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CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS DO HOSPITAL VETERINÁRIO DE GRANDES ANIMAIS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Cleonice Andrade Holanda Orientadora: Ligia Maria Cantarino da Costa BRASÍLIA - DF DEZEMBRO/2016 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

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CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE

RISCOS AMBIENTAIS DO HOSPITAL VETERINÁRIO DE

GRANDES ANIMAIS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Cleonice Andrade Holanda Orientadora: Ligia Maria Cantarino da Costa

BRASÍLIA - DF

DEZEMBRO/2016

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

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CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE

RISCOS AMBIENTAIS DO HOSPITAL VETERINÁRIO DE

GRANDES ANIMAIS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Trabalho de conclusão de curso de

graduação em Medicina Veterinária

apresentado junto à Faculdade de

Agronomia e Medicina Veterinária da

Universidade de Brasília

Orientadora: Ligia Maria Cantarino da Costa

BRASÍLIA - DF

DEZEMBRO/2016

CLEONICE ANDRADE HOLANDA

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Cessão de Direitos

Nome do Autor: Cleonice Andrade Holanda

Título do Trabalho de Conclusão de Curso: considerações gerais sobre o

gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e prevenção de riscos

ambientais do hospital veterinário de grandes animais da universidade de

Brasília

Ano: 2016

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta

monografia e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos

acadêmicos e científicos. O autor reserva-se a outros direitos de publicação e

nenhuma parte desta monografia pode ser reproduzida sem a autorização por

escrito do autor.

Cleonice Andrade Holanda

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SUMÁRIO

ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................... i

RESUMO............................................................................................................. ii

ABSTRACT ........................................................................................................ iii

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ iv

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 1

2.1 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) ........................... 1

2.1.1 Breve histórico .................................................................................... 1

2.1.2 Etapas do PPRA ................................................................................. 3

2.1.2.1 Antecipação dos Riscos ................................................................... 3

2.1.2.2 Reconhecimento dos Riscos ........................................................... 3

2.1.2.3 Avaliação e Controle ........................................................................ 4

2.1.2.4 Mensuração e Controle .................................................................... 4

2.1.2.4.1 Grupos de Riscos ......................................................................... 4

2.2. Plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde (PGRSS) ...... 6

2.2.1 Breve histórico .................................................................................... 6

2.2.2 Etapas de controle dos RSS ............................................................. 10

2.2.2.1 Tratamento e destinação final ........................................................ 11

3 Conduta em Relação a Estabelecimentos de Assistência Veterinária. ......... 12

4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 13

5 OBJETIVOS ................................................................................................. 14

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 14

6.1 Diagnóstico da Situação ......................................................................... 14

6.1.1 Levantamento das atividades ........................................................... 14

6.1.2 Recursos humanos ........................................................................... 21

6.1.3 Atendimento dos animais .................................................................. 21

6.2 Etapas para elaboração do mapa de risco e para PGRSS ..................... 22

6.2.1 Elaboração do mapa de risco ........................................................... 25

6.2.2 Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores ................... 25

6.3 PGRSS ................................................................................................... 40

6.3.1 Inventário quantitativo dos resíduos ................................................. 40

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6.3.3 Segregação e acondicionamento...................................................... 45

6.3.4 Coleta interna de resíduos ................................................................ 46

6.3.5 Armazenamento temporário ............................................................. 46

6.3.6 Coleta e transporte dos resíduos ...................................................... 47

6.3.7 Tratamento dos Resíduos ................................................................. 48

6.3.7 Cuidados com o pessoal (saúde e segurança do trabalhador) ......... 48

6.3.8 Capacitação e treinamento ............................................................... 49

7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 50

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 51

ANEXO I – Tabela de riscos............................................................................. 57

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i

ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACGIH - American Conference of Governamental Industrial Hygienists

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear

CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente

DF - Distrito Federal

EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

EPI - Equipamento de Proteção Individual

ETE - Estação de Tratamento de Esgoto

FAL - Fazenda Água Limpa

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

NR-32 - Norma Regulamentadora número 32

NR-5 - Norma Regulamentadora número 5

NR-7 - Norma Regulamentadora número 7

NR-9 - Norma Regulamentadora número 9

PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde como o

PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

RDC - Resolução da Diretoria Colegiada

RSS - Resíduos de Serviços de Saúde

Seagri - Secretaria de Agricultura

SLU- Sistema de Limpeza Urbana

UnB - Universidade de Brasília

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ii

RESUMO

Este trabalho estuda a necessidade do Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) e do Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais (PPRA) para o Hospital veterinário de Grandes Animais da

Universidade de Brasília situado na Granja do Torto. O Hospital possui horário

de funcionamento em período integral (24horas) e lida com uma das maiores

casuísticas deste país o que se faz importante a implantação desses Planos

em acordo com a legislação vigente.

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iii

ABSTRACT

This paper studies the need of the Health Service Waste Management

Plan (PGRSS) and the Program for the Prevention of Environmental Risks

(PPRA) for the Veterinary Hospital of Large Animals of the University of Brasilia

located at Granja do Torto. The Hospital has a full-time schedule (24 hours) and

deals with one of the largest cases in this country, which makes it important to

implement these Plans in accordance with current legislation.

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iv

1 INTRODUÇÃO

A quantidade excessiva de resíduos produzidos pelo homem torna

impraticável, pelos ecossistemas naturais, de limpá-los na velocidade

necessária para se refrear tragédias de impacto ambiental. Os resíduos de

serviços de saúde (RSS) são potentes fontes de contaminação humana, animal

e ambiental, por tipificar um desequilíbrio de caráter epidemiológico contendo

micro-organismos que resistem por tempo significativo no interior de resíduos

hospitalares, como Mycobacterium tuberculosis que se mantém 150 a 180 dias

viável em tal ambiente (SOUZA, 2006; SUBERKEROPP & KLUB ,1974).

Existem os mais variados cenários em que o trabalhador, ao realizar

uma atividade, pode ficar exposto a um agente agressivo, e, em decorrência

disto, apresentar efeitos repentinos, como em acidentes, ou ainda, depois de

algum tempo, como nas doenças ocupacionais. Este ciclo só pode ser desfeito

quando for realizado o tratamento do local de trabalho ou atividade,

simultaneamente ao tratamento do trabalhador enfermo, transformando-os em

salubres, oferecendo harmonia entre o ambiente e o trabalhador saudável

(COLACIOPPO, 2005).

O objetivo deste trabalho é ser ponto de partida para a implantação do

Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) e do

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) no Hospital Veterinário

de Grandes Animais (HVet-Grandes) da Universidade de Brasília (UnB).

A primeira parte deste trabalho refere-se ao campo institucional, legal,

normativo e técnico, como a evolução do quadro legal das questões relativas à

gestão do gerenciamento RSS e dos riscos ambientais; as classificações, e

descrições dos tipos de riscos e considerações a respeito do PGRSS e do

PPRA e como isso se insere na área da saúde animal. Na segunda parte são

apresentadas as diferentes etapas do PGRSS e do PPRA para o HVet-

Grandes.

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1

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

2.1.1 Breve histórico

Em 1948 Frank Paty definiu que higiene ocupacional antecipa e

reconhece situações potencialmente perigosas e aplica medidas de controle de

engenharia antes que agressões sérias à saúde do trabalhador sejam

observadas. Essa definição foi alguns anos depois, aprimorada pela American

Conference of Governamental Industrial Hygienists (ACGIH) como “a ciência e

a arte devotada à antecipação, ao reconhecimento, à avaliação a ao controle

dos riscos ambientais e do stress originados do, ou no local de trabalho, que

podem causar doença, comprometimento da saúde e bem estar, ou significante

desconforto e ineficiência entre os trabalhadores ou membros de uma

comunidade” (ACGIH, 1959).

Pela definição da ACGIH (1959), riscos ambientais é uma denominação

que exemplifica os possíveis agentes de doenças ocupacionais sendo eles:

riscos químicos, físicos, biológicos e outros que interferem na atividade

laborativa, levando a distúrbios somáticos ou psíquicos, tais como: alimentação,

transporte, trabalho em turnos e noturno e nível socioeconômico e cultural

(Quadro 1).

Na atualidade o conceito de risco é resultante de transformações,

políticas, sociais, culturais e econômicas e compete ao ser humano

desenvolver por meio da ciência e tecnologia, a capacidade de analisar e

interpretar esses riscos para controlá-los e evitá-los (FREITAS & GOMEZ,

1997).

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2

QUADRO 1- Riscos ambientais e exemplos.

Riscos ambientais

Exemplos Exemplos de danos à saúde

Químicos Subst. química na forma de

sólidos/líquidos/gases/vapores/poeira/fumos/névoas/fumaças

Dermatoses/doenças pulmonares/câncer/distúrbios

do fígado, rins e outros órgãos/anemia

Físicos

Radiações ionizantes ou não Ruído

Vibrações Temperaturas extremas

Pressão atmosférica anormal Iluminação

Câncer/anemia Surdez/estresse

Distúrbios circulatórios Internação/prostração térmica

Embolia gasosa Fadiga ocular/acidentes

Biológicos Micro e macroorganismos

patogênicos Doenças infeciosas

Outras situações

Interação física e psíquica entre tarefa e trabalhador

(ergonomia/organização do trabalho)

Fadiga física e psíquica/estresse/doenças

osteomusculares/pré-disposição a diversas

doenças.

Fonte: Colacioppo, 2005. p.524

Em um ambiente hospitalar é possível encontrar todos os tipos de riscos

já citados e para cada um deles há normas específicas visando proteger o

paciente, o trabalhador da saúde, o pessoal de apoio (limpeza e manutenção),

a administração, o visitante e o acompanhante. Dentre essas normas há a

Norma Regulamentadora número 9 (NR-9), do Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais (PPRA). Para tanto se deve seguir as etapas de

antecipação e reconhecimento, avaliação e controle desses riscos, podendo

ser mensurado e localizado por intermédio do mapa de riscos. O mapa de risco

é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de

trabalho que pode gerar prejuízos à saúde dos trabalhadores como acidentes e

doenças de trabalho (MATTOS, 1993).

Grande parte dos acidentes envolvendo trabalhadores da área da saúde

acontece devido à falta de instrução inadequada, supervisão ineficiente,

práticas inadequadas, mal uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

como jalecos e luvas, higiene pessoal (como lavar as mãos), fatores sociais,

planejamento falho, não observar normas, manutenção falha, layout incorreto,

jornada excessiva de trabalho, etc (COSTA & COSTA, 2009).

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2.1.2 Etapas do PPRA

2.1.2.1 Antecipação dos Riscos

De acordo com a NR-9, “a antecipação deverá envolver a análise de

projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de

modificação dos já existentes, visando a identificar os riscos potenciais e

introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação”. Lembrando

que eliminar um risco à saúde quando se encontra ainda no projeto é bem

menos oneroso, já que uma vez instalados os equipamentos, os custos

posteriores de modificações tendo por objetivo à proteção dos trabalhadores,

poderá ser alto, já que as alterações podem levar desde a remoção desses

equipamentos até a remoção de partes construídas inadequadamente

(COLACIOPPO, 2005).

2.1.2.2 Reconhecimento dos Riscos

Uma vez já instalado, reconhecer o risco – podendo se apresentar de

forma invisível, muitas das vezes nem sendo notado pelos trabalhadores - é

identificar no local de trabalho o que pode estar prejudicando a saúde do

trabalhador (COLACIOPPO, 2005).

Todos os dados referentes aos riscos ambientais a que estão expostos

os funcionários devem ser registrados em formulários, onde consta:

Identificação

Fonte geradora

Local da fonte geradora

Trajetórias e meio de propagação

Função

Número de trabalhadores expostos

Tipo de exposição

Tempo de exposição

Avaliação quantitativa

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Avaliação qualitativa

Limite de tolerância

Possíveis danos à saúde

Danos à saúde

Medidas de controle já existentes

Medidas de controle propostas

Segundo a NR-9, o registro de dados deverá estar sempre disponível

aos trabalhadores interessados ou seus representantes e para as autoridades

competentes e devem ser guardados por um período mínimo de 20 anos.

2.1.2.3 Avaliação e Controle

A avaliação é feita durante a implantação e acompanhamento do PPRA,

a partir de reuniões com a participação dos auxiliares de serviço geral,

secretárias, médicos veterinários, administradores e diretoria e professores.

Sempre que necessário, ou pelo menos uma vez ao ano, será refeita

essa avaliação para realização dos ajustes necessários e estabelecimento de

novas metas e prioridades.

2.1.2.4 Mensuração e Controle

2.1.2.4.1 Grupos de Riscos

A Norma Regulamentadora NR-5 classifica os riscos ambientais em 5

grupos (Quadro 2).

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QUADRO 2 - Classificação dos riscos ambientais

Grupo

Especificação dos Riscos

Cor Exemplo

1 Físicos Verde Ruído, calor, frio, pressões, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes,

vibração, etc.

2 Químicos Vermelha Poeiras, fumos, gases, vapores, névoas,

neblinas, etc.

3 Biológicos Marrom Fungos vírus, parasitas, bactérias,

protozoários, insetos, etc.

4 Ergonômicos Amarela

Levantamento e transporte manual de peso, monotonia, repetitividade,

responsabilidade, ritmo excessivo, posturas inadequadas de trabalho,

trabalho em turnos, etc.

5 Acidentes Azul

Arranjo físico inadequado, iluminação inadequada, incêndio e explosão,

eletricidade, máquinas e equipamentos sem proteção, quedas e animais

peçonhentos.

Fonte: adaptado de Teixeira & Valle, 1996.

O Mapa de Risco é construído tendo como base a planta baixa ou

esboço do local de trabalho e os riscos serão definidos pelos diâmetros dos

círculos:

Gravidade pequena- diâmetro 1

Gravidade média – diâmetro 2

Gravidade grande – diâmetro 3

Se, em um mesmo local, existirem riscos diferentes com a mesma

gravidade, usa-se um único círculo e divide-se em setores com as cores

correspondentes (Figura 1). Lembrando que o mapa de risco pode ser

construído de diferentes formas, sendo a figura 1 uma dessas.

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Fonte: Teixeira & Valle, 1996.

2.2. Plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde (PGRSS)

2.2.1 Breve histórico

Como descrito na NBR 10004 da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), resíduos produzidos no estado sólido ou semissólido são

descritos como produto derivado de atividades da comunidade, podendo ser de

origem industrial, doméstica, pública, agrícola, comercial, hospitalar, de

serviços de varrição, entre outros. A periculosidade de um resíduo relaciona-se

às suas propriedades físico-químicas e infectocontagiosas pelo risco à saúde

pública, provocando ou acentuando, de forma significativa, a mortalidade ou

incidência de doenças e riscos ao ambiente, quando o resíduo é manuseado

ou destinado de forma inadequada (ABNT, 1987).

FIGURA 1 – Mapa de Riscos. Descrição das tabelas de gravidade e dos grupos de risco

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QUADRO 3 – Categorização dos resíduos sólidos

Categoria Grau de Risco Características

Classe I Perigosos

Se apresentarem, pelo menos, uma das características descritas a seguir:

inflamabilidade, toxicidade, corrosividade, reatividade e patogenicidade.

Classe II Não inertes Não se enquadram na classe I ou III, mas

apresentam biodegradabilidade, solubilidade ou combustibilidade em água.

Classe III Inertes

Materiais que não se decompõem imediatamente quando em contato estático ou dinâmico com

água. Por exemplo: rochas, tijolos, vidros, alguns plásticos e borrachas.

Fonte: Adaptado da NBR 10004/2004.

Os RSS se enquadram, de acordo com a NBR 10004/2004, nos

resíduos de classe I devido a probabilidade de contaminação do ambiente e

risco à saúde pública e, essencialmente, em função de sua patogenicidade.

Os RSS eram classificados como lixo hospitalar até o final da década de

1980. Em 1987, a ABNT modificou a nomenclatura para resíduo de serviço de

saúde, já que esse tipo de resíduo não é unicamente gerado em hospitais, mas

também advém de ambulatórios, consultórios médicos e odontológicos, clínicas,

consultórios e hospitais veterinários, farmácias, laboratórios de análises

clínicas e patológicas, bancos de sangue ou leite, além de estações

rodoferroviárias, portos e aeroportos e locais de grande afluxo de pessoas

(ABNT, 1993; BERTUSSI FILHO, 1988).

A Resolução 283/2001 do CONAMA inseriu outras áreas produtoras

desses resíduos como os centros de pesquisa e desenvolvimento ou

experimentação na área de farmacologia e saúde, medicamentos e

imunoterápicos vencidos ou deteriorados, resíduos oriundos de necrotérios e

serviços de medicina legal além de funerárias e os resultantes de barreiras

sanitárias (CONAMA, 2001).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desempenhando o

papel de "regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que

envolvam riscos à saúde pública" (Lei 9.782/99, capítulo II, art. 8º), publicou a

Resolução de Diretoria Colegiada - RDC Anvisa 33/2003, que trata sobre o

regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

Foram incorporados novos serviços àqueles já pressupostos nas

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legislações anteriores, acrescentando serviços de apoio à preservação da vida;

indústrias; unidades de controle de zoonoses; serviços de tatuagem e

acupuntura; serviços radiológicos, de radioterapia e medicina nuclear; serviços

de tratamento quimioterápico e de hemoterapia; unidades de produção de

hemoderivados; e serviços de embalsamento.

A RDC 33/2003 também passou a considerar os riscos aos

trabalhadores, à saúde e ao meio ambiente. A adoção desta metodologia de

análise de risco da manipulação dos resíduos se contrapôs com as orientações

estabelecidas pela Resolução Conama 283/2001, levando os dois órgãos a

buscarem a harmonização das regulamentações. O entendimento foi

alcançado com a anulação da RDC Anvisa 33/2003 e a publicação da RDC

Anvisa 306 em dezembro de 2004, e da Resolução Conama 358, em maio de

2005.

Tanto a RDC Anvisa 306/2004 como a Resolução Conama 358/2005

abordam sobre o gerenciamento dos RSS em todas as suas etapas. Sendo

que a Resolução Conama 358/2005 trata do gerenciamento focando na

preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Enquanto que a RDC

Anvisa 306/2004 concentra sua regulação no controle dos processos de

segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e

disposição final. Estabelece ainda procedimentos operacionais em função dos

riscos envolvidos e concentra seu controle na inspeção dos serviços de saúde.

Pela Resolução Conama 5/1993, havia a divisão de quatro grupos de

resíduos sólidos de serviços de saúde como demonstra o Quadro 4.

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QUADRO 4 – Classificação dos RSS.

Grupos Classificação Características

Grupo A

Infectantes

Constituídos pelos resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos. Exemplos: sangue e hemoderivados, excreções, secreções e fluidos orgânicos e animais, meios de cultura, tecidos, órgãos, resíduos de ambulatórios, de sanitários de unidades de internação e enfermarias e animais mortos a bordo de meios de transporte.

Grupo B

Químicos

Apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas. Exemplos: drogas quimioterápicas, medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não utilizados.

Grupo C

Radioativos

Constituído por rejeitos radioativos, como material contaminado com radionuclídeos, proveniente de laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia.

Grupo D

Comuns Constituídos pelos demais tipos de resíduos que não se enquadram nos anteriores.

Fonte: adaptado de Conama 5/1993.

Com a RDC Anvisa 306/2004 e a Resolução Conama 358/2005, os RSS

passaram a ser classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E onde os

perfurocortantes passaram a ter seu grupo específico, não mais sendo do

grupo dos infectantes:

Grupo A (potencialmente infectantes): resíduos com possibilidade de conter

agentes biológicos que podem causar risco de infecção, devido a características de

maior virulência ou concentração. São subdivididos em 5 categorias, de acordo com

os diferentes tipos de resíduos;

Grupo B (químicos): apresentam, em sua composição, substâncias químicas,

independente das características e inflamabilidade, corrosividade, reatividade, e

toxicidade. Subdividem-se em oito categorias, de B1 a B8;

Grupo C (rejeitos radioativos): contaminados com radionuclídeos, devendo seguir

determinações técnicas e legais da CNEN. Um exemplo seria a radioterapia.

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Grupo E (perfurocortantes): esta categoria inclui objetos e instrumentos que

possuem cantos, bordas, pontos de protuberâncias rígidas e agudas, cortantes ou

perfurantes, como ampolas de vidro e lâminas de bisturi.

2.2.2 Etapas de controle dos RSS

Os RSS necessitam de técnicas e cuidados especiais para seu

manuseio, desde a segregação até o descarte final, após, quando necessário,

receberem tratamento (ABNT, 1987; CONAMA, 2005; ANVISA, 2004). As

diferentes etapas do manejo dos RSS podem variar de acordo com o porte do

serviço de saúde, pelas dimensões das instalações e pelas caraterísticas dos

resíduos gerados (ABNT, 1993; FIOCRUZ, 2005; TAKAYANAGUI, 2005).

Conforme essas características algumas etapas podem ser suprimidas. As

etapas são as listadas a seguir:

a) Identificação da unidade e aspectos gerais

b) Inventário

c) Separação ou segregação

d) Acondicionamento

e) Coleta

f) Armazenamento

g) Transporte

h) Local de apresentação de resíduos a coleta externa

i) Cuidados com pessoal

Segue um exemplo de como poderia vir a ser o fluxograma de um

estabelecimento (Figura 2).

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FIGURA 2 - Fluxograma das etapas de manuseio a descarte de RSS.

Fonte: POLEGATO, 2016.

2.2.2.1 Tratamento e destinação final

O tratamento de RSS é caracterizado como um conjunto de unidades,

técnicas, processos e procedimentos, que alteram as características físicas,

físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzem à

minimização do risco á saúde pública e à qualidade do meio ambiente

(CONAMA, 2001; ANVISA, 2003).

Os resíduos infectantes (grupo A) não podem ser dispostos no ambiente

sem tratamento prévio, sendo também proibida sua reciclagem. Após

tratamento, esse resíduo passa a ser considerado resíduo do tipo comum

(grupo D) e a partir daí começa a seguir as recomendações dos órgãos

ambientais (CONAMA, 1993; 2001; ANVISA, 2003).

Resíduos de origem química possuem tratamento e destinação

específicos, enquanto os radioativos (Grupo C) devem acompanhar os

requisitos definidos pela CNEN (1985), já os do tipo comum podem seguir o

mesmo protocolo dos resíduos domiciliares, desde que não sejam misturados

aos demais tipos de resíduos, sendo coletados pelo órgão público municipal

(CONAMA, 2001).

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Em relação ao local de tratamento ou descontaminação, de acordo com

a RDC 33/2003 da Anvisa, os resíduos do grupo A e B devem passar por

tratamentos na própria unidade geradora antes de sua destinação ou

tratamento final. Já os do grupo E devem ter tratamento prévio ou ser

encaminhados diretamente para o aterro sanitário.

Os métodos de tratamento mais usados para os resíduos de serviços de

saúde são: desinfecção química; esterilização a vapor (autoclave) e/ou por

gases; inativação térmica; incineração; radiações ionizantes; uso de micro-

ondas e/ou tochas de plasma (TAKAYANAGUI, 2005).

A destinação final em instalações próprias que passe por processos

ambientalmente adequados dos RSS, deve ser feita de acordo com as

determinações dos órgãos ambientais competentes assegurando a proteção à

saúde pública e ao meio ambiente (CONAMA, 2001). A partir da coleta externa,

os RSS devem seguir para um aterro sanitário, desde que os resíduos dos

grupos A e B tenham sido submetidos a tratamentos prévios específicos São

Exemplos de destinação final o aterro sanitário e a vala séptica

(TAKAYANAGUI, 2005).

3 Conduta em Relação a Estabelecimentos de Assistência Veterinária.

Compete à vigilância sanitária a função de atuar sobre estabelecimentos

de assistência veterinária na prevenção de riscos e agravos à saúde humana –

trabalhadores, clientela, população – utilizando o PPRA como ferramenta

(NADAV, 2009).

Na RDC 33/2003 da Anvisa, os ambientes veterinários estão incluídos

como prestadores de atendimento à saúde humana e animal, devendo seguir o

mesmo protocolo de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde previsto

na legislação.

Na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) os

estabelecimentos e serviços veterinários estão definidos como:

AMBULATÓRIO VETERINÁRIO - dependência de estabelecimento industrial,

comercial, de recreação ou de ensino e/ou pesquisa, de responsabilidade técnica

de Médico Veterinário, com acesso independente, onde são atendidos os animais

pertencentes ao mesmo ou sob sua guarda, para exames clínicos, curativos,

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pequenas cirurgias, sendo vedada à realização de cirurgias com utilização de

anestesia geral e a instalação de equipamentos de radiodiagnóstico (Código

CNAE 7500-1/00);

CONSULTÓRIO VETERINÁRIO - Estabelecimento de responsabilidade técnica de

Médico Veterinário destinado ao ato básico de consulta clínica, curativos,

vacinações de animais, coleta de material para diagnóstico, sendo vedada a

internação, a realização de cirurgias com utilização de anestesia geral e a

instalação de equipamentos de radiodiagnóstico (Código CNAE 7500-1/00);

CLÍNICA VETERINÁRIA - Estabelecimento destinado ao atendimento de animais

para consultas e tratamentos clínico-cirúrgicos, podendo ou não ter internação,

sob a responsabilidade técnica e presença de Médico Veterinário quando da

realização dos procedimentos (Código CNAE 7500-1/00);

HOSPITAL VETERINÁRIO - estabelecimento destinado ao atendimento de

animais para consultas, internação e tratamentos clínico-cirúrgicos, de

funcionamento obrigatório em período integral (24 horas), com a presença

permanente e sob a responsabilidade técnica de Médico Veterinário (Código

CNAE 7500-1/00);

LABORATÓRIO VETERINÁRIO - estabelecimento destinado a realização de

análises clínicas e/ou diagnósticas referentes à medicina veterinária, sob a

responsabilidade técnica de Médico Veterinário (Código CNAE 7500-1/00);

UNIDADE DE TRANSPORTE VETERINÁRIO – veículo utilitário vinculado a um

estabelecimento médico veterinário, utilizado exclusivamente para transporte de

animais, sendo vedada a realização de consulta, vacinação ou quaisquer outros

procedimentos médicos-veterinários (Código CNAE 7500-1/00).

4 MATERIAIS E MÉTODOS

Para este trabalho foi realizada revisão de literatura em livros, artigos

científicos, normas e manuais técnicos, normativas legais, documentação e

descrição técnica do hospital veterinário e visitas em clínicas veterinárias.

O universo da análise foi o Hospital Veterinário de Grandes Animais

(Hvet Grandes) da Universidade de Brasília (UnB) que se situa na Granja do

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Torto, distante a 11 km de Brasília. Conta com 3 galpões em uma área de 5,3

hectares, sendo 2,43 de área de pasto.

O Hvet Grandes trabalha em convênio com a Secretaria de Agricultura

(Seagri) do Distrito Federal (DF) sob responsabilidade administrativa da UnB.

Foi feito estudo da necessidade de elaboração de plano de

gerenciamento de resíduos e mapa de risco para o hospital. A coleta de dados

foi feita a partir do acompanhamento, na área da clínica e cirurgia, da rotina do

hospital e observação dos pontos críticos no ambiente. Para o mapa de risco

foi feito um questionário (Anexo I) com 14 pessoas presentes – 4 funcionários

do quadro, 6 residentes, 4 estagiários. Para o cálculo do nível de gravidade foi

feito uma média aritmética ponderada aplicando pesos para as respostas dos

entrevistados, sendo considerado peso 1 os questionários preenchidos pelo

estagiários, peso 2 para os residentes e peso 3 os funcionários do quadro.

Para o quantitativo de resíduos, foram feitas perguntas para os funcionários da

limpeza com relação ao número de vezes que eram feitas as coletas dos

resíduos por dia, quais os pesos que os sacos plásticos comportavam e quais

eram os pesos desses sacos plásticos quando feito a coleta. Os riscos foram

tabulados utilizando-se do software Microsoft Excel®. A amostra utilizada foi

não probabilística e intencional.

5 OBJETIVOS

1. Elaborar mapa de risco do Hvet Grandes.

2. Elaborar o PGRSS do Hvet Grandes.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Diagnóstico da Situação

6.1.1 Levantamento das atividades

A casuística do hospital é uma das mais altas do Brasil, tendo uma

média de 400 animais atendidos por ano. São atendidos equídeos, suídeos,

grandes e pequenos ruminantes advindos de apreensão pela Secretaria de

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Agricultura, de hípicas e fazendas próximas, da Empresa de Assistência

Técnica e Extensão Rural (EMATER), e da Fazenda Água Limpa (FAL) da UnB.

Na estrutura física do Hvet Grandes constam os laboratórios de

patologia clínica, anatomia patológica, de histopatologia, secretaria, salas de

aula, salas dos professores e sala para os Médicos Veterinários.

O Hvet Grandes possui um centro cirúrgico, equipado com um aparelho

de anestesia inalatória, uma mesa cirúrgica especial para equinos, ar-

condicionado, focos cirúrgicos e mesas de apoio, uma ante-sala para

antissepsia e paramentação, sala de indução e recuperação anestésica com

piso emborrachado e paredes acolchoados (Figuras 3 e 4 e 5).

Existem 40 baias para internação de animais, sendo oito delas teladas e

nove exclusivas para pequenos ruminantes, com cochos para água e ração e

iluminação artificial. Essas baias estão distribuídas em três galpões nomeados

como galpão principal, galpão e isolamento (Figuras 6 e 7).

Apresentam-se dois bretes fixos para contenção de animais na área

externa do hospital, dois na área interna no galpão principal (galpão 1) e um no

galpão de isolamento (galpão 2) (Figuras 7, 8 e 9).

O Hvet Grandes conta com áreas de pasto para internação dos animais,

com cocho para ração e sal mineral, melhorando assim o bem-estar e a

recuperação do animal (Figura 10).

Existe área para descanso para os funcionários plantonistas com mesa,

cadeiras, sofás, fogão e ar condicionado e banheiro (figura 11). Além de um

alojamento para estagiários de outras instituições de ensino e pesquisa

No galpão 2 existe área de vestiário, copa e banheiro para funcionários

terceirizados (Figura 12).

A sala de necropsia possui com mesa apropriada, pia, torneira e

mangueira além de área de apoio para o estudo histopatológico e para guardar

os materiais de necropsia (Figura 13).

Por fim a área de estoque, que se apresenta vinculado ao galpão 1 e é

usado para o deposito de ração e feno.

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FIGURA 3 - Centro cirúrgico

FIGURA 5 – Ante-sala para antissepsia e paramentação

FIGURA 4 – sala de anestesia e recuperação.

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FIGURA 6 - Baias teladas e

brete: Isolamento.

FIGURA 7- Baias pequenos

ruminantes.

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FIGURA 8 - Área de bretes fixos: área externa.

FIGURA 9 – Bretes fixos e baias: galpão principal (galpão 1).

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FIGURA 10 – área de pasto.

FIGURA 11 – Área de descanso para plantonistas.

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FIGURA 12 – Área dos funcionários terceirizados.

FIGURA 13 – Sala de necropsia.

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6.1.2 Recursos humanos

O hospital conta com quatro funcionários responsáveis pelo manejo

alimentar dos animais e limpeza de baias, cochos e piquetes. Possui um

funcionário para a esterilização de materiais; um do laboratório de patologia

clínica; e quatro para limpeza dos banheiros e galpões, além de vigilância 24 h

exercida por quatro funcionários terceirizados.

O hospital conta com cinco professores que ministram aulas no local,

quatro Médicos-Veterinários do quadro além de seis alunos do curso de

aprimoramento (residentes) de clínica cirúrgica e médica de grandes animais.

6.1.3 Atendimento dos animais

Todos os atendimentos são realizados pelos Médicos-Veterinários e

residentes, sob a supervisão dos professores de cada área. O Hospital

funciona 24 horas por dia e o veterinário plantonista fica de sobreaviso, caso

chegue algum animal de emergência ou aconteça algo com um dos pacientes

internados.

A rotina da clínica é da seguinte forma: pela manhã todos os animais

internados são examinados, suas constantes fisiológicas são anotadas, e então

feitas as prescrições, medicações e/ou curativos, sempre acompanhado pelo

plantonista, residentes e estagiários.

Sempre que chega um animal para ser atendido na clínica, é feito exame

clínico geral do animal; sangue, fezes e urina são coletados (se necessário) e

então o paciente é encaminhado de volta para a propriedade ou então é

encaminhado para a internação na própria clínica. Todo esse procedimento é

feito ou pelos médicos veterinários, ou residentes e com auxílio dos estagiários.

Atendimentos a campo são feitos sempre que a clínica é requisitada e os

estagiários se revezam de maneira que sempre todos tenham oportunidade de

participar da saída.

O horário a ser cumprido pelos estagiários, residentes e contratados é

de 8h às 12h e de 14h às 18h e de segunda a sexta-feira. Os estagiários fazem

plantões em fins de semana alternados, ou de acordo com o interesse de cada

um. No dia a dia o plantão é alternado entre os residentes e o plantonista do

dia que deve permanecer no hospital até a as 8h do dia seguinte. A rotina dos

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tratadores terceirados começa a partir das 7h com o fornecimento de alimento

e água para os animais e limpezas das baias. Eles trabalham em duplas

alternando os dias de trabalho. O pessoal da limpeza fica responsável pelos

resíduos biológicos e da limpeza doméstica. São 4 funcionários, sendo 3 pela

parte da limpeza do galpão principal e 1 servidor pelo isolamento, sala de

necropsia e galpão. O turno de trabalho dos terceirizados termina as 19h. Para

o apoio administrativo foram contratados 2 funcionários que trabalham das 8h

as 18h.

6.2 Etapas para elaboração do mapa de risco e para PGRSS

Tanto para mapa de risco quanto para o PGRSS são necessários os

seguintes dados (Quadros 5 e 6 e Figuras 14 a 16):

QUADRO 5 - Identificação da unidade e aspectos gerais:

Razão social FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Nome fantasia HVET Grandes

Tipo de estabelecimento Hospital Veterinário

Propriedade Pública(x) filantrópica () privada () outro

CNPJ

Endereço Granja do Torto – Galpão 5

Bairro Granja do Torto

Município Brasília

Estado DF

Fone 61 3468-7255

Fax -------

Site -------

E-mail [email protected]

Horários de funcionamento Segunda a domingo – 24hs por dia

Responsável Legal Reitor da UnB

Data da fundação 2001

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QUADRO 6 - Caracterização do estabelecimento

Número total de funcionários

Existentes (técnicos, administrativos, estagiários, outros): a serem contratados: total: 38

Condição de funcionamento

do estabelecimento

Em atividade (x) Em implantação ( ) Em expansão/ modernização (x ) Em relocalização ( )

Tipo de serviços terceirizados

Manutenção ( x ) Limpeza (x) Serviços clínicos ( ) Outros ( x ) manejo de animais de grande porte

Número total de funcionários de empresas terceirizadas

12

Área total construída

4000m2

Área total do terreno

5,3 hectares

Alvará sanitário nº. data de validade:

Licença ambiental (quando exigido)

nº. data de validade:

Horários de funcionamento

24 horas

Estrutura física Tipo de construção: Estrutura em aço ou metálica/ Estrutura em Concreto armado (Estrutura mista?) Número de pavimentos:3 galpões

Abastecimento de água

Tipo: Concessionária ( X ) captação própria ( ) Consumo interno (quantidade) número de reservatórios:

Condições urbanas do entorno

Condições de acesso: Risco de enchentes: Risco de deslizamento:

Coleta de esgoto sanitário

Coleta e tratamento público: CAESB só coleta: Sem coleta: Tratamento próprio:

Média de animais atendidos por ano

400

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FIGURA 14 – galpão 1 (galpão principal)

FIGURA 15 - galpão 2 (isolamento)

FIGURA 16 - galpão 3 (galpão)

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6.2.1 Elaboração do mapa de risco

O mapa de risco é uma ferramenta que auxilia os presentes naquele

ambiente de trabalho a identificar os riscos que podem vir a causar acidentes

ou trazer prejuízos à saúde dos expostos àquele risco. Para a elaboração do

mapa de risco, além da planta baixa ou esboço do local é necessário saber o

que é feito em cada ambiente do estabelecimento e entender a rotina do

ambiente, como exemplificado no quadro 7.

QUADRO 7 – Identificação dos ambientes do estabelecimento: galpão 1

(galpão principal)

- secretaria - laboratório - sala dos médicos veterinários

- farmácia -. lavanderia - sala revelação radiologia

- alojamento - sala vigilante - administração

- quarto/copa - sala de professores - depósito de ração

- centro cirúrgico - baias de 01 a 08 - estoque

- área pré / pós anestesia - banheiro social

- vestiário cirurgia - banheiro residente -

- anti-sepsia/parament - salas de aula

6.2.2 Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores

Para a análise do nível de gravidade foi formado um grupo composto por

funcionários, a fim de gerar um mapa de risco sem subjetividade, sem

potencializar ou amenizar um determinado risco (o quadro a seguir representa

o galpão 1 ).

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QUADRO 8 – representação dos riscos e níveis de exposição

AMBIENTE TIPO RISCO RISCO EXISTENTE EXPOSIÇÃO

RECEPÇÃO

Físicos

- Ruído intermitente (Animais);

-Calor

-Umidade.

Químicos - Produtos de limpeza para

piso e demais instalações.

Biológicos -vírus, bactérias, fungos.

Ergonômico

- Postura repetitiva - Mesa/cadeira/computador.

- Alta responsabilidade

Acidentes

- Arranjo físico deficiente

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- animais peçonhentos

- sinalização

FARMÁCIA

Físicos

-Ruído intermitente (Animais);

-Calor

-Umidade

Químicos - Manipulação de medicamentos.

Biológicos -vírus, bactérias, fungos.

Ergonômico

- Levantamento e deslocamento de peso.

-treinamento inadequado

-alta responsabilidade

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ALOJAMENTO

Físicos - calor

Químicos - Produtos de limpeza para piso e

demais instalações.

Biológicos -vírus, bactérias, fungos.

Ergonômico -postura inadequada

-monotonia e repetitividade

Acidentes

Espaço inadequado;

- Arranjo físico inadequado

-iluminação inadequada

-eletricidade

QUARTO/COPA

Físicos - Ruído intermitente (Animais);

- calor

Químicos - Produtos de limpeza para piso e demais instalações.

Acidentes

- Ferimento por objeto perfurocortantes;

- Arranjo físico deficiente

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- animais peçonhentos

- sinalização

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Biológicos -vírus, bactérias, fungos.

Ergonômico -postura inadequada

-monotonia e repetitividade

Acidentes

- Arranjo físico inadequado.

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- animais peçonhentos

- sinalização

CENTRO CIRÚRGICO

Físicos

- calor

Químicos

- Produtos de limpeza para piso e demais instalações;

- Manipulação de medicamentos;

- Anestésico volátil.

Biológicos

- Fluídos e secreções de animais;

- Ectoparasitas;

- Zoonoses transmitidas pelo sangue.

Ergonômico

- Postura repetitiva - Mesa cirúrgica;

- Levantamento e deslocamento de peso.

-esforço físico intenso

-alta responsabilidade

-trabalho em turno ou noturno.

- jornada de trabalho prolongada.

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Acidentes

- Lesões por mordidas ou arranhaduras;

- Ferimento por objeto perfurocortante;

- Arranjo físico inadequado.

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- animais peçonhentos

- sinalização

- Iluminação deficiente

- ferramentas inadequadas ou defeituosas

- equipamento sem proteção

ÁREA PRÉ-PÓS ANESTESIA

Físicos - Ruído intermitente (Animais).

- calor

Químicos

- Produtos de limpeza para piso e demais instalações;

- Manipulação de medicamentos.

Biológicos

- Fluídos e secreções de animais;

- Ectoparasitas;

- Zoonoses transmitidas pelo sangue.

Ergonômico

- Levantamento e deslocamento de peso.

-postura inadequada

-esforço físico intenso

-alta responsabilidade

-trabalho em turno ou noturno.

- jornada de trabalho prolongada.

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Acidentes

- Lesões por mordidas ou arranhaduras;

- Ferimento por objeto perfurocortante.

- Piso escorregadio.

- Arranjo físico inadequado.

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- animais peçonhentos

- sinalização

- Iluminação deficiente

- ferramentas inadequadas ou defeituosas

- equipamento sem proteção

PARAMENTAÇÃO

Físicos -calor

Químicos - Produtos de limpeza para piso e demais instalações.

Biológicos - Ectoparasitas

Ergonômico

-alta responsabilidade

-trabalho em turno ou noturno.

- jornada de trabalho prolongada.

Acidentes

- Arranjo físico inadequado.

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- animais peçonhentos

- sinalização

LAVANDERIA Físicos - calor

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Químicos - Produtos de limpeza para piso e demais instalações.

Biológicos - Fluídos e secreções de animais;

Ergonômico

- Postura inadequada - Tanque e lavadora;

- Levantamento e deslocamento de peso.

- treinamento inadequado

- alta responsabilidade

- monotonia e repetitividade

Acidentes

- Ferimento por objeto perfurocortante;

- Arranjo físico inadequado.

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- animais peçonhentos

- sinalização

- armazenamento inadequado

- Iluminação deficiente

LABORATÓRIO

Físicos - Ruído intermitente (Laboratório).

- calor

Químicos

- Produtos de limpeza para piso e demais instalações;

- Manipulação e preparo de substâncias e reagentes.

Biológicos

- Fluídos e secreções de animais;

- Ectoparasitas;

- Fungos;

- Zoonoses transmitidas pelo sangue.

Ergonômico - Postura inadequada – Bancada.

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Acidentes

- Ferimento por objeto perfurocortante;

- Espaço inadequado;

- Arranjo físico inadequado.

- animais peçonhentos

- sinalização

- Iluminação deficiente

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

SALA VIGILANTES

Físicos

- Ruído intermitente (Animais);

- calor

-umidade

Químicos - Produtos de limpeza para piso e demais instalações.

Biológicos - vírus, bactérias, protozoários.

Ergonômico

- Levantamento e deslocamento de peso.

- Postura repetitiva - Mesa/cadeira/

- trabalho em turno ou noturno.

- jornada de trabalho prolongada

Acidentes

- Arranjo físico inadequado.

- animais peçonhentos

- sinalização

- Iluminação deficiente

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- armazenamento inadequado

SALA

PROFESSOR Físicos

Choque elétrico.

- Ruído intermitente (Animais);

- calor

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Químicos -poeira

Biológicos - vírus, bactérias, protozoários

Ergonômico

- Levantamento e deslocamento de peso.

- Postura repetitiva - Mesa/cadeira/computador.

Acidentes

- Arranjo físico inadequado.

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- animais peçonhentos

BAIAS

Físicos - Ruído intermitente (Animais);

- calor

Químicos - Manipulação de medicamentos.

- poeira

Biológicos

- Fluídos e secreções de animais;

- Ectoparasitas;

- Fungos;

- Zoonoses transmitidas pelo sangue.

Ergonômico

- Postura inadequada

- Levantamento e deslocamento de peso.

- treinamento inadequado

- alta responsabilidade

- trabalho em turnos ou noturno

- jornada de trabalho prolongada

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Acidentes

- Arranjo físico inadequado

- eletricidade

- perigo de incêndio ou explosão

-iluminação inadequada

- Lesões por mordidas ou arranhaduras

-sinalização

-animais peçonhentos

BANHEIRO SOCIAL/RESIDENTES

Físicos

- Ruído intermitente (Animais);

-umidade

Químicos - Produtos de limpeza para piso e demais instalações.

Biológicos - Fluídos e secreções

- vírus, bactérias e fungos.

Ergonômico - -

Acidentes

-arranjo físico inadequado

-iluminação inadequada

-eletricidade

-animais peçonhentos

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SALA REVELAÇÃO /RADIOLOGIA

Físicos -frio

-radiação

Químicos - Produtos de limpeza para piso e demais

instalações;

Biológicos - Fluídos e secreções de animais;

Ergonômico

- Levantamento e deslocamento de peso.

-Postura inadequada

-Alta responsabilidade

-Jornada de trabalho prolongada

-Monotonia, repetitividade.

Acidentes

-eletricidade

-perigo de incêndio ou explosão

- sinalização

SALAS DE AULA

Físicos - calor

Químicos - Produtos de limpeza para piso e demais

instalações;

Biológicos - vírus, bactérias, fungos.

Ergonômico - Postura inadequada -

Mesa/cadeira/computador;

- alta responsabilidade

Acidentes

- Arranjo físico inadequado.

-iluminação inadequada

-eletricidade

-animais peçonhentos

- sinalização

-perigo de incêndio ou explosão.

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ADMINISTRAÇÃO

Físicos -ruído

-calor

Químicos - Produtos de limpeza para piso e demais instalações.

Biológicos -vírus, bactérias, fungos.

Ergonômico

- Postura repetitiva - Mesa/cadeira/computador;

- Levantamento e deslocamento de peso.

Acidentes

- Arranjo físico inadequado.

-iluminação inadequada

-eletricidade

-animais peçonhentos

- sinalização

-perigo de incêndio ou explosão.

SALA – MEDICOS VETERINÁRIOS

Físicos

- ruído

- frio

Químicos - Produtos de limpeza para piso e

demais instalações.

Biológicos - vírus, bactérias, fungos.

Ergonômico

- Levantamento e deslocamento de peso.

- Postura inadequada - Mesa/cadeira/computador;

Acidentes

- Arranjo físico inadequado.

-iluminação inadequada - sinalização

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AMBIENTE TIPO RISCO

RISCO EXISTENTE EXPOSIÇÃO

DEPÓSITO RAÇÃO

Físicos

- calor

- Ruído intermitente (Animais);

Químicos - poeira

Biológicos - vírus, bactérias e fungos

Ergonômico

- Levantamento e deslocamento de peso.

- Postura inadequada

- alta responsabilidade

Acidentes

- Arranjo físico inadequado.

-iluminação inadequada

- animais peçonhentos.

- sinalização

- eletricidade

-risco de incêndio ou explosão

ESTOQUE

Físicos - calor

-

Químicos - poeira

Biológicos Vírus bactérias e fungos.

Ergonômico - Levantamento e deslocamento de peso.

- Postura inadequada

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Acidentes

- Arranjo físico inadequado.

-iluminação inadequada

- animais peçonhentos, animais sinantrópicos

Na análise os riscos classificados com o maior nível de gravidade foram

os riscos ergonômicos e de acidentes. Isso se dá devido ao hospital não

possuir uma edificação apropriada para um estabelecimento assistencial de

saúde veterinária. Os galpões funcionavam como uma granja, o que se faz

difícil de criar ambientes laborais com tamanho e instalações apropriadas. Com

uma estrutura elétrica e hidráulica antiga e pobre em sinalização com extintores

impróprios para a sua utilização (Figuras 17 e 18), o hospital oferece um

ambiente com iluminação inapropriada e alto risco de perigo de incêndio

(Figuras 19 e 20).

FIGURA 17 - Estrutura elétrica. FIGURA 18 – Falta de sinalização.

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FIGURA 19 - Extintor impróprio. FIGURA 20 – Iluminação inadequada.

6.2.3 Medidas de controle

A comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) e as Normas

Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) são

instruções normativas que devem ser seguidas pelas empresas regidas pela

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No caso de ambientes hospitalares,

a NR-32 especifica a segurança e saúde no trabalho para os envolvidos nos

serviços de saúde, acrescentando mais algumas orientações com relação a

NR-9 e a NR-7. Nesta norma há mais detalhes quanto aos riscos biológicos,

químicos, ás radiações ionizantes, aos resíduos de serviços de saúde, das

condições de conforto por ocasião das refeições, à lavanderia, à limpeza e

conservação do ambiente e à manutenção de máquinas e equipamentos.

É necessário também que todos os envolvidos sejam capacitados com

relação ao uso de EPIs e Equipamento de Proteção Coletiva (EPCs), aos

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riscos biológicos, químicos ergonômicos e de acidentes, sinalização, rotulagem

e procedimentos em situações de emergência.

Pode ser sugerida ginástica laboral para amenizar os riscos

ergonômicos com o relaxamento muscular e alívio das tensões.

6.3 PGRSS

6.3.1 Inventário quantitativo dos resíduos

Além da identificação da unidade, é necessário saber uma média do

quantitativo dos diferentes resíduos produzidos no local, podendo ser avaliados

em quilos ou litros. O quantitativo aproximado de resíduos gerados pelo HVet

Grandes consta na Tabela 1. Na totalização, foram considerados apenas os

resíduos produzidos e acondicionados nas lixeiras presentes nos galpões, sem

a contabilização de carcaças. No Hospital, o descarte de resíduos é feito em

sacos brancos, pretos e nas caixas específicas para perfurocortantes,

indicando resíduos biológicos - grupo A (sem distinção dos subgrupos) e

químicos – grupo B, comuns úmidos - grupo D e perfurocortantes - Grupo E

respectivamente.

TABELA 1 - Totalização por Resíduo Gerado na Unidade

Tipo de resíduo Litro

Dia

Litro

Semana

Litro

Mês

Litro

Ano

Biológico 210 1.500 6.000 72.000

Químico 1 26 111 1.332

Perfurocortantes 39 468

Radioativo 0 0 0 0

Comum

Seco 0 0 0 0

Papel 0 0 0 0

Úmido 105 739 856 10.272

Especial 0 0 0 0

Total 316 2.265 7.006 84.072

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6.3.2 Fluxo dos resíduos

Depois de quantificado é necessária a identificação dos locais de

geração de resíduos, através de um mapeamento da localização de lixeiras ou

de diversos outros meios de acondicionamento. As figuras de 21 a 25

demonstram o mapeamento de resíduos no Galpão 1 (galpão principal). As

figuras 26 e 27 são do galpão 2 (isolamento). A imagem 28 é do galpão 3

(galpão).

FIGURA 21 - Mapeamento de resíduos da sala de cirurgia e pré-anestésica.

FIGURA 22 - mapeamento de resíduos da área de paramentação e

esterilização, sala dos vigilantes e laboratório

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FIGURA 23 - mapeamento de resíduos: do alojamento, lavanderia, banheiro

residentes e quarto/copa

FIGURA 24 - mapeamento dos resíduos: farmácia, secretaria, sala de

professor e área de exames

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FIGURA 25 - Mapeamento de resíduos: sala de professores, médicos

veterinários e salas de aula, administração e revelação radiológica

FIGURA 26 – mapeamento de resíduos: área de necropsia e isolamento

(entrada)

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FIGURA 27 - mapeamento de resíduos do galpão 2 (parte 2)

FIRGURA 28 – mapeamento de resíduos do galpão 3 (galpão).

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6.3.3 Segregação e acondicionamento

Nesta etapa é feita a separação dos resíduos no momento e local de sua

geração. Vale lembrar que resíduos comuns procedentes de ambientes

laboratoriais e de assistência à saúde são considerados como resíduos

biológicos infectantes. Para facilitar a segregação, o uso de símbolos

internacionais de padrões de risco deve ser empregado para a identificação

desses resíduos (FIOCRUZ, 2005). Na rotina do hospital é realizada a

segregação dos resíduos em sacos plásticos com as cores correspondentes.

No entanto, as lixeiras utilizadas deveriam ser apropriadas para o

acondicionamento de resíduos de serviços de saúde (figura 29). Ou seja,

deveriam ter acionamento por pedal e possuir cor e símbolo correspondente ao

risco do resíduo.

Para os perfurocortantes é utilizada uma caixa de papelão específica.

FIGURA 29 – Lixeiras para resíduos: hospital.

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6.3.4 Coleta interna de resíduos

A coleta interna de resíduos do hospital é feita diariamente pelos

terceirizados responsáveis pela limpeza do local. Nesta etapa, os resíduos já

se encontram segregados e acondicionados em lixeiras.

A frequência da coleta vai depender do fluxo de pessoas e de pacientes

(dias com e sem aulas, feriados, finais de semana e quando há a alta dos

animais).

Resíduos biológicos são levados para serem armazenados em

bombonas para incineração. Resíduos comuns são armazenados fora do

hospital para coleta urbana.

De acordo com o manual da Anvisa para gerenciamento de RSS esta

etapa deve conter:

- método de coleta e transporte,

- descrição das formas de coleta e quais EPIs e EPCs foram utilizados e

- Fluxo da coleta interna com o itinerário da coleta até o abrigo externo.

6.3.5 Armazenamento temporário

Como já descrito na coleta interna, os resíduos biológicos são

armazenados em bombonas para posterior incineração. O hospital, entretanto,

não dispõe de edificação específica para a guarda temporária, tanto interna

quanto externa, desses recipientes. Esses são deixados, temporariamente,

dentro da sala de necropsia ou próximo a ela (figura 30).

De acordo com o manual da Fiocruz sobre gerenciamento de resíduos,

um dos condicionantes para a existência de uma área de armazenamento

temporário interno e externo é o volume diário de resíduos produzidos na

unidade. Se for maior que 20 litros (ou 20 kg), é necessário que exista uma

estruturas físicas de armazenamento.

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FIGURA 30 - Bombonas.

6.3.6 Coleta e transporte dos resíduos

Como pode ser observada nos quadros a seguir, a coleta e transporte de

resíduos é feita parte por empresas contratadas e parte por licitação (quadros

10, 11, 12).

QUADRO 10 - Informações sobre coleta e transporte externo

Nome (s) da(s)

empresa(s) CNPJ/CPF Tipos de resíduos

Belfort Ambiental 10.865.146/0001-53 Restos de animais

Sistema de limpeza urbana do DF (SLU) 01.567.525/0001-76

Animais eutanasiados

GRP-UNB Materiais e reagentes

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QUADRO 11 – Frequência da coleta

Tipos de resíduos

Diariamente Dias

alternados Semanal

2x ao dia

Outra frequência

Biológico - - - - 2x por semana

Comum - - - - 2x por semana

Químico - - - - 2x por semana

Perfuro - - - - 2x por semana

QUADRO 12 - Tipos de veículos utilizados na coleta

Tipos de Resíduos

Tipos de veículos

Saveiro Basculante Baú Compactador Outros,

especificar

Biológico X

Comum X

Químico X

Perfuro X

6.3.7 Tratamento dos Resíduos

O hospital não dispõe de tratamento prévio sendo feito fora da unidade

geradora por serviço terceirizado. De acordo com manual da Anvisa para

gerenciamento de RSS é necessário verificar se os resíduos do grupo A que

requerem tratamento prévio, estão sendo tratados em equipamentos

adequados. Averiguar se as empresas tratadoras de RSS emitem certificação

de conformidade com as orientações do órgão ambiental e se as terceirizadas

estão licenciadas pelo órgão ambiental.

6.3.7 Cuidados com o pessoal (saúde e segurança do trabalhador)

Para quem está envolvido diretamente com o PGRSS deve estar sujeito

a exames periódicos, de retorno ao trabalho, admissional, de mudança de

função e demissional. Esses exames citados são parte integrante do Programa

de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO descrito na Norma

Regulamentadora 7 - NR 7 (FIOCRUZ, 2005).

O PCMSO deve conter também (FIOCRUZ, 2005):

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a) número de funcionários (incluindo os da empresa contratada e órgão

público) envolvidos nos seguintes serviços:

- coleta interna

- coleta externa

- transporte externo

- tratamento externo

- Destinação final

b) como a capacitação e o treinamento para segurança no trabalho é

realizado

c) como a prevenção é realizada pelas as:

- CTBio- Comissão Técnica de Biossegurança,

- CIBio- Comissão Interna de Biossegurança,

- CIPA- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e

-CCIH- Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.

6.3.8 Capacitação e treinamento

É necessário oferecer a todos os envolvidos no gerenciamento cursos,

treinamentos e campanhas com foco na questão ambiental e nos riscos

envolvidos no gerenciamento (ANVISA, 2006).

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50

7. CONCLUSÃO

Diante do demonstrado, se faz necessário o exercício da educação

permanente em saúde, nos campos por este trabalho explorados, para que os

empregados, alunos e professores da instituição em foco, possam exercer suas

funções de forma mais segura, competente e com melhor desempenho.

Educação permanente envolve etapas que incluem as experiências

posteriores à formação inicial, e isso contribui para que o pessoal de saúde

possa manter, aumentar ou melhorar as competências importantes para o

desenvolvimento do trabalho e das responsabilidades, trazendo uma

atualização cotidiana das práticas exercidas no ambiente de trabalho

(MASSAROLI; SAUPE, 2008).

A educação em serviço pode ser oferecida aos trabalhadores atendendo

aos princípios de: higiene pessoal, risco biológico, risco químico, sinalização,

rotulagem, EPI, EPC e procedimentos em situações de emergência; (NR-32,

2005).

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Novembro de 2005. Aprova a Norma Regulamentadora nº 32 (Segurança e

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de 08 de junho de 1978. As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos

da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que

possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT

manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde

e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. Diário Oficial da

União, Brasília, 06 jul. 1978.

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de 08 de junho de 1978. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –

CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do

trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a

preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Diário Oficial da

União, Brasília, 06 jul. 1978.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Reguladora – NR-7, da Portaria 3.214

de 08 de junho de 1978. Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e

implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que

admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico

de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação

da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Diário Oficial da União, Brasília,

06 jul. 1978.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Reguladora – NR-9, da Portaria 3.214

de 08 de junho de 1978. Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e

implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que

admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade

dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e

conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que

venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção

do meio ambiente e dos recursos naturais. Diário Oficial da União, Brasília, 06

jul. 1978.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Reguladora – NR-32, da Portaria 485,

de 11 de novembro de 2005. Tem por finalidade estabelecer as diretrizes

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ANEXO I – Tabela de riscos