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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA EEL/USP PAULA CORRÊA SOARES PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DO BALANCED SCORECARD EM UMA EMPRESA DE VAREJO E ATACADO DE PRODUTOS DE FESTA E EMBALAGEM Lorena 2018

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA – EEL/USP

PAULA CORRÊA SOARES

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DO BALANCED SCORECARD EM UMA

EMPRESA DE VAREJO E ATACADO DE PRODUTOS DE FESTA E

EMBALAGEM

Lorena 2018

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PAULA CORRÊA SOARES

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DO BALANCED SCORECARD EM UMA

EMPRESA DE VAREJO E ATACADO DE PRODUTOS DE FESTA E

EMBALAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado na Escola de Engenharia de

Lorena EEL - USP como requisito obrigatório

para a conclusão do curso de Engenharia de

Produção

Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio Carvalho

Pereira

Lorena 2018

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Soares, Paula Corrêa Proposta de implementação do balanced scorecard emuma empresa de varejo e atacado de produtos de festae embalagem / Paula Corrêa Soares; orientador MarcoAntonio Carvalho Pereira. - Lorena, 2018. 81 p.

Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de Engenhariade Produção - Escola de Engenharia de Lorena daUniversidade de São Paulo. 2018

1. Avaliação de desempenho. 2. As cinco forças deporter. 3. Matriz swot. 4. Mapa estratégico. 5.Balanced scorecard. I. Título. II. Pereira, MarcoAntonio Carvalho, orient.

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Dedico este trabalho à minha família; em

especial aos meus pais, Clementino e Maria

de Lourdes, e às minhas irmãs, Nathália e

Isabella por serem minha base e motivo de

minha felicidade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me concedeu o dom da vida e me ensinou a

enxergar diariamente a bondade em todas as pessoas. Sou muito grata por todas as

oportunidades até aqui vivenciadas e que me trouxeram muito aprendizado e me

fizeram ser o que sou hoje.

Agradeço à minha família pelo suporte e tamanha dedicação na minha formação

como ser humano e na construção do meu caráter. Sem eles nada disso seria

possível.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Marco Antonio Carvalho Pereira, pela dedicação, pela

amizade, e principalmente, pela honra do aprendizado que me proporcionou ao

longo dos anos da graduação e no desenvolvimento deste trabalho.

Ao meu pai, Clementino, que sempre acreditou em mim e me incentivou a buscar a

excelência em tudo que fazemos. Minha maior referência como profissional e como

ser humano que faz da felicidade sua rotina diária.

A todos meus colegas, deixo minha eterna gratidão por todas os momentos de

felicidade que compartilharam comigo. Foram seis anos de muito aprendizado ao

lado de pessoas fantásticas e que marcarão minha vida para sempre.

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SOARES, P. C. Proposta de implementação do Balanced Scorecard em uma

empresa de varejo e atacado de produtos de festa e embalagem. 2018. 81 f.

Monografia - Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena,

2018.

RESUMO

Cada vez mais as empresas buscam excelência em seus processos para manter-se

competitiva no mercado e alcançar o desenvolvimento financeiro. Diante disto,

sistemas de gestão tornam-se ferramentas essenciais para o acompanhamento e

atingimento dos objetivos estratégicos do negócio. O objetivo geral deste estudo foi

propor um sistema de gestão de desempenho pautado nos fundamentos do Balanced

Scorecard, contribuindo para uma melhor avaliação do desempenho de uma empresa

de varejo e atacado de produtos de festa e embalagem. O método de pesquisa

utilizado foi o estudo de caso, qualificando uma pesquisa exploratória e descritiva. A

pesquisa utilizou três principais instrumentos para a coleta de dados: entrevistas

direcionadas ao diretor proprietário e aos gerentes; questionário fechado aplicado aos

colaboradores; e questionário aplicado aos clientes. As ferramentas Matriz SWOT as

cinco forças de Porter foram utilizadas para auxiliar na construção do Mapa

Estratégico e consequentemente, desmembrar todas as estratégias formuladas em

objetivos estratégicos, metas e indicadores. O trabalho teve como contribuição

principal a formulação de um sistema de gestão de desempenho pautado no BSC que

possa traduzir a estratégia da empresa sob diferentes perspectivas e que ao final

possibilite a identificação e criação de valor a longo prazo.

Palavras Chave: Avaliação de desempenho, As cinco forças de Porter, Matriz SWOT,

Mapa Estratégico, Balanced Scorecard.

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SOARES, P. C. Proposal of Balanced Scorecard implementation in a retail and

wholesale company of party and packaging supplies. 2018. 81 f. Monograph -

Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2018.

ABSTRACT

In order to maintain competitive advantage in the business management and achieve

their financial success, organizations are constantly seeking for excellence in their

processes. In this way, management systems become essential tools that can

effectively monitor and measure the progress towards strategic goals. The purpose of

this article was to propose a performance management system based on Balanced

Scorecard principles that adds to a better performance evaluation in a retail and

wholesale company of party and packaging supplies. A case study was applied

qualifying an exploratory and descriptive research. Three main methods of data

collection were used: directive interviews to the managing director and to the

managers; and closed surveys applied to employees and customers. The SWOT

Matrix and the Porter’s Five Forces were used to support the Strategic Map

development and therefore, disseminate all the formulated strategies into strategic

goals, targets and indicators. The present study contributed essentially to develop a

performance managed system guided by the BSC that translates the whole company’s

strategy into different perspectives and guarantees the long - term growth and value

creation.

Key Words: Performance evaluation, Porter’s Five Forces, SWOT matrix, Strategic

Map, Balanced Scorecard.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

1.1 Contextualização...................................................................................................... 10

1.2 Objetivo .................................................................................................................... 11

1.2.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 11

1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 12

2.1 Estratégia ................................................................................................................. 12

2.2 Planejamento Estratégico ....................................................................................... 13

2.3 Análise SWOT .......................................................................................................... 15

2.4 As forças competitivas de Porter ........................................................................... 18

2.5 Balanced Scorecard ................................................................................................. 19

2.5.1 Perspectiva Financeira ......................................................................................... 21

2.5.2 Perspectiva dos Clientes ...................................................................................... 22

2.5.3 Perspectiva dos processos internos ................................................................... 22

2.5.4 Perspectiva de aprendizado e crescimento ........................................................ 23

2.5.5 Relações de causa e efeito ................................................................................... 24

2.6 Mapa Estratégico, Indicadores e Metas .................................................................. 25

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 27

3.1 Método de Pesquisa ................................................................................................ 27

3.2 Objeto de Estudo ..................................................................................................... 28

3.3 O Roteiro da Pesquisa ............................................................................................. 29

3.3.1 Levantamento Bibliográfico ................................................................................. 30

3.3.2 Participação de reuniões com a diretoria ............................................................ 30

3.3.3 Observações não - participativas ........................................................................ 30

3.3.4 Instrumentos de coletas de dados ....................................................................... 31

3.3.5 Análise dos dados ................................................................................................ 33

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3.3.6 Elaboração do Relatório Final .............................................................................. 34

4 CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA ............................................................................. 35

4.1 Escopo do negócio .................................................................................................. 35

4.2 Definição da missão ................................................................................................ 35

4.3 Definição da visão .................................................................................................... 35

4.4 Definição dos valores .............................................................................................. 36

5 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO INTERNO .......................................................... 37

5.1 Gestão de Pessoas .................................................................................................. 37

5.2 Marketing .................................................................................................................. 40

5.3 Produtos ................................................................................................................... 40

5.4 Fornecedores ........................................................................................................... 42

5.5 Finanças ................................................................................................................... 43

5.6 Produto do Diagnóstico Estratégico Interno ......................................................... 44

6 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO EXTERNO ......................................................... 48

6.1 Análise do Macroambiente ...................................................................................... 48

6.1.1 Fatores socioeconômicos .................................................................................... 48

6.1.2 Crise econômica no Brasil ................................................................................... 49

6.2.1 Mercado ................................................................................................................. 50

6.2.2 Clientes .................................................................................................................. 51

6.2.3 As cinco forças competitivas de Porter .............................................................. 60

6.2.3.1 Posicionamento da empresa frente às cinco forças de Porter ....................... 60

6.3 Produto do Diagnóstico Estratégico Externo ........................................................ 61

7 FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA ........................................................................... 63

7.1 Introdução ................................................................................................................ 63

7.2 Matriz SWOT ............................................................................................................. 63

7.3 O Posicionamento Estratégico ............................................................................... 65

7.4 Estratégias formuladas............................................................................................ 66

8 DAS ESTRATÉGIAS A AÇÃO .............................................................................. 67

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8.1 Balanced Scorecard ................................................................................................. 67

8.2 Mapa Estratégico ..................................................................................................... 68

8.3 Indicadores e metas ................................................................................................. 69

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 72

9.1 Aprendizados e desafios ......................................................................................... 72

9.2 Sugestões para trabalhos futuros .......................................................................... 72

9.3 Conclusão ................................................................................................................ 73

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

A mudança constante do mercado frente à globalização e à era da tecnologia,

exige atualmente que empresas de todos setores e de todos tamanhos, busquem

medidas estratégicas eficientes que garantam sua sobrevivência e permanência no

mercado diante da ampla concorrência. Dessa forma, muitas empresas ao longo das

últimas décadas vêm concentrando seus esforços e investimentos na diferenciação

dos seus produtos e/ou serviços.

Atingir essa diferenciação e manter-se competitiva no mercado exige que a alta

administração das empresas desenvolva táticas efetivas para fortalecer seus

processos internos, bem como se preparar contra eventuais entrantes no mercado. O

ato de gerenciar, no entanto, não é uma atividade tão simples e, por isso, exige que

toda a empresa compreenda a importância de se reinventar e buscar a melhoria

contínua todos os dias.

Um planejamento estratégico bem implementado traduz a missão, visão e os

valores de toda organização. Dessa forma, para que os objetivos estratégicos sejam

alcançados com uma maior facilidade é necessário que esta estratégia seja

compreendida e seguida por todos os níveis hierárquicos.

De acordo com Tavares (2005), o maior desafio de uma empresa na adoção

de uma gestão estratégica concentra-se em desenvolver a capacidade de

aprendizado que englobe toda corporação. Nesse sentido, uma das maiores

responsabilidades da alta administração consiste em interligar todas as partes de uma

empresa para trabalhar de forma mais eficiente, pró–ativa, e que utilize melhor os

recursos disponíveis (ROCHA & OLIVEIRA, 2006).

Toda empresa que objetiva uma posição mais competitiva no mercado, deve

constantemente atualizar seus sistemas de medição e gestão. Nesse sentido, Kaplan

e Norton (1997), afirmam que controlar uma empresa avaliando unicamente a

perspectiva financeira não é mais aceitável nos tempos modernos. Deve-se, também,

analisar aspectos relacionados aos clientes, processos e aprendizado das pessoas.

O estudo das quatro perspectivas, portanto, norteia a ferramenta Balanced Scorecard.

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1.2 Objetivo

1.2.1 Objetivo Geral

Propor um modelo para implantação do Balanced Scorecard em uma empresa

de médio porte como ferramenta gerencial estratégica e facilitadora no alcance do

desenvolvimento da organização.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para que o Balanced Scorecard seja viabilizado, faz-se necessário um estudo

minucioso sobre planejamento estratégico e suas contribuições às organizações.

Desta forma, busca-se:

i) Realizar diagnóstico interno e externo à empresa;

ii) Identificar pontos fortes e fracos da organização;

iii) Identificar oportunidades e ameaças;

iv) Realizar diagnóstico das forças competitivas;

v) Elaborar o Mapa Estratégico a partir das quatro perspectivas do BSC;

vi) Propor indicadores, metas e iniciativas estratégicas para a organização.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Estratégia

De acordo com Carvalho & Laurindo (2003), a palavra estratégia provém do

termo grego stratego, que significa general. Por muitos séculos, a palavra era

fortemente utilizada para caracterizar a função de líderes militares, os quais eram

responsáveis por elaborar planos efetivos de ataques, derrotarem seus inimigos e por

fim alcançarem seus objetivos com maestria.

O livro “A arte da guerra”, datado do século IV a.C, é um dos registros mais

antigos da humanidade que relaciona importantes conceitos e definições que hoje

estão relacionados ao que chamamos de estratégia. Seu autor, o chinês Sun Tzu,

enfatiza que os generais precisavam entender profundamente seus adversários, seu

exército e sobretudo a si mesmo para garantir uma vitória.

Ainda neste sentido, definir o conceito de estratégia de forma clara e objetiva

sempre foi um tópico altamente discutido e polêmico entre os estudiosos da área. Para

Fontes (2003), isto ocorre porque a palavra é quase sempre combinada a outros

termos como estratégia corporativa, estratégia financeira e estratégia competitiva.

Foi a partir dos anos 60 que a literatura sobre a temática começou a ser

altamente difundida tanto no meio acadêmico, quanto no ambiente corporativo. Isto

se deu porque Igor Ansoff, autor do livro Corporate Strategy, abordou pela primeira

vez a necessidade dos empresários em criar estratégias que sintonizassem a

empresa ao ambiente. Dessa forma, se a empresa estivesse fora deste contexto, ela

deveria tornar-se mais agressiva para intimidar os atuais concorrentes e para

encontrar novas oportunidades no mercado (KICH; PEREIRA, 2013).

Ainda segundo Ansoff (1990), a estratégia baseia-se em utilizar diferentes

recursos que uma empresa dispõe – humanos, técnicos e financeiros. Por isso, os

empresários devem traçar caminhos muito bem orientados para que todos recursos

se concentrem em alcançar os mesmos objetivos definidos pela organização.

Porter (1999), por sua vez, define que a estratégia de uma empresa deve

englobar aspectos relacionados a competição para se manter viva e rentável. A partir

do estudo sobre 5 forças competitivas, desenvolvida pelo próprio autor, derivam-se

três estratégias gerais de negócio: liderança global de custos, diferenciação ou

enfoque (CERTO & PETER, 1993).

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2.2 Planejamento Estratégico

Na construção da estratégia organizacional, o planejamento estratégico

provindo da alta governança não garante por si só uma boa definição das medidas e

ações que a empresa deve estabelecer para atingir suas metas ambiciosas. Dessa

forma, todos níveis hierárquicos devem participar ativamente - planos estratégicos e

operacionais - para conseguir um melhor aproveitamento de todos recursos

disponíveis da empresa (SOUZA, 2015). A figura 1 apresenta, de forma resumida, os

tipos de planejamentos e suas principais características.

Figura 1 – Tipos de Planejamento

Fonte: adaptado de Chiavenato (2016).

A figura 1 evidencia ainda que as decisões estratégicas da empresa devem

seguir um sentido “top-down”. Os planejamentos tático e operacional de fato fazem

parte da construção da estratégia e do resultado satisfatório no final. No entanto, será

o planejamento estratégico que direcionará a empresa da melhor maneira para

Tipo de Planejamento Nível hierárquico Características

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alcançar seus objetivos, uma vez que além de avaliar aspectos internos, também

avalia os externos.

O maior benefício do planejamento estratégico consiste em orientar negócios

para que haja um crescimento financeiro, seguindo e respeitando particularidades de

cada empresa, tais como missão, visão e valores. Existem diversas estratégias que

uma empresa pode se embasar, no entanto, cada escolha deve estar intrinsicamente

ligada à sua cultura organizacional.

Segundo Porter (1990), implementar uma estratégia baseia-se em fazer uma

série de escolhas. É definir como a empresa deve diferenciar-se e destacar-se diante

da concorrência. É saber onde a organização se encontra no cenário atual, e aonde

ela deverá chegar. É também ter um entendimento sobre as forças e fraquezas

internas. Ou seja, para alcançar a tão sonhada vantagem competitiva diante dos

concorrentes, é preciso escolher caminhos certos.

Mintzberg (1994) vai além ao afirmar que para gerenciar o futuro, deve-se

também estudar o passado. Através da identificação de padrões nos processos e

sistemas é que se pode verificar oportunidades de melhoria e assim, desenvolver-se

e inovar-se constantemente. Além disso, tal mentalidade torna a organização mais

preparada para enfrentar dificuldades que decorrem de mudanças no mercado

(ROSSI; LUCE, 2002).

Neste sentido, para construir um planejamento estratégico robusto, deve-se

seguir 4 etapas (CHIAVENATO, 2004; OLIVEIRA, 2005):

i) Definição dos objetivos organizacionais: todos objetivos são

classificados hierarquicamente de acordo com seu grau de importância;

ii) Análise interna da empresa: nesta etapa são aplicadas ferramentas

estratégicas que identificam fraquezas e forças internas da organização;

iii) Análise externa do ambiente: também são utilizadas ferramentas

específicas que auxiliam na constatação de ameaças e oportunidades

no mercado.

iv) Definição de alternativas estratégicas: a partir da análise interna e

externa, são traçados objetivos estratégicos que deverão ser

desmembrados em medidas e ações para o conseguimento dos

objetivos e desenvolvimento financeiro a longo prazo.

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2.3 Análise SWOT

A análise SWOT funciona como ferramenta de suporte para o desenvolvimento

estratégico das organizações (LOBATO, 2004) e para a tomada de decisões.

De acordo com Neto (2011), o método foi criado por Kenneth Andrews e Roland

Christensen em 1960 nos Estados Unidos. A sigla SWOT representa um acrônimo

das palavras inglesas: Strengths (Foras), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities

(Oportunidades) e Threats (Ameaas).

A ferramenta é dividida em duas partes e busca estudar tanto o ambiente

interno – representado pelas Forças e Fraquezas - quanto o ambiente externo à

empresa – delimitado pelas Oportunidades e Ameaças.

Oliveira (1991), traz as seguintes definições para cada elemento da matriz SWOT:

i) Strenghts (Forças): variáveis do ambiente interno e controláveis;

características inerentes à empresa que representam diferenciação e

vantagem competitiva;

ii) Weaknesess (Fraquezas): variáveis internas e também controláveis;

características da empresa que representam desvantagem e instabilidade

frente às concorrentes.

iii) Opportunities (Oportunidades): variáveis do ambiente externo que não

podem ser controladas; porém, tais circunstâncias podem ser favoráveis no

delineamento das ações da empresa;

iv) Threats (Ameaças): variáveis do ambiente externo que também não estão

sob controle da empresa; tais circunstâncias podem prejudicar as ações

traçadas pela companhia.

Para o desenvolvimento da ferramenta SWOT, tanto no que se refere a definição

dos fatores internos e externos, quanto na visualização do quadrante que a empresa

está inserida, Oliveira (2004) propõe 4 passos essenciais:

i) Brainstorming: nesta etapa é fundamental definir onde se pretende chegar

com essa “tempestade de ideias”, ou seja, delimitar o objetivo da discussão

para que todos participantes acrescentem informações, opiniões e questões

coerentes ao tópico.

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ii) Organização das informações: fase em que se constrói de fato a Matriz

SWOT. Todas informações levantadas anteriormente são classificadas em

fatores internos ou externos. Se as informações forem internas e positivas,

representam o quadrante das forças; se forem internas e negativas,

representam as fraquezas. Seguindo o mesmo raciocínio, o que for externo

e favorável, serão as oportunidades, e finalmente aquilo que for externo e

negativo, serão as ameaças.

iii) Priorização dos fatores: faz-se necessário um consenso entre todos os

fatores levantadas pelo grupo participante.

iv) Definição dos assuntos fundamentais: esta última etapa enfatiza que após

a estruturação da matriz e a identificação dos fatores prioritários, deve-se

elaborar planos ações – medidas que serão tomadas para melhorar as

forças da empresa - e de contingência – medidas que buscam corrigir falhas

e evitar ameaças.

A Figura 2 demonstra o modelo gráfico da Análise SWOT.

Figura 2 – Exemplo de Resultado de Análise SWOT

Figura 1 - Exemplo de Resultado de Análise SWOT

Fonte: Elaborado pela autora à partir de Oliveira (1991).

Para uma avaliação quantitativa da Análise SWOT, recomenda-se atribuir

valores de acordo com o grau de importância para cada um dos fatores analisados,

seguindo uma escala previamente definida (MULLER, 2003).

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17

O quadro 1 refere-se à escala de importância usada para atribuição das

pontuações.

Quadro 1 – Escala de importância Análise SWOT

Importância Peso Elevada 9

Média 6

Baixa 3

Fonte: Da autora.

Após a atribuição de notas para cada um dos fatores, recomenda-se realizar o

cruzamento multiplicando suas respectivas notas, a fim de avaliar a interação

existente entre eles – caso exista. Esta metodologia pode ser evidenciada na figura 3.

Figura 3 – Modelo de Matriz SWOT

Fonte: Adaptado de Muller (2003).

Para auxiliar na formulação dos objetivos estratégicos da empresa, pretende-

se a partir da Matriz SWOT identificar a melhor estratégica que a empresa deverá

adotar. Dessa forma, a partir do cruzamento dos fatores e, posteriormente a somatória

Peso 3

6 18

AMBIENTE EXTERNO

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

FORÇA

SFR

AQ

UE

ZAS

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18

dos quadrantes, é possível identificar quatro estratégias diferentes: desenvolvimento,

manutenção, crescimento e sobrevivência, conforme mostra a figura 3.

Tais estratégias podem ser definidas a partir dos seguintes cruzamentos:

a) Estratégia de Desenvolvimento: Pontos Fortes x Oportunidades;

b) Estratégia de Manutenção: Pontos Fortes x Ameaças;

c) Estratégia de Crescimento: Pontos Fracos x Oportunidades;

d) Estratégia de Sobrevivência: Pontos Fracos x Ameaças.

2.4 As forças competitivas de Porter

Em 1979, Michael Porter, economista e professor da Universidade de Harvard,

define um conceito revolucionário no campo da estratégia organizacional. Em seu

artigo “Como as foras competitivas moldam a estratégia”, o autor afirma que a raiz

da estratégia está baseada em saber lidar com a competição.

Para Porter (1997), a competição vai além da manifestação exclusiva dos

demais concorrentes: clientes, fornecedores, novos entrantes em potencial e novos

produtos também podem ser competidores relevantes e que representem ameaças a

estratégia da organização.

Nesse sentido, Porter (2008) afirma que para analisar a concorrência de uma

indústria, deve-se analisar cinco contextos diferentes, que são representados por 5

forças, conforme mostra a figura 4:

i) Ameaça de novos entrantes: é preciso estabelecer barreiras de entradas

efetivas para evitar que novas empresas entrem facilmente no mercado,

aumentem a concorrência e diminuam a lucratividade;

ii) Ameaça de produtos ou serviços substitutos: consiste na facilidade do

cliente substituir produtos ou serviços existentes por aqueles que

apresentem maior qualidade ou menor custo, por exemplo;

iii) Poder de barganha dos clientes: refere-se à pressão que o cliente exerce

na empresa para reduzir os preços e melhorar a qualidade dos seus

serviços;

iv) Poder de barganha dos fornecedores: é necessário ter um leque

diversificado de fornecedores para não depender exclusivamente de um.

v) Rivalidade competitiva entre os atuais concorrentes: é preciso entender

quem são os concorrentes diretos. Empresas que vendem os mesmos

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19

produtos, não são concorrentes obrigatoriamente. Além da identificação

do público – alvo, deve-se analisar informações sobre marcas do

concorrente potencialmente consolidadas, quais são suas vantagens

competitivas – preço, localização, alta fidelização -, etc.

Figura 4 – As cinco forças de Porter

Fonte: Adaptado de Porter (2008).

2.5 Balanced Scorecard

O Balanced Scorecard surgiu em 1990 a partir do estudo Measuring

Performance in the Organization of the Future que foi patrocinado pelo Instituto Nolan

Norton e realizado em 12 empresas. À época, os autores da metodologia, Robert

Kaplan e David Norton, alegavam que apenas os indicadores financeiros e contábeis

não refletiam efetivamente a situação de uma empresa.

Ao mapear novos indicadores organizacionais sob novas perspectivas, o

Balanced Scorecard “traduz a missão e a estratégia da organização num conjunto

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abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de

medição e gestão estratégica” (KAPLAN e NORTON, 1997, p.2).

Sob quatro perspectivas – financeira, do cliente, dos processos internos e

aprendizado de crescimento das pessoas – o BSC surge então como uma ferramenta

robusta de medição de desempenho e como uma das práticas de gestão mais

relevantes e notáveis dos últimos tempos.

A proposta fundamental da ferramenta baseia-se em canalizar todos os

esforços e recursos de forma estratégica para que todas atividades organizacionais

sejam desempenhadas corretamente em todos níveis hierárquicos e pautadas em

indicadores e metas gerenciáveis.

Faz-se indispensável a diferenciação entre os objetivos dos sistemas de

controles organizacionais tradicionais e do Balanced Scorecard: enquanto os

primeiros buscam manter os indivíduos e os procedimentos em conformidade com um

plano pré-estabelecido, o BSC atua como um sistema inteligente que correlaciona as

áreas da comunicação, informação e aprendizado. (KAPLAN e NORTON, 1997, p.25).

Os autores ainda reiteram que:

O Balanced Scorecard leva o conjunto de objetivos das unidades de negócios além das medidas financeiras sumarizadas. Os executivos podem agora avaliar até que ponto suas unidades de negócios geram valor para os clientes atuais e futuros, e como devem aperfeiçoar as capacidades internas e os investimentos necessários em pessoal, sistemas e procedimentos, visando a melhorar o desempenho futuro. (KAPLAN; NORTON, 1997, p.8).

Para que a estratégia da organização seja executada de maneira satisfatória,

o BSC deve abordar quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos

internos da empresa, e do aprendizado de crescimento. Em conjunto, elas equilibram

os objetivos de curto e longo prazo e refletem forças internas e externas da

organização (SILVA NETO, 2000).

Kaplan e Norton (2001) traduzem essas perspectivas em quatro perguntas:

i) Que objetivos financeiros devem ser alcançados para sermos bem

avaliados pelos acionistas? (Perspectiva financeira);

ii) Que necessidades dos clientes devemos atender para atingirmos

nossos objetivos financeiros e sermos bem avaliados? (Perspectiva dos

clientes);

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iii) Em quais processos internos devemos ser os melhores para atingirmos

a satisfação dos clientes, os objetivos financeiros e superar-nos?

(Perspectiva dos processos internos);

iv) Como a organização pode continuar melhorando e gerando valor?

(Perspectiva de aprendizado e crescimento das pessoas);

Figura 5 – A tradução da visão e da estratégia em quatro perspectivas

Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (1996).

2.5.1 Perspectiva Financeira

A perspectiva financeira é resultado direto de todas medidas e objetivos que

são estabelecidos nas outras perspectivas do scorecard. Ou seja, qualquer que seja

a medida tomada, ela deverá pertencer a uma cadeia de causa e efeito que culminará

em desempenho financeiro.

Quando uma organização oferece produtos e serviços de alta qualidade; dispõe

de funcionários motivados e engajados; e preza por processos internos eficientes, há

uma maior satisfação e fidelização de seus clientes, que por sua vez, irão consumir

mais e gerar uma receita maior à empresa. Ou seja, para que todos os objetivos e

medidas estratégicas relacionadas ao desenvolvimento dos processos internos sejam

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alcançadas, deve-se ter como meta principal um desempenho financeiro satisfatório.

(KAPLAN e NORTON, 1997).

Em termos gerais, objetivos baseados na perspectiva financeira e visualizados

no mapa estratégico, normalmente focam em valor para o acionista, crescimento da

renda e produtividade (NIVEN, 2006).

2.5.2 Perspectiva dos Clientes

Atualmente, para diferenciar-se e destacar-se num mercado tão competitivo,

faz-se necessário um maior entendimento do cliente acerca de suas maiores

preocupações, tais como: qualidade do serviço ou produto; tempo de resposta para

ser atendido; e preço. Quaisquer que sejam as expectativas, elas devem ser

desdobradas em objetivos e traduzidas para medidas de desempenho.

O ideal é que todas medidas sejam traçadas para atender às expectativas do

cliente ou ainda superarem. Qualquer estudo para analisar a preferência dos clientes

atuais e potenciais é visto como uma atividade – chave dentro das organizações para

a busca de um desempenho excepcional. O benchmarking por exemplo, busca

incorporar às unidades de negócio melhores práticas encontradas no mercado e

verificar se as metas internas estão em um nível aceitável de desempenho estratégico

KAPLAN e NORTON, 1997).

Além disso, Níven (2006) afirma que para as unidades de negócio identificarem

e compreenderem efetivamente seus segmentos - alvo, deve-se fazer três perguntas

básicas: i) quem são nossos clientes alvo? ii) O que eles valorizam e esperam de ns?

e iii) Quais são nossas propostas de valor em atendê-los? É comum dentro das

organizações focar inicialmente em uma das três propostas de valor: intimidade com

o cliente, liderança do produto e excelência nas operações.

2.5.3 Perspectiva dos processos internos

Os sistemas convencionais de medição de desempenho, inclusive aqueles que

utilizam indicadores não – financeiros, dedicam-se comumente nas melhorias dos

custos, da qualidade e dos ciclos dos processos. O BSC, além de dedicar-se aos

processos operacionais tradicionais, também realça os processos internos mais

cruciais para obter um desempenho excepcional aceitável pelos clientes e acionistas.

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23

O principal benefício da ferramenta neste momento é a identificação de

processos organizacionais completamente inéditos nos quais a empresa deve obter

excelência para que sua estratégia se torne satisfatória (KAPLAN e NORTON, 1997).

A incorporação do processo de inovação à essa perspectiva permite

primeiramente identificar os mercados - alvo que a organização objetiva atender e,

posteriormente desenhar modelos de serviço e produtos que os satisfaçam. (KAPLAN

e NORTON, 1997).

De fato, algumas melhorias convencionais asseguram a sobrevivência da

empresa durantes muitos anos, no entanto a ausência desta filosofia da inovação nos

processos internos não garante vantagem competitiva diante da alta concorrência. Ou

seja, indicadores de desempenho devem ser traçados para medir não somente

processos de operação e produção, mas também processos de desenvolvimento e

inovação. (KAPLAN e NORTON, 1997).

2.5.4 Perspectiva de aprendizado e crescimento

A última perspectiva do BSC baseia-se em objetivos e medidas que são

desenvolvidas exclusivamente para guiar o aprendizado e o crescimento

organizacional.

Apenas com uma boa definição e cumprimento dos objetivos desta perspectiva

que todos os outros objetivos estabelecidos anteriormente nas três outras

perspectivas serão alcançados. Ou seja, os objetivos da perspectiva de aprendizado

e crescimento servem de infraestrutura e suporte de desenvolvimento das demais

perspectivas (KAPLAN e NORTON, 1997).

As empresas que buscam atingir objetivos audaciosos de crescimento

financeiro a longo prazo além de direcionarem seus investimentos de forma tradicional

- como novos equipamentos e pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços –

devem também concentrar esforços em desenvolver pessoas, sistemas e

procedimentos (KAPLAN e NORTON, 1997).

Para os criadores da ferramenta, Kaplan e Norton (1997), a dimensão de

aprendizado e crescimento fundamenta-se em três categorias:

i) Capacidade dos funcionários: deve-se focar em três principais indicadores

– satisfação, produtividade e retenção;

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ii) Capacidade dos sistemas de informação: refere-se aos dados sobre

clientes, processos internos e os resultados financeiros decorrentes das

decisões tomadas que a organização deve dispor aos seus funcionários –

de maneira personalizada - para que desempenhem suas funções de forma

eficiente em um ambiente competitivo.

iii) Motivação, empowerment e alinhamento: para que os funcionários

contribuam com o sucesso empresarial, eles precisam constantemente

serem motivados a agir no melhor interesse da empresa e ter autonomia e

liberdade na tomada de algumas decisões.

Atualmente as organizações dependem de uma efetiva gestão do conhecimento

para obter vantagem competitiva no mercado. Dessa forma, faz-se necessário uma

criação do conhecimento associada às inovações necessárias à época e sua

transferência de forma integrada nas organizações (CAVALCANTI, 2007).

Conclui-se, portanto, a importância desta perspectiva de aprendizado e

crescimento para todas as demais perspectivas e consequentemente para o balanced

scorecard em sua totalidade. O conhecimento, por sua vez, transforma-se em recurso

econômico estratégico que irá agregar valor ao negócio quando compartilhado e

traduzido corretamente em indicadores de desempenho.

2.5.5 Relações de causa e efeito

O BSC, foi projetado para transformar a missão da empresa em estratégias que

se desdobram de forma clara e objetiva em ações tangíveis. Estas, por sua vez, estão

ligadas em uma cadeia de causa e efeito que deve intervir em todas perspectivas para

que elas possam ser avaliadas e gerenciadas (KAPLAN e NORTON, 1997).

Na construção do Balanced Scorecard o raciocínio sistêmico dinâmico é

induzido naturalmente ao buscar relações de causas e efeitos entre os objetivos das

perspectivas. Independente da área de atuação, todos profissionais da organização

começam a compreender como os elementos se correlacionam e como suas funções

na empresa influenciam diretamente ou indiretamente outras pessoas e toda empresa.

O BSC não se restringe apenas a calcular a mudança; ele a estimula (KAPLAN e

NORTON, 1997).

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É indispensável a participação e colaboração dos funcionários envolvidos – de

diferentes segmentos – para a implantação e manutenção da ferramenta. De acordo

com Borges (2000), cada pessoa possui conhecimentos específicos a respeito da

realidade que vivencia e por isso ao compartilhá-los entre os diferentes níveis

organizacionais, aumenta-se o entendimento global dos processos e entende-se a

natureza de suas relações.

2.6 Mapa Estratégico, Indicadores e Metas

O mapa estratégico, conforme seus criadores Kaplan e Norton (2004), é o

elemento essencial para a visão holística da organização, dos seus processos e das

relações de causa e efeito estabelecidas entre os objetivos de cada perspectiva.

A estratégia é naturalmente evidenciada e delineada, o que propicia a definição

dos objetivos. Posteriormente são traçados os indicadores de medição e metas. A

definição dos indicadores é de extrema importância, pois aquilo que se pode medir,

se pode gerenciar (KAPLAN; NORTON, 2004).

Uma vez que os indicadores estão bem definidos, bem como suas fórmulas,

frequências e responsáveis, deve-se implementá-los e divulgá-los a todos

funcionários. Cada colaborador, por sua vez, compreende que suas metas e ações

individuais têm impacto direto nos resultados da empresa e dessa forma, sente-se

peça fundamental na organização (ROSSI, 2009).

Quando uma estratégia é traduzida em ações, não há chances dela se perder

em meio aos processos da organização. O mapa estratégico, portanto, tem a função

de gerenciar os desempenhos obtidos no passado e seus atuais ativos intangíveis

para criar valor futuramente.

O mapa estratégico, apresentado na figura 6, mostra como uma organização

planeja transformar seus diferentes ativos em resultados desejados.

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Figura 6 – O Mapa Estratégico do Balanced Scorecard

Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (2010)

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3 METODOLOGIA

3.1 Método de Pesquisa

O método de pesquisa utilizado foi o estudo de caso, qualificando uma pesquisa

exploratória e descritiva. Exploratória porque visa realizar uma investigação

aprofundada sobre um objeto específico ao estabelecer uma relação de familiaridade

com o problema. Uma vez que o objeto é explicitado e compreendido, hipóteses e

teorias são levantadas para estudos futuros (GIL, 2008); E descritiva porque irá

descrever fatos e eventos dentro de um contexto real contemporâneo (MIGUEL;

SOUSA, 2012).

Os principais benefícios resultantes deste tipo de estudo é a concepção de

novas teorias e um maior entendimento sobre eventos reais a partir da extração de

evidências e fatos que servirão de base para descrever o fenômeno abordado. Além

disso, sob a ótica da Engenharia de Produção, este tipo de estudo já contribuiu muito

para o desenvolvimento de novos conceitos pertinentes à área (SOUSA, 2005).

Um caso, segundo Yin (2001), refere-se uma unidade de análise, que pode ser

um indivíduo, um evento, uma organização, uma decisão, uma entidade,

implementação de alguma metodologia empresarial, etc. Posto isto, a análise de

estudo desta pesquisa corresponde à implementação da ferramenta Balanced

Scorecard fundamentado pelo planejamento estratégico em uma empresa comercial

que atua no atacado e varejo na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo.

Um estudo de caso deve ser estruturado adequadamente para que a pesquisa

ocorra de forma organizada e satisfatória no atingimento dos seus objetivos. De

acordo com Miguel e Sousa (2012), para conduzir idealmente um estudo de caso,

recomenda-se seguir os conteúdos e as sequências das etapas representadas pela

figura 7.

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Figura 7 – Condução do Estudo de Caso

Fonte: Miguel (2012).

3.2 Objeto de Estudo

A empresa, varejista e atacadista, atua fisicamente na cidade de Piracicaba,

interior de São Paulo, desde 2000. Atualmente conta com 63 funcionários e mais de

60 mil itens de diferentes segmentos, como artigos para festa, embalagens, doces,

produtos para confeitaria, etc.

A empresa foi idealizada a partir de uma grande oportunidade, pois Piracicaba

não contava até então com uma loja que comercializasse uma alta diversificação de

produtos de diferentes segmentos. Dessa forma, a empresa vislumbrou seu

crescimento baseando-se na grande diversidade de produtos oferecida.

Ao mesmo passo que a empresa registrou um crescimento acelerado e um

aumento do faturamento dentro deste cenário favorável, a organização atualmente

enfrenta sérios problemas de planejamento, como a falta de padronização de

procedimentos, e falta de controles de gerenciamento que possam ser traduzidos em

indicadores e metas.

Os funcionários, por sua vez, muitas vezes sentem-se desmotivados por não

se sentirem desafiados pelos seus líderes, uma vez que não seguem metas pré-

estabelecidas e nem um acompanhamento periódico de feedback.

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Além disso, para buscar diferenciação no mercado diante de grandes

concorrentes que ingressaram na última década na região, a empresa passou a

concentrar seus investimentos em projetos de infraestrutura, tais como: expansão de

1.300m2, totalizando 2.500m2 de loja; estacionamento subsolo; instalação de

elevadores; construção de espaço café; centro técnico culinário e área kids.

Dessa forma, a empresa entende que este é o momento ideal para buscar uma

maior visibilidade e controle de suas operações através de ferramentas estratégicas

e gerenciáveis que possam auxiliar no atingimento dos maiores objetivos da empresa

que consistem em:

i) obter retorno financeiro diante dos altos investimentos de engenharia; e

ii) aderir aos seus planos gerenciais um planejamento estratégico robusto

que estabeleça indicadores e metas bem definidas para controlar e

entender melhor a empresa.

O nome da empresa não será revelado por questão de confidencialidade entre

a autora e a empresa.

3.3 O Roteiro da Pesquisa

Para que o trabalho de investigação fosse proveitoso e resultasse em

informações relevantes à pesquisa, este estudo seguiu as etapas apresentadas na

figura 8.

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Figura 8 – Etapas do Estudo de Caso

Fonte: Elaborado pela autora.

3.3.1 Levantamento Bibliográfico

Na primeira etapa do roteiro, buscou-se assimilar efetivamente todo o conteúdo

relevante à pesquisa, tais como: Planejamento Estratégico, Análise e Matriz SWOT,

Forças competitivas de Porter, Balanced Scorecard e Sistemas de Medição e

Indicadores de Desempenho

3.3.2 Participação de reuniões com a diretoria

A segunda etapa consistiu em reuniões presenciais com o diretor proprietário

da empresa para obtenção de dados e informações que poderiam ser úteis na

construção do Mapa Estratégico da organização. Além disso, nesta fase, foi decidido

quem seriam as pessoas–chave que contribuiriam com evidências pertinentes às

diversas áreas de negócio.

Foram realizadas 5 reuniões com o diretor proprietário.

3.3.3 Observações não - participativas

As observações não-participativas, por sua vez, consistem em analisar o

fenômeno a partir dos seus órgãos sensitivos e obter informações sobre a realidade

Levantamento Bibliográfico

Participação de reuniões com a

diretoria

Observações não -

participativas

Coleta dos dados

Análise dos dados

Elaboração do Relatório Final

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estudada. Além disso, em muitos casos, o pesquisador consegue identificar aspectos

que anteriormente passaram despercebidos e que naquele momento específico,

validam-se a partir de provas reais (GIL, 2017).

Na pesquisa em questão, foram realizadas 4 visitas à empresa para que as

observações não-participativas pudessem ocorrer de forma satisfatória.

3.3.4 Instrumentos de coletas de dados

Nesta fase da pesquisa, todo planejamento referente a coleta de dados

objetivou analisar tanto o ambiente interno, quanto externo à organização.

Três foram os instrumentos usados na coleta de dados:

Entrevistas: do tipo padronizadas que foram aplicadas a 6 gerentes de

diferentes setores. Elas foram realizadas in loco e possibilitaram às gerências

que respondessem perguntas de suma importância ao estudo. Para a

realização das entrevistas, esta autora desenvolveu um questionário (Apêndice

A) com 16 perguntas, das quais 3 se referem à concepção estratégica e 13 ao

diagnóstico interno. Além disso, todas perguntas foram direcionadas de forma

padrão aos envolvidos na investigação para evitar o enviesamento das

informações obtidas e garantir sobretudo precisão e confiabilidade na

metodologia.

• Questionário fechado: aplicado nos funcionários contendo 32 afirmações

que deveriam ser respondidas de acordo com a escala Likert, de 1 a 5,

no qual 1 significava “discordo totalmente” e 5 significava “concordo

totalmente”, conforme mostra o Apêndice B.

• Questionário fechado: aplicado em clientes contendo 13 perguntas para

avaliar aspectos sociais, de escolaridade, e principalmente aqueles

relacionados à satisfação dos serviços prestados pela empresa,

conforme mostra o Apêndice C.

De forma geral, ambos questionários foram estruturados para elucidar os

maiores problemas da empresa; identificar processos críticos, pontos fortes, pontos

fracos e oportunidades.

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O tipo de entrevista realizada nesta pesquisa foi a do tipo padronizada, pois

objetivou-se perguntar exatamente as mesmas perguntas aos 6 gerentes

entrevistados. Dessa forma, houve a possibilidade de analisar a efetividade das

questões e assim, fazer correções a tempo. Além disso, foi possível comparar as

respostas e obter uma entrevista menos enviesada, auxiliando, portanto, na análise e

interpretação dos dados (PATTON, 1980).

De acordo com Yin (2001), para realizar de forma efetiva uma entrevista,

algumas habilidades devem ser levadas em consideração, tais como: capacidade de

elaborar perguntas coerentes, adequadas e saber interpretar corretamente; ser um

bom espectador e não carregar preconceitos; dominar o assunto e saber embasar

teoricamente suas questões; ser receptivo, sensível e flexível diante de situações

incomuns que podem surgir.

Para Miguel e Sousa (2012), é de suma importância que na fase das entrevistas

participantes de diferentes níveis organizacionais, áreas funcionais e com

características sociais diferenciadas – como nível de escolaridade e sexo, por

exemplo – sejam selecionados. No entanto, “essa diversificaão deve ser coerente

com o que se pretende medir, ou seja com o nível hierárquico das unidades de análise”

(MIGUEL; SOUSA, 2012, p. 137).

Em relação aos questionários, Cervo e Bervian (1996) explicam que a sua

aplicação costuma ser um dos métodos mais empregados na coleta de dados. A

obtenção das respostas geralmente ocorre de forma efetiva, visto que os

entrevistados possuem domínio e conhecimentos sobre o assunto. Um questionário

de forma geral abrange uma série de perguntas pré-definidas pelo autor do estudo e

que devem ser respondidas por escrito na ausência do pesquisador (CERVO;

BERVIAN, 1996).

Na coleta de dados, Miguel e Sousa (2012) afirmam que:

O uso de diversas fontes de evidência permite a utilização da técnica de triangulação, que compreende uma iteração entre as diversas fontes de evidência para sustentar os constructos, proposições ou hipóteses, visando analisar a convergência (ou divergência) das fontes de evidência (MIGUEL e SOUSA, 2012, p. 137).

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3.3.5 Análise dos dados

A penúltima fase consistiu em reunir todos dados coletados nas etapas

anteriores e de forma desafiadora, traduzir todas essas evidências em informações

palpáveis e decisivas ao projeto de pesquisa, corroborando, portanto, uma narrativa

geral do fenômeno estudado (MIGUEL, 2007). Ainda segundo o autor, recomenda-se

seguir um roteiro para analisar as evidências coletadas, conforme mostra a figura 9.

Figura 9 - Roteiro para análise dos dados

Fonte: adaptado de Freitas e Jabbour (2010).

De forma resumida, estas três fases consistem em:

• Transcrição fidedigna das entrevistas: para que todas informações não

sejam perdidas, deve-se transcrever rapidamente e registrar os dados

em documentos que posteriormente passarão pela confirmação dos

entrevistados;

• Descrição detalhada das evidências: segundo Miguel (2007), nesta fase

já há possibilidade de identificar informações cruciais à análise, bem

como insights que permitirão interpretações e conclusões válidas.

• Análise das evidências coletadas: os dados deverão ser analisados sob

aspectos teóricos da literatura para comprovarem sua veracidade.

Para Alves-Mazzoti e Gewandsznajder (2004, p. 170),

medida que os dados vão sendo coletados, o pesquisador vai procurando tentativamente identificar temas e relações, construindo interpretações e gerando novas questões e/ou aperfeiçoando as anteriores, o que por sua vez, o leva a buscar novos dados, complementares ou mais específicos, que testem suas interpretações, num processo de “sintonia fina” que vai até a análise final.

As diferentes formas de coleta de dados (entrevistas, questionários e

observações não - participativas) foram traduzidas em gráficos, tabelas e fluxogramas

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para auxiliar na interpretação das informações e na construção de soluções e

conclusões pertinentes à investigação.

3.3.6 Elaboração do Relatório Final

Na última etapa do roteiro, todo conglomerado de atividades das etapas

anteriores foi unificado em um relatório. Este relatório, por sua vez, é o gerador de

uma monografia ou de um artigo. Além disso, os resultados e evidências devem estar

fortemente associados à teoria, pois só assim há possibilidade de gerar novos

conceitos e contribuições ao mundo acadêmico (MIGUEL, 2007).

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4 CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA

Para a definição da concepção estratégica da empresa, foram realizadas

entrevistas com o diretor proprietário e com as gerências dos principais setores da

empresa para responderem perguntas relacionadas a quatro elementos diferentes:

escopo do negócio, missão, visão e valores.

As 3 primeiras perguntas do questionário apresentado no Apêndice A foram

relevantes para a definição destes quatro elementos.

4.1 Escopo do negócio

A empresa se propõe a atender seus clientes através da comercialização de

produtos diversos que estão inseridos em diferentes segmentos do mercado. Os

produtos que fazem parte dos segmentos de embalagens e de festas ganham

destaque e são responsáveis majoritariamente pelo lucro da companhia, tanto pela

venda através do varejo, quanto pelo atacado.

4.2 Definição da missão

Uma boa estratégia de crescimento de uma empresa só ocorre quando seus

objetivos são muito claros. Dessa forma, se a empresa souber para que ela existe e

qual sua razão de existir, ela conseguirá levar não apenas seus produtos e serviços

ao cliente, mas também os benefícios provindos desta estratégia.

A missão da empresa foi então elaborada em conjunto com o diretor

proprietário e as pessoas–chave da organização:

“Facilitar a vida das pessoas na construção de seus sonhos pessoais ou

profissionais ao encontrar tudo o que precisa em um mesmo lugar”.

4.3 Definição da visão

A visão da empresa refere-se à determinação de uma visão do futuro para seu

negócio. Ou seja, é indispensável a um bom planejamento estratégico saber quais

objetivos devem ser atingidos nos próximos anos.

Posto isto, a empresa determinou como visão:

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“Ser líder de mercado na comercialização de produtos de

festas e embalagens na cidade de Piracicaba e região”.

4.4 Definição dos valores

Os valores da empresa são os ideais de atitude e princípios que seus

colaboradores devem apresentar em todas suas relações com os clientes, parceiros

e fornecedores.

Designa-se como valores da empresa a competência, honestidade, dedicação

e confiança.

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5 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO INTERNO

O diagnóstico estratégico interno visa coletar o maior número de informações

acerca do microambiente para que todos os pontos fortes e fracos da organização

sejam evidenciados e sirvam de insumo básico para o desenvolvimento do mapa

estratégico.

As respostas dadas às perguntas 4 a 16 do questionário apresentado no

Apêndice A contribuíram para a construção do diagnóstico estratégico interno.

5.1 Gestão de Pessoas

Atualmente, a empresa não possui uma área voltada ao gerenciamento e

políticas de gestão de pessoas e nem profissionais que possuam conhecimentos

aprofundado sobre a área. Dessa forma, a maioria das atividades relacionadas a gerir

pessoas faz parte do escopo de outras gerências, informalmente.

Ainda neste sentido, a ausência de uma área voltada para gestão de pessoas

afeta o acompanhamento do desempenho dos funcionários, a medição do clima

organizacional e a percepção da necessidade de treinamentos específicos a

determinados setores.

A empresa possui 63 funcionários. O quadro 2 apresenta a distribuição

funcional deles.

Quadro 2 – Quantidade de funcionários da empresa

Proprietários Gerentes Caixas Estoque Recebimento Compras Atendentes/ repositores

4 5 14 11 2 5 22

Fonte: Autora

Diante deste cenário, a empresa dificilmente consegue desenvolver iniciativas

e projetos relacionados ao desenvolvimento de seus funcionários. Como exemplo, não

existe a aplicação periódica de questionários que visam entender as expectativas dos

funcionários em relação a empresa.

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A autora, por sua vez, desenvolveu um questionário com 32 afirmações (vide

Apêndice B) relacionadas às condições de trabalho oferecidas, o papel da liderança

na condução de suas responsabilidades, ao crescimento profissional, a satisfação

salarial, entre outros. Este questionário foi construído usando a escala Likert que

possui uma escala de 1 a 5 de um continuum no qual 1 representa “discordo

totalmente” e 5 representa “concordo plenamente”.

Todos os funcionários da empresa responderam ao questionário e os principais

resultados estão representados no quadro 3 de forma a evidenciar os pontos fortes e

pontos críticos da empresa nesta área de gestão de pessoas.

Quadro 3 – Respostas do questionário aplicado aos funcionários

Afirmações Discordo totalmente

Discordo Não discordo

nem concordo

Concordo Concordo plenamente

As condições do ambiente de trabalho oferecidas pela empresa são satisfatórias

0% 4% 9% 49% 38%

Tenho autonomia para realizar minhas atividades 1% 4% 14% 42% 38%

Sou reconhecido pelos meus colegas de trabalho quando faço um bom serviço 8% 6% 32% 31% 23%

Sempre levo em consideração a priorização das atividades 0% 13% 3% 30% 68%

A empresa me dá oportunidades de desempenhar outras funções dentro da empresa

5% 0% 22% 32% 27%

Me considero uma pessoa importante para a organização

0% 14% 9% 39% 49%

Sempre recebo treinamento antes de iniciar alguma atividade nova

17% 3% 19% 36% 25%

Costumo receber feedback do meu superior 8% 19% 25% 28% 21%

Me considero comprometido com meu trabalho 0% 13% 0% 13% 73%

Meu trabalho me proporciona realização profissional 4% 0% 15% 39% 42%

O barulho e a temperatura do ambiente são adequados ao meu trabalho e bem-estar

9% 4% 28% 33% 26%

Tenho conhecimento das tarefas que executo

1% 13% 6% 28% 53%

Gosto do clima organizacional 1% 0% 29% 37% 33%

Existe possibilidade de crescimento na empresa 8% 9% 25% 32% 27%

Sou incentivado constantemente a usar a criatividade para realizar meu trabalho 7% 7% 34% 29% 23%

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39

A empresa se preocupa com a qualidade de vida dos colaboradores

4% 14% 31% 31% 21%

Eu me considero valorizado no meu trabalho

1% 12% 32% 31% 24%

Recebo um bom salário 0% 10% 33% 33% 25%

Sempre recebo elogios do meu superior quando fao um bom trabalho 10% 16% 29% 29% 17%

Gosto do tipo de trabalho que desempenho 0% 19% 3% 32% 46%

A empresa me oferece todos os recursos necessários para eu desempenhar meu trabalho

0% 0% 31% 33% 36%

Sou reconhecido pelo meu trabalho com premiações ou bonificações

27% 15% 31% 13% 13%

Tenho liberdade para falar com meu chefe e dar ideias para melhorar os processos

3% 21% 18% 31% 27%

Existem festas e confraternizações da empresa com seus familiares 1% 4% 12% 21% 63%

A orientação do supervisor resulta no aprimoramento do meu trabalho 1% 3% 19% 42% 35%

Sei planejar e controlar minhas tarefas 0% 3% 4% 32% 62%

Participo das decisões que dizem respeito ao meu trabalho 6% 0% 27% 37% 30%

H cooperação entre as pessoas com quem trabalho

4% 17% 29% 28% 23%

Meu trabalho é valorizado pela chefia/ alta direção

4% 10% 29% 36% 21%

Me dou bem com quem eu trabalho 1% 9% 7% 37% 46%

Sou sempre desafiado pelos meus superiores a melhorar meus serviços 3% 3% 36% 36% 22%

Me sinto motivado a crescer cada vez mais na empresa 6% 15% 23% 25% 30%

As respostas revelam que existe um alto grau de concordância em diferentes

aspectos, tais como: comprometimento com o trabalho executado; importância à

priorização e planejamento das atividades; bom relacionamento com os colegas de

trabalho; realização profissional e sentir-se importante.

A afirmaão “me considero comprometido com meu trabalho”, por exemplo,

apresentou um grau de concordância de 86%, o qual evidencia um alinhamento entre

todos os colaboradores da empresa acerca dos valores previamente definidos.

Em relação aos pontos negativos, os quais foram evidenciados a partir das

afirmações que obtiveram baixo nível de concordância, destacam-se: a falta de

reconhecimento pelo trabalho através de bonificações; falta de reconhecimento pelo

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40

superior; ausência de feedback; e a falta de incentivo para executar as tarefas de

forma criativa.

Tais resultados serviram de base para a definição dos objetivos estratégicos da

perspectiva “aprendizado e crescimento” e consequentemente, para o

estabelecimento de indicadores e metas que possam acarretar um desenvolvimento

maior dos funcionários.

5.2 Marketing

A empresa passou recentemente por uma reestruturação e modernização

predial de forma a proporcionar ao cliente uma ótima experiência durante sua

permanência na loja.

No entanto, o cenário era totalmente diferente, pois a loja constantemente

recebia um grande volume de clientes distribuídos em um espaço bem limitado. Com

isso, a loja apresentava longas filas nos caixas, congestionamentos nos corredores,

bem como uma insatisfação generalizada quanto à falta de vagas para estacionar.

Diante desta problemática, a liderança nos últimos anos decidiu numa primeira

fase, investir uma parte dos lucros da empresa em projetos de infraestrutura e,

posteriormente, em publicidade e propaganda, pois era necessário recuperar os

clientes perdidos e conquistar novos.

A empresa trabalha atualmente com empresas terceirizadas e responsáveis

pela produção de fotos, vídeos e artes dos seus produtos; com profissionais

autônomos – digital influencers – que realizam a divulgação nas suas redes sociais; e

uma profissional de mídias sociais que gerencia as páginas do Facebook e Instagram

em período integral.

Adjacente à essas ações, a empresa também investe em propaganda na

televisão, em revistas, rádios e jornais.

5.3 Produtos

A empresa, desde sua fundação, vislumbrou oferecer aos seus clientes uma

alta diversidade de produtos e de diversos segmentos para abranger uma clientela

bem diversificada. Neste sentido, ter um portfólio abrangente e diferenciado, fez da

loja uma empresa referência na cidade de Piracicaba e região.

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41

Essa diferenciação, no entanto, trazia alguns agravantes à administração:

- Necessidade de grandes espaços físicos para armazenamento dos materiais;

- Necessidade de um controle de estoque eficiente;

- Processo de ressuprimento ágil e eficiente;

Para uma maior visualização sobre a representatividade de vendas dos

diferentes produtos foi elaborado uma listagem contendo todos os itens vendidos no

período de um ano (novembro de 2017 a outubro de 2018). A lista dos produtos foi

organizada de forma decrescente de acordo com as receitas médias mensais e,

posteriormente, estes valores serviram de base para o cálculo do percentual

acumulado de venda neste período.

A tabela 1 apresenta um extrato da lista de todos os produtos comercializados

pela empresa a título de exemplo.

Tabela 1 – Exemplo de produtos vendidos

Produto VENDA %VENDAS % ACUMULADA

DE VENDAS

Chantilly chanty mix 1kg. Amelia R$ 7.752,95 0,3563% 0,3563% Bombom sonho de valsa 1kg. Lacta R$ 7.571,92 0,3480% 0,7042% Cobertura blend 2,1kg. Garoto (cx. 05un.) R$ 6.231,72 0,2864% 0,9906% Cobertura ao leite 2,1kg. Garoto R$ 6.199,93 0,2849% 1,2755% Amendoim japonês salgado 1,01kg. Mendorato R$ 5.988,19 0,2752% 1,5507% Marmitex isopor 770ml. C/tp. Copobras pt-102 (fd.100un) R$ 5.984,26 0,2750% 1,8257% Melken ao leite 2,1kg. Harald R$ 5.435,90 0,2498% 2,0755% Pipoca doce 15gr. Nhac (pct. 50un.) R$ 5.363,29 0,2465% 2,3219% Gotas (moedas) fraciona. Meio amar. Harald 2,1kg. R$ 5.295,73 0,2434% 2,5653% Gotas (moedas) fraciona. Ao leite 2,1kg. Harald R$ 5.253,51 0,2414% 2,8067% Doce de amendoim dadinho 600gr. Dizioli R$ 5.164,44 0,2373% 3,0440% Cobertura ao leite 2,1kg. Garoto (cx. 05un.) R$ 5.062,50 0,2326% 3,2766% Bombom ouro branco lacta 1kg. R$ 4.998,08 0,2297% 3,5063% Chantilly norcau 1lt. Puratos R$ 4.756,89 0,2186% 3,7249% Copo descart. 180ml. Transp. Copoplast (cx. 2.500un.) R$ 4.503,91 0,2070% 3,9319% Melken blend 2,1kg. Harald R$ 4.293,24 0,1973% 4,1292% Melken ao leite 2,1kg. Harald (cx. 06un.) R$ 3.976,10 0,1827% 4,3119% Chocolate em po confeiteiro 50% 1,05kg. Harald R$ 3.934,85 0,1808% 4,4927% Recheio Nutella avela c/ cacau 3kg. Ferrero R$ 3.921,05 0,1802% 4,6729% Recheio Nutella avela c/ cacau 650gr. Ferrero R$ 3.791,65 0,1742% 4,8471% Barquete frita 130gr. Gulosura R$ 3.791,33 0,1742% 5,0213%

...........................................................................................................................................................................................................

Forminha papel nº 6 verde bebê mago (pct. 100un.) R$ 0,02

0,00000115%

100,0%

Forminha papel recort. nº 5 verde limão mago (pct.100un) R$ 0,03 0,00000115%

100,0%

Nariz terror diversos R$ 0,03 0,00000145%

100,0%

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42

A listagem total de itens vendidos pela empresa no período considerado

abrangeu 40.851 itens, servindo de base para a construção da curva ABC de vendas,

conforme mostra a tabela 2.

Tabela 2 – Dados obtidos pós classificação ABC

CLASSIFICAÇÃO QUANTIDADE DE ITENS %ITENS %VENDAS

A 8.171 20% 82,40%

B 12.255 30% 13,42%

C 20.425 50% 4,18%

Fonte: autora

O presente estudo não procurou aprofundar temas relacionados à

categorização dos itens, bem como às tratativas diferenciadas para os itens que foram

classificados como A na curva ABC. No entanto, constata-se a alta complexidade que

a empresa enfrenta ao realizar a gestão de estoque, bem como toda a cadeia de

ressuprimento, uma vez que 20% do total de itens, corresponderam à expressivos

8.171 itens e representaram 82,40% da receita total no período analisado.

5.4 Fornecedores

Por se tratar de uma loja que possui mais de 60.000 itens cadastrados, a

empresa possui uma ampla gama de fornecedores que estão inseridos em diferentes

segmentos. Além disso, o ramo em que a empresa atua, possui uma infinidade de

fornecedores diferentes, não ocasionando, portanto, uma relação de exclusividade e

dependência de algumas fontes de fornecimento.

Foi analisado num período de 1 ano (novembro de 2017 a outubro de 2018) a

compra média mensal de produtos, classificados por fornecedor, conforme mostra o

gráfico 1. Dessa forma, se o valor total de vendas por produto for expressivo,

naturalmente serão repassadas demandas igualmente significantes a seus

respectivos fornecedores.

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43

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

R$-

R$20.000,00

R$40.000,00

R$60.000,00

R$80.000,00

R$100.000,00

R$120.000,00

173

1272 15 40

010

76 8516

8916

38 725

181

731

289

1452 62

917

5011

8310

55 914

1091 26

116

23 63 797

1378 48

1774 33

515

113

4710

0410

80 451

1631

1647

1386

1418 29

010

4317

6016

32 810

1402

1578

1334

1706

1442

1791

1089 40

243

816

30 78 699

1203 22

8

Código de fornecedorVENDAS% VENDAS ACUMULADA

Gráfico 1 – Gráfico de Pareto de Fornecedores

Fonte: Da autora

O gráfico 1 evidencia que dentre os 711 fornecedores analisados no período

informado, 165 corresponderam a 20% da amostragem e são responsáveis por

fornecer materiais que corresponderam a 80% da receita total.

O departamento de compras, por sua vez, entende que esta informação foi

extremamente relevante para saber priorizar suas negociações e manter proximidade

destes fornecedores que são peças–chave à rentabilidade da empresa.

5.5 Finanças

Ao analisar os valores de faturamento nos meses de novembro de 2016 a

outubro de 2018, nota-se que não houve muita variação na média de faturamento

durante os anos de 2016 e 2017, conforme ilustra a figura 10. A partir de abril de 2018

já pode ser observado um singelo aumento no faturamento. Isso se deve sobretudo à

expansão da loja e modernização da infraestrutura.

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44

Figura 10 – Faturamento mensal atacado e varejo

Fonte: Departamento financeiro

5.6 Produto do Diagnóstico Estratégico Interno

Com base nas informações e evidências coletadas através das entrevistas,

questionários aplicados aos funcionários e observações não participativas, torna-se

possível elencar os pontos fortes e fracos da empresa. Compreende-se, portanto, o

que a empresa faz de melhor e o que ela pode melhorar para manter-se competitiva

no mercado.

Os pontos fortes encontrados foram:

- Alta diversidade de produtos: com mais de 60.000 itens cadastrados de

diversos segmentos, a loja torna-se muito atrativa àqueles clientes que valorizam esse

aspecto, sejam eles empreendedores que irão revender os produtos ou mesmo

aqueles que farão uso próprio.

- Boa infraestrutura: após a expansão da loja e a modernização de suas

instalações, os clientes contam atualmente com um ambiente bem estruturado e que

proporciona conforto e comodidade. Foram construídos os espaços café, KIDs, centro

técnico culinário e estacionamento no subsolo com acesso à loja através de

elevadores.

R$-

R$500.000

R$1.000.000

R$1.500.000

R$2.000.000

R$2.500.000

R$3.000.000

R$3.500.000

nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out

2016 2017 2018

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- Atendimento a diversos segmentos: por se tratar de uma loja que tem como

diferencial a diversidade de produtos, a empresa constantemente busca novos

segmentos no mercado que possam ser incorporados ao negócio e

consequentemente, conquistar novos clientes. Uma das estratégias recentemente

adotadas, foi a construção de um centro técnico culinário para incorporar ao negócio

produtos e clientes do segmento de confeitaria.

- Processo de Contas a Pagar eficiente: o departamento financeiro sempre teve

como alta prioridade o pagamento do salário dos funcionários e dos fornecedores em

dia. Com isso, a empresa destaca-se diante da concorrência, transparecendo

credibilidade e segurança em suas negociações comerciais, bem como em suas

relações voltadas às leis trabalhistas.

- Credibilidade e confiança dos fornecedores: conforme mencionado no tópico

anterior, a priorização do pagamento de seus fornecedores em dia reflete em boas

relações comerciais. O departamento de compras, por sua vez, consegue trazer bons

resultados à empresa através de boas negociações e parcerias firmadas com seus

fornecedores.

- Atendimento personalizado aos clientes: atualmente a loja possui 22

atendentes que são dispostos em setores diferentes para garantir um bom

atendimento aos clientes. As atendentes do setor de festas, especificamente,

desprendem maior atenção e tempo no atendimento desta clientela, uma vez que este

segmento conta com uma infinidade de produtos que possibilitam alta personalização

e customização.

- Atuação regional: a loja atende clientes de Piracicaba e de muitas outras

cidades da região. Por se tratar de uma loja conceito e bem estruturada, a loja tornou-

se referência no ramo.

Já em relação aos aspectos negativos, os maiores problemas enfrentados são:

- Falta de controle de estoque: a falta de um controle de estoque sistematizado

desencadeia uma série de problemas nos processos internos, tais como:

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indisponibilidade de produtos nas prateleiras, controle impreciso de inventários

cíclicos, planejamento de aquisição de materiais ineficaz, excesso de mão de obra,

entre outros.

- Falhas na comunicação entre os departamentos: adjacente à inexistência de

um controle de estoque, os produtos são armazenados muitas vezes em estoques

externos à companhia, resultando tanto na falta de visibilidade do produto via sistema,

quanto na demora dos processos de ressuprimento e venda por atacado, por exemplo.

- Tomada de decisão centralizada: diante da problemática acima, a falta de uma

comunicação precisa entre as áreas, impossibilita uma autonomia e segurança para

a tomada de decisões, as quais acabam ficando à mercê de poucos funcionários.

Novamente, há perda de produtividade e tempo na resolução dos problemas.

- Mão de obra não qualificada: em sua grande maioria, os funcionários são

contratados sem experiência e são treinados por colaboradores que também não

foram qualificados adequadamente. Em vista disso, fomenta-se padrões repetitivos

que não contribuem para a evolução do conhecimento e nem para o negócio.

- Acúmulo e desvios de funções: a ausência de departamentos específicos para

a resolução de temas relacionados à gestão de pessoas ou marketing, por exemplo,

sobrecarrega alguns funcionários com atividades adicionais e que não fazem parte do

escopo de atividades previamente definido.

- Ausência de indicadores de desempenho e metas: atualmente os gestores

dos departamentos não controlam os indicadores de desempenho da área através de

sistemas de monitoramento e de métricas. Dessa forma, a avaliação de desempenho

de seus subordinados também ocorre de forma subjetiva e enviesada.

- Processos não padronizados: não há a prática de técnicas e ferramentas para

auxiliar na padronização dos processos. Diante deste cenário, as atividades básicas

do dia a dia que são realizadas em grande quantidade, quando não padronizadas,

podem gerar inúmeros problemas, tais como perda de tempo, custos indevidos e

mesmo conflitos desnecessários.

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- Armazenamento descentralizado: evidencia-se uma estocagem de materiais

em depósitos externos à empresa e de forma descentralizada. Isso acarreta,

principalmente, demora nos processos logísticos que se tornam demorados e

custosos.

- Acúmulo e desvios de funções: muitos funcionários desempenham funções

diferentes daquelas que fazem parte do seu escopo, gerando sobremaneira o acúmulo

de trabalhos e improdutividade.

- Ausência de indicadores de desempenho e metas: a avaliação dos objetivos

da empresa, bem como do desenvolvimento dos funcionários são feitas de forma

subjetiva e sem a definição de indicadores e metas.

- Baixo nível de sistematização/informatização: não é comum o processamento

de informações e comunicação integrada através de sistemas eletrônicos integrados

entre as áreas. Dessa forma, a empresa carece de agilidade em muitos processos

dos processos organizacionais.

O quando 4 sintetiza os pontos fortes e fracos discutidos neste capítulo.

Quadro 4 – Pontos fortes e fracos encontrados no diagnóstico interno

Pontos Fortes Pontos Fracos

Diversidade de produtos

Ambiente com boa infraestrutura

Atendimento a diversos segmentos

Processo de Contas a Pagar eficiente

Credibilidade e confiança dos

fornecedores

Atendimento aos clientes

Atuação regional

Ausência de controle de estoque

Despesas elevadas

Planejamento de ressuprimento de material impreciso

Mão de obra não qualificada

Ausência de departamento de Gestão de Pessoas

Estoque descentralizado

Ausência de indicadores organizacionais

Ausência de treinamentos

Processos não padronizados

Baixo nível de informatização/ automatização dos processos

Fonte: Da autora

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6 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO EXTERNO

Nesta fase do estudo, foi analisado o diagnóstico estratégico externo visando

identificar a situação da empresa diante do mercado que a rodeia. Nesse sentido,

foram analisados diferentes aspectos que apontam oportunidades de investimento e

possíveis ameaças ao negócio.

6.1 Análise do Macroambiente

6.1.1 Fatores socioeconômicos

A empresa atende essencialmente a cidade de Piracicaba, porém também

possui clientes de diferentes cidades da região que estão num raio de até 70 km de

distância.

Piracicaba, por sua vez, é um munícipio brasileiro no interior do estado de São

Paulo que possui uma população estimada em 400.000 habitantes (IBGE, 2015).

Detentora de um polo de desenvolvimento industrial e agropecuário, possui um

diversificado parque industrial e sedia empresas de grande e médio porte, tanto

nacionais quanto multinacionais.

O setor educacional também tem forte representatividade na hora de atrair

novos investidores e atividades econômicas ao município. Evidencia-se a ESALQ

(Escola Superior Agrícola Luiz de Queiroz), campus que pertence à Universidade de

São Paulo, que impulsiona de forma significativa o desenvolvimento agropecuário e

agroindustrial da região (SEADE, 2018).

A potencialidade econômica da cidade, somada à mão de obra qualificada, ao

parque industrial e à oferta de universidades refletem no aumento da renda dos

habitantes. Segundo o ranking da Geofusion (2015), Piracicaba é a 9ª cidade do país

com maior renda familiar entre os municípios do interior, registrando a média de R$

5.608 – valor que ultrapassa em 43% a média de renda familiar dos brasileiros.

Segundo a Fundação SEADE, o PIB da cidade saltou de R$ 4,6 bilhões para

R$ 22,1 bilhões, no período analisado de 2002 a 2014, conforme mostra o gráfico 2,

representando um salto da participação da cidade no PIB Paulista de 0,9% para 1,2%.

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Gráfico 2 – Produto Interno Bruto da cidade de Piracicaba

Fonte: IBGE (2015)

6.1.2 Crise econômica no Brasil

O Brasil vem sofrendo uma grave crise econômica desde 2014, afetando todos

os setores da economia. De acordo com informações do IBGE, a porcentagem da

população desempregada até outubro de 2018 – constituída por pessoas que

procuraram emprego, sem encontrar - atingiu 12,2%, totalizando 12,74 milhões de

pessoas desocupadas no país, conforme mostra o gráfico 3.

Gráfico 3 – Taxa de desocupação no Brasil

Fonte: IBGE (2018)

Concomitantemente cresce a proporção de profissionais autônomos que

buscam alternativas de sobrevivência através do empreendedorismo nos mais

diversos setores. De acordo com o Sebrae (2017), 11,1 milhões de empresas foram

criadas nos últimos 3,5 anos no Brasil.

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A empresa, objeto de estudo - que possui como diferencial estratégico a

comercialização de uma ampla variedade de produtos de diferentes segmentos -

enxerga o empreendedorismo por necessidade como uma grande oportunidade para

conquistar novos clientes que vislumbram reestabelecer-se no mercado através da

diferenciação dos seus serviços e produtos.

6.2 Análise do Setor de Negócios

6.2.1 Mercado

Dentre os segmentos que mais crescem no Brasil e evidenciam sua

importância socioeconômica no país, o de eventos se apresenta como um dos mais

aquecidos. Um estudo realizado pelo Sebrae Nacional e pela Associação Brasileira

de Empresas de Eventos (ABEOC, 2014) aponta que a indústria de eventos gerou,

em 2013, R$209,2 bilhões. O segmento gera 7,5 milhões de empregos e representa

4,3% do PIB brasileiro.

A região sudeste sediou 52% de todos os eventos que ocorreram no ano de

2013, totalizando 305.720 eventos, evidenciando, portanto, sua expressiva

representatividade no mercado.

Segundo a Associação Brasileira de Eventos Sociais (2017), as festas infantis

movimentaram R$ 2,75 bilhões em 2017. Uma vez que 20% da população brasileira

é composta por crianças (IBGE), muitos eventos relacionados a este público não se

restringem apenas aos aniversários. Dentre os eventos mais comuns destacam-se as

festas temáticas, os batizados, chá de bebe, ch revelaão e “mêsversrio”, por

exemplo.

A indústria do casamento também compõe este cenário. O número de

casamentos realizados cresce desde 2013, tendo alta representatividade no PIB do

Brasil: só no estado de São Paulo, os gastos com a cerimônia alcançaram um total de

R$ 4,9 bilhões em 2016 (ABRAFESTA, 2017).

Segundo uma pesquisa realizada pela ABRAFESTA (2017), evidencia-se nos

últimos anos uma mudança de tendência em relação a realizar festas e eventos. Os

consumidores atuais tendem a optar por serviços e produtos que ofereçam

experiências personalizadas e que lhes façam se sentir diferenciados, únicos e

especiais.

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Além do segmento de festas, três outros segmentos demonstraram nos últimos

anos um ritmo constante de crescimento: o mercado de artesanato; confeitaria e; o de

alimentos saudáveis.

a) Artesanato: muitos profissionais encontraram no artesanato a solução para

driblar a crise, aumentar a renda e reestabelecer-se no mercado. Segundo o

IBGE, este segmento atualmente movimenta R$ 50 bilhões por ano e mobiliza

8,5 bilhões de brasileiros.

b) Confeitaria: segundo um estudo realizado pelo Sebrae (2017), o setor da

confeitaria está entre os negócios mais promissores para micro e pequenas

empresas nos últimos anos. A pesquisa também listou as atividades que

registraram o maior número de novos microempreendedores individuais entre

2013 e 2017 e revelou que as atividades relacionadas à fabricação de produtos

de padaria e confeitaria ficou em 2 lugar, com 33%.

c) Alimentos saudáveis: segundo o Instituto Euromonitor (2017), o mercado de

alimentos e bebidas saudáveis cresceu no Brasil em média 12,5% ao ano. A

população nos últimos anos vem substituindo os alimentos industrializados e

com conservantes, por aqueles com baixo teor de sal, açúcar e gordura, por

exemplo. Ao mesmo passo que os hábitos alimentares dos brasileiros estão

mudando, negócios voltados a este nicho de mercado estão em ritmo crescente

também.

6.2.2 Clientes

Através de um questionário aplicado a 223 clientes durante o período de 10

dias, conforme apêndice C, foi possível avaliar aspectos sociais, de escolaridade, e

principalmente aqueles relacionados à satisfação dos serviços prestados pela

empresa.

Para uma melhor visualização e interpretação dos dados, foram elaborados

diferentes gráficos acerca dos resultados.

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De acordo com a figura 11, os entrevistados compreendem em sua maioria três

faixas etárias principais: 30 a 39 anos (30%), 20 a 29 (26%) e 40 a 49 (19%).

Figura 11 – Faixa etária dos entrevistados

Fonte: Da autora.

A figura 12 mostra a distribuição dos clientes quanto ao gênero, evidenciando

uma grande representatividade do público feminino. 78,20% dos entrevistados são

mulheres.

Figura 12 – Sexo dos entrevistados

Fonte: Da autora.

A figura 13 apresenta as respostas quanto à escolaridade dos clientes. 43%

dos respondentes declararam que possuem ensino médio completo e/ou ensino

superior incompleto.

30%

26%19%

13%

7%5% 0% 30 a 39

20 a 29

40 a 49

50 a 59

60 a 69

Até 19

70 ou mais

78,20%

21,80%Feminino

Masculino

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53

Figura 13 – Escolaridade dos entrevistados

Fonte: Da autora.

Quando os entrevistados foram questionados quanto sua cidade de residência,

foram mencionadas 16 cidades diferentes, conforme mostra a figura 14. Este

resultado evidencia sobretudo, a forte atuação regional da empresa. 85% dos clientes

declararam residir na cidade de Piracicaba e 3% nas cidades de Rio das Pedras e

Saltinho.

43%

20%

16%

12%

9% Médio completo/ Superiorincompleto

Superior completo/ pós -graduação incompleta

Fundamental Completo/ Médioincompleto

Fundamental Completo

Pós - graduado

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54

Figura 14 – Cidades dos entrevistados

Fonte: Da autora.

Na figura 15, observa-se a grande diversidade de bairros mencionados na

pesquisa. Foram apontados pelos entrevistados 90 bairros, distritos e localidades

diferentes que fazem parte do município, evidenciando assim, que a empresa é

amplamente conhecida na cidade. Os bairros Paulista e Vila Rezende foram

mencionados com maior frequência.

Figura 15 – Bairros dos entrevistados

Fonte: Da autora.

85%

3%3%

2%1%

PiracicabaRio das PedrasSaltinhoSão PedroCapivariRio ClaroÁguas de São PedroLimeiraSanta Bárbada D'OesteItatibaCerquilhoSão PauloCordeirópolisTietêIracemápolisPorangaba

1010

8

7

6

55

44

44

3333333322222222222

111111

111111111111111111111111111111111

111111111

111111111111

Paulista PaulicéiaVila Rezende JaraguáCentro Jardim EliteÁgua Branca São JorgeBairro Alto Vila MonteiroKobayat Libano TatuapéNovo Horizonte Vila IndependênciaCampestre AstúriasEldorado JupiáVila Cristina CastelinhoJardim Jupiá Nova AméricaJardim Brasilia Vila SoniaJardim das Flores TupiJardim Glória Sol NascenteJardim Ibirapuera Monte LibanoParque dos Eucaliptos SerroteSanta Helena AlvoradaCecap Dois CórregosPiracicamirim CaliforniaSão Francisco Jardim ItapuãChácara Espéria EsplanadaOndas Jardim MercedesArtemis Jardim Nova SuíçaPrimeiro Maio Jardim PacaembuSão Benedito Jardim PetrópolisSão Pedro Jardim PlanaltoCharqueada Jardim São PedroCruz Caiada Jardim ToquioNovo Teto Jardim VitóriaParque das Águas GlebasParque Piracicaba AlphavilleAlgodoal Bairro Monte CristoPompéia Jardim AstúriasReserva do engenho CaxambúSanta Teresinha Monte FelizSão Dimas TerrasBong Chácara NazaréSerra Verde MorumbiSgariboldi Jardim Bela VistaTaquaral Nova Piracicaba

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55

A figura 16 mostra a proporção de respostas em relação aos veículos de

informação, pelos quais o cliente tomou conhecimento da empresa. 48% das pessoas

entrevistadas, relataram ter conhecido a empresa através da indicação de amigos e

29% ao passar pela rua.

Figura 16 – Conhecimento da loja

Fonte: Da autora.

Os gráficos apresentados das figuras 17 a 24 referem-se ao nível de satisfação

dos clientes em relação aos seguintes aspectos da loja: acesso, localização,

ambiente, atendimento, diversidade, qualidade, preço e condições de pagamento.

Como mostra a figura 17, o aspecto “acesso” foi avaliado como timo por 61%

dos participantes e como bom por 35%. Este resultado positivo deve-se

essencialmente ao recente investimento na infraestrutura predial, o qual ampliou as

formas de acesso à loja, bem como reestruturou as já existentes.

Figura 17 – Acesso à loja

Fonte: Da autora.

48%

29%

12%

6% 1% Indicação de um amigoPassava pela ruaOutrosBusca na internetJornalRádioTelevisão - EPTVBlogueirasFacebookInstagram

61%

35%

3% 1% 0%

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

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56

Na figura 18, evidencia-se um alto nível de satisfação quanto à localização da

empresa. 57% dos entrevistados consideram a localização ótima e 37% como sendo

um aspecto bom.

Figura 18 – Localização

Fonte: Da autora.

Já a figura 19, refere-se à satisfação quanto ao ambiente da loja. 78% dos

entrevistados classificaram este atributo como ótimo e 22% como bom.

Esse aspecto caracteriza-se por ser um ponto extremamente forte à empresa

e que a põe em vantagem competitiva diante de seus concorrentes. Diferentes setores

são distribuídos pela loja de forma a possibilitar ao consumidor uma experiência

agradável durante suas compras. A empresa possui um espaço climatizado, conta

com setores organizados e ambientes de cafeteria e área KIDs, por exemplo.

Figura 19 – Ambiente

Fonte: Da autora.

O aspecto “atendimento” também evidenciou resultados satisfatrios. A figura

20 mostra as proporções encontradas: 76% dos respondentes classificaram o

atendimento como “timo”, 22% como “bom” e apenas 2% “regular”, evidenciando

mais uma característica de diferenciação da empresa.

57%37%

5% 1% 0%

Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Péssimo

78%

22%

0%

Ótimo

Bom

Regular

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57

Figura 20 – Atendimento

Fonte: Da autora.

As figuras 21 e 22 referentes aos aspectos “diversidade de produtos” e

“qualidade”, respectivamente, apresentaram resultados idênticos. 78% dos

entrevistados avaliaram ambos tópicos como “timo”, 21% como “bom” e apenas 1%

como “regular”.

Figura 21 – Diversidade de produtos

Figura 22 – Qualidade

Fonte: Da autora.

Na hora de avaliar o aspecto “preo”, os entrevistados mostraram-se mais

divididos quanto suas opiniões. Conforme indica a figura 23, 40% dos entrevistados

76%

22%

2%

Ótimo

Bom

Regular

78%

21%

1%

Ótimo

Bom

Regular

78%

21%

1%

Ótimo

Bom

Regular

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58

julgaram este aspecto como “timo”, 35% como “bom” e 24% como sendo “regular”.

Naturalmente, este tópico exige uma atenção especial, pois influencia diretamente na

estratégia de faturamento da empresa.

Figura 23 – Preço

Fonte: Da autora.

A avaliação sobre o fator “condiões de pagamento” também registrou bons

resultados. Como mostra a figura 24, 45% das respostas foram “timo” e 43% “bom”.

Figura 24 – Condições de pagamento

Fonte: Da autora.

Também foi proposto aos participantes da pesquisa mencionar qual seria o

melhor e o pior aspecto da loja de acordo com sua opinião. Ambas perguntas se

referem aos itens 6 e 7 do questionário, de acordo com o apêndice C.

De forma resumida, destacam-se os seguintes apontamentos:

- Melhores aspectos: diversidade de produtos, atendimento, organização e

ambiente.

- Piores aspectos: estacionamento, localização, filas e sinalização no interior

da loja.

40%

35%

24%

1% 0%

Bom

Ótimo

Regular

Ruim

Não sei

45%

43%

7% 3% 1% 1%Bom

Ótimo

Regular

Não sei

Ruim

Péssimo

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Ao final da pesquisa de satisfação dos clientes, os participantes fizeram uma

avaliação geral da loja, atribuindo uma nota de 0 a 10; e pontuaram de 0 a 10 o quanto

recomendariam a loja a alguém.

Os resultados evidenciados na figura 25 demonstram que na avaliação geral,

98% das notas concedidas concentraram-se na faixa de 8 a 10.

Figura 25 – Avaliação Geral da Loja (escala de 0 a 10).

Fonte: Da autora.

O Net Promoter Score (NPS) é amplamente utilizado pelas empresas para

avaliar a satisfação dos clientes de forma rápida e confiável (REICHHELD, 2006). Na

pesquisa de satisfação dos clientes, conforme apêndice C, o NPS foi utilizado através

da pergunta 9: “Numa escala de 0 a 10, quanto recomendaria loja?”.

O resultado da probabilidade de o entrevistado recomendar a loja (NPS) pode

ser vista na figura 26: 94% das notas concentraram-se na faixa de 9 a 10,

evidenciando uma grande satisfação dos clientes quanto ao nível de serviço,

qualidades dos produtos, entre outros aspectos. Além disso, esse resultado

demonstra que os clientes podem atuar como “promotores” do negcio e

eventualmente fazer propagandas gratuitas.

Figura 26 – Recomendação da loja para terceiros (escala de 0 a 10).

Fonte: Da autora.

55%28%

15%

2% 0%

10

9

8

7

5

83%

11%4% 1% 1% 0%

10

9

8

5

7

6

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60

6.2.3 As cinco forças competitivas de Porter

Para uma formulação adequada da estratégia competitiva de uma organização,

deve-se estudar fatores externos que podem influenciar nos negócios e processos

internos da empresa. Dessa forma, foi realizada uma entrevista com o diretor

proprietário da empresa abrangendo perguntas abertas e relacionadas às cinco forças

competitivas de Porter.

Os dados coletados na entrevista foram interpretados de forma qualitativa e

agrupados no quadro 5 com evidências do posicionamento do entrevistado quanto à

intensidade de cada uma das forças competitivas e às formas com que elas atuam

sobre a empresa.

6.2.3.1 Posicionamento da empresa frente às cinco forças de Porter

Quadro 5 – Análise das Forças Competitivas

Força Competitiva

Intensidade da fora2

Variáveis de influência

Ameaça de novos

entrantes Média

A empresa demonstra fortes barreiras que podem dificultar a entrada de novos concorrentes: a) alta diferenciação de produtos; b) atendimento a diferentes segmentos; c) boa infraestrutura – loja ampla, estacionamento subsolo, elevadores, ambiente climatizado, espaço KIDs, espaço café, centro técnico culinário; d) poder de compra e barganha.

Em contrapartida, Piracicaba apresenta-se como uma cidade muito atrativa aos olhos dos investidores, devido sua representatividade econômica no Estado de São Paulo, podendo dessa forma, atrair empreendimentos emergentes à região e competitivos à empresa.

Rivalidade entre os atuais

existentes Média

A empresa atualmente não possui concorrentes diretos. No entanto, existem duas empresas de pequeno porte que atuam no mesmo ramo e que vem buscando diferenciação no mercado; e concorrentes bem maiores – os chamados atacadões – que possuem alto poder de negociação com fornecedores e, portanto, podem praticar preços mais atrativos para clientes.

Ameaça de produtos

substitutos Baixa

Como a empresa trabalha com uma alta diversidade de produtos e que fazem parte de diferentes segmentos, não há relação de dependência com determinados produtos e fornecedores. Logo, a ameaça é baixa.

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61

Poder de barganha dos

clientes Pequeno

Embora o volume de vendas mensal seja alto, o valor médio de compra por cliente é relativamente baixo. Ou seja, a empresa detém de muitos clientes que compram pouco e que não exercem influência para o estabelecimento desta ameaça.

Poder de barganha dos fornecedores

Pequeno A empresa não possui concentração de fornecedores. Há possibilidade também de buscar novos produtos importados através de fornecedores externos.

Fonte: autoria própria.

Diante desta análise, foi possível identificar que as forças “ameaa de novos

entrantes” e “rivalidade entre os atuais concorrentes” são as que mais exercem

influência na empresa. Consequentemente, tais forças competitivas servirão de

insumo para a formulação das estratégias da organização.

6.3 Produto do Diagnóstico Estratégico Externo

Após realizar o diagnóstico estratégico externo à organização – sob a ótica

social, econômica, dos clientes, da concorrência - foi possível a identificação de

oportunidades e ameaças.

As oportunidades encontradas foram:

- Tendência de festas maiores e mais bem elaboradas: o segmento de festas

no Brasil apresenta-se como um dos mais aquecidos do Brasil. A cada ano, as

atividades relacionadas a este mercado são reinventadas de forma a oferecer

personalização aos clientes, diversificação e alta excelência nos serviços prestados.

- Crescimento do número de profissionais autônomos: com a crise econômica

instaurada no país desde 2014, houve um aumento do número de profissionais

autônomos que buscaram o empreendedorismo por necessidade. Nesse sentido, a

loja consegue atender clientes dos mais diversos segmentos com a diversidade de

produtos oferecida.

- E-commerce: o e-commerce do Brasil registrou, em 2017, um faturamento de

R$ 44 bilhões, representando um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior (EBIT,

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62

2018). Isto está relacionado sobretudo, ao maior acesso à internet pela população e

a difusão dos dispositivos móveis.

- Customização em alta: os consumidores atuais tendem a optar por serviços e

produtos que ofereçam experiências personalizadas e que lhes façam se sentir

diferenciados.

- Segmentos em crescimento no Brasil: os segmentos de artesanato, confeitaria

e produtos saudáveis cresceram consideravelmente nos últimos anos. Com alta

diversidade no oferecimento de produtos e serviços, os mercados em questão

conquistam cada vez mais novos clientes e nichos diferentes do mercado.

Já as ameaças encontradas a partir da análise do ambiente externo foram:

- Possibilidade de novos entrantes: esta possibilidade deve-se sobretudo à

cidade ser desenvolvida economicamente e muito bem vista pelos investidores. Nesse

sentido, a empresa corre o risco de sofrer com empreendimentos emergentes e

competitivos no ramo em que atua.

- Crise econômica no Brasil: o Brasil ainda vem enfrentando sérias dificuldades

na economia para se recuperar da crise de 2014. Em período de recessão, todos os

setores da economia são afetados negativamente, uma vez que a taxa de

desemprego aumenta e o consumo médio diminui de forma generalizada.

O quando 6 sintetiza as oportunidades e ameaças discutidas neste capítulo:

Quadro 6 – Oportunidades e ameaças encontradas no diagnóstico externo

Oportunidades Ameaças Crescimento do número de profissionais autônomos

Segmentos em crescimento no Brasil

E-commerce

Customização em alta

Tendência de festas maiores e mais bem elaboradas

Possibilidade de novos entrantes

Crise econômica no Brasil

Fonte: Da autora.

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63

7 FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA

7.1 Introdução

Como resultado direto do diagnóstico estratégico interno e externo à empresa,

obteve-se um detalhamento maior sobre os pontos fortes, os pontos fracos; e sobre

as ameaças e oportunidades que o mercado apresenta à organização. Diante disto,

foi possível a elaboração da análise SWOT, exemplificada pelo quadro 7.

Quadro 7 – Análise SWOT

ANÁLISE INTERNA

Pontos Fortes Pontos Fracos

Ausência de controle de estoque

Despesas elevadas

Diversidade de produtos Planejamento de ressuprimento de material impreciso

Ambiente com boa infraestrutura Mão de obra não qualificada

Atendimento a diversos segmentos Ausência de departamento de Gestão de Pessoas

Processo de Contas a Pagar eficiente Estoque descentralizado

Credibilidade e confiança dos fornecedores Ausência de indicadores organizacionais

Atendimento aos clientes Ausência de treinamentos

Atuação regional Processos não padronizados

Baixo nível de informatização/ automatização

dos processos

ANÁLISE EXTERNA

Oportunidades Ameaças

Crescimento do número de profissionais autônomos

Segmentos em crescimento no Brasil Possibilidade de novos entrantes

E-commerce Crise econômica no Brasil

Customização em alta

Tendência de festas maiores e mais bem elaboradas

Fonte: Da autora.

7.2 Matriz SWOT

A Matriz SWOT originou-se a partir do cruzamento dos Pontos Fortes x

Oportunidades, Pontos Fortes x Ameaças, Pontos Fracos x Oportunidades e Pontos

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64

Fracos x Ameaças. Pretendeu-se identificar o quadrante com maior

representatividade na hora de definir a estratégia que a empresa deveria seguir.

Para isto, em conjunto com o diretor proprietário da empresa, foram atribuídas notas

previamente definidas - 3, 6 ou 9 - seguindo a escala de importância utilizada e

descrita com maior detalhamento no capítulo 2 do presente estudo.

Posteriormente à atribuição das notas para cada fator analisado de acordo com

seu grau de importância às operações organizacionais, realizou-se o cruzamento

entre eles e obteve-se uma pontuação final que pode ser visualizada na figura 27.

Figura 27 – Matriz SWOT

Te

ndên

cia

de

fe

sta

s m

aio

res

e m

ais

e

lab

ora

da

s

Cre

scim

en

to d

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pro

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Bra

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Po

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ovo

s e

ntr

an

tes

Cri

se e

conôm

ica

no

Bra

sil

Peso 3 9 9 3 6 9 6

Diversidade de produtos 9 27 81 81 27 54 81 54

Ambiente com boa infraestrutura 9 27 81 81 54 81 54

Atendimento a diversos segmentos 9 27 81 81 54 81 54

Processo de Contas a Pagar eficiente 9

Credibilidade e confiança dos fornecedores 9

Atendimento aos clientes 9 27 81 54

Atuação regional 6 54

Ausência de controle de estoque 9 27 27

Despesas elevadas 9 81 54

Planejamento de ressuprimento de material impreciso 6 18 54 54 18 36 54 36

Mão de obra não qualificada 3 9 27 18

Ausência de departamento de Gestão de Pessoas 3 27

Estoque descentralizado 6 18

Ausência de indicadores organizacionais 3 9 27 27 9 18 27

Ausência de treinamentos 3 9 27 27 18 27

Processos não padronizados 3 9 27 18

Baixo nível de informatização/ sistematização dos processos 6 18 54 54 18 36 54 36

AM

BIE

NT

E I

NT

ER

NO

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

AMBIENTE EXTERNO

FRA

QU

EZA

SFO

RÇA

S

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65

Fonte: Da autora.

Finalmente, após o cruzamento dos fatores, obteve-se a somatória de cada

quadrante, conforme mostra o quadro 8. Tais resultados serviram para definir o

posicionamento estratégico da empresa que foi explorado na seção 7.3 do presente

estudo.

Quadro 8 – Resultado da Matriz SWOT

Fonte: autoria própria.

7.3 O Posicionamento Estratégico

A partir dos resultados obtidos com os cruzamentos dos fatores, pode-se

analisar o posicionamento estratégico que a empresa deveria adotar. O somatório dos

quadrantes pode ser evidenciado no quadro 8.

O quadrante de Desenvolvimento (Pontos Fortes x Oportunidades) apresentou

a maior pontuação na análise: 972 pontos. Em seguida, com 711 pontos, o quadrante

do Crescimento (Pontos Fracos x Oportunidades) obteve a segunda maior colocação;

o quadrante da Manutenção (Pontos Fortes x Ameaças) obteve 405 pontos; e por

último, o quadrante da Sobrevivência (Pontos Fracos x Ameaça) evidenciou um

resultado de 396 pontos.

Como análise dos resultados, concluiu-se que a empresa deverá focar em

estratégias de desenvolvimento e crescimento da empresa, uma vez que ambos

quadrantes apresentaram uma maior pontuação e, portanto, maior relevância para a

análise estratégica.

As demais estratégias, por sua vez, devem ser monitoradas continuamente ao

longo do tempo a fim de evitar influências negativas dentro da organização.

Desenvolvimento Manutenção

972 405

Crescimento Sobrevivência

711 396

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66

7.4 Estratégias formuladas

Para a definição das estratégias que deveriam ser traçadas a curto, médio e

longo prazo à organização, foram realizadas 2 reuniões presenciais de alinhamento

com o diretor proprietário.

Como resultado da análise SWOT e da interpretação dos resultados, definiu-se

que todos as iniciativas estratégicas deveriam ser desenhadas para alavancar as

forças da empresa, mitigar as fraquezas e principalmente aproveitar as oportunidades

que o mercado oferece. Tais iniciativas foram analisadas sob quatro óticas diferentes

do Balanced Scorecard a fim de alavancar a organização como um todo e

consequentemente, trazer aumento financeiro.

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67

8 DAS ESTRATÉGIAS A AÇÃO

8.1 Balanced Scorecard

Conforme elucidado no tópico 2.5 do presente estudo, a ferramenta gerencial

estratégica Balanced Scorecard foi desenvolvida para traduzir todos os objetivos

estratégicos da empresa em iniciativas com indicadores e metas bem estabelecidas.

Ademais, quando estes objetivos são desmembrados e analisados sob óticas

diferentes, o monitoramento do atingimento das metas torna-se uma ação muito mais

efetiva.

Os quadros 9 a 12 apresentam os objetivos estratégicos traçados para cada

uma das perspectivas da ferramenta Balanced Scorecard.

Quadro 9 – Perspectiva de Aprendizado e Crescimento

Objetivos Detalhamento

Promover a satisfação interna Faz-se necessário a construção de um ambiente de trabalho favorável e que esteja alinhado às expectativas do colaborador.

Capacitar a liderança Refere-se a treinamentos direcionados à liderança, de forma a fomentar e ampliar conhecimentos diversos à organização.

Fonte: Da autora.

Quadro 10 – Perspectiva dos Processos Internos

Objetivos Detalhamento

Otimizar os processos

Refere-se ao aumento da produtividade nas atividades, bem como na busca por novas práticas que impactem positivamente os resultados da empresa.

Aprimorar o Marketing Investimento em Marketing gera maior visibilidade e aumenta a possibilidade de conquistar novos clientes.

Buscar novos clientes É necessário buscar novos clientes para manter o crescimento e desenvolvimento da empresa a longo prazo.

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Implementar Controle de Estoque

Gestão de controle de estoque se faz extremamente necessário para otimizar toda a cadeia de ressuprimento de material.

Informatizar os processos

A alta demanda de trabalho ocasiona uma alta quantidade de informações que devem ser processadas, interpretadas e gerenciadas de maneira ágil e eficiente.

Fonte: Da autora.

Quadro 11 – Perspectiva dos Clientes

Objetivos Detalhamento

Fortalecer o atendimento aos clientes

Os funcionários precisam estar preparados para atender com excelência e atender às expectativas dos clientes.

Fidelizar os clientes A fidelização dos clientes promove uma alta rentabilidade e competitividade da empresa frente a concorrência.

Fonte: Da autora.

Quadro 12 – Perspectiva Financeira

Objetivos Detalhamento

Obter lucro A obtenção de lucro é indispensável para que a empresa sobreviva ao longo do tempo e tenha um posicionamento competitivo no mercado.

Aumentar receita A receita é resultado direto de todas as vendas realizadas pela empresa e do nível de satisfação dos clientes.

Reduzir custos A redução de custos visa utilizar todos os recursos da empresa da melhor forma possível, evitando desperdícios e despesas extras.

Fonte: Da autora.

8.2 Mapa Estratégico

O Mapa Estratégico representa graficamente as quatro perspectivas do

Balanced Scorecard – financeira, clientes, processos internos e aprendizado e

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69

crescimento – e suas relações de causa e efeito. Estas interações, por sua vez,

confirmam que todas as ações que forem traduzidas em metas tangíveis, serão

igualmente importantes para o sucesso da empresa. Nesse mesmo sentido, todos as

iniciativas estratégicas adotadas irão influenciar diretamente ou indiretamente na

obtenção do lucro. A figura 28 apresenta o mapa estratégico proposto à empresa.

8.3 Indicadores e metas

Após a definição dos objetivos estratégicos para cada uma das perspectivas do

Balanced Scorecard, foram desenvolvidos indicadores e metas para monitorá-los a

curto e longo prazo. Alguns dos indicadores foram representados por fórmulas,

justamente para facilitar a medição de desempenho da empresa.

A figura 29 apresenta os indicadores, metas e formulas – quando aplicáveis –

a cada um dos objetivos estratégicos desenvolvidos no estudo.

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70

Figura 28 – Mapa Estratégico

MAPA ESTRATÉGICO

Aprendizado e

Crescimento

Financeira

Cliente

Processos internos

Perspectiva

Reduzir custos

Fortalecer o

atendimento

Fidelizar os

clientes

Capacitar a

liderança

Promover a

satisfação interna

Informatizar os

processos

Otimizar os

processos

Obter lucro

Aumentar receita

Aprimorar o

Marketing

Buscar novos

clientes

Implementar

Controle de Estoque

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71

Figura 29 – Indicadores, Metas e Iniciativas Estratégicas

Perspectiva Objetivo Estratégico Indicador Fórmula Metas Iniciativas Estratégica

Obter lucro Lucro mensal100 * (Receita -

Despesas) / DespesasNão divulgado Planejamento estratégico

Aumentar receitaReceita bruta

mensal

100* (Receita total do ano / Receita total do

ano anterior) >30%

Otimizaão do processo de vendas; Fidelizaão

dos clientes.

Reduzir custos

% de Reduão de

despesas

100* (Despesas do ano atual / Despesas do

ano anterior)<25%

Reduão de desperdcios;

Omitizaão dos processos.

Fortalecer o atendimento aos

clientes

Pesquisa de satisfaão

100* (Total de clientes satisfeitos / Total de

clientes) >90%

Pesquisa de satisfaão de clientes

Fidelizar os clientes NPSNPS = promotores - detratores/ número

total de respondentes>95%

Pesquisa de satisfaão de clientes

Informatizar os processosProcessos

informatizadosNão aplicvel 5 ao ano Informatizar os processos

Implementar Controle de

Estoque

Controle de Estoque

implementadoNão aplicvel 100%

Implementar Controle de Estoque

Buscar novos clientes

Percentual de vendas para

clientes novos

100* (Valor de vendas para clientes novos / valor total de vendas)

>20% Prospectar novos clientes

Aprimorar o Marketing

Percentual de vendas para

clientes novos

100* (Valor de vendas para clientes novos / valor total de vendas)

>20% Aprimorar o Marketing

Otimizar os processosProcessos otimizados

Não aplicvel 2 ao anoImplementar cultura de

Melhoria Contnua

Pesquisa de clima organizacional

FINCANCEIRA

CLIENTES

PROCESSOS

INTERNOS

APRENDIZADO E

CRESCIMENTO

Promover a satisfação internaÍndice de satisfaão

Capacitar a liderançaNúmero de

treinamentosNão aplicvel 5 ao ano

Realizaão de treinamentos internos

100* (Quantidade de funcionrios

satisfeitos/ Total de funcionrios)

>80% ao ano

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72

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

9.1 Aprendizados e desafios

O presente estudo possibilitou que a autora aprofundasse seus conhecimentos

sobre planejamento estratégico sob diferentes óticas do negócio e do mercado. A

partir do diagnóstico estratégico interno da empresa, pode-se compreender de forma

efetiva a situação atual das principais operações da empresa, suas limitações e

também os principais desafios a serem atacados futuramente para que a empresa

continue competitiva no mercado. Além disso, as frequentes conversas com o diretor

proprietário e os gerentes dos principais setores da empresa, foram de suma

importância para a obtenção de informações cruciais para a construção das

ferramentas utilizadas neste estudo.

No diagnóstico estratégico externo foi possível compreender como a empresa

se posiciona diante da concorrência, quais são as possíveis ameaças e também quais

são as principais oportunidades que o mercado vem apresentando e que podem ser

estratégicos para o sucesso organizacional.

Uma vez que a empresa carece de um sistema integrado de gestão empresarial

transacional, a obtenção e a transmissão das informações entre os departamentos é

feita muitas vezes de forma desarmonizada e não – documentada. Nesse sentido, o

principal desafio enfrentado para a realização do estudo, foi a obtenção de

informações que fossem confiáveis, fidedignas e que pudessem retratar um cenário

real da empresa e condizente com a realidade.

9.2 Sugestões para trabalhos futuros

Como sugestão para trabalhos futuros e complementares à pesquisa, propõe –

se:

a) Implementação da ferramenta gerencial estratégica Balanced Scorecard e que

suas metas e indicadores sejam rastreadas a fim de verificar sua aplicabilidade

ao negócio.

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b) Desenvolvimento da ferramenta 5w2h para auxiliar no atingimento das metas

e na avaliação de desempenho dos funcionários responsáveis por cada ação.

c) Expansão do conhecimento das ferramentas BSC e 5w2h a todas as áreas da

empresa para que todos os objetivos estratégicos se façam entendíveis e

assimilados por todos.

9.3 Conclusão

Independente do mercado de atuação das organizações, cada vez mais as

empresas buscam excelência em seus processos para manter-se competitiva no

mercado e alcançar o desenvolvimento financeiro. Diante disto, sistemas de gestão

tornam-se ferramentas essenciais para o acompanhamento e atingimento dos

objetivos estratégicos do negócio.

Sob esse contexto, a pesquisa teve como foco propor um modelo de sistema

de gestão de desempenho baseado nas conjecturas do BSC para uma empresa de

atacado e varejo de produtos de festa e embalagem situada na cidade de Piracicaba.

A partir da análise SWOT pode-se evidenciar os pontos fortes e fracos da

empresa; bem como as possíveis ameaças e oportunidades que o mercado

apresenta. Tal análise possibilitou a construção da Matriz SWOT que definiu o

posicionamento estratégico que a empresa deverá adotar para manter-se um passo à

frente da concorrência.

Nesse sentido, as estratégias formuladas foram desdobradas, à partir da

utilização da ferramenta Balanced Scorecard, em objetivos estratégicos, indicadores

e metas que vislumbram criar valor à empresa a longo prazo.

Utilizou-se o BSC para que o diretor proprietário visualizasse de forma

integrada todos os objetivos estratégicos da empresa sob diferentes perspectivas

além da financeira que comumente é tratada como única para o desenvolvimento

organizacional.

Uma vez que o sistema de gestão proposto não foi implementado, o objetivo

geral desse estudo foi alcanado através da criação de um modelo de sistema de

gestão de desempenho baseado no BSC para uma empresa de médio porte. O

estabelecimento de indicadores e metas irá auxiliar a avaliação do desempenho da

empresa de forma geral e contribuirá para a melhora dos processos internos, da

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motivação dos funcionários, do atendimento aos clientes e muitos outros objetivos

estratégicos formulados neste estudo.

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APÊNDICE A

ENTREVISTA DIRECIONADA AOS GERENTES

1. Em seu ponto de vista, qual é a razão de existir da empresa? Por que a

empresa existe e qual a missão?

2. Quais os valores que você reconhece nos colaboradores?

3. Onde a empresa deseja chegar daqui uns anos? Qual seria a visão?

4. Elenque as grandes etapas do processo de sua área.

5. Escolha quais são os fatores mais críticos.

6. O que te indica se sua área est desempenhando bem a função dentro da

empresa?

7. Quais os pontos em que se deve buscar excelência?

8. Você consegue indicar processos críticos de uma área diferente da sua?

Quais?

9. Esses processos influenciam na sua área? Se sim, como?

10. A empresa possui algum sistema de medição?

11. A empresa possui metas bem estabelecidas?

12. Qual a frequência com que é discutido e planejado o futuro da empresa?

13. Quem é envolvido nesta discussão?

14. Quais são as oportunidades que a empresa deve aproveitar no presente?

15. Quais são os pontos fortes?

16. Quais são os pontos fracos?

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APÊNDICE B

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APÊNDICE C