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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico Faculdade de Enfermagem Ana Carina da Cunha Aplicabilidade da Norma Regulamentadora-32: visão dos trabalhadores de enfermagem em um hospital público do RJ Rio de Janeiro 2010

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro Biomédico

Faculdade de Enfermagem

Ana Carina da Cunha

Aplicabilidade da Norma Regulamentadora-32: visão dos trabalhadores de

enfermagem em um hospital público do RJ

Rio de Janeiro

2010

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Ana Carina da Cunha

Aplicabilidade da Norma Regulamentadora-32: visão dos trabalhadores de enfermagem

em um hospital público do RJ

Dissertação apresentada, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre, ao

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem,

da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Área de concentração: Enfermagem, Saúde e

Sociedade.

Orientadora: Profª Drª Maria Yvone Chaves Mauro

Rio de Janeiro

2010

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CATALOGAÇÃO NA FONTE

UERJ/REDE SIRIUS/CBB

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial

desta dissertação.

________________________________________ _________________________

Assinatura Data

C972 Cunha, Ana Carina da.

Aplicabilidade da norma regulamentadora-32: visão dos trabalhadores de

enfermagem em um hospital público do RJ / Ana Carina da Cunha. - 2010.

156 f.

Orientadora: Maria Yvone Chaves Mauro.

Dissertação (mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro,

Faculdade de Enfermagem.

1. Legislação. 2. Equipe de enfermagem. 3. Riscos ocupacionais. 4.

Saúde e trabalho. I. Mauro, Maria Yvone Chaves. II. Universidade do

Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Enfermagem. III. Título.

CDU

614.253.5

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Ana Carina da Cunha

Aplicabilidade da Norma Regulamentadora 32: visão dos trabalhadores de enfermagem

em um hospital público do RJ

Dissertação apresentada, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre, ao

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem,

da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Área de concentração: Enfermagem, Saúde e

Sociedade.

Aprovada em 05 de março de 2010.

Banca Examinadora:

____________________________________________

Prof.ª. Drª. Maria Yvone Chaves Mauro (Orientadora)

Faculdade de Enfermagem da UERJ

_________________________________________

Prof.ª. Drª. Sheila Nascimento Pereira de Farias

Escola de Enfermagem Anna Nery da UFRJ

____________________________________________

Prof.ª. Drª. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza

Faculdade de Enfermagem da UERJ

Rio de Janeiro

2010

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DEDICATÓRIA

Aos profissionais de saúde, em especial a equipe de enfermagem, que, apesar de todas as

barreiras encontradas e da exposição excessiva aos riscos ocupacionais, continuam seu

trabalho com carinho e dedicação, em prol da vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por permitir meu desenvolvimento acadêmico, sempre na companhia dos meus

pais, e por ter me dado forças para continuar em busca dos meus objetivos.

Sempre agradecerei aos meus pais Perseu Batal da Cunha e Maria José dos Santos

Cunha, que acreditaram, apoiaram e me incentivaram, em todas as etapas da minha vida.

Às minhas irmãs Maria Aparecida, Alcina, Eli, Eliane, Sônia e Mirian, que sempre me

incentivaram em prosseguir meus estudos, mesmo nas horas de cansaço e desânimo.

Ao meu noivo, Felipe Giovannetti Pirajá Martins, que soube compreender minhas

ausências e horas de dedicação ao estudo, sempre companheiro e motivador nas horas mais

difíceis.

Aos meus sobrinhos André (estatístico) e Joaquim (técnico de enfermagem), que

colaboraram na avaliação do questionário.

À amiga Adriane, que sempre esteve presente em minha vida, desde a pós-graduação em

Enfermagem do Trabalho, sempre me apoiando e auxiliando nos momentos mais difíceis.

À pedagoga Eli da Silva Amorim, que, prontamente atendendo a meu pedido, realizou a

avaliação pedagógica do instrumento de coleta de dados.

Às professoras Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi e Norma Valéria Dantas de Oliveira

Souza, que deram grandes contribuições durante a construção do projeto de pesquisa.

À minha orientadora, Profª. Drª. Maria Yvone Chaves Mauro, pela compreensão,

dedicação e carinho com que desenvolvemos esta pesquisa.

Aos funcionários da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de

Janeiro, do pessoal da secretaria, biblioteca, portaria, ascensoristas aos funcionários da

limpeza, que tornam possível o andamento das atividades da pós-graduação.

Aos novos e antigos amigos que me ajudaram durante toda a construção deste trabalho.

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Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos

ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual ao

outro. Cada manhã traz uma benção escondida; uma benção que só serve para esse dia e que

não se pode guardar nem desaproveitar.

Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.

Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali

encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta

para a decisão que tomaremos.

Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são

diferentes, porque estamos em constante processo de mudança.

Paulo Coelho

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RESUMO

CUNHA, Ana Carina. Aplicabilidade da Norma Regulamentadora 32: visão dos

trabalhadores de enfermagem em um hospital público do RJ. 2010. 156 f. Dissertação

(Mestrado em Enfermagem) – Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de

Janeiro, 2010.

Pesquisa de natureza descritiva e abordagem quantitativa de dados sobre a

Aplicabilidade da Norma Regulamentadora-32 (NR 32) do Ministério do Trabalho e Emprego

(MTE), visando mobilizar os trabalhadores de enfermagem para reduzir a exposição aos

riscos inerentes do trabalho em estabelecimentos de saúde. Problema de pesquisa: Quais os

fatores que interferem na implantação da Norma Regulamentadora-32 nas enfermarias de um

Hospital Público Estadual do Rio de Janeiro, na visão dos trabalhadores de enfermagem?

Teve como objetivo geral analisar os fatores que interferem na aplicabilidade da NR 32 pela

enfermagem, em um hospital público do Rio de Janeiro. A população foi composta de 138

trabalhadores de enfermagem das enfermarias de clínica médica, cirúrgica e ortopédica.

Utilizou-se para a coleta de dados um questionário estruturado com perguntas fechadas. Os

dados foram coletados no período de 28 de janeiro a 14 de fevereiro de 2009, e analisados

através do Programa Statical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 13 for Windows

e Microsoft Office Excel 2003. Os resultados apontaram que os trabalhadores de enfermagem

desse hospital estão, em sua maioria, na faixa etária de 30-49 anos, com pelo menos 1 ano de

atuação no mesmo setor e formaram-se há 15 anos ou mais, além disso, 68,1% são

estatutários. Constatou-se que há recomendações da NR-32 e precauções-padrão não são

seguidas pelos participantes da pesquisa. Os fatores que interferem no cumprimento da atual

legislação vão desde o desconhecimento dos riscos ocupacionais e comportamento dos

trabalhadores, até a falta de uma ação efetiva de Educação Continuada e da Comissão de

Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Destacaram-se, entre outros, o uso de adornos

(51,8%); calçado aberto (48,9%); alimentação no posto de trabalho (46,3%); uso da pia para

outras finalidades (44,9%), reencape ou desconexão manual de agulhas (36,4%); sair do local

de trabalho com uniforme ou Equipamento de Proteção Individual - EPI (21%); limite de

recipiente de descarte de perfurocortantes não respeitado (11,8%), falta de uso de EPI quando

auxilia no exame com Raios-X (32,6%) e na manipulação de quimioterápicos (7,8%). A

instituição não fornece uniformes nem calçados. Outros fatores institucionais foram a falta de

equipamentos, a falta de um política de prevenção e promoção da saúde, inexistência de

serviço de saúde ocupacional e instalações físicas inadequadas. Tal descumprimento expõe,

de forma excessiva, os trabalhadores de enfermagem aos mais variados fatores de riscos

ocupacionais, podendo refletir na sua saúde e no processo de trabalho. Recomenda-se um

trabalho efetivo e integrado dos Programas de Educação Continuada e CCIH para

esclarecimento dos trabalhadores de enfermagem, e implantação do Serviço de Saúde do

Trabalhador. Sugere-se aos gestores expandirem este estudo para os demais setores das

unidades hospitalares e outras instituições públicas de saúde para o conhecimento da situação

de trabalho, bem como a criação de espaços de discussão para a busca de soluções dos

problemas com a participação dos trabalhadores.

Palavras-chave: Legislação como assunto. Riscos ocupacionais. Equipe de enfermagem.

Saúde do Trabalhador.

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ABSTRACT

This study consists of a descriptive research and quantitative data analysis on the

Applicability of Regulatory Standard-32 (NR 32) created by the Brazilian Ministry of Labor

and Employment (MTE) for mobilizing nursing workers in order to reduce exposure to work

risks in health facilities. Research question: concerning nursing professionals, what are the

factors that interfere in the implementation process of the Regulatory Standard 32 in wards of

a Rio de Janeiro State Public Hospital? The general aim was to analyze the factors that

influence the applicability of NR 32 for nursing in a Rio de Janeiro public hospital. The

population corresponded to 138 workers of nursing wards of internal, surgical and orthopedic

medicine. A questionnaire composed by closed questions was used for data collection. Data

were collected from January 28th

to February 14th

, 2009, and analyzed using the software

Statistical Package for Social Sciences (SPSS) version 13 for Windows and Microsoft Office

Excel 2003. The results showed that nursing workers are mostly aged 30-49 with at least 1

year of experience in the same sector and they are trained for at least 15 years, and 68.1%

corresponded to statutory workers. It was found that some of the NR 32 recommendations and

standard precautions are not followed by the participants. Factors that interfere in the current

legislation performance ranged from unawareness of occupational hazards and employees‟

conduct to lack of encouragement for Continuing Education and inefficiency of the Hospital

Infection Control Committee (HICC). The following factors also stood out: use of adornment

(51.8%), open footwear (48.9%), feeding in the workplace (46.3%), use of the sink for other

purposes (44.9% ), manual needle disconnection or recapping procedures (36.4%), use of

uniform or personal protective equipment - PPE - out of the workplace (21%), undetected

disregard for container limit of sharps disposal (11.8%); lack of use of PPE when helping

exams with X-rays (32.6%) and chemotherapy handling (7.8%). The institution does not

provide uniforms nor shoes. Other institutional factors were lack of equipment, lack of

prevention and health promotion policies, lack of occupational health programs and

inadequate physical facilities. Such inefficiency excessively exposes nursing professionals to

a variety of occupational risk factors which can have an impact on their health and on the

work process. It is recommended that the Continuing Education and the HICC programs work

together in order to increase awareness among nursing professionals, and a Workers‟ Health

Program should be created. It is suggested that managers extend this study to other sectors of

hospitals and other public health institutions for increasing awareness of the work situation

and allowing discussions on these problems with the professionals‟ participation.

Keywords: Legislation as topic. Occupational risks. Nursing. Occupational Health.

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LISTA DE ILUSTRAÇÔES

Quadro 1- Ações acidentárias e respectivas competências de

julgamento............................................................................................

25

Quadro 2 - Número de leitos distribuídos por setores pesquisados - Hospital

Público do Rio de Janeiro / RJ – 2009.................................................

66

Quadro 3 -

Perfil dos profissionais de enfermagem segundo a idade e o sexo

Hospital público do Rio de Janeiro / RJ – 2009...................................

74

Gráfico 1 - Distribuição percentual dos trabalhadores de enfermagem segundo o

vínculo empregatício - hospital público do Rio de Janeiro/RJ,

2009......................................................................................................

74

Gráfico 2 - Caracterização dos trabalhadores de enfermagem segundo a

categoria profissional - hospital público do Rio de Janeiro/RJ

2009......................................................................................................

75

Figura 1 - Quadro de vacinas indicadas para profissionais e estagiários do HU -

Universidade de São Paulo...................................................................

91

Figura 2 - Símbolos de Identificação dos Grupos de Resíduos de

Saúde....................................................................................................

103

Quadro 4 - Distribuição das variáveis relacionadas aos programas de saúde do

trabalhador e as categorias profissionais, Rio de Janeiro / RJ -

2009......................................................................................................

105

Gráfico 3 - Distribuição percentual de respostas relativas à divulgação ou

treinamento na instituição sobre a NR – 32, entre as categorias

profissionais, Rio de Janeiro/RJ –

2009......................................................................................................

109

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características dos trabalhadores de enfermagem em relação a sexo, idade e vínculo empregatício do hospital público, Rio de Janeiro/RJ - 2009.............................................................................................................

72

Tabela 2 -

Características dos trabalhadores de enfermagem em relação ao tempo de formado, setor de trabalho e tempo de atuação no setor empregatício do hospital público, Rio de Janeiro/RJ - 2009................................................

77

Tabela 3 -

Distribuição das variáveis relativas ao comportamento do profissional de

enfermagem no posto de trabalho e os riscos biológicos, entre a

população do estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ -

2009.............................................................................................................

80

Tabela 4 - Distribuição das variáveis relativas ao comportamento do profissional de

enfermagem e o uso de pias exclusivas, alimentos e Equipamentos de

Proteção Individual, entre a população do estudo do hospital público, Rio

de Janeiro/RJ - 2009....................................................................................

83

Tabela 5 - Distribuição das variáveis relativas ao uso de calçados adequados ao

trabalho pelo profissional de enfermagem e os riscos biológicos, entre a

população do estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ -

2009.............................................................................................................

84

Tabela 6 -

Distribuição das variáveis relativas aos materiais perfurocortantes, entre

a população do estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ -

2009.............................................................................................................

85

Tabela 7 -

Distribuição das variáveis relativas à vacinação, entre a população de

estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ - 2009.................................

89

Tabela 8 -

Distribuição das variáveis relativas ao Programa de imunização da

instituição, entre a população de estudo do hospital público, Rio de

Janeiro/RJ - 2009.........................................................................................

92

Tabela 9 -

Distribuição das variáveis relativas às embalagens de produtos químicos,

entre a população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ -

2009.............................................................................................................

95

Tabela 10 -

Distribuição das variáveis relativas à manipulação de produtos químicos,

entre a população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ -

2009.............................................................................................................

96

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Tabela 11 - Distribuição das variáveis relativas à manipulação de gases medicinais

entre a população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ -

2009.............................................................................................................

98

Tabela 12 - Distribuição das variáveis relativas às radiações ionizantes, entre a

população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ -

2009.............................................................................................................

100

Tabela 13 - Distribuição das variáveis relativas aos resíduos de saúde – sacos

plásticos, entre a população de estudo do hospital público, Rio de

Janeiro/RJ, Brasil, 2009...............................................................................

101

Tabela 14 - Distribuição das variáveis relativas aos resíduos de saúde – recipientes,

entre a população de estudo do hospital público, Rio de

Janeiro/RJ.....................................................................................................

102

Tabela 15 - Distribuição das variáveis relacionadas ao treinamento, entre as

categorias profissionais, Rio de Janeiro/RJ – 2009....................................

107

Tabela 16 - Distribuição das variáveis relacionadas ao treinamento e exposição aos

riscos biológicos, entre as categorias profissionais, Rio de Janeiro/RJ –

2009.............................................................................................................

110

Tabela 17 - Distribuição das variáveis relativas ao treinamento e capacitação

profissional, entre a população de estudo do hospital público, Rio de

Janeiro/RJ – 2009.........................................................................................

112

Tabela 18 - Distribuição das variáveis relativas à vestimenta e equipamentos de

proteção individual, entre a população de estudo do hospital público,

Rio de Janeiro/RJ – 2009...........................................................................

114

Tabela 19 - Distribuição das variáveis relativas ao espaço físico e disponibilidade de

materiais para a higienização das mãos, segundo a população de estudo,

Rio de Janeiro/ RJ – 2009..........................................................................

116

Tabela 20 - Distribuição das variáveis relativas ao espaço físico ( quartos de

isolamento e local par as refeições), segundo a população de estudo, Rio

de Janeiro/ RJ – 2009.................................................................................

117

Tabela 21 - Distribuição das variáveis relativas aos equipamentos entre a população

de estudo, Rio de Janeiro/ RJ – 2009.........................................................

119

Tabela 22 - Distribuição das variáveis relativas às condições de conforto no

trabalho, entre a população de estudo, Rio de Janeiro/ RJ – 2009.............

122

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................... 14

1 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 23

1.1 A aplicabilidade de Normas no Brasil................................................................ 23

1.2 A Norma Regulamentadora 32 (MTE, Portaria nº485 de 2005)...................... 27

1.2.1 Sanções da Norma Regulamentadora 32................................................................ 32

1.2.2 A Construção da Norma Regulamentadora 32....................................................... 33

1.2.3 A Comissão Tripartite Permanente Nacional (CTPN/NR-32) .............................. 39

1.3 O Meio Ambiente Hospitalar.............................................................................. 41

1.3.1 Riscos Ocupacionais.............................................................................................. 45

1.3.2 Doenças relacionadas ao Trabalho......................................................................... 50

1.3.3 Os Acidentes de Trabalho...................................................................................... 51

1.3.4 Comunicação do Acidente de Trabalho................................................................. 56

1.3.5 Prevenção dos Acidentes de Trabalho................................................................... 58

2 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 64

2.1 Tipo de Estudo...................................................................................................... 64

2.2 Local da Pesquisa ................................................................................................. 65

2.3 População.............................................................................................................. 66

2.4 Instrumento de Coleta de dados......................................................................... 67

2.5 Coleta de Dados.................................................................................................... 68

2.6 Tratamento e Análise de dados........................................................................... 69

2.7 Aspectos Éticos..................................................................................................... 70

3 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...... 72

3.1 Perfil dos Profissionais de Enfermagem............................................................. 72

3.2 Práticas adotadas pelos profissionais de enfermagem e as recomendações

da Norma regulamentadora 32...........................................................................

78

3.2.1

Comportamento do profissional de enfermagem relacionado às medidas de

biossegurança no ambiente hospitalar....................................................................

78

3.2.2 Medidas de segurança relacionadas aos materiais perfurocortantes e

imunização.............................................................................................................

85

3.2.3 Riscos Químicos..................................................................................................... 94

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3.2.4 Riscos Físicos......................................................................................................... 99

3.2.5 Resíduos de Saúde.................................................................................................. 100

3.3 Fatores que interferem no cumprimento dos itens relacionados na Norma

Regulamentadora-32............................................................................................

104

4 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 124

REFERÊNCIAS................................................................................................... 128

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.......................... 148

APÊNDICE B - Instrumento de Coleta de Dados................................................ 149

APÊNDICE C – Carta de autorização da Direção do Hospital, Direção de

Enfermagem e Educação Continuada da Instituição..............................................

153

ANEXO A – Autorização da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro

(S.E.S / RJ).............................................................................................................

154

ANEXO B - Ofício de encaminhamento da S.E.S./ RJ......................................... 155

ANEXO C - Aprovação do Comitê de Ética do HUPE........................................ 156

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14

INTRODUÇÃO

Caracterização do Problema e Objetivos

Esta pesquisa teve como temática a Aplicabilidade da Norma Regulamentadora 32

(NR-32) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que trata da segurança e saúde no

trabalho em serviços de saúde. O objeto de estudo foram os fatores que interferem na

implantação desta Norma em um hospital público do Rio de Janeiro.

O surgimento desta Norma ocorreu pela necessidade sentida pelos profissionais de

saúde de uma legislação específica para esses serviços, que até então eram tratados de forma

fragmentada pelas várias Normas Regulamentadoras e legislações existentes no país. O

Ministério do Trabalho e Emprego, atendendo aos pedidos dos profissionais, numa iniciativa

pioneira, formou um Grupo Técnico de Trabalho (GTT-32) responsável em investigar e

levantar os principais problemas encontrados nestes locais de trabalho e ouvir as

recomendações desses profissionais. A partir daí, todo o texto desta Norma foi construído, e

em seguida analisado, revisado e validado pela Comissão Tripartite Paritária Permanente

(CTPP – NR-32) (BRASIL, 2005b).

No dia 11 de novembro de 2005, esta Norma Regulamentadora foi oficializada através

da Portaria nº 485 e publicada no Diário Oficial da União (DOU de 16/11/05 – Seção I). Com

esta publicação, os serviços de saúde tiveram um prazo máximo de 17 meses para o

cumprimento de todos os itens presentes na Norma. Desta forma, a contar da data de sua

publicação, o prazo venceu no mês de abril de 2007.

A Norma Regulamentadora-32, no item Disposições Finais, criou a Comissão

Tripartite Permanente Nacional (CTPN) para a qual deveriam ser encaminhadas as dúvidas e

dificuldades encontradas durante a implantação e desenvolvimento continuado, e as decisões

das Comissões Tripartites Regionais (CTPR). A CTPN seguiu elaborando um manual

aplicativo desde 2007, objetivando trazer subsídios a empregadores, trabalhadores e técnicos

da área de saúde, para melhor compreensão e aproveitamento desta Norma. A preocupação

dos integrantes dos Grupos Técnicos e da Comissão Tripartite Permanente Nacional sobre a

aplicabilidade da mesma no setor público ficou registrada em Atas de Reuniões Ordinárias

(REUNIÃO ORDINÁRIA DO GRUPO TÉCNICO TRIPARTITE DA NR-32, 2004d).

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15

O principal local de trabalho da equipe de enfermagem é o hospital, no qual

permanece a maior parte de sua vida laboral e, às vezes, em mais de um turno. Este fato

ocorre devido à baixa remuneração, tornando a equipe mais exposta aos riscos ocupacionais

causados por fatores físicos, químicos, biológicos, de acidentes, ergonômicos e psicossociais,

podendo ocasionar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, agravadas e/ou relacionadas

ao trabalho (SOUZA; VIANNA, 1993, BULHÕES, 1998).

Neste ambiente, a equipe de enfermagem constitui a maior força de trabalho, e suas

atividades são freqüentemente marcadas pela divisão fragmentada de tarefas, rígida estrutura

hierárquica para o cumprimento de rotinas, normas e regulamentos, dimensionamento

qualitativo e quantitativo insuficiente de pessoal. Estas situações relacionadas ao exercício

profissional da Enfermagem têm repercutido em elevado absenteísmo e afastamentos por

doenças (SOUZA; VIANNA, 1993).

Nos hospitais, as situações de risco são comuns, tais como, realização de banhos do

paciente no chuveiro, com os trabalhadores protegendo os pés com sacos de lixo amarrados,

devido à ausência de EPI apropriados. Também realizam o transporte de seringas, agulhas e

outros instrumentos contaminados pelos corredores do hospital, sem proteção, até serem

depositados em caixas de descarte, localizadas longe dos locais das coletas e, muitas vezes,

com a capacidade esgotada, não sendo observados os limites estipulados pelo fabricante.

Alguns profissionais utilizam calçados abertos e adornos que facilitam a contaminação, e

muitas vezes, falta oportunidade para mudar de roupa após jornada de trabalho (ROBAZZI;

MARZIALE, 2004).

Os trabalhadores de enfermagem se tornam mais especialmente vulneráveis por conta

de características próprias da profissão: é o maior grupo de profissionais de saúde, presta

assistência ininterrupta, e é responsável pela execução de 60% das ações de saúde. É a

categoria que mais entra em contato físico com os doentes e se trata de uma profissão

feminina por excelência e diversificada em sua formação (BULHÕES, 1998).

A preocupação com a saúde dos trabalhadores da área de saúde começou em 1.700,

com Bernardino Ramazzini (1633-1714), considerado o pai da Medicina do Trabalho, que

publicou o livro De Morbis Arificum Diatriba. Seus estudos e observações clínicas levaram-

no a estabelecer a relação doença-trabalho de cerca de 100 diferentes profissões. Dentre estas,

cita o trabalho das parteiras, consideradas como as possíveis precursoras da enfermagem

(BULHÕES, 1998, MENDES, 2003).

Com relação à análise dos aspectos que podem influenciar as atividades no trabalho,

devem ser considerados os fatores intra e extralaborais, como: ambiente físico; riscos

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ocupacionais; higiene; estruturação e segurança do setor de trabalho; situação social de vida e

do processo de trabalho do funcionário; organização e divisão das atividades; os meios

disponíveis para o exercício profissional; jornada, turno, alimentação e transporte; situação

social de moradia e deslocamento; interação pessoal e as relações entre produção e salário

(BARBOZA; SOLER, 2003).

De acordo com as autoras supracitadas (2003, p.178):

Vários autores destacam que as condições de trabalho vivenciadas por muitos trabalhadores

da equipe de enfermagem, particularmente em ambiente hospitalar, têm lhes ocasionado

problemas de saúde, frequentemente relacionados à situação e setor de trabalho, provocando

prejuízos pessoais, sociais e econômicos.

Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR-14.280), cujas orientações

vigoram desde 1999, as causas de acidentes de trabalho são consequências de fatores pessoais

de insegurança, dos atos inseguros e/ou condições ambientais inseguras. Entendem-se por

fator pessoal de insegurança as causas de acidentes relativas ao comportamento humano e/ou

as práticas de atos inseguros. As condições inseguras, como condição do meio, causam o

acidente ou contribuem para a ocorrência do fato (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 1999).

Em consequência das condições inseguras de trabalho em instituições hospitalares, a

equipe de enfermagem sofre frequentes acidentes de trabalho, absenteísmo e afastamento por

doenças, dificultando tanto a organização do trabalho em diversos setores como a qualidade

de assistência de enfermagem prestada (BARBOZA; SOLER, 2003). As causas de

absenteísmo entre estes trabalhadores, em um estudo realizado de um hospital universitário,

foram decorrentes de fatores como doença (72,6%), acidentes do trabalho (2,9%) e por

motivos pessoais (24,5%) (SILVA; MARZIALE, 2000).

O conhecimento da legislação sobre saúde do trabalhador vigente no país e, em

especial, a NR 32, e a observação das condições de trabalho dos profissionais de enfermagem

no setor público despertaram-me o interesse pelo desenvolvimento desta temática.

Desta forma, a questão de pesquisa que norteou este estudo foi: Quais os fatores que

interferem na implantação da Norma Regulamentadora-32, em enfermarias de um

Hospital Público Estadual do Rio de Janeiro, na visão dos trabalhadores de

enfermagem?

Com a finalidade de atender à questão levantada, foram elaborados os seguintes

objetivos:

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Objetivo Geral:

- Analisar os fatores que interferem na aplicabilidade da NR 32 do Ministério do

Trabalho e Emprego (MTE), pela enfermagem, em um hospital público do Rio de Janeiro.

Objetivos Específicos:

1 - Caracterizar o perfil profissional dos trabalhadores de enfermagem dos setores em estudo;

2 - Identificar as práticas de proteção informadas pelos trabalhadores em relação ao uso das

medidas de proteção recomendadas pela NR-32.

3- Avaliar os fatores que interferem no cumprimento da NR-32, na percepção dos

trabalhadores de enfermagem.

Justificativa

O estudo justificou-se pela necessidade do cumprimento obrigatório da legislação e

dos itens contidos na Norma Regulamentadora 32 por parte das instituições públicas e

privadas de saúde. Esta Norma foi criada em 2005 com a finalidade de reduzir a exposição

dos trabalhadores aos riscos inerentes do trabalho em estabelecimentos de saúde, e com isso

reduzir os acidentes de trabalho.

As instituições de saúde tiveram um prazo pré-estabelecido até abril de 2007 para se

adequarem e cumprirem tal Norma. Porém, na prática, pode-se perceber certa dificuldade por

parte de algumas instituições, principalmente as públicas, nesta implantação (FERNADES;

LUFT; GUIMARÃES, 1990).

Estas dificuldades foram previstas desde a construção do texto da NR-32, e registrada,

em Atas de Reuniões, pelos integrantes dos Grupos de Trabalho e da Comissão Permanente

Nacional, que hoje trabalham na Construção de um Manual Aplicativo da NR-32 (REUNIÃO

ORDINÁRIA DO GRUPO TÉCNICO TRIPARTITE DA NR-32, 2004d, REUNIÃO

ORDINÁRIA DA COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE NACIONAL, 2007e).

Desde a aprovação da NR-32 poucos estudos vêm sendo realizados sobre esta temática.

Para evidenciar tal fato, na perspectiva de justificar o desenvolvimento desta pesquisa, e com

a finalidade de contribuir para o preenchimento desta lacuna de conhecimento, foi realizado

um levantamento sobre o tema nas bibliotecas virtuais.

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Os estudos realizados no banco de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura

Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE).

Muitos trabalhos foram encontrados com os descritores „riscos ocupacionais‟,

„acidentes de trabalho‟ e „doenças ocupacionais‟. Porém nenhum deles abordava,

especificamente, a Norma regulamentadora 32. Então foi realizada nova busca com as

palavras „legislação federal‟, „legislação como assunto‟ e „norma regulamentadora 32‟.

Após várias buscas foi encontrado um artigo na base de dados SCIELO da professora

Drª Robazzi de 2004, enfermeira, que escreveu artigo: „A norma regulamentadora 32 e suas

implicações sobre os trabalhadores de enfermagem‟. Outro artigo sobre o assunto está

disponível na SCIELO Chile, publicado pela mesma autora e Barros Júnior em 2005, cujo

título é: „proposta brasileira de normatização para os trabalhadores da saúde‟.

Estes dados comprovam a carência de pesquisas sobre a temática, que são tão

necessárias para a implantação efetiva desta Norma nos serviços de saúde do país.

Magnitude do Problema

De acordo com Canini et al. (2002), no Brasil, há escassez de dados sistematizados

sobre acidentes ocupacionais envolvendo material biológico e, mais especificamente, material

perfurocortante, o que não nos permite conhecer a verdadeira magnitude desse problema,

dificultando, assim, a implementação e a avaliação das medidas preventivas.

No anuário dos trabalhadores de 2007, do Departamento Intersindical de Estatística e

Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE) do Ministério do Trabalho e Emprego, foi registrada a

ocorrência de 393.921 acidentes típicos, 67.456 acidentes de trajeto, 30.334 doenças do

trabalho, totalizando 491.711 acidentes de trabalho com 2.708 mortes e 13.614 trabalhadores

com incapacidade permanente. O Brasil ocupa o segundo lugar em registros de mortes por

acidentes de trabalho no período de 2000-2005, com 2.503 mortes em 2000, de acordo com a

tabela do DIEESE sobre acidentes e dias de trabalho perdidos, perdendo somente para os

Estados Unidos com valor de 5.764 acidentes fatais em 2004 (DEPARTAMENTO

INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS, 2007).

Segundo dados da DATAPREV (Empresa de Tecnologia e Informações da

Previdência Social) do Ministério da Previdência Social, do ano de 2005, os acidentes de

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trabalho registrados encontram-se entre as seguintes faixas etárias: trabalhadores entre 20 - 24

anos com 92.284 registros, 25 - 29 anos com 96.197 casos registrados de acidentes de

trabalho, e por último, a faixa de 30 - 34 anos com um total de 78.213 acidentes. Portanto,

pode-se perceber que os acidentes de trabalho se concentram na faixa etária produtiva da

população (DATAPREV, 2003-2005).

Ainda em 2005, foram registrados 28.760 acidentes de trabalho em Atividades de

Atendimento Hospitalar, sendo 24.128 acidentes típicos, 3.953 de trajeto e 679 por doenças

do trabalho. Estes dados estão disponíveis no Ministério da Previdência Social (BRASIL,

2005a), na tabela de acidentes de trabalho registrados por motivo (2003-2005), segundo a

Classificação Nacional de Atividades Econômicas no Brasil.

A Lei 6.637 de 1976 define o acidente de trabalho como aquele que ocorre durante o

exercício profissional, e que pode causar morte, perda ou redução permanente ou temporária

da capacidade para o trabalho. Equipara-se ao acidente de trabalho aquele que ocorre fora do

local de trabalho, mas a serviço da empresa; no trajeto de casa para o trabalho e o retorno do

trabalho para a residência; doenças profissionais (doenças provocadas por determinado tipo de

trabalho) e doenças do trabalho (provocadas pelas condições de trabalho) (BRASIL, 1976).

Estima-se que a Previdência Social do Brasil arrecada e gasta anualmente cerca de R$

2,5 bilhões no campo dos acidentes do trabalho. As empresas brasileiras estariam arcando

com um custo adicional de R$ 10 bilhões, o que nos leva a concluir que a precariedade da

prevenção dos riscos do trabalho custa a elas, R$ 12,5 bilhões por ano. Parte desses custos

fica a cargo de trabalhadores e familiares fazendo subir o custo para R$ 15 bilhões por ano.

Além disso, os acidentes e doenças profissionais geram custos para o Estado não só em

termos de pagamento de benefícios a doentes e acidentados, mas também em termos do

pagamento das despesas de recuperação da saúde e reintegração das pessoas no mercado de

trabalho e na sociedade em geral, inclusive os do mercado informal (60% dos brasileiros). Isto

acarreta um adicional de custo de R$ 5 bilhões (PASTORE, 2001).

Chega-se à conclusão de que os acidentes do trabalho no Brasil geram uma despesa

que chega à casa dos R$ 20 bilhões por ano. Vale ressaltar que esses números são

subestimados, pois cerca de 80% dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho do

mercado formal, principalmente o de menor gravidade, não são notificados (PASTORE,

2001).

A implantação da Norma Regulamentadora 32 tem a finalidade de reduzir o número de

acidentes de trabalho na área da saúde, assim como os gastos previdenciários decorrentes

destes.

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Acredita-se que mudanças benéficas possam ser alcançadas por meio da efetiva

implantação desta norma, uma vez que procedimentos e medidas protetoras deverão ser

realizadas, promovendo-se maior segurança nos ambientes de trabalho, e prevenção de

acidentes e doenças ocupacionais entre trabalhadores da área da saúde (ROBAZZI; BARROS

JÚNIOR, 2005).

Relevância do Estudo

Este estudo possui grande relevância a partir do momento em que o Ministério do

Trabalho e Emprego do país, numa atitude pioneira, tornou realidade os anseios de uma classe

trabalhadora através da Norma Regulamentadora-32, específica para os serviços de saúde.

Essa Norma foi elaborada com o objetivo de diminuir os acidentes e propor melhores

condições de trabalho, com a redução de fatores de risco. No entanto, têm-se verificado

dificuldades em sua implantação. Enquanto isso não ocorre, as pesquisas apontam os

seguintes dados sobre os acidentes de trabalho na enfermagem:

Marziale, Nishmura e Ferreira (2004, p.37) mencionam que “os acidentes ocasionados

por picada de agulhas são responsáveis por 80 a 90% das transmissões de doenças infecciosas

entre trabalhadores de saúde”.

Sobre a ocorrência de acidentes de trabalho em um hospital de ensino no período de

2000-2001, contatou-se que 56,2% dos acidentados eram integrantes da equipe de

enfermagem; 83,1% foram acidentados no setor de trabalho, sendo que 40,4% tiveram

acidentes com materiais perfurocortantes (RUIZ; BARBOSA; SOLER, 2004).

Um estudo descritivo de caráter retrospectivo sobre acidentes ocupacionais, notificados

ao SEESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho)

e/ou atendidos no AOPS (Ambulatório de Atendimento de Acidentes Ocupacionais aos

Profissionais de Saúde), ocorridos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto, no período de 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano de 1998, teve como

objetivo analisar acidentes com perfurocortantes entre trabalhadores de enfermagem. Os

resultados evidenciaram que, dos 398 acidentes ocupacionais notificados oficialmente, 125

(30,40%) foram perfurocortantes e 89 (71,20%) ocorreram entre trabalhadores de

enfermagem. As situações mais freqüentes de ocorrência se deram quando da administração

de medicamentos (25,78%).

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O referido estudo apontou que os trabalhadores de enfermagem foram os mais

atingidos pelos acidentes ocupacionais envolvendo material perfurocortante. Do total de

acidentes registrados, 55,91% foram notificados por meio da Comunicação de Acidente de

Trabalho (CAT) ao SEESMT e atendidos no AOPS, representando o procedimento correto

para esse tipo de acidentes na instituição. Porém, 44,09% dos acidentes foram considerados

como procedimento incorreto, sendo que 14,17% foram notificados apenas ao SEESMT, e

29,92% dos acidentados procuraram somente o atendimento no AOPS (CANINI et al., 2002).

De acordo com as autoras, o AOPS é disponibilizado desde 1997 pelo hospital aos

trabalhadores expostos aos materiais biológicos, com a finalidade de normatizar a dispensação

de medicações e realizar acompanhamento desses profissionais. Esse registro, porém, não

possui efeito legal, e o acidente deve ser notificado ao SEESMT e emitido a CAT pelos

recursos humanos da instituição.

Num hospital de ensino do Distrito Federal, foram registrados 76 acidentes de trabalho

com os profissionais de enfermagem, entre 1998 e 2002, dentre os quais, 83,95% foram

causados por materiais perfurocortantes, 8,64% por quedas, 6,17% por exposições a fluidos

biológicos e 1,24% por contusões (RIBEIRO; SHIMIZU, 2007).

Diante disto, este estudo representa grande relevância não só para os trabalhadores que

fazem da equipe de enfermagem, como também, de uma maneira mais generalizada, para os

demais profissionais que compõem a equipe de saúde.

Contribuições do Estudo

Pretende-se, com esta pesquisa, contribuir com os dados obtidos, para que outros

estudos prossigam e que haja um diagnóstico situacional e a indicação de possíveis soluções,

para que esta norma seja implantada nos hospitais públicos, beneficiando os trabalhadores da

área de saúde. Todo material ficará disponível para consulta e de livre acesso para

acadêmicos, profissionais interessados pela temática e pesquisadores na biblioteca da

Universidade.

Com a disponibilidade deste material para os alunos, pretende-se contribuir, de forma

positiva, com o ensino e formação de novos profissionais da área de saúde. Espera-se que no

futuro, os dados de acidentes de trabalho entre esses profissionais sejam mais promissores e

reais, diferentes daqueles disponíveis hoje.

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Esta pesquisa também será disponibilizada on line pelo portal de teses e dissertações

da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Além disso, pretende-se divulgar os

resultados deste estudo por meio de artigos científicos, publicação de livro sobre a temática e

apresentação em eventos científicos, contribuindo para minimizar a carência de estudos

relacionados ao tema por se tratar de uma Norma Regulamentadora Federal relativamente

nova e única direcionada para estabelecimentos de saúde, cuja aprovação e publicação pelo

Ministério do Trabalho ocorreu há apenas três anos (em novembro de 2005).

Os dados obtidos contribuirão para a área de concentração de Pesquisa: Enfermagem,

Saúde e Sociedade, do Mestrado Acadêmico em Enfermagem da UERJ. Assim como para o

núcleo de pesquisa “Os paradigmas de enfermagem no contexto da saúde do trabalhador”, em

especial, para a linha de pesquisa: “Saúde do Trabalhador no Contexto do Saber e da Prática

de Enfermagem”.

A Norma Regulamentadora 32 prevê não só o treinamento dos profissionais, como

também orienta o que deve contemplar os programas relacionados à Saúde do Trabalhador

nos serviços de saúde, além do que já é previsto na Norma Regulamentadora 9 (Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA), Norma Regulamentadora 7 (Programa de Controle

Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO) e Norma Regulamentadora 17, visando o ambiente

de trabalho (BRASIL, 2005b).

A partir do momento em que o trabalho é realizado num ambiente seguro, e os

profissionais possuem ciência dos riscos inerentes à profissão, torna-se mais fácil a prática das

medidas de precaução padrão.

Isto pode ser refletido na qualidade da assistência prestada ao paciente, na qualidade

de vida do trabalhador na medida em que o profissional adoecerá menos, com uma redução na

taxa de absenteísmo e consequente redução da sobrecarga de trabalho. Um trabalhador

saudável reflete num paciente melhor assistido. Dentro desta perspectiva, em São Paulo,

existe desde 2004, um projeto chamado “Trabalhador Saudável - Paciente Vivo” (TSPV).

Este projeto (TSPV) tem como objetivo principal promover uma visão completa da

aplicabilidade da Norma Regulamentadora 32 e de como oferecer locais de trabalho seguros,

saudáveis e estimulantes em benefício dos trabalhadores e das empresas, visando a preservar a

saúde e integridade física dos trabalhadores através da divulgação deste conhecimento

(DAFRE, 2008).

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1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 A aplicabilidade de Normas no Brasil

No dicionário de língua portuguesa, a palavra aplicabilidade expressa a qualidade ou

caráter do que é aplicável (FERNADES; LUFT; GUIMARÃES, 1990).

Em Direito, o termo Aplicabilidade exprime uma possibilidade de aplicação. Esta

consiste na atuação concreta da Norma. Sociologicamente, pode-se dizer que as normas

constitucionais são eficazes e aplicáveis na medida em que são efetivamente observadas e

cumpridas. Juridicamente, depende de saber se estão vigentes, se são legítimas, e se têm

eficácia (FRANCO, 2004, CARVALHO, 2004).

A eficácia social representa, portanto, a concretização do poder normativo, sua força

operativa no mundo dos fatos. E a efetividade significa o desempenho concreto de sua função

social. Ela representa a materialização, no mundo dos fatos, dos preceitos legais e simboliza a

aproximação, entre o dever–ser normativo e o ser da realidade social (BARROSO, 2002).

Sabe-se, portanto, que é a presença de uma sanção que garante a eficácia de uma

norma jurídica, ensejando sua aplicação coativa quando não é espontaneamente observada

(BARROSO, 2002).

Com relação aos trabalhadores, no Brasil, diversas são as Leis e Normas que regem

esta parte da população, que vão desde a Constituição Federal, Normativas do Ministério do

Trabalho e Emprego até normativas institucionais.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, inciso XXVIII assegura-lhes o

direito à saúde, à higiene e à segurança, objetivando redução dos riscos inerentes ao trabalho.

Por sua vez, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu Capítulo V – Da

Segurança e Medicina do Trabalho –, especificadamente dos artigos 154 a 201, identifica e

estabelece direitos e obrigações inerentes aos empregados, empregadores e ao Governo no

que diz respeito à busca pela proteção à vida e promoção da segurança e saúde nas relações do

trabalho (BRASIL, 1943) .

Além disso, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por disposição legal (art.

200, da CLT), estabelece as Normas Regulamentadoras (NR) de forma complementar as

demais regras de proteção à saúde e segurança do trabalhador, observadas as peculiaridades

das diversas atividades e setores de trabalho (BRASIL, 1943).

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Portanto, a diretriz básica do Direito do Trabalho é a proteção do trabalhador. Uma vez

que a finalidade do Direito do Trabalho é a de alcançar uma verdadeira igualdade substancial

entre as partes, e para tanto, é necessário proteger a parte mais frágil: o empregado. Para

proteger o desequilíbrio desta relação entre empregado e empregador, consagrou-se o

princípio de proteção ao trabalhador. Desta forma, o Direito do Trabalho lhe destinou maior

proteção jurídica, tendendo proteger os menos abastados, para evitar a sonegação dos seus

direitos trabalhistas (CASSAR, 2008).

Este princípio está caracterizado pela intensa intervenção estatal brasileira nas relações

entre empregado e empregador, o que limite a autonomia da vontade das partes. O Estado

legisla e impõe regras mínimas que devem ser observadas pelos agentes sociais, as quais

formarão a estrutura basilar de todo contrato de emprego (CASSAR, 2008).

Outro princípio do Direito do Trabalho, de grande importância, é o da norma mais

favorável que deriva do princípio de proteção ao trabalhador e pressupõe a existência de

conflitos aplicáveis a um mesmo trabalhador. Neste caso, deve-se optar por aquela que lhe

seja mais favorável, sem levar em consideração a hierarquia das normas (CASSAR, 2008,

SARAIVA, 2009).

Pode-se assim afirmar que o empregador tem a obrigação de zelar pela observância e

cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho (por exemplo: obrigatoriedade

de fornecimento de equipamentos de proteção individual ou coletivo) para prevenção dos

infortúnios do trabalho (acidentes e doenças profissionais) sob pena de arcar com sua

responsabilidade por algum dano suportado por seu empregado durante a vigência do contrato

de trabalho.

De acordo com a Constituição Federal, art. 7, XXII, as normas de segurança e

medicina do trabalho têm por finalidade precípua a prevenção de acidentes de trabalho, aí

incluídas as lesões à saúde do trabalhador decorrentes da exposição continuada a agentes

nocivos (BRASIL, 1988, MARTINS FILHO, 2008).

O art. 120 da Lei 8.213 / 1991 determina que, em caso de acidente de trabalho causado

por negligência do responsável pelo cumprimento das normas de segurança e saúde no

trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva dos segurados (empregador), ajuizará

a Previdência Social ação regressiva em face de tal empregador perante a Justiça Federal

(art.109 da Constituição Federal de 1988). Neste caso, o empregador não se exime de sua

responsabilidade pelo fato de a Previdência Social ter honrado prestações decorrentes da

incapacidade gerada pelo acidente de trabalho (SARAIVA, 2009).

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Em relação às ações promovidas pelo empregado em face ao empregador em busca de

indenização por danos morais e/ou patrimoniais causados pelo acidente de trabalho, o

Supremo Tribunal Federal determina que tais ações devem ser processadas e julgadas pela

Justiça do Trabalho, visto que decorrem da relação de trabalho existente entre empregado e

empregador (SARAIVA, 2009).

No Quadro a seguir, estão as ações com as respectivas competências de julgamento de

acordo com Saraiva (2009, p.126):

AÇÃO COMPETÊNCIA

Ações acidentárias (lides previdenciárias) derivadas de

acidente de trabalho promovidas pelo trabalhador em face

da seguradora INSS (Instituto Nacional de Seguridade

Social).

Justiça Comum (Varas de

Acidente de Trabalho)

Ações promovidas pelo empregado em face do empregador

postulando indenização por danos e materiais sofridos em

decorrência do acidente de trabalho

Justiça do Trabalho

Ação regressiva ajuizada pelo INSS em face de empregador

causador de acidente de trabalho que tenha agido de forma

negligente no cumprimento de normas de segurança e saúde

no trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva

dos segurados.

Justiça Federal

Quadro 1- Ações acidentárias e respectivas competências de julgamento.

As ações judiciais coletivas de prevenção de acidentes de trabalho são da competência

da Justiça do Trabalho, enquanto as relativas a acidentes de trabalho já ocorridos cabem à

Justiça Comum. Isto se deve porque as ações de caráter coletivo intentadas pelo Ministério

Público do Trabalho na defesa dos interesses difusos e coletivos relativos ao meio ambiente

de trabalho estão voltadas para o cumprimento do ordenamento jurídico-laboral, que

contempla as normas básicas de medicina e segurança do trabalho (CLT, arts.154 a 201)

(BRASIL, 1943, MARTINS FILHO, 2008).

Os dispositivos da CLT que tratam da Medicina e Segurança do Trabalho foram

regulamentados de forma específica pela Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e

Emprego, constituída, atualmente, de 33 Normas Regulamentadoras, que são aperfeiçoadas e

atualizadas periodicamente.

Os órgãos de fiscalização do trabalho das Delegacias Regionais do Trabalho fazem

visitas de fiscalização às empresas. No caso de descumprimento de alguma norma trabalhista,

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consignam prazo de 60 dias para que sejam sanadas as irregularidades apontadas.As empresas

podem pedir prorrogação deste prazo que pode ser expandido para até 120 dias. Persistindo a

irregularidade é feito o auto de infração. A empresa pode recorrer para a Secretaria do

ministério do Trabalho ou pagar a multa aplicada que varia de 630 a 6.800 UFIRs (Unidade

de Referência Fiscal) (MARTINS FILHO, 2008). Cada UFIR, atualmente está por volta de

R$ 2,0183, segundo dados da Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro (2010).

De acordo com Pinheiro (2007), há necessidade que a Norma Regulamentadora 32,

elaborada para os serviços de saúde, em especial os regidos pela CLT, seja estendida para as

instituições públicas visando à promoção da saúde entre os profissionais que trabalham nestes

locais.

Segundo entendimento do Ministério do Trabalho, as infrações não relacionadas no

anexo II da NR-28 serão, a critério da fiscalização, caracterizadas com base no item 1.7 da

NR-1, que determina ser de competência do empregador “cumprir e fazer cumprir as

disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho”. O inciso I do

art. 157 da CLT, igualmente, determina que “cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as

normas de segurança e medicina do trabalho”.

O estatuto do servidor público civil, Lei nº 8.112 de 1990, no seu artigo 185 trata da

Seguridade Social do servidor e sua família, garantido pela União, fala sobre os benefícios do

Plano de Seguridade Social do servidor, que compreende, entre os vários itens, a garantia de

condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias (BRASIL, 1990).

Com relação ao servidor do Estado do Rio de Janeiro, as penalidades disciplinares

cabíveis a estes profissionais são: advertência; repreensão; suspensão; multa; destituição de

função; demissão e cassação de aposentadoria, jubilação ou disponibilidade. Estas variam de

acordo com o tipo de infração (BRASIL, 1975).

São competentes para aplicação de penas disciplinares: o Governador, em qualquer

caso e, privativamente, nos casos de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

os Secretários de Estado e demais titulares de órgãos diretamente subordinados ao

Governador em todos os casos, exceto nos de competência privativa do Governador; os

dirigentes de unidades administrativas em geral, nos casos de penas de advertência,

repreensão, suspensão até 30 (trinta) dias e multa correspondente (BRASIL, 1975).

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1.2 A Norma Regulamentadora 32 (MTE, Portaria nº485 de 2005)

A finalidade da NR-32 é “estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de

medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem

como daqueles que exercem atividades de promoção, e assistência à saúde em geral”

(BRASIL, 2005b, p.1).

Entende-se por serviços de saúde, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego

(BRASIL, 2005b, p.1), “qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da

população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em

saúde em qualquer nível de complexidade”.

Esta Norma está dividida de acordo com os riscos presentes em estabelecimentos de

saúde, e se apresenta com os seguintes tópicos: Riscos Biológicos, Riscos Químicos,

Radiações Ionizantes, Resíduos, lavanderias, limpeza e Conservação, Manutenção de

máquinas e Equipamentos e, por último, as Disposições Gerais.

De acordo com os aspectos relacionados aos riscos biológicos, esta Portaria nº 485 do

Ministério do Trabalho e Emprego trata riscos biológicos como a probabilidade da exposição

ocupacional aos agentes biológicos. Estes agentes podem ser microorganismos, geneticamente

modificados ou não, culturas celulares, parasitas, toxinas e príons.

Dentro do item de riscos biológicos está previsto, nesta Portaria, o Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), já estabelecido pela Norma Regulamentadora 9. Na

fase de reconhecimento, ainda acrescenta a necessidade de identificação dos riscos biológicos

mais prováveis, em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e

seus setores. Na avaliação do local de trabalho e do trabalhador deve-se considerar a

finalidade e descrição do local de trabalho, organização e procedimentos de trabalho,

possibilidade de exposição, descrição das atividades e funções e medidas preventivas

aplicáveis e seu acompanhamento. Este PPRA deve ser anual ou realizado quando ocorrer

mudanças nas condições de trabalho que altere o tipo de exposição, ou se for necessária de

acordo com a análise dos acidentes e incidentes. Todos os documentos devem estar

disponíveis aos trabalhadores.

Também fala sobre o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO),

que, além dos itens previstos na NR-7, contempla o programa de vacinação dos trabalhadores,

a vigilância médica dos trabalhadores expostos, reconhecimento dos riscos e sua localização,

assim como a listagem nominal dos funcionários de acordo com a função, local de trabalho e

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seu tipo de exposição. Deve ser comunicada ao médico do PCMSO qualquer transferência do

trabalhador que implique mudança de riscos. No caso de exposição acidental aos agentes

biológicos, deve haver diagnóstico e acompanhamento, tratamento de emergência, locais para

atendimento do trabalhador assim como locais de assistência a saúde depositários de

imunoglobulinas, vacinas, materiais e insumos especiais. Em caso de acidente,deve ser

emitida uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).

Todo local onde haja a possibilidade de exposição aos agentes biológicos deve conter

lavatório exclusivo para higiene das mãos, com água corrente, sabonete líquido, toalha

descartável e lixeira com mecanismo de abertura sem contato manual. A lavagem das mãos

deve acontecer antes e depois do uso de luvas descartáveis. Os trabalhadores com lesões em

membros superiores só estarão considerados aptos para suas atividades após avaliação médica

e emissão de documento de liberação.

De acordo com a Portaria, os trabalhadores estão proibidos de usar adornos durante

suas atividades, de fumar, manusear lentes de contato e consumir alimentos no posto de

trabalho, além de utilizar as pias para fins diversos dos previstos. Também estão vedados de

guardar alimentos em locais inadequados e usar calçados abertos. Todos trabalhadores com

possibilidade de exposição aos agentes biológicos devem usar vestimentas de trabalho

adequadas e confortáveis que devem ser fornecidas gratuitamente pelo empregador. Este deve

oferecer locais adequados para fornecimento de vestimentas limpas e recolher as utilizadas,

sendo o empregador responsável pela higienização das mesmas, se provenientes de centros

cirúrgicos e obstétricos, unidades de tratamento intensivo (CTI), doenças infecto-contagiosas

ou sempre que houver contato direto com material orgânico. O empregado não deve deixar o

local de trabalho com os equipamentos de proteção individual (EPI) e as vestimentas usadas

nas atividades de trabalho.

Com relação aos EPIs, estes devem ser fornecidos em número suficiente e à disposição

dos trabalhadores sendo garantido seu fornecimento e reposição imediata. Além disso, o

empregador deve garantir a conservação e higienização de materiais e instrumentos de

trabalho, assim como providenciar recipientes e meios de transporte adequados para fluidos,

materiais infectantes e tecidos orgânicos.

A capacitação de funcionários antes do início do trabalho e de forma continuada é

obrigação do empregador. Esta capacitação deve incluir os riscos potenciais para a saúde e

medidas de prevenção de acidentes e incidentes e de controle, equipamentos de proteção

individual e coletiva, vestimentas, normas e procedimentos de higiene e medidas que devem

ser seguidas em caso de acidentes e incidentes. Esta capacitação deve ocorrer sempre que

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houver mudanças nas condições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos, deve

ser durante a jornada de trabalho e por profissionais familiarizados com o assunto. Todos os

documentos oriundos da capacitação de funcionários devem ser guardados e devidamente

identificados por data, assunto, carga horária, funcionários envolvidos e com os dados do

instrutor para comprovação na fiscalização do trabalho.

Nos locais de trabalho onde possa ocorrer exposição aos agentes biológicos devem ser

fornecidas instruções escritas aos trabalhadores, além de medidas de prevenção mediante

assinatura de recibo que deve ser guardado para fins de fiscalização.

Ainda considerando os agentes biológicos, as almofadas e os colchões devem ser

revestidos por material impermeável e lavável, sem furos ou rasgos, sulcos ou reentrâncias

facilitando a higienização e desinfecção.

Ficam vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas, sendo que os

trabalhadores que utilizam objetos perfurocortantes ficam responsáveis pelo seu descarte.

Portanto, deve ser assegurado uso de materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança,

com prazo de 5 meses para seu cumprimento a partir da data de publicação da Norma

Regulamentadora.

Há a garantia de vacinação dos trabalhadores de acordo com as recomendações do

Ministério da Saúde, para tétano, difteria e hepatite B e outros estabelecidos no PCMSO, sem

ônus para o trabalhador. Esta vacinação deve ser registrada em prontuário individual e o

comprovante de vacinas recebidas emitido e entregue ao profissional.

O segundo tópico desta Norma trata dos Riscos Químicos e fala sobre a manutenção

de rótulos do fabricante nas embalagens de produtos químicos utilizados em serviços de

saúde, assim como os recipientes de produtos manipulados e fracionados. Os rótulos devem

conter identificação, composição química, concentração, data de envase, validade e

responsável pela manipulação. Fica vedada a reutilização dessas embalagens. No PPRA, deve

constar inventário de todos os produtos químicos utilizados nos estabelecimentos de saúde, os

seus resíduos e intermediários com indicação daqueles que representam riscos à saúde. Estes

últimos devem ter uma ficha descritiva da forma de uso, riscos à saúde e ao meio ambiente,

medidas de proteção, condições e local de estocagem e os procedimentos em caso de

emergência e uma cópia desta ficha deve ficar no local onde o produto é utilizado.

A capacitação dos profissionais envolvidos no uso seguro de produtos químicos é de

responsabilidade do empregador, devendo ser inicial e contínua. A manipulação deste

material deve acontecer em local apropriado para este fim, exceto preparação e associação de

medicamentos para uso imediato. O local de armazenamento desses produtos deve ser

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ventilado e sinalizado e, em caso de produtos inflamáveis, deve haver um sistema de

prevenção de incêndio e medidas de segurança e emergência. Produtos químicos

incompatíveis devem ter locais de armazenamento próprios.

Com relação aos gases medicinais, devem ser observadas as recomendações do

fabricante para seu manuseio e utilização adequada, e estas devem estar mantidas no local de

trabalho. É vedado o uso de equipamentos com vazamento de gás, cilindros sem identificação

do tipo de gás e sem válvula de segurança, pressões no cilindro superiores a recomendadas, o

transporte de cilindros em posição horizontal, soltos e sem uso de capacete, entre outros itens

contidos na Norma Regulamentadora 32.

Ainda dentro deste item, os Medicamentos e drogas de risco são definidos como

“aquelas que possam causar genotoxicidade, carcinogenicidade, teratogenicicidade e

toxicidade séria e seletiva sobre órgãos e sistemas”, e que devem constar no PPRA (BRASIL,

2005b, p.6). Deve-se fazer manutenção periódica (corretiva e preventiva) de todos os

equipamentos utilizados para Administração de gases e vapores anestésicos, especialmente

nos pontos de vazamentos para o ambiente de trabalho, que deve ter sistemas de exaustão para

manter concentração ambiental sob controle. Nestes locais só será permitido o trabalho de

gestantes se for liberação por escrito do médico do trabalho do PCMSO. Os relatórios e

programa de manutenção devem ficar disponíveis para os trabalhadores e fiscalização do

trabalho.

No trabalho com quimioterápicos antineoplásicos, estes devem ser preparados em

locais apropriados e destinados para esse fim e de acesso restrito aos profissionais diretamente

envolvidos. É necessário vestiário apropriado para esta área, com pias, lava-olhos, chuveiro

de emergência, armários, EPIs e vestimenta para uso e reposição e recipientes para descarte

de vestimentas usadas. A sala de preparo deve ter cabine de Segurança Biológica Classe II B.

Se houver qualquer interrupção de funcionamento da cabine é proibida a continuidade das

atividades de manipulação ou o início das mesmas na falta de EPIs. Em caso de acidentes

ambientais e pessoais, as normas e os procedimentos a serem adotados devem estar descritos

em um manual disponível e de fácil acesso aos trabalhadores e fiscalizações. Todos os

trabalhadores envolvidos na manipulação de quimioterápicos devem estar capacitados para a

atividade.

Com relação às radiações ionizantes, a Norma Regulamentadora trata das legislações

específicas sobre os Serviços de Medicina Nuclear, de Radioterapia e Radiodiagnóstico

Médico. Neste último, as salas de Raios X devem dispor de sinalização externa com símbolo

de radiação ionizante, escrito “Raios X e entrada proibida a pessoas não autorizadas”. A luz

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vermelha deve estar acesa durante os procedimentos radiológicos. È permitido somente um

equipamento de Raios X por sala. No local do procedimento só são permitidas as presenças

do paciente e a equipe necessária. O equipamento móvel deve possuir um cabo disparador

com no mínimo 2 metros.

Cabe ao empregador capacitar, inicialmente e de forma continuada, os trabalhadores

sobre a segregação, acondicionamento e transporte dos resíduos de saúde, informar sobre

classificação e potencial de risco, o gerenciamento interno adotado, mecanismos de redução

de geração de resíduos, os funcionários devem ter conhecimento das responsabilidades e

tarefas, assim como ser capacitados para reconhecerem os símbolos de identificação das

classes de resíduos e utilizar os veículos de coleta. Todos os trabalhadores devem ser

orientados quanto ao uso de EPIs. Ficou estabelecido que os sacos plásticos utilizados para

acondicionamento devem ser preenchidos até 2/3 de sua capacidade, fechados de maneira que

não haja derramamento, retirados imediatamente dos locais de geração logo após seu

preenchimento e fechamento, e mantidos íntegros até a disposição final ou tratamento.

A segregação dos resíduos deve ocorrer no local de geração, utilizando-se recipientes

de acordo com as normas da ABNT, em quantidade suficiente para armazenamento, os quais

estejam localizados perto da fonte geradora. O material desses recipientes deve ser resistentes,

laváveis, e com tampa de abertura (exceto nas salas de cirurgia e de parto que não necessitam

de tampa para vedação) sem contato manual, com cantos arredondados, resistentes ao

tombamento, vazamento e ruptura ou punctura. Estes devem ser sinalizados e identificados de

acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR 9191/2000.

Os recipientes destinados ao descarte de material perfurocortante possuem limite

máximo de enchimento localizado a 5 cm abaixo do bocal, que deve ser mantido em suporte

exclusivo e na altura que permita visualização da abertura para descarte.

Na realização do transporte manual, fica vedado o arrasto do recipiente de segregação,

e este deve ser feito sem contato do mesmo com outras partes do corpo. Quando houver risco

para a saúde do trabalhador, recomenda-se a utilização de meios técnicos para fazê-lo. O

transporte de resíduos para armazenamentos temporários não devem coincidir com a

distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de grande fluxo de

pessoas. Todos os serviços de saúde devem possuir local de armazenamento externo até a

realização da coleta externa.

As refeições dos funcionários devem ocorrer fora dos postos de trabalho, em

refeitórios adequados para esta finalidade e com lavatórios para higienização das mãos, com

papel toalha, sabonete líquido e lixeiras com tampa e acionamento por pedal.

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32

A Norma Regulamentadora 32, quando trata da parte de limpeza e conservação, deixa

clara a obrigatoriedade de treinamento dos trabalhadores quanto aos riscos biológicos e

químicos presentes dentro dos serviços de saúde, sinalização, rotulagem, EPI e EPC

(Equipamento de proteção Coletiva) e atuação em situações de emergência. É proibido o uso

de adornos por parte dos profissionais e a varrição seca nas áreas internas.

Da manutenção de máquinas e Equipamentos, todos os profissionais devem receber

capacitação sobre higiene pessoal, riscos físicos, químicos e biológicos, sinalização,

rotulagem preventiva, EPI e EPC. Os dispositivos de ajuste do leito devem receber

manutenção preventiva a fim de garantir seu perfeito funcionamento sem sobrecarga para o

profissional, assim como os sistemas de climatização.

1.2.1 Sanções da Norma Regulamentadora 32

A Portaria nº 166, de 30 de maio de 2006 do Ministério do Trabalho e Emprego

estabeleceu a inclusão no anexo II da Norma Regulamentadora n.º 28 (Fiscalização e

Penalidades), os códigos de ementa e respectivas infrações para os subitens da Norma

Regulamentadora n.º 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde),

aprovada pela Portaria MTE n.º 485, de 11 de novembro de 2005.

As penalidades são graduadas de 1 a 4 e, praticamente todos os itens são passíveis de

multa segundo a Portaria n.° 167, de 30 de maio de 2006 (DOU de 31/05/2006). As multas

são calculadas conforme a UFIR já determinada na NR 28, e podem variar de acordo com o

grau de infração.

Havendo dano ao empregado pelo descumprimento da norma, a NR-32 serve de

fundamento (culpa) para responsabilidade civil do empregador, multa trabalhista, e tem

viabilidade de ação civil pública com imposição de multa diária.

São consideradas como condições de risco grave e iminente, passíveis de interdição

pela Delegacia Regional do Trabalho, a presença de irregularidades, tais como, por exemplo:

Manter área para o preparo de quimioterápicos antineoplásicos sem sala específica para o

preparo dos mesmos (alínea b, do item 32.3.9.4.1), ou deixar de dotar a sala de preparo dos

quimioterápicos antineoplásicos de Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 (item

32.3.9.4.5).

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A Resolução COFEN nº 311/2007, que aprovou a Reformulação do Código de Ética

dos Profissionais de Enfermagem, ressalta que o profissional deve desenvolver suas

atividades profissionais em condições de trabalho que promovam a própria segurança e a da

pessoa, família e coletividade sob seus cuidados, e dispor de material e equipamentos de

proteção individual e coletiva, segundo as normas vigentes (artigo 63). E, o artigo nº. 64

refere que estes trabalhadores podem recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta

de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação

específica (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2007).

1.2.2 A Construção da Norma Regulamentadora 32

O trabalhador da saúde encontra-se, com certa frequência, realizando suas tarefas de

modo inadequado, em decorrência do desuso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) ou

sem condições laborais adequadas em decorrência da estrutura física, muitas vezes

inapropriada dos Estabelecimentos de Assistência a Saúde (ROBAZZI; BARROS JÚNIOR,

2005).

Outros aspectos observáveis no trabalho da enfermagem são caixas de descarte de

perfurocortantes superlotadas, mal montadas e o limite de capacidade estabelecida pelo

fabricante desrespeitado. Muitos trabalhadores vão para o ambiente de trabalho com roupas

inadequadas, calçados abertos, portando adornos que facilitam a possibilidade de

contaminação e os acidentes de trabalho. Por outro lado, muitos trabalhadores sofrem quedas

e acidentes de trabalho em consequências dos pisos lisos e escorregadios dos

estabelecimentos de saúde. A falta de oportunidade para a troca de roupas, após a jornada

laboral, faz com que muitos desses profissionais se desloquem, através de meios de

transportes coletivos, dos seus locais de trabalho até suas residências com roupas

supostamente contaminadas (ROBAZZI; MARZIALE, 2004).

Em decorrência dessas situações, o Ministério do Trabalho e Emprego, atendendo a

diversas solicitações das mais variadas categorias de trabalhadores da saúde, tomou a

iniciativa de construir uma Norma específica para estabelecimentos de saúde. Até então, não

existia uma legislação específica sobre o assunto no país e a temática era tratada de forma

espaçada nas demais Normas Regulamentadoras e Manuais de Biossegurança.

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Para a sua construção, foi criado um Grupo Técnico (GT) encarregado de elaborar o

texto da nova Norma Regulamentadora (NR) que recebeu o número 32. No início dos

trabalhos do Grupo Técnico a NR era intitulada de Segurança e Saúde no Trabalho Hospitalar

(REUNIÃO ORDINÁRIA DO GRUPO TÉCNICO TRIPATITE DA NR-32, 2004c).

Em 2002, uma docente da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade

de São Paulo (EERP-SP), pela sua especialização e pesquisas desenvolvidas na área de Saúde

do trabalhador, foi convidada pelo GT do Ministério do Trabalho e Emprego, constituído de

auditores fiscais, para participar da construção deste texto (ROBAZZI; MARZIALE, 2004).

Segundo autoras supracitadas, para a elaboração desta Norma foram necessárias

buscas de conteúdos técnicos nas regulamentações da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), dissertações de mestrado e teses de doutorado, recomendações e

manuais já existentes no Ministério da Saúde, normas da Comissão Nacional de Energia

Nuclear (CNEN), entre outros materiais. Estudaram também diretivas européias e americanas

sobre o assunto, além das várias proposições de instituições importantes para a área, como as

da Occupational Safety and Health Association - OSHA, aquelas do Centers for Disease

Control - CDC, as da Organização Internacional do Trabalho e Organização Mundial da

Saúde e as do National Institute of Occupational Safety and Health – NIOSH.

Ainda foram consultados alguns especialistas existentes no País sobre determinados e

específicos assuntos, na medida em que o texto foi sendo construído. Serviços instalados

dentro de alguns Estabelecimentos de Assistência à Saúde foram visitados e alguns

trabalhadores entrevistados, com a finalidade de obter informações sobre a prática de como

determinados procedimentos eram realizados nas diferentes regiões do país, para assim

melhor entendê-los e normatizá-los com propriedade (ROBAZZI; MARZIALE, 2004,

ROBAZZI; JÙNIOR, 2005).

A construção do texto demorou 10 meses antes de ser entregue ao Ministério do

Trabalho e Emprego. A partir daí ficou em consulta pública no site do Ministério do Trabalho,

através da Portaria n.° 37, de 06 de dezembro de 2002. Este prazo inicial foi prorrogado por

mais 60 dias pela Portaria nº 51, do Ministério do Trabalho, de 06 de junho de 2003. Após

este período para o envio de sugestões, formou-se o Grupo Técnico Tripartite (GTT/NR32),

que discutiu e aprovou por consenso o texto final, ratificado pela CTPP (Comissão Tripartite

Paritária Permanente) e assinado pelo Ministro do Trabalho e Emprego, Sr. Luiz Marinho

(ROBAZZI; BARROS JÚNIOR, 2005).

Esse processo de trabalho do Grupo Técnico Tripartite iniciou-se no dia 08 de junho

de 2004, quando houve a Primeira Reunião Ordinária. Neste momento, foi proposto e

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aprovado um Regimento Interno pelo GTT/NR32, que teve como objetivo revisar a proposta

de texto para a Norma Regulamentadora n.º 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em

Estabelecimentos de Assistência à Saúde.

Neste Regimento foi definida a composição do Grupo Tripartite no Artigo 2º, com 5

(cinco) membros representantes do Governo, dos quais, 3 (três) pertencentes ao Ministério do

Trabalho e Emprego, indicados pelo Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no

Trabalho - DSST, 1 (um) indicado pelo Presidente da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de

Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO e 1 (um) indicado pelo Ministério da

Saúde, 5 (cinco) membros representantes dos empregadores, indicados de comum acordo

pelas seguintes entidades: Confederação Nacional do Comércio - CNC; Confederação

Nacional da Indústria - CNI; Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA;

Confederação Nacional do Transporte - CNT; e Confederação Nacional das Instituições

Financeiras – CNIF e 5 (cinco) membros representantes dos trabalhadores, indicados de

comum acordo, pela Central Única dos Trabalhadores - CUT; Força Sindical - FS; e

Confederação Geral dos Trabalhadores - CGT.

Nos parágrafos 1º, 2º e 3º deste Regimento, estabeleceu-se que a coordenação do

GTT/NR-32 seria exercida por um dos membros da Bancada de Governo indicado pelo

DSST, a bancada dos trabalhadores e a dos empregadores deveriam indicar, dentre seus

membros, seus respectivos coordenadores, e cada bancada poderia convidar para as reuniões

até 3 (três) assessores técnicos (REUNIÃO ORDINÁRIA DO GRUPO TÉCNICO

TRIPARTITE DA NR-32, 2004b).

Neste Regimento Interno, além da composição do Grupo Tripartite ficou

regulamentado o funcionamento dos trabalhos, como justificativas de faltas, direito igualitário

a voz e voto a todos os membros, direitos e deveres dos integrantes do GTT, as atribuições do

coordenador e secretário executivo, e também a organização das reuniões e elaboração das

disposições gerais do Grupo. Algumas Atas das Reuniões Ordinárias serão comentadas a

seguir, com os principais pontos abordados:

• Primeira Reunião - Foi apresentada a sistematização da NR-32 com os

textos e as sugestões da sociedade, propondo uma análise mais ordenada dos

itens da Norma, começando pela introdução do objetivo e campo de aplicação,

das atribuições dos empregadores e dos direitos dos trabalhadores. Em seguida,

foram discutidos os itens referentes aos riscos biológicos, aos riscos químicos,

radiações ionizantes, resíduos, refeitórios, lavanderias e subsequentes. Até

então, a constituição da GTT/NR-32 ainda não havia sido publicada, e, na ata,

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consta que houve um informativo de que a mesma seria publicada tão logo

fosse formalizada a indicação do membro da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária – ANVISA (concretizado em 27/10/2004 no DOU, através da

Portaria 100). Nesta reunião foram nomeados Rogério Alves, Secretário

Executivo do Grupo, indicado pela coordenadora do Grupo, e Luis Sérgio

Mamari, representante da Bancada dos Empregadores, ficando a indicação do

coordenador da bancada dos trabalhadores para a segunda reunião (REUNIÃO

ORDINÁRIA DO GRUPO TÉCNICO TRIPARTITE DA NR-32, 2004c).

• Segunda Reunião – dia 1º de julho de 2004 - Waldyr Perez demonstrou

preocupação quanto à aplicabilidade da NR-32 nos hospitais da rede pública e

considerou ser necessária a emissão de uma recomendação do Governo para

que estes estabelecimentos também cumprissem as disposições contidas nesta

Norma Regulamentadora. Também houve a participação de um representante

da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o calendário de

reuniões foi aprovado (REUNIÃO ORDINÁRIA DO GRUPO TÉCNICO

TRIPARTITE DA NR-32, 2004d).

• Terceira Reunião - dia 22 de julho de 2004 – contou com a participação de

Gilmar Trivellato, que falou sobre sistema de avaliação e classificação de

produtos químicos, abordando pontos como informações sobre produtos

(compostos químicos); procedimentos (preparo e manuseio); Equipamentos de

Proteção Individual - EPI (luvas, óculos, etc.); e equipamentos de emergência.

Nessa discussão foi colocada a necessidade de existência de fichas/documentos

de informação sobre substâncias químicas e ficou acordada a criação de uma

recomendação/orientação técnica referente aos riscos toxicológicos de

produtos químicos mais utilizados nos serviços de saúde. Ressaltou-se a

importância de um comitê permanente de negociação para acompanhamento da

implementação da Norma quanto ao treinamento dos profissionais e adequação

de itens quando for necessário (REUNIÃO ORDINÁRIA DO GRUPO

TÉCNICO TRIPARTITE DA NR-32, 2004e).

• Quarta Reunião - dia 10 de agosto de 2004 - discussão sobre os itens

“Riscos químicos” e “Gases e Vapores anestésicos” e a necessidade de um

sistema de monitorização ambiental, porém a representação dos empregadores

demonstrou preocupação quanto aos custos da viabilização desta

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monitorização (REUNIÃO ORDINÁRIA DO GRUPO TÉCNICO

TRIPARTITE DA NR-32, 2004f).

• Quinta Reunião - dia 14 de setembro de 2004 - houve a participação de

Letícia Boechat, farmacêutica do Instituto do Câncer (INCA), que fez uma

extensa apresentação técnica sobre medicamentos e drogas de risco, abordando

diversos aspectos, tais como metodologias, procedimentos, equipamentos,

medidas de prevenção, monitoração, saúde ocupacional, dentre outros. Foi

comentada entre os integrantes do grupo a necessidade de conhecimento sobre

as regulamentações da ANVISA, em especial às Resoluções RDC 50/02 e

108/03, para evitar conflito entre as legislações (AGÊNCIA NACIONAL DE

VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002, REUNIÃO ORDINÁRIA DO GRUPO

TÉCNICO TRIPARTITE DA NR-32, 2004g).

• Sexta Reunião - dias 6 e 7 de outubro de 2004 - há registro sobre a

preocupação com os profissionais que preparam os quimioterápicos

antineoplásicos, e iniciaram-se as discussões sobre esta problemática. André

Luiz, da AGA S/A, realizou apresentação sobre "Óxido Nitroso" abordando

aspectos como os efeitos ao meio ambiente, procedimentos de fabricação,

efeitos sobre o ser humano, principalmente mulheres gestantes; estatísticas e

tendências mundiais, legislação e normas sobre níveis de exposição, dentre

outros (REUNIÃO ORDINÁRIA DO GRUPO TÉCNICO TRIPARTITE DA

NR-32, 2004h).

E assim, as reuniões seguiram, e todo o texto da nova Norma Regulamentadora foi

revisto. Todos os encontros ocorreram na FUNDACENTRO, em São Paulo. Somente na

Sétima reunião do Grupo, nos dias 04 e 05 de novembro de 2004, foi documentada em Ata a

comunicação da publicação da portaria de designação dos membros do GTT e o item sobre

“Resíduos” foi debatido e revisado (Portaria / DSST n.º 100, de 27/10/04). Foi levantada a

possível necessidade de uma prorrogação do prazo estabelecido (120 dias) para apresentação

de proposta final de normatização pelo GTT, quando os coordenadores de bancadas, Luis

Mamari e Joel Félix, comprometeram-se a levar o assunto a Comissão Tripartite Partidária

Permanente (CTPP). A Oitava Reunião aconteceu nos dias 09 e 10 de dezembro de 2004 e a

Nona, nos dias 10 e 11 de março de 2005 (REUNIÃO ORDINÁRIA DO GRUPO TÉCNICO

TRIPARTITE DA NR-32, 2004a, 2004i).

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Através da Portaria Nº 100, de 27 de outubro de 2004 do Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE), publicada no Diário Oficial da União de 01/11/04, seção 2, foram

nomeados, oficialmente, os integrantes do Grupo de Trabalho Tripartite da NR-32. Este

Grupo foi responsável pela análise das sugestões encaminhadas ao Departamento de

Segurança e Saúde no Trabalho - DSST, da Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT,

objetivando a elaboração da proposta final de criação de texto da NR 32 - Segurança e Saúde

no Trabalho em Serviços de Saúde (BRASIL, 2004).

O Grupo Tripartite teve um prazo de 120 (cento e vinte) dias para apresentar a

proposta final do texto de criação da NR-32, a partir da data de publicação da Portaria 100 de

27/10/2004, que aconteceu no dia 1º de janeiro de 2004, no Diário Oficial da União. Ficou,

porém, registrado na Ata da Sétima Reunião Ordinária o pedido de prorrogação do prazo

(BRASIL, 2004).

Em agosto de 2005, o GTT-32 reuniu-se para definir o glossário, a norma técnica de

implementação e os prazos de implantação, terminando, assim, o texto da Norma

Regulamentadora 32. Após esta reunião, o GTT-32 encaminhou o texto final para a Comissão

Tripartite Paritária Permanente para análise, verificação e validação (FEDERAÇÃO DA

SAÚDE DOS TRABALHADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2005).

De acordo com a Federação da Saúde dos Trabalhadores de São Paulo, no dia 29 de

setembro de 2005, numa quinta-feira, o Ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho,

recebeu em mãos a redação final do texto da Norma Regulamentadora 32, elaborada em

comum acordo pelos integrantes do Grupo de Trabalho Tripartite (GTT/32). Este texto foi

entregue por integrantes deste grupo (empresários, governo e trabalhadores), que também

fizeram uma apresentação sobre os principais pontos da NR, bem como ressaltaram como ela

poderia mudar para melhor a área da Saúde no Brasil.

A Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalho do Ministério do Trabalho teve o

prazo legal para a publicação da norma de até, no máximo, 60 dias. No entanto, o ministro

prometeu que teria todo empenho para que a Norma Regulamentadora fosse publicada antes

que o prazo se esgotasse (FEDERAÇÃO DA SAÚDE DOS TRABALHADORES DO

ESTADO DE SÃO PAULO, 2005).

Em 11 de novembro de 2005, nasce, oficialmente, a NR-32 através da Portaria nº 485

do Ministério do Trabalho e Emprego, e da Publicação no Diário Oficial da União (DOU de

16/11/05 –Seção I).

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1.2.3 A Comissão Tripartite Permanente Nacional (CTPN /NR-32)

Esta Comissão foi criada através da Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego n.°

485, de 11 de novembro de 2005, item 32.11.3 da NR-32, e tem por objetivo acompanhar a

implementação e propor adequações necessárias ao aperfeiçoamento da Norma

Regulamentadora n.º 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde.

O Regimento Interno desta Comissão foi aprovado no primeiro dia da Primeira

Reunião Ordinária, que ocorreu no dia 15 de março de 2007. Neste documento, o Art. 2º trata

da composição do Grupo, que deveria obedecer aos seguintes critérios: possuir 5 (cinco)

membros representantes do Governo, dos quais, 4 (quatro) pertencentes ao Ministério do

Trabalho e Emprego, sendo 3 (três) indicados pelo Diretor do Departamento de Segurança e

Saúde no Trabalho – DSST e 1 (um) indicado pelo Presidente da Fundação Jorge Duprat

Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO e 1 (um) pertencente

ao Ministério da Saúde, indicado pelo Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária – ANVISA. b) 5 (cinco) membros representantes dos empregadores, indicados de

comum acordo pelas seguintes entidades: Confederação Nacional do Comércio – CNC;

Confederação Nacional da Indústria – CNI; Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil

- CNA; Confederação Nacional do Transporte – CNT; e Confederação Nacional das

Instituições Financeiras – CNF. c) 5 (cinco) membros representantes dos trabalhadores,

indicados de comum acordo, pela Central Única dos Trabalhadores – CUT; Força Sindical –

FS; e Confederação Geral dos Trabalhadores - CGT (REUNIÃO ORDINÁRIA DA

COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE NACIONAL DA NR-32, 2007b, 2007c).

Na Ata da Primeira Reunião Ordinária, que aconteceu em dois dias (15 e 16 de março

de 2007), ficou registrada a preocupação de todos os representantes sobre a aplicabilidade

desta Norma no setor público e a necessidade de um representante da ANVISA. Neste

encontro foi feita uma rodada de depoimentos sobre o setor e distribuída uma planilha

contendo todos os itens da Norma Regulamentadora 32, onde todos poderiam fazer

comentários e dar sugestões de possíveis alterações. Este material subsidiou o planejamento

estratégico de ação da Comissão Permanente Tripartite Nacional e a elaboração de um manual

aplicativo da NR-32 (REUNIÃO ORDINÁRIA DA COMISSÃO TRIPARTITE

PERMANENTE NACIONAL DA NR-32, 2007a).

O segundo encontro ocorreu no dia 17 de abril de 2007, e deu-se continuidade ao

processo de adequação e implementação da NR-32. Neste momento ficou registrada a

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necessidade da ANVISA rever a normatização contida na Portaria Interministerial n.º 482 /

MS / MTE de 16/04/1999, que trata da esterilização, re-esterilização ou reprocessamento por

gás óxido de etileno. Foi proposto que a ANVISA ficasse com a responsabilidade da

regulação sanitária relativa a este processo, e a NR-32 absorveria os itens relativos à

segurança e saúde no trabalho (REUNIÃO ORDINÁRIA DA COMISSÃO TRIPARTITE

PERMANENTE NACIONAL DA NR-32, 2007d).

A terceira Reunião Ordinária teve registro de acontecimento nos dias 17 e 18 de maio

de 2007, e os integrantes da Comissão reuniram-se para dar continuidade aos trabalhos e a

elaboração do manual aplicativo da NR-32. Ficou registrada nesta Ata a ampla divulgação

desta NR pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP) e a

implantação de 70% da NR-32 em um hospital psiquiátrico que atende exclusivamente o

Sistema Único de Saúde (SUS). Foi sinalizado que a ANVISA pretendia atualizar a Portaria

Interministerial n.º 482 MS / MTE (16/04/99). No segundo dia de reunião, foram debatidas as

notas explicativas sobre os itens referentes às medidas de proteção (REUNIÃO ORDINÁRIA

DA COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE NACIONAL DA NR-32, 2007e).

O cronograma de reuniões, a princípio aprovado na Primeira Reunião Ordinária foi

cumprido, com mais 10 reuniões previstas até novembro de 2008. Todos os encontros

previstos para acontecerem na FUNDACENTRO, em São Paulo (REUNIÃO ORDINÁRIA

DA COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE NACIONAL DA NR-32, 2007a).

Em 2008, foi publicado o Guia Técnico de Riscos Biológicos pelo Ministério do

Trabalho e Emprego, que trata dos riscos biológicos no âmbito da Norma Regulamentadora

32, elaborado através de discussões e consensos de um grupo tripartite – a Comissão Nacional

Permanente da NR-32 (BRASIL, 2008b).

Neste mesmo ano, a Comissão discutiu e publicou o cronograma para a implantação

de dispositivos de segurança nos materiais perfurocortantes em estabelecimentos de saúde.

Apontou como obstáculo a implantação na rede hospitalar pública, por não ser regida pela

Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) (REUNIÃO ORDINÁRIA DA COMISSÃO

TRIPARTITE PERMANENTE NACIONAL DA NR-32, 2008).

Foram discutidos os prazos para divulgação e treinamento, implantação, adaptação de

mercado e início da fiscalização para os seguintes dispositivos: cateteres periféricos, seringas

para gasometria, seringas de 3, 5, 10, e 20 ml, suporte, brocas de dissecção e lâminas para

microsserras (REUNIÃO ORDINÁRIA DA COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE

NACIONAL DA NR-32, 2008).

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1.3 O Meio Ambiente Hospitalar

O risco ocupacional no ambiente de trabalho pode ser ou estar oculto por ignorância,

falta de conhecimento ou informação. Pode ser latente, pois só se manifesta e causa danos em

situações de emergência ou estresse, e real, quando é conhecido, mas não há possibilidade de

controle quer pela inexistência de soluções, quer pelos altos custos ou falta de vontade política

(BULHÕES, 1998).

Os riscos ocupacionais encontrados no ambiente hospitalar são os riscos biológicos, os

riscos químicos, os riscos físicos, os riscos ergonômicos e os riscos de acidentes (MAURO et

al., 2004).

O Ministério da Saúde considera os riscos biológicos como intensamente encontrados

nos ambientes hospitalares e que podem variar de acordo com o setor de trabalho. A

necessidade de proteção contra um risco biológico é definida pela fonte do material, pela

natureza da operação, pelo experimento a ser realizado, bem como pelas condições de

realização. Quando os agentes de contaminação são conhecidos, as normas e classificações

existentes devem ser seguidas, e estas regem os níveis de contenção adequados para o seu

manuseio. Entretanto as instituições devem possuir meios de tratar novos riscos, o que deve

ser efetuado pelo SEESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina

do Trabalho) e pelos profissionais da área. A implementação de novas técnicas de segurança

deve ser adotada sempre que as medidas existentes se mostrarem ineficazes (BRASIL, 1995).

Os riscos biológicos não se limitam ao corpo do paciente, podendo ocorrer infestação

nas instituições de saúde por ratos, baratas, formigas, moscas, pombos e até gatos, que são

hospedeiros de germes, e podem causar doenças. Há ainda os riscos oriundos da limpeza mal

feita, equipamentos contaminados e do ambiente de trabalho como vasos de plantas e flores

que podem se transformar em conglomerados de germes (BULHÕES, 1998).

Neste ambiente, os produtos químicos também são largamente utilizados para diversas

finalidades, como agentes de limpeza, desinfecção e esterilização. São empregados também

como soluções medicamentosas (quimioterápicos, etc). Podem ser utilizados ainda como

produtos de manutenção de equipamentos e instalações (óleo diesel, graxas, óleos

lubrificantes, colas, entre outros). A exposição a substâncias químicas, sob a forma de gases,

partículas, poeiras, líquidos pode causar efeitos adversos no organismo (BRASIL, 1995,

MAURO et al., 2004).

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Em um levantamento bibliográfico, foram identificados 37 artigos relacionados com a

exposição dos trabalhadores de enfermagem a substâncias químicas. Dentre estes, os temas

abordados foram drogas citostáticas, agentes químicos em geral, gases anestésicos, vapores e

gases esterilizantes, manipulação de cefalosporina e propacetamol, reações alérgicas a luvas

protetoras, exposição a vapores de cimento de osso, a terapia de aerossol com pentamidina e

ribavirina e a manipulação de mercúrio. Outro artigo alertava sobre os perigos da

transferência de produtos químicos das mães que entram em contato no ambiente de trabalho

para o leite materno, e possível ingestão pelo bebê (XELEGATI; ROBAZZI, 2003).

Nem sempre a exposição resulta em efeitos prejudiciais à saúde, os quais vão depender

de fatores como tipo e concentração do agente químico, freqüência e duração da exposição,

práticas e hábitos laborais e suscetibilidade do indivíduo (XELEGATI; ROBAZZI, 2003).

Num estudo quantitativo, realizado com 53 enfermeiros do setor de emergência de um

hospital universitário de Ribeirão Preto, em São Paulo, sobre o contato com substâncias

químicas, 100% dos participantes reconheceram estar expostos principalmente aos

antibióticos e benzina (100%), iodo (98,1%) e látex-talco (88,7%). As principais substâncias

causadoras de problemas de saúde citadas foram antineoplásicos (86,7%), glutaraldeído

(79,2%) e óxido de etileno (75,5%). As alterações à saúde que descreveram foram

lacrimejamento, reações alérgicas, náuseas e vômitos, não se mencionando outros problemas

de saúde que podem ser ocasionados pelos produtos citados (XEELEGATI et al., 2006).

Segundo Costa e Feli (2005), os trabalhadores de enfermagem também identificaram

sabões, hipoclorito de sódio, desinfetantes, éter, glutaraldeído, benzina, detergente, formol,

óxido de etileno, PVPI, medicamentos em geral, anestésicos, quimioterápicos, óxido nítrico,

poeira e látex de luvas como algumas substâncias de maior impacto na saúde. Esta exposição

pode refletir em patologias: da pele, respiratórias, nervosas, órgãos do sentido, circulatórias,

digestivas, imunológicas, neoplasias, do aparelho reprodutor e urinário.

Os principais agentes físicos encontrados no ambiente hospitalar são o ruído, o calor, o

frio, radiações ionizantes e não ionizantes e pressões anormais. Embora os níveis de

iluminação não sejam relacionados diretamente a problemas de saúde, sua análise é feita por

estar relacionada a todas atividades de trabalho (BRASIL, 1995).

De acordo com Veiga (2007), no hospital não deveria ter muito ruído, mas o que se

nota no cotidiano é um universo sonoro de ruídos agravado por carro de curativo rangendo,

aparelhos sonoros altos (televisão e som), celulares, campainha de telefones dos setores com

volume aumentado, vozes altas da própria equipe de saúde, e outros.

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Com relação à iluminação, o ambiente de trabalho deve ser bem iluminado de forma a

proporcionar boa visão e conforto, para que os profissionais possam executar suas atividades

de forma adequada, assim como a temperatura ambiente deve ser agradável, proporcionando

satisfação e boa saúde no trabalho (VEIGA, 2007). A questão da temperatura também ajuda a

diminuir a proliferação de germes no ambiente de trabalho, principalmente num país tropical

como o Brasil.

Num estudo descritivo realizado com auxiliares de enfermagem a respeito de riscos

físicos, foi evidenciado que estes profissionais, em sua maioria, apresentam dificuldades de

identificá-los apesar de trabalharem em locais onde havia tal exposição. Algumas das queixas

apresentadas poderiam ser decorrentes da exposição aos fatores de risco físico, tais como,

hipertensão, estresse, transtorno de ansiedade relacionada ao ruído, hemorragia não

classificada, que pode ser oriunda das radiações ionizantes, história pessoal de alergias a

drogas, medicamentos e substâncias não especificadas, excesso de exercícios e movimentos

rigorosos, além dos riscos advindos do calor, iluminação inadequada e outras (REZENDE,

2003).

Dentre os riscos mecânicos ou de acidentes, estão os escorregões, as quedas, e os

problemas de coluna vertebral em virtude de movimentação e posicionamento de pacientes

(BRASIL, 1995).

De acordo com Savoldi (2004, p.50):

A falta ou a inadequação de rampas, a ausência ou insuficiência de elevadores podem

provocar quedas, escorregões e cansaço. Além disso, agulhas, vidros e outros materiais

cortantes, macas, cadeiras inadequadas para o transporte de pacientes pesados são fatores de

risco.

Os riscos mentais e emocionais são decorrentes do próprio objeto de trabalho, ao lidar

com a dor, com o sofrimento e a morte de quem está sendo cuidado. Neste mesmo contexto,

há outras variáveis sociais inerentes da atividade do auxiliar de enfermagem, como: as más

condições gerais de vida, baixo grau de escolaridade, pouco conhecimento dos fatores de risco

e métodos de prevenção, ambiente físico de trabalho precário com iluminação, ventilação,

instalações insuficientes, excesso de ruídos, vestiários inadequados, condições precárias de

trabalho, atenção médica insuficiente, e sobrecarga de trabalho onde a equipe de trabalho é

reduzida (SAVOLDI, 2004).

Para Ennes (2002, p.30):

O trabalho desenvolvido no ambiente hospitalar é considerado insalubre devido à magnitude

das doenças diversas centralizadas num mesmo espaço físico, que nem sempre está preparado

para comportar determinadas patologias. E, por isso, os profissionais da equipe de

enfermagem, como os demais trabalhadores do ambiente hospitalar precisam estar atentos e

ter o devido conhecimento das condições do seu local de trabalho.

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Este trabalho é considerado como insalubre por ter potencial risco de vida para o

trabalhador, como na manipulação de drogas e gases tóxicos, exposição à radiação e agentes

biológicos. São insalubres, segundo o artigo 189 da C.L.T., as atividades que, por sua

natureza, condições ou métodos “exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima

dos limites de tolerância fixados em razão da natureza, e da intensidade do agente e do tempo

de exposição aos seus efeitos” (BRASIL, 1943, p.32).

Kreischer (2007) ressalta que os profissionais de saúde muitas vezes estão em contato

direto com estes riscos sem percebê-los, espoliando-os e conduzindo-os para um processo

lento de adoecimento. Na maioria das vezes, as condições de trabalho insalubres e perigosas

tornam-se rotina, frequentemente não percebidas pelos gerentes, nem pelo próprio trabalhador

de saúde, o qual se habitua a tal situação ou mantém o autocontrole dos sintomas, sem

procurar esclarecer as causas verdadeiras (MAURO et al., 2004).

“As condições insalubres oferecem oportunidade do aparecimento de doenças,

profissionais ou não, ou, pelo menos, a debilitação do trabalhador ou o encurtamento de sua

vida útil, pela agressividade a que fica sujeito” (CARVALHO, 2001, p.238).

É importante que os profissionais fiquem atentos a alterações em seus organismos e

que realizem os exames periódicos de saúde para que a identificação precoce de alterações em

saúde, antes da instalação da doença facilita a prevenção de prejuízos muitas vezes

irreversíveis à saúde (MENDES; DIAS, 1999).

O artigo 192 da Consolidação das Leis do Trabalho assegura um adicional de

insalubridade que varia de acordo com a caracterização, quantificação, classificação e

constatação do grau de insalubridade por uma perícia de um médico do trabalho juntamente

com um engenheiro de segurança do trabalho. Este adicional varia de 40% (grau máximo),

20% (grau médio) e 10% (grau mínimo) sobre o salário mínimo da região (BRASIL, 1943,

ENNES, 2002).

No Brasil, existem os órgãos e legislações em saúde do trabalhador como as Normas

Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, o programa de Saúde do

Trabalhador do Ministério da Saúde e os documentos do Ministério da Previdência Social.

Essas legislações e órgãos específicos são, de modo geral, influenciados pela OIT

(Organização Internacional do Trabalho), que, em âmbito mundial, trata da Saúde e

Segurança do Trabalhador. As normas internacionais do trabalho em matéria de segurança e

saúde proporcionam ao governo, aos empregadores e aos trabalhadores ferramentas decisivas

para estabelecer práticas que proporcionam um nível superior de segurança e saúde. Estas

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normas são instrumentos jurídicos que podem adotar a forma de convênios e recomendações

(OIT, 2007, tradução nossa)1.

As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego que mais se

relacionam com a atividade em hospitais são: NR 4 ( Serviço Especializado em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho); NR 5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes-

CIPA); NR 6 (Equipamentos de Proteção Individual), NR 7 (Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional), NR 9 (Programas de Prevenção de Riscos Ambientais), NR 15

(Atividades e Operações Insalubres), NR 17 (Ergonomia) , NR 24 ( Condições Sanitárias e de

Conforto no ambiente de Trabalho), NR 26 Sinalização de Segurança, e, por último, a mais

recente, a NR 32 ( Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde), que é objeto de

estudo nesta pesquisa, reunindo, de maneira mais específica, os conteúdos das Normas

anteriores, direcionando-os para a área da saúde.

1.3.1 Riscos Ocupacionais

No Brasil, a saúde, condições de trabalho e acidentes são preocupações dos

trabalhadores desde o início do processo de industrialização. Esse período foi marcado por

péssimas condições de trabalho, com jornadas prolongadas, baixos salários, emprego de

crianças e altos índices de acidente de trabalho (VILELA, 2000).

Atualmente, a Saúde do Trabalhador constitui uma área da Saúde Pública que tem

como objeto de estudo e intervenção nas relações entre o trabalho e a saúde. Tem como

objetivo a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de

ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à

saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos trabalhadores,

compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada,

no Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2001).

Dentro desta perspectiva, a Saúde do Trabalhador, na condição de prática social,

assume dimensões políticas, sociais e técnicas indissociáveis. Em consequência, faz interfaces

com:

1 [...] Muchas de las Normas internacionales estabelecidas desde la fundación de la OIT en 1919 se ocupan de

cuestiones relacionadas con la seguridad y la salud ocupacional. La seguridad y la salud en el trabajo se enmarca

directamente en la categoria de la protección social; el diálogo social satisfactório constituye una de las

herramientas clave para lograr que el trabajo sea seguro y sano.

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O sistema produtivo e a geração da riqueza nacional, a formação e preparo da força de

trabalho, as questões ambientais e a seguridade social. De modo particular, as ações de saúde

do trabalhador devem estar integradas com as de saúde ambiental, uma vez que os riscos

gerados nos processos produtivos podem afetar, também, o meio ambiente e a população em

geral. (BRASIL, 2001, p.17).

O Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) traz a definição de Saúde do Trabalhador

descrita na Lei Orgânica de Saúde como sendo um conjunto de atividades que se destina à

promoção e proteção da saúde do trabalhador, por meio das ações de vigilância

epidemiológica e vigilância sanitária, assim como a recuperação e à reabilitação daqueles

submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.

Em toda situação de trabalho podemos identificar fatores de risco capazes de provocar

danos à saúde das pessoas que trabalham. Porém, pode-se atuar de forma preventiva e

racional, com uma hierarquização da magnitude dos problemas baseada na capacidade de

provocar danos à saúde, considerando cada um dos fatores de riscos presentes (CASTEJÓN,

2004, tradução nossa)2.

Os trabalhadores de enfermagem enfrentam situações de riscos em seus ambientes de

trabalho sem mesmo perceberem, tornando-as cotidianas e corriqueiras e, em consequência,

pouco fazem para que estas não se repitam.

Este conceito de risco é bidimensional, representando a possibilidade de um efeito

adverso ou dano e a incerteza da ocorrência, distribuição no tempo ou magnitude do resultado

adverso. Assim, de acordo com essa definição, situação ou fator de risco é “uma condição ou

conjunto de circunstâncias que tem o potencial de causar um efeito adverso que pode ser:

morte, lesões, doenças ou danos à saúde, à propriedade ou ao meio ambiente” (BRASIL,

2001, p.33).

Para o Ministério da Saúde, “o conceito de risco deriva da palavra inglesa hazard, que

vem sendo traduzida para o português como perigo ou fator de risco ou situação de risco”.

(BRASIL, 2001, p.37).

A presença de um agente de risco pode não representar risco para a saúde, pois a

magnitude da exposição está relacionada a características do agente, como, estado físico,

características físico-químicas, tempo e frequência de exposição e a susceptibilidade

individual. Portanto, conhecer todas as condições é fundamental para que se estabeleça a

representatividade da exposição ocupacional.

2 [...] em toda situación de trabajo pueden identificarse factores de riesgo susceptibles de provocar daños a la

salud de las personas que trabajan. Ahora bien, puesto que los recursos para controlar dichos factores son

siempre limitados, cualquier actuación preventiva racional exige establecer una jerarquía en la magnitud de los

problemas. Esta jerarquzación de producción de daños a la salud por parte de cada uno de los factores de riesgo

presentes.

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O Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) traz a classificação dos fatores de riscos

ocupacionais, segundo sua natureza:

-Riscos ambientais, divididos em:

a) Físico: alguma forma de energia: radiação, ruído, vibração, temperatura,

iluminação, etc;

b) Químico: substâncias químicas, poeiras, etc;

c) Biológico: bactérias, vírus, fungos, etc;

-Riscos Situacionais: Por exemplo: instalações, ferramentas, equipamentos,

materiais, operações, etc;

-Fator humano ou comportamental: decorrentes da ação ou omissão humana.

Mendes (2003) classifica os fatores de risco para a segurança e saúde dos

trabalhadores, categorizando, distintamente, os fatores físicos, os químicos, os biológicos,

ergonômicos e da organização do trabalho, os fatores psicossosiais, os mecânicos ou de

acidentes:

• Fatores Físicos: como ruído, vibração, radiação ionizante e não-ionizante,

temperaturas extremas (frio e calor), pressão atmosférica anormal, entre outros;

• Fatores Químicos: agentes e substâncias químicas, sob a forma líquida,

gasosa ou de partículas e poeiras minerais e vegetais, comuns nos processos de

trabalho;

• Fatores Biológicos: vírus, bactérias, parasitas, geralmente associados ao

trabalho em hospitais, laboratórios e na agricultura e pecuária;

• Fatores Ergonômicos e da Organização do trabalho: decorrem da

organização e gestão do trabalho, por exemplo, utilização de equipamentos,

máquinas e mobiliário inadequados, levando a posturas e posições

inadequadas; locais adaptados com más condições de iluminação, ventilação e

de conforto para os trabalhadores; trabalho em turnos e noturno; monotonia ou

ritmo de trabalho excessivo, exigências de produtividade, relações de trabalho

autoritárias, falhas no treinamento e supervisão dos trabalhadores, entre outros.

• Fatores Psicossociais: a situação de trabalho oferece importantes

elementos ao entendimento da constituição dos agravos mentais relacionados

ao trabalho sendo composta pelas condições concretas do ambiente em que o

trabalho é executado e a organização do trabalho.

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• Fatores Mecânicos ou de acidentes: ligados à proteção das máquinas,

arranjo físico, ordem e limpeza do ambiente de trabalho, sinalização,

rotulagem de produtos e outros que podem levar a acidentes do trabalho.

Para Mauro et al. (2004, p.342), os riscos físicos são “agressões ou condições adversas

de natureza ambiental que podem comprometer a saúde do trabalhador”.

De um modo geral o Ministério da Saúde exemplifica os agentes físicos decorrentes

do trabalho. São estes os ruídos, as vibrações, o calor, a pressão atmosférica anormal, as

radiações ionizantes e não ionizantes (BRASIL, 2001).

Entendem-se por radiações ionizantes os raios X, os raios gama, os raios beta, as

partículas gama, os prótons e nêutrons. E, por radiações não ionizantes, a ultravioleta, a luz

solar ou artificial, o infravermelho, as microondas, a freqüência de rádio e o raio laser. As

variações atmosféricas são calor, frio, pressão atmosférica e vibrações oscilatórias, o ruído e

as vibrações (BULHÕES, 1998).

Consideram-se como agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que

possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,

neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter

contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão (BRASIL, 1978d).

Com relação aos efeitos sobre o organismo, os agentes químicos podem ser

classificados de acordo coma ação tóxica exercida no ambiente de trabalho. Podem ser

irritantes quando ocasionam inflamação por ação física ou química nas áreas anatômicas com

as quais entram em contato. Podem ser subdivididos em: 1) Irritantes Primários, cuja ação

local é mais evidente após a inalação do agente, como a amônia, que é uma substância

irritante do trato respiratório superior; 2) Irritantes Secundários, que exercem ação irritante

local e sistemática como o sulfeto de hidrogênio, que causa irritação local e é um depressor

respiratório. Também podem ser classificados como asfixiantes, quando são capazes de

impedir a chegada do oxigênio aos tecidos, sem interferir no mecanismo de ventilação. Podem

ser: 1) simples, que atuam por estar em alta concentração no ambiente e 2) químicos, que

provocam asfixia por agirem bioquimicamente, impedindo o transporte eficiente ou sua

utilização normal, por exemplo, monóxido de carbono e cianeto. Também existem os

narcóticos e anestésicos sistêmicos, pneumoconióticos, os alergizantes, cancerígenos e

produtores de dermatoses (CARVALHO, 2001).

Os anestésicos e narcóticos apresentam ação depressora do sistema nervoso central, os

Pneumoconióticos são substâncias sólidas que, chegando aos pulmões, se depositam e se

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acumulam, produzindo uma pneumopatia e degeneração fibrótica do tecido pulmonar como a

sílica e os asbestos e o talco. São sistêmicos os compostos químicos que, independentemente

da via de entrada, se distribuem por todo o corpo e produzem efeitos diversos. Os alergizantes

promovem reações alérgicas, Os cancerígenos podem gerar ou potencializar o crescimento

desordenado de células, como o benzeno e formaldeído. E, finalmente, os produtores de

dermatoses são substâncias que, independentemente de exercer outros efeitos tóxicos sobre o

organismo, em contato com a pele, geram sua alteração. As vias de entrada desses agentes

químicos no organismo são respiratórias, cutâneas, dérmicas, digestivas, orais ou parenterais

(CARVALHO, 2001).

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) da Norma Regulamentadora

9, do Ministério do Trabalho e Emprego, considera como agentes biológicos as bactérias,

fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros (BRASIL, 1978d).

Os organismos vivos podem pertencer a diferentes grupos microbianos (vírus,

bactérias, protozoários), bem como a alguns grupos de parasitas invertebrados (helmintos e

artrópodes). Os derivados animais e vegetais afetam geralmente a pele e as vias respiratórias,

causando diferentes transtornos do tipo alérgico ou irritativo, por exemplo pêlos, proteínas,

enzimas, pólen, madeira, etc.). Os meios de transmissão dos agentes biológicos podem ser

através da água, do ar que funciona como veículo de transmissão de microorganismos que

ficam em suspensão, do solo gerando doenças infecciosas como tétano ou doenças parasitárias

e picadas de animais peçonhentos. Quando oriundo dos animais, são chamadas de zoonoses e,

por último, das matérias-primas como exemplo o desenvolvimento de fungos e bactérias em

óleos utilizados para lubrificação e resfriamento de peças em processos mecânicos, ou seja, as

matérias-primas podem se constituir meios adequados para o desenvolvimento de

microorganismos (CARVALHO, 2001).

O risco ergonômico é definido como “fatores de natureza biopsicossocial do meio

ambiente profissional que, com base na fisiologia, na psicologia e na Organização do

trabalho, podem produzir desequilíbrio no processo da adaptação do homem ao trabalho,

desgaste humano” (MAURO, 1997a, p.11). Nesta abordagem também são considerados o

trabalho estático e dinâmico e cargas físicas suportáveis.

Dentro desta perspectiva da ergonomia, Mauro (1997b, p.427) ressalta que:

O trabalhador é um ser humano e como tal deve ser tratado. O ideal do homem é manter em

equilíbrio os fatores biológicos, psíquicos, sociais e ambientais. Ele está sujeito a várias

influências de natureza endógena ou exógena, daí a necessidade de que lhe sejam asseguradas

boas condições de trabalho, a fim de que possa ter rendimento.

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As alterações do processo saúde/doença oriundas da carga psíquica e social podem ser

caracterizadas por fatores de risco ergonômico em sua vertente psicossocial. “A falta de

condições adequadas para o trabalho pode constituir um elemento gerador de fadiga”

(MAURO, 1997b, p.427). Esta identifica o limite de capacidade de trabalho, e indica que

quando este limite é ultrapassado, resulta em prejuízos para o organismo.

Savoldi (2004) relata que, desde a década de 70, estudos sobre o efeito da fadiga dos

enfermeiros apontaram a necessidade de aprofundamento das pesquisas sobre riscos

ocupacionais em dois aspectos: fatores pessoais ligados à inobservância dos aspectos

ergonômicos; e fatores ambientais ligados às condições inadequadas em que esses

trabalhadores executam as atividades laborativas, o que aumenta a incidência de acidentes de

trabalho.

1.3.2 Doenças relacionadas ao Trabalho

As doenças relacionadas ao trabalho equiparam-se aos acidentes de trabalho, porém

para a comprovação diagnóstica e estabelecimento da relação da doença com o trabalho,

podem ser necessárias informações complementares sobre os fatores de risco, identificados a

partir da entrevista com o paciente. No caso de trabalhadores empregados, essas informações

poderão ser solicitadas ao empregador, como os registros de estudos e levantamentos

ambientais, qualitativos ou quantitativos, contidos no Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais (PPRA), feito por exigência da NR 9, da Portaria/MTb n.º 3.214/1978. Também

podem ser úteis os resultados de avaliações clínicas e laboratoriais realizadas para o Programa

de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), em cumprimento da NR 7, da mesma

portaria referida anteriormente, e registros de fiscalizações realizadas pelo poder público

(BRASIL, 2001).

Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a

data de sua comunicação à empresa ou, na sua falta, a da entrada do pedido de benefício do

INPS (Instituto Nacional da Previdência Social), a partir de quando serão devidas as

prestações cabíveis (BRASIL, 1976).

Entre as principais dificuldades para o estabelecimento do nexo ou da relação

trabalho-doença estão ausência ou imprecisão na identificação de fatores de risco e/ou

situações a que o trabalhador está ou esteve exposto, potencialmente lesivas para sua saúde;

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ausência ou imprecisão na caracterização do potencial de risco da exposição; conhecimento

insuficiente quanto aos efeitos para a saúde associados com a exposição em questão;

desconhecimento ou não-valorização de aspectos da história de exposição e da clínica,

descritos como associados ou sugestivos de doença ocupacional ou relacionada ao trabalho;

necessidade de métodos propedêuticos e abordagens por equipes multiprofissionais, nem

sempre disponíveis nos serviços de saúde (BRASIL, 2001).

1.3.3 Os Acidentes de Trabalho

Dados divulgados pela Previdência e Assistência, nos anos 90, sobre a ocorrência de

acidentes de trabalho e doenças profissionais, notificados por meio da Comunicação de

Acidente de Trabalho (CAT), demonstram que cerca de 30% da população economicamente

ativa era coberta pelo SAT (Seguro Acidente de Trabalho). Estão excluídos dessas estatísticas

os trabalhadores autônomos, domésticos, funcionários públicos estatutários, subempregados,

muitos trabalhadores rurais, entre outros. Mesmo entre os trabalhadores segurados pelo SAT,

estudos têm apontado níveis de subnotificação bastante elevados. As informações disponíveis

sobre acidentes de trabalho indicam o predomínio do acidente-tipo, seguido pelos acidentes de

trajeto e, em terceiro lugar, as doenças profissionais e de trabalho (BRASIL, 2001). Dados de

2005 apontaram a permanência desta tendência.

De acordo com a Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, publicada no Diário Oficial

da União em 21/10/76, “acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a

serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte,

ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” (BRASIL,

1976).

O acidente de trabalho pressupõe estreita vinculação entre acidente e o trabalho do

acidentado, devendo haver a “casualidade”. Por este motivo, são importantes o local de

trabalho e o horário. Para fins legais o local de trabalho deve ser entendido como aquele onde

o empregado deve estar para atividades e horário de trabalho, aquele período de tempo dentro

do qual o empregado executa as atividades que lhe foram determinadas, mesmo que seja fora

do expediente normal (CARVALHO, 2001).

Apesar do termo „acidente‟ sugerir que este evento acontece por obra do destino,

impossível de ser evitado, sabe-se que os acidentes ocorrem devido a uma interação de vários

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fatores que estão presentes no ambiente ou situação de trabalho muito antes de seu

desencadeamento. Sendo, portanto, previsíveis, visto que, uma vez eliminando estes fatores,

pode-se eliminar ou reduzir a ocorrência desses eventos (VILELA, 2000).

A ocorrência do acidente de trabalho é multifacetada e costuma trazer, no mínimo a

face existencial, a técnica e a jurídica Ou seja, simultaneamente ao drama existencial que

produz para vítimas, familiares e pessoas próximas, os acidentes costumam ser seguidos de

iniciativas técnicas visando à compreensão de suas causas e podem ensejar ações também na

esfera judicial (VILELA; IGUTI; ALMEIDA, 2004).

Equiparam-se ao acidente do trabalho - Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976

(BRASIL, 1976):

I - A doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar

a determinado ramo de atividade e constante de relação organizada pelo

Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), ou seja, “as doenças

relacionadas ao trabalho, quando enquadradas nos requisitos dos artigos 19 e

20 da Lei Federal n.º 8.213/1991, são equiparadas a acidentes de trabalho”

(BRASIL, 2001, p.54).

II - O acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única,

haja contribuído diretamente para a morte, ou a perda, ou redução da

capacidade para o trabalho;

III - O acidente sofrido pelo empregado no local e no horário do trabalho, em

consequência de:

a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros, inclusive

companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa

relacionada com o trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro inclusive

companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação ou incêndio;

f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.

IV - a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal de área

médica, no exercício de sua atividade;

V - o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de

trabalho:

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a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da

empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar

prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção

utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado;

d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela.

Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras

necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado será considerado

a serviço da empresa.

Em casos excepcionais, constatando que a doença não está incluída na relação prevista

resultante de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona

diretamente, o Ministério da Previdência e Assistência Social deverá considerá-la como

acidente de trabalho. A doença degenerativa, a inerente a grupo etário e a que não acarreta

incapacidade para o trabalho, não são consideradas acidentes de trabalho.

O acidente de trabalho pode ocorrer por causas imprevisíveis e previsíveis. As causas

imprevisíveis podem ser definidas como aquelas que não podem ser afastadas por não serem

previsíveis, apesar de serem tomadas as precauções tanto pelos empregadores quanto pelos

empregados. Somente 2% das causas de acidentes do trabalho não podem ser evitadas por

serem imprevisíveis (CARVALHO, 2001).

Segundo autor supracitado, as causas previsíveis são aquelas que poderão ser afastadas

com a observação ou tomada de algumas providências. São de grande importância, pois

podem ser eliminadas e constituem 98% das causas responsáveis pelos acidentes. Estas

podem ser classificadas em atos inseguros que são subjetivos e pertencem aos sujeitos que as

cometem e condições inseguras relacionadas às causas objetivas ou materiais existentes no

ambiente de trabalho.

Os atos inseguros e as condições inseguras são causas fundamentais de acidentes que

devem ser identificadas e localizadas para que não venham a proporcionar a ocorrência de

acidente (ETCHALUS et al., 2006).

Ato inseguro “é todo comportamento que pode ocasionar um acidente” (CORDEIRO,

2001, p.8). São causas de acidentes do trabalho que residem exclusivamente no fator humano.

Para eliminar ou minimizar este comportamento são necessários campanhas de prevenção,

educativas, inspeções mais freqüentes que ajudarão a reduzir a ocorrência de acidente

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(NOGUEIRA; GOMES; SAWAIA, 1981, CORDEIRO, 2001, RODRIGUES; SOUZA;

CERQUEIRA, 2003).

Cerca de 80% dos acidentes do trabalho são oriundos do próprio trabalhador e variam

de uma empresa para outra. Estes comportamentos podem ser tentativa de ganhar tempo,

incapacidade física para o trabalho, excesso de confiança, não fazer uso de Equipamentos de

Proteção Individual (EPI), brincadeiras ou exibicionismo, tipo de personalidade, e outros

(CARVALHO, 2001, ETCHALUS et al., 2006).

Em virtude do conceito de “ato inseguro”, as causas mais profundas que geram os

acidentes e doenças nos locais de trabalho são deixadas de lado, como os projetos de

tecnologias, a organização do trabalho e as características da própria sociedade, como a

legislação, a atuação dos trabalhadores e das instituições regulamentadoras e fiscalizadoras.

Esta visão também assume a compensação de riscos quando se trata de adicionais de

insalubridade e periculosidade (UCHOA et al., 2002).

A caracterização do ato inseguro é, de certa forma, interessante para as organizações

empregadoras. Pois, sendo o trabalhador considerado causador dos acidentes, as mesmas

deixam de assumir a sua responsabilidade (ETCHALUS et al. 2006, p.621).

Entende-se por condições inseguras as causas dos acidentes do trabalho que decorrem

diretamente das condições do local ou do ambiente de trabalho (NOGUEIRA; GOMES;

SAWAIA, 1981). Podem colocar em risco a integridade física e/ou mental do trabalhador

devido à possibilidade de o mesmo acidentar-se (CORDEIRO, 2001, RODRIGUES; SOUZA;

CERQUEIRA, 2003). Exemplos: prédio inadequado, pisos irregulares, falta de sinalização,

máquinas em condições insatisfatórias, matéria prima inadequada, horário de trabalho,

proteção inapropriada ao trabalhador, roupas e calçados inadequados, falhas nos programas de

treinamento, falhas administrativas, etc. (CARVALHO, 2001, RODRIGUES; SOUZA;

CERQUEIRA, 2003).

Os fatores pessoais de insegurança, na maioria das vezes, são de ordem fisiológica

(deficiência visual e auditiva, epilepsia, etc.), psicológica (traços de personalidade, aptidões,

inteligência, depressão, tensão, neurose, etc.), social (problemas de relacionamentos pessoais,

uso de drogas, etc.), ou de formação cultural que alteram o comportamento do trabalhador,

permitindo que cometa atos inseguros. O acidente sempre ocorre como resultado da soma de

atos e condições inseguros que são oriundos de aspectos denominados fatores pessoais de

insegurança (CARVALHO, 2001).

Outros fatores são: preconceito (idéia preconcebida sob determinada coisa sem

conhecimento de causa), aventura, imprudência, negligência, imperícia, distração,

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repetitividade, indiferentismo (falta de interesse na prevenção de acidentes), nervosismo,

fadiga, confiança excessiva e indisciplina (CARVALHO, 2001, RODRIGUES; SOUZA;

CERQUEIRA, 2003).

Tendo em vista que a maioria dos acidentes ocorre em consequência de falhas

humanas e terceiros, as falhas humanas podem ser analisadas por meio de seis causas: falta de

capacidade, falta de informação, falta de aptidão física ou mental, motivação incorreta,

deslizes e condições ergonômicas inadequadas (CARVALHO, 2001).

A Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) firma as principais causas de acidentes de

trabalho em termos de categorias, como (BRASIL, 2003):

• Operacionais – Falhas de componentes materiais ou equipamentos, reações

aceleradas ou inesperadas, perdas de controle, etc.;

• Ambientais – Mudanças climáticas, falhas ou deficiências de proteções,

interferência de outro acidente, etc.;

• Organizacionais – Inadequações no gerenciamento da organização ou de

atitudes, falhas em procedimentos, treinamentos, supervisão, suporte, análise

de processos, construção de instalações, sistema de isolamento de

equipamentos, manutenção, etc.

• Pessoais – Erros, problemas de saúde, desobediências, intervenção maliciosa

e outras.

Sendo caracterizado o acidente de trabalho, para fins da Previdência Social, o

segurado e seus dependentes têm direitos a benefícios (auxílio-doença, dito acidentário,

aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente, pensão por morte) e serviços (serviço social e

reabilitação profissional) peculiares a essa modalidade de agravo à saúde, sem carência, ou

seja, independente do tempo de contribuição (BRASIL, 2001).

O direito dos trabalhadores à segurança e medicina do trabalho é garantida pela Lei

6.514 de 22 de dezembro de 1977. Sua regulamentação se dá através da portaria nº 3.214 de 8

de junho de 1978, do Ministério do Trabalho, que aprova as Normas Regulamentadoras

(NRs) da Consolidação das Leis Trabalhistas (C.L.T.) relativas à segurança e medicina do

trabalho (ENNES, 2002).

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1.3.4 A Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT)

Segundo Carvalho (2001), o acidente do trabalho deve ser comunicado à empresa

imediatamente, quando possível pelo acidentado, e a empresa deve comunicar o acidente ao

INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) dentro de 24 horas, sob pena de multa, que é

aplicada e cobrada pela previdência social. Se o acidente tiver causado morte do segurado, a

empresa deve comunicá-lo também à autoridade policial, do local do acidente, no prazo de 24

horas e, havendo impossibilidade absoluta, este prazo será aumentado pelo tempo necessário.

O prazo de 24 horas deve ser contado da data em que o empregador tiver conhecimento do

acidente, quer pelo acidentado, quer por terceiras pessoas.

A comunicação deverá conter informações precisas e minuciosas, inclusive, se for o

caso quanto a registros policiais, qualificação completa do segurado acidentado, o tipo de

acidente e as consequências dele (lesão, morte, etc.), o local, o dia, a hora, ponto de

referência, se possível, nomes de testemunhas, etc.

Os acidentes que ocorrem nas instituições hospitalares devem ser notificados e o

profissional acidentado atendido por órgãos que se responsabilizem por esta assistência. O

Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SEESMT) e a

Comissão Interna de Prevenção de acidentes (CIPA) são instrumentos para trabalhadores e

empresas para prevenção de acidentes e condições de ambiente de trabalho, protegendo a

integridade física e saúde do trabalhador (ENNES, 2002).

Marziale e Rodrigues (2002, p.573), enfatizam que:

O acidente de trabalho em nosso país deve ser comunicado imediatamente após sua

ocorrência, por meio da emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), que deve

ser encaminhada à Previdência Social, ao acidentado, ao sindicato da categoria

correspondente, ao hospital, ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Ministério do Trabalho.

Apesar de, legalmente, ser obrigatória a emissão da CAT, observa-se, na prática, a

subnotificação dos acidentes de trabalho.

A falta de importância dada às pequenas lesões, tais como picada de agulha e o

desconhecimento sobre a importância da emissão da CAT, foram apontadas como causas da

subnotificação de acidentes de trabalho na visão de trabalhadores de enfermagem de uma

cidade do interior paulista (MARZIALE; RODRIGUES, 2002).

Por isso, torna-se indispensável o treinamento, a educação continuada e a

conscientização da equipe quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual adequados

ao tipo de procedimento a ser realizado (CUNHA; VALENTE, 2005).

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Atualmente, com a precarização do trabalho, caracterizada pela desregulamentação e

perda de direitos trabalhistas e sociais, a legalização dos trabalhos temporários e da

informalização do trabalho traz como consequência um aumento do número de trabalhadores

autônomos e subempregados e a fragilização das organizações sindicais e das ações de

resistência coletiva e/ou individual dos sujeitos sociais. A terceirização, no contexto da

precarização, tem sido acompanhada de práticas de intensificação do trabalho e/ou aumento

da jornada de trabalho, com acúmulo de funções, maior exposição a fatores de riscos para a

saúde, descumprimento de regulamentos de proteção à saúde e segurança, rebaixamento dos

níveis salariais e aumento da instabilidade no emprego. Tal contexto está associado à exclusão

social e à deterioração das condições de saúde (BRASIL, 2001).

“Os efeitos dos acidentes de trabalho são inúmeros e extremamente negativos e

onerosos para todos os envolvidos: funcionários, empresas e Governo Federal” (PORTO;

NEVES JÚNIOR, 2006, p.6).

Quando se trata de empregadores, as consequências estão relacionadas aos altos gastos

após ocorrência de acidentes (a empresa arca com gastos imediatos do acidentado e

pagamento de diárias correspondentes ao seu salário-base até o 15º dia de afastamento).

Outros efeitos negativos são a queda de produção, etc. Porém, o investimento em prevenção,

quando bem aplicado, traz lucros compensadores (CARVALHO, 2001, PORTO; NEVES

JÚNIOR, 2006).

Ao evitar o acidente, o empregado está ajudando a preservar sua vida, sua integridade

física, impedindo problemas de várias ordens para si mesmo e para sua família, dentre os

quais deficiência, invalidez ou mesmo a morte. (CARVALHO, 2001). “Os acidentados e suas

famílias sofrem os maiores prejuízos” (PORTO; NEVES JÚNIOR, 2006, p.6). Há também o

impacto emocional cada vez que ocorre um acidente com o abaixamento do moral e a

insegurança, os quais não permitem aos trabalhadores condições necessárias para boa

produtividade (CARVALHO, 2001).

Os custos sociais da Previdência Social são altíssimos, considerando gastos com

benefícios, tais como aposentadorias antecipadas (especiais e invalidez). Em dezembro de

2005, o Ministério da Previdência Social pagou mais de R$ 330 milhões com aposentadorias,

pensões e auxílios relativos a acidentes de trabalho (PORTO; NEVES JÚNIOR, 2006).

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1.3.5 Prevenção de Acidentes de Trabalho

O risco, onde quer que se encontre, deve e pode ser facilmente analisado, visando à

sua eliminação ou controle. Desde que um conjunto de ações possa ser viabilizado, a

compreensão de sua natureza pode ser levada a efeito. Esse conjunto de ações é denominado

Investigação e Análise ambiental. A tomada de decisão deve ser fundamentada em (quatro?)

conceitos básicos:

1) Reconhecimento dos riscos para identificação, caracterização e apontamento de

quais dos agentes de risco capazes de provocar danos à saúde estão presentes no ambiente de

trabalho;

2) Avaliação dos riscos para quantificação e verificação da magnitude do risco;

3) Controle, que é a adoção de medidas técnicas, administrativas, preventivas ou

corretivas de diversas naturezas, que tendem a eliminar ou atenuar os riscos existentes no

ambiente de trabalho;

4) Implementação e avaliação das medidas adotadas (BRASIL, 1995, 2001).

É importante que os trabalhadores participem de todas essas etapas desse processo,

pois em muitos casos apenas os trabalhadores são capazes de informar pequenas diferenças

entre o trabalho prescrito e o trabalho real que podem explicar o adoecimento e que devem ser

modificadas para que se obtenham os resultados desejados (BRASIL, 2001).

Dentro desta perspectiva, a Higiene Ocupacional pode ser definida como uma ciência

que visa a antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os fatores de risco no trabalho, tendo

como objetivos principais proporcionar ambientes de trabalho salubres, proteger e promover a

saúde dos trabalhadores, proteger o meio ambiente e contribuir para um desenvolvimento

sócio-econômico e sustentável (CARVALHO, 2001).

Os equipamentos de proteção individual têm o seu uso regulamentado, pelo Ministério

do Trabalho e Emprego, em sua Norma Regulamentadora no6 (NR n

o6), que define que

equipamento de proteção individual é um dispositivo de uso individual, destinado a proteger

a saúde e a integridade física do trabalhador. A empresa está obrigada a fornecer aos

empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em

perfeito estado de conservação e funcionamento, nas circunstâncias em que as medidas de

proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra

os riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais; enquanto as medidas de

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proteção coletiva estiverem sendo implantadas e para atender a situações de emergência

(BRASIL, 1978b).

Compõem o SEESMT, o engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho, o

enfermeiro do trabalho, o auxiliar de enfermagem do trabalho e o técnico de segurança do

trabalho (BRASIL, 1978 a).

Cabe ao SEESMT (BRASIL, 1978 a), entre outras funções:

• Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do

trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive

máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali

existentes à saúde do trabalhador;

• Determinar, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção

Individual - EPI,

• Colaborar nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e

tecnológicas,

• Responsabilizar-se pela orientação quanto ao cumprimento do disposto

nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus

estabelecimentos;

• Manter permanente relacionamento com a CIPA;

• Promover a realização de atividades de conscientização, educação e

orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e

doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de

duração permanente;

• Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e

doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção;

• Analisar e registrar os acidentes ocorridos no estabelecimento, e todos os

casos de doença ocupacional,

• Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho,

doenças ocupacionais e agentes de insalubridade.

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (Norma Regulamentadora 9

do Ministério do Trabalho) visa à preservação de saúde e de integridade física dos

trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da

ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho,

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tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais (BRASIL,

1978d).

Deve haver um trabalho em conjunto, onde o PPRA (NR-9) faz uma avaliação dos

riscos no ambiente de trabalho, e o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional

(PCMSO) faz acompanhamento da saúde do trabalhador através de avaliações periódicas

(BRASIL, 1978c). Este acompanhamento é realizado através de exames obrigatórios:

admissional; periódico; de retorno ao trabalho; de mudança de função e demissional.

(BRASIL, 1978c, 1978d).

O PCMSO deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos

agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da

constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos

trabalhadores (BRASIL, 1978c).

O conhecimento dos fatores de risco é de fundamental importância pra a prevenção de

acidentes. Devem-se conhecer os fatores presentes no ambiente de trabalho para que medidas

preventivas sejam tomadas de forma adequada. Enquanto que o trabalhador deve ser

informado e treinado. Algumas pesquisas evidenciam o desconhecimento de alguns

profissionais:

Cunha e Valente (2005) realizaram uma pesquisa, com a equipe de enfermagem, no

setor de emergência em um hospital do Estado do Rio de Janeiro em 2005 e verificou-se que

muitos fatores influenciam no conhecimento dos trabalhadores de enfermagem como o

próprio interesse, estímulo institucional e tempo para os estudos. Sabe-se que o

desconhecimento relacionado aos mecanismos de transmissão das doenças infecto-

contagiosas pode levar a contaminação destes profissionais, em especial, por não adotarem

corretamente as medidas de precaução-padrão.

A aplicação das precauções-padrão inclui a manipulação cuidadosa de objetos

perfurocortantes, a não reencapagem de agulhas e seu descarte em local apropriado, assim

como o uso inadequado (GARNER, 1996).

As precauções universais, hoje chamadas de padrão ou básicas, são medidas que devem

ser utilizadas na assistência de todos os pacientes, independentemente de diagnóstico definido

ou não, quando há manipulação de sangue, secreções e excreções em contato com mucosas e

pele não íntegra. Essas medidas incluem a utilização de Equipamentos de Proteção individual,

com a finalidade de reduzir a exposição ocupacional. São EPIs : luvas, máscaras, gorros,

óculos de proteção, capotes (aventais) e botas (BRASIL, 2000).

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Sabe-se que, durante a realização de procedimentos que envolvam a manipulação de

material perfurocortante, destaca-se a importância de (BRASIL, 2000, RAPPARINI et al.,

2004, BRASIL, 2005b):

- Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos;

- Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de

procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes;

- As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da

seringa com as mãos;

- Não utilizar agulhas para fixar papéis;

- Todo material perfurocortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias,

entre outros), mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes

resistentes à perfuração e com tampa;

- Os coletores específicos para descarte de material perfurocortante não devem

ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser

colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento.

- Resíduos de serviços de saúde – Seguir a Resolução RDC nº 33 de 25 de

fevereiro de 2003 e RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004, da ANVISA/

Ministério da Saúde (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂCIA SANITÁRIA,

2003a, 2004).

A redução dos acidentes de trabalho envolvendo os riscos biológicos só é possível

através da prevenção e conscientização dos trabalhadores como forma de preservar sua

própria saúde. Acrescentam-se a esses fatores as condições impróprias de trabalho e o

desinteresse em oferecer atendimento de qualidade, provocado pela falta de incentivo por

parte das autoridades institucionais (CUNHA; VALENTE, 2005).

Com relação aos riscos químicos encontrados no ambiente hospitalar, Costa e Feli

(2005) apontaram algumas propostas de prevenção à exposição, elaboradas pelos

trabalhadores que participaram do estudo, como uso de Equipamentos de Proteção Individual

(EPI), desenvolvimento de novos produtos, cuidados na manipulação, proteção coletiva,

medidas administrativas e de Recursos Humanos – RH, manipulação na farmácia ou em local

adequado. Pode-se perceber que grande parte destes itens já foi contemplada no texto da NR-

32 de 2005.

Em uma investigação sobre a percepção dos auxiliares de enfermagem a respeito dos

riscos físicos, Rezende (2003) constatou que apenas 30,6% dos sujeitos possuíam informações

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corretas. Em virtude deste dado, a pesquisadora enfatizou a necessidade da educação em

serviço, para que estes trabalhadores adquiram conhecimentos mínimos sobre os ricos físicos.

A NR 32 menciona a todo o momento a necessidade de capacitação do profissional

com treinamento antes do início das atividades e de forma continuada como uma estratégia de

prevenção dos acidentes de trabalho, o que poderia ser realizado pela Educação em Serviço

que constitui uma parte da Educação Permanente. A identificação Educação Permanente em

Saúde carrega, então, a definição pedagógica para o processo educativo.

Coloca o cotidiano do trabalho – ou da formação – em saúde em análise, que se permeabiliza

pelas relações concretas que operam realidades e que possibilita construir espaços coletivos

para a reflexão e avaliação de sentido dos atos produzidos no cotidiano (CECCIM, 2005,

p.160).

Dentro deste contexto e para melhor compreensão, a Educação Permanente em Saúde

pode corresponder à Educação em Serviço, quando esta coloca a pertinência dos conteúdos,

instrumentos e recursos para a formação técnica submetidos a um projeto de mudanças

institucionais ou de mudança da orientação política das ações prestadas em dado tempo e

lugar. Pode corresponder à Educação Continuada, quando esta pertence à construção objetiva

de quadros institucionais e à investidura de carreiras por serviço em tempo e lugar específicos.

Pode, também, corresponder à Educação Formal de Profissionais, quando esta se apresenta

amplamente porosa às multiplicidades da realidade de vivências profissionais e colocasse em

aliança de projetos integrados entre o setor/mundo do trabalho e o setor/mundo do ensino

(CECCIM, 2005).

Em 1989, com a chegada das primeiras mulheres soropositivas para o HIV no Centro

de Atenção Integral a Saúde da Mulher (CAISM), o Serviço de Educação Continuada e a

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da instituição realizaram um

treinamento a respeito das Medidas de Precauções Universais (MPU) para todos os

funcionários (Profissionais da limpeza, Enfermagem e Serviço Administrativo). Este era

constituído de reuniões, com discussões e esclarecimentos de dúvidas após a exposição dos

temas. Foram utilizados recursos audiovisuais como "slides" e fitas-cassete e elaborados

cartazes, contendo as principais MPU, que permaneceram afixados em todos os setores cerca

de dois anos (LOPES et al, 1997).

Após quatro anos, em 1993, verificou-se a necessidade de uma reciclagem das MPU

para os funcionários da Divisão de Enfermagem. Então, foi realizado um novo programa

educativo, cujos objetivos foram investigar o conhecimento antes e depois do treinamento, e

verificar propostas dos funcionários para a promoção da adoção de MPU. Nas discussões, os

funcionários identificaram o uso das MPU como um ato de responsabilidade não só para

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consigo mesmos, mas também para com o outro. Os treinamentos e reciclagens, por

consguinte, fazem parte de um processo contínuo, necessário e nunca acabado (LOPES et al.,

1997).

Com base no exposto, percebe-se a importância da educação permanente em todos os

serviços de Enfermagem, como forma de atualização constante, no que tange aos cuidados

preventivos que este trabalhador precisa ter, no intuito de conscientizá-lo quanto aos riscos

ocupacionais, tanto para a própria proteção quanto para obtenção de subsídios que venham a

contribuir com a educação de outros profissionais sob a sua responsabilidade.

Outras medidas são necessárias para o trabalho de enfermagem como situar os

problemas existentes na formação e no exercício dos profissionais na área da saúde no

contexto político-econômico e social, exigindo mudanças curriculares, organizacionais,

reestruturações de práticas, bem como o engajamento nas lutas por condições mais favoráveis

de trabalho (SORDI; BAGNATO, 1998).

As ações do Serviço de Saúde Ocupacional dentro da instituição, no que diz respeito ao

controle de infecção, devem ser integradas com outros serviços, como o serviço de infecção

hospitalar e outros departamentos que se façam necessários. Os principais objetivos do

serviço de saúde ocupacional são (FERNANDES et al., 2000):

a) Educar o profissional da área de saúde acerca dos princípios do controle de

infecção, ressaltando a importância da participação individual neste controle;

b) Colaborar com a CCIH na monitorização e investigação de exposições a

agentes infecciosos e surtos;

c) Dar assistência ao profissional da área de saúde em caso de exposições ou

doenças relacionadas ao trabalho;

d) Identificar riscos e instituir medidas de prevenção;

e) Reduzir custos, através da prevenção de doenças infecciosas que resultem

em faltas ao trabalho e incapacidade.

A CCIH se tornou obrigatória em todas as instituições hospitalares do país através da

Lei Federal 6.431 de 1997. Esta comissão se tornou responsável pela implementação da

política de prevenção e controle de agravos infecciosos à saúde de pacientes e profissionais no

ambiente hospitalar, que englobam a implementação do programa de imunização, o

planejamento e controle de epidemias entre os trabalhadores de saúde (SCHEIDT; ROSA;

LIMA, 2006).

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa para análise dos dados.

Concorda-se com Rampazzo (2004, p. 51), quando explicita que “o interesse e a curiosidade

do homem pelo saber levam-no a investigar a realidade sob os mais diversificados aspectos e

dimensões”.

Esta investigação trata da aplicabilidade de uma Norma Regulamentadora Federal

recém-instituída e de grande importância para a enfermagem, ainda com poucos estudos

concluídos sobre sua implementação.

É uma pesquisa descritiva, pois, a partir da descrição dos resultados da percepção dos

trabalhadores de enfermagem, será possível relacionar o evento com suas possíveis causas. E,

quantitativa, porque envolve “a coleta sistemática de informação numérica, mediante

condições de controle, além da análise dessa informação, utilizando procedimentos

estatísticos” (POLIT; HUNGLER, 1995, p. 18).

O reconhecimento das condições de risco presentes no trabalho pode ser realizado com

o auxílio de metodologias variadas, porém todas elas incluem três etapas fundamentais: o

estudo inicial da situação; inspeção do local de trabalho para observações detalhadas e a

análise dos dados obtidos (BRASIL, 2001).

A pesquisa descritiva procura descobrir com a precisão possível, a frequência com que

um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características.

Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política,

econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo isoladamente

como de grupos e comunidades mais complexas. Desenvolve-se principalmente, nas ciências

humanas e sociais, abordando dados e problemas que merecem ser estudados e cujo registro

não consta de documentos ou de publicações (RUDIO, 1997, GIL, 1999, RAMPAZZO,

2004).

O estudo descritivo “deve ser realizado quando o pesquisador deseja obter melhor

entendimento do comportamento de diversos fatores e elementos que influem sobre

determinado fenômeno” (RICHARDSON et al., 2008, p. 71).

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Descrever é narrar o que acontece. Assim, a pesquisa descritiva está interessada em

descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los.

Quando se estuda um fenômeno, a pesquisa descritiva deseja conhecer a sua natureza, sua

composição e os processos que o constituem ou nele se realizem (POLIT; HUNGLER, 1995).

Este tipo de estudo também se classifica como de campo por serem investigações

feitas em campo e que buscam descrições e a exploração de fenômenos em cenários naturais

(POLIT; HUNGLER, 1995). A pesquisa de campo é um tipo de pesquisa descritiva

(RAMPAZZO, 2004).

Os dados, por ocorrerem em seu habitat natural, precisam ser coletados e registrados

ordenadamente para seu estudo propriamente dito (RAMPAZZO, 2004). Posteriormente

podem ser analisados e interpretados quantitativamente, mediante o uso de símbolos

numéricos (RUDIO, 1992).

Na pesquisa descritiva, o pesquisador procura conhecer e interpretar a realidade, sem

nela interferir para modificá-la (RUDIO, 1992, POLIT; HUNGLER, 1995). Para isso são

utilizados como principais instrumentos para a realização deste tipo de pesquisa: a

observação, a entrevista, o questionário, o formulário e outras técnicas, visando à melhor

adequação de coleta de dados e, levando em consideração as vantagens e desvantagens de

cada um deles (RAMPAZZO, 2004).

2.2 Local da Pesquisa

A pesquisa foi realizada nas enfermarias de um Hospital Geral Público Estadual

localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, principal estabelecimento de saúde da região, que

possui administração direta da Secretaria Estadual de Saúde.

Este hospital foi fundado no dia 6 de junho de 1940 pelo presidente Getúlio Dornelles

Vargas e pelo prefeito Dr. Henrique Dodsworth. É constituído de 301 leitos para atendimento

do Sistema Único de Saúde, de acordo com Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

(CNES) do Ministério da Saúde (2008).

As enfermarias que fizeram parte do estudo estão divididas em bloco clínico e bloco

cirúrgico. O bloco clínico é representado pelas enfermarias da clínica médica, enquanto o

bloco cirúrgico é subdividido em clínica cirúrgica e clínica ortopédica. Conforme a

distribuição de leitos no quadro a seguir:

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Blocos: Setores Número de Leitos Disponíveis

Clínico Clínica Médica Masculina 8

Feminina 8

Cirúrgico Clínica Cirúrgica Masculina 8

Feminina 8

Clínica

Ortopédica

Masculina 18

Feminina 9

Total Leitos 59

Quadro 2 - Número de Leitos distribuídos por setores pesquisados - Hospital Público do Rio

de Janeiro/RJ, 2009.

O bloco clínico é composto pelas enfermarias da clínica médica feminina e masculina

totalizando 16 leitos. Por outro lado, o bloco cirúrgico reúne as enfermarias de clínica

cirúrgica feminina e masculina, e as enfermarias de clínica ortopédica feminina e masculina

com um total de 43 leitos. O total de leitos disponíveis são 59 distribuídos nos três setores.

2.3 População

A população foi composta por 138 trabalhadores de enfermagem, constituída de

auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem e enfermeiros com diferentes vínculos

empregatícios, pois nesta instituição existem estatutários, contratados pela FESP-RJ

(Fundação Escola de Serviço Público) e funcionários cooperativados. Num total de 204

trabalhadores, 13 sujeitos estavam de férias, 13 de licença médica, 3 de licença especial e 37

não concordaram com participar do estudo durante o período de coleta de dados

Os critérios de inclusão adotados foram profissionais lotados nas enfermarias de clínica

médica, clínica cirúrgica e ortopédica, e que aceitaram participar da pesquisa. Após

esclarecimentos, fez-se necessária a assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (APÊNDICE A), que foi fornecido juntamente com o questionário e assinado em

duas vias, uma para o participante da pesquisa e outra que ficou arquivada com a

pesquisadora.

Foram excluídos do estudo os profissionais que não se enquadraram nos critérios de

inclusão, ou seja, que se recusaram a participar do estudo, estavam de licença, de férias ou

remanejados para outros setores diferentes dos previstos como local de estudo.

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2.4 Instrumento de Coleta de Dados

O questionário foi a técnica utilizada para a coleta de dados. Para atender a esta

técnica foi elaborado como instrumento um questionário estruturado com perguntas fechadas

(APÊNDICE B).

“O questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série

ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do

entrevistador” (RAMPAZZO, 2004, p. 112). Nesse caso, costumam ser denominados

questionários autoaplicados (GIL, 1999).

Este instrumento possui vantagens como a possibilidade de atingir um grande número

de pessoas; menor gasto com pessoal, pois não exige treinamento de pessoas; economia de

tempo; anonimato das respostas; menor risco de distorção pela não influência do pesquisador

nas respostas; mais tempo para responder e em hora mais favorável (GIL, 1999,

RAMPAZZO, 2004).

De acordo com os autores anteriormente citados, as desvantagens do questionário

consistem em não poder ser aplicado a pessoas analfabetas; poderá haver um grande número

de questões sem respostas; falta de oportunidade de auxiliar o informante quando este não

entende as questões; devolução tardia prejudica sua utilização; desconhecimento da

circunstância em que foi preenchido; nem sempre é o escolhido que responde ao questionário,

invalidando sua utilização; resultados críticos em relação à objetividade, pois os itens podem

ter significados diferentes para cada sujeito pesquisado.

Para a elaboração do instrumento, primeiramente foram levantadas as ações de

enfermagem preconizadas na NR 32 do Ministério do Trabalho (BRASIL, 2005b) que devem

ser observadas no âmbito das enfermarias.

Em seguida foi realizado um estudo aprofundado da Norma Regulamentadora 32, e a

coerência com a prática da enfermagem hospitalar. A partir do conteúdo existente neste

documento, elaborou-se um questionário com perguntas fechadas utilizando-se as variáveis

mais convenientes e adequadas com relação aos sujeitos e locais onde foi feita a pesquisa, ou

seja, as enfermarias masculinas e femininas de clínica médica, cirúrgica e ortopédica da

instituição.

Após a confecção e análise do instrumento, este foi submetido a dois tipos de testagem:

a primeira foi realizada com quatro peritos de competência renomada para verificação da

coerência das questões de pesquisa, e a segunda, o pré-teste.

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O grupo de profissionais peritos foi composto por um professor de enfermagem com

vivência em enfermagem hospitalar, dois professores pesquisadores de enfermagem com

conhecimento específico sobre a saúde do trabalhador e um professor de Métodos

Pedagógicos cuja finalidade foi avaliar a coerência didática entre perguntas e respostas e

compreensão do instrumento. Após as observações feitas pelos peritos foram realizadas as

correções do instrumento citado.

A partir destas correções, foi realizado o pré-teste do instrumento em instituições

diferentes do local da pesquisa para a adequação da linguagem do mesmo as diferentes

categorias profissionais e escolaridade.

Para a aplicação do instrumento, como pré-teste, foram selecionadas três instituições

cujos profissionais pertenciam às mesmas categorias da população que participaram do

estudo:

- Faculdade de Enfermagem - Enfermeiros que trabalham em instituições

assistenciais e alunos do mestrado – Cinco enfermeiros participaram;

- Hospital Público de Macaé – Participação de dois enfermeiros e quatro

técnicos de enfermagem;

- Terceira: Hospital Público Federal do Rio de Janeiro - Três enfermeiros e

quatro auxiliares de enfermagem.

Portanto, foram participantes desta etapa dez enfermeiros, quatro técnicos de

enfermagem e quatro auxiliares de enfermagem, de diferentes setores e instituições, visto que

a Norma Regulamentadora 32 deve ser observada e implantada em todos os serviços de saúde.

A partir daí foram feitos os ajustes necessários, de acordo com as sugestões dos

participantes do pré-teste e avaliação conjunta da pesquisadora e orientadora, e elaborado o

instrumento definitivo (APÊNDICE B).

2.5 Coleta de dados

O período de coleta de dados foi de 28 de janeiro a 14 fevereiro de 2009, após

autorização da Secretaria Estadual de Saúde e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética do

Hospital Universitário Pedro Ernesto (CEP/HUPE).

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Esta coleta foi realizada pela própria pesquisadora, que levantou com a Educação

Continuada e a Divisão de Enfermagem as escalas de plantão desses setores para a elaboração

de uma estratégia eficaz de coleta.

As escalas desses setores eram de 24 horas semanais com exceção da enfermaria de

clínica cirúrgica feminina que era de 12 X 60 h. A partir desta informação, foi possível

estabelecer um plano de coleta que deu a oportunidade para que todos os funcionários

participassem da pesquisa.

Os questionários foram entregues na parte da manhã, e neste momento eram fornecidas

as informações pertinentes ao estudo, a voluntariedade de participação e o retorno da

pesquisadora na parte da tarde para o recolhimento.

Para aqueles que não tiveram tempo de participar por qualquer motivo, este prazo era

prorrogado até a noite. Na parte da noite, a pesquisadora retornava para buscar os

questionários ainda não preenchidos e distribuía os questionários para a clínica cirúrgica

feminina, cujo esquema de plantão era diferenciado. No dia seguinte, eram recolhidos os

questionários da clínica cirúrgica feminina e demais setores que ficassem pendentes no

plantão anterior, e distribuição de novos questionários para outros funcionários.

2.6 Tratamento e Análise dos Dados

Sabe-se que, num estudo quantitativo, sem a ajuda da estatística, os dados coletados na

pesquisa constituiriam pouco mais que um amontoado caótico de números. “Os

procedimentos estatísticos capacitam o pesquisador a reduzir, resumir, organizar, avaliar,

interpretar e comunicar a informação numérica” (POLIT; HUNGLER, 1995, p. 227).

Nos estudos descritivos, o método quantitativo é “frequentemente aplicado, na medida

em que se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como nos que

investigam a relação de causalidade entre fenômenos” (RICHARDSON et al., 2008, p. 70).

Este método é amplamente utilizado na condução de pesquisa, e representa, em

princípio, a intenção de garantir precisão dos resultados, evitar distorções de resultados de

análise e interpretação, possibilitando uma margem segura quanto às inferências

(RICHARDSON et al., 2008).

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Portanto, nesta pesquisa, as respostas foram agrupadas e categorizadas para a formação

de um banco de dados utilizando-se o programa Statistic Package for Social Sciences (SPSS)

versão 13 for Windows e Microsoft Office Excel 2003.

Após o tratamento estatístico, foi realizada análise dos resultados por um especialista

estatístico, através da estatística descritiva com freqüências absoluta e relativa.

Posteriormente, os dados foram introduzidos no programa Microsoft Office - Excel /

Windows, e apresentados através de tabelas, gráficos e quadros e organizados por grupo de

variáveis em função dos objetivos do estudo.

2.7 Aspectos Éticos

Inicialmente foi realizado contato prévio com a Educação Continuada do Hospital e

com o responsável pela Divisão de Enfermagem para obtenção de informações sobre a

viabilidade da realização desse estudo na instituição. Numa segunda etapa, a Secretaria

Estadual de Saúde foi consultada pela pesquisadora para saber como seriam os passos a seguir

para a autorização.

Para que o projeto de pesquisa fosse analisado pela Secretaria Estadual de Saúde,

houve a necessidade de uma autorização prévia da instituição. Portanto foi elaborado um

documento para solicitação de autorização da Direção do Hospital, assim como da Divisão de

Enfermagem e da Educação Continuada da Instituição (Centro de Estudos) (APÊNDICE C).

Colhidas as assinaturas, este documento foi encaminhado para a Secretaria Estadual de

Saúde do Rio de Janeiro, juntamente com o projeto de pesquisa, que autorizou o início da

coleta de dados, bem como publicações e apresentações dos resultados em eventos científicos

(ANEXO A).

Também foi concedido um ofício de encaminhamento permitindo a entrada da

pesquisadora na unidade hospitalar durante o período de coleta de dados (ANEXO B).

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A) foi fornecido para

cada participante da pesquisa, sendo necessária a assinatura do mesmo concordando em

participar do estudo após esclarecimento sobre suas dúvidas com a pesquisadora. O projeto

também foi encaminhado para o Comitê de Ética e Pesquisa (ANEXO C) solicitando

autorização, de acordo com a Resolução 196/96 que trata de pesquisas envolvendo seres

humanos.

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Por não haver Comitê de Ética específico recomendado para envio do projeto pela

Secretaria Estadual de Saúde, já que a aprovação é feita pela própria Secretaria de Saúde, a

pesquisadora, com a finalidade de resguardar os aspectos éticos relacionados a esta pesquisa,

elegeu o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Este

Comitê está vinculado ao Estado e à Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do

Rio de Janeiro (UERJ). O projeto foi analisado e aprovado sob o número de protocolo 2260

em dezembro de 2008.

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3 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os dados colhidos foram reorganizados e apresentados em forma de tabelas, quadros e

gráficos a fim de atender aos objetivos propostos no estudo.

Inicialmente, foram apresentados os dados relacionados à caracterização do perfil dos

profissionais de enfermagem que participaram do estudo, os quais correspondem ao primeiro

objetivo do estudo e contextualiza a análise de dados.

A seguir foram apresentados os resultados referentes aos demais objetivos da pesquisa,

onde foram identificadas as práticas de proteção utilizadas pelos trabalhadores e as medidas

de proteção recomendadas pela Norma, e por último, foram avaliados alguns fatores que

interferem no cumprimento da Norma Regulamentadora - 32.

3.1 Perfil dos Profissionais de Enfermagem

Para caracterizar os participantes do estudo, alguns dados referentes ao perfil

profissional foram colhidos e constituíram a parte introdutória do instrumento de coleta.

Fizeram parte desta introdução sete itens: sexo, idade, formação profissional, tempo de

formado, vínculo empregatício, setor de trabalho, tempo de atuação no setor. A tabela 1

mostra os dados relativos ao sexo e faixa etária dos profissionais com a instituição pesquisada.

Tabela 1 - Características dos trabalhadores de enfermagem em relação a sexo, idade e

vínculo empregatício do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

.

Dados N %

Sexo

Masculino

Feminino

Total

16

122

138

11,6

88,4

100

Faixa etária

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

60 anos ou mais

Total

11

34

55

32

6

138

8,0

24,6

39,9

23,2

4,3

100

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O grupo de participantes foi constituído de 138 trabalhadores, 122 do sexo feminino

(88,4%) e 16 representantes do sexo masculino (16,4%), o que ratifica os estudos de Bulhões

(1998), Medeiros et al. (2006), Veiga (2007), Queiroz (2008) e Paz (2009), os quais revelam

que a enfermagem é uma profissão predominantemente feminina.

Spíndola e Santos (2003) também reconhecem a enfermagem, ainda nos dias atuais,

como uma profissão essencialmente feminina, haja vista que o percentual de homens que

buscam essa opção profissional é reduzido. Porém, pode-se notar no dia a dia que este fato

vem se modificando ao longo dos anos com a inserção cada vez maior dos homens neste

mercado de trabalho.

Os profissionais de enfermagem constituem a maior parcela da força de trabalho em

saúde, e esta singularidade de serem majoritariamente do sexo feminino corrobora um perfil

humano genérico de múltiplas funções, como trabalhadoras da saúde, donas de casa, mães e

esposas, englobando toda complexidade que tal situação comporta (BARBOZA; SOLER,

2003, SPÍNDOLA; SANTOS, 2003 e 2004, MEDEIROS et al., 2006, PASTORE; ROSA,

2007).

Constatou-se que a atividade laboral interfere diretamente na vida dessas trabalhadoras,

em função da sobrecarga de trabalho e longas jornadas laborais que as obrigam a permanecer

longe do convívio familiar (SPÍNDOLA; SANTOS, 2003 e 2004, MEDEIROS et al., 2006).

A ampliação do tempo de trabalho não significa a exoneração da mulher frente ao trabalho

doméstico. Ao contrário, há a utilização do restrito tempo livre para a realização das tarefas

domésticas (MEDEIROS et al., 2006).

Historicamente as atividades compreendidas como femininas são consideradas

secundárias, menos valorizadas tanto social como economicamente (PASTORE; ROSA,

2007).

Além disso, os trabalhadores dos serviços públicos vêm paulatinamente sofrendo as

consequências da redução do seu poder aquisitivo. A solução encontrada pela grande maioria

dos trabalhadores no setor de saúde, pela falta de perspectiva de valorização salarial, em

especial na enfermagem, tem sido a adoção de outros vínculos empregatícios. Este fato é

possível porque o trabalho é realizado, em geral, em esquemas de plantão o que facilita a

conciliação de até 3 escalas de trabalho (MEDEIROS et al., 2006)

A faixa etária predominante foi de 40 a 49 anos (39,9%), com média geral de idade de

43,38 anos, desvio padrão de 9,39; mediana de 43,50 sendo 41 anos a idade mais frequente.

No quadro a seguir, foram calculadas as medidas de tendência central da idade de

acordo com o sexo dos trabalhadores.

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Trabalhadores

de

Enfermagem

(138)

Medidas de Tendência Central

Mínimo Média Moda Mediana Máximo Desvio

Padrão

Idade Geral

(138) 20 43,38 41 43,50 66 9,39

Idade

Mulheres (122)

20 43,47 41 43,50 66 9,41

Idade Homens

(16)

26 42,69 46 43,50 61 9,48

Quadro 3 - Perfil dos profissionais de enfermagem segundo a idade e o sexo – Hospital

público do Rio de Janeiro/RJ, 2009.

A concentração dos profissionais de enfermagem na faixa adulta de 40-49 anos

(39,9%), seguido de 30-39 anos (24,6%) e 50-59 (23,2%) pode ser explicada pela estabilidade

dos profissionais numa instituição pública, visto que a grande maioria destes são estatutários /

concursados (68,1%), refletindo a falta de concursos recentes. As faixas etárias de 40-49 e 50-

59 anos concentram 63,1% da população estudada. Segundo pesquisa de Paz (2009), a

maioria dos trabalhadores de enfermagem também se encontrava na faixa de 40-49 anos,

representando 48,6% da população estudada (n=296).

O gráfico 1 demonstra a distribuição percentual do tipo de vínculo dos trabalhadores

coma instituição pesquisada.

68%

20%

12%

Estatutário

Cooperativado

Contrato FESP

Gráfico 1- Distribuição percentual dos trabalhadores de enfermagem segundo o vínculo

empregatício - hospital público do Rio de Janeiro/RJ, 2009.

Com relação ao tipo de vínculo estabelecido entre profissional e a instituição, 19,6%

dos participantes são cooperativados e 12,3% possuem contrato temporário com o Estado.

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75

De acordo com Nogueira, Baraldi e Rodrigues (2004), a precariedade e informalidade

do trabalho pode ser conceituada como uma situação de déficit ou ausência de direitos de

proteção social, instabilidade de vínculo. Na área de saúde é comum encontrar trabalhadores

cooperativados e temporários nas três esferas de governo – federal, estadual e municipal.

O trabalho cooperativado pode ser considerado como precário a partir do momento em

que há uma ausência de proteção social do trabalhador, que realiza o seu trabalho desprovido

de direitos e benefícios clássicos como licença maternidade, férias anuais, décimo terceiro

salário e aposentadoria, assegurados pela legislação trabalhista e seguridade social

(NOGUEIRA; BARALDI; RODRIGUES, 2004).

Segundo os autores, algumas vezes as formas de contrato por tempo determinado

também são consideradas precárias. Seja pela eventual redução de proteção social, ou pela

criação de um sentimento de instabilidade no trabalhador (NOGUEIRA; BARALDI;

RODRIGUES, 2004).

O gráfico 2 representa a proporção entre os trabalhadores de enfermagem segundo suas

categorias profissionais. Formalmente, na instituição pesquisada, são divididos em auxiliares

de enfermagem, técnicos de enfermagem e enfermeiros.

Gráfico 2- Caracterização dos trabalhadores de enfermagem segundo a categoria profissional-

hospital público do Rio de Janeiro/RJ, 2009.

Dados do Conselho Federal de Enfermagem mostram que em 2005 os trabalhadores de

enfermagem, dentre as categorias pesquisadas, eram representados por 114.465 enfermeiros,

216.536 técnicos de enfermagem e 497.016 auxiliares de enfermagem (OLIVEIRA;

GARCIA, 2006).

Na população estudada, a predominância foi de auxiliares de enfermagem com 57

auxiliares de enfermagem (41,3%); seguidos dos técnicos de enfermagem com 52 indivíduos

(37,7%) e 29 enfermeiros com 21%, o que mantém uma proporção relativa aos dados citados

anteriormente.

21%

38%

41%

Enfermeiros

Técnicos de

Enfermagem

Auxiliares de

Enfermagem

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76

O trabalho de enfermagem dentro do contexto hospitalar é marcado por fragmentação

de tarefas, rígida estrutura hierárquica para o cumprimento de normas, rotinas e regulamentos,

com dimensionamento quantitativo e qualitativo de pessoal insuficiente (BARBOZA;

SOLER, 2003). Esta divisão do trabalho justifica a existência das diferentes categorias

profissionais dentro da enfermagem.

Numa pesquisa qualitativa sobre o processo de trabalho do enfermeiro e do auxiliar de

enfermagem em um hospital de ensino, as pesquisadoras Peduzzi e Anselmi (2002)

constataram uma rígida divisão de trabalho entre enfermeiros e auxiliares de enfermagem. De

acordo com as autoras, há uma cisão entre os momentos de concepção e execução do cuidado

– quem executa o cuidado não participa diretamente do seu planejamento, apesar de fornecer

dados diários importantes sobre as observações e intervenções executadas, colaborando para a

fundamentação do planejamento.

O cuidado de enfermagem é o objeto de intervenção central no trabalho de

enfermagem, executado, sobretudo, pelo auxiliar de enfermagem. O enfermeiro participa

eventualmente deste cuidado, pois se ocupa de ações centradas no planejamento da assistência

e cria condições adequadas para que o trabalho seja executado pelos auxiliares e outros

profissionais da equipe de saúde. O gerenciamento do cuidado foi reconhecido como nuclear

do enfermeiro, assim como, o gerenciamento da unidade pesquisada (PEDUZZI; ANSELMI,

2002).

A Lei 7498/86 (COFEN, 1986) dispõe sobre o exercício profissional da enfermagem no

Brasil, onde o profissional auxiliar exerce atividades de natureza repetitiva, envolvendo

serviços auxiliares sob supervisão, além da sua participação em nível de execução simples nos

processos de tratamento. Em especial, ele deve observar, reconhecer e descrever sinais e

sintomas; executar ações de tratamento simples e prestar cuidados de higiene e conforto ao

paciente (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 1986).

O técnico de enfermagem exerce atividades de nível médio, em grau auxiliar, que

envolvem orientação, acompanhamento e supervisão do trabalho de enfermagem. Participa da

programação e planejamento da assistência de enfermagem. Executa ações assistenciais de

enfermagem, exceto as privativas do enfermeiro.

A tabela 2 contém dados relativos ao tempo de formado dos profissionais de

enfermagem, setor de trabalho e há quanto tempo atuavam no mesmo setor.

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77

Tabela 2 - Características dos trabalhadores de enfermagem em relação ao tempo de

formado, setor de trabalho e tempo de atuação no setor empregatício do hospital público,

Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Tempo de formado

Menor que 5 anos

5 a menor que 10 anos

10 a menor que 15 anos

15 a menor que 20 anos

20 anos ou mais

Total

9

26

26

32

44

137

6,6

19,0

19,0

23,4

32,1

100

Setor de trabalho

Clínica médica

Clínica cirúrgica

Ortopedia

Total

53

41

44

138

38,4

29,7

31,9

100

Tempo de atuação no setor

Menos de 1 ano

1 a menor que 5 anos

5 a menor que 10 anos

10 anos ou mais

Total

18

48

41

28

135

13,3

35,6

30,4

20,7

100

* As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

O tempo de formado da faixa de 15 anos a menor que 20 representou 23,4%, e a de 20

anos ou mais representou 32,1% da população, caracterizando uma população com um longo

tempo desde a formação profissional até a atualidade. Somando-se as duas faixas, tem-se que

55,5% dos participantes possuem mais de 15 anos de formado. O tempo de atuação no setor

foi mais freqüente na faixa de 1 a menor que 5 anos com 35,6% e de 5 a menor de 10 anos de

30,4% dos participantes.

Dentre estes profissionais, 38,4% trabalhavam no setor de clínica médica, 31,9% na

ortopedia e; 29,7% na clínica cirúrgica. Os setores de clínica médica e ortopedia são mais

movimentados que o de cirúrgica, onde há longa permanência dos pacientes. Na clínica

cirúrgica se concentram os profissionais readaptados e mais idosos, em especial, na

enfermaria feminina onde a escala de plantão é de 12 X 60h.

O longo tempo de formado sem treinamento ou atualização profissional pode ser um

grande obstáculo na adoção de novos conceitos, tecnologias e mudanças de hábitos dentro do

trabalho da enfermagem.

Brevidelli e Cianciarullo (2001) realizaram um estudo sobre a prevenção de acidentes

com agulhas e concluíram que o tempo de experiência profissional influi na adoção da

recomendação de não reencapar agulhas, já que os profissionais aderentes são aqueles com

menos de 2 anos de experiência profissional. Este fato pode ser explicado por conta das

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78

mudanças de conceitos antigos sobre técnicas de isolamento depois da introdução das

precauções universais, o que requer nova aprendizagem, e principalmente mudança de

hábitos.

Villa e Faria (2002) ressaltam a necessidade da educação formal em virtude dos

avanços tecnológicos e científicos, possibilitando acompanhamento das transformações, onde

a educação continuada desempenha papel importante na capacitação e atualização desses

profissionais.

3.2 Práticas adotadas pelos profissionais de enfermagem e as recomendações da Norma

Regulamentadora 32

Atendendo ao segundo objetivo específico da pesquisa, neste tópico descreve-se o uso

das medidas de precaução-padrão adotadas pelos profissionais de enfermagem, relativas aos

riscos biológicos e imunizações, riscos químicos e físicos assim como as condições de

conforto do posto de trabalho que compõem a NR 32.

Para facilitar a compreensão, este item foi subdividido em: - Comportamento do

profissional de enfermagem relacionado às medidas de biossegurança dentro ambiente de

trabalho, - Medidas de segurança relacionadas aos materiais perfurocortantes e imunização; –

Riscos Químicos; – Riscos Físicos; e, – Resíduos de Saúde.

3.2.1 Comportamento do profissional de enfermagem relacionado às medidas de

biossegurança no ambiente hospitalar

“O ambiente hospitalar envolve a exposição dos profissionais de saúde e demais

trabalhadores a uma diversidade de riscos, especialmente os biológicos” (SCHEIDT; ROSA;

LIMA, 2006). Os acidentes no ambiente hospitalar envolvem, além dos profissionais, os

pacientes, visitantes, instalações e equipamentos (BRASIL, 1995).

“Meio ambiente significa muito mais que ar, clima, solo, água, nutrientes e outros

organismos”. Assim, tudo que cerca o indivíduo, o influencia e é indispensável à sua

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79

subsistência constitui o meio ambiente, donde a conceituação ecológica de saúde como estado

de ótima adaptação física, mental e social do indivíduo ao seu meio (BULHÕES, 1998, p.46).

Na década de 80, com o surgimento da epidemia da Síndrome da Imunodeficiência

Humana (AIDS), a transmissão ocupacional tomou maior dimensão para os trabalhadores de

saúde a partir do primeiro caso comprovado de contaminação ocorrido na Inglaterra. Desde

então, as medidas de biossegurança se tornaram alvo de preocupações (PENTEADO, 1999;

ALMEIDA; BENATTI, 2007).

“A biossegurança, aplicada nos hospitais, corresponde a adoção de normas e

procedimentos seguros e adequados a manutenção da saúde dos pacientes, dos profissionais e

visitantes” (SCHEIDT; ROSA; LIMA, 2006, p.372).

Além da epidemia do HIV/AIDS, houve o aparecimento de cepas de bactérias

multirresistentes (como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina, bacilos gram

negativos não fermentadores, Enterococcus sp. resistente à vancomicina), do surgimento da

tuberculose na população mundial e do risco elevado de transmissão sanguínea de

microorganismos como as hepatites B e C. Ou seja, além das normas de biossegurança, o

isolamento também ganhou atenção especial (FERNANDES, 2000).

Então, diante dos fatos, o Centro de Controle de Prevenção de Atlanta (CDC) dos

Estados Unidos sintetizou os conceitos disponíveis (Precauções Universais e Isolamento de

Substâncias Corporais) e lançou um novo modelo denominado CDC Guidelines for Isolation

Practices. A utilização das precauções é recomendada na assistência a todos os pacientes,

independente do estado presumível de infecção, no manuseio de equipamentos e artigos

contaminados ou sob suspeita de contaminação, nas situações em que haja riscos de contatos

com: sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, exceto o suor, sem considerar ou não

a presença de sangue visível e pele com solução de continuidade e mucosas (GARNER, 1996,

tradução nossa)3.

No Brasil, a Lei Federal 6.431 de 1997 estabeleceu a obrigatoriedade da existência da

Comissão de Infecções Hospitalares (CCIH) em todos os hospitais, independente da entidade

mantenedora, regulamentada pela Portaria MS Nº 2616/ 98. Esta Lei determinou que a CCIH

3 Precautions (designed to reduce the risk of transmission of bloodborne pathogens) and Body Substance

Isolation (designed to reduce the risk of transmission of pathogens from moist body substances). Standard

Precautions apply to (1) blood; (2) all body fluids, secretions, and excretions except sweat, regardless of whether

or not they contain visible blood; (3) nonin- tact skin; and, (4) mucous membranes. Standard Precautions are

designed to reduce the risk of trans- mission of microorganisms from both recognized and unrecognized sources

of infection in hospitals. [...] for the first time placed emphasis on applying Blood and Body Fluid Precautions

universally to all persons regardless of their presumed infection status.

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80

seria responsável pela implementação da política de prevenção e controle de agravos

infecciosos à saúde de pacientes e profissionais no ambiente hospitalar.

Entre as competências da CCIH estão a prevenção e controle de exposição de doenças

infecto-contagiosas e materiais orgânicos, a participação na formação de profissionais, a

implementação do programa de imunização, o planejamento e controle de epidemias entre os

trabalhadores de saúde, e a garantia do cumprimento das legislações locais e nacionais

(SCHEIDT; ROSA; LIMA, 2006).

A Portaria do Ministério da Saúde MS n°. 2616, de 12 de maio de 1998, estabelece as

ações mínimas a serem desenvolvidas sistematicamente, com vista à redução da incidência e

da gravidade das infecções relacionadas aos serviços de saúde. Destaca também a necessidade

da higienização das mãos em serviços de saúde. A Resolução da Diretoria Colegiada RDC n°.

50, de 21 de fevereiro de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Ministério da

Saúde (ANVISA/MS), dispõe sobre Normas e Projetos Físicos de Estabelecimentos

Assistenciais de Saúde, definindo, dentre outras, a necessidade de lavatórios/pias para a

higienização das mãos. Esses instrumentos normativos reforçam o papel da higienização das

mãos como ação mais importante na prevenção e controle das infecções relacionadas à

assistência à saúde.

A tabela 3 mostra as variáveis relativas ao comportamento do profissional de

enfermagem dentro do seu ambiente de trabalho e os riscos biológicos.

Tabela 3 - Distribuição das variáveis relativas ao comportamento do profissional de

enfermagem no posto de trabalho e os riscos biológicos entre a população do estudo do

hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

(Continua)

Dados N %

Lava as mãos antes de calçar as luvas

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

95

37

4

2

138

68,8

26,8

2,9

1,4

100

*As diferenças nos valores absolutos das freqüências correspondem a perdas

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81

Tabela 3 - Distribuição das variáveis relativas ao comportamento do profissional de

enfermagem no posto de trabalho e o riscos biológicos entre a população do estudo do

hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

(Conclusão)

Dados N %

Lava as mãos depois da utilização das luvas

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

130

4

1

-

135

96,3

3,0

0,7

-

100

Faz uso de adornos durante o trabalho

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

23

47

65

-

135

17,0

34,8

48,1

-

100

Manipula lentes de contato no posto de

trabalho

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

-

6

129

2

137

-

4,4

94,2

1,5

100

Fuma no posto de trabalho

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

2

1

130

3

136

1,5

0,7

95,6

2,2

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

A lavagem das mãos é, sem dúvida, um tema que se pode tornar embaraçoso quando

abordado diretamente, pois é difícil um profissional de saúde assumir que falha em um

aspecto tão elementar (MENDONÇA et al., 2003). Apesar deste fato, pode-se observar que

26,8% admitiram que “às vezes” lavam as mãos antes de calçar as luvas, e 2,9% nunca o

fazem (tabela 3).

Caso não haja lavagem frequente das mãos, os germes aderem-se a elas, à medida que

as diversas superfícies do hospital são tocadas. Neste caso, os germes podem ser levados

diretamente ao paciente ou para as roupas do profissional e objetos pessoais e daí para o

paciente (CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003).

Deve-se lavar as mãos após a retirada de luvas, após contato com o paciente e entre um

e outro procedimento ou em ocasiões onde existe risco de transferência de patógenos para

pacientes ou ambiente, e entre procedimentos realizados no mesmo paciente em sítios

anatômicos diferentes com risco de contaminação cruzada (FERNANDES, 2000).

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Ainda, com relação à lavagem das mãos após o uso das luvas e término de

procedimentos, a adesão se torna maior com 96,3% dos participantes que sempre realizam a

lavagem das mãos. Esta grande adesão pode ser compreendida devido ao fato dos

profissionais realizarem atividades que envolvem o contato direto com secreções e líquidos

corpóreos e, visualmente podem estar “sujas”. A lavagem das mãos após a retirada das luvas é

obrigatória. Deve-se fazer da lavagem das mãos um hábito na rotina profissional antes e após

a colocação de luvas (BRASIL, 1995, FERNANDES, 2000, CAVALCANTE; MONTEIRO;

BARBIERI, 2003).

Num estudo sobre a adesão à técnica de lavagem das mãos em uma unidade de terapia

intensiva neonatal, notou-se que nenhum dos participantes utiliza esta técnica adequadamente.

De modo geral, os médicos e enfermeiros mostraram ter técnica mais apurada em comparação

com os demais profissionais de saúde. Os autores concluíram que a técnica de lavagem das

mãos raramente é adequada e, por isso, programas educacionais para aumentar a adesão dos

profissionais de saúde são importantes (MARTINEZ; CAMPOS; NOGEIRA, 2009).

A própria técnica de lavagem das mãos já preconiza a retirada de adornos com a

finalidade de realizar uma boa higienização. No manual do Ministério da Saúde (BRASIL,

1989) consta a técnica correta de lavagem das mãos que consiste em retirar jóias, pulseiras e

relógios, ter unhas curtas, lavar palma, dorso, espaços interdigitais, extremidades dos dedos e

unhas, polegar, punhos, enxaguar satisfatoriamente (retirando totalmente a espuma e os

resíduos de sabão) e fechar a torneira com papel toalha.

Constatou-se, através dos resultados da pesquisa, que 34,8% dos trabalhadores desta

instituição, em alguns momentos, utilizam adornos no ambiente de trabalho, e 17% fazem o

uso frequente destes objetos enquanto trabalham. Sabe-se que o uso de jóias deve ser evitado

porque pode ser uma possível fonte de germes. Neste sentido, os cabelos compridos também

devem ser mantidos presos durante manuseio do paciente, e em áreas críticas fazer uso de

gorros (VERAS; ALEXANDRIA; DANTAS, 2003).

Entende-se por adornos alianças e anéis, pulseiras, relógios de uso pessoal, colares,

brincos, broches e piercings expostos. Esta proibição estende-se a crachás pendurados com

cordão e gravatas (BRASIL, 2008).

Com relação ao fumo, apenas 1,5% admitiram fumar no posto de enfermagem, a

grande maioria dos trabalhadores não o faz (95,6%). Assim como da manipulação de lentes de

contato, hábito de 4,4% dos trabalhadores que pode gerar risco para sua própria saúde.

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O hospital é um ambiente privilegiado em relação ao fumo, pois: a) é um ambiente de

trabalho em que muitas pessoas passam várias horas por dia; b) é um local em que a

população tem contato com os profissionais de saúde e onde deveria ter acesso a informações

sobre os riscos do fumo; c) é um local em que os profissionais de saúde deveriam servir como

modelos de comportamentos saudáveis, não fumando (LARANJEIRAS; FERREIRA, 1997).

A seguir estão os dados sobre o uso de pias exclusivas para a lavagem das mãos, a

guarda e o consumo de alimentos dentro do posto de trabalho, e se deixam o hospital

utilizando uniforme ou EPIs.

Tabela 4 - Distribuição das variáveis relativas ao comportamento do profissional de

enfermagem e o uso de pias exclusivas, alimentos e EPIs entre a população do estudo do

hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Faz uso da pia de trabalho para outras

finalidades que não para lavagem das mãos

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

17

45

73

3

138

12,3

32,6

52,9

2,2

100

Guarda alimentos em locais não apropriados

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

3

8

125

1

137

2,2

5,8

91,2

0,7

100

Consome alimentos e bebidas no posto de

trabalho

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

11

52

71

2

136

8,1

38,2

52,2

1,5

100

Deixa o local de trabalho com o

uniforme ou utilizando EPI

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

3

26

102

2

132

2,3

19,5

76,7

1,5

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

A pia do posto de trabalho que é destinada para lavagem das mãos é utilizada com

freqüência por 32,6% dos profissionais para outras finalidades. 12,3% da população estudada

reconheceram o seu uso constante, assinalando a opção “sempre” do questionário.

A RDC nº 50 obriga a provisão de recursos para a lavagem de mãos através de

lavatórios ou pias para uso da equipe de assistência sempre que houver paciente (acamado ou

não), examinado, manipulado, tocado, medicado ou tratado. O lavatório exclusivo para a

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84

lavagem das mãos possui pouca profundidade, formatos e dimensões variadas, e deve estar

inserido em bancadas ou não.

De acordo com o Guia Técnico de Riscos Biológicos (2008), entende-se como posto de

trabalho o local onde o trabalhador efetivamente realiza suas atividades, podendo o

empregador disponibilizar ambientes próximos aos postos de trabalho para a realização de

refeições complementares.

Percebe-se que a minoria, 8%, faz a guarda de alimentos em locais inadequados,

utilizando-se do posto de trabalho e da geladeira exclusiva de medicamentos. Com relação ao

consumo de alimentos, a frequência aumentou para 46,3%. Este fato pode ocorrer por não

haver na instituição um local adequado para a realização de refeições complementares para os

profissionais de plantão. Segundo as diretrizes gerais para o trabalho, relacionadas à

contenção de material biológico, foi proibido comer, beber, e fumar nas áreas de trabalho de

laboratórios (BRASIL, 2004), algo que, mais tarde, foi expandido para os postos de trabalho

da equipe de enfermagem através da NR 32.

A grande maioria desses trabalhadores não deixa seus postos de trabalho utilizando o

EPI ou uniforme (76,7%), o que é preconizado pela legislação e normativas vigentes no país.

A Norma Regulamentadora 32, item 32.2.4.6.2, estabelece que os trabalhadores dos serviços

de saúde não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e

as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais.

A tabela 5 traduz o comportamento dos trabalhadores em relação ao uso de calçados

abertos durante o período de trabalho.

Tabela 5 - Distribuição das variáveis relativas ao uso de calçados adequados ao trabalho

pelo profissional de enfermagem e os riscos biológicos entre a população do estudo do

hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Uso calçado aberto durante o trabalho

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

18

49

70

-

137

13,1

35,8 51,1

-

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Entende-se por calçado aberto aquele que proporciona exposição da região do calcâneo

(calcanhar), do dorso (“peito”) ou das laterais do pé. A proibição destes tipos de calçados

aplica-se aos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades

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de promoção e assistência à saúde potencialmente expostos, conforme definido no Programa

de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que deve indicar o tipo de calçado mais

adequado de acordo com os postos de trabalho (BRASIL, 2008). Os calçados fechados

minimizam os riscos de contaminação e acidentes.

Nota-se que a grande parte dos profissionais de enfermagem (48,9%) costuma trabalhar

com calçados abertos. E que os calçados fechados, para estes profissionais Equipamentos de

Proteção Individual, não são fornecidos pelo hospital em 80,3% das respostas.

3.2.2 Medidas de segurança relacionadas aos materiais perfurocortantes e imunização

A tabela 6 traz os dados referentes, especificamente, aos materiais perfurocortantes que

são responsáveis por grande número de acidentes entre os trabalhadores de enfermagem.

Tabela 6 – Distribuição das variáveis relativas aos materiais perfurocortantes entre a

população do estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

(Continua)

Dados

N %

Reencapa ou desconecta manualmente as

agulhas antes do descarte

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

5

32

98

-

135

3,7

23,7

72,6

-

100

São fornecidos materiais

perfurocortantes com dispositivo de

segurança

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

30

45

43

15

133

22,6

33,8

32,3

11,3

100

Existe na instituição suporte exclusivo

para acondicionamento do recipiente

para perfurocortantes

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

119

15

2

1

137

86,9

10,9

1,5

0,7

100

*As diferenças nos valores absolutos das freqüências correspondem a perdas

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86

Tabela 6 – Distribuição das variáveis relativas aos materiais perfurocortantes entre a

população do estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

(Conclusão)

Dados N %

O limite de enchimento dos recipientes de

descarte dos perfurocortantes é

respeitado

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

43

70

16

7

136

31,6 51,5

11,8

5,1

100

Este recipiente é mantido numa altura

que permita a visualização do seu bocal

de abertura

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

99

27

9

3

138

71,7

19,6

6,5

2,2

100

Os trabalhadores que utilizam

perfurocortantes se responsabilizam pelo

seu descarte

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

89

20

16

12

137

65,0

14,6

11,7

8,8

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Com relação ao uso de material perfurocortante e seu descarte, percebe-se que 27,4 %

desses profissionais ainda mantêm o hábito de reencapar ou conectar as agulhas após o uso,

antes mesmo do seu descarte, frequente ou esporadicamente, aumentando o risco de um

acidente de trabalho.

As diretrizes gerais para o trabalho em contenção de material biológico preconiza o

descarte do material perfurocortante em recipiente de paredes rígidas, resistentes à punctura,

ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, segundo normas legais e

técnicas vigentes, localizado próximo à área de trabalho, sendo expressamente proibido o

esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento (BRASIL, 2004).

A frequência de exposições a sangue pode ser reduzida, em mais de 50%, quando

esforços são direcionados para a motivação e para o cumprimento das normas de Precauções

Básicas. Entretanto estas mudanças de comportamento podem não alcançar uma redução

consistente na frequência de exposições percutâneas. (FERNANDES, 2000).

Várias pesquisas evidenciaram a maior ocorrência de acidentes perfurocortantes entre

os profissionais de enfermagem (BRANDI; BENATTI; ALEXANDRE, 1998, TOMAZIN;

BENATTI, 2001, CANINI et al., 2002, SILVA et al., 2009). No estudo de Brandi; Benatti e

Alexandre (1998), este tipo de acidente teve as “mãos” como localização anatômica de maior

frequência com resultado de 95,7% , 45,7% dos profissionais não estavam utilizando luvas no

momento do acidente (BRANDI; BENATTI; ALEXANDRE, 1998)

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87

Em 2001, estudo similar foi realizado, ratificando o primeiro estudo, com 45, 7% dos

acidentes ocorridos no mesmo local anatômico e 50% sem uso de luvas. Ainda identificaram

que 86,4% dos acidentados eram vacinados (TOMAZIN; BENATTI, 2001), o que é

fundamental para a prevenção no trabalho em serviços de saúde.

A investigação de Canini et al. (2002), em um hospital universitário do interior de São

Paulo, evidenciou que a ocorrência dos acidentes com material perfurocortante varia do

acordo com a situação. Neste levantamento, 7,88% dos acidentes ocorreram por descarte de

material em local impróprio, 5,51% ao reencaparem agulhas e 7,88% na hora em que

descartavam o material perfurocortante. Se somadas estas categorias, percebe-se que 21,27%

dos acidentes são ocasionados por situações que contrariam as precauções-padrão, portanto

passíveis de prevenção.

Com relação ao fornecimento de materiais perfurocortantes com dispositivos de

segurança, constatou-se que apenas 22,6 % dos trabalhadores confirmaram seu fornecimento

pela instituição. Esta resposta pode ser em virtude de relacionarem os dispositivos de

segurança com as lancetas para teste de glicemia capilar, que já possuem este mecanismo de

prevenção de acidentes. Porém, as categorias “às vezes, nunca e desconhece” somam a grande

maioria com 77,4% das respostas.

A Comissão Tripartite Permanente Nacional da NR 32 divulgou em novembro de 2008,

através da Portaria nº 939 do Ministério do Trabalho e Emprego, o Cronograma para a adoção

dos perfurocortantes com dispositivos de segurança, estabelecendo o prazo de seis meses para

a divulgação e treinamento dos profissionais (que terminou em maio / 2009) e 18 meses, a

contar desta data para implementação e adaptação ao mercado. Prazo que se esgotará em

novembro de 2010.

Com relação ao descarte desses materiais perfurocortantes (agulhas, scalp, lâminas de

bisturi, vidrarias, entre outros), o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) preconiza que devem

ser descartados, separadamente, no local de sua geração, logo após o uso. Isso deve ser feito

em recipientes rígidos, resistentes à perfuração e com tampa, devidamente identificados. O

preenchimento do depósito não deve ultrapassar a 2/3 da sua capacidade, sendo proibido seu

esvaziamento para reaproveitamento.

Durante pesquisa realizada no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, em

Campinas – SP, foi possível observar, em alguns casos, que as caixas para descarte estavam

sobre superfícies molhadas ou no chão, e geralmente colocadas apenas nos postos de

enfermagem (LOPES; MOROMIZATO; VEIGA, 1999). Sabe-se que estas caixas devem ter

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88

suportes exclusivos e posicionados na altura dos olhos para melhor visualização do bocal, e

assim evitar acidentes ao serem depositados estes materiais.

Nos resultados desta pesquisa, observa-se na tabela 5, que, em 86,9% dos casos, há o

suporte exclusivo para os recipientes de descarte de perfurocortantes. Porém, nem sempre, o

limite de preenchimento é respeitado, conforme foi verificado: 51,5% dos participantes

respeitam este limite, 11,8% “nunca” o fazem ou é “desconhecido” pelos profissionais em 5,1

%. Somando-se as respostas “às vezes, nunca e desconhece”, nota-se que a caixa de descarte

não é mantida sempre na altura dos olhos em 28,3%, e o material não é descartado pelo

profissional que o utilizou, imediatamente após a realização do procedimento, representou

35% dos participantes. Dados que apontam falhas consideráveis com relação ao cumprimento

das precauções-padrão, e expõem consideravelmente a todos que trabalham ou circulam neste

ambiente.

Vários são os fatores relacionados ao descarte desse material que expõem os

trabalhadores de saúde, como a montagem de forma errada das caixas coletoras, falta de

disponibilidade de caixas para a pronta substituição em local de fácil acesso, o que poderia

evitar o excesso de preenchimento (MARZIALE; RODRIGUES, 2002, MOURA;

MOUREIRA; FONSECA, 2009). A falta dos reforços internos, ou do saco plástico, tem,

como conseqüência, o aumento do risco de exposição percutânea pela superlotação e

fragilidade da caixa em razão de sua montagem inadequada (LOPES; MOROMIZATO;

VEIGA, 1999).

Muitos hospitais utilizam caixas de medicamento ou de papelão para descartar os

perfurocortantes, sujeitando trabalhadores ao risco de se acidentarem (PAULINO; LOPES;

ROLIM, 2008). Fato este que foi presenciado num estudo em um hospital Estadual no Rio de

Janeiro por Cunha e Valente, em 2005.

Sabe-se que estes recipientes devem ser colocados sempre próximos aos locais onde

são realizados os procedimentos (BRANDÃO JÚNIOR, 2000). Estudo realizado em São

Paulo, no hospital Alemão Oswaldo Cruz, sobre a colocação de caixas coletoras próximas aos

leitos nas enfermarias comprovou a redução no número de acidentes no tocante ao transporte

de perfurocortantes (CONTROLE, 1997).

Em pesquisa realizada no hospital-escola da universidade de São Paulo sobre acidentes

com materiais biológicos ocorridos nos anos de 1995 e 1996, constatou-se um total de 103

acidentados. Frente aos indicadores encontrados foram estabelecidas medidas como a

capacitação de funcionários com relação às precauções-padrão e a colocação de coletores para

descarte de materiais perfurocortantes em todos os quartos e enfermarias. Após o

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89

estabelecimento destas medidas, foi realizado novo estudo sobre acidentes de trabalho com

materiais perfurocortantes ocorridos entre 1997 e 1998, e o número de acidentados foi

reduzido para 71 casos, constatando-se uma redução significativa de 68,93%. Fato que

revelou o impacto positivo das estratégias adotadas no estudo anterior (BÁLSAMO;

BARRIENTOS; ROSSI, 2000).

Vários pesquisadores sinalizaram, em estudos de campo, algumas estratégias para

reduzir os acidentes com perfurocortantes, como a substituição de materiais potencialmente

perfurantes por aqueles com “design” mais seguro, reorientação do comportamento dos

profissionais de saúde para a adoção de medidas preventivas, com treinamentos institucionais

informativos (quantitativos), mas também qualitativos, e por último, mudanças na estrutura e

organização do ambiente de trabalho. Outras formas de evitar acidentes com perfurocortantes,

citadas por vários pesquisadores são a correta utilização dos Equipamentos de Proteção

Individual (EPI), o descarte desses materiais em recipientes adequados, de fácil localização,

próximo ao paciente, respeitando sua capacidade máxima assim como a implantação de um

programa de imunização ativa dos profissionais de saúde como estratégia na prevenção de

infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) (BÁLSAMO; BARRIENTOS; ROSSI, 2000,

BREVIDELI; CIANCIARULLO, 2002, SÊCCO, et al., 2003, SOUZA; CERIBELLI, 2004,

MARZIALE; NISHIMURA; FERREIRA, 2004).

É primordial que todos os trabalhadores de saúde sejam vacinados contra as doenças

passíveis de prevenção, cujos microorganismos são amplamente encontrados nos ambientes

hospitalares, principalmente em objetos perfurocortantes como o vírus da hepatite B.

A tabela 7 demonstra os dados relativos à situação vacinal desses profissionais de

enfermagem, com relação à imunização dupla e hepatite B.

Tabela 7 - Distribuição das variáveis relativas à vacinação entre a população de estudo do

hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Possui imunização dupla

Completa

Incompleta

Total

104

26

130

80,0

20,0

100

Possui imunização para

hepatite B

Completo

Incompleta

Total

107

22

129

82,9

17,1

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

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Com relação à imunização, 80% dos profissionais possuíam o esquema completo da

imunização dupla, e 82, 9 % têm esquema completo da hepatite B. Porém, sabe-se que não é o

bastante completar somente o esquema vacinal para hepatite B, necessitando-se da sorologia

para certificar-se que o indivíduo realmente está imune ao vírus no caso de uma exposição

acidental.

Estudo realizado por Pinheiro (2007) demonstrou que entre os profissionais de

enfermagem que fizeram parte do seu estudo, num total de 44 trabalhadores, 4,5 % não

possuíam nenhuma dose de vacina anti-hepatite B; 9,1% tinham a primeira dose apenas; 9,1%

as duas doses e 77,3% trabalhadores apresentaram a vacinação completa com as três doses

recomendadas.

A vacinação para hepatite B deve ser feita em três doses por todos os profissionais de

saúde, a segunda e a terceira são dadas, respectivamente, um e seis meses após a primeira

(esquema 0, 1 e 6 meses) (RAPPARINI et al., 2004).

O teste sorológico anti-HBs pode ser feito para confirmação da resposta vacinal

(presença de anticorpos protetores com títulos acima de 10 mUI/ml). Este deve ser realizado

de um a seis meses após a terceira dose de vacina (VERONESI; FOCA, 1996, RAPPARINI et

al., 2004).

Quando não há resposta vacinal adequada após a primeira série de vacinação, grande

parte dos profissionais (até 60%) se submeterá a uma série adicional de 3 doses. Se após a

segunda série persistir a produção de anticorpos abaixo de 10mUI/ml, não é recomendada

uma revacinação. Uma alternativa que deve ser considerada antes do início da segunda série

do esquema vacinal, ou depois da comprovação de falta de soroconversão com 6 doses da

vacina (não respondedor), é a solicitação de HBsAg, para descartar a possibilidade desses

profissionais terem infecção crônica pelo HBV e que, portanto, não estariam apresentando

“resposta vacinal”. O profissional de saúde não respondedor (sem resposta vacinal a 2 séries

com 3 doses cada) deve ser considerado como susceptível à infecção pelo HBV (RAPPARINI

et al., 2004).

Segundo o Ministério da Saúde (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, 2001), a

vacina contra hepatite B tem eficácia entre 95% ou mais após o esquema vacinal completo.

No caso de pessoas que não completaram o esquema de três doses da vacina ou que não

conseguiram resposta vacinal mesmo após seis doses, a quimioprofilaxia, em caso de

exposição, é feita com imunoglobulina hiperimune contra hepatite B (IGHAHB), que produz

imunidade até seis meses depois da exposição. A imunoglobulina hiperimune contra hepatite

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91

B (IGHAHB) também deve ser aplicada por via IM. Ela fornece imunidade provisória por um

período de 3 a 6 meses após a administração (RAPARRINI et al., 2004).

A vacina dupla adulto (dT) tem o objetivo de controlar o tétano acidental e a difteria.

Possui eficácia contra a difteria de 80-90% e tétano de quase 100%, após esquema vacinal

completo de 3 doses. A dT deve ser aplicada iniciada a partir dos 7 anos em crianças não

vacinadas com a DTP (difteria, tétano e coqueluche) dos 2 aos 15 meses de idade. A dT é

feita em três doses com reforço a cada 10 anos (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE,

2001). Essas vacinas são gratuitas e disponíveis pelo Sistema Único de Saúde, nos postos de

Atenção Básica para todos os profissionais de saúde.

De acordo com a Norma Regumentadora 32 e o Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais (PPRA - NR9), deve–se disponibilizar outros tipos de vacina para os profissionais

de saúde de acordo com a avaliação de riscos.

A CCIH do hospital universitário da Universidade de São Paulo – USP indica para os

profissionais de saúde e estagiários da instituição, além da vacina dupla adulto e hepatite B, a

SCR (Sarampo, Caxumba e Rubéola), Varicela e Influenza (CASSETTARI; BALSAMO;

SILVEIRA, 2009). A figura a seguir explicita os tipos de vacinaS que são disponibilizados

para os profissionais de saúde desta instituição:

Figura 1 - Quadro de vacinas indicadas para profissionais e estagiários do HU- USP Fonte:

Manual para a prevenção de infecções hospitalares – HU- USP, 2009.

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A tabela 8 traz os dados referentes à imunização e a existência de um Programa de

vacinação na instituição do estudo, os procedimentos adotados com os funcionários no ato da

vacinação, que envolvem as informações a respeito das vantagens e desvantagens na falta ou

recusa da vacinação, e os seus efeitos colaterais. Os dados também se referem ao

acompanhamento da eficácia vacinal, entrega de comprovante de vacinação e a manutenção

de prontuário de registro de vacinação desses trabalhadores.

Tabela 8 - Distribuição das variáveis relativas ao Programa de imunização da instituição

entre a população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Na instituição existe:

a) Programa de imunização

gratuita

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

36

64

19

18

137

26,3

46,7

13,9

13,1

100

b) É informado das vantagens e

efeitos colaterais e dos riscos a

que estará exposto no caso de

falta ou recusa da vacinação

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

46

27

26

38

137

33,6

19,7

19,0

27,7

100

c) Controle de eficácia da

vacinação

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

25

19

37

54

135

18,5

14,1

27,4

40,0

100

d) Oferece comprovante de

vacinação

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

66

13

16

42

137

48,2

9,5

11,7

30,7

100

e) Mantém um prontuário de

registro com todas as suas

vacinações

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

17

10

40

67

134

12,7

7,5

29,9

50,0

100

As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Dos 137 trabalhadores participantes que responderam este item da pesquisa, 19,7%, em

algum momento, receberam informações sobre efeitos colaterais e riscos a que se expõem em

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caso de recusa ou falta da vacinação, e 46,7% nunca receberam ou desconhecem. Sabe-se que

percepção do risco pelo trabalhador influencia o seu comportamento e, consequentemente, a

sua exposição aos riscos (SILVA et al., 2009).

No manual de procedimentos para vacinação do Ministério da Saúde estão descritos os

efeitos adversos que podem aparecer na imunização da dupla de adulto (dT) são: dor,

enduração, rubor e abscesso local; febre raramente; Síndrome de Guillain Barré; anafilaxia e

neuropatia periférica. E, na vacinação contra a hepatite B são: febre, mal-estar; eventos locais

e anafilaxia que ocorre raramente. A contra-indicação de ambas as vacinas é a reação

anafilática na dose anterior.

Sabe-se que, após acidente com agulha, o risco de contaminação com o vírus da

hepatite B (HBV) é de 6 a 30%, com o vírus da hepatite C (HCV) é de 0,5 a 2%, e com o

vírus da AIDS (HIV) é de 0,3 a 0,4% (BREVIDELLI; CIANCIARULLO, 2002, RAPPARINI

et al., 2004, ALMEIDA; PAGLIUCA; LEITE, 2005). Os profissionais devem estar cientes

sobre este risco quando na falta ou recusa de vacinação.

O risco de contaminação ocupacional pelo vírus da Hepatite B (HBV) está

relacionado, principalmente, ao grau de exposição ao sangue no ambiente de trabalho e

também à presença ou não do antígeno HBeAg no paciente-fonte. Em exposições percutâneas

envolvendo sangue sabidamente infectado pelo HBV e com a presença de HBeAg (o que

reflete uma alta taxa de replicação viral e, portanto, uma maior quantidade de vírus

circulante), o risco de hepatite clínica varia entre 22 a 31% e o da evidência sorológica de

infecção de 37 a 62%. Quando o paciente-fonte apresenta somente a presença de HBsAg

(HBeAg negativo), o risco de hepatite clínica varia de 1 a 6% e o de soroconversão 23 a 37%.

(FERNANDES, 2000, RAPPARINI et al., 2004).

Os dados da pesquisa apontaram que não há um programa de imunização permanente

na instituição (73,7%), não há um controle sobre a eficácia das imunizações (27,4%) ou

“desconhecem” (40%). Os resultados são preocupantes, pois demonstram a exposição

considerável do trabalhador de enfermagem aos riscos de contaminação, já que a vacinação

em si não representa a imunização do indivíduo, principalmente em se tratando da hepatite B.

Quando estes trabalhadores são vacinados, somente 48, 2% receberam o seu comprovante.

Estudo realizado em Campos dos Goytacazes – RJ sobre acidentes biológicos entre

profissionais de saúde, com relação à proteção contra hepatite B, assinalou que a maioria dos

acidentados tinha relatado vacinação prévia (91,3%), entretanto somente 73% apresentaram

resultado reagente para o anticorpo anti-HBs. Isto indica que muitos profissionais não

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estavam protegidos contra a infecção pelo HBV, provavelmente porque não completaram o

esquema vacinal ou não apresentaram resposta vacinal (SILVA et al., 2009).

Pesquisa sobre a resposta imunológica anti-hepatite B, realizada com os profissionais

de enfermagem que atuavam na clínica médica de em um hospital no município do Rio de

Janeiro, comprovou que, dentre os 44 participantes do estudo, 38 informaram não conhecer

sua imunidade quanto à hepatite B. Após teste sorológico, 13 não apresentaram imunidade

contra este vírus e 1 profissional sabia que era hiporrespondedor e não fez nada. Este fato

comprova a exposição ocupacional desses profissionais (PINHEIRO, 2007).

Outro fato que chamou a atenção está relacionado ao Programa de Saúde do

Trabalhador, uma vez que não há prontuário de registro disponível na instituição com as

vacinações desses trabalhadores (29,9%). E, se existe, 50% dos trabalhadores “desconhecem”

esta informação. O que se sabe é que, em algumas instituições do Estado, ainda não existe

Programa de Saúde Ocupacional na unidade de saúde, os comprovantes vacinais devem ser

levados para o médico do trabalho no momento do exame admissional e são custeados pelo

próprio trabalhador.

Os profissionais responsáveis pelo gerenciamento dos riscos ocupacionais devem criar

e manter um plano de controle dos acidentes com agulhas, com registro sistemático da

ocorrência e análise das fontes de risco para garantir a elaboração de estratégias mais eficazes

para reduzir os acidentes com agulhas (BREVIDELLI; CIANCIARULLO, 2001,

AZAMBUJA; KERBER; CEZAR-VAZ, 2001).

3.2.3 Riscos Químicos

Os riscos químicos são aqueles gerados pelo manuseio de uma grande variedade de

substâncias químicas e também pela administração de medicamentos que podem provocar

desde simples alergias até importantes neoplasias. Estas atividades são amplamente

desenvolvidas dentro dos ambientes hospitalares pelos diversos profissionais de saúde,

incluindo os trabalhadores de enfermagem. Os principais agentes encontrados nestes

ambientes são as drogas antineoplásicas, os agentes esterilizantes, os gases anestésicos, entre

outros e esses podem estar causando desde dermatites e problemas reprodutivos até neoplasias

(BULHÕES, 1998, XELEGATI; ROBAZZI, 2003).

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Levantamento bibliográfico realizado por Xelegati e Robazzi (2003) demonstrou que

os temas mais abordados sobre os riscos químicos em artigos científicos foram manipulação

de drogas citostáticas, agentes químicos em geral, exposição a gases anestésicos, exposição a

vapores e gases esterilizantes, manipulação do antibióticos cefalosporina, reações alérgicas a

luvas protetoras, manipulação do propacetamol, exposição a vapores de cimento de osso,

terapia de aerossol com pentamidina e ribavirina, manipulação de mercúrio, transferência de

produtos químicos para o leite materno.

Nas tabelas 9 e 10 foram distribuídos os dados relacionados à manipulação de

produtos químicos por profissional qualificado, embalagem e fracionamento destas

substâncias dentro do ambiente de trabalho. Também foi levantada a questão da utilização do

Equipamento de Proteção Individual quando o profissional de enfermagem manipula

quimioterápicos dentro do posto de enfermagem.

Tabela 9 - Distribuição das variáveis relativas às embalagens de produtos químicos entre a

população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

O rótulo do fabricante é mantido

na embalagem original dos

produtos químicos

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

89

17

4

25

135

65,9

12,6

3,0

18,5

100

Quando há fracionamento de

produto químico é feito rótulo de

identificação correspondente

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

69

18

14

37

138

50,0

13,0

10,1

26,8

100

As embalagens dos produtos

químicos são reutilizadas

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

8

14

63

48

133

6,0

10,5

47,4

36,1

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Em 65,9% das respostas, os rótulos originais dos fabricantes de produtos químicos são

sempre mantidos nas embalagens. Porém, quando perguntados se, quando este produto é

fracionado, é feita nova rotulagem, a freqüência de respostas positivas caiu para 50%.

Sobre as embalagens desses produtos químicos obteve-se o seguinte resultado: são

reutilizadas “sempre” e “às vezes” em 16,5% dos casos.

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96

Tabela 10 - Distribuição das variáveis relativas à manipulação de produtos químicos entre a

população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

A manipulação de produtos

químicos é realizada por

profissional qualificado

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

33

20

16

65

134

24,6

14,9

11,9

48,5

100

Manipulação de quimioterápicos

dentro do posto de enfermagem

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

23

5

90

17

135

17,0

3,7

66,7

12,6

100

Em caso positivo, utiliza EPI

para manipulação dessas drogas

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Não se Aplica

Total

10

10

10

13

85

128

7,8

7,8

7,8

10,2

66,4

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Percebe-se que 48,5% desconhecem se a manipulação desses produtos é feita por

pessoa qualificada e que 11,9% responderam que este trabalho nunca é realizado por estes

profissionais, o que nos leva a pensar que, em alguns momentos, estes profissionais podem

estar manipulando uma série de produtos químicos, mas não o classificam como tal.

A rotulagem original dos produtos químicos utilizados nos serviços de saúde deve ser

mantida. E, quando fracionados ou manipulados, devem ter uma etiqueta com nome do

produto, composição, concentração, data de envase, validade e nome do responsável pela

manipulação (BRASIL, 2005b). De acordo com Costa (2009), é comum encontrarmos, em

serviços de saúde, principalmente em laboratórios e hospitais-escola, frascos contendo

produtos químicos sem nenhuma etiqueta de identificação, o que dificulta muito o

gerenciamento desses produtos.

Quando perguntados sobre a manipulação de quimioterápicos dentro do posto de

enfermagem, 17% “sempre” o fazem e, 3,7% das respostas corresponderam à alternativa “às

vezes”. O que nos leva a concluir que a manipulação destes produtos, em alguns momentos, é

feita por profissionais sem a qualificação adequada, e em local impróprio, gerando

contaminação do ambiente de trabalho, expondo todos os trabalhadores.

Do total dos trabalhadores de enfermagem que responderam ao item sobre a utilização

de EPI quando manipulam quimioterápicos no posto de trabalho (128 indivíduos), cerca de

7,8% “nunca” utilizam os Equipamentos de Proteção Individual. Levando-se em consideração

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97

que 28 pessoas admitiram manipular estes produtos (20,7%), pode-se dizer que, dentre estes,

cerca de 2,8% nunca utilizam o EPI. Pois, considerando que esta questão estava vinculada à

anterior, duas pessoas responderam sem considerar a primeira sobre a manipulação dessas

substâncias.

Agente químico é todo elemento ou substância química nociva que pode ser absorvido

pelo corpo humano, ou seja, pode penetrar no trabalhador pela pele (via cutânea), pela boca e

estômago (via digestiva) e pelo nariz e pulmões (via respiratória). A toxicidade dos

contaminantes químicos depende de fatores como concentração, índice respiratório,

sensibilidade individual, toxicidade do produto e concentração (PONZETTO, 2002). Porém,

medidas de proteção devem ser tomadas para evitar contaminação, como controle da

concentração no ambiente de trabalho, local adequado para manipulação, EPIs adequados e

manipulação por pessoa qualificada.

Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos, estes devem ser preparados em área

exclusiva e com acesso restrito aos profissionais envolvidos. Esta área deve dispor de

vestiário de barreira com dupla câmara, sala de preparo de quimioterápicos, locais exclusivos

para atividades administrativas e armazenamento. A sala de preparo deve ser dotada de

Cabine de Segurança Biológica Classe II B 2 de fluxo laminar, com filtros HEPA, em local

que evite turbulência e dispersão. Sempre deve ser manipulado por pessoa qualificada. No

local de manipulação devem estar disponíveis EPIs e sistema de descarte adequado (COSTA,

2009; BRASIL, 2005b).

Nestes locais, a NR-15 deve ser observada, a área de manipulação deve conter

equipamentos que garantam a concentração desses produtos no ar abaixo dos limites de

tolerância. Também devem ser sinalizados, conforme norma de sinalização de segurança (NR

– 26 e NBR 7500) (COSTA, 2009).

A tabela 11 demonstra a distribuição de dados referentes à manipulação de gases

medicinais pelos profissionais de enfermagem. As variáveis estão relacionadas a vazamentos,

utilização dos mesmos para outros fins que não sejam terapêuticos, existência de válvula de

segurança e identificação adequada, e utilização de substâncias nas mãos quando manipulam

os gases medicinais.

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98

Tabela 11 - Distribuição das variáveis relativas à manipulação de gases medicinais entre a

população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Existe algum equipamento com

vazamento de gás

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

48

26

6

53

133

36,1

19,5

4,5

39,8

100

Os cilindros de gás possuem

identificação e válvula de

segurança

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

48

26

6

53

133

36,1

19,5

4,5

39,8

100

Utiliza oxigênio e ar comprimido

para outros fins

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

2

17

85

30

134

1,5

12,7

63,4

22,4

100

Manipula gases medicinais após

uso de cremes hidratantes ou

óleo para as mãos

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

2

9

100

24

135

1,5

6,7

74,1

17,8

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Sabe-se que as observações do fabricante referentes à movimentação, transporte,

armazenamento, manuseio, e manutenção de equipamentos devem ser seguidas desde que,

compatíveis com a legislação vigente (COSTA, 2009).

A tabela mostra que é comum o vazamento de gás em equipamentos da instituição,

sendo constantes em 36,1%, e esporádicas em 19,1% das respostas. O que nos remete à falta

de manutenção preventiva dos mesmos.

De acordo com a Norma Regulamentadora 32, fica proibida a utilização de cilindros

que não tenham identificação do gás, válvula de segurança, a utilização de gases medicinais

para outros fins, e de equipamentos com vazamento. Por isso a necessidade da manutenção

corretiva e preventiva periodicamente.Toda a manutenção deve ser documentada, contendo no

mínimo, a verificação de vazamentos em válvulas, mangueiras, traquéias, tubulações,

torneiras, conectores e máscaras faciais (BRASIL, 2005b, COSTA, 2009).

Os cilindros são sempre identificados e com válvula de segurança em 36,1%, e

desconhecem esta questão, 39, 8%. Nunca utilizam o oxigênio e ar comprimido para outros

fins, 63,4%, e 74,1% não utilizam cosméticos nas mãos quando manipulam estes gases. Pela

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99

NR 32 é vedado o contato de graxas, hidrocarbonetos ou materiais orgânicos similares com

gases oxidantes. Como a composição de cosméticos é diversificada, fica proibido o uso de

cosméticos (cremes, óleos, maquiagem) nas áreas de trabalho do laboratório (BRASIL, 2004),

principalmente porque o oxigênio tem como característica química ser acelerador na

combustão (comburente).

3.2.4 Riscos Físicos

Compõem o risco físico os seguintes agentes: calor, frio, umidade, pressões anormais,

ruído, vibração, radiações ionizantes e radiações não-ionizantes. Dentre as radiações

ioninantes estão os raios X, o gama e o beta, que são usados para diagnósticos e tratamentos

médicos. Podem causar muitos efeitos no corpo humano como interrupção de crescimentos de

células, dando origem a alguns tipos de câncer, retarda o crescimento de crianças, afeta o iodo

da glândula tireóide, e muitos outros (PONZETTO, 2002).

A realização de exames de Raios X dentro das enfermarias é uma prática comum,

quando existem pacientes acamados, e/ou ligados a equipamentos dificultando o transporte do

mesmo até a área apropriada de exame. Preconiza-se o uso dos equipamentos de proteção

individual e a exposição mínima dos profissionais que auxiliam o paciente.

Estudo realizado com auxiliares de enfermagem (REZENDE, 2003) evidenciou a

dificuldade destes profissionais em identificar os riscos ocupacionais físicos, mesmo

trabalhando em ambientes hospitalares onde os agentes de riscos físicos estão presentes.

A autora lembra que nenhum trabalhador deveria se expor a radiações ionizantes sem

que seja necessário e que estes profissionais devem ter conhecimento dos riscos radiológicos

associados ao seu trabalho, ter treinamento adequado e utilizar o EPI para o desempenho

seguro de suas funções ( REZENDE., 2003).

A tabela 12 mostra os dados referentes à exposição aos raios x dentro das enfermarias

que compõem o estudo e a disponibilidade de EPIs para os profissionais expostos.

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100

Tabela 12 - Distribuição das variáveis relativas às radiações ionizantes – Raios X entre a

população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

São realizados RX dentro das

enfermarias

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

14

115

1

5

135

10,4

85,2

0,7

3,7

100

Existe na instituição:

a) Equipamento móvel de RX

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

79

50

-

5

125

59,0

37,3

-

3,7

100

b) Equipamentos de proteção para o

profissional que auxilia no exame de

RX

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

45

29

44

17

135

33,3

21,5

32,6

12,6 100

* As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Os dados revelaram que na instituição existe um equipamento móvel de Raios-X

(96,3%), e o procedimento também é feito entre as enfermarias da instituição. Este

procedimento “sempre” é feito nas enfermarias (10,4%) ou “às vezes” (85,2%). Porém,

quando auxiliam o paciente no exame, 32,6% dizem que não existem os equipamentos de

proteção individual e, 12,6% desconhecem.

Para que haja controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso que se

tomem alguns cuidados, como - medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte de

radiação, enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em

salas de raios-x).; - medidas de proteção individual; - fornecimento de EPI adequado ao risco

(ex: avental, protetor de tiróide e de testículos de chumbo); - medidas administrativas: (ex:

dosímetro de bolso para técnicos de raio-x), e acompanhamento médico com exames

periódicos de acordo com o Conselho Nacional de Energia Nuclear NE.3.01 de 2005.

3.2.5 Resíduos de Saúde

Os resíduos de saúde são aqueles originados por qualquer atividade de natureza

médico-assistencial humana ou animal. São infectantes (sépticos) – cultura de vacina vencida,

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101

agulhas, ampolas, bisturi, sangue e hemoderivados, tecidos. Resíduos especiais – rejeitos

radioativos, medicamento vencido, contaminado, interditado, resíduos químicos perigosos.

Resíduos comuns – que não entram em contato com o paciente (material de escritório, restos

de alimentos, etc.) (BRASIL, 2006).

As tabelas 13 e 14 trazem dados sobre a manipulação dos resíduos de saúde, segundo a

percepção da equipe de enfermagem. O que pode refletir no ambiente de trabalho desses

profissionais.

Tabela 13 - Distribuição das variáveis relativas aos resíduos de saúde – sacos plásticos entre

a população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

.

Dados N %

Sacos Plásticos:

a) São preenchidos até 2/3 da

capacidade:

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

12

42

21

61

136

8,8

30,9

15,4

44,9

100

b) São fechados de forma a não

derramar

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

38

38

6

49

131

29,0

29,0

4,6

37,4

100

c) Retirados imediatamente após seu

preenchimento

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

38

38

10

46

132

28,8

28,8

7,6

34,8

100

d) São mantidos íntegros até sua

retirada do local

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

36

37

5

50

128

28,1

28,9

3,9

39,1

100

*As diferenças nos valores absolutos das freqüências correspondem a perdas

Pode-se notar que um alto índice de profissionais (acima de 34% em todos os itens)

desconhecem os procedimentos adotados pelos profissionais da limpeza da instituição, apesar

deste trabalho influenciar diretamente no trabalho da enfermagem.

Em resumo, tem-se que em 15,4% dos casos não são respeitados os limites de

preenchimento dos sacos plásticos, 4,6% não são fechados corretamente, 7,6% nunca são

retirados logo após o seu preenchimento e, 3,9% não são mantidos íntegros até sua retirada do

local.

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102

A tabela 14, em específico, mostra os dados sobre os recipientes utilizados para

armazenamento dos resíduos de saúde, na fonte geradora desse material até o seu destino

final. Esses resultados foram gerados através da percepção dos profissionais de saúde sobre

seu próprio ambiente de trabalho.

Tabela 14 - Distribuição das variáveis relativas aos resíduos de saúde – recipientes entre a

população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Recipientes:

a) São colocados próximos

da fonte geradora do

resíduo

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

19

28

11

76

14,2

20,9

8,2

56,7

100

b) São em número

suficiente

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

28

44

12

50

134

20,9

32,8

9,0

37,3

100

c) São de material lavável,

resistente à ruptura e

vazamento, com tampa de

sistema de abertura sem

contato manual, resistente

ao tombamento.

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

44

42

2

49

137

32,1

30,7

1,5

35,8

100

d) São sinalizados e

identificados

adequadamente

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

32

41

13

49

135

23,7

30,4

9,6

36,3

100

e) São arrastados

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

26

37

14

57

134

19,4

27,6

10,4

42,5

100

As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Com relação aos recipientes, em 8,2% não são colocados próximos do local de geração

desses resíduos, às vezes são em quantitativo suficiente (32,8%), de material lavável (30,7%),

identificados adequadamente (30,4%), e arrastados (27,6%).

Todos os serviços de saúde devem seguir o disposto na RDC nº 306 da Agência

nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de 2004, que estabelece a obrigatoriedade de um

Programa de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS).

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103

Os sacos plásticos devem atender ao disposto na NBR 9191 e ainda ser preenchidos até

2/3 de sua capacidade; fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento;

retirados imediatamente do local de geração após o preenchimento e fechamento; mantidos

íntegros até o tratamento ou disposição final (BRASIL, 2005b).

De acordo com a NR 32, os recipientes utilizados devem atender as normas da ABNT,

e disponíveis em número suficiente para o armazenamento; devem estar localizados próximos

da fonte geradora; o material dos recipientes deve ser lavável, resistente à punctura, ruptura e

vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos

arredondados e que sejam resistentes ao tombamento, e sinalizados.

Os itens 32.5.4 e 35.5.5 que tratam do transporte manual do recipiente de segregação

normatizam que, este deve ser realizado de forma que não exista o contato do mesmo com

outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto, e sempre que o transporte do recipiente de

segregação possa comprometer a segurança, e a saúde do trabalhador, devem ser utilizados

meios técnicos apropriados, de modo a preservar a sua saúde e integridade física.

O Manual de Gerenciamento de Resíduos (BRASIL, 2006) traz a classificação destes

produtos e os símbolos utilizados para sua identificação, de acordo com a figura a seguir:

Símbolos de Identificação dos Grupos de Resíduos Os resíduos do Grupo A são identificados pelo símbolo de substância infectante, com

rótulos de fundo branco, desenho e contornos preto.

Os resíduos do Grupo B são identificados através do símbolo de risco associado, e

com discriminação de substância química e frases de risco.

Os rejeitos do Grupo C são representados pelo símbolo internacional de presença de

radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos

pretos, acrescido da expressão MATERIAL RADIOATIVO.

Os resíduos do Grupo D podem ser destinados à reciclagem ou à reutilização.

Quando adotada a reciclagem, sua identificação deve ser feita nos recipientes e nos

abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes

nomeações, baseadas na Resolução CONAMA nº 275/01, e símbolos de tipo de

material reciclável.

Para os demais resíduos do Grupo D deve ser utilizada a cor cinza ou preta nos

recipientes. Pode ser seguida de cor determinada pela Prefeitura.

Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não há exigência para a

padronização de cor destes recipientes. Os produtos do Grupo E são identificados pelo símbolo de substância infectante,

com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de

RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo.

Resíduo Perfurocortante

Figura 2 – Símbolos de Identificação dos Grupos de Resíduos de Saúde.

Fonte: Manual de Gerenciamento dos Resíduos de Saúde (BRASIL, 2006).

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104

A Resolução RDC ANVISA nº 306/04, e Resolução CONAMA nº 358/05 classifica os

resíduos dos Serviços de Saúde em cinco grupos: A, B, C, D e E (AGÊNCIA NACIONAL

DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2004, CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE,

2005) :

Grupo A - Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente

devido à presença de agentes biológicos;

Grupo B - Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente

devido às suas características físicas, químicas e físico-químicas;

Grupo C - Resíduos radioativos;

Grupo D - Resíduos comuns.

Grupo E – substâncias infectantes em materiais perfurocortantes.

Para o tratamento e disposição final destes resíduos deve-se seguir as orientações

específicas para cada tipo de resíduo, de acordo com a Resolução nº 358 do CONAMA/2005

(CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE, 2005).

Apesar da limpeza do ambiente de trabalho não ser responsabilidade dos profissionais

de enfermagem, acredita-se que os mesmos deveriam ter noções básicas de como este

trabalho é desenvolvido. Pois, deste ambiente limpo depende a saúde dos trabalhadores e

clientes. A observação é peculiar da profissão de enfermagem, porém muitos estão desatentos

com relação à higienização do local. A forma como o trabalho de limpeza é realizado pode,

consideravelmente, influenciar nos índices de contaminação ambiental e acidentes de

trabalho.

3.3 Fatores que interferem no cumprimento dos itens relacionados na Norma

Regulamentadora 32.

As medidas de prevenção de Riscos Ocupacionais devem ser adotadas a partir dos

resultados da avaliação prevista no PPRA (NR -09), devendo conter no mínimo:

- Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades, cronograma,

e pessoas responsáveis pelo seu cumprimento;

- Estratégia, metodologia de ação;

- Registro de dados e divulgação;

- Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA;

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105

- Análise global para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos

ajustes, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano.

No processo de elaboração e implementação do PPRA e do PCMSO devem ser

consideradas as atividades desenvolvidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar –

CCIH do estabelecimento ou comissão equivalente (BRASIL, 2005b).

O PPRA é de extrema importância para o planejamento e implantação do Programa de

Controle Médico e saúde Ocupacional (PCMSO) com base nos riscos identificados nessas

avaliações do ambiente de trabalho. Neste Programa deve-se levar em consideração o

reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos, a localização das áreas de risco de acordo

com o PPRA, relação nominal dos trabalhadores com suas funções, os locais de atividades e

de riscos, a vigilância médica e o programa de vacinação.

O quadro 4 mostra a distribuição das variáveis relativas ao Programa de Saúde do

Trabalhador entre as categorias profissionais.

Dados Auxiliar

n (%)

Técnico

n (%)

Enfermeiro

n (%)

Total

n (%)

Existe programa de saúde do trabalhador no

hospital Sim

Não

Desconhece

29 (53,7)

9 (16,7)

16 (29,6)

25 (49,0)

8 (15,7)

18 (35,3)

12 (42,9)

6 (21,4)

10 (35,7)

66 (49,6)

23 (17,3)

44 (33,1)

É realizada avaliação de riscos decorrentes do

trabalho Sim

Não

Desconhece

10 (18,2)

20 (36,4)

25 (45,5)

9 (17,3)

26 (50,0)

17 (32,7)

1 (3,4)

17 (58,6)

11 (37,9)

20 (14,7)

63 (46,3)

53 (39,0)

Há controle sobre acidentes ou doenças

ocorridos com os trabalhadores de

enfermagem neste hospital Sim

Não

Desconhece

23 (41,1)

15 (26,8)

18 (32,1)

18 (35,3)

15 (29,4)

18 (35,3)

9 (32,1)

8 (28,6)

11 (39,3)

50 (37,0)

38 (28,1)

47 (34,8)

Na ocorrência de acidentes de trabalho, estes

são comunicados ao responsável pelo setor

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

31 (56,4)

7 (12,7)

5 (9,1)

12 (21,8)

29 (58,0)

8 (16,0)

1 (2,0)

12 (24,0)

10 (34,5)

4 (13,8)

8 (27,6)

7 (24,1)

70 (52,2)

19 (14,2)

14 (10,4)

31 (23,1)

Existe na instituição avaliação médica antes

do início das atividades quando possui lesões

ou feridas em membros superiores

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

3 (5,4)

3 (5,4)

31 (56,3)

18 (32,7)

2 (3,8)

4 (7,7)

35 (67,3)

11 (21,1)

-

3 (10,3)

19 (65,5)

7 (24,1)

5 (3,7)

10 (7,4)

85 (62,5)

36 (26,5)

As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Quadro 4 – Distribuição das variáveis relacionadas aos programas de saúde do trabalhador e as

categorias profissionais, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Page 108: Universidade do Estado do Rio de Janeirolivros01.livrosgratis.com.br/cp121787.pdfControle de Infecção Hospitalar (CCIH). Destacaram-se, entre outros, o uso de adornos (51,8%); calçado

106

Através destes dados pode-se notar que, entre os trabalhadores, 50,4% afirmam não

existir este programa dentro da instituição ou desconhecem. Isso se deve ao fato de, no

Estado, em algumas unidades de saúde, o Programa não ocupa espaço físico, e as atividades

são feitas em uma unidade central. E, algumas atividades que deveriam ser desenvolvidas pelo

Programa de Saúde do Trabalhador acabam sendo realizadas pela CCIH ou pela Educação

Continuada do hospital.

A falta de um Programa de Saúde do Trabalhador na unidade se confirma quando tem-

se que 62,5 % dos trabalhadores responderam que não passam por nenhum tipo de avaliação

médica, antes do início das atividades, quando possui membros superiores lesionados. Esta

lesão, dependendo do tipo e extensão, pode aumentar o risco de contaminação desses

profissionais.

Com relação à avaliação de riscos presentes no ambiente de trabalho, previstos pelo

PPRA, em 46, 3% das respostas este procedimento não é realizado nos setores pesquisados e

39% “desconhecem”. O que pode resultar na falta de informação sobre os riscos presentes

neste ambiente pelos gestores e profissionais, já que este levantamento não é realizado ou que

a informação gerada pelo mesmo não é repassada para profissionais de saúde, o que dificulta

a prevenção de acidentes de trabalho.

Outro dado alarmante se refere ao controle de acidentes de trabalho e doenças

ocupacionais, em 28,1% este não ocorre e, 34,8% simplesmente “desconhecem” se este

acompanhamento é realizado ou não. E, na ocorrência de acidentes de trabalho, em 52,2% dos

casos este é comunicado ao responsável pelo setor (chefia de enfermagem ou supervisão).

Porém nunca informam em 10,4% das respostas. Isto pode estar acontecendo em virtude da

falta de conhecimento dos trabalhadores, ou falta de um Programa de Saúde do trabalhador na

unidade.

Há a necessidade de treinamentos e/ou reciclagens, objetivando normatizar as condutas

frente aos procedimentos realizados, o que minimizaria os acidentes. Para a intervenção nessa

realidade, torna-se necessário o estabelecimento de um plano de ação, baseado no diagnóstico

das condições de trabalho que oportunizam a prevenção da exposição ao risco de acidentes

em trabalhadores das diversas áreas do Hospital. Com a análise detalhada dos dados dos

acidentes de cada instituição, medidas específicas de prevenção podem ser tomadas, os locais

de maior riscos apontados e dados compartilhados, colaborando na construção de

conhecimento e no dimensionamento do problema (BALSAMO; FELLI, 2006).

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107

Sabe-se que a enfermagem é uma profissão que requer constante atualização, devido à

evolução tecnológica e científica. Nesse sentido, a enfermagem utiliza, muitas vezes, o

serviço de Educação Continuada para oferecer aos seus funcionários conhecimentos para uma

atuação eficaz (SOUZA; CERIBELLI, 2004).

Os programas educativos devem ser compatíveis com os objetivos e prioridades da

instituição, sendo sua eficiência avaliada por meio da observação da prática, já que é o olhar

sobre as atividades cotidianas que permite ao educador identificar novas necessidades. Cabe

ao enfermeiro o planejamento das atividades, levando em consideração as necessidades dos

trabalhadores, do serviço e a implantação do processo educativo (MONTEIRO; CHILLIDA;

BARGAS, 2004).

A tabela 15 mostra os dados relativos à disponibilidade e funcionamento dos programas

de treinamento oferecidos pelo Programa de Educação Continuada na instituição pesquisada,

de acordo com a percepção de cada categoria profissional.

Tabela 15 - Distribuição das variáveis relacionadas ao treinamento entre as categorias

profissionais, Rio de Janeiro/RJ, 2009.

Dados Auxiliar

n (%)

Técnico

n (%)

Enfermeiro

n (%)

Total

n (%)

Há treinamento de funcionários antes

do início das atividades

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

2 (3,6)

3 (5,5)

30 (54,5)

20 (36,4)

55(100)

2 (3,8)

4 (7,7)

36 (69,2)

10 (19,2)

52(100)

0 (0,0)

6 (20,7)

17 (58,6)

6 (20,7)

29(100)

4 (2,9)

13 (9,6)

83(61,0)

36(26,5)

136(100)

Esse treinamento ocorre de forma

continuada

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

1 (1,9)

15 (28,3)

17 (32,1)

20 (37,7)

53(100)

2 (3,8)

13 (25,0)

25 (48,1)

12 (23,1)

52(100)

0 (0,0)

15 (51,7)

11 (37,9)

3 (10,3)

29(100)

3 (2,2)

43(32,1)

53(39,6)

35(26,1)

134(100)

Esse treinamento ocorre durante a

jornada de trabalho Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

6 (11,8)

14 (27,5)

14 (27,5)

17 (33,3)

51(100)

6 (13,0)

11 (23,9)

17 (37,0)

12 (26,1)

46(100)

2 (7,1)

11 (39,3)

9 (32,1)

6 (21,4)

28(100)

14(11,2)

36(28,8)

40(32,0)

35(28,0)

125(100)

* As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Os resultados apontaram que 61% dos participantes mencionaram não ter tido qualquer

tipo de treinamento antes do início de suas atividades, e, caso existisse um programa de

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108

treinamento de Educação Continuada (EC) dentro do hospital, 26,5% dos profissionais o

desconheciam.

Sabe-se que os problemas existentes na formação e no exercício dos profissionais na

área da saúde devem ser situados no contexto político-econômico e social, exigindo mudanças

curriculares, organizacionais, reestruturações de nossas práticas, bem como o engajamento

nas lutas por condições mais favoráveis de trabalho (SORDI; BOGNATO, 1998).

De acordo com a Norma Regulamentadora 32, a capacitação dos profissionais de

saúde deve ocorrer sempre antes do início das atividades e de forma continuada, ministradas

por profissionais capacitados e familiarizados com os riscos inerentes a cada local de trabalho

e condição de exposição ocupacional. Incluem-se nesta análise os riscos potenciais para a

saúde, medidas de controle, normas e procedimentos de higiene, equipamentos de proteção

individual e coletiva, vestimentas adequadas ao trabalho, medidas de prevenção de acidentes e

incidentes, e medidas a serem adotadas na ocorrência dos mesmos (BRASIL, 2005b).

O treinamento inicial, na admissão do profissional, se implantado em todos os serviços

de saúde, poderia reduzir consideravelmente os acidentes relacionados aos materiais

biológicos que prevalecem no ambiente hospitalar (SARQUIS; FELLI, 2000; JORGE et al,

2000; NISHIDE; BENATTI; ALEXANDRE, 2004). Este treinamento pode ser composto de

revisões técnicas, administrativas e acompanhamento por supervisão direta (KOIZUMI et al,

1998; SIQUEIRA; KURCGANT, 2005).

O treinamento deve acontecer no horário de trabalho e pode ser acompanhado pelo

enfermeiro da própria unidade. Cabe ao mesmo, como parte integrante da equipe, a

participação em programas de treinamento e aprimoramento do pessoal de saúde, desde que

seja devidamente capacitado (THOFEHRN; MUNIZ; SILVA, 2000; BRASIL, 2005b).

Os resultados ainda revelaram que para 39,6% dos trabalhadores este treinamento não

ocorreu de forma continuada e, 32% declararam que as atividades relacionadas ao treinamento

e capacitação oferecidos nunca aconteceram durante a jornada de trabalho, dificultando a

participação dos mesmos.

Sabe-se que, desde 2005, quando entrou em vigência a Norma Regulamentadora 32,

toda a capacitação deve ser documentada com registro de data, horário, carga horária,

conteúdo ministrado, nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos

trabalhadores envolvidos, para fins de comprovação junto ao Ministério do Trabalho e

Emprego (BRASIL, 2005b).

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109

A capacitação profissional se faz necessária para que o trabalhador tenha a

oportunidade de adquirir novos conhecimentos pertinentes ao seu trabalho, podendo assim

tomar ciência dos riscos oriundos do mesmo para poder evitá-los.

O gráfico 3 traz o demonstrativo da distribuição percentual de respostas relativas à

divulgação e ao treinamento sobre a NR-32, por categoria profissional na instituição.

Gráfico 3 - Distribuição percentual de respostas relativas a divulgação ou treinamento na

instituição sobre a Norma Regulamentadora 32 entre as categorias profissionais, Rio de

Janeiro/RJ, 2009.

Pode-se perceber neste estudo que 36,5% dos enfermeiros, 57,7% dos técnicos de

enfermagem e 66,7% dos auxiliares “desconhecem” qualquer tipo de divulgação ou a

existência de treinamento oferecido pelo hospital, que estivesse relacionado à Norma

Regulamentadora 32. E que 60,7% dos enfermeiros nunca receberam qualquer treinamento

ou capacitação relacionada ao assunto.

A Norma Regulamentadora 32 prevê que, em todo local onde exista a possibilidade de

exposição a agentes biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas,

em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho, das medidas de prevenção

de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho. Estas instruções devem ser entregues ao

trabalhador, mediante recibo, devendo este ficar à disposição da inspeção pelo Ministério do

Trabalho (BRASIL, 2005b, 2008).

2,1

2,1

29,2

66,7

1,9

7,7

32,7

57,7

0

3,6

60,7

36,5

0 20 40 60 80

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Resp

osta

s (

%)

Participantes (%)

Enfermeiro

Técnico

Auxiliar

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110

Na tabela 16 pode-se verificar as variáveis relacionadas ao treinamento e a exposição

aos riscos biológicos, entre os profissionais de enfermagem.

Tabela 16 - Distribuição das variáveis relacionadas ao treinamento e exposição aos riscos

biológicos entre as categorias profissionais, Rio de Janeiro/RJ, 2009.

Dados Auxiliar

n (%)

Técnico

n (%)

Enfermeiro

n (%)

Total

n (%)

São fornecidas ao trabalhador

informações, por escrito, sobre a

possibilidade de exposição aos

riscos biológicos Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

9 (16,1)

26 (46,4)

15 (26,8)

6 (10,7)

56 (100)

4 (7,8)

19 (37,3)

15 (29,4)

13 (25,5)

51 (100)

4 (13,8)

11 (37,9)

9 (31,0)

5 (17,2)

29 (100)

17(12,5)

56(41,2)

39(28,7)

24(17,6)

136(100)

É remanejado para outro setor de

trabalho Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

4 (7,4)

29 (53,7)

13 (24,1)

8 (14,8)

54 (100)

5 (9,8)

32 (62,7)

6 (11,8)

8 (15,7)

51 (100)

0 (0,0)

15 (53,6)

8 (28,6)

5 (17,9)

28 (100)

9 (6,8)

76(57,1)

27(20,3)

21(15,8)

133(100)

Quando muda de setor você recebe

treinamento

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

1 (1,9)

2 (3,7)

36 (66,7)

15 (27,8)

54 (100)

1 (2,0)

4 (8,2)

36 (73,5)

8 (16,3)

49 (100)

2 (7,1)

3 (10,7)

16 (57,1)

7 (25,0)

28 (100)

4 (3,1)

9 (6,9)

88(67,2)

30(22,9)

131(100) * As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Em 1983, a legislação norte-americana obrigou as empresas do país a comunicar aos

seus empregados, através dos sindicatos, os reais e potenciais riscos existentes no trabalho e

na execução das tarefas diárias (BULHÕES, 1998). A Norma Regulamentadora 32, aprovada

em 2005, traz esta obrigatoriedade para os empregadores, em especial para os serviços de

saúde. Parte-se do princípio que, com o conhecimento desses potenciais riscos, torna-se mais

fácil a prevenção dos acidentes de trabalho.

O profissional que não possui conhecimentos sobre os riscos inerentes ao seu exercício

profissional revela-se incapaz de adotar medidas preventivas, justamente por não reconhecê-

los como riscos.

Nesta pesquisa, os resultados revelaram que, dentre os profissionais de enfermagem,

41,2% dos trabalhadores alegaram que “às vezes” são fornecidas, por escrito, informações

relativas à possibilidade de exposição ocupacional. E, 57,1% dos participantes foram

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111

remanejados com certa frequência (às vezes) para outros setores. Porém, quando remanejados,

67,2% “nunca” receberam treinamento específico.

Segundo a atual legislação, o empregador deve assegurar a capacitação dos

trabalhadores, sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores

aos agentes biológicos (BRASIL, 2005b).

Os programas da educação continuada sempre ocorreram de forma empírica, sem a

realização de um diagnóstico, o qual possibilita a elaboração de um programa voltado às

necessidades da população-alvo. Através deste diagnóstico, obtém-se o levantamento das

necessidades e expectativas do grupo de trabalho frente à temática em pauta. O

estabelecimento de um programa interdisciplinar de educação continuada propicia maior

integração da equipe de saúde, promovendo oportunidades de aprendizagem e intercâmbio de

conhecimentos (THOFEHRN; MUNIZ; SILVA, 2000).

Em pesquisa realizada no setor de emergência deste hospital, em 2005, envolvendo

profissionais de enfermagem, foi constatado que alguns fatores influenciavam na falta de

conhecimento dos trabalhadores de enfermagem acerca dos riscos biológicos. Dentre estes, os

mais citados foram o pouco interesse pessoal, a falta estímulo para seu crescimento pessoal,

disponibilidade de tempo, sobrecarga de trabalho, falta de oferta de cursos / treinamentos em

horários alternativos, disponibilidade de Equipamentos de proteção individual (EPIs) em

quantitativo insuficiente, com qualidade e tamanho inadequados às características

antropométricas dos funcionários, falta de treinamento, e desconhecimento do mecanismo de

transmissão das doenças infecto-contagiosas (CUNHA; VALENTE, 2005).

Brevidelli e Cianciarullo (2001) no estudo sobre saúde ocupacional e acidentes com

agulhas destacaram a necessidade de reformulação dos programas de educação continuada

desenvolvidos pelas instituições de saúde, que, até então, tinham as suas recomendações-

padrão transmitidas por meio de aulas explicativas. Este tipo de treinamento não é suficiente

para garantir a adoção de não reencapar agulhas. Assim sendo, as autoras sugeriram que, além

das aulas explicativas, haja um espaço para a discussão com o grupo sobre as dificuldades

para a adoção as recomendações preventivas.

Para que o trabalhador busque novos conhecimentos, tanto dentro da própria

instituição, participando das atividades da educação continuada, assim como em atividades

fora do ambiente de trabalho é primordial o incentivo institucional e profissional. O

comprometimento institucional e a conscientização do trabalhador a respeito de

responsabilidade sobre sua própria educação e saúde são fatores cruciais para que se tenha um

programa de Educação Continuada eficiente (CUNHA; QUEIROZ; TAVARES, 2009).

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112

A tabela seguinte traz demais dados sobre outros tipos de treinamento que os

profissionais de saúde devem receber para o bom desempenho do seu trabalho, segundo a

Norma Regulamentadora - 32.

Tabela 17 - Distribuição das variáveis relativas ao treinamento e capacitação profissional

entre a população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Há treinamento relacionando à

mecânica corporal

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

4

15

84

35

138

2,9

10,9

60,9

25,4

100

Existem dispositivos, em bom

estado de uso, para alcançar

lugares mais altos, com segurança

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

20

49

49

19

137

14,6

35,8

35,8

13,9

100

Em casos de transporte dos

pacientes, existem dispositivos que

minimizem o esforço dos

trabalhadores

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

10

59

52

16

137

7,3

43,1

38,0

11,7

100

Há treinamento relacionado a

medidas a serem tomadas com

pacientes que possuem distúrbio de

comportamento

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

12

30

61

28

131

9,2

22,9

46,6

21,4

100

* As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Várias pesquisas demonstraram que os distúrbios osteomusculares são muito comuns

no trabalho da equipe de enfermagem, representados pelas lombalgias, lesões da coluna

vertebral, as varizes e os problemas psicossociais, como estresse e depressão (GUEDES,

2000; MOREIRA, 2003; QUEIROZ, 2008; PAZ, 2009). Estes distúrbios estão principalmente

relacionados aos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes, considerados

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113

atividades constantes da profissão de enfermagem (ALEXANDRE; ANGERAMI, 1993).

Ouros fatores são posturas inadequadas, manutenção da mesma postura por longos períodos,

ambiente de trabalho e equipamentos impróprios, espaço físico intenso e organização do

trabalho (ALEXANDRE et al., 1991).

Por tais fatores, a NR 32 traz a necessidade de treinamento dos profissionais de saúde e

a disponibilidade de equipamentos (em bom estado) que permitam este trabalho sem provocar

distúrbios osteomusculares. Com relação às cadeiras de rodas, manivelas de leitos e outros, as

manutenções preventivas e corretivas se fazem necessárias, evitando-se esforços adicionais no

momento do transporte de pacientes, assim como o treinamento dos profissionais que lidam

com os pacientes que apresentarem distúrbio de comportamento.

Os resultados evidenciaram que o treinamento sobre a mecânica corporal é

praticamente inexistente (nunca = 60,9%) e desconhecem (25,4%). E os dispositivos que

auxiliam no alcance de materiais em locais mais altos, sempre estão disponíveis, em bom

estado para apenas 14,6%. Com relação aos dispositivos que facilitam o transporte de

pacientes, “nunca” estão disponíveis (38 %). Muitas vezes, o profissional tem que improvisar

“equipamentos”, ou utilizar equipamentos sucateados, podendo causar acidentes como

quedas, cortes e outros. Também estão despreparados no acolhimento do paciente com

distúrbio de comportamento (46,6%) e medidas a serem tomadas nesta situação.

Infelizmente é comum vermos equipamentos enferrujados, cadeiras de rodas e

higiênicas cujas rodinhas não funcionam adequadamente e demandam grande esforço físico

dos profissionais, ou não são seguros para o uso.

O Programa de educação continuada precisa ser um instrumento para despertar a

consciência do profissional envolvido, a ponto de motivá-los a se aprimorar e a se transformar

profissionalmente, e não mais trabalhar apenas de forma a buscar o cumprimento de suas

atividades (AZAMBUJA; KERBER; VAZ, 2001).

Preconiza-se uma atividade educativa na qual o trabalhador, vivenciando a prática,

pode adquirir melhor aprendizado, permitindo que a criatividade e inovação aflorem mais

facilmente. Os problemas que surgem podem ser resolvidos no compartilhar das tarefas

diárias. A interação de todos é imprescindível para que se estabeleça o processo ensino-

aprendizagem, no qual cada um possui uma gama de conhecimentos e experiências que

devem ser divididas no mundo-vida do trabalho (VILLA; FARIA, 2002).

Para que os índices de Acidentes de Trabalho e doenças ocupacionais sejam reduzidos,

além da atuação da educação continuada, é preciso um despertar consciente dos trabalhadores

de enfermagem com relação aos riscos a que estão expostos nos ambientes de trabalho. Pois a

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114

melhor maneira de se manter saudável sem a ocorrência dos acidentes e todos os transtornos

advindos com o mesmo é a prevenção.

Na tabela 18 são tratados os dados referentes ao fornecimento de vestimenta, calçados

e outros Equipamentos de Proteção Individual para os profissionais, que são destinados a

minimizar os riscos ocupacionais no ambiente de trabalho.

Tabela 18 - Distribuição das variáveis relativas à vestimenta e equipamentos de proteção

individual entre a população de estudo do hospital público, Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

O uniforme é fornecido pela

instituição sem ônus para o

empregado

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

-

1

118

16

135

-

0,7

87,4

11,9

100

São fornecidos calçados adequados

para o trabalho

Sim (sempre e às vezes)

Não

Desconhece

Total

13

106

13

132

9,9

80,3

9,8

100

Os EPIs são fornecidos, em

quantidade suficiente, com imediata

reposição e fornecimento

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

10

75

42

8

135

7,4

55,6

31,1

5,9

100

* As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Os dados apontam que os uniformes não são fornecidos pelo hospital (87,4%) nesses

setores, que são enfermarias, e os profissionais costumam trabalhar com jalecos custeados

pelos mesmos. Assim como o fornecimento de calçados (80,3%), refletindo no uso frequente

de calçados abertos.

Segundo a normatização, todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a

agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de

conforto que deve ser fornecida pelo empregador sem ônus para o empregado (BRASIL,

2005b).

O empregador deve vedar o uso de calçados abertos (BRASIL, 2005b). Porém, de

acordo com o Guia Técnico (BRASIL, 2008), a proibição do uso de calçados abertos implica

fornecimento gratuito, pelo empregador, dos calçados fechados conforme definidos no PPRA.

Em um estudo realizado em um hospital sobre o uso de calçados de proteção no serviço

de governança e higienização, os autores chegaram à conclusão de que não basta a simples

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115

aplicação das normas para atender às necessidades dos trabalhadores. Os autores objetivaram

gerar argumentos para uma mudança de enfoque dado pelos setores administrativos à questão

dos calçados, no momento da aquisição. Esses equipamentos não eram utilizados porque

eram desconfortáveis, de má qualidade e causavam lesões nos trabalhadores (VAN DER

LINDEN; RIBEIRO, 2002).

Outro resultado interessante é que apenas 7,4% dos participantes responderam que os

EPIs são fornecidos em quantidade suficiente, com imediata reposição e fornecimento. E,

55,6% que “às vezes” possuem EPI para seu uso e 31,1% que isto nunca ocorre.

Este problema com relação ao fornecimento de EPI já foi observado no setor de

emergência do mesmo hospital em 2005, e nota-se que este problema continua e está presente

em outros setores também. As pesquisadoras observaram que faltavam luvas de procedimento

para o adequado atendimento, muitas vezes o plantão começava às 7h da manhã, e as luvas e

demais materiais chegavam no setor cerca de uma a duas horas depois. Durante este intervalo

os funcionários trabalhavam sem luvas, quando não havia a estéril para suprir a carência no

período (CUNHA; VALENTE, 2005).

Deve-se fazer uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de

proteção ou protetores faciais) quando o contato muco-cutâneo com sangue ou outros

materiais biológicos, incluindo precauções necessárias na manipulação de agulhas e outros

materiais cortantes (RAPPARINI et al., 2004).

O item 32.4.4 da NR-32 coloca que os equipamentos de proteção individual - EPI,

descartáveis ou não, deverão ser armazenados em número suficiente nos locais de trabalho, de

forma a garantir o imediato fornecimento ou reposição, sempre que necessário.

O item 32.5.1 da NR-32 dispõe que o empregador deve assegurar treinamento aos

trabalhadores, devendo ser ministrado antes do início da atividade profissional, sempre que

ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos,

durante a jornada de trabalho e por profissionais de saúde de nível superior.

Além disto, o item 32.5.2 da NR-32 estabelece que o treinamento deve ser adaptado à

evolução do conhecimento e a identificação de novos riscos biológicos incluindo, no mínimo,

todos os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde, precauções para evitar a

exposição aos agentes, normas de higiene, utilização dos equipamentos de proteção coletiva,

individual e das vestimentas, medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de

ocorrência de incidentes e acidentes e medidas para a prevenção de acidentes e incidentes.

Contudo observa-se que a utilização adequada dos EPI também depende da responsabilidade

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116

do profissional, de ações de fiscalização, da disponibilização dos referidos equipamentos e a

capacitação dos trabalhadores para o emprego correto dos EPI.

A utilização dos Equipamentos de Proteção Individual é fundamental para os

profissionais da área de saúde que trabalham o tempo inteiro com a manipulação de objetos

perfurocortantes, secreções e líquidos corporais, num ambiente insalubre que é o hospital. As

normas de biossegurança e precauções padrão fornecem todas as diretrizes que devem ser

seguidas pelos profissionais e instituições de saúde.

Na tabela abaixo estão distribuídos os dados relativos ao espaço físico do hospital e

disponibilidade de materiais necessários para higienização das mãos.

Tabela 19 - Distribuição das variáveis relativas ao espaço físico e disponibilidade de

materiais para higienização das mãos, segundo a população de estudo, Rio de Janeiro/ RJ,

Brasil, 2009.

Dados N %

Existem lavatórios com:

a) água corrente

Sim

Não

Total

129

9

138

92,8

6,5

100

b) sabonete líquido

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

59

73

1

2

135

43,7

54,1

0,7

1,5

100

c) toalha descartável

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

54

77

2

2

135

40,0

57,0

1,5

1,5

100

d) torneira que dispense

contato manual

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

6

2

92

34

134

4,5

1,5

68,7

25,4

100

* As diferenças nos valores absolutos das freqüências correspondem a perdas

Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter

lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido, toalha

descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual (BRASIL, 2005b).

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117

O uso de sabão comum líquido é suficiente para lavagem de rotina das mãos, exceto em

situações especiais definidas pelas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH

(como nos surtos ou em infecções hiperendêmicas) (FERNANDES, 2000).

Nesta instituição, os lavatórios exclusivos existem, segundo a percepção de grande

maioria (92,8%) dos trabalhadores. Em 43,7% sempre tem disponível o sabonete líquido, e

54,1% “às vezes”, o que nos leva à conclusão de que há falta deste material no posto de

trabalho em alguns momentos. Com relação à toalha descartável, as frequências nas respostas

quase se repetem com 40% “sempre” e 57% “às vezes”. Porém, há indicativo de falta maior

que no primeiro por conta da freqüência relativa do item “nunca” ter subido para 1,5%. E as

torneiras que dispensam contato manual não estão presentes em todos os setores (nunca =

68,7%).

Para a realização correta da técnica de lavagem das mãos preconizada pelo Ministério

da Saúde (BRASIL, 1989), é preciso que sejam disponibilizados os meios necessários pela

instituição como lavatórios adequados que dispensem contato manual, sabonete líquido e

papel toalha em todos os setores, com adequado fornecimento e reposição imediata de

material.

A tabela a seguir traz dados sobre o espaço físico do hospital, relacionado à existência

de quartos de isolamento e local adequado para as refeições.

Tabela 20 - Distribuição das variáveis relativas ao espaço físico (quartos de isolamento e

local para as refeições), segundo a população de estudo, Rio de Janeiro/ RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Existem quartos de Isolamento

Sim

Não

Total

2

136

138

1,4

98,6

100

Existe na instituição local

apropriado para as refeições

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

Total

134

2

-

-

136

98,5

1,5

-

-

100

* As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Nestas enfermarias, não há quartos adequados para a internação de pacientes com

doenças infecto-contagiosas (98,6%), o que dificulta o uso de medidas de precaução por rota

de transmissão pelo ar, em que as partículas são menores que 5 µ (micra), as quais ficam

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118

dispersas e são transmitidas a longas distâncias. Estão nesta categoria a tuberculose, o

sarampo e a varicela (SIEGEL, 1996, 2007, tradução nossa)4.

Nestes casos, os pacientes infectados necessitam de quartos individuais e ar com

pressão negativa. O quarto individual também é altamente recomendável na precaução por

rotas de transmissão por partículas, que são medidas tomadas no caso de partículas maiores

que 5 µ (micra) e transmitidos pela saliva (tosse, espirro ou conversando) (SIEGEL, 2007,

tradução nossa)5.

A prevenção é o método mais eficaz para gerenciar riscos biológicos. Trabalhadores

devem ser educados sobre os riscos biológicos a que possam estar expostos

ocupacionalmente, os tipos de exposições que colocam sua saúde em risco, a natureza e o

significado de tais riscos, bem como o de primeiros socorros e acompanhamento de

exposições potenciais (BIOSAFETY, 2007, tradução nossa)6.

A NR 32 recomenda a existência de quartos de isolamento assim como a existência de

lavatórios exclusivos nestes espaços (BRASIL, 2005b).

Com relação ao refeitório, ele existe na instituição (98,5%) e oferece as principais

refeições do dia aos funcionários (café da manhã, almoço, café da tarde e janta). Porém, as

refeições complementares são realizadas dentro do posto de trabalho ou em locais

improvisados. Fato presenciado durante a coleta de dados.

A seguir estão disponibilizados os dados relativos a alguns equipamentos presentes

dentro das enfermarias e relacionados na Norma Regulamentadora 32.

4 [...] infectious diseases transmitted by airborne or droplet routes (measles, mumps, rubella, and varicella)

[...]Microscopic particles < 5 μm in size that are the residue of evaporated droplets and are produced when a

person coughs, sneezes, shouts, or sings. These particles can remain suspended in the air for prolonged periods

of time and can be carried on normal air currents in a room or beyond, to adjacent spaces or areas receiving

exhaust air.

5 [...] single patient rooms are prefered when there is a concern about transmission of an infectious agent [...].

Preventing the spread of pathogens that are transmitted by the airborne route requires the use of special air

handling and ventilation systems (e.g., AIIRs) to contain and then safely remove the infectious agent. Infectious

agents to which this applies include Mycobacterium tuberculosis, rubeola virus (measles), and varicella-zoster

virus (chickenpox). 6 Prevention is the most effective approach to managing biohazards. Prospective workers should be educated

about the biohazards to which they may be occupationally exposed, the types of exposures that place their health

at risk, the nature and significance of such risks, as well as the appropriate first aid and follow up for potential

exposures. That Occupational Health and Immunoprophylaxis information should be reinforced annually, at the

time of any significant change in job responsibility, and following recognized and suspected exposures.

Page 121: Universidade do Estado do Rio de Janeirolivros01.livrosgratis.com.br/cp121787.pdfControle de Infecção Hospitalar (CCIH). Destacaram-se, entre outros, o uso de adornos (51,8%); calçado

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Tabela 21 - Distribuição das variáveis relativas aos equipamentos entre a população de

estudo, Rio de Janeiro/ RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Os sistemas de climatização

recebem manutenção preventiva e

corretiva

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

12

61

22

40

135

8,9

45,2

16,3

29,6

100

Os colchões, colchonetes e demais

almofadados são revestidos de

material lavável e impermeável

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

85

41

6

6

138

61,6

29,7

4,3

4,3

100

Este revestimento possui furos,

rasgos, sulcos ou reentrâncias

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

13

78

34

12

137

9,5

56,9

24,8

8,8

100

No setor, há lixeiras que dispensem

contato manual

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

83

48

3

3

137

60,6

35,0

2,2

2,2

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

Os sistemas de climatização possuem manutenção preventiva e corretiva (54,1%). Os

colchonetes e demais almofadados são revestidos de material impermeável e lavável (61,6%).

Não possuem reentrâncias e rasgos somente em 24,8% , apesar de terem sido trocados em

alguns setores há pouco tempo.

As lixeiras sem contato manual estão presentes nestes setores (60,6%), mas o que é

observado muitas vezes é a utilização de lixeiras sem tampas e por isso dispensam este tipo de

contato.

Os dados aqui relatados são comuns nas instituições públicas de saúde e percebidos

durante o exercício profissional. Vale lembrar que todos estes fatores colaboram, em grande

proporção, para a contaminação do ambiente de trabalho.

A NR 32 recomenda a manutenção de equipamentos de climatização, permitindo seu

adequado funcionamento (item 32.9.6). Muitas vezes o ar condicionado é responsável pelo

aparecimento de microrganismos como Legionella pneumophila dentro do hospital (BRASIL,

1995). Deve haver um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) para os sistemas

de climatização, atendendo à Portaria do Ministério da Saúde nº 3.523 (1998) e à RE nº 9 DA

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120

Agência Nacional de Viigilância Sanitária (2003b), com o objetivo de minimizar os riscos da

Síndrome do Edifício Doente e das Doenças relacionadas ao Edifício (COSTA, 2009).

A Portaria n.º 3.523/GM define a Síndrome dos Edifícios Doentes, como sendo aquela

que consiste no surgimento de sintomas que são comuns à população em geral, mas que,

numa situação temporal, pode ser relacionado a um edifício em particular

A Síndrome do Edifício Doente refere-se à relação entre causa e efeito das condições

ambientais observadas em áreas internas, com reduzida renovação de ar, e os vários níveis de

agressão à saúde de seus ocupantes através de fontes poluentes de origem física, química e/ou

microbiológica (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE apud STERLING; COLLET;

RUMEL, 1991 ).

Edifícos doentes são identificados por uma alta prevalência de sintomas em seus

ocupantes, que incluem dor de cabeça, problemas nos olhos (irritação, dor, secura, coceira ou

constante lacrimejamento), problemas nasais (constipação nasal, coriza ou irritação nasal),

problemas de garganta (secura, dor ou irritação), problemas no tórax (sensação de opressão e

dificuldade respiratória), fadiga e letargia (sonolência e debilidade), anormalidades na pele

(secura, coceira ou irritação) e problemas para manter a concentração no trabalho

(STERLING; COLLET; RUMEL, 1991).

Os colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de material

lavável e impermeável, sem apresentar furos, rasgos, sulcos ou reentrâncias permitindo sua

desinfecção e fácil higienização (item 32.2.4.13) (BRASIL, 2005b).

O item 32.2.4.3 da NR 32 ainda obriga o uso de lixeira provida de sistema de abertura

sem contato manual em todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico.

O ruído, a iluminação e temperatura constituem agentes físicos que podem estar

presentes no ambiente de trabalho e provocar desconforto aos profissionais de saúde, em

especial, a equipe de enfermagem pelo longo tempo dispensado à assistência. E por tal motivo

foram analisados como fatores que podem gerar grande desconforto aos profissionais,

juntamente com as condições de limpeza do local e presença de odores fétidos.

Os serviços de saúde devem atender às condições de conforto relativas aos níveis de

ruído, previstas na NB 95 da ABNT; às condições de iluminação, conforme NB 57 da ABNT;

às condições de conforto térmico, previstas na RDC 50/02 da ANVISA, e de manutenção dos

ambientes de trabalho em condições de limpeza e conservação (AGÊNCIA NACIONAL DE

VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002, BRASIL, 2005b). Através do cumprimento de normas e

legislações, pode-se criar um ambiente adequado ao trabalho sem prejudicar a saúde dos

profissionais que nele executam suas tarefas.

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121

Nos hospitais, os avanços tecnológicos trazem, como consequência, níveis de ruído

potencialmente danosos. Muito do ruído no hospital provém mais de dentro do que de fora

desse ambiente, sendo causas de ruído em Unidade de Terapia Intensiva, por exemplo, os

equipamentos e a conversação entre a equipe de saúde (OTENIO; CREMER; CLARO, 2007).

Estudo realizado num hospital do Paraná identificou o nível de ruído com média total

de 63,7 dB, que também excedeu os valores máximos permitidos de 45 dB recomendados

pela ABNT (1987), assim como os da World Health Organization em 1993 que recomendava

nível equivalente de até 40 dB para o período diurno e de 35 dB para o período noturno nos

hospitais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1987,

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1993, OTENIO; CREMER; CLARO, 2007).

O ruído está presente dentro de casa, na rua, ou até mesmo no ambiente de trabalho.

Porém, a Organização Mundial de Saúde considera os valores de conforto acústico de 55

decibéis (dB) durante o dia e, 45 a 50 dB à noite. O estresse auditivo se dá a partir dos 55 dB,

passando a gerar desconforto acústico (FERREIRA, 2003).

É possível expressar a relação entre os níveis de ruído e a inteligibilidade da fala com

base em pressupostos e observações empíricas, numa distância aproximada de 1 metro entre

duas pessoas: a) a linguagem falada é descontraída e inteligível em 100% quando o ruído do

ambiente é de cerca de 45 dB e pode ser entendida bem com 55 dB; b) O discurso falado pode

ser entendido bem num ambiente com ruído de 65 dB, porém exige um pouco mais de esforço

vocal (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1993, tradução nossa)7.

O ruído tem uma série de efeitos sobre a saúde. Alguns são importantes, quando

relacionados ao contexto do ruído no ambiente, como a privação do sono, que é menos

provável de ser associada ao trabalho. Outras consequências do ruído do ambiente de trabalho

são aborrecimento, hipertensão, distúrbios de bem-estar psicossocial e transtornos

psiquiátricos (CONCHA-BARRIENTOS; CAMPBELL-LENDRUM; STEENLAND, 2004,

tradução nossa)8.

7 It is usually possible to Express the relationship between noise levels and speech intelligibility in a single

diagram, based on the assumptions and observations that, for speaker-to-listener distance of about 1m: (a) speech

spoken in relaxed conversation is 100% intelligible in background noise levels of about 45 dBA, and can be

understood fairly well in background levels of of 55 dBA; and (b) speech spoken with slightly more vocal effort

can be understood well, when the noise level is 65 dBA. 8[...] noise has a series of health effects, in addition to hearing impairment. Some of these, such as sleep

deprivation, are important in the context of environmental noise, but are less likely to be associated with noise in

the workplace. Other consequences of workplace noise, such as annoyance, hypertension, disturbance of

psychosocial well-being, and psychiatric disorders have also been described

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122

Os primeiros efeitos da exposição ao ruído em excesso são normalmente um aumento

do limiar de audiência (mudança no limiar), avaliado pela audiometria. Esta é definida como

uma mudança no limiar auditivo de uma média de 10 dB ou mais em 2000, 3000 e 4000 Hz

em ambos os ouvidos (CONCHA-BARRIENTOS; CAMPBELL-LENDRUM;

STEENLAND, 2004, tradução nossa)9.

A tabela 22 traz os dados que se referem às condições de conforto e limpeza do posto

de trabalho.

Tabela 22 - Distribuição das variáveis relativas às condições de conforto no trabalho entre a

população de estudo, Rio de Janeiro/ RJ, Brasil, 2009.

Dados N %

Há boas condições de conforto relativas:

a) ao nível de ruído

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

21

57

48

7

133

15,8

42,9

36,1

5,3

100

b) ao nível de iluminação

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

53

55

21

6

135

39,3

40,7

15,6

4,4

100

c) temperatura

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

18

65

42

8

133

13,5

48,9

31,6

6,0

100

d) limpeza e conservação

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

27

84

19

3

133

20,3

63,2

14,3

2,3

100

Há sistemas de exaustão ou outros

dispositivos que os minimizem os odores

fétidos

Sempre

Às vezes

Nunca

Desconhece

Total

2

6

92

37

137

1,5

4,4

67,2

27,0

100

*As diferenças nos valores absolutos das frequências correspondem a perdas

De acordo com a percepção dos trabalhadores de enfermagem, o posto de trabalho não

apresenta boas condições de ruído (36,1%); o nível de iluminação nem sempre é adequado,

9 The first effects of exposure to excess noise are typically an increase in the threshold of hearing (threshold

shift), as assessed by audiometry. This is defined as a change in hearing thresholds of an average 10 dB or more

at 2000, 3000 and 4000 Hz in either ear (poorer hearing).

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não proporcionando conforto efetivo para o trabalho (40,7%), assim como a temperatura do

ambiente (48,9%). Esse dado confirma a manutenção irregular dos aparelhos de climatização

(45,2%).

A iluminação deficiente do ambiente de trabalho pode causar fadiga visual, pois o nível

de iluminação interfere no mecanismo fisiológico da visão e musculatura ocular, além de

gerar desconforto, acidentes de trabalho e baixa produtividade (IIDA, 2005).

Em tarefas em que se necessita de precisão visual, faz-se necessário a utilização de

iluminação localizada, com tubos fluorescentes, além de mesclar iluminação artificial e

natural, através de janelas que permitam a entrada de luz natural (COUTO, 2002).

A primeira condição de conforto é o equilíbrio térmico (IIDA, 2005). O aumento do

calor pode gerar perturbações psíquicas (desconforto, irritabilidade, falta de concentração e

queda de capacidade para trabalhos mentais); perturbações psicológicas (aumento das falhas,

queda da produção e aumento dos acidentes) e, por último, perturbações fisiológicas (fadiga

aumentada, elevação da freqüência cardíaca e pressão arterial, diminuição da atividade dos

órgãos digestivos, aumento da temperatura da pele e da produção de calor) (GRANDJEAN,

1998).

A limpeza e conservação “às vezes” proporcionam adequadas condições de trabalho

(63,2%) e, alguns dos participantes consideraram que “nunca” estão de acordo (14,3 %). Os

locais onde são realizados os procedimentos que geram odores fétidos não possuem sistemas

capazes de amenizá-los (67,2%).

Estudos de Veiga (2007) e Paz (2009) realizados em um hospital federal e

universitário, respectivamente, mostraram que as condições de conforto no trabalho são

semelhantes aos apontados neste estudo.

As condições de limpeza do ambiente de trabalho estão ligadas aos riscos mecânicos e

de acidentes, de acordo com a classificação do Ministério da Saúde (2001). O acúmulo de lixo

no ambiente hospitalar e presença de odores fétidos tornam-se atrativos para vetores como

moscas e baratas, facilitando a contaminação. Além de gerar grande desconforto para os

trabalhadores.

A limpeza tem como finalidade preparar o ambiente hospitalar para as atividades e

manter a ordem, além de conservar equipamentos e instalações (COUTO, 2002).

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124

4 CONCLUSÃO

Verificou-se que a população estudada, em sua maioria, é do sexo feminino apesar de,

cada vez mais, representantes do sexo masculino estarem fazendo parte do quadro de

profissionais de enfermagem. Constituiu um grupo de trabalhadores com faixa etária

predominante de 30-49 anos, com média de 43,38 anos, que apresenta cerca de 15 ou mais

desde a formação profissional e, que atua mais de um ano no mesmo setor.

O tipo de vínculo empregatício temporário e/ou cooperativado representou uma

considerável parcela dos participantes, apesar de a maioria dos profissionais ser estatutária.

Este fato pode ser explicado pela terceirização e a precarização do trabalho que o setor de

saúde vem passando nos últimos anos, gerando insegurança e formas desregulamentadas de

contrato de trabalho.

Pôde-se perceber que muitas das recomendações da NR-32 e precauções-padrão não

são seguidas por todos os participantes da pesquisa, algumas em maior grau e outras em

menor, o que expõe estes profissionais, excessivamente, aos mais variados fatores de riscos

ocupacionais, que podem refletir na sua saúde e processo de trabalho. A partir dos dados

oriundos das percepções dos mesmos, foi possível realizar uma discussão à luz da literatura

sobre o que é preconizado neste ambiente de trabalho para que os riscos sejam minimizados

ou neutralizados.

A implantação da Norma Regulamentadora 32 depende de vários fatores, que vão

desde o (des)conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre as normas de

biossegurança e sua importância, legislação, até fatores mais complexos que dependem das

autoridades do setor saúde do Estado, que são as adequações na estrutura física da instituição

e fornecimento adequado de equipamentos e materiais.

Os fatores que independem dos profissionais para seguir o que é preconizado pela NR-

32 são estrutura física, equipamentos, materiais, manutenção de equipamentos e

implementação de uma política pública de prevenção de acidentes, que comece pelo Estado e

alcance as unidades de saúde, com real comprometimento de todos nessa cadeia de prevenção.

A exposição dos profissionais de saúde, em especial da equipe de enfermagem aos

riscos ocupacionais, é notória, em se tratando de serviços públicos de saúde. Este fato ocorre

de forma desnecessária e alarmante, visto que está em vigor no país desde 2005 a Norma

Regulamentadora 32, que é específica para estes serviços e profissionais. Chega-se à

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125

conclusão, de que, no país, as leis simplesmente existem, mas são ignoradas quanto ao seu

cumprimento, neste caso, em se falando de serviços públicos.

Constatou-se que muitos dos comportamentos adotados pelos profissionais de

enfermagem são indesejáveis e estão em desacordo com o que é preconizado pela legislação e

recomendações da NR-32, como uso de adornos, calçados abertos, alimentação dentro do

posto de trabalho, uso da pia para outras finalidades, e deixar local de trabalho com uniforme

ou EPI. Com relação às medidas de segurança, as não observadas pelos trabalhadores com

mais frequência foram reencape e desconexão manual de agulhas, limite do recipiente de

descarte de perfurocortantes, falta de proteção quando se auxilia exame de RX e não uso de

EPI na manipulação de quimioterápicos.

Dentre os fatores que mais interferem na aplicabilidade da NR 32 estão a falta de um

Programa de Saúde do Trabalhador, avaliação de riscos do ambiente de trabalho, controle de

acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, déficit de comunicação de acidente de trabalho,

fornecimento de uniformes e calçados adequados, trabalho efetivo, eficaz e integrado do

Programa de Educação Continuada e Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.

Torna-se necessário implantar a NR 32 na instituição oficialmente para que a etapa de

implementação aconteça. Esta pode ser iniciada pelos meios legais possíveis e alcançáveis,

como a divulgação da NR e treinamento de profissionais sobre riscos ocupacionais, normas de

biossegurança, legislação e procedimentos técnicos adequados. O conhecimento pelos

trabalhadores é capaz de minimizar, em parte, os acidentes de trabalho e os riscos de

contaminação do ambiente e do trabalhador.

A divulgação e o treinamento sobre as precauções-padrão NR 32 poderiam ser

realizados pela Educação Continuada e CCIH do hospital. Porém, há necessidade de um

Serviço de Saúde Ocupacional presente nos setores públicos de saúde, o que ainda não

acontece em algumas unidades do Estado, assim como a realização de um PPRA direcionado

por setor e instituição, de forma regular. O Programa de Educação Continuada e CCIH devem

estar mais comprometidos com a instituição e profissionais de saúde.

O descumprimento da Norma Regulamentadora 32, em quase todos os itens, é passível

de multas. Porém estas são aplicadas em instituições privadas, em que estão os trabalhadores

regidos pela C.L.T. A realização de fiscalizações periódicas com relação à NR-32 se faz

necessária também nos serviços públicos de saúde, assim como aplicação de multas à

instituição e advertências aos servidores. Porém, para que isto aconteça, é primordial a

implantação efetiva da Norma nestas instituições, caso isso não ocorra, os servidores públicos

se tornarão cada vez mais expostos aos riscos ocupacionais.

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Sabe-se que, infelizmente, somente através de sanções e punições garante-se a eficácia

de uma Norma jurídica. Portanto, não basta a existência da Norma, há a necessidade de torná-

la presente na vida de trabalhadores e empregadores, mesmo que estes últimos representem o

Poder Público. A saúde dos trabalhadores da área de saúde precisa ser sempre observada.

Conclui-se que, apesar de pioneira no mundo, ainda há muito a ser feito para que as

recomendações da NR 32 sejam cumpridas dentro desta instituição. Estas ações devem atuar

desde a mudança de comportamento do profissional de enfermagem, bem como ações mais

efetivas da Educação Continuada e CCIH e implantação de um serviço de saúde ocupacional,

como é preconizado pela legislação. Também se faz necessário mudar o espaço físico ou

melhor adequá-lo para o trabalho nele desenvolvido, fornecer equipamentos e materiais

adequados, além de oferecer condições apropriadas de conforto aos profissionais.

Recomendações

- Realização de estudos complementares, extensivos aos demais setores desta

instituição e outros hospitais públicos, visando, desta forma, a promover o

conhecimento global da situação de trabalho, tornando possível a elaboração

de estratégias mais eficazes para a implantação da NR-32, com o envolvimento

da Direção do Hospital e a participação ativa do Programa de Educação

Continuada;

- Expansão do estudo para os demais profissionais da saúde, envolvendo todos

os que trabalham neste ambiente;

- Realização de diagnóstico prévio das reais necessidades de treinamento por

parte dos profissionais de saúde, para fundamentar a elaboração de estratégias

direcionadas aos trabalhadores;

- Promoção da implantação de um serviço de Saúde Ocupacional na

instituição, pois, no Estado do Rio de Janeiro, em algumas instituições, este

serviço ainda não está presente na unidade de saúde, e as ações de saúde

ocupacional se concentram em uma sede de referência para os profissionais

estatutários;

- Promoção de ação conjunta do setor de Saúde Ocupacional, da Comissão de

Controle de Infecções Hospitalares e do Programa de Educação Continuada;

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- Comprometimento dos profissionais envolvidos nos Programas referentes à

Saúde Ocupacional, CCIH e do Programa de Educação Continuada, que

devem ter formação específica para a realização das atividades, com o trabalho

desenvolvido.

- Necessidade de maiores investimentos em saúde, pois, para o cumprimento

da NR 32, há necessidade de readequação da estrutura física da unidade e

fornecimento de material e equipamentos adequados para que se faça cumprir a

legislação em vigor;

- Incorporação da disciplina específica de saúde do trabalhador nas grades

curriculares para a formação de auxiliares, técnicos e enfermeiros;

- Discussão dos resultados com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

e Educação Continuada, com o fornecimento de relatório de pesquisa para os

mesmos;

- Discussão dos resultados com os funcionários dos setores que fizeram parte

do estudo, e disponibilizar este relatório para o acesso de todos, com sua

afixação nos murais;

- Promoção de ações participativas com os trabalhadores de enfermagem,

proporcionado-lhes espaço para discussão;

- Necessidade de fiscalizações periódicas por parte de chefias imediatas e

órgãos responsáveis pela Fiscalização do Trabalho. Estendendo tal fiscalização

para as instituições públicas de saúde e não somente para os trabalhadores

regidos pela CLT;

- Encaminhamento de relatório de pesquisa para o Comitê de Ética do HUPE,

Secretaria Estadual de Saúde e Direção do Hospital.

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128

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. (Brasil). Resolução RDC nº 50, de

21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico para o planejamento,

programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de

saúde. 2002. Disponível em <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf>.

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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Prezado profissional de enfermagem, você está convidado para participar voluntariamente do

estudo: “Aplicabilidade da Norma Regulamentadora 32: visão dos trabalhadores de

enfermagem em um hospital Público do Rio de Janeiro.” De autoria de ANA CARINA DA

CUNHA e Profª Drª MARIA YVONE CHAVES MAURO.

Leia atentamente as informações a seguir antes de dar seu consentimento:

- Objetivo Geral da Pesquisa: - Analisar os fatores que interferem na aplicabilidade da NR

32 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) pela enfermagem, em um hospital público do

Rio de Janeiro.

- Consequências da decisão de abandonar o estudo: a sua participação nesta pesquisa é

voluntária e a recusa em participar não levará a nenhum constrangimento. Você pode desistir

de participar da pesquisa no momento em que desejar, sem que seja penalizada por isto.

- Você pode e deve fazer todas as perguntas que julgar necessárias antes de concordar em

participar da pesquisa,

Procedimentos: Estudo descritivo com análise quantitativa de dados.

Instrumento de coleta de dados: questionário.

Confidencialidade: Ressaltamos que os aspectos contidos na Resolução 196/96 sobre

Pesquisas envolvendo seres humanos serão respeitados, e todas as suas respostas serão

estritamente confidenciais e você não será identificado em nenhuma apresentação dos

resultados da pesquisa.

Riscos e/ou Desconforto previsível: A participação nesta pesquisa não está associada a

nenhum custo e risco para sua saúde. No entanto, você despenderá cerca de 10 minutos para

responder o questionário.

Benefício para os participantes: Você estará ajudando na obtenção de informações que

poderão contribuir em melhores condições de trabalho e segurança dos profissionais de

enfermagem.

Declaração do Participante

Eu __________________________________________________________________, li e

entendi todas as informações contidas neste termo de consentimento, e todas as minhas

dúvidas foram respondidas a contento. Portanto, consinto em participar deste estudo, assim

como a divulgação dos dados obtidos nesta pesquisa e em outros estudos desenvolvidos pela

autora.

_____________________________ _________________________________

Assinatura do Participante Assinatura da Pesquisadora (Mestranda)

Rio de Janeiro, __________ de ____________________________ de 2009.

Projeto de Pesquisa: Aplicabilidade da Norma Regulamentadora 32: visão dos

trabalhadores de enfermagem em um hospital Público do RJ.

Pesquisadora Responsável: Ana Carina da Cunha Tel: 2413 3512 ou 9173 2220

Orientadora: Prof ªDrª Maria Yvone Chaves Mauro Tel: 2557 4020 ou 99732119

Local da Pesquisa: Hospital Público do Rio de Janeiro

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APÊNDICE B – Instrumento de Coleta de Dados

Este questionário destina-se a coleta de dados com o objetivo de conhecer as características do serviço.

Através dessas informações pode-se aludir melhores condições de trabalho e segurança do trabalhador de

saúde. Portanto, responda o mais completo possível.

Para preenchê-lo corretamente, basta você ler atentamente as questões e marcar com um (X) a

alternativa que melhor represente sua opinião. Nas demais questões, preencher com letra legível.

DADOS DO PROFISSIONAL:

1- Função: □ Auxiliar □ Técnico de Enfermagem □ Enfermeiro

2- Tipo de Vínculo: □ Concursado/Estatutário □ Cooperativa □ Contrato FESP

3- Sexo: □ Masculino □ Feminino

4- Idade: ____anos. 5- Tempo de atuação neste setor: ____anos ____meses

6- Tempo de Formado: ____anos ____meses

7- Setor de Trabalho: ( ) Clínica médica ( ) Clínica cirúrgica ( ) Ortopedia

DOS PROGRAMAS

8-Existe um Programa de Saúde do Trabalhador no hospital?

( ) Sim ( ) Não ( ) Desconhece

9- É realizada a avaliação de riscos decorrentes das condições de trabalho?

( ) Sim ( ) Não ( ) Desconhece

10- Há um controle sobre acidentes ou doenças ocorridas com os trabalhadores de enfermagem neste

hospital?

( ) Sim ( ) Não ( ) Desconhece

11- Em caso de acidente no Trabalho com os profissionais de enfermagem, quais são as providências

realizadas?

( ) Comunicação de Acidente de Trabalho ( ) Avaliação Médica e Procedimentos terapêuticos

( ) Ambas as alternativas anteriores

( ) Outros: _____________________________________________________________

ESPAÇO FÍSICO E EQUIPAMENTOS

12- Existem lavatórios exclusivos para a higiene das mãos providos de:

a) água corrente □ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

b) sabonete líquido □ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

c) toalha descartável □ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

d) torneira que dispense contato manual □ Sempre □ Às vezes □Nunca □ Desconhece

13-No seu setor há lixeiras com sistema de abertura sem contato manual?

□ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

14 – Existem quartos destinados ao isolamento de pacientes com doenças infecto-contagiosas?

□ Sim □ Não

15- Em caso afirmativo, existe lavatório nestes quartos?

□ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

16- Os dispositivos de ajuste dos leitos, os equipamentos e os meios utilizados para o transporte passam

por manutenção preventiva, assegurando sua lubrificação permanente com a finalidade de não gerar

sobrecarga ao trabalhador?

□ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

17-Em casos de procedimentos de movimentação e transporte de pacientes, a instituição disponibiliza

dispositivos que minimizem o esforço realizado pelos trabalhadores (Ex. cadeiras de rodas em bom estado,

macas, etc)?

□ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

18- Os sistemas de climatização (Ex. ar condicionado) são submetidos a procedimentos de manutenção

preventiva e corretiva para garantir sua eficiência?

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□ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

19- Os colchões, colchonetes e demais almofadados são revestidos de material lavável e impermeável,

permitindo fácil desinfecção e higienização?

□ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

20- Este revestimento possui furos, rasgos, sulcos ou reentrâncias?

□ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

21- Existe na instituição local apropriado para manipulação e armazenamento de produtos químicos?

□ Sempre □ Às vezes □ Nunca □ Desconhece

VESTIMENTA E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Aspectos Sempre Ás vezes Nunca Desconhece

22-O uniforme é fornecido pela instituição sem ônus para o empregado?

23-Você deixa seu local de trabalho (instituição) com o uniforme ou

utilizando EPI (Equipamento de Proteção Individual)?

24-Há fornecimento de EPI à disposição dos funcionários, em

quantidade suficiente nos postos de trabalho, com imediata reposição e

fornecimento?

25- Há treinamento de funcionários antes do início das atividades?

26- Há treinamento de funcionários de forma continuada?

27- Esse treinamento ocorre durante a jornada de trabalho?

28– Houve algum tipo de divulgação ou treinamento relacionado à NR

32?

29- São fornecidas ao trabalhador informações, por escrito, sobre a

possibilidade de exposição aos riscos biológicos?

30- Na ocorrência de acidentes de trabalho, estes são comunicados ao

responsável pelo setor ou ao Serviço de Segurança e Saúde do

Trabalhador?

31- É remanejado para outro setor de trabalho?

32- Quando muda de setor você recebe treinamento?

DOS RISCOS BIOLÓGICOS Aspectos Sempre Ás vezes Nunca Desconhece

33- Lava as mãos antes da utilização de luvas?

34- Lava as mãos depois da utilização de luvas?

35- Faz uso da pia de trabalho para outras finalidades que não para

lavagem das mãos?

36- Fuma no posto de trabalho

37-Faz uso de adornos (relógio, jóias e bijouterias, incluindo alianças)

durante o trabalho?

38- Manipula lentes de contato no posto de trabalho?

39-Guarda alimentos em locais não apropriados (alimentos na geladeira

que faz uso para guarda de medicação)?

40- Consome alimentos e bebidas nos postos de trabalho?

41-Usa calçados abertos (no calcâneo, nas laterais ou dorso dos pés)

durante o trabalho?

42-Reencapa ou desconecta manualmente as agulhas antes do descarte?

43-São fornecidos pela instituição:

a) materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança?

b) calçados adequados ao trabalho?

44- Existe na instituição:

a) Suporte exclusivo para acondicionamento do recipiente para

perfurocortantes?

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b) Avaliação médica antes do início das atividades quando você possui

lesões ou feridas em membros superiores?

c) Local apropriado para as refeições (refeitório)?

45- O limite máximo de enchimento dos recipientes (de 5 cm abaixo do

bocal) destinados ao descarte de perfurocortantes é respeitado?

46-Este recipiente é mantido numa altura que permita a visualização do

seu bocal de abertura?

47-Os trabalhadores que utilizam perfurocortantes se responsabilizam

pelo seu descarte?

SOBRE SUA VACINAÇÃO

48- Possui Imunização Dupla - □ Completo □ Incompleta Motivo:______________________________________________

49- Possui Imunização para hepatite B - □ Completa □ Incompleta

Motivo:______________________________________________

Aspectos Sempre Ás vezes Nunca Desconhece

50-Na instituição:

a) Existe um Programa de imunização gratuito contra tétano, difteria,

hepatite B, e outras?

b) Ela oferece o controle de eficácia da vacinação (Ex. Sorologias)?

c) Fornece para você os comprovantes de vacinação?

d) Mantém um prontuário clínico com o registro de todas as suas

vacinações?

e) É informado das vantagens e dos efeitos colaterais, assim como dos

riscos, a que estarão expostos no caso de falta ou recusa de vacinação?

DOS RISCOS QUÍMICOS Aspectos Sempre Ás vezes Nunca Desconhece

51-O rótulo do fabricante é mantido na embalagem original dos produtos

químicos?

52-Quando há fracionamento de produto químico é feito um rótulo de

identificação correspondente?

53-As embalagens de produtos químicos são reutilizadas?

54-A manipulação de produtos químicos é realizada por profissional

qualificado?

55-Faz manipulação de quimioterápicos dentro do posto de enfermagem?

56-Em caso positivo, você utiliza EPIs para manipulação desta droga?

57-Existe algum equipamento com vazamento de gás? (Por exemplo: o

ponto de saída de O2 nas paredes, ar comprimido etc)

58-Os cilindros de gás possuem identificação e válvula de segurança?

59-Utiliza oxigênio e ar comprimido para outros fins?

60-Manipula gases medicinais após uso de cremes hidratantes ou óleo

para as mãos?

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DOS RESÍDUOS Aspectos Sempre Ás vezes Nunca Desconhece

61-Os sacos plásticos destinados aos resíduos de saúde são preenchidos

somente até 2/3 de sua capacidade?

62-Estes sacos são:

a) fechados de forma que não há derramamento?

b) Retirados imediatamente após seu preenchimento e fechamento?

c) Mantidos íntegros até sua retirada do local?

63-Os recipientes para separação dos resíduos são colocados próximos

da fonte geradora do resíduo?

64-Existem recipientes em número suficiente para armazenamento dos

resíduos?

65-Estes recipientes são:

a) de material lavável, resistente à ruptura e vazamento, com tampa de

sistema de abertura sem contato manual, resistente ao tombamento?

b) sinalizados e identificados adequadamente?

66-Durante o transporte manual desses recipientes eles são arrastados?

RADIAÇÕES IONIZANTES Aspectos Sempre Ás vezes Nunca Desconhece

67- Na instituição é realizado RX dentro das enfermarias?

68- Existe na instituição:

a) Equipamento móvel de Raio X?

b) Proteção dos profissionais que assistem ao paciente no exame?

POSTO DE TRABALHO E CONDIÇÕES DE CONFORTO Aspectos Sempre Ás vezes Nunca Desconhece

69-Há boas condições de Conforto relativas ao nível de:

a) Ruído

b) Iluminação

c) Conforto Térmico

70- Boas Condições de Limpeza e Conservação?

71-Existem dispositivos, em bom estado de uso, para alcançar lugares

mais altos com segurança (Ex. escadas, etc)?

72-Há treinamento relacionado:

a) à mecânica corporal (como movimentar o cliente, etc)

b) às medidas a serem tomadas com pacientes que possuem distúrbios de

comportamento

73-Os ambientes onde são realizados os procedimentos que provocam

odores fétidos possuem sistema de exaustão ou outros dispositivos que

os minimizem?

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APÊNDICE C – Carta de autorização da Direção do Hospital, Divisão de Enfermagem e

Educação Continuada da Instituição.

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ANEXO A – Autorização da Secretaria Estadual do Rio de Janeiro

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ANEXO B – Ofício de encaminhamento da Secretaria Estadual do Rio de Janeiro

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ANEXO C – Carta de Aprovação do Comitê de Ética do HUPE

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