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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA DANIELA LEMOS DE MOURA MARCELO THIESEN DO AMARANTE ALTERNATIVAS MATEMÁTICAS PARA PLANEJAMENTO REVERSO DE TRATAMENTO RESTAURADOR IMPLANTOSUPORTADO NA REGIÃO ÂNTERO-SUPERIOR Itajaí (SC) 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

DANIELA LEMOS DE MOURA

MARCELO THIESEN DO AMARANTE

ALTERNATIVAS MATEMÁTICAS PARA PLANEJAMENTO REVERSO

DE TRATAMENTO RESTAURADOR IMPLANTOSUPORTADO NA

REGIÃO ÂNTERO-SUPERIOR

Itajaí (SC) 2011

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MARCELO THIESEN DO AMARANTE

DANIELA LEMOS DE MOURA

ALTERNATIVAS MATEMÁTICAS PARA PLANEJAMENTO REVERSO

DE TRATAMENTO RESTAURADOR IMPLANTOSUPORTADO NA

REGIÃO ÂNTERO-SUPERIOR

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção de título de Cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador: Prof.ª Drª. Denise Arliane Amarante Camargo

Itajaí (SC) 2011

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ALTERNATIVAS MATEMÁTICAS PARA PLANEJAMENTO REVERSO DE TRATAMENTO RESTAURADOR IMPLANTOSUPORTADO NA REGIÃO ÂNTERO-SUPERIOR

Daniela Lemos de MOURA e Marcelo Thiesen do AMARANTEOrientador: Profª. Drª. Denise Arline Amarante CamargoData de Defesa: setembro de 2011

Resumo:A Odontologia atual apresenta diversas possibilidades de tratamento que otimizam a estética, exigindo interação entre suas especialidades. O objetivo deste trabalho foi ampliar as opções de tratamento, empregando três diferentes fórmulas matemáticas, sendo elas Mondelli I, Mondelli II, e Albers, como critérios para a divisão do espaço resultante da perda dos elementos dentais descritos a seguir, e investigar sua aplicabilidade. Para simular situações clínicas rotineiras foi empregado um manequim, onde nos três casos os incisivos centrais e laterais e em um dos casos, os caninos foram removidos. Os casos foram determinados através de duas diferentes posições para os caninos, normal (caso 1) e mesializada (caso 2), nas duas primeiras simulações, e na terceira a ausência dos mesmos (caso 3). As três fórmulas matemáticas são: Albers: LC = DC ÷ 2 (1+P), Mondelli I: LC = MS ÷ 2 (1+P) e Mondelli II: LC = K x LS. A partir dos resultados obtidos pela aplicação das fórmulas, foram realizados três planejamentos para os casos 1 e 2 e dois para o caso 3, através de enceramentos em modelos de gesso. Conclui-se que as fórmulas podem servir como instrumento durante o planejamento de casos onde há perda dos elementos dentais ântero-superiores. A fórmula desenvolvida por Albers identifica o espaço protético disponível, o que não ocorre com as fórmulas Mondeli I e II; assim como não foi possível aplicar a fórmula de Albers, no caso onde os caninos estão ausentes, pois esta necessita da distância intercaninos.Palavras Chaves: implantodontia, prótese, estética.

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Dedico este trabalho ao meu pai Irineu, que mesmo com seu jeito desligado,

sempre esteve presente em todos os momentos da minha vida, sempre que precisei,

ele estava lá para no mínimo dizer que me amava. A minha mãe Cyra, a minha

guerreira que enquanto pode, lutou com toda a sua força para nunca me deixar faltar

nada, e espero que nesse dia tão sonhado por ela, seus olhos se encham de

orgulho. Ao meu irmão Fernando, meu ídolo eterno, desde criança me protegendo

como um irmão mais velho tem que fazer. Queria agradecer a minha namorada

Kamilla, a qual eu já não sei mais viver sem, por me apoiar em todos os momentos,

e me colocando nos eixos quando tudo parecia sem rumo. Aos meus amigos, que

sem eles a vida não teria graça. A minha parceira Daniela que foi um orgulho

trabalhar ao lado de uma mente tão brilhante. E a nossa orientadora Denise que nos

guiou brilhantemente por este projeto.

Marcelo Thiesen do Amarante

Dedico esta etapa da minha vida a todas as pessoas que amo e fizeram parte

dessa conquista, especialmente meus familiares, amigos e também a um menino

com nome de super-herói. Agradeço a todos pelo apoio e também a Ele que escreve

certo por linhas certas.

Daniela Lemos de Moura

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................05

2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................07

3 MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................................................17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................24

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................33

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................34

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1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais a busca pela estética tem se tornado um fator de grande

influência no comportamento das pessoas, sendo muito valorizada pela sociedade.

Um sorriso composto de elementos dentais claros e alinhados passou a ser

sinônimo de saúde e beleza. Entretanto, a perda de um ou vários desses elementos

causa um desequilíbrio estético e funcional, chegando a influenciar a personalidade

e o comportamento do paciente assim como a percepção da sociedade sobre ele

(FRANCISHONE; MONDELLI, 2007).

A Odontologia atual apresenta diversas formas de tratamento que levam a

melhoria estética, seja com dentística restauradora, ortodontia, implantodontia ou

prótese, assim como tratamentos que exijam a interação entre estas especialidades.

Segundo Lopes (2005), através dos avanços dos sistemas de implantes,

materiais para enxertos e técnicas para manipulação de tecidos, uma estética

satisfatória é alcançada. Esta, antes considerada fator secundário, é agora

determinante para o sucesso, pois é ela quem motiva, atrai e induz o paciente a

procurar o tratamento odontológico.

Por isso cada vez mais necessitamos de trabalhos com qualidade estética e

funcional, mas, nos casos onde ocorre a perda prematura dos elementos dentais

ântero-superiores, surgem dificuldades no momento da reposição dos mesmos,

devido à falta de parâmetros que tenham seu uso sedimentado nos protocolos

clínicos.

Normalmente este tipo de tratamento é planejado em conjunto pelo cirurgião–

dentista que realiza o tratamento protético e o cirurgião-dentista que realiza a

instalação do(s) implante(s) dentário(s), e as próteses confeccionadas pelo técnico

em prótese dental, e muitas vezes por falta de opções técnicas ou mesmo falta de

comunicação, a divisão do espaço resultante da perda dos elementos dentais

anteriores pelo número de dentes, ocorre sem qualquer preocupação com

proporções dentárias, o que leva a um resultado esteticamente indesejável ou

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levando um tratamento extenso e oneroso ao insucesso estético, gerando

desconforto entre o paciente e o cirurgião-dentista (MONTEIRO, 2009).

Segundo Carvalho et al (2006) o tratamento restaurador só alcançará seus

objetivos: funcionalidade e estética através de um planejamento que abranja varias

disciplina, pois existe a necessidade da visualização do resultado final através do

planejamento prévio.

A proporção entre os dentes anteriores é um dos principais componentes no

planejamento de um tratamento estético, pois ela representa, na concepção da

beleza dentária, um fator a mais na busca da excelência estética (MUÑOZ CHAVES

et al. 2002).

Buscando a obtenção de resultados estéticos previsíveis em próteses ântero-

superior, o objetivo deste trabalho foi ampliar as opções tanto para o cirurgião-

dentista como para o paciente, empregando de três diferentes fórmulas

matemáticas, sendo elas Mondelli I, Mondelli II, e Albers, como critérios para a

divisão do espaço resultante da perda dos elementos dentais supracitados e

investigar sua aplicabilidade.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Muñoz Chavez et al. (2002) afirmaram que a proporção entre os dentes

anteriores é um dos principais componentes no planejamento de um tratamento

estético, pois ela representa, na concepção da beleza dentária, um fator a mais na

busca da excelência estética. Como forma de padronização com o objetivo de

harmonia os autores utilizaram no planejamento no tratamento de seu caso clinico a

proporção áurea, a qual é de 1,0 para 1,618 para que se atinja o número divino

0,618; ou seja, cada dente em relação aos incisivos centrais, deve ter

aproximadamente 60% do tamanho do seu antecessor. A proporção áurea torna-se

assim, um método de simetria dinâmica que diagnostica e direciona o tratamento

odontológico ao sucesso estético.

De acordo com Kreia et al. (2003), a face é um segmento extremamente

importante na composição estética de um indivíduo e os dentes ântero-superiores,

por sua vez, assumem um papel fundamental na estética da face, sendo que a

ausência de um ou mais elementos nesta região representa uma quebra no

equilíbrio da estética bucal. Tal equilíbrio é influenciado por diversos fatores, entre

eles o tamanho dental, o qual não é relevante apenas para a estética dentária, mas

também para a face. Embora os dentes devam estar em proporção uns com os

outros, devem estar também em proporção com a face, porque uma grande variação

no tamanho do dentre em relação ao rosto poderá afetar adversamente a obtenção

de uma ótima estética.

Conforme Faria et al. (2003), a forma do dente é critica para o trabalho

estético, pois a forma e o contorno dependem de um senso de harmonia com o

rosto, e vem sendo alvo de muitos estudos, os quais ressaltam que o incisivo central

superior possui tamanho suficiente para dominar o sorriso. Outro método para a

realização do trabalho é a proporção áurea, a qual é muito antiga, e foi descrita até

por da Vinci. A proporção áurea é uma formula clássica que foi denominada número

de ouro, ou seja, 0,618. Entretanto, os dentes não necessitam estar dentro de tal

constante para serem considerados harmônicos. Para o trabalho, foram

selecionados 120 estudantes de odontologia, 58 do sexo feminino e 62 do sexo

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masculino de 18 a 22 anos de idade, com arcada completa, ausência de próteses,

problemas ou aparelhos ortodônticos. Elaborou-se uma ficha para identificação,

sendo anotada a medida do incisivo central, tomadas como base para selecionar

cartões com marcas padronizadas em proporção áurea. Os cartões foram obtidos

através do material proposto por Levin. O objetivo da utilização das grades é facilitar

a aplicação das regras da proporção áurea nos segmentos estéticos anteriores. O

total de 120 indivíduos, 91 estavam em proporção, correspondendo a 78,8% do total.

Os autores atestam que a prevalência da proporção áurea em indivíduos do sexo

feminino é muito maior que no masculino, e também que esse método pode ser uma

ferramenta interessante como auxiliar na reconstrução de dentes ântero superiores.

Em um estudo sobre fixação zigomáticas na reabilitação de maxilas atróficas,

os autores Duarte, Peredo e Melo [2004?] apresentam as dificuldades encontradas

na reabilitação de pacientes com atrofia óssea maxilar e sugerem as fixações

zigomáticas como uma alternativa cirúrgica a esses pacientes, pois segundo os

autores, esta técnica tem sido utilizada com margem de sucesso similar aos

implantes tradicionais. O estudo relatam ainda a desafiadora rotina de prever os

resultados perante situações críticas e destacam e necessidade de minimização das

variáveis cirúrgico-protéticas utilizando o planejamento reverso fidedigno como

ferramenta indispensável para situações complexas através da prototipagem rápida,

pois essa ferramenta reduz o custo global do tratamento eliminando potenciais erros

clínicos e conduzindo a melhores resultados e mostra-se precisa para a obtenção de

resultados positivos.

De acordo com Cavalcante e Pimenta (2005), a relação entre o tamanho, a

proporção e a posição dos dentes e a face deve ser o objetivo primário do cirurgião-

dentista. O tamanho dos dentes não influencia apenas a estética dental, mas

também a facial, sendo tal proporção crucial para um resultado estético satisfatório.

Sendo assim, o tamanho dos incisivos laterais e caninos seguirá o do incisivo

central, pois entre eles existe uma proporção ideal, a proporção áurea. Entretanto,

esses valores não podem ser aplicados sem levarmos em consideração o sorriso, a

linha gengival, a linha e posições labiais, tipo físico geral e faixa etária. Todos estes

fatores irão influenciar na determinação do formato dental; as formas dentais são

basicamente classificadas em trapezoidais, quadradas, triangulares e ovais. Quando

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a forma dental é alterada a reflexão da luz sobre o dente também é modificada,

alterando assim a percepção visual do sorriso.

Em um estudo com o objetivo de identificar os fatores que influenciam na

estética do sorriso, os autores Flanagan, Kavanagh e Kerr (2005), afirmam que existe

uma diferença entre beleza inata e beleza subjetiva. A beleza subjetiva, descrita nos

estudos de Pitágoras citados pelos autores, está presente em qualquer objeto que

esteja dentro da proporção de 0,618, entretanto sua beleza não pode ser avaliada

apenas pela proporcionalidade. Em adição, não é desejável que todos os objetos

possuam a mesma proporção divina, pois segundo os autores, qualquer proporção

repetida entre as estruturas pode proporcionar um resultado estético agradável.

Outros estudos citados pelos autores utilizam conceitos de proximidade,

similaridade, continuidade e fechamento, afirmando que um sorriso com um bom

padrão estético deve ter dentes alinhados e sem diastemas, conferir um bom senso

de união e similaridade entre formas e tonalidades, demonstrar continuidade através

da repetição da mesma proporção entre os dentes anteriores, e por último, o fator

mais importante, o paciente deve apresentar um bom selamento labial, tendo em

vista que os lábios são estruturas que emolduram o sorriso.

Francischone (2005) realizou um estudo sobre a prevalência da proporção

áurea e estética em dentes ântero superiores, onde avaliou 30 pacientes de ambos

os gêneros com oclusão normal, utilizando medidas e proporções de coroas clinicas,

medidas in vivo e métodos fotográficos, para provar ou não o raciocínio matemático

da relação entre a largura do incisivo central e a largura do sorriso em proporção

áurea. A autora utilizou duas fórmulas sugeridas por Mondelli (Mondelli I e II) e outra

sugerida por Albers para comprovar qual atingiria com mais precisão os resultados

encontrados nas medições feitas nos pacientes e afirma que o cálculo para

determinar a largura dos incisivos centrais superiores através de fórmulas sugeridas

por Mondelli é bem próximo dos valores reais dos dentes, e isso permite que sejam

usados também como ponto de partida para outras fórmulas, além de serem essas

fórmulas mais precisas do que a de Albers para determinação da real largura dos

dentes. A autora afirma ainda, que os profissionais capacitados em realizar a

aplicação dessas fórmulas poderão dispor de trabalhos restauradores mais

facilitados, estéticos e harmoniosos, além de estarem dentro dos princípios da

proporção áurea.

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Lopes et al. (2005) enfatizam que os implantes ósseo-integrados são

considerados atualmente uma alternativa segura de tratamento nos casos de

edentulismo total, parcial e até mesmo unitário. Através dos avanços dos sistemas

de implantes, materiais para enxertos e técnicas para manipulação de tecidos, uma

estética natural é alcançada. Esta, antes considerada fator secundário, é agora

determinante para o sucesso, pois é ela quem motiva, atrai e induz o paciente a

procurar o tratamento odontológico. Um dos principais limitantes para a obtenção de

padrões naturais (ausência de suporte ósseo e consequentemente estética gengival)

nas restaurações implanto-suportadas pode ser vencido com a associação de

técnicas, dependendo de cada caso clínico (condições do paciente), o qual deve ser

corretamente avaliado e estudado, considerando-se todas as suas limitações.

Atinge-se então o objetivo almejado, podendo-se obter resultados extremamente

estéticos, próximos da perfeição.

Amorim, Beatrice e Silva (2006) analisaram a influência da televisão na

percepção estética odontológica, identificando assim, os vínculos ou mecanismos

que definem os padrões estéticos como produto final para consumo, bem como a

interação do público diante de tantos estímulos visuais vinculados pela televisão. A

pesquisa foi realizada com 387 transeuntes do centro da cidade de Recife-PE,

através de um questionário composto por variáveis socioeconômica e 18 questões

objetivas relacionando TV e odontologia. Para um melhor entendimento, as

perguntas foram divididas em quatro grupos com base na “teoria das representações

sociais”, onde foi pesquisado a construção de um padrão estético do sorriso ideal, a

satisfação pessoal em relação ao seu sorriso, o acesso dos pesquisados aos

tratamentos estéticos do sorriso e a relação entre a satisfação pessoal com o próprio

sorriso x padrão estético do sorriso dos artistas da TV. Os resultados parciais

apontam que 29,5% dos pesquisados relataram estar satisfeitos com o próprio

sorriso, e 26,8% consideram um “belo sorriso” fundamental para as posições de

trabalho que ocupam. Quando questionados sobre a cor dos dentes, apenas 23% do

público estava satisfeito com a cor de seus dentes. O que chama a atenção é o alto

nível de pessoas que não estão contentes com a cor do seu sorriso (77%), quando

perguntados sobre a cor dos dentes dos artistas de telenovelas, 94% classificaram

como claros, muito claros ou clareados artificialmente. Os autores chegam a

conclusão de que os entrevistados percebem a existência de um padrão de beleza

estética em odontologia (em relação a cor de dentes). Poucos entrevistados

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demonstraram consciência da influência da TV. Essa alienação é necessária para

que os processos de projeção/identificação ocorram estimulando assim o consumo.

Em outra pesquisa Carvalho et.al (2006) afirmam que o objetivo almejado do

tratamento restaurador através de implantes osseointegráveis, é preservar a

integridade das estruturas nobres intrabucais, além de recuperar a estética e a

funcionalidade do sistema estomatognático de acordo com o que irá satisfazer o

paciente. Esses objetivos só poderão ser alcançados através de um planejamento

que abranja várias disciplinas antes mesmo da colocação do implante, pois existe a

necessidade de um visualização do resultado final através do planejamento prévio.

Para isso, se faz necessário que o planejamento tenha início com a construção de

próteses diagnósticas em que os requisitos estéticos e funcionais sejam atingidos e

estas, sendo reproduzidas e então transformadas em guias cirúrgicas, servirão de

orientação nas etapas seguintes, pois a necessidade de precisão durante a

colocação de implantes cresce em pacientes parcialmente edêntulos, principalmente

quando se trata de repor só um dente, especialmente na região anterior de maxila.

Da mesma forma, esses procedimentos servem para apresentar ao paciente a

proposta de tratamento, proporcionando um bem-estar psicológico ao paciente.

Francischone e Mondelli (2007) explicou que após vários estudos e buscas

incessantes pelo belo, os gregos foram os primeiros a descobrirem e estabelecerem

os conceitos de simetria, equilíbrio e harmonia como ponto-chave da beleza de um

conjunto. A partir dessa busca incansável, resultou e pontificou a proporção áurea

também chamada divina ou “mágica”, que seria uma fórmula matemática para definir

a harmonia nas proporções de qualquer figura, escultura ou monumento. A

proporção origina-se da noção de relacionamento, porcentagem ou medida na sua

determinação numérica e implica na quantificação de normas que podem ser

aplicadas a cada realidade e cada busca pelo belo. Na Odontologia a estética deve

também seguir certos parâmetros matemáticos e geométricos que, quando

empregados pelo clínico ou técnico de laboratório, possam proporcionar

restaurações com aparência agradável e harmônica. Mas, essas leis não devem ser

vistas como imutáveis e sim como um auxílio aos profissionais. A análise científica

cuidadosa de sorrisos harmônicos mostrou que essa proporção regressiva de

aparecimento, juntamente com a simetria, a gradação e a dominância, podem ser

sistematicamente aplicadas para avaliar e melhorar a estética dentária de modo

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previsível. A aplicação da proporção áurea na odontologia foi primeiramente

mencionada e defendida por Lombardi, em 1973, e desenvolvida por Levin em 1978.

A partir da proporção áurea a grade de Levin, foi criada para avaliação da medida da

amplitude do sorriso e da porção visível dos dentes e que seria também de grande

utilidade na seleção e escolha de dentes artificiais e nas reabilitações protéticas e

restauradoras.

Os autores Loureiro, Manfro e Nascimento Júnior (2008) apresentam um caso

clínico de reabilitação bilateral de incisivos laterais com variações da incisão com o

objetivo de preservar a estrutura gengival já existente, onde ressaltaram a

complexidade de uma reabilitação estética com implantes, tendo em vista que a

necessidade estética de quem busca tratamentos por implantes é a naturalidade,

especialmente quando a perda dental for localizada na região anterior. Ressaltam

ainda, a necessidade de uma boa avaliação clínica e um bom planejamento, pois o

sucesso de tal tratamento será resultado de uma boa manipulação dos tecidos

moles e duros. Para que se obtenha excelência nesse tipo de tratamento, a ósseo-

integração, o posicionamento tridimensional ideal do implante e o contorno dos

tecidos moles e duros são imprescindíveis.

Conforme Melo e Menezes Filho (2008) citam em estudo realizado para

detectar o quão prevalente é a proporção áurea entre os incisivos centrais, laterais e

caninos, e também em indivíduos do sexo masculino e femininos de sorrisos

agradáveis, mostrou que tal proporção não se mostrou presente em parte desses

indivíduos. Quando essas medidas existem, são mais prevalentes no sexo feminino

que no masculino, o que sugere que em indivíduos do sexo masculino a aplicação

da forma é algo relativo. Observou-se também que a presença da proporção áurea

foi maior entre incisivos centrais e laterais do que entre incisivos laterais e caninos.

A proporção divina ocorre quando a largura do incisivo central está em proporção

áurea com a largura do incisivo lateral e este em proporção com a largura do canino.

A proporção divina é que o incisivo central seja 62% maior que o lateral, e este 62%

maior que a visão mesial do canino, sendo assim, a proporção entre os dentes é

notada a partir dos incisivos centrais, em direção aos elementos posteriores. Ainda

segundo os autores, a proporção áurea no planejamento em odontologia estética é

uma boa alternativa, porém deve-se ter consciência de que mesmo sem a proporção

divina, conseguimos ter ótimos resultados clínicos, pois os relacionamentos

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quantitativos e qualitativos específicos de cada individuo também devem ser

observados.

No estudo de Peixoto et.al (2010) o intuito do trabalho foi analisar sorrisos

harmoniosos estão em proporção áurea. A analise foi feita através de fotografias de

85 indivíduos entre 15 e 40 anos, com sorrisos harmoniosos, sendo levado em

consideração: plano gengival, disposição do lábio, tamanho e formato do dente,

padrões de proporção entre a largura e o comprimento do incisivo central, linha

media facial, altura do lábio superior em relação os incisivos centrais superiores ou

exposição gengival, linha do sorriso e curvatura do lábio superior. A amostra foi

dividida em quatro grupos, dispostos em: homens de 15 a 25 anos e de 26 a 40

anos, e mulheres de 15 a 25 anos e de 26 a 40 anos. As fotografias foram

escaneadas e transferidas para o programa Corel Draw 10. A proporção áurea foi

conferida, trançando-se retas que delimitavam a largura aparente de cada dente

anterior, em vista frontal. A distância entre cada traço foi medida para que

posteriormente, fosse checado se cada dente expunha 60% do dente anterior a ele.

O tamanho do incisivo central foi multiplicado por 0,618, para que se obtivesse o

valor estimado do canino. Comparando-se os valores medidos os valores estimados,

foi possível saber se os dentes estavam respeitando a proporção áurea. Com base

nos resultados, os autores chegaram a conclusão de que a maioria dos sorrisos

harmoniosos não apresenta proporção áurea.

Os autores Pinheiro e Guimarães (2008) fizeram um estudo que teve como

proposta analisar a prevalência das proporções de Platão (1:1,58), áurea (1:1,62),

Albers (1:1,71), Polyclitus (1:1,75) e Lysippus (1:1,80) nos acadêmicos do curso de

odontologia da Univali, juntamente com a preferência estética de cada uma delas.

Foram fotografados os sorrisos de 149 acadêmicos do 1°, 2°, 3°, 7°, 8°, 9° período,

os mesmos responderam a um questionário, o qual constava cinco fotos com

sorrisos de cada proporção. Estas fotos eram de um mesmo sorriso, apenas

modificadas a largura mesiodistal dos dentes ântero-superiores e a cor com um

programa de computador. Também foi questionado se os acadêmicos estavam

satisfeitos com o próprio sorriso. Após a análise do comprimento mesiodistal dos

dentes ântero-superiores dos acadêmicos através de um software computacional, foi

constatado que as proporções que mais prevaleceram foram a áurea (38,9%),

seguido da Albers (35,5%). Os alunos iniciantes elegeram a de Lysippus como a

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mais bela, já os concluintes consideraram a de Albers. Menos de um terço (27,5%)

dos entrevistados não estavam satisfeitos com o próprio sorriso. Pode-se concluir

que a utilização das proporções dentárias pode servir de guia para o CD em

procedimentos estético-restauradores, principalmente quando utilizar as proporções

medianas, como a áurea, Albers e Polyclitus.

Ainda em relação à importância de um bom planejamento, Zielak et al (2009),

afirmam que existem limitações anatômicas, ósseas e/ou gengivais, originadas de

problemas periodontais que irão interferir nos trabalhos protéticos sobre os

implantes e assim na estética final. Tais limitações anatômicas exigem que os

implantes sejam colocados em áreas cujos eixos longitudinais são compatíveis com

a posição do dente na arcada, fazendo com o profissional seja obrigado a planejar

compensações estéticas para tais posicionamentos desfavoráveis. Para os casos de

limitações verticais, horizontais ou de suporte labial, a confecção de uma epítese

(gengiva artificial) torna-se uma opção viável desde que seja aceita pelo paciente.

De acordo com Monteiro (2009), com a evolução dos implantes e a procura

cada vez maior pela estética, tornou-se de suma importância a realização do

planejamento reverso, tornando-se o primeiro passo para definir o posicionamento

dos implantes e possibilitar um perfil de emergência correto da prótese em relação

ao tecido gengival. O autor ainda enfatiza que o planejamento reverso cirúrgico e

protético é a fase mais importante do tratamento reabilitador, pois possibilita a

avaliação tanto local quanto sistemática do paciente candidato à instalação dos

implantes. Atualmente, na implantodontia é proposto que a prótese dirija o

tratamento, partindo-se, portanto, da posição da futura prótese para a localização

mais favorável da instalação do implante, certos fatores deverão ser considerados,

em especial as distâncias biológicas. É de responsabilidade do cirurgião dentista

obter a maior quantidade de informações possíveis para se poder chegar a um

correto planejamento, tanto cirúrgico como protético e também, para a obtenção de

um prognóstico confiável a respeito do tratamento, para isso, o cirurgião dentista

deve saber distinguir quais informações são verdadeiramente importantes e com

influência direta em seu planejamento das informações que tem menos importância

dentro do plano de tratamento de um determinado paciente. Quando o profissional

consegue identificar qual é o anseio do paciente, há um direcionamento mais

adequado no planejamento e maior possibilidade de sucesso no tratamento. O

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planejamento reverso também é válido para a visualização do paciente antes da

cirurgia, pois assim o paciente pode iniciar um tratamento tento uma perspectiva do

como vai ficar o resultado final, evitando assim, constrangimentos posteriores por

não ter sido satisfeita sua expectativa. O sucesso no tratamento com implantes está

diretamente relacionado a um bom planejamento, sendo o uso de guia cirúrgico uma

ferramenta inestimável. O guia é confeccionado em acrílico, o mesmo contém

cilindros metálicos nos quais serão fixados os análogos dos implantes para

confecção do modelo de trabalho no qual será realizada a prótese temporária ou

permanente. Os mesmos cilindros metálicos servirão, no momento da cirurgia, de

suporte para os guias de brocas que orientam a correta posição e inclinação nas

perfurações. O diâmetro dos guias corresponde ao diâmetro das brocas, garantindo,

assim, a precisão do sistema. O que o autor pode concluir foi que o planejamento

reverso permite a visualização tanto do cirurgião dentista, como o paciente da

reabilitação, e a partir da prótese desejada, confeccionar um guia cirúrgico que

permitirá escolher os melhores sítios para a colocação dos implantes. É importante

no relacionamento paciente/profissionais uma vez que torna o planejamento visível e

aplicado.

Segundo Marson e Silva (2009), desde a antigüidade já existia o interesse no

estudo da beleza, do harmônico e proporcional, pelos artistas, filósofos e estudiosos.

A proporção áurea foi descrita pelo filósofo Pitágoras buscando relacionar a beleza

encontrada na natureza com as proporções matemáticas, essa proporção encontra-

se em arquiteturas antigas da Grécia como também em desenhos clássicos. Com a

evolução das civilizações foi-se aumentando as exigências estéticas, desenvolvendo

cada vez mais a odontologia estética, exigindo o melhoramento da cosmética

dentária, para que seja cada vez mais harmoniosa a proporção entre os dentes.

Para que se encontre a razão ideal, a largura do canino deve ser multiplicada por um

valor definido como proporção áurea que é de 0,61803, aproximadamente 62%,

dessa maneira a proporção dentária é notada a partir dos incisivos centrais em

direção aos dentes posteriores. Mahshid et al. (2004), Ozelame (2006) e Ward

(2007), afirmam que a proporção áurea tem sido mencionada como base na análise

do sorriso, mas que na prática esta proporção raramente ocorre na população,

contrariando assim Levin (1978), Gilmore (1997) e Simon (2004), que afirmaram que

para um sorriso seja estético deve haver proporção áurea em todos os dentes. A

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proporção áurea não deve ser primordial na determinação de harmonia, em sorrisos,

pois em várias pessoas o sorriso sem a ocorrência de proporção áurea é

considerado harmônico aos olhos, porém é uma importante ferramenta durante a

reabilitação de um sorriso e quando não temos referências para o planejamento.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Dentre as diversas fórmulas matemáticas de proporção dental, que poderiam

ser selecionadas para esta pesquisa, demos preferência às fórmulas descritas na

literatura que permitissem a obtenção de valores mais precisos (FRANCISCHONE,

2005).

Com o intuito de obter um caso clínico que oferecesse condições ideais para a

aplicação das fórmulas, optamos pela simulação de três casos a partir de um

manequim já empregado em diversas disciplinas da UNIVALI (Universidade do Vale

do Itajaí). Pelo motivo já citado a escolha recaiu sobre o Manequim de Dentística da

marca Manequins Odontológicos Marília (MOM), modelo 2000 (figura 1).

Figura 1. Manequim odontológico, marca MOM, modelo 2000.

Na tentativa de simular situações clínicas rotineiras, nos três casos os

incisivos centrais (11 e 21), laterais (12 e 22) e em um dos casos, os caninos (13 e

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23) foram removidos, sendo que a escolha de tais elementos dentais foi determinada

pelo seu grau de importância na estética final do sorriso.

Os casos foram determinados através de duas diferentes posições para os

caninos (posição normal e posição mesializada), nas duas primeiras simulações e

na terceira simulação a ausência dos mesmos, já que a alteração de posição ou

ausência desses elementos influencia no espaço disponível para reposição dos

elementos faltantes, definindo os três casos simulados.

Após a determinação dos casos, o manequim foi enviado para um técnico em

prótese dental que fez a remoção dos incisivos centrais e laterais superiores, em

seguida efetuou a moldagem do manequim com borracha de silicona (Silibor,

Clássico), tendo como resultado uma matriz do manequim (figura 2).

Figura 2. Matriz de borracha de silicona.

Com essa matriz pronta, foi realizado o total de quatro vazamentos em gesso

especial, sendo três reproduções destinadas para os enceramentos para o caso 1, e

uma reprodução para iniciar a confecção dos modelos do caso 2.

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Em continuidade para o caso 2, foram removidos os caninos e reposicionados

com inclinação para mesial com auxílio de Cianoacrilato (Super Bonder 3M),

reproduzindo dessa forma a configuração da arcada quando um paciente perde os

elementos ântero-superiores ainda jovem e não é realizada a reposição dos

incisivos. Em seguida, esse modelo modificado foi moldado com a borracha de

silicona formando uma nova matriz, e a partir dessa foram reproduzidos os 3

modelos para o caso 2. Para o terceiro e último caso, foi utilizada a mesma matriz do

caso 2 e realizada a reprodução de mais três modelos onde foram removidos os

caninos com uma peça reta.

Segue abaixo a reprodução fotográfica dos modelos:

- caso simulado 1: ausência de incisivos centrais e laterais superiores; caninos

em posição normal (figura 3).

Figura 3. Caso 1.

- caso simulado 2: ausência de incisivos centrais, laterais superiores e caninos

mesializados (figura 4);

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Figura 4. Caso 2.

- caso simulado 3: ausência de incisivos centrais, laterais e caninos superiores

(figura 5).

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Figura 5. Caso 3.

A partir da obtenção dos nove modelos, foi iniciada a etapa das mensurações

anatômicas, com auxílio de um paquímetro, para obtenção das medidas necessárias

para realizar o cálculo das seguintes fórmulas (MONDELLI, 2003):

Método sugerido por Albers: LC = DC ÷ 2 (1+P), onde LC é a largura da coroa

clínica do Incisivo Central; Dc é a Distância Intercaninos e P é a Proporção Desejada

(0,618).

Método I sugerido por Mondelli: LC = MS ÷ 2 (1+P), onde LC é a largura do

Incisivo Central; Ms a largura da Metade do Sorriso e P, a Proporção Desejada

(0,618).

Método II sugerido por Mondelli: LC = K x LS onde, LC é a largura do Central;

LS a largura do sorriso e K é uma constante (0,155).

Para a fórmula sugerida por Albers (tabela 1), foi necessária a tomada da Dc

(Distancia Intercaninos), que vai do ângulo mésio-incisal do elemento 13 até o

ângulo mésio-incisal do elemento 23, sendo Dc= 24mm para o Caso 1 e Dc= 22mm

para o Caso 2.

Tabela 1: Cálculo da fórmula de Albers

Caso 1 Caso 2

LC = DC ÷ 2 (1+P) LC = DC ÷ 2 (1+P)

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Tabela 1: Cálculo da fórmula de Albers

LC = 24 ÷ 2 (1+0,618) LC = 22 ÷ 2 (1+0,618)

LC = 24 ÷ 2 (1,618) LC = 22 ÷ 2 (1,618)

LC = 24 ÷ 3,2 LC = 22 ÷ 3,2

LC = 7,4mm LC = 6,8mm

Já para uma das fórmulas sugeridas por Mondelli (Mondelli I), foi necessário a

Ms (largura da Metade do Sorriso), que vai da rafe palatina mediana até o ponto

mais vestibular do sorriso, que no caso do nosso modelo simulado era a face

vestibular do primeiro molar, sendo Ms= 26mm.

Para a outra fórmula sugerida por Mondelli (Mondelli II), foi necessária a Ls

(Largura do Sorriso) e para isso apenas duplicamos o valor obtido na Ms (Metade do

Sorriso), sendo Ls= 52mm (tabela 2).

Tabela 2: Cálculos das fórmulas de Mondelli

Mondelli I Mondelli II

Casos 1, 2 e 3 Casos 1, 2 e 3

LC = MS ÷ 2 (1+P) LC = K x LS

LC = 26 ÷ 2 (1+0,618) LC = 0,155 x 52

LC = 26 ÷ 2 (1,618) LC = 8,1mm

LC = 26 ÷ 3,2

LC = 8,0mm

Em todas as fórmulas, a largura dos incisivos laterais é obtida através da

multiplicação da largura do incisivo central por 0,618, devido ao fato de ser de

domínio público (Muñoz Chaves et al., 2002, Faria et al., 2003, Flanagan; Kavanagh;

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Kerr, 2005, Francishone, 2005, Francischone; Mondelli, 2007, Melo; Menezes Filho,

2008, Peixoto et al., 2010, Pinheiro; Guimarães, 2008, Marson; Silva, 2009).

Também trabalhos como o de Pinheiro e Guimarães (2008) sugerem que a

utilização das proporções dentárias pode servir de guia para o Cirurgião Dentista em

procedimentos estético-restauradores, principalmente quando utilizar as proporções

medianas, como a Áurea, Albers e Polyclitus.

Feitas as medições, as fórmulas foram aplicadas e foram obtidos os valores

necessários (tabela 3) para a realização dos enceramentos. As medidas foram

enviadas para o técnico em prótese, que realizou os enceramentos dos elementos

ausentes nos modelos em gesso.

Tabela 3: Parâmetros gerais obtidos com as fórmulas (em mm)

Albers Mondelli I Mondelli II

IC

ILI

CIL

IC

IL

Caso 17,

44,

58,

04,

98,

15,

0

Caso 26,

84,

28,

04,

98,

15,

0

Caso 3 - -8,

04,

98,

15,

0

Com os enceramentos prontos, os modelos foram fotografados com uma

câmera digital semi-profissional (Sony DHS-H7) devidamente configurada (Iso 80,

NR 2.5, F 3.2, -2.0EV, Macro On, Zoom 1.5 e sem flash), em um suporte

confeccionado com papel cartão preto, a uma distância padronizada em 15,5cm da

lente da câmera até a face vestibular dos incisivos, alinhados horizontalmente pela

rafe palatina mediana e verticalmente pela posição da lente.

Posteriormente, as fotos foram tratadas com o programa Photoshop (versão

CS5) para melhorar alguns aspectos como cor de fundo e contraste.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com Cavalcante e Pimenta (2005), a relação entre o tamanho, a

proporção e a posição dos dentes e a face deve ser o objetivo primário do cirurgião-

dentista.

Já Monteiro (2009) enfatiza que o planejamento reverso cirúrgico e protético é

a fase mais importante do tratamento reabilitador, pois possibilita a avaliação tanto

local quanto sistemática do paciente candidato à instalação dos implantes.

Buscando uma alternativa previsível, para os dilemas estéticos, durante a

etapa de planejamento, foram reproduzidas três situações clínicas e seus

respectivos planejamentos e obtidos os seguintes resultados através dos cálculos e

enceramentos, do 9 (nove) modelos, porém apenas oito simulações clínicas

possíveis, que podem ser vistos em fotos apresentadas ao longo do texto (figuras 6,

7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13), onde parâmetros matemáticos referentes aos enceramentos

serão apresentados em tabelas (tabelas 4, 5 e 6), para facilitar a comparação.

Tabela 4. Parâmetros e discrepâncias do Caso 1 (em mm)

Parâmetros Discrepâncias

IC IL IC IL

Albers (A) 7,4 4,5 ≠ A - MI

Mondelli I (MI) 8,0 4,9 ≠ A - MII 0,7

Mondelli II (MII) 8,1 5,0 ≠ MI - MII 0,1 0,1

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Figura 6. Caso 1 encerado de acordo com Albers.

Figura 7. Caso 1 encerado de acordo com Mondelli I.

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Figura 8. Caso 1 encerado de acordo com Mondelli II.

Tabela 5. Parâmetros e discrepâncias do Caso 2 (em mm)

Parâmetros Discrepâncias

IC IL IC IL

Albers (A) 6,8 4,2 ≠ A - MI

Mondelli I (MI) 8,0 4,9 ≠ A - MII

Mondelli II (MII) 8,1 5,0 ≠ MI - MII

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Figura 9. Caso 2 encerado de acordo com Albers.

Figura 10. Caso 2 encerado de acordo com Mondelli I.

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Figura 11. Caso 2 encerado de acordo com Mondelli II.

Tabela 6. Parâmetros e discrepâncias do Caso 3 (em mm)

Parâmetros Discrepâncias

IC IL IC IL

Albers (A) - - ≠ A - MI - -

Mondelli I (MI) 8,0 4,9 ≠ A - MII - -

Mondelli II (MII) 8,1 5,0 ≠ MI - MII

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Figura 12. Caso 3 encerado de acordo com Mondelli I.

Figura 13. Caso 3 encerado de acordo com Mondelli II.

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As fórmulas foram individualmente avaliadas quanto à aplicabilidade,

comparação dos valores médios obtidos para a largura os incisivos centrais e a

discrepância entre os valores obtidos com cada fórmula para cada caso.

Em relação à aplicabilidade das fórmulas, foi possível observar que para os

casos 1 e 2, todas as fórmulas mostraram-se viáveis, tendo em vista que todos os

parâmetros necessários para a realização dos cálculos apresentaram-se passíveis

de obtenção, sem nenhuma dificuldade. Contudo, no caso número 3, não foi

possível aplicar a fórmula de Albers, pois esta necessita da distância intercaninos

(Dc), o que não foi possível obter, pois no caso número 3 foi simulada a ausência

bilateral dos caninos, concluindo-se portanto que em casos onde haja a ausência uni

ou bilateral dos caninos devemos optar pelo uso de outras fórmulas, nesse caso

Mondelli I ou Mondelli II.

Quanto aos parâmetros obtidos com as fórmulas para a realização dos

enceramentos, em relação à largura média dos incisivos central e lateral obtivemos

um valor médio entre os 8 enceramentos, de 7,8mm para o incisivos central e o

4,8mm para o incisivo lateral. Por ser uma amostra restrita, foi decidido comparar os

valores em percentagens, dito isso, 75% dos valores encontrados são iguais ou

maiores que 8,0mm, o que apresentou-se bem próximo dos valores encontrados por

Cantisano (1987), de 8,3mm para o incisivo central e 6,3mm para o incisivo lateral e

por Camargo e Kosmann (2011), que apresentam os valores de 8,5mm para o

incisivo central e 6,5mm para o incisivo lateral. Contudo os resultados encontrados

em nossos cálculos diferem um pouco dos encontrados por Brolese e Zanco (2006),

onde obtiveram uma média de 9,1mm e 6,8mm para incisivos centrais e laterais

masculinos e 8,72mm e 6,64mm para incisivos centrais e laterais femininos

respectivamente, e nos encontrados por Francischone (2005), que relata uma

largura média de 9,0mm para os incisivos centrais, entretanto não apresentou um

valor médio para os incisivos laterais.

Ao analisarmos as fórmulas individualmente, os valores obtidos com Albers

foram menores do que os obtidos com Mondelli I e Mondelli II (tabela 1), o que

também contraria o que foi encontrado por Francischone (2005), onde os valores

apresentados para Albers foram maiores do que os encontrados para Mondelli I e

Mondelli II, entretanto essas variações podem ser explicadas pelo fato de que a

autora utilizou como critério de exclusão para a amostra, pacientes com elementos

dentais anteriores desalinhados e apresentando diastemas, o que não ocorreu na

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presente pesquisa, e isso, aliado ao fato de que Albers é a única dentre as três

fórmulas que matematicamente identifica o espaço protético disponível.

Já em relação a Mondelli I, observamos que os valores calculados não se

alteram, independentemente da espaço disponível resultante dos elementos

ausentes, e isso inclui a migração dental, proporcionando assim medidas

exatamente iguais para três casos diferentes e isso deve-se ao fato de que esta

fórmula utiliza como medida anatômica a largura da metade do sorriso, sendo que

esta se mantêm igual a longo prazo e não é alterada por fatores como perda ou

migração de elementos dentais, podendo apenas ser alterada por razões

patológicas (neoplasias ósseas ou traumas faciais) ou por tratamento ortodôntico.

Semelhantemente, Mondelli II comporta-se da mesma maneira que Mondelli I,

proporcionando medidas iguais para os três casos, entretanto Mondelli II utiliza a

largura total do sorriso, e como já descrito no parágrafo anterior, essa medida não

sofre alteração com freqüência. Esse comportamento apresentado por ambas as

fórmulas sugeridas por Mondelli pode ter conseqüências desfavoráveis no resultado

final, pois as duas fórmulas não consideram variações anatômicas fisiológicas, como

a migração dental, o que pode resultar em próteses maiores do que o espaço

disponível obrigando o profissional a planejar compensações estéticas (Zielak et al.,

2009), como a vestibularização dos elementos para que possam ser acomodados no

arco, como foi realizada nos modelos do caso 2. Uma alternativa para casos desse

tipo, seria a realização de tratamento ortodôntico para reposicionar os caninos, afim

de otimizar os resultados a partir das fórmulas sugeridas por Mondelli.

Comparando matematicamente as diferenças entre os resultados obtidos, as

maiores discrepâncias são observadas entre Albers e Mondelli I e Albers e Mondelli

II, sendo esta última o valor mais alto. As diferenças entre as duas fórmulas de

Mondelli, em todos os cálculos, foi de 0,1mm, com Mondelli II apresentando os

valores maiores.

Ainda analisando as discrepâncias, mas dessa vez caso a caso, no caso 1

(tabela 4) todas as discrepâncias variaram de 0,7mm a 0,1mm. No caso 2 (tabela 5),

as discrepâncias variaram de 1,3mm a 0,1mm, onde foram encontradas as maiores

diferenças entre os valores obtidos, e isso pode ser explicado pelo fato do caso 2

simular a diminuição do espaço disponível, devido à migração dos caninos e essa

característica só é matematicamente reconhecida pela fórmula de Albers, nos

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fornecendo valores proporcionais ao espaço disponível enquanto Mondelli I e II

forneceram valores iguais para os três casos.

No último caso, de número 3 (tabela 6), só existem valores para Mondelli I e

Mondelli II, por motivos já citados, e isso resulta em apenas uma discrepância de

0,1mm, concluindo que em pacientes com ausência de caninos a escolha de uma

fórmula ou outra não apresentará diferença significante, sugerindo que neste caso

fica uma lacuna para obter uma comparação em termos matemáticos.

Segundo Mondelli (2007), a Odontologia a estética deve também seguir certos

parâmetros matemáticos e geométricos que, quando empregados pelo clínico ou

técnico de laboratório, possam proporcionar restaurações com aparência agradável

e harmônica. Mas, essas leis não devem ser vistas como imutáveis e sim como um

auxílio aos profissionais.

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5 CONCLUSÃO

Conclui-se que as fórmulas matemáticas podem servir como instrumento

durante o planejamento de casos onde há perda dos elementos dentais ântero-

superiores. Que a fórmula desenvolvida por Albers identifica o espaço protético

disponível, o que não ocorre com as fórmulas Mondelli I e II; assim como não foi

possível aplicar a fórmula de Albers, no caso onde os caninos estão ausente, pois

esta necessita da distância intercaninos (Dc).

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