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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO CÁSSIO QUINTAO VAZ DE MELLO PRÉ-PROJETO DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL: UMA ANÁLISE DO DISCURSO DO MICRO E PEQUENO EMPRESÁRIO DO DISTRITO FEDERAL Projeto de dissertação apresentado ao Mestrado em Administração da Universidade de Brasília Orientador: Profa. Dra. Leonor Câmara Brasília Novembro/2004

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

CÁSSIO QUINTAO VAZ DE MELLO PRÉ-PROJETO DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL: UMA ANÁLISE DO DISCURSO DO MICRO E PEQUENO

EMPRESÁRIO DO DISTRITO FEDERAL

Projeto de dissertação apresentado ao Mestrado em Administração da Universidade de Brasília

Orientador: Profa. Dra. Leonor Câmara

Brasília Novembro/2004

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SUMÁRIO

1 – Introdução 3

1.1 – Problema de pesquisa 5

1.2 – Justificativa e relevância do tema 5

1.3 – Objetivos 5

1.3.1 Objetivo geral 5

1.3.2 Objeto empírico 6

1.3.2.1 Projeto empreender 7

1.4 – Delimitação do estudo 7

2 – Referencial Teórico 9

2.1 – Perspectiva do campo da administração 9

2.1.1 Origem e transformação do termo responsabilidade social 9

2.1.1.1 Abordagem histórica da responsabilidade social

corporativa 9

2.1.1.2 Responsabilidade social nas empresas 10

2.1.2 Definições de responsabilidade social empresarial 11

2.1.2.1 Discurso da responsabilidade social no Brasil 14

2.1.2.2 Críticas à responsabilidade social empresarial 15

2.2 – Micro e pequena empresa 17

2.2.1 Legislação básica da micro e pequena empresa no Brasil 18

2.2.2 O que é micro e pequena empresa no Brasil? 19

3 – Comportamento ético e marco teórico 21

4 – Métodos e Procedimentos 23

4.1 – Tipo de pesquisa 23

4.2 – Tipo de coleta de dados 24

4.3 – Universo e amostra 25

4.4 – Análise dos dados 26

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4.5 – Cronograma proposto 26

5 – Referências 27

6 – Anexos 33

6.1 – Anexo I – Receita das empresas de comércio e serviços 33

6.2 – Anexo II – Pessoal ocupado das empresas de comércio e serviços 34

6.3 – Anexo III – Indicadores das micro e pequenas empresas varejistas 35

6.4 – Anexo IV – Indicadores das micro e pequenas empresas de

prestação de serviços 36

6.5 – Anexo V – Capítulo II da Lei 9.841 de 5 de outubro de 1999 37

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1 – INTRODUÇÃO

A questão da responsabilidade social empresarial (REM) é um tema que tem

suscitado constantes debates tanto no meio acadêmico quanto nas esferas organizacionais e

governamentais. No Brasil e no exterior as definições sobre o tema têm variado tanto em

significado quanto em abrangência.

A expressão “responsabilidade social”suscita um série de interpretações. Para alguns, representa a idéia de responsabilidade ou obrigação legal; para outros, é um dever fiduciário, que impõe às empresas padrões mais altos de comportamento que os do cidadão médio. Há os que a traduzem, de acordo como avanço das discussões, como prática social, papel social e função social. Outros a vêem associada ao comportamento eticamente responsável ou a uma contribuição caridosa. Há ainda os que acham que seu significado transmitido é ser responsável por ou socialmente consciente e os que a associam a um simples sinônimo de legitimidade ou a um antônimo de socialmente irresponsável ou não responsável (ASHLEY, 2003, p. 5).

Contudo, foram as pressões exercidas sobre as organizações para que estas se

tornassem mais sintonizadas com os problemas sociais que se constituiu num movimento,

que ultrapassando a mera consideração das obrigações legais e econômicas pôs em xeque o

próprio conceito de legitimidade que servia de suporte aos negócios empresariais. À

questão de uma missão empresarial estritamente econômica, foram agregadas questões

sociais (GUIMARÃES, 1984).

O tema, tipicamente um produto deste último século, cresceu quase que na mesma

proporção das cobranças realizadas por parte da sociedade e do governo. Os homens de

negócios não começaram a investir em responsabilidade social por bondade, mas sim por

terem sido cobrados ou por acreditarem que esta atitude socialmente responsável poderia

gerar um fortalecimento da imagem da organização, revertendo também em maiores lucros

(BOWEN, 1957).

O estudo da responsabilidade social empresarial vem sendo focado desde então em

grandes organizações. Steiner (STEINER, 1978; apud OLIVEIRA, 1984), por exemplo,

exclui as pequenas empresas do peso da responsabilidade social, afirmando que a sociedade

não espera delas muitas atividades socialmente responsáveis, mas somente espera ser

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provida de bens e serviços elaborados dentro da lei e das normas de honestidade e

integridade.

No que se refere à capacidade de atender aos problemas sociais, observa-se que tanto as grandes empresas, como também as pequenas e médias, têm uma responsabilidade para com a sociedade em que operam, embora alguns cientistas sociais da área de administração (Kobayashi, 1977; Odell, 1974; Steiner, 1978; e outros que advogam um maior desenvolvimento social das empresas) dirijam sua atenção somente para o estudo das grandes empresas. (OLIVEIRA, 1984 p. 203).

Também Bowen (1957), afirmava que devido ao seu tamanho, os pequenos

negócios não teriam condições de investir em aspectos sociais. Contudo, Bowen apresentou

sua visão muito mais focada no aspecto financeiro e, ser socialmente responsável não

significa exclusivamente realizar elevados investimentos financeiros. Muitas ações

socialmente responsáveis podem ser realizadas a custo zero. A preocupação com princípios

éticos, por exemplo, é indispensável a qualquer empresa pretensa a ser socialmente

responsável e não representa custo para as mesmas.

Zenisek (1979) baseava seu conceito sobre responsabilidade social na

relação entre dois componentes: ética nos negócios e expectativas da sociedade sobre o

setor de economia privada. Dessa forma, a responsabilidade social poderia ser considerada

como uma derivação da ética nos negócios, pois no cerne de um comportamento

socialmente responsável, se encontra no relacionamento ético entre a empresa e seus

stakeholders1.

É fato, no entanto, que muitas micro e pequenas empresas são sim administradas por

pessoas simples e com pouca capacidade gerencial (OLIVEIRA, 1984), contudo este

trabalho não partirá da premissa de que devido a este fato, os micro e pequenos empresários

desconhecem por completo o assunto. Sendo assim, falar de responsabilidade social na

microempresa ou empresa de pequeno porte no Brasil se faz oportuno. Hoje, a cada 100

empresas, 98 são micro ou pequenas e juntas elas empregam mais da metade de toda a mão

de obra do país (SEBRAE, 2002).

1 Segundo Orchis, Yung e Morales (2001, p. 56) “stakeholders são os grupos de interesses que se relacionam, afetam e são afetados pela organização e suas atividades. O termo foi criado para

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1.1 – PROBLEMA DE PESQUISA

O problema de pesquisa do respectivo trabalho será construir uma abordagem

conceitual sobre o significado de “responsabilidade social” aplicada à micro e pequena

empresa.

1.2 – JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA

O presente estudo tem relevância por estudar dois temas muitas vezes considerados

inconciliáveis pela literatura existente, responsabilidade social empresarial e a micro e

pequena empresa. Vários autores defendem a idéia de que a responsabilidade social das

empresas de pequeno porte é anulada pela característica de seu tamanho (BOWEN 1957,

STEINER, 1978; ODELL 1974, KOBAIASHI,1977 apud OLIVEIRA, 1984).

Este estudo também é relevante por apresentar o Brasil como um país especialmente

composto por micros e pequenas empresas, partindo-se do pressuposto que não se pode

falar em responsabilidade social empresarial no país sem um estudo que envolva este

segmento. Segundo dados do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e

Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2003), no Brasil as

micro e pequenas empresas são importantes agentes econômicos em cerca de 80% dos

municípios e cerca de 99% das empresas do país são micro ou pequenas (SEBRAE 2004d).

Este estudo também se mostra relevante por estudar o assunto no âmbito do Distrito

Federal, uma vez que se desconhece qualquer pesquisa similar desenvolvida nesta Unidade

da Federação. Por fim enfatiza-se também a importância em se dar voz ao proprietário-

gerente das micro e pequenas empresas.

1.3 – OBJETIVOS

1.3.1 – Objetivo Geral

diferenciar os shareholders (acionistas) dos outros membros da sociedade que atuam como pilares de sustentação da atividade empresarial”.

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O presente trabalho tem como objetivo geral construir uma abordagem conceitual

sobre o significado de “responsabilidade social” sob a ótica dos proprietários-gerentes das

micro e pequenas empresas do comércio varejista e de serviços do Distrito Federal.

1.3.2 – Objeto Empírico

Os proprietários-gerentes das empresas de comércio varejistas e de serviços de

pequeno porte participantes do projeto Empreender no Distrito Federal são considerados os

objetos de estudo deste trabalho. Por proprietários-gerentes entende-se neste trabalho

aquelas pessoas que, em sendo proprietárias destas empresas são também aquelas que

administram o dia a dia das operações.

As micro e pequenas empresas de comércio varejista e serviços têm uma grande

importância econômica no Brasil. Nestes últimos anos elas aumentaram a sua participação

no número de empresas, na criação de postos de trabalho e na geração de receita.

As micro e pequenas empresas - MPE's - nas atividades de comércio e serviços cobrem cerca de 80% da atividade total do segmento das micro e pequenas empresas, tanto em termos da receita gerada como das pessoas nele ocupadas (IBGE, 2003, p. 7).

O IBGE traçou um perfil das 2,0 milhões de microempresas e empresas de pequeno

porte de comércio e serviço em operação no Brasil no ano de 2001. Segundo o estudo, o

crescimento médio anual do faturamento das micro e pequenas empresas foi de 2,9% e o

pessoal ocupado apresentou crescimento médio de 9,7% ao ano. As microempresas e

empresas de pequeno porte de comércio e serviços ocupavam cerca de 7,3 milhões de

pessoas em 2001, o que correspondia à 9,7% da população ocupada e faturavam R$ 168,2

bilhões (IBGE, 2003).

No período de 1985 a 2001, o segmento das micro e pequenas empresas cresceu sua

participação no montante da receita gerada em relação ao total do setor de serviços no

Brasil. A receita saiu de R$ 149,6 bilhões em 1985 (19%) para R$ 168,2 bilhões (22,3%)

em 2001, enquanto as médias e grandes empresas varejistas e de serviços reduziram sua

participação dos 81% para 77,7% (IBGE, 2003).

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A quantidade de pessoas ocupadas mais que dobrou, passando de 3,4 milhões em

1985 (50,7% do total do setor) para 7,3 milhões (60,8%), e com relação ao número de

micro e pequenas empresas do setor de comércio e serviços também observou-se um

crescimento, de 95,5% do total de empresas em 1985 para 97,6% em 2001 (IBGE, 2003).

1.3.2.1 – O Projeto Empreender

Este estudo debruçará seu foco sobre as empresas participantes do projeto

Empreender no Distrito Federal. Este projeto vem sendo desenvolvido no país desde 1991 e

no Distrito Federal ele existe desde outubro de 2003 contando com 55 núcleos setoriais e

955 empresas envolvidas, em quase todas as regiões administrativas, distribuídas nos

setores de indústria, comércio e serviços. O projeto estimula a aproximação entre

empresários de um mesmo setor, promovendo a interação na busca de soluções para suas

dificuldades. Ele permite que empresários de um mesmo setor sentem-se à mesa para

conversar deixando de lado as diferenças, esquecendo a concorrência (BELTRÃO, 2004).

No Distrito Federal, o projeto Empreender é um trabalho conjunto da Confederação

das Associações Comerciais do Brasil – CACB, da Federação das Associações Comercias e

Industriais do Distrito Federal e do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas

Empresas – SEBRAE. O projeto é desenvolvido por meio de grupos setoriais com

empresas do mesmo ramo. Nesses grupos setoriais são discutidos os principais problemas

em comum, bem como as possíveis soluções para os problemas apresentados (BELTRÃO,

2004).

1.4 – DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Deve-se considerar, no que concerne à delimitação deste estudo, os seguintes fatos:

A – O estudo será definido por critérios formais;

B – Este trabalho estudará exclusivamente empresas dos setores de comércio

varejista e/ou de serviços;

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C – A presente pesquisa será delimitada ao mercado do Distrito Federal, assumindo,

especificamente, as seguintes regiões administrativas: Brasília e Taguatinga;

D – O público alvo estudado será o proprietário-gerente das micro e pequenas

empresas.

E – As empresas estudadas serão, exclusivamente, as participantes do Projeto

Empreender.

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2 – REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 – A PERSPECTIVA DO CAMPO DA ADMINISTRAÇÃO

2.1.1 – Origem e transformação do termo responsabilidade social

2.1.1.1 – Abordagem Histórica da Responsabilidade Social Corporativa

O desenvolvimento da responsabilidade social se deu com o conflito entre os

interesses pessoais e os interesses sociais surgido ainda no século XVIII (período do

laissez-faire2). Foram os problemas e questionamentos ao sistema do laissez-faire que

levaram a um incremento do controle social na vida econômica. Esse controle social levou

alguns países ao socialismo ou comunismo, e nos Estados Unidos à uma mistura entre livre

iniciativa e controle social (BOWEN, 1957).

O século XIX trouxe as primeiras manifestações dos governos sobre as

organizações. Foram medidas reformadoras, na verdade mais anti-mercantilistas do que

evoluções programadas, contudo, podem ser encaradas como um início de uma visão mais

socialmente responsável. “A legislação trabalhista moderna, por exemplo, data da Lei de

Saúde Moral dos Aprendizes, aprovada na Inglaterra em 1802, na qual predominavam

motivos humanitários. Uma outra lei de 1819 limitou o trabalho de menores. O direito de

formar sindicatos foi reconhecido na Inglaterra em 1824, a reorganização e liberalização

drástica da legislação social ocorreu em 1834. Foi analogamente bem cedo também que

teve início a legislação social nos Estados Unidos, durante as décadas de 1830 e

1840...”(BOWEN, 1957, p 33).

Apesar dessas primeiras iniciativas, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos,

terem partido de reformas governamentais, há citações como as de Carrol (1999) e a

2 “Teoricamente, o sistema do laissez-faire aplica-se a uma economia de troca em que funcionariam as seguintes instituições: propriedade privada, trabalho livre, livre empreendimento, livre escolha pelo consumidor, e competição onipresente. A renda seria distribuída funcionalmente, na acepção de que a renda de cada indivíduo seria recebida como uma compensação pelos serviços de quaisquer terras, trabalho ou capitais seus. O governo ficaria adstrito a atividades tais como proteção do direito de propriedade; defesa nacional; estabelecimento de unidades de peso, de medida e monetárias; educação; e execução de certas obras públicas, como por exemplo estradas e auxílios à navegação.” (BOWEN, 1957 pág 25)

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apresentada abaixo, de Sampson (1926), mostrando que há evidências de preocupações das

organizações pelo desenvolvimento da sociedade, nos Estados Unidos, há séculos.

O homem de negócios americano começou a surgir como espécie separada na metade do século XIX, um líder mais consciente de si mesmo do que seu equivalente europeu, lutando por sua comunidade ou cidade e tornando-se amiúde o centro de sua sociedade (SAMPSON, 1926, p. 41).

Na verdade, foi no início do século XX que surgiram os primeiros questionamentos

(com os americanos Eliot em 1906, Hakley em 1907 e Clark em 1916, e com o inglês

Sheldon em 1923), sobre a inclusão da questão social, além dos lucros dos acionistas, entre

as preocupações das empresas. Estes questionamentos, no entanto, não tiveram aceitação e

foram deixados de lado (OLIVEIRA, 2001).

Mais evidente nos Estados Unidos, o campo formal da responsabilidade social

empresarial é um produto do século XX, especialmente dos últimos 50 anos (CARROL,

1999). Em 1953, Howard Bowen, lançou um dos clássicos sobre responsabilidade social:

The Social Responsabilities of The Businessman; traduzido para o português em 1957.

Seguindo o trabalho de Bowen, muitos autores tentaram contribuir para o entendimento do

fenômeno da responsabilidade social empresarial, como por exemplo: na década de 1960,

Eells e Walton, Davis, Frederick, McGuire; na década de 1970, Heald, Johnson, Steiner,

Wallich, Carroll, Sethi, Preston e Prost, Zenisek (CARROLL, 1999).

Nas décadas de 1960 e 1970 os conceitos sobre responsabilidade social corporativa

se desenvolveram consideravelmente e se proliferaram especialmente nos Estados Unidos e

na Europa. Já as décadas de 1980 e 1990 não se caracterizaram por novas definições sobre

o tema, mas sim pelo desenvolvimento de pesquisas e de estudos de temas alternativos

como: responsividade social corporativa, políticas públicas, ética nos negócios,

administração de stakeholders, cidadania corporativa, dentre outros (CARROL, 1999).

2.1.1.2 – Responsabilidade Social nas Empresas

Os problemas sociais têm se agravado ao longo dos anos e no que se refere à

capacidade para lidar com estes problemas, os governos não têm conseguido, sozinhos,

responder de maneira eficaz. Esta perda de força por parte do Estado fez com que as

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instituições sociais, a sociedade civil3 e também as organizações tivessem de entrar no jogo

em prol de uma sociedade mais responsável e justa.

As pressões exercidas sobre as empresas para que estas se tornem mais sintonizadas com os problemas sociais se constitui num movimento que, ultrapassando a mera consideração das obrigações legais e econômicas, pôs em xeque o próprio conceito de legitimidade que servia de suporte aos negócios empresariais. Se no início da industrialização aceitava-se que a missão dos negócios era estritamente econômica...com o correr do tempo novas questões foram sendo colocadas para as empresas (GUIMARÃES, 1984, p. 211).

As empresas não começaram a investir, contudo, em responsabilidade social apenas

guiadas por sua boa índole ou por bondade de seus líderes, mas sim por terem sido

cobradas por parte do mercado, da sociedade e do governo, e por acreditarem que esta

atitude socialmente responsável poderia gerar um fortalecimento da imagem, revertendo

também em maiores lucros (BOWEN, 1957).

“Os homens de negócios têm sido forçados a atender a suas responsabilidades

porquanto têm estado atuando em um clima de opinião em que a maré montante de

regulamentação oficial, ou até mesmo de propriedade pública, tem figurado como

permanente ameaça. Ademais, eles têm se defrontado com a pressão inexorável de um

resoluto movimento trabalhista. Como grupo, pois, os homens de negócios bem

compreenderam que uma condição para a sobrevivência do comércio, ou pelo menos de sua

continuidade numa relativa independência, seria a direção de suas empresas em

conformidade com os novos padrões e aspirações do público” (BOWEN, 1957, p. 126).

O problema moral do homem de negócios é reconhecer as inferências sociais de suas decisões e levar em conta o interesse social – tanto quanto possível e razoável – para chegar a essas decisões. Seu dever é perguntar-se como é que as resoluções que ele tomar no funcionamento de sua companhia relacionam-se com essas metas, e como é que poderá facilitar a obtenção destas por uma adequada modificação daquelas (BOWEN, 1957, p. 42).

2.1.2 – Definições de Responsabilidade Social Empresarial

3 Segundo Garcia (2001 pág. 17) “falar em sociedade civil significa lidar com o conjunto de setores organizados da sociedade...considera-se que tais organizações são voluntárias e autônomas, em

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O termo responsabilidade social empresarial não tem um mesmo significado para

todos que o estudam. Para alguns ele transmite a idéia de responsabilidade; para outros ele

significa comportamento responsável socialmente no sentido ético; ainda para outros

significa sentir-se responsável por, comparando-se a contribuições de caridade; alguns o

vêem como mero sinônimo de legitimidade e ainda alguns o vêem como obrigação

fiduciária (ZENISEK, 1979).

Os primeiros conceitos a respeito de responsabilidade social corporativa surgiram

na década de 1950, nos Estados Unidos, com a publicação do livro Social Responsabilities

of the Businessman, de Robert R. Bowen. Segundo Bowen (1957), o termo se refere às

obrigações dos homens de negócios de adotar orientações, tomar decisões e seguir linhas de

ação, que sejam compatíveis com os fins e valores de nossa sociedade.

As primeiras tentativas de definição da expressão responsabilidade social ocorreram nos Estados Unidos, por volta de 1950, e ganharam corpo com a disseminação do conceito na Europa, entre as décadas de 1960 e 1970. A idéia fortaleceu-se durante os anos 1980 e efetivou sua participação no meio empresarial brasileiro e mundial no início dos anos 1990, quando as empresas aumentaram sua atuação na área social, desenvolvendo projetos que beneficiam os mais variados segmentos (PARENTE et al, 2004, p. 6).

Chaberlain, define responsabilidade social, considerando-a em termos de ação dos

dirigentes da empresa frente a uma determinada situação. Já Frederick, ao contrário, vê a

responsabilidade social como uma preocupação das empresas para com as expectativas do

público (CHAMBERLAIN; FREDERICK apud ZENISEK 1979).

No princípio da década de 1960, uma importante contribuição à teoria da

responsabilidade social foi feita por Eells e Walton, afirmando que, normalmente, quando

as pessoas falam sobre responsabilidade social, elas pensam em problemas sociais

enfrentados pelas empresas e os princípios éticos que são seguidos pelos empresários.

Dessa forma, deve-se ver a empresa como um elo de ligação entre os indivíduos, a

sociedade como um todo e o governo, para uma melhor consecução das metas de

crescimento econômico e conseqüente melhoria da qualidade de vida (OLIVEIRA, 1984).

relação ao estado e ao mercado”

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Carroll (1999) afirma que a responsabilidade social empresarial deve contemplar

várias responsabilidades das empresas em relação à sociedade. Para ele, responsabilidade

social empresarial se forma através de um conjunto de expectativas que a sociedade tem em

relação às organizações, expectativas estas que podem ser: econômicas, legais, éticas e

discricionárias. Segundo Carroll, ser viável economicamente deve ser considerado como

algo que a empresa faz para a sociedade, apesar de raramente ser considerado como tal.

Cumprir seus compromissos com a sociedade ou alcançar os objetivos definidos por

ela são elementos importantes numa empresa socialmente responsável, contudo, é

necessário também investir no bem-estar de seus funcionários, garantir um transparente

relacionamento com fornecedores e distribuidores, cumprir suas obrigações para com o

governo, dar retorno aos acionistas ou lucro aos proprietários, bem como satisfazer seus

clientes.

“O conceito responsabilidade social de empresas parte da premissa de que as

organizações têm responsabilidade direta, e condições de abordar, muitos problemas que

afetam a sociedade” (TOMEI, 1981, p. 1). Isto não significa dizer que a empresa passa a ter

uma finalidade filantrópica. O que começa a acontecer é uma expansão da dimensão

empresarial, não somente a sua finalidade de incorrer em lucro passa a valer, mas também

reconhece seus objetivos sociais, a empresa deve aprender a lidar com as expectativas de

todos os seus grupos de interessados: público interno, fornecedores, clientes,

acionistas/proprietários/investidores, comunidade, governo, concorrentes, sociedade. “Agir

com responsabilidade social não significa repassar para as empresas as atribuições do

Estado, mas sim, gerar em toda a cultura corporativa e em todas as relações da organização

um novo regime de desenvolvimento econômico e solidário”(PARENTE et al, 2004, p 5).

A liberdade sem paralelo de tomar decisões econômicas, de milhões de homens de negócios particulares, que caracteriza o nosso sistema de livre iniciativa, não se pode justificar se for boa somente para os proprietários e os diretores das empresas, mas sim quando também for boa para toda a sociedade (BOWEN, 1957, pág. 14).

No início a responsabilidade social estava restrita às ações filantrópicas por parte

dos empresários, em seguida o conceito se expandiu abarcando a sociedade e num terceiro

momento a conceituação incorporou também os funcionários, fornecedores, parceiros e

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colaboradores. Podemos perceber, no entanto, que existem diferenciações nos limites da

responsabilidade social nos conceitos apresentados.

O conceito de responsabilidade social está se ampliando, passando da filantropia, que é a relação socialmente compromissada da empresa com a comunidade, para abranger todas as relações da empresa: com seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, concorrentes, meio ambiente e organizações públicas e estatais (Oded Grajew apud MELO NETO, 1999, p. 79).

Quadro 1 – As Diferenças entre a Filantropia e a Responsabilidade Social

2.1.2.1 – Discurso da responsabilidade social no Brasil

A responsabilidade social corporativa ainda é um tema em desenvolvimento no

Brasil. A abordagem baseada no modelo americano pode ser observada nos estudos

apresentados pelos pesquisadores nacionais. Podemos verificar, mesmo nos pesquisadores

brasileiros, que a falta de consenso quanto a definição do tema continua a existir, apesar de

seguindo uma linha mestra similar, sempre ligada à consciência social, à ética, ao dever

cívico e à moral.

A responsabilidade social deve ser vista como um compromisso da empresa com

relação à sociedade e à humanidade em geral e uma forma de prestação de contas do seu

desempenho, baseada na apropriação e uso de recurso que originalmente não lhe pertencem

(MELO NETO E FROES, 1999).

Para Ashley (2003, p. 6), “responsabilidade social pode ser definida como o

compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade expresso por meio de

atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de

modo específico, agindo pró-ativamente e coerentemente no que tange a seu papel

Filantropia Responsabilidade Social Ação individual e voluntária. Ação coletiva. Fomento da caridade. Fomento da cidadania. Base assistencialista. Base estratégica. Restrita a empresários filantrópicos e abnegados. Extensiva a todos. Prescinde de gerenciamento. Demanda gerenciamento. Decisão individual. Decisão consensual. Fonte: Melo Neto e Froes, 2001, p. 28

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específico na sociedade e na sua prestação de contas para com ela” ou, “numa visão

expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a

melhora da qualidade de vida da sociedade”.

Já Oliveira (1984, p. 205) define responsabilidade social da empresa como:

“responsabilidade social é a capacidade de a empresa colaborar com a sociedade,

considerando seus valores normas e expectativas para o alcance de seus objetivos”, diz

ainda que, “no entanto, o simples cumprimento das obrigações legais, previamente

determinadas pela sociedade, não será considerado como comportamento socialmente

responsável, mas como obrigação contratual óbvia...”.

Segundo Oded Grajew, Presidente do Institudo Ethos de Empresas e

Responsabilidade Social, responsabilidade social corporativa significa:

Responsabilidade social é uma forma de gestão empresarial que envolve a ética em todas as atitudes. Significa fazer todas as atividades da empresa e promover todas as relações – com seus funcionários, fornecedores, clientes, com o mercado, com o governo, com o meio ambiente e com a comunidade – de uma forma socialmente responsável. Ética não é discurso, é o que se traduz em ação concreta na hora de escolher um produto, um processo de fabricação, uma política de RH. O que fazer com o lucro? Qualquer decisão dever ser pautada por esses valores (Grajew apud Machado e Lage, 2002, p. 4).

Como vemos, o conceito de responsabilidade social implica num modelo de gestão

que vai além da simples filantropia e a filantropia esteve associada historicamente, a

atividades beneficentes, com conotação paternalista. A responsabilidade social difere da

filantropia porque reflete consciência social e dever cívico (MENDONÇA E

GONÇALVES, 2001).

As idéias e definições apresentadas até então comprovam aquilo que foi comentado

no princípio a respeito da dificuldade de se estabelecer um consenso sobre a definição do

que vem a ser responsabilidade social, especialmente em seus primórdios.

2.1.2.2 – Críticas à Responsabilidade Social Empresarial

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Alguns autores liberais, particularmente os economistas liberais, se levantaram para

combater o conceito de que as empresas deveriam se comprometer com princípios outros

que não os da geração de riqueza material, que ganhou força nas décadas de 1960 e 1970

(ALVES, 2001).

O que significa dizer que negócios têm responsabilidades? Somente as pessoas podem ter responsabilidades. Uma corporação é uma pessoa artificial e neste sentido deve ter responsabilidades artificiais mas “negócios” como um todo não pode-se dizer que têm responsabilidades, nem mesmo em um sentido vago (FRIEDMAN, 1970, p. 1).

Friedrich von Hayek, economista da Universidade de Chicago atacou o tema

caracterizando-o como a “doutrina da moda” (fashionable doctrine) de atribuir quaisquer

funções às empresas além da maximização do lucro em longo prazo. Em obra recente, a

autora norte-americana Margaret Blair (1998) abordou o problema concluindo que o

conceito de empresa social é essencialmente falho e que a empresa social, tal como

preconizada nas décadas de 1960 e 1970, não prosperou por não oferecer alternativa viável

à empresa clássica. Segundo ela a própria concepção de responsabilidade social carece de

sólido fundamento teórico (ALVES, 2001).

Koontz e O’Donnel (1974) admitem uma responsabilidade social para as empresas,

porém a limitam a alguns aspectos. Para eles, a principal responsabilidade dos

administradores das empresas é a eficiência no uso de recursos para produzir riqueza

econômica; sua segunda responsabilidade é realizar este propósito de tal modo que não

coloque nenhuma restrição aos legítimos interesses e direitos de qualquer pessoa; e, sua

terceira responsabilidade é observar, pela palavra e pela ação, os padrões éticos da

sociedade. Segundo eles, aqueles que querem que os homens de negócios aceitem uma

responsabilidade social mais ampla do que esta, querem que eles se dediquem a atividades

que muitas outras instituições são organizadas para realizar.

Para Magalhães (1981) o tema não pode ser tratado como uma técnica. Se ele puder

ser encarado como um processo de mudança e de consciência poderá alcançar êxito. Para

ela o tema é mais amplo do que o que vem sendo abordado atualmente, ele é de alto risco e

com profundas raízes culturais, econômicas, sociais, ideológicas e multinacionais. Faz parte

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de um consenso universal, de privilégios poderosos. Mas que é uma opção viável a partir de

nossa individualidade e das nossas relações sociais.

2.2 – MICRO E PEQUENA EMPRESA

As economias mundiais estão operando em um mundo complexo e precisam

adaptar-se às novas realidades como a globalização e a era do conhecimento. Fatores como

aumento da produtividade, alta-performance, redução nos quadros profissionais, vêem

acompanhando este novo processo.

A redução drástica da oferta de emprego e dos postos de trabalho, na verdade, é um dos grandes problemas sociais deste final de século (MINARELLI, 2001, p. 16).

O ser humano teve de se adaptar a este novo contexto e buscou uma alternativa à

crise aproveitando o fato como uma nova oportunidade de negócio. Segundo Minarelli

(2001), de 1940 a 1980, de cada dez ocupações criadas pelo mercado de trabalho oito eram

assalariadas, sete com registro em carteira e uma sem. As outras duas eram por conta

própria. Já de 1989 a 1995, entre cada dez novas ocupações duas eram assalariadas e oito

não assalariadas.

A geração de empregos das empresas formais alcançava, em 2001, um total de 25,8 milhões de ocupações na economia formal urbana (excluídos os empregados no setor público), ou seja, cerca de 34% de toda a população econômica ativa ocupada no Brasil. Daquele total, 56,1% estavam empregados em micro e pequenas empresa, alcançando 14,5 milhões de pessoas. O setor que mais emprega nas micro e pequenas empresas é o comércio, com o total de 6,0 milhões de ocupações (SEBRAE, 12 agosto 2004e, p. 1).

Por sua importância e capilaridade, a micro e pequena empresa representa

um importante segmento no crescimento da responsabilidade social no país. Segundo dados

do Sebrae (2004d, p. 1) “o total de empresas formais em atividade no Brasil, em 2001,

alcançava 4,63 milhões de unidades, nos setores da indústria, comércio e serviços. As

microempresas representavam 93,9% do total das firmas. O conjunto das micro e pequenas

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empresas alcançava 99,2% do total. Apenas 0,3% das empresas é de grande porte

(empregando mais de 500 pessoas na indústria ou mais de 100 pessoas nos setores de

comércio e serviços)”. Segundo o Ethos/Sebrae (2003) elas são importantes agentes

econômicos em aproximadamente 80% dos municípios brasileiros. Ao assumirem uma

postura socialmente responsável, as micro e pequenas empresas contribuem para o

desenvolvimento das pessoas e comunidades locais multiplicando seus esforços com os

governos municipais, estaduais ou federal.

Não somente no Brasil, mas também em todo o mundo a micro e pequena empresa

vem ganhando importância. Segundo Dornelas (1999, p. 21) “no mundo de hoje, as

pequenas empresas constituem a principal fonte de emprego e são responsáveis, em muitos

países, por mais de 50% do PIB e pelo maior volume de exportações, além de serem as

maiores geradoras de inovações tecnológicas desde a segunda guerra mundial”.

2.2.1 – Legislação básica da micro e pequena empresa no Brasil

No Brasil, foi no começo da década de 1980, com a redução do ritmo de

crescimento da economia, resultando em maior nível de desemprego, que os pequenos

negócios passaram a ser considerados, uma alternativa para a ocupação da mão-de-obra

excedente, fazendo surgir ao final da década as primeiras iniciativas mais concretas para

incentivar a abertura de micro e pequenas empresas na economia (IBGE, 2003).

O primeiro tratamento diferenciado dado às micro empresas no país data de 1984,

com a instituição do Estatuto da Microempresa, pela Lei 7.256 no dia 27 de novembro. Em

1988 a Constituição Federal passou a garantir-lhes tratamento diferenciado, artigo 179 do

capítulo da ordem econômica. Em 1990 o CEBRAE, Centro Brasileiro de Assistência

Gerencial à Pequena Empresa, criado em 1972, foi transformado no SEBRAE, Serviço de

Apoio à Micro e Pequena Empresa. Após isso, em 1994, a Lei 8.864, aprovou um segundo

estatuto da micro e pequena empresa. Contudo, segundo o SEBRAE (12 de agosto 2004a)

nenhuma das duas leis resultou em desdobramentos em termos de regulamentação de todos

os benefícios definidos nelas, e foi somente em 1996 que ocorreu uma medida importante,

no campo tributário, através de uma ação do próprio SEBRAE e das instituições de classe

representativas das empresas de pequeno porte junto ao Congresso Nacional. Aí, foi obtida

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a aprovação da Lei 9.317 de 5 de dezembro de 1996, que aprimorou e ampliou o sistema de

pagamentos de impostos já em vigor para as microempresas. O novo regime, o Sistema

Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições – SIMPLES, incluiu as pequenas

empresas como beneficiárias da tributação simplificada e ampliou a relação dos impostos e

contribuições incluídos no benefício da arrecadação única (IBGE, 2003; SEBRAE, 2004a).

Houve ainda, em 1999, a aprovação de um novo Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte, pela Lei 9.841 de 5 de outubro, estabelecendo diretrizes para a

concessão de tratamento diferenciado aos pequenos negócios nos campos administrativo,

tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial

(SEBRAE, 2004a).

2.2.2 – O que é micro e pequena empresa no Brasil?

Podemos encontrar diferentes definições quanto à delimitação do que vem a ser uma

micro ou pequena empresa. O governo federal baseia-se na Lei 9.841 de 5 de outubro de

1999 e atualizada pelo Decreto 5.028 de 31 de março de 2004. Outros órgãos como o

SEBRAE e o BNDES apresentam definições de delimitações diferentes, como veremos

adiante. O SEBRAE é o único que separa a classificação por segmento, dividindo em

comércio/serviço ou indústria. Os dados do SEBRAE abaixo são para empresas do

segmento comércio e serviço.

A utilização de conceitos heterogêneos decorre do fato de que a finalidade e os objetivos das instituições que promovem seu enquadramento são distintos (regulamentação, crédito, estudos, etc.) (IBGE, 2001, p. 17).

Quadro 2 – Classificação comparativa para micro e pequenas empresas

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Fontes: Brasil. Lei nº 9841, de 5 de outubro de 1999. Institui o estatuto da microempresa e da empresa de pequeno porte, dispondo sobre o tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido previsto nos artigos 170 e 179 da Constituição Federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 6 out.1999. p.1. Col. 1; SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas apud IBGE 2001.

Os valores para classificação das micro e pequenas empresas da Lei 9.841 foram

atualizados pelo Decreto 5.028 de 31 de março de 2004, estipulando os seguintes limites:

a) Para ser caracterizada como uma microempresa a receita bruta anual

deve ser igual ou inferior a R$ 433.755,14;

b) Para ser caracterizada como uma empresa de pequeno porte a receita

bruta anual dever ser superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$

2.133.222,00

Uma vez que este estudo está analisando exclusivamente as micro e pequenas

empresas do setor de comércio e serviço, será utilizada a classificação proposta pelo

SEBRAE por possuir critérios específicos para o setor, conforme quadro abaixo:

Quadro 3 – Classificação SEBRAE de empresas por número de empregados

Porte da empresa Número de empregados por setor

ME (Microempresa) na indústria até 19 empregados e no comércio/serviço até 09 empregados

PE (Pequena Empresa) na indústria de 20 a 99 empregados e no comércio/serviço de 10 a 49 empregados

MDE (Média Empresa) na indústria de 100 a 499 empregados e no comércio/serviço de 50 a 99 empregados

GE (Grande Empresa) na indústria acima de 499 empregado e no comércio/serviço mais de 99 empregados

Fonte: SEBRAE (2003)

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3 – COMPORTAMENTO ÉTICO E O MARCO TEÓRICO

A economia, segundo desenvolvido por Aristóteles (apud SEN, 1992) relaciona-se

em última análise ao estudo da ética e da política. A economia moderna evoluiu como uma

derivação da ética. Contudo, a importância do enfoque ético enfraqueceu-se

substancialmente no processo de desenvolvimento da economia moderna. Esta distância

que se abriu entre a economia e a ética empobreceu substancialmente a economia (SEN,

1992).

Nos dias de hoje, especialmente no discurso brasileiro sobre responsabilidade

social, muito se tem falado sobre o tipo de postura das organizações frente a seus

stakeholders: funcionários, acionistas, governo, clientes, fornecedores, enfim todos aqueles

que formam o grupo de interessados no negócio (ASHLEY, 2003; TOMEI, 1981;

ZENISEK, 1979; CARROL, 1999; LEIPZIGE & COLEMAN, 2001).

A ética deve ser considerada essencial em qualquer estudo sobre responsabilidade

social. O comportamento ético é o parâmetro necessário para se estabelecer a correta

relação entre as empresas e seu grupo de interessados. Os conceitos éticos podem variar,

eles são extraídos da experiência e do conhecimento da humanidade. Segundo Moreira

(1999) há pelo menos cinco teorias a respeito da formação dos conceitos éticos. Elas estão

resumidas no quadro abaixo:

Teoria do Fundamentalismo Propõe que os conceitos éticos sejam obtidos de uma fonte externa ao ser humano, a qual pode ser um

livro (como a Bíblia), um conjunto de preceitos adotado por um grupo, ou até mesmo outro ser humano.

Ela não permite que o ser humano encontre o certo e o errado por si mesmo.

Teoria do Utilitarismo Propõe que o conceito ético seja elaborado com base no critério do maior bem para a sociedade como um

todo. A idéia de “maior bem” para a sociedade não leva em conta o número de pessoas beneficiadas, mas

sim o tamanho do bem.

Teoria do Dever Ético Propõe que o conceito ético seja extraído do fato de que cada um deve se comportar de acordo com

princípios universais. Qualquer conduta aceita como padrão ético deve valer para todos os que se

encontrem na mesma situação, sem exceções.

Teoria Contratualista Parte do pressuposto de que os ser humano assumiu com seus semelhantes a obrigação de se comportar

de acordo com regras morais para poder conviver em sociedade. Os conceitos éticos seriam extraídos,

portanto, de regras morais que conduzissem à perpetuação da sociedade, da paz e da harmonia do grupo

social.

Teoria do Relativismo Cada pessoa deveria decidir sobre o que é ou não ético, com base nas suas próprias convicções e na sua

própria concepção sobre o bem e o mal. Assim, o que é ético para um pode não ser para outro.

Fonte: Moreira, 1999

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Ainda segundo Moreira (1999), o estudo de todas as teorias acima revela que os

conceitos éticos precisam ser elaborados levando-se em conta todas elas, mas sem se ater a

uma em especial. As responsabilidades éticas correspondem a atividades, práticas, políticas

e comportamentos esperados (no sentido positivo) ou proibidos (no sentido negativo) por

membros da sociedade, apesar de não codificados em lei. Elas envolvem uma série de

normas, padrões ou expectativas de comportamento para atender o que os diversos públicos

(stakeholders) com os quais a empresa se relaciona consideram legítimo, correto, justo ou

de acordo com seus direitos morais ou expectativas (ASHLEY, 2003).

O homem, segundo os estóicos, não deveria ver-se a si próprio como algo separado e desvinculado, mas como um cidadão do mundo, como um membro da vasta comunidade da natureza, e no interesse dessa grande comunidade, deveria estar permanentemente disposto a sacrificar seu pequeno interesse próprio (SMITH apud SEN, 1992, p.121).

O estudo da responsabilidade social está diretamente ligado ao estudo das relações

entre ética e mercado. O trabalho irá aprofundar ainda mais nos conceitos que tratam do

tema: ética e mercado; suas relações e os possíveis efeitos sobre a responsabilidade social

das empresas. Esta relação entre o discurso existente dentro do conceito de

responsabilidade social empresarial e a prática formará o marco teórico deste trabalho.

Todo mundo, e não somente os acadêmicos, teoriza sobre as causas e conseqüências do mundo social e age com base nisso. A maioria das práticas operacionaliza alguma teoria, por mais implícita, vaga e contraditória que ela possa ser. De fato, “prática” é um constructo teórico e a teorização é, em si mesma, uma prática (MARSDEN e TOWNLEY, 2001, p. 31).

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4 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 – Tipo de pesquisa

Trata-se de uma pesquisa exploratória com sua abordagem estabelecida dentro das

premissas da pesquisa qualitativa. Uma pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou

medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise de dados. Ela

parte de focos de interesse mais amplos, que vão se definindo a medida que o estudo se

desenvolve. Envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos

interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando

compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da

situação em estudo (GODOY, 1995a).

Embora não haja uma forte tradição qualitativa na pesquisa desenvolvida no campo da Administração de Empresa, é possível perceber, a partir da década de 70, um crescente aumento de interesse por esse tipo de abordagem (GODOY, 1995c, p. 66).

A pesquisa qualitativa é particularmente útil como uma ferramenta para determinar

o que é importante e porque é importante. Esse tipo de pesquisa fornece um processo a

partir do qual questões-chave são identificadas e perguntas são formuladas, descobrindo o

que importa e porquê.

A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos (RICHARDSON, 1999 p. 90).

Esta pesquisa procurará não deixar de fora os aspectos importantes da perspectiva

do micro e pequeno empresário, sendo assim ela terá um caráter exploratório. Um estudo

exploratório busca não deixar de fora alguns aspectos importantes que possam contribuir

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para a explicação do problema e utiliza-se de um questionário pouco estruturado e uma

amostra não necessariamente representativa e os resultados do trabalho permitirão rever o

plano de pesquisa para a realização de um estudo mais aprofundado sobre o tema

(RICHARDSON, 1999).

Para os pesquisadores qualitativos um fenômeno pode ser melhor observado e

compreendido no contexto em que ocorre e do qual é parte. A pesquisa qualitativa tem o

ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento

fundamental. Estes estudos têm como preocupação fundamental o estudo e a análise do

mundo empírico em seu ambiente natural. Nessa abordagem valoriza-se o contato direto e

prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo estudada (GODOY,

1995a).

4.2 – Tipo de coleta de dados

A pesquisa qualitativa tem à disposição diversas técnicas de coleta de informações,

incluindo a observação participante e não participante, grupos de trabalho e entrevistas em

profundidade (RICHARDSON, 1999). Esta pesquisa utilizar-se-á, como instrumento de

coleta de dados, a entrevista em profundidade ou não estruturada.

A entrevista não estruturada, também chamada entrevista em profundidade, em vez de responder à pergunta por meio de diversas alternativas pré-formuladas, visa obter do entrevistado o que ele considera os aspectos mais relevantes de determinado problema: as suas descrições de uma situação em estudo (RICHARDSON, 1999, p. 208).

As entrevistas serão realizadas somente por contato pessoal. O entrevistador será

apresentado ao proprietário-gerente das empresas pelo consultor da associação comercial

responsável pelo núcleo a ser pesquisado. O objetivo desta apresentação é criar um clima

favorável e maior proximidade e confiança entre as partes. As entrevistas poderão ser

gravadas, se houver autorização dos entrevistados. As entrevistas serão realizadas em local

reservado dentro das empresas a serem pesquisadas. Não havendo disponibilidade de local

no primeiro momento, será agendado um novo encontro em um local definido em conjunto

com o proprietário-gerente.

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A escolha de um local adequado de pesquisa e a familiaridade do pesquisador com os membros do grupo são aspectos fundamentais da pesquisa qualitativa (RICHARDSON, 1999, p. 95).

Na coleta de dados, visando a identificação das variáveis da pesquisa, serão

utilizados questionários, contendo, em sua maioria, questões abertas, e tabelas. As questões

e tabelas terão como finalidade a exploração, ora em termos de verificação de existência,

ora através de análise, ora através do processo de evolução, dos itens constituintes de cada

variável da pesquisa. Assim sendo o entrevistador trabalhará também como um observador

participante, buscando compreender melhor como se dá o discurso deste micro e pequeno

empresário, suas atitudes, seu conhecimento.

Um dos pontos mais positivos para o uso da observação é a possibilidade de obter a informação no momento em que ocorre o fato. Esse aspecto é importante porque possibilita verificar detalhes da situação que, passado algum tempo, poderiam ser esquecidos pelos elementos que observaram ou vivenciaram o acontecimento (RICHARDSON, 1999, p. 263).

Num primeiro momento o instrumento de entrevista será testado e validado em um

grupo específico a ser definido posteriormente. Poderão ser solicitados materiais aos

proprietários-gerentes que corroborem com as afirmações dadas nas entrevistas. Poder-se-á

também checar “in locco” as informações dadas pelos entrevistados.

4.3 – Universo e amostra

O referido estudo terá como universo de pesquisa as microempresas e empresas de

pequeno porte do comércio varejista e de serviços localizadas na região administrativa do

Distrito Federal pertencentes ao Projeto Empreender divididos em 11 tipos de núcleos

setoriais (serviços de buffet, bares e lanchonetes, auto-mecânicas, materiais de construção,

gráficos, profissionais da beleza, floricultura, comércio de vestuário, imobiliárias,

hoteleiros e revendedores de gás) dispersos em 12 diferentes regiões administrativas do

Distrito federal, totalizando 33 núcleos setoriais e 687 empresas.

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Será utilizada uma amostra intencional ou de seleção racional. “Os elementos que

formam a amostra relacionam-se intencionalmente de acordo com certas características

estabelecidas no plano e nas hipóteses formuladas pelo pesquisador. Se o plano possuir

características que definam a população, é necessário assegurar a presença do sujeito-tipo.

Desse modo, a amostra intencional apresenta-se como representativa do universo”

(RICHARDSON, 1999, p. 161).

Para a definição da amostra serão selecionadas 4 regiões administrativas do Distrito

Federal: Brasília, Cruzeiro, Taguatinga e Sobradinho. Procurar-se-á envolver na pesquisa,

pelo menos um representante de cada núcleo setorial pertencente ao Projeto Empreender e

localizado nas regiões administrativas selecionadas.

4.4 – Análise dos dados

Buscando-se atingir os objetivos desta pesquisa, a técnica a ser utilizada será a

análise de conteúdo, instrumento particularmente utilizado para o estudo de dados

qualitativos. Este método pode ser utilizado para toda comunicação que implica

transferência de significados de um emissor a um receptor. A análise de conteúdo deve ser

rigorosa e precisa, ela busca compreender melhor um discurso, aprofundar suas

características e extrair os momentos mais importantes e a sua leitura dever ser

transmissível, ou seja, a forma de trabalho do pesquisador deve ser exposta de maneira tal

que possa ser repetida por outros pesquisadores (RICHARDSON, 1999).

4.5 – Cronograma Proposto

ETAPAS Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Qualificação do projeto Revisão bibliográfica e documental Elaboração do instrumento de coleta Elaboração dos roteiros de entrevistas, testes, validação e aplicação

Realização das entrevistas Análise dos dados Redação da dissertação Apresentação à banca Defesa

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Anexo I – Receita das empresas de comércio e serviços segundo o porte da empresa

1985/2001

Fonte: IBGE, 2003.

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Anexo II – Pessoal ocupado das empresas de comércio e serviços, segundo o porte da

empresa – 1985/2001

Fonte: IBGE, 2003.

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Anexo III – Indicadores das micros e pequenas empresas do comércio varejista,

segundo segmentos – 2001

Fonte: IBGE, 2003.

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ANEXO IV – Indicadores das micros e pequenas empresas de prestação de serviços,

segundo segmentos – 2001

Fonte: IBGE, 2003.

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Anexo V – Capítulo II da Lei 9.841 de 5 de outubro de 1999

CAPÍTULO II Da Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, ressalvado o disposto no art. 3º, considera-se: I - microempresa, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que tiver receita bruta anual igual ou inferior a R$ 244.000,00 (duzentos e quarenta e quatro mil reais);

II - empresa de pequeno porte, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que, não enquadrada como microempresa, tiver receita bruta anual superior a R$ 244.000,00 (duzentos e quarenta e quatro mil reais) e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais).

(Lei 9841, 1999 pág. 1)