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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI:
UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DE PROCESSOS DE
MELHORIA E GESTÃO DE SERVIÇOS
MÁRCIA MISSIAS GOMES MARTINS
ORIENTADOR: LUÍS FERNANDO RAMOS MOLINARO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
EM ENGENHARIA ELÉTRICA
PUBLICAÇÃO: 279/06
BRASÍLIA, DF: OUTUBRO/2006
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI:
UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DE PROCESSOS DE MELHORIA E GESTÃO DE SERVIÇOS
MÁRCIA MISSIAS GOMES MARTINS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA ELÉTRICA DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE.
APROVADA POR:
Luís Fernando Ramos Molinaro, Doutor, ENE/UnB
(Orientador)
Humberto Abdalla Júnior
(Examinador Interno)
João Mello da Silva
(Examinador Externo)
BRASÍLIA, DF, 24 DE OUTUBRO DE 2006.
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FICHA CATALOGRÁFICA
MARTINS, MÁRCIA MISSIAS GOMES
Gerenciamento de Serviços de TI: Uma Proposta de Integração de Processos de Melhoria e
Gestão de Serviços. [Distrito Federal], 2006
xviii, 163 p., 297 mm (ENE/FT/UnB, Mestre, Engenharia, 2006)
Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília,
Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Elétrica.
1. Gerenciamento de Serviços de TI 2. ITIL
3. Mapeamento, análise e melhoria de Processos
I. ENE/FT/UnB II. Título (série)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MARTINS, Márcia M. G. (2006). Gerenciamento de Serviços de TI: Uma Proposta de
Integração de Processos de Melhoria e Gestão de Serviços.
Dissertação de Mestrado, Publicação PPGENE.DM-279A/06.
Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 163 p.
CESSÃO DE DIREITOS
NOME DO AUTOR: Márcia Missias Gomes Martins
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: Gerenciamento de Serviços de TI:
Uma Proposta de Integração de Processos de Melhoria e Gestão de Serviços
GRAU: Mestre ANO: 2006
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação
de mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação
de mestrado pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.
Márcia Missias Gomes Martins
QE 13 Conjunto I Casa 43 – Guará II
70.020-150 – Brasília – DF – Brasil
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Ao meu amor e Aos meus adorados pais.
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AGRADECIMENTOS
Á Deus pelo dom da Vida, da Fé e da Perseverança.
A meus pais: José e Maria, aos meus irmãos: Marcelo, Regina e Rose, aos meus
avós: Joaquim e Francina; pelo amor incondicional, carinho, incentivo, que tornou possível
realizar este sonho.
Ao Ricardo, meu esposo e companheiro, pelo esforço conjunto, amor,
compreensão, estímulo e paciência durante essa longa jornada de estudo e trabalho.
Ao corpo docente da Universidade de Brasília, em especial ao meu orientador
Professor Luis Fernando Ramos Molinaro pela orientação, amizade e pela oportunidade de
crescimento intelectual e profissional.
Aos amigos e colegas da Universidade de Brasília que apoiaram e contribuíram
direta ou indiretamente na realização deste trabalho, em especial, Deisy Ferraz, Alaor
Arruda, Davi Araújo, Flávio Elias, Daniela Garossini e Cristiane Arakaki.
Aos funcionários do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de
Brasília pela atenção e amizade.
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RESUMO
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI: UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DE PROCESSOS DE MELHORIA E GESTÃO DE SERVIÇOS
Autora: Márcia Missias Gomes Martins
Orientador: Luis Fernando Ramos Molinaro
Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica
Brasília, outubro de 2006
A busca pela melhoria nos serviços oferecidos pelas áreas de TI é atualmente
objetivo da maioria das organizações. A utilização de metodologias e boas práticas para
gestão dos serviços de TI, vêm se tornando uma prática fundamental para obtenção do
sucesso no oferecimento destes serviços. Nesse contexto, este trabalho propõe organizar e
definir um Framework para conduzir a implantação de Programas de Melhoria de Serviços
de TI. A abordagem proposta é fundamentada no paradigma processual e objetiva orientar
as organizações na condução de projetos de melhoria em serviços sob os prismas
processuais, tecnológicos e humanos.
O Framework elaborado utiliza o conceito de camadas. Este instrumento é
fortemente baseado na Biblioteca de Infra-estrutura de TI (ITIL) e para o entendimento do
conjunto de informações utilizadas, os temas acerca de análise e melhoria contínua de
processos, bem como gestão de serviços com uso do ITIL são revistos.
Um estudo de caso chamado Lenio foi realizado e consistiu na aplicação do
Framework em uma organização real, para verificar a aplicabilidade do Framework bem
como auxiliar a verificação das hipóteses levantadas no estudo.
Os resultados do estudo de caso são apresentados e, embora não sendo
completamente institucionalizados na organização, introduziram sensíveis melhorias nos
processos de suporte aos serviços de TI.
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ABSTRACT
MANAGEMENT OF IT SERVICES: A PROPOSAL OF INTEGRATION OF PROCESSES OF IMPROVEMENT AND MANAGER OF SERVICES
Author: Márcia Missias Gomes Martins
Supervisor: Luis Fernando Ramos Molinaro
Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica
Brasília, October de 2006
The search for the improvement in the services offered by the Information
Technology – IT areas is currently objective of the majority of the organizations. The use
of methodologies and good practices for IT services management are becoming a basic
practice to achieve success in providing these services. In this context, this work intends to
organize a Framework to drive the implementation of Improvement Programs of IT
Services. The proposal approach is based on procedural paradigm and aims to guide the
organizations in the conduction of improvement projects in services under the procedural,
technological, and human prisms.
The Framework elaborated use the concept of layers. This tool is strongly based on
Information Technology Infrastructure Library (ITIL) and for the understanding of the set
of used information, the subjects about analysis and continuous improvement processes as
well as services management with ITIL use are reviewed.
A case study called Lenio was carried through and consisted of the application of
the Framework in a real organization, to verify the applicability of the Framework as well
as assisting the verification of hypotheses raised in the study.
The results of the case study are presented and although not being institutionalized
in the organization, they had introduced sensible improvements in the processes of support
to the IT services.
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SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ...............................................................................................................1
1.1 - OBJETIVOS GERAIS..............................................................................................2
1.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................................2
1.3 - MOTIVAÇÃO ...........................................................................................................2
1.4 - ESTRUTURA DO TRABALHO..............................................................................3
2 - VISÃO GERAL DE PROCESSOS................................................................................5
2.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................5
2.2 - CONCEITO DE PROCESSOS ................................................................................5
2.3 - MAPEAMENTO DE PROCESSO ..........................................................................8
2.3.1 - Visão de Mapa de Relacionamento .................................................................................. 8 2.3.2 - Mapa de Visão Cruzadas ................................................................................................. 9 2.3.3 - Visão de Fluxograma ..................................................................................................... 10 2.3.4 - Melhores práticas para mapear um processo ................................................................ 11
2.4 - INTRODUÇÃO A ANÁLISE E MELHORIA DE PROCESSO ........................11
2.5 - ALGUNS MÉTODOS CONSIDERADOS............................................................12
2.5.1 - Método 5W1H................................................................................................................. 13 2.5.2 - Matriz de GUT (gravidade, urgência, tendência) .......................................................... 14 2.5.3 - Brainstorming................................................................................................................. 14 2.5.4 - Diagrama de Causa e Efeito .......................................................................................... 15
2.6 - REENGENHARIA E MELHORIA DE PROCESSOS .......................................16
2.6.1 - Processo 1 – Identificação e Seleção do Processo......................................................... 16 2.6.2 - Processo 2 – Análise do Processo.................................................................................. 17 2.6.3 - Processo 3 – Melhorar o processo................................................................................. 18 2.6.4 - Processo 4 – Redefinir o processo ................................................................................. 19 2.6.5 - Processo 5 – Implantação .............................................................................................. 19
2.7 - A MELHORIA CONTÍNUA..................................................................................20
2.8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................21
3 - GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI.............................................................22
3.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..............................................................................22
3.2 - CLIENTES E USUÁRIOS......................................................................................22
3.3 - CONCEITO DE SERVIÇOS .................................................................................23
3.3.1 - Passos para Definição de Serviços de TI ....................................................................... 23
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3.3.1.1 - Definir os Processos Organizacionais ................................................................................... 24 3.3.1.2 - Definir os Serviços de TI....................................................................................................... 24 3.3.1.3 - Mapear os Sistemas de TI que compõem o Serviço de TI .................................................... 25 3.3.1.4 - Mapear os Componentes que compõem o Sistema de TI...................................................... 25
3.4 - GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI.......................................................26
3.5 - ITIL - BIBLIOTECA DE INFRAESTRUTURA DE TI .....................................27
3.5.1 - Organizações Ligadas ao ITIL....................................................................................... 27 3.5.2 - Histórico......................................................................................................................... 28 3.5.3 - Componentes da ITIL ..................................................................................................... 28
3.6 - VISÃO GERAL DO NÚCLEO DO ITIL..............................................................30
3.6.1 - Central de Serviços ........................................................................................................ 31 3.6.2 - Gerenciamento de Incidente........................................................................................... 34 3.6.3 - Gerenciamento de Problema.......................................................................................... 37 3.6.4 - Gerenciamento de Configuração ................................................................................... 39 3.6.5 - Gerenciamento de Mudança .......................................................................................... 41 3.6.6 - Gerenciamento de Versão .............................................................................................. 44 3.6.7 - Gerenciamento de Nível de Serviço ............................................................................... 46 3.6.8 - Gerenciamento Financeiro............................................................................................. 47 3.6.9 - Gerenciamento de Capacidade ...................................................................................... 47 3.6.10 - Gerenciamento de Continuidade do Serviço.................................................................. 49 3.6.11 - Gerenciamento de Disponibilidade................................................................................ 49
3.7 - MICROSOFT OPERATION FRAMEWORK – MOF .......................................50
3.7.1 - Modelo de Processo do MOF......................................................................................... 51 3.7.2 - Quadrante de Mudanças ................................................................................................ 51 3.7.3 - Quadrante de Suporte .................................................................................................... 52 3.7.4 - Quadrante de Operação................................................................................................. 52 3.7.5 - Quadrante de Otimização .............................................................................................. 53
3.8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................53
4 - FRAMEWORK PARA CONDUZIR PROGRAMAS DE MELHORIA DE
SERVIÇOS DE TI..................................................................................................................54
4.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..............................................................................54
4.2 - O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COMO DIRECIONADOR DO
FRAMEWORK ..................................................................................................................54
4.3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE O FRAMEWORK.................................................55
4.4 - A MODELAGEM PROPOSTA.............................................................................56
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4.5 - AS CAMADAS DO FRAMEWORK.....................................................................57
4.5.1 - Planejamento e Controle................................................................................................ 57 4.5.1.1 - Processo de Avaliação........................................................................................................... 59 4.5.1.2 - Processo de definição Melhoria ............................................................................................ 60 4.5.1.3 - Processo de Definição de Metas............................................................................................ 60 4.5.1.4 - Processo de Acompanhamento e Controle ............................................................................ 61 4.5.1.5 - Principais Instrumentos Utilizados........................................................................................ 61
4.5.2 - Camada de Gerenciamento de Serviços......................................................................... 64 4.5.2.1 - Macroprocesso de Suporte .................................................................................................... 65 4.5.2.2 - Macroprocesso de Otimização .............................................................................................. 66 4.5.2.3 - Macroprocesso de Mudança.................................................................................................. 66 4.5.2.4 - Comunicação entre os Macroprocessos................................................................................. 67 4.5.2.5 - Principais Instrumentos Utilizados........................................................................................ 67
4.5.3 - Camada de Infra-estrutura de TI .................................................................................. 69 4.5.3.1 - Revisão de Pós-Implementação - PIR ................................................................................... 70
4.5.4 - Considerações Finais ..................................................................................................... 70
5 - O ESTUDO DE CASO..................................................................................................71
5.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..............................................................................71
5.2 - A UNIDADE ACADÊMICA ..................................................................................72
5.3 - O LENIO ..................................................................................................................73
5.4 - A APLICAÇÃO DO FRAMEWORK PARA PMSTI .........................................73
5.5 - APLICAÇÃO DA ANÁLISE DE ADERÊNCIA: CONHECENDO OS
PROCESSOS DE SUPORTE DE TI DA UNIDADE ACADÊMICA ...........................75
5.5.1 - Análise de Aderência: Central de Serviços .................................................................... 76 5.5.2 - Análise de Aderência: Gerenciamento de Incidentes..................................................... 78 5.5.3 - Análise de Aderência: Gerenciamento de Problemas.................................................... 79 5.5.4 - Análise de Aderência: Gerenciamento de Configuração ............................................... 81 5.5.5 - Análise de Aderência: Gerenciamento de Mudanças..................................................... 82 5.5.6 - Análise de Aderência: Gerenciamento de Liberação..................................................... 84
5.6 - O DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE MELHORIA DO LENIO ............85
5.7 - DEFINIÇÃO DO MAPA DO MACROPROCESSO DE SUPORTE.................87
5.8 - CATÁLOGO DE SERVIÇOS E DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS.......................90
5.8.1 - As Ferramentas Tecnológicas ........................................................................................ 91 5.8.1.1 - O Painel de Controle do Ambiente........................................................................................ 92 5.8.1.2 - O Big Brother........................................................................................................................ 93 5.8.1.3 - Lenio_IDB (Incident Data Base)........................................................................................... 94
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5.8.1.4 - Portal do Lenio...................................................................................................................... 95 5.9 - MONITORAÇÃO E CONTROLE DO MACROPROCESSO SUPORTE.......96
5.10 - RESULTADOS ENCONTRADOS........................................................................96
5.11 - CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................100
6 - CONCLUSÃO..............................................................................................................101
6.1 - SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ...............................................102
APÊNDICE A - ANALISADOR DE ADERÊNCIA .....................................................106
APÊNDICE A.1 - CENTRAL DE SERVIÇOS ..........................................................106
APÊNDICE A.2 - GERENCIAMENTO DE INCIDENTES.....................................110
APÊNDICE A.3 - GERENCIAMENTO DE PROBLEMAS ....................................114
APÊNDICE A.4 - GERENCIAMENTO DE CONFIGURAÇÃO ............................118
APÊNDICE A.5 - GERENCIAMENTO DE MUDANÇAS ......................................122
APÊNDICE A.6 - GERENCIAMENTO DE LIBERAÇÕES....................................127
APÊNDICE B - PLANO DE MELHORIA....................................................................131
APÊNDICE C - RELATÓRIO GERENCIAL ..............................................................138
APÊNDICE D - CATÁLOGO DE SERVIÇO DE TI ...................................................139
APÊNDICE E - POLÍTICAS DO CATÁLOGO DE SERVIÇOS DE TI ...................141
APÊNDICE F - MAPA DE MACROPROCESSO .......................................................146
APÊNDICE G - FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE MUDANÇA ...................147
APÊNDICE H - FORMULÁRIO DE REVISÃO PÓS MUDANÇAS .........................148
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LISTA DE TABELAS
Tabela 2.5.1 – Elementos da Técnica 5W1H ...................................................................... 13
Tabela 2.5.2 - Matriz GUT em Petrocchi [25] .................................................................... 14
Tabela 3.2.1 - Possíveis Papéis Desempenhados pelo Cliente ............................................ 23
Tabela 3.3.1 – Exemplos de Nomeação de Serviços........................................................... 25
Tabela 3.6.1 - Disponibilidade de Serviço. ......................................................................... 49
Tabela 5.5.1 - Tabela Síntese da Central de Serviços. ........................................................ 76
Tabela 5.5.2 - Tabela Síntese do Gerenciamento de Incidentes.......................................... 78
Tabela 5.5.3 - Tabela Síntese do Gerenciamento de Problemas. ........................................ 80
Tabela 5.5.4 - Tabela Síntese do Gerenciamento de Configuração..................................... 81
Tabela 5.5.5 - Tabela Síntese do Gerenciamento de Mudanças.......................................... 83
Tabela 5.5.6 - Tabela Síntese do Gerenciamento de Liberação. ......................................... 84
Tabela 5.6.1 – Plano de Melhoria Lenio: Objetivos x Indicadores x Metas. ...................... 86
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LISTA DE FIGURAS
Figura 2.2.1 - Processos Intra-funcionais (modificado). [11]................................................ 5
Figura 2.2.2 – Modelo Genérico de Processo. [11] ............................................................... 7
Figura 2.3.1 - Mapa de Relacionamento. .............................................................................. 9
Figura 2.3.2 - Mapa de Função Cruzada. ............................................................................ 10
Figura 2.4.1 – Seleção de um Processo da Organização de TI............................................ 12
Figura 2.5.1 – Diagrama de Causa e Efeito......................................................................... 15
Figura 2.6.1 – Reengenharia e Melhoria de Processos........................................................ 16
Figura 2.6.2 – Subprocessos de Identificação do Processo. ................................................ 17
Figura 2.6.3 – Subprocessos da Análise do Processo.......................................................... 18
Figura 2.7.1 - Deming aplicado na Reengenharia e Melhoria de Processos. ...................... 21
Figura 3.3.1 – Abordagem Top Down ................................................................................. 24
Figura 3.3.2 - Itens de Configuração do Serviço de Correio Eletrônico. ............................ 26
Figura 3.4.1 – Aspectos Presentes do Gerenciamento de Serviços de TI. .......................... 26
Figura 3.5.1 – Áreas de Abrangência da ITIL. [18] ............................................................ 29
Figura 3.5.2 – Suporte a Serviços. [18] ............................................................................... 29
Figura 3.5.3 – Entrega de Serviços. [18] ............................................................................. 30
Figura 3.6.1 - Modelo Conceitual de Relacionamento do ITIL. ......................................... 31
Figura 3.6.2 - A Central de Serviços e as Gerências de Suporte a Serviços de TI.............. 33
Figura 3.6.3 - O Processo de Gerenciamento de Incidentes (Modificado). [19]................. 36
Figura 3.6.4 - O Processo de Gerenciamento de Problemas (Modificado). [18] ................ 39
Figura 3.6.5 - O Processo de Gerenciamento de Configuração........................................... 40
Figura 3.6.6 - O Processo de Gerenciamento de Mudanças. (Modificado) [11]................. 43
Figura 3.6.7 - Processo de Gerenciamento de Versão. [13] ................................................ 45
Figura 3.6.8 - Processo de Gerenciamento de Nível de Serviço. [13]................................. 46
Figura 3.6.9 - Processo do Gerenciamento Financeiro. (Modificado) [13]......................... 47
Figura 3.6.10 - Processo de Gerenciamento da Capacidade. [13]....................................... 48
Figura 3.7.1 - MOF e sua relação com o ITIL.................................................................... 50
Figura 3.7.2 - Modelo de Processo do MOF. ...................................................................... 51
Figura 4.4.1 - Macro Visão do Framework de Melhoria de Serviços de TI........................ 56
Figura 4.5.1 - Camada de Planejamento e Controle. ........................................................... 58
Figura 4.5.2 - Camada Gerenciamento de Serviços de TI com seus Macroprocessos. ....... 65
Figura 5.3.1 – Logo do Programa de Melhoria ................................................................... 73
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Figura 5.4.1 - Análise da Área de TI no 2º Semestre de 2005. .......................................... 74
Figura 5.5.1 - Gráfico Radial da Central de Serviços.......................................................... 77
Figura 5.5.2 - Gráfico Radial do Gerenciamento de Incidentes. ......................................... 79
Figura 5.5.3 - Gráfico Radial do Gerenciamento de Problemas.......................................... 80
Figura 5.5.4 - Gráfico Radial do Gerenciamento de Configuração..................................... 82
Figura 5.5.5 - Gráfico Radial - Gerenciamento de Mudanças............................................. 83
Figura 5.5.6 - Gráfico Radial - Gerenciamento de Liberação. ............................................ 85
Figura 5.6.1 - Visão Parcial do Plano de Melhoria. ............................................................ 87
Figura 5.7.1 – Mapa do Processo de Suporte. ..................................................................... 88
Figura 5.8.1 - Visão Parcial do Catálogo de Serviços de TI. .............................................. 91
Figura 5.8.2 - Painel de Controle dos Principais IC da unidade acadêmica........................ 93
Figura 5.8.3 – Console de Monitoramento do Big Brother. ................................................ 94
Figura 5.8.4 - Interface do Lenio_IDB................................................................................ 95
Figura 5.10.1 – Comparativo entre as Análises de Aderências. .......................................... 98
Figura 5.10.2 – Comportamento da Área de TI em 2005.................................................... 99
Figura 5.10.3 – Comportamento da Área de TI em 2006.................................................. 100
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LISTA DE ACRÔNIMOS E ABREVIAÇÕES
GSTI Gerenciamento de Serviços de TI
ITIL Biblioteca de Infra-estrutura de TI
OCG Office Government Commerce
TI Tecnologia da Informação
itSMF Fórum de Gerenciamento de Serviços de TI
ITSM Gerenciamento de Serviços de TI
PDCA Nome dado ao Modelo de Demming
SLA Acordo de Nível de Serviço
CMDB Banco de Dados do Gerenciamento de Configuração
IC Item de Configuração
SPOC Ponto único de contato
RFC Requisição de mudança
CAB Comitê de aconselhamento de mudança
CAB/EC Comitê de aconselhamento de mudança emergencial
FSC Calendário de implementação de mudanças aprovadas
PSA Disponibilidade projetada dos serviços
DSL Biblioteca definitiva de software
DHS Biblioteca de hardware
Lenio Palavra originada do Latin que significa: Faça Melhor
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1 - INTRODUÇÃO
Desde as mais remotas eras do mundo antigo, cerca de 500 a.C, Heráclito já
afirmava que a única certeza que temos é que as coisas mudam. Hoje pode-se verificar que
essa afirmação, mesmo após 2.506 anos, continua verídica. Teve-se apenas a adição de um
tempero: a velocidade.
Estar preparado para reagir de forma tempestiva aos cenários de mudanças é um
dos principais elementos competitivos das organizações nos dias atuais. Para que as
mudanças dentro da área tecnológica possam acontecer para apoiar de fato os negócios, é
necessário haver um sincronismo perfeito da área de tecnologia da informação com os
objetivos estratégicos organizacionais. As mudanças tecnológicas devem ocorrer em
sintonia, de forma, a propiciar o apoio necessário para que as organizações atinjam suas
metas.
Com o objetivo de ser mais harmoniosa, controlável e por conseqüência
gerenciável, é que as organizações, de uma forma geral, vêem gradativamente, buscando
por alternativas que possam conduzir as suas áreas internas de tecnologia da informação
para o estado da arte.
A implantação de boas práticas baseadas na Biblioteca de Infra-estrutura de TI -
ITIL foi uma forma encontrada pelo Governo Britânico para melhorar a entrega e suporte
dos seus serviços de TI. Nos livros que compõem o núcleo da biblioteca são descritos
todos os processos de suporte e de entrega de serviços de TI.
Por meio da implantação de projetos inspirados nestes livros esta dissertação
colabora com o desenvolvimento de um framework para conduzir as organizações a
implantarem projetos baseados em ITIL.
Ao pensar em implementações de projetos que visem a melhoria dos serviços de TI,
é importante analisar quais os reais benefícios que estes podem propiciar para as
organizações. Segundo a bibliografia adotada, em geral, a introdução de práticas de gestão
possibilita:
Melhorar a qualidade dos serviços de TI que apóiam os objetivos estratégicos das
organizações;
Disponibilizar informações precisas sobre os serviços;
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Oferecer maior flexibilidade da TI para melhorar o negócio;
Aumentar o profissionalismo da equipe de TI;
Melhorar a satisfação dos clientes com o serviço provido;
Prover maior disponibilidade dos serviços por meio do gerenciamento de acordo
de níveis de serviços estabelecidos.
1.1 - OBJETIVOS GERAIS
A presente pesquisa tem como objetivo geral apresentar um estudo sobre as
melhores práticas em Gerenciamento de Serviços de Tecnologia da Informação (GSTI),
preparar uma proposta baseada em ITIL capaz de conduzir programas de melhoria de
serviços de TI, bem como efetuar um estudo de caso do framework proposto.
1.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Desenvolver um Framework em camadas, orientado pelo paradigma processual e
baseado nas melhores práticas para Gerenciamento de Serviços de TI;
Aplicar o Framework em uma organização objetivando avaliar a eficiência do
instrumento.
Analisar, propor e organizar o conhecimento necessário acerca da área de TI da
organização acadêmica de forma a permitir a implantação futura do seu programa
de melhoria.
1.3 - MOTIVAÇÃO
A crescente dependência das organizações pelos serviços oferecidos pela área de TI
nos leva a necessidade de buscarmos práticas de gerenciamento que nos façam mais
eficientes e eficazes para provimento destes serviços.
Acredita-se que a melhoria efetiva dos serviços de TI só será alcançada se houver
um grande esforço na busca pelo estabelecimento de processos formais, alinhados com as
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estratégias de negócio das organizações. A Biblioteca de Infra-estrutura de Tecnologia de
Informação (ITIL) nos trás esse norte.
Buscar entender, estruturar e implantar as intrínsecas relações entre as diversas
disciplinas descritas no ITIL, impulsionaram a realização desta pesquisa. No Brasil as
iniciativas relativas às práticas de Gerenciamento de Serviços de TI (GSTI) estão numa
fase muito embrionária em relação aos países europeus. [14]
Desta forma, o desenvolvimento desta pesquisa vem contribuir para a estruturação
de uma proposta metodológica para conduzir a implantação de Programas de Melhoria de
Serviços de TI baseada em ITIL. Desta forma, espera-se responder as seguintes hipóteses:
É possível definir um framework generalista para orientar Programas de
Melhoria de Serviços de TI?
É possível que a qualidade dos serviços de TI melhore ao longo do tempo com a
aplicação do framework desenvolvido?
1.4 - ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho foi organizado de maneira a permitir a revisão e aplicação dos
conhecimentos adquiridos sendo dividido em seis capítulos.
O Capítulo 1 estabelece os objetivos, as limitações, a motivação para realização da
pesquisa, ou seja, qual problema ele pretende solucionar, qual o escopo e principais
objetivos.
O Capítulo 2 apresenta os conceitos e aspectos relacionados a processos, técnicas e
métodos utilizados no mapeamento, análise e melhoria de processos. Os conceitos tratados
são importantes para o entendimento do Framework para Programas de Melhoria dos
Serviços de TI, visto que a abordagem utilizada para o desenvolvimento é orientada pelo
paradigma processual.
O Capítulo 3 contempla a descrição dos principais conceitos e elementos utilizados
para a definição e gestão dos serviços de TI tendo como o objetivo promover um
alinhamento dos principais conceitos envolvidos nesta área de conhecimento.
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O Capítulo 4 apresenta o Framework para conduzir programas de melhoria dos
serviços de TI. A estrutura desenvolvida permite o alinhamento do negócio com a TI. O
Framework é composto de três camadas: Planejamento e Acompanhamento, Gestão de
Serviços e Infra-estrutura de TI.
O Capítulo 5 trata de um estudo de caso da aplicação do Framework em uma
organização. Por meio deste estudo de caso, estabelece-se uma forma de testar e buscar
oportunidade de melhoria no Framework definido. O estudo de caso foi batizado com o
nome de Lenio. O Lenio é o PMSTI de uma organização de pesquisas acadêmicas que
desenvolve projetos tecnológicos. No estudo de caso, contemplou-se a aplicação do
Framework, em toda extensão de suas camadas, incluindo a definição de processos e
políticas. Todos os artefatos, contendo os resultados obtidos e problemas identificados na
área de TI, foram repassados para a organização que poderá num futuro próximo
institucionalizá-lo na organização.
O Capítulo 6 trata das conclusões encontradas através da aplicação do Framework.
É traçado um comparativo de como a área de TI encontrava-se antes da sensibilização
promovida pelo Lenio e como está atualmente. O capítulo também apresenta sugestões
para trabalhos futuros.
Ao final, encontram-se as referências bibliográficas que serviram como
fundamentação para o desenvolvimento do trabalho bem como os Apêndices, artefatos
essenciais desta pesquisa.
4
-
2 - VISÃO GERAL DE PROCESSOS
2.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo serão tratados todos os aspectos relacionados a processos, técnicas e
métodos utilizados no mapeamento, análise e melhoria de processos. Os conceitos aqui
apresentados serão importantes para o entendimento do Framework para Programas de
Melhoria dos Serviços de TI, visto que a abordagem utilizada para o desenvolvimento é
orientada pelo paradigma processual.
2.2 - CONCEITO DE PROCESSOS
Um processo é uma série de passos distintos para a produção de um produto ou
serviço. O autor afirma que alguns processos podem estar contidos em funções específicas,
entretanto a maioria dos processos são intra-funcionais. O processo pode ser visto como
uma cadeia de valores: em cada passo deste, deve ser adicionado valor ao passo seguinte,
contribuindo para a criação ou entrega do produto ou serviço. [10]
Na Figura 2.2.1 pode-se perceber um processo percorrendo e conectando várias
caixas funcionais da organização de TI. Em cada passagem ele recebe valor e o repassa
para a função seguinte até que o ciclo do processo chegue ao fim e o solicitante receba o
produto ou serviço solicitado.
Figura 2.2.1 - Processos Intra-funcionais (modificado). [11]
O processo é representado por um conjunto ordenado de passos que objetiva uma
meta específica. Os processos devem ser medidos individualmente quanto as suas metas
5
-
específicas, de forma a aferir que sua contribuição é efetiva para o cumprimento do
objetivo geral do negócio. [3]
Um processo é composto por diversos elementos. Conceituá-los de forma
individual subsidia e facilita o entendimento. Os itens elencados a seguir [3,8] auxiliam a
identificar os conceitos chaves, relativos aos processos, organizando e padronizando os
conceitos e as terminologias.
Proprietário – é o dono do processo. O agente que será responsável pelo processo
e que terá autoridade sobre o mesmo. Existe uma dificuldade em definir a
propriedade de um processo porque estes raramente seguem os limites existentes
de poder e autoridade. Mas é primordial que haja a presença desta figura
claramente definida ou os donos do processo não terão a legitimidade necessária
para implementar projetos de melhoria de processos.
Meta – é a descrição do objetivo do processo, razão pela qual o processo existe.
É em geral, para ser composta é auxiliada pelos questionamentos: O quê?
Quanto? Quando?
Indicadores – todo processo dever possuir indicadores de qualidade. A mais
importante medida, segundo a visão de Davenport [3], é a satisfação do cliente
com o produto ou serviço gerado por um processo.
Recurso – é a entidade requerida para execução de um passo do processo.
Papéis – contém a descrição das funções de cada recurso em relação ao processo.
Passo do processo – é a ação atômica de um processo que não tem uma
subestrutura externamente visível.
Elemento do processo – é o encapsulamento de um ou vários passos do processo.
Um elemento pode ser representado através de modelos parametrizados.
6
-
Figura 2.2.2 – Modelo Genérico de Processo. [11]
A Figura 2.2.2 exibe a representação de um modelo genérico de processo. Pode-se
verificar que um processo recebe estímulos através da entrada de informações para, em
seguida, ser executado por recursos disponibilizados para executá-lo. Durante a execução
de suas atividades, o processo é controlado e medido, pois é necessário averiguar se os
objetivos do processo estão sendo cumpridos de acordo com o estabelecido. Os processos
estratégicos apóiam a organização no cumprimento dos seus objetivos, desta forma,
quando os objetivos do processo são atingidos, contribui-se para a realização dos objetivos
estratégicos da organização. [11]
7
-
2.3 - MAPEAMENTO DE PROCESSO
Quando tratamos de questões relativas a processos, uma das primeiras atividades
que deve ser desenvolvida é a busca do entendimento de como o processo funciona. Uma
forma muito eficiente para isso é a utilização da técnica de mapeamento de processo. [5]
O uso do mapeamento de processo possibilita uma maior visibilidade dos processos
utilizados. Por meio da explicitação dos passos, entradas, saídas e a responsabilidade
atribuída ao processo. O mapeamento de processo pode ser utilizado para:
Identificar oportunidade de melhoria no processo;
Orientar novos colaboradores a conduzirem suas atividades;
Estabelecer mecanismos para organizar a forma como os serviços de TI devem
ser provisionados.
Os processos podem ser mapeados por meio do uso de três instrumentos intitulados
de visões. São elas:
Visão de Mapa de Relacionamento;
Visão de Mapa de Funções Cruzadas;
Visão de Fluxograma.
O uso de cada tipo de representação será influenciado, de forma direta, pelo tipo do
processo que será desenhado e pelo nível de detalhamento que se deseja obter. Nas seções
seguintes será detalhado cada um dos três tipos.
2.3.1 - Visão de Mapa de Relacionamento
O mapa de relacionamento possibilita apresentar as relações existentes de um dado
processo. Com o uso desta técnica é possível mostrar as funções, os sequenciamento dos
passos, as entradas e saídas de um processo em particular. [10]
A Figura 2.3.1 ilustra um processo que perpassa por quatro caixas funcionais. A
entrada do processo estimula a caixa amarela que o inicia. Na caixa rosa o processo é
finalizado e seu produto ou serviço é entregue ao cliente ou usuário.
8
-
Figura 2.3.1 - Mapa de Relacionamento.
O mapa de relacionamento possui um baixo nível de detalhamento e seus principais
pontos fortes são:
Mostrar o processo e passos relacionados, entradas e saídas e a caixa funcional
responsável por cada etapa do processo;
Auxiliar a entendimento global das possíveis relações interdepartamental e de
áreas externas à organização.
2.3.2 - Mapa de Visão Cruzadas
O mapa de visão cruzadas tem por objetivo mostrar o sequenciamento dos passos
de um determinado processo em relação às funções necessárias para a sua execução. O
nível de detalhamento utilizado por esta visão é médio e seu foco é propiciar a relação do
processo e seu interfaciamento com as pessoas, por meio da dimensão das funções.
Na Figura 2.3.2 é apresentada uma forma de desenhar este tipo de processo. No
sentido vertical, estão presentes as funções e no horizontal, o processo, que caminha na
linha do tempo.
9
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Figura 2.3.2 - Mapa de Função Cruzada.
O uso do mapa de função cruzada permite uma visão mais detalhada em relação ao
mapa de relacionamento. Seus principais pontos fortes são:
Mostrar o processo como um todo e os passos relacionados, as entradas e os
respectivos responsáveis em cada etapa do processo;
Revelar o que é o processo. Muitas vezes, o processo é visto como uma grande
caixa preta.
2.3.3 - Visão de Fluxograma
O uso de fluxograma permite mostrar tarefas, seu sequenciamento, as entradas e as
saídas de um processo em particular. Em virtude da possibilidade de ampliação da
granularidade de detalhes, esta técnica é perfeita para especificar as atividades dos
processos.
Como o uso de fluxogramas é tema extremamente difundido na área de TI, não faz
parte do escopo discutir as simbologias aqui utilizadas.
10
-
2.3.4 - Melhores práticas para mapear um processo
Mapear processos pode parecer, a princípio, uma tarefa trivial, porém, alguns
cuidados devem ser tomados. Para mapear um processo é necessário conhecer a fundo todo
o fluxo de atividades envolvidas no processo, definir o tipo de visão que se deseja obter e,
a partir deste estímulo inicial, começar a desenvolver as atividades para mapear o processo.
Uma técnica muito eficiente é buscar envolver as pessoas que desempenham as
atividades do processo que se deseja mapear. Desta forma, ter-se-á uma contribuição muito
significativa para que o mapeamento seja bem sucedido.
O uso de mapeamento de processos será explorado nesta dissertação com o objetivo
de descobrir oportunidades de melhoria para os processos de gestão de serviços de TI.
2.4 - INTRODUÇÃO A ANÁLISE E MELHORIA DE PROCESSO
A análise e a melhoria de processo apresentam um conjunto de métodos,
ferramentas e seqüência de ações genéricas o suficiente para que possam ser aplicados a
processos de qualquer área do conhecimento humano.
O método permite priorizar problemas, elencar suas possíveis causas e buscar
soluções. O estudo da análise e melhoria de processos nesta dissertação será direcionado ao
apoio de implementações de projetos na área de gerenciamento de serviços de TI, em que a
busca pela melhoria dos processos é necessária para impulsionar uma série de fatores, tais
como:
Aumento da disponibilidade, confiabilidade e integridade dos serviços
oferecidos;
Qualidade do serviço de TI refletida na satisfação dos clientes e usuários;
Redução dos custos dos serviços de TI;
Competitividade no mercado.
O ponto de partida para melhorar um processo é selecionar um ou mais processos
que participaram do programa de melhoria. A busca pela melhoria processual dos serviços
de TI se dá na tentativa de realizá-los com maior eficiência e eficácia. [5]
11
-
O processo escolhido entra em um ciclo contínuo em que atingir a excelência é o
objetivo final. Na Figura 2.4.1 pode-se visualizar uma organização de TI com vários
processos. A excelência destes processos é vital para que a organização atinja seus
objetivos estratégicos. O processo laranja representa um importante processo para os
negócios da organização analisada e por isso foi escolhido para passar por todas as etapas
de análise até a melhoria contínua do processo.
Figura 2.4.1 – Seleção de um Processo da Organização de TI.
Nas seções seguintes serão apresentados os conceitos básicos sobre os métodos,
ferramentas, bem como as fases de execução da análise e melhoria de processos.
2.5 - ALGUNS MÉTODOS CONSIDERADOS
Na literatura há referência de uma variedade de métodos e ferramentas para apoiar
o mapeamento, análise e melhoria de processos. Serão descritos nas seções seguintes
apenas os métodos e ferramentas que são pertinentes ao objeto de estudo desta pesquisa.
12
-
2.5.1 - Método 5W1H
O 5W1H é um método que gera um documento de forma organizada no formato
matricial. Neste documento há a identificação das ações a serem executadas, suas
justificativas, responsabilidades, e a forma de execução. De acordo com o autor, esta
técnica é capaz de orientar as diversas ações que serão implementadas. A ferramenta
5W1H é composto por seis elementos, estes encontram-se descritos na Tabela 2.5.1. [23]
O objetivo da técnica 5W1H é programar as ações de forma precisa e padronizada,
evitando divagações e direcionando para resultados. O seu nome resulta da junção das
letras iniciais de seis palavras da língua inglesa: Why (Por que? ), What (O que? ), Who
(Quem? ), When (Quando? ), Where (Onde? ) e How (Como? ). [25]
Por meio do 5W1H é possível considerar todas as tarefas a serem executadas ou
selecionadas de forma cuidadosa e objetiva, assegurando sua implementação de forma
organizada.
Pode-se aplicar 5W1H para referenciar as decisões de cada etapa no
desenvolvimento do processo, identificar as ações e responsabilidade de cada um na
execução das atividades ou planejar as diversas ações que serão desenvolvidas no decorrer
do trabalho.
Para construir um 5W1H é necessário definir uma estrutura, conforme a Tabela
2.5.1, aplicar os questionamentos sobre de cada item do processo e anotar as decisões de
cada questão considerando suas atividades.
Tabela 2.5.1 – Elementos da Técnica 5W1H
Elemento Descrição What? O que será feito? When? Quando será feito? Where? Onde será feito? Why? Por que será feito? Who? Quem o fará? How? Como será feito?
13
-
2.5.2 - Matriz de GUT (gravidade, urgência, tendência)
A Matriz de GUT é uma técnica utilizada para definição das ações prioritárias a
serem executadas na Análise e Melhoria de Processos. Conforme o autor, é um
instrumento que deve ser usado por um grupo de pessoas para definir e ponderar por
alternativas para tomada de decisão. Essa matriz, apresentada na Tabela 2.5.2, é utilizada
para atribuir valores aos problemas que estão sendo analisados, segundo sua gravidade
(conseqüências se nada for feito), urgência (prazo para tomada de ação) e tendência
(proporção do problema no futuro). [25]
Tabela 2.5.2 - Matriz GUT em Petrocchi [25]
Valor Gravidade (G) Urgência (U) Tendência(T) GxUxT 5 Os prejuízos ou
dificuldades são extremamente graves
É necessária uma ação imediata
Se nada for feito, o agravamento da situação será imediato
125
4 Muito graves Com alguma urgência
Vai piorar curto prazo 64
3 Graves O mais cedo possível
Vai piorar a médio prazo 27
2 Pouco graves Pode esperar um pouco
Vai piorar a longo prazo 8
1 Sem gravidade Não tem pressa Não vai piorar ou até pode melhorar
1
2.5.3 - Brainstorming
Brainstorming é uma técnica que busca trazer o maior número de informações
possíveis acerca de um assunto. O principio básico é a ausência de julgamentos ou críticas.
As idéias apresentadas são sempre aceitas, por mais absurdas que possam parecer. A
técnica objetiva a liberação de informação e criatividade sem nenhum tipo de censura. Por
meio desta técnica, é gerada uma grande quantidade de idéias que podem auxiliar na
resolução de um problema ou mesmo solucioná-lo definitivamente. [25]
Na tempestade de idéias todo o produto gerado não pertence a uma pessoa, mas sim
ao grupo participante. A dinâmica da técnica consiste em:
Estabelecer uma sessão que será conduzida por uma pessoa com habilidades
interpessoais;
14
-
Apresentar o tema e convidar os participantes a contribuir com novas idéias;
Anotar todas as idéias apresentadas de forma que fiquem expostas a todos. Pode-
se fazer uso de um quadro branco, por exemplo;
Repassar todas as idéias e selecionar as que o grupo eleja como melhores.
2.5.4 - Diagrama de Causa e Efeito
O diagrama de causa e efeito foi idealizado por Kaoru Ishikawa, um especialista em
gerenciamento, para melhorar o controle de qualidade no local de trabalho. É conhecido
também como espinha de peixe, em virtude da sua forma (Figura 2.5.1). Segundo o autor,
pode ser utilizado em sessões de brainstorming para que as causas apontadas para um dado
problema possam ser agrupadas por categorias que facilitem o entendimento do grupo. [25]
Figura 2.5.1 – Diagrama de Causa e Efeito.
A ferramenta foi desenvolvida para representar a relação entre o "efeito" e todas as
possíveis "causas" que podem contribuir para que ele ocorra. O problema é colocado no
lado direito do gráfico e as causas são agrupadas segundo categorias lógicas e listadas à
esquerda.
Com a técnica, é possível ilustrar claramente as várias causas que afetam um
processo por classificação e a relação dessas causas. Para cada efeito existem,
seguramente, inúmeras categorias de causas.
15
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2.6 - REENGENHARIA E MELHORIA DE PROCESSOS
A reengenharia e a melhoria de processos são estruturas composta por cinco
processos distintos que devem ser executadas sequencialmente. Na fase inicial serão eleitos
os processos objetos. Na fase seguinte os processos escolhidos passarão por uma análise
em que a busca pelas causas dos problemas nos processos eleitos é o objetivo. Com o
conhecimento gerado pelas fases anteriores, na terceira fase o processo sofrerá a melhoria.
Em seguida, o novo processo estará apto para ser implantado na organização. O cenário
descrito pode ser analisado na Figura 2.6.1. [5]
Figura 2.6.1 – Reengenharia e Melhoria de Processos.
2.6.1 - Processo 1 – Identificação e Seleção do Processo
De acordo com o autor, para selecionarmos um processo para a análise e melhoria
de processo, alguns critérios devem ser levados em conta: [5]
A importância potencial do processo a fim de atingir os objetivos estratégicos da
organização;
O impacto nos negócios e nos clientes;
O impacto na área financeira;
O impacto na imagem da organização.
16
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Figura 2.6.2 – Subprocessos de Identificação do Processo.
Após de ter sido escolhido, o processo deve ser analisado sobre o prisma do método
5W1H. O objetivo aqui é procurar conhecer o processo, identificando os elementos,
atividade e os produtos/serviços a ele associados. Como descrito anteriormente, o método
5W1H é muito eficiente para esta finalidade. [5]
Na Figura 2.6.2 observa-se os subprocessos pertencentes à Identificação do
Processo. No último subprocesso deve-se buscar conhecer a documentação do processo, a
rotina de execução, a eficiência e a eficácia dos passos do processo e dados históricos.
2.6.2 - Processo 2 – Análise do Processo
Um processo pode apresentar um resultado inadequado, ineficiente e mesmo
moroso, por diversos problemas. Identificar problemas e apresentar soluções são tarefas a
serem realizadas neste processo.
De acordo com o autor, o conceito de problema é o reconhecimento de que uma
determinada situação não foi ou não será alcançada. O problema é, na verdade, o ponto de
partida para a busca da melhoria, é a mola impulsionadora. Depois de um diagnóstico é
preciso buscar por soluções. O levantamento dos problemas de um processo pode se dar a
partir de pesquisas de satisfação ou monitoração das reclamações dos usuários e clientes.
[5]
Quando um processo é analisado, é comum encontrar erros e desvios. Como nem
sempre é possível buscar a resolução de mais de um problema simultaneamente,
precisamos utilizar métodos para priorizá-los segundo o grau de importância. O método
que pode ser utilizado para isso é a Matriz de GUT.
A busca de soluções para os problemas pode se dar por meio do uso do método de
brainstorming. Uma sessão com os envolvidos no processo problemático seria estabelecida
e todos opinariam sobre as possíveis causas para o dado problema. As causas identificadas
serão apresentadas através do método de Diagrama de Causa e Efeito para, em seguida,
17
-
serem priorizadas pelo método da Matriz de Priorização de Causas. Pode-se observar na
Figura 2.6.3 os passos executados na fase de Análise do Processo.
É necessário tratar da questão da definição de metas e indicadores de desempenho.
Cada processo deve possuir metas estabelecidas. Elas representam o objetivo a atingir
durante um período estabelecido. Para acompanhar o cumprimento das metas são
utilizados indicadores. O indicador é uma função que permite obter informações sobre os
resultados do processo ao longo do tempo. Pelo uso dos indicadores podemos gerenciar os
processos, pois só a partir do momento que medimos é que, efetivamente, podemos
verificar se houve melhora nos produtos / serviços gerados por um processo ou por um
conjunto de processos.
Figura 2.6.3 – Subprocessos da Análise do Processo
2.6.3 - Processo 3 – Melhorar o processo
Neste processo o objetivo é buscar soluções para as causas diagnosticadas na fase
de Análise do Processo. Para processos da área TI, o ideal é unir esforços com os
integrantes da área do processo em questão para que todos possam contribuir para a
elaboração de uma solução que apresente características de simplicidade, facilidade de
implementação e de controle. [5]
De posse da solução para melhoria do processo, é necessário estabelecer um plano
de ação com o objetivo de assegurar uma boa implantação. O plano de ação deverá conter:
Escopo da solução: descrição da solução proposta e das atividades para
implantação.
Matriz de responsabilidade: distribuição de tarefas entre os membros da área.
Planilha de custos: estimativa de investimento para implantação da solução.
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Para colocar o novo processo em produção, é preciso fazer um levantamento acerca
da necessidade do treinamento de pessoas que irão atuar com o novo processo. Esse
levantamento pode conter os seguintes questionamentos:
As pessoas possuem competência para o novo processo?
O treinamento pode acontecer nas dependências da organização?
A organização tem colaboradores aptos para treinar os demais?
Com base nestas informações, é elaborado um plano de treinamento antes da
implantação do processo.
Com a solução definida e planejamentos de implantação organizados, precisa-se
definir formas de avaliar se o desempenho do processo está em um nível aceitável.
2.6.4 - Processo 4 – Redefinir o processo
Nesta fase busca-se redefinir o processo, apresentando um novo desenho para
representá-lo. Este processo possui um paralelismo no tempo de execução ao Processo 3 -
Melhoria do Processo.
De forma semelhante ao descrito na seção anterior, este processo deverá contar
com a colaboração dos integrantes da área do processo em questão para que todos possam
contribuir para o desenho que irá representá-lo. [5]
A saída deste processo deverá contemplar um desenho que possa conduzir os
trabalhos da próxima etapa. Característica de simplicidade, facilidade de entendimento e
organização devem ser levadas em consideração.
2.6.5 - Processo 5 – Implantação
A inserção de mudanças em qualquer aspecto de nossas vidas traz impacto. O
planejamento é fundamental para o sucesso de implantação de qualquer mudança. Preparar
o terreno antes de jogar a semente, essa é a ordem natural das coisas.
No ambiente de TI a mudança de processo, se não for bem planejada, pode
ocasionar impactos profundos nos negócios das organizações.
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A reengenharia e melhoria de processo prevêem um estágio de preparação da
implantação. Neste ponto, toda a análise de risco deve ser executada. Esta etapa é
fundamental, pois, procura-se por problemas potenciais que podem ocorrer na implantação
do novo processo. É preciso assegurar a existência de planos de contingência, pois, em
casos de falhas, seja possível voltar ao estágio anterior ao problema.
A implantação começa com a comunicação: todos os envolvidos e todos que serão
afetados devem ser comunicados. É importante assegurar que as informações cheguem às
pessoas certas e no momento oportuno.
Neste ponto, deve-se implantar tudo o que foi exaustivamente planejado – é o fazer.
É importante que a busca pela excelência torne-se o grande objetivo na implantação do
novo processo. [5]
2.7 - A MELHORIA CONTÍNUA
Um processo que passou pelas etapas descritas na Reengenharia e Melhoria de
Processos precisa, após sua implantação, ser gerido para que permaneça em um ciclo de
melhoria contínua. Surge, então, a necessidade de aplicar-se um modelo de gestão de
processos. O instrumento que será adotado é o do Modelo de Deming, também conhecido
como Ciclo PDCA.
O Modelo de Deming é um instrumento de gestão aplicável a qualquer processo,
independente da sua complexidade. As ações são orientadas pelo cumprimento do ciclo,
que é composto por quatro fases: [23]
Planejar (P) – Definição de metas horizontes, métodos e técnicas.
Executar (D) – Execução das tarefas planejadas na fase anterior.
Verificar (C) – Comparação dos dados coletados na fase anterior com os
resultados obtidos.
Corrigir (A) – Eliminar as causas identificadas como geradoras dos desvios.
O Modelo de Deming pode ser aplicado em cada processo de forma isolada ou a
um grupo de processos. O que definirá a sua forma de aplicação será justamente a
abordagem desejada: faseada ou por grupo de processos.
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Para o estudo de caso a ser considerado nesta pesquisa, considerar-se-á a aplicação
de Deming no grupo de processos pertencentes a análise e melhoria de processos conforme
apresentado na Figura 2.7.1.
Com este tipo de abordagem, espera-se que um ambiente, onde haja a aplicação do
Framework, entre num estágio em que a melhoria contínua seja executada periodicamente,
pois, em Programas de Melhoria de Serviços de TI, é vital que haja a possibilidade de
verificar se as métricas e metas associadas a um processo estão em cumprimento com as
metas estabelecidas.
Figura 2.7.1 - Deming aplicado na Reengenharia e Melhoria de Processos.
2.8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo apresentou os principais conceitos relativos a processos. Tratou-se das
questões envolvidas no mapeamento, análise e melhoria dos processos. A solidificação
destes conceitos será importante para construção do conhecimento necessário para
entendimento do Framework que será apresentado no Capítulo IV e implantação de
programas de melhoria dos serviços de TI, a ser tratado no Capítulo V.
21
-
3 - GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI
3.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Atualmente a tecnologia da informação, TI, desempenha um papel crucial nas
organizações. Oferecer serviços de alta disponibilidade, com segurança e desempenho é
algo desejável para qualquer tipo de organização, desde as mais simples às mais
complexas.
A área de TI das organizações vem sendo pressionada a “fazer mais com menos”,
ou seja, oferecer serviços cada vez melhor com um custo cada vez menor. Surge a
necessidade da definição, de forma clara e objetiva, dos serviços de TI que a organização
deverá prover, além da definição e controle da qualidade dos serviços prestados.
É necessário que a área de TI busque maturidade no gerenciamento de seus
serviços de forma que seus clientes possam fazer melhor uso dos recursos da organização,
ser mais competitivos no mercado, eliminar trabalhos redundantes, enfim serem mais
eficientes. Através da adoção de boas práticas de gestão de serviços de TI, pode-se obter
resultados significativos de melhora na qualidade dos serviços oferecidos.
Neste Capítulo será apresentada a descrição dos principais conceitos e elementos
utilizados para a definição e gestão dos serviços de TI. O objetivo é promover um
alinhamento conceitual dos principais conceitos envolvidos no Gerenciamento de Serviços
de TI.
3.2 - CLIENTES E USUÁRIOS
Em Gerenciamento de Serviços de TI utiliza-se as terminologias cliente e usuário:
para muitos podem ser entendidas como sinônimos, mas não são. Durante esta pesquisa,
será utilizada a expressão clientes quando a intenção for expressar o responsável pela
contratação ou comissionamento de serviços. Em outras palavras, o cliente é aquele que
paga pelo serviço. O usuário representa aqueles que usam os serviços de TI no dia-a-dia
das organizações. [13]
22
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Tabela 3.2.1 - Possíveis Papéis Desempenhados pelo Cliente
Papel Cliente Contratante Usuário
Interno
AM
BIT
O
Externo
Na Tabela 3.2.1, podemos observar que independente do âmbito, interno ou
externo, o cliente pode desempenhar dois papéis distintos: o de contratante e de usuário do
serviço.
3.3 - CONCEITO DE SERVIÇOS
Para que seja possível controlar o ambiente de TI, é necessária a definição de todos
os seus elementos, como sistemas TI, serviços TI, itens de configuração e o relacionamento
entre estes. Esse controle se faz necessário para que seja possível a disponibilização de um
serviço com eficiência e eficácia.
Para definir os serviços de TI, é necessário entender que há dois tipos básicos de
serviços prestados: técnicos e profissionais. Um serviço técnico é definido como sendo um
serviço habilitado por tecnologia, e é visto dessa forma pelos clientes e usuários do mesmo.
Um serviço técnico é, por exemplo, um serviço de e-mail, arquivo e impressão, acesso a
Internet, entre outros. Um serviço profissional é aquele em que há a adição de valor pelo
serviço prestado pela equipe de TI no intuito de prestar suporte, monitorar e manter
consistente e confiável os serviços técnicos. Na pesquisa pressupõem-se o perfil de
serviços profissionais envolvidos nas atividades. Pode-se citar alguns exemplos: segurança,
suporte, gerenciamento de projeto, desenvolvimento, melhoria de serviço entre outros. [6]
3.3.1 - Passos para Definição de Serviços de TI
Para definição dos serviços de TI pode-se adotar a abordagem top down. Este tipo
de abordagem parte das necessidades da organização para ir gradativamente aprofundando
23
-
e dissecando todos os elementos e relacionamentos, até chegar aos itens de configuração,
que são as menores unidades que podem ser representadas. As etapas da abordagem
proposta são apresentadas na Figura 3.3.1.
Figura 3.3.1 – Abordagem Top Down
3.3.1.1 - Definir os Processos Organizacionais
O ponto de partida para a análise dos serviços de TI é o entendimento do que são os
processos organizacionais. É por essa etapa que se define o quão importante é um serviço
de TI para um processo organizacional, no sentido de facilitar a sua realização. [20]
3.3.1.2 - Definir os Serviços de TI
Muitos dos serviços de TI são nomeados e definidos após o levantamento dos
processos e funções que estes auxiliam e são nomeados de maneira análoga. Esse
alinhamento entre os nomes utilizados aumenta a compreensão de como a tecnologia está
alinhada com o processo, tanto para a equipe de TI como para os clientes e usuários.
Apesar de alguns serviços de TI serem comuns a todas as organizações e a
nomenclatura utilizada seja elementar, pode ser necessária a elaboração de uma lista
contendo todos os serviços de TI, os processos organizacionais, e suas associações. Dessa
forma promove-se uma melhor compreensão do negócio da organização e o alinhamento
da TI com suas necessidades. [6]
24
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3.3.1.3 - Mapear os Sistemas de TI que compõem o Serviço de TI
Durante essa etapa, os sistemas que compõem cada serviço serão nomeados e
mapeados de acordo com os serviços ofertados. Cabe lembrar que um serviço de TI é um
conjunto de componentes necessários para a disponibilização de um serviço para um
cliente. Muitas vezes o sistema de TI herda o nome do serviço o qual ele prove. Na Tabela
3.3.1, é apresentada alguns exemplos de nomeação de serviços de TI.
Tabela 3.3.1 – Exemplos de Nomeação de Serviços.
Serviço de TI Sistema de TI Microsoft Exchange Correio eletrônico Lótus Notes mySAP Business Suite ERP PeopleSoft® Enterprise Campus Solutions
3.3.1.4 - Mapear os Componentes que compõem o Sistema de TI
Após o mapeamento de todos os serviços e sistemas, é necessário averiguar os itens
de configuração presentes que serão gerenciados. Os itens de configuração são as menores
unidades envolvidas em todo o processo e um sistema de TI pode ser composto por vários
deles. Nesta última etapa, é realizado o mapeamento de todos os itens de configuração que
serão relevantes para o sistema de TI correspondente.
Na Figura 3.3.2 pode-se observar o mapeamento do serviço de TI de correio
eletrônico. Pode-se aferir, por meio da análise da figura, que embora o serviço de TI seja
composto por diversos itens de configuração, o cliente do sistema, ao verificar a sua caixa
de mensagens, só obterá êxito na operação se todos os itens de configuração que compõem
o serviço estiverem operacionais. Desta forma, o serviço de TI deve ser encarado como um
processo único.
25
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Figura 3.3.2 - Itens de Configuração do Serviço de Correio Eletrônico.
3.4 - GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TI
O Gerenciamento de Serviços de TI (GSTI) objetiva a entrega e suporte de serviços
de TI com foco no cliente, utilizando uma abordagem orientada por processos. Nela, os
serviços devem atender aos requisitos de desempenho e custos. O GSTI é aplicado sobre os
serviços que suportam os objetivos do negócio.
O GSTI está relacionado com o uso eficiente de três grandes aspectos: processos,
pessoas e tecnologia. O tripé encontra-se representado na Figura 3.4.1. Os processos de
GSTI devem ser eficientes e eficazes para a organização, as pessoas devem possuir as
habilidades apropriadas para o exercício de sua função e a infra-estrutura de TI deve prover
boas condições em termos de ferramentas e tecnologia. O objetivo do GSTI é entregar
serviços de TI com foco no cliente utilizando, para isso, uma abordagem baseada em
processos. [13]
Figura 3.4.1 – Aspectos Presentes do Gerenciamento de Serviços de TI.
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-
3.5 - ITIL - BIBLIOTECA DE INFRAESTRUTURA DE TI
O ITIL - Biblioteca de Infra-estrutura de Tecnologia da Informação - é uma
coletânea de melhores práticas para gestão dos serviços de TI. Inicialmente, houve uma
coleta de informações acerca de gerenciamento de serviços em várias organizações. O
modelo apresenta as metas, as atividades gerais, as entradas e saídas de vários processos
que podem ser incorporados na área de TI das organizações. Estas podem ser utilizadas de
diferentes maneiras, variando de acordo com as necessidades das organizações.
A abordagem utilizada pelo ITIL é processual, sendo escalável para as
organizações, independente do porte. O princípio da abordagem está sedimentado no
relacionamento de diversos processos que abrangem toda a área de TI das organizações.
Segundo o autor, as organizações vêem o ITIL como uma solução pronta que traz
benefícios pontuais, mas, o ITIL não está definido desta maneira. É necessário que as
companhias encarem a biblioteca como uma forma de melhores práticas e que adequem
esses processos às necessidades da organização. Os benefícios virão de acordo com a
maturidade da organização. [9]
Um benefício imediato percebido ao longo da pesquisa é que o uso da ITIL
propicia uma melhor comunicação nos grupos envolvidos nos processos de TI, pois ele
permite que todos falem “a mesma língua” permitindo que um elemento tão crítico como a
comunicação torne-se mais eficiente.
3.5.1 - Organizações Ligadas ao ITIL
As principais organizações ligadas ao ITIL são o OGC, o itSMF e os órgãos
certificadores EXIN e ISEB. O Office Government Commerce (OGC) é um órgão
independente do governo britânico responsável pela comercialização dos livros da ITIL. É
sua função também trabalhar em conjunto com o itSMF para atualização da biblioteca de
infra-estrutura de TI. O itSMF é uma organização independente e reconhecida dedicada ao
GSTI. É uma organização sem fins lucrativos presente em trinta e três países do mundo. O
primeiro capítulo a ser formado foi o do Reino Unido em 1991. Em suas atividades, o
fórum congrega, através da representação dos seus capítulos nacionais, os usuários da ITIL
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em todo o mundo. Difunde a cultura de GSTI em suas localidades e trabalha para apoiar a
contínua evolução das boas práticas britânicas. [12]
Os profissionais que utilizam o ITIL podem obter reconhecimento internacional
através das certificações. Os órgãos responsáveis pela concessão desses títulos é o EXIN e
o ISEB.
3.5.2 - Histórico
O ITIL foi desenvolvido no início dos anos 80 pela OGC, um centro governamental
para sistemas de informações do Governo do Reino Unido. É de domínio público.
Inicialmente era composto por 10 livros que cobriam as áreas de Entrega e Suporte de
Serviços e mais de 30 livros complementares. Foi reestruturado para tornar o acesso às
informações mais simples. O núcleo encontra-se descritos em dois livros: o primeiro cobre
a área de suporte e o segundo, a entrega do serviço.
O conjunto de boas práticas tornou-se um padrão, de fato, em gerenciamento de
serviços. Embora tenha sido desenvolvido para ser aplicado aos órgãos governamentais do
Reino Unido, o ITIL pode ser utilizado em qualquer tipo de organização. Tornou-se
amplamente conhecido e é utilizado em diversos países. [18]
A OGC e o itSMF trabalham atualmente num processo de extensão e revisão do
conteúdo da biblioteca de infra-estrutura de serviços de TI. A divulgação da versão três do
ITIL está prevista para o ano de 2006.
3.5.3 - Componentes da ITIL
O ITIL representa a área de TI das empresas atuais como um quebra-cabeça, onde
cada peça se apóia e depende das demais para que ocupe seu espaço de maneira adequada.
A Figura 3.5.1 apresenta as áreas que o ITIL abrange. Estas áreas compreendem a Entrega
e Suporte a Serviços de TI, Gerência de Aplicações, Gerência de Infra-estrutura e
Perspectiva do Negócio. Cada peça representa uma área distinta, onde cada área é
composta por um grupo de processos.
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Suporte a Serviços Entrega de Serviços
Gerência de Aplicações
Perspectiva do Negócio Gerência de Infraestrutura
Figura 3.5.1 – Áreas de Abrangência da ITIL. [18]
A pesquisa concentra sua atenção em duas áreas que são consideradas o núcleo da
ITIL: Entrega e Suporte a Serviços de TI. Nestes livros encontram-se descritos os diversos
processos que podem ser aferidos consultando as Figura 3.5.2 e Figura 3.5.3.
Figura 3.5.2 – Suporte a Serviços. [18]
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Figura 3.5.3 – Entrega de Serviços. [18]
3.6 - VISÃO GERAL DO NÚCLEO DO ITIL
Nas seções seguintes serão descritos os processos pertencentes ao Suporte e
Entrega de Serviços. Nove são os processos que formam o núcleo da Gestão de Serviços
de TI. Há ainda a única função descrita no ITIL, a Central de Serviços. Na Figura 3.6.1. é
apresentado o modelo de relacionamento conceitual do ITIL. O objetivo é tratar os
conceitos de forma simples a propiciar ao leitor uma visão geral destes processos.
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Central de Serviços
Figura 3.6.1 - Modelo Conceitual de Relacionamento do ITIL.
3.6.1 - Central de Serviços
A crescente demanda por serviços de TI faz com que as áreas responsáveis sejam
pressionadas a oferecer maior agilidade e qualidade. Em geral, as áreas de TI das
organizações trabalham de modo reativo, isto é, suas ações são orientadas para atender a
demanda do momento.
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A Central de Serviços possui um papel muito importante na busca pela melhoria
dos serviços de TI, pois é nela que está imbuída a responsabilidade de atender e resolver
chamados o mais rápido possível. A Central de Serviços é o único ponto de contato entre
os clientes e usuários e a área de TI. [4,18]
Por meio da Central de Serviços é possível que os processos de negócio sejam
integrados ao serviço de gerenciamento da infra-estrutura. A Central de Serviços não se
limita apenas em lidar com incidentes, problemas e requisições de serviços. Por meio de
relatórios, provê informações de contratos de acordos de nível de serviços, disponibilidade
dos serviços e dos itens de configuração que compõem um serviço de TI. Este intrínseco
relacionamento da Central de Serviços com as demais gerências do ITIL possibilita o
acesso às informações acerca das necessidades de TI da organização, em termos de:
Deficiências que os serviços de TI possuem;
Desempenho dos serviços de TI;
Necessidade de treinamento dos clientes e usuários;
Associação dos custos dos serviços de TI;
A Central de Serviços permite a integração dos processos de negócio aos processos
de gerenciamento da infra-estrutura de TI. Devido a esta característica, uma das
habilidades que deve estar presente é a capacidade de comunicação entre o negócio e área
técnica.
A tarefa de se fazer entender entre dois universos tão distintos é possível devido ao
alinhamento de vocabulário que o ITIL propicia. Podemos pensar na Central de Serviços
como um tradutor: ela transmite as necessidades dos usuários, do negócio para a área
técnica e vice versa.
A Central de Serviços é a única função da ITIL. É responsável por receber todas as
comunicações de Incidentes que afetam o ambiente, solicitações de mudanças em serviços
já existentes, solicitação de criação de novos serviços. [18]
Além destas informações, a Central de Serviços deve receber e disponibilizar
informações a respeito de acompanhamento de Incidentes relatados bem como o estado de
resolução destes, agenda de mudanças no ambiente de TI, roteiros a serem realizados pelos
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usuários para sanar problemas que já tenham sido identificados e até mesmo realizar
mudanças pré-aprovadas no ambiente, visando garantir maior agilidade aos processos.
Na Figura 3.6.2 pode-se analisar que a única forma dos clientes e usuários dos
serviços de TI estabelecerem contato com a área de TI é através da Central de Serviços.
Figura 3.6.2 - A Central de Serviços e as Gerências de Suporte a Serviços de TI.
A Central de Serviços pode utilizar diversos meios de comunicação para
estabelecer contato com usuários e clientes. Cabe à organização definir qual o meio mais
apropriado, levando-se em consideração a localização da Central de Serviços, dos usuários
e clientes e o custo envolvido.
O contato com a Central de Serviços pode ser efetuado via:
E-mail;
Requisições por telefone;
Requisições pela internet/browser;
Requisições por fax;
Eventos de aplicação e hardware (consoles de gerência).
Recomenda-se, no início, utilizar apenas um canal de comunicação e testar a
filosofia na organização antes de implementar todos os processos do GSTI. [13]
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3.6.2 - Gerenciamento de Incidente
O Gerenciamento de Incidentes envolve o processamento de solicitações e eventos
que a Central de Serviços venha a receber e não consiga solucionar. É executado por
especialistas que são agrupados de acordo com o perfil de desenvolvimento profissional
em unidades de suporte.
Um incidente é qualquer acontecimento que altere os níveis de serviço acordados
nos acordos de nível de serviços (SLA) ou ainda qualquer acontecimento que não faça
parte da operação normal dos sistemas e ambientes estabelecidos. [17]
A função do Gerenciamento de Incidente é a resolução mais rápida possível destes
incidentes, retornando o estado de funcionamento das soluções de TI para os níveis
acordados, ou níveis normais de operação. [13]
No Gerenciamento de Incidente é mantido o registro de todos os incidentes,
preferencialmente no mesmo banco de dados de gerenciamento de mudanças (CMDB), que
será detalhado no Gerenciamento de Configuração, de forma a permitir a consolidação de
diversos incidentes em busca de um problema comum que afete um determinado item de
configuração (IC) ou serviço. [11]
As atividades a serem executadas sob a supervisão do Gerenciamento de Incidentes
são as seguintes:
Identificar e documentar todos os incidentes;
Priorizar (determina urgência) e categorizar (avalia o risco);
Fazer análise inicial do incidente e fornece suporte;
Corrigir a falha e restaurar o serviço;
Fechar e documentar o incidente;
Monitorar, acompanhar e comunicar progressos no tratamento do incidente;
Avaliar incidentes e preparar relatórios para melhoria dos serviços.
A grande missão a ser desempenhada pelo Gerenciamento de Incidentes é restaurar
a operação normal dos serviços tão rápido quanto possível e minimizar os efeitos negativos
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no processo de negócio. É importante salientar que a operação de serviço dita normal, é
definida dentro dos limites dos SLA. [11]
O Gerenciamento de Incidentes registra todos os detalhes do incidente. A partir das
informações do CMDB, o incidente passa a ser priorizado de acordo com a extensão de seu
impacto nos objetivos estratégicos no negócio.
Pelo acesso às informações do CMDB, o Gerenciamento de Incidentes tem
condições, por exemplo, de identificar o impacto que um incidente representa para a
organização. Isso é possível devido ao relacionamento dos IC presentes no CMDB.
O processo de resolução de incidentes é iniciado através do acionamento da Central
de Serviços. Caso já exista algum procedimento disponível para resolver o incidente
registrado, o mesmo é executado.
Após o registro do incidente, a Central de Serviços fará sua classificação e tentará
resolvê-lo em primeira linha. Havendo a impossibilidade de atendimento, o Gerenciamento
de Incidentes irá trabalhar na investigação, análise e recuperação do incidente. O
fechamento de um incidente só ocorre mediante a autorização do indivíduo que iniciou o
processo. Na Figura 3.6.3 tem-se a representação das atividades do Gerenciamento de
Incidentes com o apoio da Central de Serviços.
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Figura 3.6.3 - O Processo de Gerenciamento de Incidentes (Modificado). [19]
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3.6.3 - Gerenciamento de Problema
O Gerenciamento de Problema é o processo que investiga na infra-estrutura todos
os incidentes que afetam o ambiente. Este processo busca identificar as causas dos atuais e
potenciais erros na entrega do serviço.
A investigação acontece, pois, nem sempre a relação entre incidentes é óbvia.
Vários erros podem estar ligados a um mesmo problema. Esta correlação tem como função
buscar as causas comuns para a origem de vários incidentes, que podem ser classificadas
como problemas. Essa ação de investigação leva a busca pela causa raiz do problema.
Um problema descreve uma situação indesejável, indicando a causa desconhecida
de um ou mais incidentes existentes ou em potencial. Erros conhecidos são problemas para
os quais já existe uma solução temporária, ou seja, um workaround, ou mesmo uma
solução definitiva. Para se obter uma solução, muitas vezes é necessário gerar solicitações
de mudanças no ambiente (RFC), a serem enviadas ao Gerenciamento de Mudanças, para
que este aprecie a solicitação aprovando-a ou rejeitando-a. [13]
O Gerenciamento de Problemas introduz diversos benefícios para a organização,
entre os quais pode-se citar os seguintes:
Melhoria da qualidade e gerenciamento de serviços de TI: erros são
documentados e eliminados;
Aumento da produtividade dos usuários: como conseqüência o aumento da
qualidade;
Aumento da produtividade do pessoal de suporte: as soluções são documentadas,
o que permite que o pessoal com pouca experiência possa resolver os incidentes
com mais eficiência e rapidez;
Aumento d