área fiscal...................................................................................................24

2.5 DESPACHO ADUANEIRO ...........................................................................................25

3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO..........................................................................................27

4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ..........................................................................28

4.1 A EMPRESA FIRST S.A. ..........................................................................................28

4.1.1 Objetivos da empresa..................................................................................29

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4.1.2 Razão de ser da empresa.............................................................................29

4.1.3 Serviços prestados pela FIRST S.A............................................................29

4.1.4 Exportação – FIRST S.A. ...........................................................................30

4.2 FIT FOODS - DIVISÃO DE ALIMENTOS....................................................................31

4.2.1 Staff profissional ........................................................................................32

4.2.2 Logística .....................................................................................................32

4.3 EXPORTAÇÃO DE FRANGO .......................................................................................32

4.3.1 Exportação brasileira de frango..................................................................32

4.3.2 Exportação de frango – FIT FOODS..........................................................34

5 ANGOLA...........................................................................................................................36

5.1 CONTEXTO HISTÓRICO.............................................................................................36

5.2 DADOS DO PAÍS........................................................................................................38

5.3 ORGANIZAÇÃO POLÍTCO-ADMINISTRATIVA .............................................................39

5.4 MERCADO ATRATIVO PARA INVESTIMENTOS ...........................................................40

5.5 TRANSPORTE MARÍTIMO ..........................................................................................40

5.6 PORTO DE LUANDA..................................................................................................41

5.6.1 Situação Geográfica....................................................................................42

5.6.2 Operacionalidade ........................................................................................42

5.6.3 Exploração..................................................................................................43

5.6.4 Características e equipamentos...................................................................43

5.6.5 Produtos ......................................................................................................43

5.6.6 Restrições ...................................................................................................44

6 DESCRIÇÃO DOS DADOS, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

............................................................................................................................................45

6.1 SELEÇÃO DO PRODUTO............................................................................................45

6.2 CLASSIFICAÇÃO FISCAL DO PRODUTO .....................................................................47

6.2.1 O Sistema Harmonizado (SH) ....................................................................48

6.2.2 A Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) ...................................49

6.2.3 Classificação do Produto ............................................................................49

6.3 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE FRANGO PARA A ANGOLA......................................50

7 PROCEDIMENTOS DA EXPORTAÇÃO – ROTEIRO .............................................52

7.1 COMPRA DA MERCADORIA.......................................................................................52

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7.2 AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DA EXPORTAÇÃO .............................................................54

7.3 FORMULAÇÃO DA FATURA PROFORMA....................................................................56

7.4 FORMA DE PAGAMENTO...........................................................................................56

7.4.1 Pagamento antecipado ................................................................................57

7.5 CONTRATAÇÃO DE CÂMBIO.....................................................................................57

7.6 INCOTERM – CFR ....................................................................................................58

7.7 INSPEÇÃO PRÉ – EMBARQUE - IPE............................................................................59

7.8 RESERVA DE PRAÇA ................................................................................................60

7.9 TRANSPORTE E UNITIZAÇÃO DA CARGA ...................................................................60

7.10 LISTA DE CARGA......................................................................................................62

7.11 CARTA DE TEMPERATURA .......................................................................................62

7.12 CONFECÇÃO DO REGISTRO DE EXPORTAÇÃO – RE..................................................63

7.13 CONFECÇÃO DA NOTA FISCAL.................................................................................63

7.14 CERTIFICADO SANITÁRIO ........................................................................................65

7.15 CONFECÇÃO DO DESPACHO DE EXPORTAÇÃO .........................................................66

7.16 DRAFT DE BL ..........................................................................................................67

7.17 CUMPRIMENTO DE PRAZOS E DOCUMENTAÇÃO PRÉ E PÓS EMBARQUE .....................69

7.18 DOCUMENTAÇÃO FINAL ENVIADA AO IMPORTADOR ................................................69

7.18.1 Commercial Invoice – Fatura Comercial ...................................................70

7.18.2 Packing List ................................................................................................72

7.18.3 Certificado de Origem ................................................................................73

7.18.4 Certificado Sanitário..................................................................................73

7.18.5 Conhecimento de embarque marítimo – Bill of Landing...........................74

7.18.6 Certificado do Conselho Nacional dos Carregadores de Angola – CNCA 75

8 APRESENTAÇÃO DO ROTEIRO SUGESTIVO A EMPRESA ...............................77

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................79

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................81

ANEXOS ...................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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1 INTRODUÇÃO

O comércio internacional, como um processo de negociação, apresenta características

únicas, englobando seus trâmites, vantagens, bem como desvantagens. O cenário

internacional retrata hoje um mundo dinâmico e dentro deste novo ambiente, novos modelos

organizacionais estão surgindo. Esta mudança do cenário mundial, desencadeada pelo

processo de globalização das duas últimas décadas, tem afetado significativamente o

cotidiano das empresa no mundo.

O avanço da globalização das atividades econômicas foi uma das características do

anos noventa, devido a facilidade no transporte de pessoas, cargas e principalmente de

informações. Desta forma quanto mais forte a influência dos aspectos econômicos, maior a

necessidade das empresas em se integrarem a economia, trâmites e exigências internacionais.

Além da globalização, outros fatores têm facilitado e impulsionado a participação de

empresas no mercado internacional, como os avanços tecnológicos e descoberta de novos

recursos.

Muitos se perguntam qual a diferença entre comércio internacional e comércio

exterior, o comércio internacional encaixa-se num contexto mais amplo, o qual o comércio

exterior está inserido, sendo comércio exterior, a atividade de compra, troca e venda de bens e

serviços, bem como de circulação de capitais e de mão-de-obra entre os países, o qual torna-se

um diferencial na relação entre os povos, já que a sua prática traz benefícios àqueles que

praticam.

Ao se falar de comércio exterior, falamos também da relação entre povos, das

diferenças culturais, tratará o presente trabalho dos meios e trâmites das exportações

brasileiras, já que estas visam em sua maioria, o escoamento de uma parcela da produção de

um país, assim como o desenvolvimento de sua economia, possibilitando uma integração cada

vez maior dentro do contexto da economia mundial. Este enfatizará os processos de

exportação para a República de Angola através da FIRST S.A., por ser um país que está em

ascensão, após ter sido afetado pela guerra civil, o que o deixou entre um dos mais pobres do

planeta. Atualmente, grande parte do que a Angola consome é importado, mostrando-se com

isso ser um candidato potencial.

.

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2

1.1 Descrição da situação problema

A busca constante das empresas por novos mercados, torna do comércio exterior uma

ferramenta além de potente, essencial, pois em muitas vezes é uma forma que as empresas

vêem de expandir e até mesmo de salvar seus negócios. Aliado a este fato, o desenvolvimento

da indústria dos transportes, o avanço das comunicações e a informatização impuseram ao

setor de comércio exterior um dinamismo admirável.

Porém a globalização, impõe às empresas diversas metas e com isso obstáculos, tais

como rápido posicionamento tanto no mercado local, quanto no mercado internacional, o que

nem sempre traz resultados positivos. Por ser considerada uma forte arma para as empresas

também de pequeno e médio porte, as exportações muitas vezes são vistas como uma

estratégia de resultados imediatos. Com isso, deve-se dar uma maior atenção ao ato de

exportar, pois a falta de experiência e cultura exportadora muitas vezes desencoraja as

empresas a ingressarem no mercado internacional.

Alguns países têm suas regras mais simplificadas o que torna uma exportação mais

“viável” a primeira vista, outros exigem um pouco mais de cuidado ao exportar, pois têm

trâmites específicos e algumas peculiaridades, as quais não se pode deixar de atender. Para

que se possa diminuir os riscos da atividade de exportar, um conhecimento prévio destes

trâmites torna-se fundamental.

Atualmente algumas barreiras vêm sendo derrubadas e dificuldades reduzidas, porém

algumas empresas ainda possuem certo receio ao desencadear esta operação, e um dos

motivos mais fortes está no pouco apoio demonstrado pelo governo, que apesar de discursar

em outra direção, mostrando a importância econômica da atividade, não sabe auxiliar com

eficiência a prática do comércio exterior.

A falta de um roteiro de exportação para a República de Angola, deixa o procedimento

com um maior grau de dificuldade.

Todo processo é desenvolvido por etapas as quais devem ser claras, objetivas e antes

de mais nada enumeradas; e para que falhas ocorram em menor quantidade. Com este roteiro

de exportação, a empresa atenderia melhor seus clientes, pois agilizaria o processo como um

todo, tendo em vista que seus colaboradores teriam uma direção.

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Hoje, estes colaboradores, desenvolvem seu trabalho, atendendo todas as exigências

deste país, porém sem uma ordem pré determinada e com um conhecimento que pode ser

aperfeiçoado.

1.2 Objetivos

1.2.1. Objetivo geral

Analisar os procedimentos de uma exportação para a República da Angola através da

empresa comercial exportadora FIRST S.A.

1.2.2. Objetivos específicos

• Caracterizar os procedimentos de uma exportação de frango para a Angola.

• Identificar os documentos necessários para a exportação.

• Verificar as condições de venda e de pagamento utilizadas.

• Apresentar um roteiro sugestivo para a empresa.

1.3 Justificativa

A atividade exportadora pode apresentar inicialmente algumas características que

acabam a desencorajar sua realização, resultante de alguns fatores principalmente da falta de

cultura exportadora das empresas exportadoras.

As empresas exportadoras necessitam conhecer além de seus clientes, os

procedimentos e peculiaridades de onde se pretende exportar, para melhor atendê-los dentro

dos padrões atuais de exigências, principalmente de tempo; e para isso é imprescindível que

se conheça todos os procedimentos, podendo assim direcionar todos os esforços da operação

objetivando atender as necessidades impostas pelo mercado.

Para diminuir os riscos desta atividade evidente na atualidade, torna-se conveniente

trabalhar a competitividade da empresa a fim de facilitar o processo de exportação. Ao

analisar os processos de exportação para a Angola, este projeto justifica-se na compreensão

total dos trâmites desta exportação em específico, resultando em um processo mais ágil e

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competitivo, resultando em efeitos positivos tanto para quem está exportando, quanto para

que este processo tenha continuidade.

O presente trabalho justifica-se ainda pela afinidade da acadêmica pela área, bem

como, seu real interesse em aprofundar seus conhecimentos nesta área, já que estes

procedimentos são partes inerentes ao seu dia a dia. Deve-se ressaltar ainda a importância do

tema para o meio acadêmico, por ser um tema pouco abordado, mesmo sendo muito

interessante, disponibilizando assim mais recursos para pesquisas e informações sobre este

tema.

1.4 Apresentação geral do trabalho

O presente trabalho está estruturado em quatro capítulos, conforme descritos a seguir:

O capítulo 1 é de caráter introdutório e apresenta uma visão geral do tema em estudo,

descrevendo o cenário atual da economia da República da Angola e a importância do

comércio exterior brasileiro.

O capítulo 2 trata da importância do comércio internacional, seus princípios e

tendências. Este capítulo apresenta as vantagens da exportação para as organizações e a

possibilidade de ingresso no mercado internacional através de trâmites bem realizados.

No capítulo 3 é apresentada a metodologia aplicada no estudo e a caracterização da

empresa onde foi realizado o estágio. Este capítulo abrange a pesquisa sobre os trâmites de

uma exportação para a Angola, através da descrição do país importador, e o produto a ser

exportado, bem como documentação a ser utilizada e procedimentos corretos.

Nos capítulo 4, 5, 6 e 7 são apresentados os resultados da pesquisa, que engloba, os

dados da empresa FIRST S.A e do seu departamento de alimentos - FIT FOODS, bem como

dados de exportações de frango. Apresenta-se também o país de destino da mercadorias, seus

procedimentos e rotinas para esta exportação, salientando suas peculiaridades e a

documentação utilizada.

No capítulo 8 apresenta-se um roteiro sugestivo de uma exportação com destino a

República da Angola.

No capítulo 9 apresenta-se as considerações finais, aquilo que foi compreendido pela

pesquisa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A importância da revisão de literatura se dá pela necessidade de um desenvolvimento

dos conceitos e assuntos a serem abordados no trabalho, de maneira a fazer maior

conhecimento do que será desenvolvido no decorrer do estudo.

Assim, inicia-se a colocação dos principais assuntos relacionados ao comércio

internacional.

2.1 A IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

O comércio internacional, que é o fluxo de troca de mercadorias resultantes das

importações e exportações, sua origem veio da impossibilidade de uma região ou país

produzir vantajosamente todos os bens e serviços de que tenham necessidade os habitantes

deste país. O comércio internacional faz com que os países troquem entre si não apenas

produtos e mercadorias, mas também, tecnologias, serviços, criatividade e inovações que

tendem a aumentar constantemente a qualidade de vida das pessoas, consequentemente

trazendo resultados positivos para os países.

2.1.1 Princípios do Comércio Internacional e Globalização no Mercado

Internacional

O comércio internacional, é a troca comercial que há entre as diversas nações que

compõem a comunidade mundial, inscrevendo-se na Economia Internacional e submetendo-se

ao Direito Internacional público. Cabe ao Estado soberano em aceitar as regras universais

vigentes.

Segundo Maluf (2000, p. 18), o comércio internacional “é o principal instrumento com

que o mundo capitalista busca implantar a ordem econômica liberal, do ideal de integração e

internacionalização da economia mundial”.

O comércio internacional nasceu da necessidade dos países de trocarem bens e serviços

deficientes em um e abundantes no outro, lembrando daqueles que não possuem vantagens de

produzir, com isso podendo atender a necessidade de seus cidadãos. Os países assim podem

se focar em produzir. RATTI, 1997 diz que: “sua origem veio da impossibilidade de uma

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região ou país produzir vantajosamente todos os bens e serviços de que tenham necessidade

seus habitantes. “Isto é decorrência de fatores diversos, dentre os quais podem ser destacados:

a desigualdade na distribuição geográfica dos recursos naturais, as diferenças de clima e de

solo e as diferenças de técnicas de produção.”

Participando do comércio internacional, cada país pode utilizar seus recursos de uma

forma mais eficiente, especializando-se em algumas atividades mais apropriadas à sua

dotação de fatores e obtendo sensíveis economias de escala em sua produção, estes procuram

se especializar nas atividades produtivas onde possuem vantagens comparativas em relação a

outros países, estabelecendo, a partir daí, as trocas internacionais.

Com base nestes conceitos, pode-se definir o comércio internacional como “o

intercâmbio de bens e serviços entre países, resultante das especializações na divisão

internacional do trabalho e das vantagens comparativas dos países” (MALUF, 2000, p. 23).

Vários fatores contribuem para a decisão de uma nação de realizar transações

internacionais. Dentre eles, pode-se destacar:

- Fornecimento de recursos;

- Necessidade de equilibrar a balança de pagamentos;

- Atualização tecnológica;

- Busca de recursos para financiar as atividades internas;

- Diversificação de mercado;

- Ampliação da pauta de exportações; e

- Desenvolvimento social, através da geração de empregos.

O comércio internacional é um instrumento de progresso econômico e social, com o

objetivo de desenvolver esforços positivos e reais, para que os diversos países promovam

trocas comerciais recíprocas de bens, serviços, capitais, produtos e mercadorias (MALUF,

2000, p. 24).

A economia mundial está presenciando por um período de inúmeras transformações,

principalmente com a internacionalização ocorrida nas duas últimas décadas, gerando

profundas conseqüências nas atividades econômicas, políticas e sociais.

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A globalização estruturou-se em decorrência do aumento da interligação dos mercados,

e da reestruturação das grandes corporações e dos Estados nacionais, buscando elevar o nível

de competitividade.

Segundo Vazquez (1999): Globalização pode ser definida como um movimento de

transação entre as empresas mundiais envolvidas na competitividade, em busca de benefícios

lucrativos dentro dos ambientes, negociais ou não

A globalização internacional da economia faz com que os países intercambiem bens e

serviços com mais rapidez, num fluxo que tende a ser cada vez mais ágil e interativo.

Viabilizam-se, através da globalização, a produção e a comercialização de produtos e

serviços em qualquer parte do mundo, escolhidas de acordo com a possibilidade de se

obterem custos mais baixos e altos lucros.

Durante a transição de uma economia fechada para um perfil de crescente integração à

economia mundial, há custos econômicos e sociais bem definidos, devido à exposição de

setores protegidos à concorrência internacional e à necessidade das empresas se adaptarem às

escalas de produção compatíveis com o mercado internacional. Em contrapartida, maior a

absorção de tecnologias modernas, mais amplas as opções de escolha para os consumidores

finais e menores os custos financeiros dos produtores domésticos através da obtenção de

recursos financeiros no exterior.

Esse processo de globalização dos mercados propicia que as perturbações surgidas

transmitam-se com grande rapidez, e seus efeitos são muito superiores aos de uma situação de

mercados fechados, ou seja, a interdependência gerada pela globalização faz com que as

políticas econômicas instrumentalizadas em um país tenham efeitos (positivos ou negativos)

no exterior.

2.1 Comércio exterior brasileiro

O comércio exterior assume cada vez mais um papel vital para a maioria dos países do

mundo, constituindo uma variável fundamental para o crescimento econômico das nações. Ele

reflete a política de desenvolvimento do país indicando não só o nível nesse processo, como

também as suas dependências, vulnerabilidades e outras deficiências.

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O comércio exterior brasileiro, durante a maior parte dos anos 80, foi caracterizado pelo

crescimento das exportações em detrimento à contração das importações; fato decorrente da

situação cambial desfavorável do país, agravada por sucessivas crises de elevação de preços

do petróleo.

Segundo dados do Banco do Brasil, a partir de 1990, graças ao aumento do fluxo de

capitais privados em direção ao Brasil, o que facilitava o pagamento de compromissos

externos, o processo de internacionalização da economia brasileira ganhou força. Naquele

período, o Governo adotou as seguintes medidas:

- Reestruturação dos órgãos intervenientes no comércio exterior;

- Revisão dos tratamentos administrativos na importação, com a eliminação de

suspensões e proibições; e

- Início de uma redução gradativa das alíquotas do imposto de importação.

A política brasileira de comércio exterior está basicamente voltada para o aumento das

exportações. A exportação é fundamental para a economia brasileira, pois uma das reservas

sólidas de que um país pode dispor são aquelas provenientes do comércio exterior. Além

disso, a exportação contribui para a geração de renda e emprego, para a entrada das divisas

necessárias ao equilíbrio das contas externas e para a promoção do desenvolvimento

econômico.

Desde 1990 até 2001, houve assimetria entre crescimento de exportações e importações,

enquanto que as vendas externas cresceram 85%, as compras aumentaram 178% (LOPEZ E

GAMA, 2004).

A partir de 1995, após a implantação do Plano Real, esse crescimento nas importações

ocasionou um aumento no déficit comercial, comprometendo as reservas internacionais e o

balanço de pagamentos do país. O país então tem direcionado seus esforços no sentido de

alavancar as exportações.

Segundo Vazquez (2001, p. 175): “o principal motivo para exportar é obter recursos

para pagamento das importações necessárias a sua vida econômica.”

O autor diz ainda que, para que o Brasil melhore sua posição no ranking de países

exportadores, deve insistir em um política de comércio exterior que: a) trabalhe a imagem do

Brasil no exterior; b) amplie a integração regional, mantendo uma postura de efetiva

cooperação; c) insira a política de comércio exterior no contexto da política econômica,

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agrícola, industrial e educacional; d) negocie acordos com os países industrializados,

aumentando a cooperação tecnológica; e) incentive a exportação de manufaturados com alto

valor agregado; f) acabe com o imediatismo, o “querer levar vantagem”; g) qualifique o

exportador; h) qualifique o produto; i) incentive o exportador, através da redução de impostos

e financiamentos, incentivando a internacionalização e a capacitação gerencial, reduzindo

práticas burocráticas e praticando uma política cambial realista.

2.2.1 SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior

“O SISCOMEX é um instrumento administrativo informatizado que integra as

atividades de autorização, registro, acompanhamento e controle das operações de comércio

exterior, seja na importação, seja na exportação” (WERNECK, 2001 p.23).

É um sistema de informações que integra as atividades do DECEX, Banco Central e

Secretaria da Receita Federal facilitando assim o acompanhamento e controle das diferentes

etapas das operações. Possibilita que os procedimentos administrativos relacionados às

atividades de importação e exportação proporcionem ganhos em harmonização, facilidade de

atendimento, velocidade de acesso a informações, diminuição no volume de documentos,

agilidade no processamento das informações e redução de custos.

Este sistema traz grandes vantagens aos usuários brasileiros, tendo em vista que os

documentos são analisados on-line tanto pelos órgãos citados acima, como pelos órgãos

anuentes, ministérios e agências governamentais, nos casos específicos. Segundo Vazquez

(1999 p. 170), é importante lembrar que o Brasil é o único país no mundo que dispõe de um

sistema de registro de exportação totalmente informatizado.

Este sistema tornou-se a peça fundamental da abertura do comércio internacional e foi

desenvolvido pelo governo no início da década de 90, fazendo do Brasil o único a ter um

sistema de registro de exportação, sem contar no rápido e fácil acesso e nas informações

estatísticas disponíveis (VAZQUEZ, 2001).

O acesso ao SISCOMEX é concedido a todo o usuário devidamente habilitado, sempre

observando as normas específicas de segurança que permitem identificar o usuário, o local e o

horário de acesso. Tem o intuito de preservação e integridade dos dados relativos a

transações e rotinas realizadas no Sistema, sendo que as operações são registradas através da

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utilização de terminais próprios ou de terceiros (bancos, despachantes, etc.) conectados ao

sistema.

O credenciamento para a realização de atividade de compra e venda exterior e

operacionalização do SISCOMEX ocorre no momento da inscrição do Registro de

Exportadores e Importadores (REI), sendo a habilitação feita através da identificação de senha

cedida na realização da primeira operação, esta senha é obtida junto à Secretaria da Receita

Federal. Para Lopez e Gama (2004, p.208) a função do REI é disponibilizar dados cadastrais

das empresas exportadoras e importadoras, para acesso a qualquer momento, em controles e

estudos inerentes aos órgãos gestores e anuentes e mesmo para alimentação de informações

nos documentos elaborados no âmbito do SISCOMEX, sendo assim de extrema importância a

atualização dos dados.

O SISCOMEX permite os seguintes registros eletrônicos do módulo de exportação

(LOPEZ E GAMA, 2004):

RE – Registro de Exportação: licenciamento efetuado antes do despacho e embarque da

mercadoria contendo o conjunto de informações de natureza cambial, comercial e fiscal que

caracteriza e enquadra a operação.

RC – Registro de operações Crédito: conjunto de informações cambiais, comerciais e

financeiras, que caracteriza as vendas de mercadorias ao exterior, realizadas a prazo e com

incidência de juros, em cambiais distintas das do principal (exportações financiadas),

referentes às operações com financiamento superior a 180 dias.

RV – Registro de Vendas: conjunto de informações que caracteriza a venda de

commodities ou produtos negociados em bolsas internacionais de mercadorias, e deve,

necessariamente, ser solicitado previamente ao RE no SISCOMEX .

Despacho aduaneiro: procedimento fiscal mediante o qual ocorre o desembaraço da

mercadoria ao exterior, após efetivação do RE e com a mercadoria pronta para embarque.

CV – Comprovante de Exportação: documento que reúne todos os registros da operação

de exportação, emitido no final da operação de exportação.

DSE – Declaração Simplificada de Exportação: Segundo Lopez e Gama (2004), a DSE

é aceita por meio de formulação em terminal conectado ao Sistema no despacho aduaneiro de

bens:

a) Exportados, com ou sem cobertura cambial, até o limite de US$ 10 mil;

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b) Exportados, a título de ajuda humanitária, em casos de guerra ou calamidade

pública, por órgãos do governo ou instituição de assistência social;

c) Sob o regime de exportação temporária;

d) Reexportados para encerramento do regime de admissão temporária;

e) Que devem ser devolvidos ao exterior por erro manifesto ou comprovado de

expedição, não atendimento a exigência de controle por órgão competente ou

mesmo por outros motivos;

f) Contidos em remessa postal ou encomenda aérea internacionais, até o limite

de US$ 10 mil;

g) Integrantes de bagagem desacompanhada.

Lopez e Gama (2004) afirmam que a DSE além de dispensar a elaboração do RE

representa procedimento facilitado para as formalidades aduaneiras, permitindo ao usuário

obter reduções de custos e tempo. Visa também, além de outras vantagens, beneficiar a

exportação das pequenas e médias empresas.

2.3 Exportação

“A exportação é a saída da mercadoria nacional ou nacionalizada do território nacional,

por um prazo limitado ou a título definitivo” (WERNECK, 2001, p. 14).

As exportações geralmente mantêm compromisso com qualidade, criatividade e

profissionalismo. A saída de uma mercadoria exportada do país gera em contrapartida da

entrada de divisas, as quais, permitem que sejam pagas as importações daquilo que não é

produzido no país, colaborando de tal forma para a balança comercial interna, pois diminui as

dívidas e aumenta o retorno financeiro da nação. Por esta razão a atividade exportadora deve

ser vista como uma ferramenta de manutenção da economia nacional, e não somente como

uma atividade comercial, considerada muitas vezes como uma “saída” para angariar mais

recursos para empresa que está desenvolvendo esta função.

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2.3.1 Vantagens da Exportação

Segundo Minervini (2001, p. 5), são várias as motivações que levam as empresas a

ingressarem no mercado internacional:

a) Necessidade de operar em um mercado de volumes que garantam uma dimensão

industrial da empresa (alcançando uma economia de escala que lhe dê competitividade).

b) Pedidos casuais de importadores, talvez conhecidos através de uma feira

internacional ou uma missão no exterior.

c) Dificuldades de vendas no mercado interno.

d) Melhor aproveitamento das estações, projetando a produção para o mercado do

hemisfério oposto.

e) Possibilidade de preços mais rentáveis. Há produtos que o mercado interno não

valoriza de maneira suficiente. Temos como exemplo o artesanato brasileiro. No exterior os

preços podem ser muito mais interessantes.

f) Melhor programação da produção. A empresa pode concentrar sua produção em

poucos modelos e grandes quantidades, ao contrário do que acontece no mercado interno.

g) Prolongamento do ciclo de vida de um produto. Há casos onde os produtos que já

alcançaram sua maturidade ou iniciaram sua fase de declínio no mercado interno são

exportados para mercados onde o nível tecnológico geral é inferior.

h) Para diversificar os riscos. Colocar parte da produção no mercado externo amortiza

os efeitos das periódicas ou eventuais crises internas.

i) Para melhorar a imagem com fornecedores, bancos e clientes. Uma empresa que

exporta necessariamente adquire um maior prestígio, uma vez que a exportação é um veículo

para a competitividade.

j) Para equilibrar-se contra e entrada de competidores no mercado interno. Com a

globalização da economia é cada vez mais freqüente bater de frente com os competidores na

porta de casa. A exportação reduz o impacto da presença dos concorrentes.

k) Para uma estratégia de desenvolvimento da empresa. Há empresas que encaram a

exportação como uma meta estratégica para desenvolver-se, como saída obrigatória derivada

de uma crise no mercado interno.

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Diz ainda que, além destes fatores, as receitas provenientes da exportação de produtos e

serviços estão contempladas com os seguintes benefícios fiscais:

• os produtos exportados não sofrem a incidência do Imposto sobre Produtos

Industrializados (IPI);

• o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não incide sobre

operações de exportação de produtos industrializados, produtos semi-elaborados,

produtos primários ou prestação de serviço;

• na determinação da base de cálculo da Contribuição para Financiamento da

Seguridade Social (COFINS), são excluídas as receitas decorrentes da exportação;

• as receitas decorrentes da exportação são também isentas da contribuição para o

Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio

do Servidor Público (PASEP); e

• o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) aplicado às operações de câmbio

vinculadas à exportação de bens e serviços tem alíquota zero.

Estes benefícios permitem que sejam praticados preços mais competitivos, sem

alteração na margem de lucro, tornando os produtos mais acessíveis no mercado externo,

aumentando o faturamento da empresa e o retorno financeiro.

Em resumo, a exportação assume grande relevância para a empresa, pois é o caminho

mais eficaz para garantir o seu próprio futuro em um ambiente cada vez mais competitivo,

que exige das empresas brasileiras plena capacitação para enfrentar a concorrência

estrangeira, tanto no Brasil como no exterior.

2.3.2 Principais erros ao exportar

Alguns equívocos são cometidos facilmente quando se fala desta operação. Estes erros

geralmente trazem prejuízos de diferentes proporções para as empresas exportadoras, segundo

Minervini (2001), estes são:

• Desconsideração das diferenças culturais

• Falta de pesquisa de mercado

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• Falta de avaliação da capacidade de internacionalização

• Falta de pesquisa, registro e monitoramento da marca

• Falta de seleção e pesquisa de mercado

• Falta de serviço pós-venda

• Extrema diversificação de mercados

• Desconhecimento da mecânica de exportação

• Falta de seleção dos parceiros

• Elaboração de contatos sem considerar a legislação e a prática do país

estrangeiro

• Não contar com a estrutura interna adequada para gerenciar a exportação

2.3.3 Para onde e quando exportar

Minervini afirma que, as exportações devem ser direcionadas para mercados onde

podem ser encontrados mercados mais rentáveis e preferencialmente com custo e risco

mínimo, porém chegar a estes mercados não é uma tarefa fácil na maioria das vezes. A

casualidade faz parte do início da atividade exportadora na maioria das empresas que

começam a exportar.

As empresas geralmente procuram exportar para, mercados mais próximos, em rápido

crescimento e mercados mais similares, pois julgam entender melhores seus hábitos e tter

maior controle sobre estes hábitos e mercados.

Exportar é uma atividade de médio e longo prazo, que exige planejamento e raras são as

vezes que as empresas selecionam previamente o mercado que pretendem atuar, pois a

pesquisa de mercado, considerada a melhor forma de conhecer um provável mercado, tem

custos relativamente altos para grande parcela das empresas, o que algumas vezes vem a

inviabilizar os resultados. Deve levar em conta ainda que a maioria das empresas vê na

exportação uma boa saída as conseqüências negativas do mercado.

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2.4 Áreas do comércio exterior

Considerando os fatores expostos acima, pode-se destacar quatros áreas importantes

na realização da atividade de exportação:

a) Área Negocial;

b) Área Logística;

c) Área Cambial;

d) Área Fiscal.

2.4.1 Área Negocial

É a área que se dedica a comprar ou vender no mercado internacional, trocando

mercadorias por dinheiro ou por outras mercadorias. Os traders (pessoas que trabalham nessa

área) têm como tarefas principais a prospecção de mercado, a formação de preços, a

identificação de oportunidades, a viabilidade do negócio e tudo o mais que seja relativo à

compra ou venda de mercadoria. Nesta fase, os contratos internacionais são devidamente

assinados dando assim a certeza de que a negociação foi consumada.

Para facilitar o entendimento entre o exportador e o importador, definir claramente

os custos e responsabilidades do processo e evitar discrepâncias, foram criados o

INCOTERMS (Internacional Commercial Terms ou Termos Internacionais de Comércio)

2.4.1.1 INCOTERMS

O INCOTERMS é um conjunto de termos de entrega das mercadorias publicados pela

primeira vez em 1936 pela Câmara do Comércio Internacional – CCI – com sede em Paris,

que resolveu editar um livreto consolidando e interpretando as várias fórmulas contratuais que

vinham há muito tempo sendo utilizadas pelos comerciantes internacionais. Várias alterações

e adições foram feitas em 1953, 1967, 1976, 1980, 1990, e hoje temos um novo conjunto de

regras, denominado “Incoterms 2000”, em vigor a partir de 01/01/2000, facilitando o

comércio mundial (RATTI, 2001).

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Segundo Vazquez (2001), “as partes intervenientes nos contratos freqüentemente

desconhecem as diferenças existentes entre as praxes comerciais de seus respectivos países,

provocando muitas vezes desentendimentos, questões e sentenças judiciais, com desperdício

de tempo e dinheiro que acarretam”, sendo este um dos principais motivos para a CCI colocar

à disposição de comerciantes, negociantes e traders os INCOTERMS.

Segundo Keedi (2001, p.67) os INCOTERMS são apresentados em quatro grupos e

da seguinte forma:

Quadro 1 INCOTERMS

Grupo E

(Partida)

EXW Ex Works

Grupo F

(Transporte principal não pago)

FCA

FAS

FOB

Free Carrier

Free Alongside Ship

Free on Board

Grupo C

(Transporte principal pago)

CFR

CIF

CPT

CIP

Cost and Freight

Cost Insurance and Freight

Carriage Paid To

Carriage and Insurance Paid To

Grupo D

(Chegada)

DAF

DES

DEQ

DDU

DDP

Delivered At Frontier

Delivered Ex Ship

Delivered Ex Quay

Delivered Duty Unpaid

Delivered Duty Paid

Fonte: VAZQUEZ, José Lopez. Comércio Exterior Brasileiro

O primeiro grupo, “E”, refere-se a entrega da mercadoria, pelo vendedor, no seu

próprio domínio. A responsabilidade e o risco para o comprador se iniciam o mais distante

possível de seu próprio estabelecimento, já que deve retirar a mercadoria na casa do

exportador, inclusive procedendo aos trâmites burocráticos necessários se aplicáveis na

relação entre os dois países.

O segundo grupo, “F”, é aquele em que o vendedor entrega a mercadoria a um

transportador designado pelo comprador, ou a bordo do veículo designado, em seu próprio

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país de origem, porém, com responsabilidade total do comprador a partir do momento desta

entrega.

O terceiro grupo, “C”, refere-se aos termos em que o vendedor é obrigado a contratar e

pagar o transporte internacional, porém, sem assumir a responsabilidade pelos riscos a que a

mercadoria está exposta após a sua entrega no veículo transportador ou local combinado, no

seu próprio país. Este é o único grupo em que responsabilidade e custo têm pontos diferentes

de transferência entre vendedor e comprador.

O quarto grupo, “D”, é aquele em que o vendedor tem de assumir, conjuntamente,

todos os riscos e custos da entrega da mercadoria no país de destino sendo, portanto, o de

maior responsabilidade para este e o mais cômodo para o comprador, em contraposição ao

primeiro grupo. No INCOTERM DDP, ao contrário do EXW, é obrigação do vendedor prever

em sua logística o desembaraço aduaneiro da mercadoria.

Quanto ao termo apropriado a ser utilizado, em relação ao modal de transporte, os 13

termos são divididos da seguinte maneira:

1. Os exclusivos do sistema de transporte aquaviário, ou seja, marítimos,

fluviais e lacustres, que são:

a) FAS: Na utilização deste termo, o vendedor cumpre sua obrigação de

entrega quando a mercadoria for colocada ao lado do navio, no cais,

pronta para embarque, na data e porto de embarque nomeado;

b) FOB: Este termo implica em dizer que o vendedor cumpre sua

obrigação quando a mercadoria tiver passado a amurada do navio, no

porto de embarque;

c) CFR: A utilização deste termo significa que o vendedor deve realizar

a reserva de espaço no navio a efetuar o pagamento do frete da

mercadoria até o ponto de destino. Quanto aos riscos, significa que a

obrigação do vendedor, estipulada em contrato, estará cumprida

quando a mercadoria ultrapassar a amurada do navio no porto de

embarque nomeado;

d) CIF: Significa que o vendedor deve realizar a reserva de espaço no

navio e efetuar o pagamento do frete da mercadoria até o porto de

destino, bem como providenciar o seguro básico da mercadoria

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durante a viagem. Quanto aos riscos, significa que a obrigação do

vendedor, estipulada em contrato, estará cumprida quando a

mercadoria ultrapassar a amurada do navio no porto de embarque

nomeado;

e) DES: Neste termo, o vendedor tem a obrigação de colocar a

mercadoria à disposição do comprador, a bordo do navio

transportador, no porto de destino. O vendedor deve contratar o

transporte e assumir todos os riscos e custos envolvidos para levar a

mercadoria até o porto de destino;

f) DEQ: Aqui, o vendedor tem a obrigação de colocar a mercadoria à

disposição do comprador, no cais do porto de destino. O vendedor

deve, portanto, assumir todos os riscos e custos envolvidos para

colocar a mercadoria à disposição do comprador.

2. Aqueles que são utilizados para qualquer modal de transporte, inclusive

multimodal, que são:

a) EXW: Este termo significa que o vendedor cumpre a sua obrigação,

estipulada em contrato, quando a mercadoria estiver disponível ao

comprador, no local solicitado por este, em seus próprios domínios,

ou seja, na fábrica, na plantação, no armazém, etc., na data estipulada.

Este é o termo mais cômodo para o exportador e o de maior

responsabilidade para o comprador;

b) FCA: A utilização deste termo significa que a obrigação do vendedor,

estipulada em contrato, estará cumprida quando a mercadoria for

entregue ao transportador designado pelo comprador. Se for na

propriedade do vendedor deverá ser embarcado e se for em qualquer

outro local este não será responsável pelo desembarque;

c) CPT: A utilização deste termo significa que o vendedor deve realizar

a reserva de espaço no veículo transportador e efetuar o pagamento

do frete da mercadoria até o local de destino. Quanto aos riscos,

significa que a obrigação do vendedor, estipulada em contrato, estará

cumprida quando a mercadoria for entregue ao transportador

designado por ele;

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19

d) CIP: A utilização deste termo significa que o vendedor deve realizar a

reserva de espaço no veículo transportador e efetuar o pagamento do

frete da mercadoria até o local de destino, bem como providenciar o

seguro básico da mercadoria durante a viagem. Quanto aos riscos,

significa que a obrigação do vendedor, estipulada em contrato, estará

cumprida quando a mercadoria for entregue ao transportador

designado por ele;

e) DAF: Este termo significa que o vendedor tem a obrigação de colocar

a mercadoria, objeto da venda, disponível no local designado no

contrato, na fronteira, mas antes da divisa alfandegária do país

adjacente. O comprador assume os riscos e custos sobre a mercadoria

a partir do momento que for entregue nesse ponto;

f) DDU: Neste o vendedor tem a obrigação de colocar a mercadoria à

disposição do comprador, no local nomeado, no país de importação,

assumindo todos os riscos e custos envolvidos, exceto o pagamento

de impostos, taxas e outras despesas relativas ao despacho da

mercadoria;

g) DDP: Neste termo, o vendedor tem a obrigação de colocar a

mercadoria à disposição do comprador, no local nomeado, no país de

importação, assumindo todos os riscos e custos envolvidos para a

colocação da mercadoria à disposição do comprador, incluindo o

pagamento das formalidades e direitos alfandegários.

Dentro do aspecto negocial, outro item importante a ser considerado é a forma de

pagamento a ser utilizadas nas operações de exportação, sendo que sua escolha varia de

acordo com o grau de risco da operação e a confiança entre importador e exportador.

Para serem estabelecidas as condições de pagamento que o exportador utilizará nas

vendas de seus produtos para o exterior há necessidade de uma análise criteriosa não

apenas no sentido de ser estipulada a condição que melhor atenderá aos anseios de

quem vende, como também que, cumulativamente, se encontre integrada as condições

usualmente utilizadas para aquelas condições. (GARCIA, 2001, p. 61)

Segundo o autor, as principais modalidades de pagamento utilizadas no comércio

internacional são as seguintes:

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a) Remessa antecipada

b) Remessa sem saque

c) Cobrança

d) Crédito documentário (carta de crédito)

Remessa antecipada: consiste no recebimento do valor referente a mercadoria antes

do embarque/envio desta ao importador. Esta modalidade de pagamento, segundo Ratti (2001,

p.83), coloca o importador na dependência do exportador, implicando, portanto, riscos para o

primeiro, pois enquanto não receber a mercadoria, não poderá ter certeza de regular

cumprimento da obrigação por parte do exportador. Este é o motivo pelo qual não é muito

freqüente a utilização deste processo.

A remessa antecipada é empregada principalmente nos casos em que haja necessidade

de o importador fornecer ao exportador, meios financeiros necessários para o atendimento do

pedido de compra, no caso de se tratar de uma mercadoria de valor reduzido, quando o

importador não é conhecido nos meios comerciais, ou ainda, quando a situação política do

país for instável.

Remessa sem saque: esta modalidade consiste no envio da mercadoria e dos

documentos diretamente para o importador, sendo o envio de divisas para o pagamento

realizado após o desembaraço da mercadoria na alfândega do país importador. Todo o risco

quanto ao pagamento é do exportador, sendo utilizada apenas quando o risco é baixo.

Havendo confiança entre as partes envolvidas, esta modalidade apresenta algumas

vantagens:

a) Maneira mais rápida de a documentação chegar às mãos do importador

b) As despesas cobradas pelos bancos para essa modalidade de operação são

inferiores ás de outras modalidades.

Cobrança: consiste no envio dos documentos, pelo banco exportador, juntamente com

uma carta de cobrança, ao banco importador, que os entregará ao importador mediante o

cumprimento das exigências da carta, ou seja, pagamento ou aceite.

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Partes Intervenientes (RATTI, 2001):

Cedente (principal) – parte que confia o processamento

Banco remetente (remitting bank) – banco ao qual o cedente confiou o processamento

da cobrança.

Banco cobrador (collecting bank) – qualquer banco, que não o remetente, envolvido

no processo de cobrança.

Banco apresentador (presenting bank) – banco cobrador que faz apresentação ao

sacado.

Sacado (drawee) – aquele a quem a apresentação deve ser feita, de acordo com a

instrução de cobrança.

Pode ser a vista ou a prazo e não existe garantia do banco cobrador, representando

riscos ao exportador.

Crédito documentário: também conhecida como carta de crédito, é uma modalidade

de pagamento bastante usual, porque oferece maiores garantias, tanto para o importador como

para o exportador.

Segundo Ratti (2001, p.93) é emitido um documento pelo qual o banco (banco

emitente), por instruções do cliente (o tomador de crédito), ou em seu próprio interesse,

compromete-se a efetuar um pagamento a um terceiro (o beneficiário) ou à sua ordem, ou

deve pagar ou aceitar saques emitidos pelo beneficiário, contra entrega de documentos

estipulados, desde que os termos e condições do crédito sejam cumpridos. O banco emitente

poderá, também, autorizar outro banco a efetuar tal pagamento, ou a pagar, aceitar ou

negociar tais saques.

2.4.2 Área logística

Atualmente, é imprescindível ficar atentos a todos os aspectos de uma negociação

internacional, sendo que uma das mais importantes é a logística, que pode ser decisiva na hora

de se alcançar um bom preço e as metas pré-determinadas.

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Esta área refere-se a entrega do produto ou do bem dentro das condições negociadas e

estabelecidas, procurando aumentar competitividade através da eliminação de custos e

melhoria do tempo e qualidade do processo de entrega. Este aspecto se inicia com a produção

da mercadoria, seguido do processo de embalagem e transporte dos bens de seu ponto de

origem até seu ponto de destino (VIANA, 1982, p. 31).

2.4.2.1 Embalagem

A embalagem da mercadoria é um fator muito importante, e que deve ser levado em

consideração, pois a visa a proteção, movimentação, transporte, armazenagem,

comercialização e consumo do produto. Segundo Coutinho (1992, p. 53), cada mercadoria

deve ser embalada de acordo com o modal de transporte pelo qual será enviada ao importador,

a fim de manter a integridade física da mercadoria., na movimentação interna da mercadoria e

internacional, desde a saída do estabelecimento exportador até sua chegada ao

estabelecimento do importador.

Parte integral da embalagem, a marcação de volumes é de grande importância por

permitir uma identificação mais rápida dos volumes, pelo transportador, importador e

alfândega, presente em todas as faces do volume a fim de agilizar o manuseio da mercadoria.

2.4.2.2 Unitização

A unitização é o conjunto de mercadorias em uma unidade, utilizada para facilitar o

deslocamento da carga. Procedimento de extrema importância dentro do processo de

exportação.

Dentre outras formas de unitização existentes, a paletização e a conteinerização são as

mais usadas. Na paletização a carga é colocada em uma plataforma e na conteinerização,

como o próprio nome diz, a carga e acondicionada em um container.

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2.4.2.3 Transporte

O transporte é um fator crucial para a realização de uma exportação, sendo a

modalidade, os custos e responsabilidade definidos de acordo com os INCOTERMS.

Para Viana (1982), a escolha do modal tem de ser feita também através dos meios de

transporte que o país importador oferece, e então dentre estas, escolher a que apresenta menos

custo com maior segurança.

Fatores que influenciam na seleção de um modal (Comércio Exterior Informe BB):

• Pontos de embarque e desembarque

• Custos relacionados com embarque, desembarque, cuidados especiais, frete

interno, frete internacional, etc.

• Urgência da entrega

• Características da carga: peso, volume, formato, dimensões, preciosidade,

cuidados especiais, refrigeração, etc.

• Possibilidade de uso do meio de transporte, tais como disponibilidade,

freqüência, adequação, exigências legais.

Dentre as modalidades mais utilizadas para os transportes internacionais de

mercadorias estão:

a) Transporte marítimo: representa quase a totalidade dos serviços

internacionais de movimentação de carga. É o meio de transporte mais

utilizado de comércio exterior devido ao seu baixo custo. Contudo é

importante ressaltar que os longos períodos de entregas de mercadorias e o

manuseio incorreto da mercadoria, exige maior atenção principalmente ao

fator embalagem. (Informe BB, 1999, p.34)

b) Transporte ferroviário: consiste na utilização de locomotivas para o

deslocamento terrestre de cargas a longas distâncias. Muito utilizado no

transporte de granéis. Sua grande vantagem está no fato de apresentar custos

menores que o rodoviário para longas distância, porém sem a mesma

flexibilidade. Sua principal desvantagem é a velocidade, todavia seria

superável dentro de um processo logístico bem feito. (Keedi, 2001)

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24

c) Transporte aéreo: grande vantagem da entrega de mercadorias, permitindo

maior competitividade para as empresas quanto a manutenção de estoques e

também custos de embalagem. Entretanto seu alto custos viabiliza apenas o

transporte de mercadorias com alto valor agregado.

d) Transporte rodoviário: muito utilizado para exportações para países

fronteiriços, caracterizando-se pela agilidade, flexibilidade capacidade de

transporte porta a porta de mercadorias. Entretanto tem maior participação

no transporte de mercadorias. Este modal é o mais apropriado para o

transporte de mercadorias em viagens de curtas e médias distâncias.

2.4.3 Área cambial

Nesta área enfoca-se as obrigações e aspectos legais a serem cumpridas pelo

exportador, a questão da forma de recebimento e conversão da moeda estrangeira, a

classificação de exportações quanto à cobertura cambial e algumas modalidade de

financiamento previstas.

Salienta-se que, da forma com que foi montado o funcionamento do mercado cambial,

os bancos são os agentes que mais estão envolvidos no andamento e registro de operações

cambiais.

2.4.4 Área fiscal

O aspecto fiscal consiste na emissão de documentos para a liberação e despacho da

mercadoria para o exterior. Dentro deste aspecto a classificação desempenha papel

fundamental da identificação da mercadoria. A classificação consiste na utilização do sistema

harmonizado NCM/SH (Nomenclatura Comum do Mercosul/Sistema Harmonizado), para

identificar cada produto com um algarismo constituído de 8 números. Estes designam a

Seção, Capítulo, Posição, Subposição e o Item em que o produto encontra-se classificado

(Informe BB, 1999, p. 20).

Para a realização de operações de exportação é necessária a confecção de uma série de

documentos. “Toda a operação de exportação é amparada por uma documentação de

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25

embarque, a qual deve estar rigorosamente de acordo com as exigências do contrato de

exportação ou da carta de crédito”. (VIANA, 1982, p.36)

Segundo dados do BB informe os documentos de exportação são:

• Nota fiscal: documento que acompanha a mercadoria no trânsito interno.

• Fatura Proforma: é o orçamento da operação, documento de caráter preliminar que iré

determinar as condições da transação.

• Apólice de seguro: documento emitido pela seguradora por interesse do importador ou

exportador, para cobrir riscos referentes a mercadoria, transporte ou risco comercial.

• Conhecimento de embarque: documento emitido pela empresa de transporte,

confirmando a entrega e o embarque da mercadoria, funciona como um recibo de

mercadoria, contrato de entrega, transporte e documento de propriedade.

• Fatura comercial: documento emitido pelo vendedor ao comprador, que substitui a

nota fiscal e determina as condições da transação.

• Contrato de câmbio: documento firmando entre o banco e o exportador para a compra

e venda de mercadoria estrangeira.

• Romaneio de exportação: lista detalhada das mercadorias que estão sendo embarcadas

• Certificado de origem: documento que atesta a origem da mercadoria, emitido por

exigência do importador para a obtenção de benefícios fiscais.

• Saque ou cambial: documento emitido pelo exportador contra o importador

representando o direito do exportador as divisas decorrentes das vendas ao exterior.

2.5 Despacho aduaneiro

Estando a mercadoria pronta para o embarque e todos os documentos exigidos

propriamente confeccionados, deve ser feita a Solicitação de Despacho junto a repartição

aduaneira da SRF.

Para a realização dos trâmites necessários ao desembaraço aduaneiro, geralmente é

contratado o serviço de um profissional – despachante aduaneiro.

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O sistema solicita o registro das demais informações necessárias ao processamento do

despacho aduaneiro e informa os documentos que devem ser apresentados.

Realizada a conferência documental e física das mercadorias, pelo fiscal, esta é

liberada para a transportadora, que confirmará o recebimento da mercadoria no conhecimento

de embarque. Com este documento o exportador registra a entrada do embarque no

SISCOMEX, recebendo o Comprovante de Exportação, autenticado pela autoridade fiscal.

2.6 COMERCIAL EXPORTADORA – “TRADING COMPANY”

As Comerciais Exportadoras , são empresas que têm como objetivo social, basicamente, a

exportação indireta de produtos, ou seja, a Empresa Comerciai Exportadora recebe

mercadorias do fabricante ou produtor com o fim específico de exportar.

A Comercial Exportadora não estabelece nenhuma modalidade de sociedade, não está

vinculada a composição de capital, de registro e de movimentação mínima de valores etc.

Pode ser, portanto, qualquer empresa que exporta, até mesmo uma indústria que também

opere comercialmente na exportação, constituindo-se como qualquer outra empresa.

A "Trading Company" - oficialmente denominada Empresa Comercial Exportadora, é

uma organização comercial que atende especificamente a algumas exigências como:

- Obter um Registro Especial;

- Possuir capital mínimo realizado equivalente a 703.380 Unidades Fiscais de Referência

(UFIR);

- Constituir-se sob a forma de sociedade por ações;

Pode-se entender que as ECE"s diferenciam-se das Empresas Comerciais

Exportadoras as "Trading Company" exatamente pelos requisitos exigidos para a Trading.

(Fundamento Legal.: Decreto Lei nº 1.248/72, Comunicado Decex nº 02/99 e Resolução

BACEN nº 1.928/92)

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

A presente pesquisa é caracterizada como um projeto de aplicação. O método de

pesquisa escolhido é o qualitativo. Segundo (OLIVEIRA, 2004) o método qualitativo não tem

pretensão de numerar ou medir unidade ou categorias homogêneas. Segundo ele, justifica-se o

fato de o tratamento qualitativo de um problema, apresentar-se de uma forma adequada para

poder entender a relação de causa e efeito do fenômeno e consequentemente chegar a sua

verdade e razão.

As atividades foram realizadas na empresa First S.A, no departamento de exportação

de diversos (local de estágio da pesquisadora). A coleta de dados foi viabilizada através de

observação participante, informações fornecidas pelo departamento pessoal, bem como pelo

departamento comercial e através análise de documentos.

A coleta de dados se deu no período de janeiro de 2006 a abril de 2006, através de

pesquisa documental, o que serviu como base para as informações do trabalho. Os

documentos mencionados tratam-se de documentos utilizados pela empresa, para a

concretização da operação de exportação, bem como promoção da mesma. Estes documentos

constituem-se em, documentação pré e pós embarque, onde utilizam-se os dados do

exportador, importador e mercadoria, somado também a folders comerciais. Esta pesquisa foi

possível, através da participação física da acadêmica nos processos de exportação, bem como

confecção e conferência da documentação.

Os dados foram analisados e apresentados com a utilização de textos explicativos

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4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

Neste capítulo, serão apresentados dados relevantes ao trabalho, no que diz respeito às

exportações realizadas pela FIRST S.A. e sua divisão de alimentos FIT FOODS, bem como

dados de exportações deste segmento. Caracteriza a empresa e seu departamento, em relação

aos objetivos, funções desempenhadas e serviços prestados. As informações referentes a este

capítulo tem como base os documentos institucionais da empresa e estão também disponíveis

nos sites http://www.firstsa.com.br, http://www.fitfoods.com.br.

4.1 A empresa FIRST S.A.

Segundo informações de cunho comercial, disponibilizadas por catálogos comercias

da empresa em questão, a FIRST S.A. é uma comercial exportadora que busca a melhor

solução em importação e exportação para os seus clientes. No mercado desde 2000, os

núcleos logístico, financeiro e operacional da FIRST S.A. buscam o melhor desempenho em

cada operação. Atualmente sua estrutura física conta com centros operacionais em Vitória

(FUNDAP), Santa Catarina e São Paulo, e também junto aos principais portos de atuação.

Possui uma equipe de 128 funcionários especializada, que oferece atendimento

personalizado, estando apta para organizar todos os processos de importação e exportação,

desde a escolha do produto, averiguação da qualidade, procedimento de embalagem até o

embarque e chegada no porto de destino, garantindo com isso também a fidelização de seus

clientes, denominando-os parceiros comerciais.

Faz do comércio exterior, sua razão de ser, pois considera o comércio internacional

uma das modalidades da economia que mais cresce no mundo globalizado. Empresas de todos

os portes, em todo o mundo buscam espaços para seus produtos num mercado em franca

expansão. Neste cenário, cada vez mais dinâmico e competitivo, o segredo para o sucesso das

empresas que atuam no setor é criar ferramentas, mecanismos e estabelecer parcerias capazes

de elevar a performance competitiva em todas as fases do processo de importação e

exportação. Para isso a FIRST tem em projeto a construção de um Centro de Distribuição em

Itajaí, com 10.000m² de área coberta, numa localização estratégica próximo do porto. O

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objetivo é armazenar e distribuir os produtos importados visando complementar o pool de

serviços e oferecer ainda mais comodidade aos clientes.

Sendo assim, a FIRST é um concentrador de negócios, pois engloba todas as

operações, burocráticas ou operacionais para seus clientes, os quais têm total

acompanhamento dos processos.

4.1.1 Objetivos da empresa

O principal objetivo da FIRTS S.A. é estabelecer relacionamentos duradouros com

seus clientes e parceiros, em que a regularidade e confiança são atributos fundamentais para

garantir maior eficiência na operação, que é conduzida de forma transparente e esclarecedora

em todos os processos de importação e exportação. Na FIRST os recursos financeiros de cada

empresa são administrados isoladamente, fornecendo sempre que necessários dados seguros e

atualizados, por uma equipe treinada para atender cada cliente de maneira individualizada,

garantindo total transparência e fidelidade das informações.

4.1.2 Razão de ser da empresa

Encontrar a melhor solução para cada um de seus clientes.

4.1.3 Serviços prestados pela FIRST S.A.

Por ser uma empresa exportadora e importadora, a FIRST S.A., que além de prestar

serviços completos de exportação para seus clientes, possui marcas próprias e divisões

especiais de exportação para diferentes produtos, presta assessoria individualizada em todos

os tramites necessários para o processo de importação, oferecendo sempre a solução ideal

para cada perfil de cliente.

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Figura 1 Serviços Prestados

Fonte: Serviços Prestados pela First S.A.

http://www.firstsa.com.br

4.1.4 Exportação – FIRST S.A.

Com base na documentação comercial da empresa, comprovada pelo site

www.firstsa.com.br, afirma-se que, na área de exportação, a FIRST é uma empresa

exportadora que, além de prestar serviços completos de exportação para seus clientes, possui

marcas próprias e divisões especiais de exportação para diferentes produtos, tais como: carnes

congeladas, sucos, móveis, madeiras, entre outros. Atualmente exporta para cinco continentes,

abrangendo mais de 50 países, levando produtos brasileiros de qualidade para o mundo.

A FIRST também atua em parceria com empresas exportadoras que já tenham

produtos e mercado definido, dando suporte operacional completo, incluindo logística

aduaneira, controle cambial e emissão de documentos.

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4.2 FIT FOODS - Divisão de alimentos1

Segundo informações dados do departamento FIT FOODS, disponíveis no site

www.fitfoods.com.br; a FIT FOODS é uma divisão da FIRST S.A., um dos exportadores bem

sucedidos do Brasil, que pertence a um grupo brasileiro, fundado em 1987. Esta divisão

desenvolveu a nova marca FIT, para melhor satisfazer a demanda dos clientes por produtos de

qualidade. Esta é a razão a qual FIT FOODS, interessada na qualidade, começa no campo e

termina no consumidor.

O crescimento, variedade dos produtos, oportunidades de emprego e expansão de

mercado são os objetivos principais da companhia. São conseguidos com a qualificação

técnica de sua equipe de funcionários e com a habilidade de ajustar-se às necessidades

específicas de seus clientes.

Desde que, a escolha dos consumidores nesta última década durante todo o mundo,

focou-se em uma alimentação mais saudável porém, com mais nutrientes, sendo saborosa e

acima de tudo, sendo produzidos de acordo com os métodos que respeitam o ambiente. A

chave a esta realização é qualidade. Atuando no mercado de África, de Ásia, de Europa, de

América Latina, do leste médio e da América do Norte, a FIT FOODS possui sua própria

maneira de consolidar sua marca, como uma das melhores do mundo.

Localizada no sul do Brasil, FIT FOODS, fornece fácil acesso aos demais estados

brasileiros, e também aos países vizinhos - Paraguai, Argentina e Uruguai - sendo seus portos:

São Francisco do Sul, Itajaí e Imbituba, córregos naturais da produção em Mercosul.

O Brasil é também o maior exportador de carne de frango e bovina do mundo, e o

estado de Santa Catarina é responsável por aproximadamente 35% da exportação nacional das

aves domésticas. Conhecido internacionalmente pela qualidade de seus produtos, o estado de

Santa Catarina é reconhecido também pelo Ministério Brasileiro da Agricultura e por

autoridades internacionais como uma área livre de doenças em animais.

1 FIT FOODS, 2006

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4.2.1 Staff profissional

Afim estabelecer um melhor relacionamento com seus clientes, conta com uma equipe

de funcionários altamente especializada, para garantir fidelidade de informação e prestação de

serviços apropriados.

O objetivo principal da FIT FOODS é estabelecer relacionamentos duráveis, onde a

qualidade e a transparência são atributos essenciais para prover a seus clientes tranqüilidade e

confiança, além da acessibilidade total, estando sempre disponíveis.

4.2.2 Logística

A FIT FOODS possui uma estrutura integrada de logística que permite a agilidade e a

segurança no comparecimento da carga enviada aos clientes. A informação rápida e confiável

compõe a plataforma do serviço, onde o cliente tem um feedback completo do processo da

exportação.

Assim, a FIT FOODS, controla todos os processos de exportação, desde a produção, o

transporte, o armazenamento dos bens até a entrega no destino. O resultado não podia ser

diferente: aumento da produtividade e satisfação dos clientes.

4.3 Exportação de Frango

Neste capítulo serão apresentadas em especial as exportações brasileiras de frango,

relacionados aos estados produtores desta mercadoria, bem como, as exportações de frango da

FIT FOODS – departamento de alimentos da empresa FIRST S.A.

4.3.1 Exportação brasileira de frango

O setor exportador brasileiro de carne de frango comemorou em 2005 um outro ano de

recordes, junto com a consolidação do primeiro lugar no ranking mundial. Obteve-se uma

expressiva ampliação das vendas de nossos dois segmentos de maior valor agregado, o frango

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em cortes e o industrializado. Tal resultado foi obtido em uma conjuntura cambial

desfavorável, com valorização do real frente ao dólar diminuindo a competitividade de nosso

produto no mercado internacional, o que torna o produto brasileiro realmente interessante aos

olhos do mercado.

Segundo as estatísticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o ano

de 2005 representou um novo recorde para a exportação brasileira de carnes. A receita

cambial do setor chegou a US$ 8,195 bilhões, correspondendo a 7% do volume total das

vendas externas do país. Em relação a 2004, esse resultado representou um aumento de US$

2,018 bilhões, com um crescimento de 33%. Já as exportações brasileiras na mesma

comparação, tiveram um incremento de 22,6%.

Tabela 1 Estados Produtores em 2005

ESTADO CABEÇAS ABATIDAS COM SIF

PARTICIPAÇÃO EXPORTAÇÃO (TONS)

PARTICIPAÇÃO %

PARANÁ 1.010.640.211 22,83 791.126 27,80

SANTA CATARINA 741.940.758 16.76 792.822 27.86

RIO GRANDE DO SUL

653.433.603 14.76 676.676 23.78

SÃO PAULO 638.623.463 14.43 241.560 8.49

MINAS GERAIS 27O.909.318 6.12 93.640 3.29

GOIÁS 172.657.578 3.90 88.983 3.13

MATO GROSSO DO SUL

122.789.423 2.77 66.587 2.34

MATO GROSSO 67.543.163 1.53 61.160 2.15

DISTRITO FEDERAL 60.910.323 1.38 32.644 1.15

BAHIA 44.863.466 1.01

PERNANBUCO 44.051.685 1.00

SUBTOTAL 3.828.361.991 86.49 2.845.198 99.99

OUTROS COM SIF 38.431.715 0.87 748 0.01

TOTAL COM SIF 3.866.793.706 87.36

SEM SIF 4.426.733.994 12.64

TOTAL GERAL 100.00 2.845.946 100.00

Fonte: Relatório Anual 2005 – ABEF – Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango

Vale ainda ressaltar que de toda a produção brasileira, 70% da produção é destinada ao

consumo interno, e 30% são exportadas.

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O desempenho das vendas de carne de frango no mercado internacional seria ainda

mais expressivo se não fossem as restrições de alguns mercados. Porém a carne de frango

manteve, mais uma vez, a liderança das exportações de carnes, com suas vendas externas

tendo um crescimento de 35%.

Nas mesma comparação, os embarques passaram de 2,470 para 2,846 milhões de

toneladas, com um incremento de 15%. O desempenho brasileiro em 2005, onde o Brasil teve

uma participação de 41% dentro de um crescimento de 16% das exportações mundiais,

consolidou sua posição, obtida a primeira vez em 2004, de maior exportador mundial tanto

em volumes quanto em receita cambial.

Tabela 2 Principais portos de embarque – saída de mercadoria 2004 / 2005

SAÍDA * VIA VOLUME EMBARCADO

2004 2005

PARTICIPAÇÃO (%) 2005

ITAJAÍ (SC) – porto 1.051.250.419 1.269.416.926 44,6

ANTONINA (PR) – porto 181.202.366 444.418.216 15,6

RIO GRANDE (RS) – porto 302.594.351 382.534.172 13,5

PARANAGUÁ (PR) – porto 560.363.369 297.988.368 10,5

SANTOS (SP) – porto 152.697.108 207.668.031 7,3

S. FRANCISCO DO SUL

(SC) – porto

113.704.684 141.422.007 5,0

IMBITUBA (SC) – porto 80.850.025 65.242.072 2,3

OUTROS 0,13

TOTAL 2.469.696.373 2.845.945.959 100,00

Fonte: Informe – ABEF – Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango – ANO VII - Edição

83 – Fevereiro 2006

4.3.2 Exportação de frango – FIT FOODS

Com trabalho e qualidade eficientes no atendimento aos clientes e fornecedores, a FIT

FOODS, tem conseguido excelentes resultados na co-produção e na linha de exportação de

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frango via a marca FIT. O controle de qualidade está presente em todos os produtos. A

companhia implantou o sistema de HACCP (Hazard Analysis and critical Control Points -

análise de perigo e pontos de controle críticos), e o controle do corte é supervisionado por

especialistas em Halal, uma exigência para os países Islâmicos.

Na logística, a marca FIT FOODS, tem câmaras modernas de refrigeração, que

permitem a manutenção da qualidade de produtos até que alcancem seu destino.

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5 ANGOLA

Os dados e informações referentes a esta seção encontram-se disponíveis via on line,

nos sites do Consulado de Angola e Câmara de Comércio de Angola.

5.1 Contexto histórico

Segundo dados disponíveis em www.consuladodeangola.org e www.ccia.ebonet.net,

no início do século do século VI d.C., povos de cor negra, inseridos tecnologicamente na

idade dos metais, empreenderam uma das maiores migrações da História.

Eram os Bantu e vieram do norte, provavelmente da região atual república dos

Camarões. Esses povos, ao chegarem a Angola, encontraram os Bochimanes e outros grupos

mais primitivos, impondo-lhes facilmente a sua tecnologia da metalurgia, cerâmica e

agricultura. A instalação dos Bantu decorreu ao longo de muitos séculos, gerando diversos

grupos que viriam a estabilizar-se em etnias que perduraram aos dias de hoje.

A agricultura era sua grande riqueza; o poder estava nas mãos dos Mani - aristocratas

que ocupavam os lugares chaves do reino, subordinado única e exclusivamente ao todo

poderoso Rei do Congo. O reino do Congo dividia-se em 6 províncias e contava ainda com

alguns reinos tributários, como o Ndongo, a sul. O comércio era a principal atividade, baseada

numa fortíssima produção agrícola e numa crescente exploração mineira. Em 1482, as

caravelas portuguesas, comandadas por Diogo cão, chegaram ao Congo.

Outras viagens se seguiram e depressa foram estabelecidas relações fortes entre ambos

os estados. Os portugueses tinham armas de fogo e uma religião interessante; em contra

partida, o Reino do Congo podia oferecer a Portugal, escravos, marfim e recursos minerais. O

Rei do Congo logo se converteria a Fé Cristã e adotaria uma estrutura política à semelhança

das européias; ele viria ser uma figura muito conhecida na Europa, a ponto do próprio

pontífice lhe endereçar. Os escravos de Angola eram fundamentais para o desenvolvimento da

colônia do Brasil e seu tráfico encontrava-se parado.

Em 1648, chegaria do Brasil, uma grande esquadra comandada por Salvador

Correia de Sá que retomaria Luanda, provocando a volta maciça dos Portugueses. Começa

então o declínio da coligação; a falta do aliado holandês e das suas armas de fogo e a posição

de força de Correia de Sá vibraram um duro golpe na moral das forças autóctones. Jinga

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morreu em 1663. Dois anos mais tarde, o Rei de Congo, empenharia todas suas forças para

retomar a Ilha de Luanda, ocupada por Correia de Sá, saindo derrotado e perdendo a

independência. O reino do Ndongo seria igualmente submetido à Coroa portuguesa em 1771.

A Colônia portuguesa de Angola formou-se em 1535, com a chegada de Novaes com

100 famílias de colonos e 400 soldados. Luanda seria cidade em 1605. O comércio era na

maior parte feito com o Brasil. Os navios brasileiros eram os mais numerosos nos portos de

Luanda e de Benguela. Angola, Colônia portuguesa era de fato, Colônia do Brasil,

contraditoriamente, outra colônia portuguesa.

Forte influência brasileira era também exercida pelos jesuítas nos domínios da religião

e da educação. A filosofia de guerra passou gradualmente a ser substituída pela filosofia do

comércio. Eram as grandes rotas comerciais e os acordos que as tornavam possíveis que

moviam ações nas partes. De estados guerreiros, Formam-se estados vocacionados para a

produção e conseqüente comercio.

No Planalto, destacam-se os estados do Bié e do Bailundo. Este último, viria a

notabilizar-se pela produção de bens alimentares e da borracha. No entanto, o Poder Colonial,

cada vez mais forte e mais rico, não toleraria o desenvolvimento destes estados e submetê-los-

ia um a um, atingindo o controle total do território no início do nosso século.

A partir de 1764, de uma sociedade esclavagista, passou-se gradualmente a uma

sociedade preocupada em produzir o consumia. Em 1850, Luanda já era uma grande cidade,

repleta de firmas comerciais e que exportava conjuntamente com Benguela, óleos de palma e

amendoim, cera, goma copal, madeiras, marfim, algodão, café e cacau, dentre outros

produtos. Milho, tabaco, carne seca e farinha de mandioca começariam igualmente a ser

produzidos localmente. Entretanto, em 1836, o tráfico de escravos era abolido e 1844, os

portos de Angola seriam abertos aos navios estrangeiros.

Com o estado que se pretende extensivo à Colônia, Angola passa a ser mais uma das

províncias de Portugal (Província Ultramarina). A situação vigente, era aparentemente

tranqüila. Inicia-se a formação de organizações políticas mais explícitas a partir da década de

50 que, de uma forma organizada iam fazendo ouvir os seus direitos. Promovem campanhas

diplomáticas no mundo inteiro, pugnando pela independência. O Poder Colonial, não cederia,

no entanto, às propostas das forças nacionalistas provocando o desencadear de conflitos

armados diretos, a "Luta Armada". Destacaram-se "Luta", o MPLA (Movimento Popular para

a Libertação de Angola) fundado em 1956, a FNLA (Frente Nacional para a Libertação de

Angola) que se revelou em 1961 e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de

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Angola) em 1966. Depois de longos anos de confrontos, o país alcança a independência a 11

de Novembro de 1975.

Passados 28 anos da independência e 42 da Luta Armada, eis que o protocolo de

Lusaka (finais de 1994) faz finalmente vingar a teoria de ser a paz a única saída para o País.O

GURN-Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, tomou posse a 11 de abril de 1997. A

este governo constituído majoritariamente pelo MPLA, em conjunto com UNITA e as outras

forças política com assento parlamentar, cabe a reconstrução de um dos países de futuro

promissor de toda África que, no entanto, paradoxalmente com a sua riqueza natural vive uma

das mais duras realidades.

O MPLA, sempre governo desde a Independência, sob preservar a identidade nacional.

Do MPLA, saíram os dois presidentes que Angola teve até ao momento. O primeiro, o

fundador da Nação Angolana, o Dr. Agostinho Neto e o segundo e atual Presidente da

República de Angola, o Eng. José Eduardo dos Santos, que se tornou, aguando da sua

investidura, em 1979, o mais jovem presidente do continente.

No plano internacional, Angola assumiu naturalmente, em 1997/8 o seu papel de

potência regional nos vizinhos Congo e Congo Democrático. Data de Independência: 11 de

Novembro de 1975.

5.2 Dados do país

Ainda referente aos dados disponibilizados via on line, pelo site www.ccia.ebonet.net,

os dados referentes a República de Angola serão apresentados a seguir:

Língua oficial: Português.

Principais línguas nacionais: UMBUNDU, KIMBUNDU, KIKONGU, FIOTE,

TCHOKWE, N'GANGUELA E KUNHAMA.

População: 13.900.000 habitantes (estimativa do PNUD da ONU para 2002).

Densidade populacional: 9 habitantes por km².

Estrutura etária e Rácio de comparação sexual: Abaixo dos 14 cerca de 43.3% da

população, havendo 1.02 homens por cada mulher, dos 15 aos 64 anos cerca de 53.9% da

população, havendo 1.03 homens por cada mulher, acima dos 65 anos cerca de 2.8% da

população, havendo 0.82 homens por cada mulher e no total da população há 1.02 homens por

cada mulher (estimativas de 2002).

Crescimento natural anual: 2.18% (estimativa de 2002).

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39

Taxa de natalidade: 46.18 nascimentos por 1.000 habitantes (estimativa de 2002).

Taxa de mortalidade: 24.35 mortes por 1.000 habitantes (estimativa de 2002).

Taxa de mortalidade Infantil: 191.66 mortes por 1.000 nados vivos (estimativa de 2002).

Taxa de expectativa de vida: 37.62 anos para os homens e 40.18 anos para as mulheres

(estimativas de 2002).

Angola situa-se na região ocidental da África Austral. O seu território estende-se por

uma superfície de 1.246.700 km² com 1.650 km de costa e 4.837 km de fronteira terrestre. A

província de Cabinda é a mais setentrional e constitui um enclave separado do restante

território pelo Congo Democrático e confinado a N e NE, a Zâmbia e SE e a Namíbia a S. o

território pode ser dividido em seis zonas geomorfológicas: faixa litoral, zona de transição

para o interior, cadeia marginal de montanhas, planalto antigo, bacia do Zaire e bacias do

Zambeze e do Cubango. A República de Angola situa-se na Costa Ocidental do Continente

Africano na sua parte Austral entre os paralelos 4°22' e 24°05'.

Tem uma linha contínua de fronteira terrestre de 4.777 km, fazendo fronteira com três

países, a República Democrática do Congo em 2.291 km, a Namíbia em 1.376 km e a Zâmbia

em 1110 km. A esta fronteira se junta de forma descontínua à do território de Cabinda (que

está totalmente separada do território de Angola) com 421 km fazendo este território fronteira

com dois países, a República Democrática do Congo em 220 km e a República do Congo em

201 km, totalizando por isso uma fronteira terrestre de 5.198 km.

O ponto mais elevado em Angola é o Morro do Moco, com 2.620 metros, situado na

província do Huambo a noroeste da sua capital. Existem várias serras em Angola sendo as

mais importantes as de Chila, Chilengue, do Neve e Cafema, com picos acima dos 2.000

metros.

5.3 Organização polítco-administrativa

A constituição estabelece o sistema semi presidencialista com os seguintes órgãos do

Estado: Presidente da República, Assembléia Nacional, Governo com um mandato de 5 anos

e os Tribunais.

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5.4 Mercado atrativo para investimentos

Angola constitui hoje o mercado fértil para qualquer tipo de investimento estrangeiro

na África e possui condições para o efeito, afirmou o chefe da missão empresarial brasileira,

João Carlos Bruno, durante a sua estadia de estudo, em Luanda, das possibilidades de parceria

com industriais angolanos.

Para o empresário de Brasília, Capital da República Federativa do Brasil, no

contexto africano, Angola figura, atualmente, na lista de países prioritários para a intervenção

de potenciais investidores internacionais. “Angola possui todas as condições para atrair todo o

tipo de investimento estrangeiro em todos os segmentos da vida nacional, ultrapassada que

está a instabilidade política,'' disse Bruno, para quem os contatos mantidos permitem prever a

materialização de bons negócios.

Quanto às áreas concretas para os investimentos deste grupo de empresários,

Bruno prometeu serem definidas em Fevereiro próximo, com a deslocação a Angola de outra

missão empresarial.

"Voltaremos já com idéias e projetos concretos, com plano de trabalho e estudos

de viabilidade técnica e econômica elaborados para setores devidamente identificados" ,

garantiu o empresário brasileiro.

Fazendo a alusão à concretização da parceria, já identificada, com a firma

angolano Trimex, para a montagem de uma fábrica de medicamentos na unidade de produção

de Poliang, em Viana, o empresário Bruno afirmou que Angola tem muitas coisas e o povo

angolano precisa dessas parcerias, para poder crescer e voltar a ser uma nação forte.

“ Um país bem alimentado e com saúde”- apelou - “ é próspero" , evidenciando

que a primeira intervenção será nos ramos alimentar (tendo a avicultura como prioridade) e de

saúde, por tratar-se de setores-chaves para o país.

5.5 Transporte marítimo

Constitui o principal meio de comércio externo cujas infra-estruturas em termos gerais

apresentam-se em condições bastante aceitáveis o que tem permitido dar resposta ao enorme

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tráfico de mercadorias. O País está dotado de três grandes portos comerciais e outras centenas

de pequena dimensão vocacionados fundamentalmente para a pesca e petróleo.

O ramo de transportes marítimos também oferece muitas boas oportunidades de

negócios turísticos nomeadamente no domínio de ferry-boat.

Portos, cais e marinas: Ambriz, Cabinda, Lobito, Luanda, Luanda, Malongo,

Moçamedes, Namibe, Porto Amboim e Soyo (2000).

Principais Portos Comerciais Volume de Carga Volume de tráfico

Porto de Luanda 10.000 m² +710.000TM

Porto do Lobito 600.000

Porto do Namibe +115.000TM

5.6 Porto de Luanda

A história do Porto de Luanda, começou há cerca de 500 anos, com a escolha de Paulo

Dias de Novais em desembarcar numa região próxima à desembocadura do rio Kwanza. A

baía de Luanda combinava vantajosamente águas profundas, boa proteção contra as ondas em

direcção aos ventos dominantes, assim como a possibilidade de construir fortificações desde a

entrada da Corimba até São Pedro. O Porto foi aberto ao comércio exterior em 1844, quando

as primeiras obras foram levadas a cabo e consistiram na construção de uma parte do cais para

pequenas embarcações, na localidade denominada "Portos do Mar".

O primeiro esforço sério no sentido de se constituírem obras portuárias teve lugar, em

1910, com a criação de um fundo especial para a construção de pequeno cais. Em 1912, a

firma inglesa Norton Griffits construiu um cais na "ILHA" para embarcações de grande

calado. Esta obra fazia parte de um grande plano de construção de cais de cabotagem,

equipado com armazéns, guindastes e área descoberta. Finalmente, em 1940, foi elaborado

um plano para a construção de novos postos de atracação, e só em 1941 a Anglo Suth

Engineering and Harbour Works Co. Ltd. deu início às obras do atual Porto de Luanda. Em

1945 as obras forma concluídas.

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Figura 1 Porto de Luanda

Fonte: www.consuladodeangola.com.br

5.6.1 Situação Geográfica

O Porto de Luanda, cuja posição geográfica é de latitude 8°47' e de latitude 13°14' de

longitude Este, abrange o interior da Baía, sendo limitada no continente pelo Farol das

Lagostas e na Restinga pela sua ponte mais avançada, local com excelentes condições

naturais, ondulação fraca e ventos calmos. É bem abrigada, possuindo bons fundeadouros com

fundos que variam entre 15 e 30 metros. O seu canal permite acesso em qualquer época do

ano e com qualquer maré, tendo a entrada da baía cerca de 1,5 milhas de largura. É o principal

porto de Angola, movimentando mais de 70% das importações e exportações angolanas

(Petróleo/Crude excluído).

5.6.2 Operacionalidade

O Porto de Luanda está aberto para a manipulação de cargas durante o dia. O horário

normal de trabalho é das 07:30 às 12:00 horas e das 14:00 às 17:30 horas, de segunda a sexta-

feira e das 07:30 às 12:00 horas aos sábados. É possível estender-se o período de trabalho até

às 21:00 horas e ocasionalmente uma segunda sessão das 21:00 às 7:00 horas. Atualmente,

chegam a Luanda uma média de três navios dia, principalmente com produtos de importação.

As mercadorias podem separar-se em dois grandes grupos: produtos industriais e produtos

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alimentares. A carga e descarga são feitas parcialmente por guindastes do porto ou pelos

próprios meios dos navios, quando as condições assim o exigem.

5.6.3 Exploração

Com vista à melhoria dos resultados operacionais e em consonância com as

orientações definidas pelo governo, em especial as derivadas do Esquema Diretor da Marinha

Mercante e da Lei n° 10/88 de 2 de Julho, foram criadas as figuras de operadores portuários,

nomeadamente a de operador de terminal (Decreto n° 48/49) e operador de estiva (Decreto n°

46/89). Com a nova filosofia de gestão, enquanto a administração portuária designa os postos

de acostagem aos navios que demandam o porto, procedendo a atracação e desatracação dos

mesmos com pessoal e equipamentos próprios, a atividade de exploração dos terminais de

produção foi dada em concessão por um período experimental de cinco anos aos operadores

portuários, ficando a zona portuária dividida para o efeito, em seis terminais com afetação de

todas as estruturas e pessoal na altura da concessão.

5.6.4 Características e equipamentos

O porto tem 2738 m de cais de acostagem, divididos em 7 terminais + 1 plataforma

logística de apoio à indústria petrolífera, conforme se poderá ver no gráfico aqui exposto. O

porto trabalha 24 h., é gerido pela Empresa Portuária de Luanda E.P. e dispõe de 3

rebocadores com potências entre os 750 e os 2500 HP.

5.6.5 Produtos

O Porto movimenta cerca de 1,5 milhões de toneladas por ano, sobretudo carga de

importação (1,2 Milhões Tons), metade da qual, carga contentorizada. As mercadorias são as

mais variadas e vão desde a farinha, arroz ou cereais para moagem até aos materiais de

construção, produtos manufaturados, viaturas e equipamentos de transporte. As tonelagens de

saída e de exportação são sobretudo café, tráfego local de cabotagem e contentores vazios.

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5.6.6 Restrições

O calado máximo no canal de aproximação é de 9,50 m. A profundidade ao longo dos

cais é, no entanto maior, variando entre os 10,5 e os 12,5 m, exceto no terminal de cabotagem,

cujo calado vai dos 3,5 aos 5,5 m.

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6 SELEÇÃO DO PRODUTO

A princípio, foram coletadas informações na empresa, buscando identificar suas

principais características, bem como informações sobre o produto. Para a identificação do

roteiro de exportação, foi realizada uma identificação dos documentos utilizados para que a

exportação aconteça com sucesso. Os dados coletados possibilitaram a viabilidade da

exportação. A seguir serão apresentados os resultados da pesquisa.

6.1 Seleção do Produto

Dentre os produtos exportados pela FIRST S.A., o frango é um dos produtos com maior

aceitação no mercado internacional, devido a boa imagem que o Brasil apresenta no mercado

externo.

A mercadoria é comprada de alguns dos maiores exportadores de frango do Brasil

segundo a ABEF, que são os seguintes:

1. DIPLOMATA – 75.225 TONS exportadas em 2005

2. DAGRANJA – 42.792 TONS exportadas em 2005

3. COOPAVEL – 18.760 TONS exportadas em 2005

O setor de alimentos, sendo assim, disponibiliza aos seus clientes os seguintes produtos:

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Tabela 3 Tabela de Produtos oferecidos pela FIRST

NOME COM PELE SEM PELE COM OSSO SEM OSSO

FRANGO INTEIRO X X X

MEIA CARCAÇA X X X

COXA X X X X

COXINHA DA ASA X X X X

SOBRECOXA X X X X

COXA/SOBRECOXA X X X X

QUARTO INTEIRO X X X X

PÉ INTEIRO X X X X

PATA X X X

ASA INTEIRA X X X

MEIO DA ASA X X X

PONTA DA ASA X X

FILÉ DE PEITO X X X

FRANGO INTEIRO SEM OSSO X X

INNERFILLET - FILÉZINHO X

FÍGADO

MOELA

PESCOÇO X X X

CORAÇÃO X

Fonte: Documento comercial utilizado pela empresa FIRST S.A.

Uma das características que conferem ao produtos alta qualidade, é a padronização da

mercadoria comprada, atendendo sempre as exigências oferecidas pelo mercado e clientela.

A figura 2, apresenta a ilustração dos produtos oferecidos:

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Figura 2 Produtos oferecidos pela FIT FOODS

Fonte: Documento comercial do departamento de alimentos – FIT FOODS

6.2 Classificação Fiscal do Produto

A classificação de mercadorias é um instrumento importante no comércio exterior,

tendo como principais características a uniformidade, linguagem aduaneira comum e

constituição sistemática. Como outras ferramentas é utilizada amplamente, principalmente na

identificação de produtos e para fins estatísticos.

Segundo Vazquez (1999, p. 126), cada produto é descrito a partir de suas características

genéricas, até os detalhes mais específicos que o individualizam. Essa descrição permite

corresponder o produto a um código numérico.

Nas operações de importação e exportação a classificação de mercadorias é necessária

para facilitar a análise nos processos de comércio exterior de entrada e saída de mercadorias.

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É também utilizada para verificar o tratamento administrativo antes de preencher a

Licença de Importação e a Declaração de Importação para controle aduaneiro, entre outros

documentos; para verificar a incidência dos impostos de importação sobre produtos

industrializados e ICMS; e também para saber se o produto está negociado em acordos

comerciais com benefício que permite a redução do imposto de importação, entre outras

informações.

6.2.1 O Sistema Harmonizado (SH)

Segundo o Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior –

DEPLA do MDIC, o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias,

é um método internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura de

códigos e respectivas descrições.

Este sistema foi criado para promover o desenvolvimento do comércio internacional,

assim como aprimorar a coleta, a comparação e a análise das estatísticas, particularmente as

do comércio exterior. Além disso, o SH facilita as negociações comerciais internacionais, a

elaboração das tarifas de fretes e das estatísticas relativas aos diferentes meios de transporte

de mercadorias e de outras informações utilizadas pelos diversos intervenientes no comércio

internacional.

Cada produto é descrito a partir de suas características genéricas, até os detalhes mais

específicos que o individualizam. A essa descrição corresponde um código numérico. A

composição dos códigos do SH, formado por seis dígitos, permite que sejam atendidas as

especificidades dos produtos, tais como origem, matéria constitutiva e aplicação, em um

ordenamento numérico lógico, crescente e de acordo com o nível de sofisticação das

mercadorias. O Sistema Harmonizado (SH) abrange:

• Nomenclatura: compreende 21 seções, composta por 96 capítulos, além das Notas de

Seção, de Capítulo e de Subposição. Os capítulos, por sua vez, são divididos em

posições e subposições, atribuindo-se códigos numéricos a cada um dos

desdobramentos citados. Enquanto o Capítulo 77 foi reservado para uma eventual

utilização futura no SH, os Capítulos 98 e 99 foram reservados para usos especiais

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pelas Partes Contratantes. No Brasil o Capítulo 99 é utilizado para registrar

operações especiais na exportação;

• Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado: estabelecem as regras

gerais de classificação das mercadorias na Nomenclatura;

• Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH): esclarecem e interpretam o

Sistema Harmonizado, estabelecendo, detalhadamente, o alcance e conteúdo da

Nomenclatura.

6.2.2 A Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM)

O Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai adotam, desde janeiro de 1995, a

Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), que tem por base o Sistema Harmonizado.

Assim, dos oito dígitos que compõem a NCM, os seis primeiros são formados pelo Sistema

Harmonizado, enquanto o sétimo e oitavo dígitos correspondem a desdobramentos específicos

atribuídos no âmbito do MERCOSUL, facilitando as transações entre os países membros. No

Brasil ela está conjugada de acordo com a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos

Industrializados - IPI.

A sistemática de classificação dos códigos na Nomenclatura Comum do MERCOSUL

(NCM) obedece à seguinte estrutura:

- Subitem: 8º dígito da NCM

- Item: 7º dígito da NCM

- Subposição: 6 primeiros dígitos do SH

- Posição: 4 primeiros dígitos do SH

- Capitulo: 2 primeiros dígitos do SH

6.2.3 Classificação do Produto

Considerando o produto selecionado, este recebeu a seguinte classificação fiscal:

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- 02 – Carnes e miudezas , comestíveis

- 0207 – Carnes e miudezas, comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas, das

aves da posição 0105

- 02071 - De galos e de galinhas

- 02071200 - Não cortadas em pedaços, congeladas

Posição, subposição e item:

- 0207.12.00 = Carnes e miudezas, comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas,

das aves da posição 0105, de galos e de galinhas, não cortadas em pedaços,

congeladas.

6.3 Exportações brasileiras de frango para a Angola

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Cultura, será apresentado os

números das exportações de frango no período de Janeiro de 2000 à Janeiro de 2006:

Tabela 4 Exportações Brasileiras – NCM 02071200

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

NCM: 02071200

PERÍODO VALOR EM US$ FOB PESO LÍQUIDO (KG)

01/2000 a 12/2000 359.439.259 468.614.625

01/2001 a 12/2001 502.012.643 580.191.913

01/2002 a 12/2002 452.708.988 674.379.234

01/2003 a 12/2003 617.272.239 798.039.736

01/2004 a 12/2004 801.740.162 974.482.295

01/2005 a 12/2005 1.087.038.826 1.044.120.047

01/2006 a 04/2006 288.681.422 290.627.254

Fonte: http/:aliceweb.mdic.gov.br

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Dentre estes dados evidencia-se as exportações de carne de frango por destinos

selecionados, em ênfase destaca-se Angola, objeto deste trabalho:

Tabela 5 Exportações Brasileiras por destinos

DESTINO INTEIRO

2005 2004

% CORTES

2005 2004

% TOTAL

2005 2004

%

ÁFRICA 41.764.070 53.656.607 -22,16 149.900.951 127.280.372 17,77 191.782.179 181.351.897 5,75

ANGOLA 21.985.202 28.999.110 -28,63 6.390.204 5.543.484 15,27 28.385.570 34.642.599 -18,06

Fonte: Relatório Anual 2005 – ABEF – Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango

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7 PROCEDIMENTOS DA EXPORTAÇÃO – ROTEIRO

Nesta etapa do trabalho, será enumerado o passo-a-passo de uma exportação de frango

para a Angola, objeto deste estudo. A fim de facilitar o processo de exportação para aqueles

que trabalham com este destino, bem como, demonstrar os procedimentos àqueles que possam

vir a se interessar por tal assunto.

7.1 Compra da mercadoria

Sendo uma trading company, e pela compra da mercadoria ser o primeiro passo dado

pela FIRST, esta necessita dos produtos fabricados por seus fornecedores para que possa

efetuar suas exportações e assim melhor atender aos seus clientes. Para isso, a empresa tem de

avaliar diversos pontos para que possa atender as exigências de seus clientes no mercado

externo. Pois a empresa

Segundo Vazquez (2001, p. 176), a concorrência local e internacional, consequência

da globalização mundial dos mercados, obriga as empresas a esmerarem-se na qualidade de

seus produtos. E essa procura insistente da qualidade pode ter levado nossa empresa a

prepara-se para vender lá fora. Entretanto, em alguns casos, haverá necessidade de adaptação

do produto, em função de embalagem apropriada, de religião, hábitos culturais, dos costumes,

de atendimento às normas técnicas locais etc.

O autor ainda enumera alguns cuidados que devem ser tomados pela empresa na

compra do produto:

1- Verificar se o produto atende às necessidades do mercado.

2- Verificar se o produto atende as necessidades específicas.

3- Verificar se o produto apresenta vantagens para o mercado-alvo.

4- Verificar se o produto é compatível com o clima, se não fere sentimentos

religiosos e não contraria hábitos locais.

5- Verificar se o sistema de pesos e medidas utilizados em seu produto atende

às exigências do mercado a ser atingido.

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6- Confirmar se o idioma utilizado na embalagem do produto é o do mercado

local, ou se o produto poderá ser comercializado com rótulo em português.

7- Checar se a embalagem é apropriada para o trânsito até a fronteira do país e

no seu interior até a chegada no destino.

A FIRST S.A através da FIT FOODS, utiliza os produtos de seus fornecedores, não

somente baseados na qualidade, mas também na agilidade de fornecimento e informações

fornecidas. Os principais fornecedores utilizados pela FIT FOODS com destino à Angola são:

Tabela 6 Quantidades Exportadas pela FIRST S.A.

FORNECEDOR QUANTIDADE EXPORTADA

(CONTAINERES)

PERÍODO

OSATO INDÚSTRIA DE

ALIMENTOS 10 Abril/2006

LANGUIRU COOPERATIVA DE

ALIMENTOS LTDA 10 Abril/006

Fonte: Dados de exportação da empresa FIRST S.A.

Deve-se acertar no ato da compra da mercadoria com o fornecedor, o tipo da mercadoria

fornecida, se a mesma se encaixa com a mercadoria solicitada pelo importador. Forma de

pagamento para o fornecedor, peso, quantidade a ser exportada, e INCOTERM utilizado para

compra. Os INCOTERMS utilizados pela FIRST S.A. no ato da compra, são: EX WORKS,

FAS e FOB.

Caso a mercadoria seja comprada a um preço EX WORKS, o fornecedor apenas tem a

obrigação da produção da mercadoria e disponibilizá-la na fábrica ao comprador. Com isso, a

empresa contrata o frete para recolher a mercadoria. Todas as despesas e quaisquer perdas e

danos a partir da entrega da mercadoria, são de responsabilidade do exportador. Quando a

mercadoria é comprada via FAS, as obrigações do fornecedor encerram-se ao colocar a

mercadoria livre, junto ao local pré determinado, que pode ser tanto um armazém, como junto

ao costado do navio. Ao se fazer uso do Incoterm FOB, o fornecedor entrega a mercadoria, no

porto de embarque, e tem a responsabilidade de deixar a mercadoria desembaraçada a bordo

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do navio. Tais informações irão constar na fatura proforma para aprovação do importador,

pois estas condições irão influenciar no preço de venda da mercadoria ao mesmo.

7.2 Avaliação dos custos da exportação

Para definir o preço final de uma exportação, a FIRST S.A. utiliza de uma ferramenta

simples formulada no Excel, que será demonstrada na Figura 2 a qual é auto explicativa com

relação aos custos que acarretam ao se exportar para a Angola, e faz uma prospecção da

exportação, para a empresa e também para o importador, a este dá-se o nome de planilha de

custos.

Nesta planilha inclui-se, o valor da mercadoria, os custos portuários, valor dos custos

financeiros, custos documentários e valor da comissão da comercial exportadora.

Segundo Vazquez (2001, p. 183), embora tenhamos hoje a qualidade como fator quase

decisivo na escolha de um produto, não se pode negar que a variável preço continua sendo

elemento decisivo nas compras e vendas externas.

Portanto, especial cuidado deve ser dado na determinação do preço de seu produto. Os

componentes do custo devem ser criteriosamente analisados, eliminando-se os dados válidos

apenas para o mercado interno.

Também segundo Vazquez (1999, p. 136), a margem de ganhos tem-se estreitado em

todos os negócios. Por isso, especial atenção deve ser dada na negociação de contratos de

parceria, quando as comissões/participações não devem ser tão baixas, que desmotivem o

parceiro, nem tão altas que inviabilizem as operações. Todavia, em outras negociações, como

transportes, seguros, gastos com assessoria e consultoria, financiamentos, etc., a empresa deve

ter negociadores especializados.

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Figura 3 Planilha de Custos – FIRST S.A.

PLANILHA DE CUSTOS DA FATURA XX-001 R$ USD

VALOR DA MERCADORIA

TAXA

Custo Portuário (por ordem de eventos)

Transporte Rodoviário (fabrica x porto)

Armazenagem EADI - Transporte até o porto

Frete marítimo (por container)

Serviço de despacho aduaneiro

Liberação B/L

APA

Otimização de container

THC (por container)

Custo Documentário (exigido pelo país importador)

Certificado CNCA

Certificado de origem

Forma de pagamento CAD / Cobrança / Wire Transfer

Taxa da contratação do Cambio

Courier (remessa dos documentos ao exterior)

Swift

Comissão do banqueiro

Tarifa TED/DOC

CPMF ( 0,38% sobre o valor total da operação)

Comissões / Honorários

Honorários Comercial exportadora

Total Despesas

Total Honorários

VALOR DA OPERAÇÂO

Fonte: Documento utilizado para definição do processo de exportação

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7.3 Formulação da Fatura Proforma

A confecção da fatura proforma, se dá imediatamente após a confecção da planilha de

custos e concretiza a proposta de venda da mercadoria. É o primeiro documento enviado ao

importador, segundo Vazquez (2001, p. 127), é uma fatura entregue pelo fornecedor ao

comprador, informando todo tipo e quantidade de mercadoria a ser remetida, seu valor,

especificações, peso, tamanho, etc. podemos dizer que representa o contrato de compra e

venda em comércio exterior. Sugere-se ao vendedor que acolha o “de acordo” do comprador

na fatura proforma.

Não existe um modelo padrão para tal documento, porém recomenda-se que conste:

- nome do exportador;

- nome do importador;

- data e local da venda;

- descriminação da mercadoria;

- quantidade e peso da mercadoria;

- condições de venda (Incoterm);

- modalidade de pagamento;

- banco através do qual se realizará a operação;

- assinatura, sobre carimbo identificador do exportador;

- outros detalhes.

7.4 Forma de pagamento

Sendo o Real a moeda corrente no Brasil, os pagamentos serão efetuados nessa moeda,

seja por meio de cheque ou ordem de pagamento, seja por meio de moeda em espécie.

Segundo Ratti (1997, p. 77) na prática importadores e exportadores liquidam tais

compromissos de maneira mais convenientes e segura utilizando-se dos bancos, sendo que na

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maioria dos países essa utilização nas transações cambiais e obrigatória, não sendo permitidos

entendimentos diretos entre particulares.

Dentro do tópico em questão, as principais modalidades utilizadas dentro do comércio

internacional são: remessa antecipada, remessa sem saque, cobrança e carta de crédito.

7.4.1 Pagamento antecipado

Geralmente a modalidade de pagamento antecipado, oferece risco ao importador, pois

enquanto o mesmo não recebe a mercadoria, não tem a certeza do cumprimento das

obrigações por parte do exportador. Porém no caso das exportações para a Angola, o mesmo é

um pré requisito para que a operação ocorra.

Tal exigência, se dá devido a difícil situação financeira pela qual a República da

Angola passa, em virtude das guerras que o país atravessou. Sendo assim, todos os

pagamentos feitos as suas importações devem ser 100% antecipado, não sendo utilizada

qualquer outra forma de pagamento, pois nem os exportadores aceitam, nem os banqueiros do

próprio país garantem que o mesmo ocorrerá.

Segundo Ratti (1997, p. 77), o importador remete previamente o valor da transação,

após o que, o exportador providencia a exportação da mercadoria e o envio da respectiva

documentação. O autor ainda afirma que, a remessa antecipada é empregada principalmente

nos casos em que haja necessidade de o importador fornecer ao exportador os meios

financeiros necessários para o atendimento do pedido de compra.

7.5 Contratação de Câmbio

A contratação de câmbio é a operação pela qual o exportador vende a um banco

autorizado a operar em câmbio as divisas resultantes do negócio efetuado. Participam como

partes contratantes: o exportador, como vendedor da moeda estrangeira, e o banco, como

comprador das divisas, respectivamente.

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No caso, da modalidade de pagamento antecipado, a contratação de câmbio ocorre

após a confecção da proforma, pois é necessária a chegada anterior das divisas referentes ao

processo de exportação, sendo assim, a fatura proforma o único documento que pode ser

vinculado a esta operação no ato da contratação. para que o mesmo seja contratado, este

documento é vinculado a contratação do câmbio.

É uma fase muito importante na operação, pela qual o exportador vai fazer sua

“segunda” venda, isto é, a venda da moeda estrangeira, tão importante como a mercadoria

exportada. Neste contrato menciona-se as características da operação d câmbio e as condições

sob as quais se realizam.

A assinatura da empresa exportadora no contrato de câmbio representa o compromisso

de entrega das divisas, sendo seu contravalor em moeda nacional creditado na conta do

exportador/vendedor. (VAZQUEZ, 2001)

Após o embarque como o contrato já existe, é vinculado a contratação o número do

Registro de Exportação e Solicitação de Despacho, itens que serão evidenciados abaixo.

7.6 Incoterm – CFR

As exportações destinadas à Angola não podem ser realizadas nos INCOTERMS dos

grupos E e F. Sendo a condição de embarque CFR, o INCOTERM o qual a FIRST S.A.

utiliza para suas exportações com este destino.

“Custo e Frete” significa que o vendedor deve pagar os custos e o frete necessário para

levar as mercadorias até o porto de destino designado. Todavia, o risco de perda ou dano às

mercadorias, bem como quaisquer custos adicionais, devidos a eventos que ocorram após

terem elas sido entregues a bordo do navio, são transferidos do vendedor ao comprador no

momento em que as mercadorias cruzam a amurada do navio, no porto de embarque.

Segundo Vazquez (2001, p. 69), as obrigações básicas do vendedor são:

• Colocar a mercadoria a bordo

• Providenciar o “recibo limpo, a bordo” (conhecimento de marítimo/de

embarque)

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• Pagar as despesas de desembarque se incluídas no contrato de transporte

• Providenciar desembaraço de exportação

Obrigações básicas do comprador:

• Aceitar a entrega da mercadoria do transportador

• Pagar as despesas de transporte não acometidas ao vendedor

7.7 Inspeção pré – embarque - IPE

Todas as mercadorias exportadas para Angola executadas por pessoas jurídicas que

tenham um valor CFR (custo e frete) igual ou superior USD 5000, devem obrigatoriamente

ser submetidas à Inspeção Pré-embarque (IPE), na origem.

Para isso, assim que o exportador tiver todos os dados das mercadorias que serão

embarcadas, deverá enviar ao consignatário das mercadorias em Angola uma Fatura Proforma

das mercadorias. Nesta Fatura Proforma deve constar a descrição das mercadorias, valor,

quantidade, preço unitário, Preço FOB, frete e preço CFR. Tal fatura será franqueada, e

apresentada à BIVAC INTERNATIONAL (uma subsidiária de Bureau Veritas - empresa

prestadora de serviços de IPE autorizada pelo Governo Angolano para realizar as inspeções),

que designará um número de Pedido de Inspeção Pré-Embarque (PIP).

Após este procedimento, a fatura retorna com um número de PIP, que corresponde ao

número da fatura franqueada, a qual autoriza que a inspeção ocorra. Com este número, o

exportador, no caso a FIRST S.A., deve contatar à BIVAC ou aos seus agentes, para marcar a

hora, local e data da inspeção. Nesta inspeção verificar-se-ão a qualidade, quantidade e preço

das mercadorias.

Porém, algumas mercadorias, estão isentas de inspeção pelo país de destino. Mas as

mesmas ainda devem sofrer todo o processo citado acima, pois o número da fatura apenas

chancelada, se faz necessário para liberação da mercadoria, e posterior entrada, pós embarque.

Nesta exceção, enquadra-se a carne de frango congelada, mercadoria em estudo.

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7.8 Reserva de Praça

Após confirmada a exportação a ser feita e sua quantidade, deve-se entrar em contato

com o armador. Os armadores geralmente são representados pos seus agentes, os quais

confirmam espaço, passam as instruções de embarque e determinam o preço do frete da

mercadoria, este efetuará o embarque.

Armador é a pessoa, responsável pela empresa, a qual fará o transporte internacional

da carga, da origem até o destino. O agente transitário segundo Vazquez (1999, p. 200), é um

prestador de serviços que cuidará desde a retirada da mercadoria no depósito do exportador

até sua entrega ao importador, cuidando da reserva de espaço em veículos transportadores,

embarque, emissão de documentos, etc.

Repassa-se a este a quantidade a ser embarcada de containeres com seus respectivos

pesos, para que o mesmo possa efetuar a reserva de espaço dentro do navio. Esta solicitação

deve ser feita via e-mail para formalização da solicitação.

Esta reserva irá acarretar futuramente, nas despesas com embarque. O frete

internacional é um dos itens que impactam uma operação de comércio exterior, deve-se

manter a atenção voltada a este item para que o mesmo, não influencie desfavoravelmente no

fechamento no negócio.

7.9 Transporte e unitização da carga

Após a compra da mercadoria, sempre observando a modalidade na qual a mesma foi

adquirida, deve-se ter atenção primeiramente a unitização da mercadoria, que segundo

Mendonça e Keedi (1997, p. 31) unitizar uma carga significa juntar vários volumes pequenos

em um único maior, com o intuito de facilitar a movimentação, armazenagem e transporte,

fazendo com que esta transferência, do ponto de origem até o seu destino final, possa ser

realizada, tratando o total de volumes envolvidos em cada unitização como apenas um

volume. Os principais tipos de recipientes utilizados, para volumes considerados pequenos

são pallet e container.

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No caso das exportações de frango da empresa FIRST S.A., toda a mercadoria e

transportada e conseqüentemente exportada em containeres, que “constitui um equipamento

do veículo transportador, que se caracteriza pela resistência e facilidade de transporte de

mercadorias, por um ou mais modais”. (MENDONÇA E KEEDI, 1997)

Existem diferentes tamanhos (20 pés e 40 pés) e tipos de containeres, para que estes

possam atender as necessidades de cada tipo de operação de exportação, abaixo segue uma

relação destes equipamentos:

• Dry

• High Cube

• Reefer

• Reefer HC

• Open Top

• Flat Rack

• Tank

• Plataform

• Ventilated

No caso das exportações de frango em estudo, a empresa utiliza containeres do tipo

Reefer em ambos os tipos e tamanhos. Os containeres Reefer servem para acondicionar cargas

perecíveis que necessitam de refrigeração, e ter sua temperatura controlada, como carnes,

sorvetes, frutas e verduras. O container reefer tem para controle de temperatura uma carta de

Registro de Temperatura (Partlow Chart) e pode atingir até -25º C.

O transporte de carga, que significa a atividade de circulação de mercadorias, deve

obedecer algumas exigências para que cumpra seu objetivo com êxito. Estas exigências

podem ser tanto de cunho governamental, quanto peculiaridades da mercadoria.

O transporte das cargas de frango, são contratados tanto pelo fabricante/fornecedor da

mercadoria, quanto pelo departamento FIT FOODS, dependendo da forma acordada no ato da

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compra. Esta contratação, implica em cotações de preço de frete, agilidade na entrega da

mercadoria e responsabilidade com a carga, quanto a temperatura e cumprimento de prazos.

7.10 Lista de carga

A lista de carga, é um documento enviado para o armador, mencionando os números

dos containeres e tipos dos mesmos a serem embarcados, peso de cada container e

conseqüentemente o nome dos exportadores.

Com estas listas de carga, como modelo abaixo, o armador ou agente, têm a

confirmação dos números dos containeres que serão embarcados no navio, fazendo assim o

controle daquilo que irá embarcar, que consiste no plano de embarque do armador.

Figura 4 Modelo de Lista de Carga

Fonte: Documentação modelo – FIRST S.A.

7.11 Carta de Temperatura

Juntamente com a lista de carga, deve ser entregue uma carta de temperatura (partlow

chart), comprovando a temperatura ideal a qual o container deve ser mantido, para que o

mesmo possa ser monitorado.

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Para que este monitoramento ocorra, a FIRST S.A. contrata uma empresa, dentro do

recinto a qual a mercadoria está sendo armazenada, para que a temperatura do container seja

mantida. No caso a temperatura utilizada para este tipo de mercadoria embarcada é de –18ºC.

7.12 Confecção do Registro de Exportação – RE

É o passo inicial da grande maioria das operações de exportação. O registro de

exportação é um conjunto de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam

a operação de exportação de uma mercadoria por meio de enquadramento específico. O RE,

como é chamado, é efetuado através de um terminal de computador interligado ao

SISCOMEX.

Enfatiza-se que a empresa exportadora, ou seu representante legal, deverá prestar as

informações necessárias ao exame e efetivação do registro de exportação, que serão

criticadas, on line, através de diversas transações aguardar a devida efetivação automática

pela área competente dos órgãos anuentes, conforme a classificação da Nomenclatura Comum

do Mercosul – NCM.

Dentro FIRST a confecção do RE se dá na própria empresa, através da senha de seu

despachante. O responsável pelo processo operacional, presta as informações necessárias ao

registro da mercadoria, estes dados são, nome do importador, unidade de despacho, unidade

de embarque, código fiscal da mercadoria, condição de venda (Incoterm), descrição,

quantidade e preço da mercadoria, modalidade de transação, limite máximo permitido pelo

NCM para liquidação da mesma, país de destino final, estado produtor, finalidade, dentre

outros dados exigidos para a conclusão do mesmo.

7.13 Confecção da Nota Fiscal

No caso da FIRST S.A., sendo uma trading company, a mercadoria adquirida do

fornecedor vem acompanhada de uma nota fiscal, faturada em seu nome, com fim específico

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de exportação, o que isenta o fornecedor dos tributos a serem pagos, sendo estes: ICMS, IPI,

PIS e COFINS. A nota fiscal deverá ser confeccionada de acordo com a legislação

fisco/tributária, não cabendo formatação própria como ocorre com a fatura comercial. Na nota

fiscal emitida pelo fornecedor, sendo este o exportador indireto, deve constar os seguinte

elementos:

- natureza da operação: venda de mercadoria com fim específico de exportação;

- CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestação de Serviços): 5.501 – empresa

fornecedora/produtora pertencente ao mesmo Estado da comercial exportadora;

6.501 – empresa fornecedora/produtora fora do Estado;

- Nome completo e endereço da comercial exportadora;

- Descrição da mercadoria;

- Valor em moeda nacional;

- Anotações pertinentes a favores fiscais (IPI, ICMS,etc.) de acordo com a legislação

Federal/Estadual;

- Outros dados que a empresa julgar relevantes e imprescindíveis, inclusive para

efeitos fiscais e creditíceos.

Sendo a FIRST, a empresa que efetuará a operação final de exportação, esta deverá

posteriormente emitir sua própria nota fiscal, em nome da empresa importadora, constando os

seguintes dados:

- natureza da operação: Exportação;

- CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestação de Serviços): 7501 – Mercadoria

destinada ao exterior;

- Nome completo e endereço do importador;

- Descrição da mercadoria coincidente com os dados apostos no RE, acordando com a

nota fiscal do fornecedor;

- Valor em moeda nacional;

- Anotações pertinentes a favores fiscais (IPI, ICMS,etc.) de acordo com a legislação

Federal/Estadual;

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- Outros dados que a empresa julgar relevantes e imprescindíveis, inclusive para

efeitos fiscais e creditíceos.

A nota fiscal do fornecedor deve acompanhar a mercadoria, do seu estabelecimento até

o local designado pela trading company. Já a nota fiscal de exportação, acompanha a

mercadoria desde o estabelecimento do exportador até o embarque do produto para o exterior.

Assim como o Registro de Exportação (RE), a nota fiscal também não acompanha a

mercadoria ao exterior, mas apenas sem seu trânsito interno, em território nacional. A nota

fiscal deve ser emitida em moeda nacional, com base na conversão do preço FOB em reais

pela taxa de dólar no fechamento de câmbio.

7.14 Certificado Sanitário

Documento expedido pelo país de origem, o qual se faz constar que a mercadoria

analisada está isenta de elementos patogênicos. É emitido por entidade especializada,

governamental ou não, para certos produtos que, para serem exportados, necessitem atestados

específicos.

Este certificado deverá ser acompanhado de uma tradução em língua inglesa,

autenticada, e deverá ser emitida por um médico veterinário oficial. Neste certificado, consta

todos os dados da mercadoria a ser exportada, como qualidade da mercadoria, data de

produção e validade, bem como os dados do container.

Para uma melhor visualização dos campos necessários, demonstra-se abaixo, um

modelo utilizados por alguns fornecedores/exportadores do departamento de exportação da

FIRST – FIT FOODS.

No certificado Sanitário deve constar o número SIF (Serviço de Inspeção Federal)

daquela mercadoria. Para a obtenção deste número, os fornecedores devem ser registrados, e

obedecer algumas exigências como: Aprovação do terreno, Localização, Instalações e

Equipamentos e Projeto. Após concluídas as obras e instalações, a firma fará uma solicitação

ao Serviço de Inspeção Federal da Delegacia Federal do Ministério da Agricultura, pedindo a

vistoria do estabelecimento para fins de obtenção do "SIF".

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Todas as mercadorias destinadas a exportação devem ter sua numeração SIF, o que

prova que as mesma foram inspecionadas, podendo sair com segurança do país, e são

demonstradas no certificado sanitário.

7.15 Confecção do Despacho de Exportação

Procedimento o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em

relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu

desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior.

Esta etapa apenas pode ser iniciada, após confecção do RE e nota fiscal de exportação.

O registro da declaração para despacho de exportação – DDE inicia o despacho de

exportação. Na formulação da DDE, o Sistema aproveitará os dados e informações dos

Registros de Exportação – RE, já obtidos anteriormente. Para que este processo seja iniciado,

é necessária prévia efetivação do RE. Este passo dá início ao processo de liberação da

mercadoria para embarque

Consiste, segundo Vazquez (1999, p. 176), é o procedimento fiscal – atrs. 438 e 443

do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nr. 91.030, de 5-3-85 – mediante o qual se

processa o desembaraço da mercadoria ao exterior, seja ela exportada a título definitivo ou

não. Esta solicitação é feita via SISCOMEX à Secretaria da Receita Federal.

Para que o desembaraço da mercadoria ocorra, o despachante precisa dar entrada junto

a Receita Federal, além do despacho de exportação, o RE, a primeira via da nota fiscal e no

caso de exportação de frango o certificado sanitário. Nesta fase, as mercadorias devem estar

posicionadas em Recinto Alfandegado, à disposição da Secretaria da Receita Federal, ou um

recinto não alfandegado caso seja depositada pelo exportador. Após a informação da presença

da carga, ocorrerá a recepção dos documentos instrutivos do despacho, registrado no Sistema,

pela Aduana.

Registrada no Sistema, a recepção dos documentos instrutivos do despacho, a

próxima etapa será a parametrização, ou seja, a seleção, pelo Siscomex, dos despachos de

exportação para um dos seguintes canais de conferência aduaneira: verde, laranja ou

vermelho, submetendo-se aos seguintes procedimentos:

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- Canal verde: são dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria. O

desembaraço é feito automaticamente pelo Siscomex;

- Canal laranja: é realizado apenas o exame documental, dispensando-se a

verificação da mercadoria;

- Canal vermelho: o despacho é submetido tanto ao exame documental quanto à

verificação da mercadoria.

Após a parametrização, os despachos de exportação selecionados para os canais

laranja e vermelho serão distribuídos para os Auditores Fiscais da Receita federal – AFRF,

para análise.Uma vez designado, o AFRF fará o exame documental do despacho, caso o

mesmo tenha sido selecionado para o canal laranja, conferindo se os dados constantes na

DDE ou DSE coincidem e se harmonizam com as informações da documentação instrutiva

do despacho. Caso o despacho tenha sido selecionado para o canal vermelho, o AFRF

efetuará o exame documental e a verificação da mercadoria. O desembaraço da mercadoria

será necessariamente registrado no Sistema, pelo AFRF responsável.

7.16 Draft de BL

O Draft de BL, é um documento que deve constar todas as informações pertinentes ao

embarque, serve para passar ao agente ou armador, as informações que irão constam no BL

definitivo, é o modelo daquilo que acarretará no BL.

Alguns agentes, assim como armadores, possuem seus próprios modelos, algumas

vezes podendo ser preenchido também via on-line, para que este possa posteriormente, se

encaixar, ao documento original final. Porém apesar de existirem diversos modelos

diferentes, todos exigem as mesmas informações, que serão demonstradas na figura abaixo,

através de um modelo padrão.

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Figura 5 Modelo de Draft de BL

Fonte: Documento padrão utilizado pela FIRST S.A. encontrado em seus arquivos

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7.17 Cumprimento de prazos e documentação pré e pós embarque

Para que todo o processo acima, ocorra com sucesso, alguns prazos limites, chamados

de dead line, devem ser cumpridos. Citando a documentação referenciada anteriormente por

este, tais documentos tem a função de fazer o embarque realmente acontecer. Ao prazos a

serem cumpridos são:

• Dead line de lista de carga: prazo máximo para envio da lista, com todos os dados

daquilo a ser embarcado, para que o armador possa ter a confirmação daquilo que

realmente irá embarcar em seu navio, dentro do seu espaço disponível;

• Dead line de Draft: não se perde embarque em função do Draft, porém uma multa

é gerada, e as despesas com emissão do BL Original aumentam;

• Dead line de carga (Gate): prazo máximo concedido para que a mercadoria esteja

dentro do porto de embarque;

• Dead line de Liberação: prazo máximo para deixar a mercadoria liberada perante a

Receita Federal, para embarque.

7.18 Documentação final enviada ao importador

Após o cumprimento das etapas descritas, o processo operacional de exportação se

encerra com o envio da documentação para o importador. Este envio de documentação se faz

necessário para a comprovação da exportação e principalmente para que o importador possa

retirar a sua mercadoria importada.

Para o processo de desalfandegamento, nas importações definitivas, como é

comumente chamado pela República da Angola, são exigidos pelo país os seguintes

documentos:

• Fatura Comercial – original, em que conste o nome e o endereço do

fornecedor/exportador, nome e endereço do importador, a descrição e quantidade das

mercadorias, os valores FOB, seguro e frete e o total CFR.

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• Título de Propriedade (original): Conhecimento de Embarque (B/L via marítima); Carta

de porte (via aérea); Manifesto de Carga (via rodoviária); Boletim de Carga (Via

ferroviária); CP2 (encomendas postais).

• Atestado de Verificação (ADV) ou CRF, para as mercadorias sujeitas ao regime de

inspeção Pré-Embarque (ver ponto 3 acima).

• Certificados vários, que a natureza das mercadorias exija: Por exemplo, certificados

sanitários (no caso de importação de animais, produtos do reino animal); certificado de

fumigação (exigido na importação de roupas usadas – fardo); certificado fitossanitário

(importação de plantas e produtos do reino vegetal); declaração de exclusividade de

aplicação ou de compromisso (exigida quando a importação consistir em matéria – prima,

bens de equipamento, materiais subsidiários, meios para uso exclusivo nas indústrias

petrolífera e mineira); Autorização (Declaração) do Instituto Nacional de

Telecomunicações (tratando-se de material de telecomunicações, rádios emissores e

receptores).

• Certificado do Conselho Nacional de Carregadores de Angola

Sendo assim, far-se-á uma breve demonstração e definição da documentação a qual a

FIRST S.A. envia para seus importadores, atendendo as exigências do país.

7.18.1 Commercial Invoice – Fatura Comercial

É o documento usado internacionalmente, que comprova a venda da mercadoria e que

transfere ao comprador da mesma. A fatura comercial, deverá incorporar as informações da

fatura proforma, porém com os dados finais do embarque ocorrido, caso tenha alguma

alteração.

É o documento hábil que servirá de base para o desembaraço alfandegário no exterior.

Deve ser preenchida sem erros, emendas ou rasuras e emitidas em quantas vias forem

necessárias, no caso da Angola, envia-se 01 original e 03 cópias. Para uma melhor

visualização das informações que devem constar uma fatura comercial, a mesma é

evidenciada abaixo:

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Figura 6 Modelo de Commercial Invoice

Fonte: FIRST S.A.

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7.18.2 Packing List

É o documento de embarque utilizado para discriminar todas as mercadorias

embarcadas, ou todos os componentes de uma mesma mercadoria em quantas partes estiver

fracionada. Sua principal função é facilitar a identificação e localização de qualquer produto

dentro de um lote, pelo importador, além de permitir a fácil conferência da mercadoria por

parte da fiscalização, no desembaraço da mesma.

É utilizado também como recibo da mercadoria, geralmente indica além do conteúdo,

as marcas e pesos. Como não existe um documento padrão, evidencia-se o modelo utilizado e

enviado pela FIRST.

Figura 7 Modelo de Packing List

FONTE: FIRST S.A.

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7.18.3 Certificado de Origem

É uma declaração formal de que a mercadoria é originária do país exportador.

Geralmente, o certificado de origem tem por finalidade atender as exigências de acordos

finais entre o país exportador e do importador, reduzindo e dispensando tributos.

Segundo Vazquez (1999, p.189), em alguns casos, essa declaração pode ser feita pelo

próprio exportador, sendo, porém mais comumente usado ser emitida por entidade oficial ou

oficializada (Câmara de Comércio, Federação de Indústria, Associação Comercial, entre

outros).

7.18.4 Certificado Sanitário

A seguir modelo de Certificado Sanitário, documento que atende as regras

governamentais impostas para proteger a saúde e a vida humana, animal e vegetal. O

certificado sanitário é um documento que se apresentado tanto na fase pré embarque, quanto

na fase pós embarque.

Na fase pré-embarque este documento é apresentado no ato da liberação da

mercadoria. Quanto na fase pós-embarque, o documento é enviado ao importador para sua

verificação de mercadoria e liberação no destino.

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Figura 8 Modelo de Certificado Sanitário

7.18.5 Conhecimento de embarque marítimo – Bill of Landing

É o documento emitido pela empresa transportadora ou por seu agente e representa o

contrato de transporte, cujo frete é estabelecido entre pontos, com as despesas especificadas.

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É também o recibo da mercadoria entregue para transporte, constituindo prova de embarque

da mercadoria, e confere ao consignatário o direito à posse da mercadoria após o transporte.

O BL será emitido de acordo com o Draft repassado ao armador , contendo as

informações pertinentes ao embarque, conforme mencionado modelo demonstrado,

anteriormente no item 4.20.

O conhecimento de embarque pode ser emitido à ordem (no próprio nome do

embarcador, a sua ordem ou à ordem de seu agente no porto de destino) ou nominal (em nome

do consignatário). É conveniente que conste no mesmo, quanto ao pagamento do frete:

- prepaid (pago) ou collect (a pagar).

Quanto ao embarque da mercadoria:

- clean on board: conhecimento limpo (sem restrições ou ressalvas)

- shipped on board: colocado a bordo

Quanto aos embarque efetuados para a Angola, ressalta-se que todos os fretes são pagos na

origem, ou seja, prepaid, constando clean on board, e o mesmo é nominal.

7.18.6 Certificado do Conselho Nacional dos Carregadores de Angola – CNCA

O Certificado do Conselho Nacional dos Carregadores de Angola (CNCA) tem a

função de comprovar as entradas e saídas das mercadorias registradas, através das faturas que

são enviadas previamente para a obtenção do número PIP.

Todos os importadores na Angola, tem suas mercadorias, com entrada programada no

país, registrados no site da Câmara de Comércio de Angola. A apresentação do certificado em

questão, se faz imprescindível, pois sem este documento a liberação da mercadoria no exterior

não é possível, devido ao fato da necessidade da comprovação de entrada da mercadoria no

país. Deve-se levar em consideração que os valores previamente enviados, podem sofrer uma

variação de 10% para mais ou para menos.

A figura 9 ilustra o documento, para uma maior compreensão de quais dados o mesmo

deve conter.

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Figura 9 Modelo de documento – CNCA

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8 APRESENTAÇÃO DO ROTEIRO SUGESTIVO A EMPRESA

Neste momento será apresentado roteiro, formulado pela acadêmica através do estudo

realizado e experiência prática no processo. O roteiro é confeccionado a partir dos trâmites

apresentados ao longo deste e sua síntese.

O presente roteiro será disponibilizado através da intranet da empresa, que é uma rede

de computadores privativa que utiliza as mesmas tecnologias que são utilizadas na Internet,

onde todos os funcionários da empresa tem acesso, o roteiro sugestivo terá a função tanto de

auxiliar os colaboradores, tanto no procedimento quanto na checagem dos passos dados.

Servirá assim, como fonte de consulta para os colaboradores da empresa FIRST S.A.

ao iniciar um processo de exportação de frango para este destino. Pode ainda servir como um

“check list” daquilo que deve ser feito, para que nenhuma etapa ocorra de forma equivocada,

seja esquecida ou então turbulenta por não se saber qual ordem deve ser tomada, acarretando

assim no sucesso do processo de exportação do início ao seu fim.

ROTEIRO SUGESTIVO PARA EXPORTAÇÃO DE FRANGO PARA A ANGOLA

1º PASSO: COMPRA DA MERCADORIA: deve-se ater aos pré requisitos impostos pelo

mercado internacional, bem como as exigências de seus clientes.

2º PASSO: AVALIAR OS CUSTOS DA EXPORTAÇÃO: relacionar os custos referentes a

uma exportação com destino à Angola, estes custos são: custos de embarque, custos

documentários, custos financeiros e comissão da comercial exportadora.

3º PASSO: FORMULAR A FATURA PROFORMA: montar a mesma de acordo com os

dados acordados entre o importador e exportador. Tem a função de concretizar a proposta de

venda da mercadoria.

4º PASSO: DEFINIR A FORMA DE PAGAMENTO: de acordo com as exigências do

país.

5º PASSO: CONTRATAÇÃO DE CÂMBIO

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6º PASSO: DEFINIÇÃO DA INCOTERM: definir a forma pela qual a mercadoria será

embarcada devido a exigência do país. Não sendo permitida a escolha de Incoterms dos

grupos E e F.

7º PASSO: INSPEÇÃO PRÉ EMBARQUE

8º PASSO: RESERVA DE PRAÇA: reserva de espaço no navio, feita junto aos armadores

ou agências marítimas.

9º PASSO: UNITIZAÇÃO DA CARGA: coordenar a unitização da carga, de acordo com a

maneira recomendada para o transporte da mercadoria em questão.

10º PASSO: CONFECÇÃO DE LISTA: enviar um relatório ao armador, relacionando as

unidades, quantidades e mercadorias que serão embarcadas em seu navio.

11º PASSO: CARTA DE TEMPERATURA: certifica a temperatura a qual deve ser

mentido e transportado o container.

12º PASSO: CONFECÇÃO DO REGISTRO DE EXPORTAÇÃO JUNTO AO

SISCOMEX

13º PASSO: CONDECÇÃO DA NOTA FISCAL

14º PASSO: APRESENTAÇÃO DO CERTIFICADO SANITÁRIO: certifica a qualidade

da mercadoria.

15º PASSO: CONFECÇÃO DO DESPACHO DE EXPORTAÇÃO

16º PASSO: ENTRAR COM A DOCUMENTAÇÃO PARA EMBARQUE JUNTO A

RECEITA FEDERAL, PARA QUE A MESMA LIBERE A MERCADORIA PARA

EMBARQUE

17º PASSO: ENVIO DO DRAFT DE BL: modelo de documento que consta as informações

que irão constar no BL definitivo.

18º PASSO: TER ATENÇÃO AO CUMPRIMENTO DOS PRAZOS PRÉ E PÓS

EMBARQUE

19º PASSO: ENVIAR DOCUMENTAÇÃO FINAL AO IMPORTADOR: documento que

possibilita o desembaraço da mercadoria no exterior. Estes documentos no caso da Angola

são: FATURA COMERCIAL, PACKING LIST, CONHECIMENTO DE EMBARQUE,

CERTIFICADO DE ORIGEM, CERTIFICADO NACIONAL DOS CARREGADORES DE

ANGOLA E CERTIFICADO SANITÁRIO.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O comércio internacional é fator indispensável para o desenvolvimento econômico

mundiais e uma necessidade para as nações, devido às oportunidades que o mesmo gera.

Devido a não suficiência dos países com relação a bens e serviços os quais necessitam, estes

recorrem a outros fornecedores, nos casos externos. Diante da realidade de dependência

apresentada, torna-se cada vez mais importante um aprimoramento das atividades de

comércio exterior. O conhecimento da atividade exportadora eleva-se quando se pensa em

manter um bom relacionamento externo e realização de negócios internacionais. Sendo assim,

sabe-se que todo e qualquer procedimento, tem suas peculiaridades e especificidades, não

sendo a exportação uma exceção.

As exportações são fundamentais na melhoria do desempenho da balança comercial

brasileira e na atração de mais divisas para o país. A taxa cambial, que já vinha favorecendo

as exportações, devido a nova situação mundial quanto a guerra ao terrorismo, beneficiou

ainda mais as exportações brasileiras, tendo uma chance de lucratividade.

No que diz respeito aos procedimentos de uma exportação de frango para a Angola,

nota-se nos trâmites desta exportação, são diferenciados e um tanto quanto trabalhosos. A

Angola é um país que exige documentos específicos, uma vez que devido a guerra, torna-se

um tanto quanto burocrático. Porém pode-se concluir que apesar de suas particularidades

processuais e documentais, o país tem um grande potencial para as exportações brasileiras

com este destino, tendo em vista que, o mesmo não apresenta barreiras tarifárias.

Relacionado às condições de venda e de pagamento utilizadas pelo país em questão,

conclui-se que tais exigências tornam-se também positivas, somando-se ao anteriormente

mencionado, a forma de pagamento que a Angola têm de utilizar devido a sua instável

situação financeira. A modalidade de pagamento antecipado, é um ponto muito positivo para

os exportadores brasileiros, pois a entrada das divisas referentes a sua exportação, é anterior

ao embarque, muitas vezes podendo também auxiliar na produção e aquisição de mercadorias.

Sendo assim os riscos os quais os exportadores brasileiros correm são mínimos, tornando

assim uma operação segura.

Porém deve-se despender atenção máxima quanto às exigências do país quanto a

documentação, já que a responsabilidade deste envio é de responsabilidade do exportador, no

caso a FIRST S.A. Para isso conclui-se que o processo não pode apresentar erros e deve

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conduzido e finalizado com urgência, tendo em vista a rapidez com que chega o navio neste

destino, opondo-se a lentidão do processo de liberação que é lento e repleto de checagens e

peculiaridades.

Analisando a rotina de serviços de exportação da empresa FIRST S.A., verifica-se que

o processo é eficiente, sendo reconhecido pela rapidez do processo. A empresa possui boas

relações e parcerias com empresas transportadoras e prestadoras de serviço, o que facilita em

grande parte todo o processo. Porém a organização dos procedimentos da operação pode ser

melhorada, o que atenderia melhor os clientes com relação a velocidade e exatidão de

informações. Por tal motivo foi apresentado um roteiro sugestivo a empresa, o que facilitaria a

compreensão passo-a-passo deste processo de exportação, frente as dificuldades e seus

colaboradores.

Com o apresentado, conclui-se que a empresa exportadora é responsável por toda a

parte de identificação, negociação e concretização das oportunidades, despendendo na maioria

das vezes, tempo, dinheiro e funcionários especializados.

Sugere-se ainda que a empresa FIRST S.A. realize este tipo de estudo apresentado,

com os demais países os quais a empresa trabalha, pois ao se trabalhar com o específico, é de

extrema importância que suas particularidades sejam estudadas e analisadas. Tais estudos

facilitariam o dia-a-dia tanto do colaborador quanto da empresa. O colaborador teria uma

ferramenta de estudo concreta, para servir de base de consulta e checagem, sendo que,

principalmente, traria maiores ganhos para a empresa, devido a redução nos custos com

correções e atrasos, demora na emissão documental e envio de carga.

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Referências

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São Paulo: Aduaneiras, 2001.

LOPEZ, José Manoel; GAMA, Marilza. Comércio exterior competitivo. São Paulo:

Aduaneiras, 2004.

MALUF, S. N. Administrando o Comércio Exterior do Brasil. São Paulo: Aduaneiras,

2000.

MINERVINI, N. O Exportador. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2001.

MURTA, Roberto O. Contratos em Comércio Exterior. São Paulo: Aduaneiras, 1992.

OLIVEIRA, Carlos T. Exportar: a solução global. São Paulo: Aduaneiras, 1999.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira

Thompson, 2004.

RATTI, B. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo: Aduaneiras, 2001/1997.

VAZQUEZ, J. L. Comércio Exterior Brasileiro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

WERNECK, P. Comércio Exterior & Despacho Aduaneiro. Curitiba: Juruá, 2001.

VAZQUEZ, José Lopes. Manual de Exportação. São Paulo: Atlas, 1999

MENDONÇA, Paulo C. C. KEEDI, Samir. Transportes e Seguros no comércio exterior.

São Paulo: Aduaneiras, 1997.

FOSCHETE, Mozart. Relações econômicas internacionais. São Paulo: Aduaneiras, 1999.

VAZQUEZ, José Lopez. Dicionário de Termos de Comércio Exterior. São Paulo: Atlas,

2001.

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BANCO DO BRASIL. Disponível em: <http:// www.bb.com.br>

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR.

Disponível em: <http// www.mdic.gov .br>

CONSULADO DE ANGOLA. Disponível em: <http:// www.consuladodeangola.org>

CAMÁRA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE ANGOLA. Disponível em:

<http://www.ccia.ebonet.net>

ALICE WEB. Disponível em: <http:// www.desenvolvimento.gov.br>

FIRST S.A. Disponível em: <http:// www.firstsa.com.br>

FIT FOODS. Disponível em: <http:// www.fitfoods.com>

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Anexos

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ANEXO A

Modelo de Ordem de Compra

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ANEXO B

Modelo de Fatura Proforma

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ANEXO C

Planilha de isenção de inspeção

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ANEXO D

Fotos de unitização da carga em um container reefer