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THAIS DA SILVA RIBEIRO

Identificação e Análise de Riscos no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos

Monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo para a Conclusão do curso de Engenharia Química. Área de Concentração: Segurança no Transporte. Orientador: Prof. Gerônimo V. Tagliaferro

Lorena 2013

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RESUMO

RIBEIRO, T. S. Identificação e Análise de Riscos no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. 2013. 39 f. Monografia – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2013.

O presente trabalho identificou e analisou os riscos envolvidos no transporte

rodoviário de produtos perigosos no Brasil. O trabalho teve por objetivo identificar e

compreender as variáveis envolvidas no transporte de produtos perigosos para

encontrar soluções que possam ser aplicadas para reduzir a quantidade de

acidentes, tornando esta atividade cada vez mais segura para a sociedade e o meio

ambiente. O estudo foi realizado através da pesquisa bibliográfica. Os dados

estatísticos utilizados foram coletados em relatórios de órgãos oficiais como o

Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF). A pesquisa abrangeu o

transporte de produtos perigosos em todo o território nacional. A fase de análise dos

riscos foi feita através da Análise Preliminar de Riscos (APR) e o tratamento dos

riscos, última fase do estudo, englobou a tomada de decisão quanto à redução dos

riscos detectados nas etapas anteriores através de estratégias de prevenção. Foi

constatada a falta de informações sobre o transporte rodoviário de produtos

perigosos e a necessidade da criação de um banco de dados integralizado e de fácil

acesso a todos com informações referentes aos acidentes. Este banco de dados

auxiliará estudos futuros. Neste trabalho identificou-se que os acidentes ocorrem por

influência de três fatores: humano, do veículo e de via/meio ambiente. Para a efetiva

redução de acidentes rodoviários devem ser desenvolvidos programas voltados para

cada um destes fatores.

Palavras-chave: Produtos Perigosos. Transporte Rodoviário. Acidentes.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 8

2. OBJETIVOS....................................................................................................... 10

3.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................... 11

3.1Produtos Perigosos........................................................................................... 11

3.1.1 Regulamentação do Transporte de Produtos Perigosos.............................. 12

3.1.2 Identificação de Produtos Perigosos no Transporte..................................... 13

3.1.2.1Rótulo de Risco........................................................................................... 14

3.1.2.2 Painel de Segurança.................................................................................. 14

3.1.2.3 Documentação para Transporte de Produtos Perigosos........................... 15

3.2 Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos................................................ 16

3.2.1 Tipos de carga e embalagens para transporte............................................. 17

3.2.2 Malha Rodoviária Brasileira.......................................................................... 18

4. METODOLOGIA................................................................................................ 21

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 23

5.1 Estatísticas de Acidentes envolvendo Produtos Perigosos.............................. 23

5.1.1 Acidentes com Produtos Perigosos no Brasil............................................... 23

5.1.2 Acidentes com Produtos Perigosos em São Paulo....................................... 26

5.2 Análise Preliminar de Risco............................................................................. 29

5.3 Programas de Prevenção de Acidentes........................................................... 32

5.4 Propostas para a Redução de Acidentes......................................................... 34

6. CONCLUSÃO.................................................................................................... 36

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 37

REFERÊNCIAS WEBLIOGRÁFICAS................................................................... 38

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de identificação de unidade transportadora. Fonte: Portal Transporta Brasil.

Figura 2 - Exemplos de rótulos de risco. Fonte: Conselho Regional de Química – Química Viva.

Figura 3 - Exemplo de painel de segurança. Fonte: ABIQUIM

Figura 4 - Exemplo de ficha de emergência. Fonte: Resicril

Figura 5 - Volume de carga transportada por rodovias por região em 2010. Fonte: DNIT

Figura 6 - Evolução da Malha Rodoviária no Brasil. Fonte: DNIT (adaptado).

Figura 7 - Percentual de acidentes registrados por local relacionados na legenda referente ao ano de 2011. Fonte: Relatório de Acidentes Ambientais de 2011 do IBAMA.

Figura 8 - Quantidade de acidentes rodoviários registrados pela CETESB ocorridos no estado de São Paulo em 2012, por classe de risco.

Figura 9 - Meios atingidos em acidentes envolvendo produtos perigosos registrados pela CETESB em São Paulo no ano de 2012.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Probabilidade de ocorrência dos eventos.

Tabela 2 - Classificação da severidade.

Tabela 3 - Matriz de análise.

Tabela 4 - Acidentes envolvendo produtos perigosos nas rodovias federais brasileiras.

Tabela 5 - Acidentes envolvendo produtos perigosos nas rodovias federais brasileiras – CAUSA.

Tabela 6 - Causa dos acidentes envolvendo produtos perigosos nas rodovias paulistas registrados pela CETESB em 2012.

Tabela 7 - Análise Preliminar de Riscos do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABIQUIM - Associação Brasileira da Indústria Química

ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres

APP - Análise Preliminar de Perigo

APR - Análise Preliminar de Risco

BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo

CNT - Confederação Nacional do Transporte

CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito

DER - Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais

DERBA - Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia

DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte

DPRF - Departamento de Polícia Rodoviária Federal

e-SIC - Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão

GMA–Grupo de Manutenção Automotiva

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial.

JSL - Julio Simões Logística

NBR - Norma Brasileira

ONU - Organização das Nações Unidas

PETSE - Programa Emergencial de Trafegabilidade e Segurança nas Estradas

PHA – Preliminary Hazard Analysis

PREMAR - Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias no Estado da Bahia

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1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da indústria química causa um aumento no tráfego de

produtos perigosos nas rodovias brasileiras. Além deste aumento, outros fatores

como treinamento das pessoas envolvidas e condições das vias e veículos,

aumentam o risco de acidentes e fazem com que o transporte de produtos perigosos

se torne uma atividade de alto risco para o meio ambiente.

No Brasil, para minimizar os riscos de acidentes envolvendo o transporte de

produtos perigosos, foi criada uma legislação específica para esta atividade. O

transporte de produtos perigosos está regulamentado no Brasil pelo Decreto nº

96.044, de 18 de maio de 1988, que estabelece as regras e procedimentos para o

transporte desses produtos pelas vias públicas nacionais (HARTMAN, 2003). Cabe

também citar a Portaria 204/97, do Ministério dos Transportes, e a Norma Brasileira

NBR 7.500:2013, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (HARTMAN,

2003). A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estabeleceu através

da Resolução 420/04 (atualizada pela Resolução 701/04 – ANTT), recomendações

complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. O

regulamento brasileiro é baseado nas recomendações feitas pelo Comitê de Peritos

em Transporte de Produtos Perigosos das Nações Unidas. Essas recomendações,

que são publicadas no Orange Book, são revisadas e atualizadas periodicamente

por este Comitê. Cada Estado possui sua própria legislação para este tipo de

transporte e, portanto, é necessário verificar as exigências particulares de cada lugar

antes de iniciar esta atividade.

Pela definição da ANTT, produto perigoso é aquele que representa riscos à

segurança pública, à saúde das pessoas ou ao meio ambiente, de acordo com os

critérios de classificação da ONU (Orange Book). Existem nove classes de risco:

1.Explosivos; 2.Gases; 3.Líquidos Inflamáveis; 4.Sólidos Inflamáveis; 5.Substâncias

oxidantes e peróxidos orgânicos; 6.Substâncias tóxicas e infectantes; 7. Material

radioativo; 8. Substâncias corrosivas; 9.Substâncias e artigos perigosos diversos. A

classificação de uma substância em uma destas classes de risco é feita por meio de

critérios técnicos definidos na legislação.

Os acidentes envolvendo o transporte rodoviário de produtos perigosos

apresentam sérios impactos ao meio ambiente devido às propriedades químicas

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presentes nos materiais transportados, como inflamabilidade, toxicidade,

corrosividade, entre outros (CETESB, 2005). Acidentes desse tipo representam

sérios riscos à segurança e a saúde da população, assim como comprometem a

sustentabilidade devido à vulnerabilidade e sensibilidade ambiental das áreas

impactadas (CETESB, 2005). Ao reduzirmos a quantidade de acidentes envolvendo

produtos perigosos, diminuímos os prejuízos causados à sociedade, ao meio

ambiente e à economia.

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2. OBJETIVOS

Foi realizada a identificação e análise dos riscos envolvidos no transporte

rodoviário de produtos perigosos para, então, compreender todas as variáveis

envolvidas nesta atividade e encontrar soluções que possam ser aplicadas para

reduzir a quantidade de acidentes, tornando esta atividade cada vez mais segura

para a sociedade e o meio ambiente. Para tanto, os seguintes objetivos específicos

foram propostos:

- Análise e quantificação dos acidentes envolvendo produtos perigosos

ocorridos nos últimos anos levando-se em conta algumas variáveis como: classe de

risco, rota utilizada e causas do acidente entre outros fatores;

- Identificação dos riscos durante todo o processo do transporte, da origem

ao destino;

- Realização da análise de riscos a partir dos riscos identificados.

- Estudo das medidas e programas adotados pelas Autoridades, empresas e

transportadoras para reduzir a quantidade de acidentes nas rodovias;

- Proposta de outras soluções para a redução de acidentes, a partir dos

dados obtidos na análise de riscos.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Produtos Perigosos

Produto perigoso é aquele que representa riscos à segurança pública, à

saúde das pessoas ou ao meio ambiente, de acordo com os critérios de

classificação da ONU, compilados no Orange Book (BRASIL, 2012a).

O Orange Book (2011) estabelece os critérios utilizados para a alocação

desses produtos em uma das nove Classes de Risco, que podem estar ou não

subdivididas em Subclasses.

A Classe 1 corresponde a classe dos explosivos e é subdividida em 6

subclasses:

Subclasse 1.1 Substâncias e artigos com risco de explosão em massa.

Subclasse 1.2 Substância e artigos com risco de projeção, mas sem risco de

explosão em massa.

Subclasse 1.3 Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco

de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa.

Subclasse 1.4 Substância e artigos que não apresentam risco significativo.

Subclasse 1.5 Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em

massa;

Subclasse 1.6 Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em

massa.

A Classe 2 corresponde a classe dos Gases e é subdividida em 3

subclasses:

Subclasse 2.1Gases inflamáveis

Subclasse 2.2 Gases não inflamáveis, não tóxicos.

Subclasse 2.3 Gases tóxicos

A Classe 3 corresponde a classe dos Líquidos inflamáveis e não possui

subdivisão.

A Classe 4 corresponde a classe dos Sólidos Inflamáveis; Substâncias

sujeitas à combustão espontânea; substâncias que, em contato com água, emitem

gases inflamáveis e é subdividida em 3 subclasses:

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Subclasse 4.1 Sólidos inflamáveis, substâncias auto-reagentes e explosivos

sólidos insensibilizados.

Subclasse 4.2 Substâncias sujeitas à combustão espontânea

Subclasse 4.3 Substâncias que, em contato com água, emitem gases

inflamáveis.

A Classe 5 corresponde as Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos e

é subdividida em 2 subclasses:

Subclasse 5.1 Substâncias oxidantes

Subclasse 5.2 Peróxidos orgânicos

A Classe 6 corresponde as Substâncias Tóxicas e Substâncias Infectantes e

é subdividida em 2 subclasses:

Subclasse 6.1 Substâncias Tóxicas

Subclasse 6.2 Substâncias Infectantes

A Classe 7 corresponde aos Materiais Radioativos, a Classe 8 corresponde

a Substâncias Corrosivas e a Classe 9 corresponde a Substâncias e Artigos

Perigosos Diversos e não possuem subdivisão.

Os produtos das Classes 3, 4, 5 e 8 e da Subclasse 6.1 classificam-se,

para fins de embalagem, segundo três grupos, conforme o nível de risco que

apresentam:

- Grupo de Embalagem I - alto risco;

- Grupo de Embalagem II - risco médio;

- Grupo de Embalagem III - baixo risco.

3.1.1 Regulamentação do Transporte de Produtos Perigosos O Decreto nº 96.044 de 18/05/1988 (BRASIL, 1988) aprova o Regulamento

para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos no País. A Portaria nº 349/MT

de 04 de junho de 2002 aprova as Instruções para a Fiscalização do Transporte

Rodoviário de Produtos Perigosos no Âmbito Nacional. As Instruções

Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos

estão presentes na Resolução nº 420/ANTT de 31 de dezembro de 2012.

A Resolução nº 168 de 22 de dezembro de 2004 do Contran estabelece

Normas e Procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e

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17  

incidência na ocorrência dos acidentes são os que conduzem ou estão próximos aos

grandes centros de distribuição dos Estados.

Os acidentes envolvendo produtos perigosos podem ter consequências

catastróficas devido à proximidade das cidades com as rodovias. Estes acidentes

causam além de possíveis perdas humanas, prejuízos decorrentes da contaminação

ambiental (FERREIRA, 2003).

É importante destacar que em todas as etapas do manuseio envolvendo

produtos perigosos existe a possibilidade de ocorrências de acidentes, porém, é no

transporte desses materiais que a exposição ao risco de acidentes é ainda maior,

devido ao contato com outros fatores externos (condições de sinalização das vias,

geometria, clima, falhas humanas, de veículos etc.) (ALVES, 2011).

Fatores como más condições dos veículos e equipamentos, embarque de

produtos perigosos em embalagens inadequadas, fraudes na documentação e falta

de treinamento dos motoristas colaboram para o aumento das chances de

ocorrência de acidentes.

Os riscos ambientais foram potencializados com os avanços tecnológicos que

ocorreram a partir do final do século XIX, como a substituição do carvão pelo

petróleo e o desenvolvimento de novos materiais que apresentam sérios riscos ao

meio ambiente e às pessoas. Os derivados do petróleo, por exemplo, facilitam a

contaminação de águas e solo devido a sua fluidez (VALLE e LAGE, 2003).

As consequências dos acidentes variam de acordo com a classe de risco na

qual se enquadra o material em questão, assim como a quantidade de produto

envolvida. De maneira geral cada classe de risco implica em danos específicos aos

usuários da via, à população lindeira, ao patrimônio público e privado e, ao meio

ambiente (CETESB, 2005).

3.2.1 Tipos de carga e embalagens para transporte

O transporte de produtos pode ocorrer com a carga a granel ou embalada. No

transporte a granel, a carga está em contato direto com o equipamento (por

exemplo, tanque) enquanto no transporte de carga embalada o produto é

manuseado com a sua embalagem (por exemplo, caixas ou sacos).

Desde 2007, todas as embalagens de produtos perigosos com capacidade de

até 400kg/450L devem ser certificadas pelo Instituto Nacional de Metrologia,

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20  

A pesquisa realizada pela CNT (2013a) engloba apenas uma porcentagem da

malha brasileira, o que já é suficiente para compreender as condições encontradas

pelos motoristas. Com relação à pavimentação, 46% das rodovias pesquisadas são

consideradas de regular a péssima. Em 66% das rodovias a sinalização é deficiente

e em 21% dos casos as placas estão totalmente cobertas pelo mato. Rodovias sem

acostamento somam 40% e 88% das estradas analisadas são do tipo pista simples

de mão dupla. Quando é feita uma comparação da qualidade da malha entre os

tipos de gestão, as pistas concedidas levam vantagem. Menos de 4% da extensão

pública é considerada ótima enquanto este percentual na extensão concedida é de

quase 45%.

A pesquisa engloba também pontos críticos como buracos grandes, erosão

na pista e pontes caídas. Em 2012, o número total de pontos críticos era de 221. A

previsão da CNT é de que seja necessário um investimento total de 177,5 bilhões de

reais para a modernização da infraestrutura rodoviária brasileira, distribuídos em

construção e duplicação de rodovias, pavimentação e recuperação de pavimento,

além de outras intervenções.

Os custos operacionais dos veículos são afetados pelas condições das vias.

Estima-se um aumento de 23% no custo operacional devido às atuais condições da

malha rodoviária (CNT, 2013b).

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21  

4. METODOLOGIA

A pesquisa bibliográfica foi o método de pesquisa utilizado neste trabalho e o

estudo teve início com a coleta de dados sobre acidentes nas rodovias. Os dados

foram obtidos através dos relatórios oficiais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA, 2012), do Departamento de Polícia

Rodoviária Federal (DPRF, 2013) e da Companhia de Tecnologia de Saneamento

Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB, 2005).

Algumas destas informações estão disponíveis nos sites oficiais destes

órgãos e outras foram solicitadas através do Sistema Eletrônico do Serviço de

Informação ao Cidadão (e-SIC). O sistema permite que qualquer pessoa, física ou

jurídica, encaminhe pedidos de acesso a informação para órgãos e entidades do

Poder Executivo Federal (e-SIC, 2013).

A partir dos dados sobre os acidentes foi possível realizar a identificação dos

riscos envolvidos no transporte de produtos perigosos. O risco é uma condição com

potencial para causar danos e perigo é a exposição ao risco.

A análise e a avaliação destes riscos identificados foram feitas utilizando-se o

método de Análise Preliminar de Risco (APR), também conhecida com Análise

Preliminar de Perigo (APP), ou ainda, Preliminary Hazard Analysis (PHA)

(ALBERTON, 1996). O objetivo desta técnica é prever o que pode dar errado, com

qual frequência, suas consequências e o que se pode fazer para reduzir esse risco.

Para cada risco é feita a estimativa da probabilidade de sua ocorrência (frequência)

e de suas consequências (severidade).

Como na maior parte das situações reais é difícil quantificar a probabilidade e

a severidade, utilizam-se vários métodos práticos, como o método das Matrizes ou

Matriz de Falhas (FREITAS, 2003). Com esta matriz é possível determinar o risco

com a combinação da frequência e da severidade de acordo com a expressão:

Risco = Frequência x Severidade (1)

Para a classificação da probabilidade de ocorrência dos eventos é utilizada a

Tabela 1. A Tabela 2 é utilizada para a classificação da severidade.

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22  

Tabela 1. Probabilidade de ocorrência dos eventos.

Probabilidade de Ocorrência A Provável Diária B Ocasional Ocasional C Remota muito rara D Improvável não se sabe se alguma vez ocorrerá

 

Tabela 2. Classificação da severidade.

Severidade I Catastrófico Morte, lesão permanente, danos ambientais severos.

II Crítico Danos graves, lesão temporária, danos ambientais graves.

III Marginal Lesões menores, danos ambientais pouco graves. IV Leve Lesões e danos ambientais desprezíveis.

Com estas duas classificações, construiu-se uma Matriz de Análise,

representada na Tabela 3. Esta matriz permite estimar um nível de risco, variando

entre 1 e 5. O nível 1 corresponde aos riscos desprezíveis, o 2 aos riscos menores,

o 3 aos riscos moderados, o 4 aos riscos sérios e o 5 aos riscos catastróficos.

Tabela 3. Matriz de análise.

   I II III IV A 5 5 4 3 B 5 4 3 2 C 4 3 2 1 D 3 2 1 1

O tratamento dos riscos, última fase do estudo, englobou a tomada de

decisão quanto à redução dos riscos detectados nas etapas anteriores através de

estratégias de prevenção.

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23  

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Estatísticas de Acidentes Envolvendo Produtos Perigosos

5.1.1 Acidentes com Produtos Perigosos no Brasil

A seguir serão apresentados os dados do Departamento de Polícia

Rodoviária Federal (DPRF), obtidos através do e-SIC. Os dados são referentes a

acidentes ocorridos entre 2007 e 2012 nas rodovias federais brasileiras. Estatísticas

anteriores ao ano de 2007 não são computadas em razão de não obedecerem a

parâmetros unificados de coleta e tratamento dos dados pelo DPRF. Foram obtidos

dados referentes ao total de acidentes, bem como sua causa.

Tabela 4. Acidentes envolvendo produtos perigosos nas rodovias federais brasileiras.

Acidentes envolvendo produtos perigosos nas rodovias federais brasileiras

Ano Acidentes Feridos Mortos 2007 897 206 29 2008 692 160 23 2009 474 96 16 2010 509 102 14 2011 393 84 11 2012 306 57 13

Total geral 3271 705 106 Fonte: DPRF, 2013.

Pode ser observado na Tabela 4 um decréscimo na quantidade de acidentes

com o passar dos anos. Essa queda é devida a maior fiscalização, programas de

conscientização de motoristas, uso da tecnologia para auxiliar o motorista durante a

viagem e investimentos na malha rodoviária.

A seguir temos as causas dos acidentes envolvendo produtos perigosos no

Brasil. Como podemos observar na Tabela 5, muitos acidentes são causados por

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24  

imprudência do motorista (falta de atenção e ultrapassagem indevida, por exemplo).

Acidentes causados por defeito mecânico, na maioria dos casos, podem ser

evitados com manutenção preventiva e corretiva. Nos últimos anos uma redução

considerável nos acidentes envolvendo defeitos na pista, o que pode ser reflexo de

investimentos realizados para melhorar a qualidade das rodovias e o crescente

aumento de rodovias concedidas, que possuem uma qualidade superior se

comparadas às rodovias públicas.

Tabela 5. Acidentes envolvendo produtos perigosos nas rodovias federais brasileiras – CAUSA.

Fonte: DPRF, 2013.

De acordo com a Tabela 5, o número de acidentes causados por sonolência

dos motoristas é preocupante, apesar de estar diminuindo com o passar dos anos.

Uma medida adotada pelo Estado para evitar este tipo de acidente foi à criação da

Lei 12.619 de 2012 que estabelece regras mais rígidas para a jornada de trabalho

de motoristas profissionais. (BRASIL, 2012b). Essas regras mais rígidas diminuem a

possibilidade de pagamento dos motoristas por produtividade, que antes servia de

estímulo para a realização de uma jornada com pouco descanso. Com a nova lei, a

jornada de trabalho passa a ser de 8 horas diárias, com a possibilidade de 2 horas

extras. A lei prevê também um descanso de 30 minutos para cada 4 horas dirigindo

ininterruptamente. É claro que essas medidas afetam o custo dos fretes, mas trazem

mais segurança para os motoristas.

Acidentes envolvendo produtos perigosos nas rodovias federais brasileiras –CAUSA Causa 2007 2008 2009 2010 2011 2012 TOTAL Outras 328 230 153 160 122 87 1080

Falta de atenção 206 184 124 153 113 92 872 Defeito mecânico em veículo 106 74 53 50 44 26 353

Velocidade incompatível 51 51 26 25 26 34 213 Não guardar distância segura 62 33 31 32 24 21 203

Dormindo 43 33 26 20 19 16 157 Ultrapassagem indevida 38 28 23 22 15 16 142

Defeito na via 26 25 8 9 4 3 75 Desobediência à sinalização 18 12 13 12 6 4 65

Animais na Pista 14 15 8 14 12 1 64 Ingestão de álcool 5 7 9 12 8 6 47

Total geral 897 692 474 509 393 306 3271

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25  

Os produtos perigosos mais recorrentes em acidentes, segundo o DPRF

(2013), são combustíveis para motores em primeiro lugar e carvão de origem vegetal

ou animal em segundo lugar. O transporte de derivados de petróleo oferece um alto

risco de contaminação ao meio ambiente, em caso de acidentes, por penetrar

facilmente no solo. A inflamabilidade deste tipo de produto é outro fator que deve ser

levado em consideração pelas equipes que atendem emergências deste tipo, já que

o risco de explosão é muito alto. Em acidentes deste tipo as pessoas devem ser

mantidas à distância e, se possível, o vazamento deve ser interrompido (ABIQUIM,

2013).

Ainda segundo o DPRF (2013), Minas Gerais apresentou 673 acidentes no

período de 2007 a 2012 representando 20% do total, enquanto Bahia, São Paulo e

Paraná apresentaram 303, 289 e 245 acidentes, respectivamente. Ao realizar uma

análise do total de acidentes por estado, deve-se lembrar de que Minas Gerais

possui a maior malha rodoviária do país.

O IBAMA divulga, anualmente, desde 2006, o Relatório de Acidentes

Ambientais. A partir da Figura 7 pode-se observar que a atividade de transporte

rodoviário é responsável por 33% dos acidentes ocorridos em 2011, segundo o

relatório do IBAMA (2012).

Este relatório contempla, em suas estatísticas, todas as outras atividades

relacionadas na legenda da Figura 7, não sendo possível, então, obter dados

referentes apenas ao transporte rodoviário. Esta é a maior dificuldade encontrada

para a realização deste trabalho, já que apenas alguns poucos órgãos, como o

DPRF, mantêm dados atualizados referentes aos acidentes envolvendo apenas

produtos perigosos. Geralmente as estatísticas englobam outros tipos de atividade,

impossibilitando a verificação das reais porcentagens de contribuição do modal

rodoviário nos acidentes.

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Em alguns acidentes não há vazamentos e, portanto, não há contaminação

do meio ambiente. A eficiência das autoridades e empresas responsáveis pelos

atendimentos em caso de acidente também pode ser um dos motivos para que, em

quase metade das ocorrências, não tenha ocorrido contaminação.

Como a maior parte dos produtos transportados é composta por líquidos, é

normal que o meio mais atingido seja o solo. Os combustíveis, por exemplo,

penetram facilmente neste meio. Em 11% dos casos, a água sofre a contaminação,

o que pode ser explicado pela grande quantidade de lençóis freáticos que existem

no subsolo. Os produtos perigosos que penetram no solo acabam entrando em

contato com a água subterrânea.

Em 76 dos 236 acidentes ocorridos em 2012 nas rodovias do estado de São

Paulo, tiveram vítimas. Não há informações sobre mortos ou gravidade dos

ferimentos dos sobreviventes.

5.2 Análise Preliminar de Risco

Nesta fase do trabalho foi realizada a análise de riscos baseando-se nos

riscos identificados no transporte rodoviário de produtos perigosos. O objetivo desta

etapa foi estimar a gravidade de cada risco envolvido nesta atividade. A análise

mostra o risco, as causas prováveis, consequências e ações requeridas, além de

classificar o risco dentro das categorias descritas na metodologia. Os dados obtidos

da análise estão na Tabela 7.

Como pode ser observado, o transporte rodoviário de produtos perigosos

engloba todas as cinco categorias de risco (dos riscos desprezíveis aos riscos

catastróficos). Quanto maior o nível do risco calculado, maiores serão suas

consequências e mais atenção deve ser dada à ele. Com essa análise, tem-se uma

visão geral dos riscos do transporte rodoviário permitindo priorizar os mais graves e

facilitando o direcionamento de esforços para reduzi-los.

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Tabela 7. Análise Preliminar de Riscos do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.

Risco Causas prováveis Consequências Categoria

Ações Severidade  Ocorrência  Risco 

Calculado 

1. Pneu furado Falta de manutenção; Más condições da rodovia.

Tombamento; Vazamento de produtos; Contaminação do meio.

III B 3

Manutenção preventiva do caminhão; Manutenção da rodovia; Equipes de atendimento à emergência preparadas.

2. Colisão com animais

Falta de atenção do motorista; Falta de sinalização adequada.

Morte do animal; Perda de controle do veículo.

IV C 1 Melhorias na sinalização de areas com alto índice de animais

3. Colisão com outros veículos

Falta de atenção de um dos motoristas; Velocidade incompatível.

Morte; Vazamento de produtos; Tombamento; Contaminação do meio.

I A 5

Maior fiscalização de velocidade; Programas de conscientização dos motoristas; Equipes de atendimento à emergência preparadas.

4. Defeito mecânico Falta de manutenção preventiva.

Quebra do veículo;Congestionamento da rodovia.

IV B 2 Manutenção preventiva do caminhão.

5. Aquaplanagem

Grande volume de chuvas, tempestades;Velocidade incompatível.

Derrapagem; Colisões. III C 2

Melhorias na drenagem das rodovias; Respeito aos limites de velocidade.

6. Deslizamento de terra Más condições climáticas;

Tombamento; Colisões; Vazamento de produtos; Contaminação do meio.

II C 3

Manutenção de barreiras em encostas. Equipes de atendimento à emergência preparadas.

Continua

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Risco Causas prováveis Consequências Categoria

Ações Severidade  Ocorrência  Risco 

Calculado 

7. Inexperiência do motorista

Falta de treinamentos adequados; Pouco tempo de experiência profissional.

Tombamento; Acidentes diversos.

II C 3

Programas de orientação e treinamentos; Equipes de atendimento à emergência preparadas.

8. Segregação inadequada de produtos incompatíveis

Erros de planejamento; Falta de conhecimento.

Mortes; Contaminação por gases tóxicos; Explosão.

I C 4

Embalagens adequadas; Disponibilidade de informações necessárias; Treinamento dos funcionários envolvidos;

9. Cansaço e sonolência Jornada de trabalho longa e sem pausas para descanso.

Tombamento; Acidentes diversos.

II B 4 Melhorias nos pontos de parada; Maior fiscalização da jornada.

10. Ingestão de álcool e drogas

Problemas pessoais; Necessidade de se manter acordado;

Tombamento; Acidentes diversos.

II B 4 Programas de conscientização; Maior fiscalização;

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Tomando como base esta análise, o item colisão com outros veículos (risco

calculado 5) deveria ser priorizado, pois traz consequências mais graves do que os

outros itens. Em seguida, os itens 8 (segregação inadequada de produtos), 9

(cansaço e sonolência) e 10 (ingestão de álcool e drogas) deveriam receber toda a

dedicação para serem minimizados.

5.3 Programas de Prevenção de Acidentes

Os acidentes rodoviários preocupam autoridades e empresas. Além dos

prejuízos causados pela perda dos produtos, existem os prejuízos referentes às

mortes e à contaminação do meio ambiente. Atualmente a sociedade está mais

preocupada com o impacto ambiental causado pelas atividades das empresas,

assim como pelos acidentes de modo geral. A imagem da companhia é severamente

afetada quando ocorre um acidente de grandes proporções, o que justifica a grande

preocupação com a segurança e os altos investimentos nesta área. A companhia

também pode ser punida com multas em caso de prejuízos à sociedade e meio

ambiente.

Basicamente, os acidentes ocorrem por três fatores: humano, do veículo e de

via/meio ambiente. Para a efetiva redução de acidentes rodoviários são necessários

programas voltados para cada um destes fatores.

Um dos programas que tem como foco o motorista de veículos pesados é o

Programa Pela Vida, realizado pelo Instituto Júlio Simões e a operadora logística

JSL, que tem por objetivo a saúde e a segurança desses profissionais (INSTITUTO

JULIO SIMÕES, 2013). O foco do programa é a conscientização de motoristas em

relação aos cuidados com a saúde para uma vida melhor. O cuidado com a saúde

eleva o nível de segurança dos motoristas que, na maioria das vezes, não se

alimentam corretamente e possuem longas jornadas de trabalho. O programa é

realizado através da instalação de trailers com enfermeiros em trechos das rodovias

com maior fluxo. Nos trailers, os motoristas podem medir a pressão arterial, realizar

testes de visão e medir a circunferência abdominal, entre outros. De posse dessas

informações, o enfermeiro dá dicas ao motorista para melhorar sua qualidade de

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vida, aumentando sua segurança no trabalho. Além dessas orientações, os

motoristas recebem mapas com os pontos de maior ocorrência de acidentes e

instruções sobre direção defensiva. Os motoristas que participam do programa

também ajudam a aperfeiçoá-lo respondendo a um questionário que permite traçar

um perfil destes profissionais.

Outro programa focado no motorista é o Programa Olho Vivo na Estrada que

começou a ser desenvolvido em 2001 por empresas do setor químico e

transportadoras. Em 2004, com a ajuda da Associação Brasileira da Indústria

Química (ABIQUIM, 2013) o programa foi estendido para todo o Brasil. Ele tem por

objetivo trabalhar o comportamento do motorista a fim de conscientizá-lo da

importância da redução de acidentes. Neste programa, o motorista é recebe um

treinamento durante seis horas onde vê exemplos de comportamento nas estradas.

Ele, então, durante sua jornada, observa o comportamento de outros motoristas e

relata o que viu em uma ficha. São comportamentos inseguros: excesso de

velocidade, sonolência, dirigir sem cinto de segurança, entre outros. A

transportadora computa as informações fornecidas pelos motoristas e assim, pode

montar um plano de ação para combater o comportamento inseguro que pode

causar um acidente.

O Programa Caminhão 100%, desenvolvido pelo Grupo de Manutenção

Automotiva, em parceira com o Grupo CCR Nova Dutra, é focado na importância da

manutenção preventiva dos veículos (PORTAL LOGWEB, 2013). Todos os meses

ocorrem avaliações gratuitas, em diferentes pontos da Rodovia Presidente Dutra

(São Paulo), onde são verificados componentes da parte mecânica do veículo,

assim como o nível de emissão de poluentes.

Investimentos em construção e manutenção de rodovias são necessários

para a redução dos acidentes causados pelo fator via/meio ambiente. O

Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) desenvolveu

um novo sistema para gerenciar a recuperação e a manutenção da sua malha, a

mais extensa do país, para oferecer aos usuários maior conforto e segurança. A falta

de gerenciamento e de estudos específicos não resolve efetivamente os problemas

das estradas e leva a um desperdício de recursos públicos. O programa criado pelo

DER/MG é conhecido como Programa de Recuperação e Manutenção Rodoviária de

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Minas Gerais (PROMG) que avalia o desempenho de empreiteiras contratadas

(DER/MG, 2013). O PROMG também instalou postos de pesagem para controlar o

excesso de carga dos caminhões, uma das causas dos danos ao pavimento.

O Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (DERBA)

desenvolveu o Programa de Integração dos Corredores Rodoviários do Estado da

Bahia com o objetivo de reabilitar estradas com pavimentação deteriorada

(DERBA/BA, 2013). Outro programa desenvolvido na Bahia é o Programa de

Restauração e Manutenção de Rodovias no Estado da Bahia (PREMAR), financiado

pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O contrato

com o BIRD viabiliza a recuperação e a manutenção de rodovias.

5.4 Propostas para a Redução de Acidentes

A redução de acidentes é um processo demorado, não acontece

repentinamente e sem esforços. É necessário investimento e envolvimento para se

alcançar este objetivo. Para que a probabilidade de acidentes seja mínima, as

pessoas envolvidas com o transporte de produtos perigosos devem ser

adequadamente treinadas e as estradas, assim como os veículos, devem estar em

plenas condições de uso.

A conscientização de motoristas quanto aos perigos do transporte de

produtos perigosos é fundamental para a segurança de todos. Estes profissionais

devem entender a responsabilidade que envolve este tipo de transporte já que esta

atividade traz grandes consequências em caso de acidente. Neste sentido, é

fundamental o incentivo a programas de conscientização dos motoristas, como os

descritos neste trabalho. A mudança de comportamento dos motoristas é atingida

através de treinamentos bem elaborados. Os treinamentos devem ser de fácil

compreensão e devem englobar todos os aspectos do transporte. Treinamentos de

reciclagem, periódicos, ajudam a relembrar tópicos vistos e a fixar o conhecimento.

Preparar a população para agir corretamente em caso de acidentes é de

fundamental importância. A sociedade também pode ajudar na identificação de

pontos vulneráveis no transporte. Programas de educação ambiental, desenvolvidos

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pela indústria ou pelo governo são vitais para que as pessoas conheçam mais sobre

a importância e o perigo do transporte rodoviário de produtos perigosos.

A malha rodoviária brasileira necessita de altos investimentos para deixar de

ser um problema para a segurança. Estudos dos pontos mais críticos auxiliam o

governo a direcionar o dinheiro destinado à manutenção e duplicação de estradas.

Incentivos à renovação da frota de caminhões também é uma ótima maneira

de reduzir acidentes. Caminhões antigos não possuem a mesma tecnologia que os

novos e as chances de quebra de peças é, de certa forma, proporcional à idade da

frota.

Investimento em tecnologia é uma das soluções que podem ser usadas para

reduzir os acidentes. Por meio de satélites e rastreadores, as empresas têm

informações em tempo real sobre a velocidade, as paradas e outros fatores

relacionados ao trajeto, o que permite um maior controle do comportamento dos

motoristas. O monitoramento via satélite permite uma tomada de decisões mais

rápidas em caso de acidentes.

Parcerias entre os setores público e privado são a grande chave para o

sucesso. Estudos que mostrem as reais deficiências da atividade devem ser

realizados com mais frequência, abrangendo a maior quantidade de informações

possíveis. Desta forma, é possível obter uma significativa redução na quantidade de

acidentes no transporte rodoviário de produtos perigosos.

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6. CONCLUSÃO

Conclui-se que a falta de informações sobre o transporte rodoviário de

produtos perigosos no Brasil contribui para os acidentes dessa natureza. Nos

últimos anos houve um decréscimo na quantidade de acidentes devido a maior

fiscalização e conscientização do motorista, implementação de novas tecnologias e

investimentos na malha rodoviária. Estudos demonstraram que a parceria entre os

setores público e privado contribuiu para a redução dos acidentes envolvendo

produtos perigosos.

Existe a necessidade de criação um banco de dados integrado e de fácil

acesso a todos com informações referentes aos acidentes e os riscos. Estes dados

auxiliarão estudos futuros para melhorias nesta atividade.

Concluiu-se também que os acidentes ocorrem devido a três fatores: humano,

do veículo e de via/meio ambiente. Para a efetiva redução de acidentes rodoviários

envolvendo produtos perigosos devem ser desenvolvidos programas voltados para

cada um destes fatores.

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REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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