estudos de redes sociais
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Estudos de Redes Sociais
Sayonara Costa (@sayonaracosta)Mestranda em Linguística
Grupo de Pesquisa Hiperged
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁPROGRAMA DE POS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICATÓPICOS AVANÇADOS IIPROF DR. JÚLIO ARAÚJO
Métodos de pesquisa para internet
Parte I – Perspectivas sobre a pesquisa empírica
Panorama dos Estudos de Internet Construção de Amostras Teoria Fundamentada
Parte II – Apropriações Metodológicas Estudos de Redes Sociais Análise de Hiperlinks Abordagens Etnográficas
Estudos de Redes Sociais – Raquel Recuero
A Rede Social
Metáfora estrutural para a compreensão de grupos expressos na internet (RECUERO, 2009, p. 24)
Estudos de Redes Sociais – Raquel Recuero
“A análise de redes sociais é inerentemente uma empreitada interdisciplinar. Seus conceitos foram desenvolvidos por um propício encontro da teoria social e da aplicação da matemática formal, da estatística e dos métodos computacionais” p. 115
“Na realidade, a força da abordagem de redes sociais está em sua necessidade de construção empírica tanto qualitativa quanto quantitativa que busca, a partir da observação sistemática de fenômenos, verificar padrões e teorizar sobre os mesmos.” (RECUERO, 2009, p. 21)
Análise de Redes Sociais (ARS) - Ao estudar as estruturas decorrentes das ações e interações entre os atores sociais é possível compreender elementos a respeito desses grupos e, igualmente, generalizações a seu respeito.
Teoria das Redes – Foca, principalmente, nas propriedades dinâmicas dessas redes, tratando-as como estruturas em movimento e em evolução constante.
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Rede Social como metáfora estrutural
Composição Nós Atores Conexões Interações construídas pelos atores
Tipos de Redes Redes Emergentes Redes de Filiação
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Sites de Redes Sociais Construção de um perfil com características
identitárias; Apresentação de novas conexões entre esses
perfis.
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1. Marco Histórico
Jacob Levy Moreno (1978) – Autor do livro Who sall survive. Trabalhou os primeiros gráficos sociométricos, na tentativa de quantificar interações e avaliar seu impacto no grupo, além de criar boa parte das definições que regem ARS, bem como o conceito de sociograma.
Kurt Lewin (1951) – Influência da Gestalt das dinâmicas de grupos para as redes sociais. Concepção de grupo social em um espaço percebido pelos membros do grupo. Este espaço seria dotado de propriedades matemáticas e estruturais.
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Embora os estudos sociométricos sejam, sob muitos aspectos, anteriores à Teoria das Redes, essa diferencia-se por focar, principalmente, nas propriedades dinâmicas dessas redes, enquanto aquela concentraria suas forças em perceber as redes como estruturas estáticas. p. 118.
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“A ARS nasce, assim, de um conjunto de estudos com foco empírico e sistemático e também com um foco matemático e gráfico.” p. 118
2. Primeiros Passos: Delimitando o objeto
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Atores – Indivíduos, instituições e grupos
Conexões – Desde formais até informais
Tipos de rede – Rede inteira ou rede ego
Grau de conexão - Cada grau de separação é representado por uma conexão.
Outros níveis – ator, díades, tríades, subgrupos e um conjunto de atores ou rede.
“Nenhuma rede tem fronteiras ‘naturais’, é o pesquisador quem as impõe.” Degenne e Forsé (1999, p. 22)
3. Dados
Coleta associada a um sistema de entrevistas ou questionários, com a posterior análise em sociomatrizes e sociogramas. (...) Cabe ao pesquisador selecionar o momento e as variáveis que serão analisadas, que devem ser selecionados de acordo com a problemática que será focada pelo pesquisador. p. 120-1.
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Ator A Ator B Ator C
Ator A -- 2 5
Ator B 3 -- 4
Ator C 6 4 --
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a) Sociomatrizes
Matrizes utilizadas com as conexões entre os diversos atores. De um lado ficam os sujeitos observados e, entre eles, são marcadas as interações/relações.
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b) Sociogramas
Sociogramas são modos de representação de uma rede social. Geralmente essa representação é feita através de um grafo, onde as conexões são linhas e os atores pontos.
3.1. Propriedades dos dados
Os dados coletados podem ser analisados com relação a:
Estrutura – compreende a forma da rede e as características que podem ser extraídas desta;
Composição – refere-se à qualidade da forma, ou seja, os atores determinados e à qualidade de suas conexões.
Dinâmica – consequência direta do processo de interação entre os atores.
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3.1.1. Dados de Composição
Laços Sociais - São conexões estabelecidas entre os atores sociais. Através de conversações ou conexões estabelecidas por links, são expressos nas redes sociais que aparecem na internet. Granivetter (1973 e 1983) discute que os laços sociais poderiam ser fracos ou fortes, na medida em que conectam indivíduos que dividem valores sociais diferentes.
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Capital Social – Consideraremos o capital social como um conjunto de recursos de um determinado grupo que pode ser usufruído por todos os membros do grupo, ainda que individualmente, e que está baseado na reciprocidade. Ele está embutido nas relações sociais e é determinado pelo conteúdo delas. Para que se estude o capital social dessas redes, é preciso estudar não apenas suas relações, mas igualmente o conteúdo das mensagens que são trocadas através delas. p. 123
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Mas como se apresenta o capital social?
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Bertolini e Bravo (2004, p.1-5) partem da definição de Coleman (1998), que caracteriza capital social como heterogêneo, e constroem categorias para sistematizá-lo:
Capital Social Descrição
a) Relacional Compreenderia a soma das relações, laços e trocas que conectam os indivíduos de uma determinada rede.
b) Normativo Compreenderia as normas de comportamento de um determinado grupo e os valores deste grupo.
c) Cognitivo Compreenderia a soma do conhecimento e das informações colocadas em comum por um determinado grupo.
Capital Social Descrição
d) Confiança no ambiente social Compreenderia a confiança no comportamento de indivíduos em um determinado ambiente.
e) Institucional Que incluiria as instituições formais e informais, que se constituem na estruturação geral dos grupos, onde é possível conhecer as “regras” da interação social, e onde o nível de cooperação e coordenação é bastante alto.
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Níveis de Capital Social
Primeiro Nível – aspectos individuais, que variam de acordo com os atores sociais
Relações (a)Leis ou normas (b)Conhecimento (c)
Segundo Nível – aspectos que podem ser desfrutados pela coletividade
Confiança no ambiente social (d)Presença das instituições (e)
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O capital social pode ainda ser classificado em dois níveis distintos:
A existência de capital social do primeiro nível é requisito para a constituição do capital de segundo nível. Um segundo nível de capital social demonstra uma maior maturidade da rede social, além de maior densidade e existência no tempo de seus laços. (p. 124)
3.1.2. Dados de Estrutura
Grau de Conexão – É a quantidade de conexões que um determinado nó possui.Centralidade – É a medida da popularidade de um determinado nó.Densidade – É a medida que descreve o grau de conexão de uma determinada rede. Centralização – É a medida de centralidade do grafo.
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3.1.3. Dados dinâmicos
Os processos dinâmicos das redes são consequência direta dos processos de interação entre os atores. Redes são sistemas dinâmicos e, como tais, sujeitos a processos de ordem, caos, agregação, desagregação e ruptura (Nicolis e Prigogine, 1989). São processos denominados emergentes, característicos de sistemas complexos. Os comportamentos emergentes, bem como a forma através da qual a emergência aparece, precisam ser adequadamente estudadas nas redes sociais.
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4. Exemplo em estudo de caso: Fotologs
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Delimitação
Nós (atores) – Indivíduos
Conexões –Comentários
Tipo de rede – Rede emergente egocentrada
Grau de conexão - Dois graus de conexão
Pré-noções
A escolha do grau de separação interfere diretamente no tamanho da rede analisada;
A presença dos comentaristas frequentes demonstraria que, possivelmente aquelas interações poderiam auxiliar a construir laços sociais e prover tais laços de capital social;
As relações recíprocas serão consideradas como indício de um laço social, uma vez que indicam laços mais dialógicos entre os atores da rede.
Os comentários e sua frequência são capazes de revelar laços sociais e tornar perceptível o capital social entre os nós.
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Reciprocidade
Granovetter (1973), apontou a reciprocidade como um indicativo dos laços mais fortes. Neste trabalho, os laços mais fortes são compreendidos como aqueles que contêm mais comentários recíprocos, pois a frequência do contato, a duração e a reciprocidade que advém desta medida são indicativos aceitos por grande parte da literatura como importantes para a definição de laços sociais. (p. 130)
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Grafos da rede analisada
Grafo de Rede InteiraGrafo apenas com
comentários recíprocos
Interações de Construção – Interações que visam construir o laço. Utilizadas para criar uma determinada conexão, construir intimidade e aprofundar a relação.
Interações de Manutenção – São aquelas interações que visam manter o laço social. Não buscam aumentar a intimidade nem aprofundar um relacionamento, visam apenas manter o laço no patamar em que está.
Interações de Desgaste – Mais raras, especificam uma briga ou conflito entre os atores. Normalmente, acabam gerando o fim da conexão ou, mesmo, a redução dos comentários entre ambos.
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Tipos de Interação (de acordo com a ação da interação sobre o laço social)
Consequências dos tipos de interação na estrutura do grafo
Comentários de construção podem gerar uma ampliação e uma aproximação da rede (clusterização);
Comentários de manutenção podem simplesmente manter aberto o canal de comunicação, mantendo os nós conectados, sem aproximar ou afastar cada um deles;
Comentários de desgaste podem gerar o afastamento dos nós e a desestabilização do cluster (dependendo da importância do nó).
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Tipos de Capital Social encontrado
Capital Social Relacional – primeiro tipo imediatamente discernível. Aparece tanto nas interações dos comentaristas esporádicos, quanto nas interações dos comentaristas habituais e únicos.
Capital Social Normativo – compreende as regras de comportamento. As interações sociais nos fotologs (e nas redes sociais na internet) são baseadas em regras implícitas e não escritas.
Capital Social Cognitivo – relaciona-se à informação presente na rede, que se torna acessível aos usuários por meio de suas interconexões.
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Capital Social de Segundo Nível
Confiança no ambiente social – relacionado ao comportamento do indivíduo em um grupo e dos elementos do grupo que podem auxiliar o individuo no ambiente da rede. Ex. exposição de si mesmo.
Capital Social Institucional – Instituições formais e
informais que emergem da criação dos grupos, com grande nível de cooperação e coordenação. É o reconhecimento do grupo enquanto grupo. Típica das comunidades virtuais Ex. cooperação do grupo nos ataques recebidos pelos membros, organização de festas.
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Referências
FRAGOSO, S.; RECUERO, R.; AMARAL, A. Métodos de pesquisa para internet. Porto Alegre: Sulina, 2011.
RECUERO, R. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre, Sulina, 2009.
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