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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS GUILHERME GERALDO PEREIRA IMPLANTAÇÃO DE TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS NA USINAGEM DE PEÇAS AUTOMOTIVAS JOINVILLE SC BRASIL 2008

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

GUILHERME GERALDO PEREIRA

IMPLANTAÇÃO DE TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS NA

USINAGEM DE PEÇAS AUTOMOTIVAS

JOINVILLE – SC – BRASIL

2008

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

GUILHERME GERALDO PEREIRA

IMPLANTAÇÃO DE TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS NA

USINAGEM DE PEÇAS AUTOMOTIVAS

Trabalho apresentado a Universidade do

Estado de Santa Catarina como requisito para

a obtenção do grau de Engenheira, do Curso

de Graduação em Engenharia: Habilitação em

Produção e Sistemas.

Orientador: Nilson Campos

JOINVILLE – SC – BRASIL

2008

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GUILHERME GERALDO PEREIRA

Implantação de Troca Rápida de Ferramentas na Usinagem de Peças

Automotivas

Trabalho aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenharia, no Curso

de Graduação em Engenharia: Habilitação em Produção e Sistemas, da Universidade do

Estado de Santa Catarina.

BANCA EXAMINADORA:

Orientador: ________________________________________________________________

Prof. Nilson Campos, Msc.

UDESC - CCT

Membro: __________________________________________________________________

Prof. Silene Siebel, Dra.

UDESC - CCT

Membro: __________________________________________________________________

Prof. Wilson José Mafra, Dr.

UDESC - CCT

Joinville, 10 de Junho de 2008.

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Dedico este trabalho a Deus, minha mãe, meu

pai, que sempre estiveram ao meu lado me

apoiando e incentivando em todos os

momentos, desta caminhada e em toda minha

vida.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho só foi possível ser realizado com a ajuda e paciência de algumas pessoas.

Ao professor Nilson Campos, pelo trabalho, dedicação e disposição para orientação

deste trabalho.

Aos minha equipe de trabalho da Schulz S.A., pela ajuda nos momentos em que

necessitei para realização da implantação da ferramenta TRF.

A minha família, por apoiar e incentivar nos momentos difíceis.

Também aos meus colegas de faculdade, que me ajudaram desde o primeiro dia de

aula na universidade, em especial aos amigos em especial Luis Roberto, Fredy, Thiago

Hobus, Thiago Pedroso, Gustavo, Silvano e Diego.

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"As melhorias vêm do constante refinamento

do padrão” (Frederick Winslow Taylor)

“Não se espere nada além de um êxito parcial

se a redução dos tempos de trocas de

ferramentas for uma ação isolada.” (Shigeo

Shingo)

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RESUMO

As organizações nos dias atuais sofrem cada vez mais com a concorrência mundial. As

empresas devem apresentar inovações para ser competitivas, produzindo produtos com

qualidade, melhorando os processos a um custo inferior aos seus concorrentes para sobreviver

nos ramos em que atuam. O presente trabalho tem por objetivo implantar a ferramenta Troca

Rápida de Ferramenta (TRF) em um centro de usinagem de peças automtivas, esta

fundamentada na filosofia Lean Manufacturing, para reduzir o tempo de setup em Centros de

Usinagem. A busca constante da velocidade e flexibilidade em fabricar os produtos e o

aumento de demanda dos clientes, buscou-se a ferramenta TRF, com o objetivo de produzir

itens diversificados em pequenos lotes e aumentando a eficiência das máquinas. Inicialmente

foi realizado um estudo para verificar a viabilidade de implantação da ferramenta. Após a

aprovação, uma consultoria externa conduziu os trabalhos para treinar e orientar uma equipe

de colaboradores da empresa para alcançar os objetivos de reduzir o tempo de setup. A equipe

analisou o processo de setup para definir as melhorias cabíveis, a fim de diminuir o tempo de

máquina parada. Após a implantação das melhorias, foi realizado novamente a preparaçao

para verificar o desempenho de implantação do TRF. Neste estudo obteve-se redução de 33%

em relação ao tempo de preparação do Estado Presente.

PALAVRAS-CHAVE: Lean Manufacturing, Flexibilidade, Troca Rápida de Ferramenta.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Pilares Lean ......................................................................................................................................17 Figura 2 - Exemplo de Atividades do operador .................................................................................................21 Figura 3 - Lay out da Usinagem. ......................................................................................................................33 Figura 4 – Tempo em horas de paradas do Módulo 2 em 2007. .........................................................................34 Figura 5 – Tempo em horas de paradas do Módulo 3 em 2007. .........................................................................34 Figura 6 – Atividades realizadas no TRF. .........................................................................................................38 Figura 7 – Atividades realizadas no TRF com análise de cada atividade............................................................39 Figura 8 – Métricas do TRF. ............................................................................................................................39 Figura 9 - Preenchimento do checklist. ............................................................................................................41 Figura 10 – Plano de Ação. ..............................................................................................................................42 Figura 11 - Operador buscando ferramentas de corte do próximo lote ...............................................................43 Figura 12 - Exemplo de Procedimento Operacional Padronizado ......................................................................44 Figura 13 – Comparativo de Movimentação. ....................................................................................................46 Figura 14 – Comparativo das Atividades Internas. ............................................................................................47 Figura 15 – Comparativo das Atividades Externas. ...........................................................................................47 Figura 16 – Comparativo de Tempo Total de TRF. ...........................................................................................48 Figura 17 – Quadro TRF ..................................................................................................................................49

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LISTA DE ABREVIATURAS

TRF – Troca Rápida de Ferramenta

SMED – Singles Minute Exchange of Dies

STP – Sistema Toyota de Produção

3D – Máquina de medição tridimensional

JIT – Just In Time

POP – Procedimento Operacional Padronizado

PCP – Planejamento e Controle da Produção.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 11

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA..................................................................... 12

1.2 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 12

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 12

1.4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 13

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .................................................................... 14

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................. 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 16

2.1 MANUFATURA ENXUTA ......................................................................... 16

2.1.1 Just In Time .................................................................................................. 18 2.1.2 Jidoka ........................................................................................................... 20

2.2 TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS (TRF) ........................................... 21

2.2.1 Metodologia SHINGO .................................................................................. 23 2.2.2 Metodologia MONDEM ............................................................................... 24

2.2.3 Metodologia HARMON e PETERSON (1991) ................................................. 25 2.2.4 Metodologia BLACK ..................................................................................... 25

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................ 27

3.1 METODOLOGIA UTILIZADA ................................................................... 27

3.2 ETAPAS DA PESQUISA ............................................................................. 29

3.2.1 Fase exploratória ........................................................................................... 29 3.2.2 Fase de Pesquisa Aprofundada ...................................................................... 29

3.2.3 Fase de Ação................................................................................................. 29 3.2.4 Fase de Avaliação ......................................................................................... 29

4 IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA TRF ............................................ 31

4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .............................................................. 31

4.2 FASES DO TRABALHO ............................................................................. 32

4.3 FASE EXPLORATÓRIA ............................................................................. 32

4.4 FASE DE PESQUISA APROFUNDADA .................................................... 37

4.5 FASE DE AÇÃO .......................................................................................... 44

4.6 FASE DE AVALIAÇÃO .............................................................................. 46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 50

5.1 PROPOSTA DE TRABALHOS FUTUROS ................................................. 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 52

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1 INTRODUÇÃO

Há 80 anos a produção em massa era o conceito de gestão produtiva que estava em

evidência, sendo que a produção era em larga escala e pouca flexibilidade, onde teve a Teoria

Ford como modelo de sucesso. Para Caproni (2002), não foi Henry Ford que inventou o carro,

mas foi ele quem inventou a produção de carros em massa, sendo um bem acessível para a

maioria das pessoas no início do Século XX.

Porém o mercado consumidor começou a mudar, exigindo a diversidade e mudança

freqüente nos produtos. Nesse ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas,

buscou-se então alternativas para os processos de fabricação, afim de reduzir seus custos.

De acordo com Tubino (2000), é um grande desafio para as empresas produzirem

produtos com qualidade, baixo custo e ainda que atendam as necessidades dos clientes. Para

que o produto consiga obter estas características, o processo produtivo deve ser realizado de

modo racional, otimizando as operações, eliminando ou reduzindo os desperdícios, que não

agregam valor ao produto.

Como hoje as empresas que são concorrentes estão na maioria equivalentes quanto aos

equipamentos utilizados, deve-se trabalhar em outros fatores que afetam a produtividade. Para

isso, entra em cena a TRF (Troca Rápida de Ferramenta), uma das principais ferramentas que

auxiliam na implantação da filosofia Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta).

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1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

O tema deste trabalho de conclusão de curso é implantar a ferramenta de Troca Rápida

de Ferramenta em centros de usinagem, com o intuito de reduzir o tempo de preparação da

máquina. Este conceito é fundamental para que seja implantada a filosofia de Manufatura

Enxuta com sucesso.

1.2 OBJETIVO GERAL

Implantar troca rápida de ferramentas para reduzir o tempo de preparação em centros

de usinagem, através de estudos detalhados, para viabilizar a produção de itens diversificados

de produtos em pequenos lotes e aumentando flexibilidade do processo produtivo com alta

produtividade das máquinas.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos deste trabalho destacam-se em:

Apresentar os conceitos Lean Manufacturing e TRF necessários ao

entendimento e execução do trabalho;

Treinar equipe para implantação da metodologia TRF;

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Acompanhar o setup que ocorre no Estado Presente;

Identificar os pontos críticos que poderão ser melhorados;

Aplicar metodologia TRF para propor melhorias no Estado Presente e definir

metas a serem alcançadas;

Realizar o setup de acordo com a metologia TRF implantada (Estado Futuro),

para testar a metodologia TRF aplicada ao caso estudado;

Criar procedimento padrão das atividades TRF, para consolidar a metodologia

desenvolvida e garantir a realização da atividade de acordo com o novo

padrão;

Verificar o cumprimento das metas propostas neste trabalho.

1.4 JUSTIFICATIVA

Com a quantidade atual de máquinas, o processo de fabricação não está conseguindo

atender os Clientes. Para suprir esta necessidade sem a compra de novas máquinas, devido ao

alto custo, busca-se aumentar a produtividade das máquinas.

Considerando que as máquinas produzem itens diversos e possuem elevado tempo de

troca entre cada item, a necessidade de reduzí-lo é primordial. Os desperdícios durante o

tempo de troca são inúmeros, sendo esses as principais causas da baixa produtividade.

Este trabalho objetiva a redução nos tempos de preparação e padronização das

atividades, para resultar na maior eficiência das máquinas e ainda flexibilizar a produção.

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1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Este trabalho limitou-se ao estudo de melhorias nos tempos de preparação (setup) em

dois centros de usinagem da marca Heller, onde são produzidas peças automotivas à diversos

clientes.

Também padronizar as atividades para estes e os demais centros de usinagem, já que

os processos de preparação são semelhantes. Tudo isso pela necessidade atual da Empresa,

buscando a eliminação dos desperdícios.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

No primeiro capítulo do trabalho de conclusão de curso são apresentadas a introdução

e a apresentação do tema, os objetivos geral e específicos, a justificativa, além da delimitação

do estudo.

O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica de assuntos referentes ao tema

deste trabalho, onde o objetivo é mostrar os conceitos necessários para um bom entendimento

sobre cada ponto relatado.

No terceiro capítulo apresenta-se a metodologia de pesquisa aplicada neste trabalho,

bem como as fases dessa pesquisa.

O quarto capítulo relata um breve histórico da empresa, seguido da pesquisa

detalhada, mostrando todos os passos de implantação.

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O quinto capítulo, apresenta as considerações finais e as referências bibliográficas

utilizadas neste trabalho.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para compreender com maior detalhe este trabalho, é fundamental conhecer os

conceitos sobre a filosofia Lean Manufacturing e ferramentas utilizadas para a sua

implantação, sendo o foco deste trabalho, a Troca Rápida de Ferramenta.

2.1 MANUFATURA ENXUTA

Após a Segunda Guerra Mundial e a crise, o Japão necessitava de uma forte economia

afim de reerguer-se, podendo então oferecer seus produtos com os mesmos preços do

mercado ou até menores. Assim, Taiichi Ohno, engenheiro da Toyota, entre outros

engenheiros e diretores, perceberam que a melhor maneira seria eliminar os desperdícios,

onde derivou o nome Sistema Toyota de Produção (STP), denominada no mundo de

Manufatura Enxuta.

Conforme Womack et al.(1992), algumas técnicas utilizadas por Eiiji Toyoda e

Taiichi Ohno, da Toyota, foram:

Produção em pequenos lotes

Redução de set up

Redução de estoques

Alto foco na qualidade

Para Shingo (1996), as atividades da produção devem ser entendidas através da rede

de processos e operações.

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O processo é definido pelo fluxo no qual a matéria-prima é transformada em um

produto acabado de acordo com Shingo (1996). Na prática, uma indústria normalmente possui

um fluxo mais complexo.

Operação é toda a ação individual desenvolvida por um homem, máquina ou

equipamento em relação a matéria-prima, produto intermediário ou até acabado.

Com esta definição, conclui-se que a produção é uma rede de operações e processos,

podendo existir uma ou mais operações (SHINGO, 1996).

Em relação ao Sistema Toyota de Produção, Ohno (1997) comenta que são necessários

dois pilares à sustentação:

Just In Time

Jidoka.

Para implementação da Manufatura Enxuta, deve-se observar as ferramentas e

conceitos conforme Figura 1, sendo que o pilar Just In Time interage ainda com outras

ferramentas, uma delas a TRF.

Figura 1- Pilares Lean

Fonte: Site Lean Consultores, 2008.

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2.1.1 Just In Time

O Just in Time surgiu no Japão, no princípio dos anos 50, sendo desenvolvida pela

Toyota Motor Company, a qual procurava um sistema de gestão que pudesse coordenar a

produção com a procura específica de diferentes modelos de veículos com o mínimo atraso.

Just in time significa produzir o produto necessário na quantidade necessária no momento

necessário.

Segundo Shingo (1996), devem ser produzidos itens necessários, somente na

quantidade necessária e quando necessário. Também realça que existem dois tipos de

operações: as que agregam valor e as que não agregam valor ao produto sob vista do cliente.

Para as operações que não agregam valor, devem-se considerar como desperdícios, portanto

devem ser eliminadas ou minimizadas. Conforme Womack et al (1996), sete tipos de

desperdícios foram identificados por Shingeo Shingo:

Desperdício de superprodução;

Desperdício de espera;

Desperdício de monimentação e transporte;

Desperdício da função processamento;

Desperdício de estoques;

Desperdícios de movimentos improdutivos;

Desperdícios de produtos defeituosos.

O Just-in-Time é uma abordagem disciplinada para melhorar a produtividade e a

qualidade total, através do respeito pelas pessoas e da eliminação das perdas. Na

fabricação e/ou montagem de um produto, o Just-in-Time proporciona a produção

no custo efetivo e a entrega apenas das peças necessárias com qualidade, na

quantidade certa, no tempo e lugar certos, enquanto usa o mínimo de instalações,

equipamentos, materiais e recursos humanos (Reinaldo A. Moura, 1989. p.13).

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De acordo com Tubino (2000) a filosofia JIT tem como objetivos:

Satisfação do cliente;

Eliminação de desperdício;

Melhoramento contínuo;

Envolver totalmente as pessoas;

Organização e visibilidade.

Tubino (2000) também define que satisfazer as necessidades dos clientes significa

entender e responder aos anseios dos clientes, fornecendo produtos de qualidade no momento

em que for solicitado.

O Just In Time tem como princípio o envolvimento tanto da alta direção até os

operários, afim de garantir o êxito da implementação. Esta filosofia procura criar diretrizes

para que todos os envolvidos no processo produtivo trabalhem com a mesma força.

Tubino (2000) afirma que as pessoas, e não a tecnologia, são a prioridade número um

da empresa. Para atingir tal finalidade, criam-se vários métodos de incentivo como: a

resolução de problemas por equipes, o enriquecimento de cargos, a rotação de cargos e multi-

habilidades. Os trabalhadores devem ser polivalentes, ao mesmo tempo em que produzem,

devem controlar a qualidade, fazer pequenas manutenções nas máquinas e equipamentos e ter

autonomia suficiente para parar a produção caso detectam algum problema.

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2.1.2 Jidoka

A palavra Jidoka teve sua origem ligada à automação de uma máquina de tear,

realizada por Sakichi Toyoda, fundador da Toyoda Automatic Loom Works. Basicamente, a

invenção era de transferir a inteligência humana para as máquinas, para que estas possam

detectar problemas e anormalidades, afim de poder parar a linha de produção caso aconteça

algum problema, evitando refugos e retrabalhos.

A criação deste sistema surgiu através de um problema muito grave no tear

automático, onde a máquina continuava trabalhando mesmo com algum fio rompido ou

mesmo terminando-o, produzindo assim um produto defeituoso. Neste caso, o operador

deveria vigiar as máquinas para que não acontecesse o tal fato, não podendo realizar outras

atividades.

A solução de Sakichi foi de inventar um dispositivo que parava a máquina quando:

detectava o rompimento da linha, detectava o fim da linha, detectava a quantidade

programada atingida. Quando iniciou a utilização deste recurso, em 1924, pôde-se liberar

aquele operador dito como vigia de máquina. O Jidoka, também conhecido como

Autonomação ou automação com um toque humano, é um dos meios para conseguir a

redução do custo de mão-de-obra e obter a qualidade total (SHINGO, 1996).

Atualmente, o conceito de Jidoka não está restrito às máquinas, sendo ampliado aos

operadores, onde estes tem a autonomia de parar a produção quando encontrar alguma

anormalidade no processo produtivo. Com isto, garante-se a qualidade dos produtos,

flexibilizando as atividades dos operadores, sendo multifuncionais e produzindo com melhor

eficiência.

A detecção do problema também pode ser realizada pela máquina, pois é técnica e

economicamente viável, sendo a solução ou correção ainda uma função do homem

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(GHINATO, 2000). Na figura 2 pode-se observar o melhor aproveitamento das atividades do

operador.

Figura 2 - Exemplo de Atividades do operador

Fonte: Ghinato, Elementos Fundamentais do Sistema Toyota de Produção, 2000.

2.2 TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS (TRF)

A origem do conceito TRF surgiu em 1950, quando Shigeo Shingo, que na época

prestava consultoria, realizou estudos de melhorias para o setup de prensas na empresa

Mazda. Estudo realizado com o objetivo de eliminar o gargalo e aumentar a eficiência, através

de cronometragens e acompanhamento das atividades no chão de fábrica.

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O estudo iniciou com a análise de setup em uma das prensas, onde Shingo observou o

trabalho do operador, este realizando de forma desordenada. Durante a troca, faltou um

parafuso para fixar a nova ferramenta, fazendo com que demorasse mais de uma hora para

conseguir um novo parafuso.

Com esta análise, ficou claro para Shingo que as atividades deveriam ser divididas em

duas partes: atividades internas, as que só podem ser realizadas com a máquina parada; e

atividades externas, as que se podem e devem realizar com a máquina em funcionamento.

A partir dessa relação e ainda realizando melhorias e procedimentos de operação para

padronizar as atividades externas, obteve-se um ganho de 50% em eficiência e também

eliminando o gargalo.

Em outro encontro, Shingo realizou um estudo em uma plaina que usinava bases de

motores diesel no estaleiro da Mitsubishi no ano de 1957. Neste estudo, foi percebido que a

mesa da plaina era utilizada para centragem e dimensionamento das bases, fazendo com que

reduzisse o tempo de utilização. Então surgiu a idéia de trocar a mesa quando se trocasse os

lotes, isto resultou em 40% no aumento de produtividade.

Em 1969, Shingo realizou um novo estudo na Toyota Motor Company, onde a

necessidade era de reduzir o tempo de troca de um prensa de 1000 toneladas que era de 4

horas. Após seis meses de trabalhos, chegou-se a 90 minutos o tempo de troca, porém o

Gerente da Fábrica, não satisfeito, definiu como meta, a troca em apenas 3 minutos.

Com este desafio em mãos, Shingo teve a brilhante idéia e relatou, “Ocorreu-me então

uma inspiração: converter atividades internas em externas” (SHINGO, 2000). Após três

meses de trabalho, chegou-se ao resultado desejado.

A partir desta nova fórmula, chegou-se à um novo conceito, definido por Shingo

(1996), designado de SMED (Single Minute Exchange of Dies), que significa a Troca Rápida

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de Ferramentas em tempos inferiores a 10 minutos, comparando aos autores MONDEM

(1983), PETERSON (1991) E BLACK (1998).

2.2.1 Metodologia SHINGO

Por Shingo (1996, 2000), a TRF é definida primeiramente pela visão estratégica,

passando pelos conceitos para implantação desta ferramenta e seguida das técnicas de apoio.

Pela estratégia, são definidos dois grupos afim de diminuir os tempos de troca:

Estratégias envolvendo habilidades: a partir das habilidades do operador e

conhecimento em relação ao maquinário, obtém-se procedimentos efetivos.

Para equipamentos complexos, utiliza-se um operador especialista para

realização da tarefa.

Estratégias envolvendo tamanho de lotes: Em função de altos tempos de setup,

muitas empresas aumentam o tamanho dos lotes, compensando o tempo de

parada da máquina. Neste caso, pode-se produzir antecipadamente ou formar

estoques, sendo indesejável pelo alto custo. Com a TRF, permite a redução do

custo pela troca e ainda redução nos lotes.

Pela definição de Shingo (2000), os conceito de implantação da ferramentas são

divididos em quatro estágios:

Estágio 1: Analisar as atividades de operação atual de setup com a participação

dos operadores, sem considerar se é atividade interna ou externa.

Estágio 2: Distinguir as atividades realizadas no setup em internas e externas.

Estágio 3: Verificar a possibilidade de converter atividades internas em

externas.

Estágio 4: Racionalizar as atividades internas e externas, através de eliminação

de ajustes e até mesmo atividades do setup.

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Pela descrição dos estágios, fica claro que as ações principais são a análise e

implantação. Afim de aplicar os estágios, são utilizados oito técnicas:

Separar atividades internas e externas;

Converter atividades internas em externas;

Padronizar a função dos elementos de setup;

Utilizar fixadores funcionais nos equipamentos ou eliminar fixadores;

Utilizar dispositivos intermediários para eliminar ajustes durante o setup

interno;

Realizar operações paralelas;

Otimizar operações eliminando a necessidade de ajustes;

Mecanizar as operações.

2.2.2 Metodologia MONDEM

A proposta metodológica de Mondem (1983) é baseada em quatro estratégias e seis técnicas

de implantação. Em relação às estratégias, segue-se o mesmo conceito de Shingo. As principais

estratégias de Mondem (1983) são: distinção das ações de preparação interna e externa, eliminação de

ajustes através de estudos na fase de projeto e busca de padronização das ferramentas, e eliminação do

processo de troca de ferramentas através da intercambialidade entre peças e produção simultânea de

várias peças.

Para as técnicas de implantação, o autor define seis, conforme descrição abaixo:

Padronização de função e conversão de setup interno em externo;

Padronização das peças necessárias do equipamento;

Utilização de fixadores rápidos;

Utilização de ferramenta de fixação suplementar;

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Operações paralelas;

Mecanização.

A principal diferença das técnicas entre Mondem (1983) e Shingo (1996; 2000) é da proposta

de análise conjunta da conversão do setup interno e externo e da padronização da função, sendo que

deve-se padronizar somente peças necessárias para a redução do tempo de troca da ferramenta,

comparando o custo de investimento com a redução da troca.

2.2.3 Metodologia HARMON e PETERSON (1991)

Estes autores não formaram uma proposta metodológica, porém merece destaque por alguns

aspectos elencados. Harmon e Peterson (1991) propõem uma classificação das operações de setup:

Mainline (principais), que correspondem ao setup interno.

Offline (secundárias), onde congregam as operações do setup externo.

Desnecessárias, que definem as operações que não contribuem para a melhoria do

setup, devendo ser eliminadas.

Os autores propõem ainda, a eliminação do processo de tentativa e erro, através do uso de

documentação de regulagens, revisões periódicas e calibragens dos dispositivos de controle e

manutenção preventiva do equipamento.

2.2.4 Metodologia BLACK

A proposta do Black é um método científico com base na análise de tempos e

movimentos em relação às atividades de setup. A implantação do TRF não requer grandes

investimentos, sendo sua estratégia dividida em sete etapas:

1. Determinar o método existente, estudo de tempos e movimentos em relação às

atividades de setup.

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2. Separar atividades internas das externas.

3. Converter atividades internas em externas.

4. Reduzir ou eliminar os elementos internos.

5. Aplicar análise de métodos, padronização e prática dos setups.

6. Eliminar os ajustes.

7. Abolir o próprio setup.

Pode-se observar que as etapas 5, 6 e 7 são atividades detalhadas em relação à etapa 4

de SHINGO (1996, 2000). Para a etapa 5, utilizam-se técnicas de análise de métodos, sendo

importante a participação dos operadores, estes com treinamento e qualificação com o

objetivo da multifuncionalidade.

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27

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

De acordo com Silva (2001), pesquisar significa procurar respostas para indagações

propostas. Já para definição de pesquisa-ação, trata-se de uma pesquisa com base empírica e é

realizada em estreita associação com uma ação ou até mesmo uma resolução de algum

problema em comum, onde o pesquisador e os membros participantes da situação estão

envolvidos de modo a cooperar ou participar das decisões tomadas. (THIOLLENT, 1997.)

Para Gil (2007), o planejamento possui algumas diferenças básicas quanto às outras

pesquisas existentes, pela sua flexibilidade, mas sobretudo pelo envolvimento da ação do

pesquisador e dos grupos interessados.

Para Silva (2001), o uso das técnicas e métodos estatísticos não são necessários na

pesquisa-ação. O pesquisador é o instrumento-chave, pois o ambiente natural é a fonte direta

para a coleta de dados. Os principais pontos de abordagem do problema são o processo e seu

significado.

3.1 METODOLOGIA UTILIZADA

Com o objetivo de identificar e propor melhorias no processo produtivo da empresa, a

diretoria da mesma decidiu por contratar uma consultoria externa, afim de implantar a

filosofia Manufatura Enxuta. Para realizar este trabalho utilizou-se uma pesquisa exploratória,

partindo de um problema, buscando alternativas para solucioná-lo.

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28

A pesquisa exploratória tem seu planejamento bastante flexível, de modo que

possibilita a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Estas

pesquisas envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram

experiências praticas e análise de exemplos que estimulem a compreensão do fato analisado

(GIL, 2002).

De acordo com a consultoria contratada, é necessário a coleta de informações, para

obtenção de resultados, sendo utilizado as melhores ferramentas do Lean Manufacturing para

implantação e atingimento das metas propostas.

Em uma pesquisa-ação, não há seqüência definida para seguir de acordo com as

literaturas, mas Thiollent (1997) relata que existem pelo menos quatro grandes etapas:

Fase Exploratória: Os envolvidos na pesquisa-ação começam a enxergar os

problemas e definir ações futuras;

Fase de Pesquisa Aprofundada: Onde os problemas são analisados mais

detalhadamente com apoio de coleta de dados, afim de solucioná-los

posteriormente;

Fase da Ação: Define-se os objetivos, a partir de ações concretas e sendo

aprovados por todos os integrantes no processo;

Fase da Avaliação: Para redirecionar os passos e sintetizar todos os

conhecimentos durante o processo da pesquisa-ação.

Para o desenvolvimento da pesquisa foi utilizado o procedimento pesquisa-ação.

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29

3.2 ETAPAS DA PESQUISA

3.2.1 Fase exploratória

Durante a fase exploratória foram colhidos dados referentes aos tempos de trocas de

ferramentas e análise destas, além da pesquisa da quantidade de setups realizados em

determinado período. Tudo isto para levantar as possíveis melhorias que serão realizadas nas

próximas fases.

3.2.2 Fase de Pesquisa Aprofundada

Baseado nas informações colhidas na fase exploratória, os pontos de melhorias são

listados, apresentados e discutidos entre todos os envolvidos, objetivando transformar as

atividades do setup interno em externo. Deve-se definir um plano de ação para a efetivação

destas melhorias.

3.2.3 Fase de Ação

Com as melhorias a serem implantadas e discutidas entre os participantes, essas devem

ser colocadas em prática, afim de verificar os ganhos determinados. Paralelo a isso, deve-se

treinar os operadores para que haja sucesso na pesquisa.

3.2.4 Fase de Avaliação

É a etapa onde tem o objetivo de demonstrar os ganhos obtidos com as melhorias

realizadas, tendo o próprio operador como apresentador da pesquisa, mostrando claramente

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30

que este está envolvido com o processo e de acordo com o novo processo de setup e também

sugerir correções e refinamentos. Padroniza-se aqui o procedimento.

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31

4 IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA TRF

4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A empresa onde foi realizado o presente trabalho foi fundada em 1963, em Joinville,

sendo uma pequena fundição com apenas 26 funcionários, produzindo sua própria linha de

produtos. Passando-se os anos, em 1979, a empresa inicia sua produção para o setor

automotivo. A partir de 1993, a empresa iniciou o serviço de usinagem para a linha

automotiva.

Hoje, a empresa está presente no mercado automotivo de maneira forte e competitiva,

oferecendo produtos fundidos, usinados, pintados e até montados para ônibus, caminhões,

máquinas agrícolas e outros segmentos.

Além da comercialização de produtos automotivos, a empresa é uma das mais

completas fábricas de compressores de ar do mundo, produzindo compressores alternativos de

pistão, de diafragma e compressores de parafuso de 5hp a 250hp.

A companhia possui uma moderna fundição de ferro nodular e cinzento, além de uma

Usinagem com máquinas de última geração produzindo componentes para as indústrias

automotivas. Conta com equipamentos modernos como centros de usinagem horizontais e

verticais de última geração, tornos verticais e horizontais "CNC" e máquinas de corte a laser,

avançados laboratórios químico, metalográfico e de análise dimensional, além de um

completo centro de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.

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32

4.2 FASES DO TRABALHO

A realização do trabalho foi divida em quatro etapas de acordo com a metodologia da

pesquisa, nesta ordem:

1. Fase Exploratória - Coleta de informações e levantamento de possíveis

melhorias em relação ao Estado Presente.

2. Fase de Pesquisa Aprofundada – Apresentação dos pontos a melhorar e

discussão com os envolvidos para definir ações de melhoria

3. Fase de Ação – Realização do TRF no Estado Futuro, já com as melhorias

implantadas.

4. Fase de Avaliação – Relato das análises realizadas, demonstração dos

resultados obtidos e padronização da metodologia TRF.

4.3 FASE EXPLORATÓRIA

O presente trabalho está focado no setor de Usinagem, especificamente em duas áreas,

chamadas de Módulo 2 e Módulo 3, pois são nestas que se produzem itens diversos afim de

atender o cliente de acordo com a filosofia Just In Time, consequentemente há preparações

constantes nas máquinas em que os tempos são muito elevados.

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33

Figura 3 - Lay out da Usinagem.

Fonte: Schulz S.A.

Estes 2 Módulos, conforme Figura 3, possuem em torno de 25 centros de usinagem,

sendo que nestes passam mais de 100 modelos de peças. A partir daí que o estudo inicia-se,

objetivando padronizar e reduzir os tempos de troca para garantir a flexibilidade.

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34

Figura 4 – Tempo em horas de paradas do Módulo 2 em 2007.

Fonte: Schulz S.A.

Figura 5 – Tempo em horas de paradas do Módulo 3 em 2007. Fonte: Schulz S.A.

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Observando as figuras 4 e 5, nota-se que os tempos para os setups, somando-se os

Módulos, chegam a mais de 8000 horas durante o ano de 2007. Se considerar que um ano tem

em torno de 8700 horas, pode-se dizer que um centro de usinagem, dos 25 existentes,

literalmente não produziu peças durante um ano. Portanto, a diminuição dos tempos é

necessária para aumentar a eficiência de produção das máquinas, consequentemente a

capacidade de produção, já que enquanto uma máquina está realizando o setup, esta não

produz.

Com a redução dos tempos de preparação, aumenta-se a eficiência na produção, não

sendo necessário realizar a compra de máquinas para atender a demanda. Em algumas

situações, deve-se comprar máquinas, devido ao grande aumento de demanda, porém cada

uma terá uma produtividade maior. Com isso, a empresa terá vantagem aos concorrentes, pois

poderá produzir mais, por menos.

Nestes Módulos, os processos são realizados com um operador por máquina,

trabalhando em três turnos, afim de que se ocupe a máquina em período integral. Pode-se

observar as máquinas e seus operadores conforme layout da Figura 3. Para a preparação

destas máquinas, a maioria possui a mesma sistemática de troca, podendo ser analisado o

setup de uma máquina por Módulo e definir um padrão a partir desta.

Para iniciar o processo de redução de tempo de setup, foram realizados diversos

treinamentos, primeiramente teóricos aos colaboradores, afim de todos estarem motivados e

alinhados com a filosofia da mentalidade enxuta.

A partir daí, formaram-se equipes da fábrica para participar de um evento teórico e

prático de Troca Rápida de Ferramentas (TRF), através de uma consultoria externa, aplicando

a metodologia de Manufatura Enxuta.

Para que cada participante do evento contribua de forma efetiva e positiva, este deve

entender que a Troca de Ferramenta é o tempo decorrido entre a produção da última peça de

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um lote até o início de produção de uma peça “boa” do próximo lote (KANNENBERG,

1994).

Este evento foi realizado na própria Empresa, sendo as atividades distribuídas em três

dias: No primeiro dia foi realizado um treinamento teórico pelos consultores, no segundo dia

foi acompanhado a atividade de setup no chão de fábrica, analisando o Estado Presente e

definindo as melhorias para o mesmo, no terceiro dia foi feito novamente o acompanhamento

do setup, porém neste já com a metodologia TRF implantada e ao final do dia a apresentação

à representantes de diversas áreas da empresa.

A realização de um treinamento sobre a Troca Rápida de Ferramenta é fundamental

para o sucesso da implantação, além da equipe estar focada e interada para definir formas de

reduzir o tempo de preparação. O treinamento foi dado pelos consultores, de uma forma

dinâmica para que todos compreendam. A seqüência do treinamento foi dada pelos seguintes

tópicos:

Introdução

Começando pela Necessidade

Os Sete Desperdícios

Histórico da Metodologia TRF

Quebrando os Paradigmas

Mapeando o Processo Atual

Criando o Processo Futuro

Implantando a Metodologia TRF

Ao final deste treinamento teórico, foi designado uma função para cada participante do

evento afim de analisar a preparação de uma máquina no Estado Presente (sem metodologia).

As funções foram: Cronometragem, filmagem, fotografia, contagem de passos, diagrama de

espaguete, descrição de atividades, descrição de problemas e melhorias, assistentes e apoio.

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Todas as pessoas foram capacitadas para exercem suas funções para que não acontecesse

nenhum imprevisto durante o acompanhamento do setup.

Para esta análise no chão de fábrica, foram necessários alguns itens: câmera, máquina

fotográfica, pranchetas, folhas A4, layout da Usinagem Automotiva, cronômetros e lápis.

4.4 FASE DE PESQUISA APROFUNDADA

O início do processo de setup foi cronometrado a partir do momento em que o

operador de máquina recebeu a informação do PCP, onde o operador deveria trocar o modelo

de peça a produzir. A partir deste momento, toda a equipe realizou suas atividades conforme

suas funções, analisando todas as operações do processo de preparação.

Quando o operador produziu a primeira peça conforme sua especificação, do lote

seguinte, terminou-se as atividades da equipe, fazendo com que todos se reunissem em uma

sala e compilassem as informações obtidas. Após ter todos os dados em mãos, foram

destacadas cinco etapas para se reduzir o tempo de troca de ferramenta:

1. Estabelecer metas desafiadoras;

2. Separar Atividades Internas das Externas;

3. Converter Atividade Internas em Externas;

4. Reduzir as Atividades Internas;

5. Reduzir todas as atividades restantes.

Com estas etapas realizadas, foi necessário estabelecer os POP’s ( Procedimento

Operacional Padronizado) conforme Figura 12.

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Com a equipe reunida em uma das salas da Empresa, cada colaborador mostrou seus

resultados do acompanhamento do setup em planilhas padrão, conforme figura abaixo:

Inicio Fim I E

1 Procurar jacaré 00:00:00 00:00:59 00:00:59

2 Retirar caixa do caminho 00:00:59 00:01:19 00:00:20

3 Transporte do jacaré 00:01:19 00:02:01 00:00:42

4 Retirar caixa da frente da máquina 00:02:01 00:03:20 00:01:19

5 Procurar cartão, grampeador 00:03:20 00:06:15 00:02:55

6 Liberar caixa para lavação 00:06:15 00:07:54 00:01:39

7 Falta Ordem de produção 00:07:54 00:08:17 00:00:23

8 Pedir ferramenta 00:08:17 00:09:32 00:01:15

9 Pedir instrumento de medição 00:09:32 00:09:55 00:00:23

10 Liberar sobra de bruto para 600 00:09:55 00:10:22 00:00:27

11 Guardar jacaré 00:10:22 00:11:00 00:00:38

12 Mover estrado em frente a máquina 00:11:00 00:12:01 00:01:01

13 Verificar se disp. 311.07 está com base 00:12:01 00:18:25 00:06:24

14 Buscar paleteira 00:18:25 00:19:55 00:01:30

15 Soltar parafuso, procurar chave, sacador para retirar disp. Anterior 00:19:55 00:24:50 00:04:55

16 Buscar sacador na ferramentaria 00:24:50 00:25:56 00:01:06

17 Não encontrado, buscar na manutenção 00:25:56 00:28:20 00:02:24

18 Retirar pino guia do dispositivo 00:28:20 00:29:30 00:01:10

19 Guardar dispositivo na prateleira 00:29:30 00:32:11 00:02:41

20 Pegar dispositivo da nova peça - 1ª fix. 00:32:11 00:34:12 00:02:01

21 Levar dispositivo para a máquina 00:34:12 00:35:35 00:01:23

22 Fixar dispositivo no pallet vazio 00:35:35 00:43:00 00:07:25

Planilha de Observação de TRF

Tempos Observações/(Plano de ação)Tempos Lidos Int/Ext

Descrição da atividade

Figura 6 – Atividades realizadas no TRF.

Fonte: Schulz S.A.

Com esta planilha preenchida, descrevendo as atividades e os tempos de cada uma,

chega-se ao final um tempo total, este sendo o tempo do setup.

Com a equipe reunida, assistiram o vídeo filmado durante o setup e observaram os

ganhos que se poderia obter em cada atividade. Feito isto, o grupo estabeleceu as metas que

deveriam ser alcançadas, sendo estas desafiadoras.

A análise das atividades descritas foram separadas em internas ou externas, sendo que

o grupo discutiu intensamente sobre cada atividade. Pela Figura 6 observa-se a quantidade de

atividades realizadas, sendo detalhadas em internas ou externas através da Figura 7, nas

colunas em vermelho e verde respectivamente. Na mesma tabela, são inseridos as observações

e/ou pontos a serem melhorados.

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Inicio Fim I E

1 Procurar jacaré 00:00:00 00:00:59 00:00:59 x Definir posição do jacaré

2 Retirar caixa do caminho 00:00:59 00:01:19 00:00:20 x Definir posição do jacaré

3 Transporte do jacaré 00:01:19 00:02:01 00:00:42 x Definir posição do jacaré

4 Retirar caixa da frente da máquina 00:02:01 00:03:20 00:01:19 x Definir posição das caixas

5 Procurar cartão, grampeador 00:03:20 00:06:15 00:02:55 x Identificar posição do grampeador

6 Liberar caixa para lavação 00:06:15 00:07:54 00:01:39 x Posicionar cx no corredor pre-definido

7 Falta Ordem de produção 00:07:54 00:08:17 00:00:23 x Verificar 2 horas antes

8 Pedir ferramenta 00:08:17 00:09:32 00:01:15 x Eliminar - Padronizar ferramentas - todas em máquina

9 Pedir instrumento de medição 00:09:32 00:09:55 00:00:23 x Antecipar solicitação em 2 horas

10 Liberar sobra de bruto para 600 00:09:55 00:10:22 00:00:27 x Posicionar caixas no corredor - logística

11 Guardar jacaré 00:10:22 00:11:00 00:00:38 x Definir local

12 Mover estrado em frente a máquina 00:11:00 00:12:01 00:01:01 x

13 Verificar se disp. 311.07 está com base 00:12:01 00:18:25 00:06:24 x Manter disp. Ao lado da máquina - montado

14 Buscar paleteira 00:18:25 00:19:55 00:01:30 x

15 Soltar parafuso, procurar chave, sacador para retirar disp. Anterior 00:19:55 00:24:50 00:04:55 x Eliminar - Dispositivo montado ao lado da máquina

16 Buscar sacador na ferramentaria 00:24:50 00:25:56 00:01:06 x Eliminar - Dispositivo montado ao lado da máquina

17 Não encontrado, buscar na manutenção 00:25:56 00:28:20 00:02:24 x Eliminar - Dispositivo montado ao lado da máquina

18 Retirar pino guia do dispositivo 00:28:20 00:29:30 00:01:10 x x Eliminar - Dispositivo montado ao lado da máquina

19 Guardar dispositivo na prateleira 00:29:30 00:32:11 00:02:41 x Eliminar - Dispositivo montado ao lado da máquina

20 Pegar dispositivo da nova peça - 1ª fix. 00:32:11 00:34:12 00:02:01 x Eliminar - Dispositivo montado ao lado da máquina

21 Levar dispositivo para a máquina 00:34:12 00:35:35 00:01:23 x Manter disp. Ao lado da máquina - montado

22 Fixar dispositivo no pallet vazio 00:35:35 00:43:00 00:07:25 x Eliminar - Dispositivo montado ao lado da máquina

Planilha de Observação de TRF

Tempos Observações/(Plano de ação)Tempos Lidos Int/Ext

Descrição da atividade

Figura 7 – Atividades realizadas no TRF com análise de cada atividade.

Fonte: Schulz S.A.

Presente Futuro

I Movimentação (metros) 2741 210

II Tempo Total de TRF 3:27:20 1:00:00

III Espaguete ("trânsito do operador") Operador ausenteOperador no

posto de trabalho

IV Total de Atividades 66 39

V Atividades Internas 26 17

VI Atividades Externas 40 22

ItemEstado

MétricasDescrição

Figura 8 – Métricas do TRF.

Fonte: Schulz S.A.

Conforme a definição e cronograma da consultoria, o compromisso da equipe foi

converter as atividades internas em externas, sendo discutidas todas as atividades internas,

que no total somam-se 26, para que se ache algum meio de convertê-las. Com a interação do

grupo, chegou-se ao total de apenas 16 atividades internas, que serão comprovadas com um

novo setup a partir das ações definidas e implantadas.

A equipe enquanto estava desenvolvendo o trabalho de melhoria pôde perceber as

atividades mais longas durante o setup, ou seja, se conseguisse eliminar estas atividades,

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diminuiria muito o tempo de troca. Somando-se o tempo das 5 atividades mais longas, sendo

que no total são 66, chega a 34% do tempo total do setup. Segue abaixo as principais:

Medição da peça na máquina tridimensional (3D) (Tempo: 00:19:33) - Atividade é

necessária no Estado Presente para que a peça seja medida por completo, já que ao lado da

máquina de usinagem não existe todos os instrumentos necessários para as cotas especificadas

no desenho. Em consenso, a equipe decidiu investir em um dispositivo de controle para que

fique ao lado da máquina, não sendo mais necessário o uso da tridimensional.

Usinar o primeiro lado da peça (Tempo: 00:15:18) – Esta operação é para usinar o

primeiro lado da peça do lote novo, portanto deve ser realizada com cuidado para que não

haja colisões ou erros de usinagem, assim o tempo de usinagem é maior em relação à

produção efetiva. Para usinar, o operador acompanha todo este processo. Para esta atividade, a

equipe decidiu em padronizar os programas de usinagem e ferramentas, aumentando a

confiabilidade do processo.

Espera da peça para medição na tridimensional (Tempo: 00:12:45) – Após a

usinagem, o operador leva a peça até a tridimensional, mas deverá aguardar, pois há outras

peças a serem medidas, devendo ficar na fila para posterior medição. Pela pouca quantidade

de máquinas tridimensionais e grande volume de itens a serem medidos, se faz necessário esta

fila. Como esta peça será realizada uma melhoria, comprando um dispositivo de controle e

deixado ao lado da máquina, não será mais necessário o uso da tridimensional para liberar a

peça à produçao e nem a espera da mesma.

Usinar o segundo lado da peça (Tempo: 00:12:12) – Pela estratégia de usinagem,

esta peça é usinada em duas operações, então esta atividade é a usinagem do segundo lado da

peça, sendo que o operador deve ter os mesmos cuidados durante o processo. Com relação às

melhorias, a equipe utilizou o mesmo plano para padronização do programa de usinagem e

ferramentas.

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Medir e preencher checklist (Tempo: 00:10:25) – A peça, após ser usinada é medida

pelo operador com os instrumentos de medição disponíveis na máquina e para cada cota deve

ser registrado realizando um checklist. Além da medição na máquina, a peça é levada à

tridimensional, já descrita anteriormente, para realizar outras medições e também confirmar as

medições já realizadas pelo operador. A principal perda é o tempo de preenchimento do

checklist. Pela análise do vídeo gravado durante o setup, a equipe definiu uma nova estratégia

para que o operador não preencha o checklist, esta vindo preenchida e sendo necessário

apenas um “ok” para cada cota.

Figura 9 - Preenchimento do checklist.

Fonte: Primária 2008.

Após o levantamento de informações sobre as atividades internas e externas,

conversão das internas em externas, a equipe focou na redução das atividades internas

restantes. Este é um trabalho aprofundado em cada atividade, para que se consiga diminuir ao

máximo o tempo de cada uma. Também, na sequência, a equipe desenvolveu um forte

trabalho na redução de todas as atividades restantes.

As melhorias definidas foram listadas em um plano de ação, definindo um responsável

e prazo para cada ação. Com estas ações implantadas, o grupo pretende alcançar a meta

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estipulada, sendo que as ações, na sua maioria, tem custo muito baixo em relação aos ganhos

planejados.

Início Término

Falta Jacaré - distante. Definir local para manter jacaré na célula - identificar piso Carlos 12/fevCélula

produtiva0,00 ok

Falta Grampeador - fixar cartão OP. Definir local, identificar e posicionar grampeador Francisco 12/fevCélula

produtiva0,00 ok

Falta espaço físico para volumes liberados.Identificar corredor pre-definido para "estoque" de volumes

acabadosAdenilson / Jorge 12/fev

Célula

produtiva0,00 ok

Falta de ordem de produção. Verificar OP com 02 horas de antecedência Operadores (3T) 12/fevCélula

produtiva0,00 ok

Demora no recebimento de peças brutas.Solicitar bruto + Instrumentos de controle com 2 horas de

antecedênciaOperadores (3T) 12/fev

Célula

produtiva0,00 ok

Padronizar "T" das ferramentas Ricardo 12/fevCélula

produtiva0,00 ok

Realizar estudo de correlação para padronização do mix peças Ricardo / Rodrigo 01/marCélula

produtiva0,00 NOK

Posicionar dispositivos ao lado da máquina. Carlos / Rogério 12/fevCélula

produtiva0,00 ok

Criar estrutura para gerenciamento dos dispositivos Werner 01/mar Ger. Dispos. ? NOK

Necessidade de montar dispositivo sobre o pallet gera "perda" de tempo.Definir responsabilidades em relação a gestão de dispositivos -

sistematica de montagem sobre pallet máquinaWerner 01/mar

Célula

produtiva0,00 NOK

Perda de tempo no preenchimento de check list de qualidade. Adiantar o preenchimento do check list. Maicon 12/fevCélula

produtiva0,00 ok

Falta de conhecimento da equipe sobre máquinas em set up. Criar um sistema de "alerta" sobe máquinas em TRF Cladinei / Guilherme 20/marCélula

produtiva0,00 NOK

Falta de ferramentas / chaves para TRF.Organizar quadro de sombra TRF e acrescentar chaves /

ferramentasAdenilson / Jorge 13/fev

Célula

produtiva0,00 NOK

Dificuldade em relação a definição do início de uma preparação. Implantar sistema de kanban e/ou coletor no posto de trabalho. Gustavo / Guilherme 15/marCélula

produtiva? NOK

Data : 12/02/2008

Elaborado por: Equipe

TRF Mód.3

PLANO DE AÇÃO

Quanto CustaOnde StatusQuando

Problema observado Ação Proposta Quem faz

Tempo de troca de ferramentas de corte elevado.

Última atualização em: 12/02/08

Tempo de troca de dispositivo de fixação elevado.

Figura 10 – Plano de Ação.

Fonte: Schulz S.A.

Uma das ações tomadas foi definir uma família de itens que poderia ser produzido

nesta máquina, a partir da similaridade do processo de fabricação, utilização de ferramentas,

peso das peças, entre outros. Deste modo, algumas atividades internas e externas foram

eliminadas, pois não requer mais a troca de ferramentas de corte entre um modelo e outro,

nem a busca destas ferramentas no Setor que gerencia as mesmas, sendo apenas padronizado

o programa de usinagem por alguns integrantes da equipe participante.

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Figura 11 - Operador buscando ferramentas de corte do próximo lote

Fonte: Primária 2008

Para obter o padrão de execução da TRF e realizá-la sempre da mesma forma, a

equipe juntamente com o operador da máquina criaram os POP’s (Procedimento Operacional

Padronizado). Este documento deverá ser seguido por qualquer operador que realizar a TRF.

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Familia Suporte- Módulo Máquina CE028 NºPOP 001-07Revisão 0

Item Tempo

min(obj)1 10

2 10

3 17

Última atualização em:

POP- Procedimento Operacional Padronizado

II

Data 08/02/2007

Elaborado por: Marcos

Colocar Ferramentas no magazine

Repassar ferramentas no programa de usinagem (4X)

Observações

Verificar correta posição na mesa

Elementos de Trabalho

Colocar dispositivo na máquina

1

2 3

Figura 12 - Exemplo de Procedimento Operacional Padronizado Fonte: Primária

4.5 FASE DE AÇÃO

Após a realização da análise do Estado Presente do TRF, discussão das melhorias e

implantação das mesmas para que pudesse atingir as metas esperadas, a equipe realizou um

novo estudo, agora do Estado Futuro.

Este estudo teve como característica principal, a diferença entre as atividades internas

e externas, afim de diminuir ao máximo o tempo de TRF. Para isto, todas as áreas da empresa

que fazem parte do TRF, foram treinadas e orientadas sobre a importância desta ferramenta e

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os principais objetivos. O operador participou de todo o processo de discussão, melhorias e

recebeu o treinamento para que executasse a tarefa de um modo sistemático e seguindo o

POP.

A análise foi realizada na mesma máquina do Estudo Presente, com os mesmos

integrantes da equipe com suas funções definidas para o acompanhamento do processo e o

mesmo operador, para que o estudo seja do mesmo padrão.

O início do processo de TRF foi dado quando o operador retirou do centro de

usinagem a última peça do lote anterior, sendo que neste momento as áreas de apoio da

fábrica já estavam cientes deste processo e já disponibilizaram os equipamentos requeridos na

máquina. Com isto, o operador não teve a necessidade de buscar dispositivos de usinagem,

instrumentos de controle dimensional, entre outros.

A informação de que seria realizado a troca de modelo foi dada pelo PCP, detalhando

o próximo lote, máquina e horário do TRF em um quadro de gestão visual disponível na

fábrica para que as áreas de apoio realizassem suas funções e disponibilizassem os periféricos

necessários em frente à máquina.

Deste modo, a principal função do operador foi de apenas realizar a troca de

ferramenta, sendo que no Estado Presente ocorreram diversas atividades do operador

antecedentes à troca real de modelo.

Após a retirada da última peça do lote anterior, o operador realizou a troca de

dispositivo de máquina com o auxílio de um operador da máquina ao lado, facilitando e

diminuindo o tempo de troca. Com um processo muito mais ágil e padronizado, de acordo

com o POP, o operador estava ciente das atividades que ele deveria realizar e a ordem das

mesmas.

Após as atividades necessárias restantes, o operador iniciou a usinagem da primeira

peça, acompanhando todo o processo. Ao retirar a peça do centro de usinagem, o operador

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realizou a medição e o check list, porém com um tempo reduzido conforme ação definida no

Plano de Ação. A atividade de medição na máquina tridimensional ainda foi realizada porque

o processo de confecção de um dispositivo de controle é de longo prazo.

Após a medição da peça na tridimensional, o lote posterior foi liberado para a

produção, encerrando assim o TRF do Estado Futuro.

Na próxima fase serão mostrados os resultados obtidos.

4.6 FASE DE AVALIAÇÃO

Os resultados colhidos com a execução do Plano de Ação referente à análise do Estado

Presente e realização de um novo estudo com a maioria das ações já implantadas (Estado

Futuro serão relatados a seguir:

Pela Figura 13, observa-se somente os resultados do Estado Presente e a proposta para

o Estado Futuro. Agora seguem os gráficos comparativos entre Estado Presente, proposta para

o Estado Futuro e o realizado.

Figura 13 – Comparativo de Movimentação.

Fonte: Schulz S.A.

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A movimentação do operador no Estado Presente foi muito grande, pois ele exercia

todas as atividades do setup, por não ter um padrão definido de execução. Para o Estado

Futuro, a equipe definiu como desafio a meta de 210 metros, porém o realizado foi de 410

metros. Há uma grande diferença entre a contagem dos passos devido a eliminação e redução

de atividades do operador, isto mostra que é fundamental a discussão da equipe para as

melhorias implantadas com sucesso.

Figura 14 – Comparativo das Atividades Internas.

Fonte: Schulz S.A.

A Figura 14 mostra a quantidade de atividades internas realizadas, isto revela os

ganhos obtidos de máquina parada, já que as atividades internas são aquelas que só podem ser

realizadas com a máquina parada. Portanto, pode-se observar que a equipe trabalhou pesado

em relação à eliminação das atividades internas.

Figura 15 – Comparativo das Atividades Externas.

Fonte: Schulz S.A.

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As atividades externas tivera um grande foco por parte da equipe, pois no Estado

Presente, a quantidade era muito alta e ainda desdobrando-se em muita movimentação do

operador em cada atividade. Assim a equipe conseguiu eliminar muitas atividades, deixando

apenas o necessário para realização da troca. Muitas das atividades foram repassadas aos

setores de apoio, disponibilizando os recursos necessários em frente à máquina.

Por último, tem-se o Figura 16 que mostra os tempos de preparação, onde o setup do

Estado Presente foi realizado em duzentos e sete minutos, gerando uma análise criteriosa da

equipe para agir na redução de tempo. Esta análise fez com que a equipe definisse como meta

o tempo de sessenta minutos, sendo um desafio grande para o cumprimento deste tempo.

Figura 16 – Comparativo de Tempo Total de TRF.

Fonte: Schulz S.A.

Após a execução das ações definidas, foi analisado o TRF do Estado Futuro, que

chegou ao tempo de cento e vinte e quatro minutos. Este tempo foi prejudicado por alguns

itens do Plano de Ação que ainda não haviam sido implantados, porém quando estiverem com

a situação regular, o TRF será analisado novamente. Mesmo com estas dificuldades, obteve-se

um ganho significativo no tempo de TRF.

Para a melhoria contínua de redução de tempo de setup, os próprios operadores desta

máquina foram treinados para eles próprios realizarem as melhorias, utilizando um quadro

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padrão em frente à máquina, afim de registrar os dados de cada TRF realizado na máquina.

Estes dados são divididos em quatro planilhas:

Plano de Ação – Registrar as ações de melhoria para o TRF.

Diário de Bordo – Registrar os tempos de TRF, com o horário de início, fim e o

lote posterior.

Gráfico das Médias – Definir gráfico em relação aos tempos de TRF para

acompanhamento das melhorias.

Família de Peças – Planilha com os itens que são produzidos na máquina, com

o tempo de TRF atual e a meta a ser alcançada.

Figura 17 – Quadro TRF

Fonte: Schulz S.A.

Após a realização de todo o trabalho do TRF, há uma nova etapa para ser cumprida,

pois o estudo realizado acima foi somente em uma máquina e que agora deve ser disseminada

para as outras máquinas, utilizando o mesmo padrão de estudo.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho demonstrou que a ferramenta TRF utiliza diferentes fontes

bibliográficas, ocorrendo distinção entre planejamento, preparação e implantação, porém

todas com o mesmo objetivo, que é o de reduzir o tempo de setup.

Através do estudo realizado, a equipe considerou que o tempo de preparação deveria

ser reduzido em 40%, porém não alcançou a meta estabelecida, atingindo a redução em 33%

do tempo de Estado Presente, pois algumas melhorias deverão ser ainda implantadas. Estas

melhorias ainda não foram implantadas pois requerem um investimento elevado, dependendo

de orçamento definido pela diretoria.

Os objetivos específicos observados inicialmente neste trabalho foram plenamente

atingidos, pois foi realizado treinamento da equipe envolvida na utilização da ferramenta TRF

e percebeu-se que todos assimilaram os conceitos Lean Manufacturing apresentados; os

procedimentos padrão das atividades para consolidar a metodologia também foram

devidamente criados.

No capitulo seguinte será apresentada uma proposta de trabalho futuro com um

objetivo de manter o padrão realizado e buscar uma melhoria contínua do processo. Este

estudo foi apresentado aos diversos setores da fábrica e ainda à diretoria da empresa, onde

todos visualizaram que a ferramenta é primordial para a efetivação de redução de tempo de

setup e que a consolidação da implantação da filosofia dependerá do comprometimento de

todos.

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5.1 PROPOSTA DE TRABALHOS FUTUROS

O presente trabalho realizou o estudo de apenas uma máquina para redução do tempo

de TRF, e com base neste estudo, as demais máquinas também deverão ser padronizadas para

garantir a consolidação e refinamento dos padrões, a partir das ações apresentadas abaixo:

Realizar as atividades de setup de forma padronizada, seguindo os POP’s;

As atividades deverão ser organizadas e lideradas pelo pessoal operacional,

afim de assumir a responsabilidade da tarefa;

Criar Grupos Multiplicadores da TRF, com treinamentos e estudos da TRF

conforme já relatado neste trabalho;

Colocar quadros de Gestão à Vista da TRF para mostrar o refinamento das

melhorias e manter histórico das TRF’s;

Realizar apresentações mensais para reconhecer o mérito da equipe, multiplicar

conhecimento, compartilhar experiências, entre outros.

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